INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE / SOEBRÁS
ESPECIALIZAÇÃO EM ORTODONTIA
MARIA ÂNGELA DRUMOND ARAÚJO
DESGASTE INTERPROXIMAL EM CASOS DE APINHAMENTO DENTÁRIO
ÂNTERO-INFERIOR
Ipatinga - MG
2010
MARIA ÂNGELA DRUMOND ARAÚJO
DESGASTE INTERPROXIMAL EM CASOS DE APINHAMENTO DENTÁRIO
ÂNTERO-INFERIOR
Monografia apresentada ao programa de Especialização em
Ortodontia
do
ICS-FUNORTE/SOEBRÁS
NÚCLEO
IPATINGA, como parte dos requisitos para obtenção do
título de Especialista.
Orientador: Prof. Me. Paulo Cézar de Oliveira
Ipatinga - MG
2010
MARIA ÂNGELA DRUMOND ARAÚJO
DESGASTE INTERPROXIMAL EM CASOS DE APINHAMENTO DENTÁRIO
ÂNTERO-INFERIOR
Monografia apresentada ao programa de Especialização em Ortodontia do ICS-FUNORTE/SOEBRÁS
NÚCLEO IPATINGA, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista.
Aprovada em _____de _____________ de 2010.
___________________________________________
Prof. Me. Paulo Cézar de Oliveira
Orientador
ICS-FUNORTE/SOEBRÁS NÚCLEO IPATINGA
___________________________________________
Prof.
Examinador
ICS-FUNORTE/SOEBRÁS NÚCLEO IPATINGA
___________________________________________
Prof.
Examinador
ICS-FUNORTE/SOEBRÁS NÚCLEO IPATINGA
Dedico este trabalho a meus filhos, Elisa e Maurício, motivação e razão de tudo
o que faço. Quando pensamos que sabemos todas as respostas, vem a vida e muda todas
as perguntas. Os filhos são a maior fonte de mudanças na vida dos pais: é por vocês,
meus filhos, que cada segundo dessa vida vale a pena. Amo vocês.
A Deus, por possibilitar a mim a oportunidade de estar viva e por ser a Luz de
minha caminhada. “A ciência sem a religião é paralítica – a religião sem a ciência é
cega.” (Albert Einstein).
Aos meus pais, José de Lana Araújo e Iris Drumond Araújo, pelo impecável
exemplo de vida e de amor e por serem responsáveis por minha educação em todos os
sentidos, transformando-me na pessoa que hoje sou.
Aos meus filhos, Elisa Araújo Caldeira e Maurício Lacerda Caldeira Filho, pelo
amor incondicional, por serem meus maiores incentivadores e pela compreensão em me
terem ausente em diversas ocasiões de suas vidas para alcançar o objetivo de me
especializar em Ortodontia.
Aos meus três irmãos, Hércules, Marcelo e Márcio Drumond Araújo, por
estarem sempre ao meu lado, serem o ombro e o apoio nos momentos em que precisei.
Sem eles, minha vida não seria tão rica e feliz.
À minha sócia e cunhada, Eliana Madna Russo Rodrigues Araújo, por ser minha
parceira nesse curso, onde reinou a amizade, a cumplicidade e a responsabilidade em
executar com excelência o trabalho a quatro mãos em nossos indivíduos da FUNORTE.
À minha secretária, Dilma Geralda Silva de Oliveira, por cuidar de minha vida
profissional na minha presença e ausência, dando aos indivíduos o amparo e atenção
necessários para compreenderem a minha vida e agenda tumultuadas. Sou grata à sua
competência, responsabilidade e amizade.
A toda a equipe da FUNORTE – NÚCLEO IPATINGA, sem exceção, em
especial aos professores Bruno, Dênis, Marcionílio e Paulo, e aos outros grandes
mestres convidados, pela generosidade em nos conceder acesso aos seus conhecimentos,
sabedoria e experiência.
Ao meu orientador, Paulo Cézar de Oliveira, por ser meu amigo, um exemplo e
por me direcionar e exigir de meu trabalho de monografia a maior qualidade em todos
os sentidos. Paulo, eu o admiro muito.
Aos meus colegas de turma por fazerem com que os dias de aula e clínica
fossem mais fáceis, felizes, doces e especiais. A cada um de vocês o meu abraço,
carinho, respeito, amizade e, principalmente, a minha saudade.
Aos meus indivíduos particulares que concordaram, sem nenhuma restrição, no
uso de suas imagens para enriquecimento do conteúdo desta monografia. À vocês,
Fernanda Cristina Rodrigues Ribeiro e Gisley Alves Ferreira, o meu muito obrigado
pela generosidade e confiança.
Enfim, aos meus indivíduos do curso que confiaram integralmente em meu
trabalho de restabelecer à eles uma oclusão saudável e funcional com um lindo sorriso.
RESUMO
O apinhamento dentário na região ântero-inferior é uma queixa bastante comum na
prática ortodôntica. Nos casos borderline, o tratamento pode ser realizado com ou sem
extrações. A escolha do stripping como conduta, se apóia na quantidade de discrepância
dento-alveolar, na redução do tempo de tratamento, e no perfil mole do indivíduo que
não exija ou suporte uma redução. Dessa forma, é apresentada uma discussão sobre os
prós e contras do uso do desgaste interproximal para resolução dos problemas de
apinhamentos dentários na região ântero-inferior (casos limítrofes), uma vez que este
trabalho se refere à essa técnica como opção de tratamento.
Palavras-chave: 1. Apinhamento Dentário – 2. Stripping – 3. Desgaste Interproximal
ABSTRACT
Tooth crowding on the anteroinferior region is a frequent demand in the orthodontic
practice. The treatment may be done with or without extractions in borderline cases.
The choice of stripping as a procedure is based on the amount of dentoaveolar
discrepancies, treatment time reduction, and soft tissue profile of the patient who does
not need or does not stand a reduction. Thus, the pros and cons related to the use of
interdental stripping as a solution to tooth crowding on the anteroinferior region
(borderline cases) are presented through a bibliographical review as this work focuses
on the interdental stripping as treatment option.
