Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Revista
Ciência & Vida
Volume 03 Número 01 Maio - 2007
a revista do conhecimento humano publicada pela FACID
Teresina - PI
Anual
ISSN 1808-3366
3
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
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Revista
Ciência & Vida
Volume 03 Número 01 Maio - 2007
a revista do conhecimento humano publicada pela FACID
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Revista Facid / Faculdade Integral Diferencial.
v. 3, n. 1, 2007 / Teresina: Facid, 2007.
Anual
ISSN 1808-3366
1. Pesquisa científica. 2. Desenvolvimento científico.
CDD 509
CDU 001.891
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Ciência & Vida
Volume 03 Número 01 Maio - 2007
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EDITORIAL
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EDITORIAL
A FACID vem, mais uma vez, apresentar-lhe a sua revista. Desta feita bem
mais aperfeiçoada, com textos mais bem elaborados e em maior quantidade,
demonstrando claramente os passos certeiros e largos que temos alcançado.
A magnífica produção que, sobremaneira, cresceu nos últimos tempos na
medida que intensificamos os eventos científicos e todos os cursos produziram
jornadas anuais específicas de suas áreas, resultou em um potente crescimento
científico dos alunos e dos professores, sensibilizados em promover a pesquisa
em nosso meio.
A produção aqui publicada vem, mais uma vez, nos fazer sentir que estamos
no caminho certo, onde o dia de hoje é melhor que o dia de ontem e o de amanhã
será melhor que o de hoje. Parabéns aos colaboradores, inclusive, os que não são
membros de nossa IES e, de modo especial, ao primoroso Conselho Editorial.
Teresina, setembro de 2007
Prof. Paulo Raimundo Machado Vale
Diretor Presidente da FACID
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SUMÁRIO
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SUMÁRIO
ARTIGOS
ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DAS TÉCNICAS DE CYRIAX EM
PACIENTES COM PROTUSÃO DISCAL
Rafael Victor Ferreira do Bonfim ........................................................
21 - 32
O PAPEL DA FISIOTERAPIA NA PREVENÇÃO DA INSTABILIDADE
POSTURAL E QUEDAS EM IDOSOS
Michelly Mara Lira Monteiro ...............................................................
33 - 55
APLICAÇÃO DA ORTÓTICA PROPRIOPERCEPTIVA COMO
RECURSO PREVENTIVO NO DESENVOLVIMENTO DE ULCERAÇÃO
PLANTAR EM PÉ DIABÉTICO
Giselle Borges Vieira Pires de Oliveira, Natália de Alencar Silva,
Marcello de Alencar Silva....................................................................
56 - 62
IMPLICAÇÕES DO EXERCÍCIO FÍSICO NA CAPACIDADE
FUNCIONAL DO IDOSO
Gerardo Rebelo Filho, Veruska Cronemberger Nogueira, Ana Maria da
Silva Rodrigues............................................................................
63 - 79
ANÁLISE HISTOMORFOLÓGICA DA REGENERAÇÃO ÓSSEA
INDUZIDA PELA MATRIZ DENTINÁRIA HETERÓGENA NA TÍBIA DE
RATOS TRATADOS PELA REGENERAÇÂO ÓSSEA GUIADA
Roberta da Silveira Amorim, Francymara Barbosa de Oliveira, Isídra
Manoela Sousa Portela Santos .........................................................
80 - 89
ANÁLISE DA LORDOSE LOMBAR EM PACIENT ES COM
DIAGNÓSTICO DE HÉRNIA DISCAL
Maria Esther Ibiapina Mendes de Carvalho, Laís Cristina de Almeida,
Reynaldo Mendes de Carvalho Júnior, Carlos Eduardo Pinheiro Lúcio
Filho, Lorena Ibiapina Mendes de Carvalho ..........................................
90 - 103
15
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AÇÕES FISIOTERAPÊUTICAS EM RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS NA MATERNIDADE DONA EVANGELINA ROSA
Camila Costa Ibiapina, Natália Freitas Lima, Rosana Martins Ferreira
de Carvalho, Marcelino Martins, João Luiz Vieira Ribeiro ................
104 - 111
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE VÍTIMAS DE TRAUMA CRÂNIOENCEFÁLICO INTERNADAS NA CLÍNICA NEUROLÓGICA DO HGV
NO PERÍODO DE JUNHO A NOVEMBRO DE 2005
Silvana Maria Veras Neve, Maria Esther Ibiapina Mendes de Carvalho,
Reynaldo Mendes de Carvalho Junior ...........................................
112 - 121
INTERVENÇÂO FISIOTERAPEUTICA EM PACIENTE IDOSA
ACOMETIDA POR ESTENOSE DE CANAL VERTEBRAL – ESTUDO
DE CASO
Maria Esther Ibiapina Mendes de Carvalho, Anderson Lopes de Sousa,
Georgea Celane Nunes Carvalho, Luana Moita/ Reinaldo Mendes de
Carvalho Júnior .........................................................................
122 - 128
AVALIAÇÂO DA EFICÀCIA DO ALONGAMENTO MUSCULAR COM
A UTILIZAÇÂO PREVIA DO CALOR PROFUNDO
Camila Costa Ibiapina/ Ludmila Karen Brandão Lima de Matos/ Olívia
da Rocha Mafra ..............................................................................
129 - 138
A INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO DE FORÇA NA PREVENÇÃO
DA OSTEOPOROSE – UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Raimundo Nonato Nascimento Júnior, Marcos Antônio Pereira dos
Santos..........................................................................................
139 - 147
ENSAIOS
PROFESSOR EDUCADOR: UM ETERNO APRENDIZ
Márcia Adriana Lima de Oliveira .....................................................
151 - 155
CUIDADORES DE IDOSOS PORTADORES DE ALZHEIMER:
MANEIRAS DE PENSAR, MANEIRAS DE AGIR
Lucíola Galvão Gondim Correa Feitosa, Sâmara Araújo de Carvalho,
Thaise Guedes de Azevedo ........................................................
156 - 172
IDÉIAS, DEBATES E OPINIÕES
AS REPRESENTAÇÕ ES SOCI AI S DA Q UALI DADE NA
EDUCAÇÃO PARA ALUNOS DO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Luis Carlos Carvalho de Oliveira .................................................
16
175 - 186
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INIMPUTABILIDADE DOS MENORES DE 18 ANOS
Paulo de Tarso Mendes de Sousa ...................................................
187 - 189
NOVAS CONCEPÇÕES SOBRE A INCLUSÃO DOS PORTADORES
DE NECESSIDADES ESPECIAIS NA ESCOLA, NO TRABALHO E
NA LEGISLAÇÃO
Alan Holanda da Silva ....................................................................
190 - 203
DESAFIOS EM PROMOVER SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO
BÁSICA
Ana Célia Sousa Cavalcante ...........................................................
204 - 217
INFORMES E RELATOS
ESTIMATIVA RÁPIDA PARTICIPATIVA NA COMUNIDADE
SOINHO
Maria Joseci Lima Cavalcante Vale, Erica Soares Rodrigues,
Karolynni de Pinho Falcão, Lívia Barbosa Felix, Lucinete Maria
Ulisses Nogueira, Natacha Melo Bittencourt.................................
221 - 227
PERCEPÇÂO DE ESTUDANTES DE SAÚDE PÚBLICA SOBRE
BIOSSEGURANÇA NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO
Maria Joseci Lima Cavalcante Vale, Maria de Jesus de Alencar,
Marlene Damasceno de Moura Fé, Maria Eliete Batista Moura .......
228 - 233
FISIOT ERAPIA
RESPIRAT ÓRIA
EM
PACIENT ES
PARKINSONIANOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Mairla Dias Aguiar/ Nayana Pinheiro Machado...................................
234 - 243
A CANTINA UNIVERSITÁRIA SAUDÀVEL
Veralúcia Bacelar Aguiar Carvalho ...................................................
244 - 253
TERAPIAS COMPLEMENTARES EM SAÚDE E O PROCESSO DE
AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM DE ENFERMAGEM
Judite Oliveira Lima Alburquerque, Maria Helena Barros Araújo Luz.
254 - 267
RESENHAS DE LIVROS
“SABER E SENTIR – UMA ETNOGRAFIA DA APRENDIZAGEM DA
BIOMEDICINA DE OCTÁVIO BONET”
Ilana Area Leão de Almeida ...........................................................
17
271 - 273
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
“ACUNPUTURA AURICULAR E AURICULOTERAPIA”
Judite Oliveira Lima Alburquerque ...............................................
274 - 275
AGENDA
AGENDA DE EVENTOS ...............................................................
279 - 286
CARTAS
CARTAS AO EDITOR ....................................................................
289 - 290
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO
NORMAS EDITORIAIS ..............................................................
293 - 297
ARTES E ARTIMANHAS
“POR CIMA”
José Carlos Vilar Campos ................................................................
301
“O SOL NASCE PARA TODOS”
José Carlos Vilar Campos ................................................................
302
ANAIS
ANAIS DA II JORNADA DE ODONTOLOGIA DA FACID (II JOF) ........
307 - 344
ANAIS DA II JORNADA DE MEDICINA DA FACID (II MEDFACID) ....
347 - 354
ANAIS DA II JORNADA DE ENFERMAGEM DA FACID.....................
357 - 364
ANAIS DA III JORNADA DE PSICOLOGIA DA FACID....................
367 - 387
ANAIS DO II ENCONTRO DE PESQUISA DA FACID DE INICIAÇÃO
CIENTIFICA .................................................................................
391 - 400
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ARTIGOS
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ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DAS TÉCNICAS DE CYRIAX EM PACIENTES
COM PROTRUSÃO DISCAL
Rafael Victor Ferreira do Bonfim
RESUMO
A protrusão discal é um processo onde ocorre o abaulamento do disco intervertebral,
sem extravasamento do seu conteúdo, causado pela degeneração dessa estrutura,
podendo levar a uma sintomatologia típica de acordo com a localização. Na coluna
lombar, uma protrusão pode causar sintomas localizados na própria coluna ou
refletindo para o membro inferior, variando desde parestesia e dor, a um déficit
motor considerável, causado por uma compressão radicular. O objetivo dessa
pesquisa foi demonstrar a eficácia das técnicas de Cyriax na melhora do quadro
clínico de pacientes com protrusão discal. Foram incluídos na pesquisa três
participantes encaminhados para tratamento na clínica escola da Faculdade Integral
Diferencial com diagnóstico médico de protrusão discal nuclear ao nível L4-L5
confirmado através da avaliação protocolada por Cyriax. Os participantes foram
submetidos a avaliação da intensidade da dor com a aplicação de uma escala
análoga visual para mensuração. Em seguida a anamnese foi colhida e o exame
físico foi realizado com aplicação da goniometria para mensuração dos movimentos
ativos e passivos da coluna e dos membros inferiores. No tratamento foi preconizado
um número de 10 atendimentos fisioterapêuticos sendo que ao final deles foi
realizada uma reavaliação para coleta de dados, análise e conclusão da pesquisa.
Todos os pacientes obtiveram melhora na sintomatologia, o que mostra a eficácia
do método Cyriax no tratamento da protrusão discal.
Palavras-Chave: Protrusão discal. Método Cyriax. Coluna lombar.
1 INTRODUÇÃO
A lombalgia constitui um problema de saúde relevante, por tratar-se de
uma afecção extremamente comum na população. De acordo com López et al
(2005), de 70 a 80% da população adulta apresentará lombalgia incapacitante em
algum momento da sua vida, sendo, segundo Torres e Fiallo (2004), a principal
causa de limitação da vida laboral em pessoas com menos de 50 anos de idade.
O exame clínico mostra que a grande maioria das dores na região lombar
é atribuída às lesões mecânicas, e dentre estas, as mais comuns e conhecidas
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
são os prolapsos dos discos intervertebrais. Com freqüência, esse diagnóstico é
aplicado apenas aos casos mais graves com dor irradiada para o membro inferior
e com déficit neurológico, mas na verdade, o deslocamento do disco intervertebral
pode ser responsável pelas lombalgias moderadas e leves também (CYRIAX;
CYRIAX, 2001).
O disco é formado pelo núcleo pulposo e pelo anulo fibroso. O núcleo
pulposo se localiza mais internamente e o anulo fibroso na porção externa do
disco. A protrusão discal ocorre quando o núcleo pulposo protrude através de uma
fenda do anel fibroso geralmente na sua parte mais fraca, a póstero-lateral, ou
ainda quando o próprio anel fibroso protrude para a região posterior (CAILLIET,
2004).
Um deslocamento do disco pode ser composto por cartilagem ou por
parte do núcleo pulposo, sendo o primeiro denominado de deslocamento anular e
o segundo de nuclear (CYRIAX; CYRIAX, 2001).
A causa mais comum de radiculopatia lombar em pacientes com menos
de 40 anos de idade é um núcleo pulposo herniado. A compressão de uma raiz
nervosa pode causar inflamação secundária, fazendo com que o paciente tenha
sintomas subjetivos de dor, dormência, ou formigamento ao longo da distribuição
da raiz nervosa acometida. A dor associada a um núcleo pulposo herniado varia
desde uma dor leve ao longo da distribuição do nervo, até uma dor intensa e
incapacitante (WEINSTEIN; BUCKWALTER, 2000).
Dentre as hérnias discais, a hérnia de disco lombar é a mais freqüente,
podendo ocasionar quadros de lombalgia ou lombocialtagia. Assim, a hérnia discal
é uma combinação de fatores biomecânicos, alterações degenerativas do disco e
situações que levam a um aumento da pressão sobre este disco (HEBERT et al,
2003).
O Dr. James Henry Cyriax desenvolveu o método Cyriax em 1929,
baseando seu método em um exame físico e clínico detalhado que permite fornecer
dados seguros para a realização de um diagnóstico preciso (CASONATO; POSER,
2005).
O método utiliza o princípio de tensão seletiva, onde o exame clínico é a
resposta. Uma estrutura saudável exerce sua função de maneira indolor; já uma
estrutura lesada não, assim, é necessário apenas dispor de um sistema de
utilização da anatomia aplicada à clínica para se determinar as anormalidades de
um local específico (CASONATO; POSER, 2005).
Em busca de respostas positivas ou negativas para formar um dado padrão,
são realizados movimentos ativos, para testar estruturas inertes e contráteis;
movimentos passivos, testando apenas estruturas inertes e movimentos resistidos,
testando estruturas contráteis (GRANDI; FAULISI, 1996).
22
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Os tecidos contráteis compõem a unidade miotendinosa e as inserções.
Esses tecidos podem provocar a dor durante o movimento ativo e resistido, e pelo
alongamento imposto ao músculo durante o movimento passivo. Tecidos inertes
são incapazes de uma contração, precisando ser aplicada uma força passiva
externa ao tecido (SILVA; FABRIS; ORSO, 2004).
O Dr.Cyriax acreditava que 90% dos problemas da coluna vertebral tinham
origem no disco intervertebral e na atualidade seus seguidores estimam este índice
em 75% e apoiados nesta premissa o tratamento para patologias da coluna vertebral
consiste em mobilizar ou manipular o disco intervertebral diferenciando este método
de outras técnicas de terapia manual que utilizam as mobilizações ou manipulações
com o objetivo de atingir as articulações intervertebrais (COUTINHO; OLIVEIRA,
2006).
O tratamento e os bons resultados dependem fundamentalmente do
exame clínico e da anamnese. Poucos pacientes têm necessidade de recorrer a
procedimentos cirúrgicos (CYRIAX; CYRIAX, 2001).
Grande parte dos pacientes com protrusão discal é tratada através de
cirurgias, que é um procedimento invasivo, de alto custo e que muitas vezes não
atuam diretamente na causa da lesão, o que permite um elevado número de
recidivas. Cerca de 5% a 20% desses pacientes não melhoram com a cirurgia
(PÉREZ; YAMURRI, 2005).
Pretende-se com esta análise, despertar os fisioterapeutas para técnicas
simples que atuam especificamente em cada tipo de tecido proporcionando não
apenas o alívio de sintomas e sim um tratamento real, atingindo diretamente na
causa da lesão.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Este estudo tratou-se de uma pesquisa descritiva, baseada num estudo
qualitativo, fornecendo uma análise mais detalhada sobre as investigações, hábitos,
atitudes, além de uma análise clínica baseada em uma avaliação específica
padronizada. (MARCONI; LAKATOS, 2001).
A amostra foi composta por 3 participantes do sexo masculino, com idade
entre 25 e 45 anos e com diagnóstico médico de protrusão discal ao nível L4-L5
observada através de ressonância magnética ou tomografia computadorizada.
Foram atendidos regularmente 3 vezes por semana na clínica escola da Faculdade
Integral Diferencial – FACID, totalizando 10 atendimentos.
A avaliação protocolada por Cyriax apresentou-se positiva para protrusão
discal ao nível citado anteriormente com lesão nuclear crônica, podendo ou não
sentir sintomas irradiados para o membro inferior.
Foram incluídos na pesquisa todos os pacientes encaminhados para
tratamento na clínica escola da Faculdade Integral Diferencial – FACID,
23
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
diagnosticado conforme explicado acima e que voluntariamente assinaram o termo de compromisso livre e esclarecido.
A pesquisa utilizou como critérios de exclusão pacientes pós-cirúrgicos
ao mesmo nível ou que estavam sendo submetidos a qualquer outro tipo de
tratamento eletrotermofototerapeutico ou ainda os indivíduos que apresentaram
contra-indicações às manobras utilizadas.
Somente mediante a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da FACID,
foram realizadas as avaliações dos pacientes, de acordo com as normas da
resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde – MS envolvendo pesquisa em
seres humanos.
Para a coleta de dados foi utilizada uma ficha de avaliação, goniômetro
da marca Carci e uma fita métrica flexível.
A avaliação foi realizada com base na anamnese e em uma seqüência de
testes protocolados por Cyriax que incluíram testes articulares, testes radiculares,
codução sensitiva, reflexos e palpação.
Para análise do comportamento da dor foi utilizada uma escala analógica
visual de dor - EAV que mede 10 cm e é numerada de 0 a 10, onde 0 corresponde
a não sentir dor e 10 corresponde ao máximo de dor do paciente. O paciente
então assinalou a intensidade da dor no momento da avaliação e após o tratamento.
Como tratamento foram escolhidas manobras de rotação e de extensão
realizadas através de mobilizações oscilatórias. Para a realização dessas manobras
foi utilizado um divã de 35 cm de altura.
Foram realizadas manobras descritas por Cyriax e escolhidas de acordo
com a avaliação e com a evolução de cada paciente, tais como: stretch, leg over
e técnica de Dallinson, que são manobras de rotação, pressão unilateral, pressão
central e stretch em extensão, que são técnicas de extensão e técnicas de antidesvio.
No stretch o paciente foi posicionado em decúbito lateral com o lado
doloroso para cima. O terapeuta, atrás do paciente, realizou uma rotação forçada
empurrando o trocânter do participante para frente e o ombro para trás. No final da
amplitude aplicou mobilizações seguidas.
A técnica do Leg Over foi realizada com o paciente em decúbito ventral. O
terapeuta, situado no lado não doloroso levou a perna do lado doloroso do paciente
para o lado oposto causando uma rotação do corpo. As mobilizações foram
realizadas com o contato manual no joelho do paciente e mantendo o ombro do
lado doloroso fixo no divã.
A técnica de Dallinson foi realizada com o paciente em decúbito dorsal.
O terapeuta, posicionado do lado não doloroso, fletiu as pernas do paciente
passando a perna do lado doloroso por sobre a outra. Fez-se uma báscula da
pelve levando os membros inferiores do paciente para fora da maca proporcionando
24
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
uma abertura na coluna do lado doloroso. Manteve o ombro do paciente fixo no
divã e aplicou as mobilizações através do joelho do paciente.
A técnica de pressão unilateral foi realizada com o paciente em decúbito
ventral. O terapeuta aplicou a pressão na região lateral da coluna, iniciando pelo
lado não doloroso e evoluindo para o outro lado.
Para realização da manobra de pressão central o paciente foi posicionado
em decúbito ventral. O terapeuta aplicou, com a porção ulnar da mão, uma pressão
entre os processos espinhosos no nível doloroso, associando a pressão com a
respiração do paciente.
Na aplicação do stretch em extensão, o paciente foi posicionado em
decúbito ventral com uma leve flexão lateral, abrindo o lado doloroso. O terapeuta,
situado do lado não doloroso, aplicou uma tração com os contatos manuais na
região paravertebral e em seguida realizou as mobilizações.
O grupo das técnicas anti-desvio inclui a técnica em rotação e o
deslizamento lateral. Essas técnicas são realizadas apenas quando o paciente
apresenta desvio antálgico.
Na técnica em rotação, o paciente foi posicionado em decúbito lateral
com a convexidade do desvio lombar para baixo. O terapeuta situado anteriormente
colocou a perna do paciente entre as suas fixando-a, levando a uma abertura da
coluna do lado da concavidade. Com o contato manual no ombro oposto do paciente
aplicou-se uma força de tração associada a respiração do paciente.
A técnica de deslizamento lateral foi realizada com o paciente de pé. O
terapeuta se posicionou no mesmo lado do desvio. Com o contato manual em
volta da pelve e com o corpo aplicando uma força contrária no ombro do paciente,
realizou-se um movimento de translação com o objetivo de corrigir o desvio.
Depois de cada manobra foram reavaliados os testes que foram positivos
na avaliação inicial. Enquanto uma manobra obtinha resultados positivos a mesma
era repetida até não se obter mais ganho algum e só então outra técnica foi
realizada. Cada atendimento durou entre 30 e 40 minutos totalizando uma média
de 5 manobras por atendimento
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A interpretação do diagnóstico permite que se faça uma escolha da
terapêutica precisa e confiável para atuar direto na lesão em busca de melhores
resultados (RUGA; RIDULFO, 1993).
Se a pressão intradiscal de um indivíduo na posição ortostática ereta é
igual a 100%, deitado na posição supino é 25%, deitado em decúbito lateral é
25
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
75% e sentado é 140%. Quando em pé com inclinação anterior leve atinge 150%,
na posição sentada com leve flexão anterior, 180%, em pé com grande flexão
anterior, 210%, sentado com grande flexão, 270% (CAMPOS, 2002).
A flexão anterior é o movimento mais limitado nos pacientes com lesão
discal (CYRIAX; CYRIAX, 2001).
No teste que mede a distância mão-solo foi encontrado uma grande
limitação com dor na região da coluna lombar no paciente 3 e irradiando para o
membro inferior no paciente 1 devido ao aumento da pressão intradiscal que a
posição proporciona.
No paciente 2 foi encontrado uma maior limitação com dor no movimento
de extensão da coluna e uma redução do sintoma durante a flexão anterior com
alguma limitação desse movimento, concordando com Cailliet (1999), que explica
que o ligamento longitudinal anterior limita o movimento de extensão e que durante
esse movimento o núcleo deforma-se ao máximo e não mais podendo migrar
anteriormente, vai para trás produzindo uma protuberância que invade o forame
intervertebral. A superposição das facetas, causada pelo movimento, estreita ainda
mais o forame o que torna doloroso a execução desse movimento.
Após o tratamento, os pacientes 1 e 3 obtiveram uma grande melhora do
teste, pois somente permaneceu uma limitação fisiológica, já que no final do
tratamento o movimento poderia ser realizado sem dor. O paciente 2 obteve um
ganho de amplitude de movimento, porém essa limitação encontrada no período
pré-tratamento não era causada por uma compressão de estruturas sensíveis
(Figura 1).
35
33
Distância em Cm
30
31
25
20
20
18
15
10
5
6
4
0
P ac iente 1
P ac ient e 2
P ré-Tratam ento
Pac iente 3
P ós -Trat am ent o
FIGURA1: Medidas da distância mão-solo Pré e Pós tratamento.
A goniometria foi outro parâmetro analisado. Um deslocamento discal
pode provocar bloqueio de parte da articulação causando dor e limitação (CYRIAX;
CYRIAX, 2001).
Todos os pacientes apresentaram um aumento da amplitude dos
movimentos da coluna e do membro inferior afetado após o tratamento (Tabela 1).
26
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Tabela 1: Goniometria Pré e Pós-tratamento
Movimentos
Paciente 1
Extensão do Tronco
Flexão Lateral Esquerda do Tronco
FlexãoLateral Direita do Tronco
Flexão Anterior do Tronco
Flexão Passiva do Quadril
Rotação Externa Passiva do
Quadril
Rotação Interna Passiva do Quadril
Flexão Passiva do Joelho
Paciente 2
Paciente 3
Início
25º
33º
25º
68º
112º
Final
35º
40º
40º
105º
125º
Início
20º
30º
30º
85º
125º
Final
35º
40º
40º
100º
125º
Início
30º
40º
40º
65º
125º
Final
40º
45º
45º
100º
125º
35º
25º
45º
45º
45º
45º
45º
45º
45º
45º
45º
45º
130º
140º
140º
140º
140º
140º
O teste de Laségue, ou a elevação da perna estendida possui seu principal
uso voltado para o diagnóstico de lesão discal na região lombar (BUTLER, 2003).
Esse teste se encontra presente em 95% dos casos de hérnia de disco (CRUZ et
al,2001).
Nos pacientes que apresentaram esse teste positivo, após a realização
de cada manobra, o mesmo foi realizado para análise da eficácia da técnica.
Todos os pacientes apresentaram inicialmente uma limitação da amplitude
desse movimento, acompanhada de dor na coluna lombar e no membro inferior.
Após o tratamento houve uma melhora da amplitude de movimento, principalmente
nos pacientes 1 e 3, como mostrado na Figura 2.
80
70
60
Graus
50
40
30
20
10
0
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Atendimentos
Participante 1
Participante 2
Participante 3
FIGURA 2: Amplitude do Teste de Laségue antes e após tratamento
O paciente 2 obteve uma melhora na amplitude do movimento de elevação
da perna, porém, não foi suficiente para tornar o teste negativo, já que para Palmer
e Epler (2000) e Magge (2002) o teste se torna-se negativo quando o movimento
pode ser realizado acima de 70 graus de amplitude sem reprodução dos sintomas.
27
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
A avaliação da dor representa uma síntese das informações colhidas a
partir da história do paciente e do exame físico realizado. Uma reavaliação contínua
da dor é necessária para que qualquer alteração no estado físico do paciente seja
identificada (AUGUSTO et al, 2006).
Para tanto a escala analógica visual de dor foi aplicada antes e após
cada atendimento com o objetivo de monitorar o efeito das técnicas utilizadas. Ao
final do tratamento todos os pacientes apresentaram uma melhora do quadro
álgico, como apresentado na Figura 3.
8
7
6
Dor
5
4
3
2
1
0
0
1
2
3
4
5
6
Participante 1 Atendimento
Participante 2
7
8
9
10
Participante 3
FIGURA 3: Nível de dor Pré e Pós tratamento
Pacientes com diagnóstico de protrusão discal podem relatar um fenômeno
conhecido como dor referida que consiste na dor percebida em um local onde não
é o verdadeiro sítio de origem da lesão (CYRIAX;CYRIAX, 2001).
Os pacientes 1 e 2 apresentaram, na avaliação, dor irradiada para um
dos membros inferiores. O paciente 1 relatou dor na face lateral da coxa, panturrilha,
dorso do pé, hálux, 2o e 3o artelhos, indicando o dermátomo de L4. O paciente 2
apresentou dor na região da espinha ilíaca póstero-superior esquerda, face pósterolateral da perna e região lateral do pé, revelando um comprometimento nos
dermátomos L4 e L5.
Na coluna lombar as raízes nervosas se projetam obliquamente, o que
permite que um disco herniado pode comprimir mais de uma raiz. Uma protrusão
ao nível L4 pode produzir sintomas de compressão da raiz L4, se a protrusão for
um pouco central, L5 se for mais lateral ou ambas as raízes se a protrusão for
grande (CYRIAX; CYRIAX, 2001).
28
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
O paciente 3 referiu dor apenas na coluna lombar, sem nenhuma irradiação
para o membro inferior.
Numa protrusão central o disco comprime diretamente o ligamento
longitudinal que é ricamente inervado por órgãos terminais nervosos nociceptivos,
o que o torna importante na transmissão de dor quando inflamados devido a uma
herniação do disco (CAILLIET, 2004).
Na avaliação inicial foi detectado déficit sensitivo nos pacientes 1 e 2 nas
seguintes regiões: porção medial do tornozelo, hálux , 2o e 3o artelhos e região
plantar anterior do pé. O paciente 3 não apresentou alterações sensitivas.
A inervação sensitiva da porção póstero-lateral da perna é realizada pelo
nervo sural, oriundo das raízes L5, S1 e S2. A inervação da região medial do
tornozelo é feita através do nervo safeno proveniente do ramo espinhal de L4; o
responsável pela sensibilidade da região lateral do tornozelo, do hálux e dos II e III
artelhos é o nervo fibular superficial que deriva de L4, L5, e S1; e a porção plantar
anterior do pé é inervada pelo nervo plantar medial que é ramificação de L4 e L5
(BUTLER, 2003).
As alterações encontradas na sensibilidade foram normalizadas no
paciente 1 a partir do terceiro atendimento e no paciente 2 a partir do oitavo
atendimento.
Os pacientes 1 e 2 apresentaram testes radiculares positivos, isso ocorre
devido a compressão de uma ou mais raízes nervosas levando a fraqueza muscular
no miótomo inervado por determinada raiz espinhal. Um déficit motor foi encontrado
na realização da flexão plantar resistida, no movimento de extensão resistida do
hálux e na pronação do pé contra resistência.
O tríceps sural e o músculo tibial posterior, que realizam o movimento de
flexão plantar, são inervados pelo nervo tibial proveniente das raízes espinhais de
L4, L5, S1 e S2. O músculo extensor longo do hálux é inervado pelo nervo fibular
profundo que é um ramo das raízes espinhais de L4 e L5. A pronação do pé é
realizada pelos músculos fibulares longo e curto, inervados pelo nervo fibular
superficial que é ramificação de L4 e L5, e pelo músculo terceiro fibular, que
possui inervação espinhal de L4 e L5, através do nervo periférico fibular profundo
(OMBREGT; BISSCHOP; 2001).
Os testes radiculares foram normalizados no paciente 1 a partir do oitavo
atendimento e no paciente 2, após os 10 atendimentos, notou-se que apenas a
flexão plantar resistida encontrava-se fraca.
De posse desses dados notou-se uma melhora de todos os sintomas
provocados pela protrusão discal nos três pacientes, o que mostra que as técnicas
de Cyriax levaram a descompressão das estruturas sensíveis.
29
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os resultados apresentados e discutidos, concluiu-se
que, de posse de um diagnóstico fisioterapêutico preciso, manobras propostas
pelo método Cyriax para protrusão discal nuclear ao nível L4-L5 são eficazes,
reduzindo os sintomas, proporcionando assim uma melhor qualidade de vida aos
pacientes.
Com esse estudo mostrou-se ainda que manobras simples e de baixo
custo podem atingir excelentes resultados em pacientes com protrusão discal, o
que, do ponto de vista econômico-psicossocial, é preferível ao paciente, ao sistema
de saúde e à sociedade, pois acarretaria em menor prejuízo para a economia, já
que esse tipo de afecção é, de acordo com Morán (2001), “uma das maiores
causas de perda da capacidade de trabalho”.
ANALYSIS OF THE INFLUENCE OF THE CYRIAX TECHNIQUE ON PATIENTS
DIAGNOSED WITH DISCAL PROTUSION.
ABSTRACT
The discal protrusion is a process where the destruction of the intervertebral disc
occurs, without the extravasation of its content, caused by the degeneration of
this structure which can cause a typical feeling according to its localization. When
it occurs in the lumbar column, the symptoms can be located in the column itself
or can reflect in the inferior limb, varying since parestesia and pain, to a considerable
motor deficit caused by the radicular compression. The objective of this research
was to show up the effectiveness of the Cyriax technique in the improvement of
the clinical diagnosis of patients with discal protrusion. Three participants diagnosed
with nuclear discal protrusion to levels L4-L5 were directed for treatment in the
clinical school from Integral Diferencial College. The participants had been submitted
to the evaluation of the intensity of pain with the application of a visual analogous
scale for mensuration. After that the anamnese was made and the physical
examination was carried through the application of the goniometria for the
mensuration of the active and passive movements of column and the inferior
limbs. For treatment, a number of 10 physiotherapic supportings were praised
and at the end of them a reevaluation was carried in order to collect the data,
analyse them and conclude the research. All the patients had gotten improvement
in their symptoms, which shows the effectiveness of the Cyriax method in the
treatment of the discal protrusion.
Key Words: Discal Protrusion. Lumbar Column. Cyriax Method.
30
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
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32
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
O PAPEL DA FISIOTERAPIA NA PREVENÇÃO DA INSTABILIDADE
POSTURAL E QUEDAS EM IDOSOS
Michelly Mara Lira Monteiro
RESUMO
O processo normal do envelhecimento se caracteriza pela diminuição da capacidade
funcional dos diversos órgãos e tecidos, o que acarreta um risco aumentado de
doenças, na sua maioria crônico-degenerativas, sendo essa situação a que
prevalece no Brasil atualmente. Na velhice acontecem variações individuais
decorrentes de fatores genéticos e ambientais, tornando o indivíduo idoso mais ou
menos vulnerável à ação do tempo e propenso ao desequilíbrio homeostático e às
quedas. Ocorre redução da força, da resistência muscular, da flexibilidade, da
coordenação, do equilíbrio, da marcha e do declínio da aptidão funcional. As quedas
consistem em uma precipitação ao solo, repentina, involuntária e inesperada, que
ocorre em torno de uma vez por ano em metade das pessoas com 75 anos ou
mais, e sua probabilidade depende de múltiplos fatores de risco associados, como
os do ambiente, luminosidade insuficiente, tapetes que deslizam bloqueio de
passagens usuais com móveis ou objetos, ausência de corrimão em escadas e
ausência de barras de apoio em locais como vaso sanitário, banheira ou área do
chuveiro. A fisioterapia tem como objetivos a prevenção de complicações
secundárias, contraturas, rigidez, postura, marcha alterada e redução da
coordenação e do equilíbrio. Ademais, assume o papel na colaboração dos
mecanismos preventivos de quedas utilizando conhecimentos e recursos
fisioterapêuticos para melhor compreender os fatores que possam acarretar perda
ou diminuição da qualidade de vida e bem-estar nos idosos. As orientações aos
pacientes e familiares são fundamentais no tratamento do idoso pelo fisioterapeuta
e por toda equipe multidisciplinar.
Palavras-chave: Envelhecimento. Quedas. Fisioterapia.
1 INTRODUÇÃO
O envelhecimento é o processo de desgaste dinâmico e progressivo da
energia vital ao longo do tempo, equivalendo ao período que iniciam as modificações
_____________
1
Fisioterapeuta. Especializanda em Fisioterapia em Neonatologia e Pediatria. Rua Fernando Lopes
Sobrinho, 4766. Morada do Sol Artigo originado do Trabalho de Conclusão do Curso de Fisioterapia,
orientado pela professora Veruska Cronemberger Nogueira.
33
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
morfofuncionais, bioquímicas, biomecânicas e psicológicas, e está freqüentemente
associado ao comprometimento cognitivo, físico, fisiológico e incapacidade
funcional, tornando o paciente idoso mais frágil e propenso a sofrer quedas.
Muitos dos declínios fisiológicos nos múltiplos sistemas relacionados com
a1 idade combinam-se para aumentar a incidência de quedas nos idosos, incluindo
dificuldades visuoperceptivas, instabilidade postural, comprometimento da
mobilidade, hipotensão ortostática, fraqueza de membros inferiores e vertigens
devido a alterações degenerativas ou vasculares no aparelho vestibular, fatores
ambientais, efeitos adversos dos medicamentos, estado de enfermidade aguda
ou crônica, depressão, apatia ou confusão. As quedas e suas conseqüências são
presentes em todas as fases da vida, porém é reconhecida mais explicitamente
como um problema, na idade mais avançada, representando a sexta causa de
morte em idosos a partir dos 75 anos. No entanto, 80% das quedas não promovem
lesões sérias, apesar de repercutir na redução da mobilidade, devido acarretar
alteração comportamental pelo medo do idoso cair novamente.
Nesse sentido, faz-se importante a reabilitação geriátrica, que inclui não
apenas a intervenção para reverter a incapacidade causada pela doença ou lesão
específica, mas também a contribuição com a gerontologia preventiva por meio da
promoção de programas de preparo físico estruturais e reabilitação precoce para
distúrbios musculoesqueléticos comuns, de modo a evitar que progridam para
incapacidade. Portanto, a fisioterapia tem o papel de ajudar, prevenir, recuperar e
ensinar ao paciente cuidar e fazer a manutenção de seu próprio corpo, através de
exercícios de equilíbrio, coordenação, posturais, fortalecimento, alongamento,
posicionamento, treinamento de marcha e outros, impedindo assim, complicações
e deformidades. Logo, a qualidade de vida de cada pessoa não é mais determinada
somente pela presença ou ausência de doenças, mas sim, pela capacidade do
indivíduo em satisfazer suas necessidades funcionais cotidianas, pelo nível de
motivação, independência e autonomia para buscar objetivos de novas conquistas
pessoais e familiares. Portanto, a fisioterapia assume um papel fundamental na
prevenção de complicações, manutenção e melhora do quadro clínico do paciente,
além de promover uma melhor e maior independência para as atividades da vida
cotidiana.
Este artigo tem como objetivo abordar os aspectos preventivos da
fisioterapia nos idosos devido às quedas, determinando as alterações no sistema
músculo-esquelético com a idade, o grau de independência e autonomia através
de avaliações físico-funcionais da capacidade de realizar as atividades básicas de
vida diária e causas de incapacidades nos mesmos.
34
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
2 SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO
2.1 Anatomia e Função
As alterações dos sistemas orgânicos fisiológicos do corpo humano
relacionado à idade por si só consistem em importantes problemas de saúde
pública. No entanto, essa problemática agrava-se devido ao aumento de alterações
identificadas na população idosa nos últimos anos (THOMPSON, 2002).
Segundo Powers e Howley (2000), o tecido muscular é responsável pelos
movimentos corporais e constitui-se por células alongadas que apresentam grande
quantidade de filamentos citoplasmáticos responsáveis pela contração. Portanto,
os músculos são os órgãos ativos do movimento, por isso, são dotados da
capacidade de contrair-se e de relaxar-se, e, em conseqüência, transmitir seus
movimentos aos ossos sobre os quais se inserem, formando o sistema passivo
do aparelho locomotor.
Sendo assim, de acordo com Junqueira e Carneiro (2004), toda a
musculatura do corpo humano divide-se em duas categorias:
a) músculos estriados: ligam-se ao esqueleto e simultaneamente se
inserem nos ossos e cartilagens, como também contribuem com a pele e esqueleto
para formar o exterior do corpo;
b) músculo estriado cardíaco: é constituído por células alongadas e
ramificadas que se unem por meio dos discos intercalares, que são estruturas
encontradas somente no músculo cardíaco; não tem a capacidade de regeneração,
apresenta contração involuntária, rigorosa, rápida, contínua e é inervado pelo sistema
nervoso vegetativo;
c) músculo estriado esquelético: tem contrações rápidas, fortes,
descontínuas e voluntárias. É inervado pelo sistema nervoso central e, como este
se encontra em parte sob controle consciente, chama-se músculo voluntário.
d) músculo liso: tem capacidade de apresentar uma resposta regenerativa
mais eficiente, pois, após uma lesão, as células musculares lisas que permanecem
vivas entram em mitose e reparam o tecido que foi destruído. O processo de
contração é lento e não está sujeito ao controle voluntário.
Conforme Powers e Howley (2000), o corpo humano contém mais de
quatrocentos músculos esqueléticos voluntários, representando 40 a 50% do peso
corporal total. Um músculo esquelético isoladamente pode ser formado por centenas
ou talvez milhares de fibras musculares agrupadas em feixes com uma cobertura
de tecido conjuntivo. As fibras musculares individuais são compostas por centenas
de filamentos protéicos denominados miofibrilas, que contêm dois tipos principais
35
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
de proteína contrátil: actina (filamentos finos) e miosina (filamentos espessos)
que são produtoras de força no músculo esquelético. A organização dos
miofilamentos de actina e miosina formam a unidade básica do músculo, o
sarcômero. As fibras musculares individuais estão organizadas paralelamente para
formar o fascículo que, por sua vez, compõe o músculo, que está inserido nos
ossos por meio de tendões.
Em conformidade com Power e Howley (2000), o músculo esquelético
apresenta três funções principais:
· produção de força para a locomoção e respiração;
· produção de força para a sustentação corporal;
· produção de calor durante a exploração do ferro.
Devido a essa função, os músculos esqueléticos têm um suprimento
sanguíneo abundante. Logo, a contração desse músculo é um processo complexo
que envolve diversas proteínas e sistemas de produção de energia. O resultado é
o deslizamento da actina sobre a miosina, fazendo com que o músculo encurte e,
conseqüentemente, desenvolva tensão (IBIDEM).
2.2 Alterações do Sistema Osteoarticular Relacionados à Idade
Muitos idosos apresentam limitações funcionais para caminhar, levantarse, manter o equilíbrio postural e prevenir-se contra quedas iminentes. São causadas
pelo comprometimento do desempenho neuromuscular evidenciado pela fraqueza
muscular, lentidão dos movimentos, perda da força muscular e pela fadiga precoce
do músculo, o que comprova um aspecto marcante do envelhecimento nos seres
humanos.
A redução do conteúdo de água de tendões e ligamentos com o
envelhecimento tem como conseqüência o aumento da rigidez dessas estruturas.
As alterações significativas ocorrem nas cartilagens articulares, que vão sofrendo
processo degenerativo, acarretando redução da resistência elástica, perda gradativa
de suas propriedades elásticas e da capacidade de resistir à deformação (PAPALÉO
e SALLES, 2001).
A altura do ser humano atinge seu pico máximo em torno dos 40 anos, a
partir de então, começa a diminuir um centímetro por década até os 70 anos,
quando, então a redução é provavelmente maior. Com o envelhecimento, ocorrem
modificações anatômicas na coluna vertebral que causam redução na estatura,
principalmente no sexo feminino. (Figura 1).
36
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
FIGURA 1. Deformidade Gradativa da Coluna Vertebral
Fonte: FREITAS, 2002, p. 610.
Esse declínio da estatura não é decorrente da diminuição dos ossos
longos dos membros inferiores e superiores, mas das alterações osteoarticulares
da coluna, caracterizada pelo achatamento das vértebras, da redução dos discos
intervertebrais e cifose dorsal; do arqueamento dos membros inferiores e
achatamento do arco plantar dos pés. Já em relação ao peso, observa-se uma
redução discreta a partir dos 60 anos de idade, provocando um aumento do acúmulo
de gordura, sendo responsável por manutenção ou mesmo elevação ponderal
(PAPALÉO; SALLES, 2001).
Ainda em conformidade com os referidos autores, na composição corpórea
todos os principais componentes do organismo se alteram em ambos os sexos
com o envelhecimento. Ocorre a redução da quantidade de água, de massa celular
e do conteúdo mineral, enquanto se eleva a quantidade de tecido gorduroso. O
tecido adiposo aumenta de 18% a 36% nas pessoas do sexo masculino, e de
33% a 48% nas do sexo feminino, portanto, o aumento da fração do peso corpóreo
total tem como conseqüência a redução da massa corpórea magra e a elevação
do volume de distribuição para as drogas lipofílicas e diminuição para as hidrofílicas,
com repercussões evidentes sobre seus efeitos tóxicos e terapêuticos. Já o
conteúdo total de água, expresso como porcentagem do peso total, diminui com
o avançar da idade, ou seja, a água representa 70% do peso de uma criança, 60%
da composição corpórea de um adulto e aproximadamente 52% da pessoa idosa.
Segundo Papaleo e Salles (2001), o pico de massa óssea é alcançado entre 30 e
40 anos de idade, sendo 20% a 30% maior nos homens que nas mulheres. Com
o passar dos anos, começa a ocorrer perda progressiva de massa óssea, que é
aproximadamente de 0,3% e 1 % ao ano em homens e mulheres, respectivamente,
37
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
tanto a massa cortical como a trabecular. A perda da massa óssea com a idade
deve-se também à diminuição do número de osteoblastos, que é decorrente da
redução do número de células precursoras, ocorrendo uma menor resposta celular
aos estímulos, através da diminuição da atividade.
2.4 Alterações do Sistema Muscular com a Idade
Segundo Frontera e Larsson(2001), a força muscular é a mais importante
alteração relacionada à idade no sistema neuromuscular, que equivale ao declínio
da força estática e dinâmica do músculo, cuja ocorrência nos membros superiores
é de cerca de 30%, e nos inferiores em torno de 40%, em ambos os sexos. Em
geral, a diminuição da força começa durante a terceira década de vida e vai
acelerando durante a sexta e sétima décadas.
De acordo com Thompson (2002), a velocidade máxima de contração
muscular diminui com a idade, refletida em uma redução da atividade da ATPase
da miosina ativada pela actina e pode explicar, em parte, a lentidão dos movimentos.
Conforme Frontera e Larsson (2001), a resistência muscular também diminui, e é
um aspecto da velhice que contribuiu para a perda funcional e para a incapacitação,
os mais velhos devem ativar um maior percentual da massa muscular reduzida
para produzir a mesma força que adultos mais jovens, podendo resultar em um
maior estresse metabólico e um estabelecimento mais precoce da fadiga.
Ainda em conformidade com os autores, a produção de potência é
governada pela velocidade de contração e velocidade de gerar força do músculo.
O envelhecimento reduz a força de pico, que pode ser gerada pelos músculos nas
velocidades rápidas de contração, resultando em um declínio da produção de
potência de pico, que cai cerca de 20% com a idade devido a uma diminuição do
remodelamento das unidades motoras, o que reduz a razão entre as fibras de
contração rápida e lenta.
Segundo Papaléo e Salles (2001), a fisiologia muscular, durante o processo
de envelhecimento, tem sido objeto de análise de vários estudiosos, conduzindo
ao reconhecimento que a massa muscular diminui em torno de 30 a 40% em
pessoas com 80 anos de idade quando comparada com a de 30 anos. A perda
muscular é progressiva, porém não apresenta um comportamento linear em função
do tempo. Já de acordo com Kauffman (2001), a diminuição ou perda da massa
muscular nos idosos é provocada pelos seguintes fatores: redução do número de
fibras musculares dos tipos gerais (I, lenta, e II, rápida) e declínio na área transversa,
predominantemente de fibras tipo II; a área transversa da fibra do tipo I parece ser
bem mantida; observa-se também a redução do tamanho das fibras musculares
acompanhadas de modificações da inervação, podendo-se verificar fibras totalmente
desnervadas e atrofiadas.
38
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
3 QUEDAS
O processo de envelhecimento traz muitas alterações anatômicas e
fisiológicas, tornando o paciente idoso mais frágil e mais propenso a sofrer quedas.
No entanto, nos dois extremos da vida a ocorrência de queda é freqüente e possui
significado distinto. Na infância caracteriza-se pela aquisição de mecanismos,
cuja função é garantir a postura e locomoção, enquanto na velhice expressa a
diminuição do funcionamento músculo-esquelético (GUIMARÃES; CUNHA, 2004).
De acordo com Brito e Costa (2001), “As quedas podem ser definidas
como sendo a ocorrência de um evento não intencional que leva uma pessoa
inadvertidamente a cair ao chão em um mesmo nível ou em outro inferior”.
Segundo Chandler (2002), as quedas constituem em causas de morbidade
e mortalidade importante em pessoas com mais de 65 anos, além de serem a
principal causa de morte por lesão, cuja taxa aumenta com o avançar da idade.
As lesões típicas associadas às quedas são resultantes do impacto sofrido pelo
corpo no solo ou superfície de rápida transmissão das forças para os tecidos e
órgãos corporais.
Nessa perspectiva, as quedas podem ser de natureza intrínseca, ou seja,
relacionadas com o indivíduo, que incluem alterações fisiológicas relacionadas ao
envelhecimento, doenças e medicamentos que acarretam risco de queda para os
idosos, e de natureza extrínseca, que está relacionada com perigos ambientais
como: chão escorregadio e áreas pouco iluminadas. Os fatores intrínsecos e
extrínsecos iniciam o evento da queda e outros fatores determinam se esta ocorrerá
como a presença de respostas protetoras e a densidade de massa óssea. Além
da área de impacto determinar se ocorrerá lesão posterior (CHANDLER, 2002)
Os fatores intrínsecos (internos) estáveis, que aumentam o risco de
quedas, estão relacionados a doenças crônicas ou a mudanças associadas à
idade. Contribuem com uma estatística de 45% na determinação de quedas e
encontram-se abaixo discriminados.
3.1 Fatores Intrínsecos
3.1.1 Acuidade visual
Com o envelhecimento, o tamanho e resposta das pupilas diminuem. Ao
entrar em um recinto escuro ou sair à noite, o indivíduo idoso tem risco de queda
aumentado, pois o tempo necessário para que o olho senescente atinja um nível
de sensibilidade à luz igual ao de uma pessoa jovem está prolongado e detalhes
podem passar despercebidos, como fios de telefone, degraus, objetos no chão,
dificuldade com letras pequenas, lista telefônica, bula de medicamento, controle
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
remoto, entre outros. Por conseqüência, indivíduos mais velhos precisam de iluminação adequada para andar com segurança. Logo, o declínio da acuidade visual é uma das causas mais significativas de queda em idosos (PERRACINI, 2002).
3.1.2 Instabilidade postural
A instabilidade postural aumenta com o envelhecimento e se manifesta
por uma perda de reflexos de correção e um aumento na oscilação do corpo. A
manutenção da estabilidade postural é uma função complexa, que requer integração
central apropriada de sensações visuais, vestibulares e proprioceptivas, todas
sofrendo declínio funcional com o envelhecimento. O alinhamento postural é aquele
cuja manutenção exige um mínimo de esforço e que provoca um mínimo de tensão
no nível das articulações.
Qualquer anomalia no alinhamento dos segmentos do esqueleto resulta
em modificações compensatórias das regiões vizinhas, as quais afetarão todas
as atividades motoras, em especial a marcha. A modificação da postura ereta em
pé é uma das manifestações no sistema osteomuscular que ocorre com a idade.
As manifestações devidas à idade no plano sagital incluem o aumento da curvatura
cifótica da coluna torácica, diminuição da lordose lombar, aumento do ângulo de
flexão do joelho, deslocamento da articulação coxofemoral para trás e a inclinação
do tronco para diante, acima dos quadris. Essas alterações, a partir dos 40 anos,
contribuem para a redução da estatura e para a posição inclinada que caracteriza
as pessoas da terceira idade. As anomalias da postura providas pelo aumento da
curvatura no plano sagital são a cifose torácica, que é o aumento cifótica torácica
denominado dorso redondo, ora de aumento da lordose lombar, denominado
dorso côncavo redondo; e a cifose toraco-lombar (Figura 2), o ápice da curvatura
cifótica está localizado no terço inferior da coluna torácica, na região toracolombar
ou lombar, resultando em cifose toracolombar ou cifose total, a compensação da
curvatura não pode ser realizada na região lombar. A compensação deste tipo de
curvatura cifótica consiste inicialmente na inclinação do sacro e da pelve para
trás, que resulta no, início, em extensão dos quadris, e quando a extensão nas
articulações coxofemorais chega ao máximo, leva à flexão dos joelhos.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
FIGURA 2: Alterações Posturais.
Fonte: FREITAS, 2002, p.210.
As causas das alterações posturais são as fraturas de coluna devido à
osteoporose, diminuição de atividade física e forças de flexão (FREITAS et al,
2002).
3.1.3 Parkinson
A doença de Parkinson é uma patologia degenerativa primária que ocorre
na segunda metade da vida, seguindo um curso progressivo e que compreende
um grupo de distúrbios caracterizados por tremor e perturbação do movimento
voluntário, da postura e do equilíbrio. Os sintomas comuns são: lentidão na marcha,
distúrbios de equilíbrio, com quedas ocasionais ou dificuldade nos movimentos
finos de manipulação, como vestir-se ou barbear-se, e a dor no sistema músculoesquelético (capsulite adesiva) (STOKES,2000).
3.1.4 Marcha comprometida
A marcha é uma atividade complexa e automática que envolve a maioria
das partes do corpo e depende de múltiplos mecanismos para que se faça de
modo normal. Os movimentos do tronco e braços facilitam as ações dos membros
inferiores e a extensão na qual são utilizados, dependendo do tipo de marcha.
(THOMSON et al, 2002).
Marcha senil é uma alteração da marcha que não se relaciona com doença
cerebral franca, é um achado quase universal do envelhecimento. Uma postura
discretamente curvada para frente, graus variados de lentidão e rigidez à
deambulação; encurtamento da passada, discreto alargamento da base e tendência
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
para virar o corpo em bloco constituem suas principais características. Estes
ligeiros encurtamento e alargamento da passada fornecem uma base de
sustentação a partir da qual o indivíduo idoso mantém com mais confiança seu
equilíbrio. Estes aspectos resultam em uma marcha algo defensiva, assemelhandose à de uma pessoa que caminha sobre uma superfície escorregadia ou no escuro.
Com o envelhecimento há perda da velocidade, do equilíbrio e de muitos dos
movimentos adaptativos e graciosos que se associam à marcha normal (ADAM;
VICTOR, 1998).
3.1.5 Fatores psicológicos
Pacientes idosos não aceitam o declínio das suas capacidades sensoriais
e motoras e tendem a sofrer quedas como um resultado da superestimação de
suas capacidades de realizar as atividades da juventude. Um grande número de
quedas acontece quando há um período de estresse emocional transitório. Como
resultado, os pacientes de tornam raivosos, ansiosos, desorientados ou deprimidos,
e menos atentos aos perigos ambientais. Pessoas idosas com depressão
freqüentemente se tornam confusas e desorientadas e com falta de percepção do
ambiente (BEAUMONT, 2000).
3.2 Fatores Extrínsecos (ambientais)
Contribuem com uma estatística de 39% na determinação de quedas e
encontram-se abaixo discriminados.
Segundo Brito e Costa (2001), os fatores ambientais que perturbam o
equilíbrio incluem riscos ambientais, riscos nas atividades diárias e, em indivíduos
mais frágeis, movimentos como se virar, inclinar-se ou se esticar para alcançar
um objeto. Existem muitos obstáculos ambientais que podem predispor o paciente
a cair. Os riscos ambientais incluem circunstâncias em que o estímulo sensorial
está diminuído, como em locais de baixa iluminação ou brilho excessivo. Na
comunidade, a maioria das quedas ocorre na própria residência dos pacientes. As
atividades rotineiras relacionadas a quedas incluem sentar ou levantar de camas
e cadeiras; tropeçar em objetos da casa, ou revestimentos do assoalho, como
tapetes, carpetes e soleiras de portas e escorregar em superfícies molhadas, ou
usando calçados inadequados ou descendo escadas. Nos hospitais e casas de
repouso, o lugar mais comum de quedas é o quarto do paciente. A maioria destas
quedas acontece à beira da cama, quando o paciente está se deitando ou
levantando.
O banheiro é um local que oferece um grande risco em instituições,
pelo fato dos pacientes entrarem ou saírem do banheiro sozinho, com pressa de
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
chegarem ao vaso sanitário ou escorregarem no chão molhado (BRITO; COSTA,
2001).
Em conformidade com os autores anteriores, as cadeiras normais e cadeiras de rodas estão implicadas em episódios de queda por causa de equipamento inapropriadamente planejado, ou de técnicas ruins de transferência quando
o paciente está se sentando ou levantando.
Os fatores intrínsecos ou extrínsecos iniciam o evento da queda. Outros
fatores determinam se ocorrerá uma lesão posterior. Esses incluem a área de
impacto durante a queda, a presença de respostas protetoras que interrompem a
queda e a massa óssea. As quedas com impacto direto no pulso ou pelve mais
frequentemente resultam em fraturas.
4. CONSEQÜÊNCIAS DAS QUEDAS NOS IDOSOS
De acordo com os autores anteriores, as fraturas mais comuns nos
pacientes geriátricos se relacionam com a ocorrência de osteoporose e
conseqüente enfraquecimento ósseo, e ao grande número de quedas provocadas
pela diminuição da acuidade visual e auditiva, problemas de equilíbrio e
enfraquecimento muscular generalizado. Sendo assim, segundo vários autores, a
freqüência de queda entre os idosos é bastante elevada, cujas conseqüências
são:
4.1 Fratura do Úmero Proximal
São fraturas freqüentes, estáveis, portanto, em numerosos casos,
necessitam de um tratamento ortopédico simples; já os que precisam de um
procedimento cirúrgico causam ainda problema de osteossíntese e de substituição
protéica parcialmente resolvida, e raramente provocam alterações vásculo-nervosas.
Ocorre em idosos e comumente com uma queda com a mão estendida, provocando
tumefação e equimose, podendo resultar em cirurgia se ocorrer desvio completo
(BARSOTI; DUJARDIN; CANCEL, 2002).
4.2 Fratura de Colles
Afetam mulheres com idade superior a 50 anos, já que apresentam como
fator de risco osteoporose generalizada. Consiste em fratura da extremidade distal
do rádio, podendo está acompanhado de fratura por arrancamento da estilóide
ulnar e rotura da fibrocartilagem articular, que ocorre devido à queda sobre o braço
estendido. Clinicamente observa-se deformidade do punho em dorso de garfo,
que é característica desta fratura, dor intensa e desvio radial. A fratura de Colles é
tratada pela redução incruenta e fixação percutânea para estabilizar a redução
obtida (GANN, 2005).
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4.3 Fratura do Colo do Fêmur
As fraturas do colo do fêmur são bastante freqüentes e também
relacionados à osteoporose, mas ocorre em um grupo etário mais jovem que as
transtrocantéricas, portanto, ocorre rotação externa do membro inferior de forma
discreta. Pode ser fratura intracapsular, que leva geralmente à interrupção do aporte
sangüíneo à cabeça do fêmur, e isto explica a grande incidência de necrose
asséptica e de falta de consolidação neste tipo de fratura; e fraturas
extracapsulares, que dificilmente levam a um comprometimento da irrigação da
cabeça do fêmur (GANN, 2005).
4.4 Fratura Transtrocantérica
As fraturas transtrocantéricas são aquelas que se localizam no fêmur
proximal na região entre os dois trocânteres. Representam urgências traumáticas
mais freqüentes no idoso, geralmente em paciente com mais de 75 anos, e possui
graus variáveis de complexidade e cominuicão, o que pode tornar o tratamento
bastante difícil. São de indicação cirúrgica obrigatória, mesmo nos casos em que
o paciente tenha sido acometido por uma queda doméstica. Em geral, o membro
inferior fraturado está em rotação externa fixa e sua movimentação é extremamente
dolorosa (BARSOTTI; DUJARDIN; CANCEL, 2002).
4.5 Síndrome do Imobilismo
Ocorre quando a pessoa idosa precisa ficar imobilizada, em decorrência
de uma queda resultar em fratura. O repouso beneficia a região lesada, mas seu
prolongamento prejudica o resto do organismo. As complicações afetam os sistemas
cardiorrespiratório, vascular, endócrino, gastrointestinais, urinário, neurológico, em
especial o musculoesquelético. Sendo que estas complicações podem ser
aumentadas dependendo dos fatores pré-existentes de cada paciente, provocando,
por conseguinte, rigidez articular, deformidades, contraturas, dor e limitação do
movimento (GUIMARÃES, 2004).
5 AVALIAÇÃO FISIOTERAPEUTICA GERIATRICA
5.1 Avaliação Geriátrica Global
Após a terceira década, o desempenho funcional dos indivíduos vai
progressivamente se deteriorando, devido ao processo natural e fisiológico do
envelhecimento (FREITAS, 2002, p. 609).
Segundo Freitas (2002), p. 612,
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
A avaliação geriátrica global é um processo diagnostico multidimensional,
usualmente interdisciplinar, para determinar as deficiências ou habilidades
do ponto de vista médico, pscicossocial e funcional. Os objetivos principais
é obter um diagnostico multidimensional, desenvolver um plano de
tratamento e de reabilitação e facilitar o gerenciamento dos recursos
necessários para o tratamento fisioterápico.
5.2 Avaliação Etiológica
Consiste na identificação dos déficits dos sistemas sensorial, efetor e de
processamento central, os quais podem influenciar para o problema das quedas
(CHANDLER, 2002).
5.2.1 Sensorial
O exame sensorial deve incluir os sistemas visual, vestibular e
somatossensorial.
Os aspectos importantes da visão a serem considerados incluem a
acuidade, a sensibilidade ao contraste (capacidade de discriminar os detalhes
finos em um ambiente aglomerado) os campos periféricos e a percepção de
profundidade. Para a acuidade, realiza-se um teste com o paciente para fornecer
uma rápida estimativa grosseira de sua capacidade de discriminar os detalhes
finos, através da leitura da tabela de Snellen de bolso (Tabela 1);
TABELA 1 - Tabela De Snellen
Fonte: CHANDlER, 2002, p. 271.
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Para os campos periféricos, o examinador praz seus dedos de atrás da
cabeça do paciente ate o nível dos olhos, enquanto o paciente olha diretamente
para frente. O paciente deve identificar quando ele observa pela primeira vez o
dedo do examinador em sua visão lateral; para a percepção de profundidade, o
examinador mantém seus dedos indicadores paralelos e apontados para cima, na
frente do paciente no nível do seu olho (CHANDLER, 2002).
5.2.2 Efetor
Os componentes efetores são a força, a amplitude de movimento e a
resistência.
A força esta diretamente relacionada a quantidade de tensão que um
músculo em contração pode produzir; a amplitude de movimento equivale a
quantidade medida em graus que uma articulação consegue exercer para uma
determinada função, ou quantidade de movimento permitida entre duas alavancas
óssea ; resistência refere-se a habilidade de um músculo de desenvolver contrações
repetidas em um período prolongado de tempo (KISNER; COLBY, 1998).
5.2.3 Processamento Central
Um componente importante do controle do equilíbrio e pode ser considerado
como o processo de “estabelecimento” da resposta postural.
A retroalimentacão refere-se às situações em que o corpo é conturbado
por um evento externo, como o deslizamento sobre um tapete, um tropeço ou ser
empurrado. O centro de gravidade é deslocado, e o sistema nervoso central, com
base nas informações sensoriais recebidas, estabelece uma resposta postural
para trazer o centro de gravidade de volta para cima da base de sustentação. As
respostas podem ser protetoras ou corretivas. A alimentação anterógrada descreve
uma situação em que o sistema nervoso central estabelece uma resposta postural
em antecipação a um distúrbio do centro de gravidade, como pegar uma bola ou
simplesmente de levantar os braços. O movimento de se esticar para pegar uma
bola é um deslocamento voluntário do centro de gravidade, mas as respostas
posturais automáticas devem preceder o movimento voluntário, de modo a estabilizar
o centro e possibilitar que o corpo movimente (CHANDLER, 2002).
5.3 Exame Físico Especifico
Sistema músculo-esquelético: com o aumento da idade, ocorrem
mudanças nas fibras dos músculos e no número de fibras, sendo estas, prováveis
razões para a diminuição da massa muscular. As fibras do tipo I (contração lenta,
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
aeróbica) são resistentes à atrofia pelo menos até a idade de 60 a 70 anos,
enquanto as fibras do tipo II (contrações rápidas, anaeróbicas), declinam com a
idade (POWERS e HOWLEY, 2000).
Coordenação: designa - se uma atividade motora adequada e harmônica
que exige interação de mecanismos reguladores de alta complexidade. Verificase a coordenação (taxia) através da prova index-index, ordena- se que o paciente
estenda o membro superior e, em seguida, procure tocar a ponta dos dois dedos
indicadores; index-nariz, pede- se para o paciente estender o membro superior
e, em seguida, procure tocar a ponta do nariz com a ponta do indicador; calcanharjoelho é realizada com o paciente na posição de decúbito dorsal e com ambos os
membros inferiores estendidos, e ordena- se para o paciente tocar o seu joelho
com a ponta do calcanhar do lado oposto e deslizar o calcanhar ao longo da crista
de tíbia. A prova deve ser realizada, inicialmente, com os olhos abertos, e
posteriormente, fechados (SANVITO, 2005).
Equilíbrio: refere - se ao estado de um corpo submetido a forças distintas,
mas cuja resultante é nula, ou é a habilidade para manter o centro de gravidade
sobre a base de suporte, geralmente quando se esta em pé. O estado de equilíbrio
é investigado com o paciente em posição ereta (equilíbrio estático) e durante a
marcha (equilíbrio dinâmico). Nestas circunstâncias verifica-se o sinal de Romberg,
que deve ser realizado com o paciente em posição ereta e pés unidos; já o sinal
de Rombreg sensibilizado pode ser realizado com paciente de olhos fechados. A
positividade da prova é evidenciada pelo aparecimento de oscilações corpóreas,
podendo a queda sobrevir em qualquer direção. Caso o paciente tenha
impossibilidade de se manter de pé, o equilíbrio pode ser investigado na posição
sentada (KISNER; COLBY, 1998).
Marcha: segundo Sanvito (2005), a marcha equivale ao andamento regular
que depende de vários mecanismos para que se faça de modo normal. No exame
da marcha podem ser empregadas várias manobras, como: ordenar o paciente a
acelerar ou lentificar os passos ou, eventualmente, até correr; andar sobre as
pontas dos pés ou calcanhares; andar de lado e para trás; andar de olhos fechados;
subir e descer escadas.
Sensibilidade: Sanvito (2005) refere-se à sensação do paciente a
determinado estímulo. A sensibilidade pode ser superficial ou profunda.
5.4 Avaliação Funcional
A avaliação funcional é um componente essencial do exame e da avaliação
fisioterapêutica, pois os resultados devem ser confiáveis, válidos e clinicamente
úteis. As atividades funcionais físicas podem ser subdivididas em cinco áreas,
como mobilidade, que se refere à deambulação em superfícies planas dentro de
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
casa, subir escadas, superar terrenos irregulares e andar distâncias maiores na
comunidade; atividade da vida diária básica (AVD): alimentar-se, tomar banho,
arrumar-se, vestir-se, mobilidade no leito e transferências ; As atividades
instrumentais da vida diária (AIVD):cozinhar, fazer compras, cuida das finanças
r da casa e a capacidade de dirigir um carro e usar transporte público; e por fim o
trabalho que pode ser medido através da capacidade do desempenho de dez
tarefas físicas especifica (FREITAS, 2002).
Segundo Freitas (2002), deve-se avaliar avaliar o estado cognitivo, pois
nos idosos ocorrem com freqüência a queda da habilidade funcional pelo fato de
ser causa ou conseqüência de depressão, ou seja, o paciente pode estar deprimido
porque se tornou dependente ou pode ter sua capacidade funcional reduzida.
5.5 Avaliação ambiental
É importante avaliar como o paciente funciona em casa, através da
realização de tarefas e movimentos realizados pelo paciente idoso. São tomadas
as decisões para modificar o ambiente do idoso com base nos déficits de
desempenho, que podem ser observados durante a avaliação na clínica ou no
quarto do hospital (CHANDLER, 2002).
6. INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS ALTERAÇÕES POSTURAIS E
PREVENÇÃO DE QUEDAS
6.1 Introdução
Segundo Zíni e Pussi, (2003), o ponto principal encontrado na literatura é
a prevenção de futuras quedas; o segundo é treinar os pacientes sobre como lidar
com as quedas; o terceiro é recuperar a segurança e a auto-estima do paciente
idoso.
6.2 Melhorar e Aumentar a Estabilidade Postural
É fundamental que o fisioterapeuta se dedique aos movimentos e às
atividades na qual o paciente deseja adquirir maior estabilidade, aplicando os
princípios da especificidade e da sobrecarga que regem a fisiologia do esforço. De
acordo com os referidos autores, é necessário que possamos ajudar a pessoa
idosa debilitada a melhorar sua capacidade para:
• ficar em pé sem apoio ou apenas com um mínimo de apoio, progredindo
daí para a capacidade de manter-se em pé enquanto abrir cintos e botões, de
procurar objetos colocados em prateleiras cada vez mais altas ou pegar objetos
do assento de uma cadeira ou do piso. O paciente pode tentar chegar a um nível
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
mais alto, mantendo-se em pé com os olhos fechados ou em pé sobre uma espuma de espessura cada vez maior; ele pode inclusive tentar fazer as duas coisas.
• opor-se às perturbações do equilíbrio, dando passos compensadores
em resposta a um empurrão leve contra o esterno ou contra a face lateral da pelve.
• andar firmemente (sem ajuda de terceiros), na maior distância necessária
dentro da própria residência (insistindo na amplitude do passo) em linha reta e
intercalando as pernas. Começar o treinamento pela menor distância que o paciente
se considera capaz de vencer.
• virar-se no mesmo ponto, dando número cada vez menor de passos,
quatro a seis no máximo.
6.3 Melhora e Aumentar o Equilíbrio
• trabalhar o paciente com atividades de transferência de peso de um
lado para o outro, para frente e para traz sentado e em pé;
• sentar e levantar da cadeira;
• realizar movimentos repetitivos para aumentar a resistência à fadiga.
Esses exercícios devem ser realizados nos idoso de acordo com suas capacidades
e limitações.
• dissociação (ZÍNNI; PUSSI, 2003).
6.4 Melhorar a Marcha
• reeducação da marcha com o uso ou não da barra paralela , do espelho,
dando sempre orientações como olhar no horizonte, alargamento da base,
mantendo a coluna o mais reta possível e realizando semiflexão de joelho.
• treino da marcha na escada e rampa;
• eletroterapia para o fortalecimento de quadríceps devido à presença de
fraqueza muscular neste grupo (ZÍNNI; PUSSI, 2003).
6.5 Restabelecer a Confiança ao Paciente Idoso
De acordo Moran e Kosmahl (2002), realizar- se o uso de dispositivos
auxiliares em pacientes idosos que apresentam marcha comprometida, o qual
são prescritos por uma série de fatores, como problemas de equilíbrio, dor, fadiga,
fraqueza, instabilidade articular, carga esquelética excessiva. Existem três
categorias de dispositivos deambulatórios auxiliares: bengalas, muletas, e
andadores. Sua função principal é auxiliar na eliminação da carga de modo parcial
ou completo, sobre um segmento corpóreo, e isto se dá pela transmissão da
força dos membros superiores até o piso, pela pressão dirigida para baixo e exercida
sobre o dispositivo auxiliar.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
6.5.1 Andadores
Possibilita uma marcha natural ininterrupta e confere ao usuário da terceira
idade maior grau de mobilidade independente, porém a desvantagem deste
dispositivo auxiliar são manobras domiciliares pelo espaço reduzido. (fig 3). O
andador sem nenhuma roda precisa ser levantado antes de cada passo , em
desacordo com o ritmo normal e criando um momento de instabilidade, durante o
qual o paciente idoso fica sem qualquer apoio (ZÍNNI; PUSSI, 2003).
6.5.2 Muletas
Para os autores mencionado, as muletas podem ser indicadas para uso
temporário, dificilmente são indicadas por tempo prolongado em pacientes idosos,
e sua vantagem é que podem ser usadas em degraus e escadas.
6.5.3 Bengalas
As bengalas são úteis quando o paciente idoso requer um apoio mínimo,
ou quando ele percorre apenas um trecho curto, ou quando há pouco espaço
dentro de casa não tem possibilidade do emprego de um aparelho de maior tamanho
(ZÍNNI; PUSSI, 2003).
6.5.4 Cadeiras de rodas
Constituem um dispositivo auxiliar da marcha (fig 4) que apresenta assento
com costas para uma pessoa através de uma peça ou máquina simples de forma
circular e própria para mover-se em torno de um eixo e que, geralmente, serve
para imprimir movimento (ZÍNNI; PUSSI, 2003).
FIGURA 3 - Uso de Andadores
FIGURA 4 - Uso de cadeira de Rodas
Fonte:MORAN; KOSMAHL, 2000, p. 207 e 208.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
6.6 Aumentar o Grau de Segurança no Ambiente das Pessoas Idosas
Conforme Moran e Kosmahl (2002), a pessoa da terceira idade nem sempre
recebe e obedece às instruções para modificar o seu ambiente. É interessante
focalizar a prevenção das quedas nos fatores cognitivos, treinar a pessoa da terceira
idade a ficar atenta aos perigos ambientais no lar e na comunidade, ensinando-a
a proceder de modo preventivo a considerar os riscos que está correndo.
6.6.1 Mobília
É necessária arrumar os móveis de forma que os caminhos não fiquem
obstruídos. As cadeiras, as mesas instáveis, precisam ser suficientemente estáveis
para suportar o peso da pessoa apoiada sobre as bordas de mesa ou encosto e
braços das cadeiras, pessoas com comprometimento de equilíbrio usam a mobília
como apoio.
Gabinetes
Instalar prateleiras e armários a uma altura acessível reduz o risco de cair
por causa de tentar alcançar ou subir em escadas ou cadeiras instáveis.
Mau estado das pernas de cadeiras
Evitar cadeiras com rodas; consertar pernas frouxas de cadeiras resistentes
e estáveis para que os idosos não escorreguem durante a transferência.
Mesa bambas, instáveis.
Instalar mesa com pernas resistentes de boa altura; evitar
mesa sobre tripés ou pedestais, porque as pessoas com comprometimento da
marcha freqüentemente usam a mesa como apoio (MORAN; KOSMAHL, 2002).
6.6.3 Banheiro
Banheiro com piso escorregadio
Instalar faixas antiderrapantes e barras de apoio; usar chinelos para chuveiro
ou cadeiras para banho. O suporte de toalha e topo da pia devem ser instáveis
para uso como suporte ao transferir do vaso sanitário; fixar grades de apoio em
pinos na parede próximo ao vaso sanitário para ajudar na transferência para os
vaso sanitário e dele para outro local.
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Assento sanitário muito baixo
Usar acento sanitário elevado, pois ajuda a transferência para o vaso
sanitário e para fora dele (Fig 5). Proporcionar um ambiente maior e com suportes,
caso o idoso use cadeira de rodas (MORAN; KOSMAHL, 2002).
FIGURA 5 - Sanitário Adaptado Ao Idoso.
Fonte: MORAN; KOSMAHL, 2000, p. 207.
6.7 Porta / Fechadura
Evitar fechaduras nas portas do banheiro ou apenas as que podem ser
abertas dos dois lados da porta, porque permite o acesso de outras pessoas no
caso de ocorrer uma queda e usar maçaneta em U para evitar ferimentos na pele
do idoso (ZÍNI; PUSSI, 2003).
6.8 Iluminação
Instalar iluminação adequada no topo e na base da escada; luzes noturnas
ou faixas adesivas coloridas podem ser usadas para assinalar claramente os
degraus, pois define a localização dos degraus, especialmente para pessoas com
comprometimento de visão ou da percepção; contraste entre piso, escada e
iluminação; interruptor iluminado; sinalização luminosa de ala (IBIDEM).
7. CONCLUSÃO
A capacidade funcional é dimensionada em termos de habilidade e
independência para realizar determinadas atividades, sendo esta um dos grandes
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
componentes da saúde do idoso. Com o avançar da idade, as perdas funcionais
tornam-se evidentes e o idoso deixa de realizar atividades básicas da vida diária,
diminuindo assim sua capacidade funcional, resultando no aparecimento de quedas.
As quedas são decorrentes das instabilidades posturais causadas pelos fatores
intrínsecos (alterações próprias do organismo) e extrínsecos (ambiente físico).
Nessa perspectiva, a fisioterapia tem como objetivo promover a melhoria
e aumento do equilíbrio, coordenação e estabilidade postural, reeducação da
marcha e aumento do grau de segurança no ambiente domiciliar, promovendo
assim uma melhor qualidade de vida para os pacientes idosos.
Através dos conhecimentos teóricos e práticos descritos pelos autores
referenciados, pode-se esclarecer e reforçar o papel relevante da fisioterapia na
prevenção e recuperação de quedas na terceira idade.
THE ROLE OF PHYSIOTHERAPY IN TH PREVENTION OF POSTURAL
INSTABILITY AND FALL IN THE ELDERLY
ABSTRACT
The normal aging process is characterized by a decrease in the functional capacity
of organs and tissues. This process increases the risk of diseases, specially the
chronic degenerative ones which nowadays has become predominant in Brazil.
During the old age, individual changes caused by genetic and environmental factors
take place and make the old people more vulnerable to imbalance and fall. Thus, in
this stage, strength, muscle resistance, flexibility, coordination, balance and walking
rhythm are reduced as well as it is observed the decline in the functional capability.
Falls can be described as an abrupt, unintentionally and unexpected falling that
occur to 50% of the people who are 75 or over around once a year. This probability
depends on the interaction of several risk factors such as environmental changes,
inadequate light, slippery carpets, obstacles in walking routes like furniture and
other objects, absence of handrail on stairs, lack of grab bars on baths or toilets.
The physiotherapy emerges with the objective of preventing secondary physical
complications, contractures, stiffness, bad posture, walking rhythm alterations,
coordination and balance problems. Furthermore it also takes account the
contribution to the fall prevention mechanism by using knowledge and physiotherapy
resources in order to understand the factors related to the reduction of old people's
life quality and welfare. Thus, one can deduce that the physiotherapist and the
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
whole group's orientation towards the patient and his/her family can reduce the
problems mentioned above.
Key words: Aging. Old people. Falls. Physiotherapy.
REFERÊNCIAS
BARSOTTI, DUJARDIN, CANCEL, Guia prático de traumatologia. 4. São Paulo:
Manole, 2002.
CHANDLER, M. Equilíbrio e quedas no idoso: questões sobre avaliação e o
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
APLICAÇÃO DA ORTÓTICA PROPRIOCEPTIVA COMO RECURSO PREVENTIVO NO DESENVOLVIMENTO DE ULCERAÇÃO PLANTAR EM PÉ DIABÉTICO
Giselle Borges Vieira Pires de Oliveira
Natália de Alencar Silva
Marcello de Alencar Silva
RESUMO
O pé diabético é uma das mais sérias e onerosas complicações do Diabetes
Mellitus (DM). Trata-se de uma complicação crônica que ocorre em média após
10 anos de evolução da doença. Os fatores que contribuem para o desenvolvimento
da ulceração plantar são a neuropatia e a doença vascular periférica, ou isquemia.
A ulceração no pé diabético frequentemente leva a infecção e amputação,
aumentando em muito a morbidade e mortalidade da população diabética. Os
pacientes portadores de pé diabético têm a qualidade de vida comprometida, em
conseqüência não só das internações e do absenteísmo, como também da
deficiência física gerada pelas amputações. A prevenção é um dos pontos
fundamentais para melhorar o prognóstico desta patologia. As úlceras podem ser
tratadas de forma conservadora através de calçados adaptados e órteses plantares
personalizadas. As palmilhas proprioceptivas buscam obter a eliminação de áreas
ou pontos de pressão anômalas, prevenindo a formação de úlceras.
Palavras- chave: Pé diabético. Órtese proprioceptiva. Ulceração plantar.
1 INTRODUÇÃO
O Diabetes mellitus (DM) é um dos problemas mundiais de saúde mais
importantes da atualidade, por ser uma doença com elevada morbimortalidade
(SPICHLER et al, 2001). Uma de suas complicações mais freqüentes é o pé
diabético, caracterizado pela presença de lesões nos pés em decorrência das
alterações vasculares e/ou neurológicas peculiares ao DM (ARACAJU,2004).
Os pacientes portadores de pé diabético têm a qualidade de vida
comprometida, como conseqüência não só das internações e do absenteísmo,
como também da deficiência física gerada pelas amputações. Portanto, a prevenção
adequada desta complicação do DM torna-se obrigatória, pelo diagnóstico mais
precoce do DM, rigoroso controle metabólico e orientações para os cuidados com
os pés ( MILMAN et al, 2001).
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Uma das estratégias preventivas proposta seria, através de órteses
proprioceptivas, aliviar a pressão em áreas que sofrem maior estresse mecânico e
que consequentemente estão sob maior risco de ulceração.
2 PÉ DIABÉTICO
Trata-se de uma complicação crônica que ocorre em média após 10 anos
de evolução do DM e é a causa mais comum de amputações não traumáticas
(RAMSEY et al, 1999). Fatores como idade, tipo e tempo de diagnóstico do DM,
controle metabólico, tabagismo, alcoolismo, obesidade, hipertensão arterial e falta
de bons hábitos higiênicos no cuidado com os pés são importantes quanto ao
risco dessa complicação. Tais fatores favorecem a formação de úlcera, infecção e
gangrena, podendo culminar em amputação. De acordo com Spichler et al (2001)
o pé diabético é responsável por parcela significativa das internações de pacientes
diabéticos, constituindo-se também na maior causa de hospitalizações prolongadas
nestes pacientes.
No Brasil, o DM também é causa importante de amputações de membros
inferiores, sendo um considerável fator de incapacidade, invalidez, aposentadoria
precoce e mortes evitáveis (EBSKOV; SCHOEDRE; HOLSTEIN,1994). A
amputação em membro inferior é usualmente precedida de úlcera em 85% dos
casos. O grupo de pacientes que representa a maioria dos diabéticos propensos
a desenvolver lesões em membros inferiores são aqueles com DM tipo 2, idosos
e com mais de 10 anos de diagnóstico da doença.
Os doentes diabéticos têm um risco 15 vezes maior de serem submetidos
a amputações de membros inferiores do que os que não têm a doença; 1,7% de
todas as internações relacionadas com o diabetes podem ser atribuídas a esse
procedimento, e aproximadamente 10% dos custos com os cuidados de saúde
dos pacientes diabéticos estão associados às amputações. (NUNES et al, 2006).
Segundo Milman el al (2001), os custos das internações prolongadas e o
ônus social gerado constituem um grave problema de saúde. Um levantamento
realizado entre os serviços privados americanos estimou um custo total de
US$33.444,00 por paciente submetido à amputação de membro inferior, incluindose os gastos com tratamento e recuperação.
Os fatores que contribuem para o desenvolvimento das ulcerações são a
neuropatia e a doença vascular periférica, ou isquemia. A neuropatia é considerada
a complicação tardia crônica do DM mais comum, sendo um fator de risco marcante
para o desenvolvimento das úlceras nos pés. As úlceras isquêmicas podem
desenvolver-se a partir da baixa pressão de perfusão de um pé com fluxo sanguíneo
comprometido, enquanto que, as úlceras neuropáticas resultam da alta pressão
57
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
plantar dos pés com fluxo sanguíneo normal, porém com perda da sensação
protetora às altas pressões sofridas pelos pés (COSTA et al, 2001).
A neuropatia periférica gera uma lesão autonômica e somática com perda
da função nervosa periférica do pé e tornozelo. Isso leva à perda da capacidade
proprioceptiva e da sensibilidade protetora, reduzindo o arco reflexo de defesa
contra traumas; também expõe articulações distais dos membros inferiores a
traumatismos repetitivos e, conseqüentemente, à destruição articular progressiva
- articulação de Charcot. Os traumatismos predispõem ao desenvolvimento de
deformidades osteoarticulares do pé e do tornozelo e à formação de úlceras
plantares decorrentes da distribuição anormal da pressão de apoio do peso corporal
durante a marcha (KOZAK et al, 1996).
As úlceras podem ser tratadas de forma conservadora através de calçados
adaptados e órteses plantares personalizadas. As órteses plantares ou palmilhas
buscam obter a eliminação de áreas ou pontos de pressões anômalas, permitindo
a cicatrização da ulceração (LOPES, 2003).
3 PALMILHAS PROPRIOCEPTIVAS DE BOURDIOL
Os pés são a base do equilíbrio estático e dinâmico. A região plantar
possui uma variedade de neurosensores que são sensíveis as variações de
deformação da ordem de 5 microns a 1 grama de pressão (BRICOT, 2001).
A informação necessária para a coordenação e regulação da postura
dinâmica e estática tem uma forte influência da planta dos pés que é rica em
receptores de pressão (GAGEY; WEBER, 2000).
O pé e seus mecanoreceptores são essenciais ao controle postural, visto
que o tônus muscular reage a estímulos que são efetuados na região plantar
(ENJALBERT et al., 1996; RABISCHONG, 1996).
Existem regiões específicas na planta dos pés cuja estimulação provoca
uma modificação do tônus postural e um reposicionamento da obliqüidade da
pelve e assimetrias musculares da coluna vertebral (BRICOT, 2001; GAGEY;
WEBER, 2000).
Na década de 80, René Jaques Bourdiol, neurologista francês, descreveu
a possibilidade de utilização das palmilhas proprioceptivas na terapêutica da
postura, fundamentada na relação entre a podologia e as cadeias musculares.
Desenvolveu um novo conceito terapêutico, onde as bases da correção postural
seriam neurológicas e não somente mecânicas (PRZYSIEZNY; PRZYSIEZNY
2002).
As palmilhas proprioceptivas estimulam e potencializam as aferências
sensoriais específicas da planta dos pés, melhorando a postura do indivíduo,
58
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
proporcionando maior simetria e menor sobrecarga biomecânica ao sistema
musculoesqueletico (IBIDEM).
Para produzir os estímulos na região plantar foram desenvolvidas peças
denominadas de elementos, barras, cunhas ou calços, que possuem uma
espessura de 1 a 3 mm. Determinadas a partir de uma avaliação postural, as
peças corretivas são dispostas em uma órtese denominada de palmilha
proprioceptiva ou postural, e têm como objetivo diminuir os desequilíbrios tônicos,
buscar as simetrias e reduzir as disfunções nas informações que perturbam o
equilíbrio e a postura. Estas peças fornecem informações ao sistema postural fino
e como resposta, o corpo produz um reequilíbrio através das reações reflexas
tônicas musculares, corrigindo desta f orma as assimetrias posturais
(GERTTHOFFERT, 1982).
As palmilhas proprioceptivas ou posturais têm o intuito de reduzir o valor
de pico de pressão e distribuir a força de reação do solo por toda região plantar
(SOUZA et al., 2001). Durante a confecção, as mesmas são frequentemente
termomoldadas ao pé do paciente. O processo de termoldagem confere à órtese
uma ação mecânica e postural importante por aumentar a superfície de apoio
plantar e diminuir a pressão do peso do corpo em áreas isoladas dos pés (MUELLER
et al, 2006). Isto é particularmente importante em casos de pacientes diabéticos
que além de alterações posturais apresentam perda da sensibilidade protetora e/
ou comprometimento vascular.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A abordagem do pé diabético constitui um grande desafio em todo o
mundo. O avanço no conhecimento do "pé diabético" permitiu a identificação de
fatores de riscos para amputação, e tornou possível a elaboração de medidas
capazes de controlar ou de eliminar estes fatores.
A responsabilidade pelo cuidado do "pé diabético" recai sobre todos os
profissionais de saúde que estão direta ou indiretamente ligados à assistência do
paciente diabético. O diagnóstico precoce é de extrema utilidade, pois viabiliza a
implementação de medidas preventivas e terapêuticas, no sentido de atenuar o
impacto das complicações sobre a qualidade de vida dos pacientes, diminuindo a
morbidade e reduzindo os altos custos que as complicações normalmente
demandam (LOPES, 2003).
Desta forma, a ortótica proprioceptiva constitue uma abordagem
fisioterapêutica consistente e promissora. Estudos clínicos prospectivos que
contemplem o uso do método são recomendados, no sentido de subsidiar uma
prática baseada em evidências.
59
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
ORTHOTIC PROPRIOCEPTIVE APPLICATION AS A PREVENTIVE RESOURCE
IN THE DEVELOPMENT OF PLANTAR ULCERATION ON DIABETIC FOOT
ABSTRACT
The diabectic foot is one of the most serious and onerous complications of Diabetes
Mellitus (DM). It's about a chronic complication that occurs on average after 10
years of the disease evolution. The factors that contribute for the plantar ulceration
development are peripheral vascular disease or ischemia and neuropathy. The
ulceration on the diabetic foot often results in amputation and infection, increasing
the diabetic population’s morbidity and mortality. Patients with diabetic foot have
their life quality compromised due to not only the hospital admissions and the
absenteeism, but also the physical deficiency generated by the amputations.
Prevention is one of the essential points to improve the prognostic of this disease.
The ulcers can be treated as a conservative manner through the custom-made
plantar orthose and adapted shoes. The proprioceptive insoles aim at eliminating
points or areas of abnormal pressure, preventing the ulcer formation.
Key words: Diabetic Foot. Proprioceptive orthotic. Plantar ulceration.
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62
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
IMPLICAÇÕES DO EXERCÍCIO FÍSICO NA CAPACIDADE FUNCIONAL DO
IDOSO
Gerardo Rebelo Filho1
Veruska Cronemberger Nogueira2
Ana Maria da Silva Rodrigues 3
RESUMO
O envelhecimento é o processo de desgaste dinâmico e progressivo da energia
vital ao longo do tempo, equivalendo ao período que iniciam as modificações
morfofuncionais, bioquímicas, biomecânicas e psicológicas, e está freqüentemente
associada ao comprometimento cognitivo, físico, fisiológico e à redução da
capacidade funcional. A combinação de vários impedimentos funcionais comuns
em pessoas idosas podem levar à diminuição na habilidade para a realização das
atividades básicas de vida diária (AVD´S) e atividades instrumentais de vida diária
(AIV´S), redução da mobilidade e alteração comportamental. Os objetivos deste
artigo, de caráter bibliográfico, foram: analisar os benefícios da prática do exercício
físico sobre a qualidade de vida funcional do idoso, diferenciando atividade física de
exercício físico, identificando e caracterizando o exame da performance física e a
prescrição do programa de condicionamento físico. Os resultados encontrados, de
acordo com a análise de vários autores na área, sugerem que o exercício físico
promove benefícios biológicos, psicológicos e sociais, reduzindo a morbidade e
aumentando a expectativa de vida ativa. Portanto, a relevância deste artigo deve-se
ao fato de que, através da constatação dos benefícios da prática regular e sistemática
do exercício físico, pode-se compensar o declínio da capacidade funcional decorrente
do envelhecimento e melhorar a qualidade de vida do idoso.
Palavras- chave: Envelhecimento. Capacidade Funcional. Exercício Físico.
________________
1
Educador Físico, Especialista em Treinamento Desportivo pela Universidade Norte do Paraná
(UNOPAR) em Fisiologia do Exercício pela Escola Paulista de Medicina.
2
Fisioterapeuta, Especialista em Traumo-ortopedia pelo COFFITO em Recursos Humanos pela
Associação de Ensino Superior do Piauí (AESPI).
3
Educadora Física, Doutora em Ciências da Informação e Docente do Departamento de
Educação Física /UFPI.
63
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
1 INTRODUÇÃO
O envelhecimento promove alterações fisiológicas, psicológicas e sociais,
de forma natural e gradativa. É importante enfatizar que essas transformações são
gerais, no entanto, a precocidade no aparecimento depende das características
genéticas de cada indivíduo e, principalmente, do estilo de vida adotado.
A transição epidemiológica é explicada pelo envelhecimento da população
mundial, portanto, entramos em um novo paradigma de saúde, no qual a população
de risco é senescente, as doenças são crônicas e evolutivas, a maioria não tem
prevenção eficaz, os tratamentos não são curativos e, a longo prazo podem gerar
incapacidades, dependências da vida diária e perda da autonomia.
A capacidade funcional surge, portanto, como um novo conceito de saúde,
relevante dentro do novo paradigma de saúde trazido pelo envelhecimento da
população. Envelhecimento saudável, nesta visão passa a ser resultante da interação
multidimensional entre saúde física, saúde mental, independência da vida diária,
integração social, suporte familiar e independência econômica.
Muitos pesquisadores em gerontologia têm baseado seus estudos sobre
possíveis fatores que podem retardar, ou minimizar os efeitos da passagem do
tempo, a alimentação adequada, prática regular e sistemática de exercício físico,
exposição moderada ao sol, estimulação mental, controle do stress, apoio
psicológico e atitude positiva perante a vida.
Destaca-se que os resultados mais consistentes para o alcance da
longevidade advêm da prática regular de atividade física, contextualizando-a numa
dimensão de estratégia tanto profilática quanto curativa para os distúrbios ou
disfunções associadas ao envelhecimento.
Sabe-se que a falta de atividade física ao longo do processo de
envelhecimento leva à incapacidade funcional com conseqüências negativas para
a autonomia do idoso.
Os objetivos deste artigo, de caráter bibliográfico, foram: analisar os
benefícios da prática do exercício físico sobre a qualidade de vida funcional do
idoso, diferenciando atividade física de exercício físico, identificando e caracterizando
o exame da performance física e a prescrição do programa de condicionamento
físico.
64
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
2 CAPACIDADE FUNCIONAL
As perdas funcionais comprometem a capacidade funcional do idoso. O
nível funcional geral do organismo em indivíduos sadios sedentários normalmente
atinge o ápice na faixa etária de 25 a 35 anos. Após esse período, inicia-se um
declínio da capacidade funcional geral, de forma sutil até aproximadamente 40
anos, caracterizando perda linear e severa do nível funcional geral com o avançar
da idade (REBELATTO; MORELLI, 2004).
A qualidade de vida do idoso está intimamente ligada à capacidade
funcional, portanto a avaliação do status funcional em geriatria deve pautar-se na
revisão da maioria das habilidades funcionais, divididas em atividades básicas
(AVD'S) e instrumentais (AIVD'S) da vida diária (KAUFFMAN, 2001).
As atividades básicas (AVD'S) de vida diária são atividades que a própria
pessoa pode realizar diariamente, como comer, vestir-se, tomar banho, realizar
transferências de posições e controlar a bexiga e o intestino, sendo o mecanismo
de medida mais bem padronizado e mais utilizado mundialmente, o de Barthel
ADL Index (ver Quadro 1 e 2) (REBELATTO; MORELLI, 2004).
QUADRO 1
Fonte: REBELATTO; MORELLI, 2004, p. 97.
65
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QUADRO 2
Fonte: REBELATTO; MORELLI, 2004, p. 96.
