Concepções de linguagem e
ensino de português
João Wanderley Geraldi
O baixo nível de utilização da língua
Ocupa lugar privilegiado na chamada
“crise do sistema educacional brasileiro”;
• É necessário reconhecer um fracasso da
escola e do ensino de língua portuguesa
•
A escola ideal

No interior das contradições que se
presentificam na prática efetiva de sala de
aula, poderemos buscar um espaço de
atuação profissional em que se delineie
um fazer agora, na escola que temos,
alguma coisa que nos aproxime da escola
que queremos
A opção política e a sala de aula

Toda e qualquer metodologia de ensino
articula uma opção política com os
mecanismos utilizados em sala de aula;

Os conteúdos ensinados, o enfoque que se
dá a eles, as estratégias de trabalho com os
alunos, a bibliografia utilizada, o sistema de
avaliação, o relacionamento com os alunos,
tudo corresponderá ao caminho por que
optamos.
Para que ensinamos o que ensinamos?

Em língua portuguesa, uma resposta ao “para
que” envolve tanto uma concepção de
linguagem quanto uma postura relativamente à
educação
Concepções de Linguagem



A linguagem é a expressão do pensamento –
gramática tradicional ;
A linguagem é instrumento de comunicação –
o estruturalismo e o transformacionalismo;
A linguagem é uma forma de interação – a
linguística da enunciação.
A interação linguística


A língua só tem existência no jogo
que se joga na sociedade, na
interlocução. É no interior do seu
funcionamento que se pode
procurar estabelecer as regras do
jogo.
No ensino de língua é muito mais
importante estudar as relações que
se constituem entre os sujeitos no
momento em que falam do que
simplesmente estabelecer
classificações e denominar os tipos
de sentenças.
A democratização da escola

Trouxe outra clientela e com ela diferenças
dialetais bastantes acentuadas;

Variedade culta X variedade popular;

Uma “variedade lingüística ‘vale’ o que
‘valem’ na sociedade os seus falantes.
Uma variedade culta ou padrão
Associação à modalidade escrita;
 Associação à tradição gramatical;
 A dicionarização dos signos dessa
variedade;
 A consideração dessa variedade como
portadora legítima de uma tradição
cultural e de uma identidade nacional.

O aluno deve dominar que forma
de falar?

A linguagem se constitui no arame
farpado mais poderoso para bloquear o
acesso ao poder.
(GNERRE, 1978)
E a escola?


Respeitar e preservar a variedade
lingüística das classes populares;
As classes populares devem aprender a
usar a variedade lingüística socialmente
privilegiada.
Cabe ao Professor de Língua
Portuguesa

Ter presente que as atividades de
ensino deveriam oportunizar aos alunos
o domínio de outra forma de falar, o
dialeto padrão, sem que signifique a
depreciação da forma de falar
predominante em sua família em seu
grupo social.
Ensino da Língua ou ensino da
metalinguagem?
Uma coisa é saber a língua, isto é, dominar
as habilidades de uso da língua em
situações concretas de interação;
 Outra coisa é saber analisar a língua,
dominando conceitos e metalinguagens a
partir dos quais se fala sobre a língua, se
apresentam características estruturais e de
uso.

Para que ensinar língua portuguesa?
Essa resposta exige que
pensemos sobre o próprio
fenômeno do “ser professor”.
Tal reflexão ilumina toda a
atuação do professor em sala
de aula.
VALEU PESSOAL!
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