Keywords: 1. Crowding Dental – 2. Stripping – 3. Interproximal Wear
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Gf - Granulação Fina
GM - Granulação Média
GuF - Granulação Ultrafina
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Técnica do uso do fio 0,020 preconizada por Sheridan ................................ 20
Figura 2 - Grupo controle sem nenhum tipo de polimento ........................................... 23
Figura 3 - Aspecto do esmalte após desgaste de três formas ........................................ 24
Figura 4 - Apenas com o uso de broca diamantada ...................................................... 24
Figura 5 - Broca diamantada e sequencia de discos de lixa .......................................... 24
Figura 6 - Broca diamantada + sequencia de discos de lixa + lixa para resina .............. 25
Figura 7 - Broca diamantada + sequencia de discos de lixa + pontas e taças de borracha
e lixas para resina com branco de Espanha = melhor resultado .................................... 25
Figura 8 - Fotografia extrabucal, norma lateral ............................................................ 27
Figura 9 - Foto intrabucal lateral direita ...................................................................... 27
Figura 10 - Foto intrabucal frontal ............................................................................... 27
Figura 11 - Foto intrabucal lateral esquerda ................................................................. 27
Figura 12 - Foto intrabucal oclusal inferior.................................................................. 27
Figura 13. Caneta de retroprojetor ............................................................................... 28
Figura 14 - Demarcações nas proximais ...................................................................... 28
Figura 15 - Desgastes iniciais ...................................................................................... 28
Figura 16 - Continuação dos desgastes (esquerda) e desgastes com proteção do dente
vizinho ........................................................................................................................ 28
Figura 17 - (A) Separador de Ivory, JON. (B) Colocação do mesmo ........................... 29
Figura 18 - (A) e (B) Vistas dos dois lados da face diamantada ................................... 29
Figura 19 - (A) Disco diamantado monoface. (B) Face lisa do mesmo......................... 29
Figura 20 - Uso do disco para desgaste........................................................................ 29
Figura 21 - (A) Tira de lixa de aço convencional. (B) Dispositivo para adaptar a tira de
aço visando rompimento do ponto de contato .............................................................. 30
Figura 22 - Desgaste efetuado com tira de lixa de aço ................................................. 30
Figura 23 - Reanatomização com pontas diamantadas ................................................. 30
Figura 24 - Reanatomização concluída ........................................................................ 30
Figura 25 - Tiras de lixa para resina ............................................................................ 30
Figura 26 - Utilização da lixa com pasta polidora ........................................................ 31
Figura 27 - Espaços conseguidos ................................................................................. 31
Figura 28 - Aplicação tópica de flúor .......................................................................... 31
Figura 29 - Vista oclusal inferior da colagem dos braquetes ........................................ 31
Figura 30 - Vista frontal da colagem dos braquetes ..................................................... 31
Figura 31 - Foto de perfil ............................................................................................ 33
Figura 32 - Foto intrabucal da oclusão lateral direita ................................................... 33
Figura 33 - Foto intrabucal da oclusão frontal ............................................................. 33
Figura 34 - Foto intrabucal da oclusão lateral esquerda ............................................... 33
Figura 35 - Foto oclusal inferior .................................................................................. 33
Figura 36 - Desgaste interproximal ............................................................................. 33
Figura 37 - Acabamento e polimento ........................................................................... 33
Figura 38 - Disco de granulação mais fina ................................................................... 33
Figura 39 - Desgaste concluído (não usou pontas, taças e/ou lixa com branco de
Espanha) ..................................................................................................................... 34
Figura 40 - Aplicação tópica de flúor .......................................................................... 34
Figura 41 - Foto final de perfil .................................................................................... 34
Figura 42 - Oclusão final lateral direita ....................................................................... 34
Figura 43- Oclusão final frontal .................................................................................. 34
Figura 44 - Oclusão final lateral esquerda ................................................................... 34
Figura 45 - Oclusão final inferior ................................................................................ 34
Figura 46 - Brocas de alta-rotação de granulação ultra-fina de diversas formas, que
podem ser utilizadas no desgaste interproximal ........................................................... 39
Figura 47 - Sequência de discos Sof-Lex de quatro granulações, utilizadas no
acabamento e polimento, em peça de mão e/ou contra-ângulo ..................................... 39
Figura 48 - Foto inicial de perfil .................................................................................. 49
Figura 49 - Vista lateral direita da oclusão (CI I) ......................................................... 49
Figura 50 - Vista frontal da oclusão, mostrando o apinhamento ântero-inferior ........... 49
Figura 51 - Vista lateral esquerda da oclusão (CI I) ..................................................... 50
Figura 52 - Arcada superior......................................................................................... 50
Figura 53 - Arcada infeiror – vista oclusal do apinhamento ânterio-inferior................. 50
Figura 54 - Separadores de borracha da distal do 33 à distal do 43 .............................. 50
Figura 55 - Uso do separador de Ivory (técnica utilizada). Broca Carbide 699L usada
horizontalmente .......................................................................................................... 50
Figura 56 - Broca Carbide 699L usada verticalmente .................................................. 51
Figura 57 - Espaço obtido respeitando os limites de cerca da metade do esmalte presente
em cada superfície interproximal ................................................................................. 51
Figura 58 - Vista aproximada do desgaste sendo efetuado ........................................... 51
Figura 59 - Posicionamento (caráter ilustrativo) de um fio 0,020 polegadas................. 51
Figura 60 - Desgaste usando o fio como proteção (caráter ilustrativo) ......................... 52
Figura 61 - Uso de disco diamantado dupla face no lugar da broca .............................. 52
Figura 62 - Acabamento com discos Sof-Lex .............................................................. 52
Figura 63 - Ponta de borracha com branco de Espanha ................................................ 52
Figura 64 - Tira de lixa para resina com branco de Espanha ........................................ 53
Figura 65 - Desgaste, acabamento e polimento concluídos .......................................... 53
Figura 66 - Aplicação tópica de flúor tixotrópico durante um minuto .......................... 53
Figura 67 - Permissão para uso de imagem dada pelo indivíduo .................................. 54
Figura 68 - Foto facial de perfil ................................................................................... 55
Figura 69 - Foto da oclusão lateral direita.................................................................... 55
Figura 70 - Foto da oclusão frontal .............................................................................. 55
Figura 71 - Foto da oclusão lateral esquerda ................................................................ 56
Figura 72 - Foto oclusal superior ................................................................................. 56
Figura 73 - Foto oclusal inferior .................................................................................. 56
Figura 74 - Afastador de Ivory posicionado ................................................................. 57
Figura 75 - Vista aproximada da broca Carbide 699L .................................................. 57
Figura 76 - Posicionamento da broca para início do desgaste interproximal ................. 58
Figura 77 - Posicionamento da broca para continuação do desgaste e remodelação ..... 58
Figura 78 - Acabamento e polimento com discos Sof-Lex ........................................... 58
Figura 79 - Com pontas e taças de borracha + branco de Espanha ............................... 59
Figura 80 - Com lixa para resina + branco de Espanha ................................................ 59
Figura 81 - Aplicação tópica de flúor tixotrópico ........................................................ 59
Figura 82 - Permissão para uso de imagem dada pelo indivíduo .................................. 60
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 15
2. OBJETIVO............................................................................................................ 17
3. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................. 18
4. DISCUSSÃO ......................................................................................................... 35
4.1 POR QUE O DESGASTE INTERPROXIMAL? ................................................... 35
4.2 DESENVOLVIMENTO DA TÉCNICA DE DESGASTE ..................................... 37
4.3 REMODELAMENTO, SEQUELAS, POLIMENTO E FINALIZAÇAO ............... 40
5. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 43
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 45
ANEXOS ................................................................................................................... 49
15
1. INTRODUÇÃO
O excesso de massa dentária na porção ântero-inferior da mandíbula provoca o
apinhamento dos dentes nessa região, apresentando-se como uma anomalia de posição
dentária muito comum. O grau de severidade desse apinhamento resultará em várias
possibilidades de tratamento, dependendo do caso. Podem ser citadas as exodontias, a
distalização de molares, as expansões dos arcos e os desgastes interproximais, sendo
esse último o motivo de nosso estudo.
Muitas vezes, a falta de espaço não é muito acentuada e o perfil do indivíduo se
apresenta agradável. Para esses casos na Ortodontia, considerados limítrofes ou
borderline, ou seja, em que a exodontia de elementos dentários não seria uma boa opção
para o alinhamento correto dos dentes e sua estabilidade pós movimentação, que é um
dos objetivos principais numa movimentação ortodôntica, o desgaste interproximal
(slice ou stripping), vem se mostrando através da história da Ortodontia um valioso
instrumento.