Rebelatto e Morelli (2004) afirmam que apesar das controvérsias existentes
na literatura especializada sobre a definição das atividades instrumentais (AIVD'S)
da vida diária ou de extensão das atividades de vida diária (EAV`S), nestas são
considerados outros aspectos das deficiências como a comunicação, interação
social, as atividades domésticas, o trabalho, o lazer e as atividades cotidianas.
Em geral, essas medidas globais de deficiência são utilizadas para avaliar qualquer
tipo de doença ou para determinar qualidade de vida. A escala de Lawton constitui
um instrumento eficiente e confiável para avaliação das AIVD'S (ver Quadro 3).
66
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
QUADRO 3
Fonte: REBELATTO; MORELLI 2004, p. 97.
A avaliação da capacidade funcional do idoso, em específico no que se
refere a realização das AVD'S e AIVD'S, nos permite mensurar o grau de dependência
ou autonomia do indivíduo propiciando indícios claros para o planejamento e
execução de práticas de exercício físico, além de servir como base comparativa
para reavaliações, fornecendo dados que comprovam o ganho funcional em idosos
fisicamente ativos.
A curva da capacidade funcional geral, se apresenta diferente em indivíduos
sedentários e fisicamente ativos, visto que, a prática regular, sistemática e planejada
da atividade física atenua essas perdas, possibilitando a realização de uma variedade
de tarefas motoras, propiciando maior independência e autonomia do idoso para a
67
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
realização das atividades básicas e instrumentais da vida diária (FREITAS et. al.,
2002).
3 ATIVIDADE FÍSICA X EXERCÍCIO FÍSICO
Faz-se necessária a caracterização elucidativa do que diferencia atividade
física de exercício físico, além de se fazer uma discussão dos componentes da
aptidão física para a promoção da qualidade de vida das pessoas, especialmente
dos idosos.
Antes, torna-se de fundamental importância definir-se saúde como uma
condição humana com dimensões física, social e psicológica, cada uma
caracterizada por pólos positivos e negativos. A saúde positiva estaria associada à
capacidade de apreciar a vida e de resistir aos desafios do cotidiano, enquanto a
saúde negativa estaria associada à morbidade e, no extremo a mortalidade. Portanto,
atividade física é qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos
esqueléticos, que resulta em gasto energético maior do que o nível de repouso,
como exemplo, tem-se as atividades da vida diária (AVD'S), bem como as atividades
instrumentais da vida diária (AIVD'S). Enquanto o exercício físico é entendido como
toda atividade física planejada, estruturada e repetitiva que tem como objetivo a
melhoria e manutenção de um ou mais componentes da aptidão física. Aptidão
física, por sua vez, é definida como um estado dinâmico de energia e vitalidade que
permita a cada um não apenas a realização das tarefas cotidianas, as ocupações
ativas das horas de lazer e enfrentar emergências imprevistas sem fadiga excessiva,
mas também evitar o aparecimento das disfunções hipocinéticas, enquanto
funcionando no pico da capacidade intelectual e sentindo alegria em viver
(BOUCHARD; SHEPARD; STEPHENS,1993).
Em síntese, os índices de aptidão física seriam moduladores dos atributos
voltados à capacidade de realizar esforços físicos que possam garantir a
sobrevivência das pessoas em boas condições orgânicas, no meio ambiente em
que vivem (GUEDES;GUEDES, 1995).
Considerando a multidimensionalidade que envolve a atividade física em
relação aos esforços físicos, os componentes da aptidão física necessariamente
deverão ser considerados em duas vertentes: aqueles voltados à aptidão física
relacionada à saúde e aqueles que se identificam com a aptidão física relacionada
ao desempenho atlético (o esporte). Uma clara distinção entre as características
dos componentes direcionados à saúde e ao desempenho atlético poderá auxiliar
no estabelecimento de metas e estratégias a serem adotadas nos programas de
exercícios físicos, que procuram atender a promoção da saúde. A aptidão física
relacionada ao desempenho atlético refere-se a habilidades como velocidade,
agilidade, força explosiva, que foge ao âmbito dos idosos. Já a aptidão física
relacionada à saúde inclui aqueles atributos biológicos que oferecem alguma proteção
ao aparecimento de distúrbios orgânicos provocado pelo estilo de vida sedentário
68
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
que se torna, pois, extremamente sensível ao nível da prática de exercícios físicos
regulares, que de sobremaneira beneficiam na capacidade funcional do idoso (Ibid.)
Pelo que foi exposto anteriormente, torna-se bastante clara a necessidade
de melhor caracterização dos componentes voltados à aptidão física relacionados
à saúde, na tentativa de fornecer informações que venham a subsidiar a elaboração
de programas de exercícios físicos que possam efetivamente garantir os benefícios
desejados na promoção de saúde do idoso.
Dentro dessa concepção, os componentes que implicam na saúde estão
relacionados nas seguintes dimensões: morfológica, funcional-motora, fisiológica
e comportamental, como se observa no Quadro 4.
Os programas de exercícios físicos of erecidos à comunidade
tradicionalmente têm preconizado a abordagem de atividades que levem as pessoas
a vivenciar experiências das mais variadas possíveis na área física (motora),
psicológica (cognitiva e emocional) e social (interação grupal). Neste particular,
buscando-se a melhoria dos componentes da aptidão física relacionadas à saúde
funcional do idoso, deve se prescrever programas levando em conta os seguintes
aspectos: o tipo de exercício e/ou atividade física, a intensidade, a duração e a
freqüência semanal do exercício, para se ter eficácia mais vantajosa para a qualidade
de vida dessas pessoas (GUEDES; GUEDES, 1995).
QUADRO 4
Componentes da aptidão física relacionada à saúde
Fonte: GUEDES; GUEDES, 1995, p.20.
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Segundo autores mencionados acima, pode-se, assim, sintetizar que a
dimensão morfológica reúne aqueles componentes que se identificam com a
composição corporal e a distribuição da gordura corporal que apresentam alguma
relação com o melhor estado de saúde. Deste modo, o que mais interessa ao
aspecto da aptidão física relacionada à saúde, é aquela pessoa que tem um alto
percentual de massa magra e um menor percentual de gordura corporal, porque as
pesquisas mais recentes indicam que o maior conteúdo de gordura corporal contribui
para o aparecimento da hipertensão arterial, hiperlipidemia e diabetes mellitus,
provocando as complicações cardiovasculares.
Na dimensão funcional-motora, a capacidade aeróbica é definida como a
capacidade do organismo em se adaptar a esforços físicos moderados, envolvendo
a participação de grandes grupos musculares por períodos relativamente longos,
utilizando-se do consumo máximo de oxigênio durante o referido trabalho. Já a
função músculo-esquelético apresenta grande importância para a aptidão física
relacionada à saúde, pois tem como componentes a força, a resistência muscular
e a flexibilidade que são de fundamental importância para capacidade funcional do
idoso quando bem treinada. Vale citar aqui, o estudo feito pelo médico americano
Kenneth Cooper, criador do teste de Cooper ou Aeróbico, em que ele afirma que as
pessoas com 60 anos devem fazer exercícios aeróbicos e exercícios resistidos
(musculação), na relação de 55% e 45%, respectivamente, durante o referido
treinamento. Enfatiza-se que para a melhoria da qualidade de vida, os estudos
recentes comprovam que os componentes da aptidão física mais relevantes para o
aumento da capacidade funcional das pessoas idosas são os acima mencionados,
além do treinamento do equilíbrio (GUEDES; GUEDES, 1995).
Enquanto a dimensão (aptidão) fisiológica inclui aqueles componentes
em que alguns valores clínicos são mais desejáveis que outros na prevenção do
melhor funcionamento orgânico, em que aqui se destaca os componentes da pressão
sanguínea, a tolerância à glicose, a sensibilidade insulínica, a oxidação de
substratos, os níveis de lipídios sanguíneos e o perfil das lipoproteínas, componentes
importantes para o aumento da capacidade funcional do idoso quando se mantêm
em patamares aceitáveis.
Por último, tem-se a dimensão comportamental, referindo-se ao componente
relacionado à tolerância ao estresse. Nesse particular os estudos têm comprovado
que a prática de exercícios físicos regulares pode agir positivamente nesse campo,
promovendo uma ação tranqüilizante que leva à sensação de bem-estar, pois o
esforço físico induz o organismo a uma maior produção do hormônio chamado
endorfina, provocando deste modo, reações bioquímicas que podem diminuir os
níveis de estresse, mantendo-os em níveis satisfatórios.
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4 PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS
A prescrição do exercício físico, moldada ao idoso individual, considera o
tipo, a freqüência, a duração e a intensidade da atividade proposta, devendo incluir
informações sobre o aquecimento, o condicionamento e o relaxamento. Os
programas de exercícios devem ser elaborados sob medida para combinar
resistência, força muscular e mobilidade da articulação durante a sessão de
exercício, sendo recomendados exercícios de baixo impacto. (KISNER; COLBY,
1998).
De acordo com o American College of Sports Medicine, as metas dos
exercícios para idosos incluem: "(...) manutenção a capacidade funcional para
uma vida independente, redução do risco de doença cardiovascular, retardo da
progressão de doenças crônicas, promoção do bem estar fisiológico e oportunidades
para a interação social."(ROBERGS; ROBERTS, 2002).
A intensidade do programa de exercícios deve ser baixa no início (30 a
40% do VO2max.), pois reduz o risco de lesão e stresse inicial cardiorrespiratório
e termorregulatório. Os idosos devem saber como monitorar seus níveis de
intensidade, ou seja, as freqüências cardíacas, respiratórias ou percepção do
esforço porque podem necessitar de um período de ajuste antes de se exercitarem
em níveis mais altos. A intensidade moderada é definida como de 50 a 70 % e a
alta intensidade como acima de 70% da capacidade aeróbica máxima. As mudanças
abruptas da intensidade são contra-indicadas (KAUFFMAN, 2001).
A intensidade máxima pode ser calculada de duas formas, quando a
capacidade máxima estiver sendo medida através de um teste de esforço, a
intensidade do exercício pode ser relacionada à freqüência cardíaca máxima. A
freqüência cardíaca máxima prevista para a idade pode ser calculada pela fórmula
220 - idade = freqüência cardíaca máxima prevista. Portanto, a freqüência cardíaca
desejada é calculada como um percentual da capacidade máxima de exercícios,
ou seja, através da equação 40%X (freqüência cardíaca máxima - freqüência cardíaca
de repouso) + freqüência cardíaca de repouso. Por exemplo, para um paciente
com 70 anos de idade, a freqüência cardíaca máxima prevista será de 150(220 70), caso a freqüência cardíaca de repouso seja de 72 e ele seja exercitado a 40%
da capacidade máxima de exercício, a freqüência cardíaca desejada será de 40%
X (150 - 72) + 72 = 103 batimentos por minuto. Outra forma de cálculo é através da
relação linear entre o consumo de oxigênio e a freqüência cardíaca durante cargas
de trabalho submáximas, a freqüência cardíaca desejada pode ser monitorada
durante o exercício como uma indicação da intensidade do treinamento. O exercício
também pode ser prescrito em termos de equivalentes metabólicos, que vêm a ser
o consumo de oxigênio durante o repouso ou 3,5 ml/kg por minuto, o equivalente
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metabólico é calculado para uma série de atividades e a margem de segurança de
intensidade de exercícios é de 4 a 7 equivalentes para os idosos com testes de
esforço normais (GALLO et. al., 2001).
Quanto à duração do programa, deve começar com períodos curtos de 10
a 20 minutos de exercícios e aumentar gradualmente até 30 a 60 minutos, à medida
que o indivíduo progride com o treinamento. Além da duração é preciso um período
de aquecimento em torno de 10 minutos. Esse aquecimento é planejado para
produzir aumentos graduais da circulação sanguínea e eleva a temperatura corporal
e tecidual, podendo evitar tensões musculares, dores, lesões e anormalidades no
ritmo cardíaco durante o período de condicionamento. Uma fase de 10 minutos de
exercícios de relaxamento e alongamento deve finalizar cada sessão de exercícios
(FREITAS et al., 2002; GALLO et. al., 2001).
Segundo Nieman (1998), nos idosos com limitações estruturais e funcionais
as sessões de treinamento devem ser curtas e menos intensas e, portanto, mais
freqüentes. À medida que a capacidade funcional aumenta, a duração e a intensidade
das sessões podem ser aumentadas e a freqüência reduzida.
É recomendado um programa de condicionamento físico abrangente,
incluindo treinamento cardiorrespiratório, flexibilidade e força, entretanto, é possível
que o tipo de exercício seja modificado de acordo com as condições clínicas e de
saúde preexistentes, visto que para idosos com doença degenerativa das
articulações é recomendado atividades sem sustentação de peso, como bicicleta
ergométrica, exercícios na água e de cadeira. Os idosos com hipotensão ortostática
são beneficiados com atividades moderadas contínuas, com curtos intervalos de
repouso, com movimentos que minimizem as mudanças de posição do corpo e,
no caso da osteoporose senil, são indicados exercícios com sustentação de carga,
visto que o exercício contra resistência aumenta a densidade mineral óssea. Portanto,
o tipo de exercício precisa refletir o tipo e a quantidade de limitações do idoso
(ROBERGS; ROBERTS, 2002).
A progressão deve ser lenta, a mudança em um programa de exercícios
deve estar embasada em como o idoso está respondendo ao esquema atual, às
limitações de saúde e às metas individuais. A duração e a intensidade devem
progredir vagarosamente com uma elevação escalonada, geralmente, ao longo de
seis meses ou mais, de acordo com a necessidade. Os exercícios devem começar
com 30 a 40% da capacidade aeróbica máxima por 10 a 20 minutos de exercício
contínuo, a duração da sessão deve ser gradualmente aumentada de 30 a 60
minutos e o acréscimo na intensidade não deve ultrapassar 10% por mês (GALLO
et. al., 2001).
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Os idosos devem ser aconselhados a usar um calçado apropriado para a
prática esportiva, roupas confortáveis, evitar temperaturas amenas, e a procurar
um médico caso comecem a sentir batimentos cardíacos irregulares; grave restrição
respiratória; desmaios ou vertigens; dor no peito, membros, pescoço ou mandíbula
e lesões ou edemas articulares (REBELATTO; MORELLI, 2004).
Os programas de condicionamento físico devem ser supervisionados
continuamente para se confirmar se a capacidade de exercício não está sendo
ultrapassada. Se o programa não é supervisionado, os idosos devem ser
cuidadosamente instruídos como medir o seu próprio pulso para que seja assegurado
que o exercício está sendo realizado em nível apropriado e o idoso possa se beneficiar
de seus efeitos positivos.
Deve-se ainda considerar a capacidade física e funcional do idoso, e para
isso, é recomendado a realização de testes que avaliem sua performance física.
EXAME DA PERFORMANCE FÍSICA
O exame da performance física do paciente idoso objetiva identificar
impedimentos (primários e secundários) e incapacidades devendo centrar-se na
performance física individual para melhora do status funcional e redução da
morbidade. O exame físico em geriatria objetiva detalhar achados que possibilitem
um mapeamento do sistema músculo-esquelético e neurológico periférico. Os
componentes do sistema musculoesquelético são: sinais vitais, estado mental,
inspeção, palpação, amplitude de movimento e força muscular. No sistema
neurológico são avaliados os nervos cranianos, os nervos periféricos, a função
motora, a função sensorial e o status mental (REBELATTO; MORELLI, 2004).
Para estes autores a avaliação física funcional dos idosos deve centrar-se
em tarefas variadas que preconizem as atividades básicas e instrumentais de vida
diária, pois se constitui a melhor forma de estabelecer um parâmetro comportamental
idêntico para a avaliação clínica e a intervenção proposta. Existem inúmeros testes
desenvolvidos para avaliar o desempenho físico geriátrico com altos índices de
confiabilidade e validade para aplicação clínica como o teste da caminhada de 6
minutos, teste cronometrado de levantar-se e ir, teste de equilíbrio de Berg e teste
da performance física (ver Quadro 5).
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QUADRO 5
Fonte: REBELATTO; MORELLI, 2004, p. 116.
É importante ressaltar que o idoso normalmente apresenta limitações
funcionais em virtude de impedimentos cardiopulmonares, neuromusculares e
musculoesqueléticos, podendo queixar-se de cansaço, dispnéia, fadiga, fraqueza
e dor durante as AVD'S e AIV'S. Os testes máximos são contra-indicados nestes
casos e nos idosos com capacidade de reserva diminuída durante atividades físicas,
os testes submáximos são mais indicados, pois são capazes de determinar a
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capacidade aeróbica máxima, o diagnóstico e as limitações funcionais, avaliar os
resultados dos protocolos de tratamento e as estratégias de intervenção, além de
apresentar maior aplicabilidade, pelo fato de diminuir o stresse do paciente,
reduzindo as queixas, propiciando maior conforto e segurança para o paciente e
para o instrutor (GALLO et. al., 2001; GHORAYEB et. al., 1999; REBELATTO;
MORELLI, 2004).
6 BENEFICIOS DO EXERCÍCIO FÍSICO
Diversos são os benefícios biológicos, psicológicos e sociais que o exercício
físico proporciona aos idosos. Dentre eles, podemos destacar a melhoria dos
aspectos esqueléticos, articulares, musculares e cardiorrespiratórios (NIEMAN,
1999).
O exercício físico aumenta a massa muscular e diminui a perda óssea,
independentemente de idade, gênero ou nível de densidade óssea inicial (BARROS,
2000). Esse fato é explicado pelo aumento da densidade mineral do osso ao serem
aplicadas cargas que ultrapassam seu limiar de stress. O local onde foi aplicada a
carga responde mecanicamente, enquanto o esqueleto tem uma resposta através
do nível de cálcio aumentado (REBELATTO; MORELLI, 2004).
Muitos estudos permitem afirmar que a intensidade deve estar acima de
um limiar para que haja estimulação óssea, atividades que implicam suportar o
peso corporal e estão pouco acima das basais são consideradas dentro desse
limiar (FREITAS et al., 2002; REBELATTO; MORELLI, 2004).
O idoso necessita de aptidão muscular, termo usado pelo American College
Of Sports Medicine, para realizar as atividades diárias, ou seja, de força muscular,
resistência muscular localizada, flexibilidade e capacidade cardiovascular (NIEMAN,
1999).
Apesar da intensa discussão a respeito do ganho muscular, ele,de fato,
se dá devido ao ganho de massa muscular, ou a melhoria no recrutamento neural,
ou no aumento da habilidade na realização dos movimentos há unanimidade a
respeito do aumento de força considerável em torno de 30 a 40% (FREITAS et. al.,
2002). Sabemos, ainda, que qualquer tipo de atividade física aumenta a massa
muscular, mas os exercícios resistidos (de força) estimulam melhor este ganho,
pois além de trazer benefícios gerais para a saúde do idoso, melhorando a
mobilidade, impedindo a atrofia muscular, revertendo o quadro de hipertensão e
alta freqüência cardíaca durante a realização das AVD'S, aumentam a massa óssea
e evitam doenças cardíacas, sendo o mais completo dentre todas as demais formas
de treinamento físico, apesar de não melhorar a resistência aeróbica e problemas
gerados pela instabilidade articular, entretanto podem ser amenizados através do
fortalecimento dos músculos responsáveis pelas articulações (GHORAYEB, 1999;
HOFFMAN et al., 2000; NIEMAN, 1999).
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Kisner e Colby (1998) mostraram em seus estudos que, apesar da flexibilidade ser menos estudada que a força muscular, pode ser melhorada quando
treinada em programas específicos, ou em outros tipos de programas.
A capacidade total dos pulmões não diminui nos idosos devido o volume
de ar residual, no entanto, a capacidade vital e o volume expiratório forçado
decrescem com a idade devido o enrijecimento progressivo do tecido elástico dos
pulmões e paredes torácicas, diminuindo a eficácia do encolhimento passivo em
seguida a distensão (REBELATTO; MORELLI, 2004).
Segundo Rebelatto e Morelli (2004), a reserva do aparelho respiratório é
ampla e mesmo com a redução na velhice costuma ser o suficiente para manter o
sangue arterial saturado de O2 em repouso e esforços moderados (exceto na
asma, enfisema, insuficiência cardíaca ou hemoglobinopatia), sendo menor ainda
a grande deterioração nos idosos ativos fisicamente.
Ao avaliar as alterações do sistema cardiovascular do idoso devemos
distinguir as alterações decorrentes da comorbidade (condições clínicas
coexistentes) cardíaca. É importante considerar o estilo de vida e os fatores de
risco, especialmente o sedentarismo (ROBERGS; ROBERTS, 2002).
Estudos demonstram que no idoso sadio em repouso os volumes cardíacos,
débito cardiaco, freqüência cardíaca e volume sistólico são similares aos jovens,
no entanto a reserva cardíaca diminui mesmo nos idosos sadios e ativos devido ao
enrijecimento progressivo da aorta e grandes vasos e da diminuição da resposta
cardiovascular a estimulação beta-adrenérgica (REBELATTO; MORELLI, 2004).
Enquanto a função sistólica permanece preservada (em repouso), na
diastólica ocorre alteração devido a hipertrofia ventricular pelo aumento do póscarga. Ocorre diminuição da fase de enchimento rápido do ventrículo no início da
diástole e como conseqüência o idoso é, em especial, dependente da fase final do
enchimento ventricular, pois a menor complacência torna o idoso sensível às
elevações pré-carga (FREITAS et. al., 2002; REBELATTO; MORELLI, 2004).
A capacidade máxima para a utilização do oxigênio no metabolismo (VO2
max.) diminui ao longo dos anos devido o aumento do tecido adiposo em relação
aos tecidos magros metabolicamente ativos, sendo mais acentuadas a redução
no sexo feminino. O metabolismo básico (MB) do organismo em repouso consome
um VO2 de 3,5 ml/Kg/min para atender a demanda o coração bombeia 5l de sangue
por minuto como debito cardíaco que é determinado pela freqüência cardíaca e
pelo volume de ejeção de cada batimento. (exemplo: 80 bat/min x 60 ml por
batimento). Ao longo dos anos o MB diminui pela redução dos tecidos
metabolicamente ativos (massa corporal magra) (FREITAS et. al., 2002; BARROS,
2000).
Durante o esforço físico as demandas dos músculos em atividade em
relação aos nutrientes aumentam de forma dramática, o coração responde
aumentando o débito cardíaco (no adulto jovem e aumentando a frequência cardíaca
até o máximo de 200 bat/min, no idoso perde essa reserva cerca de 1 batimento a
cada ano) (GUYTON; HALL, 2002).
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O aumento do débito cardíaco durante esforços é pela maior parte canalizado pelo leito vascular da musculatura, graças ao aumento da pressão arterial e
a dilatação auto-regulada da microcirculação, felizmente o músculo dispõe de outra opção: aumentar a captação de O2 a partir do sangue que recebe, portanto o
músculo treinado e mais eficiente requer um fluxo menor de sangue para determinado VO2 reduzindo a carga de trabalho imposta ao coração (REBELATTO;
MORELLI, 2004).
Apesar das alterações primárias inerentes ao processo de envelhecimento
sobre o sistema cardiorrespiratório, o exercício físico pode trazer benefícios ao
idoso, principalmente ligado ao condicionamento aeróbico da musculatura voluntária
(GALLO, 2001).
Além dos benefícios físicos e funcionais da prática de exercício físico pelo
idoso, outros benefiçios são bastante evidentes, dentre estes os psicossociais.
Os benefícios psicológicos implicam no bem estar na velhice, promovendo satisfação
pessoal e significado para a continuidade da vida. A perda dos referenciais imposta
pela sociedade torna os idosos insatisfeitos, portanto, a participação em atividades
que geram compromissos e interação social é essencial para manter a auto-estima
do idoso, além do exercício físico causar mudanças corporais, o que altera também
a imagem que o idoso tem de si mesmo, melhorando, em função disso, o autoconceito e a afetividade (DEBERT, 1999; ZIMERMAN, 2000).
A sociedade, portanto, deve oferecer aos idosos condições materiais e
sociais adequadas à realização de programas de condicionamento físico que possam
trazer inúmeros benefícios para a saúde e melhoria da qualidade de vida dos idosos.
A velhice, portanto, deve ser repensada e, segundo Debert (1999), reinventada.
O processo normal do envelhecimento caracteriza - se pela diminuição
da capacidade funcional dos diversos órgãos e tecidos, acarretando um risco
aumentado de doenças, na sua maioria crônica-degenerativas.
O processo de envelhecimento promove variações individuais decorrentes
de fatores genéticos e ambientais, tornando o idoso mais ou menos vulnerável a
ação do tempo de vida, ocorrendo, por conseqüência, a diminuição da forca, da
resistência muscular, da flexibilidade, da coordenação, do equilíbrio, da marcha e
o declínio da aptidão funcional que envolve a capacidade aeróbica que restringe se a medida da habilidade do coração, pulmão e vasos sanguíneos em levar oxigênio
aos músculos e utilizar esse oxigênio de modo eficiente.
7 CONCLUSÃO
O estudo realizado permite concluir que o exercício físico influencia
diretamente na qualidade de vida funcional do idoso, como um fator preponderante
para o desenvolvimento de suas atividades básicas de vida diária (AVD’S) e
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atividades instrumentais de vida diária (AIV’S) e portanto para a manutenção da
capacidade funcional, novo conceito de saúde do idoso.
A sociedade, portanto, deve oferecer aos idosos condições materiais e
sociais adequadas à realização de programas de condicionamento físico que possam
trazer inúmeros beneficios para a saúde e melhoria da qualidade de vida dos idosos.
A velhice, portanto, deve ser repensada e, segundo Debert (1999), reinventada.
PHYSICAL EXERCISE IMPLICATION IN THE FUNCTIONAL CAPACITIES
ABSTRACT
The process of aging is a dynamic and progressive deterioration of vital energy
during lifetime in a period equivalent to the beginning of morfofunctional, biochemical
and psychological modifications and it's usually associated with the compromise
of cognitive, physical, physiological functions and the reduction of functional capacity.
The combination of several impediments to function that are common in the elderly
could make them less able to perform daily actives and instrumental daily activities,
such as mobility reduction and behavior alteration. The objectives of this
bibliographical article were: to analyze the practice of physical activities over the
quality of life of the elderly; make the difference between physical activities and
physical exercises; identify and characterize the physical performance exam and a
prescription of visible conditioning program. According to the authors that were
examined, physical exercise promotes biological, psychological, and social benefits,
decreases the mortality and increases the expectancy of an active life. Therefore,
this article is relevant because it shows the benefits of regular and systematic
practice of exercise that can compensate the decline of functional capacities resulting
from aging and improve the quality of life for the elderly can be improved.
Key Words: Aging. Functional Capacity. Physical Exercise.
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ANÁLISE HISTOMORFOLÓGICA DA REGENERAÇÃO ÓSSEA INDUZIDA
PELA MATRIZ DENTINÁRIA HETERÓGENA NA TÍBIA DE RATOS TRATADOS
PELA REGENERAÇÃO ÓSSEA GUIADA
Roberta da Silveira Amorim *
Francymara Barbosa de Oliveira *
Ísidra Manoela Sousa Portela Santos **
RESUMO
O objetivo desse trabalho foi avaliar através da análise histomofológica a regeneração
óssea induzida pela matriz dentinária heterógena descalcificada em defeitos ósseos
cirúrgicos experimentais na tíbia de ratos, ocluídos com membrana de polímero de
poliuretano. Foram utilizados 24 ratos Wistar (Rattus norvegicus) divididos em
dois grupos, sendo que no grupo controle (C1) os animais tiveram o defeito
preenchido apenas com coágulo sangüíneo e no grupo tratado (E1) foram
implantados partículas de matriz dentinária desmineralizada heterógena envolvidos
com membrana de poliuretana. A dentina foi obtida após exodontia de incisivos
centrais de coelhos raça Nova Zelândia Branca (Oryctologos cunicular L.). De acordo
com o período de cicatrização óssea, determinado de 7, 15 e 30, os animais foram
sacrificados, em grupos de quatro a cada período. As peças contendo os defeitos
ósseos foram removidas em blocos e fixadas em formol à 10% sendo submetidas
à análise microscópica. Os resultados mostraram que a membrana de poliuretana
exibiu propriedades de osteopromoção e que a matriz dentinária desmineralizada
heterógena não induziu a neoformacão óssea causando uma intensa reação
inflamatória, sendo reabsorvida durante o processo inflamatório.
Palavras-chave: Regeneração óssea. Proteínas morfogenéticas ósseas. Matriz
dentinária desmineralizada.
1 INTRODUÇÃO
O tecido ósseo possui em sua composição células em uma matriz
extracelular mineralizada, reforçadas por fibras colágenas, estas responsáveis pelo
grau de elasticidade. A matriz óssea é intensamente calcificada, devido à presença
do fosfato de cálcio na forma de cristal de hidroxiapatita, responsável pelo alto grau
________________
* Alunas do 10º período do curso de Odontologia da FACID
** Mestre em Biologia Oral pela Universidade do Sagrado Coração, Especialista em Morfologia,
Professora de Histologia e Embriologia da FACID
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de dureza deste tecido. As células encontradas no tecido ósseo são as células
osteoprogenitoras, que estão localizadas na camada celular interna de periósteo,
revestindo canais de Havers, canais de Volkmann e canal medular, possuindo a
capacidade de se diferenciarem em osteoblastos; os osteócitos que são
denominados de células maduras do osso, derivadas dos osteoblastos, são
encontrados em pequenos espaços da matriz chamados de lacunas; e os
osteoclastos que são células que se originam de precursores da medula óssea,
sendo responsáveis pela reabsorção e remodelação da matriz óssea depositada
pelo osteoblasto (JUNQUEIRA, CARNEIRO, 2004).
O osso é considerado uma das etapas finais no processo de evolução dos
tecidos suporte. Ele tem uma vantajosa habilidade de remodelação e de regeneração
ao longo da vida, isso graças a proliferação das células osteoprogenitoras e
diferenciação das células mesenquimais indiferenciadas (FRIEDENSTEIN, 1976).
Durante o processo de regeneração óssea o tecido conjuntivo invade rapidamente
a ferida cirúrgica e esse obstáculo pode prejudicar e até mesmo impedir a
osteogênese. Para evitar tal problema, mecanismos de selamento físico podem
ser utilizados isolando o local promovendo uma osteopromoção através da técnica
da Regeneração Óssea Guiada (DAHLIN buser; schenle,1996).
Fatores de crescimento específico, denominados de proteínas
morfogenéticas óssea (BMP's), pertencentes à subfamília dos fatores de
crescimento transformadores beta tem propriedades para estimular a proliferação
das células osteoprogenitoras em condroblastos e/ou osteoblastos, com
subseqüente deposição de matriz óssea. Para acelerar o processo de regeneração
óssea tem sido relatada na literatura a utilização da matriz dentinária desmineralizada
que apresenta proteínas morfogenéticas na sua composição como material
osteoindutor (GONÇALVES, 1997, GOMES, 1998, SANTOS, 2006). O objetivo
desse trabalho foi avaliar através da análise histomofológica a regeneração óssea
induzida pela matriz dentinária heterógena descalcificada em defeitos ósseos
cirúrgicos experimentais na tíbia de ratos, ocluídos com membrana de polímero de
poliuretano.
2 CASUISTICA E MÉTODO
Foram utilizados 24 ratos da espécie Rattus norvegicus com peso médio
de 280 kg fornecido pelo biotério da Faculdade Integral Diferencial - FACID. Esses
animais foram divididos em dois grupos, sendo que no grupo controle (C1) os
animais tiveram o defeito preenchido apenas com coágulo sangüíneo e no grupo
experimental (E1) foi implantado partículas de matriz dentinária desmineralizada
heterógena envolvida com membrana de poliuretano.
A preparação cirúrgica do defeito foi realizada na tíbia dos ratos, e teve
início com a tricotomia da região a ser incisada e assepsia com polvidine tópico. A
área a ser operada foi isolada com campos cirúrgicos estéreis e uma incisão linear
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de 20 mm de extensão, no sentido crânio-caudal, foi feita com um bisturi no 15,
seguida de divulsão da pele, músculo e periósteo para a exposição da superfície
óssea. Com uma broca esférica de aço n° 8 montada em um micromotor cirúrgico
com abundante irrigação com soro fisiológico, foi realizado um defeito ósseo na
forma elíptica com dimensão de 6 mm e profundidade até atingir o canal medular.
Os animais pertencentes ao grupo controle (C1) tiveram os defeitos preenchidos
apenas com coágulos sangüíneos e, em seguida foi procedida à sutura por planos,
primeiramente de periósteo, seguida da sutura da pele com fio absorvível. No grupo
tratado (E1), foi implantado matriz dentinária desmineralizada heterógena nas bordas
e no centro do defeito e imediatamente após, o defeito foi ocluído por membrana de
poliuretano na superfície da loja cirúrgica. Em seguida, foi realizada a sutura do
periósteo, músculos e da pele.
3 RESULTADOS
Período de 7 dias
No grupo controle foi completamente preenchido por tecido mesenquimal
osteogênico com discretas áreas de proliferação óssea próximo ao canal medular,
onde se observou trabéculas ósseas imaturas bastante entrelaçadas circundadas
por células com perfil osteoblástico.
FIGURA 1- Aspecto histológico do defeito ósseo do grupo controle com 7 dias, Aumento 50X, HE.
No grupo tratado (E1) foi observado no interior de defeito ósseo que a
matriz dentinária foi circundada por intenso infiltrado inflamatório agudizado, sem
nenhum sinal de neoformação óssea, sendo observado ainda pequenas áreas de
reabsorção na matriz dentinária desmineralizada heterógena.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
FIGURA 2- Aspecto histológico do defeito ósseo do grupo tratado (E1) com 7 dias. Partículas de
matriz dentinária desmineralizada heterógena (*). Aumento 50X. HE.
FIGURA 3- Matriz dentinária desmineralizada heterógena (MDDH) circundada por infiltrado
inflamatório agudo (*). Aumento 400X. HE.
Período de 15 dias
No grupo controle foi observado que o defeito ósseo cirúrgico foi preenchido
por bastante tecido mesenquimal osteogênico principalmente na região central do
defeito. As trabéculas ósseas de tecido ósseo primário apresentavam-se finas e
entrelaçadas, com espaços medulares amplos e celularizados sendo revestido por
osteoblastos.
83
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
FIGURA 4- Aspecto histológico do defeito ósseo do grupo controle com 15 dias. Aumento 50X.
HE.
No grupo tratado (E1) foi observado que matriz dentinária ficou circundada
por infiltrado linfo-histiocítico com focos de agudização e com intensas áreas de
reabsorção. Pode-se perceber a presença de trabéculas ósseas imaturas e
entrelaçadas nas margens do defeito ósseo.
FIGURA 5- Aspecto histológico do defeito ósseo do grupo tratado (E1) com 15 dias. Partícula de
matriz dentinária desmineralizada heterógena sendo reabsorvida (*). Aumento 50X. HE.
FIGURA 6- Matriz dentinária desmineralizada heterógena (MDDH) circundada por infiltrado linfohistiocítico (-) com intensas áreas de reabsorção (*). Aumento 400X. HE.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Período de 30 dias
No grupo controle, o tecido mesenquimal osteogênico é muito evidente
em todo a loja cirúrgica. O tecido ósseo apresenta as fibras colágenas
desorganizadas com trabéculas ósseas imaturas e trançadas principalmente
próximas ao canal medular. Dentro do canal foram observadas trabéculas ósseas
menos numerosas quando comparadas com as da região periférica do defeito.
FIGURA 7- Aspecto histológico do defeito ósseo do grupo controle com 30 dias. Aumento 50X.
HE.
No grupo tratado (E1) foi observado neoformação óssea na base do defeito
abaixo da matriz dentinária heterógena desmineralizada com trabéculas óssea
imaturas com pequenos espaços medulares, já demonstrando uma certa
organização das fibras colágenas. Parte da matriz dentinária heterógena foi
reabsorvida e os fragmentos restantes mostram-se circundados por fibras colágenas
com discreto infiltrado mononuclear.
FIGURA 8- Aspecto histológico do defeito ósseo do grupo tratado (E1) com 30 dias. Partículas de
matriz dentinária desmineralizada heterógena sendo reabsorvida(ß). Aumento 50X. HE.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
FIGURA 9- Fragmento de matriz dentinária desmineralizada heterógena (MDDH) circundada por
fibras colágenas com discreto infiltrado mononuclear (Ó). Aumento 400X. HE.
4 DISCUSSÃO
Nesta pesquisa optou-se pela confecção de um defeito não crítico e com
a remoção de apenas uma das corticais, ou seja, um defeito que o próprio organismo
repararia com uma neoformação óssea sem a necessidade de tratamento. Deste
modo, fica mais fácil verificar a eficácia do material de enxerto, assim como comparar
a velocidade do processo de regeneração óssea.
Existem quatro diferentes tipos de enxerto em relação à sua origem:
autólogos; isólogos; homólogos e heterólogos. Vários estudos utilizando enxerto
de dentina desmineralizada autógena (URIST, 1965; GONÇALVES, 1997; GOMES,
1998; ABREU et al., 2004) e homógena (SANTOS, 2006) tem sido relatado na
literatura, porém pouco se encontram trabalhos envolvendo a associação da técnica
da regeneração óssea guiada induzida por dentina heterógena em roedores.
Têm-se estudado diferentes tipos de materiais osteoindutores e/ou
osteocondutores com o intuito de auxiliar de maneira positiva o processo de
regeneração óssea. Dentre as inúmeras opções, a matriz dentinária desmineralizada
tem mostrado excelentes resultados na liberação de proteínas morfogenéticas
ósseas com conseqüente indução de células osteoprogenitoras em se diferenciar
em osteoblasto, acelerando assim o processo de neoformacão óssea (CATANZAROGUIMARÃES et al. 1986; GLOWACKI, SPECTOR, 1990; GOMES 1998). Neste
trabalho, não foi observada em nenhum período estudado atividade quimiotática
das partículas de matriz dentinária desmineralizada heterógena, ou seja, células
adjacentes às partículas de dentina não sofreram hipertrofia, não assumindo assim
um perfil osteoblástico para dar início à deposição de matriz óssea ao redor da
dentina desmineralizada (Figura 9).
Foi observados que nos primeiros 7 dias a matriz dentinária provocou intensa
resposta inflamatória agudizada (Figura 2), evoluindo para um infiltrado crônico
com discreta agudização após 15 dias (Figura 6) e que mostrou-se bastante diminuído
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
ao final dos 30 dias (Figura 9). Contrariando os achados de Gonçalves (1997), as
partículas de matriz dentinária heterógena em contato com as células do tecido de
granulação, como células fonte-mesenquimais, fibroblasos jovens, macrófagos,
linfócitos, e outras células do infiltrado inflamatório perderam suas propriedades de
osteoindução através da liberação de proteínas morfogenéticas ósseas. Como o
processo inflamatório foi muito intenso, pode ter havido uma inibição da osteogênese
no grupo tratado quando comparado com o grupo controle especialmente com 15
dias.
A superfície da matriz dentinária apresentou-se irregular com presença de
células do tipo clastos com intensa atividade de reabsorção, que se tornou avançada
principalmente no período de 30 dias. Esses dados coincidem com os resultados
obtidos por Gomes (1998) e Gonçalves (2001), pois nesses trabalhos também
ocorreu reabsorção completa da dentina durante o processo de remodelação óssea.
Os resultados da análise microscópica do grupo tratado ainda
demonstraram que a cicatrização óssea fez-se de forma centrípeta, ou seja, da
periferia para o centro do defeito. Após a formação do tecido de granulação observouse a proliferação de células osteogênicas da medula óssea e do endósteo próxima
às bordas ósseas do defeito, principalmente no período de 15 dias, com formação
de trabéculas ósseas imaturas e entrelaçadas (Figura 5). Com 30 dias a regeneração
óssea do grupo tratado apresentou trabéculas óssea imaturas com pequenos
espaços medulares, já demonstrando uma certa organização das fibras colágenas
na base da loja cirúrgica, sendo provavelmente resultado da proliferação normal
das células osteoprogenitoras (Figura 8).
A utilização da membrana oclusiva de polímero de poliuretano evitou a
invasão altamente proliferante dos fibroblastos permitindo assim um intervalo de
tempo maior para que as células osteoprogenitoras repovoem com eficiência a
área do defeito e promovam a neoformação óssea, concordando com os resultados
de Nyman e Lang (1994), Dahlin, Buser e Schont (1996), Belmonte et al. (2005) e
Santos (2006).
5 CONCLUSÃO
De acordo com os resultados obtidos aplicando-se a metodologia e com
base na revisão de literatura pertinente, pode-se concluir que:
a) a membrana de poliuretana exibiu propriedades de osteopromoção
dificultando a invasão de tecido mole no defeito ósseo cirúrgico;
b) a matriz dentinária desmineralizada heterógena não induziu a
neoformacão óssea causando uma intensa reação inflamatória;
c) as partículas de matriz dentinária desmineralizada heterógena foram
reabsorvidas durante o processo inflamatório.
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HISTOMORPHOLOGICAL ANALYSIS OF BONE REGENERATION INDUCED
BY HETEROGENEOUS DEMINERALIZED DENTIN MATRIX IN THE TIBIA OF
RATS TREATED BY GUIDED BONE REGENERATION
ABSTRACT
This study aimed to assess through histomorphological analysis, the bone
regeneration induced by heterogeneous demineralized dentin matrix in experimental
surgical bone defects of tibia of rats occluded with polyurethane polymer membrane.
Twenty four Wistar rats (Rattus norvegicus) were divided into a control group (C1),
whose defects were filled only with blood clot, and an experimental group (E1) in
which one implanted particles of heterogeneous demineralized dentin matrix coated
with polyurethane membrane. Dentin was obtained after the extraction of central
incisors of New Zealand white rabbits (Oryctologos cunicular L.). According to bone
healing periods, determined as being of 7, 15 and 30 days, animals were sacrificed
in groups of four in each period. Portions with bone defects were removed in sections
and were fixed with 10% formaldehyde and submitted to microscopic analysis.
The results suggested that the polyurethane membrane showed osteopromotive
properties and the heterogeneous demineralized dentin matrix did not induce bone
neoformation which caused an intense inflammatory reaction and was reabsorbed
during the inflammatory process.
Key Words: Bone Regeneration. Bone Morphogenetic Proteins. Demineralized
Dentin Matrix
REFERÊNCIAS
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de Resina de Poliuretano como Barreira. Braz Oral Res, v. 19, Supplement
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
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pela técnica da regeneração óssea guiada. Dissertação (Mestrado em Biologia
Oral) - Universidade do Sagrado Coração. Bauru, 2006.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
ANÁLISE DA LORDOSE LOMBAR EM PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE
HÉRNIA DISCAL
Maria Ester Ibiapina Mendes de Carvalho ,
Laís Cristina de Almeida,
Reynaldo Mendes de Carvalho Júnior,
Carlos Eduardo Pinheiro Lucio Filho,
Lorena Ibiapina Mendes de Carvalho.
RESUMO
O deslocamento do disco intervertebral lombar é a causa mais freqüente de dor
lombar e em membro inferior de origem mecânica. Na coluna vertebral, a coluna
lombar é a mais susceptível a lesões e à sobrecarga, sendo necessário para o seu
bom funcionamento, além da integridade biomecânica, a harmonia entre as
curvaturas antero-posteriores e a ausência de curvaturas laterais. O objetivo do
presente trabalho foi analisar a lordose lombar em pacientes com hérnia de disco
lombar. Este foi um estudo descritivo transversal de 30 pacientes com hérnia de
disco lombar (18 homens e 12 mulheres) com idade entre 27 e 65 anos. Os
pacientes foram submetidos a exame médico especializado, tendo exame de
imagem e sintomatologia compatíveis. Submetidos a Avaliação Fisioterapêutica e
a Escala Analógica de Dor. Todos realizaram Rx. simples de coluna lombar anteroposterior (AP) e em Perfil, na posição ortostática. Da amostra masculina, 13/18
pacientes (72%) tinham a curva lombar normal com valor absoluto compreendido
entre 40º e 60º. Na amostragem feminina, 8/12 (66%) tiveram a curvatura lombar
anatômica, com valores compreendidos entre 40º e 65º. Embora a curva vertebral
lombar aparentasse estar anormal em 26 pacientes, as radiografias mostraram
curva anormal em apenas nove. O presente estudo mostrou que a presença de
lordose lombar anormal na maior parte dos pacientes com hérnia de disco lombar
é apenas aparente e não anatômica.
Palavras-chave: Lordose lombar. Hérnia de disco lombar. Postura
________________________________
*Maria Ester Ibiapina Mendes de Carvalho Fisioterapeuta - Professora de Avaliação Clínica
Fisioterapeutica e Fisioterapia Neurológica FACID. Coordenadora do Curso de Fisioterapia da
Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Professora do Curso de Especialização da Faculdade de
Ciências Médicas MG. ** Laís Cristina de Almeida - Coordenadora e Professora Ministrante do Curso
de Especialização em RPG/REPOSTURARSE - Reestruturação Postural Sensoperceptiva, Professora
de Recursos Terapêuticos Manuais da Faculdade de Ciências Médicas MG., **Reynaldo Mendes de
Carvalho Junior - Médico, especialista em Neurocirurgia, Professor de Neurologia UFPI.4 Carlos
Eduardo Pinheiro Lúcio Filho, Estudante de Medicina da UFPI. Lorena Ibiapina Mendes de CarvalhoEstudante de Medicina da UFPI,. e-mail: [email protected]
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
1 INTRODUÇÃO
A coluna vertebral, eixo de sustentação do corpo, é considerada a estrutura
protetora do neuro-eixo e concilia dois princípios mecânicos aparentemente
contraditórios: rigidez e flexibilidade (KAPANDJI, 2000).
Este segmento corporal tem sido fonte inesgotável de estudo por ser uma
das estruturas que mais sofrem com o sedentarismo e com as tensões cotidianas
(MCKENZIE, 1981).
A dor lombar é um dos males do sistema mio-ósteo-articular que mais
tem acometido a população, especialmente nas últimas décadas. É impossível
precisar o número exato de pessoas que são acometidas por dor lombar. A dor nas
costas em adultos é um dos problemas médicos mais comuns e dispendiosos.
Cerca de 80 a 90 % da população adulta sofre de dores nas costas durantes suas
vidas. Uma causa insidiosa dos sintomas, raramente percebida pelo paciente, é o
desempenho de trabalho estático contínuo, por exemplo, pelos músculos das
costas das pessoas que trabalham em computador (OLIVER, 1999).
Entre as causas da lombociatalgia mecânica, certamente a mais freqüente
é a patologia do disco lombar, que varia da protrusão a herniação extrusa do disco.
Na visão lateral de um paciente, pode-se constatar que quanto mais
profundas forem as concavidades da lordose lombar e cervical, maior será a
convexidade da cifose dorsal. Contrariamente, se tivermos uma lordose lombar
pouco acentuada, a cifose dorsal e a lordose cervical serão pouco acentuadas.
Vemos, portanto que existe uma inter-relação quantitativa entre as curvas da coluna.
A harmonia entre as curvas fisiológicas da coluna vertebral (lordose cervical / cifose
dorsal / lordose lombar) contribui para a sua estabilidade e boa funcionalidade,
sendo que, ao fletir a coluna lombar, se observa à lordose transformar-se em cifose.
As manifestações clínicas da mesma podem ser lombalgia, lombociatalgia e
síndrome da cauda eqüina. A causa mais comum de radiculopatia lombar em
pacientes com menos de 40 anos de idade é um núcleo pulposo protruso ou herniado,
enquanto que radiculopatia bilateral pode ser causada por deslocamento do material
discal centro-medial produzindo estenose espinhal (TARCÍSIO, 1999).
A lordose, bem como as demais curvas da coluna vertebral, se modificam
sob a ação de vários fatores no decorrer da vida.
A hiperlordose lombar é analisada através de radiografia em perfil, feita
com o paciente de pé. Para medi-la, traça-se uma linha que passa pela face
superior de L1 e outra que passa pela base do sacro. Então, traçam-se linhas
perpendiculares a elas, que se cruzam formando o ângulo de intercessão. Este
ângulo deve estar compreendido entre 50º e 60º. Acima de 65º, a curva lombar,
caracteriza a hiperlordose (TARCÍSIO, 1999).
O objetivo deste estudo foi: analisar a relação entre o tipo de curva lombar
91
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
e a hérnia de disco deste segmento da coluna; avaliar a curvatura da coluna lombar em pacientes de ambos os sexos e diferentes faixas etárias com a mesma
afecção; analisar a curva lombar encontrada nestes pacientes e comparar os
dados qualitativos e quantitativos, e comparar os dados qualitativos da lordose
lombar com as demais curvas vertebrais.
2 MATERIAL E MÉTODOS
Este foi um estudo descritivo transversal, prospectivo, aleatório, em
pacientes de ambos os sexos, que procuraram o serviço de fisioterapia por lombalgia
associada à dor radicular, ocasionada por patologia do disco intervertebral lombar
. Estes pacientes tiveram idade compreendida entre 27 e 65 anos.
Este estudo foi projetado de acordo com as Diretrizes e Normas
Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos (Resolução 196/
1996 do Conselho Nacional de Saúde). Todos assinaram Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido .
A amostra foi selecionada baseando-se nos seguintes critérios de inclusão:
1) Foram estudados pacientes com dor lombar associada à sintomatologia de dor
radicular por comprometimento do disco intervertebral lombar. 2) Pacientes, de
ambos os sexos, com idade compreendida entre 20 e 80 anos. 3) Todos os pacientes
foram diagnosticados previamente por um médico, ortopedista, neurologista,
neurocirurgião ou reumatologista. 4) Ter realizado exames de imagem (Tomografia
computadorizada e/ou Ressonância Magnética) que comprovassem o
comprometimento discal. Foram considerados critérios de exclusão: pacientes
foram considerados inelegíveis para o estudo se: 1) Tivessem sofrido algum
procedimento cirúrgico na coluna lombar. 2) Existisse a presença de dor lombar
sem dor radicular. 3) Na presença de formação tumoral na coluna lombar. 4) Terem
tido diagnóstico prévio de colagenose. 5) Ter escoliose dorsolombar idiopática
moderada ou severa.
O estudo foi concluído com 30 pacientes onde o mais jovem tinha 27 anos
e o mais idoso 65 anos. Destes pacientes, 18 eram do sexo masculino e 12 do
sexo feminino. Não foi registrado nenhum caso de lesão discal no espaço L1- L2.
Apenas três pacientes do sexo feminino apresentaram lesão discal no espaço de
L2-L3, dois pacientes com comprometimento discal no interespaço L3-L4. A maior
incidência aconteceu no espaço intervertebral de L5-S1 com treze pacientes, seguido
pela lesão discal L4-L5 com doze pacientes.
Todos os pacientes foram examinados e diagnosticados previamente por
médicos ortopedistas, reumatologistas, neurologistas e neurocirurgião e
encaminhados aos Serviços de Fisioterapia do Hospital Getúlio Vargas (H.G.V.), a
Clínica Recuperar em Teresina- Piauí ou ao Centro de Fisioterapia Deputado
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Francisco Paes Landim, Campo Maior - Piauí. Todos tinham realizado tomografia
computadorizada e ou ressonância magnética da coluna lombar. Foram catalogados
e registrados pela ordem de atendimento, recebendo numeração de documentação
científica de 01 a 30.
Os pacientes foram submetidos à Avaliação da Coluna Lombar, tendo sido
feito a história clinica com destaque ao episódio inicial desencadeante da dor
lomboradicular. Foram submetidos à avaliação músculo- esquelética com testes
para os músculos lombo-pélvico-trocanterianos: iliopsoas e piriforme através do
Teste de Thomas e do Piriforme respectivamente; testes de tensão neural para
avaliar o comprometimento radicular: Sinal de Lasègue e do Nervo Femoral
bilateralmente (GROSS, FETTO; ROSEN 2000). O comprimento dos músculos
Isquiotibiais e Quadrado Lombar foi avaliado através de técnicas especificas e
submetidos ao Teste de Slump (MCKENZIE, 1999) e testes de mobilidade da
coluna dorsolombar através da flexão, extensão e flexão lateral da coluna torácolombar.
Também foi observada a simetria dos membros inferiores por meio da
simetria dos maléolos mediais e analisada a marcha: distribuição simétrica do
peso corporal em ambas as pernas e a presença ou não de claudicação. Por
último, foi realizada a avaliação postural com análise qualitativa das curvas vertebrais.
As curvas da coluna vertebral foram analisadas com o paciente em posição
ortostática, numa visão de lateral, anterior e posterior, onde os parâmetros de
lordose cervical foram estabelecidos pelo alinhamento entre o lóbulo da orelha e
articulação acromioclavicular; os da cifose dorsal através do alinhamento entre
occipital, escapulas e ilíacos e por último a lordose lombar através da relação
entre as espinhas ilíacas antero superiores (EIAS) e espinha ilíaca póstero
superiores (EIPS) e da anteversão e da retroversão pélvica, onde foi considerado
a relação harmônica entre as três curvas o alinhamento ósseo entre a base do
occipital, as escapulas e os ilíacos.
Após a avaliação inicial todos os pacientes foram submetidos a exame
radiológico (Radiografia simples em AP e Perfil na posição ortóstatica).
O grau da curva lombar foi determinado através da medida padrão nos
exames de radiografia simples, em perfil, na posição ortóstatica. Neste estudo
foram considerados com lordose lombar retificada os pacientes que na medida do
ângulo lombar: L1 - S1 apresentaram ângulo lombar inferior à 40º e com hiperlordose
os pacientes que apresentaram o angulo lombar superior a 65º na posição
ortostática . O procedimento utilizado para medir o ângulo lombar foi: traçar uma
linha na face superior da primeira vértebra lombar e uma segunda linha passando
sobre a face superior do sacro, foi traçada uma terceira linha paralela à linha da
93
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
face superior do sacro, que no seu prolongamento produz um ângulo de intersecção
com a linha da face superior do corpo da primeira vértebra lombar - L 1 (BOGDUK,
1997) .
Após a medição do ângulo da lordose lombar estudou-se a existência
da relação entre o tipo de curva encontrada com o sítio patológico da lesão do
disco intervertebral lombar; a relação do tipo de curva encontrada com a idade e
o sexo do paciente em estudo; a incidência do tipo de curva com a população em
questão; a relação entre a patologia do disco intervertebral lombar e a natureza da
lordose lombar. Na radiografia simples (em perfil e na posição ortostática), foi
analisada a presença de escoliose lombar.
Os pacientes foram classificados segundo a localização patológica da
lesão discal intervertebral e segundo o tipo de curva lombar encontrada. Este estudo
foi realizado no período de 12 meses, de maio de 2002 a maio de 2003.
3 RESULTADOS
Quanto à distribuição da patologia por sexo, 18 /30 pacientes (60%) eram
do sexo masculino e 12/30 (40%) eram do sexo feminino (Tabela 1).
Tabela 1: Relação entre o sexo e a localização da H.D
Sexo
Loc. HD
M
F
TOTAL
L1-L2
-
-
-
L2-L3
-
3
3
L3-L4
1
1
2
L4-L5
10
2
12
L5-S1
7
6
13
TOTAL
18
12
30
Legenda: Loc. HD- Localização da Hérnia de Disco,
M-Masculino; F=Feminino. Fonte: Pesquisa direta, 2003.
De 30 casos (100%) desta amostragem, 22 pacientes (73,33%) tiveram
idade compreendida entre 31 e 60 anos, 4 casos (13,33%) estavam entre 20 e 30
anos. Foram registrados 4 casos (13,33%) entre 61 e 70 anos de idade(Tabela 2).
94
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Tabela 2 : Relação entre Lesão do Disco Lombar X Faixa Etária.
Idade
Loc.
21-30
31-40
41-50
51-60
61-70
71-80
TOTAL
L1-L2
-
-
-
-
-
-
-
L2-L3
-
1
1
1
-
-
3
L3-L4
-
1
-
-
1
-
2
L4-L5
2
2
3
3
2
-
12
L5-S1
2
4
4
2
1
-
13
TOTAL
4
8
8
6
4
-
30
HD
Fonte: Pesquisa direta 2003.
Nas lesões discais nos espaços L3-L4, L4-L5 e L5-S1, o sexo masculino
foi mais acometido que o feminino, numa proporção de 2/ 1 (Tabela 3).
Tabela 3: Relação entre localização da lesão do disco lombar X Sexo X Faixa Etária.
Idade
Loc.
Sexo
21-30
M
F
31-40
M
F
41-50
M
F
51-60
M
F
61-70
M
F
TOTAL
HD
L1-L2
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
L2-L3
-
-
-
1
-
1
-
1
-
-
3
L3-L4
-
-
1
-
-
-
-
-
1
-
2
L4-L5
1
1
2
-
2
1
3
-
2
-
12
L5-S1
1
1
2
2
3
1
1
1
-
1
13
TOTAL
2
2
5
3
5
3
4
2
3
1
30
Legenda: Loc. HD= Localização da Hérnia de Disco; M=Masculino; F=Feminino
Fonte: Pesquisa direta. 2003.
A população masculina nesta amostra foi de 18 pacientes. Neste estudo,
13/18 pacientes (72%) tiveram a curva lombar compreendida entre 40 e 60º. Apenas
4 pacientes (22% da amostragem) tiveram a curva lombar abaixo de 40º, estando
classificada como retificada. Apenas 1/18 pacientes (5,5%) teve a curva lombar
aumentada (acima de 65º), estando classificado como hiperlordose lombar (Tabela
4).
Na avaliação do ângulo da lordose lombar (L1-S1), no sexo feminino, 8/12
pacientes neste estudo (66%) tiveram a curva lombar com lordose anatômica ou
normal, com ângulo compreendido entre 40º e 65º. 1/12 (8,3 % da amostragem)
teve curva lombar com hiperlordose com ângulo L1-S1 acima de 65º, apenas 3
95
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
pacientes (3/12 ou 25% da amostragem) tiveram a curva lombar retificada com
ângulo L1 / S1 inferior a 40º.
Tabela 4: Relação entre a localização da lesão do disco lombar X o ângulo da lordose
lombar (L1-S1) no sexo masculino.
Grau LL (°)
15-30
31-39
40-50
51-65
66-75
>75
TOTAL
L1-L2
-
-
-
-
-
-
-
L2-L3
-
-
-
-
-
-
-
L3-L4
-
-
-
1
-
-
1
L4-L5
2
1
2
5
-
-
10
L5-S1
1
1
4
1
-
7
TOTAL
3
3
10
1
-
18
Loc. HD
1
Legenda: Grau LL= Grau de Lordose Lombar; Loc. HD= Localização da Hérnia de Disco.
Fonte: Pesquisa direta 2003
Das 3 pacientes do sexo feminino com lesão discal em L1-L3, 2 pacientes
(2/3 ou 63,3 %) tinham a curva lordótica lombar dentro dos limites de normalidade
e 1 paciente (1/3 tinha ou 33,3%) apresentou a curva característica de hiperlordose
lombar. Dois pacientes com lesão do disco L 3-L 4, um do sexo masculino e outro
do sexo feminino tiveram as suas curvas lombares dentro do parâmetro normal da
lordose lombar .(Tabela 5).
Tabela 5: Relação entre a localização da lesão do disco lombar X ângulo da lordose lombar
(L1-S1) no sexo feminino
Grau LL (°)
15-30
31-39
40-50
51-65
L1-L2
-
L2-L3
-
-
-
-
2
L3-L4
L4-L5
-
-
-
1
L5-S1
1
TOTAL
1
Loc. HD
66-75
>75
TOTAL
-
-
-
-
-
1
-
3
1
-
-
-
1
-
1
-
-
2
1
-
4
-
-
6
2
3
5
1
-
12
Legenda: Grau LL= Grau de Lordose Lombar; Loc. HD= Localização da Hérnia de Disco
Fonte: Pesquisa direta 2003
A população masculina nesta amostra foi de 18 pacientes, 13 pacientes
ou 72% tiveram a curva lombar compreendida entre 40 e 60º, apenas 4 pacientes
22% da amostragem tiveram a curva lombar abaixo de 40º, estando classificada
como retificada. Apenas 1 paciente (5,5%) dos 18 pacientes estudados teve a
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
curva lombar aumentada acima de 65º, estando classificado como hiperlordótico.
Dos 13 pacientes com lesão do disco L5-S1, 9 pacientes (9/13 ou 69,2 %) tiveram
a lordose lombar dentro dos parâmetros de normalidade com grau compreendido
entre 40º a 65º. Apenas 3 pacientes (3 /13 ou 23%) tiveram a coluna lombar
retificada com a curva lombar num grau inferior à normalidade (< 40º) e apenas 1
paciente (1/13 ou 7,6 %) teve lordose lombar aumentada ou hiperlordose lombar
acima de 65º .
Dos 30 pacientes estudados com doença discogênica, 19 pacientes (19/
30 ou 63,3%) tiveram escoliose lombar comprovada em radiografia simples da
região lombosacra ortostática em posição antero-posterior.
Neste estudo, a análise qualitativa da lordose lombar diferiu do estudo
quantitativo. Dos 30 pacientes estudados, 15 pacientes (15/30 ou 50%)
apresentaram lordose lombar aumentada Destes 15 pacientes com lordose
aumentada 4 pacientes (4/15 ou 26,6%) tinham lordose diafragmática (vértice da
curva em T12 ) e 4 (4/15 ou 26,6%) tinham lordose global (lordose lombar que
continua com a curva torácica, apresentando-se esta de forma invertida, denominase de lordose geral10 ) e 3 pacientes sacro horizontalizado (lordose lombosacra vértice da curva lombar em L5). Entretanto, na analise quantitativa apenas 1 paciente
(1/30 ou 3,3%) tinha realmente hiperlordose lombar com ângulo L1 / S1 superior a
65º.
A lordose lombar normal foi evidenciada em apenas 3 pacientes (3/30 ou
10% da amostra) na análise qualitativa, enquanto na análise quantitativa foram
registrados 13 pacientes (13/30 ou 43,3%) com curva compreendida entre 40º e
65º.
Na analise qualitativa 12 casos (12/30 ou 40%) apresentaram lordose
lombar reduzida ou retificada quando analisados de forma qualitativa, enquanto
que, na analise quantitativa, apenas 4 pacientes (4/30 ou 13,3% da amostra)
tiveram a curva lombar inferior à 40º, sendo o mais reduzido com 15º e o menos
reduzido com 39º (Tabela 6).
Tabela 6: Avaliação qualitativa das curvas da coluna vertebral no
episódio álgico.
C. Vertebral
Sit. Epis. Algico
Normal
Reduzida
Aumentada
Total
L. cervical
Cif. Dorsal
L. Lombar
5
0
3
21
21
12
4
9
15
30
30
30
Legenda:Sit. Epis. Algico = situação no episódio algico.
C. vertebral = coluna vertebral. L=lordose. Cif.= cifose
Fonte: Pesquisa direta. 2003
97
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Com alterações congênitas associadas, foram registrados 3 pacientes (3/
30 ou 10% da amostra), sendo 1 paciente com mega-apófise de L5, 1 paciente
com Espinha Bífida de S1 e o último com hemangioma no corpo de L5.
Foram registrados neste estudo: 1 paciente (1/30 ou 3,3% da amostra)
com fratura do corpo de L1 e 2 pacientes (2/30 ou 6,6 %) com retrolistese de L5
sobre S1. Com artrose nas vértebras lombares foram notificados 3 pacientes (3/30
ou 10 % da amostragem).
Caso Ilustrativo
Paciente do sexo masculino, 31 anos de idade, com achados clínicos e
radiológicos de hérniação discal focal L5/S1 á direita (Fig.1), sintomatologia aguda
na região lombar e parte posterior do membro inferior direito. Avaliação qualitativa
das curvas da coluna vertebral revelou: retificação cervical, cifose dorsal e lordose
lombar normal. Presença de lordose lombo sacra. À avaliação quantitativa do ângulo
da lordose lombar L1/S1 70º (Fig. 2) compatível com hiperlordose lombar.
Fonte: Pesquisa direta, 2003
Fonte: Pesquisa direta, 2003
Fig.1 Ressonância Magnética (20/01/2003) de
paciente do sexo masculino, 31 anos. Achados
Radiológicos: Discopatia degenerativa associada á
herniação discal focal, localizada posteriormente em
situação centro lateral
direita em L5-S1,
determinando leve compressão no saco dural.
Fig.2 Radiografia Simples da coluna tóraco –
lombar, incidência em perfil em posição
ortostática.(20/01/2003) em paciente do sexo
masculino, 31 anos. Medida do ângulo lordose
lombar 70º.
98
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Fonte: Pesquisa direta, 2003
Fonte: Pesquisa direta, 2003
Fig. 3 Observação das curvas da coluna em
vista posterior em paciente do
sexo
masculino, 31 anos: Retificação cervical,
Cifose
dorsal
e
lordose
lombar
normais.Lordose lombo-sacra
Fig. 4 Observação das curvas da coluna em vista
lateral em paciente do sexo masculino, 31 anos:
Retificação cervical, Cifose dorsal e lordose
lombar normais.Lordose lombo-sacra.
4 DISCUSSÃO
Num total de 30 pacientes com idade compreendida entre 27 e 65 anos,
99
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
totalizando 18 homens e 12 mulheres, todos com discopatia lombar do tipo abaulamento difuso, protrusão ou extrusão, foram incluídos neste estudo.
As características clínicas destes pacientes no momento da entrada no
estudo eram de dor lombar com componente radicular, com sinais e sintomas
compatíveis com doença discogênica do tipo hérnia discal, abaulamento difuso,
protrusão ou extrusão. Houve comprovação recente de exames de imagem do tipo
tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética, radiografia simples anteroposterior e em perfil na posição ortostática. Todos os pacientes realizaram
avaliação clínica fisioterapeutica e avaliação postural .
Este estudo mostrou que nos pacientes com discopatias lombares, a
avaliação quantitativa da lordose lombar diverge consideravelmente da avaliação
quantitativa. Esta divergência poderá ter como conseqüência às alterações
musculares e espasmódicas sofridas pela musculatura durante os episódios
álgicos, bem como as compensações posturais que acontecem ao longo da vida .
Pacientes que eram aparentemente hiperlordóticos ou retificados mostravam
uma curva lombar anatomicamente normal. No episódio álgico, a aparência da
lordose lombar poderá estar modificada pelo comprometimento da musculatura
lombar e pélvico - trocanteriana, sem que isto implique necessariamente em uma
coluna lombar com curvatura anormal.
Dos 30 pacientes estudados, 15 pacientes (15/30 ou 50%) apresentaram
lordose lombar aumentada. Destes 15 pacientes com lordose aumentada 4
pacientes (4/15 ou 26.6%) tinham lordose diafragmática (vértice da curva em
T12 ) e 4 (4/15 ou 26,6%) tinham lordose global (lordose lombar que continua com
a curva torácica, apresentando-se esta de forma invertida, denomina-se de lordose
geral ).
Analisando-se a amostra de modo qualitativo, obtém-se um resultado,
enquanto que o levantamento de dados numéricos mostra resultados bem diferentes.
Com escoliose lombar foram evidenciados 19 pacientes de um total de 30
(63,33 % da amostra), evidenciada em exame radiológico em posição ortostática e
antero-posterior. No entanto, a alta incidência de escoliose lombar associada a
episódios álgicos reforça o parâmetro qualitativo da "lordose funcional ou aparente",
que explica a escoliose ocasionada durante o episódio de dor é produzida por um
espasmo anti-álgico do músculo eretor da espinha, levando a uma curvatura
lateral da coluna lombar (escoliose antálgica) e encurtamento secundário das
raízes que formam o nervo ciático .
Uma outra observação é que hiperlordose lombar, sem aumento do ângulo
L1-S1, foi mais freqüente em pacientes com discopatia no segmento L5- S1,
enquanto que pacientes com discopatia acima do segmento L3-L4 apresentavam
colunas aparentemente retificadas. Ao relacionar a grande incidência, na avaliação
qualitativa, de retificação da coluna dorsal entende-se que os seguimentos mais
100
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
altos da coluna lombar sofrem uma maior influencia da curva dorsal retificada .
Foi constatado neste estudo que nos pacientes analisados com patologia
do disco intervertebral não havia a relação harmônica e fisiológica entre a lordose
cervical, cifose dorsal e lordose lombar
5 CONCLUSÃO
Pode-se concluir que a avaliação qualitativa é de pouca confiabilidade para
a determinação da lordose lombar no episódio álgico por patologia do disco
intervertebral, sendo necessário à avaliação radiológica para que seja confirmado
ou não alguma alteração da curva lombar.
Algumas conclusões que muito contribuem para a prática clínica, podem
ser tiradas do presente trabalho: dos 30 pacientes nenhum teve uma relação
harmônica de normalidade entre as 3 curvas vertebrais; como anatomicamente a
lordose lombar, esta normal na maioria dos pacientes e existe uma aparente
desarmonia entre as curvas da coluna vertebral, torna-se relevante um trabalho não
apenas da coluna lombar e sim de uma harmonização global entre os três
seguimentos: cervical, dorsal e lombar e os membros superiores e inferiores.
A maior dificuldade deste trabalho cientifico foi a carência de publicações
e de uma bibliografia sobre o assunto, o estudo da curva lombar em pacientes com
patologia do disco lombar.
ANALYSIS OF LUMBAR LORDOSIS IN PATIENTS WITH LUMBAR HERNIATED
DISCS
ABSTRACT
The dislocation of the lumbar intervertebral disc is the most frequent cause of lumbar
pain from mechanical origin in the inferior limbs. In the vertebral column, the lumbar
column is the most susceptible to lesions and overload. For it to function well, it is
necessary to have harmony between its anteriorposterior curves and the absence
of lateral curvatures besides biomechanical integrity.
The objective of this study was to analyze the lumbar lordosis in patients with
lumbar herniated discs. It was a transversal descriptive study of 30 patients with
lumbar herniated discs (18 men and 12 women) between the ages of 27 to 65. The
patients were submitted to a specialized medical exam and were image and
symtomology compatible. They underwent a physiotherapy evaluation and were
given the questionnaires of Rolland Moris and the Analogical Scale for Pain. All of
them had a simple AP and Lateral x-ray of the lumbar spine in a standing position.
101
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
In this study 13 out of the 18 male patients (72%) had a normal lumbar curve with
the absolute value between 40 and 60. In the females, 8 of the 12 (66%) had an
anatomic lumbar curvature with values between 40 and 65. Even though the lumbar
vertebral curve seemed to be normal in 26 patients, the x-rays showed an abnormal
curve in only 9. The present study shows that the presence of abnormal lumbar
lordosis in the majority of the patients with a lumbar herniated disc is only apparent
and not anatomic.
Key Words: Lumbar Lordosis. Lumbar Herniated Discs. Posture.
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103
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
AÇÕES FISIOTERAPÊUTICAS EM RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS NA
MATERNIDADE DONA EVANGELINA ROSA
Camila Costa Ibiapina1
Natália Freitas Lima1
Rosana Martins Ferreira de Carvalho1
Marcelino Martins2
João Luiz Vieira Ribeiro3
RESUMO
Prematuros são recém-nascidos (RN) com menos de 37 semanas de gestação.
Apresentam características especiais e necessitam de cuidados intensivos. Os
principais distúrbios patológicos neonatais encontrados na literatura são: síndrome
da angústia respiratória, síndrome da aspiração de mecônio, defeitos cardíacos
congênitos, icterícia, apnéia, pneumonia. Como forma de tratar os distúrbios
neonatais tem-se a fisioterapia motora e respiratória. A fisioterapia motora objetiva
minimizar problemas do sistema músculo-esquelético Já a fisioterapia respiratória
tem como meta manter a permeabilidade das vias aéreas. O objetivo desse trabalho
é realizar o levantamento da frequência das necessidades cinéticos-funcionais dos
RN prematuros, enfatizando as ações fisioterapêuticas aplicadas. Trata-se de uma
pesquisa exploratória de cunho documental, baseada na observação direta, extensiva
e não participante. Foi realizada a coleta de dados prospectivos em prontuários da
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de médio e alto risco da Maternidade Dona
Evangelina Rosa (MDER), no período de junho a agosto de 2003, totalizando 109
prontuários. Observou-se em elevado índice de RN prematuro, de baixo peso, e
com problemas patológicos neonatais, destacando-se disfunção respiratória,
icterícia, e depressão neurológica, além disso observou-se associação com
problemas patológicos maternos como pré-eclâmpsia, infecção urinária e diabetes
mellitus. Foi observado também as intervenções fisioterapêuticas realizadas em
cada RN individualizado, destacando-se: manobras de reexpansão pulmonar, ajuste
do posicionamento no leito, aspiração das vias aéreas, estimulação da sucção,
cinesioterapia e estimulação diafragmática. Conclui-se que as ações fisioterapêuticas
são importantes devido à alta incidência de prematuros com demandas cinéticofuncionais alteradas, proporcionando melhor qualidade de vida.
Palavras-chave: Recém-nascido, Fisioterapia neonatal, UTI neonatal.
______________
¹ Fisioterapeutas formadas pela Faculdade Integral-Diferencial FACID
² Orientador, Fisioterapeuta, Coordenador do Curso de Fisioterapia da FACID.
³ Orientador, Médico Cirurgião Torácico.
104
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
1 INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
Prematuros são recém-nascidos (RN) com menos de 37 semanas de
gestação. Apresentam características especiais e necessitam de cuidados
intensivos (FONTES, 2002). Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS)
apontam que em cada 100 partos, 8 são RN prematuros.
Nos recém-nascidos a idade de gestação é o fator mais importante porque
determina se os seus órgãos, em particular os pulmões, desenvolvem-se o suficiente
para possibilitar a sobrevida dentro da tecnologia hoje existente (FONTES, 2002).
Segundo KOLPEMAN e GINSBURG (1998) os avanços tecnológicos nos
cuidados intensivos neonatais, associados a uma equipe de profissionais
especializados, têm proporcionado uma redução da taxa de mortalidade,
principalmente na população de recém-nascidos de muito baixo peso (RNMBP).
Apesar do aumento da sobrevivência nessa faixa etária, observa-se um número
crescente de RN com doença pulmonar crônica, os quais requerem ventilação
mecânica (VM) e oxigenioterapia por tempo prolongado.
De acordo com Fontes (2002) o final da gravidez em mães consideradas
de alto risco é perigoso para a criança, pois a mesma pode nascer antes do tempo
necessário para sua formação. Os prematuros podem apresentar risco de morte
ou ficar com seqüelas durante toda a vida.
Os agravos à saúde dos RN mais importantes a serem observados são: a
idade de gestação no momento do parto, o peso ao nascer, presença ou ausência
de problemas respiratórios, presença ou ausência de anormalidades congênitas
ou deformidades, enfermidades, especialmente infecções (FONTES, 2002).
Segundo Burns (1999) RN que nascem antes de completar 38 semanas
de gestação são considerados pré-termos ou prematuros, apresentando possíveis
características físicas como: pele mais lisa, as orelhas não apresentam curvatura
normal, sendo achatada ou disforme, a glândula mamária não é palpável e não há
auréola visualizando apenas os mamilos.
O baixo peso ao nascer e a prematuridade são os fatores de risco descritos
na literatura que apresentam a maior força de associação com a mortalidade infantil.
O baixo peso ao nascer e a duração da gestação não devem, no entanto, ser
estudados como fatores de risco isolados, mas como mediadores através dos
quais atuam diversos determinantes e condicionantes da mortalidade infantil, tais
como: escolaridade e características sócio-econômica das mães, morbidade
materna, características biológicas maternas, acesso à serviços de saúde durante
a gestação, entre outros (REZENDE; MONTENEGRO, 1995).
Essas variáveis citadas acima devem ser consideradas marcadores de
saúde capazes de predizer os riscos de mortalidade nos períodos neonatal e pósnatal de uma determinada criança. RN de baixo peso são mais vulneráveis a
105
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
problemas de saúde (REZENDE, 1995).
KOLPEMAN e GINSBURG (1998) afirmam que o fisioterapeuta está cadê
vez mais atuante em berçários de alto risco. Atua na prevenção de futuras desordens
e nas desordens propriamente ditas, sejam respiratórias ou motoras.
Segundo Fontes (1998) prevenção é estimular precoce e adequadamente
o RN de elevado risco neurológico. Iniciar a estimulação nos três primeiros meses
de vida é seguramente uma importante forma de se garantir um futuro mais saudável
à maioria dos RN com problemas durante o período gestacional.
As principais desordens encontradas na Unidade de Terapia Intensiva
Neonatal (UTIN) são: prematuridade, síndrome da angústia respiratória, displasia
broncopulmonar, defeitos cardíacos congênitos, hemorragia intracraniana,
hemorragia intraventricular, enterocolite necrosante, retinopatia da prematuridade,
hiperbilirrubinemia, icterícia, apnéia, bradicardia, síndrome da aspiração de mecônio,
refluxo gastroesofágico, hérnia umbilical e pé torto congênito (RATLIFFE, 2000).
Na UTI de alto risco da Maternidade Dona Evangelina Rosa (MDER) a
fisioterapia respiratória e motora se fazem presentes. A fisioterapia respiratória tem
por objetivo manter a permeabilidade das vias aéreas, prevenindo as complicações
e melhorando a função respiratória nas patologias que acometem o período neonatal
(RATLIFFE, 2000).
A fisioterapia respiratória permita ao neonato uma melhor expansão e
oxigenação pulmonar, fazendo com que os pulmões funcionem melhor e aumentem
sua capacidade pulmonar, visto que os pulmões estiveram inativos na fase
gestacional (RATLIFFE, 2000).
Já a fisioterapia motora consta de estímulos táteis, visuais, auditivos,
movimentação passiva de membros superiores e inferiores e mudança de decúbito
(RATLIFFE, 2000).
A presente pesquisa procurou descrever o perfil dos RN atendidos nas
UTINs de médio e alto risco da Maternidade Dona Evangelina Rosa, analisando os
critérios que foram utilizados como parâmetros indicadores da fisioterapia, no estudo
da demanda cinético funcional de MDER.
2 MATERIAL E MÉTODOS
Trata-se de uma pesquisa exploratória de cunho documental, baseada na
observação direta, extensiva e não participante. Foi realizada a coleta de dados
prospectivos em prontuários da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de médio e alto
risco da MDER, no período de junho a agosto de 2003, totalizando 109 prontuários.
A coleta foi realizada todos os dias pela manhã de segunda a sexta-feira.
Os dados foram coletados mediante a apresentação de uma ficha padronizada.
Durante a pesquisa foi analisado os seguintes itens: peso do RN, idade gestacional
106
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
ao nascer, as patologias neonatais e maternas, o atendimento fisioterapêutico, e a
atuação da fisioterapia nesses recém-nascidos. Em seguida, esses dados foram
tabulados graficamente e submetido à análise e estudo.
É importante ressaltar que esta pesquisa foi aprovada pela Comissão de
Ética e Pesquisa da Maternidade Dona Evangelina Rosa, tendo os autores livre
acesso as Unidade de Terapia Intensiva de alto e médio risco.
Todos os procedimentos, em todas as etapas da pesquisa, foram guiados
por padrões éticos, respeitando sempre os interesses dos pacientes pesquisados.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
PESO (MÉDIO RISCO)
38%
BAIXO PESO
NORMAL
62%
GRÁFICO 1: Distribuição dos RN da UTI de médio risco, conforme o peso ao nascer,
MDER,Teresina-PI, junho a agosto de 2003
Observou-se que 62% dos RN internados na UTI de médio risco da MDER,
no período de junho a agosto de 2003, estão com peso acima de 2500g e que 38%
dos RN internados na UTI de médio risco da MDER estão abaixo de 2500g. Segundo
a literatura a principal causa de baixo peso ao nascer é a prematuridade e a
desnutrição materna durante o período gestacional.
PESO (ALTO RISCO)
27%
BAIXO PESO
NORMAL
73%
GRÁFICO 2: Distribuição dos RN da UTI de alto risco, conforme a peso ao nascer, MDER,
Teresina-PI, junho a agosto de 2003
107
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Observou-se que na UTI de alto risco da MDER 73% dos RN estão com
peso abaixo de 2500g. (período de junho a agosto de 2003)
IDADE GESTACIONAL (MÉDIO RISCO)
PÓS-TERMO
A TERMO
PRÉ-TERMO
63%
40
30
37%
0%
20
10
S1
0
GRÁFICO 3: Distribuição dos RN da UTI de médio risco, conforme a idade gestacional ao nascer,
MDER, Teresina-PI, junho a agosto de 2003
Observou-se que na UTI de médio risco da MDER 63% dos RN são a
termo, ou seja, nasceram no período de 37 a 42 semanas de gestação. 37% dos
RN são pré-termos, ou seja, nasceram com menos de 37 semanas de gestação.
Esses RN são prematuros e provavelmente apresentaram baixo peso ao nascer.
(período de junho a agosto de 2003)
IDADE GESTACIONAL (ALTO RISCO)
PRÉ-TERMO
A TERMO
PÓS-TERMO
73%
40
30
27%
0%
20
10
0
GRÁFICO 4: Distribuição dos RN da UTI de alto risco, conforme a idade gestacional ao nascer,
MDER, Teresina-PI, junho a agosto de 2003
108
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Observou-se que 73% dos RN internados na UTI de alto risco da MDER
são pré-termos. 27% são a termos e não foi observado nenhum pós-termo. Segundo
a literatura, a prematuridade e o baixo peso ao nascer são os fatores de risco que
apresentam a maior força de associação com a mortalidade infantil. Portanto esses
RN necessitam de cuidados especiais. (período de junho a agosto de 2003).
FISIOTERAPIA (MÉDIO RISCO)
75%
25%
60
40
20
0
Respiratória e Motora
Ausente
GRÁFICO 5: Distribuição dos RN da UTI de médio risco, conforme a presença ou ausência de
tratamento fisioterapêutico ao nascer na MDER, Teresina-PI, junho a agosto de 2003
Observou-se que dos RN internados na UTI de médio risco da MDER
(junho a agosto de 2003) apenas 25% receberam atendimento fisioterapêutico,
enquanto que 75% não receberam atendimento fisioterapêutico.
FISIOTERAPIA (ALTO RISCO)
100%
0%
60
40
S1
20
0
Respiratória e Motora
Ausente
GRÁFICO 6: Distribuição dos RN da UTI de alto risco, conforme a presença ou ausência de
tratamento fisioterapêutico ao nascer na MDER, Teresina-PI, junho a agosto de 2003
Observou-se que todos os RN internados na UTI de alto risco da MDER,
no período de junho a agosto de 2003, receberam tratamento fisioterapêutico.
Observou-se também que os principais distúrbios patológicos neonatais
encontrado nas UTIs neonatais da MDER no período de junho a agosto de 2003
109
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
foram: disfunção respiratória, icterícia e depressão neurológica. E os principais
distúrbios patológicos maternos encontados foram: pré-eclâmpsia grave e moderada,
infecção urinária, diabetes mellitus. As ações fisioterapêuticas realizadas nas UTIs
da MDER, no período de junho a agosto de 2003, foram: manobras de reexpansão
pulmonar, ajuste do posicionamento no leito, com mudança de decúbito: lateral e
ventral, aspiração das vias aéreas superiores, estimulação de sucção, cinesioterapia
e estimulação diafragmática.
4 CONCLUSÃO
Pode-se perceber um elevado índice de RN prematuros, de baixo peso e
com necessidade de tratamento fisioterapêutico.
Foi possível observar que esses RN são mais propensos ao aparecimento
de patologias neonatais e que essas patologias estão diretamente ligadas ao período
gestacional e às condições de saúde materna.
Conclui-se que as ações fisioterapêuticas na UTI neonatal são importantes
devido à alta incidência de prematuros com demandas cinético-funcionais alteradas,
proporcionando-lhes melhor qualidade de vida.
PHYSIOTHERAPY ACTIONS IN PREMATURE NEWLY-BORN IN DONA
EVANGELINA ROSA MATERNITY HOSPITAL
ABSTRACT
Premature babies are newly-born (NB) with less than 37 weeks of gestation. They
present special characteristics and need intensive care. The main neonatal
pathological disorders in literature are: syndrome of the respiratory anguish,
syndrome of the aspiration of meconio, birth cardiac defects, jaundice, apnea,
pneumonia. As a way to treat the neonatal disorders there is motor and respiratory
physiotherapy. The objective of motor physiotherapyis minimize problems of the
system muscle-skeletal and the respiratory physiotherapy has the goal to keep the
permeability of the aerial ways. The objective of this work is to survey of the frequency
of the kinetic-functional necessities of the premature NB, emphasizing the applied
physiotherapy actions. It is an exploratory research of documentary matrix, based
in the direct, extensive and not participant observation. The collection of the
prospective data in handbooks of the Intensive Care Unit (ICT) of medium and high
risk of Dona Evangelina Rosa Maternity (DERM), from June to August of 2003,
totalizing 109 handbooks. One observed a high index of premature NB, low weight,
and with neonatal pathological problems, highlighting respiratory disfunction, jaundice,
and neurological depression, besides one also observed association with maternal
pathological problems such as eclâmpsia, urinary infection and diabetes mellitus.
110
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
One also observed that physiotherapy interventions in each NB, highlighting:
maneuvers of pulmonary reexpansion, adjustment of the positioning in the stream
bed, aspiration of the aerial ways, stimulation of suction, kinesiotherapy and
diaphragmatic stimulation. One can conclude that the physiotherapy actions are
important due to the high incidence of premature with modified demands kineticfunctional, providing a better quality of life.
Key Words: Newly-born; Neonatal Physiotherapy; Neonatal ICU.
REFERÊNCIAS
BURNS,Y.R., Fisioterapia e crescimento na infância. São Paulo: Santos Livraria,
1999.
FONTES,J.A.S. Assistência preventiva ao recém-nascido para parteira e
agentes de saúde. Brasília: CORDE, 2002.
KOPELMAN,B.; GINSBURG,R. Distúrbios respiratórios no período neonatal.
São Paulo: Atheneu, 1998.
RATLIFFE,K,T. Fisioterapia Clínica Pediátrica. São Paulo: Santos Livraria, 2000.
REZENDE,J.; MONTENEGRO,C.A. Obstetrícia fundamental. 7. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 1995.
111
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE VÍTIMAS DE TRAUMATISMO CRÂNIOENCEFÁLICO INTERNADAS NA CLÍNICA NEUROLÓGICA DO HGV NO
PERÍODO DE JUNHO A NOVEMBRO DE 2005
Silvana Maria Vera Neves.
Maria Ester Ibiapina Mendes Carvalho.
Reynaldo Mendes de Carvalho Júnior.
RESUMO
O traumatismo crânio-encefálico é um importante problema de saúde pública:
provoca óbito ou incapacidade, transforma definitivamente as habilidades e
perspectivas do paciente e perturba a vida de seus familiares. No Piauí, grande
número de pacientes com TCE é encaminhado ao Hospital Getúlio Vargas (HGV),
em Teresina . O Maranhão também contribui com significativa parcela de
traumatizados para este hospital. É um fato preocupante, pois aumenta a já excessiva
demanda do HGV, piorando a qualidade do atendimento. Este trabalho foi um estudo
retrospectivo e teve como objetivo realizar um estudo epidemiológico, através de
coleta de dados de 154 prontuários de pacientes com TCE internados na Clínica
Neurológica (CN) do HGV no período de Junho a Novembro de 2005. Jovens do
sexo masculino com idade até 32 anos foram as vítimas predominante. As causas
mais freqüentes foram acidente de motocicleta (52,64%) para homens e
atropelamento para mulheres (27,78%). A maioria dos pacientes morava no estado
do Piauí. O tempo médio de internação foi de 08 dias para os homens e 09 dias
para as mulheres. O tratamento inicial foi cirúrgico em 56,67% dos homens e em
50% das mulheres, com 1 óbito no período estudado. A pesquisa mostrou o perfil
epidemiológico de pacientes com TCE na CN do HGV, enfatizando o papel da
fisioterapia ao minimizar suas seqüelas.
Palavras-chave: Traumatismo craniano. Lesão cerebral. Epidemiologia.
________________________________
* Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional do Hospital Getúlio Vargas; Professora das disciplinas
Fisioterapia Comunitária e Saúde da Família, Ética e Deontologia, e Professora-Supervisora do
Estágio Supervisionado II da Faculdade Integral Diferencial -Facid; Especialista em Psicopedagogia
Clínica e Institucional pela UNICE e em Fisioterapia Hospitalar pela UESPI. ** Fisioterapeuta - Professora
de Avaliação Clínica Fisioterapeutica e Fisioterapia Neurológica FACID. Coordenadora do Curso de
Fisioterapia da Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Professora do Curso de Especialização da
Faculdade de Ciências Médicas MG. Especialista em Fisioterapia Neuro Funcional; Especialização
em Tratamento Neuroevolutivo Método de Bobath, [email protected] ***Médico,
especialista em Neurocirurgia, Professor de Neurologia UFPI.
112
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
1 INTRODUÇÃO
Incidência e prevalência das lesões cefálicas acidentais não são bem
conhecidas, uma vez que muitas não são relatadas. No entanto, o número de
vítimas de traumatismo crânioencefálico (TCE) que atrai a atenção dos profissionais
que trabalham em serviços de emergência tem sido bem documentado.
Alguns fatores contribuem para essa realidade: a grande concentração
populacional nos maiores centros urbanos, o aumento no número de veículos e
motocicletas, o estresse no trânsito caracterizado pelo excesso de velocidade dos
veículos, o abuso, a imprudência e a intolerância, associados ao consumo de
bebidas alcoólicas e a desobediência às medidas de segurança e às leis de
trânsito.
Epidemiologicamente, o HGV não deve ser diferente de outros hospitais
de referência, entretanto, o perfil do paciente com TCE atendido e internado na
Clínica Neurológica do HGV, não tinha ainda sido estudado.
O TCE pode causar impacto devastador nas qualidades de vida do paciente
e da família, especialmente do cuidador que, em nosso meio, é quase sempre
pessoa do sexo feminino, na figura da mãe, da esposa ou da irmã, que certamente
terá de abandonar compromissos profissionais para assistir ao familiar seqüelado.
Uma grave lesão craniana pode causar distúrbios em áreas distintas do
cérebro, comprometendo significativamente as capacidades motoras, habilidades
cognitivas e sociais, as emoções e o comportamento.
O TCE pode ser classificado em primário e secundário. O de origem primária
ocorre no momento da lesão, enquanto que o secundário pode ser decorrente de
outras lesões e de condutas médica e paramédica incorretas. De acordo com
COLLIN E DALY 2, a lesão cefálica pode ser causada tanto por acidente trivial do
tipo choque entre duas cabeças ao pegarem algo do chão, como por acidente
veicular grave.
Mills1 relata que o diagnóstico de lesão craniana traumática é usualmente
feito quando o paciente é visto na sala de emergência, onde é coletada a história
pertinente, seja do próprio paciente, de familiar, de testemunha circunstancial ou
do profissional responsável pelo transporte.
No traumatismo craniano com lesão primária, o encéfalo pode sofrer choque
direto por impacto ou esmagamento, como após um tiro durante um assalto. Em
um acidente de automóvel com parada brusca, a lesão pode decorrer da somatória
de fatores físicos de desaceleração com retorcimento ou rotação da cabeça e de
impacto direto, exercendo uma mescla de forças lineares e rotatórias na substância
encefálica, assumindo esta papel de sólido relativamente gelatinoso. As lesões
por golpe e contragolpe são observadas em decorrência de quedas ou, menos
freqüentemente, choques diretos. Ocorrem contusões cerebrais focais no local do
113
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
impacto e também no lado oposto do crânio, acontecendo, por exemplo, quando o
indivíduo cai e ocorre impacto occipital ou frontal com lesão primária, levando a
contusões hemorrágicas em um ou ambos os lobos frontal e occipital, muitas
vezes restritas às regiões polares. Os lobos frontais são mais propensos ao dano
nas margens orbitais (COLLIN E DALY2). São exemplos de lesões primárias: as
fraturas, as contusões e lacerações da substância cinzenta e a lesão axonal difusa.
A lesão secundária é, em certa extensão, evitável ou tratável. Pode ser
ocasionada por fenômenos extra e intracranianos. As causas das lesões secundárias
podem surgir no momento do trauma ou posteriormente a este, como por choque
hipovolêmico ou hipóxia. Os óbitos evitáveis seriam aqueles em que o paciente
está consciente ou fala após o trauma, mas entra em coma por hematoma extradural
ou por lesão com pouco dano encefálico inicial. São "pacientes que chegam falando
e morrem".
São lesões secundárias os hematomas intracranianos e a lesão cerebral
isquêmica. Os hematomas intracranianos podem ser extradurais, subdurais,
intraparenquimatosos. Podem apresentar-se isolados ou associados a outros tipos
de lesões, como: contusões, lacerações e fraturas cranianas. Hematoma extradural
é a coleção de sangue entre a tábua óssea e a dura-mater e resulta da laceração
de vaso meníngeo importante, de seio venoso ou de sangramento diplóico. Segundo
NETTER, (2006), esses hematomas ocorrem em apenas 2% dos traumas cranianos,
sendo mais comuns nas regiões temporais e parietais. Noventa por cento deles
estão associados a fraturas de crânio. Hematoma subdural decorre de traumatismo
por aceleração ou desaceleração angular da cabeça com deslocamento
(cisalhamento) de massa encefálica, tracionando estruturas vasculares, com
conseqüente ruptura de vasos córtico-meníngeos. Hematoma intraparenquimatoso
é a coleção de sangue no parênquima encefálico, limitada nitidamente pelos tecidos
que a rodeiam. Os mecanismos de formação de hematomas intraparenquimatosos
podem ser primários ou secundários, podendo os hematomas se originarem precoce
ou tardiamente. Netter afirma que a fisiopatologia básica se assemelha à das
contusões e que a maioria ocorre dentro dos lobos frontais e temporais.
Hipertensão intracraniana (HIC) e edema cerebral são complicações
relevantes e comuns no TCE. No trauma, a HIC resulta do conflito de espaço
dentro do crânio de seus componentes habituais pelo aumento não compensado
de um deles: encéfalo, sangue e líquor. Pressão intracraniana (PIC) normal significa
que ela está distribuída fisiologicamente dentro de todas as partes do neuroeixo.
