DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÕES PARA O ESTUDO,
PLANEJAMENTO E CONTROLE DA ESQUISTOSSOMOSE NO ESTADO DE MINAS
GERAIS
1) ESQUISTOSSOMOSE MANSONI
A esquistossomose mansoni é uma doença endêmica em aproximadamente 49 países
das Américas e da África (WHO 1985). É causada pelo Schistosoma mansoni (Sambon
1907) e apresenta formas agudas ou crônicas, com sintomatologia variada, mas, com
predominância intestinal. Por vezes, podem surgir formas graves, com extensa fibrose
hepática, hipertensão porta e esplenomegalia.
O tratamento da esquistossomose é simples, devido à disponibilidade de drogas de
ação rápida, em dose única, administradas por via oral (Katz et al. 1983, Katz et al. 1989). No
entanto, a prevalência da doença permanece inalterada em regiões endêmicas e vem se
expandindo, principalmente na periferia dos grandes centros urbanos (Neves DP 1991). Isto
se deve, na maioria das vezes, ao fato da droga não conferir imunidade, levando a
reinfecções de indivíduos já tratados. Estes indivíduos ficam em constante exposição ao
agente infectante tornando-se necessário repetir a conduta terapêutica, em intervalos de
tempo variáveis, aumentando os efeitos tóxicos da droga. Além disto, a falta de saneamento
básico nas periferias dos grandes centros urbanos e o desenvolvimento de recursos hídricos
para irrigação vêm também contribuindo para a expansão desta doença.
O controle da esquistossomose basea-se em programas públicos de tratamentos
quimioterápicos, na conscientização da população sobre higiene e no uso de moluscicida. O
controle do molusco por aplicação de moluscicida pode acarretar efeitos colaterais perigosos
ao ecossistema, requer suporte econômico, além da educação dos habitantes do local.
1.1) Introdução do Schistosoma mansoni no Brasil
A maioria dos estudiosos da esquistossomose mansoni, quase sem excessão, admite
que o S. mansoni, agente etiológico da esquistossomose, foi importado para o Brasil com o
comércio de escravos africanos, durante o século XVI.
De fato, a história da esquistossomose mansoni no Brasil, sua introdução e expansão,
estão, desde os seus primórdios, intimamente ligados ao modelo econômico estabelecido,
especialmente o agrícola direcionado para a exportação, sobretudo do açúcar, cujo valor e
consumo já era grande naquela época. Foi no Nordeste do país, que a cana de açúcar
encontrou terreno surpreendentemente fértil e favorável, sobretudo nas planícies litorâneas
com o clima quente e úmido, onde hoje localizam-se os estados de Pernambuco e do
entorno da baia de Todos os Santos, concentrando-se nessa região sua cultura e a
instalação de novos engenhos de açucar. A mão-de-obra escassa, obtida do índio nativo,
não era satisfatória, sendo mais lucrativo a importação de mão-de-obra escrava oriunda da
África. De meados do século XVI (1551-1575) até meados do século XIX (1851-1860)
entraram no Brasil cerca de 4 milhões de escravos. Essa migração partiu das principais
regiões africanas do ocidente, oriente, sudoeste e de Moçambique. Apesar de inúmeras
regiões da África terem fornecido mão de obra escrava para o Brasil, a maioria originou do
Congo e Angola. De fato, a colonização portuguesa de Angola desde o início do século XVI
possibilitou a migração de mais de 2/3 dos africanos, a partir dos portos de Luanda,
Benguela e Cabinda. Durante o século XVI e início do XVII, ocorreu um grande fluxo de
africanos a partir dos portos da baía de Benin (região de Gana/Nigéria). Os portos brasileiros
da Salvador e Recife foram os que receberam os maiores contingentes de escravos (Klein,
2002). A grande maioria desses escravos originou-se de regiões endêmicas tanto para a
esquistossomose mansônica quanto para a hematóbica. Entretanto, a inexistência de
hospedeiro intermediário para o S. hematobium foi o fator limitante para minimizar o
problema (Camargo 1980).
Por outro lado, as terras úmidas utilizadas para o plantio da cana de açúcar, quase
sempre acompanhando as margens de rios e riachos e a presença de moluscos do gênero
Biomphalaria, susceptíveis ao S. mansoni, propiciaram as condições ideais para a instalação
da esquistossomose mansoni no país.
A área endêmica deve ter permanecido por vários anos inalterada, muito provavelmente
em decorrência da quase ausência, naquela época, de estradas e meios de transportes
dificultando a locomoção da população.
O primeiro relato sobre a presença do S. mansoni no Brasil foi feito 1908, por Pirajá da
Silva. Este pesquisador observou em 20 pacientes, atendidos na Cadeira de Clínica Médica
na Faculdade de Medicina da Bahia, a presença de ovos do parasita nas fezes.
1.2) Prevalência – principais trabalhos
Pellon & Teixeira (1950) publicou o mais completo Inquérito Helmintológico Escolar já
realizado no Brasil. Foram examinadas 440.786 pessoas, sendo 433.192 na faixa etária de 7
a 14 anos e 7.594 (1,72%) encontravam-se “ligeiramente” fora desta faixa. O Inquérito
abrangeu 11 estados: Maranhão, Piaui, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,
Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais. O método de exame utilizado foi o
qualitativo de Lutz (1919). O inquérito revelou que 44.478 pessoas estavam com
esquistossomose, resultando em uma prevalência de 10,09%.
Pellon & Teixeira (1953) apresentam um novo inquérito realizado em cinco estados das
regiões
Leste,
Sul
e
Centro-Oeste,
áreas
supostamente
não
endêmicas
para
esquistossomose. Foram examinadas 174.206 pessoas, verificando-se 145 (0,08%) casos de
esquistossomose.
