Crianças e adolescentes: compromisso da AMB Ao lançar a vice-presidência para Assuntos da Infância e da Juventude, a AMB reforça o compromisso com magistrados da área. A sugestão, ao Conselho Nacional de Justiça, de novos procedimentos para o depoimento de crianças é a primeira ação da pasta, comandada pelo juiz Francisco Oliveira Neto. 11 Mala Direta Postal Devolução Garantida CORREIOS a m r o f n I AMB 001596/2004-DR/BSB AMB CORREIOS Edição nº 110 1º a 31 de outubro de 2008 INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS BRASILEIROS Radiografia do descaso Apesar de ainda ocupar lugar de destaque entre as carreiras mais procuradas por quem deseja ingressar no serviço público, a magistratura vive atualmente uma realidade bem diferente do que imagina a maioria das pessoas. Em todo o Brasil, centenas de juízes enfrentam toda sorte de problemas para exercer suas funções. Da falta de assessores ao número insuficiente de magistrados, muitos são os obstáculos que impedem o Poder Judiciário de atender o cidadão de forma célere e eficiente. Buscando diagnosticar em detalhes a realidade do ambiente de trabalho do magistrado brasileiro, a AMB prepara um estudo em que pretende estabelecer as condições mínimas para garantir o bom exercício da judicatura. A entidade lançará ainda um selo de qualidade de gestão jurisdicional com a marca da AMB. 12 a 14 Márcio James/A Crítica Eleição da cidadania Balanço da campanha Eleições Limpas revela empenho de juízes e da sociedade para garantir processo eleitoral transparente e democrático. Ampla participação da magistratura revela que a iniciativa da AMB veio para ficar. O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas, Ari Moutinho (foto), é prova de que o juiz brasileiro está, mais do que nunca, ciente de seu papel. Ao calor típico de Manaus (AM), o presidente de uma corte de Justiça distribuiu aos eleitores o material da Eleições Limpas, produzido com o objetivo de informar melhor a sociedade sobre o processo eleitoral. 6a9 Pelo direito ao subsídio A AMB continua a batalha pela aprovação da correção da remuneração da magistratura que, ao lado do Ministério Público, são as duas únicas carreiras típicas do Estado que aguardam a aprovação dos projetos de lei que promovem a revisão dos seus subsídios. Angariando, a cada semana, novos aliados no Congresso Nacional, a Associação continua mobilizada para fazer valer o direito assegurado aos magistrados na Constituição Federal. 4e5 Presidente do TRE-AM entrega Cartilha de Eleitor no semáforo AMBInforma 1º a 31 de outubro de 2008 E ditorial Notas AMB marca presença em Campinas Prezado colega, Boa leitura. Mozart Valadares Pires Presidente da AMB 2 O presidente da AMB, Mozart Valadares Pires, foi recebido em Campinas, no dia 9 de outubro, por representantes Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 15ª Região (Amatra XV) e pelo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região. O encontro foi pautado pela discussão de temas importantes para a magistratura, como o adicional por tempo de serviço (ATS), a aposentadoria compulsória e o quinto constitucional. Mozart frisou a importância da união da classe. “Estou aqui para conversar, conhecer a magistratura do trabalho, independentemente de fazer parte ou não do quadro assoEncontro reuniu juízes trabalhistas ciativo da AMB”. A presidente da Amatra XV, Ana Paula Lockmann, lembrou que esta foi a primeira visita de um presidente da AMB ao tribunal, que é o segundo do País em movimentação processual. “Saiba que tem a nós como parceiros”, disse a magistrada. O presidente da AMB também afirmou que “não existe concorrência nos quadros da magistratura, portanto não cabe disputa entre as entidades”. Mozart aproveitou a passagem por Campinas para fazer uma visita aos associados da Justiça estadual. Divulgação Gestão 2004-2007 recebe homenagem A gestão 2004-2007 da AMB foi homenageada, no dia 6 de outubro, com a outorga do Título do Mérito Republicano Democrático, pela Associação Brasileira de Direito Constitucional (ABDConst). A entidade justificou a escolha devido à “importante contribuição da AMB para a sociedade brasileira, superando dogmas que poderiam levar décadas para serem debatidos, como o fim do nepotismo”. O ex-presidente Rodrigo Collaço dividiu o prêmio com todos os que integraram a diretoria no período, “mas principalmente, com todos os nossos associados, pois em nenhum momento deixamos de ter apoio em nossas crenças e Collaço dedicou título aos associados valores”. E xpediente AMB informa é uma publicação da Associação dos Magistrados Brasileiros Endereço: Centro Empresarial Liberty Mall, SCN Quadra 2, Bloco D, Torre B, Conjunto 1302, Brasília, DF, CEP 70.712-903, Tel. (61) 2103-9000 Página na internet: www.amb.com.br E-mail: [email protected] Edição: Débora Diniz Reportagem: Débora Zampier, Letícia Capobianco, Mariana Monteiro, Thaís Cieglinski e Yuri Villacorta Revisão: Débora Diniz e Letícia Capobianco Programação visual: Jonathan Pimenta Denis Simas (TRT 15) Quase diariamente, o Poder Judiciário é criticado por sua lentidão. Por mais desconforto que essa afirmação nos cause, como magistrados, infelizmente, conhecemos de perto os meandros de nosso sistema de Justiça e enfrentamos, também diariamente, diversas e distintas dificuldades na busca da boa prestação jurisdicional. O que grande parte da sociedade desconhece são as precárias condições oferecidas aos juízes brasileiros para que possam fazer justiça de forma célere e eficiente, como determina a Carta Magna. Sintonizada e preocupada com a realidade que se impõe, de maneira implacável, ao juiz brasileiro, a AMB decidiu traçar um diagnóstico das condições de trabalho dos magistrados. Em breve, todos os associados receberão um questionário em que devem fornecer detalhes a respeito do ambiente e das condições em que desenvolvem suas funções. Além das dificuldades, a intenção é identificar também práticas positivas, que possam servir de exemplo. Depois de coletados os dados, a Associação iniciará uma nova etapa, que será a de estabelecer critérios para o bom funcionamento das unidades judiciárias e, em seguida, criar um selo de qualidade de gestão. O objetivo é dar mais efetividade ao trabalho do juiz e, em conseqüência, mais celeridade à Justiça. Além da pesquisa, criamos ainda um canal de comunicação direto para que os filiados possam relatar os problemas que enfrentam em suas comarcas. Por meio do endereço eletrônico [email protected], a AMB receberá o seu depoimento. Nossa intenção é conhecer o dia-a-dia do seu gabinete, o número de processos, o material disponível para atender ao jurisdicionado. Esta edição do AMB Informa traz alguns exemplos da realidade muitas vezes escondida por traz das estatísticas. Instalações inadequadas, excesso de processo e carência de serventuários são alguns exemplos dos problemas identificados pela reportagem. A AMB acredita que ao tornar públicas as condições de trabalho do magistrado, damos o primeiro passo para a reversão deste cenário. Propor e agir ao invés de apenas lamentar e criticar. É nesse associativismo, pró-ativo e atuante, que a AMB acredita. E é em nome dele que continuará a defender os interesses da magistratura e da sociedade brasileiras. 1º a 31 de outubro de 2008 AMBInforma AMB em ação Cruzada contra o trabalho escravo AMB participa de coleta de asinaturas para aprovação de PEC que põe fim à prática Mariana Monteiro/AMB tada em segundo turno. A conselheira fiscal da AMB Maria Isabel da Silva representou a entidade no ato em Brasília (DF), denominado de Dia Nacional pela Aprovação da PEC do Trabalho Escravo. Até agora, 122.203 assinaturas já foram coletadas. O objetivo é chegar a um milhão, para que o documento seja entregue ao Congresso Nacional. Maria Isabel aborda casal em busca de novas assinaturas U m homem é convidado a trabalhar provisoriamente em uma cidade a centenas de quilômetros de distância de onde mora, com a promessa de salário fixo, moradia e alimentação. Quando chega ao tal lugar é submetido a serviços exaustivos e tem de pagar pela viagem que fez e, ainda, pela comida, o que faz com que sua dívida aumente a cada dia. Para tentar zerar o saldo devedor, ele chama a família que ficou em sua terra natal para também trabalhar para aquele empregador. Quando tentam voltar para casa, são impedidos violentamente, sendo obrigados, então, a permanecer trabalhando. O fato narrado acima não aconteceu antes da abolição da escravatura, no século 18. O trabalho escravo ainda existe no Brasil. Para erradicar esta prática, 26 entidades, incluindo a AMB, se mobilizaram no dia 17 de outubro para colher assinaturas pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição nº 438/2001. A PEC estabelece pena de perdimento da gleba onde for constatada a exploração de trabalhadores em condições análogas às de escravo. A proposta já foi aprovada pelo Senado Federal e também em primeiro turno na Câmara dos Deputados, onde ainda será vo- Assinaturas A rodoviária do Plano Piloto, no centro de Brasília, foi um dos locais espalhados pelo País onde as pessoas puderam fazer parte do abaixo-assinado para pressionar o Congresso Nacional a aprovar a PEC. Centenas de transeuntes assinaram o documento, como o casal de professores Cristiana de Souza e Matthias Bronk. “É uma ação infundada que não deveria mais existir”, disse a moça. Já seu marido opinou que o problema faz parte também da falta de políticas públicas destinadas a ajudar os desempregados. “Dentro de um País democrático onde existem os direitos humanos plenos isso é uma vergonha. O que agrava é a falta de recursos, pois as pessoas são submetidas ao trabalho escravo porque não têm outra opção; não têm apoio do governo”. “Os proprietários rurais cometem uma grande violência ao descumprir a lei e ainda lucrar com isso”, completou Matthias. Dalila Reis Martins, integrante da comunidade Kalunga Engenho, localizada em Cavalcanti (GO), passava pela rodoviária e não hesitou em tentar ajudar quem hoje passa por humilhação semelhante à que seu povo viveu no passado. “Meus antepassados eram escravos e até hoje somos discriminados. Este é mais um motivo que me levou a participar desta mobilização”, afirmou a jovem. AMB Além de representar a AMB, a juíza Maria Isabel fez questão de recrutar pessoas para assinar o documento. “Ajudemnos a acabar com o trabalho escravo! É a segunda abolição da escravatura”, dizia a magistrada ao abordar as pessoas. “É importante esta coleta de assinaturas para sensibilizar o Congresso para a aprovação da PEC 438. Além disso, é preciso conscientizar o povo de que hoje ainda existe trabalho escravo: a exploração do homem pelo homem”, destacou Maria Isabel. A conselheira fiscal da AMB lembrou que a magistratura deve se envolver nesta causa. “Fazemos parte de um segmento que deve estar mais próximo das questões do dia-a-dia do povo. A AMB não pode ficar centrada apenas nos interesses dos associados. É preciso lutar pelas causas sociais porque os juízes são formadores de opinião”, completou Maria Isabel. Estiveram presentes no ato entidades como a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Associação dos Magistrados do Trabalho da 10ª Região (Amatra X), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), entre