Exclusivo
Gestão & Negócios
SUPLEMENTO DO JORNAL EXCLUSIVO
No 4 - NOVEMBRO/2005
Ilustração: César Bressane
Toda empresa enfrenta períodos
turbulentos, seja por problemas internos ou
externos. Nestas horas, é redobrada a
importância de uma gestão eficaz e do
planejamento. Sabendo a maneira certa de
administrar nos momentos de crise,
garantem especialistas, pode-se até mesmo
encontrar oportunidades nas dificuldades.
Como administrar
nos momentos de crise
Empresas do Bem
Entrevista
Up Grade
Postura socialmente responsável se
torna diferencial nas companhias
Antoninho Marmo Trevisan
fala de empreendedorismo
Motivação é essencial para garantir o
sucesso no mundo dos negócios
2
Sumário
3 Boas notícias
NOVEMBRO/2005
EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS
Editorial
Aprovada a MP do Bem
4 Empresas do Bem
Responsabilidade social gera
melhorias nas organizações
5 E-business
A caravana da internet percorre o Brasil
8 e 9 Reportagem
Administrando corporações
em momentos turbulentos
10 Entrevista
Antoninho Marmo Trevisan analisa
o perfil do bom empreendedor
12 Boas Idéias
Banco de idéias estimula interação
com colaboradores
OPINIÃO
Nós queremos fazer um
jornal que atenda às suas
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SUPLEMENTO INTEGRANTE DO JORNAL EXCLUSIVO
Edição: Eduardo Zilles Borba e Litiane Klein
51 - 3065-8053 / [email protected]
Colaboração: Sílvia Kröff, Vera Stumm,
Luciane Weber e Juliana Berwig
Administrando na crise
Momentos turbulentos fazem
parte da vida de uma
organização e até mesmo de um
setor. Administrar com sucesso
esses períodos pode ser um
desafio para os líderes, mas
também pode ser uma
oportunidade para ganhar
mercados e superar a
concorrência. Tudo é uma
questão de posicionamento e
alinhamento das ações
estratégicas com as metas e
objetivos traçados. Nos tempos
de modernização, globalização e
tecnologia otimizando
processos, não dá para ficar
parado vendo o bonde passar, é
preciso saber jogar o jogo
exigido pelo mercado.
Nessa edição, nossa
reportagem traz como tema esse
assunto, que por sinal está a flor
da pele no Brasil, principalmente
nos setores de produção em
grande escala e que necessitam
de significativa quantidade de
mão-de-obra. Especialistas e
empresários renomados
comentam sobre as principais
manobras para contornar
dificuldades impostas tanto por
fatores internos, como externos.
A caravana da internet
também é destaque, com a
reunião dos profissionais de
tecnologia e comunicação no
10o Encontro de Webdesign,
realizado em oito capitais
brasileiras. O objetivo do evento
é disseminar a cultura da
internet corporativa e integrar
profissionais da área.
Entre as empresas do bem,
fica a idéia de trabalhar com a
responsabilidade social, através
da matéria que mostra cases
empresariais de sucesso no
mercado. Tanto para a imagem
da organização diante da
sociedade como também para o
incentivo aos colaboradores.
Seja de caráter cultural, social,
esportivo, as iniciativas
adotadas pelas corporações têm
gerado melhorias significativas
na gestão de um modo geral.
Empreendedorismo também é
tema do Gestão & Negócios. Na
entrevista dessa publicação, o
consultor Antoninho Marmo
Trevisan analisa os principais
pontos para se tornar um
empreendedor de sucesso e
também o perfil do profissional
ideal para encarar investimentos.
Temas como a situação atual
do Mercosul, o banco de idéias
dentro das empresas e o
entusiasmo dos funcionários
numa estrutura organizacional
completam os assuntos tratados.
Boa leitura!
Eduardo Zilles Borba
Editor(interino)
NOVEMBRO/2005
3
EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS
Boas Notícias
MP do Bem é sancionada
pelo presidente Lula
Apontada como um
elemento importante para
beneficiar a industria brasileira com redução de impostos e estímulo à tecnologia, a MP do Bem foi
finalmente sancionada pelo
presidente Luís Inácio Lula
da Silva. Ao sancionar, em
21/11, a Medida Provisória
(MP) 255, que agrega os
benefícios da chamada
“MP do Bem”, o presidente
Lula destacou a importância desta lei para dar impulso ao processo de desenvolvimento econômico do
País. “Esta lei vai criar
empreendimentos novos e
instalar novas fábricas no
País, pelo fato de desonerar
tributos e fomentar o setor
produtivo”, destacou Lula.
Com a sanção da MP
255, o presidente destacou
que será possível aumentar
de “forma excepcional” as
exportações brasileiras e,
ao mesmo tempo, dinamizar o mercado interno. Ele
voltou a dizer que continuará fazendo na economia,
como em todas as áreas do
governo, aquilo que for
melhor para o País.
Segundo o presidente, a
MP 255, é mais uma medida, dentre muitas já tomadas pelo seu governo, que
está fazendo com o que o
Brasil volte a crescer, “com
inflação sob controle, geração de empregos e progres-
Ricardo Stuckert/ABr
Novembro tem melhor
média do ano
Mesmo com apenas três
dias úteis (entre 1 e 6), a
primeira semana de novembro foi considerada a melhor do ano para as exportações. A média diária de
vendas registrada foi de
US$ 680,7 milhões, a maior até o momento (a segunda foi em julho, com US$
661 milhões). Com esse resultado, as exportações totais da semana chegaram
a US$ 2,042 bilhões, com
importações de US$ 1,153
bilhão. O superávit alcançado foi de US$ 889 milhões. O crescimento nas
vendas para o mercado externo foi de 66,9% e nas
compras 26,4%, segundo
as médias diárias, se comparado com novembro de
2004.
Inadimplência menor
no Distrito Federal
siva inclusão social”.
A Medida Provisória
255 foi aprovada no final
de outubro pela Câmara
dos Deputados. Inicialmente, tratava apenas da prorrogação do prazo para a
escolha de regime de tributação em fundos de pensão, mas com a perda da
vigência da MP do Bem
original (a MP 252), no
dia 13 de outubro, a 255
passou a agregar a maior
parte dos artigos da MP
252, que reunia as principais iniciativas do governo
federal para incentivo ao
setor produtivo.
Lula destacou que o
momento atual é propício
para estimular investimentos estrangeiros. O Brasil,
conforme já apontou a
Conferência das Nações
Unidas para o Comércio e
o Desenvolvimento, lembrou Lula, ocupa a quinta
posição mundial entre os
países mais atrativos para
investimentos estrangeiros
diretos. “Uma situação
muito diferente da que
ocorreu nos anos 90”,
disse o presidente, ao
discursar no Palácio do
Planalto.
No discurso, o presiden-
te destacou alguns dos
principais pontos da MP
255. Para ele, o mais importante é o que prevê
isenção do PIS/Pasep
(Programa de Integração
Social/Programa de Formação de Patrimônio do
Servidor Público) e da
Cofins (Contribuição para
o Financiamento da Seguridade Social) para as
empresas que destinarem
80% de suas vendas à
exportação. A medida
também prevê a redução
de tributos para computadores de até R$ 2.500,00.
* Agência Brasil
Exportações ultrapassam barreira dos US$ 100 bilhões
Com os números da
segunda semana de novembro divulgados dia
21/11, as exportações
brasileiras já superam a
meta histórica de US$
100 bilhões, estabelecida
no início do governo
Lula. O saldo, até o momento, está acumulado
em US$ 38,178 bilhões e
justifica-se pela diferença
entre as exportações
(US$ 101,280 bilhões) e
importações (US$ 63,102
Rápidas
bilhões). No mesmo período de 2004, o superávit
foi de US$ 29,308 bilhões.
Faltando um mês e três
semanas para o final do
ano, as vendas externas
aproximam-se da meta
fixada pelo ministro Luiz
Fernando Furlan, de US$
117 bilhões. Até o momento, no acumulado do
ano, as exportações apresentam alta de 22,7% e as
importações de 18,3% em
relação ao mesmo período de 2004, se comparadas as médias diárias.
Os dados divulgados
pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que na segunda
semana de novembro,
entre os dias 07 e 13, as
vendas para o mercado
externo somaram US$
2,615 bilhões, valor superior ao registrado no mesmo período do ano passado (US$ 2,206 bilhões).
O mesmo aconteceu com
as compras que contabilizaram US$ 1,676 bilhão
e, com isso, apresentaram
melhor resultado frente à
segunda semana de novembro do ano passado
(US$ 1,660 bilhão). Com
cinco dias úteis, o superávit da semana foi registrado em US$ 939 milhões.
No mês, as exportações já
totalizam US$ 4,657 bilhões e as importações
US$ 2,829 bilhões.
O índice de inadimplência
no comércio do Distrito Federal, em outubro, foi de
5,2%, segundo levantamento do banco de dados da
Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-DF), que administra o Serviço de Proteção
ao Crédito (SPC). Em outubro de 2004, o índice de
inadimplência chegou a
6,5%. O índice de inadimplência começa a refletir a
tendência de queda registrada no último trimestre do
ano. A expectativa é que o
índice apresente novas reduções nos meses de novembro e dezembro, como
acontece historicamente,
nesta época o ano, conforme o SPC.
Indústria aposta em
crescimento moderado
A indústria brasileira espera crescer em 2006, mas
num ritmo mais moderado
do que o previsto para
2005, apurou pesquisa da
Fundação Getúlio Vargas
(FGV) divulgada dia 22. Houve uma queda no número
de entusiastas, mas ainda
assim o grupo de otimistas
supera os pessimistas. De
acordo com a pesquisa, 44%
dos consultados apostam
que a situação dos negócios será melhor em 2006 do
que o verificado em 2005.
