N AS P ÉTALAS DO G IRASSOL DE E CO P OLÍTICAS Março/2015 Informativo Mensal Volume 1, Edição 3 Núcleo de Estudos em EcoPolíticas e EConsCiencias, Laboratório Mesa/Departamento de Análise Geoambiental, Instituto de Geociências, Website: www.ecopoliticas.uff.br Email: nú[email protected] informais, sendo David Donoghuc, Representante Permanente da Irlanda, e Macharin Kamau, Representante Permanente da Quênia. Introdução Por Profa. Patricia Almeida Ashley O propósito de um boletim informativo é fornecer informações especializadas a um público direcionado. O Informativo Nas Pétalas do Girassol de EcoPolíticas é uma atividade mensal de difusão pública sobre estudos realizados no âmbito do Núcleo de Estudos em EcoPolíticas e EConsCiencias, contemplando a difusão sobre politicas de diversos atores em múltiplas escalas, principalmente focalizando, em 2015, a escala global da formação da Agenda de Desenvolvimento Pós-2015 e a escala nacional de políticas públicas no Brasil. Aos leitores, informamos que a produção de cada edição mensal será encerrada na última semana de cada mês, sendo divulgada entre dias 30 do mês de referência e o dia 05 do mês seguinte, após revisão e editoração final. Nessa nova edição, será tratada a terceira reunião de negociações intergovernamentais ocorrida no final de março. Agenda ODS: Muito mais do que continuidade da Agenda ODMs Por Profa. Patricia Almeida Ashley Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS a comporem a Agenda Global Pós-2015, a ser aprovada pela 70ª Assembleia Geral dos paísesmembros da Organização das Nações Unidas - ONU em setembro de 2015, guiarão o desenvolvimento global depois do prazo de cumprimento dos Oito Objetivos do Desenvolvimento do Milênio – ODM – elaborada para o período 2000-2015. Os ODS são considerados a continuação dos ODM, especialmente dos objetivos que ainda não tenham alcançado suas metas até 2015, evitando a descontinuidade na agenda global de desenvolvimento e promovendo-se a sintonia e sinergia entre a Agenda ODM até 2015 e a nova Agenda ODS até 2030. A ONU está em processo de definição de uma agenda de desenvolvimento pós -2015 e que será aprovada em uma cúpula dos países-membros a ser realizada como evento durante a 70ª Assembléia Geral da ONU, em setembro de 2015, que é a data-limite para a realização dos atuais Oito Objetivos do Milênio. A ONU tem desempenhado um papel de facilitador na conversa global sobre a agenda de desenvolvimento pós-2015 e apoiado a realização de amplas consultas, inclusive com uso de plataformas de comunicação e consulta via web, além de fornecer informações baseadas em evidências, pensamento analítico e experiência de campo dos órgãos da ONU. Busca-se, no processo de negociações intergovernamentais, que a Agenda Global Pós-2015 venha a estar conciliada com objetivos e acordos globais das demais agendas da ONU, a exemplo da agenda sobre mudanças climáticas e sobre financiamento do desenvolvimento sustentável que estão sendo ambas conduzidas também em 2015. Ao mesmo tempo, os ODS irão bem além dos ODM, passando a incorporar mais objetivos que venham a tratar com maior clareza sobre: a preservação ambiental; combate à desigualdade; equidade de gênero; sustentabilidade na produção e consumo; o fortalecimento das condições institucionais para a paz e para parcerias globais de implementação do desenvolvimento sustentável, entre outros objetivos, totalizando 17 ODS. O processo de condução política para a formação da agenda de desenvolvimento pós-2015 é liderado pelos países-membros da ONU e com ampla participação de importantes grupos e outros agentes da sociedade civil. Ao longo de janeiro a julho de 2015, a Agenda Global Pós-2015 está sendo finalizada por meio de consultas informais em plenárias por países-membros da Assembléia Geral da ONU em reuniões. O Presidente da Assembleia Geral nomeou dois co-facilitadores para liderar essas consultas Os 17 ODS, a serem alcançados em 169 metas até 2020 e 2030, propostos pelo Grupo de Trabalho Aberto/Open Working Group – OWG no âmbito da 1 N AS P ÉTALAS DO