Dom 25 Fev Edição Lisboa Domingo 25 de Fevereiro de 2007 Ano XVII, n.º 6176 Portugal: 1,40€ (IVA incluído) Espanha: 2,00€ (IVA incluído) Director: José Manuel Fernandes Directores adjuntos: Nuno Pacheco e Manuel Carvalho Quarto de oito volumes da colecção produzida por Martin Scorsese. Na próxima terça-feira. The Blues DVD €7,95 Pública Ségolène Royal será a mamã de que a França precisa? Portugueses encontram na Índia cidade perdida em 1739 As crónicas de Daniel Sampaio e José Eduardo Agualusa Não há estimativas sobre os casos em Portugal que não estão legalizados a A luta de Luís Gomes, militar detido em Tomar, para manter consigo a criança que acolhera desde os três meses de idade trouxe o assunto para a ordem do dia. Há quem faça quase tudo para ter um filho. E nestes casos é fácil cair na tentação de manter adopções informais na esperança de que um dia se tornem definitivas e de papel passado. Mas a coordenadora do Observatório da Adopção, Filomena Fonseca, adverte que é errado alguém ficar informalmente com uma criança na expectativa de a adoptar. Os candidatos a pais “têm de ser avaliados” e os menores podem nunca se tornar adoptáveis. Se o cenário se alterar, o sofrimento será “terrível”. Para quem adopta e para quem é adoptado. O PÚBLICO descreve, nesta edição, alguns casos onde as adopções se complicaram, por várias razões: idade avançada da potencial adoptante, problemas conjugais, dificuldades económicas e outras. Tudo isto num país que tem mais de 15 mil menores em instituições de apoio e 715 em listas nacionais de adopção, metade dos quais ainda sem candidato a adopção atribuído. O mesmo país onde o desespero já levou alguém a tentar vender um bebé por 500 contos. Com o pretexto de “ajudar uma pessoa que precisa muito de dinheiro.” c Portugal, 4/5 Sector automóvel Futebol Diocese do Porto Óscares A torre de Babel, págs. 2/3 GARY HERSHORNR/EUTERS Adopções fora do circuito legal podem ser más para as crianças Novo bispo é historiador e um leitor atento a É um homem de consensos mas sempre pronto para um bom debate. Historiador e leitor compulsivo, D. Manuel Clemente foi nomeado na quinta-feira bispo do Porto. Aos 58 anos, sucede a D. Armindo Lopes Coelho e tem pela frente dois desafios: dar uma nova dinâmica pastoral a uma diocese adormecida à sombra do passado e chamar à missa um maior número de fiéis. c Portugal, 7 PUBLICIDADE Médio Oriente Menos 88 mil Estrangeiros empregos na UE dominam Liga em cinco anos portuguesa Educação para a paz só funciona desde o berço a A indústria automóvel dos Quinze da União Europeia perdeu cerca de 88 mil postos de trabalho entre 2000 e 2005, indicam os dados da Associação dos Construtores Europeus de Automóveis. Em Portugal, ficaram sem emprego neste sector perto de seis mil pessoas, o que coloca o país como o segundo mais penalizado da Europa. c Economia, 40/41 a Os efeitos dos programas de educação para a paz entre judeus e árabes são diminutos e efémeros, concluiu um estudo da Universidade de Haifa, em Israel, com jovens israelitas e palestinianos. A forma mais eficaz de obter resultados a longo prazo é apostar numa abordagem que envolva todos os níveis de ensino. Do infantário à universidade. c Mundo, 18 a Os números não deixam margem para dúvidas: na primeira volta da Liga Bwin, os treinadores das 16 equipas participantes utilizaram 113 futebolistas estrangeiros e apenas 110 portugueses. Segundo um estudo do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, seis dos clubes apostaram mais em atletas nascidos fora de Portugal. c Desporto, 34/35 PUBLICIDADE 2 • Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 Destaque Óscares Noite já cheia de surpresas anuncia-se pouco surpreendente Hollywood em noite de reis, rainhas e uma torre de Babel Cerimónia dos Óscares da Academia traz em 2007 mais do mesmo mas embrulhado de maneira diferente Jorge Mourinha a Hoje, pelas 17h00 de Los Angeles (1h00 de amanhã em Lisboa), arranca no Kodak Theatre a noite mais longa do cinema, este ano apresentada pela actriz Ellen de Generes: a cerimónia anual de entrega dos Óscares, os prémios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Nesta 79.ª edição, Babel, do mexicano Alejandro González Iñarritú, o realizador Martin Scorsese (The Departed – Entre Inimigos), as actrizes Helen Mirren (A Rainha) e Jennifer Hudson (Dreamgirls) e os actores Forest Whitaker (O Último Rei da Escócia) e Eddie Murphy (Dreamgirls) partem favoritos numa corrida ao mesmo tempo cheia de surpresas e pouco surpreendente. Cheia de surpresas, porque a lista das nomeações “dividiu o mal pelas aldeias” (não há um filme dominante em todas as categorias principais) e fugiu das grandes produções de prestígio que os estúdios afinam milimetricamente. Pouco surpreendente, porque a lista dos nomeados (e dos vencedores) continua a ser gerida de acordo com a agenda ideológica de uma indústria de alcance global. Os “independentes” Mais do que em anos anteriores, as nomeações de 2007 confirmam que o cinema dito “independente”, produzido fora dos grandes estúdios, se tornou no novo mainstream e que Hollywood está a olhar com atenção para o cinema feito fora das suas fronteiras. Alguns dos favoritos anunciados falharam as nomeações para os prémios maiores (Dreamgirls, de Bill Condon, só está presente em categorias secundárias); apenas dois dos cinco nomeados para melhor filme (The Departed – Entre Inimigos, e Cartas de Iwo Jima, de Clint Eastwood) são produções de estúdio; entre as cinco actrizes nomeadas na categoria principal, há apenas uma americana (Meryl Streep) contra três inglesas ( Judi Dench, Helen Mirren e Kate Winslet). Os latinos estão em força: para além das nomeações de Babel, que incluem a actriz mexicana Adriana Barraza (e a japonesa Rinko Kikuchi) como melhor actriz secundária, a espanhola Penélope Cruz surge candidata a melhor actriz por Voltar, de Pedro Almodóvar, e dois outros realizadores mexicanos vêem obras suas nomeadas, Guillermo del Toro (cujo Labirinto do Fauno recebeu seis citações, melhor filme estrangeiro à cabeça) e Alfonso Cuarón (Os Filhos do Homem, com três nomeações). O cinema americano sempre soube integrar cineastas de outros países – Alfred Hitchcock era inglês, Billy Wilder vienense – e as nomeações de 2007 sugerem que a indústria reconheceu que o “sangue novo” de que precisa dificilmente virá de dentro. Os Óscares intervenientes Mas a cerimónia de 2007 é também significativa pela “boa consciência” que revela nos filmes que escolheu nomear (num ano em que o público americano se virou contra a guerra no Iraque) e pela compreensão de que os EUA não estão sozinhos no mundo. Para além de obras tão evidentemente intervenientes como Babel, Cartas de Iwo Jima ou Diamante de Sangue, de Edward Zwick (com cinco nomeações, entre as quais melhor actor, para Leonardo di Caprio), basta olhar para os tópicos dos cinco filmes candidatos ao Óscar de melhor documentário: o aquecimento global (Uma Verdade Inconveniente, favorito), a situação no Iraque (Iraq in Fragments e My Country My Country), a religião nos EUA (Deliver Us from Evil e Jesus Camp). Os votantes da Academia sempre gostaram de evidenciar as suas impecáveis credenciais liberais numa cidade que vota essencialmente democrata – como o prova igualmente a presença de cinco actores negros entre os nomeados, com três favoritos (Forest Whitaker, Eddie Murphy e Jennifer Hudson; os outros são Will Smith, por Em Busca da Felicidade, e Djimon Hounsou, por Diamante de Sangue). A dupla vitória de Denzel Washington e Halle Berry em 2002 pode finalmente estar a dar frutos. Mesmo um filme feel good como Uma Família à Beira de um Ataque de Nervos acaba por reflectir o estado disfuncional da actual sociedade americana. Mas a presença da comédia independente de Jonathan Dayton e Valerie Faris entre os nomeados apenas confirma como os Óscares continuam a ser uma cerimónia de “baixo risco”. O liberalismo da Academia mantémse dentro de coordenadas civilizadas e bem-comportadas, excluindo das nomeações mais mediáticas objectos provocadores ou perturbantes como Borat, de Larry Charles, ou Pecados Íntimos, de Todd Field. Daí que esta seja uma cerimónia dominada pelo business as usual, onde os vencedores parecem previsíveis à distância. Logo veremos se esta será uma noite de surpresas ou de confirmações. Babel é um dos favoritos, apesar das más reacções da crítica FOTÓGRAFO Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 3 Scorsese vs. Eastwood, duelo de gigantes com resultado anunciado a Face à convicção unânime de que Babel vai levar para casa o Óscar de Melhor Filme, é mais ou menos consensual que Martin Scorsese parte favorito para o prémio de Melhor Realizador. A tendência é para os dois óscares serem entregues ao mesmo filme, mas está longe de ser uma regra rígida (em 2003, Chicago ganhou melhor filme mas Roman Polanski foi o melhor realizador; o ano passado, Ang Lee levou a estatueta, mas foi Colisão que venceu o prémio máximo). E mesmo que The Departed – Entre Inimigos esteja longe de ser o melhor Scorsese, a sensação é que chegou a hora do realizador, nomeado para o prémio de direcção cinco vezes (por O Touro Enraivecido, A Última Tentação de Cristo, Tudo Bons Rapazes, Gangs de Nova Iorque e O Aviador) sem nunca ganhar. Ferido pela derrota de O Aviador, Scorsese escusou-se a fazer campanha este ano, o que poderá ter jogado em seu favor, sobretudo porque Entre Inimigos é muito mais “scorsesiano” do que o anterior, visto como uma tentativa calculada de ganhar o cobiçado prémio. Ironicamente, Entre Inimigos é também o seu maior êxito comercial de sempre – mais uma razão para a Academia o recompensar este ano. Clint, ainda outsider No entanto, há quem ponha essa vitória anunciada de Scorsese em dúvida face à presença de Clint Eastwood pela quarta vez entre os nomeados. A presença de Cartas de Iwo Jima foi uma surpresa: a maior parte dos observadores esperava que fosse As Bandeiras dos Nossos Pais a aparecer na lista, mas a sua recepção tépida levou a Warner a mudar de táctica e a antecipar o lançamento do segundo filme, acolhido com o entusiasmo que o outro não teve. Mesmo assim, Eastwood continua a partir outsider: já levou o prémio para casa por duas vezes, em 1993 com Imperdoável e há dois anos com Million Dollar Baby – Sonhos Vencidos, e a sensação é que este ano há outros que merecem mais ser premiados. O que não invalida que a Academia possa preferir premiar Eastwood por contar a mesma história de dois pontos de vista diferentes. J.M. Martin Scorsese Clint Eastwood Helen Mirren, a rainha Óscar de Melhor Actriz já tem nome escrito a É o ano dela: prémio de melhor actriz em Veneza, Globo de Ouro para melhor actriz dramática, um sem-número de honrarias internacionais pela sua interpretação da rainha de Inglaterra Isabel II em A Rainha, de Stephen Frears. Isto no mesmo ano em que ganhou um Globo de Ouro por ter interpreHelen Mirren interpretou a rainha Isabel II no filme de Stephen Frears e Isabel I na série televisiva Elizabeth tado a outra Isabel de Inglaterra, na mini-série televisiva Elizabeth. Até uma das suas concorrentes, Judi Dench, nomeada por Diário de um Escândalo, acha que não tem hipóteses contra Dame Helen Mirren, de 62 anos, nascida em Londres de pais aristocratas russos. Esta é a terceira nomeação de Helen Mirren para os óscares, e primeira como actriz principal (as duas anteriores foram na categoria de actriz secundária, por A Loucura do Rei George, de Nicholas Hytner, e Gosford Park, de Robert Altman). Apesar de dois prémios de interpretação em Cannes por A Loucura do Rei George e Tempo de Guerra, de Pat O’Connor, e de papéis em filmes como O Cozinheiro, o Ladrão, a Sua Mulher e o Amante Dela, de Peter Greenaway, ou Excalibur, de John Boorman, é no teatro (onde fez parte da Royal Shakespeare Company e da companhia de Peter Brook) que os seus talentos são mais reconhecidos. E foi o pequeno ecrã que a celebrizou internacionalmente, graças à inspectora Jane Tennison que encarnou em sete temporadas da aclamada série britânica Principal Suspeito. Se há este ano um óscar que já tem nome escrito, é o de Melhor Actriz para Helen Mirren. J.M. Forest Whitaker, o rei Favorito, apesar da sombra de Peter O’Toole a É o ano dele: o Globo de Ouro pelo seu retrato do ditador ugandês Idi Amin Dada em O Último Rei da Escócia, ficção histórica do escocês Kevin Macdonald, colocou-o à frente da corrida para o Óscar de Melhor Actor. A vitória não é tão certa como a de Helen Mirren – entre os “opositores” está um Peter O’Toole oito vezes nomeado e nunca vencedor que pode ganhar o prémio por simpatia – mas Forest Whitaker, de 46 anos, é o favorito para levar a estatueta dourada para casa, logo à primeira nomeação. Seria uma boa compensação pela indiferença da Academia à sua prestação emblemática, em Bird, de Clint Eastwood, que lhe valeu o prémio de interpretação em Cannes, mas nem sequer foi nomeada para os óscares. Forest nasceu no Texas, a 15 de julho de 1961, e passou pelo teatro antes de se estrear no cinema, aos 21 anos. Revelado em 1986 em Os Bravos do Pelotão, de Oliver Stone, e A Cor do Dinheiro, de Martin Scorsese, Whitaker Forest Whitaker interpreta o ditador ugandês Idi Amin Dada no filme O Último Rei da Escócia, uma ficção histórica tem alternado entre filmes de estúdio (Bom Dia Vietname, Espécie Mortal, Chuva de Fogo), produções independentes (Jogo de Lágrimas, Fumo, Maria Madalena) e televisão (participando em episódios das séries Serviço de Urgência e O Protector). Dirigiu também três filmes menores (Quatro Mulheres Apaixonadas, Uma Nova Esperança e First Daughter). O reconhecimento do seu trabalho em O Último Rei da Escócia deixa-o particularmente satisfeito – para o actor, é um dos seus três papéis preferidos, a par do que desempenhou em Bird e Ghost Dog – o Método do Samurai, de Jim Jarmusch. J.M. 4 • Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 Portugal Crianças Histórias de quem deseja ter filhos Adopções informais podem ser o pior para as crianças As adopções de facto podem ser minoritárias em Portugal Não se deve ficar com uma criança a cargo com o propósito de a adoptar, porque ela pode nunca se tornar adoptável Ana Cristina Pereira a Há quem ofereça uma criança que não deseja ou pode criar. E “a tentação pode ser forte quando se está há anos a tentar ter um filho”, reconhece Esteves Aguiar, presidente da Colo – Associação Portuguesa de Apoio à Adopção. Mas tudo pode acontecer quase por acaso. Porque a criança estava desamparada. Porque a criança foi ficando. A. é “a solteira” de uma família de cinco irmãos. Sempre partilhou casa com a matriarca de quotidiano animado pela algazarra dos netos. Quando a mãe de J. emigrou, o miúdo ficou com a avó materna e acabou por transitar para a idosa vizinha, logo convertida em sua ama. A. acarinhou-o, a avó morreu, a progenitora não regressou. E, um dia, andava já o rapaz na escola primária, A. dispôs-se a adoptá-lo. Helena Simões, coordenadora nacional da adopção na Segurança Social, fala em “adopções de raiz” e em “adopções de facto”. As primeiras seguem todos os trâmites legais – depois de uma criança ser declarada adaptável, as equipas de adopção procuram, entre os candidatos aprovados, a família É um erro ficar informalmente com uma criança na expectativa de a adoptar. “As pessoas têm de se candidatar e ser avaliadas” que melhor se lhe adequa. As segundas resultam de um facto consumado – desenvolveram-se relações de afecto susceptíveis de legitimidade legal. “Tem de se ver o que é mais adequado para a criança”. Filomena Fonseca, do Observatório da Adopção, critica quem fica, informalmente, com uma criança na expectativa de a adoptar – “As pessoas têm de se candidatar, de ser avaliadas”. “Quem quer adoptar não deve ir por esta via, porque a criança pode nunca ficar em situação de adoptabilidade”, concorda Helena Simões. O cenário pode alterar-se e “é um sofrimento terrível”. Mas “isto não quer dizer que não se deve acolher uma criança que precisa”. Fazê-lo configura “um acto de solidariedade”. É impossível dizer quantas crianças chamam mãe e pai a quem não as concebeu nem legalmente adoptou. Não há estimativas sobre “adopções” não legitimadas pelo direito. Tão-pouco se sabe quantas das já decretadas pelos Tribunais de Família e Menores resultam de adopções de raiz ou de adopções de facto. Há, tão-somente, a percepção de que estas últimas representam uma “minoria”. E que ocorrem em idades mais tardias – quando o menor está há muito a cargo dos adoptantes e há manifesto desinteresse ou consentimento dos pais biológicos. Dantes, nota Filomena Neto, especialista em Direito de Família, era frequente crianças pobres serem dadas a criar a casais que as tratavam como filhas. Hoje, “essas situações são difíceis de esconder”. “As Comissões de Protecção articulam-se com as escolas, com os centros de saúde”. O que “ainda vai havendo muito é crianças com duas famílias”. E, nesse cenário, pais de afecto que experimentam o medo de ver partir a criança. Impõe-se, torna a advogada, valorizar mais a tutela e a adopção restrita (sem corte com os pais biológicos). “As pessoas agarram-se ao vínculo – ‘É minha, não ma podem tirar’. Falam muito em família de afecto, mas querem um vínculo irrevogável – seja ele biológico ou legal”. Portugal tem mais de 15 mil menores em instituições. Em Dezembro, 715 figuravam nas listas nacionais de adopção – metade sem candidato atribuído. Abundam pais que sabem que nunca poderão ter os filhos e não os libertam. E candidatos que só admitem uma adopção plena e uma criança sem problemas de saúde e menos de três anos. A. iniciou o processo de adopção com o consentimento da progenitora. Quando J. saiu da sala de audiência, perguntou: “Não vão fazer mal à minha mãe, pois não?” Mantiveramse telefonemas, visitas. Só houve uma coisa que mudou – “Ele via os meus sobrinhos chamarem-me tia e também me chamava. Naquele Natal, perguntou-me o que eu queria e eu disse-lhe: ‘Quero que tenhas boas notas e que me chames mãe’. E ele respondeu: ‘Chamar-te mãe é fácil, ter boas notas é complicado’”. Tinha duas mães. A luta desesperada de uma mulher Separou-se e ia ficando sem os filhos a O marido apaixonou-se por outra e, “de um dia para o outro”, saiu de casa. Acordaram dias de visita, fins-de-semana alternados, mas ele depressa deixou de aparecer. Que fazer? “Partir a louça” e avançar para a adopção singular ou “fazer de conta” que o matrimónio se mantinha intacto e dali a algum tempo tratar do divórcio e regular o poder paternal? Desejaram um filho biológico e um adoptado. Moravam juntos há quatro anos quando se candidataram à adopção, sem fazer exigências de etnia, género, idade. Nove meses depois, a Segurança Social atribuiu-lhes um rapaz de quatro anos e uma menina de três. Desistiram de tentar ter um filho biológico. Eram vítimas de negligência grave. Passavam horas infindas sozinhas sem cuidados de higiene e de alimentação. O miúdo era o mais afectado. Não se sabia vestir, nem despir, tinha dificuldade em andar e em falar. Maria contou a verdade ao tribunal e, de imediato, manifestou a sua vontade Crianças sem pais 15 mil Número de menores em instituições de apoio em Portugal. Em Dezembro do ano passado, 715 figuravam nas listas nacionais de adopção – metade sem candidato atribuído. de adoptar sozinha. Decorria Julho de 2004, o juiz solicitou, com carácter de urgência, novo relatório social. E Maria descobriu aquilo que designa por síndroma dos pais adoptivos. “Tinha de ser perfeita”. Uma técnica da Segurança Social acusou-a de “estar a roubar às crianças a possibilidade de terem um pai”. A advogada eriçou-se. “Ninguém pensa” em retirar filhos biológicos a quem se separa. Depois de os serviços equacionarem a retirada de ambos, “puseram a hipótese de retirar um”. De repente, parecia já não se incomodar em separar irmãos... “Quem é que fica? Quem é que vai decidir?”, inquietava-se Maria. “Ficou claro” que seria o rapaz, que tinha um atraso. O relatório social foi favorável. Ainda assim,o Ministério Público pediu a extinção do processo de adopção, alegando desestabilidade de instância. O divórcio não desestabilizou “o amor, a vontade e a competência” de Maria, nem “os progressos e a boa inserção” dos miúdos, argumentou a defesa. Viviam com ela há dois anos. O tribunal deu-lhe razão. A educadora de infância mostra as fotografias dos filhos agora com sete e oito anos. No desespero da incerteza, chegou a pensar fugir. Não os sujeitaria a novo abandono, nem que tivesse de ganhar a vida a “lavar escadas”. A.C.P. Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 5 Diário de Timor de diário do mais jovem país do mundo. As alegrias, as tristezas, a violência e a paz. Em http:// blogs.publico.pt/timor/ NELSON GARRIDO Numa altura em que se aproximam novos processos eleitorais em Timor-Leste, Ângela Carrascalão faz uma espécie Criança entregue à mãe quatro anos depois desta o ter oferecido Mulher que criou meio-irmão como se fosse um filho diz que “parir é dor, criar é amor” a A tristeza de Isabel Moreira imbuiuse de revolta. “O menino tem cinco anos, está comigo desde bebé”. O menino, de que fala, é o meio-irmão que lhe chamava mãe e que a mãe levou há um mês, à revelia de uma decisão do Tribunal de Menores do Porto, que já legitimou o acto. Em meados de 2001, Isabel foi a Cinfães e conheceu o meio-irmão mais novo – “todo sujinho, cheio de hematomas”. Enterneceu-se com aqueles olhinhos meigos”. “O meu pai e a mãe dele disseram que o podíamos levar, que era sossegadinho”. Isabel, o marido e a filha trouxeram-no naquele mesmo dia para Matosinhos. Andavam em obras lá em casa. O miúdo celebrou o primeiro aniversário na casa renovada. Não houve um corte radical com os progenitores. De vez em quando, levavam-no a Cinfães e ele “estava cada vez mais lindo”. “Há 14 meses”, António (72 anos) e a companheira (32) separaram-se. “Acordámos que os três [filhos comuns] mais velhos ficavam com ela e que o mais pequeno ficava com a Isabel”, recorda o idoso. O tribunal de Cinfães anuiu. Ele dar-lhe-ia 73 euros mensais por cada filho menor – menos Manuel, que estava com Isabel. O casal foi “ao Porto meter os papéis para adopção”. “Ela já nos dava o menino de vez, mas não deu porque a Justiça é lenta”. Em Março, foi decre- Isabel Moreira tada uma tutela judicial de um ano. Em Abril, a rapariga “pediu o filho de volta”. E, em Dezembro, o tribunal decidiu entregar-lho. “Isto foi um roubo que me fizeram! O parir é dor, o criar é amor! Se visse como ele estava quando o trouxemos! Tirei-lhe os piolhos, os hematomas, cuidei dele estes anos todos”, pranteia a mulher, de 42 anos, mostrando as fotos do miúdo. “Eu disse que ela não tinha condições, que vive com um homem que pede esmola e eles disseram que pedir não é roubar.” Para a retirada não ser abrupta, a juíza estipulou um período transitório de seis meses: o rapaz continuaria com a meia-irmã e passaria dois fins-de-semana por mês com a mãe. A 26 de Janeiro, já não o devolveu. “Fui à polícia, mandaram um fax para os tribunais de menores do Porto e de Lisboa. Liguei para a dr.ª Ana Maria [do Projecto de Apoio à Família e à Criança (PAFC)]. Não é justo! Ela não estava a cumprir a lei!” O PÚBLICO tentou falar com a técnica do PACF, que remeteu para a coordenadora, que remeteu para a direcção distrital da Segurança Social. Helena Simões, indicada pelo presidente do Instituto de Segurança Social, limitou-se a dizer: “É um processo que está em tribunal”. Dia 12, o tribunal decidiu entregar “de vez” a criança à mãe. A medida deverá se avaliada de seis em seis meses. “A juíza perguntou-me se recebia o menino, caso ele depois tivesse de ir para um colégio e eu respondi que não”, diz Isabel. “Ela nunca me trouxe os meninos uma vez por mês como disse o juiz, cortou os telefonemas, cortou tudo”, remói António. Em Dezembro, o idoso deixou de pagar a pensão de alimentos. Pega nesse dinheiro e dáo a Raquel, que saiu de casa, pediu guarida ao Lar Rosa Santos, passa o fim-de-semana com ele e não tem Legislação só permite adoptar até aos 50 anos Um bebé por 500 contos Comprar uma criança é uma tentação para quem luta sem êxito por ter um filho Esteves Aguiar já foi confrontado com uma proposta obscura: um bebé em troca de 500 contos. A vertente comercial repugnou-o, ao ouvir: “Vocês querem muito um filho, pensem nisto como uma maneira de ajudar uma pessoa que precisa muito de dinheiro e que de outra forma pode vender a criança a alguém que a vai usar na pornografia infantil”. Há sete que Esteves Aguiar e a mulher tentavam ter um filho, os seus nomes figuravam há dois nas listas da Segurança Social. “É mais fácil uma pessoa ficar tentada nestas circunstâncias”, nota o presidente da Colo – Associação Portuguesa de Apoio à Adopção. Se a mulher não pedisse dinheiro pelo recém-nascido, “seguramente teria dito que sim”. Há tendência para desvalorizar o processo de legalização. “A pessoa pensa: ‘Isso resolve-se”. O bebé não estava registado. Qualquer um podia avançar para uma conservatória. O boletim do bebé não é obrigatório, até porque o parto pode ocorrer em casa. Em certas zonas do interior, diz fonte dos serviços de registo e notariado, ainda é frequente raparigas solteiras fecharem-se no quarto nos últimos meses de gravidez e um familiar casado registar a criança como sua. Mesmo com bebés por registar, o negócio não é seguro. Pode haver uma denúncia, a mãe pode arrepender-se, basta um teste de ADN para desmascarar a fraude. Ainda há dois anos, a PJ desmantelou uma rede de importação de barrigas da Bulgária. Detectou dois casos: o recém-nascido foi retirado à família que o comprara e integrado no circuito regular de adopção, mas o tribunal deixou o outro bebé, mais velho, com a família compradora, entendendo que já havia laços de afecto equiparáveis a filiação. A.C.P. A mãe deixou-lhe o filho em casa, mas ela era velha de mais e teve problemas com a lei a Apareceu subnutrido no centro de saúde. Aos oito meses, “não ria, não chorava, não segurava a cabeça. Tinha os olhos e a barriga muito grandes”. Chamaram H., a administrativa que ajudava na paróquia. E ela foi, “à pressa”, à igreja “encher a mala do carro” de haveres para aquela família. Vivia com os pais, uma irmã, uma tia e quatro primos. “Os grandes comiam, o menino não”. H. tornou “a encher a mala”. Desta vez, deixou leite a um vizinho para que este lhe desse um litro por dia. Efeito: zero. A pediatra, que exigia ver a criança uma vez por semana, alertou a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ), a Segurança Social. O bebé “não podia esperar”. H. chamou a mãe a sua casa, decidida a cuidá-lo ao fim-de-semana. Ela trouxeo “embrulhado numa camisola de fato de treino”. Suja. O menino sorveu logo um biberão e meio, aumentou 220 gramas ao primeiro par de dias, perdeu 180 nos cinco que se lhe seguiram. Como “não saía dos seis quilos”, H. quis mantê-lo 15 dias. Avisou a CPCJ e a Segurança Social, não fosse a rapariga dizer que lho roubara. Decorria Janeiro de 1997, a mãe não voltou. Ao fim H. não se quis identificar de um ano, H. declarou ao presidente da CPCJ “que o menino já não saía” e ouviu que nem pensar, que dali a 15 anos ela poderia ter Alzheimer. Contra ela pesava a idade. Tinha 54 anos e a lei só permitia adoptar até aos 50. Recorreu a um advogado – “Tive conhecimento pelo padre que me iam tirar o menino [e inserir no circuito de adopção]!” O miúdo estava com ela há dois anos – “Não estava a criar um filho para o meterem numa instituição!” Falaram-lhe de uma excepção legal que vigorava até 2000. E ela animou-se. Em Julho de 99, foi à Segurança Social pedir para acelerar o processo. Divorciada, com um filho biológico de 17 anos, foi “insultada” por uma técnica – “Disse-me que eu queria que me chamassem mãe depois de velha; disse-me que o menino estava numa família com defeito”. Quando entraram os papéis, decorria Setembro de 2000. A excepção legal acabara em Junho, a juíza indeferiu o processo. H. recorreu – primeira à Relação, depois ao Supremo. O seu caso foi apresentado a figuras públicas como Maia Neto, Luís Vilas Boas, Bagão Félix. Em 2003, a nova lei alargou a idade dos adoptantes para os 60. H. mudou a residência fiscal, reiniciou o processo. Apesar de a diferença de idades ser superior a 50 anos, a lei prevê “motivos ponderosos”, argumentou a defesa. A adopção foi decretada em Agosto de 2004. O miúdo tinha seis anos. Faz 11 anos em Março. Está enorme. “Veste roupa para 16 anos”. A.C.P. 6 • Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 Portugal Por que razão há poucos tão poucos treinadores negros no futebol português? Desporto, página 37 “As pessoas não têm cuidado nenhum” com o álcool ao volante e o Carnaval foi um desastre SERGIO AZENHA Obras na Caparica resistiram ao mau tempo Bárbara Simões a As obras do Instituto da Água para reposição da pedra no paredão destruído pelo mar terça-feira, na Costa da Caparica (Almada), aguentaram a preia-mar de sexta-feira à noite, embora as águas tenham levado, nalguns casos, parte das pedras repostas. Apesar das marés fortes que se fizeram sentir, o presidente do Instituto da Água, Orlando Borges, confirmou à agência Lusa que a situação esteve controlada, não colocando em risco os parques de campismo do Inatel e Clube de Campismo de Lisboa, que estão situados mesmo junto à praia. No entanto, o mar “acabou por voltar a levar parte das pedras que foram repostas, voltando a abrir certos rombos, mas o trabalho elaborado foi o mais adequado, visto tratar-se de uma situação de emergência”. Orlando Borges admitiu, no entanto, que estas obras de emergência não foram nem serão suficientes para impedir o mar de avançar durante as marés vivas de Março, previstas para entre 18 e 23 de Março. Nesse sentido, e até ao final da próxima semana, o Instituto da Água (Inag) comprometeu-se a deslocar para o local pedras de tamanho superior ao ali existente para fazer face à necessidade de repor o máximo possível da defesa aderente até ao mês que vem.Lusa Roubo de lampreia vale medidas drásticas a O proprietário de um supermercado de Viana do Castelo ameaça afixar na montra do estabelecimento as fotografias dos “clientes larápios”, depois de há dias um idoso “ter chegado ao cúmulo” de roubar uma lampreia. “Foi a gota que fez transbordar o copo. Já me tinham roubado muitas coisas, como bolachas, chocolates, brinquedos e ambientadores, mas, sinceramente,nunca pensei que alguém tivesse a coragem de aparecer na caixa para pagar uma lata de sardinhas de conserva e fugir com uma lampreia debaixo do braço”, referiu à Lusa o proprietário do estabelecimento. Luís Cantinho, dono do Ponto Fresco, garantiu que tem todos os passos do homem gravados no sistema de videovigilância do supermercado e que “dá perfeitamente” para o identificar. “O vídeo até acaba por ser engraçado, porque, de facto, foi preciso ter muita imaginação e muita coragem para esconder uma lampreia que até nem era das mais pequenas. Sei quem ele é e vou falar com ele para o tentar convencer a pagar a lampreia, que custava 35 euros. Caso contrário, faço umas fotos e afixo-as na montra, para ver se ganha vergonha”, acrescentou o empresário que se diz muito irritado com tanto roubo. PSP e GNR detiveram no Carnaval mais de 400 condutores que tinham abusado da bebida a O que passa pela cabeça de alguém que bebe, bebe e a seguir senta-se ao volante e começa a conduzir em direcção ao destino? Pouca coisa: “Quando a pessoa pega no carro já não tem sentido crítico”, sabe Domingos Neto, director do Centro Regional de Alcoologia do Sul. A avaliar pelos números divulgados nos últimos dias (ver quadro), foi já destituídos de sentido crítico que muitos portugueses este ano se meteram à estrada durante o período de Carnaval. A Polícia de Segurança Pública, que numa semana deteve 311 condutores com uma taxa igual ou superior a 1,2 gramas de álcool por litro de sangue, fala em recorde. “O número de detenções por condução sob influência do álcool foi o maior de sempre registado em operações executadas pela PSP (média de 44 detidos por dia)”, anunciou em comunicado. Lideram os distritos de Lisboa (87 detenções) e Porto (78). Seguem-se, no topo da lista, a Madeira (38), Vila Real (15) e Setúbal (12). A GNR deteve 98 pessoas nas mesmas circunstâncias. Um condutor é considerado sob influência de álcool se apresentar uma taxa de alcoolemia igual ou superior a 0,5 g/l. Ter 1,2 g/l ou mais é crime. Para uma pessoa que não está habituada a beber muito, este nível equivale já a “andar aos tombos”, resume Domingos Neto. Mas se tiver desenvolvido uma grande tolerância à bebida os efeitos não são tão evidentes – “parece que está sóbria” e acha-se perfeitamente capaz de conduzir. “As alcoolemias mais perigosas são essas.” Esta foi a primeira vez que a PSP estendeu ao Carnaval as operações no âmbito da Polícia Sempre Presente, São cada vez mais os casos de condutores alcoolizados habituais na Páscoa, férias de Verão e Natal. Foram nestes dias submetidos ao teste do álcool 7743 condutores. A GNR fiscalizou praticamente o mesmo número de pessoas que no ano passado (à volta de quatro mil) e deteve menos por excesso de álcool (98 em vez das 246 de 2006) – explica o tenente-coronel Costa Cabral, das relações públicas da GNR. No total, as duas forças de segurança registaram 409 detenções, neste período, por abuso da bebida. E aplicaram 759 multas a quem apresentava taxas entre 0,5 e 1,2 g/l. Dito de outra maneira: entre multas e detenções, houve 1168 situações em que os condutores tiveram de prestar contas por causa do que tinham bebido. “É desastroso e é vergonhoso. As pessoas não têm cuidado nenhum.” Para o director do Centro Regional de Alcoologia do Sul, só “fiscalização e sanções imediatas” poderão mudar o panorama. “Sou o primeiro adepto das campanhas de prevenção, mas têm de ser acompanhadas de sanções. Senão as pessoas riem-se da prevenção, não ligam nenhuma.” Também o subintendente Pedro Moura, do Departamento de Operações da Direcção Nacional da PSP, acha que as duas vertentes – prevenção e “repressão” – têm de andar a par. E que a sensibilização para a questão do álcool e condução deveria ter início cada vez mais cedo, nas escolas. Por exemplo, junto de quem tem 13 ou 14 anos e começa a pensar tirar carta de moto. “E não são campanhas como a do condutor designado – uma pessoa sóbria com quatro bêbados dentro do carro”, conclui Domingos Neto. “Ninguém está em condições de conduzir assim.” Porquê? “Os outros quatro fazem muito barulho. E gesticulam muito.” Cheque entregue por empresário a jogador do Leiria nunca foi levantado e o caso foi arquivado Tânia Laranjo a O cheque de 25 mil euros que terá sido entregue por um empresário a um jogador do União de Leiria, três dias antes do Jogo da Supertaça com o FC Porto, em Agosto de 2003, afinal nunca foi levantado. O PÚBLICO confrontou o empresário envolvido, que confirmou ter emprestado dinheiro ao jogador, mas garantiu que o cheque nunca foi depositado na conta do atleta. “Ele acabou por não precisar do dinheiro”, esclareceu, acrescentando ser uma situação normal o empréstimo de dinheiro por parte dos empresários. Em causa estava uma alegada tentativa de corrupção a um dos avançados, O futebol não pára de criar casos que nessa altura jogava na União de Leiria. A situação foi tornada pública pelo Correio da Manhã, que omitia o nome dos envolvidos, mas revelava a cópia de um cheque que teria servido para fazer com que o jogador prejudicasse a sua equipa. O PÚBLICO sabe que o documento, enviado para a Direcção Central de Combate à Criminalidade Económica e Financeira da PJ no final do ano passado, nunca foi objecto de investigação, por o cheque não ter sido levantado. “Nunca fui ouvido pelas autoridades por causa daquele empréstimo. Se for, explicarei tudo”, garantiu o empresário. A suspeita levantada contra o empresário e o jogador terá chegado às autoridades através de uma denún- cia anónima. No entanto, e porque o cheque não tinha entrado no circuito bancário, aquela foi imediatamente arquivada, não tendo sido feita qualquer diligência. A associação deste caso ao Apito Dourado poderá ter sido motivada por existir uma certidão, proveniente do Tribunal de Gondomar, relativamente a suspeitas de corrupção nesse jogo. Nesse caso foram indiciados Pinto da Costa, Pinto de Sousa e o árbitro Pedro Proença pelos crimes de corrupção desportiva. A prova assenta numa escuta telefónica em que Pinto da Costa sugere a Pinto de Sousa a nomeação de Pedro Proença, o que o dirigente da arbitragem aceita. Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 7 Portugal D. Clemente, o historiador que vai para bispo do Porto PEDRO CUNHA Igreja Católica Mudança na segunda diocese mais importante do país D. Manuel Clemente quer continuar a fazer pontes entre a Igreja e a cultura D. Manuel Clemente é o novo bispo do Porto. Adepto do consenso, tem pela frente uma realidade complexa e com tensões António Marujo a Pacificador, homem de consensos, afectivamente próximo. Historiador, leitor compulsivo, sempre pronto para um bom debate. Devotado ao diálogo entre a Igreja e a cultura, com um percurso dentro de estruturas eclesiásticas – seminário, Universidade Católica Portuguesa (UCP) – mas em permanente contacto com meios académicos e culturais não-católicos. Manuel Clemente, de 58 anos, foi nomeado quinta-feira bispo do Porto. Até agora a desempenhar o cargo de bispo auxiliar de Lisboa, Manuel José Macário do Nascimento Clemente nasceu em 16 de Julho de 1948. Antes de decidir ingressar no seminário, em 1973, tinha já concluído a licenciatura em História na Faculdade de Letras de Lisboa. Os dois apelos – a historiografia e o catolicismo – acabariam por coincidir no seu percurso de investigador, iniciado com a defesa da tese em Teologia Histórica. Nas origens do apostolado contemporâneo em Portugal – A ‘Sociedade Católica’ (1843-1853) era o título da sua dissertação, entretanto publicada (ed. UCP). Com um percurso eclesial feito essencialmente em instituições ligadas ao ensino – o Seminário Maior de Cristo-Rei, nos Olivais (Lisboa) e a Faculdade de Teologia da UCP –, D. Manuel tem agora, pela frente, um desafio maior: o de dar uma nova dinâmica pastoral a uma diocese adormecida à sombra do passado. “A atenção à cultura continua a ser fundamental. Não será difícil ler os sinais dos tempos e estar atento” A cátedra episcopal do Porto tem, na sua história, uma lista de grandes nomes, como António Barroso ou António Ferreira Gomes. Este último, condenado ao exílio por Salazar durante a década de 60, acabou por deixar uma imagem do homem intelectual, extremamente culto (é dele, por exemplo, o prefácio dos Contos Exemplares de Sophia de Mello Breyner), mas que não conseguiu gerir da melhor forma a relação com alguns padres e a organização da acção da Igreja. Manuel Clemente sucede, agora, a D. Armindo Lopes Coelho, que atingiu os 75 anos (data canónica para a saída) e se encontra hospitalizado. O novo bispo do Porto, que tomará posse a 25 de Março, recupera essa dimensão de relação com a cultura e os meios académicos que ficou ligada à personalidade de Ferreira Gomes. Não por acaso, Manuel Clemente é, desde 2002, responsável da comissão da Conferência Episcopal para a Cultura e as Comunicações Sociais. Na Rádio Renascença e no programa Ecclesia, da RTP 2, mantém desde há anos uma presença regular. A comparação com Ferreira Gomes não o assusta, como dizia ontem ao PÚBLICO: “Passaram 50 anos e a atenção à cultura continua a ser fundamental. Terei muita gente que pensa e escreve a ajudar-me. Não será difícil ler os sinais dos tempos e estar atento à realidade.” Vinte por cento na missa Para o seu governo, o novo bispo tem, para já, uma prioridade: “conhecer, amar e servir” a diocese, onde vivem mais de dois milhões de pessoas, dos quais 98 por cento se consideram católicos, mas em que a média de pessoas que vai à missa está pouco acima dos 20 por cento. Apesar desta taxa, o número de baptizados (quase 17 mil, dados de 2004) e de casamentos pela Igreja (quase 7500) continua a ser dos mais elevados entre as dioceses portuguesas. Com uma grande diversidade social e geográfica – mais urbana na faixa litoral, mais rural e desertificada em zonas como Arouca, Baião ou Castelo de Paiva –, a diocese tem quase 400 padres a trabalhar em 477 paróquias agrupadas em 34 vigararias (equivalentes aos concelhos civis). Além da vastidão e diversidade sócio-religiosa da diocese – “equivalente a Lisboa”, diz o próprio –, Manuel Clemente enfrenta outro desafio importante: conseguir impor decisões e restabelecer a unidade num clero dividido em grupos onde, por vezes, o que conta mais são fidelidades antigas ou uma espécie de estratificação eclesiástica, tendo em conta os títulos canónicos. A capacidade do novo bispo para o diálogo e o consenso, a sua “proximidade afectiva” – a expressão é do director da Faculdade de Teologia da UCP, Peter Stilwell – podem ser trunfos de Manuel Clemente na nova tarefa que tem pela frente. Além da diversidade sócio-religiosa da diocese – “equivalente a Lisboa”, diz o próprio –, Manuel Clemente enfrenta outro desafio: conseguir impor decisões e restabelecer a unidade num clero dividido onde, por vezes, o que conta mais são fidelidades antigas ou uma espécie de estratificação eclesiástica Cultura e capacidade intelectual continuarão a ser pontos que o distinguem. A paixão pela História traduz-se nas várias obras já publicadas: além da tese, onde estuda aquela que foi a primeira tentativa, em Portugal, de organização de apostolado católico autónomo da hierarquia eclesiástica, há outras como Igreja e Sociedade Portuguesa do Liberalismo à República (ed. Grifo) que consubstanciam a sua atenção prioritária ao século XIX, tempo em que a Igreja Católica deixou de dominar o espaço público. Também a religiosidade popular tem sido objecto da investigação de Manuel Clemente, padre desde Junho de 1979 e bispo auxiliar de Lisboa desde Janeiro de 2000. No patriarcado, foi ele o responsável directo pela organização do Congresso Internacional para a Nova Evangelização, cuja sessão de Lisboa decorreu em Novembro de 2005. Na sua primeira saudação, D. Manuel incluía todos os crentes de outras confissões e todas as instâncias públicas e sociais (incluindo desportivas) da diocese. Em Abril de 2005, a propósito da eleição do novo Papa Bento XVI, dizia, em entrevista ao PÚBLICO: “A Igreja preza muito uma consciência bem informada que tenha capacidade de decisão, e nesse santuário da consciência a Igreja não se mete, mas não pode prescindir de dar à consciência de cada um todos os elementos da questão, até em nome da humanidade total que a Igreja defende.” 8 • Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 Portugal Q.B. Saúde Acordo entre Governo e seis câmaras não impede mais protestos DAVID CLIFFORD Corrupção PGR diz consciência ética está a mudar O Procurador-geral da República, Pinto Monteiro, defendeu ontem, O procurador-geral da República, em Coimbra, quedefendeu a “consciência Pinto Monteiro, ontem, ética” dos portugueses face à em Coimbra, que a “consciência corrupção está a mudarface depois ética” dos portugueses à de décadas deestá “permissividade”. corrupção a mudar depoisNa de sua opinião, um dos factores que décadas de “permissividade”. Na temopinião, contribuído parafactores a “alteração sua um dos que das consciências” é o papel de têm contribuído para a “alteração denúncia que a comunicação das consciências” é o papel desocial tem exercido. grande problema denúncia que a“O comunicação social da corrupção Portugal é que tem exercido. em “O grande problema nãocorrupção era eticamente censurada pela da em Portugal é que maioria da população. Felizmente, não era eticamente censurada pela julgo quedaa população. situação está a mudar e maioria Felizmente, a comunicação socialestá tema tido ume julgo que a situação mudar papel importante.” a comunicação social tem tido um papel importante.” Suíça Alunos sem aulas de Português O director de uma escola suíça está a impedir, desde Janeiro, cerca de 100 alunos portugueses de frequentar as aulas de Língua Portuguesa, atitude que pais, alunos e professora consideram “xenófoba” e “discriminatória”. O curso de Português, do 2.º ao 10.º ano, é ministrado por uma professora portuguesa paga pelo Ministério da Educação de Portugal. A professora Teresa Soares conta que durante um ano recebeu várias queixas do director, que nega serem verdadeiras, e informou a Embaixada de Portugal em Berna sobre o que se estava a passar naquela escola. O ministro da Saúde, Correia de Campos, voltou ontem a defender a substituição do “hospital-miniatura” pelo “hospital de proximidade”, perante os dirigentes de seis dos 15 concelhos visados pelo encerramento de serviços de urgência. As câmaras de Fafe, Espinho, Cantanhede, Macedo de Cavaleiros, Santo Tirso e Montijo celebraram protocolos de cooperação com o Governo, que visam reorganizar a rede de urgências. O conteúdo dos protocolos varia consoante os casos, mas passa por reforço de meios, alargamento de horários de atendimento nos centros de saúde e manutenção das equipas médicas. Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Vendas Novas criticou o Governo por não ter sido convidado para o protocolo. Aos jornalistas, Correia de Campos realçou que o “processo negocial” – que “começou há mais de dois meses” – vai prosseguir, que “vai continuar a receber autarcas” e que “está disponível” para outros acordos. Posição que o líder do PSD, Marques Mendes, atribui ao “medo da contestação”, que obrigou o Governo “a recuar”, face à “arrogância” do ministro da Saúde – que “tem os seus dias contados”. A posição do PSD não impediu que o presidente da Câmara de Cantanhede, o social-democrata João Moura, lançasse o “repto” aos autarcas para participarem na “concertação negocial” com o Governo. Mas nem todas as autarquias que assinaram protocolos têm o apoio das populações. Enquanto a presidente da Câmara do Montijo, Maria Amélia Antunes, se regozijava com a garantia de um serviço de urgências básicas e dizia que já não há razões para protestos, era exactamente isso que fazia a população, aderindo a um “buzinão”. Realçando que o Serviço Nacional de Saúde atingiu “um nível muito elevado de desempenho”, Correia de Campos não retirou responsabilidades aos “dirigentes do Ministério da Saúde” pela actual situação. “Durante as últimas três décadas, fomos nós que deixámos de olhar para estes pequenos hospitais, continuando a pensar neles como hospitais-miniatura”, permitindo que a porta do “que se chama urgência sem o ser” se mantivesse aberta. Sofia Branco Freeport ASAE fecha seis restaurantes Deficientes Autarcas querem boas práticas Flores Segredos das violetas desvendados em Beja Apelo Jerónimo pede luta contra o Governo A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) encerrou ontem seis restaurantes no Freeport, em Alcochete, notificou outros dez e apreendeu 860 quilos de géneros alimentares. Manuel Lage, da ASAE, recordou que os seis restaurantes agora fechados haviam já sido alvo de uma primeira inspecção, onde foram notificados de que teriam de se licenciar em 30 dias, caso contrário teriam de fechar as portas. Terminado o prazo nesta última semana, o organismo regressou ao Freeport, tendo-os encerrado dado não possuírem a respectiva licença. A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) está apostada em ser um “veículo promotor de boas práticas” na área da sensibilização para os problemas da deficiência no país, afirmou em Viseu o presidente daquela entidade. Fernando Ruas, que se reuniu ontem na cidade onde preside também à autarquia com os quatro únicos provedores do Cidadão com Deficiência no conjunto dos municípios portugueses, deixou ainda um recado ao Governo de José Sócrates que diz não estar “assim tão preocupado com os problemas das pessoas com deficiência” em Portugal. O mundo secreto, a história, os mitos e a linguagem simbólica das violetas vão ser “desvendados” por especialistas no 8.º congresso internacional sobre aquelas plantas que arranca amanhã, em Beja, para estimular o cultivo em Portugal. O evento foi promovido pela associação Les Amis de la Violette, de Toulouse (França), e organizado pelo Museu Botânico da Escola Superior Agrária de Beja (ESAB). De acordo com o director do Museu Botânico da ESAB, Luís Carvalho, o congresso, que se realiza pela primeira vez em Portugal, pretende “incrementar os estudos de cultura científica relativos às violetas”. O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, apelou ontem, num comício em Alverca, à mobilização dos trabalhadores e restante população para a luta contra as ofensivas do Governo de José Sócrates. “É perante toda esta realidade - encerramento das urgências hospitalares, aumento do desemprego e privatizações - que se impõe agir, mobilizando os trabalhadores e as camadas populares do nosso povo para a luta, porque só a luta pode travar esta ofensiva contra os interesses dos trabalhadores e do povo”, afirmou Jerónimo de Sousa perante cerca de 300 pessoas. Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 9 Portugal Indústria automóvel da UE a 15 perdeu 88 mil postos de trabalho em cinco anos Economia, páginas 40 e 41 José Ribeiro e Castro não vê necessidade de clarificações internas no CDS/PP Margarida Gomes Eleições na Madeira e situação na Câmara de Lisboa são as prioridades da direcção do partido a A poucos dias da prometida declaração política de Paulo Portas, o líder CDS, Ribeiro e Castro, não vê razões para “clarificações” internas, afastando assim, implicitamente, a realização de um congresso extraordinário que reabra a disputa pela liderança do partido. E colocou as próximas eleições na Madeira e a eventual convocação de intercalares para a Câmara de Lisboa como os dois principais desafios que o partido tem pela frente a curto prazo, para os quais, diz, “se está a preparar”. Em declarações ao PÚBLICO, Ribeiro e Castro não quis fazer qualquer comentário sobre a possibilidade de Paulo Portas se apresentar como uma alternativa à liderança. “Eu falo dos temas que estão na agenda política do PUBLICIDADE CDS e que vão ao encontro daqueles que são os temas que preocupam os portugueses”, reagiu, sublinhando que está a desenvolver o programa de trabalho com “grande tranquilidade”. Ontem, esteve em Coimbra no lançamento do Observatório da Educação, no âmbito de um conjunto de iniciativas que a direcção do partido está a desenvolver, dando cumprimento ao programa do seu mandato. “O Governo encravou na política educativa e um dos sinais é a gestão das escolas, onde não há evolução no modelo”, acusou Ribeiro e Castro, propondo um modelo de “escolas capazes de desenvolver o seu próprio projecto educativo e a sua autonomia”. Contra “o pragmatismo” AO PÚBLICO o presidente do CDS admitiu que o partido “tem de ser mais consistente, tem de ter mais propostas políticas que vão ao encontro das preocupações dos portugueses”. “Está tudo escrito na minha moção e é isso que estamos a fazer”, insistiu, adiantando que a sua estratégia pas- sa por ir para o terreno, cruzando a implantação territorial com a implantação sócio-profissional do partido e reforçando, ao mesmo tempo, o “diálogo com a sociedade civil e com independentes de qualidade que aceitam trabalhar [com o CDS]”. Opondo-se às vozes que no interior do partido – nomeadamente Paulo Portas – reclamam uma estratégia mais pragmática, Ribeiro e Castro avisa que “o CDS é completamente diferente do PSD e que o pragmatismo é apenas uma ferramenta de trabalho”. Embora se manifeste “muito sensível” a esse instrumento, considera, no entanto, que ele “não é um modelo, é uma referência”. O líder centrista lembra, a propósito, que sempre “detestou partidos ideológicos”, porque acha que “as ideologias não resolvem os problemas”. “Nós temos uma doutrina e não uma ideologia”, nota, apontando o fracasso das ideologias comunistas e socialistas como a confirmação de que essa não será a via de afirmação do partido. Eleições na CML Com a Câmara de Lisboa mergulhada num “pântano que se degrada dia a dia”, Ribeiro e Castro desafiou PSD e PS a abrirem caminho para a realização de eleições intercalares. “Era importante que se pronunciem e a câmara possa ter consistência, harmonia de funcionamento e estabilidade”, defende o líder do CDS, que pede eleições para os dois órgãos autárquicos: executivo e assembleia municipal. Bloco quer discutir desemprego a O Bloco de Esquerda (BE) desafiou ontem o Governo a escolher o desemprego, “maior e mais grave problema social do país”, para tema do debate mensal no Parlamento, agendado para quarta-feira. O desafio foi feito pela dirigente e deputada Helena Pinto no final de uma reunião da mesa nacional do partido, em Lisboa, em que também foram analisados os resultados do referendo sobre a despenalização do aborto e as crises políticas na Câmara de Lisboa e na Madeira. Helena Pinto lembrou que, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), “Portugal tem a maior taxa de desemprego dos últimos 20 anos”. “É muito preocupante. O desemprego é o maior e mais grave problema social do país”, justificou. A dirigente nacional do Bloco de Esquerda desafiou o primeiroministro, José Sócrates, a escolher “o desemprego e desenvolvimento económico” para “tema central” do debate mensal no Parlamento com o primeiro-ministro. 