ASPECTOS EVOLUTIVOS DA BARREIRA COSTEIRA HOLOCÊNICA NA PRAIA DOS CONCHEIROS, SUL DA
PLANÍCIE COSTEIRA DO RIO GRANDE DO SUL
Autores
FELIPE CARON, LUIZ J. TOMAZELLI, EDUARDO G. BARBOSA, MARIA L. C. C. ROSA, LEONARDO G. LIMA,
SÉRGIO R. DILLENBURG
Resumo
A barreira costeira holocênica no extremo sul da Planície Costeira do Rio Grande do Sul (PCRS) apresenta características
peculiares quanto a sua morfologia, estratigrafia e evolução. O trecho estudado está localizado na região costeira do município
de Santa Vitória do Palmar, 25 km a NE do balneário Hermenegildo e é limitado a NW pela Lagoa Mangueira e a SE pelo
Oceano Atlântico. Os resultados obtidos foram baseados em descrições morfológicas de superfície, registros de GPR e
sondagens, a partir de uma seção orientada transversalmente à linha de costa. De modo geral, a barreira possui
características tipicamente transgressivas. A seção no sentido praia-lagoa, mostra a configuração da barreira holocênica que
possui 2,5 km de largura. Em superfície esta caracterizada por depósitos praiais com concentrações de bioclásticos, dunas
frontais pouco proeminentes passando a campos de dunas transgressivos que interagem com cristas de precipitação. A
porção central da barreira é caracterizada por pequenas variações topográficas, áreas alagadas e a presença de bosques de
Acacias. Próximo à margem lagunar, fragmentos de dunas transversais interagem com áreas úmidas de inter-dunas por vezes
vegetadas. Estas são seccionadas por sangradouros que drenam a porção central em direção ao corpo lagunar (Lagoa
Mangueira), formando pequenos deltas que progradam sobre o fundo lagunar e/ou são retrabalhadas por ondas geradas na
lagoa e por variações sazonais do nível da mesma, nas margens lagunares. Registros de sub-superfície compostos por
seções de GPR, sondagens e datações 14C, demonstraram claramente depósitos da barreira retrogradando sobre depósitos
lagunares, cuja a evolução pode ser dividida em duas fases. A primeira é francamente condicionada pela elevação do N.R.M
durante o Holoceno (entre 7 e 5 ka) e foi caracterizada por refletores oblíquos, de alto ângulo, por vezes sinousidais e
terminações em downlaps (margem lagunar subaquosa) sobre refletores plano paralelos (fundo lagunar). A segunda que
contempla o Holoceno médio e tardio (últimos 5 ka), é caracterizada por refletores oblíquos, de menor ângulo, com mergulho
para NW e terminações em downlaps (margem lacustre e depósitos eólicos) sobre refletores plano paralelos (fundo lacustre).
Nesta fase sugere-se que forçantes oceanográficas (potências de onda) e o balanço sedimentar da ante praia adjacente, bem
como o controle hídrico e morfológico da retrobarreira (depressão lagunar) controlaram a retrogradação da barreira holocênica.
Download

Autores Resumo ASPECTOS EVOLUTIVOS DA