1971 - 2014 QUINZENÁRIO | 19 DE SETEMBRO DE 2014 | Nº 1574 | ANO XLIII | DIRECTORA: ELSA GUERREIRO CEPA | WWW.JORNALC.PT | PREÇO ANUAL: 30€ 1€ festa das solhas reGista eM 2014 reCordes de afluênCia CâMara só paGa passeio a alGuns dos pensionistas e reforMados do ConCelho de CaMinha DESTAQUE boavista esColheu CaMinha para estaGiar CaMinha e la Guardia Cada vez Mais afastadas PÁG. 4/7 Grande trail da serra d´arGa FOTO : ANTÓNIO GARRIDO afirMa-se CoMo uMa das Melhores provas da Modalidade PÁG. 10/11 “Temos a sensação de que estamos a voltar para trás”. A frase, proferida no sentido literal mas também figurado, foi ouvida em dois países distintos, em duas diferentes línguas, por dois povos que se miram todos os dias e que, nas últimas décadas, estavam habituados a estar a nada mais do que cinco minutos de distância. Agora, na Era do instantâneo, estão mais longe do que nunca. tornado destrói vilar de Mouros Carpinteira seGura distrital do ps de viana do Castelo PUB. PÁG. 8/9 festas da sra. da bonança inundadas por multidão JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 19 de setembro de 2014 Membro do Governo visita empresa em Viana do Castelo O Vice Primeiro-Ministro, Paulo Portas, visitou nos primeiros dias de Setembro a Europac, empresa instalada em Viana do Castelo. A ocasião foi aproveitada para anunciar um novo investimento na qualificação ambiental da empresa. A visita, na sequência de um investimento anunciado pelo Conselho de Ministros para o reforço da Europac (antiga Portucel Viana) no valor de 88 milhões de euros e que permite a consolidação desta empresa de produção de papel kraftline, serviu para dar conta do sucesso desta empresa com 318 trabalhadores. A Europac foi fundada em 1973 e iniciou laboração em Viana do Castelo sob a denominação de Portucel Viana. Hoje, a empresa afirmou-se já como o quarto maior produtor europeu de cartão canelado e a Europac, o grupo espanhol que desde 2005 detém a empresa, aposta em tornar a fábrica minhota na primeira da Europa, sendo líder do mercado do sul da Europa. A Europac Viana foi distinguida em 2013 pelo Kaisen Institute na categoria de “Excelência no Sistema de Melhoria Contínua”, premiando assim esta inovadora unidade fabril que, ao longo dos últimos dez anos, investiu cerca de 150 milhões de euros na modernização e na optimização e alargamento da sua actividade, não só na área de fabricação de papel de embalagem, mas também na produção de energia por biomassa florestal. |2 DISTRITOCAMINHA FOTOS : ANTÓNIO GARRIDO CAMINHA Acidente ensombra procissão naval da Sra. da ìnsua Aquele que é, por muitos, considerado o ponto alto das festas em honra a Nossa Senhora da Bonança ficou este ano marcado por um susto. Uma das embarcações que participava na procissão naval de Nossa Senhora da Ínsua, no dia 11 de Setembro, sofreu um acidente, com todos os tripulantes a mergulharem no mar. Já ia em alto mar quando a Nova Rania, uma embarcação de pesca registada no porto de Caminha, virou-se, atirando à água os 10 tripulantes, na maioria romeiros que nunca antes tinham navegado. Primeiro foi uma onda que entrou pela proa do barco, apanhando desprevenidas as pessoas que iam sentadas naquela parte, atirando com uma à àgua. Depois, o medo apoderou-se dos restantes tripulantes que recuaram e fizeram com quem o pequeno barco de pesca virasse. Alberto Lima, um ancorense emigrado na Suíça, vem todos os anos à terra natal por altura das festas da Sra. da Bonança. Este ano não ganhou para o susto. Era um dos tripulantes do Nova Rania. “Veio uma onda da parte frontal, depois veio logo a segunda e o barco começou a afundar, mas fomos todos salvos por outra embarcação que estava mesmo ao nosso lado. Foi um grande susto”. A filha também não esquece o episódio. Tânia também viajou da Suíça para, pela primeira vez, participar na procissão naval. Nunca mais vai esquecer a experiência: “foi o pior momento da minha vida. Foi muita aflição. Ficámos debaixo do barco. Os barcos que iam ao lado, toda a gente nos ajudou”. Foi maior o susto do que o acidente. O comandante da Capitania do Porto de Caminha e da Polícia Marítima explicou ao jornal C - O Caminhese que todos os anos é desenhado um dispositivo de segurança para acompanhar esta procissão naval, que “decorre da vontade popular com motivações religiosas”. Segundo revelou Gonzalez dos Paços, a acompanhar a procissão iam duas embarcações semi-rígidas e duas motos de água da Polícia Marítima e um bote dos Bombeiros Voluntários de Caminha. Foram esses meios e as outras embarcações que participaram no cortejo que rapidamente socorreram as vítimas, que não estiveram mais do que alguns minutos dentro de água. “São situações excepcionais que são contrabalaçadas com medidas de segurança excepcionais”. Apesar de admitir o excesso de lotação como uma “medida excepcional”, a Polícia Marítima está a realizar um “inquérito exaustivo” para tentar apurar o que aconteceu, não descartando a possibilidade de haver matéria contra-ordenacional ou até mesmo penal. Certo é que o Nova Rania não continuou o cortejo, tendo sido imediatamente rebocado para Caminha por outro barco e os tripulantes seguiram viagem a bordo de outras embarcações encharcados até aos ossos. Já em Vila Praia de Âncora, as autoridades juntaram-nos para confirmar que estavam todos e averiguar se alguém precisava de cuidados médidos, o que acabou por não ser necessário. “Valeu-nos a Senhora da Bonança”, confessou uma das vítimas. Atletas de clube de Caminha obrigados a desistir do Tor de Geants O sonho acabou por resvalar pelos Alpes abaixo. Joaquim Sampaio e Pedro Gonçalves, atletas do coube caminhense de trail Desnível Positivo, acabaram por ter de desistir do Tor de Geants, que decorreu de 7 a 14 de Setembro nos Alpes italianos e suíços. Pedro Gonçalves, com 41 anos, e Joaquim Sampaio, um atleta com 67 anos, iniciaram com coragem a ultra das ultra-maratonas, com 333 quilómetros e 24 mil metros de desnível positive, com várias passagens acima dos três mil metros de altitude. Mas, a sorte não lhes bateu à porta. Apesar de bem preparados e de expectativas elevadas, duas lesões puseram os atleta do clube de Caminha forma da prova. “Tanto eu como o Joaquim Sampaio fomos forçados a desistir por questões físicas, por pequenas lesões que foram impeditivas de continuarmos”, explicou, ao telefone, o atleta Pedro Gonçalves. Ele teve uma entorse. Joaquim Sampaio, que cumpria um sonho, também foi obrigado a desistir devido a lesão na coxa, mas “nada muito grave”. Pedro lamentou a má sorte, até porque “estava a fazer uma gestão da prova tal e qual tinha sido programada”. Se nada tivesse acontecido, o atleta acredita que conseguiria acabar bem classificado. Mas, como sublinhou, “não vale a pena chorar sobre o leite derramado”. A classificaçãoo final do Tor de Geants pode ser consultada em: http://www.100x100trail. com/it/content/classifica-tordes-geants-2014 JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 19 de setembro de 2014 Tornado destrói Vilar de Mouros O mau tempo que se fez sentir na madrugada da última Quarta-feira provocou vários estragos na freguesia de Vilar de Mouros, no concelho de Caminha. Chuva e ventos fortes provocaram a queda de árvores e postes de electricidade e deixaram algumas casas sem telhado. “Houve outras estruturas que sofreram com isto, que nós pensamos ter-se tratado de um tornado. Não temos a certeza, porque foi de noite, mas, pelas características, foi um tornado que varreu Vilar de Mouros”, assegurou ao jornal C- O Caminhense o autarca local. No centro da freguesia, o largo do festival, foi o mais afectado pelo fenómeno que, Carlos Alves, com 62 anos, nunca antes viu. “Isto é uma situação muito esporádica de que aqui não há memória e espero que não volte a acontecer porque foi muito mal. Com a minha idade não me recordo de uma situação destas”, garante o presidente da Junta. Nessa mesma manhã, começaram imediatamente os trabalhos de limpeza, porque houve “estradas que ficaram obstruídas”, obrigando à chamada dos bombeiros e protecção civil. Uma equipa da Câmara e outra da Junta puseram mãos à obra para tentar reparar o mais rápido possível os estragos provocados pelo mau tempo que se abateu sobre Vilar de Mouros.. Eleições para confraria de Caminha geram demissões e polémica As eleições para a direcção da Confraria do Bom Jesus dos Mareantes de Caminha continuam a provocar ondas de choque. Em nota enviada à redacção do jornal C- O Caminhense, Fernanda Silva, 1ª Secretária da Direcção, anunciou que se demitiu e que apresentou queixa às autoridades por “injúrias e tentativa de agressão não consumada por parte do Presidente da Direcção da Casa de Repouso” daquela confraria. O Jornal C- O Caminhense não conseguiu ouvir em tempo útil o presidente. A secretária da Direcção promete ainda comunicar aos confrades os promenores “detalhadamente e em momento oportuno”, estando agora a “tomar diligências junto das devidas instâncias judiciais”.. Caminha recebe Pitch a 3 e 4 de Outubro Guillermo Heras Regressa a Viana O premiado encenador e pedagogo espanhol Guillermo Heras vai orientar um Workshop de Teatro no Centro Dramático a partir de hoje e até Domingo na Sala de Ensaios do Teatro Municipal Sá de Miranda. A companhia de teatro de Viana do Castelo assume tratarse de uma “grande oportunidade de aprendizagem para profissionais e amadores, numa iniciativa que contará também com a participação do elenco do CDV”. Com a duração de 12 horas (Sex 21h-00h; Sáb 15h-18h e 21h-00h; Dom 15h-18h), esta acção de formação possibilita a inscrição como formando ou como assistente das sessões de trabalho, numa iniciativa que marca o regresso de Guillermo Heras ao CDV. Boavista escolheu Caminha para estagiar Caminha foi o município escolhido pelo Boavista para a realização de um curto estágio em início de época. Nos treinos de preparação, que foram realizados no estádio Morber nos primeiros dias do mês, estiveram os 29 jogadores do clube (27 profissionais e dois ex-juniores), acompanhados da respectiva equipa técnica. Em nota enviada à imprensa, fonte da Câmara de Caminha garantiu que a presença de todo o plantel do clube no município da foz do Minho decorreu de uma parceria com a autarquia caminhense. O objectivo da paragem de três dias desta equipa da cidade do Porto em terras do Alto Minho consistiu, segundo fonte do Boavista, em “aprofundar a preparação do grupo e tornar mais rápida a adaptação de todos os jogadores que não participaram no estágio de pré-época efectuado em Alfandega da Fé”. O Boavista Futebol Clube é uma equipa que tem neste momento16 modalidades em actividade e tem cerca de 24 mil associados. O vereador caminhense do Desporto confirmou, em declarações ao Jornal C- O Caminhense, ser uma aposta da autarquia na promoção do concelho como local de eleição para o desporto outdoor. Rui Teixeira defendeu que Caminha tem “condições de excelência para a prática de desportos e para a realização de estágios”, revelando-se a escolha do Boavista para fazer um estágio de preparação para início de época “muito importante”. “Dá visibilidade a Caminha”. O autarca só lamenta não ter um campo com relvado natural porque “atrairia ainda muitas mais equipas”. De resto, todas as condições estão reunidas: as equipas podem hospedarse numa das muitas unidades hoteleiras do concelho, passear pela mata nacional do Camarido, exercitarem-se no estádio Morber e comerem nos restaurantes locais. Esta não é a primeira vez que uma equipa do primeiro escalão ou uma seleção nacional escolhe Caminha para estagiar. A seleção nacional de seniores femininos de basquetebol também escolheu aquelas paragens em Junho, tal como no início do ano a seleção portuguesa de futsal. Primeira edição de Pitch em Caminha realiza-se nos próximos dias 3 e 4 de Outubro, no Pavilhão Municipal, e promete ajudar 100 dos mais singulares talentos a apresentarem as suas propostas de valor a cerca de 40 empresas nacionais e multinacionais conceituadas. Esta edição do Pitch será promovida pelo CLDS+Caminha, do Centro Social e Paroquial Nossa Senhora da Encarnação, em parceria com a Câmara Municipal de Caminha – Rede Social de Caminha, e dinamizada pela Spark Agency, a agência de Miguel Gonçalves, com o objetivo de aproximar os participantes do mercado de trabalho e levá-los a compreender quais os vectores e as competências relevantes para as empresas. O Pitch Bootcamp é um acelerador de competências que, ao longo de dois dias, aproxima 100 participantes (activos desempregados do concelho de Caminha) e 40 empresas, num ambiente de trabalho intenso e focado na criação de oportunidades. Já com alguma tradição em algumas cidades do país, o Pitch Bootcamp criou, até hoje, mais de 600 postos de trabalho e aproximou 2000 jovens a mais de 700 empresas. O formato é radicalmente diferente do vivido numa entrevista de trabalho convencional e permite aos participantes contactar com os Quadros Executivos e de Direcção (Directores de Recursos Humanos, Marketing e mesmo CEO, entre muitos outros) que representam as empresas. Esta é uma oportunidade única para os participantes conhecerem e se apresentarem a pessoas que estão no mercado e conhecerem as suas exigências. O ambiente vivo é entusiasmante e, ao longo dos dois dias, os bootcampers trabalham e desenvolvem um modelo para as suas carreiras. |3 JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 19 de setembro de 2014 D E S T Vozes e rostos de La Guardia Ana Garcia restaurante Trasmallo Angel - taperia /restaurante Arruaz “De uma forma geral, nota-se um impacto negativo no negócio de toda a vila. A visita dos vizinhos de Caminha diminuiu muito. Diminuiu porque temos de ir até Cerveira e depois voltar para trás, para chegar a La Guardia. Nos negócios, a inactividade do ferry significa uma perda de uns 21%. Por pequena que seja a perda, é significativa porque os negócios vão mal e notase cada cliente que se perde. Se começamos a pôr barreiras em vez de pôr pontes, vamos mal. O ferry morreu. Junto com outros empresários da hotelaria já fizemos várias tentativas para tentar que continuasse a funcionar. Tivemos reuniões com o município, quando se fez a última dragagem, para que o processo não terminasse. Pedimos ao nosso alcaide para que fizéssemos força em Madrid e na Junta da Galiza para avançar com mais dragagens, mas que não esquecesse de tentar conseguir outra embarcação mais ágil, mais ligeira e economicamente viável. Sabemos que o actual ferry não tem razão de ser porque não podemos continuar a gastar dinheiro da Europa, que no fundo é o nosso dinheiro, para voltar de novo a dragar ao fim de um ano. Temos de procurar outras soluções, outras alternativas. Vemos que não se trabalhou, mandam-se mensagens parecendo que estão a mentalizar a população para a morte do ferry. O triste é que eu vou a Tui ou a Valença e conheço mais estabelecimentos e mais gente do que em Caminha, que, de ferry, está a cinco minutos. Isso não pode ser. Antigamente conheciam-se melhor os povos e agora, tendo mais meios, estamos mais distantes: em idioma, em cultura e em negócio. Uma das coisas que disse o nosso presidente da Câmara foi que, nos 20 anos de ferry, não há dados sobre o perfil dos utilizadores daquele meio de transporte. Era importante saber a idade, a razão por que utilizam aquele serviço, a periodicidade com que o utilizam. Esses estudos são os que te vão dizer se o ferry vale a pena ou se há que investir noutro tipo de solução. Não há nada! Não há nada, nem se quis que houvesse, nem houve interesse em fazê-lo. Nós queremos o ferry. Somo europeus. Tirou-se o muro de Berlin e tiraram-se mil barreiras e aqui temos uma barreira que é o rio, quando tinha de ser um elo de ligação” |4 “Aqui, em La Guardia, temos notado que não há tantos clientes portugueses, o que nos tem afectado bastante. Perdemos a metade, ou mais, dos nossos clientes portugueses. Não sei se devido ao ferry, se à crise, mas a verdade é que afecta bastante. O que temos ouvido é que se divide a culpa entre La Guardia e Caminha sobre quem se encarrega de dragar o canal do ferry. A ligação do ferry entre as duas vilas é muito importante, razão pela qual deveriam pôr-se em contacto. As pessoas, para não fazerem muitos quilómetros de carro, é uma razão para não virem a La Guardia ou não irem a Caminha”. David restaurante Bahia “Eu não sei se é pelo ferry, se é pela crise económica actual, mas sim que se notou uma diminuição no número de turistas portugueses. Eu diria que houve quebras na ordem dos 40%. A situação do ferry preocupa-nos porque é um meio de passagem, mas só sabemos o que se passa através da imprensa. O município não nos tem comunicado nada”. José Rubio português natural de Lisboa que vive em La Guardia há 12 anos “Há dois anos tiraram a areia toda do rio e voltou ao mesmo. Isso não é solução. A solução era uma ponte. Os municípios de La Guardia e Caminha têm uma relação muito chegada, que se está a perder porque não chegam a um acordo. Os portugueses em geral, e os caminhenses em particular, têm deixado de vir a La Guardia. Há meia dúzia de anos, os portugueses vinham aqui comer. Você vinha aqui a um Sábado ou a um Domingo e não conseguia entrar com tanto português