CROMOMICOSE: RELATO DE CASO
Vinícius Oliveira Nitz1([email protected]); Karine Cappelletti2; Thairine Reis de Oliveira2; Aloir Neri de Oliveira Júnior1;
Isnard Elman Litvin3.
1Universidade
do Sul de Santa Catarina - UNISUL - Tubarão(SC), Brasil.
de Caxias do Sul – UCS – Caxias do Sul(RS), Brasil.
3 Médico patologista docente na Universidade de Caxias do Sul – UCS.
2Universidade
INTRODUÇÃO
A cromoblastomicose é uma doença fúngica polimorfa
com distribuição mundial, aparecendo com maior
prevalência nas regiões tropicais e subtropicais, que
acomete principalmente o tecido subcutâneo dos
membros inferiores e é causada pela inoculação
traumática do fungo pigmentado. 1,2 No início,
apresenta-se por lesão papular eritemato-descamativa
e, posteriormente, por lesões verrucosas, nodulares,
em placas, tumorais e cicatriciais, podendo haver
disseminação local lenta, por comprometimento
linfático.3 O trabalho tem como objetivo relatar caso de
cromomicose para observação de achados clínicos e
histopatológicos característicos.
são encontrados no interior de histióciotos, nos
microabscessos e soltos no tecido. A escolha do
tratamento deve ser baseada na apresentação clínica
e na extensão das lesões. As lesões inicias devem ser
submetidas, se possível, à exérese cirúrgica, sendo
que lesões irresecáveis devem ser manejadas com
terapia antifúngica,Itraconazol e Terbinafina, por no
mínimo 6 a 12 meses, combinada com tratamentos
físicos, como criocirurgia com nitrogênio líquido para
lesões localizadas e pequenas, e excisão cirúrgica
para lesões que possibilitem retirada com amplas
margens.
RELATO DE CASO
JCS, 46 anos, gênero masculino, branco, morador de
zona rural e portador de Diabete Mellitus. Paciente
apresentava lesão verrucosa em dorso de pé direito,
com suspeita de carcinoma epidermóide. Ao exame
macroscópico, apresentava lesão elevada, ulcerada,
medindo 1,5x0,8cm. O exame microscópico pela
coloração de H&E revelou hiperplasia pseudoepiteliomatosa com infiltrado misto difuso na derme.
Identificaram-se microabscessos na camada epitelial e
presença de estruturas castanhas em forma de
esporos na camada córnea e no derma, compatíveis
com cromomicose.
CONCLUSÃO
A Cromomicose afeta principalmente trabalhadores
rurais, pois apresenta relação com traumatismos por
vegetação. O diagnóstico pode ser realizado pelo
exame microscópico: os raspados são corados com
Hidróxido de Potássio a 10% e examinados à procura
de corpúsculos muriformes ou escleróticos. Os cortes
histológicos corados por H&E mostram hiperplasia
epidérmica pseudo-epiteliomatosa com abscessos
neutrofílicos intraepidérmicos, na derme identifica-se
infiltrado inflamatório misto e difuso. Esporos marrons
Foto 1: : Microabscessos
de neutrófilos na camada
córnea. HE, 100x
Foto 2: Microabscesso
intraepidérmico com esporos
castanhos. PAS, 400x
Foto 3: Infiltrado
inflamatório misto
em derma com
célula gigante e
presença de
esporos castanhos.
HE, 400x
BIBLIOGRAFIA
1- Silva, Ana Carla C. Mello e et al. Cromoblastomicose produzida por
Fonsecaea pedrosoi no Estado do Maranhão. I - aspectos clínicos,
epidemiológicos e evolutivos. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Mar 1992, vol.25,
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2- Bittencourt, Achiléa Lisboa, Londero, Alberto T. and Andrade, Jacy A. F.
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Aug 1994, vol.36, no.4, p.381-383
3- Queiroz-Telles Filho, Flávio de. A cromoblastomicose no Estado do Paraná:
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4- Silva CMP, Marques SG, Silva RB, Sousa Jr SS, Menezes Jr DRT, Costa
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6-AZULAY, Rubem David; AZULAY, David Rubem; AZULAY-ABULAFIA, Luna.
Dermatologia, 6ª edição. Guanabara Koogan, 2013. VitalBook file. Minha
Biblioteca.
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