PROF. DR. MARCELO MARTINS. COMPORTAMENTO ELÉTRICO DOS MATERIAIS – COMPLEMENTO. Conforme já demonstrado anteriormente, o diagrama de nível de energia para um átomo de sódio, indica que existem realmente três orbitais associados com o nível de energia 2p, e que cada um dos orbitais 1s, 2s e 2p é ocupado por dois elétrons. Essa distribuição de elétrons entre os vários orbitais é a manifestação do princípio da exclusão de Pauli, um importante conceito da mecânica quântica, que indica que nenhum dos dois elétrons pode ocupar precisamente o mesmo estado. Cada linha horizontal, mostrada na Figura 1, representa um orbital diferente, isto é, um único conjunto de três números quânticos. Cada tal orbital pode ser ocupado por dois elétrons porque eles estão em diferentes estados, isto é, eles têm "spins" opostos ou anti-paralelos, representando diferentes valores para o quarto número quântico. Figura 1: Diagrama de Nível de Energia para um átomo isolado de Sódio. O orbital mais externo (3s) está semi-preenchido por um único elétron. O próximo elemento na tabela periódica é o Magnésio (Mg), que preenche o orbital 3s com dois elétrons, que segundo o princípio da exclusão de Pauli, possuem spins opostos. Considere agora, uma molécula tetra-atômica, hipotética, de sódio, com estequiometria Na4, Figura 2. Os diagramas de energia para os elétrons internos (1s2 2s2 2p6) são essencialmente imutáveis. Entretanto, a situação para os quatros orbitais eletrônicos mais externos é afetada pelo princípio da exclusão de Pauli. Isso porque os elétrons deslocados FUNDAMENTOS DE C. M. COMPORTAMENTO ELÉTRICO – COMPLEMENTO. 1 PROF. DR. MARCELO MARTINS. estão sendo agora compartilhados por todos os quatro átomos na molécula. Esses elétrons não podem todos ocuparem um único orbital. O resultado é uma "explosão" do nível de energia 3s em quatro níveis moderadamente diferentes. Isso torna cada nível único e satisfaz o princípio da exclusão de Pauli. Seria possível produzir apenas dois níveis de energia ao invés de quatro, e cada um sendo ocupado por dois elétrons de spins opostos. De fato, o preenchimento dos orbitais com elétrons emparelhando uns com os outros num mesmo orbital, tende a ser postergado até todos os níveis de energia tenha um elétron. Isso é chamado de regra de Hund. Dessa forma, o resultado dessa subdivisão (splitting) é uma banda estreita de níveis de energia correspondendo ao que foi um simples nível 3s num átomo isolado. Um importante aspecto nessa estrutura eletrônica é que, como no nível 3s do átomo isolado, a banda 3s na molécula de Na4 está apenas semi-preenchida. Como consequência, a mobilidade eletrônica entre átomos adjacentes é muito alta. Figura 2: Diagrama de nível de energia para a molécula hipotética de Na4. Os quatro orbitais eletrônicos compartilhados, mais externos, estão detalhados em quatro níveis de energia moderadamente diferentes, conforme previsto pelo princípio da exclusão de Pauli. Uma simples extensão do efeito visto na molécula hipotética de quatro átomos é mostrado na Figura 3, na qual um grande número de átomos de sódio são unidos por ligações metálicas para produzir um sólido. Nesse sólido metálico, os elétrons internos aos átomos não estão diretamente envolvidos na ligação, e seus diagramas de energia permanecem FUNDAMENTOS DE C. M. COMPORTAMENTO ELÉTRICO – COMPLEMENTO. 