que vinha aqui comer, e agora não se vê isso. Isto é mau para toda a gente. Não se vê empenho nem de um Governo nem do outro em tentar resolver a situação. No meio disto tudo, quem é o prejudicado? É o povo, nada mais!” Caminha e La Guardia cada vez mais afastadas “Temos a sensação de que estamos a voltar para trás”.. A frase, proferida no sentido literal mas também figurado, foi ouvida em dois países distintos, em duas diferentes línguas, por dois povos que se miram todos os dias e que, nas últimas décadas, estavam habituados a estar a nada mais do que cinco minutos de distância. Agora, na Era do instantâneo, estão mais longe do que nunca. Desde Abril que o ferry-boat Santa Rita de Cássia, que liga Caminha a La Guardia, que não sulca as águas do rio Minho. A embarcação não navega há quase cinco meses, primeiro para renovação do certificado de navegabilidade, depois para limpeza da entrada do cais de atracagem português. Nas duas margens do rio, os povos protestam, acusando as autarquias de não se esforçarem para resolverem o problema. Os empresários falam em quebras significativas nos negócios, estando a continuidade de muitos deles em risco. Houve já quem despedisse funcionários e há quem equacione encerrar portas (ler caixas de texto nestas duas páginas). Se as dificuldades de navegação da embarcação estão, sobretudo, relacionadas com o canal que está constantemente assoreado e que os municípios dizem não ter meios nem dinheiro para dragar, agora o ferry foi forçado a parar para que a Câmara de Caminha pudesse limpar a entrada do cais português, totalmente assoreado. Em Julho, a autarquia portuguesa adjudicou a empreitada a uma empresa espanhola. A intervenção deveria ter ficado concluída nesse mesmo mês, mas o prazo foi adiado para Agosto. Os dias foram passando, a intervenção está ainda muito longe de estar terminada e não é apontada qualquer data para a conclusão da obra. O problema foi abordado numa das primeiras reuniões de Câmara de Setembro pelos vereadores social democratas, que não têm pelouros no executivo. Flamiano Martins lamentou a situação e lastimou aquilo que disse ser a “falta de comunicação entre o executivo e os em- presários de Caminha”. Autarcas e empresários só souberam que a intervenção não tem data de conclusão por declarações que o presidente da Câmara fez à agência Lusa. Miguel Alves escolheu aquele meio para anunciar que o ritmo de execução está a protelar a entrega da empreitada e a deixar Caminha sem ligação à Galiza. Confrontado com estas declarações à imprensa, Miguel Alves explicou aos representantes dos munícipes que a obra de limpeza da entrada do cais de Caminha foi entregue à empresa que apresentou o preço mais competitivo, mas acabou por verificar-se que não tem capacidade para concluir os trabalhos no tempo previsto. O autarca admitiu que estão a ser estudadas três hipóteses para resolver o problema: denunciar o contrato com a empresa espanhola; ou permitir que continue a fazer o trabalho ao ritmo habitual sem data para a conclusão. Está ainda a ser estudada a realização de uma intervenção no local, cofinanciada pela Agência Portuguesa do JORNAL A DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 19 de setembro de 2014 Q U E Vozes e rostos de La Guardia Jesus restaurante Gaviota “A inactividade do ferry tem provocado um grande impacto no meu negócio. Tenho tido menos 30% de portugueses. Tenho acompanhado a situação com preocupação porque não encontram uma solução para o problema” Carmen Vaz restaurante Alborada Ambiente. Segundo Miguel Alves, esta última hipótese é a única forma possível de avançar mais rapidamente com uma limpeza de maior envergadura. “Tenho conversado com a Agência Portuguesa do Ambiente e o que eles me têm dito é que estão a tentar encontrar uma solução”, admitiu, sublinhando que “só uma solução financiada é que nos permite ir a um exercício de limpeza mais forte e um outro tipo de contratualização”. “Para já, o que está a acontecer é que a empresa que ali está continua a tentar fazer o seu trabalho e tentar ver se alcançamos resultados”. O autarca revelou também que La Guardia não divide as despesas provocadas por esta limpeza da entrada do cais de Caminha, algo que a vereadora do PSD Liliana Silva lamentou. A autarca defendeu que se os espanhóis já tivessem pago o que devem, Caminha teria dinheiro para avançar com uma intervenção de outra envergadura. La Guardia remete responsabilidades para os governos centrais Silêncio. É a resposta de La Guardia sobre as dívidas que tem com Caminha respeitantes à exploração do ferry. Confrontado pelo jornal C- O Caminhense sobre a paragem da embarcação e o impacto nas economias dos municípios dos dois lados da fronteira, José Manuel Freitas remete responsabilidades para os governos de Lisboa e Madrid, garantindo que os executivos dos dois países não estão minimamente interessados em manter a ligação de Caminha a La Guardia e que tudo estão a fazer para que “acabe por morrer”. Descartando qualquer responsabilidade no processo, o autarca afirma uma e outra vez que “este é um problema que têm de resolver Madrid e Lisboa”. “No mês de Maio tanto eu como o presidente da Câmara de Caminha enviámos cartas tanto ao Ministério do Ambiente português como ao Meio Ambiente e Fomento espanhol reclamando-lhes uma entrevista. Não tivemos qualquer tipo de resposta”, justifica José Manuel Freitas. “O problema principal é que não há canal por onde o barco possa navegar”, diz o autarca galego que, em 2011, “convenceu” o governo de Madrid a fazer uma “dragagem pontual”, mas “sem que os governos de Lisboa e Madrid garantam a manutenção anual do canal do ferry, a ligação será inviável”. “O que não podemos é continuar a oferecer um mau serviço como temos vindo a fazer há mais de um ano, em que o ferry só funciona normalmente quando há maré alta”, enfatiza. Em relação à actual paragem do ferry, o autarca galego diz que tem sido informado pelo seu congénere português dos trabalhos que estão a ser realizados – “coisa que não deveriam ter de fazer Caminha e La Guardia. Isso é competência dos ministérios do Ambiente português e espanhol” – e admite os “impactos negativos” na economia daquela município decorrentes dessa paragem. “O facto de o ferry não estar a navegar tem impacto negativo nos nossos negócios porque impede muita gente de aqui chegar. Se estão a pensar almoçar às 14h30 e têm de dar uma volta de quase uma hora decidem ficar pelo caminho,, já não vêm cá. Não tenho recebido qualquer informação da autarquia de La Guardia sobre este problema. A falta de interesse por parte da classe política é total. A solução é continuar a dragar. Se o ferry funciona há 20 anos é porque se fez bem, agora não funciona porque não se está a fazer o que se deve. Ou porque não se está a fazer absolutamente nada. Parece que não querem que Galiza e Portugal mantenham as relações que tiveram toda a vida”. Xavier restaurante Bitadorna “Claro que temos sentido o impacto negativo resultante da paragem do ferry. O impacto é negativo, negativo, negativo. Esperamos que solucionem o problema o quanto antes e, pelo menos, que não o deixem morrer, porque é o que tudo indica. Temos registado 20% menos de portugueses”. Juan- habitante de La Guardia “ Às vezes venho aqui tomar algo, chegam aqui os carros e batem com o nariz na porta porque não há ferry. Quando o ferry funcionava, costumava ir com frequência a Caminha. Deixava aqui o carro e ia a Caminha, a Viana, a Âncora, onde tenho amigos, às vezes íamos a Ponte de Lima comer e agora, normalmente, vou a Vila Nova de Cerveira. Sobretudo ao Sábado para aproveitar a feira. Deixei de ir para os lados de Caminha. A distância torna-se muito grande, tens um carro, tens o combustível, fica muito caro. No dia 20 e tal de Agosto a autarquia ainda dizia que o ferry estava a funcionar”. Loli- bar no cais do ferry em La Guardia “ Tenho este quiosque há um ano e tal. Desde que o ferry parou, o movimento diminuiu muito. Vem muita gente, mas, como não há ferry, vai-se embora. Até agora ninguém me explicou a razão de não haver ferry. As únicas explicações que há são as que estão ali afixadas pela autarquia e não há nada mais. Já estou a pensar fechar o negócio, porque a gente vem mas não pára. Como não há ferry, vai-se embora. Não nos dizem nada. As pessoas vão ver na internet e as informações disponíveis é que o ferry continua a funcionar. Até há um mês, ligavam à autarquia e informavam que estava a funcionar quando já não estava. Sobretudo autocarros que vinham de Santa Tecla e de Baiona”. |5 JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 19 de setembro de 2014 Vozes e rostos de Caminha Jorge Tomás pastelaria Docelandia “O impacto é bastante grande, visto não termos a visita aqui dos nossos amigos de La Guardia. Registamos quebras de cerca de 80% no negócio com os galegos. Os mais próximos de nós vinham quase sempre à Quarta-feira e ao fim-de-semana e agora não vêm porque a volta é muito maior. Toda a gente se queixa da falta de galegos. O ferry faz bastante falta aqui a Caminha. Desde Abril até agora, são quase cinco meses. Era para estar a navegar na se- mana a seguir e hoje ainda não anda. A autarquia não me tem dito nada sobre o problema. O que ouço é na Rádio Caminha. Uma ligação à Galiza é muito importante, seja pelo ferry, seja de outra forma qualquer. Se o ferry não voltar a navegar, vai ser muito mal. Vem aí o Inverno e vai ser complicadíssimo”. Angela - agricultora que vende no mercado de Caminha há vários anos Ana - loja de desporto Planeta D “A paragem do ferry tem provocado um impacto negativo no nosso negócio. Principalmente ao Domingo, notava mais população espanhola e agora cada vez menos. Ninguém da Câmara tem falado connosco, ninguém nos tem explicado nada. O ferry era para estar a funcionar em Julho, depois em Agosto e até agora ainda nada. Se não voltar a funcionar, vai ser muito mal para nós”. |6 Ana Luísa - proprietária da Casa Ana “Não vêm tantos espanhóis como vinham. Faltam muitos. Tínhamos clientes de lá. A Câmara não nos tem dito nada sobre o assunto. Se não for encontrada uma solução para o ferry, cada vez é pior. Já pouco se vende, não vindo mais gente, pior é”. Fernando Silva “Sem ferry, nem se vê os espanhóis. Eu tenho amigos e - vende frutos familiares em La Guardia e no Verão todo não vieram cá secos- Faz a feira porque é uma volta muito grande, ir por Cerveira. Outras de Caminha há pessoas, mesmo as que não têm carro, sempre vinham aqui cerca de 30 anos com muita mais facilidade. No meu negócio, tenho sentido algum impacto. As pessoas vinham e perguntavam onde eram os restaurantes para comer. “Temos sentido bastante impacto da paragem do ferry. Eu acho que o ferry faz muita falta e é outra alegria. É Desde que não há ligação que há muitos menos espanhóis. uma tristeza gastar tanto dinheiro e estar aquele caixote Se o ferry não voltar a navegar, vamos ressentir-nos ali arrumado”. bastante”. JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 19 de setembro de 2014 Empresários acusam autarquias de falta de diálogo São sobretudo os empresários a queixarem-se de quebras no negócio provocadas pela inactividade do ferry que faz a ligação entre Caminha e a Galiza. Os municípios da foz do Minho são os únicos do vale do Minho que não têm qualquer ponte a ligá-los e, sem ferry, os habitantes são obrigados a meia hora de carro e cerca de 10 euros em combustível para irem ao outro lado. Perante o problema, nos dois municípios os empresários ouvidos pelo jornal C – O Caminhense queixam-se de falta de empenho das autarquias e de falta de diálogo. O porta-voz do Movimento de Empresários do concelho de Caminha, Fernando Azevedo, revela que só souberam que o município ia continuar sem ferry pela comunicação social. “Nós estamos muito preocupados com esta situação porque quando estivemos com o presidente, em Maio, e ele prometeu-nos que o ferry ia começar a navegar em Junho. Depois adiou para o mês de Julho. Depois disse-nos que na Feira Medieval ia começar a navegar. Passou o mês de Agosto, estamos em Setembro e aquilo que os jornalistas nos disseram é que não há quaisquer condições para o barco começar a navegar”. Sem diálogo com a Câmara, preocupação é o sentimento que reina entre os empresários, até porque os investimentos que fizeram a contar com o mercado galego começam a ruir. Fernando, por exemplo, que vende perfumes e jóias, nota uma quebra de cerca de 80% de espanhóis. “Nós somos uma casa centenária, temos uma vasta lista de clientes da Galiza e aquilo que se passa é que, agora, vir a Caminha é muito difícil. Eles têm de ir por Cerveira e voltar para trás. Perdem muito tempo e os gastos são enormes”, justifica. Por isso, não é de estranhar que os galegos de La Guardia estejam a trocar Caminha e Viana do Castelo por Vila Nova de Cerveira e Valença. “E isso preocupa-nos muito”. Para tentar minimizar o impacto negativo, Fernando colocou em funcionamento o plano B: uma carrinha que leva os produtos aos clientes de La Guardia. “Nos anos 80 tínhamos uma barca que transportava as pessoas, agora nem sequer as pessoas conseguimos levar para o outro lado”. Confrontados com as acusações de falta de diálogo pelo porta-voz do Movimento de Empresários, o presidente da Câmara de Caminha nega que assim seja. “Eu falo com os empresários e falo com eles a título individual e a título colectivo. Como sabem, no concelho de Caminha não temos nenhuma associação empresarial organizada e, por isso, tento conversar com o Movimento de Empresários e vou-lhe dando nota daquilo que se vai passando. Agora, o diálogo tem de acontecer em patamares de alguma credibilidade. Quando ouço um empresário, julgo quem em nome do Movimento de Empresários, dizer que o não funcionamento do ferry-boat em Caminha provocou um corte de receitas de 60% e que Caminha recuou 40 anos, acho piada, acho graça, um momento bastante divertido. Mas, esse momento é completamente incapaz de transformar o que quer que seja num debate sério sobre esta matéria. Até porque os números do turismo e aquilo que é a nossa visibilidade sobre esta matéria dá-nos uma ideia exactamente ao contrário do que aconteceu”, defendeu Miguel Alves. Do outro lado da fronteira, as queixas são semelhantes: os empresários acusam a autarquia de não comunicar e de não os informar sobre o ferry. O alcaide José Manuel Freitas garante que está “na imprensa dia sim, dia sim. E atendo os meios portugueses, atendo os meios espanhóis. A população sabe o que tenho feito nestes últimos dois anos e meio através dos meios de comunicação social”. DISTRITOCAMINHA Vozes e rostos de Caminha Sara Castro - peixeira no mercado de Caminha há cerca de um ano “Temos sentido bastante impacto no negócio desde que o ferry parou. Nota-se bem a diferença. Nós trabalhamos muito com espanhóis e desde que parou sentiu-se uma quebra muito grande. Já tive, inclusive, de despedir uma empregada. Se o ferry não voltar a navegar vai ser complicado, sobretudo para mim que comecei há pouco tempo”. Emílio - a mulher, a quem ajuda, tem uma banca de peixe há três anos no mercado de Caminha “Vê-se que, principalmente à Quarta, que é o dia de feira, há muitos espanhóis que já não vêm. Registámos uma quebra de cerca de 30% de clientes galegos. Temos de falar com a Câmara para ver se há possibilidades de o ferry voltar novamente a navegar”. Maria Matos da Silva leiloa no mercado o peixe do barco “Foz do Minho” “Temos sentido que não vêm os espanhóis cá, porque vinham muitos de lá e iam muitos de cá. Parece que não, mas os espanhóis aqui fazem muita falta. Parece-me impossível que a nossa Câmara de Caminha não pôs o ferry-boat a trabalhar nos melhores meses: Junho, Julho e Agosto. Puseram aí uma draga tão pequena que não tira areia nenhuma, só estão ali a meter o dinheiro ao bolso. Como é que não mandam para aqui uma draga em condições para limparem rapidamente o rio? A Câmara não nos tem dito nada sobre o ferry. Eu só sei que está parado na margem espanhola e só dizem que está aí uma draga a dragar, só que a draga não draga nada. E os espanhóis, que à Quarta-feira metiamse no ferry-boat, vinham aqui ao mercado de Caminha, levavam peixe, levavam roupas, levavam tudo, agora não vêm. Isto para Caminha não é muito bom”. Susana- tenda “Fumeiro Regional de Lamego”- Faz a feira de Caminha há 18 anos “A paragem do ferry tem provocado um impacto muito grande no nosso negócio na ordem dos 50%. Os galegos vinham muito cá comprar e agora percorre-se a feira e praticamente não se ouve falar espanhol. Da Câmara, ninguém nos alerta de nada, ninguém nos dá informações. Não sabemos de nada! Se o ferry não voltar a navegar, vai ser complicado porque as vendas estão cada vez piores, os lugares são caros, nós vimos de longe (Famalicão) e temos muitas despesas”. |7 JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 19 de setembro de 2014 CAMINHA Festas da Sra. da Bonança inundadas por multidão FOTOS : ANTÓNIO GARRIDO Ainda não é a hora marcada e as freiras já se aglomeram à porta da capela da Senhora da Agonia, localizada no bairro da comunidade piscatória de Caminha. Passados alguns minutos aparecem os representantes da Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora, depois