Chanucá 5772
Olá a todos.
Mais uma vez temos a oportunidade de estar juntos, de uma forma espiritual, celebrando e comemorando
uma festividade. A próxima festa, chamada em hebraico de Chag HaChanucá, ou simplesmente Chanucá,
também é conhecida como a Festa das Luzes. A intenção é explicar o significado cabalístico e tentar
transcender o significado tradicional dessa festa, para entrarmos em uma dimensão, como a Cabala
explica, além do tempo, do espaço e do movimento. Sempre explicamos que a Cabala é uma sabedoria
divina cósmica, que vem de uma fonte metafísica. O que isso significa? Confesso que para o iniciante,
para o aluno avançado e até para mim não é fácil manter a conexão constante com a dimensão que existe
além do nosso mundo físico.
Claro que a Cabala e os mestres cabalísticos providenciaram ferramentas − como as meditações, o
Zohar, as orações e as letras hebraicas − para nos ajudar a manter a consciência divina em nossa vida
mundana, mas mesmo assim caímos nas armadilhas do dia a dia e do desejo de receber para si mesmo.
A Cabala não julga, mas explica que Deus não está atrás de nós sempre para nos castigar, ao contrário,
a intenção do divino é sempre ajudar o ser humano. O divino sabe que o ser humano vive em uma
dimensão espiritualmente muito perigosa, e por isso precisa de mais ajuda que outros seres mais divinos,
de mais ajuda que os anjos.
O tempo horizontal e o tempo vertical
Uma das ferramentas que a Cabala explica é o nosso calendário. O calendário é um dos eixos principais
de qualquer cultura, de qualquer civilização na Terra, desde os tempos antigos até hoje. O calendário põe
ordem em nossa vida, põe ordem no tempo, e por isso, quando seguimos o calendário, temos festividades.
Cada nação, cada religião, cada cultura tem datas específicas para as suas festas. São datas observadas pela
comunidade para lembrar algo do passado, mas que também faz parte do presente.
Em nosso caso temos uma história, e por trás de cada festa existe o evento histórico. Por meio dos
acontecimentos, das pessoas e dos detalhes, podemos lembrar e avaliar o passado como parte integrante
do nosso presente. Qual é a história por trás da festa de Chanucá, a Festa das Luzes? Sempre temos duas
questões principais observadas pela Cabala − o por que e o para que −, pois se faço algo hoje não é apenas
para lembrar o passado, se o passado faz parte do presente e agora quero lembrar e festejar, deve haver um
motivo para o futuro, senão estamos presos no passado.
A Cabala é algo além do tempo. Na consciência da Cabala não existe passado, presente e futuro, essas
são dimensões de tempo que nossa mente criou, mas que na verdade é uma criação ilusória, é o mundo
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da ilusão. Na dimensão verdadeira da existência humana não existe o tempo. E a Cabala, através das
dúvidas que surgem, quer abrir outra dimensão do tempo que não é horizontal, mas vertical. O tempo
vertical também é uma maneira humana para entendermos que existe outra dimensão do tempo, um
tempo que nos leva a uma consciência mais elevada, divina, que não existe somente para trás ou para a
frente, mas também existe para cima, mas não para baixo, porque o tempo que nos leva para baixo cria
circunstâncias negativas como depressão, pressão, tensão etc. A Cabala nos ensina como viajar no tempo,
mas não somente no tempo horizontal, também no tempo vertical. É uma jornada para cima, para o
mundo divino, e cada festa é um portal que é aberto para nós, um túnel do tempo para realizarmos a
viagem no tempo vertical.
Combinaremos alguns elementos cabalísticos e também da gematria, ou geometria sagrada, para
realizarmos a jornada no tempo que nos levará para cima. Desde os tempos antigos a geometria sagrada é
uma ferramenta muito poderosa, mas que foi perdendo o seu valor. O ser humano caiu na armadilha do
tempo horizontal, vendo o passado, vivendo o presente e tentando controlar o futuro. Infelizmente essa
tentativa de dominar o futuro pelo passado não ajudará o ser humano, pois repetiremos o passado como
robôs, totalmente presos no tempo horizontal, sem poder ver de maneira melhor o futuro, porque não
haverá diferença entre o futuro e o passado.