Os desgastes interproximais nada mais são que uma redução das dimensões
mésio-distais dos dentes, com o objetivo de conseguir espaço para correção dos
apinhamentos suaves ou moderados, bem como solucionar a desproporção natural de
tamanho dos dentes entre os arcos.
Em indivíduos adultos, que cada vez mais procuram tratamento ortodôntico para
corrigir esse tipo de apinhamento, o desgaste interproximal tem sido um excelente
recurso, focando um tratamento parcial e bem direcionado, com um mínimo de
movimentação, evitando danos aos dentes e estruturas de suporte, uma vez que esses
indivíduos na maioria das vezes, já apresentam seqüelas de outros problemas como os
periodontais, por exemplo.
O grau de higienização do indivíduo deve ser avaliado, pois os desgastes podem
promover sulcos e arranhões mais profundos, não removidos pelo polimento, que
favorecem o acúmulo de placa nessa região.
16
Existem diversos questionamentos entre diversos autores quanto à indicação do
uso do desgaste, as melhores técnicas a serem empregadas e as condições de saúde
dentária antes e depois do tratamento. Seu estudo se justifica por ser, quando bem
indicado, um excelente recurso no tratamento ortodôntico.
17
2. OBJETIVO
Esse estudo tem por objetivo, através de revisão bibliográfica, uma discussão
sobre os prós e contras do uso do desgaste interproximal para justificar o seu uso na
resolução dos problemas de apinhamentos dentários na região ântero-inferior borderline
(casos limítrofes).
18
3. REVISÃO DE LITERATURA
Lusterman (1954) preconizou o uso do desgaste interproximal como método
para se ganhar espaço no arco e o realizava através do uso de tiras de lixa. Foi o
primeiro pesquisador a lançar mão dessa técnica, dando início a uma série de estudos de
outros grandes nomes da Ortodontia mundial que acreditaram na possibilidade de sua
aplicação como recurso valioso, quando bem indicado.
Hudson (1956) notou que ao se usar instrumentos rotatórios abrasivos, a
superfície do esmalte ficava muito arranhada podendo predispor os dentes desgastados
tanto à cárie como à doença periodontal.
Riedel (1960) afirmou que, além de promover um aumento de espaço no arco, o
desgaste propicia maior estabilidade no posicionamento dental após o tratamento
corretivo.
Kapur et al. (1961) utilizaram discos diamantados e obtiveram superfícies de
esmalte acentuadamente rugosas.
Van Der Fehr e Steiness (1966) demonstraram que o esmalte desgastado quando
exposto ao meio bucal, adquire características semelhantes às do esmalte normal. Desde
que a superfície desgastada seja bem polida, o procedimento não é prejudicial ao dente.
Áreas retentivas, no entanto, ficam susceptíveis às cáries e às alterações na polpa e
dentina.
Rogers e Wagner (1969) consideraram o desgaste interproximal indicado
quando a deficiência de comprimento do arco dentário não justificava a exodontia.
Preconizaram a aplicação tópica regular de flúor como fator importante na proteção da
superfície reduzida pelo desgaste por notarem a presença de ranhuras nessa superfície.
Paskow (1970) relatou que as maiores vantagens do desgaste eram um ganho
significativo de espaço para pequenas movimentações e um ganho de estabilidade após
o tratamento ortodôntico, evitando recidivas.
Dipaolo e Boruchov (1971) concordaram que a principal indicação do desgaste é
a discrepância de tamanho dentário dos dentes anteriores e que o mesmo deveria ser
feito em várias sessões. Não deveria ultrapassar a metade do esmalte interproximal e a
19
coroa não deveria ser desgastada até a largura da raiz, pois impediria o fechamento do
espaço trazendo conseqüências periodontais futuras.
Saxton (1973) afirmou que havia a possibilidade do surgimento de cáries e
doenças periodontais após o desgaste com instrumentos rotatórios abrasivos.
Peck e Peck (1975) consideraram que os dentes eleitos para remoção mesial ou
distal de esmalte para a terapia ortodôntica seriam os incisivos inferiores que
apresentassem índices de dimensões mésio-distais e vestíbulo-linguais acima dos
desejados. Preconizou a necessidade do recontorno anatômico das superfícies pósdesgaste.
Barrer (1975) preconizou transformar pontos em superfícies de contato não
polidas para se evitar deslizamentos e recidivas após o alinhamento dos incisivos.
Zachrisson e Mjör (1975) notaram que, apesar do abrandamento da erosão
provocada
pela
broca,
permaneciam
orifícios
profundos
provenientes
do
“arrancamento” do esmalte com a utilização de instrumento rotatório abrasivo com
granulação ultrafina, mesmo seguido de polimento com disco de lixa de granulação
média, fina e ultrafina. Porém, afirmaram que o desgaste limitado ao esmalte não
provoca alterações histológicas na polpa ou na dentina.
Tuverson (1980) afirmou que o desgaste interproximal era uma boa alternativa
para se conseguir pequenos ganhos de espaço suficiente para se solucionar casos em que
havia pouco apinhamento. Estudou qual a quantidade ideal de esmalte a desgastar e
técnicas de polimento pós-desgaste.
Sheridan (1985) concluiu que o slice é indicado para resolver discrepâncias no
comprimento do arco dentário de 4 a 8 mm, podendo ser aplicado em indivíduos jovens
ou adultos, já que a espessura de esmalte proximal é constante ao longo da vida. Devese estar atento à técnica e indicações, pois o procedimento é irreversível. Usava durante
o desgaste, um fio separador de 0,020 polegadas colocado abaixo do ponto de contato.
Esse fio protegeria os tecidos gengivais e serviria como guia para a broca.
20
Figura 1 - Técnica do uso do fio 0,020 preconizada por Sheridan
Fonte: SHERIDAN (1985)
Arends e Christoffersen (1986) relataram que a presença de ranhuras de
profundidades variáveis causadas por instrumentos rotatórios abrasivos pode causar
cáries e doenças periodontais futuras.
Sheridan (1987) em suas pesquisas, além de tentar o desgaste com tiras de lixa
para amálgama, introduziu o uso de instrumentos rotatórios abrasivos (broca de alta
rotação diamantada, disco de lixa unifacetado e a broca de tungstênio multilaminada,
que foi a que resultou numa superfície mais lisa, sendo, portanto, a mais indicada).
Artun et al. (1987) refutaram a afirmação de Dipaolo e Boruchov com estudos
da condição periodontal de áreas com grandes proximidades de raiz, concluindo que os
dentes anteriores não estão mais predispostos aos problemas periodontais quando suas
raízes estão muito próximas.
Thylstrup e Fejerskov (1988) descreveram que as superfícies dentárias
desgastadas, quando expostas a concentrações maiores, tais como soluções para
bochecho, e a agentes para aplicação tópica, apresentavam uma deposição temporária de
flúor e um aumento de sua concentração produzia mais fluoreto de cálcio, levando a um
aumento na remineralização do esmalte.
Radlansky et al. (1988) citaram que o stripping serviria para alcançar um melhor
arranjo dos dentes no arco dentário, para ganhar espaço, eliminar a discrepância de
tamanho dos dentes inclusive por causas genéticas.e prevenir a recidiva do
21
apinhamento. Afirmaram também que a injúria provocada pelo desgaste resultaria em
estrias e ranhuras que poderiam ser fatores predisponentes à cárie e doença periodontal;
mas que com um polimento cuidadoso e adequado, o desgaste não levaria ao
desenvolvimento da doença periodontal.