4
NOVEMBRO/2005
EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS
Empresas do bem
Responsabilidade social pode
ser diferencial nas empresas
Organizações que investem em ações humanitárias podem se destacar no mercado competitivo
O compromisso com a
responsabilidade social está
cada vez mais presente em
todos os níveis de uma
organização privada e o
engajamento nas causas
sociais pode se tornar o
diferencial competitivo para
as empresas. Segundo a
diretora e consultora em
recursos humanos da
Laboredomus (São Paulo/SP),
Rejane Loureiro Málacco,
atualmente, o diferencial de
uma empresa pode estar em
um bom trabalho social
voltado para a comunidade.
“Isso porque a qualidade nos
serviços já se tornou um
aspecto comum”, explica.
Segundo a consultora, é
gratificante para a pessoa
fazer parte de uma
organização que ajuda a
comunidade e estimula
trabalhos volutários. “Assim,
o indivíduo consegue ter uma
identificação maior com os
valores da empresa diante da
sociedade. Além disso, essa
satisfação dos funcionários
traz melhoria para a
instituição e ajuda no clima
interno organizacional”,
revela Rejane.
A empresa Randon, com
matriz em Caxias do Sul/RS,
consciente da
responsabilidade que possui
perante a sociedade, vem
trabalhando nos últimos anos
de forma a incentivar
profissionais e clientes. “Na
Randon são as pessoas que
fazem a diferença. A gestão
de recursos humanos tem
como foco colocar a empresa
nos níveis de qualidade e
resultados que trazem a
satisfação do cliente,
funcionário e comunidade em
geral”, é o que diz a gerente
administrativa e corporativa,
Maria Tereza Casagrande.
Segundo ela, a política de
responsabilidade social da
instituição vem destacando o
respeito à promoção de
benefícios sociais internos e
externos em áreas como
previdência privada,
educação, saúde, alimentação,
transporte, participação nos
resultados, cidadania e meio
ambiente. “O grupo é uma das
primeiras empresas do País a
publicar seu balanço social, o
que acontece bienalmente
desde 1994, e também a
implementar um programa de
participação nos resultados.”
Preocupada com a
satisfação dos colaboradores e
em ter a percepção de como
eles vêem a empresa, a
Randon realiza, desde 1998, o
Viver de Bem com a Vida, um
programa certificado pela
ONU e pelo Sesi, que vem
sendo aplicado na
conscientização para a
prevenção do uso de drogas
no trabalho e na família.
Também em 2001, a
empresa inaugurou o Centro
de Educação voltado para a
formação e o aperfeiçoamento
dos funcionários, líderes e
equipes. Atualmente, o
programa mais recente do
grupo foi iniciado em 2003 e
contempla os funcionários em
processo de aposentadoria.
“Pessoas acima de 57 anos são
preparadas psicológica, social
e tecnicamente para seguir a
vida após o encerramento do
ciclo na fábrica.”
Outro exemplo é a Unimed
(Florianópolis/SC), que tem
proporcionado bem-estar e
qualidade de vida no trabalho
para seus colaboradores.
Desde 1999, a empresa vem
desenvolvendo um importante
projeto de responsabilidade
social, com o objetivo de
diminuir as desigualdades tão
evidentes na atualidade e que
repercutem na vida de todos.
De acordo com a
coordenadora de
responsabilidade social da
Unimed, Sílvia Wallner, a
ação teve seu início com
projetos nas áreas de saúde,
geração de renda, educação,
meio ambiente e esportes.
Randon: política de responsabilidade social da empresa benefícios internos e externos
“Atualmente, com 5 anos de
trabalho, a unidade já
beneficiou mais de 103 mil
pessoas, se tornando
referência em práticas sociais.
Além disso, fomos a primeira
do País a ser filiada ao
Instituto Ethos de empresas e
responsabilidade social”,
alega Sílvia. Segundo ela, a
prestadora de serviço conta
com 339 colaboradores
diretos e 80 funcionários
indiretos, que auxiliam nos
diversos programas sociais
desenvolvidos.
A Springer Carrier (Canoas/
RS) também identificou
oportunidades ao investir no
social. Conforme o diretor de
recursos humanos da empresa,
Edinei Schemes, o
compromisso com a
responsabilidade social do
grupo mobilizou a empresa a
incentivar seus colaboradores
a realizarem diversas ações
sociais. “O caminho para se
chegar a uma gestão com
responsabilidade social é,
inicialmente, conectar a visão
Aula de música para a comunidade também entra nos projetos sociais
com os propósitos e valores da
empresa. No nosso caso,
temos quatro públicos-alvo:
funcionários, clientes,
acionistas e comunidade”,
observa. Segundo o diretor,
atualmente a Springer Carrier
possui um programa de
voluntariado estruturado,
coordenado pela comunicação
interna da própria corporação.
Para o público externo, o foco
são atividades de doações
para instituições, hospitais e
escolas. “A empresa é
também uma das fundadoras
da Organização NãoGovernamental (Ong)
Parceiros Voluntários”,
salienta Schemes.
NOVEMBRO/2005
EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS
5
E-business
A caravana da internet
percorre o Brasil
Encontro de profissionais da área digital passa por oito capitais em 2005
Realizado com o objetivo
maior de oferecer uma
oportunidade à troca de
informação sobre o
potencial da internet e a
importância deste meio nos
negócios modernos, o 10º
Encontro de Web Design,
realizado pela Arteccom
(Rio de Janeiro/RJ), reúne
profissionais envolvidos
com o universo digital. A
programação do evento,
realizado em oito capitais
brasileiras, oferece
palestras específicas para
cada área de atuação, como
tecnologia, comunicação e
administração.
Conforme a sócia-diretora
da Arteccom, Adriana Melo,
participam do encontro desde
profissionais consagrados na
área, até estudantes que estão
dando seus primeiros passos
na carreira digital. “Sem
dúvida nossa principal meta é
reunir profissionais do ramo
para a troca de informações”,
destaca Adriana. A caravana
da web já passou pelo Rio de
Janeiro/RJ, Salvador/BA, Belo
Horizonte/MG, Brasília/DF,
Curitiba/PR, Recife/PE e
Porto Alegre/RS, e tem
marcada sua última parada do
ano na capital paulista, no dia
10 de dezembro.
Segundo os diretores da
empresa de soluções para a
internet Sulweb (Novo
Hamburgo/RS), Alexandre
Lenz e Tiago Peters, o
encontro é importante porque
apresenta grandes
profissionais da área
contando sobre experiências
de mercado que podem ser
aplicadas diretamente dentro
da empresa, gerando assim
uma profissionalização
maior dentro do serviço
prestado para os clientes.
“Com certeza o encontro
traz informações importantes
para os negócios, isto foi um
fato que ocorreu no último
evento, onde através de
algumas informações
apresentadas nas palestras
tivemos novas idéias para
aprimorar a prestação dos
nossos serviços junto aos
clientes da empresa”, destaca
Lenz.
Para o diretor da Prima
Marketing e Tecnologia
(São Leopoldo/RS),
Ronaldo Schmidt Grangeiro,
os eventos deste tipo
contribuem para o
amadurecimento do setor.
“A web é uma área
relativamente recente, e que
Mundo
Digital
Gaúchos unidos
As agência digitais do Rio
Grande do Sul demonstram
estar preocupadas com a
profissionalização do setor.
Isso se reflete na criação da
AGADi (Associação Gaúcha
das Agências Digitais), entidade que tem como objetivos
aplicar, difundir, estudar e
aprimorar os princípios e
métodos de informação,
voltados para a formação e o
aperfeiçoamento de empresas que atuam no ramo
digital.
Conferência via web
Projeto tem registrado média de 500 expectadores por encontro
está evoluindo muito
rapidamente, cada vez mais
incorporada ao dia-a-dia da
sociedade. Portanto é
pertinente aproveitarmos
oportunidades como esta de
compartilhar experiências e
discutir tendências do
mercado”.
Em relação a participação
nessa edição, Grangeiro
afirma que tanto ele como
seus colaboradores particiam
estarão marcando presença.
“Sempre podemos extrair
algo de útil das palestras,
sejam tendências
tecnológicas e de mercado,
casos de sucesso ou até
mesmo troca de experiências
com fornecedores,
concorrentes ou parceiros”,
observa. Sobre o mercado, o
diretor da Prima diz haver um
amadurecimento. “Hoje em
dia não existe mais lugar para
amadores, visto que as
soluções cada vez mais
robustas e os cliente estão
mais informados e exigentes.
As oportunidades são
excelentes para as empresas
que estiverem preparadas”,
finaliza.
A última edição do
encontro, que é realizado em
São Paulo/SP, no dia 10 de
dezembro, no Hotel Maksound
Plaza, são esperadas mais de
mil pessoas.
Cada vez mais utilizadas
em conferências, as webcams proporcionam a participação de empresários de
todo mundo em seminários
e convenções. Um exemplo
disso é o Café com Internet,
da WBI Brasil (Porto Alegre/
RS), que debate com executivos sobre estratégias de
marketing na internet.
e-Natal
Previsão da Camara-e.net
para o Natal é de que comércio na internet aumente
em 50%, na comparação
com 2004, quando os
números foram de R$ 284
milhões.
Eduardo Zilles Borba
[email protected]
6
NOVEMBRO/2005
EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS
Artigos
A ideologia da desmotivação gerencial
Wilson Mileris*
Na direção de uma
Convenção Anual de uma
grande editora que, durante uma
reunião de planejamento
estratégico, no intuito de
motivar os gerentes, o
superintendente propôs um
trabalho individual de
promoção de vendas, onde cada
gerente deveria listar três
títulos, dentre os muitos
editados, sobre os quais o
esforço de publicidade
mereceria maior concentração,
devendo a escolha dos referidos
títulos serem justificadas com
uma pequena exposição de
motivos. O tempo deste
exercício deveria ser
administrado individualmente,
não devendo prejudicar as
demais atividades previstas para
o encontro gerencial.