2 PROF. DR. MARCELO MARTINS. essencialmente inalterados. Entretanto, o grande número de átomos envolvidos (isto é, da ordem do número de Avogadro) produz um número igualmente grande de detalhamentos de níveis de energia para os orbitais 3s mais externos. A faixa total de valores de energia para os vários orbitais 3s não é gande. Ao invés disso, o espaçamento entre os orbitais 3s adjacentes é extremamente pequeno. O resultado é uma banda de energia pseudo contínua correspondendo ao nível de energia 3s do átomo isolado. Como o átomo de sódio isolado, a molécula hipotética Na4, tem a banda de energia do elétron de valência no sólido metálico apenas semipreenchida, permitindo alta mobilidade dos elétrons pertencentes ao orbital mais externo através do sólido. Figura 3: Diagrama de nível de energia para o sódio sólido. O nível de energia 3s discreto da Figura 1 originou a pseudo-contínua banda de energia semipreenchida. Novamente, a "explosão" do nível de energia 3s é previsto pelo princípio da exclusão de Pauli. Produzida a partir dos elétrons de valência, a banda de energia da Figura 3 é também chamada de Banda de Valência. Uma importante conclusão é que os metais são bons condutores elétricos porque suas respectivas bandas de valência estão apenas parcialmente preenchidas. Esse conceito é válido, embora a natureza detalhada da banda de valência FUNDAMENTOS DE C. M. COMPORTAMENTO ELÉTRICO – COMPLEMENTO. 3 PROF. DR. MARCELO MARTINS. parcialmente preenchida é diferente em alguns metais. Por exemplo, no Magnésio (Z = 12), existem dois elétrons 3s que preenchem a banda de energia, a qual está apenas semiprenchida no Sódio (Z = 11). Entretanto, o Magnésio tem uma banda vazia maior que sobrepõe-se àquela preenchida dele mesmo. O resultado é uma banda de valência mais externa, apenas parcialmente preenchida. Uma "fotografia" mais detalhada da natureza da condução elétrica em metais é obtida considerando-se a maneira como a energia da banda varia com a temperatura. A Figura 3 mostrou que os níveis de energia na banda de valência são completamente preenchidos até o ponto médio da banda, e completamente vazio, acima. De fato, isso é verdadeiro na temperatura zero absoluto (0 K). A Figura 4 ilustra essa condição. A energia do estado mais altamente preenchido na banda de energia (em 0 K) é conhecido como Nível de Fermi (EF). Figura 4: A função de Fermi, f(E), descreve o preenchimento relativo dos níveis de energia. No zero absoluto (0 K), todos os níveis de energia estão preenchidos até o nível e Fermi, EF, e completamente vazios acima de EF. A extensão para a qual um dado nível de energia é preenchido é indicada pela função de Fermi, f(E). Isso representa a probabilidade de que um nível de energia, "E", seja ocupado por um elétron, e pode ter valores entre 0 e1. A 0K, f(E) é igual a 1 até EF e igual a zero, acima dele (EF). Esse caso limitante, 0K, é um estado que não é condutivo em termos de FUNDAMENTOS DE C. M. COMPORTAMENTO ELÉTRICO – COMPLEMENTO. 