issn 0004-2730
30o Congresso brasileiro
de endocrinologia e
metabologia
novembro 2012
7 a 10 de novembro de 2012
Goiânia, GO
56
suplemento 5
Assistente editorial e financeira: Roselaine Monteiro
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comercial: Andrea Figueiro Gerente editorial: Cristiane Mezzari Coordenadora editorial: Sandra Regina Santana Assistente editorial: Camila Mesquita
Estagiárias de produção editorial: Aline Oliveira e Patrícia Harumi Designer: Flávio Santana Revisora: Glair Picolo Coimbra Produtor gráfico: Fabio
Rangel Cód. da publicação: 13474.10.12
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Preço da Assinatura: R$ 450,00/ano – Fascículo Avulso: R$ 55,00
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ARQUIVOS BRASILEIROS DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA.
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. – São Paulo, SP: Sociedade
Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, v. 5, 1955Nove edições/ano
Continuação de: Arquivos Brasileiros de Endocrinologia (v. 1-4), 1951-1955
Título em inglês: Brazilian Archives of Endocrinology and Metabolism
ISSN 0004-2730 (versões impressas)
ISSN 1677-9487 (versões on-line)
1. Endocrinologia – Periódicos 2. Metabolismo-Periódicos I. Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia II. Associação Médica Brasileira.
CDU 612.43 Endocrinologia
CDU 612.015.3 Metabolismo
Apoio:
Órgão oficial de divulgação
científica da SBEM – Sociedade
Brasileira de Endocrinologia e
Metabologia (Departamento da
Associação Médica Brasileira), SBD
– Sociedade Brasileira de Diabetes,
ABESO – Associação Brasileira para o
Estudo da Obesidade e Síndrome
Metabólica e SOBEMOM –
Sociedade Brasileira de Estudos do
Metabolismo Ósseo e Mineral
2011-2012
EDITOR-CHEFE
Comissão Editorial Nacional
Luiz Armando de Marco (MG)
Sérgio Atala Dib (SP)
Ana Luiza Silva Maia (RS)
Luiz Augusto Casulari R. da Motta (DF)
André Fernandes Reis (SP)
Luis Eduardo Calliari (SP)
Antônio Carlos Pires (SP)
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Carmen C. Pazos de Moura (RJ)
Mario Vaisman (RJ)
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departamentos da SBEM
Denise Pires de Carvalho (RJ)
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COEDITORES
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Renan M. Montenegro Jr. (CE)
Editor associado
internacional
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Adrenal e Hipertensão
Milena F. Caldato (PA)
Diabetes Melito
FUNDADOR
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EDITORES e CHEFES
DE REDAÇÃO*
1951-1955
Waldemar Berardinelli (RJ)
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1957-1972
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Dislipidemia e Aterosclerose
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Eliana Aparecida Silva (SP)
Endocrinologia Básica
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EndoCRINOLOGIA Feminina e
Andrologia
Alexandre Hohl (SC)
Endocrinologia Pediátrica
1995-2006
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2007-2010
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Geraldo Medeiros-Neto (SP)
Gil Guerra-Júnior (SP)
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Regina Célia S. Moisés (SP)
Ricardo M. R. Meirelles (RJ)
Rodrigo Oliveira Moreira (RJ)
Rui M. de Barros Maciel (SP)
Sandra R. G. Ferreira (SP)
Simão A. Lottemberg (SP)
Sonir Roberto Antonini (SP)
Suemi Marui (SP)
Tânia A. S. Bachega (SP)
Ubiratan Fabres Machado (SP)
Comissão Editorial Internacional
Helena Maria Ximenes (SP)
Carol Fuzeti Elias (EUA)
João Lindolfo C. Borges (DF)
Henrique de Lacerda Suplicy (PR)
Charis Eng (EUA)
Neuroendocrinologia
Ileana G. S. Rubio (SP)
Décio Eizirik (Bélgica)
Janice Sepuvelda Reis (MG)
Efisio Puxeddu (Itália)
Metabolismo Ósseo e Mineral
1991-1994
Rui M. de Barros Maciel (SP)
Francisco Bandeira (PE)
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Hans Graf (PR)
1966-1968*
Pedro Collett-Solberg (RJ)
1983-1990
Antônio Roberto Chacra (SP)
Edna T. Kimura (SP)
Eduardo Rochete Ropelle (SP)
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1978-1982
Armando de Aguiar Pupo (SP)
Edna Nakandakare (SP)
Saulo Cavalcanti da Silva (MG)
1964-1966*
Luiz Carlos Lobo (RJ)
1969-1972*
João Gabriel H. Cordeiro (RJ)
Eder Carlos R. Quintão (SP)
Manuel dos Santos Faria (MA)
Obesidade
Rosana Bento Radominski (PR)
João Roberto de Sá (SP)
Tireoide
Jorge Luiz Gross (RS)
Laura Sterian Ward (SP)
José Augusto Sgarbi (SP)
Representantes
das Sociedades Colaboradoras
José Gilberto H. Vieira (SP)
SBD
Josivan Gomes de Lima (RN)
Saulo Cavalcanti da Silva (MG)
ABESO
Leila Araujo (BA)
SOBEMOM
João Lindolfo C. Borges (DF)
Fernando Cassorla (Chile)
Franco Mantero (Itália)
Fredric E. Wondisford (EUA)
Gilberto Jorge da Paz Filho (Austrália)
Gilberto Velho (França)
James A. Fagin (EUA)
Laércio Joel Franco (SP)
John P. Bilezikian (EUA)
Léa Maria Zanini Maciel (SP)
Norisato Mitsutake (Japão)
Leandro Arthur Diehl (PR)
Patrice Rodien (França)
Luciano Giacáglia (SP)
Peter Kopp (EUA)
SBEM – Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia
Diretoria Nacional da SBEM 2011-2012
Presidente:
Airton Golbert
Vice-Presidente: Marise Lazaretti-Castro
Secretário Executivo: Josivan Gomes de Lima
Secretário Executivo Adjunto: Henrique de Lacerda Suplicy
Tesoureira Geral: Rosane Kupfer
Tesoureiro Geral Adjunto:
Luiz Henrique Maciel Griz
Rua Humaitá, 85, cj. 501
22261-000 – Rio de Janeiro, RJ
Fone/Fax: (21) 2579-0312/2266-0170
Secretária executiva: Julia Maria C. L. Gonçalves
www.sbem.org.br
[email protected]
Departamentos Científicos - 2011/2012
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
Adrenal e Hipertensão
Diabetes Mellitus
Representante
Presidente
Milena Caldato
Tv. Nove de Janeiro, 456, Umarizal
66000-000 – Belém, PA
Fone: (91) 3246-3939
[email protected]
Saulo Cavalcanti da Silva
Vice-Presidente
Luiz Alberto Andreotti Turatti
Secretário
Antônio Carlos Pires
TesoureiroIvan dos Santos Ferraz
Diretores
Adriana Costa e Forti
Rodrigo Nunes Lamounier
Balduino Tschiedel
Suplentes
Sérgio Atala Dib
Hermelinda Pedrosa
Rua Tomé de Souza, 830, 10o andar, cj. 1005, Savassi
30140-131 – Belo Horizonte, MG
Fone: (31) 3261-2927
www.diabetes.org.br
[email protected]
Dislipidemia e Aterosclerose
Endocrinologia Básica
Presidente
Maria Teresa Zanella
Presidente
Maria Tereza Nunes
Vice-Presidente
Fernando Flexa Ribeiro Filho
Vice-Presidente
Magnus R. Dias da Silva
Secretária
Gláucia Carneiro
SecretáriaTânia Maria Ortiga Carvalho
Tesoureira
Lydia Mariosa
Diretores
Celso Rodrigues Franci
Diretores
Sandra Roberta Vivolo
Doris Rosenthal
Fernando Giuffrida
Adelina Reis
Rodrigo Moreira
Suplentes
Catarina Segreti Porto
Ubiratan Fabres Machado
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Rua Leandro Dupret, 365, Vila Clementino
04025-011 – São Paulo, SP
Fone: (11) 5904-0400/Fax: (11) 5904-0401
[email protected]
Alameda dos Anapurus, ap. 21
04087-022 – São Paulo, SP
Fones: (11) 3091-7431/30917645
www.fisio.icb.usp.br
[email protected]
Departamentos Científicos - 2011/2012
Endocrinologia Feminina e
Andrologia
Endocrinologia Pediátrica
Presidente
Alexandre Hohl
Vice-Presidente
Paulo César Alves da Silva
Vice-Presidente
Ricardo M. R. Meirelles
Diretores
Aline Mota da Rocha
Presidente
Angela Maria Spinola-Castro
Diretores
Amanda Valéria Luna de Athayde
Carlos Alberto Longui
Carmen Regina Leal de Assumpção
Julienne Ângela Ramires de Carvalho
Dolores Perovano Pardini
Maria Alice Neves Bordallo
Poli Mara Spritzer
Marília Martins Guimarães
Ruth Clapauch
Suplentes
Claudia Braga Abadesso Cardoso
Maria Tereza Matias Baptista
Rodovia SC 401, Km 4, nº 3854
88032-005 – Florianópolis, SC
Fone: (48) 3231-0336
www.feminina.org.br • www.andrologia.org.br
[email protected]
Rua Pedro de Toledo, 980, cj. 52, Vila Clementino
04039-002 – São Paulo, SP
Fone: (11) 5579-9409/8259-8277
[email protected]/[email protected]
Metabolismo Ósseo e Mineral
Neuroendocrinologia
Presidente
João Lindolfo C. Borges
Presidente
Vice-Presidente
Victória Zeghbi Cochenski Borba
Vice-Presidente
Antônio Ribeiro de Oliveira Junior
Diretores
Cynthia Maria Alvares Brandão
Diretores
César L. Boguszewski
Luiz Claudio G. de Castro
Lucio Vilar
Luiz Henrique de Gregório
Luiz Antônio de Araújo
Luiz Henrique Maciel Griz
Mônica Gadelha
Av. Angélica, 1757, cj. 103, Higienópolis
01227-200 – São Paulo. SP
Fones: (11) 3822-1965/3826-4677
[email protected]
www.sobemom.org.br
Obesidade
Manuel dos Santos Faria
Luciana Ansanelli Naves
Suplentes
Marcello Delano Bronstein
Leonardo Vieira Neto
Av. Colares Moreira, 555
65075-441 – São Luis, MA
Fone: (98) 3217-4410
[email protected]
Tireoide
Presidente
Rosana Radominski
PresidenteLaura Sterian Ward
Vice-Presidente
Leila Araujo
Vice-Presidente
Carmen Cabanelas Pazos de Moura
Primeiro Secretário
Alexandre Koglin Benchimol
Secretária
Gisah Amaral de Carvalho
Segunda Secretária
Mônica Beyruti
Diretores
Cleber Pinto Camacho
Tesoureira
Cláudia Cozer
Vânia Maria Corrêa da Costa
Representantes da SBEM
Josivan Gomes de Lima
Rosalinda Camargo
Marcio Mancini
José Augusto Sgarbi
Suplentes
Ana Luiza Silva Maia
Célia Regina Nogueira
Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade
Rua Mato Grosso, 306, cj. 1711
01239-040 – São Paulo, SP
Fone: (11) 3079-2298/Fax: (11) 3079-1732
www.abeso.org.br
[email protected]
Rua Botucatu, 572, cj. 81, Vila Clementino
04023-061 – São Paulo, SP
Fone/Fax: (11) 5575-0311
www.tireoide.org.br
[email protected]
Comissões Permanentes - 2011/2012
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
Acompanhamento do Planejamento
Estratégico
Internacional
Presidente
César Boguszewski
Presidente
Airton Golbert
[email protected]
Membros
Ricardo M. R. Meirelles, Ruy Lyra,
Marisa Coral, Valéria Guimarães
[email protected]
Membros Valéria Guimarães, Thomaz Cruz,
Amélio F. Godoy Matos, Marcelo Bronstein
Campanhas em Endocrinologia
Presidente
Adriana Costa e Forti
[email protected]
Membros
Luiz Antônio Araújo, Vívian Ellinger
Científica
NORMAS, QUALIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO
Presidente
Ronaldo Neves
[email protected]
Vice-Presidente
Eduardo Dias
Membros
Diana Viegas,
Mauro A. Czepielewski,
Nilza Torres
Presidente
Marise Lazaretti-Castro
[email protected]
Membros Presidentes Regionais, Presidentes
dos Departamentos Científicos
Indicados pelas Diretorias
Ruy Lyra,
Doris Rosenthal,
Pedro Wesley,
Marcello Bertolucci
[email protected]
Comunicação Social
PESQUISAS
Presidente
Ricardo M. R. Meirelles
[email protected]
Editor ABEM
Sérgio Atala Dib
Membros
Marisa Helena César Coral,
Rosalvo Reis, Severino Farias
Educação Médica Continuada
Presidente Dalisbor Marcelo W. Silva
[email protected]
Membros
Laura Sterian Ward,
Luiz Susin,
Ruth Clapauch
Estatutos, Regimentos e Normas
Presidente Airton Golber
[email protected]
Membros
Gustavo Caldas,
Ronaldo Neves,
Alexandre Hohl,
Representante da Diretoria Nacional
Eduardo Pimentel
Ética e Defesa Profissional
Paritária – CAAEP
Presidente
Angela Maria Spinola-Castro
MembrosOsmar Monte, Maria Alice Neves Bordallo,
Gil Guerra Júnior, Luiz Claudio Castro,
Durval Damiani
Presidente Freddy Eliaschewitz
[email protected]
Membros Antônio Roberto Chacra,
Luiz Augusto Russo
Projeto Diretrizes
Coordenador
Luiz Claudio Castro
[email protected]
Adrenal e Hipertensão
Milena Caldato
Dislipidemia e Aterosclerose
Maria Tereza Zanella
Diabetes Mellitus
Saulo Cavalcanti da Silva
Endocrinologia Básica
Maria Tereza Nunes
Endocrinologia Feminina e Andrologia
Alexandre Hohl
Endocrinologia Pediátrica
Angela Maria Spinola-Castro
Metabolismo Ósseo e Mineral
João Lindolfo C. Borges
Neuroendocrinologia
Manuel dos Santos Faria
Obesidade
Rosana Radominski
Tireoide
Laura Sterian Ward
Título de Especialista em
Endocrinologia
e Metabologia
Corregedor
João Modesto
[email protected]
Vice-CorregedorItairan de Silva Terres
1º vogalTeiichi Oikawa
2º vogal
Ney Cavalcanti
3º vogal
Victor Gervásio e Silva
4º vogal
Neuton Dornellas
5º vogal
Maite Chimeno
[email protected]
História da Endocrinologia
Valorização de Novas Lideranças
Presidente
Luiz César Povoa
[email protected]
Membros
Adriana Costa e Forti, Thomaz Cruz
Presidente
Presidente: Francisco Bandeira
Vice-Presidente: Osmar Monte
Membros: Adelaide Rodrigues, César Boguszewski,
Lucio Vilar, Marisa Helena César Coral,
Marilia Guimarães
André Gustavo P. de Sousa
[email protected]
Vice-Presidente
Fernando Ghershman
Sociedades e Associações Brasileiras
na Área de Endocrinologia e Metabologia
SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes
Diretoria Nacional da SBD (2012/2013)
Presidente
Vice-Presidentes
1o Secretário
2a Secretária
1o Tesoureiro
2o Tesoureiro
Conselho Fiscal
Balduino Tschiedel
Hermelinda Cordeiro Pedrosa
Lenita Zajdenverg
Levimar Rocha Araújo
Luiz Alberto Andreotti Turatti
Reine Marie Chaves Fonseca
Domingos Augusto Malerbi
Cristina Figueiredo Sampaio Façanha
Antonio Carlos Lerário
João Eduardo Nunes Salles
Geísa Maria Campos de Macedo
Luiz Antonio de Araujo
Marcos Cauduro Troian
Silmara Oliveira Leite
Rua Afonso Brás, 579, cj. 72/74
04511-011– São Paulo, SP
Fone/Fax: (11) 3842-4931
[email protected]
www.diabetes.org.br
Secretária Executiva: Kariane Krinas Davison
Gerente Administrativa: Anna Maria Ferreira
ABESO – Associação Brasileira para o Estudo
da Obesidade e Síndrome Metabólica
Diretoria Nacional da ABESO (2010-2012)
Presidente
Vice-Presidente
1o Secretário Geral
2a Secretária Geral
Tesoureira
Rosana Radominski
Leila Araujo
Alexandre Koglin Benchimol
Mônica Beyruti
Cláudia Cozer
Rua Mato Grosso, 306, cj. 1711
01239-040 – São Paulo, SP
Fone: (11) 3079-2298/Fax: (11) 3079-1732
Secretária: Luciana Bastos
[email protected]
www.abeso.org.br
SOBEMOM – Sociedade Brasileira de Estudos
do Metabolismo Ósseo e Mineral
Diretoria Nacional da SOBEMOM (2011-2013)
Presidente
Vice-Presidente
Secretária Geral
2o Secretário
Tesoureiro Geral
2a Tesoureira
Conselho Fiscal
João Lindolfo C. Borges
Victória Zeghbi Cochenski Borba
Cynthia Maria Alvares Brandão
Nilson Roberto de Melo
Luiz Claudio Gonçalves de Castro
Ana Patricia de Paula
Marise Lazaretti-Castro,
Dalisbor Macerlo Weber Silva,
Francisco Alfredo Bandeira e Farias
Av. Angélica, 1757, cj. 103, Higienópolis
01227-200 – São Paulo. SP
Fones: (11) 3822-1965/3826-4677
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TrabalhoS Científicos
Trabalhos
Científicos
A AVALIAÇÃO CIENTÍFICA DOS RESUMOS FOI REALIZADA PELA COMISSÃO CIENTÍFICA DESTE EVENTO.
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
ADRENAL E HIPERTENSÃO
1
ASSOCIAÇÃO DE FEOCROMOCITOMA E CARCINOMA DE CÉLULAS RENAIS: UM CASO ATÍPICO – APARECIMENTO TARDIO E
FEOCROMOCITOMA MALIGNO....................................................................................................................................................S201
Moura, L. G.; Mourão, G. F.; Muniz, A. L. R.; Rodrigues, M. M. N.; Silva, B. A. C.; Calsolari, M. R.; Noviello, T. B.; Rosário, P. W.
2
ASSOCIAÇÃO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E SEDENTARISMO COMO RISCOS CARDIOVASCULARES SOMADOS AO
TABAGISMO...................................................................................................................................................................................S201
Mendes, L. J.; Nunes, M. A.; Chalegre, C. M. S.; Kim, I. C.; Menezes, F. T. L.; Melo, J. C. M.; Dantas, D. R. G.
3
CARCINOMA ADRENAL ASSOCIADO À SÍNDROME DE CUSHING................................................................................................S201
Aires, D. K. X.; Fagundes, T. C.; Gomes, P. B.; Félix, T. A. A.; Paz, B. C. S.; Maroccolo, R. R.; Porto, A. L.; Batista, M. C. P.
4
CARCINOMA ADRENAL, SÍNDROME DE CUSHING E HIPERALDOSTERONISMO: RELATO DE CASO...............................................S201
Magalhães, R. S. C.; Reis, M. D. S. L. C.; Maia, C. P.; dos Santos, J. C. V.; Faria, I. M.; Braucks, G. R.; Amorim Júnior, A. C.
5
CARCINOMA ADRENAL: SÉRIE DE CASOS.....................................................................................................................................S202
Souza Júnior, J. A.; Santos, L. R.; Freire, A. C. T. B.; Aum, P. M. P.; Camara, M. F.; Scalissi, N. M.; Lima Júnior, J. V.
6
CARCINOMA ONCOCÍTICO ADRENAL – UMA RARA DOENÇA E DE DIFÍCIL DIAGNÓSTICO........................................................S202
Teixeira, N. M.; Alves, J. M.; Fiorin, D.; Valadão, S. V.; Gentili, A. C.; Cavalcanti T. C.; Rodrigues, A. M.
7
CARCINOMA POUCO DIFERENCIADO EM CÓRTEX DA GLÂNDULA SUPRARRENAL ASSOCIADO A CARCINOMA PAPILÍFERO
DE TIREOIDE: RELATO DE CASO......................................................................................................................................................S203
Pallone, C. R. S.; Santos, R. A.; Marino, E. C.; Campos, R. G.; Tavares, M. C. S.; Luz, N. M.; Pirozzi, F. F.; Pires, A.C.
8
CRISE ADRENAL PRECIPITADA PELA REPOSIÇÃO COM LEVOTIROXINA NA SUSPEITA DE SÍNDROME POLIGLANDULAR AUTOIMUNE
TIPO 2: RELATO DE CASO...............................................................................................................................................................S203
Bizarro, V. R.; Santos, J. C. S.; Bizarro, V.; Araujo, L. M. M.; Rocha, D. R. T. W.; Jorge, A. R.; Arbex, A.K.
9
DOENÇA DE ADDISON POR PARACOCCIDIOIDOMICOSE: RELATO DE CASO..............................................................................S203
Melo, M. C.; Menezes, A. D.; Barros, B. P.; Galvão, A. L. V.; Ferreira, R. D.; Conceição, S. A.
10
EFEITO BENÉFICO DA DEXAMETASONA NA HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA NÃO CLÁSSICA...............................................S204
Gardin, F. F. G.; Furuta, T. S.; Cunha, L. B.; Callado, C.; Nicolau, A. L.; Arbex, A. K.; Lana, J. M.
11
FEOCROMOCITOMA ASSOCIADO À NEUROFIBROMATOSE DO TIPO 1: RELATO DE CASO...........................................................S204
von Linsingen, C.; Spada, F.; Zanini, E. P. L.; Nishimori, F.; Zagury, R. L.; Vieira Neto, L.
12
FEOCROMOCITOMA COMO CAUSA DE INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO EM PACIENTE JOVEM: RELATO DE CASO...............S204
Scalfi, V. M.; Silva, E. D.; Annichino, L. R. A.; Castilho, L. N.; Cardoso, F. O. M.; Divitiis, M. J. L. S.; Domenico, C. M.; Silva, A. M.
13
FEOCROMOCITOMA MALIGNO E NEUROFIBROMATOSE: RELATO DE CASO................................................................................S205
Aum, P. M. P.; Silva, A. Z.; Marone, M. M. S.; Hilário, L. N.; Ribas, C.; Scalissi, N. M.; Lima Júnior, J. V.
14
FEOCROMOCITOMA MALIGNO EM UM PACIENTE COM NEUROFIBROMATOSE TIPO 1 (NF1)......................................................S205
Almeida, M. T.; Almeida, M. Q.; Chambo, J. L.; Soares, I. C. S.; Bronstein, M. D.; Hoff, A. A. F. O.; Fragoso, M. C. B. V.
15
GRANDE CARCINOMA ADRENOCORTICAL PRODUTOR DE CORTISOL ASSINTOMÁTICO.............................................................S205
Marques, T. F.; Beserra, S. R.; Maciel, P. A. G.; Coutinho, D. R. B.; Pequeno, C. P.; Filho, J. M. N. C.; Feitosa, I. D.; Figueiredo, P. R. L.
16
HIPERPLASIA ADRENAL MACRONODULAR: APRESENTAÇÃO DE UM CASO...................................................................................S206
Diniz, E. T.; Marques, T. F.; Martins, A. L. B.; Vasconcelos, R. S.; Siqueira Neto, M. L.; Lima, H. O.; Griz, L.
17
METÁSTASE ADRENAL DE ANGIOSSARCOMA HEPÁTICO COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE CARCINOMA ADRENAL........S206
Magno, G. M.; De Souza Júnior, J. A.; Silva, A. Z.; Cabral, L. M.; Bastos, R. M.; Scalissi, N. M.; Lima Júnior, J. V.
18
NOVO MÉTODO PARA A DETERMINAÇÃO DE DHEA NO SORO POR DILUIÇÃO ISOTÓPICA E CROMATOGRAFIA LÍQUIDA
ACOPLADA À ESPECTROMETRIA DE MASSAS EM TANDEM...........................................................................................................S207
Nakamura, O. H.; Cardozo, K. H. M.; Biscolla, R. P. M.; Brandão, C. M. A.; Vieira, J. G. H.; Carvalho, V. M.
19
PREVALÊNCIA DE HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO EM FERNANDÓPOLIS E PADRONIZAÇÃO DOS SEUS MÉTODOS
LABORATORIAIS.............................................................................................................................................................................S207
Franciscon, L. M. G. S.; Vinhola, S. M.; Merli, B. L. A.; Giavarina, V. I.; Gomes, M. A. R.; Oliveira Neto, J. B.; Fonseca, I. A.; Martines, M. P.
20
PSEUDOCISTO HEMÁTICO DE GLÂNDULA SUPRARRENAL.............................................................................................................S207
Brandão, D. A.; Madeira, M.; Cordeiro, N.; Rivelli, G.; Gabilão, I.; Kasuki, L.
21
PSEUDOCISTO HEMÁTICO DE GLÂNDULA SUPRARRENAL.............................................................................................................S208
Coutinho, E. A. F.; Brandão, D. A.; Cordeiro, N.; Rivelli, G. R.; Netto, I.G.; Kasuki, L.
22
PARAGANGLIOMA EM ADULTO JOVEM COM HISTÓRIA PRÉVIA DE FEOCROMOCITOMA NA INFÂNCIA: RELATO DE CASO.......S208
Soares, J. O.; Candioto, S. L.; Fonseca, I. F. A.; Nascimento, L. M. V.; Andrade, A. E. M.; Braziliano, C. B.; Almeida, H. G.; Leão, L. M. C. S. M.
23
HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA FORMA CLÁSSICA COM DIAGNÓSTICO TARDIO: RELATO DE CASO..................................S208
Camara, M. F.; Maxta, I. A.; Mandel, F.; Lima Júnior, J. V.; Toledo, L. G. M.; Mendes, R. E.; Scalissi, N. M.
24
PACIENTE COM FEOCROMOCITOMA MALIGNO IRRESSECÁVEL E HIPERCALCEMIA: RELATO DE CASO.......................................S209
Sá, M. A.; Madruga, I. D.; Valeriano, A. M.; Gomes, C. L.; Beltrão, F. E. L.; Farias, M. B.; França, T. C.
25
SÍNDROME DE GARDNER E ADENOMA ADRENAL: RELATO DE CASO............................................................................................S209
Souza Júnior, J. A.; Santos, L. R.; Cyrulnik, F. M. B.; Oliveira, F. M.; Mendes, R. E.; Scalissi, N. M.; Lima Junior, J. V.
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
26
SÍNDROME DE CUSHING ACTH-INDEPENDENTE COM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE ADRENAIS NORMAL...................S209
Conceição, F. L.; Giorgetta, J. M.; Blotta, F. G. S.; Cunha Neto, S. H.; Vieira Neto, L.
27
SÍNDROME DE CUSHING SUBCLÍNICA DECORRENTE DE INCIDENTALOMAS ADRENAIS BILATERAIS.............................................S210
Coutinho, E. A. F.; Rivelli, G. R.; Netto, I. G.; Brandão, D. A.; Cordeiro, N.; Kasuki, L.; Braz, R.
BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR/GENÉTICA
28
A NOVEL HETEROZYGOUS OTX2 DELETERIOUS VARIANT (P.H230L) IN A PATIENT WITH HYPOPITUITARISM AND ECTOPIC
POSTERIOR PITUITARY WITHOUT EYE MALFO..................................................................................................................................S210
Carvalho, L. R. S.; Moreira, M.; França, M.; Otto, A.P.; Correia, F.; Arnhold, I. J. P.; Mendonca, B. B.; Camper, S.A.
29
A PROTEÍNA CARREADORA DO RETINOL 4 COMO BIOMARCADOR DE RISCO CARDIOVASCULAR E RESISTÊNCIA À INSULINA EM
PORTADORAS DE DIABETES TIPO 2................................................................................................................................................S210
Comucci, E. B.; Vasques, A. C. J.; Silva, C. C.; Calixto, A. R.; Regiani, D.; Geloneze, B.; Pareja, J. C.; Tambascia, M. A.
30
ANÁLISE DO POLIMORFISMO DE GSTM1 E GSTT1 POR PCR EM TEMPO REAL MULTIPLEX EM ESTUDO CASO CONTROLE NA
SUSCETIBILIDADE AO DIABETES TIPO 2...........................................................................................................................................S211
Pinheiro, D. S.; Filho, C. R. R.; Mundim, C. A.; Ulhoa, C. J.; Ghedini, P. C.; Reis, A. A. S.
31
ANÁLISE MOLECULAR DO GENE SOX3 EM PACIENTES PORTADORES DE DEFICIÊNCIA COMBINADA DE GH E EM CONTROLES
NORMAIS PELA TÉCNICA DE MLPA................................................................................................................................................S211
Madeira, J. L. O.; França, M. M.; Otto, A. P.; Correa, F.; Funari, M.; Arnhold, I. J. P.; Mendonça, B. B.; Carvalho, L. R.
32
DISPLASIA GELEOFÍSICA: RELATO DE CASO...................................................................................................................................S211
Mendes, R. M.; Bandeira, L. G.; Garcia, R. A.; Penedo, P. H.; Cardozo, R. R.; Carvalho L. M.; Araujo, R. O.
33
GENE RSPO1 & DDS 46,XX TESTICULAR SRY-NEGATIVO: NOVA MUTAÇÃO CAUSA FENÓTIPO VARIÁVEL EM UMA GRANDE
FAMÍLIA CONSANGUÍNEA.............................................................................................................................................................S212
Silva, R. B.; Nishi, M. Y.; Domenice, S. D.; Carvalho, L. C.; Mendonca, B. B.
34
NOVA MUTAÇÃO DETECTADA NO GENE WFS1 EM PACIENTE PORTADOR DE DIABETES MELLITUS, PERDA AUDITIVA E ATROFIA
ÓPTICA..........................................................................................................................................................................................S212
Socachewsky, L. D. A.; Sato, M. T.; Pilotto, R. F.
35
ROSUVASTATINA MELHORA O METABOLISMO GLICÍDICO, NAFLD E DISTRIBUIÇÃO DO TECIDO ADIPOSO EM CAMUNDONGOS
C57BL/6 ALIMENTADOS COM DIETA HIGH FAT.............................................................................................................................S213
Ferreira, R. N.; Vilanova, L. C. S.; Carvalho, J. J.
36
SÍNDROME DE BERARDINELLI-SEIP: RELATO DE CASO....................................................................................................................S213
Sandoval, M. F.; Cabral, M. R. S.; Melo, M. A.; Borges, D. R.; Rodrigues, J. R.; Landim, G. A. C. P.; Queiroz, C. S.
37
SÍNDROME DE MCCUNE ALBRIGHT COM ALTERAÇÕES FENOTÍPICAS DE HIPERTIREOIDISMO......................................................S213
Garcia, R. A.; Cardoso, M. T. O.; Bandeira, L. G.; Andrade, I. G.; Mendes, R. M.; Cardoso, R. R. S.; Carvalho, L. M.
DIABETES
38
24-HOUR BLOOD PRESSURE HOMEOSTASIS IN SUBJECTS WITH DIFFERENT DEGREES OF GLUCOSE TOLERANCE..........................S214
Piccoli, V.; Smith, A. L.; Fabbrin, A.; Santos, M.; von Frankenberg, A. D.; Nascimento, F. V.; Canani, L. H.
39
AÇÃO ACERTE O ALVO: AVALIAÇÃO DO CONTROLE METABÓLICO E PREVALÊNCIA DE COMPLICAÇÕES CRÔNICAS DO
DIABETES MELLITUS NA REGIÃO OESTE DO PARANÁ.....................................................................................................................S214
Pescador, M. V. B.; Zanuzzo, F.; Pescador, S. V. B.; Ceranto, D. F. B.; Machado, R.; Kalinowski, I. C. B.; Rotta, L. S.; Vilas Boas, J. A.
40
ALERGIA À INSULINA......................................................................................................................................................................S215
Réa, R. R.; Valadao, L. S.; Polesel, M. G.
41
ALERGIA ÀS INSULINAS HUMANAS E ANÁLOGOS: EVOLUÇÃO DE PACIENTE SUBMETIDA A UM PROTOCOLO DE INDUÇÃO DE
TOLERÂNCIA À INSULINA HUMANA...............................................................................................................................................S215
Silva, M. C.; Ronsoni, M. F.; Colin, C.; Schreiber, C. S. O.; Kowalski, M. E.; Batti, M. A. C. S. B.; Mazzuco, R. M.
42
ANÁLISE DE RELAÇÃO ENTRE DIABETES E DEPRESSÃO EM UM GRUPO DE IDOSOS – RESULTADOS PARCIAIS..............................S215
Ramos, M. A. B. P.; Oliveira, I. F.; Magalhães, F. O.; Silva, D. E. S.; Lopes, T. N. C.; Araujo, J. N.; Leão, B. C.
43
ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 2 E PREVALÊNCIA DE COMPLICAÇÕES...S216
Francisco, B. D. S.; Campos, A. C. N.; Martins, S.; Scalissi, N. M.; Salles, J. E. N.
44
ASSOCIAÇÃO DE APNEIA DO SONO COM HIPERTENSÃO ARTERIAL E COM SÍNDROME METABÓLICA EM DIABÉTICOS
TIPO 2.............................................................................................................................................................................................S216
Paula, A. S. L.; Santana, A. N. C.; Sete, A. R. C.
45
ASSOCIAÇÃO ENTRE DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D E FUNÇÃO RENAL NORMAL EM INDIVÍDUOS COM DIABETES MELITO
TIPO 2.............................................................................................................................................................................................S216
Camargo, E. G.; Cheuiche, A. V.; Araújo, G. N.; Silveiro, S. P.
46
ASSOCIAÇÃO ENTRE DIABETES MELLITUS E HIPOTIREOIDISMO AUTOIMUNE: RESULTADOS PARCIAIS...........................................S217
Thirone, A. C. P.; Magalhães, F. O.; Rocha, G. H. C.; Ribeiro, V. M. F. C. R.; Ferreira, G. C.; Caetano, J. A.; Galhardi, A. L. T.
47
ASSOCIAÇÃO ENTRE DIABETES MELLITUS TIPO 2 E FENÓTIPO DE RIGIDEZ ARTERIAL EM UMA AMOSTRA DA POPULAÇÃO
GERAL............................................................................................................................................................................................S217
Alvim, R. O.; Santos, P. C. J. L.; Musso, M. M.; Cunha, R. S.; Mill, J. G.; Krieger, J. E.; Pereira, A. C.
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
48
ASSOCIAÇÃO ENTRE HIPOTIREOIDISMO E CETOACIDOSE DIABÉTICA..........................................................................................S217
Chalegre, C. M. S.; Feitosa, V. A.; Mendes, L. J.; Cavalcanti, M. C.
49
ASSOCIATION BETWEEN ERECTILE DYSFUNCTION IN TYPE 2 DIABETES MELLITUS HYPERTENSIVE PATIENTS AND
ECHOCARDIOGRAPHIC VARIABLES...............................................................................................................................................S218
Severo, M. D.; Leiria, L. F.; Ledur, P. S.; Becker, A. D.; Aguiar, F. M.; Gus, M.; Schaan, B. A.
50
AVALIAÇÃO DA COMORBIDADE DE DIABETES E HIPERTENSÃO EM PACIENTES DA UNIDADE DE SAÚDE MUNICIPAL DA
GUANABARA..................................................................................................................................................................................S218
Pontes, C. D. N.; Serruya, T.; Demachki, N.
51
AVALIAÇÃO DA FREQUÊNCIA DE ANTICORPOS ANTICÉLULA PARIETAL, ANTIFATOR INTRÍNSECO E ANEMIA PERNICIOSA EM
PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 1..................................................................................................................................S218
Ferraz, A. L.; Dantas, J. R.; Laudier, A. A.; Barone, B.; Zajdenverg, L.; Rodacki, M.; Oliveira, J. E. P.
52
AVALIAÇÃO DA GLICEMIA E DA HEMOGLOBINA GLICADA COMO CRITÉRIOS PARA O DIAGNÓSTICO DE DIABETES
MELLITUS TIPO 1.............................................................................................................................................................................S219
Proença, A. F. P.; Rezek, G. S. S.; Araújo, M. F. A.; Rezende, C. A. C.; Toniolo, J. V.; Ferreira, M. R.; Araújo, A. C. M.
53
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM DIABÉTICOS PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA INTERDISCIPLINAR DE
EDUCAÇÃO EM DIABETES..............................................................................................................................................................S219
Couto, J. S.; Silva, C. P.; Soares, L. S.; Lacerda, A. M.; Krepker, F. F.; Mendonça, M. D. V.; Costa, M. B.
54
AVALIAÇÃO DO DIAGNÓSTICO INICIAL DE DIABETES MELLITUS TIPO 1 NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES CARNEIRO
ENTRE OS ANOS 2007 E 2012........................................................................................................................................................S220
Coelho, M. C.; Mendes, L. J.; Chalegre, C. M. S.; Feitosa, V. A.
55
AVALIAÇÃO DO NÚMERO DE PACIENTES INTERNADOS POR DIABETES MELLITUS (DM) NA POPULAÇÃO PEDIÁTRICA E
HERBIÁTRICA NA REGIÃO SUDESTE................................................................................................................................................S220
Pacheco, C. F. V.; Sutti, D.; Barcelos, R. N.; Biancardi, N. F.; Biancardi, M. F.; Saavedra, P. C.; Guimarães, F. F.
56
AVALIAÇÃO DO PERFIL GLICÍDICO EM GRÁVIDAS DO AMBULATÓRIO DE OBSTETRÍCIA DE UMA MATERNIDADE DE
VITÓRIA-ES.....................................................................................................................................................................................S220
Itaborahy, L. M.; Guimarães, R. V.; Peseto, R. P.; Lima, M. M. S.; Casini, A. F.; Lacerda,T. S. G.; Ruschi, G. E. C.; França, L. C.
57
AVALIAÇÃO DO QUADRO CLÍNICO NO DIAGNÓSTICO DE DM1 EM PACIENTES DO AMBULATÓRIO DE ENDOCRINOLOGIA
DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO........................................................................................................................................................S221
Mendes, L. J.; Cavalcanti, M. C.; Chalegre, C. M. S.; Feitosa, V. A.
58
AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO DAS COMORBIDADES DO DIABÉTICO TIPO 2 PELA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE........................S221
Sugita, T. H.; Gomes, H. L. F; Yamamoto, R. M.
59
AVALIAÇÃO DOS FATORES DE RISCO E USO DE MEDICAÇÃO EM PACIENTES DIABÉTICOS EM UNIDADES BÁSICAS
DE GOIÂNIA...................................................................................................................................................................................S221
Sugita, T. H.; Gomes, H. L. F.; Yamamoto, R. M.
60
BENEFÍCIO DO USO DO ESQUEMA DE INSULINA BASAL-BOLUS NO TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS TIPO 2.......................S222
Araújo, F. A. S.; Almeida, L. H. E.; Rocha, D. R. T. W.; Arbex, A. K.
61
CAMPANHA DE PREVENÇÃO DO DIABETES EM JUIZ DE FORA/MG: PERFIL DE UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS........................S222
Marquito, A. B.; de Paula, R. B.
62
CARACTERÍSTICAS DOS PACIENTES PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO 1 AO DIAGNÓSTICO: UMA VISÃO
EVOLUTIVA DE DOIS PERÍODOS NOS ÚLTIMOS 35 ANOS...............................................................................................................S222
Coutinho, C. A.; Noronha, R.; Monte, O.; Calliari, L. E. P.
63
CAUSAS MAIS FREQUENTES DE INTERNAÇÃO EM PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE DIABETES MELLITUS TIPO 1
NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES CARNEIRO.......................................................................................................................S223
Chalegre, C. M. S.; Mendes, L. J.; Feitosa, V. A.; Cavalcanti, M. C.
64
CETOACIDOSE DIABÉTICA, PRIMODIAGNÓSTICO DE DIABETES TIPO 1 E IDOSA DE 72 ANOS: UMA RARA COMBINAÇÃO.........S223
Rodrigues, M. M. N.; Calsolari, M. R.; Moura, L. G.; Mourão, G. F.; Muniz, A. L. R.; Noviello, T. B.; Rosário, P. W. S.; Silva, B. A. C.
65
DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D (25 OHD) E PREVALÊNCIA DE DIABETES.........................................................................................S223
de Paula, C. A.; Valle, P. O.; Costa, P. S.; Correa, R. C.; Paraguassu, B. R.; Pereira, N. G. B.; Filho, F. F.; Santomauro, A. T.
66
DETERMINAÇÃO DE MENOR DOSE TERAPÊUTICA EFETIVA DO EXTRATO AQUOSO A FRIO DE PLATHYMENIA RETICULATA
ARA CONTROLE GLICÊMICO........................................................................................................................................................S224
Magalhães, F. O.; Uber-Buceck, E.; Ceron, P. I. B.; Name, T. F.; Amuy, F. F.; Silva, F. C.; Scorsolin, V. C.
67
DETERMINANTS OF b-CELL DISFUNCTION IN SUBJECTS WITH DIFFERENT DEGREES OF GLUCOSE TOLERANCE.............................S224
Nascimento, F. V.; Piccoli, V.; Smith, A. L.; Fabbrin, A.; Santos, M. F.; Frankenberg, A. D.; Canani, L. H.
68
DIABETES COMO PRINCIPAL FATOR DE RISCO PARA DOENÇA CORONARIANA EM PACIENTES ATENDIDOS NAS UNIDADES
BÁSICAS DE SAÚDE DE OURO PRETO, MG.....................................................................................................................................S224
Silva, J. F. M.; Resende, N. M.; Silva, L. A. M.; Gontijo, R. V.
69
DIABETES FLATBUSH: RELATO DE CASO..........................................................................................................................................S225
Magalhães, R. S.; Reis, M. D. S. L. C.; Santos, J. C. V.; Maia, C. P.; Corrêa, M. V.; Balderrama, N. R.; Faria, I. M.
70
DIABETES MELLITUS (DM): A INFLUÊNCIA DO ESTILO DE VIDA NESTA DOENÇA CRÔNICA...........................................................S225
Rocha, I. C.; Brandão, J. F. N.; Nachtigall, M. C.; Borges, M. D.
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
71
DIABETES MELLITUS TIPO 1 E POLIRRADICULOPATIA DESMIELINIZANTE INFLAMATÓRIA CRÔNICA: RELATO DE CASO..................S226
Pinho, V. C. M. F.; Paula, S. L. F. M.; Mundim, C. A.; Espindola-Antunes, D.; Jatene, E. M.; Borges, M. A. F.; Dias, M. L.
72
DIABETES MELLITUS TIPO 1 E TUBERCULOSE HEPÁTICA: RELATO DE CASO.....................................................................................S226
Carvalho, C. O.; Carvalho, A.; Carvalho, O. A. O.; Gonzalez, T. S.; Buemerad, J. R.; Aranha, A. B.; Jezini, D. L.
73
DOENÇA RENAL CRÔNICA PODE SER SUBDIAGNOSTICADA EM INDIVÍDUOS DIABÉTICOS.........................................................S226
Carmo, W. B.; Costa, M. B.; Galil, A. G.; Lanna, C. M. M.; Costa, D. M. N.; Bastos, M. G.
74
DOR ABDOMINAL RECORRENTE EM JOVEM COM DIABETES MELLITUS: CAUSA RARA DE DIABETES SECUNDÁRIO.....................S227
Zajdenverg, L.; Blotta, F.; Laudier, A. A.; Miranda, M.; Rodacki, M.
75
DUAS MUTAÇÕES CAUSADORAS DE MODY 2 IDENTIFICADAS DURANTE INVESTIGAÇÃO DE BAIXA ESTATURA............................S227
Caetano, L. A.; Jorge, A. A. L.; Malaquias, A. C.; Trarbach, E. B.; Queiroz, M. S.; Nery, M.; Teles, M. G.
76
EFEITO DA ACUPUNTURA SOBRE METABOLISMO LIPÍDICO E DE ÁCIDO ÚRICO EM PACIENTES DIABÉTICOS: RESULTADOS
PARCIAIS........................................................................................................................................................................................S227
Ribeiro, N. C.; Dias, C. R.; Barbosa, G. S.; Vasconcelos, E. B.; Magalhães, F. O.; Lopes, I. C. R.
77
EFEITOS DA ACUPUNTURA NA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES DIABÉTICOS: RESULTADOS PARCIAIS....................................S228
Barbosa, G. S.; Ribeiro, N. C.; Vasconcelos, E. B.; Magalhães, F. O.; Lopes, I. C. R.
78
EFEITOS DA CIRURGIA BARIÁTRICA (RYGB) NA MELHORA DA SECREÇÃO DE INSULINA E SENSIBILIDADE À INSULINA EM
DIABÉTICOS OBESOS GRAU I.........................................................................................................................................................S228
Nascimento, A. C. F.; Lambert, G. S.; Hirsch, F. F.; Lima, M. O.; Pareja, J. C.; Chain, E.; Geloneze, B.
79
EFEITOS DE DIFERENTES DOSES DA INFUSÃO DE FRUTOS DE MOMORDICA CHARANTIA L. EM RATOS DIABÉTICOS
ALOXANIZADOS.............................................................................................................................................................................S228
Santos, F. B. G.; Silva, M. M. M. C.; Andrade, M. A. V.; Nazareth, A. F.; Vasconcelos, L. L. B.; Ferreira, R. M.
80
ESCLEREDEMA DE BUSCHKE DE LOCALIZAÇÃO ATÍPICA: RELATO DE CASO..................................................................................S229
Shiappacassa, A.; Bicudo, A. D.; Rocha, D. S.; Kupfer, R.; Kendler, D. B.
81
ESTADO NUTRICIONAL E DIAGNÓSTICO DE DIABETES MELLITUS EM ADOLESCENTES DE ESCOLAS DA REDE PÚBLICA DA
CIDADE DE BARBACENA, MG........................................................................................................................................................S229
Faria, G. B.; Saviotti, C.; Navarro, A. P. C. C.; Chevtchouk, L.; Pinel, S. C. M.; Jurno, M.; Fazito, D.
82
ESTRATIFICAÇÃO DA POPULAÇÃO DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 2 EM RELAÇÃO À DOENÇA RENAL
CRÔNICA.......................................................................................................................................................................................S229
Francisco, B. D. S.; Figueiredo, V. C. T. P.; Dias, C. R.; Andrade, L. C. C.; Louros, M. K.; Scalissi, N. M.; Salles, J. E. N.; Miorin, L. A.
83
FATORES AMBIENTAIS DETERMINANTES NO DESENCADEAMENTO DO DIABETES MELLITUS TIPO 1................................................S230
Brandao, C. D. G.; Hegner, C. C.; Silvia Rosi Loss, S. R.; Amâncio, L. N.; Magliano, A. C.
84
FATORES ASSOCIADOS À REDUÇÃO DA TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR (TFG) OU PRESENÇA DE MICROALBUMINÚRIA
ISOLADAS EM PACIENTES DIABÉTICOS..........................................................................................................................................S230
Lima, J. G.; Souza, A. B. C.; Mesquita, D. J. T. M.; Fernandes, F. C.; Fernandes, K. M.; Figueiredo, L. S. G.; Nobrega, L. H. C.
85
FATORES DE RISCO METABÓLICO E OBESIDADE EM MULHERES COM DIAGNÓSTICO DE DIABETES GESTACIONAL PRÉVIO........S230
Coutinho, M. A. P.; Macedo, E. A.; Costa, M. J. C.; Filizola, R. G.
86
HEMIBALISMO SECUNDÁRIO À HIPERGLICEMIA NÃO CETÓTICA: RELATO DE CASO....................................................................S231
Nakano, B. S. L.; Pereira, L. S. B.; Moma, C. A.; Tambascia, M. A.; Pavin, E. J.; Parisi, M. C. R.; Minicucci, W. J.
87
HIPERGLICEMIA AGUDA REDUZ O RELAXAMENTO VASCULAR EM CORAÇÕES ISOLADOS DE RATAS OVARIECTOMIZADAS........S231
Gonçalves, W. L. S.; Rodrigues, A. N.; Frasson, T. S.; Resende, R. S.; Gouvea, S. A.; Moyses, M. R.; Abreu, G. R.
88
HIPERPLASIA DE ILHOTAS PANCREÁTICAS INDUZIDA POR EXTRATO HIDROALCOÓLICO DE PLANTA DO CERRADO....................S232
Magalhães, F. O.; Uber-Buceck, E.; Ceron, P. I. B.; Carlo, R. L.; Coelho, H. E.; Barbosa, C. H. G.; Carvalho, T. F.
89
HIPOGLICEMIA EM PACIENTE PORTADOR DE DIABETES MELLITUS E SEUS DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS – HIPOFISITE E
HIPOGLICEMIA FACTÍCIA..............................................................................................................................................................S232
Nascimento, P. P.; Santomauro Júnior, A. C.; Bomfim, O. C.; Alvarenga, T. C.; Nogueira, K. C.; Queiroz, M. S.; Nery, M.
90
IMPACTO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL SOBRE O CONTROLE METABÓLICO NO DIABETES MELLITUS DO TIPO 2.....S232
Magalhães, R. M. C.; Fernandes, L. F. M. C.; Amante, B. M.; Sá, G. V.; Barbosa, S. R.; Lima, J. R. L.; Castro, A. P. A.
91
IMPACTO DO POLIMORFISMO +9/-9 DO GENE DO RECEPTOR B2 DA BRADICININA NA GLICEMIA DE JEJUM E NO RISCO
PARA DIABETES MELLITUS...............................................................................................................................................................S233
Alvim, R. O.; Santos, P. C. J. L.; Neto, R. M. N.; Machado-Coelho, G. L.; Krieger, J. E.; Pereira, A. C.
92
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL VERSUS ÍNDICE DE ADIPOSIDADE CORPORAL: QUAL DOS DOIS APRESENTA MAIOR RELAÇÃO
COM O DIABETES MELLITUS TIPO 2?..............................................................................................................................................S233
Oliveira, C. M.; Mourão-Júnior, C. A.; Alvim, R. O.; Krieger, J. E.; Pereira, A. C.
93
INFLUÊNCIA DO TRATAMENTO COM METFORMINA SOBRE A RESISTÊNCIA INSULÍNICA INDUZIDA PELA DEXAMETASONA EM
RATOS WISTAR................................................................................................................................................................................S233
Sousa, M. R. S.; Dantas, J. F.; Sousa, J.; Costa, S. B. A.; Branco, R.; Santos, P. N. C.; Martins, R. L. R.
94
LADA E GESTAÇÃO: RELATO DE CASO...........................................................................................................................................S234
Correa, M. V.; Maia, C. P.; Tonet, C.; Costa, G. R. G.; Mansur, V. A. R.; Cabizuca, C. A.; Oliveira, A. M. N.
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
95
MONITORAÇÃO CONTÍNUA DE GLICOSE EM 42 ATLETAS COM DIABETES MELLITUS TIPO 1 (DM1) DURANTE CORRIDA
DE 18 KM.......................................................................................................................................................................................S234
Lamounier, R. N.; Mendes, G. L. C.; Silva, M. G.; Pereira, W. V. C.; Cordeiro, L. H. L.; Miranda, M. L.; Giannella-Neto, D.
96
NESIDIOBLASTOSE: RELATO DE CASO............................................................................................................................................S234
Bicudo, A. N.; Lalli, C. A.
97
NOVA ASSOCIAÇÃO ENTRE AUTOANTICORPOS CONTRA O TRANSPORTADOR DE ZINCO 8 E O POLIMORFISMO DO
GENE PTPN22 EM UMA POPULAÇÃO MULTIÉTNICA DE PACI.........................................................................................................S235
Araújo, D. B.; Laudier, A. A.; Dantas, J. R.; Kupfer, R.; Milech, A.; Rodacki, M.; Zajdenverg, L.; Oliveira, J. E. P.
98
RELAÇÃO ENTRE GLICEMIA CASUAL E ATIVIDADE FÍSICA DE PACIENTES ATENDIDOS EM EVENTOS COMUNITÁRIOS...................S235
Francescantonio, I. C. M.; Rezende, K. N.; Borges, A. L. F.; Castro, M. A.; Curado, J. A. C.; Cruvinel, W. M.; Miranda, T. M. T.;
Francescantonio, I. C. C. M.
99
PARÂMETROS DA SÍNDROME METABÓLICA EM INDIVÍDUOS COM DIABETES MELLITUS TIPO 2....................................................S235
Veloso, F. L. M.; Mota, G. R.; Rodrigues, G. L.; Dutra, A. S. S.; Lanna, C. M. M.; Costa, M. B.; Ferreira, L. V.
100
PERFIL DE RISCO PARA EVENTOS CARDIOVASCULARES EM DIABÉTICOS TIPO 2 ATENDIDOS NO SERVIÇO DE
ENDOCRINOLOGIA DO AMBULATÓRIO ARAÚJO LIMA, MANAUS.................................................................................................S236
Buemerad, J. R.; Gonzalez, T. G. S.; Carvalho, O. A. O.; Aranha, A. B.; Coceiro, K. N.; Costa, M. C. T.; Gomes, L. S.; Jezini, D. L.
101
PERFIL METABÓLICO DOS PACIENTES COM DIABETES MELLITUS ENCAMINHADOS PARA O SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA....S236
Sugita, T. H.; Gomes, H. L. F.; Yamamoto, M. R. M.
102
PHYSIOPATHOLOGY OF TYPE 2 DIABETES INITIATED AFTER SIXTY YEARS OLD AND CHARACTERIZATION OF DIABETIC-RELATED
INCRETINPATHY IN AGING SUBJECTS............................................................................................................................................S236
Oliveira, M. S.; Vasques, A. C. J.; Novaes, F. S.; Calixto, A. R.; Pareja, J. C.; Tambascia, M. A.; Geloneze, B.
103
POLIRRADICULOPATIA DESMIELINIZANTE INFLAMATÓRIA CRÔNICA COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL DO DIABETES TIPO 1........S237
Moerbeck, A. E. V.; Soffientini, M. G.; Chachamovitz, D. S. O.; Rodrigues, R.; Candia, A. M.; Rodrigues, B. B. B. E.
104
PREVALÊNCIA DE DISLIPIDEMIA EM CRIANÇAS, ADOLESCENTES E ADULTOS JOVENS PORTADORES DE DIABETES MELLITUS
TIPO 1.............................................................................................................................................................................................S237
Homma, T. K.; Noronha, R. M.; Saruhashi, T.; Mori, A. P. I.; Endo, C. M.; Kochi, C.; Calliari, L. E. P.
105
PREVALÊNCIA DE DOENÇA RENAL DIABÉTICA ENTRE PACIENTES ATENDIDOS EM UM CENTRO DE ATENÇÃO SECUNDÁRIA
DA CIDADE DE JUIZ DE FORA, MG.................................................................................................................................................S238
Maddalena, N. C. P.; Musse, G. N. V.; Bertolin, A. J.; Almeida, T. R.; Lanna, C. M. M.; Bastos, M. G.; Andrade, L. C. F.
106
PREVALÊNCIA DE INTERNAÇÕES POR CAUSAS MACROVASCULARES EM PACIENTES PORTADORES DE DIABETES MELLITUS
TIPO 2.............................................................................................................................................................................................S238
Paula, C. A.; Dallal, M. V. S.; Vieira, M. C. C.; Valle, P. O.; Paraguassu, B. R.; Pereira, N. G. B.; Santomauro, A. T.; Filho, F. F.
107
PREVALÊNCIA DE LESÃO ARTERIAL CORONARIANA GRAVE EM PACIENTES COM E SEM SÍNDROME METABÓLICA.....................S238
Francisco, B. D. S.; Campos, A. C. N.; Mariani Junior, J.; Scalisse, N. M.; Salles, J. E. N.
108
PREVALÊNCIA DOS FATORES DE RISCO PARA DIABETES MELLITUS TIPO 2 EM POPULAÇÃO ATENDIDA EM GOIÂNIA PELA
LIGA ACADÊMICA DE DIABETES DA UFG.......................................................................................................................................S239
Melo, M. C.; Dias, N. S.; Trindade, D. B.; Alves, P. F. M.; Oliveira, P. M.
109
PSEUDO-HIPOGLICEMIA: CAUSA DE GLICEMIA CAPILAR NÃO CONFIÁVEL SECUNDÁRIA ÀS ALTERAÇÕES NA
MICROCIRCULAÇÃO.....................................................................................................................................................................S239
Nascimento, P. P.; Bomfim, O. C. D.; Silva, M. C.; Santomauro Júnior, A. C.; Oliveira, T. C. A.; Bezerra, M. G. T.; Queiroz, M. S.; Nery, M.
110
RELAÇÃO ENTRE GLICEMIA CASUAL E CREATININA EM PACIENTES ATENDIDOS EM EVENTOS REALIZADOS PELO SERVIÇO
DE ENDOCRINOLOGIA DA PUC, GO..............................................................................................................................................S239
Rezende, K. N.; Oliveira, I. R.; Ribeiro, K.; Campos, H. A.; Wastowski, I. J.; Francescantonio, I. C. C. M.; Miranda, T. M. T.
111
RELAÇÃO ENTRE HEMOGLOBINA GLICADA E CREATININA EM PACIENTES ATENDIDOS NA UNIDADE ESCOLA DE SAÚDE
DA FAMÍLIA DA VILA MUTIRÃO EM GOIÂNIA.................................................................................................................................S240
Francescantonio, I. C. M.; Carvalho, B. A.; Normanha, L. L.; Ribeiro, K.; Rezende, K. N.; Pires, B. M.; Coutinho, A. C.; Francescantonio, I.
C. C. M.
112
ASSOCIAÇÃO DE DIVERSAS DOENÇAS AUTOIMUNES COM DIABETES AUTOIMUNE LATENTE DO ADULTO: RELATO DE CASO.....S240
Francisco, B. D. S.; Campos, A. C.; Dias, C. A. R.; Scalissi, N. M.; Salles, J. E. N.
113
USO ESPONTÂNEO DE INFUSÃO DE PLATHYMENIA RETICULATA: RELATO DE CASO......................................................................S240
Magalhães, F. O.; Uber-Buceck, E.; Ceron, P. I. B.; Name, T. F.; Honorato, L. G. C.; Silva, J. S. P.; Amuy, F. F.
114
DIABETES FLATBUSH: RELATO DE CASO..........................................................................................................................................S241
Tonial, C. C.; Oliveira, K. M. A.; Normando, A. P. C.; Roberto, M. S.; Moraes, D. R.; Renck, A. C.
115
RESPOSTA AO USO DE GLP-1 MIMÉTICO EM INDIVÍDUOS COM DIABETES TIPO 2 CARREADORES DE POLIMORFISMO
NO TCF7L2.....................................................................................................................................................................................S241
Ferreira, M. C.; Silva, M. E. R.; Fukui, R. T.; Arruda-Marques, M. C.; Correia, M. R.; Santos, R. F.
116
RISCO PARA HIPOGLICEMIA EM IDOSOS COM DIABETES TIPO 2 TRATADOS COM ANTIDIABÉTICOS ORAIS...............................S241
Pereira, N. G. B.; Filho, F. F.; Santomauro, A. T.; Dallal, M. V. S.; Costa, P. S.; Paraguassu, B. R.; Vieira, M. C. C.; Contrucci, A. C.
117
SERUM 25-HYDROXYVITAMIN D LEVELS AND PREDIABETES AMONG BRAZILIANS WITH INCREASED RISK OF DEVELOPING
TYPE 2 DIABETES.............................................................................................................................................................................S242
Giorelli, G. V.; Saado, A.; Matos, L.; Dias, C. B.
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
118
SÍNDROME DE MAURIAC: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................................S242
Jorge, A. S. R.; Barros, J. A. S.; Freire, R. A. C.; Sansana, L. R. Z.; Martins, D. M. C.; Reis, G. M. C.
119
SÍNDROME DE MAURIAC: O MAL CONTROLE DO DM TIPO 1 COMO SINAL DE ALERTA DIAGNÓSTICO.......................................S242
Moreira, A. L.; Rocha, D. R. T. W.; Arbex, A. K.
120
SÍNDROME DE WOLFRAM: RELATO DE CASOS...............................................................................................................................S243
Nunes, M. N.; Esperidião, A. C.; Guedes, J. T.; Santos, K. D.; Silva, A. E.; Jorge, M. L. M. P.; Jorge, P. T.
121
TEMPO DE INTERNAÇÃO DE DIABÉTICOS E NÃO DIABÉTICOS INTERNADOS EM ENFERMARIAS DO HOSPITAL DAS
CLÍNICAS DE TERESÓPOLIS COSTANTINO OTTAVIANO..................................................................................................................S243
Naliato, E. C. O.; Lima Júnior, M. P.; Spinola, E. A.
122
TIREOPATIAS EM PACIENTES DIABÉTICOS TIPO 2: CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS, LABORATORIAIS E FATORES DE RISCO
ASSOCIADOS.................................................................................................................................................................................S243
Pereira, L. S. B.; Lorente, A. C.; Parisi, M. C. R.; Tambascia, M. A.; Minicucci, W. J.; Zantut Wittmann, D. E.; Pavin, E. J.
123
TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL E RISCO DE DIABETES..................................................................................................S244
Pereira, N. G. B.; Filho, F. F.; Santomauro, A. N.; Dallal, M. V. S.; Costa, P. S.; Correa, R. C.; Paula, C. A.; Vieira, M. C. C.
124
USO DE BOMBA DE INFUSÃO DE INSULINA EM PACIENTE PORTADOR DE DIABETES MELLITUS TIPO 1 E ESCLEROSE
SISTÊMICA: RELATO DE CASO........................................................................................................................................................S244
Pereira, L. S. B.; Moma, C. A.; Gurgel, A.; Minicucci, W. J.; Moura Neto, A.; Parisi, M. C.; Pavin, E. J.