Como sair dessa armadilha? Existem várias ferramentas e a geometria sagrada talvez seja a mais
poderosa entre elas. Desde a antiga Grécia até hoje podemos observar que o Universo segue leis cósmicas,
leis da geometria, de padrões, e até a Árvore da Vida, com as suas dez dimensões − pois não são “talvez
dez” ou “talvez quinze”, são 10 −, não é algo especulativo, é algo preciso. Infelizmente o ser humano, que
vive no passado, que está preso nele, só pode especular sobre o futuro.
A Cabala fala sobre certeza, mas como podemos resgatar a certeza absoluta? Temos Chanucá e também
temos uma compreensão mais profunda dessa festa. Primeiro falaremos sobre a história, sobre o passado.
O que aconteceu no famoso dia 25 do mês hebraico de Kislev? E por que naquele dia? Por que o número
25? Por que não 30 ou 28 ou qualquer outro número? Já podemos entender que nada é por acaso e, quanto
mais aprendemos, mais podemos aproveitar a jornada no túnel do tempo para o mundo da astrologia,
para o mundo dos planetas e das constelações. É o mundo além da consciência mecânica, robótica, que
infelizmente ainda domina a consciência humana na Terra. Para entendermos o que está acontecendo temos
de nos elevar para o oceano do tempo eterno, que é o único que existe em nosso Universo. Somente de
um ponto superior podemos entender melhor o que acontece aqui na Terra e também, o mais importante,
conectar os pontos entre os eventos.
A história de Chanucá
O evento de Chanucá é ligado à revolta de uma família de sacerdotes. O pai, o líder principal dessa
revolta, foi Matityahu ben Yochanan HaCohen, Matatias, o filho de Yochanan, que era o Sumo Sacerdote
do Templo Sagrado. Naquela época os gregos dominavam a maior parte do mundo conhecido, incluindo
a Terra Santa, a cidade de Jerusalém e o Templo Sagrado. Existem muitas explicações sobre o intercâmbio
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da cultura e do comércio entre os gregos e as outras nações. Os gregos se encontraram com muitas
culturas, desde a Índia, a Pérsia, o Egito, e também a cultura dos hebreus.
Estamos falando de um período de quase 2.300 anos atrás. A revolução, também chamada de Revolta
dos Macabeus, foi uma revolta religiosa, espiritual, não somente contra o domínio dos gregos na Terra
Santa, mas principalmente contra a corrupção que acontecia no Templo Sagrado, com os sacerdotes e os
gregos. Infelizmente a política, o poder, a cobiça, a ganância e tudo o mais que é ligado à corrupção, que
todos conhecem muito bem, aconteciam nessa época naquela região – eram seres humanos como qualquer
outro ser humano que existe na Terra até hoje, nada de novo. A novidade foi a tentativa de resgatar a
pureza não somente do Templo Sagrado, mas também da fé e da conexão do ser humano com o divino.
Qual é o problema da corrupção? Por que a corrupção não é boa? Por que somos moralistas? Por que
somos modelos de ética? Quem pode assumir o papel de ser um exemplo da ética a ser seguida? Qual seria
a ética? Tudo é relativo. Quando perdemos a ligação com o divino entramos na dimensão da confusão −
uma pessoa corrupta para alguém pode ser um justo aos olhos de outro, e vice-versa, ou um terrorista pode
ser visto como um patriota ao olhar de outro. E quem tem o direito de julgar? É a confusão causada pela
corrupção, pela perda da ligação com o divino. Somente por meio da consciência divina podemos viver
segundo as leis cósmicas verdadeiras, eternas e profundas, para que todos os seres humanos consigam viver
com a consciência clara do bem e do mal.
Matityahu ben Yochanan HaCohen não quis criar mais uma guerra, mas resgatar a pureza do
Templo Sagrado e a pureza da fé do ser humano. Não foi fácil, mas ele e seus filhos conseguiram
derrotar o exército dos gregos em Jerusalém. Eles limparam o Templo Sagrado de toda a idolatria, de
toda a magia negra e de toda a corrupção e o purificaram, resgataram a sua pureza como uma casa para
o divino. Segundo a Cabala, o Templo Sagrado representa o Recipiente, um transformador cósmico que
atrai a Luz Infinita, a energia cósmica infinita, e a transforma de acordo com as necessidades específicas
de cada nação e de cada pessoa no mundo, para que todos recebam a Luz de forma adequada, e assim
possamos garantir a existência da paz no mundo. A compreensão desse princípio é muito simples, a
prática é que é difícil, por causa da fraqueza do ser humano, do nosso ego, que sempre tenta corromper
o nosso espírito e a nossa alma.