Campos & Briques (1987) examinaram 18.151 escolares na faixa etária de 7 a 14 anos,
utilizando métodos de Faust e Kato-Katz, em um Levantamento Multicêntrico de Parasitoses
Intestinais em dez estados brasileiros (Alagoas, Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Pará,
Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo). A prevalência obtida
para esquistossomose foi de 4,9%.
No triénio 2000-2002 o Programa de Controle da Esquistossomose (PCE), da Fundação
Nacional de Saúde (FUNASA) do Ministério da Saúde (MS) examinou, mediante inquérito
coproscópico censitário, 3.017.678 indivíduos em dezanove estados (Rondónia, Pará,
Maranhão, Piauí, Ceará, Rio grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe,
Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio grande do
Sul, Goiás e Distrito Federal). A prevalência média da esquistossomose nessa população
examinada foi de 6,2%.
2) A ESQUISTOSSOMOSE MANSONI NO ESTADO DE MINAS GERAIS
2.1) Introdução da doença
Com a entrada de outros paises no comércio do açucar, a produção açucareira do
Nordeste brasileiro, no início do século XVIII, entrou em declínio passando a prescindir da
mão-de-obra escrava. Nessa época iniciava-se no Estado de Minas Gerais o ciclo do ouro e
do diamante. Com a urgente necessidade de trabalhadores para as lavras ocorreu no Brasil
a primeira grande corrente migratória para a exploração das minas de ouro e diamante,
trazendo para Minas Gerais a mão-de-obra escrava disponível no Nordeste. Estima-se que
1/5 da população existente na época migrou para Minas Gerais (Prado Junior 1976),
utilizando os “caminhos do São Francisco” (Rey, 1956) como principal via de acesso.
Provavelmente, com esses primeiros migrantes veio também a esquistossomose mansoni.
2.2) Prevalência - principais trabalhos
Os primeiros casos de esquistossomose registrados no Estado de Minas Gerais
foram observados por Teixeira (1920), na cidade Belo Horizonte. Naquela oportunidade
foram examinadas 9.995 pessoas “de todas as idades e condições”, sendo os ovos de
S.mansoni encontrados nas fezes de 49 pacientes (0,5%). Entre as pessoas infectadas 36
(73,5%) eram crianças com idade inferior a 15 anos (Tabela 1).
Martins & Versiani (1938) trabalharam nos municípios de Montes Claros, Brejo das
Almas (= Francisco Sá), Rio Pardo (= Rio Pardo de Minas), Salinas, Fortaleza (= Pedra Azul),
Jequitinhonha, Tremedal (= Monte Azul) e Espinosa. Estes autores, utilizando o método de
sedimentação expontânea, examinaram 348 pessoas, de diferentes idades, sendo que 100
(28,7%) estavam com exame de fezes positivo para S. mansoni.
Versiani, Martins & Pena Sobrinho (1945) examinaram escolares, de ambos os
sexos, na faixa etaria de 7 a 15 anos no município de Belo Horizonte. O método de exame
utilizado foi o de sedimentação expontânea. Entre os 2.352 escolares examinados 294
(12,5%) eliminavam ovos de S. mansoni.
Pellon & Teixeira (1950), examinaram no Estado de Minas Gerais, 162.491 pessoas
distribuídas por 13 Zonas Fisiográficas, utilizando o método de sedimentação expontânea
para o exame de fezes. Foram diagnosticadas 7.991 pessoas com esquistossomose,
obtendo-se uma prevalência de 4,92%. Entre as 279 localidades examinadas, 167 (59,8%)
tinham exames positivos para esquistossomose. As prevalências por Zona Fisiográfica foram
de 0,00% (Urucuia), 0,05% (Sul), 0,07% (Triângulo), 0,27% (Alto Paranaíba), 2,05 (Alto São
Francisco), 2,43% (Itacambira), 3,29% (Oeste), 5,33% (Mata), 5,62% (Metalúrgica), 6,66%
(Alto Jequitinhonha), 12,09% (Rio Doce), 16,62% (Alto Médio São Francisco) a 29,71%
(Mucuri).
Pellegrino, Salgado & Mello (1975) realizaram um inquérito para esquistossomose
no Estado de Minas Gerais, examinando 31.489 escolares na faixa etaria de 7 a 15 anos,
distribuídos por 97 municípios do Estado. A reação de fixação do complemento, utilizada no
inquérito, forneceu uma prevalência de 19,2%.
Katz et al. (1978) examinaram 61.535 escolares (7 a 14 anos), residentes no estado de
Minas Gerais, utilizando o método de Kato-Katz (Katz et al 1972). A prevalência encontrada
para esquistossomose foi de 9,6%.
Campos & Briques (1987) coordenaram um Levantamento Multicêntrico de Parasitoses
Intestinais examinando, no estado de Minas Gerais, 5.360 escolares A prevalência
encontrada para esquistossomose mansoni foi de 11,6% correspondendo a 621 crianças
parasitadas pelo S. mansoni.
Em 1983 a Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais implantou o Programa de
Controle da Esquistossomose. Nesta oportunidade e, pela primeira vez, as áreas não
endêmicas, aqui consideradas aquelas com prevalência menor que 5%, foram privilegiadas.
De fato, duas decisões importantes foram tomadas, para estas áreas: 1) a incorporação da
esquistossomose ao sistema de notificação compulsória; 2) implementação da vigilância
sanitária. Em decorrência destas medidas foi possível o relato de um maior número de casos
de esquistossomose e, em conseqüência, a descrição de novos focos da doença, em três
municípios, localizados nestas áreas.