O superintendente divulgou
um prêmio de valor para a
melhor listagem apresentada. Os
próprios gerentes fariam a
análise e o julgamento do
melhor trabalho. Todos os
cuidados foram tomados para
manter o sigilo do ganhador. O
trabalho exigia pesquisa,
organização e muita
criatividade. Depois de algumas
reuniões curtas, passou-se ao
julgamento e eleição do
vencedor. Após o anúncio o
superintendente fez a entrega do
prêmio, previamente divulgado
como de valor: um home theater
de última geração.
Nesse instante, as contradições
gerenciais começaram a aparecer:
Se soubesse que o prêmio era esse
teria feito um trabalho bem melhor
. Existe um paradoxo nessa frase
para reflexão. O prêmio foi
anunciado antecipadamente como
de valor.
Conjecturar que o valor do
prêmio era inferior ao de um
home theater moderno, foi uma
decisão de alguns gerentes, não
tendo sido considerado como
válido se fosse simbólicoA
caravana da internet percorre o
Brasil.
A desmotivação alegada foi
uma avaliação pessoal
precipitada, pois se constatou,
posteriormente, ser
motivadora e de valor.
Observa-se que o motivo
alegado por alguns gerentes de
não terem feito um bom
trabalho foi totalmente
contraditório. Nesse caso
específico não havia a menor
dúvida. Senão vejamos: os
gerentes em questão estavam
fora de seu local de trabalho,
em um hotel com alimentação e
lazer, contratados pela
organização, com o intuito de
promover uma interação
profissional para melhorar os
resultados. Está claro que
erraram. Mas E no dia-a-dia os
gerentes podem alegar
desmotivação?
Antes de responder, é
importante analisar criticamente
algumas das causas normalmente
alegadas para um comportamento
desmotivado, não mais em uma
situação particular como a do
exemplo, mas na realidade de
uma empresa:
Salário: Em termos gerenciais é
função do nível de competência.
Salário baixo para gerente
competente indica ou sua
acomodação ou sua insegurança.
No primeiro caso não é um
problema; mas uma opção. No
segundo, trata-se de um paradoxo:
insegurança num gerente
competente?
Falta de delegação: Apesar de
delegação ser uma concessão,
não cai do céu. Poder, não se
ganha, conquista-se. Logo, ser
competente pressupõe saber
ganhar espaço.
Falta de objetivos bem
definidos: conseqüência de uma
crise conjuntural, na realidade,
gera um círculo vicioso. O
gerente, sendo o homem com
mais capacidade de lidar com
tendências e perspectivas do seu
espaço de atuação, ao
comportar-se passivamente
aguardando objetivos da alta
direção, não a realimenta com
as informações necessárias,
surpreendendo-se quando os
objetivos propostos pouco têm
relação com sua visão gerencial.
Boa parte da não-obtenção de
objetivos bem definidos, pode
ser imputada à falta de visão do
gerente. Essa é outra
contradição gerencial que é
confundida com desmotivação.
Partindo do pressuposto que
estão atendidos nas situações
Alguns lembretes:
Criar objetivos: na falta de objetivos claros da organização, é importante criar os
próprios e torná-los públicos. Ter de negociar objetivos com os dirigentes é mais ético
do que dizer que os objetivos não existem;
Divulgar os objetivos: toda hora é hora de propor objetivos, para isso qualquer canal
é canal. Desde o cafezinho, elevador, reunião, telefone, e-mail ou audiência especial;
Ser flexível: voltar atrás, reconsiderar e acertar é nobre;
Ser um líder servidor: adotar como objetivo permanente a evolução e a dos
subordinados. Sempre haverá alguém, por mais humilde que seja, que ensinará algo.
Estar sempre preparado para aprender, segundo Jack Welch para aprimorar o papel de
líder servidor: Ser líder é ajudar outras pessoas a crescer e a alcançar o sucesso;
Desmotivação nunca mais: a palavra desmotivação deve ser riscada do dicionário.
É importante ressaltar que no momento de crise o bom gerente é o que cria do nada,
o que encontra objetivos no ambiente quase imobilista, o que consegue movimentar
as engrenagens mesmo quando estão emperradas por forças antagônicas.
evidenciadas anteriormente, é
óbvio que a alegação é
improcedente. Assim sendo,
para o caso em estudo,
desmotivação é uma palavra
complacente que oculta uma
outra mais adequada:
irresponsabilidade.
Mas como eliminar a
desmotivação? Temos, portanto
duas questões a resolver. A
primeira é existencial e deveria
ser: Esse cargo me interessa e a
remuneração está compatível
com minhas atribuições e
potencialidades? A segunda está
condicionada a resolução da
questão anterior: Como me
tornar responsável e engajado
não só nas minhas atribuições
como também nas definições da
alta direção da organização?
Para uma situação como essa
as seguintes posturas são
recomendáveis:
a) Assumir que poder não se
espera, se conquista. O poder no
caso da esfera gerencial está em
como fazer e permanecer com o
direito de continuar fazendo.
Margaret Thatcher sublinhou
essa postura com a seguinte
frase: Estar no poder ou na
liderança é como ser uma dama.
Se tiver que lembrar às pessoas
que você é, você não é;
b) Nunca negligenciar sua
importância na organização. Os
objetivos globais dependem da
visão prospectiva e do espaço
de atuação. Você pode e deve
fazer a diferença.
Com relação à primeira
postura, vale lembrar que
cinco pontos devem ser
considerados:
É fundamental estender os
limites um pouco além do
falado;
Procurar não errar, mas se
acontecer deve ser por excesso
nunca por omissão. O bom
empresário prefere o gerente
que extrapola ao que se omite;
Quem pode mais, pode
menos; não deixar que os
eventuais subordinados se
omitam, mesmo que seja
preciso agir em seu lugar, e
depois acionar mecanismos de
cobrança e reciclagem ao
desenvolvimento;
Qualquer problema é de quem
o vê e não de quem
burocraticamente é tido como
único responsável. O importante
é a solução ter sido encontrada.
Suscetibilidades feridas são
mais lucrativas do que rombos
de mercado;
Mais responsabilidade pode
significar mais salário, assunto
certo de uma negociação
posterior.
* Wilson Mileris é
especializado em liderança,
motivação e vendas. É um
não-teórico que congrega em
seu método a mais articulada
soma de técnicas onde a
psicologia comportamental,
aplicada a conhecimentos
técnicos de motivação, geram
resultados concretos e
verdadeiros.
NOVEMBRO/2005
EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS
7
Mercados
Mercosul gera benefícios, mas
perde com a instabilidade
O comércio do bloco cresce, mas eternas disputas entre países ainda geram incer teza
Os recentes problemas
entre Brasil e Argentina em
relação a importação de
calçados daquele País abrem
a discussão - será que o
Mercosul vale a pena para o
Brasil? Afinal, se a intenção é
eliminar barreiras e facilitar o
comércio entre os países do
bloco, que sentido faz o
Mercado Comum do Sul se
seus dois principais
componentes vivem em
disputas? No entanto, dados
da Secretaria de Comércio
Exterior (Secex) apontam que
os negócios entre o Brasil e
os países do Mercosul
tiveram avanços
significativos desde a criação
do bloco. Em 1991, ano em
que o mercado comum foi
constituído, foram exportados
US$ 31,620 bilhões. Já em
2004, as vendas para o
Mercosul somaram US$
96,475 bilhões, ou seja, três
vezes mais. Neste ano, as
exportações representavam,
até agosto, US$ 76,084
bilhões, enquanto as
importações feitas de países
do Mercosul chegaram a US$
47,742 bilhões, o que
representa um saldo de US$
28,341 bilhões, número que
em todo ano de 2004 somou
US$ 33,663 bilhões. Os
números são favoráveis ao
bloco, e vêm sendo positivos
para o Brasil, ou seja, com
maior volume de exportação
que importação, desde 2000.
Apesar dos dados,
empresários apontam que é
preciso mais clareza e firmeza
nas relações do bloco para
que o Mercosul não acabe
desacreditado com as
diferenças entre os vizinhos.
Para os calçadistas,
apesar de o bloco significar
sim uma vantagem - já que
facilita as negociações entre
países importantes
especialmente pela
proximidade geográfica -, a
fragilidade das relações entre
Brasil e Argentina ainda são
um entrave, e dos grandes. O
empresário Marcos Lunardi,
da Calçados Chinesinha
(Novo Hamburgo/RS),
fabricante da marca Tchocco,
afirma que o eterno impasse
na comercialização de
calçados para o país vizinho é
um dos fatores principais para
que os negócios da fábrica
com o Mercosul não se
desenvolvam mais. “Nossa
atenção está voltada ao nosso
mercado interno e a países
cujo trâmite das exportações
fluam normalmente e não
dependam do bom humor dos
seus dirigentes, criando
obstáculos em negociações já
realizadas com grande
antecedência, causando
grandes prejuízos aos
envolvidos”, desabafa.
Exatamente por causa das
eternas divergências entre
Brasil e Argentina, para a
Tchocco não houve evolução
nos negócios com o
Mercosul, apenas vendas
esporádicas, afirma Lunardi.
Ainda assim, o empresário
não deixa de apontar o
mercado comum como algo
importante para o Brasil,
embora considere que deveria
haver mais participação. “Se
ampliada a participação de
países do bloco seria
interessante pela expansão que
se proporcionaria do mercado
às indústrias brasileiras e a
potencialização da
complementaridade dos
produtos de outros países do
bloco à economia brasileira”,
avalia. “O principal problema
é a fragilidade econômica e a
instabilidade política que faz
as parcerias não se
consolidarem pela
desconfiança que geram”,
lamenta. Para Lunardi, são
essenciais para a superação dos
problemas a consciência
coletiva de que o mercado pode
trazer benefícios aos
participantes, a coragem
suficiente para a eliminação de
barreiras à exemplo do
Mercado Comum Europeu e o
amadurecimento de suas
lideranças que hoje são
suscetíveis às correntes
ascendentes e descendentes, ou
seja, ilustra, ao sabor do vento.