os da Câmara de Caminha, os membros da Comissão de Festas, o patrão da embarcação Foz do Minho vestido a rigor e os padres de Caminha e Vila Praia de Âncora. A Senhora da Ínsua aguarda-os no interior da capela, onde está recolhida durante o ano para fugir à insegu- |8 rança da ilha da Insúa. A procissão naval de Nossa Senhora da Ínsua é, curiosamente, um dos pontos altos da romaria em honra de Nossa Senhora da Bonança, que todos os anos é celebrada em Vila Praia de Âncora. As festas, que têm por missão honrar a padroeira da comu- nidade piscatória local, agregam também a devoção a Nossa Senhora da Ínsua, não sendo por isso de estranhar a participação de pescadores e de barcos vindos de Viana do Castelo, Carreço e Afife, Caminha e La Guardia. Todos aguardam na foz do Minho enquanto a Senhora da Ínsua segue em procissão até ao Cais da Rua, onde embarca num barco engalanado para a ocasião. O patrão segura na santa como manda a tradição e é ele que a passa para as mãos do patrão do barco escolhido para transportar a Santa desde Caminha até Vila Praia de Âncora: este ano o Senhora da Agonia, vindo de Viana do Castelo. Em redor, os outros barcos fazem círculos, apitam e as pessoas a bordo manifestam a sua alegria. É dia de festa que, para muitos, começou cedo, com a preparação dos comes e bebes que antecedem a procissão naval. Sónia, a filha do patrão do barco, segura a Santa com muito cuidado e é ao colo dela que é transportada até à vila mais populosa do concelho de Caminha. População que triplica em dias de festa. São milhares as pessoas que esperam no Portinho de Vila Praia de Âncora. A devoção e a fé é muita e muitos são também os que querem beijar a Santa que, este ano, é transportada até ao cais na masseira Sra. da Bonança, construída propositadamente para o efeito pelo NUCEARTES- Núcleo de Estudos e Artes do Vale do Âncora. Ao chegar a terra firme, é colocada no andor que a vai transportar até à capela da Sra. da Bonança, no centro da vila, onde vai estar ao lado da padroeira até Domingo, retornando depois a Caminha. Antes disso, o sermão junto ao farol que ilumina o cais e orienta os pescadores. Nessa mesma noite, Quintafeira, a procissão de velas em honra de Nossa Senhora de Fátima assinala mais um momento de fé. Na Sexta-feira, o Cachadinha com os seus cantares aos desafio anima a vila. A noite é dedicada aos mais novos, porque a romaria também é para eles, com uma tenda com DJs. No Sábado, o cortejo da Cultura volta a demolir fronteiras, unindo as freguesias do vale do Âncora (mesmo as de Viana do Castelo) num desfile pelas principais ruas da vila. Quatro carros cedidos pela Viana Festas dão um toque de grandiosidade ao cortejo, que junta milhares de pessoas a assistir. Muita gente está também na actuação dos SANTAMARIA, que voltaram a Vila Praia de Âncora. Quem também colabora é São Pedro, que mantém o bom tempo e a chuva só aparece mesmo no Domingo de manhã, não tendo interferindo com a festa. “Um verdadeiro milagre”. Anabela Pereira, a filha de pescador que pelo terceiro ano consecutivo encabeça uma comissão de festas reduzida, faz balanço positivo. JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 19 de setembro de 2014 DISTRITOCAMINHA FOTO : LUIS VALADARES Dos quase 87 mil euros investidos, Anabela não sabe, à data em que esta reportagem é escrita, se tem o retorno financeiro suficiente para cobrir as despesas, mas manifesta-se satisfeita com a adesão. “Eu faço as festas desde 2012 e este ano vi muita gente”. Satisfeita com o resultado do trabalho realizado por uma equipa muito reduzida - “a comissão de festas são 10 pessoas e apenas três no terreno: eu, o Salvador e o Artur” - , Anabela considera que o que deve ser mudado é a forma como a populaçãoo local encara a festa e não a data da romaria, que agora coincide com as Feiras Novas de Ponte de Lima. “ Há muita fé, há muita devoção à Nossa Senhora da Bonança. Eu vejo muita gente na procissão de velas, muita gente no cortejo, muita gente na Senhora da Ínsua, muita gente na procissão religiosa”, comenta a presidente da Comissão de Festas, apontando que tudo seria mais fácil se Vila Praia de Âncora se disponibilizasse para fazer esta festa”. “Os pescadores têm de ajudar”, acrescenta. Há três anos a organizar aquela que é umas das maiores romarias do concelho de Caminha, a presidente da Comissão de Festas teve de enfrentar alguns dissabores. “Este ano desancaram muito a Comissão. Uma cena que me marcou muito foi quando fomos buscar os patrocínios aos comércios. A dona de um estabelecimento mandou-me num envelope o cartaz das festas dobrado e nas costas da carta que enviei a pedir patrocínios vinha escrito: “o patrocínio da casa X é a vergonha do cartaz deste ano” . “Não fomos nós que escolhemos o cartaz. Houve um júri a escolher o cartaz, não foi a Comissão de Festas. O porquê disto, esta persegui- çãoo à Comissão de Festas que tanto trabalha para a comunidade ancorense?”, questiona. Por isto, e por liderar um grupo tão pequeno, Anabela confessa-se “exausta” e não sabe se no próximo ano vai voltar a pegar nas rédeas daquela romaria. “Aqueles que nos criticaram, que peguem nas festas e que façam melhor do que nós”, lança o desafio. |9 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 19 de setembro de 2014 11 Esta rubrica fará a descrição da identidade regional do Alto Minho recorrendo a estes 3 elementos. Daremos grande visibilidade ao sector primário como vector fundamental para um desenvolvimento sustentável, que gera oportunidades de negócios e permite, acima de tudo, preservar a nossa identidade. Grande Trail da Serra d´Arga afirma-se como uma das melhores provas da modalidade |10 DISTRITOCAMINHA Uma aposta ganha. Ninguém tem dúvidas sobre o impacto positivo que o Grande Trail da Serra d´Arga (GTSA) tem tido no concelho de Caminha. Nos últimos quatro anos, o número de visitantes aumentou, a economia local desenvolveuse e o nome do município passou a andar de boca-em-boca. Foi em 2010 que Carlos Sá, o melhor ultra-maratonista português, anunciou ao mundo que pretendia transformar a Serra d´Arga no palco da maior prova de trail realizada em território nacional. O GTSA começou com pujança, com centenas de atletas vindos de todo o país, mas também da vizinha Galiza. No ano seguinte, o número de participantes aumentou e assim tem sido desde o início. De tal forma que, na edição de 2014, as inscrições esgotaram em apenas 15 dias, com mais de dois mil atletas interessados em participar na prova que pontua para o campeonato nacional de ultra-trail. Muitos vêm do estrangeiro. E a aposta é para continuar. A garantia é dada pelo vereador caminhense do Desporto, que partilha a organização do GTSA com os municípios de Ponte de Lima e de Viana do Castelo e com Carlos Sá. Rui Teixeira afirma que a aposta no desporto outdoor e no desporto de natureza é uma das estratégias que o executivo tem definidas para o concelho de Caminha. “É um desporto que está na moda e que tem cada vez mais interesse junto da populaçãoo de todas as idades”, acrescenta o autarca, justificando, desta forma, o investimento. Carlos Sá foi transformado pela autarquia caminhense no embaixador do trail, com a divulgaçãoo da modalidade junto dos estudantes. “Tentar cativar cada vez mais pessoas para a prática desportiva outdoor, de caminhadas e de natureza”, sublinha Teixeira. O vereador do Desporto revela que a Câmara está a traçar uma estratégia de desenvolvimento tendo como um dos pilares o desporto de natureza e outdoor e a actividade náutica. Para isso, vai “implementar o maior número de eventos e de estruturas necessárias para a prática desportiva”. Dentro das estruturas a ser criadas conta-se uma estrutura onde os interessados possam recolher informação e que, segundo o autarca, terá um papel diferente do CISA- JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 19 de setembro de 2014 CAMINHA o Centro de Interpretação da Serra d´Arga. O objectivo – revela- é fazer com que “as pessoas queiram vir a Caminha praticar desporto e fazer repercutir isso na economia local”. “E podemos alavancar outras actividades através do desporto, como o turismo, a cultura e o comércio”, assegura. E isso já acontece. É o que garante o presidente da Junta de Freguesia de Dem. Paulo Gonçalves está no cargo há apenas um ano, mas desde o início que acompanha o GTSA e não tem dúvidas: “o balanço destes quatro anos é francamente positivo”. “Tem havido uma afluência grande de pessoas que, durante todo o ano, vão passando pela serra. Umas para fazerem treinos, outras para visitarem e verem onde é realizado o GTSA, que tem a partida em Dem”. Gonçalves especifica que os visitantes vêm de todo o país e até do estrangeiro, onde o GTSA já se afirmou como uma das provas mundiais de trail. O autarca também não hesita em atribuir todo o mérito ao ultramaratonista Carlos Sá, o responsável pela criação do GTSA, um dos fundadores do Desnível Positivo, clube de trail com sede no concelho de Caminha, e o percursor do desporto outdoor no concelho. Com a afluência de visitantes a crescer, os negócios locais dão sinais positivos. São cada vez mais as pessoas que vêm no início do fim-de-semana, optando por pernoitar o mais próximo possível da serra, no alojamento local que encontram. “Quantas mais pessoas vierem, melhor!”, defende, afirmando que “cada vez mais isto tem tendência de crescer”. O presidente da Junta de Dem, onde é dada a partida para todas as provas do GTSA, tem, contudo, algumas preocupações: “temos de estar preparados para receber tanta gente a nível dos parques de estacionamento, condições para comerem e para tomarem banho”. Questões que estão a ser contornadas com a ajuda da Câmara de Caminha, que está a tentar encontrar solução para o estacionamento. Os atletas tomam banhos nos balneários do campo de futebol de Dem, que foram melhorados e aumentados com o propósito de serem utilizados no GTSA e fazem as refeições no Centro Cultural local, servidas por cozinheiras da terra. Grande Trail da Serra d´Arga dá origem a clube Carlos Sá estava longe de imaginar que, ao apaixonar-se pela Serra d´Arga e ao escolher aquele espaço como local de treinos, iria levar milhares de pessoas àquele território que é Rede Natura 2000 e acabaria por fundar um clube de trail no concelho de Caminha, que tem posto a mexer atletas de todo o país e também da vizinha Galiza, numa colecção de prémios imparável e inegualável para apenas dois anos e meio de actividade. A paixão pela corrida uniu Sá a Pedro Gonçalves, os fundadores do clube de trail. A sua forma de estar na vida, o bom ambiente e a boa disposição que se vivem naquele grupo têm sido os ingredientes para atrair os melhores atletas da modalidade que já vestem as cores do Desnível Positivo. Frederico Esteves, o actual presidente, é um deles. Fazia BTT até ter descoberto o clube de Caminha e ficou seduzido. Deixou as duas rodas e passou a usar os dois pés na competição. “O Desnível é um grupo muito interessante, as pessoas que o integram são realmente bom ambiente e isso cativa-me ao máximo”, justifica. A maior parte dos 50 atletas do clube colaboram na organização do GTSA, até porque foi a prova que deu origem ao clube. Os fundadores perceberam que era crucial promover o trail no município onde era realizada uma das maiores provas nacionais da modalidade. “É uma prova muito importante. É a última do campeonato nacional de ultra trail, o que também significa uma mais-valia. É uma prova que esgota rapidamente. Vêm atletas de todo o país e também, internacionalmente, já começa a ter um certo peso”, explica o presidente do Desnível Positivo. Seis atletas do clube vão competir, até porque o Desnivel está em segundo lugar no campeonato nacional de ultra trail, a apenas dois pontos do primeiro, e não querem deixar escapar a oportunidade de conseguir a vitória em terreno que tão bem conhecem. Programa / Horário Grande Trail da Serra d´Arga tem cada vez mais participantes Não pára de crescer. O Grande Trail da Serra ainda não aconteceu e já bate recordes. Este ano houve mais de duas mil inscrições para aquele que é o maior evento desportivo do concelho de Caminha e mais haveria se a organização tivesse restringido as participações. O evento, que vai decorrer no último fim-de-semana deste mês (dias 27 e 28) nos municípios de Caminha, Viana do Castelo e Ponte de Lima, é organizado pelo ultramaratonista Carlos Sá com o apoio do Desnível Positivo, clube de trail sedeado no concelho caminhense. Durante a apresentação da iniciativa, que decorreu no dia 7 de Setembro no Teatro Valadares, em Caminha, Carlos Sá sublinhou que esta é a edição com mais participantes e que agora só falta mesmo conquistar o público. “Espero que o público de Caminha, de Viana, Ponte de Lima e do resto de Portugal nos visite nesse fim-de-semana que será um fim-de-semana de desporto, mas sobretudo de festa”. Este ano o Grande Trail da Serra d´Arga decorre durante dois dias e começa logo com uma novidade, a corrida vertical. A prova arranca no dia anterior (Sábado) em Estorãos, Ponte de Lima, e tem uma distância de cerca de 4,5 quilómetros. Segundo revelou Carlos Sá, a competição começa num dos pontos mais baixos da serra e termina no ponto mais alto. “É uma corrida que lá fora tem muita tradição e, por isso, este ano trouxemos este modelo para a Serra d´Arga. Será um dos atractivos que, acredito, vai vingar”. Nesta nova modalidade inserida no Grande Trail da Serra d´Arga vão participar cerca de dois mil atletas. Depois segue-se a corrida das crianças no alto da Senhora do Minho, onde a organização espera reunir cerca de 500 participantes. No Domingo, arrancam as corridas competitivas. De Dem, partem as corridas competitivas de 50 e 30 quilómetros às 8 e às 9 horas. À mesma hora, às 9, tem início uma caminhada com um percurso de 13 quilómetro em plena serra. Uma prova que, segundo Carlos Sá, não é competitiva, mas que está acessível a qualquer pessoa que gosta de caminhar em natureza. Às 10 horas, na freguesia de São Lourenço, mais uma prova de 20 quilómetros. O Grande Trail da Serra d´Arga é um evento que se insere na estratégia da autarquia caminhense de transformar Caminha na “capital do desporto outdoor”. Em declarações ao Jornal C- O Caminhense, o vereador responsável pelo pelouro do Desporto, Rui Teixeira, revela que o objective é que “as pessoas venham cada vez mais praticar desporto a Caminha, que tenham uma vida mais saudável”. Utilizar o desporto outdoor para alavancar Caminha a nível económico e turístico é a meta. “Quando se falar de Caminha tem de se falar em desporto outdoor. Associar Caminha à natureza e à vida saudável”. A pedra angular dessa estratégia é o Grande Trail da Serra d´Arga que, Segundo o presidente da Câmara de Caminha, “dá vez mais visibilidade à Serra d´Arga e ao concelho”. “Este é um evento que tem mais de dois mil participantes e cada vez mais patrocinadores e maior visibilidade. Nós não só trazemos gente durante um fimde-semana, como temos trazido muitas pessoas durante os fins-de-semana anteriores que vêm treinar para a serra. Mas, mais do que isso: damos uma dimensão de publicidade à Serra d´Arga que certamente trará mais gente ao concelho de Caminha”. Miguel Alves aproveitou a apresentação da prova para fazer algumas revelações bem curiosas.“Há dois ano atrás eu corria meias maratonas, competia até no campeonato nacional”. “Desde o dia 1 de Setembro que recomecei a correr, a cuidar um pouco mais da alimentação e este ano não poderei estar, mas quem sabe na edição de 2015, quem sabe se o presidente não corre”. 27 SETEMBRO (SÁBADO) 08h00 - Abertura secretariado e entrega de dorsais no parque de campismo de Pentieiros (Ponte de Lima) 10h30 – GTSA – Vertical Race (4,5 km com 800m D+) 11h30 - III Trail Jovem (Alto da Serra D’Arga - Srª do Minho) 13h00 Fim das actividades da parte da manhã 16h00 – Abertura secretariado e entrega de dorsais – Hotel Porta do Sol (Caminha) IV Jornadas Técnicas do Trail Local: Hotel Porta do Sol (Caminha) 17h30 – Abertura das Jornadas – Hotel Porta do Sol Nutrição para trail a cargo da Nutrifit Desafios a cargo de Carlos Sá Ficha Técnica Grande Trail Serra D’Arga 19h30 - Sessão de Autógrafos 28 SETEMBRO (DOMINGO) 6h00 - Abertura secretariado e entrega de dorsais (Sede Junta Freguesia - Dem) 7h30 – Controle zero Ultra Trail e Trail Longo 8h00 – Partida Ultra Trail e Trail Longo (DEM) 8h30 – Partida dos autocarros para S. Lourenço da Montaria – local da partida do Trail Curto 9h00 – Partida da caminhada (Dem) 10h00 – Partida Trail Curto (S. Lourenço da Montaria) 10h00 – Actuação do Grupo de bombos de S. Lourenço da Montaria (Recinto da chegada do Trail Longo e partida do Trail Curto em S. Lourenço) 11h00 - Chegada prevista dos primeiros atletas do Trail Longo (S. Lourenço da Montaria) 12h - Chegada prevista dos primeiros atletas do Trail Curto (Dem) 12h30 – Inicio do serviço de almoços. Os almoços serão servidos a todos os atletas, caminheiros e acompanhantes que requisitem este serviço, desde as 12h30 até aos últimos atletas a terminarem as provas. (Centro Cultural de Dem). 13h00 – Chegada prevista dos primeiros atletas da Ultra Trail (Dem) 14h30 – Actuação Grupo Cantares A Ponte Estorãos 15h00 – Cerimónia de entrega de prémios aos atletas do Trail Longo e Trail Curto. 