As primeiras observações foram realizadas no município de Itajubá, localizado no sul
do estado de Minas Gerais, identificando-se três crianças com esquistossomose (Katz &
Carvalho 1983). Em seguida o Centro de Saúde de Paracatu, noroeste do estado, notificou a
ocorrência de nove crianças com esquistossomose mansoni e o inquérito escolar identificou
uma prevalência de 0,66% para essa parasitose (Carvalho et al. 1988). Posteriormente,
Carvalho et al. (1989) avaliando 329 escolares do município de Passos (sudoeste do estado),
encontraram uma criança eliminando ovos de S. mansoni (0,1%). Os inquéritos
epidemiológicos realizados nessas três regiões mostraram que os casos de esquistossomose
identificados eram autóctones, indicando uma provável expansão dessa endemia no território
mineiro (Carvalho et al. 1987). No início da década de 90, com a interrupção do Programa, o
Laboratório de Helmintoses Intestinais do Centro de Pesquisas René Rachou, implantou um
projeto com os objetivos de re-avaliar a esquistossomose e elaborar a carta planorbídica das
áreas não endêmicas do Estado de Minas Gerais, compreendendo as mesoregiões
Noroeste, Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba e Sul/Sudoeste.
Carvalho et al. (1994) examinaram, pelo método de Kato-Katz, uma amostra de 7.032
escolares (7 a 14 anos) na área urbana de 29 municípios localizados na região do Triângulo
Mineiro. Foram encontradas 8 (0,1%) crianças (duas na cidade de Planura e uma nas
cidades de Capinópolis, Conceição das Alagoas, Uberaba, Uberlândia, Prata e Gurinhatã)
eliminando ovos de S. mansoni. Nenhum dos casos foi identificado como autóctone.
Carvalho et al. (1997) avaliaram a região do Alto Paranaíba, examinando 3.486
escolares, pelo método de Kato-Katz, na área urbana de 31 municípios. Foram identificados
6 (0,2%) escolares nas cidades de Cruzeiro da Fortaleza, São Gotardo, Coromandel,
Perdizes e duas em Araxá, com esquistossomose mansoni. Somente as duas crianças
originárias de Araxá foram consideradas como casos autóctones.
Carvalho et al. (1998) examinaram 3.283 escolares (7-14 anos) na área urbana de 13
cidades da mesorregião do Noroeste de Minas, utilizando o método de Kato-Katz. Foram
diagnosticados 4 (0,1%) casos de esquistossomose nas cidades de Buritis, Formoso,
Paracatu e Unaí. Entretanto, nenhum dos casos foi considerado autóctone.
Devido a insuficiência de recursos, o PCE nunca alcançou cobertura integral em Minas
Gerais. No período de 1977 a 1987 apenas 13 (3,0%) dos municípios endêmicos foram
trabalhados. No período de 1988 a 1998 houve um incremento mais ainda insuficiente. Neste
último período, foram trabalhados 374 (72,2%) dos municípios endêmicos. No triénio de
2000-2002 dados ainda parciais do PCE registram para Minas Gerais 272.030 indivíduos
examinados com uma prevalência média de 8,7%.
Tabela – 1 Prevalência da esquistossomose mansoni no Estado de Minas Gerais,
Brasil (1920 – 1997)
Autor (Ano)
Local
Nº de Exames
Prevalência
Grupo
(positivo)
(%)
estudado
Teixeira JM (1920)
Belo Horizonte
9.955 (49)
0.5
36 < 15
Martins AV (1937)
Belo Horizonte
180 (50)
27,8
Escolares
Martins & Versiani (1938) Belo Horizonte
145 (101)
70,0
Nadadores
Martins & Versiani(1938)
Norte de Minas
348 (100)
28,7
(1)
Martins & Versiani (1939) Belo Horizonte
_
2,8 (1928)
Laboratório E.
11,7 (1938)
Dias
Versiani et al. (1945)
Minas Gerais
2.352 (294)
12,5
Escolares
Pellon & Teixeira (1950)
Minas Gerais
162.491 (7.997)
4,9
Escolares
Pellegrino et al. (1975)
Minas Gerais
31.489
19,2
Escolares
Katz et al. (1977)
Minas Gerais
61.535 (5.904)
9,6
Escolares
Carvalho et al. (1994)
Região do
7.032 (8)
0,1
Escolares
3.486 (6)
0,2
Escolares
3.283 (4)
0,1
Escolares
23.800 (2070)
8,7%
Censo
Triângulo Mineiro
Carvalho et al. (1997)
Região do Alto
Paranaíba
Carvalho et al. (1998)
Mesorregião
Noroeste de
Minas
PCE/FUNASA/MS (2000- Minas Gerais
2002
(1) Diferentes faixas etárias.
3.2 - Moluscos do gênero Biomphalaria no Brasil
3.2.1 – Considerações gerais
Até o momento foram descritas no Brasil dez espécies e uma subespécie do gênero
Biomphalaria (Preston, 1910): B. glabrata (Say, 1818), B. tenagophila (Orbigny, 1835), B.
straminea (Dunker, 1848), B. peregrina (Orbigny, 1835), B. schrammi (Crosse, 1864), B.
kuhniana (Clessin, 1883), B. intermedia (Paraense & Deslandes, 1962), B. amazonica
(Paraense & Deslandes, 1966), B. oligoza (Paraense, 1974), B. occidentalis (Paraense,
1981) e B. tenagophila guaibensis (Paraense, 1984). Entre estas, somente as três primeiras
têm sido encontradas naturalmente infectadas pelo S. mansoni. Outras duas espécies, a B.
amazonica e a B. peregrina, foram infectadas experimentalmente, sendo consideradas
hospedeiras, em potencial, deste trematódeo (Corrêa & Paraense 1971, Paraense & Corrêa
1973).