Matityahu ben Yochanan HaCohen foi fiel à sua alma e à alma do Universo, representada pelo Templo
Sagrado. Quando a Luz voltou ao Templo Sagrado, trouxe uma consciência além da Natureza. A Natureza
segue a lei de causa e efeito, também chamada de lei do karma, mas o ser humano tem de aprender como
transcender essa lei deixando a Luz entrar em sua vida − isso é chamado de intervenção do divino, o que
para o leigo é um milagre. O milagre existe quando abrimos nosso coração, nossa mente, nosso Recipiente
para receber a Luz. Quando a Luz entra, somos elevados a uma dimensão além da lei de causa e efeito, e
assim surge o conceito do milagre.
Falando sobre milagres, existe outro evento que também é ligado ao dia 25, mas não ao dia 25 de Kislev,
e sim ao dia 25 de dezembro. Não entraremos na discussão se essa é a data verdadeira do nascimento de
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Jesus, mas de qualquer maneira o número 25 tornou-se um número muito poderoso na consciência do ser
humano − para o hebreu, 25 de Kislev, a Festa das Luzes; para o católico, ou cristão, 25 de dezembro, o
nascimento de Jesus. A festa do Natal também é uma festa de luzes, e Jesus é muito conhecido por causa
dos milagres que conseguiu manifestar em sua vida, curando a cegueira, a lepra, entre outros eventos. Sua
vida foi algo que mexeu com a consciência humana − se foi para o bem e para o mal, esse é um problema
da confusão, mas o fato é que mexeu e isso ninguém pode esquecer.
Temos um desafio. A festa de Chanucá aconteceu há aproximadamente 2.200 anos, e o nascimento
de Jesus, há cerca de 2 mil anos − existe portanto uma diferença de quase duzentos anos entre os dois
eventos, que são celebrados no mesmo número, o 25, que é um número muito poderoso. Somente a
Cabala, por meio da gematria, nos ajuda a entrar na jornada pelo túnel do tempo, para elevarmos a
nossa consciência ao divino, para sairmos da prisão do tempo do passado e do futuro. Apenas de um
ponto de vista mais elevado podemos conectar esses dois pontos na história humana. Em vez de nos
concentrarmos nos acontecimentos específicos das duas histórias, que aconteceram em tempos diferentes,
temos de transcender essa separação e chegar ao ponto que une os dois eventos em um só. Se alguém está
procurando um milagre talvez esse seja o melhor milagre que nossa consciência humana é capaz de realizar,
o milagre de juntar dois eventos que criaram a separação pelo ódio, pela inimizade, pela ignorância e criar
amizade, compreensão mútua, amor, paz, e tudo o que qualquer ser humano está procurando em sua vida.
Temos de sair do ponto de vista no qual consideramos apenas o próprio evento e, transcendendo o tempo,
entrarmos em outra dimensão.
Chanucá e Natal: o número 25
O número 25, segundo a Cabala, é o número que representa, que está ligado à Sefirá Malchut, o Reino,
a primeira etapa na subida, na ascensão da consciência humana na Árvore da Vida para o divino. Esta é a
razão pela qual Jesus falava sobre o Reino Divino, ou o Reino de Elohim. Ele conhecia a Cabala. A Cabala
não existe apenas para o judeu, ou para o católico, ela explica a estrutura cósmica universal da Criação.
Sem dúvida Jesus, como todos os outros sábios de sua época, conhecia a Cabala e os nomes das Sefirot que
hoje utilizamos.
A Sefirá Malchut, o Reino, é a primeira dimensão que o ser humano encontra quando sai da Natureza,
da lei de causa e efeito, e entra na Árvore da Vida. A Sefirá Malchut é o Reino de Elohim, mas infelizmente
esse reino é escuro, uma escuridão que não é física, é uma escuridão metafísica. A escuridão física desaparece
quando o sol surge no horizonte, mas a escuridão metafísica não desaparece nem mesmo com o sol, em
consequência da lei dos opostos, pela qual a escuridão física só desaparece com a luz física. A entrada para
o Reino não está aberta a todos, somente às pessoas que querem e sabem como trazer a Luz Infinita para
iluminar a Sefirá Malchut. Essa é a correção dos justos e dos santos.