15h30 - Cerimonia de entrega de prémios aos atletas da Ultra Trail. 16h00 - Actuação Grupo Bombos S. Lourenço da Montaria. 18h – Encerramento PROVAS: No dia 27 Setembro decorre o GTSA – Vertical e o III Trail Jovem. GTSA Vertical – prova com uma distância de cerca de 4,5 km’s e 800m D+, com partida no Parque de Campismo de Pentieiros (Ponte de Lima), e chegada no mítico alto da Senhora do Minho. O III Trail Jovem terá os seguintes escalões e distâncias: Até aos 7 anos - 500m Dos 7 anos aos 10 anos – 1000m Dos 10 anos aos 13 anos – 1500m Dos 13 anos aos 16 anos – 2000m No dia 28 Setembro de 2014 decorrem em simultâneas três provas competitivas, Ultra Trail, Trail Longo, Trail Curto e ainda uma caminhada. - O Ultra Trail tem início às 8:00h, percorre trilhos da magnífica Serra d’Arga na distância de cerca de 53 km’s, e um desnível de 6 000 metros acumulado, com início e fim no centro da freguesia de DEM. Esta fantástica prova passa por várias aldeias preservadas como (S. João d’Arga, Mosteiro S. João de Arga, Arga de Baixo, Arga de Cima, Cerquido, S. Lourenço da Montaria com o seu fantástico rio Âncora e Dem, pertencentes a três concelhos: Caminha, Ponte de Lima e Viana do Castelo. - O Trail Longo, parte às 8h00 em Dem, terá uma distância de cerca de 33km e um desnível de 3800m acumulado com chegada na freguesia de S. Lourenço da Montaria, percorrendo trilhos da Serra d’Arga passando por aldeias preservadas como, (S. João d’Arga, Mosteiro S. João de Arga, Arga de Baixo, Arga de Cima, Cerquido, S. Lourenço da Montaria). Terminada a prova em S. Lourenço da Montaria os atletas terão lá os seus banhos. Os atletas serão transportados pela organização para o local da partida após os mesmos, onde funciona toda a logística de almoço, entrega de prémios. Trail Curto tem início às 10h e terá uma distância de cerca de 20km e um desnível de 2000m acumulado. Parte na Freguesia de S. Lourenço da Montaria, percorrendo trilhos da Serra d’Arga com passagem pelo fantástico rio Âncora, Pedrulhos e com chegada a Dem. |11 JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 19 de setembro de 2014 Câmara de Caminha vai alargar horários de serviços municipais Caminha fica sem candidatos à recolha do lixo e é obrigada a lançar novo concurso internacional Ficou deserto o concurso público internacional para a recolha e transporte de resíduos sólidos urbanos, fornecimento, manutenção e lavagem de contentores e limpeza urbana e praias do município de Caminha. Segundo avança o vereador responsável pelo processo, Guilherme Lagido, nenhuma das empresas cumpriu o caderno de encargos, “logo tinha de se declarar deserto o concurso”. O autarca explicou ao restante executivo camarário caminhense, no decorrer da última reunião de Câmara (3 de Setembro), que “ numa primei- |12 ra fase entendia-se que havia um concorrente que apresentava melhores condições do que os outros”, mas “depois chegou-se à conclusão que esse concorrente não respondia na totalidade ao caderno de encargos”. Em causa estava o entendimento sobre a limpeza do concelho todos os dias da semana. A autarquia e o júri do concurso entendem que todos os dias compreende a semana de Segunda-feira a Domingo, os concorrentes entendiam que era apenas até Sábado. Guilherme Lagido, vice-presidente do executivo responsá- vel por acompanhar o processo, revelou aos restantes elementos que um dos concorrentes chegou a questionar a autarquia por escrito para esclarecer essa mesma dúvida e foilhe dito que “estava no caderno de encargos”. “Mesmo assim, ele entendeu que todos os dias da semana era de Segunda-feira a Sábado, com exclusão de Domingo. Entendeu o júri e propôs, e o executivo concordou, que todos os dias da semana são os sete dias”, confessou o autarca. Perante o que o júri considerou ser o “cumprimento do caderno de encargos”, a execução da limpeza do município seria entregue ao outro concorrente. Mas, perante o protesto do excluído, o júri percebeu que o outro concorrente também não cumpria os requisitos exigidos. “O caderno de encargos estava muito segmentado com vários planos. Em vez de haver uma cláusula comum a todos os sítios, ha- Os serviços municipais de Caminha têm agora um horário mais alargado. A Câmara Municipal e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) chegaram a um acordo que estabelece as 35 horas semanais de trabalho para os funcionários autarquia. Desta decisão decorreu a reformulação dos horários dos diversos serviços e pôs fim à jornada contínua, que permitia a saída de funcionários a partir das 14 horas, encerrando as portas da Câmara ao público às 16 horas. Agora, garante o presidente da Câmara, as coisas vão mudar, os serviços passarão a ter novos horários para “melhor servir os munícipes”. Os horários, que entraram em vigor 15 de Setembro, estabelecem que, por exemplo, os serviços administrativos e a tesouraria estejam abertos das 9 h às 17h. O museu municipal vai estar aberto também aos Sábados e Domingos durante todo o dia. Os postos de turismo munici- pais vão abrir também aos Sábados e Domingos, mas só entre 15 de Julho e 15 de Setembro. Os pavilhões desportivos municipais vão estar abertos desde as 8h até às 23h. A proposta de alteração foi levada a reunião de Câmara. O presidente do executivo, o socialista Miguel Alves, justificou alteração considerando “inconcebível” que, “em muitíssimas situações, os trabalhadores da Câmara não pudessem prestar serviço a uma hora relativamente via quadros parcelares, o que dificultou a análise”. Guilherme Lagido adiantou que o júri chegou assim à conclusão que o primeiro concorrente e que o segundo também não cumpriam o caderno de encargos, tendo acabado os dois excluídos do concurso público internacional. Os vereadores do PSD, pela voz de Flamiano Martins, manifestaram-se preocupados quando confrontados com a situação. É que o contracto com a empresa actualmente responsável pela limpeza do concelho está a terminar e o lançamento de um novo concurso público internacional é um processo demorado, que se pode arrastar por vários meses. “Como é que fica o município até o processo ficar concluído”, questionou o vereador social democrata. O vereador responsável pelas Finanças da autarquia e pelo pelouro das Obras Públicas, Rui Teixeira, explicou que, terminado o contracto com a SUMA, a autarquia passa a fazer ajustes directos até estar resolvido o problema do concurso público e da adjudicação da limpeza municipal, assegurando, desta forma, a limpeza. O também socialista Guilherme Lagido, que tem acompanhado todo o processo, rematou a conversa lembrando aos sociais democratas que este foi, de resto, um expediente que também utilizaram quando lideraram o executivo: “vocês tiveram exactamente esse mesmo problema neste contrato há 10 anos. Andaram quase um ano, de Janeiro até Novembro, com adjudicações mensais porque não tinham o visto do Tribunal de Contas”. JORNAL CULTURACAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 19 de setembro de 2014 NOVOS HORÁRIOS normal do período da tarde ou que não pudéssemos ter algumas estruturas e alguns equipamentos abertos a horas em que as pessoas saem do seu trabalho ou ao fim-de-semana, que é, muitas vezes, um dos poucos momentos em que podem beneficiar dos equipamentos municipais”. As questões da eficiência do serviço e do serviço público foram os pilares em que se sustentaram as alterações aos horários de funcionamento aprovadas pela maioria socialista, com a abstenção do PSD. Miguel Alves garantiu ao executivo que, durante o processo, foram auscultados vários serviços e várias pessoas em cada serviço, desde os chefes aos restantes funcionários e admitiu que não estão “todos de acordo” sobre a proposta apresentada, aprovada e agora em vigor. “Mas a proposta que está aqui resulta da avaliação do executivo sobre o bom funcionamento da Câmara Municipal e sobre aquilo que tem de ser as respostas a dar. E resulta de outra avaliação. É que do ponto de vista deste executivo, a aplicação da jornada contínua, tal como vinha a ser feita, não respondia aos anseios e aos princípios da lei”. Argumentos que não convenceram a vereação social democrata. Flamiano Martins questionou sobre o momento escolhido para apresentar esta reforma nos horários de funcionamentos dos serviços e equipamentos municipais. SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS (Edifício Técnico Administrativo e Gabinete de Apoio ao Munícipe de Vila Praia de Âncora) Segunda a sexta-feira 9h00 – 13h00 14h00 – 17h00 Tesouraria Segunda a sexta-feira: 9h00 – 13h00 14h00 – 17h00 BIBLIOTECA MUNICIPAL E LUDOTECA DE VILA PRAIA DE ÂNCORA Segunda a sexta-feira 9h30 – 18h00 Sábado 9h30 – 12h30 MUSEU MUNICIPAL Segunda-feira: fechado ao público Terça-feira a sábado 09h30 – 18h00 Domingo 10h00 – 12h30 15h00 – 17h30 POSTO DE TURISMO DE VILA PRAIA DE ÂNCORA E CAMINHA Período de 16 de setembro a 14 de julho Segunda-feira a sábado 10h00 – 13h00h 14h00 – 17h00h Domingo: fechado Período de 15 de julho a 15 de setembro CAMINHA Este horário poderá sofrer alterações, em virtude das atividades desportivas, nomeadamente, ao sábado e domingo. PISCINAS MUNICIPAIS DE VILA PRAIA DE ÂNCORA Segunda a sexta-feira 08h00 – 13h30 14h30 – 22h00 Sábado 09h00 – 13h00 14h00 – 19h00 Este horário poderá sofrer alterações, em virtude das atividades a realizar ao domingo. FERRYBOAT Segunda a domingo De janeiro a junho e de setembro a dezembro 08h00 – 13h00 14h00 – 19h00 De julho a agosto 08h00 – 13h00 14h00 – 20h30m CEMITÉRIO Segunda-feira a domingo Setembro a maio: 7h30 – 18h00 Junho a agosto: 7h30 -19h00 CISA Terça-feira a sábado Manhã: 9h00 – 12h30 Tarde: 14h00 – 17h30 MERCADO MUNICIPAL DE CAMINHA Período de 01 de abril a 30 de setembro Segunda-feira – 08h00 – 13h00 Segunda-feira a sábado 10h00 – 13h00 14h00 – 17h00 Terça-feira – 08h00-13h00; 15h00-18h30 Domingo: 10h00 – 13h00 Quarta-feira – 07h00-18h30 ESTALEIROS DE CAMINHA E VILA PRAIA DE ÂNCORA Quinta-feira – 08h00-13h00; 15h00-18h30 Segunda a sexta-feira 09h00 – 12h30 13h30 – 17h00 PAVILHÕES MUNICIPAIS DE CAMINHA E VILA PRAIA DE ÂNCORA Segunda-feira a sábado 08h00 – 23h30 Este horário poderá sofrer alterações, em virtude das atividades desportivas, nomeadamente, ao domingo. TEATRO MUNICIPAL VALADARES Segunda a sexta-feira 10h00 – 13h00 14h00 – 17h00 Este horário, poderá sofrer alterações, em virtude das atividades a desenvolver, nomeadamente, ao sábado e/ou ao domingo. Sexta-feira – 08h00-13h00; 15h00-18h30 Sábado – 08h00-18h00 No período de 01 de julho a 30 de setembro, contempla ainda a abertura aos domingos, das 08h00 às 13h00. Período de 01 de outubro a 31 de março Segunda-feira – 08h30 – 13h00 Terça-feira – 08h30-13h00; 15h00-17h30 Quarta-feira – 07h30-17h30 Quinta-feira – 08h30-13h00; 15h00-17h30 Sexta-feira – 08h30-13h00; 15h00-17h30 Sábado – 08h30-17h00 MERCADO DE VILA PRAIA DE ÂNCORA ESTÁDIO MUNICIPAL MORBER Segunda-feira, terça, quarta, sexta e sábado: 08h00 às 18h00 Quinta-feira: 07h00 às 18h00 Segunda a sexta-feira 17h00 – 23h00 No período de 01 de julho a 30 de setembro, contempla ainda a abertura aos domingos, das 08h00 às 13h00. |13 JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 19 de setembro de 2014 EMPREENDE folhas brancas, alguns lápis de cor e uma vontade quase compulsiva de desenhar. é assim desde que se conhece e lá em casa todos diziam que o miúdo tinha jeito para as artes. Guardão pedro o tatuador que uM dia pensou ser arquiteCto |14 Pedro Guardão nasceu em Moledo e desde pequenino que a sua paixão sempre foi o desenho, um talento que herdou da mãe que também gostava de pintar, uma influência que acabaria por ser determinante na sua vida. “Tive a sorte de ter em casa pessoas que gostavam muito de arte como era o caso da minha mãe que sempre pintou algumas coisas e isso ajudou-me a crescer nessa área”. Começou a desenhar muito novo e o tempo livre era passado em frente às folhas brancas a fazer os seus bonecos ou a esculpir. “Foi algo que cresceu comigo e hoje, olhando para trás, reconheço que já de pequeno tinha algum jeito. As pessoas diziam-me que eu tinha talento e que deveria seguir algo ligado às artes, e assim foi…”. Na escola, quando teve que fazer escolhas, o Pedro não teve dúvidas relativamente à área a seguir. “No secundário segui artes e mais tarde interessei-me bastante pelo desenho técnico e de projecto. Fui estudar para uma escola profissional onde tirei o curso de desenhador projectista”. Terminado o curso e depois de ter estagiado em alguns gabinetes como desenhador, Pedro Guardão decide enveredar pelo curso de arquitectura, curso que não chegou a concluir. “Achei que seria um processo natural seguir esse caminho porque estava muito englobado nessa área”, explica. Ao mesmo tempo que tirava arquitectura, Pedro foi-se interessando por uma outra área, as tatuagens. Mais uma vez a influência dos pais pesou… “Os meus pais gostavam muito de tatuagens e eu habituei-me muito cedo a lidar com isso. Lá em casa tínhamos muitas revistas e a determinada altura dou por mim a fazer desenhos para tatuagens”. À medida que o tempo passa a “paixão” pelo mundo das tatuagens aumenta, enquanto JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 19 de setembro de 2014 que o interesse pela arquitectura se vai desvanecendo. Para lhe aguçar ainda mais o apetite, o pai oferece-lhe na altura um kit de tatuagens. “Isso aconteceu há uns nove ou dez anos, andava eu em arquitectura. Com o tempo fui percebendo que o que gostava mesmo de fazer eram as tatuagens e um dia tive que optar por uma ou outra coisa, ganharam as tatuagens”. Pedro Guardão explica que foi uma escolha involuntária, “não foi algo muito pensado, foi mesmo um coisa quase espiritual. Eu percebi que gostava muito mais de desenho artístico do que desenho técnico”. Abandonada de vez a arquitectura, o jovem de Moledo decide enveredar pela carreira de tatuador, uma profissão algo invulgar mas que adora. Aos longo dos últimos quase 10 anos já fez muitas tatuagens, na sabe quantas, mas tem a certeza que foram muitas. “Sinceramente não consigo precisar um número exacto mas tenho noção de que foram muitas. Quando comecei a afluência era menor e só fazia uma ou outra tatuagem de tempos a tempos. Hoje em dia as coisas mudaram e já faço isto a tempo inteiro”. Com uma agenda muita preenchida, o tempo de espera médio para fazer uma tatuagem na “Till the Grave” é de quase dois meses. “É verdade que tenho uma agenda bastante preenchida, não me posso queixar do interesse que as pessoas têm no meu trabalho e na minha arte”, revela. E se há alguns anos atrás as tatuagens eram vistas com relutância por parte da sociedade, a verdade é que as coisas mudaram. “Nos últimos anos deram-se passos muito importantes nesse sentido e as tatuagens deixaram de ser vistas como algo reprovável. A tatuagem passou de tabu, a conversa frequente de café ou até mesmo a uma moda. Hoje em dia é frequente irmos na rua e vermos pessoas tatuadas. É algo normal e transversal quer em termos de idades quer de extractos sociais”. Pedro Guardão considera muito importante esta espécie de evolução de mentalidades em relação às tatuagens. “As pessoas deixaram de ver as tatuagens como algo negativo e passou a ser visto como algo artístico que no fundos expressa um pouco de nós, daquilo que somos”. A primeira tatuagem que fez foi a si próprio e, mais do que uma tatuagem, Pedro diz que foi “uma brincadeira com agulhas”. “Comecei como muita gente fazia há alguns anos atrás com agulhas e de uma forma muito rudimentar. Fiz uma tatuagem muito pequenina para experimentar qual seria a sensação de ser tatuado e acabei por ser eu a minha própria cobaia”. Ao longo dos últimos nove anos Pedro foi coleccionando histórias e aprendendo que aquilo que para uns pode ser estranho, para outros pode ser a coisa mais natural do mundo. “Temos que apreender a lidar com as diferenças de gosto e com as escolhas bizarras que por vezes nos aparecem. Há coisas que para nós podem não fazer sentido nenhum e para os outros pode ser a melhor obra do mundo. Aprendi ao longo destes anos de trabalho a ver as coisas assim e a perceber que a tatuagem é algo de pessoal que cada um faz porque o seu interior lhe indica que deve ser assim, e não porque e feio ou bonito. Esta deve ser, na minha opinião, a filosofia da tatuagem”, explica. Para quem está a pensar fazer uma tatuagem Pedro Guardão deixa um conselho: “não o façam por impulso e reflictam muito bem naquilo que vão fazer. Uma tatuagem verdadeira fica e depois é complicado tirá-la”. O Pedro tem uma filha e no dia em que ela lhe disser que quer fazer uma tatuagem terá todo o seu apoio. “Não poderia ser de outra forma porque comigo aconteceu exactamente a mesma coisa. Eu habituei-me a ver o meu pai tatuado e se tive esse feedback positivo da parte dele quando eu decidi fazer uma tatuagem não poderia ser diferente com a minha filha. Se ela um dia mais tarde gostar de tatuagens serei o primeiro a dar o meu apoio desde que o faça na altura certa e com a maturidade necessária”. A tatuagem não escolhe idade mas Pedro aconselha a que se faça só a partir da maior idade, “quando as pessoas