O gerente de exportação
da Dakota S/A (Nova
Petrópolis/RS), Cristiano
Korbes, salienta que o
Mercosul, do ponto de vista
comercial, é muito importante
para o Brasil, já que o
comércio entre fronteiras é
uma via natural para qualquer
país. “Fortalecer o comércio
fronteiriço deve ser um
objetivo de qualquer país
inserido no comércio
internacional. Um país vizinho
é naturalmente o maior
parceiro, e possuir uma relação
aberta e baseada na troca de
mercadorias ajuda a criar um
desenvolvimento e
fortalecimento regional”,
coloca.
Sobre a evolução no
comércio entre os países do
bloco, Korbes comenta que,
de fato ocorreram facilidades,
o que pode ser notado pelo
incremento do comércio entre
Brasil e Argentina, por
exemplo. Após este início,
porém, notaram-se conflitos
de ordem protecionista, os
quais prejudicaram o
andamento das medidas de
abertura. “De fato, os últimos
acontecimentos nos levam à
um retrocesso no processo de
abertura, o que acaba
prejudicando o comércio
comum”, reclama. Para a
Dakota, o gerente de
exportação conta que o
Mercosul representa um
desempenho razoável. “Em
comparação a outras regiões
fica atrás dos países do Pacto
Andino e de regiões como o
Oriente Médio. Ainda
consideramos uma região
estratégica e estamos
buscando melhorar nossas
parcerias e negócios.”
Apesar de considerar o
Mercosul um mercado
estratégico, Korbes aponta
como principais problemas
para o crescimento do bloco a
burocracia e protecionismo
crescente, as disputas entre
Brasil e Argentina por uma
posição de destaque regional,
a falta de interesse político
em priorizar o bloco e a falta
de uma política comum de
salvaguardas aos produtos
asiáticos. “Com a redução do
protecionismo e da
individualidade dos países,
poderá trazer ao Brasil um
Korbes sublinha que fortalecer o comércio fronteiriço deve ser
um objetivo de qualquer país inserido no mercado externo
maior comércio e as
vantagens provindas deste
aumento de interrelacionamento.Entretanto, se
não houver um maior
envolvimento dos governos
que dirigem os países do
Mercosul em reduzir as
barreiras para o livre
comércio, muito
provavelmente não
poderemos vivenciar
nenhuma vantagem por
pertencer à ele”, reflete.
Para o gerente de vendas
da Itapuã (Vila Velha/ES),
Gilmar Dessaune, o Brasil é
muito vulnerável e passivo
em relação às barreiras
tarifárias e não tarifárias
impostas principalmente pela
Argentina. “Isso causa
insegurança no comércio do
bloco”, observa. A Itapuã
tinha vários pedidos já
fechados para a Argentina,
mas, depois do episódio em
que diversas entregas ficaram
retidos na fronteira com o
país vizinho, a empresa teve
que cancelar os negócios. “O
governo não toma medidas
efetivas em relação a este
problema”, protesta. “Com os
outros países do bloco não
existem estes problemas, mas
com a Argentina ficamos em
uma posição de insegurança
total, e isso tudo desacredita o
Mercosul”, frisa. Para ele, a
solução é uma postura mais
rígida do governo brasileiro.
“O comércio com o Mercosul
para a Itapuã já foi
representativo, mas hoje
estamos priorizando outros
países, porque da forma que
vão as relações com a
Argentina hoje não há
planejamento possível, e
precisamos poder nos
planejar”, destaca.
8
Reportagem
Administrando corporações
em momentos turbulentos
Empresários e especialistas explicam técnicas e estratégias para ter sucesso em períodos conturbados
Eduardo Zilles Borba *
Administrar corporações em
tempos de crise, seja ela um
fator interno ou externo, exige
conhecimento e sensibilidade
para planejar ações estratégicas
capazes de reverter a situação.
Atualmente temos presenciado
diversas crises que merecem
uma gestão eficaz, como é o
caso da crise do governo, da
crise do calçado e até mesmo a
crise do futebol, com os
escândalos na arbitragem. São
casos que exigem medidas
organizacionais por parte de
seus gestores, atitudes que
venham até mesmo a mexer no
DNA da organização, para
buscar soluções aos dias
difíceis. Mas, como lembra o
consultor em estratégias
empresariais e professor da
Escola Superior de Propaganda
e Marketing (ESPM), Paulo
Benaiter, agir diante desses
momentos turbulentos exige
planejamento. “É preciso
apontar fatores internos
positivos e oportunidades
externas, para que se
construam novas ações
estratégicas com foco na meta
estipulada”, explica.
Segundo Benaiter, a primeira
medida a ser tomada é
identificar que tipo de crise a
corporação está enfrentando.
“Podem ser crises decorrentes
de ausência de liderança,
processos sucessórios,
mudanças estruturais, de
posicionamento junto ao
mercado, introdução de uma
nova cultura ou ainda
decorrente do mau
direcionamento dos negócios”,
explica. A identificação
depende do quanto esteja
preparada a empresa. Uma
grande maioria ainda identifica
por feeling (senso
desenvolvido pelo empresário
ao longo dos anos de
experiência no direcionamento
dos negócios). “Não temos
dúvida de que o feeling é de
Benaiter: primerira medida é identificar que tipo de crise a corporação enfrenta
grande valor como ferramenta
de gestão. Entretanto sua
utilidade diminui na medida em
que o empreendimento aumenta
e cresce”, justifica o
especialista.
O consultor e professor ainda
explica que todo processo de
mudança deve ser subdividido
em etapas, pois se torna mais
fácil de ser desenvolvido e
gerenciado. As etapas podem
variar, mas em linhas gerais
seguem a ordem de clareza na
visão à mudança e de onde se
quer chegar, pensar no presente
e no futuro, definir equipes para
cuidar do processo,
gerenciamento e comunicação
efetiva.
O presidente da Azaléia
(Parobé/RS), Antônio Britto
Filho, acredita que quando uma
empresa está enfrentando
momentos de dificuldades, a
primeira condição dos gestores
é ser otimista em relação a ela.
“Em períodos de crises, o papel
do líder é fundamental. Ele
possui a obrigação de transmitir
confiança e segurança aos seus
colaboradores”, destaca.
Segundo Britto, a confiança, a
transparência e a clareza são
atitudes primordiais para uma
empresa superar as dificuldades.
“É preciso agir com franqueza
com os funcionários, mostrando
a eles onde estão os problemas e
qual é o risco de cada um
deles”, explica.
Conforme ele, momentos de
crise geralmente duram pouco
tempo e a empresa possui
poucas oportunidades para
errar. Por isso, é necessário ter
um diagnóstico claro de qual é o
problema e também ter uma
proposta objetiva para superar a
dificuldade. O ideal é os
diretores de uma empresa
avaliarem o que é essencial e o
que não é essencial dentro dela.
“A crise não pode permitir o
corte do essencial, que é o
produto e a capacidade das
pessoas em desenvolvê-lo”,
revela. É necessário os
proprietários perceberem que o
corte linear não é a solução do
Brito: em períodos de crises o papel do líder é fundamental
problema. “Mas sim, pode ser o
suicídio da empresa”, salienta
Britto.
Já para o gerente de recursos
humanos da DalPonte
(Veranópolis/RS), Amarildo de
Souza, a melhor maneira de se
superar uma crise em uma
empresa é deixando bem claro
para os colaboradores a
dificuldade, mas que também,
junto com ela existe a solução.
“O problema deve ser resolvido
em conjunto, com os diretores e
colaboradores da empresa”,
acredita. Segundo ele, existem
formas para uma fábrica
superar situações difícieis,
como por exemplo, buscar
novas oportunidades de
mercado, inovar o produto e
abrir novas parcerias.
O diretor da Calçados Aryetta
(Goianira/GO), Ronaldo
Alexandre Oliveira, observa
que a primeira medida que uma
empresa deve tomar quando
está passando por algum
momento de turbulento é
procurar formas para conseguir
sair dele. “Uma maneira é
comprar produtos com um custo
mais acessível, mas sem perder
a qualidade”, comenta.
Conforme o diretor, os
colaboradores precisam saber o
que está acontecendo na fábrica
e o que eles podem fazer para
contribuir. “A união de toda a
equipe é muito importante neste
momento”, destaca.
Para reverter situações
delicadas, o diretor-presidente
da Calçados Bibi (Parobé/RS),
Marlim Kohlrausch, sugere um
foco definido no
posicionamento adeqüado em
que ela está e onde pretende
chegar, além de visar a
simplicidade e a agilidade. “É
importante existir um
comprometimento permanente
de toda a equipe da fábrica”,
ressalta.
* em colaboração com Sílvia Kröff e Vera Stumm
9
Reportagem
Oportunidades
nas dificuldades
Para o professor e consultor
Osmar Coutinho (Curitiba/PR),
a crise é uma palavra
inexistente, que deve ser
substituída por oportunidades
que não foram vistas. “O que
leva a crise, ou a falta de
administração em tempos de
crises, são as pessoas que
procuram resultados utilizando
as mesmas ações. Ou seja, para
enfrentar impasses e barreiras
de um cenário empresarial, é
preciso se adaptar e construir
novas estratégias”, explica.
Segundo Coutinho, as
equipes treinadas e
acompanhadas de perto pelos
seus gestores tendem a estar
mais poreparadas às mudanças.
“Os administradores sempre
querem que a empresa tenha
um ótimo atendimento para
aumentar as vendas e atender
melhor os clientes. Mas quantas
vezes o proprietário está na
loja? E se está, por que não está
acompanhando os funcionários
e conversando com os clientes?
Esses são pontos que merecem
atenção, afinal, os gestores é
que ditam a capacidade de
superar momentos difíceis”,
enfatiza.