10 • Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 Portugal Madeira Caso da Sertã veio recordar sequestro de bebé ocorrido em 2004 Acusado do desaparecimento da filha, um pescador de Câmara de Lobos foi condenado a seis anos de prisão Com a mesma idade de Esmeralda, Sofia continua há três anos desaparecida Sofia, retirada há precisamente três anos pelo pai à progenitora e ex-companheira, continua desaparecida. A idade da menina é um dos poucos pontos comuns em dois processos distintos Tolentino de Nóbrega a Há três anos, uma menina foi dada como desaparecida. O caso, ocorrido na Madeira, tem alguns pontos em comum com o caso Esmeralda, que tem agitado o país: a idade dos dois bebés (hoje com cinco anos); o nome Luís, comum ao pescador de Câmara de Lobos acusado de sequestrar a filha e ao sargento adoptante de Torres Vedras; e o tempo da pena a que ambos foram condenados,seis anos de prisão. No resto, são casos bem diferentes. Luís Encarnação está detido no Estabelecimento Prisional do Funchal. Em completo silêncio desde 22 de Fevereiro de 2004, dia em que fez desaparecer, sem deixar o mínimo rasto, a sua filha Sofia, retirada horas antes das mãos de sua mãe. Sem palavras, num dos primeiros lances das íngremes escadinhas do Pico, sobranceiro à apertada baía do centro piscatória de Câmara de Lobos, Irene refugia-se, combalida, na escuridão do seu habitáculo. “Não consigo falar”, desculpou-se, quando o PÚBLICO a contactou, poucos dias antes do quinto aniversário de sua So- fia, ocorrido a 8 de Fevereiro, quatro dias antes de Esmeralda completar a mesma idade. Irene, dizem os parentes mais próximos, tem esperança de voltar a abraçar a filha. Perturbada com o desaparecimento de Sofia, depois de uma fugaz visita do ex-companheiro e pai da criança, o seu sofrimento intensifica-se sempre que na televisão ouve notícias do caso Esmeralda, a criança da Sertã disputada pelos pais adoptivos e pelo pai biológico, indevidamente comparado com o da Madeira no recurso interposto para Supremo Tribunal de Justiça. Passaram-se três anos desde que viu a filha pela última vez. A menina vestia uma camisola florida, roxa, e umas calças, de cor cinzenta, com desenhos estampados. Vindo dos Açores, onde se dedicava à pesca, após desavenças conjugais e disputas da criança, Luís, a pretexto de ver Sofia para matar saudades, subtrai-a à mãe, com quem não era casado, e foge de Câmara de Lobos, primeiro num táxi e depois à boleia de um familiar, para o Caniço, a menos de 20 quilómetros. Segundo os autos de investigação, três horas depois, perto da meia-noite, regressou sem Sofia àquela localidade e apresentou-se à esquadra da PSP, onde se encontrava a mãe a participar o desaparecimento da menor. Desde então, sem colaborar com as autoridades, apresentou sucessivas e contraditórias versões do desaparecimento, incluindo a de que confiara a Sofia a um casal de estrangeiros a troco de 100 contos. Depois de uma tentativa de suicídio, nos Açores, com suspeita de ter ingerido um produto tóxico, foi detido preventivamente, julgado e condenado por um colectivo do Tribunal de Vara Mista do Funchal, com a participação de jurados. Silêncio perturbador Reservado, de poucas conversas, Luís foi parco em palavras durante o julgamento, revelando ser uma pessoa muito controlada e pouco afectiva. Quando ao colectivo, presidido por Celina Nóbrega, parecia ir surpreender com qualquer revelação, remeteu-se de novo ao seu silêncio perturbador. “Nunca encontrei um arguido assim tão frio em audiência de julgamento”, reconheceu ao PÚBLICO a presiden- A desaparecida A fotografia de Sofia circula na Internet, entre a de outras crianças desaparecidas e procuradas pela Interpol, a pedido da Polícia Judiciária. No mesmo sítio figuram cerca de cinquenta portugueses desaparecidos, entre os quais três nascidos na Madeira. Sofia, cujo quinto aniversário ocorreu no dia 8 de Fevereiro, desapareceu há três anos na consequência de uma disputa conjugal. Acusado e condenado pelo seu desaparecimento, o pai continua preso, no Funchal. te do colectivo Celina Nóbrega, escusando-se a mais comentários sobre o processo. Ouvidos pelo tribunal, psicólogos concluíram que a estrutura da personalidade de Luís, que nunca foi à escola, nem sabe ler ou escrever, assenta em traços de introversão, estabilidade emocional, com níveis mínimos de ansiedade. Revelou também frieza e “falta de ressonância afectiva e de assunção de sentimentos de culpa”. Foi condenado em cúmulo jurídico na pena única de nove anos de prisão, em resultado de dez meses atribuídos pelo crime de coacção na forma tentada, oito anos pelo crime de sequestro e 18 meses por subtracção de menor. Inconformado, Luís interpôs recurso para o Supremo Tribunal de Justiça que, considerando a gravidade dos factos na sua globalidade e a personalidade de Luís revelada pelas circunstâncias em que cometeu os crimes, absolveu-o apenas da prática de crime de subtracção de menor, devido à existência de “erros notórios na apreciação da prova”, fixando a pena única, em cúmulo jurídico, para seis anos e cinco meses de prisão. PUBLICIDADE Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 11 • • •• •• •• • • •• •• PSD-Madeira diz que Cavaco Silva é desleal Fórum Gulbenkian de Saúde Tolentino de Nóbrega a O grupo parlamentar do PSD mantém as duras críticas ao Presidente da República num projecto de resolução cuja votação está agendada para terçafeira no Parlamento da Madeira. No documento, apresentado não como voto, mas como projecto de resolução para ter direito a publicação no Diário da República, o PSD diz que “com a decisão de promulgar a Lei das Finanças Regionais, mais uma vez o Presidente cobre o Governo, numa visão deficiente de estabilidade, porque exclusivamente preocupada com a governação socialista, secundarizando os conceitos prioritários de ética política, de fiscalização dos actos de governo, de coesão nacional, de confiança no Estado democrático de Direito, de justiça e do respeito também devido a todas as instituições públicas que não apenas ao Governo socialista”. Cavaco Silva, frisam, “vem-se tornando corresponsável pela governação de José Sócrates, não sendo esse o mandato democrático conferido pela maioria dos portugueses, incluso o eleitorado madeirense no caso objecto de deslealdade”. Para o mesmo plenário, o parlamento madeirense tem agendadas 38 propostas, para serem aprovadas nos próximos dias, antes da eventual dissolução efectiva. E para evitar a nulidade de propostas do demissionário governo regional, remetido legalmente para actos de mera gestão, o líder parlamentar Jaime Ramos requereu para discussão e votação, com processo de urgência, dispensa de prazos, dispensa de exame em comissão e de envio à 2006 ∫ 2007 Jardim delega C I C L O S D E C O N F E R Ê N C I A S | Auditório 2 | ENTRADA LIVRE WJ!Djdmp! Alberto João Jardim tem delegado noutros dirigentes regionais as críticas a Cavaco Silva, optando por centrar o seu ataque em José Sócrates. Mesmo assim, no anúncio de demissão, acabou por censurar indirectamente o Presidente da República, que promulgou uma lei “violando a Constituição da República, violando o Estatuto Político-Administrativo da Região, violando, portanto, os direitos de cada um dos madeirenses”. comissão para redacção final, as propostas do governo regional, assumindo-as como iniciativas do PSD. Entre estes diplomas encontra-se o decreto legislativo regional que determina a suspensão do Plano de Ordenamento Turístico no concelho do Funchal, o que define regras relativamente ao exercício do poder de tutela nas empresas em que a região tenha uma influência dominante, e o que aprova o regime jurídico relativo ao sistema educativo na Madeira. Opwbt!Qbupmphjbt!Tpdjbjt 1 Março 2007 • 5ª feira • 15h00 Stress CONFERENCISTA George Chrousos PROFESSOR AND CHAIRMAN, FIRST DEPARTMENT OF PEDIATRICS, ATHENS UNIVERSITY MEDICAL SCHOOL, GREECE Obesidade CONFERENCISTA Filipe Casanueva PROFESSOR, DEPARTMENT OF MEDICINE, ENDOCRINE DIVISION, SANTIAGO DE COMPOSTELA UNIVERSITY, SPAIN MODERADOR Luís Sobrinho PROFESSOR, FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS, LISBOA Convento de São Francisco com obras não-autorizadas a O Instituto Politécnico de Viana do Castelo está a promover obras numa fachada do Convento de São Francisco do Monte, naquela cidade, mas o Instituto Português do Património Arquitectónico (Ippar) garante que a intervenção “não está autorizada”. A arquitecta Mafalda Carneiro, do Ippar, disse à agência Lusa que este organismo “já está a actuar”, porque, como se trata de um monumento em processo de classificação, qualquer O Convento de São Francisco foi fundado em finais do século XIV, sendo o terceiro da Ordem dos Franciscanos intervenção carece de autorização prévia do Ippar. “Neste caso, o Ippar nem sequer tinha conhecimento da intervenção”, sublinhou Mafalda Carneiro. Escusou-se, no entanto, a explicar em que é que consistirá a actuação do Ippar neste caso, alegando que não está autorizada a falar sobre o assunto. Contactado pela Lusa, o presidente em exercício do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Rui Teixeira, admitiu não ter conhecimento de que o convento, propriedade do instituto politécnico desde 2001, estava em processo de classificação, mas sublinhou que se trata apenas de um trabalho de “consolidação de uma fachada, para evitar que se desmorone”. Na quinta-feira, estavam três pedreiros no convento, sem qualquer acompanhamento técnico, a demolir uma das fachadas, alegadamente para consolidar a estrutura de suporte, garantindo que, no final, “ficará tudo como estava”. Implantado na encosta do monte de Santa Luzia, o Convento de São Francisco foi fundado em finais do século XIV, sendo o terceiro da Ordem dos Franciscanos em Portugal. Em 1834, com a extinção das ordens religiosas, o convento foi comprado em hasta pública pelo visconde de Carreira, que constituiu no espaço da cerca uma exploração agrícola. A partir da década de 60 do século XX o espaço conventual entrou em progressivo estado de degradação e, em 1987, o seu último proprietário, Rui Feijó, doou-o à Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo. 15 Março 2007 • 5ª feira • 15h00 Alcoolismo CONFERENCISTA Thomas Babor PROFESSOR AND CHAIRMAN, DEPARTMENT OF COMMUNITY MEDICINE AND HEALTH CARE, UNIVERSITY OF CONNECTICUT SCHOOL OF MEDICINE, USA Toxicodependências CONFERENCISTA John Strang DIRECTOR, NATIONAL ADDICTION CENTRE, INSTITUTE OF PSYCHIATRY, KING’S COLLEGE LONDON, UK MODERADOR José Pereira Miguel PRESIDENTE, INSTITUTO NACIONAL DE SAÚDE DR. RICARDO JORGE INFORMAÇÕES: Tel 217823560/68 | [email protected] | www.gulbenkian.org 12 • Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 Portugal Elevador do Lavra volta à actividade no final da semana, Local Lisboa, página 26 A luta continua nos movimentos do “sim” e do “não” que disputaram o referendo ao aborto André Jegundo e Maria José Santana O processo legislativo pós-consulta popular está a preocupar os activistas dos dois lados da barricada a O referendo à interrupção voluntária da gravidez (IVG) já lá vai, mas os movimentos contra e a favor não cessaram a sua actividade. Os do “sim” reuniram-se na noite de sexta-feira em Coimbra. Os do “não” fizeram o mesmo, ontem, em Calvão, no distrito de Aveiro. Ambos garantem que a luta continua. Já sem as bandeiras e os cartazes de campanha, mas ao som da música de Zeca Afonso e com cravos vermelhos sobre as mesas, elementos dos movimentos cívicos pelo “sim” reuniram-se a festejar a vitória alcançada no referendo, mas, sobretudo, para cerrar fileiras e assinalar o início de “um novo combate”. Depois da vitória nas urnas, os partidários do “sim” estão PUBLICIDADE preocupados com as “investidas” do lado do “não” que têm por objectivo “distorcer” os resultados do referendo e prometem “vigilância” apertada à elaboração e aplicação da nova lei da IVG. “A luta ainda não acabou”, começou por dizer António Marinho, do Movimento Médicos pela Escolha, sublinhado que a discussão da nova lei na Assembleia da República vai ser um momento da “maior importância”. Um dos aspectos que mais preocupam o médico cardiologista dos Hospitais da Universidade de Coimbra é a necessidade da nova lei não contemplar qualquer “estrutura externa que vá influenciar a decisão da mulher”, o que, na sua opinião, seria ilegítimo à luz da pergunta colocada em referendo. A maioria dos elementos dos movimentos que participaram ontem no jantar-tertúlia mostraram-se também apreensivos pela forma como o processo tem sido conduzido e censuraram o regresso da “opacidade partidária” à questão. “Os movimentos deram um contributo fundamental para o deba- te, mas agora a questão está outra vez restringida à opacidade dos partidos políticos. E ninguém sabe dizer o que vai ser a nova lei”, afirmou o médico Luís Januário. Do lado do “não”, a Federação Portuguesa pela Vida (FPV) exigiu que o Governo passe a atribuir um apoio às mulheres que decidam levar a sua Os movimentos do “sim” dizem que é preciso cerrar fileiras. Os do “não” querem um controlo efectivo do aborto legal gravidez a termo num valor, “no mínimo”, igual ao montante que o Estado pagará por um aborto “mais um euro”. Estes movimentos deixaram ainda a garantia de que vão estar atentos ao processo legislativo, especialmente no que concerne “aos aspectos da constitucionalidade dos diplomas que vão ser elaborados”. Do conjunto de reivindicações endereçadas ao Governo consta ainda a exigência de que a percentagem de financiamento de associações e instituições que acolhem mulheres ou crianças em dificuldade aumente “para 80 por cento” e que os centros de apoio à vida passem a ser financiados “a 75 por cento”. Outro dos requisitos da FPV passa pela realização de um controlo efectivo “através de relatórios semestrais e públicos” das condições e circunstâncias da prática do aborto legal nos estabelecimentos de saúde. Relativamente ao processo legislativo que terá lugar na Assembleia da República, os elementos da FPV aguardam com “expectativa” que “aquilo que vai ser levado para a lei corresponde às promessas eleitorais dos mais altos responsáveis do PS”, vincou Isilda Pegado, presidente da federação. Do encontro, que juntou várias dezenas de pessoas, saiu ainda um apelo para que os responsáveis dos vários grupos do “não” se empenhem na criação e dinamização de instituições de apoio à vida. Jovens autarcas vão reunir-se e trocar ideias a Os 14 presidentes de câmaras e assembleias municipais com menos de 36 anos vão reunir-se terça-feira, em Arganil (Coimbra), num inédito encontro da “nova geração de autarcas locais”, revelaram os organizadores. A ideia do encontro surgiu à margem de uma reunião do Comité das Regiões, em Bruxelas, em que participaram os presidentes socialistas das câmaras de Baião, José Luís Carneiro (35 anos), e Ferreira do Alentejo, Aníbal Costa (34 anos). “Só nos conhecíamos pela Internet”, disse José Luís Carneiro à agência Lusa, referindo que, nas conversas que tiveram em Bruxelas, os dois políticos concluíram que seria importante a nova geração de autarcas trocar impressões e experiências sobre questões europeias. Apesar de a ideia ter sido de dois autarcas do Partido Socialista, o encontro vai ter um cariz suprapartidário, dado que a idade foi o único critério para a formulação dos convites aos presidentes de câmaras e assembleias municipais. 14 • Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 Mundo Corrida aos consulados Muitos portugueses não se revêem no socialismo de Chávez Insegurança e expectativa gera corrida ao passaporte europeu na Venezuela KIMBERLY WHITE/REUTERS Portugueses, espanhóis, italianos e seus descendentes tratam de ter documentos em dia. “Não quer dizer que vá acontecer alguma tragédia, mas as pessoas querem estar preparadas” Ana Cristina Pereira a Talvez Ernesto de Oliveira, conselheiro das comunidades eleito pelo círculo do Estado de Aragua, tenha razão. Talvez “a preocupação” com a insegurança e com a política seja menor entre as portugueses residentes na Venezuela do que entre os seus familiares em Portugal. Mas, no rescaldo da reeleição do presidente Hugo Chávez, a corrida ao Consulado Geral de Portugal em Caracas bateu recordes. E anteontem apareceu morto um português em Caracas. Reeleito em Dezembro (com 62,8 por cento dos votos), Chávez prometeu aprofundar a “revolução bolivariana”. A Assembleia Nacional já aprovou a Lei Habilitante (que lhe permite, ao longo de 18 meses, legislar por decreto em matérias de diversa índole) e o presidente trata agora de nacionalizar os ditos sectores estratégicos (o petrolífero, o eléctrico e as telecomunicações), o que implicará um grande esforço para as finanças públicas (leia-se PDVSA – Petróleos de Venezuela). Numa comunidade que ronda as 400 mil pessoas, há muito quem não se reveja no “socialismo do século XXI” de Chávez. Em Janeiro, o cônsul de Portugal em Caracas, Fernando Manuel Teles Fazendeiro, registou uma média de 300 atendimentos diários – mais cem do que a verificada em 2006. “Há grande expectativa na comunidade face a novas políticas”, admite. “Estamos todos a ver onde é que isto vai parar”, interpreta a conselheira Maria Cremilda Andrade, eleita pelo círculo de Caracas. Registam-se matrimónios (tendencialmente mistos) e filhos (alguns já adolescentes ou mesmo adultos), solicitam-se (ou renovam-se) passaportes e bilhetes de Expectativa na comunidade portuguesa aumentou com as nacionalizações prometidas por Hugo Chávez identidade. Em suma, acautela-se a cidadania europeia. “Não quer dizer que vá acontecer alguma tragédia, mas as pessoas querem estar preparadas”, reforça o conselheiro Manuel Martins Pereira, eleito por Valência. De algum modo, sublinha Ernesto de Oliveira, alguns temem a repetição de África, isto é, uma reviravolta política que os despoje de tudo quando conseguiram em anos. Embora o processo venezuelano seja “completamente diferente”. “Isto é mais o barulho do que qualquer outra coisa”. Basta ver que as nacionalizações em curso implicam compra. As filas também já estão a crescer no consulado espanhol em Caracas Não foram só os portugueses que se inquietaram. As filas também engrossaram nas representações consulares dos outros dois países europeus com grandes comunidades na Venezuela (Espanha e Itália). Outra Cuba “Não vou ficar aqui à espera que Chávez transforme isto noutra Cuba”, desabafava um espanhol de 25 anos, citado pelo El País. Um idoso, ouvido pelo mesmo diário, atestava que a família inteira, netos incluídos, tinha a documentação em dia. “Tratámos de tudo pouco a pouco, porque eu sempre soube para onde ia este senhor.” No consulado português não existem dados sobre partidas. Apenas a certeza de que não há qualquer sinal de saída em massa. “As pessoas estão a trabalhar”, vinca o conselheiro José Luís Ferreira da Silva, eleito por Caracas. E a corrida ao passaporte europeu também se explica pela vontade de viajar – por prazer ou em negócios – para a Europa ou os EUA. Perspectivar uma saída da Venezuela não é fácil, indica o empresário Manuel Martins Pereira. Vender casas ou negócios, nesta fase de “incerteza”, é “perder dinheiro”. E investir no exterior também não é pêra doce. Há três anos, os estrangeiros deixaram de poder enviar divisas para o seu país de origem. “Quando viajámos, só temos direito a levar uma média de quatro mil dólares”, vinca. A par deste controlo cresce “o mercado negro”. O dólar obtido pela via legal custa 2100 bolívares; o do mercado negro quatro mil. Com o controlo de câmbio, “não temos autoridade para importar o que queremos e estão a desaparecer alguns produtos” do mercado nacional, explica ainda Manuel Martins Pereira. Os filhos de Maria Cremilda, por exemplo, possuem “fábricas de velas” e faltalhes “matéria-prima”. Com limitações, “o Governo deu autorização para irem buscá-la à Índia e à China”. E eles lá fazem as encomendas, sem deixar de dizer à mãe que “é preciso aguentar” o presente e “acreditar” no futuro. Nacionalizar custa O processo de nacionalizações já está em marcha. Até agora, a Venezuela gastou 1100 milhões de euros a comprar parte da Companhia Anónima Nacional Telefones de Venezuela (CANTV), da Electricidade de Caracas e da Serviço Eléctrico de Nova Esparta (Séneca). De acordo com a imprensa, o plano de nacionalização dos sectores eléctrico, petrolífero e telecomunicações está a suscitar grande contestação entre opositores e analistas, que entendem que o esforço é incomportável. Pelas suas contas, as nacionalizações vão custar de 12 mil a 20 mil milhões de euros (igual à actual dívida externa). As medidas pensadas para controlar a inflação outros cinco mil milhões. A partida surge sempre como “Plano B”, na expressão de Aleixo Vieira, director do Correio da Venezuela. A nota dominante é esperar, confiar. E a verdade é que a corrida ao passaporte europeu está já a abrandar. Para já, sublinha Maria Cremilda, o pior mesmo é a criminalidade. Um comerciante português apareceu morto na cave do seu snack-bar, em El Silencio, Caracas. De acordo com a Lusa, tinha três feridas de arma branca no corpo e um golpe no rosto. As autoridades detiveram ontem um empregado do estabelecimento, suspeito da autoria do homicídio. Ainda há duas semanas, uma jovem portuguesa foi sequestrada. O pai é dono de um bingo, os sequestradores pediram uma quantia exorbitante. “Ela disse-lhes que a podiam matar, porque o pai não tinha tal dinheiro e eles libertaram-na por 300 mil bolívares (cerca de 100 mil euros)”, recorda Maria Cremilda, amiga de uma tia da vítima. Neste momento, há 94 pessoas de várias nacionalidades sequestradas. Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 15 A Coreia do Norte convidou o chefe da Agência Internacional de Energia Atómica para discutir o seu programa nuclear, num encontro previsto para a segunda semana de Março. Mohamed ElBaradei disse já que espera que Pyongyang suspenda as suas actividades nucleares. “As pessoas não têm cuidado nenhum” com o álcool ao volante Portugal, página 6 Uribe pronto a “diálogo directo” com as FARC Presidente autoriza paralelamente os familiares dos reféns a negociarem com a guerrilha a libertação dos cativos a O Presidente colombiano, Alvaro Uribe, abandonou por instantes a linha dura que tem mantido em relação às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), dispondo-se a negociar com elas e autorizando os familiares dos reféns em poder da guerrilha a fazer o mesmo. A mãe de Ingrid Betancourt, cativa há cinco anos, não acredita que a ideia resulte. A luz verde para o diálogo chegou sob a forma de um comunicado lido nos media, onde o mandatário diz que “o Governo está disposto a um con- Deputados guineenses travam estado de emergência a Os deputados da República da Guiné (Conacri) votaram ontem, por unanimidade, contra o prolongamento do estado de emergência proclamado no dia 12 de Fevereiro pelo Presidente Lansana Conté e que expirava na noite de sexta-feira. O chefe de Estado solicitara quinta-feira à Assembleia Nacional que prorrogasse a lei marcial, mas os 86 deputados presentes na sessão de sexta decidiram, por mão no ar, que tal não deveria ser feito. E isto apesar de o Partido da Unidade e do Progresso (PUP), de Lansana Conté, ter eleito 90 dos 114 deputados existentes naquele país da África Ocidental. Os sindicatos saudaram a votação, mas vão continuar com a greve geral que iniciaram até que se encontre um novo primeiro-ministro. O nome de Eugène Camará, escolhido pelo Presidente da República pressionado pelos protestos, não é aceite, por não ser considerado suficientemente isento. PUBLICIDADE tacto directo com as FARC, sem intermediários”, numa aparente alusão ao grupo de países europeus que serviam de facilitadores das negociações para um acordo humanitário. O surpreendente passo de Uribe, que com isto parece ceder à política de firmeza que leva há quatro anos, fora entretanto precedido de outro ainda mais inesperado: a autorização dada aos familiares dos sequestrados a iniciarem diligências para obterem eles próprios a libertação dos reféns nas mãos da organização de Manuel Marulanda “Tirofijo”, missão entregue à mulher de um dos cativos. Uribe tinha acabado de ordenar o reforço da ofensiva militar contra a guerrilha A guerrilha tem em seu poder pelo menos 1100 pessoas, segundo o diário espanhol El País, incluindo 57 polícias, soldados e políticos. O contingente “menos” importante é formado por civis raptados com objectivos financeiros. A incerteza do número exacto de vítimas deve-se ao facto de os raptores ameaçarem aumentar o valor das trocas se houver queixa do seu desaparecimento. A aproximação dos civis às FARC vai ser liderada por Lucy Artunduaga de Gechen, mulher do ex-senador Jorge Eduardo Gechen de Turbay, sequestrado em Fevereiro de 2002, que se manifestou optimista: “Chegou a hora de nós, as famílias, podermos estabelecer um contacto directo com os sequestradores para ver de que maneira podemos contribuir para uma aproximação entre as partes”. Sobre um eventual diálogo directo entre as autoridades e a guerrilha, a negociadora ad hoc disse que “é assim que é preciso fazer, que o Governo entre e se sente com as FARC para que possam procurar uma saída para um problema tão grave”. Uma familiar, Yolanda Pulecio, mãe de Ingrid Betancourt, nas mãos do grupo de Marulanda há 1828 dias, não acredita no plano: “Esta autorização que nos foi dada para nos encontrarmos com as FARC é uma autorização que francamente não nos serve para nada”, disse aos microfones da rádio Caracol. A disponibilidade anunciada por Uribe para um diálogo directo e a autorização que deu aos familiares para avançarem ocorre inesperadamente um dia depois de ter ordenado o reforço da ofensiva militar contra a guerrilha. Segue-se ainda a declarações ao jornal francês Le Figaro, segundo as quais Betancourt teria sido levada pelas FARC para fora do país, o que entretanto foi desmentido pelos rebeldes. Nuno Amaral, São Paulo Arte fala da ditadura em Nova Iorque REUTERS/HANDOUT Fernando Sousa Greves nas cadeias do estado de São Paulo Lucinda Canelas a As perseguições, a tortura, a violência e as memórias dos que sobreviveram à opressão das ditaduras latino-americanas da segunda metade do século XX serviram de base ao trabalho de 14 artistas contemporâneos da Argentina, Chile, Brasil, Colômbia, Guatemala, Uruguai e Venezuela, em exposição no Museo del Barrio, em Nova Iorque. Los Desaparecidos reúne fotografia, gravura, vídeo e instalação de artistas como Marcelo Brodsky, Cildo Meireles, Óscar Muñoz, Ivan Navarro, Nicolás Guagnini e Juan Manuel Echavarría. Alguns dos autores pertenceram à resistência nos seus países, outros foram vítimas de perseguição, muitos tiveram familiares e amigos presos pelas ditaduras da América Central e do Sul, dos anos 50 ao final da década de 80. Os mais jovens nasceram já no pós-ditadura ou em países em que as perseguições aconteceram em regimes ditos democráticos, como a Venezuela, lembrava ontem o jornal El País. Rostos inexpressivos e listas de nomes cuidadosamente organizadas são Em 30.000 Nicolás Guagnini fala sobre os desaparecidos na Argentina uma constante de Los Desaparecidos. “Estes artistas lutam contra a amnésia para que semelhantes atrocidades não se repitam e pedem aos norte-americanos que questionem o papel dos EUA ao apoiar regimes latino-americanos que assassinaram o seu próprio povo”, disse ao diário espanhol o director do museu, Julián Zugazagoitia. O colombiano Echavarría explora a violência cometida pela guerrilha na luta pelo controlo do narcotráfico. Muñoz fala sobre a “dificuldade de recordar” e Brodsky parte de uma experiência íntima – o desaparecimento do seu irmão Fernando. “É interessante trazer esta exposição aos EUA porque não fala só de história, mas também do presente”, disse o artista argentino ao El País. “O tema dos desaparecidos está na roupa laranja [dos prisioneiros] de Guantánamo.” a Os reclusos que, há dois dias, protestam contra a “opressão” do sistema penitenciário brasileiro ameaçam tomar medidas mais duras se não forem ouvidos por um representante do Governo federal “a breve trecho”. Desde quarta-feira que os protestos chegaram a 80 das 144 cadeias do estado de São Paulo, alegadamente coordenados pelo Primeiro Comando da Capital. Esta organização com associações criminosas formada por reclusos e ex-reclusos em 1993 pretende, alega, defender os direitos dos presos. Preparada há cerca de um mês, esta “greve branca” – os detidos não saem das celas, recusam-se a comparecer a audiências judiciais e, alguns, a comer – tem por objectivo demonstrar as fragilidades do sistema prisional brasileiro. Ontem, um grupo de reclusos escreveu uma carta à primeira dama, Marisa Silva, onde admite fazer “algo mais duro” se o Estado não negociar. Esta onda de protesto surgiu como forma de denunciar os “maus tratos” de que dizem ser alvo por parte dos guardas prisionais, sendo certo que a apreensão de telemóveis a alguns elementos das facções criminosas do Primeiro Comando da Capital encarcerados numa cadeia na cidade de Presidente Venceslau (600 km a oeste de São Paulo) é que inflamou os ânimos. De acordo com as autoridades, os elementos do Primeiro Comando da Capital utilizam os telemóveis para coordenar acções realizadas dentro e fora das cadeias, como foi o caso da onda de ataques em São Paulo, ocorrida em Maio do ano passado. Há cerca de duas semanas, uma vistoria foi feita na prisão de Venceslau - onde a 729 presos foram retirados vários telemóveis, uma elevada quantidade de droga e alguns computadores portáteis. As autoridades não conseguem ainda estimar o número de reclusos que aderiu a esta “greve branca”, salvaguardando apenas que ainda não se registaram feridos e que a situação está “quase controlada”. 16 • Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 Mundo Ponto de Vista de Jorge Almeida Fernandes sobre a crise italiana P Le Pen denuncia alegada ofensiva contra a sua candidatura à presidência de França Jorge Heitor O líder da Frente Nacional afirma que os presidentes de municípios que tinham prometido patrocinar a sua candidatura receberam telefonemas a intimidá-los Prodi demitiu-se quarta-feira Sofia Lorena a O Presidente italiano, Giorgio Napolitano, pediu ontem a Romano Prodi que permaneça no posto de primeiro-ministro e enfrente uma moção de confiança no Parlamento. O desfecho para a crise iniciada com a derrota do Governo num voto sobre política externa no Senado, e a consequente demissão de Prodi, quarta-feira à noite, já era esperado, mas o último capítulo só deverá acontecer quarta-feira, quando Prodi confirmar se conta com maioria nas duas câmaras do Parlamento. Após dois dias de consultas, Napolitano precisou de apenas 35 minutos para dizer a Prodi que esta era “a única solução”. “Irei ao Parlamento assim que for possível, com o apoio de uma coligação coesa determinada a ajudar o país nesta fase difícil e acelerar a recuperação económica iniciada”, respondeu o líder da coligação de centro-esquerda, a União. Prodi foi derrotado com as abstenções de dois senadores da União, um do Partido dos Comunistas Italianos, outro da Refundação Comunista. Em causa estava a missão italiana no Afeganistão e o alargamento de uma base militar norte-americana em Itália. Depois da demissão, disse que só ficava com uma “maioria blindada”: obteve-a com um pacto, aceite quintafeira por todos os partidos do Governo. Reforçou a sua liderança e garantiu que os compromissos internacionais serão respeitados, mas não mudou o facto de ter uma coligação muito heterogénea e uma maioria de apenas um voto na câmara alta do Parlamento. “Penso que sim”, afirmou ontem Prodi, questionado sobre se terá a maioria para continuar no Governo. De acordo com o jornal Corriere della Sera, para além dos votos da União, Prodi contará com quatro senadores vitalícios e com o voto de Marco Follini, um democrata-cristão que chegou a ser sondado para integrar uma possível coligação alargada. A oposição de direita, liderada por Silvio Berlusconi, reagiu como era esperado à decisão de Napolitano, afirmando que a continuação de Prodi servirá apenas para “prolongar a agonia” do seu Governo. Mas como o próprio Presidente afirmou ontem, não havia nenhuma “alternativa concreta”. a Jean-Marie Le Pen, o político da extrema-direita francesa que dirige a Frente Nacional (FN) desde que esta foi fundada, declarou ontem na cidade de Lille, onde principiou a sua convenção presidencial, que foram exercidas pressões sobre os presidentes de vários municípios para que desistissem de patrocinar a sua candidatura ao Eliseu. “Parece que foi desencadeada uma ofensiva para reforçar a do senhor (Philippe) de Villiers, que se esforça muito para convencer as pessoas de que não devem votar em Le Pen. Está a cumprir a sua missão de franco-ati- Queixa contra De Villiers “Vamos efectuar um inquérito e apresentar queixa”, prosseguiu o presidente da FN, enquanto o seu colaborador Michel Guiniot também dizia que o próprio De Villiers anda a O líder da Frente Nacional, Jean-Marie le Pen, continua a considerar a imigração como a causa de todos os problemas telefonar aos presidentes dos municípios para lhes explicar que “é um erro votar Le Pen”. Se “milhões de eleitores” que estariam dispostos a votar nele não o conseguirem fazer por não ter reunido o número de assinaturas suficientes para a homologação da candidatura, ameaçou o caudilho da direita nacionalista, “terão sem dúvida reacções cívicas que poderão ser dolorosas para alguns”. Se acaso o seu campo for impedido de concorrer ao Eliseu, prosseguiu, é provável que os eleitores que o compõem se vinguem depois nas legislativas, municipais e cantonais. Lille foi escolhida para cenário da convenção deste fim-de-semana por ter sido na região que o candidato conseguiu os seus melhores resultados durante a primeira volta das presidenciais de 2002, acima dos 18 por cento. E é aí que hoje vai pormenorizar o seu programa “nacional, popular e social”. Desse programa sabe-se desde já, designadamente pelo que dele foi publicado no jornal Le Monde, que JeanMarie le Pen continua a considerar a imigração como a causa de todos os problemas da França e o seu fim como a solução para o desemprego, a falta de habitação, o défice da segurança social, a deliquência juvenil e a dívida pública. Se acaso conseguisse chegar ao poder, o líder da Frente Nacional gostaria de accionar aquilo a que chama “uma política de inversão dos fluxos migratórios”, não deixando entrar mais ninguém no país e assimilando “os que respeitam as leis e os costumes” da França. Fechar fronteiras Por outro lado, considerou uma calúnia as interpretações que foram dadas às suas palavras sobre os atentados de 2001 contra o World Trade Center de Nova Iorque: “Falei do acontecimento do 11 de Setembro, mas depois toda a gente começou a afirmar que eu dissera ‘incidente’”. Apelos à rebelião cívica em iniciativa contra a ETA e o Governo de Zapatero DR Presidente italiano reconduz Romano Prodi rador do senhor Sarkozy”, queixouse o homem que em 2002 chegou a disputar a segunda volta. Philippe de Villiers é candidato do Movimento pela França, outra formação política situada à direita do espectro político. Actualmente tem apenas dois por cento das intenções de voto, face aos 14 de Le Pen, que é o quarto na lista de preferências, atrás de Ségolène Royal, Nicolas Sarkozy e François Bayrou. Nuno Ribeiro, Madrid a A concentração de milhares de pessoas organizada ontem pela Associação de Vítimas do Terrorismo (AVT) na Praça Cólon, em Madrid, concluiu com apelos à rebelião cívica. Contra a ETA e o Governo, acusado de titubeante face à organização terrorista. “O testemunho dos que me precederam é suficiente, não leio o meu discurso, apenas digo que a rebelião cívica é imparável.” Foi desta forma que Francisco Alcaraz, presidente da AVT, concluiu a concentração. Antes de Alcaraz familiares e vítimas dos comandos da ETA de Juana Chaos que fizeram 25 vítimas mortais falaram das ausências e do medo. Ao compasso da marcha militar “A morte não é o final”, foi feita uma oferenda floral perante uma cruz branca e uma tocha. Os discursos foram interrompidos por gritos “Viva Espanha”, “Assassinos” e “ETA não”. Os manifestantes levavam bandeiras de Espanha e cartazes: “ZP [Rodriguez Zapatero], quem está por trás do 11 de Março?”. Juana Chaos, que já cumpriu a pena pelos 25 assassinatos, encontra-se em greve de fome por ter sido condenado a três anos pela publicação de dois artigos no diário basco Gara, nos quais ameaçava funcionários das prisões. A pena decretada foi de 12 anos, mas o Supremo considerou o recurso e reviu-a para três anos e sete meses de prisão. A AVT manifestou-se contra esta revisão, mas suavizou a posição para a exigência que Juana Chaos cumpra na íntegra os três anos e sete meses. Ou seja, que não seja beneficiado por medidas compensatórias previstas na legislação penal e cuja aplicação depende do executivo. Milhares voltaram às ruas para protestar contra o Governo e a ETA Esta mudança de tom e de alvo – dos juízes ao Governo – permitiu ao Partido Popular (PP), a principal força da oposição, estar presente na concentração através de uma delegação liderada pelo secretário-geral Angel Acebes. O presidente Mariano Rajoy não compareceu e em círculos dos “populares” há recriminações à estratégia da AVT. Quando as sondagens revelam que a diferença dos conservadores de Rajoy para os socialistas de Zapatero é de 1,2 por cento, os que defendem posições menos extremas estão inquietos pelo radicalismo da AVT. Na prática, esta associação, através da mobilização de rua que consegue com o apoio do Partido Popular, manda na agenda política do centro-direita espanhol: ao ponto da convenção popular para as eleições autárquicas e regionais de Maio próximo, agendada para ontem, ter sido adiada para não coincidir com a concentração da praça Cólon. AVT Da autoridade moral ao poder de facto Criada em 1981, a AVT só teve relevância em 1996, quando Aznar decidiu honrar as vítimas da ETA. A AVT, que nasceu com a autoridade moral de quem sofreu a violência, passou a poder de facto. É em 2002, com Francisco Alcaraz na liderança, que a AVT se aproxima do PP. À custa de dissidências na Catalunha e Andaluzia e ao afastamento da primeira direcção. Desde Janeiro de 2005, a AVT organizou sete manifestações e, ontem, uma concentração. Passou do ataque ao terrorismo a querer condicionar a política antiterrorista de Zapatero e à crítica à Justiça. N.R. Tribunal canadiano rejeita lei antiterrorista a Nove juízes do Supremo Tribunal do Canadá rejeitaram um sistema de segurança que permite ao Estado deter e deportar suspeitos de terrorismo nascidos no estrangeiro sem julgamento, noticiou a BBC on-line. Na sexta-feira, o colectivo de juízes decidiu que o sistema em vigor desde 1978 viola a Constituição e nega aos suspeitos o direito de se defenderem. O Supremo canadiano teve de se pronunciar sobre a matéria num caso que envolveu três homens que negam associações à Al-Qaeda. Mohamed Harkat, nascido na Argélia, Adil Charkaoui, Marrocos, e Hassan Almrei, Síria, foram a tribunal dizer que não têm qualquer ligação à rede terrorista e que serão torturados em caso de deportação. “Antes de o Estado poder deter pessoas por períodos significativos, deve dar-lhes um processo judicial justo”, escreveu o colectivo. Harkat esteve preso três anos e meio até ser libertado, sob rígidas condições, em Junho do ano passado. Almrei está preso desde Outubro de 2001 e Charkaoui passou 21 meses na prisão. O Supremo Tribunal fez um ultimato ao Parlamento – deu-lhe um ano para alterar a secção do Immigration and Refugee Protection Act que permite a deportação e a detenção sem culpa formada. Segundo a BBC, o Governo justifica-se, defendendo que o sistema é necessário para manter o país em segurança. Os que o criticam garantem que é apenas uma forma de o Estado deportar cidadãos não-canadianos com base em informações secretas reveladas apenas a juízes federais em audiências à porta fechada. DE 19 DE FEVEREIRO A 31 DE MARÇO HÁ OPORTUNIDADES QUE NÃO SE PERDEM Aproveite a boleia e compre esta magnífica impressora portátil HP com bolsa de transporte. Basta juntar 10 selos que saem diariamente com o PÚBLICO. POR APENAS 89¬ IVA incluído HP Photosmart A516 " LCD de 3,8 cm " Slots para cartões de memória de todos os formatos " Impressão fotográfica em apenas 53 segundos, sem margem até 10 x 15 cm, secagem imediata e resistente à água e a manchas com o Papel HP avançado para fotografia. * Menos 49¬ que o PVP recomendado. Para mais informações ou encomendas ligue 707 501 407 Cada cupão só é válido para uma impressora, com selos de dias diferentes. Oferta limitada ao stock existente. Para especificações sobre os produtos consulte www.hp.pt. Envie este cupão para - CHIP7, Dptº MKt.Rua Óscar da Silva, 3047, 4455-520 PERAFITA. NOME MORADA CÓDIGO POSTAL LOCALIDADE Nº DE CONTRIBUINTE Os dados fornecidos serão processados autommaticamente no ficheiro comercial do destinatário, gozando os respectivos titulares de direito de informação e acesso. Estas informações serão exclusivamente usadas para divulgação de produtos e promoções do PÚBLICO. Se, de futuro, não pretender receber estas informações, assinale com um x . CONTACTO MÓVEL 18 • Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 Mundo José Diogo Quintela pergunta o que as urgências e a Ota têm em comum. “Como é óbvio, nada.” P2 Educação para a paz só funciona se acontecer “do infantário à universidade” Resultados de programas anuais com jovens de Israel e da Palestina são escassos e efémeros, desaparecendo no regresso às zonas de conflito a Os efeitos dos programas de educação para a paz entre judeus e árabes são diminutos e efémeros. Esta é a principal conclusão de um estudo recente da Faculdade de Educação da Universidade de Haifa, em Israel, que envolveu quase mil jovens dos dois grupos. “Não há dúvidas de que as iniciativas de curta duração têm resultados pouco satisfatórios. A forma mais eficaz de obter efeitos a longo prazo é apostar numa abordagem sistémica: o Ministério da Educação a planear e liderar os projectos em todos os níveis de ensino, do infantário à universidade”, afirmou ao PÚBLICO Yigal Rosen, responsável pela investigação. A tolerância e a ponderação que os estudantes adquirem durante o programa educacional esbatem-se quando regressam ao lugar de origem, onde voltarão a partilhar os mesmos estigmas e preconceitos sociais, explicou o especialista numa conversa por e-mail. “As escolas para a paz não podem ser ilhas no meio de uma batalha entre dois povos, sob pena de os resultados obtidos serem limitados e desaparecerem após alguns meses”, defende Yigal Rosen. Estas iniciativas bem-intencionadas e voluntaristas estão “quase sempre” condenadas ao “fracasso”, defende o investigador da Universidade de Haifa, caso não estejam alicerçadas num acompanhamento sistemático e a longo prazo. MARCO LONGARI/AFP Andréia Azevedo Soares Trabalho imprescindível “Será então que as sociedades devem esquecer a educação para a paz e esperar pelas condições ideais para fazê-lo? A resposta é inequívoca: não”, avisa Yigal Rosen, para quem a promoção da tolerância é imprescindível. Estudos como este avaliam apenas a eficácia dos programas actuais e, face aos resultados, exortam a adopção de novos modelos. O estudo envolveu 956 alunos judeus e árabes com 15 ou 16 anos, que avaliaram a importância de um conjunto de ideias associadas ao conflito antes e depois de participarem no programa Pathways into Reconciliation. Dois meses após o fim do curso, voltaram a ser inquiridos. O objectivo era avaliar até que ponto e durante quanto tempo a campanha de sensibilização para a paz seria capaz de alterar a percepção de cada uma das partes. Os jovens árabes, por exemplo, nunca puseram em causa a ideia de que “1948 marcou o início de uma série de situações nas quais os palestinianos perderam a terra, as casas e proprie- Jovem palestiniana e polícia israelita em Jerusalém Oriental dades, tornando-se refugiados”. Mas atribuíram menor importância a frases reforçadas por memórias colectivas, como “a desonestidade sempre caracterizou os judeus”. Algo semelhante aconteceu aos alunos judeus. A afirmação de que “têm um direito histórico à terra” manteve-se como um princípio, mas comentários redutores como “os árabes sempre desejaram expulsar os judeus de Israel” perderam peso. Bastaram dois meses, contudo, para que houvesse um completo recuo nas mudanças de perspectiva. “Uma grande mudança social terá de ocorrer para que estes jovens possam alterar as suas percepções do conflito. Se a atmosfera de ataques mútuos se mantém, a abertura para o entendimento que os estudantes adquirem na escola desaparece quando regressam à zona de conflito”, explica Yigal Rosen, cuja tese de doutoramento foi recentemente publicada pela Universidade de Haifa. PUBLICIDADE PROGRAMA 14:30 Liberdade, Segurança e Justiça: Valores Fundamentais da Europa Salão Nobre da Ordem dos Advogados Lisboa, Largo de S. Domingos,14 Terça-feira 27 de Fevereiro de 2007 SESSÃO DE ABERTURA Margarida Marques, Directora, Representação da Comissão Europeia em Portugal Rui Machete, Presidente da Associação Portuguesa de Direito Europeu António Figueiredo Lopes, Membro do Conselho Directivo do IEEI INTRODUÇÃO DOS TEMAS Nuno Piçarra, Faculdade de Direito, Universidade Nova de Lisboa 15h15 Moderador I SESSÃO: LIBERDADE, SEGURANÇA E JUSTIÇA: UMA CONCILIAÇÃO NECESSÁRIA José Luís Cruz Vilaça, antigo Pr. do Tribunal de 1ª Instância das Comunidades Europeias e membro do Conselho Directivo do IEEI Comunicações Anabela Rodrigues, Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra Luís Miguel Poiares Maduro, Advogado-Geral, Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias Rui Pereira, Coordenador da Unidade de Missão para a Reforma Penal 16h30 Pausa para café 16h45 II SESSÃO: QUE INSTITUIÇÕES PARA GARANTIR ESSES VALORES? Moderador José Luís Cruz Vilaça, antigo Pr. do Tribunal de 1ª Instância das Comunidades Europeias e membro do Conselho Directivo do IEEI Comunicações Maria Luísa Duarte, Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa José Narciso da Cunha Rodrigues, Juiz, Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias José Luís Lopes da Mota, Membro da Eurojust José António Pinto Ribeiro, Presidente do Fórum Justiça e Liberdades 18h00 Palestinianos voltam a enfrentar-se na Faixa de Gaza SESSÃO DE ENCERRAMENTO Álvaro Vasconcelos, Director do Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais Rogério Alves, Bastonário da Ordem dos Advogados Portugueses João Tiago da Silveira, Secretário de Estado da Justiça Organização IEEI/APDE /ORDEM DOS ADVOGADOS/IPRI ENTRADA LIVRE www.ieei.pt APOIO O II Debate Nacional sobre o Futuro da Europa é promovido pelo IEEI e coordenado por individualidades e instituições ligadas às questões europeias, com o objectivo de conhecer o estado do debate europeu em Portugal, pela auscultação das posições e expectativas de diversos sectores da sociedade portuguesa. a Quatro palestinianos morreram ontem em Khan Younis, no Sul da Faixa de Gaza, num combate entre grupos rivais, declararam à agência AFP membros da segurança. Os confrontos de ontem foram os primeiros desde o acordo da Meca, assinado a 8 de Fevereiro entre o Hamas e a Fatah com o objectivo de formar um governo de unidade e acabar com a violência entre os respectivos partidários. Mohammad Al-Galban, de 27 anos, membro das forças de polícia controladas pelo Hamas, foi morto a tiro pouco depois da meia-noite por elementos de uma família rival, a dos Kawaras, que pretendiam vingar o assassínio, há dois meses, de um dos seus, membro de uma polícia controlada pela Fatah, segundo a AFP. Combatentes do Hamas e elementos da família Al-Galban responderam durante a madrugada, atacando a família Kawara com Kalachnikovs, granadas e tiros de morteiro. Acabaram por morrer os civis Ismail Sobh, de 70 anos, Hazem Kawaram, de 30, e Ghada Kawara, de 27. E há ainda pelo menos 17 feridos, incluindo três em estado grave. O governo condenou a violência e declarou tratar-se de uma violação do acordo de Meca, destinado a partilhar o poder entre as duas grandes formações políticas palestinianas. Explosão de camião mata 40 pessoas a oeste de Bagdad a Pelo menos 40 pessoas morreram ontem na explosão de um camião-cisterna armadilhado junto à entrada de uma mesquita da província de Anbar, bastião sunita a oeste de Bagdad. Uma esquadra e uma escola nas imediações também foram atingidas pela explosão, que deixou ainda mais de 60 feridos. Este atentado suicida pouco comum – os ataques com viaturas armadilhadas visam normalmente alvos xiitas – aconteceu num dia marcado por manifestações xiitas em protesto pela detenção por parte de forças norte-americanas do filho de um dignitário da comunidade maioritária no Iraque. Em Bagdad e nas cidades xiitas do Sul, milhares saíram à rua contra a detenção, por algumas horas, do filho de Abdul-Aziz al-Hakim, chefe do Conselho Supremo para a Revolução Islâmica no Iraque, o mais importante partido político xiita. Ammar al-Hakim contou numa conferência de imprensa que os soldados o empurraram, lhe vendaram os olhos e o algemaram. O Presidente do país, o curdo Jalal Talabani, lamentou “a ofensa a que Hakim foi sujeito” e disse que os soldados americanos responsáveis devem ser castigados. Talabani pediu aos EUA que garantam que “acções injustificadas destas não se repitam com políticos e figuras nacionais”. PUBLICIDADE Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 19 Circuncisão reduz a metade risco de HIV Clara Barata a A circuncisão masculina reduz de forma significativa o risco de infecção pelo vírus HIV – segundo dois estudos publicados na revista médica The Lancet, a diminuição pode ser superior a 50 por cento. As agências das Nações Unidas ligadas à saúde vão discutir no início de Março se farão novas recomendações à luz destes resultados. Em Dezembro, estes dois ensaios clínicos, no Quénia e no Uganda, financiados pelo Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA, foram interrompidos, por haver grande vantagem para os homens circuncidados. Agora são publicados os resultados. Em Kisumu, no Quénia, participaram 2784 homens não infectados pelo HIV. Entre os circuncidados, houve 53 por cento menos casos do que entre os não submetidos a esta cirurgia, que remove o prepúcio do pénis. Em Rakai, no Uganda, participaram 4996 homens, e houve 51 por cento menos casos de HIV entre os circuncidados. Tem-se discutido muito se a circuncisão masculina pode mesmo prevenir a sida. Em Julho, um estudo na revista on-line Public Library of Medicine calculava que se pudessem evitar dois milhões de novas infecções e 300 mil mortes nos próximos dez anos em África, ao limitar a transmissão pelos homens às suas parceiras sexuais. Um homem tem duas vezes mais probabilidades de infectar uma mulher do que o contrário. Por isso, reduzir as infecções masculinas poderia diminuir em 37 por cento o total de novos casos, defendia a equipa da OMS. Japão põe em órbita quarto satélite-espião a O Japão lançou ontem o seu quarto satélite-espião, aumentando a sua capacidade de monitorizar potenciais ameaças da Coreia do Norte. O satélite foi posto em órbita pelo foguetão H2A, lançado às 4h41 (hora de Lisboa). O aparelho permite observar qualquer ponto da Terra uma vez por dia. Tóquio iniciou o seu programa de satélites-espiões depois de um míssil lançado pela Coreia do Norte ter sobrevoado o território japonês, em 1998. Três outros satélites tinham já sido postos em órbita desde então. Outros dois explodiram em 2003, quando o foguetão que os transportava teve de ser destruído, depois do lançamento, por se ter desviado da rota. Os temores do Japão aumentaram no ano passado, quando a Coreia do Norte conduziu um teste nuclear em Outubro. Também a China mostrou o seu poder, ao destruir com um míssil um dos seus antigos satélites mete- Satélite vai vigiar Pyongyang orológicos. Os cientistas espaciais japoneses queixam-se, há muito, de que o país estava a ficar atrasado, em relação a outros, em termos de capacidade tecnológica espacial, devido a uma resolução parlamentar, de 1969, que restringiu o uso do Espaço a fins pacíficos. Homens procuram vacina contra cancro feminino a Os primeiros destinatários são as mulheres. Mas cada vez mais homens estão a tomar uma vacina recentemente desenvolvida para prevenir, nas mulheres, o cancro do colo do útero. A vacina – desenvolvida pelo laboratório Merck e comercializada com o nome Gardasil – é uma protecção contra quatro tipos de papilomavírus humano (HPV), associados ao cancro do colo do útero. O vírus, no entanto, pode também provocar problemas genitais masculinos, como cancro do ânus e do pénis. Várias clínicas no Reino Unido já estão a administrar a vacina a homens. “Temos tido muita procura. Hoje de manhã, apliquei a vacina a um homem. Tinha 24 anos. À tarde, terei outro, de 67 anos”, disse à BBC on-line o médico Sean Cummings, de uma clínica privada. “A motivação é proteger-se a si próprio e prevenir a transmissão do HPV aos seus parceiros.” Nas mulheres, a vacina deve ser administrada antes da fase sexualmente activa, ou então em jovens até aos 26 anos. Nos Estados Unidos, o laboratório Merck vinha defendendo a inclusão do seu medicamento no programa obrigatório de vacinação infantil. Mas a oposição de grupos religiosos – contrários à vacinação de crianças contra uma doença sexualmente transmissível – fez com que a empresa anunciasse, na semana passada, que desistira de pressionar os legisladores. 20 • Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 Mundo Ramos-Horta confirma que quer suceder a Xanana LIRIO DA FONSECA/REUTERS Timor-Leste Corrida para as eleições presidenciais de Abril começa a desenhar-se Ramos Horta garante que tem capacidade para ser Presidente Primeiro-ministro considera essencial o diálogo entre as diferentes instituições e melhorar a eficiência dos órgãos de decisão Jorge Heitor a “Sei que tenho condições e capacidades para assumir o cargo de Presidente da República.” Foi com estas palavras que o primeiro-ministro de Timor-Leste, José Ramos-Horta, se disponibilizou hoje de manhã (madrugada em Lisboa) para concorrer à chefia do Estado, numas eleições com primeira volta marcada para 9 de Abril. A intenção já tinha sido antecipada há dois dias pela televisão Al-Jazira, do Qatar. Chegou agora a confirmação, num dicurso em Timor. “Anuncio publicamente, aqui em Laga [150 quilómetros a leste de Díli, em Baucau], a minha decisão de me candidatar à Presidência, para suceder a Xanana Gusmão, herói do nosso povo, que resgatou das grandes derrotas de 1977-79 e conduziu com extraordinária visão até à nossa libertação”, disse o chefe do Governo. “Foram semanas de reflexão e de muita hesitação. Reflecti sobre a honrosa mas muita penosa missão de me candidatar a chefe de Estado”, prosseguiu o homem que em 1996 partilhou o Nobel da Paz com o então bispo católico de Díli, Carlos Filipe Ximenes Belo. Segundo o jornal Sydney Outros candidatos Seis políticos querem ser rivais de Horta Francisco Guterres (Lu-Olo), presidente da Fretilin e do Parlamento, é o adversário mais forte de Ramos-Horta, por ter consigo a força política maioritária. Francisco Xavier do Amaral, líder da Associação SocialDemocrata Timorense (ASDT). Lúcia Lobato, do Partido Social-Democrata (PSD), do exgovernador Mário Carrascalão. Manuel Tilman, líder do partido KOTA, depois de em Portugal ter sido de 1980 a 1984 deputado pela ASDI. Avelino Coelho da Silva, secretário-geral do Partido Socialista Timorense (PST). João Carrascalão, líder da União Democrática Timorense (UDT). Morning Herald, os planos de Horta assentam num pacto com Xanana para procurarem mudar de cargo e diminuir o peso político da Fretilin, partido maioritário. O Presidente “deve assumir um papel de interligação e harmonização entre as diversas instituições do Estado, permitindo uma actuação coordenada e, portanto, mais eficiente dos diversos órgãos de decisão”, declarou RamosHorta num discurso de sete páginas, durante o qual lembrou ter liderado “o processo de estabelecimento de relações diplomáticas com cerca de 100 países”. “O diálogo entre instituições é essencial e pretendo fomentá-lo. Um país no qual as diversas instituições se encontrem de costas voltadas não pode crescer”, defendeu o primeiro-ministro. “Como candidato, durante o período da campanha afastar-me-ei do Governo. Não uso, não usarei meios do Estado para a minha campanha. (...) Convido o inspector-geral do Estado, os partidos e outras institutições a monitorizar as minhas actividades”. Pacto com o Presidente Ramos-Horta reconheceu que o Governo que chefia é da Fretilin (Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente), cujo líder, Francisco Guterres (Lu-Olo), actual presidente do Parlamento, se apresentou há cinco dias como candidato do partido à liderança da nação, no que parece ser o mais forte despique destas eleições. Sexta-feira, o primeiro-ministro reconhecera, em declarações prestadas ao PÚBLICO, que a Austrália e os Estados Unidos foram dos países que mais o encorajaram a candidatar-se a Presidente da República. Entretanto, Xanana declarara a figuras da oposição, em Díli, segundo o Sydney Morning Herald, que tenciona formar o seu próprio partido e ir às legislativas, que só serão marcadas depois de terminadas as presidenciais. De acordo com o jornal australiano, Ramos-Horta e Xanana Gusmão “vão tentar convencer o eleitorado de que, como Presidente e primeiro-ministro, oferecem ao país a melhor oportunidade de ultrapassar as divisões e garantir a estabilidade política, depois do caos e da violência do ano passado”. Ainda ontem, um segundo jovem morreu depois de, na véspera, ter sido alvejado a tiro num confronto com soldados australianos, na capital. Primeiro-ministro tencionava sair em Maio França e Harvard nos planos do Nobel a José Ramos-Horta diz que, se não fosse a crise de há um ano, que levou à demissão de Mari Alkatiri, “teria continuado apenas no Governo como ministro de Negócios Estrangeiros até Maio” próximo. O seu projecto de vida não passava pela chefia do Governo e “muito menos” pela candidatura presidencial, hoje anunciada. “Tinha planos muito mais simples, modestos. Retirar-me em Maio, ‘exilar-me’ intelectualmente em França por um ano ou dois, depois Harvard por um ano, escrevendo, lendo”, revela, em declarações ao PÚBLICO. O primeiro-ministro, num contacto via e-mail estabelecido ontem ao fim da manhã, esclarece que, ao contrário do que escrevemos em edições anteriores, as suas declarações sobre a intenção de se candidatar à Presidência de Timor-Leste, transmitidas pela cadeia Al-Jazira, foram feitas em Díli e não em Singapura, como davam a entender despachos das agências internacionais. A entrevista, acrescenta, só deveria ter ido para o ‘ar’ durante a semana que agora começa, permitindo que o anúncio da candidatura fosse feito primeiro aos timorenses. Imprensa exagera sobre Díli Ramos-Horta considera que “infelizmente, as Nações Unidas têm sido alvos de violência em muitos países”. Demonstram-no o assassinato de Sérgio Vieira de Melo, no Iraque, e numerosos ataques a pessoal da ONU em Cabul e, mais recentemente, no Kosovo, Congo, Burundi e Haiti exemplifica, reagindo a recentes críticas – de que disse não ter conhecimento directo – do chefe de missão da ONU em Timor-Leste sobre ataques a veículos e pessoal. “Muitas vezes exagera-se”, acrescenta. “Na semana passada registouse mais uma fuga de reclusos. Foram seis. A imprensa internacional falou em 40! Quando há uma manifestação de uns 100 fala-se em mil ou dois mil. Os incidentes dos últimos dias não são de grande envergadura. A maior parte da cidade está tranquila com milhares de pessoas nas ruas, centenas de lojas abertas, etc.” A “compra urgente” de arroz à Austrália, Tailândia e China permitirá que o abastecimento deste produto no país fique normalizado “dentro de um mês”, garante o primeiro-ministro. Adelino Gomes Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 21 Mundo Os favoritos e as polémicas da noite dos Óscares página 2 e 3 Descobertos mais quatro grandes lagos sob o gelo da Antárctida Ricardo Garcia Reservas de água equivalem à do maior lago subglaciar jamais identificado e podem ter influência na drenagem do gelo para os oceanos e na subida do nível do mar a Quatro novos lagos subglaciares – cobertos por uma extensa camada de gelo – foram descobertos na Antárctida. Somadas, as suas áreas correspondem à do lago Vostok, o maior corpo de água subglaciar jamais identificado na região, cuja superfície é 56 vezes superior à da albufeira de Alqueva. Pelo menos 145 tinham já sido identificados na Antárctida até agora. Num artigo publicado na revista Nature, cinco investigadores norte-americanos sugerem, porém, que os quatro lagos agora descobertos aceleram a velocidade com que o glaciar Recovery, no Leste da Antárctida, se move em direcção ao mar. Esta informação pode ser uma peça Antárctida atrai investigadores relevante num campo onde o conhecimento ainda é escasso. “O exacto mecanismo com que os lagos subglaciares influenciam a dinâmica da camada de gelo é desconhecido”, escrevem os autores, liderados por Robin Bell, da Universidade de Columbia. Na área onde estão aqueles quatro lagos, os investigadores identificaram velocidades de deslocação de 20 a 30 metros por ano dos glaciares tributários do Recovery. O artigo chama a atenção para o potencial daquelas reservas ocultas de água na drenagem do gelo e na subida do nível do mar. Os investigdores sugerem que os efeitos dos lagos subglaciares sejam incorporados nos modelos sobre o comportamento do gelo, utilizados nos cenários climáticos. O interesse sobre os lagos da Antárctida é enorme. Cobertos por uma grossa capa de gelo, aquelas reservas de águas podem conter vestígios de formas de vida que estão isolados há milhões de anos do contacto com a atmosfera. No entanto, chegar à sua superfície, de modo a estudá-los melhor, não é fácil. Cientistas já fizeram um furo de 3623 metros de profundidade no gelo sobre o lago Vostok, mas pararam com as perfurações em 1998. O extremo final está a apenas cem metros do lago. Mas ainda não foi encontrada uma forma de se recolherem amostras sem contaminar um ambiente que esteve milhões de anos protegido. PUBLICIDADE Programa das Comemorações dos 300 anos do nascimento de Carlo Goldoni Até 4 MAR Teatro Garcia de Resende entrada livre Exposição sobre a vida e obra de Carlo Goldoni 25 FEV 17h00 Teatro Garcia de Resende entrada livre Lançamento do livro “Criadas para todo o Serviço” seguido de debate com Filipe Crawford, Mário Barradas e José Mascarenhas 25 FEV 19h00 Teatro Garcia de Resende entrada livre Espectáculo “Arlequim, Servidor de Dois Amos” encenação Filipe Crawford 27 FEV 18h00 Universidade de Évora/Centro de Estudos Teatrais entrada livre Conferência com os professores José Alberto Ferreira, José Carlos Faria e Maria João Almeida 22 • Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 Mundo A semana Quiosque Diversamente diferentes Lido por António Pinto Ribeiro O professor Amartya Sen, prémio Nobel da Economia em 1998, é um cientista social e um intelectual interventivo. Na sua carreira académica tem não só criticado os mecanismos económicos e políticos que aumentam as desigualdades sociais, como também desconstruído, com clarividência rara, as razões dos grandes conflitos mundiais actuais e das atrocidades a que estão associados. É disto que se trata neste seu último livro Identity and violence: The Illusion of Destiny, um conjunto de nove ensaios escritos entre 1998 e 2005. Amartya Sen faz parte da geração de cientistas sociais que utiliza os acontecimentos pessoais como factos de análise embora sem os constituir como aprioris ou alavancados a normas universais. Neste sentido, o contributo desta metodologia para os Estudos Culturais tem sido determinante. O seu confronto, durante a infância e adolescência, em Daca (capital do Bangladesh), com a violência gerada pelo conflito entre hindus e mulçumanos, que provocou a morte de muitos, foi determinante para as suas preocupações sobre a forma como a violência está associada aos conflitos entre grupos identitários diferentes. Em Identity and Violence, Sen desconstrói os clichés sobre a identidade que são formas de propaganda perversa e geram ilusões de pertença, com consequências que acabam em conflito. Por outro lado, chama a atenção para a necessidade de reexaminar alguns assuntos, tais como a globalização económica, a política multicultural, o histórico pós-colonialismo, os fundamentalismos religiosos, transmitidos como dados adquiridos. Comecemos, pois, pela própria noção de identidade que nos tem sido fornecida como que em blocos de exclusividade e que tem como “efeito a miniaturização das pessoas”. Ora, em seu entender, o mundo não pode ser visto como um conflito de civilizações ou de religiões, numa clara e severa crítica à obra de Samuel Huntington, The Clash of Civilizations and the Remaking of the World Order. Pelo contrário, ele deve ser visto como constituído por homens e mulheres que são diferentes e que expressam as suas diferenças de modos muito diversos. Deste modo, e contrariando a relação solitarista e geradora de grandes equívocos de Huntington, a “mesma pessoa pode ser e sem contradição um cidadão americano de origem caribenha, com avós africanos, cristão, liberal, mulher, vegetariana, corredor