G IRASSOL DE E CO P OLÍTICAS Março/2015 Informativo Mensal Volume 1, Edição 3 Núcleo de Estudos em EcoPolíticas e EConsCiencias, Laboratório Mesa/Departamento de Análise Geoambiental, Instituto de Geociências, Website: www.ecopoliticas.uff.br Email: nú[email protected] ONU e publicados no documento final em julho de 2014 estão apresentados no Quadro I, a seguir. Objetivo proposto 12. Assegurar padrões de produção e consumo sustentáveis Quadro I - 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para a Agenda Global Pós-2015, propostos pelo OWG em agosto de 2014 Objetivo proposto 13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos Objetivo proposto 1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares Objetivo proposto 14. Conservação e uso sustentável dos oceanos, mares e dos recursos marinhos, para o desenvolvimento sustentável Objetivo proposto 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável Objetivo proposto 15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra, e estancar a perda de biodiversidade Objetivo proposto 3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades Objetivo proposto 4. Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos Objetivo proposto 5. Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas Objetivo proposto 16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis Objetivo proposto 6. Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos Objetivo proposto 17. Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável Objetivo proposto 7. Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia, para todos Acesse a versão em inglês com a proposta de objetivos e metas do documento final do Open Working Group proposal for Sustainable Development Goals apresentada durante a 68ª Assembléia Geral da ONU em 12 de Agosto de 2014. Objetivo proposto 8. Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos Março 2015: Debates sobre “Sustainable Goals and Targets” da Agenda Global Pós-2015 Objetivo proposto 9. Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação Por Estagiária Laura Beatriz Oliveira Rodrigues Revisão de Texto: Profa. Patricia Almeida Ashley Ao longo dos meses de janeiro a julho de 2015 estão ocorrendo mensalmente na sede da ONU, em Nova York, Estados Unidos da América, as reuniões do processo de negociações intergovernamentais com a participação de representações diplomáticas dos países-membros da ONU. Objetivo proposto 10. Reduzir a desigualdade entre os países e dentro deles Objetivo proposto 11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis 2 N AS P ÉTALAS DO G IRASSOL DE E CO P OLÍTICAS Março/2015 Informativo Mensal Volume 1, Edição 3 Núcleo de Estudos em EcoPolíticas e EConsCiencias, Laboratório Mesa/Departamento de Análise Geoambiental, Instituto de Geociências, Website: www.ecopoliticas.uff.br Email: nú[email protected] O texto completo da Resolução da Assembléia Geral da ONU quanto à Agenda Global Pós-2015 terá os seguintes componentes: declaration; sustainable development goals and targets; means of implementation and global partnership for sustainable development; and follow up and review. Documentos preparatórios para a reunião de março Antes da reunião foram publicados e enviados alguns documentos orientadores aos participantes da reunião de março. Draft programme 23 March – 27 March 2015 Post-2015 intergovernmental negotiations (Sustainable development goals and targets) Veja os documentos que tratam do processo e resultado das negociações intergovernamentais para a formação da Agenda Global Pós-2105, aprovados em 2014: Os co-facilitadores David Donoghuc, Representante Permanente da Irlanda, e Macharin Kamau, Representante Permanente da Quênia, elaboraram além da pauta da reunião, um esclarecimento sobre alguns itens da agenda da reunião em março. O documento A/69/700 - Synthesis Report of the Secretary-General on On the Post-2015 Agenda, de autoria de Ban Ki-Moon, Secretário-Geral da ONU: “The road to dignity by 2030: ending poverty, transforming all lives and protecting the planet”; A resolução