125
USO DE INIBIDORES DA DPP-IV EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 2 INADEQUADAMENTE CONTROLADOS
COM METFORMINA E GLICAZIDA..................................................................................................................................................S244
Costa, P. S.; Valle, P. O.; Correa, R. C.; Paraguassu, B. R.; Paula, C. A.; Capps, L. M. M.; Santomauro, A. T.; Fraige Filho, F.
126
USO DE LIRAGLUTIDA EM PACIENTE COM OBESIDADE, DIABETES E ACROMEGALIA.....................................................................S245
da Costa, R.; Silva Júnior, W. S.; Cruz, I. C.; Alencastro-Corrêa, A. T.; Warszawski, L.; Campos, C. F. C.; Coutinho, W. F.
127
USO DO ESCORE FRAMINGHAM DE RISCO CARDIOVASCULAR PARA OTIMIZAR USO DE ASPIRINA NA PREVENÇÃO DE
EVENTOS CARDIOVASCULARES EM DIABÉTICOS TIPO 2................................................................................................................S245
de Paula, A. S. L.; Santana, A. N. C.; Sete, A. R. C.
128
XANTOMAS ERUPTIVOS COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL DE DIABETES MELLITUS ASSOCIADO À HIPERTRIGLICERIDEMIA:
RELATO DE CASO...........................................................................................................................................................................S245
Amorim, T. G.; Colombo, B. S.; Costa, M. C.; Correa, C. G.; Schreiber, C. S. O.; Coral, M. H. C.; Hohl, A.
DISLIPIDEMIA E ATEROSCLEROSE
129
ASSOCIAÇÃO DO PADRÃO ALIMENTAR A MARCADORES INFLAMATÓRIOS EM PACIENTES COM DISLIPIDEMIA.........................S246
da Silva, H. G. V.; Moreira, A. S. B.; Fortunado, J.; Assad, M. H.
130
ASSOCIAÇÃO DOS NÍVEIS SÉRICOS DE ÁCIDO ÚRICO COM INGESTÃO DE NUTRIENTES, GORDURA CORPORAL E VISCERAL,
E PERFIL LIPÍDICO – BRAMS............................................................................................................................................................S246
Cassani, R. S. L.; Loeschke, V. S.; de Freitas, A. L. G.; Hanada, A. S.; de Souza, A. P. D. F.; Vasques, A. C. J.; Tambáscia, M.; Geloneze, B.
131
AVALIAÇÃO DE LÍPIDES COM USO DE EXTRATO AQUOSO A FRIO DE PLATYMENIA RETICULATA..................................................S247
Magalhães, F. O.; Uber-Buceck, E.; Ceron, P. I. B.; Name, T. F.; Honorato, L. G. C.; Silva, F. C.; Scorsolin, V. C.
132
AVALIAÇÃO DO PERFIL LIPÍDICO EM PACIENTES COM LEISHMANIOSE VISCERAL........................................................................S247
Pacheco, M. O.; Aragão, M. T.; Araujo, J.; Costa, P. O.; Pacheco, J. M. O.; Aguiar-Oliveira, M. H.; Silva, A. M.
133
AVALIAÇÃO DOS FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES E SÍNDROME METABÓLICA EM PACIENTES PORTADORES DE
ARTRITE REUMATOIDE.....................................................................................................................................................................S247
Emmerick, T. C.; Oliveira, H. B. S.; Lucena-Couto, R. A.; Santos, N. L.; Macieira, J. C.
134
CARVEDILOL E SALSALATO NA PREVENÇÃO DE HIPERTENSÃO, DISFUNÇÃO ENDOTELIAL E INFLAMAÇÃO INDUZIDAS POR
ÁCIDOS GRAXOS LIVRES...............................................................................................................................................................S248
Siqueira, J.; Pasquel, F. J.; Newton, C.; Peng, L.; Al Mheid, I.; Smiley, D.; Umpierrez, G. E.
135
COMO TRATAR A HIPERTRIGLICERIDEMIA EM UMA POPULAÇÃO DE ALTO RISCO CARDIOVASCULAR?.......................................S248
da Silva, H. G. V.; Fortunato, J.; Assad, M. H.; Moreira, A. S. B.
136
COMPORTAMENTO DE ATIVIDADE FÍSICA PODE MODULAR O IMPACTO DO SNP RS9939609 DO GENE FTO EM
DISTÚRBIOS DECORRENTES DA OBESIDADE?.................................................................................................................................S248
Pires, M. M.; Curti, M. L. R.; Folchetti, L. D.; Barros, C. R.; Siqueira-Catania, A.; Salvador, E. P.; Vivolo, S. R. G. F.
137
DISLIPIDEMIA GRAVE NA INFÂNCIA: RELATO DE CASO.................................................................................................................S249
Meneguesso, A. M. A.; Maia, R. E.; Matos, L. L.; Nóbrega, M. P.; Rodrigues, M. L. C.; Diniz, C. M. C.; Silva, M. N. M.
138
ESPESSURA DA ÍNTIMA MÉDIA CAROTÍDEA EM NÃO DIABÉTICOS COMO INDICADOR DE RISCO CARDIOMETABÓLICO:
ESTUDO BRASILEIRO DE SÍNDROME METABÓLICA.........................................................................................................................S249
Comucci, E. B.; Rocha, L. M.; Vasques, A. C. J.; Regiani, D.; Pareja, A. C.; Tambascia, M. A.; Geloneze, B.
139
FREQUÊNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA EM PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO DO HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE..............................................................................................................S249
Pereira, P. M. V. N.; Braga, I. C. H. B.; Pereira, L. T. A.; Garcia, M. M.; Oliveira, H. B. S.; Aguiar-Oliveira, M. H.; Macieira, J. C.
140
IMPACTO DA HIPERTRIGLICERIDEMIA NO RISCO CARDIOVASCULAR DE ACORDO COM ESCORE DE FRAMINGHAM EM
PACIENTES DIABÉTICOS DO TIPO 2................................................................................................................................................S250
Musso, M. M.; Alvim, R. O.; Albuquerque, D. P.; de Oliveira, C. M.; Mourão Júnior, C. A.
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
141
PADRÃO DIETÉTICO-COMPORTAMENTAL E SUA ASSOCIAÇÃO COM DISMETABOLISMO NUTRICIONAL E MEDIDAS DE
GORDURA CORPORAL..................................................................................................................................................................S250
Cassani, R. S. L.; Gonçalves, A. L. F.; Souza, C. L.; Camacho, C. M.; Pedrotti, A.; Vasques, A. C. J.; Tambáscia, M.; Geloneze, B.
142
PAPEL DA PLASMAFÉRESE NA HIPERTRIGLICERIDEMIA FAMILIAR GRAVE......................................................................................S250
Lima, J. G.; Nobrega, L. H.; Amorim, A. D. P. S.; Feijo, B. M. X. C. R. R.
143
PROFILE OF NON-TRADITIONAL ATHEROGENETIC MARKERS ACCORDING TO GENDER AND AGE...............................................S251
Pititto, B. A.; Ribeiro Filho, F. F.; Lotufo, P. A.; Bensenor, I.
EDUCAÇÃO
144
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DA TÉCNICA DO ROLE-PLAYING NO ENSINO DAS COMPLICAÇÕES CRÔNICAS DO
DIABETES MELLITUS PARA ESTUDANTES DE MEDICINA...................................................................................................................S251
Rego, D. P.; Almeida, J. H. M.; Almeida Júnior, E. G.; França Neto, M. B.; Sobreira, B. A.; Filgueiras, I. B. R.; Araújo, J. S. A.
145
CURSO DE EDUCAÇÃO EM DIABETES MELLITUS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS (UFAM) EM 2011.........................S251
Rodrigues, M. T.; Carniceiro, G. B. C.; Silva, A. M.; Silva, T. G.; Lima, P. A. M. S.; Rocha, A. E.; Said, L. S.
END. FEMININA E ANDROLOGIA
146
ADERÊNCIA À TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL DA MENOPAUSA: UM PERFIL DA MULHER BRASILEIRA................................S252
Menezes, A. M. S.; Alves, Z. S.; Pardini, D. P.
147
ALTERAÇÕES ENDOCRINOLÓGICAS EM PACIENTE COM CROMOSSOMO 11 EM ANEL: RELATO DE CASO.................................S252
Vieira Neto, L.; Mata, F. B.; Oliveira, S. L.; Eccard, G. B. H.
148
EFEITOS DO ESTRADIOL PERCUTÂNEO NOS SINTOMAS CLIMATÉRICOS, LIBIDO E NÍVEIS DE ESTEROIDES SEXUAIS......................S253
Giorelli, G. V.; Avanza, R. C. O.; Pereira, J. Z.; Pereira Junior, L. C.; Duarte, M. P. C.; Farias, M. L. F.; Leão, L. M. C. S. M.
149
EFEITOS DO USO PROLONGADO DE ESTRADIOL PERCUTÂNEO EM PARÂMETROS METABÓLICOS...............................................S253
Pereira Junior L. C.; Pires, B. P.; Giorelli, G. V.; Pereira, J. Z.; Duarte, M. P. C.; Farias, M. L. F.; Leão, L. M. C. S. M.
150
GINECOMASTIA BILATERAL SECUNDÁRIA A TUMOR DE CÉLULAS DE LEYDIG PRODUTOR DE ESTRADIOL.....................................S253
Machado, A. S.; Ribeiro Filho, F. F.; Silva, A. M. C.; Oikawa, T.; Felício, K. M.; Felício, J. S.
151
HIPOGONADISMO EM OBESOS GRAU 3 NO SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA DO HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO (HU-UFSC).............................................................................................................................................................S253
Tomaz, R. R.; Colombo, B. S.; Silva, M. C.; Schreiber, C. S. O.; Coral, M. H. C.; Hohl, A.
152
HIPOGONADISMO MASCULINO EM HANSENÍASE........................................................................................................................S254
Bittencourt, A. V.; Oliveira, M. F.; Jesus, H. B.; França, L. S.
153
PAPEL DO EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBICO NA PREVENÇÃO DA RESISTÊNCIA INSULÍNICA PERIFÉRICA EM RATAS
OVARIECTOMIZADAS NÃO DIABÉTICAS.........................................................................................................................................S254
Gonçalves, W. L. S.; Teixeira, L. R.; Farina, G. R.; Kondo, K. R. J.; Poltronieri, G. C. M.; Rodrigues, A. N.; de Abreu, G. R.
154
PROCESSO SAÚDE-DOENÇA EM UM CASO DE INFERTILIDADE CAUSADA POR HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA POR
DEFICIÊNCIA DA 21-HIDROXILASE.................................................................................................................................................S255
Gomes, M. C. S.; Jatene, E. M.; de Paula, S. L. F. M.; Espíndola-Antunes, D.; Viggiano, D. P. P. O.; Mundim, C. A.; Rodrigues, M. L. D.
155
PUBERDADE PRECOCE E BAIXA ESTATURA: UMA ASSOCIAÇÃO COMUM.....................................................................................S255
Rosso, D.; de Sousa, J. D. M.; Caminhas, J. L. D.; Souza, M. C. P.; Franco, B. P.; Silva, M. S. L.; Arbex, A. K.
156
RELAÇÃO DE DESCENSO NOTURNO COM PARÂMETROS METABÓLICOS E RESISTÊNCIA À INSULINA.........................................S255
Oliveira, R. S.; Redorat, R. G.; Hartz, G.; Conceição, F. L.
157
RELAÇÃO ENTRE RESISTÊNCIA À INSULINA E ÍNTIMA MÉDIA DE CARÓTIDAS EM MULHERES COM SOP.......................................S255
Redorat, R. G.; Oliveira, R. S.; Hartz, G.; Sales, E.; Conceição, F. L.
158
SÍNDROME DE MAYER-ROKITANSKY-KUSTER-HAUSER COMO CAUSA DE AMENORREIA PRIMÁRIA...............................................S256
Kapritchkoff, P.; Rocha, D. R. T. W.; Arbex, A. K.
159
SÍNDROME DE SHEEHAN: RELATO DE CASO..................................................................................................................................S256
Rosa, E. R.; Conceição, S. A.; Andrade, L. M.; Melo, M. C.; Mendonça, A. M.; Santos, D. F.; Barros, B. P.
160
SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS E NÍVEIS SÉRICOS DE VITAMINA D...............................................................................S256
Candioto, S. L.; Avanza, R. O.; Pires, B. P.; Bordallo, M. A. N.; Silva, C. N.; Gazolla, F. M.; Leão, L. M. C. S. M.
161
SOP EM JOVEM, COM HIRSUTISMO SEVERO, DM2, HIPERTENSÃO ARTERIAL E DOR PRECORDIAL ATÍPICA: RESPOSTA AO
TRATAMENTO COM ANÁLOGO DO GNRH....................................................................................................................................S257
Weiss, R. V.; Meirelles, R. M.; Milech, A.; Leitão, M. V.; Serfaty, F.; Baldissera, E. R.
Endocrinopediatria
162
ASTROCITOMA PILOCÍTICO CEREBELAR EM PACIENTE PORTADORA DE SÍNDROME DE TURNER..................................................S257
Jorge, A. S. R.; Reis, G. M. C.; Oliveira, A. F. R.; Amorim Junior, M. C.; Amorim, P. B.; Guedes, V. R.; Amorim, R. B. P.
163
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA NA PUBARCA PRECOCE ISOLADA.............................................................................................S258
Alves, L. M. R.; Paiva, R. R.; Guimarães, M. M.; Cargnin, K. R. N.; Hosannah, C.
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
164
BAIXA ESTATURA IDIOPÁTICA: UMA ABORDAGEM FARMACOGENÉTICA PARA IDENTIFICAÇÃO DE PACIENTES
RESPONDEDORES AO HORMÔNIO DE CRESCIMENTO..................................................................................................................S258
Cunha, I. R. C.; Marques, F. A.; Lamback, E. B.; Barbosa, M. E.; Medina, C. T. N.; Cardoso, M. T. O.; Pogue, R.
165
CONFIRMAÇÃO DA HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA PELO ESTUDO DO GENE CYP21A2 EM CRIANÇAS COM
17- HIDROXIPROGESTERONA PERSISTENTEMENTE ELEVADA..........................................................................................................S258
Castro, P. S.; Rassi, T. O.; Mantovani, R. M.; Pezzuti, I. L.; Bachega, T. S.; Silva, I. N.
166
CONFIRMAÇÃO DA HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA PELO ESTUDO DO GENE CYP21A2 EM CRIANÇAS COM
17-HIDROXIPROGESTERONA PERSISTENTEMENTE ELEVADA AP......................................................................................................S259
Castro, P. S.; Rassi, T. O.; Mantovani, R. M.; Pezzuti, I. L.; Bachega, T. S.; Silva, I. N.
167
DIABETES MONOGÊNICO: DIFICULDADES EM SE ESTABELECER O DIAGNÓSTICO........................................................................S259
Tavares, F. S.; Prado, F. A.; Pedrosa, H. C.; Corbal, B. S.; Guedelha, L. P. S.; Seganfredo, I. B.; Batista, M. C. P.; Araujo, F. J. S.
168
DISTÚRBIO DE CRESCIMENTO E SÍNDROME DE WILLIAMS.............................................................................................................S260
Bandeira, L. G.; Carvalho, L. M.; Cardozo, R. R. S.; Mendes, R. M.; Garcia, R. A.; Penedo, P. H. F.; Dias, R. G. A.
169
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO SEVERO NA HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA POR DEFICIÊNCIA DA 21-HIDROXILASE FORMA
CLÁSSICA PERDEDORA DE SAL......................................................................................................................................................S260
Roberto, M. S.; Rocha, M. P.; Pellucci, L. A.; Normando, A. P. C.; Couto, M. P.; Renck A. C.; Vasconcelos, V. C.
170
EFFECT OF GH THERAPY IN IDIOPATHIC SHORT STATURE WITH MILD GH DEFICIENCY OR PARTIAL GH INSENSITIVITY..................S260
Oliveira, C. R. P.1; Cardoso, D. F.1; Martinelli Junior, C. E.1; Pereira, F. A.1; Pereira, R. M. C.1; Gomes, E. S.1; Oliveira, M. H. A.1
171
HIPOGLICEMIA HIPERINSULINÊMICA PERSISTENTE DA INFÂNCIA: RELATO DE CASO....................................................................S261
Rosa, E. R.; Conceição, S. A.; Melo, M. C.; dos Santos, D. F.; Fernandes, X. L. M.; Soares, P. M.
172
HIPOGLICEMIA NEONATAL POR DEFICIÊNCIA DE GLICOSE 6 FOSFATASE....................................................................................S261
Stella, L. C.; Buck, C. O. B.; Nissola, L.
173
NÍVEIS DE TSH NA POPULAÇÃO MENOR DE 18 ANOS, PORTADORA DE SÍNDROME DE DOWN....................................................S261
Rodrigues, I. K.; Hanna, E.; Rabelo, E. C.; Bomfim, L. M.; Hanna, L.
174
OS PACIENTES COM DEFICIÊNCIA DE HORMÔNIO DE CRESCIMENTO (DGH) ESTÃO SENDO ENCAMINHADOS MAIS
PRECOCEMENTE PARA A REPOSIÇÃO HORMONAL?....................................................................................................................S262
Dias, J. C. R.; Costa, R. G.; Gonçalves, A. L.; Pazello, J. R.; Zampieri, M.; Nigri, A. A.; Senger, M. H.
175
PERCEPÇÃO DA OBESIDADE EM CRIANÇAS.................................................................................................................................S262
Costa, P. S.; Stella, L. C.; Dallal, M. V. S.; Valle, P. O.; Correa, R. C.; Fraige Filho, F.; Paraguassu, B. R.
176
PERFIL DE ENCAMINHAMENTO DE CRIANÇAS À ATENÇÃO SECUNDÁRIA EM ENDOCRINOLOGIA PEDIÁTRICA...........................S262
Dias, A. L. R.; Cruz, A. P. V.; Silva, E. A.; Freitas, M. M. S.; Costa, M. B.; Leite, C. C. A.; Ferreira, L. V.
177
PREVALÊNCIA DE ALBUMINÚRIA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM SOBREPESO E OBESIDADE...........................................S263
Maddalena, N. C. P.; Giardini, H. A. M.; Ferreira, L. V.; Costa, M. B.
178
TRATAMENTO COM RADIOIODO (I131) EM CRIANÇA COM DIAGNÓSTICO DE DOENÇA DE GRAVES: RELATO DE
CASO DE SUCESSO........................................................................................................................................................................S263
Gontijo, C. C. A.; Luz, B. G.; Rodrigues, E. T.; Albuquerque, F. A.; Rodrigues, L. P.; Pinheiro, M. B.; Maia, N. S.
179
SÍNDROME DE NETHERTON E DEFICIÊNCIA DE GH: RELATO DE CASO..........................................................................................S263
Freire, R. A. C.; Martins, D. M. C.; Ribeiro, L. G.; Amorim, P. B.; Amorim, R. B. P.
180
SÍNDROME DE SMITH LEMLI OPITZ (SLOS): RELATO DE CASO........................................................................................................S264
Rodrigues, A. A.; Peixoto, F. M. C.; Carvalho, L. R. P.; Schainberg, A.
181
TUMOR DE CÉLULAS DE LEYDIG SE APRESENTANDO COMO PUBERDADE PRECOCE....................................................................S264
Vasconcelos, A. L. M.; Abreu, C. M.; Souza, A. E. S.; Pereira, F. W. L.; Martins, M. C. N.; Farias, L. F. C. S.; Silva, J. M. C. L.
ENDOCRINOLOGIA BÁSICA
182
ACROMEGALIA ASSOCIADA A BÓCIO MULTINODULAR TÓXICO: RELATO DE CASO....................................................................S265
Ferreira, W. S.; Faria, N. L. A.
183
ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE SÍNDROME METABÓLICA E DEPRESSÃO EM UM GRUPO DE IDOSOS: RESULTADOS PARCIAIS.......S265
Alves, N. P.; Curado, R. V. C.; Vargas, P. M.; Packer, V. B.; Rufato, G. S.; Nascimento, N. M. M.; Magalhães, F. O.
184
CRISE HIPERCALCÊMICA COMO PRIMEIRA MANIFESTAÇÃO DE HIPERPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO: RELATO DE CASO............S265
Mello, M. P.; Côsso, M. A. M.; Barbosa, E. N.; Rodrigues, L. F. A. A.; Marques, J. N. C.; Abreu, R. K.; Ferreira, A. C. M. N.
185
DIFICULDADE NA DETECÇÃO DA SÍNDROME DE ROKITANSKY-KÜSTER-HAUSER: RELATO DE CASO..............................................S266
Moreira, E. C.; Rocha, D. R. T. W.; Jorge, A. R.; Arbex, A. K.; Bogea, M. A.; Andrade, G. C. M.
186
DOIS IRMÃOS COM SÍNDROME DE BERARDINELLI-SEIP: RELATO DE CASO...................................................................................S266
Gontijo, C. C. A.; Pinheiro, M. B.; Souza, L. N. B.; Rodrigues, L. P.; Luz, B. G.; Maia, N. S.; Lavareda, P. H. B.; dos Santos, C. M.
187
EFEITOS DO TREINAMENTO NATAÇÃO NA REATIVIDADE VASCULAR CORONARIANA DE RATAS COM DEFICIÊNCIA
OVARIANA.....................................................................................................................................................................................S266
Gonçalves, W. L. S.; Calazans, R.; Rodrigues, A. N.; Farina, G. R.; Jacobsen, B. B.; Resende, R. S.; Endlich, P. W.; Abreu, G. R.
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
188
ESTUDOS EXPERIMENTAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO ANIMAL DE SÍNDROME METABÓLICA SEM
OBESIDADE....................................................................................................................................................................................S267
Gonçalves, W. L. S.; Rodrigues, A. N.; Poltonieri, G. C. M.; Resende, R. S.; Gouvea, S. A.; Moyses, M. R.; Abreu, G. R.
189
HIPOGLICEMIA HIPERINSULINÊMICA DE DIFÍCIL DIAGNÓSTICO: RELATO DE CASO......................................................................S267
Marques, K. R.; Normando, A. P. C.; Cunha, F. S.; Rocha, M. P.; Vasconcelos, V. C.; Oliveira, K. M. A.; Tonial, C. C.
190
INCREASED GLYCEMIA AFTER ACUTE INTERMITTENT HYPOXIA IS DEPENDENT OF SYMPATHETIC ACTIVATION.............................S267
Zoccal, D. B.; Gonçalves-Neto, L. M.; Ferreira, F. B. D.; Protzek, A. O. P.; Boschero, A. C.; Nunes, E. A.
191
NEOPLASIA ENDÓCRINA MÚLTIPLA TIPO 2A (MEN 2A): RELATO DE CASO...................................................................................S268
Vieira, C. A.; Souto, C. L.; Xavier, M. F.; Oliveira, R. C. C.; Junior, A. R. O.
192
NESIDIOBLASTOSE NO ADULTO: RELATO DE CASO........................................................................................................................S268
Batista, M. C. P.; Santos, R. B. A.; Aires, D. K. X.; Castro, M. H. A.; Cunha, A. A.; Tavares, F.; Pedrosa, H. C.
193
RECUPERAÇÃO DO CRESCIMENTO APÓS CORREÇÃO ALIMENTAR..............................................................................................S268
Moreira, E. C.; Rocha, D. R. T. W.; Jorge, A. R.; Arbex, A. K.; Andrade, G. C. M.; Matta, A.
ENFERMAGEM
194
AVALIAÇÃO DA FERRAMENTA DE ACOLHIMENTO INTEGRADO EM AMBULATÓRIO DE ATENÇÃO SECUNDÁRIA AO DIABETES.....S269
Motta, B. F. B.; Castro, A. P. A.; Ribeiro, D. S.; Costa, M. B.; Filgueiras, M. S. T.
EPIDEMIOLOGIA
195
ANÁLISE DO PERFIL METABÓLICO DO ESTUDANTE DE MEDICINA RECÉM-INGRESSO NA UNIVERSIDADE GAMA FILHO (UGF)....S269
Iwamoto, R. C.; Dresch, E. T.; Chachamovitz, D. S. O.; Silva, S. A. R.
196
ASSOCIAÇÃO ENTRE CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL, HISTÓRICO FAMILIAR DE DIABETES MELLITUS E GLICEMIA EM
PACIENTES ATENDIDOS EM EVENTO COMUNITÁRIO......................................................................................................................S269
Francescantonio, I. C. C. M.; Almeida, F. S.; Araújo, A. P.; Monteiro, M. M.; Miranda, T. M. T.
197
ESTUDO DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA POPULAÇÃO ATENDIDA PELA LIGA ACADÊMICA DE DIABETES NO ENCONTRO
DAS LIGAS ACADÊMICAS – 2011...................................................................................................................................................S270
Barros, B. P.; Faria, A. A. S.; Jesus, C. O.; Santos, D. F.; Ferreira, R. D.; Fernandes, X. L. M.
198
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DO DIABETES MELLITUS TIPO I E II......................................................................................................S270
Pontes, C. D. N.; Nabila, T. D.; Tally, S.
199
HOSPITALIZAÇÕES POR DIABETES EM MUNICÍPIOS DO CENTRO OESTE BRASILEIRO....................................................................S270
Batista, S. R. R.; Pinto, F. K. M. S.; Pedroso, J. H. V.
200
OBESIDADE E SOBREPESO INFANTIL: ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO EM UMA POPULAÇÃO BRASILEIRA...........................................S271
Oliveira, C. M.; Magalhães, G. L.; Toaiari, H. M. C.; Mourão-Júnior, C. A.
201
PERFIL DOS PACIENTES ATENDIDOS EM AMBULATÓRIO DE TRIAGEM EM ENDOCRINOLOGIA......................................................S271
Saraiva, J. M.; Ferreira, C. T.; Couto, J. S.; Alves, W. C. S.; Peixoto, F. R.; Costa, M. B.; Ferreira, L. V.
202
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES DIABÉTICOS IDOSOS ATENDIDOS EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO EM ALAGOAS........S271
Omena, A. A. S.; Ribeiro, H. L.; Presidio, G. A.; Silva, N. M.; Mendonça, T. A.; Vaz, R. M.; Mota, M. C. T. L.
203
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS USUÁRIOS DO SISTEMA DE CADASTRAMENTO E ACOMPANHAMENTO DE HIPERTENSOS
E DIABÉTICOS EM UM MUNICÍPIO FLUMINENSE............................................................................................................................S272
Dantés, L. B.; Dantés, T. B.; Beltrão, M. J.; Sampaio, C. B. D.
204
PERFIL PRESSÓRICO, GLICÊMICO E ANTROPOMÉTRICO DE UMA AMOSTRA DA POPULAÇÃO DE BAEPENDI, MG: DADOS
OBTIDOS DURANTE UMA FEIRA DE SAÚDE.....................................................................................................................................S272
Musso, M. M.; Maciel, R. P.; Manso-Musso, M.; Alvim, R. O.; Oliveira, C. M.; Krieger, J. E.; Pereira, A. C.; Mourão-Júnior, C. A.
205
PREVALÊNCIA DE DIABETES MELLITUS EM PACIENTES DE 30 A 69 ANOS ATENDIDOS EM EVENTOS COMUNITÁRIOS...................S273
Francescantonio, I. C. C. M.; Francescantonio, I. C. M.; Castro, M. E. C.; Araújo, A. G. O.; Chaves, F. S.; Martins, N. A. T.; Santos, J. P. O.;
Mecenas, C. L.
206
PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA SUBMETIDOS À
HEMODIÁLISE.................................................................................................................................................................................S273
Nóbrega, G. B.; Mendes, L. J.; Menezes, F. T. L.; Pinto, P. A. L. A.; Batista, A. V. S.; Neto, A. M. S.
207
PREVALÊNCIA DE OBESIDADE EM PACIENTES ATENDIDOS EM EVENTOS COMUNITÁRIOS REALIZADOS EM MAIO DE 2011 E 2012.....
S273
Francescantonio, I. C. C. M.; Francescantonio I. C. M.; Rezende, K. N.; Borges, A. L. F.; Miranda, T. M. T.; Carvalho, B. A.; Guimarães, J.
P.; Carvalho, M. B.
208
RELAÇÃO ENTRE PERFIL GLICÊMICO E O NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA ENTRE ACADÊMICOS DE MEDICINA.................................S274
Almeida, S. B.; Gomes Neto, P. S.; Fernandes, V. L. C.; Araújo, J. S. A.; Maia, T. F.; Magalhães, D. R.; Montenegro Junior, R. M.
METABOLISMO ÓSSEO
209
AVALIAÇÃO DE PACIENTES PORTADORES DE HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO À IRC ANTES E APÓS
PARATIREOIDECTOMIA TOTAL........................................................................................................................................................S274
Andrade, L. E. S.; Leal, C. T. S.
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
210
A IDADE AO DIAGNÓSTICO ESTÁ DIRETAMENTE ASSOCIADA À BAIXA DENSIDADE ÓSSEA EM PACIENTES COM HEPATITE
AUTOIMUNE...................................................................................................................................................................................S274
Barros, L. F.; Casimiro, P. H. R.; Mendonça, L. M. C.; Nogueira, C. A. V.; Perez, R. M.
211
ALTERAÇÕES VOCAIS E AVALIAÇÃO DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO DURANTE O TRATAMENTO COM ALENDRONATO
ORAL EM MULHERES PÓS-MENOPAUSADAS COM OSTEOPOR......................................................................................................S275
Araújo, A. C. L.; Maia, J. M. C.; Alencar, R. C.; Dubeux, R. A.; Bandeira, F.
212
ASPECTOS CINTILOGRÁFICOS SIMULANDO LESÕES ÓSSEAS METASTÁTICAS EM UMA PACIENTE COM OSTEOMALÁCIA E
DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D.........................................................................................................................................................S275
Silva, N. M.; Barbosa, J. L. S.; Camelo, M. G. G.; Souza, P. M. M. S.; Cruz, J. A. S.
213
ASSOCIAÇÃO ENTRE FRATURAS VERTEBRAIS E COMORBIDADES EM MULHERES PÓS-MENOPAUSADAS SEDENTÁRIAS................S275
Fronza, F. C. A. O.; Moreira-Pfrimer, L.; Santos, R. N.; Silva, D. A. S.; Petroski, E. L.
214
AVALIAÇÃO DA DENSIDADE MINERAL ÓSSEA EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA EM TRATAMENTO
CONSERVADOR.............................................................................................................................................................................S276
Lima, G. A. C.; Silva, L. C.; Paranhos Neto, F. P.; Gomes, C. P.; Farias, M. L. F.; Mendonça, L. M. C.; Lima, I. C. B.
215
AVALIAÇÃO DA SOBREVIDA APÓS FRATURA DE FÊMUR EM IDOSOS: UM ESTUDO DE COORTE NO SUL DO BRASIL.....................S276
Premaor, M. O.; Laranjeira, J. A.; Luft, M.; Brito, L. G.; Monticielo, O. A.
216
BENEFÍCIOS DE UM PROGRAMA DE HIDROGINÁSTICA DE ALTA INTENSIDADE (HYDROS) SOBRE O METABOLISMO ÓSSEO E A
MASSA ÓSSEA DE MULHERES PÓS-MENOPAUSADAS....................................................................................................................S276
Pfrimer, L. D. F. M.; Fronza, F. C. A. O.; dos Santos, R. N.; Teixeira, L. R.; Castro, M. L.
217
BONE MINERAL DENSITY, JOINT FUNCTION AND STRUCTURE IN GENETIC AND LIFETIME ISOLATED GH DEFICIENCY...................S277
Oliveira, C. R. P.; Epitácio-Pereira, C. C.; Silva, G. M. F.; Salvatori, R.; Brito, A. V. O.; Santana, J. A. M.; Pereira, F. A.; Aguiar-Oliveira, M. H.
218
BONE STATUS AND CALCIUM SCORE IN OLDER INDIVIDUALS WITH UNTREATED ISOLATED LIFETIME GH DEFICIENCY..................S277
Oliveira, M. H. A.; Souza, A. H. O.; Farias, M. I. T.; Salvatori, R.; Santana, J. A. M.,; Oliveira, C. R. P.; Pereira, R. M. C.
219
CALCIFICAÇÕES DOS NÚCLEOS DA BASE SECUNDÁRIOS A HIPOPARATIREOIDISMO IDIOPÁTICO: RELATO DE CASO E
REVISÃO DA LITERATURA................................................................................................................................................................S277
Simionatto, C. A. ; Montagna, C. G. ; Finardi, A. B. P. ; Betônico, C. C. R. ; Filho, F. R. P. ; Marin, F. F.
220
CARCINOMA DE PARATIREOIDE ASSOCIADO A TUMOR MARROM: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA......................S278
Carvalho, N. G.; Simionatto, C. A.; Betônico, C. C. R.; Neto, A. M.; Marin, F. F.; Filho, F. R. P.
221
CARCINOMA DE PARATIREOIDE EM PACIENTE COM HIPERPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO FAMILIAR: RELATO DE CASO..............S278
Reis, F. M. G.; Lima, M. A. B.
222
CARCINOMA PARATIREOIDE: RELATO DE CASO............................................................................................................................S279
Ferreira, L.; Silva, M. C.; Colombo, B. S.; Correa, C. G.; Canalli, M. H. B. S.; Schreiber, C. S. O.; Hohl, A.
223
ESTUDO DE PARÂMETROS BIOQUÍMICOS EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS SUBMETIDOS À HEMODIÁLISE NA CIDADE DE
TERESINA, PIAUÍ..............................................................................................................................................................................S279
Dias, M. L. R.; Carvalho, M. S.; Carvalho, M. K. S.; Ventura, C. A.; Cavalcante, T. N.; Alves, M. P.; Sousa, C. C.
224
ETIOPATOGENIA DA OSTEOPOROSE NA DOENÇA DE CROHN (DC) E RETOCOLITE ULCERATIVA (RCU).....................................S279
Paula, F. J. A.; Bastos, C.; Nogueira-Barbosa, M. H.; Salmon, C. E. G.; Troncon, L. E. A.
225
HIDROGINÁSTICA DE ALTA INTENSIDADE (HYDROS) MELHORA EQUILÍBRIO E FORÇA MUSCULAR E REDUZ QUEDAS EM
MULHERES PÓS-MENOPAUSADAS..................................................................................................................................................S280
Pfrimer, L. D. F. M.; Fronza, F. C. A. O.; Santos, R. N.; Teixeira, L. R.; Castro, M. L.
226
HIPERFOSFATASIA IDIOPÁTICA: RELATO DE CASO..........................................................................................................................S280
Coutinho, E. A. F.; Inoue, T. H.; Loureiro, A. D.; Gomes, G. S.; Rivelli, G. R.; Netto, I. G.
227
HIPERPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO (HPT1) POR ADENOMA DE PARATIREOIDE COM DOENÇA ÓSSEA GRAVE ASSOCIADO À CRISE
HIPERCALCÊMICA..........................................................................................................................................................................S281
Farias, M. L. F.; Giorgetta, J. M.; Choeri, D. M.; Dias, C. R. P. S.; Laudier, A. A.; Teixeira, P. F.; Conceição, F. L.
228
HIPERPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO CLÁSSICO DIAGNOSTICADO APÓS INVESTIGAÇÃO DO SINTOMA DE FRAQUEZA MUSCULAR:
RELATO DE CASO...........................................................................................................................................................................S281
Mariosa, L. S. S.; Araújo, M. F. A.; Toniolo, J. V.; Coelho, C. A. R.; Steck, J. H.; Camacho, E. L.; Theodoro, C. S.; Santos, R. A.
229
HIPOCALCEMIA INCOMUM: RAQUITISMO DEPENDENTE DE VITAMINA D TIPO I...........................................................................S281
Santos, L. M.; Ramalho, M. C. B.; Vale, A. M. C.; Marocco, T.; Oliveira, T. P.; Ayelo, T. P.; Portes, E.
230
HIPOPARATIREOIDISMO COM CALCIFICAÇÕES EM GÂNGLIOS DA BASE E CONFUSÃO MENTAL AGUDA 22 ANOS APÓS
TIREOIDECTOMIA...........................................................................................................................................................................S282
Hatanaka, T. S.; Terasaka, F.; Terra, E.; Bianchini, G.; Isaac, L.; Datilo, C.; Corrêa, R.; Padula, F.
231
HIPOPARATIREOIDISMO EM PACIENTE IDOSO...............................................................................................................................S282
Gonçalves, N. C.; Fonseca, E. C. R.; Borges, M. F.; Lara, B. H. J.; Ribeiro, F. A.; Sousa, G. R. V.; Josahkian, J. A.
232
HIPOPARATIREOIDISMO EM PACIENTES BARIÁTRICOS: RELATO DE CASO.....................................................................................S282
Bergamim, A. A. C.; Panazzolo, D. G.; Pires, B. P.; Braga, T. G.; Almeida, H. G.; Maranhão, P. A.; Aguiar, L. G. K.
233
INFLUÊNCIA DO STATUS DE VITAMINA D NA ABSORÇÃO INTESTINAL DE ESTRÔNCIO..................................................................S283
Vilaça, T.; Camargo, M.; Rocha, O. G. F.; Lazaretti-Castro, M.
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
234
INTRAOPERATIVE PTH CUTOFF DEFINITION TO PREDICT SUCCESSFUL PARATHYROIDECTOMY IN SECONDARY AND TERTIARY
HYPERPARATHYROIDISM................................................................................................................................................................S283
Ohe, M. N.; Kunii, S. I.; Abrahão, M.; Cervantes, O.; Neves, C. M.; Lazaretti-Castro, M.; Vieira, J. G. H.
235
MELHORA NA QUALIDADE DE VIDA E NO ESTADO NUTRICIONAL APÓS PARATIREOIDECTOMIA TOTAL EM PACIENTES COM
INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA..................................................................................................................................................S284
Silva, H. G. V.; Moreira, A. S. B.; Carmo, L. S.; Madeira, F. S.; Maya, M. C. A.
236
NEFROCALCINOSE ASSOCIADA A NORMOCALCEMIA E PTH ELEVADO: HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO OU
HIPERPARATIREOIDISMO NORMOCALCÊMICO?...........................................................................................................................S284
Maia, J. M. C.; Amaral, L. M. B.; Almeida, C. B. S.; Lucena, C. S.; Bandeira, F.
237
NÍVEIS SÉRICOS DE 25OHD3 E PTH SE CORRELACIONAM COM COMPONENTES TRADICIONAIS DA SÍNDROME METABÓLICA EM
PACIENTES COM OSTEOGÊNESE IMPERFEITA................................................................................................................................S284
Peters, B. S. E.; Martini, L. A.; Hayashi, L. F.; Lazaretti-Castro, M.
238
OSTEODISTROFIA DE ALBRIGHT OU PSEUDO-HIPOPARATIREOIDISMO TIPO 1A.............................................................................S285
Machado, S. C. M. P.; Faria, G. B.; Lameirinhas, T. S.; Rocha, E. T.; Campos, C. M.; Jurno, M. E.; Chevtchouk, L.
239
OSTEOMALACIA SECUNDÁRIA À SÍNDROME DE FANCONI INDUZIDA PELO USO DE TENOFOVIR (TDF).......................................S285
Conceição, F. L.; Blotta, F.; Laudier, A. A.; Teixeira, P. F.; Conceição, F. L.
240
PERFIL CLÍNICO E LABORATORIAL DE UMA SÉRIE DE CASOS DE CARCINOMA DE PARATIREOIDE................................................S285
Aum, P. M. P.; Scalissi, N. M.; Maeda, S. S.; Magno, G. M.; Souza Júnior, J. A.; Guardia, V. C.; Mendes, R. E. S.; Freire, A. C. T. B.
241
PERFIL OSTEOMETABÓLICO DE UMA AMOSTRA DE INDIVÍDUOS LONGEVOS DA COMUNIDADE: RESULTADOS PRELIMINARES...S286
Foroni, M. Z.; Cendoroglo, M. S.; Peters, B. S. E.; Moreira, P. F. P.; Lazaretti-Castro, M.
242
RADIOFREQUENCY ABLATION OF PULMONARY METASTASES IN PARATHYROID CARCINOMA: AN ALTERNATIVE THERAPY FOR
SEVERE REFRACTORY HYPERCALCEMIA........................................................................................................................................S286
Lourenço Junior, D. M.; Hoff, A. O.; Alcantara, A. E. E.; Teixeira, C. H.; Martin, R. M.; Pedro Corrêa, H. S.; Menezes, M.
243
CARCINOMA DE PARATIREOIDE E FOME ÓSSEA: RELATO DE CASO..............................................................................................S286
Martins, C. M.; Orlandi, D. M.; Valle, L. A.; Ohe, M.; Santos, R.; Lazaretti-Castro, M.; Vieira, J. G.; Janovsky, C.
244
HIPERCORTISOLISMO CRÔNICO COMO FATOR DESENCADEANTE DE OSTEOPOROSE EM MULHER JOVEM: RELATO DE CASO.S287
Magalhaes, P. L. D.; Garcia, M. C.; Rezende, T. F. R.; Lima, L. R. M.; Vieira, J. E. M. L.; Noronha, M. V. J.
245
REPERCUSSÕES DA SUPLEMENTAÇÃO COM VITAMINA D NA FUNÇÃO PULMONAR DE MULHERES PÓS-MENOPAUSADAS
SUBMETIDAS A EXERCÍCIOS AQUÁTICOS......................................................................................................................................S287
Santos, R. N.; Pfrimer, L. D. F. M.; Bocalini, D. S.; Fronza, F. C. A. O.; Lazaretti-Castro, M.
246
SARCOPENIA: UM ESTUDO DE PREVALÊNCIA NO SUL DO BRASIL.................................................................................................S287
Beck, M. O.; Santos, K. R.; Cerezer, L. G.; Tierno, S. A.; Muradás, R. R.; Lampert, M. A.; Premaor, M. O.
247
SEGURANÇA DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS AQUÁTICOS DE ALTA INTENSIDADE PARA OS PARÂMETROS VERTEBRAIS DE
MULHERES PÓS-MENOPAUSADAS COM E SEM FR.........................................................................................................................S288
Fronza, F. C. A. O.; Moreira-Pfrimer, L.; Santos, R. N.; Teixeira, L. R.; Silva, D. A. S.; Petroski, E. L.
248
SEGURANÇA RENAL APÓS INFUSÃO ENDOVENOSA RÁPIDA DE PAMIDRONATO (PAM) EM CRIANÇAS COM OSTEOGÊNESE
IMPERFEITA (OI) NAS FORMAS MODERADAS E GRAVE.................................................................................................................S288
Oliveira, T. P.; Andrade, M. C.; Peters, B. S. E.; Reis, F. A.; Carvalhaes, J. T. A.; Lazaretti-Castro, M.
249
SEGURANÇA RENAL DO PAMIDRONATO ENDOVENOSO EM UM TEMPO DE INFUSÃO DE 2 HORAS PARA O TRATAMENTO DE
CRIANÇAS COM OSTEOGÊNESE IMPERFEITA................................................................................................................................S289
Oliveira, T. P.; Andrade, M. C.; Peters, B. S. E.; Reis, F. A.; Carvalhaes, J. T. A.; Lazaretti-Castro, M.
250
SÍNDROME METABÓLICA E OBESIDADE ESTÃO ASSOCIADAS À DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D: UM ESTUDO DE PREVALÊNCIA
NO SUL DO BRASIL.........................................................................................................................................................................S289
Mussio, A. V.; Zottele, L. V.; Muradás, R. R.; Tierno, S. A.; Costa, K. K.; Beck, M. O.; Premaor, M. O.
NEUROENDÓCRINO
251
ACROMEGALIA – CASUÍSTICA E ANÁLISE CRÍTICA EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA – HOSPITAL DE BASE DE SÃO JOSÉ DO
RIO PRETO......................................................................................................................................................................................S289
Santos, R. A.; Campos, R. G.; Luz, N. M.; Pallone, C. R. S.; Tavares, M. C. S.; Abílio, R. S.; Pires, A. C.
252
ACROMEGALIA ASSOCIADA À DOENÇA DE GRAVES...................................................................................................................S290
Sá, M. A.; Madruga, I. D.; Honório, A. V. M.; Barreto, V. E. C.; Beltrão, F. E. L.; Farias, M. B.
253
ACROMEGALIA E GESTAÇÃO: RELATO DE CASO...........................................................................................................................S290
Guimarães, R. V.; Camata Junior, O. L.; Heleno, P. T.; Marques, J. V.; Medeiros, L. S.; Silva, P. P.; Graça, M. P.; Casini, A. F.
254
ACROMEGALIA: MELHORA CLÍNICA COM ANÁLOGO DE SOMATOSTATINA APÓS INSUCESSO CIRÚRGICO: RELATO
DE CASO........................................................................................................................................................................................S290
Braga, P. M. C.; Araújo, J. G. B.; Carvalho, I. A. F.; Castro, I. M.; Léda, T. A. M.; Melo, L. P. P.; Santos, P. B.
255
ADENOMA HIPOFISÁRIO ECTÓPICO PRODUTOR DE GH: DESCRIÇÃO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA...............................S291
Marino, E. C.; Santos, R. A.; Campos, R. G.; Luz, N. M.; Tavares, M. C. S.; Pires, A. C.
256
ADENOMA HIPOFISÁRIO SECRETOR DE TSH: RELATO DE CASO.....................................................................................................S291
Lima Junior, J. V.; Aum, P. M. P.; Scalissi, N. M.
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
257
ADENOMA HIPOFISÁRIO SECRETOR DE TSH: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA..........................................................S291
Simionatto, C. A.; Carvalho, N. G.; Betônico, C. C. R.; Filho, F. R. P.; Marin, F. F.
258
ANÁLISE DA EXPRESSÃO DE GENES CODIFICADORES DE PROTEÍNAS RIBOSSOMAIS E MUTAÇÕES GNAS NA PATOGÊNESE E
DESFECHOS CLÍNICOS DE SOMATOTROFINOMAS........................................................................................................................S292
Martins, C. S.; Lima, D. S.; Paixao, B. M. C.; Quidute, A. R.; Coeli, F. B.; Moreira, A. C.; Castro, M.
259
ANÁLISE DESCRITIVA DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES ACROMEGÁLICOS E SUAS COMORBIDADES
ASSOCIADAS.................................................................................................................................................................................S292
Nobrega, L. H. C.; Lima, J. G. L.; Feijo, B. M. X. C. R. R.; Amorim, A. D. P. S.; Mendonça, R. P.; Fernandes, K. M.; Viana, L. S. A. A.
260
ANÁLISE DO PADRÃO DE EXPRESSÃO DO MARCADOR DE CÉLULA-TRONCO SOX2 EM HIPÓFISE DE MODELOS
EXPERIMENTAIS DE CAMUNDONGOS COM HIPOPITUITARISMO...................................................................................................S293
Carvalho, L. R. S.; Araujo, R. V.; Cerqueira, C. S.; Soares, I. C.; Camper, S. A.; Carvalho L. R. S.
261
ANÁLOGOS DE SOMATOSTATINA: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO NO TSHOMA – RELATO DE CASO...........................................S293
Pirozzi, F. F.; dos Santos, R. A.; Marino, E. C.; Pallone, C. R. S.; Tavares, M. C. S.; Luz, N. M.; Pires, A. C.
262
ARREST OF ATHEROSCLEROSIS PROGRESSION AFTER INTERRUPTION OF GH REPLACEMENT IN ADULTS WITH
CONGENITAL GROWTH HORMONE DEFICIENCY..........................................................................................................................S293
Oliveira, C. R. P.; Araújo, V. P.; Salvatori, R.,; Oliveira, J. L. M.; Barreto-Filho, J. A. S.; Meneguz-Moreno, R. A.; Ximenes, R.; Aguiar-Oliveira,
M. H.
263
AVALIAÇÃO DA REMISSÃO DA DOENÇA DE CUSHING BASEADA NA DINÂMICA DO CORTISOL SÉRICO NO
PÓS-OPERATÓRIO PRECOCE.........................................................................................................................................................S294
Costenaro, F.; Rodrigues, T. C.; Rollin, G. A. F.; Ferreira, N. P.; Czepielewski, M. A.
264
AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS QUE INFLUENCIAM A TAXA DE CURA CIRÚRGICA EM PACIENTES ACROMEGÁLICOS
SUBMETIDOS À CIRURGIA TRANSESFENOIDAL...............................................................................................................................S294
Marques, A. R. C.; Martins, M. R.
265
Características clínicas, epidemiológicas e manejo dos pacientes com diagnóstico de acromegalia
atendidos na Santa Casa de São Paulo................................................................................................................................S294
Freire, A. C. T. B.; Alli, M. P.; Guardia, V. C.; Oliveira, F. M.; Santos, A. R. L.; Scalissi, N. M.; Lima Junior, J. V.
266
CARACTERÍSTICAS DOS PACIENTES COM PROLACTINOMAS (PRLOMAS) ATENDIDOS NO SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA
DA SANTA CASA DE JUIZ DE FORA (SCJF), MG.............................................................................................................................S295
Nassau, D. C.; Moreira, R. O.; Machado, C. V.; Almeida, A. A. L.
267
CATETERISMO DE SEIOS PETROSOS INFERIORES NO DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME DE CUSHING: EXPERIÊNCIA DO SERVIÇO
DE ENDOCRINOLOGIA DA SANTA CASA, SP.................................................................................................................................S295
Guardia, V. C.; Oliveira, M. C.; Aguiar, G. B.; Conti, M. L. M.; Santos, A. R. L.; Scalissi, N. M.; Lima Junior, J. V.
268
DENSIDADE MINERAL ÓSSEA EM HOMENS COM PROLACTINOMA ATENDIDOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO.....................S296
Sato, M. M. M.; Camelo, F. S. A.; Bastos, F. A.; Sousa, L. S.; Marques, N. N.; Donza, F. C. S.; Oikawa, T.; Fernandes-Caldato, M. C.
269
DIABETES INSIPIDUS CENTRAL EM PACIENTE COM HISTIOCITOSE DE CÉLULAS DE LANGERHANS E TUBERCULOSE:
UM DESAFIO DIAGNÓSTICO..........................................................................................................................................................S296
Tonet, C.; Zorzo, P. T.; Rosa, L. C. G. F.; Costa, G. R. G.; Farias, J. P. F.; Blumenberg, S.; Braucks, G. R.
270
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA SÍNDROME DE CUSHING ACTH DEPENDENTE: RELATO DE CASO..............................................S296
Silva, M. C.; Bomfim, O. C.; Malveira, L.; Puglia, P.; Machado, M. C.; Fragoso, M. C. B. V.; Bronstein, M. D.
271
DIAGNÓSTICO TARDIO DE PAN-HIPOPITUITARISMO CONGÊNITO EM UM PACIENTE COM MICROPÊNIS.....................................S297
Barbosa, J. L. S.; Camelo, M. G. G.; Silva, B. L.; Souza, P. M. M. S.; Silva, N. M.; Cruz, J. A. S.
272
ESCASSEZ DE MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS EM UMA PACIENTE COM MACROADENOMA HIPOFISÁRIO AGRESSIVO POR
DOENÇA DE CUSHING..................................................................................................................................................................S297
Amaral, L. M. B.; Mesquita, P. N.; Rêgo, D.; Griz, L.; Bandeira, C.; Bandeira, F. B.;
273
HAMARTOMA HIPOTALÂMICO ASSOCIADO À PUBERDADE PRECOCE.........................................................................................S297
Mendonca, A.M.; Jatene, E. M.; De Paula, S. L. F. M.; Andrade, L. M.; Sousa, A. C.; Gomes, M. C. S.; Reis, M. A. L.
274
HEMOCROMATOSE SECUNDÁRIA E PAN-HIPOPITUITARISMO........................................................................................................S298
da Rosa, L. C. G. F.; Tonet, C.; Costa, G. R. G.; Moutinho, A.; Lisboa, P.; Mansur, V. A. R.; Correa, M. V.
275
HETEROZYGOSIS TO A NULL MUTATION IN THE GHRHR GENE REDUCES HEIGHT IN SENESCENCE................................................S298
Oliveira, M. H. A.; Pereira, R. M. C.; Souza, A. H. O.; Valença, E. H. O.; Farias, M. I. T.; Góis Júnior, M. B.; Salvatori, R.
276
HIPERPLASIA HIPOFISÁRIA: RELATO DE DOIS CASOS.....................................................................................................................S298
Spada, F.; Zanini, E. P. L.; von Linsingen, C.; Junqueira, F.; Vieira Neto, L.
277
HIPERTENSÃO INTRACRANIANA NO PROLACTINOMA GIGANTE: RELATO DE CASO.....................................................................S299
Chuva, F. C.; Dytz, M. G.; Giorgetta, J. M.; Moraes, A. B.; Vieira Neto, L.; Gadelha, M. R.
278
HIPOGLICEMIA SECUNDÁRIA À PRODUÇÃO DE IGF 2 POR ADENOCARCINOMA GÁSTRICO: RELATO DE CASO........................S299
Rodrigues, M. M. N.; Andrade, C. R. M.; Calsolari, M. R.; Líbero, T. C.; Moura, L. G.; Muniz, A. L. R.; Noviello, T. B.; Rosário, P. W. S.
279
HIPONATREMIA EUVOLÊMICA (HE) SINTOMÁTICA RECORRENTE SECUNDÁRIA A HIPOTIREOIDISMO CENTRAL (HC).................S300
Alves Júnior, A. M.; Ribeiro, M. S.; Lima, W. F.; Silva, M. S. G.; Mascarenhas, M. O.; Brandão, D. S.; Feliciano, R. O.
280
HIPONATREMIA SEVERA ASSOCIADA A HIPOGLICEMIA EM UMA PACIENTE COM DIAGNÓSTICO TARDIO DE SÍNDROME DE
SHEEHAN........................................................................................................................................................................................S300
Silva, J. A.; Brito, D.; Gonçalves, L.; Ramalho, M.; Rodrigo, S.
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
281
INSULIN SENSITIVITY, BETA CELL FUNCTION AND PREVALENCE OF DIABETES IN INDIVIDUALS HOMOZYGOUS AND
HETEROZYGOUS FOR THE C.57+1G > A GHRHR MUTATI................................................................................................................S300
Oliveira, M. H. A.; Rocha, I. E. S.; Vicente, T. R.; Salvatori, R.; Pereira, R. M. C.; Santos, E. G.; Valença, E. H. O.
282
INSULINOMA: RELATO DE CASO E EXAMES INDICADOS PARA SUA INVESTIGAÇÃO.....................................................................S301
Coutinho, E. A. F.; Silva, N. C.; Xavier, T. A.; Brandão, D. A.; Netto, I. G.; Ramos, G. R.; Schrank, Y.
283
MACROADENOMA HIPOFISÁRIO PRODUTOR DE LH: RELATO DE CASO........................................................................................S301
Faria, G. B.; Pinel, S. C. M.; Rocha, E. T.; Lameirinhas, T. S.; Gontijo, G.; Chevtchouk, L.; Jurno, M. E.
284
MACROPROLACTINOMA FAMILIAR...............................................................................................................................................S301
Kairala, H. E.; Rodrigues, P.; Azevedo, E.; Rangel, A. L.; Cargnin, K. R. N.; Waymberg, S.; Pessoa, C. H. C. N.
285
MACROPROLACTINOMA GIGANTE ASSOCIADO A IMPORTANTE COMPONENTE CÍSTICO E RESPOSTA PARCIAL AO
USO DE ALTAS DOSES DE CABERGOLINA: RELATO DE CASO.........................................................................................................S302
Camelo, M. G. G.; Silva, B. L.; Souza, P. M. M. S.; Silva, N. M.; Barbosa, J. L. S.; Cruz, J. A. S.
286
MONITORIZAÇÃO CONTÍNUA DE GLICOSE (CGMS®) EM PACIENTES COM ACROMEGALIA.......................................................S302
Sousa, L. S.; Bastos, F. A.; Machado, A. S.; Camelo, F. S. A.; Sato, M. M. M.; Maciel, M. L.; Miranda, R. V.; Fernandes-Caldato, M. C.
287
PAN-HIPOPITUITARISMO CONGÊNITO NUNCA DIAGNOSTICADO OU TRATADO EM ENGENHEIRO DE 28 ANOS..........................S302
Silva, M. C.; Ronsoni, M. F.; Colombo, B. S.; Oliveira, C. S.; Canalli, M. H. B. S.; Coral, M. H. C.; Hohl, A.
288
PENETRANCE AND CLINICAL IMPACT OF MULTIPLE ENDOCRINE NEOPLASIA TYPE 1 – RELATED TUMORS DIAGNOSED IN
CHILDHOOD AND ADOLESCENCE.................................................................................................................................................S303
Gonçalves, T. D.; Toledo, R. A.; Sekiya, T.; Coutinho, F. L.; Montenegro, F. L.; Toledo, S. P.; Lourenco Júnior, D. M.
289
PERFIL DOS PACIENTES COM ACROMEGALIA DO SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA DA SANTA CASA DE
MISERICÓRDIA DE JUIZ DE FORA, MG...........................................................................................................................................S303
Alves, D. L.; Amaral, F. F.; Carvalho, B. R. P.; Dantas, C. A. F.; Moreira, R. O.; Nassau, D. C.; Larcher de Almeida, A. A.
290
PERSISTÊNCIA DE NORMOPROLACTINEMIA APÓS RETIRADA DOS AGONISTAS DOPAMINÉRGICOS EM PACIENTES
PORTADORES DE PROLACTINOMA................................................................................................................................................S303
Soto, C. L.; Carvalho, D. B.; Corrêa, P. C.; Tanigawa, L.; Ramos-Dias, J. C.; Zampieri, M.; Senger, M. H.
291
PROLACTINOMA AGRESSIVO: SÉRIE DE CASOS............................................................................................................................S304
Cyrulnik, F. M. B.; Almeida, M. F. O.; Mendes, R. E.; Maxta, I. A.; Scalissi, N. M.; Santos, A. R. L.; Lima Junior, J. V.
292
PROLACTINOMA GIGANTE: EXPERIÊNCIA DO AMBULATÓRIO DE ENDOCRINOLOGIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
CLEMENTINO FRAGA FILHO (UFRJ)...............................................................................................................................................S304
Chuva, F. C.; Moraes, A. B.; Vieira Neto, L.; Gadelha, M. R.
293
PROP1 OVEREXPRESSION IN CORTICOTROPHINOMAS: AN ADDITIONAL EVIDENCE OF ITS ROLE ON MAINTENANCE
OF PITUITARY CELL LINEAGE COMMITTED WITH CORTI.................................................................................................................S305
Carvalho, L. R. S.; Araujo, R. V.; Chang, C. V.; Fragoso, M. C. B. V.; Bronstein, M. D.; Cescato, V. A. S.; Arnhold, I. J. P.; Mendonca, B. B.
294
REATIVAÇÃO DO EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-GONADAL PELO USO DE TESTOSTERONA EM PACIENTE COM
HIPOGONADISMO HIPOGONADOTRÓFICO IATROGÊNICO.........................................................................................................S305
Gonçalves, M. W. T.; Pfeilsticker, A. C. V.; Valadares, L. P.; Zakir, J. C. O.
295
METÁSTASE HIPOFISÁRIA DE ADENOCARCINOMA DE PULMÃO: RELATO DE CASO......................................................................S305
Balthazar, A. P. S.; Marcante, F. P.; Maurique, J. G. S.
296
SÍNDROME DE CUSHING ACTH DEPENDENTE CAUSADA POR TUMOR CARCINOIDE: RELATO DE CASO.......................................S306
Silva, C. Q.; Rodrigues, P.; Rangel, A. L.; Azevedo, E. R.; Cargnin, K. R.; Carvalho Filho, A. B.; Hosannah, C.
297
SEVERA HIPONATREMIA COMO APRESENTAÇÃO CLÍNICA INICIAL DA INSUFICIÊNCIA ADRENAL SECUNDÁRIA.........................S306
Itaborahy, L. M.; Guimarães, R. V.; Araujo, M. B.; Marques, J. V.; Silva, P. P.; Freire, R.; Casini, A. F.
298
SÍNDROME DE HIPERINFECÇÃO POR STRONGYLOIDES STERCORALIS EM ADENOMA HIPOFISÁRIO ACTH-DEPENDENTE:
RELATO DE CASO...........................................................................................................................................................................S306
Polesel, M. G.; Manfredinho, F. J.; Boguszewski, C. L.; Rodrigues, A. M.; Teixeira, L. M.; Valadão, L. S.
299
TAMANHO TUMORAL NAS DOENÇAS HIPOFISÁRIAS.....................................................................................................................S307
Santos, O. C.; Simão, Y. C. S.; Dytz, M. G.; Cantarela, D. S.; Silva, N. A. O.
300
TESTE DE RESTRIÇÃO HÍDRICA EM REGIME AMBULATORIAL: APRESENTAÇÃO DE CASOS E DISCUSSÃO DE PROTOCOLO...........S307
Drummond, J. B.; Pedrosa, W.; Andrade, H. F. A.
301
TUMOR DE SNC COMO CAUSA DE BAIXA ESTATURA....................................................................................................................S307
Santos, J. C. S.; Araújo, L. M. M.; de Sá, L. B. P. C.; Jorge, A. R.; Rocha, D. R. T. W.; Arbex, A. K.
302
USO DO HORMÔNIO DE CRESCIMENTO (GH) NA SÍNDROME DE TURNER (ST): COMPARAÇÃO DA ESTATURA FINAL
ENTRE GRUPOS TRATADO E CONTROLE.........................................................................................................................................S308
Dias, J. C. R.; Martins, D. D. P.; Pazello, J. R.; Alegre, K. C.; Zampieri, M.; Nigri, A. A.; Ramos- Dias, J. C.
NUTRIÇÃO
303
A FARINHA DE BANANA VERDE NO CONTROLE GLICÊMICO DE DIABÉTICOS..............................................................................S308
Coelho, L. M.; Cruz, A. C. N.; Rosa, T. R. O.