de longa distância, historiador, professor, novelista, feminista, heterossexual, defensor dos direitos dos homossexuais e das lésbicas, amante de teatro, defensor do meio ambiente, Amartya Sen Identity and violence: The Illusion of Destiny Penguin Books adepto do ténis, músico de jazz e ainda alguém que acredita seriamente que pode haver outros seres inteligentes noutros espaços com quem é possível conversar”. Claro que todas estas formas identitárias não terão o mesmo peso, nem sempre a mesma importância ao longo da vida. Cabe ao cidadão, dentro de limites, fazer uma escolha das suas identidades de pertença, em liberdade e segundo prioridades, porque o passado e a história, embora importantes, não constituem os únicos modos de diferenciação. E nesta linha de desconstrução sobre os equívocos das identidades “fechadas” Amartya Sen aborda, socorrendo-se de um conhecimento exaustivo das histórias da Europa, da Ásia, dos EUA, os traços, as presenças e as trocas que contribuíram para a formação cultural destes continentes culturais e dos respectivos países. Reconhecendo a complexidade do tema – identidade e violência – e os ardis com que tem sido abordado, esta obra é de uma clareza invulgar, podendo ver-se a luminosidade de um raciocínio que o seu autor pretende que seja mais comum, insistindo sempre ao longo de todos os ensaios que a compõem para que se resista à miniaturização dos seres humanos, sendo certo que para tanto “devemos ter a certeza de que o nosso espírito não está dividido por nenhum horizonte”. Ensaísta e programador cultural Laurie Garrett, a senhora dos apocalipses possíveis Em cena José Vítor Malheiros Do No Harm. O título, a vermelho, sobressai na capa da última edição da revista Foreign Affairs, uma das “bíblias” das Relações Internacionais. A tese do artigo é inesperada como um soco: o texto defende que as grandes iniciativas filantrópicas de combate a doenças em países do Terceiro Mundo – como as que têm sido levadas a cabo pela fundação de Bill Gates no caso da sida ou da malária – pioram a situação sanitária nos países onde actuam em vez de a melhorar. Porquê? Porque se focam nas doenças mais mediáticas em vez de reforçar infra-estruturas de saúde que teriam um impacto positivo global. Porque definem objectivos de curto prazo em vez de fazer apostas que teriam benefícios mais profundos mas mais tardios. Porque absorvem os escassos recursos dos países onde actuam, desertificando à sua volta o sector dos cuidados primários. A autora do artigo é americana, chama-se Laurie Garrett, foi durante muitos anos jornalista do diário nova-iorquino Newsday, já ganhou um Pulitzer (e foi nomeada três vezes) além de um saco cheio de muitos outros prémios de saúde, ciência e jornalismo e anda a defender teses incómodas sobre a saúde pública há mais de vinte anos. Licenciada em Biologia pela Universidade da Califórnia e com um doutoramento interrompido para se dedicar ao jornalismo (o bichinho de uma rádio local afastou-a da investigação) Garrett tornou-se rapidamente famosa pelas suas reportagens, mas foi o seu livro The Coming Plague, sobre as epidemias emergentes, que focou sobre ela a atenção mundial. Garrett mostra como a sociedade global é vulnerável às epidemias e como a aparente imunidade às infecções que imaginamos possuir não constitui qualquer real protecção. Sida, Ebola, tuberculose, gripe, bioterrorismo – a actualidade foi mostrando a realidade das ameaças anunciadas A próxima epidemia pode ser a última. Na guerra contra a doença, os micróbios ainda estão a ganhar por Garrett. The Coming Plague não é apocalíptico mas enuncia apocalipses possíveis: é um livro sobre a vulnerabilidade que o egoísmo, a cupidez, a arrogância, a inércia ou os preconceitos ideológicos nos fazem correr em termos de saúde. Garrett diz que os micróbios estão a ganhar, que eles não conhecem fronteiras e lembra que é necessário um sentido de comunidade e esforços coordenados a nível global para equilibrar a balança a favor dos humanos. No seu segundo livro, Betrayal of Trust, Garrett foca a desagregação das estruturas de saúde pública e lembra como os cuidados primários de saúde são essenciais, não podendo ser substituídos por uma tecnologia médica de ponta que, em caso de epidemia, não só não se poderá estender aos pobres como não conseguirá proteger os ricos. O trabalho anuncia o artigo agora saído na Foreign Affairs, que irá crescer até se transformar num livro sobre saúde e segurança. Garrett é membro do Council on Foreign Relations desde 2004 (ocupando ironicamente um lugar financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates), onde faz investigação na área da Saúde Global, e a sua voz possui hoje um impacto mundial, embora não molde ainda as políticas de saúde. Entre os projectos que tem entre mãos conta-se um novo livro sobre doenças emergentes e segurança global e uma investigação com foco na sida e no bioterrorismo. Garrett repete que neste momento o problema não é falta de dinheiro nem de ciência, mas de políticas de desenvolvimento sustentável. E lembra que as doenças globais são uma face inevitável da globalização. Itália em crise após demissão de Romano Prodi Le Monde Romano Prodi sonhou ir tão longe quanto o seu velho rival Silvio Berlusconi: dirigir o Governo durante toda a legislatura. Em Itália, isso é uma façanha. Não está seguro que o consiga e tudo deixa pensar que um governo Prodi bis será tão frágil como o que estilhaçou na quarta-feira. […] The New York Times Não foi amor nem fé em que pudessem ficar juntos. Ao que parece, foi um terror singular que convenceu nove partidos desavindos a reunir-se: que Berlusconi volte. […] O medo ajudou Prodi a uni-los [num pacto em] 12 pontos. Estes visam dar-lhe mais autonomia, mas também são notáveis pelo que não dizem, e isso, para muitos analistas, sublinha que qualquer governo Prodi vai permanecer dividido. El País […] Se se der o caso de um Prodi bis ampliado, isso não fará senão confirmar como é complicado que um primeiro-ministro sem partido possa governar uma coligação heterogénea integrada por uma dezena de forças que discordam de tudo: orçamentos, reformas, uniões de facto, a ampliação da base militar americana ou o refinanciamento da missão militar no Afeganistão. […] Financial Times A longo prazo, a tendência para maior estabilidade e um sistema bipartidário é imparável. Mas os graves desafios económicos – dívida superior a 100 por cento do PIB, perda de competitividade na zona euro e necessidade de reformar a segurança social e a saúde – significam que o que é preciso é boa governação. […] Apesar de Itália se encaminhar para um novo governo instável e curto, deve ser um governo comprometido com reformas económicas e rigor fiscal. Sexta-feira, 2 de Março, 24 • Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 Grande Plano Homem-Aranha no Abu Dhabi Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 25 Foto AFP Em situações como esta, os gritos da multidão tenderiam a oscilar entre o “salta” e o “não salta”. Mas, tratando-se de Alain Robert, o “homem-aranha” francês, a palavra de ordem provavelmente terá sido: “sobe, sobe, sobe...” E ele, de facto, subiu mais um arranha-céus, com a mera ajuda dos seus pés e mãos. O palco da mais recente façanha de Alain Robert foi a sede da Agência de Investimento do Abu Dhabi, uma torre de 185 metros de altura e 40 andares. Desde 1994 que o francês dedicase a escalar arranha-céus, o que lhe valeu a alcunha de alpinista urbano. Algumas das suas aventuras são pré-organizadas, com acordo das autoridades locais e patrocinadores. Outras são pura aventura e em mais de uma ocasião Robert foi detido, antes de completar uma escalada. Aconteceu, por exemplo, no Kuala Lumpur, onde o alpinista urbano tentou escalar as Torres Gémeas Petronas, o mais alto edifício do mundo, com 451 metros. Foi apanhado pela polícia através de uma janela, quando estava a 340 metros do solo. Em 1982, Robert sofreu um sério acidente, caindo de cabeça de uma altura de 15 metros. Esteve em coma e ficou com sequelas tais que a segurança social francesa o considera inválido a 60 por cento. Um dos problemas com que ficou é algo de que é difícil crer que sofra: vertigens. Em Portugal, Alain Robert já escalou a Torre Vasco da Gama, no Parque das Nações, em Lisboa. Ricardo Garcia 26 • Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 Local JOÃO MATOS Lisboa Mais velho elevador da cidade regressa ao activo O elevador do Lavra foi em 2002 classificado como monumento nacional Ascensor do Lavra retoma esta semana circulação interrompida há cinco meses Carris já pediu uma indemnização ao proprietário do edifício devoluto cuja derrocada parcial obrigou à paragem do elevador, que transporta 280 mil passageiros por ano Inês Boaventura a O Ascensor do Lavra, que transportava mais de 700 passageiros por dia e está imobilizado há cinco meses devido ao perigo de derrocada de um prédio na Calçada do Lavra, deverá voltar a funcionar no final da semana que hoje se inicia, quando estiverem concluídos os “trabalhos de reforço e contenção das fachadas que vão ser preservadas”. O mais antigo elevador da Lisboa, que liga o Largo da Anunciada à Travessa do Forno do Torel, suspendeu a sua actividade no final de Setembro de 2006, na sequência da queda de parte de um beiral do número 6 da Calçada do Lavra. De acordo com o secretário-geral da Carris, Luís Vale, as obras de demolição deste imóvel já foram concluídas, estando neste momento a decorrer “trabalhos de reforço e contenção das fachadas do edifício que vão ser preservadas”. A previsão da empresa é que o Ascensor do Lavra, classificado como monumento nacional desde 2002, possa voltar a circular no final desta semana. Segundo o porta-voz da Carris, o elevador transporta anualmente cerca de 280 mil passageiros, o que corresponde a uma média de 767 passageiros diários. Tendo em conta estes dados fornecidos pela Carris e o facto de cada bilhete adquirido a bordo do ascensor custar actualmente 1,3 euros, com esta paragem forçada do veículo é possível fazer uma estimativa de que a empresa pode ter deixado de receber cerca de 30.300 euros por mês. Este valor aproximado não tem em conta que existem vários utentes que não comprariam bilhete por serem possuidores de um passe mensal, nem eventuais fenómenos de sazonalidade na utilização do ascensor, mas, ainda assim, ao cabo de cinco meses, há um défice significativo de receita para a Carris. Proprietário culpa Carris Questionado sobre se a transportadora pretende pedir uma indemnização ao proprietário do número 6 da Calçada do Lavra, Luís Vale explicou que “o gabinete jurídico da Carris continua a analisar a forma de a empresa vir a ser ressarcida dos custos decorrentes da paralisação do ascensor”. Mas não adiantou quaisquer outros pormenores. Já o proprietário dos números 6, 8 e 10 da Calçada do Lavra, imóveis que, Elevador da Glória O Ascensor da Glória é outro dos elevadores de Lisboa classificado como monumento nacional e também ele está parado devido a obras, desde Abril de 2006. Neste caso, tratase dos trabalhos de reabilitação em curso no túnel ferroviário do Rossio. Tendo em contra o progresso das obras, a previsão da Carris é que a circulação do ascensor possa ser retomada em Maio deste ano. A paragem deste elevador, que percorre a Calçada da Glória e transportava à volta de 1,2 milhões de passageiros por ano, custa cerca de 50 mil euros por mês à Refer. segundo o próprio, “estavam abandonados há quase 20 anos, sem tecto e sem telhado”, adiantou ao PÚBLICO que já recebeu uma carta da Carris a exigir o pagamento de uma indemnização, cujo valor não quis precisar. Evaristo Cardoso explicou que o caso foi entregue a um advogado, acrescentando que não está disposto a assumir qualquer responsabilidade por acreditar que os suportes do elevador que estavam afixados no imóvel “podem ter contribuído” para a queda do beiral do edifício. Evaristo Cardoso garante que num outro edifício junto ao Ascensor do Lavra, no qual funciona um restaurante de que é proprietário, “quando o elevador sobe os esticadores fazem força e trepidação”, o que já provocou a queda “de vários azulejos do prédio”. Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 27 Quem é o novo Bispo do Porto? Portugal, página 7 Explosão de gás em Carnaxide faz onze feridos e provoca incêndio Ana Henriques Edifício atingido fica mesmo defronte do quartel dos Bombeiros Voluntários de Carnaxide, que acorreram de imediato ao local a Onze pessoas ficaram feridas, uma das quais com mais gravidade, na sequência de uma explosão ocorrida ontem à hora de jantar num prédio situado na zona alta de Carnaxide. Na origem do acidente terá estado uma fuga de gás. De acordo com o que disseram à TVI moradores da Praceta de Barbosa du Bocage, onde ocorreu a explosão, no andar em que tudo aconteceu tinham estado a decorrer durante a tarde reparações do sistema de abastecimento de gás. Uma habitante diz ter sentido um forte cheiro a gás pelas 17h00. Situado defronte do quartel dos Bombeiros Voluntários de Carnaxide, que acorreram prontamente ao sinistro, auxiliados por outras corporações que entretanto chegaram também ao local, o prédio teve de ser evacuado e vários dos seus moradores assistidos pelos serviços de emergência médica, O edifício foi evacuado uma vez que ficaram intoxicados. À explosão, que, nas palavras de um morador, “parecia um tremor de terra”, seguiu-se um pequeno incêndio. Foi um homem com 40 a 50 anos, morador no rés-do-chão onde se deu o acidente, que sofreu os ferimentos mais graves, com queimaduras em 20 por cento do corpo. Foi transportado para o Hospital de Santa Maria, enquanto duas outras pessoas, com ferimentos mais ligeiros, foram leva- dos para o Hospital de São Francisco Xavier. Os bombeiros cortaram o gás e a electricidade, para prevenir a eventualidade de novas explosões. Para além de destruir o rés-do-chão, a explosão danificou também a marquise do primeiro andar. Cerca das 22h00 uma vereadora da Câmara de Oeiras informava que a autarquia iria realojar provisoriamente num hotel as 12 famílias que habitavam no prédio. Manuel Monteiro quer candidatar-se a presidente da Câmara de Lisboa Ana Henriques a O líder do Partido da Nova Democracia (PND), Manuel Monteiro, vai ser indigitado como candidato à Câmara de Lisboa, caso se realizem eleições intercalares, disse o próprio em Braga. “É uma decisão que deve ser tomada ainda hoje [ontem] pelo conselho geral do partido”, adiantou, classificando a decisão dos vereadores e dos deputados municipais do PSD de não se demitirem como “um escândalo político”. Na opinião de Manuel Monteiro, o líder do PSD, Marques Mendes, deveria forçar a demissão dos autarcas sociais-democratas, dando a palavra aos lisboetas, em nome da dignidade, da frontalidade e da transparência. O líder do PND considerou que a situação em Lisboa “é insustentável” e mostrou-se convicto de que será eleito vereador, já que os lisboetas vão compreender que o PND é uma verdadeira alternativa. Entretanto, o vereador comunista Rúben de Carvalho disse ontem que “não será por causa do PCP que não se realizarão eleições” autárquicas intercalares em Lisboa. Depois de referir os dois cenários com maior probabilidade de desencadear uma ida às urnas – ou os vereadores da lista da maioria social-democrata se demitem todos, o que se têm recusado a fazer, ou os elementos das listas dos quatro partidos da oposição renunciam ao mandato –, o autarca garantiu que “em nenhuma circunstância” será o PCP a inviabilizar esta última solução: “Não será por nossa causa que o PSD se manterá à frente da Câmara de Lisboa”. Prolonga-se, assim, o impasse relativo à possibilidade de eleições intercalares, com a maior parte dos partidos da oposição a condenar a crise que se vive na autarquia, mas sem querer dar o passo de pedir eleições, à excepção do Bloco de Esquerda, que exige a ida às urnas. Com Lusa PUBLICIDADE RECITAL DE BEATRIZ BATARDA E BERNARDO SASSETTI 4 E 18 MAR POESIA DE ADÍLIA LOPES 11 MAR POESIA DE SOPHIA DE MELLO BREYNER 17H30 NO JARDIM DE INVERNO MÚSICA ORIGINAL DE BERNARDO SASSETTI COLABORAÇÃO: FESTIVAL SETE SÓIS, SETE LUAS www.egeac.pt SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL Rua António Maria Cardoso, 38, 1200-027 Lisboa [email protected] CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA BILHETEIRA todos os dias as 13h às 20h; T: 21 325 76 50; [email protected]; Informe-se sobre descontos e assinaturas. silva!designers SÃO POESIA LUIZ AOS DOMINGOS MAR 28 • Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 Local Por que razão há poucos tão poucos treinadores negros no futebol? Desporto, página 37 Efluentes dos esgotos do Algarve chegavam para regar todos os campos de golfe da região CARLOS LOPES Idálio Revez Regar com água reutilizada permite também poupar em adubos Só um, em 30, utiliza água dos esgotos para esse fim. Especialista diz que ribeiras do Algarve estão transformadas em “bacios hidrográficos” a Os efluentes que correm para as ribeiras, poluindo as bacias hidrográficas do Algarve, se fossem tratados e reutilizados, bastariam para regar os 30 campos de golfe existentes na região. Mas o que acontece, diz o investigador Manuel Costa – que defendeu uma tese de doutoramento sobre este tema –, é que as “bacias hidrográficas estão transformadas em bacios hidrográficos, com a cumplicidade de várias entidades”. O espectro da seca de 2005 não paira no horizonte, mas os estudiosos manifestam preocupação pelo futuro, sendo certo que a água é um bem escasso e será cada vez mais cara. “Reutilizar é preciso”, defende Manuel Costa, a partir das experiências que realizou durante três anos, aplicando as águas dos esgotos tratados na rega dos golfes de Vale do Lobo e nos Salgados. Além dos benefícios ecológicos, afirma, “poupava-se muito dinheiro em adubos, porque os efluentes são ricos em nutrientes minerais, tais como o fósforo e o azoto”. Salgados é a excepção A empresa Águas do Algarve (do Grupo Águas de Portugal) anunciou que pretende entrar nesta área de negócio, mas as obras de renovação das estações de tratamento de águas residuais (ETAR) e a certificação da “água para rega” estão dependentes de investimentos e de um processo burocrático que irá demorar entre quatro e seis anos. O campo de golfe dos Salgados, em Albufeira, é o único que é regado integralmente com recursos à reutilização dos efluentes. Num seminário promo- PUBLICIDADE Grândola quer juntar canções de protesto Cláudia Veloso a A Câmara de Grândola vai propor à UNESCO e ao Parlamento Europeu a criação de um Observatório Mundial das Canções de Protesto, como forma de homenagear e perpetuar as mensagens e os artistas que tiveram uma importância decisiva no rumo dos seus países. A iniciativa parte de um município, frisa Carlos Beato, presidente da Câmara de Grândola, que “tem o privilégio de ter uma ligação única com um grande músico, um grande poeta e um grande resistente como José Afonso”. Para assinalar o 20.º aniversário da morte de Zeca Afonso, Carlos Beato quer “desafiar a Comissão de Cultura do Parlamento Europeu, a UNESCO e todas as boas-vontades deste país” para que o projecto se possa tornar A ideia do Observatório Mundial das Canções de Protesto surge como homenagem a Zeca Afonso vido anteontem em Alcantarilha, pelo Bloco de Esquerda (BE), Manuel Costa defendeu que é possível regar campos de golfe, mas também pomares: “Com os efluentes das 11 principais estações de tratamento de águas residuais (ETAR) é possível regar 1700 hectares de citrinos”. No mesmo encontro, Alexandra Cunha, da Liga para a Protecção da Natureza (LPN), explicou por que razão os ambientalistas se tinham oposto à construção da Barragem de Odelouca. “Vai travar o trânsito dos sedimentos da serra para o litoral, com o consequente aumento da erosão costeira e a diminuição de toda a cadeia alimentar”, frisou. José Paulo Monteiro, investigador da Universidade do Algarve, na área Barragem LPN contra Foupana A Liga para a Protecção da Natureza (LPN) “baixou os braços em relação a Odelouca, mas não em relação à Foupana”. Alexandra Cunha anunciou que os ambientalistas vão bater-se contra a construção desta nova barragem, no Sotavento algarvio. Quanto a Odelouca, Bruxelas adoptou medidas minimizadoras do impacto ambiental. O plano “está exemplar, vamos ver como vai ser aplicado”. dos recursos hídricos subterrâneos, defendeu neste seminário que o futuro passa “por gerir as águas de superfície e subterrâneas de forma integrada”. O maior aquífero da região – Querença/Silves – tem vindo a ser monitorizado, mas o mapa hidrográfico contempla 17 sistemas de aquíferos, “ainda não suficientemente estudados”, que alimentam os mais de 20 mil furos, segundo o inventário da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR-Algarve). Comentando os dados existentes sobre esta matéria, muitas das vezes divergentes, Alexandra Cunha acrescentou, numa alusão ao caso de Odelouca: “E o Governo toma decisões com base em valores imprecisos”. realidade. Para já, a ideia é criar, em parceria com a Associação José Afonso, um centro de recolha de todas as canções com mensagens de protesto e de resistência. “Estou a lembrar-me da Bolívia, do Chile, de Cuba, do Brasil, de Espanha e de muitos outros países onde o canto livre e as canções de protesto tiveram um papel decisivo na luta dos povos para a liberdade e para a democracia”, explica o autarca, que integrou a coluna militar que partiu de Santarém a 25 de Abril de 1974, liderada pelo capitão Salgueiro Maia. Uma das localizações possíveis para o projecto é o Estabelecimento Prisional de Pinheiro da Cruz, caso se confirme a intenção do Governo de transferir o equipamento para outro local. Carlos Beato defende o aproveitamento do espaço para, entre outras valências, um Museu da Liberdade. Cenário de miséria em escola da Pontinha Alexandra Reis a Ratos, paredes com fendas, telhas de amianto a cair, buracos no chão, portas partidas, chuva nas salas de aula. Este é o cenário com que se deparam diariamente as cerca de 700 crianças que frequentam a Escola Básica 2+3 Gonçalves Crespo, na Pontinha, Odivelas. “Que igualdade de oportunidades têm os alunos de uma escola onde os ratos são a companhia de recreio, onde chove nas salas como na rua, onde os pavimentos são uma colecção de buracos? Estamos perante uma escola fantasma”, disse na quinta-feira Lúcia Lemos, deputada municipal da CDU na Assembleia de Odivelas. Segundo o presidente da associação de pais, Paulo Mota, um representan- te da Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL) deslocou-se recentemente ao estabelecimento de ensino: “Estamos à espera de uma resposta. Disseram-nos que para a semana diziam alguma coisa”. Contudo, a escola, com cerca de 30 anos, encontra-se sobre terrenos deslizantes, o que dificulta a tarefa de reabilitar o estabelecimento de ensino. Segundo a CDU, no refeitório, “com condições de segurança e higiene fora da lei”, são “poucos” os alunos que ali “tomam as suas refeições, em virtude de os encarregados de educação recearem que os seus filhos sejam prejudicados”. Isabel Silva, da associação de pais, conta que “a situação relativamente a infiltrações de água e humidades está a tornar completamente impossível o funcionamento de um conjunto importante de actividades”, como por exemplo a utilização da sala de computadores. “É urgente a necessidade de a Escola Gonçalves Crespo ser alvo de uma intervenção de fundo”, concluiu Isabel Silva na sua intervenção na Assembleia de Odivelas, que aprovou, por unanimidade, uma carta dirigida à ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, convidando-a a visitar a escola. A presidente da Câmara de Odivelas, a socialista Susana Amador, referiu que a autarquia “não se pode substituir ao Ministério da Educação”, pois a escola é da competência da DREL. O PÚBLICO contactou a DREL, mas não obteve resposta em tempo útil. 30 • Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 Classificados Imobiliário Aluga-se AJUDA - 2 ass. s/ móveis, quintal. 400 Euros. ELEITOS, AMI 1177. 213592015 ALFRAGIDE - 5 ass. semi-mobiladas, garagem. 1.100 Euros. ELEITOS, AMI 1177. 213592015 À MORAIS SOARES- 2 e 4 ass. s/ móveis, vista cidade, desde 400 Euros. ELEITOS, AMI 1177. 213592015 Anjos - 5 ass. totalmente remodeladas, sem móveis, sala, 3 quartos, 2 dos quais comunicantes, escritório, cozinha 10 m2 com zona de máquinas, despensa, varanda. Junto ao Metro. - 800€ - AMI 1592 GEORGE KNIGHT - Tel 213540001 ANTÓNIO AUGUSTO AGUIAR - Escritório ideal para consultório, 120m2. 1.700 Euros, ElEITOS AMI 1177 Tel. 21 3592015 AV. LIBERDADE-Escritórios 70/75 m2, edificio de escritórios. Desde 750 Euros. ELEITOS. AMI 1177- Tel. 213592015 CAMPO DE OURIQUE4 ass. mobiladas, cozinha equipada. 750 Euros. 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As respostas devem indicar o valor que atribuem a cada terreno e devem ser formalizadas em carta fechada para cada imóvel mencionando na carta o nome de cada um até às 18 horas do próximo dia 22 de Março 07 na Rua Laura Alves, n.º 4 - 9.º andar, 1050-138 Lisboa. Para mais informações contactar: [email protected]; Tel: 21 780 20 90. A empresa reserva o direito de não vender a propriedade caso as condições oferecidas não correspondam aos seus interesses Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 31 DIVERSOS CÂMARA MUNICIPAL DE OVAR / SMAS CÂMARA MUNICIPAL DE VALENÇA ANÚNCIO DE CONCURSO DE CONCEPÇÃO ANÚNCIO DE CONCURSO SECÇÃO I: ENTIDADE ADJUDICANTE I.1) DESIGNAÇÃO, ENDEREÇOS E PONTOS DE CONTACTO Designação oficial: Câmara Municipal de Ovar / SMAS. Endereço postal: Rua Gomes Freire, 26. Localidade: Ovar. Código postal: 3880-229. País: Portugal. Pontos de contacto: Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Ovar. À atenção de: Directora-Delegada. Telefone: 256585870 - Fax: 256579797 Correio Electrónico: [email protected] Mais informações podem ser obtidas no seguinte endereço: Ver «pontos de contacto». Caderno de encargos e documentos complementares (incluido documentos para diálogo concorrencial e para um Sistema de Aquisição Dinâmico) podem ser obtidos no seguinte endereço: Ver «pontos de contacto». As propostas ou pedidos de participação devem ser enviados para o seguinte endereço: Ver «pontos de contacto». I.2) TIPO DE ENTIDADE ADJUDICANTE E SUAS PRINCIPAIS ACTIVIDADES Autoridades regionais ou locais. SECÇÃO II: OBJECTO DO CONTRATO II.1) DESCRIÇÃO II.1.1) Designação dada ao contrato pela entidade adjudicante: Empreitada de execução do reservatório de Maceda. II.1.2) Tipo de contrato e local de realização das obras, da entrega dos fornecimentos ou da prestação de serviços: a) Obras: Execução. Principal local de execução: Freguesia de Maceda. Código NUTS: PT161 II.1.3) O anúncio implica: Um contrato público. II.1.5) Breve descrição do contrato ou das aquisições: Realização dos trabalhos de construção civil, fornecimento e montagem dos equipamentos hidráulicos, instalações eléctricas e arranjos exteriores do Reservatório de Maceda. O objecto de empreitada inclui a execução de um reservatório de betão armado de duas células circulares, com capacidade de 2x500 m3, fornecimento e montagem de tubagem e acessórios. II.1.6) CLASSIFICAÇÃO CPV (VOCABULÁRIO COMUM PARA OS CONTRATOS PÚBLICOS): Objecto principal Vocabulário principal: 45232150 Objectos complementares Vocabulário principal: 45222000 Vocabulário principal: 45247270 Vocabulário principal: 28862500 Vocabulário principal: 28863000 Vocabulário principal: 29131000 Vocabulário principal: 33252400 II.1.8) Divisão em lotes. Não. II.1.9) São aceites variantes: Sim. II.2) QUANTIDADE OU EXTENSÃO DO CONTRATO II.2.1) Quantidade ou extensão total: Valor estimado, sem IVA: 461.424,43. Divisa: EUR. II.3) DURAÇÃO DO CONTRATO OU PRAZO DE EXECUÇÃO Período em dias: 300 (a contar da data da adjudicação). SECÇÃO III: INFORMAÇÕES DE CARÁCTER JURÍDICO, ECONÓMICO, FINANCEIRO E TÉCNICO III.1) CONDIÇÕES RELATIVAS AO CONTRATO III.1.1) Cauções e garantias exigidas: O valor da caução é de 5% do valor da adjudicação. III.1.2) Principais modalidades de financiamento e pagamento e/ou referência às disposições que as regulam: O financiamento será assegurado através de verbas inscritas no orçamento dos Serviços Municipalizados de Ovar. A empreitada é por preço global nos termos da alínea a) do artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 59/99, de 02 de Março. Os pagamentos farse-ão por autos de medição mensais. III.1.3) Forma jurídica que deve assumir o agrupamento de operadores económicos adjudicatário: A indicada nos n.ºs 9.1, 9.2, 9.3, 9.4 e 9.5 do Programa de Concurso. III.2) CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO III.2.1) Situação pessoal dos operadores económicos, nomeadamente requisitos em matéria de inscrição nos registos profissionais ou comerciais: Informação e formalidades necessárias para verificar o cumprimento dos requisitos: As indicadas nos n.ºs 6.º e 15.º do Programa de Concurso. Titulares de alvará de construção com as seguintes autorizações: 6.ª subcategoria da 2.ª categoria e da classe que cubra o valor global da proposta: 1.ª e 5.ª subcategorias da 1.ª categoria, da classe correspondente ao valor dos trabalhos especializados que lhe respeite, consoante a parte que a esses trabalhos cabe na proposta; 1.ª e 8.ª subcategorias da 2.ª categoria, da classe correspondente ao valor dos trabalhos especializados que lhe respeite, consoante a parte que a esses trabalhos cabe na proposta; 2.ª, 3.ª, 8.ª e 15.ª subcategorias da 4.ª categoria, da classe correspondente ao valor dos trabalhos especializados que lhe respeite, consoante a parte que a esses trabalhos cabe na proposta; 11.ª subcategoria da 5.ª categoria, da classe correspondente ao valor dos trabalhos especializados que lhe respeite, consoante a parte que a esses trabalhos cabe na proposta; 11.ª subcategoria da 5.ª categoria, da classe correspondente ao valor dos trabalhos especializados que lhe respeite, consoante a parte que a esses trabalhos cabe na proposta. Verificação da qualificação dos concorrentes, será realizada de acordo com o artigo n.º 19.º do Programa de Concurso. III.2.2) Capacidade económica e financeira Informação e formalidades necessárias para verificar o cumprimento dos requisitos: Remeta-se para as alíneas d) e e), do n.º 15.1 do programa de Concurso. III.2.3) Capacidade técnica Informação e formalidades necessárias para verificar o cumprimento dos requisitos: Remeta-se para as alíneas f) a j), do n.º 15.1 do programa de Concurso. SECÇÃO IV: PROCESSOS IV.1) TIPO DE PROCESSO IV.1.1) Tipo de processo: Concurso público. IV.2) CRITÉRIOS DE ADJUDICAÇÃO IV.2.1) Critérios de adjudicação Proposta economicamente mais vantajosa, tendo em conta Os critérios enunciados no caderno de encargos, no convite à apresentação de propostas ou para participar na negociação ou na memória descritiva. IV.3) INFORMAÇÕES DE CARÁCTER ADMINISTRATIVO IV.3.3) Condições para a obtenção do caderno de encargos e dos documentos complementares (excepto para um SAD) ou memória descritiva (em caso de diálogo concorrencial): Prazo para a recepção de pedidos de documentos ou para aceder aos documentos: Data: 26/03/2007. Hora: 15. Documentos a título oneroso: Sim. Indicar preço: 250. Divisa: euro. Condições e modo de pagamento: Pago no acto da entrega de documentos de concurso nos SMAS de Ovar. IV.3.4) Prazo de recepção das propostas ou dos pedidos de participação: Data: 16/04/2007. Hora: 16. IV.3.6) Língua ou línguas que podem ser utilizadas nas propostas ou nos pedidos de participação: PT. IV.3.7) Período mínimo durante o qual o concorrente é obrigado a manter a sua proposta (concursos públicos): Período em dias: 66 (a contar da data-limite para a recepção das propostas) IV.3.8) Condições de abertura das propostas: Data: 17/04/2007. Hora: 10. Lugar: SMAS Ovar. Pessoas autorizadas a assistir à abertura das propostas: Sim. Podem assistir ao acto público do concurso todas as pessoas interessadas e intervir as devidamente credenciadas, conforme previsto no ponto 5.2 do Programa de Concurso. SECÇÃO VI: INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES VI.5) DATA DE ENVIO DO PRESENTE ANÚNCIO: 14/02/2007. 14.02.2007 200 € / Tonelada Serviços ⌧ Serviços especiais SECÇÃO I: ENTIDADE ADJUDICANTE I.1) DESIGNAÇÃO E ENDEREÇO OFICIAIS DA ENTIDADE ADJUDICANTE Organismo: Câmara Municipal de Valença Endereço: Praça da República Localidade/Cidade: Valença Telefone: 251809500 Correio electrónico: cm-valença@cm-valença.pt À atenção de: Divisão de Urbanismo e Ambiente Código postal: 4930-702 Valença País: Portugal Fax: 251809513 Endereço internet (URL): www.cm-valença.pt I.2) ENDEREÇO ONDE PODEM SER OBTIDAS INFORMAÇÕES ADICIONAIS Indicado em I.1 Se distinto, ver anexo A I.3) ENDEREÇO ONDE PODE SER OBTIDA A DOCUMENTAÇÃO Indicado em I.1 Se distinto, ver anexo A I.4) ENDEREÇO PARA ONDE DEVEM SER ENVIADOS OS PROJECTOS / PEDIDOS DE PARTICIPAÇÃO Indicado em I.1 Se distinto, ver anexo A I.5) TIPO DE ENTIDADE ADJUDICANTE Governo central Instituição Europeia Autoridade regional/local ⌧ Organismo de direito público Outro SECÇÃO II: OBJECTO DO CONCURSO II.1) DESCRIÇÃO DO PROJECTO II.1.1) Designação dada ao contrato pela entidade adjudicante “CONCURSO PÚBLICO PARA ELABORAÇÃO DOS PROJECTOS DE EXECUÇÃO DO ARRANJO PAISAGÍSTICO DO ANTIGO CAMPO DA FEIRA E DO JARDIM MUNICIPAL E PARQUE DE ESTACIONAMENTO SUBTERRÂNEO” II.1.2) Descrição O concurso tem por objecto a selecção da melhor ideia / proposta para a elaboração dos projectos de execução do Arranjo Paisagístico do Antigo Campo da Feira e do Jardim Municipal e Parque de Estacionamento Subterrâneo. II.1.3) Local de execução Vila de Valença Código NUTS: 10101160815 II.1.4) Nomenclatura II.1.4.1) Classificação CPV (Common Procurement Vocabulary)* Vocabulário principal Vocabulário complementar (se aplicável) Objecto principal 74.22.40.00-5 Objectos complementares ...II.1.4.2) Outra nomenclatura relevante (CPA/NACE/CPC)** Serviços de planeamento urbanístico, subcategoria 74.20.51,CPC (1991) 86741 Categoria de serviço 12 SECÇÃO III - INFORMAÇÕES DE CARÁCTER JURÍDICO, ECONÓMICO, FINANCEIRO E TÉCNICO III.1) CRITÉRIOS DE SELECÇÃO DOS PARTICIPANTES Os documentos exigidos para comprovação da capacidade técnica e financeira dos concorrentes, são os definidos no n.º 2 do artigo 33.º e n.º 1 c) do artigo 36.º, todos do Decreto-Lei n.º 197/99, de 8 de Junho. III.2) A Participação está reservada a uma determinada profissão? NÃO ⌧ SIM A equipa proposta para elaboração dos projectos, deverá ser composta no mínimo por: - Um Arquitecto, que também exercerá as funções de coordenador; - Um Arquitecto Paisagista; - Um Engenheiro ou Engenheiro Técnico Civil; - Um Engenheiro ou Engenheiro Técnico Electrotécnico; - Um Engenheiro ou Engenheiro Técnico Mecânico. SECÇÃO IV: PROCESSOS IV.1) TIPO DE PROCESSO Concurso público ⌧ Concurso Limitado IV.2) CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS PROJECTOS Mérito da Proposta de trabalho - avaliado por três parâmetros: Qualidade paisagística, urbana e arquitectónica da solução proposta; Organização funcional e articulação com a envolvente; Cumprimento do programa preliminar proposto e respeito pelas condicionantes que impendem sobre a área de intervenção. Exequabilidade da solução proposta – avaliado por dois parâmetros: Estimativa do custo da obra e Flexibilidade da solução para implementação faseada. IV.3) INFORMAÇÕES DE CARÁCTER ADMINISTRATIVO IV.3.1) Número de referência atribuído ao processo pela entidade adjudicante - C.T.C. n.º 1/2006 IV.3.2) Condições para a obtenção de documentos contratuais e adicionais Data-limite de obtenção // (dd/mm/aaaa) ou 60 dias a contar da publicação do anúncio no Diário da República. Custo: 25 (vinte e cinco) euros, com IVA incluído + portes do correio se for o caso. Moeda: Euro Condições e forma de pagamento: O processo será fornecido a quem o solicitar, mediante requerimento ou Fax enviado à entidade referida em I.1 e o pagamento em numerário ou cheque visado à ordem do tesoureiro do Município de Valença, referindo expressamente se pretende que o processo seja enviado por correio. IV.3.3) Prazo para recepção dos projectos/propostas // (dd/mm/aaaa) ou 75 dias a contar da sua publicação no Diário da República. Hora:15 horas e 30 minutos. IV.3.5) Língua ou línguas que podem ser utilizadas pelos candidatos ES DA DE EL EN FR IT NL PT FI SV Outra - país terceiro ⌧ _________________ IV.4) Prémios e Júri IV.4.1) Número e valor dos prémios a atribuir Serão atribuídos prémios aos três primeiros classificados com os seguintes valores: 1.º prémio: 10.000 € • 2.º prémio: 6000 € • 3.º prémio: 3000 € O valor do prémio será deduzido aos honorários em caso de adjudicação do projecto. Ao concorrentes classificados em 4.º e 5.º lugares, ser-lhes-á atribuída uma menção honrosa. O Júri poderá atribuir mais menções honrosas, caso entenda que o mérito das propostas o justifica. IV.4.3) O contrato de prestação de serviços celebrado na sequência de um concurso de concepção deve ser atribuído ao vencedor ou a um dos vencedores deste concurso? NÃO ⌧ SIM IV.4.4) A entidade adjudicante está vinculada à decisão do júri ? NÃO SIM ⌧ SECÇÃO VI: INFORMAÇÕES ADICIONAIS VI.1) TRATA-SE DE UM ANÚNCIO NÃO OBRIGATÓRIO? NÃO ⌧ SIM VI.3) O PRESENTE CONCURSO DE CONCEPÇÃO ENQUADRA-SE NUM PROJECTO/PROGRAMA FINANCIADO PELOS FUNDOS ESTRUTURAIS COMUNITÁRIOS? NÃO ⌧ SIM * Cfr. descrito no Regulamento CPV 2151/2003, da Comissão, publicado no JOUE n.º L329, de 17 de Dezembro, para contratos de valor igual ou superior ao limiar europeu. ** Cfr. descrito no Regulamento 3696/93, publicado no JOCE n.º L342, de 31 de Dezembro, alterado pelo Regulamento 1232/98, da Comissão, de 17 de Junho, publicado no JOCE n.º L177, de 22 de Junho. ANEXO A 1.2) ENDEREÇO ONDE PODEM SER OBTIDAS INFORMAÇÕES ADICIONAIS Organismo: Câmara Municipal de Valença À atenção de: Divisão de Urbanismo e Ambiente Endereço: Rua Mouzinho de Albuquerque Código postal: 4930-733 Valença Localidade/Cidade: Valença País: Portugal Telefone: 251809500 Fax: 251809513 Correio electrónico: cm-valença@cm-valença.pt Endereço internet (URL): www.cm-valença.pt Organismo: Câmara Municipal de Valença À atenção de: Serviços Técnicos do Município de Valença Endereço: Rua Mouzinho de Albuquerque Código postal: 4930-733 Valença Localidade/Cidade: Valença País: Portugal Telefone: 251809513 Fax: 251809513 Correio electrónico: cm-valença@cm-valença.pt TEL. 961 356 576 FAX 265 894 391 4.º JUÍZO - TRIBUNAL DO TRABALHO DE LISBOA 1.ª Secção Processo n.º 3640/06.0TTLSB ANÚNCIO Acção de Processo Comum Autora: Cláudia lsabel Silva Pires Inácio Réu: Cotton Label Design Produção e Distribuição de Vestuário, Lda. e outro(s)... Nos autos acima identificados, correm éditos citando o(a) ré(u) Cotton Label Design Produção e Distribuição de Vestuário, Lda., com última residência conhecida em domicílio: Estrada Nacional 119 - FreePort - Loja E17, 2890154 Alcochete, para comparecer pessoalmente neste Tribunal no dia 02-03-2007, às 14.00 horas, a fim de se proceder à audiência de partes. Fica ainda advertido de que, em caso de justificada impossibilidade de comparência, se deve fazer representar por mandatário judicial com poderes de representação e os especiais para confessar, desistir ou transigir, ficando sujeito às sanções previstas no CPC para a litigância de má-fé (art.º 456.º CPC), se faltar injustificadamente à audiência. Fica ainda advertido de que Não é obrigatória a constituição de mandatário judicial. O duplicado da petição inicial encontra-se nesta secretaria, à disposição do citando. N/Referência: 1895034 Lisboa, 08-02-2007 O Juiz de Direito - Dr. José Valério Ratão Casado A Oficial de Justiça - Paula Seixas Público, 25/02/2007 - 2.ª Pub. TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORES E DE COMARCA DO BARREIRO 2.º Juízo Cível Processo n.º 613/2001 ANÚNCIO Execução Ordinária Exequente: Banco de Investimento ImobiIiário, S.A. Executado: António Ferreira Santos Morais e outro(s)... Nos autos acima identificados foi designado o dia 12-04-2007, pelas 10.30 horas, neste Tribunal, para a ABERTURA DE PROPOSTAS, que sejam entregues até esse momento, na Secretaria deste Tribunal, pelos interessados na compra do seguinte bem: “Fracção autónoma designada pela letra “C”, correspondente ao primeiro andar direito, destinado a habitação do prédio urbano em regime de propriedade horizontal, sito na R. Dr.Manuel Pacheco Nobre, n.º 71, freguesia do Alto SeixaIinho, concelho do Barreiro, descrito na Conservatória do Registo Predial do Barreiro sob o n.º 11099, inscrito na respectiva matriz predial sob o artigo 1200, sendo que o mesmo vai à venda pelo valor base indicado pelo exequente que é de € 57.500,00 reduzido a 70% ou seja € 40.250,00, podendo os proponentes assistir ao acto. Penhorado aos executado: António Ferreira Santos Morais. Documentos de identificação: NIF-155471562. Endereço: Av Pacheco Nobre, N.º 71, 1.º Dt.º, 2830-000 Barreiro e Lídia Maria Franco Morais Ferreira. Estado civil: Divorciado. Documentos de identificação: BI - 8319018, NIF - 141512385. Endereço: R. Heliodoro Salgado, N.º 4 - 1.º dt.º, 2830-000 Barreiro Fiel depositário: MigueI Torrão em representação da Leilauto - Leilões, Lda., com domicílio em Apartado 592, 2815 Charneca de Caparica. Quantia exequenda: 35.272,44. N/Referência: 2414874 Barreiro, 13-02-2007 O Juiz de Direito - Dr. Nuno Manuel Salpico A Oficial de Justiça - Maria João Niza Público, 25/02/2007 - 2.ª Pub. Liga Amigos Hospitais dos dos LAR DE IDOSOS E ACAMADOS Aceita inscrições através do telefone: 213 242 900 PREVENÇÃO RODOVIÁRIA PORTUGUESA NECROLOGIA Richard Giles Trewinnard Agradecimento - Missa do 30.º Dia Endereço internet (URL): www.cm-valença.pt A Família do Richard agradece profundamente a todas as pessoas e instituições que manifestaram pesar pelo seu falecimento, assim como o grande apoio e solidariedade demonstrada nesta altura tão difícil. 1.4) ENDEREÇO PARA ONDE DEVEM SER ENVIADAS AS PROPOSTAS Organismo: Câmara Municipal de Valença À atenção de: Secretaria de Obras do Município de Valença Endereço: Rua Mouzinho de Albuquerque Código postal: 4930-733 Valença Localidade/Cidade: Valença País: Portugal Telefone: 251809500 Fax: 251809513 Correio electrónico: cm-valença@cm-valença.pt Endereço internet (URL): www.cm-valença.pt A Missa do 30.º Dia do seu falecimento será celebrada no dia 2 de Março, na Igreja do Colégio Oficinas de São José (Salesianos), em Campo de Ourique (aos Prazeres), pelas 19h. Ana Constança Peralta Trewinnard - Alice Peralta Trewinnard - Carolina Peralta O PRESIDENTE DA CÃMARA MUNICIPAL JOSÉ LUÍS SERRA RODRIGUES, DR. Público, 2007.02.25 Fazemos entregas ao domicílio 1.3) ENDEREÇO ONDE PODE SER OBTIDA A DOCUMENTAÇÃO 18 DE JANEIRO DE 2007 O Presidente da Câmara Municipal de Ovar Manuel Alves de Oliveira Vende-se LENHA DE AZINHO para lareiras Público, 2007.02.25 32 • Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 DIVERSOS EMPREGO CLÍNICA DOS ARCOS Tratamento Voluntário da Gravidez ☎ 00-34-924 27 28 92 ☎ 00-34-924 33 01 01 BADAJOZ (ESPANHA) Em Portugal 938 383 000 Vá a www.miau.pt Vá a www.miau.pt Mercedes E VENDE-SE E270CDI Avangard, 1 dono, 115000km, 912896761, particular. Impressora laser cores Samsung CLP-510N. Como nova. € 260 ID. 2526036 ID. 2514915 EMPREGADOS/AS SERVIÇOS DE ACÇÃO SOCIAL DA UNIVERSIDADE DO PORTO UNIVERSIDADE DO PORTO SERVIÇOS DE ACÇÃO SOCIAL Damos-lhe trabalho fácil, p/ ser executado em sua casa. Pode ser em part/full time. Bom trabalho. Com ganhos acima dos 3.000 €. Peça informações grátis todo o País. ANÚNCIO DE CONCURSO Secção I – Entidade Adjudicante Secção IV – Processo Entidade pública adjudicante: Serviços de Acção Social da Universidade do Porto Endereço postal: Rua da Boa Hora, 18 Localidade: Porto Código postal: 4050-099 País: Portugal Objecto do Concurso: Exploração do Bar da Residência Universitária Novais Barbosa, sita na Rua da Pena s/n 4050-099 - Porto. Pontos de contacto: Departamento Social Telefone: 222005435 Fax: 222003067 Correio Electrónico: [email protected] Tipo de Processo: Concurso público Critérios de Adjudicação: A proposta economicamente mais vantajosa de acordo com o exigido no artigo 3.º do Programa do Concurso. Condições para a obtenção do Caderno de Encargos O Caderno de Encargos e o Programa do Concurso podem ser obtidos nos Serviços Financeiros dos Serviços de Acção Social da Universidade do Porto, no endereço postal acima referido. Os concorrentes terão à sua disposição para consulta, um exemplar do Programa e Caderno de Encargos, na Secção de Expediente, Património e Arquivo, entre as 9.30 e as 12 horas e entre as 14.00 e as 16.00 horas. As propostas devem ser apresentadas até às 16 horas do dia 23 de Março de 2007. As propostas podem ser entregues, em mão e contra recibo, directamente na Secção de Expediente, Património e Arquivo, sita na morada indicada no endereço postal, entre as 9.30 horas e as 12.00 e entre as 14.00 e as 16.00 horas, ou enviadas por correio registado para a mesma morada, desde que a recepção ocorra dentro do prazo fixado. Condições e modo de pagamento O custo do Programa e Caderno de Encargos é de 15 € mais o IVA à taxa legal O Pagamento poderá ser feito por cheque ou numerário. Secção II – Objecto do Contrato Designação dada pela entidade adjudicante: Concurso Público n.º 1/DS/2007 – Concessão do direito de Exploração do Bar da Residência Universitária Novais Barbosa. Breve descrição do contrato: Concessão da Exploração do Bar da Residência Universitária Novais Barbosa para a prestação de serviços de Bar e Cafetaria. Duração do Contrato: O contrato a celebrar será válido pelo período de um ano, renovável por iguais períodos, desde que não seja denunciada, por qualquer das partes com a antecedência de 30 dias em relação ao seu termo e desde que não tenha decorrido mais de três anos sobre a data da celebração do contrato. Secção III – Informações de carácter jurídico, económico, financeiro e técnico Condições relativas ao contrato Caução exigida: Uma caução no valor de 5%, referente a um ano de renda da concessão. Condições de participação: O Concurso é aberto a todos os concorrentes que reúnam as condições exigidas no Programa e Caderno de Encargos. A proposta deverá ser apresentada de acordo com artigo 7.º do Programa do Concurso. Secção V – Informações complementares Serão admitidos pedidos de esclarecimento, por escrito, até ao último dia do primeiro terço do prazo fixado para a entrega das propostas. A abertura das propostas será realizada no dia 26 de Março, pelas 10 horas, na sala de reuniões, do endereço postal acima referido. 23/02/2007 O Administrador dos Serviços de Acção Social da Universidade do Porto João da Cruz Carvalho Público, 2007.02.26 Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer A APFADA é uma instituição particular de solidariedade social que apoia os Doentes de Alzheimer e os seus Cuidados disponibilizando: Informação sobre a Doença e seus efeitos. Formação para cuidadores, formais e informais. Equipamentos e Serviços específicos. Atendimento social e psicológico. Grupos de Ajuda Mútua. Terapia Ocupacional. Banco de ajudas técnicas. Outros benefícios. Contactos Sede: Av. de Ceuta Norte, Lote 1, Lojas 1 e 2 - Quinta do Loureiro, 1350-410 Lisboa Tel.: 213 610 460/8 - Fax: 213 610 469 - E-mail: [email protected] - Site: www.alzheimerportugal.org Delegação do Norte: R. Barão do Corvo, 181, 4430-039 Vila Nova de Gaia - Tel.: 226 066 863 - Fax: 223 754 484 - E-mail: [email protected] Delegação do Centro: Centro de Saúde de Pombal - 3100-000 POMBAL - Tel.: 236 200 970 - Fax: 236 200 971 - E-mail: [email protected] Delegação da Região Autónoma da Madeira: Complexo Habitacional da Nazaré, cave do Bloco 21 - Sala E - 9000-135 FUNCHAL - Tel.:/Fax: 291 772 021 - E-mail: [email protected] Núcleo do Ribatejo: Rua Dionísio Saraiva, n.º 11, 1.º - 2080-104 Almeirim - Tel.: 243 594 136 - Fax 243 594 137 - E-mail: [email protected] E.P.M. - Apartado 1699, 1016-001 Lisboa Ou envie SMS com nome e morada completos para: ☎ 969 443 981 Assistentes de Guarda-Roupa para Teatro Urgente Disponibilidade imediata Contacto - 213245501/02 www.projectosglobais.com Descrição da Função: Gestor Programador S.O.S. 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Respostas para [email protected] O mundo mudou. O mundo é Público 34 • Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 Desporto Futebolistas estrangeiros dominam Liga portuguesa FOTÓGRAFO Liga Bwin Jogadores portugueses estão em minoria Lucho tenta travar o brasileiro Evaldo, sob o olhar de Lisandro López Mais de metade dos jogadores utilizados na primeira volta não são portugueses. Portugal perde ou ganha com a globalização? Hugo Daniel Sousa a Na primeira volta do campeonato de futebol da Liga Bwin, os treinadores colocaram em campo 113 jogadores estrangeiros e 110 de nacionalidade portuguesa. Seis das 16 equipas do principal escalão utilizaram, em média, mais atletas nascidos fora de Portugal; duas usaram na mesma proporção futebolistas nacionais e estrangeiros; e os restantes oito técnicos deram primazia aos jogadores da casa. Estas são algumas das conclusões de um estudo realizado pelo Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) durante as primeiras 15 jornadas da época, a que o PÚBLICO teve acesso em primeira mão. “Metade dos jogadores serem estrangeiros é um exagero. É necessário inverter esta tendência e apostar mais nos futebolistas nacionais”, defende Números 218 futebolistas estrangeiros estão inscritos na I Liga, tendo em conta os plantéis divulgados no sítio oficial da LPFP, actualizados pelo PÚBLICO com as entradas e saídas no mercado de Inverno 207 jogadores portugueses participam na Liga Bwin 133 brasileiros jogam no principal campeonato português, constituindo o maior contingente estrangeiro 38 nacionalidades estão presentes entre os jogadores da I Liga 9 argentinos alinham no campeonato português, sendo o segundo maior contingente estrangeiro, seguido por Senegal, Sérvia e Camarões Joaquim Evangelista, presidente do SJPF, acrescentando que esta situação maioritária de atletas estrangeiros (51 por cento contra 49) “tem reflexo nas seleçcões nacionais e no desemprego dos jogadores”. Uma crítica que não é exclusiva de Portugal. Em Inglaterra, o ex-seleccionador Terry Venables diz que a contratação de atletas de todo o mundo está a fechar portas aos jovens ingleses. Dados recolhidos pelo PÚBLICO no sítio oficial da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) sobre os plantéis dos clubes, actualizados depois com as contratações e saídas do mercado de Inverno, permitem concluir que estão inscritos na principal competição 218 futebolistas estrangeiros e 207 portugueses. Valores que estão em linha com as conclusões do SJPF sobre a primeira volta da Liga Bwin e que colocam Portugal, no que se refere à utilização de estrangeiros, abaixo da Inglaterra, mas acima dos outros grandes campeonatos europeus. “Uma faca de dois gumes” Os efeitos da “lei Bosman”, que em Dezembro de 1995 pôs fim aos entraves à utilização de jogadores comunitários, não são, porém, consensuais entre os diversos sectores do futebol português. “É uma faca de dois gumes”, diz Gilberto Madail, presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). “Para os nossos melhores jogadores tem sido bom, porque foram para os campeonatos mais competitivos da Europa. A nível interno, não sei até que ponto a nossa competitividade terá sido afectada”, acrescenta o líder da FPF, salientanto o “bom comportamento da selecção nacional”. Um raciocínio que pode ser alargado aos clubes portugueses, que desde 1995 já ganharam duas finais europeias. Paulo Bento, treinador do Sporting, desdramatiza, em declarações ao PÚBLICO, os efeitos da “lei Bosman”, isto mesmo dirigindo um dos clubes em que a presença de jogadores nacionais supera a de futebolistas estrangeiros. “Os jogadores portugueses que são bons acabam por aparecer naturalmente. Pode não ser no imediato, logo que atingem os seniores, mas aparecem, se mantiverem o nível de qualidade”, argumenta. O técnico dos “leões”, que enquanto jogador alinhou em Espanha, defende, por outro lado, que a “lei Bosman” não teve grande influência nas selecções portuguesas: “A selecção é formada pelos melhores, joguem em Portugal ou fora. Quando muito, ganha-se alguma coisa por estar num campeonato mais competitivo”. Uma opinião partilhada, em parte, por Agostinho Oliveira, supervisor técnico das selecções jovens, para quem a qualidade da equipa nacional não desceu, embora possa vir a decrescer caso “Portugal não consiga formar com qualidade”. “Os jogadores têm de se afirmar no país antes de poderem emigrar”, alerta, frisando que os clubes portugueses “têm vendido bem, mas não compram com qualidade”. A razão da contratação de muitos estrangeiros é o outro aspecto que causa uma divisão de opiniões. Mediante a justificação de que muitas vezes é mais caro contratar um jogador português, Joaquim Evangelista responde que contra-argumenta. “O que permite é outro tipo de negócios aos dirigentes e empresários, em que a compra tem um valor na origem e outro no destino”, acusa o presidente do Sindicato de Jogadores. O peso dos estrangeiros noutros campeonatos Inglaterra França 58,9 por cento Quase seis em cada dez jogadores que alinham no campeonato inglês são estrangeiros. Em 555 futebolistas, 327 não são ingleses, com França (30), República da Irlanda (28), Escócia e Holanda (ambos com 17) a serem os países mais representados. Portugal surge logo a seguir, com 13 jogadores. 36,9 por cento A liga francesa foi a única que não cedeu dados oficiais ao PÚBLICO. Contudo, as estatísticas do sítio zerozero.pt – que no caso dos outros campeonatos diferem ligeiramente dos números oficiais – demonstram uma maioria de jogadores franceses (63,1 por cento). O Brasil assegura o maior contingente estrangeiro. Alemanha 46 por cento O número de estrangeiros na Bundesliga passou de 19 por cento, em 1995, quando foi aprovada a “lei Bosman”, para 46 por cento na presente temporada, em que 213 dos 465 jogadores inscritos não têm nacionalidade germânica. Dos 213 estrangeiros actualmente a jogar actualmente na Bundesliga, 153 são atletas comunitários. Itália 26,6 por cento Dos grandes campeonatos europeus, Itália é o que recebe menor número de estrangeiros. Esta época, estão inscritos 201 estrangeiros e 556 italianos, embora esta contagem inclua tanbém os jovens jogadores que assinaram contrato com os clubes do principal escalão do calcio. Na época passada, eram 173 jogadores de outros países. Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 35 Fernando Santos antevê o jogo com o Paços de Ferreira equipas motivadas. O Benfica há muitos meses que não perde para campeonato e seguiu em frente n Taça UEFA”. FERNANDO VELUDO “O jogo da primeira volta não conta para nada. Nessa altura tínhamos grandes indefinições no plantel. Vão estar em campo duas Tendências Marítimo e Aves, os extremos da primeira Liga Hugo Daniel Sousa A opinião dos treinadores A origem tem importância apenas na gestão de grupo Hugo Daniel Sousa a José Mourinho construiu o seu FC Porto em redor de jogadores portugueses e quando chegou ao Chelsea, mesmo com um maior peso de futebolistas estrangeiros, fez questão de dizer que não abdicava de um núcleo formado por atletas britânicos, como John Terry, Frank Lampard ou Joe Cole. Afinal, a nacionalidade tem alguma importância na hora da decisão técnica de escolher um ou outro jogador? Os treinadores ouvidos pelo PÚBLICO defendem que a origem do futebolista pode ser mais importante na gestão do balneário do que propriamente nos aspectos estritamente futebolísticos. “Para mim, uma base local é fundamental, porque cada país tem a sua cultura futebolística e um núcleo de jogadores da casa podem ajudar à integração de elementos vindos de fora”, argumenta o treinador do Des- portivo das Aves, Manuel Gonçalves Gomes, mais conhecido por professor Neca. “A nacionalidade pode contar mais nos aspectos da gestão do grupo do que nas questões técnico-tácticas”, acrescenta, alertando para a língua comum entre técnico e jogadores como um factor de proximidade. Uma ideia realçada por Agostinho Oliveira, supervisor técnico das selecções portuguesas, para justificar o facto de o treinador do Arsenal, Arsène Wenger, se ter rodeado de vários jogadores franceses, argumentando que “por muito que um treinador se expresse em várias línguas, há sempre uma barreira quando não fala o mesmo idioma que os jogadores”. Oliveira destaca ainda outro aspecto: “Dentro de cada equipa, há várias lideranças e muitas delas constituem-se à volta de um grupo de jogadores de determinada nacionalidade, como os brasileiros ou os russos”, refere. a Desportivo das Aves e Marítimo são os extremos na Liga portuguesa no que respeita à utilização de jogadores oriundos de outros países. Os nortenhos utilizaram, em média, 10 futebolistas portugueses e quatro estrangeiros em cada uma das primeiras 15 jornadas do campeonato; no mesmo período, vestiram a camisola dos madeirenses 11 jogadores de outras nações e três lusos. “Um jogador não tem pátria: ou tem futebol ou não tem”, atira Carlos Pereira, presidente do Marítimo, alegando que o futebol é hoje “um mundo global onde só cabem os melhores”. Salientando ser um “adepto da formação”, o líder do clube madeirense critica os “obstáculos às equipas B”, como “a proibição de subir à II Liga” e “a não permissão de utilização de mais do que três jogadores entre os 21 e os 24 anos”. Um argumento que serve também como justificação para o elevado número de futebolistas estrangeiros presentes no plantel da equipa insular. Do lado contrário, o Aves é o clube com mais portugueses no plantel e, naturalmente, o que entra em campo com mais atletas nacionais. Uma situação “circunstancial”, segundo o treinador da equipa. “Houve uma grande preocupação com a contenção de custos e muitas vezes no mercado interno, devido à maior abertura aos estrangeiros, há jogadores portugueses que não são aproveitados”, justifica Manuel Gomes, também conhecido no meio futebolístico por professor Neca. O técnico do Desportivo das Aves advoga, no entanto, que “é preciso não ter receio do mercado global”: “Os clubes e os jogadores têm de estar atentos às oportunidades. Muitos futebolistas portugueses estão a aproveitar novos mercados, como a Roménia ou o Chipre”, refere. O que diz a lei portuguesa? Não há limites para o número de estrangeiros O regulamento de competições da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) não coloca qualquer entrave à utilização de atletas estrangeiros no campeonato, referindo no artigo 37.º que “os clubes podem inscrever livremente jogadores profissionais, sem qualquer restrição em função da sua nacionalidade”. O mesmo regulamento, porém, introduz um novo conceito: o de jogador “formado localmente”, isto é, um futebolista que “tenha sido inscrito na Federação Portuguesa de Futebol, pelo período correspondente a três épocas desportivas, entre os 15 e os 21 anos”, como Nani (na foto), por exemplo. O plantel de cada clube deverá ter, no decorrer da próxima época (2007-08), seis jogadores formados localmente, valor que subirá para oito a partir da temporada 2008-09. Na presente época vigora a meta, a título facultativo, de quatro jogadores formados localmente. 