3.2.2) Biologia
As observações sobre a biologia e a compreensão da estrutura populacional de
moluscos do gênero Biomphalaria são importantes principalmente para o estudo da
epidemiologia e da profilaxia da esquistossomose mansônica (Kawazoe 1975).
Os dados mais antigos relatam a presença dos moluscos da família Planorbidade
desde período Jurássico, nos Estados Unidos e Europa. Os planorbídeos habitam o planeta
desde o Jurássico, ocupando grandes extensões territoriais entre as latitudes 70N e 40S,
vivendo em ambientes naturais, artificiais e temporários. A altitude parece não influenciar na
sobrevivência desses moluscos, uma vez que estes moluscos são observados desde o nível
do mar até a 3.000 metros de altitude, nas Montanhas Rochosas, ou no Lago Titicaca, a
4.280 metros (Baker 1945). De uma maneira geral são encontrados em pequenas coleções
hídricas com velocidade inferior a 30cm/segundo, com vegetação vertical ou flutuante e algas
utilizadas como alimentação. Entretanto, alguns exemplares podem migrar contra a
correnteza ocupando lentamente outros criadouros a montante das colônias originais.
O estudo do “habitat” desses planorbídeos, bem como do seu comportamento em
relação às alterações climáticas, resulta em informações preciosas quando o objetivo é o
controle da transmissão da doença. Esses planorbídeos são comumente encontrados em
pequenas coleções hídricas, tanto naturais (córregos, riachos, lagoas, pântanos) como
artificiais (valas de irrigação, pequenos açudes), com velocidade inferior a 30 cm/s e com
vegetação necessária à sua alimentação e indispensável à proteção dos ovos depositados
sob folhagens aquáticas (Paraense 1972).
Na natureza, a sobrevivência dos planorbídeos não ultrapassa, em geral, um ano.
Sua persistência nos focos decorre do ritmo da reprodução, que depende, por sua vez, de
diversos fatores ecológicos intrínsecos, que influenciam a fecundidade, a postura e a
viabilidade dos ovos.
Sobrevivendo a fortes pressões ambientais durante os últimos 160 milhões de anos,
que culminaram com o desaparecimento da face da terra dos dinossauros e inúmeras
famílias de animais e vegetais, esses moluscos desenvolveram um vasto repertório de
mecanismos de sobrevivência e escape, como diapausa, quiescência e enterramento. Esses
animais são capazes de apresentar uma brusca parada no desenvolvimento, controlada por
fatores internos, mesmo quando as condições do meio são favoráveis (diapausa) ou a
quiescência, que é determinada diretamente por condições desfavoráveis do meio,
manifestando-se na forma de parada do desenvolvimento, induzida pela elevação da
temperatura (estivação) ou pelo abaixamento da temperatura a um nível tal que faz cessar
todo desenvolvimento (hibernação). Suportam ainda mudanças drásticas de temperatura,
inundações ou dessecação rápida da coleção hídrica, tornando desfavoráveis as condições
do meio. Entretanto, se o processo de dessecação se processar de forma lenta, mas
progressiva, como é comum em algumas áreas do nordeste brasileiro, os planorbídeos
podem resistir vivos por um longo período (anidrobiose). Enterram-se no solo dos ambientes
aquáticos (hidropsamon) e fora deles
(eupsamon), devido à formação de ambientes
aquáticos temporários, como poças d’água, formadas por chuvas ou inundações, que vão
ressecando lentamente. Esse comportamento parece estar relacionado a hábitos de nutrição
ou de proteção, ou mesmo de ambos. O enterramento pode coincidir também com a
aplicação de moluscicida (Paraense et al. 1955).
O mecanismo reprodutivo entre os planorbídeos desempenha papel fundamental na
perpetuação das espécies. De fato, por serem hermafroditas, observa-se tanto a
autofecundação como a fecundação cruzada. Os ovos apresentam-se envolvidos em
cápsulas elásticas, gelatinosas, resistentes e transparentes. O número médio de ovos por
cápsula ovígera é 20, podendo chegar a uma centena. Em condições favoráveis optam pela
fecundação cruzada, entretanto, em condições desfavoráveis, um ou poucos indivíduos
podem utilizar o mecanismo de autofecundação, dando início a uma nova população (efeito
fundador). Os planorbídeos são altamente prolíficos. De fato, um único indivíduo é capaz de
gerar, ao final de três meses, cerca de 10 milhões de descendentes (Paraense 1955). Em
todos os casos, podem promover, em pouco tempo, um rápido repovoamento dos
criadouros.
Excluídos os fatores nocivos fortuitos, na natureza em geral, a sobrevivência dos
planorbídeos não vai além de um ano. Sua persistência nos focos decorre do ritmo de
multiplicação que depende de diversos fatores ecológicos que influenciam a fecundidade, a
postura e a viabilidade dos ovos.
3.2.3) Moluscos do gênero Biomphalaria do Estado de Minas Gerais
A fauna de moluscos do gênero Biomphalaria no Estado de Minas Gerais está
representada por sete espécies. Estes planorbídeos foram encontrados em 12 mesoregiões
e reportados para 283 (33,1%) dos 853 municipios do Estado com a seguinte distribuição: B.
glabrata (185 municípios), B. straminea (124), B. tenagophila (57), B. peregrina (57), B.
schrammi (26), B. intermedia (19) and B. occidentalis (2). Duas espécies B. glabrata e B.
tenagophila foram encontradas naturalmente infectadas por S. mansoni no Estado de Minas
Gerais, enquanto a B. straminea, apesar de não ter sido encontrada infectada, foi
considerada a responsável pelo foco de Paracatu. Em 24 municípios estavam presentes,
simultaneamente, as três espécies hospedeiras intermediárias do S. mansoni.