4 PROF. DR. MARCELO MARTINS. condução elétrica. Uma vez que os níveis de energia estão preenchidos, abaixo de EF, o estado condutivo requer que elétrons aumentem suas energias para um nível logo acima de EF, isto é, para níveis não ocupados. Essa promoção de energia requer alguma fonte de energia extena. Um meio de prover essa energia é por meio da energia térmica obtida pelo aquecimento do material a alguma temperatura acima de 0K. A função de Fermi resultante, f(E), é mostrada na Figura 5. Para T > 0, alguns dos elétrons logo abaixo de EF são promovidos para níveis não ocupados, logo acima de EF. A relação entre a função de Fermi, f(E), e a temperatura asoluta, T, é: f (E) = 1 e ( E − E F ) / KT +1 onde: K é a constante de Boltzmann (13,8 x10-24 J/K). No limite de T = 0K, a equação da função fornece corretamente a função step da Figura 4. Para T > 0K, ela indica que f(E) é essencialmente 1 muito aquém de EF e essencialmente zero muito acima de EF. Próximo de EF, o valor de f(E) varia de forma suave entre esses dois extremos. Em EF, o valor de f(E) é precisamente 0,5. Figura 5: Em T > 0K, a função de Fermi, f(E), indica a promoção de alguns elétrons acima de EF. FUNDAMENTOS DE C. M. COMPORTAMENTO ELÉTRICO – COMPLEMENTO. 5 PROF. DR. MARCELO MARTINS. À medida que a temperatura aumenta, a faixa sobre a qual f(E) cai de 1 para zero aumenta (Figura 6) e está de acordo com a magnitude de KT. Em resumo, os metais são bons condutores elétricos porque a energia térmica é suficiente para promover elétrons acima do nível de Fermi, isto é, para níveis de energia não ocupados. Nesses níveis (E > EF), a acessibilidade de níveis não cupados em átomos adjacentes, proporciona alta mobilidade dos elétrons de condução, conhecidos como elétrons livres através do sólido. Figura 6: Variação da função de Fermi, f(E), com a temperatura para um metal típico, com EF = 5 eV. Note que a faixa de energia sobre a qual f(E) cai de 1 para zero é igual à poucas vezes o produto KT. A discussão sobre bandas de energia até este ponto foi focada nos metais, bem como no fato de eles serem bons condutores elétricos. Considere agora, o caso de um sólido não metálico, carbono na estrutura do diamante, que é um condutor elétrico muito pobre. Os elétrons de valência nesse material ligado covalentemente são compartilhados entre átomos adjacentes. O resultado disso é que a banda de valência do diamante está cheia, isto é, preenchida. Essa banda de valência corresponde ao nível de energia híbrido sp3 de um átomo de carbono isolado, conforme Figura 7. FUNDAMENTOS DE C. M. COMPORTAMENTO ELÉTRICO – COMPLEMENTO. 6 PROF. DR. MARCELO MARTINS. Para promover elétrons para níveis de energia acima do nível sp3, num átomo isolado de carbono, requer que eles se movam para regiões acima da energia proibida. Semelhantemente para um sólido, a promoção de um elétron da banda de valência para a banda de condução, requer que ele vença o "gap" de energia da banda, Eg, conforme mostrado na Figura 8. Figura 7: Diagrama de níveis de energia para os elétrons orbitais no átomo de Carbono 12. Uma energia atrativa é negativa. Os elétrons 1s estão mais próximos do núcleo e mais fortemente ligados (-283,9eV). Os elétrons do orbital mais externo, têm uma energia de ligação de apenas -6,5eV. O nível zero de energia de ligação corresponde a um elétron completamente removido do potencial atrativo do núcleo. O conceito de um nível de Fermi, EF, ainda se