36 • Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 Futebol Liga Bwin Académica Boavista 0 2 Manuel Mendes Golos de Kazmierczak e de Grezlak decidiram, logo na primeira parte, o jogo a favor de um Boavista que soube sempre gerir a vantagem a O Boavista quebrou ontem em Coimbra o ciclo de empates, cinco consecutivos, e regressou às vitórias na Liga, um resultado construído na primeira parte e com o selo da dupla de internacionais polacos que fazem parte do plantel boavisteiro. Grezlak, que já tinha marcado frente ao Setúbal, abriu o marcador. O seu compatriota Kazmierczak matou o jogo momentos antes do intervalo. Os dois golos foram conseguidos com muitas semelhanças: nasceram ambos de remates cruzados dentro da área e foram muito consentidos por uma defesa que parecia de manteiga. A formação do Bessa entrou a mandar no jogo. Criou as melhores oportunidades e chegou ao intervalo a ganhar por 2-0. A Académica, que surpreendentemente alterou a equipa que tinha conseguido uma vitória no Restelo, só mandou verdadeiramente no jogo na Ficha de jogo Jogo no Estádio Municipal de Coimbra. Assistência: 6732 espectadores. Académica Pedro Roma 6; Paulo Sérgio 5; Litos 4; Kaká 4; Lino 5; Alexandre 5 (Nestor 5, 61’); Roberto Brum 5 (Pitbull 6, 38’); Pavlovic 5 (Vítor Vinha 6, 45’) ; Filipe Teixeira 6; Dame 4; Gyano 4 Boavista William 6; Marquinho 6; Hélder Rosário 6; Ricardo Silva 5; Cissé 6; Tiago 6; Kazmierczak 6; Essame 6; Hugo Monteiro 6 (Paulo Sousa 5, 77’); Linz 5 (Fary 5, 74’); Grezlak 6 (Zé Manel 5, 62’).; Árbitro: João Ferreira 5, de Setúbal Amarelos: Ricardo Silva (20’), Roberto Brum (24’), Cissé (54’), Paulo Sérgio (68’). Golos: 0-1, por Grezlak, aos 24’; 0-2, por Kazmierczak, aos 43’ segunda parte e depois de o seu treinador corrigir os erros da aposta inicial. A saída de Pavlovic de forma a permitir a entrada de Vítor Vinha para o meiocampo e o necessário recuo de Lino para lateral-esquerdo não trouxeram nada de bom à equipa. Regressaram os problemas defensivos, com demasiados erros, o conjunto perdeu toda a dinâmica no flanco esquerdo e ficou praticamente inofensivo no ataque. Viveu apenas da vontade e técnica de Filipe Teixeira. E, ao intervalo, a superioridade no marcador dos “axadrezados” apenas surpreendia quem não assistiu ao jogo. Jogo que, de resto, começou (2’) com Grezlak a dar nas vistas, com um passe perfeito para Hugo Monteiro obrigar Pedro Roma a uma boa defesa. Seguiuse o golo, aos 24’, num lance individual de Grezlak na área da Académica, em que a defesa de Coimbra ficou de mãos nos bolsos a ver jogar e o polaco aproveitou para rematar cruzado. A ganhar, o Boavista quase não permitiu oportunidades de golo ao adversário. As únicas aflições para Jaime Pacheco, de resto, vieram de dois erros primários (um de William e outro de Ricardo Silva) e de uma boa jogada de Filipe Teixeira que Dame desperdiçou. Quase em cima do intervalo (43’), Kazmierczak voltou a aproveitar as facilidades concedidas pela defesa da Académica, dentro da área. Puxou a bola para o seu melhor pé, o esquerdo, e fez o segundo golo, com um remate cruzado. A perder por 2-0, e devido à lesão de Pavlovic em cima do intervalo, Manuel Machado regressou à equipa que na última jornada venceu o Belenenses. Vítor Vinha entrou para lateral-esquerdo e Lino passou para a posição de médio-ala. A equipa ganhou finalmente alguma dinâmica e os lances de perigo começaram a surgir junto à baliza de William. Pitbull teve um remate à trave e outro ao poste (48’ e 78’) e Gyano e Nestor falharam (67’) a meio metro da linha de golo. A equipa mostrou algum futebol, mas era demasiado tarde. ADRIANO MIRANDA A vitória dos polacos em Coimbra Naval Belenenses Hélder Rosário ganha um lance de cabeça, perante o olhar de Grezlak Morreu um polícia Opinião José Manuel Meirim 1. Sim. Em Itália. Nós, por cá, vamos ter legislação em breve, dizem os governantes sempre que ocorre um incidente mais grave. O actual secretário de Estado também já o afirmou – em quase dois anos –, como os anteriores titulares do cargo, por mais de uma vez. Deste discurso já somos conhecedores e pouco mais haverá a dizer quanto à sua perigosidade, enquanto revelador de puro laxismo e da ausência de aplicação das normas vigentes, em particular no que concerne às claques. O que nos motivou a voltar ao tema da violência foi um trabalho jornalístico, sobre a segurança vivida nos estádios portugueses. A dada altura, uma “caixa” intitulase: “CNVD preparado para avançar em situações de emergência”, dando-se aí conta de algumas das competências deste órgão. Se não fosse demasiado grave a inércia do Conselho Nacional contra a Violência no Desporto, e com o devido respeito pelo jornalista, o título era uma boa anedota. 2. O CNVD é um dos exemplos mais gritantes da falta de efectividade da norma legal, dadas as competências que a lei lhe atribui e de que se afasta por completo. Perante esta situação, é certo que a resposta do Governo é a de que vem aí uma lei nova que vai “solucionar” essa omissão. Quarta vitória seguida do Belenenses como visitante Descansem que, a breve prazo, com a regulamentação da Lei de Bases e o surgimento do “novíssimo” Conselho Nacional do Desporto, tudo será diferente. Como costumo afirmar, chegados aqui, eles começam a falar em grego e nós não os conseguimos entender. É que, acima de tudo, não se torna necessário uma nova lei (sempre uma nova lei); o que se exige é uma nova cultura, uma nova postura na aplicação e fiscalização da lei. 3. Para que não se diga que tal aplicação e fiscalização são muito difíceis de alcançar – e eu acredito que sim, tendo em conta os políticos deste infeliz país –, deixo ao leitor alguns (entre algumas dezenas) registos das reuniões da Comisión Nacional Contra la Violencia en los Espectáculos deportivos (estamos do outro lado da fronteira), em que se formulam propostas de sanções a aplicar. Reunião de 24 de Janeiro de 2007: multa de 5000 euros e proibição de acesso a recintos desportivos, por um período não superior a cinco meses, a um adepto que insultou e ameaçou gravemente polícias. Reunião de 7 de Fevereiro de 2007: multa de 4000 euros (e a mesma proibição) a dois adeptos que foram identificados a lançar objectos contundentes sobre pessoas que passeavam no exterior do estádio. Frise-se que nesta última reunião, a Comisión decidiu comunicar ao treinador do Real Madrid, Fabio Capello, o seu desagrado quanto às suas declarações elogiosas relativas ao grupo Ultra Sur. 4. Reuniões todas as semanas? Não façam isso. Façam como o nosso CNVD. Só há reuniões quando ocorra um incidente grave e se tenha que anunciar uma nova lei. 2 3 a Dois golos a abrir o jogo lançaram ontem o Belenenses para a vitória por 3-2 no reduto da Naval 1º de Maio, mas os lisboetas só asseguraram o triunfo na recta final. O encontro entre duas equipas tranquilas na tabela teve um arranque atribulado: os visitantes marcaram por duas vezes, por intermédio de Nivaldo, que fez o golo mais rápido da Liga, aos 44 segundos, e de Dady, aos 11’, o que colocou os anfitriões em situação muito delicada. O conjunto da Figueira da Foz conseguiu, no entanto, reagir e restabeleceu a igualdade com tentos a fechar a primeira parte e a abrir a segunda, por Lito (38’) e Gaúcho (50’), com o Belenenses a salvar-se graças ao remate certeiro de Zé Pedro, aos 72’. O Belenenses ascendeu provisoriamente ao sexto lugar do campeonato, a apenas um ponto do Sporting de Braga, que ocupa o último posto de acesso às provas europeias, apesar de os minhotos ainda não terem entrado em acção nesta ronda. Embora ocupe apenas o 10º lugar, a Naval mantém-se bem acima da linha de despromoção, mas conta por derrotas os últimos três jogos disputados, entre os quais dois no seu estádio. A equipa da casa conseguiu resistir ao desacerto inicial – golo de Nivaldo “a frio”, na sequência de um canto, e saída em falso de Taborda, aproveitada por Eliseu, que roubou a bola ao guarda-redes e centrou para Dady –, mas foi incapaz de responder quando Zé Pedro apontou o terceiro golo do Belenenses. Pelo meio, a Naval cometeu a proeza de empatar um jogo aparentemente perdido, com o desvio de cabeça de Lito perto do intervalo a revelar-se precioso para relançar a emoção no encontro e moralizar os jogadores da Figueira da Foz. No início da segunda parte, Gaúcho aproveitou um ressalto na área do Belenenses para marcar e os lisboetas, que poderiam ter lançado as bases para uma goleada, viram-se de súbito em dificuldades, passando por alguns sustos antes de Zé Pedro fixar o resultado final. O esquerdino, que regressou à equipa depois de cumprir dois jogos de castigo, marcou o sétimo golo no campeonato. PÚBLICO/Lusa Ficha de jogo Jogo no Estádio Municipal José Bento Pessoa, na Figueira da Foz. Assistência: cerca de 1000 espectadores. Naval Taborda, Mário Sérgio, Paulão, Gaúcho (Pimenta, 82’), China, Delfim, Orestes, Pedro Santos (Carlitos, 10’), Fajardo (João Ribeiro, 57’), Saulo, Lito. Belenenses Costinha, Amaral (Carlitos, 61’), Rolando, Nivaldo, Rodrigo Alvim, Cândido Costa, Mancuso (Ruben Amorim, 61’), José Pedro, Eliseu, Garcês, Dady. Árbitro: Carlos Duarte, do Porto. Amarelos: Taborda (11’), Mário Sérgio (14’), Eliseu (45’), Amaral (50’), Lito (69’). Golos: 0-1, por Nivaldo, aos 1’; 0-2, por Dady, aos 11’; 1-2, por Lito, aos 38’; 2-2, por Gaúcho, aos 50’; 2-3, por Zé Pedro, aos 72’. Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 37 Desporto Por que razão há tão poucos treinadores de futebol negros? LIONEL BALTEIRO Discriminação? Dos 4214 técnicos inscritos na ANTF 65 são negros Daúto Faquirá garante nunca ter sentido “qualquer tipo de rejeição” A questão foi levantada pela BBC em Inglaterra: menos de 1 por cento dos técnicos profissionais são negros. Em Portugal, são 1,5 por cento Paulo Curado a O tema é polémico e foi introduzido na quinta-feira pelo canal estatal britânico de televisão BBC, em tons chocantes: menos de um por cento dos treinadores profissionais de futebol em Inglaterra são de raça negra, segundo uma investigação da estação televisiva (ver texto em baixo). E em Portugal? A realidade não anda muito longe da anglo-saxónica, com os negros a representarem sensivelmente 1,5 por cento do total dos técnicos existentes. A diferença é que por cá ninguém parece considerar o facto escandaloso, a começar pelos próprios treinadores negros, que têm no treinador do Estrela da Amadora, Daúto Faquirá, o único representante nos escalões profissionais de futebol. Com tantos praticantes negros nas camadas profissionais do futebol português, não seria de esperar que muitos enveredassem pela carreira de treinador quando pendurassem as chuteiras? A julgar pelos números da Associação Nacional dos Treinadores de Futebol (ANTF), nem por isso. Dos 4214 inscritos neste organismo, apenas 65 são negros, segundo revelou o seu presidente, José Pereira, na sequência de um contacto do PÚBLICO. Inglaterra: Curle e Ince, as excepções “Chocante” foi o adjectivo encontrado pela BBC Sport para qualificar a ausência de treinadores negros nas ligas profissionais. Uma investigação do canal televisivo estatal revelou na quinta-feira que a presença de técnicos negros à frente de clubes da Premiership (equivalente à Liga principal portuguesa) e nas competições da Football League (as restantes três divisões profissionais) se resume a Paul Ince, técnico do Macclesfield, e Keith Curle, do Torquay, ambas formações da League 2 (correspondente a uma terceira divisão). Dois treinadores num universo de 92 clubes, em que os jogadores negros representam uma contrastante percentagem superior a 20 por cento. “Nos campeonatos profissionais [Liga e Liga de Honra], para além do Daúto Faquirá, não há mais nenhum”, constatou o dirigente dos treinadores. E porquê? José Pereira responde com outra constatação: “Porque não concorrem aos cursos de formação de treinadores. Grande parte dos jogadores negros que são profissionais de futebol não opta depois por seguir a carreira de treinador. A sua presença nos cursos de formação é irrisória.” Explicações para esta realidade José Pereira não tem, mas uma coisa garante, talvez pressentindo a delicadeza do tema: “Não é porque sejam marginalizados nas candidaturas, simplesmente não concorrem.” Aloísio Alves, ex-jogador do FC Porto e do Barcelona, actualmente treinador do Vila Meã, da II Divisão Série A, e um dos raros técnicos de raça negra em actividade em Portugal, confirma esta tese, mas encontra-lhe razões mais profundas. “Alguns exjogadores negros que poderiam seguir a carreira de treinador podem, eventualmente, pensar que estarão limitados em termos de opções profissionais. Podem pensar que não terão as mesmas oportunidades que outros treinadores não-negros, que poderão ser preferidos pelos clubes.” Esta realidade não é, segundo o técnico, exclusiva de Portugal, mas reflecte-se a nível mundial e, em alguns casos, por discriminação racial óbvia, como transparece do exemplo que deixou referente ao seu país natal, o Brasil. “Lá há muitos jogadores negros de qualidade e alguns até deram início à actividade de treinadores principais, mas depois acabam por ter apenas cargos secundários, como adjuntos ou auxiliares. Talvez possam sentir alguma diferença no tratamento, com a sua cor a não ajudar e a contribuir para que sejam menos aproveitados.” “Fenómeno mais alargado” Uma outra justificação para o panorama específico português foi encontrada pelo moçambicano Daúto Faquirá. “Não existem assim tantos praticantes de futebol profissional em Portugal oriundos das ex-colónias africanas. A maioria dos jogadores negros são brasileiros que, salvo poucas excepções, regressam ao seu país quando deixam de jogar.” De resto, o treinador do Estrela da Amadora, de 41 anos, garante nunca ter sentido “qualquer tipo de rejeição por motivos raciais” ao longo da sua carreira como treinador, que se iniciou na temporada de 1997-98, no Sintrense, e prosseguiu no Odivelas (1999-2003), Barreirense (2003-05), Estoril (2005-06), até chegar, no início desta temporada, à Reboleira. Aloísio também não experimenta falta de oportunidades como treinador em Portugal devido à cor da pele. “Treinei o FC Porto B [que foi extinto no final da temporada passada], estou a treinar o Vila Meã, como podia estar a treinar outras equipas que me convidaram. Nunca senti qualquer tipo de discriminação”, garante a ex-glória dos “dragões”. Neno, ex-guarda-redes do Benfica e do Vitória de Guimarães e actual treinador de guarda-redes dos vimaranenses, partilha destas opiniões. Tal como os seus colegas, o técnico cabo-verdiano considera não haver em Portugal qualquer tipo de preconceito racial em relação à cor dos treinadores. Menos convencido da benevolência racial dos portugueses no que ao futebol diz respeito está Mamadou Ba. Para o dirigente da Associação SOS Racismo, a falta de treinadores negros nos clubes portugueses reflecte apenas a realidade que se vive por cá em praticamente todas as actividades “Alguns ex-jogadores negros podem pensar que não terão as mesmas oportunidades que os outros”, alerta Aloísio de exposição pública, que, considera, estão integralmente vedadas às minorias. “O futebol é só mais um exemplo de um fenómeno mais alargado. Algo que se deve a um reflexo de um racismo mais latente, mais difuso na sociedade portuguesa, até em sectores onde a cor não é importante, como no futebol”, refere. E lembra o crescente domínio de grupos de extrema-direita nas claques dos principais clubes portugueses. Mas Mamadou Ba vai mais longe e deixa outras questões para reflexão: “Quantos jornalistas negros há nas redacções? Conhece algum pivot negro a apresentar telejornais televisivos?” Mário Wilson, caso único Mário Wilson foi o único treinador negro a orientar um dos três “grandes” do futebol português. O “velho capitão”, como ficou conhecido no Benfica, iniciou a sua carreira de técnico na Académica, que levou a um fantástico segundo lugar no campeonato, na temporada de 1966-67. Em 1975-76, liderou pela primeira vez a equipa “encarnada” que conduziu ao título nacional. Voltaria ao clube da Luz nas temporadas 1979-80 e 199596, conquistando mais duas Taças de Portugal, para um último regresso em 1997-98. Mário Wilson foi ainda o único seleccionador negro de Portugal, entre 1978 e 1980. 38 • Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 Desporto Futebol Internacional Alex Ferguson assume: “Ronaldo mereceu ser o homem do jogo” Classificações Liga francesa Jornada 26 Lens-Nancy Nice-Lille Rennes-Sedan Lyon-Sochaux Troyes-Lorient Le Mans-Monaco Nantes-Auxerre Toulouse-Marselha Bordéus-Valenciennes Paris SG-Saint-Etienne DYLAN MARTINEZ/REUTERS O português continua a dar espectáculo em Inglaterra. Marcou um golo decisivo no minuto 88 e deixou o Manchester a nove pontos do Chelsea Luís Octávio Costa a Uma jogada à Cristiano Ronaldo resolveu ontem o Fulham-Manchester United a favor da equipa visitante (1-2), que momentaneamente fica a nove pontos de distância do perseguidor Chelsea, com um jogo a menos. Na passada terça-feira, em Lille, o jogador português não escondeu a frustração por ter sido substituído aos 67’. Ontem, arrancou no meio-campo, ultrapassou quem tinha que ultrapassar, rematou cruzado e festejou euforicamente como que a dizer: “Quero decidir jogos”. Na sua conta pessoal já lá vão 16 golos no campeonato, onde esta temporada o avançado português já marcou a dez equipas diferentes. Alex Ferguson, que na Liga dos Campeões tirou Cristiano para colocar Saha, reconheceu o mérito do número sete, nomeadamente no jogo “mais difícil de toda a temporada”. “O Ronaldo continuou a tentar e mereceu ser o homem do jogo”, sublinhou, não esquecendo o trabalho do Fulham, que nunca deu ao Manchester “um momento de descanso”. Verdade seja dita, a equipa da casa foi quase sempre a melhor em campo. Cristiano Ronaldo foi o primeiro a ad- 16 Ronaldo marcou o 16.º golo (está a um de Drogba). No ano passado só chegou aos nove golos em toda a temporada mitir algum “cansaço” pós-Champions. “Foi um jogo muito duro e o Fulham jogou muito bem. Talvez até tenha jogado melhor na segunda metade, mas às vezes o futebol é assim: às vezes a equipa que joga melhor não ganha”. McBride marcou aos 17’, Giggs empatou aos 29’. Ronaldo decidiu tudo a dois minutos do fim. De resto, a tarde rendeu duas gole- J 26 25 26 26 26 26 26 25 25 26 25 26 26 26 26 26 25 25 26 26 V 18 13 12 10 10 11 9 11 10 8 9 9 9 7 7 7 8 6 4 4 E 4 7 5 10 9 5 9 3 6 10 7 6 6 11 9 8 4 10 11 10 D 4 5 9 6 7 10 8 11 9 8 9 11 11 8 10 11 13 9 11 12 M-S 47-21 40-28 30-28 30-28 32-25 31-27 23-22 26-28 39-33 30-31 22-26 31-28 26-31 29-33 27-34 24-26 25-37 27-30 20-32 33-44 P 58 46 41 40 39 38 36 36 36 34 34 33 33 32 30 29 28 28 23 22 Próxima jornada Lorient-Nice, Lille-Troyes, Nancy-Le Mans, MarselhaLens, Sochaux-Nantes, Sedan-Paris SG, AuxerreRennes, Monaco-Bordéus, Saint-Etienne-Lyon e Valenciennes-Toulouse. Liga inglesa Jornada 28 Watford-Everton Aston Villa-Arsenal Middlesbrough-Reading Manchester City-Chelsea Charlton-West Ham Fulham-Manchester Utd. Tottenham-Bolton Blackburn-Portsmouth Liverpool-Sheffield Wigan-Newcastle Rooney e Cristiano Ronaldo festejam efusivamente o golo da vitória adas, Charlton-West Ham e Liverpool-Sheffield, ambas por 4-0, bem como uma excelente exibição do Everton no terreno do Watford (0-3, o primeiro golo foi apontado por Manuel Fernandes). San Siro desbloqueado Em Itália, o dia ficou marcado por um resultado surpresa – o empate do Palermo no terreno do Atalanta, 1-1 – e pela notícia da reabertura do Estádio San Siro já na recepção do AC Milan à Sampdoria, jogo agendado para a noite de hoje. A decisão seguiu-se a uma inspecção ao recentemente instalado sistema de torniquetes electrónicos. No campeonato alemão, o Estugarda empatou anteontem em casa com o Hertha. O líder Schalke 04 e o Werder Bremen, terceiro classificado do campeonato alemão, só jogam hoje. Aproveitou o Bayern de Munique, com esperanças de terminar num dos três lugares que dão acesso à Liga dos Campeões. A equipa de Ottmar Hitzfeld marcou por duas vezes (Podolski de grande penalidade e Mark van Bommel) antes de o Wolfsburgo reduzir (Makiadi). No fundo da tabela poucas equipas pontuaram: o Bochum-Aachen terminou empatado (2-2) e o Hamburgo bateu em casa o Eintracht (3-1). Em França, o grande vencedor do dia foi o Toulouse, a única equipa do topo da tabela classificativa que venceu (o Lens só hoje recebe o Nancy). Elmander (dois golos) e Emana garantiram uma vitória confortável sobre o Marselha (3-0) e o 41.º ponto. Tarde trabalhosa teve o Lyon (sem Tiago), Final da Taça da Liga Os miúdos de Arsène Wenger, os graúdos de José Mourinho Arsenal e Chelsea vão disputar hoje, em Cardiff, a final da Taça da Liga naquele que será o 165.º jogo entre as duas equipas (67 vitórias para o Arsenal, 47 para o Chelsea e 50 empates). Será também a sétima tentativa de Arsène Wenger bater José Mourinho: o francês conseguiu apenas três empates e três derrotas. O jogo ficará marcado por um duelo entre os jovens gunners, uma aposta pessoal de Wenger, que abdicará por exemplo de Henry, Gallas ou Ljungberg, e os Lyon Lens Toulouse Sochaux Lille Marselha Rennes Bordéus Saint-Etienne Le Mans Nancy Monaco Lorient Auxerre Troyes Nice Valenciennes Paris SG Nantes Sedan hoje 2-1 0-2 3-3 3-0 0-2 1-1 3-0 hoje hoje experientes blues, que já podem contar com Terry e Robben, lesionados no Dragão. “O jogo deles é baseado em experiência e força, o nosso na mobilidade e no movimento”, assinalou o técnico francês. “Wenger é um bom treinador e os jovens tornam-se sempre bons jogadores. Nós só temos três”, disse o português, juntando os nomes de Mikel, Kalou e Diarra. Sobre a final: “grande atmosfera”, “um grande dia para os fãs”, “50 por cento azul, 50 por cento vermelho”. “E toda a gente quer ganhar”. obrigado a recuperar de uma desvantagem de dois golos na recepção ao Sochaux. A equipa de Gérard Houllier só conseguiu empatar (3-3) nos minutos finais com golos de Wiltord (90’) e Juninho (90’+3’). Atlético e Real empatam Três pontos continuam a separar o Real Madrid (43) e o Atlético Madrid (40), que ontem empataram (1-1) num emocionante derby da capital espanhola. O jogo ficou marcado por um início demolidor da equipa de Zé Castro e Maniche (Costinha ficou de fora por castigo). O primeiro golo foi alcançado durante o 11.º minuto por Torres, que nunca tinha marcado ao Real Madrid (o avançado continua sem conhecer o sabor da vitória contra o Real: conta quatro empates e cinco derrotas). Três minutos depois, o Vicente Calderón, repleto, chegou a comemorar o segundo golo (conseguido por Perea), mas o árbitro auxiliar ajuizou mal o lance, que acabou anulado. Foi um balde de água fria que ajudou a equilibrar um jogo que pendia para um lado. Sem Nistelrooy, dado como inapto pouco antes da hora do jogo, a equipa de Capello acabou por empatar apenas aos 62’ por Higuaín, que contou com a “colaboração” de Zé Castro, pouco lesto na hora de aliviar à entrada da área. O jogo não terminou sem uma expulsão (de Cannavaro) e sem um par de excelentes defesas de Casillas. O Real Madrid continua no grupo com acesso à Liga dos Campeões. A tarde começou com a vitória do Deportivo no terreno da Real Sociedad (golo solitário de Arizmendi, aos 29’), com apenas 14 pontos e cada vez menos créditos no campeonato espanhol. Manchester Utd. Chelsea Liverpool Arsenal Bolton Reading Everton Portsmouth Newcastle Tottenham Middlesbrough Blackburn Aston Villa Fulham Manchester City Sheffield Wigan Charlton West Ham Watford 0-3 adiado 2-1 adiado 4-0 1-2 hoje hoje 4-0 hoje J 28 27 28 26 27 28 28 27 27 27 28 27 27 28 26 28 27 28 28 28 V E 22 3 18 6 16 5 14 7 14 5 13 4 11 9 11 8 10 6 10 6 9 8 10 4 7 11 7 11 8 6 8 6 7 5 6 5 5 5 3 10 D 3 3 7 5 8 11 8 8 11 11 11 13 9 10 12 14 15 17 18 15 M-S 65-19 48-19 44-19 48-22 32-28 42-36 36-25 36-26 34-36 32-39 32-34 30-38 28-33 30-43 20-32 24-40 28-44 24-47 18-46 16-41 P 69 60 53 49 47 43 42 41 36 36 35 34 32 32 30 30 26 23 20 19 Próxima jornada Arsenal-Reading, Watford-Charlton, Fulham-Aston Villa, Portsmouth-Chelsea, Sheffield-Everton, West Ham-Tottenham, Liverpool-Manchester Utd., Newcastle-Middlesbrough, Manchester City-Wigan e Bolton-Blackburn. Liga alemã Jornada 23 Mainz-Nuremberga Bayern Munique-Wolfsburgo Estugarda-Hertha Berlim Schalke 04-B. Leverkusen Hannover-B. Dortmund Hamburgo-Frankfurt Bochum-A. Aachen B. M’Gladbach-Werder Bremen Cottbus-A. Bielefeld Schalke 04 Estugarda Werder Bremen Bayern Munique Nuremberga Hertha Berlim Hannover B. Leverkusen B. Dortmund Mainz Wolfsburgo Cottbus A. Aachen Bochum Hamburgo A. Bielefeld Frankfurt B. M’Gladbach J 22 23 22 23 23 23 23 22 23 23 23 23 23 23 23 23 23 22 2-1 2-1 0-0 hoje 4-2 3-1 2-2 hoje 2-1 V 15 13 13 12 8 9 9 8 7 6 5 6 6 6 4 5 4 5 E 4 6 3 4 12 7 6 5 7 9 10 7 6 6 12 8 11 5 D 3 4 6 7 3 7 8 9 9 8 8 10 11 11 7 10 8 12 M-S 40-21 41-26 53-30 35-27 32-19 33-35 32-34 35-34 27-32 21-33 23-28 25-32 35-44 27-36 27-27 28-31 28-42 16-27 Próxima jornada Schalke 04-Hamburgo, Werder Bremen-Bochum, Hertha Berlim-Bayern Munique, B. LeverkusenEstugarda, A. Bielefeld-Nuremberga, FrankfurtHannover, A. Aachen-Mainz, Wolfsburgo-B. M’Gladbach e B. Dortmund-Cottbus. P 49 45 42 40 36 34 33 29 28 27 25 25 24 24 24 23 23 20 Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 39 Quando abalou o mundo, Ali ainda era Clay P2 Atletismo Basquetebol Crosse das Amendoeiras tenta hoje recuperar a dimensão de outros tempos Ovarense venceu Benfica e consolidou liderança Luís Lopes A trigésima edição do melhor crosse português, a disputar em Albufeira, deverá ser de retoma a Disputa-se hoje em Albufeira a trigésima edição do Crosse das Amendoeiras em Flor, prova que faz parte do circuito de competições da especialidade da federação internacional. Após dias mais pobres, aquele que foi em tempos o melhor crosse mundial a nível particular terá hoje uma edição que se espera de retoma, fruto de a respectiva organização, liderada por Artur Lara Ramos, ter conseguido, mesmo com um orçamento algo limitado, atrair até ao Algarve bons fundistas internacionais. Na corrida masculina, com 10.000 m de extensão, o hexacampeão europeu de crosse (batido na última edi- ção) Sergiy Lebid, da Ucrânia, será o cabeça de cartaz, em parceria com o queniano Kiprono Menjo, vencedor da última São Silvestre do Funchal, os ex-quenianos que correm pelo Quatar Sultan Zaman e Nicholas Kemboi, alguns bons marroquinos, como Mohamed Amyn e Hamid el Mouaziz, o russo Yuriy Abramov e o excelente especialista de 3000 m obstáculos espanhol Antonio Jiménez Pentinel. Do lado português os principais nomes serão os de Eduardo Henriques, Luís Jesus e Hélder Ornelas. O triunfo não sorri a um lusitano desde 1995, quando ganhou Paulo Guerra, sucedendo a outros grandes nomes como Carlos Lopes, Fernando Mamede, António Leitão e José Regalo. De então em diante apenas o brasileiro Emerson Iser Bem, em 1996, e os quenianos chegaram ao lugar mais alto do pódio. No sector feminino (6000 m) a figura principal será a letã Jelena Prokop- Meeting de Atenas Naide Gomes segunda no comprimento Naide Gomes foi segunda classificada na prova do salto em comprimento do último grande meeting europeu antes dos campeonatos continentais, realizado ontem em Atenas. A sportinguista, que há uma semana igualou o seu recorde nacional indoor com 6,76 m, confirmando mínimos para os Europeus, saltou desta feita 6,59 m e só foi batida pela cubana Yargelis Savigne, a actual líder mundial do triplo salto, que alcançou 6,70 m. cuka, vencedora da última maratona de Nova Iorque e fundista habituada a competir em Portugal e a treinar-se no Algarve. Prokopcuka tentará reeditar os triunfos do ano passado e as principais opositoras serão Dorcus Inzikuru, do Uganda, vencedora do crosse de Oeiras em Novembro passado e campeã mundial dos 3000 m obstáculos em 2005, a queniana Nancy Kiprop e três polacas de valia, Justyna Bak, a maratonista Malgorzata Sobanska e Dorota Ustianovska. A oposição portuguesa será protagonizada por Anália Rosa, vencedora há duas semanas do crosse de Chiba, no Japão, Ana Dias, algarvia que agora representa a Casa do Benfica de Faro depois de muitos anos a participar neste crosse pelo Sporting, Mónica Rosa e Leonor Carneiro. Desta feita, não corre Fernanda Ribeiro, derradeira vencedora portuguesa, em 2003, a única a fazê-lo desde 1990. Manuel Assunção PATRICK BOLGER/REUTERS Râguebi Vitória histórica da Irlanda sobre Inglaterra no Torneio das Seis Nações a A Ovarense aumentou a vantagem no comando da Liga de Basquetebol, ao derrotar em Ovar o segundo classificado, o Benfica, por 78-72, em jogo da 27ª jornada. O encontro de ontem foi o terceiro no campeonato entre as duas equipas, e todos terminaram com a vitória do campeão nacional. De resto, o Lusitânia continua a ter o exclusivo das vitórias sobre a Ovarense na liga. A equipa de Luís Magalhães tem apenas duas derrotas em 24 jogos, ambas frente ao clube açoriano. Com este triunfo, baseado nas exibições dos norte-americanos Cordell Henry (20 pontos) e Greg Stempim (19), a Ovarense praticamente garantiu o primeiro lugar definitivo na fase regular, importante para os play-offs. Ainda faltam algumas vitórias para a primeira posição ser certa, mas ao ritmo actual – vai em nove triunfos seguidos – dificilmente a Ovarense, que tem razoável vantagem sobre o Benfica (18v-6d), perderá a liderança. O reforço Geno Carlisle (18) foi o melhor marcador do Benfica. O Lusitânia também reforçou o terceiro lugar – e aproximou-se do segundo –, porque venceu fora o Ginásio (71-77) e beneficiou da derrota do FC Porto frente ao Queluz (76-65). A jornada fica hoje concluída com o Belenenses-CAB Madeira. Hóquei em patins Candelária na final da Taça CERS Manuel Assunção “Fácil! Fácil!” Foi desta forma que os 82 mil espectadores que ontem encheram o Croke Park, em Dublin, se despediram da selecção inglesa, que sofreu a mais pesada derrota da sua história contra a Irlanda (13-43). Na terceira jornada do Torneio das Seis Nações em râguebi, a Inglaterra confirmou o mau momento que atravessa e comprometeu, quase de forma definitiva, as possibilidades de vencer a competição. Com esta vitória, a selecção irlandesa voltou a entrar na luta pela conquista do Seis Nações. O grande vencedor da ronda acabou por ser a França. Os franceses derrotaram o País de Gales por 32-21, no Stade de France, e isolaram-se na liderança da classificação (três jogos e três vitórias). Para além do surpreendente triunfo (pela expressão dos números) da Irlanda, a terceira jornada registou ainda outro resultado inesperado. Na partida que abriu a ronda, a Itália conseguiu a primeira vitória de sempre na condição de visitante. No Estádio Murrayfield, em Edimburgo, a formação transalpina venceu a Escócia por claros 37-17 (aos oito minutos já estava em vantagem por 20-0). Na penúltima jornada – a disputar a 10 e 11 de Março – a Inglaterra recebe a França, numa partida que será decisiva para a definição do vencedor do torneio. David Andrade a O Candelária qualificou-se ontem pela primeira vez para a final da Taça CERS, ao derrotar em Itália o Novara, por 4-3, na segunda mão das meias-finais. A última equipa portuguesa que venceu esta competição, a segunda na hierarquia das provas europeias de hóquei em patins, foi o Paço de Arcos, na época de 1999-2000. A formação açoriana, que tinha vencido por 4-2 na primeira mão, nos Açores, eliminou uma das equipas com maior currículo na história do hóquei em patins. O Novara é recordista de vitórias na Taça CERS, com três títulos conquistados, e já disputou quatro finais da Liga dos Campeões, embora tenha sido sempre derrotado no jogo decisivo. Ao intervalo, o Candelária estava a perder por 3-1, mas três golos sem resposta apontados na segunda parte valeram a reviravolta. Cândido Oliveira, Bruno Matos e Leonardo Tomba (2) marcaram os golos da equipa portuguesa. 40 • Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 Economia Quinze da UE perdem 88 mil empregos em favor do Leste Postos de trabalho criados no sector automóvel nos novos Estados-membros da União Europeia já superam a quebra no lado ocidental Raquel Almeida Correia a A indústria automóvel dos Quinze da União Europeia (UE) perdeu cerca de 88 mil postos de trabalho, entre 2000 e 2005, enquanto os novos Estadosmembros do centro e Leste, no mesmo período, criaram 146 mil novos empregos. A conclusão é da Associação dos Construtores Europeus de Automóveis (ACEA), no seu último relatório económico, mostrando uma Europa cada vez mais dividida nesta matéria. A migração do sector automóvel de ocidente para leste acentuou-se, sobretudo na primeira metade deste quinquénio, fazendo com que a UE tenha chegado ao final de 2005 numa situação quase paradoxal. Apesar de ter excesso de capacidade instalada e de reduzir empregos no lado ocidental, registou, assim, um saldo líquido positivo de criação de 58 mil postos de trabalho. Face a este quadro global, os resultados não são pacíficos na análise por países. No caso português, a ACEA refere que, no final de 2005, o país tinha 22 mil trabalhadores no sector e que, desde 2000, foram eliminados 58 mil novos postos de trabalho foi quanto a indústria cresceu, em termos líquidos, com a migração para leste seis mil postos de trabalho. São dados que colocam o país no segundo lugar no ranking dos mais penalizados da Europa, a par do Reino Unido, com uma quebra de 21 por cento na taxa de emprego. A indústria portuguesa não se revê neste balanço. Com base em dados da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel, da Associação dos Industriais de Automóveis e das próprias empresas, o centro de inovação Inteli, que se tem dedicado à análise do sector automóvel, estima, para o ano de 2005, um volume de emprego total de 46 mil pessoas e cerca de 600 despedimentos no período analisado pela ACEA. Aponta como razão para a diferença de valores o facto de os dados apresentados pela associação internacional terem como fonte o Eurostat e o Instituto Nacional de Estatística e se referirem a uma leitura directa das Classificações de Actividade Económica, “o que é redutor”. A análise ao desinvestimento na indústria automóvel em Portugal mostra que este teve especial expressão na fase anterior ao ano 2000 (nomeadamente com o fecho das unidades da Renault, da Ford e da Seagate) e no período posterior a 2005. Vários anúncios de encerramento foram feitos neste ano, mas só produziram efeitos em 2006. Europa a duas velocidades Dentro da UE, a Dinamarca é o país que mais tem sofrido com a crise do sector automóvel, registando uma diminuição de 28 por cento no número de trabalhadores. E, no Leste, a República Checa apresenta a maior subida – mais 24,4 mil novos postos de trabalho, em apenas cinco anos. A confirmar a transferência do aparelho produtivo para os novos Estados-membros, a associação conclui que, apesar de no ano 2000 89,4 por cento dos trabalhadores do sector pertencerem a empresas com sede na UE a Quinze, o número diminuiu para 83,2 por cento em 2005. A ACEA aponta “o esforço de reestruturação do sector” como a principal causa para esta desaceleração. É o retrato de uma Europa a duas velocidades, também evidente quando analisados os índices de produtividade entre 2005 e 2006. Na categoria dos veículos ligeiros de passageiros, os novos membros registaram um crescimento de 25,3 por cento nos índices de produção, contra um decréscimo de 2,4 por cento nos “velhos” países da UE. Apenas a Finlândia consegue bater os valores da Europa do Leste, com uma subida de 52,7 por cento. Portugal também apresenta um saldo positivo, embora se fique por um aumento de 4,3 por cento. Nos pesados, os novos membros também têm um desempenho acima da média da UE, com 13,1 e 8,2 por cento de crescimento, contra 0,9 e 4,8 por cento da Europa a Quinze. Mas nos comerciais ligeiros o cenário muda de figura – é o segmento que continua a ter mais expressão nos Estados-membros a ocidente. Em Portugal, desde 2000 perderam-se 6 mil postos de trabalho DANIEL ROCHA Automóvel Relatório sobre a indústria europeia entre 2000 e 2005 Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 41 Uribe disposto a negociar directamente com as FARC O Presidente colombiano, Alvaro Uribe, abandonou sexta-feira por instantes a linha dura que vem mantendo em relação às Forças Armadas Revolucionárias da Colôm- bia (FARC), dispo com elas e autori dos reféns em po fazerem paralela Mundo, pág 15 Perspectivas para Portugal Desinvestimento tem espaço para continuar, mas em menor dimensão a O desinvestimento no sector automóvel em Portugal tem ainda espaço para continuar, mas em dimensão menor à dos últimos anos. O prognóstico de um futuro menos sombrio do que o presente é de quem vive e acompanha esta indústria. Em década e meia, o país perdeu mais de 16 mil postos de trabalho, para o que muito contribuíram os encerramentos de 2006 e os já anunciados para 2007. Só estes dois anos são responsáveis pelo desaparecimento de mais de 4500 empregos. Aloísio Leão, presidente da Associação dos Fabricantes da Indústria Automóvel (AFIA), acredita que o “grande desemprego, de mão-de-obra maciça, já aconteceu” e que o país está “hoje reduzido a algumas produções”. Do lado dos construtores saíram a Renault, a Ford e a GM, e a PSA “é uma incógnita”, enquanto se espera “alguma estabilidade” na Autoeuropa e na Mitsubishi. Quanto ao sector de com- ponentes, afirma que “não se pode ir muito mais além” e que não resta outra solução às empresas sobreviventes que a de “ganharem dimensão” para suportar a concorrência. A dimensão é crucial para que as empresas de componentes cheguem onde o ex-ministro da Indústria e Energia Mira Amaral diz ser necessário. “Só sobreviverão as empresas que consigam tornar-se fornecedores de sistemas de primeira linha e dialogar directamente com os construtores.” Os outros tenderão a desparecer do país, assim como as cablagens, que considera um sector condenado. Optimista em relação ao futuro de algumas empresas de componentes – nomeadamente a Inapal Plásticos e Simoldes –, por considerar que já atingiram o patamar de sobrevivência, Mira Amaral admite que, ainda assim, “o país, em termos globais, vai continuar a perder emprego, já sem contar com as cablagens”. A indústria automóvel, segundo o centro de inovação Inteli, não vai desaparecer do lado ocidental da Europa, nem de Portugal – está é a mudar muito. E o encerramento de fábricas reflecte essa tendência. Por um lado, assiste-se à instalação dos grandes volumes de produção a leste, onde os custos salariais são mais baixos; por outro, menores volumes e mais engenharia a ocidente, onde a mão-de-obra é mais cara. Por isso, o Inteli considera que a criação e perda de emprego nesta área também têm de ser vistas de outro modo: “A questão que se coloca não é a de reter emprego, mas de desenvolver o capital humano que melhor corresponda às tendências de desenvolvimento dos mercados, dos produtos e das tecnologias.” As palavras-chave serão pois “eficiência e flexibibilidade e uma menor dependência de mão-de-obra menos qualificada”. Lurdes Ferreira PUBLICIDADE Crise obriga a novas estratégias Sindicatos pró-activos na defesa dos trabalhadores a A situação de crise da indústria automóvel está a obrigar os sindicatos a definirem novas estratégias para a defesa dos trabalhadores. O foco está na criação de novas formas de combater o desinvestimento no sector, procurando maior controlo da gestão das empresas. A CGTP, por exemplo, iniciou um programa de sensibilização junto das empresas do sector, no sentido de pressionar o patronato a cumprir as leis laborais em vigor. O respeito pelas 35 horas anuais de formação dos trabalhadores é um dos assuntos em cima da mesa. “Já há muitas declarações de princípios, mas falta um compromisso de concretização”, diz Carvalho da Silva, secretário-geral da confederação. A aproximação às equipas de gestão das unidades é um dos objectivos do dirigente. “Há A UGT vai organizar um encontro internacional de sindicatos para fazer frente ao desinvestimento muitos casos em que a postura dos responsáveis foi decisiva para o abandono das multinacionais. E é preciso controlar a forma como representam Portugal dentro dos grupos internacionais”, adverte. O programa encerra em Março próximo e o dirigente sente-se “optimista” com os resultados, acrescentando que “os despedimentos só são inevitáveis, se nada for feito em contrário”. Além da qualificação dos trabalhado- res, a CGTP diz estar empenhada em melhorar a imagem do país. “Somos encarados como uma república das bananas”, diz Carvalho da Silva. Já a União Geral de Trabalhadores (UGT) está a planear um encontro da Confederação Sindical Internacional em território português, para Setembro próximo. João Proença, líder da central sindical, pretende unir forças com as congéneres para “apontar linhas de orientação da intervenção dos sindicatos na reestruturação das empresas e criar políticas públicas e privadas para responder melhor a esses processos”, afirma. Estruturas sindicais mais próximas da gestão das empresas são o meio escolhido pela UGT para fazer valer a sua posição junto do patronato. E a negociação colectiva e a política reivindicativa económica e social são as armas no combate ao desinvestimento na indústria automóvel. Para João Proença, a defesa do sector dos componentes é uma estratégia “vital”. Ana Teresa Tavares-Lehmann, professora da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, concorda com o dirigente e aponta alguns caminhos para “salvar” o sector dos componentes. “Para se protegerem, estas empresas não podem estar expostas a um único comprador. O ideal é que tenham uma base de clientes diversificada.” Além disso, devem “reconverterse”, diz a especialista. “Já não dá para ficarem à espera que se consumem os factos. Devem investir em novas áreas de valor acrescentado, fora do sector automóvel, e antecipar a evolução dos clientes”, opina. R.A.C. 42 • Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 Economia Semanada Aviação Chirac e Merkel afastam cenário negro da Airbus MARCUS BRANDT /AFP Economia Final de 2006 põe retoma em risco O investimento e o consumo privado deram, no final de 2006 e no início de 2007, sinais de abrandamento, que aumentam os riscos em torno da manutenção do ritmo de retoma da economia nacional. Os números divulgados pelo INE mostram que, desde o passado mês de Dezembro, a economia começou a fugir à tendência que se vinha a sentir e desacelerou. O indicador de clima, que agrega as expectativas das famílias e empresas, baixou de 0,7 para 0,4 pontos, entre Novembro e Janeiro passados. No indicador de actividade económica, o cenário é semelhante. Impostos Provedor pede explicações ao fisco A Provedoria de Justiça pediu esclarecimentos às Finanças pelo facto de a actual legislação discriminar os contribuintes com rendimentos de pensões. Em causa está o facto de o actual Código do IRS estabelecer um mínimo de existência, mas apenas para os que apresentam rendimentos de trabalho dependente. Na prática, este mínimo de existência determina que da aplicação das taxas de imposto não pode resultar a disponibilidade de um rendimento líquido de imposto inferior ao valor anual do salário mínimo nacional acrescido de 20 por cento. Por mais que custe, a ditadura dos resultados não deixa margem de manobra. Quando, em 2000, foi lançado o projecto EADS – a casa-mãe da Airbus –, os líderes dos quatro países fundadores estariam longe de imaginar o que o futuro lhes reservava. França, Alemanha, Reino Unido e Espanha não contariam que, em 2006, a Airbus voltasse a ser ultrapassada pela norte-americana Boeing no número de aviões encomendados. Algo que já não acontecia precisamente desde 2000. Com os resultados financeiros Telecomunicações Subida da oferta não convence PT Pensões Banca Governo ameaça com BCP terá de vender penalização em 2008 mais de cem balcões Orçamento Autarquias melhor que o Estado A oferta de 10,5 euros por acção oferecida por Paulo Azevedo para comprar a “paz” não foi suficiente para convencer a administração da Portugal Telecom. Henrique Granadeiro continua a recusar a oferta de Paulo Azevedo e a garantir que a OPA não se irá concretizar. Para convencer os seus accionistas acenou com uma remuneração global de 6,2 mil milhões de euros. A uma semana da assembleia geral da PT, que poderá ser decisiva para a concretização ou para o chumbo da OPA, os ânimos estão a ferver e as acusações entre a Sonaecom e o BES aumentam. O Governo ameaçou agravar já em 2008 a penalização imposta às reformas antecipadas solicitadas pelos funcionários públicos, recuando na intenção de adiamento desta medida até 2015. Emanuel dos Santos, secretário de Estado do Orçamento, mostrou-se incomodado com os obstáculos colocados pelos sindicatos no capítulo da convergência entre o sistema de pensões da função pública e o do regime geral e deixou no ar a possibilidade de cada ano de antecipação de reforma passar, a partir do próximo ano, a representar uma diminuição de seis por cento na pensão recebida. Surpresa? As autarquias deram um contributo para o esforço de contenção orçamental maior do que o subsector Estado. Os dados da execução orçamental, publicados pelas Finanças na óptica da contabilidade pública, mostram que a despesa total realizada pela administração local caiu, em 2006, 3,2 por cento face ao ano anterior. No Estado, a despesa cresceu, em termos nominais, 2,4 por cento e as regiões autónomas acabaram por ser as que piores resultados apresentaram, com uma aceleração de 3,2 por cento nas despesas. e de produção a ficarem longe das expectativas iniciais, e com a obrigação de apresentar o futuro avião de longa distância A-350 – concorrente directo do igualmente novo Boeing 787-Dreamliner –, a confusão instalou--se e as dúvidas sobre quem iria assumir responsabilidades perante os maus resultados adensaram-se. Na semana que agora termina, esteve prevista a apresentação do plano de reestruturação da EADS, sabendo-se à partida que um dos pontos deste plano seria a redução do número de funcionários da Para a Autoridade da Concorrência aprovar a fusão do Banco Comercial Português (BCP) com o Banco Português de Investimento (BPI), Paulo Teixeira Pinto (na foto) deverá ter de alienar a outra instituição um número muito superior aos 60 balcões que já disse estar disposto a “ceder” caso a operação bolsista tenha êxito. Os compromissos poderão envolver a venda de mais de uma centena de agências. A Autoridade da Concorrência deverá comunicar ao mercado já na segunda ou na terça-feira o seu projecto de decisão sobre a OPA bancária, altura em que termina o prazo para o fazer. Airbus. Uma apresentação que viria a ser adiada face à realização de mais uma cimeira bilateral entre França e Alemanha. Foi assim, neste cenário, que Chirac e Merkel se encontraram. No final, ambos declararam estar de acordo sobre a necessidade de garantir “uma partilha equitativa dos esforços” na construção do A-350. Mas, como não há bela sem senão, esta partilha também se irá estender à reestruturação da EADS e da Airbus, e, apesar do aparente entendimento entre Chirac e Merkel, ninguém tem dúvidas de que o desemprego irá bater à porta dos funcionários da Airbus. “No momento em que a Airbus vai tomar, nos próximos dias, medidas para reforçar a sua competitividade, a chanceler e o presidente da República garantem-lhe o seu apoio e afirmam-se atentos ao emprego, às tecnologias e ao equilíbrio de competências entre todos os países envolvidos”, sublinhava o comunicado final da cimeira. Conclusão: mais de 10 mil postos de trabalhos serão suprimidos na Airbus. Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 43 Economia Jorge Mourinha faz crítica diária de televisão P2 Inflação continua a preocupar a Reserva Federal norte-americana e adia corte nas taxas de juro José Manuel Rocha A autoridade monetária dos EUA acha que a estabilidade na curva dos preços ainda não é um dado garantido, pelo que o melhor é manter “vigilância apertada” a A possibilidade de a autoridade monetária dos Estados Unidos da América (EUA), a Reserva Federal (Fed), baixar as taxas de juro nos tempos mais próximos parece estar afastada. Declarações de responsáveis da instituição que é liderada por Ben Bernanke deixam entender que a Fed continua preocupada com as pressões em alta que se mantêm sobre os preços e poderá adiar um corte no custo do dinheiro, que muitos analistas colocavam como hipótese para meados do ano. Desde Junho de 2006 que a Reserva Federal mantém a taxa de referência nos 5,25 por cento. Um esperado abrandamento da dinâmica económica seria suficiente, na opinião da equipa de Ben Bernanke, para manter a inflação num nível próximo dos dois por cento, garantindo, assim, um cenário de estabilidade que dispensava intervenções através de um reforço da política de juros. Acontece que a persistência da inflação na órbita dos dois por cento está a fazer correr o sentimento de Onara conquista quatro novos mercados Natália Faria a A Onara, marca portuguesa de pronto-a-vestir feminino de gama média-alta, vai entrar em quatro novos mercados em 2007. Alemanha, Suíça, Inglaterra e Irlanda são os países onde a empresa portuense vai ter as suas peças da colecção Primavera/Verão representadas numa rede de 30 lojas multimarca. Este alargamento traduz um investimento de 150 mil euros, segundo José Miguel Barros, director-geral da empresa. “O maior investimento foi a nível publicitário, por causa das dificuldades acrescidas que advêm de sermos um país pequeno sem grande tradição no sector da moda”, precisou, acrescentando que, “como se trata de uma marca nova nestes mercados, o retorno do investimento só deverá sentir-se dentro de um ano e meio”. José Miguel Barros, directorgeral da Onara, antevê que o retorno do investimento chegue dentro de ano e meio Criada em 1976 por uma família portuense, a Onara tem apostado num plano de expansão agressivo que a faz estar representada em 530 lojas multimarca espalhadas por 17 países. Dispõe ainda de 12 lojas exclusivas: cinco em Portugal e as restantes em cidades como Praga, na República Checa, Pamplona, em Espanha, Nova Iorque, nos EUA, Cidade do México, e Luanda, em Angola. Além de se preparar para abrir uma segunda loja na capital angolana, a empresa vai criar novos espaços de venda em Antuérpia, na Bélgica, e em Atlanta, nos EUA. Com estes investimentos, a Onara espera fechar o ano com uma facturação na ordem dos oito milhões de euros – ligeiramente acima dos 7,9 milhões com que encerrou o exercício de 2006. Para estes valores têm con- tribuído as vendas em Espanha, onde a marca está presente em 230 lojas multimarca. Nos próximos cinco anos, o director espera facturar 30 milhões de euros, tendo a empresa aumentado recentemente o seu capital de 300 mil euros para 1,5 milhões. Reconhecendo que as marcas portuguesas têm melhorado nos últimos anos, José Miguel Barros ressalva que a etiqueta made in Portugal continua com dificuldades de afirmação nos mercados internacionais. “Não é que tenhamos má reputação, o problema é que continuamos desconhecidos. Não somos um país de vanguarda em termos de moda e design”, sustenta, acrescentando que, em mercados como o alemão e o suíço, “persiste o estigma que resulta das comunidades portuguesas de emigrantes” que projectam “a imagem do Portugal de há várias décadas”. “Sempre que lidamos com novos agentes”, explica, “temos que os trazer a Portugal para lhes mostrar que somos um país moderno e actual.” Aposta na China e África A Onara faz 70 por cento das suas vendas fora de Portugal. Sem fábrica própria, à semelhança da maioria das marcas de pronto-a-vestir, a empresa decidiu reduzir a produção contratada em Portugal de 90 para apenas 65 por cento. Motivo: os preços praticados pelas confecções portuguesas e a incapacidade de resposta associada à dependência cada vez maior da Inditex – detentora da Zara. “A base produtiva nacional, em termos de confecção, está quase exclusivamente suportada pela Inditex. Neste contexto, produzir em Portugal tornou-se caro e complicado, nomeadamente por causa das dificuldades em cumprir os prazos de entrega”, apontou. O director-geral da empresa admite que a produção em Portugal possa descer até valores próximos dos 30 por cento, com a aposta a incidir em países como “a China, o Norte de África e um bocadinho no Brasil”. que a estabilidade na curva de crescimento dos preços ainda não é um dado garantido e, assim sendo, o melhor é mesmo manter uma posição de controlo e de “vigilância atenta”. As declarações dos responsáveis da Fed apontam claramente nesse sentido. “Pessoalmente, sentir-me-ia muito mais confortável se atingíssemos um nível para a inflação abaixo dos dois por cento”, afirmou o presidente da Reserva Federal de Dallas, Richard Fischer, citado pela agência Reuters. Este responsável acredita que o nível dos preços em território norteamericano está em quebra dos patamares mais elevados por onde andou, mas acrescenta que a Fed continua a monitorizar as tendências da inflação de “muito perto”. Ben Bernanke Estas declarações vêm confirmar o conteúdo das minutas da reunião de Janeiro do Comité de Política Monetária da Fed, onde se diz que os participantes “ainda não vislumbram uma tendência de abrandamento da inflação definitivamente estabilizada”, o que, no entender dos analistas, significa que a autoridade monetária dos EUA está preparada para voltar a aumentar as taxas de juro se a situação o justificar. Mesmo assim, nas declarações à Reuters, Fischer mostrou-se optimista em relação a uma quebra das tensões inflacionistas, uma vez que é previsível que o crescimento económico vai abrandar e a taxa de evolução do produto interno bruto deverá ficar-se nos três por cento, numa base anual. PUBLICIDADE CONCURSOS PARA ATRIBUIÇÃO DE BOLSAS DE DOUTORAMENTO E PÓS-DOUTORAMENTO 2007 NO ÂMBITO DO PROGRAMA MIT (Massachusetts Institute of Technology) - PORTUGAL No âmbito do Programa MIT-Portugal, a FCT abre concurso para: Bolsas de Doutoramento mistas, a decorrer em Portugal e no MIT, no âmbito dos Doutoramentos em: • Bio-Engenharia • Líderes para Indústrias Tecnológicas • Sistemas Sustentáveis de Energia • Transportes em temas especificados pelo Programa e divulgados no sítio da Internet www.mitportugal.org Bolsas de Pós-Doutoramento no país, nas áreas de: • Engenharia de Concepção e Sistemas Avançados de Produção • Sistemas Sustentáveis de Energia • Sistemas de Transportes O grau de doutor é atribuído por instituições nacionais. Os tópicos específicos de investigação relativos às bolsas de Doutoramento, bem como os orientadores em Portugal e no MIT, encontram-se definidos pelo Programa MIT-Portugal (em www.mitportugal.org). O candidato deve apresentar uma carta de motivação, na qual explicite as razões pelas quais pretende ingressar num destes cursos de Doutoramento e, em particular, nos temas seleccionados. Estas bolsas são concedidas, de acordo com o estabelecido no Estatuto do Bolseiro de Investigação (Lei nº 40/2004, de 18 de Agosto) e ao abrigo do Regulamento da Formação Avançada e Qualificação de Recursos Humanos da FCT (www.fct.mctes.pt). BOLSAS DE DOUTORAMENTO MISTAS Estas bolsas, no número máximo de 9 por cada um dos cursos de Doutoramento atrás indicados e por ano, destinam-se a licenciados ou mestres visando os temas especificados pelo Programa MIT-Portugal. BOLSAS DE PÓS-DOUTORAMENTO NO PAÍS Estas bolsas, no número máximo de 4 por cada área referida anteriormente e por ano, destinam-se a doutorados, de preferência há menos de cinco anos, para a realização de trabalhos de investigação em instituições científicas portuguesas. FINANCIAMENTO As bolsas são financiadas por verbas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. PERÍODO DO CONCURSO O concurso estará aberto a partir do dia 1 de Fevereiro de 2007. As candidaturas apresentadas até ao dia 16 de Março de 2007 poderão ter início a partir do dia 1 de Maio de 2007 (excepto na área de Bio-Engenharia, que terão início a partir do dia 15 de Setembro de 2007). As candidaturas apresentadas até ao dia 30 de Junho de 2007, poderão ter início a partir do dia 15 de Setembro de 2007. ENTREGA DE CANDIDATURAS As candidaturas devem ser submetidas através de http://www.fct.mctes.pt/bolsas/concursos . Esta submissão deve ser acompanhada pelo envio dos certificados de habilitações e cartas de referência. Não são aceites candidaturas submetidas por outros meios. Informações adicionais disponíveis a partir de dia 1 de Fevereiro de 2007 no sítio, www.mitportugal.org Esta documentação em papel deverá ser enviada por correio ou entregue em mão, num envelope fechado, endereçado a: Programa MIT-Portugal a/c Dr.ª Cláudia Oliveira Fundação para a Ciência e a Tecnologia Av. D. Carlos I, 126, 2.