Legalização do aborto e fim do serviço militar obrigatório estão entre as prioridades da juventude 19 Jun 2008 - Fonte: Agência Brasil Entre as 22 prioridades aprovadas pelos delegados que participaram da 1ª Conferência Nacional da Juventude, algumas se referem a temas polêmicos que dividem a sociedade e estão diretamente relacionados aos jovens, como o fim do serviço militar obrigatório, a manutenção da maioridade penal em 18 anos e a legalização do aborto. Para Danilo Moreira, secretário-adjunto da Secretaria Nacional de Juventude e coordenador do encontro, o resultado serve como uma referência para a sociedade. “São temas que afetam diretamente a juventude. Muitas vezes fica todo mundo debatendo e a opinião dos jovens, que são os principais envolvidos, não é levada em consideração”, acredita. A legalização do aborto aparece no texto da 11ª prioridade, que se refere às jovens mulheres. Os delegados pedem que seja aplicada "a lei de planejamento familiar, garantindo o acesso a métodos contraceptivos e a legalização do aborto". Segundo Moreira, o aborto foi tratado pelos delegados além dos valores morais e religiosos envolvidos, mas como um problema de saúde pública. Em 14° lugar na lista de prioridades, com 336 votos, os jovens pedem o fim da obrigatoriedade do serviço militar e a criação de programas alternativos de serviços sociais não-obrigatórios. “É um debate teórico-cultural importante para sociedade brasileira porque com a implementação do serviço civil voluntário, as organizações juvenis colocam a importância do engajamento social em alguma causa relevante para um projeto de país mais justo”, defendeu o secretário nacional da juventude, Beto Cury. A posição contrária à redução da maioridade penal de 18 para 16 anos foi outra questão polêmica fortemente defendida durante a conferência. “A luta tem sido pelos direitos da juventude e a redução atinge um direito fundamental, que é o da liberdade”, analisa Moreira. De acordo com ele, os debates atuais têm colocado o jovem como agente da violência, quando na verdade ele é a vítima da ausência de políticas públicas.