aplica. Entretanto, EF, agora cai no centro do gap da banda. Na Figura 8, a função de Fermi, f(E), corresponde à temperatura ambiente (298K). Deve-se ter em mente que as probabilidades previstas por f(E) podem ser realizadas apenas nas bandas de valência e de condução. Elétrons são proibidos de ter níveis de energia dentro do gap da banda. Uma conclusão importante da Figura 8 é que f(E) é essencialmente igual a 1 por toda banda de valência e igual a zero por toda banda de condução. A inabilidade da energia térmica para promover um significante número de elétrons para a banda de condução, dá ao diamante sua característica de ser um isolante, ou um pobre condutor de eletricidade. FUNDAMENTOS DE C. M. COMPORTAMENTO ELÉTRICO – COMPLEMENTO. 7 PROF. DR. MARCELO MARTINS. Como um exemplo final, considere o Silício, com número atômico 14, acupando a lacuna logo abaixo do carbono na Tabela Periódica. No mesmo grupo da Tabela Periódica, o Silício comporta-se quimicamente de uma maneira similar ao Carbono. De fato, o Silício forma sólidos covalentemente ligados com a mesma estrutua cristalina que o diamante (a estrutura cúbica do diamante). Figura 8: Comparação da função de Fermi, f(E), com a estrutura de banda de energia para um isolante. Virtualmente, nenhum elétron é promovido para a banda de condução [f(E) = 0, lá] por causa da magnitude do gap da banda ( 2eV). A estrutura de banda do Silício (Figura 9) também parece muito similar àquela do diamante (Figura 8). A diferença primordial é que o Silício tem um menor gap entre as bandas (Eg = 1,107 eV, comparado com aproximadamente 6 eV do diamante). O resultado é que, à temperatura ambiente (298 K), a energia térmica promove um pequeno, mas significante, número de elétrons da banda de valência para a banda de condução. Consequentemente, buracos eletrônicos são produzidos na banda de valência e igual número de elétrons são excitados para a banda de condução. Esses buracos eletrônicos são carregadores de cargas positivos, por definição. Com ambos, carregadores de cargas positivos e negativos, presentes em moderados números, o Silício demonstra um valor razoável de condutividade elétrica, intermediária à dos metais e dos isolantes. FUNDAMENTOS DE C. M. COMPORTAMENTO ELÉTRICO – COMPLEMENTO. 8 PROF. DR. MARCELO MARTINS. Figura 9: Comparação da função de Fermi, f(E), com a estrutura da banda de energia para um semicondutor. Um número significante de elétrons é promovido para a banda de condução porque o "gap" entre as bandas é relativamente pequeno (< 2 eV). Cada elétron promovido cria um par de carregadores de carga (isto é, um par elétron/buraco). EXERCÍCIOS: 1 – Qual é a probabilidade de um elétron estar sendo termicamente promovido para a banda de condução no diamante (Eg = 5,6 eV) à temperatura ambiente (25ºC)? SOLUÇÃO: FUNDAMENTOS DE C. M. COMPORTAMENTO ELÉTRICO – COMPLEMENTO. 