A/69/L.46 - Draft decision modalities for the process of intergovernmental negotiations on the post-2015 development agenda; A resolução A/69/L.44 - Dates for the meetings of the process of intergovernmental negotiations on the post - 20l5 development agenda; e A resolução A/69/L.43 - Organization of the United Nations summit for the adoption of the post-2015 development agenda Clarifications on draft programme from CoFacilitators No dia 23, pela manhã, seria apresentado o relatório de proposta preliminar de indicadores globais para as metas e objetivos de desenvolvimento sustentável, elaborados pela Comissão de Estatística da ONU no dia 23, seguida de debates sobre a proposta nos dias 23 e 24; no dia 24, apresentações de alguns paísesmembros sobre estratégias nacionais que vem sendo elaboradas para planejamento da implementação dos ODS; no dia 27, de manhã, uma discussão sobre proposta de temas para diálogos interativos a serem realizados na Cúpula em setembro de 2015; e, também no dia 27, a aprovação de pauta para o encontro de Abril a ter um encontro conjunto com o processo global de negociações sobre Financiamento para o Desenvolvimento. Nos dias 23 a 27 de março, ocorreu a 3ª reunião da sequência de reuniões de negociações intergovernamentais no âmbito dos países-membros da ONU. Nesse 3ª encontro foram feitas reflexões sobre a redação do texto final da Agenda Global Pós2015 quanto ao seu componente ‘sustainable development goals and targets’, adotando-se como documento base o texto com os 17 objetivos e 169 metas como proposto em julho de 2014 pelo Grupo de Trabalho Aberto/Open Working Group – OWG no âmbito da ONU. Proposal for Programme for Joint Session between FfD and Post-2015 processes Os co-facilitadores David e Macharin escreveram uma carta de agradecimento ao Conselho de Estatística, agradecendo pelo relatório de indicadores. Letter from co-facilitators - regarding technical report by the Bureau of the United Nations Statistical Commission (UNSC) O Relatório Final do Open Working Group proposal for Sustainable Development Goals, publicado em julho de 2014, propondo 17 objetivos e 169 metas para a Agenda Global Pós2015; 3 N AS P ÉTALAS DO G IRASSOL DE E CO P OLÍTICAS Março/2015 Informativo Mensal Volume 1, Edição 3 Núcleo de Estudos em EcoPolíticas e EConsCiencias, Laboratório Mesa/Departamento de Análise Geoambiental, Instituto de Geociências, Website: www.ecopoliticas.uff.br Email: nú[email protected] Eventos paralelos à reunião de março de 2015 Em fevereiro, no evento Revisão das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável: Uma perspectiva científica, organizado pelo Conselho Internacional pela Ciência nos dias 17 a 20 de fevereiro, que reuniu 40 cientistas que revisaram as metas propostas pelo OWG, com o intuito de fornecer maior suporte para efetiva implantação e monitoramento. Segundo esse grupo, das 169 metas oriundas dos 17 objetivos, 29% estão bem definidas e baseadas em evidência científica, enquanto 54% precisam de melhorias e 17% estão mal elaboradas ou não são essenciais. Na semana das reuniões de negociações intergovernamental sobre os objetivos, metas e indicadores da Agenda Pós-2015, ocorreram eventos paralelos ligados ao assunto da pauta que adentram em pontos mais específicos. Nesse mês de março e em fevereiro, o assunto “indicadores” foi discutido. Esse tema é delicado porque em cada realidade e ponto de vista a aplicabilidade dos indicadores é frágil. Por conta disso, os eventos que ocorreram paralelos à reunião de março foram massivamente focalizados sobre a mensuração das metas. Veja no documento em Inglês, o cronograma de eventos paralelos ao encontro de março. Review of Targets for the Sustainable Development Goals: The Science Perspective (2015) Também em fevereiro, um outro evento - Ação Empresarial para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável - centrou-se em indicadores para organizações empresariais visando o alcance dos futuros ODS. A proposta do evento foi refletir e propor a criação de meios para monitoramento das empresas