3.2.4 Importância epidemiológica dos hospedeiros intermediários no Estado de Minas
Gerais
Das três espécies hospedeiras intermediárias do S. mansoni, a B. glabrata é a mais
importante, em decorrência de sua extensa distribuição geográfica, altos índices de infecção
e eficiência na transmissão da esquistossomose. Além disso, sua distribuição quase sempre
está associada à ocorrência da esquistossomose no Brasil (Lutz, 1917). A espécie foi
recentemente observada em Esteio na Grande Porto Alegre (Carvalho, Nunes, Caldeira
1998).
A B. tenagophila possui importância epidemiológica no sul do país sendo
responsável pelos focos do Estado de São Paulo. No estado de Minas é a responsável pela
manutenção do foco na cidade de Itajubá (Katz & Carvalho 1983).
A B. straminea possui a mais ampla distribuição, entre as tres espécies, sendo
encontrada em quase todas as bacias hidrográficas. Entretanto possui grande importância
epidemiológica no nordeste do país, onde em algumas áreas é a única responsável pela
manutenção de focos com alta prevalência da doença. Esta espécie foi incriminada como
responsável pelos casos de esquistossomose no município de Paracatu em Minas Gerais
(Carvalho et al. 1988).
No decorrer do Programa de Controle da Esquistossomose no Estado de Minas
Gerais Carvalho et al. (1994, 1997, 1998), trabalhando nas regiões consideradas indenes
para esquistossomose, localizadas à oeste do Estado, identificaram 01 município com B.
glabrata, 19 com B. straminea e 04 com B. tenagophila.
A extensa distribuição desses hospedeiros intermediários em Minas Gerais confere a
esquistossomose caráter expansivo até mesmo para as áreas consideradas indenes. Nas
áreas endêmicas altas densidades desses hospedeiros aliadas a outros fatores de risco
favorecem a existência de localidades com altas prevalências da esquistossomose.
4. JUSTIFICATIVA
Estudos realizados em diversas comunidades da zona rural brasileira demonstraram
que a topografia, vegetação, temperatura, tipo de solo, diferentes níveis de saneamento
básico, densidade populacional, número de moluscos, distribuição e índices de infecção de
do hospedeiro intermediário e contato com coleções hídricas habitadas por moluscos
infectados pelo S. mansoni, são determinantes para a prevalência da infecção humana. Por
outro lado, os padrões de precipitação pluviométrica possuem efeitos marcantes sobre a
população de moluscos. Durante as estações chuvosas verifica-se um decréscimo no
número de moluscos, enquanto nos períodos de seca ocorre um acréscimo nas populações
(Marcal et al. 1991, Kloetzel & Vergetti 1988, Pieri & Thomas 1987, Bavia et al. 1999, 2001).
Uma vez que a esquistossomose é uma doença determinada no espaço e no tempo
por fatores ambientais o Sistema de Informações Geográficas (SIG) é uma ferramenta muito
útil que pode ser empregada para melhor conhecer a distribuição da prevalência da doença e
de seus hospedeiros intermediários em mapas de representação espacial e fatores
ambientais.
A utilização de SIG e Sensoriamento Remoto (SR) na identificação de características
ambientais que permitam determinar e delimitar, respectivamente, os fatores e as áreas de
risco possibilitando indicar uma melhor distribuição de recursos que permita um
direcionamento mais adeguado para o controle da doença (Bavia et al. 2001, Beck et al.
1997, 2000).
Malone et al. (1997) realizaram um estudo, no delta do Nilo, com o objetivo de
relacionar
dados
de
requerimentos
naturais
para
propagação
e
transmissão
da
esquistossomose com parâmetros medidos do espaço.
Bavia et al. (2001) elaboraram um sistema de informação geográfica utilizando
mapas agroclimáticos, vegetação e temperatura obtidos de satélites com dados sobre
prevalência da esquistossomose em 270 municípios e a distribuição do molusco hospedeiro
na Bahia, Brasil para o estudo espacial e temporal da infecção e identificação de fatores
naturais que influenciem na distribuição da esquistossomose.
Zhou et al. (2002) utilizaram imagens de satélite (Landsat Thematic Mapper) para
estudar o impacto da enchente de 1998 na distribuição de moluscos no Rio Yangtze, China.
Os resultados indicaram que a análise de imagens Landsat TM podem é um método útil,
podendo fornecer dados que permitem fazer previsões sobre a distribuição de moluscos sob
condições ambientais especificas associado com a prolongada estação anual de enchentes.
Brooker (2002) faz uma análise dos progressos do uso e da aplicação do sistema de
informação geográfica (SIG) e do sensoriamento remoto na epidemiologia e no controle da
esquistossomose na região sub-Sahariana, África.
Grande parte do esforço de pesquisa na área de sensoriamento remoto se concentra
na tarefa de extração de informações de imagens obtidas por satélites orbitais. Este esforço
é particularmente importante no caso de países com extensões continentais como é o caso
do Brasil. Recentemente, satélites utilizando sensores nunca antes utilizados em missões
orbitais civis tornaram-se operacionais. Este é o caso dos satélites que levam a bordo um
tipo de sensor imageador ativo denominado radar de abertura sintética (SAR) e os novos
satélites dotados de sistemas ópticos de alta resolução, instrumentos de alta taxa de
repetição temporal e média resolução espacial como é o caso do satélite MODIS.