outras. Quem quiser fazer parte do abaixoassinado pode acessar o site www.trabalhoescravo.org.br e assinar. As entidades organizadoras da mobilização pretendem apresentar o documento até novembro para que a PEC 438 seja votada e aprovada ainda neste ano. 3 AMBInforma 1º a 31 de outubro de 2008 AMB em ação Dois pesos, duas medidas C erca de 400 mil servidores, distribuídos em mais de 80 categorias profissionais do serviço público, estão comemorando a revisão dos seus salários, efetuada conforme determina a Constituição Federal. A carreira da magistratura, por outro lado, continua insatisfeita com a falta de correção salarial desde 2006. A demora dos parlamentares para aprovar o Projeto de Lei n° 7.297/06 – que dispõe sobre a revisão do subsídio de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) – causa indignação aos magistrados. Por este motivo, a AMB continua mobilizada para que a matéria seja apreciada pelo Plenário da Câmara dos Deputados o mais rapidamente possível. No dia 15 de outubro, este mesmo Plenário aprovou duas medidas provisórias (MP) para corrigir o salário de quase 400 mil servidores ativos e aposentados. A Medida Provisória (MP) n° 440/08 prevê a readequação Daiane Souza/UnB Enquanto esperam por revisão, juízes assistem a reajustes de outras categorias Professor da UnB defende correção dos salários de aproximadamente 17 mil servidores de algumas das carreiras típicas do Estado, com exceção da magistratura e do Ministério Público, que ainda aguardam a boa vontade dos deputados para dar celeridade à aprovação de projetos de lei que promovam a revisão dos seus subsídios. Outra MP, a de número 441/08, concede revisões salariais diferenciadas a mais de 380 mil servidores ativos e inativos da União. Categorias que receberam revisão salarial em 2008 * Categoria Classe/ Padrão 1° jul 2008 1° jul 2009 1° jul 2010 Auditor fiscal da Receita Federal Especial/ IV 16.680,00 18.260,00 19.451,00 Carreiras da Área Jurídica Especial 16.680,00 18.260,00 19.451,00 Carreiras de Gestão Governamental Especial/ IV 14.511,60 17.347,00 18.478,45 Policial Rodoviário Federal Inspetor/ III ----- 9.661,12 10.544,14 Especialista do Banco Central do Brasil Especial/ IV 14.511,60 17.347,00 18.478,45 Ministro de primeira classe 14.511,60 17.347,00 18.478,45 Diplomata * Fonte: www.planalto.gov.br 4 Valor do subsídio (em R$) com efeitos financeiros a partir de: Enquanto o PL n° 7.297 não é votado, a magistratura sofre grande impacto financeiro, tendo em vista a defasagem do subsídio, os constantes reajustes nos índices de inflação e os descontos obrigatórios sobre os salários, que acabam por interferir diretamente no cotidiano da categoria. Segundo o professor do departamento de Ciências Contábeis da Universidade de Brasília (UnB) Roberto Piscitelli, outros fatores contribuem para prejuízos econômicos e até emocionais. “O magistrado, como qualquer pessoa, tem as mesmas dificuldades financeiras quando o salário fica ‘apertado’”, observa. Apesar de a readequação do subsídio do ministro do STF ser prevista constitucionalmente, a medida vem sendo protelada. “Se essa correção fosse feita anualmente, não haveria um impacto tão grande. A divulgação do valor da remuneração do magistrado ou de qualquer outro salário mais elevado chama muita atenção, devido às desigualdades sociais e aos baixos níveis salariais do Brasil. A revisão do subsídio deveria ter um alto grau de automaticidade, para evitar que essa readequação pareça um privilégio, por ter de ser retroativa”, sustenta. Reconhecimento Estudioso da área de finanças públicas, o professor Piscitelli defende a readequação do subsídio de ministro da Suprema Corte. De acordo com ele, “a remuneração é o espelho da concepção que a sociedade tem dos servidores e do valor atribuído à atividade por eles desempenhada”. “Particularmente, não acho que os magistrados tenham um salário muito alto, quando levamos em conta a carga de trabalho extremamente elevada e a responsabilidade que eles têm. Se comparado ao da iniciativa privada, o salário dos magistrados é bem inferior”, salienta. 1º a 31 de outubro de 2008 AMBInforma AMB em ação Apoio de parlamentares e da cúpula do Judiciário Autoridades reconhecem luta da AMB pela readequação do subsídio Bernardo Hélio/Ag. Câmara Débora Zampier/AMB Congratulações Vieira da Cunha apóia entidade Mas, segundo o parlamentar, sua intenção é sensibilizar os demais líderes para que o projeto vá a Plenário ainda este ano. “Nas reuniões do Colégio de Líderes, tenho Além da simpatia dos parlamentares pelo empenho da AMB em favor da célere apreciação do PL n° 7.297, a entidade tem recebido manifestações de solidariedade de muitos de seus associados, de Norte a Sul do País. Segundo o presidente da Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC), José Agenor Aragão, a entidade nacional demonstra cada vez mais que busca o fortalecimento do Poder Judiciário e, especialmente, dos magistrados brasileiros. “Temos sempre enaltecido todas as ações da AMB, inclusive com a divulgação de notícias no site da ACM. A luta pela aprovação do projeto do subsídio é uma constante do nosso presidente Mozart, não só com ações no Congresso Nacional, como também junto às cortes superiores. A AMB é de extrema importância para que esse projeto de lei seja aprovado o quanto antes”, afirma. Fabrício Severino Apesar do incômodo gerado pela falta de correção dos vencimentos dos magistrados, prevista na Carta Magna, a AMB tem conseguido bons parceiros na Câmara dos Deputados para tentar agilizar a apreciação do Projeto de Lei n° 7.297/06 – que trata do subsídio de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre os parMozart com Oliveira e Magalhães lamentares que têm apoiado a Associação nesta luta estão o líder do PDT na sustentado que a matéria deve ter prioridaCasa, Vieira da Cunha (RS), e os deputados de. Antes de ser uma questão salarial, traRoberto Magalhães (PMDB-PE) e Laércio ta-se de garantia da dignidade da magistratura, por estar diretamente relacionada à Oliveira (PSDB-SE). “Tenho acompanhado a luta da AMB e independência do Poder Judiciário. E muito não só estou solidário à entidade, mas tam- antes de estar defendendo interesses corbém estou engajado para que o Congres- porativos, estou lutando pela preservação so Nacional possa aprovar o quanto antes do Estado Democrático de Direito, defeno projeto, que cumpre um mandamento dendo a cidadania, que pressupõe a atuaconstitucional por tratar da recomposição ção independente de juízes”, ressalta. Em visita aos deputados Roberto Maparcial das perdas inflacionárias”, afirma Vieira da Cunha. Ele revela que tem conver- galhães e Laércio Oliveira, o presidente sado com os demais líderes partidários na da AMB, Mozart Valadares Pires, também Câmara para que a matéria seja aprovada solicitou apoio para priorizar a votação do o quanto antes, mas avisa que, apesar do PL n° 7.297, que aguarda decisão do Pleesforço, há algumas resistências, além do nário da Casa desde 2006. Os parlamenhermético regimento interno da Casa, que tares alertaram Mozart sobre as barreiras dá prioridade a outras matérias, como as e os dissensos partidários e os reflexos do calendário eleitoral nas prioridades dos parmedidas provisórias. lamentares, mas ambos se manifestaram solidários ao pedido da AMB. “A pauta da Câmara continua trancada, mas vamos fazer o possível para dar o devido encaminhamento às reivindicações da magistratura”, disse Oliveira. Aragão enaltece ações da AMB Na visão do presidente da Associação dos Magistrados do Maranhão (Amma), Gervásio dos Santos Júnior, a atuação da AMB pela aprovação do projeto de subsídio é importante para demonstrar à classe que a entidade de representação nacional tem adotado todas as medidas que estão ao seu alcance para pressionar os deputados a votar esse projeto. “Mas também para mostrar à sociedade a importância da correção do subsídio. O magistrado vive do seu subsídio, não tendo qualquer outra remuneração e, por isso, esse valor precisa ser atualizado. Para que haja independência na atuação do juiz e para que a sociedade confie no seu magistrado, é necessário que ele seja remunerado de acordo com a importância do seu cargo”, completa. 5 AMBInforma 1º a 31 de outubro de 2008 AMB em ação Eleições Limpas mobiliza o País Balanço numérico comprova êxito da campanha, realizada em todas as regiões Léo Corrêa/Ag. O Dia aconteceram 146 audiências em 96 zonas eleitorais, o que corresponde a 41% de zonas alcançadas na região. Padronização da linguagem Fiscal fixa cartaz em comunidade carioca ameaçada pelo crime organizado O sucesso da campanha Elei- ções Limpas – Pelo Voto Livre e Consciente pode ser aferido pelo número de audiências públicas realizadas em todo o País: 1.468. Principal ação da campanha, a realização de encontros dos juízes eleitorais com os cidadãos eleitores foi iniciada em 26 de agosto, o Dia Nacional das Audiências Públicas. Na ocasião, os presidentes da AMB, Mozart Valadares Pires, e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Ayres Britto, convidaram os magistrados brasileiros a investir no uso desse novo instrumento de aproximação do Poder Judiciário com a sociedade. E o resultado não poderia ser melhor. De acordo com balanço (veja quadro ao lado) apresentado no dia 21 de outubro, no edifício-sede do TSE, pelo coordenador nacional da campanha, Paulo Henrique Machado, foram 1.467 audiências públicas realizadas, voluntariamente, nos 26 estados brasileiros, e 6 uma no Distrito Federal, no Dia Nacional das Audiências Públicas. Os encontros aconteceram em 961 das 2.988 zonas eleitorais do País, o que corresponde a 32% do total de zonas brasileiras. Somente em Minas Gerais, foram realizadas 289 audiências, em 205 das 349 zonas eleitorais do estado. Em Roraima, o resultado também foi excelente, com audiências em todas as seis zonas do estado. Em relação aos dados regionais, os magistrados da região Nordeste foram os que mais realizaram audiências públicas (547) desde o lançamento nacional da campanha, atingindo 923 municípios e 353 zonas eleitorais. Na região Norte, Na visão do idealizador das audiências públicas e assessor da presidência do TSE, juiz Márlon Reis, o ponto forte da campanha Eleições Limpas foi a seleção dos temas para serem discutidos pelos juízes eleitorais com os cidadãos. Segundo ele, a partir dos resultados da pesquisa Voto, Eleições e Corrupção Eleitoral, encomendada pela AMB ao Instituto Vox Populi, foram elencados alguns pontos principais a serem abordados nas audiências públicas, padronizando o discurso. Conforme constatou a pesquisa, a sociedade reconhece a existência da prática de compra de votos e não conhece o papel do prefeito e do vereador. Além disso, cerca de 20% dos respondentes disseram não confiar na inviolabilidade da urna eletrônica. “Nas audiências públicas foram abordados, principalmente, os pontos fracos do processo eleitoral. E a conscientização dos eleitores vai continuar. A idéia é aproveitar um ano não eleitoral para travar um debate mais profundo, com ênfase na juventude, que está começando a formar sua convicção política”, ressalta o juiz, que resume a campanha em uma frase: “Quebra da barreira histórica existente entre a Justiça Eleitoral e as comunidades”. Confira as estatísticas: Número de zonas eleitorais do País 2.988 Número de Zonas Número de que realizaram audiências audiências realizadas (*) 961 1.468 * Em alguns municípios, foram realizadas duas ou mais audiências Porcentagem zona 32% 1º a 31 de outubro de 2008 AMBInforma AMB em ação “Um Brasil que acredita em si mesmo” Ação conjunta da AMB e TSE incentiva exercício da cidadania por meio do voto O é especial. Simboliza esses novos tempos do Poder Judiciário brasileiro, que se assume como parte elementar, orgânica da sociedade. Não é mais o Judiciário trancado no seu gabinete, mas, ao contráções Limpas – Pelo Voto Livre e rio, um Judiciário partícipe, sentiConsciente, que incentivou juízes mental, que faz do seu trabalho eleitorais de todo o País a promoum sentir-pensar do ordenamento ver audiências públicas para esjurídico na perspectiva do corpo clarecer dúvidas dos cidadãos sosocial”, disse o ministro. bre o processo eleitoral. No dia 21 Na visão de Ayres Britto, é Paulo Henrique, Mozart, Ayres Britto e Márlon Reis de outubro, em solenidade realiimportante que essa maior aprozada no Salão Vermelho do Tribunal Supe- do Tribunal é tornar a campanha perma- ximação do Judiciário com a população rior Eleitoral (TSE), o coordenador nacional nente, para estimular ainda mais a partici- esteja acontecendo na época das eleições, da campanha, Paulo Henrique Machado, pação da sociedade no processo eleitoral. considerada por ele como uma oportuniapresentou um balanço da iniciativa – uma “A magistratura eleitoral está de parabéns! dade de o povo desfrutar, conhecer, vitaparceria da AMB com o TSE –, que supe- Que possamos continuar a dar essa contri- lizar e vivenciar a democracia brasileira. buição ao fortalecimento da democracia e “A eleição é essa oportunidade única de rou todas as expectativas. “Esta campanha não vem apenas para da cidadania brasileira”, ressaltou. se fazer um funil pelo qual só passem os uma eleição. É algo permanente, que veio candidatos mais preparados, qualificados para ficar”, disse Paulo Henrique na cerie devotados à vida pública. É pela qualimônia. Ele destacou o sucesso da realizaficação dos candidatos que se qualifica a A solenidade de divulgação do balanço vida política”, afirmou. ção voluntária de 1.468 audiências públicas para orientar os cidadãos sobre o que é da campanha também foi palco da entreO presidente do TSE também elogiou a permitido e o que é proibido durante o pro- ga do Prêmio Eleições Limpas de Redação parceria do Tribunal com a AMB no desencesso eleitoral, incentivando a sociedade a 2008 aos três estudantes vencedores da volvimento da campanha e, em referência votar com consciência e sem influências. premiação. O momento também foi mar- aos alunos premiados, disse acreditar que “Não temos dúvidas do êxito desta campa- cado pela emoção dos alunos e da platéia os cidadãos brasileiros passam por uma nha. Fizemos o convite aos juízes eleitorais, e por congratulações do presidente do TSE, fase de conscientização. “A AMB, sob a lúo convite foi aceito e tivemos a adesão de ministro Carlos Ayres Britto, pelo êxito da cida e competente presidência de Mozart magistrados de todo o País. A realização campanha Eleições Limpas. “Esta manhã Valadares, liderou esse processo de realide audiências públicas vai passar zação de audiências públicas, a fazer parte da rotina dos juízes que é um mecanismo de deeleitorais. Estou realmente satismocracia direta que alarga as feito com os êxitos alcançados”, portas do Poder Judiciário para afirmou o coordenador. receber a população. Se trava O presidente da AMB, Mozart um diálogo, com troca de inValadares Pires, segundo a se formações, de experiências, de pronunciar na solenidade, reforenergias. Esta é uma manhã çou a importância das audiências luminosa. Creio, através dos públicas como novo instrumento jovens vitoriosos, que estamos de aproximação da Justiça com a experimentar um novo Brasil, a sociedade. De acordo com Moum Brasil que acredita em si Britto: Judiciário se assume como parte orgânica da sociedade zart, a intenção da Associação e mesmo”, finalizou. Letícia Capobianco/AMB s eleitores brasileiros estão cada vez mais cientes da importância de exercer sua cidadania por meio do voto, principalmente depois do lançamento da campanha Elei- U.Dettmar/ASICS/TSE Jovens vitoriosos 7 AMBInforma 1º a 31 de outubro de 2008 AMB em ação Sentimento cívico começa cedo U.Dettmar/ASICS/TSE Alunos recebem prêmios por melhores redações sobre o voto consciente tudantes pelo tema, provando que eles já sabem exatamente o quanto seu voto é importante para o futuro do País. Os alunos premiados foram Bruna de Araújo, de 12 anos, Ana Beatriz Cerqueira, de 13 anos, e Matheus Dantas, de 14 anos. Os prêmios foram entregues pelos presidentes da AMB, Mozart Valadares Pires, e do TSE, ministro Carlos Vencedores recebem prêmio durante solenidade Ayres Britto, em solenidade onhecer Brasília, ser contemplado realizada em Brasília (DF). com um troféu e um certificado e reAlunos dos Colégios Militares de Campo ceber um computador são presentes Grande (MS) e de Salvador (BA), os adolesque todo adolescente adoraria ganhar. Sa- centes garantem que decidiram se inscrever bendo disso e com o objetivo de estimular no concurso não apenas pela premiação, o espírito cívico e democrático nos futuros mas especialmente para colocar no papel eleitores, a AMB e o Tribunal Superior Elei- suas idéias a respeito da verdadeira função toral (TSE) entregaram todos esses prêmios do voto. “Para mim já é um grande presenaos três estudantes do ensino fundamental te ter sido selecionada e estar aqui hoje”, da rede pública de ensino que compuseram disse Bruna de Araújo, estudante da capital as melhores redações sobre o tema “Eleitor baiana. Cidadão – Pelo Voto Livre e Consciente”. A Em entrevista ao AMB Informa, os aluiniciativa fez parte do Prêmio Eleições Lim- nos campo-grandenses também explicapas de Redação 2008, uma das ações da ram o porquê de tanta dedicação ao tema. campanha Eleições Limpas. “Adoro assistir ao horário político, discutir Os textos impressionaram a comissão as propostas dos candidatos com a minha julgadora por mostrarem o interesse dos es- família”, conta Ana Beatriz Cerqueira. Ma- C theus Dantas assegura que já está contando os meses para o pleito de 2010. “Sei que cada voto pode fazer a diferença para um País melhor, e espero poder contribuir nas próximas eleições”, afirma. Na visão do coordenador nacional da campanha Eleições Limpas, Paulo Henrique Machado, o concurso cumpriu seu objetivo. “Na leitura das redações pude constatar a preocupação dos jovens com o voto. Eles entendem que não se trata só de um dever, mas de um direito que pode repercutir em suas vidas”, avalia. O concurso Esta foi a primeira edição do Prêmio Eleições Limpas de Redação. Participaram estudantes de 10 a 14 anos matriculados em escolas públicas que tiveram a maior pontuação no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em cada estado do País. Cada escola selecionou três alunos, cujos trabalhos foram analisados novamente por uma comissão conjunta da AMB e do TSE, resultando em um total de 19 escolas participantes e 56 redações. Os três melhores textos foram selecionados e igualmente premiados. Discentes do interior também são premiados P or iniciativa do juiz da 64ª Zona Eleitoral de Pernambuco, Francisco Milton Araújo Júnior, estudantes do município de Águas Belas (PE) participaram este ano do 2º Concurso de Redação sobre o tema “Voto livre e consciente, escolha que liberta”. Nesta edição, o concurso – que é um desdobramento da campanha Eleições Limpas – alcançou cerca de 800 estudantes de 5ª à 8ª série do ensino fundamental e do ensino médio 8 de oito escolas da cidade. A competição buscou difundir os valores da democracia, da cidadania responsável e do civismo e, com isso, contribuir para a construção de uma sociedade com mais justiça social, solidariedade, liberdade, participação, ética e mais acesso à informação, de modo a combater mazelas sociais, em especial a corrupção eleitoral. Realizado pela primeira vez em 2006, neste ano, o concurso instigou os estudantes a pesquisar e debater sobre tudo o que diga respeito à representação popular obtida licitamente. “O Concurso de Redação representou bastante para a vivência, nesta cidade, dos valores e princípios da democracia participativa, da cidadania plena e do civismo. Fomentou-se nos jovens o interesse por tudo que diz respeito a eleições limpas, com credibilidade e com lisura”, conclui o juiz Francisco, idealizador do torneio. 1º a 31 de outubro de 2008 AMBInforma AMB em ação Iniciativa entusiasma presidentes de TREs Apoio motivou adesão de juízes e sucesso da campanha em todo o País A Fotos: Débora Zampier/AMB campanha Eleições Limpas mobilizou juízes e a sociedade em quase 1,5 mil audiências públicas realizadas em todo o Brasil. Um aspecto que fez toda a diferença para o sucesso do projeto foi a participação ativa de presidentes dos tribunais regionais eleitorais. Cada um a seu modo, os presidentes colaboraram para a divulgação da iniciativa da AMB e do Tribunal Superior Eleitoral em seus respectivos estados, buscando um processo eleitoral mais democrático e consciente. Confira abaixo o depoimento de cinco presidentes relatando as experiências e as novas idéias obtidas com a campanha: Cleonice Freire – TRE-MA Ari Moutinho – TRE-AM “Entendo que a realização das audi- “Li as cartilhas assim que saíram, e ências foi de grande proveito. As elei- achei que seriam uma ótima alternativa ções no Maranhão aconteceram em para informar verdadeiramente o eleitor. clima bem mais tranqüilo, quase não Fui distribuí-las pessoalmente nos cruza- vi boca de urna, transporte ilegal e ali- mentos de Manaus, pois achei que eu, mentação fornecida por candidatos nas como representante dos juízes eleitorais ruas. Credito grande parte disso à cam- do estado, deveria dar o bom exemplo. panha Eleições Limpas, já que quase todas as zonas do estado fizeram audiências. A campanha também me motivou a visitar várias seções eleitorais mais próximas, juntamente com represen- O encontro da magistratura com a sociedade é fundamental para tantes das Forças Armadas, para mostrar que o Judiciário e a Seguran- esclarecer pontos relevantes sobre o processo eleitoral. Muitos eleito- ça Pública estão com o eleitor na hora de votar. Acredito que a soma res ainda não sabiam o que podia ou não podia ser feito, e os erros desses fatores deixou o clima eleitoral bem mais tranqüilo e os eleitores não aconteciam por má vontade, mas por falta de informação. O mais satisfeitos. O maior resultado da campanha foi a vitória da lisura diálogo consegue resolver muitas coisas que parecem sem solução.” no processo eleitoral.” Leônidas Monteiro – TRE-MT Carmo de Souza – TRE-AP “No Mato Grosso, as audiências públi- “Fico muito satisfeito por todas as zonas cas foram realizadas à exaustão. Os juí- do Amapá terem realizado audiências. Um zes se saíram muito bem, considerando exemplo que me surpreendeu foi a audi- que se tratava de uma iniciativa pioneira. ência de Laranjal do Jari, que reuniu cerca Hoje, digo que o grande vencedor das de 10 mil pessoas, cerca de dois terços da eleições foi o eleitor, e as audiências pú- população da cidade. Outra coisa interes- blicas colaboraram muito para isso. sante foi o fato de os próprios candidatos Em termos de consciência política, os comparecerem em muitas audiências, e a eleitores se colocaram à frente de muitos candidatos. Mesmo os mais relação de respeito que se estabeleceu entre eles próprios e a população. humildes deixaram claro que queriam ver propostas e idéias, e não pro- Essa foi uma iniciativa que motivou muitos juizes a se aproximarem do messas que não podem ser cumpridas e ataques pessoais. Houve, sim, eleitorado. Nós nunca soubemos que podíamos fazer isso, estarmos tão uma transformação, e parabenizo os juízes que se mobilizaram para próximos à população e respondermos às suas dúvidas. Agora a presta- chegarmos a esse novo perfil do magistrado e do eleitorado.” ção de informações à comunidade é um processo sem volta.” Alberto Mota – TRE-RJ “Tenho plena convicção de que a audiência pública é o melhor veículo para o administrador público tomar conhecimento dos anseios da população sem precisar de intermediários. O voto em si não transmite levantamento de como as pessoas entendem o processo eleitoral. Somente em audiências, em um contato mais direto, isso é possível. Pretendemos realizar quatro audiências em 2009, dividindo o estado em regiões, com o objetivo de ouvir o eleitor e antecipar, o quanto possível, o debate para termos uma boa eleição em 2010. Iremos levar dados das audiências promovidas este ano para a população do estado não achar que se trata de uma experiência. Os avanços são reais.” 