2011 Relatório e Contas SATA Internacional Contents Disclaimer ............................................................................................................................................................ 3 Mensagem do Presidente .................................................................................................................................... 4 A nossa Missão… .......................................................................................................................................... 10 ............................................................................................................................................................................. 11 A nossa Visão…a nossa rota…................................................................................................................... 11 Principais Acontecimentos do Ano | Financeiros ............................................................................................ 13 Principais Acontecimentos do Ano | Não Financeiros ..................................................................................... 15 ........................................................................................................................................................................ 15 Entrevista do Presidente ................................................................................................................................... 16 Frota ................................................................................................................................................................... 24 PARTE I – Relatório de Gestão ......................................................................................................................... 26 1.1) Descrição do Grupo SATA ................................................................................................................... 26 1.2) Pessoas, ambiente e comunidade .......................................................................................................30 1.3) Estrutura Orgânica e Governo Societário .......................................................................................... 34 ........................................................................................................................................................................ 34 ........................................................................................................................................................................ 34 2) O Negócio do Grupo SATA ........................................................................................................................38 2.1) Enquadramento macroeconómico .....................................................................................................38 2.2) Enquadramento regulamentar ........................................................................................................... 43 2.3) SATA: A nossa estratégia .................................................................................................................... 45 2.4) Áreas de negócio do Grupo SATA ...................................................................................................... 49 Transporte aéreo .......................................................................................................................................50 2.5) Gestão de Risco e Controlo Interno ................................................................................................... 59 PARTE II – Análise Económica e Financeira ................................................................................................... 63 Aplicação de Resultados .................................................................................................................................... 71 Glossário ..................................................................................................................................................... 72 Glossário – Terminologia sector da aviação ........................................................................................... 72 Glossário - Terminologia geral................................................................................................................. 74 PARTE III – Demonstrações Financeiras e Anexos ......................................................................................... 75 2 Disclaimer Na preparação do presente relatório, foram adoptados pressupostos e estimativas que impactam o conteúdo reportado. A informação foi analisada e preparada com base no melhor conhecimento existente, à data de publicação do relatório, dos eventos já em curso ou perspectivados no curto prazo (6 meses). Foi tida igualmente em conta toda a informação disponível à data da publicação do relatório e o melhor conhecimento e experiência de eventos passados e/ou correntes. No entanto, poderão ocorrer situações em períodos subsequentes que, não sendo previsíveis à data, não foram consideradas nas informações reportadas. 3 Mensagem do Presidente Vivemos no País uma das três maiores crises económicas dos últimos 150 anos. Em Portugal a produção de riqueza regressou aos valores de há 10 anos. Em todo o mundo acentuaram-se incertezas de natureza política, derivadas dos normais processos da democracia ou de lutas pela sua conquista. Às consequências deste ambiente e do recuo da actividade económica procurámos responder, prosseguindo uma estratégia assente em 3 eixos fundamentais: • Redução de custos; • Inovação nos serviços e nos processos, • Aposta em mercados externos menos expostos à crise económica, em particular, os mercados estratégicos da América do Norte e da Alemanha, importantes mercados emissores para os Açores. Os resultados líquidos da SATA foram 500 mil euros positivos, aos quais se chegou a partir de um resultado de 900 mil euros negativos na SATA Internacional (-1,04€ por passageiro) e de um resultado positivo de 1 milhão e 400 mil euros na SATA Air Açores (3,0€ por passageiro). A actividade da SATA foi influenciada muito negativamente pela evolução dos custos do crédito e do combustível, que em 2011 tiveram um comportamento altamente desfavorável para o negócio do transporte aéreo. Fruto da renovação da sua frota, a SATA Air Açores possui, em condições favoráveis, uma dívida de longo prazo junto do BEI, da Caixa BI e do BES, da qual amortizou em 2011 mais de 5,3 milhões de euros. Por seu lado, a SATA Internacional praticamente não tem dívida de longo prazo. No entanto, a atividade de transporte aéreo é sazonal, razão pela qual se torna inevitável o recurso à banca, para efeitos de gestão de tesouraria, o que nas circunstâncias atuais é oneroso. Muito importante, durante todo o ano de 2011, o preço do combustível apresentou uma forte e consistente tendência de subida. De facto, em 2011, o valor médio do Brent em euros foi de 79,92 €, valor recorde histórico, 20% acima do valor registado em 2009, de 66,21 €. É certo que em 2008 o preço do Brent chegou a atingir os USD147 o barril, o que correspondeu, de certa forma, a um episódio concentrado no tempo. Na realidade, a cotação média do Brent desse ano foi de USD96,94, valor muito inferior aos USD111,26 de 2011. Ademais, a recente desvalorização do Euro face ao USD penalizou o preço do jet-fuel em euros em 2011. O comportamento adverso destas variáveis exógenas determinou ainda mais empenho no programa de redução de custos, que abrangeu a diminuição do consumo de combustível, através da utilização mais intensa das aeronaves energeticamente mais eficientes (Airbus A320 e Bombardier Q400 NextGen), com a redução da nossa pegada ambiental, bem como a adopção 4 de processos e rotinas que melhoraram, sobremaneira, o consumo de combustível por tonelada quilómetro voada. A renegociação transversal de contratos de aquisição e fornecimento de serviços constitui um contributo importante à redução de custos obtida, que foi facilitada, ainda, pela introdução de práticas e serviços inovadores. O sucesso da nossa política de redução de custos pode ser avaliado pela evolução do nosso custo unitário excluindo combustível (CASK non-fuel) em 2011, que foi de 4,10 cêntimos de euros na SATA Internacional, inferior em 10% ao valor de 4,56 cêntimos de euros registado em 2010. Aliás, o custo unitário excluindo combustível de 2011 na SATA Internacional é o mais baixo registado na última década, o que demonstra que, neste particular, a SATA Internacional está mais competitiva do que nunca, por via de laborar com menor custo unitário. De igual modo, o CASK non-fuel da SATA Air Açores desceu de 0,47€ em 2010 para 0,37€ em 2011, o que perfaz uma descida de 22%. Com esta descida, a SATA Air Açores regista, agora, o CASK non-fuel mais baixo desde pelo menos 2006. Os custos operacionais da SATA Internacional desceram de 181,23 M€ em 2010 para 168,48 M€ em 2011, enquanto na SATA Air Açores os custos operacionais desceram de 70,93 M€ em 2010 para 61,11 M€ em 2011. Por conseguinte, no conjunto das duas transportadoras, temos que os custos operacionais desceram 22,57 M€. Esta descida dramática dos custos operacionais permitiu, não só, fazer face à elevada descida da receita regular, mas, também, aumentar os resultados operacionais de -1,696 M€ para 3,153 M€ na SATA Air Açores e de -3,979 M€ para 0,438 M€ na SATA Internacional. Assim, temos um aumento de 9,266 M€ nos resultados operacionais combinados de ambas as transportadoras, sendo que cada qual regista agora resultados operacionais positivos. De referir, ainda, que a melhoria dos resultados operacionais da SATA Internacional beneficiou de um aumento da produção no segmento Charter/ACMI, área onde a SATA Internacional tem melhorado a sua performance e visibilidade no mercado europeu. A gestão integrada das frotas no que respeita à utilização do Q400 NextGen por substituição do Airbus A320 na rede que liga Açores-Madeira-Canárias-Algarve proporcionou uma melhoria do resultado operacional, criou novos fluxos e potenciou o papel de Ponta Delgada como gateway de ligação entre as Canárias e a Madeira e a América do Norte. A melhoria dos resultados operacionais das transportadoras está na base da melhoria registada no EBITDA e no EBITDAR do Grupo SATA, bem como na estabilidade, em torno dos valores médios históricos, dos rácios de saúde financeira, nomeadamente, autonomia financeira, endividamento e solvabilidade. Assim, o notório e eficaz esforço de redução de custos permitiu melhorar a função económica, que regista, agora e a contra-ciclo, um valor marginalmente equilibrado, mas crescente, 5 enquanto os indicadores financeiros e a estrutura do balanço demonstram a devida estabilidade e robustez. Este esforço de redução de custos será ainda mais eficaz em 2012, fruto dos graus de liberdade acrescidos, em particular no que concerne a negociação de importantes contratos de fornecimentos, como de leases de aeronaves e de engenharia e manutenção, bem como o uso mais eficiente dos ativos mais onerosos, nomeadamente, aeronaves e tripulações. Assim, em 2012 tudo indica que quer a SATA Air Açores quer a SATA Internacional terão custos unitários, excluindo combustível, mais baixos, pelo que serão transportadoras mais competitivas e mais rentáveis. No entanto, a competitividade não se alcança tão-somente pela via da redução de custos, mas também por uma política de inovação que nos torna mais próximos dos nossos clientes e beneficiados por processos mais simples. Neste espírito, em 2011 a nossa política de inovação permitiu o início da oferta do Mobile Boarding Pass e do Mobile Check-In, que completaram a experiência paperless na fase pré-voo. Neste âmbito registo, igualmente, o desenvolvimento de uma plataforma de gestão dos aeródromos, que, mais tarde, produziu receita para a Empresa, através da venda de licenças para o exterior da sua utilização por outras empresas de gestão de aeroportos. Todos estes desenvolvimentos inovadores foram concretizados pela nossa equipa de IT, que, utilizando uma metodologia Agile, também ela inovadora, conseguiu dois prémios. O objecto social e a estratégia da SATA estão centrados nos Açores, que só poderão ser bem servidos se a Empresa obtiver escala. Historicamente, a SATA tem procurado alcançar economias de escala desenvolvendo operações a partir de Lisboa e Madeira, locais onde tem, para além de São Miguel, bases operacionais. A grande novidade em 2011 foi, contudo, a saída da rota Lisboa/Funchal, que viu as suas taxas de ocupação e tarifa média reduzirem-se, fruto da sazonalidade que chegou por via da crise económica no mercado português, principal mercado emissor da SATA para esta rota. Focámonos, pois, nas ligações da Madeira com o Continente Europeu, para países menos expostos à crise, sobretudo com operações charter, possibilitando a redução riscos comerciais e financeiros. Também nas ligações do nosso mercado natural, os Açores, executámos uma política de reforço das operações para a Europa, onde as economias estão mais saudáveis. A nossa oferta para a Alemanha vai crescer, por força do aumento de 47% dos lugares colocados na rota Ponta Delgada/Frankfurt, igualmente através da introdução de dois voos semanais Ponta Delgada/Munique, via Porto. 6 Em 2011 colocámos muito empenho no aprofundamento da utilização de Frankfurt para encaminhamento de passageiros dos países do Leste Europeu para os Açores, concretizando acordos de interline com companhias originárias desses países, como o é o caso da Aeroflot. Este trabalho será alargado, agora, a Munique, que também capta passageiros na Suíça e na Áustria. É com igual abordagem, mas em relação aos países escandinavos, que olhamos para o Aeroporto de Copenhaga, para onde já temos um voo semanal de Ponta Delgada, que também opera via Porto. Madrid, Barcelona, Amesterdão, Londres e Manchester foram outras cidades tocadas em 2011 com voos para os Açores, concretamente para a Terceira, no caso de Madrid, e para São Miguel nos restantes. As operações de Portugal, sobretudo dos Açores, para o Canadá e os EUA foram concretizadas dentro deste mesma óptica de consolidação e reforço da posição da SATA em mercados menos agastados pela crise económica mundial. Quer num caso quer no outro, os focos da atenção foram a promoção comercial dos voos e assinatura de acordos de interline que aumentassem a conectividade dos voos da SATA para cidades além de Boston e Toronto, nossas gateways na América do Norte. No Canadá foi assinado um acordo de interline com a WestJet e nos EUA assinado outro com a USAirways. Em 2012 a SATA proporcionará a maior conectividade de sempre entre os Açores e o Mundo, por via de novas rotas, reforço de frequências, representações comerciais em novos mercados e estabelecimento de parcerias com outras companhias aéreas de referência. É, pois, notório e muito significativo o contributo dado pela SATA, a contra-ciclo, para o estabelecimento de mais ligações entre os Açores e o Mundo, o que potenciará, sem dúvida, o crescimento do sector do turismo. A SATA só tem dois ativos verdadeiramente seus: a sua Marca e os seus Colaboradores. Nos Recursos Humanos a acção da Empresa tem um largo espectro e traduz a preocupação que existe em manter os níveis de emprego, as obrigações contratuais assumidas, nomeadamente em relação ao seu fundo de pensões, ou de valorizar os seus trabalhadores, possibilitando-lhes formação que melhore o seu desempenho e lhes dê mais oportunidades de realização profissional e pessoal. Neste caso destaco o programa The Quality and You, que visa colocar o cliente e as suas necessidades no centro da atenção de todos quantos fazem a SATA e alinhar por aí todos os processos de Recursos Humanos. Registo, igualmente, o início da instalação do Centro de Formação Aeronáutica, que irá abrir em 2012, que permitirá a SATA ministrar formação de excelência. A qualidade dos nossos Recursos Humanos e do seu trabalho, bem como o nível de concretização dos valores corporativos – Fiabilidade, Simpatia e Inovação – são bem 7 demonstrados por alguns acontecimentos de 2011, ano em que atingimos índices de performance operacional muito elevados, nalguns casos, históricos: • A pontualidade na SATA Internacional aumentou de 69,5%para 81,9%, enquanto na SATA Air Açores aumentou de 74,9% para 87,7%; • A regularidade na SATA Internacional aumentou de 97,5% para 99,5% e na SATA Air Açores de 92,9% para 96,5%; • A fiabilidade de despacho do Bombardier Q200 e do Bombardier Q400 NextGen aumentou de 99,08% para 99,70% e de 99,12% para 99,81%, respectivamente. Aliás, a fiabilidade de despacho do Bombardier Q400 NextGen na SATA Air Açores é das mais elevadas no universo de todos os operadores destas aeronaves, sendo que atualmente há mais de 300 destas aeronaves em operação um pouco por todo o mundo; • O consumo de combustível por tonelada quilómetro voada na SATA Internacional atingiu o valor mínimo de sempre, graças a uma gestão eficiente neste importante domínio; • Com a melhor performance operacional, registou-se uma drástica redução de gastos com irregularidades com os passageiros, bem como no número de reclamações, sinónimo, portanto, de maior qualidade oferecida. O Grupo SATA foi distinguido com prémios, como a atribuição de 2 Agility Awards, que reconheceram a capacidade de inovação e desenvolvimento de software da SATA, bem como a decisão Microsoft de utilizar a SATA como case study para práticas de Green IT. A European Regional Airlines Association (ERA), que congrega cerca de 65 companhias aéreas europeias regionais, decidiu atribuir à SATA Air Açores o prestigiante prémio “ERA Airline of the Year 2011 Bronze Award”, que reconheceu a eficácia e eficiência da SATA na gestão do complexo projecto de renovação da sua frota. Foi a primeira vez que uma companhia aérea em Portugal recebeu um prémio da ERA, que entendeu que a SATA Air Açores experimentou, em 2011, uma melhoria significativa dos seus índices de qualidade (fiabilidade de despacho, regularidade e pontualidade), ao mesmo tempo que reduziu a sua pegada ecológica, no âmbito de um projeto de renovação de frota que permitiu um salto qualitativo na sua operação, a criação de uma nova rede inter-regiões insulares, tendo, ainda, a ERA distinguido a capacidade da SATA Air Açores em assegurar condições favoráveis de financiamento subjacente ao projeto de renovação da frota (financiamento do Banco Europeu de Investimento), num contexto nitidamente desfavorável. É, pois, um prémio que honra todos os colaboradores do Grupo SATA. Em 2012 a SATA aprofundará a estratégia que tem sido seguida, procurando consolidar uma cultura de inovação e redução de custos, que viabilize uma diferenciação de serviço full-service e torne possível a continuação da diminuição das suas tarifas, factos que fortalecerão a capacidade competitiva da Companhia. Manteremos a dinâmica de crescente internacionalização nos 8 mercados externos, para equilibrar a nossa exposição à crise que se vive em Portugal, nosso principal mercado emissor, e para contribuir activamente para o desenvolvimento dos fluxos turísticos que demandam os Açores. Em nome do Conselho de Administração, manifesto o devido reconhecimento ao esforço colectivo dos colaboradores do Grupo SATA que permitiu que o Grupo SATA apresentasse em 2011 resultados líquidos consolidados positivos durante o que pode ser justamente considerado uma tempestade perfeita. É este espírito de dedicação colectiva e de apreço à Companhia que nos permite, com confiança, antecipar, a esta data, que no futuro próximo do biénio 2012-2013 o Grupo SATA continuará a sua trajetória de reforço de competitividade e de sustentabilidade, ao serviço dos seus acionistas, os Açorianos, continuando a apresentar resultados positivos e a proporcionar mais e melhor conectividade entre os Açores e o Mundo. 9 A nossa Missão… O que a empresa faz? O Grupo SATA presta um serviço de transporte aéreo, assim como todas as actividades que lhe estão ligadas, operando com vocação atlântica assente num serviço fiável, hospitaleiro e inovador Por que a empresa existe? A empresa existe com o objectivo de trazer a cada dia, o Mundo aos Açores e levar os Açores ao resto do Mundo, tendo como objectivo final garantir que os clientes se deslocam e transportam os seus bens em perfeitas condições de segurança Para quem? O público-alvo são todos os Açorianos, e todos aqueles que desejam visitar os Açores. No entanto, num mundo exigente e global a nossa ambição é tornarmo-nos mais fortes e mais competitivos, capazes de construir uma companhia aérea de referência para o público em geral 10 A nossa Visão…a nossa rota…. Construir uma companhia aérea do Atlântico, onde se cultiva o rigor e o profissionalismo; onde se encontra um serviço cuidado, simples, mas atento; onde se acolhe cada cliente de forma amável e disponível; onde se cultiva o respeito pelo planeta numa perspectiva de total apreço pelo bem-estar das populações nas gerações vindouras. 11 Os Nossos valores A SATA e todas as empresas que constituem o Grupo SATA, valorizam a reputação de ser uma companhia de referência dos Açores, assente nos Valores da Fiabilidade, Inovação e Simpatia Inovação Fiabilidade Simpatia são os nossos valores. Em terra e no ar, a vontade de fazer sempre melhor. 12 Principais Acontecimentos do Ano | Financeiros Apesar da conjuntura económica e financeira, marcada pelo aumento das cotações internacionais do jet fuel em cerca de 40% e pela contracção da procura, é de destacar a performance financeira da SATA, Grupo a que pertence a SATA Internacional, que atingiu em 2011 um lucro total de 527 milhares de euros. O contributo individual1 de cada uma das empresas do Grupo SATA para o resultado líquido de 2011 apresenta-se da seguinte forma: 1 Os dados apresentados referem-se aos resultados líquidos individuais de cada empresa do Grupo, excluindo o efeito do Método de Equivalência Patrimonial 13 Os principais indicadores financeiros da SATA Internacional a destacar no ano de 2011 são (dados em milhares de euros): 20.000 10.000 0 -10.000 Resultado operacional 2009 EBITDA EBITDAR 6.000 2010 4.000 2011 2.000 15 10 0 6,3 6,16 6,13 5,02 4,56 4,1 2009 2010 2011 5 Dívida líquida 2009 0 CASK (Non fuel) (c€) CASK (Total) (c€) 14 2010 2011 Principais Acontecimentos do Ano | Não Financeiros Jan. /2011 Sata lança Extra leg room seat. Fev. /2011 Parceria com a Aigle Azur Esta parceria possibilita à SATA Internacional emitir bilhetes para os voos da Aigle Azur e vice-versa, o que, na prática, permite aos passageiros viajarem com o mesmo bilhete electrónico em rotas operadas por ambas as companhias, proporcionando, assim, uma melhor oferta aos clientes das duas companhias. O Extra Leg Room Seat possibilita a aquisição de um lugar nas filas mais espaçosas dos aviões. Fev. /2011 Web check-in implementado no site Mar. /2011 Mobile check-in e Mobile boarding pass Out. /2011 Estes serviços inovadores oferecem ao cliente uma forma ainda mais cómoda, rápida e versátil de fazer o check-in e o embarque através do telemóvel, evitando filas e o uso de milhares de cartões de embarque. Mar. /2011 Novas rotas Em Março de 2011 foi anunciada a ligação dos Açores e o importante mercado da Escandinávia, nomeadamente as cidades de Copenhaga, Estocolmo e Oslo. Com o web check-in implementado no Grupo SATA os seus clientes estão convidados a efectuar o seu check-in à distância, dispensando as filas nos aeroportos. Ago. /2011 SATA Forest SATA Air Açores foi distinguida pela ERA A ERA - European Regions Airline Association (Associação Europeia de Companhias Aéreas Regionais), que congrega 65 associadas, elegeu a SATA como a 3ª melhor companhia aérea regional da Europa, tendo recebido o prémio “Airline of the Year Promovendo a sensibilização ambiental, criou-se a SATA Forest que se traduz na plantação de uma floresta que simboliza todas as rotas da SATA. 2011/2012 Bronze Award”. Ago. /2011 Happy Flyer Nov. /2011 Parceria com a West Jet O Happy Flyer é um programa disponibilizado pela SATA para ajudar todos aqueles que têm medo de voar. Ao estabelecer parceria com a West Jet (2ª maior transportadora canadiana), a SATA cria tarifas mais económicas para todas as províncias do Canadá. Jul. /2011 Agility Award Ago. /2011 Case study A SATA foi novamente distinguida pela multinacional Outsystems com o prémio Agility Award, graças ao desenvolvimento da aplicação da gestão de informação dos aeródromos. 