304
INGESTÃO ADEQUADA DE ÁGUA PARA MANUTENÇÃO E REDUÇÃO DO PESO CORPORAL.........................................................S308
Adamo, C. E.; Said, C.; Gebrim, R.; Leão, C. I.
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
305
INGESTÃO DE CÁLCIO E VITAMINA D E SUA RELAÇÃO COM OS NÍVEIS SÉRICOS DE 25OHD3 EM PACIENTES COM
OSTEOGÊNESE IMPERFEITA............................................................................................................................................................S309
Peter, B. S. E.; Martini, L. A.; Folchetti, L. D.; Lazaretti-Castro, M.
306
PERFIL GLICÊMICO DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 1 DE JOINVILLE (SC) SUBMETIDOS AO MÉTODO DE
CONTAGEM DE CARBOIDRATOS...................................................................................................................................................S309
Coelho, L. M.; Truppel, C.
307
PODE UMA PEQUENA ALTERAÇÃO NA ALIMENTAÇÃO HABITUAL MELHORAR A RESISTÊNCIA À INSULINA? O AMARANTO
COMO ALTERNATIVA PARA O CONSUMO.....................................................................................................................................S309
Rocha, L. M.; Vasques, A. C. J.; Geloneze Neto, B; Amaya-Farfan, J.
308
RELAÇÃO CINTURA ESTATURA COMO PREDITOR DE RISCO CARDIOMETABÓLICO EM ADOLESCENTES: ESTUDO BRASILEIRO
DE SÍNDROME METABÓLICA (BRAMS)...........................................................................................................................................S310
Rodrigues, A. M. B.; Sitta, B. D.; Rugolo, V. C.; Silva, C. C.; Cassani, R. S. L.; Vasques, A. C. J.; Zambon, M. P.; Geloneze Neto, B.
OBESIDADE
309
A CONTRIBUIÇÃO DA HIPERATIVIDADE VAGAL PARA A INSTALAÇÃO DA OBESIDADE É DEPENDENTE DO MODELO
EXPERIMENTAL...............................................................................................................................................................................S310
Coelho, M. L.; de Oliveira, J. C.; Bonfim, A. P.; Barella, L. F.; Grassiolli, S.; Camargo, R. L.; Mathias, P. C. F.
310
A PRÁTICA MÍNIMA DE 150 MINUTOS SEMANAIS DE ATIVIDADE FÍSICA E SEUS BENEFÍCIOS EM PARÂMETROS BIOQUÍMICOS
E ANTROPOMÉTRICOS – ESTUDO BRAMS......................................................................................................................................S310
Rocha, L. M.; Comucci, E. B.; Vasques, A. C. J.; Tambascia, M. A.; Geloneze Neto, B.
311
ALARMANTE INCIDÊNCIA DE EFEITOS ADVERSOS E HIPOGLICEMIA APÓS TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA À GLICOSE EM
PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA BARIÁTRICA........................................................................................................................S311
Andrade, H. F. A.; Passos, V. M. A.; Lima, W. P.; Diniz, M. F. H. S.
312
ASSOCIAÇÃO ENTRE MARCADORES DE OBESIDADE GERAL E CENTRAL E SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA EM MULHERES
COM SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS............................................................................................................................S311
Medeiros, L. F.; Costa, I. B. B.; Silveira, F. F. F.; Meireles, R. S. R. V.; Sá, J. C. F.; Azevedo, G. D.; Costa, E. C.
313
ASSOCIAÇÃO ENTRE MEDIDAS DE ADIPOSIDADE E TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS EM MULHERES OBESAS..............................S311
Silva Junior, W. S.; Funes, F. R.; Martins, P. R.; Moreira, R. O.; Coutinho, W. F.; Freitas, S. R.
314
ASSOCIAÇÃO ENTRE OBESIDADE E DEPRESSÃO EM UM GRUPO DE IDOSOS: RESULTADOS PARCIAIS.........................................S312
Oliveira, I. F.; Ramos, M. A. B. P.; Rufato, G. S.; Alves, N. P.; Packer, V. B.; Leão, B. C.; Magalhães, F. O.
315
ASSOCIATION OF GLP-2 SECRETION AND DECREASED INSULIN SENSITIVITY IN OBESITY..............................................................S312
Geloneze Neto, B.; Lima, M. M. O.; Tezoto, D.; Pareja, J. C.; Magro, D. O.
316
AUMENTO NA MEDIDA DO PESCOÇO É MELHOR INDICADOR DO QUE MEDIDA DA CINTURA EM HOMENS COM
SÍNDROME METABÓLICA...............................................................................................................................................................S313
Sampaio, K. S.; Silva, F. D.; Oliveira, P. P.; Santos, R. F.
317
AVALIAÇÃO DE INFLAMAÇÃO SUBCLÍNICA ATRAVÉS DE PROTEINA C REATIVA DE ALTA SENSIBILIDADE EM MULHERES COM
EXCESSO DE PESO.........................................................................................................................................................................S313
Cedro, R. M.; Ladeia, A. M.; Olivieri, L.; Góes, P.; Damasceno, H.; Ferraz, I.; Guimarães, A.
318
AVALIAÇÃO DO PERFIL ANTROPOMÉTRICO E DOS FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM AMOSTRA POPULACIONAL
PARTICIPANTE DE AÇÃO DE SAÚDE EM MACEIÓ, AL......................................................................................................................S313
Silva, B. L.; Silva, N. M.; Souza, P. M. M. S.; Barbosa, J. L. M.; Cruz, J. A. S.
319
AVALIAÇÃO DOS ASPECTOS PSICOLÓGICOS E DA QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES OBESAS SUBMETIDAS A TRATAMENTO
MEDICAMENTOSO ANTIOBESIDADE..............................................................................................................................................S314
Figueiredo, M. D.; Cunha, D. R.; Pinto, J. D.; Santos, C. M. C.; Boguszewski, C. L.; Suplicy, H. L.; Radominski, R. B.
320
BAIXA INCIDÊNCIA DE DIABETES MELLITUS NO SEGUIMENTO DE LONGO PRAZO PÓS-DERIVAÇÃO GÁSTRICA...........................S314
Beleigoli, A. M. R.; Coelho, A. L. B.; Vieira, C. A.; Xavier, M. F.; Camelo, C. G.; Diniz, M. T. C.; Rocha, A. L. S.
321
BLOQUEIO DA ALDOSTERONA REDUZ A PRESSÃO ARTERIAL E MELHORA OS PARÂMETROS METABÓLICOS EM OBESOS
HIPERTENSOS PORTADORES DE SÍNDROME METABÓLICA.............................................................................................................S314
Ezequiel, D. G. A.; De Paula, R. B.; Lovisi, J. C. M.; Veloso, F. L. M.; Souza Filho, S. F.; Rezende, S. P. I.; Bicalho, T. C.; Costa, M. B.
322
CAMPANHA DE DETECÇÃO E ESCLARECIMENTO SOBRE A SÍNDROME METABÓLICA EM JOINVILLE, SANTA CATARINA.............S315
Baggenstoss, R.; Kohara, S. K.; Rodrigues, G. S.; Souza, B. V.; Souza Filho, V. J.; Almeida, J. C.; Ramos, L. R.; Zemczak, N.
323
CAMUNDONGOS OBESOS COM ESTEATO-HEPATITE NÃO ALCOÓLICA APRESENTAM AUMENTO DA EXPRESSÃO DA PROTEÍNA
GLUT2 EM FÍGADO.........................................................................................................................................................................S315
Silva, A. D.; Favaro, R.; Petroni, R. C.; Furuya, D. T.; Ebersbach, P. S.; Zorn, T. M. T.; Machado, U. F.
324
CARACTERIZAÇÃO DO MODELO DE ESTEATO-HEPATITE NÃO ALCOÓLICA EM CAMUNDONGOS CD1........................................S315
Silva, A. D.; Favaro, R.; Petroni, R. C.; Freitas, H. S.; Okamoto, M. M.; Barrence, F.; Zorn, T. M. T.; Machado, U. F.
325
CINTURA HIPERTRIGLICERIDÊMICA: PREVALÊNCIA E ASSOCIAÇÃO COM PERFIL DE RISCO CARDIOMETABÓLICO NO BRAMS –
BRAZILIAN METABOLIC SYNDROME STUDY....................................................................................................................................S316
Vasques, A. C. J.; Comucci, E. B.; Rocha, L. M.; Vilela, B. S.; Cassani, R. S. L.; Forti, A. C.; Tambascia, M. A.; Geloneze, B.
326
CIRCUNFERÊNCIA DO PESCOÇO COMO MARCADOR DE RESISTÊNCIA À INSULINA E FATORES CARDIOMETABÓLICOS...........S316
Stabe, C.; Vasques, A. C.; Lima, M. M.; Tambascia, M.; Pareja, J. C.; Yamanaka, A.; Geloneze, B.
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
327
CIRCUNFERÊNCIA DO PESCOÇO COMO MARCADOR DE RESISTÊNCIA À INSULINA E FATORES CARDIOMETABÓLICOS...........S316
Stabe, C.; Vasques, A. C.; Lima, M. M.; Tambascia, M.; Pareja, J. C.; Yamanaka, A.; Geloneze, B.
328
COMPORTAMENTO ALIMENTAR AUTORREFERIDO EM MULHERES OBESAS QUE BUSCAM TRATAMENTO CLÍNICO PARA OBESIDADE
EM HOSPITAL PÚBLICO DE CURITIBA, PR........................................................................................................................................S317
Figueiredo, M. D.; Cunha, D. R.; Pinto, J. D.; Santos, C. M.C.; Boguszewski, C. L.; Suplicy, H. L.; Radominski, R. B.
329
DIMINUIÇÃO DE INGESTÃO ALIMENTAR COMO EFEITO DE EXTRATO AQUOSO A FRIO DE PLATHYMENIA RETICULATA EM
RATOS DIABÉTICOS E NÃO DIABÉTICOS.......................................................................................................................................S317
Magalhães, F. O.; Uber-Buceck, E.; Name, T. F.; Ceron, P. I. B.; Carlo, R. L.; Miziara, P. E. S. C.; Silva, J. S. P.
330
EIXO CORTICOTRÓFICO E VARIÁVEIS COMPORTAMENTAIS EM MULHERES COM OBESIDADE VISCERAL.....................................S317
Bussade, I.; Coutinho, W.; Clapauch, R.; Bouskela, E.; Yuriko, R.; Saraiva, D.; Martins, P.
331
FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À SÍNDROME METABÓLICA (SM): ESTUDO DE COORTE COMBINADO EM
ESTUDANTES DE UM CURSO DE MEDICINA....................................................................................................................................S318
Nascimento, M. R.; Ana Santos, A. C. S.; Oliveira, A. P. R.; Ramos-Dias, J. C.; Senger, M. H.
332
FERRAMENTAS DE PREVISÃO DE RISCO GENÉTICO PARA OBESIDADE..........................................................................................S318
Moraes, M. A. R.
333
HIGH-FAT PROGRAMMING INDUCES PARASYMPATHETIC NERVOUS SYSTEM HYPERACTIVITY IN WEANLING WISTAR RATS..........S318
Barella, L. F.; de Oliveira, J. C.; Coelho, M. L.; Miranda, R.A.; Mathias, P. C. F.
334
IMAGEM CORPORAL E AUTOPERCEPÇÃO EM MULHERES OBESAS GRAU I E II QUE BUSCAM TRATAMENTO PARA OBESIDADE
EM HOSPITAL PÚBLICO DE CURITIBA, PR........................................................................................................................................S319
Figueiredo, M. D.; Cunha, D. R.; Pinto, J. D.; Santos, C. M. C.; Boguszewski, C. L.; Suplicy, H. L.; Radominski, R. B.
335
INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS COMO PREDITORES DE RESISTÊNCIA À INSULINA EM ADOLESCENTES: ESTUDO
BRASILEIRO DE SÍNDROME METABÓLICA (BRAMS).......................................................................................................................S319
Silva, C. C.; Vasques, A. C. J.; Zambon, M. P.; Rodrigues. A. M. B.; Camilo, D. F.; Antonio, M. A. R. G. M.; Cassani, R. S. L.; Geloneze, B.
336
ÍNDICE DE RESISTÊNCIA À INSULINA (TYG) E SUA RELAÇÃO COM INDICADORES METABÓLICOS E ANTROPOMÉTRICOS EM
ADOLESCENTES: ESTUDO BRAMS...................................................................................................................................................S319
Silva, C. C.; Vasques, A. C. J.; Zambon, M. P.; Rodrigues, A. M. B.; Camilo, D. F.; Cassani R. S. L.; Antonio, M. A. R. G. M.; Geloneze, B.
337
MORTALIDADE TARDIA PÓS-DERIVAÇÃO GÁSTRICA EM PACIENTES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS): ELEVADA
FREQUÊNCIA DE CIRROSE ALCOÓLICA E SUICÍDIOS....................................................................................................................S320
Diniz, M. F. H. S.; Moura, L. D.; Coelho, A. L. B.; Kelles, S. M. B.; Diniz, M. T. C.
338
NONALCOHOLIC FATTY LIVER DISEASE AS AN EMERGENT RISK FACTOR FOR CARDIOVASCULAR DISEASE IN OBESE ADOLESCENTS:
THE ROLE OF INTERDISCIPLINARY T................................................................................................................................................S320
Sanches, P. L.; Piano, A.; Mello, M. T.; Elias, N.; Oyama, L. M.; Tufik, S.; Dâmaso, A. R.
339
O BLOQUEIO DA ATIVIDADE VAGAL SUBDIAFRAGMÁTICA ATENUA O DESENVOLVIMENTO DA OBESIDADE EM RATOS MSG, MAS
NÃO ALTERA A OBESIDADE EM RATOS RN.....................................................................................................................................S320
Coelho, R. L.; de Oliveira, J. C.; Bonfim, A. P.; Barella, L. F.; Grassiolli, S.; Torrezan, R.; Mathias, P. C. F.
340
O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL COMO PREDITOR DA CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL ANORMAL: ANÁLISE ROC...................S321
Moreira, L. M. P.; Ramos, A. V.; Guerra, L. P.; Lauria, M. W.; Soares, M. M. S.; Freitas, P. C.; Sik, R. F.
341
OBESIDADE MÓRBIDA: A IMPORTÂNCIA DO TRATAMENTO...........................................................................................................S321
Santos, J. C. S.; Bizarro, V. R.; Bianchetti, G. B.; Jorge, A. R.; Rocha, D. R. T. W.; Arbex, A. K.
342
OBESIDADE NA URGÊNCIA: AS DOENÇAS QUE LEVAM OS PACIENTES OBESOS AO PRONTO-SOCORRO DO HOSPITAL REGIONAL
DO GAMA-HRG EM GAMA, DF......................................................................................................................................................S321
Fonseca, F. B.; Andrade, G. G.; Faria, T. M.; Santos, B. C.; Uzuelli, F. H. P.
343
OBESIDADE: O TRATAMENTO MEDICAMENTOSO ISOLADO NÃO É MAIS EFICAZ QUE A TERAPIA COMPORTAMENTAL................S322
Ferreira, L. V.; Dias, A. L. R.; Cruz, A. P. V.; Ezequiel, D. A. G.; Silva, E. A.; Freitas, M. M. S.; Veloso, F. L. M.; Costa, M. B.
344
PREVALÊNCIA DE PACIENTES OBESOS COM QUADRO CLÍNICO DE HIPERURICEMIA ANALISADOS NO LABORATÓRIO ESCOLA DA
PUC DE GOIÁS...............................................................................................................................................................................S322
Francescantonio, I. C. C. M.; Tavares, R. S.; Morais, C. O. B.; Costa, S. H. N.; Moura, A. L. D.; Pereira, V. B. M.
345
PROJETO “OBESIDADE INFANTIL” (GRUPO OI), EM FERNANDÓPOLIS, SP, REALIZADO POR UMA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR........S322
Franciscon, L. M. G. S.; Merli, B. L. A.; Polisel, E. E.; Rodrigues, C. M.; Marimoto, D. G.; Mendonça, B. J. R.; Palandri, M. F. T.; Schiavetto, M.
C. P.
346
REALIZADA AOS 21 DIAS, A VAGOTOMIA SUBDIAFRAGMÁTICA REDUZ A OBESIDADE EM RATOS MSG, NORMALIZANDO SUA
HIPERATIVIDADE VAGAL.................................................................................................................................................................S323
Coelho, R. L.; de Oliveira, J. C.; Bonfim, A. P.; Barella, L. F.; Grassiolli, S.; Torrezan, R.; Mathias, P. C. F.
347
RELAÇÃO ENTRE DEPRESSÃO E ANSIEDADE COM AS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS E A COMPOSIÇÃO CORPORAL EM
INDIVÍDUOS COM EXCESSO DE PESO...........................................................................................................................................S323
Guedes, E. P.; Madeira, E.; Madeira, M.; Matos-Godoy, A. F.; Mafort, T. T.; Lopes, A. J.; Moreira, R. O.; Farias, M. L. F.
348
RELAÇÃO ENTRE INSULINO-RESISTÊNCIA E OBESIDADE EM PACIENTES ATENDIDOS NO LABORATÓRIO ESCOLA DA PUC DE
GOIÁS............................................................................................................................................................................................S323
Costa, S. H. N.; Tavares, R. S.; Magalhães, J. V.; Miranda, G.; Matias, L. P.; Ottobeli, C.; Siqueira, M. H. B.
349
RESTRIÇÃO PROTEICA LACTACIONAL: MAIOR SUSCETIBILIDADE AO DESENVOLVIMENTO DE OBESIDADE E DISFUNÇÃO NA
HOMEOSTASE GLICÊMICA EM RATOS ADULTOS............................................................................................................................S324
de Oliveira, J. C.; Coelho, R. L.; Miranda, R. A.; Barella, L. F.; Mathias, P. C. F.
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
350
SIMPATECTOMIA PANCREÁTICA COMO UM NOVO MODELO ANIMAL DE OBESIDADE................................................................S324
Bonfim, A. P.; Coelho, M. L.; Oliveira, J. C.; Barella, L. F.; Grassiolli, S.; Torrezan, R.; Mathias, P. C. F.
351
SOBREPESO E OBESIDADE E RISCO DE MORTE EM IDOSOS BRASILEIROS – SEGUIMENTO DE DEZ ANOS DO ESTUDO DE BAMBUÍ
SOBRE SAÚDE E ENVELHECIMENTO...............................................................................................................................................S325
Beleigoli, A. M. R.; Boersma, E.; Lima-Costa, M. F.; Ribeiro, A. L.
352
TRATAMENTO CLÍNICO DA OBESIDADE: UMA ABORDAGEM DIFERENCIADA................................................................................S325
Rocha, F. S. R.; Brandão, M. L. S.; Pinto, M. C. A.
PÉ DIABÉTICO
353
ASSOCIAÇÃO DE ARTROPATIA DE CHARCOT E DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA EM PACIENTE COM DIABETES MELLITUS
TIPO 2.............................................................................................................................................................................................S325
Cunha, A. A.; Corbal, B. S.; Paz, B. C.S.; Félix,T. A. A.; Orsolin, V. F.; Orsolin, V. F.; Batista, M. C. P.; Pedrosa, H. C.
354
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL PARA ÚLCERA EM PÉ DIABÉTICO.....................................................................................................S326
Lima, L. G.; Melo, H.; Kim, J. K.; Ortiz, R. T.; Santos, A. G.; Fernandes, T. D.; Parisi, M. C. R.
355
EFICÁCIA E SEGURANÇA DE 24 SEMANAS DE TERAPIA COM SIBUTRAMINA, ANFEPRAMONA, FEMPROPOREX, MAZINDOL OU
FLUOXETINA PARA PERDA DE PESO EM MULHER...........................................................................................................................S326
Suplicy, H. L.; Cunha, D. R.; Santos, C. M. C.; Figueiredo, M. D.; Boguszewski, C. L.; Radominski, R. B.
356
ESTUDO DA MICROBIOTA DE ÚLCERAS CRÔNICAS EM PÉ DIABÉTICO.........................................................................................S326
Santomauro Junior, A. C.; Lopes, J. R.; Barroso, P. S.; Oliveira, T. C. A.; Fernandes, T. D.; Nery, M.; Parisi, M. C. R.
357
FATORES DE RISCO: INVESTIGAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DO PÉ DIABÉTICO..................................................................S327
Rocha, I. C.; Brandão, J. F. N.; Borges, M. D.; Barboza, M. C. N.
358
PÉ DIABÉTICO EM ATENDIMENTO TERCIÁRIO DE ENDOCRINOLOGIA: RASTREAMENTO PARA IMPLANTAÇÃO DE SERVIÇO
ESPECIALIZADO.............................................................................................................................................................................S327
Mattos, L. O.; Martins, D. D. P.; Pazello, J. R.; Tedesco, E. L.; Gonçalves, A. L.; Parisi, M. C. R.; Quilici, M. T. V.
359
PERFIL DE RISCO DE INDIVÍDUOS ATENDIDOS EM AMBULATÓRIO DE PÉ DIABÉTICO....................................................................S327
Juliano, A. C. S. R. S.; Moutinho, B. D.; Chaves, L. J.; Lanna, C. M. M.; Leite, C. C. A.; Costa, M. B.; Ferreira, L. V.
360
PREVALÊNCIA E ASPECTOS CLÍNICOS DA NEUROARTROPATIA DE CHARCOT NA POPULAÇÃO DIABÉTICA COM ÚLCERA
DE PÉ..............................................................................................................................................................................................S328
Nóbrega, M. B. M.; Medeiros, D. A.; Campelo, P. L.; Nunes, M. A. L.; Mendes, L. J.; Charara, G. N.; Aras Júnior, R.
TECNOLOGIAS APLICADAS
361
AVALIAÇÃO DO CONTROLE GLICÊMICO MONITORADO POR TELEVIGILÂNCIA EM PACIENTES DIABÉTICOS..............................S328
Flumignan, I. H.
TIREOIDE
362
A INTOLERÂNCIA À LACTOSE MOTIVANDO A INADEQUAÇÃO NO TRATAMENTO DE UMA GESTANTE HIPOTIREÓIDEA................S328
Biagini, G. L. K.; Sabbag, A. R. N.; de Oliveira, L. C. B.; Camacho, S. L.; Gama, M. P. R.
363
ACTIVATED LYMPHOCYTES ARE ASSOCIATED TO FEATURES OF AGGRESSIVENESS IN DIFFERENTIATED THYROID
CARCINOMAS...............................................................................................................................................................................S329
Ward, L. S.; Santos, M. S.; Nonogaki, S.; Gerhard, R.; Soares, F. A.; Vassallo, J.
364
ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS E COGNITIVAS MEDIANTE A VARIAÇÕES NAS CONCENTRAÇÕES SÉRICAS DE
HORMÔNIOS DA TIREOIDE.............................................................................................................................................................S329
Adamo, C. E.; Prado, A. M.; Fernando, I.; Esper, M.
365
ASSOCIAÇÃO ENTRE A CONCENTRAÇÃO SÉRICA DE TSH E O DIAGNÓSTICO DE CÂNCER DE TIREOIDE EM PACIENTES
COM DOENÇA NODULAR DA TIREOIDE.........................................................................................................................................S329
Torres, M. R. S.; Ugulino, L. A. N.; Matos, L. L.; Faria, A. G.; Martins, A. L. B.; Chaves, C. E. S.; Souza, F. D.
366
ASSOCIAÇÃO ENTRE HIPOTIREOIDISMO SUBCLÍNICO E SEUS FATORES ASSOCIADOS EM AMBULATÓRIO ESPECIALIZADO
DE ENDOCRINOLOGIA: RESULTADOS PARCIAIS.............................................................................................................................S330
Thirone, A. C. P.; Magalhães, F. O.; Ribeiro, V. M. F. C. R.; Ferreira, G. C.; Rocha, G. H. C.; Caetano, J. A.; Prado, T. V. B.
367
ASSOCIAÇÃO ENTRE OBESIDADE/SOBREPESO E HIPOTIREOIDISMO AUTOIMUNE – RESULTADOS PARCIAIS................................S330
Ribeiro, V. M. F. C. R.; Thirone, A. C. P.; Magalhães, F. O.; Ferreira, G. C.; Rocha, G. H. C.; Caetano, J. A.; Medeiros, K. A.
368
ATRASO NEUROPSICOMOTOR, FÁSCIES SINDRÔMICA E HIPOTIROIDISMO NEONATAL APÓS CONSUMO MATERNO DE
COCAÍNA NA GESTAÇÃO: RELATO DE CASO................................................................................................................................S330
Carvalho, P. F.; Godoy, R.; Santos, E. C.; Cardoso, A. M.; Rocha, D. R. T. W.; Arbex, A.; Azevedo, M. F.
369
CARCINOMA DE TIREOIDE NÃO MEDULAR FAMILIAR: RELATO DE CASO......................................................................................S331
Miziara Filho, J. L.; Silveira Mello, A. P. R. G.; Cadegiani, F. A.; Marcon, L. P.; Costa, M. H. S. C.; Lima, C. J. G.; Ferreira Júnior, J. C.
370
CARCINOMA FOLICULAR DE TIREOIDE COM TROMBO METASTÁTICO EM VEIA JUGULAR INTERNA: RELATO DE CASO...............S331
Rodrigues, T. B.; Nakano, B. S. L.; Vaz, M. C.; Zantut-Wittmann, D. E.; Melo, T. G.; Matos, P. S.; Assumpção, L. V. M.
371
CARCINOMA FOLICULAR DE TIREOIDE, COM PUNÇÃO ASPIRATIVA COM AGULHA FINA NEGATIVA, DIAGNOSTICADO
POR METÁSTASE CUTÂNEA............................................................................................................................................................S331
Mata, A. M. F.; Barbosa, J. O.; Calvo, I. C. S.; Leite, J. C.; Bagustti, R.; Silva, S. E. C.; Gontijo, R. N.
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
372
CARCINOMA MEDULAR DA TIREOIDE: RELATO DE CASO..............................................................................................................S332
Rodrigues, A. A.; Oliveira, S. C.; Schainberg, A.
373
CARCINOMA MEDULAR DA TIREOIDE COM PUNÇÃO DE NÓDULO TIREOIDEANO SUGESTIVA DE BENIGNIDADE........................S332
Mourão, G. F.; Muniz, A. L. R.; Moura, L. G.; Rodrigues, M. M. N.; Silva, B. A. C.; Calsolari, M. R.; Noviello, T. B.; Rosário, P. W.
374
CARCINOMA MEDULAR DA TIREOIDE: RELATO DE CASO..............................................................................................................S332
Borges, D. R.; Melo, M. A.; Seganfredo, I. B.; Tavares, F. S.; Gomes, P. B.; Pedrosa, H. C.; Prado, F. A.
375
CARCINOMA PAPILÍFERO DE TIREOIDE COM METÁSTASE CEREBRAL E COLUNA VERTEBRAL........................................................S333
Coutinho, E. A. F.; Netto, I. G.; Correa, N. D.; Rivelli, G. R.; Silva, N. C.; Brandão, D. A.; Kasuki, L.
376
CARCINOMA PAPILÍFERO DE TIREOIDE COM METÁSTASE CEREBRAL E PARA COLUNA VERTEBRAL..............................................S333
Netto, I. G.; Ramos, G. R.; Correa, N. D.; Brandão, D. A.; da Silva, N. C.; Pinho, L. K. J.; Madeira, M.
377
CARCINOMA PAPILÍFERO TIREOIDIANO........................................................................................................................................S333
Oliveira, K. M. A.; Normando, A. P. C.; Gomes, A. L. L.; Tonial, C. C.; Couto, M. P.; Roberto, M. S.; Vasconcelos, V. C.
378
CORRELAÇÃO ENTRE TEMPO DE HIPOTIREOIDISMO E DISLIPIDEMIA EM AMBULATÓRIO DE ENDOCRINOLOGIA.........................S334
Ferreira, G. C.; Magalhães, F. O.; Thirone, A. C. P.; Ribeiro, V. M. F. C. R.; Rocha, G. H. C.; Caetano, J. A.; Galhardi, A. L. T.
379
CROMOGRANINA A E CINTILOGRAFIA COM DMSA PENTAVALENTE: ESTUDO DE CASOS NO ACOMPANHAMENTO
DO CARCINOMA MEDULAR DE TIREOIDE......................................................................................................................................S334
Machado, M.; Tabet, A.; Orlando, M.; Franco, F. L.; Alexandre, B. G.; Menezes, R. H.; Henriques, J. L. M.
380
DOENÇA DE GRAVES COMO CAUSA DE HEPATOPATIA.................................................................................................................S334
Zorzo, P. T.; Mesquita, F. O.; Tonet, C.; Costa, G. R. G.; Correa, M. V.; Sasson, P.; Mansur, V. A. R.
381
DOENÇA DE PLUMMER EM PACIENTES JOVENS: RELATO DE UMA SÉRIE DE SEIS CASOS..............................................................S335
Gonçalves, L. F.; Martins, J. R. M.; Ratna, K.
382
DOR ÓSSEA E CARCINOMA FOLICULAR DA TIREOIDE: RELATO DE CASO.....................................................................................S335
Paula, A. S. L.; Arantes, N. M.; Nardi, D. C.
383
ELEVAÇÃO DE ANTICORPOS ANTITIREOGLOBULINA E PET/CT INALTERADO: RELATO DE CASO...................................................S335
Magalhães, R. S. C.; Reis, M. D. S. L. C.; Sasson, P.; Corrêa, M. V.; Maia, C. P.; dos Santos, J. C. V.; Depollo, T. C.
384
EMPREGO DA ULTRASSONOGRAFIA NA NORMATIZAÇÃO DO VOLUME DA GLÂNDULA TIREOIDE EM NEONATOS A TERMO.......S336
Almeida, R. F.; Tomimori, E. K.; Monte, O.; Catarino, R. M.; Pereira, A.; Mattos, H.; Sterza, T.; Murad, M.
385
EVOLUÇÃO DOS PACIENTES PORTADORES DE CARCINOMA DIFERENCIADO DE TIREOIDE DE ORIGEM FOLICULAR EM
SERVIÇO TERCIÁRIO COM SEIS ANOS DE EXISTÊNCIA..................................................................................................................S336
Pazello, J. R.; Tedesco, E. L.; Martins, D. D.; Costa, R. G.; Soto, C. L.; Quilici, M. T. V.; Vieira, A. E. F.
386
FREQUÊNCIA DE ANTICORPOS CONTRA CÉLULAS PARIETAIS EM PACIENTES COM DOENÇA AUTOIMUNE DA TIREOIDE.............S336
Valle, A. P.
387
HEPATITE POR PROPILTIOURACIL EM GESTANTE COM DOENÇA DE GRAVES................................................................................S337
Andrade, L. M.; Mendonça, A. M.; Gomes, M. C. S.; Paula, S. L. F. M.; Jatene, E. M.; Espíndola-Antunes, D.,; Oliveira, D. P. P.
388
HIPERTIREOIDISMO E FEBRE DE ORIGEM INDETERMINADA: RELATO DE CASO..............................................................................S337
Bizarro, V. R.; Araujo, L. M. M.; Rocha, D. R. T. W.; Bizaroo, V.; Jorge, A. R.; Lopes, T. A.; Arbex, A. K.
389
HIPERTIREOIDISMO E SÍNDROME DE DOWN – UMA ASSOCIAÇÃO COMUM?..............................................................................S337
de Sousa, A. A.; Lopes, L. C. S.; Costa, G. F.; Soares, B. M. C.; Rocha, D. R. T. W.; Arbex, A. K.
390
HIPERTIREOIDISMO NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA: SÉRIE DE CASOS........................................................................................S338
Rocha, A. M.; Viturino, M. G. M.; Pascoal, A. G.; Bezerra, I. M. A.; Matos, L. L.; Meneguesso, A. M. A.; Santos, S. S.
391
HIPERTIREOIDISMO SECUNDÁRIO À ACROMEGALIA.....................................................................................................................S338
Cavalcante, T. F. A.; Gabas, A.; Mafra, F. M.; Franco, R. F. M.; Toledo, L. C.; Morais, L. D.
392
HIPERTIREOIDISMO, DISMORFISMO E DÉFICIT COGNITIVO, EXISTE UMA POSSÍVEL ASSOCIAÇÃO?..............................................S338
Jorge, A. R.; Rocha, D. R. T. W.; Arbex, A. K.
393
HIPOTIREOIDISMO – FATOR DE RISCO EMERGENTE PARA A DISGLICEMIA NA GESTAÇÃO?.........................................................S339
Pedrosa, H. C.; Aires, D. K. X.; Porto, L. B.; de Assis, M. A.; Lauand, T. C. G.; Prado, F. A.; Gomes, P. B.; de Castro, M. H. A.
394
HIPOTIREOIDISMO CENTRAL ASSOCIADO A BÓCIO MULTINODULAR GIGANTE EM IDOSA: RELATO DE CASO............................S339
Colares, V. N. Q.; Nóbrega, M. B. M.; Lima, B. M.; Dantas, S. L. O.; Sousa, M. M.; Lima, M. R. N.
395
HIPOTIREOIDISMO E INSUFICIÊNCIA RENAL: RELATO DE CASO DE UMA ASSOCIAÇÃO RARA E SUBDIAGNOSTICADA................S339
Dantés, L. B.; Alves, B. F.; Leitão, E. J. L.; Ramos, J. E.; Sant’ana, A. R. R. P.; Santos, B. G.; Silva, D. M.
396
HIPOTIREOIDISMO NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE INSUFICIÊNCIA RENAL ASSOCIADA À PROTEINÚRIA:
RELATO DE CASO...........................................................................................................................................................................S340
Taira, L. G. N.; Pereira, A. M.; Melo, N. C. V.; Porto, L. B.
397
HIPOTIREOIDISMO NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO: UMA BUSCA ATIVA DE SINAIS E SINTOMAS........................................S340
Rego, D. P.; Cavalcante, R. F.; Almeida Neto, J. N.; Santos, J. M. S.; Lopes, L. D.; Almeida Junior, E. G.; Gomes Neto, P. S.
398
HIPOTIROIDISMO DE HASHIMOTO ASSOCIADO COM PSEUDO-HIPOPARATIREOIDISMO FAMILIAR..............................................S341
Cardozo, R. R. S.; Daher, A. L.; Marques, R. M.; Garcia, R. A.; Penedo, P. H. F.; Groba, L. B.; Carvalho, L. M.; Lindolfo, J.
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
399
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA POR TIREOTOXICOSE EM GESTANTE...................................................................................................S341
Silva, J.; Araujo, R. V.; Pimentel, L. L.; Naliato, E. C. O.
400
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA SECUNDÁRIA À MIOCARDIOPATIA TIREOTÓXICA: RELATO DE CASO.................................................S341
Marques, J. N. C.; Côsso, M. A. M.; Barbosa, E. N.; Rodrigues, L. F. A. A.; Mello, M. P.; Ferreira, A. C. M. N.; Abreu, R. K.
401
LINFOMA PRIMÁRIO DA TIREOIDE..................................................................................................................................................S342
Junqueira, F. D.; Ramos, K. M.; Ruiz, D. S.; Vieira Neto, L.
402
MECANISMOS DE EVASÃO TUMORAL EM CARCINOMAS DIFERENCIADOS DE TIREOIDE DETERMINAM CARACTERÍSTICAS
DE MAIOR AGRESSIVIDADE TUMORAL...........................................................................................................................................S342
Ward, L. S.; Marcello, M. A.; Morari, E. C.; Razolli, D.; Conte, F. F.; Soares, F. A.; Vassallo, J.
403
MOLECULAR MARKERS IN THYROID CANCER – INTEGRATIVE REVIEW..........................................................................................S342
Bittencourt, A. V.; França, L. S.; Melo, P. R. S.; Andrade, C. S.; Andrade Neto, W.; Margotto, M.
404
NEOPLASIA ENDÓCRINA MÚLTIPLA (NEM)-2B EM PACIENTE JOVEM COM CARCINOMA MEDULAR DE TIREOIDE (CMT)
METASTÁTICO.................................................................................................................................................................................S343
Conceição, F. L.; Blotta, F. G. S.; Laudier, A. A.; Teixeira, P. F.; Vaisman, M.; Conceição, F. L.
405
OFTALMOPATIA ASSOCIADA À TIREOIDE (OAT): PERFIL CLÍNICO E LABORATORIAL......................................................................S343
Soares, D. V.; Bello, L. F.; Conceição, F. L.; Henriques, J. L. M.
406
OFTALMOPATIA DE GRAVES NA ADOLESCÊNCIA: RELATO DE CASO............................................................................................S343
Rocha, A. M.; Viturino, M. G. M.; Pascoal, A. G.; Rocha, B. A. M.; Meneguesso, A. M A.; Santos, S. S.; Siqueira, G. B. S.
407
OFTALMOPATIA DE GRAVES UNILATERAL, SEM HIPERTIREOIDISMO E COM ANTICORPOS ANTI-TIREOIDIANOS NEGATIVOS:
RELATO DE CASO...........................................................................................................................................................................S344
Nogueira, R. B.; da Silva, D. G.; Ribeiro, C.; Calsolari, M. R.; Líbero, T. C.; Rosário, P. W. S.; Noviello, T. B.
408
ORBITOPATIA DE GRAVES: PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO E RESPOSTA AO TRATAMENTO EM PACIENTES AMBULATORIAIS...S344
Siqueira, R. A.; Guirado, M. S.; Freitas, S. M.
409
PACIENTE COM NÓDULO SUSPEITO PARA MALIGNIDADE E HISTOPATOLÓGICO DE TIREOIDITE CRÔNICA INESPECÍFICA...........S344
Pacheco, C. F. V.; Sutti, D.; Biancardi, N. F.
410
PADRÕES ULTRASSONOGRÁFICOS DA TIREOIDITE AUTOIMUNE: APLICAÇÕES CLÍNICAS.............................................................S345
Bittencourt, A. V.; França, L. S.; Sousa, A. L. O. F.; Andrade Neto, W.
411
PIODERMA GANGRENOSO EM ASSOCIAÇÃO COM DOENÇA DE GRAVES: RELATO DE CASO....................................................S345
Pereira, A. M.; Porto, L. B.; Zapata, J. M.; Carvalho, C. S. M.; Engel, D.; de Santana, L. M.; Prado, F. A.; Pedrosa, H. C.
412
PIODERMA GANGRENOSO: RELATO DE CASO EM PACIENTE PORTADOR DE DOENÇA DE BASEDOW GRAVES...........................S345
Andrade, L. G.; Diniz, R. C.; Andrade, P. R. B.; Tavares, L. C.; Silva, C. R.; Marques, S. M. V. C.; Oliveira, C. R.; Gomes, A. F.
413
POLIMIOSITE ASSOCIADA AO CARCINOMA PAPILÍFERO DE TIREOIDE: UMA SÍNDROME PARANEOPLÁSICA?..............................S345
Pallone, C. R. S.; Marino, E. C.; Campos, R. G.; dos Santos, R. A.; Tavares, M. C. S.; Luz, N. M.; Pires, A. C.; Laguna Neto, D.
414
PREVALÊNCIA DE HIPOTIREOIDISMO EM PACIENTES ATENDIDOS NO LABORATÓRIO ESCOLA DA PUC-GOIÁS...........................S346
Costa, S. H. N.; Tavares, R. S.; Matias, L. P.; Ottobeli, C.; Dias, A. A.; Nascimento, E. S.; Gomes, L. B. M.
415
PROLIFERATION CELL MARKER KI-67 IN DIFFERENT BENIGN THYROID NODULES: CLINICAL, LAB AND SONOGRAPHIC
CORRELATION ASPECTS.................................................................................................................................................................S346
Maia, F. F. R.; Vassallo, J.; Pinto, G. A.; Pavin, E.; Mattos, P. S.; Zantut-Wittmann, D. E.
416
REDUÇÃO PROGRESSIVA DO VOLUME DE NÓDULOS TIREOIDIANOS TRATADOS POR ALCOOLIZAÇÃO.......................................S346
Cadore, A. C.; Piaia, C.
417
REPERCUSSÕES DO NÍVEL DE CORTE DO TSH PARA 6 MU/L NA TRIAGEM NEONATAL DE HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO
EM SANTA CATARINA: RESULTADOS PRELIMINARES.......................................................................................................................S347
Nascimento, M. L.; Dornbusch, P.; Ohira, M.; Simoni, G.; Cechinel, E.; Linhares, R. M. M.; Silva, P. C. A.
418
RESPOSTA TERAPÊUTICA E RISCO DE RECORRÊNCIA EM PACIENTES COM CÂNCER DIFERENCIADO DE TIREOIDE:
CRITÉRIOS DA AMERICAN THYROID ASSOCIATION.......................................................................................................................S347
Machado, M.; Venâncio, L.; Henriques, J. L. M.
419
RESULTADOS DA CAMPANHA DA TIREOIDE NO AMAZONAS.........................................................................................................S347
Aguiar, A. H.; Jezini, D. L.; Costa, M. C. T.; Paiva, L.; Pang, Y. C.; Santos, M. B.; Lobo, L. E. S.; Silva, T. M.
420
RUPTURA DIAFRAGMÁTICA ESPONTÂNEA EM PACIENTE COM HIPOTIREOIDISMO.......................................................................S348
Silva, J.; Maciel, L. M. P.; Silveira, L. S. S. C.; Amorim, A. S.; Naliato, E. C. O.
421
SÍNDROME DE DOWN E HIPERTIREOIDISMO: RELATO DE CASO....................................................................................................S348
Barros, M. F.; Carneiro, B. V.; Borges, J. F.; Sandoval, M. F.; Nascimento, M.; Ferreira, W.; Garcia, R.
422
SÍNDROME POLIGLANDULAR AUTOIMUNE TIPO 3 (SPG 3): RELATO DE CASO..............................................................................S348
Alves, J. M.; Manfredinho, F. J.; Fiorin, D.; Teixeira, N. M.; Polesel, M. G.; Carvalho, G. A.; Rea, R. R.
423
TIREOIDE SUBLINGUAL E HIPOTIREOIDISMO, CAUSANDO DISPNEIA, DISFONIA E EPISTAXE: RELATO DE CASO.............................S349
Gomes Neto, P. S.; Almeida Júnior, E. G.; Rego, D. P.; Filgueiras, I. B. R.; Albuquerque A. O.; Araújo, J. S. A.; Lázaro, A. P. P.
424
TIREOIDITE DE RIEDEL: RELATO DE CASO........................................................................................................................................S349
Moreira, R. O.; Alves, D. L.; Amaral, F. F.; Nassau, D. C.; Machado, C. V.; Carvalho, B. R. P.; Larcher de Almeida, A. A.
TRABALHOS CIENTÍFICOS – SUMÁRIO
425
TUMOR CARCINOIDE DE PÂNCREAS ASSOCIADO À CARCINOMA PAPILÍFERO DE TIREOIDE.......................................................S350
Pacheco, C. F. V.; Sutti, D.; Biancardi, N. F.
426
TUMOR INFILTRATING NATURAL KILLER LYMPHOCYTES MAY PREDICT FAVORABLE PROGNOSIS IN PATIENTS WITH
DIFFERENTIATED THYROID CARCINOMA........................................................................................................................................S350
Ward, L. S.; Cunha, L. L.; Nonogaki, S.; Morari, E. C.; Soares, F. A.; Vassallo, J.
427
UTILIZAÇÃO DO CARBONATO DE LÍTIO NA TERAPÊUTICA DO BÓCIO DIFUSO TÓXICO.................................................................S350
Cruz, I. C.; Silva Jr, W. S.; da Costa, R.; Alencastro-Corrêa, A. T.; Caldas, D.; Warszawski, L.
428
VASCULITE CUTÂNEA NECROTIZANTE: UMA RARA MANIFESTAÇÃO CLÍNICA ASSOCIADA AO USO DE PROPILTIOURACIL
PARA O TRATAMENTO DO HIPERTIROIDISMO................................................................................................................................S350
Orlandi, D. M.; Carneiro, F. G. S.; Parra, A. M.; Enokihara, M.; Santarosa, V. A.; Sá, J. R.; Martins, J. R. M.
Outros
429
“LATE ONSET HYPOGONADISM” IS NOT AN ISOLATED CONDITION – COMORBIDITIES IN ELDERLY HYPOGONADAL MEN
PRESENTING OR REFERRED TO UROLOGICAL INSTITUTIONS IN GERMANY....................................................................................S351
Saad, F.; Haider, A.; Yassin, A.
430
LONG-TERM TESTOSTERONE TREATMENT WITH INJECTABLE TESTOSTERONE UNDECANOATE IN HYPOGONADAL MEN WITH
INFLAMMATORY BOWEL DISEASES (M. CROHN AND COLITIS ULCEROSA) ..................................................................................S351
Saad, F.; Haider, A; Kurtz, W.; Nasser, M.
431
TESTOSTERONE TREATMENT WITH INJECTABLE TESTOSTERONE UNDECANOATE SUSTAINABLY IMPROVES ERECTILE FUNCTION,
URINARY FUNCTION AND QUALITY OF LIFE IN ELDERLY HYPOGONADAL PATIENTS ......................................................................S352
Saad, F.; Haider, A.; Doros, G.
432
SUSTAINED IMPROVEMENT OF FEATURES OF THE METABOLIC SYNDROME UPON NORMALIZATION OF SERUM TESTOSTERONE IN
HYPOGONADAL MEN. FOLLOW-UP UP TO 5 YEARS .......................................................................................................................S352
Saad, F.; Haider, A.; Doros, G.
433
TESTOSTERONE TREATMENT UP TO 5 YEARS IN ELDERLY, HYPOGONADAL MEN HAS PROFOUND FAVOURABLE EFFECTS ON BODY
WEIGHT AND WAIST CIRCUMFERENCE .........................................................................................................................................S352
Saad, F.; Haider, A.; Doros, G.
434
SIDE EFFECT PROFILE OF LONG-TERM TREATMENT OF ELDERLY HYPOGONADAL MEN WITH TESTOSTERONE UNDECANOATE ......S352
Saad, F.; Haider A.; Doros G.
435
TREATMENT OF PATIENTS WITH A LATE DIAGNOSIS OF KLINEFELTER’S SYNDROME WITH TESTOSTERONE UNDECANOATE FOR A
DURATION OF UP TO 5 YEARS........................................................................................................................................................S353
Saad, F.; Haider, A.; Doros G.
436
SUBSTANTIAL WEIGHT LOSS AND BENEFICIAL EFFECTS ON THE METABOLIC SYNDROME AS A RESULT OF TESTOSTERONE
TREATMENT FOR UP TO 15 YEARS WITH TESTOSTERONE UNDECANOATE INJECTIONS IN 334 HYPOGONADAL MEN....................S353
Saad, F.; Zitzmann, M.
ADRENAL E HIPERTENSÃO
1
ASSOCIAÇÃO DE FEOCROMOCITOMA E CARCINOMA
DE CÉLULAS RENAIS: UM CASO ATÍPICO – APARECIMENTO
TARDIO E FEOCROMOCITOMA MALIGNO
Moura, L. G.¹; Mourão, G. F.¹; Muniz, A. L. R.¹; Rodrigues, M. M. N.¹;
Silva, B. A. C.¹; Calsolari, M. R.¹; Noviello, T. B.¹; Rosário, P. W.¹
¹ Hospital Santa Casa de Belo Horizonte (HSBH), Belo Horizonte, MG, Brasil
Objetivo: Descrever o caso de idosa com carcinoma de células renais
e feocromocitoma maligno. Métodos: Relato de caso. Resultados:
MMG, feminina, 69 anos, portadora de HAS de difícil controle há
10 anos. Há um ano com emagrecimento, astenia, dor abdominal,
edema assimétrico de MIE e massa inguinal E. US abdominal evidenciou imagem em pólo superior renal D. TC de abdome: lesão nodular
heterogênea em adrenal D, área hipodensa central e realce pós-contraste, medindo 4,3 x 3,6 cm. Realizada dosagem de catecolaminas
plasmáticas: adrenalina 52 (VR 30-60 pg/mL), noradrenalina 144
(VR 40-400 pg/mL), dopamina 90 (VR 10-150 pg/mL) e urinárias:
adrenalina 14,2. Discussão: A associação de carcinoma de células renais e feocromocitoma ocorre em síndromes genéticas autossômicas
dominantes como doença de von Hippel-Lindau (VHL) subtipo 2B
e paraglangioma familiar tipo B (SDHB). Ambas ocorrem em idade
média de 30 anos. No SDHB é mais comum a ocorrência de paragangliomas, as lesões são maiores e a malignidade é mais frequente.
A sintomatologia e a secreção de catecolaminas parecem ser maiores.
Feocromocitoma bilateral tende a ocorrer mais no VHL, o fenótipo
é mais brando e a ocorrência de carcinoma de células renais é mais
comum. Conclusão: Nessas síndromes, as mutações ocorrem em diferentes genes supressores tumorais e aumentam o risco de desenvolvimento de tumores de células cromafins por uma via comum. Precisam
ser confirmadas por meio de testes genéticos específicos e os familiares,
adequadamente rastreados e acompanhados.
2
ASSOCIAÇÃO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E SEDENTARISMO
COMO RISCOS CARDIOVASCULARES SOMADOS AO
TABAGISMO
Mendes, L. J.¹; Nunes, M. A.¹; Chalegre, C. M. S.¹; Kim, I. C.¹;
Menezes, F. T. L.¹; Melo, J. C. M.¹; Dantas, D. R. G.¹
¹ Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina Grande, PB, Brasil
Objetivo: Verificar a associação entre hipertensão arterial e sedentarismo como riscos cardiovasculares somados ao tabagismo. Métodos:
Trata-se de um estudo descritivo transversal da população atendida pelo
projeto Tratamento do tabagismo: enfoque multidisciplinar no período
de março a junho de 2012. Foram analisados 87 pacientes por meio de
um questionário aplicado no primeiro atendimento e termo de consentimento livre e esclarecido assinado. A abstinência foi acompanhada em
consultas quinzenais por um período de três meses. Resultados: Entre
os 87 pacientes, todos fumantes, 27,6% (24) tinham o diagnóstico prévio de HAS e 72,4% (63) não o tinham. Em relação à atividade física,
60,9% (53) são sedentários e 39,1% (34) praticam algum tipo, destes:
1,1% (1) apenas no fim de semana, 11,5% (10) 1 a 2 vezes por semana,
14,9% (13) 3 a 5 vezes por semana e 11,5% (10) mais de 5 vezes por
semana. Dos 24 tabagistas hipertensos, 87,5% (21) fazem tratamento
farmacológico, sendo o inibidor da enzima conversora de angiotensina
o mais utilizado e apenas 45,8% (11) praticam atividade física regular.
Já entre os tabagistas não hipertensos, temos que 34,9% (22) se exercitam e 65,1% (41) são sedentários. Discussão: O tabagismo é compro-
vadamente fator precipitante de diversos problemas à saúde humana,
inclusive sendo para a União Europeia o principal fator de risco para o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Em adição, o sedentarismo e a hipertensão arterial sistêmica (HAS) podem ser citados como
fatores de risco de alta incidência e prevalência na população mundial.
Conclusão: Podemos verificar que neste grupo há possivelmente um
elevado risco, pois, além do tabagismo, na maior parte dos pacientes há
associação do tabagismo com HAS e/ou sedentarismo, dados que se
assemelham na literatura. Além disso, mesmo os hipertensos que usam
medicamentos, a maioria não pratica atividade física, uma das mais
importantes mudanças do estilo de vida necessárias para controlar de
forma independente a HAS, bem como, em conjunto, diminuir o risco
cardiovascular. Deve-se incentivar a população para a prática correta da
atividade física e combater o tabagismo e a HAS, como medidas efetivas
para diminuir os crescentes números de doenças cardiovasculares.
3
CARCINOMA ADRENAL ASSOCIADO À SÍNDROME DE
CUSHING
Aires, D. K. X.¹; Fagundes, T. C.¹; Gomes, P. B.¹; Félix, T. A. A.¹; Paz, B. C.
S.¹; Maroccolo, R. R.¹; Porto, A. L.¹; Batista, M. C. P.¹
¹ Setor de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Regional de Taguatinga (HRT),
Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal Ambulatório de Gônadas
e Adrenais (SES-DF), Laboratório de Farmacologia Molecular (LFM), Hospital
Universitário de Brasília, Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil
Objetivo: O carcinoma adrenocortical é uma neoplasia endócrina rara,
mais prevalente em mulheres, de diagnóstico tardio e prognóstico reservado. A maioria desses tumores apresenta-se de forma clinicamente funcionante (60%), com grande heterogeneidade clínica, sendo a síndrome
de Cushing e o hiperandrogenismo os achados mais comumente associados. Métodos: Apresentação de caso clínico de síndrome de Cushing
secundária à carcinoma adrenocortical, a partir de revisão de prontuário
e literatura pertinente. Resultados: LVG, 30 anos, sexo feminino, branca, com ganho de peso (14 kg), acne e hipertensão arterial há 4 meses.
Ao exame físico, apresentava fácies de lua cheia, plétora facial, acne em
face, giba, obesidade centrípeta, fraqueza proximal e hipertensão arterial.
Com a suspeita de síndrome de Cushing, foram realizados exames: cortisolúria: 1755,2 μg/24h (valor de referência [VR]: 55-286), cortisol póssupressão com dexametasona 1 mg: 25 μg/dL. Discussão: A presença
de hipercortisolismo e o aumento da produção de SHDEA, associados
à lesão adrenal maior de 4 cm, com densidade > 20 UH, levantaram
a hipótese de carcinoma adrenal. Após confirmação histopatológica, foi
proposta terapia adjuvante com mitotano, isômero do pesticida DDD,
diretamente tóxico para as células adrenocorticais. Conclusão: A despeito da evolução dos métodos diagnósticos, a sobrevida do carcinoma
adrenal não mudou ao longo dos últimos 20 anos. O tratamento sistêmico continua não sendo satisfatório e o manejo de pacientes com câncer
adrenal representa um desafio clínico. Estudos futuros são necessários
para aprimorar o conhecimento sobre sua patogênese a fim de orientar
terapias mais promissoras e melhorar seu prognóstico.
4
CARCINOMA ADRENAL, SÍNDROME DE CUSHING E
HIPERALDOSTERONISMO: RELATO DE CASO
Magalhães, R. S. C.¹; Reis, M. D. S. L. C.¹; Maia, C. P.¹; dos Santos, J. C.
V.¹; Faria, I. M.¹; Braucks, G. R.¹; Amorim Júnior, A. C.¹
¹ Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE), Instituto de Pós-Graduação
Médica Carlos Chagas, Faculdade de Medicina, Departamento de Medicina
Clínica, Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Estácio de Sá
(Unesa), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
S201
Adrenal E Hipertensão
Trabalhos Científicos
Adrenal E Hipertensão
Trabalhos Científicos
Objetivo: Relatar um caso raro de carcinoma adrenal. Métodos: Dados do prontuário e revisão da literatura. Resultados: JRMS, 29 anos,
sexo feminino, branca. Relatava lesão em adrenal esquerda diagnosticada há 1 mês, durante investigação de dor abdominal, e história de
crises hipertensivas, epistaxe e cefaleia recorrentes há 2 anos, além de
hipocalemia (K+ 2,3 mEq/L). Relatava uso de losartana 150 mg/dia
e cloreto de potássio. Ao exame: PA 210 x 120 mmHg, FC: 88 bpm,
IMC 31,2 kg/m². Não apresentava sinais de hipercortisolismo e/
ou hiperandrogenismo. Durante internação hospitalar, fez uso diário
de verapamil 240 mg, Hidralazina 150 mg, prazosin 3 mg, postássio
40,5 mEq e dieta normossódica. Laboratório: Metanefrinas plasmáticas normais, aldosterona 35,1 ng/dL, atividade plasmática de renina
0,6 ng/mL/h (Relação = 58.5). Cortisol após 1 mg de dexametasona
29,5 µg/dL; Liddle 1 25,10 µg/dL; SDHEA < 15,0 (35-430) mg/
dL; ACTH: 5.0 (5 a 46) pg/mL, testosterona < 0,025 (0,050-0,522)
ng/mL. A tomografia de abdome mostrou formação expansiva de
contorno lobulado, heterogênea com focos cálcicos e densidade média de 29 UH na fase sem contraste; realce heterogêneo pelo meio
de contraste, nas fases arterial e portal e 63 UH na fase tardia, sem
mostrar “washout”, na adrenal esquerda, deslocando inferiormente o
rim e os vasos renais, medindo 115 x 82 x 111 mm. Submetida à
abordagem cirúrgica sem intercorrências. Histopatológico condizente
com carcinoma da córtex adrenal com extensa invasão vascular. Positivo para sinaptofisina, Melan-A, inibina, calretina focalmente e EMA
focalmente. Negativo para S100, cromogranina e AE 1/3. Discussão:
Os carcinomas adrenocorticais são raros, com uma incidência estimada
de 0,6 a 2 casos por milhão por ano. Aproximadamente 54% dos casos
apresentam clínica de hipersecreção hormonal e 23%, manifestações
locais (dor abdominal, massa palpável ou sintomas compressivos). A
maioria dos tumores hipersecretores cursa com hipercortisolismo com
ou sem hiperandrogenismo, e somente 1%, hiperaldosteronismo. A
taxa de sobrevida em 5 anos é de cerca de 30%. Na maioria dos casos, o tratamento de escolha é cirúrgico. Grande parte dos pacientes
desenvolve doença metastática entre 6 e 24 meses após a ressecção.
Conclusão: Destacamos a raridade do perfil tumoral cossecretor de
glicocorticoides e aldosterona, que acreditamos ter contribuído para a
severidade da hipertensão e hipocalemia em nossa paciente.
5
CARCINOMA ADRENAL: SÉRIE DE CASOS
Souza Júnior, J. A.¹; Santos, L. R.¹; Freire, A. C. T. B.¹; Aum, P. M. P.¹;
Camara, M. F.¹; Scalissi, N. M.¹; Lima Júnior, J. V.¹
¹ Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (FCMSCSP), São
Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Descrever quatro casos de pacientes com carcinoma adrenal
acompanhados na Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
no período de novembro de 2010 a março de 2012. Métodos: Avaliamos o quadro clínico inicial, produção hormonal, características radiológicas e anatomopatológicas. Resultados: Em nossa casuística, todos
os pacientes eram do sexo feminino, sendo dois pacientes com idade
inferior a 30 anos e dois com idade superior a 50 anos. Com relação ao
quadro clínico, uma paciente foi diagnosticada devido à dor abdominal,
duas apresentavam uma síndrome virilizante e uma era assintomática.
De acordo com as características radiológicas, todos os tumores eram
maiores que 6 cm e apresentavam realce heterogêneo após infusão de
contraste. Em três pacientes, foram vistos tumores com áreas de necrose,
sendo que um paciente já apresentava ao diagnóstico sinais de invasão
renal associado a implantes secundários hepáticos. As pacientes foram
submetidas à adrenalectomia, e uma evoluiu para óbito por complicações
S202
do tumor e as três restantes foram submetidas à terapia adjuvante com
mitotane. Não descreveremos neste relato o seguimento pós-operatório dessas pacientes. Discussão: O carcinoma adrenal é uma neoplasia
rara, com incidência de dois casos por milhão por ano e predileção pelo
sexo feminino. Com relação ao quadro clínico, metade desses tumores
é não funcionante, sendo diagnosticada por quadro de dor abdominal
ou lombar. Os tumores funcionantes apresentam-se como síndrome de
Cushing em 40% dos casos e síndrome virilizante nos 10% restantes. De
acordo com a literatura, cerca de 25% das massas adrenais com tamanho
superior a 6 cm são carcinomas. Conclusão: O carcinoma adrenal é uma
neoplasia com alta taxa de morbimortalidade. Ao diagnóstico, a maioria
dos pacientes encontra-se em estádio II ou IV, sendo a taxa de sobrevida
diretamente relacionada ao estádio inicial. O tratamento cirúrgico associado ao mitotane continua sendo o tratamento de escolha.
6
CARCINOMA ONCOCÍTICO ADRENAL – UMA RARA DOENÇA
E DE DIFÍCIL DIAGNÓSTICO
Teixeira, N. M.¹; Alves, J. M.¹; Fiorin, D.¹; Valadão, S. V.¹; Gentili, A. C.¹;
Cavalcanti T. C.¹; Rodrigues, A. M.¹
¹ Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Hospital de Clínicas da
Universidade Federal do Paraná (SEMPR), Departamento de Patologia Médica
do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR), Curitiba,
PR, Brasil
Objetivo: Relatar um caso de hiperandrogenismo clínico e laboratorial devido a adenocarcinoma de adrenal funcionante do raro subtipo
oncocítico. Métodos: Paciente feminina, 31 anos, encaminhada a um
hospital universitário de referência em Curitiba por diagnóstico tomográfico de massa em adrenal direita com 8 x 8 cm e quadro de
amenorreia secundária há 5 anos e hirsutismo grave segundo Escala
de Ferriman-Gallwey. Exames laboratoriais com evidência de níveis
altos de testosterona total (350 ng/ml) e de sulfato de de-hidroepiandrosterona (1.026 mcg/dl) confirmaram hiperandrogenismo devido
a tumor adrenal funcionante. Realizada adrenalectomia videolaparoscópica a D. Resultados: Anatomopatológico com diagnóstico inicial
de adenoma oncocítico adrenal pela classificação de Weiss. Por causa
da alta suspeita clínica de carcinoma, foi solicitada revisão de lâmina,
com retificação do diagnóstico para carcinoma oncocítico de adrenal
(COA) segundo classificação de Lin-Weiss-Bisceglia. Discussão: O
carcinoma adrenocortical é uma doença maligna rara (incidência 0,72 casos por milhão por ano) e heterogênea com pobre prognóstico.