Investimentos também são
importantes para acompanhar
o mercado. Um exemplo disso
Coutinho: prevensão e treinamentos devem ser encarados como investimentos
é informatizar o ambiente
organizacional, ou até mesmo
oferecer cursos de
especialização para os
colaboradores. “Treinamentos
não podem ser vistos como
despesas, e sim como
investimentos. O proprietário
não pode pensar que vai
preparar o funcionário para sair
da empresa, mas sim para
qualificar sua organização. Na
minha opinião, mais vale um
colaborador treinado que fique
dois meses na empresa, do que
um destreinado e que fique
dois anos.”
Outro tema que o consultor
coloca é a prevensão. “Aposto
que na maioria das crises
setoriais, as empresas sequer
têm um plano preparado com
ações estratégicas definidas.”
Muitas empresas, durante bons
momentos, se colocam numa
situação de conforto. Isso acaba
sendo perigoso, pois quando é
necessário agir, pode não ter o
tempo suficiente. “Esses
empresários devem ter cuidado
quando encontram uma luz no
fim do túnel, pois essa luz pode
ser o trem vindo de encontro a
sua empresa”, alerta Coutinho.
REPORTAGEM
“Crises não devem
ser confundidas
com problemas”
De acordo com o consultor
e palestrante das áreas de
marketing, vendas e
motivação Paulo Angelim
(Fortaleza/CE) existem várias
formas e naturezas de crises.
Elas não podem e não devem
ser confundidas com
problemas. “A crise é o
problema que teima em não
deixar a organização mesmo
depois de várias tentativas de
correção. Para identificá-las
é fundamental a comunicação
interna, a proximidade com a
base, que é na verdade a
primeira camada a identificar
a crise interna”, ensina. Da
mesma forma, diz Angelim, a
crise externa é facilmente e
rapidamente prenunciada pela
equipe externa, que muitas
vezes clama em alto mas
inaudível som ao diretor por
ajustes.
Para gerenciar soluções
num momento de crise, o
consultor ressalta que a
primeira coisa a fazer é
separá-la do problema da
causa, caso contrário existe
um grande risco de se
confundir causa e efeito e
tentar se debelar
paliativamente as
conseqüências. “É preciso
identificar a crise, formar
grupos de estudo e de
solução, estudar os efeitos,
apresentar soluções, executar
plano de ação, além de
controlar e justar”, enfatiza.
As principais dificuldades
é fazer todos enxergarem a
crise na sua devida e concreta
proporção. Muitos a
aumentam enquanto tantos
outros são indiferentes ou a
subestimam. Quanto aos
benefícios, não existe crise
que não traga o vento da
oportunidade de se mudar
para melhor. É exatamente
nos momentos de pressão que
os principais que os principais
valores morais e pessoais são
aflorados. “Somente assim
podemos crescer na crise e
nos tornarmos mais robustos”,
diz Angelim.
Para administrar as crises
existem ferramentas
específicas, como por
exemplo, o benchmarking e
brainstorming. O
benchmarking deve ser
utilizado sempre que existir,
no setor da empresa ou
mesmo em outro setor,
empresas que estão
conseguindo melhor
desempenho na atividade ou
processo específico. O gestor
precisa atuar em grupo.
Dicas para administrar momentos
de problemas internos ou externos
a) Clareza de visão quanto à mudança e onde se quer chegar.
b) Definir uma equipe para cuidar do processo (deve se ter cuidado ao fazer isso). Não há empresa no futuro sem empresa no presente. Ou seja
é preciso continuar atuando no contexto atual e, ao mesmo tempo, introduzir a mudança. Pode acarretar prejuízo de um ou de outro lado. Algumas
empresas definem um grupo a parte para conduzir o processo de mudança.
c) Mostre para todos que a mudança tem uma direção. Os cronogramas devem ser obedecidos e os principais executivos devem estar envolvidos
e comprometidos.
d) Faça acontecer. As mudanças devem ser colocadas em pratica de forma efetiva, duradoura e rápida.
e) Envolva a todos no processo. Crie o que se denomina massa de mudança .
f) Gerencie as emoções. Mudanças mexem com as emoções. Trazem insegurança. Alguns a querem mais rápido do que elas podem acontecer e
se frustram. Seja transparente no processo.
g) Esteja preparado para reacomodações de poder. Novas estruturas e processos podem alterar estruturas e hierarquias. Cuide da cultura
organizacional e de suas reações. Podem auxiliar e ou prejudicar o processo.
h) Treine para novas necessidades. Tanto seu pessoal de nível técnico quanto suas lideranças podem precisar de novas habilidades.
i) Comunique, comunique, sempre, sempre. O pessoal precisa estar informado o tempo todo sobre o que está acontecendo.
fonte: Paulo Benaiter
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NOVEMBRO/2005
EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS
Entrevista
Empreendedor sabe
transformar problemas
em oportunidades
Antoninho Marmo Trevisan é contabilista, consultor e presidente da BDO Trevisan, empresa
que atua há 22 anos no mercado de auditoria e consultoria, com mais de 1400 clientes e 1000
profissionais distribuídos em 16 escritórios no Brasil. Fundou e dirige a Faculdade e Instituto
Trevisan e é presidente da Academia Brasileira de Ciências Contábeis. Possui vasta experiência
profissional, tanto no setor privado quanto no público, tendo sido titular da Secretaria de
Empresas Estatais - SEST do Ministério do Planejamento.
Nos últimos 20 anos tem participado como membro de 55 entidades profissionais do terceiro
setor, dentre as quais AACD, Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Associação
de Apoio ao Programa Alfabetização Solidária, Comunidade Solidária, Fundação Dorina Nowill
para cegos; Ação Fome Zero, Amarribo e Santa Casa de Misericórida de Ribeirão Bonito/SP,
entre outras. Além disso, Trevisan tem mais de 300 artigos e trabalhos publicados em revistas e
jornais do Brasil e do exterior, e é autor do livro Empresários do Futuro e co-autor do livro
Combate à Corrupção nas Prefeituras do Brasil.
Luciane Weber
Exclusivo - Apesar de
todas as dificuldades
enfrentadas pelas indústrias
brasileiras, é possível ser
empreendedor no País?
Antoninho Marmo
Trevisan - Com certeza não só
é possível, como também
necessário. O verdadeiro
empreendedor é aquele que
transforma uma situação
problemática em uma ou mais
oportunidades. Dificuldades
sempre existirão na trilha de
sucesso de qualquer
empreendedor.
Exclusivo - E quais são as
principais características de
um empreendedor?
Trevisan - O empreendedor
deve ter uma visão diferenciada
do mundo à sua volta para que,
conforme foi respondido na
questão anterior, ele seja capaz
de ver oportunidades onde
todos os outros só vêem
problemas. Além disso, deve
ser uma pessoa ciente de seus
talentos e de suas limitações.
Também deve estar pronto para
trabalhar em equipes nas quais
os componentes tenham
talentos que complementam os
seus e que supram suas
deficiências profissionais. Os
talentos da liderança e o foco
são primordiais para o sucesso.
Exclusivo - É preciso ser
jovem para ser
empreendedor?
Trevisan - De forma alguma.
Nunca é tarde para começar a
ser empreendedor. Um grande
exemplo que ilustra isso é o do
grande empreendedor Abraham
Kasinski (fundador da Cofap
que, aos 82 anos, fundou na
zona franca de Manaus a
Companhia Fabricadora de
Veículos para produzir
motocicletas)
Exclusivo - Quais os pontos
mais importantes que
precisam ser respeitados
quando se abre um novo
negócio?
Trevisan - Eu diria que
antes disso é necessário fazer
uma boa pesquisa para
verificar se o mercado tem
que mudou?
Trevisan - Há dez anos, o
movimento empreendedor no
Brasil estava apenas nascendo
e carecia de uma definição
mais sólida do que
efetivamente significava
empreendedorismo.
Considerava-se empreendedor
somente aquele que abria
novas empresas e este, na
verdade, nem sempre é um
empreendedor, mas somente
um mero empresário. Hoje, o
conceito de empreendedor,
além de mais bem definido,
engloba o intraempreendedor,
o empreendedor social e o
Hoje, as empresas têm como
maior patrimônio os seus
recursos humanos.
demanda pelo que vamos
oferecer. Muitas vezes temos
grandes e inéditas idéias, mas
quando vamos pesquisar o
mercado descobrimos que
muitas outras pessoas já estão
atuando nessa área ou outras
pessoas já tiveram
experiências frustradas por
não haver demanda para o que
foi oferecido. Conhecer bem o
mercado e se planejar são,
portanto, dois aspectos
fundamentais no processo de
abertura de um novo negócio.
Exclusivo - Hoje em dia, os
critérios para avaliar o
sucesso de um
empreendimento são os
mesmos de dez anos atrás? O
empreendedor público, dentre
outros. Nessas modalidades
de empreendedorismo, o
empreendedor não necessita,
obrigatoriamente, de abrir
qualquer tipo de empresa.
Exclusivo - Investir no
bem-estar dos funcionários é
importante para o bom
desempenho dos negócios?
Quais seriam os
investimentos mais
importantes: saúde, cultura,
salários ou todos eles?
Trevisan - Hoje, as
empresas têm como maior
patrimônio os seus recursos
humanos. No sucesso de
qualquer empresa deve ser
incluído um trabalho de
motivação e recompensa do
trabalho bem realizado.
Quaisquer tipos de benefícios
que contribuam para um
melhor ambiente
organizacional podem ser
benéficos para o aumento de
produtividade. Entretanto, é
importante que o
empreendedor (empresário/
gerente) utilize ferramentas
como a pesquisa de clima
organizacional para identificar
o que seus funcionários
realmente desejam em termos
de melhoria de ambiente de
trabalho. Isso deve ser feito
porque, muitas vezes, a
percepção do dirigente não é a
mesma dos funcionários.