Necessidades crescentes e complexas, podem utilizar ferramentas de sensoriamento
remoto, como as utilizadas no monitoramento ambiental, modelagem ecológica da Amazônia
e o planejamento urbano
O projeto, nos termos em que está formulado, justifica-se em face da necessidade de:
1) Identificar as relações entre dados de campo e o que se observa nas imagens,
2) De posse destas relações promover diagnósticos,
estabelecer monitoramento e
fundamentar planos de ação observando-se séries temporais de tais imagens,
3) Aprofundar as informações já organizadas para a análise da distribuição espacial dos
moluscos e da doença, utilizando ferramentas de geo-estatística.
O
presente
projeto
tem
como
objetivo
a
aplicação
dos
recursos
de
geoprocessamento na determinação das relações entre distribuição da B. glabrata e da
prevalência da esquistossomose no Estados de Minas Gerais, realizar diagnósticos e planos
de ação visando o controle da doença.
5. OBJETIVOS
5.1 Geral:
O presente projeto tem como objetivo geral determinar as relações entre a
distribuição
dos
esquistossomose
hospedeiros
intermediários
no
de
Estado
Minas
e
a
Gerais,
distribuição
utilizando-se
e
prevalência
dos
recursos
da
de
geoprocessamento e de imagens ambientais produzidas por satélites.
5.2 Espécificos:
Integração, em um Sistema de Informação Geográfico, o SPRING, de um conjunto
de diferentes tipos de cadastros, relatórios e mapas de dados sobre distribuição e
prevalência da esquistossomose mansoni e dos hospedeiros intermediários da
esquistossomose no Estado de Minas Gerais.
Procurar estabelecer relações entre variáveis ambientais e a distribuição dos
moluscos
hospedeiros
intermediários
do
Schistosoma
mansoni
e
da
esquistossomose para a elaboração de planos de ação, visando o controle da
doença.
Desenvolver modelos que possam ser utilizados, por extrapolação, para prever o
risco da esquistossomose em áreas nas quais não existem dados disponíveis.
Formação de pessoal para viabilizar a implementação de um núcleo de
Geoprocessamento no Laboratório de Helmintoses Intestinais (recentemente
credenciado como Referência Nacional para Esquistossomose pela Secretaria de
Vigilância em Saúde/MS) do Centro de Pesquisas René Rachou/Fiocruz.
Publicação das metodologias desenvolvidas e dos resultados obtidos em revistas
indexadas.
6. METAS
1) Construir um banco de dados baseado na Tecnologia Spring (INPE) que congregue
mapas
e
cadastros
existentes
nos
diversos
orgãos
envolvidos
no
controle
da
esquistossomose.
2) Construir e testar uma sistemática de armazenagem, gerenciamento, consultas e análise
espacial a partir do banco gerado.
3) Elaborar relatórios dirigidos a públicos diversos, inclusive acadêmicos, a respeito dos
estudos efetuados.
4) Identificar as áreas de risco de introdução dos moluscos hospedeiros intermediários do S.
mansoni e/ou da doença no Estado de Minas Gerais.
5) Publicação em revista indexada dos resultados obtidos.
6) Formação de recursos humanos.
7) Sugerir o perfil de sistemas operacionais para o monitoramento desta endemia.
7. DURAÇÃO
12 meses
8. ABORDAGEM METODOLÓGICA E ESTRATÉGIA DE AÇÃO
Para obter-se êxito nos objetivos propostos é necessário o trabalho conjunto de uma equipe
multidisciplinar, que deve cuidar dos diversos aspectos e disciplinas envolvidos na realização
da tarefa:
1. Tecnologia de GIS e processamento de imagens.
2. Coleta de dados de campo.
3. Estatística espacial.
4. Estudos da doença.
5. Banco de dados espaciais.
6. Atividades de laboratório, etc.
Com estas considerações propõe-se a estruturação de uma equipe de trabalho,
multidisciplinar, constituida por pesquisadores das Instituições abaixo, que cuidarão dos
aspectos acima listados:
Instituições envolvidas e tarefas a serem desenvolvidas
Instituições
Tarefas
Centro de Pesquisas René Rachou/Fiocruz
2, 4 e 6
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
1, 3 e 5
Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério
da Saúde
2 e 4.
Secretaria da Saúde do Estado de Minas
Gerais
Departamento de Cartografia/Universidade
Federal de Minas Gerais.
2 e 4.
1e5
9. EQUIPE
1) Coordenador:
Omar dos Santos Carvalho - CPqRR/Fiocruz.
2) Vice-coordenador:
Luciano V Dutra - INPE/DPI - Depto de Cartografia/UFMG (Pesquisador Visitante)
3) Pesquisadores Consultores:
Ronaldo Santos do Amaral – Gerente do Programa de Esquistossomose - Secretaria de
Vigilância em Saúde/MS
Corina Costa Freitas – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais/DPI
Virginia Ragoni Correa - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais/DPI
Ana Clara Mourao Moura - Universidade Federal de Minas Gerais/Dep. Cartografia
Sandra Costa Drummond – Secretaria Estadual de Saúde do Estado de Minas Gerais/MG
01 Bolsista de Desenvolvimento Tecnológico
01 Bolsista de Iniciação Científica
11. CRONOGRAMA
ANO 1
Etapas
1
1) Revisão bibliográfica complementar
X
2) Coleta dos dados existentes: planos de
informaçã, imagens de satélite, cadastros, etc
X
2
3
X
X
5) Análise preliminar das correlações entre as
variáveis ambientais e distribuição de moluscos e
da esquistossomose
5
6
7
8
9
X
X
X
X
X
10
X
X
X
X
X
X
X
X
X
11
12
X
X
X
3) Cursos básicos de processamento de imagens e
uso do SPRING
4) Conversão dos dados para formato SPRING
4
X
X
X
X
X
6) Elaboração de um modelo preditivo
7) Teste do modelo em área independente
8) Redação de manuscritos
12. LOCAIS DE DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS
Os trabalhos serão desenvolvidos nos locais abaixo:
1) Laboratório de Helmintoses Intestinais/Fundação Oswaldo Cruz. Belo Horizonte, MG
2) Departamento de Cartografia/Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte,
MG.