Hoje em dia, na era da consciência messiânica, o Zohar explica que todos nós temos de fazer o trabalho
dos justos, pois não existe um justo que salvará o mundo, cada um de nós tem de aprender a fazer esse
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trabalho. Temos de assumir a responsabilidade, cientes de que a escuridão metafísica é muito poderosa,
e para isso temos de fortalecer nossa consciência física, mental e também espiritual, para entrarmos na
dimensão do Reino e trazermos a Luz Infinita.
O número 25 também é ligado à coluna da esquerda − não é por acaso que a soma dos algarismos 2 e 5
é 7, que também é um número da Sefirá Malchut. Além disso, o 25 é uma dimensão ainda mais profunda
do Reino. O número 25 representa, no lado negativo, o reino escuro, a paralisia mental, emocional e até
física do ser humano. Ficamos paralisados quando perdemos a esperança, quando não temos motivos para
viver. No ponto mais escuro em nossas vidas, cada um de nós sentiu a paralisia, a sensação de perda total,
sem ter por que continuar a viver.
Nesse ano não é por acaso que as festas de Chanucá e do Natal coincidem na mesma época, na mesma
semana, isso é algo maravilhoso. Lembro que na primeira vez em que estive no Brasil, nessa época,
pude vivenciar essa união quando visitei uma casa e fizemos as duas festas juntas, acendendo as velas de
Chanucá e a árvore de Natal, celebrando o nascimento de Jesus. Foi uma vivência muito especial e talvez
tenha sido uma das experiências mais importantes em minha vida. A partir dali percebi que temos de
literalmente transcender as barreiras do tempo e celebrar as festas com a consciência certa. Não é uma
questão apenas sobre Jesus ou sobre Chanucá, ou sobre Matityahu ben Yochanan HaCohen, não é uma
questão de pessoas, eventos ou acontecimentos − claro que tudo isso tem importância, mas as pessoas
são apenas um canal. Jesus foi um canal, igual a Matityahu, que despertou a Luz naquele dia. Será que
todas as pessoas seguiram a Luz? Não, e até hoje estamos nessa batalha, mas pelo menos temos a Cabala
que nos ajuda a transcender os bloqueios, as barreiras psicológicas e religiosas por meio de gematria, para
enxergarmos a estrutura do Universo.
A palavra “Chanucá” tem várias explicações, vários significados.
A soma das duas últimas letras da palavra “Chanucá” em hebraico,
dkepg, Kaf (k) e Hei (d), é 25, e podemos ver que até no nome
Hei Kaf
“Chanucá” existe o número 25 − ainda que exista a dúvida de que que
foi exatamente naquele dia 25 de Kislev que os macabeus entraram
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no Templo Sagrado. Será que foi exatamente naquele dia? Existem
muitas especulações, mas isso não importa. O que importa é a Luz que foi revelada naquele dia. Chanu
em hebraico (epg) significa paz, quando alguém se instala em algum lugar e estabelece suas raízes com
força na terra, ou na consciência espiritual, sentindo a segurança eterna, quando nada nem ninguém pode
perturbar a sensação que vem por meio da ligação com a Luz.
O relato do milagre de Chanucá fala sobre a lata de azeite de oliva que, em vez de durar um dia,
durou oito dias, o tempo necessário para que os sacerdotes conseguissem preparar mais azeite de oliva
para acender a Menorá. Foi por acaso esse período de oito dias? O número 8, segundo a Cabala, também
tem um significado muito importante, pois faz a ligação com a consciência de Biná. Temos o número 7,
que representa os padrões pelos quais o ser humano passa na dimensão física da vida. O número 8 é o
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número além do 7, é o número do Paraíso, da consciência de Biná, da dimensão na qual podemos ver de
cima e juntar os pontos, unir os eventos, porque no Paraíso todas as almas são ligadas, e somente aqui em
Malchut, no mundo físico, é que existe a separação entre os corpos.
Os corpos criam acontecimentos diferentes pensando que “eu, meu problema, minha vida” é diferente
do que acontece na vida do outro. Mas se olharmos de um ponto de vista mais elevado, veremos que todos
estão passando pelos mesmos problemas, é só uma questão de tempo. Uma pessoa passa por um problema
específico hoje e no dia seguinte sai do problema, enquanto outra pessoa entra nesse mesmo problema,
pensando que é o único que está passando por essa situação, e por isso temos a consciência ilusória da
separação. Não nos importamos com os problemas dos outros, perdendo o carinho e perdendo também
a ajuda. Por quê? Porque hoje o problema é do outro mas amanhã esse problema será o meu, e se eu não
ajudar o outro hoje encontrarei o mesmo problema amanhã. Para evitar o encontro com essa situação
amanhã eu preciso, com a consciência do Paraíso, de Biná, ajudar o outro hoje.