9 PROF. DR. MARCELO MARTINS. A expresão que dá a probabilidade de um elétron ser promovido da banda de valência para a banda de condução é a função de Fermi, f(E), que pode ser escrita como: f (E) = 1 e ( E − E F ) / KT +1 onde: a - "E" é o nível inferior da banda de condução, isto é, o limite para o elétron entrar na banda de condução. b – "Eg" é a diferença entre o limite superior da banda de valência e o limite inferior da banda de condução. c – Pela Figura 8, verifica-se que EF = (0,5).Eg, que pode ser escrita da seguinte maneira: E − EF = Eg 2 d – A constante de Boltzmann em unidades cgs é dada por: K = 86,20 x 10-6 eV/K. Assim, a função de Fermi fica: f (E) = 1 e Eg / 2 KT +1 = 1 e ( 5 , 6 ) / 2 ( 86 , 20×10− 6 ).298 +1 = 4,58 × 10 −48 2 – Qual é a probabilidade de um elétron estar sendo termicamente promovido para a banda de condução no Silício (Eg = 1,107 eV) à temperatura ambiente (25ºC)? SOLUÇÃO: f (E) = 1 e Eg / 2 KT +1 = 1 e (1,107 ) / 2 ( 86 , 20×10− 6 ).298 +1 = 4,39 × 10 −10 Mesmo esse número sendo muito pequeno, ele é 38 ordens de grandeza maior que o valor para o diamante, e é suficiente para criar carregadores de cargas suficientes (pares elétron/buraco) para proporcionar ao Silício suas propriedades semicondutivas. FUNDAMENTOS DE C. M. COMPORTAMENTO ELÉTRICO – COMPLEMENTO. 10 PROF. DR. MARCELO MARTINS. 3 - Qual é a probabilidade de um elétron estar sendo termicamente promovido para a banda de condução no diamante (Eg = 5,6 eV) à temperatura de 50ºC? SOLUÇÃO: f (E) = 1 e Eg / 2 KT +1 = 1 e ( 5 , 6 ) / 2 ( 86 , 20×10− 6 ).323 +1 = 2,11× 10 −44 4 - Qual é a probabilidade de um elétron estar sendo termicamente promovido para a banda de condução no Silício (Eg = 1,107 eV) à temperatura de 50ºC? SOLUÇÃO: f (E) = 1 e Eg / 2 KT +1 = 1 e (1,107 ) / 2 ( 86 , 20×10− 6 ).323 +1 = 2,32 × 10 −9 5 – Em qual temperatura o nível de energia da Prata de 5,60 eV será preenchido com 25% de elétrons? O nível de energia de Fermi para a Prata é de 5,48 eV. SOLUÇÃO: Pela função de Fermi, tem-se: f (E) = 1 e ( E −E F ) / KT +1 A variável está no denominador do expoente e para isolá-la faz-se: e ( E −E F ) / KT +1 = 1 f (E) e( E−E F ) / KT = 1 −1 f (E) Substituindo-se os valores, obtém-se: FUNDAMENTOS DE C. M. COMPORTAMENTO ELÉTRICO – COMPLEMENTO. 11 PROF. DR. MARCELO MARTINS. e ( 5, 6−5, 48) /( 86, 20×10 −6 )T = 1392,11 = 1,0986 T 1 −1 0,25 1392,11 T e T = 1267,2 K 1392 ,11 T =3 ln(e ) = ln(3) T = 994,2º C 6 – Gerar um gráfico comparável ao gráfico da Figura 6 nas temperaturas de 0K, 300K e 1000K para o Cobre, que tem o nível de Fermi de 7,04 eV. SOLUÇÃO: O primeiro passo a seguir é elaborar uma tabela com os valores das energias, que são os mesmos para todas as temperaturas, e relacioná-las com os valores de f(E), que são diferentes para cada temperatura. O cuidado a tomar durante a construção do gráfico é com relação aos pontos de inflexão das curvas. Nesses locais os valores das energias deverão ser mais sensíveis para obter-se uma melhor curvatura. FUNÇÃO DE FERMI A VÁRIAS TEMPERATURAS f(E) A 1000K f(E) A 300K f(E) A 0K 1,200 1,000 f(E) 0,800 0,600 0,400 0,200 0,000 3 4 5 6 7 8 9 10 ENERGIA (eV) Gráfico gerado pelo Excel. FUNDAMENTOS DE C. M. COMPORTAMENTO ELÉTRICO – COMPLEMENTO. 12 PROF. DR. MARCELO MARTINS. 1,1 0 1 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 9,0 9,5 10,0 1,1 1,0 1,0 0,9 0,9 0,8 f(E) A 1000K f(E) A 300K f(E) A 0K 0,7 f(E) 8,5 0,6 0,8 0,7 0,6 0,5 0,5 0,4 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,1 0,1 0,0 0,0 10,0 0 1 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 ENERGIA (eV) Gráfico gerado pelo Origin. 