Sheridan e Ledoux (1989) foram os maiores divulgadores da técnica do desgaste
interproximal na década de 80, quando a exodontia ou a expansão não eram indicadas.
Concluíram que o procedimento deveria ser seguido de polimento da superfície de
esmalte com discos ou tiras de acabamento manuais, aplicação tópica de flúor e
solicitação de bochechos diários com solução de fluoreto de sódio a 0,05%. O maior
desgaste se concentrava na região distal dos caninos, onde se encontra a maior
quantidade de esmalte. O desgaste seria de aproximadamente 0,5 mm na região anterior
da arcada. Propuseram também, a aplicação de selantes nas áreas desgastadas. A
avaliação de 10 indivíduos utilizando a técnica de desgaste mostrou intercuspidação
adequada, tempo de tratamento médio de 9,4 meses e pequenas alterações nas
dimensões verticais e transversais dos arcos dentários.
Radlansky et al. (1989) trouxeram um grande avanço à técnica do desgaste ao
serem os primeiros a observar o aspecto da superfície do esmalte com a utilização do
microscópio eletrônico de varredura. Afirmaram que um ano após a remoção do
aparelho ortodôntico, os sulcos ainda eram visíveis e que nas áreas de contato
interproximal, a abrasão natural provocou um alisamento. O mesmo não foi observado
nas áreas gengivais. Logo, o desgaste deveria se restringir às áreas de contato proximal,
não se estendendo para a cervical.
Radlansky et al. (1990) realizaram inúmeras pesquisas relativas a quantidade de
esmalte que poderia ser desgastado, bem como a técnica de polimento a ser empregada.
Logo, concluíram que uma relação entre uma maior susceptibilidade das superfícies
desgastadas e polidas à cárie e à doença periodontal não é evidente. Mesmo com um
acúmulo de placa, não houve um aumento na incidência de cáries nas regiões
desgastadas.
Hein et al. (1990) conseguiram resultados mais favoráveis com o uso de discos
de diamante ou tiras de diamante no lugar de instrumento rotatório abrasivo diamantado
com granulação ultrafina.
22
Jarvis (1990) desenvolveu uma broca específica para o desgaste interproximal,
obtendo bons resultados e preconizando o desgaste inicial com broca diamantada de
granulação ultrafina.
Philippe (1991) afirmou que o desgaste deveria ser utilizado apenas para dentes
anteriores, porque se os molares fossem desgastados, resultaria numa perda de controle
da ancoragem.
EL-Mangoury et al. (1991) relataram que a redução do tempo de tratamento é a
principal vantagem do desgaste. Demonstraram que a aspereza produzida pelo mesmo
não predispõe à cárie e que o uso de selantes retardaria o processo natural de
remineralização dos dentes, que se completa 9 meses após o desgaste. Preconizam,
entretanto, a fluoretação tópica.
Joseph et al. (1992) consideravam que, mesmo após o polimento, o desgaste
interproximal com brocas de granulações ultrafinas deixava sulcos residuais que
resultariam no futuro em cáries e doenças periodontais.
Twesme et al. (1994) afirmou que outros procedimentos deveriam ser utilizados
para obter uma superfície pós-desgaste mais lisa e polida possível, pois acreditava na
formação de sulcos de profundidades variáveis e arrancamento dos prismas de esmalte
apenas com o uso de instrumentos rotatórios abrasivos.
Piacentini e Sfondrini (1996) concluíram, após estudos comparativos, que o
desgaste que promoveu uma superfície mais lisa foi o realizado com broca carbide de
tungstênio com 8 lâminas retas e afirmaram que a aspereza do esmalte após desgaste é
facilmente removível com discos Sof-Lex finos.
Xu et al. (1997) notaram a permanência de estrias profundas no esmalte após
uso de brocas diamantadas, brocas carbide e tiras de lixa grossa, mesmo depois de
rigoroso polimento.
Capelli Júnior et al. (1999) consideraram casos limítrofes como sendo aqueles
que podem ser tratados com ou sem extrações e relatam que quando o perfil do
indivíduo é agradável e a discrepância do tamanho do arco não é muito acentuada, o
desgaste interproximal dos dentes ântero-inferiores é uma boa alternativa, além de mais
conservadora. Ressaltaram a necessidade de o indivíduo possuir uma boa higiene oral
para evitar o acúmulo de placa bacteriana nos sulcos formados pelos desgastes e o fato
23
de que, com o envelhecimento, o perfil facial vai se tornando mais côncavo. Logo,
extrações devem ser evitadas em indivíduos jovens que apresentem perfil reto ou
tendendo a côncavo.
Ferreira-Tormin et al. (2001), após rigoroso estudo de grupos de controle,
concluíram que a técnica que mais aproximou o esmalte pós-desgaste do esmalte normal
– que também apresenta ranhuras e depressões de pouca profundidade – foi a que
utilizou brocas diamantadas de granulação ultrafina, seguida de polimento com discos
de lixa de granulação média, fina e ultrafina, branco de Espanha com tiras de lixa, taça
de borracha e cone de borracha.
Realizaram a pesquisa utilizando um microscópio de varredura, mostrando o
aspecto do esmalte de um grupo controle sem nenhum tipo de desgaste ou polimento; e
após o uso de diferentes materiais para desgaste interproximal, até chegar na técnica
considerada a mais eficiente que resultaria num desgaste com a superfície o mais
próximo possível do esmalte do grupo controle.
Figura 2 - Grupo controle sem nenhum tipo de polimento
Fonte: FERREIRA-TORMIN et al. (2001)
24
Figura 3 - Aspecto do esmalte após desgaste de três formas
Fonte: FERREIRA-TORMIN et al. (2001)
Figura 4 - Apenas com o uso de broca diamantada
Fonte: FERREIRA-TORMIN et al. (2001)
Figura 5 - Broca diamantada e sequencia de discos de lixa
Fonte: FERREIRA-TORMIN et al. (2001)
25
Figura 6 - Broca diamantada + sequencia de discos de lixa + lixa para resina
Fonte: FERREIRA-TORMIN et al. (2001)
Figura 7 - Broca diamantada + sequencia de discos de lixa + pontas e taças de borracha e lixas para resina
com branco de Espanha = melhor resultado
Fonte: FERREIRA-TORMIN et al. (2001)
Tormin Júnior et al. (2001) descreveram, após seccionamento de 60 incisivos
inferiores no sentido mésio-distal de jovens até 20 anos de idade em lâminas centrais
dos dentes com 1 mm de espessura e com a ajuda de um perfilômetro, que os incisivos
laterais inferiores apresentam uma dimensão mésio-distal máxima maior que os
incisivos centrais inferiores, com valores estatisticamente significantes; as espessuras do
esmalte são em média de 0,7 mm para a face mesial e de 0,8 mm para a face distal; a
espessura distal média é significativamente maior que a mesial em cerca de 0,17 mm.
Capelozza Filho et al. (2001) relataram que um dos recursos utilizados no
tratamento parcial de adultos para a obtenção de espaço é o desgaste de dentes
26
anteriores. Esse procedimento substitui em casos limítrofes a exodontia de dentes
permanentes, permitindo a eliminação do apinhamento por meio de um tratamento
rápido e localizado à área que necessita de correção e perpetuando o equilíbrio de áreas
onde a estética e a oclusão (função) sejam satisfatórias.