15 A Microsoft tomou a decisão de utilizar a SATA como case study para práticas de green IT/virtualização. Entrevista do Presidente Q1 Vive-se um momento de crise. Crise esta que é internacional, que envolve todos os sectores de actividade e cujos reflexos não têm sido fáceis principalmente para Portugal. Como é que a SATA está preparada para enfrentar esta crise? Estamos a viver uma crise que se assume como a 3ª maior crise em Portugal dos últimos 150 anos. Ao analisarmos as estimativas do PIB per capita para Portugal em 2012, verificamos que teremos o mesmo nível que tivemos em 2002: ou seja, em termos económicos recuamos 10 anos! Segundo a IATA, nos últimos 40 anos, sempre que a economia mundial cresceu abaixo de 2% ao ano, a indústria apresentou um prejuízo. A variação do PIB é, pois, o grande driver dos resultados na nossa indústria. Em Portugal vamos assistir a uma grande redução do rendimento disponível, aumento do desemprego, bem como a uma contracção do PIB entre 3 a 5 pontos percentuais em 2012. Esta conjuntura macroeconómica nacional terá, necessariamente, reflexos muito negativos nos proveitos da SATA. Adicionalmente, e em contra-ciclo, assistimos à subida do preço do petróleo em dólares, do preço do dólar face ao euro, e do preço do dinheiro, factores que afectam de modo muito negativo a aviação europeia em geral, e a SATA em particular. A nível político, as eleições de 5 de Junho de 2011 provocaram compassos de espera e de incerteza, que paralisaram variadíssimas intenções de viagem no mercado doméstico. À crise económica e financeira, adicionou-se, pois, uma crise política e social, que veio a agravar ainda mais o sentimento de confiança dos consumidores portugueses. Apesar de todos estes condicionalismos, a SATA atingiu resultados líquidos marginalmente positivos em 2011, devido a uma muito eficiente prossecução da sua estratégia. Esta estratégia assentou na redução de custos, tendo-se verificado uma diminuição dos custos operacionais em cerca de 22 milhões de euros, superior ao projectado em orçamento. Os custos unitários excluindo combustível baixaram drasticamente, recuando para valores de 2006 ou mesmo mais atrás ainda. Em 2012 teremos custos unitários, excluindo combustível, ainda mais baixos. No entanto, temos que lutar para fazer crescer os proveitos fora de Portugal. A confiança da SATA para ultrapassar a crise reside na sua capacidade colectiva em aumentar a sua eficiência, como demonstrado em 2011, e em procurar cimentar a sua posição em mercados internacionais, como a América do Norte e a Europa, onde temos que destacar a Alemanha, mercados que poderão oferecer hipóteses de crescimento a contra-ciclo. A1 Q2 É possível afirmar-se que a SATA atingiu em 2011 os objectivos propostos? Sim, a vários e objectivos níveis. Senão vejamos. A SATA desenvolveu uma operação incrivelmente eficiente em 2011, tendo obtido índices históricos recorde de regularidade e de pontualidade, bem como de abaixamento dos seus custos unitários. Atingimos resultados líquidos consolidados positivos de cerca de meio milhão de euros. Os resultados operacionais aumentaram em 9 milhões de euros, tendo sido positivos em ambas as transportadoras. O EBITDA e o EBITDAR aumentaram por via desta redução de custos operacionais. Os capitais próprios mantiveram-se constantes, o que permitiu manter bons níveis de autonomia financeira e de solvabilidade. A SATA Air Açores amortizou cerca de 5,3 milhões de euros de dívida bancária de longo prazo da nova A2 16 frota Bombardier, como previsto. Na SATA Air Açores aumentamos as provisões em cerca de um milhão de euros. Assim, chegamos ao fim de 2011 com custos unitários mais competitivos, índices financeiros estabilizados, menor endividamento de longo prazo e com resultados líquidos consolidados marginalmente positivos. No que respeita ao nosso objecto social, nunca a SATA ofereceu tantas ligações entre os Açores e o Mundo: estamos melhor posicionados do que nunca para crescermos e trazermos mais pessoas da América do Norte e da Europa para os Açores. Assim, a resposta é sim, embora a descida dos proveitos fruto da crise nacional e a subida dos custos derivado da subida recorde do preço do jet-fuel tenha impedido que a redução drástica que conseguimos nos nossos custos operacionais se tivesse traduzido num maior aumento dos resultados líquidos. Q3 Focando a performance financeira. Qual foi o impacto na performance da SATA em 2011 decorrente dos atrasos no pagamento dos subsídios à exploração das rotas de serviço público do Estado? Significativo, necessariamente. A 31 de Dezembro de 2011 a dívida combinada da República e da RAA às transportadoras ascendia a cerca de 41,48 milhões de euros, pelo serviço público prestado. A SATA Gestão de Aeródromos também assume um esforço financeiro na execução de investimentos nos aeródromos que explora. Dada a expressividade destes valores e a sazonalidade da operação de transporte aéreo, a SATA recorre à banca para financiar a sua atividade na dita época baixa, o que hoje em dia acontece por via de linhas de curto prazo caras, dada a situação financeira portuguesa. A3 E em 2012, o que se pode esperar da SATA? Q4 A4 Uma SATA mais competitiva, com custos unitários ainda inferiores, margens mais positivas, estrutura financeira igualmente equilibrada e uma proposta de valor para o passageiro com ainda melhor relação qualidade/preço. Em 2012 prosseguiremos uma estratégia de actuação assente em três eixos: (i) Redução de custos; (ii) Inovação de serviços e processos e (iii) Reforço da nossa presença em mercados internacionais críticos para os Açores, em particular, América do Norte e Europa, com destaque para a Alemanha. Em relação ao eixo redução de custos, de referir que o nosso custo unitário (excluindo combustível) em 2012 voltará a descer, o que reforçará a nossa competitividade, bem como a nossa capacidade de continuarmos a oferecer melhores tarifas ao mesmo tempo que melhoramos a nossa margem económica (EBITDAR). Em relação ao eixo de inovação de serviços e processos, a nossa acção reforçará o posicionamento do nosso produto, enquanto companhia full-service portadora de uma proposta de valor com competitivo value-for-money. A título exemplificativo, temos hoje uma experiência de voo totalmente paperless, fruto de inovações como Web Check-in e Mobile Check-in, matérias em que fomos pioneiros em Portugal. Em 2012 inovaremos com esta sanha, de ficarmos mais próximos dos nossos passageiros, a quem queremos melhorar a experiência de voar connosco. Por fim e mais importante, reforçaremos a nossa presença em importantes mercados emissores estratégicos para os Açores, como a América do Norte e Europa, onde destacamos a Alemanha. Este reforço da nossa presença significa um maior contributo para o nosso objecto social, de ligar os Açores ao Mundo, e, com tal, 17 potenciarmos os fluxos turísticos para os Açores. A maior exposição a mercados como a Alemanha significa que estaremos expostos a mercados mais resistentes. A esta data, prevemos atingir em 2012 resultados líquidos positivos, custos unitários inferiores e melhor exposição a interessantes mercados internacionais. Q5 A5 Q6 A6 Para garantir o crescimento do mercado da América do Norte, a SATA vai continuar a apostar em parcerias, como existe hoje com a TAP? A estratégia na América do Norte visa aproveitar as oportunidades obtidas com a recente passagem da SATA nesses mercados a operadora regular. Com a passagem de operadora charter a operadora regular, a SATA modernizou o seu modelo de distribuição e vendas na América do Norte, nomeadamente, com a distribuição de assentos e tarifas nos GDSs, a passagem de off-line para on-line, com site próprio e presença em portais de terceiros e o estabelecimento de parcerias com outras transportadoras. Além da parceria com a TAP, com quem trabalhamos em codeshare, recentemente e mais concretamente a 19 de Janeiro de 2012, firmamos um acordo de interline com a WestJet, que é a segunda maior companhia do Canada, a mais competitiva e a que mais cresce nesse país. Este acordo permite à SATA oferecer tarifas para todo o Canadá, mais competitivas, com vantagens para os passageiros, nomeadamente, comodidade (um só check-in de passageiro e bagagem) e segurança/protecção. Também nos EUA foi assinado um acordo com a US Airways e em 2012 vamos lançar um acordo com mais uma companhia de referência norte americana, a pensar na comunidade da Califórnia, que será anunciado em breve. Toda esta evolução positiva permite manter os níveis de crescimento que temos tido para os EUA e Canadá, sendo certo que o desafio passa muito pelo próprio desafio da notoriedade do destino Açores, como um destino emergente a comunicar e a vingar na América do Norte. E na Europa? Como pretendem concretizar a estratégia de crescimento? A Alemanha e os Países Nórdicos são mercados onde os turistas apreciam a unicidade da proposta de valor do destino Açores e nós existimos para servir os Açores. Queremos, pois, crescer ao serviço dos Açores, de modo sustentável. Na Alemanha temos a operação de Frankfurt há 12 anos e temos condições para crescer. Em 2012 oferecemos mais 47% de lugares, em relação ao valor registado em 2011. Interpretaremos, ainda, Frankfurt como um hub que pode captar passageiros para os Açores, em mercados como a Europa Central e de Leste. É com este racional que temos estabelecido presenças em mais mercados (BSPs e GSAs), bem como parcerias de interline com companhias como a Aeroflot. Concomitantemente com este aumento da oferta em Frankfurt, está o aparecimento da operação de Munique, via Porto, com dois voos semanais em 2012, que podem crescer já em em 2013, ao longo de todo o ano, o que faz com que a SATA passe a oferecer os Açores bem como o norte do país à saída de Munique. Munique é uma cidade rica, tal como toda a Baviera. A zona de captação de Munique abrange ainda a zona ocidental da Áustria e o norte da Suíça. Também Copenhaga passa a ter uma operação de ano inteiro, via Porto, e interpretamos Copenhaga como um hub que abre à SATA toda a zona do norte da Europa, em particular da Escandinávia e do Báltico. Teremos ainda outros destinos, como por exemplo Madrid (via Terceira), Barcelona, Amesterdão, Estocolmo e Londres com voos directos de Ponta 18 Delgada, diversificando este leque de mercados emissores mas também diminuindo a exposição ao risco de apostar num só mercado. A verdade é que estamos presentes nos Billing and Settlement Plan (BSP) de mais países, contratamos General Sales Agents (GSA), firmamos interlines com companhias aéreas de referência que permitem à SATA ter e utilizar mais canais de distribuição a servir mais mercados emissores que, num futuro próximo, poderão abrir portas a novas operações com voos próprios da SATA. Todas estas iniciativas são acções de baixo custo num modelo que é remunerado em função das receitas incrementais. Com todas estas iniciativas, poderemos dizer que em 2012 os Açores terão a sua conectividade máxima. Nunca os Açores estiveram tão conectados com a Europa, em especial a Europa do Norte (apenas da Alemanha a SATA oferecerá quatro voos semanais para os Açores!) e a América do Norte. Q7 O crescimento das low-costs nos últimos anos na Europa e nos USA tem sido bastante significativo. Quais os impactos deste crescimento na vossa estratégia? Na SATA existem duas realidades distintas. A SATA Air Açores opera num regime quase exclusivamente de serviço público. Em regime livre só opera entre as Canárias e Madeira e entre esta e o Algarve. A SATA Internacional é diferente. Hoje, é responsável por cerca de 75% da facturação do Grupo SATA e não há nenhum subsídio à exploração na SATA Internacional, com o Accionista proibido de apoiar directamente a companhia, pela lei europeia. O que existe são obrigações de serviço público, assentes num subsídio não à exploração mas sim ao residente nas operações da rede regular doméstica entre a RAA/Continente e a RAA/RAM. Em regime liberalizado encontramos toda a operação desenvolvida entre os Açores e a Europa, entre a Madeira e a Europa, entre Portugal e a América do Norte, assim como toda a operação Charter/ACMI. Os subsídios são dados aos residentes dos Açores e correspondem a apenas 4% da facturação da SATA Internacional. Mais, o subsídio ao residente consiste em cerca de 11 euros por lugar oferecido na rede regular doméstica: um valor que não é de primeira ordem de importância, como, por exemplo, é o preço do jet-fuel. Isto para dizer que 96% da facturação da SATA Internacional vem do mercado, pelo que a SATA Internacional entende que tem que ser competitiva. Posso também referir que apenas 18% dos passageiros da SATA Internacional são residentes nos Açores. Temos competido com diversas companhias, LCCs inclusive, em dezenas de rotas, em 3 continentes. Temos que ser ainda mais competitivos, o que explica a nossa estratégia de redução de custos, a nossa política de inovação de serviços e processos para estarmos mais próximos do nosso passageiro, a partir de uma proposta de valor full-service com competitivo value-for-money, bem como reforçar o posicionamento da SATA em mercados internacionais, como a América do Norte e a Alemanha, o que, sem dúvida, capitalizará a nossa vantagem competitiva que decorre da nossa geografia distinta atlântica, ao mesmo tempo que concorre para a feliz consecução do nosso objecto social, de ligar os Açores a ambos os lados do Atlântico e estimular os fluxos turísticos para os Açores. Por conseguinte, há vários anos a esta parte que a sorte económica da SATA depende de si própria e há que promover incessantemente o aumento da nossa competitividade. Algumas das LCCs são concorrentes formidáveis e os impactos na nossa estratégia traduzem-se na busca de menores custos e da oferta de um serviço diferenciado, com melhor proposta value-for-money. Obviamente que também temos que diversificar a nossa operação, apostando em mercados robustos onde podemos crescer, como a América do Norte e a Alemanha. A7 19 Q8 E as tarifas que as low-cost praticam? Existe a ideia generalizada que as tarifas que a SATA pratica são desajustadas, comparando-as sempre com as tarifas low-cost. O que tem a dizer sobre isto? Recentemente o portal edreams publicou um estudo que comparou milhões de tarifas vendidas por 50 companhias de todo o mundo para voos comparáveis, com menos de 1.000 milhas náuticas. A SATA ficou em 21º lugar, a Easyjet em 18º lugar, que cobra na sua rede para sectores inferiores a 1.000 milhas náuticas 13,49€ enquanto a SATA cobra 14,91, ou seja, uma diferença de 10%. Obviamente que SATA é full-service, tem uma classe económica e uma outra executiva, tem um modelo de distribuição muito mais amplo, tem um produto com mais qualidade do que uma LCC, protege mais os seus passageiros e oferece mais serviços, como transporte de bagagem (22 kgs/passageiro), refeição e pre-seating, entre outros serviços. De forma muito reveladora, no dito estudo, temos companhias como a TAP em 25º lugar, a Vueling em 28º, Jet2.com em 31º, a Air Lingus em 33º, ou seja, pode haver essa percepção por parte de determinados segmentos de passageiros, mas a verdade é que em termos médios, as tarifas da SATA são competitivas. Dito isto, hoje em dia estamos conscientes que existe uma grande dispersão tarifária para uma dada rota e um leque tarifário muito heterogéneo já que, num determinado voo, há passageiros que pagam tarifas muito baixas e passageiros que pagam tarifas muito elevadas. Desde há uns anos a esta parte, a SATA tem oferecido tarifas promocionais. No actual contexto, de menor rendimento disponível e maior desemprego, sentimos forte pressão para oferecermos ainda mais tarifas promocionais. No entanto, o custo do jet-fuel está mais caro do que nunca. Assim, temos que continuar a baixar os custos não-fuel, a usar menos fuel, para baixarmos os custos unitários, o que permitirá baixar tarifas. É igualmente importante operarmos sempre com elevadas taxas de ocupação, para que o custo por passageiro seja mais baixo. Por fim, temos que ter uma proposta de valor que nos distinga, de acordo com os nossos valores de Fiabilidade, Simpatia e Inovação de modo a que ao mesmo preço o passageiro opte pela SATA pela sua qualidade. A8 Q9 Então pode-se concluir que a SATA continuará a trabalhar para conseguir tarifas baixas? Na Rede Regular Doméstica, entre os Açores e o Continente e entre os Açores e a Madeira, em 2010, aquando da última revisão das Obrigações de Serviço Público, foram introduzidas tarifas promocionais para os Açores que não existiam: a 62€ e 73€, que totalizam 88,5€ e 99,5€ valores ida e volta com todas as taxas incluídas, respectivamente. As restantes tarifas não são actualizadas desde 2008 e a SATA tem sido incrivelmente agressiva nas tarifas para os Tour Operadores. Assim, temos assistido a uma fortíssima descida das tarifas a contra-ciclo. No entanto, a taxa de combustível tem vindo a aumentar, é um facto, fruto de questões exógenas à SATA, nomeadamente a subida do preço do jetfuel em USD e do câmbio USD/Euro. Todavia, ainda neste particular há que notar que a SATA decidiu isentar as tarifas de 62€, 73€ e de 120€ da taxa de combustível, que resulta num significativo esforço em prol dos nossos passageiros e da sua satisfação. Nas restantes rotas, o ambiente é liberalizado e procura-se uma gestão sustentável das rotas, sendo que sabemos que os nossos passageiros do mercado da saudade e leisure são sensíveis ao preço, pelo que não temos espaço para subir as tarifas. Como se disse, temos os custos unitários mais baixos e em 2012 serão ainda mais baixos, pelo que trabalharemos arduamente para termos sempre as melhores A9 20 tarifas possíveis, mas tememos que o preço do jet-fuel condicione os resultados finais. Q10 A10 Q11 Na Madeira assiste-se a uma abertura do espaço aéreo. Qual a orientação que a SATA seguiu nesse mercado e como comenta a entrada das low-cost? A rendibilidade da operação da SATA na Madeira tem vindo a aumentar gradualmente através de várias decisões. A alteração do ATP para o Bombardier Q200 no serviço da linha de serviço público Funchal/Porto Santo e a passagem do A320 para o Bombardier Q400 NextGen na ligação Ponta Delgada/Funchal) foram altamente positivas em termos de eficiência operacional e da rendibilidade económica destas linhas. Com o Q400 NextGen, os voos Ponta Delgada/Funchal/Las Palmas/Funchal/Ponta Delgada permitem: Dos Açores oferecer não só a Madeira, mas também as Canárias; Da Madeira oferecer as Canárias e os Açores e; Das Canárias oferecer a Madeira e os Açores. Estas ligações, com os novos horários, permitiram conjugar vários fluxos de passageiros, o que permitiu aumentar a taxa de ocupação média nesta rede. Mais, esta rede não vive isolada. Vive de forma articulada com a rede da SATA Internacional com os voos da América do Norte para Portugal, que tipicamente chegam aos Açores cerca das 7H00 da manhã, vindos de Boston e Toronto. Estes voos dão ligação, a partir de Ponta Delgada, à Madeira e às Canárias, potenciando, assim, o papel dos Açores como Gateway do Atlântico. A linha PDL/FNC/Faro/FNC/PDL aparece na mesma lógica. Ainda na Madeira temos uma vasta operação entre a Madeira e a Europa, em formato essencialmente charter, o que permite evitar riscos financeiros, que são assumidas pelos fretadores/operadores e não pela SATA. É uma operação que contribuiu cerca de 2 milhões de euros de margem para a SATA em 2011. Mas a grande novidade foi obviamente a saída da SATA da linha Lisboa/Funchal. Apesar das boas taxas de ocupação conseguidas nos últimos anos, percebeu-se que havia muita sazonalidade, agravada pela crise no Continente. Como não há obrigações de serviço público entre o Continente e a Madeira, a SATA não era obrigada a voar de Inverno e voou no Verão quando a tarifa média é bem mais elevada. De Inverno temos usos alternativos para o A320 mais rentáveis, desde logo o próprio Continente/Açores, que por uma questão de eficiência energética implica o uso mais intensivo do A320 e não do A310. A entrada da Easyjet no espaço aéreo da Madeira é uma novidade no mercado até porque se comenta qual o impacto que uma mudança destas traria para os Açores. Nos Açores estamos habituados a um determinado modelo que assegura regularidade no número de voos, no número de lugares oferecidos, nos horários, nas ligações e nos preços. Todas as ilhas têm acesso para o Continente no próprio dia e há um preço único, máximo, durante o ano inteiro associado a uma tarifa hiperflexível que não se encontra em mais parte alguma. Num regime liberalizado estas garantias deixarão de existir. Há trade-offs económicos e sociais a considerar e o melhor modelo poderá variar de agente económico para agente económico ou mesmo de ilha para ilha. Ser sustentável é uma preocupação da SATA. Aparentemente e resposta é óbvia mas seria relevante concretizar qual o focus dessa preocupação e de que forma, a vossa actuação social e ambiental a reflecte. 21 Tendo em conta o nosso sector, estamos preocupadíssimos com o nosso impacte ambiental. Em 2010, deu-se a renovação da frota da SATA Air Açores, com a introdução de turbo hélices de última geração, Q400 NextGen. O BEI validou in loco a nível dos planos técnico, operacional, económico, financeiro, ambiental e social, que o Bombardier foi a melhor escolha em relação ao status quo do ATP e da alternativa hipotética do ATR. Inclusive, fizemos prova que reduzimos, com a nova frota, a nossa pegada ecológica. Adicionalmente, e como prova deste acréscimo de eficiência, recebemos um prémio da European Regional Airlines Association (ERA) (“ERA Airline of the Year Bronze Award”), inédito em Portugal – um prémio patrocinado pela ATR –, reconhecendo os resultados positivos alcançados com a renovação da frota, inclusive, como se disse, em matéria de eficiência energética. Na SATA Internacional destaco a nossa eficiência na redução da factura energética, em que o consumo de combustível por Revenue Tonne Kilometer (RTK) alcançou uma redução de 2%. Seguimos as melhores práticas do sector, destacando os trabalhos da IATA – Fuel Efficiency Gap Analysis (FEGA) –, e também do Dynamic Efficiency Project, projecto interno e transversal a todo o Grupo. Apesar da descida do tráfego, em 2011 alcançamos uma taxa de ocupação recorde de 76%, o que significa uma melhor performance energética por passageiro. Adicionalmente, fomos case-study da Microsoft ao nível das práticas de Green IT. Proporcionamos uma experiência de voo paperless. Criamos ainda o SATA Forest. Podia continuar. Ao nível social a nossa acção é incrivelmente díspar e profunda e apoiamos iniciativas de várias naturezas. Gostaria de destacar as iniciativas Flying Dreams e a Flying 2 Save, de acção humanitária desenvolvidas voluntariamente pelos colaboradores da SATA. Ao nível institucional, as iniciativas apoiadas são diversas e deveras abrangentes. Temos um cuidado ímpar com as comunidades que servimos, em matérias tão sensíveis como o transporte de doentes, macas, urnas, passageiros com mobilidade reduzida, menores não acompanhados, incubadoras, etc., que outras companhias nem se dignam a servir pela complexidade e pelo custo inerente (vide as LCCs). A SATA Internacional foi pioneira em Portugal no uso de disfribilhadores automáticos externos a bordo, o que é sintomático do brio que colocámos no nosso serviço. A11 E os colaboradores SATA, com o que podem contar em 2012? Q12 A12 Costumo dizer que a SATA só tem dois activos propriamente seus que são as suas pessoas e o seu nome e é neles que temos que investir. Tudo o resto é reproduzível. Qualquer companhia pode ter um A320 mas os nossos colaboradores e o nosso nome são únicos e só nossos. Nós temos investido na SATA como marca, como pista mental para os valores corporativos da fiabilidade, da simpatia, nossos valores legítimos e matriciais, aos quais adicionamos inovação, porque, de facto, nós temos que mudar tal como o mundo está mudar e tem de ser uma mudança centrada no passageiro, a razão da nossa existência. Por isso, em 2011 desenvolvemos um projecto estratégico de Recursos Humanos de nome Quality & You: trabalhamos o modo como cada colaborador condiciona a qualidade percebida pelo passageiro. Temos bons resultados, como, por exemplo, melhorias da pontualidade e das reclamações. Adicionalmente vamos continuar a investir na formação, onde destaco a abertura de um centro de formação próprio, na Ilha de Santa Maria, onde queremos promover o reforço da cultura SATA e ministrar formação de excelência. Os colaboradores serão convocados para um desempenho ainda mais agressivo no que respeita a eficiência e ainda mais disponível para o passageiro. 22 Q13 Como gostaria de ver a SATA projectada nos próximos anos a nível local e internacional? Vivemos em Portugal uma crise sem precedentes e uma incerteza asfixiante sobre o projecto do Euro. Adicionalmente, o sector da aviação vive mutações estruturais, com as LCCs a crescerem e as legacy como a TAP a serem privatizadas. As falências espectaculares da American Airlines (em protecção de credores no Chapter 11), da Malev e da Spanair do Grupo SAS, entre outras, lembram-nos que não podemos confundir ambição com fantasia. Queremos continuar a melhorar as ligações dos Açores ao Mundo e a operar estas ligações com custos inferiores, que permitam tarifas inferiores e margens positivas e balanços equilibrados. É o que alcançamos em 2011 – abaixamento dos nossos custos unitários e obtenção de resultados líquidos consolidados positivos – e queremos reforçar em 2012, através de uma política de crescente internacionalização, alicerçada numa política de redução de custos e numa política de inovação que melhore a nossa proposta de valor. Queremos ter uma actuação à semelhança da nossa imagem, de inequívoca raiz identitária Açoriana e forte apelo ao exigente passageiro da actualidade. A13 23 Frota Actualmente, a SATA Internacional dispõe de uma frota composta por um total de 8 aeronaves modernas, eficientes e confortáveis. As recentes aquisições visam proporcionar aos passageiros a melhor experiência de voo, enquanto posicionam a SATA como uma companhia aérea ecologicamente eficiente e adaptada quer às exigências das operações entre ilhas, quer ao alargamento da sua operação atlântica. A frota da SATA Internacional é composta pelas seguintes aeronaves, com as seguintes designações: 3 Airbus A310-304 | Autonomia, Terceira e São Miguel 1 Airbus A310-325 | Macaronésia 3 Airbus A320-214 | Diáspora, S.Jorge e Pico 24 1 Airbus A320-212 | Pico 25 PARTE I – Relatório de Gestão 1) O Grupo SATA 1.1) Descrição do Grupo SATA O Grupo SATA surgiu da necessidade de servir os Açorianos, acabar com o isolamento destes ou, simplesmente, encurtar distâncias para dar a conhecer ao resto do Mundo uma herança que, afinal, é de toda a Humanidade. Este instrumento de consolidação e de desenvolvimento do turismo da Região Autónoma dos Açores continua a ser actualmente um veículo fundamental enquanto meio regulador das acessibilidades dos habitantes das ilhas dos Açores. Desta forma, o Grupo SATA, grupo de transporte aéreo, é composto por seis empresas, nomeadamente a SATA Air Açores, SATA Internacional, SATA Express, Azores Express, SATA Gestão de Aeródromos e SATA SGPS, cujo centro de decisão está localizado no Arquipélago dos Açores, ilha de São Miguel, cidade de Ponta Delgada. Figura 1. Enquadramento das áreas de negócio na estrutura accionista A Companhia, através das empresas supramencionadas, é composta por quatro áreas de negócio conforme a imagem supra, sendo que a área de negócio Transportes Aéreos é partilhada pela SATA Air Açores e pela SATA Internacional. Para uma melhor compreensão das mesmas, consultar o capítulo de Áreas de Negócio, do presente relatório. Nos finais de 2006, aquando da constituição da SATA SGPS, o Grupo SATA alterou a sua lógica de funcionamento e organização interna, de forma a responder a novos desafios. Desta forma, organizada numa lógica de holding, a SATA SGPS, sociedade gestora de participações sociais detida em 100 % pela Região Autónoma dos Açores, adoptou a estrutura de sociedade anónima, o que lhe permite usufruir de uma maior rendibilização dos recursos, bem como de uma maior flexibilização de gestão, transparência organizacional e aproveitamento de novas oportunidades de negócio. 26 De seguida, será apresentado o perfil das empresas do Grupo SATA, com especial destaque para as respectivas características, principais factos históricos e outros acontecimentos relevantes que marcaram a sua actividade até ao momento presente. SATA Air Açores • Fundada em 1941 com o objectivo de desenvolver uma operação aérea regular entre a ilha de São Miguel e as restantes ilhas do Arquipélago e entre estas com Portugal Continental; • Serve actualmente a totalidade do Arquipélago dos Açores, prestando um serviço público indispensável. Garante também, desde 2007, os voos inter-ilhas entre a Madeira e o Porto Santo. A Companhia aérea realiza, anualmente, cerca de 15 000 voos e transporta cerca de 450 mil passageiros; • Tem duas bases operacionais: uma no Aeroporto João Paulo II, em Ponta Delgada, e outra no Aeroporto da Madeira afectas à respectiva operação aérea da sua frota, recentemente renovada, constituída pelas aeronaves Bombardier Q200 e Bombardier Q400 NEXTGEN; • Em 2011 as suas rotas foram alargadas a outros destinos, destacando-se a rota Açores - Madeira - Canárias Algarve, operada em nome da SATA Internacional, incrementando o número e diversidade de destinos oferecidos aos Açoeranos. SATA Internacional • Subsidiária da SATA Air Açores e licenciada para operar voos no exterior dos Açores, a SATA Internacional resultou da transformação da Oceanair – uma companhia aérea adquirida pela SATA Air Açores, em 1994; • Desde a sua constituição, a SATA Internacional tem ganho, ano após ano, uma nova dimensão e reconhecimento no mercado da aviação civil, expandindo a sua rede de rotas. Hoje, opera com frota Airbus A310 e Airbus A320; • É responsável por uma rede alargada de voos domésticos para Lisboa, Porto, Funchal, Ponta Delgada, Horta, Terceira e Santa Maria; • Além da operação doméstica é ainda responsável pela ponte aérea constante entre os Açores e os Estados Unidos da América e o Canadá, bem como entre Portugal Continental e o Continente Americano. Para além dos Estados Unidos, a SATA Internacional voa com regularidade para destinos europeus como Paris, Londres, Frankfurt, Amesterdão, Dublin, Estocolmo, Madrid, Barcelona, Ilhas Canárias, Copenhaga e Cabo Verde; • Paralelamente à operação aérea regular, a transportadora tem ainda cerca de 1/3 da sua actividade afecta a operações em regime charter para operadores turísticos nacionais e estrangeiros. No ano de 2011 destacamse os voos especiais realizados de transporte da Selecção Nacional e de algumas das principais equipas do futebol nacional, do Cirque du Soleil na sua digressão a Lisboa e de bandas de referência como Britney Spears e os Paramore. 27 SATA Express e Azores Express • A SATA constituiu, em 1985, os operadores SATA Express (no Canadá) e Azores Express (nos EUA); • Para acompanhar os movimentos migratórios dos Açorianos para o Canadá e os EUA surgem a SATA Express e a Azores Express como uma oportunidade comercial de reforçar a marca SATA nesses destinos e aproximá-los dos Açores e dos Açorianos; • Inicialmente limitados à operação de voos entre a América do Norte e os Açores, hoje os operadores turísticos do Grupo SATA alargam a sua actividade também a Portugal Continental. SATA – Gestão de Aeródromos • Constituída em 2005, mantém operacionais quatro dos nove Aeródromos das ilhas dos Açores; • Assume uma vasta experiência fruto da sua herança de mais de meio século de assistência operacional à aviação; • Explora os aeródromos do Pico, da Graciosa, do Corvo e de São Jorge, bem como a aerogare das Flores, todos eles no Arquipélago dos Açores. 