Exclusivo - Que vantagens
e desvantagens competitivas
tem o Brasil em relação aos
outros países emergentes e
que disputam com ele
investimentos
internacionais?
Trevisan - O Brasil apresenta
como principais vantagens a boa
formação do executivo médio,
um público consumidor ávido e
com muitas demandas em
termos de inovação e novas
tecnologias e uma economia
estável. Entre as desvantagens,
poderia citar a falta de
qualificação da mão-de-obra
mais simples (chão de fábrica)
quando comparada com alguns
países asiáticos, o chamado
custo Brasil e a falta de
confiança do brasileiro em seu
próprio potencial.
Exclusio - Quais os
principais entraves no
desenvolvimento do País?
Trevisan - A falta de
credibilidade do brasileiro em
seu próprio potencial e em seu
País e as constantes mudanças
nas políticas governamentais.
Exclusivo - O senhor
acredita que os empresários
hoje dão mais importância a
estatísticas e estudos para
seus planejamentos? Já é o
cenário ideal ou ainda tem
muito que evoluir?
Trevisan - Existe uma
tendência maior por parte dos
empresários de utilizar
formulações estatísticas e
pesquisas para o planejamento
de seus negócios, mas acredito
que ainda tenhamos que passar
por uma mudança cultural para
que isso seja um procedimento
mais comum. O brasileiro tem
uma dificuldade inerente em
planejar, em razão da antiga
cultura inflacionária, que não
permitia a criação de cenários
consistentes a médio prazo.
Exclusivo - Em relação às
ações de responsabilidade
social, os empresários
brasileiros, de modo geral,
estão cientes de qual é seu
papel nessa questão?
Trevisan - A
responsabilidade social tem
assumido um papel importante
na atuação e no discurso de
diversos empresários
brasileiros nos últimos anos.
Espero que isso não seja
somente mais uma moda, mas
sim uma postura duradoura e,
quiçá, permanente no
empresariado brasileiro.
NOVEMBRO/2005
11
EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS
Notícias e Negócios
Sistema para reduzir falhas
As indústrias de todos os
segmentos buscam hoje em
dia, a diminuição de erros
durante a fabricação de seus
produtos como forma de obter
mais rendimento e por
conseqüência maiores lucros.
O Seis Sigma é um sistema de
qualidade de processos e
produtos, criado e
desenvolvido pela Motorola
em 1987. Seu objetivo é
reduzir significativamente
defeitos e falhas. Hoje, a
metodologia também é
aplicada na melhoria de
desempenho de negócios de
empresas de vários
segmentos. O programa Seis
Sigma é baseado em uma
série de filosofias,
ferramentas e técnicas que
coordenadas adequadamente
conseguem obter de forma
rápida e eficiente benefícios
para as indústrias,
aumentando expressivamente
os lucros. Através do sistema
as empresas também
conquistam uma maior
satisfação dos clientes, uma
melhor sintonia da equipe e
diminuição na variação dos
processos.
Um dos principais passos
na implantação do programa
Seis Sigma é a determinação
das necessidades dos clientes
e com base nesta informação
é definido o que venha a ser
defeito (não atendimento das
características requeridas para
suportar as necessidades do
cliente). A maioria das
empresas brasileiras opera em
um nível três ou quatro
Sigma, que significa que a
cada um milhão de
oportunidades, espera-se que
o processo falhe 66.807 vezes
(nível três Sigma), e 6.210
vezes no nível quatro Sigma.
As empresas que buscam o
nível Seis Sigma procuram na
verdade um nível de operação
perto da perfeição - 3,4
defeitos por milhão de
oportunidades.
O diretor da M.I.
Domenech (São Paulo/SP),
uma das empresas que está
apta a implantar o sistema no
Brasil, Carlos Hugo
Domenech, conta que a
estratégia Seis Sigma começa
quando os executivos da
empresa, na figura dos
Patrocinadores e Champions*
com ajuda dos Master Black
Belts*, reconhecem projetos
importantes e complexos cuja
execução adicionará dinheiro
no caixa da empresa (figura
A). A diferença de outros
empreendimentos é que os
projetos Seis Sigma colocam
foco especial no retorno
econômico e na redução dos
custos da qualidade. Os
projetos são conduzidos por
líderes de projetos
denominados Black Belts*
(projetos maiores) ou Green
Belts* (projetos focados), os
quais orientam com uma
receita que mostra o caminho
para a condução do projeto
com sucesso. Está receita está
resumida no acrônimo
DMAC, formado pela etapas:
definir, medir, analisar,
melhorar e controlar. A
condução do projeto nas
etapas do DMAC se realiza
conforme a figura B.
As questões críticas do
programa, conforme
Domenech, são o
envolvimento da liderança
(Patrocinadores e Champions)
no acompanhamento dos
projetos e provisão dos
recursos, e a disponibilidade
de tempo dos Belts. Os Green
deveriam dedicar pelo menos
40% do seu tempo aos
projetos e os Black Belts de
60% a 100% do tempo,
especialmente durante o
primeiro ano que dura a
formação e condução dos
primeiros projetos.
O retorno esperado pela
condução de projetos pode
variar entre 5-10% do
faturamento, dependendo da
situação inicial da empresa
(Figura C). As empresas
médias no Brasil têm nível de
qualidade em torno de 3,5
Sigma. Isto significa
que seus processos geram
aproximadamente 22.750
defeitos por milhão de vezes
que uma certa tarefa é
executada. A meta de muitas
empresas de ponta, é obter
entre 2-4% do faturamento
(20-30% do resultado) pelo
Seis Sigma. É por este motivo
que compensa dispor de
pessoas dedicadas em tempo
completo ao Seis Sigma.
O Seis Sigma pode
inicialmente ser implantado
em qualquer tipo de empresa,
mas pelo custo inicial do
programa pode ser mais
indicado para empresas
médias ou grandes. Para as
empresas pequenas, a saída
pode ser contratar Black Belts
ou Green Belts já formados
no mercado (o qual pode não
ser fácil pelo custo destes
profissionais) ou formar um
grupo de empresas para
reduzir o custo do
programa. A divisão de
couros do Grupo Bertin (Lins/
SP) implantou o sistema em
2003. De acordo com o
gerente de Gestão da
Qualidade, Omar Messias, as
equipes da empresa
participaram do curso na
Motorola. Após a conclusão
do curso foi montado um
cronograma de projetos para
que os colaboradores
pudessem utilizar as
ferramentas aprendidas. “Por
meio de análises estatísticas,
as equipes mediram o estado
do processo, verificaram
quais ações corretivas
precisariam ser feitas e
definiram metas a serem
cumpridas”, conta ele. O
conhecimento desta
ferramenta possibilitou a
indústria o aprimoramento de
processos, como o de
fabricação do couro
esportivo, agregando valor ao
produto para atender as
especificações dos clientes.
“Atualmente estão em
andamento nove projetos,
como o aprimoramento dos
Diferenciais
Participação visível da liderança executiva, que fica a dona do programa
Infra-estrutura muito bem definida com melhorias sendo conduzidas na forma de projetos
Times com participantes de várias áreas
Metodologia estruturada
Projetos em áreas produtivas e transacionais
O treinamento de pessoas está ligado ao retorno dos projetos
Black Belts de tempo completo podem gerar retorno de 200-500 dólares/ano
O retorno pode atingir mais de 2% da receita/ano
processos e de fabricação do
couro automotivo e a redução
do tempo do faturamento do
pedido e o embarque de
produtos”, conta Messias.
* Champions - cada projeto deve
ter um Champion que é como líder
político do negócio. O Champion é
um membro da equipe de liderança, e
é o responsável pelo resultado. Eles
participam na seleção de projetos e
dos Black Belts, Green Belts e demais
membros da equipe de apoio, que
coordenam os projetos
Belts - são os líderes dos projetos.
Os Black Belts em muitas empresas
são especialistas em Seis Sigma em
tempo completo e finaliza 3-4
projetos/ano. Os Green Belts - atuam
como especialistas em tempo parcial,
conduzindo projetos relacionados a
sua área de atuação. No mínimo eles
dedicam 25% de seu tempo aos
projetos. Ambos devem possuir
habilidades de comunicação e liderança, paixão pela informática e
pensamento estatístico, experiência
na condução de projetos e animação
de grupos. Eles conduzem o time para
a obtenção das metas, elaboração de
agendas, lideranças de reuniões,
coordenação dos trabalhos do DMAC
e comunicação periódica do avanço
do projeto com o Champion.
Figura A
BB - Black Belts / MBB - Master Black Belts / GB - Green Belts
Figura B
Figura C
12
NOVEMBRO/2005
EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS
Boas Idéias
Banco de idéias estimula
interação com colaboradores
Objetivo da iniciativa é aprimorar ainda mais a atividade desenvolvida pelos profissionais
Quem disse que boas idéias não
facilitam o dia-a-dia? Quem já
sugeriu uma idéia que colocada
em prática rendeu bons lucros
para a indústria e o próprio
idealizador? O objetivo é
melhorar o trabalho desenvolvido
por cada pessoa no seu setor, e no
global, para que desempenhe a
atividade com qualidade sem
aumento de custos para a
empresa. Motivar os
colaboradores para um
comprometimento e engajamento
pessoal e profissional, no sentido
da melhoria contínua quanto à
qualidade e produtividade, é a
meta das empresas que almejam
novos mercados.
A Calçados Azaléia (Parobé/
RS) e a Samello (Franca/SP) são
exemplos de empresas do setor
Márcia afirma que projeto motiva o colaborador e a empresa ganha novos desafios
que sabem aproveitar as boas
idéias de seus colaboradores e que
premiam a participação
voluntária, valorizando a
iniciativa das suas equipes.