Rody e Araújo (2002) descreveram que indivíduos limítrofes têm algumas
características como ausência de anomalias dentárias e craniofaciais, dentadura
permanente, periodonto saudável e relação ântero-posterior normal entre maxila e
mandíbula, sendo portadores de uma Classe I esquelética.
Mondelli et al. (2002) relataram, através da exemplificação de um caso clínico,
que o desgaste interproximal é indicado em casos com discrepância de modelo negativa
suave ou moderada em que a expansão ou extração são contra-indicadas. Afirmaram
que o desgaste pode ser realizado de diversas maneiras e com diferentes materiais: lixa
para amálgama, broca de alta rotação diamantada, broca de tungstênio multilaminada,
discos de lixa mono ou dupla face, e que, independente do material escolhido, é
fundamental estar atento aos limites do desgaste que não deve ultrapassar 0,5 mm por
face dos dentes anteriores. Os procedimentos de acabamento (remodelação) e polimento
dental são importantes porque promovem uma superfície lisa e com brilho, evitando
acúmulo de matéria orgânica e pigmentações indevidas. A colagem dos acessórios é o
último passo, podendo se restringir apenas às áreas afetadas, quando o indivíduo
apresenta uma excelente relação oclusal posterior.
Avaliaram e trataram ainda um indivíduo do gênero masculino (Figuras 08 a
30), 25 anos, bruxista, dentes superiores desgastados e discrepâncias de modelo
negativa, que são eliminados através de desgaste interproximal (0,25 mm em cada face),
seguido de tratamento ortodôntico. O separador de Ivory exerce a mesma função do fio
0,020 polegadas preconizado anteriormente por Sheridan, afastando e protegendo os
tecidos moles, mantendo o afastamento dentário, protegendo a superfície do dente
vizinho e facilitando a remodelação do dente em questão.
27
Figura 9 - Foto intrabucal lateral direita
Fonte: MONDELLI et al. (2002)
Figura 8 - Fotografia extrabucal, norma lateral
Fonte: MONDELLI et al. (2002)
Figura 10 - Foto intrabucal frontal
Fonte: MONDELLI et al. (2002)
Figura 11 - Foto intrabucal lateral esquerda
Fonte: MONDELLI et al. (2002)
Figura 12 - Foto intrabucal oclusal inferior
Fonte: MONDELLI et al. (2002)
28
Figura 13. Caneta de retroprojetor
Fonte: MONDELLI et al. (2002)
Figura 14 - Demarcações nas proximais
Fonte: MONDELLI et al. (2002)
Figura 15 - Desgastes iniciais
Fonte: MONDELLI et al. (2002)
Figura 16 - Continuação dos desgastes (esquerda) e desgastes com proteção do dente vizinho
Fonte: MONDELLI et al. (2002)
29
Figura 17 - (A) Separador de Ivory, JON. (B) Colocação do mesmo
Fonte: MONDELLI et al. (2002)
Figura 18 - (A) e (B) Vistas dos dois lados da face diamantada
Fonte: MONDELLI et al. (2002)
Figura 19 - (A) Disco diamantado monoface. (B) Face lisa do mesmo
Fonte: MONDELLI et al. (2002)
Figura 20 - Uso do disco para desgaste
Fonte: MONDELLI et al. (2002)
30
Figura 21 - (A) Tira de lixa de aço convencional. (B) Dispositivo para adaptar a tira de aço visando
rompimento do ponto de contato
Fonte: MONDELLI et al. (2002)
Figura 22 - Desgaste efetuado com tira de lixa de aço
Fonte: MONDELLI et al. (2002)
Figura 23 - Reanatomização com pontas diamantadas
Fonte: MONDELLI et al. (2002)
Figura 24 - Reanatomização concluída
Fonte: MONDELLI et al. (2002)
Figura 25 - Tiras de lixa para resina
Fonte: MONDELLI et al. (2002)
31
Figura 26 - Utilização da lixa com pasta polidora
Fonte: MONDELLI et al. (2002)
Figura 27 - Espaços conseguidos
Fonte: MONDELLI et al. (2002)
Figura 28 - Aplicação tópica de flúor
Fonte: MONDELLI et al. (2002)
Figura 29 - Vista oclusal inferior da colagem dos braquetes
Fonte: MONDELLI et al. (2002)
Figura 30 - Vista frontal da colagem dos braquetes
Fonte: MONDELLI et al. (2002)
32
Cuoghi et al. (2007) afirmaram que os desgastes interproximais podem ser
realizados em casos que apresentam discrepância de Bolton como alternativa para
apinhamentos moderados de até 2 mm para dentes anteriores. Afirmaram também que,
independente da técnica a ser utilizada (tiras de lixa de aço, discos, pontas diamantadas
ou brocas carbide), o diferencial para o sucesso está na indicação correta e num
excelente polimento com discos finos e ultrafinos. Deve-se observar a susceptibilidade à
cárie e o grau de higienização do indivíduo. Os desgastes não devem ultrapassar 0,25
mm, o que preservaria a saúde dentária e periodontal.
Rossi Júnior et al. (2009) concluíram que, em casos limítrofes, o desgaste
interproximal é indicado em discrepâncias de até 8,5 mm do arco dentário, a fim de
evitar extrações em indivíduos com um bom perfil facial. Os dentes a serem
desgastados devem ser largos, com forma triangular e esmalte espesso. Utilizam a
seqüência de brocas Carbide 699L em alta rotação para remoção precisa do esmalte;
discos Sof-Lex de granulação grossa, fina e ultrafina para acabamento e polimento das
superfícies desgastadas; e a aplicação tópica de fluoretos para aumentar a proteção do
esmalte.
Apresentaram caso clínico (Figuras 31 a 45), do indivíduo P. C. S., 34 anos,
gênero masculino, raça negra, cuja queixa principal era a estética dentária deficiente.
Apresentava discrepância dentária negativa de 2 mm no arco inferior, discrepância
dentária negativa de 4,9 mm no superior, perfil facial harmonioso com a raça, relação de
molares e caninos de Cl I e padrão esquelético Cl I.
33
Figura 31 - Foto de perfil
Fonte: ROSSI JÚNIOR et al. (2009)
Figura 33 - Foto intrabucal da oclusão frontal
Fonte: ROSSI JÚNIOR et al. (2009)
Figura 32 - Foto intrabucal da oclusão lateral
direita
Fonte: ROSSI JÚNIOR et al. (2009)
Figura 34 - Foto intrabucal da oclusão lateral
esquerda
Fonte: ROSSI JÚNIOR et al. (2009)
Figura 35 - Foto oclusal inferior
Fonte: ROSSI JÚNIOR et al. (2009)
Figura 36 - Desgaste interproximal
Fonte: ROSSI JÚNIOR et al. (2009)
Figura 37 - Acabamento e polimento
Fonte: ROSSI JÚNIOR et al. (2009)
Figura 38 - Disco de granulação mais fina
Fonte: ROSSI JÚNIOR et al. (2009).