28 Rede de operações SATA Após uma breve apresentação das empresas do Grupo SATA, importa referir como fruto da actividade e trabalho desenvolvido pelas mesmas, o diversificado palco de actuação da companhia que sempre se pautou por estar próxima dos seus principais pares. Neste sentido, é apresentada a sua rede de operações. Figura 2. Rede de operações SATA A SATA desenvolve actividade num a sua palco internacional vasto, exigente e | competitivo, nos espaços aéreos Boston Montreal (Quebec) Oakland (Califórnia) Punta Cana Toronto (Ontário) Amesterdão Barcelona Cabo Verde Copenhaga Dublin Estocolmo Frankfurt Canárias Jersey Londres Madrid Marrocos Paris Corvo Faro Flores Funchal Graciosa Horta Lisboa Pico Ponta Delgada Porto Porto Santo Santa Maria São Jorge Terceira mais exigentes do Mundo, da União Europeia, dos EUA e do Canadá. De acordo com a estratégia da SATA de procurar responder às necessidades dos açorianos, através da redução do isolamento entre os Açores e o mundo, a companhia tem como objectivo para o ano de 2012 alargar e diversificar o seu mapa de operações para outros destinos, nomeadamente no palco Europeu. 29 1.2) Pessoas, ambiente e comunidade A SATA assume-se como uma companhia socialmente responsável, que se pauta por elevados padrões éticos e morais. A sua actividade realiza-se garantindo uma constante preocupação em três pilares, considerados fundamentais: as pessoas - partes interessadas, clientes e colaboradores, o ambiente e a comunidade. Desta forma, procura acompanhar e responder às expectativas dos principais stakeholders envolvidos nestes pilares, assegurando que a sua actividade está alinhada com os standards e boas práticas do sector. De seguida serão apresentados os principais aspectos destes pilares, referentes a 2011. Uma vez que existe um Relatório de Sustentabilidade na SATA, sugere-se a sua consulta para uma análise mais detalhada. Pessoas Principais stakeholders: Para responder às necessidades dos seus stakeholders, a Partes interessadas SATA dispõe de diversos mecanismos de Accionista Colaboradores Sindicatos Ex-colaboradores reformados Comunidade local Instituições de Ensino principais stakeholders. Esta preocupação reflectiu- Distribuidores/Representantes se na elaboração do seu primeiro Relatório de de Vendas Sustentabilidade em 2011. Este relatório, Clientes assume-se como uma ferramenta de Fornecedores/ Prestadores de comunicação entre a SATA e as suas partes Serviços interessadas, assegurando um reporte das actividades Associações do Sector que são anualmente desenvolvidas e do grau de Entidades Reguladoras cumprimento dos objectivos e das melhorias alcançadas Entidades Governamentais pela SATA nas matérias de Sustentabilidade Entidades do Sector Financeiro comunicação utilizados para dinamizar o diálogo A companhia preocupa-se em cultivar um envolvimento forte e robusto com os seus Actualmente, a rapidez e a qualidade do serviço assumem-se como os factores críticos na escolha do serviço pelos clientes. Desta forma, a SATA compromete-se, de forma séria e responsável, a satisfazer as Clientes expectativas dos seus clientes Objectivo? Garantir que as melhores condições e a melhor experiência são proporcionadas ao seu cliente 30 O índice de satisfação do cliente, na globalidade dos serviços prestados pela Princípios orientadores da relação da SATA, apresenta-se como um dos SATA com os clientes: indicadores fundamentais para medir o Disponibilidade Pontualidade Fiabilidade Flexibilidade Rigor Comunicação Simpatia Conhecimento. Clientes (cont.) seu grau de satisfação. O respeito e cumprimento destes princípios efectivam o compromisso com a Qualidade de Serviço SATA. No final de 2011 a equipa da SATA compõe-se por 1.222 colaboradores, distribuídos pela s diversas empresas (ver gráfico lateral). Também a SATA oferece inúmeras vantagens para os seus colaboradores fruto das suas parcerias. Adicionalmente tem uma comissão de trabalhadores que assegura que todos os deveres e Colaboradores direitos são respeitados. A estratégica de Recursos Humanos A SATA aposta na promoção, formação, avaliação de assenta em 8 vectores que são desempenho, integração de novos estagiários e ainda considerados fundamentais para a sua na inclusão no local de trabalho de pessoas com eficiente gestão: deficiências, destacando-se a actividade de recursos humanos em 4 drivers de actuação. Descrição de funções e definição de competências Recrutamento e selecção Acolhimento e selecção Comunicação interna Sistema de análise para desenvolvimento Formação e desenvolvimento Gestão de carreiras Sistema de recompensas e incentivos 31 Ambiente A SATA é um Grupo em que a cultura ambiental está presente na actividade e na operação de todas as suas empresas. A gestão ambiental da SATA cada vez mais tem um papel essencial no seu dia-a-dia, e exemplo disso é o Sistema de Gestão Integrado de Segurança e Ambiente (SGI) que está actualmente a ser implementado em todas as suas empresas e que visa uma consciencialização ambiental a todos os níveis do Grupo SATA. Os principais compromissos da SATA com sua Política A SATA garante um plano formativo que Integrada de Ambiente, Segurança e Saúde no assegura a sensibilização de todos os seus Trabalho são: colaboradores aos seguintes temas: Melhorar o desempenho ambiental assegurando a Emissões de CO e CO2 prevenção da poluição, a utilização sustentável dos Consumo de JetFuel recursos naturais e a gestão da segurança e saúde no Produção de resíduos trabalho; Águas residuais Minimizar os efeitos negativos ambientais, investindo Derrames nos meios técnicos necessários e desenvolvendo os Ruídos processos adequados; Alterações climáticas Sensibilizar os colaboradores e os seus representantes Biodiversidade na adopção das boas práticas ambientais; A biodiversidade é um tema que assume relevância no dia-a-dia operacional da SATA. Desta forma, a SATA avalia de forma recorrente o impacto que a sua actividade tem nestas matérias garantindo um sistema de gestão de melhoria contínua, conforme ilustração. São várias as iniciativas realizadas pela SATA com o objectivo de cumprir com esta missão ambiental como sejam a Sata Forest, o Fly Greener e ainda um projecto com a colaboração das Nações Unidas, o “Decade on Biodiversity”. 32 Comunidade A SATA adopta uma política de responsabilidade social, reflectida no programa Flying Dreams, que visa atenuar os efeitos da insularidade através de inúmeras iniciativas desenvolvidas que visam promover a Região onde se insere. Desta forma, e para garantir o alinhamento desta politica com a imagem e valores corporativos da SATA, em 2011 foram desenvolvidas várias iniciativas que se traduzem no apoio a entidades e iniciativas ligadas à solidariedade social, à cultura, ao desporto e à promoção turística da Região Autónoma dos Açores. De seguida apresentam-se algumas dessas iniciativas realizadas, por dimensão cultural e social. Solidariedade Programa “Saudades dos Açores” Fundação GIL Fundação AMI Kid´s first Fund Realização de sonhos Santinhas e o mês das crianças Projecto flying dreams. Promoção turística regional Turismo Parceria com a Associação de Turismo dos Açores Protocolo com a Escola de Formação Turística e Hoteleira. Arte e cultura Apoios SATA Parceria com a Direcção Regional do Doação de sangue Apoios à promoção dos talentos nacionais Festival de arte urbana “Walk & Talk Azores” colaboradores SATA denominada Flying to Panazorean Film Festival Save. Protocolo com a Direcção Regional das Comunidades Combate à fobia de voar Protocolo com a Associação de Professores de Português dos Estados Unidos. Dádiva colectiva de sangue entre Lançamento de um curso terapêutico especializado em fobia de andar de avião em pareceria com a Voar sem Medo Happy flyer. Apoio ao desporto SATA Rally Açores Clube Kairos Patrocínio à corrida de S. Silvestre de Ponta Delgada Fundação Pauleta Apoio a atleta com deficiência motora. 33 1.3) Estrutura Orgânica e Governo Societário Introdução Nos últimos anos, o Grupo SATA tem vindo a realizar esforços no sentido de alinhar a sua estrutura e funcionamento organizacionais com os princípios de Bom Governo e boas práticas internacionais, seguidas pelos seus principais pares. Exemplo disso foi o projecto realizado em Dezembro de 2011 pela empresa internacional PricewaterhouseCoopers intitulado “Diagnóstico às Práticas de Governance e de Sustentabilidade”. Este exemplo, a par com todos os esforços que têm vindo a ser efectuados, permitem à SATA aproximar-se das boas práticas e garantir que o seu padrão de conduta e responsabilidade organizacional estão alinhados com os valores da companhia assentes na simpatia, na fiabilidade e na inovação. Órgãos de Gestão e Fiscalização A estrutura de governo da SATA Internacional assenta no Modelo Latino que prevê a existência de uma Assembleia Geral e de um órgão de administração e de fiscalização, sendo estes últimos representados por um Conselho de Administração e por um Revisor Oficial de Contas, como evidencia a imagem seguinte. Figura 3. Órgãos de gestão e fiscalização da SATA Internacional Assembleia Dr. Miguel Cymbron Dra. Rita Dias Dra. Maria Alexandra Pacheco Vieira Prof. Dr. António de Gomes Menezes Dra. Luísa Maria Estrela Rego Miranda Schanderl Dra. Isabel Maria dos Santos Barata Geral Revisor Oficial de Contas Dr. Albino Jacinto (efectivo) Cruz das Neves & Silva Cardoso, SROC, representado por Dr. João Humberto Silva Cardoso Conselho Fiscal Conselho de Administração Dr. Carlos Eduardo da Silva Melo Bento Dr. Manuel Herberto de Medeiros Quaresma Dra. Celestina Filomena Gonçalves Oliveira Dr. José Augusto Gomes (suplente) 34 De seguida, apresentam-se os elementos que compõem a gestão da SATA Internacional, sendo evidenciado, para cada órgão, as principais funções assim como as suas remunerações totais. Figura 4. Remuneração e principais funções órgãos de gestão da SATA Internacional Posição Nome Principais Funções dos Órgãos Total Remuneração Convocar, dirigir e orientar os trabalhos da Assembleia Geral (AG) que são, entre outros, Presidente da mesa da Assembleia Geral analisar e aprovar os documentos de Dr. Miguel Cymbron -* prestação de contas individuais e consolidadas, deliberar sobre a aplicação dos resultados e analisar a aprovar as linhas orientadoras de carácter estratégico. Vice-presidente da mesa da Assembleia Geral Substituir o Presidente da mesa nas suas faltas Dra. Rita Dias ou impedimentos, assumindo as suas funções -* nestas circunstâncias; Verificar a existência do quórum nas reuniões; Secretariar as reuniões da AG; Secretária da mesa da Assembleia Geral Dra. Maria Alexandra Pacheco Vieira Elaborar e assinar as actas das reuniões da AG; Preparar as reuniões ordinárias e -* extraordinárias da AG; Exercer outras tarefas que lhe forem confiadas, pelo Presidente da AG; Assume funções de Chief Executive Officer, gerindo os negócios da nos termos da lei e dos seus estatutos; Como Chief Financial Officer supervisiona as actividades financeiras garantindo e controlando a saúde financeira da SATA; Presidente Membro executivo Prof. Doutor António José Vasconcelos Franco Gomes de Menezes Como Chief Information Officer assegura que os sistemas de informação dão resposta à 72 661 €** estratégia da SATA e permitem a eficiência e eficácia operacional; Coordenar a actividade do Conselho de Administração e zelar pela correcta execução das suas deliberações. Adicionalmente, representa o Grupo SATA junto do seu accionista; Assume funções como Chief Operating Officer Vogal Membro executivo Dra. Luísa Maria Estrela Rego Miranda Schanderl assegurando não só a definição dos objectivos estratégicos para cada área de negócio do Grupo 63 365 €** SATA, como também o planeamento e a monitorização de todas as suas operações; *Os membros que compõem a mesa da Assembleia Geral não auferem qualquer remuneração. **O valor referido inclui a remuneração base, despesas de representação, subsídio de férias, natal e alimentação 35 Posição Nome Principais Funções dos Órgãos Total Remuneração Assegura a função de responsável pelas actividades de compras, gerindo as relações com Vogal Membro executivo Dra. Luísa Maria Estrela Rego Miranda Schanderl (cont.) os fornecedores e assegurando o processo de gestão de stocks; Como responsável do Gabinete Jurídico, garante o compliance com os requisitos e normas com impactos nas operações do Grupo SATA; Responsável pela Direcção de Recursos Humanos gerindo todos os processos de Vogal Membro executivo Dra. Isabel Maria dos Santos Barata gestão de recrutamento, selecção, formação e avaliação de desempenho; Assume funções como responsável de 63 365 €** Marketing e Comunicação, definindo as suas políticas; Participar nas reuniões do conselho e assistir às Conselho Fiscal Dr. Carlos Eduardo da Silva Melo Bento Dr. Manuel Herberto de Medeiros Quaresma Dra. Celestina Filomena Gonçalves Oliveira Dr. José Augusto Gomes (suplente) Assembleias Gerais e às reuniões do Conselho de Administração sempre que solicitado; Exercer uma fiscalização conscienciosa e imparcial; 3 000€*** Dar conhecimento ao Conselho de Administração das verificações, fiscalizações e diligências que tenham feito e do resultado das mesmas; Revisor Oficial de Contas Dr. Albino Jacinto (efectivo) Cruz das Neves & Silva Cardoso, SROC, representado por Dr. João Humberto Silva Cardoso Fiscalizar a administração da empresa relativamente ao cumprimento da lei, estatutos 14 600€ e regulamentos que lhes são aplicáveis. *** A Dra. Celestina Gonçalves é o único membro remunerado do Conselho Fiscal. Todos os membros do Conselho de Administração beneficiam ainda de telemóvel e, para utilização ao serviço da empresa, o cartão de crédito. Os membros do Conselho de Administração exercem funções nas várias empresas do Grupo, mas são remunerados apenas na SATA AirAçores. A SATA, como empresa pública, deverá obedecer ao Decreto Legislativo Regional nº 7/2008/A, art. 16 que identifica um conjunto de elementos que os relatórios anuais das empresas públicas devem conter. Uma vez que existe na SATA um Relatório de Governo, a informação referente aos aspectos abaixo referidos, encontra-se detalhada no mesmo: Distribuição dos pelouros assumidos pelos membros dos órgãos da administração; Nº de reuniões realizadas na Assembleia Geral e no Conselho de Administração; 36 Identificação das funções que são exercidos em outras empresas, por qualquer membro do órgão de gestão e administração; Os elementos curriculares e as qualificações dos membros do órgão de gestão e administração das empresas. Também importa referir que a SATA desenvolve a sua actividade garantindo os princípios de bom governo, dentre os quais se destacam a transparência e o respeito pelas diferenças dos seus stakeholders. Estes princípios baseiam-se na garantia da universalidade e continuidade dos serviços prestados pela SATA de interesse para a Região onde se insere, cumprindo com o disposto nos art. 29ºa 31º do Decreto Legislativo Regional nº 7/2008/A. 37 2) O Negócio do Grupo SATA 2.1) Enquadramento macroeconómico Conjuntura internacional Apesar da crise financeira vivida desde 2009, tem-se seguindo a tendência de recuperação económica já verificada em 2010. Desta forma, em 2011 a economia mundial voltou a crescer, embora a um ritmo mais moderado do que o verificado no ano anterior. A taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial situou-se, segundo as estimativas do FMI, nos 3,8%, valor inferior à taxa de 5,2% registada em 2010. A desaceleração da economia internacional ficou a dever-se, essencialmente, aos acontecimentos verificados no segundo semestre do ano, resultantes do agravamento da crise dos mercados financeiros motivado pela crise das dívidas soberanas, sobretudo no contexto europeu. Em contrapartida, o crescimento verificado ao nível das economias emergentes, com destaque para a China, Índia, América Latina e África Subsariana, contribuiu positivamente para a dinamização do crescimento económico mundial. No caso dos EUA importa destacar, em 2011, a tendência de crescimento económico, embora a ritmos inferiores aos registados em 2010, em virtude da aceleração do nível de produção industrial, ao aumento do nível de emprego e recuperação do mercado imobiliário. As previsões do FMI para o ano de 2012 sinalizam um crescimento potencial da economia de 1,8%, em linha com os valores apresentados em 2011. No caso específico da União Europeia, o ano de 2011 constituiu um período marcado pela estagnação económica, com excepção de países como a Alemanha, que apresentaram tendências de crescimento. Para tal contribuiu a crise das dívidas soberanas da zona Euro, e consequentes políticas de austeridade e limitações no acesso ao crédito. À semelhança de 2010, mantiveramse os resgates da Troika (União Europeia, Banco Central Europeu e FMI) aos países europeus com necessidades de auxílio financeiro em virtude das restrições no acesso ao financiamento externo, o que contribuiu para o aumento do nível de incerteza relativo à solidez do sistema financeiro europeu. Por outro lado, a generalidade dos governos europeus manteve a tendência de adopção de fortes medidas de correcção orçamental que permitiram, em 2011, a redução do défice público em cerca de 2 pontos percentuais, situando-se em 4,7% do PIB da União Europeia e em 4,1% do PIB da zona Euro. A tomada de medidas desta natureza contribuiu para diminuir o nível de instabilidade dos mercados financeiros nos últimos meses do ano, que se traduziu na diminuição gradual dos custos de financiamento e da aversão dos investidores ao risco. Todavia, o sistema financeiro europeu debate-se, ainda, com taxas de juro de obrigações de tesouro bastante elevadas em alguns países da zona euro, a par da diminuição do financiamento ao nível do sector privado. O clima de instabilidade e incerteza europeu contribuiu para o crescimento das taxas de desemprego que atingiram, em 2011, níveis próximos dos 10%. O nível de preços, por sua vez, registou uma tendência de estabilidade na Europa, apesar de se ter registado uma taxa de inflação de 3% (2,7% na zona Euro), o valor mais alto dos últimos 3 anos. 38 O crescimento económico das economias emergentes, por sua vez, foi impulsionado pelo aumento da procura interna que contribuiu para a diminuição do nível de dependência destas economias face às economias desenvolvidas. O FMI prevê, para 2012, um crescimento médio das economias dos países emergentes de 5,4%. O preço tendeu, em 2011 a diminuir motivado sobretudo pela contracção da procura global. Em sentido inverso estiveram os preços do petróleo nos quais se verificaram aumentos significativos sobretudo nos últimos meses do ano, motivados pelas tensões geopolíticas no Irão. A valorização anual do preço do barril de crude foi de 8%, fixando-se nos 99 dólares, no final de 2011. A expectativa do FMI é de que o preço se mantenha próximo deste valor em 2012. Figura 5. Evolução dos preços do Brent em dólares e em euros 140 120 100 80 60 40 20 0 Brent (EUR) Brent (USD) Conjuntura nacional Em Portugal o ano de 2011 ficou indelevelmente marcado pelo anúncio e a adopção de severas medidas de austeridade, destinadas a combater a situação de endividamento excessivo da economia nacional. O recurso do Governo ao programa de auxílio financeiro da Troika implicou a adopção de políticas exigentes de consolidação orçamental que condicionaram o desempenho económico do país, conduzindo a um défice público de 4,2% e uma contracção económica de 1,6%. O conjunto de medidas adoptadas conduziram a um recuo no consumo privado, motivado quer por impactos nos rendimentos como pela via fiscal. De igual modo, verificou-se o aumento do desemprego, que atingiu no final do ano uma taxa de 12,7%. A taxa de inflação, por sua vez, situou-se nos 3,7%, valor superior ao que se verificou na União Europeia. Ao longo do ano de 2011 persistiu a dificuldade de acesso a financiamento nos mercados internacionais por parte dos bancos portugueses, o que se traduziu numa limitação significativa ao financiamento do sector privado. 39 O sector exportador, por sua vez, registou um comportamento positivo face aos restantes indicadores económicos, sendo de salientar o crescimento expressivo ao longo do ano e as previsões de crescimento apresentadas para 2012 e 2013. Conjuntura da Região Autónoma dos Açores (R.A.A.) De acordo com os dados publicados no último trimestre de 2011, a actividade económica na R.A.A. foi impulsionada sobretudo pelos resultados obtidos no sector primário, enquanto que nos sectores secundário e terciário se registaram variações negativas relativamente ao período homólogo. A impulsionar os resultados no sector primário estiveram indicadores como a quantidade de leite de vaca entregue nas fábricas (aumento de 2,3% face ao ano anterior) e para consumo (aumento de 15,3% face ao ano anterior), bem como o abate de carne (aumento de 5,9% face ao ano anterior). O desempenho verificado no sector secundário e terciário foi menos positivo, a avaliar por indicadores como consumo de energia (redução de 1,1% face ao ano anterior), actividade do sector da construção (diminuição do número de edifícios licenciados e venda de cimento), venda de automóveis ligeiros e actividades associadas ao turismo. Verificou-se um acentuado aumento da taxa de desemprego ao longo do ano – encontra-se actualmente nos 15,1% - enquanto que a taxa média de inflação ao longo do ano foi de 3,4%. Todavia, o clima económico da R.A.A. em 2011, apesar da tendência negativa, atingiu resultados mais favoráveis do que os registados a nível nacional. No caso específico dos indicadores da actividade turística na R.A.A. verificou-se, em 2011, uma quebra de 0,1% no número de dormidas em estabelecimentos hoteleiros 2. Tais resultados derivam de alterações na procura por parte dos residentes em Portugal, cujo número de dormidas na R.A.A. registou uma redução na ordem dos 5,9%, contrabalançado pelo aumento de dormidas por parte dos residentes no estrangeiro – cerca de 5,4%. Os proveitos totais associados à actividade turística na R.A.A. no ano de 2011 atingiram os 46,8 milhões de euros, traduzindo uma quebra de 4,2% face ao ano anterior. Por estabelecimentos hoteleiros entende-se: hotéis, hóteis-apartamentos, apartamentos turísticos, pousadas, pensões e estalagens 2 40 Figura 6. Taxa de variação homóloga mensal de dormidas na R.A.A. Fonte: Actividade turística: Janeiro a Dezembro 2011, SREA (Serviço regional de estatística dos Açores) O sector do transporte aéreo Apesar do contexto nacional e internacional de dificuldades económicas, o desempenho geral do sector do transporte aéreo foi positivo, tendo sido registado um crescimento do tráfego de passageiros em 5,9%. Figura 7. Evolução do load-factor de passageiros e carga Fonte: IATA, 2012, Airlines Financial Monitor (Feb-Mar) O tráfego de carga apresentou crescimentos positivos na Europa (1,5%), no Médio Oriente (8,2%), América do Norte (1,5%), América Latina (5,5%), Ásia e Pacífico (4,8%), no entanto 41 apresentou decréscimos em África (-1,2%), de acordo com os dados divulgados pela IATA. Em Portugal, o tráfego de carga aérea 0,6% no conjunto dos doze meses. No caso particular da Europa, verificou-se um crescimento do número de passageiros de 10,5%, sobretudo devido ao desempenho do tráfego internacional de negócios gerado na Alemanha e países do norte europeu, segundo dados da IATA. O mercado norte-americano, por sua vez, voltou a sofrer um processo de contracção, embora a uma taxa mais reduzida do que a registada em 2010. No entanto, as companhias aéreas a operar no mercado americano mantiveram o mesmo load-factor registado em 2010 – 80,9% conseguindo o valor mais elevado no conjunto do sector – cuja média foi de 76,8%. Apesar dos dados de tráfego relativos ao ano de 2011 serem positivos, os resultados líquidos da generalidade das companhias registou uma diminuição, resultante das reduzidas taxas de crescimento da procura, da pressão existente para redução de tarifas e dos elevados preços dos combustíveis. De acordo com as previsões da IATA, estima-se que os resultados líquidos tenham reduzido cerca de 56% para a totalidade da indústria e 23% no conjunto das companhias europeias. Em Portugal, é de salientar a diminuição registada ao nível do load-factor de mercadorias em cerca de 45,9% ao longo do ano de 2011. No sentido de desenvolver esforços para assegurar a adequação entre a capacidade oferecida e a procura têm sido levadas a cabo medidas que visam a redução da frota de cargueiros, introduzindo, em simultâneo, aviões de passageiros de duplo corredor, que constituem aparelhos com significativa capacidade de carga de porão. Figura 8. Evolução do tráfego comercial nos aeroportos do Continente, Açores e Madeira, segundo a natureza do tráfego em 2011 Fonte: INE, boletim mensal de estatística, Dezembro 2011 Em Portugal, e de acordo com os dados do INE, verifica-se a existência de uma evolução positiva dos dados relativos ao tráfego comercial nacional para o mercado doméstico e internacional (considerando o Continente, Açores e Madeira). Em comparação com os dados de 2010 importa 42 salientar a redução do tráfego nacional relativo ao transporte de carga (mercadorias e correio) quer ao nível do tráfego internacional como do tráfego territorial e interior. No que respeita ao transporte de passageiros, verificou-se um aumento do número de passageiros transportados em viagens internacionais e, de igual modo, em viagens no interior do território nacional. Contudo, o transporte de passageiros em território nacional, apesar da tendência de crescimento apresentada, registou valores de evolução modestos, resultantes do actual contexto de crise económica e financeira e dos consequentes impactos da mesma ao nível da procura interna. 2.2) Enquadramento regulamentar A actividade da SATA encontra-se sujeita a um conjunto vasto de normas emitidas quer pelas entidades reguladoras e fiscalizadoras que regem o sector do transporte aéreo, como pelo Governo Regional dos Açores, para além das leis gerais aplicáveis às sociedades comerciais portuguesas. Internacional Europeu ICAO (International Civil Aviation Organization) • Instituição das Naçoes Unidas para promoção da cooperação internacional na aviação civil Comissão Europeia EASA (European Aviation Safety Agency) • Instituição responsável pela promoção das normas comuns de segurança e protecção ambientar no sector da aviação civil ECAC (European Civil Aviation Conference) • Organização intergovernamental para a promoção do desenvolvimento sustentado no sector do transporte aéreo Nacional INAC (Instituto Nacional de Aviação Civil) • Instituição responsável pela regulação e fiscalização do sector da aviação civil Autoridade da Concorrência • Instituição responsável por assegurar o cumprimento da legislação relativa às políticas deconcorrência Regional Governo Regional dos Açores As principais normas e regulamentos a que a SATA está actualmente sujeita encontram-se identificados na figura seguinte, sendo que para uma análise mais detalhada, deverá ser consultado o capítulo 3 do Relatório de Governo da SATA. 43 1 Internacional, Europeia, Nacional e Regional. 