Em situações patológicas isso pode ser modificado, em decorrência de lesão
expansiva (hematoma) ou de alteração nas propriedades mecânicas do parênquima
cerebral, levando a HIC. Para Guilherme Ribas (APUD NITRINI, 2005) a
monitorização da pressão intracraniana pode fornecer importantes informações
que precedem o aparecimento de sinais e sintomas de descompensação, permitindo
assim um tratamento precoce e eficaz. Este autor orienta que se otimizar a PIC
114
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
em níveis abaixo de 20mmHg e a PPC acima de 50mmHg, sendo o seu valor
normal em torno de 70mmHg. Edema cerebral é produto de múltiplos fatores que
produzem distúrbios estruturais e metabólicos em cascata ao atuar nos capilares
e/ou nas células nervosas[6].
As complicações do TCE incluem lesões vasculares (hemorragia,
trombose, edema ou aneurismas), infecções (osteomielite, meningite ou abcesso),
rinoliquorréia, otoliquorréia, lesão de nervos cranianos e lesões cerebrais focais.
As seqüelas do traumatismo craniano são: crises epilépticas, distúrbios mentais,
sensitivos e/ou motores e da fala; assim como, síndrome pós-traumática, esta
sem base patológica estabelecida.
Pode ser ainda considerada como complicação freqüente do TCE a
infecção, que é um evento posterior e grave, via de regra acompanhada de fratura
e vazamento de LCR, à qual podem sobrevir meningite ou abscesso intracraniano
capazes de provocar hidrocefalia. Outra complicação comum após traumatismo
crânio encefálico é a espasticidade que, em geral, começa alguns dias após o
trauma. A intervenção fisioterapeutica poderá modificar o quadro da espaticidade,
prevenindo contraturas e deformidades, reduzindo o seu grau, facilitando a
motricidade voluntária.
O TCE pode ser classificado de acordo com o nível de consciência, pela
extensão da amnésia pós-traumática e por escalas de caráter evolutivo. O nível de
consciência é mundialmente avaliado pela Escala de Coma de Glasgow, descrita
por Teasdale & Jennett, em 1974. Ela quantifica as respostas comportamentais
aos comandos verbais e aos estímulos dolorosos em três aspectos: abertura dos
olhos, melhor resposta motora e melhor resposta verbal2. Esta escala foi modificada
para uso em crianças com menos de cinco anos.
De acordo com a categorização de Ritchie Russell baseada na amnésia
pós-traumática (APT), o tempo decorrido entre a lesão e a recuperação da memória
é também considerado parâmetro para quantificar o TCE. Existem três categorias:
leve, com APT de menos de uma hora; moderada com APT de uma a 24 horas e
grave com APT acima de 24 horas2.
A maioria dos TCEs é descrita como de pouca ou moderada gravidade,
com coma por menos de 6 horas e APT por menos de 24 horas. Os outros casos
descritos como graves provocam complicações em áreas específicas com
incapacidade física, dependência nas atividades da vida diária, deficiência cognitiva,
distúrbio comportamental, distúrbios emocionais e psiquiátricos. Estes variam
quanto ao grau de severidade.
Collin e Daly acham importante enfatizar que dentro do grupo de lesões
descritas como graves, a distinção na evolução final é ampla, pois alguns pacientes
atingem bons níveis funcionais de recuperação com razoável qualidade de vida e
independência laborativa enquanto outros permanecem seriamente incapazes e
115
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
dependentes de terceiros no curso de suas necessidades básicas.
A importância da Fisioterapia no estágio inicial pós-lesão enfatiza a
manutenção das vias aéreas e a promoção de boa função respiratória, além da
prevenção de contraturas, espasticidade e anormalidades do movimento e do
tônus muscular. Se o paciente foi submetido à ventilação mecânica ou à
traqueostomia, o fisioterapeuta deve enfatizar na remoção das secreções
patológicas, utilizando técnicas e manobras disponíveis. Fundamental ao
fisioterapeuta é observar pontos de pressão quanto a sinais de úlcera de decúbito.
Esta deve ser evitada a todo custo. Caso a escara venha a acontecer, poderá
tornar-se uma complicação importante, implicando em longo tempo de cicatrização.
Caso venha a infectar-se, poderá exigir intervenção de cirurgias plásticas com
técnicas de enxertia3.
Na fase tardia, a conduta fisioterapêutica converge para manter boa função
ventilatória, adequada amplitude dos movimentos, controle de postura, procurando
agilizar a recuperação da motricidade4.
2 MATERIAL E MÉTODOS
Este é um estudo retrospectivo e vertical com análise de 154 prontuários
de pacientes com TCE internados na Clínica Neurológica do HGV no período de
junho a novembro de 2005.
O instrumento utilizado para coleta de dados foi a verificação dos prontuários
dos pacientes, analisando-se o estado clínico de cada paciente em relação à faixa
etária, ao sexo, à procedência, às causas do traumatismo, ao tempo de internação,
ao tipo de tratamento recebido no hospital (clínico ou cirúrgico), à intervenção
fisioterapêutica, às complicações secundárias e à ocorrência de óbito.
O tipo de pesquisa utilizada foi documental. Uma vez coletados, os dados
foram processados e dispostos em gráficos e tabelas a fim de serem submetidos
a uma exploração analítica.
As análises estatísticas foram executadas com a ajuda do software SPSS
(Statistical Package for the Social Sciences), versão 11.0 para Windows, sendo
utilizados o teste do qui-quadrado e o teste T de Student. Os valores de P menores
que 5% (P <0.05) foram considerados significantes.
3 RESULTADOS
No período de Junho a Novembro de 2005 foram registrados na Clínica
Neurológica do HGV 154 pacientes, dos quais 120 (78%) eram do sexo masculino
e 34 (22%) do sexo feminino (tabela 1). Quanto à idade, de um total de homens de
116
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
120 homens, 57 (47,5%) tinham entre 17 e 32 anos e de um total de mulheres 34
pacientes) 11 (32,35%) tinham entre 01 e 16 anos (tabela 2). Em relação à causa,
as mais importantes foram acidente de motocicleta para os homens (52,64%) e
atropelamento para as mulheres representando um percentual de 27,78% (tabela
3). A média de dias internados foi de 08 dias para os homens e 09 dias para as
mulheres (tabela 4). De acordo com a procedência 68,42% dos homens e 83.33%
das mulheres são originados do Piauí enquanto que 28,95% homens e 16,67%
mulheres são oriundos do Maranhão (tabela 5). Quanto ao tipo de tratamento 56,67%
dos homens foram submetidos à neurocirurgia e 43,33% a tratamento clínico e
em relação ás mulheres 50% foram operadas e 50 % submetidas a tratamento
clínico (gráfico 1). Em relação à Fisioterapia, 46,67% dos homens e 52,94% das
mulheres precisaram de fisioterapia durante a internação (tabela 6). As complicações
respiratórias foram as mais encontradas, totalizando 21 casos (14%). Oito pacientes
(5%) tiveram úlcera de decúbito, enquanto a grande maioria, 146 (95%) não
apresentou complicação significativa.
TABELA 1: Acidentados do sexo
masculino, segundo a faixa etária.
Teresina, 2005.
TABELA 2: Acidentados do sexo
feminino, segundo a faixa etária.
Teresina, 2005
Classes de
Idades
Acidentado
(%)
(em anos)
s
02 ├─ 17
14
11,67
17 ├─ 32
57
47,50
32 ├─ 47
22
18,33
47 ├─ 67
16
13,33
67 ├─ 77
6
5,00
77 ├─┤95
5
4,17
Total
120
100,00
Fonte: Clínica neurológica do Hospital
Getúlio Vargas. Teresina, 2005.
Classes de
Idades
Acidentado
(%)
(em anos)
s
01 ├─ 16
11
32,35
16 ├─ 31
5
14,71
31 ├─ 46
5
14,71
46 ├─ 61
6
17,65
61 ├─ 76
4
11,76
76 ├─┤91
3
8,82
Total
34
100,00
Fonte: Clínica neurológica do Hospital
Getúlio Vargas. Teresina, 2005.
117
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
TABELA 3: Acidentados por sexo,
segundo as causas traumáticas.
Teresina, 2005.
TABELA 4: Medidas por sexo, segundo o tempo
de
internação (em dias). Teresina, 2005
Causas
Homens Mulheres
traumáticas
Moto
52,64
22,22
Atropelamento
9,21
27,78
Bicicleta
7,89
11,11
Carro
3,95
16,67
Queda
14,47
16,67
Agressão física
7,89
5,55
Armas
3,95
0,00
Arma de fogo
2,63
0,00
Arma branca
1,32
0,00
Total
100,00
100,00
Fonte: Clínica neurológica do Hospital
Getúlio Vargas. Teresina, 2005.
Sexo
Média Máximo Mínimo
Homens
8
45
2
Mulheres
9
32
1
Fonte: Clínica neurológica do Hospital
Getúlio Vargas. Teresina, 2005.
TABELA 6: Acidentados por sexo
que realizaram Fisioterapia.
Teresina, 2005
Submeteu-se a
fisioterapia
Sim
Não
Homens
46,67
53,33
Mulheres
52,94
47,06
Fonte: Clínica neurológica do
Hospital Getúlio Vargas. Teresina,
2005.
Sexo
TABELA 5: Acidentados por sexo,
segundo a procedência. Teresina,
2005
GRÁFICO 1: Acidentados por sexo,
segundo o tipo de tratamento
recebido. Teresina, 2005
Sexo
Procedência ( % )
Piauí Maranhão Pará
Homens
68,42
28,95
2,63
Mulheres 83,33
16,67
0,00
Fonte: Clínica neurológica do Hospital
Getúlio Vargas. Teresina, 2005
50,0 %
Mulheres
50,0 %
43,33 %
Homens
56,67 %
0
10
20
30
40
50
60
Acidentados ( % )
Clínico
Cirúrgico
Fonte: Clínica neurológica do Hospital
Getúlio Vargas. Teresina, 2005.
4 DISCUSSÃO
Os dados acima se mostram consensuais com a literatura pesquisada.
Porém, a carência de literatura no Piauí sobre estatística do TCE é notória. Segundo
Virgínia Mills1, nos Estados Unidos da América do Norte, traumatismo é a principal
causa de óbito na população abaixo dos 34 anos. A cada ano, há 22 a 25 TCEs
fatais por 100.000 habitantes e 500.000 pessoas são hospitalizadas por ano em
conseqüência ao TCE. Dos sobreviventes ao evento traumático, muitos permanecem
com deficiências físicas, cognitivas e comportamentais que comprometem
significativamente a qualidade de vida. A maioria destas pessoas está abaixo dos
118
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
30 anos. Para Collin e Daly2, na Inglaterra e no País de Gales, a incidência de
lesões cefálicas que culminam na internação hospitalar, em todas as idades, é
270/100.000 habitantes por ano, com uma proporção de internações resultantes
em óbito de 30:1. Isto é cinco vezes inferior ao número de pacientes com lesão
cefálica levados ao hospital (1.800/100.000 por ano), sugerindo que um milhão de
pessoas passam pelos prontos-socorros com lesão cefálica a cada ano.
Vale ressaltar a importância de se correlacionar a idade dos pacientes
com a causa do trauma para avaliar se a incidência das lesões ocorre por
imprudência, excesso de velocidade, falta de uso dos equipamentos de segurança
como capacetes, cintos de segurança, por ingestão de bebidas alcoólicas ou drogas
ilícitas. Quanto à idade, a grande maioria dos pacientes está entre os 16 e 32
anos, ou seja, em faixa etária de produtividade plena, o que significa um grande
prejuízo para as famílias e para o Estado.
Fatores característicos das etiologias dos traumas e da faixa etária mais
acometida são de conhecimento público, pois a maioria dos acidentes ocorre em
finais de semana e em feriados prolongados, considerando grandes concentrações
de jovens em clubes, danceterias e bares noturnos. Observa-se que ao voltarem
para casa é que ocorrem os acidentes, quando "fiscais" de trânsito já não estão
em serviço e jovens alcoolizados pilotam automóveis e motocicletas de maneira
imprudente e em alta velocidade . Maior controle do consumo de álcool reduziria a
incidência de lesões cefálicas de jovens e adultos e o uso obrigatório de capacete
reduziria o número de óbitos e seqüelas por TCE. O uso do capacete por ciclistas
seria também uma medida preventiva porém, parece ser difícil seu controle por
parte das autoridades. Em algumas cidades já existem ciclovias, mas não em
número suficiente, como também não há campanhas informativas a respeito. A
obrigatoriedade dos "airbags" nos automóveis reduziria ainda mais as lesões, em
paralelo com a diminuição causada pelo uso do cinto de segurança. O que deveria
ser feito como medida preventiva seria uma lei nacional para os fabricantes de
veículos onde existisse a obrigatoriedade da inclusão dos "airbags" em todos os
veículos que circulam pelas ruas, cidades e estradas do país, atualmente apenas
os carros mais sofisticados possuem este equipamento como um acessório de
luxo. A redução dos limites máximos de velocidade nas áreas urbanas através de
radares móveis e foto-sensores também tem contribuído para a redução e o
numero de acidentes que prococam os TCEs. O aumento do número de faixas de
pedestre visíveis e bem sinalizados e fiscalizadas em locais de grande circulação
de pessoas e um trabalho educativo permanente junto aos condutores de
automóveis e motocicletas é necessário para evitar os acidentes nos cruzamentos
das vias públicas. Outra medida preventiva seria a obrigatoriedade das informações
119
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
sobre segurança no transito nas escolas do ensino fundamental e médio.
As complicações apresentadas são bem significativas e expõem a
importância da equipe multidisciplinar no cuidar do traumatizado craniano. Dentro
desse contexto, o fisioterapeuta atua na prevenção e tratamento de úlceras de
decúbito e de complicações respiratórias, no abreviamento da estadia em leito
hospitalar, minimizando os prejuízos relativos à imobilidade, na orientação à equipe
de enfermagem e aos familiares quanto à importância da mudança de decúbito5.
5 CONCLUSÃO
Mesmo considerando breve o período da pesquisa, observa-se que o
prejuízo individual e social gerado pelo TCE é significativo e que medidas preventivas
seriam priorizadas. As campanhas de prevenção de acidentes de trânsito,
enfatizando o dano atinente ao uso de bebidas alcoólicas e de drogas ilícitas, de
desarmamento, de acidentes de trabalho são a melhor solução para diminuir a
ocorrência de lesão craniana acidental no Brasil.
As conclusões enunciadas despertam para a importância do debate sobre
o tema e, seguramente, para propor sugestões. Seria eficaz uma campanha com
apoio governamental sobre a educação no trânsito. O que mata e incapacita é
fruto também de comportamento desafiador das leis, ao antecipar a impunidade. A
educação preventiva poderia ser seria aceita como integrada ao processo de
reabilitação. Equipes de reabilitação e instituições de ensino superior se engajariam
em oficinas periódicas voltadas à prevenção de acidentes. Finalmente, encontrase o fisioterapeuta como peça fundamental nesse processo, por sua atuação junto
aos pacientes e familiares e junto aos profissionais do corpo médico e paramédico.
EPIDEMIOLOGICAL PROFILE OF TRAUMATIC BRAIN INJURY VICTIMS
ADMITTED TO THE NEUROLOGY CLINIC AT GVH FROM JUNE TO NOVEMBER
OF 2005
ABSTRACT
Traumatic Brain Injury is an important problem in public health: it causes death or
disabilities; it permanently changes the habits and outlooks of the patients and the
lives of the families. In Piauí, a large number of patients with TBI are transported to
Getúlio Vargas Hospital (GVH) in Teresina. Maranhão also sends a significant
amount of brain-traumatized patients to this hospital. This is a concern since there
is already a patient overload at GVH, which affects the quality of attending services.
In this epidemiological study, data were collected from 154 charts of patients with
120
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
TBI admitted to the Neurology Clinic (NC) at GVH from June to November of 2005.
The largest group attended were young people up to age of 32, of which the majority
were male. The main etiology of the brain lesion was caused by motorcycle accidents
(52.64%) for men and runover for women (27.78%). The majority of the patients
lived in the state of Piauí. The average hospital stay was 8 days for men and 9 days
for women. For 56.67% of the men and 50% of the women, the initial treatment
was surgery. One death was registered during the time studied. This study shows
the epidemiological profile of the patients with TBI at the NC and emphasizes the
need for physiotherapy to minimize the sequelae that commonly occur.
Key Words: Traumatic Brain. Cerebral Lesion. Epidemiology.
REFERÊNCIAS
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traumatologia. São Paulo: Roca; 1999. p. 323-325.
KNOBEL, E. et al. Terapia Intensiva - Pneumologia e Fisioterapia Respiratória.
São Paulo: Atheneu, 2004. p. 15-16
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Premier; 2000, p.101-3, 109, 102. Trad. Terezinha Oppido.
121
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTE IDOSA ACOMETIDA
POR ESTENOSE DE CANAL VERTEBRAL - ESTUDO DE CASO
Maria Ester Ibiapina Mendes de Carvalho1
Anderson Lopes de Sousa2
Georgea Celane Nunes Carvalho3
Luanna Moita4
Reynaldo Mendes de Carvalho Júnior5
RESUMO
O presente estudo de caso tem o objetivo de registrar a importância da intervenção
fisioterapêutica no tratamento conservador da Estenose de canal vertebral. A
Estenose Lombar é o estreitamento do canal vertebral, recessos laterais e/ou dos
forames intervertebrais levando a compressão dos elementos neurais, podendo
apresentar sintomas como claudicação neurogênica, fraqueza muscular, alterações
nos reflexos profundos, perturbações na marcha, intestino e bexiga, deficiência
orgânica, alterações sensitivas e dores radiculares. Neste artigo relata-se o caso
de uma paciente do sexo feminino, 65 anos , com estenose central do canal medular
no interespaço L4-L5 determinada por alterações degenerativas comuns ao
envelhecimento. O atendimento foi realizado em um hospital público de Teresina PI, entre fevereiro e agosto, de 2006. Observou-se que a fisioterapia desempenha
um papel fundamental na melhoria da qualidade de vida de pacientes com estenose
lombar podendo ser uma alternativa conservadora para a não-realização do
tratamento cirúrgico.
Palavras-chave: Estenose lombar. Lombalgia. Estenose vertebral.
1 INTRODUÇÃO
A Estenose Espinhal Lombar (EEL) pode ser definida como o estreitamento
do canal vertebral, canal radicular ou do forame intervertebral resultando em uma
________________
1
Fis ioterapeuta - Espec ialis ta em Fisioterapia Neurológica e em Reeduc aç ão Pos tural
Sensoperceptiva. Professora de Avaliação Clínica Fisioterapeutica e Fisioterapia Neurológica
FACID. Coordenadora do Curso de Fisioterapia da Universidade Estadual do Piauí (UESPI).
Professora do Curso RPG/Reposturarse de Especialização da Faculdade de Ciências Médicas
MG. E-Mail: [email protected].
2
-Aluno de Fisioterapia da Universidade Estadual do Piauí.
3
- Aluna de Fisioterapia da Universidade Estadual do Piauí.
4
- Aluna de Fisioterapia da Universidade Estadual do Piauí.
5
-Médico, especialista em Neurocirurgia, Professor de Neurologia UFPI.
122
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
potencial compressão da medula espinhal ou raiz nervosa (SHABAT, 2002; TAN,
2003). Trata-se de uma situação clínica muito freqüente. Com o aumento da idade
média da população e a introdução de técnicas diagnósticas sua incidência cresceu
consideravelmente a ponto de tornar-se a principal causa de cirurgia lombar em
pacientes com mais de 65 anos (NATOUR, 2004).
Anatomicamente a estenose lombar pode ser classificada em estenose
central ou lateral. A estenose central é evidenciada ao nível do canal central da
medula. O cone medular ou cauda eqüina podem ser comprimidos centralmente,
por exemplo, por disco protruso9. Na estenose lateral há diminuição do canal
radicular, que pode ser situado em três localizações: na zona subarticular ou do
recesso lateral, área situada sob a apófise articular superior, medial ao pedículo;
na zona foraminal, que é a porção do canal radicular distal (abaixo do pedículo); e
na zona extraforaminal, área lateral ao pedículo (SIZINIO, 2003).
De acordo com a etiologia a classificação mais aceita é a de Arnold e
cols, 1976, que classifica a estenose em congênita, de desenvolvimento, estenose
adquirida e estenose combinada(SIZINIO, 2003). A estenose congênita é
provavelmente determinada geneticamente e afeta difusamente a coluna 4. A
estenose de desenvolvimento do canal inclui pacientes com doença de Morquio e
outras condrodisplasias raras com uma constituição de canal espinhal pequeno,
afetando a coluna também de maneira difusa (NATOUR, 2004; TAN, 2003).
Dentre as causas adquiridas, a estenose espinhal degenerativa é o subtipo
mais comum encontrado em pacientes que buscam tratamento9. O crescente
aumento da expectativa de vida no Brasil e no mundo torna esse processo cada
vez mais comum (BENOIST, 2002; IBGE, 2000). Com o avanço da idade evidenciamse muitas alterações que contribuem para diminuir o diâmetro do canal medular.
Ocorrem as protrusões e hérnias discais, as articulações comprometidas sofrem
degeneração, os ligamentos amarelos hipertrofiam-se, perdendo sua elasticidade
e seu poder de estabilizar a coluna. As estruturas articulares sofrem hipertrofia
gerando ocasionalmente algum desequilíbrio entre as vértebras. Todas essas
alterações contribuem para uma progressiva diminuição da luz do canal, que pode
tornar-se clinicamente sintomática. Particularmente nos pacientes com canal
vertebral constitucionalmente mais estreito (FRITZ, 1998; NATOUR, 2004; SHABAT,
2002; VO, 2005). Outros subtipos de estenose adquirida são: pós-operatórias,
traumática, por doenças endócrinas e metabólicas dentre outras.
Na situação de canal espinhal central e lateral normal há reserva de espaço
suficiente que permite deslizamento e tração das estruturas nervosas sem o
desenvolvimento de sintomas clínicos. Na EEL ocorre compressão progressiva do
tecido nervoso. Além da compressão direta sobre as estruturas nervosas pode
também ter papel relevante alterações vasculares perturbando a oferta de nutrientes
para as raízes nervosas (NATOUR, 2004; VO, 2005).
A apresentação clínica da Estenose Lombar é variável10. A claudicação
123
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
neurogênica é o aspecto clínico mais característico. Esta entidade clínica pode
ser definida como uma dor intermitente ou parestesia nos MMII que exacerba pela
extensão da coluna lombar, durante ortostase ou marcha e, melhora com a flexão
da coluna (NATOUR, 2004; SIZINIO, 2003). Na coluna lombar normal as dimensões
sagitais do canal vertebral aumentam na flexão e reduzem na extensão (NATOUR,
2004). A dor é mal localizada na estenose central, mas pode acometer uma
determinada raiz na estenose lateral. São queixas freqüentes: fraqueza nos MMII,
sintomas radiculares, dor ciática, diminuição da mobilidade da coluna. Pode haver
ainda alterações sensitivas, motoras e do reflexo patelar. A efetividade do tratamento
cirúrgico ainda é uma questão de controvérsia podendo haver perda dos bons
resultados com o tempo, complicações ou exacerbações (BENOIST, 2002).
Diante disso, esse estudo objetiva demonstrar como a intervenção
fisioterapêutica pode ser benéfica no tratamento de pacientes com estenose do
canal lombar evitando a indicação da cirúrgica como primeira escolha de tratamento.
2 MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa caracteriza-se como descritiva-exploratória, pois preocupa-se
com atuação prática e descrição do caso clínico. Foi realizado um relato de caso
com análise qualitativa por ter descrito a evolução clínica de uma paciente do sexo
feminino de 65 anos com Estenose Lombar Central.
A coleta de dados foi realizada por meio do preenchimento de uma ficha
de avaliação fisioterapêutica onde foram registrados: a identificação da paciente, o
diagnóstico médico, a queixa-principal, a história da doença atual e pregressa e,
os resultados do exame físico incluindo inspeção estática e dinâmica, palpação,
mobilidade ativa, testes especiais, exame de sensibilidade, teste de força muscular
e reflexos. Para a realização deste trabalho, houve a autorização da paciente tendo
esta assinado um termo de consentimento livre e esclarecido de acordo com a
Resolução 196/96 do CNS.
O atendimento fisioterapêutico realizou-se no período de 17 de fevereiro
de 2006, quando então foi realizada a consulta inicial da paciente, a 31 de agosto
de 2006, quando a paciente recebeu alta da fisioterapia. O atendimento teve uma
freqüência de 3 vezes por semana.
3 RELATO DE CASO
Paciente M.J.A.P., 65 anos, sexo feminino, casada, dona-de-casa,
residente na cidade de Teresina-PI, procurou assistência médica com queixa de
dor lombar direita que irradiava para o membro inferior direito. Foi solicitada a RNM
que evidenciou estenose central circunferencial do canal medular no interespaço
124
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
L4-L5 determinada por protrusão discal difusa, associada à artrose interapofisária
com hipertrofia dos ligamentos amarelos (Fig. 1). Foi sugerido tratamento cirúrgico
ao qual a paciente não quis submeter-se. Optou-se então pelo tratamento
conservador.
Fig.1
Pc M.J.A.P., 65 anos, sexo
feminino,
RM.
04/01/06:
Significativa estenose central
circunferencial
do
canal
medular no interespaço de L4L5, determinada por protrusão
discal difusa e simétrica,
associada a artrose das
articulações
interapofisária
com hipertrofia dos ligamentos
amarelos.
Artrose
das
articulações L4-L5 e L5-S1
Na consulta fisioterapêutica inicial a paciente apresentava dor intensa na
coluna lombar direita com irradiação para o MID, descrita pela paciente como 100
na Escala Visual Analógica da Dor (0-100). A dor exacerbava-se com o movimento
prejudicando a realização das AVD´s e AIVD´s. Ao exame físico, a paciente
apresentava força muscular diminuída em MMII, testes especiais de Lasègue,
Braggard, SlumpTest, Sinal da Pontas (L5 e S1) positivos, arreflexia patelar à direita
e alteração da sensibilidade epicrítica.
4 TRATAMENTO
A fase inicial da intervenção visou principalmente à redução do quadro
álgico. A paciente foi orientada a primar pela posição de decúbito lateral esquerdo
com quadris e joelhos fletidos e com um travesseiro abaixo da cabeça e outro
entre os joelhos. Nessa fase inicial fez-se uso do ultra-som contínuo na região
paravertebral direita e esquerda da coluna lombar, por 4 minutos cada lado (Fig. 2),
da Estimulação Elétrica Transcutânea (TENS) tipo burst (Fig. 3), para promoção
da analgesia, e do FES (Eletroestimulçação Funcional ) no quadríceps visando
retorno do reflexo patelar (Fig 4).
125
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Fig. 2 - Pc M.J.A.P., 65 anos, sexo
feminino, em decúbito lateral
esquerdo sendo submetida a
aplicação de ultra som continuo na
região paravertebral.
Fig. 3 Pc M.J.A.P., 65 anos, sexo
feminino, em decúbito lateral esquerdo
sendo
submetida
a
aplicação
de
Estimulação Elétrica Transcutânea (TENS)
tipo burst na região paravertebral e no MID
Com a considerável redução do quadro álgico, na fase intermediária do
tratamento passou-se a realizar exercícios respiratórios, com o objetivo de alongar
o diafragma e a reduzir a lordose lombar, relaxando a musculatura posterior da
coluna lombar.
(Figura 5), e exercícios de William (Figura 6), que consistem em
movimentos que buscam o alongamento e a estabilização da coluna tóraco-lombar
através da flexão voluntária dos MMII sobre os abdominais, buscando introduzir
mudanças mecânicas à espinha lombar para "abrir" o espaço neurovascular. Os
exercícios de William foram realizados também no domicílio em 3 séries de 5
exercícios intercalados com exercícios respiratórios 3 vezes ao dia. A TENS e o
FES foram mantidos. Na fase final do tratamento foram realizados alongamentos
do quadrado lombar, piriforme, isquiostibiais e psoas e, fortalecimento muscular de
MMII. Foram feitas reavaliações periódicas, sempre levando em conta a resposta
da paciente para qualquer alteração do plano de tratamento.
Fig. 4 - Pc M.J.A.P., 65 anos , sexo
feminino, sentada sendo submetida a
aplicação de FES Transcutânea (TENS)
tipo burst na região paravertebral e no
MID.
126
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Fig. 6 - Pc M.J.A.P., 65 anos, sexo
feminino,
em
decúbito
dorsal
realizando o exercício de Williams
com o objetivo de alongar o
diafragma e a reduzir a lordose
lombar, relaxando a musculatura
posterior da coluna lombar.
Fig. 5 - Pc M.J.A.P., 65 anos, sexo
feminino,
em
decúbito
dorsal
realizando
a
estimulação
do
diafragma
e
as
manobras
expiratórias.
5 RESULTADOS
Após 6 meses de tratamento a paciente apresentava redução expressiva
do quadro álgico. A dor reduziu na frequência e intensidade (de 100 para
aproximadamente 12 na região lombar e 7 no MID, de acordo com a Escala Visual
Analógica da Dor). A paciente obteve melhora nas AVD´s e AIVD´s. Houve retorno
do reflexo patelar e negativação de todos os testes feitos na primeira consulta
inicial.
6 CONCLUSÃO
O tratamento fisioterapêutico mostrou-se muito eficaz quando aplicado
em paciente com Estenose Espinhal Lombar promovendo significativa melhora
dos sintomas presentes, limitando a indicação do tratamento cirúrgico aos casos
não solucionados pela fisioterapia.
PHYSIOTHERAPY INTERVENTION IN AN OLD PATIENT WITH SPINAL CANAL
STENOSIS-A CASE REPORT.
ABSTRACT
The present case report aims to report the importance of the physiotherapy as an
option of treatment to spinal canal stenosis. Lumbar stenosis is a pathological
narrowing of the spinal canal, lateral recess and/or intervertebral foramens, leading
to the compression of the neural elements and being able to produce symptoms
127
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
such as neurogenic claudication, muscle weakness, abnormal tendinous reflexes,
gait, intestinal and bladder disturbances, radicular pain and sensibility alterations.
This article reports the case of a 65-year-old female patient, suffering from central
spinal stenosis at lumbar level L4-5, characterizing degenerative changes common
to elderly people. She was treated as an ambulatory patient at the department of
physiotherapy of Getúlio Vargas Hospital in Teresina -PI between February and
August 2006. One observed that physiotherapy performs a major role, improving
the way of life of patients with lumbar stenosis, constituting a conservative option at
the avoidance of the operative treatment.
Key Words: Lumbar Stenosis. Lumbagia. Spinal Stenosis
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Aplicação. 5. ed. São Paulo: Ed. Manole, 2000.
128
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO ALONGAMENTO MUSCULAR COM A UTILIZAÇÃO PRÉVIA DO CALOR PROFUNDO
Camila Costa Ibiapina¹,
Ludmilla Karen Brandão Lima de Matos²,
Olívia da Rocha Mafra³.
RESUMO
O alongamento é uma das técnicas mais utilizadas na fisioterapia para aumentar a
amplitude de movimento. A utilização de recursos térmicos para favorecer os
procedimentos de alongamento vem sendo documentada. Neste sentido, realizouse um estudo quantitativo, do tipo estudo de campo com objetivo de verificar o
efeito da diatermia por ondas-curtas no ganho de amplitude de movimento dos
músculos ísquios-tibiais em mulheres saudáveis e sedentárias na faixa etária entre
20 a 35 anos. Foram selecionadas aleatoriamente 16 mulheres voluntárias que
apresentaram encurtamento dos músculos ísquios-tibiais, registrados através da
goniometria. Durante a pesquisa foi realizado o alongamento passivo, manual e
progressivo dos músculos ísquios-tibiais direito e esquerdo, além da utilização
prévia do calor profundo. O alongamento foi realizado por um período de 3 séries de
30 segundos cada, durante 5 atendimentos consecutivos. Os resultados mostraram
que as duas formas de alongamento apresentaram um ganho na amplitude de
movimento, sendo que o alongamento realizado com o aquecimento prévio mostrou
um ganho maior de amplitude de movimento. Conclui-se que a utilização da
diatermia por ondas-curtas associado ao alongamento melhora o ganho de amplitude
de movimento quando comparado com a utilização exclusiva do alongamento
passivo.
Palavras-chave: Alongamento. Aquecimento. Músculos ísquios-tibiais.
1 INTRODUÇÃO
O alongamento é um termo geral utilizado para descrever qualquer manobra
terapêutica elaborada para aumentar o comprimento de qualquer estrutura de tecidos
moles patologicamente encurtados e desse modo aumentar a amplitude de
movimento, além disso, consiste em aplicar uma tensão aos tecidos moles,
induzindo
ao aumento da extensibilidade dos tecidos, sendo amplamente
__________
1
: Fisioterapeuta, formada pela Faculdade Integral-Diferencial FACID, Fisioterapeuta da Clínica
Fernanda Daniel, [email protected].
²: Fisioterapeuta formada pela UNIFOR, professora da FACID das disciplinas de Cinesioterapia
I e II e do estágio supervisionado de terapia manual, [email protected].
³: Fisioterapeuta, formada pela UNIFOR, fisioterapeuta da Ortoclínica.
129
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
administrado para aumentar a mobilidade articular e reverter contraturas.
O objetivo principal do alongamento é mobilizar a articulação considerada
em toda a sua amplitude de movimento, para permitir a utilização de todo o arco
articular e alongar a musculatura que esteja edemaciada por água e catabólitos de
contração, ou enrijecida pelo repouso (DANTAS, 1991).
Os benefícios do alongamento são bastantes positivos, destacando-se
redução das tensões musculares, relaxamento, prevenção de lesões (distensões
musculares e entorses), melhora da postura e do esquema corporal, ativação da
circulação, prevenção de dores e redução da ansiedade, do estresse e da fadiga.
Portanto o alongamento deve ser realizado diariamente por todos os indivíduos, em
especial, àqueles que praticam atividade física (FERNANDES; MARINHO; LIMA
2002).
Segundo Souchard (2003) o alongamento precedido da utilização do calor
profundo faz com que o músculo permaneça apenas na fase elástica, enquanto
que o alongamento sem a utilização do calor profundo prévio faz com que o músculo
entre na fase plástica, ocorrendo deformação das fibras musculares e alteração
permanente do comprimento muscular.
Já Andrews, Harrelson e Wilk (2000) afirmam que a elevação da temperatura
do tecido conjuntivo reduz a resistência deste tecido ao estiramento e promove
maior extensibilidade dos tecidos moles, exercendo, portanto, uma influência
significativa sobre o comportamento mecânico do tecido conjuntivo sob o estiramento
tensional.
Devido à falta de um consenso entre os autores acima citados, a presente
pesquisa propôs comprovar cientificamente as diferenças entre o alongamento
muscular com a utilização do calor profundo prévio e o alongamento muscular sem
a utilização do calor profundo. Especificamente objetivou-se avaliar a eficácia do
alongamento muscular dos ísquios-tibiais com a utilização prévia do calor profundo
em participantes sedentários na faixa etária entre 20 a 35 anos, do sexo feminino.
Realizou-se uma análise comparativa dos resultados obtidos com
alongamento da musculatura ísquios-tibiais sem a utilização do calor profundo
prévio e o alongamento da musculatura ísquios-tibiais com a utilização do calor
profundo prévio. Procurando comparar qual tipo de alongamento foi capaz de
promover uma alteração permanente do comprimento da musculatura dos ísquiostibiais.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Prado e Pinfildi (2004) afirma que o alongamento é uma das técnicas
mais utilizadas na fisioterapia para se obter um aumento da amplitude de movimento
por meio do aumento da flexibilidade muscular. Também atua na diminuição do
130
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
tônus, encurtamento e espasmos muscular, além de ser utilizado para preparar a
musculatura antes dos exercícios físicos, evitando assim lesões musculares.
"A meta geral do alongamento é recuperar ou reestabalecer a amplitude de
movimento normal das articulações e a mobilidade dos tecidos moles que
cercam uma articulação. Enquanto que as metas específicas são prevenir
contraturas irreversíveis, aumentar a flexibilidade geral de uma parte do
corpo antes de exercícios vigorosos de fortalecimento e evitar ou minimizar
os riscos de lesões musculotendíneas." (KISNER, COLBY 1998, p. 159 )
Durante um alongamento a respiração deve ser lenta, ritmada e controlada,
com a finalidade de promover o relaxamento (ANDERSON, 2003).
Prado e Pinifild (2004) afirmam que o alongamento não se torna eficaz
quando utilizado por menos de 6 segundos, mas é eficiente quando utilizado de 15
a 30 segundos.
Com base na justificativa acima citada nessa pesquisa foi realizado o
alongamento passivo manual e progressivo da musculatura ísquios-tibiais durante
um período de 30 segundos.
Figura 1.Fonte: FERNANDES; MARINHO; LIMA, 2002.
O músculo aquecido antes do alongamento, o coeficiente de elasticidade
terá sido aumentado de modo artificial e temporário, o que torna a flexibilidade do
músculo apenas provisoriamente mais fácil; o músculo voltará ao seu comprimento
inicial ao esfriar. Assim todo aquecimento antes de um alongamento deve ser
evitado(SOUCHARD, 2003).
Andrews, Harrelson, Wilk (2000) afirmam que a elevação da temperatura
do tecido conjuntivo reduz a resistência desse tecido ao estiramento e promove
maior extensibilidade dos tecidos moles. Foi relatado que o colágeno é extremamente
maleável quando aquecido até uma gama entre 39° a 43°C.
Frontera, Danson e Slovik (1999) relatam que as temperaturas musculares
e articulares modificam a flexibilidade. O aquecimento aumenta o acréscimo na
amplitude de movimento atingida pelo alongamento, aumentando a extensibilidade
131
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
do colágeno, um componente principal do tendão e da cápsula articular.
Para Kisner e Colby (1998) quando o tecido mole é alongado, ocorre tanto
alteração elástica quanto plástica. A elasticidade é a capacidade do tecido mole
retornar ao seu comprimento de repouso após o alongamento passivo. A plasticidade
é a tendência do tecido mole de assumir um comprimento novo e maior após a
força de alongamento ser removida. Tanto os tecidos contráteis quanto os não
contráteis têm qualidades elásticas e plásticas.
Segundo Abdallah (1998) durante os exercícios de alongamento, o tecido
aumenta seu comprimento. Se logo após os exercícios o tecido não retornar ao
seu tamanho original, atribui-se isso à deformação do componente plástico.Podese observar através da curva sobrecarga-distensão:
Figura 1: A quantidade de formação permanece no tecido se a tensão
atingir o ponto D e, então, liberada a tensão é representada pela distância entre A
e D.
Figura 1: Fonte: ABDALLAH,1998.
Segundo Rodrigues (1998) quanto maior a amplitude de movimento
permitida por uma articulação, assim como a elasticidade da musculatura que a
envolve, maior será o grau de flexibilidade alcançado por essa estrutura músculoarticular.
O alongamento passivo é realizado com auxílio de forças externa, estando
o praticante passivo, isto é, com descontração muscular (ABDALLAH, 1998).
De acordo com Kisner e Colby (1998) quando um músculo é alongado
passivamente, o alongamento inicial ocorre no componente elástico em série e a
tensão aumenta agudamente. Após certo ponto ocorre um comprometimento
mecânico das pontes transversas à medida que os filamentos se separam com o
deslizamento e ocorre um alongamento brusco dos sarcômeros (os sarcômeros
cedem).
De acordo com Fernandes, Marinho e Lima (2002) as adaptações agudas
132
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
ao alongamento passivo podem ser explicadas através da resposta viscoelástica
do músculo ao estresse. Quando o músculo é mantido em posição de alongamento,
a tensão passiva do músculo diminui através do tempo. Esse fato é referido como
o relaxamento viscoelástico ao estresse. Já as adaptações crônicas ao alongamento
poucos estudos têm examinado mudanças na rigidez passiva após um programa
de alongamento.
A pesquisa objetivou avaliar e analisar a eficácia entre o alongamento dos
ísquios-tibiais com o aquecimento prévio e o alongamento sem o aquecimento
prévio.
3 MATERIAL E MÉTODOS
Essa pesquisa caracteriza-se por ser um estudo quantitativo e de campo.
Participaram da pesquisa 16 voluntários escolhidos aleatoriamente. Todos
os participantes eram do sexo feminino e apresentavam a faixa etária entre 20 a 35
anos, sendo saudáveis e sedentários. Foram realizados atendimentos de 9
participantes na Clínica Fernanda Daniel (Rua Desembargador Pires de Castro n°
Centro-sul, Teresina-Piauí) e de 7 participantes na Clínica Escola da Faculdade
Integral-Diferencial (Avenida Rio Poty n° 2381 Horto Florestal, Teresina-Piauí).
Foi realizada uma avaliação inicial, sendo mensurado o grau de
encurtamento dos ísquios-tibiais direito e esquerdo através do instrumento
goniômetro (marca Carci).
O goniômetro é um instrumento barato, de fácil manuseio, e as medidas
são tomadas rapidamente. Podem ser de plástico ou de metal e de diferentes
tamanhos, mas com o mesmo padrão básico. Todos têm um corpo e dois braços:
um móvel e outro fixo (MARQUES, 2003).
Nesta pesquisa foi trabalhado o alongamento dos ísquios-tibiais, pois
caracterizam-se por apresentar predominância de fibras vermelha (músculo postural
- estática), ou seja, está propenso ao encurtamento muscular. Além disso, os
participantes foram todos sedentários, o que aumenta a possibilidade de
encurtamento muscular (ABDALLAH, 1998).
Os participantes ficaram em decúbito dorsal, sem uso de travesseiros ou
qualquer outro objeto que interfira nos resultados das medidas. O braço fixo do
goniômetro foi colocado na linha media axilar do tronco e o braço móvel do goniômetro
paralelo e sobre a superfície lateral da coxa, em direção ao côndilo lateral do fêmur.
Em seguida foram realizados 05 atendimentos (sendo cinco atendimentos
semanais e consecutivos) de alongamento passivo, manual e progressivo dos
ísquios-tibiais direito e esquerdo, sendo que no membro que apresentou maior
grau de encurtamento foi realizado aquecimento prévio dos ísquios-tibiais e no
membro com menor grau de encurtamento foi realizado apenas o alongamento
sem o aquecimento prévio.
É importante ressaltar que os atendimentos dos participantes foram sempre
133
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
realizados nos mesmo horários do dia.
No membro mais encurtado, o aquecimento dos ísquios-tibiais foi realizado
com um equipamento ondas-curtas modelo Diatermax 350p da marca KLD
Biossistemas Equipamentos Eletrônicos Ltda, com 350W de pico de potência,
tipo contínuo, oscilação de freqüência de 27,12 Mhz e comprimento de onda de
11,06 metros, sendo os eletrodo capacitativos flexíveis de borracha e com a utilização
da técnica coplanar. Os eletrodos foram separados da pele dos participantes através
de toalhas de rosto secas, formando uma distância média de aproximadamente 2
cm de espessura.
Após o final dos 05 atendimentos foi mensurado novamente o grau de
encurtamento dos ísquios-tibiais direito e esquerdo com instrumento goniômetro.
Os participantes foram orientados a não realizar atividades físicas no período de 10
dias após o início da pesquisa. Cinco dias após o final dos atendimentos foi
mensurado o grau de encurtamento dos ísquios-tibiais de ambos os membros. Em
seguida foi realizada uma análise comparativa dos dados e demonstrado através
de um gráfico.
Durante toda a realização da prática o fisioterapeuta orientador esteve
sempre presente.
Os critérios de inclusão desta pesquisa foram os participantes sedentários
e saudáveis, enquanto que os critérios de exclusão foram os participantes com
lesão muscular e/ou articular e os que apresentavam as contra-indicações do uso
da diatermia por ondas-curtas citadas anteriormente.
O estudo foi iniciado após a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da
Faculdade Integral Diferencial (FACID) e seguiu a recomendação da resolução 196/
96 do Conselho Nacional de Saúde - MS envolvendo a pesquisa em seres humanos.
Todos os participantes foram informados dos riscos e benefícios da pesquisa e
assinaram previamente o termo de consentimento livre e esclarecido.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com os dados obtidos com o resultado final da pesquisa
observou-se que o alongamento precedido do aquecimento é mais eficaz se
comparado com o alongamento sem o aquecimento prévio da musculatura. Percebese que os membros inferiores aquecidos obtiveram após o quinto atendimento um
ganho de amplitude de movimento de em média 34,68%, na mesma situação tiveram
uma perda de amplitude de movimento de, em média, 7,84% após cinco dias do
último atendimento.
A situação é um pouco diferente quando a análise recai nos membros
inferiores não aquecidos, sendo apenas significativa na primeira situação, ou seja,
o ganho após o quinto atendimento foi de 29,50% quando se trata de membros
inferiores aquecidos em comparação a não aquecidos. A perda após cindo dias do
134
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
último atendimento é aproximadamente semelhante ao dos membros aquecidos,
sendo... 7,15%.
Segundo Prado e Pinfildi (2004) o maior ganho de amplitude nos membros
aquecidos ocorre porque a elevação da temperatura aumenta a taxa de disparo
das fibras tipo II aferente do fuso muscular e gama eferente, e um aumento na taxa
de disparo das fibras tipo Ib dos órgãos tendinosos de golgi.
Essas mudanças na taxa de disparo dos nervos contribuem para a redução
da taxa de disparo do motoneurônio alfa, relaxando o músculo e aumentando assim
a flexibilidade muscular com o alongamento (Prado e Pinfildi, 2004).
Prado e Pinfildi (2004) afirmam que a elevação da temperatura também
pode mudar a viscoelasticidade do tecido conectivo e resultar numa elongação
plástica depois do alongamento.
Andrews, Hanilson e Wilk (2000) reforçam que a temperatura exerce uma
influência significativa sobre o comportamento mecânico do tecido conjuntivo sob
o estiramento tensional. As temperaturas terapêuticas mais altas com baixas cargas
produzem o maior alongamento tecidual plástico com o mínimo de dano.
Já Souchard (2003) afirma que o músculo aquecido antes do alongamento,
o coeficiente de elasticidade terá sido aumentado de modo artificial e temporário, o
que torna a flexibilidade do músculo apenas provisoriamente mais fácil; o músculo
voltará ao seu comprimento inicial ao esfriar. Assim todo aquecimento antes de um
alongamento deve ser evitado.
Em relação à perda da amplitude de movimento tanto os membros aquecido
quanto os não aquecidos perderam ADM em proporções semelhantes após cinco
dias do último atendimento. De acordo com Kisner e Colby (1998) isso ocorreu
porque tanto os membros aquecido quanto os não aquecidos alcançaram as
propriedades elásticas e plásticas. A elasticidade foi alcançada, pois houve perda
de ADM (o músculo retornou parcialmente ao seu comprimento original) e a
plasticidade ocorreu pois um novo comprimento muscular foi alcançado.
Para Prado e Pinfildi (2004) o calor e o alongamento são frequentemente
135
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
utilizados clinicamente para aumentar a flexibilidade e restaurar perdas de amplitude de movimento. O calor profundo aumenta a extensibilidade do tecido colágeno
e diminui a viscosidade dos tecidos e tendões.
A diatermia por ondas-curtas pode produzir um calor profundo em grandes
áreas, levando a um relaxamento muscular, diminuição do espasmo e do
encurtamento muscular (PRADO, PINFILDI, 2004). Foi utilizada neste estudo para
aquecer os músculos ísquios-tibiais, melhorando a efetividade dos fusos musculares.
5 CONCLUSÃO
Alongamento é o conjunto de técnicas utilizadas para manter e/ou aumentar
a amplitude de movimento. Tem como benefícios reduzir as tensões musculares,
induzir o corpo ao relaxamento, prevenir lesões, melhorar a postura e o esquema
corporal além de reduzir a ansiedade, o estresse e a fadiga.
Verificou-se um aumento da amplitude de movimento tanto no alongamento
dos ísquios-tibiais sem o aquecimento prévio quanto no alongamento dos ísquiostibiais com o aquecimento prévio em mulheres saudáveis e sedentárias, na faixa
etária entre 20 e 35 anos. Entretanto é importante ressaltar que o alongamento
com o aquecimento prévio da musculatura obteve um maior ganho de amplitude de
movimento se comparado com o alongamento da musculatura sem o aquecimento.
Quanto à perda de amplitude de movimento após cinco dias do último
atendimento verificou-se uma perda de amplitude de movimento em proporções
semelhantes tanto no membro aquecido quanto no membro não aquecido.
Portanto conclui-se que é eficaz o uso do calor profundo, através da
diatermia por ondas-curtas, antes da realização do alongamento dos ísquios-tibiais.
EVALUATION OF THE EFFECTIVENESS OF THE MUSCULAR STRETCHING
WITH THE PREVIOUS USE OF DEEP HEAT
ABSTRACT
Stretching is one of the most used techniques in physiotherapy to increase the
amplitude of movement. The use of thermal resources to favor the stretching
procedures has been registered. This way, a quantitative study was made, a field
study with the objective to verify the effect of the thermowave for short wave in the
profit of amplitude of movement of the isquiostibiais muscles in healthful and sedentary
women at the age group of 20-35 years. 16 women, who were chosen randomly,
had presented shortening of the isquiostibiais muscles, registered through the
goniometria. During the research the passive, manual and gradual stretching of
136
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
right and left isquiostibiais muscles was carried as well as the previous use of the
deep heat. The stretching was carried in a period of 3 series of 30 seconds each,
during 5 consecutive cares. The results showed that the two forms of stretching
presented a profit in the amplitude of movement, although the stretching carried
with the previous heat showed a bigger profit of amplitude of movement. One
concludes that the use of short thermowave associated to the stretching improves
the profit of amplitude of movement when compared with the exclusive use of the
passive stretching.
Key Words: Stretching. Heat. Isquiostibiais Muscles.
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138
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
A INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO DE FORÇA NA PREVENÇÃO DA
OSTEOPOROSE - UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Raimundo Nonato Nascimento Júnior
Marcos Antônio Pereira dos Santos
RESUMO
O presente trabalho trata-se de uma revisão de literatura, que teve o objetivo de
analisar como o treinamento de força pode contribuir na prevenção da osteoporose,
já que nos últimos anos houve um aumento considerável da expectativa de vida da
população mundial, aumentando também a probabilidade de se adquirir algum tipo
de patologia relacionada ao envelhecimento, dentre elas destacou -se nesta revisão
a osteoporose, uma doença que tem como principal característica a diminuição da
densidade mineral óssea (DMO), deixando o indivíduo com os ossos mais fracos,
aumentando assim o risco de sofrer algum tipo de fratura, podendo até interferir na
autonomia destes idosos acometidos por tal mal em desenvolverem suas atividades
cotidianas. Pode-se afirmar que medidas preventivas como uma boa alimentação e
a prática de atividades físicas devem ser adotadas desde cedo , já que a prática
regular de atividade física durante a infância e adolescência podem ser consideradas
medidas preventivas, pois é nessa fase que há maior ganho de massa óssea.
Assim através de uma dieta belanceada, reposição hormonal e a prática de exercícios
físicos, principalmente àqueles que impõem um sobrecarga maior do que a do
próprio peso corporal, como os exercícios resistidos, são medidas importantes na
prevenção do processo da osteoporose.
Palavras-chave: Osteoporose. Exercício resistido. Densidade mineral óssea.
1 INTRODUÇÃO
É notório o aumento da expectativa de vida que vem ocorrendo em todo o
mundo nos últimos tempos, o desenvolvimento socioeconômico e cultural aliado
ao aprimoramento tecnológico propiciaram este significativo aumento da expectativa
de vida mundial e conseqüente aumento do número de idosos (PAPALEO NETTO;
CARVALHO FILHO, 2000; NÓBREGA et al., 1999).
Na mesma proporção houve também o aumento de condições crônicas
relacionados com o envelhecimento, onde alterações nos parâmetros antropométrico
139
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
e fisiológicos propiciam um incremento no percentual de gordura, redução da eficiência cardiovascular, diminuição da massa muscular e densidade mineral óssea
(DMO).
Considerada uma patologia estreitamente relacionada com o envelhimento,
a osteoporose é uma enfermidade crônica, multifatorial caracterizada pela redução
da densidade mineral óssea, com deterioração da microarquitetura, levando a um
aumento da fragilidade esquelética e do risco de fraturas, sendo mais freqüente em
mulheres no período da menopausa, quando essa perda óssea chega a atingir 1 a
3% ao ano, acentuando-se ainda mais na pós menopausa, devido a diminuição
dos níveis de estrógeno, que é o principal hormônio regulador do organismo ósseo.
Seu caráter silencioso faz com que ela não seja diagnosticada antes de ocorrer
alguma fratura, pois a mesma é assintomática, lenta e progressiva (CARVALHO;
FONSECA; PEDROSA, 2004).
Caracterizada pela diminuição da massa óssea, e pela deterioração
estrutural do tecido ósseo (FRONTERA, DAWSON; SLOVIK, 2001), a osteoporose
tem se tornado fator primordial de pesquisas que tratam sobre as lesões ósseas
em idosos. Nosso corpo está em um constante processo de formação e reabsorção
óssea, sendo chamado esse fenômeno de remodelação óssea a qual difere em
cada fase da vida (inicio e envelhecimento). Por volta dos 30 e 35 anos, é que nós
atingimos a nossa massa óssea máxima e, entre os 40 e 45 anos, essa massa
óssea permanece estável. Após esse período, a perda é de 1% ao ano (FLECK;
JUNIOR, 2003).
Hoje esta patologia já é considerada problema de saúde pública, pois
vem acometendo cada vez mais um número considerável de pessoas,
aproximadamente cerca de 250 milhões de americanos sofrem desta doença, com
mais ou menos 1,5 milhão de fraturas registradas sendo que 250.000 são de quadril,
gerando um custo de + 8 bilhões de dólares e um aumento de 10% a 20% do risco
de mortalidade (CARVALHO; FONSECA; PEDROSA, 2001). As regiões mais
afetadas pela osteoporose são as vértebras lombares, articulação do quadril e os
processos estilóides da articulação do punho.
São considerados fatores de risco para esta patologia o fato do individuo,
principalmente do sexo feminino, ter tido menopausa precoce, ser de idade
avançada, ser de raça branca e amarela, com histórico familiar mostrando casos
da doença, sedentário, ter dieta pobre em cálcio, ter removido os ovários na prémenopausa, ter usado esteróides anabolizantes e ter irregularidade menstrual e
anorexia nervosa (USDHHS, 1991 citado por CARVALHO; FONSECA ; PEDROSA,
2001). Estudos demonstram que o osso adapta-se a cargas físicas e mecânicas
impostas a ele, alternando sua massa e sua força (FRONTERA et al., 2001). O
treinamento de força a 80% de uma repetição máxima, com + 8 repetições, gera
140
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
aumentos consideráveis na massa óssea de indivíduos adultos.
Como medida de prevenção e tratamento da osteoporose, uma alimentação
balanceada (CARVALHO et al., 2002), práticas regulares de exercícios físicos
(TENÓRIO et al., 2005) aliados à terapia de reposição hormonal (NOTELOVITZ et
al., 1991; HENDERSON; HARRIS, 1991) vêm sendo preconizados.
Dentro destas medidas a prática de exercício físico é um fator potencial
na prevenção e tratamento desta patologia. Já que sua prática regular promove um
fortalecimento não só dos músculos, mas da massa óssea também. A manutenção
desta massa óssea, ou sua hipertrofia, parece estar relacionada não só com a
contração muscular, mas também com a ação da gravidade e com estresse mecânico
a que o osso está submetido. Os exercícios físicos melhoram o grau de perda,
mantém ou incrementam a densidade óssea, aumentam a força muscular e
melhoram o equilíbrio (SANTARÉM, 2001).
Neste sentido Santarém (2001) afirma que a importância do exercício físico
é grande tanto para a profilaxia quanto para o tratamento da osteoporose. A sua
utilização deve ocorrer desde a infância, nos anos onde se atinge a massa óssea
máxima. Por mecanismos ainda pouco esclarecidos, os exercícios mais eficientes
são os que implicam em suporte de cargas e contrações musculares fortes. Dentre
esses tipos de exercícios os mais seguros e práticos são os exercícios com pesos.
Desta forma, a presente pesquisa objetivou analisar como treinamento de
força pode contribuir na prevenção da osteoporose, a fim de que se possa atualizar
cada vez mais o conhecimento científico sobre este assunto.
2 A OSTEOPOROSE
A osteoporose hoje é considerada um grave problema de saúde pública,
acometendo geralmente pessoas idosas, e principalmente as mulheres no período
pós-menopausa.
A menopausa é a idade crítica para as mulheres com relação à osteoporose.
A perda óssea em mulheres começa aos 35 anos e progride 1% ao ano até este
período. A importância clínica da osteoporose está no aumento da incidência de
fraturas (SANTARÉM, 2001).
Segundo Campos (2001, p.41)
"A osteoporose é uma doença metabólica, caracterizada pela densidade
diminuída (unidade massa/ volume) do osso, normalmente poroso e fino.
Como a massa óssea é reduzida, a força mecânica do osso diminui, tornandoo mais suscetível a fraturas."
Ela é uma doença complexa, cujas causas não são totalmente conhecidas,
e ocorre quando a quantidade de massa óssea diminui substancialmente
ocasionando deteriorização da microarquitetura do osso desenvolvendo-se ossos
ocos, finos e de extrema sensibilidade, tornando-os mais sujeitos à fraturas.
Geralmente o quadro clínico de osteoporose ocorre pelo aumento
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
desproporcional da reabsorção óssea, por suprimir o controle inibitório sobre
osteoclastos, ocorrendo desequilíbrio no remodelamento ósseo. Desta forma, o
organismo não consegue fazer o remodelamento ósseo na mesma proporção que
ocorre reabsorção, tornando o osso mais frágil e menos capaz de resistir a
compressão e à torção, o que aumenta à incidência de fraturas.
A remodelação óssea refere-se à remoção do osso velho com reposição
do osso novo, neste processo dois tipos de células ósseas estão envolvidas. Os
osteoblastos e osteoclastos, os osteoblastos são células que sintetizam a parte
orgânica da matriz óssea, já os osteoclastos são células gigantes, multinucleadas,
relacionadas com a reabsorção (catabolismo) do tecido ósseo e que participam do
processo de remodelação do osso. É necessário que este processo cíclico esteja
em equilíbrio, e isso ocorre quando as fases de reabsorção e formação estão
bastante balanceadas. Caso a atividade dos osteclastos esteja em superatividade,
ou mesmo a atividade dos osteoblastos estiver prejudicada poderá ocorrer a
diminuição da massa óssea. A redução na massa óssea é associada com uma
obrigatória perda de estrutura óssea e, consequentemente, diminuição da força
óssea. Portanto, a microarquitetura óssea tem importante função em determinar
as propriedades mecânicas dos ossos.
Os ossos apresentam em uma certa época da vida de cada um o seu pico
de massa óssea que é a quantidade máxima de massa óssea que o indivíduo
atinge até a idade adulta, que deve ser alcançado no final da adolescência ou no
início da fase adulta. Alguns ossos começam a perder massa óssea logo após o
seu pico que é determinado por fatores como: a dieta, atividade física, hormônios e
potencial genético.
De acordo com Campos (2001)
"o pico de massa óssea, a máxima quantidade de mineral ósseo durante a
maioridade pré-menopáusica (por volta de trinta e cinco anos, é um importante
marco biológico, para ele quanto maior o pico de massa ósseo, menor o
risco subseqüente de osteoporose. Assim as mulheres deveriam ser
encorajadas a atingirem a máxima densidade mineral óssea no período prémenopausa."
São dois os tipos de osteoporose, a primária que atinge idosos acima de
65 anos, e as mulheres nos dez primeiros anos de menopausa. E a secundária
que é causada por outras doenças como desordens hormonais, doenças digestivas,
fatores genéticos e outros.
Os principais sintomas desta doença são: dor lombar, perda de altura,
deformidade da coluna e múltiplas fraturas, resultante de pequenas quedas e
impactos que em condição normal não ocorreriam. Em estado avançado a caixa
torácica pode apoiar-se no rebordo pélvico, prejudicando a função respiratória.
142
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
3 ATIVIDADE FÍSICA E A OSTEOPOROSE
O osso é um tecido adaptativo que se desenvolve em sua estrutura e
função em resposta a forças mecânicas e demandas metabólicas. Sabe-se que a
osteoporose se caracteriza pela perda de massa óssea, assim como também
pela deterioração estrutural do tecido ósseo.
O exercício físico é importante fator de influência positiva no tratamento e
prevenção da osteoporose.
No grupo das atividades físicas, os exercícios com pesos vêm sendo
recomendados pelos prováveis benefícios sobre a ossatura, já que esta atividade
favorece o aumento de força, coordenação, flexibilidade e diminui o risco de quedas
principalmente em idosos.
Campos (2001, p. 55) relata que
O treinamento de força, especificamente, é de extrema
importância para indivíduos com osteoporose, porque o indivíduo
não só ganha força e massa muscular, mas também, melhora
a flexibilidade, a coordenação, a agilidade, a postura e a
resistência muscular. Estas adaptações resultam na melhoria
do processo de remodelação óssea e na melhoria da qualidade
de vida do indivíduo.
No mesmo sentido Fleck e Silva Junior (2003) afirmam que
"o treinamento de força causa ganhos de massa óssea tanto nos
membros
superiores quanto nos membros inferiores, enquanto a corrida e o ciclismo
têm somente alterações de densidade mineral óssea (DMO) nos membros
inferiores."
Estudos comprovam que a caminhada uma atividade que é normalmente
prescrita na pós-menopausa não previne a perda óssea ( NELSON et al., 1991).
Este fato pode estar relacionado à carga imposta por esta atividade, pois
a sobrecarga apropriada em um programa destinado a melhorar a massa óssea
deve induzir forças que sejam maiores que aquelas das atividades da vida diária,
estimulando de fato o osso a responder de forma a atender as demandas para as
cargas aumentadas.
Frost (1990) relata que "para que ocorra uma modelação e a remodelação
óssea deve haver uma tensão mecânica mínima, onde valores menores que esta
tensão geralmente resultar em nenhuma alteração na massa óssea."
Sendo assim, os exercícios de caráter aeróbio (que não envolve o uso de
pesos), acabam por não exercer efeitos tão significativos sobre a densidade óssea
tanto quanto atividades de curta duração e alta intensidade (SANTARÉM, 2001).
143
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Para SILVA JÚNIOR et al. (1996) a atividade física está relacionada com
maior densidade óssea em crianças e adolescentes, de modo semelhante ao
encontrado em população adulta. Aquelas que participam em atividades de maior
impacto (ex futebol, basquetebol) têm um ganho adicional de 5 a 7% na sua
densidade óssea para cada hora extra de atividade física por dia, ao passo que a
natação e o ciclismo não demonstram efeitos benéficos.
As áreas mais exigidas do esqueleto apresentam maior ganho de massa
óssea, freqüentemente verificada em muitos atletas. Nadar e caminhar podem ser
recomendados para maiores benefícios cardiovasculares, mas não tem demonstrado
retardar a perda de massa óssea ou, até mesmo aumentar a densidade em mulheres
menopausadas.
No que se refere aos benefícios osteogênicos, o exercício resistido
apresenta-se como estímulo eficaz na obtenção de ossos mais fortes e resistentes,
por oferecer considerável sobrecarga tensional (MCILWAIN, 1999), representando
forças maiores que aquelas impostas nas atividades da vida diária (HERLIHY, 2002).
Outro efeito relevante no treinamento com pesos, é a maior eficiência para
o estímulo piezelétrico no osso, gerando maior atividade osteoblástica e aumentando
a formação óssea através do incremento a síntese de proteínas e de DNA (RASO
et al. 1997).
4 MEDIDAS DE PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA OSTEOPOROSE
O tratamento da osteoporose pode ser feito através de medidas
medicamentosa e de alguns cuidados. O tratamento medicamentoso é feito através
da terapia de reposição hormonal, deve-se tomar alguns cuidados com o tratamento
e prevenção da doença como: a atividade física, dieta equilibrada, alimentação rica
em cálcio, mudança de hábitos como a ingestão de café, álcool e fumo
excessivamente, tomar sol e alimentos ricos em vitamina D.
Exercícios com sustentação do peso do corpo, como caminhada, jogging
e dança, foram os primeiros exercícios de terapia prescritos para reduzir a perda
óssea associada a menopausa. Estudos recentes sugerem que exercícios de
sobrecarga em locais específicos e com impacto promovem um estímulo mais
efetivo, ou seja, o exercício não tem somente um efeito sistêmico, mas também
um efeito local sobre o osso, visto que o tecido ósseo é sensível as demandas que
agem sobre ele e responde prontamente a elas, fazendo com que cada modificação
de um osso seja acompanhada por alteração específica na arquitetura interna.
A prática de ginástica desde a adolescência proporciona uma massa
muscular mais forte. Como os músculos estão inseridos nos ossos, estes também
são estimulados no seu desenvolvimento. Vê-se então como é importante praticar
atividade física para se prevenir um futuro quadro de osteoporose. Os ossos tornamse mais resistentes com o exercício, reduzindo a porosidade excessiva e as
conseqüentes fraturas.
O exercício vigoroso até os trinta anos de idade, principalmente, e adequada
144
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ingestão de cálcio, tende a favorecer um elevado pico de massa óssea e com isso
previne os possíveis problemas de osteoporose no período da menopausa, pois os
ossos que receberam tensão proveniente da atividade física tendem a fortaleceremse (MARCHAND, 2001).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Muitas pesquisas têm abordado a questão da prevenção e tratamento da
osteoporose, através desta revisão pôde-se analisar que dentre estes
questionamentos uma dieta balanceada e a prática regular de atividades físicas
vêm sendo medidas potenciais de prevenção e tratamento da osteoporose. Sendo
que no grupo de atividades físicas os exercícios com pesos são os mais
recomendados pelos benefícios oferecidos por este sobre a DMO, já que, a utilização
de exercícios resistidos tem demonstrado importante relevância na manutenção
da massa óssea, por promover estímulo mecânico que leva à osteogênese,
reduzindo a incidência de osteoporose, porém o mecanismo pelo qual ocorre este
processo ainda não está bem esclarecido, neste sentido sugere-se que mais
pesquisas sejam realizadas a respeito deste fato, para que assim se aprimore
cada vez mais os conhecimento sobre o tema em questão.
THE STRENGTH TRAINING INFLUENCE ON OSTEOPOROSIS PREVENTION A LITERATURE REVIEW
ABSTRACT
The present work is about a literature review that aimed to analyze the way the
force training can contribute to the prevention of osteoporosis, since in recent years
there have been a considerable increase in life expectancy of the world population
which increases one’s probability of acquiring some type of pathology related to
aging. In this review one highlighted osteoporosis, an illness that has as main
characteristic the reduction of the bone mineral density (BMD), leaving the individual
with weak bones, thus increasing the risk of suffering some type of fracture, and
interfering with the autonomy of these aged people in developing their daily activities.
One can assure that prevention such as good feeding and the practice of physical
activities must be adopted early, because regular practice of physical activity during
childhood and adolescence can be considered preventable ways, since it is in this
phase that one has greater profit of bone mass. Thus through a diet, hormonal
replacement and the practice of physical exercises, mainly to those that impose a
bigger overload than their body weight, as the resisted exercises, are important
measures in the prevention of the process of osteoporosis.
Key Words: Osteoporosis. Resisted Exercise. Bone mineral density
145
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ENSAIOS
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PROFESSOR - EDUCADOR: UM ETERNO APRENDIZ
Márcia Adriana Lima de Oliveira*
" (..)Viver e não ter a vergonha de ser feliz..Cantar
e cantar e cantar a beleza de ser um eterno
aprendiz (..)" (Gonzaguinha)
No trecho da música de Gonzaguinha: "..eterno aprendiz.." verifica-se o
caráter infindo do conhecimento que, por sua vez, também permeia o processo de
aprendizagem no qual o professor, mas do que mero transmissor, torna-se Educador.
O Educador amplia todos os seus sentidos para aguçar sua percepção de
mundo, cosmos ou do ser gente, indivíduo, ser humano pleno: psíquico, econômico,
religioso, político, cultural, social,.. e de todas as outras partes que constituem
este ser na sua totalidade.
Morin (2000,p.76) corrobora com esta percepção do indivíduo na sua
totalidade, ao escrever que a consciência do Ser Múltiplo deve ser enfatizada no
processo ensino-aprendizagem pontuando que devemos aprender a inscrever em
nós várias consciências, dentre elas: a antropológica, que nos mostra a unidade
existente nas aparentes diferenças, a ecológica, ressaltando o respeito que devemos
ter para com a Terra; a consciência cívica terrena que nos torna responsáveis e
solidários por todos os nossos irmãos terrestres; a consciência espiritual da
condição humana que permiti uma reflexão sobre as ações realizadas pelos
indivíduos e o respeito a diversidade contida na alteridade, enquanto encontro com
o diferente.
A alteridade constitui-se no encontro com o diferente que remete os dois
sujeitos sociais / indivíduos a uma reflexão sobre si, sobre o outro e os demais
membros do grupo de ambos envolvidos neste encontro. Afinal, ninguém questiona
o igual, o familiar, o cotidiano (JOVCHELOVITCH, 1998).
A reflexão surge do encontro com o inusitado, o extraordinário que, por ser
estranho causa medo, sensações que vão desde um desejo de aproximação quanto
impressões que remetam ao distanciamento, fazendo com que os indivíduos possam
reconhecer-se no outro ou não (IDEM, IBID, 1998).
Este reconhecimento é importante para a existência de cada um enquanto
parte de um grupo, indivíduo, Ser Humano, Pessoa, pois, somente, passa-se a
__________
* Professora na Faculdade Integral Diferencial -FACID e no Centro de Ensino Unificado de
Teresina - CEUT. Mestra em Antropologia pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE e
Cientista Social pela Universidade Federal do Piauí-UFPI. Cursa a Especialização em Docência
do Ensino Superior - FACID/ Expansão.
151
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existir quando o outro toma consciência de si e do outro com quem se está mantendo contato. A tomada de consciência faz cada indivíduo despertar para si e
através do processo de socialização (o tornar-se membro de um grupo mediado
pela relação ensino-aprendizagem) o indivíduo vai construindo o seu sentimento de
pertença ao grupo ou aos grupos com os quais interage, denominado de sentimento
identitário (IBIDEM, 1998).
Logo, na Alteridade não é refletido apenas as diferenças físicas, mas
culturais, o que pode se tornar visível em uma sala de aula, através das múltiplas
relações interpessoais que surgem no contato do acadêmico (a) / aluno (a), entre
si, com os outros, com os demais participantes da Escola e com o Professor.
E, no que se refere ao Professor, na prática de ensino que este apresenta
o conteúdo deve estar relacionado não apenas as exigências da Faculdade, do
curso, da disciplina, todavia, contemplar nesta prática as necessidades dos
acadêmicos e suas relações com o cotidiano de cada um deles, valorizando assim
as diversidades e o conhecimento trazido por ambos professor- acadêmico como
parte de suas vivências, uma relação dialogal, nada estático, mas VIVO e DINÂMICO
(LIBÂNEO, 1994).
Então, como fazer a valorização da diversidade, em meio a um conteúdo
que precisa ser contemplado? Ora, o professor seleciona dentro do conteúdo
apresentado, segundo uma ementa estipulada, os principais tópicos a serem
abordados, refletidos, questionados, discutidos sem perder de vista o foco maior
que é a aprendizagem e, nesta, a ponte entre teoria e prática.
E, para que ocorra esta ponte entre a teoria e prática é necessário que
haja interação, comunicação, o que pressupõe o conhecimento das diversas falas
existentes na sala de aula, para que haja a compreensão da diversidade, da alteridade
existente enquanto balizadora no processo ensino-aprendizagem, e que auxilia o
(a) educador (a) a (re)pensar, constantemente, o método utilizado para construção
e reflexão do conhecimento selecionado, a partir desta relação dual: Professor (a)
- Aluno (a), como parte de um todo maior que é conteúdo de ensino.
Por conteúdo de ensino, entende-se:
conjunto de conhecimentos, habilidades, hábitos, modos valorativos e
atitudinais de atuação social, organizados pedagógica e didaticamente,
tendo em vista a assimilação ativa e aplicação pelos alunos na sua prática
de vida...(LIBÂNEO, 1994, p.129)
Observa-se que o conteúdo é amplo e passível de modificações, desde
que o quarteto: Planeta / Cosmos - Sociedade - Faculdade- Indivíduo seja respeitado,
ou seja, o Educador tem preferências teóricas, contudo, não pode colocá-las,
jamais, como certezas, verdades absolutas, mas sim como possibilidades.
Possibilidades teóricas que suscitam no acadêmico a consciência da
152
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diversidade e incertezas quanto a qualquer tipo de conhecimento, posto que pode
ser comprovado hoje, mas amanhã surgem novos experimentos, novas pesquisas
que dão um passo a mais no dito anteriormente, construindo novas abordagens
de compreensão das múltiplas realidades.
Realidades oriundas das diversas dimensões que o tempo e o espaço
podem tomar levando o professor (a) - educador (a) - pesquisador (a) a conquistar
novos conhecimentos a partir da consciência do princípio de incerteza que deve
permear todas as suas falas e condutas, enquanto educador (a) e eterno (a) aprendiz,
sempre ciente do caráter infindo do conhecimento contido na dialética da VIDA.
Vida, que chama o (a) professor (a) - educador (a) a refletir constantemente
sobre as suas "(in)certezas" , consciente de que só se pode representar, enquanto,
re(a)presentação social, o que é parte do vivido, do experienciado.
Assim sendo, Morin (2000) chama o indivíduo, o (a) professor (a) a ser
Educador (a), a ampliar o seu olhar e enfatizar a educação como transformação.
Convida -o (a) a abraçar a diversidade, valorizando o cosmos, a nossa dimensão,
condição planetária, terrena, indivíduos responsáveis pela mãe-Terra, por si próprios,
pelos outros, dentro ou fora do âmbito familiar, ensinando cada Ser Humano a
compreender, tolerar, respeitar a diversidade e, principalmente, a unidade existente
por trás das diferenças.
Diferenças que levam o (a) educador (a) a convidar o (a) acadêmico (a)
para esta mesma reflexão, colocando - o (a) deste o primeiro período, a
questionamentos sobre a sua responsabilidade como futuro (a) profissional na área,
como Ser Humano Pleno, Cidadão (ã) Planetário, reforçando o estar inter-relacionado
com os outros, o Mundo, o Cosmos e ser, portanto, co-responsável pela manutenção
do equilíbrio neste.
Como cidadão (ã) do mundo, deve-se compreender que o próprio conceito
de mundo passa pelas vivências dos grupos com os quais se está interagindo, o
que reforça o etnocentrismo, quando, no lugar de um alargamento da visão, tentase impor um único posicionamento como o mais correto e, neste sentido, a
cidadania terrestre, planetária passa a ser a minha cidadania, os direitos e deveres
que foram repassados aos indivíduos através do processo de socialização. E, que
são vistos como corretos, como a verdade e como o real, porque são apenas o
que o grupo conhece e não se pode querer que alguém questione o que não conhece,
critique algo sem parâmetros para qualquer crítica, ressaltando o que fora dito: só
se pode ver além do que esta posto quando o indivíduo se depara com o diferente.
Portanto, a alteridade é a mola propulsora do questionamento, da reflexão
sobre outras possibilidades de fazer diferente algo que há anos era feito de uma
maneira especial, mostrando ao indivíduo outras possibilidades, outros Outro.
Porém, como no Mito da Caverna de Platão o indivíduo nem sempre está preparado
para os outros olhares, realidades, verdades, para a mudança, então ele se fecha
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nos seus saberes e transforma seus conhecimentos em dogmas, vivendo dentro
de margens de segurança, agarrando-se a suas certezas.
Assim também é o (a) Professor (a) que se segura nas certezas do que
aprendeu e fecha-se em muros de arrogância, prepotência como semideuses
intocáveis nas suas certezas, recusando o diferente, não se sentindo cidadão do
mundo, planeta..
Por isso, a proposta de Morin é audaciosa e maravilhosa por remeter o
indivíduo, seja ele professor (a) - educador (a) ou não, a reflexões sobre o grande
significado da própria existência humana, sobre o estreitamento provocado pelos
meios de comunicação.
Embora, cada indivíduo possuidor de uma cultura, a tenha como mediadora
de suas visões de mundo. Visões que são refletidas, decodificadas e também
censuradas através, não apenas do que é veiculado, divulgado pelos meios de
comunicação, mas também dos questionamentos que o novo possibilita.
O ultrapassar, então, as fronteiras rumo ao novo, inusitado pressupõe um
diálogo constante entre o que existe, está posto e que poderá vir a existir ampliando
as reflexões sobre o sentimento identitário tribal - o conhecimento local, e o planetário
(global) - o olhar ampliado, Relativista que rompe as fronteiras do Etnocentrismo,
do pré-conceito ao Outro, possibilitando este diálogo entre diferentes.
Diálogo, entre o conhecimento já adquirido e a possibilidade na sala de
aula de repensá-lo, modificando-o ou reforçando-o através das discussões com os
acadêmicos, trazendo para o espaço acadêmico as suas vivências, o cotidiano e
fazendo as pontes entre este cotidiano e o que esta sendo contemplado
teoricamente falando.
Chega-se então a compreensão de que o ampliar o olhar do (a) professor
(a) para o ser professor (a) -educador (a) -cidadão (ã) planetário (a) exige o disporse a aprender a aprender constantemente, exige abertura, exige o ter o espírito de
um desbravador, de um ETERNO APRENDIZ pelo aprendizado de que o
conhecimento é algo INFINDO. Exige o conhecimento e reconhecimento do ser
Humano como Ser Plural - Total - Pleno e que o processo de aprendizagem jamais
será um caminho de mão única, mas é um processo DUAL. Processo no qual o (a)
professor (a) - educador (a) está, constantemente, ensinando e aprendendo, ora
reforçando conhecimentos já existentes ora se surpreendendo com as múltiplas
possibilidades que ele pode tomar, através da ampliação do Olhar para um OLHAR
POLIOCULAR - PLURAL.
REFERÊNCIAS
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In:ARRUDA. Representando a alteridade. Rio de Janeiro: Vozes, 1998. pág. 69
- 82.
154
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LIBÂNEO. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.
MORIN. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo, Brasília,
DF: Cortez / UNESCO, 2000.
155
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
CUIDADORES DE IDOSOS PORTADORES DE DOENÇA DE ALZHEIMER:
MANEIRAS DE PENSAR, MANEIRAS DE AGIR
Lucíola Galvão Gondim Corrêa Feitosa1
Samara Araújo de Carvalho2
Thaise Guedes de Azevedo2
RESUMO
Diante do envelhecimento populacional, a Doença de Alzheimer (DA) surge como
um problema de grande impacto para a família, provocando sobrecarga ao familiar
cuidador. O objetivo do estudo foi conhecer o significado do cuidar atribuído pelos
cuidadores de idosos portadores de Doença de Alzheimer. Utilizou-se uma
abordagem qualitativa para entrevistar cinco familiares. As informações foram
analisadas pela Análise Temática que revelou duas categorias: 1) Cuidadores de
Idosos Portadores de Doença de Alzheimer: Maneiras de Pensar, que identificou
os sentimentos dos cuidadores que prevaleceram na sua convivência com o portador
de Alzheimer. 2) Cuidadores de Idosos Portadores de Doença de Alzheimer:
Maneiras de Agir, que identificou as principais dificuldades e limitações encontradas
pelos cuidadores, além das formas de enfrentamento utilizadas pelos mesmos.
Das mensagens analisadas e interpretadas emergiram os temas relacionados com
dificuldades financeiras, com sobrecarga de tarefas e de compromissos, o estar
cuidando ininterruptamente, a ausência de apoio institucional, da própria família e
da sociedade em geral, bem como a dificuldade maior de lidar com a doença por
não compreender a sua magnitude. Emergiu também a necessidade do cuidador
em manter a sua fé em alguma força superior capaz de sustentar seu equilíbrio
mental, bem como a importância dos grupos de apoio em suas vidas, em especial
a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz). O estudo mostrou a realidade do
cotidiano enfrentado pela família do idoso com DA.
Palavras-chave: Idoso. Alzheimer. ABRAz.
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1
Mestranda em Políticas Públicas/UFPI. Especialista em Prevenção e Controle de Infecções
Hospitalares. Especialista em Formação Pedagógica (ENSP-FIOCRUZ/RJ). Enfermeira (UFPI) e
docente dos cursos de Enfermagem e Fisioterapia da FACID. E-mail: lucí[email protected];
[email protected]
2
Enfermeiras graduadas na UESPI.
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1 INTRODUÇÃO
Diante da realidade do envelhecimento populacional no Brasil, a exemplo
do que vem ocorrendo nos países desenvolvidos, cresceram os problemas sociais
relacionados ao impacto provocado pelo aumento da expectativa de vida,
principalmente com a manutenção da saúde da população idosa e a preservação
de sua permanência junto à família. Isso constitui um problema de grande
complexidade em nossa sociedade, notadamente para o setor de saúde, uma vez
que se torna necessário identificar as necessidades do familiar cuidador para que
ele possa oferecer cuidados ao idoso fragilizado, em seu próprio domicílio, de
forma satisfatória. Ao mesmo tempo, também se torna imperiosa a adoção pelos
serviços de saúde de estratégias que representem suporte às famílias.
A Doença de Alzheimer (DA) é uma doença crônico-degenerativa, sendo o
tipo mais comum de demência. Segundo Mendiondo (2002), é um dos tipos de
demência que tem mais chances de se desenvolver nas idades mais avançadas.
Luzardo e Waldman (2004), afirmam que a DA chega a alcançar 20% de prevalência
por volta dos 80 anos de idade e afeta aproximadamente 4 milhões de norteamericanos.
A idéia principal para o desenvolvimento deste estudo surgiu da percepção
de problemas de cunho emocional vividos pelo cuidador familiar, bem como das
dúvidas e incertezas sobre o futuro, da grande responsabilidade, da inversão de
papéis onde os filhos passam a se encarregar dos cuidados de seus pais, além da
enorme carga de trabalho e sobrecarga emocional, acabando por gerar no meio
familiar intenso conflito e angústia, submetendo os cuidadores a enorme pressão
psicológica acompanhada de depressão, estresse, queda da resistência física,
problemas de ordem conjugal, entre outros, interferindo no ato de cuidar do idoso
com Alzheimer.
Acredita-se que este estudo possa contribuir para uma melhor compreensão
dos sentimentos e dificuldades relatadas pelo cuidador familiar durante o contato
diário com o idoso portador de Alzheimer, para que assim seja possível traçar
formas efetivas de atuação, por parte da enfermagem, no intuito de proporcionar ao
cuidador, à família e ao idoso uma assistência verdadeiramente holística.
Desta forma, o estudo visou explorar o universo de situações que envolvem
as famílias que vivenciam o infortúnio que representa a Doença de Alzheimer em
seus lares, com vistas a alertar a sociedade e os serviços de saúde em geral para
a questão da atenção aos cuidadores de idosos demenciados.
Diante do exposto foi delimitado como objeto de estudo: cuidadores de
idosos portadores de Doença de Alzheimer: maneiras de pensar, maneiras de agir.
Para a abordagem do objeto de estudo estabelecemos as seguintes questões
157
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
norteadoras: O que significa para o cuidador do idoso com Doença de Alzheimer o
ato de cuidar? Como o cuidador se sente ao cuidar do idoso com Alzheimer no
cotidiano domiciliar? Quais as dificuldades e limitações que os cuidadores encontram
no cuidar do idoso portador de Alzheimer? Que recursos/estratégias os cuidadores
utilizam para superar suas dificuldades?
Através dessa perspectiva pretendeu-se com este estudo conhecer o
significado do cuidar atribuído pelos cuidadores de idosos portadores de Doença
de Alzheimer, bem como compreender os sentimentos dos cuidadores na sua
convivência com o idoso demenciado, identificar as principais dificuldades e
limitações encontradas pelos cuidadores no cuidar do idoso com Alzheimer e
posteriormente reconhecer formas de enfrentamento utilizadas pelos cuidadores
para a superação de tais dificuldades.
2 O ENVELHECIMENTO POPULACIONAL
O envelhecimento populacional é, hoje, um proeminente fenômeno mundial
e que adquire características muito peculiares em nosso país, dada a velocidade
com que vem se instalando. Estimativas apontam para uma cifra de 32 a 33 milhões
de pessoas com mais de 60 anos no ano de 2025. Antes denominado um país de
jovens, hoje o Brasil já pode ser considerado um país estruturalmente envelhecido,
segundo padrões estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS),
colocando o desafio de enfrentar essa nova realidade com soluções criativas e
viáveis, especialmente nos países do terceiro mundo.
Dentre as muitas definições de envelhecimento, destaca-se a citada pela
OPAS (2000) na qual:
Envelhecer é um processo seqüencial, individual, acumulativo, irreversível,
não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos
os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz
de fazer frente ao estresse do meio ambiente e, portanto aumente sua
possibilidade de morte (OPAS, 2000).
Para Pavarini e Neri (2000), no envelhecimento patológico ocorre uma
potencialização dos processos que implicam aumento da vulnerabilidade e perda
de resiliência e plasticidade. Os efeitos se acumulam e atingem um número crescente
de sistemas do organismo e de domínios do funcionamento do indivíduo.
YUASO, 2000.
"Entre as doenças crônicas que acometem os idosos, a que tem chamado
maior atenção é a demência tipo Alzheimer que sozinha é responsável por
cerca de 50% dos tipos de demência, atingindo entre 10 e 15% das pessoas
com 65 anos ou mais de idade".
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Essa constatação acentua o desafio de se proporem políticas de saúde
que considerem esses fatos na análise da condição atual de saúde dos idosos,
bem como da saúde de quem cuida deles, na grande maioria dos casos seus
próprios familiares, uma vez que não se dispõe de equipamentos sociais para fazêlo.
3 DOENÇA DE ALZHEIMER
A doença de Alzheimer, caracterizada pelo neuropatologista alemão Alois
Alzheimer em 1906, é uma afecção neurodegenerativa progressiva e irreversível de
aparecimento insidioso, que acarreta perda da memória e diversos distúrbios
cognitivos (SMITH,1999). O DSM-IV, Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders (1995), discorre sobre a demência de Alzheimer como uma demência de
evolução gradual, de declínio cognitivo contínuo e de difícil diagnóstico.
Existem atualmente em todo o mundo entre 17 e 25 milhões de pessoas
com a doença de Alzheimer, o que representa 70% do conjunto das doenças que
afetam a população geriátrica. Assim, a doença de Alzheimer é a terceira causa de
morte nos países desenvolvidos, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares
e para o câncer. Os pacientes de Alzheimer já são quatro milhões, nos Estados
Unidos. No Brasil, não há dados precisos, mas estima-se que a confusão mental
atinge por volta de meio milhão de idosos.
A doença de Alzheimer é a doença neurológica mais frequentemente
associada ao envelhecimento. Quanto mais idosa a pessoa, maior a chance de ter
esta doença. Deste modo, entre aqueles com 65 a 70 anos, em torno de 5 a 8%
têm doença de Alzheimer, enquanto para as pessoas com mais de 80 anos este
percentual pode chegar a 40%. Considerando o rápido envelhecimento de nossa
população, este é um problema que vai adquirir cada vez maior peso, hoje existe
entre 850 mil e um milhão de pessoas com doença de Alzheimer no Brasil, um
número que dev erá aumentar rapidamente (ALZHEIMER's DISEASE
INTERNATIONAL, 2006)
Não há um teste específico que estabeleça de modo inquestionável a
doença. O diagnóstico certo da D.A. só pode ser feitor por exame do tecido cerebral
obtido por biópsia ou necropsia.
O tratamento da D.A. tem dois aspectos: um inespecífico, por exemplo,
de alterações de comportamento, como agitação e agressividade, do humor como
depressão, que não deve ser feito apenas com medicação, mas também com
orientação por diferentes profissionais de saúde. O tratamento específico é feito
com drogas que podem corrigir o desequilíbrio químico do cérebro, como a Tacrina,
Donepezil, Rivastigmina, Metrifonato e Galantamina. Este tratamento funciona
melhor na fase inicial da doença e o efeito é temporário, pois a doença continua
progredindo.
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4 O CUIDADO
O cuidado é uma dimensão ontológica do ser humano. Por "constituição
ontológica" entende-se aquilo que entra na definição essencial do ser humano e
estrutura a sua prática. Segundo clássicos dicionários de filologia, alguns estudiosos
derivam cuidado do latim cura. Esta palavra é um sinônimo erudito de cuidado,
usada na tradução de Ser e Tempo de Martin Heidegger. Sob essa ótica, Boff
(1999, p. 73) relata que:
O que se opõe ao descuido e ao descaso é o cuidado. Cuidar é mais que um
ato: é uma atitude. Portanto, abrange mais que um momento de atenção, de
zelo e de desvelo. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de
responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro.
Se, por um lado, o cuidado, seja dos profissionais ou de outros
relacionamentos, pode diminuir o impacto do adoecimento, por outro, a falta de
cuidado - ou seja, o descaso, o abandono - pode agravar o sofrimento dos pacientes
e aumentar o isolamento social causado pelo processo de adoecimento (PINHEIRO;
MATTOS, 2004).
É nesse sentido que o tema do cuidado assume relevância nesta
discussão. O cuidado faz parte da essência humana e não é apenas um ato pontual,
mas sim a forma como a pessoa humana se estrutura e se realiza no mundo com
os outros. Requer uma atitude de envolvimento, de preocupação e de
responsabilização para com o próximo, pois compreende o acolhimento, a escuta
do sujeito, o respeito pelo seu sofrimento e pela sua história de vida. A relação não
é de domínio sobre, mas de convivência, e sua centralidade não é ocupada pela
razão, mas pelo sentimento.
No mesmo sentido, Foucault (1985) entende o cuidado como uma forma
de se relacionar com o mundo, e assinala que, atualmente, o cuidado tem assumido
uma perspectiva individualista, em que a necessidade de cuidar de si e do corpo
predomina sobre as outras formas de cuidado, passando a se constituir em prática
social.
O cuidado não pode significar uma atitude especial para consigo mesmo,
cuidado é assim entendido como ocupação e preocupação para fora de si, como
aplicação do pensamento em algo que não sou eu. Esta ocupação tem o sentido
primeiro de preservação de um outro (ser humano, animal, meio ambiente, etc.), e
caracteriza-se pela expressão de uma ação. Sendo assim, o cuidado traz algo de
materialidade, já que é sempre ocupação, além de pré-ocupação. Cuidado, então,
se expressa na ação, e não se pode pensar em cuidado sem que este esteja
diretamente associado a uma ação de cuidar.
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5 O CUIDADOR
Cuidador é a pessoa que oferece cuidados para suprir a incapacidade
funcional, temporária ou definitiva. Silverstein e Litwak (1993) descreveram uma
tipologia mais detalhada para designar os cuidadores informais conforme as tarefas
realizadas e o seu grau de envolvimento com as responsabilidades pelo cuidado;
assim, dividiram os cuidadores em: a) cuidadores primários; b) cuidadores
secundários e c) cuidadores terciários. Cuidadores primários ou principais seriam
todos aqueles que assumem a responsabilidade integral de supervisionar, orientar,
acompanhar e/ou cuidar diretamente da pessoa idosa, ou seja, aqueles que realizam
a maior parte das tarefas. Cuidadores secundários são representados por outros
elementos que podem desempenhar o mesmo tipo de tarefa dos cuidadores
primários, mas que não têm o mesmo grau de envolvimento e responsabilidade
pelo cuidado. Podem eventualmente substituir o cuidador primário ou socorrê-lo
em situações emergenciais. Cuidadores terciários são aquelas pessoas que
auxiliam, esporadicamente ou quando solicitadas, no desenvolvimento de atividades
instrumentais da vida diária mais relacionadas a tarefas especializadas. Não têm
responsabilidades com o cuidado e podem substituir o cuidador primário em
situações excepcionais. Com pequenas variações de redação, essa nomenclatura
clássica é aceita e utilizada na grande maioria dos trabalhos da literatura
internacional e brasileira na área da Gerontologia.
O ônus físico, psicológico, social e financeiro que recai sobre o cuidador
vai depender do grau de dependência do idoso nesses domínios, em parte de
fatores subjetivos que presidem a avaliação que os cuidadores fazem da situação
de cuidado. As demandas do cuidado atravessam os limites do esforço físico,
mental, psicológico, social e econômico. Quando a avaliação familiar ou individual
não consegue encontrar alternativas viáveis, ou quando as habilidades e os recursos
familiares são insuficientes para o manejo da situação, há uma forte tendência
para a desorganização familiar e individual e isso traz conseqüências negativas
para o cuidado.
Pavarini e Neri (2000) resumem cinco elementos percebidos como
dificuldades inerentes à tarefa de cuidar: a) as tarefas acarretam ônus físico e
financeiro, que tende a se agravar com a evolução da doença; b) os cuidadores não
possuem informações suficientes para exercer o cuidado, há poucos recursos
sociais de apoio, escassez de pessoas especializadas que possam lhes dar suporte
e poucas fontes de apoio emocional; c) a tarefa de cuidar rivaliza com o trabalho
profissional ou mesmo com o papel familiar desempenhado anteriormente pelos
cuidadores; d) a dinâmica cuidar-ser-cuidado pode fazer aflorar sentimentos negativos
antigos que estavam guardados e a situação pode ficar de difícil manejo; e) a
atividade de cuidar geralmente é um trabalho exercido por um membro da família,
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
sem ajuda ou reconhecimento dos outros integrantes.
Portanto, a forma como a família e o cuidador em particular avaliam e
manejam essa situação depende de muitos fatores. Entre eles incluem-se a
presença de redes de apoio formal e informal e os recursos pessoais do cuidador.