9 AMBInforma 1º a 31 de outubro de 2008 AMB em ação Ações no CNJ asseguram direitos e prerrogativas Controle telefônico de frequência de magistrado no RN é derrubado, em mais uma vitória E suas obrigações de forma a melhor atender os jurisdicionados, mas que o exercício da função deve ser praticado com plena liberdade funcional e independência, sob pena de se ter comprometidas as garantias constitucionais da magistratura. “Essa é uma vitória muito importante, pois resgata o reconhecimento da atividade política do magistrado, que pode exercer a sua função quando dá uma palestra, fiscaliza uma zona eleitoral ou trabalha em casa ou nos finais de semana”, avalia. Em vigor desde outubro de 2007, a norma previa que o controle telefônico se daria, de segunda a sexta-feira, em horários não determinados. Caso o juiz não fosse encontrado por três vezes, era instaurado procedimento administrativo contra o magistrado. “Não somos contra o papel fiscalizador das corregedorias, que é fundamental, mas não podíamos admitir que os juízes ficassem sob a batuta de um telefonema”, explica o presidente da Amarn. O relator da ação destacou que, havendo ocorrência generalizada de não comparecimento ou ausências injustificadas, a fiscalização é cabível para coibir abusos e apurá-los. O conselheiro ponderou ainda que, de acordo com a Lei Orgânica da Magistratura nacional, o juiz tem o dever de cumprir com suas obrigações, o que inclui a presença na vara em que atua e uma jornada de trabalho. “Mas é assegurado o exercício de sua função com liberdade e como forma de garantir a autonomia e independência do próprio Poder Judiciário”, confirma. Elpídio Júnior m decisão unânime, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) anulou, no dia 21 de outubro, norma editada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte autorizando a Corregedoria da Corte a fazer, por telefone, o controle de freqüência dos magistrados do estado. Em maio, a AMB, em parceria com a Associação dos Magistrados do Rio Grande do Norte (Amarn), ajuizou ação no Conselho questionando o provimento, sob a alegação de tratar-se de medida inconstitucional e ilegal. “O controle por telefone limita inquestionavelmente a liberdade de escolha da melhor forma e horário para o exercício das atividades do magistrado”, afirmou o relator da ação, conselheiro Altino Pedrozo dos Santos, ao julgar procedente o pedido das associações. O presidente da Amarn, Madson Ottoni de Almeida Rodrigues, comemora a decisão, destacando que o juiz deve cumprir Novas demandas A AMB continua atenta às deliberações do CNJ, seja por meio do acompanhamento detalhado das sessões ou pelo ajuizamento de ações em defesa dos interesses da magistratura. No mês de outubro, foram protocoladas quatro novas intervenções. Como interessada, a AMB ingressou em três procedimentos de controle administrativo ajuizados pela Associação Juízes para a Democracia (AJD). O primeiro deles requer que seja observado o critério de antigüidade na designação de magistrados para composição de turmas recursais dos juizados especiais cíveis e criminais do estado. A ausência de critérios para a substituição de integrantes do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro é o assunto de outro pedido. A Associação questiona 10 ainda a ausência de regulamentação de critérios objetivos para promoções e remoções por merecimento. Uma intervenção em favor dos magistrados trabalhistas também foi apresentada ao Conselho. No pedido, é defendida a concessão de ajuda de custo aos juízes quando da mudança de residência em razão da remoção (simples ou por permuta), a exemplo do que já acontece com os magistrados federais e com ministros e servidores do Tribunal Superior do Trabalho e do Superior Tribunal de Justiça. Apesar de haver resolução do próprio Conselho editada para regulamentar o tema, alguns tribunais continuam indeferindo o pagamento. Em razão disso, um juiz do trabalho ingressou com pedido de providências e a AMB aderiu à causa como interessada. Presidente da Amarn destaca vitória 1º a 31 de outubro de 2008 AMBInforma AMB em ação Crianças e adolescentes no foco da magistratura Fotos: Letícia Capobianco/AMB Nova vice-presidência da AMB leva ao CNJ projeto Depoimento sem Dano Francisco Oliveira Neto apresentou o projeto a Andréa Pachá A Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente garantem que a efetividade dos direitos fundamentais desse público possui absoluta prioridade. A luta para fazer dessas garantias uma realidade inclui também a ação dos magistrados, em especial dos que atuam área da Infância e Juventude, que enfrentam diariamente a complexa tarefa de ouvir crianças em audiências. Muitas são vítimas de violência doméstica, abuso sexual ou negligência, e sofrem nova agressão quando precisam falar em juízo. Mas esta triste realidade deve ser alterada em breve. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), seguindo proposta da AMB, recomendará à magistrados de todo o País a adoção do Depoimento sem Dano. O projeto, desenvolvido pelo juiz José Antônio Daltoé Cezar, da 2ª Vara da Infância e Juventude de Porto Alegre (RS), foi apresentado ao Conselho pela recém-criada vice-presidência da AMB para Assuntos da Infância e da Juventude, comandada pelo juiz Francisco Oliveira Neto. Esta é a primeira ação da nova pasta, que reforça o compromisso da AMB com as causas que afetam crianças e adolescentes e com centenas de magistrados da área. “Os juízes da infância são muito atuantes e bus- cam de forma individual aprimorar o sistema sem esperar, por exemplo, alterações legislativas”, afirma Francisco, destacando que a vice-presidência atuará no debate de temáticas como adoção, adolescentes em conflito com a lei, violência e exploração sexual contra crianças. Segundo o vice-presidente, a expansão do projeto Depoimento sem Dano é fundamental para assegurar os direitos dos pequenos e punir aqueles que os violam. “Ouvir o que a criança tem a dizer é nosso dever, assim como protegê-las”, ressalta. Falta de orientação A conselheira Andréa Pachá, que representou o CNJ na cerimônia de entrega oficial do projeto, destacou o importante papel que a AMB vem assumindo: o de protagonista e interlocutora dos problemas enfrentados pela magistratura. “Muitas vezes, o juiz da infância passa por dificuldades para dar efetividade à Justiça. A construção de uma sociedade justa e ética tem que ter foco na criança”, defende Andréa. O Depoimento sem Dano será apresentado pela conselheira ao Comitê para a Promoção de Medidas de Proteção à Infância e Juventude e de Reinserção Social do Menor Infrator em novembro, o que deve resultar na reco- mendação, aos tribunais e magistrados, da implantação do projeto. O idealizador da iniciativa, José Antônio Daltoé Cezar, também participou da apresentação e falou a respeito dos bons resultados do projeto que desenvolve no Rio Grande do Sul há 15 anos. “É preciso muito cuidado para ouvir uma criança, pois podemos manipular essa fala, mesmo sem intenção. No Brasil, 99% dos juízes não recebem nenhuma orientação sobre como devem ouvilas.” observa. Com 20 anos de magistratura, Daltoé relembrou sua própria experiência no início de carreira, quando, com apenas uma semana de posse, se viu diante da difícil tarefa de colher o testemunho de crianças. Pela proposta, as pequenas vítimas são recebidas em um ambiente acolhedor, e falam sobre o acontecido a um técnico treinado, normalmente um assistente social ou psicólogo. Juiz, promotor, advogado e, em alguns casos, o réu acompanham, na sala de audiência, o relato por meio de um sistema de vídeo. A experiência do juiz gaúcho revela a eficácia do método. O índice de condenação dos cerca de mil casos analisados por Daltoé é de 59%, número seis vezes maior que a média nacional. “Muitos países já utilizam esse sistema, iniciado na Inglaterra. Atualmente, há um movimento mundial para a adoção do depoimento sem dano e acredito que o Brasil não pode mais perder tempo”, argumenta o magistrado. Daltoé: experiência pioneira 11 AMBInforma 1º a 31 de outubro de 2008 AMB em ação Unidades judiciárias do País sofrem c Juízes vivem o desafio de fazer justiça sem minimas condições de trabalho P 12 e isso acarreta em uma limitação muito grande”, relata o magistrado. Falta de pessoal No Fórum de Campinas (SP), a dificuldade é outra, apesar de a gravidade do problema ter a mesma intensidade. A principal mazela vivida pelo Judiciário no município, que possui um milhão de habitantes, é a falta de funcionários, incluindo juízes. Nas 28 varas em funcionamento, trabalham 700 servidores, considerando também aqueles que cuidam da limpeza e da vigilância. Segundo a publicação da AMB Judiciário Brasileiro em Perspectiva, na Venezuela, país mais pobre que o Brasil, existem 6,3 juízes para cada 100 mil habitantes, enquanto no Brasil a média é de 5,3. Dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram que o PIB per capita do Brasil, em 2006, era de US$ 8,070, contra U$ 4,62 do país vizinho. A Alemanha, país com maior número de juízes por habitante, tem 23 magistrados para cada 100 mil cidadãos. O diretor do Fórum, José Henrique Torres, revelou que há uma grande dificuldade na contratação de pessoal. “No tribunal do júri, por exemplo, fazemos três ou quatro julgamentos por semana. Só seria possível zerar a pauta de hoje em 2012, e esta realidade só seria resolvida aumentando o número de plenários, ou seja, de juízes. Há uma deficiência orçamentária muito grande para contratar juízes e funcionários”, conta o magistrado. O juiz titular da 1ª Vara Cível de Campinas, Renato Siqueira de Preto, compartilha da mesma opinião de José Henrique: faltam magistrados e funcionários. Em sua unidade, existem atualmente nove mil processos