atingem uma certa maturidade que obviamente varia de pessoa para pessoa. Há pessoas que são maduras mais cedo, outras mais tarde e há aquelas que nunca o chegam a ser. Mas é importante que as pessoas na hora de tatuar saibam bem aquilo que realmente querem”. O desconhecimento que ainda existe em relação a esta arte faz com que ainda se criem alguns mitos, tabus e receios em relação às tatuagens, mas Pedro desmistifica. “Antigamente as coisas eram feitas de uma forma mais rudimentar e podiam surgir algumas complicações, hoje em dia as coisas já não são assim. Houve uma evolução muito grande ao nível dos materiais e também da técnica que faz com que a tatuagem seja basicamente uma coisa inócua para o corpo humano. As tintas têm boa qualidade e são inofensivas”, garante. Tatuagens, pearcing’s e outros acessórios, o importante segundo Pedro Guardão é que as pessoas se habituem a respeitar e aceitar as diferenças dos outros “e não seja necessário as pessoas fazerem tatuagens em sítios escondidos só porque determinadas profissões não o permitem. As pessoas não deixam de ser quem são, ou não são bons ou maus profissionais, só porque têm uma tatuagem ou um pearcing. É esse passo que ainda nos falta dar mas que eu acredito que no futuro consigamos lá chegar”. Longe vão os tempos em que eram os indigentes e os rudes a envergar tatuagens. Hoje são os famosos que as escolhem e exibem como se de troféus se tratassem. E por vezes, quantas mais melhor… A “Till the Grave Tatto” está situada na vila de Caminha, em pleno Centro Histórico, junto ao Cine-Teatro Valadares. O atendimento é diário não só para tatuar mas também para esclarecer e dar alguns conselhos. |15 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 19 de setembro de 2014 CAMINHA Festa das solhas regista em 2014 recordes de afluência |16 800 quilos de solha foram consumidos durante os três dias que durou a festa em hora ao Senhor da Saúde e a Santa Rita de Cássia, realizada no primeiro fim-de-semana de Setembro em Lanhelas. Pelos jardins de São Gregório, que “estiveram ao rubro”, terão passado, segundo as contas da Comis- muito trabalho”, admite Sílvia. “No meu caso, apesar de o meu marido ser lanhelense, nós não vivemos em Lanhelas, vivemos em Freixieiro de Soutelo, que é Viana. Foi o ano inteiro a trabalhar para a festa, o que me obrigou a muitas deslocações semanais a Lanhelas. É tudo por nossa con- são de Festas, cerca de 16 mil pessoas que se deslocaram de todo o país e da vizinha Galiza para provarem um petisco único: a solha seca fumada. “A solha chama muita gente porque é a curiosidade de provar um peixe seco. Saber como é”, revela Sílvia Barros, a portavoz do grupo de 14 pessoas nomeadas para organizarem e concretizarem a romaria deste ta porque nós somos voluntários, não ganhamos nada com a festa. É o gosto e é o orgulho de chegarmos ao fim e a festa ter corrido lindamente, como correu este ano”. Valeu o trabalho da Comissão, sangue, suor e lágrimas é mesmo nos três dias de festa. Os membros da Comissão dormem uma a duas horas por noite e passam o dia na cozinha ano. “Tivemos muitos galegos que vieram pela primeira vez e vieram dizer-nos que tinham provado a solha e tinham gostado muito”, acrescenta. A comissão de festas do próximo ano já está nomeada. Espera-se que ninguém falhe, mas, assegura Silvia, há sempre gente para fazer a festa. “Não deixa de se fazer”, até porque “há sempre alguém que não está na lista e que quer fazer parte”. Isso mesmo aconteceu este ano. Foram nomeados oito casais, apenas sete aceitaram, mas acabaram por ser umas 20 pessoas a pôr mãos à obra, sobretudo durante aquelas três dias (5,6 e 7 de Setembro). Mas, o trabalho começa quase um ano antes. A Comissão assume em Dezembro e, desde então, a dedicação é contínua. “É um ano de e a servir os muitos petiscos que confeccionaram. “O suor todo é nos três dias, principalmente no Sábado em que uma pessoa não anda, uma pessoa corre, patina e queima-se. Nós chegamos a entrar em casa de gatas. São muitas horas em pé, nós não nos sentamos. Comer, nós não fazemos refeições, pica-se um bocadinho daqui e um bocadinho dali. De Sexta para Sábado e de Sábado para Domingo, praticamente não se dorme”. 15 dias antes, faz-se o teste com a Festa do Emigrante, realizada para angariar verbas, tal como todas as outras iniciativas levadas a cabo ao longo do ano: o cozido, a feijoada, torneios de sueca. É na Festa do Emigrante que se revelam os petiscos que vão ser servidos na festa das so- JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 19 de setembro de 2014 lhas. É que, além da solha, a Comissão Organizadora apresentou este ano outras iguarias: rojões, fêveras, arroz doce e muito mais. Tudo à moda de Lanhelas. “Tivemos de apreder como se fazia”, confessa a soutelense Sílvia, agora adoptada por Lanhelas. Foi o caso do arroz doce e a confecção das solhas. Foi meio ano a arranjar e a secar solhas à moda de Lanhelas. Trabalho que agora, confessa, que valeu a pena. Os membros da Comissão criaram laços de amizade e já pensam voltar à carga, “daqui a uns dois ou três anos”. O balanço da edição desta ano da festa é positivo: bateram-se recordes de afluência, foram angariadas os cerca de 40 mil euros necessários para pagar todas as despesas, até porque em 2014 a festa foi rija e não faltaram os grupos musicais para animar as noites, as bandas de música para animar o dia e os espectáculos pirotécnicos para dar cor. Para o ano há mais! Câmara só paga passeio a alguns dos pensionistas e reformados do concelho de Caminha “Revoltante”. É desta forma que o PSD de Caminha qualifica a decisão do executivo socialista, que este ano apenas apoia os idosos que estão nas Instituições Particulares de Solidariedade Social no passeio à cidade de Fátima. Em comunicado, a concelhia do Partido Social Democrata diz tratar-se de “um acto pouco coerente” resolver separar os idosos do concelho em “idosos de primeira” e “idosos de segunda”. O autarca Miguel Alves diz que a Câmara não tem capacidade financeira para juntar todos os idosos. Em declarações ao jornal C- O Caminhense, a presidente daquela estrutura partidária, Liliana Silva, revela que teve conhecimento da situação através de alguns idosos que se dirigiram à Câmara para se inscreverem no passeio a Fátima, agendado para o dia 18 de Setembro, mas foi-lhes recusado. “Na nossa opinião, é grave porque nós sabemos que a Câmara irá apoiar o passeio promovidos pelas IPSS e, portanto, deveria estender-se a todos”. Contactado pelo jornal CO Caminhense, o presidente da Câmara, Miguel Alves, justificou a decisão afirman- do que “este é um passeio que tem por objetivo o convívio, não tem uma política de acção social. É agradável, mas no ano passado custou ao município 30 mil euros”. Garante o autarca que, “nas circunstâncias actuais, é muitíssimo dinheiro”. Miguel Alves vai mais longe, acrescentando que “com as dificuldades que temos em termos sociais em todo o concelho, com pessoas a passar fome, com pessoas a viver situações muito difíceis em termos familiares, o dever da Câmara Municipal é estar atento a estas dificuldades, acorrer a situações de emergência, acorrer àqueles que estão a sofrer e, se calhar, se tiver opções, cortar nos jantares, danças e convívios”. A concelhia do PSD de Caminha diz que a Câmara não pode justificar esta decisão com falta de dinheiro quando, por exemplo, gasta oito mil euros para contratar a Sónia Araújo e 50 mil Euros para contratar o Anselmo Ralph, que, acrescenta, ainda não pagou. Liliana Silva acrescenta que “o discurso mais habitual é: não há dinheiro, não há dinheiro”. “As pessoas só ouvem dizer isso, mas a verdade é que depois vêem gastar dinheiro em outras coisas que poderiam ser preteridas em relação, por exemplo, aos nossos reformados, porque muitos deles é a única oportunidade que têm para saírem de casa, para conviverem uns com os outros. Isto é extremamente importante para os reformados”, defende. Miguel Alves responde dizendo que o PSD fala do que não sabe.”O espectáculo, realizado em Vila Praia de Âncora, que é uma vila que merece esta animação e que merece ser lembrada como foi no Dia Mundial da Criança, é um espectáculo que é pago em grandíssima parte pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Caminha. Nem sequer passa pelos recursos do município. Um disparate fica já assinalado”, sublinha o autarca. O presidente da Câmara de Caminha vai mais longe nas críticas considerando que o PSD tem “despeito” dada a “incapacidade que teve ao longo dos anos para qualificar a oferta”, “nomeadamente em Vila Praia de Âncora”, afirmando que “o ataque” é feito àquela vila do concelho de Caminha. “O despeito que tem por não conseguir fazer uma animação com qualidade e com capacidade de atracção, que pudesse fazer aquilo que aconteceu este Verão, enchendo os hotéis, enchendo os restaurantes”, reforça. Miguel Alves termina assegurando que o executivo conseguiu, este ano, fazer “mais animação cultural com menos dinheiro”. Autarca de Caminha garante ter gasto menos 1 milhão de euros no primeiro semestre Os resultados de gestão do município de Caminha, relativos ao primeiro semestre deste ano, revelam uma situação financeira controlada, marcada por uma diminuição acentuada da despesa. Segundo a autarquia liderada por Miguel Alves, as despesas correntes caíram 1 milhão e 200 mil euros relativamente ao mesmo período do ano passado. O maior esforço de conten- ção, sublinha o autarca, aconteceu na área da aquisição de bens e serviços: “é aquilo que é mais difícil porque tem a ver com a aquisição de tudo o que é necessário para o funcionamento da Câmara, as despesas diminuíram em 1.3 milhões relativamente a 2013. Nos bens de capital, que é diferente, tivemos um decréscimo de 270 mil euros”. O presidente da Câmara sublinha os resultados alcançados numa altura em que houve um “corte de receita”. “Ainda no ano passado a Câmara recebeu uma receita extraordinária no âmbito do programa de apoio ao pagamento a fornecedores no valor de 1,6 milhões de euros. Este ano não temos essa receita e temos sobre nós a ameaça de poderemnos cortam 100 mil euros por causa dos 36 funcionários que entraram na Câmara durante o ano de 2013”, declara Miguel Alves. aos compromissos longos que pendem sobre a própria Câmara. Estou a falar das grandes dívidas como a obrigatoriedade do pagamento das piscinas que representam um esforço de quase 20 milhões de euros; das dívidas dos tribunais, já que agora têm saído todas as sentenças que impenO presidente da Câmara de Ca- dem sobre a Câmara; estou a minha refere que a situação fi- falar das despesas de funcionanceira da autarquia é mui- namento”, afirma o autarca. to complicada e que as contas vão continuar desequilibradas Miguel Alves acrescenta que durante muito tempo, porque o executivo socialista está a “a Câmara tem dificuldades fazer todos os esforços para a de tesouraria”. “Estamos com Câmara não recorrer ao Funmuitas dificuldades para acorrer do de Apoio Municipal. |17 JORNAL DISTRITO O CAMINHENSE, sexta-feira, 19 de setembro de 2014 Câmara Municipal de Ponte de Lima aprova manter benefícios fiscais para o ano 2015 Valença aposta na captação de novos visitantes A Câmara Municipal de Valença vai apresentar, no início do Outono, novos produtos de promoção turística da cidade. Uma APP para telemóvel sobre a fortaleza, painéis interactivos e novos mapas turísticos destacam-se do novo pacote promocional. A APP sobre a fortaleza de Valença é uma nova aplicação para telemóveis que permite visitas guiadas detalhadas e orientadas pelos pontos mais marcantes do centro Um conjunto de painéis interactivos vai permitir uma leitura detalhada e orientada da fortaleza e da sua evolução histórica desde os primeiros povoados castrejos até à atualidade, com recriação 3D dos momentos mais marcantes da fortificação. Novos mapas turísticos, em formato papel, proporcionam um conhecimento e viagem pelos pontos mais emblemáticos e interessantes da fortaleza de Valença. Estes novos produtos turísticos serão apresentados publicamente no congresso das Muralhas Digitais do Noroeste Peninsular a realizar em Valença, no final deste mês. Os novos equipamentos e materiais são o resultado do projecto Muralhas Digitais que, a par de Valença, incluem também Monção, Melgaço, Lugo e Santiago de Compostela e contam com financiamento dos fundos comunitários através do programa POCTEP. Valença aposta em orçamento participativo para definir evento internacional Valença avança com o Orçamento Participativo, pela segunda vez, para a elaboração do Orçamento Municipal, através da consulta popular, desta vez, para a criação / consolidação de um evento que projecte internacionalmente a cidade. Desta consulta popular esperam-se propostas que deverão culminar no lançamento de num evento potenciador da imagem de Valença internacionalmente. Segundo avança fonte da autarquia local, as propostas deverão ter por base a promoção turística e cultural internacional de Valença, com a organização de um evento capaz de projectar a cidade e o território e atrair novos fluxos turísticos. Os cidadãos podem apresentar as suas propostas até 30 de Outubro, directamente na Câmara Municipal, ou através do e-mail: [email protected]. Em nota enviada à imprensa, o executivo liderado por Jorge Mendes explica a aposta, justificando que “o Orçamento Participativo tem por |18 objectivo contribuir para o exercício de uma intervenção informada, activa e responsável dos cidadãos nos processos de governação local de Valença, garantindo a participação dos cidadãos e das organizações da sociedade civil na decisão sobre a afectação de recursos às políticas públicas municipais, neste caso na área turística e cultural”. Acrescenta que “o município de Valença, com a realização deste Orçamento Participativo, pretende reforçar os instrumentos de democracia participativa aproximando a autarquia e a administração ao cidadão. Para o presidente da Câmara Municipal , “os contributos dos valencianos são fundamentais para a definição da estratégia de afirmação / promoção da cidade, tendo por base a dinâmica cultural / turística e económica do nosso território”. “Queremos um grande evento para Valença pensado por todos e para todos que seja a nossa cara e a nossa marca”. A Câmara Municipal de Ponte de Lima deliberou manter os atuais benefícios fiscais no próximo ano de 2015. Segundo proposta apresentada pelo presidente da autarquia, Victor Mendes, “enquanto for financeiramente sustentável, deverão ser mantidas as medidas tomadas relativamente aos benefícios fiscais sobre os quais detém a necessária autonomia para concretizar ou propor a sua redução ou isenção. Salvaguarda-se, no entanto, qualquer alteração que posteriormente venha a ser obrigatória por força das opções e orientações constantes no Orçamento de Estado para 2015”. Em nota enviada à imprensa, o executivo camarário justifica que os cortes por parte da Administração Central, que têm vindo a ser efectuados e acumulados todos os anos desde 2010, representam neste momento uma redução total de 1.624.171,00€, nas transferências no âmbito do FEF – Fundo Equilíbrio Financeiro e FSM – Fundo Social Municipal. A proposta de Lei que estabelece o Regime Financeiro das Autarquias Locais aponta desde já para um conjunto de medidas que impõem limitações e restrições à autonomia local, bem como a diminuição das receitas municipais que irão certamente afectar negativamente a gestão das autarquias locais no futuro próximo. Neste sentido, a diminuição da receita por via das medidas que irão ser implementadas, os municípios prevêem que a disponibilidade de tesouraria seja seriamente afectada pela obrigação de “sustentar” a criação do FAM - Fundo de Apoio Municipal, que resulta desta lei que se baseia no “princípio da solidariedade nacional recíproca”. Ainda assim, e “apesar da presente proposta representar um esforço financeiro significativo para a autarquia, o Executivo Municipal considera que os benefícios fiscais trarão consideravelmente mais-valias para a concretização da estratégia de desenvolvimento que o município tem vindo a dinamizar”. Fonte municipal acrescenta que “a boa gestão dos dinheiros públicos terá, neste cenário, uma relação directa com a maior ou menor disponibilidade financeira das famílias e empresas”. IRS – O executivo propõe abdicar da participação variável que pode ir até cinco por cento no IRS dos sujeitos passivos com domicílio fiscal em Ponte de Lima, relativa aos rendimentos do ano imediatamente anterior. Continua-se, em 2015, a optar pela isenção do pagamento dos 5 % do IRS pelos munícipes. Esta medida irá implicar, e de acordo com as previsões feitas para o ano de 2014, a perda pelo município de uma receita de 573.975,00€. IMI – O Executivo propõe em 2015 manter a taxa de 0,32% para os prédios urbanos avaliados nos termos do CIMI. No que se refere à Derrama Municipal, mantémse a isenção para as empresas que se instalarem no concelho. Esta medida implica em média, uma perda anual de cerca de 350.000,00€. Reabilitação dos territórios e economia urbana em debate Viana do Castelo recebe 3º Seminário “Territórios e Cidades do Norte Atlântico Ibérico” O seminário “Território e