6 ASPECTOS METODOLÓGICOS, ÉTICOS E OS PROCEDIMENTOS DE
PESQUISA
O estudo segue a metodologia de pesquisa qualitativa, por facilitar a
abordagem do problema de forma mais completa. Escolhemos a pesquisa qualitativa
como abordagem metodológica por entender que essa permite mostrar a
complexidade da vida humana com suas contradições, imprevisibilidade e
criatividade para lidar com as questões do cotidiano, das relações interpessoais e
sociais (SANTOS, 2003).
Neste estudo, o campo escolhido foi a Associação Brasileira de Alzheimer
(ABRAz) - Regional Piauí, localizada no Hospital São Marcos, no município de
Teresina-PI. Os sujeitos da pesquisa foram cinco cuidadores familiares associados
à ABRAz. Ao longo do processo de coleta de dados que duraram três meses (abril
a junho de 2006), foi utilizada a entrevista semi-estruturada que se trata de um
diálogo orientado que buscam através do interrogatório, informações e dados para
a pesquisa. Para Marconi e Lakatos (2002), a entrevista consiste no desenvolvimento
de precisão, focalização, fidedignidade e validade de certo ato social como a
conversação, trabalhamos junto às famílias de idosos dementados no interior de
suas casas.
As entrevistas foram gravadas em áudio e transcritas na íntegra; após a
leitura dos depoimentos dos sujeitos foram identificadas as convergências nas
falas apresentadas em ordem cronológica de sua ocorrência, possibilitando a
organização de algumas categorias de análise relacionadas às unidades temáticas.
Foram adotadas todas as medidas determinadas pela Resolução 196/96 CNS MS (BRASIL, 1996), onde o Termo de Consentimento Institucional e o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido este, preenchido por cada participante, e àquele
pelo diretor da ABRAz, se encontram arquivados com estas pesquisadoras.
A análise e a interpretação das informações foram obtidas pelo referencial
de Bardin (1977) para análise de conteúdo, observando-se a técnica da análise
temática, visando descobrir os núcleos de sentido das entrevistas. Tal referencial
levou em consideração o significado dos conteúdos latentes e manifestos, que
expressos pelas participantes, revelou outras realidades acerca do processo de
cuidar do idoso com DA.
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7 RESULTADOS E DISCUSSÃO
7.1 Cuidadores de Idosos Portadores de Doença de Alzheimer: Maneiras
de Pensar
Cuidador é a pessoa que oferece cuidados para suprir a incapacidade
funcional, temporária ou definitiva. Os sintomas da doença de Alzheimer são impostos
à vítima e geram uma dependência progressiva, chegando a ser total, por isso se
faz presente a necessidade de um cuidador. Este é eleito sem que tenha se
candidatado ao cargo. O papel de cuidador cai em suas mãos sem que para isso
tenha sido preparado. Ele é fruto, pois surge de acordo com a dinâmica familiar e
a sua disponibilidade de AMOR, nunca de tempo, eliminando de sua rotina,
atividades que eram importantes, mas que, devido à sua atual condição, não mais
são priorizadas, conforme se percebe nos seguintes relatos:
... Cuidar é um ato de amor, é ter muita paciência, muita coragem, que a
gente consegue... é dar muito amor... amor em primeiro lugar, sem o amor a
gente não consegue nada (Amor - Perfeito - 58 anos - esposa).
... Quando você cuida, você se dedica totalmente e a única coisa que você
busca em troca, o único retorno é o amor... (Tulipa - 26 anos - filha).
... Cuidar é você proporcionar um bem-estar a pessoa, fazer com que ela
vença mais as barreiras, as dificuldades do dia-a-dia, tornando assim o dia
dela melhor, com mais prazer, mais bem-estar mesmo (Orquídea - 47 anos
- filha).
Contudo para outro participante o significado do cuidar diz respeito aos
cuidados com alimentação, higiene e medicação, uma vez que o Alzheimer já
estava comprometendo a capacidade funcional do doente para o desempenho das
atividades da vida diária, conforme se percebe no seguinte relato: "Cuidar é dar
banho, é dar cuidados de higiene, é dar alimentação na hora certa, medicação...
essas coisas que são triviais no dia-a-dia" (Girassol - 55 anos - filho).
Os sentimentos positivos associados à atividade apareceram relacionados
a senso de desenvolvimento e de realização, a crescimento pessoal, a sentimentos
de felicidade, amor, satisfação em cuidar, retribuição, força e utilidade.
Eu sinto uma coisa muito boa dentro de mim, eu tenho recebido muitas
coisas boas ultimamente... eu me sinto muito feliz cuidando dela (Jasmim 40 anos - filha).
... é uma sensação de dever cumprido, a gente tá fazendo o possível e o
impossível por ele, é aquele descanso mental mesmo, pois não tá faltando
nada pra ele... estou de alma lavada (Tulipa - 26 anos - filha).
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7.2 Cuidadores De Idosos Portadores De Doença De Alzheimer: Maneiras
De Agir
Das entrevistas analisadas emergiram os temas relacionados com
dificuldades financeiras, com sobrecarga de tarefas e de compromissos, o estar
cuidando ininterruptamente, a ausência de apoio institucional, da própria família e
da sociedade em geral, bem como a dificuldade maior de lidar com a doença por
não compreender a sua magnitude. Emergiu também a necessidade do cuidador
em manter a sua fé em alguma força superior capaz de sustentar seu equilíbrio
mental, bem como a importância dos grupos de apoio em suas vidas, em especial
a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz).
No caso do idoso com DA, em função das características da doença, o
tempo transcorrido para se estabelecer um diagnóstico clínico de forma mais precoce
e precisa contribui para criar uma atmosfera de insegurança e confusão para o
familiar, fazendo que se trate o doente de forma inadequada, haja vista o relato de
uma das participantes: "Se a gente soubesse antes o que era a doença, teria
tratado ela diferente. Achava que ela estava esclerosada" (Jasmim - 40 anos filha).
Segundo Karsch (2003), o sistema de saúde pública no Brasil não está
preparado para dar suporte para a população idosa que adoece nem para a família
que dela cuida, gerando conflitos que comumente são responsáveis pelas reações
de estresse das pessoas envolvidas diretamente no cuidado, dificultando a adoção
de comportamentos saudáveis ao enfrentamento dos agravos. Ilustrando o que a
autora menciona, identificam-se, nas falas das participantes, elementos que fazem
parte do universo do familiar cuidador de um idoso com Alzheimer:
Só eu que trabalho em cima do Alzheimer e sozinha eu tenho que fazer
esse tratamento e as outras pessoas eu vejo que fazem totalmente ao
contrário... isso gera até um choque pra ela (Orquídea - 47 anos - filha).
A maior dificuldade são os compromissos externos... eu saio pra trabalhar
e fico com aquela preocupação com ele em casa, mas eu tenho que trabalhar,
estudar... e isso se torna cada vez mais difícil (Tulipa - 26 anos - filha).
A questão da sobrecarga imposta ao familiar cuidador de idosos com
Alzheimer no domicílio foi evidenciada em estudos que mencionaram o cotidiano
alterado dos núcleos familiares em função da doença.
Alvarez (2001), em seu estudo sobre cuidar e ser cuidado no contexto
familiar relatou uma categorização que incluiu atividades desempenhadas pelos
cuidadores, caracterizadas como: tarefas incluindo os cuidados de higiene; o cuidar
ininterruptamente; cuidados com a alimentação e com as eliminações; cuidado do
ambiente e da infra-estrutura; cuidados com o tratamento e o apoio emocional;
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cuidados com o transporte do idoso e com a questão financeira. Nesse sentido, o
estudo revelou um conjunto de dificuldades expressas nas falas das participantes,
iniciando pela dificuldade que é manter os cuidados com a alimentação do doente:
Tem que dar alimentação na hora certa... quando ela chamar você tem que
ir lá saber o que ela tá precisando, se é uma água ou alguma coisa pra
comer... (Girassol - 55 anos - filho).
Não consigo fazer com que ele use fralda, rasga toda fralda e faz na roupa
(Tulipa-26 anos-filha).
Eu tento adequar minha casa pra que ele tenha mais um conforto... eu quero
até fazer mais umas mudanças orientada pelo arquiteto da nossa
associação... (Amor- perfeito - 58 anos - esposa).
Eu vou levar ele pra fisioterapia, levo pra visitar um parente, assim... só pra
dá um passeio... ele não desce do carro porque é muito dificultoso botar ele
no carro e tirar, ele sente muitas dores nas pernas (Amor - Perfeito - 58
anos - esposa).
A questão financeira foi outra dificuldade mencionada pelas participantes
do estudo, tal dificuldade é claramente percebida nos seguintes relatos: "Em primeiro
lugar a aposentadoria é muito baixa, mas aí a culpa é do governo... mas eu tenho
que comprar os medicamentos, e os medicamentos são muito caros" (Amor Perfeito - 58 anos - esposa).
Observou-se que, apesar da compreensão do familiar cuidador a respeito
da importância da higiene e do conforto para o doente, a dificuldade em realizar tal
tarefa está tão presente no seu cotidiano que o estresse resultante da execução
do cuidado é inevitável, como se depreende da seguinte fala: "A minha esposa só
sai quando a deixa tomada banho, trocada de roupa... ela faz toda a parte de
higiene e eu fico aqui somente pra dá uma água e quando ela cai da cama eu pego
e coloco-a na cama novamente" (Girassol - 55 anos - filho).
À medida que a doença evolui, as demandas de cuidados contribuem para
aumentar a sobrecarga dos cuidadores, provocando, conseqüentemente, o aumento
do grau das dificuldades por eles percebidas. Em decorrência disso, é comum
surgirem diferentes conflitos interpessoais como uma resultante de reações de
estresse, não só com a evolução da doença, mas também desde o momento do
seu diagnóstico. Alguns conflitos existentes antes do aparecimento da doença
podem intensificar-se em face da nova situação vivida, causando ansiedade e
frustração nas pessoas envolvidas. Dessa forma, é comum encontrarmos familiares
cuidadores sofrendo por depressão como resposta à exposição prolongada a uma
situação de desgaste físico e emocional potencialmente geradora de estresse,
conforme se pode depreender na fala de uma das participantes:
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... você entra em depressão, você fica nervosa, você não tem força, você
entra naquele desespero e isso a gente não pode, quem cuida não pode
entrar em desespero, não pode passar pra ela nem pra outras pessoas, de
jeito nenhum (Jasmin - 40 anos - filha).
... quando ela tá nas crises, a gente não se sente bem... tem dia que quando
ela fica assim, fico chorando, imaginando como ela era antes... ontem mesmo
eu fiquei assim, tão deprimida... ela já tá fazendo coisas que me dói (Jasmin
- 40 anos - filha).
Karsch (2003) menciona que as perdas das capacidades funcionais
observadas em idosos com doença crônico-degenerativa implicam reorganização
do núcleo familiar no sentido de redefinir papéis e responsabilidades, além de
desarticular a dinâmica familiar e desestabilizar as relações interpessoais
experimentadas no cotidiano de suas vidas, o que foi confirmado junto às
participantes deste estudo:
Só eu tenho não só a disponibilidade, mas o interesse de cuidar... enquanto
eu tô tratando, ela (irmã) tá lutando comigo pra fazer diferente... é isso, eu
tô só, lutando sozinha, não tenho apoio da família (Orquídea - 47 anos filha).
Eu percebo que ela não precisa só da minha ajuda, mas da ajuda dos outros
irmãos, é, às vezes, eu não posso fazer nada... eu falo, mas tem que ter
mais presença deles... e ela cobra (Jasmin - 40 anos - filha).
A dificuldade em obter apoio para a divisão das tarefas pode gerar no
familiar cuidador de idosos com Doença de Alzheimer uma crise no seu desempenho,
quando o desenvolvimento das atividades cotidianas de cuidado passa a representar
para ele um ônus extraordinário, duradouro e desgastante, em que a habitual relação
de afeto e de reciprocidade existente entre pessoas próximas como pais e filhos é
substituída por uma relação em que predomina, de forma unilateral, a imperiosa
necessidade de fazer pelo outro, de garantir a manutenção da vida do outro, porém
praticamente sem nenhum retorno pessoal. Isso fica evidenciado nos seguintes
relatos:
Só eu aceito esse diagnóstico... de toda a família ninguém aceita que ela
tenha Alzheimer (Orquídea - 47 anos - filha).
Durante o diagnóstico, veio aquele impacto... eu fiquei naquele conflito, aí
eu decidi por opção minha procurar a psicóloga, eu fiz terapia e foi lá que eu
aprendi que tudo a gente tem que tirar o lado positivo e o lado negativo
(Tulipa - 26 anos- filha).
O cuidador sendo familiar, já possui uma relação com o doente e, com a
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função de cuidar, surge uma nova, a ser compreendida. O desejável é que o cuidador
tenha um vínculo afetivo positivo com o familiar doente para que a tarefa não seja
ainda mais pesada, levando-o à estafa, como se pôde perceber no depoimento da
Orquídea:
Minha mãe sempre fez um pedido pra mim, que eu cuidasse dela... eu acho
que ela sempre notou que eu seria a filha mais próxima... eu sou a filha mais
nova e sempre fui muito próxima dela, ela sempre me dizia: ' - olha, você
cuida de mim, você não sai de perto de mim! '... e isso gerou um compromisso
muito grande, esse compromisso é que pesa muito, eu tive lá fora, mas eu
senti, todo dia eu lembrava do meu compromisso, aí eu voltei pra assumir...
e eu não vou abandonar, eu vou ficar até o fim (Orquídea - 47 anos - filha).
Referindo-se à importância do equilíbrio mental para poder suportar a
demanda de cuidados para com sua mãe, uma cuidadora mencionou a fé, como
um atributo necessário para lhe proporcionar apoio e alívio de tensões, como se
percebe em sua mensagem:
Em primeiro lugar é Deus, eu rezo, vou à igreja... você precisa muito de
Deus nessa hora, se você não tiver com Ele você não tem força (Jasmin 40 anos - filha).
... eu quero lutar muito, muito mesmo e tenho muita fé em Deus... eu acredito
e tenho fé que vou alcançar esta coragem de cuidar dele (Amor - Perfeito
- 58 anos - esposa).
Sendo assim, de acordo com Waldman (1999), aceitar a vontade de Deus,
aceitar o sofrimento, a aflição e a insegurança como provação é talvez a tarefa
mais árdua para um devoto, pois subentende a presença do elemento fé. Essa
condiciona um profundo envolvimento psicológico da pessoa na relação intersubjetiva
com Deus, acreditando incondicionalmente Nele e em seus desígnios.
O Grupo de Apoio Psicológico ao Cuidador tem sido, comprovadamente,
um recurso eficiente no auxílio do convívio com a doença. Os que participam dele
nunca mais se sentem só. É nele que se formaram os primeiros multiplicadores
que atualmente desenvolvem o Grupo de Auto-Ajuda, outro recurso valioso. A
Associação Brasileira de Alzheimer - ABRAz - dispõe de trabalhos psicológicos,
gratuitos, voltados ao cuidador e família, entre outras especialidades. Os seguintes
relatos evidenciam esse apoio:
Foi com a terapia e com a ajuda do grupo de apoio da ABRAz, que dá todo
apoio psicológico, que orienta a gente sobre os nossos direitos e nossos
deveres, que orienta como a gente deve cuidar... pra mim foi todo o suporte
e é por isso que eu faço esse papel hoje com tanto carinho, com tanto amor
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e com tanta naturalidade (Tulipa - 26anos - filha).
Assisto a todas as reuniões da ABRAz porque têm os profissionais que
orientam a gente, tem a psicóloga... a gente sai de lá outra pessoa, aceitando
tudo... lá tem biodança, eu venho de lá extrovertida, querendo dançar (Amor
- Perfeito - 58 anos - esposa).
Nessa perspectiva, é importante manter uma rede de suporte social à
população idosa, incluindo as famílias, que se caracterizam por ligações pessoais
em que se trocam afetos e ajuda instrumental. O suporte social implica existência
ou disponibilidade de pessoas com as quais alguém pode contar, que a fazem
sentir-se importante, valorizada e amada.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As alterações bruscas e compulsórias impostas pela Doença de Alzheimer
provocam uma turbulência de sentimentos na pessoa que fica responsável pela
provisão do cuidado no domicílio. A falta de informações sobre a doença associada
a sentimentos confusos que afloram ora positivos como amor, carinho e paciência,
ora negativos como insegurança, pena e solidão fazem descobrir-se o familiar
cuidador.
Não resta dúvida de que os familiares cuidadores de doentes com Alzheimer
são heróis. São muito mais do que quaisquer outros que porventura possam existir,
pode-se afirmar. E, escondidos em sua grandeza, são heróis invisíveis e solitários,
pois nem sempre são percebidos como fundamentais ou valorizados como
cuidadores, quer seja pela própria família, quer pelos serviços de saúde.
O estudo permitiu revelar parte do cotidiano de vida de familiares que tiveram
a coragem de mostrar e de falar um pouco a respeito da situação vivida em torno da
Doença de Alzheimer. Mesmo que, em alguns momentos, alguns cuidadores tenham
evitado ou deixado de falar de si, foi a linguagem não-verbal que falou por eles.
As expressões e os sentimentos, manifestados ou latentes, expressos
pelos participantes, foram identificados como sendo dos mais variados matizes,
estando presentes em suas mensagens o pesar diante de uma doença totalmente
incapacitante, o mergulho na insegurança do caos do desconhecido, a estranheza
frente à troca inevitável de papéis sociais, o sentimento de impotência frente à
evolução da doença, além do sentimento de tristeza frente à falta de infra-estrutura
e de condições financeiras. Contudo também estavam presentes sentimentos de
aceitação da vontade de Deus, de amor, carinho, paciência e de solidariedade para
com seu afeto, que se apresentava tão fragilizado.
Concluiu-se que o familiar que cuida de um idoso com DA realiza um
trabalho solitário e anônimo, uma vez que, ao receber a notícia nefasta da doença,
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muitas vezes nos consultórios médicos, vai para casa com seu doente e é lá que
vai aprendendo a cuidar à medida que os problemas vão aparecendo. Até certo
ponto ele é pego de surpresa, algo que não deveria acontecer, visto que a falta de
preparo é grande geradora do estresse do cuidador.
Assim, o domicílio se transforma em um grande laboratório, onde várias
alquimias são testadas e os resultados, as noções de certo ou de errado são
relativizadas à evolução da Doença de Alzheimer.
Prestar cuidados a idosos fragilizados pode ser entendido pela maioria
das pessoas como o desempenho de um papel normativo da família em um dado
momento de seu curso de vida, de acordo com seus padrões culturais e historicidade.
Entretanto proporcionar cuidados ininterruptos ao idoso demenciado acarreta
inúmeras demandas aos cuidadores, representando-lhes um ônus extraordinário
que precisa ser compartilhado com outras pessoas. Nesse sentido, os grupos de
auto-ajuda e as associações, como no caso a Associação Brasileira de Alzheimer
(ABRAZ), têm realizado um trabalho de cunho social extraordinário, uma vez que
têm a intenção de apoiar e auxiliar as famílias que cuidam de doentes com Alzheimer.
Diante dessa perspectiva, as pessoas que cuidam no domicílio devem ser
amplamente preparadas para o cuidado, já que os profissionais de saúde não
estão fazendo o que elas fazem. Assim, se são elas que continuam a cuidar do
idoso no domicílio, nada mais justo do que lhes oferecer atenção, uma vez que
suas vidas tornam-se altamente comprometidas em função de prestarem um
cuidado carente de supervisão e de apoio. Em conseqüência disso, elas também
adoecem e, além de ter um doente na família, haverá também outro: o cuidador.
Sendo assim, os serviços de saúde também arcarão com os gastos da doença
desse familiar. Isso poderia ser evitado se os investimentos em recursos humanos,
infra-estrutura e estratégias para o cuidado do idoso com DA fossem gerenciados
adequadamente pelos serviços de saúde.
No entanto, ainda mais precisa ser feito. Faz-se necessário implementar
as políticas públicas de atenção ao idoso, comprometendo-se com sua
operacionalização. É preciso fazer acontecer. É preciso estar atento para que
essa nova proposta de serviço se traduza em resolutividade.
Identifica-se como fundamental o trabalho dos profissionais de todas as
categorias da área de saúde, de forma interdisciplinar, no que diz respeito ao modelo
de atenção, uma vez que o contexto da Doença de Alzheimer, bem como o de
outras doenças crônicas necessita de uma visão do todo e de todos, desenvolvendo
sua práxis a partir de objetivos que se complementem. Nessa situação, a enfermeira
poderá assumir o papel que lhe é de direito num cenário onde seu espaço é garantido
para desenvolver ações na assistência, na educação e na pesquisa.
169
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THE CAREGIVERS OF THE ELDERLY WHO SUFFER FROM ALZHEIMER’S
DISEASE: WAYS OF THINKING, WAYS OF ACTING.
ABSTRACT
In the face of the population aging, Alzheimer’s disease appears as a problem of
great impact for the family, provoking overload to the family’s member caregiver.
The objective of the study was to know the meaning of caring attributed by the
caregiver of old people who suffer from Alzheimer’s disease. A qualitative study
was used to interview five family members. The information had been analyzed by
the Thematic Analysis that disclosed two categories: 1) caregivers of the elderly
who suffer from alzheimer’s disease: ways of thinking, that identified the feelings of
the caregivers that prevailed in their closeness to the one who suffer from Alzheimer’s
disease. 2) Caregivers of the elderly who suffer from Alzheimer’s: ways of acting,
that identified the main difficulties and limitations found by the caregivers as well as
the ways of confrontation used by them. Out of the analyzed and interpreted messages
the subjects related financial difficulties, overload of tasks and commitments, the
being taken care uninterruptedly, the absence of institucional support, the family
and the society in general as well as the difficulty of dealing with the illness for not
understanding its magnitude. The caregiver’s need to keep his/her faith in some
superior force able to support his/her mental balance as well as the importance of
the groups of support in their lives, specially the Associação Brasileira de Alzheimer
(ABRAz). The study showed the daily reality faced by the family of the elderly with
Alzheimer’s.
Key Words: The Elderly. Alzheimer’s. ABRAz.
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IDÉIAS, DEBATES E OPINIÕES
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AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA QUALIDADE NA EDUCAÇÃO PARA
ALUNOS DO 1º. ANO DO ENSINO MÉDIO
Luiz Carlos Carvalho de Oliveira*
RESUMO
A temática deste trabalho trata da qualidade na educação. Seu objetivo foi discutir
as representações sociais da "escola de qualidade". Em específico, visa identificar
fatores que contribuem para a qualidade na escola e levantar indicadores de
qualidade. Segundo os sujeitos a escola de qualidade deve apresentar uma boa
gestão e organização do espaço escolar, boa estrutura física, novas tecnologias,
conforto, biblioteca, segurança, bom ensino, bons alunos e bons professores. Foram
esses os indicadores de qualidade na educação compartilhados por alunos das
escolas públicas e particulares. A escola de qualidade valorizada para os alunos,
está atrelada à identificação pelos alunos de elementos simbólicos representativos
do sentido que a escola guarda e que, provavelmente, tais elementos determinam
um padrão de qualidade que as escolas públicas e particulares deveriam possuir.
Palavras-chave: Educação. Qualidade na Educação. Representações Sociais.
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo busca compreender as representações sociais da
qualidade na educação, buscando captar o sentido que escola de qualidade tem
para os alunos das escolas públicas e particulares. O estudo visa identificar fatores
que contribuem para a qualidade da escola e os indicadores de qualidade a partir
das representações sociais dos alunos. Essa temática passou a ser objeto de
preocupação e discussão nacional, no contexto das avaliações realizadas pelo
MEC e no momento em que o Governo Federal busca um padrão nacional de
qualidade na educação.
As questões investigadas foram as seguintes: (a) Qual a diferença nas
representações sociais de qualidade entre alunos da escola pública e particular?
(b) Que critérios estabelecem no julgamento do que seja uma escola de qualidade?
(c) Que representações sociais partilham sobre a qualidade nas escolas?
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*
Professor da Universidade Estadual do Piauí e da FACID. Mestre em Educação(UFPI).
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As perguntas fazem parte de um questionário de entrevista semi-estruturada
aplicado a alunos do 1o. Ano do Ensino Médio, matriculados em escolas públicas
e particulares. A amostra foi definida em 60 sujeitos, sendo 30 da escola pública e
30 da escola particular.
2 A QUALIDADE E O CONTEXTO DE MUDANÇAS NA EDUCAÇÃO
Segundo Marchesi e Martin (2003), a qualidade na educação é uma temática
do campo da Educação que tomou contornos, após o fim da Segunda Guerra
Mundial, com o crescimento dos recursos públicos destinados à educação. A
temática da qualidade só pode ser compreendida num contexto de interações
entre a educação e as transformações econômicas e sociais que se intensificaram
nas últimas décadas.
A ampliação da escolarização e as reformas de maior ou menor alcance
asseguraram, à totalidade da população, o acesso a níveis de ensino até então
reservados a uma minoria, abrindo, potencialmente, as portas para o acesso a
níveis superiores.
Com isso, a questão da qualidade foi adotada por aqueles que procuravam
racionalizar o setor público, sob influência dos programas de privatização, incluindo
no debate da qualidade, noções de eficiência e competição. A questão era definir
um padrão generalizável de competição destinado para os serviços educativos.
Mortimore (APUD MARCHESI; MARTIN, 2003), definem escola de
qualidade como
aquela que promove o progresso dos alunos em uma ampla gama de êxitos
intelectuais, sociais, morais e emocionais, levando em conta seu nível
socioeconômico, seu meio familiar e sua aprendizagem anterior. Um sistema
escolar eficaz é aquele que maximiza a capacidade das escolas de alcançar
esses resultados (MARCHESI; MARTIN, p.21)
3 REFERENCIAL TEÓRICO
Em que sentido se fala de uma representação social? Em primeiro lugar,
é partilhada por um grupo de indivíduos. Em segundo lugar é produzida coletivamente,
é produto das interações e das comunicações no interior dos grupos, refletindo a
situação de um grupo, os seus projetos e problemas. E no centro das representações,
sua funcionalidade, ou seja,elas são teorias sociais práticas ou como refere Jodelet
(2001), são um saber prático.
A Teoria das Representações Sociais é, em termos de história das ciências,
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muito recente. Em "A Psicanálise, sua imagem e seu público", Moscovici (1978)
introduz a sua abordagem inédita das representações sociais, tomando como objeto
de pesquisa a apropriação da psicanálise pelo grande público francês, transformandoa numa forma de conhecimento socialmente elaborado e partilhado enquanto saber
prático do senso comum. Ele estabelece, nesse estudo, a apreensão de um social
em movimento, transformado com a divisão do trabalho das sociedades modernas.
Segundo esse autor, a Teoria das representações Sociais é uma teoria
científica voltada para o estudo de um fenômeno eminentemente psicossocial: o
senso comum, no que é constituído de processos de pensamento, lógicos e
racionais, mas também emocionais e não-conscientes, que determinam atitudes
e comportamentos. Na definição, já clássica das representações, elaborada por
Jodelet (2001, p.22), representações sociais é "uma forma de conhecimento,
socialmente elaborada e partilhada, com um objetivo prático, que contribui para a
construção de uma realidade comum a um conjunto social".
A análise da qualidade das escolas, como qualquer outro objeto social na
perspectiva assumida neste trabalho, tem seus sentidos estruturados no saber
prático.
4 DA LEITURA DA FOTOGRAFIA COMO SIGNO
Para estudar a qualidade da educação, o uso de fotografia apresentou-se
como um importante recurso para a apreensão das representações sociais dos
sujeitos entrevistados, utilizadas como estímulo visual durante as entrevistas. O
reconhecimento e a decodificação dos espaços escolares, a combinação de signos,
formando verdadeiros léxicos lingüísticos, possibilitaram a emissão e a decodificação
de inúmeras mensagens semióticas presentes nas fotografias utilizadas na
pesquisa.
5 METODOLOGIA
A coleta de dados da pesquisa que originou este artigo deu-se por meio de
entrevistas semi-estruturadas realizadas, individualmente, com os 60 sujeitos da
amostra. A análise de dados foi realizada a partir de dois procedimentos: um
quantitativo e um qualitativo. O método quantitativo foi utilizado para computar a
freqüência de respostas a cada uma das perguntas constantes do roteiro de entrevista
e apresenta-las em forma de tabelas. O método qualitativo teve por objetivo obterse uma análise detalhada das respostas discursivas dos 60 sujeitos da pesquisa.
A interpretação das respostas utilizou-se dos ensinamentos de Bardin (1977). Por
meio da técnica análise categorial.O procedimento consistiu em analisar o conteúdo
discursivo das justificativas dos entrevistados em cada resposta.
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6 RESULTADOS
Os resultados da pesquisa foram divididos em dois momentos. No primeiro,
o objetivo é apresentar a classificação dos 14 espaços escolares referência desta
pesquisa (fotografias), utilizados para estimular visualmente os entrevistados. No
segundo, passou-se para o julgamento das escolas, realizados a partir das questões
formuladas nas entrevistas. Neste momento, solicitava-se ao sujeitos, que indicasse
critérios utilizados na formação dos grupos de fotografias. Desse modo, em cada
questão analisada são apresentados os percentuais correspondentes das
categorias. Neste artigo apresenta-se apenas as categorias presentes nas melhores
e nas piores escolas.
1º. momento, a classificação dos espaços escolares
INDEXAÇÃO DAS FOTOGRAFIAS
(1)
(2)
(3)
(4)
178
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(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
(11)
(12)
179
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(13)
(14)
No Gráfico 1, é apresentado o resultado da combinação formada, como se
as fotos tivessem sido organizadas sobre uma mesa. Segundo Sales (2000), o
resultado do processamento é apresentado num espaço bidimensional.
1,00
1
7
12
11
10
3 2
4
6
13
5
-1,00
8
14
0,00
0,00
9
1,00
-1,00
GRÁFICO 1: Classificação livre dos espaços escolares, realizadas pelos
alunos das duas redes
180
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Analisando-se a distribuição das fotos no Gráfico 1, percebe-se a distribuição dos pontos em dois grandes grupos: os espaços escolares classificados
como de escolas públicas aparecem do lado esquerdo, e do lado direito, aparecem
os espaços escolares classificados como de escolas particulares.
Assim sendo, os espaços escolares presentes nas fotos 5, 8, 10, 12, 13
estão bastante próximos e localizam-se em uma mesma região do gráfico 1, do
lado esquerdo, denotando que são os espaços típicos das escolas públicas. Já a
região localizada no Gráfico 1 à direita, apresenta os espaços, representados pelas
fotos 2, 3, 4 e 6, que representam segundo os entrevistados, espaços e equipamentos
primordiais numa escola de qualidade foram identificadas como sendo escolas
particulares.Próximas a esse grupo estão as fotos 9, 11 e 14, que representam as
escolas tradicionais da cidade, às quais foram reconhecidas como de qualidade,
devido ao prédio escolar, equipamentos, perfil do alunado e bons professores. O
espaço escolar da foto 7, de força iconográfica marcante, revela a dicotomia públicoprivado, por apresentar no cenário da foto um ventilador de teto.
2º. momento, as impressões sobre a qualidade nas escolas
Na questão selecionada para o artigo, são apresentados os percentuais
das categorias correspondentes às escolas públicas e particulares, relacionadas
em ordem decrescente, da mais importante para a de menor importância. Na tabela
1, os sujeitos apontam o que deve ter uma boa escola.
Questão 1- O que deve ter uma boa escola. Por quê?
TABELA 1- O que deve ter numa boa escola para os alunos
Categorias para os
alunos
Pública Particular
Bons Professores
36,7%
66,7%
Organização
23,3%
33,3%
Novas tecnologias
33,3%
20,0%
Biblioteca
20,0%
20,0%
Conforto
10,0%
26,7%
Disciplina
13,3%
16,7%
Bom ensino
33,3%
3,30%
Laboratório
16,7%
6,70%
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bons professores
organização
novas tecnologias
biblioteca
Particular
Pública
conforto
disciplina
bom ensino
laboratórios
0
10
20
30
40
50
60
70
80
GRÁFICO 2 - O que deve ter numa boa escola?
A categoria mais recorrente foi bons professores, com 66,7% entre os
alunos da escola particular, e 36,7% entre os alunos da escola pública. Bom
professor é o critério mais central no julgamento dos sujeitos nessa questão.
As palavras dos sujeitos da escola pública expressam melhor as principais
características que uma escola deve ter:
Deixando de lado a organização da escola, que faz parte, é... ter bons
professores, que faça assim com que o aluno entenda a matéria... descubra
o estudo! (7, f, Epu, 16, em).
A escola não precisa ser bonita não... o principal é uma educação com bons
professores, ter um ambiente que faça o aluno refletir e ter mais vontade de
estudar... (8, f, Epu, 17, em).
A categoria seguinte foi organização, principalmente, como sinônimo de
gestão e direção atuante sobre o espaço escolar. Ela apresenta um percentual de
33,3% entre os alunos da escola particular e 23,3% entre os alunos da escola
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O significado dos códigos dos sujeitos da pesquisa estão em sequência: número, sexo, escola
pública (Epu) ou escola particular (Epa), ensino médio (em).
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pública. Os alunos das escolas pública e particular coincidem, em seu julgamento, quanto à associação entre organização escolar e motivação dos alunos. Os
depoimentos, a seguir, apresentam as justificativas dos sujeitos nessa questão:
Deve ter uma quadra limpa e organizada, paredes bem limpas e pintadas,
quadro de acrílico... (6, m, Epu, 17, em).
Ela deve ter uma área esportiva, sala de computação, biblioteca, bebedouro,
banheiro e sala de aula com ventiladores e algo para o aluno se envolver,
ele chegar na escola e sentir a organização! (10, f, Epu, 18, em).
A terceira categoria dessa questão foi novas tecnologias, a qual já apareceu
nas questões anteriores 3 e 4, reafirmando a sua centralidade como indicador de
qualidade escolar. A categoria novas tecnologias obteve um percentual de 33,3%
para os sujeitos da escola pública e 20% para os sujeitos da escola particular. Os
trechos de entrevistas, a seguir, evidenciam a importância dada pelos sujeitos às
novas tecnologias:
A escola deve ter pesquisa na internet, para não ter que pesquisar em
outros lugares... (6, m, Epu, 17, em).
A escola deve ter um laboratório de informática, para ensinar o aluno de
forma diferente, com uma programação diferente... (13, m, Epu, 18, em).
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No centro desta investigação, buscou-se a compreensão das leituras que
a qualidade na educação, como produto de representações sociais, suscita em
alunos de escolas públicas e particulares.
A utilização de estímulos visuais, por meio de fotografias de 14 espaços
escolares, foi uma estratégia metodológica para melhor apreender, o conteúdo
geral das representações sociais da qualidade da educação. As fotografias motivaram
os sujeitos a falar sobre essa temática e apresentar uma teoria social do senso
comum sobre o cotidiano das escolas.
Nesta pesquisa, concluiu-se que os indicadores de qualidade na educação,
considerados, estão associados às escolas particulares. Com isso, os espaços
escolares, aqui representados pelas fotografias de número 1, 5, 7, 8, 10, 12 e 13
foram julgados como desvalorizados pela maioria dos sujeitos da pesquisa.
Os principais eixos representacionais presentes nas falas dos
entrevistados, que apresentam forte correlação com os indicadores característicos
de uma escola de qualidade são, por ordem de importância: o professor, a gestão/
organização/disciplina, as novas tecnologias, o prédio escolar/estrutura física,
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conforto, bom ensino, o aluno, laboratórios e quadra esportiva.
A qualidade na educação para alunos da escola pública passa pelo bom
ensino, pela gestão, pela utilização das "novas tecnologias", pelo conforto, por
bons professores e pela existência de biblioteca. Já a qualidade na educação, para
alunos da escola particular, tem como critérios centrais: bom ensino e bons
professores. Para esses sujeitos, qualidade na educação seria uma associação
entre bom ensino, bons professores, estrutura física e disciplina.
Percebeu-se, portanto, que a temática da qualidade foi explicitada nos
discursos dos sujeitos das escolas públicas e particulares, os quais enfatizaram a
falta de organização e de gestão eficientes da escola pública como um empecilho
para que alcance uma educação de qualidade. A educação de qualidade possui
muitos indicadores que estão presentes em algumas escolas particulares,
principalmente, as tradicionais, onde está fortemente assentada na associação
entre estrutura física, organização, bom ensino, bom aluno e bons professores.
Conclui-se, assim, nesta pesquisa que escola de qualidade tornou-se uma
questão importante nesse cenário de preocupação e discussão nacional em torno
da temática. Assim, o foco de interesse dos sujeitos encontram-se nos nove
indicadores centrais de qualidade que convergem para uma escola de qualidade.
Dentre estes indicadores, ocupam a centralidade de uma escola de qualidade os
seguintes: o professor, a gestão na escola e as novas tecnologias.
SOCIAL REPRESENTATIONS IN EDUCATION QUALITY TO FIRST HIGH
SCHOOL STUDENTS
ABSTRACT
This paper deals with the quality in education and aims to discuss the social
representations from a 'quality school'. It tries to identify the factors that contribute
to the quality in school as well as to search the quality indicators in schools.
According to the interviewees, a school which provides quality in its service should
have: good school management and organizations, a good physical structure (the
building), new technology, libraries, comfortable rooms, security, good teaching,
good students and teachers. All these factors were pointed out by the students
from private and public schools. The quality school valued by the students is related
to the students' identification on the meaning of representative symbolic elements
which the school keeps and maybe such elements determine a quality pattern that
public and private school should have.
Key Words: Education. Quality In Education. Social Representations
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
INIMPUTABILIDADE DOS MENORES DE 18 ANOS
Paulo de Tarso Mendes de Souza*
Segundo o art. 228 da Constituição brasileira, e 27 do nosso Código Penal,
os menores de 18 anos são legalmente inimputáveis, embora estejam sujeitos às
normas estabelecidas em legislação especial. Quando um menor de 18 anos comete
ato delituoso, deve ser responsabilizado,unicamente, com base no Estatuto da
Criança e do Adolescente.
O comando normativo vigente, apesar de não explicitar o fundamento da
exceção de responsabilidade criminal dos menores, se baseia na presunção Júris
et de Jure de que nesta idade, falta-lhes capacidade de culpabilidade, obedecendo
a um critério biológico puro, que vem desde o Código Penal de 1940. Ao abandonar
o critério do discernimento, acolhido alhures, o ordenamento jurídico pátrio distanciouse dos países de maior tradição jurídica.
Isto porque tal posicionamento, equivale a tratar o jovem que ainda não
completou 18 anos como um incapaz. A doutrina dominante tem insistido na tese
de que não é em todos os casos que falta ao menor inimputável, a capacidade para
comportar-se de acordo com a sua compreensão sobre a desaprovação jurídicopenal do ato praticado. Neste sentido, desaparecido o princípio do discernimento
como critério limitador da inimputabilidade, resulta duvidoso admitir que todos os
adolescentes e jovens menores de dezoito anos, careçam de capacidade de
motivação suficiente, frente às normas legais estabelecidas.
Temos uma sociedade violenta, e o jovem atua por reflexo, afirmam alguns.
Entretanto, a ausência da capacidade de motivar-se conforme a norma só encontra
substância, em termos absolutos, abaixo da idade de quatorze anos. Por isto deve
ser estudada a conveniêcia de baixar a idade da inimputabilidade, defendem outros.
Resulta evidente, a necessidade de reconhecer aos menores de certa idade, a
responsabilidade por seus atos, sem prejuízo de que se determine, no caso concreto,
a ausência de capacidade de motivação.
A utilização de menores para a prática de delitos tem aumentado de forma
alarmante e constitui uma das principais violações dos direitos da infância e da
juventude, que urge combater. Os jornais assinalam que os menores são obrigados
a participar de muitos delitos, instigados por maiores de dezoito anos, com o
____________
*Advogado. Professor de Direito Constitucional. Coordenador do Curso de Direito da FACID.
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objetivo de aproveitar a sua inimputabilidade , no caso de serem surpreendidos.
Assim, os adultos, que sabem que o menor é inimputável, o utilizam para
delinqüir. Deste modo, a eles são destinadas as ações mais expostas e arriscadas.
Muitos menores delinqüentes são hoje auxiliares de quadrilhas de traficantes. Para
enfrentar essa situação, existem projetos de lei no Congresso, que objetivam a
reforma do Código Penal vigente. Um deles, que não tem encontrado suficiente
consenso entre os magistrados, impõe a diminuição do limite da inimputabilidade
de 18 para 16 anos. Um outro, prevê o aumento em um terço da pena do maior que
leve um menor a delinqüir.
Tal fato nos sugere de imediato uma reflexão. Qualquer que seja a
perspectiva que se adote, a questão revela a gravidade de nossa situação social.
Além das boas intenções de advogados, juízes e legisladores, outra vez aparece
como solução principal, o recurso de aumentar as medidas repressivas do delito,
cuja efetividade é, quando menos, controvertida, tanto em seu aspecto dissuasório,
como no estritamente punitivo, principalmente ao tratar de menores.
A delinqüência juvenil e infantil se associa, também, ao drama de milhões
de crianças empurradas às ruas por razões de sobrevivência ou graves crises
familiares, e exige soluções acordes com a complexidade de que se reveste. As
crianças não nascem nem crescem nas ruas e praças, como se fossem plantas.
Daí a necessidade de que sejam geradas possibilidades concretas de recuperação
e reinserção do jovem na sociedade, começando por assistir à sua família, para
que possa proporcionar-lhe a satisfação de suas necessidades básicas de alimento,
teto e escola. E quando a gravidade da desestruturação dos laços familiares tornarem
impossível a sua reconstrução, é um imperativo de ação pública brindá-lo com a
possibilidade certa, e não formal, de ter um destino pessoal e social dignos.
A crise econômica neoliberal não gera as melhores condições para que os
violentos sejam contidos. As causas dessa violência são múltiplas e nem sempre
coincidentes com o peso atribuído a cada uma delas. Todavia, o que entendemos
é que se não se assiste verdadeiramente aos menores e às suas famílias, para
que encontrem um horizonte de reinserção efetivo, o mais provável é que sigam na
aspiral violenta do delito, até morrerem confinados em um cárcere ou de uma bala.
Em decorrência, a valoração da capacidade de culpabilidade deve fazerse tendo em vista o desenvolvimento social, moral e mental do menor. Sem essa
referência, se estaria manipulando um conceito de culpabilidade muito amplo, que
nos remeteria a problemas impróprios para afirmar a responsabilidade do menor,
no sentido do discernimento.
Ao permitir o legislador, a demonstração da capacidade de discernimento
como pressuposto de aplicação do Direito Penal juvenil, se reconheceria que acima
dos dezesseis anos, os menores ou jovens poderiam ser responsáveis penalmente
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por seus atos. Dessa forma, estaríamos adequando as disposições normativas ao
desenvolvimento social e cultural do jovem.
A comunidade, que clama por segurança e pelo jus puniendi, deve levar
em consideração esse drama que aflige justamente àqueles que mais deveriam
ser protegidos. Se impõe, portanto, que os poderes públicos implementem soluções
de fundo que excedam meramente o caráter repressivo. Contudo, deve-se ressaltar,
a reparação do dano causado e o restabelecimento da ordem jurídica implica que,
infelizmente, junto às medidas propriamente educativas, se prevejam medidas
disciplinares e a chamada pena juvenil.
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NOVAS CONCEPÇÕES SOBRE A INCLUSÃO DOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS NA ESCOLA, NO TRABALHO E NA LEGISLAÇÃO
Alan Holanda da Silva*
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo destina-se a sociedade e tem como finalidade demonstrar
as mudanças e avanços em uma proposta educativa, trabalhista e legislativa inclusiva
aos Portadores de Necessidades Especiais (PNEs). Este trabalho traz, inicialmente,
noções básicas, conceitos, os quais, sem dúvida, servirão para responder
questionamentos porventura existentes. Segundo Telford (1978 p. 31), o deficiente
é: "Aquela pessoa que se desvia da norma nas características físicas, mentais,
emocionais ou sociais em tal grau que requer serviços para desenvolver sua
capacidade máxima".
Desta forma, podemos perceber que a condição de deficiência está
vinculada à valores sociais e econômicos instituídos pelo sistema capitalista,
criando-se situações em que os PNEs acarretam dificuldades de inserção no
mercado formal de trabalho, devido à discriminação e ao preconceito imposto pela
sociedade.
Gildo Soares da Silva reforça ao afirma (2006, p.25)
Os preconceitos e conceitos equivocados são os grandes responsáveis
pela marginalização de muitos e por um processo tendencioso de inclusão,
que não dá a devida consideração às circunstancias e necessidades
objetivas dos indivíduos em apreço. As idéias preconcebidas de que as
pessoas com deficiência são sempre bem-dotadas são tão errôneas quanto
as idéias de que elas são necessariamente incapazes. Umas e outras dão
lugar a comportamentos injustos e contraditórios da sociedade em relação
a esse grupo. ( SOARES,2006,p.25)
Entendemos, pois, que os valores culturais estabelecidos pela sociedade,
enquadra as PPNEs com deficiência e incapacidade iguais, e o que é pior, totalmente
limitadas. No entanto, devemos ter clareza de que os PNEs estão eventualmente
limitados e por esta razão dentro desses limites não podemos relegar o fato de
que o PNEs tem as suas potencialidades, ainda com alguns limites.
Por fim, apresentaremos a política educacional voltada as PPNEs,
abordando um resgate histórico acerca da educação especial no Piauí, ressaltan
* Aluno do 4º Bloco do Curso de Direito da FACID
E-mail: [email protected]
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do também a sua inserção no mercado de trabalho e as evoluções surgidas na
legislação.
2 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO NA INCLUSÃO
"A escola é direito de todos". Essa frase inquieta muitos professores
quando constatam, em suas salas de aula, a realidade da diversidade humana. A
origem da educação tradicional fez com que alguns profissionais de aprendizagem
despertassem os desejos de nivelarem os conhecimentos dos alunos, visando um
olhar diferenciado sobre as singularidades humanas.
Baseado nas leis internacionais e nacionais que legitimam o processo de
inclusão é que propomos uma reflexão sobre a política de inclusão, com o propósito
de identificar e compreender o seu funcionamento legal, bem como as reflexões
da educação regular.
A educação é a principal via de crescimento intelectual e financeiro e de
modo geral é via de o acesso para a inclusão social. Considerando a educação
como precondição para o exercício pleno da cidadania, na medida em que, por seu
intermédio, o homem desenvolve o conhecimento crítico da realidade, observa-se
que, na prática, esse direito não é oferecido as parcelas significativas da população,
apesar de ser expresso na lei que o institucionaliza conforme art. 227, 1º,I,II, 2º, da
Constituição Federal de 1988.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança
e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.
1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da
criança e do adolescente, admitida a participação de entidades não
governamentais e obedecendo os seguintes preceitos:
I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na
assistência materno-infantil;
II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para
os portadores de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de
integração social do adolescente portador de deficiência, mediante o
treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos
bens e serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos e obstáculos
arquitetônicos.
§ 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos
edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo,
a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência.
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O Estado e a família deverão promover e incentivar, com a colaboração da
sociedade, o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho. Apesar de consignado em lei, e mesmo
havendo um aumento da escolarização nas últimas décadas, ainda existir uma
grande parcela da população que fica à margem desse direito.
A educação brasileira se distância muito de um dos objetivos propostos: a
formação da consciência crítica do ser humano, para simplesmente adaptá-lo ao
contexto social condizente com o interesse da classe dominante.
O sistema educacional brasileiro tem, pois, seu funcionamento voltado
para atender certo segmento da sociedade - os que conseguem captar facilmente
a mensagem - ficando à margem os que não conseguem se adaptar. Neste contexto,
as pessoas portadoras de necessidade especiais que, devido ao seu déficit
intelectual, motor, visual e auditivo, ficam limitadas suas participações na
concorrência do mercado de trabalho.
A educação especial é parte integrante do processo educativo global e se
configura por uma ação complexa e diversificada que se utiliza de uma equipe
multidisciplinar qualificada e treinada em técnicas especiais para trabalhar com
pessoas com necessidades educativas especiais; currículos adaptados às
possibilidades dos alunos; equipamentos especializados e materiais de ensino
para assegurar a eficaz operacionalidade dos programas educacionais dirigidos a
cada agrupamento de alunos que se desviem da média do considerado normal
pela sociedade. Para Amaral (1994 p.12) "A integração é uma idéia-chave para
qualquer reflexão sobre a questão da deficiência, pois integrar significa oferecer
oportunidades iguais de acesso ao mundo físico. Ao mundo das relações sociais,
ao mundo escolar, do trabalho, da cultura e do lazer".
3 HISTÓRICO DA INCLUSÃO
O presente trabalho, aborda um breve relato histórico sobre a evolução da
inclusão dos PNEs na escola. Para melhor compreensão dessa política de educação
posta em prática, ainda que de maneira sucinta, faz-se necessário uma reconstrução
histórica.
O governo de João Goulart efetivou várias políticas reformistas, dentre elas
a reforma educacional. Com relação à educação destaca-se a Lei de Diretrizes e
Bases n° 4024/61, vindo a descentralizar o sistema de ensino brasileiro; no entender
de Bierrenbach (1987, p. 44), "pretendendo fazer cumprir o artigo constitucional
que prescrevia o ensino elementar, gratuito e compulsório". Essa lei assegura
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também aos PNEs o direito à educação. Pode-se deduzir que o principio básico
que está implícito na lei, trata de forma semelhante e educação geral e a educação
especial.
O Primeiro Plano Nacional de Educação - PNEs, elaborado em 1962,
integrou as normas para distribuição dos fundos de ensino primário, médio e superior.
Em 1965, sofreu revisão, onde foram destinados 5% dos recursos de Fundo Nacional
de Ensino Primário, para a educação aos PNEs e bolsa de estudo.
Em 1972, para melhor viabilização da educação especial, foi criado o
CENESO - Centro Nacional de Educação Especial, com a finalidade de planejar,
coordenar e promover a educação especial no país, através do Decreto n° 72.425/
72.
Já em 1977, foi elaborado I Plano Nacional de Educação Especial, pelo
Ministério da Educação e Cultura - MEC, onde o atendimento se concentrou em
nível de 1° grau, abarcando 60% da população escolar de PNEs.
No ano de1985, o CENESP/MEC, sentiu a necessidade de redefinir a
política para a Educação e Especial no Brasil, elabora um plano intitulado" Educação
Especial - Nova Proposta", com o objetivo de melhora o atendimento dado às
pessoas PNEs.
Após um ano, em outubro de 1986, foi instituído pelo então Presidente da
República José Sarney, a Coordenadoria para a Integração da Pessoa Portadora
de Deficiência - CORDE, visando assegurar-lhe o pleno exercício de seus direitos
básicos e a efetiva integração social.
No Brasil, há leis referentes as pessoas PNEs, tais como Constituição
Federal de 1988, Lei de Diretrizes e Base da Educação(LDB- N° 9394/96) - Educação
Especial, Estatuto da Criança e do Adolescente, Programa de Complementação
aos Atendimentos Educacionais Especializados às Pessoas Portadoras de
Deficiência, Plano Nacional de Educação - Educação Especial e decretos como:
Decretos n° 2.208/97 (regulamenta a Lei n°9.394, que estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional), Decreto n°3.298/99 (regulamenta a Lei n° 7853/89)
e decreto n° 914/93 (Política Nacional para a Integração de Pessoa Portadora de
Deficiência).
No Piauí, o atendimento as PPNEs teve início a partir de 1967, com a
fundação da Associação dos Cegos do Piauí - ACEPI, com o objetivo de promover
o cego no meio social, através da educação.
Em agosto de 1968, o Serviço Social do Estado - SERSE, criou a Escola
de Educação Especial "Ana Cordeiro", considerada a primeira escola especializada
do Estado. Tinha como objetivo adaptar a criança deficiente mental ao meio familiar,
escolar e à comunidade, provendo sua integração com crianças normais.
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Em junho de 1968, foi fundada a Associação de Pais e Amigos de Excepcionais - APAE, de Teresina, objetivando promover o bem-estar e o ajustamento
social dos indivíduos portadores de deficiência. Em 1970, a Secretaria de Educação
do Estado do Piauí firmou convênio com a APAE/Teresina, com o intuito de prestar
ajuda financeira e orientação pedagógica às escolas de referente entidade. O
atendimento aos PNEs no interior do estado do Piauí é realizado pelas APAES de
cada cidade, que à medida que são criadas, são conveniadas com a Secretaria de
Educação do Estado do Piauí.
José de Freitas é um dentre os municípios que encontram-se conveniado
com a Secretaria de Educação e onde foi fundada uma sede APAE em 1987. Os
deficientes na sua maioria ficavam sem atividades educativas sendo enclausurados
em casa pela própria família, somente uma pequena parcela freqüentava as escolas
regulares que não tinham uma estrutura adequada para recebê-los.
Silva (2006, p.67), explica que:
Em nossas semelhanças, somos diferentes, e a escola tem de mudar e se
organizar para atender a essa diversidade; infelizmente, o que se vê nas
redes privadas e públicas é o despreparo profissional e rude falta de
estrutura física e logística da escola para atendera essa demanda. De nada
adianta o desejo, se não se organiza para realizá-lo; não basta apenas
intenção, se não houver a ação.
Diante dessa complexidade, ficam alguns questionamentos, principalmente
quando não podemos perder de vista a sociedade na qual estamos inseridos e
que, dentre outras coisas, caracteriza-se por ser competitiva. Estes
questionamentos estão relacionados a problemas como: será que o deficiente ao
passar por estas escolas, são realmente preparados para serem inseridos na
sociedade, a fim de exercer a cidadania plena? Dependendo de suas capacidades
serão inseridos no mercado de trabalho?
A escola, segundo Rodrigues (2001, p. 83), é a instituição social que tem
por finalidade: "formar o educando como homem e cidadão, e não apenas preparálo para o exercício de funções produtivas nas empresas, para ser consumidor
competente dos produtos disponíveis no mercado"
Assim, podemos compreender a existência de um liame entre educação
e cidadania, colocando-se aquela enquanto pré-condições para a busca e o exercício
constante dos direitos de cidadania. A educação é expressa, no âmbito da
sociedade, via à escola que deve permitir ao indivíduo situar-se enquanto sujeito
consciente de seus direitos.
Para Santana (2004,p.23)
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Através da inclusão é que as crianças especiais aprendem a gostar da
diversidade, adquirir experiência direta com a variedade das capacidades
humanas, demonstrarem crescentes respons abilidades, melhorar a
aprendizagem através do trabalho em grupo - com outras deficientes ou
não - e a ficar mais preparadas para a vida adulta em uma sociedade
diversificada, entendendo que são diferentes, mas não inferiores.
E continua:
As crianças não portadoras, ao interagirem com as deficientes, perdem o
medo e o preconceito em relação aos diferentes, desenvolvem a cooperação e a
tolerância, adquirem senso de responsabilidade em relação a tudo que as cerca,
melhoram o rendimento escolar e tornam-se pessoas preparadas para conviver
com os ambientes heterogêneos, já que as diferenças são enriquecedoras aos
seres humanos.
Desta forma, é que a integração do PNEs no âmbito dessa realidade
acontece concretamente via instituições como a escola e os centros de reabilitação
e habilitação que atraem para si a responsabilidade de preparar o PNEs para que
a sociedade os aceite como um ser capaz e apto para desenvolver atividades e
inserir-se na sociedade e no mercado de trabalho.
Tentar refletir sobre a relação existente entre a educação e o PNEs enquanto
força produtiva a inserir-se no mercado de trabalho, é uma tarefa necessária, porém
complexa. Necessária porque entendemos que é a partir da reflexão que iremos
semeando mudanças num processo contínuo. Por outro lado, é complexa porque
envolve uma rede de determinações que precisam ser analisadas no contexto de
um processo histórico-social.
Apesar de todas as dificuldades que passa o sistema educacional na
sociedade brasileira, por falta de recursos técnicos e humanos com profissionais
conscientes e competentes, vem se buscando uma política educacional séria que
alçasse melhorar a educação pública e que desempenhe o seu papel de formação
do sujeito enquanto ser histórico, uma vez que se concretiza no meio através do
qual este tem acesso a sociedade e ao trabalho.
4 O DIREITO: LEIS QUE REGULAM A INCLUSÃO;
Analisando as mudanças das concepções sociais sobre as potencialidades
dos PNEs, pode-se dizer que ao longo dos tempos existiu uma evolução significativa
na implantação de inúmeras leis que propiciavam mais direitos aos PNEs. Fonseca
(2000, p. 21) "Deve a sociedade propiciar prioritariamente os meios aptos a inserir
o portador de deficiência no convívio social, valorizando o seu trabalho e as suas
qualidade pessoais".
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Nos preceitos históricos verificam-se, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão elaborado durante a Revolução Francesa (art. 1°), a Declaração
Universal dos Direitos do Homem, estas foram as bases para as constituições
contemporâneas, que buscam garantir a isonomia dos princípios da igualdade.
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu um dos pilares de sustentação
da ordem econômica nacional é a valorização do trabalho, como a finalidade de
propiciar existência digna, e distribuir justiça social através da redução de
desigualdade social. É lógico que os PNEs tem que ter compatibilidade entre a
deficiência e a função e capacitação, devendo esta habilitado. No Brasil esta questão
demorou a provocar nossos legisladores e governantes. O PNEs esteve e continuo
a margem se realizarmos uma comparação com os países desenvolvidos.
A evolução de nossos parques industriais se deu de forma lenta, somente
a partir da década de cinqüenta teve seu crescimento. Devido isso, políticas concretas
sobre o tema somente começaram a aparecer na segunda metade deste século.
Em 17/10/78 o tema adquiriu status constitucional, através da Emenda n° 12, de
autoria do Deputado Thales Ramalho apresentando normas eminentemente
programática com poucos efeitos, in verbis:
É assegurado aos deficientes a melhoria de sua condição social e econômica,
especialmente mediante:
I - Educação especial e gratuita;
II - Assistência, reabilitação e reinserção na vida econômica e social do
País;
III - Proibição de discriminação, inclusive quanto à admissão ao trabalho ou
ao serviço público e salários;
IV - Possibilidade de acesso e edifícios e logradouros públicos.
Já a Constituição Federal de 1988 trazia amplos benefícios para inclusão
dos PNEs, objetivando diminuir as desigualdades sociais, elevação da cidadania,
o bem comum, valores sociais do trabalho. As normas especificas aos PNEs são;
1 - Proibição de qualquer discriminação no tocante a salários e critérios de
admissão do trabalhador portador de deficiência. (art 5°, caput e 7°, inc.
XXXI, da CF 88)
2 - Reserva de cargos públicos, a serem preenchidos através de concursos,
para pessoas PNEs. (art. 37, VII, da CF 88)
3 - Habilitação e reabilitação dos PNEs e promoção de sua integração à vida
comunitária. (art 203, IV da CF 88)
4 - Adaptação dos logradouros, dos edifícios de uso público e dos veículos
de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado aos PNEs. ( art.
227, 2; 244 da CF 88)
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Pastore (2000,p.75) afirma que,
Assim, o grande desafio para a inclusão dos PNEs é vencer barreiras do
preconceito e discriminação. É preciso haver uma conscientização de que
essa questão deve ser tratada tanto pela sociedade como pelo governo, de
forma a ampliar e melhorar sua integridade social, pois as dificuldades
encontradas pelo grupo estudado em sua inserção no mercado de trabalho
devem-se, principalmente à desinformação, à ignorância, à negligência e a
superstição.
Dezoito anos se passaram após a promulgação do Texto Constitucional,
é possível verificar algumas transformações na mentalidade social, pois este problema
da inclusão já se tornou presente no meio, sendo discutida de forma clara e aberta.
Nosso sistema é federativo e, como se sabe, todos os entes que somam
federação estão autorizados a legislar, face à autonomia que lhes é atribuída. Com
isso, além da legislação federal aplicável em todo território nacional, temos também
outros 27 ordenamentos jurídicos estaduais e mais aproximadamente 5.000
municípios. Deve-se levar em conta a competência privativa da União para legislar
sobre matérias relativas ao direito do trabalho (art. 22, I, da CF/88), o que não
retira, em nossa opinião, a iniciativa dos demais entes no sentido de estatuir
programas em favor das PNEs em matérias trabalhistas. É preciso diferenciar a
competência para estabelecer normas de direito do trabalho (privativa da União) da
competência para criar mercados e condições de trabalho (comum a todos os
entes).
Nesse horizonte, foi de suma importância à reserva de vagas a serem
preenchidas através de concurso público, programada pelo inciso VIII do artigo 37
da Carta Constitucional, verbis: a lei reservará percentual dos cargos e empregos
públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua
admissão. Posteriormente, veio a regulamentação através da edição do Regime
Jurídico Único dos Servidores Civis da União, Lei 8.112, de 11.12.90, que em seu
artigo 5º, §2º, previu: Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado direito de
se inscrever em concurso público para provimento de cargos cujas atribuições
sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas
serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.
Em que pese o valor e a importância da norma, é preciso criticá-la, no
ponto em que fixa em até 20% a reserva de vagas, por impossibilitar, em certas
circunstâncias, o seu cumprimento pleno. Isso ocorre sempre que o número de
vagas for inferior a 5, casos e que o percentual de uma eventual vaga reservada
resultaria maior do que aquele limite (1 em 4 = 25%; 1 em 2 = 50%).
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Por isso, melhor agiria o legislador se retirasse tal vinculação, deixando
ao administrador o poder discricionário e a liberdade para deliberar a respeito da
necessidade e da conveniência do número de vagas a fixar, caso a caso, concurso
a concurso. A lei de regência, a nosso ver, deveria estabelecer lei de regência,
devendo estabelecer apenas o patamar mínimo de vagas, sem que estipulasse um
percentual máximo de reserva de vagas, para evitar a incongruência acima
denunciada.
A norma contida no art. 7º, inc. XXXI, in fine, da CF/88 vinha se mostrando
inócua diante da subjetividade ínsita ao empregador na contratação de seus
empregados. É verdade que ao empresário o que interessa é a capacidade produtiva
do candidato ao emprego; e, em muitas situações, uma PNEs pode revelar maior
capacidade para determinada tarefa do que outro candidato que não seja portador
de qualquer deficiência. Isso, contudo, é de difícil constatação na prática cotidiana.
Tal constatação, a propósito, foi muito bem compreendida por Eduardo Gabriel
Saad(2004, p.25), que assim concluiu:
De modo geral, a empresa não rejeita o deficiente que revela maior
capacidade, qualquer defeito físico. O que importa ao para determinada
tarefa, do que um outro candidato que não seja portador de empresário é
que o rendimento do trabalho e a sua qualidade sejam bons. Em presença
da realidade fática, não nos parece fácil provar-se que um empresário
deixou de admitir um empregado por ser deficiente.
O certo é que prever, simplesmente, a proibição de qualquer procedimento
discriminatório na admissão ao PNEs não foi suficiente. Aliás, nem mesmo a
tipificação de tal conduta como crime punível com reclusão de 1 a 4 anos, no art.
8º da Lei 7.853/89, o foi. Na prática, a discriminação branca, ou seja, aquela natural
do preconceito cultural vigente em nossa sociedade, continuava a imperar, sem
que houvesse qualquer instrumento hábil para combatê-la. Veio a lume, então, no
bojo da lei de benefícios da previdência social - Lei 8.213, de 24.07.1991 -, norma
que introduziu entre nós o sistema de quotas no preenchimento de cargos. Segundo
o artigo 93 da Lei de Benefícios da Previdência Social (LBPS):
Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a
preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos
com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência,
habilitadas, na seguinte proporção:
I - até 200 empregados......................................2%;
II - de 201 a 500..................................................3%;
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III - de 501 a 1.000..............................................4%;
IV - de 1.001 em diante. .....................................5%.
Para Gildo Soares da Silva (2006, p. 37)
"A reserva percentual de vagas e
empregos no serviço público para as pessoas com deficiências, sobretudo no que diz respeito a
concurso, atesta incapacidade, tanto dessas pessoas quanto do legislador que incluiu na
Constituição essa inconstitucionalidade."
No entanto, esta lei não é aplicada em municípios que não detém empresas
de grande porte, como exemplo José de Feitas que não tem nenhuma empresa
que possui mais de 100 empregados, não sendo assim obrigado a contratar nenhum
PNEs. Deve a sociedade propiciar prioritariamente os meios aptos a inserir o PNEs
no convívio social, valorizando seu potencial e suas qualidades pessoais. Os
interesses econômicos não podem estar a frente do interesse social.
De tudo que foi exposto, é possível concluir que e projetos perfeitos no
papel devem ser aplicados, garantindo uma plena igualdade a todos. O caminho é
romper com as barreiras direcionando os esforços no sentido da integração plena
dos PNEs no meio em que vive.
5 TRABALHO UM FATOR DE CIDADANIA
O trabalho é uma atividade de caráter social e um dos recursos de
adaptação ao meio ambiente. Seu significado transcende a função de subsistência,
para constituir-se em um dos aspectos de identidade social.
O conceito de deficiente não deve esta relacionado com invalidez, isto se
pode verificar através dos gênios da ciência e da arte que se imortalizaram justamente
na área em que possuíam deficiência. Podemos citar Antônio Francisco Lisboa, o
Aleijadinho, sofria de uma enfermidade que lhe atrofiou as mãos, mas nunca deixou
de esculpir é o maior artista barroco brasileiro; Van Gogh, pintor holandês, seus
quadros retratam os problemas mentais que o acompanhavam por toda vida, mas
que não impediram de se tornar um dos gênios da pintura moderna; Ludwig van
Beethoven um dos maiores músicos de todos os tempos perdeu progressivamente
sua audição, ao compor sua obra-prima magistral, a 9º Sinfonia já estava
completamente surdo. Albert Einstein nasceu na Alemanha, à família temia que
fosse retardado, pois só falou aos quatro anos, na escola era aprovado com nota
mínima exceto matemática, foi aconselhado a desistir dos estudos por falta de
capacidade, no entanto, publicou diversos artigos que lhe deram o Prêmio Nobel e
projetou de forma decisiva na ciência moderna.
Assim, o trabalho se constitui como uma forma de integração e igualdade
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social de todo ser humano, independente de suas características pessoais. No
Brasil, a profissionalização do PNEs foi efetivada através do Decreto n° 69.927, de
13/01/72, que institui o Programa Bolsa de Trabalho, desenvolvido pelo Ministério
da Educação e Cultura - MEC, Departamento de Assistência ao Educando - DAE
e Centro Nacional de Educação Especial - CENESPI, considerando-se imprescindível
à integração do educando, portador de necessidade especial, no processo de
desenvolvimento econômico e social do País, objetivando: "Assegurar ao aprendiz
condições de participação no mercado de trabalho, fortalecendo seu auto conceito,
a auto confiança no desenvolvimento de habilidades e atitudes básicas".
A profissionalização do deficiente é fundamental importância para a
sociedade, onde Clemente Filho (2000, p. 27) coloca que a integração do deficiente
por meio de sua profissionalização: "recuperar os deficientes, transformando-os de
ônus social em forças socialmente ativas integradas na sociedade, trabalhando e
ganhando seu sustento contribuindo dessa forma para a economia social".
Acredita-se, portanto, que os programas destinados a promover a inserção
da PPNEs no mercado de trabalho devam abordar não apenas os aspectos
relacionados com a qualidade, prontidão e habilidades, como também, proporcionar
o desenvolvimento dos indivíduos de forma global, considerando suas relações
sociais, suas relações de trabalho, etc. Desta forma, é fundamental que estes
programas retratem e reflitam sobre a realidade política, econômica e social,
correlacionando-os com as necessidades individuais das pessoas portadoras de
deficiências, objetivando a eficácia e efetividade das metas a que se propõem.
Neste momento de crise social, conjuntural e econômica que passa o
país, as altas taxas de inflação, demissão em massa de trabalhadores, a
especialização tecnológica das empresas e do trabalhador, vêm gerando um índice
acentuado de seletividade na busca de emprego. Estes obstáculos e mais a
escassez de recursos, a própria competição entre ditos "normais" para encontrar
trabalho, são fatores no preparo profissional do portado de deficiência, visto que,
os serviços de seleção, são obrigados a aumentar o nível de exigência para admissão
de pessoal.
A fim de, resolver este problema seria necessário estabelecer convênios
entre as empresas locais e as instituições escolares, com objetivo de propiciar
Programas de Bolsa de Trabalho, para os PNEs que agiria inicialmente como
estagiários. É lógico que as instituições de preparatórias teriam que contar com o
constante avanço social através de treinamentos, cursos, encontros, congressos
e especializações, visando a capacitação dos profissionais e técnicos que atuam
na área, de forma a permitir a reflexão com a família, e de entendimento dos benefícios e do acesso ao trabalho enquanto um direito de cidadania, a ser expresso
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em lei, e garantido na prática.
Baseados nos depoimentos acreditam-se, portanto, que a falta de
conhecimento dos empresários locais, a respeito das potencialidades e limites do
PNEs ocorre como conseqüência do preconceito, discriminação social, e mais
especificamente à falta de um trabalho de sensibilização por parte dos órgãos
competentes que fazem a política educacional e assistencial voltada ao deficiente,
com isto dificultando a oportunidade de participação ativa na sociedade. Nesse
contexto, em que o preconceito ocorre algumas vezes de forma sutil, o portador de
deficiência manténs constantes estado de alerta para enfrentar e defender-se de
possíveis discriminações.
Partindo-se da premissa constitucional de que a educação é direito de
todos e dever do Estado, constata-se que na prática isso não vem se concretizando,
tanto com relação ao ensino de modo geral, como ao ensino especial em particular.
Isso porque a sociedade brasileira através dos seus dirigentes não apresenta um
projeto político que priorize de fato, o setor educacional, pois não interessa à classe
dominante ter uma sociedade esclarecida e consciente de seus direitos sociais e
políticos. . A realidade piauiense, não foge do contexto nacional.
Por ser o trabalho uma forma de integração e igualdade social dos serem
humanos, está além da mera questão de sobrevivência, sobressai-se à questão da
identidade social. Em razão dessa importância que tem o trabalho na vida das
pessoas, podemos observar no decorrer da pesquisa que para o portador de
deficiência o trabalho também assume relevância. Tal relevância dá-se uma vez
que é através do trabalho que a pessoa deficiente integra-se com o mundo dos
ditos "normais", concorrendo para atenuar a estigma e os preconceitos a que
estão sujeitos.
Mas o trabalho é importante também, porque possibilita ao PNEs as
condições para a busca do exercício dos direitos de cidadania que embora
expressados na forma da lei, ainda deixam muito a desejar quando nos voltamos
para a realidade do dia-a-dia.
Verifica-se também, que os programas sociais devem estar voltados
especialmente para PNEs, envolvendo de forma integrada esses três aspectos escola, família e trabalho, que juntos vêm proporcionando melhor condições de
vida, ao PNEs.
Percebe-se que entre os profissionais da educação especial deve existe
um significativo comprometimento político-ideológico dos técnicos, com sua ação
profissional, objetivando com isto, despertar os deficientes para uma visão crítica
da realidade, envolvendo-os como sujeitos capazes de refletir seu próprio processo
de desenvolvimento, ou seja, capazes de transformar e transformarem.
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6 CONCLUSÃO
Do exposto, é possível concluir que muitos avanços legislativos ocorreram
em nosso país na última década. Também é possível constatar, na prática, alguns
avanços culturais e sociais. Mas todas as conquistas, sem dúvida, representam
muito pouco na luta pela integração do PNEs na sociedade. Ainda há muito a ser
feito, pois milhares de pessoas continuam à margem da vida, escondidas atrás de
dificuldades e barreiras, que são mínimas e imperceptíveis para alguns, mas que
se constituem em obstáculos intransponíveis nas atividades do cotidiano das PPDs.
Não basta que tenhamos belas leis securitárias e trabalhistas, um exemplar sistema
de compensação das desigualdades, de programas de integração da PPD à
comunidade. É preciso que tudo isso seja efetivamente implementado através da
participação ativa da sociedade civil.
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DESAFIOS EM PROMOVER SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Ana Célia Sousa Cavalcante*
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho propõe uma reflexão sobre as políticas públicas de saúde
que possam contribuir ou estar relacionado à proposta de promoção da saúde
mental na atenção básica. Nesta perspectiva, apresenta-se um estudo sobre as
políticas de Promoção da Saúde, Humanização do SUS e Programa de Saúde da
Família. A análise das referidas políticas norteia uma investigação sobre as
intervenções em saúde mental na atenção básica.
No intuito, portanto, de pensar tais políticas, há uma inferência sobre as
mudanças ocorridas na abordagem em saúde, partindo do modelo biomédico até a
concepção de saúde como qualidade de vida, delineando as novas concepções e
modos de produzir saúde. A pesquisa da interface entre a estratégia saúde da
família e reabilitação psicossocial, oportuniza uma análise do princípio da
integralidade na atenção básica, viabilizado na saúde da família; ao que parece, no
entanto, esta estratégia enfrenta desafios no que diz respeito ao preparo incipiente
dos profissionais para atuação em equipe, para acolher, ouvir e dar voz ao usuário
do serviço de saúde; o que, provavelmente, interfere na construção de projetos
com base nas necessidades sociais de saúde.
Partindo do princípio de que a Política de Humanização do SUS se propõe
a reconstruir as relações entre os sujeitos envolvidos no processo de produção de
saúde, entende-se que essa política pretende rever a atenção básica à saúde na
família, na comunidade, na coletividade. Para humanizar as relações e os serviços
é preciso viabilizar a atenção através da comunicação, diálogo, troca. È impossível
dar voz ao outro, sem responsabilizá-lo pela conquista de autonomia. Sabiamente,
o grande mestre, Paulo Freire, afirma que a educação libertadora é o alicerce para
promover saúde e cidadania (2002).
As novas tecnologias em saúde, quando utilizadas adequadamente,
contribuem com mudanças efetivas na rotina de trabalhadores, usuários e cuidadores
de saúde. No entanto, vale ressaltar que as mudanças são percebidas na
subjetividade dos sujeitos. A técnica, por si só, não altera a saúde nem a vida das
pessoas.
2 DESAFIOS EM PROMOVER SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA
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* Psicóloga especialista em Saúde Mental. Mestranda em Saúde Coletiva pela Universidade de
Fortaleza - UNIFOR. Professora e Coordenadora do Curso de Psicologia da Faculdade Integral
Diferencial - FACID. Professora - Universidade Estadual do Piauí / Faculdade de Ciências Médicas
- UESPI / FACIME: Curso de Psicologia.
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As políticas públicas de saúde devem ter como propósito principal promoção e melhoria da qualidade de vida individual e coletiva; nesse sentido vale ressaltar algumas políticas que estão relacionadas a tal proposta, tais como a Promoção
da Saúde, Humanização do SUS e o Programa de Saúde da Família, como sendo
as políticas públicas que podem propiciar um "olhar integral" e um outro modelo de
atenção, favorável aos cuidados na atenção básica.
Nesta perspectiva, o presente trabalho tem como objetivo tecer
considerações a respeito das referidas políticas, no sentido de relacioná-las aos
cuidados em saúde mental na atenção básica.
O novo paradigma da Reforma Sanitária e Psiquiátrica está relacionado à
desconstrução da concepção fragmentada de saúde, regida pelo modelo biomédico
com ênfase na doença em detrimento da pessoa. É possível pensar a
desmedicalização da vida cotidiana, a necessidade de escuta do sofrimento
psicológico e social da pessoa, o diálogo em lugar da imposição de "receitas" e a
saúde pública como um direito de toda a população e não uma prática
assistencialista para os carentes.
É possível criar novos modos de produção de saúde com atitudes
terapêuticas não preocupadas apenas em definir o diagnóstico de uma patologia
física. A atenção integral, mediada pela interdisciplinaridade e visão contextualizada
dos comportamentos humanos, tem relevância para as práticas de saúde,
principalmente, quando relacionadas à reabilitação psicossocial, pois concordando
com Brêda e cols (2005) a atitude terapêutica deve se basear não na tutela, mas
no contrato, no cuidado e no acolhimento; instrumento de trabalho, que incorpora
as relações humanas, devendo ser apropriado por todos os profissionais de saúde,
como prática realizada ao longo do processo de trabalho, não se restringindo ao
ato de receber.
Vale salientar que esse pensar, remete a uma revisão crítica das concepções
relacionadas aos processos de saúde-doença e da formação profissional, pois a
construção da saúde, como processo social, requer novos dispositivos em saúde
e um novo perfil profissional, mais sensível para perceber a real necessidade da
população.
3 A INTERFACE DAS ESTRATÉGIAS SAÚDE DA FAMÍLIA E REABILITAÇÃO
PSICOSSOCIAL
Em abril de 2000, foi aprovada a Lei nº 10.216, proposta em setembro de
1989, pelo então deputado Paulo Delgado com vistas à extinção progressiva dos
manicômios e sua substituição por recursos assistenciais comunitários, prevendo,
inclusive, a regulamentação da internação compulsória(AMARANTE, 1997).
Mas um dos pressupostos do trabalho de Wetze é que só é possível
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superar o modelo manicomial, asilar e excludente, se houver o envolvimento dos
segmentos institucionais e dos sujeitos sociais e de sua prática, buscando a
mudança, através dos conflitos vivenciados pelos doentes, família, profissionais de
saúde, governantes e comunidade.
A superação dos modelos excludentes ganha espaço nos ideais da
reorganização da atenção à saúde, no incentivo às intervenções na comunidade,
no envolvimento de famílias e dispositivos comunitários em saúde mental, tais
como, Ambulatório de Saúde Mental, Hospital Dia, Centro de Atenção Psicossocial,
Residência Terapêutica e Estratégia Saúde da Família.
Nesse sentido, a partir da III Conferência Nacional de Saúde Mental, em
2001, a proposta é: ¨Cuidar sim, excluir não - efetivando a Reforma Psiquiátrica
com acesso, qualidade, humanização, e controle social¨.
Em 1994 o Ministério da Saúde implanta o Programa de Saúde da Família
(PSF). O desenvolvimento dessa estratégia tem como propósito reorganizar a prática
assistencial de saúde sob novas bases e critérios, em substituição ao modelo
tradicional de assistência, orientado para a cura de doenças, centrado no hospital.
É uma tentativa de reorganização da produção de cuidados de saúde.
O PSF tem seu objeto de trabalho diferenciado pela atuação direta com a
comunidade em seu cotidiano. A conduta profissional, nessa forma de trabalho,
passa ser mais coletiva. Enfoca a família e suas relações e não mais somente o
indivíduo com seus problemas; resgata as múltiplas dimensões da saúde, o que
exige o reformular da postura de intervenção do profissional, assim como a
incorporação de outros saberes para compor a produção do cuidado com a saúde5.
Segundo Vasconcelos(1998), as ações do PSF foram, inicialmente,
implantadas em regiões de escassa assistência à população, objetivando atender
às minorias sem acesso a serviços de saúde e de responder a uma tendência
mundial de redução de custos, de desmedicalização da medicina e humanização
dos serviços. Atualmente a Saúde da Família é uma estratégia governamental para
reorganização da assistência à saúde, com projeto único, responsável pela
viabilização da atenção primária a saúde.
A Estratégia de Saúde da Família é uma intervenção inovadora, tem
contribuído para os cuidados em saúde mental ao fortalecer a importância da escuta,
do vínculo e do acolhimento. A perspectiva dessa nova política pública de saúde é
de transformação dos cuidados na busca de uma assistência menos tecnicista e
mais humanizada.
A integralidade na atenção básica garante os cuidados em saúde mental
viabilizados pela Estratégia Saúde da Família, que ao desenvolver ações de
educação, prevenção, recuperação e promoção da saúde envolve profissionais,
familiares, usuários e comunidade em geral durante todo o processo, que é
construído a partir das necessidades de saúde da população. Nesse sentido, Leite
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et al. (1999), chamam atenção sobre a importância de discutir o modo como os
trabalhadores se relacionam com seu principal objeto de trabalho - a vida e o
sofrimento de indivíduos e da coletividade.
De acordo com Santos et al. (2000), é no cotidiano, no concreto do espaço
da família, que os profissionais do sistema, em interação com esta, buscam a
construção da saúde, priorizando a proteção, a promoção do autocuidado, a troca
solidária, procurando, dessa maneira, sair do modelo biomédico dependente,
centrado na doença. Podemos observar, na filosofia que perpassa a Estratégia de
Saúde da Família não mais uma simples extensão de serviços, mas uma prática
que oportuniza crítica, mudanças, construção de saber.
A mudança no modelo assistencial requer a reorganização do processo
de trabalho em saúde, priorizando o trabalho das equipes no ato da produção de
saúde. Esses "novos" fazeres e práticas necessitam tornarem-se concretos e
materializarem-se como "tecnologias de trabalho" usadas para produzir saúde.
O PSF se constitui em uma iniciativa de mudança da saúde, uma estratégia
de implantação do SUS, que por estar "em realização" e apresentar uma
organização do trabalho em bases não tradicionais precisa enfrentar desafios, tais
como, reorganizar o trabalho do médico e dos outros profissionais, fornecer atenção
integral, oportuna, contínua, de qualidade e com humanização do atendimento.
O enfrentamento de tais desafios é uma quebra de paradigmas, os novos
dispositivos em saúde precisam funcionar de forma articulada, dando voz e vez ao
usuário, às famílias, à comunidade. Para uma atenção integral, a Estratégia Saúde
da Família precisa estar articulada com as escolas, creches, associações,
representantes comunitários e, acima de tudo articular a contrareferência. Precisa
incluir a atenção aos portadores de sofrimento psíquico nas ações básicas de
saúde, assim como, incorporar as ações de saúde mental no Programa Saúde da
Família.
Dentro da atual política de saúde mental do Ministério de Saúde, os Centros
de Atenção Psicossocial (CAPS) são considerados dispositivos estratégicos para
a organização da rede de atenção em saúde mental. Mas, apesar de estratégico,
o CAPS não é o único dispositivo; na realidade, a atenção em saúde mental deve
ser desenvolvida dentro de uma rede de cuidados, assim como a atuação da ESF
que se faz de forma ampliada e articulada.
Assim, Fracolli e Bertolozzi (2003), afirmam que para remodelar a
assistência à saúde dentro da Estratégia Saúde da Família é preciso modificar os
processos de trabalho em curso; a implantação do PSF, por si só, não significa
que o modelo assistencial seja modificado, isso vai depender da forma de se
conseguir reciclar a maneira de se produzir o cuidado em saúde.
A apropriação dessas novas tecnologias para produzir saúde exige dos
trabalhadores e profissionais que atuam no PSF, a incorporação de contínuas discussões acerca do seu processo de trabalho e da relação que travam com os
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usuários dos serviços de saúde, pois no encontro entre trabalhador e usuário operam processos tecnológicos que visam à produção de relações de escutas e
responsabilizações, que se articulam com a constituição de vínculos e dos
compromissos em projetos de intervenção.
O PSF representa um potencial para o fortalecimento das relações entre
usuários e trabalhadores. Nesse sentido, destacam-se a introdução dos agentes
comunitários de saúde nas equipes, adscrição de clientela num território definido,
atuação das equipes na ótica da Vigilância em Saúde. A estratégia está pautada
em equipe multiprofissional e na participação social/controle social. Essas
propostas supõem um processo de democratização das instituições.
Segundo Ana Pitta (2001), a atenção primária ao portador de transtorno
mental no trabalho das equipes de saúde da família e agentes comunitários é uma
das estratégias que abandona a centralidade do cuidado no hospital psiquiátrico
rumo à comunidade.
Para Peduzzi (1998), o trabalho em equipe pressupõe a interação entre as
pessoas envolvidas, que se posicionam de acordo para coordenar seus planos de
ação. A comunicação orientada para o entendimento, permite a construção de um
projeto assistencial, comum, mais adequado às necessidades de saúde dos
usuários, ao invés de apenas reiterar o projeto técnico dado a priori.
As intervenções em equipe são fundamentais para a operacionalização da
saúde da família; há necessidade de avanços para a consolidação e maior integração
da referida equipe. Segundo Bastos (2003), a concepção de equipe aparece de
forma desigual entre as categorias profissionais, pois a hierarquia entre profissionais
e não-profissionais está mantida, apesar do discurso igualitário e da ênfase na
comunicação entre os componentes da equipe.
A concepção ampliada de saúde no PSF propicia o desenvolvimento de
um grande rol de ações diversificadas para as quais o usuário não é incluído na
dinâmica do grupo de trabalho, apesar de buscarem estimular a participação da
comunidade, inclusive, através de diversas parcerias com grupos populacionais e
voluntários. Precisa haver democratização das relações em detrimento das
instâncias de poder, que pouco contribui para emancipação e autonomia dos sujeitos
envolvidos no processo. Vale salientar que a atuação em equipe promove a atenção
primária e possibilita a conscientização da população para cidadania e construção
da saúde.
O grande desafio das equipes de saúde da família está justamente em
construir possibilidades efetivas de uma prática, na qual o usuário e a população
sejam partícipes do trabalho em equipe, ou seja, integrem-se no processo de
construção de um projeto assistencial comum mais adequado às necessidades
de saúde dos usuários.
No PSF, o acolhimento é realçado como peça fundamental. O acolhimen-
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to é uma forma de intervenção que propõe apoio contínuo à pessoa em todo o seu
processo de atendimento na saúde e não somente no que diz respeito ao acesso
do usuário ao serviço. De acordo com Matumoto (1998), abrange o encontro do
profissional com esse usuário, num processo de negociação das necessidades
deste, promovendo acesso, buscando a produção do vínculo.
Este pensar perpassa outra política pública, Política Nacional de
Humanização - PNH, que traz em seu bojo a viabilização dos cuidados em saúde
mental na atenção básica.
4 POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO E A ATENÇÃO BÁSICA
A Política Nacional de Humanização, instituída pelo Ministério da Saúde
em 2003, propõe a humanização como política transversal na rede SUS, implica
em construir trocas solidárias e comprometidas com a dupla tarefa de produção de
saúde e produção de sujeitos; implica em contagiar a rede do SUS (gestores,
trabalhadores de saúde e usuários) por atitudes e ações humanizadoras, em
estabelecer vínculos solidários e de participação coletiva no processo de gestão e
identificar as necessidades sociais de saúde.
Dentre os princípios norteadores da Política de Humanização do SUS
chamamos atenção ao propósito de fomentar a autonomia e o protagonismo dos
diferentes sujeitos implicados no processo de produção da saúde; fortalecimento
de trabalho em equipe multiprofissional com vistas a transversalidade e grupalidade;
estabelecimento de vínculos solidários e de participação coletiva no processo de
gestão; identificação das necessidades sociais de saúde; proposição de
compromisso com a ambiência e melhoria das condições de trabalho e de
atendimento; apoio à construção de redes cooperativas, solidárias e comprometidas
com a produção de saúde e com a produção de sujeitos; compromisso com a
democratização das relações de trabalho e valorização dos profissionais de saúde,
estimulando processos de educação permanente.
A humanização é um pilar essencial na construção do novo modelo de
atenção básica viabilizada na Estratégia Saúde da Família, cujo propósito é a
resolução dos problemas de saúde da comunidade através do estabelecimento de
vínculo entre profissionais, usuários e famílias e da responsabilização da equipe.
Pensar em humanização nos cuidados a saúde implica pensar em
comunicação como fator imprescindível para construção de uma rede de diálogo
que dar lugar tanto à palavra dos usuários quanto dos profissionais de saúde.
Dessa forma, é possível imaginar um novo perfil de profissionais mais sensíveis às
reais necessidades da população e a produção de saúde.
Sem comunicação não há humanização, pois o diálogo é uma técnica de
comunicação verbal, uma forma de conhecer o outro, compreendê-lo e atingir o
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estabelecimento de metas conjuntas que possam propiciar o bem-estar recíproco.
Acolher, no contexto dos serviços de saúde é "receber bem, ouvir a demanda,
buscar formas de compreendê-la e solidarizar-se com ela". "Deve ser realizado por
toda equipe de saúde, em toda relação profissional de saúde-pessoa em cuidado".
Humanizar é ofertar atendimento de qualidade articulando os avanços tecnológicos
com acolhimento, com melhoria dos ambientes de cuidado e das condições de
trabalho dos profissionais. De acordo com Teixeira et al. (2000) o acolhimento
pode significar não só a resolução completa dos problemas que o usuário apresenta,
mas a atenção dispensada, através da escuta, à valorização das queixas e à
identificação das necessidades, transformadas em objeto de ação de saúde.
A humanização é uma estratégia de interferência no processo de produção
de saúde levando-se em conta que sujeitos sociais quando mobilizados, são
capazes de transformar realidades, transformando-se a si próprios nesse mesmo
processo. Humanizar a atenção e a gestão em saúde no SUS pode ser uma
estratégia que contribui efetivamente para a qualificação da atenção integral,
equânime, com responsabilização e vínculo, para a valorização dos trabalhadores
e para o avanço da democratização da gestão e do controle social participativo.
Dentre as diretrizes específicas para implementação da Política Nacional de
Humanização na Atenção Básica, ressaltamos incentivar práticas promocionais
de saúde, estabelecer formas de acolhimento e inclusão do usuário que promovam
otimização dos serviços, fim das filas, hierarquização de riscos e acesso aos
demais níveis de sistema; elaborar projetos de saúde individuais e coletivos para
usuários e sua rede social, considerando as políticas intersetoriais e as necessidades
de saúde; comprometer-se com o trabalho em equipe, de modo a aumentar o grau
de co-responsabilidade, e com a rede de apoio profissional, visando a maior eficácia
na atenção em saúde.
O acolhimento surge no âmago das propostas de reorientação da atenção
à saúde, buscando a inversão do modelo tecno-assistencial de modo a contemplar
o princípio da universalidade no atendimento e a reorganização do processo de
trabalho. Deve ser considerado, portanto, uma nova tecnologia de trabalho.
Nesse sentido, concordamos com as características do acolhimento
apontadas por Franco et al.(1999).
"o acolhimento propõe que o serviço de saúde seja organizado de forma
usuário centrada, partindo dos seguintes princípios: (1) atender a todas as
pessoas que procuram os serviços de saúde, garantindo a acessibilidade
universal; (2) reorganizar o processo de trabalho a fim de que este desloque
seu eixo central do médico para uma equipe multiprofissional - equipe de
acolhimento -, que se encarrega da escuta do usuário, comprometendo-se
a resolver seu problema de saúde; e (3) qualificar a relação trabalhadorusuário que deve dar-se por parâmetros humanitários, de solidariedade e
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cidadania".
A atenção integral em saúde é viabilizada na Estratégia Saúde da Família,
na medida em que se utilizada política de humanização, envolvendo profissionais
de saúde e usuários dos serviços num projeto que é construído por todos os
envolvidos nesse processo social e comunitário; através de um modelo de produção
de saúde que não seleciona, exclui ou divide o ser, mas acolhe em sua integralidade.
As demandas de escuta relacionadas ao sofrimento psíquico, físico ou social são
acolhidas com responsabilidade e respeito por uma equipe que promove o bem
estar e a autonomia.
5 POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
A Política de Promoção da Saúde visa à melhoria das ações e serviços do
SUS, assim como ao enfrentamento de iniqüidades em saúde. A promoção da
saúde no contexto do SUS está relacionada ao conceito ampliado de saúde, que
envolve além das políticas de saúde, as sociais e econômicas de forma integrada
com vistas a promover condições dignas de vida e exercício pleno da cidadania.
Para tanto, assume posturas, diretrizes e propostas, tais como, formação
dos profissionais de saúde, efetivação das práticas de cuidado à população e
comprometimento dos gestores. A Política Nacional de Promoção de Saúde propõese a deslocar o olhar e a escuta profissional da doença para os sujeitos em sua
potência de criação da própria vida, objetivando a produção de coeficientes
crescentes de autonomia durante o processo de cuidado à saúde.
Essa Política de Promoção da Saúde compromete-se com a implantação
de serviços e ações, que coloquem os sujeitos (usuários e profissionais de saúde)
como protagonistas na organização do processo produtivo em saúde, entendendo
que aí se produz saúde, sujeitos, mundo.
Grandes desafios colocados para saúde pública na contemporaneidade,
especialmente no Brasil, podem ser citados, como por exemplo, a violência, doenças
crônicas não transmissíveis e envelhecimento da população, o que nos leva a
pensar na possibilidade de recorrer a outros atores, a ações intersetoriais como
estratégia de enfrentamento de problemas, que também podem estar relacionados
ao meio ambiente, à urbanização, à segurança alimentar e nutricional, ao
desemprego, à moradia, ao uso de drogas lícitas e ilícitas.
A intersetorialidade deve responder às necessidades de saúde de uma
coletividade, mobilizando os setores necessários para isso e, principalmente,
envolvendo a população desde o diagnóstico da situação até a avaliação das ações
implantadas. Tudo isso em busca do fortalecimento dos movimentos sociais para
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promover a autonomia, que é diferente do processo de escolha individual, do exercício de vontade puro e simples, e é uma construção de co-responsabilização pelo
cuidado consigo, com os outros, com o ambiente, enfim, com a vida.
A Promoção da Saúde é um compromisso ético do SUS com a integralidade
e a gestão participativa. Visa redução da vulnerabilidade, aumento da melhoria da
qualidade de vida através do diálogo com os movimentos sociais como
possibilidades de enfrentamento dos problemas de saúde pública e de qualificar as
ações do SUS.
Tudo isso implica em reorganizar os serviços de saúde, preparar os
profissionais de saúde para incluir a população na construção e gestão de projetos
de saúde através de colegiados gestores.
A promoção da saúde oferece condições e instrumentos para uma ação
integrada e multidisciplinar que inclui as diferentes dimensões da experiência humana
a subjetiva, a social, a política, a econômica e a cultural e coloca a serviço da
saúde, os saberes e ações produzidos nos diferentes campos do conhecimento e
das atividades.
