P e r s p e c t i v a S e m a n a l De 19 a 23 de março de 2012 Cenário Nesta semana, as atenções deverão se concentrar na agenda doméstica, mais movimentada do que a da semana passada. A inflação será o destaque, representada pelo IPCA-15 de março, que deverá ficar próxima do IPCA fechado do mês passado (0,40%), desacelerando-se, portando, em relação à alta de 0,53% de fevereiro. Pressões moderadas dos alimentos e dissipação dos reajustes das mensalidades escolares explicam o comportamento do índice no período. As diferentes medidas de núcleo continuarão mostrando que a inflação permanece flutuando em torno de 6%, em termos anuais. Novas informações sobre o mercado de trabalho serão divulgadas, referentes a fevereiro. O nível de ocupação da economia deverá se manter elevado, mantendo a taxa de desemprego em baixos patamares históricos. Esse ambiente de mercado de trabalho robusto deverá ser captado pelos resultados do comércio varejista de janeiro, que segundo nossas projeções, as vendas devem ter aumentado 2,5% na comparação mensal e 7,3% em relação a igual mês de 2011. No front externo, a agenda de indicadores prevista para os EUA como para a Europa contempla poucos, mas importantes eventos. Ao reforçarem o quadro de fortalecimento progressivo da economia mundial deverão dar sustentação ao apetite ao risco que predomina nos mercados neste início de ano. Economia Internacional Os dados econômicos americanos têm vindo, de forma geral, com surpresas positivas nos últimos meses. Algumas vezes eles podem desapontar, porém eles têm indicado até agora que a maior economia do mundo deve seguir apresentando crescimento modesto. Na Europa, o fantasma da saída de um ou mais países da Zona do Euro parece ter sido afastado, pelo menos por enquanto. A expectativa é de recessão para o ano de 2012, porém ela seria grave apenas nos países mais periféricos e não descambaria para uma crise financeira. O principal fantasma que ainda assombra as perspectivas econômicas no momento está na China, onde ocorre uma desaceleração econômica. A grande questão é se essa desaceleração configura um hard landing ou um soft landing. Alguns dados econômicos surpreenderam para pior no início desse ano, porém deve-se lembrar que é bem provável que eles estejam afetados pelo calendário do ano novo lunar chinês. Haverá uma desaceleração do crescimento econômico chinês (algo que é até desejado pelo partido comunista que governa o país e que prefere agora se concentrar na qualidade do crescimento), porém tudo indica que o governo central chinês dispõe de ferramentas suficientes para evitar um hard landing, que não é desejado por ninguém. Perspectiva para a semana A semana é relativamente fraca de indicadores econômicos. O destaque fica por conta dos dados sobre o setor imobiliário, que deverão continuar mostrando um quadro de lenta evolução. Nesta segunda-feira será conhecido o indicador do mercado de imóveis residenciais, apurado pela Associação Nacional dos Construtores de Residências (NAHB), que deverá registrar 30 pontos em março (29 pontos em fevereiro), patamar não atingido desde maio de 2007. A pesquisa deve mostrar que os empresários estão um pouco mais animados. Isso porque o comprador está voltando devido aos baixos preços dos imóveis e condições mais favoráveis de financiamento. Os investimentos imobiliários, por sua vez, não esboçam uma reação mais firme. O número de construção de novas casas deve recuar 0,2% no dado de fevereiro, em relação ao mês anterior, equivalente à construção de 698 mil novas casas, em termos anualizados. Para o número de licenças para construção projeta-se incremento em torno de 1 0,4% em fevereiro, estimando-se em 685 mil licenças concedidas no período. Pelo lado das vendas, serão conhecidos os resultados das vendas de casas existentes também de fevereiro, que deverão mostrar aumento de 0,7% ante o mês anterior, equivalendo a 4,60 milhões de unidades vendidas no período em termos anualizados (4,57 milhões em janeiro). Pelo lado da atividade, as atenções estarão voltadas à divulgação dos indicadores antecedentes de fevereiro que deverão registrar elevação de 0,6% no mês (0,4% em janeiro), sinalizando para a sustentação da atual fase de