º 1249-074 LISBOA As bolsas atribuídas na sequência deste concurso poderão ser financiadas por fundos nacionais e por fundos estruturais da União Europeia de acordo com os respectivos regulamentos União Europeia - Fundos Estruturais Governo da República Portuguesa P Público 44 • Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 Editorial Esmoriz, Caparica: uma eterna falta de memória É muito mais sensato e realista deslocar as populações das zonas ameaçadas pelo mar do que tentar deter o mar com pedregulhos. É que, quando não se respeitam os dinamismos naturais, a natureza acaba sempre por cobrar, e com juros, os seus direitos Cartas ao Director Educação: energia zero? Para mim, a melhor notícia que veio com a remodelação do PÚBLICO foi a entrada do meu bom amigo Carlos Fiolhais no grupo dos seus cronistas. E o que pretendo dizer seria sem dúvida mais bem explicado por ele, capaz como é de simplificar as coisas complicadas. A única maneira de acelerar um corpo em movimento sem aumentar o dispêndio de energia é diminuir-lhe a massa. De maneira que, tendendo a massa para zero, a energia tenderá para um valor nulo. Até que se chega às partículas sem massa, como a luz ou as ondas hertzianas, e se atinge a chamada velocidade infinita. A educação pública em Portugal serviu sempre os interesses do Estado, segundo a perspectiva dos governantes. Foi assim com o marquês, despótico e totalitário, ou com o liberalismo, incerto e atabalhoado, ou com a república, positivista e vesga, ou com a ditadura, ensimesmada e prepotente. No entanto, havia sempre a exigência de algum saber útil. Mas os governos dos últimos anos passaram a ter como finalidade máxima o brilharete das estatísticas, tendendo para o zero em reprovações. Ou seja, o E m Esmoriz os habitantes do “bairro dos pescadores” estão em sobressalto, pois as ondas de um mar bravio ameaçam as suas casas. Na Caparica são os “campistas” de um dos vários campos ali existentes e que há muito fizeram desses locais sítio de habitação permanente. Em Esmoriz e na Caparica pede-se a intervenção urgente das autoridades e a construção de obras de “engenharia pesada” para proteger o lugar onde essas pessoas vivem. É provável que oferecer – repito: oferecer – casas a quem mora em locais ameaçados pelo mar saia mais barato do que atirar com pedregulhos ao mar procurando suster o seu avanço. Mas não é provável que isso passe pela cabeça de ninguém, porque a memória dos homens é curta e ninguém faz a pergunta essencial: deveria o parque de campismo ameaçado estar onde está? E o “bairro dos pescadores”? Mas era essa a pergunta que devia ser colocada. Há várias razões, umas conjunturais, outras estruturais, para o que se está a passar. Primeira razão: falta areia nas praias e nas dunas, e falta porque a construção de barragens fez diminuir a chegada de areias ao mar, logo de materiais que as ondas depositavam nas praias, tal como falta porque, ao construir onde não se devia ter construído, se alterou o funcionamento natural das dunas, que por definição têm tendência para alterar a sua configuração ao longo do ano, tal como falta areia nalgumas praias, porque esta ficou retida em lugares onde é desnecessária devido à multiplicação de esporões ao longo da costa. Segunda razão: é natural que o que se está a passar seja efeito de uma subida ligeira da água do mar devido ao aquecimento global, mas o ritmo dessa subida é mesmo assim muito mais lento do que nos séculos que se seguiram à última grande glaciação, a de Wurm. S endo assim, e já que não vamos demolir as barragens e é muito difícil desmontar os esporões que foram sendo construídos, como também não podemos impedir sozinhos as alterações no nível do mar, resta uma só solução sensata: tirar as construções permanentes dos lugares ameaçados – e que na sua maior parte nunca deviam ter sido erguidas nesses locais. Se há área em que os estudos geológicos e etnográficos coincidem é na constatação de que, em zonas de dunas litorais, as únicas construções que a natureza autoriza são, por infinito. Ora, como para atingir a velocidade infinita é necessário que as partículas em movimento sejam de massa nula, só com um valor nulo de conteúdos o ensino alcançará o zero em reprovações. A tendência é essa. Daniel de Sá Maia (S. Miguel) Que gestão escolar? A Educação sofreu grandes mudanças, enormes modificações, sobretudo na relação de trabalho dos professores e mesmo no modo de estes o prestarem. O trabalho dos docentes alterou-se, passando mais tempo nas escolas, quer em tarefas lectivas quer em actividades extralectivas. O ensino foi alvo de fortes alterações mas ainda não foi verdadeiramente tocado na sua essência por quem de direito, desde logo na elaboração de novos programas que de facto preparem os jovens para a vida em cidadania, para o mundo do trabalho. É importante a reformulação daquilo que se ensina nas nossas escolas, pois estas não podem ficar atrás de uma evolução estonteante, frenética e repentina que todos os dias observamos. O novo Estatuto da Carreira Docente não agradou aos seus destinatários, os professores. Espera-se que a sua regulamentação ajude a atenuar os efeitos negativos que uma aplicação cega deste novo diploma pode originar, pois a classe docente já foi suficientemente espremida, aguardando-se agora que o sumo seja algo que beneficie os nossos alunos. A gestão da escola/agrupamento era um dos temas de que o ECD iriam fazer eco, ou seja, os moldes em que aquela iria ser concretizada. Dúvidas existem se a gestão das escolas vai ficar tal como está regra, construções leves erguidas sobre estacas. Como as que existiam em Esmoriz e na Costa de Caparica há décadas. Citem-se, pois, dois dos nossos melhores etnógrafos, Ernesto Veiga de Oliveira e Fernando Galhano: “O sistema de construção palafita, na sua forma mais característica, com estacaria aberta, representa, de um modo geral, solução perfeitamente adequada às condições naturais, permitindo a passagem das areias sob as casas que um vento incessante (...) arrasta ao longo da duna” (in Palheiros do Litoral Centro, 1964). Nas últimas décadas, sobretudo devido à pressão do turismo, a tradição dos pescadores que habitavam nas casas palafitas perdeu-se, estas praticamente desapareceram, surgiram urbanizações de maior ou menor dimensão e, depois delas, dispendiosas obras de engenharia para as proteger de um mar que já lá estava antes e de ondas que não são hoje mais violentas do que há 50 ou 100 anos. Construiu-se sem ter em conta a experiência de quem por lá antes habitava, nem a memória de anteriores desastres. Não se caia agora no mesmo logro, pois por mais “leve” ou “pesada” que seja a engenharia de protecção, a prazo será sempre efémera. José Manuel Fernandes agora ou se esta importante área vai ser ocupada por um gestor ou por um professor com formação. Na verdade, desde sempre, nas escolas públicas portuguesas, mais que dinheiro (há pouco), há muitas especificidades que só um professor domina e, ultimamente, há muitas emoções! Desde há uns meses a esta parte os órgãos de gestão têm sido, e vão sê-lo nos próximos tempos, verdadeiros gestores de emoções. Emoções exacerbadas, sobretudo aquelas que são vividas e expressas pelos professores. Creio que a classe docente vai dar a volta por cima, sabendo demonstrar toda a sua capacidade e entusiasmo, mantendo o caminho que sempre traçou: o sucesso educativo dos seus alunos. Filinto Lima Oliveira do Douro Enganos e má educação, o verdadeiro terror No momento em que me sento a escrever, ainda sinto a indignação que como cidadão e espectador ainda me está a incomodar a consciência. Estou na cidade do Porto e ainda há 15 minutos me encontrava a ser maltratado pela directora do Fantasporto, a senhora Beatriz Pacheco Pereira. A situação parece ridícula, mas torna-se assustadora quando ouvimos palavras proferidas num tom que resvala uma certa violência ou pouca educação: “Você pensa que eu estou para me chatear com isso?” Assim foi quando me encontrava com esta senhora para reclamar a pouca ética de uma organização que anuncia no seu programa bilhetes a 3,5€ e os vende a 4€. Logicamente que não fui reclamar 0,5€, se bem que me são legítimos, mas a falta de ética por mudar à última hora o preço dos bilhetes, à revelia de quaisquer direitos dos espectadores e espectadoras. Para cúmulo, os programas com o preço estão na banca do Rivoli. Não gosto de me calar. Porque me sinto farto desta cidade onde a cultura e os agentes, directos e indirectos, são sempre tratados com uma enorme falta de respeito. E por quem? Por pessoas que parecem ter pouca sensibilidade para questões éticas. Não quero aqui com isto contrariar o percurso da directora do evento relativamente à cultura nesta cidade. Mas o que me parece indigno é que um evento desta magnitude possa alterar preços à sua vontade e à revelia das leis de consumo (...) João Ricardo de Sousa Gomes Porto Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 45 Contribuinte n.º 502265094 Depósito legal n.º 45458/91 Registo ICS n.º 114410 E-mail [email protected] Lisboa Rua de Viriato, 13 – 1069-315 Lisboa; Telef.: 210111000 (PPCA); Fax: Dir. Empresa 210111005; Dir. Editorial 210111006; Agenda 210111007; Redacção 210111008; Publicidade 210111013/210111014 Porto Rua de João de Barros, 265 – 4150-414; Telef: 226151000 (PPCA) / 226103214; Fax: Redacção 226151099 / 226102213; Publicidade, Distribuição 226151011 Coimbra Rua do Corpo de Deus , 3, 2º – 3000-176 Coimbra Telef.: 239829554; Fax: 239829648 Madeira Telef.: 934250100; Fax: 707100049 Proprietário PÚBLICO, Comunicação Social, SA Sede: Rua de João de Barros, 265, 4150 Porto Impressão Unipress, Travessa de Anselmo Braancamp, 220, Arcozelo/4405, Valadares; Telef.: 227537030; Mirandela – Rua de Rodrigues Faria, 103, 1300 Lisboa; Telef.: 213613400; Fax: 213613469 Distribuição Logista Portugal – Distribuição de Publicações, SA; Lisboa: Telef.: 219267800, Fax: 219267866; Porto: Telef.: 227169600/1; Fax: 227162123; Algarve: Telef.: 289363380; Fax: 289363388; Coimbra: Telef.: 239980350; Fax: 239983605. Assinaturas 808200095 Tiragem média total de Janeiro 52.732 exemplares Membro da APCT – Associação Portuguesa do Controlo de Tiragem Luís Afonso Preto, branco... e também cinzento É tão arriscado pensar que tudo continuará na mesma como acreditar em que, desta vez, estamos no bom caminho Dilema E sta semana, mais uma vez, a corrupção esteve em evidência. Será tão arriscado pensar que tudo continuará na mesma como acreditar em que, desta vez, estamos no bom caminho. Mas é razoável admitir que se vive um momento delicado. Se o Governo, alguns magistrados e um ou outro político quiserem, esta será uma semana de viragem. EM ENTREVISTAS, FERNANDO SANTO, BASTONÁRIO dos engenheiros, mostra como o Estado e as suas leis favorecem a corrupção no sector da construção. Acusa o poder político de fazer as leis necessárias à corrupção e não fazer as que seriam indispensáveis para lhe pôr um termo. Ele sabe do que fala. NA TELEVISÃO E NOS JORNAIS, PINTO MONTEIRO, PROcurador-geral da República, sem demagogia nem lugarescomuns, deu sinais suficientes de determinação. Ficou-se com a impressão de que as grandes operações em curso (Apito, Furacão, autarquias, Câmara de Lisboa...) estão a ser levadas a sério. Bastou para criar alguma confiança. ALGURES ENTRE LISBOA E PORTO, MARIA JOSÉ MORGADO prossegue o seu trabalho. Ela sabe que toda a gente olha para o que está a fazer com excepcional atenção. O seu esforço vai servir de exemplo. Os resultados que ela obtiver serão um marco. O que fizer, ou não, terá influência muito para além do futebol. A DERIVA NA CÂMARA DE LISBOA TEM VIRTUDES. APESAR de a autarquia estar ingovernável, os choques entre partidos levam à descoberta de casos suspeitos. Uns seguem a pista do Parque Mayer, Feira Popular e adjacências. Outros atiram-se à empresa Gebalis, que, na câmara, tem a especialidade de bairros sociais. Se houver empate, vence a corrupção. Se vencer a justiça, perdem os outros todos. UM ESTUDO DO ISCTE (DIRIGIDO POR LUÍS DE SOUSA E João Triães) sugere, entre outras conclusões interessantes, que os portugueses são complacentes com a corrupção. E refere a opinião maioritária de que os governos, à cabeça, e a justiça, a seguir, são os responsáveis pela ineficácia do combate à corrupção. António Barreto Retrato da Semana NO PARLAMENTO, COMEÇARAM A SER APRECIADOS 14 projectos de lei de combate à corrupção. Parte é da colheita Cravinho, parte é do clima criado pelo desconforto do Governo. Que vão fazer os deputados? As expectativas são reduzidas. Governos e parlamentos mostraram a sua contrariedade perante o tema. O PS teve uma invenção: criar um observatório, esquecendo que já existe um, universitário, justamente aquele que no ISCTE acaba de publicar um estudo. A PALAVRINHA DADA NO MOMENTO CERTO, QUANDO está em apuramento um concurso, é certamente menos gravosa do que a liberdade de circulação entre Governo, empresa pública, Parlamento e empresa privada. Mas são de natureza semelhante. O entendimento entre empreiteiros ou comerciantes para a construção de um estádio de futebol ou para o fornecimento de máquinas ao Estado parece mais prejudicial do que a colocação de seis amigos do partido na empresa municipal. Mas são de essências parecidas. As deliberações camarárias sobre terrenos e adjudicações directas parecem muito escandalosas, mas não são menos do que as leis destinadas a encobrir irregularidades e actos de corrupção. EM QUEM SE PODE CONFIAR PARA LIMITAR E REPRIMIR a corrupção? É difícil confiar no poder político, que já perdeu, deliberadamente, várias oportunidades. Por exemplo, quando legislou sobre as incompatibilidades, fê-lo de modo a limpar a consciência, mas esqueceu quase tudo o que era essencial, como o circuito de via rápida entre ministérios e empresas. Ou quando legislou sobre bairros sociais e adjudicações sem concurso. Ou quando travou os processos do Tribunal de Contas. De toda a maneira, parece não haver mil soluções. O Governo e o Parlamento não merecem muita confiança, mas esta é uma das suas últimas hipóteses. Há condições para isso. O Governo tem maioria. Cavaco Silva tem-se mantido atento à que foi uma das suas prioridades programáticas. Quando quer, Pobre país em que se pode confiar mais no fisco e na polícia do que no Governo e na justiça! Mas se alguns políticos e magistrados quisessem... Sócrates parece determinado e severo. O desconforto socialista no Parlamento, com a rejeição das propostas de Cravinho, deixou sequelas. É pouco provável que se possa esperar algo do Governo, mas não é impossível. NÃO SE PODE CONFIAR na opinião pública ou na sociedade civil. As grandes empresas são as principais responsáveis. As pequenas calam-se. A corrupção é o modo de vida de muitas. Quanto aos cidadãos, além de impotentes, vivem bem com a corrupção. Condenam a dos outros, mas acarinham a sua. Criticam a dos partidos, mas não se privam de cunhas nos concursos. Perdoam os autarcas que cometem irregularidades para bem dos seus eleitores, mas são severos perante o ilícito de que não vêm benefícios. DO SISTEMA JUDICIAL, POUCO SE ESPERA. A SUA INEFIcácia é generalizada. Tem poucos meios especializados. Vive em crise e cercado por uma opinião cada vez mais desconfiada. Não há sistema à altura, mas há magistrados, nos tribunais e na procuradoria, que podem abrir caminho. Muitas vezes é esta a solução: os sistemas não funcionam, mas parte deles pode dar o exemplo. O FISCO É UMA ESPERANÇA. A POLÍCIA, OUTRA. O GOVERno precisa tanto de dinheiro que deu meios. A luta contra a fuga fiscal é sempre luta contra a corrupção. Ajudados por técnicos capazes (contabilistas, inspectores, advogados, engenheiros e economistas), o fisco e a polícia podem ser a divisão avançada nesta luta. Com uma fragilidade: o Governo pode travá-los em qualquer altura. POBRE PAÍS EM QUE SE PODE CONFIAR MAIS NO FISCO e na polícia do que no Governo e na justiça! Mas se alguns políticos e magistrados quisessem... 46 • Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 Espaçopúblico Do outro mundo Vasco O homem lógico Paulo Moura V “O amor só deve ser evocado com tacto, delicadeza e, certamente, sem inflação” Cinzas da Quaresma R eunida em assembleia extraordinária, a Conferência Episcopal Portuguesa, na sequência do último referendo, decidiu propor algumas reflexões pastorais aos cristãos e à sociedade em geral (16/2/07). O jornalista António Marujo investigou os “Alçapões da doutrina oficial católica na questão do aborto” (PÚBLICO, 20/2/07). A discussão vai certamente continuar e, agora, mais centrada na configuração do “aconselhamento”. Esta Quaresma estará, por isso, marcada com as cinzas de um debate que o fogo da Páscoa poderá transfigurar. Bento XVI, na sua mensagem, encara o mundo como um grande caso de amor, de ágape e de eros, apresentado numa bela perspectiva teológica. Não esquece, porém, a tão discutida lei natural, que considera o único baluarte válido contra o arbítrio do poder ou os enganos da manipulação ideológica. No discurso dirigido ao Congresso sobre a Lei Moral Natural (17/2/07), afirma que “nenhuma lei feita pelos homens pode subverter a norma escrita pelo Criador, sem que a sociedade seja dramaticamente ferida naquilo que constitui o seu próprio fundamento basilar”. Julga o Papa que “a contribuição dos homens de ciência é de importância primária. Juntamente com o progresso das nossas capacidades de domínio sobre a natureza, os cientistas devem contribuir também para nos ajudar a compreender profundamente a nossa responsabilidade pelo homem e pela natureza que lhe é confiada. Tendo isto como base, é possível desenvolver um diálogo fecundo entre crentes e não-crentes; entre filósofos, juristas e homens de ciência, que podem oferecer também ao legislador um material precioso para a vida pessoal e social”. I mporta saudar esta persistente vontade de articular as expressões da fé e da razão. Não basta, porém, o voluntarismo para a concretizar. Foi essa, aliás, a crítica de Paul Valadier à instrução Donum Vitae, publicada, em 1987, pela Congregação para a Doutrina da Fé: “Ao situar-se no terreno antropológico, o magistério pastoral de responsabilidade expõe-se, legitimamente, a discussão. Argumentos de razão, mesmo revestidos da aura de quem os pronuncia, continuam a ser argumentos de razão. É mesmo agradável que, ao proceder assim, a autoridade eclesiástica se sinta obrigada a desenvolver longa, minuciosa e rigorosamente argumentos oferecidos deste modo ao debate público da razão comunicacional. Todavia, surge uma contradição quando, depois de ter assim avançado no terreno da razão, o magistério eclesiástico reivindique que Frei Bento Domingues este discurso de razão seja, na realidade, ouvido como um discurso de autoridade, ou quando afirma que se deve aceitar não em primeiro lugar pelos argumentos avançados, mas em virtude da autoridade que os pronuncia. Esta pretensão a falar razão com autoridade é contraditória e mistura os domínios. Arrisca-se, sobretudo, a fazer perder crédito a este tipo de discurso ao deixar suspeitar de uma simulação: finge-se falar razão, mas afirma-se saber, autoritariamente, o que a razão deve dizer. O que desconhece o regime da razão” (1). Para lá desta tradução deficiente, o jesuíta francês reage a um comunicado do cardeal Decourtray, na altura, presidente da Conferência dos Bispos de França, que mandava calar contestações e polémicas provocadas pelo documento referido, declarando: “A autoridade doutrinal e moral desta instrução não se tira da argumentação racional proposta, nem da enumeração das reacções que origina; deriva da responsabilidade magistral do Papa, que deixa e manda ensinar esta doutrina”. P aul Valadier termina a sua obra citada, inconformado, em parte, com a seguinte posição de Albert Camus: “Se tivesse de escrever um livro de moral, teria 100 páginas e 99 estariam em branco. Na última, escreveria: ‘Só conheço um único dever, que é o de amar’”. E Valadier tem razão: “Um amor que não tivesse conteúdo, que não considerasse o conjunto da condição humana no seio das relações que a constituem, um amor que não viesse concluir um trajecto, retomando-o como um conjunto último, ou que não fosse esse sopro que abrange toda uma vida, seria um amor vazio e vão, uma ilusão de amor, uma palavra vazia, uma projecção idealizante de si sobre outrem, justamente tudo o que a condição cristã rejeita como sendo a sua caricatura (...). Tal como todas as coisas raras e preciosas, o amor só deve ser evocado com tacto, delicadeza e, certamente, sem inflação”. Nesta Quaresma, a Comissão Nacional Justiça e Paz cumpriu algumas dessas exigências do amor. Ofereceu aos cristãos, às suas comunidades e organizações, assim como à sociedade civil, um contributo sólido para o debate de ideias, no seio de novas expressões de criatividade e de novas formas de intervenção cívica. Esta reflexão sobre o nosso mundo e a nossa sociedade interpela os actuais estilos de vida, procura alternativas e, contra o pessimismo, acolhe “sinais de ressurreição”. Sem isto, a Quaresma é pouco mais que cinzas rituais. (1) Paul Valadier, A Condição Cristã, Lisboa, Piaget, 2004, p. 211. i com os meus próprios olhos um homem tornar-se racional. Foi muito penoso. Conhecia-o bem, era um tipo normal, até certa altura. Sempre mostrou uma tendência para questionar a realidade que o rodeava, o que frequentemente dava origem a conversas intelectualmente estimulantes. Coisas que nos passavam despercebidas aproveitava-as ele para reflectir sobre o mundo, para tirar conclusões drásticas, para criticar e se indignar. Era um cidadão consciente e lúcido, daqueles a quem não é fácil enganar. Conferia sempre as contas nas lojas, submetia os actos dos amigos a um rigoroso exame moral. Resultado: as pessoas tinham cuidado com ele e não prevaricavam. Isso era bom. A sua presença tinha um efeito edificante, dissuasor da auto-indulgência. Elevava o nível à sua volta, digamos assim. Mas de um dia para o outro começou a comportar-se de forma estranha. Jantávamos num restaurante e, ao contrário do costume, ele estava muito calado. Parecia preocupado, como se o atormentasse algum problema sem solução. De repente, levantou-se. Dirigiu-se à mulher de uma mesa ao lado e fez-lhe esta curiosa observação: “Minha senhora, peço desculpa por a abordar desta forma, mas... os seus seios estão a notar-se”. Era lógico que teria Ela corou instantaneamente e não conseguiu evide ser internado, tar baixar os olhos para o expliquei-lhe. Ele olhou seu próprio peito. Mas não havia nada de anormal. Usapara mim, lívido, va uma camisola de lã de gola alta, não particularmente cheio de olheiras... provocante. “Eu sei que pretende cobrir os seios, mas a verdade é que eles se notam perfeitamente, lamento dizer-lhe”, prosseguiu o meu amigo racional, apontando para as duas protuberâncias que moldavam o pulôver azul. “Se é obsceno exibir os seios em público, não o é menos denunciar a sua existência de forma tão óbvia”. Consegui arrastar o meu amigo para fora do restaurante, mas não logrei convencê-lo da estupidez da sua atitude. Insistia ele que, se havia uma regra social segundo a qual as mulheres deviam esconder os seios, seria lógico que se empenhassem verdadeiramente em fingir não os ter, explicava. E isto foi só o começo. No dia seguinte fez ver a uma grávida que passear-se naquela condição era como anunciar com um megafone que tinha praticado sexo. “Ora, se o acto sexual deve ser feito às escondidas, é uma vergonha andar a mostrar o estado em que se ficou...”, dizia ele. Tornou-se insuportável. E o pior é que era difícil combater os seus argumentos. Por mais absurdo que parecesse, havia alguma lógica no que dizia. Talvez demasiada. Era esse o problema: ele levava os raciocínios até ao fim. Começou a recusar-se a comer em restaurantes, pois alegava que os cozinheiros usavam restos e cuspiam na comida. “É lógico!”, gritava, louco de lucidez. “Já reparaste na quantidade de comida que os clientes deixam nos pratos? Por que razão não haveriam esses restos de ir engrossar a sopa, ou o bacalhau à Brás do dia seguinte? E quando o cozinheiro está cansado e com a neura, não haverá momentos em que odeia os clientes? Que escrúpulo o vai coibir de cuspir na panela? Se o pode fazer impunemente, é lógico que o faz”. Passou a cozinhar em casa. Mas só até ao dia em que, depois de elaborar uma lista de todos os alimentos cancerígenos, oxidantes, indutores do aumento do colesterol, de problemas digestivos e outros, praticamente deixou de comer. Era lógico que teria de ser internado, expliquei-lhe. Ele olhou para mim, lívido, cheio de olheiras. E como era extremamente racional, lúcido e lógico, concordou. Jornalista Público • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 47 As reacções dos leitores sobre as mudanças no jornal sucedem-se. Os comentários e justificações também Muda-se o PÚBLICO (II) A s reacções dos leitores sobre as mudanças no PÚBLICO sucedem-se. “Quando há mudanças é natural que surja alguma perturbação inicial. Leva algum tempo para substituir a estrutura do jornal memorizada pela nova. Por enquanto, não me queixo a esse nível. Contudo, passei a ter de ler o jornal com uma lente, o que não acontecia até agora. Deixei de ter prazer na leitura do jornal e passei a confrontar-me com a ideia de velhice resultante da fadiga da leitura! Até o Calvin diminuiu sensivelmente de tamanho! As tabelas tornaram-se quase ilegíveis. O novo formato das fotografias, nitidamente maior, não me compensa das perdas de qualidade na leitura. É um pouco estranho que quando a população idosa aumenta, se lhe dificulte a leitura... Verifiquei também que o endereço e-mail do Provedor deixou de ser indicado, tendo sido necessário passar pelo Google para o encontrar!”, escreve José Hipólito dos Santos, um leitor de Oeiras. Rui Araújo Provedor do leitor O endereço electrónico do provedor do leitor do PÚBLICO é o seguinte: [email protected] “De um leitor desde o número 1: Lá temos de gramar uma nova revolução gráfica, que eu aceito como um sacrifício que temos de suportar para os directores salvarem o jornal, nestes tempos de jornais gratuitos e Internet. Mas há uma falha muito grande que tenho de protestar: O TAMANHO DA LETRA E/OU A QUALIDADE DO PAPEL OU OUTRA COISA QUALQUER QUE NÃO SEI EXPLICAR, PERTURBAM-ME A LEITURA. NA SEMANA PASSADA ATÉ DESISTI DE LER OS ARTIGOS DOS COMENTADORES, POR CANSAÇO VISUAL. E nunca até hoje tive problemas de visão, felizmente”, escreve Manuel Lagido, um leitor de Vila do Conde. Pedi um esclarecimento ao director. “Efectivamente não reduzimos o tamanho da letra, mudámos foi o tipo de tipografia e esta é mais fina, menos densa, que a anterior. Inicialmente, quando vi as primeiras provas, pareceu-me bem. Quando fizemos os números de teste, impressos em papel de jornal, comecei a ter dúvidas. Coloquei a questão a várias pessoas, incluindo todos os membros do nosso conselho consultivo, porque eu vejo bem ao perto e não queria julgar sozinho. Todos, sem excepção, disseram que estava bem. Mas agora tenho vindo a receber cada vez mais queixas, pelo que já estamos a trabalhar para aumentar o corpo da letra”, respondeu José Manuel Fernandes. “Tenho, antes de mais, que aplaudir o novo grafismo. Está apelativo e, passada a fase inicial de estranheza, torna-se agradável. Há o problema do tamanho das imagens: excessivamente grandes e que convidam ao facilitismo nos textos, os quais se poderão tornar mais curtos e menos profundos. O tipo de letra, ainda que de fácil leitura, será talvez um tudo-nada diminuto. Um ou dois pontos de aumento do mesmo fariam bem. Relativamente às mudanças não visuais, há obviamente aspectos bons e maus. Tendo apenas acesso ao PÚBLICO on-line (de que sou assinante), não posso falar muito dos suplementos. Ainda assim, fico com a sensação que o novo ‘Ípsilon’ é bastante mais curto que o ‘Y’. Aí, das duas uma: ou o ‘Ípsilon’ é realmente mais pequeno (e nesse caso temos a crítica a um suplemento tão fraco) ou então a edição on-line do mesmo está substancialmente reduzida face à edição em papel (de onde advém uma diferença de tratamento entre os clientes). Sendo o segundo caso aquele que se aplica (e há razões para acreditar nisso), convém explicar se isso é uma opção para se manter (de onde adviria uma falha perante os assinantes, não informados acerca da mudança) ou se é apenas um erro (e nesse caso há lugar a pedidos de desculpas e uma correcção rápida do problema). Tendo também o ‘Ípsilon’ sido anunciado como um cruzamento entre o ‘Y’ e o ‘Mil Folhas’, nota-se a falta de conteúdo de um e outro suplemento. Aqui, repito, poderá ser o problema da falta da edição on-line. O segundo caderno, ‘P2’, está também interessante. Tem alguns temas de actualidade premente e assume uma vertente mais leve e lúdica, que motiva a leitura pelo prazer. Ainda assim, será, a espaços, excessivamente ‘leve’ de conteúdos, caindo em alguns facilitismos de escrita e de temas. Por outro lado, repete-se aqui uma crítica pessoal bastante antiga: a da falta de qualidade da secção de Ciência, desta vez agravada pela falta de conteúdo, o qual parece ter diminuído com a ‘refundação’. Há que notar que ter uma secção de Ciência implica algo mais do que publicitar prémios de investigação científica ou anunciar as novas edições do Windows (algo que considero ridículo surgir na secção de ciência, sendo mais lógico na economia ou sociedade). Implica antes falar de novos desenvolvimentos científicos e tecnológicos e apresentá-los numa linguagem acessível a leigos. Isso raramente tem sido feito (especialmente se comparada essa actividade com a das restantes secções do jornal), o que é inaceitável quando há centenas de publicações científicas mensais com dezenas de artigos disponíveis. Certamente que é possível ao PÚBLICO encontrar mais informação para publicar. Nota para os artigos de opinião: é pena que tenham sido ‘atirados’ para o fim do jornal. Uma marca distintiva do PÚBLICO era o surgimento da Opinião logo a seguir ao Destaque. Dava peso à escrita dos seus autores e motivava o leitor a pensar no assunto. Assim, com os textos no fim, o leitor poderá descartar a opinião por puro cansaço ou desinteresse, visto que já terá lido o restante do jornal. Esta observação é, creio, tanto mais pertinente quanto os leitores que mais frequentemente lerão os artigos de Opinião serão também aqueles que mais tendência terão a ler todo o jornal. Última nota (e recorrente) para a edição on-line (paga). Com a mudança no site do PUBLICO.PT, surgiu um novo estilo de leitura bastante mais agradável, onde se pode ver toda a página como uma imagem. Isto acrescentou a possibilidade de ver as fotografias e outras imagens/gráficos, o que facilita imenso a compreensão de inúmeros artigos. Ainda assim, é pena que este sistema não tenha sido estendido aos suplementos, os quais continuam a surgir apenas em formato de texto (com a agravante de, agora, nem sequer ser possível ver as capas). Com esta nova interface não há quaisquer razões para não incluir os suplementos no estilo de ‘texto + imagens’. A crítica também poderia ser levada ao suplemento ‘Inimigo Público’ (que creio continuar a ser publicado), o qual não era disponibilizado na edição on-line (segundo me foi explicado em tempos pelo director do PUBLICO.PT José Vítor Malheiros) devido à profusão de imagens. Essa explicação já não colhe, portanto”, escreve João Sousa André, um leitor de Enschede, Holanda. “O tipo de letra, ainda que de fácil leitura, será talvez um tudo-nada diminuto” Solicitei um esclarecimento a José Vítor Malheiros. “A razão por que há suplementos que não estão disponíveis com o mesmo aspecto gráfico (e a mesma fiabilidade e funcionalidades) dos cadernos principais do PÚBLICO não tem a ver com a quantidade de imagens desses suplementos (ter-me-ei certamente explicado mal ao leitor) mas com o facto de eles serem paginados num sistema diferente do resto do jornal – que não nos permite a mesma abordagem técnica de geração da versão on-line da edição impressa. Está prevista a integração dos suplementos no mesmo sistema, mas ela tem sido adiada. Não nos será possível apresentar os suplementos com o mesmo aspecto gráfico e as mesmas funcionalidades dos cadernos principais antes que essa integração tenha lugar. Escusado será dizer que desejamos essa integração, que ela está decidida e planeada e que ainda não aconteceu por manifesta impossibilidade física – que excede a capacidade de intervenção do subscritor desta resposta”, respondeu o director executivo. Na próxima crónica reproduzirei mais reacções. Ficha técnica CONSELHO GERAL Presidente: Paulo Azevedo Vogais: António Casanova, António Lobo Xavier, Cláudia Azevedo, Luís Filipe Reis DIRECÇÃO DA EMPRESA Presidente: Hugo Figueiredo Vogais: José Manuel Fernandes, João Maria Porto CONSELHO CONSULTIVO André Gonçalves Pereira, António Barreto, António Borges, António Vitorino, Diogo Lucena, Isabel Mota, José Amaral, Manuela Melo, Rui Guimarães DIRECÇÃO EDITORIAL Director: José Manuel Fernandes Director Executivo: José Vítor Malheiros Directores adjuntos: Nuno Pacheco e Manuel Carvalho Subdirectores: Amílcar Correia, Paulo Ferreira Directora de arte: Sónia Matos Adjuntas da Direcção: Lucília Santos e Teresa Freitas (Porto) Secretária da Direcção: Madalena Rhodes Sérgio EDITORES Portugal: Dulce Neto, Tiago Luz Pedro, Luciano Alvarez, Raposo Antunes Mundo: Margarida Santos Lopes, Isabel Salema, Sofia Lorena, Lucinda Canelas Local Lisboa: Carlos Filipe Local Porto: José Augusto Moreira Desporto: José J. Mateus, Nuno Sousa Economia: José Manuel Rocha, Luís Villalobos (suplemento Economia) Vítor Costa P2: João Carlos Silva, Bárbara Reis, Joana Amado Edições de Fim-de-semana: Sandra Silva Costa Público Online: António Granado, Alexandre Martins Pública: Ana Gomes Ferreira e Marco Vaza (adjunto) Digital: Pedro Ribeiro Fugas: Pedro Garcias Ípsilon: Vasco Câmara e Joana Gorjão Henriques (adjunta) Fotografia: David Clifford, Paulo Ricca Grande Reportagem: Adelino Gomes (redactor principal), Alexandra Lucas Coelho (grande repórter), Kathleen Gomes, Paulo Moura (grande repórter) REDACTORES E REPÓRTERES Portugal: Alexandra Campos, Ana Cristina Pereira, Andrea Cunha Freitas, Andreia Sanches, António Arnaldo Mesquita (grande repórter), António Marujo, Bárbara Simões, Bárbara Wong, Carlos Pessoa, Catarina Gomes, Clara Viana, Filomena Fontes, Isabel Leiria, Joana Ferreira da Costa, José Bento Amaro, Leonete Botelho, Mariana Oliveira, Margarida Gomes, Paula Torres de Carvalho, Ricardo Dias Felner, Ricardo Garcia, São José Almeida (redactora principal), Sofia Branco, Sofia Rodrigues, Tânia Laranjo Mundo: Clara Barata, Dulce Furtado, Fernando Sousa, Francisca Gorjão Henriques, Jorge Almeida Fernandes (redactor principal), Jorge Heitor (grande repórter), Maria João Guimarães, Teresa de Sousa (redactora principal) Cultura: Alexandra Prado Coelho, Carlos Câmara Leme, Inês Nadais, Isabel Coutinho, Joana Amaral Cardoso, Maria José Oliveira, Sérgio C. Andrade, Vanessa Rato, Vitor Belanciano Ciência: Ana Gerschenfeld, Teresa Firmino Desporto: Bruno Prata (redactor principal), Filipe Escobar de Lima, Hugo Daniel Sousa, Jorge Miguel Matias, Luís Octávio Costa, Manuel Assunção, Manuel Mendes, Paulo Curado Economia: Ana Fernandes, Ana Rute Silva, Anabela Campos, Cristina Ferreira (grande repórter), João Manuel Rocha, João Ramos de Almeida, Lurdes Ferreira (redactora principal), Sérgio Aníbal, Rosa Soares, Inês Sequeira, Luísa Pinto, Natália Faria, Raquel Almeida Correia Local Lisboa: Ana Henriques, Diana Ralha, José António Cerejo (grande repórter), Luís Filipe Sebastião, Luís Francisco Local Porto: Abel Coentrão, Álvaro Vieira, Andréia Azevedo Soares, Aníbal Rodrigues, Jorge Marmelo Última Hora (Público Online): Ana Pereira, Ana Machado, Cláudia Bancaleiro, Eduardo Melo, Helena Geraldes, Paulo Miguel Madeira, Pedro Andrade Soares, Sérgio B. Gomes, Susana Ribeiro Guia do Lazer (Público Online): Cláudia Alpendre Webdesign (Público Online): Hugo Castanho, Mário Cameira Pública: Maria Antónia Ascensão (produção) Digital: Isabel Gorjão Santos, João Pedro Pereira, Maria do Céu Lopes, Nuno Sá Lourenço Fugas: David Lopes Ramos (grande repórter), Luís Maio Guia TV: Helena Melo Correspondentes internacionais: Isabel Arriaga e Cunha (Bruxelas), Nuno Ribeiro (Madrid), Rita Siza (Washington) Correspondentes nacionais: Graça Barbosa Ribeiro (Coimbra), Tolentino de Nóbrega (Funchal) Fotografia: Adriano Miranda, Carlos Lopes, Daniel Rocha, Fernando Veludo, Isabel Amorim (arquivo), Manuel Roberto, Miguel Madeira, Nelson Garrido, Nuno Ferreira Santos, Paulo Pimenta, Pedro Cunha, Rui Gaudêncio Imagem e Digitalização: Alexandra Domingos, Bruno Esteves, Valter Oliveira Copydesk: Rita Pimenta (coordenadora), André Lopes, Aurélio Moreira, José Luís Baptista, Manuela Barreto, Ricardo Neves Agenda: Carlos Gomes Mendes, David Andrade, Irene Leite, Maria José Pombo, Nuno Pêgas, Paula Moreira Secretariado de Redacção: Alexandra Galvão, Ana Mendes, Isabel Anselmo, Lucinda Vasconcelos, Paula Dias, Paula Fidalgo, Paula Leite, Manuel Alves DEPARTAMENTO GRÁFICO Editor de fecho: José Souto Paginação: Ana Carvalho, Carla Noronha, Gil Lourenço, Helena Cabral, Hugo Pinto, Joana Lima, Jorge Guimarães, José Soares, Marco Ferreira, Nuno Costa, Pedro Almeida (subeditor), Pedro Costa, Sandra Silva Infografia: Célia Rodrigues, Joaquim Guerreiro, José Alves PROVEDOR DOS LEITORES Rui Araújo Sorteio do Joker Número sorteado: 5.039.586 1.º prémio: 567.312 euros Sorteio do Totoloto Chave sorteada: 10, 22, 25, 30, 35, 41 + 15 1.º prémio: 375.304 euros I 25 Fevereiro 2007 Entrevista António Barreto fala dos males de Portugal e da série que estreia na RTP1, P2 S S N : 0 8 7 2 - 9 770872 154071 1 5 4 8 06176 Crónica O que têm em comum a OTA e as Urgências? Diogo Quintela P2 Crónica As memórias melómanas de Bénard da Costa, P2 Um diálogo original de segunda a quinta-feira De segunda a quinta-feira, o espaço de opinião da última página é ocupado por Rui Tavares e Helena Matos. Ambos partilham uma coluna chamada Pingue-pongue num registo que se inspira na troca de argumentos habitual entre os animadores da blogosfera, mas com outra respiração argumentativa, e no ritmo diário que era comum aos folhetins dos primórdios da imprensa. A semana que começa amanhã é aberta por Rui Tavares, pois coube a Helena Matos arrancar no passado dia 19. Vasco Pulido Valente, como é habitual, estará de regresso sexta, sábado e domingo Opinião A direita e Paulo Portas Vasco Pulido Valente D izem que Paulo Portas vai voltar à política na próxima semana. Paulo Portas não vai voltar à política. Não se volta à política quando se é deputado. O que Paulo Portas vai fazer, ou tentar fazer, é tomar conta do CDS. Escolheu bem a altura. Há um sentimento geral de que a direita está impotente perante Sócrates. Marques Mendes não conseguiu ainda arrumar o PSD e cometeu erros sem desculpa. O CDS para efeitos práticos não existe, embora meia dúzia de “notáveis” gozem agora de uma falsa importância e proeminência, que não querem com certeza perder. Paulo Portas tem o caminho aberto e, esperemos, mais tranquilidade e mais dúvidas. Passou a época da aprendizagem. Desta vez, depois do partido e depois do governo, os riscos que se prepara para correr só lhe valem a pena, se unir ou dominar a direita. Sofrer a animosidade que sempre provocou, e provoca, para tornar a ser parceiro minoritário numa coligação com PSD não é, para ele, nem uma opção, nem, sobretudo, um destino digno. A direita precisa de um programa. Mas Paulo Portas não se pode deixar convencer pelo liberalismo diletante e teórico, que por aí anda, a diminuir ou a enfraquecer a Segurança Social e o Sistema de Saúde. Quem tocar ou quiser tocar neste fundamento do regime (uma loucura a que nem a sra. Thatcher se atreveu), fica para lá do pálio e nunca mais ninguém lhe tocará. Da educação às leis do Paulo Portas não deve cair em duas tentações. Primeiro, na tentação de “moralizar” os costumes. Segundo, na tentação do nacionalismo trabalho e da administração do Estado (central e local) a dezenas de empresas pública falidas, não falta à direita oportunidade para desregular, privatizar e, principalmente, eliminar o enorme desperdício acumulado por trinta anos de “centrão”. Desobstruído o país de parte do seu parasitismo histórico, o resto depende da política fiscal. Fora isto, Paulo Portas não deve cair em duas tentações. Primeiro, na tentação de “moralizar” os costumes, que resvala necessariamente para a inconsequência ou para o ridículo: não cabe à presuntiva direita indígena mudar ou resistir à civilização do Ocidente. E, segundo, na tentação do nacionalismo, a que um pequeno país, que vive da “Europa”, é no fundo indiferente. Os velhos vícios portugueses não se curam com exortações. Se por acaso são curáveis, são curáveis com uma boa dose de liberdade e responsabilidade, duas coisas que, do PSD ao Bloco, horrorizam o regime estabelecido. Se o futuro CDS de Paulo Portas for subversivo, sem ser populista, talvez nos tire um dia desta vil tristeza. Arquitectura Calatrava acusa Câmara de Bilbau de “barbaridade”, P2 Sobe e desce Cristiano Ronaldo Marcou o seu 16.º golo na Premier League (aos 88’ do jogo com o Fulham) e para já deixou o Manchester com mais nove pontos do que o Chelsea. Alex Ferguson, que tinha substituído Ronaldo frente ao Lille, reconheceu que ontem o português mereceu ser o melhor em campo. Será que este é o golo que definitivamente coloca o título inglês nas mãos do MU? (pág. 38) L.O.C. Naide Gomes Até ficou abaixo da sua própria marca (6,76 metros), mas a atleta portuguesa foi ontem a única europeia a subir ao pódio em Atenas. Naide Gomes ficou em segundo lugar na prova de salto em comprimento do meeting de Atenas, com uma marca de 6,59 metros, sendo batida apenas pela cubana Yargelis Savigne. A prata chegou a poucos dias de Naide defender o título europeu em Birmingham (pág. 39). S.S.C. D. Manuel Clemente A nomeação do bispo D. Manuel Clemente para a Diocese do Porto traduz o reconhecimento por um trajecto que apostou no diálogo cultural e não esquece a necessidade de entender a religiosidade portuguesa. D. Manuel tem agora a missão espinhosa de tomar decisões difíceis que dinamizem a segunda diocese mais importante do país (pág. 7). A.M. Alberto João Jardim Ele já é um habitué nestas páginas, mas não há nada a fazer. Talvez para não ficar completamente mal na fotografia, Jardim orientou o seu ataque na direcção de Sócrates e delegou noutros dirigentes os reparos a Cavaco Silva. Com esta manobra, pode continuar a vitimizar-se pela promulgação da Lei das Finanças Regionais sem que tenha de dar a cara. Mas já toda a gente sabe como ele funciona... (pág.11) S.S.C. PUBLICIDADE P2 • Domingo 25 Fevereiro 2007 • [email protected] NUNO FERREIRA SANTOS Calatrava acusa câmara de Bilbau de “barbaridade” Pág. 14 António Barreto mostra o melhor e o pior de nós Pág.4/9 2 • P2 • Domingo 25 Fevereiro 2007 Blogues em papel No passado 25 de Fevereiro de 1964 Sobre o encerramento das urgências Uma medida lógica http://a-partir-pedra.blogspot.com/ Antes de vir aqui escrever fui ler o tal relatório de que tanto se fala e que poderá ser lido aqui. Encontrei um relatório que me pareceu correcto e lógico, assentando sobre factos concretos e mensuráveis. 25.02.07 Para onde olha Aurélia de Sousa? Neste auto-retrato, entre vários que pintou ao longo da vida, Aurélia de Sousa representase numa figuração enigmática, a partir da imagem que ela própria observa da reflexão do seu rosto no espelho ou através de fotografia. Nesta pequena obra que se presume realizada em Paris, por volta de 1900, a autora estrutura uma composição que supera as convenções oitocentistas e revela uma inesperada modernidade. A absoluta frontalidade da figura suspensa no olhar dirigido e a rigorosa simetria da composição definem, em traços gerais, algumas das particularidades deste retrato. E esta sobriedade e esta austeridade tão plenamente alcançadas, destacando a força e a energia da figura que o domina totalmente, contribuem para que este auto-retrato de Aurélia de Sousa se constitua como uma obra-prima da pintura portuguesa na transição do século XIX para o XX. Auto-retrato Aurélia de Sousa (1866 – 1922) Século XIX (c.1900) Museu Nacional de Soares dos Reis, Porto © Instituto Português de Museus As urgências de cortar a despesa http://ridiculoquotidiano.blogspot.com/ O Ministério da Saúde afirma que só 450 mil cidadãos estarão apenas a uma hora de um serviço de urgências. “Apenas”? Qual é a definição de urgência? Uma hora em termos de saúde é uma eternidade. Alguém que sofra um acidente, tenha um ataque cardíaco, bronquite asmática, amputação de um qualquer membro, entre outros, uma hora é uma sentença de morte. (...) Se querem economizar, que se faça nos casos flagrantes, como (usando uma expressão do próprio ministro) a “obra faraónica” da Ota, ou os prémios, reformas, avenças, estudos e afins que são doados pelo Estado a apenas um punhado de cidadãos. As prioridades do socialismo moderno http://arte-de-opinar.blogspot.com/ É espantosa a facilidade com que este Governo decide encerrar hospitais, maternidades e serviços de urgências nos centros de saúde, e ao mesmo tempo promete investir no apoio às mulheres que optem pela interrupção voluntária da gravidez. Desertificação pois http://os360graus.blogspot.com/ É horrível a desertificação que assistimos do nosso interior, mas como é possivel alguém optar por viver a 150km da próxima urgência? Deixem-me ver se percebi http://nasminhaslinhas.blogspot.com/ Sua Exa. o ministro Correia de Campos hoje esteve em grande com duas fantásticas afirmações em menos de 30 segundos: - 3 pessoas são operadas de urgência nas urgências médico-cirúrgicas do Hospital de Chaves e 0 pessoas são operadas durante a noite, pelo que não se justifica mantê-las abertas; - ninguém quer enterrar no interior jovens anestesistas de 30 anos que estão na flor da idade e do seu charme. Pois. Não sei se terei ouvido bem, mas este senhor disse, em menos de 30 segundos, em horário nobre, que a única coisa que as urgências fazem é operar e, não se operando, fecha-se. Eu até percebo que um leigo como o Sócrates não possa perceber, mas o ministro com a pasta relativa aos hospitais devia saber que operações não é certamente a única ocupação das urgências médico-cirúrgicas. Embora, admito, o nome seja enganador, vá. Mas diria que o ministro podia ter mostrado uns trabalhos de casa um bocadinho melhor preparados. Ou se calhar anda a ver muitos episódios da Grey’s Anatomy. Quando abalou o mundo, Ali ainda era Clay A 25 de Fevereiro de 1964, uma aposta em Cassius Clay contra Sonny Liston era um disparate. Liston era o campeão do mundo de pesados, praticamente invencível; Clay era um jovem convencido de 22 anos que falava de mais, mas que ganhara o direito de disputar o título pela medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 1960. O prognóstico dos especialistas era este: no ringue do Miami Convention Hall, a temível esquerda de Liston iria desfazer o queixo de Clay. Antes do primeiro toque, Clay disparava o primeiro golpe. “Urso feio”, foi o que chamou a Liston. Quando soou o gongo, quem lá estava viu ao perto o estilo de Clay, fiel ao que mais tarde seria o seu lema – “voar como uma borboleta, picar como uma abelha”. Clay dançava no ringue, avançava, recuava, esmurrava com a velocidade de um relâmpago, enquanto o veterano campeão só atingia ar. Ao fim dos três minutos do primeiro assalto, Liston já dava mostras de cansaço. Nos assaltos seguintes, o seu rosto ficava inchado, as pálpebras cheias de cortes. Mas ao fim do quarto round, os olhos de Clay começaram a arder. O mais provável era que os homens DR P2 • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 3 Quem grita seus males espanta Ao domingo José Diogo Quintela a O que é que o fecho dos serviços de urgências e a construção do aeroporto da Ota têm em comum? Como é óbvio, nada. Mas isso deixame sem tese para esta crónica. Portanto, toca a arranjar uma ligação. Mas qual? À primeira vista, também não sei. Estive a pensar nisso e a única coisa que me ocorre é que: 1) partindo do cliché hollywoodesco que retrata as enfermeiras como objectos sexuais muito apetecíveis e 2) sabendo que, em bom calão português, se chamam “aviões” às mulheres bonitas, então acho que o que o fecho das urgências e a construção da Ota têm em comum é que, em ambos os casos, vai haver uma deslocalização de aviões. É uma ligação rebuscada e pateta, não é? A minha segunda hipótese não é tão grosseira, mas também não tem tanta piada, se for contada num jantar de adolescentes que vêem a bola e bebem cervejas. É a seguinte: a forma como estas duas decisões foram tomadas pelo Governo explicam bem o modo de actuar de José Sócrates. Ambas têm o seu quê de polémico, ambas foram Bartoon contestadas, mas só numa é que o Governo parece periclitar. Precisamente naquela em que se refilou com mais barulho. Em que o povo saiu à rua e fez banzé. Portanto, contrapor argumentos, estudos de engenheiros de todo o jaez, depoimentos de especialistas nas matérias em questão, etc. e tal, tudo isto é muito giro, mas não aquece nem arrefece. Agora, cortar estradas e fazer charivari, isso sim, já põe o Governo em sentido. No fundo, é um governo de betinhos que se assustam com as primeiras arruaças. Eu conheço bem esse género de meninos – fanfarrões nas aulas, mansinhos no recreio – dos meus tempos de liceu. Eram os meus amigos. Nos documentários sobre a natureza, às vezes dizem que, se formos atacados por um animal selvagem, a melhor maneira de o afugentar é fazer muito barulho. Sócrates lembra um desses animais ferozes. Intransigente para quem quer argumentar de forma civilizada; tíbio para quem grita mais alto. Com uma pequena nuance: como se vê no caso das urgências, não é ele que vem ceder, é o ministro da Saúde. Sócrates é assim como que a mistura entre um leão e o Houdini: sabe rugir e ser autoritário, mas também sabe desaparecer quando é preciso. É um Leodini. Portanto, se alguém se quiser opor à Ota, o que tem a fazer é sair de casa todo pimpão e cortar umas estradas. Talvez assim já seja ouvido. Vá, Miguel Sousa Tavares, toca a sentar no meio da rua e fazer birra. No futuro Ópera de robôs Portugal, 2009. Um evento cultural inédito: uma ópera de Tod Machover, investigador do Media Lab do MIT, com robôs em palco. Portugal, 1997 (e isto aconteceu): o mesmo Tod Machover apresentou na Gulbenkian, em Lisboa, o seu espectáculo Brain Opera. Sentado numa espécie de trono cheio de sensores, o cientista interpretou várias peças para corpo humano e computadores, executando gestos que o seu trono transmitia às máquinas que os transformavam em sons. O programa incluía uma maestrina a dirigir uma orquestra invisível com uma batuta digital, também cheia de sensores, e cuja deslocação “desenhava” melodias no ar. E até a assistência pôde experimentar o que é ser um músico de carne e osso em circuito digital. Neste momento, Machover está a planear uma tournée mundial, que começará no Mónaco no Outono de 2008, para apresentar um novo espectáculo: A Morte e os Poderes: Uma Ópera Robótica. Por enquanto, disse-nos Machover, Portugal não faz parte do itinerário, mas não é impossível que venha um dia à Casa da Música... Ana Gerschenfeld Frases de ontem “Sente-se em Portugal um leve cheiro a capitalismo moderno.” Francisco Sarsfield Cabral Diário de Notícias “[Belmiro de Azevedo] é um dos poucos empresários não situacionistas deste país.” Henrique Granadeiro Sol “O jornalismo português não está a cumprir o seu dever de vigilância sobre os poderes.” João Miguel Tavares Diário de Notícias “Não há ninguém, neste momento, que consiga arriscar que Sócrates tem o lugar em perigo daqui a dois anos.” Miguel Sousa Tavares Expresso “A verdadeira experiência do poder não é ser primeiro-ministro. É estar numa sala de cinema sozinho.” Paulo Portas NS “Num país normal Sócrates estaria no olho da rua.” Alberto João Jardim Expresso “Jardim é perito em actos patéticos dignos de uma opereta do século XIX.” Henrique Monteiro Escrito na pedra no canto do campeão tivessem posto algum produto nas luvas de Liston. Clay chegou a pensar em desistir, mas continuou e passou um round a passear pelo ringue, a evitar Liston até recuperar a visão. Ao sexto assalto, Clay voltou a ver e a massacrar. Liston foi para o seu canto e já não voltou, numa das maiores surpresas de sempre do boxe. Clay gritou “Sou o maior!” Um mês depois, anunciou a sua conversão à religião islâmica e disse que passaria a ser conhecido por outro nome: Muhammad Ali. Marco Vaza “Ser estúpido, egoísta e ter boa saúde são três requisitos para a felicidade, mas se a estupidez faltar está tudo perdido” Gustave Flaubert, escritor (1821-1880) 4 • P2 • Domingo 25 Fevereiro 2007 António Barreto retrata Portugal na RTP Saúde o melhor; Justiça o pior; poder autárquico capaz do melhor e do pior; Educação chocante. Portugal fez muito, em 40 anos, mas podia ter feito mais, conclui o sociólogo António Barreto, numa série que estreia no dia 14 de Março na RTP1, a seguir ao telejornal. Adelino Gomes (textos) Nuno Ferreira Santos (foto) a Uma semana destas, altos responsáveis da RTP sentaram-se numa sala de visionamentos com António Barreto e Joana Pontes. Uma série com retratos comparativos do Portugal de hoje e de há 40 anos, da autoria do conhecido sociólogo e da realizadora, constituía, à partida, uma das apostas para as comemorações de meio século da televisão pública e era preciso tomar uma decisão sobre a hora a que os programas iriam ser emitidos. Contratualmente, por imposição de Barreto, isso nunca poderia acontecer depois das 10 e meia da noite. No final, um dos responsáveis levanta-se e exclama: ‘Isto passa para as nove horas [da noite]!’