A empresa gaúcha criou, no
mês de abril deste ano, o
Programa Idéias Azaléia, no qual
todas as sugestões de melhoria
recebidas, nas unidades da
empresa, nos estados do Rio
Grande do Sul, Bahia e Sergipe
são avaliadas pelo Comitê
Técnico. As sugestões que forem
aceitas são analisadas para
verificar a viabilidade de
implantação baseado em redução
de custos, melhoria no processo
de trabalho e ou melhoria da
qualidade do produto ou serviço.
De acordo com o coordenador
do Programa Idéias Azaléia, José
Celso Kuhn, para participar o
colaborador preenche um
formulário no qual expõe sua
sugestão de melhoria
(obedecendo os critérios
estabelecidos no regulamento
interno) e coloca na urna.
Se a idéia é aceita pelo comitê, é
depositado um cupom na urna.
Cada idéia lhe dará direito a
participar do sorteio mensal de valecompras de R$ 300,00. “Quanto
mais idéias aceitas o colaborador
Gestão Empresarial - O que dá certo e é essencial
Liderança
Adilson Boeira*
O reflexo do líder se espalha por toda
empresa. O papel do indivíduo que está no
topo do poder está vinculado aos resultados do
empreendimento. Um bom líder é a pessoa que
planeja com antecedência os negócios da
empresa, já prevendo as alternativas. Desta
forma, o estabelecimento está preparado para
superar problemas do dia-a-dia e enfrentar uma
crise maior que possa vir a acontecer.
Um diretor deve saber treinar, capacitar e
delegar metas e objetivos para os seus
colaboradores. É importante o líder preparar a
equipe para produzirem bem e com qualidade.
Liderança forte faz nascer novos talentos e
novos líderes. Esta forma, talvez é uma das
melhores maneiras de avaliar o perfil e a
existência da liderança. Um líder precisa ser
treinado e desenvolvido, porém, deve ser levado
em conta, que algumas características são
inatas. O essencial para a capacitação do líder é
a percepção, a avaliação e o feed back a seus
colaboradores. Esta, talvez, pode ser a diferença
entre as equipes que evoluem e as que adoecem.
*Diretor da Zen Consultoria
e Treinamento Ltda
tiver, maior serão suas chances de
ser sorteado. Nessa primeira etapa
do programa não podem participar
a chefia e as áreas técnicas”, diz
Kuhn explicando que o o projeto
iniciou em abril deste ano e encerra
em novembro. No final desta
etapa, haverá uma premiação para
as melhores idéias selecionadas (10
no RS, 10 na BA e três no SE), que
variam entre R$ 2 mil a R$ 300,00.
O coordenador ressalta que até o
momento a empresa teve a
participação de 1400 sugestões,
das quais 320 foram aceitas pelo
comitê e 20 idéias foram
implantadas. “Todos ganham com
este projeto, desde a empresa que
qualifica, cada vez mais seus
produtos, reduz custos até o
colaborador que tem a
oportunidade de mostrar como
agilizar o seu desempenho”,
conclui.
A técnica de processos e
métodos da Azaléia, Márcia
Arlene Huhnfleisch, conta que
lançou a idéia de um tacão mais
resistente. “Está sendo avaliada a
sugestão, pois é necessário fazer
levantamentos técnicos e
financeiros para avaliações de
custo/benefício vendo a
viabilidade de implantação. Se a
idéia for implantada, a empresa
levará ao mercado um produto de
melhor qualidade e durabilidade”,
ressalta Márcia.
O gerente de Recursos
Humanos da Calçados Samello
S.A. (Franca/SP), Amauri
Scalhão, conta que a empresa
trabalhou, até o ano passado, com
dois sistemas: caixa de sugestões
e Grupos de Controle de
Qualidade. No primeiro sistema o
colaborador indica algum tipo de
problema existente e sugere
melhorias ou soluções para o
mesmo. A idéia é avaliada por
uma comissão e, caso aprovada, a
mesma é implantada e o
colaborador recebe prêmio em
dinheiro com base em tabela de
avaliação da proposta
apresentada.
Já o segundo sistema é composto
por grupos de cinco a sete
colaboradores, preferencialmente
de um mesmo setor, que se reúnem
semanalmente para discutir,
desenvolver projeto e apresentar
solução para determinado
problema da área de trabalho.
“Após estas reuniões, o projeto é
avaliado por uma comissão técnica,
recebe pontuação e, quando
implantado, premia seus
integrantes em dinheiro”, revela
Scalhão.
NOVEMBRO/2005
13
EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS
Cursos & Eventos
AGENDA
Desenvolvendo suas
Competências Empresariais
Promoção: Sebrae, Vitória/ES
Período: 12 a 15/12,
das 18h30min às 22h15min
Investimento: R$70,00
Informações: 0800-399192
Relações Humanas
na Empresa
Promoção: JBC Consultores
Associados
Período: 16/12,
das 9h às 17h30min,
em Porto Alegre/RS
Investimento: R$150,00
Informações: (51)3478-5509
Técnicas de Vendas Internas e Externas
Promoção: Sebrae,
Salvador/BA
Período: 5 a 9/12,
das 18h15min às 22h
Investimento: R$65,00
Informações: (71)3242-6613
Governança e Finanças Gestão Corporativa
Promoção: Universidade
do Vale do Rio dos Sinos
(Unisinos)
Período: 6/12, das 18h às 22h
e 7/12/, das 8h30min às 22h
Investimento: R$1.080,00
Informações: (51)3591-1122
Como Desenvolver e
Aprimorar suas Habilidades
de Negociação
Promoção: JBC Consultores
Associados
Período: 5, 6, 7/12, das 19h
às 22h 30min, em
Porto Alegre/RS
Investimento: R$200,00
Informações: (51)3478- 5509
Planejamento Orçamentário
e Financeiro
Promoção: Sankha Gestão
Empresarial - Centro de
Treinamento
Período: 13/12,
das 8h às 18h
Investimento: R$690,00
Informações: (11)3289-7472
Cultura e Clima Organizacional
Promoção: Sankha Gestão
Empresarial - Centro de
Treinamento
Período: 14/12,
das 8h às 18h
Investimento: R$690,00
Informações: (11)3289-7472
Auto Desenvolvimento: Como
se Tornar um Líder Eficaz
Promoção: Sebrae,
São Paulo/SP
Período: 5 a 9/12,
das 18h 30min às 22h 30min
Investimento: R$50,00
Informações: 0800780202
Gestão de Pessoas
Promoção: Sebrae, Vitória/ES
Período: 12 a 16/12,
das 19h às 22h
Investimento: R$70,00
Informações: 0800-399192
Marketing: Relacionamento
e Serviços
Promoção: FGV Management, Rio de Janeiro/RJ
Período: 5 a 8/12,
das 18h 45min
às 21h30min
Investimento: R$540,00
Informações: (21)2552-0590
Como Desenvolver
Lideranças e Estimular
a Motivação
Promoção: Sebrae,
São Paulo/SP
Período: 5 a 9/12, das
18h 30min às 22h 30min
Investimento: R$50,00
Informações: 0800-780202
A Arte de Falar em Público
Promoção: Fontanella Quality
Consultoria e Desenvolvimento
de Pessoas
Período: 12, 13, 14
e 15/12, das 18h 30min
às 22h 30min
Investimento: R$175,00
Informações: (51)3337-5844
Palestra - Como Realizar
Pesquisa de Mercado
Promoção: Sebrae, Recife/PE
Período: 02/12
Investimento: Gratuito
Informações:
(081) 2101 8423
Análise e Planejamento
Financeiro
Promoção: Sebrae,
Salvador/BA
Período: 5 a 09/12
Investimento: R$65,00
Informações:
(071) 3242 6613
Palestra: Planejando a
Abertura do seu Negócio
Promoção: Sebrae,
Vitória/ES
Período: 13/12
Investimento: Gratuito
Informações: 0800 399192
Atendimento aos Clientes
Promoção: Fontanella Quality
Consultoria e Desenvolvimento
de Pessoas, Porto Alegre/RS
Período: 19 e 20/12, das 18h
30min às 22h 30min
Investimento: R$160,00
Informações: (051) 33375844
Palestra: Qualidade no
Relacionamento com o Cliente
Promoção: Sebrae,
Vitória/ES
Período: 09/12
Investimento: Gratuito
Informações: 0800 399192
Desenvolvimento de Líderes
Promoção: Fontanella Quality
Consultoria e Desenvolvimento
de Pessoas,
Porto Alegre/RS
Período: 5, 6 e 7/12, das
18h 30min às 22h 30min
Investimento: R$95,00
Informações: (051) 3337 5844
14
NOVEMBRO/2005
EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS
Informe-se
O DNA do sucesso
O Monge e o Executivo
O autor faz um verdadeiro mapeamento das ações que
podem ajudar o leitor a alcançar o sucesso, como por
exemplo, criar ótimas relações familiares, conquistar
desejos financeiros, aperfeiçoar a auto-imagem,
cultivar relacionamentos sociais, melhorar a mente e
desenvolver a espiritualidade. A obra também
desmistifica as armas mais usadas pelos gurus da
auto-ajuda e motivação. “O sucesso não está por aí
em alguma técnica ou metodologia - é um serviço
interno”, afirma Jack Zufelt.
Lançado em abril de 2004, o Monge e o Executivo,
do americano James C. Hunter, alcançou um
sucesso estrondoso na literatura de negócios. O
personagem central é John, o gerente-geral de uma
grande indústria , que apesar do status e todo bemestar se sente melancólico e retraído. Para refletir,
ele deixa a fábrica e vai passar uma semana num
mosteiro, o qual conta com a presença de um exexecutivo americano de sucesso, Leonard
Hoffman.