44 • Regulamento nº 185/2010 da Comissão • Regulamento (CE) nº 1008/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho • Regulamento (CE) nº 272/2009 da Comissão Legislação sobre slots aeroportuários • EU-Regulation 95/93 of the Council of the European Union • EU-Regulation 894/2002 of the European Parliament and the Council of the European Union (L 142/3 from 31.5.2002) • EU-Regulation 1554/2003 of the European Parliament and the Council of the European Union (L 221/1 from 4.9.2003) • EU-Regulation 793/2004 of the European Parliament and the Council "amending Council Regulation EEC 95/93 • Convenção de Montreal • Regulamento (UE) nº185/2010 da Comissão • Regulamento (CE) nº 889/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho • Regulamento (CE) nº 859/2008da Comissão • Artigo 16º do Regulamento (CE) nº 1008/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho • Regulamento nº 261/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho • Regulamento (CE) 846/2006, 17/05, n.º2, art.3º 3 • • • • • • • • • • • • • • • • sustentabilidade ambiental DL 35/2008, art.9º DL 78/2004, art. 19º DL 147/2008,art. 22º DL 90/2010, art.3º DL 242/2001, art. 6º DL 220/2008, art. 34º DL 366-A/97, art. 6º DL 182/2006, nº1, art.º4 Lei 58/2005 DL 226A/2007, art. 59º a 61º; Art.23º a 25º ; art. 40º; art. 62º a 64º DR 23/95, 23/08, art. 115º DL 78/2004, art. 21º DL 90/2010, art.3º DL 220/2008, art.34º DL 101/2007, art. 7.º DL 93/2010 Legislação especifica sobre Nacional 4 • • • • DL 234/89 DL 173/2007 DL 209/2005 DL 241/2008 Legislação sobre slots aeroportuários • DL Regional nº23/2005/A e anexo • Artigo 24º do DL Regional nº35/2002/A • DL Regional nº34/2010/A • Portaria n.º 56/2007 • DL Regional nº12/2008/A • DL Regional n.º 23/2010/A • DL Regional nº7/2011/A • Port. Regional n.º 67/2007 Regional • Comunicação da Comissão nos termos do n.º 4, do artigo 16.º do Regulamento (CE) n.º 1008/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho • Decreto 39/2002 • Resolução da Assembleia da República n.º 30/2009 • DL 109/2008 • DL 293/2003 • Portaria n. 303A/2004 de 22 de Março • Portaria 259/2005 • Regulamento (CE) nº • Regulamento (CE) nº 2096/2005 da Comissão 300/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho Europeia • Convenção de Varsóvia • DL 55/2010 • DL 218/2005 e 139/2004 • Regulamentos (CE) nº • Regulamento (CE) nº • Regulamento (CE) nº 549/2004 e 550/2004 261/2004 do Parlamento 1107/2006 do do Parlamento Europeu Europeu e do Conselho Parlamento Europeu e do Conselho e do Conselho • Regulamento (UE) N. o 774/2010 da Comissão • Convenção de Chicago • Convenção Postal Universal • Regulamentos nºs 300/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho Europeu e 820/2008 da Comissão Europeia Internacional 2 Europeu Figura 9: Quadro normativo legal da SATA No quadro apresentado, as normas e regulamentos encontram-se organizados numa perspectiva 2.3) SATA: A nossa estratégia A SATA assume-se estrategicamente como uma companhia aérea full service que disponibiliza aos passageiros uma variedade de serviços consistente com a sua proposta de valor – value for money. Assim, os objectivos estratégicos que a SATA se propõe a alcançar no médio e longo prazo estão devidamente alinhados com a proposta de valor definida para o Grupo, para além de terem em conta os constrangimentos associados ao actual contexto económico nacional e internacional. A contracção da procura por serviços de transporte aéreo verificada nos últimos anos, tem vindo a exigir às companhias aéreas o desenvolvimento de esforços acrescidos para, cumulativamente, promoverem medidas de redução de custos sem colocar em causa a qualidade do serviço prestado aos passageiros e a variedade dos produtos oferecidos. Nesse sentido, a SATA assume com objectivos estratégicos a definição de medidas para a redução de custos, apoio de projectos de inovação para optimização dos recursos existentes, bem como desenvolvimento de planos de penetração nos mercados internacionais economicamente menos expostos à crise actual. Inovação Redução de custos Novos mercados Estratégia SATA Redução de custos Desenvolver medidas para a redução de custos consiste num dos principais objectivos estratégicos da SATA, definidos para fazer face à actual conjuntura económica nacional e internacional. A SATA assume, assim, o compromisso de definir uma cultura de redução de custos transversal a todas as suas áreas de negócio e a todos os seus colaboradores. Medidas de redução de custos que visam, essencialmente, promover a optimização dos recursos disponíveis, nomeadamente através de maiores esforços de planeamento ao nível da frota e tripulações, visando alcançar a eficiência operacional. Figura 10: Valores do CASK, para a SATA Internacional (2007-2011) 45 SATA Internacional CASK (Non fuel) (c€) CASK (Total) (c€) 2007 4,38 5,95 2008 4,69 6,89 2009 5,02 6,30 2010 4,56 6,16 2011 4,10 6,13 Inovação Desenvolver projectos de inovação, constitui uma das principais orientações estratégicas assumidas pela SATA como forma de posicionar a companhia aérea nos rankings internacionais em termos de qualidade e excelência de serviço. Para tal, a SATA pretende desenvolver no médio e longo prazo projectos de inovação assentes na automatização de processos e business inteligence, tendo por base as prioridades de desenvolvimento das diversas áreas de negócio. Nas áreas de serviço de apoio ao cliente, as orientações estratégicas da SATA passam pelo desenvolvimento de iniciativas assentes na lógica do paperless experience, posicionando, simultaneamente a SATA como uma companhia inovadora e sustentável. Crescer nos mercados internacionais Reforçar a oferta de serviços de transporte aéreo de passageiros e carga no mercado internacional, com particular incidência nas economias internacionais mais sólidas e menos expostas aos efeitos da crise económica e financeira, permite à SATA fazer face aos constrangimentos resultantes da contracção da procura no mercado internacional. Por outro lado, crescer nos mercados internacionais, passa também, por explorar mercados estrategicamente associados ao objecto social da SATA Internacional, tais como a América do Norte (EUA e Canadá) e a Europa (Alemanha e Escandinávia). Desta forma, a SATA consegue aumentar o seu nível de penetração no mercado internacional, ao mesmo tempo que contribui para fomentar a notoriedade internacional da Região Autónoma dos Açores, estimulando os fluxos turísticos para a região. Para promover este crescimento para outros destinos são fundamentais os esforços e as iniciativas realizadas pela SATA nos acordos e parcerias estabelecidas com companhias áreas de referência. 46 Como foi alcançada a estratégia em 2011? São vários os indicadores utilizados para monitorizar o cumprimento da estratégia seleccionando-se, para cada objectivo estratégico, aqueles que melhor retratam a actividade da SATA em 2011. Objectivo Indicadores estratégico Redução de custos Contrato de fretamento ACMI da SATA Air Açores para as ligações regulares PDL/Funchal; Funchal/Gran Canaria/Faro, com substituição da frota A320 pela frota Dash8-Q400 Desenvolvimento do projecto DEP– efficiency are us (entre a DOV e a DOT) que permitiu ganhos significativos de eficiência Ganhos de eficiência na ordem dos 1,9 milhões de euros Poupança de 308 milhares de euros Renegociação dos contratos de handling Inovação Definição de metodologias para monitorização de toda a operação de handling Projecto Moving Up Desenvolvimento de aplicação própria de gestão dos terminais de informação de voo dos aeródromos regionais, que mereceu o Prémio Agility Award Desenvolvimento de aplicações mobile: mobile check-in e mobile boarding pass, evidenciando a aposta da SATA em aplicações informáticas e nos canais de vendas Web e Mobile. 47 Canal Web Externo Balcão ou Contact Center Kiosk Mobile Total 2011 55,420 1,158 1,984,321 199 1,903 59.811 Crescer nos mercados internacionais Conclusão das negociações com 7 novos parceiros para oferta de tarifas corridas nas diversas gateways internacionais Alargamento das operações para destinos na Europa e América do Norte 48 Estocolmo: + 39% de lugares oferecidos Copenhaga: + 16% de lugares oferecidos 2.4) Áreas de negócio do Grupo SATA O Grupo SATA é constituído por seis empresas, nomeadamente a SATA SGPS, SATA Air Açores, SATA Internacional, SATA Gestão de Aeródromos, Azores Express e SATA Express, que se organizam e estruturam para assegurar o desenvolvimento e realização das suas principais actividades de negócio: Transporte aéreo; Assistência a aeronaves; Gestão de aeródromos; Operadores turísticos. Figura 11. Enquadramento das áreas de negócio na estrutura accionista De seguida, descreve-se a área de negócio da SATA Internacional, identificando-se os seus objectivos estratégicos e relatando-se os seus principais indicadores de actividade, que permitem conhecer o desempenho do ano 2011. Adicionalmente, apresentam-se as perspectivas para 2012. 49 Transporte aéreo Objectivos estratégicos para o negócio O transporte aéreo de passageiros e carga constitui um dos negócios mais relevantes no contexto da actividade operacional desenvolvida pela SATA. Esta área de negócio é actualmente assegurada por duas empresas do grupo - SATA Air Açores e SATA Internacional – e engloba, para além dos serviços de operações de voo, que asseguram o transporte aéreo de passageiros e carga, os serviços de suporte associados às operações terrestres e à manutenção e engenharia de aeronaves. O actual clima económico promoveu um ambiente de contracção da procura – nacional e internacional – de serviços de transporte aéreo que exigiu às companhias aéreas o desenvolvimento de esforços acrescidos na definição de medidas de promoção da redução de custos sem, no entanto, colocar em causa a qualidade do serviço prestado aos passageiros. Nesse sentido, a adopção de medidas de controlo de custos (nomeadamente combustível) tornou-se imperativa, a par da necessidade de desenvolver medidas de optimização dos recursos existentes através de um maior esforço de planeamento de frota e tripulações. Para além de seguir a tendência do sector para redução de custos e optimização de recursos, a SATA pretende apostar na oferta de serviços de transporte aéreo no mercado internacional, essencialmente nas economias europeias e americanas mais sólidas e menos expostas aos constrangimentos associados à crise económica e financeira (Estados Unidos, Norte da Europa, Alemanha e Canadá) fazendo face à contracção da procura na generalidade dos mercados. Assim, os objectivos estratégicos da SATA para a área de negócio das operações de voo traduzem-se, no caso do transporte inter-ilhas (SATA Air Açores), na optimização dos custos e obtenção de ganhos de eficiência nas operações desenvolvidas, sobretudo ao nível da frota e das tripulações. No caso do transporte doméstico e internacional (SATA Internacional), as orientações estratégicas visam apostar no reforço da competitividade internacional tirando partido das vantagens competitivas associadas à sua localização geográfica. No que respeita aos serviços de suporte relativos às operações terrestres, responsável por assegurar a totalidade dos serviços de cariz administrativo do controlo ao apoio em terra às operações de voo (handling, limpeza, catering, alfândega, entre outros), os objectivos estratégicos foram desenhados tendo em conta os objectivos gerais definidos para o transporte aéreo – nomeadamente a redução de custos. Para tal, apresenta-se como estratégica a aposta na renegociação dos principais contratos de suporte à actividade, bem como a conciliação de esforços com a área das operações de voo, no sentido de promover um serviço de transporte aéreo mais eficiente e com menores custos associados. Por sua vez, no que respeita aos serviços de suporte de manutenção e engenharia, a sua existência deriva da necessidade de assegurar e disponibilizar na SATA os meios essenciais para 50 a manutenção e reparação dos equipamentos da SATA Air Açores (serviço de manutenção e engenharia) e para a supervisão da manutenção dos equipamentos da SATA Internacional (serviço de aeronavegabilidade). Os objectivos estratégicos associados a esta área de apoio passam por assegurar o cumprimento proactivo das normas e exigências regulamentares relativas à segurança das aeronaves. Para tal, aposta continuadamente no reforço da qualidade dos equipamentos e instalações disponíveis, bem como do know-how dos seus colaboradores. Um indicador analisado nesta área de negócio é a fiabilidade de despacho, que está devidamente representada nas figuras 11 e 12, da página 44. Vendas e serviço a clientes Em 2011 foram emitidos 1.225.867 cupões para viagens na SATA, o que corresponde a €101.459.111. Estes valores, inferiores aos de 2010 em 7% e 11%, respectivamente, foram afectados, sobretudo, pelo ambiente recessivo que enquadra a nossa economia, pela redução das tarifas e pela descontinuação da rota Lisboa/Funchal. As vendas para a SATA Air Açores diminuíram 2% no ano de 2011 e representaram 18% da totalidade das vendas do Grupo. A SATA Internacional, cujas vendas foram 82% das vendas de todo o Grupo SATA, registou um decréscimo de 12% nas vendas. A actividade de vendas da SATA continuou a ter o seu pilar fundamental nos Agentes de Viagens, que foram responsáveis por 55,7% das emissões em 2011. A nossa acção aqui recebeu, contudo, uma inovação que começou a dar corpo a um trabalho diferenciado com os Agentes de Viagens on line. De assinalar o crescimento de 6,5% das vendas dos agentes de viagens sedeados no estrangeiro, resultado do esforço que fizemos em diversificar os vendedores na nossa operação na América do Norte e Europa. Prosseguiu-se, igualmente, a valorização das vendas na internet, através do www.sata.pt, parte integrante dos canais de venda directos da SATA, que continuaram a ter o mesmo mix. Em 2011 o site da Companhia voltou a crescer, embora a taxa bem mais moderada do que os crescimentos dos anos anteriores, e foi responsável por 10,4% do volume de vendas. Os dois outros canais próprios, o Contact Center e a Rede de Lojas, apresentaram decréscimos de vendas. A Rede de Lojas, que emitiu em 2011 o valor de €11,2 milhões, é o canal de vendas tradicional e o seu peso advém em grande medida das vendas que faz para a operação inter-ilhas da SATA Air Açores, uma vez que está muito bem implantada em todas as ilhas da Região. A redução das vendas no ano de 2011 está em linha com a tendência verificada nos anos mais recentes, o que 51 justificou a opção, que tem sido paulatinamente implementada, de acentuar as suas valências de promoção de serviços e de assistência a clientes. O Contact Center registou em 2011 e uma perda de vendas de 14,3%, fruto da redução das vendas da rota Lisboa/Funchal e de alguma migração de clientes para o www.sata.pt. Esta unidade de serviço assume, igualmente, importância relevante na assistência a clientes, no âmbito da qual foram realizadas mais de 250000 chamadas telefónicas no ano a que nos estamos a reportar. Em suma, são 4 os principais canais de venda da SATA, conforme figura seguinte. Figura 12. Principais canais de venda da SATA Web sales Rede de lojas Canais de venda SATA Contact Center Agentes de viagens Reforçou-se o trabalho iniciado em 2010 no segmento corporate o que possibilitou o seu crescimento em 7%. O segmento lazer, que teve um desempenho notável no primeiro semestre do ano, sofreu um decréscimo de 17,4% do volume de vendas e de 0,6% nos cupões emitidos, fruto do encerramento da rota Lisboa/Funchal. Neste segmento há assinalar os crescimentos obtidos na rota Lisboa/Porto Santo, operada somente no Verão, e no eixo Ponta Delgada/Madeira/Canárias, onde a oferta de voos se estendeu a todo o ano. As dificuldades económicas que Portugal enfrenta sublinharam a importância de outros mercados que a SATA trabalhou com maior atenção. Para além do mercado alemão, onde se obteve um crescimento de 32,9% nas vendas, devem destacar-se os desempenhos no Reino Unido, mais 46,1% de vendas e França, com um crescimento das vendas de 21,4%. Dinamarca e Suécia foram os países escandinavos para onde a SATA operou em 2011, para cujas rotas também se registaram crescimentos de vendas interessantes de, respectivamente, 64% e 17%. 52 Os resultados dos inquéritos a bordo, que são feitos periodicamente, e da monitorização das chamadas telefónicas do Contact Center, bem como os seus índices de desempenho, dos quais se destacam o nível de serviço, que foi de 76,2%, e a redução das chamadas abandonadas em 35,3%, certificam a eficácia do trabalho realizado e, no caso do Contact Center, os ganhos de competitividade alcançados por força da não contratação de pessoal sazonal. Apesar de em 2010, fruto das irregularidades operacionais provocadas pelas cinzas vulcânicas, se ter registado um volume anormalmente alto de reclamações, a verdade é que em 2011 esse número reduziu-se em cerca de 50%, o que sendo, igualmente, demonstrativo da melhoria da qualidade de serviço, também promoveu uma redução do prazo médio de resposta aos clientes reclamantes, o que é positivo. Com a preocupação de garantir sempre uma qualidade compatível com o crescente nível de exigência dos clientes foram actualizados os manuais de atendimento presencial e telefónico e elaborado um plano de contingência para casos de atrasos prolongados na placa, que o Departamento de Transportes dos EUA introduziu na lista de requisitos para operar em aeroportos americanos. A SATA continuou a acompanhar o programa da IATA, designado Automated Baggage Rules, destinado a uniformizar as regras aplicáveis ao transporte de bagagem, e a integrar o projecto inter-empresas destinado a melhorar a qualidade de serviço prestado ao passageiro no Aeroporto João Paulo II, em Ponta Delgada. Em 2011 o SATA Imagine ganhou 12416 novos membros e atribuiu 351.946.665 milhas, menos 6% do que em 2010, facto que é explicado pela redução da actividade dos membros que voavam na rota Lisboa/Funchal e também por alguns ajustamentos que foram feitos nas regras de atribuição das milhas. Regista-se a evolução muito favorável das actividades em parceiros, mais 34%, que promoveram um crescimento de 11% das milhas concedidas ao abrigo de parcerias. O maior número de oportunidades para obtenção de milhas e uma boa dinâmica de campanhas, resultaram num crescimento de 26,4% de milhas redimidas. No quadro da política de valorização do nosso site de vendas e dentro do enorme esforço de inovação que a SATA está a fazer, foi lançado a 10 de Outubro o Award Shoper, o qual possibilita aos membros do programa de fidelidade da SATA a aquisição online; de forma cómoda, rápida e segura; de bilhetes com milhas. Desse dia até 31 de Dezembro foram emitidos 465 bilhetes, adquiridos com a redenção de 4.306.700 milhas. Também no âmbito da política de inovação da Empresa começaram-se os trabalhos de criação de um programa de fidelidade para o segmento corporate, desenvolveu-se uma plataforma para suportar a venda de ancillary services. 53 Em 2011 foram, igualmente, iniciado o desenvolvimento do SATA4Agents, um site exclusivo para agentes de viagens, já lançado em 2012. Visa-se com esta plataforma reforçar a relação de cooperação da Companhia com os agentes de viagens. Esta ferramenta, disponível em português, inglês e alemão, inclui conteúdos multimédia sobre os Açores, fruto da parceria com a Associação de Turismo dos Açores, e possibilitará a desmaterialização a agilização de um conjunto de transacções entre a SATA e os agentes de viagens. O mobile check-in e o mobile boarding pass foram, contudo, as principais inovações lançadas em 2011, porque se trataram do primeiro passo para uma mudança radical na forma como os passageiros se vão relacionar com as companhias, nomeadamente com a SATA, porque foi a SATA a primeira companhia portuguesa a oferecer o serviço e a segunda a oferecê-lo em Portugal, uma vez que só uma das companhias estrangeiras a operar em Portugal o fazia. Existem ainda outras iniciativas realizadas em 2011 que dão resposta à filosofia SATA clientcentric, com destaque para o trabalho desenvolvido no âmbito do Customer Experience Development e no Costumer Care e Regulamentação. As mesmas podem ser consultadas com detalhe no Relatório de Sustentabilidade da SATA. 54 Actividade Operacional – o ano de 2011 A área de negócio de transporte aéreo da SATA assegura o transporte de passageiros e carga em diversas redes: Rede Doméstica da SATA Internacional: assegura as ligações entre a Região Autónoma dos Açores, o Continente e a Região Autónoma da Madeira; Rede Regular Europa da SATA Internacional: assegura as ligações entre as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira a diversos países na Europa; Rede América do Norte da SATA Internacional: assegura as ligações entre a Região Autónoma dos Açores e o Continente Português com os Estados Unidos da América e o Canadá; Actividade Charter da SATA Internacional Operações de voo No decurso do ano de 2011 a performance do transporte aéreo (considerando apenas a rede comercial e não as operações realizadas sob o código de outras companhias) registou melhorias significativas, essencialmente ao nível dos índices de pontualidade e regularidade, resultado do trabalho desenvolvido pelas equipas operacionais e da estabilização do processo de renovação da frota, em 2011. Por outro lado, 2010 foi um ano particularmente afectado por condições meteorológicas adversas que conduziram ao fecho do espaço aéreo europeu, o que teve impactos significativos ao nível dos índices de regularidade e pontualidade. Figura 13: Indicadores gerais de actividade SATA Internacional 2011 2010 Var (%) 2009 Var (%) Voos Realizados 7.109 7.717 -9% 7.081 9% KM percorridos 14.570.171 15.525.524 -7% 13.975.493 11% ASK (milhões) 2.748 2.940 -7% 2.646 11% RPK (milhões) 2.106 2.215 -5% 1.868 16% Load-Factor RPK/ASK (%) 77% 75% 1% 71% 5% ATK (milhões) 359 385 -7% 360 7% TKP (milhões) 205 216 -5% 193 11% Load-Factor TKP/ATK (%) 57% 56% 1% 54% 2% Pontualidade (%) 82% 70% 12% 73% -3% Regularidade (%) 100% 98% 2% 99% -2% Relativamente aos serviços de suporte que constituem o apoio fundamental ao desempenho da área de negócio de transporte aéreo, importa destacar os serviços associados às operações terrestres e à manutenção e engenharia. 55 Operações terrestres Relativamente às operações terrestres, constituem um serviço adicional que permite assegurar a eficiência da actividade associada ao transporte de passageiros e carga. No que concerne a este tipo de serviços, o ano de 2011 ficou igualmente marcado pelos esforços desenvolvidos no sentido da racionalização de custos. Neste contexto, importa salientar o trabalho desenvolvido pelo Departamento de Operações Terrestres, em colaboração com a consultora JCBA, no sentido de assegurar a diminuição dos custos associados aos contratos de handling; bem como o conjunto de acções concertadas levadas a cabo entre a Direcção de Operações de Voo (DOV) e o Departamento de Operações Terrestres (DOT), com vista à redução dos custos de combustível e manutenção. No que se refere à renegociação dos contratos de handling, verificou-se uma redução de custos transversal aos diversos contratos, que totalizou um valor de 308 milhares de euros. A par dos contratos de handling, importa referir o projecto de renegociação dos principais contratos de catering existentes, nomeadamente com a Cateringpor. Como resultado do processo negocial levado a cabo ao longo de 2011, a SATA conseguiu estabelecer novas condições contratuais com a Cateringpor que se traduziram em reduções significativas. No seguimento dos esforços desenvolvidos para promoção do ambiente de racionalização de custos são de salientar, igualmente, as poupanças efectuadas ao nível do catering fornecido a bordo através de diversas iniciativas como a escolha de menus mais adequados e a aplicação da filosofia de double catering3. SATA Internacional A SATA Internacional procedeu a ajustamentos da sua oferta, com particular incidência nas rotas domésticas, como medida essencial para fazer face aos constrangimentos económicos registados. O foco acentuado na redução de custos traduziu-se no corte de frequências oferecidas e num esforço de maior utilização da frota narrow-body em detrimento da frota wide-body. Por outro lado, verificou-se a tendência para utilização dos aviões turbo-propulsores da SATA Air Açores, nas ligações entre os arquipélagos atlânticos (Açores, Madeira e Canárias) e também entre a Madeira e Faro, tirando proveito dos seus níveis de eficiência e maior capacidade de adequação aos volumes de tráfego nas rotas em causa 4. Acção desenvolvida nas rotas PDL/MAN, PDL/FRA, PDL/MAD, PDL/BCN, FNC/, FNC, FNC/Províncias Francesas, FNC/ORY, FNC/CDG, FNC/ZRH 3 Tal repercutiu-se num total de 659 voos subcontratados pela SATA Internacional à SATA Air Açores em 2011, num total de 1.154 block-hours. 4 56 No que respeita aos principais indicadores operacionais relativos ao transporte aéreo, no ano de 2011, a SATA Internacional realizou mais de 7 mil voos, transportando um total de 889 mil passageiros e conseguindo níveis de load-factor de 76,6% na SATA Internacional. Figura 19: Indicadores operacionais do transporte de passageiros por rota R.A.A. - R.A.M. – Continente Continente - R.A.M. Nº voos 2011 Var (%) 3.364 -1% 971 -36% Nº passageiros 2011 Var (%) 422.853 -5,1% 103.367 41% Subtotal 4.335 526.220 Rota Europa - R.A.M. Europa - R.A.A. 580 359 Subtotal 939 EUA Canadá 449 491 Subtotal 940 Charter Total 895 7.109 -7% -0,2% 55.283 36.207 Load-factor 2011 Var (%) 75% 1% 66% 4% 3% 10% 77% 68% 14% -4% -1% -9% 81% 75% -0,8% 2% 11% 85% 76,6% 0,5% 91.490 -4% -6% 69.250 77.739 146.989 11% 124.362 889.061 No que respeita aos principais indicadores de desempenho relativos ao ano de 2011, importa salientar o incremento verificado ao nível da actividade charter desenvolvida pela SATA Internacional. Nas restantes rotas verificou-se uma ligeira diminuição nos indicadores operacionais face ao ano anterior, que deriva essencialmente da actual conjuntura económica actual (e.g.: suspensão da rota Funchal-Lisboa). No que respeita à actividade de carga e correio são de salientar quebras verificadas ao nível do serviço prestado pela SATA Internacional – de 12% e 19% respectivamente – motivadas, de igual modo, pela actual conjuntura económica. Figura 20: Indicadores operacionais do transporte de carga e correio Total de carga (kg) Total de correio (kg) Total 5.251.340 -13% 1.386.522 -23% 6.637.862 -15% No que respeita ao volume de receitas registado em 2011, a actividade operacional da SATA Internacional cifrou-se em cerca de 157,5 milhões de euros, para os quais o tráfego de passageiros contribuiu em cerca de 80%. 57 Figura 21: Receitas de actividade operacional 2011 Var (%) 126.245.685 2% Carga e Correio 6.752.712 -51% Charter + ACMI Receita Global 24.457.076 157.455.474 12% -1% Passageiros Perspectivas para 2012 Para o ano de 2012 os responsáveis pelo negócio de transporte aéreo perspectivam a necessidade de desenvolver acções que visem o cumprimento dos objectivos estratégicos definidos para o negócio: redução de custos, aposta na inovação e crescimento nos mercados internacionais. Ao nível da redução de custos, a área de negócio do transporte aéreo pretende manter a estratégia seguida em 2011 de aposta na optimização dos recursos existentes, através do desenvolvimento de esforços ao nível do planeamento de frota e tripulações. No caso da SATA Internacional, e tirando partido do regime de liberalização em que actua, as perspectivas para 2012 passam pela optimização das rotas existentes, através de ajustamentos à oferta. No que respeita à inovação, a área de negócio das operações de voo beneficiará, em 2012, de novos desenvolvimentos ao nível da ubiquidade da internet no PC e nos Smartphones, numa lógica de paperless experience. Ao nível do crescimento nos mercados internacionais a SATA prevê, para o ano de 2012, a consolidação na presença de mercados estratégicos na América do Norte e na Europa. Nesse sentido, prevê-se a celebração de acordos e parcerias no mercado americano, que visa aumentar a presença da SATA, enquanto companhia aérea, neste mercado em crescimento, em particular nos EUA e Canadá. No caso da Europa, a SATA prevê para 2012 aumentar a presença nos mercados da Alemanha e Dinamarca. Relativamente à Alemanha, as perspectivas para 2012 incluem o prolongamento da operação Frankfurt que permitirá um aumento de 48% dos lugares oferecidos em relação a 2010, bem como o aparecimento da operação de Munique (via Porto), permitindo tirar partido do mercado da Baviera, da zona ocidental da Áustria e do norte da Suíça. Quanto à Dinamarca, de salientar a operação Copenhaga que surgirá em 2012 com o intuito de funcionar como elo de ligação da SATA a toda a zona norte da Europa, em particular a Escandinávia e o Báltico. Para 2012, a SATA pretende ainda, assegurar o investimento contínuo em novas tecnologias de ponta que garantam a manutenção dos elevados standards de qualidade, rigor e exigência que têm vindo a ser característicos deste sector de actividade. 