As ações de Educação em Saúde são práticas cotidianas no trabalho das
equipes multiprofissionais. Essas atividades educativas são desenvolvidas através
de metodologias participativas, em que não há subordinação de saberes e
subjetividades, fundamentam-se na construção compartilhada do conhecimento,
na incorporação do diálogo no processo ensino-aprendizagem e reconhecimento
da autonomia dos sujeitos como agentes da superação dos seus limites.
A Atenção Primária à saúde é um processo eminentemente educativo.
Essa estratégia de atenção à saúde transforma profissionais de saúde em
profissionais educadores em saúde. É dirigida não somente para a cura e prevenção
de doenças, mas principalmente, para promover a qualidade de vida e valorizar o
papel dos indivíduos no cuidado com sua saúde, de sua família e de sua comunidade.
Os cuidados primários de saúde não se restringem à ação médica, mas à ação
multiprofissional; não se restringe ao indivíduo, mas o senso e responsabilidade
coletiva.
A Educação em Saúde é um processo que tem por referência o
desenvolvimento da cidadania no contexto de reorganização dos serviços de saúde
no Brasil. Os usuários passam a ser vistos como sujeitos de direito e não mais
pedintes de favores. Um sujeito autônomo, cidadão.
O acesso a informações e aos conhecimentos sobre a saúde constitui
direito do cidadão, devendo ser garantido através de ações e programas educativos
que promovem o conhecimento das políticas sociais e as ações sobre qualidade
de vida.
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O novo modelo de atenção à saúde viabiliza mais autonomia, Educação
em Saúde, ações preventivas, curativas e compromisso social do profissional e do
usuário do serviço de saúde. A concepção atual de saúde, diferente do modelo
tradicional, cuja atenção era voltada para a cura, está em construção num processo
gradual.
As formas de viver constituídas nas sociedades modernas, levam pessoas
a perderem a noção do que é uma vida saudável, adaptando-se ao sedentarismo e
estresse e, em algumas situações, submetendo-se a influência de outros
determinantes fundamentais na gênese de doenças relacionadas ao medo,
desesperança, violência. Na contemporaneidade, um dos grandes desafios na área
de saúde pública é a conquista da qualidade de vida, uma vez que a promoção da
saúde lida com estilos de vida.
A promoção da saúde propõe o desafio de reorientar os serviços de saúde
a superar a fragmentação do assistir a doença, e caminharem em direção a
perspectiva da atenção integral às pessoas em suas necessidades, numa relação
dialógica do cuidar/ser cuidado, do ensinar/aprender.
Promover saúde é educar para a autonomia, tocar nas diferentes dimensões
humanas, é considerar a afetividade, amorosidade, a capacidade criadora e a busca
da felicidade como igualmente relevantes e indissociáveis das demais dimensões.
Por isso, a promoção da saúde é vivencial e colada ao sentido de viver e aos
saberes acumulados, tanto pela ciência quanto pelas tradições culturais locais e
universais.
O método da Educação Popular sistematizado por Paulo Freire constituiuse um norteador da relação entre intelectuais e classes populares. Com base
nesse método, foram nascendo iniciativas de busca de soluções técnicas
construídas com base no diálogo entre o saber popular e saber acadêmico.
Promover saúde significa compreender e trabalhar com o indivíduo a partir
de suas relações sociais, construindo uma compreensão sobre elas e sua
transformação necessária. Promover saúde significa, portanto, trabalhar para ampliar
a consciência que o indivíduo possui sobre a realidade que o cerca,
instrumentalizando-o para agir, no sentido de transformar e resolver as dificuldades
que essa realidade lhe apresenta. Significa re-significar relações e experiências
vividas.
Na 1ª Conferência Internacional sobre Assistência Primária à Saúde em
1978, em Alma-Ata (Rússia), um novo paradigma surge quando se propõe a meta
"Saúde para Todos no Ano 2000". A declaração de Alma-Ata amplia a visão do
cuidado da saúde em sua dimensão setorial e de envolvimento da própria população.
Aponta na direção da nova concepção de saúde; valorizando - a como componente
central do desenvolvimento humano, ressaltando os fatores necessários para as213
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segurar a qualidade de vida e o direito ao bem-estar social.
Desde então, temos enfrentado inúmeros desafios e outros, certamente,
surgirão ao longo do processo duplo de construção do sujeito e da saúde. Mas, no
entanto, não podemos abrir mão de conquistas como o SUS, que vem se viabilizando
através de princípios como o da integralidade, e de políticas como a Promoção da
Saúde, Estratégia de Saúde da Família, Política de Humanização do SUS e demais
políticas públicas que fortalecem a nossa credibilidade e responsabilidade como
profissionais e usuários do Sistema Único de Saúde.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Partindo do princípio de que a saúde é um direito humano fundamental e
essencial para o desenvolvimento social, econômico e pessoal, precisamos pensar
políticas que viabilizem condições e garantias de igual acesso para todos os
cidadãos. Sabemos que a saúde é uma importante dimensão para a qualidade de
vida; é um processo possível de ser construído através de relações democráticas,
acolhedoras e com base em vínculos de responsabilidade e respeito, que
oportunizam e valorizam a troca de saberes, possibilitando autonomia aos atores
desse processo.
Como se pode observar, refletir os desafios em promover saúde mental na
Estratégia de Saúde da Família é "mergulhar" em políticas públicas de saúde,
social, econômica, cultural, ambiental e demais outras que possam contribuir com
uma visão holística da dimensão da promoção de saúde e qualidade de vida. No
entanto, neste trabalho, nos restringimos a uma pesquisa bibliográfica em torno de
políticas públicas de saúde, o que em muito contribuiu para agregar conhecimentos
e atualizar concepções de sujeito, trabalho, saúde, ambiente, vida.
A partir desse "mergulho" nos apropriamos de conhecimentos, dúvidas e
curiosidades, que certamente nos instigarão a dar continuidade a esse processo
de aprendizagem, na medida em que temos clareza da importância de outras
políticas interligadas na construção de novos profissionais de saúde e usuários
desse novo serviço que estamos construindo, no momento em que quebramos
paradigmas e avançamos a ciência.
Consideramos, portanto, a promoção de saúde e qualidade de vida uma
ação contínua e conjunta, que se concretiza na prática de pessoas em movimento,
em relação consigo próprio e com o outro. Cuidar/ser cuidado e aprender/ensinar
constituem um compromisso ético com a saúde, as pessoas, a vida.
Lembrando que um dos principais desafios para a efetivação do princípio
da integralidade do Sistema Único de Saúde no Brasil é a dificuldade de inserção
da atenção em saúde mental às ações básicas de saúde, precisamos enfrentar
esse desafio; ainda que a saúde mental tenha se configurado tradicionalmente
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como um campo do saber e de práticas não articuladas com as ações básicas de
saúde desenvolvidas no SUS.
Nessa perspectiva, é preciso viabilizar o processo de reorientação do modelo
psiquiátrico brasileiro, investindo na construção de uma rede de atenção
psicossocial, com o objetivo de substituir a referência hospitalocêntrica.
É importante pensar tecnologias de intervenção, lembrando que o
acolhimento representa um importante instrumento para a humanização da atenção
à saúde; promover o estabelecimento de vínculo entre profissionais/usuários/famílias
através da responsabilização da equipe na resolução dos problemas de saúde da
comunidade.
Ao retomar Dimenstein (2004), entendemos porque humanizar implica em
compromisso com a pluralidade de forças que compõem a vida, pois a idéia de
humanização, segundo a referida autora, está relacionada diretamente com a de
desinstitucionalização.
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ESTIMATIVA RÁPIDA PARTICIPATIVA NA COMUNIDADE SOINHO
217
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
218
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
INFORMES E RELATOS
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
220
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Maria Josecí Lima Cavalcante Vale*
Érica Soares Rodrigues**
Karolynni de Pinho Falcão**
Lívia Barbosa Félix**
Lucinete Maria Ulisses Nogueira**
Natacha Melo Bittencourt**
RESUMO
A Estimativa Rápida Participativa (ERP) é um método que apóia o planejamento
participativo no sentido de contribuir para a identificação das necessidades de
saúde dos grupos distintos, inclusive daqueles menos favorecidos, a partir da própria
população, em conjunto com os administradores de saúde. Este documento tem
como objetivo registrar o diagnóstico situacional feito na Comunidade Soinho, zona
rural de Teresina em 2004, mediante uma sessão de estimativa rápida onde procurouse dar uma visão de cada etapa do trabalho, a partir das razões desta atividade,
descrição dos problemas ou "nós críticos" vivenciados pela comunidade nas várias
áreas, segundo o entendimento dos informantes e de acordo com o olhar da equipe.
Trabalhou-se com duas fontes de dados: entrevista com Informante-chave através
de roteiro de entrevista semi-estruturada e observação de campo.
Palavras-chave: Estimativa rápida. Planejamento. Comunidade.
1 INTRODUÇÃO
Quando se propõe um conhecimento e/ou prática de planejamento e
gerenciamento estratégico é preciso que se elabore esse processo dentro de uma
perspectiva de legitimidade e governabilidade, que exige, dentre outras atitudes, a
garantia da participação dos clientes / usuários no momento da elaboração do
plano. Ou seja, todos estejam envolvidos com os procedimentos, com todas as
etapas, gerando assim compromisso dos atores interessados. O diálogo e a
comunicabilidade entre todos que estão envolvidos no processo, garantirá uma
transparência "de quais produtos, para que clientela e com quais características
____________
*Graduada em Odontologia pela Universidade Federal do Piauí-UFPI, Especialista em Dentística
Restauradora pela Associação Brasileira de Odontologia-ABO, Especialista em Saúde Pública pela
UFPI, Mestranda em Odontologia Social pela Faculdade São Leopoldo Mandic-SP, Diretora Acadêmica
da FACID.
**Especialistas em Saúde Pública pela UFPI.
221
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
um determinado serviço ou organização se compromete a oferecer".
De acordo com este entendimento, portanto, era necessário que, enquanto
estudantes do Curso de Especialização em Saúde Pública, a equipe tivesse essa
experiência de coordenar uma sessão de estimativa rápida que popiciasse um
levantamento de indicadores, resultando num diagnóstico situacional da área
escolhida.
O Povoado Soinho fica localizado na zona rural norte de Teresina, tendo
acesso pela rodovia 335, distante 14 km da capital. Limita-se com o Povoado Bom
Sossego. A população tem 520 habitantes, 127 edificações e agricultura de
subsistência. Possui escola, creche, posto de saúde, água encanada, luz elétrica,
posto telefônico público, chafariz, cemitério e uma escola fazendária agrícola do
Soinho.
2 OBJETIVOS
Registrar o diagnóstico situacional da Comunidade Soinho, mediante uma
sessão de estimativa rápida.
3 SISTEMATIZAÇÃO NA CONDUÇÃO DA SESSÃO
Após a definição da equipe, composta por profissionais das diversas áreas
do conhecimento, definiu-se um roteiro de entrevista e buscou-se um contato com
as pessoas da comunidade que pudessem fornecer informações sobre a localidade
e a vida da comunidade.
Definiu-se, depois, o momento de visita à área e de encontro com os
moradores previamente selecionados, quais sejam: Presidente e vice-presidentes
da Associação de Moradores, um profissional da área de saúde (agente comunitário),
dois moradores mais antigos e um profissional da educação.
As técnicas empregadas foram as conversas informais, observações,
gravações das falas em vídeo e registros fotográficos.
No transcorrer da missão se procurou criar um ambiente favorável para
que houvesse uma relação interativa entre os informantes e membros da equipe,
gerando uma valorização das opiniões de ambos, pois: "o mais importante produzido
nas oficinas de planejamento não são somente planos. Coisa acontece com as
pessoas nesses encontros" (CAMPOS, 2000). Necessário se fez, então, que a
equipe estivesse disposta a perguntar, falar, mas sobretudo a ouvir, inclusive o que
estava sendo dito no silêncio dos moradores e através da própria dinâmica da
realidade vivenciada naquela área.
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE SOS DADOS OBTIDOS NAS ÁREAS
222
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
4.1 SAÚDE
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece a classificação dos
indicadores de saúde em três grupos: os associados com o estado de saúde de
pessoas e populações em uma determinada área (estatísticas vitais, nutricionais e
outros); os relacionados às condições do meio físico como possibilidade de interferir
com o estado de saúde, os referentes aos serviços de saúde e atividades, isto é, a
existência, distribuição e uso dos recursos de saúde, envolvendo pessoal da área
de saúde como médicos, enfermeiros e outros.
A Comunidade Soinho, à luz desses indicadores apresenta-se em situação
precária, pois só dispõe de um (01) Posto de Saúde - Dep. Alberto Monteiro - que
conta com um médico responsável por duas comunidades - Soinho e Tapuio, que
consulta 34 pessoas uma vez por semana, um (01) dentista atendendo dois dias
na semana, um (01) agente de saúde comunitário que é responsável por atender
270 famílias. Além disso, a comunidade também recorre a recursos humanos não
especializados na área de saúde, como as benzedeiras.
As condições do meio não favorecem uma segurança sanitária, exemplo
disso é que, segundo os informantes apenas 75 famílias têm fossas sépticas, a
maior parte dos moradores, inclusive os que residem na área rural, ou seja, os que
não moram à beira da BR utilizam o "céu aberto". Quanto à destinação do lixo,
também somente os que residem na área urbana dispõem do serviço às terças e
sábados, os outros quando não queimam, jogam no mato.
O abastecimento d'água é feito por poço tubular, possui ainda, dois
chafarizes para atender a comunidade. Embora a Agente de Saúde afirme que
orienta a população a ferver ou colocar cloro na água, admite, porém, que nem
todos seguem a orientação ou dispõem dessa medida.
A presidente da associação declara que as principais doenças são dengue,
escabiose, tuberculose e calazar e ainda relata que foi notificado dois casos de
hanseníase.
4.2 EDUCAÇÃO
Este sistema praticamente inexiste. O atendimento se dá apenas para as
crianças até a quarta série do ensino fundamental. Existe uma creche mantida
pela Prefeitura e FUNACI que assiste crianças entre 2 e 6 anos durante o dia. As
pessoas que necessitam cursar o ensino fundamental e médio são obrigadas a se
dirigirem ao centro de Teresina ou bairros vizinhas.
4.3 SEGURANÇA
223
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Ao serem solicitados a identificar os casos de violência na área, os informantes afirmam que as ocorrências são raras, existindo apenas pequenos furtos,
realizados por membros da própria comunidade ou de áreas vizinhas.
Inexiste uma estrutura de segurança mantida pelo poder estatal.
4.4 TRANSPORTE
Os informantes-chave relataram que o sistema de transporte não atende a
comunidade, tendo uma empresa circulando apenas cinco vezes ao dia.
4.5 LAZER
Em toda extensão da BR, verifica-se um grande número de bares, contendo
inclusive mesa de jogos com a presença de vários moradores, nas diversas faixas
de idade, principalmente crianças e jovens, jogando ou bebendo, visto que era
sábado e apenas 10h da manhã, caracterizando como a principal alternativa de
lazer dos moradores. Existe também um campo de futebol feito pela própria
população, onde, sobretudo os jovens disputam "as peladas".
Os informantes quando identificaram as formas de lazer, expressam: "é
até assim... falar disso... por que...", o que transparece um constrangimento e
preocupação que se atribui ao fato de estarem conhecedores da importância dessa
área na promoção e manutenção da saúde.
4.6 RELIGIOSIDADE
Os informantes afirmam que a comunidade costuma se encontrar para
fazer orações na creche quando o Padre comparece para celebrar missa, ou alguns
moradores dirigem-se ao centro da cidade para praticar a fé. Não há prática de
reunião em pequenos grupos para refletirem sobre Fé e Vida, de forma espontânea,
sem uma motivação externa.
4.7 FONTE DE RENDA
A comunidade tem como fonte de renda predominantemente a agricultura
e alguns utilizam-se de "bicos" (diárias) como alternativa de trabalho.
5 MOBILIZAÇÃO E ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA
Existe uma associação de moradores legalizada, porém não foi possível
verificar de forma aprofundada como ocorre à organização da comunidade, devido
ao curto espaço de tempo de permanência da equipe no local, o que não favoreceu
224
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
uma reunião com todos os membros da Diretoria do órgão, nem houve oportunidade de participar de assembléias, momentos que certamente retratariam melhor o
nível de participação, mobilização e organização da comunidade. Os informantes,
no entanto, afirmam que apesar das várias dificuldades, inclusive a de não terem
uma sede própria, a entidade consegue empreender lutas e obter conquistas, garantindo o envolvimento de todos, conforme diz a presidente da associação: "aqui
é assim, a gente se reúne, discutindo quais os problemas mais urgentes, vendo
como resolver e os que podem ficar para depois". Através dessas lutas, foram
conseguidas diversas melhorias, como luz elétrica, abastecimento d'água, fossas
sépticas, escola, posto de saúde, caixa posta comunitária do correio e asfalto.
Nesta fala percebe-se um grau de conhecimento do processo de
planejamento das ações, embora ao longo da discussão apareça uma fragilidade
nos instantes de luta, quando os moradores dizem agradecer aos políticos que
atuam na área pelo fato de terem conseguido o Posto de Saúde, por exemplo.
Entende-se que não existem receitas prontas. A mediação intersetorial
entre população e poder público, assim como a capacitação para o exercício da
cidadania e do controle social são contribuições que a prática da promoção da
saúde, realizada pelos profissionais, pode trazer ao movimento social.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estudos esclarecem que a perspectiva das políticas públicas saudáveis
distingue-se e ultrapassa em abrangência as ações ambientais da saúde pública
tradicional (CAMPOS, 1997). As políticas urbanas de extensão de serviços e bens
de consumo coletivo devem incorporar. A nova concepção de saúde identifica como
bem estar e qualidade de vida e não simplesmente ausência de doença. Dentro
dessa visão as políticas públicas não devem existir como iniciativa exclusiva do
aparelho estatal e sim como fruto de um diálogo entre os vários atores sociais em
uma determinada situação, garantindo assim, a viabilidade e a governabilidade.
Na localidade Soinho, verifica-se que ainda há uma mentalidade de que os
serviços públicos devem ser conseguidos dentro de uma atitude de espera do
poder público, mediado por pessoas que exercem cargos legislativos ou que fazem
o papel de "cabos eleitorais" na comunidade.
Embora a Presidente da Associação expresse uma experiência de luta e
conquistas enfrentadas juntamente com os moradores, nas entrelinhas das suas
falas percebe-se que a participação é entendida apenas como concessão de direitos
e não como conquista. Esta constatação baseia-se na fala: "graças à Deus o
fulano (político) trouxe o posto de saúde para cá, para gente".
225
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Os problemas ou "nós críticos" enfrentados pela população não são
problematizados para que sejam encontradas as causas mais importantes e nem
são substanciados num Plano, mas são enfrentados de forma estanques e de
acordo com as situações que vão surgindo. Podemos afirmar, por outro lado, que
há uma cultura do conformismo e aceitação das situações por parte da maioria da
população, haja vista as condições de vida indignas verificadas.
Um plano de trabalho para essa localidade deveria, então, incluir o
desenvolvimento de práticas educativas permanentes que introduzisse formas de
tomada de decisão e de controle coletivos, capazes de estimular a comunicação
entre os gestores, profissionais e comunidade, pois mudar essa cultura a longo
prazo reside na atitude de não impor novas formas de enfrentamento das situações,
novos jeitos de fazer e viver as coisa, mas agir proporcionando uma troca de saberes
e experiências e criando respeito mútuo.
É importante, contudo, que os profissionais responsáveis pelo planejamento
estejam atentos para "o olhar" do povo, pois este pode definir o diagnóstico. Ou
seja, é preciso respeitar as crenças, trabalhar com o imaginário da população e
compreender sua cultura, para que haja viabilidade e governabilidade das ações.
Na localidade Soinho entende-se que é preciso empreender esforços
planejados em várias frentes, nos mais diversos setores, até porque a comunidade
tem características urbanas e ao mesmo tempo conserva traços fortes do mundo
rural, denotando uma complexidade que dificulta a sistematização de estratégias
de ação visando o bem estar daquela população.
RAPID PARTICIPATIVE ESTIMATION (RPE) IN SOINHO COMMUNITY
ABSTRACT
Rapid Participative Estimation (RPE) is a method that helps the participative planning
in order to contribute to the identification of health needs from the distinct groups,
including the poorest ones, from the very population, together with the health
managers (Luna, 1998).This document aims to register the situation diagnosis in
Soinho community, Teresina's rural area in 2004, through a session of Rapid
Estimation where one tried to show each phase of the work, from the reasons of
this activity, description of the problems the community went through, the informants'
knowledge and the groups' view. One made use of interview through an interview
schedule and fieldwork.
Key Words: Rapid Estimation. Planning. Community
226
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
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PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES DE SAÚDE PÚBLICA SOBRE
227
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
BIOSSEGURANÇA NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO
Maria Josecí Lima Cavalcante Vale *
Maria de Jesus de Alencar**
Marlene Damasceno de Moura Fé***
Maria Eliete Batista Moura****
RESUMO
Em decorrência das mudanças na política de saúde pública, a população passou
a ter mais acesso às informações e maior esclarecimento a respeito do tratamento
a que serão submetidos. Esta pesquisa teve como objeto de estudo a percepção
de estudantes de Saúde Pública da Universidade Federal do Piauí sobre
biossegurança no consultório odontológico enquanto usuários e analisar a articulação
dessa percepção sobre as medidas com o retorno ao consultório odontológico. É
um estudo de natureza qualitativa descritiva do tipo exploratória que utilizou a
dinâmica de Sensibilidade e Criatividade para coleta dos dados. Os resultados
indicaram que a lavagem das mãos, a limpeza do ambiente, o manuseio correto
dos materiais e o tratamento individualizado são fundamentais para evitar infecção
cruzada.
Palavras-chave: Percepção. Biossegurança. Consultório odontológico.
1 INTRODUÇÃO
A construção do conceito de Biossegurança teve seu início na década de
70 na reunião de Asilomar na Califórnia onde a comunidade científica iniciou a
discussão sobre os impactos da engenharia genética na sociedade. Nessa década,
o foco de atenção voltava-se para a saúde do trabalhador frente aos riscos biológicos
no ambiente ocupacional(COSTA, 1980).
A prática das medidas de biossegurança quando utilizadas corretamente
traz inúmeros benefícios para a sociedade (GUIMARÃES JR, 2001). Tendo em
vista a pouca conscientização da necessidade de sua utilização, este estudo jus____________
*Graduada em Odontologia pela Universidade Federal do Piauí-UFPI, Especialista em Dentística
Restauradora pela Associação Brasileira de Odontologia-ABO, Especialista em Saúde Pública pela
UFPI, Mestranda em Odontologia Social pela Faculdade São Leopoldo Mandic-SP, Diretora Acadêmica
da FACID.
**Especialista em Saúde Pública, Funcionária da SESAPI.
***Especialista em Saúde Pública, Funcionária da UFPI.
****Doutora em Enfermagem, Professora da UFPI.
228
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
tifica-se pela necessidade de uma assistência de qualidade ao cliente quando
observamos diariamente o uso inadequado de equipamentos de proteção e
sensibilizar os profissionais de saúde bucal para a prevenção de infecções dentro
deste ambiente, tendo em vista que certas infecções podem resultar de falhas de
procedimento.
2 OBJETIVOS
Descrever a percepção de estudantes de saúde pública sobre
biossegurança no consultório odontológico.
Analisar a articulação da percepção de estudantes de saúde pública sobre
as medidas de biossegurança com o retorno ao consultório odontológico.
3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA
Os dados contidos neste trabalho fazem parte da monografia entregue ao
Curso de Especialização em Saúde Pública da Universidade Federal do Piauí UFPI.
4 TIPO DE ESTUDO
Optou-se por um estudo de natureza qualitativa descritiva do tipo
exploratória que utiliza a dinâmica de sensibilidade e criatividade para a coleta de
dados.
5 CENÁRIOS E SUJEITOS
O estudo teve como cenário a Sala 220 do Bloco SG-11 da Universidade
Federal do Piauí - UFPI onde funcionou a turma II de Especialização em Saúde
Pública, localizado no Campus Ministro Petrônio Portela.
Os sujeitos do estudo foram constituídos por multiprofissionais, sendo 26
enfermeiros, 1 nutricionista, 5 assistentes sociais, 1 fonoaudióloga, 3 dentistas e 1
médica. A maioria eram profissionais recém-formados que atuavam basicamente
no Programa Saúde da Família - PSF. Todos assinaram um Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido.
FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA EM PACIENTES PARKINSONIANOS: UMA
229
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
6 PRODUÇÃO DOS DADOS
Os dados foram produzidos em outubro/2003, através de uma dinâmica
de Sensibilidade e Criatividade proposta por Figueredo (1994) por ser uma forma de
obter espontaneamente informações, opiniões e imagens e as representações
objetivas dos sujeitos, a respeito do objeto estudado, os quais contextualizaram a
teoria dentro de uma realidade.
A dinâmica foi aplicada à turma de Especialização que foi dividida em 4
grupos. Posteriormente os alunos foram sensibilizados para desenvolverem a
técnica.
Para a produção dos dados foi solicitado aos sujeitos da pesquisa para
relatarem e demonstrarem através de cartazes e colagem de recortes a percepção
deles enquanto clientes sobre as medidas de proteção do profissional e cliente
detectadas durante atendimento no consultório odontológico. Forneceu-se papel
madeira, tesoura, revistas, pincéis e cola para os grupos e foi estipulado um prazo
de uma hora para desenvolverem o tema e quinze minutos para cada apresentação.
Em seguida, cada grupo foi representado por um colega que apresentou as
informações dos resultados dos trabalhos das equipes. Para facilitar o trabalho,
utilizou-se ainda de máquina fotográfica para registro dos grafismos e gravadores
para tomar depoimentos.
7 RESULTADOS
O Grupo I, formado por nutricionistas, assistentes sociais, enfermeiros e
médica fiz referência à limpeza do ambiente do consultório odontológico e ao
procedimento de limpeza e esterilização do material utilizado.
Os resultados apresentados pelo Grupo II, formado exclusivamente por
enfermeiros, demonstraram a preocupação com a limpeza e desinfecção do
ambiente de trabalho.
Para o Grupo III composto por assistentes sociais, enfermeiros, dentistas
e fonoaudióloga as medidas de biossegurança foram demonstradas através dos
cuidados para evitar contaminação, como troca de luvas, organização e higiene no
ambiente de trabalho e utilização de equipamentos adequados para transmitir
segurança ao paciente.
O Grupo IV foi formado somente por enfermeiros que destacaram como
principal preocupação a esterilização dos instrumentos usados durante a realização
dos procedimentos e também a ausência de informações por parte dos profissionais
vinculados à assistência odontológica.
230
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
TABELA I - Resumo das categorias em relação
TEMA
EIXO NORTEADOR
INFECÇÃO
Risco
de
cruzada.
DISCURSOS
infecção “... não sabe se estar lavando as mãos
adequadamente”
“o ambiente e o piso tem que está limpo...”
“... dentista atende telefone celular com a
luva e continua o procedimento”
“Ele faz o tratamento de muita gente, e é
importante colocar que o tratamento tem
que ser mesmo é individual...”
EPI
Uso
de
instrumentos “... a coisa da mascar, às vezes o auxiliar
protetores.
não usa...”
“... todos utilizam pelo menos as luvas...”
“... a própria atendente do consultório
manuseia os equipamentos sem uso de
luvas...”
MANUSEIO
Esterilização
e “... ainda tem dentista que utiliza seringas
DOS
utilização de materiais de vidro...”
MATERIAIS
descartáveis.
“... esterilizar material, quem é que vê
esterilizar material...”
“... sempre existe esterilização adequada”
Os resultados da Tabela I indicaram que a percepção dos sujeitos da
pesquisa sobre as medidas de biossegurança nos consultórios odontológicos pelos
estudantes de Saúde Pública, indica que a lavagem das mãos, a limpeza do
ambiente, o manuseio correto dos materiais e o tratamento individualizado são
fundamentais para evitar infecção cruzada.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As medidas de biossegurança passaram a ser um fator determinante na
qualidade de serviços profissionais odontológicos, por isso iniciou-se uma mudança
na postura de assistência, onde todos os envolvidos são contemplados. Os
resultados mostraram-nos uma relação problemática entre o sistema INERCO DE
231
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
BIOSSEGURANÇA e os procedimentos de rotina realizados aos consultórios
odontológicos, portanto faz-se necessário um planejamento educativo das normas
de biossegurança ao profissional de odontologia como rotina.
HEALTH PUBLIC STUDENTS' PERCEPTION ON BIOSECURITY IN THE
DENTIST'S OFFICE
ABSTRACT
Due to the changes on Public Health policy, population could get more information
and better understanding on the treatment they will undergo. This research aimed
to analyze the perception of Health Public students from Universidade Federal do
Piauí on biosecurity in the dentist's office as users and also the articulation of this
perception on the measures with the return to the dentist's office. It's a qualitative
descriptive study that made use of the dynamics of sensibility and creativity in
order to collect the data. The obtained results showed that washing the hands,
cleaning the environment, using the material properly and the patients' individual
treatment are essential to avoid cross infection.
Key Words: Perception. Biosecurity. Dentist's Office
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233
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
REVISAO DE LITERATURA
Mairla Dias Aguiar*
Nayana Pinheiro Machado**
RESUMO
A doença de Parkinson é uma doença neurológica que ocorre devido a uma
degeneração das células, situadas numa região do cérebro chamada substância
negra. Essas células produzem uma substância chamada dopamina, que conduz
as correntes nervosas ao corpo. Causa tremores, lentidão de movimentos, rigidez
muscular, desequilíbrio, alterações na fala e na escrita. É mais freqüente acometer
pessoas a partir da quinta década de vida. Além das afecções motoras, apresenta
também comprometimento respiratório, devido ao enfraquecimento da musculatura
respiratória e acessória, ocasionando, fraqueza muscular diafragmática, mudanças
no padrão respiratório, diminuição da expansibilidade, alterações posturais, entre
outros. A fisioterapia respiratória é de suma importância no tratamento desses
pacientes, pois tem o objetivo de melhorar as trocas gasosas, prevenir ou diminuir
obstrução brônquica, aumentar a expansibilidade torácica, diminuir deformidades
posturais, melhorar a resistência à fadiga e reduzir o gasto energético durante a
respiração. Portanto, diante do exposto e com base na literatura, este trabalho
tem objetivo de enfatizar a importância da fisioterapia respiratória em pacientes
parkinsonianos.
Palavras-chave: Doença de Parkinson. Comprometimento respiratório. Fisioterapia
respiratória.
1 INTRODUÇÃO
A doença de Parkinson é uma enfermidade que foi descrita pela primeira
vez em 1817, pelo médico inglês James Parkinson. É uma doença neurológica que
afeta os movimentos da pessoa. Causa tremores, lentidão de movimentos, rigidez
_____________
* Fisioterapeuta graduada em Fisioterapia pela Faculdade Integral Diferencial; Fisioterapeuta
rpgista pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais; Pós - graduanda em Fisioterapia
Cardiopulmonar pela Universidade Tuiuti do Paraná.
** Fisioterapeuta graduada pela Faculdade de Fortaleza ; Especialista em Fisioterapeia Respiratória
pela Universidade Tuiuti do Paraná; Especialista em Gestão e Serviços de saúde pela Universidade
Estadual do Piauí e Mestranda em Ciências e Saúde pela Universidade Federal do Piauí e professora
da Facid.
234
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
muscular, desequilíbrio, e alterações na fala e na escrita.
Ela ocorre devido a uma deficiência secundária a uma degeneração dos
neurônios da substancia negra (dopamina), que remete seus axônios para o núcleo
caudado e putâmen. Podem ocorrer alterações significativas nos receptores de
dopamina no corpo estriado, resultando numa queda nas ligações dessa substancia
nos núcleos da base. A quebra das sinapses dopaminérgicas resulta num
desequilíbrio nos sistemas mutuamente antagonistas dos gânglios da base. O
sistema colinérgico, atuando através do seu neurotransmissor acetilcolina,
teoricamente permite a atividade dos interneurônios de axônios curtos do corpo
estriado, e acredita-se que o sistema dopaminérgico propicie a inibição tônica
destes interneurônios colinérgicos (O´SULLIVAN; SHIMITZ, 2004).
Quando há carência de dopamina, a excessiva resposta excitatória resulta
numa ativação generalizada dos sistemas motores esquelético e intrafusal por
meio dos tratos corticoespinhal, reticuloespinhal e rubroespinhal. A produção de
tremor também pode estar relacionada aos níveis reduzidos de serotonina
encontrados nos gânglios da base. Isto explica porque as medicações à base de
levodopa ou, mais comumente, de sinemet, usadas para a manutenção dos níveis
de dopamina no corpo estriado de pacientes com parkinsonismo são mais efetivas
em grandes doses no alívio da rigidez e bradicinesia, do que para o tremor (Ibid).
A doença de Parkinson tende a afetar pessoas mais idosas. A grande
maioria das pessoas tem os primeiros sintomas geralmente a partir dos 50 anos
de idade podendo também aparecer em jovens, embora os casos sejam mais
raros (Ibid).
Além das afecções motoras, a doença de Parkinson atinge também o
sistema respiratório dos pacientes ocasionando assim, um declínio na qualidade
de vida dos mesmos. As alterações mais comuns são: fraqueza muscular
diafragmática, mudanças no padrão respiratório, diminuição da expansibilidade,
alterações posturais, entre outros (Ibid).
A respiração é um processo fisiológico vital do qual fazem parte três etapas
relacionadas e sincronizadas entre si, ventilação, difusão e perfusão. A ventilação
e a perfusão pulmonar devem ser clinicamente visualizadas, sob ótica da
fisiopatologia, como sistemas de transporte desenvolvidos em particular para o
deslocamento do oxigênio e do dióxido de carbono, servindo assim para o
metabolismo tecidual (Ibid).
Podemos enfatizar que os mecanismos citados interagem da seguinte
forma: o controle involuntário e voluntário da respiração ativa os músculos
respiratórios, os quais causam o movimento da caixa torácica e do abdome,
resultando em um deslocamento do ar para dentro e fora dos pulmões, possibilitando
assim a ventilação alveolar. Uma disfunção ventilatória pode, portanto, ocorrer em
qualquer uma das etapas desses mecanismos (Ibid).
235
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Segundo Azeredo (2002), os mecanismos clínicos da disfunção muscular
respiratória ficam bem evidenciados quando partimos primariamente de um quadro
clínico de enfraquecimento muscular. Com tal enfraquecimento, ocorre a
incapacidade do músculo em gerar tensão, produzindo assim o desenvolvimento
de pressão e movimentos anormais durante a respiração. Evidencia - se então:
redução cinésica bilateral da parede torácica, alteração das pressões pleurais,
diminuição da complacência alveolar, diminuição do volume pulmonar, hipoventilação
e colapso alveolar.
A investigação clínica da fraqueza muscular respiratória e em especial
aquela referente ao diafragma, pode vir a necessitar de consideráveis procedimentos
técnicos para o correto diagnóstico, como por exemplo: Análise da condução dos
nervos frênicos, medida de pressão inspiratória máxima, medida de pressão
expiratória máxima, ultra-sonografia abdominal. Os sinais clínicos da disfunção do
diafragma em pacientes neuromusculares são, ortopnéia, taquipnéia, respiração
paradoxal, dispnéia, cianose e sudorese (Ibid).
A Fisioterapia Respiratória tem como objetivo: melhorar e/ou prevenir a
obstrução e acúmulo de secreções nas vias aéreas, melhorar a limpeza traqueo brônquica e ventilação pulmonar, através da mobilização e drenagem de secreções,
melhorar a resistência à fadiga e tolerância aos exercícios gerais, reduzir o gasto
de energia durante a respiração através da reeducação da respiração, prevenir ou
corrigir deformidades posturais associadas com distúrbios respiratórios, promover
o relaxamento, manter a melhora da mobilidade torácica e conseqüentemente
proporcionar melhorias para a qualidade de vida destes pacientes.
Este trabalho visa discutir o papel da fisioterapia respiratória na doença de
Parkinson, identificando as técnicas de abordagem relevantes para o tratamento.
2 DOENÇA DE PARKINSON
A doença ocorre devido a uma deficiência secundária a uma degeneração
dos neurônios da substância negra, que remete seus axônios para o núcleo caudado
e putâmen. Podem ocorrer alterações significativas nos receptores de dopamina
no corpo estriado, resultando numa queda nas ligações de dopamina nos núcleos
da base. A quebra das sinapses dopaminérgicas resulta num desequilíbrio nos
sistemas mutuamente antagonistas dos gânglios da base. O sistema colinérgico,
atuando através do seu neurotransmissor acetilcolina, teoricamente permite a
atividade dos interneurônios de axônios curtos do corpo estriado, e acredita-se que
o sistema dopaminérgico propicie a inibição tônica destes interneurônios colinérgicos
(O´SULLIVAN; SHIMITZ, 2004).
236
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Quando há carência de dopamina, a excessiva resposta excitatória resulta numa ativação generalizada dos sistemas motores esquelético e intrafusal por
meio dos tratos corticoespinhal, reticuloespinhal e rubroespinhal. A produção de
tremor também pode estar relacionada aos níveis reduzidos de serotonina
encontrados nos gânglios da base. Isto explica porque as medicações à base de
levodopa ou, mais comumente, de sinemet, usadas para a manutenção dos níveis
de dopamina no corpo estriado de pacientes com parkinsonismo, são mais efetivas
em grandes doses no alívio da rigidez e bradicinesia, do que para o tremor (ibid).
A doença de Parkinson é a forma mais comum de parkinsonismo. O termo
parkinsonismo refere-se a um grupo de doenças que podem ter várias causas e
que apresentam em comum os seguintes sintomas: tremor em repouso, rigidez,
bradicinesia, hipocinesia, postura em flexão, perda dos reflexos e fenômeno de
congelamento. As características clínicas são os seis atributos básicos descritos
para o parkinsonismo em geral (ROWLAND, 2002).
O tremor em repouso está presente nas extremidades quase sempre
distalmente, o clássico tremor de "rolar pílulas", envolve o polegar e o indicador.
Ele desaparece à ação e é comum nos lábios, queixo e língua e pode ser agravado
pelo estresse (SANVITO, 2000).
Os pacientes com mal de Parkinson apresentam rigidez "plástica" ou
"cano de chumbo" com predominância de flexão. É um aumento no tônus muscular
que é evocado quando o examinador move os membros, pescoço ou o tronco do
paciente. A resistência ao movimento passivo é igual em todas as direções e se
manifesta com um ruído durante o movimento, esse sinal é chamado de "roda
denteada". A rigidez aumenta em um membro quando o outro se ocupa de um
movimento ativo voluntário (EDWARDS, 2003).
A postura em flexão se inicia nos braços e se dissemina até comprometer
todo o corpo. A cabeça se inclina, o corpo dobra para frente, as costas entram em
cifose, os braços são mantidos à frente do corpo e cotovelos, quadris e joelhos
fletidos. As mãos sofrem desvio ulnar, flexão das juntas matacarpofalangianas e
extensão das interfalangianas. Os pés sofrem inversão e os grandes artelhos
apresentam dorsiflexão (IBID).
Acinesia é um termo usado em alternância a bradicinesia e hipocinesia,
significando lentidão de movimentos espontâneos, falta de movimentos associados,
tais como movimentos dos braços durante a caminhada, movimentos de amplitudes
pequenas anormais.
A perda dos reflexos posturais ocasiona quedas e finalmente uma
incapacidade de ficar de pé sem auxílio. Quando os reflexos posturais se alteram,
o andar é marcado por festinação (EDWARDS, 2003).
O fenômeno de congelamento (bloqueio motor) é uma incapacidade
transitória de executar movimentos ativos. Atinge mais freqüentemente as pernas
237
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
ao andar, mas podem envolver também a abertura das pálpebras (apraxia da abertura das pálpebras), a fala (palilalia) e a escrita (IBIDEM).
O tratamento é paliativo e sintomático, através da fisioterapia, e clínico
feito com levodopa que, ao contrário da dopamina, é capaz de cruzar a barreira
hematoencefálica, que é captada pelos neurônios dopaminérgicos remanescentes
da substância negra e convertida em dopamina. A levodopa é, geralmente,
combinada com carbidopa, que inibe a dopa-descarboxilase periférica e, desse
modo, reduz os efeitos colaterais sistêmicos (náuseas e vômitos) causados por
metabólitos da levodopa (MACHADO, 1999).
A prevalência aumenta com a idade, podendo ter início entre 20 e 80 anos,
com média nos 55 anos. É mais comum em homens, com uma razão de 3:2. A
prevalência é de 160 casos por 100.000 habitantes e a incidência é de cerca de 20
casos para 100.00 hab./ ano (CAMARGOS, 2004).
Na doença de Parkinson de início tardio, o tremor é com freqüência a
característica de apresentação, com rigidez e bradicinesia desenvolvendo-se
posteriormente, enquanto na doença de início precoce o quadro acinético rígido
predomina sempre. Observa-se também que a depressão e a ocorrência de
flutuações motoras e discinesias são mais comuns no início precoce e no início
tardio; estes são os déficits cognitivos. O declínio cognitivo é outra característica
comum, mas geralmente não é tão grave como na doença de Alzheimer. Os
pacientes de Parkinson não apresentam distúrbio de memória e nem distúrbio
sensitivo (Ibid).
Dentre tantas anormalidades, a mecânica respiratória destes pacientes
torna-se alterada e, em conseqüência, há uma fraqueza muscular respiratória
ocasionando uma série de problemas respiratórios.
3 DISCUSSÃO
A doença de Parkinson é uma doença ocasionada pela degeneração das
células que produzem a dopamina, ocorrendo assim, uma deficiência da mesma.
Ela provoca tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio e
altera também o sistema respiratório devido à fraqueza muscular diafragmática,
pela alteração no padrão respiratório, ocasionando problemas que envolvem
complicações pulmonares como dispnéia, diminuição das trocas gasosas, limitação
da amplitude torácica que leva a redução da expansibilidade pulmonar, deformidades
posturais, fadiga aos exercícios, entre outros.
No Parkinson, a fraqueza ou fadiga muscular respiratória pode contribuir
para a presença da falência respiratória, ocasionando assim alteração do padrão
238
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
respiratório e diminuição do volume pulmonar.
Está bem documentado na literatura que a função dos músculos
respiratórios pode ser afetada por patologias que agem diretamente no músculo ou
indiretamente via meios motores dos sistemas nervoso central e periférico. Os
quadros clínicos de fraqueza ou fadiga muscular podem contribuir de maneira
significativa para a presença da falência respiratória, seja ela aguda ou crônica,
podendo limitar a tolerância ao exercício físico (AZEREDO,2002).
Alguns dos autores como Edwards, Maria Stokes e Rowland não
mencionam a fisioterapia respiratória no tratamento para a doença de Parkinson.
Já alguns autores, como Azeredo, Cardoso e O'Sullivan, enfatizam na literatura a
necessidade da fisioterapia respiratória, relatando todas as afecções que esta
doença pode causar ao sistema respiratório destes pacientes.
Assim, a fisioterapia respiratória através de suas técnicas desobstrutivas
como, vibração, vibrocompressão, uso do flutter, técnicas reexpansivas, padrões
ventilatórios, estímulo diafragmático, uso de incentivadores respiratórios e de
pressões positivas vem contribuir com a melhoria nas trocas gasosas, processo
ventilação/perfusão, aumentar a força e endurance do músculo diafragma e melhoria
também, no padrão respiratório que no parkinsoniano, encontram - se alterados.
Portanto, há necessidade de um programa de fisioterapia , direcionado
para o sistema respiratório destes pacientes, o que promoverá a melhora da função
respiratória e da capacidade funcional destes pacientes, proporcionando - lhes
melhor qualidade de vida.
Baseado no exposto torna-se importante a utilização da fisioterapia
respiratória no tratamento de doentes parkinsonianos.
• Técnicas desobstrutivas: vibrocompressão, Compressãodescompressão, T. E. F;
• Uso do Flutter;
• Técnicas reexpansivas;
• Padrões ventilatórios: Inspiração profunda, inspiração fracionada, soluços
inspiratórios;
• Estímulo diafragmático;
• Uso de incentivadores respiratórios: carga pressórica alinear e linear;
• Uso do EPAP;
• Treinamento muscular respiratório: uso do threshold.
• Cinesioterapia: treinamento postural e relaxamento.
Técnicas Desobstrutivas
As manobras desobstrutivas têm como indicação a remoção de secreções
pulmonares, com objetivo de melhorar a ventilação pulmonar. (PRESTO; PRESTO,
2004).
• Compressão descompressão;
• Vibrocompressão;
239
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
• T. E. F. - Técnica de expiração forçada;
• Uso do Flutter.
Técnica Reexpansiva
As técnicas de expansão pulmonar têm o objetivo de aumentar a ventilação
alveolar, evitar a hipoventilação e aumentar o volume pulmonar . (KISNER; COLBY,
1998).
• Expansão Costal Lateral;
• Inspiração profunda;
• Inspiração fracionada;
• Soluços inspiratórios;
• Expiração Abreviada;
• Capacidade Residual Funcional;
• Desde volume residual;
• Respiração diafragmática;
Incentivadores Respiratórios
Os incentivadores respiratórios também têm o objetivo de reexpansão
pulmonar, aumentando a permeabilidade das vias aéreas e fortalecimento dos
músculos respiratórios.
• carga pressórica alinear
• carga pressórica linear
Udo do EPAP
O EPAP (pressão positiva expiratória nas vias aéreas) facilita a
desobstrução brônquica, por meio da ventilação de áreas hipoventiladas através da
ventilação colateral e previne o colapso das vias aéreas no final da expiração.
(PRESTO; PRESTO, 2004).
Treinamento Muscular Respiratório
O aumento da força e da resistência à fadiga dos músculos respiratórios
pode ser conseguido com o treino muscular ventilatório (TMV). (KISNER; COLBY,
1998).
• Uso do Threshold
Cinesioterapia
Os exercícios com tais finalidades associam movimentos ativos de tronco
com a respiração, levando ao paciente melhor qualidade de vida (THOMSON;
240
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
SKINNER; PIERCY, 1994).
•
Mobilidade e flexibilidade:
•
Relaxamento
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui - se então que a fisioterapia respiratória é de suma importância no
tratamento da doença de Parkinson, uma vez que ela pode tratar ou prevenir afecções
respiratórias causadas pela doença, melhorando assim a qualidade de vida dos
pacientes.
RESPIRATORY PHYSICALTHERAPY IN PARKINSON'S PATIENTS: A
LITERATURE REVIEW
ABSTRACT
Parkinson's disease is a neurological illness that occurs due to a degeneration of
the cells, situated in a region of the brain called black substance. These cells
produce a substance called dopamine that leads the nervous chains to the body. It
causes tremors, slowness of movements, muscle stiffness, imbalance, alterations
in speech and writing. It is more frequent to strike people from the fifth decade of
life. Besides motor complications it also presents respiratory problems due to the
weakness of the respiratory and accessory musculature causing diaphragm muscle
weakness, changes in the respiratory standard, reduction of the expansiveness,
posture alterations and so forth. The respiratory physiotherapy is of great importance
in the treatment of these patients because it has the objective to improve the gaseous
exchanges, to prevent or diminish bronchial blockage, to increase the thoracic
expansiveness, to diminish posture deformities, to improve the resistance to fatigue
and to reduce the energy expense during breath. Therefore, based on the literature,
this paper has the objective to emphasize the importance of the respiratory
physiotherapy in Parkinson's patients.
Key Words: Parkinson's Disease. Respiratory Problems. Respiratory Physiotherapy
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243
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Veralúcia Bacelar Aguiar Carvalho
RESUMO
O estudo analisa a preferência alimentar de professores, alunos e funcionários que
utilizam as cantinas de uma faculdade em Teresina, tendo como foco de análise o
lanche oferecido pelo estabelecimento. Foi realizada pesquisa descritiva com uma
amostra desses usuários das cantinas, utilizando-se a entrevista dirigida para
identificação dos hábitos alimentares, erros na alimentação e avaliação do estado
nutricional dos sujeitos. Os resultados mostraram que o salgado frito é o lanche
mais consumido pela maioria dos freqüentadores das cantinas da Faculdade,
acompanhado pelo refrigerante, o que revela hábitos alimentares não saudáveis
nessa clientela.
Palavras-chave: Nutrição. Cantina. Lanche saudável. Qualidade de vida.
1 INTRODUÇÃO
Excesso de peso ou obesidade é uma condição do organismo na qual há
um deposito excessivo de gorduras (MAHAN; ESCOT-STUMP, 1998). A obesidade
na adolescência é o problema nutricional que mais cresce no mundo. No Brasil,
trabalhos epidemiológicos mais recentes apontam que cerca de 20% dos jovens
brasileiros estão acima do peso, o que é um fator de risco para as doenças crônicodegenerativas do adulto. Como a obesidade é uma doença de difícil tratamento, a
grande arma para combatê-la é a prevenção.
Uma instituição de ensino superior é uma janela de oportunidades para
prevenir essa patologia por uma série de motivos, dentre os quais, a constatação
de que os membros da comunidade acadêmica fazem pelo menos uma refeição
por dia na instituição. Objetivando a conscientização do aluno para o problema,
foram investigados os hábitos alimentares da comunidade acadêmica de uma
faculdade particular de Teresina-PI, buscando-se identificar os alimentos mais
consumidos e os critérios de escolha desses alimentos. A partir dos resultados
encontrados, pretende-se propor alternativas com vistas à melhoria da qualidade
______________
1
Nutricionista, professora de Nutrição dos cursos de Fisioterapia e Medicina da Faculdade Integral
Diferencial (FACID).
244
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
dos lanches servidos nas cantinas visando oferecer aos usuários a oportunidade
de adquirir ou cultivar hábitos alimentares saudáveis no ambiente acadêmico.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Atualmente a obesidade está sendo considerada o maior problema de
saúde pública, segundo publicações especializadas da área de saúde.
A segunda etapa de divulgação da Pesquisa de Orçamentos Familiares
(POF), do IBGE, mostrou que os brasileiros não estão se alimentando corretamente.
Segundo a pesquisa, são 38,8 milhões de pessoas com 20 anos ou mais de idade
que estão acima do peso, o que significa 40,6% da população total do país. E,
dentro deste grupo, 10,5 milhões são obesos (BRASIL, IBGE, 2007).
Entre os principais problemas detectados na alimentação dos adolescentes
podem ser destacados: a) a omissão de refeições, principalmente o café da manhã;
b) a alta ingestão de refrigerantes; c) lanches com alta densidade calórica,
normalmente salgadinhos fritos, chips, bolachas recheadas, chocolate e alto
consumo de balas diariamente; d) baixa ingestão de frutas e hortaliças; e)
substituição das principais refeições por lanches calóricos; f) compulsão alimentar.
A Constituição Brasileira (BRASIL, 1988) estabelece que saúde é direito
de todos. Muitas doenças podem ser prevenidas e controladas através de uma
educação nutricional e alimentar, que tem sido considerada como um dos principais
esteios das atividades em nutrição pela grande maioria dos nutricionistas e outros
profissionais envolvidos em programas de nutrição e saúde. Em comparação com
as dietas do passado, nos dias atuais as dietas das crianças melhoraram em
muitos aspectos. Observa-se que as crianças e adolescentes estão mais altos e
pesados, não sendo razão totalmente nutricional, pois a ausência de doenças e de
outros fatores ambiental, tem desempenhado importante papel nesse
desenvolvimento.
Enquanto as medidas do consumo parecem satisfatórias, há evidências
de deficiências nutricionais, como de vitaminas, e consumo reduzido de frutas.
Estudos mostram que o ferro tem um consumo mais significativo, mas falta vitamina
C para que o mesmo seja bem absorvido pelo organismo.
O leite e derivados correspondem a mais da metade da alimentação diária
de uma criança, o que é considerado além do necessário, sendo o mais
recomendável a substituição da quantidade excedente por frutas e verduras. Há
também um excesso dos chamados alimentos que engordam e não fornecem
nutrientes, como refrigerantes e biscoitos.
Alguns costumes entre crianças e jovens em idade escolar que contribuem
para uma dieta inadequada são os seguintes: a) desjejum mal feito ou mesmo
245
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
deixado de lado; b) almoço com alimentos inadequados; c) escolha do alimento
deixado a cargo da criança, sem orientação do adulto; d) deixar de comer quantidade
suficiente de carne, ovos, verduras e frutas; e) substituir refeições por doces e
refrigerantes, as chamadas calorias vazias (CARVALHO, 2001). Segundo relatório
publicado pela American Dietetic Association (ADA, 2004), confirma-se que a escola
representa o local ideal para informações e para a promoção de hábitos alimentares
adequados.
A importância da educação nutricional desde a infância, prevenindo,
corrigindo, estimulando e ressaltando os benefícios da alimentação balanceada
para a manutenção da saúde, mostra o papel e a responsabilidade do nutricionista
como educador. Essa concepção é ressaltada no artigo 3º Inciso VII da Lei n°
8.234 de 17|09|91, que regulamenta a profissão de nutricionista, em que informa
ser uma prerrogativa desse profissional cuidar da "Assistência e Educação
Nutricional a Coletividades ou Indivíduos, Sadios ou Enfermos, em Instituições
Públicas e Privadas e em Consultório de Nutrição e Dietética". (ROSA E SILVA;
SANTOS, 1999)
No âmbito da contribuição do nutricionista para o futuro da saúde do país,
essas medidas representam passos decisivos no grande desafio para a prevenção
da obesidade, das cardiopatias e muitas outras doenças. Tendo em vista, "que a
obesidade também é uma manifestação de má nutrição relacionada à co-mobirdades
decorrentes do excesso de gordura corporal. Atualmente, constitui-se em um dos
mais graves problemas de saúde pública de todo o mundo, avançando de forma
dramática entre crianças e adolescentes, podendo levar ao desenvolvimento de
diversas patologias, como diabetes tipo 2, hipertensão, dislipidemia e síndrome
metabólica" (DANILIS et al, 2005). "Os fatores que poderiam explicar essa tendência
de aumento da obesidade parecem estar mais relacionados às mudanças no estilo
de vida e aos hábitos alimentares" (OLIVEIRA; CERQUEIRA; OLIVEIRA, 2003).
Uma alimentação adequada pode prevenir (evitar) muitas doenças.
3 METODOLOGIA
Foi realizado um estudo descritivo em uma faculdade particular de Teresina,
no primeiro semestre de 2006. Foram realizadas entrevistas, com uma amostra
dos usuários das cantinas dessa faculdade, grupo constituído por 7,5% de alunos
em relação ao total desse segmento, 15% de professores e 23% de funcionários
administrativos, totalizando 132 (cento e trinta e dois) sujeitos.
Na entrevista foram solicitados dados de identificação dos sujeitos e seus
hábitos alimentares na ocasião de freqüência às cantinas da faculdade. Uma
equipe de treze estudantes participou do estudo, atuando como pesquisadores
auxiliares.
246
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Os dados coletados foram analisados tendo-se como parâmetros as seguintes categorias: índice de massa corporal; periodicidade do lanche; alimentos
mais consumidos.
O estudo é caracterizado como uma pesquisa-ação, considerando que os
resultados da pesquisa serão utilizados para o desenvolvimento de um trabalho de
intervenção nas cantinas, visando à oferta de alimentos mais saudáveis à
comunidade acadêmica da faculdade.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A verificação do índice de massa corporal (IMC) dos sujeitos indicou que
no grupo de estudantes, os maiores consumidores de lanches nas cantinas, este
índice encontra-se no limite normal, que varia entre 18 a 24,9. A Figura 1 mostra o
IMC por curso dos estudantes entrevistados.
Fisioterapia
Enfermagem
Medicina
Sistemas
20
20,5
21
21,5
22
22,5
23
FIGURA 1 - IMC* Médio por Curso
*IMC: Índice de Massa Corporal
Observe-se que os cursos com IMC mais elevados são: Medicina,
Odontologia e Sistemas de Informação.
Outro dado importante para o estudo foi a freqüência com que os sujeitos
lancham na Faculdade, conforme mostra a Figura 2.
247
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
15,9%
2 a 3 vezes por sem ana
50,8%
4 a 5 vezes por sem ana
Diariam ente
21,2%
Não lem bra
12,1%
FIGURA 2 - Periodicidade do Lanche - Dados Gerais
Os dados mostram que a cantina é amplamente utilizada pelos sujeitos,
configurando-se como um local importante para se fazer um estudo dos hábitos
alimentares dos estudantes, professores e funcionários. O uso frequente da cantina
mostra que é um bom lugar para se estimular o consumo de lanches saudáveis,
podendo ser utilizada para a promoção de atividades educativas quanto a hábitos
alimentares com vistas a melhorar a qualidade de vida de seus usuários.
Quando indagados sobre o que é um lanche nutritivo, 62,1% do total de
sujeitos responderam que é o lanche natural. Deste universo, 58,2% são estudantes,
o que mostra um aspecto positivo, pois significa um bom grau de conscientização
sobre o valor do alimento (Figura 3).
FIGURA 3 - O que é um Lanche Nutritivo
Buscou-se esquadrinhar além das preferências dos sujeitos, os hábitos
alimentares na cantina, ou seja, aquilo que realmente consomem no dia a dia. A
Figura 4 mostra os resultados encontrados.
248
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
70
68,18
60
50
43,18
40
32,58
25,00
30
21,21
20
18,94
18,94
15,15
10,61
6,06
10
0
Salgado frito Suco de Fruta
Sanduiche
Bala, pirulito, Vitamina de
chocolate,
fruta
doce, chiclete
Sorvete e
picolé de
fruta
Outros
FIGURA 4 - Consumidos
Sorvete e
picolé de
chocolate
e/ou coco
Biscoito
Fruta
Mesmo a maioria dos sujeitos tendo revelado que os lanches naturais
são os mais nutritivos, quando solicitados a informarem os lanches mais consumidos,
as frituras, que são calorias vazias, foram apontadas com maior freqüência. As
frutas, por sua vez, apesar de serem ricas em fibras, vitaminas e minerais, foram
os alimentos menos consumidos pelos entrevistados.
Partindo-se do pressuposto de que não basta que o lanche seja nutritivo,
mas para uma boa alimentação o complemento desse lanche também tem a sua
importância, investigou-se o que os usuários da cantina usavam como
acompanhamento do lanche que consumiam. A Figura 5 apresenta estes resultados.
69,7
Refrigerante
33,3
Suco Natural
18,2
Suco de polpa
Água de coco
12,9
Água
12,1
1,5
Outro
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90 100
FIGURA 5 - Complemento do Lanche
O refrigerante foi o complemento apontado por 69,7% dos sujeitos, o que
249
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
representa mais um indicador de que a opção da maioria não tem sido pelo alimento mais saudável.
Dentre aqueles que optaram por suco, é importante analisar suas
preferências.
31,06
30
22,73
20
18,94
16,67
15,15
9,85
10
8,33
6,06 5,30
4,55
3,03 3,03
1,52 1,52 1,52 0,76
0,76
La
ra
nj
Ac a
er
ol
M
a
ar
ac
uj
á
Ca
ju
G
oi
ab
Ta
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ng
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M
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Ta
ga
m
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do
Li
m
ão
Ca
já
M
el
ão
M
or
an
g
Ab o
ac
ax
i
Uv
a
Ba
cu
ri
M
el
an
ci
a
M
aç
a
0
FIGURA 6 - Sucos Consumidos
Quantidade de salgados
Outros
Horário de Funcionamento
Ausência de Refeições
5,88
6,86
10,78
14,71
18,63
Atendimento
31,37
Qualidade
34,31
Variedade
46,08
Preço
20
FIGURA0 7 - Fatores 10Relevantes para
a Escolha30do Lanche
40
50
Conforme o demonstrado na Figura 6, a maioria dos consumidores opta
250
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
por suco de frutas regionais de época, de fácil aquisição, de preço acessível e de
grande valor nutricional.
Também foi solicitado aos sujeitos que apontassem os fatores relevantes
na hora da escolha do lanche, cujos dados estão expostos na Figura 7. Constatase que o preço do lanche ainda é o item mais relevante na hora da escolha dessa
refeição (46,08%), mostrando-se assim como desafio para a Faculdade. Variedade
e qualidade também tiveram a atenção de boa parte da comunidade acadêmica:
34,31% e 31,37% respectivamente.
Apesar de alguns dados demonstrarem uma maior conscientização dos
usuários das cantinas, outros podem ser considerados preocupantes como o fato
do salgado frito ser um dos alimentos mais consumidos, sendo preferido por
68,18% dos alunos. O refrigerante é utilizado por 71,48% dos sujeitos como
acompanhamento do lanche.
O suco, como lanche isolado, por sua vez, é consumido por menos da
metade dos entrevistados, 43,83%. Tais dados revelam que os alunos ainda possuem
hábitos alimentares pouco saudáveis.
Além de questões nutricionais, outros quesitos foram constatados, como
por exemplo, para 65,9% dos sujeitos, o lanche é servido em quantidade insuficiente.
Outras críticas que foram reveladas pelos entrevistados foram: preço alto do lanche
46,08% e a pouca variedade, 34,31%.
5 CONCLUSÃO
Retomando o objetivo geral do estudo, que era investigar os hábitos
alimentares dos usuários das cantinas da Faculdade, constatou-se que embora os
sujeitos freqüentem uma instituição de ensino superior e convivam em um ambiente
onde circulam informações de diferentes áreas do conhecimento, no referente à
alimentação há muito a aprender. Há necessidade da realização de uma campanha
educativa sobre hábitos alimentares saudáveis junto à comunidade acadêmica,
bem como de um trabalho de orientação nutricional e de boas práticas de manuseio
dos alimentos junto aos funcionários das cantinas da Faculdade.
A partir dos resultados encontrados um trabalho de intervenção será
realizado buscando-se, entre outros aspectos, promover uma seleção dos alimentos
a serem utilizados, a partir das preferências da comunidade acadêmica, corrigindo
os erros identificados pela pesquisa. Também será efetivada uma avaliação mais
acurada do estado nutricional da comunidade acadêmica que se utiliza das cantinas,
visando um planejamento criterioso dos alimentos a serem disponibilizados, que
deverão ter uma supervisão direta de nutricionista.
THE HEATHFUL UNIVERSITY CANTEEN
251
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
ABSTRACT
The study analyzes the food preference of the students, professors and employees
who use the canteen of a college in Teresina, taking into account the snack offered
by the establishment. Research with the identification of the users of the canteen
was carried through an interview in order to investigate the food habits with the
detection of mistakes in feeding and evaluation of the nutritional state of the
interviewees. The result of the research shows that the fried savory is the favorite
snack by most of the people who go to the canteen, followed by soft drink, which
shows not healthy eating habits.
Key Works: Nutrition. Canteen. Healthy Snack. Quality Of Life.
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AS TERAPIAS COMPLEMENTARES EM SAÚDE E O PROCESSO DE
253
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM NA ENFERMAGEM
Judite Oliveira Lima Albuquerque1
Maria Helena Barros Araújo Luz2
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
As Terapias Alternativas/Complementares em Saúde-TAC surgiram no
Oriente em países como China, Índia e Japão e no Ocidente, na Inglaterra, com os
florais ingleses, conhecido em muitos países através do Programa de Educação
em Florais de Bach difundido pelo Bach Centre, entre outras e se apresenta como
práticas em expansão em todo o mundo.
A necessidade de conhecer e compreender o mecanismo de ação das
terapias no ser humano vem despertando na população no mundo contemporâneo,
desde que a Organização Mundial de Saúde, em 1976 recomendou o uso pela
população, uma vez que muitas das terapias são inócuas e conseguem alcançar
um estado de bem estar pela população que é usuária. Essencialmente trabalham
com a energia vibracional das pessoas na tentativa de harmonizá-las para que
possam cuidar-se sem grandes transtornos de saúde e com mais qualidade de
vida.
Há crescente interesse em todo o mundo pela utilização de tais técnicas.
Esse interesse é devido a vários fatores, tais como: o preço elevado da assistência
médica privada, associado ao alto custo dos medicamentos, além da precariedade
da assistência prestada pelos serviços públicos em geral; verifica-se, na maioria
das vezes, que as TAC são tão eficazes como a terapêutica "científica"/aloterapia,
além do que, se corretamente utilizadas, não ocasionam efeitos colaterais danosos
ao organismo, embora seu mecanismo não esteja totalmente esclarecido.
(TROVO;SILVA;LEÃO,2003).
O uso das terapias facilita o processo do autoconhecimento a fim de
conhecermos a nós mesmos, enquanto seres espirituais em evolução, mas que
também ajudemos através delas, as pessoas que nos circundam.
______________
1
Enfermeira, Coordenadora do Curso de Enfermagem da Faculdade Integral Diferencia-FACID,
Professora Adjunto Aposentada do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do
Piauí-UFPI , Especialista em Saúde Pública, Acupuntura, Terapias Naturais e em Produtos Naturais,
Mestra em Enfermagem pela UFPI. End.: Rua Motorista Chicon,2334 CEP: 64 052 420 -Horto Florestal
- Teresina Piauí.Fone:(0XX86) 232 4944/ 9921 8255 E mail: [email protected] [email protected] .
2
Enfermeira, Professora Adjunto do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do
Piauí-UFPI ,Coordenadora do Programa de Qualificação Institucional-PQI/ Doutorado, Doutora e
Mestra pela Escola de Enfermagem Ana Néri, Docente da disciplina Enfermagem em Saúde do
Adulto e do Idoso.
254
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Em uma compreensão mais significativ a, Kaminsky e Katz
(apud SILVA ,
JIMENEZ,1999) abordam a anatomia sutil humana descrita pelo Dr.Rudolf Steiner no qual o ser
humano tem constituição a partir de uma divisão
quádruplo:
Fig. 01
- Corpo Físico: estrutura bioquímica e mecânica do corpo;
- Corpo Etérico: envoltório vital que circunda imediatamente o corpo físico
que está intimamente conectado as forças da Natureza;
- Corpo Astral: sede dos desejos, emoções, sentimentos e a sensibilidade
aos outros e ao meio ambiente. É o mundo da polaridade;
- Self ou Eu Espiritual: essência ou identidade espiritual de cada ser humano.
É o aspecto divino do nosso ser, age através dos demais campos e
proporciona integração do nosso Ser.
As TAC são ainda pouco difundidas no Ocidente por isso causam
dificuldades na compreensão partindo do saber cartesiano. No entanto, Gerber
(1997,p.23) afirma que podemos entender o organismo humano como uma série
de campos de energia multidimensionais que se influenciam reciprocamente. Neste
sentido, partindo dessa concepção, a compreensão sobre as TAC torna-se mais
aceitável, pois com os avanços das pesquisas é possível a quebra de modelos de
paradigmas. É possível, as inovações, a partir da substituição da cosmovisão
newtoniana, materialista e mecanicista, para a eisteniana, quântica e holística.
Os princípios fundamentais das técnicas existentes que trabalham o
equilíbrio dos planos físico/emocional/mental e espiritual são muito significativos,
pois estão alicerçados na terapêutica energética /vibracional, no equilíbrio psicofísico
e no relaxamento profundo que tem na meditação a representação mais evidente.
Ajudam no reequilíbrio do fluxo energético dos seres humanos.
As Terapias Alternativas/Complementares em Saúde são muitas, no entanto
nesta pesquisa apenas algumas serão destacadas.
A Acupuntura, a mais antiga de todas, trata-se de uma técnica milenar
chinesa que usa agulhas milimétricas equilibrando energeticamente pelo princípio
da atuação em que forças opostas, porém complementares , Yin e Yang, sustentam
o rítmo do Universo representadas pelo TAICHI.
O Do in é a técnica pela acupressão dos pontos energéticos-Xue Tao que
tonifica ou dispersa a energia levando ao equilíbrio.
O Yôga, outra prática milenar originária da Índia, se constitui numa disciplina
do corpo físico, da mente e dos corpos espirituais representado com os
255
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
mudrás(gestos
ref lexológicos),
ásanas(posições
psicof ísicas),
pranayama(exercícios respiratórios), pratyahara(meditação, concentração) , dentre
outros angas. Demonstrado através de estudos que reduz o stress, a tensão
emocional e melhora o domínio sobre o corpo (GERBER, 1997).
O Tai Ch'i Chuan , exercício chinês de aptidão física que imita movimentos
de animais como numa forma de meditação, dá ênfase a movimentos lentos,
contínuos, delicados, uniformes e serenos, apresentando-se como boa opção para
o cuidado ao corpo e mente.
O objetivo é integrar o hsing- a forma física e o yi - a concentração. É
preciso interiorizar a força física à força de vontade (HUNG,1995,p.47).
O Ch'i Gong é traduzida como a arte de desenvolver a
energia da vida para a saúde, a força interior, o
desenvolvimento da mente e a satisfação espiritual,
segundo Kit (2003,p.14). Usa exercícios para o alcance
do equilíbrio e manutenção da longevidade. Dentre estes,
encontramos:
Fig. 02
-empurrar a montanha;
-carregar a lua;
-o giro da cabeça;
-o grande moinho do vento;
-bambolê;
-o giro dos joelhos. (HUNG,1995).
O Lian Gong, outra terapia salutar que teve sua origem na China, refere-se
ao trabalho persistente e prolongado de treinar e exercitar o corpo físico com o
objetivo de transformá-lo de fraco para forte e de doente para saudável atingindo um
nível elevado de habilidade. Composto de oito características (LEE,2000,p.14-17 ):
-movimentação Global, objetivo específico
-mobilizar o Nei Jing( Força interna) e obter a percepção sensorial do Ch'i
(Sopro Vital);
-a terapia e o exercício se ajudam mutuamente;
-amplitude e abrangência do movimento dependente das articulações;
-movimento lento, contínuo, equilibrado e natural;
256
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
-coordenação espontânea da respiração com o movimento;
-exercícios simples e fáceis de executar, autoprevenção;
- terapia.
Fig. 03
"Ao nascer, o Homem é suave e flexível.
Na sua morte, é duro e rígido.
Plantas verdes são tenras e úmidas.
Na sua morte, são murchas e secas.
Um arco rígido não vence o combate.
Uma árvore que não se curva, quebra.
O duro e o rígido tombarão.
O suave e o flexível sobreviverão".
Dao De Jing, verso 76
Outra terapia existente são os Florais de Bach descobertos
pelo médico inglês Dr. Edward Bach que ao estudar as flores,
concluiu que as mesmas possuiam uma energia vibracional que,
pelo uso adequado das essências florais, atuavam nos estados
mentais do ser humano proporcionando seu equilíbrio. Definiu 38
arquétipos emocionais negativos que mostram com precisão que
a personalidade se distanciou da Unidade e da orientação do Eu
Superior( BACH, 1998) .
Se a pessoa observar esses estados com o desejo de chegar a uma
compreensão de sí mesma , a essência floral de Bach correspondente será " de
ajuda na auto-ajuda", o que para Bach(1998), a saúde depende de estarmos em
harmonia com nossas almas.
Outros autores em seus estudos alquímicos ao referir-se às plantas que
são como "seres de luz" pois a flor é o símbolo do Eu Espiritual. O potencial
energético mais elevado e mais rico da planta está na flor, especialmente no seu
plano de desabrochar, afirma Jung (APUD SCHEFFER, 1999, p.26). Neste contexto
o sistema de florais de Bach beneficia as pessoas que fazem uso da energia
vibracional das flores para enfrentar situações de dificuldades emocionais.
No que se refere a Visualização Criativa-VC é uma técnica que usa a
imaginação para criar algo que se deseja. A idéia na VC é criar uma imagem
agradável, pela realização de um passeio mental para se atingir um estado de bem
estar. Ela se torna uma ferramenta ainda mais eficaz, quando é usada
conscientemente. Ao realizar esta terapia regularmente, observa-se a sua eficácia
pelos benefícios constatados
257
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
A Visualização Criativa exige uma prática regular e diz respeito. Trata-se do
uso consciente da imaginação criativa, aplicada ativamente na sua vida
cotidiana com um propósito de atingir metas, de conhecer a si mesmo e de
melhorar a qualidade da sua vida. (DAY, 2000, p.18).
Na verdade, ao se utilizar essas técnicas para ajudar no processo avaliativo
de aprendizagem de discentes, tentou-se resguardar o desejo do cuidado como
modo de ser perpassada por toda existência humana que possui ressonância em
diversas atitudes importantes pois o cuidar do corpo de alguém é prestar atenção
ao sopro que a anima (BOFF,2000,p.142).
A avaliação se constitui numa prática necessária ao processo de formação
profissional em que os julgamentos das ações executados orientem para novas
intervenções. A avaliação se revela num mecanismo de controle dos tempos, dos
conteúdos, dos processos, dos sujeitos e dos resultados escolares. Mas,
transformar o momento avaliativo menos traumático exige sensibilidade do avaliador
procurando minimizar os ef eitos negativ os que possa exercer.(
ESTEBAN,2001,p.12).
Fig. 04
Avaliar o aluno deixa de significar um
julgamento sobre o aprendizado do
mesmo para serv ir como um
momento capaz de revelar o que o
aluno já sabe, os caminhos que
percorreu no seu processo de
construção pessoal para alcançar e
avançar nas suas possibilidades.
(SANT'ANNA,2001).
Para Luckesi (2001,p.21-22) a atenção centralizada em provas, exames e
notas apresenta desdobramentos especialmente em relação professor-aluno.
Utilizar-se de uma pedagogia tradicional para desvelar sentimentos que repercutem
na saúde física e mental é uma forma de manter o convencional e cômodo, mas
tornar o processo avaliativo menos traumático é utilizar uma pedagogia diferente.
Na Educação Libertadora, a avaliação deixa de ser um processo de
cobrança para se transformar em mais um momento de aprendizagem tanto para o
aluno como para o professor, é o que afirma Romão(2001,p.88). É possível criar um
258
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
processo mais prazeroso ao invés de um momento torturante e preocupante. Entretanto, existem modalidades de avaliação que para Bloom(1976) são
consideradas como diagnóstica, formativa e somativa em que a importância cuja
avaliação tem variado ao longo dos tempos em decorrência dos desenvolvimentos
da ciência e da tecnologia.
A introdução das terapias complementares em saúde no processo avaliação
sob a égide da prática, melhora a performance do aluno ao utilizar práticas
terapêuticas como Visualização Criativa, Do-in, Yôga, Ch'i Gong, Lian Gong, Tai
Ch'i Chuan e Florais de Bach, tornando o fazer docente, porém com um agir diferente
em sala de aula.
O interesse pelo estudo surgiu ao perceber as indagações das (os)
acadêmicas (os) acerca da avaliação somativa demonstrada pela intensidade de
pré-ocupação, de pré-juizos e excessiva tensão, ultrapassando até os limites da
curiosidade. Foram muitos os relatos orais dos alunos acerca dos tipos de avaliações
vivenciadas em disciplinas ministradas em semestres anteriores por outros
Departamentos da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
Resolveu-se então reformular todo o desenvolvimento da disciplina desde
a aplicação dos conteúdos, a forma de participação dos alunos até o processo de
avaliação realizado e vivenciado.
O objeto de estudo contemplou "o uso das terapias complementares em
saúde no processo avaliativo de aprendizagem".
Para nortear a pesquisa algumas questões foram suscitadas:
Como as (os) acadêmicas (os) sentem-se diante do processo avaliativo
de aprendizagem? Como percebem a avaliação de aprendizagem ao fazer o uso
das terapias complementares em saúde? É possível auto-ajudar-se utilizando o
saber das terapias? Como aplicar as terapias complementares em saúde ao
processo de cuidar no exercício da prática da Enfermagem?
Neste sentido, este estudo teve como objetivos:
- descrever o significado das terapias complementares em saúde;
- discutir os fatores emocionais no processo de avaliação de aprendizagem.
- compreender as sensações vivenciadas pelas(os) acadêmicas (os)de
Enfermagem em uso das terapias como Do in, Yôga , Florais de Bach,
Lian Gong, Visualização Criativa e Meditação;
- compreender os benefícios após a prática das terapias no decorrer do
processo de avaliação;
- discutir o significado de uso para o exercício do cuidado pela Enfermagem.
259
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Fig. 05
2 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA
Pela natureza do objeto de pesquisa e como o
ser humano é único e singular, utilizou-se a abordagem
qualitativa para melhor expressar a intencionalidade do
estudo.
O cenário da pesquisa foi a sala de aula do Curso de Enfermagem da
UFPI da cidade de Teresina-Piauí, espaço onde a disciplina era ministrada. A
produção dos dados ocorreu nos períodos letivos compreendidos entre 2001 e
2002. Foram considerados sujeitos da pesquisa, as(os) acadêmicas(o)s do 5º
período do Curso de Enfermagem da UFPI que cursavam a disciplina Semiologia e
Semiotécnica para Enfermagem.
A escolha dos participantes se deu a partir do vínculo significativo com o
problema a ser pesquisado, cujo objetivo foi assegurar a qualidade das informações
e dados necessários à análise. Os participantes do estudo foram 18
(dezoito)acadêmicas(os) em função da saturação das respostas.
Durante a disciplina, no processo de avaliação somativa foi aplicado um
formulário semi-estruturado contendo dados dos sujeitos e questões de pesquisa.
Os participantes assinaram o Termo de Consentimento - TCLE, após esclarecimento
sobre o desenvolvimento do estudo, critérios de inclusão e exclusão e apresentação
pública dos resultados em atividades científicas e periódicos. Para resguardar, os
participantes foram identificados com os nomes de cristais assumindo caráter
sigiloso aos depoimentos.
Esclareceu-se sobre os passos: nas primeiras abordagens do formulário
deveriam expressar os sentimentos percebidos no momento antes do uso da técnica.
Em seguida criou-se um ambiente agradável com música New Age tocada em som
baixo, luz ambiental diminuída, incensos indianos e solicitou-se das(os) participantes
para manterem os olhos levemente fechados a fim de perceberem melhor seu
corpo e as sensações desencadeadas pelos exercícios psicofísicos e respiratórios.
Realizaram-se as técnicas utilizando-se exercícios chineses, indianos e
relaxamento profundo-Meditação. Em seguida, o floral de Bach -Rescue Remedy
ficou disponível para adesão de forma espontânea aos que assim o desejassem
utilizá-lo após prévia explicação. Aplicou-se a avaliação escrita contendo questões
objetivas, subjetivas e algumas questões com equivalência de relatórios de aulas
teórico-práticas previamente realizados. Ao terminar a avaliação escrita os
participantes foram orientados a completar os demais itens do formulário conforme
ficou determinado no pacto inicial.
Para análise dos dados foram selecionados os formulários que não se
tornaram repetitivos nas suas respostas, ou seja, excluíram-se os trechos do
discurso ingênuo que apresentaram aparentemente inessencialidades.
260
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS DADOS
Com base nos dados obtidos foi possível verificar que os participantes do
estudo foram constituídos por pessoas do sexo feminino (83%) predominantemente
na faixa etária de 18 à 23 (67%) seguida de 22% entre 24 e 29 anos cuja idade
variou de 18 à 41 anos. Buscou-se a religião para perceber a adesão à pesquisa e
encontramos 78% pertencentes a Católica Apostólica Romana, 11% adeptos do
Espiritismo, 5,5% à religião Evangélica e 5,5% não possuía nenhuma religião.
Quanto à procedência encontrou-se 89% de capitais para 11% procedentes de
cidades do interior do Estado do Piauí.
Procurou-se com os dados produzidos compreender o grau de aceitação
e conhecer um pouco os sujeitos da pesquisa. Os dados levantados foram agrupados
em 3(três) categorias de análise:
3.1 Conhecendo as terapias complementares em saúde
Nessa categoria os participantes expressaram-se sobre as terapias
definindo-as a partir de conhecimentos pré-existentes demonstrando seu
envolvimento com as terapias e depondo sobre a sua vivência .
" ...entendo como terapias utilizadas para ajudar o cliente onde não se
requer medicamentos e tratamentos clínicos "(Ônix)
" são aquelas terapias em que algumas, ainda não têm comprovação
científica e nem é aceita pelos orgãos do Setor de Saúde para o seu uso terapêutico
que não são muito conhecidas por toda a população mas possuem efeitos
extraordinários ..." (Rubí)
"... são as terapias orientais pouco conhecidas no Ocidente, mas que já
existem há 4 mil anos como as indianas, 6 mil anos como as chinesas e as
japonesas e mais próximas as árabes. Conheço há 20 anos a prática de shiatsu...
fui instrutora de Tai Chi Chuan... . Trouxe para o Piauí folhetos sobre florais de
Bach ". (Água Marinha)
"...essas terapias utilizam os próprios recursos do organismo para superar
e combater os obstáculos da vida sem o auxílio das drogas. Já usei os florais de
Bach e os resultados foram ótimos!".(Esmeralda)
"São terapias alternativas que promovem relaxamento, harmonia e paz
interior, ou seja , que analisam o homem como um todo no seu aspecto holístico
".(Quartzo Rosa)
"São práticas que têm utilização variada além da terapêutica convencional;
são realizadas por profissionais modernos que procuram novos meios para a busca
da cura de algum mal visando proporcionar ao outro uma melhor condição de
vida".(Topázio)
261
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Nos depoimentos encontrou-se uma riqueza de saberes sobre o significado das terapias na concepção das (os) participantes que apresentaram a origem
das terapias e o efeito percebido com seu uso.
Neste sentido, as terapias alternativas/complementares são as técnicas
que visam à assistência à saúde do indivíduo, seja na prevenção, tratamento ou
cura, considerando-o como mente/corpo/espírito e não um conjunto de partes
isoladas porque conduz a possibilidade de ter melhor qualidade de vida (HILL,2004).
3.2 Compreendendo as sensações percebidas diante do processo avaliativo
"... fico muito tensa, nervosa , pois tenho a impressão que vou confundir
tudo que estudei e na hora da prova tenho a impressão que não vai sair nada de
proveitoso ". (Olho de Tigre)
" ...nervosismo, angústia, medo, incontinência urinária e insônia no dia
anterior à prova... . ...como todo processo avaliativo implica em tensão emocional
mas para mim já ultrapassa os limites da naturalidade..."(Ametista)
" Muito nervoso , sensação de que não estudei o suficiente, medo de me
sentir um inútil caso tire nota baixa nada, pavor a nota baixa o que acaba
ocasionando medo."(Amarelo Citrino)
"... apreensivo, ansioso, tenso, me sinto muito agitado, impaciente, com
a respiração ofegante. Na noite anterior que antecede a prova quase sempre tenho
insônia". (Pedra do Sol)
O medo ou temor está presente nos momentos de insegurança, de
cobrança. Silva (2001, p.123) considera como sentimento ou preocupação que
resulta de qualquer perigo externo ou real. A apreensão seria o estágio inicial do
medo, porém com menor intensidade.
Constatada pelas(os) participantes a ansiedade está presente como reação
emocional que dificulta a concentração. Para Silva (2001,p.124) a ansiedade é
uma sensação, às vezes vaga de que algo desagradável está para acontecer, inclui
tensão, nervosismo, sudorese nas mãos e "desarranjos intestinais" .
Diante do estado de ansiedade desencadeia-se o estresse, outro estado
de alteração orgânica, considerado como um conjunto de respostas
neurovegetativas que se apresentam acompanhadas de emoções e reações
psicossomáticas sendo um dos fatores desencadeantes do quadro depressivo é
o que afirma Guimarães (APUD SILVA, 1993, p.92).
A angústia surge como algo que se apresenta no momento da avaliação é
muito bem definida por Silva (1999,p.52);Silva(2001,p.129) uma sensação de estar
isolada e desamparada num mundo potencialmente hostil. Uma sensação de aperto
no peito às vezes com dificuldades respiratórias.
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3.3 Reconhecendo os efeitos das Terapias Alternativas/Complementares em
Saúde
No primeiro grupo encontram-se depoimentos após o uso das técnicas:
"Aprendi a me concentrar mais nas minhas atividades, estou mais confiante!
É perfeita para dissipar energias e sentimentos ruins que entravam o aprendizado
e o bom desempenho. Dá sensação de leveza, tranqüilidade e paz; facilita o processo
de interação corpo/espírito"(Sodalita).
"Apesar de hoje estar mais nervosa que das outras vezes que vou fazer
prova sinto-me mais tranqüila após participar das terapias . A paz interna e o equilíbrio
são essenciais à vida humana. Traz sensação de bem-estar"(Ágata).
" ...estou mais segura, calma, relaxada, mais tranqüila tomada por uma
sensação agradável e com melhor desempenho para o processo avaliativo de
aprendizagem.Dá tranqüilidade, paz e harmonia. Deixamos de ser nota para sermos
gente! "(Azurita).
" melhorou meu estado de ânimo no aspecto emocional e espiritual para
realização da avaliação pois ajuda na centralização das idéias, oxigena melhor o
cérebro " (Granada).
" deixa a pessoa mais calma, com relaxamento neuromuscular, com
sensação de bem-estar e concentrada com o intuito de fazer uma boa prova"
(Hematita).
"A terapia não convencional em saúde antes do processo avaliativo de
aprendizagem existe como resultado real, principalmente no mundo de hoje em
que entramos em contacto com vários fatores estressantes. Sinto o domínio do
"Eu"(Jade).
" Toda vez que vai ter prova de Semiologia fico mais tranqüila e assim
consigo responder melhor a prova. ...das vezes que utilizei as terapias, em sala de
aula fiquei melhor com mais equilíbrio"(Água Marinha).
"Melhora a concentração proporcionado maior aproveitamento do meu
potencial pelo aumento da concentração e há maior dificuldade de aborrecimento.
Sinto uma leveza extremamente agradável, as idéias fluem com mais clareza; a
tensão e a ansiedade não estão presentes. É um descanso para a alma"(Pedra da
Lua).
As sensações expressas nas citações são ressaltadas por Gerber(1997)
que define o bem-estar ser um estado no qual o ser humano opera em um nível
ótimo de integração entre os elementos do corpo, da mente e do espírito. As
pessoas que gozam dela vêem propósitos e significados em suas vidas.
Ao praticar a visualização criativa ocorreram alterações orgânicas conforme
referendadas nos depoimentos e ressaltadas por Gerber(2003,p.101): as técnicas
de visualização mental - que utilizam basicamente o cérebro direito- podem de
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fato estimular a atividade celular de determinadas partes do sistema imunológico o
que demonstra como a resistência orgânica é beneficiada .
O segundo grupo expressa seu uso por profissionais no campo da
enfermagem
"... que as terapias, ajude-me de forma positiva na minha vida , na hora em
que mais precise para assistir meus clientes, que sejam cada vez mais procuradas
e divulgadas não só no meio da população em geral mas também em ambientes
hospitalares e em outros serviços de saúde ".(Quartzo Rosa)
"... que as enfermeiras utilizem para harmonizar seus clientes e também
no seu cotidiano". (Ágata).
" Que a concepção de Universo , de "Eu" seja de Macrocosmo e
Microcosmo. Cuidar da saúde, melhorar os hábitos de vida ajuda para tudo fluir
melhor ... pratico essas terapias em mim, em meus familiares e quero aplicá-las
em nossos clientes"(Pedra da Lua).
"é uma iniciativa válida que só tem a acrescentar na melhora do
comportamento emocional do aluno" (Esmeralda).
"...faço uma idéia positiva e acredito que muitas delas serão aceitas
futuramente pelos profissionais de saúde em conjunto. Creio que serão usadas
pelas enfermeiras com seus clientes"(Sodalita).
Essa categoria apresentou nos depoimentos enfáticos como tais técnicas
têm possibilidades de uso pela Enfermagem, no que se refere à aceitação pelos
profissionais como uma prática saudável de ser incorporada no processo de cuidar
a si mesmo, aos pacientes e a família.
As possibilidades de uso das terapias são inúmeras uma vez que o
Conselho Federal de Enfermagem através da Resolução 197/97 "Estabelece e
reconhece as Terapias Alternativas como especialidade e/ou qualificação do
profissional de Enfermagem" podendo ser usada como prática saudável pelas
enfermeiras(os) embasadas pelo respaldo legal com garantia de utilização mas
também para a melhoria do ensino-aprendizagem.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Introduzir o cuidado é na verdade, o suporte real da criatividade, da liberdade
e da inteligência. O cuidado serve de crítica à nossa civilização e de princípio
inspirador de um novo paradígma de convivialidade como aborda Boff no seu livro
Saber Cuidar(2000,p13). Foi com essa intencionalidade que se buscou contribuir
para o equilíbrio emocional promovendo a saúde mental das(os) discentes da
disciplina ao perceber-se através da observação empírica, o sofrimento exteriorizado
e a fragilidade emocional presentes nas(os) acadêmicas(os).
Sem transgredir as exigências da estrutura de ensino, buscou-se criar
mecanismos de ajuda para que as acadêmicas(os) conseguissem superar
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obstáculos e se fortalecer enquanto ser humano diante de situações conflitantes
apresentando a eficácia de uso das terapias no enfrentamento das situações
estressantes, dentre estas - o processo avaliativo.
Pelos depoimentos compreendeu-se as possibilidades de serem
estendidas no cotidiano das pessoas e no trabalho da Enfermagem voltadas para
o cuidar, enquanto prática do exercício profissional do Enfermeiro, como se configura
no referido contexto.
Ao se compreender a Enfermagem como prática social percebeu-se
mudanças em nível individual que se reverte no coletivo, na medida em que os
benefícios de uso das terapias complementares em saúde podem ser aplicadas
pelas(os) enfermeiras(os) no cotidiano de suas práticas assistenciais
sistematizadas.
Há que salientar que a enfermeira exerce papel fundamental na saúde já
que é ela quem está em contato direto e mais profundo com a população,
tendo a oportunidade de educá-la e esclarecê-la quanto ao uso (benéfico
ou não) dessas técnicas, seja em hospitais, em centros de saúde ou junto
à comunidade. O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), no Parecer
Inf ormativo 004/95, rec onhece a fundamentaç ão da profis são de
Enfermagem na visão holística do ser humano, o crescente interesse e
utilização das práticas naturais no cuidado ao cliente e os aspectos do
Código de Ética dos profissionais de Enfermagem que justificam a utilização
das terapias naturais. Finalmente, em 19/3/1997, o COFEN, através da
Resolução 197, estabelece e reconhece as Terapias Alternativas como
especialidade e/ou qualificação do profissional de Enfermagem. A partir
dessa Resolução, o enfermeiro passa a ser reconhecido como terapeuta
alternativo/complementar (na área específica), mediante conclusão e
aprovação em cursos reconhecidos em instituição de ensino, com carga
horária mínima de 360 horas (TROVO; SILVA; LEÃO; 2003).
Einstein disse que matéria e energia eram na verdade duas diferentes
formas da mesma coisa. "Segundo a física quântica e Einsteniana, as moléculas
bioquímicas que constituem o corpo físico são na verdade uma forma de energia
vibratória" (GERBER, 2003, p.17).
Estas técnicas podem ser usadas a favor do desenvolvimento da saúde
física/ mental e espiritual na contemporaneidade se utilizada no cuidado ao cliente
e conduzida pela energia vibratória gerando muitos benefícios.
São necessárias que as (os) enfermeiras (os) estejam receptivas (os) as
terapias, que as estudem e pratiquem, pois enquanto atores sociais e agentes de
transformação podem contribuir para quebrar paradigmas existentes, apontar
possibilidades de mudanças em uma perspectiva holística na busca da promoção
da saúde para si e para os que dependem do seu cuidado, enfim que possam
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conduzir o equilíbrio de todo sistema sutil do ser humano.
É possível tratar doenças físicas, emocionais ou mentais com estruturas
vibracionais de freqüências superiores que estão em equilíbrio com o corpo físico.
(GERBER, 2003)
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RESENHAS DE LIVROS
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BONET, Octávio. SABER E SENTIR - UMA ETNOGRAFIA DA APRENDIZAGEM
DA BIOMEDICINA. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2004.
Ilana Arêa Leão de Almeida*
Octávio Bonet nos leva a pensar no saber sentido dos médicos residentes,
onde estes precisam colocar em prática todas as informações teóricas obtidas
durante a graduação.
Esse drama da correlação entre o saber e o sentir, entre a transmissão da
enorme gama de conhecimentos obtidos e a objetividade desse saber é alvo de
angústia e despreparo emocional por parte destes aprendizes.
Ao fazer um trabalho etnográfico sobre esse público tão forte e ao mesmo
tempo tão frágil, ele pontua inicialmente que o grande objetivo de todo etnógrafo é
familiarizar-se com um terreno permanecendo independente e à distância do mesmo.
Nessa perspectiva se faz necessário a utilização de uma "metodologia
sensitiva", o que se opõe a uma "antropologia fria"; onde a mesma requer um
compromisso metodológico no lugar de uma separação; contato em vez de distância;
interesse em vez de desinteresse; intersubjetividade metodológica em vez de
neutralidade, pois o objetivo, ao utilizar essa metodologia sensitiva, é chegar a
uma construção do processo vivenciado pelo pesquisador da maneira mais fidedigna
para ele próprio.
Nesse âmbito, observamos inicialmente como foi visto o dualismo "materialespiritual" e como foram estabelecidas as bases para a chamada" tensão
estruturante" da biomedicina, pois esse dualismo teve outras representações,
assimilando o corporal ao mensurável - objetivável e o espiritual ao intangível, ao
social, ao psicológico.
Essa "tensão estruturante" pode ser decorrente do próprio individualismo,
pois ele é a base da experiência de "quem sou eu". O individualismo é uma
característica da cultura e não só do homem, portanto é um traço específico da
cultura moderna e é um valor que implica no sujeito se reconhecer como autônomo
em relação ao outro, sendo o desejo uma categoria psicológica que explica essa
autonomia.
Quando falamos de individualismo, percebemos de um lado, o sujeito
empírico que fala, pensa e quer, ou seja, a amostra individual da espécie humana,
tal como a encontramos em todas as sociedades; e do outro, o ser moral
independente não-social, portador de nossos valores supremos e que se encontra
____________
* Psicóloga. Professora do Curso de Psicologia da Faculdade NOVAFAPI.
