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O exercício da liderança deve ser compreendido
como um aprendizado contínuo
Por: Adm. José Mauro Alvim Machado
Consultor Empresarial
dezembro/2013
Não é raro encontrarmos gestores que ainda confundem os significados das expressões
“Chefe, Gerente e Líder”. A significação da expressão tende a complicar se buscarmos no
dicionário indicações mais precisas. Por exemplo, encontramos que a palavra “Chefe”expressa o
sentido de “designação aplicada à pessoa a quem se quer dirigir a palavra ignorando-lhe o nome
ou a profissão”. Gerente, seria o Profissional especializado em gerir ou administrar
(estabelecimentos, negócios, propriedades ou serviços); dirigente ou gestor: gerente de shopping;
gerente
de
supermercado.O
cargo
e/ou
trabalho
realizado
pelo
gerente.
Já o líder, entende-se que é o “Indivíduo que comanda ou orienta, em qualquer tipo de ação,
empresa ou linha de idéias”. A palavra liderança, então, apresenta três vertentes de entendimento.
A primeira diz ser a “Função de líder”. A seguinte aponta que é a “Capacidade de liderar; espírito
de chefia”. Por último temos que liderança é a “Forma de dominação baseada no prestígio pessoal
e aceita pelos dirigidos”, um exemplo a ser seguido, a fonte de inspiração.
Para buscarmos a compreensão mais estreita sobre o tema resta-nos, então, o entendimento
que pouco se possa dar conta a este respeito em virtude do uso corrente que se faz dos vários
termos cotidianos. Para que o sentido das palavras chefe, gerente, líder e liderança aflorem em sua
essência, faz-se necessário um aprofundamento a respeito, e com isto revelar a diferença e a
importância singular de cada uma.
Permito-me considerar que Chefe ou gerente é aquele que por designação de autoridade
superior exerce a função de representar um determinado grupo de pessoas, comandando as ações
inerentes ao processo de trabalho.
Líder, quer dizer o guia de qualquer tipo de ação, empresa ou ideal, e é exatamente o que se
compreende quando o termo é utilizado em algum tipo de definição necessária.
Não raro verificamos o surgimento do líder no grupo a despeito de se haver ou não um
chefe designado. Nestes casos, é percebido o choque entre ambos, o que, em conseqüência,
redunda em problemas para a ambiência e, também, para os resultados.
Liderança refere-se a: qualidade de líder, capacidade de liderar, aquele que aponta a
direção. Tem-se, então, a nítida percepção – e assim é aprendido – de que as expressões “chefe”,
“gerente” e “líder” são palavras que têm a mesma equivalência, portanto, o seu emprego pode
variar tão somente pelo seu uso sinônimo. No entanto, há uma distância expressiva, separando
conceitualmente cada uma delas.
Ao referir-se ao termo líder, é possível constatar que ele é a personificação de alguém que
realiza, no passado, presente ou futuro, um grande feito. Teoricamente, esta pessoa é percebida
como alguém com a responsabilidade de resolver problemas que a maioria não é capaz de fazê-lo.
É comum notar que muitas pessoas, principalmente nas organizações formalmente constituídas,
depositam as suas esperanças neste tipo de comando.
No que tange ao “chefe” ou “gerente”, quando suas designações obedecem a questões
relacionadas à política interna das empresas, ao confiar as suas expectativas nele, o grupo deixa
de exercer a sua capacidade de criar soluções próprias, dificultam o seu desenvolvimento,
descrêem em si mesmos. Estes, conseqüentemente, não praticam a liderança.
Vê-se que o líder é uma figura permanente e assim tem sido durante muito tempo. A
tradição é reforçada à medida que novos líderes vão encontrando espaço para agir, e então a
crença mantém-se convicta a respeito do que a palavra exprime: uma grande pessoa, acima das
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outras. Todavia, liderança não se encaixa neste tipo de desempenho, ela distingue-se de líder pelo
seu enorme alcance, objetivos, resultados e na maneira de atuar, ainda que o dicionário não a
retrate desta forma.