58 2.5) Gestão de Risco e Controlo Interno Principais riscos da SATA Para a SATA, a gestão de risco assume uma importância fundamental na sua actividade na medida em que, diariamente, está exposta a um conjunto de eventos que podem provocar danos com impactos relevantes nas operações. Na companhia existe uma metodologia de Gestão de Risco definida bem como os owners pela sua gestão. Ambos estão descritos no Relatório de Governo da Organização, no capítulo de Gestão de Risco e Controlo Interno. De seguida apresentam-se os riscos da SATA, que segundo a Gestão, são aqueles cuja ocorrência provocaria um dano relevante na preposição de valor da companhia, comprometendo a execução da sua estratégia. A apresentação dos riscos não pretende ser exaustiva e segue a Matriz de riscos definida metodologicamente, que os classifica e divide entre riscos Estratégicos, Operacionais, Hazard e Financeiros. Riscos Estratégicos Regulamentação do sector O sector dos transportes aéreos é um sector muito regulamentado, pelo que quaisquer alterações que ocorram têm um impacto significativo nas operações diárias da SATA. O Gabinete Jurídico SATA conta com a colaboração de um elemento da Gestão que em conjunto asseguram a monitorização dessas alterações regulamentares. Sindicatos Existem na SATA várias unidades sindicais (percentagem de colaboradores sindicalizados representa cerca de 80%) sendo necessário gerir os processos de negociação entre essas unidades e a SATA de forma a alinhar os interesses entre as partes. Na SATA adopta-se uma postura de comunicação e diálogo com as unidades sindicais, assegurada pelo Gabinete de Relações Laborais. Recursos Humanos Na SATA, este activo assume uma grande importância estratégica na medida em que os seus colaboradores são considerados um activo que a SATA pretende reter e valorizar nos seus quadros. A SATA promove uma cultura de “porta aberta” na qual os colaboradores se devem sentir à vontade para contactar e comunicar com a Gestão. 59 Marca A marca SATA tem um valor elevado para a Região Autónoma dos Açores, e tem vindo a assumir--se como uma marca de destaque nos mercados onde opera. No Centro Corporativo da SATA, existe um Departamento de Comunicação e Marketing que monitoriza regularmente a marca, os seus atributos e a sua exposição. Riscos Operacionais Safety & security Para a SATA, a saúde e a segurança dos colaboradores e clientes são uma prioridade. A SATA tem em curso o projecto de implementação do Safety Managament System (SMS). Este projecto visa a gestão dos riscos de safety & security, cobrindo ainda as áreas de saúde, meio ambiente e, em geral do sector aéreo. Os processos de auditoria interna e externa e os planos de formação assumem um papel importante na mitigação do deste risco. Sistemas de informação Todas as áreas de negócio da SATA são suportadas por equipamentos e ferramentas informáticas, que funcionam em interfaces definidos para garantir a fiabilidade, a segurança e a disponibilidade da informação de forma adequada. A SATA dispõe de um Departamento de Sistemas de Informação que monitoriza todos os sistemas existentes e apoia as áreas/ departamentos /gabinetes na implementação e execução de novos projectos. Falhas de fornecimento de terceiros Como qualquer companhia aérea, a SATA tem de subcontratar serviços externamente que são fundamentais para garantir o sucesso das suas operações, como a segurança, a limpeza os serviços de catering, a Polícia, os Bombeiros e os meteorologistas. Existe um director em cada unidade operacional que assegura a gestão dos acordos e dos contratos requisitos definidos. Além efectuados com os prestadores de serviço. Este director conta também com a colaboração do membro do Conselho de Administração, responsável do pelouro. Planeamento e rotas Fazer um bom planeamento das rotas com os equipamentos necessários, com antecedência, é fundamental para garantir o sucesso das operações e a satisfação dos clientes. Em cada estação IATA é elaborado o Plano Operacional que define, para cada período, quais as rotas a realizar. Também, na mitigação deste risco, as auditorias das entidades creditadas asseguram o cumprimento das boas práticas em planeamento e rotas nos procedimentos da SATA. Riscos Hazard Desastres naturais e sociais Eventos climáticos como maremotos, terramotos, nevoeiros fortes e cinzas vulcânicas e eventos sociais como guerras civis, greves, acções terroristas são difíceis de gerir e além de provocarem constrangimentos sociais, podem acarretar perdas de receitas significativas e/ou custos adicionais para a SATA. hedging com vista à mitigação do risco cambial. 60 Existe na SATA um Grupo de Gestão de Emergência que actua em conformidade com o Emergency Procedures Manual que identifica para todas as tipologias de acidentes/incidentes, as políticas de actuação, deveres e responsabilidades, planos de assistência a passageiros e famílias, procedimentos de gestão da relação com os media e planos de treino e formação. Riscos políticos A SATA é uma empresa detida a 100% por capitais públicos que vê a sua actividade dependente de alterações políticas regionais e na legislação nacional. No sentido de se estar preparada para estas eventuais alterações, a SATA promove uma postura de diálogo diário com o seu accionista garantindo-lhe o feedback sobre o cumprimento dos objectivos definidos. Danos na frota Para realizar a sua actividade, a SATA necessita de dispor dos equipamentos adequados, aptos e capazes para garantir que as operações reúnem todas as condições de segurança. As empresas de transporte aéreo da SATA possuem uma certificação para a prática de voos comerciais (AOC – Air operator’s certificate) que, para a manter, implica um esforço diário monitorização atenta e cuidada com os diário da receita assegurando deste, através da contratualização de seguros, assegura a sua mitigação. Riscos Financeiros Preço do JetFuel O consumo de JetFuel na SATA, anualmente, ascende a cerca de 72 milhões de toneladas, sendo que qualquer alteração no seu preço provoca um impacto muito significativo nos resultados operacionais da SATA. Para mitigar este risco a SATA contrata operações de hedging que podem ir até 80% do valor total de consumo anual, num horizonte temporal de 24 meses. Risco cambial A exposição da SATA a este risco ocorre do desequilíbrio entre receitas e gastos em moedas estrangeiras. Na SATA as divisas transaccionadas são o Dólar Canadiano, o Dólar Americano e a Libra Esterlina. Para mitigar este desequilíbrio, é efectuada uma conciliação entre pagamentos e recebimentos nas divisas internacionais quantificando-se deste modo a exposição às moedas referidas, podendo ser contratadas operações de Existem ainda transacções noutras divisas estrangeiras sem terem no entanto a relevância das enumeradas, razão pela qual não é contratada qualquer operação de hedging. Risco de crédito A SATA, na gestão das relações comerciais com os seus clientes, está exposta a um risco de crédito na medida e que a sua contraparte pode não cumprir com as suas obrigações contratuais. Para mitigar este risco, a SATA conta com um Departamento de Contas a Receber que monitoriza o processo de cobrança, assegura o cumprimento da política de crédito definida e o cumprimento dos termos contratuais definidos. Revenue Managment As receitas da SATA estão condicionadas pelas condições económicas e financeiras dos mercados onde opera. Actualmente, destaca-se o mercado português, pela crise económica que atravessa, com impactos directos no poder de compra e restantes condições sociais. O Departamento de Revenue Managment da SATA garante a gestão e controlo Sistema de controlo interno 61 que as melhores tarifas são colocadas à disposição dos clientes, ao mesmo tempo que zela pela posição financeira de médio e longo prazo da companhia. Cobertura de CO2 Ao abrigo da legislação emitida pelo Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE), as companhias áreas cujos voos têm destino ou origem num aeródromo situado no território de um EstadoMembro da União Europeia, devem monitorizar as quantidades emitidas e assegurar o seu reporte. A cada companhia aérea são atribuídas licenças de emissão por rateio proporcional ao valor que as companhias reportaram como medida da actividade no ano anterior (Ton x Km). Para a monitorizar a SATA enviou em Março de 2011 o Relatório de Emissões de CO2, exigida pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Também para a contabilização das quantidades de CO2 emitidas, assegura o seu registo trimestral, numa ferramenta desenvolvida internamente de inventário dessas quantidades. Para assegurar a mitigação dos riscos a que está exposta, a SATA adopta um conjunto de processos e controlos chave que permitem criar um ambiente de controlo, suficientemente robusto para minimizar essa exposição. O sistema de controlo interno da SATA assenta em 3 princípios fundamentais: Focus no cliente – a SATA, através das iniciativas recentemente desenvolvidas a todos os níveis da organização, nas quais o projecto interno The Quality & You assume um papel relevante, tem promovido uma cultura client-centric junto dos seus stakeholders internos. O objectivo, a nível de controlo interno, é garantir que existem na organização processos, procedimentos e controlos que asseguram a prestação de um serviço de qualidade ajustado às reais necessidades do cliente SATA; Eficiência e eficácia operacional – a inovação faz parte da estratégia da SATA, constituindo inclusive, um dos seus valores corporativos. A aposta da SATA na criação de novas aplicações e instrumentos, assentes numa forte componente tecnológica, temse revelado bastante positivas já que se traduzem em ganhos de eficiência e eficácia quer nas actividades operacionais quer nas estruturas de back office; Divulgação da informação financeira – na SATA são adoptados um conjunto de controlos que asseguram a fiabilidade das contas e do reporte das demais peças de informação financeira. Como exemplo apresentam-se, entre outros, a existência de um Departamento de Controlo de Gestão que garante o controlo orçamental, numa base periódica; a existência de um Técnico Oficial de Contas que monitoriza e supervisiona, com a revisão do Revisor Oficial de Contas, todo o processo de elaboração das Demonstrações Financeiras anuais das empresas individuais do Grupo SATA e ainda a supervisão do Conselho de Administração da SATA, durante todo o processo de preparação e revisão dos relatórios de Gestão, Governo e Sustentabilidade elaborados; Para uma análise mais completa e detalhada do ambiente de controlo interno da SATA bem como dos seus procedimentos, iniciativas e manuais, consultar o capítulo 2 do Relatório de Governo. 62 PARTE II – Análise Económica e Financeira 63 Evolução de Resultados obtidos em 2009-2011 (milhares de euros) Unidade: mEuros (mil Euros) 2009 2010 2011 Rendimentos Operacionais 167.250 177.248 168.846 Gastos Operacionais 166.794 181.227 168.408 Resultados operacionais 456 -3.979 438 Act. Financiamento (Ganhos/Perdas) -86 -166 -1.195 Resultados Antes de Impostos 370 -4.145 -757 Imp. Rend. Exercício -935 267 -172 Resultado líquido do exercício -565 -3.877 -930 Resultado Operacional Resultado Líquido Gastos e Proveitos Operacionais Unidade: mEuros (mil Euros) 2009 2010 2011 Transp. Reg. PAX 115.310 114.861 101.762 Transp. CH. PAX 16.227 15.508 24.457 6.793 7.237 7.170 28.920 39.641 35.457 Rendimentos Operacionais 167.250 177.248 168.846 FSE 126.263 139.905 134.010 Gastos Pessoal 27.294 29.429 28.421 Outros Gastos e Perdas 13.237 11.893 5.977 166.794 181.227 168.408 456 -3.979 438 Subsidios Outros Rend. e Ganhos Gastos operacionais Res. Operac. antes de Gastos de Financ. e Imp. 64 Rendimentos Operacionais (mEur) Rendimentos Operacionais 177.248 168.846 167.250 2009 2010 2011 2010 A evolução dos rendimentos operacionais reflecte O.Pv.Op. 22% a actual conjuntura económica e respectivo impacto no volume de passageiros e carga Merc.Reg 65% transportada. Subs. 4% Face ao ano anterior ocorreram reduções de 9% e Merc.Cht 9% 14% no volume de passageiros e carga transportados, respectivamente, variações que aliadas a novas políticas tarifárias justificam o decréscimo de 13M de euros nos rendimentos provenientes do mercado regular. 2011 Importa destacar o crescimento de 6 p.p dos rendimentos provenientes do mercado Charter no total da estrutura de O.Pv.Op. 21% rendimentos da Sata Internacional, que face ao registado no exercício anterior crescem 58%, fruto da aposta na expansão neste segmento de mercado, no qual se destacam o transporte das equipas de futebol portuguesas envolvidas nas competições da UEFA. Gastos Operacionais (mEUR) 65 Subs. 4% Merc.Cht 15% Merc.Reg 60% Gastos operacionais 181.227 168.408 166.794 2009 2010 2011 2010 Face ao ano de 2012 verificou-se um O.C.Op. 7% decréscimo de 13M de euros no total de gastos operacionais. C.C.P 16% Em termos absolutos, a maior redução de custos verificou-se na rúbrica de F.S.E, com menos 6M de euros registados em 2011 face ao valor incorrido em 2010. FSE 77% Esta redução ocorre não só por força de uma menor operação face a 2010 e respectivo impacto nos custos, mas também como consequência de iniciativas internas de redução de custos e aumento de produtividade. Em segundo plano estão as reduções 2011 decorrentes da aplicação das medidas de redução salarial no âmbito do Orçamento de O.C.Op. 3% Estado de 2012 que face a 2010 apresentam um decréscimo de aproximadamente 1M de C.C.P 17% euros. Importa destacar o esforço desenvolvido pela SATA no âmbito do aumento de FSE 80% competitividade, potenciando iniciativas de redução de custo, de aumento de eficiência e optimização da utilização e recursos cujos resultados se vão apresentando na redução das diversas rubricas de custos. 66 Unidade: mEuros (mil Euros) EBITDAR 2009 2010 2011 18.001 10.958 13.261 O aumento registado nos Resultados antes de Juros, Impostos, Gastos com Amortizações e Rendas justifica-se sobretudo pela melhoria nos Resultados Operacionais da empresa, que face ao ano de 2010 melhoram em 4,4M de euros. A melhoria deste indicador ocorre não só por via redução de Gastos Operacionais, mas também por um crescimento notável dos Rendimentos provenientes do mercado Charter, revelando assim uma clara aposta na expansão da força de vendas da SATA no segmento de mercado não regular. 67 Activo, Capital Próprio e Situação Financeira Activo Líquido (mEUR) A evolução do Activo face aos valores 58.217 registados no exercício anterior ascende aos 0,7M euros. As maiores movimentações do Activo prendem-se com a capitalização de valores referentes a grandes reparações 57.474 realizadas na frota A-313 na ordem de 3,6M euros. 2010 A variação da rubrica de Outros Activos 2011 Financeiros refere-se a um depósito a prazo cativo movimentável apenas em Dezembro de 2012, logo classificado como não corrente. A nível de Activo Corrente as variações mais significativas prendem-se com um incremento de 0,2M euros na rubrica de Adiantamentos a Fornecedores e uma redução de 1,1M de euros na rubrica de Outras Contas a Receber, fruto de transacções entre as várias empresas do Grupo SATA. Capital Próprio (mEUR) 21.982 2011 Apresenta face a 2010 uma diminuição por força da transferência do Resultado do Exercício de 2010 para Resultados transitados e movimentos nos capitais próprios de instrumentos de cobertura derivados nos 20.214 exercícios de 2011 que se encontram classificados na rubrica de Outras Variações do Capital Próprio. 2010 68 2011 Passivo (mEUR) No que diz respeito ao Passivo, o crescimento 38.003 verificado face a 2010 justifica-se sobretudo por variações no valor de mercado de instrumentos derivados de swap de taxa de juro, entre dólares americanos e canadianos registados na rubrica de Outros Passivos Financeiros e incremento na rubrica de 35.492 Fornecedores, nomeadamente TAP Maintenance&Enginnering, que face a 2010 apresentou um crescimento do saldo a 31/Dezembro. 2010 2011 Estrutura Financeira Estrutura Financeira 2008 2009 2011 Solvabilidade 18,63% 61,93% 53,19% Endividamento 84,29% 52,29% 59,84% 15,71% 47,71% 40,16% Autonomia financeira O decréscimo de 8% no valor do Capital Próprio, por integração dos resultados líquidos negativos do ano anterior, associado a crescimentos do Activo e Passivo levam a deterioração do valor dos indicadores de Solvabilidade e Autonomia Financeira. Uma redução substancial na rubrica de Passivo não corrente, melhora o indicador de endividamento, incrementando assim o peso dos Capitais Próprios no total dos Capitais Permanentes a 31 de Dezembro de 2011. Indicadores de Rendibilidade Rendibilidade 2009 69 2010 2011 Rendibilidade Operacional 0,27% -2,24% 0,26% Rendibilidade dos Capitais Próprios -6,21% -17,64% -4,60% Rendibilidade do Activo -0,98% -6,75% -1,60% A evolução positiva verificada nos resultados operacional e líquido a 31 de Dezembro de 2011 melhora significativamente os indicadores de Rendibilidade face ao verificado em 2010, com a consequente melhoria a nível de retorno do capital investido em relação ao verificado no exercício anterior. Tendo em conta que face a 2010 não se verificaram alterações de grande significância nas grandes rubricas de balanço, torna-se evidente o impacto da melhoria de resultados auferidos em 2011 e a sua importância na actual conjuntura económica em que se encontra inserida a SATA Internacional. 70 Aplicação de Resultados Nos termos das disposições legais e estatutárias, o Conselho de Administração da SATA Internacional declara que, tanto quanto é do seu conhecimento, a informação constante na documentação de prestação de contas foi elaborada em conformidade com as normas contabilísticas aplicáveis, dando uma imagem verdadeira do activo e do passivo, da situação financeira e dos resultados da SATA Internacional, e que o Relatório de Gestão expõe fielmente a evolução dos negócios, do desempenho e da posição da Empresa. Nos termos das disposições em vigor, propõe-se que o Resultado Liquido dos Exercício negativo de 929.568,85 euros – seja transferido para a conta de Resultados Transitados. Ponta Delgada, 23 de Março 2012 O Conselho de Administração António José Vasconcelos Franco Gomes de Menezes (Presidente) Luisa Maria Estrela Rego Miranda Schanderl (Administradora) Isabel Maria dos Santos Barata (Administradora) SATA Internacional Relatório e Contas 2011 Glossário Glossário – Terminologia sector da aviação ACMI - Aircraft, Crew, Maintenance, and Insurance, voos contratados em que a transportadora é responsável pelos custos relativos à aeronave, tripulação, manutenção e seguros; Agility Award – Prémio atribuído pela multinacional portuguesa OutSystems; AFTK - Available Freight Tonne Kilometer; Airbus – Fabricante de aeronaves; AOC – Air operator certificate; APA - Agência Portuguesa do Ambiente; APCER - Associação Portuguesa de Certificação; ASK - Available Seat Kilometres, número total de lugares disponíveis para venda multiplicado pelo número de quilómetros voados; ASQ - American Society for Quality; ATK - Available Tonne Kilometres, número total de toneladas disponível para passageiros, carga e correio a multiplicar pelos quilómetros voados; Bombardier - Fabricante de aeronaves; Catering - Serviços de terra responsáveis pelo abastecimento de uma aeronave com víveres, comidas e bebidas utilizadas no serviço de bordo durante o voo; CELE - Comércio Europeu de Licenças de Emissões; Charter - Voo reservado por uma agência de viagens, para a deslocação dos seus clientes; Check-In - Registo que cada passageiro deve realizar no balcão da companhia aérea antes do embarque; CO2 - Dióxido de Carbono; DEP - Dynamic Efficiency Project; Double Catering – Serviços de abastecimento único de aeronaves para percursos de ida e volta; DOT - Direcção de operações terrestres; DOV – Direcção de operações de voo; EASA - European Aviation Safety Agency; ECAC – European Civil Aviation Conference; ERA - European Regional Airline Association; 72 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 Extraleg room seat – Serviço SATA que possibilita a aquisição de um lugar nas filas mais espaçosas dos aviões; Handling - serviço de assistência ao passageiro e às aeronaves durante as operações de partida e chegada no aeroporto; Happy Flyer - programa de ajuda a todos os que têm medo de voar; IATA - International Air Transport Association; ICAO – International Civil Aviation Organization; INAC - Instituto Nacional de Aviação Civil; IOSA - IATA Operational Safety Audit; ISO - International Organization for Standardization; Jet Fuel – Combustível utilizado nas aeronaves; Kg – Quilograma; Load Factor – Coeficiente de Ocupação - RPK dividido pelo ASK; Mobile Check-in – Serviço SATA que permite fazer o check-in através do telemóvel; Mobile Boarding pass - Serviço SATA que permite fazer o embarque através do telemóvel; MOV – Movimento de aeronaves; Outsystems – Multinacional Portuguesa que reconheceu a SATA; PAX – Movimento de passageiros; RPK – Revenue Passenger Kilometres - Número total de passageiros multiplicado pelo número de quilómetros voados; SATA SGPS - SATA Sociedade Gestora de Participações Sociais; SGI - Sistema de Gestão Integrado; SGQ - Sistema de Garantia da Qualidade; SMS – Safety Management system; t – Toneladas; Táxi - Circulação da aeronave na pista; TKP - Número total de toneladas transportadas de passageiros, carga e correio a multiplicar pelo número de quilómetros voado; TMA – Técnicos de manutenção de aeronaves; Web check-in - Check-in na internet; Web Sales – Vendas na Internet; 73 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 Website - Sítio electrónico na internet. Glossário - Terminologia geral AG – Assembleia Geral; Back Office – departamentos de suporte à actividade operacional de uma organização; CA - Conselho de Administração; Contact Center - Central de Atendimento; CEO - Chief Executive Officer; CFO - Chief Financial Officer; CIO - Chief Information Officer; Compliance – Conformidade/ cumprimento; COO - Chief Operating Officer; C€ - cêntimos de euro; E-mail - Correio electrónico; INE - Instituto Nacional de estatística; Know how - série de conhecimentos, aptidões e técnicas adquiridos por alguém ou por um grupo, geralmente através da experiência; Newsletter - Comunicado, normalmente de carácter periódico, contendo informações sobre a actividade e/ou serviços de uma organização, enviado por correio electrónico aos seus subscritores; pp – Pontos percentuais; R.A.A. – Região Autónoma dos Açores; R.A.M. - Região Autónoma da Madeira; RH - Recursos Humanos; SREA – Serviço Regional de Estatística dos Açores; Stakeholders – Pessoas/grupos ou entidades com interesses numa organização; PIB – Produto Interno Bruto; FMI – Fundo Monetário Internacional. 74 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 PARTE III – Demonstrações Financeiras e Anexos 75 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 Sata Internacional - Serviços e Transportes Aéreos, S.A. BALANÇOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010 (Montantes expressos em Euros) ACTIVO 31 Dezembro 2011 31 Dezembro 2010 6 8 10 14.682.571 130.226 3.779.084 18.591.881 13.375.125 262.198 3.651.916 17.289.239 11 9 9 12 9 13 9 4e9 607.909 6.740.159 576.731 170.987 28.127.690 1.534.849 704.287 1.162.143 39.624.755 566.579 6.783.278 368.368 125.560 29.253.473 1.205.940 1.881.600 40.184.798 58.216.636 57.474.037 5.000.000 34.574.469 491.622 329.178 (18.217.115) (1.034.952) 21.143.202 (929.569) 20.213.633 5.000.000 34.574.469 491.622 329.178 (14.339.708) (196.159) 25.859.402 (3.877.407) 21.981.995 Notas ACTIVO NÃO CORRENTE: Activos fixos tangíveis Activos intangíveis Activos por impostos diferidos Total do activo não corrente ACTIVO CORRENTE: Inventários Clientes Adiantamentos a fornecedores Estados e outros entes públicos Outras contas a receber Diferimentos Outros activos financeiros Caixa e depósitos bancários Total do activo corrente Total do activo CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO CAPITAL PRÓPRIO: Capital realizado Outros instrumentos de capital próprio Reservas legais Outras reservas Resultados transitados Outras variações no capital próprio 14 14 14 14 Resultado líquido do exercício Total do capital próprio 14 PASSIVO: PASSIVO NÃO CORRENTE: Provisões Financiamentos obtidos Total do passivo não corrente PASSIVO CORRENTE: Fornecedores Adiantamentos de clientes Estado e outros entes publicos Accionistas Financiamentos obtidos Documentos pendentes de voo Diferimentos Outras contas a pagar Outros passivos financeiros Total do passivo corrente Total do passivo Total do capital próprio e do passivo 15 7 668.942 2.498.743 3.167.685 1.900.963 3.540.149 5.441.112 16 17 12 16 7 3.12 18 17 16 12.135.848 46.594 963.778 12.130.226 1.046.760 1.362.105 400.610 4.731.131 2.018.266 34.835.318 38.003.003 58.216.636 8.825.626 138.985 875.002 12.064.264 1.038.704 1.479.043 433.531 4.953.604 242.171 30.050.930 35.492.042 57.474.037 O anexo faz parte integrante do balanço em 31 de Dezembro de 2011. O Técnico Oficial de Contas O Conselho de Administração António Jorge Ferreira da Silva António José Vasconcelos Franco Gomes de Menezes (Presidente) Luísa Maria Estrela Rego Miranda Schanderl (Administradora) Isabel Maria dos Santos Barata (Administradora) 76 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 Sata Internacional - Serviços e Transportes Aéreos, S.A. DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS POR NATUREZAS DOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010 (Montantes expressos em Euros) RENDIMENTOS E GASTOS Notas Vendas e serviços prestados Subsídios à exploração Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas Fornecimentos e serviços externos Gastos com o pessoal Imparidade de inventários ((perdas) / reversões) Imparidade de dívidas a receber ((perdas) / reversões) Provisões ((aumentos) / reduções) Outros rendimentos e ganhos Outros gastos e perdas Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos 19 19 11 20 21 11 9 15 22 23 157.754.353 7.169.935 (922.689) (134.009.950) (28.421.446) (220.518) 1.132.020 2.789.618 (2.400.682) 2.870.641 160.780.354 7.237.100 (1.047.064) (139.904.899) (29.429.415) 51.564 (281.232) (791.608) 6.699.107 (3.966.047) (652.140) (Gastos) / reversões de depreciação e de amortização Imparidade de investimentos depreciáveis / amortizáveis ((perdas) / reversões) Resultado operacional antes de gastos de financiamento e impostos 24 6 (2.433.082) 437.559 (5.806.733) 2.479.665 (3.979.208) Juros e rendimentos similares obtidos Juros e gastos similares suportados 25 25 3.471 (1.198.503) (757.473) 4.213 (169.798) (4.144.793) 10 (172.096) (929.569) 267.386 (3.877.407) (0,930) (3,877) Resultado antes de impostos Imposto sobre o rendimento do exercício Resultado líquido do exercício Resultado por acção básico 2011 2010 O anexo faz parte integrante da demonstração dos resultados por naturezas para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2011. O Técnico Oficial de Contas O Conselho de Administração António Jorge Ferreira da Silva António José Vasconcelos Franco Gomes de Menezes (Presidente) Luísa Maria Estrela Rego Miranda Schanderl (Administradora) Isabel Maria dos Santos Barata (Administradora) 77 