recuperação moderada da economia americana. Na Zona do Euro será divulgado o índice dos gerentes de compras (PMI) preliminar de setembro. Espera-se que o PMI-Indústria da região passe de 49,0 pontos para 49,5 pontos, refletindo a desaceleração moderada do setor industrial da região. O PMI-Serviços deve subir de 48,8 pts para 49,2 pts. Perspectiva Semanal Economia Brasileira Na semana passada o Copom (comitê de política monetária) divulgou a ata da reunião do dia 07 de março, cuja decisão sobre a Selic surpreendeu boa parte do mercado (redução de 75 pb e não 50 pb como estava sendo feito até então). Na ata, o tom do Copom sobre o cenário externo, apesar da melhora recente vista nos mercados financeiros, foi mais pessimista, acreditando que a crise na Europa pode demorar anos para ser resolvida e com expectativas de crescimento menor em relação à China no futuro, o que tem impacto desinflacionário no Brasil. A maior justificativa dada pelo Copom para aumentar o ritmo 2 de redução de queda da Selic, no entanto, veio do cenário interno, com a atividade econômica tendo desempenho pior que o Copom esperava (provavelmente refletindo os resultados ruins do PIB do 4° trimestre e da produção industrial de janeiro). Dessa forma, o Copom disse que decidiu concentrar a queda da Selic em um período mais curto, e que a Selic deve se estabilizar ligeiramente acima do seu patamar mínimo (nosso novo call para Selic, interpretando essa parte da ata, é de mais uma redução de 75 pb na reunião de abril, e que a Selic deve ficar em 9,00% até o final do ano). Perspectiva Semanal Projeções SulAmérica Focus Expediente SulAmérica Semana anterior Esta semana IPCA em 12 meses 5,39 5,36 5,37 IPCA 2012 5,31 5,27 5,27 IPCA Março 0,40 0,45 0,45 IPCA Abril 0,50 0,50 0,50 IPCA 2013 4,93 5,50 5,50 Selic final 2012 9,50 9,00 9,00 Selic média 2012 10,00 9,38 9,28 Selic final 2013 11,50 10,00 10,00 Selic média 2013 10,90 10,00 10,00 Câmbio final 2012 1,71 1,75 1,75 Câmbio médio de 2012 1,73 1,74 1,76 Câmbio final 2013 1,77 1,75 1,80 Câmbio médio de 2013 1,76 1,75 1,76 PIB 2011 (%) 3,40 3,30 3,30 PIB 2012 (%) 4,40 4,20 4,20 Preços Administrados 2012 4,00 4,00 4,00 Preços Administrados 2013 4,50 4,50 4,50 Economista-chefe: Newton Rosa [email protected] Economista Rafael Yamano [email protected] Informações: Maria Augusta [email protected] Site: www.sulamericainvestimentos.com.br Clique aqui e conheça os fundos da SulAmérica Investimentos. Este material foi preparado pela SulAmérica Investimentos DTVM S.A. e apresenta caráter meramente informativo, não podendo ser reproduzido ou copiado sem a expressa concordância da mesma. As análises aqui contidas foram elaboradas a partir de fontes fidedignas e de boa-fé. As informações aqui apresentadas deverão ser consideradas confiáveis apenas na data em que este foi publicado. Ainda assim, a SulAmérica Investimentos DTVM não garante, expressa ou tacitamente, exatidão, nem tampouco assertividade sobre os temas aqui abordados. Todas as análises aqui contidas estão sujeitas a alteração sem aviso prévio. As opiniões aqui expressas não devem ser entendidas, em hipótese alguma, como uma oferta para comprar ou vender quaisquer títulos e valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros. Mercados Câmbio O Real deve seguir em patamar depreciado nessa semana, podendo até testar novos limites recentes de alta. As recentes medidas e intervenções do governo para tentar conter a valorização do Real e o processo de desindustrialização do Brasil devem ter criado temor considerável nos participantes do mercado de criação de ainda mais medidas, impedindo a valorização da moeda mesmo em ambiente de menor aversão ao risco. Juros Após os grandes ajustes na curva de juros nas últimas duas semanas, essa semana deve ser mais calma. As mudanças que ocorrerem devem se concentrar na parte mais longa da curva, na medida em que o mercado começa a precificar um ajuste de juros que pode muito bem ser adiado até o próximo governo. Bolsas Bolsas no exterior parecem sofrer de “efeito fadiga”, com dados econômicos não surpreendendo tanto para cima quanto anteriormente no rally. Bolsa brasileira deve oscilar perto da estabilidade na semana. Alta 3 Queda Estável Volátil