34
Figura 39 - Desgaste concluído (não usou
pontas, taças e/ou lixa com branco de Espanha)
Fonte: ROSSI JÚNIOR et al. (2009)
Figura 40 - Aplicação tópica de flúor
Fonte: ROSSI JÚNIOR et al. (2009)
Figura 42 - Oclusão final lateral direita
Fonte: ROSSI JÚNIOR et al. (2009)
Figura 41 - Foto final de perfil
Fonte: ROSSI JÚNIOR et al. (2009)
Figura 43- Oclusão final frontal
Fonte: ROSSI JÚNIOR et al. (2009)
Figura 44 - Oclusão final lateral esquerda
Fonte: ROSSI JÚNIOR et al. (2009)
Figura 45 - Oclusão final inferior
Fonte: ROSSI JÚNIOR et al. (2009)
35
4. DISCUSSÃO
O desgaste interproximal, quando bem indicado, é hoje uma técnica difundida e
aplicada pelos ortodontistas de todo o mundo para resolução dos pequenos
apinhamentos dos dentes ântero-inferiores. Isso significa a solução dos casos limítrofes,
onde as extrações não são indicadas por não trazerem benefícios ao indivíduo,
(MONDELLI et al., 2002); onde o perfil do indivíduo, reto ou côncavo, seria
prejudicado pelas mesmas, (CAPELLI JÚNIOR et al., 1999); e para dar maior
estabilidade pós-tratamento ao segmento anterior, melhorando a forma dos dentes
(ROSSI JÚNIOR et al., 2009) e auxiliando na obtenção de um ponto de contato
adequado com redução da necessidade de contenção e diminuição das chances de
recidivas, (RADLANSKY et al., 1988). Logo, o desgaste elimina apinhamentos leves e
moderados, soluciona discrepâncias alvéolo-dentárias, melhora a função e protege a
oclusão (CAPELOZZA FILHO et al., 2001).
4.1 POR QUE O DESGASTE INTERPROXIMAL?
Pode-se descrever como vantagens e justificativas para se fazer uso do desgaste
interproximal: o ganho de espaço no arco; obtenção de maior estabilidade no
posicionamento dental pós-correção, evitando recidivas, (PASKOW, 1970); e ser a
melhor opção quando a deficiência de comprimento do arco não justifica a exodontia
para pequenas movimentações (casos limítrofes) (ROGERS e WAGNER, 1969).
Indivíduos limítrofes foram descritos como portadores das seguintes características:
ausência de anomalias dentárias e crâniofaciais, dentadura permanente, periodonto
saudável e relação ântero-posterior normal entre maxila e mandíbula (Classe I
esquelética). (RODY e ARAÚJO, 2002).
36
Afirmou-se como principal indicação do desgaste a discrepância de tamanho dos
dentes anteriores (DIPAOLO e BORUCHOV, 1971). Os dentes eleitos para remoção
distal ou mesial seriam os incisivos inferiores que apresentassem índices de dimensões
mésio-distais e vestíbulo-linguais acima dos desejados (PECK e PECK, 1975). O
desgaste é considerado uma boa alternativa para se conseguir pequenos ganhos de
espaço suficiente para se solucionar casos em que há pouco apinhamento (TUVERSON,
1980).
Os maiores divulgadores da técnica (SHERIDAN e LEDOUX, 1989), nos anos
80, indicavam o desgaste quando a exodontia ou expansão eram contra-indicadas. O
slice resolveria discrepâncias na região ântero-inferior na ordem de 4 mm, sendo
indicado para jovens e adultos por ser a espessura do esmalte proximal, constante ao
longo da vida (SHERIDAN, 1985). O desgaste seria de aproximadamente 0,5 mm por
superfície (SHERIDAN e LEDOUX, 1989; MONDELLI et al., 2002) ou 0,25 mm,
segundo outros autores (CUOGHI et al., 2007).
Avaliando-se 10 indivíduos tratados com slices, observou-se intercuspidação
adequada, diminuição do tempo de tratamento para cerca de 9,4 meses e pequenas
alterações não significativas nas dimensões verticais e transversais do arco dentário
(SHERIDAN e LEDOUX, 1989). Foi citado também que o stripping obtém espaço
através de um melhor arranjo dos dentes no arco, elimina a discrepância de tamanho dos
dentes, inclusive por problemas genéticos, e previne a recidiva do apinhamento
(RADLANSKY et al., 1988).
Afirmação importante é a de se evitar o desgaste em molares, o que levaria a
uma perda no controle da ancoragem (PHILIPPE, 1991). Foi definido também como
caso limítrofe aquele que pode ser tratado com ou sem extração e considerado o
desgaste como uma melhor e mais conservadora alternativa quando a discrepância do
arco não é muito acentuada e o indivíduo apresenta um perfil agradável. Principalmente
os jovens de perfil reto ou tendendo a côncavo; pois o perfil facial com o
envelhecimento vai se tornando naturalmente mais côncavo (CAPELLI JÚNIOR et al.,
1999).
Importante citar que os incisivos laterais inferiores apresentam uma dimensão
máxima maior que os incisivos centrais e que a espessura da face mesial dos mesmos é
de 0,7 mm contra 0,8 mm da face distal, sendo a variável das faces distais para as
37
mesiais, de 0,17mm, o que é bastante significativo (TORMIN JÚNIOR et al., 2001).
Porém, os dentes ântero-inferiores com um maior volume de esmalte na face distal são
os caninos (SHERIDAN e LEDOUX, 1989).
Outra vantagem do slice ocorre no tratamento de adultos que possuem equilíbrio
das áreas posteriores em estética e função (oclusão). Nos casos limítrofes, o slice
permite a eliminação do apinhamento dos dentes ântero-inferiores por meio de um
tratamento rápido e localizado (CAPELOZZA FILHO et al., 2001). Contrariando
Sheridan e Ledoux (1989); Cuoghi et al. (2007) aconselharam o uso de slice para
apinhamentos de até 2 mm para dentes anteriores e preconizaram desgastes de no
máximo 0,25 mm por superfície, o que preservaria a saúde dentária e periodontal.
Finalmente, conclui-se que casos limítrofes indicadores de desgaste interproximal são
os que apresentam discrepâncias de até 8,5 mm de todo o arco dentário inferior, a fim de
se evitar extrações em indivíduos com um bom perfil facial; e os dentes preferidos para
o desgaste devem ser largos, com forma triangular e esmalte espesso (ROSSI JÚNIOR
et al., 2009).
4.2 DESENVOLVIMENTO DA TÉCNICA DE DESGASTE
O primeiro pesquisador a lançar mão do desgaste interproximal como técnica
para se ganhar espaço no arco e aliviar apinhamentos foi Lusterman (1954), que o fazia
de maneira grosseira, lançando mão apenas de tiras de lixa de aço. Logo após, deu-se
início ao uso de instrumentos rotatórios abrasivos (RIEDEL, 1960). Alguns
pesquisadores utilizaram discos diamantados (KAPUR et al., 1961). Dipaolo e
Boruchov (1971) acreditavam que o slice deveria ser feito em várias sessões, não
deveria ultrapassar a metade do esmalte interproximal e a coroa não deveria ser
desgastada até a largura da raiz porque isso impediria o fechamento do espaço trazendo
problemas periodontais futuros. Barrer (1975) preconizava que deveriam se transformar
pontos em superfícies de contato não polidas visando evitar deslizamentos e recidivas
pós-alinhamento. A partir de 1975, Zachrisson e Mjör deram início ao uso de
38
instrumentos rotatórios com granulação ultrafina. Sheridan (1985) tentou o desgaste
com tiras de lixa de aço, broca de alta rotação diamantada, disco de lixa unifacetado e
broca de tungstênio multilaminada (que resultou na superfície mais lisa, sendo,
portanto, a de eleição para executar o desgaste). Além disso, preconizava a proteção da
papila gengival com um fio 0,020 polegadas inserido abaixo do ponto de contato, que
também serviria de guia para a broca. Informação relevante de Sheridan (1989), é
quanto ao cuidado ao se executar a técnica, seja ela qual for, uma vez que o
procedimento é irreversível. Artun, Kokich e Osterberg (1987) refutaram a ideia de
Dipaolo e Boruchov (1971), concluindo após várias pesquisas que dentes anteriores não
são mais predisponentes à doença periodontal quando suas raízes estão muito próximas.