em andamento e 13 escreventes para lhe auxiliar. Renato explica que os servidores, na verdade, fazem apenas atos de expediente e não decisões e despachos. “Tudo acumula em mim. Em São Paulo só existem assessores em segunda ASSETJ equenas casas com cerca de 30m², construídas com materiais alternativos, como isopor, papelão e madeira compensada. No inverno, se transformam em geladeiras; no verão, em verdadeiras saunas. Este não é mais um relato sobre moradia inadequada em favelas do País. São as condições em que o juiz titular do 9° Juizado Especial Cível de Curitiba (PR), Romero Tadeu Machado, tem para trabalhar em Sítio Cercado, segundo bairro mais populoso da capital paranaense. As moradias experimentais foram construídas pela prefeitura há cerca de 30 anos e depois desativadas. O local abriga aproximadamente 30 casas. Em sete delas, juntamente com a unidade de Romero, também funciona o 5º Juizado Especial Criminal. No começo, há cinco anos, a unidade foi instalada como um projeto piloto, mas desde junho, foi efetivada e a mudança para um prédio com 800m², quase o triplo da área atualmente ocupada, está prevista para 2009. “Ficamos todos separados e isso, para fins de administração de pessoal e de trabalho, é muito ruim. Se estou no meio de uma audiência e acontece um problema em outra ‘casinha’, tenho que caminhar quase 40 metros para resolver”, conta o juiz, acrescentando que em sua sala nem sequer há uma mesa ou armários. Em 2008, só no Juizado Cível, já foram julgados 982 dos 1,1 mil processos distribuídos até agora. A produtividade não é prejudicada, mas em um lugar mais bem estruturado a produção seria mais qualificada. “Em um ambiente mais adequado, logicamente haveria condições de produzir melhor. Em um local mais agradável, se trabalha com mais vontade. Os juízes que vinham para cá ficavam uma semana, um mês e iam embora. Nós improvisamos Em Curitiba, juizados funcionam em sete “casinhas” separadas 1º a 31 de outubro de 2008 AMBInforma AMB em ação Divulgação com a falta de estrutura O magistrado Romero Tadeu Machado, não tem onde guardar processos ção de servidores, além da falta de material básico, como papel, o que influencia nos serviços oferecidos aos cidadãos. No fim, os juízes acabam sendo responsabilizados pela morosidade na prestação jurisdicional, quando na verdade há falhas na administração judiciária, por falta de definição das verdadeiras necessidades da Divulgação instância”, disse. Para contratar esses profissionais é preciso que o Tribunal de Justiça do estado submeta uma lei à aprovação da Assembléia Legislativa, o que não foi feito até agora. No município só existem quatro juízes auxiliares para dar suporte às 28 varas. Renato relatou que, quando seu último filho nasceu, abriu mão da licença-paternidade para não gerar acúmulo de processos em seu gabinete: “Não teria ninguém para me substituir. Se eu fico em casa, quando volto é muito pior. Custaria-me muito tempo para colocar os processos em dia”. O magistrado acrescenta que as condições melhorariam se houvesse independência efetiva na elaboração do orçamento do Judiciário. instituição. Deficiências que decorrem da falta de planejamento do Poder Judiciário. Os juízes de primeiro grau, geralmente os que mais sofrem com as mazelas, não são ouvidos a respeito da aplicação do orçamento, o que acaba gerando a priorização de atividade menos relevantes, deixando de lado a necessidade de dotar as unidades judiciárias de uma infra-estrutura mínima ao seu adequado funcionamento. Não são feitos estudos e levantamentos para definir as prioridades, como exemplificou o juiz Éder Jorge, ao contar que o TJ de Goiás comprou mesas com formato “em L” para os gabinetes que, no dia-adia, não são funcionais, visto que com a disposição do computador e impressora não sobrava espaço para nada. Resultado: os processos não tinham onde ficar. “A maioria dos juízes passou essas mesas para os servidores e comprou outras com recurso próprio ou adquiriram na comunidade mesas maiores. Tudo decorre da falta de estudo prévio acerca das reais necessidades”, destaca o juiz. Há consenso de que orçamento deveria ser ampliado, além da efetiva independência financeira do Judiciário. No entanto, o aumento dos recursos não é o bastante. É preciso uma boa administração, conforme opinião de Éder Jorge: “Não basta ter dinheiro, tem de saber gastá-lo.” Administração judiciária Os casos de Sítio Cercado e Campinas não são exceções no Poder Judiciário brasileiro. Em inúmeras unidades jurisdicionais do País, juízes têm enfrentar dificuldades, como instalações físicas precárias, insuficiência de pessoal ou desqualifica- Cidade Judiciária em Campinas: boa estrutura, poucos servidores 13 AMBInforma 1º a 31 de outubro de 2008 AMB em ação Cenário difícil, mas reversível Letícia Capobianco/AMB AMB fará diagnóstico das condições das varas e aplicará selo de qualidade gestão jurisdicional, com o objetivo de padronizar as estruturas físicas, humanas e logísticas nas varas, propiciando a melhora na prestação dos serviços. A pesquisa da AMB pretende conhecer as dificuldades e idealizar as condições mínimas necessárias ao bom exercício da judicatura para, a partir daí, indicar as Mauriti Maranhão, da FGV, apresentou etapas do selo melhorias a serem feitas em cada m junho deste ano, o Conselho Na- vara. Os juízes responderão a um questionário cional de Justiça (CNJ) lançou um sis- onde fornecerão detalhes a respeito da estrutema na Internet – o Programa Justiça tura física, funcionários, equipamentos e tecAberta – que fará o acompanhamento da nologia. Ou seja, as dificuldades e também produtividade de todos os magistrados. Os facilidades do dia-a-dia em seu gabinete. “Para cobrar produtividade é preciso dar dados coletados abrangem o trabalho das secretarias judiciais, como quantidade de condições de trabalho. Os tribunais de Jusdecisões e sentenças proferidas, total de pro- tiça e o Conselho Nacional de Justiça facessos distribuídos e audiências marcadas e zem grande pressão por produtividade e o realizadas, entre outras informações. O ma- estudo da AMB pretende demonstrar que gistrado constantemente é responsabiliza- a produtividade está diretamente relacionado pela morosidade da Justiça, mas o que da às condições oferecidas ao juiz”, explica a sociedade não sabe é que, muitas vezes, Carlos Magno Cysneiros, um dos magistraestes profissionais não possuem ferramen- dos responsáveis pelo estudo. tas adequadas para garantir uma prestação jurisdicional célere e de qualidade. Faltam estruturas físicas apropriadas, servidores Em reunião do Conselho Executivo da qualificados, equipamentos e até mesmo AMB, realizada no dia 9 de setembro, em material básico, como papel. Preocupada com os problemas nas uni- São Paulo (SP), a Escola de Direito do Rio de dades jurisdicionais brasileiras e, ainda, Janeiro da FGV apresentou proposta para a com as conseqüências que estas mazelas criação de um selo de qualidade de gestão acarretam para a sociedade, a AMB rea- jurisdicional com a marca da Associação. De lizará, ainda neste ano, um estudo para acordo com a proposta, será feita uma estrudiagnosticar a realidade do ambiente de turação da gestão judiciária com bases sustrabalho do magistrado. Em novembro, tentáveis, contando com o apoio acadêmico todos os associados receberão, via e-mail, do Centro de Justiça em Sociedade (CJUS) e um questionário sobre as condições de tra- com orientação jurisdicional da AMB. Na ocasião, o professor da FGV Mauriti balho de cada associado. Portanto, é imprescindível que o cadastro do magistrado Maranhão explicou que a implementação da marca resultará na maior efetividade das dejunto à Associação esteja atualizado. Além disso, posteriormente, a entidade cisões e na conseqüente celeridade da Justiça desenvolverá, junto com a Fundação Getú- brasileira. “O custo-benefício da implantação lio Vargas (FGV), um selo de qualidade da desse processo seria inimaginável! Significa- E Selo 14 ria um novo patamar, um novo entendimento do que é a gestão judiciária”, afirmou. Cada vara receberá um “kit gestão”, contendo uma série de documentos de padronização de gestão e também orientação técnica para se ajustar ao modelo sugerido. Os padrões contidos nesses documentos funcionarão como medidores de desempenho e produtividade. Além disso, a vara poderá receber treinamentos coordenados pela AMB e pela CJUS para a implementação dos critérios. Após a organização da unidade jurisdicional, o que pode durar de seis a nove meses, uma auditoria será feita para verificar se os padrões gerenciais e operacionais estão sendo efetivamente seguidos. Os auditores examinarão como as atividades estão sendo realizadas e se os resultados estão sendo atingidos. O desempenho será analisado por um corpo técnico formado por magistrados da AMB. Se a vara atender a todos os critérios estabelecidos terá direito ao selo, que terá validade. Depois, periodicamente serão feitas auditorias para confirmar se a vara continua mantendo os padrões. O estudo para diagnosticar a realidade de trabalho de cada vara e indicar o que é preciso mudar para garantir o selo de qualidade ainda está na fase de desenvolvimento das etapas e aperfeiçoamento dos critérios. Fala juiz Em breve, o associado receberá, via Internet, um questionário para compor a pesquisa que analisará as condições de trabalho de cada magistrado. Mas, paralelamente, a AMB quer conhecer a sua situação. Para isso, criou um canal de comunicação com o filiado: o e-mail [email protected]. Conte como é o diaa-dia em seu gabinete, quantos servidores tem à sua disposição, equipamentos, material e as condições físicas disponíveis para servir à sociedade. A AMB quer ouvir você. 1º a 31 de outubro de 2008 AMBInforma AMB em ação CNJ realiza audiências para conhecer demandas Conselho quer ver de perto problemas enfrentados pelos magistrados Débora Zampier/AMB A audiência pública é um dos meios mais democráticos para se ouvir todos os interessados na melhoria de um processo ou serviço. Defensora da idéia, a AMB participou da primeira audiência pública promovida pela Corregedoria-Geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), realizada em Salvador (BA). O objetivo era entender o porquê dos atrasos em atos judiciais registrados pelo programa Justiça Aberta no estado. O evento aconteceu no dia 15 de outubro, no Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, e reuniu centenas de pessoas interessadas em debater e contribuir para melhor servir à população que procura o Judiciário. O interesse no assunto pôde ser percebido na variedade das autoridades presentes. Manifestaram-se representantes do Poder Executivo e Legislativo, Ministério Público, Defensoria Pública, Procuradoria Geral e Ordem dos Advogados do Brasil, assim como presidentes de associações e sindicatos do estado. O presidente da AMB, Mozart Valadares Pires, declarou que a realização da audiência “se enquadra no novo perfil do Judiciário, de maior transparência e diálogo com a sociedade”. O corregedor-geral do CNJ, Gilson Dipp, lembrou que muitas vezes o juiz está abandonado à sua própria sorte, sem condições de trabalho. “Uma das formas de combatermos esse mal é nos unirmos. Precisamos reativar o diálogo entre os tribunais e os juízes de primeiro