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em primeiro lugar em nossa ideologia moderna do homem e da sociedade.
Esta racionalidade centraliza-se na constituição da biomedicina e gera
uma quebra entre a arte de curar e uma classificação das doenças, enquadrando o
sujeito em um sistema classificatório de doenças (a patologia) levando ao
esquecimento do ser humano e dando ênfase ao ser doente.
Com o surgimento desses "doentes", a biomedicina vem trazer uma rica
contribuição se intitulando como a ciência das doenças, sendo assim, nesse
processo de cristalização da biomedicina, ocorreu um crescente processo de
"digitalização" ocasionando a descontinuidade entre a biomedicina como" a arte
de curar", e a biomedicina como a teoria das doenças.
Com essa legitimidade que a biomedicina alcançou lhe foi permitido deslocar
um conjunto de saberes tradicionais que, posteriormente, vão ser considerados
como "não científicos" a partir do ponto de vista do saber biomédico.
Estes saberes, aqui chamados de "medicinas românticas", já não são
somente saberes sobre o corpo, mas sobre o homem, e o diálogo já não é somente
com o corpo, mas com a pessoa.
Esta aproximação da medicina geral com as "medicinas românticas" não
a exclui do campo da biomedicina, pois existe aí o "generalista" se ocupando da
primeira aproximação com o doente relacionando-o a uma patologia cotidiana
diferente da encontrada no hospital, daí a diferenciação ente médicos de hospital
(os especialistas) e os "generalistas".
O autor traz de forma construtiva e esclarecedora a história do surgimento
dos hospitais mostrando-os desde o século XVII e XVIII, onde os mesmos não
tinham a função curativa, mas assistencialista até a real função que deveria ter, ou
seja, o hospital sendo visto não somente como um lugar para se buscar a "cura",
mas também um espaço de registro, acúmulo e formação de saber e é este saber
enfocando o saber médico que sai dos livros e adentra nos hospitais; no "teatro"
onde os saberes médicos e leigos se misturam que são suscitados dores, medos,
certezas e incertezas através de uma "tensão estruturante" da qual a biomedicina
não pode escapar dando espaço aos "dramas ritualizantes", que seriam as
manifestações dos dramas sociais vividos pelos que lá (médicos e pacientes)
convivem.
Neste contexto hospitalar os residentes vivem um verdadeiro rito de
passagem em suas vidas, pois ao ingressarem neste espaço trazem consigo um
elevado nível de tensão não somente deles, mas também de todos os que
compartilham daquele rito.
Sentimentos afloram fortemente através das problematizações trazidas e
vividas por eles e é neste momento ou através dessas "dores" que realmente se
aprende medicina, pois vem à tona a "tensão estruturante", ocasionando uma
descontinuidade entre o que é de interesse para o tratamento médico e o que
alude aos sentimentos, paixões, transferências, identificações, etc.
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Como em todo processo existem ganhos e perdas e um dos ganhos significativos dessa "tensão estruturante" está no próprio saber e nesse processo de
aprendizagem, onde os residentes vivem experiências com as quais vão construindo sua subjetividade as quais tomarão significações em relação às suas trajetórias
pessoais.
Aperece então, a riqueza maior deste livro quando nos deparamos com
estes seres-residentes transformando-se ou resgatando-se como seres-humanos
e as idéias de medicina que possuem, bem como, as formas como relacionam o
afetivo com o profissional, isto é, a forma como passam a lidar com a velha e
conhecida "tensão estruturante".
Em vista disso, posso concluir que é muito tênue a diferença entre o
profissional e o humano ao mesmo tempo em que paradoxalmente, essa mesma
diferença é gigantesca como é a do saber e do sentir.
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DULCETTI JÚNIOR, Orley ACUPUNTURA AURICULAR E AURICULOTERAPIA,
São Paulo: Parma,1994.
Judite Oliveira Lima Albuquerque*
O livro escrito por Orley Dulcetti é uma obra muito interessante que
apresenta uma abordagem com elementos essenciais acerca da riqueza de pontos
energéticos que existem no pavilhão auricular. Trata-se de uma publicação simples,
porém com muita riqueza de conteúdo que permite ao leitor percorrer os dez
capítulos cuidadosamente organizados nas 101 páginas, distribuídos numa
seqüência de conteúdos de fácil compreensão, inclusive para pessoas que
desconhecem os fundamentos da Medicina Tradicional Chinesa.
O autor nos leva a compreender a origem da Acupuntura Auricular a partir
da etimologia do vocábulo surgido na literatura ocidental em meados do século
XVII, através de relatos de jesuítas franceses ao retornarem das missões na China
em que aponta o uso da terminologia "acupuntura auricular" na literatura sinomédica
tradicional em 64 anos d.C., embora o uso prático remonte às origens milenares
da acupuntura. Mais tarde aplicou-se o termo microssistema para designar a
representação de todos órgãos do ser humano na orelha termo este, empregado
pelo médico francês, Paul Nogier que buscou associar a orelha a um feto invertido
para compreender melhor a localização dos pontos na orelha.
Um microssistema é capaz de funcionar como um receptor de sinais de
alta especificidade, podendo refletir todas as mudanças fisiopatológicas dos órgãos
e vísceras, dos quatro membros, do tronco, dos tecidos, dos órgãos dos sentidos,
enfim, de todo o organismo em que são destacados os microssistemas da orelha,
da mão, dos pés , da língua, dentre outros. Quando se refere à orelha qualquer
estado patológico produzido a partir de determinada parte do corpo humano, este
é refletido na orelha com reações positivas de caracteres e localidades diferentes,
específicos a cada enfermidade em particular, e deixando relações muito estreitas
entre os locais reativos e as partes do organismo implicadas na patologia.
O autor destaca no livro a sua vivência clínica de mais de 24 anos associada
a experiência da milenar oriental da acupuntura auricular bem como, o rigor de
cunho científico do médico Paul Nogier, notável professor da Universidade de Lion
na França que desenvolveu a partir do saber oriental a o enfoque da escola francesa
a metodologia da Auriculoterapia. Discutiu em sua obra os fundamentos da
fisiopatologia energética da tradição chinesa não esquecendo-se do embasamento
científico quando descreve a anatomia da superfície da orelha, sua inervação, bem
como as correspondências embrionárias. Explica pela Teoria Neuro-humoral o
envolvimento neural no mecanismo de ação da analgesia pela acupuntura somática
e auricular.
____________
*Coordenadora do Curso de Enfermagem da FACID
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Descreve como acuponto uma estrutura anatômica funcional apropriada
para receber estímulos com o uso de técnicas que vão desde a aplicação de
agulhas filiformes, auriculares-semipermanentes, estímulo térmico através da
moxabustão, massagem auricular, estímulo elétrico pela eletroacupuntura, laser
por excitação eletrônica, dentre outros em que direciona o leitor para compreender
a Fisiologia Energética pela Medicina Tradicional Chinesa e apresenta as etapas
semióticas do Microssistema Auricular.
O autor nos presenteia com a somatotopia de áreas e pontos auriculares
da Escola Francesa fazendo-nos compreender as zonas freqüências da orelha
que podem através de esquemas terapêuticos tratar diversos problemas de saúde.
Finalmente o livro tem uma utilidade prática para os conhecedores desse método
de trabalho no campo da acupuntura e para os interessados desperta para novas
possibilidades para aprender, compreender e aceitar esse método pouco conhecido
pela população ocidental, no entanto muito valorizado e usado pelos orientais.
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AGENDA
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EVENTOS INTERNACIONAIS, NACIONAIS E LOCAIS
ENFERMAGEM
X Colóquio Panamericano de Investigación en Enfermería
Local: Vienna, Aústria
Data:11-14 Julho de 2007
Maiores informações podem ser encontradas no site: http://www.nursingsociety.org/
congress/
I Simpósio Ibero-Americano De História Da Enfermagem
Data: 29 a 31 de outubro de 2007
Realização: Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo - EE/USP
Maiores Informações: http://www.ee.usp.br/simposio/index2.htm
Telefone (11) 3061-7548 (c/ Edivaldo)
II SITEn - Simpósio Internacional Sobre Trabalho em Enfermagem
Data: 08 a 13 de julho de 2007
Local: Universidade Federal do Pará - Belém/PA
Tema: "Amazônia: desafio nacional"
Inscrição e Informações: www.sbpcnet.org.br
10º Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem-CBCENF
LOCAL: Curitiba-PR
PERÍODO: 03 a 07 de setembro de 2007
Mais Informações: COREN-PI Fone: 86 3222 7861
59º Congresso Brasileiro de Enfermagem - ABEN
LOCAL: Brasília-DF
PERÍODO: 03 à 07 de dezembro de 2007
Aben Seção PIAUÍ- Fone: 86 3223 6691
14º Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermagem-SENPE
TEMA: As Políticas de Pesquisa em Enfermagem.
LOCAL: UFC - Florianópolis - SC;
Data: 30 de maio a 01 de junho de 2007;
ABEn Seção SANTA CATARINA (http://www.abensc.org.br/)
11º Seminário Nacional de Diretrizes para a Educação em Enfermagem
LOCAL: Belém-PA
Mais Informações: Aben Seção PIAUÍ - Fone: 86 3223 6691
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Nursing - 5 ºCongresso Brasileiro
Data: 26 a 27/04/2007
Tema: Tecendo Redes: Entre o Empírico e a Ciência na Enfermagem
Local: Universidade Anhembi Morumbi - Campus Brás - São Paulo - SP Contato:
Ferreira & Bento do Brasil Ltda Tel.: (11) 4195-8591
Email: [email protected]
Site: www.nursing.com.br
1º Congresso Brasileiro de Tratamento de Feridas"Feridas da Alma" .
2º Simpósio Home care em Foco
LOCAL: Hotel Glória-Rio de Janeiro-RJ Fone (21) 2721 1033/ 2717 9408
PERÍODO: 10 à 12 de maio de 2007
Sociedade Brasileira de Enfermagem em Feridas e Estética
59ª REUNIÃO ANUAL DA SBPC
Data: 23 e 24 de agosto de 2007
Local: Foz do Iguaçu - PR
Tema: Saúde do Trabalho de Enfermagem
Inscrição e Informações: 55 (41) 3363-6242 ou [email protected]
XIV Congresso da Associação Internacional de Política de Saúde
Data: 13 a 18 de julho de 2007
Local: Salvador - Brasil
Mais informações: www.congressosalvador2007.com.br
Site:ABRASCO
III Jornada de Enfermagem da FACID
Data: 16 a 20 de abril de 2007
Local: Teresina - Brasil
Mais informações: Coordenação do Curso de Enfermagem
I Ciclo de Debates de Enfermagem da FACID
Data: 14 a 15 de maio de 2007
Local: Teresina - Brasil
Mais informações: Coordenação do Curso de Enfermagem
II Mostra de Enfermagem do Piauí
Dezembro de 2007
Conselho Regional de Enfermagem do Piauí-COREN-PI- Fone: 86 3222 7861
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2º Simpósio de Enfermagem em Cardiologia
Data: 22 a 24 de março de 2007
Local: Rio Poty Hotel Teresina - Brasil
Seminário sobre "Novo Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem
de Enfermagem do Piauí
23 a 24 de março de 2007
Local: Rio Poty Hotel Teresina - Brasil
Conselho Regional de Enfermagem do Piauí-COREN-PI- Fone: 86 3222 7861
3º Congresso Piauiense de Enfermagem
17 à 19 de maio de 2007
LOCAL: Rio Poty Hotel
Aben Seção PIAUÍ - Fone: 86 3223 6691
VI Encontro de Enfermagem do Piauí
15 à 17 de dezembro de 2007
Conselho Regional de Enfermagem do Piauí-COREN
Mais Informações: Fone: 86 3222 7861
ODONTOLOGIA
5º Congresso Internacional de Ortodontia Dental Press
Local: Teatro Calil Haddad - Maringá / PR
Período: 19 a 21 de abril de 2007.
Informações: www.dentalpress.com.br/congresso2007
Congresso Piauiense de Saúde em Odontologia - COPISO
Local: Rio Poty Hotel - Teresina / PI
Período: 26 a 28 de abril de 2007
Informações: www.cropi.com.br / [email protected]
Agenda Promoções: (86) 3222-3697
CRO-PI: (86) 3222-8817
14º Congresso Internacional de Odontologia do Litoral Paulista - 14º CIOLP
Local: Mendes Convention Center - Santos / SP
Período: 19 a 21 de abril de 2007
Informações: www.ciolp2007.com.br
(13) 3289-5877
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V Congresso Paraibano de Odontologia - ABO/PB
Período: 19 a 22 de abril de 2007
Local: Espaço Cultural José Lins do Rêgo, João Pessoa / PB
Informações: www.abopb.com.br / [email protected]
(83) 3224.8232
14º Congresso Internacional de Odontologia de Goiás (CIOGO) - ABO/GO
Período: 02 a 06 de maio de 2007
Local: Centro de Convenções de Goiânia - GO
Informações: www.ciogo.com.br / [email protected]
(62) 3236.3100 / fax (62) 3236.3102
4º Congresso Internacional de Odontologia do Piauí - CIOPI
Período: 24 a 27 de maio de 2007
Local: Rio Poty Hotel - Teresina / PI
Informações: www.abopi.org.br / [email protected]
(86) 3221.9374
II Ciclo de Estudos de Saúde Coletiva em Odontologia - CESCODONTO
Local: Rio Poty Hotel - Teresina / PI
Período: 03 a 05 de maio de 2007
Informações: (86) 3215-5644
3º Congresso Internacional de Odontologia ABO - CIODONTO
Período: 12 a 15 de junho de 2007
Local: Expo Center Norte - São Paulo / SP
Informações: www.abosp.org.br / [email protected]
(11) 6950-3332
VIII Congresso Internacional de Odontologia da Amazônia - ABO/PA
Período: 28 de junho a 01 de julho de 2007
Local: Centro de Convenções do Hotel Sagres, Belém / PA
Informações: www.abopa.org.br / [email protected]
(91) 3277-3212
42º Reunião da Associação Brasileira de Ensino Odontologico - ABENO
33º Encontro Nacional dos Dirigentes de Faculdades de Odontologia
Período: 25 a 28 de julho de2007
Local: Bahia Othon Palace Hotel - Salvador / BA
Informações: www.abeno.org.br
(71) 3450-0200
282
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
XV Congresso Brasileiro de Estomatologia
Período: 30 de julho a 02 de agosto de2007
Local: Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro / SP
Informações: www.estomatologia.com.br / [email protected]
(19) 2106-5200 / (86) 3221-0144
XII Congresso Internacional de Odontologia do Distrito Federal (CIODF)
II Congresso Nacional de Odontologia Militar - ABO/DF
Período: 25 a 28 de julho de 2007
Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães, Brasília / DF
Informações: www.abo-df.org.br / [email protected]
(61) 3445-4828/ 3445-4823
IX Congresso Internacional de Odontologia do Paraná (CIOPAR) - ABO/PR
Período: 02 a 04 de agosto de 2007
Local: Estação Embratel Convention Center - Curitiba / PR
Informações: www.abopr.com.br / [email protected]
(41) 3028.5839; fax (41) 3028.5824
X Congresso de Odontologia
Local: Natal / RN
Período: 23 a 26 de agosto de 2007
Local: Centro de Convenções de Natal, Natal / RN
Informações: www.aborn.org.br / [email protected]
(84) 3222.3812, fax (84) 3201.9441
X Congresso de Odontologia do Rio Grande do Norte - ABO/RN
Período: 23 a 26 de agosto de 2007
Local: Centro de Convenções de Natal, Natal / RN
Informações: www.aborn.org.br / [email protected]
(84) 3222.3812, fax (84) 3201.9441
V Encontro Internacional Microscopia Internacional
Local: APCD - São Paulo / SP
Período: 29 a 31 de agosto de 2007
Informações: [email protected]
0800 12 85 55
XVIII Congresso Internacional de Odontologia do Rio de Janeiro (CIORJ) ABO/RJ
Período: 01 a 04 de setembro de 2007
Local: Rio Centro, no Rio de Janeiro / RJ
Informações: www.aborj.org.br / [email protected]
(21) 2504-0002, fax(21) 2504-3859
283
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
24º Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica
Período: 02 a 04 de setembro de 2007
Local: Atibaia / SP
Informações: www.sbpqo.org.br
(11) 3091-7855
1º Congresso Internacional de Periodontologia - CIPE
Local: APCD - São Paulo / SP
Período: 04 a 06 de outubro de 2007
Informações: [email protected]
0800 12 85 55
6º Congresso Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial - Abor
Período: 10 a 13 de outubro de 2007
Local: Centro de Convenções do Hotel Serrano, Gramado / RS
Informações: www.abor.org.br / [email protected]
(51) 3311.8969
3º Congresso Internacional de Odontologia da ABO Nacional
Período: 11 a 13 de outubro de 2007
Local: Centro de Convenções - Aracajú / SE
Informações: www.abo-se.org.br / [email protected]
(79) 3211-2177, fax: (79) 3214-4640
V Meeting de Odontologia de Cataguases - Regional Cataguases da ABO/
MG
Período: 07 a 10 de novembro de 2007
Local: Cataguases / MG
Informações: (32) 3421-5907 / (32) 3421-5907
PSICOLOGIA
CONGRESSOS INTERNACIONAIS E NACIONAIS
" ENCONTRO INTERNACIONAL - Psicologia das Emergências e dos
Desastres".
Data: 21 A 23 de março de 2007
Local: Buenos Aires - Argentina
Informações podem ser obtidas no site: www.sapsed.org.ar/encuentrointernacional
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
VIII - CONGRESSO NACIONAL DA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL.
Data: 26 a 29 de abril de 2007
Local: Universidade Federal de São João Del Rei - UFSJ
Realização: São João Del Rei -MG.
I CONGRESSO PIAUIENSE DE PSICOLOGIA COGINITIVO COMPORTAMENTAL.
Data: 08 a 12 de maio de 2007
Local: Rio Poty Hotel
Realização: Sociedade Piauiense de Psicologia Coginitvo e comportamental e Liga
Acadêmica de Análise do Comportamento do Piauí.
III CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E
PRÁTICA PEDAGÓGICA.
Data: 17 a 19 de maio de 2007
Local: Centro de Convenções do Ceará
Realização: Futuro Congressos e Eventos - Promotora e Organizadora do Evento.
V CONGRESSOS NORTE NORDESTE DA PSICOLOGIA
Data: 23 a 26 de maio de 2007
Local: Centro Cultural e de Expansão de Maceió - AL.
Realização: Conselho Nacional de Psicologia - CNP.
Maiores Informações: www..crp15.org.br/~vconpsi
VI CONGRESSO NACIONAL DA PSICOLOGIA - " Do Discurso do Compromisso
Social à produção de referências para a prática: construindo o projeto
coletivo da profissão".
Data: 14 a 17 de junho de 2007
Local:
Realização: Conselho Nacional de Psicologia - CNP.
I JORNADA DO SIZÍGIA: NÚCLEO DE ESTUDOS EM PSICOLOGIA ANALÍTICA
Tema: "Psicossomática: Mitos do corpo e da alma".
Data: 22 a 24 de junho de 2007
Local: Hotel Luzeiros - Av. Beira Mar
Realização: Núcleo de estudos em psicologia analítica
CONGRESSO LAINO AMERICANO DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL DAABOP.
Data: 16 a 18 de agosto de 2007
Local: Bento Gonçalves - RS.
Realização: Associação Brasileira de Orientadores Educacionais - ABOP.
285
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
VIII - CONGRESSO NACIONAL DA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL.
Data: 26 a 29 de abril de 2007
Local: Universidade Federal de São João Del Rei - UFSJ
Realização: São João Del Rei -MG.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
CARTAS
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
CARTAS AO EDITOR
(o editor guarda o direito de publicar as cartas na íntegra ou não)
Ilmo Sr.
Prof Luiz Ayrton Santos Júnior
Editor-responsável Revista FACID Ciência & Vida
Teresina, 22 de novembro de 2006.
Estimado professor,
Para mim foi uma grande alegria receber a Revista FACID Ciência & Vida
numero 02 principalmente quando vi o artigo de nosso saudoso professor Hélio
Paiva. Como ele tem feito falta em nosso meio... e a Revista FACID teve a grata
satisfação de publicar um de seus últimos textos.
Parabéns pelo trabalho e desejo sucesso!
Atenciosamente,
Maria Carolina Meneses de S Moura.
Teresina - PI
Ilmo Sr.
Dr Luiz Ayrton Santos Junior
Editor-responsável Revista FACID Ciência & Vida
Teresina, 13 de novembro de 2006
Estimado Dr Luiz Ayrton,
Gostaria de saber se, como aluno, também posso enviar resenhas de livros para
publicação. Atenciosamente,
Acad. Francisco Veras
Resposta do Editor: As normas para publicação encontram-se disponibilizadas
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
em nossa revista e no site www.facid.com.br e não há restrições quanto à formação
dos autores, o que conta é a qualidade dos artigos. Seus artigos e resenhas serão
muito bem-vindos e sofrerão avaliação do Conselho Editorial como todos os outros.
Teresina, 15 de abril de 2007.
Sr Editor,
Gostaríamos de parabenizar a equipe que compõe o Conselho Editorial da
Revista FACID pela qualidade dos artigos, ao tempo em que solicitamos a correção
dos autores do resumo dos ANAIS do 1o. Encontro de Pesquisa da FACID no
volume 02 número 01 com o respectivo trabalho "DOENÇAS SEXUALMENTE
TRANSMISSÌVEIS/ AIDS: ATUAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NA
PREVENÇÃO NUMA ABORDAGEM EDUCATIVA cujas autoras são: Judite Oliveira
Lima Alburquerque, Maria de Jesus Lima Almeida, Lílian Machado Vilarinho, Elizabeth
Lima Melo e Raissa Souza Matias.
Solicitamos uma errata para a correção. Contamos com seu apoio e
compreensão,
Atenciosamente,
Dra. Judite Oliveira Lima Alburquerque
N.do E. Obrigado por suas gentilezas, mas infelizmente entendemos que "errata"
deve acompanhar a publicação e não um exemplar seguinte e assim não poderemos
atender seu pedido. Por outro lado, a revisão dos ANAIS é de responsabilidade das
Coordenações dos Cursos e, no caso específico, da Comissão Organizadora do
evento. O material que nos chegou corresponde ao publicado, entretanto
encaminharemos cópia de sua correspondência para os responsáveis.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
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REVISTA FACID
NORMAS EDITORIAIS
A Revista FACID Ciência & Vida objetiva a divulgação da produção científica
e técnica dos professores, alunos e técnicos da Faculdade Integral Diferencial,
bem como de profissionais da comunidade.
A Revista tem periodicidade anual e está aberta à publicação de trabalhos
na forma de ARTIGOS, ENSAIOS, INFORMES E RELATOS, RESENHAS, IDÉIAS,
DEBATES E OPINIÕES, RESUMO DE PALESTRAS, ARTES E ARTIMANHAS os
quais devem falar sobre temas nas áreas da Saúde, Ciências Humanas, Ciências
Sociais , Tecnologia, dentre outros, fomentando a análise e reflexão de idéias,
experiências e resultados de pesquisas, experiências de vida e manifestações
artístico-culturais, contribuindo para o desenvolvimento científico e cultural do País.
ARTIGOS – Texto que discute um tema investigado para publicação de
autoria declarada, que apresenta título, nome dos autores, local de execução da
pesquisa, resumo do texto (no máximo 250 palavras), palavras-chave (3 a 5 palavras),
introdução, revisão da literatura (ou referencial teórico), metodologia, resultados
encontrados (pode conter figuras e/ou tabelas), discussão, conclusão, referências
bibliográficas, abstract (resumo em inglês), key-words, apêndices e anexos
(opcionais). Serão considerados “artigos de revisão” os textos que discutem temas
com base em informações já publicadas. O artigo não deve ultrapassar 20 laudas.
ENSAIOS – texto que expõe temas atuais e de interesse coletivo,
ressaltando o espírito crítico e a originalidade do autor. Deve apresentar a seguinte
estrutura: título (e subtítulo se houver); em nota de rodapé o currículo do autor
indicado por asterisco no título do ensaio; introdução; desenvolvimento; conclusão;
referências bibliográficas e notas explicativas. Deve ter no máximo 10 laudas.
INFORMES E RELATOS – texto que divulga resultados parciais ou totais
de pesquisas. Deve ter: título (e subtítulo se houver) da pesquisa; exposição do
tema delimitado; justificativa; fundamentação teórica; metodologia e técnicas
empregadas, descrição do processo de coleta, análise e interpretação dos dados
obtidos, conclusões (mesmo que parciais); apêndices (se houver); anexos (se
houver) e referências bibliográficas. Deve ter no máximo 10 laudas.
IDÉIAS, DEBATES E OPINIÕES – Apresenta texto dissertativo no qual se
discute temas atuais e, que, de certa forma geram polêmica. Deve apresentar a
seguinte estrutura: Título (e subtítulo se houver); introdução; desenvolvimento;
conclusão; notas explicativas (se houver); referências bibliográficas, se necessário.
A autoria deve ser indicada conforme orientação anterior. Deve apresentar extensão
máxima de 5 (cinco) laudas.
RESENHAS – resumo crítico de livros publicados ou no prelo que podem
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
suscitar no leitor o desejo de ler a obra integralmente. Este texto deve ter, no
máximo 5 laudas e deve ser escrito informando o título da obra, nome completo do
autor, editora e ano publicado.
RESUMO DE PALESTRAS – constitui-se num espaço destinado à
publicação de resumos de palestras e/ou conferência ministrada pelo autor em
eventos científicos e, acompanhando o texto, informações sobre o evento (nome,
tema, data da realização, local), coordenador, comissões e programa efetivamente
ocorrido, quando necessário. A extensão do texto deve ser de , no máximo, 500
palavras.
ARTES E ARTIMANHAS – Espaço destinado à livre expressão, no formato
de poemas, charges, contos, relatos de fatos pitorescos, etc. Devem apresentar
extensão de no máximo 6 (seis) laudas.
Instruções aos Colaboradores:
1.
Os trabalhos devem ser preferencialmente inéditos e redigidos em língua
portuguesa, sendo seu conteúdo de inteira responsabilidade dos autores.
2.
Os textos para publicação devem ser acompanhados de uma correspondência
ao Editor solicitando que o texto seja publicado. Uma vez recebidos, os textos
serão submetidos à apreciação do Conselho Editorial e dois conselheiros, no
mínimo, decidirão sobre sua aprovação para publicação, podendo ocorrer que
o texto seja devolvido ao seu autor para alterações e/ou correções.
3. O texto deve ser digitado na fonte Arial tamanho 12, espaço 1,5 entre linhas,
margens superior e esquerda de 3 cm, margem inferior e direita de 2 cm, papel
formato A-4. O título deve ser escrito em letras maiúsculas e em negrito.
4. No caso de tabelas para apresentação de dados, estas devem ser numeradas
consecutivamente com algarismos arábicos, encabeçadas pelo título, com
indicação da fonte após a sua linha inferior. Todas as tabelas inseridas devem
ser mencionadas no texto.
5. No caso de inserção de ilustrações (quadros, gráficos, fotografias, esquemas,
algoritmos, etc), estas devem ser numeradas consecutivamente com algarismos
arábicos, com indicação do título e da fonte após o seu limite inferior e indicadas
no texto onde devem ser inseridas. Gráficos, fotografias, esquemas e ilustrações
devem ser denominados como figuras.
6. As citações bibliográficas no texto devem ser organizadas de acordo com as
294
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
normas vigentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT - 10520)
- formato autor-data.
7.
A lista de referências bibliográficas deve ser organizada em ordem alfabética
e de acordo comas normas ABNT – 6023.
Modelos de referências bibliográficas
Livros (um autor)
SOARES, L.S. Educação e Vida na República. 4.ed. São Paulo: Letras Azuis,
2004.
Livros (dois autores)
ROCHA,B.; PEREIRA,L.H. Cuidando do Enfermo. São Paulo: Manole, 2001.
Capítulos de livros
PEREIRA, H.J.P. Educação Indígena. In: SANTOS, C. J. O Índio Brasileiro. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1998.
Artigos de periódicos (com mais de três autores)
PODSAKOFF, P. M. et al. Transformational leader behavior and their effects on
followers’ trust in leader, satisfaction, and organizacional citizenship behaviors.
Leadership Quartely, Greenwich, Conn., v.1, n.2, p. 107-142, 1990.
Teses
CARVALHO, M.J. Ensino da Ciência: uma análise fenomenológica. 1994. 89f. Tese
(doutorado) – Faculdade de Educação. Universidade Estadual de Campinas,
Campinas.
Artigo de jornal assinado
DIMENSTEIN, G. Escola da Vida. Folha de São Paulo, São Paulo, 14. jul. 2002.
Folha Campinas, p.2.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
Artigo de jornal não assinado
FUNGOS e chuva ameaçam livros históricos. Folha de São Paulo, São Paulo, 5.
jul. 2002. Cotidiano, p.2.
Artigo de periódico (formato eletrônico)
MELO, H. P. O saber bioético. Educação e Pesquisa, Teresina, v. 03, n. 2, p. 2325, jul. 2001. Disponível em <http://www.caradebiologia.com.br/> Acesso em 20
ago. 2000.
Decretos, Leis
BRASIL. Decreto n. 2.134, de 24 de janeiro de 1997. Regulamenta o art. 23 da Lei
n. 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a categoria dos documentos
públicos sigilosos e o acesso a eles, e dá outras providências. Diário Oficial da
República Federativa do Brasil, Brasília, DF, n. 18, p. 1435-1436, 27. jan. 1997.
Seção 1.
Constituição Federal
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Senado Federal, 1988.
Relatório oficial
FUNDAÇÃO MARIA CARVALHO SANTOS. Relatório 2001. Teresina, 2001.
(mimeogr.)
Gravação de Vídeo
VILLA-LOBOS: o índio de casaca. Rio de Janeiro: Manchete Vídeo, 1987.
1 videocassete (120 min.): VHS, son, color.
Trabalho publicado em Anais de Congresso
MARTINS, I. S.; SILVA FILHO, F. J. V.; ALVES NETO, F.E. Abordagem Cirúrgica
em Ginecomastia Gigante em Pseudo-hermafrodita Masculino. In: I JORNADA DE
MEDICINA DA FACID, 2005, Teresina. Anais da I Jornada de Medicina da FACID.
Teresina, Gráfica do Povo, 2006, p.212.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
8. Acompanha o texto uma lauda com o título e nome completo do autor e/ou
autores com a filiação profissional e a qualificação acadêmica do(s) autor(es),
o endereço postal e eletrônico.
9. O original do trabalho a ser publicado deve ser entregue em uma via impressa
e em disquete (processador Word for Windows), pelos correios ou via e-mail:
[email protected]. Ao Conselho Editorial é reservado o direito de publicar
ou não o trabalho.
10. A publicação do trabalho não implicará na remuneração de seu autor, mas este
receberá 3 exemplares do fascículo por artigo publicado.
11. À revista não se obriga a devolver os artigos recebidos, publicados ou não.
12. O artigo a ser publicado deve ser entregue na FACID:
Conselho Editorial da Revista FACID Ciência & Vida
A/C Dr. Luiz Ayrton Santos Júnior
Av. Rio Poty, 2381,
Horto Florestal • Fone: 3216-7900
CEP: 64049-410 • Teresina – Piauí
[email protected]
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ARTES E ARTIMANHAS
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“POR CIMA”
Vilar Campos
Santa Rita do Passa Quatro (SP), 2007.
301
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“O SOL NASCE PARA TODOS ”
Vilar Campos
Teresina (PI), 2007.
302
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ANAIS DE
EVENTOS
303
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304
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
ANAIS DA
II Jornada de
Odontologia
da FACID
15 e 16 de setembro
de 2006
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II JORNADA DE ODONTOLOGIA DA FACID
II JOF
TERAPIAS COMPLEMENTARES
MENSAGEM
Na Grécia antiga os enfermos eram tratados em centros de saúde
denominados asklepions, onde o sacerdote, amiúde carregado de serpentes
sagradas, visitava o paciente enquanto este, em estado semi-hipnotizado, facilmente
confundia o sacerdote com Esculápio, o deus grego e depois romano da Medicina,
geralmente representado segurando um báculo e uma serpente enroscada à sua
volta. Daí, remonta a origem do símbolo da Odontologia que hoje, em pleno século
XXI, busca tratamentos seculares como a hipnose, a acupuntura fundamentada na
tradicional medicina chinesa, a homeopatia, bem como o laser, constituindo
tratamentos comprovados cientificamente por pesquisadores, médicos e cirurgiõesdentistas de todo o mundo.
Esperamos que este conclave científico contribua para que as terapias
em pauta, já regulamentadas como especialidades médicas e farmacêuticas, se
transformem em especialidades odontológicas e que sejam implementadas nos
serviços de saúde pública beneficiando, cada vez mais, um maior número de
pessoas.
Sejam todos bem vindos.
Profª Ms.Neiva Sedenho de Carvalho
Coordenadora do Curso de Odontologia
PROGRAMAÇÃO
307
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
SEXTA-FEIRA: 15.09.2006
08h
Abertura
Prof. Paulo Raimundo Machado Vale - Diretor Presidente da FACID
Profª Neiva Sedenho de Carvalho - Coordenadora do Curso de Odontologia da FACID
08h30
Conferência "Laser na Odontologia: Mito ou Realidade?"
Conferencista: Prof. Ms. Arlindo Guimarães - PI
09h30
Coffee break
10h
Conferência "Fundamentos da Homeopatia"
Conferencista: Dr. Ary Silvério Reis de Souza - PI
11h00
Conferência "Acupuntura: uma velha ciência na infância científica"
Conferencista: Dr. Silvestre Ferreira - PI
14h às 16h
Apresentação de Temas Livres e Painéis por acadêmicos
16h
Coffee break
16h30 às 18h
Apresentação de Temas Livres e Painéis por acadêmicos
18h30
Abertura Solene - Hino Nacional Brasileiro / Apresentação artística: Projeto Sabiá
Conferência: "O SUS como Política Pública de Saúde Universal"
Conferencista: Drª Cristiane Moura Fé - Secretaria Estadual de Saúde do Piauí
Coquetel
SÁBADO: 16.09.2006
08h h às 12h
Curso: "Hipnose Condicionativa em Odontologia"
Ministrante: Prof. Dr. Pedro Carlos Ferreira Tonani - Universidade Estadual de Londrina UEL/PR
10h
Coffee break
14h às 18h
Workshop: "Cirurgia & Hipnodontia"
" Cirurgia Avançada em Implantodontia através de Hipnose Condicionativa"
* Prof. Fausto Aureliano Meira Ferreira - FACID/PI
* Prof. Dr. Pedro Carlos Ferreira Tonani - Universidade Estadual de Londrina
- UEL/PR
308
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
SAB - SÍNDROME DE ARDÊNCIA BUCAL
RELATO DE CASO CLÍNICO
Elidenes Bezerra Freitas*
Neiva Sedenho de Carvalho**
A Síndrome de Ardência Bucal caracteriza-se por sensação de ardor localizado ou difuso, contínuo
ou intermitente na mucosa bucal clinicamente normal, usualmente bilateral, com duração de muitos
anos, afetando principalmente mulheres no período pós-menopausa. A etiologia é desconhecida,
multifatorial, podendo estar associada a fatores locais, sistêmicos e psicológicos. A queixa
secundária mais freqüente é a xerostomia, geralmente resultante de medicamentos de uso diário.
Pode ocorrer, também, alterações de paladar, secura nos olhos, cefaléia e distúrbios do sono. O
tratamento é empírico. Relato de caso: J.L.C., 55 anos, casada, do lar, natural de Esperantina-PI,
relatou queimação na língua e pele do mento, bem como boca seca há cinco anos. O questionário
de saúde revelou o uso de medicação psiquiátrica. O exame intra-bucal revelou mucosa bucal
íntegra, língua sem manisfestações objetivas, xerostomia e prótese total superior e inferior fora dos
padrões de normalidade. Como exames complementares solicitou-se Reação do Látex, Dosagem
de Glicose e Hemograma. Este revelou discreta anisocitose, situação compatível com quadro de
anemia perniciosa. Recomendou-se a confecção de novas próteses, administração de saliva
artificial, cianocobalamina, bem como modificação da terapia psiquiátrica.
_______________
* Aluno do 8º período de Odontologia da FACID.
** Mestre em Diagnóstico Oral pela FOB - USP. Docente do curso de Odontologia da FACID.
A IMPORTÂNCIA DO AZUL DE TOLUIDINA COMO EXAME COMPLEMENTAR DE
CONSULTÓRIO
Elidenes Bezerra Freitas*
Neiva Sedenho de Carvalho**
Este teste baseia-se na fixação do corante básico azul de toluidina pelos ácidos nucléicos presentes
nos núcleos celulares. A técnica consiste na limpeza da superfície da lesão com gaze ou cotonete
embebido em solução de ácido acético a 1%, seguida da aplicação do corante a 1% durante um
minuto. Após o paciente bochechar com água, limpa-se novamente a superfície da lesão com ácido
acético a 1%. O local que permanecer impregnado pelo corante é o que deve ser biopsiado.
Ressalta-se que a indicação do teste do azul de toluidina não tem finalidade diagnóstica; ele apenas
orienta a biópsia de lesões detectadas ao exame físico que são suspeitas de câncer de boca, visto
que a maioria das neoplasias malignas bucais são descobertas num estágio avançado, quando as
chances de cura são marcadamente reduzidas. Isto poderia ser revertido com a adoção de
procedimentos simples de detecção e diagnóstico precoce. Na Odontologia, o azul de toluidina tem
sido utilizado, principalmente, na identificação de displasias epiteliais, carcinomas in situ ou
precocemente invasivos. Com isso, se adotado em grande escala, poderá aumentar o número de
diagnósticos precoces e, conseqüentemente, prognósticos mais favoráveis.
____________
* Aluno do 8º período de Odontologia da FACID.
** Mestre em Diagnóstico Oral pela FOB - USP. Docente do curso de Odontologia da FACID.
309
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
HIPERPLASIA FIBROSA FOCAL: RELATO DE CASO CLÍNICO
Elidenes Bezerra Freitas*
Neiva Sedenho de Carvalho**
Esta lesão constitui uma reação em resposta à irritação ou trauma local sendo, muitas vezes,
denominada de fibroma cujo termo refere-se a uma neoplasia benigna do tecido conjuntivo fibroso.
De desenvolvimento lento, inicia-se como pápula, chegando a nódulo bem definido, firme à palpação,
geralmente séssil, com até 2 cm de diâmetro, assintomático, freqüente em adultos, sem predileção
por sexo ou cor. Pode haver hiperqueratose secundária. Freqüentemente localizado nas mucosas
jugal e labial e borda lateral da língua, tem como tratamento de escolha a remoção cirúrgica, sendo
a eliminação da causa fundamental para evitar recidiva. A paciente M.R.S.S., 49 anos, branca,
casada, costureira, natural de Pedro II, PI, fumante há 20 anos, procurou o Projeto de Extensão
"Prevenção e Diagnóstico Precoce do Câncer de Boca" da Faculdade Integral Diferencial - FACID,
relatando exodontia do 33, apoio de prótese parcial removível e lesão no rebordo alveolar anterior
inferior, que associava ao câncer bucal. O exame histopatológico, realizado na peça obtida através
de biópsia excisional, revelou tratar-se de fibroma, com ausência de malignidade.
____________
* Aluno do 8º período de Odontologia da FACID.
** Mestre em Diagnóstico Oral pela FOB - USP. Docente do curso de Odontologia da FACID.
HÁBITOS BUCAIS DELETÉRIOS: ETIOLOGIA E CONSEQÜÊNCIAS
Maria Cristina Carvalho de Almendra Freitas*
Alexandre Monteiro da Silva**
Olívia de Freitas Mendes***
A etiologia dos hábitos bucais deletérios é variada. Estes podem estar associados a distúrbios
emocionais, a um simples comportamento adquirido, ou a uma necessidade não suprida durante a
infância, devido ao tempo inadequado do aleitamento materno. Nos últimos anos, foi observado um
declínio na amamentação natural, principalmente em virtude da entrada das mulheres no mercado
de trabalho, o que fez com que aumentasse também a incidência dos hábitos deletérios. Dentre os
hábitos mais comuns, podemos citar a sucção digital e de chupeta, a projeção da língua, a respiração
bucal e a deglutição atípica. A persistência desses hábitos tem como conseqüências algumas
alterações dentoesqueléticas como: mordida aberta anterior, atresia maxilar e mordida cruzada
posterior. É de extrema importância que os hábitos e suas conseqüentes alterações sejam
precocemente diagnosticados para que se possa definir o tratamento adequado ao paciente.
____________
* Aluna do 10º período de Odontologia da FACID.
** Especialista em Ortodontia, Docente do curso de Odontologia da FACID.
*** Mestre em Ortodontia pela UFRJ. Docente do curso de Odontologia da FACID e NOVAFAPI.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
INDICAÇÕES, VANTAGENS E DESVANTAGENS DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA (TC)
EM ODONTOLOGIA
Ramoncito Rodrigues da Fonseca*
Paulo Vasconcelos de Carvalho**
Moema Sales Ribeiro Gonçalves*
Tacianne da Silveira Carvalho Nolêto*
A tomografia computadorizada (TC) pode ser definida como um exame radiográfico exibido como
imagens tomográficas finas de tecidos e conteúdo corporal, representando reconstruções
matemáticas assistidas por um computador. Durante a tomada radiográfica, o tubo de raios x e os
detectores de dados se movimentam em relação ao paciente na obtenção das imagens. Esse
movimento resulta na demonstração de um "corte" ou "slice" de anatomia em foco claro. A tomografia
computadorizada apresenta três vantagens gerais importantes sobre a radiografia convencional
(BONTRANGER, 2003). A primeira é que as informações tridimensionais são apresentadas na
forma de série de cortes finos da estrutura interna da parte em questão. A segunda é que o sistema
é mais sensível na diferenciação de tipos de tecido quanto a sua densidade, por exemplo, auxilia no
diagnóstico diferencial entre a massa sólida de um cisto, em alguns casos, neoplasia benigna e
maligna. Uma terceira vantagem é a habilidade para manipular e ajustar a imagem após ter sido
completada a varredura, como o brilho, contraste, zoom e da escala de cinza para melhor visualização
de anatomia de interesse.
____________
* Alunos do 4º período de Odontologia da FACID.
** Doutor em Diagnóstico Oral pela FOB - USP. Docente do curso de Odontologia da FACID e UFPI.
CONTROLE DE INFECÇÃO EM RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA
Moema Sales Ribeiro Gonçalves*
Paulo Vasconcelos de Carvalho**
Ramoncito Rodrigues da Fonseca*
Ticianne da Silveira Carvalho Nolêto*
Existe uma necessidade primordial em se estabelecer critérios e métodos de biossegurança
destinados ao ambiente odontológico. Os problemas pertinentes ao controle de infecção na Radiologia
Odontológica associam-se diretamente à técnica e ao processamento radiográfico dos filmes intra
e extra-bucais. A aplicação dos princípios de biossegurança é uma obrigatoriedade. Portanto, deve
ser realizada com o intuito de evitar contaminação do aparelho de raios X, do profissional e do
paciente. Uma vez o profissional trazendo consigo microorganismos, ocorrerá a contaminação de
todas as superfícies por ele manipuladas. Este trabalho tem por objetivo sugerir aos cirurgiõesdentistas, clínicos gerais, acadêmicos e radiologistas, os procedimentos técnicos que podem ser
utilizados e aplicados nos diversos métodos radiográficos intra-bucais existente tornando, desta
forma, mais seguro o exame radiográfico odontológico.
____________
* Alunos do 4º período de Odontologia da FACID.
** Doutor em Diagnóstico Oral pela FOB - USP. Docente do curso de Odontologia da FACID e UFPI.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
ALTERAÇÕES DE DESENVOLVIMENTO RELACIONADAS AO NÚMERO DE DENTES:
HIPODONTIA E HIPERDONTIA
Ramoncito Rodrigues da Fonseca*
Divana Maria Martins Parente Lira**
Moema Sales Ribeiro Gonçalves*
Luciane Abreu Seabra*
Alterações de desenvolvimento relacionadas ao número, tamanho, forma ou estrutura pode acometer
os dentes de um indivíduo, ocasionando desde um leve desconforto estético até patologias mais
complexas que comprometem o funcionamento do sistema estomatognático. Tais alterações resultam
de desvios do processo normal de crescimento, desenvolvimento e diferenciação celular e podem
ocorrer devido a fatores ambientais, genéticos ou como manifestações de distúrbios sistêmicos.
As variações no número de dentes em desenvolvimento são comuns, podendo ser classificadas
em hiperdontia e hipodontia. A primeira indica o desenvolvimento de um número aumentado de
dentes, sendo os elementos adicionais chamados de supra-numerários. A hipodontia denota a falta
de desenvolvimento de um ou mais dentes e pode ser encontrada sob as formas não-sindrômicas
ou associadas a diversas síndromes. As anomalias dentárias são feqüentemente detectadas em
crianças, e seu diagnós tico precoce é de vital importância na prevenção de distúrbios
maxilomandibulares, permitindo estabelecer uma conduta clínica e ortodôntica na época adequada.
____________
* Alunos do 4º período de Odontologia da FACID.
** Mestre em Saúde Coletiva pela UFPI. Docente do curso de Odontologia da FACID e UFPI.
MOVIMENTOS ORTODÔNTICOS AO ALCANCE DO CLÍNICO GERAL
Leanne Matias Portela Leal*
Kim Rafael Veloso da Silva*
Valéria de Deus Leopoldino**
A odontologia contemporânea não pode ser composta apenas de especialidades agindo de forma
isolada e sim, com uma perfeita integração de vários campos do conhecimento, com uma correta
sincronia e comunicação, sendo esse novo paradigma fundamental e primordial para a obtenção do
sucesso do tratamento. Em diversos planos de tratamento, a necessidade da realização de
movimentos ortodônticos se faz presente, devido à presença de apinhamentos, agenesias, diastemas
e perda precoce de dentes, que podem afetar ou não o comportamento social e profissional do
paciente. Desta forma o clínico geral utiliza tratamentos ortodônticos com o objetivo de alcançar o
sucesso de outros procedimentos odontológicos necessários, pois se defronta constantemente
com problemas de mal-oclusões que levam à comprometimentos periodontais, na ATM e na execução
de planejamentos protéticos e/ou restauradores apropriados, o que torna imprescindível a indicação
ou a execução de movimentação ortodôntica com finalidade de obter melhor posicionamento dentário
favorecendo a execução e o prognóstico da terapêutica odontológica eleita. Neste contexto, o
presente trabalho tem como objetivo expor, reflexivamente, sobre movimentos ortodônticos passíveis
de serem realizados no cotidiano do clínico geral.
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* Alunos do 10º período de Odontologia da FACID.
** Mestre em Clínica Integrada pela USP. Docente do curso de Odontologia da FACID e NOVAFAPI.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
ENDOCARDITE BACTERIANA: RECOMENDAÇÕES PROFILÁTICAS
Aline Cristina Andrade dos Santos*
Karinne Sousa de Araújo**
Algumas bactérias da cavidade oral possuem capacidade patogênica significativa e nela encontram
condições ideais de sobrevivência. Quando os microorganismos orais ganham acesso a outros
locais do corpo, eles não podem mais ser restringidos pela ecologia oral complexa e são capazes
de produzir doenças. A endocardite bacteriana subaguda (EBS) é uma doença cardíaca grave que
apresenta risco de vida, resultante da colonização bacteriana sobre o tecido previamente
comprometido, particularmente ao nível de válvulas, e seu desenvolvimento pode estar relacionado
com bacteremias decorrentes de procedimentos odontológicos. O objetivo deste trabalho é fazer
uma revisão da literatura, enfatizando aspectos relacionados à etiologia, aos pacientes suscetíveis,
aos procedimentos odontológicos de risco e às recomendações profiláticas adequadas para a
referida doença.
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* Aluna do 4º período de Odontologia da FACID.
** Especialista em Morfologia. Docente do curso de Odontologia da FACID.
ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO PRESTADO A UM PACIENTE DIABETICO
Fabrício Martins de Brito*
Elonice Melo de Sousa**
Rosita Marta Barroso Policarpo*
Arianne Oliveira de Almeida*
O diabetes mellitus é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da
incapacidade da insulina exercer adequadamente seus efeitos. Caracteriza-se por hiperglicemia
crônica com distúrbios do metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas. As conseqüências do
diabetes, a longo prazo, incluem danos, disfunção e falência de vários órgãos, especialmente rins,
olhos, nervos, coração e vasos sanguíneos. Na cavidade bucal, o diabetes pode se anifestar com
alterações na flora bucal, glândulas salivares e também no periodonto, sendo este considerado
como a sexta manifestação mais freqüente entre as complicações diabéticas. O diabetes é um
importante problema de saúde pública, uma vez que é freqüente, está associado a complicações
que comprometem a produtividade, qualidade de vida e sobrevida dos indivíduos. Medidas de
prevenção do diabetes, assim como das complicações, são eficazes para reduzir o impacto
desfavorável sobre morbimortalidade destes pacientes. Tendo em vista as inúmeras particularidades
do paciente diabético, o mesmo é considerado paciente especial e necessita de cuidados na
consulta de rotina, medicação, anestesia e controle. O tema abordado tem por finalidade orientar os
cirurgiões-dentistas no atendimento de um paciente diabético, tanto na fase pré-operatória, como
na operatória, pós-operatória e em casos emergenciais.
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* Alunos do 4º período de Odontologia da FACID.
** Mestre em Periodontia. Docente do curso de Odontologia da FACID.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
MANEJO DE PACIENTES COM HIV E AIDS
Rosana Maria dos Santos Rocha*
Ana Cristina Vasconcelos Fialho**
Suelen Ferreira da Rocha*
Sílvia Araújo Silva*
A síndrome da imunodeficiência adquirida é caracterizada por acentuada deficiência do sistema
imunológico, mediado por células resultantes da ação citolítica específica do vírus HIV sobre as
células T auxiliares. O HIV é transmitido pela exposição da mucosa bucal, retal ou vaginal, durante
o ato sexual, amamentação ou por inoculação intravascular. Dentre os sintomas estão infecção
gripal, hipertermia, faringite, laringite e cefaléia; dores articulares e musculares; perda de peso,
astenia, suores noturnos, náuseas e vômitos; manchas na pele e candidíase bucal. Em portadores
que ainda não desenvolveram a sintomatologia, esta é diminuída ou inexistente. Entre as
manifestações bucais de maior relevância estão a candidíase, sarcoma de Kaposi, herpes simples,
ulcerações aftosas, gengivite e doenças periodontais. Este trabalho objetiva propor o esclarecimento
dos cuidados a serem tomados quando do manejo de pacientes com HIV-AIDS.
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* Alunas do 4º período de Odontologia da FACID.
** Mestre em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela FOA - UNESP. Docente do curso de Odontologia da FACID, NOVAFAPI e UFPI.
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA PARA PLANEJAMENTO DAS CIRURGIAS DE
TERCEIROS MOLARES INFERIORES INCLUSOS
Lara Eunice Cândido Soares*
Júlio César de Paulo Cravinhos**
Sérgio Antônio Pereira Freitas***
Pedro Victor Freire Leopoldino****
Um dente incluso é aquele que, chegada a época de sua erupção na arcada, não o faz, permanecendo imerso no
interior dos tecidos. Quando não é possível a sua devolução ao arco, estes órgãos dentais devem ser removidos
em virtude de apresentarem a possibilidade de transtornos de ordem mecânica, patológica ou neurológica. O
planejamento cirúrgico deve ser realizado de forma meticulosa, a fim de evitar acidentes e complicações pósoperatórias. O terceiro molar inferior apresenta uma característica peculiar de se localizar próximo do canal
mandibular, estrutura condutora de vasos sangüíneos, linfáticos e nervo alveolar inferior. Utilizando-se imagens
radiográficas convencionais, como a radiografia panorâmica, quando há relação de proximidade entre canal
mandibular e raízes do dente incluso, não se pode afirmar categoricamente que a imagem traduz uma situação
anatômica real, por conta da bidimensionabilidade da técnica. Com o intuito de evitar danos a esta estrutura, é
conveniente que o cirurgião-dentista solicite exames por imagem que possam dar idéia tridimensional, dissociando
as estruturas anatômicas de forma absoluta. A tomografia computadorizada oferece imagens que são extremamente
úteis no diagnóstico e planejamento, sendo o exame indicado nas situações onde há dúvida tanto na localização,
quanto na relação de proximidade do dente com estruturas anatômicas importantes.
____________
* Aluna do 8º período de Odontologia da FACID.
** Mestre em Clínica Odontológica pela UNICAMP. Docente do curso de Odontologia da FACID.
*** Docente do curso de Odontologia da NOVAFAPI.
**** Cirurgião-dentista pela UFPI.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
RADIOLOGIA EM ENDODONTIA
Jamylle Brasil Rocha da Paz*
Paulo Vasconcelos de Carvalho**
Aniele Carvalho Lacerda*
A endodontia é, das especialidades odontológicas, uma das que mais necessita de radiografias,
utilizando-as para o diagnóstico, durante as diversas fases do tratamento, assim como para a
proservação do caso. Apesar dos avanços na obtenção de imagens, as radiografias convencionais
ainda ocupam um lugar de destaque e por isso devem ser conhecidas por todos os profissionais,
para que assim possa tornar o tratamento mais seguro e tranqüilo. Deve-se ressaltar que estas são
utilizadas sempre como um exame complementar. Durante o tratamento endodôntico, a preocupação
inicial é reconhecer detalhes da anatomia endodôntica aliando conhecimentos anatômicos e técnicas
radiográficas extra e intrabucais. O objetivo deste trabalho é fazer uma abordagem geral do uso da
radiologia em endodontia.
____________
* Alunas do 8º período de Odontologia da UFPI.
** Doutor em Diagnóstico Oral pela FOB - USP. Docente do curso de Odontologia da FACID e UFPI.
ABORDAGEM INTERCEPTATIVA DO APINHAMENTO DENTÁRIO NA DENTIÇÃO MISTA RELATO DE CASO CLÍNICO
Heloísa Rufino Borges Santos*
Maria de Jesus Costa Cheuk Lau**
Suyá Moura Mendes*
Dentre as inúmeras alterações observadas durante o desenvolvimento das dentições destaca-se
o apinhamento dentário. De acordo com MOYERS (1991), o método de utilização do espaço disponível
é o fator-chave como auxiliar de diagnóstico na dentição mista. Este trabalho é um caso da Clínica
Infantil da Universidade Federal do Piauí, no qual foram realizados todos os exames de rotina, que
nos possibilitou a definição do diagnóstico da maloclusão Classe I de Angle, com falta de espaço
para o posicionamento dos incisivos permanentes inferiores. Propomos condutas interceptativas
como: Arco Lingual de Nance e extrações seqüenciadas para promover o auto-alinhamento dos
elementos dentários inferiores. E para a arcada superior planejamos a frenectomia, colocação da
placa superior com Arco de Hawley associado às molas linguais nos incisivos centrais.
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* Alunas do 9º período de Odontologia da UFPI.
** Mestre em Ortodontia pela UFRJ. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
315
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
ESTRESSE COMO FATOR DE RISCO NA ETIOPATOGENIA DA DOENÇA PERIODONTAL
Anaosana Soares Barroso*
Elonice Melo de Sousa**
José Arruda Linhares Neto*
Estudos na Periodontia têm demonstrado que a severidade e a progressão da doença periodontal
pode ser influenciada por fatores comportamentais, ambientais e genéticos. Dentre esses fatores,
têm-se destacado o estresse como possível fator de risco à doença periodontal. O estresse
excessivo associado aos eventos da vida dos indivíduos e às respostas fisiológicas orgânicas
pode alterar a defesa do hospedeiro. Isso porque o estresse emocional pode interferir com a
função imune normal, podendo resultar em um aumento dos níveis de hormônios circulantes, que
por sua vez, podem ter impacto ao periodonto. O estresse também poderia levar à progressão da
doença através dos seguintes mecanismos: negligência da higiene oral, aumento do fumo, alterações
endócrinas, supressão imunológica, mudança na dieta, bruxismo e alterações na circulação gengival.
Frente a estas características, este trabalho tem por objetivo realizar uma revisão de literatura das
manifestações bucais envolvidas na resposta ao estresse e como ele pode alterar a capacidade de
resposta ao tratamento periodontal realizado.
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* Alunos do 4º período de Odontologia da FACID.
** Mestre em Periodontia pela FOB - USP. Docente do curso de Odontologia da FACID.
EFICÁCIA DO USO DE ANTIBIÓTICO NAS CIRURGIAS DE TERCEIROS MOLARES INFERIORES
RETIDOS.
AVALIAÇÃO POR ANÁLISE MORFOMÉTRICA E/OU HISTOPATOLÓGICA
André Assunção Sampaio*
W alter Leal de Moura**
Rodolpho Valentini Neto***
Suyá Moura Mendes*
Antibióticos são substâncias que têm a propriedade de inibir o crescimento de microorganismos patogênicos ou
destruí-los. Têm sido largamente utilizados na prática clínico-cirúrgica, de forma terapêutica ou profilática. A
utilização de antibioticoterapia nas cirurgias de terceiros molares retidos é bastante controversa. Estudos afirmam
que a incidência de infecções pós-operatórias cirúrgicas está entre 1-5%, não justificando seu uso rotineiro. No
entanto, pesquisas relatam diferenças entre pacientes tratados com e sem antibioticoterapia. O objetivo da
presente pesquisa foi comparar, clinicamente, a necessidade de uso de antibiótico profilático nas cirurgias de
terceiros molares inferiores retidos. Foram selecionados 14 pacientes com indicação de exodontia dos terceiros
molares inferiores retidos, bilateralmente. Os pacientes tinham idade entre 15 e 30 anos, sem distinção de sexo ou
cor. As cirurgias foram divididas em dois grupos (lado direito ou esquerdo). No GRUPO 1 não foi utilizado
antibiótico e no GRUPO 2 foram utilizados 500mg de amoxicilina de 8/8 horas, por sete dias após o procedimento.
As medidas foram realizadas no pré-operatório e pós-operatório de 24h, 48h e 7 dias. A dor foi avaliada,
subjetivamente, através de escala analógica visual. Em relação à presença de infecção, foram verificadas a
temperatura corporal e presença de supuração.
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* Alunos do 6º período de Odontologia da UFPI.
** Doutor em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela FOA - UNESP. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
*** Docente do curso de Odontologia da UFPI.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
A UTILIZAÇÃO DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA NA ORTODONTIA
Juliana Nunes de Barros Mendes*
Olívia de Freitas Mendes**
O laser foi introduzido na Odontologia de forma gradual, despertando um misto de receio e fascinação
por parte de pesquisadores e clínicos. Atualmente, o avanço tecnológico e as inúmeras pesquisas
científicas disponibilizaram esta tecnologia na clínica odontológica como mais um recurso terapêutico.
O objetivo dos autores no presente estudo foi realizar uma revisão da literatura sobre a utilização
do laser de baixa potência (LPB) na Ortodontia. O LBP tem sido utilizado para potencializar a
movimentação dentária induzida ortodonticamente, aliviar a dor que pode estar associada a este
processo, bem como acelerar a regeneração óssea durante a expansão maxilar. Há também relato
de sua indicação no tratamento de lesões na mucosa da cavidade bucal durante o uso de aparelho
ortodôntico fixo. O laser eleito na maioria dos estudos é o de arsenieto de gálio e alumínio (Ga-AlAs). Apesar de representar uma perspectiva na otimização do tratamento ortodôntico, antes que o
laser possa ser integrado à prática ortodôntica de forma rotineira, ainda é necessária a realização
de novas pesquisas que estudem, especialmente, seu efeito na movimentação dentária induzida
ortodonticamente e esclareçam melhor seu mecanismo de ação.
____________
* Aluna do 8º período de odontologia da FACID.
** Mestre em Ortodontia pela UFRJ. Docente do curso de Odontologia da FACID e NOVAFAPI.
BRUXISMO: ETIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
Juliana Nunes de Barros Mendes*
Conceição de Maria Probo Alencar Batista**
Camilla Carvalho Ciarlini*
O bruxismo, hábito parafuncional de ranger os dentes, constitui um dos mais difíceis desafios para
a Odontologia Restauradora, sendo que a dificuldade para sua resolução aumenta de acordo com
a gravidade do desgaste produzido. A etiologia é bastante controversa, complexa e, com freqüência,
difícil de ser identificada. A maioria dos autores concorda que é multifatorial, podendo haver ou não
associação entre os fatores que podem ser de origem emocional, local, sistêmica, ocupacional, e
genética. Devido à seriedade desta condição, em termos de sofrimento, custo econômico e frustração
pessoal, o objetivo deste trabalho é orientar o cirurgião-dentista para o conhecimento sobre a
etiologia, o diagnóstico e a conduta frente aos comportamentos parafuncionais orais.
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* Alunas do 8º período de Odontologia da FACID.
** Especialista em Dentística Restauradora. Docente do curso de Odontologia da FACID.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
EXPANSÃO MAXILAR CIRURGICAMENTE ASSISTIDA SOB ANESTESIA LOCAL
Priscila Rêgo Martins de Deus*
Júlio César de Paulo Cravinhos**
Pollyanna Coelho Sousa*
A Odontologia visa, de uma forma geral, a promoção ou a manutenção da saúde do Sistema
Estomatognático nas suas diversas especialidades. A Ortodontia, com esse propósito, visa a
movimentação dental e a harmonização das bases ósseas com o intuito de obter uma oclusão
adequada e uma face harmônica do paciente. As deformidades esqueléticas dos maxilares trazem,
freqüentemente, transtornos aos resultados ortodônticos pelos métodos convencionais,
principalmente quando estas ocorrem em pacientes que já completaram sua fase de crescimento.
Para possibilitar a correta angulação e inclinação dos elementos dentais em suas respectivas
bases ósseas, e a relação ideal entre os arcos dentais e o maciço craniano em pacientes adultos
com severa atresia dos maxilares, a expansão cirúrgica da maxila tem demonstrado resultados
excelentes e estáveis como método auxiliar no tratamento ortodôntico. Este trabalho objetiva realizar
uma abordagem de um caso clinico, mostrando as indicações da cirurgia de ERM em pacientes com
crescimento facial cessado.
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* Alunas do 10º período de Odontologia da FACID.
** Mestre em Clínica Odontológica - Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela UNICAMP. Docente do curso de Odontologia da FACID.
PRÓTESE PARCIAL REMOVÍVEL ROTACIONAL: UMA ALTERNATIVA ESTÉTICA A TÉCNICA
CONVENCIONAL
Luana de Matos Dias*
Valdimar da Silva Valente**
Priscila Rêgo Martins de Deus*
A prótese é definida como a ciência e a arte que tratam da reposição das partes ausentes do corpo
humano por elementos artificiais. Quando aplicada à Odontologia, a ciência recebe o nome de
prótese dentária, repondo dentes e tecidos bucais faltantes restabelecendo assim, a parte funcional,
anatômica, fonética e estética, proporcionando saúde e conforto. O termo parcial é designado por
substituir um ou mais dentes e estruturas. Devido à possibilidade de remoção para sua higienização,
denomina-se de removível. Como regra geral, são indicadas para todos os casos parcialmente edentados,
desde que não haja contra-indicação, espaços protéticos múltiplos, extremidades livres ou bilaterais,
como prótese temporária e orientadoras nas reabilitações complexas, como meio de contenção de
dentes com mobilidade, necessidade de recolocação imediata de dentes anteriores (estética), como
protetor de implantes, auxiliar no tratamento ortodôntico e na área cirúrgica bucomaxilofacial. Uma
alternativa utilizada visando a estética em decorrência à ausência dos dentes anteriores é a prótese
parcial removível rotacional. Este tipo de prótese tem como princípio a dupla, curva ou rotacional via
de inserção, com simplificação do desenho, elim ina grampos e reduz o envolvim ento dos dentes,
melhorando a estética e possibilitando maior conforto ao paciente.
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* Alunas do 10º período de Odontologia da FACID.
** Especialista em Prótese Dentária. Docente do curso de Odontologia da FACID.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
FECHAMENTO DE FÍSTULA BUCOSINUSAL COM RETALHO VASCULARIZADO DE CORPO
ADIPOSO BUCAL
Kim Rafael Veloso da Silva*
Júlio César de Paulo Cravinhos**
Leanne Portela Leal*
Livia Aguiar Santos*
Um dos acidentes e complicações das exodontias é a comunicação ou fístula bucosinusal. Esta
ocorrência está associada à íntima relação de proximidade anatômica que os dentes superiores
posteriores guardam com o seio maxilar. O tratamento deve envolver a aplicação de antimicrobianos
locais e o fechamento cirúrgico da comunicação/fístula. Existem varias técnicas cirúrgicas a serem
empregadas: retalho vestibular, retalho palatino, retalho vestibular e palatino, e mais recentemente,
a utilização de enxerto vascularizado, do corpo adiposo bucal. Esta técnica oferece, como vantagens,
a preservação do suprimento vascular da região, a manutenção da profundidade do sulco vestibular
e possibilidade de que haja metaplasia dos tecidos enxertados. Esse trabalho tem como objetivo a
apresentação de um caso clínico em que esta técnica foi utilizada, apresentando suas vantagens
e desvantagens.
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* Alunos do 10º período de Odontologia da FACID.
** Mestre em Clínica Odontológica - Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela UNICAMP. Docente do curso de Odontologia da FACID.
EXAME FÍSICO INICIAL EM PACIENTE VÍTIMA DE TRAUMA FACIAL
Kim Rafael Veloso da Silva*
Júlio César de Paulo Cravinhos**
Leanne Portela Leal*
Erik Rezende Lima Texeira*
O paciente vítima de trauma facial deve, a fim de que seja estabelecido um diagnóstico final, ser
submetido a um exame clínico detalhado, onde serão investigadas as áreas injuriadas no intuito de
buscar regiões de irregularidades, degraus e criptações sugestivas de fraturas faciais. A face, é
então dividida em terço superior, médio e inferior. O cirurgião deve palpar inicialmente a área de
rebordo supra-orbitário, nariz, rebordo infra-orbitário, arco zigomático, pilar zigomático-maxilar,
maxila e dentes. Na mandíbula, toda sua extensão deve ser palpada. Um dos sinais característicos
das fraturas mandibulares é a alteração de oclusão, que deve ser atenciosamente observada pelo
examinador. O objetivo deste trabalho é mostrar os passos do exame físico a ser realizado no
paciente vítima de injúrias faciais.
____________
* Alunos do 10º período de Odontologia da FACID.
** Mestre em Clínica Odontológica - Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela UNICAMP. Docente do curso de Odontologia da FACID.
319
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
COMO VOCÊ CUIDA DA SAÚDE DA SUA BOCA?
ANÁLISE DA HIGIENE BUCAL DE UM GRUPO DE MORADORES DO BAIRRO DIRCEU
ARCOVERDE
Laís Cavalcante Turrini*
Fábio Quintino Nunes*
Aécio Moura Barbosa*
Dyna Mara Araújo Oliveira Ferreira*
Bruna Ferreira de Castro*
Márcia Adriana Lima Oliveira**
De acordo com a pesquisa intitulada: "Um olhar sócio-antropológico sobre a saúde bucal no bairro Dirceu Arcoverde"
realizada pelos acadêmicos de Odontologia bloco I, como parte do projeto FACID Solidária - na manhã de cidadania
em parceria com a Antena 10 no aniversário de Teresina - foram entrevistadas 142 pessoas cujo critério utilizado
foi o de serem moradores do respectivo bairro. No questionário aplicado, uma das questões se referiu à maneira
como cada informante cuida da saúde de sua boca, e, a partir desta, constatamos que de 142 pessoas entre
homens e mulheres de diversas faixas etárias, 133 responderam que cuidam da saúde desta utilizando a
escovação mais do que outros instrumentos relacionados à higiene bucal. A pesquisa realizada teve como método
de abordagem o indutivo e como método de procedimento os tipológicos e bioestatísticos com intuito de verificar
como os moradores cuidam da saúde bucal para reconhecer a fala destes e assim, poder propor palestras ou
atividades na área da prevenção eficiente e eficaz, por partirem os dados da realidade do grupo. Portanto, segundo
estes, pode-se perceber deficiências quanto ao cuidado da saúde bucal e propormos apresentar neste trabalho os
métodos possíveis e acessíveis de cuidados bucais a partir desta análise inicial, bem como as conseqüências da
falta de higiene adequada.
____________
* Alunos do 1º período de odontologia da FACID.
** Mestre em Antropologia pela UFPE. Docente dos cursos de Odontologia da FACID, CEUT e AESPI.
PROGRAMA PREVENTIVO PARA GESTANTES E BEBÊS - 9 ANOS DE IMPLANTAÇÃO
Karoenna Cardoso de Araújo Costa*
Marcoeli Silva de Moura**
Lúcia de Fátima Almeida de Deus Moura***
Bruno Leonardo Coelho dos Santos*
As doenças bucais, cárie e doenças periodontais, ainda atingem uma grande parcela da população
brasileira. Com a finalidade de atuar de forma mais efetiva nesses problemas, um grupo de professoras
da UFPI, em abril de 1997, implantou no Instituto de Perinatologia Social do Piauí o projeto de
extensão: PROGRAMA PREVENTIVO PARA GESTANTES E BEBÊS (PPGB). Ao transpor os muros da
universidade, o projeto teve a oportunidade de, no momento da visita da gestante ao obstetra e do
bebê ao pediatra para o controle periódico no pré-natal e nos primeiros anos de vida, respectivamente,
abordá-los para prevenção em Odontologia. Até março de 2003, o projeto era desenvolvido em duas
etapas: palestra às gestantes e atendimento educativo-preventivo a bebês de 0 a 3 anos de idade. A
partir desse período, as gestantes passaram a receber atendimento educativo-preventivo e cirúrgicorestaurador - "Pré-natal Odontológico", realizado por alunos formandos. De abril de 1997 a abril de
2006, 41.834 gestantes assistiram à palestra, 12.294 bebês fizeram a consulta inicial, 11.827 bebês
voltaram para consultas de retorno. Foram doados 8.256 escovas dentais, 4.251 cremes dentais e
realizadas 16.638 aplicações tópicas de flúor. Este trabalho tem por objetivo apresentar o PPGB, após
nove (9) anos de implantação.
____________
* Alunos do 6º período de Odontologia da UFPI.
** Doutora em Odontopediatria pela FOA - UNESP. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
*** Doutora em Ciências da Saúde pela UNB. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
320
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
APLICAÇÃO DA TÉCNICA ART MODIFICADA EM BEBÊS
Geórgia Wain Thi Lau*
Lúcia de Fátima Almeida de Deus Moura**
Marcoeli Silva de Moura***
Alise de Sousa Rodrigues*
O ART é uma técnica restauradora alternativa que foi endossada pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) desde 1994 e incluída como componente essencial dos Programas de Saúde Bucal. A técnica
é baseada na escavação e remoção do tecido cariado com a utilização de instrumentos de corte
manuais. Após o preparo cavitário, a cavidade é restaurada com cimento de ionômero de vidro (CIV).
A técnica ART faz parte da chamada Intervenção Mínima (IM), que tem como principal objetivo a
am pliação do tem po de vida do dente com menor operatória possível. A técnica ART dispensa
anestesias e não utiliza equipamentos odontológicos tradicionais que requeiram eletricidade. Com o
surgimento da referida técnica foram revistos alguns conceitos sobre o tratamento da doença cárie
dentária. Soares & Moura (1999) avaliaram o comportamento clínico da técnica ART em 16 bebês, de
ambos os gêneros, na faixa etária de 18 a 36 meses, freqüentadores do Projeto de Extensão da
Universidade Federal do Piauí: Programa Preventivo para Gestantes e Bebês (PPGB). As crianças
foram atendidas na posição Joelho a Joelho, sob iluminação indireta de lâmpadas fluorescentes de
teto e foi utilizado um CIV convencional. As autoras concluíram que apenas 18% das crianças não
colaboraram para execução da técnica e 68.3% apresentaram boa integridade após oito meses de
avaliação. O objetivo do presente trabalho é apresentar casos clínicos realizados com a técnica ART
modificada utilizando um CIV resinoso em crianças freqüentadoras do PPGB.
____________
* Alunas do 6º período de Odontologia da UFPI.
** Doutora em Ciências da Saúde pela UNB. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
*** Doutora em Odontopediatria pela FOA - UNESP. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO E UTILIZAÇÃO DE PRÁTICAS ROTINEIRAS DE SAÚDE
BUCAL PELOS PACIENTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
Aniele Carvalho Lacerda*
Raimundo Rosendo Prado Júnior**
Regina Ferraz Mendes***
Jamylle Brasil Rocha da Paz*
A necessidade de programar medidas eficientes na política de saúde pública, permitindo a orientação
e educação do indivíduo, envolvendo-o num processo de mudanças de hábitos e crenças para
atingir um nível de saúde bucal favorável levou a realização desta pesquisa que teve como objetivo
avaliar o conhecimento popular a as práticas cotidianas em saúde bucal de usuários das clínicas de
odontologia da UFPI. A abordagem metodológica quantitativa foi usada nesta pesquisa e a amostra
foi constituída de 120 entrevistas com 24 perguntas abertas relativas à percepção de seu estado
de saúde bucal, sendo agrupadas de acordo com assuntos referentes ao conhecimento de doenças
bucais, hábitos, prevenção e meios de repasse dos conhecimentos. O material analisado despertou
a atenção para hábitos rotineiros como escovação diária, uso do fio, visitas ao dentista como
práticas ineficazes quando considerados fatores socioeconômicos. Pôde-se concluir que o
conhecimento da população sobre o processo saúde-doença bucal é insuficiente para permitir a
manutenção por sua saúde, evidenciando a emergência de estratégias em educação para a saúde
bucal.
____________
* Alunas do 8º período de Odontologia da UFPI.
** Doutor em Dentística. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
*** Doutora em Dentística. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
321
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
AS ORIGENS DA HALITOSE EM PACIENTES IDOSOS
Rosita Marta Barroso Policarpo*
Karinne Sousa de Araújo**
Fabrício Martins de Brito*
Arianne Oliveira de Almeida*
Halitose é o odor desagradável relacionado a diversos fatores bucais e não bucais, fisiológicos ou
patológicos. Existem mais de 50 origens para a halitose, no entanto, na grande maioria dos casos
o mau hálito é fruto da formação da saburra lingual constituída por restos de alimentos, células
descamadas da mucosa e bactérias, onde estas se alimentam dessa matéria orgânica provocando
uma fermentação que libera CSV (Componente Sulfurados Voláteis) que é o responsável pelo odor
fétido. Pesquisas recentes mostram que por todo o mundo, a proporção de pessoas com mais de
60 anos de idade está crescendo mais rapidamente do que qualquer outro grupo etário; outras
mostram também que o percentual de portadores de halitose na terceira idade é alarmante devido
à associação de diversos fatores que agravam a sua incidência como a perda de unidades
dentárias, o uso freqüente de medicamentos, a senilidade de glândulas salivares, entre outros. O
objetivo do nosso trabalho é apontar as principais origens da halitose em pacientes idosos e os
meios existentes para combatê-la no intuito de melhorar a qualidade de vida desses pacientes,
assim como, prevenir prejuízos psicossociais causados por possíveis rejeições por parte da
sociedade e até de familiares.
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* Alunos do 4º período de Odontologia da FACID.
** Especialista em Morfologia. Docente do curso de Odontologia da FACID.
QUAIS OS ALIMENTOS MAIS CONSUMIDOS FREQÜENTEMENTE?
ANÁLISE DOS ALIMENTOS CARIOGÊNICOS MAIS CONSUMIDOS POR UM GRUPO DE
MORADORES DO BAIRRO DIRCEU EM TERESINA-PIAUÍ
Herculano Sá dos Guimarães Gonçalves*
Francisco Ferreira da Cruz*
Nayla Silva Perteira*
Samara Silva de Sousa*
Sulamita Cândida de Araújo*
Márcia Adriana Lima Oliveira**
Na pesquisa exploratória intitulada "Olhar sócio-antropológico sobre saúde bucal dos moradores do Bairro Dirceu
em Teresina - Piauí", realizada pelos acadêmicos de Odontologia dos blocos I e II, a partir da aplicação de um
questionário em que dentre os tópicos abordados, um teve como objetivo detectar, superficialmente, como estão
os moradores deste bairro no que diz respeito a seus hábitos alimentares e saber se sua dieta é rica em alimentos
muito cariogênicos ou não, foi constatado que neste bairro, na dieta relatada pelos seus moradores, predomina,
principalmente, entre os jovens, alimentos cariogênicos, tais como: bolo de chocolate, doces, biscoito recheado,
bombom, chocolate, arroz, bolo doce, refrigerante, etc. O que nos levou a desenvolver uma pesquisa bibliográfica
sobre os fatores nutricionais que são um dos precursores da doença cárie. Dos alimentos integrantes de nossa
alimentação, os açúcares, por serem fermentescíveis, ocupam primeiro posto na linha dos agentes causais da
cárie. Existem provas de que os monossacarídeos e dissacarídeos são, em geral, mais cariogênicos do que os
polissacarídeos; e de que os alimentos açucarados sólidos (caramelos, doces) são mais nocivos do que os
líquidos, tornando este trabalho relevante pela identificação através do método de procedimento tipológico das
categorias de análises dos alimentos mais consumidos pela comunidade em questão que podem ser utilizadas nas
campanhas preventivas a partir do conhecimento dos hábitos alimentares desta.
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* Alunos do 1º período de Odontologia da FACID.
** Mestre em Antropologia pela UFPE. Docente do curso de Odontologia da FACID, CEUT e AESPI.
322
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
CÁRIE É DOENÇA INFECTO-CONTAGIOSA OU NÃO?
O OLHAR DE UM GRUPO DE MORADORES DO BAIRRO DIRCEU SOBRE A CÁRIE ENQUANTO
DOENÇA TRANSMISSÍVEL EM TERESINA-PIAUÍ
Dayse Lima Silva*
Ivone Alves da Silva*
Fabianny Abimaela Sousa Araújo*
Wilmara Castro e Silva*
Magdália Karolyne Oliveira Lima Costa*
Shirley Maria Marques do Nascimento*
Isabel Santos de Moura Nunes*
Nayana Oliveira da Costa*
Márcia Adriana Lima Oliveira**
O presente trabalho é resultado da pesquisa exploratória intitulada "Olhar sócio-antropológico
sobre a saúde bucal dos moradores do bairro Dirceu - Teresina - Piauí", que teve no questionário
aplicado como um dos seus itens relevantes a busca do conhecimento dos moradores acerca da
cárie enquanto doença infecto-contagiosa. Para o desenvolvimento deste foram entrevistados
aleatoriamente 142 pessoas. Contudo, apenas 120 informantes responderam o item sobre a cárie
como doença infecto-contagiosa. O critério utilizado para a escolha dos informantes foi ser morador
do referido bairro. Como método de abordagem foi o indutivo e o de procedimento o tipológico e
bioestatístico. A cárie é uma doença infecto - contagiosa que é caracterizada pela presença de
bactérias cariogênicas, má higiene bucal e dieta rica em açúcar. "Cárie" é uma outra forma de se
denominar a deteriorização do dente. Esta é fortemente influenciada pelo estilo de vida do indivíduo
- o que se come, como se cuida dos dentes, a presença de flúor na água ingerida e o flúor no creme
dental. A hereditariedade também tem um papel importante na predisposição de seus dentes para se
deteriorarem. Embora as cáries sejam mais comuns em crianças, adultos também estão sujeitos a
elas. Assim sendo, a relevância deste trabalho consiste nos dados obtidos, pois de 120 pessoas
entrevistadas, concluímos que 61,63% conhecem a doença, 37,49% não sabiam que cárie é
doença e 0,83% já ouviram falar que cárie é infecto-contagiosa. Contudo, não utilizam as profilaxias
devidas, o que nos remete a uma reflexão sobre a importância do conhecer a fala dos moradores
acerca da cárie para desenvolver meios mais eficientes e eficazes de transformar as informações
passadas à comunidade através das campanhas preventivas em conhecimentos, fazendo o grupo
internalizar as informações, refletindo e vivenciando-as, modificando o quadro da cárie.
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* Alunas do 1º período de Odontologia da FACID.
** Mestre em Antropologia pela UFPE. Docente do curso de Odontologia da FACID, CEUT e AESPI.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
FLUOROSE DENTÁRIA EM ESCOLARES DE TERESINA - PI
Marianne Ribeiro Paes de Castro*
Marcoeli Silva de Moura**
Lúcia de Fátima Almeida de Deus Moura***
Luciene de Moura Alves*
O declínio da prevalência da cárie dentária em todo o mundo é um fato notório e está diretamente
relacionado ao uso de fluoretos em suas diversas formas. Como efeito colateral relacionado ao uso
de fluoretos, destaca-se a fluorose dentária, que se origina da exposição do germe dentário,
durante seu processo de formação a altas concentrações do íon flúor. Como conseqüência, têmse defeitos de mineralização do esmalte, com severidade diretamente associada à qualidade ingerida,
tempo de exposição, idade, peso e estado nutricional. Este trabalho teve por objetivo avaliar a
prevalência e severidade da fluorose em escolares de 12 anos de idade da rede pública de
Teresina. Sob luz natural, foram examinadas 374 crianças, utilizando-se o índice TF, por meio e
exame visual com auxílio de espelho bucal e sonda exploradora. A prevalência de fluorose encontrada
foi de 61% e os pré-molares foram os dentes mais afetados, com predomínio do grau 1 de severidade
da doença que se caracteriza como finas linhas brancas opacas cruzando a superfície dentária. A
prevalência de cárie dentária foi de 50%, com índice CPO-D médio de 1,5. Concluiu-se que a
prevalência da fluorose foi alta entre os escolares, entretanto com baixa severidade.
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* Alunas do 8 º período de Odontologia da UFPI.
** Doutora em Odontopediatria pela FOA - UNESP. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
*** Doutora em Ciências da Saúde pela UNB. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
A IMPORTÂNCIA DO AUTO-EXAME NA PREVENÇÃO DO CÂNCER BUCAL
Marina Leão Lima*
Simone Souza Lobão Veras Barros**
O câncer bucal é um problema de saúde pública no Brasil, apresentando elevada incidência e alta
taxa de morbimortalidade. Tendo como localizações preferenciais lábios, língua e assoalho da boca,
o câncer bucal tem como principais fatores de risco o tabagismo, o etilismo e a exposição excessiva
ao sol. Outros fatores potencializam a ação dos agentes carcinogênicos, como má higiene bucal,
dieta pobre em vitaminas (A, E, C) e irritantes crônicos à mucosa bucal. O diagnóstico precoce do
câncer de boca é essencial para o prognóstico da doença, que na maioria das vezes é diagnosticada
em estágio avançado, quando o tratamento é complexo e o prognóstico sombrio. O auto-exame da
boca é uma técnica simples, a custo zero, que facilita a detecção de lesões cancerizáveis e lesões
malignas incipientes. Assim, para que a luta contra o câncer bucal apresente resultados satisfatórios,
deve-se educar a população quanto à importância do auto-exame das estruturas bucais, bem como
conscientizar os profissionais da necessidade de realizar exames clínicos completos e criteriosos
de todos os pacientes. Os aspectos epidemiológicos e clínicos das lesões cancerizáveis e neoplasias
malignas orais serão abordados na apresentação deste trabalho.
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* Aluna do 4º período de Odontologia da UFPI.
** Mestre em Patologia Oral pela UFRN. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
HÁBITOS BUCAIS NÃO NUTRITIVOS NO PROGRAMA PREVENTIVO PARA GESTANTES E
BEBÊS
Arnaldo Alvarenga Peres Júnior*
Lúcia de Fátima Almeida de Deus Moura**
Marcoeli Silva de Moura***
Karoenna Cardoso de Araújo Costa*
Os hábitos de sucção podem ser classificados, quanto à capacidade de satisfazer necessidades em
nutritivo, que permite a obtenção de nutrientes essenciais e não nutritivo, que transmite sensação de
segurança e conforto. Este trabalho teve por objetivo avaliar o desenvolvimento de hábitos bucais não
nutritivos (HBNN) em crianças participantes do projeto de extensão da UFPI - Programa Preventivo
para Gestantes e Bebês (PPGB). No estudo realizado participaram 500 crianças com idade entre 0-3
anos. A amostra foi selecionada aleatoriamente, distribuída igualmente entre participantes do PPGB
(grupo experimental) e não participantes (grupo controle). Os dados foram coletados em questionário,
através de respostas fornecidas pelos responsáveis e exame clínico realizado por duas examinadoras,
anteriormente calibradas. Em ambos os grupos, a maioria das crianças, não possuíam HBNN e entre
os que possuíam, o mais freqüente foi sucção de chupeta (geralmente incentivado pela mãe/avó),
seguido pela sucção digital (normalmente espontâneo). O número de crianças que interromperam o
hábito bucal foi maior no grupo experimental, graças ao incentivo do PPGB, como observado na
maioria dos relatos. Quanto à forma de amamentação, os bebês que participam do PPGB tiveram um
período de amamentação natural maior, o que está diretamente relacionado com o menor número de
hábitos desenvolvidos.
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* Alunos do 6º período de Odontologia da UFPI.
** Doutora em Ciências da Saúde pela UNB. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
*** Doutora em Odontopediatria pela FOA - UNESP. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
DENTES NATAIS EM CRIANÇAS FREQÜENTADORAS DO PROGRAMA PREVENTIVO PARA
GESTANTES E BEBÊS - PPGB
Naira de Sousa Alencar*
Lúcia de Fátima Almeida de Deus Moura**
Marcoeli Silva de Moura***
Tatiana Rabelo Arnaud*
Dentes natais são aqueles que a criança apresenta no momento do nascimento. Segundo MASSLER
& SAVARA (2002) a frequência de ocorrência é de 1/2000 nascimentos e normalmente são dentes
da série normal (95%). A situação é mais freqüente no gênero feminino e na mandíbula. Os problemas
potenciais que podem apresentar as crianças portadoras de dentes natais são a possibilidade de
ferir o seio da mãe durante a amamentação, a deglutição ou aspiração do dente e ulcerações na
base da língua, situação denominada de Riga Fede, cujas características são ulcerações necróticas
elevadas, endurecidas e circundadas por halo eritematoso. As causas da erupção precoce dos
referidos dentes não são conhecidas e ocorrências familiares têm sido relatadas com frequência,
mas não está comprovada a característica hereditária. A relação desses dentes a determinadas
condições sistêmicas também não foi estabelecida (TOLEDO, 2005). O objetivo do presente estudo
é apresentar casos clínicos de crianças portadores de dentes natais, freqüentadoras do programa
de extensão da UFPI - Programa Preventivo para Gestantes e Bebês.
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* Alunas do 5º período de Odontologia da UFPI.
** Doutora em Ciências da Saúde pela UNB. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
*** Doutora em Odontopediatria pela FOA - UNESP. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
CONHECIMENTOS E PRÁTICAS EM SAÚDE BUCAL DE MÃES QUE FREQÜENTARAM UM
PROGRAMA ODONTOLÓGICO DE ATENÇÃO MATERNO-INFANTIL
Tatiana Rabelo Arnaud*
Marcoeli Silva de Moura**
Lúcia de Fátima Ameida de Deus Moura***
Naira de Sousa Alencar*
O objetivo do estudo foi avaliar a assimilação e as práticas preventivas em saúde bucal adotadas
por mães de crianças que freqüentaram um programa odontológico de atenção materno-infantil. O
Programa Preventivo para Gestantes e Bebês (PPGB) é um programa de extensão da Universidade
Federal do Piauí (UFPI) que tem como meta a conscientização de gestantes e mães de crianças de
zero a 36 meses, para adoção de hábitos favoráveis à saúde bucal. Foi realizada uma seleção
aleatória de fichas clínicas de crianças que tinham participado do PPGB e, através destas fichas,
foram enviadas cartas às mães. Houve um retorno de 281 mães que responderam a entrevistas
que continham questões acerca dos temas abordados pelo programa. Pelos resultados obtidos
pôde-se concluir que as mães freqüentadoras do PPGB mostraram-se informadas e adotam, no
âmbito familiar, práticas de saúde favoráveis ao controle e prevenção de doenças bucais.
____________
* Alunas do 5º período de Odontologia da UFPI.
** Doutora em Ciências da Saúde pela UNB. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
*** Doutora em Odontopediatria pela FOA - UNESP. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
COMO TRATAR DENTES COM RIZOGÊNESE INCOMPLETA
Lara Eunice Cândido Soares*
Luciana Saraiva e Silva**
O tratamento endodôntico de dentes com rizogênese incompleta é um dos grandes desafios da
prática clínica. A maior dificuldade encontra-se em realizar o protocolo terapêutico da obturação do
canal devido à ausência de anteparo apical. A apicificação, tratamento eleito para esses casos, é
a indução do fechamento do forame apical pela formação de uma barreira mineralizada que manterá
o material obturador dentro do canal dentinário. A literatura relata que a medicação intracanal com
maior suporte científico para promover essa apicificação é o hidróxido de cálcio. Atualmente, um
material denominado Agregado de Trióxido Mineral (MTA) foi desenvolvido com o objetivo de selar
comunicações entre o sistema de canais radiculares e superfícies externas aos dentes em todos
os níveis, aplicando-se aos casos de rizogênese incompleta. Objetiva-se, com este trabalho, a
abordagem dos aspectos clínicos e manobras que favoreçam a indução da formação apical.
____________
* Aluna do 8º período de Odontologia da FACID.
** Doutora em Endodontia pela FOP - UFPE. Docente do curso de Odontologia da FACID.
326
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
ACIDENTES E COMPLICAÇÕES NO TRATAMENTO ENDODÔNTICO OCORRIDOS DURANTE A
FASE DA INSTRUMENTAÇÃO
Diogo Rêgo da Silva*
Luciana Saraiva e Silva**
Jânio Antônio Silva e Sousa*
Maria Teresa Guido da Silva*
Todas as etapas do tratamento endodôntico são cruciais para o sucesso do procedimento, porém
a fase de instrumentação dos canais radiculares tem grande importância, pois visa remover seu
conteúdo séptico ou asséptico, oferecendo uma conformação cônica adequada para favorecer a
obturação. Não raro, ocorrem acidentes e complicações que dificultam e/ou impossibilitam a solução
do tratamento, devido à falta de conhecimento das características anatômicas dos dentes, da falta
de habilidade manual por parte do profissional, provocando formação de degrau, desvio apical
("zip"), deformação do forame, desgaste da parede lateral do canal, sub-instrumentação, sobreinstrumentação e fratura de instrumentos; associados a aspectos inerentes ao tratamento que
dificultam sua realização como inacessibilidade visual do campo de trabalho, presença de fatores
fisiológicos como curvaturas radiculares, canais atrésicos ou calcificados, rizogênese incompleta
tornando mais difícil a solução do tratamento. Os casos de acidentes e complicações que causam
iatrogenias são prevalentes para todos os profissionais, independente da sua experiência clínica,
sendo os acidentes aqueles que ocorrem na maioria dos casos. Objetiva-se, com este trabalho,
apontar os acidentes e complicações mais comuns no tratamento endodôntico provenientes da
etapa da instrumentação bem como sua abordagem terapêutica.
____________
* Alunos do 6º período de Odontologia da FACID.
** Doutora em Endodontia pela FOP - UFPE. Docente do curso de Odontologia da FACID.
MICROABRASÃO DO ESMALTE COMO AMPLIAÇÃO DAS RESOLUÇÕES DE TRATAMENTO
DAS ALTERAÇÕES DE COR DENTAL
Lívia Maria Silva Teixeira*
Caroline de Deus Tupinambá Rodrigues**
Marcela Daniel Vilas Boas*
Alessandro Ribeiro Gonçalves***
A observação de harmonia de cor entre os elementos dentais representa um aspecto imprescindível
para obtenção de sorrisos atraentes. A cor dos dentes, apesar de ser apenas um dos vários
fatores que concorrem para o equilíbrio do sorriso, constitui um aspecto importante, pois a desarmonia
de cor pode ser imediata e rapidamente percebida quando são envolvidos elementos dentais
aparentes do sorriso. Os problemas de alteração de cor dos elementos dentais possuem várias
etiologias e intensidades, o que torna sua resolução nem sempre simples e fácil. Os tratamentos
das alterações de cor podem ser divididos em restauradores (restaurações de resinas compostas,
facetas laminadas, coroas, próteses) e não-restauradores (microabrasão, clareamento dental). A
técnica de microabrasão do esmalte apresenta-se com uma opção de tratamento conservadora,
segura e de simples execução, que pode alcançar excelentes resultados quando corretamente
indicada. A divulgação desta técnica apresenta-se ainda acanhada, quando comparada a outras
como, por exemplo, o clareamento. O desconhecimento ou insegurança na aplicação da técnica de
microabrasão afunila as opções de tratamentos de alterações de cor conservadores. O presente
trabalho se propõe a discorrer sobre a técnica de microabrasão do esmalte, abordando indicações,
limitações,
vantagens e desvantagens.
____________
* Alunas do 7º período de Odontologia da UFPI.
** Mestre em Dentística pela FOA - UNESP. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
*** Doutor em Reabilitação Oral pela UNESP. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
RADIOLOGIA EM ENDODONTIA
Jamylle Brasil Rocha da Paz*
Paulo Vasconcelos de Carvalho**
Aniele Carvalho Lacerda*
A endodontia é, das especialidades odontológicas, uma das que mais necessita de radiografias,
utilizando-as para o diagnóstico, durante as diversas fases do tratamento, assim como para a
proservação do caso. Apesar dos avanços na obtenção de imagens, as radiografias convencionais
ainda ocupam um lugar de destaque e por isso devem ser conhecidas por todos os profissionais,
para que assim possa tornar o tratamento mais seguro e tranqüilo. Deve-se ressaltar que estas são
utilizadas sempre como um exame complementar. Durante o tratamento endodôntico, a preocupação
inicial é reconhecer detalhes da anatomia endodôntica aliando conhecimentos anatômicos e técnicas
radiográficas extra e intrabucais. O objetivo deste trabalho é fazer uma abordagem geral do uso da
radiologia em endodontia.