quanto a suas ações para implementação dos ODS. Intergovernmental negotiations on the post2015 development agenda: Preliminary programme of side events A título de ilustração, citamos aqui o evento Medindo o que nós estimamos: examinando como os direitos humanos devem informar os indicadores pós-2015, que ocorreu no dia 23 de março organizado pela Post-2015 Human Rights Caucus, que é uma coalizão múltipla formada em 2013 e contando com cerca de 80 organizações de desenvolvimento, meio ambiente, sindicais, feministas e de direitos humanos em todo o mundo. Os membros compartilham o objetivo comum de ver os princípios e normas dos direitos humanos significativamente refletidas no conjunto da agenda de desenvolvimento sustentável pós-2015: nos objetivos e metas, financiamento, execução, acompanhamento e processos de revisão. O grupo declara que “é quase unanimidade que a agenda deve ser fundada em Direito Humanos (...). Os indicadores devem ser elaborados baseados na prática dos direitos humanos cuja implantação é imperativa”. Business Action on Sustainable Development Goals Indicadores Globais para os Objetivos e Metas da Agenda Global Pós-2015: Propostas do Relatório do Escritório da Comissão de Estatística das Nações Unidas (UNSC) Durante a reunião em 23 e 24 de março, um item de pauta foi acrescido pelos co-facilitadores à pauta previamente definida na reunião anterior, sendo a apresentação e discussão do relatório técnico publicado em 19/03/2015 pela Comissão de Estatística das Nações Unidas (United Nations Statistical Comission – UNSC) recomendando critérios e uma lista preliminar na forma de um quadro de indicadores globais para os objetivos e metas da agenda de desenvolvimento pós-2015 a serem utilizados na monitoramento das metas nos países membros. Measuring what we treasure: exploring how human rights should inform the post-2015 indicators Em eventos paralelos em fevereiro, também foi tratado o tema da mensuração das metas dos ODS. 4 N AS P ÉTALAS DO G IRASSOL DE E CO P OLÍTICAS Março/2015 Informativo Mensal Volume 1, Edição 3 Núcleo de Estudos em EcoPolíticas e EConsCiencias, Laboratório Mesa/Departamento de Análise Geoambiental, Instituto de Geociências, Website: www.ecopoliticas.uff.br Email: nú[email protected] Technical report by the Bureau of the United Nations Statistical Commission (UNSC) on the process of the development of an indicator framework for the goals and targets of the post-2015 development agenda seguintes categorias (Aplicada apenas indicadores). A – Facilmente viável (método e dados). B – Viável com grande esforço. C – Difícil, mesmo com grande esforço. A Comissão de Estatística, na sua 46ª sessão, em 03 a 06 março de 2015, aprovou um roteiro para o desenvolvimento e implementação de um quadro de indicadores globais. a 23 Entre os 304 indicadores propostos pela Comissão de Estatística, 50 indicadores (16%) foram avaliados como viáveis, adequados e muito relevante (categoria AAA). Trinta e nove indicadores (13%) receberam a categoria BAA, o que significa que esses indicadores foram considerados apenas viáveis com grande esforço, mas adequados e muito pertinentes. Vinte e oito indicadores (9%) receberam a categoria BBA, o que significa que esses indicadores foram considerados viáveis apenas com grande esforço, mas muito relevantes, havendo necessidade de uma discussão mais aprofundada. Oitenta e seis indicadores (28%) foram avaliados na categoria de BBB, o que significa que esses indicadores são considerados viáveis apenas com grande esforço, sendo pouco relevantes, havendo uma necessidade de uma discussão mais aprofundada. Um total de 95 indicadores (31%) receberam a classificação CBB, o que significa que eles foram considerados difíceis, mesmo com grande esforço, além de pouco relevantes, havendo necessidade de uma discussão mais aprofundada. Os indicadores globais propostos no relatório apresentado pela Comissão de Estatística passaram por uma avaliação junto a especialistas e órgãos oficiais de estatística em mais de cinquenta paísesmembros da ONU para verificação