Resultados mais favoráveis foram obtidos por Hein et al. (1990), através do uso
de discos de diamante ou tiras de diamante no lugar de instrumentos rotatórios abrasivos
diamantados de granulação ultrafina. Jarvis (1990) desenvolveu uma broca específica
para o slice alcançando bons resultados. Porém, também iniciava o desgaste com broca
diamantada de granulação ultrafina. Foi preconizado por Piacentini e Sfondrini (1996) o
uso de broca de tungstênio com 8 lâminas retas. O uso por Rossi Júnior et al. (2009) da
sequência de brocas Carbide 699L em alta rotação resultou num resultado satisfatório.
Concluindo, Mondelli et al. (2002) afirmam que, independente do material de escolha
para o desgaste, é fundamental estar atento ao limite do mesmo (não ultrapassar 0,5 mm
por face), dar atenção especial aos procedimentos de acabamento (remodelação), e ao
polimento que deverá promover uma superfície lisa e com brilho evitando acúmulo de
matéria orgânica e pigmentação indevidas. Muito importante conhecer o indivíduo e seu
grau de higienização, que poderá contra-indicar a técnica (CUOGHI et al., 2007).
39
Figura 46 - Brocas de alta-rotação de granulação ultra-fina de diversas formas, que podem ser utilizadas
no desgaste interproximal
Fonte: Prof. Paulo Cézar de Oliveira
Figura 47 - Sequência de discos Sof-Lex de quatro granulações, utilizadas no acabamento e polimento,
em peça de mão e/ou contra-ângulo
Fonte: Prof. Paulo Cézar de Oliveira
40
4.3 REMODELAMENTO, SEQUELAS, POLIMENTO E FINALIZAÇAO
Logo após o início das pesquisas da técnica de desgaste interproximal
(LUSTERMAN, 1954), Hudson (1956) notou que as superfícies desgastadas por
instrumentos rotatórios abrasivos ficavam arranhadas predispondo os dentes à cárie e
doença periodontal. Com o uso de discos diamantados, o resultado foram superfícies de
esmalte extremamente rugosas (KAPUR et al., 1961). Segundo Van Der Fehr e Steness
(1966), áreas retentivas se tornam susceptíveis a cáries, alterações na polpa e na dentina.
Porém, se a superfície pós-desgaste for bem polida, o procedimento não é prejudicial
aos dentes que apresentam, quando expostos ao meio bucal, características semelhantes
às do esmalte não desgastado.
Por notarem a presença de ranhuras nas superfícies reduzidas pelo desgaste, foi
preconizada a aplicação tópica regular de flúor como importante fator de proteção
(ROGERS e WAGNER, 1969). Após estudos, preconizaram a necessidade do
recontorno anatômico das superfícies desgastadas dos dentes (PECK e PECK, 1975).
Um estudo importante observou que o desgaste limitado ao esmalte não traria
alterações histológicas na polpa ou dentina (ZACHRISSON e MJÖR, 1975). Outro
estudo também relevante estipulou qual a quantidade ideal de esmalte a ser desgastado e
quais as técnicas ideais de polimento pós-desgaste (TUVERSON, 1980).
Sheridan e Ledoux (1989) preconizaram o polimento das superfícies desgastadas
com discos ou tiras de acabamento manuais, aplicação tópica de flúor e indicação de
bochechos diários com solução de Fluoreto de Sódio a 0,05%. Preconizaram também a
aplicação de selantes nas áreas desgastadas.
A idéia da aplicação de selantes foi refutada corretamente por EL-Mangoury et
al. (1991), que demonstraram que a aspereza após o correto desgaste e polimento não
predispõe à cárie. Demonstraram ainda que o uso de selantes retardaria o processo
natural de remineralização dos dentes, que se dá 9 meses após o desgaste. Foram
coniventes, porém, ao uso da fluoretação tópica.
41
O uso do flúor continuou sendo indicado em outros estudos, como o que
afirmava que superfícies de esmalte desgastadas, quando expostas à aplicação tópica e
soluções para bochecho diários, produziam mais fluoreto de cálcio, levando a uma
aceleração no processo de remineralização do esmalte (THYLSTRUP e FEJERSKOV,
1988).
Radlansky et al. (1988, 1989 e 1990) merecem destaque devido ao pioneirismo
no uso do microscópio eletrônico de varredura para observar as superfícies de esmalte
desgastadas. São afirmações de seus estudos:
A)
Os sulcos provocados pelo desgaste ainda eram visíveis um ano após a
remoção do aparelho ortodôntico.
B)
A abrasão natural pelo atrito nas áreas de contato interproximal provocou
um alisamento.
C)
O mesmo não ocorreu nas áreas gengivais, devendo o desgaste se
restringir às áreas de contato proximal, não se estendendo para a cervical.
D)
O desgaste resultaria em ranhuras e estrias que, com um polimento
adequado e cuidadoso, não levariam ao desenvolvimento de doença periodontal.
E)
Concluíram que superfícies desgastadas e bem polidas não são mais
susceptíveis à cárie e doença periodontal e, mesmo com acúmulo de placa, não houve
um aumento na incidência dessas doenças em relação aos dentes não desgastados.
Joseph et al. (1992) acreditavam que o desgaste com brocas de granulações
ultrafinas, mesmo após polimento, deixava sulcos que predisporiam às cáries e doenças
periodontais no futuro. Twesme et al. (1994) concordavam com a formação de sulcos de
várias profundidades, além do arrancamento dos prismas de esmalte, mas não
acreditavam na formação de doenças se houvesse a obtenção de uma superfície o mais
lisa e polida possível pós-desgaste.
Piacentini e Sfondrini (1996) provaram que a aspereza do esmalte pós-desgaste é
facilmente removível com discos Sof-Lex finos, concordando com Twesme et al.
(1994) na não formação de doenças. Capelli Júnior et al. (1999) ressaltaram a
importância do indivíduo eleito para desgaste possuir uma boa higiene oral visando
42
evitar o acúmulo de placa bacteriana nos sulcos resultantes do desgaste. Logo, não
seriam os sulcos os causadores das doenças, mas sim a má higienização do indivíduo.
Ferreira-Tormin et al. (2001) afirmaram a existência de sulcos ranhuras e
depressões de pouca profundidade também em dentes de esmalte não desgastado e
concluíram que a técnica que mais aproximava o esmalte desgastado do não desgastado
era a que utilizava brocas de granulação ultrafina, polimento com discos de lixa de
granulação média, fina e ultrafina e branco de Espanha aplicado com tiras de lixa, taças
e cones de borracha. Porém, Mondelli et al. (2002) afirmaram que independente do tipo
de material usado para desgaste (lixa para amálgama, broca de alta rotação diamantada,
broca de tungstênio multilaminada, discos de lixa mono ou dupla face), o fundamental
era não permitir que o desgaste ultrapasse 0,5 mm por face dos dentes anteriores e que
os processos de remodelação e polimento obtivessem uma superfície harmônica, lisa e
brilhante que não retenha placa ou pigmentações.