Cidades do Norte Atlântico Ibérico” vai já na sua 3ª edição e este ano decorre nos dias 25 e 26 de Setembro, em Viana do Castelo. O âmbito temático desta edição enquadra-se na noção de que a viabilidade e reabilitação dos territórios dependem do seu potencial de gerar valor e emprego, através da capacidade de atrair e fixar actividades económicas e habitantes. No seguimento dos anos anteriores, é objectivo deste encontro aprofundar o debate de ideias e a produção de conhecimento sobre dinâmicas urbanas que caracterizam o contexto geográfico entre o Norte de Portugal e a Galiza (Espanha). Em cima da mesa estarão temas como a reabilitação dos territórios, a economia urbana e os usos do solo, enquanto elementos e processos básicos da transformação das estruturas sociofísicas. O seminário conta com o contributo de académicos, profissionais de planeamento, gestores de empresas e de infraestruturas, oriundos de ambos os países da Península Ibérica. Para além de uma mostra de trabalhos académicos desenvolvidos pelos alunos da Escola Superior Gallaecia, no âmbito do Mestrado Integrado em Arquitetura e Urbanismo, o evento contempla ainda uma exposição dos desenhos do workshop internacional VernaDoc 2013. Organizado e coordenado pela Escola Superior Gallaecia, em parceria com a Câmara Municipal de Viana do Castelo, o seminário terá lugar na Sala Couto Viana, na Biblioteca Municipal de Viana do Castelo, sendo a inscrição gratuita, mas obrigatória, através do contacto [email protected]. JORNAL DISTRITO O CAMINHENSE, sexta-feira, 19 de setembro de 2014 autarquia de Cerveira orGanizou CaMinhada solidária a favor dos boMbeiros voluntários do ConCelho O convite foi lançado: caminhar e ajudar a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Cerveira. O Parque de Lazer do Castelinho foi, no passado Sábado o ponto de encontro para um percurso solidário junto à margem do rio Minho. A campanha, organizada pela Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, em parceria com os ‘soldados da paz’ cerveirenses, contagiou a comunidade residente em prol de uma causa que é também da responsabilidade de cada um de nós. O objetivo da iniciativa passou por dar um contributo aos bombeiros do concelho, uma instituição sem fins lucrativos que sobrevive graças a subsídios e à ajuda da população para fazer face às despesas de aquisição e beneficiação dos seus equipamentos. Com um preço simbólico de 2 euros, a Caminhada Solidária foi um sucesso, integrada no lema ‘Ajudenos a ajudar!” Mais de 15 Mil atendiMentos no novo serviço da CâMara MuniCipal de viana do Castelo O novo Serviço de Atendimento ao Munícipe (SAM) da Câmara Municipal de Viana do Castelo, que abriu portas há seis meses, registou já mais de 15.500 atendimentos. Trata-se do único interface com o munícipe, que pretende facilitar a resolução de todos os problemas e questões municipais, sendo que o horário é das 09h00 às 16H30 sem interrupção para almoço e com uma equipa dedicada. O novo espaço, instalado no edifício da antiga repartição de Finanças de Viana do Castelo que foi sujeito a obras de requalificação orçadas em cerca de 200 mil euros, ocupa uma área de aproximadamente 650 metros quadrados, acolhe os serviços de Atendimento Geral, Taxas e Licenças, Tesouraria, Mercados e Feiras e Urbanismo (projetos, requerimentos, levantamento de documentos e informações), mas também uma sala de reuniões técnicas. De sublinhar que esta é a segunda fase de um projecto que visa melhorar o atendimento ao público da Câmara Municipal de Viana do Castelo. A primeira medida foi a desmaterialização de processos no âmbito do Plano de Modernização Administrativa encetada já no mandato anterior; este novo serviço – SAM- é a segunda; seguindo-se depois o novo portal de submissão online. Por ser um “case-study”, foi já alvo de apresentação como bom exemplo junto da Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Norte e de visitas de diversas autarquias como Vila Real, Vila do Conde, Vila Nova de Gaia ou Braga. ipvC entre os politéCniCos Mais proCurados do país O Instituto Politécnico de Viana do Castelo [IPVC] está entre os politécnicos com maior procura na primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior, ao registar 54% de ocupação de vagas. Para Rui Teixeira, presidente da instituição, é “muito positivo e deixanos muito satisfeitos”. A nível nacional a instituição volta a ser a 6ª mais procurada pelos candidatos ao ensino superior. O resultado “é obra de todos. Primeiro de uma região que nos acolhe, das pessoas que a constituem, do seu poder político e, depois, de um instituto cada vez mais preocupado em servir com a qualidade dos seus professores e funcionários”, considera Rui Teixeira, sem esquecer a “imagem social que é desenvolvida pelos nossos alunos enquanto estudantes e depois quando assumem o seu lugar no mercado de trabalho”. O Politécnico de Viana continua a preencher 100% de vagas de um considerável leque de cursos, a saber Biotecnologia, Design do Produto, Desporto e Lazer, Educação Básica, Educação Social Gerontológica, Enfermagem, Gestão, Turismo e Marketing e Comunicação Empresarial, em que neste ficaram por preencher apenas 2 vagas “residuais”. Com os resultados mais baixos em termos de ingresso registaram-se os cursos de engenharia de áreas como Civil e do Ambiente, Computação Gráfica e Multimédia, Energias Renováveis, Mecânica e Redes de Computadores, bem como as licenciaturas de Agronomia, Ciências e Tecnologias do Ambiente, Organização e Gestão Empresariais, Contabilidade e Fiscalidade. Face a estes resultados, o Presidente Rui Teixeira volta a sublinhar que “esta é apenas a primeira fase de um concurso e apenas de um dos corpos que concorrem ao ensino superior: os alunos do ensino secundário”, recorda. Para além “destes que terão agora a segunda e a terceira fases - e que permitirão o preenchimento de grande parte dos cursos que ficaram por preencher - existem depois alunos de outras proveniências como os dos concursos e regimes especiais, os maiores de 23 anos - regime com grande procura no país - e os alunos dos CET, dos quais uma significativa percentagem tem acesso ao ensino superior”. Assim, “só depois destas fases é que poderemos estar em condições de fazer a avaliação final”, conclui Rui Teixeira. PUB. CMT S Clínica de Fisioterapia COM NOVAS ISTALAÇÕES EM CAMINHA Casa de petiscos | Gelataria | Creparia Praça Conselheiro Silva Torres . 4910 Caminha [email protected] Acordos com: Serviço Nacional de Saúde - Sams - CGD - IASFA - ADM - Multicare CENTRO COMERCIAL DA ESTAÇÃO - AV. MANUEL XAVIER, Nº 16 Telf. 918571617 - 968432863 HORÁRIO: 08H-19H (segunda a sexta ) OCULISTA IDEAL DE CAMINHA metalocaminha José Augusto Fernandes Oliveira Sócio Gerente ( òptico desde 1967) Sergio Meira - Telf. 919 983 235 TÉCNICA . PERFEIÇÃO . QUALIDADE A sua visita o comprovará Distriâncora-Supermercados, lda tel 258959140-fax 258912955 AUTOMATISMOS | SERRALHARIA DE FERRO E INOX | MONTAGEM DE PORTAS SECCIONADAS |MOTORES DE TODO O TIPO | SERVIÇO DE CORTE E QUINAGEM DE CHAPA C.C. 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Arcos de Valdevez (25 votos); Melgaço (40 votos); Paredes de Coura (22 votos); Valença (17 votos) e Vila Nova de Cerveira (156 votos) deram a vitória a Carpinteira. Jorge Fão conseguiu mais votos em Barroselas (10 votos); Caminha (34 votos); Margem Esquerda do Lima (25 votos); Monçao (16 votos); Ponte da Barca (10 votos); Ponte de Lima (18 votos); Viana do Castelo (34 votos) e Vila Praia de Âncora (18 votos). Em Caminha, a maioria votou Jorge Fão para presidente da federação rosa. Dos trinta e cinco inscritos, apenas dois votaram no candidato vencedor. Miguel Alves, presidente daquela concelhia do PS, destacou a participação dos simpatizantes nestas eleições e confessou estar “muito optimista” na vitória de António Costa. Mesmo com mais votos em Caminha, Fão não conseguiu con- |20 quistar a liderança da distrital a Carpinteira, que avança agora para o terceiro mandato consecutivo. O candidato derrotado felicitou o vencedor e mostrouse disponível para “continuar a trabalhar” por aquilo que ser o seu objetivo: “unir e reforçar o PS e defender o Alto Minho”. “Espero que quem ganhou tenha agora também esse comportamento magnânimo que vai no sentido de procurar unir e criar coesão no próprio partido. Eu e as pessoas que me apoiam temos disponibilidade para esse efeito e o partido socialista necessita no distrito de Viana do Castelo desse reforço. Caberá agora ao Carpinteira e a quem o acompanha dizer, até ao congresso, o que pensa e o que pensa fazer no distrito de Viana do Castelo”, declarou Fão. O vencedor desta “disputa entre camaradas” fala em “disputa limpa” em que “os militantes participaram de forma livre” e, por isso, classifica esta como uma “vitória justa”. Em declarações ao jornal C – O Caminhense revelou que o seu principal objectivo é preparar o partido para “uma vitória absoluta nas legislativas de 2015”. As divergências e as lutas internas trazidas à luz do dia perante os processos eleitorais para as distritais, mas também para a liderança do partido são questões a que Carpinteira promete dar atenção: “temos de reorganizar e unir o partido. Temos também de fazer um trabalho de maior proximidade com as concelhias”. Os militantes socialistas e os simpatizantes que se inscreveram vão escolher o secretáriogeral do PS e candidato socialista a Primeiro Ministro no dia 28 deste mês. O presidente da distrital de Viana do Castelo está ao lado de António José Seguro: “eu espero que no distrito de Viana do Castelo possa ter mais votos o António José Seguro”. Ainda assim, Carpinteira garantiu que “a Federação Distrital apoiará a 100% aquele que vier a sair vencedor”. psd de viana defende referendo sobre touradas na Cidade O PSD de Viana do Castelo defende a realização de um referendo sobre as touradas na cidade. A concelhia social democrata vianense refere que o presidente José Maria Costa “não é a voz da razão” e sublinha a necessidade de dar voz aos vianenses para que a Câmara “não passe pela vergonha de ser desautorizada pelos tribunais”. Helena Marques, vereadora social democrata eleita para o executivo camarário vianense explicou, em declarações ao jornal C – O Caminhense, que o PSD defende que “os vianenses deveriam ser ouvidos”. “Já propusemos isso em reunião de Câmara, já propusemos em As- sembleia Municipal que fosse referendada”. Segundo justifica a autarca, “a lei permite que, se for referendada e se o não às touradas ganhar, poderemos pedir um regime de excepção para que, de facto, Viana seja uma cidade anti-touradas”. Seria uma solução para evitar que, sucessivamente, os tribunais desautorizem as decisões tomadas pelo executivo camarário local: “poderíamos impedir que se caia sempre no ridículo de, durante três anos consecutivos, o presidente da Câmara ser desautorizado pelo tribunal”. “Não basta a ideia de uma pessoa para mudar a filosofia de uma cidade”, garante. Para os sociais democratas é as vianenses a quem cabe, de direito, a decisão de Viana ser, ou não, uma cidade antitouradas. E a opinião popular só poderá ser auscultada através de referendo. “Não pode ser a vontade de uma só pessoas, tem de ser decidido por quem de direito”. “A lei permite que haja tourada e o PSD acha que, se é para criar um regime de excepção, tem de ser referendado” , sublinha Helena Marques. O PSD refere-se ao facto de o Tribunal de Braga ter autorizado a realização de uma tourada no Concelho de Viana do Castelo numa arena amovível, apesar da autarquia não ter aceite o pedido de licenciamento. psd acusa autarquia de viana de gastos “exorbitantes” com estacionamento na cidade Os vereadores do PSD na Câmara de Viana exigem também toda a verdade sobre os custos que consideram “exorbitantes” das campanhas de estacionamento lançadas o ano passado na cidade capital do distrito. “Fomos confrontados, já em campanha, com o actual presidente do município a dizer que iria criar medidas de excepção, que acabou por transformar em regra”, acusa Helena Marques, vereadora social democrata sem pelouro no executivo camarário vianense. Segundo a autarquia, a ex- JORNAL DESPORTO O CAMINHENSE, sexta-feira, 19 de setembro de 2014 MELGAÇO MONÇÃO VALENÇA VIANA DO CASTELO ‘Triatlo da Amizade’ volta a unir atletas portugueses e galegos no final do mês Perfeitamente consolidado nas provas da modalidade, o Triatlo da Amizade, Cerveira-Tomiño, regressa no último fim-de-semana de Setembro (dia 28) com a participação de mais de uma centena de atletas portugueses e galegos. A VIII edição tem início às 15h30, do Cais de Vila Nova de Cerveira. ceção transformou-se em regra e é agora apelidada pelo socialista José Maria Costa, presidente do executivo, de “política de estacionamento”, que não é mais do que “continuar a pagar aos concessionários por lugares gratuitos entre as 18 horas e as 2 da manhã e aos Sábados e Domingos, dizendo que isto fomenta o comércio tradicional”. O PSD discorda, até porque o comércio não funciona a essas horas. A autarca social democrata discorda de “todo este despesismo” assegurando que “com muito menos dinheiro conseguiria uma solução muito melhor para os moradores, para os comerciantes e para os visitantes de Viana”. O PSD de Viana queixa-se da falta de informação disponibilizada pela Câmara e manifesta ainda profunda preocupação, uma vez que o município poderá incorrer no pagamento de duas indemnizações no montante global de mais de oito milhões de euros, recebendo em troca a posse dos parques: uma referente ao da Praça da Liberdade (mais de sete milhões), cujas acções judiciais transitam em julgado, e outra respeitante ao “encerrado” parque do Campo d`Agonia (cerca de 800 mil euros). Com organização conjunta da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira e do Concelho de Tomiño, com o apoio técnico da Federação Portuguesa de Triatlo e da Federação Galega de Tria- tlo, ano após ano, esta competição internacional vai atraindo um número crescente de participantes que têm como ponto 5 MEDALHAS COM SOTAQUE LIMIANO NAS ESPERANÇAS OLÍMPICAS A representação nacional de cadetes e juniores conquistou um total de 8 medalhas na edição de 2014 das “Olympic Hopes” (Esperanças Olímpicas), competição que decorreu em Piestany, Eslováquia, com a participação de 12 jovens promessas da canoagem nacional, 3 dos quais atletas do Clube Náutico de Ponte de Lima. Francisca Carvalho, Hugo Figueiras e João Amorim apresentaram-se ao mais alto nível, contribuindo de uma forma significati- va para o pecúlio nacional, estando diretamente associados à conquista de 5 das 8 medalhas. Os resultados obtidos pelos atletas limianos foram de grande nível, destacando-se João Amorim, que obteve três medalhas: prata em C1 1000 metros e C1 500 metros, além do bronze em C1 200 metros. Outro destaque vai para a promessa Hugo Figueiras, que deu um forte contributo para a conquista da medalha de ouro em K4 200 metros e a de prata em K2 500 metros. 2014, a saída está prevista para o cais de Vila Nova De Cerveira com a prova de natação; em solo galego decorre a transição para o ciclismo que terminará no cais português para dar lugar ao atletismo. Os atletas terão que nadar uma distância de 750m até ao Cais de Goian, onde estará situada a primeira área de transição. Aí a prova de ciclismo (btt) integra quatro voltas no castelo e posterior ida até Vila Nova de Cerveira, atravessando a Ponte da Amizade passando pela Avenida de Tomiño até ao cais cerveirense terminando o percurso em BTT com um total de 19,6 kms. Para finalizar, a corrida marcada por um percurso em paralelo e asfalto composde união o rio Minho e a Pon- to por três voltas equivalente a te da Amizade. um total de 5000m, cumprinO início do Triatlo alterna de do um circuito pelo Casco da local a cada ano e, na edição Vila de Cerveira. A estreante Francisca Carvalho obteve também resultados de nível muito elevado, conquistando a presença na final nas duas provas em que participou. Venceu a eliminatória de K1 500 metros e, na final, foi sexta classificada. Em K1 200 metros, venceu a eliminatória e a semi-final, chegando depois ao quinto lugar na final. A jovem promessa limiana integrou ainda o K2 500 metros que, na final, foi oitavo classificado. Uma participação de alto nível da seleção nacional, com resultados muito positivos e um forte contributo dos atletas do Clube Náutico de Ponte de Lima, que continua a afirmar-se como a formação mais forte da canoagem portuguesa. NÁUTICO DE PONTE DE LIMA DOMINA PRIMEIRAS PAGAIADAS Grande dominador do panorama da canoagem nacional, tanto ao nível da alta competição, como no campo da forma- ção, o Clube Náutico de Ponte de Lima, depois de arrecadar as etapas zonais, foi o grande vencedor da fase final das “Primeiras Pagaiadas”, que se realizaram este fim de semana em Montemor-o-Velho. O clube limiano obteve um total de 942 pontos, deixando o segundo classificado, o C. N. Marecos, a 521 pontos de distância, resultado que ilustra o domínio exercido pelas jovens promessas limianas, numa competição aberta a menores, infantis e cadetes. Em terceiro lugar ficou o C. N. de Prado, com 394 pontos, numa competição em que participaram mais de 300 atletas, de 33 clubes. Em termos individuais, o destaque vai para os jovens limianos que atingiram o lugar mais elevado do pódio: Cristiana Silva, em K1 menor feminino 1.