Ainda mais rara é a variante oncocítica dessa doença, com 115 casos
de neoplasia oncocítica adrenocortical descritos na literatura, sendo
somente 24 malignos (COA). Quando a moléstia se apresenta de maneira avançada, o diagnóstico é relativamente fácil, porém tumores
estritos a adrenal devem ser avaliados para seu potencial maligno. O
Sistema de Score de Weiss é o mais popular atualmente. Contudo, utilizado para classificação de neoplasia adrenocortical convencional, com
uso limitado para variante oncocítica. Nessa situação, deve ser usado
o sistema próprio, Score de Lin-Weiss-Bisceglia. Nosso caso ilustra a
importância do uso desse último para o diagnóstico adequado, visto
que houve uma mudança de adenoma para carcinoma. Salienta-se que
o CAO parece ter um melhor prognóstico em relação ao carcinoma
convencional, com uma média estimada de sobrevida de 58 meses do
primeiro contra 14 a 32 meses do segundo. Conclusão: Evidências
na literatura sugerem que a neoplasia adrenocortical oncocítica é mais
que uma simples curiosidade acadêmica e sim uma doença com características clínicas e patológicas únicas. Nesse contexto, diante da raridade, é fundamental que todos casos sejam descritos para ampliarmos
nosso conhecimento sobre o prognóstico e o manejo de tal patologia.
7
CARCINOMA POUCO DIFERENCIADO EM CÓRTEX DA
GLÂNDULA SUPRARRENAL ASSOCIADO A CARCINOMA
PAPILÍFERO DE TIREOIDE: RELATO DE CASO
Pallone, C. R. S.¹; Santos, R. A.¹; Marino, E. C.¹; Campos, R. G.¹;
Tavares, M. C. S.¹; Luz, N. M.¹; Pirozzi, F. F.¹; Pires, A.C.¹
¹ Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, Hospital de Base de São
José do Rio Preto, São José do Rio Preto (Famerp), São José do Rio Preto, SP, Brasil
Objetivo: Relatar um caso de carcinoma de glândula adrenal associado a carcinoma papilífero de tireoide. Métodos: O.N., masculino,
69 anos, branco. Iniciou acompanhamento no Hospital de Base de
São José do Rio Preto em junho de 2006 com equipe da Otorrinolaringologia devido a queixa de tosse produtiva há dois anos, dispneia
e rouquidão. Ultrassonografia de tireoide com diagnóstico de bócio
mergulhante. Resultados: Paciente submetido à tireoidectomia total
com esternotomia parcial. A anatomia patológica evidenciou carcinoma papilífero no lobo esquerdo, padrão misto, variante folicular, de
células colunares, de 8,2 cm do seu maior eixo, encapsulado, estadiamento T3N0Mx. Submetido a 100 mCi de iodo I131. Em fevereiro de
2012, paciente apresentou dispneia progressiva. Tomografias de tórax
e abdome revelaram imagens sugestivas de metástases pulmonares, hepáticas e renal à direita, as quais foram biopsiadas. Laudo da biópsia:
carcinoma pouco diferenciado de células claras, com moderado pleomorfismo nuclear e áreas focais de padrão sólido trabecular em todas
as amostras. Imuno-histoquímica: carcinoma pouco diferenciado com
perfil compatível com sítio primário em córtex da glândula suprarrenal
(AE1/AE3, Vimentina e NSE positivos). Em 16/4/12, foi internado
por desorientação, hiporexia e astenia. Evoluiu com piora da dispneia,
com insuficiência respiratória e óbito dia 18/4/12. Discussão: O carcinoma adrenocortical é uma patologia rara, em geral de mau prognóstico, com suspeita estabelecida pela combinação de critérios clínicos,
hormonais, radiológicos e achados histológicos. A imuno-histoquímica
pode ser útil na diferenciação entre lesões adrenais e extra-adrenais,
sendo os anticorpos alfa-inibina e Melan-A os mais sensíveis para determinar a origem adrenal do tumor. A ocorrência de dois tumores
malignos simultaneamente num paciente é um fato raro. Em 2011,
Buscemi et al. publicaram um caso de uma paciente transplantada renal
que, 79 meses após transplante, apresentou microcarcinoma papilífero de tireoide associado a carcinoma de córtex adrenal. Conclusão:
Os tumores adrenocorticais primários e as recidivas locais devem ser
tratados cirurgicamente. Na presença de metástases ou doença progressiva, recomenda-se o tratamento com mitotane. Tratamento local
ou quimioterapia pode ser indicado. Nesse paciente, não foi iniciado
tratamento específico para o tumor primário devido ao estádio avançado da doença, com metástases em pulmões, fígado e rins.
8
CRISE ADRENAL PRECIPITADA PELA REPOSIÇÃO COM
LEVOTIROXINA NA SUSPEITA DE SÍNDROME POLIGLANDULAR
AUTOIMUNE TIPO 2: RELATO DE CASO
Bizarro, V. R.¹; Santos, J. C. S.¹; Bizarro, V.¹; Araujo, L. M. M.¹; Rocha, D.
R. T. W.¹; Jorge, A. R.¹; Arbex, A.K.¹
¹ Instituto de Pesquisa e Ensino Médico (Ipemed), São Paulo, SP; Faculdade de
Medicina (Famene), João Pessoa, PB, Brasil
Objetivo: Relatar um caso de crise adrenal precipitada por reposição
com levotiroxina (LT). Métodos: LR, feminina, 22 anos, com história de depressão de longa data controlada com fluoxetina 20 mg/dia.
Apresentou perda de peso progressiva com redução de apetite há 3
meses, tendo procurado um outro serviço, onde lhe foi diagnostica-
do hipotireoidismo e iniciado tratamento com levotiroxina 75 mcg/
dia. Desde então, apresentou piora dos sintomas psiquiátricos, sendo internada no Serviço de Psiquiatria. Evoluiu durante a internação
com náuseas, vômitos, dor abdominal difusa e hipotensão ortostática, sendo solicitada avaliação clínica. Exame físico: mau estado geral,
afebril, emagrecida, desorientada, anictérica e com hiperpigmentação
cutâneo-mucosa. Peso: 45 kg (habitual 55), PA: 110/70 mmHg (decúbito) e PA: 80/50 (em pé). FC 70 bpm (decúbito) e 90 (em pé).
Tireoide palpável, indolor, com aumento difuso (2x do normal). Abdome difusamente doloroso. Suspeitou-se de crise adrenal precipitada
pelo uso de LT. Foi suspenso o hormônio tireoidiano e iniciada dexametasona 1 mg/dia. Resultados: Anemia normocítica normocrômica
(Hb 10,2 g/dL-N 12-16), glicemia de jejum 85 mg/dL (N 70-99),
TSH 16,78 UI/mL (N 0,34-5,6), anti-TPO 921U/mL. Discussão:
Deve-se individualizar a abordagem ao paciente com HT, a fim de
evitar o surgimento de crise adrenal após início da reposição com LT
também naqueles pacientes sem evidência de DA, porém com baixa
reserva adrenal. Conclusão: Neste relato, por exemplo, a perda de
peso poderia alertar para uma associação de HT com DA como manifestação de uma SPA2.
9
DOENÇA DE ADDISON POR PARACOCCIDIOIDOMICOSE:
RELATO DE CASO
Melo, M. C.¹; Menezes, A. D.¹; Barros, B. P.¹; Galvão, A. L. V.¹; Ferreira,
R. D.¹; Conceição, S. A.¹
¹ Universidade Federal de Goiás (UFG), Hospital das Clínicas, Goiânia, GO, Brasil
Objetivo: Relatar caso de doença de Addison por paracoccidioidomicose (Pbmicose) diagnosticado pelo Serviço de Endocrinologia de
um Hospital Universitário em Goiânia, GO. Métodos: Análise de
prontuário, incluindo história clínica e exames de atendimento ambulatorial e enfermaria de paciente internado no referido hospital. Resultados: J.A.F., 61 anos, procedente de São Miguel do Araguaia, GO,
lavrador-aposentado, ex-tabagista e etilista, diabético tipo 2, admitido
no Pronto-Socorro, referindo há três meses astenia, edema vespertino
e esporádico de MMII, perda de 15 kg, diarreia líquida (3x/dia) sem
sangue ou muco, náuseas, fraqueza, vômitos pós-alimentares, hipoglicemia, hipotensão e variação de consciência, com piora há 20 dias.
Encaminhado à UTI com hipótese de sepse grave com foco urinário,
tratado por cinco dias com Tazocin. Fez uso de cloroquina por três
anos, suspendido há dois, sem autorização médica, por aparecimento
de hiperpigmentação cutânea. Na admissão, apresentou leucocitúria e
urocultura negativa, sem hematúria macroscópica. Foram encontrados
valores de ACTH: 558 pg/ml (VR: < 37 pg/ml) e cortisol basal: 1,56
ug/dL (VR: 5 a 25 ug/dL), anticorpos anticórtex adrenal (ACA) não
reagente; TC de abdome total normal; reação de Mantoux não reativo
e Pbmicose reativo. Discussão: A insuficiência adrenal aguda (DA)
pode ser secundária a infecções, doenças infiltrativas, hemorragias ou
a drogas que interferem na esteroidogênese adrenal. Mesmo não sendo manifestação obrigatória, a hiperpigmentação cutânea facilitou o
diagnóstico de DA. A ausência de ACA (ocorre em 60% a 81% desses
casos) improbabiliza a etiologia autoimune. A normalidade anatômica
das adrenais na TC de abdome não exclui doenças infecciosas, infiltrativo-neoplásicas ou metabólicas, vistas em necrópsia em 50% a 80%
dos casos. No Brasil, a Pbmicose é prevalente em homens acima de
30 anos de áreas rurais, a exemplo do paciente. Estudos verificaram
10,6% de pacientes DA com Pbmicose, caracterizada por valores basais
altos de ACTH e baixos de cortisol, após estímulo com ACTH. O
diagnóstico etiológico pode ser feito pela biópsia das adrenais, guiada
S203
Adrenal E Hipertensão
Trabalhos Científicos
Trabalhos Científicos
Adrenal E Hipertensão
por TC ou ultrassom. A conduta não se realizou e a etiologia se traçou
por dados epidemiológicos do paciente e reação de Pbmicose positiva.
Conclusão: Alterações das adrenais por Pbmicose são responsáveis por
grande parcela de pacientes DA. O acompanhamento adequado pode
garantir diagnóstico precoce e evitar desfechos fatais.
10
EFEITO BENÉFICO DA DEXAMETASONA NA HIPERPLASIA
ADRENAL CONGÊNITA NÃO CLÁSSICA
Gardin, F. F. G.¹; Furuta, T. S.¹; Cunha, L. B.¹; Callado, C.¹; Nicolau, A.
L.¹; Arbex, A. K.¹; Lana, J. M.¹
¹ Instituto de Pesquisa e Ensino Médico (Ipemed), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Este trabalho visa relatar um caso de HAC não clássica de
manifestação tardia, com boa resposta ao uso da dexametasona durante
o tratamento. Métodos: Mulher de 55 anos, procurou o serviço médico especializado com queixas de alopécia e hirsutismo. Apresentava, ao
exame, obesidade grau 1. Exames laboratoriais: 17alfaOPH: 2,11 ng/
ml (valor 0,11 a 1,08), teste da cortrosina: 17OHP basal: 1.050 ng/
dl (valor 20 a 72); 17OHP após 60 minutos de cortrosina: 2.780 ng/
dl; aldosterona: 6,1 ng/dl (valor 4 a 31 ng/dl); cortisol basal após 1
mg de dexametasona: 0,92 ug/dl; teste de tolerância à glicose jejum
= 121 mg/dl, em 120 minutos = 227 mg/dl; cortisol urinário: 44,3
mcg/24 h. TC de abdome: sugestivo de hiperplasia nodular na adrenal esquerda. Firmado o diagnóstico de HAC não clássica. A paciente
iniciou o tratamento com dexametasona de 0,5 mg/dia. No momento
atual, a dose utilizada é de 0,25 mg de 8/8 h. Resultados: Como
resultado do tratamento, houve uma resposta significativa à medicação
instituída, com perda de 10 kg de peso ponderal, melhora dos sinais de
alopécia, hirsutismo, acne, bem como diminuição dos valores séricos
de testosterona. Discussão: A HAC não clássica é um distúrbio autossômico recessivo na esteroidogênese adrenal, caracterizado por uma
deficiência de cortisol. A redução desse hormônio leva à elevação do
ACTH, gerando estímulo à adrenal e levando à sua hiperplasia. A deficiência da CYP21A2 é responsável por 90% dos casos, e sua deficiência
acarreta alteração nas vias glicocorticoide e mineralcorticoide, o que
leva à estimulação em excesso de uma via íntegra da suprarrenal, a via
androgênica. Na forma não clássica, as manifestações virilizantes nas
meninas não ocorrem ao nascimento, pois, neste caso, as mutações no
gene permitem uma atividade enzimática residual. Os pacientes com
essa forma geralmente apresentam pubarca precoce durante a infância
e sinais de hiperandrogenismo durante a adolescência e vida adulta.
Conclusão: A paciente citada apresentou queixas compatíveis com
hiperandrogenismo, como a alopécia, o hirsutismo e a acne, tendo,
então, procurado serviço médico. A dexametasona é a droga de escolha para o tratamento e controle da forma não clássica. Porém, a
literatura descreve que a terapia com os corticoides, nas várias manifestações clínicas do hiperandrogenismo, tem resultado pouco adequado,
com baixa eficácia na remissão dos sinais e sintomas. Tal fato dificulta
a adesão das pacientes à terapêutica instituída e com isso se perde, por
vezes, o seguimento clínico e laboratorial do quadro diagnosticado.
11
FEOCROMOCITOMA ASSOCIADO À NEUROFIBROMATOSE
DO TIPO 1: RELATO DE CASO
von Linsingen, C.¹; Spada, F.¹; Zanini, E. P. L.¹; Nishimori, F.¹; Zagury, R.
L.¹; Vieira Neto, L.¹
¹ Hospital Federal da Lagoa (HFL), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Relatar um caso de feocromocitoma (FEO) associado à
neurofibromatose do tipo 1 (NF1). Métodos: Relato de caso. Resul-
S204
tados: Paciente de 31 anos, sexo masculino, apresentando hipertensão
arterial sistêmica há dois anos e queixa de dor intensa em flanco direito
à manobra de Valsalva há seis meses, em uso de enalapril 40 mg/dia.
Procurou outro serviço onde foi submetido à ressonância magnética
de abdômen, evidenciando formação expansiva de contornos regulares
e bem definidos em adrenal direita, com sinal hiperintenso em T2 e
isointenso em T1, medindo 6,9 x 7,6 x 6,1 cm, sem alterações em
adrenal esquerda bem como demais órgãos intra-abdominais. Encaminhado ao nosso Serviço de Endocrinologia já com dosagens hormonais demonstrando metanefrinas urinárias no valor de 3,30 mg/24h
(referencial até 1,0 mg/24h), ácido vanil mandélico urinário de 43,50
mg/24h (referencial de 2,0 a 14,0 mg/24h), epinefrina sérica 1007,0
pg/ml (referencial até 84 pg/ml) e norepinefrina sérica 10351,0 pg/
ml (referencial até 420 pg/ml). Ao exame físico, hipertensão arterial
sistêmica, nove manchas café-com-leite (com diâmetro maior que 15
mm), inúmeras efélides em região inguinal, esparsas pápulas tuberosas
compatíveis com neurofibromas e nódulos de Lisch em íris bilateralmente, sinais esses também presentes no pai do paciente, exceto pela
hipertensão arterial. Solicitada cintilografia por metaiodobenzilguanidina 131I, que evidenciou captação restrita à topografia de adrenal
direita. Iniciado prazosin seguido de associação com enalapril, com
adequado controle pressórico após 16 mg/dia do alfabloqueador.
Atualmente aguarda cirurgia para excisão tumoral. O pai está em investigação e seus familiares diretos foram convocados para consulta
ambulatorial. Discussão: FEO é tumor de células cromafins derivado da crista neural, com incidência anual de 0,8/100.000 habitantes,
e que pode estar associado a síndromes genéticas em 15%-20% dos
casos. Uma dessas possíveis associações é NF1, síndrome de herança
autossômica dominante em que ocorre mutação no gene de supressão
tumoral NF-1, o qual codifica a proteína neurofibromina, e está associado a FEO em aproximadamente 2% dos casos. Conclusão: Apesar
de a maioria dos casos de FEO ser esporádica, deve-se atentar para síndromes genéticas associadas, mesmo naquelas com baixa penetrância
para FEO como na NF1, a fim de adequado aconselhamento genético
e investigação familiar, especialmente porque o FEO está associado à
elevada morbimortalidade.
12
FEOCROMOCITOMA COMO CAUSA DE INFARTO AGUDO DO
MIOCÁRDIO EM PACIENTE JOVEM: RELATO DE CASO
Scalfi, V. M.¹; Silva, E. D.¹; Annichino, L. R. A.¹; Castilho, L. N.¹; Cardoso,
F. O. M.¹; Divitiis, M. J. L. S.¹; Domenico, C. M.¹; Silva, A. M.¹
¹ Hospital Pitangueiras (HP), Jundiaí, SP, Brasil
Introdução: Os feocromocitomas são tumores neuroendócrinos raros,
produtores de catecolaminas, muitas vezes subdiagnosticados. Apresentam-se como causa rara de hipertensão secundária e podem cursar
com complicações cardiovasculares graves. Objetivos: Relatar caso de
feocromocitoma em paciente jovem, evoluindo com infarto agudo do
miocárdio, e demonstrar correlação com complicações cardiovasculares, mostrando a importância do rastreio de hipertensão secundária,
que abrange 10% dos hipertensos. Métodos: Paciente J.C.O.S., sexo
masculino, branco, 17 anos, natural de Jundiaí, solteiro, estudante e
história familiar positiva. Dá entrada no serviço com quadro de cefaleia holocraniana, sudorese, tontura, palpitação e pico hipertensivo
de início súbito. Apresentou catecolaminas plasmáticas e metanefrinas
urinárias normais. Na USG de abdome, massa adrenal à direita. TC
de abdome com lesões expansivas adrenais bilaterais. Cintilografia com
MIBG mostrando hipercaptação em adrenal direita. Evolui mantendo
pico hipertensivo, sinais de hipoperfusão e instabilidade hemodinâmica,
apresentando infarto agudo do miocárdio. Houve melhora clínica após
introdução de alfabloqueador e betabloqueador. No 46o pós-infarto,
foi submetido à adrenalectomia total à direita e parcial à esquerda por
videolaparoscopia, evoluindo no pós-operatório com labilidade pressórica. Anatomopatológico: feocromocitoma de adrenal bilateral. Discussão: Os feocromocitomas são geralmente benignos, com pico de
incidência por volta da quarta década de vida, e podem estar associados
a síndromes genéticas. A tríade clássica é constituída por cefaleia, palpitação e sudorese, normalmente acompanhada de hipertensão. Comprometimento cardiovascular pode caracterizar-se por angina e infarto
agudo do miocárdio, muitas vezes sem doença coronariana associada,
decorrentes do espasmo coronariano pelas catecolaminas, aumento da
agregabilidade plaquetária e do consumo de oxigênio. O diagnóstico é
realizado pela dosagem de catecolaminas plasmáticas e metanefrinas urinárias, aumentadas em 98% dos casos. A confirmação é feita por exames
de imagem. Conclusão: O diagnóstico de feocromocitoma como causa
de hipertensão arterial secundária é fundamental para instituir o tratamento adequado, seguimento de cada caso, controle das complicações
cardiovasculares e, consequentemente, a redução da morbimortalidade.
13
FEOCROMOCITOMA MALIGNO E NEUROFIBROMATOSE:
RELATO DE CASO
Aum, P. M. P.¹; Silva, A. Z.¹; Marone, M. M. S.¹; Hilário, L. N.¹; Ribas, C.¹;
Scalissi, N. M.¹; Lima Júnior, J. V.¹
¹ Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (FCMSCSP ),
Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM),
São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Relatar caso de paciente com neurofibromatose e feocromocitoma, com metástases em vários sítios 20 anos após diagnóstico do
tumor primário, sem resposta à terapia quimioterápica e com MIBG,
mostrando a variabilidade do curso clínico da doença e da resposta aos
tratamentos disponíveis. Métodos: Levantado prontuário de paciente
de ambulatório de Serviço de Endocrinologia. G.S.S., 56 anos, feminina, diagnóstico de neurofibromatose com presença de nódulos cutâneos e manchas café com leite, e feocromocitoma tratado com adrenalectomia há 20 anos, em seguimento irregular. Apresentou fratura
patológica de fêmur há 2 anos, com biópsia sugestiva de carcinoma de
células claras, sem identificação de sítio primário. Evoluiu com perda ponderal e lombalgia, com novos exames realizados. Resultados:
RM abdominal: nódulos hepáticos, pulmonares, ósseos, secundários.
MIBG: captação em crânio, vértebras, úmero, fígado, ossos da bacia,
fêmures provavelmente secundária à neoplasia de linhagem neuroectodérmica. Catecolaminas urinárias: norepinefrina 265 mcg/24h (VR:
até 97), dopamina 590 mcg/24h (VR: até 500); metanefrinas urinárias: normetanefrina 4.408 mcg/24h (VR: até 800), metanefrina
498 mcg/24h (VR: até 400). Revisão de lâmina de biópsia de fêmur:
quadro morfológico e imuno-histoquímica compatíveis com feocromocitoma maligno. Submetida a quimioterapia com ciclofosfamida,
vincristina e dacarbazina e a terapia com MIBG. Evoluiu com piora
clínica e das catecolaminas, metanefrinas e cintilografia com MIBG
com progressão da doença metastática. Internada com desidratação e
neutropenia febril evoluiu a óbito 6 meses após diagnóstico da doença
metastática. Discussão: Feocromocitomas são tumores de células cromafins que produzem e secretam catecolaminas. Em 25% dos casos,
associam-se a mutações genéticas. Em casos de neurofibromatose, sua
frequência é inferior a 5%, sendo 90% benignos. A histopatologia não
é confiável para distinguir tumores benignos de malignos, com necessidade de evidência de metástase em sítios distantes do tumor primário
para o diagnóstico. No momento, não existe terapia universalmente
efetiva para feocromocitomas malignos. Conclusão: Feocromocitomas podem apresentar doença metastática ao diagnóstico ou anos após
a ressecção cirúrgica, em geral nos primeiros 5 anos, às vezes como
nesse caso, 15 a 20 anos após retirada da lesão primária. A maioria
dos tratamentos é paliativa, havendo grande variação na resposta dos
pacientes. Portanto, o seguimento é importante para determinar o
comportamento maligno do tumor.
14
FEOCROMOCITOMA MALIGNO EM UM PACIENTE COM
NEUROFIBROMATOSE TIPO 1 (NF1)
Almeida, M. T.¹; Almeida, M. Q.¹; Chambo, J. L.¹; Soares, I. C. S.¹;
Bronstein, M. D.¹; Hoff, A. A. F. O.¹; Fragoso, M. C. B. V.¹
¹ Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Descrever um paciente com NF1 associado com feocromocitoma maligno. Métodos: Relato de caso. Resultados: Paciente
do sexo masculino, 36 anos, com NF1 e HAS há 1 ano. CT de abdômen evidenciou rim único à esquerda (E) e formação expansiva de
7,9 x 7,7 cm em adrenal E ocupando 2/3 superiores da loja renal E e
nódulo hepático de 3,9 cm. As catecolaminas totais séricas e urinárias
encontravam-se 24 e 6 vezes os valores de referência, respectivamente.
A cintilografia com MIBG mostrou captação positiva na massa adrenal
e lesão hepática. Três meses após o diagnóstico inicial, foi evidenciada
progressão da massa abdominal na RM (14 cm no maior diâmetro). CT
de tórax e cintilografia óssea não evidenciaram alterações. O paciente
foi submetido à exérese em bloco da massa adrenal e rim E, devido ao
envolvimento do parênquima e hilo renal, seguida de pancreatectomia
distal e esplenectomia devido a íntimo contato com a lesão. Iniciada
hemodiálise no pós-operatório. A histologia foi compatível com tumor
neuroendócrino PASS 12. Após 1 mês, a metástase hepática foi ressecada.
O anatomopatológico confirmou a suspeita de feocromocitoma. As
catecolaminas normalizaram 1 mês após ressecção da lesão hepática.
A cintilografia com MIBG após ressecções não identificou imagem
suspeita. Paciente mantem sessões de hemodiálise e sua pressão arterial
se mantém estável sob tratamento anti-hipertensivo. Discussão: A NF1
é uma síndrome hereditária que afeta o crescimento celular dos tecidos
neurais, com predisposição a neoplasias, principalmente tumores malignos da bainha e nervos periféricos. Feocromocitomas são identificados
em 0,1%-5,7% dos pacientes sem hipertensão arterial sistêmica (HAS)
e em até 50% dos hipertensos. Em relato de 216 pacientes com NF1 e
feocromocitoma, 14% apresentaram feocromocitoma bilateral e 9,3%,
doença maligna. HAS persistente após retirada tumoral pode ser observada em até 60% dos pacientes. Nosso paciente manteve HAS leve num
contexto de doença renal crônica, dificultando a interpretação quanto
à recidiva da doença. As catecolaminas plasmáticas e a cintilografia com
MIBG normais após cirurgias indicam controle da doença até o momento. Conclusão: Apresentamos um caso atípico de NF1 associado
com feocromocitoma maligno, ressaltando a importância da investigação de feocromocitoma em pacientes portadores de NF1, principalmente quando associado à HAS.
15
GRANDE CARCINOMA ADRENOCORTICAL PRODUTOR DE
CORTISOL ASSINTOMÁTICO
Marques, T. F.¹; Beserra, S. R.¹; Maciel, P. A. G.¹; Coutinho, D. R. B.¹;
Pequeno, C. P.¹; Filho, J. M. N. C.¹; Feitosa, I. D.¹; Figueiredo, P. R. L.¹
¹ Faculdade de Medicina de Juazeiro (FMJ), Hospital Regional do Cariri,
Juazeiro do Norte, CE, Brasil
S205
Adrenal E Hipertensão
Trabalhos Científicos
Adrenal E Hipertensão
Trabalhos Científicos
Objetivo: Relatar um caso raro de carcinoma adrenocortical assintomático produtor de cortisol. Métodos: Relato de caso a partir da análise retrospectiva de prontuário médico. Resultados: MCS, 18 anos,
masculino, admitido na emergência de um hospital de referência do
Ceará, queixando-se de dores abdominais em hipocôndrio esquerdo
com duração de 2 meses, intermitente, com irradiação para fossa ilíaca esquerda e que não cessava ao uso de sintomáticos. Associado a
esse quadro, havia uma perda ponderal de 12 kg neste intervalo. Ao
exame físico, apresentava-se hipocorado, emagrecido, pressão arterial
em decúbito de 115 x 90 mmHg, sem evidências de virilização ou feminização, fácies cushingoide, gibosidade, estrias violáceas, equimoses
ou fraqueza muscular proximal. O abdome era globoso, Piparot (+),
doloroso à palpação em hipocôndrio esquerdo e sem massas palpáveis. Radiografia de tórax evidenciava um derrame pleural moderado
à esquerda, para o qual foi realizada toracocentese de alívio e estudo
do líquido com pesquisa de células neoplásicas negativa. Realizada ultrassonografia de abdome total sem achados de anormalidade, porém,
durante a tomografia computadorizada, foi identificada uma lesão expansiva em loja adrenal esquerda, 13,3 x 11,8 x 8,3 cm, infiltrativa, heterogênea, com calcificações difusas, clareamento do contraste após 10
minutos inferior a 40%, com sinais de invasão pancreática, esplênica, de
raiz mesentérica, disseminação linfonodal e carcinomatose peritoneal.
Foram solicitadas dosagens hormonais para avaliar função adrenal que
mostraram catecolaminas plasmáticas: norepinefrina: 185 pg/mL;
epinefrina: 38 pg/mL; dopamina: 68 pg/mL; cortisol após supressão
com 1 mg de dexametasona: 43,57 μg/dL; testosterona livre: 0,18
ng/dL, testosterona total: 17,5 ng/dL e sulfato de de-hidroepiandrosterona: 350 μg/dL. Glicemia de jejum: 88 mg/dL. Discussão:
Carcinomas adrenocorticais são tumores raros, agressivos, cuja incidência é de aproximadamente 1-2 casos por milhão de habitantes por
ano. Podem ocorrer em qualquer faixa etária, no entanto, são mais
comuns antes dos 5 anos de idade e entre a quarta e quinta décadas de
vida. Acometem predominantemente as mulheres, a maioria é secretor
de cortisol e/ou androgênios e, nos homens, há uma tendência a ser
assintomático, apresentando-se como uma massa abdominal ou um
achado incidental. Conclusão: Este relato evidencia uma apresentação
clínica incomum de um grande carcinoma adrenocortical produtor de
cortisol.
16
HIPERPLASIA ADRENAL MACRONODULAR: APRESENTAÇÃO
DE UM CASO
Diniz, E. T.¹; Marques, T. F.¹; Martins, A. L. B.¹; Vasconcelos, R. S.¹;
Siqueira Neto, M. L.¹; Lima, H. O.¹; Griz, L.¹
¹ Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina Grande, PB, Brasil
Objetivo: Relatar um caso raro de síndrome de Cushing (SC) secundária à hiperplasia macronodular das adrenais. Métodos: Relato
de caso clínico a partir da análise retrospectiva de prontuário médico. Resultados: Paciente de 68 anos, sexo feminino, portadora de
diabetes mellitus, hipertensão e osteoporose, evoluiu no último ano
com piora dos níveis glicêmicos e insuficiência cardíaca descompensada. Antecedentes: doença de Plummer tratada com I131, na dose
de 30 mCi, há dois anos. Exame físico evidenciou face de lua cheia,
adelgaçamento cutâneo, equimoses em membros e fraqueza muscular proximal. A avaliação laboratorial mostrou: cortisol livre urinário
= 339,2 mcg/24h (normal = 21 a 111 mcg/24h); cortisol salivar
(quimioluminescência) = 0,73 mcg/dl; ausência de supressão significativa do cortisol após a administração de dose baixa de dexametasona (Liddle I) com cortisol = 25,1 mcg/dl); ACTH plasmático basal
S206
(ensaio imunométrico quimioluminescente) = 5 pg/ml (repetido e
confirmado); TSH = 0,15 UI/ml e T4 livre = 0,85 ng/dl. Com a hipótese diagnóstica de SC independente de ACTH, a paciente foi submetida à tomografia computadorizada (TC) de abdome, que mostrou
adrenais de dimensões aumentadas, contornos lobulados, à custa de
múltiplas imagens nodulares, apresentando impregnação heterogênea
pelo meio de contraste, sendo aventada a possibilidade de hiperplasia
macronodular das adrenais. No momento, a paciente encontra-se em
preparação pré-operatória para realização de adrenalectomia bilateral.
Discussão: A hiperplasia adrenal bilateral macronodular (AIMAH) é
uma entidade rara caracterizada pelo aumento bilateral das adrenais,
na ausência do estímulo exercido pelo ACTH. Na maior parte dos
casos relatados na literatura, a expressão clínica da hiperplasia adrenal
bilateral macronodular ocorreu após a quinta ou sexta década de vida.
Clínica e laboratorialmente, a SC causada pela AIMAH apresenta praticamente as mesmas características das encontradas nas outras doenças
primárias das adrenais. A TC costuma evidenciar um aumento maciço
das adrenais, com múltiplos nódulos (alguns podendo atingir até 5 cm
de diâmetro). O tratamento de escolha da AIMAH consiste na adrenalectomia bilateral. Conclusão: Este relato evidencia uma causa rara
de SC ACTH-independente.
17
METÁSTASE ADRENAL DE ANGIOSSARCOMA HEPÁTICO
COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE CARCINOMA
ADRENAL
Magno, G. M.¹; De Souza Júnior, J. A.¹; Silva, A. Z.¹; Cabral, L. M.¹;
Bastos, R. M.¹; Scalissi, N. M.¹; Lima Júnior, J. V.¹
¹ Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (FCMSCSP), São
Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Relatar o caso de paciente com angiossarcoma hepático e
metástase adrenal. Métodos: Levantado prontuário da paciente MFJ,
58 anos, sexo feminino, história de perda de 15 kg, febre, dor abdominal e vômitos por 10 meses. Resultados: TC de abdome com massa
sólido cística, bem delimitada em topografia de loja adrenal direita de
10 x 9 x 7 cm; DHEA-S: 177 ng/mL (valor de referência-VR- : 7603780); testosterona total < 20 ng/dL (VR: 21-119); cortisol após 1
mg de dexametasona: 7,9 mcg/dL (VR: < 1,8); triagens para feocromocitoma e hiperaldosteronismo negativas. RM de abdome e pelve:
fígado com lesões sólidas esparsas pelo lobo direito, entremeadas por
lesões liquefeitas, algumas com componente hemorrágico, sendo o
maior componente sólido de 10 cm; grande lesão hemorrágica e heterogênea comprometendo adrenal direita de 10 cm; ausência de lesões
focais ovarianas. Anatomopatológico (AP) com imuno-histoquímica
(IH) do material proveniente da biópsia de lesão hepática guiada por
ultrassonografia: compatível com carcinoma pouco diferenciado, não
determinando sede primitiva da neoplasia. Discussão: Aventada a hipótese diagnóstica de carcinoma adrenal secretor de cortisol, no entanto, tal hipótese foi enfraquecida com o resultado do ACTH: 134 pg/
mL (VR < 46), sendo levantada a possibilidade de metástase adrenal
e que a não supressão do cortisol teria sido em função da situação de
estresse em que a paciente se encontrava. Apresentou dor abdominal,
vômitos, constipação, desconforto respiratório, hipotensão e queda do
hematócrito, evoluindo a óbito após 4 dias; AP com IH proveniente
da necrópsia: angiossarcoma hepático. Angiossarcoma hepático é um
tumor raro, sendo estimada sua incidência anual em 0,14 a 0,25 caso
por milhão. Macroscopicamente são massas mal definidas de aspecto
esponjoso e hemorrágico, podendo haver metástases para linfonodos,
ossos e adrenais. Conclusão: Em função do rápido crescimento do
angiossarcoma hepático, a cirurgia ou transplante são de difícil realização, e a causa de morte, na maioria dos casos, é a ruptura tumoral com
consequente hemorragia intraperitoneal. Deve-se, então, considerar a
metástase adrenal do angiossarcoma hepático como diagnóstico diferencial de carcinoma adrenal, para a instituição da terapêutica adequada de maneira precoce.
18
NOVO MÉTODO PARA A DETERMINAÇÃO DE DHEA NO SORO
POR DILUIÇÃO ISOTÓPICA E CROMATOGRAFIA LÍQUIDA
ACOPLADA À ESPECTROMETRIA DE MASSAS EM TANDEM
Nakamura, O. H.¹; Cardozo, K. H. M.¹; Biscolla, R. P. M.¹; Brandão, C.
M. A.¹; Vieira, J. G. H.¹; Carvalho, V. M.¹
¹ Grupo Fleury, São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: De-hidroepiadrosterona (DHEA) é um esteroide produzido principalmente pelas adrenais, mas também pelas gônadas e pelo
tecido adiposo. É o precursor da androstenediona, que, por sua vez, dá
origem a testosterona, estradiol e estrona. A determinação de DHEA
no soro é importante para a avaliação da condição funcional das adrenais. DHEA é comumente determinado por imunoensaios que são
suscetíveis a interferências por outros esteroides endógenos ou exógenos. O objetivo deste trabalho foi o desenvolvimento e a validação de
um novo teste semiautomatizado e mais específico para a dosagem de
DHEA. Métodos: Um pipetador robotizado Janus foi utilizado para
o preparo da diluição isotópica, que consiste na combinação de 0,2 mL
de soro e 20 µL de DHEA-d7 (100 ng/mL). Em seguida, as amostras são desproteinizadas e o DHEA, extraído em fase líquido-líquido
imobilizada. Após evaporação dos extratos orgânicos, os resíduos são
convertidos a oximas por tratamento com hidroxilamina. Os derivados
são purificados por cromatografia líquida em fase reversa e detectados
por espectrometria de massas em tandem, utilizando o modo de ionização por eletrospray positiva. O novo ensaio foi submetido a uma
validação analítica completa e os resultados foram comparados com
os obtidos com um radioimunoensaio (RIE) baseado em anticorpos
desenvolvidos “in-house”. Resultados: Os parâmetros de extração foram otimizados por meio de uma estratégia de “design of experiment”
baseada em fatorial completa. A comparação do método aqui descrito,
com o método RIE “in house”, que envolve uma prévia extração líquido-líquido das amostras (n = 204), mostrou uma correlação de 0.83.
Discussão: O ensaio apresentado é compatível com rotinas de alto volume. Apesar da alta complexidade associada à LC-MS/MS, o preparo
semiautomatizado das amostras e aquisições curtas poupa o tempo de
máquina precioso dos espectrômetros. Todos os parâmetros analíticos avaliados apresentaram ganho significativo quando comparados ao
RIE. Conclusão: O novo ensaio apresentou ganhos importantes em
sensibilidade e especificidade, o que que aumenta o valor diagnóstico
da determinação de DHEA no soro humano.
19
PREVALÊNCIA DE HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO EM
FERNANDÓPOLIS E PADRONIZAÇÃO DOS SEUS MÉTODOS
LABORATORIAIS
Franciscon, L. M. G. S.¹; Vinhola, S. M.¹; Merli, B. L. A.¹; Giavarina, V. I.¹;
Gomes, M. A. R.¹; Oliveira Neto, J. B.¹; Fonseca, I. A.¹; Martines, M. P.¹
¹ Universidade Camilo Castelo Branco (Unicastelo), Fernandópolis, SP, Brasil
Introdução: O hiperaldosteronismo primário (HAP) foi por três
décadas tido como uma causa rara de hipertensão (HAS), e agora reconhecemos, após screening da razão plasmática aldosterona/atividade
da renina (ARR), ser uma das causas mais comuns de hipertensão secundária, mesmo em normocalêmicos 50%. Dados estimam que, de
8% a 13% dos pacientes com HAS moderada a severa, destes, é de 17%
a 23% de pacientes apresentam HAS refratária ao tratamento medicamentoso. O hiperaldosteronismo primário é uma produção excessiva
de aldosterona, supressão da atividade plasmática de renina (APR) e
presença de HAS, podendo haver hipocalemia e alcalose metabólica.
A detecção de HAP é de particular importância não somente para melhorar seu tratamento e provável cura da HAS, como também para prevenção de patologias cardiovasculares e lesão de órgãos-alvo do que a
idade e sexo, em pacientes correspondentes, com hipertensão essencial
e HAS semelhante. Diante da estimativa, 30% da população mundial
será hipertensa até 2025. Objetivo: Estimar a real prevalência de HAP
em pacientes HAS na região de Fernandópolis, propondo um padrão
metodológico laboratorial rotineiro aos HAS, para após podermos diminuir consequentemente a taxa de morbimortalidade desses pacientes.
Métodos: O rastreamento será realizado em todos os pacientes com
HAS do Posto Pôr do Sol, clínica médica, ambulatório dos alunos de
medicina da Unicastelo, e que apresentem: suspeita de HAS secundária,
hipocalemia espontânea ou provocada por diuréticos, HAS refratários
aos tratamentos habituais, HAS com tumor abdominal, pacientes com
HAS grau II ou III, história familiar de HAS ou AVE em pessoas com
menos de 40 anos. Foram realizadas dosagens de: sódio e potássio séricos (mg/dl), creatinina, aldosterona sérica (ng/dl) e atividade plasmática da renina (ng/ml/hr), ARR. Resultados: Observou-se que,
dos 42 pacientes avaliados, três apresentaram ARR > 20 ng/dl em seu
rastreamento inicial, mostrando uma relação de 7,14%, estatisticamente
significante. Discussão: De acordo com a literatura, os resultados mostraram a importância do rastreamento dos pacientes com esse exame
laboratorial para possíveis diagnósticos de HAS refratários. Conclusão:
Demonstrou-se a importância da determinação do rastreamento para
HAP, uma causa de HAS passível de tratamento curativo, por meio
da ARR, e não apenas a triagem por potássio sérico, diminuindo as
complicações graves decorrentes dessa doença. Mais estudos devem ser
realizados para uma mudança da triagem inicial da HAS.
20
PSEUDOCISTO HEMÁTICO DE GLÂNDULA SUPRARRENAL
Brandão, D. A.¹; Madeira, M.¹; Cordeiro, N.¹; Rivelli, G.¹; Gabilão, I.¹;
Kasuki, L.¹
¹ Hospital Federal de Bonsucesso (HGB), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Relatar um caso de pseudocisto hemático em glândula suprarrenal. Métodos: M.E.S., 62 anos, feminina, hipertensa. Há oito
anos realizou radiografia de abdome para investigação de dor lombar,
que evidenciou lesão calcificada em quadrante médio esquerdo. Não
prosseguiu a investigação diagnóstica até que, há um ano, foi submetida
à tomografia para elucidação de dor lombar associada à disúria, que
mostrou volumosa formação hipodensa de aspecto cístico com calcificação anelar, medindo 9,1 x 7,4 x 6,9 cm em adrenal esquerda (adrenal
direita sem alterações), sendo encaminhada para avaliação endocrinológica. Foram realizadas provas funcionais com exclusão dos diagnósticos de síndrome de Cushing, feocromocitoma e hiperaldosteronismo
primário, além de nova tomografia de abdome, na qual foi confirmada
formação expansiva ovalada de aspecto cístico, conteúdo hipodenso e
sem realce pelo contraste, com calcificações parietais grosseiras e difusas, medindo 5 x 10 x 6,8 cm em adrenal esquerda, sem plano de clivagem com baço e pâncreas, determinando deslocamento inferior do rim
ipsilateral, de aspecto inespecífico e comportamento benigno; adrenal
direita normal. Foi, então, submetida à adrenalectomia esquerda devido
S207
Adrenal E Hipertensão
Trabalhos Científicos
Adrenal E Hipertensão
Trabalhos Científicos
ao tamanho da lesão (≥ 4 cm); a cirurgia foi realizada por via videolaparoscópica e sem complicações. Resultados: O estudo histopatológico
da peça cirúrgica revelou pseudocisto adrenal composto por parede fibrosa sem revestimento epitelial próprio, com calcificações e conteúdo
hemático, compatível com pseudocisto hemático. É importante salientar que a paciente nega qualquer história de trauma local, infecção, anticoagulação ou outra condição que justifique tal achado. Conclusão:
O adenoma representa a etiologia mais frequente de incidentalomas
adrenais, apresentando-se geralmente como lesões pequenas e não funcionantes. Nesses casos, a ressecção está indicada quando o tumor tem
tamanho maior ou igual a 4 cm, visto que massas maiores têm maior
risco de serem malignas. Já o cisto adrenal é uma condição rara, que
responde por menos de 6% dos incidentalomas adrenais, sendo 32%80% pseudocistos. Esses geralmente são benignos, assintomáticos e têm
sua origem relacionada a episódios repetidos de trauma, infecção ou
sangramento. Além disso, os pseudocistos raramente podem causar hipofunção adrenal, síndrome de Cushing ou feocromocitoma.
21
PSEUDOCISTO HEMÁTICO DE GLÂNDULA SUPRARRENAL
Coutinho, E. A. F.¹; Brandão, D. A.¹; Cordeiro, N.¹; Rivelli, G. R.¹; Netto,
I.G.¹; Kasuki, L.¹
¹ Serviço de Endocrinologia do Hospital Federal de Bonsucesso (HGB), Rio de
Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Relatar um caso de pseudocisto hemático em glândula suprarrenal. Métodos: M.E.S., 62 anos, feminina, hipertensa. Há oito
anos realizou radiografia de abdome para investigação de dor lombar,
que evidenciou lesão calcificada em quadrante médio esquerdo. Não
prosseguiu a investigação diagnóstica até que, há um ano, foi submetida à tomografia para elucidação de dor lombar associada à disúria,
que mostrou volumosa formação hipodensa de aspecto cístico com
calcificação anelar, medindo 9,1 x 7,4 x 6,9 cm em adrenal esquerda
(adrenal direita sem alterações), sendo encaminhada para avaliação endocrinológica. Foram realizadas provas funcionais com exclusão dos
diagnósticos de síndrome de Cushing, feocromocitoma e hiperaldosteronismo primário, além de nova tomografia de abdome, na qual foi
confirmada formação expansiva ovalada de aspecto cístico, conteúdo
hipodenso e sem realce pelo contraste, com calcificações parietais grosseiras e difusas, medindo 5 x 10 x 6,8 cm em adrenal esquerda, sem
plano de clivagem com baço e pâncreas, determinando deslocamento
inferior do rim ipsilateral, de aspecto inespecífico e comportamento
benigno; adrenal direita normal. Foi, então, submetida à adrenalectomia esquerda devido ao tamanho da lesão (≥ 4 cm); por via videolaparoscópica e sem complicações. Resultados: O estudo histopatológico
da peça cirúrgica revelou pseudocisto adrenal composto por parede
fibrosa sem revestimento epitelial próprio, com calcificações e conteúdo hemático, compatível com pseudocisto hemático. É importante salientar que a paciente nega qualquer história de trauma local, infecção,
anticoagulação ou outra condição que justifique tal achado. Conclusão: O adenoma representa a etiologia mais frequente de incidentalomas adrenais, apresentando-se geralmente como lesões pequenas e não
funcionantes. Nesses casos, a ressecção está indicada quando o tumor
tem tamanho maior ou igual a 4 cm, visto que massas maiores têm
maior risco de serem malignas. Já o cisto adrenal é uma condição rara,
que responde por menos de 6% dos incidentalomas adrenais, sendo
32%-80% pseudocistos. Esses geralmente são benignos, assintomáticos, e têm sua origem relacionada a episódios repetidos de trauma, infecção ou sangramento. Além disso, os pseudocistos raramente podem
causar hipofunção adrenal, síndrome de Cushing ou feocromocitoma.
S208
22
PARAGANGLIOMA EM ADULTO JOVEM COM HISTÓRIA
PRÉVIA DE FEOCROMOCITOMA NA INFÂNCIA: RELATO DE
CASO
Soares, J. O.¹; Candioto, S. L.¹; Fonseca, I. F. A.¹; Nascimento, L. M.
V.¹; Andrade, A. E. M.¹; Braziliano, C. B.¹; Almeida, H. G.¹; Leão, L. M.
C. S. M.¹
¹ Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Hospital Universitário Pedro
Ernesto, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: Feocromocitomas são tumores de células cromafins que
produzem, armazenam e secretam catecolaminas. Têm maior incidência entre a 4ª e a 5ª décadas e somente 10% ocorrem em crianças.
Sua prevalência é estimada em 1 caso a cada 500 a 1.000 indivíduos
hipertensos, dentre os quais 75% não são diagnosticados em vida.
Pode ser familiar ou esporádico, sendo este último o mais comum.
As formas familiares ocorrem isoladamente ou como parte de síndromes genéticas como a neoplasia endócrina múltipla tipo 2, doença de
Von Hippel-Lindau, neurofibromatose tipo 1 e os paragangliomas
hereditários do pescoço. É uma patologia potencialmente maligna e
letal, sendo uma causa curável de hipertensão, devendo ser sempre
investigada. Objetivo: Nosso objetivo é o relato de um caso raro de
paraganglioma em adulto jovem com história pregressa de feocromocitoma na infância. Métodos: Relato de caso. Resultado: Paciente
de 37 anos, masculino, pardo, assintomático, procurou atendimento
ambulatorial portando tomografia computadorizada de abdome que
demonstrava uma massa de 6,9 x 5,7 cm em topografia de adrenal
esquerda, deslocando inferiormente o rim esquerdo. Tinha história
pregressa de feocromocitoma aos 11 anos, diagnosticado durante
investigação de hipertensão secundária. Na ocasião, apresentava episódios de sudorese, taquicardia, hipertensão, retinopatia hipertensiva
grau IV e miocardiopatia catecolinérgica. Foi realizada adrenalectomia
bilateral em dois momentos devido à persistência do quadro clínico.
A histopatologia revelou feocromocitoma bilateral. Durante a atual
investigação foram dosadas catecolaminas plasmáticas: epinefrina 86.2
pg/ml. Conclusão: Raramente o feocromocitoma faz parte de doença
familiar de herança autossômica dominante. Estudos recentes mostraram que até 81% dos feocromocitomas multifocais e 59% dos pacientes
com menos de 18 anos, como o caso relatado, seriam portadores das
doenças familiares, mostrando a importância de valorizar as síndromes
genéticas nesses casos.
23
HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA FORMA CLÁSSICA COM
DIAGNÓSTICO TARDIO: RELATO DE CASO
Camara, M. F.¹; Maxta, I. A.¹; Mandel, F.¹; Lima Júnior, J. V.¹; Toledo, L.
G. M.¹; Mendes, R. E.¹; Scalissi, N. M.¹
¹ Faculdade de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
(FCMSCSP), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Relatar um caso de hiperplasia adrenal congênita (HAC)
forma clássica virilizante simples por deficiência de 21-hidroxilase
(21OH), caracterizado por virilização extrema e genitália ambígua
tratada tardiamente. Métodos: Relatado caso clínico de paciente em
acompanhamento no ambulatório de endocrinologia, por meio de revisão de prontuário. Resultados: Paciente S.F.R., sexo feminino, 18
anos, encaminhada ao ambulatório de endocrinologia com hipótese
diagnóstica de síndrome dos ovários policísticos (SOP). Relatava nascimento por parto normal e a termo, com distúrbio de diferenciação
sexual diagnosticado ao nascimento, porém sem etiologia definida.
Pubarca aos 7 anos e telarca aos 13 anos. Diagnosticada amenorreia
primária aos 16 anos, sendo prescrito acetato de ciproterona 2 mg
com etinilestradiol 0,035 mg, evoluindo com sangramento mensal e
aumento das mamas. Antecedente familiar de irmão falecido aos 22
dias de vida. Pais sem consanguinidade. Ao exame físico, hirsutismo
(Ferriman 18) e genitália ambígua, com clitoromegalia (6,0 x 3,0 cm,
com estímulo de glande), uretra tópica e vagina hipoplásica (Prader
II), além de Tanner M3P5. Os exames laboratoriais evidenciavam níveis aumentados de 17OH-progesterona (31 ng/mL, valor de referência-VR entre 0,18-0,25 ng/mL), testosterona total-TT (726 ng/
dL, VR entre 14-76 ng/dL), DHEA-S (609 mcg/dL, VR entre 37280 mcg/dL), androstenediona 10,90 ng/ml; (VR: 0,10-3,0) e cariótipo 46XX (30 metáfases). Tomografia computadorizada de abdome
com espessamento hipoatenuante em adrenal esquerda (2,3 x 1,3 cm)
e ultrassom pélvico com útero de dimensões reduzidas (11,7 cm³) e
ovários sem alterações. Discussão: Diante do diagnóstico de HAC
forma clássica virilizante simples, iniciou-se dexametasona 0,5 mg/dia,
com redução de progressão de virilização e melhora dos níveis hormonais, com 17OHP 2,9 ng/mL, TT. Conclusão: É importante o
diagnóstico precoce da HAC, de forma a controlar os sinais e sintomas
de hiperandrogenismo e permitir a correção cirúrgica prematura da
genitália ambígua, para evitar trauma psicológico, baseando-se no sexo
social e genético do paciente.
24
PACIENTE COM FEOCROMOCITOMA MALIGNO
IRRESSECÁVEL E HIPERCALCEMIA: RELATO DE CASO
Sá, M. A.¹; Madruga, I. D.¹; Valeriano, A. M.¹; Gomes, C. L.¹; Beltrão, F.
E. L.¹; Farias, M. B.¹; França, T. C.¹
¹ Hospital Universitário Lauro Wanderley, Universidade Federal da Paraíba (UFPB),
Complexo Hospitalar Governador Tarcisio Burity, João Pessoa, PB, Brasil
Objetivo: Descrever um caso de hipercalcemia secundária a feocromocitoma maligno irressecável em uma paciente jovem. Métodos: Paciente feminino, 25 anos, hipertensa desde os 14 anos, com internação
prévia por síncope, convulsão, constipação, sonolência e hipertensão
arterial. Fez encefalopatia hipertensiva e edema agudo de pulmão. TC
de abdome revelou tumoração em adrenal esquerda, sendo encaminhada ao HULW para investigação. À admissão: astenia, anorexia,
vômitos e perda de peso (14 kg em 1 mês). Ao exame: hipocorada, sudoreica, FC: 156 bpm, FR: 24, PA: 170 x 130 mmHg; abdome tenso,
distendido, doloroso, massa palpável em topografia esquerda. Exames:
Ca: 16,2; P: 1,9; Ca de 24h: 545,6 mg; P de 24h: 615,2 mg; adrenalina = 19,5 mcg/24h, noradrenalina = 1.000 mcg/24h, dopamina
= 1.000 mcg/24h; normetanefrina = 5.000 mcg/24h, metanefrina
= 53,6 mcg/24h; PTH-intacto: 12 pg/mL; TC de abdome e pelve:
grande massa heterogênea em adrenal esquerda, lobulada, com 9 x 13
x 10,5 cm estendendo-se para região peri-aórtico-caval, polo superior
do rim e pilar diafragmático esquerdos; íntima relação com pâncreas
(corpo e cauda), estômago, baço e cólon transverso; extensa adenomegalia peri-aórtico-caval, peri-renal esquerda e retrocrural; envolve
veia renal esquerda e artérias aorta e renal esquerdas. Resultados: Foi
diagnosticado feocromocitoma maligno irressecável. Tratada com os
devidos anti-hipertensivos, necessitou durante internação de ácido zoledrônico para controle da hipercalcemia. Iniciada quimioterapia com
vinblastina, ciclofosfamida e dacarbazina. Discussão: A maioria dos
casos de hipercalcemia (90%) é decorrente de hiperparatireoidismo
primário (HPT) ou malignidade, sendo necessária a diferenciação de
ambos. FEO e HPT fazem parte do diagnóstico de neoplasia endócrina múltipla tipo 2 (NEM2). Entretanto, HPT foi descartado na paciente pela dosagem do PTH. Associação de FEO com hipercalcemia
maligna está relacionada à proteína que tem relação com o hormônio
da paratireoide (PTHrP). Poucos casos são descritos na literatura e,
em nenhum caso pesquisado, a hipercalcemia foi inicialmente tratada
com ácido zoledrônico. Conclusão: A importância deste caso se deve
por existirem poucos relatos de feocromocitoma maligno com hipercalcemia, sendo ainda mais raros os casos irressecáveis já ao diagnóstico. Uma vez que a hipercalcemia é potencialmente ameaçadora à vida,
é importante que essa associação seja lembrada.
25
SÍNDROME DE GARDNER E ADENOMA ADRENAL: RELATO DE
CASO
Souza Júnior, J. A.¹; Santos, L. R.¹; Cyrulnik, F. M. B.¹; Oliveira, F. M.¹;
Mendes, R. E.¹; Scalissi, N. M.¹; Lima Junior, J. V.¹
¹ Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
(FCMSCS P), São Paulo, SP, Brasil
Métodos: D.E.A., 22 anos, masculino, portador de síndrome de Gardner diagnosticada em 2008, submetido à colectomia total profilática em
abril de 2010. Durante realização de exames de controle pós-operatório, evidenciou-se, por meio de tomografia de abdome, um incidentaloma adrenal à direita com 4,7 x 4,3 x 2,9 cm, com atenuação de -4 UH
na fase pré-contraste e wash-out relativo > 40%. Posteriormente, RNM
confirmou formação expansiva na adrenal direita com perda de sinal na
sequência out fase, medindo 5,4 x 2,8 x 3,9 cm, sugestivo de adenoma.
Resultados: Exames laboratoriais: cortisol sérico pós-supressão com
dexametasona: 1,4 µg/dL, testosterona total: 492 ng/dL, DHEAS:
819 ng/mL, somatória das catecolaminas plasmáticas: 153 pg/mL e
somatória das metanefrinas urinárias: 453 MCG em 24 horas. O paciente foi avaliado pelo Serviço de Urologia, sendo indicada adrenalectomia
direita por via aberta. Atualmente, o paciente aguarda cirurgia. Discussão: A síndrome de Gardner é uma desordem genética autossômica dominante que se caracteriza como uma variante da polipose adenomatosa
familiar associada a tumores extracolônicos, entre eles cistos epidermoides, osteomas e tumores desmoides. O principal risco para pacientes
portadores dessa patologia é o desenvolvimento de câncer colorretal,
embora exista associação com outras neoplasias, como o carcinoma de
tireoide e adrenal. A incidência de massas adrenais em pacientes portadores de polipose adenomatosa familiar é cerca de 2 a 4 vezes maior que
na população geral, embora a apresentação clínica e prognóstico não difiram. Conclusão: Ainda que rara, deve-se estar atento a essa associação,
pois, devido a uma maior taxa de sobrevida desses pacientes atualmente,
essa incidência está se tornando cada vez mais frequente.
26
SÍNDROME DE CUSHING ACTH-INDEPENDENTE COM
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE ADRENAIS NORMAL
Conceição, F. L.¹; Giorgetta, J. M.¹; Blotta, F. G. S.¹; Cunha Neto, S.
H.¹; Vieira Neto, L.¹
¹ Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Descrever um caso de síndrome de Cushing (SC) ACTH
-independente com tomografia computadorizada (TC) de adrenais
normal. Métodos: Relato de caso. Resultados: Paciente 24 anos, sexo
feminino, branca, ganho ponderal de 20 kg em 4 anos, fraqueza muscular proximal, pletora facial e hirsutismo há 5 anos, além de amenorreia secundária há 9 meses e diagnóstico de HAS em uso de três drogas
anti-hipertensivas, dislipidemia e esteatose hepática não alcoólica. Negava doença endócrina na família. Apresentava obesidade generalizada, estrias violáceas > 1 cm em abdome, pletora facial, giba, acantose
S209
Adrenal E Hipertensão
Trabalhos Científicos
Biologia Celular E Molecular/genética
Trabalhos Científicos
nigricans, acne e hirsutismo em face. IMC: 41,87 kg/m² e PA: 214 x
124 mmHg. Cortisol salivar noturno: 0,18/0,18 (VR < 10 pg/mL =
supressão). TC de adrenais normal. Indicada cirurgia pela possibilidade de doença adrenocortical nodular pigmentada primária (PPNAD).
Realizada adrenalectomia bilateral por videolaparoscopia, com adrenais macroscopicamente normais. Histopatológico: nódulos pardos,
não encapsulados, definidos. Discussão: PPNAD é uma doença rara
caracterizada por nódulos adrenais. Conclusão: Apesar de a PPNAD
ser uma doença rara, deve ser incluída no diagnóstico diferencial da SC
ACTH-independente, porque a TC abdome falha em reconhecer essa
condição em alguns casos, como foi descrito. A adrenalectomia bilateral é o tratamento de escolha e é obrigatória a pesquisa do complexo
de Carney devido à elevada prevalência nesses casos.
27
SÍNDROME DE CUSHING SUBCLÍNICA DECORRENTE DE
INCIDENTALOMAS ADRENAIS BILATERAIS
Coutinho, E. A. F.¹; Rivelli, G. R.¹; Netto, I. G.¹; Brandão, D. A.¹;
Cordeiro, N.¹; Kasuki, L.¹; Braz, R.²
¹ Serviço de Endocrinologia do Hospital Federal Bonsucesso (HGB); ² Serviço de
Radiologia Intervencionista do Hospital Federal de Bonsucesso (HGB), Rio de
Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Relatar o caso de paciente com incidentalomas adrenais bilaterais e síndrome de Cushing (SC) subclínica. Métodos: NGMF, feminino, 49 anos. Durante investigação para enterorragia, realizou TC
abdominal, que mostrou adenomas adrenais, medindo 2,8 x 1,7 cm à
direita e 2,7x1,6 cm à esquerda. A avaliação funcional do incidentaloma excluiu feocromocitoma e hiperaldosteronismo e evidenciou hipercortisolismo ACTH-independente: cortisol após supressão com 1 mg
dexametasona: 5,0 mcg/dL. Resultados: Três meses após a cirurgia,
houve melhora do controle glicêmico e pressórico, perda ponderal e
normalização do hipercortisolismo: CLU 38 mcg/24h (10-100) e
cortisol salivar às 23h: 39 ng/dL (< 100). Discussão: Doenças primárias das adrenais representam 20%-30% dos casos de SC. Geralmente são adenomas (60%) e comumente são lesões unilaterais. Quando
bilaterais, pode haver dificuldade na definição da lesão produtora de
cortisol. SC subclínica pode ser definida como hipercortisolismo resultante de adenoma adrenal diagnosticado ao acaso. Em incidentalomas
adrenais, a frequência de tumores secretores de cortisol é, em média,
8,3%. Conclusão: Na SC subclínica não haverá estigmas clássicos de
SC, porém, como no caso apresentado, haverá alta prevalência de obesidade, HAS, DM2 e fraturas. Essas alterações geralmente melhoram
com a intervenção cirúrgica.
BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR/GENÉTICA
28
A NOVEL HETEROZYGOUS OTX2 DELETERIOUS VARIANT
(P.H230L) IN A PATIENT WITH HYPOPITUITARISM AND ECTOPIC
POSTERIOR PITUITARY WITHOUT EYE MALFO
Carvalho, L. R. S.¹; Moreira, M.¹; França, M.¹; Otto, A.P.¹; Correia, F.¹;
Arnhold, I. J. P.¹; Mendonca, B. B.¹; Camper, S.A.¹
¹ Endocrinologia do Desenvolvimento, Hospital das Clínicas, Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brazil;
Human Genetics Department, University of Michigan (UM), Ann Arbor, USA
Introduction: The incidence of short stature due to growth hormone
(GH) deficiency occurs in 1:4,000-10,000 live births. Several transcription factors are necessary for the differentiation of five hormone producing cell types in the adenohypophysis. Patients with mutations in
S210
HESX1, GLI2, LHX3, LHX4, SOX2, SOX3, PROP1, and POU1F1
have been described in humans with pituitary hormone deficiencies.