7 – Qual é a probabilidade de um elétron estar sendo promvido da banda de valência para a banda de condução no antimonieto de índio, InSb, a: (a) 25ºC e (b) 50ºC. A energia da banda para esse composto é de 0,17 eV. SOLUÇÃO: Usando-se a função de Fermi tem-se: (a) f (E) = (b) f (E) = 1 e Eg / 2 KT +1 1 e Eg / 2 KT + 1 = = 1 e ( 0 ,17 ) / 2 ( 86 , 20×10− 6 ).298 +1 1 e ( 0,17 ) / 2 (86, 20×10 −6 ).323 +1 = 0,0353 = 0,0451 FUNDAMENTOS DE C. M. COMPORTAMENTO ELÉTRICO – COMPLEMENTO. 13 PROF. DR. MARCELO MARTINS. 8 – Em que temperatura o diamante terá a mesma probabilidade de um elétron ser promovido para a banda de condução, que o Silício tem a 25ºC? A resposta desta questão indica a faixa de temperatura que o diamante pode passar a comportar-se de isolante para semicondutor. SOLUÇÃO: Para resolver esse problema deve-se igualar as funções de Fermi para o diamante à temperatura "T" com a do Silício à temperatura de 25ºC. As energias dos "gaps" são: Eg = 5,6eV para o diamante e Eg = 1,107eV para Silício. Assim, f ( E Diamante ) T = f ( E Si ) 25 ºC . f ( EDiamante ) = 1 e ( Eg ) Diamante / 2 KT e ( Eg ) D +1 / 2 KT = Substituindo-se os valores tem-se: 1 e ( Eg ) Diamante / 2 KT +1 1 e ( Eg ) Si / 2 K ( 298 ) = e ( Eg ) Si / 2 K ( 298 ) +1 = f ( ESi ) = e ( Eg ) ln(e ( Eg ) D Diamante / 2 KT 1 e ( Eg ) / 2 KT Si / 2 K ( 298 ) + 1 = e ( Eg ) ) = ln(e ( Eg ) ( Eg ) D ( Eg ) Si ( Eg ) D ( Eg ) Si = = 2 KT 2 K (298) T (298) T = 1507,5 K T = 1234,5º C Si Si +1 / 2 K ( 298 ) / 2 K ( 298 ) +1 ) 5,6 1,107 = T 298 9 – O Gálio forma compostos semicondutores com vários elementos do Gupo VA da Tabela Periódica. O "gap" da banda de energia, diminui sistematicamente à medida que aumanta o número atômico dos elementos do Grupo VA. Por exemplo, as energias dos "gaps" para os semicondutores GaP, GaAs e GaSb são: 2,25eV, 1,47eV e 0,68eV, respectivamente. Calcule a probabilidade de um elétron ser promovido para a banda de condução em cada um desses semicondutores a 25ºC. Sabendo-se que os números atômicos são: P (Z = 15), As (Z = 33) e Sb (Z = 51). SOLUÇÃO: FUNDAMENTOS DE C. M. COMPORTAMENTO ELÉTRICO – COMPLEMENTO. 14 PROF. DR. MARCELO MARTINS. 1 (a) Para o GaP. f (E) = (b) Para o GaAs. f (E) = (c) Para o GaSb. f (E) = e Eg / 2 KT +1 1 e Eg / 2 KT +1 1 e Eg / 2 KT +1 1 = e ( 2 , 25) / 2 (86, 20×10 = = −6 +1 ).298 1 e (1, 47 ) / 2 ( 86 , 20×10− 6 ).298 +1 1 e ( 0 , 68) / 2 (86, 20×10 −6 ).298 +1 = 9,55 × 10−20 = 3,75 × 10 −13 = 1,79 × 10 −6 10 – A tendência discutida no problema 9 (diminuir a energia do "gap" à medida que se aumenta o número atômico) é um comprtamento geral. Calcule a probabilidade de um elétron ser promovido para a banda de condução, a 25ºC, nos semicondutores II-VI: CdS e CdTe, que possuem energias dos "gaps" de 2,5eV e 1,50eV, respectivamente. Sabendo-se que o número atômico do Enxofre (S) é 16 e do Telúrio (Te) é 52. SOLUÇÃO: (a) Para o CdS. (b) Para o CdTe. f (E) = 1 e Eg / 2 KT + 1 f (E) = = 1 e Eg / 2 KT +1 1 e ( 2 , 5) / 2 (86, 20×10 = −6 ).298 +1 = 7,35 × 10−22 1 e (1, 5 ) / 2 ( 86 , 20×10− 6 ).298 +1 = 2,1× 10 −13 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: [1] SHACKELFORD, J.F. Introduction to Materials Science for Engineers. Ed. PRENTICE HALL, New Jersey, p. 432 – 438, 462 – 463, 1996. FUNDAMENTOS DE C. M. COMPORTAMENTO ELÉTRICO – COMPLEMENTO. 15