º ano; Ricardo Rodrigues, em C1 cadete; João Machado e Samuel Rocha, em K4 iniciado; João Fernandes e Rui Matos, em K2 cadete; Bruno Lima e Ricardo Coelho, em C2 cadete; Fernando Costa, André Gomes, Bruno Gomes e João Pimenta, em VILA NOVA DE CERVEIRA Em disputa estará o Troféu da Amizade, uma obra da autoria do escultor espanhol Arcadio Blasco. Esta pequena escultura tem a designação de Encontro de Culturas e, desde a primeira edição, é o símbolo do Triatlo da Amizade. De salientar que o troféu nunca é propriedade de qualquer um dos intervenientes na prova, fazendo-se sempre a passagem deste símbolo da amizade entre os galegos e os portugueses, conforme quem seja o vencedor da prova. O país vencedor guardará o troféu até à edição seguinte. Á semelhança de edições anteriores, uma seleção de triatletas portugueses representará a Federação Portuguesa de Triatlo e outra formada por triatletas galegos representará a Federação Galega de Triatlo. Podem participar tanto triatletas federados como não federados, que terão de solicitar na sua respetiva federação a licença de um dia para poder participar (no caso dos não federados). Refira-se ainda que os triatletas poderão participar tanto de forma individual como em equipas (estafetas). K4 menor; Lara Crispim, Francisca Lopes, Matilde Fernandes e Cristiana Silva, em K4 menor feminino; Rui Matos, João Abreu, José Fernandes e Marco Sampaio, em K4 cadete; Samuel Rocha, João Machado, José Matos e Lourenço Rocha, em K4 iniciado; Bruno Lima, Ricardo Coelho, César Gomes e Daniel Barros, em C4 cadete. No segundo lugar ficaram Bruno Lima, em C1 cadete; Beatriz Lamas e Maria Lopes, em K2 iniciado feminino; Francisca Lopes e Cristiana Silva, em K2 menor feminino; Raquel Dantas, Sofia Dantas, Beatriz Lima e Maria Lopes, em K4 iniciado feminino. No terceiro lugar do pódio, classificaram-se ainda Bruno Brasileiro e José Matos, em K2 iniciado; Maria Guerra e Rita Nascimento, em K2 cadete feminino; Luana Pinho, Rita Dantas, Margarida Fernandes e Rita Gonçalves, em K4 infantil feminino; João Matos, Pedro Costa, César Sá e Bruno Brasileiro, em K4 iniciado. O balanço é de 10 títulos, num total de 18 presenças no pódio. |21 JORNAL CULTURA O CAMINHENSE, sexta-feira, 19 de setembro de 2014 Guimarães Jazz volta a surpreender com cartaz de excelência Dealema e Keep Razors Sharp na Festa do Outono do VIBE 2014 PUB. PROGRAMAÇÃO VIBE 2014 | FESTA DO OUTONO 19-20 SETEMBRO | VIANA DO CASTELO PARQUE DA CIDADE SEX 19-SET DEALEMA | www.facebook.com/dealema VAI-TE FODER | www.facebook.com/vai.te.foder.grind ERMO | www.ermo.bandcamp.com SOLAR CORONA | www.solarcorona.bandcamp.com RAPORTER FEAT DJ CASCA | www.facebook.com ricardo.ferreira.18488169 VIRCATOR | www.facebook.com/vircator SÁB 20-SET Em Viana do Castelo, no coração do Alto-Minho, estão todos convidados a dar as boas-vindas à terceira estação do ano. Este fim-de-semana, dias 19 e 20 de Setembro, no Parque da Cidade, Dealema, Keep Razors Sharp, Mega Draive e Ermo são destaques em cartaz na Festa do Outono do VIBE 2014. Os Dealema são um dos mais antigos colectivos hip hop em activo no nosso país. No dia de abertura da Festa do Outono, os Dealema apresentam “Al- |22 vorada da Alma”, um regresso às origens algures entre Gaia e Porto, onde tudo começou no que respeita ao rap do norte. O maior destaque do segundo dia da Festa do Outono vai para Keep Razors Sharp, Afonso (Sean Riley & The Slowriders), Rai (The Poppers), Bráulio (exCapitão Fantasma) e Bibi (Riding Pânico). Com uma sonoridade entre o psicadelismo e o pós-rock, os Keep Razors Sharp são uma das grandes apostas nacionais do momento. KEEP RAZORS SHARP | www.facebook.com keeprazorssharp MGDRV | www.facebook.com/mgdrv BED LEGS | www.facebook.com/bedlegs KESO FEAT VIRTUS & MINUS | www.facebook.com originalmarginalkeso PHOLE | www.facebook.com/pholediatonico FAKE ERA | www.facebook.com/fakeeramovimento recinto: Parque da Cidade localização: Argaçosa, Viana do Castelo início: 21:00 | ingressos [pré-venda]: 6€ [diário] | 10€ [2 dias] +info: www.facebook.com/events/1469542719991206 organização: Núcleo de Apoio às Artes Musicais JORNAL CULTURA O CAMINHENSE, sexta-feira, 19 de setembro de 2014 David Murray, James Carter, Adrián Oropeza, Theo Bleckmann, Reut Regev, Uri Caine, Lee Konitz, Trondheim Jazz Orchestra com Eirik Hegdal e Joshua Redman são apenas alguns dos nomes que compõem a edição de 2014 do Guimarães Jazz que este ano se realiza de 6 a 15 de Novembro no Centro Cultural Vila Flor em Guimarães. O Guimarães Jazz completa em 2014 a 23ª etapa de uma longa história de divulgação do jazz ao público português, confirmando-o como um caso raro de longevidade, persistência e capacidade de implantação na muitas vezes instável e precária paisagem cultural nacional, e afirmando-o simultaneamente como um evento no qual se conseguem construir pontes temporais, estéticas e geográficas. Numa época em que as palavras “inovação” e “mudança” parecem ter-se instalado em definitivo no léxico do discurso contemporâneo, o Guimarães Jazz surge como um polo agregador de estabilidade, respeito pela história e tradição da música e convicção nos valores que nos guiaram desde o início deste trajeto. O festival é também um lugar de celebração da liberdade e que assume o risco de enfrentar a multiplicidade de caminhos e possibilidades que marcam a arte do presente. O programa do Guimarães Jazz 2014 é o reflexo de uma identidade alicerçada e consolidada no compromisso entre tradição e vanguarda, rutura e citação. O equilíbrio do alinhamento dificulta a escolha dos elementos em destaque, pelo que é a força e a coerência deste conjunto de propostas o elemento a reter desta edição. O festival volta novamente a apresentar um programa composto quase exclusivamente de nomes nunca antes apresentados no Guimarães Jazz – a exceção é o incontornável pianista Uri Caine, que faz a sua terceira aparição no festival (depois de um concerto com ensemble a interpretar as “Variações Goldberg” de Bach, em 1999, e um outro a solo em 2001), apresentando-se agora em trio. Teremos também a honra de ter pela primeira vez o histórico saxofonista Lee Konitz, o extraordinário Theo Bleckmann num estranho e desafiante projeto de interpretação das canções de Kate Bush, bem como os plenamente afirmados no- mes no universo jazzístico de David Murray, James Carter e Joshua Redman, este último como solista da Trondheim Jazz Orchestra. O Guimarães Jazz volta também a apresentar as já habituais atividades paralelas, entre as quais as jam sessions e as oficinas de jazz (dirigidas este ano por Reut Regev, o reputado cornetista Taylor Ho Bynum, Adam Lane e Igal Foni), e mantendo a frutuosa relação que tem vin- do, nos últimos anos, a desenvolver com a ESMAE. É importante, porém, mencionar que 2014 marca o fim da colaboração com a editora TOAP e o início de uma parceria com a associação portuense Porta Jazz que vem reafirmar a vocação do festival enquanto plataforma de visibilidade e promoção do jazz português, e dos músicos mais jovens em particular. O jazz é o ponto de partida deste grande evento cultural, mas não a sua fronteira última. O Guimarães Jazz pretende ser um espaço de acolhimento e expressão de diversas linguagens musicais e, nesse sentido, um detonador de reflexões sobre o que significa fazer música e arte no convulsivo mundo de hoje e em face do enigmático horizonte de um futuro por vir. À semelhança das edições anteriores, a maior parte dos concertos acontece no Centro Cultural Vila Flor, estando também agendados dois espetáculos na Plataforma das Artes e da Criatividade. Os bilhetes já se encontram à venda, podendo ser adquiridos na bilheteira do Centro Cultural Vila Flor, da Plataforma das Artes e da Criatividade, bem como nas lojas Fnac, El Corte Inglês e Worten, entre outros pontos de vendas, e na internet em www.ccvf.pt e oficina.bilheteiraonline.pt. ótico em Vigo. Ólöf Arnalds vem de uma formação clássica, pertenceu por um curto espaço de tempo aos Múm, mas foi através da blogosfera que lançou os seus primeiros temas num álbum intitulado Vi? Og Vi?, que foi produzido pelo teclista dos Sigur Rós, Kjartan’Sveinsson. Mas só com o dueto que fez recente álbum de estúdio lancom a Björk no seu segundo çado este ano de título Suddisco Innundir Skinni,é que foi den Elevation. reconhecida pelos media. Vem a Vigo apresentar o seu mais Miguel Estima Miguel Estima Voces femininas 2014 A 29 de Novembro de 2014, o auditório do Centro Cultural Fundación Novacaixagalicia em Vigo irá acolher a 7ª edição do festival dedicado às vozes femininas. Um evento que já contou com nomes como Sharon Van Etten ou Jesca Hoop, este ano apresenta dois nomes: tUnE-yArDs um projecto dos Estados Unidos e da Islândia ÓLÖF ARNALDS. tUnE-yArDs é um projecto liderado por Merril Garbus. Sem duvida que é uma das artistas mais inovadoras da cena indie internacional. Foi um dos concertos mais bem recebidos do Festival de Paredes de Coura em 2012. Acompanhada desde sempre de Nate Brenner, o seu estilo mistura vários géneros não se fixando num estilo concreto. A fusão entre o folk, R&B, funk, free-jazz, afro-pop, rock origina um estilo único que não entra em nenhuma categoria concreta. O primeiro álbum BirdsBrains foi gravado de uma forma rudimentar, só com um gravador portátil, e editado em cassete. Foi ganhando sucesso com a sua música, o que a levou a assinar contrato com a prestigiada editora britânica 4AD. Tendo lançado em 2011 o álbum whokill, um dos álbuns referência da artista. Este ano voltou ao estúdio e lançou recentemente o terceiro álbum de originais Nikki Nack. Com uma energia arrebatadora, as suas performances são uma surpresa constante. Um concerto que se espera apote- |23 JORNAL SAÚDE O CAMINHENSE, sexta-feira, 19 de setembro de 2014 dê férias à sua pele! depois do verão, a pele precisa de férias, longe das agressões do sol, da água do mar e das piscinas. precisa de um tratamento intensivo de (re) hidratação, para respirar de novo saudável. Setembro marca a transição entre o Verão e o Outono. Para uns ainda é tempo de férias, para outros é tempo de regresso ao trabalho (e às aulas). Pelo meio aproveitam-se ainda muitos dias de sol. São as vantagens de viver neste lado do mundo, em que o bom tempo se prolonga por largos meses. Contudo, este sol que proporciona tanto prazer também tem um lado sombrio, de que a pele é o órgão que mais se ressente. Os raios que aquecem e bronzeiam também queimam, deixando marcas. As mais visíveis são as das queimaduras solares, os famosos escaldões que fazem a pele descamar e deixam manchas no mínimo pouco estéticas. Ao sol junta-se a areia, o sal da água do mar, o cloro e demais desinfectantes das piscinas e, todos juntos, estes factores contribuem para que a pele fique ressequida e desidratada, sem brilho e sem elasticidade. É um prenúncio do envelhecimento precoce, o preço que a maioria paga pela exposição intensiva e, quantas vezes, desprotegida ao sol. Naturalmente que é possível aproveitar os prazeres do verão sem que a pele sofra, para isso bastando usar correctamente o protector solar (adequado ao tipo de pele e eficaz contra a radiação ultravioleta A e B) e moderar a exposição solar, fugindo do pico do calor. mas remediar também é possível e necessário quando a pele já foi agredida. E para devolver o aspecto saudável à pele há dois gestos essenciais: esfoliar e hidratar. A esfoliação é uma técnica que permite remover as células mortas que se acumulam à superfície da pele: usam-se produtos específicos, distintos para o rosto e para o corpo, já que são zonas com características diferentes; estes produtos têm a textura de grãos de areia minúsculos que, uma vez aplicados sobre a pele e massajados, funcionam como uma lixa suave que elimina os resíduos e deixa a pele mais suave. Devem aplicar-se sobre pele húmida, de modo a limitar a fricção, numa base mensal. Já a hidratação consiste em nutrir a pele, devolvendo-lhe o equilíbrio natural. Em circunstâncias ideais, a pele não precisaria de hidratação extra, uma vez que possui os seus próprios mecanismos de regeneração. Todavia, mesmo sem ser no Verão, a pele é sujeita a acção de elementos externos, a começar pela fricção do vestuesfoliar & hidratar ário e passando pelos elementos do clima e pela poluição, Prevenir é sempre melhor, que a deixam mais fragiliza- É esse o efeito de produtos despigmentantes, disponíveis na sua farmácia: actuam sobre a melanina, reduzindo a sua produção e eliminando o excesso. O resultado é uma pele progressivamente mais clara e uniforme. Apesar de eficazes, estes produtos não operam milagres: há que ser persistente. E enquanto se espera pode ser usada maquilhagem para disfarçar as manchas. Não é de um dia para o outro que se recupera a pele dos estragos causados no Verão. O ideal seria prevenir sempre, primeiro poupando a pele, depois protegendo-a e, finalmente, regenerando-a. Todos os dias. O que em tempo de sol é sinónimo de uso de protector solar e de aplicação de um produto hidratante e calmante pós-sol. Um gesto que, em Setembro, continua a fazer todo o sentido: ainda há muito sol a brilhar e a queimar… MoChilas pesadas são preJudiCiais para as Crianças da. E em tempo de férias sofre a acção do calor, que acelera a libertação de fluidos e a deixa com sede. Daí a secura e a irritação, daí a falta de brilho e a perda de elasticidade. O que há a fazer para compensar estes estragos é hidratar, hidratar, hidratar… Com produtos emolientes, também diferentes para corpo e rosto, que se aplicam generosamente pelo menos uma vez por dia. De preferência após o banho, para que a pele, ainda húmida, absorva bem o “alimento”. O sol é ainda o responsável pelas chamadas manchas de hiperpigmentação. A cor da pele é conferida pela melanina, a substância produzida por um tipo específico de células – os melanócitos. Quanto mais melanina, mais escura a pele é e mais protegida está do sol e, pelo contrário, quanto menos pigmento existir mais clara a pele e mais frágil perante a acção dos raios solares. adeus às manchas! O sol influencia a tonalidade natural de cada um, na medida em que ao incidir sobre a pele faz com que as células produzam mais melanina – é assim que acontece o bronzeamento. Todavia, há um limite e, quando a exposição solar é excessiva e desprotegida, já não há melanina que defenda a pele e ela sofre queimaduras. Fica mais vulnerável e nela podem surgir manchas de hiperpigmentação – são sinais de envelhecimento precoce, geralmente bem definidos, com um formato oval e achatado e uma cor que oscila entre o castanho, o cinzento e o preto. Manifestam-se sobretudo na face, nas mãos, nos ombros e nos braços pois são as zonas do corpo mais expostas ao sol. Tendem a aparecer mais nas peles claras, precisamente porque têm menos defesas contra a radiação, e são mais comuns após os 40 anos, altura em que o próprio organismo começa a apresentar sinais do envelhecimento natural. Na maior parte das vezes estas manchas são inofensivas: há que estar atento a eventuais alterações na cor e no tamanho, mas, se não acontecerem, o único incómodo é estético. As que marcam o rosto são, pelas razões óbvias, as mais indesejadas e a boa notícia é que é possível fazê-las desaparecer ou, pelo menos, atenuá-las. Numa altura em que se começa a pensar no regresso às aulas, é importante ter em conta a escolha da mochila para o seu filho, na medida em que as dores nas costas são um problema que tem vindo a aumentar na idade infantil. A forma como são transportados os materiais escolares e até a sobrecarga dos mesmos podem causar danos na coluna das crianças e afetar a sua postura. Muitas crianças queixam-se de dores relacionadas com a coluna vertebral e algumas acabam por apresentar lesões ao nível do aparelho músculo-esquelético. Os resultados do uso inadequado das mochilas podem começar a surgir a curto, médio ou longo prazo. É importante que os pais fiquem especialmente atentos à forma como os mais jovens utilizam as mochilas e que controlem o peso que os mesmos transportam diariamente. Na altura de escolher a mochila escolar tenha atenção alguns conselhos: • A mochila deve ser feita de material leve e resistente • Ter o tamanho igual às costas da criança • Ter costas almofadadas • Ter duas alças almofadadas e fáceis de ajustar • Ter compartimentos para que os materiais escolares sejam arrumados e estabilizados • Não deve pesar mais de 10% do peso do corpo da criança Se a criança tem que percorrer longas distâncias a pé, o ideal é optar por uma mochila com rodas e uma pega, para evitar a inclinação do tronco e a sobrecarga da coluna durante o seu transporte. Nos intervalos das aulas e nas viagens, os pais e educadores devem certificar-se que a criança retira a mochila. Outra questão relacionada com as mochilas escolares advém do facto de, cada vez mais, os jovens as transportarem num só ombro, o que prejudica gravemente a sua coluna e postura. Neste sentido, é importante que os adultos intervenham na educação dos jovens, ensinando-lhes as melhores