OTX2 mutations can cause eye malformations such as anophthalmia
and microphthalmia alone or in association with isolated GH deficiency
(IGHD) or combined pituitary hormone deficiency (CPHD). Recently, two unrelated patients with CPHD and ectopic posterior pituitary
lobe (EPP) without ocular abnormalities were found to harbor heterozygous OTX2 mutations, suggesting a role for this gene in the etiology of hypopituitarism without other syndromic features. Objective:
The aim of this study was to analyze OTX2 in patients with IGHD or
CPHD and correlate molecular findings with phenotype. Method: We
studied 142 Brazilian patients with CPHD (7 consanguineous parents
and 33 relatives with short stature) and 44 with IGHD (7 consanguineous parents and 11 relatives with short stature). Patients’ DNA samples
were subjected to polymerase chain reaction using primers designed to
amplify the translated exons and intron-exon borders. The PCR products were purified and sequenced by the Sanger method. Result: A
novel variant p.H230L in OTX2 was found in a single patient with
CPHD associated with EPP without eye malformation. This variant
was not found in 400 alleles from 200 Brazilian controls. The histidine
at the position 230 is conserved across all vertebrate species and in silico analysis predicts a deleterious effect of leucine substitution. Familial
segregation revealed that the mother and two unaffected brothers are
heterozygous carriers, suggesting incomplete penetrance. Discussion:
This idea is consistent with the observation that the features of mice
heterozygous for Otx2 loss of function are strongly influenced by genetic background. We are assessing the function of this variant in cell
culture assays and exploring the possibility of digenic inheritance with
exome sequencing in the affected patient. Conclusion: In conclusion,
our set of 186 patients with hormone deficiencies without ocular malformation is the largest population screened for mutations in OTX2.
The detection of only one suspicious variant in 186 individuals suggests
that OTX2 is an uncommon cause of CPHD or IGHD without eyes
malformation in the Brazilian population.
29
A PROTEÍNA CARREADORA DO RETINOL 4 COMO
BIOMARCADOR DE RISCO CARDIOVASCULAR E RESISTÊNCIA
À INSULINA EM PORTADORAS DE DIABETES TIPO 2
Comucci, E. B.¹; Vasques, A. C. J.¹; Silva, C. C.¹; Calixto, A. R.¹;
Regiani, D.¹; Geloneze, B.¹; Pareja, J. C.¹; Tambascia, M. A.¹
¹ Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas
(FCM-Unicamp), Campinas, SP, Brasil
Introdução: Em humanos, os níveis séricos elevados da proteína
carreadora do retinol (RBP4) estão associados com a severidade da
resistência à insulina (RI). A RBP4 é uma adipoquina que pode ser
responsável pelo up-regulation das moléculas de adesão endotelial
(MAE), levando ao desenvolvimento de complicações vasculares no
diabetes mellitus tipo 2 (DM2). A expressão das MAE causa disfunção
vascular e o aumento destas está relacionado à progressão de complicações vasculares em diabéticos. Objetivo: Avaliar se a RBP4 é um bom
biomarcador de risco cardiovascular e RI em mulheres eutróficas e
obesas com tolerância normal à glicose e obesas com DM2. Métodos:
Estudo transversal, com 139 mulheres na pré-menopausa divididas em
três grupos (Grupo controle, G1 n = 45; Grupo obesas, G2 n = 53;
Grupo obesas/DM2, G3 n = 41), com idades entre 22 e 53 anos.
Foram avaliados: índice de massa corporal (IMC), percentual de gordura corporal por bioimpedância (%GC), pressão arterial e espessura
da camada íntima média carotídea (EIMC) por meio de ultrassom.
Dosagens bioquímicas: perfil lipídico, glicemia de jejum, insulina de
jejum, hemoglobina glicada (HbA1c) e RBP4. A RI foi avaliada pelo
índice HOMA-IR. Os dados foram analisados no software SPSS Statistics 20.0. Utilizou-se o teste de correlação de Spearman. Considerouse p < 0,05. Resultados: G1, G2 e G3 apresentaram média de idade
de 37 ± 7,58 vs. 39 ± 7 vs. 43 ± 7 anos, respectivamente. A média de
IMC foi de 24,4 ± 2,5 vs. 35,7 ± 4,7 vs. 37,1 ± 4,6 kg/m². No G1,
houve correlação positiva entre RBP4 e HbA1c (r = 0,38), insulina (r
= 0,34) e %GC (r = 0,47); com p < 0,05. No G2, houve correlação
positiva entre RBP4 e idade (r = 0,34; p < 0,05) e HbA1c (r = 0,49; p
< 0,001). No G3, houve correlação positiva entre RBP4 e HbA1c (r
= 0,33; p < 0,05), glicemia de jejum (r = 0,46) e o índice HOMA-IR
(r = 0,48), com p < 0,01. Não houve correlação positiva significante
entre os níveis de RBP4 e as demais variáveis estudadas. Discussão:
Os resultados demonstram que pode haver, na ausência de obesidade e
DM2, tendência crescente nos níveis de RBP4 e suas correlações com
marcadores já bem estabelecidos de RI. Porém, em grupos com obesidade e DM2, essas tendências são anuladas pelo efeito dos elevados
níveis de glicemia. Conclusão: Esses resultados corroboram parcialmente a literatura já existente indicando que a RBP4 não é o melhor e
mais prático biomarcador de RI e doença cardiovascular.
30
ANÁLISE DO POLIMORFISMO DE GSTM1 E GSTT1 POR PCR
EM TEMPO REAL MULTIPLEX EM ESTUDO CASO CONTROLE
NA SUSCETIBILIDADE AO DIABETES TIPO 2
Pinheiro, D. S.¹; Filho, C. R. R.¹; Mundim, C. A.¹; Ulhoa, C. J.¹; Ghedini,
P. C.¹; Reis, A. A. S.¹
¹ Instituto de Ciências Biológicas, Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública,
Serviço de Endocrinologia, Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Goiás
(HCUFG), Goiânia, GO, Brasil
Objetivo: O estudo caso-controle visou analisar a associação entre o
polimorfismo dos genes GSTM1 e GSTT1 na suscetibilidade ao diabetes mellitus tipo 2 (DM2) por meio de ferramenta molecular. Tais genes
expressam enzimas que participam da defesa contra o estresse oxidativo celular. Como esses genes apresentam polimorfismo de deleção, é
possível que indivíduos com genótipo nulo para cada enzima estejam
sujeitos a um nível maior de intermediários tóxicos, os quais podem ser
responsáveis pelo risco individual de dano nas células β de Langerhans.
Métodos: O presente estudo foi realizado com 102 pacientes e 163
indivíduos saudáveis. Em ambos os grupos foram determinados glicemia de jejum, hemoglobina glicada (A1C) e perfil lipídico. Os grupos foram pareados por idade e sexo. Para a análise do polimorfismo
de GSTM1 e GSTT1, foi realizado PCR em tempo real por SYBR
Green multiplex, sendo utilizada a análise de gene endógeno como
controle interno da reação. O teste do Qui-quadrado foi utilizado para
comparar as frequências genotípicas e o cálculo de risco relativo e odds
ratio foram utilizados para avaliar o genótipo de risco e suscetibilidade
ao DM2. Resultados: A média de idade nos pacientes do grupo caso
foi de 59,02 anos com tempo médio de doença de 10 anos, sendo o
valor médio de glicemia de jejum e hemoglobina glicada (A1C), 194
mg/dL e 9%, respectivamente. Quanto ao perfil lipídico, 70,58% dos
pacientes com DM2 apresentaram resultados desejáveis, 17,64%, limítrofe e 11,76%, alterado. A frequência na distribuição dos genótipos
nulo e presente de GSTM1 e GSTT1 entre os grupos caso e controle
não apresentou diferença significativa. A análise de risco por risco relativo e odds ratio sugere que os pacientes que apresentam genótipos de
risco GSTM1 nulo (OR = 1.098; RR = 1.095) e GSTT1 nulo (OR =
1.673; RR = 1.039) têm maior suscetibilidade ao desenvolvimento de
DM2. Discussão: O DM2 é uma doença multifatorial, que se desen-
volve pela interação entre exposição a fatores ambientais de risco e suscetibilidade genética, de forma que os polimorfismos genéticos podem
influenciar no risco para o desenvolvimento dessa patologia. Similar aos
estudos realizados em outros países, os dados obtidos demonstram associação entre o polimorfismo analisado e DM2 na população pesquisada. Conclusão: Os dados sugerem que o polimorfismo de GSTM1 e
GSTT1 pode estar envolvido na predisposição de DM2 na população
estudada, corroborando com estudos descritos na literatura.
31
ANÁLISE MOLECULAR DO GENE SOX3 EM PACIENTES
PORTADORES DE DEFICIÊNCIA COMBINADA DE GH E EM
CONTROLES NORMAIS PELA TÉCNICA DE MLPA
Madeira, J. L. O.¹; França, M. M.¹; Otto, A. P.¹; Correa, F.¹; Funari, M.¹;
Arnhold, I. J. P.¹; Mendonça, B. B.¹; Carvalho, L. R.¹
¹ Unidade de Endocrinologia do Desenvolvimento da Disciplina de
Endocrinologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(FMUSP) e Laboratório de Hormônios e Genética Molecular, Hospital das
Clínicas (FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: Mutações em ponto ou pequenas deleções descritas
nos fatores de transcrição HESX1, GLI2, PROP1, POU1F1, LHX3,
LHX4, SOX2 são associadas ao hipopituitarismo, porém apenas duplicações gênicas ou deleções/expansões do trato de polialaninas foram
descritas no gene SOX3 em pacientes masculinos e femininos portadores de hipopituitarismo. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi o
de pesquisar duplicações e/ou deleções nesse gene em pacientes com
hipopituitarismo congênito e controles normais por meio da técnica
de MLPA. Métodos: Foram selecionados 14 pacientes com deficiência combinada de hormônios hipofisários (DCHH) (7 femininos) e
22 controles normais (12 femininos). Quatro sondas foram desenhadas, de acordo com as instruções do fabricante (MRC Holland®), para
se cobrir as diferentes regiões do gene. O DNA foi amplificado e os
produtos de MLPA foram submetidos à eletroforese. Os resultados
foram analisados pelo programa Peak Scanner® (Applied Biosystems®).
Considerou-se duplicação gênica um DQ ≥ 1,3 e deleção; DQ < 0,1.
Amostras de pacientes de um determinado sexo foram comparadas
com controles do mesmo sexo, pois o gene SOX3 é ligado ao X. Resultados: Os pacientes masculinos apresentaram DQ = 0,77 a 0,96
(DP = 0,058) e os femininos, DQ = 0,79 a 1,18 (DP = 0,072). Os
controles masculinos apresentaram DQ = 0,84 a 1,16 (DP = 0,052)
e os femininos, DQ = 0,84 a 1,18 (DP = 0,063). Discussão: Apesar
de terem sido descritos casos de hipopituitarismo congênito associados a duplicações do gene SOX3, expansões e deleções no seu trato
de polialanina, em nossa casuística não foram encontradas duplicações
gênicas ou deleções. Embora a técnica de MLPA seja sensível para
detectar duplicações/deleções, ela não é adequada para avaliar expansões dos tratos de polialanina, sendo, portanto, necessário se fazer essa
análise por PCR e sequenciamento. Conclusão: Apesar de não terem
sido identificadas duplicações ou deleções gênicas na casuística de 14
pacientes, é necessário expandir o número de pacientes estudados para
podermos concluir a raridade desse achado na nossa população.
32
DISPLASIA GELEOFÍSICA: RELATO DE CASO
Mendes, R. M.¹; Bandeira, L. G.¹; Garcia, R. A.¹; Penedo, P. H.¹;
Cardozo, R. R.¹; Carvalho L. M.¹; Araujo, R. O.¹
¹ Universidade Católica de Brasília (UCB), Hospital Materno-Infantil da Asa Sul
(HRAS), Brasília, DF, Brasil
Objetivo: Descrever um caso de displasia geleofísica (DG), que é um
diagnóstico diferencial raro de baixa estatura. Métodos: Revisão de
S211
Biologia Celular E Molecular/genética
Trabalhos Científicos
Biologia Celular E Molecular/genética
Trabalhos Científicos
prontuário de paciente atendido pelo Serviço de Genética em hospital
materno-infantil. Resultados: Paciente do sexo masculino, 8 meses
de idade, encaminhado à Genética por dismorfias após internação em
unidade de Pediatria Geral. O paciente nasceu com 31 semanas e 3
dias por parto cesáreo indicado por descolamento prematuro de placenta. Ficou internado por 2 meses e 11 dias em UTI neonatal por
doença da membrana hialina. No sétimo dia de vida, ecocardiograma
evidenciou persistência de canal arterial e estenose valvar pulmonar
discreta. Teve outras duas internações hospitalares por sibilância, aos
4 meses e aos 8 meses, ficando 11 dias internado em UTI pediátrica
por insuficiência respiratória na segunda internação. Ao exame físico,
o peso e a estatura estavam abaixo do percentil 3 e o perímetro cefálico
estava entre percentis 10 e 25. Apresentava atraso do desenvolvimento
neuropsicomotor; não se sentava sozinho e não tinha sustento cefálico. Apresentava fontanela ampla, fronte proeminente, hipertelorismo,
nariz pequeno, filtro nasolabial longo e apagado, lábios finos e cantos
da boca voltados para cima. Apresentava arqueamento acentuado das
pernas. A pele era espessada e de consistência enrijecida. O diagnóstico de DG foi feito pela clínica apresentada pelo paciente. Discussão:
A DG é doença de herança mendeliana cuja denominação deriva do
aspecto facial dos pacientes (geleos significa “feliz” em grego). Dois
genes foram associados à doença, ADAMTLS2 e FBN1, e levam ao
mesmo quadro clínico, definido pelas características faciais (rosto arredondado, hipertelorismo, nariz pequeno, lábios finos e cantos da
boca voltados para cima), limitações articulares progressivas, doença
cardíaca valvular, baixa estatura, mãos e pés pequenos, espessamento
de pele, hepatomegalia e estenose traqueal progressiva. A inteligência
é normal, embora seja observado atraso neuromotor. Os principais
achados radiológicos são a idade óssea atrasada, ossos tubulares curtos,
epífises cônicas e corpos vertebrais ovoides. O mecanismo fisiopatológico sugerido é de depósito lisossomal focal. Conclusão: A displasia
geleofísica é um diagnóstico diferencial raro de osteodisplasia e baixa estatura e seu reconhecimento é importante pela necessidade de
acompanhamento por várias especialidades médicas para tratamento
precoce das complicações.
33
GENE RSPO1 & DDS 46,XX TESTICULAR SRY-NEGATIVO: NOVA
MUTAÇÃO CAUSA FENÓTIPO VARIÁVEL EM UMA GRANDE
FAMÍLIA CONSANGUÍNEA
Silva, R. B.¹; Nishi, M. Y.¹; Domenice, S. D.¹; Carvalho, L. C.¹;
Mendonca, B. B.¹
¹ Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (HCFMUSP), Unidade de Endocrinologia do Desenvolvimento, Laboratório
de Hormônios e Genética Molecular, São Paulo, SP, Brasil
Introdução: O gene RSPO1 está envolvido nos processos de determinação e diferenciação sexual e de diferenciação e proliferação de
fibroblastos. Até o momento, em pacientes portadores de distúrbio
do desenvolvimento sexual (DDS) 46,XX testicular (T) SRY negativo (-) associado a hiperceratose palmoplantar (HPP) e carcinoma
de células escamosas (CCE), foram descritas apenas duas mutações
nesse gene. Objetivo: Nosso objetivo foi analisar o gene RSPO1
em uma família consanguínea com quatro indivíduos portadores de
DDS 46,XX T SRY(-) com ambiguidade genital e HPP. Métodos:
Analisamos 67 familiares de quatro gerações. A região codificadora do gene RSPO1 foi amplificada e sequenciada. Nos indivíduos
afetados, foram realizados cariótipo convencional, pesquisa do
gene SRY por PCR e avaliação da dosagem gênica do SOX9 e do
WNT4 por MLPA. A técnica array-CGH foi realizada para investigar a mulher afetada. Resultados: Identificamos a nova variante
S212
NM_001038633.2:c.1093G > A, ausente em 150 controles normais. Na família, a variante segregou em concordância com o fenótipo de HPP, com um padrão de herança autossômico recessivo. Dez
indivíduos homozigotos para a mutação c.1093G > A apresentavam
HPP: 4 homens com DDS 46,XX T SRY(-); 5 homens 46,XY e,
inesperadamente, uma mulher fértil 46,XX. Três deles apresentaram
alterações oculares (córneas opacas, íris e pupilas irregulares) e um
desenvolveu câncer de pele. O número de cópias do SOX9 e do
WNT4 foi normal. Não houve perdas ou ganhos de segmentos cromossômicos na paciente 46,XX com fenótipo feminino. Discussão:
O balanço entre as vias antagônicas Wnt4/β-catenina e Sox9/Fgf9
regula o processo de determinação sexual. R-spondina1 ativa e regula a via WNT4/β-catenina, promovendo a diferenciação ovariana e,
paralelamente, antagoniza o SOX9, impedindo a diferenciação testicular. A mutação c.1093G > A provoca mudança do 102o aminoácido (C102Y), localizado em um domínio altamente conservado. A
mutação C102Y deve comprometer a função da proteína justificando o fenótipo de DDS 46,XX T e HPP nessa família. Ganho de função de algum gene da via feminina de diferenciação sexual poderia
justificar a ausência de reversão sexual na mulher 46,XX. Entretanto,
o número de cópias do WNT4 foi normal e o exame de array-CGH
não identificou duplicações ou deleções. Conclusão: Identificamos a
nova mutação c.1093G > A no gene RSPO1 associada com o quadro
de DDS 46,XX T SRY(-), HPP e alterações oculares em uma grande
família consanguínea. A ausência de reversão sexual na mulher afetada permanece inexplicada.
34
NOVA MUTAÇÃO DETECTADA NO GENE WFS1 EM PACIENTE
PORTADOR DE DIABETES MELLITUS, PERDA AUDITIVA E
ATROFIA ÓPTICA
Socachewsky, L. D. A.¹; Sato, M. T.¹; Pilotto, R. F.¹
¹ Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil
Objetivo: Neste relato de caso apresentamos uma mutação espontânea no gene WFS1 ainda não descrita, em um paciente masculino de
9 anos, pais não consanguíneos, que apresenta diabetes mellitus tipo
1, surdez e atrofia óptica. Métodos: O paciente NTV compareceu
à consulta de rotina em clínica oftalmológica. Já fora diagnosticado
ao nascimento com surdez profunda bilateral. Ao exame de fundo de
olho, observou-se atrofia bilateral do nervo óptico. Foi solicitado um
dextro, que mostrou hiperglicemia. Submetido, então, a um teste genético, este revelou a mutação heterozigótica c.2402T > A(p.Asp80/
Val), no éxon 8 do gene WFS1. Resultados: Após coleta do histórico
médico, outros achados foram diagnosticados: diabetes mellitus tipo 1,
fissura labiopalatal, dislipidemia, camptodactilia, criptorquidia associada à hérnia inguinal e baixos níveis de IGF-1. O IMC do paciente é
19,4. Anticorpos anti-GAD e anti-ilhotas foram negativos. Discussão:
Mais de 120 mutações no gene WFS1, que codifica a Wolframina,
já foram identificadas, a maioria no éxon 8. Elas estão associadas à
síndrome de Wolfram(WS), conhecida também pelo acrônimo DIDMOAD, uma rara doença de caráter autossômico recessivo, e também
à perda auditiva neurossensorial de baixa frequência (LFSNHL), de
caráter autossômico dominante. Entre essas duas situações, um espectro de clínica variável tem sido documentado em poucos relatos; famílias dinamarquesas com herança autossômica dominante apresentaram
variadas combinações de sintomas atribuídos à WS. Estudos belgas
sugerem que esse espectro se dá não apenas pela dominância, mas pela
capacidade de a mutação correspondente inativar ou não o gene. O
fenótipo da WS ocorre quando as mutações levam à perda de função,
Trabalhos Científicos
35
ROSUVASTATINA MELHORA O METABOLISMO GLICÍDICO, NAFLD
E DISTRIBUIÇÃO DO TECIDO ADIPOSO EM CAMUNDONGOS
C57BL/6 ALIMENTADOS COM DIETA HIGH FAT
Ferreira, R. N.¹; Vilanova, L. C. S.¹; Carvalho, J. J.¹
¹ Fundação Dom André Arcoverde (FAA), Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Nosso objetivo foi avaliar se a rosuvastatina (HMGCoA redutase) modula o metabolismo dos carboidratos e lipídios,
a doença não alcoólica do fígado gorduroso (esteatose hepática), e
o ganho de massa corporal em modelo de obesidade induzida por
dieta. Métodos: Camundongos C57BL/6, machos (3 meses de idade) foram alimentados com uma dieta rica em lipídios (HF, lípidos
60%) ou uma ração padrão (SC, lípidos 10%) durante 15 semanas.
Depois, foram tratados com rosuvastatina nas doses de 10 mg/kg/
dia (HF-R10 grupo), 20 mg/kg/dia (HF-R20), ou 40 mg/kg/dia
(HF-R40) durante cinco semanas. Resultados: A dieta HF levou a
intolerância à glicose, resistência à insulina, ganho de peso, aumento
da adiposidade visceral com a hipertrofia dos adipócitos, e esteatose
hepática (micro e macrovesicular). O tratamento com rosuvastatina reduziu a adiposidade e o tamanho dos adipócitos nos grupos
HF-R10 e HF-R20. Além disso, a rosuvastatina mudou o padrão
de distribuição de gordura no grupo HF-R40, uma vez que mais
gordura subcutânea foi armazenada em comparação com os depósitos de gordura viscerais. Essa redistribuição resultou na melhora
da glicemia de jejum e a intolerância à glicose. A rosuvastatina também melhorou os parâmetros morfológicos hepáticos (estruturais e
ultraestruturais) em um mecanismo dose-dependente. Discussão:
O presente modelo de síndrome metabólica baseado na alimentação de camundongos com dieta hiperlipídica foi caracterizado por
obesidade, resistência à insulina, intolerância à glicose, dislipidemia
e esteatose hepática compatível com NAFLD. Todas essas mudanças
foram atenuadas ou melhoradas pela rosuvastatina de maneira dose-dependente. É notável que as maiores dosagens de rosuvastatina
mostraram efeitos pleiotrópicos benéficos no tecido adiposo, uma
vez que atenuou o ganho da massa corporal, massa de gordura e
tamanho dos adipócitos, bem como aumentou a massa de gordura subcutânea (gordura inguinal), sendo evidenciada pela razão da
gordura visceral: gordura subcutânea. Conclusão: Em conclusão, a
rosuvastatina exerce efeitos pleiotrópicos, melhorando a intolerância à glicose, a sensibilidade à insulina e a doença não alcoólica do
fígado gorduroso de maneira dose-dependente, mostrando também
uma mudança na distribuição dos depósitos de gordura visceral, para
depósitos de gordura subcutânea em modelo de obesidade induzida
por dieta em camundongos.
36
SÍNDROME DE BERARDINELLI-SEIP: RELATO DE CASO
Sandoval, M. F.¹; Cabral, M. R. S.¹; Melo, M. A.¹; Borges, D. R.¹;
Rodrigues, J. R.¹; Landim, G. A. C. P.¹; Queiroz, C. S.¹
¹ Universidade Católica de Brasília (UCB), Brasília, DF, Brasil
Objetivo: Relatar um caso precoce de síndrome de Berardinelli-Seip
(SBS), desordem rara e pouco conhecida, discutir a conduta terapêutica e o prognóstico. Métodos: C.S.C., feminina, 7 anos, estudante, foi
trazida pela mãe ao observar musculatura muito definida na filha. Mãe
relata que a criança sempre teve este porte físico; apresenta dificuldade
de aprendizado na escola (não alfabetizada). Tem alimentação adequada. Nascida de parto normal, hospitalar, a termo, chorou ao nascer,
APGAR 9/10. Desenvolvimento neuropsicomotor adequado, aleitamento exclusivo, vacinação completa (sic). Nega doenças, internações
ou cirurgias prévias. Os pais não tem grau de parentesco. Ao exame físico, observaram-se pés e mãos aumentados de tamanho, hipertrofia da
musculatura dos MMII e MMSS, Tanner M1P1. Os demais aparelhos
estão sem alterações. Os exames laboratoriais mostraram leve alteração
no HDL (30,6 mg/dL) e LDL (119,8 mg/dL). Resultados: A SBS é
uma doença rara de caráter genético com transmissão autossômica recessiva. Sua prevalência é de 1:12 milhões de pessoas. Frequentemente
está relacionada à consanguinidade paterna. Caracteriza-se por uma
desordem do metabolismo dos lipídeos e carboidratos que geralmente
surgem após a puberdade, pelo efeito protetor da acelerada velocidade
de crescimento. As células adiposas são escassas e apresentam volume
reduzido devido à sua incapacidade de armazenamento de lipídeos.
As principais características são a redução extrema da quantidade de
tecido adiposo, hipertrofia muscular, extremidades alongadas (mãos,
pés, mandíbula), crescimento linear acelerado, intolerância à glicose,
aparência acromegálica, acantose nigricans, dislipidemia, entre outras.
Discussão: Como a paciente ainda não apresenta alterações significativas, optou-se pela observação de 6 em 6 meses com avaliação clínica
e laboratorial. Além disso, foram recomendados orientação nutricional
e acompanhamento com psicólogo. A SBS tem mau prognóstico e
o tratamento é paliativo para tentar melhorar a qualidade de vida do
paciente. O controle da trigliceridemia pode retardar o aparecimento
do diabetes melito. Conclusão: Sendo a SB uma doença rara, pouco
estudada e sem cura, um bom prognóstico depende do diagnóstico
precoce, como foi o caso dessa paciente, e um acompanhamento multidisciplinar para melhorar a qualidade de vida, reduzindo os sintomas
precocemente.
37
SÍNDROME DE MCCUNE ALBRIGHT COM ALTERAÇÕES
FENOTÍPICAS DE HIPERTIREOIDISMO
Garcia, R. A.¹; Cardoso, M. T. O.¹; Bandeira, L. G.¹; Andrade, I. G.¹;
Mendes, R. M.¹; Cardoso, R. R. S.¹; Carvalho, L. M.¹
¹ Universidade Católica de Brasília (UCB), Brasília, DF, Brasil
Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo relatar o caso de
uma paciente portadora da síndrome de McCune Albright que apresentava características fenotípicas de hipertireoidismo com avaliação
laboratorial normal. Discute-se também a importância de uma abordagem multidisciplinar em casos semelhantes, bem como a necessidade
de monitorização desses pacientes. Métodos: Relato de um caso em
acompanhamento no Hospital da Criança de Brasília (HCB). Resultados: Criança do sexo feminino, 6 anos de idade, foi encaminhada ao
Serviço de Genética Clínica do HCB com quadro de enterorragia baixa há 2 anos. Ao exame físico, apresentava fronte proeminente, exof-
S213
Biologia Celular E Molecular/genética
enquanto na LFSNHL não há inativação. É possível que outras alterações encontradas nesse caso sejam decorrentes da mutação, como a
dislipidemia, pois há relatos de expressão da Wolframina em menores
quantidades no fígado, embora a clínica ainda não tenha sido descrita.
O diabetes mellitus atribuído à WS também difere do tipo I clássico:
os pacientes apresentam menor frequência de cetoacidose e não apresentam ou fazem de forma indolente as complicações tardias como
retinopatia e glomerulopatia; a mortalidade também é mais elevada e
precoce. Conclusão: Como se trata de um caso esporádico de padrão
dominante, é de grande importância sua documentação, diante dos
poucos casos com esse padrão associados ao diabetes mellitus do tipo
1, e ao fato de que as funções do gene WFS1 ainda não são totalmente
conhecidas.
Diabetes
Trabalhos Científicos
talmia e hiperemia de conjuntiva bilateralmente, bem como manchas
café-com-leite em hemicorpo direito, distribuídas principalmente em
braços, tórax e pescoço. Em relação à maturação sexual, encontrava-se
nos estágios M1P1G0. A ecografia de abdome total mostrou exame
sem evidências de anormalidade. Adicionalmente, a avaliação laboratorial revelou níveis normais de TSH e T4 livre. A criança foi então
encaminhada à oftalmologia e está em investigação endócrina e óssea
periodicamente. Discussão: A síndrome de McCune Albright é uma
doença genética rara, que inclui a tríade de endocrinopatias hiperfuncionantes, displasia fibrosa poliostótica e manchas café-com-leite. Sabe-se que a idade de aparecimento dos sintomas bem como a apresentação clínica da doença são amplamente variáveis. Geneticamente, há
uma mutação do tipo mosaicismo que ocorre em estágio embrionário.
Ocorre a ativação do gene para a subunidade alfa da proteína Gs, que
estimula a produção intracelular de AMPc. Dessa forma, alguns tecidos e glândulas passam a ter secreção autônoma. A puberdade precoce
é a endocrinopatia mais comum encontrada na síndrome, seguida por
distúrbios hiperfuncionantes da tireoide, presentes em 30% a 40% dos
pacientes, variando desde hipertireoidismo subclínico até hipertireoidismo franco com bócio. Diante de um paciente com a síndrome de
McCune Albright, torna-se fundamental a identificação de um quadro
de hipertireoidismo, além da associação com outras manifestação clínicas. Conclusão: Vale destacar que uma dosagem hormonal satisfatória
não exclui a possibilidade do desencadeamento futuro de alterações
endócrinas. Assim, tendo em vista o caso descrito e os mecanismos
fisiopatológicos da síndrome, torna-se imprescindível enfatizar a necessidade de monitorização dos pacientes portadores, a fim de se estabelecer o diagnóstico precocemente e iniciar o tratamento oportuno.
DIABETES
38
24-HOUR BLOOD PRESSURE HOMEOSTASIS IN SUBJECTS WITH
DIFFERENT DEGREES OF GLUCOSE TOLERANCE
Piccoli, V.¹; Smith, A. L.¹; Fabbrin, A.¹; Santos, M.¹; von Frankenberg,
A. D.¹; Nascimento, F. V.¹; Canani, L. H.¹
¹ Hospital de Clínicas de Porto Alegre da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (HCPA-UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil
Objective: By 24-h arterial blood pressure monitoring (ABPM) we
analyzed the behavior of blood pressure (BP) and its possible determinants in subjects with different degrees of glucose tolerance (GT).
Methods: In a cross sectional design, 116 subjects (53.7 ± 12.8 years,
females 77.6%) were submitted to a standard 75-g OGTT after overnight fast and classified as normal GT (NGT; n = 29), prediabetes
(PDM; n = 52) and diabetes (DM; n = 35). Glucose (Glu), islets hormones (insulin [Ins], plasma glucagon, C-peptide, pancreatic polypeptide [PP]), GLP-1, cortisol, adiponectin, fibrinogen, US-CRP, 24-h
urinary sodium, metanephrines and albumin excretion (UAE) were
measured. Body size (BMI), central obesity (waist circumference; WC),
insulin sensitivity (Stumvoll index; ISI), β-cell function (oral disposition
index [ΔIns30-0/ΔGlu30-0 x 1/Ins0]; DI) and glomerular filtration
rate (eGFR; CKD-EPI) were estimated. Subjects were defined as dippers (n = 35) when their nocturnal BP fell > 10% from daytime BP. Results: By ABPM, 24-h systolic BP progressively increased from NGT
to DM (P = 0.016). The same pattern was found with daytime (P =
0.013) and nighttime ABPM (P = 0.037). Diastolic BP did not increase
with decreased GT (data not shown). The 24-h systolic BP (SBP) was
positively related to age (P = 0.004), WC (P = 0.037), 2-h glucose (P =
0.008), C-peptide (P = 0.009), plasma cortisol (P = 0.036), and urinary
S214
metanephrines (P = 0.026), whereas it was inversely related to ISI (P =
0.011), DI (P = 0.047) and eGFR (P = 0.01) and not related to BMI,
fasting glucose, glucagon, PP, GLP-1, adiponectin, US-CRP, fibrinogen, UAE, and 24-h urinary sodium excretion. BP rhythm significantly
differs along the day. Discussion: Decreased insulin sensitivity and
increasing age, central obesity, postprandial hyperglycemia, β-cell dysfunction, and counterregulatory hormones are possible determinants
of 24-h BP levels and its behavior in subjects with different degrees of
GT. Conclusions: These findings open new perspectives of studies in
prevention and treatment of hypertension and its complications in early
stages of abnormal glucose metabolism and new onset DM.
39
AÇÃO ACERTE O ALVO: AVALIAÇÃO DO CONTROLE
METABÓLICO E PREVALÊNCIA DE COMPLICAÇÕES CRÔNICAS
DO DIABETES MELLITUS NA REGIÃO OESTE DO PARANÁ
Pescador, M. V. B.¹; Zanuzzo, F.¹; Pescador, S. V. B.¹; Ceranto, D. F. B.¹;
Machado, R.¹; Kalinowski, I. C. B.¹; Rotta, L. S.¹; Vilas Boas, J. A.¹
¹ Consórcio Intermunicipal de Saúde do Oeste do Paraná, Universidade
Paranaense (Unipar), Faculdade Assis Gurgaz, União Educacional de Cascavel
(Univel), Instituto da Visão, Cascavel, PR, Brasil
Introdução: O diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica, progressiva e deletéria, requerendo tratamento intensivo, suporte educacional e acompanhamento médico periódico, adaptado às necessidades
individuais. Além disso, pode causar complicações crônicas em diversos órgãos e sistemas, elevando, assim, os custos relacionados a esse
distúrbio. Objetivos: Realizar um levantamento sobre o controle metabólico atual dos pacientes com diagnóstico previamente estabelecido
de DM e avaliar a prevalência de complicações crônicas relacionadas à
doença em 14 municípios do oeste do Paraná. Métodos: Os participantes foram selecionados por profissionais de saúde dos municípios
integrantes e encaminhados para atendimento em um evento realizado
na cidade de Cascavel-PR, em 12/11/2011. Após cadastramento, eles
eram encaminhados ao pré-atendimento para realização de teste de
glicemia capilar, aferição da PA, avaliação antropométrica e nutricional, entrega dos exames laboratoriais realizados previamente em cada
município. Foram realizados: atendimento odontológico, exame de
fundo de olho (FO), oficinas de educação em diabetes e orientações
sobre complicações crônicas deste. Resultados: Foram avaliados 315
pacientes (192 ♀/ 123 ♂), e em 75,5% desses os valores de hemoglobina glicada encontravam-se acima da meta preconizada pela SBD,
35% apresentaram sinais de retinopatia diabética ao exame de FO e
42% apresentaram alterações bucais na avaliação odontológica. Além
disso, 70% dos avaliados apresentavam HAS associada; 32% apresentavam hipercolesterolemia, assim como 24% apresentavam associação
das duas patologias. Discussão: Estudos demonstram que a educação
sobre o DM desempenha um papel fundamental ao fornecer às pessoas
o conhecimento e as habilidades necessárias para administrar sua condição. Quanto maior o nível de conhecimento sobre a doença e suas
complicações, maior a perspectiva na melhora da qualidade de vida
desses indivíduos. Esses resultados evidenciaram o mau controle do
DM nos pacientes em acompanhamento na rede pública de saúde na
região oeste do Paraná, bem como a alta prevalência de complicações
crônicas e de comorbidades associadas nesta população. Conclusão:
Faz-se necessária a adoção de programas de educação em diabetes
que proporcionem melhora do controle do DM, incluindo medidas
que favoreçam maior adesão ao tratamento. Essa ação foi realizada
como projeto-piloto para a idealização de um programa de educação
em diabetes que está em fase de implantação para melhor orientação e
controle dessa população.
40
ALERGIA À INSULINA
Réa, R. R.¹; Valadao, L. S.¹; Polesel, M. G.¹
¹ Hospital das Clínicas, Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR), Serviço de
Endocrinologia e Metabologia (SEMPR), Curitiba, PR, Brasil
Objetivo: Relatar caso do paciente S.R.S., 45 anos, com suspeita de
alergia à insulina. Métodos: Revisão de prontuário, paciente atendido
pela endocrinologia, internação em março de 2012, HC-UFPR. Resultados: Paciente do sexo masculino, branco, 45 anos, ex-etilista e
tabagista (30 anos-maço), com história de três episódios de pancreatite
aguda, sendo o primeiro em 2002 e o último em 2007. Diagnóstico
de diabetes mellitus (DM) desde 2004 e insulinização no mesmo ano
por mau controle glicêmico. Atualmente em uso irregular de NPH
44/12U, pela manhã e ao deitar-se, respectivamente. Internado em
2012 pela gastroenterologia por quadro de diarreia crônica, sem características invasivas, de início há 4 anos, com emagrecimento de 40
kg nesse período. Apresentava-se emagrecido, peso de 60 kg, IMC 18
kg/m², com dor à palpação profunda de hipocôndrio direito e hepatimetria de 8 cm. Apresentava dor e parestesia em membros inferiores,
além de xerodermia difusa, com prurido acentuado em dorso. O paciente relacionava as alterações dermatológicas ao uso da insulina, já
que nos períodos de abandono da insulina havia melhora do quadro, e,
ao voltar a usar (como dentro de ambiente hospitalar), havia recorrência das lesões e do prurido. Pelo uso muito irregular da insulina NPH,
apresentava hemoglobina glicada (HbA1c) de 15,8%. Dessa forma, foi
optado pela troca pelas insulinas Detemir e Aspart. Com essa troca,
houve melhora do prurido e da xerodermia. Durante o internamento,
ficou confirmado o diagnóstico de pancreatite crônica (tomografia de
abdome). Dois meses após a alta, o paciente estava em uso de Detemir
46 U antes do café e 22U antes de dormir, com boa adesão ao tratamento, HbA1c 8,9%, glicemias compatíveis com a normalidade. Discussão: A alergia à insulina representa uma rara condição que requer
uma investigação alergológica para diagnóstico, uma vez que pode não
se identificar claramente a causa substancial da alergia entre os vários
aditivos nas preparações insulínicas. A apresentação clínica da alergia
à insulina pode variar entre discreta manifestação dermatológica, ou
como uma reação alérgica grave e generalizada. Na maioria dos casos,
as reações são restritas à pele e acontecem por uma reação local imediata, ou tipo reação tardia. Conclusão: Com a mudança do tratamento
para o uso de novas insulinas, Detemir e Aspart, o paciente apresentou
boa tolerância ao uso e tendência ao controle da glicemia capilar, e
posterior resolução do quadro cutâneo.
41
ALERGIA ÀS INSULINAS HUMANAS E ANÁLOGOS: EVOLUÇÃO
DE PACIENTE SUBMETIDA A UM PROTOCOLO DE INDUÇÃO DE
TOLERÂNCIA À INSULINA HUMANA
Silva, M. C.¹; Ronsoni, M. F.¹; Colin, C.¹; Schreiber, C. S. O.¹; Kowalski,
M. E.¹; Batti, M. A. C. S. B.¹; Mazzuco, R. M.¹
¹ Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Hospital Universitário,
Florianópolis, SC, Brasil
Objetivo: Há diversos tipos de hipersensibilidade alérgica a drogas.
Prevalência estimada de 7%, sendo choque anafilático a representação
mais grave da hipersensibilidade de tipo imediato. Alergia IgE mediada
(tipo imediato) à insulina humana e seus análogos é rara, porém,
quando esta é essencial para o paciente, como no caso relatado,
necessitam-se protocolos de indução de tolerância. Métodos: Relato de caso: feminina, 54 anos, dislipidêmica, diabetes secundário à
pancreatectomia parcial (pancreatite medicamentosa), não responsivo
à terapia oral (antidiabéticos orais + subcutâneo [SC]). Resultados:
Após início de insulina NPH e Regular (IR), apresentou rash cutâneo nas primeiras aplicações e, em quatro semanas, choque anafilático. Realizou tentativas de reintrodução da insulina NPH associada
à prednisona, além dos análagos Lispro e Glargina, mas apresentou
angioedema e dispneia. Reação cutânea prévia à vacina antitetânica.
Angioedema por picada de abelha. Ao exame, IMC 27,9 kg/m², PAS
160 mmHg. Laboratório: glicemia de jejum 143 mg/dL, A1c 9,6%,
peptídeo C 3,27 ng/mL (valor de referência [VR] 1,1-5,0), colesterol
total 302 mg/dL (VR < 200), HDL 57 mg/dL (VR > 50), LDL
208 mg/dL (VR < 150). Insulinas humanas (NPH e IR) e análogos
(Levemir, Lispro e Glargina) foram avaliadas por testes alérgicos de
punctura (TP) e intradérmicos (ID) em doses de 0,1 a 100 UI/mL.
Testes fortemente positivos a todas as insulinas. Realizou-se indução
de tolerância a IR (melhor perfil no teste cutâneo) em unidade de terapia intensiva. Foram feitas doze aplicações de insulina em intervalos de
20 min (6 ID 0,02 ml [concentração 0,5] e após 6 SC). Surgimento
de pápulas locais (redução progressiva a cada nova dose). Iniciado uso
de dose duplicada a cada 4h até controle glicêmico. Prescrito IR 10
UI 3x/dia e metformina + IDPP4. Melhora da glicemia e do lipidograma no seguimento. Aos 60 dias, reiniciou dor e enduração no local
de aplicação, rash cutâneo e angioedema (associado fexofenadina 180
mg e hidroxizine 25 mg). Manteve apenas queixas locais. Seis meses
após protocolo A1c 6,4% IMC 39,3. Discussão: Relatamos 6 meses
de evolução de paciente com alergia à insulina submetida a protocolo
de indução de tolerância rápida. Embora raro e com poucos dados na
literatura, foi adaptado protocolo para nosso meio. Apesar de queixas
locais, obteve melhora do perfil glicêmico sem repercussões sistêmicas.
Conclusão: Salientamos a necessidade do desenvolvimento de protocolos específicos para pacientes intolerantes à insulina.
42
ANÁLISE DE RELAÇÃO ENTRE DIABETES E DEPRESSÃO EM UM
GRUPO DE IDOSOS – RESULTADOS PARCIAIS
Ramos, M. A. B. P.¹; Oliveira, I. F.¹; Magalhães, F. O.¹; Silva, D. E. S.¹;
Lopes, T. N. C.¹; Araujo, J. N.¹; Leão, B. C.¹
¹ Universidade de Uberaba (Uniube), Uberaba, MG, Brasil
Objetivo: Determinar a associação entre depressão e diabetes mellitus em um grupo de idosos no município de Uberaba, MG. Métodos: Estudo transversal por meio de amostragem aleatória de 250
indivíduos da Unidade de Assistência ao Idoso (UAI). Foi aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisa, CAAE 0058.0.227.000-11. Foram realizados a Escala de rastreamento populacional para depressão
(CES-D), o formulário com dados de saúde e atividades realizadas.
Os indivíduos em jejum realizaram os seguintes exames: glicemia capilar, colesterol total e triglicérides capilares; medidas antropométricas: cintura abdominal, quadril, altura, peso; e pressão arterial. Os
dados foram analisados pelo teste do qui-quadrado com nível de significância de 5%. Resultados: Dos 102 idosos entrevistados, houve
prevalência de 20,58% (21/102) de diabetes, sendo diagnosticada
pela glicemia capilar diabetes em 17,9% (9/52), pré-diabetes em
46,15% (24/52) e glicemia normal em 36,53% (19/52). A depressão
foi informada em 25,5% (26/102), sendo diagnosticada pelo CES-D
em 55,9% (57/102) dos indivíduos. Houve associação entre presença
de doenças crônicas e depressão (Qui2 = 4,505, p = 0,034); entretanto não ocorreu entre diabetes e depressão (R = 2,592, p = 0,107).
Dos 40,38% dos idosos que apresentaram diabetes, 55,9% possuem
depressão. Discussão: O diabetes tem elevada associação com a de-
S215
Diabetes
Trabalhos Científicos
Diabetes
Trabalhos Científicos
pressão. Há evidências, de acordo com a literatura, de que a depressão
é um fator de risco para desenvolvimento do diabetes e que os pacientes diabéticos têm maior incidência de depressão (Fráguas, 2009).
Lustman et al. (1997) evidenciaram que a depressão associada ao
diabetes tende a recorrer ao longo dos anos. Esse estudo encontrou
persistência de recorrência da depressão em 23 (92%) dos pacientes,
com uma média de 4,8 episódios depressivos durante os cinco anos.
Três grandes estudos sugerem que a depressão aumenta o risco para
a ocorrência do diabetes tipo 2: Eaton et al. (1996) avaliaram 1.715
homens e mulheres e, 13 anos depois, aqueles com depressão apresentaram risco relativo de 2,3 para diabetes; risco que se manteve
mesmo controlando idade; raça; sexo; e variáveis socioeconômicas.
Conclusão: Apesar de evidências científicas, não encontramos relação
entre as duas entidades clínicas neste grupo de idosos. No entanto,
diante da grande implicação na qualidade de vida e abordagem clínica
dessas patologias, é necessária uma melhor análise buscando associação entre diabetes e depressão, estilo de vida, hábitos alimentares,
sedentarismo e tabagismo.
43
ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES
COM DIABETES MELLITUS TIPO 2 E PREVALÊNCIA DE
COMPLICAÇÕES
Francisco, B. D. S.¹; Campos, A. C. N.¹; Martins, S.¹; Scalissi, N. M.¹;
Salles, J. E. N.¹
¹ Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (FCMSCSP), São
Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico de pacientes com diabetes
mellitus tipo 2 e a evolução e prevalência de complicações. Métodos:
Trata-se de um estudo longitudinal retrospectivo realizado na Unidade Básica de Saúde, São Miguel, município de Marília/SP com
uma amostra de cento e oitenta e três prontuários de pacientes portadores de DM tipo 2 acima de 30 anos de idade em acompanhamento
na unidade. As variáveis utilizadas foram: ocorrência de complicações
macro e microvasculares, idade, sexo, raça e IMC. Resultados: A
prevalência do diabetes do tipo 2 na população de 30 anos e mais
da área de abrangência do serviço em estudo foi igual a 3,4; com
frequência aumentada entre o sexo feminino (64,5%) e entre brancos
(56,8%). A faixa etária mais acometida foi entre 60 e 69 anos. Dos
prontuários analisados, 61,7% descreviam um IMC igual ou maior
que 30 kg/m², e, em 37,2%, não havia informação sobre o peso
no prontuário. A frequência de complicações foi de 24,6% e, destes,
15% evoluíram com retinopatia, 28,8% dos pacientes evoluíram com
nefropatia diabética, 33,3% dos pacientes evoluíram com neuropatia
diabética, 28,8% dos pacientes tiveram acidente vascular encefálico,
2,2% evoluíram para obstrução dos membros inferiores e 22% evoluíram com complicações cardiovasculares. Discussão: O diabetes
mellitus vem tomando proporções epidêmicas em todo o mundo,
com um enorme ônus econômico e social. Evidências indicam que a
detecção precoce e o tratamento adequado permitem atenuar e prevenir complicações micro e macrovasculares, diminuindo custos. A
realização de campanhas de screening em diabetes permite o diagnóstico precoce, a promoção de educação em diabetes e o levantamento
de dados epidemiológicos, assim como prevenção de suas complicações. Conclusão: Os resultados apontam para a necessidade de se
reforçar, junto aos serviços básicos de saúde, medidas preconizadas
pelo Ministério da Saúde, com o intuito de reduzir os fatores de risco
e reforçar orientações e tratamento mais efetivo, evitando-se, assim,
suas complicações.
S216
44
ASSOCIAÇÃO DE APNEIA DO SONO COM HIPERTENSÃO
ARTERIAL E COM SÍNDROME METABÓLICA EM DIABÉTICOS
TIPO 2
Paula, A. S. L.¹; Santana, A. N. C.¹; Sete, A. R. C.¹
¹ Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), Brasília, DF, Brasil
Objetivo: Avaliar a prevalência de apneia do sono (AS) em pacientes
com diabetes tipo 2 (DM2) e também se há associação entre AS com
outros fatores de morbimortalidade em DM2, como idade, sexo masculino, tempo de DM2, glicemia de jejum, hipertensão arterial (HAS),
síndrome metabólica (SM), entre outros. Métodos: Estudo transversal, observacional, com aplicação do Questionário de Berlin para AS,
uma única vez, pelo mesmo entrevistador, em pacientes com DM2
atendidos consecutivamente no ambulatório de DM2 de um hospital
de ensino em Brasília-DF. Foram avaliados também: sexo, idade, tempo de DM2, triglicerídeo, creatinina, glicemia, Hb glicada, circunferência de abdome e de pescoço, LDL, IMC, microalbuminúria, HAS
e SM. Resultados: Foram entrevistados 61 pacientes, sendo 33 (54%)
com AS (AS-s) e 28 sem AS (AS-n). Entre esses dois grupos (AS-s
versus AS-n), houve diferença estatística. Discussão: A prevalência de
AS é alta em DM2 (54%). Assim, tem-se de pesquisar ativamente AS
em DM2, pois a AS está associada com glicemia de jejum elevada,
HAS e SM nesses diabéticos, com consequente elevação exponencial
do risco cardiovascular. Outros estudos mostram que o tratamento
de AS associa-se com melhora do controle da glicemia de jejum, da
HAS e da SM. Conclusão: O Questionário de Berlin, por ser de fácil
aplicação, pode ser de grande utilidade para o diagnóstico de AS nos
pacientes com DM2, especialmente naqueles com mau controle da
diabetes, com HAS e com SM associadas. Assim, o tratamento da AS
nesses pacientes poderá facilitar o controle da glicemia de jejum, da
HAS e da SM associadas, com consequente possível redução do risco
de complicações cardiovasculares.
45
ASSOCIAÇÃO ENTRE DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D E FUNÇÃO
RENAL NORMAL EM INDIVÍDUOS COM DIABETES MELITO TIPO 2
Camargo, E. G.¹; Cheuiche, A. V.¹; Araújo, G. N.¹; Silveiro, S. P.¹
¹ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas (Endocrinologia),
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Serviço de Endocrinologia
do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Porto Alegre, RS, Brasil
Objetivo: Avaliar a relação entre os níveis séricos de 25-hidroxi-vitamina D3 (25-OHvitD) e os diferentes estágios de excreção urinária de
albumina (EUA) em pacientes com diabetes melito (DM) tipo 2 e a
taxa de filtração glomerular (TFG) ≥ 60 ml/min/1,73 m2. Métodos:
Estudo transversal avaliando 90 indivíduos, dos quais 49 (54%) eram
homens, 9 (10%) de etnia negra, com idade média de 60 ± 10 anos,
duração do DM de 12 ± 7 anos, índice de massa corporal (IMC) de
30 ± 4 kg/m² e HbA1c 8,5 ± 1,6%. A EUA foi medida por imunoturbidimetria, a creatinina por Jaffe rastreável e a TFG foi medida
pelo método do 51Cr-EDTA e estimada pela equação CKD-EPI. Os
pacientes foram classificados como normo-, micro- e macroalbuminúricos, quando níveis de EUA < 17, 17-174 e > 174 mg/l, respectivamente. A 25-OHvitD foi medida por quimioluminescência (DiaSorin)
e classificada como normal (> 30 ng/ml), insuficiente (20 a 30 ng/
ml) e deficiente. Resultados: Os pacientes foram classificados como
normo-, micro- e macroalbuminúricos em 52%, 38% e 10% dos casos, respectivamente. A TFG estimada foi de 81 ± 20 (24-122) e a
TFG medida de 97 ± 28 (60-185) ml/min/1,73 m2. Em relação aos
Trabalhos Científicos
46
ASSOCIAÇÃO ENTRE DIABETES MELLITUS E HIPOTIREOIDISMO
AUTOIMUNE: RESULTADOS PARCIAIS
Thirone, A. C. P.¹; Magalhães, F. O.¹; Rocha, G. H. C.¹; Ribeiro, V. M. F.
C. R.¹; Ferreira, G. C.¹; Caetano, J. A.¹; Galhardi, A. L. T.¹
¹ Universidade de Uberaba (Uniube), Uberaba, MG, Brasil
Objetivo: O hipotireoidismo é uma enfermidade com alta prevalência
na população mundial, sendo sua principal etiologia a tireoidite autoimune de Hashimoto, uma condição inflamatória da tireoide ocasionada por produção de autoanticorpos. O diabetes mellitus (DM) tipo 2
é um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos caracterizado por
hiperglicemia crônica resultante de uma diminuição da ação e secreção
de insulina. Os distúrbios metabólicos do DM interferem na função da
glândula tireoide, assim como as disfunções desta influenciam o metabolismo de carboidratos, gordura e proteínas. Diante de tal contexto, o
objetivo do presente trabalho reside em avaliar uma possível associação
entre o hipotireoidismo autoimune e a DM por meio de um estudo de
corte transversal. Métodos: Após a aprovação pelo Comitê de Ética,
contabilizaram-se 1.482 prontuários de pacientes atendidos no ambulatório de Endocrinologia e Metabologia da Universidade entre 2005
e 2010, de modo que serão avaliados, por amostragem aleatória, 250
prontuários, com margem de erro de 2,4%. Após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, foram colhidos dados acerca
de variáveis previamente estipuladas em uma ficha, de 187 prontuários:
como sexo, doenças preexistentes, peso, altura, índice de massa corporal, além de valores de TSH e T4 livre. Para análise estatística, utilizou-se
o teste do Qui-quadrado, sendo o nível de significância para os testes
de a = 0,05. Resultados: Os resultados parciais revelaram que houve
prevalência de 37,6% (68/181) de hipotiroidismo e 53,3% (98/184) de
DM. Houve associação entre DM e hipotireoidismo (Qui2 = 5,646).
Discussão: Dados de literatura mostram que distúrbios da função tireoidiana são induzidos por alterações metabólicas do DM, com evidências
de alterações, tais como menor secreção de T3 livre, menor secreção de
tirotrofina (TSH) ao estímulo pelo TRH, que é proporcional à elevação
dos níveis glicêmicos e à diminuição dos níveis de desalogenase hipofisária (Pimenta WP et al., 2005). Conclusão: Dessa forma, o presente
trabalho sugere, mediante resultados parciais, que há uma associação
estatisticamente significativa entre diabetes e hipotiroidismo autoimune,
porém estudos prospectivos sobre tal assunto seriam de suma importância para uma adequada compreensão da correlação entre essas doenças.
47
ASSOCIAÇÃO ENTRE DIABETES MELLITUS TIPO 2 E FENÓTIPO
DE RIGIDEZ ARTERIAL EM UMA AMOSTRA DA POPULAÇÃO
GERAL
Alvim, R. O.¹; Santos, P. C. J. L.¹; Musso, M. M.¹; Cunha, R. S.¹; Mill, J.
G.¹; Krieger, J. E.¹; Pereira, A. C.¹
¹ Instituto do Coração, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: O diabetes mellitus tipo 2 (DMT2) é um distúrbio metabólico sabidamente associado à incidência aumentada de eventos
cardiovasculares. A rigidez arterial (RA), condição determinada por
componentes estruturais e funcionais das artérias, tem sido colocada
como importante fator preditor de risco cardiovascular. Nesse contexto, o principal objetivo do estudo foi avaliar a associação entre o
DMT2 e o fenótipo de RA em uma população geral. Métodos: Foram
elegíveis 1.369 indivíduos da população urbana de Vitória, ES (44,8
± 10,9 anos; 45,4% do gênero masculino). Foram classificados como
diabéticos os indivíduos com diagnóstico prévio ou com glicemia de
jejum > 126 mg/dL. A RA foi determinada de forma não invasiva
por meio da velocidade de onda de pulso (VOP) carótida-femural e,
posteriormente, categorizada de acordo com a mediana (9,4 m/s). A
análise do risco foi realizada pela determinação da odds ratio (OR) e
os valores foram devidamente corrigidos para gênero, idade e pressão
arterial média. Resultados: Os indivíduos diabéticos apresentaram
maiores valores de VOP quando comparados aos não diabéticos (10,7
± 2,6 vs. 9,7 ± 1,9 m/s, respectivamente; p < 0,001). Além disso, os
diabéticos apresentaram risco 2,19 vezes maior para RA elevada quando comparado aos não diabéticos (IC 95% = 1,27-3,75; p = 0,004).
Conclusão: O presente estudo demonstrou que indivíduos diabéticos
apresentaram maiores valores de VOP e maior risco para RA elevada.
Sendo a RA amplamente associada à incidência aumentada de eventos
cardiovasculares, supomos que esta constitua uma das vias pelas quais
o DMT2 relaciona-se com a morbimortalidade cardiovascular.
48
ASSOCIAÇÃO ENTRE HIPOTIREOIDISMO E CETOACIDOSE
DIABÉTICA
Chalegre, C. M. S.¹; Feitosa, V. A.¹; Mendes, L. J.¹; Cavalcanti, M. C.¹
¹ Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina Grande, PB, Brasil
Objetivo: Analisar a relação entre o desenvolvimento de hipotireoidismo em pacientes com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) que possuem
histórico de cetoacidose diabética (CAD). Métodos: Estudo transversal envolvendo portadores de DM1 atendidos no ambulatório de Endocrinologia. No momento do estudo, a população cadastrada no referido ambulatório era de 253 indivíduos, sendo a amostra consensual
constituída por 137 (54,15%). Os dados foram coletados por meio de
consulta dos prontuários no período de maio a julho de 2012, utilizando um formulário estruturado. Os critérios para inclusão no estudo
foram: diagnóstico consolidado da doença, estar em insulinoterapia e
data do diagnóstico de DM1 no período de janeiro de 2007 a março
de 2012. Os critérios de exclusão foram: tempo de diabetes superior a
cinco anos e preenchimento inadequado do questionário. Resultados:
Dos 137 pacientes analisados, o diagnóstico de hipotireoidismo estava
presente em 5,1% pacientes (n = 7). A ocorrência da CAD foi encontrada em 16,78% (n = 23). Entre os 114 pacientes que não tinham histórico de CAD, o hipotireoidismo estava presente em 3,5% pacientes
(n = 4). Entre os 23 pacientes que desenvolveram CAD, o hipotireoidismo estava presente em 13,03% (n = 3). Discussão: As alterações
S217
Diabetes
níveis de 25-OHvitD, 65% dos pacientes apresentavam deficiência,
27%, insuficiência e 8%, nível normal. A medida da 25-OHvitD foi
de 18,7 ± 8,5 nos normo, 19,5 ± 10,4 nos micro- e 13,8 ± 6,5 nos
macroalbuminúricos (P90 (N = 43) e 60-90 (N = 47) ml/min/1,73
m2; a medida da 25-OHvitD foi de 19,6 ± 9,1 e 15,5 ± 7,9 ng/ml,
respectivamente (P = 0,030), com r = -0,23 , P = 0,03. Essa correlação
não foi vista com a equação CKD-EPI, r = -0,06 e P = 0,580. Discussão: Tem sido demonstrado que indivíduos com diabetes melito
tipo 2 (DM2) têm níveis significativamente mais baixos de vitamina
D, sugerindo que a hipovitaminose poderia estar envolvida no aumento do risco cardiovascular e pior prognóstico renal que esses indivíduos apresentam. Embora a EUA seja um marcador estabelecido de
nefropatia diabética, poucas evidências existem sobre a associação da
hipovitaminose D e albuminúria em indivíduos com DM2. Da mesma
forma, não há relatos sobre a associação dos níveis séricos de vitamina
D e a TFG neste grupo de indivíduos. Conclusão: A prevalência de
deficiência de vitamina D é bastante elevada em indivíduos com DM2,
estando já presente mesmo com leve redução da função renal.
Diabetes
Trabalhos Científicos
metabólicas do DM interferem na função da glândula tireoide, assim
como as disfunções tireoidianas influenciam o metabolismo de carboidratos, gordura e proteínas. Sendo o DM1 uma doença autoimunológica, é esperada a associação com outras doenças autoimunes, como a
tireoidite de Hashimoto, principal causa de hipotireoidismo. A prevalência de autoimunidade tireoidiana em pacientes com DM1 é muito
variável. Na literatura, a prevalência varia entre 3 a 50%, sendo geralmente maior que a encontrada entre indivíduos sem DM. Na presente
amostra, 5,1% dos pacientes possuem diagnóstico de hipotireoidismo.
Quando comparados quanto à presença ou não de CAD durante curso
da doença, foi observado que, aqueles pacientes que apresentaram a
CAD, possuem uma taxa considerável de hipotireoidismo (13,03%)
quando comparados aos demais pacientes com DM1 sem histórico de
CAD (3,5%). Conclusão: Tais dados sugerem que um diagnóstico de
DM1 estabelecido durante um quadro de CAD ou casos em que existe
um mau controle metabólico e ocorrem múltiplos episódios de CAD
possam ser um fator de risco para o desenvolvimento de hipotireoidismo. Mais estudos devem ser realizados com o objetivo de analisar
essa correlação e entender melhor a associação entre essas patologias.
