UNIVERSIDADE DA MADEIRA Biofísica P9:Lei de Snell __________________________________________________________________________ 1. Objetivos Verificar o deslocamento lateral de um feixe de luz LASER numa lâmina de faces paralelas. Verificação do ângulo critico e reflexão total. Determinação do índice de refração de um prisma. 2. Introdução A velocidade da luz depende do meio. O índice de refração (n) de qualquer meio ótico é definido como a razão entre a velocidade da luz no vácuo (c) e a velocidade da luz nesse meio (v): n c v (1) Diferentes tipos de meios transparentes ou translúcidos têm índices de refração diferentes. Quando um raio de luz incide na superfície de separação de dois meios diferentes, uma parte do raio é refletido e continua no mesmo meio (meio 1) e a restante é refratada (meio 2), de um modo geral muda de direção ao mudar de meio, como podemos ver na figura 1: Figura 1 – Representação esquemática das direções dos raios incidente, refletido e refratado 1 Deste esquema podemos apresentar duas leis físicas: Lei da reflexão O ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão, 1 1 (2) Lei de Snell (Lei de refração) A razão entre o seno do ângulo de incidência sin 1 e o seno do ângulo de refração sin 2 é igual à razão do índice de refração do meio 2 (n2) pelo meio 1 (n1): sin 1 n2 sin 2 n1 (3) Ângulo critico e reflexão total O ângulo critico c para a superfície de separação entre dois meios óticos defini-se como o menor ângulo de incidência, no meio de maior índice de refração ( n2 ), para o qual a luz sofre reflexão total, Figura 2: Figura 2 – Representação esquemática da reflexão total Este ângulo critico c corresponde ao valor particular de 2 para a qual 1 90 : sinc n1 n2 (4) Na prática, ângulos de incidência iguais ou superiores a c , os raios incidentes são refletidos para o meio de incidência (figura 2), conhecido como reflexão interna total. 2 Lâmina de faces paralelas Um raio de luz que atravessa uma lâmina de vidro de faces planas e paralelas emerge na segunda face com a mesma direção inicial na primeira face, com um deslocamento lateral d, como podemos ver na figura 3. Figura 3 – Lâmina de faces paralelas Através de considerações geométricas, é possível chegar à seguinte expressão para calcular o deslocamento lateral d: n cos d t sin ( 1 ) cos n (5) Para pequenos ângulos de incidência verifica-se que d é aproximadamente proporcional a : n dt (1 ) n ( pequeno) (6) Desvio mínimo Considerando um prisma como o da figura 4, supondo que pode rodar em torno do eixo perpendicular ao plano de incidência do raio luminoso. Rodando o prisma no mesmo sentido pode observar-se uma diminuição do ângulo de desvio até se atingir um mínimo m e em seguida um aumento do valor . Figura 4 – Prisma 3 Por aplicação da lei de Snell, podemos estabelecer uma expressão que relaciona o desvio mínimo m com o seu índice de refração n: 1 sin (m) n 2 1 sin () 2 (7) 3. Material LASER Mesa Lente semi-circular Bloco de vidro Prisma Régua Transferidor 4. Procedimento 4.1. Experiência I – Ângulo crítico 1. 2. 3. 4. 5. 6. Tenha em atenção as regras de segurança na utilização do LASER. Ligue o LASER. Regule a mesa e observe o feixe de luz na mesa e coloque uma folha de papel. Coloque a lente semi-circular na mesa em cima da folha de papel. Rode a lente e mantenha o feixe a incidir no centro da lente. Fixe a lente com o dedo e trace o contorno na lente e assinale o percurso do feixe de luz: incidente, refletido e refratado. 7. Continue a rodar até identificar o ângulo crítico. Registe como no ponto anterior (6.) 4.2. Experiência II – Desvio lateral de um feixe 1. 2. 3. 4. 5. Ligue o LASER. Meça a espessura do bloco ( t ). Regule a mesa e observe o feixe de luz na mesa e coloque uma folha de papel. Coloque o bloco transparente na mesa em cima da folha de papel. Rode-o ligeiramente 10º, marque o contorno do bloco e assinale a trajetória do feixe para traçar posteriormente os segmentos de retas. 6. Repita mais duas vezes o procedimento anterior (4.) não excedendo os 30 º. 4.3. Experiência III – Desvio mínimo num prisma 1. Ligue o LASER. 2. Regule a mesa e observe o feixe de luz na mesa e coloque uma folha de papel. 3. Meça o ângulo do prisma ( α). 4. Coloque o prisma na mesa em cima da folha de papel. 5. Rode-o ligeiramente até obter o ângulo de desvio mínimo . 6. Marque o contorno do prisma e assinale a trajetória do feixe incidente e desviado para traçar posteriormente os segmentos de retas. 4 5. Tratamento de dados experimentais 5.1. Experiência I - Ângulo critico 1. Coloque uma régua nas referencias assinaladas (item 6, experiência I) e trace os segmentos de reta. 2. Com um transferidor meça o ângulo correspondente a duas vezes o ângulo crítico 2 c . 3. Utilize a expressão (4) para determinar o incide de refração do vidro da lente. Considere que o índice de refração do ar n1=nar=1. 5.2. Experiência II – Desvio lateral de um feixe 1. Coloque uma régua nas referencias assinaladas (item 4., experiência II) e trace os segmentos de reta. 2. Trace o segmento de reta que representa o percurso ótico no interior do bloco. 3. Meça o ângulo de incidência . 4. Utilize a expressão (6) para determinar o incide de refração do material. Considere que o índice de refração do ar n=nar=1. 5.3. Experiência III – Desvio mínimo num prisma 1. Coloque uma régua nas referencias assinaladas (item 6., experiência III) e trace os segmentos de reta. 2. Meça o ângulo do desvio mínimo m . 3. Utilize a expressão (7) para determinar o incide de refração do material. Os ângulos são expressos em radianos. 5