Cuoghi et al. (2007) reforçaram a afirmação anterior, dizendo que o diferencial
para o sucesso não está na escolha do material para o desgaste, mas sim na indicação
correta e num excelente polimento, onde usam discos finos e ultrafinos. Chamam a
atenção, assim como Capelli Júnior et al. (1999), para observar a susceptibildade do
indivíduo à cárie e o seu grau de higienização. Porém diferem de Sheridan e Ledoux
(1989) que preconizaram um desgaste de 0,5 mm por superfície, ao afirmarem que os
desgastes não devem ultrapassar 0,25 mm para não colocar em risco a saúde dentária e
periodontal do indivíduo.
Rossi Júnior et al. (2009) fizeram uso de brocas carbide 699L em alta rotação
para um desgaste preciso, discos Sof-Lex de granulação grossa, fina e ultrafina para
acabamento e polimento e aplicação tópica de Flúor, aumentando a proteção do esmalte
desgastado. O desgaste seria de 0,25 mm por superfície proximal dos dentes ânteroinferiores. Com muito bom senso aproveitaram o resultado das pesquisas dos outros
autores, para chegarem na técnica que conderavam a mais eficiente e segura para o
indivíduo.
43
5. CONCLUSÃO
O desgaste interproximal dos dentes ântero-inferiores é uma boa alternativa,
bastante conservadora nos casos limítrofes, quando o perfil do indivíduo é agradável e a
discrepância do arco não é muito acentuada, contra-indicando as extrações. É, portanto,
um tratamento eficaz para solucionar problemas de apinhamentos leves e moderados
(até 2 mm na região anterior).
Alguns autores caracterizam como caso limítrofe aquele em que o indivíduo
apresenta ausência de anomalias dentárias e craniofaciais, dentadura permanente,
periodonto saudável e relação ântero-posterior normal entre maxila e mandíbula, sendo
portadores de uma Classe I esquelética.
Mesmo que em pesquisas na literatura o desgaste não seja um fator de aumento
de propensão à cárie e doença periodontal, é aconselhável que o indivíduo possua uma
boa higienização, evitando o acúmulo de placa nos sulcos residuais que possam
permanecer na superfície dentária, mesmo após toda a seqüência correta de polimento.
Portanto, indivíduos com péssima higienização, alto índice de cáries e doenças
periodontais pré-estabelecidas não são candidatos ao uso da técnica.
Uma das grandes vantagens do desgaste como opção é a diminuição do tempo
de tratamento e a estabilidade mantida no posicionamento dental após o tratamento
corretivo.
A técnica de melhores resultados é a que utiliza Broca Carbide 699L em alta
rotação para remoção do esmalte (cerca de 0,25 mm por superfície), seguida de
polimento das superfícies desgastadas com discos Sof-Lex de granulação grossa, fina e
ultrafina (pode-se ainda lançar mão do uso
do branco de Espanha com lixas de
polimento de resina e taças e cones de borracha) e de aplicação de fluoretos (com a
recomendação de bochechos caseiros diários com Solução de Flúor a 0,05%).
Como o perfil do indivíduo se torna mais côncavo com o envelhecimento,
quando bem indicado, o desgaste interproximal será mais benéfico ao indivíduo de
perfil reto ou tendendo a côncavo na juventude.
44
Trata-se, portanto, de um excelente recurso quando bem indicado, no tratamento
ortodôntico envolvendo apinhamentos leves a moderados na região ântero-inferior.
45
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49
ANEXOS
ANEXO I - CASO CLÍNICO 1
Caso clínico realizado pela C.D. Maria Ângela Drumond Araújo referente ao
indivíduo F. C. R R., 18 anos, perfil suavemente convexo (perfil agradável), Cl I
Esquelética, Cl I Dentária, Braqui Severa (dificulta o fechamento de espaços em caso de
exodontias), com apinhamento moderado na região ântero-inferior. Indicação de
desgaste interproximal para dissolver o apinhamento ântero-inferior, seguido de
tratamento ortodôntico. As fotos de rosto foram exibidas com o consentimento do
indivíduo.
Figura 48 - Foto inicial de perfil
Figura 49 - Vista lateral direita da oclusão (CI I)
Figura 50 - Vista frontal da oclusão, mostrando o apinhamento ântero-inferior
50
Figura 51 - Vista lateral esquerda da oclusão (CI I)
Figura 52 - Arcada superior
Figura 53 - Arcada infeiror – vista oclusal do apinhamento ânterio-inferior
Figura 54 - Separadores de borracha da distal do 33 à distal do 43
Figura 55 - Uso do separador de Ivory (técnica utilizada). Broca Carbide 699L usada horizontalmente
51
Figura 56 - Broca Carbide 699L usada verticalmente
Figura 57 - Espaço obtido respeitando os limites de cerca da metade do esmalte presente em cada
superfície interproximal
Figura 58 - Vista aproximada do desgaste sendo efetuado
Figura 59 - Posicionamento (caráter ilustrativo) de um fio 0,020 polegadas
52
Figura 60 - Desgaste usando o fio como proteção (caráter ilustrativo)
Figura 61 - Uso de disco diamantado dupla face no lugar da broca
Figura 62 - Acabamento com discos Sof-Lex
Figura 63 - Ponta de borracha com branco de Espanha
53
Figura 64 - Tira de lixa para resina com branco de Espanha
Figura 65 - Desgaste, acabamento e polimento concluídos
Figura 66 - Aplicação tópica de flúor tixotrópico durante um minuto
54
Figura 67 - Permissão para uso de imagem dada pelo indivíduo
55
ANEXO II - CASO CLÍNICO 2
Caso clínico realizado pela C.D. Maria Ângela Drumond Araújo, referente ao
indivíduo G. A. F., 32 anos, perfil suavemente convexo (perfil agradável), Cl I dentária,
Braqui Severo (dificulta o fechamento de espaços em caso de exodontias), apresentando
um apinhamento moderado na região ântero-inferior. Indicação de desgaste
interproximal para dissolver o apinhamento ântero-inferior, seguido de tratamento
ortodôntico. As fotos de rosto foram exibidas com o consentimento do indivíduo.
Figura 68 - Foto facial de perfil
Figura 69 - Foto da oclusão lateral direita
Figura 70 - Foto da oclusão frontal
56
Figura 71 - Foto da oclusão lateral esquerda
Figura 72 - Foto oclusal superior
Figura 73 - Foto oclusal inferior
57
Figura 74 - Afastador de Ivory posicionado
Figura 75 - Vista aproximada da broca Carbide 699L
58
Figura 76 - Posicionamento da broca para início do desgaste interproximal
Figura 77 - Posicionamento da broca para continuação do desgaste e remodelação
Figura 78 - Acabamento e polimento com discos Sof-Lex
59
Figura 79 - Com pontas e taças de borracha + branco de Espanha
Figura 80 - Com lixa para resina + branco de Espanha
Figura 81 - Aplicação tópica de flúor tixotrópico
60
Figura 82 - Permissão para uso de imagem dada pelo indivíduo
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desgaste interproximal em casos de apinhamento dentário