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 Sata Internacional - Serviços e Transportes Aéreos, S.A. DEMONSTRAÇÕES DAS ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO NOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010 (Montantes expressos em Euros) Notas Posição no início do exercício de 2010 Aplicação de resultados do exercício findo em 2009 14 Alterações no exercício: Ajustamentos a instrumentos financeiros de cobertura 14 Capital próprio atribuido aos detentores do capital da empresa mãe Outros Outras instrumentos variações no de capital Reservas Outras Resultados capital próprio legais reservas transitados próprio Capital realizado 5.000.000 5.000.000 17.446.294 17.446.294 491.622 491.622 329.178 329.178 - - - - (13.775.131) (564.577) (14.339.708) - Resultado líquido do exercício de 2010 Resultado integral Operações com detentores de capital no exercício: Realização de prestações suplementares 14 Posição no fim do exercício de 2010 Notas Posição no início do exercício de 2011 Aplicação de resultados do exercício findo em 2010 14 Alterações no exercício: Ajustamentos a instrumentos financeiros de cobertura 14 5.000.000 17.128.175 17.128.175 34.574.469 491.622 329.178 (14.339.708) Capital realizado 5.000.000 5.000.000 34.574.469 34.574.469 491.622 491.622 329.178 329.178 - - - - (14.339.708) (3.877.407) (18.217.115) - 5.000.000 34.574.469 491.622 329.178 (18.217.115) Total (564.577) 564.577 - (370.060) (370.060) - 9.101.287 9.101.287 (370.060) (370.060) (370.060) (3.877.407) (3.877.407) (3.877.407) (4.247.467) (196.159) (3.877.407) 17.128.175 17.128.175 21.981.995 Capital próprio atribuido aos detentores do capital da empresa mãe Outros Outras instrumentos variações no de capital Reservas Outras Resultados capital próprio legais reservas transitados próprio Resultado líquido do exercício de 2011 Resultado integral Posição no fim do exercício de 2011 173.901 173.901 Resultado líquido do exercício (196.159) (196.159) Resultado líquido do exercício Total (3.877.407) 3.877.407 - (838.793) (838.793) - 21.981.995 21.981.995 (838.793) (838.793) (838.793) (929.569) (929.569) (929.569) (1.768.362) (1.034.952) (929.569) 20.213.633 O anexo faz parte integrante da demonstração das alterações no capital próprio para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2011. O Técnico Oficial de Contas O Conselho de Administração António Jorge Ferreira da Silva António José Vasconcelos Franco Gomes de Menezes (Presidente) Luísa Maria Estrela Rego Miranda Schanderl (Administradora) Isabel Maria dos Santos Barata (Administradora) 78 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 Sata Internacional - Serviços e Transportes Aéreos, S.A. DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA DOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010 (Montantes expressos em Euros) Notas 2011 2010 FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES OPERACIONAIS: Recebimentos de clientes Pagamentos a fornecedores Pagamentos ao pessoal Caixa gerada pelas operações (Pagamento) / recebimento do imposto sobre o rendimento Outros recebimentos / (pagamentos) 157.357.625 (132.541.450) (29.723.655) 159.000.995 (138.623.390) (29.505.553) (4.907.480) (9.127.948) (151.393) 9.926.989 (125.496) 14.783.196 Fluxos das actividades operacionais [1] 4.868.116 5.529.752 FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO: Pagamentos respeitantes a: Activos fixos tangíveis Activos intangíveis (3.602.960) (5.661) (3.608.621) (5.518.572) (120.151) (5.638.723) 3.471 3.471 748 4.213 4.961 Recebimentos provenientes de: Activos fixos tangíveis Juros e rendimentos similares Fluxos das actividades de investimento [2] (3.605.150) (5.633.762) FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO: Pagamentos respeitantes a: Financiamentos obtidos Juros e gastos similares (1.033.350) (1.198.503) (2.231.853) (1.036.711) (43.494) (1.080.205) Fluxos das actividades de financiamento [3] (2.231.853) (1.080.205) Variação de caixa e seus equivalentes [4]=[1]+[2]+[3] (968.887) (1.184.215) Efeito das diferenças de câmbio 249.430 1.354.948 Caixa e seus equivalentes no início do exercício 4 1.881.600 1.710.867 Caixa e seus equivalentes no fim do exercício 4 1.162.143 1.881.600 O anexo faz parte integrante da demonstração dos fluxos de caixa para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2011. O Técnico Oficial de Contas O Conselho de Administração António Jorge Ferreira da Silva António José Vasconcelos Franco Gomes de Menezes (Presidente) Luísa Maria Estrela Rego Miranda Schanderl (Administradora) Isabel Maria dos Santos Barata (Administradora) 79 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 Sata Internacional – Serviços e Transportes Aéreos, S.A. Anexo às demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2011 (Montantes expressos em Euros) 1 NOTA INTRODUTÓRIA A Sata Internacional – Serviços e Transportes Aéreos, S.A. (“Empresa” ou “Sata Internacional”) foi constituida em 10 de Dezembro de 1990, tendo sido designada por Oceanair – Transportes Aéreos Regionais, S.A. até 20 de Fevereiro de 1998. A Empresa é uma sociedade anónima, com sede na Avenida Infante D. Henrique, em Ponta Delgada, e que tem por objecto social a exploração da indústria de transporte aéreo comercial regular e não regular, de passageiros e respectiva bagagem, carga e correio. Em Dezembro de 2007, a Empresa ganhou o concurso relativo à exploração das rotas de serviço público entre o Continente e a Região Autónoma dos Açores e entre esta e a Região Autónoma da Madeira, em regime de code-share com a TAP para o período compreendido entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2008. Subsequentemente, no decurso do mês de Dezembro de 2008, a Empresa ganhou a concessão para o exercício de 2009, em Maio de 2009 para o exercício de 2010, e em Dezembro de 2010 para o exercício de 2011. Do mesmo modo, a Empresa em Dezembro de 2011 obteve aprovação da candidatura para as mesmas rotas para o período de 19 de Dezembro de 2011 a 18 de Dezembro de 2012. Em 31 de Dezembro de 2011, a Empresa operava com: (i) três aviões Airbus A310-304, dois dos quais são propriedade da Empresa e um em regime de locação operacional; (ii) um avião Airbus A310-325 em regime de locação financeira; e (iii) mais quatro aviões Airbus A320 em regime de locação operacional. As demonstrações financeiras anexas são apresentadas em Euros e foram aprovadas pelo Conselho de Administração, na reunião de 26 Março de 2012. Contudo, as mesmas estão ainda sujeitas a aprovação pela Assembleia Geral de Accionistas, nos termos da legislação comercial em vigor em Portugal. O Conselho de Administração entende que estas demonstrações financeiras reflectem de forma verdadeira e apropriada as operações da Empresa, bem como a sua posição e desempenho financeiros e fluxos de caixa. 80 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 2 REFERENCIAL CONTABILÍSTICO DE PREPARAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS As demonstrações financeiras anexas foram preparadas no quadro das disposições em vigor em Portugal, em conformidade com o Decreto-Lei nº 158/2009, de 13 de Julho, e de acordo com a estrutura conceptual, normas contabilísticas e de relato financeiro e normas interpretativas aplicáveis ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2011, e que se encontram consignadas, respectivamente, nos avisos 15652/2009, 15655/2009 e 15653/2009, de 27 de Agosto de 2009, os quais no seu conjunto constituem o Sistema de Normalização Contabilística (“SNC”). De ora em diante, o conjunto daquelas normas e interpretações serão designadas genericamente por “NCRF”. 3 PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS As principais politicas contabilísticas adoptadas na preparação das demonstrações financeiras anexas são as seguintes. 3.1 Bases de apresentação As demonstrações financeiras anexas foram preparadas no pressuposto da continuidade das operações, a partir dos livros e registos contabilísticos da Empresa, de acordo com as Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro. 3.2 Activos fixos tangíveis Equipamento de vôo O equipamento de vôo, adquirido em estado de uso, encontra-se reflectido no balanço ao custo de aquisição na rubrica “Activos fixos tangíveis – equipamento básico”, o qual inclui o custo de compra, quaisquer custos directamente atribuíveis às actividades necessárias para colocar os activos na localização e condições necessárias para operarem de forma pretendida, deduzido de amortizações acumuladas e perdas por imparidade acumuladas. As amortizações são calculadas sobre o valor de custo de aquisição deduzido do valor residual (10% do custo), segundo o método das quotas constantes e a partir do momento em que o bem se encontra em condições de ser utilizado, durante a vida útil estimada e respectivos componentes, nomeadamente: Reactores: 8 anos Trens de aterragem: 9 anos O valor das componentes é estimado com base no custo a incorrer na grande manutenção, sendo a vida útil acima indicada o período estimado que decorre entre cada grande manutenção da referida componente. No decurso do exercício de 2011, a Empresa procedeu à revisão das vidas úteis dos seus componentes nomeadamente reactores e, decorrente da redução no exercício de 2011 do número de horas de voo e expectativas futuras da sua manutenção, a mesma foi estendida até à vida útil total de 8 anos (4 a 6 anos em 31 de Dezembro de 2010). No caso de aviões adquiridos em estado de uso, é determinado o período remanescente entre a data de aquisição das aeronaves e o termo da sua vida útil estimada, não ultrapassando os 20 anos como vida útil total das aeronaves. Em 31 de Dezembro de 2011, os aviões da Empresa encontram-se totalmente amortizados, excepto o valor residual e parte das grandes manutenções realizadas subsequentemente à aquisição das aeronaves. 81 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 As despesas de manutenção e reparação (dispêndios subsequentes) que não são susceptíveis de gerar benefícios económicos futuros adicionais são registadas como gastos no período em que são incorridas. Atendendo ao facto que os activos fixos relacionados com equipamentos de voo encontram-se componentizados por grandes classes, quando ocorrer uma grande manutenção dos aviões a mesma é registada como activo fixo tangível e amortizada durante o período estimado até à realização da próxima grande manutenção. No caso de a grande manutenção ser antecipada, os valores líquidos contabilísticos da anterior grande manutenção serão anulados, por contrapartida da demonstração de resultados do exercício. Outros activos fixos tangíveis Os restantes activos tangíveis encontram-se registados ao custo de aquisição. As amortizações são calculadas pelo método das quotas constantes, a partir do momento em que o bem se encontra em condições de ser utilizado, sendo determinadas em função da vida útil estimada dos activos, conforme segue: Anos de vida útil Bem Equipamento básico Equipamento de transporte Ferramentas e utensílios Equipamento administrativo Outros activos tangíveis 5 - 18 5-7 5 - 12 4 - 10 3 - 20 As vidas úteis e método de amortização dos vários bens são revistos anualmente. O efeito de alguma alteração a estas estimativas é reconhecido prospectivamente na demonstração dos resultados. O ganho (ou a perda) resultante da alienação ou abate de um activo fixo tangível é determinado como a diferença entre o justo valor do montante recebido na transacção ou a receber e a quantia escriturada do activo e é reconhecido em resultados no período em que ocorre o abate ou a alienação. 3.3 Locações As locações são classificadas como financeiras sempre que os seus termos transferem substancialmente todos os riscos e benefícios associados à propriedade do bem para o locatário. As restantes locações são classificadas como operacionais. A classificação das locações é feita em função da substância e não da forma do contrato. Os activos adquiridos mediante contratos de locação financeira, bem como as correspondentes responsabilidades, são registados no início da locação pelo menor de entre o justo valor dos activos e o valor presente dos pagamentos mínimos da locação. Os pagamentos de locações financeiras são repartidos entre encargos financeiros e redução da responsabilidade, de modo a ser obtida uma taxa de juro constante sobre o saldo pendente da responsabilidade. Os pagamentos de locações operacionais são reconhecidos como gasto numa base linear durante o período da locação. Os incentivos recebidos são registados como uma responsabilidade, sendo o montante 82 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 agregado dos mesmos reconhecido como uma redução do gasto com a locação, igualmente numa base linear. As rendas contingentes são reconhecidas como gastos do período em que são incorridas. A Empresa regista como custo do exercício os encargos a incorrer no futuro com revisões gerais dos aviões em regime de locação operacional, os quais são registados na demonstração de resultados dos exercícios em função das horas voadas por cada avião, no âmbito do contrato de manutenção, em que é estabelecido o pagamento de um montante fixo por hora de vôo efectuada pela aeronave (Nota 15). 3.4 Activos intangíveis Os activos intangíveis que compreendem, essencialmente, licenças informáticas, encontram-se registados ao custo e são amortizados pelo método das quotas constantes durante um período de três anos. 3.5 Imparidade de activos fixos tangíveis e intangíveis Em cada data de relato é efectuada uma revisão das quantias escrituradas dos activos fixos tangíveis e intangíveis da Empresa com vista a determinar se existe algum indicador de que os mesmos possam estar em imparidade. Se existir algum indicador, é estimada a quantia recuperável dos respectivos activos a fim de determinar a extensão da perda por imparidade (se for o caso). Quando não é possível determinar a quantia recuperável de um activo individual, é estimada a quantia recuperável da unidade geradora de caixa a que esse activo pertence. A quantia recuperável do activo ou da unidade geradora de caixa consiste no maior de entre (i) o justo valor deduzido de custos para vender e (ii) o valor de uso. Na determinação do valor de uso, os fluxos de caixa futuros estimados são descontados usando uma taxa de desconto antes de impostos que reflicta as expectativas do mercado quanto ao valor temporal do dinheiro e quanto aos riscos específicos do activo ou da unidade geradora de caixa relativamente aos quais as estimativas de fluxos de caixa futuros não tenham sido ajustadas. Sempre que a quantia escriturada do activo ou da unidade geradora de caixa for superior à sua quantia recuperável, é reconhecida uma perda por imparidade. A perda por imparidade é registada de imediato na demonstração dos resultados na rubrica de “Perdas por imparidade”, salvo se tal perda compensar um excedente de revalorização registado no capital próprio. Neste último caso, tal perda será tratada como um decréscimo daquela revalorização. A reversão de perdas por imparidade reconhecidas em exercícios anteriores é registada quando existem evidências de que as perdas por imparidade reconhecidas anteriormente já não existem ou diminuíram. A reversão das perdas por imparidade é reconhecida na demonstração dos resultados na rubrica de “Reversões de perdas por imparidade”. A reversão da perda por imparidade é efectuada até ao limite da quantia que estaria reconhecida (líquida de amortizações) caso a perda não tivesse sido registada. 3.6 Imposto sobre o rendimento O imposto sobre o rendimento do exercício registado na demonstração de resultados corresponde à soma dos impostos correntes com os impostos diferidos. Os impostos correntes e os impostos diferidos são registados em resultados, salvo quando os impostos diferidos se relacionam com itens registados directamente no capital próprio, casos em que são registados no capital próprio. O imposto corrente a pagar é calculado com base no lucro tributável da Empresa. O lucro tributável difere do resultado contabilístico, uma vez que exclui diversos gastos e rendimentos que apenas serão dedutíveis ou tributáveis em outros exercícios, bem como gastos e rendimentos que nunca serão dedutíveis ou tributáveis. 83 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 Os impostos diferidos referem-se às diferenças temporárias entre os montantes dos activos e passivos para efeitos de relato contabilístico e os respectivos montantes para efeitos de tributação. Os activos e os passivos por impostos diferidos são mensurados utilizando as taxas de tributação que se espera estarem em vigor à data da reversão das correspondentes diferenças temporárias, com base nas taxas de tributação (e legislação fiscal) que estejam formalmente emitidas na data de relato. Os passivos por impostos diferidos são reconhecidos para todas as diferenças temporárias tributáveis e os activos por impostos diferidos são reconhecidos para as diferenças temporárias dedutíveis para as quais existem expectativas razoáveis de lucros fiscais futuros suficientes para utilizar esses activos por impostos diferidos, ou diferenças temporárias tributáveis que se revertam no mesmo período de reversão das diferenças temporárias dedutíveis. Em cada data de relato é efectuada uma revisão dos activos por impostos diferidos, sendo os mesmos ajustados em função das expectativas quanto à sua utilização futura. 3.7 Inventários Os inventários são registados ao menor de entre o custo e o valor líquido de realização. Nas situações em que o valor de custo é superior ao valor líquido de realização, é registado um ajustamento (perda por imparidade) pela respectiva diferença. As variações do exercício nas perdas por imparidade de inventários são registadas na rubrica de resultados “Perdas por imparidade em inventários” e “Reversões de ajustamentos em inventários”. O método de custeio dos inventários adoptado pela Empresa consiste no custo médio. 3.8 Activos e passivos financeiros Os activos e os passivos financeiros são reconhecidos no balanço quando a Empresa se torna parte das correspondentes disposições contratuais, sendo utilizado para o efeito o previsto na NCRF 27 – Instrumentos financeiros. Os activos e os passivos financeiros são assim mensurados de acordo com os seguintes critérios: (i) ao custo ou custo amortizado e (ii) ao justo valor com as alterações reconhecidas na demonstração dos resultados. Ao custo ou custo amortizado São classificados na categoria “ao custo ou custo amortizado” os activos e os passivos financeiros que apresentem as seguintes características: Sejam à vista ou tenham uma maturidade definida; e Tenham associado um retorno fixo ou determinável; e Não sejam um instrumento financeiro derivado ou não incorporem um instrumento financeiro derivado. O custo amortizado é determinado através do método do juro efectivo. 84 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 Nesta categoria incluem-se, consequentemente, os seguintes activos e passivos financeiros: a) Clientes e outras dívidas de terceiros Os saldos de clientes e de outras dívidas de terceiros são registados ao custo amortizado deduzido de eventuais perdas por imparidade. Usualmente, o custo amortizado destes activos financeiros não difere do seu valor nominal. As compensações financeiras atribuídas pelo Estado Português para contrapartida das obrigações de serviço público são reconhecidas no período em que se origina o direito às mesmas e registadas na rubrica de subsídios à exploração. Estas compensações financeiras são calculadas de acordo com os contratos de concessão de serviços aéreos regulares entre Ponta Delgada e Lisboa, entre Ponta Delgada e Porto e entre Ponta Delgada e o Funchal (Nota Introdutória), em função do número de passageiros transportados, residentes nas Regiões Autónomas. b) Caixa e depósitos bancários Os montantes incluídos na rubrica de “Caixa e depósitos bancários” correspondem aos valores de caixa, depósitos bancários e depósitos a prazo e outras aplicações de tesouraria. Estes activos são mensurados ao custo o qual, usualmente, não difere do seu valor nominal. c) Outros activos financeiros Os montantes incluídos em outros activos financeiros correspondem a depósitos a prazo cativos no âmbito de uma contratualização de instrumentos financeiros derivados de negociação de taxa de câmbio e são registados ao custo amortizado. d) Fornecedores e outras dívidas a terceiros Os saldos de fornecedores e de outras dívidas a terceiros são registados ao custo amortizado. Usualmente, o custo amortizado destes passivos financeiros não difere do seu valor nominal e) Financiamentos obtidos Os financiamentos obtidos são registados no passivo ao custo amortizado. Eventuais despesas incorridas com a obtenção desses financiamentos, assim como os encargos com juros e despesas similares, são reconhecidas pelo método do juro efectivo em resultados do exercício ao longo do período de vida desses financiamentos. As referidas despesas incorridas, enquanto não estiverem reconhecidas, são apresentadas a deduzir à rubrica de ”Financiamentos obtidos”. f) Outros passivos financeiros Os outros passivos financeiros incluem os instrumentos financeiros derivados. 85 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 Imparidade de activos financeiros Os activos financeiros classificados na categoria “ao custo ou custo amortizado” são sujeitos a testes de imparidade em cada data de relato. Tais activos financeiros encontram-se em imparidade quando existe uma evidência objectiva de que, em resultado de um ou mais acontecimentos ocorridos após o seu reconhecimento inicial, os seus fluxos de caixa futuros estimados são afectados. Para os activos financeiros mensurados ao custo amortizado, a perda por imparidade a reconhecer corresponde à diferença entre a quantia escriturada do activo e o valor presente dos novos fluxos de caixa futuros estimados descontados à respectiva taxa de juro efectiva original. Para os activos financeiros mensurados ao custo, a perda por imparidade a reconhecer corresponde à diferença entre a quantia escriturada do activo e a melhor estimativa do justo valor do activo. As perdas por imparidade são registadas em resultados na rubrica “Perdas por imparidade” no período em que são determinadas. Subsequentemente, se o montante da perda por imparidade diminui e tal diminuição pode ser objectivamente relacionada com um acontecimento que teve lugar após o reconhecimento da perda, esta deve ser revertida por resultados. A reversão deve ser efectuada até ao limite da quantia que estaria reconhecida (custo amortizado) caso a perda não tivesse sido inicialmente registada. A reversão de perdas por imparidade é registada em resultados na rubrica “Reversões de perdas por imparidade”. Não é permitida a reversão de perdas por imparidade registada em investimentos em instrumentos de capital próprio (mensurados ao custo). Desreconhecimento de activos e passivos financeiros A Empresa desreconhece activos financeiros apenas quando os direitos contratuais aos seus fluxos de caixa expiram, ou quando transfere para outra entidade os activos financeiros e todos os riscos e benefícios significativos associados à posse dos mesmos. São desreconhecidos os activos financeiros transferidos relativamente aos quais a Empresa reteve alguns riscos e benefícios significativos, desde que o controlo sobre os mesmos tenha sido cedido. A Empresa desreconhece passivos financeiros apenas quando a correspondente obrigação seja liquidada, cancelada ou expire. Instrumentos financeiros derivados e contabilidade de cobertura Os instrumentos financeiros derivados são registados inicialmente pelo seu justo valor na data em que são contratados. Em cada data de relato são mensurados ao justo valor, sendo o correspondente ganho ou perda de remensuração registado de imediato em resultados, salvo se for instrumentos financeiros designados como instrumentos de cobertura. Quando forem designados como instrumentos de cobertura, o correspondente ganho ou perda de remensuração deve ser registado em resultados quando a posição coberta afectar resultados. Um instrumento financeiro derivado com um justo valor positivo é reconhecido como um activo financeiro na rubrica “Outros activos financeiros”. Um instrumento financeiro derivado com um justo valor negativo é reconhecido como um passivo na rubrica “Outros passivos financeiros”. A Empresa designa como instrumento de cobertura instrumentos financeiros derivados, no âmbito de operações de cobertura dos riscos de exposição à variabilidade de taxa de juro, do risco cambial e do risco de preços de mercadorias (jet fuel) no âmbito de um compromisso ou de uma transacção futura de elevada probabilidade, relativo aos contratos por si celebrados directamente ou por intermédio do seu accionista. 86 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 Os critérios para a aplicação das regras de contabilidade de cobertura são os seguintes: Adequada documentação da operação de cobertura; O risco a cobrir é um dos riscos descritos na NCRF 27 – Instrumentos financeiros; É esperado que as alterações no justo valor ou fluxos de caixa do item coberto, atribuíveis ao risco a cobrir, sejam praticamente compensadas pelas alterações no justo valor do instrumento de cobertura. No início da operação da cobertura, a Empresa documenta a relação entre o instrumento de cobertura e o item coberto, os seus objectivos e estratégia de gestão do risco e a sua avaliação da eficácia do instrumento de cobertura a compensar variações nos justos valores e fluxos de caixa do item coberto. Cobertura de risco de variabilidade de taxa de juro, risco cambial, risco de preço de mercadorias no âmbito de um compromisso ou de uma transacção futura de elevada probabilidade e risco de investimento líquido numa operação estrangeira As variações no justo valor dos instrumentos financeiros derivados designados como instrumento de cobertura no âmbito de cobertura de risco de variabilidade de taxa de juro, risco cambial, risco de preço de mercadorias no âmbito de um compromisso ou de uma transacção futura de elevada probabilidade e risco de investimento líquido numa operação estrangeira são registadas no capital próprio na rubrica “Outras reservas”. Tais ganhos ou perdas registados em “Outras variações no capital próprio” são reclassificados para resultados nos períodos em que o item coberto afectar resultados, sendo apresentados na linha afectada pelo item coberto. A contabilidade de cobertura é descontinuada quando a Empresa revoga a relação de cobertura, quando o instrumento de cobertura expira, é vendido, ou é exercido, ou quando o instrumento de cobertura deixa de se qualificar para a contabilidade de cobertura. Qualquer montante registado em “Outras variações no capital próprio” apenas é reclassificado para resultados quando a posição coberta afectar resultados. Quando a posição coberta consistir numa transacção futura e não for expectável que a mesma ocorra, qualquer montante registado em “Outras variações no capital próprio” é de imediato reclassificado para resultados. 