grau”, disse. As duas instâncias da Justiça comum foram convocadas para a inspeção. Além de Mozart e do ministro Dipp, a mesa de trabalhos foi composta pela corregedora das comarcas do interior da Bahia, Maria José Pereira, pela presidente do TJ-BA, Sílvia Zarif, pela corregedora-geral de Justiça do Estado, Telma Britto, e pelo secretário-geral do CNJ, Ál- Auditório do TJ-BA lotou na primeira audiência promovida pelo CNJ varo Ciarlini. O assunto mais ouvido pela mesa foi o fato de que a melhoria do Judiciário nos últimos anos é inegável, mas que, se ainda há problemas, todos são co-responsáveis. “O Judiciário não pode nem deve pagar por todos os problemas sociais do País”, disse Ubiratã Pizanni, presidente da Associação dos Magistrados da Bahia (Amab). Participação efetiva Também foi aberta a palavra aos demais membros da sociedade que compareceram espontaneamente. O espaço foi usado para externar insatisfações pessoais e sugerir alternativas. Nesta parte da audiência, alguns juízes do estado manifestaram sua preocupação com a falta de critérios na promoção por merecimento. Toda a audiência foi gravada e funcionários do CNJ foram designados para levar adiante a apuração dos fatos apresentados. Para o ministro Dipp, a presença da AMB foi de “extrema importância e demonstra a efetiva preocupação de colaborar para um Judiciário melhor”. A próxima audiência estava marcada para o dia 23 de outubro, na cidade de São Luis do Maranhão, porém devido à impossibilidade de o ministro Dipp comparecer ao evento, a audiência foi postergada, mas não a inspeção do CNJ pelas varas do interior do estado. No próprio dia 23, o presidente da Associação dos Magistrados do Maranhão, Gervásio dos Santos, entregou um documento ao representante do CNJ, Ricardo Chimetti, relatando os principais problemas enfrentados pela magistratura maranhense. Um dos pontos comentados no documento de mais de 100 páginas foi a isenção de culpa dos juízes de primeiro grau. “Nossos juízes acabam se tornando vítimas do sistema”, disse Gervásio. O ministro Dipp já declarou que a Corregedoria do CNJ pretende atuar em todos os locais onde a inspeção preventiva se tornar necessária para o aperfeiçoamento do Judiciário. Para o presidente da AMB, é preciso acabar com a mentalidade de que corregedoria é um órgão punitivo. “O CNJ pode oferecer condições para ultrapassarmos problemas que sabemos muito bem não serem isolados, já que se repetem em muitos tribunais do Brasil”, afirma. 15 AMBInforma 1º a 31 de outubro de 2008 AMB em ação Nova Loman: é hora de participar Comissão fará documento com base nas sugestões dos associados Débora Amorim Lívia Bueno/AMB 16 reivindicações, mas não adianta pedirmos coisas impossíveis”, disse Ribas, lembrando que a comissão pretende agendar um encontro com o ministro Lewandowski ainda em novembro. Até o final de outubro, a comissão mista se reuniu por três vezes, duas delas convocadas pela AMB. O juiz Frederico Mendes Jr., responsável por receber e apresentar as sugestões dos associados à comissão, disse que os magistrados estão participando do canal aberto pela entidade. Ele afirma que a principal preocupação observada é a manutenção das prerrogativas da magistratura. “As prerrogativas devem ser asseguradas, e o desrespeito a elas deve ser combatido com maior veemência, para que não voltem a se repetir”, afirma Frederico. Arquivo Pessoal A Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman) completará 30 anos em 2009 com um único consenso: a necessidade imediata de mudanças. Desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) reabriu as discussões sobre a nova Loman, a AMB formou uma comissão para compilar e debater sugestões dos magistrados de todo o País. A idéia é que um documento possa ser entregue ao STF até o final de janeiro de 2009. A Comissão da AMB para a Reforma da Loman é formada por cinco membros da entidade. Presidida pelo desembargador Thiago Ribas, também conta com a participação de juízes convidados representando a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) e a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). “Neste momento, toda a classe deve se unir e buscar consensos para que a proposta tenha força no Congresso e possa ser aprovada o quanto antes”, afirma o juiz Marcos Salles, assessor da presidência da AMB e um dos membros da comissão. O STF também formou sua própria comissão para elaborar o anteprojeto da nova Loman. Ela é formada pelos ministros Cézar Peluso (presidente), Ricardo Lewandowski (relator), Carmen Lúcia e Carlos Alberto Menezes Direito. Para Ribas, é fundamental que a comissão da AMB tenha acesso ao que está sendo discutido pelo STF antes de consolidar uma proposta. “Certamente temos muitas Classe exige respeito Com base nos acontecimentos registrados nos últimos meses, os magistrados têm motivos reais para se preocupar com a efetividade de suas prerrogativas. A tentativa de interferência dos demais poderes em assuntos do Judiciário, como orçamento e período de férias, e o desrespeito visto em casos como a recente convocação do juiz Rafael de Oliveira Fonseca para depor na CPI dos Grampos são exemplos da situação delicada vivida pela classe. “Muitas vezes, para garantir que seu direito seja assegurado, os juízes têm de recorrer ao próprio Judiciário”, disse Frederico. A última vez que a necessidade de uma nova Loman veio à tona foi em 2005. O debate surgiu pouco depois da aprovação da Emenda Constitucional nº 45/2004, que trouxe inovações condizentes com o Judiciário moderno. Na época, a AMB chegou a entregar um documento ao STF, que inclusive está servindo de base para as atuais deliberações. “Mas acredito que este projeto ainda trazia muito da Loman de 1979. Agora estamos pontuando itens de forma mais coerente com os anseios da magistratura”, conta Frederico. O presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, já declarou esperar que o Judiciário tenha uma nova Loman em 2010. Thiago Ribas acredita que para o Congresso aprovar o projeto de forma célere, a AMB terá um papel fundamental. “Vamos nos colocar à disposição para esclarecermos todos os pontos do anteprojeto, a fim de que os pleitos do Judiciário possam ser mais bem compreendidos, e consequentemente atendidos, pelos demais poderes”. Participe! A AMB quer ouvir suas idéias para uma nova Loman. O contato pode ser feito por meio do link no Portal da AMB ou pelo email [email protected]. O juiz Marcos Salles dá o recado: “A nova Loman deve ter um caráter participativo. Contamos com a colaboração de todos neste passo importante para toda a magistratura”. 1º a 31 de outubro de 2008 AMBInforma AMB em ação Em defesa da modernização Grupo nomeado pela AMB já consolidou diversas sugestões para nova Loman U Thais Cieglinski/AMB m Judiciário mais democrático, condizente com as sucessivas modernizações conquistadas em nosso País ao longo das últimas décadas. É com esse pensamento que a AMB trabalha ativamente na elaboração de propostas para uma nova Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman). A idéia é que os anseios da magistratura tenham unidade e coerência, a fim de que não haja maiores problemas para aprovação no Congresso. Segunda reunião da comissão da AMB Após três reuniões, a Comissão da AMB para a Reforma da Loman já discutiu alguns dos pontos mais relevantes trazidos pelos associados, como eleições nos tribunais, a composição do Conselho da Magistratura, a criação do cargo de desembargador substituto e a resposta por dolo somente em ações regressivas. Confira a seguir o posicionamento da AMB sobre a alteração desses artigos: Eleições O artigo 21 da atual Loman define que somente os magistrados de segunda instância escolham os membros dos órgãos diretivos. A idéia é que todos os magistrados de primeira e segunda instância possam participar deste processo de escolha. O artigo 102 da Loman diz que o Tribunal elegerá os órgãos diretivos entre os juízes mais antigos. Na nova lei, a idéia é que todos os membros do tribunal possam concorrer na eleição, do mais antigo ao mais jovem. Proposta AMB Os tribunais regionais federais, tribunais regionais do trabalho e os tribunais de Justiça terão seus órgãos diretivos eleitos em único turno pelos magistrados de primeira e segunda instâncias da região, do estado ou do distrito federal, sendo elegíveis os membros da segunda instância. Os membros natos do tribunal pleno estarão legitimados a concorrer eleitoralmente aos cargos diretivos dos tribunais e às vagas de metade do órgão especial, onde houver, nos termos do regimento interno e observadas as disposições previstas no artigo 15. Conselho da Magistratura A modificação no artigo 104 da Loman refere-se à inclusão de um juiz de primeiro grau no Conselho da Magistratura, com direito à palavra e voto. Em alguns estados, como o Rio de Janeiro, um juiz de primeiro grau participa do Conselho, mas não tem direito a voto. Proposta AMB Todos os conselhos da magistratura contarão com a participação de pelo menos um magistrado de primeiro grau em igualdade de direito com os demais, eleito pelos integrantes da carreira respectiva. Desembargadores substitutos O artigo 118 da Loman prevê a convoca- ção de juízes em caso de vaga ou afastamento por mais de 30 dias nos tribunais. Desta forma, a estrutura da Justiça de primeiro grau acaba prejudicada. A idéia é que cada um dos tribunais tenha desembargadores substitutos – cargo idêntico ao desembargador, porém sem vaga certa em determinada câmara – para suprir toda a demanda, sem paralisação das atividades nos períodos de férias e licenças dos titulares. Proposta AMB Os tribunais de justiça poderão propor a criação, na forma da lei e do seu regimento interno, de cargos de desembargadores substitutos de segundo grau, admitida a previsão regimental de substituição temporária por desembargador já classificado, para substituição em caso de vaga, licença ou afastamento de qualquer de seus membros, por prazo igual ou superior a 30 (trinta) dias, ou na impossibilidade de compor o quórum na forma dos § 2º e 3º. Responsabilidade de decisões O artigo 49 da Loman regula em quais casos o magistrado responde por perdas e danos. A idéia do novo texto é reafirmar o que já existe na Constituição Federal e faz parte do entendimento do STF: o juiz somente responde na hipótese de dolo em ação regressiva. Primeiro a pessoa deve ingressar com ação contra o Estado – que responde pelos atos de seus agentes, inclusive juízes – para depois somente o Estado, em ação regressiva, se for o caso, requerer indenização em relação ao juiz. Proposta AMB O magistrado não será responsabilizado por suas decisões judiciais, exceto quando demonstrado o dolo de favorecer a si ou a outrem, mediante devido processo legal em ação regressiva. 