3) Divisão de Processamento de Imagens/Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
São José dos Campos, SP.
As Instituições envolvidas colocarão à disposição do projeto as instalações e
equipamentos necessários ao bom andamento dos trabalhos.
13. RECURSOS SOLICITADOS
Elementos de Despesas
Quantidade
Material Permanente
R$
-
16.500,00
Diárias
16
2.400,00
Passagem
06
5.647,00
Bolsas
02
15.450,00
Total
-
39.997,00
13.1 Equipamentos
02 Computadores, sendo um com capacidade para armazenamento de imagens = 16.500,00
01 mini-hub = 200,00
13.2 Diárias
16 diárias – serão utilizadas para 02 reuniões da equipe, uma em São José dos Campos e
outra em Belo Horizonte = 2.400,00
13.3 Passagem
03 passagens BH – SP – BH = 4.047,00
02 passagens BR – SP – BR = 1.600,00
13.4 Bolsas
01 Bolsa de Desenvolvimento Tecnológico = 12.550,68
01 Bolsa de Iniciação Científica = 2.899,00
14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAKER FC 1945. The molluscan family Planorbidae. Urbana Univ. Illinonis Press. 530p.
BAVIA ME, HALE LE, MALONE JB, BRAUD DH, SHANE SM 1999. Geopraphic information
systems and the environmental risk of Schistosomiasis in Bahia, Brazil. Am J Trop Med
Hyg 60(4): 566-572.
BAVIA ME, MALONE JB, HALE L, DANTAS A, MARRONI L, REIS R 2001. Use of thermal
and vegetation index data from earth observing satellites to evaluate the risk of
schistosomiasis in Bahia, Brazil. Acta Tropica 79: 79-85.
BECK LR, RODRIGUES MH, DISTER SW, RODRIGUES AD, WASHINO RT, ROBERTS DR,
SPANNER MA, 1997.
Assessement of a remote sensing-based model for predicting
malaria transmition risk in village of Chiapas. México. Am Trop Med Hyg 56: 99-106.
BECK LR, LOBITZ BM, WOOD BL 2000. Remote sensing and human health: new sensors
and new opportunities. Emerg Inf Dis 6: 217-227.
BOOKER S 2002. Schistosomes, snails and satelites. Acta Tropica 82: 207-214.
CAMARGO S. 1980. Impacto do desenvolvimento na expansão da esquistossomose. Rev
Inst Med Trop São Paulo 22:117-119.
CAMPOS RC, BRIQUES W, NAVAS F 1988. Levantamento multicêntrico de parasitoses
intestinais; Rhodia
CARVALHO OS, ROCHA RS, MASSARA CL, KATZ N 1987. Expansão da esquistossomose
mansoni em Minas Gerais. Mem Inst Oswaldo Cruz 82 (Suppl. IV): 295-298.
CARVALHO OS, ROCHA RS, MASSARA CL, KATZ N 1988. Primeiros casos autóctones de
esquistossomose mansoni em região do noroeste do Estado de Minas Gerais (Brasil).
Rev Saúde Públ S Paulo 22: 237-239.
CARVALHO OS, MASSARA CL, ROCHA RS, KATZ N 1989. Esquistossomose mansoni no
sudoeste do Estado de Minas Gerais (Brasil). Rev Saúde Públ São Paulo, 23: 34l-344.
CARVALHO OS, MASSARA CL, SILVEIRA NETO HV, ALVARENGA AG, VIDIGAL,
T.H.D.A.,
GUERRA,
H.L., SANTOS, M.A.A., CHAVES, A. & KATZ, N 1994.
Schistosomiasis mansoni in the region of Triângulo Mineiro - State of Minas Gerais, Brazil.
Mem Inst Oswaldo Cruz 89: 509-512.
CARVALHO OS, MASSARA CL, SILVEIRA NETO HV, GUERRA HL, CALDEIRA RL,
MENDONÇA CLF, VIDIGAL THDA, CHAVES A, KATZ N 1997. Re-evaluation of
Schistosomiasis Mansoni in Minas Gerais, Brazil. II. Alto Paranaiba Mesoregion. Mem Inst
Oswaldo Cruz 92: 141-142.
CARVALHO OS, MASSARA CL, GUERRA HL, CAMPOS YR, CALDEIRA RL, CHAVES A,
KATZ N 1998. Re-evaluation of schistosomiasis mansoni in Minas Gerais - Brazil. III.
“Noroeste de Minas” mesoregion. Rev Inst Med Trop São Paulo 40:277-279.
CARVALHO OS, MASSARA CL, SILVEIRA NETO HV, GUERRA HL, CALDEIRA RL,
MENDONÇA CLF, VIDIGAL THDA, CHAVES A, KATZ N 1997. Re-evaluation of
Schistosomiasis Mansoni in Minas Gerais, Brazil. II. Alto Paranaiba Mesoregion. Mem Inst
Oswaldo Cruz 92: 141-142
CORRÊA LR, PARAENSE WL 1971. Susceptibility of Biomphalaria amazonica to infection
with two strains of Schistosoma mansoni. Rev Inst Med Trop São Paulo 13: 387-390.
DAVIS GM 1980. Snail hosts of Asian Schistosomainfecting man: evolution and co-evolution.
Malacol. Rev. Suppl. 2: 195-238.
KATZ N, CARVALHO OS 1983. Introdução recente da esquistossomose mansoni no sul do
estado de Minas Gerais, Brasil. Mem Inst Oswaldo Cruz 78: 281- 284.