3.9 Transacções e saldos em moeda estrangeira As transacções em moeda estrangeira (moeda diferente da moeda funcional da Empresa) são registadas às taxas de câmbio das datas das transacções. Em cada data de relato, as quantias escrituradas dos itens monetários denominados em moeda estrangeira são actualizadas às taxas de câmbio dessa data. As quantias escrituradas dos itens não monetários registados ao justo valor denominados em moeda estrangeira são actualizadas às taxas de câmbio das datas em que os respectivos justos valores foram determinados. As quantias escrituradas dos itens não monetários registados ao custo histórico denominados em moeda estrangeira não são actualizadas. As diferenças de câmbio resultantes das actualizações atrás referidas são registadas na demonstração dos resultados do período em que são geradas. Os activos e passivos expressos em moeda estrangeira em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, foram convertidos para Euros utilizando as taxas câmbio vigentes na data de relato, conforme segue: USD GBP CAD 87 2011 2010 0,7732 1,1922 0,7569 0,7493 1,1609 0,7498 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 3.10 Provisões São reconhecidas provisões apenas quando a Empresa tem uma obrigação presente (legal ou implícita) resultante dum acontecimento passado, é provável que para a liquidação dessa obrigação ocorra uma saída de recursos e o montante da obrigação possa ser razoavelmente estimado. O montante reconhecido das provisões consiste no valor presente da melhor estimativa na data de relato dos recursos necessários para liquidar a obrigação. Tal estimativa é determinada tendo em consideração os riscos e incertezas associados à obrigação. As provisões são revistas na data de relato e são ajustadas de modo a reflectirem a melhor estimativa a essa data. As obrigações presentes que resultam de contratos onerosos são reconhecidas e mensuradas como provisões. Existe um contrato oneroso quando a Empresa é parte integrante das disposições de um contrato ou acordo, cujo cumprimento tem associados custos que não é possível evitar, os quais excedem os benefícios económicos derivados do mesmo. Os passivos contingentes não são reconhecidos nas demonstrações financeiras, sendo divulgados sempre que a possibilidade de existir uma saída de recursos englobando benefícios económicos não seja remota. Os activos contingentes não são reconhecidos nas demonstrações financeiras, sendo divulgados quando for provável a existência de um influxo económico futuro de recursos. 3.11 Programa de passageiro frequente “Sata Imagine” A Empresa segue o procedimento de, em condições definidas e com base nos voos efectuados, atribuir milhas aos clientes aderentes ao programa de fidelização denominado por “Sata Imagine”, as quais podem, posteriormente, ser por estes utilizados na realização de voos com condições preferenciais, nomeadamente, tarifas reduzidas. Com base no número de milhas atribuídas e não utilizadas nem caducadas no final de cada exercício, e na valorização unitária atribuída pela entidade gestora deste programa de fidelização, a Empresa regista uma provisão correspondente à estimativa do justo valor das responsabilidades a incorrer com a facilitação destas condições preferenciais aos clientes aderentes. 3.12 Rédito O rédito é mensurado pelo justo valor da contraprestação recebida ou a receber. O rédito a reconhecer é deduzido do montante estimado de devoluções, descontos e outros abatimentos. O rédito reconhecido não inclui IVA e outros impostos liquidados relacionados com a venda. O rédito proveniente da venda de bens é reconhecido quando todas as seguintes condições são satisfeitas: Os riscos e vantagens significativos associados à propriedade dos bens foram transferidos para o comprador; A Empresa não mantém qualquer controlo sobre os bens vendidos; O montante do rédito pode ser mensurado com fiabilidade; É provável que benefícios económicos futuros associados à transacção fluam para a Empresa; Os custos incorridos ou a incorrer com a transacção podem ser mensurados com fiabilidade. 88 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 O rédito proveniente da prestação de serviços é reconhecido com referência à fase de acabamento da transacção/serviço à data de relato, desde que todas as seguintes condições sejam satisfeitas: O montante do rédito pode ser mensurado com fiabilidade; É provável que benefícios económicos futuros associados à transacção fluam para a Empresa; Os custos incorridos ou a incorrer com a transacção podem ser mensurados com fiabilidade; A fase de acabamento da transacção/serviço à data de relato pode ser mensurada com fiabilidade. O rédito de juros é reconhecido utilizando o método do juro efectivo, desde que seja provável que benefícios económicos fluam para a Empresa e o seu montante possa ser mensurado com fiabilidade. Reconhecimento da receita de transportes O valor de venda do transporte de passageiros é, no momento da venda, registado como um passivo na rubrica de “Documentos pendentes de vôo”. Quando o transporte é efectuado, o valor de venda é transferido da rubrica de “Documentos pendentes de vôo” para receitas do exercício, se prestado pela Empresa, ou transferido para uma conta a pagar, caso o transporte seja efectuado por outra companhia aérea. Compensações financeiras obtidas como contrapartida de serviço público As compensações financeiras atribuídas pelo Estado Português para contrapartida das obrigações de serviço público são reconhecidas no período em que se origina o direito às mesmas e registadas na rubrica de subsídios à exploração. Estas compensações financeiras são calculadas de acordo com os contratos de concessão de serviços aéreos regulares entre Ponta Delgada e Lisboa, entre Ponta Delgada e Porto e entre Ponta Delgada e o Funchal (Nota Introdutória), em função do número de passageiros transportados, residentes nas Regiões Autónomas. Estas compensações apenas são reconhecidas quando existe uma certeza razoável de que a Empresa cumpre com as condições de atribuição das mesmas e de que estas irão ser recebidas. 3.13 Encargos financeiros com empréstimos obtidos Os encargos financeiros relacionados com empréstimos obtidos são geralmente reconhecidos como gastos à medida que são incorridos. 3.14 Juízos de valor críticos e principais fontes de incerteza associadas a estimativas Na preparação das demonstrações financeiras anexas foram efectuados juízos de valor e estimativas e utilizados diversos pressupostos que afectam as quantias relatadas de activos e passivos, assim como as quantias relatadas de rendimentos e gastos do período. As estimativas e os pressupostos subjacentes foram determinados com base no melhor conhecimento existente à data de aprovação das demonstrações financeiras dos eventos e transacções em curso, assim como na experiência de eventos passados e/ou correntes. Contudo, poderão ocorrer situações em períodos subsequentes que, não sendo previsíveis à data de aprovação das demonstrações financeiras, não foram consideradas nessas estimativas. As alterações às estimativas que ocorram posteriormente à data das demonstrações financeiras serão corrigidas de forma prospectiva. Por este motivo e dado o grau de incerteza associado, os resultados reais das transacções em questão poderão diferir das correspondentes estimativas. 89 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 Os principais juízos de valor e estimativas efectuadas na preparação das demonstrações financeiras anexas foram os seguintes: a) Provisões: i. A Empresa é uma parte constituinte de alguns processos judiciais em curso, referentes a responsabilidades perante terceiros, para os quais, com base na opinião dos seus advogados, efectua um julgamento para determinar se deve ser registada uma provisão para essas mesmas responsabilidades; ii. Relativamente ao programa de fidelização de clientes “Clube Sata”, é constituída uma responsabilidade referente aos encargos estimados com a acumulação de milhas no cartão, na medida que permite ao detentor do mesmo a acumulação de pontos de acordo com as viagens por si efectuadas. b) Perdas por imparidade de contas a receber – são calculadas tendo em consideração o risco global de cobrança dos saldos a receber. c) Perdas por imparidade de inventários – são calculadas tendo por base a diferença entre o valor de custo e o respectivo valor de realização, nos casos em que este é inferior ao custo na data do balanço. d) Perdas por imparidade de equipamento de voo e componentes – anualmente são realizadas análises à diferença entre o valor líquido contabilístico das aeronaves e seus componentes, e o respectivo valor de mercado, no sentido de determinar potenciais perdas de imparidade. e) Instrumentos financeiros derivados – os instrumentos financeiros utilizados pela Empresa são avaliados no final do exercício, obtendo-se o valor de mercado dos mesmos. f) Comissões – respeitam a comissões pagas a agentes, no final de cada ano, com base no volume de vendas desses agentes, pelo que cabe à Empresa avaliar no final de cada exercício qual a responsabilidade perante terceiros, relativamente a comissões a liquidar no futuro. g) Activos por impostos diferidos – Anualmente é realizada a avaliação se as situações geradoras de activos por impostos diferidos, nomeadamente prejuízos fiscais reportáveis, são recuperáveis no futuro. Caso sejam, são registados os respectivos activos por impostos diferidos. 3.15 Especialização de exercícios A Empresa regista os seus rendimentos e gastos de acordo com o princípio da especialização de exercícios, pelo qual os rendimentos e gastos são reconhecidos à medida que são gerados, independentemente do momento do respectivo recebimento ou pagamento. As diferenças entre os montantes recebidos e pagos e os correspondentes rendimentos e gastos gerados são registadas como activos ou passivos. 3.16 Acontecimentos subsequentes Os acontecimentos após a data do balanço que proporcionem informação adicional sobre condições que existiam à data do balanço (“adjusting events” ou acontecimentos após a data do balanço que dão origem a ajustamentos) são reflectidos nas demonstrações financeiras. Os eventos após a data do balanço que proporcionem informação sobre condições que ocorram após a data do balanço (“non adjusting events” ou acontecimentos após a data do balanço que não dão origem a ajustamentos) são divulgados nas demonstrações financeiras, se forem considerados materiais. 90 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 4 FLUXOS DE CAIXA Para efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, caixa e seus equivalentes inclui numerário, depósitos bancários imediatamente mobilizáveis (de prazo inferior ou igual a três meses) e aplicações de tesouraria no mercado monetário, líquidos de descobertos bancários e de outros financiamentos de curto prazo equivalentes. Caixa e seus equivalentes em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 têm a seguinte composição: 2011 Depósitos bancários imediatamente mobilizáveis (Nota 9) 5 ALTERAÇÕES DE POLÍTICAS CORRECÇÕES DE ERROS 1.162.143 1.162.143 2010 1.881.600 1.881.600 CONTABILÍSTICAS E No decurso dos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, não ocorreram quaisquer alterações às políticas contabilísticas, nem identificados e corrigidos erros materiais. 6 ACTIVOS FIXOS TANGÍVEIS Durante os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 o movimento ocorrido na quantia escriturada dos activos fixos tangíveis, bem como nas respectivas amortizações acumuladas e perdas por imparidade acumuladas, foi o seguinte: Equipam. básico 2011 Equipam. Ferramentas de e transporte utensílios Outros Activo fixos Equipam. activos fixos em administ. tangíveis curso Activos Saldo inicial Aquisições Transferências e abates Saldo final 46.905.420 2.267.384 49.172.804 177.242 21.063 198.305 77.046 77.046 928.748 62.266 (10.574) 980.440 752.585 11.754 Amortizações acumuladas e perdas por imparidade Saldo inicial Amortizações do exercício (Nota 24) Transferências e abates Saldo final 33.722.769 2.190.803 35.913.572 140.197 13.794 153.991 77.046 77.046 779.348 84.129 (10.509) 852.968 746.556 6.723 753.279 Activos líquidos 13.259.232 44.314 - 127.472 11.060 91 764.339 Total - 48.841.041 1.240.493 3.602.960 (10.574) 1.240.493 52.433.427 - 35.465.916 - 2.295.449 (10.509) - 37.750.856 1.240.493 14.682.571 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 Equipam. básico 2010 Equipam. Ferramentas de e transporte utensílios Outros Equipam. activos fixos administ. tangíveis Total Activos Saldo inicial Aquisições Transferências e abates Saldo final 41.551.986 5.353.434 46.905.420 177.242 177.242 77.046 77.046 867.862 67.192 (6.306) 928.748 752.104 43.426.240 481 5.421.107 (6.306) 752.585 48.841.041 Amortizações acumuladas e perdas por imparidade Saldo inicial Amortizações do exercício (Nota 24) Perdas por imparidade do exercício Alienações Transferências e abates Saldo final 30.677.168 5.525.266 (2.479.665) 33.722.769 128.407 11.790 140.197 77.046 77.046 667.065 117.841 (5.558) 779.348 707.146 32.256.832 39.410 5.694.307 - (2.479.665) (5.558) 746.556 35.465.916 Activos líquidos 13.182.651 37.045 - 149.400 6.029 13.375.125 O aumento da rubrica “Equipamento básico” no exercício de 2011, no montante de 2.267.384 Euros, respeita, essencialmente: (i) à capitalização de grandes reparações referentes a inspecções estruturais e trust das aeronaves A310-304 CS-TKN, A310-304 CS-TGV e A310-304 CS-TGU, nos montantes de, aproximadamente, 940.000 Euros, 551.000 Euros e 197.000 Euros respectivamente; e (ii) à aquisição de equipamentos sobressalentes, no montante de, aproximadamente, 300.000 Euros. A rubrica “Activos fixos em curso” em 31 de Dezembro de 2011, no montante de 1.240.493 Euros, respeita à grande reparação de um reactor, a qual se encontrava em curso no fecho do exercício. O aumento da rubrica “Equipamento básico” no exercício de 2010, no montante de 5.353.434 Euros, respeita, essencialmente: (i) à capitalização de grande reparação de dois reactores, das aeronaves A310304 CS-TGU e A310-304 CS-TGV, nos montantes de, aproximadamente, 1.950.000 Euros e 2.235.000 Euros, respectivamente; e (ii) à realização da inspecção C14 à aeronave A310-304 CS-TGU, no montante de, aproximadamente, 600.000 Euros. A Empresa tem por política registar perdas de imparidade às aeronaves quando o valor líquido contabilístico no fecho de cada exercício é inferior ao respectivo valor de mercado, pelo que em 31 de Dezembro de 2009 existiam perdas por imparidade registadas no montante de 2.849.608 Euros (429.561 Euros registados no exercício findo naquela data), as quais foram revertidas no exercício de 2010 no montante de 2.479.665 Euros e registadas na rubrica “Imparidade de investimentos depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões)”, por não se verificar aquela condição. Conforme indicado na Nota 3.2, no decurso do exercício de 2011, a Empresa procedeu à revisão das vidas úteis dos seus componentes, nomeadamente reactores e, decorrente da redução no exercício de 2011 do número de horas de voo e expectativas futuras da sua manutenção, a mesma foi estendida até à vida útil total de 8 anos (4 a 6 anos em 31 de Dezembro de 2010). O efeito da alteração das vidas úteis no decurso do exercício de 2011 correspondeu a uma diminuição dos gastos do exercício, no montante de, aproximadamente, 1.000.000 Euros. 92 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 7 LOCAÇÕES Em 31 de Dezembro de 2011, a Empresa operava com aviões em regime de locação operacional e financeira nos termos dos contratos que de seguida se descrevem: O contrato de leasing operacional do avião A320 (CS-TKJ) foi iniciado em 4 de Maio de 2004, e expirou em Maio de 2008, o qual foi prorrogado por mais 3 anos, até Maio de 2010, e posteriormente prorrogado para Maio de 2012. Tal contrato estabelece o pagamento de rendas mensais acrescidas de uma reserva de manutenção por hora de vôo, não existindo opção de compra no fim do contrato. Para garantia deste contrato a Empresa efectuou um depósito de caução a favor da ILFC no montante de 540.000 USD (Nota 9). Em Março de 2004, a Empresa assinou um contrato de aluguer operacional de dois novos aviões A320 (“CS-TKK e CS-TKL”) com a ILFC, para substituição dos dois Boeing da frota existente na altura, que entraram ao serviço da Empresa em Abril de 2005. No decurso do exercício de 2010, a posição contratual do avião A320 CS-TKL passou da ILFC para a Macquarie, tendo o contrato sido prorrogado até Maio de 2013. Para garantia deste contrato, a Empresa efectuou um depósito de caução a favor da Macquarie no montante de 605.000 USD (Nota 9). Relativamente ao avião CS-TKK, o contratado foi prorrogado até Abril de 2013 pela ILFC, tendo a Empresa efectuado um depósito de caução a favor da ILFC no montante de 600.000 USD (Nota 9). Em Maio de 2005 a Empresa assinou um contrato de aluguer operacional de um avião A310-304 (CSTKM”), que expirou em Maio de 2008, o qual foi objecto de prorrogações até Novembro de 2012, e estabelece o pagamento de rendas mensais acrescidas de uma reserva de manutenção por hora do voo, não existindo opção de compra no fim do contrato. Para garantia deste contrato a Empresa apresentou um depósito de caução a favor da ILFC no montante de 360.000 USD (Nota 9). Em Maio de 2007 a Empresa adquiriu à Austrian Airlines um Airbus A310-325 (“CS-TKN”), tendo no mesmo momento realizado a venda do activo seguido de relocação com a instituição Totta Leasing, operação que não gerou qualquer ganho / perda para a Empresa. O contrato de locação celebrado com o Totta Leasing tem termo em Maio de 2015, tendo a Empresa registado o mesmo como locação financeira. Em Maio de 2009 a Empresa assinou um contrato de aluguer operacional de um avião A320 (“CS-TKO”), por um período de seis anos. Para garantia deste contrato a Empresa apresentou um depósito de caução a favor da ILFC no montante de 1.100.000 USD (Nota 9). Locações financeiras Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 a Empresa é locatária num contrato de locação financeira relacionado com a aeronave A310-304 TKN, o qual se encontra denominado em Euros. Tal bem detido em regime de locação financeira é detalhado conforme segue: Custo Equipamento básico 17.850.079 17.850.079 93 2011 Amortiz./ perdas imp. acumuladas (12.482.489) (12.482.489) 2010 Quantia escriturada 5.367.590 5.367.590 Quantia escriturada 5.938.513 5.938.513 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 Os pagamentos mínimos da locação financeira em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 são detalhados conforme se segue: Valor presente dos pagamentos mínimos 2011 2010 (Nota 16) (Nota 16) Pagamentos mínimos Até 1 ano Entre 1 ano e 5 anos 2011 2010 1.088.692 2.521.609 3.610.301 1.080.736 3.602.298 4.683.034 1.046.760 2.498.743 3.545.503 1.038.704 3.540.148 4.578.853 No decurso do exercício findo em 2011 e 2010 foram efectuados pagamentos no total de 1.087.326 Euros e 1.073.116 Euros, respectivamente, sendo que tais valores compreendem o pagamento de capital e juros. Locações operacionais Os pagamentos mínimos das locações operacionais em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 são detalhados conforme se segue: 2011 Pagamentos mínimos não canceláveis Montante (USD) Airbus A310 Até 1 ano Entre 1 ano e 5 anos 660.000 660.000 Airbus A320 11.583.000 12.991.000 24.574.000 Euros 2010 Euros Total Total Total 12.243.000 12.991.000 25.234.000 9.466.532 10.044.901 19.511.433 11.245.699 18.458.738 29.704.437 O gasto relacionado com locações operacionais reconhecido nos exercícios findos em 31 de Dezembro 2011 e 2010 é detalhado conforme se segue: Gasto do período 2011 2010 (EUR) (EUR) Pagamentos mínimos 9.771.758 9.771.758 Os montantes acima detalhados respeitam à renda mensal paga pela Empresa aos locadores. 94 10.926.049 10.926.049 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 8 ACTIVOS INTANGÍVEIS Durante os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 o movimento ocorrido na quantia escriturada dos activos intangíveis, bem como nas respectivas amortizações acumuladas e perdas por imparidade, foi o seguinte: 2011 Outros Programas activos computador intangíveis Total Activos Saldo inicial Aquisições Saldo final 308.309 5.661 313.970 97.140 97.140 405.449 5.661 411.110 Amortizações acumuladas e perdas por imparidade Saldo inicial Amortizações do exercício (Nota 24) Saldo final 129.759 105.253 235.012 13.492 32.380 45.872 143.251 137.633 280.884 78.958 51.268 130.226 Activos líquidos 2010 Outros Programas activos computador intangíveis Total Activos Saldo inicial Aquisições Saldo final 285.297 23.012 308.309 97.140 97.140 285.297 120.151 405.448 Amortizações acumuladas e perdas por imparidade Saldo inicial Amortizações do exercício (Nota 24) Saldo final Activos líquidos 30.824 98.934 129.759 178.550 13.492 13.492 83.648 30.824 112.426 143.250 262.198 Relativamente aos intangíveis, as respectivas amortizações foram calculadas de acordo com as vidas úteis estimadas de 3 anos. 95 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 9-ACTIVOS FINANCEIROS Categorias de activos financeiros As categorias de activos financeiros em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 são detalhadas conforme se segue: ACTIVOS FINANCEIROS Disponibilidades: Caixa e depósitos bancários (Nota 4) Activos financeiros ao custo: Clientes Adiantamentos a fornecedores Outras contas a receber Outros activos financeiros Quantia bruta 2011 Perdas por imparidade acumuladas Quantia escriturada líquida - 1.162.143 1.162.143 1.881.600 1.881.600 6.740.159 576.731 28.127.690 704.287 36.148.867 37.311.010 7.420.629 368.368 29.253.473 37.042.470 38.924.070 1.162.143 1.162.143 7.445.178 576.731 28.127.690 704.287 36.853.886 38.016.029 (705.019) (705.019) (705.019) Quantia bruta 2010 Perdas por imparidade acumuladas Quantia escriturada líquida - 1.881.600 1.881.600 (637.351) (637.351) (637.351) 6.783.278 368.368 29.253.473 36.405.119 38.286.719 Em 31 de Dezembro de 2011, a rubrica “Outros activos financeiros” no montante de 704.287 Euros, respeita a um depósito a prazo cativo, o qual foi obtido numa operação de contratação de instrumentos financeiros derivados de negociação de taxa de câmbio, como prémio da operação e que apenas poderá ser movimentado com o termo da mesma, a qual terminará em Dezembro de 2012. Clientes e outras contas a receber Em 31 de Dezembro de 2011 e em 2010 as contas a receber da Empresa apresentavam a seguinte composição: 2011 Quantia bruta Correntes: Clientes Adiantamentos a fornecedores Outras contas a receber: Direcção Geral do Tesouro Voos regulares e reencaminhamentos ILFC ATA - Associação Turismo dos Açores TAP Macquire (Nota 7) Empresas do grupo (Nota 26) IVA Intracomunitário IVA Canadá Açoreana Seguros Irving Oil Outras Imparidade acumulada 2010 Quantia escriturada líquida Quantia bruta Imparidade acumulada Quantia escriturada líquida 7.445.178 576.731 8.021.909 (705.019) (705.019) 6.740.159 576.731 7.316.890 7.420.629 368.368 7.788.997 (637.351) (637.351) 6.783.278 368.368 7.151.646 18.472.787 4.556.076 1.676.627 641.009 475.093 817.419 415.402 121.782 60.565 890.930 28.127.690 36.149.599 (705.019) 18.472.787 4.556.076 1.676.627 641.009 475.093 817.419 415.402 121.782 60.565 890.930 28.127.690 35.444.580 18.867.192 3.699.602 904.300 637.478 452.407 2.625.308 324.674 142.714 595.766 227.165 776.867 29.253.473 37.042.470 (637.351) 18.867.192 3.699.602 904.300 637.478 452.407 2.625.308 324.674 142.714 595.766 227.165 776.867 29.253.473 36.405.119 96 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, o montante a receber da Direcção Geral do Tesouro tem a seguinte composição: 2011 Compensações financeiras referentes ao serviço público prestado no exercício de 2011: Reencaminhamentos (Nota 19) Voos regulares (Nota 19) Codeshare - TAP Compensações financeiras referentes ao serviço público prestado no exercício de 2010: Reencaminhamentos (Nota 19) Voos regulares (Nota 19) Codeshare - TAP Compensações financeiras referentes ao serviço público prestado no exercício de 2009: Reencaminhamentos Voos regulares Codeshare - TAP 2010 3.584.999 6.000.000 1.993.873 11.578.871 - 2.402.711 4.181.647 309.558 6.893.916 3.921.864 6.760.000 1.346.943 12.028.807 18.472.787 2.702.200 2.365.270 1.770.915 6.838.385 18.867.192 Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, o saldo a receber da ILFC nos montantes de 4.556.076 Euros e 3.699.602 Euros, respectivamente, compreende: (i) depósitos de caução entregues pela Empresa como garantias dos contratos de leasing operacional, no montante de 2.600.00 USD (2.041.723 Euros em 2011 e 1.994.208 Euros); e (ii) valores adiantados pela Empresa referentes a reservas de manutenção, nos montantes de 2.514.353 Euros e 1.705.394 Euros, respectivamente. Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, o saldo a receber da ATA – Associação do Turismo dos Açores, nos montantes de 1.676.627 Euros e 904.300 Euros, respectivamente, respeita ao valor pendente de receber de incentivos obtidos daquela instituição para algumas rotas realizadas pela Empresa na Europa, nomeadamente para Suécia, Dinamarca e Inglaterra (Nota 19). Em 31 de Dezembro de 2011, o saldo com a TAP no montante de 641.009 Euros respeita a facturas da TAP relacionadas com bilhetes emitidos pela Sata e voados na TAP, que aguardam conferência, para posterior abate de documentos pendentes de voo. Em 31 de Dezembro de 2010, o saldo a receber da Açoreana Seguros no montante de 595.766 Euros, respeita a custos incorridos pela Empresa com a manutenção realizada na aeronave TKO, após um acidente ao aterrar em Ponta Delgada, os quais foram recebidos no decurso do exercício findo em 31 de Dezembro de 2011. Perdas de imparidade A evolução das perdas por imparidade acumuladas de contas a receber nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 é detalhada conforme se segue: 2011 Saldo inicial Clientes 637.351 637.351 Aumentos 220.518 220.518 2010 Reversões Utilizações - (152.851) (152.851) 97 Saldo final 705.019 705.019 Saldo inicial 382.385 382.385 Aumentos Reversões Utilizações 348.726 348.726 (67.494) (67.494) (26.266) (26.266) Saldo final 637.351 637.351 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 O efeito líquido dos aumentos e reversões nos montantes de 220.518 Euros e 281.232 Euros, em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, respectivamente, foi registado na demonstração de resultados por naturezas na rubrica “Imparidade de dívidas a receber ((perdas) / reversões)”. 