49
ASSOCIATION BETWEEN ERECTILE DYSFUNCTION IN
TYPE 2 DIABETES MELLITUS HYPERTENSIVE PATIENTS AND
ECHOCARDIOGRAPHIC VARIABLES
Severo, M. D.¹; Leiria, L. F.¹; Ledur, P. S.¹; Becker, A. D.¹; Aguiar, F. M.¹;
Gus, M.¹; Schaan, B. A.¹
¹ Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (HCPA-UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil
Objective: A cross-sectional study was conducted in order to assess
the prevalence of erectile dysfunction among individuals with diabetes
and hypertension and to assess the association between erectile dysfunction and cardiovascular risk variables including hypertrophy and
diastolic function assessed by echocardiography. Methods: We evaluated 114 men with type 2 diabetes mellitus and hypertension selected
at a tertiary care teaching hospital in Southern Brazil. Erectile dysfunction was assessed by the IIEF-5 score. We evaluated clinical and
laboratory variables, transthoracic echocardiography, test for evaluation of cardiac autonomic neuropathy, C-reactive protein and ankle
brachial index (ABI). Comparisons between patients with erectile
dysfunction (IIEF-5 < 22) and without erectile dysfunction (IIEF-5
≥ 22) and with erectile dysfunction and CRP > 3 mg/L vs. without
erectile dysfunction (to attain a clinical phenotype of higher risk) were
performed using analysis of covariance with age, blood pressure and
HbA1c as covariates. Results: Patients were 56.8 ± 5.7 years-old, systolic and diastolic blood pressure were 150.7 ± 19.5 mmHg and 85.4
± 11.4 mmHg, respectively, and HbA1c was 8.0% ± 1.7%. The majority (74.6%) had a diagnosis of erectile dysfunction according to the
IIEF-5 score. Comparisons between the groups above described did
not show any association between the cardiovascular risk variables and
erectile dysfunction. There was a slight lower left ventricular ejection
fraction in men with erectile dysfunction (64.91 ± 7.26 vs. 68.10 ±
3.96 %, p = 0.004). Discussion: The lower left ventricle ejection fraction in subjects with erectile dysfunction, as compared to those with
no erectile dysfunction has questionable clinical relevance. Moreover,
multiple comparisons may have been responsible for this difference.
Since the study population consists of individuals with poorly controlled diabetes and hypertension, subtle differences may not be perceptible considering the high cardiovascular risk. Possibly other factors
not assessed in our study, as endothelial function, psychosocial factors
S218
and relative deficiency of androgens may be important covariates in
the evaluation of erectile dysfunction in diabetic and hypertensive patients. Larger sample may be required in order to evince more subtle
differences. Conclusion: Erectile dysfunction assessed by IIEF-5
score is not associated with clinically significant alterations in echocardiographic variables, as well as with other cardiovascular risk factors.
50
AVALIAÇÃO DA COMORBIDADE DE DIABETES E HIPERTENSÃO
EM PACIENTES DA UNIDADE DE SAÚDE MUNICIPAL DA
GUANABARA
Pontes, C. D. N.¹; Serruya, T.¹; Demachki, N.¹
¹ Unidade Municipal de Saúde da Guanabara, Ananindeua, PA, Brasil
Objetivo: Com o objetivo de caracterizar a comorbidade entre hipertensão arterial e diabetes mellitus na Unidade Municipal de Saúde da
Guanabara, foram recolhidos dados condensados com agentes comunitários de saúde e enfermeiras das três Estratégias Saúde da Família
que compõem a UMS Guanabara, no período de maio a julho de
2012, dos quais se pretendeu identificar a quantidade de pacientes
portadores de hipertensão, de diabetes e de ambos. Métodos: O estudo foi dividido em duas principais metas: traçar um perfil epidemiológico sobre os pacientes atendidos da UMS Guanabara, quanto à
hipertensão e/ou ao diabetes mellitus. E, após isso, comparar o perfil
do bairro da Guanabara com o perfil do município de Ananindeua e
de Belém. Foram analisados os dados condensados sobre os pacientes
cadastrados na Estratégia Saúde da Família e no programa HIPERDIA
na UMS Guanabara. Esses dados foram disponibilizados por arquivos
de agentes comunitários de saúde (ACS’s) e enfermeiros das Estratégias Saúde da Família da UMS Guanabara. Resultados: Verificou-se
que 7,5% da população atendida na UMS Guanabara possui hipertensão e/ou diabetes. Desses pacientes, 60% são hipertensos, 27,5% são
diabéticos e 12,5%, hipertensos e diabéticos. Dos pacientes portadores
de hipertensão, 20,7% são também diabéticos. E, nas três Estratégias
de Saúde da Família, há maior prevalência de hipertensão em comparação ao diabetes. Discussão: Discutiu-se, então, sobre a importância
da atenção básica no sentido da prevenção dessas doenças e de um
mapeamento do perfil epidemiológico dessas patologias em unidades
básicas, a fim de redirecionar o planejamento de ações que visem a
uma maior qualificação da atenção básica na prevenção e promoção da
saúde dos pacientes hipertensos diabéticos. Conclusão: Entende-se
que, para um maior controle dessas patologias, bem como prevenção
dos agravos que delas surgem, são necessários diagnóstico precoce,
acompanhamento adequado do paciente pela unidade e adesão ao tratamento. Além disso, estudos epidemiológicos são fundamentais para
a reordenação das políticas públicas na área em estudo.
51
AVALIAÇÃO DA FREQUÊNCIA DE ANTICORPOS ANTICÉLULA
PARIETAL, ANTIFATOR INTRÍNSECO E ANEMIA PERNICIOSA EM
PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 1
Ferraz, A. L.¹; Dantas, J. R.¹; Laudier, A. A.¹; Barone, B.¹; Zajdenverg,
L.¹; Rodacki, M.¹; Oliveira, J. E. P.¹
¹ Serviço de Nutrologia, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho,
Universidade Federal do Rio de Janeiro (HUCFF-UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Avaliar a frequência de anticorpos anticélula parietal (ACP),
antifator intrínseco (AFI) e anemia perniciosa (AP) em pacientes com
diabetes mellitus tipo 1 (DM1) de duração variável, quando comparados a um grupo controle pareado por idade, sexo e etnia. Métodos:
Para este estudo caso-controle, foi realizada coleta de 20 mL de sangue nos participantes de ambos os grupos estudados para dosagem de
ACP e AFI e extração de DNA. Pacientes com anticorpos positivos foram convocados para nova coleta de sangue para dosagem de vitamina
B12 para o diagnóstico de AP. Nos casos em que o valor da vitamina
B12 se situou na faixa de incerteza, foram dosados ácido metilmalônico (AMM) e homocisteína (HMO). Dados epidemiológicos, clínicos e
laboratoriais foram obtidos em questionário e prontuário médico. Associações entre ACP, AFI ou AP com essas variáveis foram pesquisadas,
assim como com anti-GAD e polimorfismos dos genes PTPN 22 e da
insulina. Para os testes genéticos, pesquisamos polimorfismos de um
único nucleotídeo (SNP) por PCR em tempo real. Resultados: Cento
e cinquenta participantes foram incluídos, sendo 75 com DM1 (casos)
e 75 no grupo controle. A ACP foi reagente em 10 (13,3%) pacientes
do grupo dos casos e em nenhum paciente do grupo dos controles.
Entre as características clínicas e epidemiológicas, a única associação
estatisticamente significativa com o ACP foi com a presença de outras
doenças autoimunes (p = 0,003). Não foram identificadas associações
entre o gene PTPN 22 (p = 0,600) e o gene da insulina (p = 0,436)
com ACP reagente no grupo dos casos. O AFI foi positivo em 3 (4%)
pacientes dos casos e 22 (29,3%) pacientes dos controles. Não foram
identificadas associações entre AFI reagente e quaisquer das variáveis
estudadas. O diagnóstico de AP foi realizado em 3 (4%) pacientes dos
casos e 2 (2,7%) pacientes dos controles. Dessa forma, ACP foi mais
frequente em pacientes com DM1 do que no grupo controle, enquanto o inverso foi observado para AFI. AP foi identificada em ambos os
grupos, tanto com ACP quanto com AFI positivos. Discussão: Pacientes com DM1 apresentam um aumento na prevalência de agressão
autoimune órgão-específica contra outros tecidos endócrinos (como
tireoide e adrenal) e, também, em tecidos não endócrinos (como a
mucosa gástrica). Conclusão: Estudos longitudinais são necessários
para avaliar o desenvolvimento de AP nos indivíduos com anticorpos
positivos, não apenas no grupo de casos, mas também no controle.
52
AVALIAÇÃO DA GLICEMIA E DA HEMOGLOBINA GLICADA
COMO CRITÉRIOS PARA O DIAGNÓSTICO DE DIABETES
MELLITUS TIPO 1
Proença, A. F. P.¹; Rezek, G. S. S.¹; Araújo, M. F. A.¹; Rezende, C. A. C.¹;
Toniolo, J. V.¹; Ferreira, M. R.¹; Araújo, A. C. M.¹
¹ Universidade do Vale do Sapucaí (Univás), Pouso Alegre, MG, Brasil
Objetivo: Os objetivos deste trabalho foram analisar a média de hemoglobina glicada (A1C) ao diagnóstico de DM tipo 1 (DM1), correlacionar os valores de A1C ao diagnóstico de DM1 com os valores de
glicemia de jejum e com a idade dos pacientes ao diagnóstico e comparar as características clínicas e laboratoriais, principalmente os valores
de A1C e glicemia, em relação à presença ou à ausência de cetoacidose
e quanto às diferentes faixas etárias dos pacientes. Métodos: Foram
coletados dados de prontuários de pacientes com diagnóstico de DM1
que estavam em acompanhamento no ambulatório de endocrinologia
pediátrica de um hospital universitário e nos consultórios particulares
de três endocrinologistas. Foram incluídos apenas os pacientes com
dosagem da A1C pelo método cromatografia líquida de alta performance. Resultados: Foram coletados dados de 94 prontuários e 86
pacientes foram incluídos no estudo. A idade média dos pacientes foi
de 8,7 anos, sendo que a A1C média foi 10,1% (DP = 2,6%) e a glicemia média ao diagnóstico foi 335,7 mg/dL (DP = 131,4). Entre esses
pacientes, 40,7% apresentaram cetoacidose e 53,5% foram internados
ao diagnóstico de DM1. A A1C foi menor nos pacientes que apresen-
taram cetoacidose diabética (9,4%) em relação aos pacientes que não
apresentaram essa complicação (10,5%) (p = 0,049). Os valores de
glicemia foram maiores nos pacientes que apresentaram cetoacidose
diabética (430,5 mg/dL) em relação aos pacientes que não apresentaram cetoacidose (270,5 mg/dL) (p = 0,000). Não houve correlação
entre os valores de A1C e os valores de glicemia (r = 0,42/p = 0,700)
e não houve diferença quanto aos valores de A1C (p = 0,062) e glicemia (p = 0,856) ao comparar os pacientes de diferentes faixas etárias.
Discussão: Trabalhos na literatura também questionam a A1C como
critério diagnóstico para DM e apenas alguns estudos que demonstraram que a A1C está relacionada à média de glicemia foram realizados em pacientes com DM1. Neste trabalho, não houve correlação
entre os valores de A1C e os valores de glicemia conforme já descrito
por alguns autores. Os valores de A1C, diferentemente dos valores de
glicemia, foram menores em pacientes que apresentaram cetoacidose
diabética. Conclusão: Esses resultados sugerem que a glicemia ainda
deveria ser considerada como o exame de escolha para o diagnóstico
do DM1, pois, além da associação dos valores elevados de glicemia
com a presença de cetoacidose diabética, esse é um exame mais rápido
que a A1C, de menor custo, de fácil interpretação e disponível em
qualquer centro de saúde.
53
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM DIABÉTICOS
PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA INTERDISCIPLINAR DE
EDUCAÇÃO EM DIABETES
Couto, J. S.¹; Silva, C. P.¹; Soares, L. S.¹; Lacerda, A. M.¹; Krepker, F. F.¹;
Mendonça, M. D. V.¹; Costa, M. B.¹
¹ Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora, MG, Brasil
Objetivo: Avaliar o impacto de um programa de educação em saúde
sobre a qualidade de vida de indivíduos diabéticos. Métodos: Pacientes em primeira consulta em Ambulatório Multidisciplinar de Atenção
ao Diabetes tipo 2 foram convidados a participar de um programa de
Educação em Diabetes. Foi aplicado o questionário SF-36 para avaliação da qualidade de vida e colhidos dados antropométricos e de exames laboratoriais por ocasião da admissão e um ano após a participação
no projeto. Resultados: No período de junho/2011 a maio/2012,
61 indivíduos preencheram os critérios de inclusão e 32 foram reavaliados. A idade variou de 30 a 60 anos, com média de 50,5 ± 7,86 anos,
sendo 65,6% do sexo feminino. Os resultados da avaliação clínico-laboratorial estão na tabela. O número de pontos no questionário SF-36
mostrou importante melhora na qualidade de vida quanto a estado
geral de saúde: 56,34 ± 24,0 vs. 64,13 ± 20,0 (p = 0,048); vitalidade:
50,25 ± 22,0 vs. 59,84 ± 24,54 (p = 0,009); aspectos emocionais:
44,76 ± 45,29 vs. 68,72 ± 43,94 (p = 0,034) e saúde mental: 57,93
± 21,53 vs. 72,09 ± 17,00 (p = 0,001), na admissão e um ano após,
respectivamente. Discussão: No presente estudo, observou-se que a
atenção interdisciplinar contribuiu significativamente para a melhora
na qualidade de vida de indivíduos diabéticos de forma semelhante a
estudos que mostram que os resultados obtidos por meio de programas de educação em diabetes são positivos, ultrapassando os custos relacionados a esse tipo de intervenção. Observou-se ainda melhora dos
níveis glicêmicos corroborando a ideia de que a abordagem visando ao
autogerenciamento da doença pode controlar a glicemia e melhorar
as condições físicas e mentais dos indivíduos conforme demonstrado
também por outros autores. Conclusão: A participação em Programa
Interdisciplinar de Educação em Diabetes contribuiu para a melhora
significativa na qualidade de vida, assim como no controle glicêmico
de pacientes diabéticos.
S219
Diabetes
Trabalhos Científicos
Trabalhos Científicos
54
AVALIAÇÃO DO DIAGNÓSTICO INICIAL DE DIABETES
MELLITUS TIPO 1 NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES
CARNEIRO ENTRE OS ANOS 2007 E 2012
Coelho, M. C.¹; Mendes, L. J.¹; Chalegre, C. M. S.¹; Feitosa, V. A.¹
Diabetes
¹ Hospital Universitário Alcides Carneiro, Universidade Federal de Campina
Grande (UFCG), Campina Grande, PB, Brasil
Objetivo: Descrever o perfil de uma população de pacientes com diabetes tipo 1 (DM1) em relação a sexo, idade do início da doença e manejo da doença no momento do diagnóstico. Métodos: Estudo descritivo envolvendo portadores de DM1 com uma amostra consensual
constituída por 137 pacientes. Os dados foram coletados por meio de
consulta dos prontuários, no período de maio a junho de 2012, utilizando um formulário com informações demográficas, temporal, dados
de consultas e de internamentos. O critério para inclusão no estudo
foi: diagnóstico consolidado de DM1 no período de janeiro de 2007 a
março de 2012. Resultados: A população do estudo foi composta por
85 homens (62%) e 52 mulheres (48%). No momento do diagnóstico,
a faixa etária de 4-10 anos correspondeu à maior parte da amostra, 47
pacientes (34,4%), seguida por 42 (30,6%) na faixa de 11-18 anos,
e 24 (17,5%) nas faixas de 0-4 anos e maior de 18 anos. Quanto à
apresentação inicial da doença, a internação em enfermaria foi a mais
frequente, 64 casos (47%), seguida pelo diagnóstico ambulatorial por
meio dos sinais e sintomas sugestivos de DM com 63 casos (46,8%) e
internação em UTI com 10 casos (7,2%). As admissões com quadro
de cetoacidose diabética (CAD) foram de 23 casos, sendo 10 em UTI
e 13 tratados em enfermaria. A CAD no momento do diagnóstico
predominou na faixa etária de 4-10 anos, sendo 12 casos (52,17%),
seguida da faixa de 0-4 anos com 5 casos (21,73%), pela faixa de 11-18
anos e de maior de 18 anos com 3 casos cada uma (13,05%). Discussão: Os estudos descritivos são muito importantes para estabelecer o
perfil dos pacientes com DM1 e definir o melhor manejo da doença. A
amostra estudada não difere da literatura em termos de idade do início
da doença, diferindo em termos de sexo. Quanto ao início da doença,
as proporções entre os pacientes com sintomas clínicos e os internados
na enfermaria com hiperglicemia ou CAD foram semelhantes. Dos pacientes internados com CAD na enfermaria e UTI, houve predomínio
entre as crianças de 4-10 anos, seguido pela faixa etária de 0-4 anos,
dado esse importante devido aos riscos de morbimortalidade associados a CAD. Conclusão: A idade, o sexo e o manejo da doença por
especialistas tiveram influência na forma do diagnóstico. Além disso,
o maior número de casos de CAD em menores de 10 anos evidencia
a importância da informação e orientação dos pais e familiares dessas
crianças para evitar os internamentos e as complicações da doença.
55
AVALIAÇÃO DO NÚMERO DE PACIENTES INTERNADOS POR
DIABETES MELLITUS (DM) NA POPULAÇÃO PEDIÁTRICA E
HERBIÁTRICA NA REGIÃO SUDESTE
Pacheco, C. F. V.¹; Sutti, D.¹; Barcelos, R. N.¹; Biancardi, N. F.¹;
Biancardi, M. F.¹; Saavedra, P. C.¹; Guimarães, F. F.¹
¹ Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), Teresópolis, RJ, Brasil
Objetivo: O banco de dados Datasus representa uma fonte rica de
informações em saúde, importante para locação de recursos e geração
de políticas de saúde públicas voltadas para doenças com grande incidência e/ou prevalência na população. O DM representa uma doença
com grande morbidade que, se não diagnosticada precocemente e tratada, leva a número elevado de internações e aumento de gastos públi-
S220
cos. Este trabalho tem como objetivo descrever e analisar o número de
casos de internação por DM nos estados da região Sudeste do Brasil,
na população abaixo dos 20 anos. Métodos: Trata-se de um estudo
descritivo longitudinal, realizado mediante consulta ao banco de dados do Datasus. Foram analisados o número de internações por estado
da Região Sudeste e a idade das internações. Os dados são referentes
aos anos de 2007 a 2011. Resultados: Nesse período o número total
de internações foi de 3.459 no ano de 2007; 3.713 em 2008; 3.714
em 2009; 3.740 em 2010; e 3.662 internações em 2011. Quanto à
faixa etária, observamos um maior número de casos entre 10 e 14
anos de idade, conforme segue: em 2007, 1.334; em 2008, 1.390;
em 2009, 1.388; em 2010, 1.413; e em 2011, 1.360 casos nos quatro
estados. O estado com maior número de registros, em todas as faixas
etárias, é o de São Paulo, registrando 1.847 casos em 2007; 2008
casos em 2008; 2.039 em 2009; 2.068 em 2010; e 2.030 em 2011.
Quando avaliamos por estado o ano com maior número de registros,
temos: Minas Gerais, ano de 2009, registrados 1.070 casos; Espírito
Santo, 2010, 188 casos; Rio de Janeiro, 2007, 574 casos. E no estado
de São Paulo observa-se um maior registro de casos em 2010. Discussão: Observamos que não houve aumento estatisticamente significativo no número de internações por DM no período estudado. Temos na
faixa etária de 10-14 anos um maior número de casos gerais por DM,
não sendo possível classificar o tipo de DM registrado por escassez
de dados no Datasus. O estado de São Paulo foi o que registrou um
maior número de casos em valores absolutos, entretanto não podemos
extrapolar essa constatação e concluir que o sistema de notificação é
adequado, haja vista tratar-se do estado mais populoso. Conclusão:
Com os dados disponíveis no Datasus, não foi possível identificar o
perfil epidemiológico dos pacientes internados por DM. Concluímos,
com isso, que o sistema de notificação ainda é bastante falho, limitando a implementação de políticas públicas de prevenção e promoção à
saúde para o DM.
56
AVALIAÇÃO DO PERFIL GLICÍDICO EM GRÁVIDAS DO
AMBULATÓRIO DE OBSTETRÍCIA DE UMA MATERNIDADE DE
VITÓRIA-ES
Itaborahy, L. M.¹; Guimarães, R. V.¹; Peseto, R. P.¹; Lima, M. M. S.¹;
Casini, A. F.¹; Lacerda,T. S. G.¹; Ruschi, G. E. C.¹; França, L. C.¹
¹ Universidade Vila Velha (UVV), Maternidade Pró Matre de Vitória, Liga
Acadêmica Capixaba de Obstetrícia e Ginecologia (LACOG-ES), Vitória, ES,
Brasil
Objetivo: Avaliar o perfil glicídico em grávidas no ambulatório de prénatal. Métodos: Avaliamos prospectivamente 135 gestantes e realizamos avaliação clínica/laboratorial por meio da identificação de fatores
de risco para DMG, exame físico com medida do índice de massa corporal (IMC) pré-gestacional e dosagens de glicemia assim realizadas:
glicemia de jejum (GJ) na primeira consulta e teste de tolerância oral à
glicose com 75 g dextrosol (TTOG) entre 24 e 28 semanas. Quando
os valores de GJ encontrados foram 85 mg/dL, estas eram submetidas ao TTOG. As que apresentaram pelo menos um valor de TTOG
alterado obtiveram diagnóstico de DMG (segundo a International
Association of Diabetes and Pregnancy Study Groups-IADPSG6).
Considera-se como ponto de corte para o diagnóstico de DMG no
TTOG GJ: basal ≥ 92 mg/dL, 1 hora: ≥ 180 mg/dL e 2 horas: ≥ 153
mg/dL. Resultados: A média do IMC pré-gestacional foi de 24,41
± 4,014 kg/m², variando de 16,76 a 36,8 kg/m². A prevalência de
IMC > 25 kg/m² foi de 37,5%. A prevalência de GJ de rastreio alterada na primeira consulta foi de 24,41% e a sua média de 102,90 ±
41,092 mg/dL. Encontramos 6 (4,41%) pacientes com diagnóstico
Trabalhos Científicos
57
AVALIAÇÃO DO QUADRO CLÍNICO NO DIAGNÓSTICO
DE DM1 EM PACIENTES DO AMBULATÓRIO DE
ENDOCRINOLOGIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Mendes, L. J.¹; Cavalcanti, M. C.¹; Chalegre, C. M. S.¹; Feitosa, V. A.¹
¹ Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina Grande, PB, Brasil
Objetivo: Avaliar os sinais e sintomas, glicemia de jejum e IMC no
diagnóstico de diabetes mellitus tipo 1 (DM1). Métodos: Estudo transversal envolvendo portadores de DM1 atendidos no Ambulatório de
Endocrinologia. No momento do estudo, a população cadastrada era
de 253 indivíduos, sendo a amostra consensual de 54,15% (137). Critérios de inclusão: termo de consentimento livre e esclarecido assinado,
diagnóstico consolidado da doença e data do diagnóstico de DM1 inferior a cinco anos. Critério de exclusão: falta de dados nos prontuários.
Os dados foram coletados por meio de consulta dos prontuários no
período de maio a julho de 2012, utilizando formulário estruturado,
com posterior análise estatística. Resultados: Dos 137 participantes,
62% (85) são do sexo masculino e 38% (52), feminino, 74,45% (102)
tinham mais de 9 anos de idade no diagnóstico, 54,7% (75) estavam eutróficos pelo Z-IMC/idade e 72,4% (99) afirmaram perda de peso no
mês anterior ao diagnóstico. Principais sintomas: poliúria 83,2% (114),
polidipsia 81,8% (112), polifagia 78,1% (107), alterações gastrointestinais 26,3% (36), astenia 14,6% (20), nictúria 12,4% (17), desidratação
9,5% (13) e alteração do nível de consciência 8,8% (12). Assintomáticos: 1,5% (2). Média da glicemia em jejum: 405,88 (± 145,9) e 49,6%
(68) foram internados devido a complicações agudas no diagnóstico.
Discussão: Diferentemente do paciente com DM2 que é assintomático
e obeso, o paciente com DM1 apresenta fome excessiva, perda de peso
sem explicação, sede excessiva, náuseas e, nos casos graves, evoluem
com cetoacidose diabética (CAD). Apresentam IMC normal ou com
tendência à magreza e altos níveis glicêmicos devido à ausência total ou
parcial de produção de insulina. O pico de incidência de DM1 ocorre
na adolescência com predomínio no sexo masculino. Conclusão: Vemos que as estatísticas encontradas nesse grupo estão em concordância
com as da literatura, devendo os pais estar atentos às alterações biológicas e físicas no cotidiano dos seus filhos, pois os sintomas são sutis,
mas, com o evoluir da doença, podem ser mais severos, principalmente
quando há o acúmulo excessivo de corpos cetônicos no sangue, podendo o paciente entrar em coma. Em razão da alta morbidade e mortalidade prematura no DM1, após sua confirmação, deve-se encaminhar
o paciente a um atendimento multidisciplinar que permita o controle
glicêmico adequado por meio da insulinoterapia, dieta e atividade física,
prevenindo as complicações micro e macrovasculares.
58
AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO DAS COMORBIDADES DO
DIABÉTICO TIPO 2 PELA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE
Sugita, T. H.¹; Gomes, H. L. F¹; Yamamoto, R. M.¹
¹ Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG), Secretaria
Municipal de Saúde de Goiânia, Preceptoria do Internato da UFG, Goiânia, GO, Brasil
Objetivo: É bem definida a associação entre diabetes mellitus (DM)
e entidades como dislipidemia (DLP), hipertensão arterial sistêmica
(HAS) e a importância disso na evolução das complicações crônicas
do DM. Este estudo avalia o estado clínico e a conduta terapêutica
relacionada a comorbidades do paciente com DM tipo 2 (DM2) sob
tratamento na atenção básica quando encaminhado para endocrinologista. Métodos: Foi realizado um estudo observacional, descritivo
dos diabéticos de um Ambulatório de Endocrinologia no “Programa
de Diabetes” em um Centro Integrado de Assistência Médico-Sanitária em Goiânia-GO. Foi feita a análise de prontuários, coletando-se
dados da primeira consulta, dos quais 258 pacientes eram portadores
de DM2. Os dados referiam-se a diagnósticos prévios de HAS e DLP,
perfil lipídico e medicações em uso. Foram utilizados valores conforme
a Sociedade Brasileira de Diabetes para análise de meta de perfil lipídico. Foi considerada sem controle uma pressão arterial (PA) > 130 x
80 mmHg. Resultados: Dos 258 pacientes, 71 pacientes não usavam
nenhum tratamento medicamentoso para DM. Do total, 176 apresentavam perfil lipídico, dos quais 150 apresentavam DLP descompensada. Apenas 6 de 39 pacientes em uso de medicação hipolipemiante
apresentavam níveis lipídicos na meta preconizada. Cento e noventa e
sete pacientes apresentavam medida de PA, sendo que 125 apresentavam PA descompensada, 121 faziam uso de medicação e, destes,
apenas 97 faziam uso de bloqueador do sistema renina angiotensina
(BSRA). Discussão: Pacientes DM2 apresentam 3-4 vezes mais risco para doenças cardiovasculares (DCV), pois a doença aterosclerótica
nesses indivíduos é mais grave e precoce. A DCV é a causa de 75% das
mortes do diabético. O tratamento rigoroso da HAS e DLP nesses pacientes é importante para prevenção e progressão da DCV e de complicações crônicas do DM. Apesar do diagnóstico, muitos pacientes com
DM2 associado a DLP e/ou HAS não alcançam os alvos necessários na
atenção primária. Apesar das vantagens no uso de BSRA para prevenir
o aparecimento e progressão das complicações do DM2, quase 20%
dos pacientes tratados não faziam uso deles. Quase 30% dos pacientes
não iniciaram tratamento medicamentoso para DM, mesmo com diagnóstico. Conclusão: Comprovamos que os pacientes diabéticos não
estão sendo adequadamente acompanhados na atenção básica e urge
a realização de capacitação dos clínicos, bem como orientações da real
necessidade de alcançar as metas glicêmica, hipertensiva e lipídica.
59
AVALIAÇÃO DOS FATORES DE RISCO E USO DE MEDICAÇÃO
EM PACIENTES DIABÉTICOS EM UNIDADES BÁSICAS DE
GOIÂNIA
Sugita, T. H.¹; Gomes, H. L. F.¹; Yamamoto, R. M.¹
¹ Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG), Secretaria
Municipal de Saúde de Goiânia, Preceptoria do Internato da UFG, Goiânia, GO,
Brasil
Objetivo: Com o aumento da expectativa de vida, da obesidade e do
sedentarismo, aumenta a frequência de doenças crônicas como diabe-
S221
Diabetes
de DMG. Dessas, uma paciente teve DMG na gestação anterior com
normalização pós-parto da GJ e duas apresentaram IMC > 25 kg/
m². Discussão: Durante a gestação, ocorrem profundas e importantes modificações, tanto funcionais quanto anatômicas, em quase todos
os sistemas do organismo materno. O propósito dessas modificações
é criar um ambiente materno-conceptual favorável. A gestação é um
estado hiperinsulinêmico, em que há diminuição da sensibilidade à
insulina, devido à ação dos hormônios diabetogênicos, entre outros
o hormônio lactogênico placentário. Entende-se por diabetes mellitus
gestacional (DMG) qualquer nível de intolerância a carboidratos, levando a uma hiperglicemia diagnosticada na gestação, que, associada à
obesidade materna, leva a sérias complicações tanto maternas quanto
fetais. Conclusão: No nosso estudo, encontramos uma prevalência de
DMG em acordo com a literatura, que oscila entre 1% e 14%. A importância do resultado desse estudo é a necessidade da identificação de
fatores de risco, diagnóstico precoce das alterações no perfil glicêmico,
seja ele por meio da GJ na consulta inicial e/ou durante o TTOG.
Dessa forma, permitimos a intervenção adequada, evitando, assim,
inúmeras complicações materno-fetais.
Diabetes
Trabalhos Científicos
tes mellitus (DM). É intuito deste trabalho avaliar os fatores de risco
relacionados e o uso de medicamentos para DM dos pacientes tratados
em unidades básicas de saúde em Goiânia. Métodos: Foi realizado um
estudo observacional, descritivo no Ambulatório de Endocrinologia
no “Programa de Diabetes” em um Centro Integrado de Assistência
Médico-Sanitária em Goiânia. Foi feita análise de prontuários, coletando dados da primeira consulta de diabéticos. O número da amostra
foi 291. Os dados analisados foram: antecedentes pessoais e familiares,
hábitos de vida, medicações em uso e dados antropométricos. Resultados: Do total de pacientes, 258 (88,7%) eram DM tipo 2. A média
de tempo de diagnóstico foi de aproximadamente 8 anos (N = 226).
Cento e sessenta e cinco (58,1%, N = 284) eram mulheres e, entre estas, 80 sabiam o peso dos filhos recém-nascidos, sendo que 33 (41,3%)
dessas tiveram um filho > 4.000 g. Do total de pacientes, 120 (41,2%)
eram sedentários, 60 (20,6%) são/foram tabagistas e 39 (13,4%), etilistas. Dos pacientes que souberam referir sobre parentes de 1o grau:
149 (64,9%, N = 230) tinham parentes com DM diagnosticado; 115
(50,7%, N = 227) com dislipidemia; e 171 (63,8%, N = 268) com
hipertensão arterial sistêmica. Dos 219 pacientes que apresentavam
peso e altura, 59 (26,9%) apresentavam IMC normal, 78 (35,6%), sobrepeso e 82 (37,4%), obesidade. De 216 pacientes que faziam uso
de medicação para DM, 66 (30,6%) não usavam metformina e 76
(35,2%) usavam insulina. Discussão: Já é comprovado que o controle
de fatores de risco modificáveis, como atividade física, tabagismo, dieta
e manutenção de peso adequado, associaram-se à redução de 88% nos
casos com história familiar de DM. Nota-se que as famílias de DM não
modificam seus hábitos com atenção à prevenção primária do DM. A
macrossomia aumenta ainda mais as chances de filhos de diabéticas se
tornarem diabéticos. Apenas em torno de 30% dos pacientes diabéticos faziam uso de metformina, mesmo sendo considerado tratamento
de primeira escolha. Conclusão: Alterações dos hábitos deveriam ser
medidas efetivadas na atenção primária, entretanto é grande o número
de pacientes sedentários e acima do peso encaminhados para o serviço
secundário. Há necessidade de programas intensivos de prevenção primária principalmente em parentes de 1o grau de diabéticos. O uso de
metformina deve ser reforçado nas unidades básicas de saúde.
60
BENEFÍCIO DO USO DO ESQUEMA DE INSULINA BASAL-BOLUS
NO TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS TIPO 2
Araújo, F. A. S.¹; Almeida, L. H. E.¹; Rocha, D. R. T. W.¹; Arbex, A. K.¹
¹ Instituto de Pesquisa e Ensino Médico (Ipemed), Belo Horizonte, MG, Brasil
Objetivo: Avaliar os benefícios do esquema basal-bolus como opção
terapêutica eficaz no paciente com diabetes mellitus tipo 2 (DM2).
Métodos: Paciente masculino, 73 anos, branco, aposentado, hipertenso há 15 anos e com DM2 há 25 anos. Procurou nosso ambulatório
relatando quadros de hipoglicemia, com valores de glicemia capilar
variando de 66 a 200 mg/dL, principalmente na madrugada, duas vezes na semana. Em uso de: insulina NPH 120UI/dia dividida em três
aplicações. Não fazia dieta. Sedentário devido à artrose avançada no
acetábulo e joelho bilateralmente. Negava dormências nos pés. Exame
físico: peso: 115 kg, altura: 1,70 m, IMC: 39 kg/m², CA: 135 cm,
PA: 140/80 mmHg. Hemoglobina glicada (A1c): 6%. Resultados:
Na consulta seguinte, o paciente se encontrava assintomático, com os
seguintes resultados: hemograma completo normal, A1c: 7%, glicemia pós-prandial: 138 mg/dL (N < 20). Discussão: As constantes
hipoglicemias, presentes com uso da NPH, dificultam a adesão dos
pacientes à insulinoterapia. Optamos pelo uso de análogos, substituindo a NPH por glargina e introduzindo a insulina ultrarrápida antes e
S222
após as refeições, associado à dieta alimentar adequada para eliminação
dos eventos hipoglicêmicos. A glargina nos permitiu uma dosagem
20% inferior àquela feita com a NPH. Conclusão: A terapia basal-bolus
no paciente com DM2 deve ser utilizada com mais frequência pelos
endocrinologistas, pois reduz os episódios de hipoglicemias, facilita a
adesão ao tratamento e reduz os riscos de complicações dessa doença.
61
CAMPANHA DE PREVENÇÃO DO DIABETES EM JUIZ DE
FORA/MG: PERFIL DE UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Marquito, A. B.¹; de Paula, R. B.¹
¹ Fundação Imepen, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora,
MG, Brasil
Objetivo: Descrever o perfil de utilização de medicamentos de indivíduos de um centro urbano de Minas Gerais, aliado ao rastreio de fatores de risco para diabetes mellitus (DM). Métodos: Estudo transversal
conduzido em Campanha de Combate e Prevenção da Diabetes na
cidade de Juiz de Fora/MG, no ano de 2011, onde foram aplicados
questionários multiprofissionais e coletados dados de fatores de risco,
aferição de pressão arterial, teste de glicemia capilar, medidas antropométricas para aconselhamento e orientação aos participantes. A digitação e a análise do banco de dados foram efetuadas nos programas Excel 1.0 e SPSS, versão 17.0. Estatística descritiva foi apresentada pelas
porcentagens dos respectivos totais para variáveis categóricas e médias
(± desvio-padrão) para variável contínua. Para avaliar as associações entre as variáveis, foi aplicada a correlação de Pearson. Resultados: Participaram da pesquisa 617 pessoas, na maioria idosos (54,3%) (TAB1).
Dos participantes, 71,7% fazem uso contínuo de medicamentos, sendo
estes em quantidade menor que cinco (49,3%). Relataram que nunca esquecem tomá-los (60,2%), que às vezes esquece (30,9%), quase
sempre (3,0%) e sempre esquecem (5,9%). A glicemia casual média
apresentada foi de 124,3 ± 61,9 mg/dL, observando-se sua correlação
com o número de medicamentos. Discussão: A detecção precoce do
DM, bem como a identificação e o tratamento dos fatores de risco,
principalmente para doenças cardiovasculares, torna possível prevenir
ou retardar o desfecho desfavorável dessa doença. Nesse contexto,
torna-se fundamental abordar questões que envolvem a utilização de
medicamentos pela população em campanhas de cunho preventivo.
Conclusão: A partir dos dados obtidos, tornou-se possível delinear
estratégias de incentivo à adesão e ao uso racional dos medicamentos,
bem como de planejamento das ações de saúde, fundamental para a
prevenção de complicações advindas do diabetes. A Campanha foi capaz de mobilizar a sociedade, facilitar o acesso à informação, identificar indivíduos suspeitos de serem diabéticos e estimular a confirmação
diagnóstica.
62
CARACTERÍSTICAS DOS PACIENTES PORTADORES DE
DIABETES MELLITUS TIPO 1 AO DIAGNÓSTICO: UMA VISÃO
EVOLUTIVA DE DOIS PERÍODOS NOS ÚLTIMOS 35 ANOS
Coutinho, C. A.¹; Noronha, R.¹; Monte, O.¹; Calliari, L. E. P.¹
¹ Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (FCMSCSP), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Avaliar as características clínicas dos pacientes com diabetes
mellitus tipo 1 (DM1) ao diagnóstico e analisar eventuais mudanças
dessas características nos últimos 35 anos. Métodos: Análise de 280
pacientes com DM1, divididos em dois grupos segundo a época do
nascimento. Grupo 1: 1976 a 1989 e Grupo 2: 1990 a 2011. Foram
Trabalhos Científicos
63
CAUSAS MAIS FREQUENTES DE INTERNAÇÃO EM PACIENTES
COM DIAGNÓSTICO DE DIABETES MELLITUS TIPO 1 NO
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES CARNEIRO
Chalegre, C. M. S.¹; Mendes, L. J.¹; Feitosa, V. A.¹; Cavalcanti, M. C.¹
¹ Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina Grande, PB, Brasil
Objetivo: Identificar as causas mais frequentes de internação de pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 1 (DM1). Métodos: Estudo transversal envolvendo portadores de DM1 atendidos no Ambulatório de Endocrinologia. No momento do estudo, a população
cadastrada no referido ambulatório era de 253 indivíduos, sendo a
amostra consensual constituída por 137 (54,15%). Os dados foram
coletados por meio de consulta dos prontuários no período de maio
a julho de 2012, utilizando um formulário estruturado. Os critérios
para inclusão no estudo foram: diagnóstico consolidado da doença,
estar em insulinoterapia e data do diagnóstico de DM1 no período
de janeiro de 2007 a março de 2012. Os critérios de exclusão foram:
tempo de diabetes superior a 5 anos e preenchimento inadequado do
questionário. Resultados: Dos 137 participantes, 32,1% (n = 44) necessitaram de internação hospitalar e 67,9% (n = 93) não necessitaram
nem durante o ato diagnóstico, nem durante o curso da doença. Entre
as principais causas de internação, temos: CAD 38,60% (n = 17); poliúria, podipsia, polifagia (polis) e hiperglicemia associada à perda de
peso com 25% (n = 11) e sem associação com perda de peso 4,54% (n
= 2); hipoglicemia isolada com 4,54% (n = 2); infecções com 9,10%
(n = 4) e alteração do nível de consciência 4,54% (n = 2). Discussão:
A literatura aponta o DM como a sexta causa de diagnóstico primário de internação hospitalar. No DM1, por ocorrer o hipoinsulinismo
absoluto, devido à destruição das ilhotas de Langerhans, temos como
resultado um quadro clínico com sintomas bem sugestivos, que orientam o diagnóstico. Em decorrência disso, o quadro clínico se inicia de
forma mais grave e aguda, havendo necessidade de internação, como
no caso de cetoacidose diabética. Conclusão: Uma porcentagem alta
de pacientes DM1 necessitará de internação em alguma época do curso
da doença, logo cuidados especiais devem ser oferecidos prontamente
pois, devido ao grave distúrbio metabólico, condições potencialmente
fatais são mais frequentes que em pacientes DM2. Implementar ações
educativas para profissionais de saúde, para os diabéticos e seus familiares, no sentido de remover fatores de risco para o agravamento do
quadro de DM, também se faz necessário.
64
CETOACIDOSE DIABÉTICA, PRIMODIAGNÓSTICO DE
DIABETES TIPO 1 E IDOSA DE 72 ANOS: UMA RARA
COMBINAÇÃO
Rodrigues, M. M. N.¹; Calsolari, M. R.¹; Moura, L. G.¹; Mourão, G. F.¹;
Muniz, A. L. R.¹; Noviello, T. B.¹; Rosário, P. W. S.¹; Silva, B. A. C.¹
¹ Santa Casa de Belo Horizonte (SCBH), Belo Horizonte, MG, Brasil
Objetivo: Descrever um atípico caso de diabetes mellitus (DM) tipo
1 autoimune com diagnóstico aos 72 anos e apresentação inicial com
cetoacidose diabética. Métodos: Dados colhidos a partir de exame
clínico e laboratorial. Resultados: Paciente de 72 anos, sexo feminino, sem antecedentes de diabetes, glicemia alterada ou qualquer outra
comorbidade, com IMC 25 kg/m². Admitida em serviço de urgência
com dor abdominal importante, desidratação intensa, hipotensão e
prostração, com os seguintes exames: bicarbonato sérico: 3 mEq/L,
pH < 7,1, glicemia > 700 mg/dL e cetonúria francamente positiva.
Estabelecido diagnóstico de cetoacidose diabética grave, não foi encontrado fator desencadeante aparente (rastreamento para infecção e
IAM negativos) nem qualquer etiologia para dor abdominal, que foi
atribuída ao quadro cetótico. Exames posteriores mostraram tratarse de caso atípico de DM tipo 1 autoimune: anti-GAD fortemente
positivo: 158,5 U/mL ( VR: < 10 U/mL), peptídeo C baixo: 0,3
ng/mL ( VR: 0,7-7,1 ng/mL ), glico-hemoglobina: 9,5%. Após tratamento, recebeu alta com boas condições clínicas, sendo submetida
à insulinização plena (esquema basal-bolus 0,7 U/kg). Retornou para
controle ambulatorial em 3 meses com controle glicêmico otimizado,
sem hipoglicemias relevantes, mantendo o mesmo peso anterior, com
nova glico-hemoglobina: 7,4%. Discussão: Sabe-se que a cetoacidose
diabética não é evento exclusivo de diabéticos tipo 1, podendo ocorrer
também em adultos com DM2. No entanto, o caso acima descreve
um evento raro: a ocorrência do quadro cetótico como manifestação
inicial de DM em paciente de 72 anos, com diabetes tipo 1 autoimune
e não diabetes tipo 2. Conclusão: A determinação etiológica do diabetes se faz necessária perante certos casos de primodiagnóstico, mesmo em grupos nos quais determinado tipo seja mais provável, como
DM2 em idosos. Como visto, embora incomum, pode tratar-se de
DM1 autoimune, podendo-se direcionar de maneira mais adequada o
tratamento, sendo evitadas terapias ineficazes como hipoglicemiantes
orais no caso em questão.
65
DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D (25 OHD) E PREVALÊNCIA DE
DIABETES
de Paula, C. A.¹; Valle, P. O.¹; Costa, P. S.¹; Correa, R. C.¹; Paraguassu,
B. R.¹; Pereira, N. G. B.¹; Filho, F. F.¹; Santomauro, A. T.¹
¹ Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: No Brasil, apesar da adequada exposição solar e da alta
incidência de radiação ultravioleta durante a maior parte do ano, é
frequente a deficiência de vitamina D (25-hidroxi-vitamina D) na população em geral e principalmente nos idosos. Valores séricos baixos de
S223
Diabetes
levantados os seguintes dados do prontuário: idade cronológica (IC),
estabelecida como até 6 meses do diagnóstico, estatura (E), peso (P) e
estadiamento puberal (segundo os critérios de Tanner), todos no momento da primeira consulta, e cetoacidose diabética (CAD) ao diagnóstico. Foram excluídos: pacientes com doença crônica ou doença
que interferisse no crescimento. Estatura e índice de massa corporal
(zE; zIMC) foram expressos em escore z (NCHS 2000). Análise estatística utilizada: SIGMA-STAT 3.5. Resultados: Quanto a CAD ao
diagnóstico encontramos, no grupo 1: 60,3% e no grupo 2: 70,3% (p
= ns). Houve diferença estatística entre os grupos em relação à idade
e ao zIMC. Discussão: Esses achados sugerem que pacientes nascidos
nos anos mais recentes tiveram o diagnóstico de DM1 em idades mais
precoces. Também encontramos neste grupo um IMC mais elevado,
maior percentual de sobrepeso e obesidade ao diagnóstico. A associação desses dados está de acordo com outros estudos, que encontraram
aumento da incidência de DM1 em crianças mais novas e maior prevalência de sobrepeso e obesidade ao diagnóstico. Quanto à estatura ao
diagnóstico, não houve diferença entre os grupos, mas ambos apresentaram estatura discretamente aumentada em relação à média populacional. Conclusão: Constatamos que o grupo de pacientes com diagnóstico de DM1 nas últimas duas décadas apresentou o quadro inicial
com idade mais precoce e maior prevalência de sobrepeso e obesidade.
Os dados sugerem que os profissionais de saúde devem ficar atentos a
essas mudanças de características para que a suspeita clínica seja mais
precoce, reduzindo a prevalência de CAD ao diagnóstico.
Diabetes
Trabalhos Científicos
vitamina D promovem disfunção celular em vários tecidos, incluindo
o pâncreas endócrino, e especula-se que sua deficiência possa alterar o
balanço de cálcio intra e extracelular, interferindo por consequência na
liberação normal de insulina pelas células betapancreáticas. Métodos:
Avaliamos os níveis de 25-hidroxi-vitamina D (25-OHD) em 459
pacientes, com média de idade de 54,74 ± 8,56, atendidos em um
ambulatório particular de endocrinologia de um hospital da cidade
de São Paulo, nos últimos 3 anos, a fim de correlacionar valores de
25-OHD e presença de diabetes e obesidade. Dessa população, 111
eram do sexo masculino, 128 apresentavam diabetes e 197, dislipidemia. Quanto ao IMC, 274 apresentavam sobrepeso e 148 obesidade.
Resultados: Tomando-se como referência os valores de 25-OHD,
não observamos valores com significado estatístico quando correlacionamos ao IMC (p = 0,334), mas observamos valores baixos de 25OHD relacionados com a presença de diabetes mellitus tipo 2 (15,38 ±
6,34), sendo que, nessa população, os níveis de 25 OHD mais baixos
se correlacionaram com os maiores IMC. Discussão: Esses nossos dados corroboram dados da literatura que sugerem que a deficiência de
25-OHD está implicada no desenvolvimento de doenças metabólicas
de prevalência crescente como o diabetes. Conclusão: Estudos futuros deveriam avaliar se a administração de 25-OHD poderia reduzir
o risco do desenvolvimento de DM2 e, adicionalmente, avaliar as implicações de sua suplementação em indivíduos obesos com ou sem
síndrome metabólica associada.
66
DETERMINAÇÃO DE MENOR DOSE TERAPÊUTICA EFETIVA DO
EXTRATO AQUOSO A FRIO DE PLATHYMENIA RETICULATA
PARA CONTROLE GLICÊMICO
Magalhães, F. O.¹; Uber-Buceck, E.¹; Ceron, P. I. B.¹; Name, T. F.¹;
Amuy, F. F.¹; Silva, F. C.¹; Scorsolin, V. C.¹
¹ Universidade de Uberaba (Uniube), Uberaba, MG, Brasil
Objetivo: Avaliar o efeito do extrato aquoso a frio da Plathymenia
reticulata e determinar a menor dose terapêutica efetiva para controle
glicêmico em ratos diabéticos. Métodos: Experimento realizado com
um total de 53 ratos machos adultos Wistar, pesando entre 180 g-220
g, divididos em 8 grupos: controles tratados com extrato aquoso a
frio 25 mg/kg peso, 50 mg/kg peso e 100 mg/kg peso (CAF25,
CAF50 e CAF100, respectivamente) e diabéticos tratados com extrato
aquoso a frio 25 mg/kg peso, 50 mg/kg peso e 100 mg/kg peso
(DAF25, DAF50 e DAF100, respectivamente), diabéticos tratados
com água (DC) e controles tratados com água (CC). Foi administrado estreptozotocina (65 mg/kg) via intraperitoneal em 31 ratos, para
induzir diabetes. Após 7 dias, o diagnóstico de diabetes foi: perda de
peso associada à glicemia ≥ 200 mg/dL. O tratamento com extrato
da planta ou água foi realizado diariamente, por gavagem, durante 30
dias. No final do experimento, foi feito sacrifício com coleta do sangue
dos animais para análise laboratorial: hemoglobina glicada (HbA1C).
Foi aplicada ANOVA e teste Tukey-Kramer com nível de significância
de 5%. Os resultados foram expressos em media ± EPM. Resultados:
Houve diminuição significativa da glicemia na semana 4 de tratamento
com 100 mg/kg do extrato em relação ao DC (DAF100 282,42 ±
35,03, n = 7; DAF50 367,14 ± 41,70, n = 7; DAF25 393,12 ± 63,84,
n = 8; DC 493,40 ± 34,78, n = 5; p = 0,045). Os demais grupos não
tiveram diferença significativa. Não houve alteração significativa na glicemia dos animais não diabéticos tratados com os respectivos extratos
nas 4 semanas estudadas. Houve diferença significativa entre os grupos
em relação à hemoglobina glicada (F = 13,67. Discussão: Observouse diminuição significativa da glicemia nos animais diabéticos tratados
S224
com o extrato aquoso a frio na dose de 100 mg/kg, somente a partir
da última semana de tratamento. Nas doses de 50 mg/kg e 25 mg/
kg, não houve alterações significativas da glicemia, ambos os casos
comparados ao grupo diabético não tratado. Não houve alterações na
hemoglobina glicada entre os grupos diabéticos, pois o tempo de normalização é de 8 semanas enquanto o experimento teve duração de 4
semanas. Conclusão: A menor dose terapêutica efetiva para controle
glicêmico do extrato aquoso a frio de Plathymenia reticulata é de 100
mg/kg peso, em ratos diabéticos, a partir da 4ª semana de tratamento.
67
DETERMINANTS OF b-CELL DISFUNCTION IN SUBJECTS WITH
DIFFERENT DEGREES OF GLUCOSE TOLERANCE
Nascimento, F. V.¹; Piccoli, V.¹; Smith, A. L.¹; Fabbrin, A.¹; Santos, M. F.¹;
Frankenberg, A. D.¹; Canani, L. H.¹
¹ Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (HCPA-UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil
Objective: The oral disposition index (ODI), an estimation of β-cell
function adjusted by background insulin sensitivity, is considered a
strong predictor of prediabetes (PDM) and diabetes (DM). To understand how β-cell dysfunction develops with hyperglycemia, we analyzed the determinants of ODI in subjects with different degrees of
glucose tolerance (GT). Methods: In a cross sectional design, 159
subjects (52.6 ± 12.1 years, females 75.5%) were submitted to a standard 75-g OGTT and classified as normal GT (NGT; n = 48), prediabetes (PDM; n = 72) and diabetes (DM; n = 39). Glucose (Glu), insulin (Ins), plasma glucagon, C-peptide, pancreatic polypeptide (PP),
adiponectin, US-CRP, γGT, cortisol and the catecholamine metabolite
(24-h urinary metanephrines) were measured. GLP-1 was measured
every 30 min. during the OGTT, its incremental area under the curve
(AUC) was calculated and related to ODI. Body size (BMI), central
obesity (waist circumference; WC), body fat by bioimpendaciometry,
resting metabolic rate (RMR) by indirect calorimetry and β-cell function by ODI (Ins30-0/Glu30-0 x 1/Ins0) were estimated. Results:
The ODI decreased with decreasing GT (NGT vs. PDM vs. DM. Discussion: Since the ODI is an estimation of β-cell function adjusted
by insulin sensitivity, several factors related to insulin resistance were
determinants of its values, namely body size, central obesity, adiponectin, US-CRP, γGT and the RMR. Markers of insulin secretion or
directly related to it were also determinants of its values, such as Cpeptide and GLP-1 secretion in the second half of OGTT. Conclusion: These findings suggest that factors related to insulin sensitivity/
resistance may be important determinants of β-cell function. Furthermore, GLP-1, an important determinant of early insulin secretion in
the postprandial period was in fact linked to β-cell function in the last
part of OGTT.
68
DIABETES COMO PRINCIPAL FATOR DE RISCO PARA DOENÇA
CORONARIANA EM PACIENTES ATENDIDOS NAS UNIDADES
BÁSICAS DE SAÚDE DE OURO PRETO, MG
Silva, J. F. M.¹; Resende, N. M.¹; Silva, L. A. M.¹; Gontijo, R. V.¹
¹ Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Ouro Preto, MG, Brasil
Objetivo: Investigar a distribuição dos principais fatores de risco para
doença arterial coronariana (DAC), por meio da estimativa de prevalências e do estudo da ocorrência simultânea dos fatores de risco entre
os pacientes atendidos no ambulatório pelos alunos do terceiro ano do
curso de medicina da Universidade Federal de Ouro Preto. Métodos:
Trata-se de estudo transversal, no qual foram avaliados 66 indivíduos
adultos, de ambos os sexos, atendidos nos Postos de Saúde de Ouro
Preto, em 2011. Os dados foram compilados por meio de formulário.
As variáveis estudadas foram idade, gênero, escolaridade, atividade física, tabagismo, hipertensão arterial sistêmica, hiperlipidemia, obesidade, história familiar de doença coronariana, diabetes mellitus, índice de
massa corpórea e circunferência abdominal. Resultados: A prevalência
dos fatores de risco encontrada foi: diabetes mellitus -81,8%; tabagismo
-77,3%; história familiar de doença arterial coronariana -59,1%; obesidade -57,6%; sedentarismo -39,4%; hipertensão arterial -36,4% e hiperlipidemia -12,1%. Discussão: A manifestação mais importante do comprometimento macrovascular causado pelo diabetes é a DAC, em razão do
processo precoce e acelerado de aterosclerose. Na literatura é descrito
que a DAC é duas a quatro vezes mais comum nos diabéticos, o que
pôde ser evidenciado no estudo. Os diabéticos representam aproximadamente 25% de todos os pacientes submetidos a procedimentos de revascularização a cada ano e infelizmente apresentam pior evolução quando comparados aos não diabéticos. Concentrações plasmáticas elevadas
de glicose, porém ainda abaixo da faixa do diabetes, estão relacionadas
com risco maior para DAC. A associação do diabetes com hipertensão
arterial, sedentarismo, tabagismo, história familiar e hiperlipidemia aumenta substancialmente a incidência e mortalidade por DAC. A relação
causa/efeito entre esses fatores se confunde, pois um problema pode
gerar outro e o segundo pode agravar o primeiro e gerar um possível
terceiro problema, formando um círculo vicioso. Conclusão: A elevada prevalência de pacientes diabéticos, tabagistas, obesos e com história
familiar de doença coronariana encontrada alerta para a necessidade de
adoção de programas de promoção de saúde e prevenção de doenças
cardiometabólicas e cardiovasculares, pois tais medidas gerariam um
ganho expressivo em qualidade de vida para esses pacientes e também
diminuiriam os gastos com procedimentos de alta complexidade.
69
DIABETES FLATBUSH: RELATO DE CASO
Magalhães, R. S.¹; Reis, M. D. S. L. C.¹; Santos, J. C. V.¹; Maia, C. P.¹;
Corrêa, M. V.¹; Balderrama, N. R.¹; Faria, I. M.¹
¹ Hospital Federal dos Servidores do Estado, Instituto de Pós-Graduação Médica
Carlos Chagas, Universidade Estácio de Sá (Unesa), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: A cetoacidose diabética é uma forma clássica de apresentação do diabetes mellitus (DM) autoimune ou tipo 1. Porém, outras
formas do DM podem estar associadas a essa complicação. Métodos:
Relatamos o caso de um paciente com quadro clínico compatível com
diabetes Flatbush e realizamos revisão literária nas bases de dados do
PubMed. Resultados: Paciente de 37 anos, negro, sexo masculino,
sem história prévia de DM, iniciou quadro de perda ponderal, poliúria
e vômitos em setembro de 2011, com piora nos 2 meses subsequentes,
quando foi levado à emergência do nosso serviço. Deu entrada com
desidratação grave, hiperglicemia (450 mg/dL), acidose metabólica e
cetonúria. Realizado tratamento específico para CAD, com insulinoterapia venosa e reposição hidroeletrolítica. Após a estabilização clínica,
foi iniciada a insulinização plena subcutânea. A hemoglobina glicada era
5,0% e não foi evidenciado foco infeccioso específico. Em dezembro
de 2011, obteve alta hospitalar, em uso de insulina NPH (20UI antes
do café, 10UI antes do almoço e 10 UI antes da ceia) e regular (4UI
antes do café, 8UI antes do almoço e 6UI antes do jantar). Solicitados
anticorpos anti-GAD e anti-ilhota, ambos negativos. Mantém acompanhamento em nosso ambulatório de Endocrinologia Geral, ainda com
necessidade de doses crescentes de insulina. Discussão: A CAD é classicamente a apresentação clínica de pacientes com DM tipo 1, porém,
em alguns casos, esta pode ocorrer em pacientes com DM tipo 2, espe-
cialmente em africanos e hispânicos. Esses casos evoluem com possível
interrupção da insulinoterapia. Não se identificam os autoanticorpos
anti-GAD e anti-ilhota, além de preservação da função pancreática. É
comum a associação com haplotipos HLA classe II. Esse subtipo diferenciado de diabetes é denominado diabetes Flatbush. Rodacki et al.
relataram o caso de uma paciente obesa, caucasiana, em que foi possível a interrupção da insulinoterapia. Pitteloud et al. estudaram um
grupo de adultos com CAD, exclusivamente caucasianos, em que 16%
apresentavam DM tipo 2. A suspensão da insulinoterapia é possível em
34%-76% dos casos. Conclusão: Descrevemos o caso de um paciente
da etnia africana, com início abrupto de CAD, posterior insulinização e
anticorpos negativos, compatível com essa patologia. Ainda há poucos
estudos sobre a patogênese desse subtipo peculiar de diabetes, necessária para melhor definição sobre a conduta nesses casos.
70
DIABETES MELLITUS (DM): A INFLUÊNCIA DO ESTILO DE VIDA
NESTA DOENÇA CRÔNICA
Rocha, I. C.¹; Brandão, J. F. N.¹; Nachtigall, M. C.¹; Borges, M. D.¹
¹ Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Campus Universitário do
Araguaia (CUA), Barra do Garças, MT, Brasil
Introdução: O aumento da incidência mundial de DM está relacionado com o aumento progressivo dos cuidados de saúde crescentes de
uma população em envelhecimento, sedentária, atribuído à obesidade
e à urbanização desordenada, como forte impacto negativo na economia de vida das pessoas. Objetivo: Neste estudo, objetiva-se investigar o estilo de vida de pacientes diabéticos internados em um hospital de Mato Grosso. Métodos: Trata-se de um estudo quantitativo,
transversal, descritivo-exploratório, com coleta de dados por meio de
entrevista utilizando instrumento semiestruturado. A coleta de dados
ocorreu de abril a junho de 2012. Ressalta-se que esta pesquisa é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso
(Fapemat). Resultados: Verifica-se que, dos participantes, 55% são do
sexo masculino e 45%, feminino, com média de idade de 60,8 anos.
Em relação à escolaridade, 22,2% são analfabetos, 33,3% têm ensino
primário e 44,5%, o ensino fundamental. Dos diabéticos, 100% são
do tipo II e, destes, 55,5% são ex-fumantes e 11,1% têm o hábito de
fumar. Quanto ao consumo de álcool, 55,5% são ex-etilistas. Referente
à prática de exercício físico, 66,7% não fazem nenhuma atividade e
33,3% praticam a caminhada duas vezes por semana. Evidencia-se que
33,3% não foram orientados sobre a dieta a seguir, 55,6% foram orientados, porém a seguem irregularmente e 11,1% foram orientados e
seguem-na corretamente. Em relação ao nível glicêmico, identifica-se
que 89,9% estavam alterados e, destes, 75% são a glicemia pós-prandial
e 25%, glicemia em jejum. Discussão: Nos dados obtidos, a questão
escolaridade pode delimitar o acesso a informações por meio de leitura, escrita, interferindo, desse modo, na educação para o autocuidado
dos diabéticos. É importante salientar que o tabagismo e o etilismo são
considerados agravantes por constituir-se como um fator de oclusão
dos vasos sanguíneos. Para um estilo de vida saudável ao diabético,
a prática de atividades físicas regularmente e uma alimentação seguida de orientações são condições primordiais. Conclusão: Diabéticos
bem informados quanto à alimentação, autocuidado e importância
do exercício físico têm uma vida saudável com qualidade e raramente
evoluem para complicações. Nesse sentido, é imperativo realizar medidas socioeducativas referentes ao estilo de vida, no intuito melhorar
significativamente a qualidade de vida dos diabéticos e também evitar
que hábitos de vida irregulares influenciem pessoas saudáveis a desenvolverem o diabetes.