de sua viabilidade, adequação e relevância para a meta a ser monitorada, sendo avaliados de A a C para cada um desses três critérios. A avaliação dos indicadores globais preliminarmente propostos baseou-se nas seguintes questões: 1 – Indique a viabilidade do indicador (incluindo sua desagregação por idade e sexo, quando sugerida) de acordo com as seguintes categorias: A – Facilmente viável quando à metodologia existente na realidade local e dados disponíveis. B – Viável com grande esforço. C – Difícil, mesmo com grande esforço. Alguns exemplos: 2 – Indique a adequação do indicador de acordo com as seguintes categorias: A – O país implantaria esse indicador. B – Precisa ser revisto. C – Não haveria meio para implantação. Na meta 1.2 do Objetivo 1, que diz “até 2030, reduzir pelo menos à metade a proporção de homens, mulheres e crianças, de todas as idades, que vivem na pobreza, em todas as suas dimensões, de acordo com as definições nacionais”, o indicador 1.2.2 que pede a proporção do número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, com dados ligados à idade e ao sexo dessa população, foi avaliado na categoria AAA. Quer dizer que é viável, adequado e muito relevante. Já na meta 1.3, que diz “implementar, em nível nacional, medidas e sistemas de proteção social adequados, para todos, incluindo pisos, e até 2030 atingir a cobertura 3 – Indique se o indicador é relevante para essa meta de acordo com as seguintes categorias: A – Muito relevante. B – Pouco relevante. C – Não relevante. 4 – Para os indicadores que propõem desagregação além da idade e sexo, por favor avalie a viabilidade de as desagregações adicionais de acordo com as 5 N AS P ÉTALAS DO G IRASSOL DE E CO P OLÍTICAS Março/2015 Informativo Mensal Volume 1, Edição 3 Núcleo de Estudos em EcoPolíticas e EConsCiencias, Laboratório Mesa/Departamento de Análise Geoambiental, Instituto de Geociências, Website: www.ecopoliticas.uff.br Email: nú[email protected] substancial dos pobres e vulneráveis”, o indicador 1.3.2 que pede a média da população que recebe benefícios e ou assistência social, tendo em vista seu rendimento ou se estão abaixo da linha de pobreza, recebeu a classificação BBB. Significa que é viável com esforço, que precisa ser revisto e que é pouco relevante. Co-facilitadores apresentam sugestão de revisão de 19 metas da Agenda ODS Por Estagiária Laura Beatriz Oliveira Rodrigues Revisão de Texto: Profa. Patricia Almeida Ashley Em 23 de março, uma proposta de atualização de 19 metas do documento final do OWG foi apresentada pelos co-facilitadores das negociações pós-2015: A Comissão destacou que, dadas as capacidades institucionais distintas para a possibilidade de medição nos órgãos oficiais de estatística dos Estados-Membros, o quadro de indicadores globais deve conter apenas um número limitado de indicadores; encontrar um equilíbrio entre a redução do número de indicadores e sua relevância política; construir sobre as experiências de indicadores dos ODM; e considerar a base conceitual dos indicadores que já foram desenvolvidos previamente. http://bit.ly/post2015-revised-targets Dois exemplos seguem abaixo: Meta Original: 15.3 até 2020, combater a desertificação, e restaurar a terra e o solo degradado, incluindo terrenos afetados pela desertificação, secas e inundações, e lutar para alcançar um mundo neutro em termos de degradação do solo. Além dos indicadores globais, a Comissão de Estatísticas proporá também outros indicadores para monitoramento regional, nacional e temático, que será organizada em uma arquitetura integrada. Proposta de Modificação: 15.3 até 2030, combater a desertificação, e restaurar a terra e o solo degradado, incluindo terrenos afetados pela desertificação, secas e inundações, e lutar para alcançar um mundo neutro em termos de degradação do solo. A Comissão destacou que o desenvolvimento robusto e de alta qualidade do quadro de indicadores é um processo técnico que exige tempo e precisa ser realizado em etapas, incluindo a possibilidade de refinamentos futuros como fontes de dados e