KATZ N, CHAVES A, PELLEGRINO J 1972. A simple device for quantitative stool thicksmear technique in schistosomiasis mansoni. Revista do Instituto de Medicina Tropical
14:397-400.
KATZ N, DIAS EP, SOUZA CP, BRUCE JI & COLES GC. Rate of Action of schistosomicides
in mice infected with Schistosoma mansoni. Rev Soc Bras Med Trop, 22(4): 183-186,
1989.
KLEIN, HS 2002. As origens Africanas dos Escravos Brasileiros. In: PENA, Sérgio D. J.
(Org.). Homo brasilis: aspectos genéticos, linguísticos, históricos e socioantropológicos da
formação do povo brasileiro. Ribeirão Preto: Fundação de Pesquisas Científicas de
Ribeirão Preto. p.93-112.
KATZ N, MOTA E, OLIVEIRA VB, CARVALHO EF 1978. Prevalência da esquistossomose
em escolares no estado de Minas Gerais.Anais do XIV Congresso da Soc Bras Med Trop.
João Pessoa, PB.
KLOETZEL K, VERGETTI AMA, 1988. Repeated mass treatment of Schistosoma mansoni:
experience in hyperendemic areas of Brazil. II. Micro-level evaluation of results. Ann Trop
Med Parasitol 28: 316-367.
LUTZ A 1917. Observações sôbre a evolução do Schistosoma mansoni. Rev Soc Brasil
Ciências 1: 41-48.
LUTZ AO. 1919. Schistosomum mansoni e a schistosomose segundo observações feitas no
Brasil. Mem Inst Oswaldo Cruz 11: 121-144.
MALONE JB, ABDEL-RAHMAN MS, EL-BAHY MM, HUH OK, SHAFIK M, BAVIA ME 1997.
Geographic information systems and the distribution of Schistosoma mansoni in the Nile
Delta. Parasitology Today 13:112-119.
MARCAL JR O, PATUCCI MJ, DIAS LCS, 1991. Schistosomiasis mansoni in area of low
transmission. I. Impact of control measures. Rev Inst Med Trop São Paulo 33: 83-90.
MARTINS AV, VERSIANI V 1938. “Schistosomose mansoni” no Norte de Minas Gerais.
Brasil-Médico 36:812-816.
NEVES DP 2000. Prasitologia humana. 10 ed. São Paulo. Editora Atheneu. 28 p
PARAENSE WL 1972. Fauna planorbídica do Brasil, p. 213-239. In CS Lacaz et al.
Introdução à geografia médica do Brasil. Edgard Blucher, Editora Universidade de São
Paulo.
PARAENSE WL 1955. Self and cross-fertilization in Australorbis glabratus. Mem Inst Oswaldo
Cruz 53:285-291.
PARAENSE WL 1981. Biomphalaria occidentalis sp.n. from South America (Mollusca
Basommatophora Pulmonata). Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 76: 199-211.
PARAENSE WL 1984. Biomphalaria tenagophila guaibensis ssp.n. from southern Brazil and
Uruguay (Pulmonata:Planorbidae). I. Morphology. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 79:
465-469.
PARAENSE WL 2001. The schistosome vectors in the Americas. Mem Inst Oswaldo Cruz 96,
Suppl.: 7-16.
PARAENSE WL, CORRÊA LR 1973. Susceptibility of Biomphalaria peregrina from Brazil and
Ecuador to two strains of Schistosoma mansoni. Rev Inst Med Trop São Paulo 15: 127 130.
(Paraense 19.. Conferência).
PELLEGRINO
J,
SALGADO
AA,
MELLO
RT
1975.
Inquerito
sorológico
para
esquistossomose entreescolares no estado de Minas Gerais. Ciência e cultura,27: 189196.
PELLON B, TEIXEIRA I 1950. Distribuição das esquistossomose mansônica no Brasil.
(Apresentado no 8° Congresso Brasileiro de Higiene, Recife). Divisão de Organização
Sanitária, Rio de Janeiro, 117p.
PIERE OS, THOMAS JD, 1987.Snail host control in the eastern coastal areas of north-east
Brazil. Mem Inst Oswaldo Cruz 82 (suppl IV): 197-201.
PRADO JUNIOR C 1986. História Econômica do Brasil. Ed Brasiliense.São Paulo.
REY, Luis. Parasitologia: parasitos e doenças parasitárias do homem nas Américas e na
África. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. 856 p.
SILVA P 1908. Contribuição para o estudo schistosomíase na Bahia. Brasil Médico 22: 281283.
TEIXEIRA MJ 1919. A schistosomose mansônica na infância em Belo Horizonte. Thesis de
concurso, Faculdade de Medicina, Imprensa Oficial, Belo Horizonte, 107 pp.
VAN DAMME, D 1984. Freshwater Mollusca of North Africa. Dordrecht. The Nederlands: W
Junkers Plubishers.
VERSIANI V, MARTINS AV, PENA SOBRINHO O 1945. Esquistossomose mansoni em
Minas Gerais. I Município de Belo Horizonte. Arquivos do Instituto Químico-Biológico do
Estado de Minas Gerais 1:71-94.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) 1985. The control of schostosomiasis. Technical
Report Series n° 728, 113p.
ZHOU X, DANDAN L, HUIMING Y, HONGGEN C, LEPING S, GUOJING Y, QINGBIAO, H,
BROWN L, MALONE JB 2002. Use of Landsat TM satellite surveillance data to measure
the impact of the 1998 flood on snail intermediate host dispersal in the lower Yangtze
River Basin. Acta Tropica 82: 199-205.
Download

desenvolvimento de um sistema de informações para o - DPI