Kislev e Tevet, Biná e Chochmá
Essa é a consciência do Paraíso, a consciência da geometria sagrada, a consciência
que une as almas em uma só. Não é por acaso também que as letras do mês de Kislev,
do signo de Sagitário, são a letra Samech (q), que criou a constelação de Sagitário, e a
letra Gimel (b), que criou o planeta Júpiter. Samech e Gimel têm o valor numérico de
63. Mais um número que podemos somar, 6 mais 3 totaliza 9, que segundo alguns
estudos é o número que representa o divino. É 3 multiplicado por 3, e o número 3
representa o equilíbrio, logo o número 9 representa o equilíbrio divino, o equilíbrio
da pessoa que encontrou suas raízes, sua segurança, quando nada pode afetar a fé
dessa pessoa, não uma fé cega, mas uma fé ligada à consciência divina.
Da mesma forma não é por acaso que a festa de Chanucá liga dois signos, Sagitário
e Capricórnio, o mês Kislev e o mês de Tevet, em hebraico. As letras do mês de Tevet
são Ain (r) e Bet (a), que têm o valor de 72. Segundo a Cabala, o número 63 é
ligado à consciência de Biná, a dimensão mais equilibrada, em que não temos como
interromper ou destruir a harmonia. O número 9 é muito forte, e o 63 está ligado à
consciência de Biná. Para que precisamos do equilíbrio? Temos de atingir o equilíbrio
para subirmos até a próxima etapa da evolução da consciência humana, para atingirmos
a sabedoria divina. Segundo a Cabala, o número 72, cuja soma também tem o valor
9, é ligado à Sefirá Chochmá, a Sabedoria, e também aos 72 nomes sagrados. Por isso
essa ligação que acontece na festa de Chanucá é muito importante, pois faz a ponte
entre a consciência de Biná e a consciência de Chochmá, entre 63 e 72.
Estamos abrindo mais um assunto para tratar no futuro, sobre os meses e sobre
o calendário. O mês de Kislev é o terceiro mês do calendário hebraico que começa
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Gimel Samech
3
60
Bet
Ain
2
70
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em Tishrei, em Rosh Hashaná, depois vem Cheshvan e em seguida Kislev. Para quê? Para criar a tríade
superior do Magen David. Temos também a tríade inferior, que são os meses de Tevet, Capricórnio, Shivat,
Aquário, e Adar, que é o signo de Peixes. Kislev é o terceiro mês, é a coluna central da tríade superior. O
signo de Peixes, o mês de Adar, é o terceiro mês na tríade inferior do Magen David. Kislev é o mês que é
ligado à Sefirá Tiferet, Adar é o mês que é ligado à Sefirá Yesod. Não é por acaso que no signo de Peixes
temos outra festa, Purim, que é ligada ao conceito dos milagres. É outro evento, outro tempo, outro país,
mas, segundo a geometria sagrada e a Árvore da Vida, podemos conectar esses eventos transcendendo a
barreira do tempo. O milagre de Kislev é o mesmo milagre de Adar, só que em outra dimensão – a Sefirá
Tiferet é na dimensão do potencial e a Sefirá Yesod é na dimensão da manifestação, que está mais próxima
do nosso mundo.
A intenção principal da Festa das Luzes, Chanucá, e do Natal é a mesma, momento em que o ser
humano, que tem o merecimento, pode entrar na dimensão da escuridão metafísica da Sefirá Malchut
para trazer a Luz. A Cabala nos ensina as meditações necessárias para acendermos não somente as velas de
Chanucá, mas a chama da alma, a chama que nenhuma escuridão é capaz de apagar.
Eu desejo a todos nós um Feliz Natal e também Chag Chanucá Sameach. Que nesse Chanucá, que
acontece no ano da união, possamos superar toda a escuridão metafísica que sofremos por milhares de
anos, para que o trabalho, a dedicação e o sacrifício de Matityahu ben Yochanan HaCohen e seus filhos,
que morreram naquela revolta, assim como os de Jesus, não sejam perdidos. A Luz está acesa, precisamos
acendê-la em nós, trazendo o Reino Divino para o mundo.
Amor e Paz a todos!
Rabino Joseph Saltoun
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Olá a todos. Mais uma vez temos a oportunidade