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* Alunas do 8º período de Odontologia da UFPI.
** Doutor em Diagnóstico Oral pela FOB - USP. Docente do curso de Odontologia da FACID e UFPI.
ALTERAÇÕES DE COR E AS TÉCNICAS ATUAIS PARA SUA RESOLUÇÃO
Jamylle Brasil Rocha da Paz*
Raimundo Rosendo Prado Júnior**
Aniele Carvalho Lacerda*
Independentemente do fator etiológico que leve ao escurecimento de um único dente anterior ou de
um grupo de dentes ser apenas um dos vários fatores que concorrem para o equilíbrio estético do
sorriso, constitui o fator isolado mais importante neste equilíbrio, por ser a desarmonia de cor mais
imediata e rapidamente percebida do que outras anormalidades. A resolução deste problema nem
sempre é fácil e simples. Além da abordagem restauradora, o clínico pode, em casos selecionados
nos quais a estrutura dental está predominantemente preservada, optar pela reversão da alteração
de cor por meio da aplicação de técnicas de clareamento dental. Atualmente, o universo de agentes
para clareamento de dentes se amplia dia-a-dia, sendo que cada grupo de materiais tem um
protocolo e uma finalidade de uso particulares. Este trabalho tem como objetivo relatar os diferentes
tipos de alterações de cor, bem como seus possíveis fatores etiológicos, dando ênfase aos
fundamentos e aplicações clínicas das técnicas atuais de clareamento dental em geral.
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* Alunas do 8º período de Odontologia da UFPI.
** Doutor em Dentística. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
328
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
ASSOCIAÇÃO DE TÉCNICAS CONSERVATIVAS PARA SOLUÇÃO DE ALTERAÇÃO DE COR
DENTAL - RELATO DE CASO CLÍNICO
Marcela Daniel Vilas Boas*
Caroline de Deus Tupinambá Rodrigues**
Alessandro Ribeiro Gonçalves***
Lívia Maria Silva Teixeira*
A presença de manchas e de alterações na cor dos dentes pode promover prejuízo à aparência
estética do sorriso. Os problemas relativos à cor dos dentes apresentam diversas etiologias e
localizações, envolvendo um único dente, um grupo de dentes ou, de forma generalizada, todos os
dentes. Quanto à profundidade das manchas nos tecidos dentários, podem estar restritas ao
esmalte, superficialmente ou em maior profundidade; apenas na dentina, superficialmente ou em
maior profundidade; envolver toda a espessura de um dos tecidos ou, ainda, atingir ambos os
tecidos dentários em diferentes proporções. Para a resolução dos problemas de alterações de cor,
técnicas conservativas não restauradoras, como o clareamento dental e a microabrasão do esmalte,
são empregadas na prática clínica. A microabrasão do esmalte é uma técnica indicada para remoção
de manchas localizadas superficialmente no esmalte, enquanto, no clareamento dental, a ação dos
agentes clareadores é mais ampla, atuando na parte orgânica tanto do esmalte como da dentina. A
associação destes métodos permite obtenção de resultados positivos na resolução dos problemas
de alteração de cor dental. O presente trabalho tem como objetivo a apresentação de um caso
clínico em que a conjunção dos procedimentos contribuiu para obtenção de um sorriso mais estético.
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* Alunos do 7º período de Odontologia da UFPI.
** Mestre em Dentística pela FOA - UNESP. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
*** Doutor em Reabilitação Oral pela UNESP. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
TÉCNICAS DE FOTOPOLIMERIZAÇÃO DE RESINAS COMPOSTAS: VANTAGENS E
DESVANTAGENS
Railla Reginne Feitosa Santos*
Valéria de Deus Leopoldino**
Maryelle da Silva Moura*
Em 1970, materiais ativados por luz ultravioleta foram apresentados e seu desenvolvimento foi um
grande avanço para a odontologia, porém esse tipo de fonte de luz apresentava alguns inconvenientes
como profundidade limitada de polimerização e possíveis efeitos deletérios dos raios ultravioletas.
Em substituição a estas fontes surgiram, então, as fontes de luz visíveis com o objetivo de contornar
as deficiências e limitações apresentadas pela fonte de luz ultravioleta. A introdução das resinas
polimerizáveis representou um marco na dentística conservadora por apresentar maiores vantagens,
entre as quais, maior tempo de trabalho, resistência e estabilidade de cor. No entanto, mesmo com
a melhoria em suas propriedades, alguns fatores indesejáveis continuam presentes, como a contração
de polimerização e alterações volumétricas, provocadas pelas variações térmicas, podendo levar
a desajuste na interface dente-restauração com conseqüência infiltração marginal. A adaptação
marginal é influenciada pelo preparo cavitário, técnica de condicionamento ácido, uso de adesivo,
técnicas de inserção e polimerização, procedimento de acabamento e próprio material restaurador.
Atualmente existem disponíveis no mercado vários aparelhos fotopolimerizadores, assim como são
preconizadas diferentes técnicas de utilização, com intuito de minimizar os efeitos indesejáveis da
contração de polimerazição. Neste contexto, o objetivo deste trabalho é expor sobre técnicas de
fotopolimerização demonstrando suas vantagens e desvantagens.
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* Alunas do 8º período de Odontologia da FACID.
** Mestre em Clínica Integrada pela USP. Docente do curso de Odontologia da FACID e NOVAFAPI.
329
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
TRATAMENTO DE DISFUNÇÃO CRANIOMANDIBULAR UTILIZANDO PLACA DENTADA SOBRE
PRÓTESE TOTAL
Marcelo Breno Meneses Mendes*
Alessandro Ribeiro Gonçalves**
Caroline de Deus Tupinambá Rodrigues***
André Assunção Sampaio*
Na clínica odontológica diária, é freqüente encontrarmos pacientes que apresentam sintomas de
disfunção craniomandibular, mesmo entre os pacientes que utilizam próteses totais. Isso ocorre
principalmente devido à perda de dimensão vertical por desgaste dos dentes, problemas oclusais,
hábitos parafuncionais e técnica incorreta de confecção. Esse trabalho tem por objetivo descrever
o caso clínico da paciente I.A., de 43 anos, que durante o exame clínico relatava dores fortes e
contínuas no lado direito da face, com duração de um ano. A paciente era usuária de prótese total
dupla há 14 anos e, na tentativa de solucionar o problema, substituiu a prótese superior fazia cinco
meses. Na fase final do fechamento bucal apresentava movimento mandibular látero-protusivo
para direita. Havia sensibilidade na região lateral e posterior à cápsula articular e nos músculos
pterigóideo lateral esquerdo, masseter direito e pterigóideo medial direito. O caso foi diagnosticado
como retrodiscite acompanhado de mialgia devido a um deslocamento condilar pelo uso de próteses
inadequadas. Como solução, foi construída uma placa oclusal reposicionadora de resina acrílica e
fixada à dentadura inferior da paciente. Uma semana após a instalação, observou-se remissão
quase total da sintomatologia dolorosa.
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* Alunos do 6º período de Odontologia da UFPI.
** Doutor em Reabilitação Oral pela UNESP. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
*** Mestre em Dentística pela UNESP. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO DA DIMENSÃO VERTICAL DE OCLUSÃO (DVO) NA FASE
INICIAL DE TRATAMENTOS PROTÉTICOS
Bruno Leonardo Silva Dantas*
Stella Noronha Campos Mendes**
Marianne Ribeiro Paes de Castro*
Heline Leal de Oliveira*
A avaliação da condição oclusal do paciente é um ponto inicial para se observar a perda ou
alteração da Dimensão Vertical de Oclusão (DVO), sendo fundamental saber diferenciar diversos
tipos de desgaste, assim como alterações oclusais devido à perdas dentárias e tratamentos
iatrogênicos. Deve ser observado no exame clínico inicial e não subestimada em qualquer tratamento
restaurador protético. A análise da DVO, juntamente com a observação da condição oclusal do
paciente, fornece diretrizes para planejamento do tratamento mais adequado, pois muitas vezes
não há espaço suficiente para restauração da função e estética. Em alguns casos, é muito difícil
determinar se um indivíduo apresenta realmente perda da dimensão vertical por desgastes oclusais
ou se estes foram compensados pela lenta extrusão dentária. As características estéticas e faciais
do paciente, assim como sua idade, têm igual relevância neste diagnóstico inicial. Esse trabalho visa
discutir sobre a associação de diversos métodos para determinação da DVO ideal, tais como
avaliação da perda de suporte posterior e da fonética, história de desgaste dentário, distância
interoclusal e aparência facial do paciente, fatores primordiais para a realização do caso.
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* Alunos do 8º período de Odontologia da UFPI.
** Mestre em Reabilitação Oral pela FOB - USP. Docente do curso de Odontologia da NOVAFAPI.
330
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
ADESIVOS AUTO-CONDICIONANTES
Karoenna Cardoso de Araújo Costa*
Raimundo Rosendo Prado Júnior**
Arnaldo Alvarenga Peres Júnior*
Joarlene de Moura Soares*
A preocupação da Odontologia Restauradora em devolver ao dente sua integridade funcional,
estrutural e estética a partir de materiais capazes de se unir à estrutura dentinária o mais próximo
possível da união molecular (diminuindo a infiltração marginal), promoveu o surgimento e um aumento
na utilização clínica de sistemas adesivos simplificados auto-condicionantes ou self-etching primer.
A recente inovação desses sistemas auto-condicionantes é que apresentam, na sua composição,
ácidos fracos que desmineralizam a estrutura dentinária, sem a necessidade de lavagem posterior,
e, simultaneamente, incorporam microcomponentes resinosos no interior da dentina, com formação
de camada híbrida menos espessa e mais uniforme (CASSONI et al., 2001). Assim, este trabalho
visa mostrar a utilização dos sistemas adesivos auto-condicionantes.
____________
* Alunos do 6º período de Odontologia da UFPI.
** Doutor em Dentística. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
UTILIZAÇÃO DO PAPACÁRIE PARA REMOÇÃO QUÍMICOMECÂNICA DE DENTINA CARIADA
NA CLÍNICA INFANTIL
Francymara Barbosa de Oliveira*
Márcia Regina Soares Cruz Ferraz**
Roberta da Silveira Amorim*
Francisca Elaine Cristina Marques Bezerra***
O Papacárie é um gel à base de papaína, uma enzima proveniente do látex das folhas e frutos do
mamão verde adulto. Este produto foi lançado no mercado odontológico em 2003 e, desde então,
tem sido alvo de pesquisas clínicas e laboratoriais. Segundo a literatura, a papaína interage com o
colágeno parcialmente degradado do tecido necrosado da lesão de cárie, provocando um
amolecimento adicional deste tecido e facilitando assim a sua remoção. Uma grande publicidade tem
sido feita acerca deste produto, relatando inúmeras vantagens na sua utilização na clínica
odontopediátrica, como a desnecessidade do uso de anestesia local, a maior rapidez na remoção
do tecido cariado e, principalmente, a não utilização de brocas. O presente estudo objetiva avaliar,
através de uma revisão de literatura e da experiência com a utilização do produto na Clínica Infantil
da FACID, as vantagens, desvantagens e aplicabilidade deste novo material no atendimento de
crianças.
____________
* Alunas do 10º período de Odontologia da FACID.
** Mestre em Ciências e Saúde pela UFPI. Docente do curso de Odontologia da FACID.
*** Aluna do 8º período de Odontologia da FACID.
331
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
INDICAÇÕES DE TERAPIA COM PLACA MIORRELAXANTE E TÉCNICA DE CONFECÇÃO MÉTODO INDIRETO
Joyciana Ferreira de Araújo*
Alessandro Ribeiro Gonçalves**
Caroline de Deus Tupinambá Rodrigues***
Joarlene de Moura Soares*
Os aparelhos oclusais miorrelaxantes, indicados mais freqüentemente para casos de hiperatividade
muscular, fazem parte de um tratamento usual em odontologia. Embora o sucesso ou falha da
terapia com placa oclusal miorrelaxante resulte de uma correta indicação, seleção do tipo de
material, confecção e ajuste da placa e cooperação do paciente, seu êxito está em torno de 70 a
90% dos sintomas das desordens temporomandibulares. A finalidade dessas placas é reduzir a
atividade excessiva dos músculos; estabilizar a mandíbula simulando condições ideais de oclusão;
e descomprimir a articulação temporomandibular. Dessa forma, este trabalho visa rever as indicações
e descrever (mostrar) a técnica de confecção e ajuste das placas oclusais de estabilização pelo
método indireto.
____________
* Alunas do 6º período de Odontologia da UFPI.
** Doutor em Reabilitação Oral pela UNESP. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
*** Mestre em Dentística pela FOA - UNESP. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
ABORDAGEM CLÍNICA INTEGRADA DA PERDA PRECOCE DE DENTES DECÍDUOS - RELATO
DE CASOS CLÍNICOS
Francymara Barbosa de Oliveira*
Alexandre Monteiro da Silva**
Olívia de Freitas Mendes***
Márcia Regina Soares Cruz Ferraz****
Embora a prevalência da doença cárie tenha se reduzido nas últimas duas décadas, as lesões
cariosas ainda se constituem no principal fator etiológico local de má oclusão. A perda precoce de
molares decíduos pode levar à diminuição do comprimento do arco, comprometendo o equilíbrio do
sistema estomatognático. Por outro lado, a perda precoce de dentes anteriores implica em alterações
funcionais (fonação e deglutição) e estéticas, com repercussões no ajustamento social da criança.
Os autores relatam um caso clínico de uma criança com 6 anos de idade, do gênero masculino,
atendido na Clínica Infantil da FACID com quadro avançado da doença cárie. O controle da atividade
de cárie foi realizado através de abordagens não-invasivas (fluorterapia, controle profissional e
caseiro de placa e orientações sobre dieta) e invasivas (procedimentos cirúrgico-restauradores).
O tratamento reabilitador consistiu na confecção de aparelhos mantenedores de espaço,
restabelecendo a função e a estética.
____________
* Aluna do 10º período de Odontologia da FACID.
** Especialista em Ortodontia. Docente do curso de Odontologia da FACID.
*** Mestre em Ortodontia pela UFRJ. Docente do curso de Odontologia da FACID e NOVAFAPI.
**** Mestre em Ciências e Saúde. Docente do curso de Odontologia da FACID.
332
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
DISTRAÇÃO OSTEOGÊNICA ALVEOLAR
Renato da Costa Ribeiro*
Walter Leal de Moura**
Isabella Caroline Nascimento de Meneses*
Rodolpho Valentini Neto***
Segundo Ilizarov, a distração osteogênica é uma estratégia utilizada para reconstrução do esqueleto
e aumento ósseo, sem a necessidade de enxerto, tendo seus princípios fundamentados na
capacidade intrínseca de alguns tecidos vivos de crescerem quando submetidos à tensão provocada
por tração lenta e contínua. Coube a este mesmo cientista realizar a maior parte das pesquisas
clínicas e biológicas referentes ao método. A partir de 1992, a osteodistração foi aplicada no
complexo maxilo-mandibular e, atualmente, se tornou medida viável e necessária para tratamento
de deformidades maxilofaciais. A distração osteogênica alveolar é a aplicação da técnica para o
crescimento ósseo gradual de rebordo alveolar atrófico, onde, guardadas as limitações, oferece
condições ótimas para a reabilitação por implantes ósseo integrados. O objetivo deste trabalho é
informar os acadêmicos e profissionais da odontologia sobre a distração osteogênica alveolar
como forma previsível e viável de regeneração óssea dos rebordos alveolares para reabilitação
oral.
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* Alunos do 7º período de Odontologia da UFPI.
** Doutor em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela FOA - UNESP. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
*** Docente do curso de Odontologia da UFPI.
TÉCNICAS MUCOGENGIVAIS - CIRURGIA PLÁSTICA PERIODONTAL PARA RECOBRIMENTO
RADICULAR
Railla Reginne Feitosa Santos*
Eduardo Sousa de Lobão Veras**
Maryelle da Silva Moura*
A cirurgia mucogengival e definida como "procedimentos de cirurgia plástica" para corrigir defeitos
na morfologia, na posição ou na quantidade de gengiva ao redor dos dentes (Glossário de Termos
Periodontais, 1992). O termo cirurgia plástica periodontal foi sugerida por Miller (1993) para estes
procedimentos e foi definida por Word Workshop in Periondontics como sendo processos cirúrgicos
realizados para prevenir ou corrigir defeitos de gengivas, mucosa alveolar e osso causados por
fatores anatômicos, de desenvolvimento, traumático ou induzidos por doenças. A ocorrência de
problemas mucogengivais está associada, em geral, a características morfológicas onde associadas
com outros fatores locais podem provocar recessões gengivais e suas diversas conseqüências
como: comprometimento estético, hipersensibilidade de colo dental, cárie radicular, dentre outros.
Por esse motivo as técnicas cirúrgicas para recobrimento radicular têm evoluído e estão sendo
largamente utilizadas atualmente com grande previsibilidade quando indicadas corretamente. A
seleção da técnica para recobrimento depende das características da ressecção, do posicionamento
dentário e demais características locais da área estando essencialmente ligada ao sucesso do
tratamento. O presente trabalho se propõe a discutir as indicações e principais técnicas cirúrgicas
mucogengivais utilizadas, para recobrimento de raízes expostas.
____________
* Alunas do 8º período de Odontologia da FACID.
** Mestre em Educação pela UFPI. Docente do curso de Odontologia da FACID e NOVAFAPI.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE ARTIFÍCIOS ORTODÔNTICOS - BRAQUETE,
BOTÃO E TELA - COLADOS EM PRÉ-MOLARES COM RESINA AUTOPOLIMERIZÁVEL ESTUDO "IN VITRO"
André Assunção Sampaio*
Walter Leal de Moura**
Simei André da Silva Rodrigues Freire***
Rodolpho Valentini Neto***
Retenção dentária é uma fisiopatologia onde o dente, estando em seu momento fisiológico de
erupção, apresenta algum impedimento para realizá-la. O tratamento cirúrgico-ortodôntico visa
deslocar o dente para a correta posição na arcada, s em lesionar os dentes adjacentes,
restabelecendo a estética e a função. A técnica preferida é a colagem direta de botões, braquetes
e telas ortodônticas para a tração de dentes inclusos, pois exigem menor extensão cirúrgica e
remoção tecidual para acesso coronário. Esta pesquisa analisou a intensidade da força aplicada ao
conjunto dente/artifício/fio de amarrilho, pelo tracionamento, observando o local do rompimento.
Utilizaram-se 45 pré-molares, conservados em soro fisiológico, divididos em 3 grupos (15 com
braquetes, 15 com botões e 15 com tela). Os dentes foram fixados em canos PVC no resina acrílica
e os acessórios fixados ao dente com resina autopolimerizável. Após a colagem dos acessórios,
os conjuntos foram conservados em soro e os testes realizados após 72 horas, utilizando um
sensor de força e o software Logger Pro. Como resultado, observou-se que o braquete apresentou
maior resistência à tração (44,6 N), seguido pelo botão (44,2 N) e tela (32,0 N).
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* Aluno do 6º período de Odontologia da UFPI.
** Doutor em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela FOA - UNESP. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
*** Docentes do curso de Odontologia da UFPI.
PROTOCOLO PARA UTILIZAÇÃO DOS INIBIDORES DAS CICLOXIGENASES EM
ODONTOLOGIA
Aline Cristina Andrade dos Santos*
Ana Cristina Vasconcelos Fialho**
Sílvia Araújo Silva*
A grande maioria das algias odontológicas tem sua etiologia nos processos inflamatórios. Portanto,
o conhecimento do mecanismo de ação dos fármacos antiinflamatórios, principalmente as drogas
do grupo não-esteróides (AINEs), assim como suas posologias, são de importância para que
possamos apresentar aos pacientes uma opção terapêutica segura e rápida no controle dos
problemas advindos da inflamação. É importante ressaltar que, só se indicam esses fármacos
quando as manifestações clínicas (dor, edema, trismo, limitação funcional) suplantam o benefício da
regeneração tecidual determinado pela reação inflamatória. São preferencialmente indicados os
antiinflamatórios não esteroidais, porque são drogas sintomáticas que não alteram a história natural
da doença, por ter maior experiência de uso, menor custo e maior comodidade de administração.
Sendo que sua ação inflamatória decorre da inibição de síntese de prostaglandina, efetuada mediante
inativação das cicloxigenases constitutiva (COX-1) e induzível (COX-2). Este trabalho tem como
objetivo apresentar um protocolo para utilização dos inibidores das cicloxigenases na odontologia,
visando um melhor resultado terapêutico sem alterar ou prejudicar o sistema do paciente, assim
como orientar os profissionais quanto a prescrição dos mesmos.
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* Alunas do 4º período de Odontologia da FACID.
** Mestre em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela FOA - UNESP. Docente do curso de Odontologia da FACID, NOVAFAPI e UFPI.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
FREQUÊNCIA DE INJEÇÃO INTRAVASCULAR DE ANESTESIA DOS NERVOS ALVEOLAR
INFERIOR, LINGUAL E BUCAL
André Assunção Sampaio*
Walter Leal de Moura**
Simei André da Silva Rodrigues Freire***
Rodolpho Valentini Neto***
O risco de injeções anestésicas intravasculares inadvertidas é freqüentemente mencionado na
literatura odontológica. O teste de aspiração minimiza a possibilidade de injeção intravascular,
determinando se a extremidade da agulha está dentro de um vaso sangüíneo. Injeções intravasculares
podem levar a falhas na anestesia, além de efeitos adversos como desmaio, palidez, palpitações,
taquicardia e vômito. Os efeitos sistêmicos dos anestésicos podem ser prevenidos evitando-se
altos níveis plasmáticos e confinando a droga no local da injeção por mais tempo possível. Assim,
o melhor modo de evitar as reações tóxicas a anestésicos locais é assegurar-se que a droga foi
depositada extravascularmente. Isso é garantido utilizando-se uma técnica de aspiração. Injeções
intravasculares podem ocorrer em qualquer bloqueio nervoso intra-oral, mas é mais provável nos
bloqueios dos nervos alveolar inferior, lingual e bucal. O conhecimento da anatomia, bem como a
realização da técnica de aspiração, reduzem a incidência de superdosagem por injeção intravascular
inadvertida. Este projeto de pesquisa tem como objetivo verificar a freqüência de injeções
intravasculares durante anestesia dos nervos alveolar inferior, lingual e bucal, utilizando a técnica
de
SMITH.
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* Aluno do 6º período de Odontologia da UFPI.
** Doutor em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela FOA - UNESP. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
*** Docentes do curso de Odontologia da UFPI.
REMOÇÃO CIRÚRGICA DE EXOSTOSE
RELATO DE CASO CLÍNICO
Marcelo Breno Meneses Mendes*
Simei André da Silva Rodrigues Freire**
Walter Leal de Moura***
Maíra Daysê Moreira Serra e Silva*
Exostoses são protuberâncias ou excrescências ósseas localizadas, de crescimento lento, que se
originam da cortical óssea. Localizam-se usualmente na superfície vestibular da maxila, podendo
também ocorrer na mandíbula e palato. Sua etiologia é obscura, podendo apresentar relação com
hereditariedade e forças mastigatórias, bem como causa idiopática. Geralmente são manifestações
assintomáticas, sem predileção por sexo, com tamanho e números variáveis. Na maioria dos casos
não requer tratamento cirúrgico, salvo em situações que interferem na mastigação, estética, fonação,
deglutição, e por requisições protéticas. O presente trabalho tem por objetivo relatar um caso clínico
de remoção de exostose com indicação pré-protética.
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* Alunos do 6º período de Odontologia da UFPI.
** Docente do curso de Odontologia da UFPI.
*** Doutor em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela FOA - UNESP. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
O ODONTOMA COMO FATOR ETIOLÓGICO DA NÃO- ERUPÇÃO DENTÁRIA
Maria da Conceição Alves*
Paulo Vasconcelos de Carvalho**
Iracema Barroso de Sousa*
Ramoncito Rodrigues da Fonseca*
Apesar de o odontoma estar classificado entre os tumores odontogênicos, ele é, na realidade, uma
malformação na qual todos os tecidos dentários estão representados, Por isso é considerado como
sendo um distúrbio de desenvolvimento (TOMMASI,1985; COLEMAN,1996). Classifica-se um
odontoma composto, quando apresenta semelhança anatômica com um dente normal da arcada, e
odontoma complexo, quando forma uma massa irregular que não apresenta semelhança morfológica,
nem mesmo com dentes rudimentares (SHAFER et al.,1987; LOPEZ-AREAL,1992; COLEMAN,1996).
A etiologia do odontoma é desconhecida, embora tenha-se sugerido que trauma ou alguma infecção
no local possam determinar o surgimento da lesão. O odontoma pode se tornar um obstáculo à
erupção dentária. Todavia, o diagnóstico precoce de sua presença, permite um tratamento preventivo
com bom prognóstico para o paciente.
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* Alunos do 4º período de Odontologia da FACID.
** Doutor em Diagnóstico Oral pela FOB - USP. Docente do curso de Odontologia da FACID e UFPI.
REPARAÇÃO TECIDUAL DO ALVÉOLO PÓS-EXODONTIAS
Marcelo Breno Meneses Mendes*
Simei André da Silva Rodrigues Freire**
Maíra Daysê Moreira Serra e Silva*
Walter Leal de Moura***
O processo de reparo em feridas de extração dental (reparo alveolar) é o conjunto de reações
teciduais desencadeadas no interior do alvéolo, em seguida à exodontia (Okamoto, 1987). As
lesões podem ser causadas por ações traumáticas, entre as quais o ato cirúrgico; por agentes
físicos e químicos; e por microorganismos patogênicos. O cirurgião oral detém pouco controle
sobre os danos patológicos, entretanto, ele pode alterar favoravelmente a quantidade e a gravidade
da lesão, levando-a possivelmente à reparação tecidual. Esta, portanto, pode ser feita por
regeneração, que é a reposição de estruturas lesadas por células com morfofuncionalidade
semelhante, ou por cicatrização, que é a reposição das estruturas lesadas por um tecido cicatricial.
O presente trabalho tem como objetivo expor o processo de reparação tecidual do alvéolo após a
cirurgia, bem como alertar para a existência de fatores que interferem na reparação tecidual.
____________
* Alunos do 6º período de Odontologia da UFPI.
** Docente do curso de Odontologia da UFPI.
*** Doutor em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela FOA - UNESP. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
ACIDENTES E COMPLICAÇÕES BUCO-SINUSAIS EM EXODONTIAS
Maíra Daysê Moreira Serra e Silva*
Simei André da Silva Rodrigues Freire**
Walter Leal de Moura***
Marcelo Breno Meneses Mendes*
O seio maxilar é um espaço pneumático contido no interior do osso maxilar bilateralmente. Uma
abertura no seio maxilar, resultando em um acesso direto entre o seio e a cavidade bucal
(comunicação buco-sinusal), pode ser feita por diversos fatores etiológicos: traumatismo, acidente
operatório, infecções e necroses. Com o tempo, o organismo reage, revestindo o acesso entre as
duas cavidades por tecido epitelial, constituindo-se uma fístula. Os principais sintomas são: passagem
de líquidos e alimentos, refluxo para a cavidade nasal, sinusites, secreção purulenta, obstrução
nasal e cefaléias. Nos casos de pequenas comunicações, o diagnóstico clínico é obtido através da
Manobra de Valsalva. Já nas maiores, não há necessidade de fazer testes. O diagnóstico clínico
pode ser complementado pelo diagnóstico radiográfico (panorâmicas, incidência de W aters). O
tratamento é medicamentoso associado ao cirúrgico. O presente trabalho tem por objetivo apresentar
um caso clínico no qual é tratado um paciente com uma fístula na região vestibular decorrente de
acidente na exodontia do elemento 17.
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* Alunos do 6º período de Odontologia da UFPI.
** Docente do curso de Odontologia da UFPI.
*** Doutor em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela FOA - UNESP. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
FISSURADOS LÁBIO-PALATAIS:
DIFICULDADES DE AMAMENTAÇÃO X DESENVOLVIMENTO OCLUSAL
Joarlene de Moura Soares*
Lúcia Rosa Reis de Araújo Carvalho**
Karoenna Cardoso de Araújo Costa*
Joyciana Ferreira de Araújo*
O leite materno é o alimento mais completo e digestivo para crianças até um ano e meio de idade e
também tem ótima ação imunizante. A amamentação desempenha um papel importante no processo
de amadurecimento da função oral estimulando a tonicidade muscular e o desenvolvimento da ATM
durante o período que os dentes ainda não erupcionaram. Devido às dificuldades de sucção
enfrentadas pelos bebês portadores de fissura lábio-palatal, muitas mães deixam de oferecer o
leite materno por falta de orientação, ou pelo aspecto psicológico, pois o impacto emocional ao ver
a criança malformada bloqueia automaticamente a produção de seu leite. Esse desmame precoce,
a necessidade do uso de técnicas especiais de aleitamento e a substituição da amamentação pelo
uso da mamadeira inadequada acarretarão alterações no crescimento craniofacial, levando a
ocorrência de arcadas estreitas, falta de espaço para dentes e língua, instabilidade na deglutição,
mordida aberta anterior ou lateral e distúrbios respiratórios devido ao exercício apenas dos músculos
bucinador e orbicular da boca. O presente trabalho tem como objetivo avaliar as dificuldades de
amamentação em crianças com fissuras lábio-palatais e as conseqüências do desmame precoce
para o sistema estomatognático.
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* Alunas do 6º período de Odontologia da UFPI.
** Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
ANÁLISE HISTOLÓGICA DA ATIVIDADE OSTEOINDUTORA E OSTEOCONDUTORA DA
MATRIZ DENTINÁRIA DESMINERALZADA ALOGÊNICA
Lívia Duarte Santos Lopes*
Ísidra Manoela Portela Santos **
Livia Aguiar Santos*
Lara Eunice Cândido Soares***
O tratamento de grandes perdas ósseas ainda representa um desafio em cirurgias reconstrutivas.
O objetivo desse trabalho foi analisar histologicamente a atividade osteogênica da matriz dentinária
desmineralizada alogênica em defeitos ósseos. Foram implantadas partículas de matriz dentinária
desmineralizada alogênica em defeitos ósseos confeccionados na tíbia de ratos adultos. Após
períodos de 15, 30, 60 e 90 dias, os animais foram sacrificados e as peças contendo os defeitos
encaminhados para o procedimento histológico. A análise microscópica revelou que a matriz dentinária
desmineralizada alogênica em forma de partículas induziu a neoformação óssea direta e estimulou
a atividade morfogenética integral, sendo completamente incorporada no tecido ósseo neoformado.
____________
* Alunas do 10º período de Odontologia da FACID.
** Mestre em Biologia Oral pela USC. Docente do curso de Odontologia da FACID e NOVAFAPI.
*** Aluna do 8º período de Odontologia da FACID.
TERAPIA MUCOGENGIVAL: ENXERTO GENGIVAL LIVRE E FRENECTOMIA RELATO DE CASO
CLÍNICO
Manuela dos Anjos Macena*
Síssi Adriane Sá Furtado**
Joelma Linhares de Araújo*
A Cirurgia Mucogengival, segundo o Glossário de Termos Periodontais,1992, trata-se de procedimentos
de cirurgia plástica planejados para corrigir defeitos na morfologia, posição, e/ou na quantidade de
gengiva ao redor dos dentes. A Gengiva Inserida (GI) é imóvel por estar firmemente aderida ao osso
subjacente, é resiliente, possui uma textura superficial pontilhada (especialização adaptativa ou
reforço funcional). Sabe-se, atualmente, que não há uma largura mínima padrão de GI necessária
para a saúde gengival, uma vez que indivíduos com excelente higiene bucal conseguem manter
saudáveis áreas quase sem GI. A importância de uma faixa larga dessa estrutura é observada em
pacientes cuja higienização bucal é deficiente e faz-se necessária em dentes que servem como
pilares para próteses fixas ou próteses parciais removíveis bem como, em áreas edêntulas para
suporte de dentadura. Para promover esse aumento, faz-se uso das Terapias Mucogengivais,
dentre as quais, o Enxerto Gengival Livre, que objetiva aumentar a altura e espessura do tecido
queratinizado e a Frenectomia, que promove a desinserção ou remoção de freios anômalos)
destacam-se por terem sido - através de sua associação - a terapêutica de escolha na resolução
do caso clínico a ser apresentado.
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* Alunas do 9º período de Odontologia da UESPI.
** Especialista em Periodontia. Docente do curso de Odontologia da UESPI.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
ANÁLISE RADIOGRÁFICA DO USO DA MEMBRANA DE POLÍMERO DE POLIURETANA
DERIVADO DA MAMONA NA REGENERAÇÃO ÓSSEA GUIADA
Lara Eunice Cândido Soares*
Ísidra Manoela Portela Santos**
Paulo Vasconcelos de Carvalho***
Lívia Duarte Santos Lopes****
Um dos principais fatores que atuam impedindo a regeneração óssea é a rápida formação de tecido
conjuntivo de origem não óssea que invade a área do defeito podendo perturbar ou impedir
parcialmente ou totalmente a neoformação óssea local. Vários procedimentos cirúrgicos têm sido
desenvolvidos para resolver esse problema. Uma alternativa no tratamento foi baseada na técnica
da regeneração óssea guiada, utilizando uma membrana biológica de material inerte sobre a região
da lesão, princípio também conhecido como osteopromoção. A descoberta de novos polímeros e
copolímeros à base de mamona tem contribuído significativamente para a evolução do campo dos
biomateriais. O objetivo desse trabalho foi demonstrar radiograficamente a eficácia da membrana
de polímero de poliuretana na regeneração óssea guiada.
____________
* Aluna do 8º período de Odontologia da FACID.
** Mestre em Biologia Oral pela USC. Docente do curso de Odontologia da FACID e NOVAFAPI.
*** Doutor em Diagnóstico Oral pela FOB - USP. Docente do curso de Odontologia da FACID e UFPI.
**** Aluna do 10º período de Odontologia da FACID.
FLUOROSE DENTÁRIA: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Ravena Souto Diogo Lopes*
Bárbara Ramos de Moura Maggi**
O uso dos fluoretos como fator coadjuvante no controle da desmineralização do esmalte possibilitou
o desenvolvimento de medidas eficazes para a prevenção e o controle da cárie dentária. Porém, a
sua ingestão prolongada em concentrações acima dos níveis aceitáveis durante a odontogênese
causa alterações clínicas denominadas de fluorose dentária, áreas que variam do branco opaco ao
marrom escuro, dependendo da severidade da lesão. Com características similares à hipoplasia do
esmalte e à mancha branca de lesões cariosas inativas, o diagnóstico diferencial dessas patologias
é de fundamental importância para o estabelecimento do tratamento adequado. O objetivo deste
trabalho é informar a etiologia, as características e os aspectos clínicos dessas lesões no esmalte
com o intuito de fornecer subsídios para um correto diagnóstico e abordagem terapêutica para a
fluorose dentária.
____________
* Aluna do 8º período de Odontologia da UESPI.
** Docente do curso de Odontologia da UESPI.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
FATORES DESENCADEANTES DO HERPES SIMPLES
Ariannne Oliveira de Almeida*
Karinne Sousa de Araújo**
Fabrício Martins de Brito*
Rosita Marta Barroso Policarpo*
Uma variedade de infecções virais afeta a cavidade oral, a maioria das quais decorrentes do vírus
do herpes. Quase 100% da população já foi infectada com o vírus do herpes do tipo 1, que provoca
infecções primárias geralmente assintomáticas. E cerca de 20 a 30% desta população pode
apresentar, diante de situações favoráveis, manifestações recorrentes da doença. Este novo
episódio é denominado de herpes simples recorrente e tem início com uma sensação pruriginosa e
de tensão no local, onde após 12 a 24 horas ocorrerá a formação de vesículas acompanhadas de
intensa sintomatologia. Esta forma recorrente, geralmente, não ocasiona alterações sistêmicas
significativas, o quadro é localizado envolvendo particularmente o vermelhão e a pele dos lábios,
principalmente a linha de transição entre essas duas regiões, podendo atingir ainda a pele do
mento, nariz e malar. As vesículas perduram por um período de 1 a 3 dias, quando rompem-se
deixando no local ulcerações que posteriormente são recobertas por crostas, no caso das lesões
externas, e cicatrizam-se espontaneamente decorridos 7 a 14 dias sem deixar seqüelas. O objetivo
deste trabalho é apontar os agentes desencadeantes e orientar quanto a participação desses para
diminuir a freqüência das lesões recorrentes.
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* Alunos do 4º período de Odontologia da FACID.
** Especialista em Morfologia. Docente do curso de Odontologia da FACID.
LESÕES BUCAIS RELACIONADAS AO ESTRESSE
Maíra Daysê Moreira Serra e Silva*
Walter Leal de Moura**
Simei André da Silva Rodrigues Freire***
Marcela de Sousa Santana Cortez Leite****
A saúde é determinada em grande parte pela reação do homem ao seu meio social e físico. Cada
resposta representa uma interação complexa entre fatores genéticos e ambientais, atuando sobre
o indivíduo. O termo estresse, proposto pelo fisiologista Hans Selye, refere-se à interação entre
certas forças ou estímulos externos e outras do organismo, uma síndrome geral de adaptação
dividida em três estágios: Alarme, Resistência e Exaustão. Os sintomas são os mais variados
possíveis, tais como cansaço, irritabilidade, depressão, insônia, redução da resistência física e
mental. Em casos mais extremos, o estresse pode estar entre as causas determinantes de infartos,
úlceras gástricas e, até mesmo, de algumas lesões bucais, como o líquen plano, a gengivoestomatite
ulcerativa necrosante, a ulceração aftosa recorrente e a ulceração psicogênica. Baseado no
exposto, o objetivo deste trabalho foi realizar uma atualização acerca das doenças bucais
relacionadas ao estresse e suas implicações quando da necessidade do tratamento odontológico,
visando ao esclarecimento do profissional cirurgião-dentista frente ao tratamento desses casos.
____________
* Aluna do 6º período de Odontologia da UFPI.
** Doutor em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela FOA - UNESP. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
*** Docente do curso de Odontologia da UFPI.
**** Aluna do 8º período de Odontologia da FACID.
340
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
SÍNDROME DA ARDÊNCIA BUCAL
Joarlene de Moura Soares*
Lúcia Rosa Reis de Araújo Carvalho**
Joyciana Ferreira de Araújo*
Arnaldo Alvarenga Peres Júnior*
A síndrome da ardência bucal (SAB) pode ser definida como uma entidade clínica caracterizada
pela dor ou sensação de ardor que se localiza numa determinada região ou se estende por toda
mucosa bucal sem que se possa detectar qualquer alteração ou lesão fora dos padrões de
normalidade. A maioria dos estudos considera a doença de etiologia multifatorial, podendo estar
associada a fatores locais, sistêmicos e psicológicos. É freqüente em mulheres, na faixa etária de
45 a 60 anos, no período da menopausa. Para detectar essa enfermidade é necessário uma
anamnese detalhada e uma avaliação da personalidade do paciente, visto que a maioria dos casos
tem uma origem psicogênica. O tratamento é feito à base de benzodiazepínicos, antidepressivos e
antifúngicos, porém, é de fundamental importância que o paciente admita a presença da síndrome
e aceite o acompanhamento. O objetivo do presente trabalho é orientar profissionais a respeito do
diagnóstico, conduta clínica e tratamento desta síndrome que é cada vez mais presente nos
consultórios e clínicas odontológicas.
____________
* Alunos do 6º período de Odontologia da UFPI.
** Especialista em Cirurgia Bucomaxilofacial. Docente do curso de Odontologia da UFPI e NOVAFAPI.
REABSORÇÃO RADICULAR INTERNA: CASO CLÍNICO
Ravena Souto Diogo Lopes*
Maria Ângela Ferraz Castelo Branco**
A reabsorção radicular interna é um processo assintomático diagnosticado, geralmente, através de
exames radiográficos de rotina. Quando observada precocemente, a biopulpectomia e o preparo
biomecânico do canal radicular devem ser realizados imediatamente a fim de tentar parar o processo
de reabsorção. Também denominada de reabsorção intracanal, representa uma patologia de
ocorrência relativamente rara, geralmente ocasionada por trauma físico ou químico. O presente
caso clínico relata o diagnóstico de uma reabsorção dentária interna do elemento dentário 13 e a
seqüência clínica de procedimentos realizados, empregando para a obturação do canal radicular, a
técnica termoplástica híbrida usando compactadores de Mc Spadden (técnica de Tagger).
____________
* Aluna do 8º período de odontologia da UESPI.
** Especialista em Endodontia. Docente do curso de Odontologia da UESPI.
341
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
TUMOR MALIGNO DE GLÂNDULAS SALIVARES: CARCINOMA MUCOEPIDERMÓIDE
Thiago de Castro Fernandes Epitácio*
Divana Maria Martins Parente Lira**
Menandro Lima de Medeiros*
Rafael César Oliveira*
O carcinoma mucoepidermóide (CME) é o neoplasma maligno de glândulas salivares mais
freqüentemente encontrado na cavidade bucal, podendo ser observado em pacientes de todas as
idades, incluindo crianças. O tumor, usualmente, apresenta-se como uma tumefação assintomática,
e entre as glândulas salivares maiores, a parótida é a mais afetada. É composto de células
produtoras de muco e c élulas epidermóides em variadas quantidades e padrões.
Histopatologicamente, o CME pode ser classificado como tumor de baixo grau, grau intermediário e
alto grau, de acordo com a quantidade de formação cística, grau de atipia citológica e número
relativo de células mucosas, escamosas e intermediárias. O tratamento depende da classificação
histopatológica, da localização e do estágio clínico do tumor. O presente trabalho tem como objetivo
alertar o cirurgião-dentista sobre a importância do diagnóstico precoce responsável pelo aumento
da sobrevida do paciente.
____________
* Alunos do 4º período de Odontologia da UFPI.
** Mestre em Saúde Coletiva pela UFPI. Docente do curso de Odontologia da FACID e UFPI.
PATOLOGIAS DE GLÂNDULAS SALIVARES
Bruno César Batista Assunção*
Simei André da Silva Rodrigues Freire**
Walter Leal de Moura***
Bruno Leonardo Coelho dos Santos*
As lesões de glândulas salivares compreendem as glândulas salivares maiores e as menores. A
parótida e o palato são os sítios mais comuns de tumores de glândulas salivares maiores e menores,
respectivamente. Uma grande variedade de lesões benignas afeta a mucosa bucal. Muitas destas
lesões apresentam anomalias de desenvolvimento em vez de neoplasmas verdadeiros, sendo que
a potencialidade de transformação maligna da maioria das lesões é mínima. No entanto, possuem
algumas características comuns, incluindo a aparência geral elevada e limites com bordos bem
circunscritos. Quando palpadas, as lesões benignas costumam ser francamente móveis sendo, na
maioria dos casos, assintomáticas e somente percebidas quando interferem na função ou sofrem
irritação. O presente trabalho tem como objetivo a avaliação de processos patológicos envolvendo
o sistema ductal das glândulas salivares.
____________
* Alunos do 6º período de Odontologia da UFPI.
** Docente do curso de Odontologia da UFPI.
*** Doutor em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela FOA - UNESP. Docente do curso de Odontologia da UFPI.
342
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
DIAGNÓSTICO PRECOCE E TRATAMENTO DA ANGINA DE LUDWIG
Kim Rafael Veloso da Silva*
Juscelino Lopes da Silva**
Erik Rezende Lima Texeira*
Caio Mário Ribeiro Raulino*
Como conceituado na literatura científica esse tipo de celulite tóxica aguda atinge, principalmente,
os espaços submandibulares e sublinguais bilateralmente e espaço submentoniano sendo
considerada, na atualidade, como uma infecção primária de origem dental. O tratamento é realizado
através da utilização de antibióticos antes que ocorra o rápido alastramento da infecção. Nos
casos onde a sepse já está instalada e alastrada, o tratamento é feito com um diagnóstico precoce,
manutenção de uma via aérea desobstruída, antibioticoterapia intensa e prolongada, extração do
dente lesado, hidratação parenteral e drenagem cirúrgica precoce. O objetivo deste trabalho é
mostrar características para o estabelecimento de um diagnóstico preciso e possível tratamento de
urgência no paciente afetado por essa injúria.
____________
* Alunos do 10º período de Odontologia da FACID.
** Especialista em Cirurgia, Implantodontia e Prevenção e Controle das Infecções Hospitalares. Docente do curso de Odontologia da FACID.
GRANULOMA PIOGÊNICO: RELATO DE CASO CLÍNICO
Bruno Leonardo Coelho dos Santos*
Simei André da Silva Rodrigues Freire**
Bruno César Batista Assunção*
Karoenna Cardoso de Araújo Costa*
Granuloma piogênico representa uma resposta tecidual exuberante a uma irritação local ou trauma.
Manifesta-se como um crescimento tecidual na forma de pápula ou nódulo, com ocorrência mais
freqüente na face vestibular da gengiva, podendo acometer lábios, língua e mucosa jugal. As
lesões variam de coloração rósea a vermelha, dependendo do tempo da lesão. Geralmente é
indolor, embora apresentem facilidade de sangramento devido a sua grande vascularização. O
tratamento consiste em excisão cirúrgica seguida de raspagem local e de dentes adjacentes, com
a finalidade de evitar a recidivância. O diagnóstico diferencial inclui hiperplasia fibrosa, lesão
periférica de células gigantes e fibroma ossificante periférico. O propósito deste trabalho é relatar
um caso clínico e alertar os profissionais quanto à conduta diante desta patologia.
____________
* Alunos do 6º período de Odontologia da UFPI.
** Docente do curso de Odontologia da UFPI.
343
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
LEUCOPLASIA ORAL: ETIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
Menandro Lima de Medeiros*
Divana Maria Martins Parente Lira**
Thiago de Castro Fernandes Epitácio*
Renato da Costa Ribeiro***
A leucoplasia constitui a lesão cancerizável mais freqüente na mucosa bucal sendo definida pela
Organização Mundial da Saúde como "uma mancha ou placa branca que não pode ser classificada
clinicamente ou patologicamente como qualquer outra doença". Seu potencial de transformação
maligna, associado à alta prevalência, exige do cirurgião-dentista conhecimentos básicos, que
permitam o correto diagnóstico e uma abordagem clínica adequada. Até o momento, o exame clínico
cuidadoso seguido de uma biópsia convencional, continua a ser o melhor e mais confiável meio de
avaliar tais lesões. Há evidências de que a etiologia da lesão está associada a alterações genéticas
herdadas e adquiridas. Por outro lado, o risco de malignização da leucoplasia requer intervenção
terapêutica adequada que inclui o abandono do álcool e do tabaco, bem como o controle clínico
periódico do paciente, mesmo após a excisão cirúrgica da lesão, em função da possibilidade de
recidivas.
____________
* Alunos do 4º período de Odontologia da UFPI.
** Mestre em Saúde Coletiva pela UFPI. Docente do curso de Odontologia da FACID e UFPI.
*** Aluno do 7º período de Odontologia da UFPI.
344
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
ANAIS DA II JORNADA DE MEDICINA DA FACID
De 22 a 23 de setembro de 2006
Auditório da FACID
345
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
346
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
II JORNADA MÉDICA DA FACID
A II MED-FACID, com o tema "Informação, Tecnologia e Humanismo Desafios Para a Medicina no Século XXI", ocorreu em 22 e 23 de setembro/2006.
Teve como presidente de honra o Dr. Alcenor Barbosa de Almeida, que, como
protagonista principal da história da luta contra o câncer em Teresina, deu um
testemunho emocionante na conferência inaugural. As várias conferências e o minicurso (Atualização em Emergências Médicas) visaram oferecer aos corpos docente
e discente a oportunidade de conhecer alguns dos avanços tecnológicos mais
recentes e, sobretudo, de refletir sobre a necessidade de uma visão humanista
ampla e profunda, base para o ensino e a prática da Medicina. Exemplo vivo dessa
prática, a Dra. Rosa Amélia Tajra França foi homenageada no final do evento, sendo
seu nome dado ao Prêmio MED-FACID 2006, conferido aos melhores trabalhos
apresentados pelos alunos.
Foi essencial a participação dos professores convidados, aos quais se
registram aqui os mais sinceros agradecimentos: Aymar Sperli (Sociedade Brasileira
de Cirurgia Plástica-SP), Jailson de Barros Correia (UPE e Instituto de Medicina de
Pernambuco, IMIP), Catarina Fernandes Pires (FACIME-UESPI e CCS-UFPI),
Linduarte Leitão de Albuquerque Neto (Fundação Municipal da Saúde e UFPI),
Bruno Figueiredo (FACIME-UESPI), Patrícia Melo (FACIME-UESPI) e José Machado
Moita Neto (UFPI e FAPEPI). O êxito do evento, no entanto, resultou do esforço
conjunto da Direção Superior, da Comissão Organizadora - com destaque para um
grupo de estudantes entusiasmados - e de funcionários da FACID.
A II MED-FACID foi uma experiência inesquecível e enriquecedora que
certamente nos deixou, a todos, mais preparados para uma época marcada por
transformações tão rápidas e radicais.
Prof. Dr. José Figuerêdo da Silva
Coordenador do Curso de Medicina
347
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
II JORNADA MÉDIDA DA FACID
(MED-FACID)
22-23 de setembro de 2006
Tema : TECNOLOGIA E MEDICINA: DESAFIOS PARA A MEDICINA NO SÉCULO XXI
COMISSÃO ORGANIZADORA
Profes sores
José Figuerêdo da Silva
Rogério Santiago Araújo
José Carlos Formiga
Sâmia Mascarenhas Marques
Alunos
Adjra da Silva Vilarinho
Armanda Nogueira
Conceição de Maria Aquino Vieira
Débora Maira Luz
Evandra Nogueira
Gustavo Gustavo M. Mendes de Tarso
Joaquim Malta
Joyce Araújo
Iggor Machado de Almeida
Marden Mendes da Silva
Vitor Dantas
Viviane Chaib
Vládia Azevedo
Rosielhma Bezerra
PROGRAMAÇÃO OFICIAL
22/09/06 Sexta-feira
8h as 9h
Conferência "Tecnologia e Humanismo: desafios para a prática no Século
XXI".
Dr. Aymar Sperli
Presidente: Rogério Santiago Araújo
Acad.: Viviane Chaib
9h15 às10h15
Minicurso "Atualização em Emergências Médicas 1.Paciente com Hipotensão ou Choque : Conduta Baseada em Evidências"
Dr. Bruno Figueiredo
Presidente: Dr. Récio Cronembergue
Acad.: Adjra da Silva Vilarinho
10h15 às 10h30
Cajuína break
348
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
10h30 às 11h30
Minicurso "Atualização em Emergências Médicas - 2. Emergências Respiratórias no
Pronto-Socorro "
Dr. Bruno Figueiredo
Presidente: Dr. MacDave Cardoso R. Matos Silva
Acad.: Gustavo M. Mendes de Tarso
14h às 15h
Minicurso "Atualização em Emergências Médicas - 3. Sepse: Novos Conceitos e
Abordagem Terapêutica "
Dra. Patrícia Melo
Presidente: Dr. José Carlos Formiga
Acad.: Conceição de Maria Aquino Vieira
15h às 15h15
Cajuína break
15h15 às 16h15
Conferência "A FAPEPI e seu papel no desenvolvimento da ciência e tecnologia no Estado
do Piauí"
Dr. José Machado Moita
Presidente: Dr. José Figuerêdo da Silva
Acad.: Evandra Nogueira
16h30 às 17h30
Conferência "O impacto das doenças tropicais no Estado do Piauí"
Dra. Amparo Salmito
Presidente: Dra. Conceição Moura
Acad.: Débora Maira Luz
20h
ABERTURA SOLENE
A fala do Presidente de Honra "O combate ao câncer no Estado do Piauí"
Dr. Alcenor Barbosa de Almeida
Conferência de Abertura "Informação, tecnologia e humanismo:
desafios para o ensino da Medicina no século XX1"
Dr. Jailson de Barros Correia
Coquetel
23/09/06 Sábado
8h às 8h50
Conferência "Como acessar a literatura para uma prática médica baseada em envidências"
Dr. Jailson de Barros Correia
Presidente: Dra. Sâmia Mascarenhas
Acad. Iggor Machado de Almeida
9h às 10h50
Apresentação de temas livres
349
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
10h50 às 11h
Cajuína break
11h às 11h50
Conferência de Encerramento "A mulher e a Medicina: conquistas históricas e desafios"
Presidente: Dra. Catarina Fernandes Pires
Acad.: Vládia Azevedo
Entrega do prêmio MED-FACID 2006 "Dra. ROSA TAJRA"
PROFESSORES CONVIDADOS
Dra. Amparo Salmito - Regente de Epidemiologia da Fundação Municipal da Saúde. Professora
de Doenças Infecciosas e Parasitárias da FACIME-UESPIS e da NOVAFAPI.
Dr. Aymar Sperli - Regente-Chefe dos Serviços Pós-graduados em Cirurgia Plástica pelo Ministério
da Educação e Cultura e Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Ex-Presidente Nacional da
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. São Paulo.
Dr. Bruno Figueiredo - Professor de Pneumologia (FACIME-UESPI). Coordenador da UTI do
Hospital Getúlio Vargas (HGV), Teresina.
Dra. Catarina Fernandes Pires - Diretora do Hospital Infantil Lucídio Portela. Professora de
Pediatria da FACIME-UESPI e do CCS-UFPI.
Dra. Patrícia Melo - Professora de Emergências Médicas (FACIME-UESPI). Coordenadora da UTI
do Hospital Terapia Intensiva (HTI), Teresina.
Dr. Jailson de Barros Correia - Professor de Doenças Infecciosas e Parasitárias, Faculdade de
Ciências Médicas, Universidade de Pernambuco (UPE), Diretor de Pesquisa e de Capacitação
Docente do Instituto de Medicina de Pernambuco (IMIP), Recife.
Dr. José Machado Moita Neto - Departamento de Química da Universidade Federal do Piauí.
Diretor Técnico da FAPEPI (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí). Teresina.
350
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
ANÁLISE COMPARATIVA DO DESEMPENHO DE ESTUDANTES DE MEDICINA COM O USO DE
SUBSTÂNCIAS ESTIMULANTES.
Jefferson Torres Nunes*
Luciana Mata de Moraes*
Reginaldo Queiroz dos Santos Junior*
Vládia Maria Frota Prado Azevedo*
A cafeína é um composto químico classificado como alcalóide do grupo das xantinas. È encontrado
em certas plantas e usado para o consumo em bebidas.Pertence ao grupo das xantinas (que
incluem a teofilina e a teobromina), e atua sobre o sistema nervoso central. Estudar os efeitos de
substâncias estimulantes em acadêmicos de Medicina da Faculdade Integral diferencial - Facid.
Comparar o desempenho dos acadêmicos usuários e não usuários.As técnicas de coletas de
dados de observação direta extensiva constituíram na aplicação de um questionário destinado a
classe usuária e outro aos não usuários de estimulantes.Segundo a pesquisa, 51% dos acadêmicos
de Medicina da Facid usam substâncias estimulantes dos quais 72% fazem uso a mais de 5 meses.
Os usuários estudam mais, dormem menos, têm maior dificuldade de concentração e assimilação,
a micção e a ânsia de vômito aumentada e encontram-se sexualmente mais estimulados. Enquanto
que os não usuários apresentam maior cansaço físico e mental e são mais tensos.O uso contínuo
de estimulantes à base de cafeína provoca alterações em um organismo. Conforme a pesquisa a
cafeína garante menos sono, mas não garante concentração e assimilação das informações.
____________
*Alunos do 3º período de Medicina da Facid
FENILCETONURIA - RELATO DE CASO
Jefferson Torres Nunes*
Luciana Mata de Moraes *
Reginaldo Queiroz dos Santos Junior*
Vládia Maria Frota Prado Azevedo*
Embora seja um tema amplamente conhecido no meio científico, a fenilcetonúria não perde sua
importância, pois vários brasileiros ainda são afetados por esse mal, na maioria das vezes por falta
de informação. No Brasil a estimativa é de 1 em cada 12.000 recém-nascidos(1). A fenilcetonúria é
um erro congênito do metabolismo da fenilalanina causado pela deficiência da enzima fenilalanina
hidroxilase hepática. O trabalho foi realizado através de uma entrevista com a mãe (M.C.C.) da
menor (L.C.S.), a qual relatou que após o nascimento da criança, não foi realizado o exame do
"teste-do-pezinho" por residir em zona rural e por falta de informação. A criança apresentava odor
da urina diferente, com um ano de idade crises convulsivas e a cor da pele e pêlos mais claros do
que seus progenitores. A família mudou-se para Teresina para assim assistir melhor a criança. A
fenilcetonúria acarreta um problema sócio-econômico, visto que portadores dessa doença possuem
dificuldade de inclusão na sociedade e precisam de cuidados que requerem gastos. Para tanto há
necessidade de disseminar informações sobre esse mal e assim conscientizar os cidadãos sobre
a importância da realização do "teste-do-pezinho" que é gratuito e obrigatório no Brasil.
____________
*Alunos do 3º período de Medicina da Facid
351
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
PERFIL DO ACADÊMICO DO PRIMEIRO BLOCO NO CURSO DE MEDICINA NA CIDADE DE
TERESINA-PI.
Dallany Suellen Alencar Sampaio*, Rafael Lucas Cavalcante de Moura*, Evandra Mariely
Nogueira Leite*, Janiel Alexandre Costa*, Maria Josecí Lima Cavalcante Vale**
O objetivo deste trabalho foi traçar o perfil do acadêmico do primeiro bloco no curso de medicina
das faculdades existentes na cidade de Teresina-PI,utilizando as respostas oferecidas ao
questionário apresentado aos mesmos. Faz-se necessário conhecer o perfil do aluno de medicina
no início do curso para trabalhar melhor seu desenvolvimento no decorrer do curso. A técnica de
pesquisa utilizada foi a observação direta extensiva que se realiza por meio do questionário, este
sendo um instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas
respondidas por escrito pelo voluntário. Foi aplicado um questionário com 29 questões, das quais
27 eram testes de múltipla escolha e 2 dissertativas, para avaliar aspectos pessoais, econômicos
sociais e culturais, assim como sugestões para a melhoria do curso abordando grade curricular,
tempo de curso e estratégias de ensino-aprendizagem aos acadêmicos do primeiro bloco do Curso
de Medicina das quatro faculdades existentes em Teresina-PI em setembro de 2006, após terem
assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A amostra foi constituída de 87
acadêmicos, matriculados no primeiro bloco do período 2006/2. Foi considerado critério de exclusão,
os ausentes no dia da aplicação do questionário e os que não aceitaram participar da pesquisa,
desta amostra foram retirados os alunos da UFPI em virtude da greve, os mesmos não haviam
iniciado o período letivo, sendo que o início estaria previsto para dia 30/10/2006. Os dados foram
obtidos e analisados percentualmente, comparando-se os quatro grupos de estudo. Verificou-se
que o gênero predominante era o masculino(72%), o estado civil, o solteiro (98%) com a idade
média de 19 anos, quase 80% cursaram o ensino médio em escolas particulares; 81,8% consomem
bebida alcoólica uma ou menos de uma vez na semana; 97,7% não fumam; 84,9% tem computador
em casa; 56,8% utilizam TV como principal meio de informação; 50% possuem renda familiar maior
que 14 salários mínimos; 81,8% costumam utilizar revistas, livros e jornais para se atualizarem;
39,77% acham melhor a técnica de ensino, em ordem decrescente de eficiência no aprendizado,
que utiliza: aula prática,aula teórica e seminário; 28,4% , a que utiliza: aula teórica, aula prática e
seminário; 62% pretendem ser profissional liberal; 73,8% escolheram o curso de medicina por
vocação; 67% avaliaram o corpo docente como muito bom e ótimo; 75% tem pretensão de
envolvimento com iniciação científica e/ou participação em Monitoria.
____________
* Acadêmicos do Curso de Medicina da FACID; ** Diretora Acadêmica da FACID.
352
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
ATIVIDADE MORFOGENÉTICA DA MATRIZ DENTINÁRIA ALOGÊNICA: UMA ANÁLISE
MICROSCÓPICA.
Antonio Luiz Martins Maia Filho*
Ísidra Manoela S. Portela Santos**
Reginaldo Queiroz dos Santos Junior***
Na prática ortopédica, freqüentemente, nos deparamos com situações em que existem alterações
da continuidade óssea, especialmente devido aos traumatismos, tumores, infecções e másformações congênitas. A partir de 1950, pesquisas biomoleculares sobre a reparação óssea
permitiram a descoberta de uma nova família de proteínas reguladoras da formação óssea in vivo,
estas proteínas são denominadas de proteínas ósseas morfogenética ou BMP's. A resposta tecidual
ao implante de BMP's ocorre de modo similar ao desenvolvimento ósseo embriológico, possibilitando
a formação e o desenvolvimento da reparação na osteogênese pós-natal. Produto do metabolismo
de osteoblastos, odontoblastos e de várias células tumorais, BMP's são armazenadas em forma
concentrada na matriz óssea, matriz dentinária e em células neoplásicas do osteossarcoma. O
objetivo desse trabalho é demonstrar através de análise microscópica a atividade morfogenética da
matriz dentinária desmineralizada alogênica (MDDA) em defeitos ósseos em tíbias de ratos (Rattus
norvegicus).Após aprovação no comitê de ética e pesquisa da FACID, foram implantadas partículas
de MDDA em defeitos ósseos confeccionados na tíbia de ratos adultos. E de acordo com as normas
estabelecidas pelo Colégio Brasileiro de Experimentação Animal, após períodos de 15, 30, 60 e 90
dias, os animais foram sacrific ados e as peças encaminhadas para os procedimentos
histológicos.Com 15 dias que as partículas de MDDA foram circundadas por medula óssea, tecido
ósseo imaturo e células osteogênicas ativas. Com 30 dias houve deposição de matriz óssea por
células com perfil osteoblástico ao redor da MDDA. Com 60 dias a MDDA foi incorporada ao tecido
ósseo em remodelação. E com 90 dias as partículas de MDDA permaneceram com a superfície
regular, com pouco sinal de reabsorção e incorporada por tecido ósseo maduro. A MDDA exibiu
atividade morfogenética estimulando a diferenciação de células osteogênicas em osteoblastos,
havendo regeneração óssea de forma direta, sendo a matriz dentinária incorporada no tecido
ósseo neoformado.
____________
*Professor especialista da Facid
**Professora mestre da Facid
***Aluno do 3º período do curso de Medicina da Facid
353
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
RINOPATIA ALÉRGICA: NOSSA EXPERIÊNCIA NA SAÚDE PÚBLICA
Avenilda de Azevedo Silva*
Carlos Augusto Ferreira de Araújo*
Gustavo Magalhães Mendes de Tarso*
A rinite alérgica, ou rinopatia alérgica constitui-se numa reação alérgica da mucosa nasal a determinados
antígenos. Estas manifestações alérgicas, geralmente se estendem aos seios paranasais, sendo comum
à coexistência de rinopatia e sinusopatia alérgicas, em graus variados, numa mesma pessoa. Afetam
ambos os sexos, e geralmente existe história de atopia na família. A rinopatia alérgica representa um
problema global de saúde pública. É uma doença muito comum em adolescentes e adultos jovens,
embora possa ocorrer em qualquer faixa etária.O objetivo desse trabalho foi realizar um estudo do
perfil epidemiológico de infantes na faixa etária de 0 a 12 anos atendidos no Ambulatório Escola da
Faculdade de Medicina de Petrópolis nos anos de 2002 a 2004, e avaliar a conduta terapêutica
adotada.Foi realizado um estudo prospectivo de prontuários do serviço de Otorrinolaringologia do
referido ambulatório. Selecionados e estudados aqueles que apresentaram como diagnóstico rinopatia
alérgica em crianças de 0 a 12 anos.Os resultados mostraram uma incidência elevada da rinopatia
alérgica e uma conduta terapêutica adequada e adaptada às condições locais e a importância de
uma equipe multiprofissional.O tratamento fora feito sob duas esferas: medicamentos de baixo custo
e tratamento fonoaudiológico.A terapia de medicamentos de baixo custo, fonoaudiologia e mudanças
no ambiente provou-se bastante eficaz nos casos de Rinopatia Alérgica em Petrópolis.
Palavras-chave: Rinite. Alérgica. Rinite.
____________
*Alunos do 4º período do Curso de Medicina da Facid
ATIVIDADE MORFOGENÉTICA DA MATRIZ DENTINÁRIA ALOGÊNICA: UMA ANÁLISE
MICROSCÓPICA.
Ísidra Manoela S. Portela Santos **, Reginaldo Queiroz dos Santos Júnior *
Antonio Luiz Martins Maia Filho*
Na prática ortopédica, freqüentemente, nos deparamos com situações em que existem alterações da continuidade
óssea, especialmente devido aos traumatismos, tumores, infecções e más-formações congênitas. A partir de
1950, pesquisas biomoleculares sobre a reparação óssea permitiram a descoberta de uma nova família de
proteínas reguladoras da formação óssea in vivo, estas proteínas são denominadas de proteínas ósseas
morfogenética ou BMP's. A resposta tecidual ao implante de BMP's ocorre de modo similar ao desenvolvimento
ósseo embriológico, possibilitando a formação e o desenvolvimento da reparação na osteogênese pós-natal.
Produto do metabolismo de osteoblastos, odontoblastos e de várias células tumorais, BMP's são armazenadas em
forma concentrada na matriz óssea, matriz dentinária e em células neoplásicas do osteossarcoma. O objetivo
desse trabalho é demonstrar através de análise microscópica a atividade morfogenética da matriz dentinária
desmineralizada alogênica (MDDA) em defeitos ósseos em tíbias de ratos (Rattus norvegicus). Após aprovação
no comitê de ética e pesquisa da FACID, foram implantadas partículas de MDDA em defeitos ósseos confeccionados
na tíbia de ratos adultos. E de acordo com as normas estabelecidas pelo Colégio Brasileiro de Experimentação
Animal, após períodos de 15, 30, 60 e 90 dias, os animais foram sacrificados e as peças encaminhadas para os
procedimentos histológicos. Com 15 dias que as partículas de MDDA foram circundadas por medula óssea, tecido
ósseo imaturo e células osteogênicas ativas. Com 30 dias houve deposição de matriz óssea por células com perfil
osteoblástico ao redor da MDDA. Com 60 dias a MDDA foi incorporada ao tecido ósseo em remodelação. E com
90 dias as partículas de MDDA permaneceram com a superfície regular, com pouco sinal de reabsorção e
incorporada por tecido ósseo maduro. A MDDA exibiu atividade morfogenética estimulando a diferenciação de
células osteogênicas em osteoblastos, havendo regeneração óssea de forma direta, sendo a matriz dentinária
incorporada no tecido ósseo neoformado.
____________
*Acadêmico do Curso de Medicina da Facid, **Professores da Facid
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
19 Oeprocesso
20 maio/2006
de cuidar
na Enfermagem
Cuidando!!!
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
APRESENTAÇÃO
A II Jornada do Curso de Enfermagem organizada pela Coordenação do
Curso de Enfermagem da Faculdade Integral Diferencial contando com a participação
de acadêmicos, docentes e Administração Superior abordou temáticas relevantes
e contemporâneas cujo tema Central foi "O Processo de Cuidar na Enfermagem".
Discutiu as Intervenções do cuidado de Enfermagem com qualidade que interfere
na Assistência, aspectos relacionados ao processo de cuidar nas diversas fases
do Ciclo Vital e incentivou a participação discente e docente na apresentação de
trabalhos científicos.
Muitas Conferências aconteceram em que ressaltou " O Processo de cuidar
na Enfermagem " e o "O cuidar com Ética ". A Mesa Redonda intitulada "O Processo
de cuidar no Ciclo Vital" abordou o cuidar na Criança, na Adolescência, na Mulher,
no Adulto e no Idoso sob a ótica da Enfermagem, assim como, "A Percepção do
cuidar na Estratégia Saúde da Família" na perspectiva da Enfermagem.
Citando Virgínia Henderson(1996,p.14) A função peculiar da enfermeira é
dar assistência ao indivíduo doente ou sadio no desempenho de atividades que
contribuem para manter a saúde ou para recuperá-la e a II Jornada de Enfermagem
da FACID discutiu com propriedade as intervenções de Enfermagem no Processo
de Cuidar.
Profa. Ms. Judite Oliveira Lima Albuquerque
Coordenadora do Curso de Enfermagem.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
O CUIDAR NA ENFERMAGEM COM AS TERAPIAS COMPLEMENTARES EM SAÚDE
Judite Oliveira Lima Albuquerque,*
O ser humano deve colocar o cuidado no que projeta e faz, pois esta é uma característica singular
do próprio ser humano que envolve desvelo, solicitude, responsabilização e envolvimento afetivo
com o outro. Este estudo descritivo e bibliográfico teve como objetivos: Compreender o significado
do cuidar/cuidado na visão dos autores como Leonardo Boff, Martin Heiddeger,Vera Regina Waldow,
Kátia Celich e Marie Coliére, discutir as terapias complementares em saúde reconhecidas pelo
COFEN que podem contribuir na prática assistencial do enfermeiro. A produção dos dados ocorreu
nos meses de março, abril e maio de 2006 através de buscas em artigos, sites e livros científicos.
Os resultados mostraram como a acupuntura, massoterapia, a moxabustão, a meditação e o yôga
produz o aumento na taxa de secreção de neurotransmissores e neurohormônios, melhora do fluxo
sanguíneo e estimula a função imunológica. Os florais de Bach tratam a pessoa e não a doença;
tratam a causa e não o efeito. O estudo conclui que o uso das terapias complementares em saúde
pode ser um forte aliado no cuidado a ser prestado pela enfermeira. Na verdade, é preciso mudar
a sí mesmo e continuar a fazê-lo, ajustando-se constantemente e sintonizando-se com as mudanças
da realidade externa, pois assim ocorrerá o verdadeiro cuidado a partir da melhoria da qualidade de
vida de cuidantes e cuidados fazendo a diferença no cotidiano da prática de Enfermagem.
Palavras Chave:1. Enfermagem 2. Cuidado 3. Terapias Complementares em Saúde.
____________
1
Relatora, Enfermeira Sanitarista, Mestra em Enfermagem, Especialista em Acupuntura e Produtos Naturais, Professora Adjunta da Universidade
Federal do Piauí (aposentada).Coordenadora e Docente do Curso de Enfermagem da FACID. Coordenadora e Tutora do Curso de Especialização
em Formação Pedagógica em Educação Profissional na Área de Saúde:Enfermagem , UFPI. Rua Motorista Chicão, 2334 - Horto Florestal CEP
64.052-420, Teresina - Piauí E mail: [email protected] e [email protected].
ROMPENDO OS MUROS DA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA ATRAVÉS DA FORMAÇÃO
PEDAGÓGICA: Relato de Experiência
Judite Oliveira Lima Albuquerque*
Marcia Mitanes de Almeida**
Luciola Galvao Gordim Correia Feitosa***
A educação à distância é uma modalidade de ensino crescente no Brasil e a Escola Nacional de
Saúde Pública/FIOCRUZ em parcerias com universidades brasileiras vem firmando convênios para
possibilitar atingir grandes grupos num menor espaço de tempo através das qualificações lato
sensu- especializações. O propósito deste trabalho é analisar como os profissionais rompem com
os muros da educação à distância no Curso de Formação Pedagógica em Educação Profissional na
Área de Saúde: Enfermagem realizado pela Universidade Federal do Piauí-UFPI e após desafio
transposto, propusemos a análise de considerações relacionadas à educação à distância pelo
relato de nossa experiência como tutorandas do Curso de Especialização em Formação Pedagógica
do PROFAE. Através de um resgate histórico sobre a educação à distância, abordamos o fim de
barreiras como o tempo e a distância suprimidos pelo imprescindível papel do tutor na nossa
formação com sua tutoria sempre presente e disponível em todos os momentos, bem como todos os
componentes e recursos essenciais para uma efetiva aprendizagem autônoma.
Palavras-Chave: 1.
____________
Enfermagem 2. Educação à distância 3. Formação Pedagógica 4.PROFAE.
*Enfermeira Sanitarista, Mestra em Enfermagem, Especialista em Acupuntura e Produtos Naturais, Professora Adjunta da Universidade Federal
do Piauí (aposentada). Coordenadora e Docente do Curso de Enfermagem e de Fisioterapia da FACID. Coordenadora e Tutora do Curso de
Especialização em Formação Pedagógica em Educação Profissional na Área de Saúde:Enfermagem , UFPI.
**Relatora , Enfermeira da Fundação Municipal de Saúde e docente da Faculdade Integral Diferencial.
***Enfermeira , Mestranda em Políticas Públicas/UFPI e docente da Faculdade Integral Diferencial.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
AS TERAPIAS COMPLEMENTARES EM SAÚDE E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE
APRENDIZAGEM NA ENFERMAGEM
Judite Oliveira Lima Albuquerque
Maria Helena Barros Araújo Luz 2
Buscando compreender a ansiedade e o desconforto causado por situações conflitantes de
avaliação vivenciadas por acadêmicas(os) do Curso de Enfermagem da UFPI antes do processo
avaliativo de aprendizagem e procurando alternativas metodológicas para o enfrentamento de
alterações emocionais, foi o que motivou este estudo, cujos objetivos foram, compreender o
significado das terapias complementares em saúde , discutir as sensações percebidas antes e
durante a avaliação de aprendizagem e compreender os benefícios discutindo os significados
atribuídos ao uso pela Enfermagem. Pesquisa descritiva com abordagem qualitativa que usou na
produção dos dados a entrevista semi-estruturada aplicada a 18 acadêmicas (os) por ocasião do
processo avaliativo de aprendizagem da disciplina Semiologia e Semiotécnica para Enfermagem.
Os dados foram codificados, categorizados e submetidos à análise de conteúdo. Compreendeu-se
que o uso das Terapias Complementares em Saúde antes do processo avaliativo de aprendizagem,
contribuiu significativamente para mudanças emocionais que revelaram paz interior, agilidade na
capacidade de raciocínio, controle mental , redução do medo, da inquietação e de stress como
contribuição para a qualidade de vida com melhores possibilidades de enfrentamento dos momentos
de conflito do cotidiano, assim como uma prática saudável que pode ser incorporada pelas
enfermeiras(os) embasadas pelo respaldo legal, mas também para a melhoria do ensinoaprendizagem. As técnicas florais de Bach, visualização criativa, exercícios psicofísicos chineses
e hindus, podem ser usadas a favor do desenvolvimento da saúde física/ mental e espiritual na
contemporaneidade, se utilizada no cuidado ao cliente e conduzida pela energia vibratória gerando
muitos benefícios, inclusive melhoria na qualidade de vida.
Palavras Chave: .Enfermagem .Terapias Complementares em Saúde . Processo Avaliativo
____________
1
Enfermeira, Mestre em Enfermagem, Especialista em Saúde Pública, Acupuntura e Produtos Naturais. Coordenadora e docente do Curso de
Enfermagem e de Fisioterapia da Faculdade Integral Diferencial-FACID, Professora Adjunta da Universidade Federal do Piauí (aposentada).
End.: Rua Motorista Chicão,2334 CEP: 64 052 420 -Horto Florestal - Teresina Piauí.Fone:(0XX86) 232 4944/ 9921 8255 E mail: [email protected]
- [email protected]
2
Enfermeira, Professora Adjunto do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Piauí-UFPI ,Coordenadora do Programa de
Qualificação Institucional-PQI/ Doutorado, Doutora e Mestra pela Escola de Enfermagem Ana Néri, Docente da disciplina Enfermagem em
Saúde do Adulto e do Idoso.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
ACUIDADE VISUAL: UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO
Judite Oliveira Lima Albuquerque*
Ana Cardina Floriano de Moura**
Elizabeth Lima Melo***
Lilian Machado Vilarinho****
A visão é um dos mais importantes meios de comunicação e responsável por 80% das informações
recebidas pelas pessoas; é considerada como indispensável para o pleno desenvolvimento pessoal,
cognitivo e comportamental do indivíduo a fim de interagir com o meio circundante. Estudos apontam
que o enfermeiro tem competências e habilidades para realizar o teste de Snellen em : escolas,
comunidades, faculdades, empresas diversas, inclusive de transportes coletivos. Este estudo teve
como objetivos: discutir a importância do Teste de Snellen e comparar a influência de fatores
intrínsecos e externos na acuidade visual. Trata-se de um estudo bibliográfico pesquisado a partir
de artigos em periódicos científicos, livros e bibliotecas virtuais através de sites científicos sobre
acuidade visual. A produção dos dados ocorreu nos meses de março a maio de 2006. Os resultados
mostraram que o comprometimento da visão afeta a independência de uma pessoa em relação ao
autocuidado, as opções de trabalho e ao estilo de vida, entretanto o indivíduo está vulnerável a
ação de inúmeros fatores de risco como os físicos, mecânicos, químicos e intrínsecos. Nesta
perspectiva, é necessário que ocorram ações preventivas pela aplicação de triagem oftalmológica,
através de um teste em que se usa a escala de Snellen. Conclui-se que o comprometimento da
acuidade visual pode ser evitado ou minimizado pela promoção através da educação em saúde e
realização de encaminhamento para tratamento, a um profissional qualificado para resolutividade
do problema.
Palavras Chave:1. Enfermagem 2. Acuidade Visual 3. Teste de Snellen
____________
**Enfermeira Sanitarista, Mestra em Enfermagem, Especialista em Acupuntura e Produtos Naturais, Professora Adjunta da Universidade
Federal do Piauí (aposentada) Coordenadora e Docente do Curso de Enfermagem da FACID. Coordenadora e Tutora do Curso de Especialização
em Formação Pedagógica em Educação Profissional na Área de Saúde:Enfermagem , UFPI.
** Relatora e Acadêmica de Enfermagem da FACID, Rua Capital Tomáz de Aquino, 2301 Res. Parque do Leste Bl04, ap 100. Morada do Sol
CEP:64 055 420 Teresina-Pi E mail: [email protected].
*** Acadêmica do Curso de Enfermagem da FACID.
**** Acadêmica do Curso de Enfermagem da FACID.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
AUTO MEDICAÇÃO: AS CONSEQÜÊNCIAS DO USO EXCESSIVO DE ANALGÉSICOS,
ANTITÉRMICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS
Judite Oliveira Lima Albuquerque*
Antonia Neta Macedo **
Danyara Macedo Uchoa***
A auto medicação é um procedimento caracterizado pela iniciativa de um doente, ou de seu responsável,
ao obter ou produzir e utilizar um produto farmacológico que acredita trazer benefícios no tratamento
de doenças ou alívio de sintomas. Os objetivos foram descrever os riscos causados pela auto
medicação por analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios, identificar os malefícios causados aos
diferentes órgãos do corpo humano e informar a população dos riscos da auto medicação. Trata-se de
uma pesquisa de natureza bibliográfica cuja produção dos dados aconteceu nos meses de janeiro à
maio de 2006 através de buscas em artigos, sites e livros científicos onde estudiosos apresentam os
riscos da auto medicação como os analgésicos, antitérmicos e antiinflamatórios e as conseqüências
de seu uso em excesso. Os resultados apontaram que a auto medicação carreia para o mascaramento
de doenças evolutivas, de enfermidades iatrogênicas e diversos efeitos indesejáveis. O estudo conclui
que a auto medicação abusiva causa sérios riscos à saúde, compromete a qualidade de vida das
pessoas e precisa ser combatida com veemência pelos setores públicos responsáveis. A Enfermagem
deve recusar-se administrar medicamentos sem prescrições terapêuticas respeitando os preceitos do
Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem.
Palavras Chave:1. Enfermagem 2. Auto Medicação 3. Uso Abusivo
____________
* Enfermeira Sanitarista, Mestra em Enfermagem, Especialista em Acupuntura e Produtos Naturais, Professora Adjunta da Universidade Federal do
Piauí (aposentada). Coordenadora e Docente do Curso de Enfermagem da FACID. Coordenadora e Tutora do Curso de Especialização em Formação
Pedagógica em Educação Profissional na Área de Saúde:Enfermagem , UFPI.
** Relatora e Acadêmica do Curso de Enfermagem da FACID, Rua Capital Tomáz de Aquino, 2301 Res. Parque do Leste Bl04, ap 100. Morada do
Sol CEP:64 055 420 Teresina-Pi E mail: [email protected].
*** Acadêmica do Curso de Enfermagem da FACID.
SAÚDE OCULAR: UM CAMINHO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE COM A ENFERMAGEM
Jose Willian da Silva Junior *
Judite Oliveira Lima Albuquerque **
A saúde ocular é necessária, pois patologias causadas por acidentes, predisposição genética e outras
causas ampliam as estatísticas. A Enfermagem usa como instrumento valorativo e essencial na divulgação
de informações, as metodologias participativas para alcançar às pessoas carentes. O estudo teve como
objetivos: Discutir à luz do referencial teórico a necessidade da população para se apropriar do
conhecimento sobre saúde ocular, identificar os principais problemas da visão, compreender a
importância da informação neste alcance e analisar a saúde ocular pelo olhar da Enfermagem. Esta
é uma pesquisa bibliográfica que se utilizou sites científicos, livros e periódicos para fundamentar o
estudo. A produção dos dados aconteceu nos meses de maio e junho de 2006. Os resultados apontaram
que a promoção da saúde depende da educação para prevenir problemas visuais, inclusive com
controles periódicos. Conclui-se que a perda da capacidade visual implica em comprometimento da
qualidade de vida, decorrente de restrições ocupacionais, econômicas, sociais e psicológicas. As
novas produções de conhecimento no mundo da cotidianidade é uma realidade constante no mundo
atual, pois a reprodução de saberes leva a informação que a sociedade necessita. Neste contexto, a
Enfermagem tem papel significativo, para o alcance da população pelo caminho da Educação em
Saúde no cuidado com a Saúde Ocular utilizando-se da Consulta de Enfermagem.
Palavras Chave: 1. Enfermagem. 2. Saúde Ocular 3. Educação em saúde.
____________
* Relator e Acadêmico do Curso de Enfermagem da Faculdade Integral Diferencial - FACID
** Enfermeira Sanitarista, Mestra em Enfermagem, Especialista em Acupuntura e Produtos Naturais, Profes sora Adjunta da Universidade Federal do
Piauí (aposentada) Coordenadora e Docente do Curso de Enfermagem e de Fisioterapia da FACID. Coordenadora e Tutora do Curso de Especialização
em Formação Pedagógica em Educação Profissional na Área de Saúde:Enfermagem , UFPI. Rua Motorista Chicão, 2334 Horto Florestal CEP 64 052
420 ,Teresina - Piauí E mail: [email protected] e [email protected].
361
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
TERAPIA COMUNITÁRIA: UM CAMINHO NO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA
Margarida Maria Sales Ribeiro Goncalves *
Maria de Jesus Lima **
Jose dos Passos Moura Leal ***
A Terapia Comunitária é uma abordagem inovadora na área de saúde mental comunitária, situada no
contexto da reforma psiquiátrica e da atenção à saúde da família. É uma estratégia que fomenta a
humanização no atendimento às pessoas empobrecidas, de forma a colaborar com a redução de
suas vulnerabilidades, aumentando a auto-estima e possibilitando um espaço de crescimento pessoal
e comunitário. O estudo foi de natureza qualitativa, objetivando analisar os motivos que levaram os
usuários do serviço de saúde a participar da Terapia Comunitária e as mudanças que ocorreram
após participarem da mesma. Os depoimentos foram colhidos e analisados a partir de entrevistas
com os usuários que participaram da Terapia Comunitária. Foram atendidos vinte sujeitos adultos
jovens e idosos, de ambos os sexos, durante dois anos, que a cada encontro demonstravam
progresso em suas relações interpessoais. Conclui-se que as sessões de terapia comunitária
concorreram para o fortalecimento dos vínculos, descobrimento de valores e de potencialidades
dos participantes.
Palavras-Chave: 1.Terapia Comunitária 2. Trabalho em Grupo 3. Troca de Experiências.
____________
* Relatora e Enfermeira da Fundação Municipal de Saúde, Sanitarista e docente da Faculdade Integral Diferencial
** Enfermeira da Fundação Municipal de Saúde , Mestra em Pediatria e docente da Faculdade Integral Diferencial
*** Medico do Programa Saúde da Família.
TERAPIAS COMPLEMENTARES EM SAÚDE: COMPARTILHANDO VIVÊNCIAS NO ENSINO DA
ENFERMAGEM
Judite Oliveira Lima Albuquerque *
Estudo descritivo, qualitativo, cujos objetivos foram: Discutir os conceitos atribuídos as terapias
complementares em saúde seu uso no processo avaliativo de aprendizagem e avaliar os benefícios
após o uso. Participaram do estudo acadêmicos do curso de enfermagem que vivenciaram as
terapias no processo avaliativo. Aplicou-se um roteiro semi estruturado para a produção dos
dados. A análise dos dados revelou cinco categorias analíticas : conhecimento das terapias
complementares em saúde , fatores emocionais desencadeantes diante do processo avaliativo de
aprendizagem, efeitos imediatos com o uso da técnica antes do processo avaliativo de aprendizagem,
validade das terapias aplicadas no cotidiano para outras situações de avaliação, importância das
terapias complementares em saúde no cotidiano dos discentes. Conclui-se pelos depoimentos
dos participantes que o uso das terapias complementares em saúde no processo avaliativo de
aprendizagem contribuiu para mudanças emocionais, pois, melhora a qualidade de vida uma vez
que diante do processo avaliativo o medo, a falta de concentração, a urgência urinária, a ansiedade,
o stress e a angústia foram apontados como reações emocionais e alterações orgânicas que se
apresentam nessa situação. Que os docentes possam aprender a utilizar estas técnicas para que
o processo avaliativo se torne mais suave uma vez que, com apropriação deste saber também pelo
discente é possível aplicar no cotidiano.
Palavras
Chave: 1.Enfermagem 2.Terapias Complementares em Saúde 3. Avaliação de Aprendizagem
____________
* Relatora e Enfermeira Sanitarista, Mestra em Enfermagem pela Universidade Federal do Piauí - UFPI, Especialista em Acupuntura e Produtos
Naturais, Professora Adjunta da Universidade Federal do Piauí (aposentada). Coordenadora e Docente do Curso de Enfermagem e do Curso de
Fisioterapia da Faculdade Integral Diferencial - FACID- Coordenadora e Tutora do Curso de Especialização em Formação Pedagógica em Educação
Profissional na Área de Saúde:Enfermagem , UFPI. Rua Motorista Chicão, 2334 Horto Florestal CEP 64 052 420 ,Teresina - Piauí E mail: [email protected]
e [email protected]
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
A IMPLANTAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PIAUI:
EXPERIÊNCIA DO COREN - PI
Maria do Rozario de Fatima Borges Sampaio *
Maria de Jesus Lopes Mousinho Neiva **
INTRODUÇÃO: A qualidade da Assistência de Enfermagem depende da equipe de Enfermagem cujo
coordenador é o enfermeiro. A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é o instrumento
necessário para que o enfermeiro planeje cientifica e sistematicamente as ações da equipe de
enfermagem. A SAE garante respaldo, segurança e direciona as atividades da Enfermagem;
contribuindo para sua credibilidade, visibilidade e, conseqüentemente, para a autonomia e
reconhecimento profissional. OBJETIVOS: Identificar os avanços e desafios vivenciados no processo
de implantação da SAE nas instituições de saúde do Piauí; Conhecer as estratégias realizadas
pelo COREN - PI para implantação da SAE, levantar a situação da implantação da SAE no Piauí.
METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa documental, que teve como fonte documentos do
COREN - PI tais como relatórios de gestão, atas de reuniões, cursos, lista de freqüência, fiscalização
dentre outros, no período de maio 2001 à maio de 2006 onde se buscou registros relacionados a
implantação / implementação da SAE nos serviços de saúde.ANÁLISE DOS RESULTADOS: A
implantação da SAE no nosso Estado vem sendo tentada desde 1983. A partir de 2002 o COREN-PI
promoveu atividades visando preparar os profissionais para sua implantação tendo realizado: oito
oficinas, sendo cinco na capital, e três nos pólos regionais de saúde; cinco cursos de SAE e três
de Exame Físico, além de palestras em eventos cujo público foram gerentes de enfermagem,
enfermeiros assistenciais, docentes e alunos dos Cursos de Enfermagem. Foi implantada também
a capacitação dos técnicos e auxiliares de enfermagem, através Curso de Anotações de Enfermagem.
A implantação/implementação da SAE já ocorreu parcialmente em dez instituições de saúde de
Teresina; e em cinco instituições no interior do Estado. CONCLUSÃO: Espera-se que este trabalho
possa contribuir para o planejamento das ações e construção do processo de implantação/
implementação da SAE nas instituições de saúde do Estado em cumprimento da Resolução COFEN
272/2002.
Palavras-chave: Sistematização da Assistência de Enfermagem, Assistência de Enfermagem.
____________
* Enfermeira. Mestra em Enfermagem. Professora Adjunta da Universidade Federal do Piauí (aposentada) Professora do Curso de Graduação em
Enfermagem da Faculdade Integral Diferencial - FACID e Faculdade Santo Agostinho.
** Enfermeira. Especialista em Formação Pedagógica na Área de Saúde: Enfermagem. Administração Hospitalar. Professora do Curso de Graduação
em Enfermagem da Faculdade Integral Diferencial - FACID e Universidade Estadual do Maranhão - UEMA. Endereço; Rua Orlando Carvalho, 4810 Morada do Sol. Teresina - Piauí. CEP: 64055-290. E- mail - [email protected].
363
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE MENINGITE NO ESTADO DO PIAUÍ
Maria Amilia Oliveira Costa *
Maria Milene de Sousa Lima Andrade **
Joara da Silva Araujo ***
Barbarah Albano Neiva Eulario ***
A meningite se expressa na ocorrência de um processo inflamatório das meninges que pode estar
relacionado a uma variedade de causas, tanto de origem infecciosa como não infecciosa tendo
como reservatório natural dessa doença o homem. O objetivo deste trabalho é conhecer o perfil
epidemiológico da meningite no estado do Piauí e traçar metas que melhorem a eficiência do seu
diagnóstico. Trata-se de um estudo de caráter exploratório descritivo, baseado no método quantitativo
através do levantamento de dados do Sistema de Informação e Agravo de Notificação (SINAN);
Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN); Instituto
de Doenças Tropicais Nathan Portella (IDTNP) Secretaria de Saúde do Estado do Piauí (SESAPI). Os
resultados sinalizam que precisamos investir no enriquecimento dos meios de cultura a fim de
melhorar métodos de contagem e cálculo de patógenos assim como a utilização de outros tipos de
exames como a contra-imunoeletroforese (CIEF) e LATEX para melhor eficiência dos diagnósticos.
Palavras-Chave: 1.Meningite 2. Perfil Epidemiológico 3. Piauí
____________
* Enfermeira da Secretaria de Saúde do Estado do Piauí-SESAPI, Sanitarista, Docente da Faculdade Integral Diferencial -FACID e Universidade
Estadual do Piauí-UESPI
** Acadêmica do Curso de Enfermagem da FACID
*** Relatora e Acadêmica do Curso de Enfermagem da FACID
**** Acadêmica do Curso de Enfermagem da FACID
364
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
III JORNADA DO CURSO DE PSICOLOGIA
25 e 26 de Agosto de 2006
25/08/2006
Conferência
Orientação Profissional e Promoção da Saúde
Profa Ms. Zandre Barbosa de Vasconcelos (psicóloga PB)
8:00 às 10:00hs
Conferência
"Os Psicólogos e as novas práticas nas Políticas Públicas."
Profa Ms. Maria Thereza Nunes Martins Fonseca (psicóloga PBH)
10:00 às 12:00
Mini-Curso
Orientação Profissional
Profa Ms. Zandre Barbosa de Vasconcelos (psicóloga PB)
14:00 às 16:00hs
Atuação do Psicólogo nos Centros de Referência de Assistência Social
Profa Ms. Maria Thereza Nunes Martins Fonseca (psicóloga PBH)
16:00 às 18:00
26/08/2006
APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS
8:00 ÀS 10:00
1. Concepções de Aprendizagem e Prática Avaliativa Segundo Professores da Rede de
Ensino Público e Privado no Estado do Piauí.
Avelino Castro , Celma Soares da Cruz Luz, Ilka Almeida.
Orientadora: Profa. Ms. Algeless Milka Meireles.
2. Atividades Lúdicas com Crianças em Ações Educativas na Comunidade: Promovendo
Aprendizagem e Desenvolvimento.
Hivana Fonseca , Andréa Ferreira, Juscislayne Morais, Lidiane Sousa, Mônica Amorim, Natália Lima,
Mônica Silva, Ana Paula Mendes, Cristiane Sousa, Jovita Moura, Joanderson Fernandes, Mayara
Almeida, Kissyana Figueiredo, Márcia Costa.
Orientadora: Profa. Algeless Milka Meireles
*Apresentadora
3. Autoconceito e Desempenho em Jogos Estratégico e M atemático.
Rosa Larisse Nunes De Carvalho , Márcia Bartz Machado.
Orientadora: Profa. Ms. Algeless Milka Meireles
4. Aspectos Psicossomáticos Do Câncer: Uma Revisão De Literatura
Cinthya Selma De Holanda Barbosa Soares Araújo, Késia Da Silva Oliveira, Maria De Nazareth
Holanda Barbosa Soares, Maria Hildefranceglace Oliveira Rodrigues, *Valéria Aparecida Castro E
Silva.Orientador: Prof. Ms. Périsson Dantas Do Nascimento
367
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
5. Psicologia Cardiológica: Relato de Experiência de Pacientes Cardiopatas Hospitalizados
Valéria Raquel Alcântara Barbosa*. Janaína Souto (Orientadora)
6. Concepções de Aprendizagem Segundo Educadores de uma Escola Privada e
Filantrópica da Rede de Ensino de Teresina-PI.