metodologias melhorar. Justificativa: Devido às Metas Aichi para a Biodiversidade/Aichi Biodiversity Targets, que já cobrem o período até 2020. Além dessa, as metas 15.1, 15.2 e 15.5 são propostas modificações para o prazo a serem alcançadas por conta da mesma convenção. Para esses trabalhos, a Comissão de Estatística aprovou a formação de Grupo Inter-Agências e de Peritos sobre Indicadores ODS (IAEG-SDGs), composta por institutos nacionais de estatística e, como observadores, as organizações e agências regionais e internacionais, que serão encarregados de desenvolver uma proposta completa para o quadro de indicadores para a acompanhamento dos objetivos e metas da Agenda Global de Desenvolvimento pós-2015, grupo este que está sob a liderança dos institutos nacionais de estatística, de forma aberta e forma transparente. Meta original: 6.3 - Até 2030, melhorar a qualidade da água, reduzindo a poluição, eliminando despejo e minimizando a liberação de produtos químicos e materiais perigosos, reduzindo à metade a proporção de águas residuais não tratadas, e aumentando a reciclagem e reutilização segura em x% globalmente. Proposta de modificação: 6.3 - Até 2030, melhorar a qualidade da água, reduzindo a poluição, eliminando despejo e 6 N AS P ÉTALAS DO G IRASSOL DE E CO P OLÍTICAS Março/2015 Informativo Mensal Volume 1, Edição 3 Núcleo de Estudos em EcoPolíticas e EConsCiencias, Laboratório Mesa/Departamento de Análise Geoambiental, Instituto de Geociências, Website: www.ecopoliticas.uff.br Email: nú[email protected] minimizando a liberação de produtos químicos e materiais perigosos, reduzindo à metade a proporção de águas residuais não tratadas, e dobrar o volume de água reciclada e reutilizada. metas de desenvolvimento sustentável e, segundo, uma discussão mais ampla sobre a lista de objetivos e metas. O diálogo interativo também permitiu um momento para que os representantes de MGs pudessem reagir aos comentários e intervenções feitas pelos paísesmembros da ONU durante os dias anteriores. Justificativa: A porcentagem de água residual reciclada e não usada é baixa, em torno de 5%, portanto prever o dobro disso é apropriado. Meta original: Como ilustração desses comentários, o Major Group para Crianças e Jovens mostrou que estão inconformados com o andamento que a reunião está tendo, dizendo que a redução dos objetivos e metas da ODS é incoerente com a proposta universal da Agenda, que o termo sustentabilidade deve ser plenamente adotado, segundo o grupo está havendo uma tendência para discussão de crescimento econômico e industrialização. E que algumas mudanças nas metas dos ODS seriam uma regressão ao trabalho do OWG. 4.4 - Até 2030, aumentar em x% o número de jovens e adultos que tenham habilidades relevantes, inclusive competências técnicas e profissionais, para emprego, trabalho decente e empreendedorismo. Proposta de modificação: 4.4 - Até 2030, possibilitar que todos os jovens e adultos tenham habilidades relevantes, inclusive competências técnicas e profissionais, para emprego, trabalho decente e empreendedorismo. Major Group Child and Youth Statement Aberta Consulta Pública sobre Propostas de Indicadores da Agenda Global Pós -2015 e Sugestões de Modificações em 19 Metas Justificativa: A Agenda quer ser ambiciosa em seus objetivos, portanto possibilitar a todos os jovens e adultos o acesso à Educação é um projeto alcançável. Para ver na íntegra todas as metas modificadas, fica o link do documento em inglês. Diante de tantos comentários e debates acerca dos temas tratados na reunião de negociações intergovernamentais realizada em março, foi aberta uma consulta pública para comentários sobre a proposta de indicadores apresentados pela Comissão de Estatística da ONU e sobre a proposta de alteração de metas como apresentadas pelos co-facilitadores, por stakeholders e organizações pelos Major Groups. Targets in the proposed SDGs framework Diálogo com Major Groups Na manhã do dia 25 de março, houve o diálogo com o Major Groups - MGs. O diálogo com os MGs é relevante porque grupos que não estão ligados