. No próximo dia 14, a seguir ao telejornal, os portugueses vão verse, pois, ao espelho – a si próprios e ao país que habitam - no primeiro de uma série de sete programas com cerca de uma hora de duração cada um. Em vez dos diferentes sectores da vida nacional, a série abarca temas: “as pessoas, o viver, o trabalhar, o divertir”, explica António Barreto. Sobretudo interessado na captação de um retrato social do país, o sociólogo diz não se ter preocupado com um eventual equilíbrio geográfico na gestão das imagens. Para aquilo que os programas pretendem transmitir, “é indiferente o sítio onde se passam as coisas”. De qualquer modo, boa parte do país geográfico vai reconhecerse nas diferentes histórias que preenchem os sete programas: dos vinhos da Estremadura aos do Douro, das fábricas de calçado, têxtil e mobiliário do Norte à planície alentejana, da Universidade de Braga à Universidade de Coimbra, dos barcos de Ílhavo ou Aveiro às praias do Algarve, das discotecas para adolescentes na capital a uma hiperdiscoteca no interior, dos subúrbios do Porto aos de Lisboa. Únicas excepções significativas, detectadas pelo PÚBLICO: as regiões autónomas dos Açores e da Madeira e Trás-os-Montes, esta última região devido à falta de comparência, à última hora, de um dos entrevistados, um cónego nonagenário proibido pelo bispo de Bragança de falar para as câmaras. Como no Irão “Na série, vamos ver o Portugal de hoje com as referências do Portugal de há 40 anos, que a malta nova não conhece”, informa António Barreto. Um impressionante minuto de imagens de mulheres a saírem de uma igreja, no episódio número 6, levará a equipa a duvidar da própria datação da RTP: “Julgámos que aquelas mulheres com xailes na cabeça eram dos anos 50/60, mas não, eram de 1977. Parece o Irão”. Para além do recurso ao arquivo da RTP, “riquíssimo” (ver texto P2 • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 5 de Alexandra Prado Coelho, na página 9), a equipa usa documentos oferecidos pelos telespectadores: “filmes de festas, de casamentos, de ida à praia”. Uns e outros, somam cerca de 30 horas de material de arquivo, de que os autores dispõem para a montagem final. “Há qualquer coisa de essencial na década de 60”, diz Barreto, justificando a baliza temporal escolhida para contrapor aos dias de hoje. Além da fundação da RTP, em 1957, que facilita o recurso a imagens animadas, de outra forma mais difíceis de obter, da fundação da Gulbenkian, no ano anterior, do “terramoto Humberto Delgado”, em 1958, e do subsequente exílio do bispo do Porto, aquele período regista, como “poderosíssimas máquinas” de transformação política e social, a queda de Goa, a eclosão da guerra colonial, em Angola, a emigração maciça para França e Alemanha e o Turismo. “Delgado e depois aquela série de acontecimentos operam uma verdadeira reviravolta” num país cujo regime vivia, até então, “o seu melhor”. Lembra Barreto: “Portugal estava na ONU, na OCDE, estava a fundar a EFTA, com a Inglaterra – veja-se lá o pergaminho –, fora admitido na NATO, coisa que Franco não conseguiu. No plano interno, desenvolvimento, electrificação, colonização interna, hidráulicas, parcelamento, emparcelamento, barragens – Salazar tinha destroçado outra vez a oposição”. Desafio partiu da RTP Foi a RTP e não António Barreto quem tomou a iniciativa de avançar com a ideia de um programa sobre a realidade social portuguesa. O desafio surgiu há dois anos. “Disseram-me: ‘Você escreveu dois livros sobre a sociedade Portugal [milhares de páginas com estatísticas sobre Portugal, entre 1960 e 1999]; queremos que os ponha em televisão’. Vim para casa atordoado e fui imediatamente falar com a [realizadora] Joana Pontes. Senti que só com ela podia fazer este projecto.” Do currículo de Joana Pontes constam, entre outros programas, a série sobre o século XX português e a reconstituição do 25 de Abril, na SIC, além do filme Jorge de Sena, Escritor Prodigioso. “Era aquela linguagem cinematográfica de que eu gostava e que queria. Por ser seca, enxuta, demonstrativa, com as emoções necessárias mas não mais do que isso”, explica António Barreto. A realizadora aceitou a ideia e os dois põem-se ao trabalho, feito “em pingue-pongue, durante semanas”. Dali saem 30 a 40 páginas com o projecto de seis programas de cerca de uma hora cada (a necessidade de um sétimo surgirá mais tarde, já na fase da montagem, face à quantidade e qualidade do material recolhido no terreno). A exigência de que seja Joana a realizadora implica para a RTP o recurso a trabalho externo. Decide-se que ambos apresentarão o respectivo orçamento. Quando chega a hora de optar, o orçamento Os episódios Portugal, um retrato social 1. Gente diferente 2. Ganhar o pão 3. Mudar de vida 4. Nós e os outros 5. Cidadãos 6. Igualdade e conflito 7. Um país como os outros externo é mais baixo em cerca de 25 por cento do que o da RTP- Meios. Segredo? A dimensão exígua da equipa: além de Barreto e Joana, constituem-na o director de fotografia, João Ribeiro, a directora de som Armanda Carvalho, o produtor (e, simultaneamente, “cicerone, condutor da carrinha, montador”) Rui Branquinho, a assistente de produção Marta Tavares e Maria João Silva (documentos e imagens de arquivo). Mais tarde, já na fase de montagem, num encontro que Barreto classifica de “comovente”, juntar-se-lhes-á o compositor Rodrigo Leão, autor da banda sonora que acompanha e sublinha os sete programas. Quando sai de Lisboa, a equipa já sabe onde vai, o que vai fazer e com quem. “ Apenas uma ou outra vez fizemos algo que não estava previsto”, conta Barreto. O grupo percorre 30 mil quilómetros pelo país continental, durante cerca de 4 meses, em séries de um mês, quase sempre com regresso ao fim-de-semana. Este descer ao terreno trouxe ao sociólogo algumas alegrias e tristezas profundas. “Fiquei feliz em ver que em 20 anos desapareceu totalmente a questão dos retornados. Saí muito triste daquele centro burguês do Porto, a 100 metros da Ribeira, a 100 metros da Bolsa – ninguém lá vive, está perdido, já não é recuperável, tudo escavacado; saí furioso das autarquias –aquelas rotundas com esculturas, repuxos, fontanários, azulejos, monumentos aos soldados do Ultramar, ao 25 de Abril, ao 25 de Novembro, ao emigrante, aos pastorinhos, as obras de arte mandadas fazer a quem o presidente entende (não carece de visto do TC); o eleitoralismo a obnubilarlhes qualquer visão esclarecida”, sublinha António Barreto. “Esta é a minha versão”, esclarece, quando lhe perguntamos a diferença que há entre o que viu no país e aquilo que vai estar nos ecrãs da RTP. “Os factos não falam por si. Há que interpretá-los”. Douro e Têvê em Portugal “Portugal, um retrato social” satisfaz uma velha ambição de António Barreto. Apesar de veterano em talk-shows, programas eleitorais, comentários políticos, dos quais o mais “pesado” foi “Terça-Feira à Noite”, com Pacheco Pereira e Miguel Sousa Tavares, o sociólogo nunca conseguira concretizar o desejo de ter um programa seu. “Por três ou quatro vezes”, nos últimos 20 anos, a RTP pediu-lhe “sugestões ou ideias ou propostas”. Chegou a fazer pré-guiões: sobre a história do vinho, sobre os vinhos no mundo, sobre a guerra colonial (intitulava-se As Colónias e o Fim). “Tudo histórias infelizes: nunca me disseram nem que sim nem que não. Mudava o presidente, mudava o director de programas, mudava o director disto ou daquilo. Uma vez chegou a haver uma reunião com umas 10 pessoas. Foi a primeira e a última.” Até agora. Sempre em colaboração com a realizadora Joana Pontes, Barreto tem já em andamento dois outros projectos: “As horas do Douro”, filme apoiado pelo ICAM e que acompanhará um ano do vinho e da vinha na região que a UNESCO proclamou Património da Humanidade; e um filme, em duas partes, sobre o impacto da televisão em Portugal, encomendado pela RTP. A avaliar pelos primeiros episódio da série agora em estreia, os portugueses vão ter razões de sobra para reservarem algumas horas dos seus serões, quando chegar a data de transmissão dos dois novos filmes. Monólogo Sobe Estefânia, sobe a calçada... O meu dia começa muito cedo. Levanto-me às 5 da manhã. Entretanto arranjo-me. Tomo o pequeno-almoço e depois começo a preparar as coisas para os filhos. Faço o pequeno-almoço, ajeito o almoço para o meu filho porque vem almoçar a casa, porque ele é um bocadinho preguiçoso e não pode almoçar na escola. Depois levanto-os a eles. Está na hora de sair com o meu pequeno. Vou a pé, tenho que o levar para o infantário, no qual tenho que estar às 7 e 10, para o poder deixar. Assim que o deixo (...) tenho que voltar a correr para a estação da Póvoa [de Santa Iria] para pegar o comboio das 7 e 5, 7 e 10. (...) Vou até ao meu local de trabalho. Tenho um gabinete de esteticista em Lisboa. Chego, abro a loja, já tenho duas clientes à minha espera, são 8 horas, começo o meu dia de trabalho. Faço por saber o que elas têm – ou massagens ou depilação. Acabo por atender quatro, cinco, antes da hora de almoço [mas] eu não páro, não fecho. Estou sozinha naquela loja, fico sempre a trabalhar até às 6 e meia, que é a hora em que vou buscar o meu filho. Regresso a casa, só que entretanto o meu marido está em casa e que me auxilia nessa tarefa. Então ele vai buscar o miúdo e eu fico até às 8. Apanho o comboio das 8 e um quarto, chego à Póvoa por volta das 20 para as 9, vou para casa, vou então tratar do jantar, dou o jantar aos meus filhos – eu bem gostava de estar mais tempo com eles mas é impossível estar com eles. Eles querem sempre mais aquela atenção, mas eu não tenho tempo para lhes dar aquela atenção. Então são 9 e meia, 20 para as 10, está na hora deles irem para a cama, porque têm que se levantar cedo no outro dia de manhã, às 6 e meia já estão de pé para poderem sair de casa. Deitam-se, adormecem e então está na hora de eu fazer as minhas coisas: arrumar a cozinha, passar a ferro, tratar das coisas que uma mulher normal faz durante o dia, mas como eu não tenho tempo, tenho que fazer tudo à noite. Então chega a hora de me deitar. Estou sempre cansada, esgotada, e entretanto é uma da manhã, 2, estou a ir para a cama. Depois levanto-me. Por volta das 4 e meia, cinco horas já estou em pé. Isto, eu faço quer de Verão, quer de Inverno. Durmo três a quatro horas por dia, para poder conciliar as coisas todas. Depoimento de Estefânia Ribeiro, esteticista, no 3º programa da série 6 • P2 • Domingo 25 Fevereiro 2007 Grua sobre a zona entre a Estrada da Luz e Telheiras, Lisboa Os portugueses não gostam do seu país RUI BRANQUINHO António Barreto fez 30 mil quilómetros, com uma pequena equipa, para fazer o retrato social de Portugal, na RTP. Veio frustrado com a forma como se destrói um país. Não quer fazer concorrência às telenovelas e ao futebol da Taça UEFA, mas espera boas audiências. Entrevista de Adelino Gomes, fotos de António Barreto PÚBLICO – Surpreendeu-o o Portugal que encontrou, comparado com a imagem que tinha, enquanto investigador, do Portugal das estatísticas? ANTÓNIO BARRETO – Fiquei surpreendido no que respeita aos idosos e à cultura jovem. O modo como são tratados os velhos; as pensões que não chegam para pagar a renda de um lar. Eu tinha umas ideias, mas encontrar as pessoas, falar com elas, fez com que começassem a desfiar-se coisas que não estavam no guião. Outro exemplo: a mortalidade infantil. Parti com um número na cabeça: era de cinco por mil, quando já tinha sido de 80; e tinha havido nisso uma pipa de massa. Não se fez, afinal, com a pipa de dinheiro que eu supunha, mas sobretudo com organização e eficiência de meia dúzia de médicos. Aquilo foi uma ministra (Leonor Beleza) que escolheu 12 médicos em 12 pontos diferentes do país, constituiu-se uma comissão a quem foi dado um ano para preparar um plano, que foi aceite, vindo a ministra seguinte, Maria de Belém, a reconfirmar tudo. Fecharam-se 150 blocos operatórios de maternidades, organizaram-se centros de apoio aos prematuros, apoiados por meia dúzia de ambulâncias, só para esse efeito. E más surpresas? O que foi feito com as pescas. Apercebi-me que tinha havido uma negligência muito grande ao não aproveitar-se os recursos do mar e da agricultura porque era mais fácil e mais imediato receber o cheque para construir auto-estradas e investir na indústria. Barreto, Armanda, João e Joana na Maternidade Alfredo da Costa Falou da cultura jovem. Que surpresa foi essa? Eu não sabia que havia algumas dezenas de discotecas que funcionam até às cinco da manhã para crianças dos 13 aos 16 anos. Em Lisboa, 20; as outras, no resto do país. Não sabia que nessas discotecas se vende álcool, apesar de ser proibido. Não sabia que essas discotecas têm um limite de idade para cima: não se pode entrar com mais de 16 anos. Não sabia que centenas de pais, aflitos com a maneira de tratar com os filhos, vão para a porta das discotecas às cinco da manhã esperar as crianças. Vi uma miúda a quem perguntei: “Tu tens 10 anos ou 12, não é?” e ela respondeu, com ar atrevido: “Tenho, tenho, mais IVA”...Eu vi numa discoteca no meio do campo, em plena Beira [Day After], crianças com 12 anos, já sendo generoso. O que é que os pais vos disseram para explicarem estarem ali, à espera das filhas? Tentam ficar na onda. Mas há outros que pura e simplesmente entregam as crianças a empresas. Estas vão buscá-las às 10, 11 da noite, e voltam às 4, 5 da manhã, para as levarem de regresso, distribuindo-as por cada casa. Uma dessas pessoas diz-nos, no programa, que ouve algumas das crianças dizerem que não vêem o pai e a mãe senão ao fim-de-semana. Onde é que Portugal é melhor do que pensava, além da organização? Mudei globalmente de opinião em relação ao sector da Saúde. Os indicadores mostram-no, sem margem para dúvidas: desapareceram as doenças contagiosas; temos das melhores taxas do mundo de vacinação; e fiquei com uma boa impressão do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que só não é melhor por causa das acumulações dos médicos do P2 • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 7 Bairro 6 de Maio, Amadora Antigos estaleiros da Lisnave, Almada Rui, Joana, Armando e João na Autoeuropa, Palmela Fábrica têxtil, concelho de Felgueiras Encontrou alguma razão para as pessoas terem saudades do passado? Encontrei muito poucas pessoas com saudades do passado. Ter visitado intensamente os subúrbios de Lisboa e Porto foi, para mim uma espécie de viagem ao inferno. É muito pior do que estava à espera. Mas é preciso dizer que na subúrbia de Lisboa já não há barracas; apenas uns resquícios nos concelhos da Amadora e de Loures. Mas há alojamentos que são tão ou mais detestáveis que as barracas. Só que a pessoa que vivia no campo com o gado diz que é melhor viver na cidade, mesmo nestas condições. Quem fala em saudades devem ser as classes médias, que nunca viveram no campo, nunca comeram sardinha com aguardente às seis da manhã, que nunca comeram feijão ao meio-dia e mais nada ao longo do dia. E o Algarve, transformado num local quase infrequentável, em comparação com os anos 60/70? Para a burguesia boémia de Lisboa, para o intelectual do Porto, para a classe média de Coimbra que ia a Tavira ou à praia da Rocha e vivia no paraíso e hoje já não vai ao Algarve. Se essa comparação é feita por um algarvio que vivia na serra sem médico, sem luz, sem telefone e hoje vive na subúrbia de Albufeira ou de Faro, para ele, o Algarve melhorou. No poder autárquico houve recuo ou avanço? As duas coisas vão juntas. É absurdo termos tido que esperar por 1976 para haver câmaras eleitas em Portugal. Em países europeus onde havia poderes autoritários no século XIX e XX, já as comunidades elegiam representantes autárquicos. O poder autárquico chegou cá com 200 anos de atraso. Ora, um avanço político é um avanço. Encontrar algum espírito comunitário é um avanço em si, qualquer que seja o presidente da câmara. Se for corrupto, que haja justiça e novas eleições para o povo se pronunciar. Segundo avanço: o comércio democrático. O que é isso? Uma troca: você dá-me o seu voto e eu dou-lhe o esgoto. É um princípio fundamental da democracia. Entre 1975 e 1985, os autarcas deram o que faltava: água canalizada, esgotos, electricidade. Esta obra de infraestrutura colectiva está na genética do poder autárquico em Portugal. Os números são avassaladores: 55 por cento das casas não tinham água canalizada, 60 por cento não tinham saneamento básico, 40 ou 50 por cento não tinham luz, 70 por cento não tinham retrete. Tido isto se deve, na sua grande parte, ao poder autárquico. Esse mesmo poder a certa altura enredou-se naquela teia denunciada por Maria José Morgado [Pública de 29.9.2002] com os construtores civis e o mundo do futebol. Estou de acordo com essa ideia. Um capitalismo que vive da especulação fundiária dos solos e da habitação tem que se basear muito em trabalho informal e trabalho negro, infelizmente, e sem as câmaras não vive. Temos um poder autárquico simultaneamente exemplar e corrupto? Lamento que os portugueses vivam bem com a corrupção. Quanto à Justiça? O pior. Em quase tudo na vida temse alternativa: na escola, na saúde, nos transportes, no emprego. Menos na Justiça. E ainda bem que não, pois a Justiça não pode ser privada. É o mais difícil de mudar. Abarca todos os aspectos da vida: a família, a habitação, as relações sociais, o emprego. O que é que falhou? Os políticos têm medo dos juízes e dos advogados, por isso legislam pouco e mal. Processual e culturalmente, o sistema de justiça não está adaptado ao mundo em que vivemos e está recheado de privilégios. Concretizei a ideia de que os políticos são os grandes responsáveis da situação. Exemplo: o Tribunal de Contas investigou, durante 4 ou 5 anos, a situação em diferentes autarquias. Resultado: 60 câmaras foram condenadas no estudo por irregularidades como compra e venda de terrenos, bairros sociais, clubes profissionais de futebol. Em 1999, um projectolei é apresentado no parlamento, formulado daquele modos incompreensíveis e aparentemente inócuos (a alínea tal do número tal substituída pelo artigo tal do decreto não sei quantos). Resultado: os 12 anos de irregularidades das 60 câmaras, com os votos de todos os partidos (muitos deputados se calhar não se aperceberem do que estavam a votar) ficaram…amnistiados. As 60 câmaras e todas as outras cujos processos ainda não tinham chegado ao fim!... Perfil António Barreto Sociólogo, investigadorprincipal do ICS Nasceu em 1942, na Foz do Douro, mas viveu até aos 20 anos na Régua e Vila Real Três anos em Direito, em Coimbra, durante os quais se dedicou, mais do que a estudar leis, a representar, no CITAC, sob a direcção de Luís de Lima Exilou-se em 1963 na Suíça, onde se licenciou em Sociologia Início do doutoramento em Sociologia Rural em Paris, sob a orientação de René Dumont; recomeço depois de sair do Governo (foi ministro da Agricultura e Pescas do I Governo Constitucional – 19768), com defesa da tese na Suíça, já no início dos anos 80, sobre a Reforma Agrária em Portugal Autor, entre outras, da obra em dois volumes A Situação Social em Portugal (ICS, 1996-2000) Comentador e comentador em vários media (desde 1990 no PÚBLICO, cujo Conselho Geral integra) Educação? Por ser o meu ofício, será o sector onde tive menos surpresas. Chocame a situação. Tivemos, para educar, dinheiro, recursos humanos, instalações, profissões de vontade política, 28 ministros em 30 anos. Houve erros logo em 1974, com aquela certeza absoluta de que se ia acabar com as desigualdades eliminando as escolas comerciais e industriais, e depois as modas da nova pedagogia. Importaram-se tarde e más horas experiências em que a história da educação livre nos outros países permitiu introduzir correcções ainda hoje longe de terminar. NUNO FERREIRA SANTOS público com o serviço privado. E aqui perde o público. Há um enorme desperdício por causa disso. Há hospitais com blocos operatórios excelentes mas com médias de ocupação de 3 a 4 horas dia. Porquê? Porque os médicos operam de tarde no privado. Mesmo com as filas de espera, com as ineficiências (o Tribunal de Contas avaliou os desperdício na Saúde em 25 por cento!), eu elejo a Saúde como o sector que mais melhorou e mais esteve atento às necessidades da população, nestes 30 anos. Diferenças entre o Portugal de há 40 anos e o de hoje? São muitas e bastantes são boas: estradas, situação da mulher, mentalidade, condições sociais, emigração. O padre rezava a missa virado para Deus e de costas para o povo; hoje a igreja é a casa dos homens e o padre veste-se à civil e fala português. Há menos conflitos e tensões racistas em Portugal do que em grande parte dos países europeus, o que me deixa muito feliz. Ainda que haja sinais de que aqui e acolá podem aparecer problemas sérios e haver a hipótese de os problemas sérios se multiplicaram nos próximos 10 ou 15 anos. Mas se nós sabemos o que se pode passar, a altura de acudir é agora, não é depois. Mudei, contudo, a percepção inicial de que os portugueses tinham feito mais do que os europeus. A alfabetização, Barreto com Joana, Rui e João em Chelas, Lisboa o SNS foram mais depressa, mas podíamos ter feito melhor, sobretudo na Educação e na Justiça. Como fica um homem que passou anos e anos à volta de indicadores e agora os foi apalpar, ao terreno? Não fiquei muito feliz.. Não tinha ideia de um país que desperdiçasse tanto: a paisagem, o dinheiro, as oportunidades. Chocaram-me os subúrbios de Lisboa, do Porto, de Setúbal, Braga. É horrível. Os meus concidadãos, desconfio que até são limpos em casa, mas tudo o que é público é absolutamente repugnante. Veio mais português? Não. Responde assim, tão seco e tão duro? O que é que seria preciso para me sentir mais português? Maior identificação com os meus conterrâneos. Que eles fossem mais cultos, menos complacentes, mais pontuais. Gostava que tivessem educação artística (é o país com menos educação artística da Europa). É preciso dizer que os portugueses têm tantos defeitos como qualidades O nosso país não é melhor que os outros, é igual. À partida, não é mais bonito que os outros, é igual. Mas está hoje mais feio do que a maior parte dos outros porque os portugueses o fizeram feio. E eu não perdoo isso aos meus conterrâneos: o que eles fizeram das subúrbias das cidades; o que eles fizeram da costa; o que eles fizeram de algumas montanhas; o que eles fizeram do Alto Minho; o que estão a preparar-se para fazer no Douro, o que estão a preparar-se para fazer na Costa Vicentina, em grande parte do Algarve; o que fizeram nalgumas destas zonas que não são água nem terra nem fogo nem ar, entre Lisboa e a Ericeira e Mafra e Torres Novas, ou entre o Porto e Barcelos e Santo Tirso e Gaia. Você passa por aqueles sítios e vê restos de obras, restos de tijolo no chão. Não me diga que estas pessoas gostam do país que têm. Ninguém trata assim uma coisa de que gosta. Eu gostava da ideia que eu podia fazer de Portugal de um país muito bonito, de um país com algumas montanhas, de um país que consegue ter ao mesmo tempo o Mediterrâneo e o Atlântico, que consegue ter a planície e a montanha, que tem a costa, o litoral e o mar, e que tem os rios e que tem uma luz nalguns sítios e que desperdiça tudo, e que estraga e que estraga , que destrói, que destrói, que constrói cimenteiras na Arrábida. Só um povo louco, só um dirigente louco é que fazem coisas dessas. Agora está um pouco melhor, mas há uns 15 anos havia 600 lixeiras no país e as pessoas viviam ao lado delas. Havia uma famosa entre a Régua e Mesão Frio, até o Manoel Oliveira a filmou no Vale Abraão. Uma coisa hedionda, esteve ali 30 anos, sem que um presidente da câmara, um governo, um ministro, um director-geral acudissem àquilo. Os portugueses não gostam de Portugal. Os portugueses gostam deles. Não gostam do país que têm. Destroem–no de tal maneira que não podem gostar de Portugal. E eu não gosto das pessoas que não gostam do país que têm. Vai ser, então, um acto de mortificação ver esta série? O conjunto tem momentos muito duros. Todos os capítulos têm uma parte quase de glória. Eu quero dar a ver as duas coisas. Teremos uma audiência grande se as pessoas se reconhecerem a Ainda a série não se estreou e já tem dois outros projectos para a RTP. Porquê esse interesse todo na televisão? É um colossal e fabuloso meio de expressão que serve para o melhor e para o pior. Quando escrevo no jornal, sei que escrevo para uma elite; quando escrevo na [revista] Análise Social, sei que escrevo para um público que não é só a tribo, mas há a tribo; quando falo na universidade, sei que falo para a tribo; a televisão é o meio que mais me obriga a falar a toda a gente. E eu gosto de falar a toda a gente. A necessidade de seduzir o espectador não torna a televisão inimiga do rigor e da profundidade? O público dirá. Mas eu acho que é absolutamente possível falar e explicar na televisão com todo o rigor. É preciso é ver-se a que nível de complexidade. Na televisão você não pode fazer uma discussão epistemológica sobre os fundamentos da sua análise. Mas conheço programas que abordaram questões difíceis falando para toda a gente. Por exemplo? A série Civilização, de Kenneth Clark; O Mundo em Guerra; O Choque do Novo; muitas mais, sobre a guerra civil americana, a primeira grande guerra, a guerra da Argélia, a história do blues (Scorsese), Maio de 68. E, para falar de uma série portuguesa, o Século XX Português de Joana Pontes, na SIC - racional, bem construída e explicativa. Ela realizou ainda Alvorada de Abril e Jorge de Sena, o escritor prodigioso. Foram aliás estes trabalhos que me levaram a escolhê-la como realizadora. Cito também os programas de Paulo Varela Gomes, sobre os “vestígios” portugueses em Malta e no Ceilão. Gostei muito de ver Alan Taylor, um historiador inglês que ia à televisão falar, falar, falar, sem papel, durante 10, 15, 20 minutos, sobre um tema Quando escrevo no jornal, sei que escrevo para uma elite (...); quando falo na universidade, sei que falo para a tribo; a televisão é o meio que mais me obriga a falar a toda a gente. E eu gosto de falar a toda a gente Vitorino Nemésio fez o mesmo, cá, quando o António Barreto estava na Suíça. Só o vi depois em pequenos excertos. Mas posso falar-lhe de um dos mais fantásticos programas que houve em Portugal, seriíssimo e muito interessante, que era o Falar de Teatro, de António Pedro. Vi-o explicar como é que se faziam trovoadas e chuva e passos e portas a fechar, falsas. É possível fazer, é possível até usar os elementos emocionais — a cor, a estética, a cinematografia, a música, o som — a favor e não em vez da demonstração [académica. É difícil, eu sei. Porque o mercado, muitas vezes, não é o que pede, os programadores não é o que têm na cabeça e os proprietários e os accionistas das televisões não é isso que querem porque preferem lágrimas baratas. Qual é a audiência que ambiciona ter? Não está nas minhas ambições fazer concorrência às telenovelas e aos desafios de futebol da Taça UEFA. Gostava de ter uma audiência grande. O que só conseguiremos se as pessoas se reconhecerem no que está a passar. Se tomarem a série como uma espécie de ficção ou de observação longínqua, falha. MARCELO TAVARES 8 • P2 • Domingo 25 Fevereiro 2007 P2 • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 9 Há na RTP “melhores imagens” dos anos 60 e 70 do que de hoje Vindimas no Douro: o material anterior ao 25 de Abril é de “grande qualidade” Alexandra Prado Coelho a A seguir ao 25 de Abril filmavase tudo, filmava-se obsessivamente o país, as pessoas, os momentos mais banais do quotidiano. A euforia da liberdade permitia todos os exageros. “Havia reportagens intermináveis, horas e horas, sem qualquer montagem”, dizem Joana Pontes, a realizadora e co-autora (com António Barreto) do guião de Portugal, um Retrato Social, e Maria João Silva, responsável pela pesquisa nos arquivos. Para esta série de documentários, Maria João mergulhou nos arquivos da RTP à procura de imagens que mostrassem Portugal nas últimas décadas (é também usado algum material, não muito, da Cinemateca Portuguesa e de dois arquivos particulares): imagens da vida no campo, nas cidades, dos mais pobres, dos mais ricos, do trabalho, nos escritórios, nas fábricas, na agricultura, das modas, das praias, das casas, dos que partiam, dos que voltavam. E uma das coisas que esse arquivo – extremamente rico, garante Maria João, para quem tenha tempo e paciência para o explorar devidamente – mostra de forma evidente é a enorme curiosidade que tinhamos uns sobre os outros depois da revolução. Há “horas a fio” de imagens de reuniões de comissões de trabalhadores, de longas reportagens na fábrica de chocolates Regina ou na CUF, há programas sobre como fazer uma cooperativa, como conduzir uma reunião, outros sobre como vivem as mulheres divorciadas, ou as mães solteiras, sobre o dia-a-dia de uma família, outros ainda sobre planeamento familiar – Maria João lembra-se de Alice Cruz a receber cartas de leitoras a perguntar se a pílula faz mal ou como devem amamentar, e a apresentar respostas de médicos ou enfermeiras, no programa Pergunte Connosco. Ou ainda uma cena em que o jornalista pergunta a um polícia se sabe o que tem que fazer para votar nas primeiras eleições democráticas e, como o polícia parece confuso, leva-o a ver um edital e explica-lhe como funciona o sistema. “O exercício da democracia parece naif [nessas reportagens], mas é comovente” diz Joana, que recorda também o maestro Vitorino d’Almeida a discutir com o público “questões filosóficas sobre os objectivos de uma canção, o tipo de mensagem” ou a relevância de participar numa competição europeia, no programa de escolha das músicas candidatas ao Festival da Canção. O material que existe anterior ao 25 de Abril é, obviamente, muito diferente, mas, sublinham ambas, “de grande qualidade”. A locução que acompanha as reportagens é, claro, pura propaganda, mas as imagens são muito cuidadas e, mesmo contra vontade dos que as encomendaram, reveladoras do país pobre e atrasado que Portugal era. Curiosamente, Joana e Maria João descobriram imagens muito posteriores que “são do final dos anos 70, mas podiam perfeitamente ser dos anos 50 ou 40” porque mostram o mesmo atraso, o mesmo país parado no tempo. A preocupação de filmar tudo mantém-se até ao início dos anos 80 e depois começa a pouco e pouco a diminuir. As reuniões de comissões de trabalhadores, as reportagens sobre pescadores ou mineiros vão sendo substituídas por programas de ficção, de entretenimento, aparecem programas humorísticos. E começam, gradualmente, a desaparecer as reportagens/retratos de Portugal. Quanto mais nos aproximamos da actualidade, mais difícil é encontrar imagens de qualidade, dizem. Isto tem a ver com os métodos de trabalho. “O arquivo de hoje é para agora”, explica Joana, “com muito pouca profundidade, muito voltado para a informação dos noticiários”, com um número reduzido de A partir dos anos 80, as reportagens vão sendo substituídas por programas de ficção, de entretenimento, aparecem programas humorísticos. E começam gradualmente a desaparecer as reportagens/retratos de Portugal grandes reportagens. São captados poucos segundos de imagens de um tema, o suficiente para passar no telejornal – material que não se enquadra na “respiração” de um trabalho como o que estavam a fazer. “Queria falar da crise da Justiça nos anos 90, por exemplo”, explica a realizadora, “e o que existe são fachadas de tribunais, todas iguais, filmadas sempre da mesma maneira”. Maria João confirma que da pesquisa que fez, de 1957 a 2006, o mais difícil foi encontrar material sobre a actualidade. Joana lamenta que “não exista a preocupação de ter um arquivo para usar no futuro”. E teme que “se daqui a 40 anos quiserem aproveitar o material de arquivo que existe hoje” para fazer um retrato de Portugal na viragem do século, “não consigam”. PLÁCIDODOMINGO Pavilhão Atlântico, Lisboa – 21 de Abril de 2007 – 21.30h Bilhetes à venda em: www.pavilhaoatlantico.pt, lojas Fnac, lojas El Corte Inglés, Ag Alvalade, ACP (Sede, Amoreiras e Colombo), Casa Viola (Areeiro, Rua Augusta e CC Colombo), ABEP a production in association with ALFREDO CUNHA/ARQUIVO Depois do 25 de Abril filmava-se tudo e o arquivo da RTP é riquíssimo. Hoje a recolha de imagens é feita para os noticiários, sem a preocupação de criar um arquivo para o futuro 10 • P2 • Domingo 25 Fevereiro 2007 Itália: o pecado original O Ponto de Vista Jorge Almeida Fernandes modo como o Governo de Romano Prodi perdeu uma votação no Senado e foi obrigado a demitir-se ilustra o pecado original da política italiana: o sistema partidário e a lei eleitoral. Por uma lógica perversa das coligações, os governos estão sempre reféns daquilo a que o constitucionalista Giovanni Sartori chama os “nanopartidos”. A União, centro-esquerda, de Prodi, não tinha maioria no Senado e dependia do apoio de alguns senadores vitalícios. Bastou que dois dos seus eleitos, um da Refundação Comunista e outro dos Comunistas Italianos, tenham “inesperadamente” decidido sabotar a política externa do Governo, que acusam de pró-americana, e que três senadores vitalícios, entre eles o “divino Giulio” (Andreotti), se tenham abstido, também “inesperadamente”, para provocar a demissão do primeiro-ministro. No actual sistema, para haver maioria e alternância, são necessárias largas coligações préeleitorais, compostas por inúmeras formações, de modo a captar o maior número possível de votos. Mas, depois, o chefe da coligação e do Governo fica refém dos aliados, sobretudo dos pequenos ou dos extremos. Eles entram na coligação para sobreviver e partilhar o poder, mas continuam a representar interesses particulares ou ideologias incompatíveis com o programa do Governo. Em 1994, Berlusconi foi derrubado por uma birra do aliado Umberto Bossi, da Liga Norte. Na última legislatura evitou rupturas mas, de facto, esteve sempre prisioneiro. O primeiro governo Prodi foi derrubado em 1998 pela Refundação Comunista, com quem tinha um acordo parlamentar. E volta a sêlo agora por dois senadores da sua própria coligação, que nem sequer imaginavam fazer cair o governo mas apenas pôr em xeque o ministro dos Negócios Estrangeiros, Massimo D’Alema, em protesto contra a presença italiana no Afeganistão. “A crise do Governo – escreve Ezio Mauro, director de La Repubblica – certifica com exactidão o que é hoje a esquerda italiana. Um grupo maioritário que assume a responsabilidade de governar, escolhendo a cultura reformista, nos seus valores e nas suas obrigações. Um grupo minoritário extremista, que demonizou Berlusconi como fascista mas que está pronto a devolver-lhe a Itália.” “O drama da esquerda reside enfim num paradoxo: nas actuais condições, sem a ala radical não se vence, mas com a ala radical não se governa”, conclui. N o debate no Senado, D’Alema frisou que a missão no Afeganistão, onde Roma tem 2000 soldados, é “uma missão das Nações Unidas em que a NATO tem uma necessária função militar”. E que se a Itália não estivesse no Afeganistão, “perderíamos o direito de pesar na comunidade internacional”. O Governo Prodi retirou as tropas do Iraque, manteve-as no Afeganistão e enviou um contigente para o Líbano. Pôs termo à vassalagem a Bush da era Berlusconi, mas confirmou a tradição atlantista da Itália, ao mesmo tempo que recentrava a sua prioridade na Europa. Esta política tem o apoio maioritário da opinião pública. Mas uma simples votação no Senado, que não era constitucionalmente imperativa mas uma obrigação de clarificação política, põe em causa a credibilidade da política externa italiana. O anti-americanismo não distingue sequer entre Bush e Estados Unidos. É um misto da moda antiglobalização com os órfãos do comunismo. Uma das suas actuais batalhas é a oposição ao alargamento de uma base americana em Vicenza. Dias antes concentraram lá 80 mil pessoas: na Itália, as manifestações pesam quando têm meio milhão de pessoas. O anti-americanismo pesa politicamente porque está dentro da coligação governamental. O balanço geral do Governo Prodi é considerado positivo. Conseguiu iniciar algumas reformas e, pela primeira vez desde há anos, Bruxelas saudou um orçamento italiano. E, também pela primeira vez desde 2000, houve no ano passado um crescimento económico de dois por cento. O primeiro ponto fraco de Prodi reside na coligação que construiu para vencer as eleições. Embora legitimado por uma votação maciça nas “primárias” da União, em Outubro de 2005, e pelo triunfo eleitoral, resignou-se negociar ao longo de um mês o programa e organograma do Governo, de modo a satisfazer as múltiplas exigências de todos os componentes da aliança. E nunca resolveu o segundo ponto fraco: a falta de maioria no Senado. Um acordo com alguns senadores centristas era dificilmente compatível com a inclusão da Refundação Comunista e outros grupos radicais na coligação governamental. P orquê? Temos de voltar ao sistema partidário. Prodi conseguiu vencer as eleições apesar de uma escandalosa reforma eleitoral imposta por Berlusconi, pouco antes do fim da legislatura, para poder ganhar as eleições com menos votos (graças à maior fragmentação do centro-esquerda). Ela forçou Prodi a fazer a mais larga coligação possível. A questão volta agora à ordem do dia, pois esta lei eleitoral tem de ser submetida a referendo. Mas o puzzle é quase insolúvel. Os interesses dos partidos, à esquerda e à direita, são contraditórios. O sistema proporcional foi afastado em nome da alternância. O sistema maioritário foi introduzido, numa versão “bastarda”, de modo a impor a criação de duas coligações préeleitorais sem reduzir o número de partidos. Antes os multiplicou. O drama da esquerda reside num paradoxo: sem a ala radical não se vence, mas com a ala radical não se governa La Repubblica Uns desejariam um sistema análogo ao alemão, proporcional mas compensado pela barreira dos cinco por cento. Outros, os grandes partidos, um sistema maioritário a duas voltas, como em França. Ambos reduziriam a seis ou sete o número de partidos representados. É bom lembrar que a coligação de centro-esquerda abriga nove forças, mas algumas são federações de minipartidos, o que eleva para quase vinte o número real dos seus componentes. Minipartidos, com pouco mais de um por cento do eleitorado, não só condicionam o Governo como detêm importantes ministérios. O centro-esquerda não pode fazer a reforma, o centro-direita também não. Os pequenos partidos não o toleram e imediatamente derrubariam a coligação no poder. A reforma eleitoral só poderia ser feita por uma “votação transversal” das grandes formações de esquerda e direita, explica Sartori. O sistema de coligações pré-eleitorais “permanece intocável por parte dos partitini que o parasitam”. “O problema italiano – conclui – não é o bipolarismo a nível eleitoral, mas a nível de governo. É que estamos a fabricar ‘pólos’ cada vez mais heterogéneos no interior e blindados aos que lhe são exteriores.” Independentemente do desfecho imediato, esta crise, escreve no Corriere della Sera o colunista Massimo Franco, não será “apenas a crise de um governo e de uma coligação, mas do sistema que plasmou os alinhamentos políticos nos últimos doze anos”. DARIO PIGNATELLI/REUTERS Análise P2 • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 11 Pré-publicação A falsa bonança antes da catástrofe Martin Gilbert, o prolífero escritor que se celebrizou como biógrafo de Churchill, escreveu uma história da I Guerra Mundial que agora chega a Portugal. Extractos do primeiro capítulo a Tendo tido experiência de luta na Índia, no Sudão e na Guerra dos Boer, Churchill ouviu, quando regressou a Londres, pedidos para a criação de um exército capaz de enfrentar um inimigo europeu. «Tenho ficado frequentemente admirado ao saber com que compostura e fluência membros desta câmara, e até ministros, falam de uma guerra europeia», declarou a 13 de Maio de 1901, três meses depois de ter entrado para o Parlamento, e sublinhou, para marcar o seu ponto de vista, que se no passado as guerras tinham sido feitas “por reduzidos exércitos regulares de soldados profissionais”, no futuro, quando “poderosas populações forem impelidas umas contra as outras”, uma guerra europeia só poderá terminar “em ruína dos vencidos e num pouco menos que fatal prejuízo comercial e exaustão dos vencedores.” A democracia, advertiu Churchill, será “mais vingativa” do que os tribunais e gabinetes de outrora: “As guerras entre povos serão mais terríveis do que as guerras de reis.” Dez anos depois, a 9 de Agosto de 1911, enquanto a febre de guerra alemã estava a crescer contra a Grã-Bretanha e a França devido à exigência alemã de um porto na costa atlântica de Marrocos, o dirigente social-democrata alemão, August Bebel, avisou o Reichstag de que uma guerra europeia podia conduzir à revolução. Troçaram dele, apelidando-o de alarmista, e um parlamentar disse: “Depois de qualquer guerra, as coisas ficam melhor!” As rivalidades que fomentam as guerras não podem ser suavizadas pela lógica de um sentimento antiguerra. Na primeira década do século XX houve muitas rivalidades e ressentimentos nas nações para as quais a paz, comércio, indústria e aumento da prosperidade nacional pareciam ser as verdadeiras necessidades, desafios e oportunidades. Em França, a perda de territórios anexados pela Alemanha em 1871 causou ressentimentos durante quatro décadas. O conselho dado pelo patriota francês, Léon Gambetta, “Pensem sempre nela, mas nunca falem dela”, ecoou aos ouvidos dos franceses. O pano negro que cobria a estátua de Estrasburgo na Place de la Concorde, foi um lembrete visual constante da perda de duas províncias orientais. O guia de Paris de Karl Baedeker, publicado em Leipzig em 1900, fazia o seguinte comentário sobre a estátua coberta: “Estrasburgo está quase sempre coberto de crepes e grinaldas de luto para marcar a perda da Alsácia.” Por seu lado, a Alemanha tinha muitas ambições territoriais, em particular para lá da sua fronteira oriental. Desprezando a Rússia, os alemães pretendiam anexar as províncias ocidentais polacas do Império Russo, e também alargar a influência alemã à Polónia central, Lituânia e costa do Báltico. Era como se o império de Guilherme II repusesse o equilíbrio de forças que começou a quebrar-se com Pedro o Grande duzentos anos antes, e quarenta anos depois da sua morte, por Catarina a Grande. A Rússia de Nicolau II também tinha as suas ambições, em particular nos Balcãs, pois o grande defensor de um estado eslavo, a Sérvia, lutava continuamente para alargar as suas fronteiras e chegar ao mar. A Rússia também se arvorou em defensora das raças eslavas sob domínio austríaco. Ao longo da fronteira da Rússia com a Áustria-Hungria, viviam três minorias eslavas, de quem a Rússia era a grande defensora: ucranianos, rutenos e polacos. Governada por Francisco José desde 1848, a Áustria-Hungria pretendia manter a sua vasta estrutura imperial tentando um equilíbrio entre as suas muitas minorias. Em 1867, numa tentativa de reduzir as exigências conflituosas de alemães e magiares, Francisco José foi nomeado imperador da Áustria e rei da Hungria. Na metade austríaca desta monarquia dual tinha sido estabelecido um complexo sistema parlamentar, cujo objectivo era dar a cada minoria 3 um lugar na legislatura . Mesmo o desejo dos Habsburgo de não mudar nada, de não mexer em nada, chocou com o desejo de domar um irritante, que enfadava o governo austríaco no sul, o sempre crescente (pelo menos assim parecia), estado sérvio. Na Grã-Bretanha, romancistas e colunistas, bem como almirantes e parlamentares, reflectiam os receios britânicos de uma supremacia naval germânica, acrescidos, no princípio do Verão de 1914, por notícias da abertura iminente do canal de Kiel, que permitiria aos navios alemães movimentarem-se com segurança e rapidez desde o Mar Báltico até ao Mar do Norte. O sentimento antigermânico era um mote regular na imprensa popular. Houve também repetidos apelos ao governo liberal para que implantasse a conscrição militar, para que não se ficasse dependente, na eventualidade uma guerra, de um pequeno exército profissional. O Gabinete Liberal resistiu a esses apelos. Os sistemas de alianças europeus reflectiam os receios de todos os estados. As duas Potências Centrais, a Alemanha e a ÁustriaHungria, estavam ligadas por laços tanto sentimentais como formais. O mesmo sucedia, em 1892, com a França e a Rússia, com quem a Grã-Bretanha tinha feito acordos para redução de conflitos. A GrãBretanha e a França, se bem que não aliadas por meio de um tratado, tinham assinado a Entente Cordiale, em 1904, para resolver as suas disputas no Egipto e em Marrocos, e desde 1906, faziam consultas mútuas sobre assuntos militares. Estes acordos e hábitos de consulta criaram o que passou a ser conhecido por Triple Entente: Grã-Bretanha, França e Rússia, dando às Potências Centrais a sensação de estarem cercadas. O kaiser alemão, Guilherme II, era particularmente sensível a isso. O seu sonho era tornar a Alemanha respeitada, temida e admirada. Neto da rainha Victoria, ressentia-se do aparente ascendente no mundo, do seu filho, Eduardo VII, e do seu neto, Jorge V, os reis-imperadores, que governavam o subcontinente indiano com centenas de milhões de súbditos. No seu palácio de Potsdam, Guilherme estava rodeado pela memória e cerimonial do seu antecessor, Frederico Guilherme I, fundador do exército prussiano. “Até hoje”, comentava Karl Baedeker em 1912, “muitos soldados, em especial os homens escolhidos nos regimentos de guarda, constituem os elementos mais característicos das ruas da cidade.” Também em Potsdam havia uma estátua equestre de Guilherme I, inaugurada por Guilherme II em 1900, com a deusa da vitória sentada em frente do pedestal. A deusa, que no tempo dos romanos tinha sido a principal divindade dos Césares, foi embelezada com relevos do príncipe quando jovem oficial em Bar-sur-Aube, em 1814, durante a guerra contra Napoleão, e da entrada triunfal dos alemães em Paris em 1871. Era irónico que Potsdam, símbolo do poder militar germânico e montra imperial, mencionada pela primeira vez no século X, fosse, nas palavras de Baedeker, “de origem antiga eslava”. Nenhum eslavo reclamava então Potsdam, mas em 1945 os russos ali se encontraram com os Aliados ocidentais como vencedores, ocupantes e pacificadores; mas o mapa da Europa pós-1900, com as suas fronteiras bem marcadas, muitas das quais inalteradas desde 1815, outras alteradas apenas em 1871, disfarçavam forças poderosas de descontentamento, muitas com uma origem étnica. I Guerra Mundial Martin Gilbert, A Esfera dos Livros A caminho da declaração de guerra A regata amigável em Kiel que foi interrompida por um telegrama de Sarajevo O kaiser saiu de Konopischt para o seu palácio em Potsdam. Nove dias depois estava em Kiel para a regata anual de Elbe, a Semana de Kiel, tempo para corridas, bailes e divertimento. Apesar de o recém-aberto canal de Kiel representar uma ameaça germânica à Grã-Bretanha, uma esquadra de navios de guerra britânicos foi apresentada como convidada de honra, ficando os seus quatro couraçados e três cruzadores ancorados ao lado da Frota Imperial De Alto Mar alemã. Oficiais e marinheiros de ambas as armadas trocaram entusiásticas saudações, enquanto passeavam pelos navios uns dos outros. Estiveram juntos no enterro de um piloto britânico morto num acidente aéreo durante as festividades. A bordo do seu iate de corrida, o Meteor V, o kaiser era o centro do esplendor da regata. A 26 de Junho, com o seu uniforme de almirante da esquadra britânica, foi a bordo do couraçado King George V. Tecnicamente, ele era o oficial da Marinha Real, ali presente, mais graduado. Durante a visita, houve um incidente burlesco: o conselheiro da embaixada britânica em Berlim, Sir Horace Rumbold, tinha propositadamente vestido uma jaqueta e posto um chapéu alto. O “Almirante da Esquadra” decidiu que o diplomata não estava convenientemente vestido. Apontando para o chapéu alto, disse: “Se volto a ver isso, esborracho-o. Não se usam chapéus altos a bordo de navios.” Na noite de 27 de Junho, o comandante da esquadra britânica deu uma recepção a bordo do King George V para os oficiais germânicos. Rumbold recordou, poucas semanas depois, como era possível, enquanto decorria a regata, “eu não ter ficado impressionado com a grande cordialidade que havia entre os alemães e os nossos marinheiros”. No dia seguinte, 28 de Junho, havia uma corrida de iates, seguida com o mesmo entusiasmo tanto por alemães como britânicos. O próprio kaiser participava na corrida, no seu iate Meteor. Enquanto estava na baía de Kiel, uma lancha foi entregar-lhe um telegrama, colocado numa caixa de cigarros e lançada para bordo do iate. O kaiser leu-o: o arquiduque Francisco Fernando, seu convidado em Konopischt duas semanas antes, o herdeiro dos Habsburgo, tinha sido assassinado na capital da Bósnia, Sarajevo, juntamente com a sua mulher. A corrida foi cancelada, encerrou-se também a Semana de Kiel, e o kaiser regressou apressadamente ao seu palácio em Potsdam. 12 • P2 • Domingo 25 Fevereiro 2007 Crónica A Casa Encantada João Bénard da Costa screvo no dia em que se comemora o 4º centenário da estreia da ópera de Monteverdi La Favola d’Orfeo, ou, para adoptar a designação depois mais vulgarmente usada, L’Orfeo, Favola in Musica. Foi em Mântua, a 22 de Fevereiro de 1607, na corte dos Gonzaga, de que o autor, então com 40 anos, era serviçal. Parece que a data foi escolhida pelas instancias ditas europeias para celebrar quatrocentos anos de ópera, considerando-se, como se escrevia há cinquenta anos, que L’Orfeo de Monteverdi “é seguramente o primeiro drama musical, ou seja, a primeira obra em que a música é completamente impregnada por uma ideia dramática”. Quem é “very much for birthdays”, como um dos três maridos das três mulheres de Mankiewickz (Letter to Three Wives, 1949), pode acender as velas do bolo e muitos a acenderam incluindo o CCB do Comendador Berardo. Os eruditos discutem hoje estas tão propaladas primícias. Alguns vão tão longe como 1472 e citam um outro Orfeo, também de Mântua, com música de Germi sobre um poema de Poliziano. Outros falam de Florença e de La Rappresentazione di anima e di corpo, no Palácio Corsi, na última década do século XVI. Outros ainda citam como “prima opera” Dafne de Jacomo Peri, no Carnaval de 1597. Caccini e Le Nuove Musiche, são igualmente citados. Há sempre muitas datas para nascimentos, como as há para as mortes, nestas paragens bizarras e não tenho qualquer competência para me envolver em tais questões. Não estou aqui para dissertar sobre a história da ópera, mas sobre a minha história como “operáfilo” se o termo existisse e não existe. Só para acabar com L’Orfeo (já que com ele comecei por começar) recordo-o sobretudo como uma das primeiras óperas que entrou para a minha discoteca. Julgo – mas não juro – que foi o primeiro “long play” que dela se editou, numa gravação da Archiv de 1955, dirigida por August Wenzinger com Helmut Krebs como Orfeo, Margot Guilleaume no duplo papel de Música e de Prosérpina e Horst Günter como Plutão. O mais célebre nome desse “cast” é o de Fritz Wunderlich, mas cabiam-lhe apenas as partes de Apolo, a de um dos Pastores e a de um dos Espíritos. A wunder de Wunderlich ainda estava a despontar. Era um álbum pesante, com dois discos. Foi um presente de casamento, oferta de um casal de namorados efémeros, de quem a vida me foi afastando, pois que as costas dela são largas. Ela já morreu e teve um fim terrível e extenso. Ele, vejo-o de longe em longe e, da última vez, encontrei-o na qualidade de pai de um dos nossos novos e promissores cineastas. Possantes espíritos e formidáveis numes, para os recordar como Orfeo saúda Caronte numa das mais célebres passagens da ópera. T ão longe quanto vão as minhas memórias e ao tempo em que o renovado S. Carlos de 1940 (luxuosa e luxuriosamente recuperado pelo Estado Novo entre 1934 e 1940, que assim respondeu ao abandono a que a I República o votara) ainda não tinha temporadas regulares, a ópera era coisa do Coliseu e havia ainda furiosas discussões entre os que só a concebiam como italiana e os que lhe contrapunham a opera alemã. Ópera alemã, nesses tempos, queria dizer Wagner e, decorridos embora sessenta anos sobre a morte do compositor e sobre a primeira apresentação em Portugal duma obra dele, (Lohengrin) ambas em 1883, a generalidade dos entendidos que me rodeavam achava-o demasiado moderno e tão comprido e tão chato como a espada de D. Afonso Henriques. O ponto de vista oposto era supremamente representado pela minha Mãe e não esqueço a emoção dela quando, em plena guerra (5 de Junho de 1943), o Tristão subiu à cena em S. Carlos, por ocasião de uma célebre visita da Orquestra Filarmónica de Berlim, dirigida por Heinz Tietjen, com Ludwig Suthaus como Tristão (ainda o ouvi, doze anos depois, no Siegfried do Crepúsculo dos Deuses) e Paula Buchner como Isolda. Para a minha Mãe, o Tristão e Isolda era a ópera das óperas e essas superlativas récitas (acontecimento irrepetível até hoje) foram momentos que sempre celebrou. Pelo contrário, a ópera italiana (com a eventual excepção de Puccini) era considerada com alguma distancia, mais para as gentes do Coliseu do que para as de S. Carlos. Mas tudo isso eram então para mim recônditas harmonias, pois só de ouvido me chegavam os ecos, os gostos e os desgostos. E, quando S. Carlos iniciou as suas temporadas (ou as reiniciou, depois de um interregno de quase vinte anos), também só de ouvir dizer me ficaram os lendários Trovador ou Aida com o quinteto mágico (Canigla, Gigli, Stignani, Bechi, Neri), as presenças da Telbaldi ou de Mario Del Monaco, nos chamados “anos de ouro” de um teatro, sobre o qual pairam agora, de novo e de velho, as mais negras ou vermelhas nuvens. Stignani e Bechi nunca os vi. A Canigla conheci-a em 1955, quando aqui cantou La Fanciulla del West e a Tosca. Já não era nada fanciulla mas ainda fez vir a sala abaixo com bravos no Vissi d’Arte, Vissi d’Amore, que, segundo uma tradição que com ela se findou nos nossos palcos, bisou. Com Gigli, a história foi mais triste. Nunca o vi em óperas (foi em 48, que cantou pela ultima vez em S. Carlos) mas vi-o e ouvi-o num recital no Tivoli, no mesmo ano de 1955. Eu tinha 20, ele tinha 65 e só lhe restavam mais 2 de vida. A sala estava à cunha, mas começou a esfriar quando se apercebeu de que a voz de Gigli se fora e já não era. Quando ele se perguntou como o Werther, “Pourquoi me réveiller au souffle du printemps?” (aliás, em italiano, “Ah, non mi ridestar”) foi um frio outonal que lhe respondeu. Findo o concerto, o Tivoli esvaziouse com vagas palmas. Mas ficaram uns quantos, entre velhos fiéis e virgens como eu, para quem as lendas sempre se sobrepuseram aos factos. Não quero exagerar, mas essa escassa minoria aguentou vinte minutos sem esmorecer nos aplausos. Até que Gigli chegou, DR Memórias melómanas (I) E Mozart, Wagner, Strauss, Verdi. Ainda não tinha 20 anos e já os meus maiores estavam achados. Como posso não acreditar em Deus? já vestido à futrica. E disse que gostava de ter cantado mais, mas o publico “è andato via”. Houve um longo e triste silêncio, cortado pela voz possante de um velhote que lhe gritou: “Ma canta, Gigli, canta per noi”. E houve assim cinquenta privilegiados (talvez nem tanto) que o ouviram em seis extras (!!!), entre os quais o Sonho da Manon, La Donna è Mobile, o prelúdio de Os Palhaços e o E Lucevan le Stelle da Tosca. Imaginação minha, ou nem nos discos áureos o ouvi cantar tão bem? As histórias dos cisnes não são tão fantasiosas quanto se pensa. Q uando chegou, por fim, a minha hora de deixar de emprenhar pelo ouvido, para ser fecundado em acto, dizia-se que os melhores tempos já tinham ido. Precisamente nessa temporada (51-52) S. Carlos, dirigido desde Agosto de 1946 pelo Dr. José Duarte Figueiredo (Director vitalício, mais conhecido por “o Figueirinhas”) inaugurou uma ousadia face às tais divisões entre “alemães” e “italianos”. A temporada passou a dividir-se entre uma fase alemã (cinco óperas) e uma fase italiana (nove), pratica que, com percentagens diversas, se manteve até aos anos 80 e à direcção de João Paes, antes da apagada e vil tristeza que se lhe sucedeu nos anos horríveis 82-87, dos “soluços” da fase 88-91 (em que houve notável gente) e da tentativa de recuperar a qualidade antiga ao tempo do meu querido Prof. Manuel Eugénio Machado Macedo, a que se sucedeu (em 2001) a gloriosa direcção de Paolo Pinamonti. Voltando a 52. Foi esse o ano em que vi a minha primeira ópera, como foi esse o ano em que assisti ao meu primeiro concerto (cf. Variações Sob um Tema de Brendel, PÚBLICO, 03/12/06). Foi um Siegfried da tal temporada alemã, que ouvi sem saber ler nem escrever e do qual não tenho memórias especiais. Mas, no ano seguinte, em que fui, pela primeira vez, maior de 18 anos, tudo mudou. Com economias, das mesadas e dos presentes das datas natalícias, comprei bilhetes para cinco espectáculos, na segunda fila do Balcão de 3ª, onde estreei o primeiro smoking, a 50 escudos o lugar, o que valia na época cerca de seis plateias de cinema, qualquer coisa como 20 euros de hoje, para mais que não para menos. E vi A Flauta Mágica, na primeira vez que se cantou em Portugal (162 anos depois da estreia!!), a Salomé, dirigida por Pedro de Freitas Branco e com a grande Inge Borkh na protagonista, o Fidelio, que tinha tido estreia portuguesa no ano anterior (!), também com a Borkh como Leonora e a Borkh ainda e sempre no Navio Fantasma, que não se cantava em Lisboa desde 1893 em que fora dado em italiano. Vi ainda o Otelo com Ramon Vinay no protagonista (o Vinay de Toscanini e talvez o Otelo dos Otelos, com perdão para Vickers que nunca veio a Portugal) e com o meu Tito Gobbi como Iago. E digo meu, porque desde esse ano até 1970, em que nos visitou pela última vez como Don Giovanni, Gobbi foi o barítono que sempre foi o meu Rodrigo, voz de todas as minhas noites, quanto a Callas, a Stich-Randall, a Nilsson, a Cossotto e pouquíssimos mais. Além deles e de Inge Borkh, a primeira cantora de ópera por quem me apaixonei (e que bela estava a Princesa Salomé nessa noite!) levarei para a tumba as vozes de Anton Dermota (Tamino e Belmonte), de Vilma Lipp (a Rainha da Noite) ou de Arnold Van Mill (Daland e Rocco). Um bilhete caído do céu deixoume ainda ver uma excêntrica combinação da Maria Egeziaca de Respighi com a Amelia al Ballo de Menotti, que agora se foi desta para melhor. É uma opera sobre o eterno triangulo e Amelia (a mulher dos dois homens) era uma certa Fiorella Carmen Forti, uma das ultimas cantoras que, em lídima tradição novecentista, fez vibrar Lisboa mais pelo corpo do que pela voz. Fosse por isso, fosse porque a ópera se cantou na Quaresma, círculos mais rigorosos, que já se haviam escandalizado com a maneira como a Borkh despiu os sete véus, consideram-se chocadíssimos. Garantiu-se que a mulher do Presidente da Republica saíra a meio, o que não confirmo nem desminto. O que confirmo e nunca desmentirei é que, desde esse ano de 1953 a ópera se me colou à carne e ao espírito tanto quanto, mais ou menos pela mesma altura, se colou às personagens do Senso de Visconti. Daquela pira, nem eles nem eu nunca mais nos libertámos. Mozart, Wagner, Strauss, Verdi (em 54 vi o Tristão com a Mödl e Windgassen, a Elektra com a Borkh, as Bodas de Fígaro, com Tajo e a Simionato). Ainda não tinha 20 anos e já os meus maiores estavam achados. Como é que eu posso não acreditar em Deus? Escritor 14 • P2 • Domingo 25 Fevereiro 2007 Cultura Arquitectura Santiago Calatrava processa Bilbau Obras na ponte que faz ligação para o Guggenheim “são uma barbaridade” a Bárbaros, diz ele: o arquitecto valenciano Santiago Calatrava vai processar o Ayuntamiento de Bilbau por considerar que este “atentou contra a propriedade intelectual”, ao eliminar uma bandarilha da Ponte de Campo Volantín para a unir com a passadeira pedonal desenhada pelo japonês Arata Isozaki. A cidade já respondeu. “Senhor Calatrava, se nos vai processar por termos permitido o prolongamento da sua ponte, nós também o processamos por todas as placas que se partiram e por todos os acidentes que isso causou, por todos os homens e mulheres que ali caíram. Não fui eu que andei por lá durante a noite a partir placas”, avisou o alcaide, Iñaki Azkuna, citado pelo El Mundo. Desde que a ponte foi inaugurada (e muito usada para se chegar ao Museu Guggenheim), várias pessoas foram traídas pelo pavimento, de vidro: as quedas, alega o Ayuntamiento, sucedem-se. Aparentemente, a queixa é para manter: será entregue no tribunal na terça-feira. “É uma barbaridade. Isto não acontece em parte nenhuma do mundo, não há precedentes. Tiraram a bandarilha, que pertencia à ponte de Calatrava, sem a nossa autorização”, disse o porta-voz do arquitecto, Fernando Villalonga, que acusa o Ayuntamiento de Bilbau – o mesmo que transformou a desoladora Arte Música Clássica Hamburgo mostrar obra que Veneza e Berlim rejeitaram De surpresa em surpresa a O Hamburger Kunsthalle prepara-se para mostrar, ainda este mês, a instalação do artista alemão Gregor Schneider que a Bienal de Veneza e o museu de arte contemporânea Hamburger Bahnhof, de Berlim, declinaram: Cube, um enorme volume com 14 metros de altura, será colocado à entrada do museu paralelamente à exposição Homenagem a Malevitch, de 23 de Março a 10 de Junho. Representação quase figurativa da Kaaba de Meca, o local mais sagrado do Islão, a instalação de Schneider foi retirada da Bienal de Veneza, em 2005, por se temer que pudesse ofender a comunidade muçulmana. Posteriormente, em Março do ano passado, também o Hamburger Bahnhof, de Berlim, cancelou a exibição da obra, que o director do museu considerou “politicamente duvidosa”. Felix Kramer, o comissário da exposição que finalmente vai mostrar a peça, garante que “em Hamburgo não haverá oposição”: “Estamos em contacto com os líderes da comunidade muçulmana da cidade desde que lançámos o projecto, no Outono de 2005, e temos o apoio do município. É significativo que até aqui as resistências tenham partido das autoridades locais e não propriamente dos líderes islâmicos”, disse. Obras na Ponte de Campo Volantín são centro da polémica Remix Ensemble mmm n Diego Masson, direcção Sonia Wieder-Atherton, violoncelo Porto, Casa da Música – Sala Suggia Sexta-feira, 23 de Fevereiro, 21h00 obras de C. Lima, G. Aperghis, M. Jarrell e F. Donatoni. Sala a 1/3 O último concerto do Remix Ensemble, na sexta-feira, contrariou todas as expectativas que sobre ele pudessem formar-se. Na primeira parte do espectáculo foram apresentadas duas obras de compositores que divulgam a sua afinidade com o trabalho de Iannis Xenakis: de Cândido Lima (Viana do Castelo, 1939), a estreia absoluta de uma encomenda da Casa da Música, HÉAMAÓAMÉH-sulcos.silêncios, uma obra para 17 músicos, de 2006, e de Georges Aperghis (Atenas, 1945), Bloody Luna, para violoncelo e ensemble, de 2004. paisagem pós-industrial da cidade num laboratório para arquitectos – de “prepotência e ignorância”. Apesar da queixa, Villalonga frisa que Calatrava – que projectou a Gare do Oriente, em Lisboa – não tem nada contra Isozaki, que considera “um excelente A primeira é uma surpresa pela positiva, pois representa o que de melhor se tem ouvido deste compositor português nos últimos tempos. Aspectos a salientar serão a noção de direcção presente na obra, as bonitas sonoridades conseguidas no final (num momento algo camararístico), a presença um tanto imperceptível de uma harpa e o óptimo desempenho dos percussionistas. Bloody Luna explora o diálogo entre o violoncelo (que abre nos agudos, aí permanecendo em boa parte da obra) e o ensemble, exibindo um jogo de ecos que faz confundir o timbre do violoncelo com o do violino, fazendo uso de notas longas e difíceis de manter com igualdade. Um aspecto interessante é o uso de pequenos glissandos nos sopros (género de microtonalidade), efeito muito conseguido no fagote. Em geral, nestas obras, o trabalho de Diego Masson resultou em arquitecto”. O japonês teve a seu cargo a remodelação do bairro de Uribitarte: um programa de larga escala, que inclui, além da passadeira sobre a ria do Nervión, duas torres, cinco edifícios mais baixos e uma praça onde foi colocada uma escultura de Chillida. interpretações dinâmicas, sendo muito aplaudidos tanto os compositores como a violoncelista. Após o intervalo, as obras prometiam um pouco mais, mas a interpretação deixou cair essa expectativa. Da conhecida Music for a while (1995), do suíço Michael Jarrell (Genebra, 1958), Masson conseguiu apresentar-nos um momento musical de algum enfado, transformando as sonoridades em massas secas sem grande interesse. De igual modo, a execução de Tema (1981), de F. Donatoni (Verona, 1927Milão, 2000) pareceu mais uma leitura de conjunto do que uma interpretação maturada de uma obra que até é de comunicação fácil. Em geral, esteve longe de ser um dos melhores concertos do Remix Ensemble, mostrando-se mais positiva a interpretação das obras dos compositores presentes (Lima e Aperghis, tendo este último falado para o público durante a tarde). Feira Arco fecha ano excepcional a A Arco – Feira Internacional de Arte Contemporânea de Madrid fechou ontem as portas de uma das suas melhores edições de sempre (a primeira coordenada pela nova directora, Lourdes Fernández): 20 por cento de aumento no número de visitantes profisionais (este ano houve mais um dia só para compradores), 15 por cento de aumento nas vendas. Ao todo, passaram pela Arco 190 mil pessoas - entre as quais, conclui a direcção da feira, um colectivo emergente de coleccionadores locais perfeitamente sintonizado com o actual momento alto do mercado internacional das obras de arte. A performance do país convidado desta 26ª edição, a Coreia do Sul, também foi impressionante: mais de metade das galerias venderam todas as obras disponíveis, sintoma claro do actual apetite do Ocidente pela arte asiática. No próximo ano, a ARCO muda de instalações e convida o Brasil como país-tema. Em trânsito Teatro e artes plásticas Teatro Nacional S. João em Roma, Turim e Paris O Teatro Nacional S. João vai apresentar em Roma, Turim e Paris as produções D. João e Cabelo Branco é Saudade, ambas encenadas por Ricardo Pais. D. João, de Molière, vai ser apresentado hoje e amanhã em Roma (e a 1 e 2 de Março em Turim) e o fado de Cabelo Branco é Saudade será levado à Cite de la Musique, em Paris, a 22 de Junho. Julião Sarmento no Brasil A Galeria Fortes Vilaça, de São Paulo, vai mostrar Picture Show, uma individual de Julião Sarmento (Lisboa, 1948), a partir de 3 de Março. A exposição fica no Brasil até Junho. Depois, o artista mostrará os mesmos trabalhos na Galeria Pedro Oliveira, Porto. No próximo ano, Julião Sarmento vai estar em destaque no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, com uma exposição comissariada pelo director da instituição, João Fernandes. Hoje no Fantas Nove filmes para lá da meia-noite Rivoli - Grande Auditório 15h Ausentes, de Daniel Calparsoro 17h Historias del Desencanto, de Alejandro Valle 19h15 The Red Cockatoo, de Dominik Graf 21h30 Isabella, de Pang Ho-cheung 23h30 Severance, de Christopher Smith Rivoli - Pequeno Auditório 15h15 VIY, de Georgi Kropacyov e Konstantin Yershov 17h15 Floripes, de Miguel Gonçalves Mendes 21h15 Haze, de Shynia Tsukamoto, e Le Livre des Morts de Belleville, de Jean-Jacques Jodiau 23h15 The Four Seasons of the Law, de Dimos Avdeliodis P2 • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 15 JEFF CHRISTENSEN/REUTERS Palavra chave Angelina Jolie é mais sexy do que Brad Pitt Pessoas Hoje fazem anos José Maria Aznar, ex-presidente do Governo de Espanha, 54; Inês Castel-Branco, actriz, 25; Sofia Cerveira, apresentadora de TV, 32; José Mota, treinador do Paços de Ferreira, 43; Tom Courtenay, actor e músico, 70; Neil Jordan, actor, 57; Tea Leoni, actriz, 41; Beatriz Rico, actriz, 37; Justin Jeffre, músico, 34. Já era a pessoa mais sexy lá de casa, agora é a pessoa mais sexy de sempre: Angelina Jolie não se limitou a passar à frente de Brad Pitt na sondagem The 100 Greatest Sex Symbols, também passou à frente de toda a gente (Marilyn Monroe incluída). A contagem decrescente que passou ontem no Channel 4 deixou Brad no terceiro lugar da tabela: atrás de Angelina, mas também atrás de Elvis Presley. O top ten inclui ainda um alter-ego de Angelina: Lara Croft, a única personalidade virtual com resultados vistosos. Marilyn Monroe, Beyonce, George Clooney, Kylie Minogue, Johnny Depp (vá lá, algum bom senso) e Scarlett Johansson também estão nos dez mais do Channel 4. É uma boa notícia para Angelina Morrissey já não vai à Eurovisão Há cada vez menos hipóteses de o Reino Unido ter uma participação digna na Eurovisão: Morrissey, que ainda há meio ano trocou várias vezes de camisa à nossa frente, no palco do Festival de Paredes de Coura, já não é hipótese para a BBC. A cadeia britânica anunciou ontem que o ex-Smiths não vai participar no concurso desste ano: “A BBC abordou diversos artistas e o Morrissey foi um dos que manifestaram interesse. Infelizmente, não conseguimos dar continuidade a essa participação e podemos agora confirmar que, definitivamente, ele está fora de competição este ano”, disse um porta-voz da BBC. Morrissey voluntariou-se para representar o Reino Unido na Eurovisão depois de, no ano passado o concorrente inglês, ter ficado em quinto lugar a contar do fim no concurso: “Fiquei horrorizado, mas não surpreendido”, disse. Jolie: nos últimos dias, a figura da actriz tem sido falada mais por más do que por boas razões. A tese da anorexia – Angelina está cada vez mais magra e terá ficado profundamente abalada pela recente morte da mãe, vítima de cancro – ganhou força com a sua última aparição pública, nos Globos de Ouro. “Temos medo de a abraçar, parece que ela pode quebrar a qualquer momento. A Angie não tem um apetite saudável. E quando está deprimida ou stressada, é pior”, disse uma fonte próxima da actriz à revista Star. Brad Pitt, dizem os amigos, começa a ficar preocupado: Angelina pesa actualmente 53 quilos, dez quilos a menos do que o normal para a sua estatura. Claudia Schiffer As magrinhas também têm direitos Gates apresenta a Internet à filha Não é novidade para ninguém que Bill Gates fez fortuna com os computadores. Diz a lenda que o patrão da Microsoft pôs as mãos num computador pela primeira vez aos 13 anos de idade. Hoje em dia, as crianças com menos de dez anos de idade que vivam nas zonas mais ricas do mundo já mandam emails aos pais a avisar que vão chegar tarde. Bem, quase todas as crianças. A excepção é mesmo a filha mais velha de Bill Gates, de dez anos, que só agora começou a dar os primeiros passos na Internet. As modelos vêm em todos os tamanhos: as magras, as muito magras e as magras de mais. As magras e as muito magras têm acesso livre a qualquer desfile do mundo, mas as excessivamente magras já começaram a ser alvo de alguns olhares indiscretos e comentários recriminadores. Apesar da nova moda de torcer o nariz às profissionais mais delgadas, nem todos alinham pela mesma costura. Ao que parece, a ex-top model alemã Claudia Schiffer não se conforma com as críticas às regras alimentares seguidas pelas modelos e já afirmou que “não é correcto dizer-se que existe um índice de anorexia” no mundo da moda. Schiffer, que já foi a profissional mais cotada da indústria, lembra que muitas jovens “são excessivamente magras mas são saudáveis” e considera que um hipotético veto à magreza excessiva nas passerelles pode significar um fim de carreira injusto para muitas mulheres. No ano passado, os organizadores do evento Pasarela Cibeles, em Madrid, excluíram cinco modelos de um grupo inicial de 69, por apresentarem um índice de massa corporal inferior a 18. Nicole Richie diz que não se mete nisso Nicole Richie, filha adoptiva do cantor Lionel Richie, garante que não estava a conduzir sob o efeito de drogas quando foi apanhada pela polícia a conduzir sob o efeito de drogas. Segundo o site tmz.com, Richie declarou-se inocente em tribunal, desmentindo assim as suas próprias declarações à polícia, em Dezembro passado, quando admitiu ter fumado marijuana e tomado um medicamento para o qual tinha receita médica. Se for considerada culpada, a jovem pode mesmo ir parar à cadeia, já que é reincidente. 