Elaine Catarine Silva , Édina Raquel Borges, Ana Cleide Moura, Isabel Rocha, Patrícia de França
Noleto, Soraya Lopes. Orientadora: Profa. Algeless Milka Meireles.
7. Concepções de Educadores Sobre o Processo de Ensino-Aprendizagem
Idalina Rosa De Sá , Keylla Magalhães, Amanda Santos, Tuanny Boñolas.
Orientadora: Profa. Ms. Algeless Milka Meireles
8. Tomada de Consciência Sobre o Conceito de Divisão em uma Criança do Período
Operacional Concreto
Márcia Sampaio , Marcela Lima, Nadja Cavalcante, Suzanne Leal, Thaís Leal.
Orientadora: Profa. Ms. Algeless Milka Meireles
9. Dança Na Organização "Quem Dança É Mais Feliz"
Conceição Uchôa Xavier *, Denis Barros De Carvalho.
10. Incidência de Depressão Pós-Parto em M ães Adolescentes Atendidas em uma
Maternidade Pública em Teresina - Pi
Karlyania Machado Marques Lopes , Julyenne Sanh, Marcela Pinheiro, Maria Santana, Marta Virginia
Moreira Leite, Patrícia Albuquerque, Roselina Fernandes, Idalina Rosa De Sá. Orientadora: Profa.
Ms. Algelless Milka Meireles
11. A Formação do Psicólogo como Processo: Análise de um Novo M odelo de
Compreensão da Formação em Psicologia no Brasil.
Janaína Macêdo Santana , Denis Barros De Carvalho
12. História da Psicologia como História da Cidade: Uma Análise da Modernização Urbana
como Contexto de Prdução dos Saberes e Práticas Psi.
Denis Barros De Carvalho*
13. As Causas da Homossexualidade Segundo Estudantes de Psicologia
Eli Barros , Antônia Maria MeloDeborah Lima, Francisca Sandra Fortes, Gabriela Marinho, Girlene Da
Silva, Hele Patrícia, Irenilsa Cardoso, Idalina Rosa De Sá.
Orientadora: Profª Ms Algeless Milka Meireles
14. Psicologia e PSF: Uma Aproximação Possível
Analúcia Gomes Serpa, Luciana Carvalho Araújo*, João Marcelo Santana..
Janaina Souto (Orientadora)
15. Interação Professor-Aluno e Aprendizagem Escolar
Germana Silva , Raifrancis Santos, Nayana Santos.
Orientadora: Profa. Ms. Algeless Milka Meireles
16. A Importancia e a Utilização das Atividades Lúdicas na Educação de Indivíduos com
Sindrome de Down Segundo Educaores de Escola Especial
Aline De Oliveira, Juciléa Marinho, Marina Sampaio, Pesephany D'arc Maciel, Idalina Rosa De Sá.
Orientadora: Profa. Algeless Milka Meireles
368
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
M ini-Curso
Orientação Profissional (continuação)
Profa Ms. Zandre Barbosa de Vasconcelos
10:00 às 12:00
APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS
14:00 às 16:00
17. A Importância do Psicólogo Hospitalar em Grupo Terapêutico com Gestantes de
Risco: Um Relato De Experiência
Rafaella Sá *, Janaina Souto (Orientadora)
18. Memória de Evocação e Auto-Eficácia em Adultos e Idosos
Denilson Gomes Silva , Geizze-Tânia Soares Campos, Lydia De Carvalho Pires, Sheila Barros
Ribeiro. Orientadora: Profa. Ms. Algeless Milka Meireles
19. Concepção de Internautas Acerca da Relação entre Orkut e Privacidade
Iury Viana , Danyelle Soares, Elza Muniz, Elzillene Soares, Érika Gomes, Isabel Fontenele, Marilia
Castelo Branco, Veridiana Santos, Idalina Rosa De Sá.
Orientadora: Profa. Ms. Algelless Milka Meireles
20. Aspectos Psicossomáticos das Doenças da Pele
* Alana Mabda Leite Gomes, Hérica Maria Saraiva Melo, Indira Santana Paz Curty, Paulo Ferreira
Lima, Tiago Simeão Curralo, Vanelma Martins Cardoso.
**Périsson Dantas Do Nascimento
21. Vivência na Penitenciária Feminina de Teresina
Analúcia Gomes Serpa*, Clístenes Lopes Abreu Moreira, Janete Clair Melo Carvalho, Macelo Santana,
Juliana De Oliveira Teixeira, Sara Roberta.
Janaina Souto (Orientadora)
22. Vivenciando a Realidade do PSF na Comunidade Vila do Avião, Teresina-Pi
Andréia De Oliveira, Ana Paula Veiga, Celma Soares, Denilson Gomes*, Isadora Batista, Márcia
Bartz Machado, Maria Das Graças, Marília Lago, Nathália Alcântara, Rafaela Portela, Rosa Larisse
Nunes De Carvalho.
Janaína Souto (Orientadora)
23. Psicanálise e Emoções: Uma Análise do Filme Frida
Estela Braga Nepomoceno, Jaísse Craveiiro Melo, Leila Dulce Guimarães Leal, Luana Victória
Oliveira*, Marina Nery Coutinho Pierot, Mônica Dos Santos Santana, Stephanie Carvalho Lustosa,
José Lincoln.
Janaina Souto (Orientadora)
24. Análise Psicanalítica da Personagem "Nazaré Tedesco" da Novela Senhora do Destino.
*Graça Guimarães, *Paulo Lima, *Tiago Curralo,*Vanelma Martins.
25. Psicoprofilaxia Hospitalar:Um Estudo a partir da Intervenção Psicoprofilática Frente
ao Processo de Hospitalização de Paciente Cardiacos.
AntonioFranciscoSoaresJunior*
Janaina Souto (Orientadora)
369
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
26. A Importância da Utilização dos Recursos Visuais para a Construção da Aprendizagem,
M emorização e Interpretação
Isadora Montalvão , Rafaela Portela, Nathalia Alcântara, Marilia Lago.
Orientadora: Profa. Ms. Algeless Milka Meireles
27. Religiosidade e Concepções de Adolescentes acerca de Sexualidade, Uso de Drogas
e Preconceitos Racial e Sexual
Silas Fonseca , Ivo Dantas, Eduardo Cavalcante, Idalina Rosa De Sá.
Orientadora: Profa. Ms. Algeless Milka Meireles
28. M eduloblastoma: Relato de Experiência de Estágio Extra-Curricular no setor de
Psicologia, na Área da Pediatria, do Hospital São Marcos-Pi
Cinthya Selma De Holanda Barbosa Soares Araújo
**Geíza Cláudia Medina Prado
29. Vivenciando a Monitoria da Disciplina Dinâmica de Grupo e Relações Humanas: Um
Relato de Experiência no Curso de Psicologia da Facid.
*Alana Mabda Leite Gomes
**Périsson Dantas Do Nascimento
30. Sexualidade: O Que os Adolescentes pensam Disso?
Flávia Juliana Dourado Paixão*
Rafaella Sá.
Orientadora: Profa. Ms. Algeless Milka Meireles
31. Vivenciando a Realidade de um Sistema Prisional
Ana Paula Veiga, Celma Rodrigues, Denilson Gomes, Isadora Batista*, Márcia Bartz Machado,
Rafaela Portela, Rosa Larisse Nunes De Carvalho, Ruama Frota, Suzanne Leal.
Janaína Souto (Orientadora)
32. Fatores Que Dificultam a procura de ajuda por M ulheres Vítimas de Violência
Doméstica Atendidas em Instituições
Aline De Sousa Rosa , Camila Cardoso Ibiapina, Evacy Lemos, Fernanda Dourado Da Silva, Iana
Mendes Ribeiro, Tássia Marília Sousa Santos, Idalina Rosa De Sá.
Orientadora: Profa. Ms. Algeless Milka Meireles
M ini-Curso
Atuação do Psicólogo nos Centros de Referência de Assistência Social
Profa Ms. Maria Thereza Nunes Martins Fonseca (psicóloga PBH)
16:00 às 18:00
370
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
CONCEPÇÕES DE APRENDIZAGEM E PRÁTICA AVALIATIVA SEGUNDO PROFESSORES DA
REDE DE ENSINO PÚBLICO E PRIVADO NO ESTADO DO PIAUÍ
Avelino Casto, Celma Soares da Cruz Luz, Ylka*
Profa. Ms. Algeless Milka Meireles**
Este trabalho verificou concepções de aprendizagem e prática avaliativa segundo professores de
escolas da rede pública e privada no Estado do Piauí. As concepções sobre aprendizagem constituem
artefatos culturais mediadores da interação educador-aluno, sendo fundamental à construção do
conhecimento. A avaliação da aprendizagem deve ser contínua, dialógica, identificar dificuldades e
auxiliar o processo ensino-aprendizagem. Conduziram-se entrevistas semi-dirigidas com 18 professores
(9 de escolas particulares de Teresina e nove de escolas públicas do interior), sendo que 16 possuem
formação universitária e três formação pedagógica. Metade dos educadores de ambos os grupos
evidenciou concepç ões construt ivistas, considerando aprendizagem c om o "construção de
conhecimentos" e "formação do ser humano em todos os aspectos". Os dem ais apresentaram
concepções ambientalistas e inatistas, apontando-a como "mudança de comportamento" e "algo nato
do ser humano". A proporção de professores que apresenta concepções construtivistas é semelhante
nos dois grupos, o que pode ser compreendido pelo nível de formação. Verificou-se uso majoritário de
avaliação contínua e diversificada, incluindo meios "qualitativos" (participação, tarefas cumpridas e
assiduidade), porém não está claro como estes constituem a nota do aluno, além disso, apenas dois
educadores enfatizaram a avaliação como recurso para melhorar o ensino-aprendizagem, elemento
fundamental para uma avaliação construtivista.
Palavras-chave: Aprendizagem. Avaliação escolar. Concepções de educadores.
____________
* Acadêmicas do Curso de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial
** Professora do Facid.
ATIVIDADES LÚDICAS COM CRIANÇAS EM AÇÕES EDUCATIVAS NA COMUNIDADE:
PROMOVENDO APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO
Hivana Fonseca , Andréa Ferreira , Juscislaine Morais , Danielly Miranda , Lidiane Sousa ,
Mônica Amorim , Natália Lima , Mônica Silva , Ana Paula Mendes , Cristiane Sousa , Jovita Moura,
Joanderson Fernandes, Mayara Almeida , Kissyana Figueiredo , Márcia Costa , Algeless Milka Meireles
A literatura mostra a importância de trabalhar e incentivar o lúdico e a interação entre crianças, pais
e educadores como form a de prom over aprendizagem e desenvolvim ento. Assim , torna-se útil
proporcionar um contato direto entre pais, educadores e crianças, no sentido de incitar a criatividade
infantil com atividades educativas e brincadeiras que estimulem o desenvolvimento em seus vários
aspectos, como cognitivo, psicomotor, emocional, etc. Ressalta-se também a importância de trabalhar
com atividades lúdicas em ações educativas na com unidade, tendo em vista o compromisso das
instituições de ensino superior em responder às demandas sociais, o que contribui também com a
form ação ac adêm ica dos futuros profissionais. Com objetivo de prom over aprendizagem e o
desenvolvimento integral das crianças no âmbito comunitário, foram realizadas atividades lúdicas,
envolvendo desenhos, pinturas, dobraduras de papel e atividades psicomotoras, com crianças durante
um a ação educativa na com unidade de um bairro de Teresi na-PI . As crianças part iciparam
confeccionando objetos que fazem parte de seu universo cultural através de dobraduras de papel,
desenhos e pinturas com conteúdos que variam desde rabiscos a flores, casas e super-heróis. O
depoim ento dos acadêm ic os parti cipantes m ostra a ut ilidade das ações realizadas para o
desenvolvimento de habilidades técnicas e interpessoais, auxiliando no processo de formação do
psicólogo.
Palavras-chave: Atividades lúdicas. Comunidade. Formação do psicólogo.
____________
*Acadêmicos do Curso de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial
*Especialista em Psicologia Educacional, Mestre em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba, docente e sub-coordenadora do Curso
de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial
371
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
AUTOCONCEITO E DESEMPENHO EM JOGOS ESTRATÉGICO E MATEMÁTICO
Rosa Larisse Nunes de Carvalho
Márcia Bartz Machado
Algeless Milka Meireles
O presente trabalho tem por objetivo verificar em crianças da 4ª série do Ensino Fundamental de
uma escola da rede de ensino público de Teresina-PI a relação entre autoconceito e desempenho na
realização de jogos estratégico e matemático. Estudos mostram que o autoconceito que o indivíduo
possui acerca de si mesmo influencia a aprendizagem à medida que constitui elemento mediador do
processo de interação entre o aluno, a escola e o meio social e familiar, afetando diretamente sua
auto-estima e aspectos como motivação, fundamentais ao empenho durante a realização de tarefas.
Participaram do estudo quatro alunos indicados pela professora de acordo com o desempenho
escolar, sendo dois apontados com bom de desempenho e dois com desempenho não satisfatório.
Foram conduzidas entrevistas semi-estruturadas para verificar aspectos do autoconceito dos
participantes e aplicados um jogo estratégico (conhecido como "Resta Um") e outro de operações
matemáticas. Não foram encontradas relações consistentes entre as concepções da criança
sobre autoconceito e seu desempenho nos jogos, assim como concepção do educador a respeito
da capacidade dos alunos. No entanto, ressalta-se a importância da realização de mais estudos
envolvendo um maior número de participantes para que a relação entre auto-conceito e desempenho
em atividades seja melhor compreendida.
Palavras-chave:
___________ Autoconceito. Desenvolvimento Cognitivo. Aprendizagem.
* Acadêmicas do Curso de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial
* Especialista em Psicologia Educacional, Mestre em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba, docente e sub-coordenadora do Curso
de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial
ASPECTOS PSICOSSOMÁTICOS DO CÂNCER: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Cinthya Selma de Holanda Barbosa Soares Araújo*
Késia da Silva Oliveira*
Maria de Nazareth Holanda Barbosa Soares*
Maria Hildefranceglace Oliveira Rodrigues*
Valéria Aparecida Castro e Silva*
Périsson Dantas do Nascimento**
O câncer é um conjunto de mais de duzentas doenças diferentes caracterizado por crescimento
descontrolado e disseminação de células anormais, que invadem tecidos e órgãos, podendo
espalhar-se para outras regiões do corpo. Para a Psicossomática, além dos fatores externos e
internos existem os fatores psicológicos onde corpo, mente e emoções relacionam-se com o
surgimento do câncer mediante o aumento do estresse. O presente trabalho consiste numa revisão
bibliográfica na Área da Psicossomática sobre os fatores psicossociais que predispõem o surgimento
do câncer bem como as etapas do tratamento psicoterápico com pacientes cancerosos, denominados
"personalidade tipo C" pelas pesquisas nessa área. Os estudos concluem que a intervenção
psicológica deve voltar-se para uma participação ativa e positiva do paciente no enfrentamento do
câncer, no sentido de refletir sobre sua qualidade de vida, buscando novos sentidos na sua relação
consigo mesmo, com seu corpo e o mundo.
Palavras-chave: Psicossomática. Câncer. Estresse.
____________
* Acadêmicas do Curso de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial
** Mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, docente da Faculdade Integral Diferencial, Faculdade Santo Agostinho
e Universidade Estadual do Piauí
372
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
PSICOLOGIA CARDIOLÓGICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE PACIENTES CARDIOPATAS
HOSPITALIZADOS
Valéria Raquel Alcântara Barbosa*
Janaína Souto**
O presente trabalho trata-se de um relato de experiência sobreos aspectos psicológicos envolvidos na
vivência de pacientes internados no Hospital Santa Maria, na cidade de Teresina. A amostra foi
constituída por cardiopatas de ambos os sexos, acima de quarenta anos. Objetivou-se identificar
emoções e sentimentos vivenciados a partir do diagnóstico da doença, descrevendo a representação
desta; levantando projetos relativos à vida futura, sob construção do próprio paciente. Constatou-se
que são atribuídas representações herdadas culturalm ente ao coração, ao adoecim ento, e à
hospitalização. Em geral, a vivência dos cardiopatas caracteriza-se por empreender vida disciplinada,
proeminente expressão afetiva, sentimento de culpa quanto às conjunturas pregressas, atual condição
de saúde, acentuado medo de morrer, impressões e fantasias quanto à cirurgia; são suscitados
sentimentos e emoções quanto à família; há apreensões quanto às repercussões da cardiopatia no
trabalho; presença vigorosa da fé no processo terapêutico; perspectivas sobre a vida após alta hospitalar;
impressões e fantasias quanto à assistência psicológica. Ao adoecimento do coração se relacionam
etiologias por relação orgânica e psíquica e fatores sócio-histórico-culturais; daí a necessidade de
ações multidisciplinares no tratamento de cardiopatias, para que se possa promover melhoria na
qualidade de vida dos pacientes assistidos.
Palavras-Chave: Cardiopatas. Psicologia. Hospitalização.
____________
* Acadêmicos do curso de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial
** Especialista em Psicologia Clínico-Hospitalar e Saúde Pública, integrante do corpo docente e membro da Comissão de Pesquisa e Extensão da
FACID, membro do Comitê de Ética da Maternidade Evangelina Rosa.
CONCEPÇÕES DE APRENDIZAGEM SEGUNDO EDUCADORES DE UMA ESCOLA PRIVADA E
FILANTRÓPICA DA REDE DE ENSINO DE TERESINA-PI
Elaine Catarine Silva , Édina Raquel Borges , Ana Cleide Moura , Isabel Rocha ,
Patrícia de França Noleto , Soraya Lopes , Algeless Milka Meireles .
O presente trabalho tem por objetivo verificar a concepção de educadores acerca do processo de
ensino-aprendizagem em uma instituição filantrópica da rede de ensino privado de Teresina-PI. A
aprendizagem pode ser percebida dentro de vários contextos, dentre eles, destaca-se o construtivista
no qual se verifica uma parceria entre educador e educando, ou seja, o professor deve auxiliar o aluno
em atividades a serem executadas, explorando suas potencialidades e ambos devem atuar em um
processo de troca de conhecimento. Alguns teóricos tiveram forte atuação neste movimento, podendo
ser mencionados Piaget e Vygotsky, os quais desenvolveram estudos acerca da relação entre
aprendizagem e desenvolvimento, destacando o papel da maturação biológica e da interação social,
respectivamente, no que confere ao processo de ensino-aprendizagem. No dado trabalho participaram
cinco educadoras de uma escola filantrópica da rede de ensino privado de Teresina-PI, sendo três
professores de primeira à terceira série do ensino fundamental, uma diretora e uma técnica do
laboratório de informática, com os quais foram conduzidas entrevistas semi-dirigidas. Observou-se a
partir do discurso dos educadores concepções de aprendizagem baseadas nos pressupostos
construtivistas, sobretudo nas idéias de Piaget e Vygostsky, apesar de uma das participantes mostrar
em determinados momentos uma postura voltada ao inatismo-maturacionismo. Ressalta-se que as
idéias provenientes da corrente inatista-maturacionista sugere os aspectos biológicos e maturacionais
como principais responsáveis pela aprendizagem e desenvolvimento do indivíduo, o que pode levar
o educador a uma postura "espontaneísta" diante da prática educativa.
Palavras-Chaves:
____________Concepções. Interação professor-aluno. Ensino-aprendizagem.
*Acadêmicas do Curso de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial
*Especialista em Psicologia Educacional, Mestre em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba, docente e sub-coordenadora do Curso
de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial
373
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
CONCEPÇÕES DE EDUCADORES SOBRE O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Idalina Rosa de Sá, Keylla Magalhães, Amanda Santos, Tuanny Bonolas,
Profa. Ms. Algeless Milka Meireles
O objetivo do presente trabalho foi verificar concepções de educadores sobre o processo de ensinoaprendizagem . A literatura aponta as concepções de aprendizagem com o im portantes artefatos
m ediadores da interação professor-aluno, sendo verificadas várias perspectivas teóricas que
com preendem a aprendizagem e o desenvolvim ento de form a diferenciada, tais com o a linha
construtivista de Piaget e a sócio-histórica de Vygotsky, assim como Ausubel, Bruner, Rogers, Skinner,
além de outros. Os dados foram coletados em uma escola filantrópica da rede privada de ensino de
Teresina - PI, conduzindo-se entrevistas semi-dirigidas com 5 professoras de 1ª a 4ª série. Com as
entrevistas, foi possível constatar que as professoras se diziam ser construtivistas, porém sendo possível
identificar em seus discursos concepções também de caráter tradicionalista.
Palavras-chaves: Concepções. Educadores. Ensino-aprendizagem.
____________
* Acadêmicos do curso de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial - Facid.
**Professora da Facid.
TOMADA DE CONSCIÊNCIA SOBRE O CONCEITO DE DIVISÃO EM UMA CRIANÇA DO
PERÍODO OPERACIONAL CONCRETO.
Márcia Sampaio, Marcela Lima, Nadja Cavalcante, Suzanne Leal, Thaís Leal
Profa. Ms. Algeless Milka Meireles
O presente trabalho investigou a tomada de consciência analisada sobre o conceito de divisão, o qual
foi realizado a partir de um estudo de caso de uma criança do sexo masculino de seis anos e dez meses
de idade, cursando a prim eira série em um a escola particular de Teresina, onde o mesmo foi
entrevistado e solicitado a solucionar um problem a de divisão. Através desse estudo, foi possível
analisar as estratégias que envolvem a tomada de consciência sobre conceito de divisão, sobre o
desenvolvimento cognitivo da criança, as fases de desenvolvimento, bem como os níveis de inteligência
e a capacidade de resolutividade. Verificou-se que, de acordo com os estudos de Piaget, a criança
encontra-se em transição entre os estágios pré-operacional e operacional concreto. Comprovou-se
que a partir dos experimentos realizados, ela se sobressaiu em relação aos resultados, pois conseguiu
realizar corretamente as atividades propostas, de maneiras diferentes e desvinculada dos métodos
propostos pela educação escolarizada, com base na própria experiência a partir da interação com o
m ei o.
Palavras-chave: Tomada de consciência. Conceito de divisão. Desenvolvimento cognitivo.
____________
* Acadêmicos do curso de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial
**Professora da Facid.
374
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
DANÇA NA ORGANIZAÇÃO "QUEM DANÇA É MAIS FELIZ"
Conceição Uchôa Xavier *
Denis Barros de Carvalho.
Tem como objetivo um reconhecimento do corpo como instrumento de expressão das culturas dos
diversos grupos com os quais cada ser humano entra em contato, corpo expressão da vida, corpo
diversidade. No âmbito organizacional tem-se observado que ações que rompem com o cotidiano do
trabalho, como a dança, propicia uma valorização do Ser Humano na sua totalidade, são eficazes na
mudança do olhar o trabalho como fardo, para olhar enquanto prazer, realização. A dança é uma
dessas mediadoras que trazem a empresa integração entre os membros, enfatiza a cooperação,
respeito às diferenças e aos limites de cada integrante, todos podem participar. A dança é uma forma
de expressão artística de sentimentos e idéias através do m ovim ento corporal, possibilita um
reconhecimento da inter-relação do eu-tu e é um ótimo desenvolvimento dos trabalhos corporais para
o controle do stress. Com a metodologia trabalhada nas aulas prático-teóricas na área artística, aulas
de ballet e contemporâneo, o participante será levado a constantes investigações em comunicação
corporal. As técnicas serão utilizadas como instrumento para o estudo dos princípios básicos do
movimento, objetivando uma resposta corporal individual, encontrada no potencial criativo de cada
um .
____________
* Acadêmicos do curso de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial
INCIDÊNCIA DE DEPRESSÃO PÓS-PARTO EM MÃES ADOLESCENTES ATENDIDAS EM UMA
MATERNIDADE PÚBLICA EM TERESINA - PI
Karlyania Machado Marques Lopes, Julyenne Sanh, Marcela Pinheiro, Maria Santana, Marta
Virginia Moreira Leite, Patrícia Albuquerque, Roselina Fernandes, Idalina Rosa de Sá
Profa. Ms. Algelless Milka Meireles
O presente trabalho objetiva verificar a incidência de depressão pós-parto em mães adolescentes,
visto que na fase da gravidez e pós-parto a mulher fica mais sensível e, ocorre uma série de mudanças
físicas e psíquicas, levando-as a desempenharem novos papéis e responsabilidades e esse momento
da vida se torna mais agravante quando a mãe é uma adolescente. A ausência de interação entre
educação (incluindo aí a dificuldade de acesso à informação, ao aconselhamento e atendimento
médico) e comportamento sexual, a gravidez, segundo a Organização Mundial de Saúde - OMS, é
um im portante fator de risco neste grupo etário, expondo cada vez mais essas adolescentes ao
fantasma da depressão pós-parto. Participarão da pesquisa 10 mães atendidas pelo serviço de orientação
a gestante - SOG, de uma maternidade pública em Teresina. A coleta de dados será realizada através
de dois instrumentos, um questionário e uma entrevista semi-aberta. Inicialmente será explicado o
objetivo do estudo e com o elas podem participar, concordando em participar da pesquisa, será
entregue a elas o termo de Consentimento Livre e Esclarecido, no qual serão marcados encontros
posteriores a fim de coletar os dados.
Palavras-chave: Depressão pós-parto. Maternidade pública. Mães adolescentes.
____________
* Acadêmicos do curso de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial - Facid
** Professora da Facid.
375
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
A FORMAÇÃO DO PSICÓLOGO COMO PROCESSO: ANÁLISE DE UM NOVO MODELO DE
COMPREENSÃO DA FORMAÇÃO EM PSICOLOGIA NO BRASIL.
Janaina Macedo Santana,
Denis Barros de Carvalho.
Os estudos sobre formação em Psicologia compreendiam esse processo de modo restrito, reduzindoo à graduação. Recentemente, no inicio do século XXI, surge um novo modelo que compreende a
formação como um processo amplo, que se inicia na escolha do curso e prossegue até a formação
continuada após a graduação. O objetivo deste trabalho é detalhar as etapas desse processo
(escolha do curso, graduação, inscrição no CRP, escolha da pós-graduação e planejamento da
formação continuada), apresentando o estado da arte e descrevendo as etapas em que predomina
ainda uma grande ignorância a respeito. Ao cabo, sugerimos o estudo desse processo na realidade
teresinense.
Palavras-Chave: Formação do Psicólogo. Escolha da Profissão. Formação Continuada.
____________
* Acadêmicos do curso de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial - Facid
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA COMO HISTÓRIA DA CIDADE: UMA ANÁLISE DA
MODERNIZAÇÃO URBANA COMO CONTEXTO DE PRODUÇÃO DOS SABERES E PRÁTICAS
PSI
Denis Barros de Carvalho*
A historiografia tradicional do desenvolvimento da Psicologia como Ciência e profissão desconsidera
a questão do contexto histórico de produção como elemento constituinte da validade externo do
conhecimento e, conseqüentemente, da validade de sua aplicação a contextos distintos. O objetivo
deste trabalho é discutir o conhecimento psicológico como signo e vetor da modernização urbana à
luz das Historiografias Críticas da Psicologia de Kurt Danziger e Nicholas Rose, a partir de um estudo
de caso. Como consideração final, apresentamos uma proposta renovação dos fundamentos históricosepistemológicos da formação em Psicologia, a partir da substituição da História da Psicologia tradicional
(produto) por uma Historiografia da Psicologia (processo), analisando a interface da Psicologia com a
História.
Palavras-Chave:História da Psicologia. Modernização Urbana. Historiografia Crítica da Psicologia.
____________
* Mestre em Psicologia, Doutorando em Psicologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, docente da Faculdade Integral
Diferencial e da Faculdade Santo Agostinho
376
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
AS CAUSAS DA HOMOSSEXUALIDADE SEGUNDO ESTUDANTES DE PSICOLOGIA
Eli Barros , Antônia Maria Melo, Deborah Lima, Francisca Sandra Fortes,
Gabriela Marinho, Girlene da Silva, Hele Patrícia , Irenilsa Cardoso, Idalina Rosa de Sá
Profª Ms Algeless Milka Meireles
O presente trabalho tem como objetivo verificar as causas da homossexualidade segundo estudantes
de psicologia destacando possíveis diferenças na concepção dos acadêmicos envolvendo aspectos
como gênero, religião, preconceito e nível de formação. A homossexualidade está presente em todas
as culturas e desde sua origem vem sofrendo grande preconceito por parte dos fundamentalistas da
religião, da moral, da ciência e do direito. Participarão 100 estudantes de instituições públicas e
particulares de Teresina, através de questionários aplicados em sala de aula, será apresentada a
instituição a carta de apresentação e solicitado aos participantes a assinatura do termo livre e esclarecido.
A seguinte pesquisa pode esclarecer se os estudantes do curso de psicologia estão utilizando o
conhecimento científico para extinguir este preconceito o que é fundamental ao exercício da profissão,
tendo em vista a função social do psicólogo que é de promover saúde e cidadania tentando minimizar
qualquer forma de discriminação.
Palavras-chave: Homossexualidade. Preconceito. Formação do Psicólogo.
____________
* Acadêmicos do curso de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial
**Professora da Facid.
PSICOLOGIA E PSF: UMA APROXIMAÇÃO POSSÍVEL
Analúcia Gomes Serpa*
Luciana Carvalho Araújo*
João Marcelo Santana*
Janaina Souto**
Este relata a experiência vivenciada pelos estagiários de psicologia do quinto período da Faculdade
Integral Diferencial. O estágio trata de uma observação participativa junto aos usuários do PSF do
posto Vila do Avião, Teresina-Piauí, é uma das regiões mais carentes do nordeste brasileiro. O objetivo
do estágio foi proporcionar ao estudante a vivência de atividades de planejamento, execução e
avaliação de observação das relações humanas em ambientes psicossociais, com vistas à promoção
da saúde em diferentes contextos sociais. A Vila do Avião apresenta números alarmantes de gravidez
na adolescência, prostituição, violência doméstica, e adolescentes dependentes químicos. O estágio
contou com a participação de doze estagiários no período de agosto a dezembro de 2005. O objetivo
geral foi proporcionar aos usuários do PSF da referida comunidade um espaço psicológico que
pudessem compreender e trabalhar as interações sociais, e desenvolver atividades voltadas para a
com preensão da atividade do psicólogo frente às desigualdades sociais decorrentes do m odelo
econômico excludente do país. Considera-se que é necessária a estruturação de um novo modelo
menos hospitalocêntrico, mais preventivo, que tenha uma visão bio-psico-sócio-cultural. A experiência
proporcionou aos estagiários uma aprendizagem significativa (sócio-cultural mais expressiva ) para a
sua formação profissional.
Palavras chaves: PSF. Psicologia. Comunidade.
377
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
INTERAÇÃO PROFESSOR-ALUNO E APRENDIZAGEM ESCOLAR
Germana Silva
Raifrancis Santos
Nayana Santos
Profa. Ms. Algeless Milka Meireles
O objetivo deste trabalho foi verificar práticas educativas e a interação professor-aluno em sala de
aula. Para haver aprendizagem é necessário um estado de alerta (moderado), impulso, vontade e
desejo de aprender, ou seja, motivação, e o meio escolar tem um papel fundamental nesse processo
propiciando determinadas condições que facilitem o crescimento. De acordo com Vygotsky, a
aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo abertura nas zonas de desenvolvimento
proximal, enquanto para Piaget a educação deve ter como objetivo formar indivíduos capazes de
autonomia intelectual e moral. Segundo ele, existe a necessidade de se promover um ajustamento
dos m étodos didáticos aos dados psicológicos do desenvolvim ento real. Visitou-se uma escola
filantrópica da rede privada de ensino de Teresina-PI, realizando-se observações sistemáticas em sala
de aula com os alunos e professores de 1 a 4 série do Ensino Fundamental. Na observação realizada
na 1ª série do ensino Fundamental a professora seguia a linha construtivista de Vigotsky, mostrando
também tradicionalismo ao reprimir alunos ao darem respostas erradas. Na observação da 4ª série, a
professora contrastava entre aspectos construtivistas e tradicionalistas, já que a mesma tentava valorizar
o conhecimento dos alunos, ao mesmo tempo em que usava o autoritarismo para controlar a disciplina
na turma.
Palavras-chave: Aprendizagem. Interação professor-aluno. Construtivismo
____________
* Acadêmicos do curso de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial
**Professora da Facid.
A IMPORTANCIA E A UTILIZAÇÃO DAS ATIVIDADES LÚDICAS NA EDUCAÇÃO DE
INDIVÍDUOS COM SINDROME DE DOWN SEGUNDO EDUCAORES DE ESCOLA ESPECIAL
Aline de Oliveira
Juciléa Marinho
Marina Sampaio
Pesephany D'arc Maciel
Idalina Rosa de Sá
Profa. Algeless Milka Meireles
O presente trabalho tem como objetivo verificar concepções de educadores de uma escola especial
acerca da utilização das atividades lúdicas. O indivíduo com Síndrome de Down apesar de não
responder aos padrões de independências pessoais, individuais e social esperado pela idade, em
virtude do déficit intelectual, além de outros aspectos, pode ser estimulado desde os primeiros anos de
vida numa escola especial que proporciona o desenvolvimento melhorando sua habilidades motora,
sensorial, lingüística e social, dentro de seus limites mentais por diversos profissionais como educadores
e psicólogos. A pesquisa será realizada com seis educadores de uma escola especial de Teresina, o
contato será feito por uma carta de apresentação e com o instrum ento realizado uma entrevista
semidirigida sobre a utilização das atividades lúdicas. Os educadores que se disponibilizarem a
participar da pesquisa assinarão um termo de consentimento livre esclarecido.
Palavras-chave: Síndrome de Down. Educação especial. Atividade lúdica.
____________
* Acadêmicos do curso de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial
**Professora da Facid.
378
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
A IMPORTÂNCIA DO PSICÓLOGO HOSPITALAR EM GRUPO TERAPÊUTICO COM GESTANTES DE RISCO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Rafaella Sá *
Janaina Souto**
O presente trabalho refere-se às experiências vivenciadas durante um Estágio de Psicologia da Saúde
no Contexto hospitalar, na Maternidade Dona Evangelina Rosa em Teresina, PI, no período de agosto
a dezembro de 2005. Com o intuito de efetivar uma prática em Psicologia Hospitalar em um contexto
de Maternidade, oferecendo apoio psicológico às gestantes consideradas de risco. Oportunizando um
espaço de trocas e compreensão de informações, o que facilita às gestantes se apropriarem de suas
experiências e se sentirem responsáveis entre e sobre si. Participaram dos encontros gestantes
consideradas clinicamente de alto - risco, entre 19 e 36 anos. Como o auxílio de um álbum seriado
ilustrativo e informativo, propiciou-se discussões com o grupo. Foram relatadas vivências, anseios,
medos, fantasias e sentimento de culpa e responsabilidade, em que se pode constatar, através destes,
a importância de um serviço de psicologia em uma maternidade, que realize intervenções grupais e
individuais, ressaltando a importância desse profissional para a saúde mental das gestantes de risco,
bem como sua inserção nesse contexto.
Palavras-chave: Psicologia. Grupo. Maternidade. Gravidez.
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* Acadêmicas do curso de Psicologia da Faculdade Santo Agostinho
**Especialista em Psicologia Clínico-Hospitalar e Saúde Pública, integrante do corpo docente e da Comissão de Pesquisa e Extensão da FACID,
membro do Comitê de Ética da Maternidade Evangelina Rosa.
MEMÓRIA DE EVOCAÇÃO E AUTO-EFICÁCIA EM ADULTOS E IDOSOS
Denilson Gomes Silva, Geizze-Tânia Soares Campos, Lydia de Carvalho Pires,
Sheila Barros Ribeiro, Algeless Milka Meireles.
O presente trabalho verificou a relação entre o desempenho de adultos e idosos em atividades de
memória evocativa e suas concepções sobre auto-eficácia. Participaram deste trabalho 4 adultos e 4
idosos, com faixas etárias entre 25 e 40 anos e 65 e 80 anos, respectivamente. Os instrumentos
utilizados constituem: atividades de memória sobre evocação livre e insinuada (seqüência de palavras
e jogo de emparelhamento figuras) e entrevista semi-estruturada sobre auto-eficácia. Os resultados
apontam dificuldade dos idosos em evocar informações novas, impedindo a repetição das três palavras
(memória operacional), assim como a recordação total das figuras correspondentes aos pares. Com os
adultos, houve uma preocupação em memorizar as três palavras, no que obtiveram êxito, possivelmente,
para confirmarem suas concepções de auto-eficácia, prejudicando a atenção no momento da exposição
das figuras emparelhadas, culminando num baixo rendimento nesta atividade. O desempenho dos
adultos na primeira atividade (evocação livre) foi melhor que o dos idosos, enquanto na segunda
atividade (evocação insinuada), os idosos se sobressaíram em relação aos adultos. Para uma melhor
comparação seriam necessários estudos mais abrangentes com maior número de participantes, no
entanto, ressalta-se a importância de fatores socioculturais ao se comparar o desempenho de adultos
e idosos em atividades de memória.
Palavras-chave: Memória evocativa. Auto-eficácia. Envelhecimento.
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* Acadêmicos do curso de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial
379
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
CONCEPÇÃO DE INTERNAUTAS ACERCA DA RELAÇÃO ENTRE ORKUT E PRIVACIDADE
Iury Viana
Danyelle Bona Soares
Elza Muniz
Elzillene Soares
Érika Gomes
Isabel Fontenele
Marília Castelo Branco
Veridiana Santos
Idalina Rosa de Sá
Algeless Milka Meireles
Este trabalho tem como objetivo verificar a concepção de internautas acerca da relação entre Orkut e
privacidade, verificando o nível de exposição das pessoas na internet e também a influência que esta,
mais especificamente o Orkut, tem sobre a vida social de uma pessoa. Nos últimos anos, a internet tem
se revelado um importante veículo de comunicação entre as pessoas, a qual pode ser viabilizada
através de uma multiplicidade de recursos, como sistemas de correspondência eletrônica (e-mails),
programas para conversas em tempo real (chats) e sites pessoais, dentre eles, o Orkut. O Orkut constitui
uma rede social através da qual se fazem contatos com pessoas em todo o mundo, sendo possível a
exibição de fotos, dados pessoais e demais informações que se desejem veicular. Os dados expostos
podem ser acessados por quaisquer internautas cadastrados, o que evidencia a discussão acerca da
relação entre o Orkut e privacidade. Se, por um lado, problemas como a violência urbana faz com que
as pessoas se isolem cada vez mais uma das outras no "mundo real", por outro, a aproximação se torna
possível no "mundo virtual", não oferecendo, supostamente, os mesmos riscos. Participaram do estudo
19 jovens com faixa etária entre 17 e 21 anos, que possuem Orkut, aplicando-se questionários e
assegurando-se total sigilo em relação aos dados coletados. Os resultados apontam diferenças e
semelhanças na concepção de homens e mulheres acerca do Orkut. Ambos utilizam o Orkut para
manter contato e/ou conhecer novas pessoas, sendo que as mulheres destacam a sua utilidade em
relação a namoro e "fofocas". Os homens explicitaram mais confiança em amigos virtuais, por outro
lado, ambos acreditam que existe traição virtual, embora os homens acreditem mais que as mulheres
na existência de "amor virtual". Pode-se observar que as mulheres tendem a ter mais preocupação
com os perigos virtuais, como montagens, fofocas, invasão do perfil, enquanto os homens relataram a
exposição a perigos reais, como assaltos e seqüestros. Tendo em vista que a internet tem sido
amplamanente utilizada para fins de lazer e entretenimento, torna-se necessário realizar estudos
longitudinais sobre a repercussão que esse novo meio de comunicação pode trazer ao desenvolvimento
social, sobretudo, de jovens, adolescentes e crianças.
Palavras-chave: Orkut. Relações sociais. Privacidade.
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* Acadêmicos do curso de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial
* Especialista em Psicologia Educacional, Mestre em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba, docente e sub-coordenadora do Curso
de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial
380
Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
ASPECTOS PSICOSSOMÁTICOS DAS DOENÇAS DA PELE
Alana Mabda Leite Gomes*
Hérica Maria Saraiva Melo*
Indira Santana Paz Curty*
Paulo Ferreira Lima*
Tiago Simeão Curralo*
Vanelma Martins Cardoso*
Périsson Dantas do Nascimento**
O presente trabalho discute a interação entre a pele e a mente. Certos estilos de pensamentos agindo
sobre pessoas geneticamente predispostas, são capazes de desencadear mudanças no organismo,
que se m anifestam sob a forma de doenças da pele, tais como prurido, urticária, acne juvenil,
dermatite atópica, psoríase, vitiligo, calvície. Observa-se a existência de uma falta de contato físico
com a mãe no primeiro ano de vida, apresentando estado de dependência e insegurança em relação
à figura materna. Acredita-se que as erupções de pele são uma tentativa de encontrar o próprio eu. O
que percebemos com a literatura estudada é que o nosso ponto de vista deve-se voltar para a dor
psíquica, onde a pele vai sinalizar que há algo de errado com a estrutura psíquica do indivíduo. Todas
essas particularidades dos fenômenos histéricos têm haver com o saber que não é acessível somente
através do biológico. Freud vai dizer que a histeria se comporta como se a anatomia não existisse e
que a doença instalava porque a emoção desenvolvida nas situações traumáticas patogênicas não
podia ter exteriorização normal e que a essência da moléstia consistia na atual utilização anormal das
emoções retidas.
Palavras-chave:
Pele. Doenças. Psicossomática.
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*Acadêmicos do Curso d ePsicologia da Faculdade Integral Diferencial
**Mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, docente da Faculdade Integral Diferencial, Faculdade Santo Agostinho
e Universidade Estadual do Piauí
VIVÊNCIA NA PENITENCIÁRIA FEMININA DE TERESINA
Analúcia Gomes Serpa*
Clístenes Lopes Abreu Moreira
Janete Clair Melo Carvalho
João Marcelo Santana
Juliana de Oiveira Teixeira
Sara Roberta
Janaína Souto
A Psicologia no âm bito da Justiça atua no sentido de ajudar nos planejamentos e execução de
políticas de cidadania, direitos humanos e prevenção de violência. Este trabalho foi realizado com o
objetivo de articular conhecimentos, com petência, habilidades e atitudes relacionadas com as
disciplinas básicas do Curso de Psicologia, para discutir ações que viabilizem a promoção da saúde
em diferentes contextos sociais, a partir da realização de visitas, que possibilitaram a elaboração da
caracterização Institucional e do plano de ação. Foram desenvolvidas atividades de observação
participativa junto aos agentes penitenciários e as detentas, que possibilitaram verificar as representações
dos agentes acerca da Psicologia, oficinas temáticas com as detentas com o objetivo de promoção de
saúde. O ingresso na instituição proporcionou aos estagiários o conhecimento da realidade das
presidiárias, a partir dessa vivência sociocultural, percebeu-se a necessidade do psicólogo comprometido
com os direitos humanos e a promoção de qualidade de vida nos presídios. Esta vivência, oportunizou
a construção de uma consciência crítico-reflexiva acerca dos direitos humanos e da psicologia jurídica
brasileira.
Palavras-chave: Psicologia. Penitenciária. Vivência.
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*Acadêmicos do curso de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial
**Especialista em Psicologia Clínico-Hospitalar e Saúde Pública, integrante do corpo docente e membro da Comissão de Pesquisa e Extensão da
FACID, membro do Comitê de Ética da Maternidade Evangelina Rosa.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
VIVENCIANDO A REALIDADE DO PSF NA COMUNIDADE VILA DO AVIÃO, TERESINA-PI
Andréa de Oliveira*, Ana Paula Veiga*, Celma Soares*, Denilson Gomes*,
Isadora Batista*, Márcia Bartz Machado*, Maria das Graças Borges*, Marília Lago*,
Nathália Alcântara*, Rafaela Portela*, Rora Larisse Nunes de Carvalho*, Janaína Souto**
Este trabalho relata as experiências vivenciadas pelos estagiários do V bloco de Psicologia junto à
equipe do PSF da Vila do Avião em Teresina, no período de março a junho de 2006, os quais
desenvolveram atividades de planejamento, execução e avaliação de observação das relações
humanas em ambientes psicossociais com vistas à promoção da saúde em diferentes contextos
sociais. Desenvolveram-se discussões e dinâmicas de grupos, abordando as relações interpessoais, os
aspectos psicológicos da hipertensão, diabetes, da relação mãe-bebê; visitas domiciliares juntamente
com a equipe de saúde, que tiveram o objetivo de conhecer o contexto sócio-cultural e as problemáticas
da comunidade e as dinâmicas com a equipe do posto de saúde, que buscaram promover a integração
entre os estagiários de Psicologia e os funcionários. Percebeu-se que os moradores são carentes de
informação, que é difícil desenvolver atividades educativas que estimulem a promoção da saúde e o
interesse em realizar mudanças significativas em suas vidas. Nota-se que a comunidade e os profissionais
do posto não buscam novas propostas de promoção da saúde e apresentam-se desmotivados diante
do contexto sócio-econômico e político. Esta vivência proporcionou aos estagiários uma aprendizagem
significativa da realidade social e da relação teórico-prática.
Palavras-chave: Comunidade. PSF. Relações humanas.
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* Psicóloga pela Universidade Estadual doPiauí
**Especialista em Psicologia Clínico-Hospitalar e Saúde Pública, integrante do corpo docente e membro da Comissão de Pesquisa e Extensão da
FACID, membro do Comitê de Ética da Maternidade Evangelina Rosa.
PSICANÁLISE E EMOÇÕES: UMA ANÁLISE DO FILME FRIDA
Estela Braga Nepomuceno*, Jaísse Craveiro Melo*, Leila Dulce Guimerães Leal*
Luana Victória Oliveira* , Marina Nery Coutinho Pierot*, Mônica dos Santos Santana*
Stephanie Carvalho Lustosa*, José Lincoln*, Janaína Souto**
O presente trabalho refere-se a análise do filme Frida (2003), dirigido por Julie Taymor e protagonizado
por Salma Hayek, que foca a relação amorosa entre o muralista Diego Riviera e a pintora Frida Kahlo.
Este versa-se sobre a visão psicanalítica e os estudos das emoções , além da constatação das relações
existentes entre as emoções e os conceitos psicanalíticos, com base no comportamento de Frida. Tal
análise centra-se nos métodos específicos das ciências sociais: Método dedutivo (parte das teorias e
leis) e histórico (preenche os vazios dos fatos e acontecimentos, apoiando-se em um tempo). Foi
realizado pelos alunos da disciplina estágio básico-I, da Faculdade Santo Agostinho, no período de
abril a junho de 2006. Constatamos que a protagonista apresenta conflitos de personalidade; e que
suas obras artísticas revelam um auto-retrato e nos leva a discutir, acima de tudo, a relação de
emoções e psicanálise. Projeção, racionalização, negação, sublimação, complexo de Édipo, falo,
narcisismo e sonhos são alguns conceitos evidenciados no filme, refletindo sofrimento, anseios,
angustias etc. Com este estudo, foi possível perceber que conceitos psicanalíticos ampliam a
compreensão do comportamento humano, e a expressão das emoções na arte.
Palavras-chave: Emoções. Psicanálise. Comportamento.
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* Psicóloga pela Universidade Estadual doPiauí
**Especialista em Psicologia Clínico-Hospitalar e Saúde Pública, integrante do corpo docente e membro da Comissão de Pesquisa e Extensão da
FACID, membro do Comitê de Ética da Maternidade Evangelina Rosa.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
ANÁLISE PSICANALÍTICA DA PERSONAGEM "NAZARÉ TEDESCO" DA NOVELA SENHORA
DO DESTINO
Graça Guimarães*
Paulo Lim a*
Tiago Curralo*
Vanelma Martins*
O presente trabalho visa a análise da personagem Nazaré Tedesco da novela Senhora do Destino
exibida pela rede globo de televisão a fim de explicitar a estrutura perversa nessa mesma personagem.
Tenta-se mostrar através desse estudo se existe diferença entre perversão e loucura qual seria ou quais
seriam tais diferenças. Com suas características peculiares a perversão é uma estrutura de personalidade
que se contrapõe à estrutura neurótica, na verdade, como dizem os psicanalistas, a perversão é a
negação da neurose e vice-versa. A perversão então vem a ser uma estrutura em que a pessoa perversa
sente prazer não em fazer o mal, mas nas conseqüências de tal malignidade.
Palavras-chave: Perversão. Neurose. Estrutura de personalidade.
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* Acadêmicos do curso de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial - Facid
PSICOPROFILAXIA HOSPITALAR:UM ESTUDO A PARTIR DA INTERVENÇÃO
PSICOPROFILÁTICA FRENTE AO PROCESSO DE HOSPITALIZAÇÃO DE PACIENTE
CARDÍACOS
Antônio Francisco Soares Júnior*
Janaína Souto**
O trabalho trata de uma pesquisa descritiva, qualitativa das intervenções psicoprofiláticas realizadas
no período de abril a agosto de 2005, em Teresina, Piauí. No Hospital Getulio Vargas, e no Hospital
Santa Maria. A psicoprofilaxia consiste na assepsia de fatores negativos que atrasam a evolução
e causas desordens psicológicas nos pacientes hospitalizados. A doença cardíaca e seu tratamento
cirúrgico representam uma realidade imposta, que desestrutura o paciente o qual desenvolve:
medos, fantasias, culpa, ansiedade, stress .A pesquisa foi realizada no momento da admissão dos
pacientes, bem como nos atendimento de pré e pós-operatório. Foram realizadas 15 entrevista
semi-estruturadas com pacientes cardiopatas hospitalizados, de ambos os sexos, com idade de
45 a 79 anos. Desenvolveu-se a analise de discurso, a qual demonstra que: a psicoprofilaxia
contribui para a adesão ao tratamento, fortalece os vínculos com patologia, com a equipe e com a
instituição; ameniza despersonalização, e favorece a humanização do atendimento, diminui da
ansiedade do paciente, e demais fatores depreciativos. Percebe-se também que a psicoprofilaxia
é uma intervenção biopsicossocial, que beneficia a equipe, a instituição o paciente e sua família.
Palavras-chave: Cardiopatia. Psicoprofilaxia. Hospitalização.
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* Acadêmicos do curso de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial
**Especialista em Psicologia Clínico-Hospitalar e Saúde Pública, integrante do corpo docente e membro da Comissão de Pesquisa e Extensão da
FACID, membro do Comitê de Ética da Maternidade Evangelina Rosa.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS VISUAIS PARA A CONSTRUÇÃO DA
APRENDIZAGEM, MEMORIZAÇÃO E INTERPRETAÇÃO
Isadora Montalvão, Rafaela Portela, Nathália Alcântara, Marília Lago , Algeless Milka Meireles
Opresente trabalho investigou o desempenho de crianças de diferentes estágios cognitivos, segundo
Piaget, em atividades de interpretação de histórias em quadrinhos. Para Piaget, o desenvolvimento
cognitivo se dá através de uma seqüência invariável de estágios (Sensório-Motor, Pré-Operacional,
Operacional Concreto e Operacional Formal), os quais possuem características específicas que
demarcam a capacidade de aprendizagem do indivíduo. Este teórico explica a aprendizagem e o
desenvolvimento através dos processos de assimilação, acomodação e equilibração, destacando
também o papel da maturação biológica e, portanto, da idade cronológica, no que diz respeito à
aquisição de habilidades e à construção de conhecim ento. Cada estágio do desenvolvimento
corresponde a diferentes maneiras de interagir com a realidade e organizar conhecimentos visando
adaptação. Participaram da pesquisa duas crianças, as quais vivenciam os estágios pré-operacional
e operacional formal, respectivamente. Aos participantes, foi apresentada uma história curta em
quadrinhos e, em seguida, um questionário com perguntas de interpretação. Os dados apontam que
o participante que vivencia o estágio pré-operacional resgatou elementos da história adequadamente,
porém não destacando a m ensagem principal com a m esm a facilidade que o participante das
operações formais. O primeiro necessitou de intervenções das pesquisadoras na realização da tarefa
solicitada, ao passo que o segundo conseguiu realizar a atividade sozinho. Os resultados refletem as
diferenças no nível de desenvolvimento das crianças conforme seus respectivos estágios cognitivos,
corroborando os pressupostos de Piaget. Entretanto, salienta-se a importância de estudos longitudinais
que possam caracterizar a maneira como cada estágio piagetiano se apresenta nas crianças atualmente
e, verificando também a relação entre desenvolvimento cognitivo e idade cronológica, tendo em vista
as modificações no contexto sociocultural que perpassam o desenvolvimento humano.
Palavras-chave:
Estágios cognitivos. Aprendizagem. Recursos visuais.
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* Acadêmicos do curso de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial
**Especialista em Psicologia Clínico-Hospitalar e Saúde Pública, integrante do corpo docente e membro da Comissão de Pesquisa e Extensão da
FACID, membro do Comitê de Ética da Maternidade Evangelina Rosa.
RELIGIOSIDADE E CONCEPÇÕES DE ADOLESCENTES ACERCA DE SEXUALIDADE, USO DE
DROGAS E PRECONCEITOS RACIAL E SEXUAL
Silas Fonseca
Ivo Dantas
Eduardo Cavalcante
Idalina Rosa de Sá
Profa. Ms. Algeless Milka Meireles
Este projeto de pesquisa tem como objetivo verificar a relação entre religiosidade e concepções de
adolescentes acerca de sexualidade, uso de drogas e preconceitos racial e sexual e quais as possíveis
influências das diferentes doutrinas religiosas na vida de estudantes. A literatura m ostra que a
religiosidade faz parte da vida humana desde os tempos mais remotos, sendo que muitas atitudes e
comportamentos são baseados em crenças religiosas. Em algumas culturas, a atividade religiosa
constitui a base de conduta social na maioria dos indivíduos, responsável por manter os valores e a
moral na vida familiar e social, daí vem a importância de se realizar um estudo profundo, esclarecendo
a real interferência e a manipulação que algumas religiões pode exercer na vida do jovem. Participarão
da pesquisa 50 estudantes com faixa etária entre 15 e 20 anos. Serão aplicados questionários semidirigidos em sala de aula, contando-se com a permissão das escolas e a assinatura do termo de
consentimento livre pelo participante.
Palavras-chave: Religiosidade. Concepções. Adolescência.
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* Acadêmicos do Curso de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial
** Professora da FAcid.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
MEDULOBLASTOMA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO EXTRA-CURRICULAR NO
SETOR DE PSICOLOGIA, NA ÁREA DA PEDIATRIA, DO HOSPITAL SÃO MARCOS-PI
Cinthya Selma de Holanda Barbosa Soares Araújo
Geíza Cláudia Medina Prado
O meduloblastoma é uma das neoplasias do Sistema Nervoso Central (SNC) mais freqüentes na faixa
etária infantil, correspondendo a cerca de 20% a 30% de todos os tumores do SNC da criança. O
presente trabalho consiste no relato de experiência em estágio na Área da Psiconcologia realizada
com paciente do sexo masculino, oito anos de idade, com diagnóstico de meduloblastoma, iniciada
após intervenção cirúrgica. O atendimento psicológico oferece a possibilidade para que pacientes e
familiares possam vivenciar o câncer como uma chance de refazer a vida em bases mais significativas
e plenas. Destaca a importância de uma intervenção interdisciplinar durante o tratamento que consiste
em cirurgia, radioterapia e quimioterapia, em especial, da Psicologia que busca ajudar o paciente a
enfrentar a doença através de técnicas específicas, visando sua participação ativa na evolução do
tratamento, no sentido de assegurar uma maior sobrevida e melhor qualidade de vida.
Palavras-chave: Psiconcologia. Meduloblastoma. Interdisciplinaridade.
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* Acadêmica do Curso de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial
* Psicóloga do Hospital São Marcos
VIVENCIANDO A MONITORIA DA DISCIPLINA DINÂMICA DE GRUPO E RELAÇÕES
HUMANAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO CURSO DE PSICOLOGIA DA FACID
Alana Mabda Leite Gomes*
Périsson Dantas do Nascimento**
O presente trabalho trata-se de um relato de experiência em m onitoria na disciplina Dinâmica de
Grupo e Relações Humanas, no ano de 2005. A monitoria é uma atividade que busca a participação
do aluno-monitor em atividades desenvolvidas juntamente com o professor para o aperfeiçoamento
teórico-prático de habilidades relacionadas a atividades de docência, além de proporcionar aos
alunos da disciplina um suporte didático, contribuindo para a qualidade de ensino. A prática da
monitoria deu-se através de encontro sem anais de orientação para os alunos e da aplicação de
dinâmicas em sala de aula, com o suporte de supervisões quinzenais com o professor orientador.
Resultando assim em um aprofundamento teórico e prático para o aluno-monitor, no que diz respeito
à compreensão, o diagnóstico e a intervenção nos processos grupais, através da aplicação e condução
de técnicas de sensibilização, formação de equipes, pedagógicas e lúdicas. A experiência de monitoria
resultou em diversos ganhos acadêmicos e profissionais, abrindo campos de estágios extracurriculares,
tornando-se um referencial importante no currículo.
Palavras chaves: Monitoria. Dinâmica de Grupo e Relações Humanas. Desenvolvimento Interpessoal.
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*Acadêmica do Curso de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial
**Mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, docente da Faculdade Integral Diferencial, Faculdade Santo Agostinho
e Universidade Estadual do Piauí
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
SEXUALIDADE: O QUE OS ADOLESCENTES PENSAM DISSO?
Flávia Juliana Dourado Paixão*
Rafaella Sá**
Partindo do referencial de que o período da adolescência marcado por várias mudanças e (re)
adaptação a nível biopsicosocial. O presente trabalho realizado no Estágio Extracurricular
Supervisionado em Psicologia Escolar visa mostrar quais as idéias que os adolescentes têm acerca
da sexualidade. Além de propiciar um momento de discussão e esclarecimento sobre o tema. O
encontro foi realizado em sala de aula com alunos da 7° série de uma escola particular de Teresina
(PI) com idades entre 13 e 14 anos. Foram relatadas de forma verbal e não verbal (desenhos), as
experiências, as vivências e as dúvidas mais comuns a respeito da sexualidade à prática sexual:
namoro, beijo, abraço e sexo, não possuindo um esclarecimento assertivo das reais dimensões
que envolvem a sexualidade. Dessa maneira se percebe a importância do psicólogo escolar em ser
sensível e esclarecer, bem como abordar tal temática com mais afinco em sala de aula, uma vez que
não existem disciplinas especificas sobre educação sexual.
Palavras-chaves: Adolescência. Sexualidade. Psicologia escolar. Educação sexual.
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* Acadêmica do curso de Psicologia da Faculdade Integral Diferencial
**Psicóloga pela Universidade Estadual do Piauí
VIVENCIANDO A REALIDADE DE UM SISTEMA PRISIONAL
Ana Paula Veiga*, Celma Rodrigues*, Denilson Gomes*, Isadora Batista*,
Márcia Bartz Machado*, Rafaela Portela*, Rosa Larisse Nunes de Carvalho*
Ruama Frota*, Suzanne Leal*, Janaína Souto**
Este trabalho relata as experiências vivenciadas pelos estagiários do IV bloco de psicologia junto às
presidiárias da Penitenciária Feminina de Teresina, no período de setembro a novembro de 2005, os
quais desenvolveram observações participativas dos processos psicológicos básicos das presidiárias e
realizaram atividades que possibilitem a promoção de saúde e qualidade de vida para as envolvidas.
Foram desenvolvidas as observações participativas, as entrevistas semi-estruturadas e os questionários
com a direção, as presidiárias e os agentes penitenciários. As atividades realizadas foram às dinâmicas,
abordando as relações interpessoais; a exibição de filmes, em que se observou os processos psicológicos
básicos, tais como: motivação, percepção e emoção e os grupos de discussão, direcionando temas
como: família, drogas e preconceito. Percebeu-se que há uma hierarquia de poderes entre os agentes
penitenciários e as presidiárias, resultando em comportamentos autoritários e inflexíveis que não
estimulam uma convivência sadia entre eles. Com relação à saúde dessas mulheres, verificou-se uma
baixa auto-estima, fragilidades físicas e emocionais, medos, estereótipos e falta de perspectivas de
mudanças. Notou-se que o sistema prisional precisa permitir que as presidiárias sejam respeitadas,
ativas e agentes de transformação da realidade em que vivem e, assim, facilitar a re-socialização
dessas mulheres.
Palavras-chave: Presidiárias. Vivência. Processos psicológicos básicos.
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* Psicólogo pela Universidade Estadual do Piauí
**Especialista em Psicologia Clínico-Hospitalar e Saúde Pública, integrante do corpo docente e membro da Comissão de Pesquisa e Extensão da
FACID, membro do Comitê de Ética da Maternidade Evangelina Rosa.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
FATORES QUE DIFICULTAM A PROCURA DE AJUDA POR MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ATENDIDAS EM INSTITUIÇÕES
Aline de Sousa Rosa , Camila Cardoso Ibiapina, Evacy Lemos, Fernanda Dourado da Silva, Iana
Mendes Ribeiro, Tássia Marília Sousa Santos, Idalina Rosa de Sá
Profa. Ms. Algelless Milka Meireles
O presente trabalho focaliza a violência contra as mulheres, assim como os fatores que as levam a não
denunciarem seus agressores, visando verificar os órgãos e instituições que apóiam mulheres que
decidem denunciar. O abuso do parceiro começa tipicamente com empurrão, depois progride para o
espancam ent o. A lgum as vítim as são gravem ent e feridas ou vivem em constante terror,
independentemente de classe social, credo, conforme apontado pela literatura. Estudos apontam os
seguintes fatores que levam à violência dom éstica de acordo com as mulheres vítimas: hom ens
agressivos, filhos que convivem com pais que agridem suas mães (homens que não sabem lidar com
os conflitos, ciúme, alcoolismo, machismo, etc.). Participarão desse projeto dez mulheres vítimas de
violência, atendidas em instituições de apoio a mulheres vítimas de violência doméstica em Teresina
- PI. Será feito contato com as participantes através das instituições que atendem mulheres vítimas de
violência às quais assinarão termo de consentimento livre e esclarecido para que se possam coletar
dados e ter acesso à realidade dessas mulheres. Os instrumentos para coleta de dados consistem em
questionários, entrevistas e grupos de convivência constituído pelas vítimas atendidas nas instituições.
Palavras-chave: Violência doméstica. Mulheres. Denúncia.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
APRESENTAÇÃO
Com o objetivo de divulgar junto à comunidade acadêmica e, dessa forma,
valorizar a pesquisa e a produção dos profissionais e estudantes, estamos
apresentando os anais do II Encontro de Pesquisa e I Seminário de Iniciação
Científica, resultado das palestras, comunicações e apresentações de dissertações
e teses.
Foram dois dias de enriquecedora troca de experiências entre os
participantes, pelo alto nível dos temas discutidos e pela relevância dos trabalhos
apresentados.
Acreditamos que Encontros dessa natureza só fortaleçam e estimulem o
envolvimento dos que fazem a pesquisa nas IES, bem como testemunham o esforço
de todos para o sucesso e a consolidação da pesquisa nos meios acadêmicos.
.
Profª Dra Raimunda Celestina Mendes da Silva
Coordenadora da Comissão de Pesquisa e Pós-Graduação
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
PROGRAMA
DIA 08/11/06 (Quarta-feira)
MANHÃ
08:30 -
ABERTURA
09:00 -
PALESTRA: A FAPEPI e a Pesquisa Científica no Piauí.
Profº Dr Acácio Salvador Véras e Silva - FAPEPI
Coordenadora: Dra. Raimunda Celestina Mendes da Silva
Monitor: Luciênia Libânio Pinheiro
10:30 -
Sessão de Comunicação
Exposição de Pôster
Coordenadora: Profª Dra. Luciana Saraiva e Silva
Monitor: Elizabete Lima Melo
11:30 -
Apresentação de teses e dissertações
Coordenador: Marly Macêdo
Monitor: Mayara Francisca de Araújo Santos
TARDE
14:00 -
Mini - curso: HLA e doenças
Coordenador: Profª Dr. Viriato Campelo
Carga horária: 4h
Conteúdo: Cromossomo 6 humano
Ministrante: Profº Dr Laurindo
Conteúdo: HLA
Ministrante: Profª Ms Sâmia Mascarenhas
Clientela: Alunos do 4º Bloco de Medicina e 8º Bloco de Fisioterapia
Monitor: Jefferson Laércio Ramos Ferreira
16:00 -
Sessão de Comunicação
Exposição de Pôster
Coordenadora: Profª Dra. Raimunda Celestina Mendes da Silva
Monitor: José Sales Dias Neto
DIA 09/11/06 (Quinta-feira)
MANHÃ
08:00 -
Apresentação de teses e dissertações
Coordenadora: Profª Dra. Raimunda Celestina Mendes da Silva
Monitor:Antônio José de Siqueira Neto
10:00 -
Sessão de Comunicação
Coordenador: Profª Ms Marly Macêdo
Monitor: Mariana Botelho Ribeiro
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
TARDE
14:00 -
Mini-curso: HLA e Doenças
Carga horária: 4h
Conteúdo: HLA e Doenças; HLA: diabetes e febre reumática; HLA:
espondilite anquilosante e artrite reumatoide.
Ministrante: Profº Dr Viriato Campelo
Clientela: Alunos do 4º Bloco de Medicina e 8º Bloco de Fisioterapia
Monitor: Francisco Neto de Souza Oliveira Neto
15:00 -
PALESTRA: A importância da Pesquisa na FACID
Profº Dr. Rogério Santiago Araújo
Coordenador: Antonia Osima Lopes
Monitor: Ana Paula Yamamoto
16:00 -
Apresentação cultural
Lançamento de livros / revista:
# Revista FACID: Ciência & Vida - vol. 2
Apresentador: Profº Paulo Raimundo Machado Vale
# Histórias de Morte...
Profº Paulo de Tarso Mendes de Sousa
# A representação da seca na narrativa piauiense: século XIX e XX
Profª Dra. Raimunda Celestina Mendes da Silva
# O Orientador de Bolso
Profº José Guilherme Férrer Pompeu
Apresentador: Luiz Ayrton Santos Júnior
Coordenadora: Profª Dra. Luciana Saraiva e Silva
Monitor: Francisca Célia M dos Santos
18:00 -
Entrega de Prêmios
Coordenadora: Profª Dra. Raimunda Celestina Mendes da Silva
Monitor: Laerte Gonçalves Granjeiro
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
A HIPERTENSÃO ARTERIAL NA COMPREENSÃO DOS CAMINHONEIROS DE TERESINA - PI:
UM ESTUDO DE ENFERMAGEM.
Lívia Moreira de Carvalho Rodrigues *, Maria Nauside Pessoa da Silva **,
Sonaly Mayana Cardoso Sousa Silva ***, Thatiane da Silva Barbosa ****,
Judite Oliveira Lima Albuquerque *****
Trata - se de uma pesquisa intitulada: "A hipertensão Arterial na Compreensão dos Caminhoneiros de
Teresina - PI: um estudo de Enfermagem", cujo objetivo é conhecer a percepção que os caminhoneiros
têm acerca da patologia, com aferição da pressão arterial para análise e discussão sobre a promoção
e prevenção da saúde. É uma patologia muito discutida como problema atual de saúde pública, em
que os sujeitos do estudo possuem predisposição para desenvolvê-la, em decorrência de sua jornada
de trabalho, sedentarismo, alimentação, irregular, dentre outros. A pesquisa tem uma abordagem
descritiva, qualitativa, com roteiro semiestruturado para que seja possível analisar as respostas. A
produç ão dos dados ocorrerá no Posto Magnólia, em Teresina - para aproxim adam ente 30
caminhoneiros que o freqüentam. Será garantido em todas as etapas da pesquisa o seu anonimato.
No m om ento da transcrição das falas serão substituídos por pseudônimos para que não sejam
identificados. O estudo será analisado após a categorização fins de discussão.
Palavras chave: Enfermagem.
____________
Hipertensão Arterial. Caminhoneiro.
* Acadêmica do Curso de Enfermagem do 5° Bloco da FACID
** Acadêmica do Curso de Enfermagem do 5° Bloco da FACID - Relatora
*** Acadêmica do Curso de Enfermagem do 5° Bloco da FACID
**** Acadêmica do Curso de Enfermagem do 5° Bloco da FACID
***** Orientadora, Enfermeira, Acupuntora e Mestra em Enfermagem. Coordenadora e Docente do Curso de Enfermagem da FACID.
A PERCEPÇÃO DAS MULHERES ATENDIDAS NA UNIDADE DE SAÚDE MONTE VERDE EM
TERESINA - PI SOBRE O EXAME DE PREVENÇÃO CÉRVICO - UTERINO.
Danyara Macedo Uchoa *, Karine de Magalhães Nogueira **
Isabel Cristina Cavalcante Passos de Carvalho ***
O câncer é uma doença crônica - degenerativa que tem dizimado muitas vidas em todo o mundo. Ele
vem se relacionado às condições de vida das populações e de desenvolvimento das sociedades,
considerado - se uma doença da civilização. A quase totalidade de tumores do colo é de origem
epitelial e precedida por lesões cervicais precursoras ou displasias, denominadas neoplasias intra epiteliais cervicais (NIC). Como o colo uterino é de fácil visualização e acessível à colheita de material
para estudos citológicos, possibilita o diagnóstico e tratamento precoces das neoplasias cervicais. Tem
- se como problema dessa pesquisa: estão as mulheres conscientes da importância do exame citológico
preventivo do câncer cérvico - uterino? Assim, objetiva - se compreender o conhecimento que as
mulheres atendidas pelas enfermeiras, no exame citológico da unidade de saúde do Monte Verde,
possuem em ralação à importância da prevenção do câncer cérvico-uterino, correlacionado-o com a
morbimortalidade entre as mulheres. Este estudo constitui-se em uma investigação qualitativa em
andamento, que se fará por uma pesquisa de campo por meio de instrumentos como entrevistas semiestruturadas. O interesse por este tema surgiu das atividades desenvolvidas na Unidade citada no
decorrer da disciplina Enfermagem em Saúde da Mulher e por se tratar de um assunto relevante tanto
para a população com o para a área de saúde.Tem -se, portanto, um a pesquisa inédita, pois as
pesquisas se diferenciam na forma com o cada olhar, focalizado no objeto vai se modificando de
acordo como o pesquisador o percebe. Assim, a pesquisa torna-se relevante por mostrar diversos
olhares sobre as questões e proporcionar reflexões sobre a importância do serviço de prevenção
cérvico - uterino.
Palavras-Chave: Prevenção. Saúde da mulher. Exame cérvico-uterino.
____________
* Acadêmica do Curso de Enfermagem da FACID- Relatora
** Acadêmica do Curso de Enfermagem da FACID
*** Orientadora e Docente do Curso de Enfermagem da FACID.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
DESVELANDO OS FATORES E COMPORTAMENTOS DE RISCO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL
DOS FRENTISTAS EM TERESINA - PI. na compreensão da Enfermagem.
Aika Barros Barbosa *, Laine Moura Luz **, Luana Bispo Ribeiro ***,
Maria Rocha Cavalcante ****, Judite Oliveira Lima Albuquerque *****
A hipertensão arterial é uma patologia freqüente na população brasileira com alta prevalência no
mundo contemporâneo. Definida pela OMS como doença caracterizada por elevação crônica da
pressão arterial sistólica ou diastólica. Com a idade, os vasos se enrijecem e a pressão arterial tende
a aumentar. Isso acontece quando a pressão arterial Sistólica é superior à 140 mmHg e a pressão
arterial Diastólica é superior à 90 mmHg. Existem os fatores de risco que podem ser controlados
(ansiedade) e que não podem ser controlados (idade, sexo). O objetivo deste estudo é analisar as
condições predisponentes dos frentistas dos postos de combustíveis da cidade de Teresina frente à
hipertensão arterial. Esta pesquisa tenta compreender o comportamento de risco dos frentistas e seus
saberes acerca da promoção e prevenção da saúde. O objetivo de estudo compreende o desvelo da
saúde dos trabalhadores frentistas quanto aos fatores de risco da hipertensão.Trata-se de uma pesquisa
qualitativa, descritiva que valoriza a interação entre o pesquisador e pesquisado. A abordagem será
realizada com perguntas abertas aos investigados que consentirem em participa desse estudo, assim
como o método de observação participante. Não haverá danos sociais e/ou morais, uma vez que, o
sigilo será assegurado. A produção dos dados ocorrerá nos Postos de Combustíveis, em Teresina - PI
para 30 frentistas. Será garantido em todas as etapas da pesquisa o seu anonimato. No momento da
transcrição das falas serão substituídos por pseudônimos para que não sejam identificados. O estudo
será analisados após a categorização para fins de discussão.
Palavras - Chave: Enfermagem.
____________
Hipertensão Arterial.Fatores de Risco
* Acadêmica do Curso de Enfermagem da FACID- Relatora, ** Acadêmica do Curso de Enfermagem da FACID
*** Acadêmica do Curso de Enfermagem da FACID, **** Acadêmica do Curso de Enfermagem da FACID
***** Orientadora, Enfermeira, Acupuntora e Mestra em Enfermagem. Coordenadora e Docente do Curso de Enfermagem da FACID.
A CRIMINALIDADE E AS TEORIAS PSICANALÍTICAS - CONTRIBUIÇÕES E POSSIBILIDADES.
Katherine Lages Contasti *, Antonio Aécio Bandeira da Silva **
A pessoa humana é abordagem para inúm eras ciências, independentem ente de afinidades, no
entanto, as concepções acabam por se encontrar em algum ponto, em alguma esquina. O direito tem
como objetivo estabelecer critérios igualitários no tocante às relações humanas, abrangendo aí
múltiplas esferas. Apesar dos grandes avanços de mentalidade dogmático-jurídica, a modernidade
rompe com os entraves e traz um olhar crítico e é através desse olhar que conceberemos as teorias
psicanalíticas acerca da criminalidade. A presente comunicação tem o intuito de abordar um tema
inquietante e bastante sugestivo que é a interpelação existente dentro da psicanálise acerca dos fatos
norteados pelo direito, bem como seja esse o nosso objetivo geral, já especificamente trataremos das
contribuições, compreensão e do tratam ento dado à crim inalidade ante essas concepções. Nossa
tem ática aborda as teorias psicanalíticas, ora focando na pessoa do crim inoso, identificando e
racionalizando os processos sociais que o delineiam, ora focando apenas na sociedade como produtora,
como genitora dessa criminalidade, elegendo este diferente como escape das agressões inibidas pelo
tabu. Tendo em vista que a nossa proposta é resultado de reflexão teórico-filosóficas, adotamos como
metodologia a pesquisa bibliográfica. O resultado e a conclusão acabam por se entrelaçar, pois como
mencionamos, esta interposição reflete as contribuições tanto quanto as limitações e impedimentos,
contudo, a interdisciplinaridade enriquece e promove uma abordagem crítica e sistemática, buscando
nessa parceria o alcance da humanidade na abordagem com o desviante, bem como um tratamento
justo e ponderado tanto do judiciário, quanto da academia e da sociedade.
PALAVRAS-CHAVE: Sociedade Punitiva. Psicanálise. Criminalidade.
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*FACID
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
AVALIAÇÃO DO EFEITO ANTINOCICEPTIVO DO TOPIRAMATO EM MODELOS DE DOR
AGUDA E NEUROPATIA DIABÉTICA.
Lopes, S. L.1; Silva, L. L.2; Lucio Neto, M. P.2; Silva, S. P.2; Almeida, F.
R. C.2; Souza, F. C. F. de1 - 1UFC - Fisiologia e farmacologia; 2UFPI - NPPM
A necessidade de novos analgésicos se dá pela complexidade do fenômeno doloroso e pelas reações
adversas das drogas existentes. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito antinociceptivo do
topiramato (anticonvulsivante) em m odelos de dor aguda e na dor neuropática. A nocicepção foi
avaliada em camundongos Swiss machos (25-35 g; n=8-12) 1 h após a administração de topiramato
(T20, T40 e T80mg/Kg p.o.) ou veículo (C), através da medida do tempo que o animal lambia a pata
após receber formalina (2%, 20µL, i.pl./fases A:0-10 e B:20-40 min) e capsaicina (2µg, 20µL, i.pl./5
min). Outro grupo de animais (n=8-10) foi submetido a uma placa aquecida a 62ºC antes e 30, 60, 90
e 120m in após o tratamento com T20, T40 e T80. Na avaliação do efeito de T40 e T80 na dor
neuropática, induziu-se o diabetes com estreptozotocina (40mg/kg i.v.) em ratos W istar machos (200250g; n=5-6), e após 1 mês o limiar de resposta tátil foi avaliado com filamentos de von Frey (0,07-2g).
Resultados: No teste da form alina houve redução da fase B (C=43,43±4,93; T20=18,90±2.82***,
T40=18,90±4,21***, T80=23,90±5,69***), enquanto que apenas T80 m ostrou efeito na fase A
(C=30,29±4,02; 9,27±3,28***). Na placa quente T80 dem onstrou atividade aos 90 (C=7,01±1,13;
16,80±2,44**) e 120min (C=6,01±1,20; 19,05±2,65**)(**p<0,01;***p<0,001). O feito do TP80 foi revertido
pela naloxona 2 mg/Kg na segunda fase do teste da formalina (T80=25.12±6.17; TP+NLX 66.29±7.27*)
(*p<0,05) mais não pela glibenclamida 3mg/Kg. Não se verificou efeito significativo de T no teste da
capsaicina nem na neuropatia diabética. O topiram ato apresenta efeito antinociceptivo frente a
diferentes estímulos de dor aguda, mas não na dor neuropática diabética. O efeito analgésico nos
testes de dor aguda, provavelmente evolve sistema opióide, porém não os canais sensíveis ao ATP.
A INTERFERÊNCIA DA SOCIEDADE NO HÁBITO ALIMENTAR DOS OBESOS NA CONCEPÇÃO
DESSES.
Ricardo de Carvalho Costa *
O trabalho teve com objetivo analisar os fatores sociais do cotidiano que mais influenciam no hábito
alimentar do obeso, sendo efetuado, num enfoque qualitativo, com 11 pacientes obesos que
freqüentavam o ambulatório de nutrição do Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João Pessoa.
Foram realizadas entrevistas semi - estruturadas e gravadas para a Análise de conteúdo. Observouse que a categorias que se destacaram nos discursos foram a auto - imagem negativa, a
discriminação, a ansiedade e o sentimento de culpa. Ao se tornar obeso, o individuo forma uma auto
- imagem negativa que provoca sentimento de ansiedade, de depressão, entre outros, que podem
levá-lo a um sentimento de culpa, o qual é reforçado pela discriminação de uma sociedade que, ao
invés de ajudá-lo a perder peso, termina por estimulá-lo a comer mais. Esses dados levam à
conclusão de que a sociedade possui um papel importante na incidência e no tratamento da
obesidade, estimulando os indivíduos a hábitos errôneos, como uma alimentação hipercalórica de
fácil acesso, sem estimular , de forma efetiva, à prática da atividade física diária.
Palavras-Chave: Obesidade.Hábitos alimentares.Controles informais da sociedade.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
AS MOTIVAÇÕES DAS DECISÕES JUDICIAIS
Antonio Aécio Bandeira da Silva
A motivação das decisões judiciais pode ser compreendida ora como a indicação das razões que
motivam o julgamento, com o ocorre na term inologia jurídica francesa, ora como a indicação dos
móbeis psicológicos de uma decisão. Assim se quisermos saber como raciocina determinado magistrado
e/ou Tribunal sobre um tema específico, basta verificar quais as motivações apresentadas nas decisões
judiciais. A partir do Código de Napoleão, três raciocínios jurídicos ocorreram: o da escola de exegese
que se caracterizava por conceber o direito com o um sistema dedutivo; o da escola funcional ou
teleológica e sociológica, concepção tida como meio para que o legislador atinja os seus fins e
determ inados valores; a da concepção tópica do raciocínio jurídico, aqui os juízes tenderiam a
aumentar seus poderes na elaboração do direito e se caracterizaria pela força atribuída aos princípios
gerais do direito e aos lugares específicos do direito. Os objetivos são: geral - analisar as motivações
das decisões judiciais como caracterizadoras de uma lógica jurídica; específicos - fundamentar as
razões sociais, ideológicas e principiológicas das motivações dos tribunais. A metodologia é descritiva
à medida que o estudo em tela foi objeto de dissertação no mestrado em ciências jurídicas da UFPB.
O trabalho deseja atingir os resultados: contribuir com o processo de teorização acerca do raciocínio
jurídico, notadamente as motivações judiciais; refletir sobre as conseqüências sociais, jurídicas e
políticas das decisões judiciais. Concluímos que as motivações judiciais indicam não somente os
critérios técnicos, os raciocínios, mas também a opção jurídico-política, a orientação ideológica do
julgador.
PALAVRAS-CHAVE: Motivações das Decisões Judiciais. Raciocínio Jurídico. Decisão Judicial.
A COMPREENSÃO DA ACUPUNTURA NA VISÃO DOS PORTADORES DE NEOPLASIAS
Arêtha Talyta Cruz da Costa *, Denise Bandeira Peres da Silva **, Judite Oliveira Lima lbuquerque ***
O interesse em realizar o projeto quanto à abordagem da acupuntura no tratamento quimioterápico
será em observar a atuação deste método no alivio de efeitos colaterais tais como: dores, fadiga e
náuseas seguidas de vômitos. A literatura nos mostra que existe uma grande limitação de conhecimento
por parte da população sobre o sistema de cura e eficácia da acupuntura acerca do seu uso sobre
desbloquear tensões e promover o relaxamento. O método estudado é um processo seguro, inócuo e
altamente eficaz no tratamento de inúmeras patologias. Tem como objetivo geral aliviar os efeitos
colaterais (dores, náuseas e vômitos) presentes na realização da quimioterapia nos pacientes avaliados
para manter a melhor qualidade de vida possível e a liberdade do paciente. E como
objetivos
específicos compreender como o tratamento por acupuntura é mais eficiente e eficaz do que o
tratamento sem a técnica da medicina chinesa e monitorar a evolução do quadro de melhora dos
efeitos colaterais provocados pela quimioterapia por intermédio do método de acupuntura. Tais
objetivos nos levam a formular as seguintes hipóteses: haverá uma diminuição dos efeitos colaterais
nos pacientes devido a aplicação da acupuntura durante o tratamento quimioterápico ? e como os
pacientes relatarão a evolução do quadro com o uso da técnica de acupuntura durante seu tratamento
quimioterápico ? Os participantes desse estudo, cerca de 15 pacientes que fazem tratamento
quimioterápico no Hospital São Marcos na cidade de Teresina, comporão uma amostra significativa
do universo de portadoras de neoplasias. Os mesmos serão consultados previamente de acordo com
o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido-TCLE, segundo a concordância em participar desta
pesquisa, cuja explicação contempla a intencionalidade do trabalho garantindo completo anonimato.
Palavras Chave: Acupuntura. Fisioterapia. Neoplasia. Quimioterapia.
____________
* Acadêmica de Fisioterapia do Bloco VII da FACID, Apresentadora do projeto.
** Acadêmica de Fisioterapia do Bloco VII da FACID.
*** Professora-Orientadora, Mestre em Enfermagem e Docente dos Cursos de Fisioterapia e Enfermagem da FACID.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
TNF MICROSSATELLITE IN CHAGAS´ DISEASE
V. Campelo
N. H. S. Deghaide
R. T. Simões
C. T. Mendes Junior
S. M. B. Sousa
A. L. Simões
E. A. Donadi
Introduction and Objectives: Chagas disease is a zoonosis caused by the protozoan parasite
Trypanosoma cruzi. Considered to be endemic in rural areas, the disease is observed in almost all
countries in the American continent. Three clinical conditions are reported: the acute phase, chronic
form and the intermediate phase between acute and chronic stages. The chronic form may be
stratified as cardiomyopatia, digestive form and indeterminate. The acute phase, with intense
parasitemia and intense immune response involving lymphocytes T and B , cells NK and specific
antibodies anti T.cruzi, normally regressive after 02 months of the infection, that it doesn't signify
that the immune response be enough strong to eliminate the parasite, leading this to a chronic
evolution of the disease. The permanence of the stimulus antigen can make that the immune response
be effort or be related with the pathogenesis of the disease. Several immune and non-immune
factors participate in the pathogenesis of the disease. The HLA class I and II has been associated
with susceptibility or protection disease development. Tumor necrosis factor (TNF) is a potent proinflammatory cytokine, whose encoding gene is located within the Major Histocompatibility Complex
as classes III genes, and experimental studies have largely demonstrated the participation of the
citokine in Chagas disease pathogenesis. Inside of the region of TNF, there are six microsatellite that
have alleles that are related with production of TNF, can affect an immune response to one determinate
agent. These markers are used in genetic study of association or connection in search of the
factors of susceptibility or protection. Microsatellite polimorphisms have been described, and no
studies have been conducted to evaluate these polymorphic regions in Chagas disease. Evaluate
the association between TNFa-e microsatellite polymorphisms in patients presenting with Chagas
disease chronic.1. To verify the frequencies of the alleles of microsatellites of the TNF in Chgas´s
patients, considered as overall, and also, stratified according to clinical form of disease, as cardiac
form, digestive, digestive more cardiac, and still an indeterminate form, comparing them with individuals
controls; 2. To analyse the frequencies of the haplotypes of microsatellites of the TNF: TNFa, TNFb,
TNFc, TNFd and TNFe in patients and controls. Methods and results: A total of 162 DNAs obtained
from Chagas disease patients and 221 healthy controls were studied. TNF microsatellites were
typed using PCR amplified DNA hybridized with sequence specific primers and revealed in
polyacrilamide gels. Statistical analyses were performed using the GENEPOP and ARLEQUIM
softwares, and the two-tailed Fischer's exact test. The relative risk, etiologic and preventive fractions
were also calculated. TNFa2, TNFa7, TNFa8, TNFb2, TNFb4, TNFd5, TNFd7 e TNFe2 alleles were
overrepresented, whereas the TNFd3 e TNFb7 alleles were underrepresented when clinical variants
of Chagas disease were compared with control(Table 1). Twenty TNF haplotypes were found to be
associated with the distincts Chagas disease variants, emphasizing the TNFa10-TNFb4-TNFd3TNFe3 haplotype, the only one which was associated with disease protection. Conclusion: Taken
together, these results show that this chromosomic region is associated with pathogenesis of
Chagas disease.
Support: PICDT-CAPES.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
A CRIMINOLOGIA CRÍTICA COMO EXERCÍCIO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Katherine Lages Contasti *
Prof. MsC. Antonio Aécio Bandeira da Silva.**
É nítida a crise do sistema prisional, embora não seja exclusividade brasileira, essa realidade pertence
às estruturas naturais da prisão. O sistema é abarrotado, burocrático e discriminador, as respostas não
são trabalhadas e invariavelmente a resolução é a prisão, tendo aí uma coisificação dos conflitos.
Nosso objetivo geral é tratar dessa abordagem crítica da criminologia como viés de efetivação dos
direitos fundamentais e de maneira específica tende questionar a suposta legalidade prisional, sua
efetividade e conseqüentes critérios de exclusão social atrelada à sua figura. Diante da ineficácia e de
tantas lac unas, surgem algum as teorias: o abolici onism o penal e o m inim al ism o penal são
representantes paradigmáticos dos movimentos de política penal como instrumentos de transformação.
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica. A história do Direito e do Direito Penal nos afirma
que sua marca é a luta contra a vingança, mas os abolicionistas acreditam que o sistema penal se
utiliza da "legitim idade Estatal" para prom over um a vingança contra o infrator, condenando-o
perpetuamente, desumanizando-o e dessocializando-o através do cárcere,logo,propõem a extinção
desse sistema penal. Já o direito penal mínimo tem como escopo obter uma mínima intervenção, com
garantias máximas, considerando as diferentes necessidades, reações, motivações, desejos, dando
respostas racionais e satisfatórias aos conflitos. O resultado é que além de ineficaz, o sistema marginaliza,
doando às propostas um caráter humanístico e em algumas perspectivas, concretizável. A conclusão é
que se trata de uma profunda transformação, dentro da sociedade, nas academias, para (trans)formálo fraterno, humano e ético, como ente transformador e realizador de justiça.
PALAVRAS-CHAVE: Prisão. Abolicionismo. Minimalismo Penal.
ASSESSORIA JURÍDICA POPULAR: MECANISMO INOVADOR DE PROTEÇÃO JUDICIAL DOS
DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS
Antonio Aécio Bandeira da Silva
A Constituição, no tocante aos direitos fundamentais carece é bem verdade, de concretude, de vida
prática. Assim, diante do fato da necessidade de construção de novos instrumentos de proteção dos
direitos fundamentais, bem como do melhor funcionamento dos instrumentos já existentes, acreditamos
que a Assessoria Jurídica Popular, se apresenta como opção alternativa de maximização dos direitos
aqui abordados. Objetivo geral - Analisar as assessorias jurídicas populares como mecanismos inovadores
de proteção judicial dos direitos fundamentais; Específicos - Repertoriar referências de capacitação e
de práticas de serviços inovadores; Investigar as práticas de assessoria jurídica e suas contribuições
para a proteção dos direitos fundamentais; analisar resultados judiciais e extrajudiciais de efetivação
dos direitos fundamentais a partir de ações e práticas de assessorias populares. A metodologia é
basicamente, quanto à abordagem, dedutiva. Parte da pesquisa é fruto da observação direta e das
experiências do pesquisador nas AJPs nos Estados da Paraíba e de Pernambuco e de sua inserção em
organizações nacionais de fomento e exercício de AJPs. Resultados: Ampliar o referencial teórico da
proteção dos direitos fundamentais a partir da prática dos serviços legais inovadores; Contribuir com o
processo de discussão no âmbito das faculdades de direito e formação de profissionais do direito. Em
conclusão, enfrentam os uma crise no direito, fruto de um total esgotam ento e acirram ento das
contradições do paradigma teórico-prático liberal-individualista (W OLKMER, 1994, p. 4). Construir um
novo paradigma jurídico que alcance os anseios da sociedade requer um projeto pedagógico que
desmistifique, emancipe e seja de cunho popular.
PALAVRAS-CHAVE: Direitos humanos fundamentais. Assessoria jurídica popular. Efetividade.
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Revista FACID, Teresina, v. 3, n. 1, maio 2007
ENFERMAGEM E A FISIOTERAPIA: Um estudo das plantas medicinais em Teresina - PI
Denise Martins de Moura *
Judite Oliveira Lima Albuquerque **
O uso das plantas medicinais assim como o estudo das ervas tem sido valorizado pela comunidade
científica por se apresentar como uma possibilidade de alternativa e/ou complementar em saúde,
dentre outras, cuja viabilidade contribuirá para a melhoria das condições de vida e de qualidade em
saúde da população.Trata-se de uma pesquisa que tem como objetivos: discutir a importância dos
fitoterápicos, identificar o uso dos fitoterápicos a partir da construção histórica e compreender a
utilização das plantas medicinais com comprovação científica através do resgate bibliográfico. Este
é um estudo bibliográfico, descritivo e exploratório que apresenta uma busca através do resgate
histórico na visão de muitos autores sobre o uso das plantas medicinais, cujos resultados apontam
para a importância de conhecer a planta para sua correta utilização e muitos países utilizam-se
desse conhecimento aliado ao saber científico para dar maior credibilidade a população . Concluindo,
observa-se que pela sua relevância e valorização, as plantas medicinais cada vez mais vêm sendo
reconhecida pela população e também pelos órgãos públicos, uma vez que a Organização Mundial
de Saúde-OMS estimula os países a utilizarem as terapias complementares em saúde, menos
agressivas ao organismo humano e até pelo valor econômico e social.
Palavras Chave: Enfermagem. Fitoterapia. Resgate Histórico.
____________
* Relatora e Acadêmica do Curso de Enfermagem da FACID
** Enfermeira Sanitária, Mestra em Enfermagem pela Universidade Federal do Piauí-UFPI, Especialista em Acupuntura e em Produtos Naturais e
Docente de Curso de Enfermagem da Faculdade Integral Diferencia-FACID.
A CONCEPÇÃO DO AMOR ROMÂNTICO NOS ATUAIS RELACIONAMENTOS ENTRE ALUNOS
DO CENTRO DE CIÊNCAIS HUMANAS E LETRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
(2004-2005)
Tâmara Caroline da Silva Ramos Coimbra *
A natureza deste trabalho está ligado a uma idéia reflexiva sobre a atual realidade em que vivemos
e somos envolvidas de uma forma ativa ou passiva por vários fatores a nova estrutura familiar, a
"desvalorização" dos sentimentos amorosos e em especial o amor romântico. Objetivando - se
assim, compreender como é concebido o amor romântica na contemporaneidade, e identificar como
as pessoas que estão em algum tipo de relacionamento, e se existir se ele estaria ligado aos seu
primeiros ideais ou estaria sendo adaptado para satisfazer as exigências dos novos relacionamento.
A pesquisa de campo foi composta por três fases: um levantamento bibliográfico inicial; uma fase
empírica através de entrevistas diretiva com os sujeitos de pesquisa via técnica de gravador como
fonte de coleta de dados. O campo empírico da pesquisa foi o CCHL da UFPI sendo 3 homens e 3
mulheres. Nos relacionamentos prioriza - se "o fica" para evitar envolvimentos mais profundos,
pois o mundo individualista sobrecarrega de responsabilidades e " egoísmo" os entrevistados que
deixam os relacionamentos mais sérios para o futuro. Concluímos que os relacionamentos estão
passando por várias adaptações para satisfazer o novo contexto, apesar de ainda idealizarem os
ideais do amor encantado com príncipes e princesas.
Palavras-Chave: Amor. Atualidade. Atualidade.
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Maio 2007 - DeVry Brasil