diretamente aos países membros podem manifestar suas ideias e interesses durante as reuniões. As organizações não-governamentais, organizações da sociedade civil e organizações que participaram nos Major Groups já podem contribuir com seu feedback sobre as propostas de indicadores e metas atualizadas, preenchendo o formulário abaixo: Major Groups – Agenda for Interactive Dialogue http://bit.ly/Feedback-received-targetsindicators No diálogo interativo realizado, o objetivo foi proporcionar uma oportunidade para que os representantes dos principais grupos e outras partes interessadas comentassem sobre dois pontos importantes da discussão. Primeiro, o desenvolvimento de indicadores para os objetivos e 7 METAS 1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.A 1.B 2 2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.A 2.B 2.C 3 3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 3.6 3.7 3.8 3.9 3.A 3.B 3.C 3.D 4 4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6 4.7 4.A 4.B 4.C 5 5.1 5.2 5.3 5.4 5.5 5.6 5.A 5.B 5.C 6 6.1 6.2 6.3 6.4 6.5 6.6 6.A 6.B 8 Construir infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a inovação; 7 7.1 7.2 7.3 7.A 7.B 8 8.1 8.2 8.3 8.4 8.5 8.6 8.7 8.8 8.9 8.10 8.A 8.B 9 9.1 9.2 9.3 9.4 9.5 9.A 9.B 9.C 10 10.1 10.2 10.3 10.4 10.5 10.6 10.7 10.A 10.B 10.C 11 11.1 11.2 11.3 11.4 11.5 11.6 11.A 11.B 11.C Assegurar padrões de consumo e produção sustentáveis; Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis; Reduzir a desigualdade entre os países e dentro deles; Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos; OBJETIVOS Garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e moderna para todos; METAS Garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos; Alcançar igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas; Garantir educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de aprendizado ao longo da vida para todos; Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades; Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição, e promover a agricultura sustentável; Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares; OBJETIVOS N AS P ÉTALAS DO G IRASSOL DE E CO P OLÍTICAS Março/2015 Informativo Mensal Volume 1, Edição 3 Núcleo de Estudos em EcoPolíticas e EConsCiencias, Laboratório Mesa/Departamento de Análise Geoambiental, Instituto de Geociências, Website: www.ecopoliticas.uff.br Email: nú[email protected] Quadro II: Objetivos e Metas da Agenda Global Pós-2015, com destaque para as metas com sugestão para revisão de redação pelos co-facilitadores e apresentada para consulta pública 12 12.1 12.2 12.3 12.4 12.5 12.6 12.7 12.8 12.A 12.B 12.C N AS P ÉTALAS DO G IRASSOL DE E CO P OLÍTICAS Março/2015 Informativo Mensal Volume 1, Edição 3 METAS 13 13.1 13.2 13.3 13.A 13.B 14 14.1 14.2 14.3 14.4 14.5 14.6 14.7 14.A 14.B 14.C 15 15.1 15.2 15.3 15.4 15.5 15.6 15.7 15.8 15.9 15.A 15.B 15.C 16 16.1 16.2 16.3 16.4 16.5 16.6 16.7 16.8 16.9 16.10 16.A 16.B Agenda Global Pós-2015 em disputa de concepções: Uma agenda concisa, mais comunicável e mensurável, ou uma agenda ampla, mais integrada e ambiciosa Fortalecer os mecanismos de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis; Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater à desertificação, bem como deter e reverter a degradação do solo e a perda de biodiversidade; Conservar e promover o uso sustentável dos oceanos, mares e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável; Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos;* OBJETIVOS Núcleo de Estudos em EcoPolíticas e EConsCiencias, Laboratório Mesa/Departamento de Análise Geoambiental, Instituto de Geociências, Website: www.ecopoliticas.uff.br Email: nú[email protected] Por Profa. Patricia Almeida Ashley A análise dos ODS durante o processo das negociações intergovernamentais em 2015 vem gerando debates sobre posicionamentos de órgãos técnicos da ONU e grupos de interesse externos à ONU, a exemplo da Sustainable Development Solutions Network liderada por Jeffrey Sachs, seja por alteração de metas