Segundo Henrry Ford “a dificuldade é aquilo que se vê quando desviamos o olhar de
nossos objetivos.” Manter o grupo motivado e focado nas metas a serem alcançadas constitui o
principal papel do Líder, de fato. O seu olhar deve contemplar a visão do todo sem se descolar das
necessidades e expectativas da sua equipe e, também, manter-se atento aos objetivos estabelecidos
pela estratégia corporativa.
Liderança acontece oportunamente, não sendo algo que se mantém por tempo
indeterminado, exceto quando o líder mantém viva sua capacidade de reciclagem e, sobretudo,
atua na formação da sua sucessão, haja vista ser essa atitude, em essência, que se constituirá numa
estratégia que permitirá que ele avance para postos ainda mais elevados.
A liderança pode ser compreendida como um caminho a ser trilhado, contudo, nunca
acaba, e durante a trajetória, constrói-se a sabedoria de se relacionar com o outro. Não é bastante
se conhecer o caminho. É preciso trilha-lo, é imperativo que o líder deixe a sua marca por onde
passa!
O Líder deve promover uma comunicação permanente, partilhar o conhecimento, as metas
e ideais, comprometer-se comunitariamente, viabilizar mudanças, permitir-se o exercício de liderar
a todos os membros do grupo, e os preparar para estas práticas de forma constante. Portanto, na
liderança está contido o sentido de servir ao próximo: o seguidor. Diz-se com propriedade, que só
existe liderança se houver seguidores. Seguir, verdadeiramente por desejo próprio implica em
confiança e respeito, elementos que só estão presentes numa relação natural, madura e verdadeira,
nunca pela figura de um chefe constituído por delegação ou pressão política tão simplesmente.
Desfazer-se de idéias enraizadas é trabalhoso e requer reflexões que levem a construção de
novos conceitos, além de boa abertura e predisposição a adoção de novas práticas, constitui-se
condições imprescindíveis. Certa vez prestei consultoria a uma grande empresa na construção do
Plano Estratégico. Naquela oportunidade, percebi que apenas os Diretores e Gerentes de primeira
linha estavam participando do evento. Indaguei alguns dos presentes sobre os motivos pelos quais
outros integrantes da organização, lideres formais ou informais, não haviam sido convidados. Um
dos Diretores respondeu: “Lá na empresa sempre fizemos assim. Mantemos as pessoas cada um no
seu lugar. Não vejo motivo para convidar para um encontro dessa magnitude pessoas que tem
poder de influencia no grupo e que, por isto, podem atrapalhar nossos planos”.
A aprendizagem é parte essencial da liderança, compreendendo-se a maneira como cada
membro aprende, e através desta metodologia gerar mudanças, inclusive da conceituação
pertinente e acima comentada é fundamental. É possível desenvolver a liderança, exercendo-a em
várias oportunidades, porém, não há como mantê-la permanentemente, pois que nem sempre é
possível acionar as suas características básicas: influência ao invés de imposição, propósito
compartilhado, intenção, responsabilidade pessoal, mudança e seguidores ao invés de pessoas
obrigadas a cumprir um determinado papel.
Exercer a liderança requer também a quebra de paradigmas nos quais se entende que líder
é apenas um, e este é quem resolve os problemas. Significa o exercício compartilhado de todos do
grupo, incluindo a liderança em algumas oportunidades em que é evidenciada a necessidade de se
dar o exemplo, por determinado tempo – mostrar como se faz -. Não é por outra razão se não pela
estratificação do seu estilo próprio, que o líder consegue conduzir sua equipe. É, então, sair do
lugar comum e crescer, construindo conjuntamente a história da qual se faz parte. E que Deus nos
ajude!
Um Feliz Natal para todos os Administradores e Administradoras. Que em 2014, possamos
estar juntos. “Nós ajudamos a construir um País melhor e mais justo para todos.!”
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