S225
Diabetes
Trabalhos Científicos
Trabalhos Científicos
71
DIABETES MELLITUS TIPO 1 E POLIRRADICULOPATIA
DESMIELINIZANTE INFLAMATÓRIA CRÔNICA: RELATO DE
CASO
Pinho, V. C. M. F.¹; Paula, S. L. F. M.¹; Mundim, C. A.¹; Espindola-Antunes,
D.¹; Jatene, E. M.¹; Borges, M. A. F.¹; Dias, M. L.¹
Diabetes
¹ Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), Goiânia,
GO, Brasil
Introdução: A polirradiculopatia desmielinizante inflamatória crônica
(CIPD) é uma neuropatia crônica de etiologia autoimune. O quadro clínico da CIPD inclui sintomas sensoriais e motores, arreflexia
e evolução maior que 2 meses, distinguindo de Guillain-Barré, que
tem evolução aguda. Pode apresentar curso monofásico ou recorrente-recidivante. A CIDP é causa incomum de neuropatia na infância,
com prevalência estimada de 1/100.000 indivíduos. Objetivo: Relatar o caso de uma criança com diabetes mellitus (DM) tipo 1 e CIPD
e discutir sobre associação das duas patologias. Métodos: Relato de
caso. Resultados: Menino, 10 anos, com DM1 há 2 anos, sem complicações crônicas, com controle glicêmico insatisfatório em uso de
detemir e asparte, apresentando, há 10 dias, dor, paresia e parestesias
de membros inferiores (MMII). Exame neurológico: paraparesia crural flácida, força muscular grau 3 de MMII, com predomínio proximal,
hiporreflexia em patelar e aquileu. Eletroneuromiografia (ENMG) evidenciou desnervação recente importante em nervos de MMII sugestivo de polirradiculoneurite. RNM de crânio, coluna e análise do LCR
normal. Foi aventada hipótese de Guillain-Barré. Realizada pulsoterapia com imunoglobulina humana (Ig). ENMG de controle mostrou
melhora significativa. Porém, após 2 meses, retornou com piora da
dor neuropática, progressão do quadro motor para tetraparesia flácida e disfagia para sólidos. Devido ao quadro de polirradiculoneurite
recorrente, sugeriu diagnóstico de CIDP. Realizada pulsoterapia com
Ig por 5 dias por 6 meses associado a azatioprina, que foi preferido ao
corticoide em função do DM de difícil controle. Apresentou resolução
do quadro neurológico. Discussão: DM é a causa mais comum de
neuropatia periférica e a CIPD deve ser considerada no diagnóstico
diferencial da neuropatia diabética (ND). Enquanto a CIDP progride
em meses, com recidivas em 20%-30% dos casos, na ND o curso é mais
lento, progredindo em anos, e, geralmente, relacionada ao tempo de
DM. Além disso, a ENMG revela desmielinização com anormalidades
da condução nervosa, ao contrário do padrão axonal da ND. Nesse
paciente, o diagnóstico de CIDP foi baseado no padrão progressivo
e recorrente da neuropatia e ENMG compatível com polineuropatia
desmielinizante. O tratamento é realizado com corticosteroides, Ig
humana, imunossupressores e plasmaférese. Conclusão: Os estudos
demonstram que os pacientes com DM1 têm maior predisposição para
desenvolver CIPD, o pronto reconhecimento dessa condição, e o tratamento imunossupressor melhora a evolução desses pacientes.
72
DIABETES MELLITUS TIPO 1 E TUBERCULOSE HEPÁTICA: RELATO
DE CASO
Carvalho, C. O.¹; Carvalho, A.¹; Carvalho, O. A. O.¹; Gonzalez, T. S.¹;
Buemerad, J. R.¹; Aranha, A. B.¹; Jezini, D. L.¹
¹ Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Hospital Universitário Getúlio
Vargas, Manaus, AM, Brasil
Objetivo: Descrever caso de associação de diabetes mellitus (DM) tipo
1 e tuberculose (TB) hepática, forma rara de tuberculose, em homem
de 38 anos. Métodos: Estudo retrospectivo por análise de prontuário.
Resultados: F. C. S. N., 38 anos, masculino, natural de Jutaí-AM, dia-
S226
bético tipo 1 desde 1992, com retinopatia e nefropatia, apresentando
descontrole glicêmico, associado a dispepsia recorrente, pirose e regurgitação, evoluiu com náuseas, epigastralgia, plenitude pós-prandial,
mal-estar, astenia e vômitos esparsos. História prévia de tuberculose
pulmonar em 2006. Exames: elevação discreta das transaminases, altos
valores de fosfatase alcalina e gama-gt. Tomografia de abdome: fígado
aumentado com parênquima difusamente heterogêneo, linfonodomegalias abdominais superiores e líquido livre peritoneal. Biópsia hepática: formações granulomatosas, células gigantes do tipo Langhans a
par de necrose de caseificação, laudado como tuberculose hepática.
Iniciou terapia COXCIP-4, com melhora progressiva do quadro.
Discussão: DM é fator de risco conhecido para TB, segunda maior
causa de doença infecciosa no mundo, devido ao estado de imunossupressão decorrente do descontrole glicêmico crônico. As formas de
acometimento da TB são variadas, sendo que um quinto dos infectados apresenta a forma extrapulmonar e, desses, 5% a 7% apresentam a
forma gastrointestinal (segunda forma mais comum); a forma hepática
é a mais rara entre elas. Conclusão: Pacientes diabéticos, com difícil
controle glicêmico, associado a sintomas gastrointestinais crônicos e
hepatomegalia, merecem investigação detalhada, considerando a TB
hepática como diagnóstico diferencial, principalmente em regiões endêmicas.
73
DOENÇA RENAL CRÔNICA PODE SER SUBDIAGNOSTICADA
EM INDIVÍDUOS DIABÉTICOS
Carmo, W. B.¹; Costa, M. B.¹; Galil, A. G.¹; Lanna, C. M. M.¹; Costa, D.
M. N.¹; Bastos, M. G.¹
¹ Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Fundação (Imepen/Niepen), Juiz
de Fora, MG, Brasil
Introdução: A doença renal crônica (DRC) representa grave complicação crônica do diabetes mellitus (DM). O HIPERDIA Minas
(HIPERDIA) é um programa de prevenção secundária para DM tipo
1 e tipo 2 (DM) com controle metabólico inadequado, hipertensão
arterial (HAS) de alto e muito alto grau de risco cardiovascular e
DRC estágios 3B a 5 e/ou que apresentam queda da taxa de filtração
glomerular (TFG) > 5 mL/min/1,73 m2. Objetivo: O objetivo do
presente estudo é avaliar a prevalência de DRC em pacientes diabéticos e hipertensos encaminhados ao HIPERDIA. Métodos: Foram
obtidos dados demográficos e laboratoriais (creatinina plasmática) por
ocasião da primeira consulta de pacientes encaminhados por médicos
das UAPS das microrregiões de abrangência de um Centro HIPERDIA, devido a DM e HAS no período de agosto de 2010 a junho
de 2011. A TFG foi estimada a partir da creatinina plasmática pelo
método Modification of Diet in Renal Disease Study (MDRD) e a
DRC, diagnosticada para valores. Resultados: Foram estudados 969
encaminhamentos ao HIPERDIA, dos quais 354 foram por DM e
257, por HAS. A média de idade dos pacientes foi de 58,8 ± 12,60
anos, sendo 58% do sexo feminino. A média da creatinina plasmática
foi de 1,2 ± 0,57 mg/dL, o que caracterizou uma TFG média de 63,4
± 23,90 mL/min/1,73 m2. A DRC foi diagnosticada em 49% dos pacientes, sendo 27% no estágio 3A, 16,5% no estágio 3B, 5% no estágio
4 e 1% no estágio 5. Quando comparados aos pacientes sem DRC,
aqueles com a doença apresentavam idade mais avançada (63 ± 10,8
vs. 55 ± 12,7 anos, p < 0,001). Discussão: O DM e a HAS representam a principal causa de DRC em unidades de terapia substitutiva em
nosso meio. A despeito dos consensos de diferentes entidades sobre
medidas de prevenção e triagem da DRC nesse grupo de risco, cerca
da metade dos indivíduos encaminhados ao HIPERDIA por DM e
HAS apresentou DRC não diagnosticada previamente pela equipe de
Saúde da Família que acompanhava esses pacientes em nível primário
de atenção à saúde. Conclusão: Há necessidade de maior disseminação do conhecimento sobre prevenção e detecção de DRC entre
profissionais da atenção primária visando ao diagnóstico precoce e à
adoção de medidas terapêuticas para retardar a progressão da doença,
corrigir as complicações e diminuir a mortalidade.
74
DOR ABDOMINAL RECORRENTE EM JOVEM COM DIABETES
MELLITUS: CAUSA RARA DE DIABETES SECUNDÁRIO
Zajdenverg, L.¹; Blotta, F.¹; Laudier, A. A.¹; Miranda, M.¹; Rodacki, M.¹
¹ Serviço de Nutrologia e Diabetes do Hospital Universitário Clementino Fraga
Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (HUCFF-UFRJ), Rio de Janeiro,
RJ, Brasil
Objetivo: Apresentar agenesia/atrofia pancreática como causa rara
de diabetes mellitus (DM) secundário. Material e método: Relato de
caso. Sexo masculino, 19 anos, IMC 24,8 com diagnóstico de DM aos
14 anos (polis) e história familiar de DM2. Iniciou ao diagnóstico Levemir+aspart e metformina 8 meses depois. Exames: HbA1C 11,8%;
peptídeo C 1,9 ng/ml; AcAnti-ilhota e Anti-GAD negativos. Evoluiu
com controle satisfatório (HbA1c 6,2%) e suspensão da insulinoterapia. Seis meses após, devido à piora glicêmica, foi associada sitagliptina,
obtendo nova melhora da HbA1c (7,1%). Entretanto, após 9 meses,
foi necessária insulinização plena. Três anos após o diagnóstico, apresentou forte dor abdominal com suspeita de pancreatite aguda. Amilase/lipase normais e PCR-t elevada. TC abdome revelou agenesia do
pâncreas dorsal. Alguns meses depois, apresentou novo episódio de
dor abdominal. Nova TC abdome revelou, além da agenesia do corpo/cauda, má rotação intestinal. US endoscópico (US-EDA) mostrou
ausência de alterações no processo uncinado e cabeça, observando-se
o corpo e a cauda do pâncreas com aspecto atrófico, sem pancreatite
crônica. Ducto pancreático normal. Pancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) não realizada devido ao risco de pancreatite. Discussão: Agenesia do pâncreas dorsal é causa rara de malformação (53 casos/100 anos). Observação de familiares sugere herança autossômica
dominante e pode existir associação com outras malformações. DM
é visto em 53% dos casos. Dor abdominal é o sintoma mais comum.
Pancreatite é vista em 30%. A maioria dos casos é diagnosticada por
TC e/ou CPRE. US-EDA é um exame recente, menos invasivo e de
boa acurácia. Neste paciente, o US-EDA identificou o corpo/cauda
do pâncreas atróficos, o que não é descrito na literatura. O uso recente
do US-EDA e poucos profissionais experientes no exame podem justificar essa discrepância. A atrofia do corpo/cauda pode se comportar
como agenesia devido a seu diminuto tamanho. Essa hipótese diagnóstica deve ser feita quando diante de um paciente jovem, cuja evolução não se encaixe no DM2/DM1, fazendo diagnóstico diferencial
com MODY pela possibilidade de herança autossômica dominante.
Conclusão: Agenesia pancreática dorsal deve ser pensada em jovens
DM com anomalia congênita associada ou com dor abdominal não explicada. CPRE é o padrão-ouro, mas o US-EDA pode ser alternativa.
75
DUAS MUTAÇÕES CAUSADORAS DE MODY 2 IDENTIFICADAS
DURANTE INVESTIGAÇÃO DE BAIXA ESTATURA
Caetano, L. A.¹; Jorge, A. A. L.¹; Malaquias, A. C.¹; Trarbach, E. B.¹;
Queiroz, M. S.¹; Nery, M.¹; Teles, M. G.¹
¹ Unidade de Endocrinologia Genética e Laboratório de Endocrinologia
Molecular e Celular/LIM25, Disciplina de Endocrinologia da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Maturity-onset diabetes of the young (MODY) é um tipo de
diabetes monogênico, autossômico dominante, com início precoce de
hiperglicemia e defeito na secreção de insulina. Já foram descritos 11
tipos de MODY, sendo os mais frequentes o 3 e o 2. O MODY 2 é
associado a mutações no gene glucoquinase (GCK). Até o momento,
poucas mutações foram identificadas nesse gene no Brasil. Relatamos
dois casos encaminhados para investigação de baixa estatura (BE) e
diagnosticados com MODY 2. Métodos: Relatos de caso: Caso 1:
masculino, 14 anos, pré-púbere, com estatura de 130 cm (-3,5SD),
peso de 25,5 kg, avaliado por atraso constitucional do crescimento
e puberdade. No seguimento, foram verificadas alterações persistentes de glicemia de jejum (113-124 mg/dL) e aumento dos níveis de
HbA1c (5,9-6,6%). Anticorpos anti-células β negativos. O teste de tolerância oral à glicose mostrou um aumento de 35 mg/dL na glicemia
após 2h. Apresentava história familiar de hiperglicemia leve (pai e 2
irmãos). Foi identificada uma mutação missense em heterozigose no
éxon 5 do gene GCK, c.571C > T (p.R191W) no probando e também nos 11 membros da família com glicemia elevada (do total de 19
membros rastreados). Caso 2: masculino, 4 anos, com 95 cm (-1,5
SD) e 15,8 kg, avaliado por baixa estatura. Os exames laboratoriais não
mostravam alterações, exceto por glicemia elevada (118-123 mg/dL).
Anticorpos anti-células β negativos. Seu pai, uma tia paterna e a avó
paterna também apresentavam glicemia discretamente elevada, e sua
mãe tinha glicemia normal. O sequenciamento do gene GCK identificou uma mutação missense em heterozigose no éxon 6, c.661G
> A (p.E221K) no caso índice e também em todos os membros da
família com hiperglicemia. Discussão: Embora a BE tenha sido o motivo inicial da avaliação, na literatura não há relato de associação entre
MODY e BE, indicando que a hiperglicemia desses pacientes foi um
achado incidental. Apesar de descritas em outras etnias, as mutações
p.R191W e p.E221K nunca foram identificadas em famílias brasileiras. Conclusão: Como a identificação de mutações GCK em pacientes com hiperglicemia tem implicações no tratamento e prognóstico,
o rastreamento de mutações deve ser considerado em pacientes com
hiperglicemia crônica assintomática, de início precoce, com história
familiar de glicemia elevada e anticorpos anti-células β negativos, como
foi observado nesses pacientes investigados para baixa estatura.
76
EFEITO DA ACUPUNTURA SOBRE METABOLISMO LIPÍDICO E
DE ÁCIDO ÚRICO EM PACIENTES DIABÉTICOS: RESULTADOS
PARCIAIS
Ribeiro, N. C.¹; Dias, C. R.¹; Barbosa, G. S.¹; Vasconcelos, E. B.¹;
Magalhães, F. O.¹; Lopes, I. C. R.¹
¹ Universidade de Uberaba (Uniube), Uberaba, MG, Brasil
Objetivo: Este trabalho tem por objetivo avaliar uma possível relação
entre a realização de tratamento com acupuntura e os valores séricos
de lípides e ácido úrico. Métodos: Após a aprovação pelo Comitê de
Ética, no CAAE 0048.0.227.000-10, foram selecionados 6 pacientes
diabéticos, em acompanhamento no ambulatório sem complicações
crônicas graves e/ou incapacitantes, com controle glicêmico regular
(hemoglobina glicada A1C ≥ 7,0 e < 8,5%), além de 1 paciente com
síndrome metabólica. Foram realizadas 14 sessões de acupuntura, durante 12 semanas. No início e final do tratamento, os indivíduos foram
avaliados do ponto de vista metabólico, com realização de exames laboratoriais: colesterol total (CT), LDL-colesterol (LDL), HDL-colesterol (HDL), triglicerídeos (TG), ácido úrico (AU). Todos mantiveram os antidiabéticos orais, outros medicamentos e dieta prescrita.
Para análise estatística, utilizou-se o teste t de Student pareado, sendo
S227
Diabetes
Trabalhos Científicos
Diabetes
Trabalhos Científicos
o nível de significância para os testes de a = 0,05. Os resultados são
descritos em média ± EPM. Resultados: De acordo com os dados
obtidos, não houve resultados estatisticamente significativos com relação à análise do perfil lipídico e ácido úrico. Os valores encontrados
foram: CT inicial = 182,50 ± 21,08, CT final = 171,83 ± 27,70 (t =
0,589; p = 0,581); LDL inicial = 90,50 ± 26,19, LDL final = 84,33 ±
20,35 (t = 0,520; p = 0,626); TG inicial = 222,50 ± 107,94, TG final
= 211,83 ± 68,98 (t = 0,273; p = 0,796); HDL inicial = 44,83 ± 8,08,
HDL final = 47,00 ± 9,92 (t = 1,603, p = 0,170); AU inicial = 4,980 ±
2,38, AU final = 4,08 ± 1,97 (t = 2,271, p = 0,086). Discussão: Entre
os pacientes participantes dessa etapa do estudo, todos apresentaram
melhora dos níveis em relação ao perfil lipídico e de ácido úrico após
serem submetidos a sessões de acupuntura. Sabe-se que, nas últimas
três décadas, um incremento progressivo da pesquisa em acupuntura
trouxe provas científicas dos seus mecanismos neurobiológicos e das
suas aplicações clínicas. Não atingimos relevância estatística devido ao
N, entretanto os pacientes envolvidos relataram melhora dos aspectos
biopsicossociais, além da melhora laboratorial já exposta, o que fornece subsídio para continuação deste estudo. Conclusão: Embora não
tenham sido encontrados resultados estatisticamente significativos,
percebe-se uma redução nos níveis séricos de colesterol total, LDL,
triglicérides e ácido úrico, e aumento de HDL, o que sugere o efeito
benéfico da acupuntura no controle metabólico de pacientes portadores de DM2 e síndrome metabólica.
77
EFEITOS DA ACUPUNTURA NA QUALIDADE DE VIDA DE
PACIENTES DIABÉTICOS: RESULTADOS PARCIAIS
Barbosa, G. S.¹; Ribeiro, N. C.¹; Vasconcelos, E. B.¹; Magalhães, F. O.¹;
Lopes, I. C. R.¹
¹ Universidade de Uberaba (Uniube), Uberaba, MG, Brasil
Objetivo: Verificar os efeitos da acupuntura na qualidade de vida de
pacientes portadores de diabetes mellitus (DM) após 14 sessões de acupuntura. Métodos: O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética, no
CAAE 0048.0.227.000-10. Foram selecionados seis pacientes diabéticos sem complicações crônicas graves, com controle glicêmico regular
e uma paciente portadora de síndrome metabólica, que, após assinatura do TCLE, foram submetidos a 14 sessões de acupuntura, durante
12 semanas. Foi realizado o teste de WHOQOL-BREF para avaliação
da qualidade de vida em que foi avaliada a qualidade de vida geral
e 4 parâmetros: físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente.
As respostas seguem uma escala de Likert (de 1 a 5, quanto maior a
pontuação melhor a qualidade de vida). Os dados foram analisados por
meio do teste t de Student pareado, com nível de significância de 5%.
Resultados: Após análise do questionário dos indivíduos diabéticos,
obtivemos uma melhora significativa do domínio psicológico (2,86 vs.
3,24; t = 2,67, p = 0,044), e uma tendência à piora da autoavaliação
geral (4,33 vs. 3,83; t = 2,24, p = 0,076). A paciente com síndrome
metabólica apresentou melhora apenas em relação ao domínio físico
(2,57 vs. 3,57). Discussão: A acupuntura tem propriedades que buscam o equilíbrio do corpo por meio de estímulos em pontos específicos ao longo de meridianos conhecidos. Alguns mecanismos de ação
são comprovados pela medicina ocidental. Após as sessões de acupuntura, obtivemos dados que demonstram a diminuição do estresse, o
qual representa fator desencadeante de inúmeras alterações sistêmicas
que acarretam desequilíbrio metabólico, potencialmente prejudicial ao
controle glicêmico a ser atingido pelo paciente portador de DM, o que
demonstra que sua diminuição é benéfica. A maior parte dos pacientes
relatou interesse na continuidade do projeto, pois houve melhora em
S228
aspectos como: descontração, disposição, alegria, qualidade do sono,
diminuição de sintomas álgicos e consequentemente do estresse. O
quadro laboratorial mostrou diminuição da glicemia após as sessões
de acupuntura. Este estudo demonstrou melhora da autoestima, sentimentos positivos, além de propiciar melhor convívio em ambiente
familiar. Conclusão: Os pacientes acompanhados neste estudo demonstraram melhora na qualidade de vida em relação ao aspecto psicológico, o que, para o portador de DM, é extremamente relevante,
uma vez que está relacionada a um controle glicêmico adequado.
78
EFEITOS DA CIRURGIA BARIÁTRICA (RYGB) NA MELHORA
DA SECREÇÃO DE INSULINA E SENSIBILIDADE À INSULINA EM
DIABÉTICOS OBESOS GRAU I
Nascimento, A. C. F.¹; Lambert, G. S.¹; Hirsch, F. F.¹; Lima, M. O.¹;
Pareja, J. C.¹; Chain, E.¹; Geloneze, B.¹
¹ Laboratório de Investigação em Metabolismo e Diabetes (Limed), Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, SP, Brasil
Objetivo: Avaliar os efeitos da RYGB sobre controle glicêmico, sensibilidade à insulina e secreção de insulina em diabéticos IMC 30-35
kg/m². Métodos: Estudo prospectivo com seguimento de 1 ano com
36 pacientes DM2, IMC 30-35 kg/m², 24 pacientes em terapia insulínica, 12 em uso de antidiabéticos orais (ADOs). Todos com antiGAD negativo, peptídeo C > 1,2 ng/ml, HbA1c > 8%. Nos tempos
pré-operatório, 3, 6 e 12 meses pós-operatórios foram avaliados com
teste de refeição padrão de 180 minutos, dados antropométricos,
avaliação de composição corporal com bioimpedância e testes bioquímicos. Todos submetidos ao bypass gástrico com reconstrução em
Y-de-Roux. Resistência à insulina foi avaliada por meio do HOMA
e por índices derivados de um teste de refeição padrão de 525 kcal:
OGIS (oral glucose sensitivity index), ISI (índice de Matsuda) e MCR
(metabolic clearance rate). A secreção de insulina foi medida pelo índice insulinogênico (IGI), que reflete a primeira fase de secreção de
insulina, pela secreção de insulina e peptídeo C ajustados pela glicemia
(AUC ins/AUCgli e AUC pepC/AUCgli) e pela secreção ajustada
pelo grau de sensibilidade à insulina [disposition index (DI)]. Resultados: Após 1 ano de seguimento, os pacientes apresentaram redução do
IMC de 32(0,3) para 25,1(0,32) kg/m², da glicemia de jejum média
de 183,3(68,2) para 110,9(50,2) mg/dl, da HbA1c de 9(1,9) para
6,2(1,3) % com p. Conclusão: A cirurgia bariátrica (RYGB) é eficaz
em melhorar a sensibilidade à insulina e a função de célula beta (secreção de insulina) em pacientes diabéticos obesos grau I, levando a um
melhor controle e remissão do DM2 na maioria dos pacientes.
79
EFEITOS DE DIFERENTES DOSES DA INFUSÃO DE FRUTOS
DE MOMORDICA CHARANTIA L. EM RATOS DIABÉTICOS
ALOXANIZADOS
Santos, F. B. G.¹; Silva, M. M. M. C.¹; Andrade, M. A. V.¹; Nazareth, A. F.¹;
Vasconcelos, L. L. B.¹; Ferreira, R. M.¹
¹ Faculdade de Medicina de Barbacena (FUNJOB), Barbacena, MG, Brasil
Objetivo: Verificar a interferência de três diferentes doses da infusão
dos frutos de Momordica charantia (MC) sobre a glicemia de ratos
diabetes aloxano-induzido, por meio da dosagem da glicemia inicial
e final, e investigar a correlação entre o aumento da dosagem do extrato e a ocorrência de lesão hepática nos animais tratados, mediante
dosagem da enzima alaninaminotransferase (ALT) e análise histopatológica de fígado e pâncreas dos ratos tratados. Métodos: Trinta ratos
Trabalhos Científicos
80
ESCLEREDEMA DE BUSCHKE DE LOCALIZAÇÃO ATÍPICA:
RELATO DE CASO
Shiappacassa, A.¹; Bicudo, A. D.¹; Rocha, D. S.¹; Kupfer, R.¹; Kendler,
D. B.¹
¹ Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE),
Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Faculdade de Medicina da
Universidade Estácio de Sá (Unesa), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Relatar o caso de uma paciente com diabetes mellitus com
escleredema de Buschke. Métodos: Paciente 59 anos, sexo feminino,
portadora de diabetes mellitus tipo 2 há 22 anos, em acompanhamento
no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrionologia Luiz Capriglione
há 17 anos, com má aderência ao tratamento desde o diagnóstico,
atualmente em uso de metformina e glibenclamida (HBA1c de 5,5%).
Em consulta de rotina, queixou-se de surgimento, há três meses, de
placas eritêmato-infiltrativas, dolorosas, quentes, bem delimitadas e de
consistência lenhosa inicialmente acometendo tornozelos e dorso dos
pés, que ascenderam progressivamente até a raiz de ambas as coxas.
Negou intercorrências infecciosas, febre, história recente de trauma,
anorexia, perda ponderal ou outras queixas correlatas. Avaliação ginecológica e exames de imagem de tórax, abdome e pelve não evidenciaram neoplasias sólidas; o Doppler de membros inferiores não revelou
sinais de trombose venosa profunda. Sorologias (HBV, HCV, herpes,
CMV, toxoplasmose e HIV) negativas, hemograma e eletroforese de
proteínas normais. Foi considerada a hipótese de escleredema de Buschke (EB) com localização atípica. Realizou-se biópsia da lesão, cujo
laudo histopatológico revelou áreas de espessamento de feixes de fibras
colágenas e reação inflamatória mononuclear perivascular. As colorações para ferro coloidal revelaram mucina entre os feixes de colágeno.
A conduta proposta foi corticoterapia (prednisona 30 mg (0,5 mg/
kg/dia) e contole do perfil glicêmico. Houve melhora parcial da dor
e do comprometimento cutâneo. Feita redução gradual da dose. Foi
feito diagnóstico e instituído tratamento. Discussão: O EB é doença
rara do tecido conjuntivo, do grupo das mucinoses. Grupo heterogêneo de desordens em que quantidade anormal de mucina é encontrada na pele. As lesões são bem definidas e de consistência lenhosa,
geralmente localizadas no pescoço, nos ombros e no dorso, poupando
a palma das mãos e plantas dos pés. É classificado em: Tipo 1, a forma clássica, em crianças e adultos jovens, geralmente precedida por
infecção estreptoccócica, curso autolimitado; Tipo 2, curso insidioso
e crônico, em adultos jovens, associado a doenças inflamatórias, em
que se destacam paraproteinemias; Tipo 3, associado ao DM tipo 1 ou
2, normalmente com controle metabólico inadequado. Conclusão:
Considerada doença rara, o EB acomete preferencialmente indivíduos
do sexo masculino, com predileção por dorso, ombros, região cervical,
membros superiores e face. Raramente acomete membros inferiores,
mas pode ocorrer quando há envolvimento disseminado. Nossa paciente apresentou localização atípica da doença.
81
ESTADO NUTRICIONAL E DIAGNÓSTICO DE DIABETES
MELLITUS EM ADOLESCENTES DE ESCOLAS DA REDE PÚBLICA
DA CIDADE DE BARBACENA, MG
Faria, G. B.¹; Saviotti, C.¹; Navarro, A. P. C. C.¹; Chevtchouk, L.¹; Pinel,
S. C. M.¹; Jurno, M.¹; Fazito, D.¹
¹ Associação de Diabéticos de Barbacena (Assodibar), Fundação Hospitalar
do Estado de Minas Gerais (FHEMIG), Barbacena, MG, Brasil
Objetivo: Avaliar o estado nutricional, com bases nos dados antropométricos, e a prevalência de diabetes mellitus em adolescentes de 10 a
15 anos de escolas públicas da cidade de Barbacena, MG. Métodos:
Estudo de coorte transversal, com análise quantitativa de março a abril
de 2011. O estado nutricional foi avaliado numa balança digital eletrônica e estatura/CA com fita métrica e a glicemia com uso glicosímetro. Foram analisados idade, sexo, IMC, CA e glicemia capilar. Para a
prevalência de sobrepeso e/ou obesidade, foi empregada a definição de
IMC ajustada pela idade e sexo do CDC 2000. Para CA, foi considerada obesidade central CA > p75. Para avaliar o diagnóstico de diabetes,
utilizou valor de referência proposto pela ADA GCPP > 140 mg/dl.
Resultados: Total de 288 alunos, sendo 152 meninos (58,78%) e 139
meninas (47,22%) com média de idade de 12,6 ± 1,3 anos. No total
da amostra, a prevalência de sobrepeso foi em 36 (12,50%) e obesidade
em 19 (6,60%). Para a prevalência de obesidade central, 199 (30,90%)
encontravam-se acima do indicado para idade, sendo 87 (57,24%) meninos e 112 (82,35%) meninas. Houve uma associação significativa
dessa variável em ambos os gêneros (p = 0,004). Já no diagnóstico de
DM, 2 alunos (0,69%) tiveram a GCPP acima de 140 mg/dl. Houve
associação significativa entre IMC, nas variáveis sobrepeso e obesidade,
com obesidade central (p = 0,001). Não houve associação significativa
do IMC (p = 0,27) e obesidade central (p = 0,88) com glicemia. Discussão: Os resultados encontrados mostram alta prevalência do ganho
de peso em escolares, confirmando o aumento entre crianças brasileiras,
principalmente da CA. Segundo dados do NHANES III, houve aumento da CA em 65,4% meninos e 69,4% meninas em comparação aos
dados NHANES II. Fernandez et al., avaliando população pediátrica
de 2 a 18 anos, demonstraram que a medida da CA varia de acordo
com a etnia e a evolução puberal. Além disso, a velocidade de aumento
da CA também ocorre quando há aumento do IMC. No estudo de
Mariana et al., apontaram-se valores normais para a glicemia de jejum
em adolescentes obesos. Conclusão: Considerando-se a probabilidade
de que a obesidade da adolescência possa permanecer na vida adulta, é
importante estratégias de prevenção e controle, ressaltando o papel da
escola na implementação de programas educacionais visando à atividade física e aos hábitos alimentares adequados.
82
ESTRATIFICAÇÃO DA POPULAÇÃO DE PACIENTES COM
DIABETES MELLITUS TIPO 2 EM RELAÇÃO À DOENÇA RENAL
CRÔNICA
Francisco, B. D. S.¹; Figueiredo, V. C. T. P.¹; Dias, C. R.¹; Andrade, L. C.
C.¹; Louros, M. K.¹; Scalissi, N. M.¹; Salles, J. E. N.¹; Miorin, L. A.¹
¹ Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (FCMSCSP), São Paulo,
SP, Brasil
Objetivo: Estratificar uma população de diabéticos em relação às diferentes fases da doença renal crônica (DRC). Métodos: Trata-se de um
estudo longitudinal retrospectivo realizado no Ambulatório de Especialidades da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com
uma amostra de 224 prontuários de pacientes com DM tipo 2 com
avaliação do controle glicêmico por meio de hemoglobina glicada e da
S229
Diabetes
foram separados em 5 grupos de 6 animais, sendo eles: controle sadio,
diabético não tratado e outros três, compostos por animais diabéticos
tratados com três diferentes doses de infusão aquosa de Momordica
charantia. Utilizaram-se os testes de Scott-Knott e de Fischer para
análise estatística dos resultados encontrados. Resultados: Houve menor aumento de glicemia no grupo tratado com MC a 10% e alterações
hepáticas evidenciado na histopatologia e nos valores de ALT. Conclusão: Não foram demonstrados efeito hipoglicemiante e restauração
celular na histologia do pâncreas. Os valores de ALT e a histopatologia
do fígado não demonstraram lesão hepática importante nos grupos
tratados com o fruto.
Diabetes
Trabalhos Científicos
DRC por meio da fórmula de Cockroft-Gault, classificada em 5 fases:
1) ritmo de filtração glomerular (RFG) normal (> 90 ml/min), 2) leve,
GFR entre 60 e 89 ml/min; 3) moderada, RFG entre 30 e 59 ml/min;
4) grave, RFG entre 15 e 29 ml/min; e 5) muito grave, RFG < 15 ml/
mim. A análise da média e desvio-padrão foi comparada com o teste t
de Student. Resultados: Foram avaliados 224 prontuários, dos quais
50% apresentaram estágio 1 da DRC com média de glicemia glicada
8,35 mg/dl, 29,9% estágio 2 com 7,56 mg/dl, 15,6% estágio 3 com
7,82 mg/dl, 3,5% estágio 4 com 7,33 mg/dl e 0,8% em estágio 5 com
7,05 mg/dl. Discussão: O diabetes mellitus (DM) é uma das causas
mais importantes de DRC, sendo responsável por aproximadamente
45% dos casos de terapia de substituição renal nos Estados Unidos.
No Brasil, as causas mais frequentes de DRC são hipertensão arterial
sistêmica (36%) e DM (26%). O controle da glicemia diminui o risco de doença renal, incluindo a microalbuminúria e a progressão para
macroalbuminúria. A hemoglobina glicada ideal recomendada varia de
6,5% a 7%. A nefropatia diabética acomete cerca de 40% dos pacientes
diabéticos e é a principal causa de insuficiência renal e ingressão em
programas de diálise. O DM compensado é fundamental para evitar
a evolução para nefropatia, por isso o interesse em relatar o controle
glicêmico desses pacientes nas diferentes fases de DRC. Conclusão:
Houve uma variação no controle glicêmico nas diferentes fases da DRC
em pacientes com DM tipo 2, com prevalência dos estágios 1 e 2 e alteração glicêmica significativa nos estágios 1 e 3, revelando a importância
do manuseio clínico com intuito de reduzir o impacto de complicações,
como a nefropatia, na qualidade de vida desses pacientes.
83
FATORES AMBIENTAIS DETERMINANTES NO
DESENCADEAMENTO DO DIABETES MELLITUS TIPO 1
Brandao, C. D. G.¹; Hegner, C. C.¹; Silvia Rosi Loss, S. R.¹; Amâncio, L.
N.¹; Magliano, A. C.¹
¹ Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória
(Emescam), Vitória, ES, Brasil
Objetivo: Conhecer os fatores ambientais implicados no desenvolvimento do diabetes mellitus tipo 1 (DM1) em crianças acompanhadas no Serviço de Endocrinologia da Santa Casa. Métodos: Estudo
transversal de 33 crianças com diagnóstico de DM1, acompanhadas
no Serviço de Endocrinologia no período de janeiro a julho de 2011,
de ambos os sexos, idade abaixo de 18 anos, em que seus responsáveis foram submetidos a um questionário sobre fatores ambientais
desencadeantes da doença. Foi realizada uma análise descritiva dos
dados e alguns cruzamentos para avaliar as respostas do questionário.
Foi utilizado o teste Qui-quadrado ao nível de significância 5% para
variáveis bidimensionais e o pacote estatístico SPSS 18 para análise.
Resultados: 33,33 das crianças tiveram aleitamento materno exclusivo
até os 3 meses de vida, 45,45% foram amamentadas exclusivamente
até os 6 meses, 15,15% por mais de seis meses e 6,06% não chegaram
a ser amamentadas exclusivamente com o leite materno. Alimentos
contendo glúten e nitrosaminas foram adicionados à dieta antes dos
6 meses, respectivamente, em 18,18% e 3,03% das crianças. Quando
indagados quanto a um fator estressante passado antes do diagnóstico,
51,52% afirmaram ter sofrido algum tipo. Entre tais estresses, o mais
prevalente foi o emocional. A maior parte das crianças (69,70%) não
apresentou nenhuma doença que precedeu ao diagnóstico de DM1,
enquanto 21,21% apresentaram outras enfermidades como pneumonia (n:1), asma (n:1) e varicela (n:5). Em relação à situação vacinal,
as 33 crianças foram corretamente vacinadas contra Haemophilus influenzae tipo B, BCG e tríplice viral. Discussão: Os determinantes
S230
ambientais na patogênese do DM1 são de extrema importância nos
indivíduos geneticamente suscetíveis. Neste estudo, o estresse emocional foi o fator ambiental mais citado (51,52%) destacando-se os
conflitos familiares, corroborando o que diz a literatura. Conclusão:
DM1 resulta da interação de fatores genéticos e ambientais. O estresse
é uma situação complexa e dinâmica, na qual a homeostase normal
do meio interno é perturbada. Uma falência na resposta adequada ao
estresse pode contribuir com a patogênese da doença. Porém, estamos
diante de uma doença complexa e ainda não totalmente definida, o
que dificulta uma intervenção mais específica e clinicamente eficaz.
84
FATORES ASSOCIADOS À REDUÇÃO DA TAXA DE FILTRAÇÃO
GLOMERULAR (TFG) OU PRESENÇA DE MICROALBUMINÚRIA
ISOLADAS EM PACIENTES DIABÉTICOS
Lima, J. G.¹; Souza, A. B. C.¹; Mesquita, D. J. T. M.¹; Fernandes, F. C.¹;
Fernandes, K. M.¹; Figueiredo, L. S. G.¹; Nobrega, L. H. C.¹
¹ Hospital Universitário Onofre Lopes, Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (HUOL/UFRN), Centro de Endocrinologia de Natal (CEN), Natal, RN, Brasil
Objetivo: Determinar, em pacientes diabéticos, fatores que estejam
associados à redução isolada na TFG ou à presença isolada de microalbuminúria. Métodos: Retrospectivamente foram estudados 226
pacientes diabéticos tipos 1 ou 2 no período de 2005 a 2010. Os pacientes foram divididos em dois grupos: Grupo 1 (n = 45) – presença
de microalbuminúria e TFG > 90 ml/min/1,73 m² e Grupo 2 (n =
181) – ausência de microalbuminúria e TFG < 90 ml/min/1,73 m².
Foram avaliados sexo, idade, IMC, perfil lipídico, hemoglobina glicada (HbA1c) e glicemia de jejum (GJ), comparando-as entre os grupos.
Foram excluídos os pacientes em uso de medicações que pudessem
alterar o curso da microalbuminúria (inibidores da enzima conversora de angiotensina e bloqueadores do receptor de angiotensina). A
TFG foi calculada utilizando o MDRD-IDMS. Resultados: A maioria da amostra foi do sexo feminino (56,2%), com médias de idade
61,1 ± 14,1 anos, duração do diabetes 7,1 ± 7,5 anos, IMC 27,8 ±
4,6 kg/m², creatinina 0,89 ± 0,17 mg/dl, GJ 121,7 ± 44,9 mg/dl,
HbA1c 6,93% ± 1,59, colesterol total 185,0 ± 47,7 mg/dl, triglicerídeos 170,3 ± 132,8 mg/dl, HDL 45,2 ± 9,9 mg/dl e LDL 105,7 ±
37,9 mg/dl. A Tabela 1 mostra a comparação dessas variáveis nos dois
grupos. Discussão: A microalbuminúria é a alteração mais precoce
da nefropatia diabética, no entanto, em pacientes com a doença bem
controlada e em determinados grupos específicos com mulheres mais
idosas, a TFG pode ocorrer mais precocemente, relacionada provavelmente com o declínio natural da idade ou mesmo outras patologias
como hipertensão, que são mais prevalentes em idades mais avançadas.
Já no grupo de homens com pior controle glicêmico, a microalbuminúria foi a alteração renal mais precoce. Conclusão: A redução isolada na TFG foi associada com o sexo feminino e com uma idade mais
avançada. Presença de microalbuminúria com TFG normal foi relacionada com pior controle glicêmico e, no grupo estudado, parece ser
uma alteração característica do diabetes e não da idade mais avançada.
85
FATORES DE RISCO METABÓLICO E OBESIDADE EM MULHERES
COM DIAGNÓSTICO DE DIABETES GESTACIONAL PRÉVIO
Coutinho, M. A. P.¹; Macedo, E. A.¹; Costa, M. J. C.¹; Filizola, R. G.¹
¹ Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, PB, Brasil
Objetivo: Verificar a frequência de diabetes, obesidade e síndrome metabólica em pacientes com diabetes mellitus (DM) gestacional prévio.
Métodos: A população do estudo foi composta de 28 pacientes atendidas no Ambulatório de Endocrinologia Pré-Natal do Hospital Universitário Lauro Wanderley – Universidade Federal da Paraíba, no mínimo
6 meses após o parto. Foram realizadas as medidas antropométricas,
solicitados exames bioquímicos e realizada a bioimpedância. Analisaram-se as frequências de obesidade, SM e DM. Analisaram-se as médias
e os desvios-padrão por meio do teste t de Student não pareado no caso
de variáveis quantitativas e teste Qui-quadrado para variáveis qualitativas. Resultados: As pacientes tiveram um peso médio de 70,4 ± 12 kg,
IMC de 28 ± 4, glicemia de 115 ± 55 mg/dL, porcentagem de gordura
na bioimpedância de 37,6 ± 5,4%. Média de 2,25 ± 1,3 fatores da síndrome metabólica, sendo a circunferência abdominal e um baixo HDL
os mais frequentes (75% e 67% das pacientes, respectivamente). Das
28 pacientes estudadas, 78,5% estavam acima do peso, sendo 28,5%
na faixa de obesidade. Doze pacientes (42%) se enquadraram nos critérios de síndrome metabólica. Quanto à prevalência de diabetes, 17
pacientes apresentaram um perfil glicêmico alterado, sendo 12 (42%)
com pré-diabetes ( glicemia de jejum alterada ou intolerância à glicose
oral) e 5 (18%) com diabetes franco. Quando comparamos a frequência
de síndrome metabólica, observamos uma média de 0,8 ± 1,1 fatores
de risco nas pacientes com peso normal e 2,6 ± 1 fatores de risco nas
pacientes com peso aumentado ( p = 0,002). As pacientes diabéticas
apresentaram, em média, 3,6 ± 1,1 fatores de risco, enquanto as pacientes sem diabetes apresentaram 1,9 ± 1,1 fatores de risco (p = 0,009).
Discussão: Na população de mulheres que apresentaram DMG prévio,
observamos uma frequência elevada de obesidade (28,5%), de pré-diabetes e diabetes (60%), bem como de síndrome metabólica (42%). Em
sua maioria não faziam atividade física e nenhuma das pacientes que se
enquadrava como DM estava fazendo tratamento. Conclusão: As pacientes com DM gestacional diagnosticadas previamente apresentaram
altas frequências de diabetes, obesidade e síndrome metabólica.
86
HEMIBALISMO SECUNDÁRIO À HIPERGLICEMIA NÃO
CETÓTICA: RELATO DE CASO
Nakano, B. S. L.¹; Pereira, L. S. B.¹; Moma, C. A.¹; Tambascia, M. A.¹;
Pavin, E. J.¹; Parisi, M. C. R.¹; Minicucci, W. J.¹
¹ Disciplina de Endocrinologia, Departamento de Clínica Médica, Faculdade
de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp),
Campinas, SP, Brasil
Objetivo: Relatar caso de hemibalismo (HB) secundário à hiperglicemia não cetótica (HNC) com dados clínicos, laboratoriais e radiológicos. Métodos: Revisão de prontuário. Resultados: Relato de
caso: mulher, 54 anos, negra, hipertensa, há 7 dias com movimentos
involuntários em membro superior D, diagnosticada com HB; Gli 478
mg/dL, HbA1c 15,9%, Osm. sérica 292 mOsm/L, sem emergência
hiperglicêmica; tomografia computadorizada (TC) de crânio normal;
avaliação neurológica descartou outras causas de HB. Resolução do
quadro 24h após controle glicêmico com insulina. Negava diagnóstico
prévio de diabetes (DM), mas perdeu 10 kg, sem “polis”; negava outras
comorbidades ou história familiar semelhante, exceto mãe com DM.
Seguimento ambulatorial em insulinização intensiva e, em seguida,
com antidiabéticos orais, com bom controle. Não houve recorrência do
HB. Com um mês de evolução, submetida à ressonância nuclear magnética (RNM) que não evidenciou alterações. Discussão: A primeira
descrição de HB secundário a HNC foi de três casos do Johns Hopkins
Hospital em 1982. No Brasil, há publicados três casos de São Paulo em
2007 e um caso do Paraná em 2010. HB é desordem rara caracterizada
por movimentos involuntários de membros de um hemicorpo, secundária a lesões focais nos gânglios da base (GB) contralaterais e núcleo
subtalâmico. Causas vasculares são as mais comuns. A segunda mais
comum é a HNC, com HB precipitado por hiperglicemia. Predomina
em mulheres, asiáticos, idade média 70 anos, com ou sem diagnóstico
prévio de DM. Podem exibir hiperdensidade à TC e hiperintensidade
em T1 à RNM em GB; em geral, reversíveis. A imagem pode ser normal e não é critério diagnóstico. O prognóstico é bom, com resolução
com a euglicemia; raros persistem após controle glicêmico. A fisiopatologia não é bem estabelecida com muitos mecanismos propostos:
infarto ou hemorragias petequiais nos GB, injúria por hiperviscosidade,
depleção de GABA (ácido gama aminobutírico) e acetilcolina com a
redução do sinal inibitório do globo pálido ao tálamo, hipersensibilidade de receptores dopaminérgicos. O caso teve evolução típica: mulher,
evoluiu com HB em vigência de hiperglicemia e na ausência de outras
causas e que, após controle glicêmico, teve resolução do HB. Diferente
da maior parte dos casos descritos, não houve alteração radiológica,
favorecendo a hipótese de distúrbio funcional. Conclusão: Ressaltamos
o caso pela raridade e pela importância da avaliação glicêmica diante
de quadros de HB e do diagnóstico diferencial entre HB secundário
a HNC e a outras causas com necessidade de tratamento específico.
87
HIPERGLICEMIA AGUDA REDUZ O RELAXAMENTO VASCULAR
EM CORAÇÕES ISOLADOS DE RATAS OVARIECTOMIZADAS
Gonçalves, W. L. S.¹; Rodrigues, A. N.¹; Frasson, T. S.¹; Resende, R. S.¹;
Gouvea, S. A.¹; Moyses, M. R.¹; Abreu, G. R.¹
¹ Escola de Medicina do Centro Universitário do Espírito Santo (UNESC), Colatina,
ES; Departamento de Ciências Fisiológicas da Universidade Federal do Espírito
Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil
Introdução: Relatos na literatura sugerem associação entre a hiperglicemia aguda (HG) e o aumento de eventos coronarianos em mulheres
menopáusicas não diabéticas. Objetivo: Investigar os efeitos da HG na
reatividade vascular coronariana de ratas intactas e ovariectomizadas.
Métodos: Ratas Wistar adultas (250-275 g) foram distribuídas em dois
grupos: Grupo SHAM (n = 16), cirurgia fictícia; Grupo OVX (n = 16)
ovariectomia, cirurgia para retirada dos ovários. Após 30 dias de recuperação, as ratas foram decapitadas, os corações, retirados e a artéria
aorta foi conectada ao equipamento para perfusão do leito coronariano
pelo método de Langendorff. O fluxo coronariano foi mantido constante (10 ml/min.). Na perfusão basal, foi utilizada solução de Krebs
modificada para mimetizar o estado de HG solução hipertônica de glicose (55 mM/L) e solução de ringer lactato (LACT, 33 mM/L) para
controle da osmolaridade. A perfusão foi continuamente saturada com
mistura carbogênica (95% O2 + 5% CO2) sob pressão controlada de
100 mmHg, e aquecida (37°C) com pH de 7.4. Foram registrados a
frequência sinusal (FS), a pressão de perfusão coronariana (PPC) e o
relaxamento vascular coronariano (rVC) avaliado por injeções do vasodilatador adenosina (Adn). Utilizou-se AVOVA duas vias, seguido do
teste de Bonferroni com nível de significância de p < 0.05. Discussão:
Os achados indicaram que, indiferentemente do estado hormonal feminino, a hiperglicemia aguda causou taquicardia sinusal e hipertensão
coronariana em corações isolados de ratas. Mostrou também que, no
grupo OVX, a hiperglicemia aguda causou maior atenuação do rVC.
Esses achados evidenciaram o efeito vascular tóxico da glicose, além
da participação dos hormônios femininos na modulação desse efeito
da hiperglicemia, pois, no grupo SHAM durante a perfusão com ringer lactato, não ocorreu redução do rVC. Conclusão: A hiperglicemia
aguda, independentemente da condição hormonal, causa taquicardia
e hipertensão coronariana, contudo, associada à OVX, produz maior
atenuação do rVC em corações isolados de ratas, elevando o risco para
eventos coronarianos.
S231
Diabetes
Trabalhos Científicos
Trabalhos Científicos
88
HIPERPLASIA DE ILHOTAS PANCREÁTICAS INDUZIDA POR
EXTRATO HIDROALCOÓLICO DE PLANTA DO CERRADO
Magalhães, F. O.¹; Uber-Buceck, E.¹; Ceron, P. I. B.¹; Carlo, R. L.¹;
Coelho, H. E.¹; Barbosa, C. H. G.¹; Carvalho, T. F.¹
Diabetes
¹ Universidade de Uberaba (Uniube), Uberaba, MG, Brasil
Objetivo: O presente trabalho visa avaliar o potencial anti-hiperglicêmico e os efeitos no pâncreas em ratos tratados com o extrato hidroalcoólico, nas doses de 100 mg/kg e 200 mg/kg, da planta Plathymenia sp. Métodos: A indução do diabetes foi realizada por meio da
administração de estreptozotocina (65 mg/kg) por via intraperitoneal.
O diagnóstico do diabetes foi por intermédio da perda de peso associada e glicemia ≥ 200 mg/dL. Este trabalho foi realizado em uma
amostragem de 75 ratos machos da linhagem Wistar, com peso entre
180 g e 220 g, os quais foram divididos em grupos: Controles Tratados-C100 e C200; Diabéticos Tratados-D100 e D200; Diabéticos
não Tratados-DC; Controles não Tratados-CC; Diabéticos Tratados
com Glibenclamida-DG e Controles Tratados com GlibenclamidaCG. Para o tratamento, foi utilizado o extrato nas dosagens de 100
e 200 mg/kg de peso, sendo realizada gavagem, por um período de
30 dias, sendo a glicemia e a medida de peso realizadas semanalmente.
Aos resultados foram aplicados a análise estatística (ANOVA) e o teste
Tukey-Kramer, e teste do Qui-quadrado, com nível de significância
de 5%. Os resultados foram expressos em média ± EPM. Resultados: Houve, nos grupos controle, redução da glicemia, na segunda
semana de tratamento (C100 80,80 ± 4,84 vs. CC102,60 ± 2,31 vs.
C200 101,14 ± 8,41, p = 0,044). Na quarta semana, ocorreu redução
dos níveis de glicemia nos grupos C100 e C200 (C100 74,331,31
vs. CC93,10 ± 3,61 e C200 74,83 ± 8, 41, p = 0,017). Nos grupos
diabéticos, observa-se redução da glicemia na primeira semana (D100
239,50 ± 29,27 vs. DC 319,00 ± 43,85, p = 0,008), na terceira semana (D100 198,71 ± 65,27 vs. DC 428,00 ± 15,25, p = 0,010), e
na quarta semana (D100 253,29 ± 47,37 vs. DC 443,22 ± 42,72, p =
0,024 e D200 219,00 ± 143,00, p = 0,024). Em relação às alterações
anatomopatológicas pancreáticas, observa-se que ocorreu hiperplasia
de ilhotas nos grupos C100 e D200. Observa-se, também, que houve
presença de cistos pancreáticos nos grupos C200, D100, D200, CG
E DG. Discussão: Plathymenia sp., planta do cerrado brasileiro, cujos
componentes químicos são flavonoides e taninos, mostrou-se, durante
o experimento, capacidade em reduzir os níveis glicêmicos dos animais, tanto na dosagem de 100 mg/kg como em 200 mg/kg, por
meio da proteção pancreática, com hiperplasia de ilhotas. Conclusão:
O experimento mostrou que o extrato hidroalcoólico de Plathymenia sp. reduz os níveis glicêmicos tanto nos animais controles como
nos grupos diabéticos. Ocorre proteção do pâncreas com 200 mg/kg
peso, o que não ocorre com a glibenclamida.
89
HIPOGLICEMIA EM PACIENTE PORTADOR DE DIABETES
MELLITUS E SEUS DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS – HIPOFISITE
E HIPOGLICEMIA FACTÍCIA
Nascimento, P. P.¹; Santomauro Júnior, A. C.¹; Bomfim, O. C.¹;
Alvarenga, T. C.¹; Nogueira, K. C.¹; Queiroz, M. S.¹; Nery, M.¹
¹ Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(HC-FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: A partir de um relato de caso de hipoglicemia em um paciente portador de diabetes mellitus (DM), fazer uma revisão da literatura sobre os diagnósticos diferenciais dessa condição, dando ênfase às
S232
hipóteses diagnósticas de hipofisite e hipoglicemias factícias. Métodos:
Relato de caso. Resultados: Paciente de 31 anos, feminina, parda, com
diagnóstico de DM tipo 1 e hipotireoidismo primário aos 16 anos de
idade, com anticorpos antitireoidianos e anti-GAD positivos. Após gestação, refere início de vários episódios de hipoglicemias graves e assintomáticas, com redução progressiva das doses de insulina, em uso atual de
apenas 0,08 unidade de insulina/kg. Nega letargia, tontura, cefaleia, alterações visuais, poliúria, polidipsia, uso de corticoides, traumas, doenças
inflamatórias ou infecciosas. Duas gestações sem intercorrências, tendo
amamentado por dois anos. Ciclos menstruais regulares. Sem alterações
no exame físico, IMC 27,7 kg/m². Realizado dosagem de cortisol basal
de 3,8 (5-25 µg/dL) e ACTH de 5 (18 µg/dL). Durante internação,
paciente necessitou de altas doses de insulina para controle glicêmico,
não apresentando nenhuma hipoglicemia. Após avaliação psicológica e
exclusão da deficiência de ACTH pelo teste da cortrosina, a principal
hipótese diagnóstica foi a de hipoglicemias factícias induzidas pela aplicação exógena de insulina. Discussão: O diagnóstico de hipoglicemias
em paciente com DM pode ser desafiador, sendo necessário investigar a
integridade do eixo corticotrófico e somatotrófico, lembrando que deficiência isolada de ACTH nos faz pensar no diagnóstico de hipofisite.
E, após excluir causas orgânicas para a hipoglicemia, é necessária uma
avaliação psicológica minuciosa buscando o diagnóstico de distúrbio
factício. Conclusão: Este caso ilustra paciente DM tipo 1 em uso de
insulinoterapia com hipoglicemias de repetição. Nessa situação, o uso
indevido ou até malicioso de doses erradas de insulina deve ser lembrado sempre. Causas orgânicas devem ser suspeitadas pela história clínica e
descartadas antes de confirmado o diagnóstico de hipoglicemia factícia.
90
IMPACTO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL SOBRE O
CONTROLE METABÓLICO NO DIABETES MELLITUS DO TIPO 2
Magalhães, R. M. C.¹; Fernandes, L. F. M. C.¹; Amante, B. M.¹; Sá, G.
V.¹; Barbosa, S. R.¹; Lima, J. R. L.¹; Castro, A. P. A.¹
¹ Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora, MG, Brasil
Objetivo: O treinamento físico (TF) constitui ferramenta indispensável para o controle metabólico adequado do diabetes mellitus, todavia, a adesão à prática de exercício físico nesta população ainda é
baixa. Posicionamentos recentes aconselham que o aumento no nível
da atividade física habitual (AFH) pode ser suficiente para melhorar
parâmetros bioquímicos e antropométricos de pacientes diabéticos. O
objetivo do presente estudo é investigar o impacto do nível de AFH
sobre parâmetros metabólicos e antropométricos de portadores de
diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Métodos: Participaram do estudo indivíduos atendidos em Ambulatório Multidisciplinar de Atenção ao
Diabetes Mellitus, por ocasião do primeiro atendimento com a equipe
de educadores físicos. Os pacientes foram divididos em dois grupos,
conforme o escore mediano de AFH obtido a partir do questionário
proposto por Baecke et al. (1982) em: grupo 1, alto nível de AFH e
grupo 2, baixo nível de AFH. Os dados antropométricos e de exames
laboratoriais foram registrados e utilizados para comparação entre os
grupos. Resultados: Foram avaliados 30 indivíduos, de ambos os sexos, sendo 70% do sexo feminino. Os resultados dos dados antropométricos e bioquímicos encontram-se descritos em valores de média ±
desvio-padrão, conforme apresentado na tabela. O teste t de Student
para amostras independentes foi aplicado para detectar possíveis diferenças entre os grupos. *: diferença estatisticamente significativa (p ≤
0,05). Discussão: Observou-se que o controle glicêmico foi melhor
em indivíduos com alto nível de atividades do cotidiano. Embora a literatura aponte que os efeitos metabólicos do TF sejam superiores aos
da AFH, os resultados do presente estudo apontam que maior nível
de AFH pode repercutir positivamente nos parâmetros bioquímicos e
antropométricos de pacientes diabéticos, corroborando as recomendações institucionais (American College of Sports Medicine/American Diabetes Association, 2010). Conclusão: O aconselhamento para
aumento do nível de AFH parece ser uma abordagem eficiente para
melhora do controle metabólico com indivíduos com DM2.
91
IMPACTO DO POLIMORFISMO +9/-9 DO GENE DO RECEPTOR
B2 DA BRADICININA NA GLICEMIA DE JEJUM E NO RISCO
PARA DIABETES MELLITUS
Alvim, R. O.¹; Santos, P. C. J. L.¹; Neto, R. M. N.¹; Machado-Coelho, G.
L.¹; Krieger, J. E.¹; Pereira, A. C.¹
¹ Instituto do Coração, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (InCor-HC-FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: A bradicinina, por intermédio do seu receptor B2, vem sendo
implicada em vias do metabolismo glicídico como: captação de glicose e
sensibilidade à insulina. Adicionalmente, estudos genéticos têm demonstrado que o genótipo -9/-9 do polimorfismo +9/-9 do gene BDKRB2
está associado à maior expressão do receptor B2. Nesse contexto, o objetivo do presente estudo foi avaliar os níveis de glicose de jejum e o risco
para diabetes mellitus de acordo com o polimorfismo BDKRB2 +9/-9.
Métodos: Foram elegíveis 1.053 indivíduos de uma amostra representativa da população brasileira (43,0 ± 14,3 anos; IMC 26,9 ± 5,1 kg/m²)
e, posteriormente, genotipados para o polimorfismo BDKRB2 +9/-9
(genótipos +9/+9 e +9/-9, n = 845; genótipo -9/-9, n = 208) por intermédio da técnica de PCR-RFLP. A glicemia de jejum foi dosada por
meio do método capilar point-of-care (Roche Diagnostics, Accu-Check). Foram classificados como diabéticos os indivíduos com diagnóstico
prévio ou em uso de medicação hipoglicemiante. A análise do risco foi
realizada pela determinação da odds ratio (OR). Resultados: Indivíduos
portadores dos genótipos +9/-9 e +9/+9 apresentaram maiores valores de glicemia de jejum e frequência de diabetes mellitus (84,6 ± 28,0
mg/dL e 7,6%) quando comparados aos portadores do genótipo -9/-9
(79,7 ± 21,8 mg/dL e 3,6%) (p = 0,03 e p = 0,03, respectivamente).
Além disso, os portadores dos genótipos +9/-9 e +9/+9 apresentaram
risco de 2,44 vezes maior para o diabetes mellitus em comparação aos
portadores do genótipo -9/-9 (IC 95% = 1,13-5,27; p = 0,02). Contudo, os dados antropométricos (IMC e circunferência abdominal) e os
metabólicos (triglicérides, colesterol total e frações) não foram diferentes
entre os grupos genotípicos. Conclusão: O polimorfismo BDKRB2
+9/-9 foi associado ao fenótipo de glicemia de jejum e ao risco para
diabetes mellitus. Essa associação genética, embora exploratória, pode
gerar hipóteses a serem testadas em estudos controlados no cenário da
homeostase da glicose e da suscetibilidade às doenças cardiovasculares.
92
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL VERSUS ÍNDICE DE
ADIPOSIDADE CORPORAL: QUAL DOS DOIS APRESENTA
MAIOR RELAÇÃO COM O DIABETES MELLITUS TIPO 2?
Oliveira, C. M.¹; Mourão-Júnior, C. A.²; Alvim, R. O.¹; Krieger, J. E.¹;
Pereira, A. C.¹
¹ Laboratório de Genética e Cardiologia Molecular (InCor-HC-FMUSP), São
Paulo, SP; ² Departamento de Fisiologia da Universidade Federal de Juiz de Fora
(UFJF), Juiz de Fora, MG, Brasil
Objetivo: Levando-se em consideração a falta de estudos comparando
os métodos índice de massa corpórea (IMC) e índice de adiposidade
corporal (IAC), e a forte associação entre obesidade e diabetes mellitus
tipo 2 (DM2), o presente estudo tem como objetivo comparar o IMC
e o IAC, avaliando sua relação com o DM2. Métodos: Foram estudados 1.701 indivíduos do “Projeto Corações de Baependi” (43,2% do
sexo masculino; idade = 44,2 ± 17,0 anos; 7,6% de diabéticos; 12,9%
de obesos classificados pelo IMC; 25,2% de obesos classificados pelo
IAC). Foram classificados como diabéticos os indivíduos com glicemia
de jejum > 126 mg/dL ou uso de hipoglicemiantes. Foram classificados como obesos os indivíduos com IMC > 29,9 e IAC > 25 para os
homens e > 38 para as mulheres. O IMC foi calculado dividindo-se o
peso (em kg) pelo quadrado da altura (em metros). O IAC foi calculado dividindo-se a circunferência do quadril (em cm) pelo produto da
altura (em cm) pela raiz quadrada da altura, menos 18. O odds ratio
(OR) foi obtido por regressão logística, com controle das variáveis
sexo e idade. Resultados: Os 130 indivíduos diabéticos apresentaram
maiores valores do IMC (27,4 ± 5,6 vs. 24,2 ± 4,6. Discussão: A
obesidade é um dos principais fatores de risco para o DM2. O método
mais utilizado para classificar a obesidade é o cálculo do IMC. Recentemente o IAC, que leva em consideração a circunferência do quadril
e a altura, também tem sido apontado como um método promissor
para a classificação da obesidade. Nossos dados revelaram que, entre
indivíduos diabéticos, tanto IAC quanto IMC apresentaram valores
mais elevados quando comparados à população não diabética, e o
IMC apresentou maior correlação com a presença dessa doença quando comparado com o IAC. Conclusão: Os indivíduos portadores de
DM2 apresentaram maiores valores de IMC e IAC em comparação
aos não diabéticos. Em nosso estudo, o IMC apresentou uma maior
relação com o DM2, quando comparado com o IAC.