Autor: jack M. Zufelt - Páginas: 266
Preço: R$29,90 - Editora: Best Seller
Autor: James C. Hunter - Páginas: 139
Preço: R$29,90 - Editora: Sextante
A Vida é um Combate - Sucesso é Dor
Seja você o campeão em vendas
Conforme o autor, Rogério Caldas, a obra se trata
de um manual de sobrevivência para um mercado
de alta competição. “Este livro representa um
choque de realidade”, afirma. Milhares de pessoas
no Brasil vivem a ilusão quando associam a
palavra sucesso apenas aos pontos positivos da
vida. Através desse livro, a idéia é passar que o
sucesso está ligado à dor, aos objetivos e a
consicência do ser humano.
No livro, Angelim apresenta dicas aos que querem
alcançar o sucesso em igualdade de condições com os
melhores profissionais do mercado imobiliário, sem
abrir mão da ética, da competência e da saúde física e
espiritual. Desde a preparação até o fechamento de um
negócio, passando pelo desenvolvimento de estratégias,
prospecção de clientes e a escolha da forma de
abordagem, cada passo é examinado com o olhar de
quem alcançou a excelência.
Autor: Rogério Caldas- Páginas: 195
Preço: R$ 24,90 - Editora: Markação
Autor: Paulo Angelin - Páginas: 200
Valor: R$ 29,90 - Editora: Mundo Cristão
Índices e cotações
2004
TR
INPC-IBGE Mensal (%)
IGP-FGV Mensal (%)
IPC-FIPE (%)
ICV-DIEESE (%)
Taxa Selic (%)
Dólar Compra (R$)
Dólar Venda (R$)
2005
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
0,15
0,40
1,31
0,57
0,43
15,76
3,121
3,122
0,17
0,50
1,38
0,92
1,12
15,82
3,137
3,138
0,19
0,07
1,31
0,59
1,21
15,77
3,020
3,021
0,20
0,50
1,22
0,99
0,69
15,88
2,998
2,998
0,17
0,17
0,69
0,21
0,29
15,97
2,903
2,904
0,11
0,17
0,39
0,62
0,53
16,24
2,861
2,862
0,11
0,44
0,82
0,56
0,83
16,74
2,784
2,785
0,24
0,86
0,74
0,67
0,54
17,25
3,750
2,750
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro Outubro Novembro
TR
INPC-IBGE Mensal (%)
0,26
0,73
0,20
0,91
0,25
0,70
0,29
0,11
0,25
0,03
0,29
0,00
0,26
0,15
0,21
0,58
IGP-FGV Mensal (%)
IPC-FIPE (%)
ICV-DIEESE (%)
Taxa Selic (%)
Dólar Compra (R$)
Dólar Venda (R$)
0,85
0,79
0,81
18,75
2,762
2,761
0,86
0,83
0,50
19,24
2,597
2,596
-0,22
0,35
0,39
19,52
2,477
2,476
0,44
0,20
-0,17
19,75
2,445
2,444
0,40
0,30
-0,17
19,72
2,350
2,349
-0,65
-0,20
0,00
19,74
2,408
2,409
-0,53
0,44
0,72
19,62
2,25
2,25
0,60
0,63
0,57
19,00
-
0,19
-
Fontes: BGE , FGV, FIPE, DIEESE e site Invertia
NOVEMBRO/2005
15
EXCLUSIVO GESTÃO & NEGÓCIOS
Up grade
Entusiasmo contamina as
pessoas e as leva ao sucesso
Motivação é um fator essencial para o sucesso das relações modernas no trabalho
A palavra motivação
significa motivo para a ação,
uma razão para a pessoa
realizar algo. Esse motivo pode
ser o entusiasmo, mas é
preciso que ele tenha um
fundamento sólido ou não irá
durar. “Entusiasmo é como
estouro de boiada - um boi
corre e todos correm com ele,
sem nem mesmo saber a
razão”, explica o palestrante,
professor e consultor de
estratégias de comunicação e
marketing, Mario Persona
(Limeira/SP). É claro que é
possível criar um clima de
entusiasmo e até motivar
pessoas apenas por estímulos
passados pelo ambiente ou
pelo contato, mas uma
empresa precisa de algo mais
do que apenas entusiasmo para
motivar. É preciso algo real,
ensina Persona.
Ele explica que normalmente
somos motivados por dinheiro,
prazer e prestígio. É claro que
as teorias motivacionais
incluem vários desdobramentos
destes elementos, com ênfase
no que ele chama de dinheiro
para necessidades físicas e de
sobrevivência. “Dinheiro
resume o que precisamos para
garantir nossa subsistência.
Prazer é outro elemento
motivador e pode ter também
diversos significados, como
conforto, sensações e
recordações, por exemplo.
Prestígio aparece em algumas
teorias como necessidade de
auto-afirmação ou de
realização, entre outras idéias”,
explica.
Para motivar as pessoas é
preciso ter em mente que será
necessário oferecer uma ou
mais desses itens como prêmio
ou recompensa. Mas antes é
importantíssimo fazer um
diagnóstico para não oferecer o
elemento motivador errado.
Por exemplo, às vezes pode
parecer que a causa de
descontentamento de um
colaborador seja seu salário. A
empresa aumenta o salário e
ele continua desmotivado,
porque ainda que qualquer
pessoa goste de ganhar mais,
ele não está fazendo o que
gosta, não tem prazer no que
faz. Em outras situações a
empresa promove a pessoa a
um cargo de maior destaque,
dá mais prestígio, quando ela
preferia trabalhar nos
bastidores. Portanto, é bom
que seja feito um diagnóstico e
só então determinar qual será
o elemento motivador.
Quando isso é feito
corretamente, cria-se um
entusiasmo que tem
fundamento e não é apenas
uma emoção momentânea.
Consultor de empresas,
professor de pós-graduação,
palestrante, autor de 30 livros,
mestre em administração de
empresas e doutorado em
comunicação e marketing pela
USP, José Antônio Rosa,
acredita que por meio de um
bom gerenciamento é possível
evitar o que o colaborador
fique descontante com o seu
trabalho. O gerente ao perceber
alguém desmotivado tem que
agir rápido identificando
primeiro o porquê da
desmotivação. Segundo, age no
sentido de que as eventuais
causas, se removíveis, sejam
sanadas. Terceiro, deixa claro
ao colaborador o que deseja de
cada um e observa que dará
todo o suporte, mas exigirá
trabalho motivado. “As pessoas
precisam dessa cobrança para
crescer e quando a tem, ainda
que não gostem no primeiro
momento, sentem-se melhor
com o passar do tempo”,
ressalta Rosa.
Para o diretor da
Laboredomus Gestão
Estratégicas de Pessoas (São
Paulo/SP), John Cymbaum, a
primeira condição para se
conseguir um ambiente de
motivação é estabelecer
relações de trabalho justas. Isso
implica em regras claras sobre
remuneração, em compartilhar os
critérios utilizados para uma
promoção e até mesmo na hora
de demitir. “Temos sempre que
pensar na equipe que fica e que
vai avaliar a empresa também
pela forma como trata seus
colaboradores no momento de
uma demissão. Tudo isso,
somando a um ambiente de
respeito, estabelece as
condições básicas. A partir daí,
é uma questão de liderança e
comunicação. Uma equipe
precisa ter metas bem
estabelecidas, que sejam
desafiadoras mas realizáveis. O
líder deve apoiar a equipe a
atingir essas metas, mostrando
o caminho, treinando quem
está com dificuldades,
estimulando o time”, enfatiza
Cymbaum.
José Antônio: um bom gerenciamento evita que o colaborador fique descontente
O empregador é um cliente
Mario persona aponta a
necessidade do colaborador
começar a enxergar seu
empregador como seu
cliente. O próprio termo
“colaborador”, cada vez mais
utilizado em lugar de
emprego ou funcionário, é
coerente com uma nova
configuração do ambiente de
trabalho, onde as atividades
são cada vez mais
terceirizadas a ponto de você
não saber mais quem é
empregado e quem é
terceirizado em uma equipe
trabalhando dentro de uma
mesma empresa. O
terceirizado tem bem claro
em mente que a empresa
para a qual trabalha é cliente
e ele será substituído caso
não dê resultado. Todos
deveriam enxergar a coisa
assim. Quando você tem
isso em mente, começa seu
trabalho de investir em sua
própria carreira como um
autônomo investiria na sua
ou um fabricante em seu
produto. O objetivo é cativar
a cliente para não perder seu
lugar no mercado.
Para John Cymbaum, é
necessário entender qual é o
motivo da desmotivação. Se a
pessoa não se sente integrada
com seus colegas, deve rever
seu comportamento, verificar
se sua própria atitude tem
contribuído para isso ou se
seus valores pessoaos
combinam com o ambiente
daquela equipe. Se a causa
estiver relacionada com uma
frustração pelo
desenvolvimento da sua
carreira, deve rever se tem as
competências necessárias
para grogredir naquela área e
naquela empresa, se está feliz
com a carreira escolhida e
estabelecer um plano de
desenvolvimento.
Se a desmotivação se
origina da própria natureza do
trabalho, a pessoa está na
carreira errada e precisa
urgentemente rever seus
planos para o futuro, avaliando
as possibilidades e formas de
redirecionar sua carreira. O
ideal é poder trabalhar num
ambiente de franqueza e
compartilhar com seus
chefes ou com a área de RH
as causas da desmotivação.
Isso pode ajudar muito a
resolver o problema.
Para alguém que está
desmotivado no trabalho o
consultor José Antônio
Rosa diria: desmotivado? O
problema é seu! Sim,
porque a principal
prejudicada será a própria
pessoa. A desmotivação
torna os dias pesados e
tediosos, provavelmente
estressantes, corrói a autoestima, ocupa preciosas
horas que poderiam ser
dedicadas a ocupações
prazerosas e realizadoras.
O trabalho deve ser uma
fonte de prazer e é
naturalmente. O indivíduo e
a empresa têm de se
empenhar para que não se
deteriore, tornan-se
máquina de torturar. O
trabalho é a melhor terapia,
a melhor e mais justa fonte
de renda, o melhor meio de
se desenvolver como
pessoa.
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M. I. Domenech na mídia