que possam ser mensuradas por indicadores já existentes e monitorados pela ONU, seja por mesclagem ou redução do número de objetivos e metas para haver uma agenda mais ‘enxuta’ ou simples de ser comunicada e mensurada por indicadores globais. Por outro lado, diferente daqueles posicionamentos, nessa reunião de negociações em março, houve posicionamentos claros de vários países-membros, inclusive União Européia, Brasil, a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribe, México, o Grupo de Países do G-77 e China, entre outros, para que haja um reconhecimento global da ambição dos 17 ODS e 169 Metas acordadas politicamente nos resultados das negociações e discussões feitas pelo OWG e não seja feita alteração para um número menor de objetivos e metas, preservando-se metas mesmo aquelas que atualmente não tenhamos ainda a disponibilidade de indicadores globais. 17 17.1 17.2 17.3 17.4 17.5 17.6 17.7 17.8 17.9 17.10 17.11 17.12 17.13 17.14 17.15 17.16 17.17 17.18 17.19 As negociações intergovernamentais caminham para que, ao contrário da formatação de indicadores globais para comporem a redação do texto do documento final da Agenda Global Pós-2015 em setembro de 2015, os países e seus órgãos oficiais de estatística possam ter a autonomia para definirem a escolha por atuais ou novos indicadores, inclusive indicadores em planos e acordos políticos regionais, nacionais e locais. Indicadores globais na Agenda Global Pós-2015 passam a não serem vistos no processo de negociações intergovernamentais meramente como 9 N AS P ÉTALAS DO G IRASSOL DE E CO P OLÍTICAS Março/2015 Informativo Mensal Volume 1, Edição 3 Núcleo de Estudos em EcoPolíticas e EConsCiencias, Laboratório Mesa/Departamento de Análise Geoambiental, Instituto de Geociências, Website: www.ecopoliticas.uff.br Email: nú[email protected] um assunto apenas técnico, ao contrário da Agenda de ODM que foi delegada a especialistas essa definição de indicadores globais, mas também contendo implicações econômicas, políticas e ideológicas. Negociação Intergovernamental em 2015 Segue o calendário de reuniões visando o documento final da Agenda Global Pós-2015 para negociação intergovernamental no âmbito da Assembléia Geral da ONU: Assim, convergem-se as negociações intergovernamentais por uma opção política e ideológica para se preservar a proposta do escopo proposto de 17 ODS e 169 metas pelo OWG, respeitando-se o amplo, qualificado e transparente processo de discussões realizadas pelo OWG em 2013 e 2014, o qual incorporou contribuições de vários eventos e documentos gerados na elaboração da Agenda Global Pós-2015. Stock-taking, 19-21 Jan 2015 *já realizada Declaration, 17-20 Feb 2015*já realizada Sustainable development goals and targets, 2327 Mar 2015 *já realizada Means of implementation and global partnership for sustainable development, 20-24 Apr 2015 Follow-up and review, 18-22 May 2015 Intergovernmental negotiations on the outcome document, 22-25 Jun 2015 Intergovernmental negotiations on the outcome document, 20-24 Jul 2015 Intergovernmental negotiations on the outcome document, 27-31 Jul 2015 United Nations Summit, 25-27 Sep 2015 Os indicadores globais poderão ser definidos em momento posterior a 2015, dando-se tempo para reflexões e acordos políticos sobre uma nova pauta de negociações intergovernamentais quanto a uma lista de possíveis indicadores globais, a qual não restringiria a Agenda Global Pós-2015 a apenas tais indicadores. Nesse sentido, a reunião de negociações intergovernamentais de março de 2015 chegou a um consenso para que as propostas de indicadores globais, regionais e nacionais possam ser encaminhadas em 2016, após a Comissão de Estatística apresentar novos estudos com base na resolução para adoção da Agenda Global Pós-2015 a ser aprovada em setembro durante a 70ª Assembléia Geral da ONU, conciliando esses estudos com os resultados do 3° Forum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável e a 3ª Conferência Internacional de Financiamento para o Desenvolvimento, ambos a serem realizados em julho de 2015. 10