10-IMPOSTOS SOBRE O RENDIMENTO A Empresa encontra-se sujeita a Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas (IRC) à taxa de 17,5%, acrescida em 1,5% sobre o lucro tributável pela aplicação da derrama, resultando numa taxa de imposto agregada de 19%, e que pode ser elevada em 2,5% sobre a parte do lucro tributável que seja superior a 2.000.000 Euros. No apuramento da matéria colectável, a qual é aplicável a referida taxa de imposto, são adicionados e subtraídos aos resultados contabilísticos montantes não aceites fiscalmente. Estas diferenças entre o resultado contabilístico e o fiscal podem ser de natureza temporária ou permanente. Nos termos do artigo 88º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas a Empresa encontra-se sujeita adicionalmente a tributação autónoma sobre um conjunto de encargos às taxas previstas no artigo mencionado. O gasto com impostos sobre o rendimento em 31 de Dezembro de 2011 e em 31 de Dezembro de 2010 é detalhado conforme se segue: 2011 Imposto corrente e ajustamentos: Imposto corrente do exercício (Nota 12) Ajustamentos a impostos correntes de períodos anteriores Impostos diferidos: Impostos diferidos relacionados com a origem/reversão de diferenças temporárias Gasto com impostos sobre o rendimento 2010 80.000 22.510 102.510 80.000 11.720 91.720 69.586 172.096 (359.106) (267.386) Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, a reconciliação entre o gasto de imposto e o produto de lucro contabilístico multiplicado pela taxa de imposto aplicável, como segue: 2011 2010 Resultado antes de imposto (685.232) (4.144.793) Diferenças permanentes: Benefícios fiscais Provisões não aceites fiscalmente Ajustamentos não aceites fiscalmente Outros (749.000) (125.197) - Diferenças temporárias: Provisões não aceites fiscalmente Ajustamentos não aceites fiscalmente Instrumentos financeiros derivados Lucro tributável / (Prejuízo fiscal reportável) (748.066) 86.649 (416.264) (44.678) (835.879) (668.205) (270.942) (2.578.668) 740.579 (1.925.671) (8.514.025) Tributação autónoma Ajustamentos relativos ao imposto de exercícios anteriores Total de imposto corrente e ajustamentos 98 80.000 22.510 102.510 80.000 11.720 91.720 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 os prejuízos fiscais reportáveis ascendiam a 29.509.693 Euros e 27.134.648 Euros, respectivamente e detalham-se como segue: 2011 Montante Gerados Gerados Gerados Gerados em em em em 2008 2009 2010 2011 13.777.514 4.843.109 8.963.399 1.925.671 (a) 29.509.693 2010 Data 31-12-2014 31-12-2015 31-12-2014 31-12-2015 Montante 13.777.514 4.843.109 8.514.025 (a) 27.134.648 Data 31-12-2014 31-12-2015 31-12-2014 (a) – Valor estimado. No exercício de 2010, a Empresa não procedeu ao registo de activos por impostos diferidos relativos ao prejuízo fiscal gerado no exercício de 2010, por ser entendimento da Administração da Empresa que o mesmo poderá não vir a ser recuperado durante o seu período de reporte (até 31 de Dezembro de 2014). Por outro lado, no exercício de 2010 foi registado o activo por imposto diferido relativo ao prejuízo fiscal reportável de 2009, no montante de 4.843.109 Euros, dado ser entendimento da Administração da Empresa, suportada nas projecções por si realizadas com referência ao fecho do exercício findo em 31 de Dezembro de 2010, que será recuperado durante o período de reporte, nomeadamente através da implementação de um plano de redução de custos, o qual se encontra em curso. Tal activo por imposto diferido não havia sido registado em 31 de Dezembro de 2009, por não existir àquela data, expectativa de recuperação do prejuízo, dentro do período de reporte (até 31 de Dezembro de 2015). Em 31 de Dezembro de 2011, o valor dos prejuízos fiscais reportados para os quais a Empresa registou activos por impostos diferidos ascende a 18.540.429 Euros. Impostos diferidos O detalhe dos activos e passivos por impostos diferidos em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, de acordo com as diferenças temporárias que os geraram, é conforme se segue: Activos por impostos diferidos 2011 2010 Prejuízos fiscais reportáveis Provisões não aceites fiscalmente Instrumentos financeiras: De cobertura (Nota 14) De negociação Ajustamentos não aceites fiscalmente 99 3.244.575 127.099 3.244.570 285.916 242.761 140.710 23.939 3.779.084 46.012 75.418 3.651.916 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 O movimento ocorrido nos activos e passivos por impostos diferidos nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 foi como se segue: 2011 Activos por Passivos por impostos impostos diferidos diferidos Saldo inicial Efeito em resultados: Prejuízos fiscais reportáveis Provisões não aceites fiscalmente Instrumentos financeiros derivados de negociação Ajustamentos não aceites fiscalmente 3.651.916 196.749 196.749 3.779.084 Saldo final 2010 Passivos por impostos diferidos 3.336.163 5 (158.817) 140.710 (51.479) (69.581) Efeito em reservas: Instrumentos financeiros derivados de cobertura Activos por impostos diferidos - 976.012 (126.959) (489.947) 359.106 - (43.353) (43.353) 3.651.916 130.157 - (130.157) - 11-INVENTÁRIOS Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, os inventários da Empresa eram detalhados conforme se segue: Quantia bruta Mercadorias Matérias-Primas, subsidiárias e de consumo 2011 Perdas por imparidade 9.897 650.201 660.098 Quantia líquida (52.189) (52.189) 9.897 598.012 607.909 Quantia bruta 9.897 608.871 618.768 2010 Perdas por imparidade (52.189) (52.189) Quantia líquida 9.897 556.682 566.579 A rubrica “Matérias-primas, subsidiárias e de consumo” que em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 apresentam o valor líquido de imparidade no montante de 598.012 Euros e 556.682 Euros, respectivamente, respeita, essencialmente a materiais consumíveis aquando a realização de voos, nomeadamente para o catering. Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas e variação dos inventários de produção O custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas reconhecido nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2011e 2010 é detalhado conforme se segue: Saldo inicial Compras Saldo final Custo das merc. vendidas e das mat. consumidas Mercadorias 9.897 (9.897) - 100 2011 MP, subsid. consumo 608.871 964.019 (650.201) 922.689 Total Mercadorias 618.768 9.897 964.019 (660.098) (9.897) 922.689 - 2010 MP, subsid. consumo Total 659.705 669.602 996.140 996.140 (608.871) (618.768) 1.046.974 1.046.974 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 Perdas por imparidade A evolução das perdas por imparidade acumuladas de inventários nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 é detalhada conforme se segue: 2011 Saldo inicial Mercadorias Matérias-Primas, subsidiárias e de consumo Aumentos 52.189 52.189 2010 Saldo final Reversões - - 52.189 52.189 Saldo inicial Aumentos Reversões 103.753 (51.564) 103.753 (51.564) Saldo final 52.189 52.189 No decurso do exercício findo em 31 de Dezembro de 2010, as reversões de imparidade de inventários no montante de 51.564 Euros, foram registadas na demonstração de resultados por naturezas na rubrica “Imparidade de inventários ((perdas) / reversões)”. 12-ESTADO E OUTROS ENTES PÚBLICOS De acordo com a legislação em vigor, as declarações fiscais estão sujeitas a revisão e correcção por parte das autoridades fiscais durante um período de quatro anos (cinco anos para a Segurança Social), excepto quando tenham havido prejuízos fiscais, tenham sido concedidos benefícios fiscais, ou estejam em curso inspecções, reclamações ou impugnações, casos estes em que, dependendo das circunstâncias, os prazos são alargados ou suspensos. Deste modo, as declarações fiscais da Empresa dos anos de 2008 a 2011 poderão vir ainda ser sujeitas a revisão. A Administração da Empresa entende que as eventuais correcções resultantes de revisões/inspecções por parte das autoridades fiscais àquelas declarações de impostos não terão um efeito significativo nas demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2011. Em 31 de Dezembro de 2011 e em 2010 as rubricas de “Estado e outros entes públicos” apresentavam a seguinte composição: 2011 Activo Imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas Pagamentos especiais por conta Estimativa de imposto (Nota 10) Retenção na fonte Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares Imposto sobre o valor acrescentado Contribuições para a Segurança Social 101 147.000 23.987 170.987 2010 Passivo 80.000 (486) 327.864 79.019 477.381 963.778 Activo 98.000 27.560 125.560 Passivo 80.000 (608) 324.036 471.574 875.002 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 13-DIFERIMENTOS ACTIVOS Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 as rubricas do activo corrente “Diferimentos” apresentavam a seguinte composição: 2011 Rendas pagas antecipadamente Outras 1.534.849 1.534.849 Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, o valor registado na rubrica “Rendas pagas antecipadamente” nos montantes de 1.534.849 Euros e 1.205.699 Euros, respectivamente, inclui facturação antecipada da ILFC, entidade locadora das aeronaves em regime de locação operacional, das rendas do exercício de 2011 e 2010, nos montantes 1.466.078 Euros e 1.125.772 Euros, respectivamente. 14-INSTRUMENTOS DE CAPITAL PRÓPRIO Capital social Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, o capital da Empresa, totalmente subscrito e realizado, era composto por 1.000.000 acções com o valor nominal de 5 Euros cada, e é detido a 100% pela Sata Air Açores – Serviço Açoreano Transporte Aéreo, S.A.. Prestações suplementares Por deliberação da Assembleia Geral de 27 de Dezembro de 2001, o accionista único da Empresa efectuou prestações suplementares no montante de 17.446.294 Euros, as quais foram reforçadas no exercício de 2010, com a conversão de suprimentos em prestações suplementares no montante de 17.128.175 Euros, conforme deliberado em Assembleia Geral de 29 de Dezembro de 2010. As prestações suplementares, de acordo com a legislação em vigor, só podem ser restituídas aos accionistas desde que o capital próprio após a sua restituição não fique inferior à soma do capital e da reserva legal. Em 31 de Dezembro de 2011, as prestações suplementares ascendem a 34.574.469 Euros. Reserva legal De acordo com a legislação comercial em vigor, pelo menos 5% do resultado líquido anual se positivo, tem de ser destinado ao reforço da reserva legal até que esta represente 20% do capital. Esta reserva não é distribuível a não ser em caso de liquidação da Empresa, mas pode ser utilizada para absorver prejuízos depois de esgotadas as outras reservas, ou incorporada no capital. Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, a reserva legal ascende a 491.622 Euros. 102 2010 1.205.699 241 1.205.940 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 Outras variações do capital próprio Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, a rubrica “Outras variações do capital próprio” nos montantes de 1.034.952 Euros e 196.159 Euros, respectivamente, respeita ao justo valor das posições em aberto dos instrumentos de cobertura contratados naquelas datas, pela Empresa nos montantes de 1.277.713 Euros e 242.171 Euros, respectivamente (Nota 27), líquido do efeito fiscal no montante de 242.761 Euros e 46.012 Euros, respectivamente (Nota 10). O movimento nos capitais próprios dos instrumentos de cobertura derivados nos exercícios de 2011 e 2010, ascendeu a 838.793 Euros e 370.060 Euros, respectivamente. Aplicação do resultado Por deliberação das Assembleias Gerais da Empresa, realizadas em 30 de Março de 2011 e em 30 de Março de 2010, o resultado líquido negativo dos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2010 e 31 de Dezembro de 2009, nos montantes de 3.877.407 Euros e 564.577 Euros, respectivamente, foram transferidos na totalidade para a rubrica “Resultados transitados”. Distribuições De acordo com a legislação vigente em Portugal, os incrementos decorrentes da aplicação do justo valor através de componentes do capital próprio, incluindo os da sua aplicação através do resultado líquido do exercício, apenas relevam para poderem ser distribuídos aos accionistas quando os elementos ou direitos que lhes deram origem sejam alienados, exercidos, extintos, liquidados ou quando se verifique o seu uso, no caso de activos fixos tangíveis e intangíveis. Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, a Empresa não mantém incrementos patrimoniais positivos decorrentes de justo valor. Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, com excepção das reservas legais, a Empresa não tem reservas não distribuíveis. 15-PROVISÕES, PASSIVOS CONTINGENTES CONTINGENTES E ACTIVOS A evolução das provisões nos exercícios findos em 31 de Dezembro 2011 e em 2010 é detalhada conforme se segue: 2011 Saldo inicial Aumentos Reversões Utilizações 148.921 (100.000) 869.043 146.069 (723.089) 883.000 (555.000) 1.900.963 146.069 (1.378.089) - Passageiro frequente Phase out e manutenções dos aviões Processos judiciais em curso Saldo final 48.921 292.022 328.000 668.942 2010 Saldo inicial Aumentos 998.921 1.120.319 270.944 362.336 520.664 2.481.575 791.608 Passageiro frequente Phase out e manutenções dos aviões Processos judiciais em curso 103 Reversões Utilizações (850.000) (522.220) (850.000) (522.220) Saldo final 148.921 869.043 883.000 1.900.963 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 A rubrica “Passageiro frequente” refere-se aos encargos estimados com a acumulação dos pontos do cartão dos passageiros “Club Sata”, o qual permite ao detentor do mesmo a acumulação de pontos de acordo com as viagens por si efectuadas. Os aumentos e reversões desta rubrica são registados por contrapartida da rubrica “Vendas e prestações de serviços” (Nota 19). A rubrica de “manutenção dos aviões” refere-se à estimativa de custos que a Empresa terá de incorrer aquando da preparação dos aviões em regime de locação operacional para entrega às respectivas entidades locadoras e o custo com as próximas grandes manutenções nos aviões. Este montante foi apurado de acordo com as horas de vôo realizadas por cada avião e tendo em conta um custo médio por hora de vôo de cada um dos mesmos. Garantias prestadas Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, a Empresa tinha assumido responsabilidades com garantias bancárias no montante de 11.213.966 Euros e 16.084.884 Euros, respectivamente, como segue: 2011 Entidade beneficiária Estado Português Estado Português ARC Airline Reporting Corporation ExxonMobil Petroleum & Chemical BVBA Massachussets Port Authority AENA The Greather Toronto Airport Auth. Sata Express Agência Aviação Civil Cabo Verde Servisair Port of Oakland Jet Aviation Handling AG Amsterdam Airport Schiphol Fundação Inatel Fraport AG Frankfurt Services wordline H.M Customs and revenue Flufhafen Graz Bet MBH Aviapartner Nantes Atlantique Government of Canada Flufhafen Zurique AG AER Rianta Ibéria Aeroport de Paris- Orly Aeroport Nantes Atlantique Alfandega de Ponta Delgada Estado Português Região Autónoma da Madeira Montante em divisa 4.805.945 4.460.227 950.000 250.000 241.910 120.202 153.393 127.560 73.000 90.000 60.000 45.000 35.000 31.895 30.000 24.810 27.700 25.274 30.000 25.000 20.316 10.000 10.000 7.500 4.988 EUR EUR USD USD USD EUR CAD CAD EUR CAD USD CHF EUR EUR EUR GBP EUR EUR CAD CHF EUR EUR EUR EUR EUR 2010 Euros 4.805.945 4.460.227 734.540 193.300 187.045 120.202 116.103 96.550 73.000 68.121 46.392 37.017 35.000 31.895 30.000 29.578 27.700 25.274 22.707 20.565 20.316 10.000 10.000 7.500 4.988 11.213.966 104 Montante em divisa 4.805.945 4.460.227 950.000 241.910 120.202 389.091 73.000 90.000 60.000 45.000 35.000 34.571 30.000 24.810 27.700 10.671 30.000 25.000 20.316 120.202 10.000 7.500 4.988 4.909.860 10.146 EUR EUR USD USD EUR CAD EUR CAD USD CHF EUR EUR EUR GBP EUR EUR CAD CHF EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR Euros 4.805.945 4.460.227 711.835 181.263 120.202 291.740 73.000 67.482 44.958 35.988 35.000 34.571 30.000 28.802 27.700 10.671 22.494 19.994 20.316 120.202 10.000 7.500 4.988 4.909.860 10.146 16.084.884 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 16-PASSIVOS FINANCEIROS As categorias de passivos financeiros em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 são detalhadas conforme se segue: Passivos financeiros ao custo ou custo amortizado: Fornecedores Financiamentos obtidos (Nota 7) Accionistas (Nota 26) Adiantamentos de clientes (Nota 17) Outras contas a pagar (Nota 17) Passivos financeiros ao justo valor: Outros passivos financeiros: Instrumentos financeiros de cobertura (Nota 27) Instrumentos financeiros de negociação 2011 2010 12.135.848 3.545.503 12.130.226 46.594 4.731.131 32.589.302 8.825.626 4.578.853 12.064.264 138.985 4.953.604 30.561.332 1.277.713 740.553 2.018.266 242.171 242.171 34.607.568 13.646.650 Em 31 de Dezembro de 2011, os instrumentos financeiros de negociação respeitam a instrumentos derivados de swap de taxa de juro, entre dólares americanos e canadianos, tendo sido classificado como de negociação, dado que não cumpre com as regras de classificação como de cobertura. O valor de mercado deste instrumento financeiro derivado em 31 de Dezembro de 2011 ascende a 740.553 Euros. 17-ADIANTAMENTOS DE CLIENTES E OUTRAS CONTAS A PAGAR Em 31 e Dezembro de 2011 e 2010 as rubricas “Adiantamentos de clientes” e “Outras contas a pagar” apresentavam a seguinte composição: 2011 Adiantamentos de clientes (Nota 16) Outras contas a pagar (Nota 16): Empresas do grupo (Nota 26) Férias e subsídio de férias Comissões a pagar a agentes Taxas aeronáuticas Taxa de combustível Fornecedores de investimentos Outros 46.594 46.594 138.985 138.985 1.887.768 1.570.910 469.881 118.398 108.019 576.155 4.731.131 71.574 2.898.868 600.000 314.828 146.347 1.361 920.626 4.953.604 18-DIFERIMENTOS PASSIVOS Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 a rubrica do passivo corrente “Diferimentos” nos montantes de 400.610 Euros e 433.531 Euros, respectivamente, respeita a facturação referente a voos charter efectuada por antecipação, cujo a receita será reconhecida posteriormente. 105 2010 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 19-RÉDITO O rédito reconhecido pela Empresa no decurso dos exercícios findos em 31 e Dezembro de 2011 e 2010 é detalhado conforme se segue: Vendas e prestações de serviços Subsídios à exploração 2011 2010 157.754.353 7.169.935 164.924.288 160.780.354 7.237.100 168.017.454 Vendas e prestações de serviços As vendas e prestações de serviços realizadas no decurso dos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 detalham-se como segue: Prestação de serviços: Voos regulares - Nacionais - Mercado externo Operações charter: - Mercado externo Outros: - Taxa de combustível - Cedência de pessoal - Comissões - Milhas atribuídas (Nota 15) - Outros 2011 2010 51.515.726 50.245.844 101.761.570 59.917.393 54.943.893 114.861.286 24.457.076 15.508.188 24.784.918 18.169.815 2.582.691 2.298.586 (567.815) (1.743.278) 100.000 850.000 4.635.913 10.835.757 157.754.353 160.780.354 Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, os voos regulares incluem os montantes de 3.584.999 Euros e 3.921.864 Euros (Nota 9), respectivamente, relativos às indemnizações compensatórias referentes a reencaminhamentos. Em 31 de Dezembro de 2011, a rubrica “Outros” no montante de 4.635.913 Euros compreende, essencialmente, taxas de segurança (497.897 Euros), excesso de bagagem (1.026.914 Euros), taxas de serviço não regular (2.130.138 Euros). 106 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 Subsídios à exploração Os subsídios à exploração nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 têm a seguinte composição: 2011 Indemnizações compensatórias: Referentes ao exercício (Nota 9) Regularizações Incentivo ATA (Nota 9) Outros 2010 6.000.000 451.910 6.451.910 6.760.000 (629.864) 6.130.136 718.024 7.169.934 519.800 587.164 7.237.100 As indemnizações compensatórias referentes aos exercícios de 2011 e 2010, nos montantes de 6.0000.000 Euros e 6.760.000 Euros, respectivamente, são atribuídas pelo Governo da República, e relativas aos voos regulares realizados nos exercícios de 2011 e 2010, respectivamente. As regularizações de indemnizações compensatórias no exercício de 2011, no montante de 451.910 Euros, compreende regularizações líquidas relativas ao exercício de 2009 e 2010, nos montantes de menos 151.676 Euros e 603.586 Euros, respectivamente. Em 31 de Dezembro de 2010, o montante registado em “Outros” de 587.164 Euros respeita, essencialmente, a protocolos celebrados entre a Empresa e a ANA, ATA e Turismo de Portugal. 20-FORNECIMENTOS E SERVIÇOS EXTERNOS A rubrica de “Fornecimentos e serviços externos” nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 é detalhada conforme se segue: Combustíveis e lubrificantes Handling Reservas de manutenção por horas de voo Taxas aeroportuárias Rendas e alugueres Comissões Outras taxas Catering Manutenção Cedência de pessoal Seguros Outros 2011 2010 55.621.583 13.923.490 12.409.014 10.659.585 10.390.422 6.283.368 5.378.809 4.792.372 2.426.452 1.305.700 638.372 10.180.783 134.009.950 47.403.600 15.132.350 14.566.138 12.043.156 11.610.301 7.456.255 6.655.241 5.741.685 3.960.872 1.561.297 862.470 12.911.534 139.904.899 A rubrica “Rendas e alugueres” inclui os valores referentes aos contratos de leasing operacional dos quatro Airbus A320 e um Airbus A310-304 no total de 9.771.758 Euros. 107 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 21-GASTOS COM O PESSOAL A rubrica “Gastos com o pessoal” nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2011 e e 2010 é detalhada conforme se segue: 2011 Remunerações dos orgãos sociais Remunerações do pessoal Encargos sobre remunerações Seguros de ac. trabalho e doenças prof. Gastos de acção social Outros 3.000 21.988.596 4.423.753 125.430 13.268 1.867.399 28.421.446 2010 3.218 23.095.794 4.459.732 181.476 70.676 1.618.519 29.429.415 A rubrica “Remunerações dos órgãos sociais” no exercício findo em 2011 refere-se ao pagamento de remunerações aos membros do Conselho Fiscal, sendo que não foram atribuídas remunerações aos outros órgãos sociais da Empresa, uma vez que os seus vencimentos são suportados pela totalidade na Sata Air Açores. Durante os exercícios de 2011e 2010, o número médio de empregados ao serviço da Empresa foi de 633 e 625 pessoas, respectivamente. 22-OUTROS RENDIMENTOS E GANHOS Os outros proveitos e ganhos nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, têm a seguinte composição: 2011 Diferenças de câmbio favoráveis Rendimentos suplementares Venda de opções de moeda (USD) Ganhos em inventários Recuperação de dívidas a receber Outros 2.349.780 164.214 158.455 117.169 2.789.618 A rubrica “Rendimentos suplementares” compreende, essencialmente, a valores obtidas pela Amadeus, derivado da utilização do sistema de reservas desta entidade. A redução face ao exercício de 2011 decorre do facto que, a partir do exercício de 2011, a Empresa deixou de obter tais rendimentos, tendo por sua vez o gasto com a utilização dos serviços da Amadeus reduzido. 108 2010 5.124.999 1.504.806 57.131 1.057 56 11.058 6.699.107 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 23-OUTROS GASTOS E PERDAS Os outros gastos e perdas nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, têm a seguinte composição: 2011 Diferenças de câmbio desfavoráveis Garantias bancárias Venda de opções de moeda (USD) Impostos Perdas em inventários Outros 2.100.350 158.561 36.261 31.943 1.222 72.345 2.400.682 2010 3.770.051 122.455 50.436 17.822 5.283 3.966.047 24-AMORTIZAÇÕES A composição da rubrica “Gastos / reversões de depreciação e de amortização” nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 é conforme se segue: 2011 2.295.449 137.633 2.433.082 Activos fixos tangíveis (Nota 6) Intangíveis (Nota 8) 2010 5.694.307 112.426 5.806.733 25-JUROS E OUTROS RENDIMENTOS E GASTOS SIMILARES Os gastos e perdas de financiamento reconhecidos no decurso dos exercícios findos em 2011 e 2010 são detalhados conforme se segue: 2011 Juros suportados Financiamentos bancários Locações financeiras Operações de cobertura de taxa de juro variável Outros 100 53.976 76.720 1.067.707 1.198.503 Em 31 de Dezembro de 2011, a rubrica “Outros” no montante de 1.067.707 Euros compreende gastos com comissões bancárias e com garantias bancárias, nos montantes de 914.983 Euros e 152.253 Euros, respectivamente. 109 2010 2.768 36.404 126.304 4.323 169.798 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 Os juros reconhecidos no decurso dos exercícios findos em 2011 e 2010 são detalhados conforme se segue: 2011 Juros obtidos: Depósitos em instituições de crédito Outras 3.236 235 3.471 2010 4.213 4.213 26-PARTES RELACIONADAS Identificação de partes relacionadas A Empresa é detida em 100% pela entidade Sata Air Açores, sendo as suas demonstrações financeiras consolidadas na entidade Sata SGPS. Remunerações do pessoal chave da gestão No decurso dos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, ao pessoal chave de gestão da Empresa (Administração da Empresa) não foram atribuídas remunerações pela Empresa, uma vez que os seus vencimentos, são auferidos pela totalidade na Sata Air Açores. Transacções com partes relacionadas No decurso dos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 foram efectuadas as seguintes transacções com partes relacionadas: 2011 Sata Air Açores Sata Gestão Aeródromos Sata Express (EUA) Sata Express (Canadá) 110 Fornecimentos e serviços externos Prestações de serviços 5.851.785 5.851.785 2.466.039 116.652 2.582.691 2010 Fornecimentos e serviços Prestações de externos serviços 7.685.373 643.887 2.081.186 10.410.447 2.210.158 88.428 2.298.586 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 Saldos com partes relacionadas Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 a Empresa apresentava os seguintes saldos com partes relacionadas: 2011 Outras contas a receber (Nota 11) Sata SGPS Sata Air Açores Sata Gestão Aeródromos Sata Express (EUA) Sata Express (Canadá) 817.419 817.419 2010 Accionista (Nota 16) Outras contas a pagar (Nota 17) Outras contas a receber (Nota 11) 12.130.226 12.130.226 111.240 367.394 298.668 1.110.465 1.887.768 98.087 1.954.739 34.944 537.538 2.625.308 Accionista (Nota 16) Outras contas a pagar (Nota 17) 12.064.264 12.064.264 71.574 71.574 Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, a rubrica “Accionista” nos montantes de 12.130.226 Euros e 12.064.264 Euros, respectivamente, respeita a empréstimos concedidos pelo accionista para cobertura de necessidades de tesouraria, os quais não vencem juros e não têm prazo de reembolso definido, pelo que a Empresa classificou como passivo corrente. 27- CONTABILIDADE DE COBERTURA Contabilidade de cobertura Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 existiam as seguintes operações de cobertura relativamente às quais a Empresa aplicava as regras de contabilidade de cobertura: Cobertura de risco de taxa de juro de um instrumento de dívida mensurado ao custo amortizado A Empresa encontra-se exposta ao risco de variabilidade da taxa de juro em resultado do contrato de locação financeira para a aquisição da aeronave A310 CS-TKN, no qual a Empresa paga Euribor a 1 mês, acrescida de spread de 0,2%. Para fazer face ao risco indicado, a Empresa celebrou um contrato de Swap, o qual permite fixar em 3,05% até Maio de 2015 o custo do financiamento da sua dívida para o prazo da vida do contrato de permuta de taxa de juro, desde que o indexante não ultrapasse a barreira de 5,75%. O instrumento derivado de cobertura atrás indicado, detido no âmbito de operações de cobertura de risco de taxa de juro variável, era, em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, caracterizado da seguinte forma: Taxa fixa contatualizada 2011 Swaps: Taxa de juro 3,05% 2010 3,05% 111 Valor nocional 2011 3.423.443 3.423.443 2010 4.425.426 4.425.426 Justo valor 2011 2010 (185.571) (185.571) (242.171) (242.171) SATA Internacional Relatório e Contas 2011 Para além do instrumento financeiro derivado acima descrito, em 31 de Dezembro de 2011 a Empresa tinha contratado, instrumentos financeiros derivados relacionados com o risco de preço de mercadorias (jet fuel), cujo justo valor aquela data ascendia a uma perda no valor líquido de 1.092.142 Euros. O movimento nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, na quantia registada em reservas relacionada com operações de cobertura de risco de taxa de juro variável e jet fuel é detalhado conforme se segue: 2011 Saldo inicial Valor contratado: Preço de mercadorias (jet fuel) Reclassificação para resultados: Fornecimentos e serviços externos Juros e gastos similares suportados Saldo final (Nota 14 e 16) (242.171) 214.692 (1.092.142) - 56.600 (613.666) 156.803 (1.277.713) (242.171) 28-DIVULGAÇÕES EXIGIDAS POR DIPLOMAS LEGAIS Honorários facturados pelo Revisor Oficial de Contas Os honorários totais no exercício findo em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 pelo Revisor Oficial de Contas ascenderam a 14.600 Euros, em cada ano, e respeitam na sua totalidade à revisão legal das contas anuais. 29-ACONTECIMENTOS APÓS A DATA DE BALANÇO Após a data de balanço não ocorreram acontecimentos que devam ser alvo de registo ou divulgação das presentes demonstrações financeiras. O TÉCNICO OFICIAL DE CONTAS O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO António Jorge Ferreira da Silva António José Vasconcelos Franco Gomes de Menezes (Presidente) Luísa Maria Estrela Rego Miranda Schanderl (Administradora) Isabel Maria dos Santos Barata (Administradora) 112 2010 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 113 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 114 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 115 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 116 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 117 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 118 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 119 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 120 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 121 SATA Internacional Relatório e Contas 2011 122