Ação in vitro de derivados da flora brasileira sobre ovos de Lagochilascaris minor Leiper,1909 CAMPOS, Dulcinéa Maria Barbosa1 SILVA, Heloísa Helena da** BARBOSA, Alverne Passos 2 SILVA, Jaime Custódio da3 LUCIANO, Ricardo Ferreira* MENDES, João Paulo Sartin * Palavras chave: Lagochilascaris minor- Extratos vegetais 1 Intodução A lagoquilascaríase humana tem como agente etiológico a espécie Lagochilascaris minor. A doença tem sido assinalada no México, Costa Rica, Bolívia, Colômbia, Venezuela, Trinidad, Tobago, Suriname, Paraguai e Brasil. Os sintomas e a gravidade da doença dependem do órgão acometido, da carga parasitária e da resposta imune do hospedeiro humano. Do ponto de vista de terapêutica, os resultados não têm sido muito animadores, sendo comum a associação de um ou mais fármacos e por períodos muito longos. As limitações na terapêutica da lagochilascaríase humana estimularam a estudar a ação de extratos vegetais, tanto sobre a embriogênese de ovos, como sobre ovos embrionados de L. minor. Com este objetivo, empregou-se extrato bruto de plantas do cerrado Stryphnodendron adstringens, Croton urucurana, Dimorphandra molis, Magonia pubescens, Copaifera reticulata sobre ovos do ovos recém eliminados e ovos infectantes do parasito. 2 Material e Métodos Os extratos foram obtidos de caule dos vegetais submetidos à secagem, moagem e percolação Os ovos foram obtidos de Felis catus domestica infectados experimentalmente (Cepa H.G.S). Cada extrato vegetal foi usado nas concentrações de 100, 500, 1000 e 1 Profa. Dra. em Parasitologia pela USP, Diretora do Curso de Farmácia. 2 Prof. Dr. em Parasitologia pela UnB, Prof. do IPTSP/UFG 3 Mestre em Doenças tropicais pela UFG 2000ppm/ 5ml de solução de formalina a 0,1% contendo 1500 ovos recém eliminados. Procedimento semelhante foi usado para 1500 ovos infectantes de L.minor. Cada grupo controle foi constituído por ovos mantidos em solução de formalina a 1% sem uso de extratos vegetais. Cada experimento foi examinado microscopicamente em intervalos de três dias durante todo o período de observação, ou seja, 90 dias. Além da microscopia, a viabilidade dos ovos foi estudada através de inoculação de animais susceptíveis à infecção. Para cada concentração do extrato, foram inoculados 03 camundongos, sendo dois (2) do grupo teste e um (1) do grupo controle. Cada animal foi inoculado, por via oral, com 1500 ovos recém eliminados e ovos infectantes do parasito que haviam sido submetidos à ação dos extratos estudados nas diferentes concentrações. Os camundongos foram necropsiados aos 90 DAÍ (Dias Após a Inoculação). 3 Resultados e discussão Após microscopia, por compressão dos ovos sob lâmina e lamínula, observou-se mobilidade de larvas tanto nos experimentos do grupo teste, como no grupo controle. Após necrópsia, observou-se que, tanto os animais dos grupos teste, como os dos grupos controle, se infectaram. Estudou-se, pela primeira vez, a ação de extratos vegetais na lagochilascaríase. 4 Conclusões Os extratos, nas concentrações empregadas não impediram a embriogênese e não desvitalizaram ovos infectantes de L. minor. Diante dos resultados obtidos, tornam-se necessários realizar estudos sobre os extratos, em concentrações diferentes daquelas usadas neste experimento e da mesma forma, sobre ovos decorticados de L. minor com o objetivo de avaliar o papel da membrana protéica nos testes sobre terapêutica da doença. 5 Referências Bibliográficas Barbosa, C. A. e Campos, D. M. B. et al. 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