17 AMBInforma 1º a 31 de outubro de 2008 AMB em ação Contagem regressiva para Jogos Nacionais Quarta edição da competição bate recorde com mais de 300 inscritos F gentemente com a TM Travel, pelos telefones (21) 2532-5917 e (21) 7845-4011, ou pelo e-mail [email protected]. Curiosidades Divulgação Divulgação 18 um evento como este”. Embora a conquista de uma medalha seja objetivo dos competidores, o evento conta com uma intensa programação paralela. Já estão confirmados um coquetel de abertura no dia 19, a exibição exclusiva da peça A Noviça Rebelde e um jantar de encerramento com a presença da Bateria da Escola de Samba da Mangueira. Informações do evento podem ser esclarecidas com Kátia Maria, pelos telefones (21) 2533-1345 Débora Zampier altam poucos dias para os Jogos Nacionais da Magistratura, e o Rio de Janeiro já está pronto para receber centenas de magistrados que confirmaram presença no evento. E antes de os atletas começarem a mostrar suas habilidades esportivas, a competição já registra recordes. Até o fechamento desta edição, estavam inscritos mais de 300 participantes de todo o Brasil. A abertura do evento será na noite do dia 19 de novembro, quarta-feira, no hotel Rio Othon Palace. O dia 19, aliás, será data de outros eventos importantes para a AMB, pois o Rio de Janeiro também receberá o Conselho de Representantes e o Conselho Executivo da entidade para as reuniões periódicas dos conselheiros. Desta forma, a diretoria da AMB e os presidentes das associações filiadas estarão presentes à abertura dos Jogos. As disputas esportivas acontecerão dos dias 20 a 23 de novembro, em três locais: na Escola de Educação Física do Exército, na Urca, no Fluminense Futebol Clube, no bairro das Laranjeiras; e no Maracanãzinho, na Tijuca. As modalidades com mais inscritos até o fechamento desta edição eram atletismo, na categoria individual, e futsal, na categoria coletiva. “Já temos o maior número de participantes de todas as edições dos Jogos Nacionais da Magistratura”, comemora Sandro Pitthan, diretor de Esportes da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj), entidade parceira da AMB na realização do evento. Para o diretor-tesoureiro da AMB, Emanuel Bonfim Carneiro, “a expectativa para o evento é muito boa, já que os Jogos não aconteciam há muito tempo e a resposta dos associados foi a melhor possível”. Emanuel acena, inclusive, para a volta definitiva do evento ao calendário da entidade. “Tratase de algo maior que a simples competição esportiva: é o congraçamento de toda a classe e familiares em um ambiente de descontração e lazer. Os magistrados merecem e (21) 2544-3530, ou ainda pelo e-mail [email protected]. Aqueles que ainda precisam fechar pacotes, transporte ou hospedagem devem entrar em contato ur- Confira abaixo a história da maior competição esportiva da magistratura ßß O primeiro projeto para a realização de um campeonato nacional da classe com várias modalidades aconteceu em 1997. O nome original era Jogos Nacionais dos Magistrados. ß ß Esta é a segunda vez que os Jogos Nacionais da Magistratura acontecem no Rio de Janeiro (RJ). A primeira passagem da competição pela cidade aconteceu justamente na estréia do evento, realizado de 23 a 25 de julho de 1999. ß ß A segunda edição dos Jogos aconteceu em 2000, em Blumenau (SC), e a mais recente foi em 2002, em Maceió (AL). ßß Os Jogos Nacionais da Magistratura são um evento exclusivo para juízes e seus familiares, certo? Nem sempre foi assim. Na primeira edição da competição podiam participar advogados, membros da Defensoria Pública, do Ministério Público e das procuradorias. ß ß A Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) tem uma participação marcante na competição. Foi a segunda colocada em 1999 e a primeira colocada nas duas últimas edições. ßß As modalidades da competição sofreram algumas alterações até chegarem à configuração atual. Em outras edições, os magistrados já disputaram vôlei de praia, judô, tênis e peteca. Nesta edição foram adicionadas as modalidades tiro esportivo e futevôlei. 1º a 31 de outubro de 2008 AMBInforma AMB em ação Segurança jurídica em debate A uniformização dos entendimentos e procedimentos da Justiça Especializada será tema da XXIV reunião do Fórum Nacional de Juizados Especiais (Fonaje), que acontece de 12 a 14 de novembro, em Florianópolis (SC). “Os juizados são uma forma diferenciada de prestação jurisdicional e esses encontros são importantes para que possamos trocar experiências e aplicar de forma mais harmônica a Lei nº 9.099/95”, destaca a presidente do Fórum, a juíza Maria Abadia de Castro Mariano, titular do Juizado Especial Cível e Criminal de Ji-Paraná (RO). O presidente da Comissão Organizadora do evento, desembargador Marco Aurélio Buzzi, coordenador estadual dos juizados especiais do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, acredita que o debate sobre o aperfeiçoamento da Justiça Especializada é imprescindível. “Desta forma, pode-se economizar recursos públicos e atender melhor o cidadão, principalmente aquele de baixa renda”, observa. Buzzi Thaís Cieglinski /AMB XXIV Fonaje acontece em Florianópolis de 12 a 14 de novembro Presidente do Fonaje aposta no sucesso fará exposição com o tema “Manual dos juizados especiais e exposição sobre a implementação das unidades/postos e treinamento dos conciliadores”. Rica programação cientifica O ponto alto do evento é a programação científica, que será intensa durante os três dias. O ministro Gilson Dipp, corregedor nacional de Justiça, será um dos palestrantes e discorrerá sobre “Formas de Encaminhamento de Proposta à Corregedoria Nacional de Justiça. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) será representado ainda pela conselheira Andréa Pachá, que apresentará uma pesquisa feita pelo órgão sobre a atuação dos conciliadores e turmas recursais. O presidente do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça, desembargador Marcus Faver, e o ministro Teori Zavascki, do Superior Tribunal de Justiça, também farão exposições durante a reunião, que contará com a presença do presidente da AMB, Mozart Valadares Pires. De acordo com a presidente do Fonaje, juíza Maria Abadia de Castro Mariano, “os assuntos incluídos na programação são de fundamental importância para atualização e reciclagem dos juízes de direito, principalmente, aqueles que atuam nos juizados especiais”. Belém recebe Fórum Mundial de Juízes “J udiciário, Meio Ambiente e Direitos Humanos”. Esse é o tema do 5º Fórum Mundial de Juízes (FMJ), que acontece em Belém (PA), de 23 a 25 de janeiro 2009. A expectativa é que o evento – que tem como uma das entidades promotoras a Associação dos Magistrados do Estado do Pará (Amepa), com apoio da AMB – reúna 700 pessoas. O Fórum originou-se das oficinas jurídicas do I Fórum Social Mundial, realizado em 2002, em Porto Alegre (RS). Juristas nacionais e internacionais já confirmaram presença na capital paraense, entre eles o ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Carlos Ayres Britto, o professor da Escola Nacional de Magistratura Fran- cesa e secretário geral da Associação pela a 26 de janeiro de História da Justiça, Denis Salas, e a minis- 2009, que inclui o tra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de traslado aeroporJustiça. A senadora Marina Silva (PT-AC), to/hotel/aeroporto, ex-ministra do Meio Ambiente, também em acomodação confirmou participação. individual ou dupla, A comissão organizadora do evento a agência sugere três opções de hospeoferece pacotes turísticos vantajosos aos dagem e um roteiro de passeios na capimagistrados, estudantes e outros profis- tal paraense e arredores. sionais que pretendam participar do Fórum. O acordo feito com Hotel Categoria Single Double a Vale Verde Turismo, agência R$ R$ Hilton Belém Standard oficial do V FMJ, assegura aos 1.183,00 659,50 filhos de juízes menores de idaR$ R$ Expresso XXI Superior de tarifas de hospedagem e des876,40 481,00 conto de 20% nas passagens da Hotel Grão R$ R$ Econômico companhia aérea TAM. Para os Pará 426,00 268,00 pacotes válidos no período de 22 19 AMBInforma 1º a 31 de outubro de 2008 ENM Diretores de escolas reúnem-se em Natal Encontro acontecerá em dezembro e terá como foco a nova Lomam A Diretor da Escola Nacional da Magistratura (ENM), promotora do encontro, Eladio Lecey fala sobre a importância do evento. “Em primeiro lugar, será uma oportunidade anual de reunir todos os diretores das escolas de magistratura para discutir problemas e características que lhes são peculiares. O encontro também busca discutir o papel da ENM como cooperadora do restante das escolas. Ao mesmo tempo, haverá um trabalho específico sobre propostas que serão apresentadas para a reforma da Loman, especialmente em relação às escolas”, destaca o diretor. As discussões das propostas para a Loman se tornam necessárias pelo fato de que desde sua criação, há quase 30 anos, a norma não foi editada, tornandose atrasada em relação aos interesses da magistratura. “É verdade que já existe o pré-projeto, no entanto, com a mudança da realidade nacional, este já se encontra defasado. Com a instalação da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento dos Magistrados (Enfam) e a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (Enamat), a Loman deverá se adequar à existência dessas escolas. O encontro também tem essa função”, explica Lecey. Contatos para reservas no Hotel Pirâmide Palace, local do evento, através do e-mail: [email protected]. Editora Peixes/Embratur cidade de Natal (RN) sediará, de 10 a 14 de dezembro, o Encontro Nacional de Diretores de Escolas da Magistratura. O evento reunirá diretores das escolas de todos os segmentos – estadual, federal, trabalhista, eleitoral e militar – e contará com o apoio da Escola Superior da Magistratura do Rio Grande do Norte (Esmarn). A programação científica acontecerá nos dias 10 e 11. Dentro da programação serão discutidas propostas em relação à Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman) que está em discussão e, em breve, será editada. Logo, a presença dos diretores das escolas é de suma importância para a qualidade do ensino nas instituições. Praia dos Artistas, conhecida internacionalmente pela sua beleza, é uma das atrações da capital do Rio Grande do Norte ENM firma convênio com Universidade de Alicante A Escola Superior da Magistratura assinou convênio com a Universidade de Alicante (UA), na Espanha. A medida é fruto de uma série de parcerias entre a ENM e a UA em eventos como o seminário “Novas Tendências em Direito Ambiental”, realizado em setembro, na sede da universidade. Os objetivos do convênio são fortalecer a união das instituições, a fim de promover o intercâmbio de conhecimento científico e cultural e 20 estabelecer uma colaboração baseada em igualdade e assistência mútuas. A Universidade de Alicante é mais uma das diversas universidades internacionais que são associadas à ENM. Ao lado da Universidade de Barcelona, agora são duas instituições espanholas. A Universidade Clássica de Lisboa, em Portugal, realiza todo ano um intercâmbio de magistrados selecionados pela ENM, oferecendo duas vagas para mestrado e duas vagas para doutorado. Outra instituição portuguesa que também promove cursos para magistrados no exterior é a Universidade de Coimbra, que realiza cursos latu senso. No dia 29 de novembro, haverá intercâmbio com a University of Georgia, em Athens, nos Estados Unidos. Sete juízes e dois desembargadores participarão de conferências, seminários e visitas às cortes americanas para trocar experiências e conferir o progresso judicial nos EUA. 1º a 31 de outubro de 2008 AMBInforma Vida de juiz Magistrado dissemina cultura em vila carente Biblioteca com acervo de mais de 10 mil livros fica à disposição da comunidade