16 • P2 • Domingo 25 Fevereiro 2007 Policiário Morte misteriosa em Cascais Luís Pessoa Jogos Atenção aos prazos A proposta de solução deve ser entregue impreterivelmente até ao dia 12 de Março – esta época os prazos são mesmo para cumprir, sob pena de exclusão! –, usando um dos seguintes meios: Pelos Correios para PÚBLICOPoliciário, Rua de Viriato, 13, 1069-315 Lisboa; Por e-mail para [email protected]; Por entrega em mão na redacção do PÚBLICO de Lisboa; Por entrega em mão ao orientador da secção, onde quer que o encontrem. a O corpo de um homem desconhecido apareceu a boiar na piscina de uma vivenda de Cascais: quem o matou e porquê? Este é o repto que Mr. Ignotus lança a todos os “detectives” em mais um desafio do campeonato nacional policiário. Publicamos hoje mais um desafio do Campeonato Nacional e da Taça de Portugal, um problema do confrade Mr. Ignotus, residente na Amadora. É uma estreia nas nossas páginas como produtor, o que se saúda! Ficamos a aguardar as reacções dos nossos “detectives”... Prova n.º 4 do Campeonato Nacional e da Taça de Portugal, Um Cadáver na Piscina, de Mr. Ignotus (Amadora) Abri as persianas para olhar o tempo: estava uma daquelas manhãs radiosas de Primavera. Tudo convidava a um encontro com a natureza, tanto mais que era domingo e não teria de ir trabalhar. Dispus-me a ir tomar o pequenoalmoço a uma esplanada próxima e, depois, a dar um passeio pelo parque, retardando a hora de almoço, para compensar o tempo que ficara a preguiçar na cama. Ainda meio ensonado, liguei a rádio para ouvir as notícias e fiquei logo com a sensação de que o meu dia não ia ser assim: numa moradia, em Cascais, aparecera o cadáver de um homem a boiar na piscina, suspeitando-se de assassinato. Os donos da casa estavam de férias no estrangeiro e quem chamara a polícia fora o jardineiro. Antes de sair telefonei para a PJ e um amigo confirmou a notícia, indicando-me o local. Modifiquei logo os meus planos: iria tomar o pequeno-almoço e, depois, rumaria a Cascais. O sol já aquecera bem a manhã quando me sentei, debaixo do chapéu da pastelaria, para comer uma torrada mal passada e beber um café. As árvores em volta já tinham tenras folhas e, como o trânsito era pouco, podiamse ouvir os pássaros a cantar. Chovera até quase o dia clarear e, talvez por isso, parecia que a natureza estava plena de pujança, com tudo muito verde e fresco. O café despertou-me; voltei a olhar o papel onde rabiscara a morada e confirmei a ideia que, de repente, me veio à cabeça: a moradia era a de um casal amigo, e até já nadara na tal piscina! Liguei pelo telemóvel e atendeu-me a criada que, reconhecendo-me, não só confirmou as minhas suspeitas como acrescentou que a casa estava num pandemónio, com polícias por toda a parte, permanentemente a massacrála com as mesmas perguntas. Procurei tranquilizá-la e disse-lhe que, em breve, passaria por lá. Ainda estava ao telemóvel quando senti o sinal de que alguém tentava contactar-me. A ligação era do Inspector Lucas: “Então já sabes a notícia? Para ainda não teres aparecido é porque te levantaste tarde... Dá um salto até cá, que tenho um caso de que vais gostar.” Meia hora depois estava a tocar à porta da vivenda. Um polícia acompanhava a criada Dolores, que rejubilou com a minha presença e com o saber que era amigo do inspector. “Isto está um inferno! Estou farta de dizer a toda a gente que não sei nada, porque nem cá estava. Como os patrões não estão fui dormir a casa. Só soube o que se passava quando me telefonaram a mandar vir para cá”. O Inspector Lucas fez-me um rápido ponto da situação: às oito e doze fora recebida a chamada do jardineiro Ambrósio participando que, quando se preparava para limpar a piscina, vira um corpo a boiar. Pensando que ainda poderia estar vivo, tirara-o da água, logo se apercebendo que já há muito tinha morrido. Tal como Dolores, declarou não conhecer o morto. Também a polícia ainda não sabia de quem era o cadáver, pois não fora encontrada qualquer identificação. Segundo o médico legista, a vítima sofrera uma pancada na nuca, que lhe provocara forte hematoma, não podendo ainda precisar se este fora a causa da morte ou o afogamento. Tudo devia ter ocorrido pelo meio da madrugada. Para o inspector, a vítima não era dali e admitia mesmo que fosse estrangeira, quer pelo aspecto físico, quer pela roupa que usava. Pressentia que os empregados (ou pelo menos um deles) sabiam como a morte ocorrera. Nenhum tinha álibi para a provável hora do crime – pois já não tinha dúvidas que se tratava de tal –, alegando que estavam em casa, a dormir. Ele na vivenda, onde tinha quarto, ela em casa. Como vivia só e saíra tarde da moradia, não tinha, também, quem confirmasse a versão que contava. Uma certeza já tinha obtido com a acareação que lhes fizera: tinham uma secreta relação amorosa, que os levava a, mutuamente, tentarem encobrirse, revelando ambos grande inquietação. Fui ver a zona da piscina. O cadáver permanecia na relva do lado mais próximo da casa. A borda da piscina, de mármore branco, estava impecavelmente limpa, como sempre a conhecera; a água muito azul era um convite; toda a zona envolvente estava como eu a conhecia. Nada de dissonante era visível. A polícia identificara pegadas do morto junto à borda da piscina, e também das botas que Ambrósio ainda calçava. Por baixo do cadáver estava uma faca, de lâmina curta e forte, ainda com a etiqueta da casa onde fora comprada. Pedi ao inspector que chamasse a criada, a quem perguntei a nacionalidade, pois, pelo ligeiro sotaque, sempre pensei que não era portuguesa. “Nasci no Brasil mas como tinha uma vida miserável, pois ganhava pouco e o homem me chegava o pau, fugi e vivo cá há dez anos. Arranjei logo trabalho nesta casa e já nem saudades tenho de lá.” “E do seu homem, nunca mais soube nada?” “Nem quero! Antes da minha mãe morrer o Honório ainda aparecia lá por casa a perguntar por mim. Dizia que me queria muito, mas fartou-se de me bater. Era muito bravo. Agora, há mais de um ano que não recebo notícias...” Depois foi a vez de Ambrósio, a quem pedi que me repetisse o relato do que fizera até agora. “Como já disse à polícia, levantei-me cerca das oito horas. Arranjei-me, tomei o pequenoalmoço, pus a secar a roupa que ontem molhei e fui à arrecadação buscar o carrinho com as coisas para limpar a piscina. Quando aqui cheguei vi o homem a boiar. Puxei-o para a relva e, como já estava morto, fui telefonar à polícia, que me disse para não tocar em nada. Eu assim fiz: vim sentar-me naquela cadeira e fiquei à espera que chegassem.” Perguntei-lhe se sabia que a Dolores era casada. Disse-me que ela lhe contara que fugira do Brasil por ele ser muito mau e ciumento. Que até jurava matá-la, e ao rival, se soubesse que tinha outro homem. Convidei o inspector a dar uma volta à casa. No estendal das traseiras secava um fato de macaco, completamente molhado; na arrecadação tudo perfeitamente arrumado. Estava a observar algumas ferramentas, que ainda estavam húmidas, quando apareceu um agente a informar que junto ao muro havia pegadas, como se alguém o tivesse escalado, para forçar a entrada na moradia. Fomos ver e, pelo caminho, perguntei-lhe se suspeitava quem era o morto, quem o assassinara e como devia ter acontecido o homicídio. Expus-lhe a minha teoria. Ouviu-me com a habitual atenção. Depois fez uns telefonemas e quando, tempo depois, obteve uma resposta, disse-me que começava a fazer-se luz sobre todo aquele mistério. Será que os nossos detectives também já podem responder às perguntas que fiz ao Inspector Lucas? E pronto! Agora é tempo de voltar a ler o desafio com muito cuidado, reproduzir o que se terá passado e juntar as peças todas para resolver este caso. Este foi o Policiário nº 815. A correspondência para esta secção deve ser enviada para Rua Viriato, 13, 1069-315 Lisboa ou para o endereço policiá[email protected] Descubra as diferenças Xadrez Problema 6176 “Chakmati”, 1938 (As brancas empatam) Estes dois desenhos são diferentes em oito pequenos detalhes.Será que os consegues descobrir? Solução: Bd5 Cc2+ 2.Rb3 Ca1+3.Ra4!Rxd5 4.Cc7+Rc6 5.Cxa6 Rb7 6.Bc5! Rxa6 7.Be7! Bg7 [7…Bxe7 afogado] 8.Bf8! Be5 9.Bd6! Bd4 10.Be5!Bc3 11.Bb4! Bb2 12.Ba3! Solução das diferenças: aba chapéu; tijolo; folhas cenouras gigante; nós madeira; botões camisa; cenoura lado esq; traço corpo cenoura gigante; copa árvores lado esq. P2 • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 17 Desafios Soluções da semana anterior A caixa das medalhas Quatro danças, quatro pares Oclube a que pertenço vai completar 17 anos e por isso resolveu mandar fazer três medalhas comemorativas diferentes, cada uma com um diâmetro de 10 centímetros. As medalhas vão ser guardadas umas ao lado das outras numa caixa quadrada. Por questões de economia de espaço e de material, queremos que a caixa seja o menor possível. Quanto vai medir o lado do quadrado? O Desafio proposto na semana passada foi o seguinte: “Quatro amigas e quatro amigos juntaram-se para dançar em casa de um deles. Começaram com um rock, um slow, uma valsa e um tango, trocando sempre de pares, de tal modo que não houve nunca nenhum par repetido. Quando fizeram uma pausa, ouvi os seguintes comentários das raparigas: Susana: “Gostei muito de dançar o rock com o Gonçalo.” Neide: “Aquele novo passo do João no rock é mesmo a meu gosto!” Carolina: “Não sei do que gostei mais, se da valsa com o Tiago, se do slow com Gonçalo.” Gabriela: “Vejam lá que o Fernando tentou beijar-me durante o slow.” Quais foram os pares durante o tango?” 1) Comecemos pelo rock. Já conhecemos dois pares: Susana-Gonçalo e Neide-João. Faltam Carolina e Gabriela, Fernando e Tiago. Mas a Carolina valsou com o Tiago, logo terá de ser CarolinaFernando e Gabriela-Tiago. 2) Vejamos agora o slow. Já conhecemos dois pares: Carolina-Gonçalo e Gabriela- Fernando. Faltam Susana e Neide, Tiago e João. Mas a Neide e o João estiveram juntos no rock, logo os pares só podem ser Susana-João e Neide-Tiago. 3) Chegou a vez da valsa. Conhecemos um par: CarolinaTiago. O João dançou o slow com a Susana e o rock com a Neide, por isso só sobra a Gabriela para a valsa. Faltam Susana e Neide, Fernando e Gonçalo. Mas a Susana já fez par com o Gonçalo no rock. Então as únicas possibilidades são: Susana-Fernando e NeideGonçalo. 4) Finalmente, o tango Já sabemos que nas danças anteriores: – A Susana fez par com o João, o Fernando e o Gonçalo. – A Neide dançou com o Tiago, o Gonçalo e o João. – A Carolina bailou com o Gonçalo, o Tiago e o Fernando. – A Gabriela esteve com o Fernando, o João e o Tiago. Conclusão: no tango, os pares foram: Susana-Tiago, Neide-Fernando, Carolina-João e GabrielaGonçalo. 18 • P2 • Domingo 25 Fevereiro 2007 A minha TV Jorge Mourinha Tertúlia para um Ficar Tratado da Magia O filósofo Giordano Bruno (1548-1600) é um dos grandes desalinhados do Ocidente. Como lembra Rui Tavares, na introdução à sua tradução: “Quando compôs a obra que o leitor tem neste momento entre mãos, Bruno tinha já sido excomungado de três igrejas – a católica primeiro, a calvinista depois e a luterana em último lugar. Pouqíssimas vezes suscitou Bruno tamanha unanimidade – como esta de ser quase um herético ecuménico – e não é dos seus menores feitos a inimizade que as igrejas organizadas lhe votaram, a que devemos ainda acrescentar as universidades em que não se deu bem: Toulouse, a Sorbonne, Oxford”. Como era de prever, acabou na fogueira inquisitorial. Mas não parou de incomodar, pois a redescoberta moderna de textos como o presente veio desestabilizar o estatuto que ele entretanto adquirira de “mártir” precursor do racionalismo científico. Esta é a primeira tradução para português deste texto, que Bruno compôs em Frankfurt em 1590-91. Autor: Giordano Bruno Tradutor: Rui Tavares Editor: Tinta da China a Uma das coisas que mais gosto em televisão é de ouvir gente que tem histórias para contar, que as conta e que as sabe contar. Portugal é um país demasiado displicente com a sua própria memória, pouco atreito a registar com precisão o presente para que no futuro se faça sentido do passado. É isso que tornou tão mágico ouvir João Paes a discorrer sobre o Portugal dos anos 1950, em que andou pelo país a montar a rede de emissores da RTP, ou sobre a sua relação com Manoel de Oliveira que levou à criação da polémica ópera filmada Os Canibais. Foi no magazine cultural da 2: Câmara Clara (sextas, 22h30), que era supostamente sobre ópera - mas com um convidado destes não há tema que resista. Ângela Barreto Xavier, a outra convidada de Paula Moura Pinheiro (mais sóbria do que noutros tempos, mas completamente fascinada pelo interlocutor), foi literalmente chutada para canto, o roteiro cultural da semana pareceu uma intromissão indesejada. Ninguém se lembra de fazer um programa só com esta gente que tem histórias para contar? Documentários Svensk Filmindustri: A Grande Aventura do Cinema Sueco Canal História, 22h00 Graças às personalidades e ao compromisso artístico dos seus produtores, directores, actores e técnicos, a Svensk Filmindustri conseguiu o reconhecimento internacional para o cinema sueco. Desde a sua criação em 1919, por Charles Magnusson, a Svensk Filmindustri produziu 1200 filmes, que incluem as obras principais de Mauritz Stiller, Victor Sjöström e Ingmar Bergman. Pontes Canal História, 17h00/21h00 O documentário viaja até à nova ponte Woodrow Wilson Bridge, que une o estado de Virgínia com o de Maryland, através do rio Potomac. Esta construção pode enquadrar-se no conceito de mega-ponte: com o objectivo de poderem circular até 300 000 veículos por dia, terá 12 carris de tráfego, que cobrirão uma superfície total equivalente ao tamanho de 25 campos de futebol. Pirâmides no National Geographic National Geographic, 20h00 às 22h00 Três documentários sobre várias pirtâmides. Às 20h00, As Pirâmides da Morte faz uma viagem até à majestosa cidade de Teotihuacán, México, para descobrir uma misteriosa civilização. Às 21h00, O Enigma das Pirâmides tenta perceber por que razão os egípcios escolhiam determinados sítios para construir as pirâmides. Às 21h30, é transmitido O Tesouro de Tutankamon. Diários de Che Guevara Cinema para realizar um sonho comum: explorar a América Latina. Mas a viagem torna-se mais do que uma descoberta geográfica e conduz os dois amigos numa grande odisseia de descoberta interior. Diários de Che Guevara Título original: Motorcycle Diaries Realizador: Walter Salles Actores: Gael García Bernal, Rodrigo De la Serna, Mía Maestro ARG/EUA, 2004, 128 min. RTP1, 22h40 Em 1952, Ernesto Guevara (Gael García Bernal) tem 23 anos e estuda medicina. Quase no fim do curso, deixa a sua casa em Buenos Aires para seguir numa viagem com o amigo Alberto Granado (Rodrigo de la Serna). Os dois partem na temperamental Norton 500, a mota de Alberto a que chamam La Poderosa, Moulin Rouge! [Moulin Rouge!] Lusomundo Gallery, 21h00 Uma trágica história de amor ao som da música pop, rock e techno, tal como o realizador Baz Luhrman já tinha feito com Romeu e Julieta. Christian (Ewan McGregor) é um inglês que chega a Paris com o sonho de ser escritor ou poeta. Até que conhece Satine (Nicole Kidman), Música Entretenimento John Zorn Mezzo, 18h00 John Zorn (saxofone) e o seu Masada Quartet – Dave Douglas (trompete), Greg Cohen (baixo) e Joey Baron (bateria) – em concerto, ao vivo, em 2006, numa realização de Vincent Massip. a mais bela cortesã de Paris, durante um encontro com o gerente do cabaré. Os Anjos de Charlie [Charlie’s Angels] AXN, 22h25 Adaptação da popular série televisiva dos anos 70 com realização de McG. Cameron Diaz, Drew Barrymore e Lucy Liu são Os Anjos de Charlie. Lindas e inteligentes, trabalham como detectives para um milionário invisível, que tal como na série não passa de uma voz misteriosa (de John Forsythe) a ditar ordens às suas belas meninas. Elas, Natalie, 79.ª Gala de Entrega dos Óscares TVI, 01h00 Transmissão, em directo do Kodak Theatre, em Los Angeles, da 79.ª edição da gala de entrega dos prémios da Academia de Hollywood. Este ano, a actriz de comédia Ellen Degeneres é a anfitriã da cerimónia. A Corrida para a Passadeira Vermelha 2007 Biography Channel, 22h00 Programa especial para comemorar a 79.ª edição da cerimónia de entrega dos prémios da Academia de Hollywood. O Biography percorre os filmes que estrearam durante o último ano e dá conta das expectativas e das emoções dos que se encontram na corrida à cobiçada estatueta. Inclui entrevistas, vídeoclips, os bastidores dos melhores filmes do ano e cenas das melhores interpretações. Recomendações PÚBLICO/OPTIMUS PUB Não perca A Corrida para a Passadeira Vermelha 2007 no Biography Channel, no seu OPTIMUS MOBILE TV P2 • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 19 Entrevista Diga lá, Excelência! 2:, 22h30 Nuno Gaioso Ribeiro é o convidado de mais uma edição de Diga lá, Excelência!. A crise que abala a Câmara de Lisboa é o tema da entrevista ao actual número um da oposição socialista na autarquia, depois da saída de Manuel Maria Carrilho. Gaioso Ribeiro é entrevistado pelos jornalistas Dina Soares, da Rádio Renascença, e José Manuel Fernandes, director do PÚBLICO. A entrevista é transmitida na Renascença a partir das 12h00. Séries Casos Arquivados FOX, 21h15 Nesta nova temporada da série que a FOX hoje estreia, a detective Lilly Rush volta a enfrentar o passado mais sinistro com a sua habitual astúcia. Ao todo, serão 23 episódios que põem à prova a perícia policial de Rush e da sua equipa da brigada de homicídios de Filadélfia. Entre eles, está Josie Sutton, um novo elemento que chega à esquadra de polícia com um passado obscuro. Prison Break RTP1, 15h15 Lincoln está prestes a ser executado e vê o seu pai na sala ao lado. Um telefonema do juiz Kessler adia a execução. Michael faz planos para uma nova e mais perigosa forma de fugir pelo jardim da prisão, mas um acidente põe o seu plano em perigo. Páginas de Português Antena 2, 16h00 Uma conversa com o escritor angolano Manuel Rui sobre a língua portuguesa em Angola. Anatomia de Grey RTP1, 18h45 As vítimas de um acidente de comboio são enviadas para Seattle Grace e toda a equipa é chamada. Derek libera Webber para fazer uma cirurgia. Addison e Izzie trabalham com uma mulher que está grávida e gravemente queimada. Entretanto, Izzie precisa tomar uma decisão equivalente a escolher entre a sua amizade com Meredith e a sua carreira. Dylan e Alex, são peritas em artes marciais e nem precisam de armas para fazer frente ao inimigo. oito Óscares, incluindo o de melhor actor, filme, realizador e argumento original. Gandhi [Gandhi] Hollywood, 23h15 O épico de Richard Attenborough, que traça um retrato apaixonado da figura de Gandhi, o libertador da Índia, encarnado de alma e coração por Ben Kingsley. Apesar de biográfico e de não entrar em discussões político-ideológicas, o filme mostra a situação de pobreza extrema do povo indiano e momentos marcantes da sua luta e organização. Conquistou Especial Dia dos Óscares Hollywood, a partir das 14h30 Assinalando o dia em que a Academia entrega as estatuetas douradas, o canal Hollywood realiza uma maratona de filmes premiados com Óscares. Destaque para Gladiador, de Ridley Scott, às 14h30, E.T. O Extraterrestre, de Steven Spielberg, às 17h00, Bonnie e Clyde, de Arthur Penn, às 19h00, e O Exterminador Implacável: 2 – O Dia do Julgamento, de James Cameron, às 21h00. Rádio RTP1 2: SIC TVI 06.25 Boletim das Pescas 06.30 Brincar a Brincar (Último) 07.30 Brinca Comigo 09.10 Pandas na Natureza 10.00 Eucaristia Dominical 11.00 Circo Massimo 12.35 Mr. Bean 13.00 Jornal da Tarde 14.15 Só Visto! 15.20 Prison Break 17.00 Aqui Há Talento 06.00 Euronews 07.00 Euronews 07.30 Músicas de África 08.30 África@Global 09.00 Caminhos 09.25 70X7 09.50 Nós 11.05 Da Terra ao Mar 11.35 Consigo 12.00 Vida por Vida 12.30 Olhar o Mundo 13.00 Couto & Coutadas 13.25 Futuro Selvagem 13.50 Hora Discovery: Crescimento do Orangotango 14.40 A Voz do Cidadão 15.00 Desporto 2: 19.20 Entre Pratos 19.50 Diário de Sofia 07.00 SIC Kids 08.45 Disney Kids 10.00 SIC KIDS 11.00 Uma Aventura... No Carnaval 12.00 BBC Vida Selvagem: Tale of Two Dogs 13.00 Primeiro Jornal 14.00 Filme: As Aventuras de Beary, O Ursinho 15.45 Filme: Clockstoppers, Paragem no Tempo 17.45 Filme: O Caso Thomas Crown 06.30 Todos Iguais 07.00 Batatoon 09.30 Morangos com Açúcar 11.00 Missa 12.30 Oitavo Dia 13.00 Jornal da Uma 14.00 Filme 16.00 Filme 17.45 Superliga: Golos 18.00 Filme a designar 20.20 Teen Titans 20.40 Futurama Série animada de humor sobre a vida no século XXXI, pela mesma equipa de criadores de Bart Simpson. 20.00 Jornal da noite. 20.00 Jornal Nacional Directo. 21.00 As Escolhas de Marcelo Rebelo de Sousa 21.40 Gato Fedorento - Diz Que É Uma Espécie de Magazine. 21.05 Bombordo: A Pesca Sagrada em Entogo Série documental. 21.35 A Alma e a Gente 21.15 Reportagem SIC: Pedra Preciosa. Trabalho de Joaquim Franco sobre o caso Esmeralda. 21.45 Vingança. 21.15 Morangos com Açucar IV Série Juvenil 22.40 Lotação Esgotada: Diários de Che Guevara Diarios de Motocicleta. De Walter Salles. ALE/ ARG/Chile/EUA/FRA/ GB/Peru, 2004, 128min. 22.00 Jornal 2: Inclui Cartaz 2:. 22.40 Diga Lá, Excelência!: Nuno Gaioso 22.30 Páginas da Vida Telenovela brasileira com Regina Duarte, Tarcisio Meira, Lilia Cabral, Ana Paula Arósio, entre outros 22.15 A Designar 23.40 Britcom: Abençoados + A Pequena Grã-Bretanha Séries de humor britânicas com o selo da BBC. 23.15 Hora H Herman José volta aos sketches humorísticos. Com Maria Rueff, Ana Bola, Maria Vieira, entre outros. 00.55 Pianíssimo. Programa sobre a história do piano através dos tempos, com autoria e apresentação do maestro António Victorino de Almeida. 00.40 Onda-Curta 01.40 Afghanistan: The Heroin Connection 02.40 Parlamento 03.40 Desporto 2: 00.15 CSI Miami 01.15 CSI Las Vegas 02.15 Filme: Fenómeno 2 03.45 O Bairro da Fonte 00.00 Superliga: jornada 00.30 Superliga: Os casos 01.00 79º Cerimónia Entrega dos Óscares 05.00 Televendas SIC Mulher SIC Radical História Odisseia 11.30 Magazine Mulher 12.00 Na Cozinha com Oliver 12.30 A Obra de Debbie Travis 13.30 Oprah 14.15 Cultura Pop 14.45 Juntos Pelo Gosto 15.00 Compacto Essência 17.30 Todos Gostam do Raymond 19.30 Abre Brevemente 20.00 Em Meu Nome 21.00 Querido, Mudei a Casa 21.45 Grande Cinema 22.00 Prazer dos Diabos 23.00 Sexo e a Cidade 23.30 Oprah 00.30 As Eleitas 01.00 Minisérie: The Waiting Time 12.00 Beat Box 12.30 Curto Circuito Est. 2 13.30 Gato Fedorento 14.00 Ameaça Invisível 15.30 Conan O’Brien 17.00 O Bem Contra o Mal 18.00 Buffy, Caçadora de Vampiros 19.00 ECW 20.30 Valha-me Deus (Especial) 21.30 South Park 22.00 Imperiais e Batatas Fritas 22.30 Show do Unas 23.00 Oz 23.45 Max Música 00.00 Dance TV 00.30 Carnivale 01.15 Max Música 01.30 5.ª Dimensão 02.00 Max Música de Alterne 16.00 Animais em Acção: Guerreiros Submarinos 17.00 Mais do Que Ferramentas: Pontes 18.00 Grandes Conquistadores: A Vingança de Hernán Cortés 19.00 O Café 20.00 Beatrix Potter e Peter Rabbit 20.30 Os Mais...:4 21.00 A Armada da Al Qaeda 22.00 Svensk Filmindustri - a Grande Aventura do Cinema Sueco 23.00 Aviação de Combate: F6F Hellcat 00.00 Animais em Acção: Guerreiros Submarinos 01.00 Mais do Que Ferramentas: Pontes 16.00 Broadway: O Ressurgimento 17.00 A Sinfonia Inacabada de Einstein 18.00 À Volta do Mundo com Stephane Peyron: Amazónia 19.00 As Maravilhas de Clipperton: Tubarões em Perigo 19.30 As Maravilhas de Clipperton: Um Lago no Meio do Oceano 20.00 Coca-cola Contra Pepsi 21.00 Odisseias: Planeta Mar 21.30 Odisseias: Homo Creator 22.00 Os Perigos do Éden 23.00 Broadway: O Ressurgimento 00.00 O Rei Coala 00.45 Maravilhas do Mundo: A Ilha de Páscoa 17.45 O Caso Thomas Crown 18.45 Anatomia de Grey 20.00 Telejornal 00.55 Pianíssimo Desporto Futebol: Beira-Mar – FC Porto SportTV1, 20h10 Os “dragões” deslocam-se ao terreno do Beira-Mar, em jogo da 19.ª jornada da I Liga. A equipa de Jesualdo Ferreira vem de um pouco saboroso empate frente ao Chelsea, no jogo da primeira-mão dos oitavosde-final da Liga dos Campeões, e tenta cimentar a sua liderança na liga nacional. Os aveirenses estão na penúltima posição da tabela e precisam de somar pontos. Futebol: Estoril – Santa Clara SportTV1, 11h00 Jogo da 19ª jornada da Liga de Honra. Futebol: Carling Cup SportTV1, 18h00 Chelsea e Arsenal disputam a final da Liga Inglesa, em Cardiff. José Mourinho tenta juntar mais um título ao seu currículo. A SportTV transmite o jogo em diferido. Quem tiver parabólica pode acompanhar o jogo em directo, às 15h, na Sky 1. Futebol: Liga Espanhola SportTV2, 18h00/20h00 Transmissão em directo dos jogos da 24.ª jornada: Gimnástic – Valência e Barcelona – Atlético Bilbao. Futebol: AS Roma – Reggina SportTV1, 14h00 Jogo em directo da 25.ª jornada da Liga Italiana. Futebol: PSG – St. Etiènne SportTV1, 23h00 Jogo da 26.ª jornada da Liga Francesa, em diferido. Andebol: Sporting – ABC SportTV1, 16h05 Jogo da 20.ª jornada da Liga. Basquetebol: Belenenses –CAB Madeira 2:, 17h00 Jogo da 27.ª jornada da Liga. Ciclismo: Taça do Mundo em Pista Eurosport, 19h45 Terceiro dia da prova, a decorrer em Manchester. 23.00 Sexo e a Cidade AXN Hollywood FOX Panda 09.40 Velocidade Perigosa 10.40 Um Passo À Frente 12.10 Sobrenatural 13.00 Zappo 13.30 Insert Coin 14.00 Sem Rasto 14.50 Mr. Deeds 16.50 Stargate SG-1 17.40 Sobrenatural 18.30 A Irmandade do Mal 20.35 Os Homens do Presidente 21.30 Mentes Criminosas 22.25 Os Anjos de Charlie 00.07 Coyote Bar 01.51 Mentes Criminosas 02.47 Os Homens do Presidente 03.35 A Irmandade do Mal 05.35 Velocidade Perigosa 09.00 Imperdoável 11.07 Em Rodagem - Velocidade Mais Furiosa 11.30 África Minha 14.05 O Mundo das Estrelas 14.30 Gladiador 17.00 ET, O Extraterrestre 18.51 Starstruck - Val Kilmer 19.00 Bonnie e Clyde 20.50 Starstruck - Joaquin Phoenix 21.00 O Exterminador Implacável 2, O Dia do Julgamento 23.15 Gandhi 02.19 Close Up - Julia Roberts 02.48 Dr. Kill & Chance 03.00 Intervalo Técnico 05.03 Hollywood One On One 15.30 Perto de Casa 16.15 Perto de Casa 17.00 Mister Johnson 18.37 King Of The Hill 18.59 King Of The Hill 19.21 American Dad 19.41 American Dad 20.02 Family Guy 20.25 Os Simpsons 20.50 Os Simpsons 21.15 Casos Arquivados 22.03 O Meu Nome é Earl 22.25 O Meu Nome é Earl 22.50 House 23.37 Especial Casos Arquivados 00.22 Especial Casos Arquivados 01.07 Especial Casos Arquivados 01.52 Invasão 12.00 Mew Mew Power 12.30 Doraemon 13.00 Pandadoc 13.05 Kaleido Star 13.30 Let’s & Go 14.00 Megaman 14.30 O Mundo Secreto do Urso Benjamin 15.00 Pigi e Os Seus Amigos 15.30 Rupert 16.00 Ruca 16.30 Histórias dos Ursinhos Carinhosos 17.00 Abram Alas Para O Noddy 17.30 Kiteretsu 18.00 Ciber-heróis 18.30 Os Pandas Galácticos 19.00 Campeões - Oliver e Benji 19.30 Doraemon V 20.00 Abram Alas Para O Noddy Na pausa para almoço, divirta-se com Oliver e Benji no canal Panda, no OPTIMUS MOBILE TV 20 • P2 • Domingo 25 Fevereiro 2007 Cinema Lisboa Sair Música sacra na Baixa As paróquias da Baixa – Chiado são palco, todos os domingos às 16h, até 25 de Março (e de 15 de Abril a 27 de Maio), da 3ª edição do Ciclo de Concertos de Música Sacra. Hoje, na Igreja da Madalena, o Coral Vértice, grupo vocal fundado em 1974 por membros do Coro Gulbenkian, apresenta Música para a Quaresma na Europa da Renascença. Com obras de Duarte Lobo, Tomás Luís de Victoria, Damião de Góis, entre outros. Entrada livre. Lusomundo Amoreiras Av. Eng. Duarte Pacheco. T. 707 CINEMA Lições de Condução M12. 13h, 15h30, 18h; O Bom Pastor M12. 12h50, 16h30; Cartas de Iwo Jima M16. 14h, 17h20; O Último Rei da Escócia M16. 12h50, 15h50, 18h30; A Teia da Carlota M6. 11h, 13h10, 15h40, 18h10 (V.Port.); A Profecia Celestina M12. 13h30, 16h20; Diamante de Sangue M16. 13h40, 17h Lusomundo Colombo Av. Lusíada. T. 707 CINEMA Um Trunfo na Manga M16. 13h10, 15h50, 18h55, 21h45, 24h; O Bom Pastor M12. 13h, 16h50, 21h, 00h30; Livro Negro M16. 12h55, 17h, 21h05, 00h10; O Último Rei da Escócia M16. 12h50, 15h45, 18h30, 21h15, 23h45; Hannibal - A Origem do Mal M16. 13h20, 16h05, 18h40, 21h10, 23h40; O Regresso M16. 21h50, 23h45; Tenacious D - Rock dos Infernos M12. 12h45, 15h20, 17h25, 19h30; Rocky Balboa M12. 13h05, 15h30, 21h40, 23h55; Zoom M12. 13h30, 16h20, 18h50; Babel M12. 18h10; Apocalypto M16. 21h20, 00h15; Diamante de Sangue M16. 12h40, 15h40, 18h35, 21h30, 00h25; A Teia da Carlota M6. 11h, 13h25, 15h55, 18h20 (V.Port.); Em Busca da Felicidade M12. 21h35, 00h05 Lusomundo Olivaishopping R. Cidade de Bolama. T. 707 CINEMA Hannibal - A Origem do Mal M16. 12h40, 15h30, 18h40, 21h30; Um Trunfo na Manga M16. 13h10, 15h40, 18h20, 21h20; O Regresso M16. 21h10; Rocky Balboa M12. 21h40; A Teia da Carlota M6. 11h, 13h, 15h10, 17h20, 19h30 (V.Port.); Zoom M12. 12h50, 15h20, 18h30 Lusomundo Vasco da Gama Parque das Nações. T. 707 CINEMA Lições de Condução M12. 12h45, 15h15, 17h45, 21h05, 23h40; Um Trunfo na Manga M16. 13h20, 15h55, 18h30, 21h30, 00h05; O Bom Pastor M12. 12h40, 16h20, 21h, 00h25; O Último Rei da Escócia M16. 12h50, 15h45, 18h30, 21h25, 00h15; Hannibal - A Origem do Mal M16. 21h25, 00h20; O Regresso M16. 13h05, 15h25, 18h20, 21h50, 24h; Apocalypto M16. 16h10, 00h15; Rocky Balboa M12. 21h40, 24h; A Teia da Carlota M6. 13h10, 15h30, 18h30; Hollywoodland M12. 13h15, 16h, 21h20, 00h25; Em Busca da Felicidade M12. 13h10, 15h50, 18h35; Por Água Abaixo M4. 11h (V.Port.); Babel M12. 13h, 21h10 Medeia - Fonte Nova Est. Benfica, 503. T. 217145088 Diamante de Sangue M16. Sala 1 - 13h50, 16h25, 19h05, 21h45; A Rainha M12. Sala 2 14h30, 17h, 22h; Babel M12. Sala 2 - 19h15; O Bom Pastor M12. Sala 3 - 15h, 18h15, 21h30 Medeia - King Av. Fr. Miguel Contreiras, 52A. T. 218480808 Pecados Íntimos M16. Sala 1 - 14h30, 17h, 19h30, 22h; A Rainha M12. Sala 2 - 16h45, 19h; As Vidas dos Outros M12. Sala 2 - 14h, 21h30; Half Nelson - Encurralados M16. Sala 3 - 14h15, 16h30, 19h15, 21h45 Medeia - Monumental Av. Praia da Vitória. T. 213142223 O Bom Pastor M12. Sala 4 - Cine Teatro - 11h40, 15h, 18h10, 21h15, 00h20; Cartas de Iwo Jima M16. Sala 1 - 13h15, 16h, 18h45, 21h30, 00h10; Scoop M12. Sala 2 - 19h; Diamante de Sangue M16. Sala 2 13h30, 16h10, 21h30, 00h30; Uma Família à Beira de Um Ataque de Nervos M12. Sala 3 - 14h15, 16h45, 19h15; Babel M12. Sala 3 - 21h40, 00h30 Medeia - Nimas Av. 5 Outubro, 42B. T. 213574362 O Grande Silêncio M12. Sala 1 - 12h, 15h, 18h15, 21h30 Medeia - Saldanha Residence Av. Fontes Pereira de Melo. T. 213142223 Livro Negro M16. Sala 5 - 13h, 15h50, 18h40, 21h30, 00h20; O Último Rei da Escócia M16. Sala 6 - 14h30, 17h, 19h30, 22h, 00h30; As Vidas dos Outros M12. Sala 7 - 13h30, 16h15, 19h, 21h40, 00h20; Pecados Íntimos M16. Sala 8 - 13h50, 16h30, 19h10, 21h50; Entre Inimigos M16. Sala 8 - 00h30 Millenium Alvaláxia Estádio José Alvalade, Campo Grande. T. 217549000 O Último Rei da Escócia M16. Sala 1 13h20, 16h20, 19h, 22h, 00h30; Hannibal - A Origem do Mal M16. Sala 2 - 14h, 16h30, 19h10, 21h50, 00h20; O Bom Pastor M12. Sala 3 - 14h10, 17h40, 21h10, 00h30; Cartas de Iwo Jima M16. Sala 4 - 13h10, 16h, 18h50, 21h40, 00h20; Socorro, Conheci os Meus Pais M12. Sala 5 - 21h50, 00h10; Diamante de Sangue M16. Sala 5 - 13h30, 16h10, 19h; Rocky Balboa M12. Sala 6 - 14h30, 16h50, 19h, 21h50, 00h10; Diamante de Sangue M16. Sala 7 - 21h50, 00h35; A Teia da Carlota M6. Sala 7 - 13h30, 16h, 18h30 (V.Port.); Um Trunfo na Manga M16. Sala 8 - 14h40, 17h10, 19h10, 22h, 00h20; Tempos Cruéis M16. Sala 9 - 21h30, 24h; Em Busca da Felicidade M12. Sala 9 - 13h40, 16h30, 18h50; Entre Inimigos M16. Sala 10 - 18h20; Babel M12. Sala 10 - 15h30, 21h30, 00h20; Pecados Íntimos M16. Sala 11 - 13h50, 16h30, 21h40, 00h20; Scoop M12. Sala 11 - 19h10; Happy Feet M4. Sala 12 - 15h10 (V.Port.); O Regresso M16. Sala 12 - 17h30, 19h40, 21h40, 23h50; Tenacious D - Rock dos Infernos M12. Sala 13 - 16h10, 18h30, 21h55; A Profecia Celestina M12. Sala 14 - 16h30, 19h30, 22h10; Zoom M12. Sala 15 - 16h10, 18h30, 21h55; Hollywoodla nd M12. Sala 16 - 16h30, 19h30, 22h10 Quarteto R. Flores de Lima, 16. T. 217971378 Match Point M12. Sala 1 - 19h; Voltar M12. Sala 1 - 16h45, 21h45; Uma Verdade Inconveniente M16. Sala 1 - 14h30; Voo 93 M12. Sala 2 - 14h30, 19h30; Entre Inimigos M16. Sala 2 - 16h45, 21h45; Manual de Amor M12. Sala 3 - 19h15; Não És Tu, Sou Eu M12. Sala 3 14h30, 17h, 22h; As Bandeiras dos Nossos Pais M12. Sala 4 - 19h15, 22h; 10 Dias para Encontrar Um Melhor Amigo Sala 4 14h30, 17h Twin Towers Galerias Twin Towers, R. de Campolide, 351. T. 217249232 O Bom Pastor M12. Sala 1 - 14h45, 18h15, 21h50; Hollywoodland M1 2. Sala 2 - 13h10, 16h, 18h45, 21h40, 00h25; Diamante de Sangue M16. Sala 3 - 13h, 15h50, 18h40, 21h30, 00h20; Rocky Balboa M12. Sala 4 - 13h45, 16h10, 18h30, 22h, 00h30; Babel M12. Sala 5 - 19h, 22h; Scoop M12. Sala 5 - 14h30, 16h45, 01h UCI Cinemas El Corte Inglés, Av. Ant. Aug. Aguiar, 31. T. 707232221 A Rainha M12. Sala 1 - 11h30, 14h20, 16h40, 22h; As Bandeiras dos Nossos Pais M12. Sala 1 - 19h, 00h15; O Último Rei da Escócia M16. Sala 2 - 11h30, 14h, 16h35, 19h10, 21h45, 00h25; A Teia da Carlota M6. Sala 3 - 11h30, 14h15, 16h30, 18h45 (V.Port.); Hollywoodland M12. Sala 3 - 21h20, 24h; Hannibal - A Origem do Mal M16. Sala 4 - 11h30, 14h15, 16h50, 19h25, 21h55, 00h30; Babel M12. Sala 5 - 11h30, 15h15, 18h20, 21h30, 00h25; Um Trunfo na Manga M16. Sala 6 - 11h30, 14h30, 17h, 19h30, 22h, 00h30; Entre Inimigos M16. Sala 7 - 00h10; Em Busca da Felicidade M12. Sala 7 - 11h30, 14h15, 16h45, 19h15, 21h45; Rocky Balboa M12. Sala 8 - 11h30, 14h20, 16h45, 21h50, 00h05; Não És Tu, Sou Eu M12. Sala 8 - 19h20; O Bom Pastor M12. Sala 9 - 11h30, 15h, 18h15, 22h; Scoop M12. Sala 10 - 11h30, 14h25, 16h40, 21h55, 00h10; Bobby M12. Sala 10 - 19h15; Venus M12. Sala 11 - 11h30, 14h30, 16h45, 19h, 21h45, 24h; Cartas de Iwo Jima M16. Sala 12 - 11h30, 15h15, 18h, 21h40, 00h25; Diamante de Sangue M16. Sala 13 - 11h30, 15h30, 18h30, 21h30, 00h30; Pecados Íntimos M16. Sala 14 11h30, 14h, 16h35, 19h10, 21h50, 00h30 Almada Academia Almadense R. Capitão Leitão, 64. T. 212729750 Um Trunfo na Manga M16. Sala 1 - 15h30, 21h30 Lusomundo Almada Fórum Estr. Caminho Municipal, 1011 - Vale de Mourelos. T. 707 CINEMA Um Trunfo na Manga M16. 13h, 15h50, 18h35, 21h30, 00h15; O Bom Pastor M12. Em cartaz As estrelas do Público Jorge Luís M. Mourinha Oliveira Mário J. Torres Vasco Câmara Cartas de Iwo Jima mmmmm mmmmm mmmmm mmmmm Encurralados nnnnn nnnnn nnnnn mmmnn Hannibal-A Origem... nnnnn mnnnn mnnnn nnnnn Livro Negro nnnnn nnnnn mmmmn mmmnn O Bom Pastor mmmnn nnnnn nnnnn nnnnn O Grande Silêncio mmmnn mmnnn nnnnn mmnnn O Último Rei da Escócia mm nn mnnnn m nnn mnnnn Pecados Íntimos mmm n mmmnn mmmnn mmmnn Um Trunfo na Manga mmmnn nnnnn nnnnn nnnnn Venus nnnnn nnnnn a nnnnn a Mau m Medíocre mm Razoável mmm Bom mmmm Muito Bom mmmmm Excelente 13h10, 17h, 21h, 00h20; Livro Negro M16. 13h, 16h30, 21h, 00h10; Hannibal - A Origem do Mal M16. 12h50, 15h40, 18h25, 21h10, 23h50; O Regresso M16. 17h15, 19h15, 21h50, 23h55; Cartas de Iwo Jima M16. 13h20, 17h30, 21h05, 00h05; Tenacious D - Rock dos Infernos M12. 12h50, 15h10; Rocky Balboa M12. 13h, 15h35, 18h30, 21h20, 23h40; Zoom M12. 12h40, 15h20, 18h45; Socorro, Conheci os Meus Pais M12. 13h30, 15h50, 18h50, 21h35, 23h45; Tempos Cruéis M16. 21h45, 00h20; A Teia da Carlota M6. 11h, 13h15, 15h25, 17h35 (V.Port.); Holl ywoodland M12. 21h25, 24h; Pecados Íntimos M16. 13h25, 17h40, 21h25, 00h05; O Escolhido M16. 15h45, 21h40; Em Busca da Felicidade M12. 12h55, 16h, 18h55, 21h35, 00h15; Artur e os Minimeus M4. 11h (V.Port.); Babel M12. 12h45, 18h20, 00h10; Diamante de Sangue M16. 13h05, 17h15, 21h10, 00h05 Barreiro Feira Nova Barreiro Hipermercado Feira Nova. T. 212060020 O Bom Pastor M12. Sala 1 - 14h, 16h30, 19h, 21h30; Apocalypto M16. Sala 2 - 21h45; A Teia da Carlota M6. Sala 2 - 14h15, 16h45, 19h15 (V.Port.); O Regresso M16. Sala 3 - 14h15, 16h45, 19h15, 21h45; Apocalypto M16. Sala 4 - 14h, 19h; Rocky Balboa M12. Sala 4 - 16h30, 21h30 Cascais Castello Lopes-Cascais Villa Cascais Villa, Av. Marginal. T. 707220220 O Último Rei da Escócia M16. Sala 1 - 13h20, 15h50, 18h40, 21h30; Rocky Balboa M12. Sala 2 - 21h40; A Teia da Carlota M6. Sala 2 - 13h, 15h20, 18h; Hannibal - A Origem do Mal M16. Sala 3 - 13h10, 16h, 18h30, 21h25; Diamante de Sangue M16. Sala 4 - 12h40, 15h30, 18h20, 21h20; O Bom Pastor M12. Sala 5 - 12h50, 16h30, 21h10 Lusomundo Cascais Shopping CascaiShopping-EN 9, Alcabideche. T. 707 CINEMA Um Trunfo na Manga M16. 13h10, 16h, 18h30, 21h20, 23h50; O Bom Pastor M12. 12h45, 17h, 21h, 00h25; Livro Negro M16. 13h, 15h50, 18h40, 21h30, 00h20; Hannibal - A Origem do Mal M16. 12h55, 15h40, 18h20, 21h35, 00h15; A Teia da Carlota M6. 11h, 13h30, 16h20, 18h50 (V.Port.); Cartas de Iwo Jima M16. 12h30, 15h20, 18h10, 21h10, 24h; Artur e os Minimeus M4. 10h45 (V.Port.); Babel M12. 21h05, 23h55; Diamante de Sangue M16. 13h20, 17h40, 21h15, 00h05 Caldas da Rainha Delta C.C.R. Montras - R. Almirante Cândido Reis. T. 262880209 Caos M12. Delta 1 - 15h15, 17h30, 21h30; Saw III - O Legado M18. Delta 2 - 15h15, 17h30, 21h30 Carcavelos Atlântida-Cine R. Dr. Manuel Arriaga. T. 214565653 O Bom Pastor M12. Sala 1 - 15h30, 18h30, 21h30; A Rainha M12. Sala 2 - 15h45, 18h30, 21h45 Sintra Cinema City Beloura Beloura Shopping, Est. Nac. nº 9 Quinta da Beloura. T. 219247643 O Bom Pastor M12. Cinemax - 12h, 15h20, 18h40, 21h10; Um Trunfo na Manga M16. Sala 1 - 13h50, 16h05, 18h15, 21h30, 23h40; Diamante de Sangue M16. Sala 2 - 21h20, 00h15; A Teia da Carlota M6. Sala 2 - 11h35, 13h40, 15h50, 17h55 (V.Port.); Happy Feet M4. Sala 3 - 11h30, 13h45 (V.Port.); Cartas de Iwo Jima M16. Sala 3 - 16h, 18h45, 21h25, 00h10; Socorro, Conheci os Meus Pais M12. Sala 4 - 15h55, 17h50, 19h45, 23h35; A Rainha M12. Sala 4 - 13h55, 21h35; Artur e os Minimeus M4. Sala 5 - 11h45, 16h15; Em Busca da Felicidade M12. Sala 5 - 14h, 18h30, 21h45, 24h; À Noite, No Museu M6. Sala 6 15h30; Rocky Balboa M12. Sala 6 - 13h30, 18h05, 20h05, 22h05, 00h05; Scoop M12. Sala 7 - 18h55; Hannibal - A Origem do Mal M16. Sala 7 - 14h10, 16h30, 21h55, 00h20 Recomendações PÚBLICO/OPTIMUS As Bandeiras dos Nossos Pais De Clint Eastwood. Com Ryan Phillippe, Jesse Bradford, Adam Beach. EUA. 2006. 132m. Dra, Gue. M12. Fevereiro, 1945. A guerra na Europa estava ganha, mas no Pacífico continuava acesa. Uma das mais sangrentas batalhas foi a luta pela ilha de Iwo Jima, traduzida por uma das mais icónicas imagens da História: o momento em que cinco marines erguem a bandeira dos EUA no monte Suribachi. Esta é a história desses soldados. Cartas de Iwo Jima De Clint Eastwood. Com Ken Watanabe, Kazunari Ninomiya, Tsuyoshi Ihara. EUA. 2006. 141m. Dra, His, Gue. M16. Lado B do díptico de Clint Eastwood sobre a batalha de Iwo Jima. Enquanto As Bandeiras dos Nossos Pais partia da icónica imagem em que cinco marines erguem a bandeira dos EUA no Monte Suribachi, As Cartas de Iwo Jima mergulha no lado dos soldados japoneses. Décadas depois da batalha, são desenterradas no local várias centenas de cartas que revelam facetas desconhecidas dos soldados que aí perderam a vida. Rocky Balboa De Sylvester Stallone. Com Sylvester Stallone, Burt Young, Antonio Tarver. EUA. 2006. 102m. Dra, Acç. M12. Escrito, realizado e interpretado por Sylvester Stallone, é a história do regresso ao ringue para um último round do mítico Rocky Balboa. Rocky regressa ao ringue depois de um combate virtual que passa numa televisão o dar como vencedor num combate com o campeão actual Mason The Line Dixon. Scoop De Woody Allen. Com Hugh Jackman, Scarlett Johansson, Geoff Bell. EUA/GB. 2006. 96m. Com, Pol. M12. Sondra é uma jovem novaiorquina que descobre novas pistas sobre uma série de crimes. A investigação vai conduzi-la ao atraente homem de negócios Peter Lyman, que a seduz com o seu misterioso charme. Mas será este romance o mais perigoso “furo” da sua vida? PUB Veja que filmes estão em exibição nas salas mais perto de si, no OPTIMUS ZONE P2 • Domingo 25 Fevereiro 2007 • 21 Loures Castello Lopes-Loureshopping Loureshopping. T. 707220220 Hannibal - A Origem do Mal M16. Sala 1 - 12h50, 15h20, 18h, 21h10, 23h40; Rocky Balboa M12. Sala 2 - 13h05, 15h10, 18h20, 21h50, 24h; Diamante de Sangue M16. Sala 3 - 13h, 15h50, 18h40, 21h30, 00h15; A Teia da Carlota M6. Sala 4 - 13h40, 16h, 18h50 (V.Port.); O Bom Pastor M12. Sala 4 23h50; Em Busca da Felicidade M12. Sala 4 - 21h; Um Trunfo na Manga M16. Sala 5 - 13h20, 15h30, 18h10, 21h40, 00h20; O Bom Pastor M12. Sala 6 - 13h30, 17h, 21h20; Em Busca da Felicidade M12. Sala 6 - 00h30; Babel M12. Sala 7 - 15h40, 18h30, 21h15, 00h10; Hollywoodland M12. Sala 7 - 13h10 Em estreia Recomendações PÚBLICO/OPTIMUS Um Trunfo na Manga Montijo Cine-Estúdio Parque C. C. Parque, Av. 25 de Abril, 27. T. 212316023 As Bandeiras dos Nossos Pais M12. Sala 1 - 15h, 18h, 21h30 Lusomundo Fórum Montijo Fórum Montijo. T. 707 CINEMA Hannibal - A Origem do Mal M16. 13h, 15h30, 18h20, 21h30, 24h; Um Trunfo na Manga M16. 13h20, 16h10, 18h40, 21h50, 00h10; O Bom Pastor M12. 13h50, 17h20, 21h, 00h20; Babel M12. 21h10, 00h05; Rocky Balboa M12. 18h10, 21h40, 23h50; Diamante de Sangue M16. 12h40, 15h40, 18h30, 21h20, 00h15; A Teia da Carlota M6. 11h, 13h30, 15h50, 18h (V.Port.); Zoom M12. 13h40, 16h Odivelas Lusomundo Odivelas Parque C. C. Odivelasparque. T. 707 CINEMA Hannibal - A Origem do Mal M16. 13h15, 15h45, 18h30, 21h40; Um Trunfo na Manga M16. 13h30, 15h50, 18h15, 21h15; O Bom Pastor M12. 14h30, 17h50, 21h10; Rocky Balboa M12. 12h50, 15h30, 18h, 21h; O Regresso M16. 13h10, 18h20; Artur e os Minimeus M4. 10h45 (V.Port.); Babel M12. 15h, 20h50; Diamante de Sangue M16. 15h10, 18h10, 21h05; Em Busca da Felicidade M12. 12h55, 15h35, 21h30 Oeiras Cinema Palmeiras C. C. Palmeiras. Scoop M12. Sala 1 - 15h15, 21h30; Assalto e Intromissão M12. Sala 1 - 18h15; Por Água Abaixo M4. Sala 2 - 14h (V.Port.); Não És Tu, Sou Eu M12. Sala 2 - 15h30, 18h30, 21h45 Lusomundo Oeiras Parque C. C. Oeirashopping. T. 707 CINEMA Hannibal - A Origem do Mal M16. 13h, 15h30, 18h, 21h40, 00h10; Um Trunfo na Manga M16. 13h20, 16h, 18h40, 21h30, 24h; O Bom Pastor M12. 13h45, 17h15, 21h, 00h15; O Regresso M16. 19h20, 21h50, 23h50; Zoom M12. 12h50, 15h, 17h; Cartas de Iwo Jima M16. 14h, 17h30, 21h10, 00h25; Pecados Íntimos M16. 13h10, 15h50, 18h30; Happy Feet M4. 11h (V.Port.); Rocky Balboa M12. 21h15, 23h40; Diamante de Sangue M16. 13h30, 16h30, 21h20, 00h20 Miraflores Lusomundo Dolce Vita Miraflores C. C. Dolce Vita - Av. das Túlipas. T. 707 CINEMA Assalto e Intromissão M12. 15h, 18h, 21h; Rocky Balboa M12. 21h30; A Teia da Carlota M6. 11h, 15h, 17h10, 19h20 (V.Port.); Um Trunfo na Manga M16. 15h20, 18h20, 21h20; Hollywoodland M12. 15h10, 18h10, 21h10 Pombal Pombalcine Pombal Shopping, R. Sta Luzia. T. 236218801 As Bandeiras dos Nossos Pais M12. Sala 1 - 15h, 17h30, 21h Lagos LagoShopping R. Cândido dos Reis. T. 282762940 Babel M12. Sala 1 - 16h, 21h30; Rocky Balboa M12. Sala 2 - 16h15, 21h45 Praia da Luz Cine-Estúdio Praia da Luz Praia da Luz. T. 282789202 O Terceiro Passo M12. Sala 1 - 21h30 Half Nelson – Encurralados De Ryan Fleck. Com Ryan Gosling, Shareeka Epps, Anthony Mackie. EUA. 2006. 106m. Dra. M16. Dan Dunne é um jovem professor que a cada dia que passa vê os seus ideais desvanecerem-se perante a realidade. Todos os dias tenta motivar os seus alunos, mas, apesar de brilhante na sala de aula, Dan passa o resto do tempo quase inconsciente, devido à dependência das drogas. No entanto, um dia é descoberto por uma aluna e daí nasce uma amizade cúmplice. Medeia – King. Lições de Condução De Jeremy Brock. Com Julie Walters, Rupert Grint, Laura Linney. GB. 2006. 98m. ComDra. M12. Ben é um jovem que vive esmagado pelo conservadorismo dos pais: uma mãe demasiado autoritária e um pai vigário. Enquanto os outros miúdos se divertem, Ben passa as férias a frequentar aulas de catequese, aulas de condução com a mãe e a ajudar num lar de terceira idade. Mas um trabalho como motorista de uma actriz irreverente e extravagante vai revolucionar a sua vida. Lusomundo Amoreiras, Lusomundo Vasco da Gama. Livro Negro De Paul Verhoeven. Com Carice van Houten, Sebastian Koch, Thom Hoffman. GB. 2006. 145m. Thr, Gue. M16. Nos últimos anos da Segunda Guerra Mundial, Rachel Stein, uma bela cantora, refugia-se na província holandesa. Outrora popular e rica, Rachel vive agora na Rinchoa Fitares Shopping Estr. Marquês de Pombal. T. 219172901 Artur e os Minimeus M4. Sala 1 - 11h, 14h constante ameaça de ser apanhada pela Gestapo. Rachel acaba por se juntar à Resistência holandesa e infiltrar-se nos serviços alemães. Lusomundo Almada Fórum, Lusomundo Cascais Shopping, Lusomundo Colombo, Medeia Saldanha Residence. O Bom Pastor De Robert de Niro. Com Matt Damon, Angelina Jolie, Alec Baldwin. EUA. 2006. 167m. Dra, Thr, Rom. M12. Realizado por Robert de Niro, é a história do nascimento de uma das mais famosas e influentes agências de espionagem: a CIA – Agência Central de Informação. Uma história sobre o valor do segredo e do empenho e sobre um homem que sacrificaria tudo pelo seu país. Atlântida-Cine, Castello Lopes - Rio Sul Shopping, Castello Lopes - Rio Sul Shopping, Castello Lopes-Cascais Villa, Castello Lopes-Guia, Castello Lopes-Jumbo Setúbal, Castello LopesLoureshopping, Castello LopesLoureshopping, Castello Lopes-Mem Martins, Castello Lopes-Portimão, Castello Lopes-Santarém, Cinema City Beloura, Feira Nova Barreiro, Londres, Lusomundo Almada Fórum, Lusomundo Amoreiras, Lusomundo Cascais Shopping, Lusomundo Colombo, Lusomundo Fórum Montijo, Lusomundo Odivelas Parque, Lusomundo Oeiras Parque, Lusomundo Vasco da Gama, Medeia - Fonte Nova, Medeia - Monumental, Millenium Alvaláxia, SBC-International Cinemas, SBCInternational Cinemas, Twin Towers, UCI Cinemas. Um Trunfo na Manga De Joe Carnahan. Com Jeremy Piven, Ben Affleck, Jason Bateman. EUA/FRA/GB. 2006. 109m. Dra, Com, Acç. M16. Dois agentes do FBI têm como missão proteger Aces do patrão da Máfia, Primo Sparazza. Aces aceitou testemunhar contra Sparazza, conhecido por ter mandado assassinar mais de 130 pessoas, mas assim que a Máfia se apercebe da traição põe a cabeça de Aces a prémio. Academia Almadense, Castello Lopes - Rio Sul Shopping, Castello Lopes-Guia, Castello Lopes-Jumbo Setúbal, Castello Lopes-Loureshopping, Castello Lopes-Mem Martins, Castello Lopes-Santarém, Cinema City Beloura, Lusomundo Almada Fórum, Lusomundo Cascais Shopping, Lusomundo Colombo, Lusomundo Dolce Vita Miraflores, Lusomundo Fórum Montijo, Lusomundo Odivelas Parque, Lusomundo Oeiras Parque, Lusomundo Olivaishopping, Lusomundo Vasco da Gama, Millenium Alvaláxia, SBCInternational Cinemas, SBCInternational Cinemas, UCI Cinemas. Venus De Roger Michell. Com Peter O’Toole, Leslie Phillips, Beatrice Savoretti. GB. 2006. 95m. Com. M12. Maurice e Ian são dois actores veteranos que, apesar da idade, continuam a representar. Mas as suas rotinas são quebradas com a chegada de Jessie, a sobrinha-neta de Ian, que rapidamente deixa o tio à beira de um ataque de nervos. Mas para Maurice, Jessie é uma lufada de ar fresco. UCI Cinemas. PUB Veja o trailer de Um Trunfo na Manga na área de Cinema do OPTIMUS ZONE (V.Port.); Rocky Balboa M12. Sala 1 - 16h30, 19h, 21h30; Caos M12. Sala 2 - 21h45; A Teia da Carlota M6. Sala 2 - 11h, 14h15, 16h45, 19h15 Torres Vedras Teatro-Cine de Torres Vedras Av. Tenente Valadim, 19. T. 261338131 Borat: Aprender Cultura da America para Fazer Benefício Glorioso à Nação do Cazaquistão M12. Sala 1 - 16h, 21h30 - 10h50 (V.Port.); O Último Rei da Escócia M16. Sala 1 - 13h10, 15h50, 18h30, 21h15, 00h30; Scoop M12. Sala 2 - 17h05, 21h40, 23h50; Zoom M12. Sala 2 - 11h50, 14h; À Noite, no Museu M6. Sala 3 - 13h15; Hannibal - A Origem do Mal M16. Sala 3 - 15h55, 18h35, 21h20, 24h; Happy Feet M4. Sala 4 - 11h20 (V.Port.); Um Trunfo na Manga M16. Sala 4 - 13h50, 16h25, 18h55, 21h25; O Bom Pastor M12. Sala 4 - 23h55; Um Trunfo na Manga M16. Sala 5 - 00h25; O Bom Pastor M12. Sala 5 - 14h10, 17h35, 21h; Em Busca da Felicidade M12. Sala 6 - 13h20, 16h, 18h40, 21h30, 00h20; A Teia da Carlota M6. Sala 7 - 10h10, 12h25, 14h45, 17h, 19h20 (V.Port.); O Regresso M16. Sala 7 - 22h, 00h05; Tempos Cruéis M16. Sala 8 - 00h10; Rocky Balboa M12. Sala 8 - 12h20, 14h40, 17h10, 19h30, 21h50; Por Água Abaixo M4. Sala 9 - 11h (V.Port.); Diamante de Sangue M16. Sala 9 - 15h, 18h05, 21h10, 00h15 Santarém Castello Lopes-Santarém R. Pedro Santarém, 29. T. 707220220 Socorro, Conheci os Meus Pais M12. Sala 1 - 13h10, 16h, 18h40, 21h30; Diamante de Sangue M16. Sala 2 - 13h, 15h50, 18h30, 21h20; O Bom Pastor M12. Sala 3 - 13h50, 17h10, 21h10; Hannibal - A Origem do Mal M16. Sala 4 - 13h20, 16h10, 18h50, 21h40; Rocky Balboa M12. Sala 5 - 21h20; A Teia da Carlota M6. Sala 5 - 13h40, 16h30, 19h (V.Port.); Um Trunfo na Manga M16. Sala 6 - 13h30, 16h20, 18h50, 21h40 Setúbal Auditório Charlot Av. Dr. António Manuel Gamito, 11. T. 265522446 Scoop M12. Sala 1 - 16h, 21h30 Castello Lopes-Jumbo Setúbal C. C. Pão de Açucar-Jumbo. T. 707220220 O Bom Pastor M12. Sala 1 - 13h50, 17h10, 21h10; Hannibal - A Origem do Mal M16. Sala 2 - 14h, 16h30, 19h, 21h30; Um Trunfo na Manga M16. Sala 3 - 13h50, 16h20, 18h50, 21h20; Rocky Balboa M12. Sala 4 - 21h40; A Teia da Carlota M6. Sala 4 13h40, 16h, 18h20 (V.Port.) Évora Lusomundo Alfas R. Eborim, 18/20 - C.C. Eborim. T. 707 CINEMA Babel M12. 15h30, 18h30, 21h30; Assalto e Intromissão M12. 15h45, 18h45, 21h45 Faro SBC-International Cinemas C. C. Fórum Algarve. T. 289887212 Artur e os Minimeus M4. Sala 1 Portimão Castello Lopes-Portimão C. C. Modelo-Qt. Malata. T. 707220220 O Bom Pastor M12. Sala 1 - 13h40, 17h, 21h20; Hannibal - A Origem do Mal M16. Sala 2 - 13h45, 16h20, 18h50, 21h30; Contado Ninguém Acredita M12. Sala 3 - 21h25; A Teia da Carlota M6. Sala 3 - 13h50, 16h25, 18h45 (V.Port.); O Regresso M16. Sala 4 - 13h35, 16h10, 19h05, 21h50; Diamante de Sangue M16. Sala 5 - 13h30, 16h15, 19h, 21h45; Babel M12. Sala 6 - 13h30, 16h15, 18h55, 21h40 Vilamoura Lusomundo Vilamouracine Lg. das Estrelas . T. 707 CINEMA Apocalypto M16. 15h30, 18h30, 21h30 Teatro Lisboa A Barraca - Teatro Cinearte Lg Santos, 2. T. 213965360 Felizmente Há Luar! Enc. Helder Costa. Com Maria do Céu Guerra, João D’Ávila, André Nunes, Luis Thomar, Patrícia Adão Marques, Pedro Borges, Ruben Garcia, Sérgio Moras, Sérgio Moura Afonso, Susana Costa. Qua. 21h30. Dom. 17h. O Conto da Ilha Desconhecida Enc. Rita Lello. Com Pedro Borges, Rita Lello, Sérgio Moras, Susana Costa. Até 25/3. Sáb. e feriados 15h. Dom. 11h30. M/4. Disponível para escolas. Auditório Carlos Paredes Av. Gomes Pereira, 17 - Junta de Freguesia de Benfica . T. 217141823 Mistério no Sótão Grupo: Associação Cultural e Teatral - Reflexo. Até 25/2. Ter, sáb. e dom. 16h. Dos 4 aos 12 anos. Casa d’Os Dias da Água R. D. Estefânia, 175. T. 213140352 Kizomba Com Cláudia Jardim, Lúcia Sigalho, Victor Gonçalves. Até 25/2. Qui. a dom. 22h. Casa do Artista - Teatro Armando Cortez Est. Pontinha, 7. T. 217110891 A Flauta Mágica Enc. Fernando Gomes. Ter. a qui. 11h e 15h. Sex. 10h e 15h. Sáb, dom. e feriados 15h. Reservas: 217154057. M/6. Centro Cultural de Belém Pç. Império. T. 213612444 Ella Enc. Fernando Mora Ramos. Com Clara Joana, Fernando Mora Ramos. Até 25/2. Sex. e sáb. 21h. Dom. 16h. Centro Cultural Franciscano Lg. Luz, 11. A Lua de Joana Enc. Rita Alagão. Com Mara Lúcia Galinha, Filipa Oliveira, Rui Simões. Até 31/3. Sáb. 21h30. Dom. 15h. Chapitô R. Costa do Castelo, 1/7. T. 218855550 A Aldeia das 4 Casas Comp. do Chapitô. Enc. Gina Tocchetto. Sáb. e dom. 16h. Medeia Enc. John Mowat. Com Leonor Keil, Jorge Cruz, José Carlos Garcia, Marta Cerqueira. Até 25/2. Qui. a dom. 22h. Coliseu dos Recreios R. Portas St. Antão, 96. T. 213240580 O Mistério do Planeta Negro Grupo: A Família Galaró. Enc. Paulo Ferreira. Até 25/2. Dom. 11h e 15h30. Rua de Caetano Palha, 37, r/c estufa (21 de junho de 2006 - 19 de outubro de 2006) De Maria Duarte, Gonçalo Ferreira de Almeida, André Maranha, João Rodrigues, Helena Tavares. Até 9/3. Todos os dias 20h às 21h/22h às 23h. Trabalho de teatro. Teatro Aberto Pç. Espanha . T. 213880089 O Rapaz dos Desenhos Enc. João Lourenço. Com Luís Alberto, Pedro Granger, Rui Mendes. Até 18/3. Qua. a sáb. 21h30. Dom. 16h. Teatro da Comuna Pç. Espanha. T. 217221770 O Misantropo Enc. Álvaro Correia. Com Álvaro Correia, João Tempera, Miguel Sermão, Lucinda Loureiro, Rogério Vieira, Sara Cipriano, Sandra Faleiro, Victor Soares. Qua. a sáb. 21h30. Dom. 16h. Teatro da Politécnica R. Escola Politécnica, 56. Prantos Grupo: ACTA. Enc. Luís Vicente. Com Elisabete Martins, Sónia Litlle B. Cabrita (percussão). Até 25/2. Dom. 21h30. Teatro da Trindade Largo da Trindade, 7 A. T. 213420000 Macbeth Enc. Bruno Bravo. Com Anabela Brígida, António Rama, Bruno Simões, Cristina Carvalhal, Diogo Dória, João Lagarto, Sérgio Praia, Valerie Braddell. Até 15/3. Qua. a sáb. 21h30. Dom. 16h (para escolas nos dias 8 e 22/2 e 8/3, mediante marcação). Na Sala Principal. Teatro Maria Vitória Av. Liberdade - Parque Mayer. T. 213461740 Já Viram Isto? Enc. Francisco Nicholson. Com Maria João Abreu, José Raposo, Alice Pires, Paulo Vasco, Fátima Severino, Bruno Mendes, Paula Sá, Melânia Gomes, Octávio Matos. Qui. e sex. 21h30. Sáb. e dom. 16h e 21h30. Teatro Mundial R. Martens Ferrão, 12-A. T. 213574089 Amor à Prova Enc. Rui Sérgio. Com Dina Félix da Costa, Hugo Sequeira, João Maria Pinto, Paula Neves. Até 1/4. Qua. a sáb. 21h30. Dom. 16h. Animais de Palco Enc. Almeno Gonçalves. Até 28/2. Sáb. 15h. Dom. 11h. O Beijo da Mulher Aranha Enc. Almeno Gonçalves. Com Pedro Giestas, Luís Lourenço, Orlando Costa (filme). Até 31/3. Qua. a sáb. 21h30. Dom. 16h. Na Sala 2. M/16. Teatro Nacional D. Maria II Pç. D. Pedro IV. T. 213250835 Amor de Perdição Enc. Ricardo Moura, Vera Paz. Até 17/3. Qui. a sáb. 24h. Dom. 19h45. No átrio. Contos de Shakespeare Enc. Claudio Hochman. Com Catarina Guerreiro, Fernanda Paulo, Joana de Carvalho, Luís Godinho. Até 1/4. Sáb. 16h. Dom. 11h. Qua. a sex. (para escolas, mediante marcação). Na Sala Estúdio. Frozen - Presos no Gelo Enc. Marcia Haufrecht. Com Lídia Franco, Suzana Borges, Bruno Schiappa, João Pinto Nogueira. Até 4/3. Ter. a sáb. 21h45. Dom. 16h15. Na Sala Estúdio. Pequenos Crimes Conjugais Enc. José Fonseca e Costa. Com Margarida Marinho, Paulo Pires. Até 1/4. Ter. a sáb. 21h30. Dom. 16h30. No Salão Nobre. Teatro Politeama R. Portas de Santo Antão, 109. T. 213245500 Música no Coração Enc. Filipe La Féria. Com Lúcia Moniz, Anabela, Carlos Quintas, Helena Vieira, Lia Altavilla, Joel Branco. Ter. a sex. 21h30. Sáb. 17h, 21h30. Dom. 17h. M/6. O Principezinho Enc. Filipe La Féria. Com Hugo Rendas, Martin Penedo e Ruben Silva, entre outros. Seg. PEDRO CUNHA 22 • P2 • Domingo 25 Fevereiro 2007 Souza-Cardoso, Francis Smith, Eduardo Viana, entre outros. Ter. a dom. 13h às 18h. Pintura, escultura. Exposição permanente. Almada Casa da Cerca - Centro de Arte Contemporânea R. Cerca, 2 / Pç. Camões. T. 212724950 1950 - 2000, 50 Anos de Arquitectura e Urbanismo em Portugal através da Obra de Francisco da Silva Dias Até 25/2. Ter. a sex. 10h às 18h. Sáb. e dom. 13h às 18h. Arquitectura. Évora Macbeth a sex. 11h e 15h (para escolas, mediante marcação). Sáb, dom. e feriados 15h. M/6. Teatro Tivoli Av. Liberdade, 182. T. 213572025 Tangos & Tragédias Grupo: Teatro Brasileiro. Com Hique Gomez, Nico Nicolaiewsky. Até 25/2. Qua. a dom. 21h30. Humor de Culto. Teatro Villaret Av. Fontes Pereira de Melo, 30-A. T. 213538586 2 Amores Enc. António Feio, Sónia Aragão. Com António Feio, António Machado, Cláudia Cadima, João Didelet, Joaquim Guerreiro, José Pedro Gomes, Martinho Silva, Maria Henrique. Ter. a sáb. 21h30. Dom. 16h30. Teatro-Estúdio Mário Viegas/ Companhia Teatral do Chiado Lg. Picadeiro, 40. T. 213257652 As Obras Completas de William Shakespeare em 97 minutos Comp. Teatral do Chiado. Enc. Juvenal Garcês. Até 2/4. Seg, ter. e dom. 21h. Filipe Crawford. Dia 25/2 às 19h. Sintra Casa de Teatro R. Veiga da Cunha, 20. T. 219233719 Renaissance Enc. Nuno Vicente. Até 18/3. Sex. a dom. 22h. Quinta da Regaleira Rua Barbosa du Bocage - Quinta da Regaleira . T. 219106650 A Ronda das Fadas Enc. Rui Mário. Com Ana Penitência, Rute Lizardo, Samuel Saraiva. Até 25/3. Sáb. 16h. Dom. 11h30. M/4. Espectáculo disponível para escolas mediante marcação. Arte Lisboa Almada Teatro Municipal de Almada Av. Professor Egas Moniz. T. 212739360 A Apologia de Sócrates Grupo: ABC. Enc. Rogério de Carvalho. Com Laurinda Chiungue, Miguel Eloy, Miguel Sopas. Até 25/2. Qua. a sáb. 21h30. Dom. 16h. Na Sala Experimental. Alice no País das Maravilhas Grupo: A Menina dos Meus Olhos – Associação Cultural. Enc. Ângela Ribeiro. Dia 25/2 às 17h. M/6. XI Mostra de Teatro de Almada. Espectáculo de marionetas. Cacilhas Casa Municipal da Juventude - Ponto de Encontro R. Trindade Coelho, 3 . T. 212748210 Onde É Que Me Deixei Grupo: Teatro e Teatro – Associação Cultural. Até 25/2. Dom. 21h30. M/16. XI Mostra de Teatro de Almada. Évora Teatro Garcia de Resende Pç. Joaquim António de Aguiar. T. 266703112 Arlequim, Servidor de Dois Amos Comp.: FC Produções Teatrais. Enc. Centro Cultural de Belém Pç. Império. T. 213612444 BES Photo 2006 De Vasco Araújo, Augusto Alves da Silva, Susanne Themlitz, Daniel Blaufuks. Até 18/3. Ter. a dom. 10h às 19h (última entrada às 18h15). Fotografia. Candida Höfer Até 25/2. Ter. a dom. 10h às 19h (última entrada 18h15). Fotografia. Fantasmas De Nuno Cera. Até 25/2. Ter. a dom. 10h às 19h (última entrada às 18h15). Filme, vídeo, fotografia e desenho. Gonçalo Byrne, Geografias Vivas Até 25/2. Ter. a dom. 10h às 19h (última entrada 18h15). Arquitectura. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão R. Dr. Nicolau Bettencourt . T. 217823483 A Fundação Até 29/4. Ter. a dom. 10h às 18h (última entrada 17h45). A Partir da Colecção De Rui Chafes, entre outros. Até 29/4. Ter. a dom. 10h às 18h (última entrada 17h45). Convocação I e II (modo menor e modo maior) De Fernando Calhau. Até 22/4. Ter. a dom. 10h às 18h. Desenho e gravura. Humor e Ilustração na Colecção do CAMJAP De Cristiano Cruz, António Soares, Jorge Barradas, Amadeo de Sousa Cardoso, entre outros. Até 29/4. Ter. a dom. 10h às 18h. Vanitas Até 25/2. Ter. a dom. 10h às 18h. Culturgest R. Arco do Cego, Ed. CGD. T. 217905155 All Together De Bruno Pacheco. Até 25/3. Seg, qua. a sex. 11h às 19h (última entrada às 18h30). Sáb, dom. e feriados 14h às 20h (última entrada às 19h30). Pintura. Galeria 2. Benjamin Callaway Até 25/3. Seg, qua. a sex. 11h às 19h (última entrada às 18h30). Sáb, dom. e feriados 14h às 20h (última entrada às 19h30). Galeria 1. Fundação Arpad Szenes Vieira da Silva Pç. Amoreiras, 56. T. 213880039 Atelier Simultané 1923-1934 De Sonia Delaunay. Até 25/2. Seg. a sáb. 11h às 19h. Dom. 10h às 18h (encerra 3ª e feriados). Guaches sobre papel. Visitas guiadas: 2ª,4ª,6ª das 10h às 12h (marcação prévia). Fundação e Museu Calouste Gulbenkian Av. Berna, 45A. T. 217823700 Cartier 1899 - 1949. O Percurso de Um Estilo Até 29/4. Ter. a dom. 10h às 18h. Jóias. Ingenuidades - Fotografia e Engenharia 1846 - 2006 Até 29/4. Ter. a dom. 10h às 18h. Paisagens Múltiplas De Cruz Filipe. Até 8/4. Ter. a dom. 10h às 18h. Uma Obra em Foco - Baco de Michael Rysbrack Até 31/7. Ter. a dom. 10h às 18h. Galeria D. Luís Palácio Nacional da Ajuda - Calçada da Ajuda. T. 213614340 O Espectáculo Vai Começar... De Manuel Amado. Até 17/3. Ter. a dom. 12h às 18h30. Pintura. Mosteiro dos Jerónimos Pç. Império. T. 213620034 Um Lugar no Tempo Ter. a dom. 10h às 17h. Documental. Museu do Chiado R. Serpa Pinto, 4. T. 213432148 Columbano Bordalo Pinheiro Até 27/5. Ter. a dom. 10h às 18h. Pintura. Museu Nacional de Arqueologia Pç. Império . T. 213620000 Vasos Gregos em Portugal - Aquém das Colunas de Hércules Até 15/7. Ter. a dom. 10h às 18h. Museu Nacional do Azulejo R. Madre Deus, 4. T. 218100340 Criar e Aprender Ter. 14h às 18h. Qua. a dom. 10h às 18h. Oceanário de Lisboa Esplanada D. Carlos I - Doca dos Olivais. T. 218917002 Bastidores do Oceanário Até 28/2. Todos os dias 10h às 19h (última entrada às 18h). Algés Centro de Arte - Palácio dos Anjos Alameda Hermano Patrone. T. 214408300 Colecção Manuel de Brito De Amadeo de Convento de Santa Clara R. Serpa Pinto. Núcleo Provisório do Museu de Évora Qua. a dom. 10h às 18h. Ter. 14h às 18h. Na igreja. Monte Estoril Museu da Música Portuguesa - Casa Verdades de Faria Av. Sabóia, 1146 - B. T. 214825494 Retratos de Um Compositor, Fernando Lopes-Graça Até 22/3. Ter. a dom. 10h às 13h/14h às 17h. Documental. Sítio da Nazaré Museu Etnográfico e Arqueológico Dr. Joaquim Manso R. D. Fuas Roupinho. T. 262562801 O Chão Que os Dinossauros Pisaram na Nazaré Ter. a dom. 11h às 19h. Exposição semi-permanente. Tomar Núcleo de Arte Contemporânea R. Gil de Avô . Doação José-Augusto França De Almada Negreiros, António Dacosta, José de Guimarães, Eduardo Nery, entre outros. Qua. a dom. 12h às 17h. Dança Lisboa Casino Lisboa Alameda dos Oceanos Lote 1.03.01 - Parque das Nações. T. 218929070 Stomp Até 25/2. Ter. a sex. 22h. Sáb. e dom. 17h e 22h. No Auditório dos Oceanos. Estoril Casino Estoril Pç. José Teodoro dos Santos. T. 214667700 Four: Espírito dos Elementos Ter. a sáb. 20h30 (jantar) e 23h (espectáculo). Dom. 18h. M/12. Monte Gordo Casino de Monte Gordo Av. Infante D. Henrique. T. 281530800 7 Deadly Sins Todos os dias 22h30 (jantar 20h30). Farmácias Lisboa Alcântara- Lisbonense - R. Leão de Oliveira, 2-b Benfica- Benfica - Estrada de Benfica, 678-e Coração de Jesus- Branco - Av. Duque de Loulé, 61-65 LumiarAlameda - Alameda das Linhas de Torres, 201-b Marvila- Santo António - Av. Paulo Vi, Loja 3, 14 Nossa Senhora de Fátima- Leonel Pinheiro - R. D. Filipa de Vilhena, 9-c Nossa Senhora de FátimaBerne - Av. de Berna, 44-a Santa IsabelAlmeida - R. Silva Carvalho, 136 Santoso-Velho- Conde Barão - Calçada Marquês de Abrantes, 36-a São João- São João - R. Morais Soares, 56-c Outras Localidades Agualva-Cacém- São Francisco Xavier - Av. Cidade de Lisboa, 53-a Albufeira- Alves de Sousa - R. 5 de Outubro, 40 Alcobaça- Campeão - R. Alexandre Herculano, 4 Algés- Dias & Saraiva Lda. - R. Major Afonso Pala, 19 Algueirão-Mem Martins- Cristina - Av. Vitorino Nemésio, 14-a Almada- Nuno Alvares - Av. D. Nuno Álvares Pereira, 39-c Amora- Duarte Ramos - R. Bafata - Centro Comercial Belsul, N.º 11 Lj 29 Arrentela- Quinta de São João - Torre da Marinha - Praceta Quinta de São João, Nº 7 Assunção- Moutta - R. da Cadeia, 37 Baixa da Banheira- Nova Fátima - Estrada Nacional, 244-a BarreiroCentral - Av. Alfredo da Silva, 48-b Beja (São João Baptista)- Silveira Suc. - R. de Mértola, 21 Buraca- Gaspar Pote Estrada do Zambujal, 76-a Caldas da Rainha (N Senhora do- Central - Praça da República, 15-16 Carcavelos- Central - R. 5 de Outubro, 25 Carnaxide- Mota Capitão - Av. Edmundo Lima Bastos, 19b/c Cascais- Cascais - R. Conde de Monte Real, Charneca de Caparica- Central - Av. Elias Garcia, 986-d Corroios- Biotifar - R. José Carlos Ary dos Santos, 2-a Cova da Piedade- Ramalhinho - R. Dr. Alberto Araujo, 19-a EntroncamentoCarlos Pereira Lucas - R. Almirante Reis, 32 Faro (Sé)- Alexandre - R. Ivens, 31 Feijó- Feijó - R. Isidoro Ferreira, 7 Lagos (São Sebastião)- Neves - R. da Porta Pequena, 3 Leiria- Av. de Leiria Lda. - Av. Heróis de Angola, 63 Lindaa-Velha- Pinto - R. Antero Quental, 9 Loures- Pinheirense - R. Combatentes Do Ultramar, 41 Massamá- O Neill Pedrosa - R. Casal Olival - Lote A 3, Loja D E E Moita- Parque - R. Alexandre Sequeira, 22-b Moscavide- Pedro Gomes - R. 25 de Abril, Lte 13 Nossa Senhora do BispoCentral - R. 5 de Outubro, 69 OdivelasCodivel - Praceta João de Lemos, Nº 1, Oeiras E São Julião da Barra- Central - R. Conde Ferreira, 29 Paço De Arcos- Seixas Martins - Av. Patrão Joaquim Lopes, 4 Parede- Macau - R. José Elias Garcia, 42 Peniche (São Pedro)- Central - R. José Estevão, 16 R/ch Pombal- Paiva - Lg. do Cardal, 44 Pontinha- Leitão Ribeiro - Av. 25 De Abril, 23-a Portimão- Amparo - Qta do Amparo, Lote- 30 Póvoa De Santa Iria- Madragoa - Urbanização Quinta da Piedade, Fase 2, Lt 39, Lj A Queluz- Gil - Av. Dr. Miguel Bombarda, 28 Quinta do Conde- Quinta do Conde - Av. dos Aliados, Lte 1021 - Boa-água, 1 Reboleira- Heleno - Av. Manuel Alpedrinha, Lote 7 Rossio ao sul do Tejo- Santos - Av. Dr. António A. da Silva Martins, 569 Santa Maria dos Olivais- Nova - R. António Antunes Silva, 6 Santarém (São Nicolau)- Verissimo - R. Capelo Ivens, 74 São Brás- Carlos - R. Sebastião da Gama, Loja 28-b Sé- Esteves Abreu Lda. - R. do Comércio, 75 Senhora da Saúde- Branco - R. Dr. António José de Almeida, 9 Setúbal (Santa Maria da Graça)- Costa - Lg. Da Misericórdia, 4850 Setúbal (São Sebastião)- Rodrigues Ferreira - Praça D. Olga Morais Sarmento, 14 Sintra (São Martinho)- Misericórdia Lg. Gregório Almeida, 2 Sobreda- Vale de Figueira - R. General Humberto Delgado, 111-e Tavira (Santiago)- Maria Aboim - R. Liberdade, 65 Torres Novas (São Pedro)Nicolau - R. 25 de Abril, 7 Torres Vedras (São Pedro E San- Santa Cruz - R. Santos Bernardes, 17 Vendas Novas- Nova - Av. General Craveiro Lopes, 25-a Vila Franca de Xira- César - Praça Afonso de Albuquerque, 7-9 Até Às 22h Afonsoeiro- Borges da Cruz - Estrada Nacional 5, 346 Lj.3 Alenquer (Triana)Catarino - Av. 25 de Abril, 56 Alverca do Ribatejo- Raposo - R. Ivone Silva, Nº 1 Arraiolos- Misericórdia - R. Alexandre Herculano, 31 BarcarenaAlbergaria - R. Guerra Junqueiro, Lt. 11lj. A Camarate- Batalha - R. Avelino Salgado de Oliveira, 6 Coruche- Frazão - R. Direita, 64 Estremoz (Santo André)- Godinho - Pça Luís de Camões, 39 Fanhões- Valente - R. Francisco M. Germano, 14 Grândola- Moderna - R. D. Nuno Álvares Pereira, 35 Loulé (São Clemente)- Av. - Av. José C. Mealha, 109a Marinha Grande- Guardiano - Pta Luís de Camões, 1 Nazaré- Sousa - R. Mouzinho Albuquerque, 22 Olhão- Brito - Av. da República, 38-40 Paço de ArcosLaveiras - R. de Milão - Bairro da Pedreira Italiana, Loja 3 Portela- Nova da Portela - R. Mouzinho de Albuquerque, Lt.204,lj.a Porto Salvo- Ferreira Bastos - R. Firmino Rebelo, 8-b R/c Póvoa de Santo AdriãoCipriano - R. Dr. Mário Sacramento, 9, Cv Prior Velho- Matos - R. de Moçambique, Nº 2-a Queijas- Costa Pinto - Estrada das Várzeas, Nº 15 Loja D Reguengos de Monsaraz- Martins - R. General Roçadas, 1 Sacavém- Soares - R. Auta da Palma Carlos, 15 Santiago do Cacém- Corte Real - R. Dr. Manuel António Costa, 16 Santo António dos Cavaleiros- Faria - Av. Luís de Camões - Cidade Nova, 5-d São Brás de Alportel- Dias Neves - Lg. de São Sebastião, 1-2 Vila Viçosa (São Bartolomeu)- Monte - R. Dr. António José de Almeida, 19 Tempo para hoje Su Doku Problema 657 Dificuldade: fácil 25.02.07 Solução do problema 655 Soluções, dicas e programa de computador em www.sudoku.com Problema 658 Dificuldade: difícil Problema 6176 Horizontais: 1 Bolo pequeno, doce ou salgado, geralmente servido com manteiga ou compota. Que ou aquele que faz versos. 2 Animais que pertencem a vários donos. Fui além de. 3 Deu a volta. Centímetro (abrev.). 4 Repetir. A pessoa ou as pessoas que. 5 Partícula apassivante que indica que um verbo está na voz passiva. Designativo de um dentre dois indivíduos ou dois objectos próximos da pessoa que fala. 6 Prestar para. Variedade de pêssego do fim do Verão (regional). 7 Neste momento. Contracção de “em” com “a”. Preposição que designa posse. 8 Espécie de rã que vive Realizadores defendem que RTP fazia melhores imagens nos anos 60 Pág. 9 sobre as árvores, arbustos, etc. Filamento. 9 Instalação onde oficiais e sargentos tomam refeições e podem dispor de alojamentos. Palhas que ficam na joeira depois de se joeirarem os cereais. 10 Peneira de seda. Dez vezes cem. 11 Mergulhado em líquido. Escavação para esgoto ou canalização de águas. Verticais: 1 Prestar fiança ou caução bastante por. Sétima nota da escala musical. 2 Disco compacto, capaz de armazenar informação digital. Tecido. 3 Escuta. Pequeno rolo. 4 Adestrador de elefantes. Tocar ao de leve. 5 Pequena lasca. Acrónimo da expressão inglesa Short Message Solução do problema 656 Soluções, dicas e programa de computador em www.sudoku.com Service. 6 Abertura para dar entrada ou saída. Mal-parecido. 7 Pedaço de madeira. Objecto voador não identificado. 8 Eles. Fruto capsular cónico, produzido pelo quiabeiro (Bras.). 9 Dá ouvidos a. Toma rumo. 10 Recear. Fruto da palmeira, chamada datileira. 11 Suspiro. Brando. Remoinho de água (prov.). Ka Kuro Problema 013 Dificuldade: difícil Depois do problema resolvido encontre o provérbio nele inscrito (5 palavras). SOLUÇÃO: Horizontais: 1 Arte. DEPOIS. 2 - LOL. Levar. 3 - Édito. Irara. 4 Mimo. ET. Ler. 5 - Pavoa. 6 Sabe. MAIS. 7 - Pra. Arfante. 8 Remate. Raer. 9 ID. Lestes. 10 Nado. Tálamo. 11 Trouxe. Alma. Verticais: 1 ALÉM. Sprint. 2 Rodim. Redar. 3 Tlim. Sam. DO. 4 Topa. Alou. 5 LO. Abate. 6 De. EVERESTE. 7 Evito. Tá. 8 Par. Amarela. 9 Oral. J[b[j[cfe Fh[l_i[i=[hW_i Ze9edj_d[dj[/Z_Wi -,&-.,--* Nome da obra: Mais Além – Depois do Evereste. Solução do problema 012 Por Bill Watterson Tradução de Helena Gubernatis O kakuro é um puzzle de números comparado ao sudoku porque cada número, de 1 a 9, só pode aparecer uma vez em cada fila ou coluna. Mas há uma enorme diferença: em cada uma destas filas ou colunas a soma dos seus números tem de corresponder ao número indicado. Por exemplo, se uma fila de duas casas tem a soma 4, as combinações possíveis são 1-3 ou 3-1. 2-2 não pode ser, pois não pode haver números repetidos. Puzzles: Alastair Chisolm O último concerto do Remix Ensemble contrariou todas as expectativas Pág. 14 ?d\ehcWe C[j[eheb]_YWfeh J[b[\ed[[feh<Wn Anasal. 10 Rebite. Mm. 11 Suar. Sermoa. J[b[j[cfe Fh[l_i[iH[]_edW_iZe 9edj_d[dj[)Z_Wi -,&-.,--' J[b[j[cfe J[cf[hWjkhWiFh[l_ijWi C|n_cWi[Cd_cWi -,&-.,--, Fehjk]Wb?dij_jkjeZ[C[j[ehebe]_W"?$F$Fh[efehY^WcWZW0Ð&",&!?L71HkWY"7[hefehjeZ[B_iXeW'-*/#&--B_iXeW"Fehjk]Wb1J[b!)+'('.**-&*'%,)1<Wn!)+'('.*,('-'1Yec[hY_Wb6c[jhe$fj1^jjf0%mmm$c[j[e$fj J[b[j[cfe 7j[dZ_c[djeF[hiedWb_pWZe ?d\$][hWb";khefW"CkdZe"[jY$ -,&-.,-.' <Wnj[cfe Fh[l_i[i=[hW_iZe 9edj_d[dj[/Z_Wi -,&-.,-/( pub. EXPONOR NEWS Publicação Periódica Fevereiro 2007 55 Cinco dias dedicados aos melhores negócios do mobiliário EXPORT HOME 2007 na rota dos compradores estrangeiros Começa na próxima quarta-feira e prolonga-se até domingo, das 10h00 às 20h00, a 19ª edição da EXPORT HOME, a maior feira do país de mobiliário, iluminação e artigos de casa para exportação. Conheça as empresas que vão estar presente e as suas novidades. Tal como tem acontecido nas edições anteriores, também a EXPORT HOME 2007 será muito mais do que uma simples exposição de mobiliário. Com o forte intuito de transformar a EXPONOR no ponto de encontro dos profissionais deste sector, a organização tem, desde já, prontas a arrancar uma série de iniciativas que já fazem parte do calendário nacional de eventos e que prometem contribuir para o debate, análise e reflexão da indústria do mobiliário e das vias para o seu desenvolvimento. Design e internacionalização em discussão Debates, seminários e espaços dedicados à inovação e ao design estão já agendados ao abrigo do certame. Peças fundamentais no sucesso das últimas edições da EXPORT HOME, o IV Fórum Internacional de Design e VII Evento de Design assumem-se, em 2007, como dois pontos altos do certame. ■ EXPONOR estreia conceito InHouse As feiras que a EXPONOR dedica à decoração do lar conquistaram um lugar de (p)referência no mercado profissional. E o sector conta com um novo reforço, de 10 a 18 de Março próximos. O EXPONOR InHouse – 1.º Salão da Casa ao Jardim: Mobiliário, Decoração e Iluminação é o mais recente conceito direccionado para o público em geral. A mostra será uma emanação da EXPORTHOME. E foi a aposta da Feira Internacional do Porto para sequenciar dois momentos de um só circuito. Com a qualidade produtiva e o prestígio do mobiliário português, o certame aproveita e cria sinergias. E fá-lo deliberadamente numa ocasião em que o sector tem novos desafios pela frente… Págs. 6 a 8 Mercado já fez a triagem dos melhores Expositores abordam a feira, as empresas e o sector. Pág. 7 Suplemento distribuído em conjunto com o jornal Público. 2 Exponor News, 25 de Fevereiro de 2007 Design e internacionalização em destaque Para além de servir de palco à realização dos melhores negócios do sector, a EXPORT HOME, que começa na próxima quarta-feira, tem já agendadas várias iniciativas que fazem parte do calendário nacional de eventos e que prometem contribuir para o debate, análise e reflexão da indústria do mobiliário e das vias para o seu desenvolvimento. Paolo Deganello, designer italiano de prestígio internacional, será orador no IV Fórum Internacional de Design, que se realiza no dia 1 de Março, em paralelo à EXPORT HOME e subordinado ao tema “Design e Inovação: Estratégias para o sucesso empresarial”. Fundador do grupo de Design Radical, Archizoom Associati, em Florença, é conhecido mundialmente, entre outras, pela cadeira dobrável AEO e a cadeira multi-funcional Torso, peças inspiradas no mobiliário dos anos 50 e que são características da sua visão do design.O professor será acompanhado por prestigiosos representantes do design luso e espanhol: Eduardo CôrteReal, presidente do Conselho Científico da Escola Superior de Design do IADE, Pedro Sottomayor, designer da Nautilus e Vicent Martinez, designer e director geral da puntmobles (de Valência), fazem antever um debate aceso.A EXPORT HOME será ainda palco do VII Evento de Design, um concurso organizado pela ACICP (Associação Comercial e Industrial do Concelho de Paredes) e pelo Município de Paredes. O objectivo é mostrar o que de melhor se faz em termos de design em Portugal. Na feira, das 10h00 às 20h00, na galeria do pavilhão 6, vão estar expostas as 20 propostas escolhidas por um júri. No primeiro dia de feira, quarta-feira, a partir das 15h00, vai ser possível assistir às Jornadas sobre “Internacionalização da Economia Portuguesa”, na sala Henry Tillo. Uma iniciativa organizada por uma comissão constituída pelos advogados Manuel Monteiro, Nicolau Santos Silva e Soares Carneiro. Lugar ainda para o seminário da AIMMP - Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal, a realizar dia 2 de Março. Tendo como tema principal e dominador a internacionalização das empresas de mobiliário, esta iniciativa conta com a participação de reputados especialistas nacionais em mercados externos. ■ é um evento de impacto nacional para apresentação e lançamento dos seus produtos. “Hoje, para nós, estar presente numa feira com uma envolvente do nível da EXPORT HOME é marcar tendências e consolidar a notoriedade da nossa marca, onde, implicitamente, todo o público visitante é um potencial cliente, possibilitando consequentemente o conhecimento e o estreitamento de parcerias com novos cliente e novos mercados”. Sendo estas as expectativas subjacentes, o percurso que a Induflex vê para a EXPORT HOME será o de crescimento global, ou seja para mercados geograficamente cada vez mais alargados e nos quais a empresa já está presente. Marcar tendências “A Induflex, actualmente, opera em mercados, para além do nacional, bastante dispares tais como Alemanha, Holanda, Suécia, Dinamarca, Noruega, Reino Unido, França e Espanha”, refere fonte da empresa. Neste contexto, a empresa prima por um “portfólio de produtos na sua colecção que, para além de inovadores, seguem linhas internacionais de vanguarda, sendo as nossa colecções, nos últimos anos, desenhadas por um grupo de designers portugueses e um arquitecto norueguês”. Existe também uma linha desenhada por um arquitecto alemão, que será apresentada simultaneamente no mercado português e alemão. Para os responsáveis da Induflex, tem-se assistindo, nos últimos anos, a um crescimento da EXPORT HOME em número e grau, ao nível dos seus visitantes de cariz internacional, “que muito tem prestigiado o evento”. Agora, segundo os decisores desta empresa, “importa que a notoriedade da feira cresça, pelo que a estratégia da EXPONOR deverá passar pela consolidação de um lugar de referência europeu e, ao mesmo tempo, visar mercados em expansão, nomeadamente o africano”. ■ Haut de Gamme Desenvolvimento, criatividade e versatilidade Induflex EXPORT HOME tem lugar europeu ático, sendo este último, actualmente, a principal aposta. “Vamos abrir várias lojas na Ásia até ao fim do ano. Três na República Popular da China (uma em Macau, uma em Hong Kong e uma em Xangai), uma outra em Singapura e na Índia e uma loja em Nova Deli”, revela fonte da empresa. Conjuntamente ao investimento na Ásia, a Europa também vai ter mais lojas Haut de Gamme. Três em França (Lyon e Paris), três em Espanha (duas em Madrid e uma em Pamplona) e uma em Milão, Itália, são as aberturas previstas para o primeiro trimestre deste ano. Lançamento de novas linhas na EXPORT HOME Para a Haut de Gamme, a EXPORT HOME é “uma feira que está bem estruturada para a dimensão do sector e que está já muito bem posicionada a nível europeu, garantindo as condições de visibilidade que se esperam destes eventos”. Desta forma, a edição de 2007 está a gerar grandes expectativas na administração da empresa, que vai procurar neste certame aumentar o volume de exportação para a Europa. “As expectativas da nossa participação estão centradas no aumento das nossas vendas nos mercados da Europa - Espanha, França e Itália”, declaram. Para atingir este fim, a Haut de Gamme tem preparadas várias novidades para a próxima edição da EXPORT HOME. “Vamos fazer o lançamento de uma linha nova, da marca Francesco Rossi, uma marca italiana de uma empresa de direito, adquirida pela Haut de Gamme, e duas linhas novas na marca Haut de Gamme e uma linha nova na marca Colonial Club”, avançam os responsáveis. Linhas estas que seguirão os valores clássicos contemporâneos, “onde se aliam as formas e a estética, de modo a criarem-se os ambientes associados às exigências dos dias de hoje”. A forte aposta na EXPORT HOME 2007 por parte da Haut de Gamme não causa estranheza, sobretudo numa empresa que tem retirado largos benefícios da presença neste certame promovido pela EXPONOR. “A EXPORT HOME tem contribuído, também, para a visibilidade da identidade da Haut de Gamme e para a notoriedade das suas marcas, particularmente nos mercados espanhol e português, potenciando as condições para o seu desenvolvimento”, defende a empresa. ■ Lusorustik EXPORT HOME impulsiona os negócios A Haut de Gamme aspira a ser reconhecida como uma das melhores empresas de mobiliário do mundo, com um crescimento sustentado e gerando sempre uma melhor rentabilidade do capital investido. O lema da Induflex para 2007 é o de afirmação da sua marca no mercado ibérico. Neste sentido, esta empresa prospectiva um crescimento global que passará pelo alargamento de mercados, onde será dada maior ênfase ao mercado espanhol, reforçando, assim, a sua imagem no país vizinho. Para a Induflex, a EXPORT HOME é uma referência para o sector que, apesar de tradicional, se tem imposto pela qualidade e design dos produtos expostos. Como tal, esta empresa considera que a EXPORT HOME Para tal, a sua estratégia é alicerçada em cinco pilares que, segundo os seus responsáveis, passam pela “melhor equipa, a intimidade com o cliente, a inovação total, o crescimento das marcas e operações mais eficientes”. “O nosso posicionamento é servir os segmentos de mercado médio-alto e alto, que encontramos nas feiras da EXPONOR”, referem ainda. A estratégia desta empresa assenta ainda em itens como a investigação, desenvolvimento, criatividade e versatilidade A Haut de Gamme opera nos mercados europeus e asi- Fundada em 2000, a Lusorustik é uma empresa certificada no âmbito do sistema de Gestão da Qualidade pela NP EN ISO 9001:2000, que se caracteriza pela juventude e dinâmica e que está no mercado do mobiliário com qualidade e design próprio, procurando atingir e superar as expectativas dos clientes. “Apostamos na Contactos EXPONOR Ficha Técnica PORTUGAL EXPONOR - Feira Internacional do Porto 4450-617 Leça da Palmeira - Portugal - Tel.: +351.22.9981400 - Fax: + 351.22.998 1482 - [email protected] www.exponor.pt / EXPONOR Delegação em Lisboa Rua Tierno Galvan, Torre 3, 10, 10.º piso - 1070-274 Lisboa - Portugal - Tel.: +351.21.3826730 - Fax: +351.21.3826734 Publicação Propriedade da Associação para a Feira Internacional do Porto - Portugal - [email protected] / EXPONOR Agente em Leiria, Célia Ferreira - Quinta do Barroco - Pinheiros - 2440 Batalha - Tel. +351.917578547 - Fax: +351.244765374 - [email protected] ESPANHA EXPONOR - Delegação em Madrid IBO - International Business Office - Plaza Castilla, 3 - bis, 4.º - 1.º - 28046 Madrid España - Tel. +34 91 315 31 47; Fax: +34.913151984 - [email protected] / EXPONOR – Delegação em Barcelona / Vigo: IBO – International Business Office Reg. n.º 123596 / Contribuinte n.º 505119358 Coordenação Gestão de Comunicação Textos Gestão de Comunicação, Roberto Bessa Moreira, Fotografia Fernando Teixeira / Ribeiro da Silva Pré-impressão e maquetização Público Impressão Mirandela Tiragem 100.000 exemplares - C/ Tuset, nº 13, 1º 2ª Ext. - 08006 Barcelona - España; Tel: +34932412973 ; Fax: +34932091290; e-mail: [email protected] / [email protected] / EXPONOR – Delegação em Itália - Tel: +34932402006; Fax: +34932091290; e-mail: [email protected] / BRASIL EXPONOR BRASIL Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 2.º - Bela Vista - 01313-020 São Paulo - SP - Brasil; Tel.: (+551)31419444; Fax (+5511)31419445; [email protected] - www.exponor.com.br / RESTO DO MUNDO information in English: [email protected] / Auskunfte auf Deutsch: [email protected] / Information en français: [email protected] Exponor News, 25 de Fevereiro de 2007 competência da nossa equipa, na experiência e numa procura constante de novas soluções, de forma a manter um crescimento sustentado”, descreve Miguel Carneiro. Este responsável da empresa aponta, igualmente, a qualidade, o dinamismo e a eficácia como os três pontos fortes da Lusorustik. “Produzimos linhas de mobiliário com qualidade e versatilidade. Seleccionamos as melhores matérias-primas, investimos nas ferragens e nos acabamentos de modo a apresentar móveis de acordo com os altos parâmetros de qualidade exigidos pelos clientes. Por outro lado, todas as nossas acções revelam dinamismo e ética, procurando atingir um elevado grau de credibilidade interna e externa. Por fim, é uma das nossas políticas responder de forma eficaz a uma necessidade do cliente”, refere. A Lusorustik caracteriza a EXPORT HOME como um certame com muita credibilidade junto dos profissionais do sector. “Esperamos que a presença dos expositores na feira permitam melhorias nos contactos comerciais, quer ao nível no volume de facturação das empresas, quer na troca de experiências que permitam a evolução do mercado português. As nossas expectativas para esta edição centram-se na consolidação das nossas propostas junto dos nossos clientes e visitante”, afirma Miguel Carneiro. Linha Zumb com novo complemento Actualmente, a comercializar móveis em Portugal Continental e Ilhas, em França e Angola, a Lusorustik está, em 2007, a implantar uma estratégia comercial que passa pela presença em feiras do sector e pelo lançamento de mobiliário complementar à linha Zumb Collection com o intuito de a tornar ainda mais competitiva. Isto depois de, em 2006, no âmbito da internacionalização da marca, a empresa ter lançando com sucesso a linha «Zumb». Um complemento a esta linha será, aliás, apresentado na edição deste ano da EXPORT HOME, “um certame que tem contribuído para mostrar as nossas competências no âmbito da produção de mobiliário, funcionando também como abertura para o mercado exterior”. “A EXPORT HOME é importante para impulsionar os negócios”, diz ainda Miguel Carneiro. ■ “A EXPORT HOME é a única feira portuguesa de mobiliário, não tem concorrência”, destaca Daniela Leal. Apelando à visita dos compradores ao seu stand, a ALEAL promete apresentar novas colecções, do contemporâneo ao clássico, dominadas pelas tendências internacionais. “Este mercado está em constante movimento. A moda de interiores obriga-nos a estarmos atentos às tendências internacionais. A decoração de interiores é cada vez mais uma forma de estar na vida”, destaca a mesma fonte, empresa que tem estado presente em todos os certames ligados ao mobiliário promovidos pela EXPONOR. Para a ALEAL, o mercado do mobiliário tem evoluído notoriamente. “Esta é uma indústria tradicional e um dos maiores avanços tem-se verificado ao nível do processo produtivo. Por outro lado, e mais recentemente, o progresso tem-se verificado no design. As empresas têm apostado no design para que possam acompanhar as novas concorrentes internacionais. Já não há qualidade sem design e funcionalidade. O perfil do consumidor alterou-se e Portugal está a saber acompanhar isso. Com esforço, mas com resultados que se vão vendo”, defende Daniela Leal. Neste sentido, esta empresa tem “as melhores” expectativas em relação ao seu futuro, referindo que é para alcançar o sucesso que trabalha, “todos os dias, com afinco e optimismo”. “Mas sempre atentos aos indicadores económicos nacionais e internacionais. É um optimismo realista”, conclui. ■ Costa & Januário Em estreia na EXPORT HOME ALEAL Uma presença constante na EXPORT HOME A ALEAL é uma empresa com 25 anos. A tradição, a longa experiência e uma vontade férrea de fazer sempre mais e melhor estão na raiz de uma marca que, actualmente, se faz notar num mercado competitivo. A empresa foi-se consolidando ao longo dos anos, perseguindo um crescimento sustentando, sempre atenta à inovação e valorizando o trabalho de equipa e a fidelidade de funcionários e clientes. A esta característica juntou-se o encontro desejado entre gerações - o “saber de experiência feito” - e um novo pulsar, que tem oferecido os inputs necessários para que a ALEAL seja uma empresa apostada em posicionar a sua marca como sinónimo de qualidade. As novas tecnologias, a nobreza da matéria-prima, a mãode-obra qualificada, e o cuidado, sempre renovado, com o design e a funcionalidade são os pontos fortes do produto de uma empresa que tem também nas pessoas uma mais-valia fundamental. A ALEAL opera no mercado nacional, regiões autónomas incluídas, e no internacional. “Não temos nenhum mercado preferencial, sendo certo que gostamos que os portugueses apreciem a marca ALEAL. Aliás, está aí uma campanha interessante que revela um esforço do país para promover a compra de marcas nacionais: «Cá se fazem, cá se compram»”, refere Daniela Leal. Stand dominado pelas tendências internacionais A presença na EXPORT HOME, “o único certame internacional em Portugal”, está, de resto, planeada para conquistar novos compradores estrangeiros. A Costa & Januário é uma empresa de pequena dimensão que aposta na qualidade e na inovação dos seus produtos. Como factor diferenciador num mercado cada mais competitivo, esta empresa aposta na qualidade dos produtos a preços competitivos, na personalização do atendimento dos seus clientes e na constante preocupação de inovação. Actualmente, a Costa & Januário está presente no mercado nacional e, numa pequena escala, em Espanha. Porém, faz parte dos planos da empresa aumentar a presença em mercados internacionais, sendo, inclusive, este o seu principal objectivo para 2007. Na opinião dos responsáveis da Costa & Januário este intuito pode ser mais facilmente concretizado com a presença na próxima edição da EXPORT HOME. “As feiras da EXPONOR são mais uma via que ajudam as empresas a atingir os objectivos. No caso da EXPORT HOME, que é uma feira de referência internacional no sector do mobiliário, reúne excelentes condições que podem ser aproveitadas pelos participantes do certame. É a primeira vez que vamos participar na EXPORT HOME. No entanto, estamos confiantes que o facto de participar neste certame vai ser uma mais-valia para a empresa”, referem. De facto, para esta empresa, “a EXPORT HOME é um ponto de referência no sector do mobiliário”, o que faz com que as suas expectativas em relação a esta edição estejam “centradas na angariação de contactos que nos permitam atingir o nosso objectivo que é a internacionalização da empresa”. Produtos rústicos na EXPORT HOME Produzindo produtos de estilo rústico, que são concebidos tendo em conta o “estudo das necessidades dos nossos potenciais clientes, a inovação e a qualidade”, esta empresa tem, desde já, preparadas algumas novidades para a EXPORT HOME. “A Costa & Januário produz linhas de traços rústicos e, seguindo esta orientação, vai apresentar uma nova linha de mobiliário rústico com variados acabamentos que lhe dão um toque diferenciador”, afirma a administração. Para a Costa & Januário existe uma grande qualidade nos produtos nacionais, o que torna o mobiliário português diferenciador em relação a outros mercados. Porém, já no que diz respeito à vitalidade comercial do mercado nacional a opinião é muito diferente. “A procura mostra-se bastante estragada o que leva a que as empresas procurarem novos mercados para colocarem os seus produtos”, defende a empresa. ■ 3 Jet Class A maior montra do país Presença regular na EXPORT HOME, a Jet Class considera este certame como “a maior montra do país para quem anseia direccionar os seus novos produtos aos profissionais do sector” e, por isso, assume “uma atitude positiva, perante a próxima edição”. “Tendo em vista o fortalecimento do nosso universo de clientes, a EXPORT HOME permite aumentar a nossa área de intervenção, quer no âmbito nacional quer internacional”, refere um responsável da empresa. Por outro lado, a Jet Class aproveita a EXPORT HOME para apresentar as suas criações anuais. “Digamos que este tipo de eventos é uma plataforma fulcral para quem, como nós, pretende dar a conhecer as suas inovações. A Jet Class tem conseguido progredir no bom sentido e a nossa filosofia visa a divulgação dos passos vanguardistas da marca”, afirma fonte da Jet Class. Em 2007, a Jet Class não deixará ninguém indiferente e quem visitar o seu stand poderá testemunhar “uma rotura com os padrões e uma harmonia proveniente do jogo de cores e o convívio de estilos”. Em exposição estará também mobiliário com ângulos flexíveis e pontos de vista voláteis. “Em concordância com a qualidade crónica dos nossos produtos, vamos revelar a junção de produtos rústicos e modernos, no mesmo ambiente”, declara fonte da Jet Class. No seguimento desta estratégia, esta empresa tem angariado bons clientes nas edições anteriores do certame, com o consequente aumento gradual do volume de vendas. “Penso que, este ano, a tendência favorável será mantida”, antevê um dos elementos da administração. Aposta no mercado externo A Jet Class segue uma política que contempla uma actualização permanente e uma atenção “ao que se passa lá fora”, protagonizando experiências com o intuito de desvendar um novo olhar sobre o mobiliário. “A Europa é uma referência importante e, neste momento, o que se tem produzido são as peças em tons claros e com uma luminosidade suis generis. Como é lógico, nós tentaremos imprimir o nosso cunho característico nas três vertentes a explorar, a saber, a clássica, a rústica e a moderna”, explica um responsável. É mobiliário com estas características que a Jet Class exporta para países como a Espanha e França, passando pela Holanda e Inglaterra, até à Croácia e Rússia, os principais mercados da empresa. “Uma quota superior a 85% das nossas vendas é para fora dos limites nacionais, sendo a venda em território português algo residual, nomeadamente, no Sul do país”, aponta a empresa. Por isso, a Jet Class espera que a próxima edição da EXPORT HOME conte com uma grande afluência de representantes espanhóis, “que se assumem como os grandes “adeptos” deste evento”. Segundo as previsões desta empresa, também os russos e os franceses se farão notar na feira, uma vez que, “pelo contacto que temos tido, existe um feedback bastante positivo, no que concerne ao trabalho português”. Aliás, para a Jet Class eventos como a EXPORT HOME, “que despoletam a evolução”, são essenciais para a promoção e permuta de tipologias de trabalho. “Todos os anos se aprende, se ensina e se reformula algo”, consideram os responsáveis da empresa. Ano decisivo Num ano que a Jet Class espera “empreendedor e decisivo”, os seus responsáveis vão avançar com a construção de novas instalações e inaugurar um espaço showroom, em Espanha, que servirá para fidelizar e aumentar o número de clientes num país que lhes é favorável. Também por este facto, a EXPORT HOME 2007 assume uma importância acrescida para a Jet Class, na medida em que contribui para a cimentação da sua posição no mercado. “Como é lógico, ninguém obtém retorno imediato da feira de Março. O importante neste evento é estabelecer contactos que, a médio e longo prazo, se afirmam como profícuos para os expositores”, conclui a administração. ■ 4 Exponor News, 25 de Fevereiro de 2007 Exponor News, 25 de Fevereiro de 2007 5 6 Exponor News, 25 de Fevereiro de 2007 Nova estratégia comercial para o mercado do mobiliário EXPONOR “encerra circuito comercial” Parceria com a APIMA para conferir um cariz ainda mais internacional à feira Quais as principias novidades que podemos contar para a 19ª edição da EXPORT HOME? António Proença, o mais recente director das feiras de mobiliário, vê a EXPORT HOME 2007 como uma iniciativa capaz de contribuir para o aumento do prestígio do mobiliário português além fronteiras. Em entrevista, António Proença revela a razão da aliança com a APIMA, assim como a esperança em ultrapassar as 40.000 visitas na edição deste ano. Mais à frente, o director explica ainda como surgiu a ideia de criar a INHOUSE, um certame que pretende responder às necessidades do consumidor final. EXPONOR NEWS – Quais são as principias linhas estratégicas e apostas para a EXPORT HOME 2007? ANTÓNIO PROENÇA: A EXPORT HOME continuará a apostar no mercado internacional, reforçando a imagem de qualidade que tem vindo a ser alcançada ao longo deste anos. Em 2007, o reforço vai para o convite a compradores de Espanha, França, Reino Unido, entre outros mercados de elevado potencial para as exportações portuguesas. Quais os objectivos que se propõe alcançar no final da edição 2007? AP: Aumentar o número e qualidade de visitantes estrangeiros de forma a potenciar mais e melhores negócios para as empresas presentes. Apesar da EXPORT HOME se assumir com vocação exportadora, gostaria também que esta feira funcionasse como impulso para o mercado interno. Teremos aqui as novidades para o ano 2007, produtos com design e que estão claramente dentro dos parâmetros de gosto internacionais. O mercado nacional não pode ficar alheio a estas tendências. Qual o número de visitantes esperados? Quantos destes serão estrangeiros? AP: Esperamos atingir as 40.000 visitas de profissionais. Relativamente aos estrangeiros, a promoção internacional feita ao longo de 2006 e neste início de ano tem como objectivo aumentar o número de compradores provenientes além fronteiras. Já o ano passado alcançámos o record com 2419 visitas internacionais. AP: A EXPORT HOME recebe uma média anual de 400 expositores, logo, atrevo-me a dizer que vamos ter esse mesmo número em novidades em produtos e linhas. Posso assegurar que vão estar em evidência propostas com qualidade, design e inovação. Da parte da organização preparámos algumas novidades, que passaram pela antecipação da promoção internacional da feira e pela criação de diversas funcionalidades de acesso exclusivo aos expositores no portal www.exporthome.exponor.pt. A EXPORT HOME conta com uma parceria estratégica com a APIMA? O que espera desta colaboração? Decoradores com espaço próprio O InHouse dirige-se ao grande público. O que poderá encontrar o cliente final na mostra? AP: Por um lado, poderá encontrar as novidades em mobiliário, estofos e artigos para a casa que anteriormente foram apresentadas aos lojistas e ter, assim, a oportunidade de, em primeira-mão, efectuar as suas compras. Para além disso, o InHouse terá em exposição artigos dos sectores das piscinas, mobiliário e acessórios de jardim. São, de resto, sectores em que temos que apostar. Queremos que o EXPONOR InHouse seja um dos palcos privilegiados na oferta destes produtos. Em Portugal, é já um facto que o mercado das piscinas, por exemplo, cresceu e desenvolveu-se. Está-se, por isso, perante uma realidade que demonstra uma preocupação por parte das pessoas no lazer e na sua qualidade de vida. AP: O objectivo é unir esforços tendo em conta as linhas prioritárias do sector: o impulso das exportações, o apoio no reforço da promoção internacional do mobiliário e a organização de actividades de massa crítica para os profissionais que expõem e visitam a maior feira do sector em Portugal. A estratégia assenta em conferir um cariz ainda mais internacional à EXPORT HOME, divulgandoa nas feiras congéneres na Europa (como foram o caso de Valência e, mais recentemente, dois certames em Paris) e contando com o seu know-how nas acções de captação de potenciais compradores estrangeiros. O InHouse contará com o “Espaço Decoradores”. A quem se dirige e qual o objectivo desta iniciativa? InHouse permite melhoria do circuito comercial Qual a vantagem para o visitante desta iniciativa? O conceito de organização do InHouse é uma estreia. Como surgiu e com que desígnios? AP: Queremos fazer da EXPONOR um lugar de referência para o grande público nos sectores do mobiliário, decoração e iluminação. O conceito InHouse surge da necessidade de existência de uma continuidade na apresentação de novidades ao cliente final, potenciando uma melhoria do circuito comercial e reforçando a parceria entre fabricante, loja e consumidor final. Para cumprir este objectivo, nada melhor do que ter em apresentação os produtos que na semana anterior à feira estiveram em exposição para o mercado profissional, nacional e internacional, durante a EXPORT HOME. Estamos certos que é o momento certo, uma vez que é o consumidor final que, em última instância, dita o maior ou menor grau de sucesso das tendências em que as empresas apostam. De que forma os expositores da EXPORT HOME podem participar no InHouse? AP: Os expositores da EXPORT HOME poderão apoiar o lojista, participando indirectamente nas suas vendas e amparando-o ao nível da estrutura, “know-how” e comunicação de conceitos criados para as marcas. AP: O “Espaço Decoradores” vai ao encontro de um dos objectivos do conceito InHouse, ou seja, poder oferecer ao público uma oferta alargada e integrada de produtos de serviços ligados ao lar. É mais um desafio, desta feita lançado em exclusivo a decoradores, designers e arquitectos de interiores, para promoverem os seus serviços, que, no nosso entender, têm muita pertinência numa feira como esta. O “Espaço Decoradores” permite a estes profissionais uma participação na feira em condições vantajosas. AP: Queremos oferecer ao visitante uma oferta integrada, que vai desde o produto ao serviço. O recurso a serviços de decoração e design de interiores é uma tendência cada vez mais premente na actual sociedade. E temos que ir ao encontro das necessidades e exigências do público. Qualidade, tradição e design: o triângulo do sucesso Que mais-valias atribui ao mobiliário português no enquadramento da globalização e da aposta crescente das exportações do sector? AP: A indústria portuguesa do mobiliário afirma-se num contexto de globalização por três factores: qualidade, tradição e design. Daí resulta um produto (português) que, por um lado, vai ao encontro dos padrões de gosto e estilo internacionais e, por outro, possui uma relação qualidade/preço altamente competitivas. Mais recentemente, assistimos a uma reorganização das empresas do sector no sentido de uma maior flexibilidade nas suas estruturas e de um investimento tecnológico crescente, condições de base para uma postura exportadora de qualquer empresa. ■ Exponor News, 25 de Fevereiro de 2007 7 InHouse: peças de um puzzle multifacetado Uma feira resulta igualmente das semelhanças e diferenças sobre a forma de pensar e estar perante o evento. E é a multiplicidade de respostas ao desafio comum que compõe o todo. Desta feita, o estímulo assumiu a faceta de entrevista. Com a feira, o sector e as empresas por motivações. Colocámos sete perguntas e ouvimos dois expositores do EXPONOR InHouse. 1. Costuma participar habitualmente em feiras organizadas pela EXPONOR? 2. As feiras que a EXPONOR dedica ao mobiliário e à decoração do lar conquistaram um lugar de (p)referência no mercado do sector. Que expectativas deposita a sua empresa na estreia deste novo conceito de feira, o InHouse? 3. Que balanço faz a sua empresa sobre o último ano de actividade do sector? Que pontos fortes e que pontos fracos merecem destaque? 4. Em que medida um certame como o EXPONOR InHouse pode contribuir para o desenvolvimento do sector? 5. Alguns organismos estatais têm utilizado os indicadores económicos mais recentes para prospectivarem uma ligeira melhoria do clima e comportamento económicos do nosso País, nos tempos mais próximos. Tem a empresa sentido alguma melhoria? E que cenário antevê para o próximo ano? 6. Que produtos e/ou novidades tem em carteira para apresentar no evento? 7. Acha que a existência do “Espaço Decoradores”, um “pack” chave na mão, poderá chamar mais visitantes? Antarte: Mercado já fez a triagem dos melhores 1. Sim. A Antarte tem marcado presença nas feiras sectoriais realizadas na EXPONOR. Também as empresas do grupo Antarte são presença assídua como expositores nos certames vocacionados para o sector do mobiliário e decoração. 2. A Antarte espera que a EXPONOR InHouse seja um sucesso. Este novo conceito do sector do mobiliário e da decoração, direccionado para o público em geral, pode diferenciar-se pela oferta integrada de uma multiplicidade de escolhas de produtos, evidenciando a importância do design de interiores para o consumidor final. 3. O balanço que a Antarte faz é positivo. De um modo geral, pensamos que os objectivos propostos para o sector foram alcançados. Cremos também que o próprio mercado acabou por fazer a triagem das empresas que realmente apostam na qualidade, no design e na diferenciação pelo serviço e pela inovação. Quanto aos pontos fortes do sector, assentam em dois factores fundamentais: por um lado, uma maior capacidade competitiva das empresas portuguesas e, por outro, a aposta clara no design. Os pontos fracos ainda são a falta de ideias próprias e a mão-de-obra pouco qualificada. Faltam-nos bons profissionais especializados. 4. Este certame será o evento ideal para as empresas vocacionadas para a área do mobiliário, estofos, jardim, iluminação e decoração apresentarem ao público em geral as últimas tendências e as propostas mais criativas e inovadoras em artigos para a casa e jardim. 5. A Antarte tem-se posicionado à margem da “crise nacional,” que afecta todos os sectores da economia portuguesa. Temos prosperado fruto de muito trabalho e de uma estratégia comercial muito bem definida. Sabemos quais são os nossos objectivos, por isso planeamos todos os passos de forma a conseguir alcançar o sucesso empresarial. 6. Iremos apresentar no Salão duas novas linhas de mobiliário arrojadas e inovadoras para criar ambientes de sonho nos quartos e salas. Assim, à semelhança daquilo que temos vindo a apresentar em todos os certames, estamos preparados para surpreender os visitantes que passarem pelo nosso “stand”. Teremos ainda em destaque novos produtos de decoração, estanhos, faqueiros, baixelas e iluminação. 7. Acredito que o “Espaço Decoradores” será uma mais-valia para o certame. A ideia de apresentar uma oferta “chave-na-mão” aos visitantes, ou seja, uma oferta integrada, que vai desde o produto ao serviço, parece-me uma excelente iniciativa, proporcionando também uma oportunidade de excelência para ser divulgada a oferta de serviços de design, decoração e de arquitectura de interiores.■ José Guimarães & António Guimarães: «Acreditamos no sucesso» 1. Já participámos em tempos, e voltamos a estar presentes, porque acreditamos no sucesso. 2. Temos as maiores expectativas em relativamente ao InHouse. 3. Somos uma empresa que, nos últimos 10 anos, tem tido uma taxa de crescimento que consideramos muito boa, devido à aposta que fizemos em vários sectores. Para além da “José Guimarães interiores”, abrimos recentemente a “Projectobanho”, empresa ligada ao sector do banho e materiais de construção, para fechar o círculo de materiais, que precisamos para os clientes de obras completas (chave-na-mão), que são para nós acima dos 90 por cento. Daí que o nosso stand na InHouse representa a forma de estarmos no mercado, projectando, criando novas ideias e conceitos. 4. Cremos que o sector só pode desenvolver-se com iniciativas e propostas deste tipo. Cada vez mais, os clientes estão atentos e são conhecedores. 5. Somos uma empresa de sucesso. Desde sempre que tentamos ter “luz ao fundo do túnel”… 6. Durante o InHouse, o nosso “stand” traduzirá o conceito de uma habitação. Em “open space”, apresentaremos uma cozinha da marca Lyon´s (que representamos em Portugal), uma zona de jantar e outra de estar, com peças de vanguarda contemporânea de permeio, com um grande jardim. Vamos expor também dois quartos casal de alto brilho contemporâneo e duas salas de banho muito contemporâneas, da nossa autoria, fugindo ao “tradicional”. 7. Acreditamos que sim. E é também a nossa forma de estar no mercado.■ 8 Exponor News, 25 de Fevereiro de 2007 RP Industries cheia de fé no InHouse zação dos momentos que se passam no nosso lar, seja a sós, com a família ou amigos. Para os que apreciam a comodidade e desejam recuperar do “stress” diário, uma piscina e um exterior bonito funcionam como uma verdadeira terapia de rejuvenescimento do corpo e da mente», declara fonte da empresa. Inspiração romana… A RP Industries – Piscinas, Lda. é uma presença assídua em vários certames organizados pela EXPONOR. E volta a sê-lo no InHouse. «Habitualmente fazemos questão de estar presentes nas feiras que se relacionam directamente com a nossa actividade», refere um responsável desta empresa, com a noção que os eventos com lugar na Feira Internacional do Porto «são importantes para nos darmos a conhecer ao público». «Sabemos que os clientes procuram as feiras na expectativa de ver um pouco mais do trabalho que as empresas são capazes de fazer. Para a RP Industries, estar presente nas feiras da EXPONOR é uma importante aposta dentro da nossa estratégia de cresci- mento a Norte do País», afirma o mesmo responsável. Neste sentido, a RP Industries não podia deixar de comparecer no EXPONOR InHouse, uma mostra que, na opinião da sua administração, «poderá ser uma agradável surpresa em termos de adesão do público, sobretudo devido à aposta no conceito casa e jardim como áreas que se complementam e das quais se pode tirar grande partido». A firma partilha, assim, a ideia já manifestada pela Organização que a casa e o jardim devem ser áreas de forte investimento pessoal em termos de bem-estar e conforto. «Essencialmente, esperamos poder mostrar aos visitantes que a aposta num espaço exterior é também uma valori- Na InHouse, a RP Industries – Piscinas vai apresentar a sua mais recente linha de pavimentos, expondo aos visitantes o “Traverti”, um modelo em Opus Romano que permite construir espaços de grande autenticidade, tanto em interiores como em exteriores. Dado o mote do certame, a empresa assegura que vai dar ainda destaque aos pavimentos criados especialmente para a área circundante da piscina, onde se realça a Línea Sol, com bordaduras e pavimentos das gamas Granitus, Secular e Antiquus, ideais para a valorização desse espaço envolvente. Como corolário da excelência dos produtos comercializados nos últimos meses, os pavimentos desta empresa foram escolhidos para a decoração da área exterior circundante à piscina e jardins do Aparthotel Laguna Mar, no Clube do Ancão (Almancil). Também o São Pedro Vila, condomínio de luxo em São Pedro do Estoril, elegeu os pavimentos e muros Fabistone para decoração dos terraços. Sem medo da conjuntura económica Especializada no fabrico de piscinas em “kit” de aço galvanizado, a RP Industries – Piscinas afirma-se como a empresa do sector que mais tem crescido no mercado português. Com sede em Braga e seis filiais no País, não cessa de inovar na instalação das suas piscinas. Foi a aposta na inovação e qualidade que permitiu à RP Industries – Piscinas singrar num mercado que, tal como a actual conjuntura económica nacional, está em recuperação e a fazer a selecção dos melhores. «Apesar de sentirmos que o sector vive as mesmas dificuldades que o País atravessa em termos de retracção no investimento, a verdade é que a RP Industries Piscinas sempre optou por uma estratégia de reacção e constante inovação. Talvez por isso, continuemos a crescer e a expandir o nosso mercado além-fronteiras», enfatiza a administração da empresa, salientando que, depois da aposta espanhola (em Barcelona e Pontevedra), recentemente passou também a estar presentes em Angola (Luanda). Simultaneamente a estes investimentos em mercados externos, a RP Industries transformou os seus pontos de venda em Portugal em verdadeiros “show-rooms”, nos quais é permitido aos clientes visualizar o seu trabalho e as opções que têm ao seu dispor. «Sentimos que o último ano, apesar de todas as dificuldades e obstáculos, foi um ano marcante para a RP Industries», afirma, confiante, um responsável da empresa. A mesma fonte considera que um certame como o EXPONOR InHouse terá grande importância e um papel de destaque na expansão do sector, pois servirá como uma mostra privilegiada do trabalho feito em Portugal e da qualidade dos produtos nacionais. «Acreditamos que o EXPONOR InHouse pode permitir a conquista de novos clientes pelo facto de ser uma feira onde a casa, no seu todo, assume grande destaque, sobretudo porque as pessoas valorizam cada vez mais o bem-estar ‘in & out of the house’», defendem. ■ O momento ideal para mobilar a casa. Encontre no EXPONOR InHouse as melhores empresas e marcas para tornar a sua casa no lar que sempre sonhou. Estas são apenas algumas… A A CAMPOS & SANTOS | ACMA PISCINAS | AGUALÂNDIA | AMETO - IMP. E DISTRIBUIÇÃO DE MOBILIÁRIO | ANTARTE - ROCHA & RAFAEL | ANTÓNIO RAMALHO - SOCIEDADE DE CONSTRUÇÕES DESPORTIVAS | AP - ADÃO E PAULO | APPARATUS-MOBILIÁRIO | AR PEÇAS - PROJECTOS E INSTALAÇÕES MECÂNICAS | CASACTIVA - LOBO E RODRIGUES, MOBILIÁRIO E DECORAÇÕES | CELEIRO DO MÓVEL E GRUPO K MÓVEIS | CENTÍMETRO - BETTER HOMES | CERNE | CHATEAUX D’AX | COLUNEX | CONFORMEDIS | ECOMÓDULOS | EL HARRANEIA FACTORY FOR HAND MADE CARPETS | EL MASHRABIA BAZAAR KHAN EL KHALILI PRODUCTS | F G MÓVEIS - FERNANDO JOSÉ RODRIGUES GARCÊS | F. CARDOSO & FILHOS | FABRICOBA - COBA CUISINE | FARIMÓVEL - MARIA JOSÉ BARROS FARIA | FAUSTICIL - FAUSTINO RIBEIRO DA SILVA | FECHAR | FORMEFEITOS - COMÉRCIO DE MÓVEIS E DECORAÇÃO | GRUPO O LAMPIÃO | GUALTORRES | HIPERJANELAS | HOME MOBILIÁRIO | ILHABELA BRASIL | IMPORCHAMA - FOGÕES DE SALA | INTENSE MOBILIÁRIO | JM MOBILIÁRIO - JOSÉ CARNEIRO FERREIRA MENDES | JOAQUIM BARBOSA DOS SANTOS | JOAQUIM CARNEIRO PINTO - MÓVEIS PINTO | JOSÉ GUIMARÃES E ANTÓNIO GUIMARÃES | JOVEM 4 - COMÉRCIO E INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO | JR - JOAQUIM DIAS RIBEIRO | JULIU’S MOBILIÁRIO | KAZA DESIGN | LAR ECONÓMICO - COMÉRCIO MOBILIÁRIO, ELECTRODOMÉSTICOS E CANDEEIROS | LARFORMA - PEDRO & HUGO FERREIRA | LASKASAS INTERIORES | M.A.M. REPRESENTAÇÕES | MACEDO BARBOSA | MAGOFIL MANUEL ANTÓNIO MARTINS GOMES | MAPLARTE | MARPIC | MARPIRES - MARINHO PIRES & GONÇALVES | MELO & SANTOS | MÓVEIS A. CASTRO - ACÁCIO LEAL SOUSA CASTRO | MÓVEIS CARLOS CRUZ - MOBILIÁRIO E DECORAÇÃO | MÓVEIS CARNEIRO - ADELINO CARNEIRO & FILHOS | MÓVEIS COELHO | MÓVEIS HERDEIRO | MÓVEIS LOPES - MOBILIÁRIO E DECORAÇÃO | MÓVEIS OLIVEIRA - OLIVEIRA E DECORAÇÕES MOBILIÁRIO | | MOVIMENTO NATUR SLEEP | MOVIS INDÚSTRIA E COMÉCIO DE PRODUTOS ORTOPÉDICOS | NEVES ROUPEIROS - ALBERTO FERREIRA & AGUIAR | PACHECO & MOREIRA | PASTILHA AZUL PISCINAS | PAVIBRITA | PÉS & CABECEIRA MOBILIÁRIO E DECORAÇÃO DE INTERIORES | PRACAMA INTERIORES E COLCHÕES | QUARTO CRESCENTE | R. P. INDUSTRIES PISCINAS | REVEPAN | RISCO SOLTO - COMÉRCIO DE ARTIGOS DE DECORAÇÃO | ROCHA’S MOBILIÁRIO | SASAKI PHOTON | SEGREDOS D’A.G.A. | SOCIEDADE PAM VOLETS | TRADIÇÕES - LUCIANA DUARTE | VISÃO D’ÉPOCA - MOBILIÁRIO | WOOD SPACE | XAVIGIL | Campos & Rocha quer crescer com a feira A Campos & Rocha é uma empresa que se dedica ao comércio de mobiliário e que está num processo de crescimento que os seus responsáveis pretendem que culmine numa posição estável no mercado. Da estratégia de crescimento faz parte a presença em feiras vocacionadas, essencialmente, para o grande público e para o consumidor final. Aliás, a Campos & Rocha é uma presença regular em certames com este tipo de características promovidos pela EXPONOR. Em 2007, a primeira passagem pela Feira Internacional do Porto acontecerá já no próximo dia 10 de Março, no âmbito do InHouse – 1.º Salão da Casa ao Jardim: Mobiliário, Decoração e Iluminação. Para os responsáveis da Campos & Rocha - Comércio de Mobiliário, Lda. este será um momento importante e que, por ser uma novidade, poderá causar um efeito surpresa motivador. «Ao ser uma estreia, e com um nome diferente, espero uma feira bem organizada, tanto do ponto de vista de quem expõe como de quem visita», refere fonte da empresa, esperando uma grande adesão de público. Recuperação económica «lenta mas gradual» Segundo a administração da empresa, eventos como o InHouse poderão funcionar como factor de desenvolvimento de um sector que atravessou «um ano de recuperação económica» e que dá mostras de estar a mudar. «Temos notado alguma melhoria, mas de uma forma muito lenta e gradual. Esperamos um ano muito idêntico ao de 2006, ou seja, um ano ainda de recuperação», prognostica a Campos & Rocha. Esta empresa, como habitualmente, já está já a preparar duas colecções de mo- biliário para apresentar entre 10 e 18 de Março. Estas colecções serão dominadas por produtos novos que seguem as mais recentes tendências do mercado. A Campos & Rocha está igualmente com expectativa relativamente ao “Espaço Decoradores”, uma iniciativa que poderá, segundo os responsáveis desta empresa, atrair mais público e contribuir para o sucesso do evento. E para tirar o máximo proveito da dinâmica empreendida pela EXPONOR nestes oito dias, a Campos & Rocha vai lançar uma campanha promocional da sua presença no InHouse. ■