formas de transportar os materiais escolares, tendo sempre em atenção que apenas devem levar para a escola o material necessário. A prevenção de problemas na coluna passa sobretudo pelos educadores, pais e professores, que devem estar atentos, não só ao transporte de mochilas, mas também à postura adotada durante as aulas, à prática de exercício físico e aos sintomas das crianças e adolescentes. PUB. [email protected] T/F: 258 722 523 Tlm: 936 002 538 Estrada das Faias, Nº 41/43 Coura de Seixas 4910-339 CAMINHA |24 PUBLICIDADE: 258 921 754 OU 258 922 754 JORNAL HISTÓRIA O CAMINHENSE, sexta-feira, 19 de setembro de 2014 Continuação A fim de resistir ao invasor, que se mostrava impiedoso e desumano, alguns mosteiros e povoações ergueram estruturas defensivas. Assim aconteceu em relação ao Mosteiro de Guimarães, que foi dotado pela Mumadona, no ano de 968, com o célebre castelo de S. Mamede. O mesmo se terá dado relativamente ao Mosteiro de Vila Mou, pois, a história, a arqueologia e a toponímia têm revelado vestígios de antigas fortificações. Sabemos mesmos que Frei Ordonho ergueu o Mosteiro de S. Salvador ao pé de uma torre da qual tirou o nome. Quem sabe, procedendo desse modo, pensaria evitar as causas destruidoras do Mosteiro de Vila Mou? Tudo leva a crer, portanto, que o Mosteiro de Vila Mou, devido à sua posição junto das margens do rio Lima, tenha sido um dos alvos dos ataques normandos. Quer as pedras, por nós examinadas, quer outros vestígios recentemente postos a descoberto, apresentam uma leve camada de fumo. Este facto já havia sido constatado por L. De Figueiredo da Guerra, quando observou as pedras decoradas aparecidas na igreja velha de Vila Mou e que hoje estão guardadas no Museu Municipal de Viana do Castelo. É possível, portanto, que o Mosteiro de Vila Mou tenha sido destruído por incêndio e os seus frades dispersos por alturas das grandes vagas de ataques normandos, perpetrados no início do séc. XI, mormente o de 1015. Não encontramos outra explicação para aquele facto, até porque a invasão de Almançor pelas terras do noroeste hispânico não se revestiu daquela crueldade que os cronistas parecem anunciar. Sabemos até que algumas das incursões foram levadas a efeito por príncipes cristãos, que atraiçoaram os ideais da Reconquista, pondo-se ao serviço dos interesses da moirama. f) Estruturas arquitetônicas Do estudo comparado do material do material lapidar encontrado é possível, embora vagamente, delinear as estruturas arquitetônicas do Mosteiro de Santa Maria de Vila Mou. Os mosteiros desta época não eram grandes nem mesmo apresentavam as características sócio-económicas das casas monacais românicas. A sua arquitetura era muito simples e o número de professos diminuto. Existe, na verdade, uma correlação entre os parâmetros demográficos de uma região e a população dos conventos. Contudo, parecem delinear-se já na época pré-românica os contornos e perfis das abadias senhoriais do final da Idade Média. Muitos eram auto-suficientes em matéria de alimentos e serviços. Possuíam um número de vilas elevado e as doações sucediam-se a ritmo crescente. Não raro constituíram verdadeiras escolas agrícolas e de artesanato. Com a instalação de um mosteiro a paisagem geo-humana da região transformava-se por completo. Procedia-se ao arroteamento de espaços largos e livres, convertendo terrenos incultos a fundação do Mosteiro visiGótiCo de santa Maria de vila Mou e a reorGanização da terra da vinha (séC. iX) por: Manuel antónio fernandes Moreira e bravios em granjas férteis e suculentas. Abriam-se canais de escoamento das aguas pluviais e, outros, para as regas do estio. Fixavam-se colonos. Introduziam-se novas técnicas de amanho e culturas importadas. Era frequente ver-se o frade ao lado do trabalhador e os amanuenses junto do explorador, uma perfeita vivência do ideal beneditino de “ora et labora”. Deste modo, os reis e grandes senhores da Reconquista não tiveram pejo em confiar-lhes territórios imensos e enchê-los de privilégios. Na verdade, estas instituições, melhor do que ninguém, souberam apoiar a política de expansão agrícola dos monarcas e organizar as populações, em ordem à melhoria das suas condições de vida. Por outro lado, verificase que, muitas vezes, eram os próprios mosteiros a implantar as infra-estruturas defensivas da região, onde estavam instalados. Em relação ao Mosteiro de Vila Mou devemos afirmar que se enquadra, perfeitamente, dentro deste programa. Tudo leva a crer tratar-se de um pequeno “lugar sagrado”, onde o espiritual andava unido com trabalho laboral. A marca do planeamento e do cálculo paciente dos frades aparece bem vincada no ordenamento territorial da região e na construção das infra-estruturas indispensáveis ao desenvolvimento sócio-económico. O traçado das vias de comunicação e canais de escoamento das águas através dos campos, é retilíneo. Ainda hoje é notório as correções introduzidas nos leitos de algunss riachos que atravessam a veiga. A configuração das inúmeras leiras, que compõem a ribeira do Mosteiro de Torre, é perfeitamente geométrica e o seu desenvolvimento paralelo ao leito do rio Lima. A Toponi- mia conserva, ainda hoje, restos da obra pioneura dos frades desta rgião. Por exemplo, existe o “capo do eremitério” em Vila Mou; “rêgo e mata dos frades”, em São Salvador; moinho e torre doconvento, na primeira povoação. da leitura do documento da fundação do Mosteiro de São Salvador pode-se concluir que não se tratava apenas de um simples eremitério, pois, a certa alturadiz-se que as doações eram feitas “pro fratribus monachis presbiteris diachonis crericis advene populis peregrinis que boni fuerint et vita sancta perseveraverint per ordinem regularem…”, o que significa estar o cinvento aberto a gente variada e em múltipla. Teria funcionado mesmo como escola de formação sarcedotal, isto é, como um “seminário”? Nele habitavam jovens, diáconos, presbíteros e monges professores. Da mesma passagem é licito concluir que possuía aposentos para peregrinos. Mais adiante, no mesmo documento, fala-se em “domus illius et omnibus ornatus eius…”. Esta expressão prova que das suas dependências faziam parte os aposentos que estavam apetrechados dos móveis indispensáveis ao seu funcionamento. E que nos diz a arqueologia? Do material reunido e devidamente inventariado é possível concluir da existência das seguintes estruturas materiais do Mosteiro: a) Igreja “…edificavit ibi hunc locum sanctum…”. Em todas as fases da evolução da planta dos mosteiros, mesmo nos nossos dias, a igreja ocupa um lugar destacado. É ela que dá ao conjunto o caráter sagrado. ““et sua consecratione facit…”. A consagração supõe a existência de diversos elementos arquitetónicos. - Do arco triunfal: 12 pedras, em forma de meio tambor, que pertenciam a colunas adossadas; dois capitéis de tamanho fora do comum; do arco propriamente dito restam grande quantidade de tijolos; é possível que algumas das pedras, ornadas com labores visigóticos, fizessem parte dos ábacos que, à boa maneira da arte asturiana e visigótica, eram decorados. - Paredes: a maioria da silharia de dimensões regulares e bem aparelhada faziam parte das paredes do templo. Algumas das pedras aparecem cortadas numa das extremidades em ângulo menor. - Elementos do pórtico: as pedras com atente lavrado devem fazer parte das ombreiras da porta. É possível que a chamada pera do cavalo”, decorada de dois lados, tivesse sido aplicada como imposta. A pedra mais comprida do conjunto, com batente aberto, funcionou com dintel. b) Cemitério Segundo o I Concílio de Braga (561) os corpos dos defuntos não deviam ser sepultados dentro das igrejas por reverência para com os mártires. Quando muito permitia que fossem inumados junto das paredes dom templos do lado de fora (cap. XVIII). Fazia parte das estruturas mentais da Idade Média que a sepultura “ad Sanctos” constituía um meio purificador das alas e era sinal de repouso eterno. Esta conduta baseava-se no princípio cristão de que os corpos dos mártires irradiavam luz purificadora dos pecados. Deste modo, entre nós, se enraízou o costume de sepultar os mortos dentro e nos espaços exteriores dos teplos cristãos. Antigamente os cemitérios também eram designados pelo termo “corporal”. Continua R UI RAMALHOSA Economia - Gestão Contabilidade Fiscalidade Técnico Oficial de Contas Avª Manuel Xavier, 88 - C.C.Estação Lj BC 4910-105 Caminha liga-te www.jornalc.pt Tlm 968 022 369 Email.: [email protected] |25 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 19 de setembro de 2014 INFO DISTRITO aGrupaMento de esColas de vila nova de Cerveira preMiado pelo Ministério da eduCação e CiênCia Pelo segundo ano consecutivo, o Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Cerveira foi distinguido pelo Ministério da Educação e Ciência com o prémio de crédito horário – EFI (Indicador de Eficácia Educativa). Direcção e comunidade educativa enaltecem esforço e empenho de todos. Esta distinção deve-se aos progressos educativos, medidos por indicadores de eficácia (EFI), como a média dos resultados dos alunos nos exames nacionais, avaliações do terceiro período e à redução do número de alunos que abandonaram a escola no ano leCtivo 2013-2014. O Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Cerveira tem desempenhado um papel fundamental para que o sucesso dos alunos do município seja cada vez mais positivo. Deste modo, a notícia foi recebida com entusiasmo e resulta de um “real esforço e empenho de toda a comunida- de educativa e não do acaso”. Os projectos e medidas de combate ao insucesso escolar implementados - Sucesso mais, Turma mais, aulas de apoio aos exames nacionais, entre outros -, têm proporcionado aos seus alunos o apoio necessário para ultrapassarem as dificuldades e manifestarem interesse intervindo activamente e desencadeando uma posição crítica e reflexiva na sua participação na sociedade. O agrupamento foi ainda agraciado com a possibilidade de contratualização de um técnico especializado na área dos Serviços de Orientação e Psicologia, fruto dos esforços desenvolvidos quer pela Direção Executiva, quer pelo Conselho Geral. A Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira congratula a Direção do Agrupamento de Escolas do Concelho e partilha o seu voto de louvor a todos os que contribuem para o sucesso educativo dos alunos. “Jardins eM festa” festival internaCional de Jardins de ponte de liMa Mais visitantes eM aGosto O número de visitantes ao Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima registou a maior adesão de sempre durante o mês de Agosto. Comparando com igual período do ano transacto, este ano mais 4 mil visitantes passaram pelo Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima. Sendo este o ano do décimo aniversário do festival, subordinado à temática “Jardins em Festa” o ambiente festivo e colorido irradia e contagia os visitantes, confirmando a forte adesão que se registou no mês de Agosto. Em 2015 o Festival apresenta-se sob o lema “A Água no Jardim” lançando mais uma vez o desafio a todos aqueles que apreciam e queiram participar, neste evento, que é único em Portugal, tendo sido distinguido internacionalmente como o Festival Internacional de Jardins no ano 2013, prémio atribuído em Toronto, Canadá. |26 De realçar que o Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima ao longo dos seus 10 anos já recebeu propostas/criações de praticamente todo mundo, com excepção do continente africano, encontrando-se este ano representados países como a Itália, Áustria, Alemanha, Polónia, Holanda, Brasil, Espanha, França e Portugal. A presente edição do Festival Internacional de Jardins mantém-se em exposição até 31 de Outubro, de Domingo a Segunda, entre as 10h e as 12h e das 13h às 19h00, durante o mês de Setembro, encontrando-se no último mês de exposição aberto ininterruptamente das 10h às 18h00, com excepção da Fegunda-feira de manhã, que está fechado para manutenção. Os potenciais candidatos à próxima edição podem enviar as suas propostas até 15 de Novembro. hospitais | Centros de saÚde enferMaGeM Centro hospitalar do alto Minho Viana do Castelo | T. 258802100 Centro de saúde de caminha Rua Eng.º Agostinho Perreira de Castro | T. 258719300 Centro de saúde de vila praia de âncora Av. Pontault Combault | T. 258 911318 eurosaf MatCh raCe CaMpeonato europeu da Juventude eM viana do Castelo boMbeiros Caminha Rua das Flores | T. 258719500(1) vila praia de âncora Rua 5 de Outubro | T. 258 911125 O rio Lima, junto à Praça da Liberdade, recebe até amanhã o Eurosaf Match Race – Campeonato Europeu de Juventude. São cerca de meia centena de velejadores que competem entre si até vencerem o título europeu. A regata consiste numa competição entre dois barcos idênticos em sistema eliminatório até ficarem somente duas equipas que disputarão o título, sendo que o objetivo é ser o primeiro a cruzar a linha de chegada e fazendo com que o outro tenha penalizações e com isso se ganhe vantagem A prova, de aproximadamente 20 minutos, é organizada pela Federação Europeia de Vela - European Sailing Federation, Clube de Vela de Viana do Castelo e Federação Portuguesa de Vela e conta com 12 equipas com 48 velejadores de nove países (Portugal, Finlândia, Itália, Suécia, França, Suiça, Alemanha, Rússia e Grã-Bretanha). CanoaGeM noCturna rio vez A Nature4 realizou no passado dia 30 de Agosto a actividade de canoagem Noturna no rio Vez. Esta actividade teve início na loja Nature4, onde os participantes se equiparam e prepararam para uma mini-caminhada, pela futura Ecovia, entre a loja Nature e o Restaurante Hotel Costa do Vez, onde se deu o início à descida de rio. Através das águas cristalinas do rio Vez, pontuadas, aqui e ali, por alguma adrenalina e com as estrelas como pano de fundo, chegámos ao Hotel Ribeira, onde nos receberam com um belíssimo reforço alimentar, para dar força aos participantes para a restante descida. Depois deste pequeno reforço, os participantes já com mais energia, voltaram a pagaiar até à praia junto à InCubo, onde terminou esta aventura. Com esta iniciativa, a Nature4 diz pretender divulgar e potenciar os recursos naturais do município, dando a oportunidade de conhecer o rio Vez e a vila numa perspectiva nocturna com o silêncio e o vazio da escuridão a tornarem esta descida de canoagem única. SERVIÇOS DE SAÚDE RUA ENGº LUÍS AGOSTINHO PEREIRA DE CASTRO BLOCO 6 – LOJA 1 4910-102 CAMINHA TEL. 258 721444 RUA ALMADA NEGREIROS 4910-458 VILA PRAIA DE ÂNCORA TEF.: 258 911 502 258 911 093 FAX: 258 911 082 E.mail: poliancora.saude@sapo:pt Gnr Caminha R. da Trincheira | T. 258719030 vila praia de âncora Rua Miguel Bombarda | T. 258959260 Capitania do porto de CaMinha T. geral: 258719070 T. piquete da PM: 258719079 farMáCias farmácia torres Praça Conselheiro Silva Torres, Caminha | T. 258922104 farmácia beirão rendeiro Rua da Corredoura, Caminha | T. 258722181 CâMara MuniCipal de CaMinha T. 258710300 biblioteCa CaMinha Rua Direita segunda a sexta: 10h00 às 18h30 sábado: 10h00 às 13h00 Museu CaMinha terça a sexta: 10h00 às 19h30 / 14h30 às 18h00 sábado e domingo: 11h00 às 13h00 / 14h00 às 17h30 postos de turisMo Caminha Rua Direita | T. 258921952 Moledo Av. da Praia (em época balnear) vila praia de âncora Av. Ramos Pereira | T. 258911384 Centro Cultural vila praia de ânCora segunda a sexta: 10h00 às 12h30 / 13h30 às 18h30 sábado: 11h00 às 13h00 residênCia paroquial Largo. Dr. B. Coelho Rocha T. 258921413 feiras e MerCados Caminha Largo Pontault Combault semanal 4ª feira vila praia de âncora Largo do Mercado semanal 5ª feira taXis Caminha Largo do Terreiro | T. 258921401 vila praia de âncora Praça da República | T. 258911295 venade TM. 965643481 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 19 de setembro de 2014 Nome Morada Andar Nº / Lote Letra C. Postal Localidade Cupão Assinatura Rua da Corredoura nº117 4910-133 Caminha, Portugal Tel. 258 921 754 - Fax. 258 721 054 [email protected] País Telf. / Telm. Indica. Tel. Portugal - 30€ Pagamento: Resto do Mundo 65€ Email Europa 55€ Cheque N.º Cheque à ordem de Jornal “O Caminhense” 0018 0003 13172853020 13 Transf. Bancária - NIB: ................................................................... PT50 0018 0003 13172853020 13 Numerário IBAN: ................................................................ propriedade: Herdeiros de António José Guerreiro Cepa | administração: Maria Teresa Gomes Cepa | director: Elsa Guerreiro Cepa | sub-director: Cristiano Guerreiro Cepa | Chefe de redacção: Cidália Cacais Aldeia | Corpo redactorial: Susana Ramos Martins | Cartonista: Cristiano Guerreiro Cepa | Colaboradores: Miguel Cepa | editor: Herdeiros de António José Guerreiro Cepa. Rua da Corredoura, nº117, 4910-133 Caminha | telefones: +351 258921754 , +351 258922754 | fax: +351 258721041 | paginação: Cristiano Cepa | design Gráfico: Mário Rego | impressão: Empresa Diário do Minho Ldª | registo de imprensa: nº 201448 | depósito legal nº 84483/94 | tiragem desta edição: 1.600 exemplares | número de Contribuinte: 900777117 | nº registo erC: 101449 | periodicidade: quinzenal (Sexta-Feira) | endereços electrónicos: [email protected] PUB. 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