Mimoso, sempre procurando ficar próximo da comunidade. O magistrado conta que outras iniciativas gerenciadas por ele cuidaram da arborização da cidade e também da instalação de lampiões nas portas das casas. A verba investida no distrito vem do bolso de Aluiz, que conta com pequena ajuda do grupo empresarial do qual é assessor jurídico. Segundo o juiz, a comunidade sempre demonstra satisfação pelas benfeitorias oferecidas por ele. “Eles elogiam muito; dizem que se não fosse o ‘Dr. Aluiz’, como me chamam, Mimoso tinha acabado; não seria o Mimoso que é hoje, organizado e tão arborizado”, orgulha-se. Fotos: Divulgação H á 18 anos, a pacata Vila Mimoso, um distrito de Pesqueira, no semi-árido pernambucano, ganhou um presente: o centro de estudos Possidônio Tenório de Britto. Os jovens da cidade tinham acesso a dois mil livros de literatura brasileira e internacional, e ainda aulas de datilografia. O presente foi dado pelo juiz aposentado mimosense Aluiz Tenório de Britto, que comprou a antiga casa de sua família e fez dela a principal fonte cultural da cidade. Com o passar dos anos, a estrutura da pequena casa já não agüentava mais a procura dos habitantes do distrito. Em 2001, então, Aluiz comprou a velha Estação Ferroviária de Mimoso e a reformou. Hoje, o acervo da biblioteca tem mais de 10 mil exemplares e a antiga casa da família foi transformada em videoteca e ludoteca. As máquinas de escrever deram lugar a computadores e a prefeitura disponibilizou um professor de informática e uma bibliotecária. Qualquer pessoa com mais de oito anos de idade pode freqüentar as aulas de computação e ao final do curso recebe um certificado. Tudo é oferecido gratuitamente. Segundo Aluiz, antes da inauguração da Fundação, os jovens tinham muitas dificuldades para estudar e fazer pesquisas, já que a vila é muito pobre. “Criei esta fundação com o intuito de difundir a cultura na região. Com isso, tive o prazer de servir aos jovens e ainda voltei às origens da minha família”, relata o magistrado que, apesar de morar na capital, passa pelo menos uma semana por mês em Vila Aula de informática gratuita Fundador da Esmape Formado em Filosofia, Direito e Ciências Sociais, Aluiz Tenório de Britto se aposentou em 1990 como juiz da 4ª Vara Cível da Comarca do Recife (PE). O magistrado foi um dos fundadores da Escola Superior da Magistratura de Pernambuco (Esmape), em 11 de agosto de 1987, quando da comemoração do 160° aniversário da instalação dos Cursos Jurídicos no Brasil. “Eu era vice-presidente da AMB e falei com o então presidente da Escola Nacional da Magistratura, Cristóvan Daiello Moreira, e resolvi criar a Esmape. Ela foi a primeira escola criada nas regiões norte e nordeste”, conta o juiz pernambucano. No movimento associativo, Aluiz Tenório de Britto foi presidente da Associação dos Magistrados de Pernambuco (Amepe) de 1985 a 1987 e vice-presidente da AMB nas gestões de Milton Martins (1986 a 1987) e Régis Fernandes (1990 a 1991). Casa abriga a ludoteca e a videoteca Habitantes têm acesso à biblioteca Estação Ferroviária abriga acervo 21 AMBInforma 1º a 31 de outubro de 2008 E stante O Estante está se despedindo do AMB Informa. A partir de agora a seção terá um espaço no Portal AMB para manter as sugestões de literatura mais atualizadas. Manual das Sucessões Autora: Maria Berenice Dias Editora Revista dos Tribunais Preço: R$ 112 A Parcialidade Positiva do Juiz Autor: Artur César de Souza Editora Revistas dos Tribunais Preço: R$ 46 Matar ou Morrer: o caso de Euclides da Cunha Autora: Luiza Nagib Eluf Editora Saraiva Preço: R$ 49 Direitos Humanos das Mulheres Autoras: Amini Haddad Campos e Lândinalva Rodrigues Corrêa Editora Juruá Preço: R$ 189 Direito Processual Civil – Teoria e Prática Coordenador: Sérgio Augustin Editora Plenum Preço: R$ 240 22 A proposta da obra é abordar a legislação vigente sem se preocupar com a forma como o tema era visto na lei anterior. O livro apresenta aspectos de Direito Civil e uma abordagem importante de Direito Processual, que é rara em títulos desse gênero. Os temas também contêm as posições da autora a respeito da doutrina e das tendências da jurisprudência, sempre bem informadas e discutidas. Maria Berenice Dias foi a primeira desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul e é vicepresidente nacional do Instituto Brasileiro de Direito da Família. O livro apresenta uma reflexão sobre o posicionamento dos magistrados a respeito da imparcialidade, sobre a ética na conduta de quem julga e da subjetividade que envolve o ato de julgar. A obra é a tese de defesa de doutoramento do autor e apresenta uma linguagem fácil e direta, sem deixar de lado a estruturação técnico-científica. Artur César de Souza é pós-doutor na Università Statale di Milano, na Itália, e na Universidade de Valência, na Espanha. O livro conta sobre a vida e a morte do escritor, jornalista e professor Euclides da Cunha, contando informações técnicas sobre o processo e o julgamento do militar que o matou. O caso teve grande repercussão pois se tratou de um acerto de contas pelo amor de Anna Ribeiro, esposa de Euclides na época. A análise se baseia nas informações que constam nos autos, em livros e reportagens que ajudam a esclarecer o que aconteceu com o escritor do livro Os Sertões. Luiza Nagib é procuradora de Justiça do Ministério Público de São Paulo. D outrina, prática, estatísticas, estudos de casos, jurisprudência e comentários à Lei Maria da Penha são alguns dos assuntos que o livro aborda. A obra traz elementos históricos e comentários à legislação, por meio de pesquisas, estudos e práticas forenses que foram desenvolvidas pelas autoras em suas funções. Amini Haddad Campos é juíza de Direito do TJ-MT e é professora da Esmagis-MT. Lindinalva Rodrigues Corrêa é promotora de Justiça e especialista em combate à violência doméstica. A obra analisa e discute pontos básicos de diversos institutos processuais, desde a propositura da ação até a sentença. A análise, em linguagem acessível, segue a ordem lógica aas fases de cada ação, estabelecendo conceitos, procedimentos e agregando manifestações doutrinárias a respeito. Inicia pelo processo de conhecimento abrangendo os recursos, o processo de execução, o processo cautelar e os procedimentos especiais, além de contemplar alguns procedimentos previstos na legislação esparsa. Acompanham o livro um CD-ROM com legislação, doutrina, jurisprudência e prática forense e DVD com palestras sobre o processo de conhecimento, cumprimento da sentença e execução de títulos extrajudiciais. Sérgio Augustin é juiz de direito no Rio Grande do Sul, doutor em Direito e professor da Universidade de Caxias do Sul. 1º a 31 de outubro de 2008 AMBInforma AMB na mídia Destaque para o voto livre e consciente Resultados da campanha Eleições Limpas são divulgados por veículos de todo o País D esde o lançamento do projeto, a imprensa não poupou espaço para divulgar campanha Eleições Limpas. Não foi diferente com o balanço da iniciativa, divulgado no dia 21 de outubro pela AMB e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), parceiros na promoção da campanha. De acordo com o portal Agência Brasil, em três meses de campanha, foram realizadas 1.469 audiências públicas no País. “Não houve nenhuma determinação do TSE para que os juízes eleitorais realizassem as audiências, mesmo assim, os magistrados foram a aldeias indígenas, a comunidades, ao encontro dos eleitores para tirar todas as dúvidas”, disse o presidente da AMB, Mozart Valadares Pires, à publicação. Outra ação da entidade destacada pelos veículos de comunicação foi o resultado obtido nas urnas por parte dos integrantes da relação de candidatos que respondem a processos, divulgada pela AMB. De acordo com a revista Veja de 11 de outubro, “A lista relaciona candidatos que são réus em ações penais ou de improbidade administrativa em 95 cidades. Desse total, 45 acabaram eleitos ou habilitados a disputar o segundo turno – um aproveitamento de mais de 30%”. seus gabinetes. O argumento usado foi o de que falta regulamentação jurídica por parte do Congresso sobre a pena a ser aplicada a esses parlamentares”. Indagado sobre a demora no Legisla- Ranking de 24 de setembro a 24 de outubro Foram publicadas 517 matérias em 188 veículos Mídias que mais divulgaram notícias sobre a AMB SBT Brasil Imprensa regional 170 On-line 228 Televisão 10 Rádio 27 Nacional 28 Especializados 47 Release 7 Total TV Camara 517 Veículos que mais divulgaram notícias sobre a AMB Ranking TV Cultura Nepotismo O nepotismo foi outro tema destacado pela mídia. Graças à atuação da AMB, a prática de empregar parentes teve sua extinção determinada pelo STF não apenas no Judiciário, mas em todos os poderes. Matéria publicada no jornal Correio Braziliense (DF) no dia 14 de outubro relatou que “O presidente da Casa, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), avisou que não tem como punir os senadores que possuem parentes empregados em tivo para abolir o nepotismo, Mozart declarou ao jornal: “É inadmissível e inaceitável que não se cumpra uma decisão da Suprema Corte de Justiça do País, principalmente por poderes da República”. TV Educativa Veículo Matérias 1° Terra Notícias 14 2° CorreioWeb (DF) 11 3° 24Horas News – Cuiabá (MT), Jornal Pequeno (MA) 10 Ranking regional de veículos que noticiaram ações da AMB Região Sudeste 133 Região Centro-Oeste 108 Região Sul 38 Região Nordeste 87 Região Norte 36 Nacionais 115 Estimativa de espaço e alcance em veículos impressos e on-line Área Público Estadão Online Valor 20.391 cm de coluna 15.602.028 leitores R$ 1.621.835,00 *Valor estimado, caso o espaço fosse pago. Informações Em Pauta. 23 AMBInforma 1º a 31 de outubro de 2008 www.amb.com.br Carta da Amma A MB As audiências públicas promovidas pela corregedoria do CNJ têm o objetivo de entender os problemas da magistratura em cada estado. Para facilitar o trabalho do órgão, a Associação dos Magistrados do Maranhão (Amma) preparou uma carta relatando a situação de seus associados. Confira em nosso site a íntegra do texto assinado pelo presidente Gervásio dos Santos. Divulgação Amma On-line Eleições Limpas A cerimônia em que foi contabilizado o sucesso da campanha Eleições Limpas foi palco também da entrega dos certificados do Prêmio Eleições Limpas de Redação 2008, conforme relata matéria da página 8. O AMB on-line disponibiliza os textos dos três primeiros colocados. Além disso, os trabalhos vencedores do Letícia Capobianco/AMB 2º Concurso de Redação sobre o tema “Voto livre e consciente, escolha que liberta”, promovido no município de Águas Belas (PE), pelo juiz da 64ª Zona Eleitoral de Pernambuco, Francisco Milton Araújo Júnior, também podem ser conferidos. O concurso alcançou cerca de 800 estudantes de 5ª à 8ª série do ensino fundamental e do ensino médio de oito escolas do município. Fórum Mundial de Juízes A página 19 desta edição trás informações a respeito do Fórum Mundial de Juízes. Os interessados em conhecer mais detalhes do evento podem acessar o AMB on-line. 24 Programação do Fonaje No AMB on-line é possível conferir a programação completa da XXIV reunião do Fórum Nacional de Juizados Especiais (Fonaje), que acontece em novembro, em Florianópolis (SC). Os enunciados do encontro também estão disponíveis.