93
INFLUÊNCIA DO TRATAMENTO COM METFORMINA SOBRE A
RESISTÊNCIA INSULÍNICA INDUZIDA PELA DEXAMETASONA
EM RATOS WISTAR
Sousa, M. R. S.¹; Dantas, J. F.¹; Sousa, J.¹; Costa, S. B. A.¹; Branco, R.¹;
Santos, P. N. C.¹; Martins, R. L. R.¹
¹ Universidade do Estado do Pará (UEPA), Instituto Esperança de Ensino Superior
(IESPES), Santarém, PA, Brasil
Objetivo: Avaliar o perfil glicêmico e lipídico dos animais resistentes
à insulina induzidos pela dexametasona e/ou tratados com metformina. Métodos: Foram utilizados três grupos compostos por 10 animais
cada, sendo um controle (CONT), um tratado com dexametasona
(DEXA) na dose 0,1 mg/kg e um grupo tratado com DEXA mais
metformina na dose 850 mg/kg (DEXA+ MET), simultaneamente.
Em seguida, foram avaliados o perfil glicêmico e lipídico dos animais e
comparados entre si. Resultados: Ao final do estudo, foi possível detectar aumento da glicemia e triglicerídeos do grupo DEXA e redução,
desses mesmos parâmetros, no grupo DEXA+MET. Discussão: Houve aumento significante nas taxas glicêmicas dos animais DEXA (194,8
± 10,43 mg/dL) quando comparamos ao grupo CONT (142,8 ±
5.910 mg/dl). Segundo Guyton e Hall (2006), um dos efeitos dos
corticoides é a alteração do metabolismo dos carboidratos, de modo
que há aumento do estímulo da gliconeogênese pelo fígado e redução
da utilização celular de glicose. Tais efeitos também foram observados em estudos realizados por Novelli et al. (1999); Barbera et al.
(2001); Santos, Rafacho e Bosqueiro (2007). Apesar de não ter sido
significante a redução da glicemia dos ratos do grupo DEXA+MET
(174,6 ± 12,71 mg/dl), a metformina foi capaz de reduzir a glicemia
dos ratos tratados com dexametasona. Isso se deve a um dos efeitos
da metformina, como estímulo da atividade quinase dos receptores
de insulina, melhora da atividade das enzimas envolvidas na cascata de
S233
Diabetes
Trabalhos Científicos
Diabetes
Trabalhos Científicos
sinalização intracelular da insulina, aumentando o transporte da proteína GLUT-4 na membrana celular (Hermann, Wiernsperger, 2002).
Tais resultados corroboram com os estudos de Ferreira et al. (2009)
e Gonçalves et al. (2006). Conclusão: O tratamento com glicocorticoides sintéticos, quando em doses elevadas e por tempo maior que
o necessário, pode levar a alterações metabólicas, tais como aumento
do perfil glicêmico e lipídico, podendo aumentar o risco de diabetes e doenças cardiovasculares. Com o tratamento da metformina foi
possível observar que há uma reversão do quadro lipídico e glicêmico
quando estes estão elevados, demonstrando agir nesse modelo experimental de intolerância à glicose e dislipidemia (Boyle, Mckay, Fisher,
2010; Angelucci et al., 2008).
94
LADA E GESTAÇÃO: RELATO DE CASO
Correa, M. V.¹; Maia, C. P.¹; Tonet, C.¹; Costa, G. R. G.¹; Mansur, V. A.
R.¹; Cabizuca, C. A.¹; Oliveira, A. M. N.¹
¹ Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE-RJ), Instituto de PósGraduação Médica Carlos Chagas, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Relatar um caso de LADA (Latent Autoimmune Diabetes
in Adults) diagnosticado após gestação. Métodos: Relato de caso e
revisão sobre LADA. Resultados: Mulher de 31 anos, branca, natural do Rio de Janeiro, diagnóstico de diabetes mellitus (DM) aos 21
anos (3 anos após sua primeira gestação), com astenia e glicemia >
400 mg/dL. Usava sulfonilureia e metformina, sem controle glicêmico adequado. No primeiro trimestre da segunda gestação, iniciou
acompanhamento no ambulatório de endocrinologia gestacional do
HFSE-RJ, sendo prescrita insulina (dose: 0,48UI/kg/dia). Não há
outras comorbidades. História gestacional: G2P1A0 (1o filho: parto
vaginal, a termo, peso = 4.150 g). História familiar: avós maternos e
paternos diabéticos. IMC 19,8 kg/m² (peso: 60 kg) e HbA1c 8,1%,
no início da gestação. Exame físico: normal. Sem complicações crônicas do diabetes, evoluiu com melhor controle glicêmico após insulinização. No final da gestação, a necessidade de insulina era 1,77 UI/
kg/dia e o índice de massa corporal (IMC) 25,76 kg/m² (peso: 78
kg). O parto foi cesáreo na 37ª semana e o peso fetal, de 3.175 g,
sem hipoglicemia. Amamentou até o sexto mês. Após a gestação, a
paciente usava 0,53UI/kg de insulina. IMC pós-gestação: 21,30 kg/
m² (peso: 64,5 kg). Foram incluídas dosagens de peptídeo C: 0,2 ng/
mL (0,9-7,1) e anticorpo antidescarboxilase do ácido glutâmico (AntiGAD): 203,8UI/mL (reativo > 20) para investigação da etiologia do
DM. Discussão: Devido ao lento e progressivo declínio da função das
células betapancreáticas, semelhante a do DM tipo 2, porém associado
aos baixos valores do peptídeo C e positividade do acAnti-GAD, a paciente foi classificada como portadora de LADA, por isso foi mantida a
insulinoterapia no pós-parto. O LADA pode ocorrer em cerca de 10%
dos pacientes com fenótipo de diabetes mellitus tipo 2. Assim como
outras formas de DM, pacientes portadores de LADA necessitam de
rastreamento para complicações micro e macrovasculares. O caso relatado ilustra a necessidade do diagnóstico precoce de LADA, pois o uso
de sulfonilureia e o retardo na insulinização podem levar a aceleração
da falência das células betapancreáticas e maior risco de cetoacidose.
Conclusão: Pela oportunidade de mudanças positivas na evolução do
paciente portador de LADA, no que diz respeito a complicações agudas e crônicas, é preciso considerar esse diagnóstico, principalmente
em pacientes adultos com diagnóstico precoce de diabetes. Devemos,
ainda, rastrear mulheres que desenvolvem diabetes gestacional sem fatores de risco.
S234
95
MONITORAÇÃO CONTÍNUA DE GLICOSE EM 42 ATLETAS
COM DIABETES MELLITUS TIPO 1 (DM1) DURANTE CORRIDA
DE 18 KM
Lamounier, R. N.¹; Mendes, G. L. C.¹; Silva, M. G.¹; Pereira, W. V. C.¹;
Cordeiro, L. H. L.¹; Miranda, M. L.¹; Giannella-Neto, D.¹
¹ Centro de Diabetes de Belo Horizonte, Hospital Mater Dei, Hospital das Clínicas,
Belo Horizonte, MG, Brasil
Objetivo: Exercício físico regular é importante para pessoas com diabetes mellitus tipo 1 (DM1), mas pode predispor à variação glicêmica e
hipoglicemia. O Projeto “Volta Monitorada de BH” objetiva preparar
portadores de DM1 para participar de corridas de rua. Este estudo
avaliou o perfil glicêmico por meio da monitoração contínua de glicose (MCG) em corrida de 18 km. Métodos: Quarenta e dois atletas
realizaram a prova com MCG, em Belo Horizonte. De acordo com o
tratamento, foram divididos em 3 grupos: bomba de infusão de insulina subcutânea contínua (BIISC, n = 10); análogos basais (AB, n =
22); NPH (n = 10), todos em insulinoterapia intensiva. Dependendo
da velocidade na prova, foram divididos em alta (AP) ou baixa performance (BP), se acima ou abaixo da mediana da velocidade (MV). Leituras de MCG foram feitas 24h antes e 36h após a corrida. Glicemia
capilar (GC) foi medida no início, meio e fim da prova. A exposição
a níveis altos e baixos de glicose e variabilidade glicêmica foi acessada pelo coeficiente de variação (CV). Resultados: A idade média foi
28,8 ± 8,2 anos e tempo da corrida foi 139 ± 29,4 min. MV foi 8,03
(5,48-11,87 km/h). Média de A1c foi 7,84 ± 1,34% (similar entre os
grupos). Foram monitorados por 4.333,2 ± 108,8 min, com 866,64
± 339,25 leituras cada um. Valor médio MCG foi 150,7 ± 21,6 mg/
dL, semelhante entre grupos de tratamento, bem como exposição a
hipo e hiperglicemia com 32,4 ± 37,6 leituras < 54 mg/dL e 474,24
± 206,44 > 200 mg/dL. A redução da GC após 9 km, em relação ao
início da prova, foi maior entre BIISC em comparação com AB (55,4
± 25,4% vs. 16,1 ± 46,1%, p = 0,01). O grupo AP (10,68 km/h) teve
glicemias menores que o BP (6,80 km/h); mediana: 140,7 vs. 158,28
mg/dL, p = 0,03; bem como menor CV (0,39 vs. 0,50, p < 0,01).
Discussão: O CV foi similar entre os diferentes tipos de tratamento.
Conclusão: Neste estudo, com atletas com DM1, o melhor preparo
físico foi relacionado a melhor controle da glicose e menor CV, independentemente do tratamento, similarmente, aqueles com menor A1c
prévia, apresentaram melhor rendimento físico.
96
NESIDIOBLASTOSE: RELATO DE CASO
Bicudo, A. N.¹; Lalli, C. A.¹
¹ Hospital Centro Médico de Campinas (HCMC), Campinas, SP, Brasil
Introdução: A nesidioblastose é uma doença rara que se manifesta por múltiplos episódios de hipoglicemia, podendo levar à morte.
Objetivo: Este estudo teve como objetivo relatar um caso da doença.
Métodos: NPC, 36 anos, procurou atendimento médico com história de episódios de hipoglicemia iniciados há oito meses, a princípio
duas vezes por semana e, posteriormente, chegando a três vezes ao dia
no último mês. Foi internada e submetida a exames que mostraram
hiperinsulinismo endógeno. Foram realizadas tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética do abdome, com resultado normal, e ecoendoscopia que evidenciou lesão hipoecogênica em cauda do
pâncreas, suspeita de insulinoma. Foi optado pela realização de pancreatectomia corpo-caudal, com esplenectomia. O exame anatomopatológico evidenciou aumento do número de ilhotas de Langerhans
Trabalhos Científicos
97
NOVA ASSOCIAÇÃO ENTRE AUTOANTICORPOS CONTRA O
TRANSPORTADOR DE ZINCO 8 E O POLIMORFISMO DO GENE
PTPN22 EM UMA POPULAÇÃO MULTIÉTNICA DE PACI
Araújo, D. B.¹; Laudier, A. A.¹; Dantas, J. R.¹; Kupfer, R.¹; Milech, A.¹;
Rodacki, M.¹; Zajdenverg, L.¹; Oliveira, J. E. P.¹
¹ Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivos: Avaliar a frequência das variantes dos anticorpos antiZnT8 - ZnT8-arginina (anti-ZnT8R), ZnT8 Triptofano (anti-ZnT8W) e ZnT8 glutamina (anti-ZnT8Q)- em uma população multiétnica de pacientes com DM1 e seus familiares de primeiro grau (FPG)
2) e a associação entre o anti-ZnT8 e os polimorfismos do gene da
Insulina (INS) e do gene da proteína tirosina fosfatase não-receptor
22 (PTPN22). Métodos: Foram realizadas dosagens das variantes
(RWQ) do anti-ZnT8 no soro de pacientes com DM1 (n = 72) e de
seus FPG (N = 78). O ensaio utilizado foi o RBA (radioligand binding
assay). Em seguida, a positividade do anti-ZnT8 para cada variante
(anti-ZnT8R, anti-ZnT8W e anti-ZnT8Q) foi analisada separadamente com um ensaio padrão (RBA). Realizada extração de DNA leucocitário para genotipagem por SNP dos genes INS e PTPN22 com PCR
em tempo real (polimorfismo -23 Hphl rs689 e R620W rs 2476601,
respectivamente). Análise estatística por meio do programa SPSS 17.0
para Windows utilizando o teste do Qui-Quadrado para a comparação
entre grupos e Man-Whitney para a comparação das variáveis contínuas, sendo p ≤ 0,05 considerado significativo. Resultados: Foram
incluídos 72 pacientes, com idade de 30,3 ± 11,4 anos, sendo 49 do
sexo feminino (68%) e 41 (57%) considerados não brancos. Já os FPG
(n = 78) tinham uma idade média de 18,3 ± 9,1 anos, sendo 57,7%
do sexo feminino e 60,3% não brancos. O anticorpo anti-ZnT8R foi
detectado em 23% (n = 17) dos indivíduos com DM1 e em 4% (n =
3) dos FPG. Discussão: Recentemente, o anticorpo antitransportador de Zinco (anti-ZnT8) tem demonstrado ser um dos marcadores
preditivos de risco para o desenvolvimento do DM1 em populações
caucasianas, porém ainda com um papel pouco conhecido em populações multiétnicas. Conclusão: Este estudo evidenciou diferenças significativas na frequência e nos títulos de anti-ZnT8 em uma população
multiétnica de pacientes com DM1 e seus FPG. A variante R foi a mais
prevalente em nossa população. O anti-ZnT8R apresentou associação
positiva com o polimorfismo do PTPN22 nos pacientes com DM1.
98
RELAÇÃO ENTRE GLICEMIA CASUAL E ATIVIDADE FÍSICA DE
PACIENTES ATENDIDOS EM EVENTOS COMUNITÁRIOS
Francescantonio, I. C. M.¹; Rezende, K. N.¹; Borges, A. L. F.¹;
Castro, M. A.¹; Curado, J. A. C.¹; Cruvinel, W. M.¹; Miranda, T. M. T.¹;
Francescantonio, I. C. C. M.¹
¹ Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Goiânia, GO, Brasil
Objetivo: O presente estudo se propõe a investigar a associação entre
atividade física e glicemia casual em indivíduos residentes em GoiâniaGoiás, atendidos em eventos de extensão, em 2011. Métodos: Após
aprovação no Comitê de Ética, foi realizado um estudo transversal
com 469 pacientes, 65,2% mulheres e 34,8% homens, com idades entre 18 e 83 anos. As variáveis mensuradas foram: sexo, idade, glicemia
casual, prática de atividade física, frequência e período das atividades.
Os pacientes foram agrupados em 3 grupos: Sedentário (não pratica
atividade física), Atividade Física Ocasional (< 30 minutos/sessão de
atividades < 5 dias/semana; < 60 minutos/sessão de atividade < 3
dias/semana) e Atividade Física Regular (≥ 30 minutos/sessão de atividades ≥ 5 dias/semana; ≥ 60 minutos/sessão de atividade ≥ 3 dias/
semana). Os dados foram tabulados em planilha do programa Microsoft® Excel 2007 e analisados por testes de porcentagem. Resultados:
No sexo feminino, a média das glicemias das pacientes que não praticam atividade física foi 97,8 mg/dL, já para as que praticam foi 97,3
mg/dL, das pacientes com glicemia casual > 200 mg/dL, 50% eram
sedentárias, 16,7% das mulheres praticavam atividade física ocasional e
33,4% praticavam atividade física regular. No gênero masculino, a média das glicemias dos pacientes que não fazem atividade física foi 111,3
mg/dL, já para os que fazem foi 99,7 mg/dL, dos pacientes com glicemia casual > 200 mg/dL,75% eram sedentários, 12,5% praticavam
atividade física ocasional e 12,5% praticavam atividade física regular.
Discussão: Observamos, em ambos os gêneros, a maior média das
glicemias casuais nos grupos que não praticam atividade física. Entre
os pacientes com glicemia casual > 200 mg/dL, os sedentários representam a maioria. Os resultados ratificam a teoria de que a atividade
física tem benefícios a curto prazo, por meio do aumento do consumo
de glicose como combustível por parte do músculo em atividade, e a
médio e longo prazo contribui para diminuir os fatores de risco para
o desenvolvimento da doença cardiovascular, aumentado no paciente
portador de diabetes. Conclusão: Considerando a tendência a diabetes
mellitus no Brasil, incluindo a população goiana demonstrada por esse
estudo, e sua associação com outras doenças, intervenções na população visando estimular a prática de atividade física são de extrema importância para a prevenção e o controle de doenças cardiovasculares.
99
PARÂMETROS DA SÍNDROME METABÓLICA EM INDIVÍDUOS
COM DIABETES MELLITUS TIPO 2
Veloso, F. L. M.¹; Mota, G. R.¹; Rodrigues, G. L.¹; Dutra, A. S. S.¹; Lanna,
C. M. M.¹; Costa, M. B.¹; Ferreira, L. V.¹
¹ Fundação Imepen, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora, MG,
Brasil
Introdução: O agrupamento dos transtornos característicos da síndrome metabólica (SM) implica elevado risco cardiovascular. Objetivo:
Conhecer o impacto do tratamento no controle de parâmetros diagnósticos de SM em indivíduos com diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Métodos: Foram avaliados pacientes acompanhados em Ambulatório de
Atenção a Diabéticos de alto risco. Foram comparados dados demográficos, clínicos e laboratoriais obtidos por ocasião da admissão e após 12
meses de acompanhamento no serviço. Resultados: Foram estudados
117 indivíduos, com idade de 59,3 ± 12,10 anos, sendo 72 (68,3%) do
S235
Diabetes
com hiperplasia das células endócrinas, sendo feito o diagnóstico de
nesidioblastose. Voltou a apresentar hipoglicemia três meses após a cirurgia e procurou atendimento ambulatorial, tendo feito cintilografia
com captação de octreotide (99mTc), sem evidência de lesões. Durante episódio de hipoglicemia grave, foi internada e realizados exames,
mantendo hiperinsulinismo. Foi iniciado octreotide subcutâneo, com
melhora do controle glicêmico. Foi optado por nova pancreatectomia,
permanecendo pequena parte do órgão, não apresentando novos episódios de hipoglicemia. Conclusão: A hipoglicemia, caracterizada clinicamente pela “tríade de Whipple”, constitui uma doença com extrema importância clínica, dado o risco de óbito e de lesões neurológicas.
Excetuando os pacientes diabéticos, é uma doença extremamente rara,
que necessita de investigação. A nesidioblastose, descrita por Laidlaw
em 1936, é caracterizada pela hiperplasia das células betapancreáticas,
causando secreção aumentada de insulina. É mais comum na infância.
Pode ser focal (40% dos casos) ou difusa. Existem diversas formas clínicas de apresentação da doença, podendo causar desde hipoglicemia
leve até lesão cerebral e morte.
Diabetes
Trabalhos Científicos
sexo feminino. O tempo de diagnóstico de DM2 foi 11 ± 8,0 anos. A
prevalência de SM permaneceu inalterada durante o período de acompanhamento, sendo de 73,6%, na admissão e 72,6%, após um ano de
acompanhamento (p = 0,97). Em relação à adesão à dieta e à prática
regular de atividade física, o número de indivíduos que modificaram o
estilo de vida também permaneceu inalterado. Os resultados da avaliação clínico-laboratorial podem ser vistos na tabela. Discussão: A prevalência de SM na população estudada foi superior àquela descrita em
outros estudos, possivelmente por se tratar de um centro de tratamento
de DM2 de difícil controle e elevado risco cardiovascular. A melhora do
controle metabólico teve impacto favorável sobre os parâmetros laboratoriais relacionados à SM, conforme descrito em outros estudos. Os
marcadores de obesidade não se modificaram significativamente, refletindo a não adesão às orientações de mudança de estilo de vida e sendo,
possivelmente, uma das causas de não se observarem modificações na
prevalência da SM após um ano de tratamento. Conclusão: A despeito da não adesão ao tratamento não farmacológico, após acompanhamento especializado, houve melhora no controle glicêmico e no perfil
lipídico sugerindo que a intensificação do tratamento do DM2 produz
resultados favoráveis na prevenção da doença macrovascular.
100
PERFIL DE RISCO PARA EVENTOS CARDIOVASCULARES
EM DIABÉTICOS TIPO 2 ATENDIDOS NO SERVIÇO DE
ENDOCRINOLOGIA DO AMBULATÓRIO ARAÚJO LIMA, MANAUS
Buemerad, J. R.¹; Gonzalez, T. G. S.¹; Carvalho, O. A. O.¹; Aranha, A.
B.¹; Coceiro, K. N.¹; Costa, M. C. T.¹; Gomes, L. S.¹; Jezini, D. L.¹
¹ Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Universidade Estadual do
Amazonas (UEA), Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), Fundação
Hospital Adriano Jorge (FHAJ), Manaus, AM, Brasil
Objetivo: Caracterizar o perfil de risco para eventos cardiovasculares de diabéticos tipo 2 atendidos no Serviço de Endocrinologia do
Ambulatório Araújo Lima, em Manaus, AM. Métodos: Estudo descritivo transversal retrospectivo com base na revisão de prontuários
de 181 pacientes diabéticos atendidos no período de abril de 2009
a abril de 2011. Resultados: Dos prontuários analisados, a média da
idade encontrada foi 57,42 anos, sendo a maioria mulheres (72,38%),
59,12% portadores de hipertensão arterial sistêmica (HAS), 26,52%
apresentavam dislipidemia, entre os quais 27,78% eram por hipercolesterolemia (> 200 mg/dl), 44,44% por redução no HDL (70 mg/dl) e
30% por hipertrigliceridemia (> 150 mg/dl). A média da glicemia foi
de 155,64 mg/dl e 25,96% dos pacientes apresentaram hemoglobina
glicada (HbA1c) entre 7,0% e 8,5%. O índice de massa corporal (IMC)
predominante foi de sobrepeso (38,12%), e circunferência abdominal
(CA) média foi de 102,36 cm; da totalidade, 26,52% relatavam cumprir dieta e 41,99% exercer atividade física regular, 5,52% eram tabagistas, 4,97% etilistas. O diagnóstico de diabetes mellitus tipo 2 (DM2) foi
33,7% há menos de 5 anos; 61,33% relatavam história familiar positiva
para DM2 e 13,26% com doenças cardiovasculares (DCV). Discussão: A DCV é importante causa de morte na população diabética, que,
em geral, apresenta diversos fatores de risco que adiantam em 15 anos
a ocorrência de DCV, entre eles, descontrole glicêmico, HAS, dislipidemia aterogênica, obesidade, aumento na circunferência abdominal
e síndrome metabólica. Neste estudo, levantamos os principais fatores
de risco encontrados em pacientes diabéticos atendidos em hospital
público de referência, com e sem DCV descrita, e observamos aumento praticamente em todos. Importante ressaltar que, na maioria,
o diagnóstico de DM2 foi há menos de 5 anos, evidenciando processo
prévio de comprometimento, já descrito nas DCV e DM2. Conclusão: Os fatores de risco associados para DCV são frequentes no DM2,
S236
impondo necessidade de intervenção precoce, abordagens terapêuticas, educativas e profiláticas, reduzindo, com isso, o número de complicações advindas do DM2 ou melhorando o prognóstico das DCV.
101
PERFIL METABÓLICO DOS PACIENTES COM DIABETES
MELLITUS ENCAMINHADOS PARA O SERVIÇO DE
ENDOCRINOLOGIA
Sugita, T. H.¹; Gomes, H. L. F.¹; Yamamoto, M. R. M.¹
¹ Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, Secretaria
Municipal de Saúde de Goiânia, Preceptoria do Internato da Universidade
Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
Introdução: O diabetes mellitus (DM) e a dislipidemia (DLP) aumentam o risco para doença cardiovascular, que, nos diabéticos, é mais
grave e precoce. Além disso, existe uma relação direta entre obesidade,
resistência insulínica e DM tipo 2. Mudanças nos hábitos de vida e adequado controle metabólico e do peso ajudam a prevenir e/ou retardar
as complicações dessas doenças. Objetivo: O objetivo deste estudo é
mostrar o perfil metabólico dos pacientes quando encaminhados para
o especialista. Métodos: Fez-se um estudo observacional, descritivo
do tipo série de casos. A amostra do estudo é de 291 pacientes diabéticos. Buscaram-se, em uma revisão de prontuários, os valores dos
exames laboratoriais que o paciente trazia em sua primeira consulta e
o cálculo do IMC no ambulatório de endocrinologia (“Programa de
Diabetes”) em um Centro Integrado de Assistência Médico-Sanitária
em Goiânia. Resultados: O IMC foi calculado em 219 diabéticos,
sendo que 35,6% apresentavam sobrepeso e 37,4%, obesidade. De 205
pacientes que apresentavam glicemia de jejum (GJ), em 62,4% a GJ >
130 mg/dL. Dos 123 pacientes com resultado de glicemia pós-prandial (GPP), em 63,4% a GPP > 180 mg/dL. Considerando pacientes
> 40 anos que trouxeram exames lipídicos: 62,2% (de 143 pessoas)
possuíam LDL > 100 mg/dL; 35% (de 160 pessoas) possuíam HDL
< 40 mg/dL; e 64,4% (de 163 pessoas) possuíam triglicérides > 150
mg/dl. Discussão: Encontramos 73% dos pacientes acima do peso.
Percebe-se que mais de 63% dos pacientes encaminhados ao ambulatório apresentavam um controle glicêmico acima dos níveis tolerados,
preconizado pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Além disso, encontramos significantes alterações lipídicas, com mais de 62%
dos pacientes com LDL e triglicérides fora das metas preconizadas
(SBD). Sabe-se que a DM descompensada, principalmente associada
com DLP, aumenta a morbimortalidade dos diabéticos. Notou-se que
29,4% dos pacientes com DM encaminhados para o especialista não
trouxeram uma glicemia de jejum e 35,4% não trouxeram lipidograma,
dificultando uma conduta imediata. Conclusão: A população diabética está acima do peso, mal acompanhada e evoluindo gradativamente
para complicações da DM. A grande maioria dos pacientes diabéticos
encaminhados estava metabolicamente descompensada, logo, uma rápida intervenção médica é necessária para reverter esse cenário. No
entanto, devido à falta de exames, a conduta inicial fica restrita ao próximo retorno que pode demorar meses ou nem acontecer.
102
PHYSIOPATHOLOGY OF TYPE 2 DIABETES INITIATED AFTER
SIXTY YEARS OLD AND CHARACTERIZATION OF DIABETICRELATED INCRETINPATHY IN AGING SUBJECTS
Oliveira, M. S.¹; Vasques, A. C. J.¹; Novaes, F. S.¹; Calixto, A. R.¹; Pareja,
J. C.¹; Tambascia, M. A.¹; Geloneze, B.¹
¹ Laboratório de Investigação em Metabolismo e Diabetes, Universidade
Estadual de Campinas (Limed-Unicamp), Campinas, SP, Brasil
Objective: To estimate and separate the impact of aging and diabetes
on the diabetic physiopathology (i.e., insulin sensitivity [IS], beta cell
function and incretin production). Methods: Hyperglycemic clamp
(HC), arginine test and meal tolerance test (MTT) was performed in
50 subjects divided in 26 with normal glucose tolerance [NGT], and
26 with type 2 diabetes (DM) with less than 5 years of disease and taking OADs. Each NGT and DM groups were composed by 12 middleage (MA-NGT and MA-DM) and 13 elderly subjects (E-NGT and
E-DM), with a BMI below 30 kg/m². IS and insulin production were
evaluated by HC and MTT. During 180 minutes MTT, glucagon and
incretins (GLP-1 and GIP) were evaluated. Results: Clamp-derived
insulin sensitivity index (glucose infusion rate – GIR) and MTT-derived indeces (metabolic clearance rate – MCR and oral glucose insulin
sensitivity – OGIS) were reduced in elderly and DM groups compared
with MA-NGT (p < 0.01). IS was similar in MA-DM and E-DM, but
reduced in comparison to Elderly NGT (p < 0.05). Beta cell function (Insulinogenic index, arginine index, and clamp-derived first and
second phase insulin secretion in relation to GIR – First and Second
phase Disposition indexes) were reduced in elderly and DM groups (p
< 0.05). Discussion: In non-obese subjects, diabetic state and aging
impair insulin sensitivity and incretin production independently of one
another. Insulin production is affected by the DM itself, and aging
exacerbates this condition. Aging associated defects superimposed diabetic physiopathology, in special regarding incretin production. Conclusion: The knowledge of complex relationship of aging and glucose
homeostasis in diabetic and non-diabetic subjects could support the
development of physiopathological-based diabetic therapies.
103
POLIRRADICULOPATIA DESMIELINIZANTE INFLAMATÓRIA
CRÔNICA COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL DO DIABETES TIPO 1
Moerbeck, A. E. V.¹; Soffientini, M. G.¹; Chachamovitz, D. S. O.¹;
Rodrigues, R.¹; Candia, A. M.¹; Rodrigues, B. B. B. E.¹
¹ Cemed Care Amil, Niterói, RJ, Brasil
Objetivo: Relatar o caso de uma paciente de 28 anos, com passado de obesidade, sedentarismo e diabetes gestacional, que abriu
quadro de diabetes tipo 1 e neuropatia grave. Métodos: Evoluiu
com diminuição progressiva da força em grupamentos proximais e
distais nos quatro membros, com predomínio em membros inferiores e musculatura proximal; hiporreflexia generalizada e disestesias sem perda de sensibilidade. As hipóteses diagnósticas foram de
neuropatia diabética sensitivo-motora (PND), amiotrofia diabética e
polirradiculopatia crônica desmielinizante inflamatória (CIDP). Os
resultados de anti-GAD e anti-ilhota positivos, além de peptídio C
baixo, confirmaram o diagnóstico de diabetes tipo 1. A eletroneuromiografia demonstrou polirradiculoneuropatia com características
axonais desmielinizantes. Exame do liquor com hiperproteinorraquia. Optamos por pulsoterapia com IgV, considerando CIDP. Iniciamos com 2 g/kg por 5 dias, seguidos de 4 doses de manutenção
(1 g/kg) a cada 3 semanas. Resultados: Após o segundo ciclo de
IgV, houve melhora progressiva ao longo dos primeiros três meses,
com recuperação total da força nos quatro membros, mantendo hiporreflexia difusa. Considerando doença em remissão, foi mantida a
IgV a cada 6 meses. Em paralelo, houve ótimo controle glicêmico
com insulina NPH (0,3 UI/kg pela manhã) e metformina (2 g/
dia), seguido por uma possível fase de lua de mel. As tentativas de
retirada da metformina acompanharam-se de piora das glicemias,
demonstrando forte componente de resistência insulínica. Discussão: A CIDP é a neuropatia crônica autoimune mais comum, com
prevalência de 9/100.000. Pode ser de etiologia primária ou secundária. Estudos demonstram que o curso dos pacientes com CIDP
de etiologia secundária é mais frequentemente crônico-progressivo
e os de etiologia primária, mais surto-remissão, com boa resposta à
terapia com imunoglobulina intravenosa (IgV), corticoide ou ambas. Este caso descreve uma forma particular de concomitância entre
DM e CIDP, com possível superposição das duas formas de DM
e neuropatias. Enfatiza a importância de considerar o diagnóstico
de CIDP sempre que houver déficit motor muito superior à queixa
sensitiva ou quando a terapia para NPD não apresentar resposta ou
piora evolutiva. Conclusão: A IgV parece ser uma excelente opção
para CIPD associada ao DM, a se somar favoravelmente com alguns
relatos existentes na literatura.
104
PREVALÊNCIA DE DISLIPIDEMIA EM CRIANÇAS,
ADOLESCENTES E ADULTOS JOVENS PORTADORES DE
DIABETES MELLITUS TIPO 1
Homma, T. K.¹; Noronha, R. M.¹; Saruhashi, T.¹; Mori, A. P. I.¹; Endo, C.
M.¹; Kochi, C.¹; Calliari, L. E. P.¹
¹ Fundação Hospital Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (FCMSCSP), São
Paulo, SP, Brasil
Introdução: As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade nos pacientes com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) de longa
evolução. Um dos principais fatores envolvidos na fisiopatologia dessa
complicação é a dislipidemia. Objetivo: Avaliar a prevalência de dislipidemia em pacientes com DM1 acompanhados em um serviço de referência endocrinológica. Métodos: Realizou-se estudo retrospectivo,
em que foram analisados prontuários de pacientes portadores de DM1
em acompanhamento em um serviço de referência endocrinológica,
no período de 1998-2011. Foram extraídas e analisadas as seguintes
informações: gênero, idade cronológica no momento da avaliação
(ICA), idade cronológica ao diagnóstico de DM1 (ICD), tempo de
evolução da doença (TE), peso, estatura, índice de massa corporal
(IMC), hemoglobina glicosilada (HbA1c), triglicerídeos (TG) e colesterol total (CT) e frações (HDL e LDL). Após a coleta dos dados, os
pacientes foram estratificados e avaliados em relação ao perfil lipídico
e metabólico de acordo com a faixa etária, zIMC e recomendações
da Diretriz Brasileira de Prevenção de Aterosclerose na Infância e na
Adolescência. Posteriormente, realizou-se análise estatística por meio
do Epi Info e SSP-SP. Resultados: Foram analisados 156 pacientes
(77M/79F), ICA = 16,6 anos (+ 5,7), ICD = 7,2 anos (+ 4) e o TE =
12,9 anos (+ 5,9). Os pacientes foram divididos em grupos de acordo
com a faixa etária: 19 anos = 50. Observou-se que 61,5% dos pacientes
apresentavam alguma forma de dislipidemia; 42,9% tinham aumento do CT; 11,5%, diminuição do HDL; 47,4%, aumento do LDL e
12,2%, elevação de TG. Em relação ao IMC, 132 pacientes estavam
com o zIMC dentro da normalidade, 18 no grupo obesidade+sobrepeso e 6 nos desnutridos. Com relação aos fatores de risco, houve
correlação positiva entre ICA x TG (r = 0,17; p < 0,05). Discussão:
Mudanças no estilo de vida, como o aumento do sedentarismo e maus
hábitos alimentares, com consequente sobrepeso e obesidade, além do
próprio estado hiperglicêmico per si, podem ser fatores contribuintes
para o aumento da prevalência de dislipidemia nessa população. Conclusão: A maioria dos pacientes com DM1 apresentou alguma forma
de dislipidemia, sendo a mais prevalente o aumento de LDL. Observou-se correlação positiva entre a obesidade e o aumento de LDL e
entre a elevação de TG e maior faixa etária e pior controle glicêmico.
S237
Diabetes
Trabalhos Científicos
Trabalhos Científicos
105
PREVALÊNCIA DE DOENÇA RENAL DIABÉTICA ENTRE
PACIENTES ATENDIDOS EM UM CENTRO DE ATENÇÃO
SECUNDÁRIA DA CIDADE DE JUIZ DE FORA, MG
Maddalena, N. C. P.¹; Musse, G. N. V.¹; Bertolin, A. J.¹; Almeida, T. R.¹;
Lanna, C. M. M.¹; Bastos, M. G.¹; Andrade, L. C. F.¹
Diabetes
¹ Centro Hiperdia de Juiz de Fora, Niepen, Universidade Federal de Juiz de Fora
(UFJF), Juiz de Fora, MG, Brasil
Objetivo: Conhecer a prevalência de doença renal diabética nos pacientes encaminhados para o centro de atenção secundária à saúde na cidade
de Juiz de Fora, MG. Métodos: Foram avaliados, retrospectivamente,
os prontuários de todos os pacientes do centro Hiperdia de Juiz de
Fora submetidos a pelo menos um exame de rastreamento para albuminúria. Resultados: 1.548 pacientes foram submetidos a pelo menos
um exame de urina para investigação de albuminúria em sua admissão no Centro. Destes, 820 eram diabéticos, dos quais 227 (30,2%)
tinham macroalbuminúria, 481 ( 64%) microalbuminúria, 44 ( 5,9 %)
normoalbuminúria e 68 não retornaram com exame. A hemoglobina
glicada no início do acompanhamento demonstrava controle metabólico insatisfatório, com HbA1C média de 12,4% em diferentes métodos.
As demais características dos pacientes diabéticos em sua admissão no
Centro encontram-se na tabela. Discussão: A doença renal diabética
(DRD) é uma das complicações mais graves do diabete melito (DM),
afetando aproximadamente 15% a 25% dos pacientes com diabetes tipo
1 e 30% a 40% dos diabéticos tipo 2. Em vários países, a DRD já é a
etiologia mais frequente de doença renal crônica (DRC) com necessidade de diálise ou transplante renal. No Brasil, a DRD é a segunda causa
mais comum de DRC estágio final. Nossa amostra representa pacientes
atendidos em centro de atenção secundária a diabéticos em uso de insulina ou doses máximas de antidiabéticos orais. Encontramos elevada
prevalência de micro e macroalbuminúria, que pode refletir rastreamento tardio dessa complicação na atenção primária à saúde. Conclusão:
Os pacientes diabéticos que já apresentem micro ou macroalbuminúria,
uma vez identificados, poderão beneficiar-se de medidas que visem à estabilização ou mesmo à regressão da doença. O presente estudo atenta
para a necessidade de educação continuada junto à atenção primária à
saúde para a detecção precoce dessa complicação.
106
PREVALÊNCIA DE INTERNAÇÕES POR CAUSAS
MACROVASCULARES EM PACIENTES PORTADORES DE
DIABETES MELLITUS TIPO 2
Paula, C. A.¹; Dallal, M. V. S.¹; Vieira, M. C. C.¹; Valle, P. O.¹;
Paraguassu, B. R.¹; Pereira, N. G. B.¹; Santomauro, A. T.¹; Filho, F. F.¹
¹ Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo (HBPSP), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: A doença macrovascular é uma importante causa de óbito e
ocupa lugar de destaque entre portadores de diabetes mellitus (DM).
Tivemos como objetivo determinar a importância das doenças macrovasculares como causa de internação em portadores de DM e, entre
elas, as mais prevalentes. Métodos: Analisamos, retrospectivamente,
dados clínicos de pacientes acompanhados pelo Serviço de Endocrinologia durante a internação hospitalar, por meio de avaliações solicitadas durante os últimos cinco anos. Selecionamos pacientes portadores de DM2 com diagnóstico de doença macrovascular no início
da internação e coletamos os seguintes dados: gênero, idade, tipo de
doença macrovascular e tempo de acompanhamento intra-hospitalar
pela equipe. Enfocando as causas macrovasculares de internação, os
pacientes foram subdivididos em 3 grupos: Grupo A – Doença cardiovascular, Grupo B – Doença cerebrovascular, Grupo C – Doença
S238
arterial periférica. Resultados: Realizamos levantamento de 1.324
prontuários de pacientes portadores de DM2. Obtivemos a mediana
de idade de 72 anos (25-86). As medianas de idade conforme cada
grupo são: Grupo A – 68 anos, Grupo B – 71 anos e grupo C – 67
anos. Em relação ao gênero, 63,7% eram do sexo masculino. As causas
macrovasculares foram responsáveis por 824 (62,3%) das internações
acompanhadas. Deste total de pacientes, 524 (63,7%) apresentaram
doença cardiovascular (312 mulheres), 146 (17,8%) tiveram doença
cerebrovascular (54 mulheres) e 152 (18,5%) sofreram de doença arterial periférica (46 mulheres). Discussão: Assim como a literatura, nossos dados apontam as doenças cardiovasculares como a principal causa
de internação em portadores de DM2 e, em decorrência da natureza
difusa da aterosclerose nesses pacientes, há também alta prevalência da
doença arterial periférica e doença cerebrovascular. Em nosso estudo,
observamos a prevalência aumentada de diabéticos do sexo masculino com insuficiência arterial periférica, enquanto em mulheres houve
predominância de doença cardiovascular. Na literatura, a doença cardiovascular é mais prevalente no sexo masculino e se mostra de maior
gravidade. Provavelmente em nosso estudo a prevalência foi maior nas
mulheres devido a um perfil mais prolongado da doença. Conclusão:
Ensaios clínicos evidenciam a importância de um tratamento precoce
e agressivo dos múltiplos fatores de risco das doenças macrovasculares,
objetivando a redução das internações por essa causa.
107
PREVALÊNCIA DE LESÃO ARTERIAL CORONARIANA GRAVE
EM PACIENTES COM E SEM SÍNDROME METABÓLICA
Francisco, B. D. S.¹; Campos, A. C. N.¹; Mariani Junior, J.¹; Scalisse, N.
M.¹; Salles, J. E. N.¹
¹ Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (FCMSCSP), São Paulo,
SP, Brasil
Objetivo: Relacionar a prevalência de lesão arterial coronariana grave
em pacientes com e sem síndrome metabólica (SM). Métodos: Trata-se de um estudo analítico, descritivo, com dados obtidos da avaliação de 22 pacientes submetidos ao cateterismo entre maio e julho
de 2012. A SM foi definida de acordo com os critérios da Federação
Internacional sobre Diabetes com a presença de circunferência abdominal > 94 cm em homens e > 80 cm em mulheres e mais dois dos
seguintes: 1- Triglicérides > 150 mg/dl; 2- High density lipoprotein
cholesterol ( HDL) < 40 mg/dl em homens e < 50 mg/dl em mulheres ou uso de estatina; 3-Pressão arterial > 130/85 mmHg ou uso de
anti-hipertensivo; 4- Glicemia de jejum ≥ 110 mg/dl. (Ou DM2).
Serão consideradas graves as lesões coronarianas com obstrução ≥ 70%
na luz vascular em território vascular e moderadas as que apresentarem de 40% a 69%. Os dados foram armazenados e analisados pelo
software Epi Info versão 3.3.2. Foi utilizado teste t de Student. Foram
consideradas significativas as diferenças estatísticas com p < 0,05. Resultados: Foram avaliados 22 pacientes, 13 com SM, 6 mulheres e
7 homens, com 15% apresentando lesão coronariana moderada, 61%
grave e 23% sem lesões, sendo 30% triarteriais e 38%, biarteriais. Entretanto, 9 pacientes não apresentaram SM, 8 homens, 1 mulher, com
55% apresentando lesão coronariana moderada, 22% grave e 22% sem
lesão, sendo 11% lesões triarteriais, 33%, biarteriais. Discussão: A SM
é diagnosticada pela associação de fatores de risco metabólicos para o
diabetes do tipo 2 e doença cardiovascular, como obesidade, dislipidemia e hipertensão. A prevalência mundial está entre 20% e 25% (1,2) e
é elevada em indivíduos com doenças cardiovasculares (3). A SM apresenta grande impacto na doença arterial coronariana, sendo, portanto,
de suma importância o desenvolvimento de estudos que relatem não
só a prevalência da doença aterosclerótica em pacientes portadores de
SM, assim como sua severidade e extensão (4). Conclusão: O presente estudo nos permite concluir que os pacientes com SM apresentaram prevalência maior de lesões arteriais coronarianas graves. Partindo
do princípio que a SM apresenta grande impacto na doença arterial
coronariana, é de suma importância o desenvolvimento de recursos
adequados e mais eficazes para prevenção e tratamento interferindo
positivamente na história natural da doença.
108
PREVALÊNCIA DOS FATORES DE RISCO PARA DIABETES
MELLITUS TIPO 2 EM POPULAÇÃO ATENDIDA EM GOIÂNIA
PELA LIGA ACADÊMICA DE DIABETES DA UFG
Melo, M. C.¹; Dias, N. S.¹; Trindade, D. B.¹; Alves, P. F. M.¹; Oliveira, P. M.¹
¹ Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
Objetivo: Relatar prevalência em porcentagem de fatores de risco para
diabetes mellitus tipo 2 (DM2) em população atendida em parque de
Goiânia, baseada na análise de 175 fichas lá preenchidas. Métodos: Estudo descritivo de fichas preenchidas por alunos de Medicina, Nutrição,
Enfermagem, Farmácia e Odontologia da Liga Acadêmica de Diabetes
da UFG, que colheram dados sobre pressão arterial, glicemia capilar casual, sintomas, antecedentes e fatores de risco para DM2. Resultados: A
análise das fichas revelou 22,86% da população com hipertensão arterial
sistêmica (HAS) diagnosticada, 13,14% compatíveis com HAS estágio 1 e
2,28% HAS estágio 2 e 5,14% com DM, sendo que, destes, 77,78% eram
DM2. Entre a população analisada, 78,28% possuíam familiares com DM,
HAS e/ou doença cardiovascular (DCV) e 17,71% são ou já foram tabagistas. Etilismo ocasional foi presente em 32,57% da população; etilismo
frequente, em 2,28%; 29,71% se mostraram sedentária; 21,71% apresentaram sobrepeso; 9,14%, obesidade grau I; e 2,86%, obesidade grau II.
Entre esses, 54,40% das mulheres apresentaram obesidade abdominal e
41,70% dos homens. Em relação à glicemia capilar, apenas 3 pessoas tiveram glicemia casual acima de 200 mg/dL, sendo que uma não relatou
sintomas clássicos de DM. Discussão: DM é um distúrbio metabólico
crônico de deficiência na ação da insulina que geralmente cursa com HAS,
obesidade e dislipidemia, atinge um número cada vez maior de pessoas
no mundo e suas complicações trazem perdas importantes na qualidade
de vida e encargos exorbitantes para o sistema público de saúde. Os sintomas clássicos de DM2, poliúria, polidipsia, polifagia e perda ponderal não
foram muito recorrentes, mas os fatores de risco da doença apresentaram
valores alarmantes. A HAS aumenta o risco para complicações micro e
macrovasculares, e sua frequência é 2 vezes maior em pacientes diabéticos.
História familiar de DM2 em primeiro grau aumenta de 2 a 6 vezes o risco
de desenvolver a doença e, em caso de história familiar ascendente, o risco
aumenta de 5 a 10 vezes. O tabagismo e etilismo são altos fatores de risco
para DCV. Obesidade e sedentarismo levam à resistência insulínica e a uma
maior predisposição a DM2. Conclusão: A liga de diabetes tem por principal objetivo o desenvolvimento de programas de prevenção primária,
por meio de campanhas de rastreamento e educação em DM, construindo
a consciência do autocuidado e da necessidade de bons hábitos de vida
para prevenir o surgimento e as complicações do DM2.
109
PSEUDO-HIPOGLICEMIA: CAUSA DE GLICEMIA CAPILAR
NÃO CONFIÁVEL SECUNDÁRIA ÀS ALTERAÇÕES NA
MICROCIRCULAÇÃO
Nascimento, P. P.¹; Bomfim, O. C. D.¹; Silva, M. C.¹; Santomauro Júnior,
A. C.¹; Oliveira, T. C. A.¹; Bezerra, M. G. T.¹; Queiroz, M. S.¹; Nery, M.¹
¹ Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Descrever um caso de pseudo-hipoglicemia artefactual em
paciente com alteração na microcirculação periférica. Métodos: Paciente, 57 anos, portadora de esclerodermia com fenômeno de Raynaud e insuficiência renal crônica (IRC) dialítica por vasculite, internada para avaliação de hipoglicemias (glicemias capilares menores que
40 mg/dL), sobretudo durante a hemodiálise (HD) e não associadas a
sintomas característicos. Negava diagnóstico de diabetes mellitus (DM)
e uso de medicações hipoglicemiantes. Evidenciou-se, ao exame físico, esclerodactilia, com absorção de falanges distais, acrocianose, sem
úlceras digitais. Para investigação do quadro, realizaram-se a monitorização contínua da glicemia por 24 horas (CGMS), capilaroscopia,
ultrassonografia (USG) com Doppler de mãos e medidas comparativas
de glicemia capilar e em sítios alternativos. Resultados: Nas sessões de
HD realizadas na internação, foram aferidas glicemias capilares abaixo
de 40 mg/dL, assintomáticas e associadas a valores sanguíneos 1,5 a
2 vezes mais altos, dentro da faixa da normalidade. CGMS mostrou
valores de glicose intersticial entre 80-187 mg/dL, com medidas capilares variando de 40-118 mg/dL, confirmando a discordância entre
os resultados da glicemia capilar e sanguínea e, com isso, o diagnóstico de pseudo-hipoglicemia artefactual. Capilaroscopia demonstrou
microangiopatia, caracterizada por desvascularização difusa e intensa
deleção capilar, compatível com esclerodermia sistêmica, e o USG
Doppler evidenciou estenose maior que 50% na artéria ulnar esquerda, com fluxo presente nas artérias interdigitais bilateralmente. Essas
alterações são possíveis causas para essa pseudo-hipoglicemia artefactual. As medidas de glicemias em sítios alternativos, como em áreas de
antebraço sem alterações cutâneas de esclerodermia, mostraram valores compatíveis aos obtidos nas glicemias venosas. Discussão: Neste
caso de paciente com esclerodermia com fenômeno de Raynaud, a
pseudo-hipoglicemia resultou do aumento da extração de glicose pelos tecidos, devido à lentificação do fluxo na microcirculação digital,
confirmado pela capilaroscopia, USG Doppler de mãos. Conclusão:
Apesar de a glicemia capilar em ponta de dedo ser o local preferencial
para monitorização em diabetes, a presença de alterações na microcirculação leva a estimativas da glicemia capilar errôneas como evidenciado no CGMS. Neste caso, sítios alternativos, como antebraço ou lobo
da orelha, mostraram-se confiáveis.
110
RELAÇÃO ENTRE GLICEMIA CASUAL E CREATININA EM
PACIENTES ATENDIDOS EM EVENTOS REALIZADOS PELO
SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA DA PUC, GO
Rezende, K. N.¹; Oliveira, I. R.¹; Ribeiro, K.¹; Campos, H. A.¹;
Wastowski, I. J.¹; Francescantonio, I. C. C. M.¹; Miranda, T. M. T.¹
¹ Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Goiânia, GO, Brasil
Introdução: O descontrole crônico da glicemia em um paciente diabético é um fator predisponente para o desenvolvimento de nefropatia
diabética. Com o avançar da doença, surgem sinais de insuficiência
renal como a elevação da creatinina no sangue. O presente estudo se
propõe a investigar a associação entre glicemia casual e creatina em
indivíduos residentes no município de Goiânia-Goiás, atendidos em
eventos de extensão da PUC-Goiás, em 2011, considerando os diferentes gêneros. Métodos: Após aprovação no Comitê de Ética, foi
realizado um estudo transversal com 531 pacientes, 66,3% mulheres e
33,7% homens, com idades entre 18 e 83 anos. As variáveis mensuradas foram: sexo, idade, glicemia casual. Resultados: Para as mulheres,
observou-se que 2,8% apresentaram creatinina > 1,2 mg/dl e, destas,
90% possuíam glicemia casual < 200 mg/dl e 10%, glicemia casual
≥ 200 mg/dl. Para os homens, verificou-se creatinina > 1,2 mg/dl
S239
Diabetes
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Diabetes
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em 11,2% e, destes, 95% apresentaram glicemia casual < 200 mg/dl e
5%, glicemia casual ≥ 200 mg/dl. Estatisticamente, verificou-se que as
correlações entre glicemia casual e creatinina não são significativas para
ambos os sexos. Discussão: Os resultados encontrados podem ser justificados por: a glicemia casual ser um exame de triagem, ou seja, um
resultado alterado não significa que o paciente seja diabético e sim que
necessita de uma avaliação específica; a creatinina não é um marcador
específico de função renal, já que depende da massa muscular de cada
paciente e a alteração da creatinina se torna evidente nos estágios finais
da nefropatia diabética. Conclusão: Considerando a tendência crescente de diabetes na população brasileira e sua associação com insuficiência renal, concluímos que exames de triagem mais específicos devem ser realizados nos pacientes diabéticos para o diagnóstico precoce
da nefropatia, sendo recomendada a dosagem de microalbuminúria
anualmente após cinco anos do diagnóstico de diabetes mellitus (DM)
tipo 1 e anualmente após o diagnóstico de DM tipo 2.
111
RELAÇÃO ENTRE HEMOGLOBINA GLICADA E CREATININA EM
PACIENTES ATENDIDOS NA UNIDADE ESCOLA DE SAÚDE DA
FAMÍLIA DA VILA MUTIRÃO EM GOIÂNIA
Francescantonio, I. C. M.¹; Carvalho, B. A.¹; Normanha, L. L.¹; Ribeiro,
K.¹; Rezende, K. N.¹; Pires, B. M.¹; Coutinho, A. C.¹; Francescantonio,
I. C. C. M.¹
¹ Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Goiânia, GO, Brasil
Introdução: Os valores de hemoglobina glicada (HbA1c ) refletem a
glicemia média no intervalo de dois a três meses precedentes à coleta.
É um exame utilizado não só para o diagnóstico como também é um
indicador de maior probabilidade de ocorrer complicações do diabetes mellitus (DM), entre essas a nefropatia diabética (ND). A taxa de
filtração glomerular (TFG) é uma importante ferramenta na análise
da função renal. Para estimar essa taxa, uma das opções rotineiras é
quantificar a concentração de creatinina sérica. O objetivo deste trabalho é avaliar a relação entre hemoglobina glicada e creatinina sérica em pacientes atendidos na Unidade Escola de Saúde da Família
(UESF). Métodos: Foram analisados exames de 110 pacientes atendidos na UESF em abril de 2012. A creatinina foi dosada por métodos
enzimáticos em equipamento automatizado (Selectra E, Vitalab) e a
HbA1c, por HPLC. Os valores de referência para normalidade foram: creatinina (Cr) 0,4 a 1,2 mg/dL e HbA1c > 6,5% (DM), 5,7%
a 6,4% risco aumentado de desenvolver DM. A análise estatística consistiu em uma correlação, pelo teste de Spearman, feita no programa
GraphPad Prism 5.1. Resultados: Do total de pacientes, 66,4% (73)
são mulheres e 33,6% (37), homens. Entre as mulheres, 27,4% (20)
apresentaram HbA1c dentro do valor de risco para desenvolver DM
e 37,7% (29) apresentaram o valor da HbA1c > 6,5%. Em relação aos
homens, 8% (3) estão dentro do grupo de risco para DM, 48% (18),
com valores > 6,5%. Quanto às dosagens de creatinina, 83,6% (61) das
mulheres estavam dentro do valor de referência e 16,4% (12) estavam
acima. Entre os homens, 70,3% (26) apresentavam valores dentro da
referência, 29,7% (11), acima. Na análise estatística, obteve-se uma
correlação positiva entre as mulheres com p = 0,0041 e negativa entre
os homens com p = 0,6163. Discussão: Os dados obtidos mostram
que nas mulheres o aumento dos níveis de HbA1c estão relacionados
com o aumento da creatinina, que é um marcador grosseiro da função
renal, mas é importante para o cálculo da TFG e que deve ser solicitado como critério para prescrição de metformina. O baixo número de
pacientes do sexo masculino explicaria o resultado encontrado. Conclusão: A relação de níveis aumentados de HbA1C e creatinina revela
S240
a utilidade da realização desse exame para rastreamento de complicações diabéticas diante da impossibilidade por condições técnicas ou
econômicas de realizar exames mais sensíveis.
112
ASSOCIAÇÃO DE DIVERSAS DOENÇAS AUTOIMUNES COM
DIABETES AUTOIMUNE LATENTE DO ADULTO: RELATO DE
CASO
Francisco, B. D. S.¹; Campos, A. C.¹; Dias, C. A. R.¹; Scalissi, N. M.¹;
Salles, J. E. N.¹
¹ Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (FCMSCSP), São Paulo,
SP, Brasil
Objetivo: Relatar caso incomum de diabetes latente autoimune do
adulto (LADA) associado a diversas doenças autoimunes com bom
controle glicêmico ao uso de metformina. Métodos: Coletamos dados e exames do prontuário da paciente. Resultados: P.V.S., 31 anos,
branca, solteira, iniciou quadro de diarreia crônica há 12 anos, sendo
diagnosticada doença de Crohn em uso de mesalazina. Evoluiu com
cansaço, xerose cutânea, ganho de peso e perda capilar, sendo diagnosticada com hipotireoidismo, em uso de levotiroxina. Apresentou
manchas hipocrômicas em nádegas, mãos e região Peri-labial há 8
anos, sendo diagnosticado vitiligo. Há 7 anos apresentou dor abdominal intensa em região de hipocôndrio direito associado a icterícia,
FAN e anticorpo antimúsculo liso positivo. Realizou biópsia hepática
e foi diagnosticada hepatite autoimune. Há 2 anos evoluiu com polifagia, polidipsia, poliúria e hiperglicemia com anti-GAD positivo, sendo
diagnosticada com diabetes (LADA) em uso de metformina com bom
controle glicêmico. Discussão: O termo diabetes autoimune latente do
adulto foi introduzido por Tuomi e Zimmet para definir pacientes diabéticos adultos que não requeriam insulina inicialmente, mas que apresentavam autoanticorpos contra as células-beta e progressão mais rápida
para insulino-dependência (1). Embora a presença de qualquer um dos
anticorpos (IAA, IA2, ICA, GADA) indique autoimunidade em adultos diabéticos, a solicitação do anti-GAD é necessária e, na maioria das
vezes, suficiente (2,3). Apresentamos um caso de LADA associado a
diversas doenças autoimunes, incomum na literatura. Conclusão: O
LADA deve ser analisado como uma entidade clínica diferente do diabetes tipo I e tipo II, embora apresente características de ambos os tipos. Esse caso demonstra que, apesar de inúmeras doenças autoimunes,
a paciente apresenta 31 anos e possui características e forma de tratamento compatível com os dois tipos de diabetes citados anteriormente.
113
USO ESPONTÂNEO DE INFUSÃO DE PLATHYMENIA
RETICULATA: RELATO DE CASO
Magalhães, F. O.¹; Uber-Buceck, E.¹; Ceron, P. I. B.¹; Name, T. F.¹;
Honorato, L. G. C.¹; Silva, J. S. P.¹; Amuy, F. F.¹
¹ Universidade de Uberaba, Uberaba, MG, Brasil
Objetivo: Este trabalho tem como objetivo relatar um caso de uso espontâneo da planta Plathymenia reticulata, no ano de 2010, em paciente diagnosticado com diabetes mellitus (DM) e dislipidemia, analisando
a evolução dos parâmetros laboratoriais. Métodos: Avaliação laboratorial do paciente em questão antes, durante e após uso de infusão aquosa
da planta Plathymenia reticulata. Resultados: Ao diagnóstico, o paciente estava com glicemia de jejum de 142 mg/dL; ácido úrico de 8,3
mg/dL; colesterol total de 274 mg/dL e triglicérides de 548 mg/dl.
Com 13 dias de uso de infusão da planta, tivemos glicemia de jejum de
115 mg/dL; ácido úrico de 7,2 mg/dL; colesterol total de 171 mg/
Trabalhos Científicos
114
DIABETES FLATBUSH: RELATO DE CASO
Tonial, C. C.¹; Oliveira, K. M. A.¹; Normando, A. P. C.¹; Roberto, M. S.¹;
Moraes, D. R.¹; Renck, A. C.¹
¹ Hospital Santa Marcelina (HSM), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Relatar caso paciente com diabetes flatbush. Métodos: Para
o diagnóstico, foram necessários apenas acompanhamento clínico e
exames laboratoriais. Resultados: M.C.G, 24 anos, sexo feminino,
negra, deu entrada no PS do HSM na cidade de São Paulo no dia
5/4/09 com rebaixamento do nível de consciência, desidratada, e
dextro de 587. Perda de peso em torno de 9 kg associada a polifagia
e poliúria há 2 meses. Negava comorbidades, sobrepeso com IMC de
28,6 ( P 77 kg). Tia materna com DM tipo 2. Exames laboratoriais
da entrada: gasometria (ph 6,722, pCO2 13,8, HCO3 1,7, BE -30),
ureia 29,4, creatinina 1,38, sódio 145, potássio 3,36. Evolução: paciente foi mantida na UTI durante 11 dias, permaneceu em ventilação
mecânica durante 8 e evoluiu com insuficiência renal necessitando de
três sessões de hemodiálise. Recebeu alta dia 24/4/09 com insulina
NPH 12 UI pela manhã e enalapril 20 mg/dia. Manteve acompanhamento ambulatorial. O uso de insulina foi suspenso após 1 ano
e iniciada metformina. A metformina foi suspensa dia 18/7/10 de
acordo com os seguintes exames: Hba1C 5,7% e glicemia de jejum
100 mg/dl. Apresentava anticorpos anti-GAD, anti IA2 e anti-insulina
negativos. Discussão: Na maioria das vezes, a apresentação clínica do
DM nos permite classificar os pacientes em DM tipo 1, DM tipo 2 ou
diabetes gestacional. Em alguns casos, entretanto, a classificação adequada da doença pode ser um pouco mais complexa e necessitar acompanhamento evolutivo. Neste relato, descrevemos o caso de uma paciente adulta jovem, com DM diagnosticado por meio de um episódio
de CAD, complicação aguda considerada classicamente como característica do DM tipo 1, que, após a reversão desse quadro, apresentou
curso clínico compatível com DM tipo 2, autoanticorpos negativos.
Esse tipo de evolução configura a presença de um subtipo peculiar
de DM denominado diabetes flatbush. A causa do aparecimento de
CAD nesse subgrupo parece estar associada a uma queda transitória da
função pancreática endócrina. Conclusão: Este caso demonstra que
devemos estar alertas para o fato de que casos de CAD em adultos nem
sempre se tratam de DM tipo 1.
115
RESPOSTA AO USO DE GLP-1 MIMÉTICO EM INDIVÍDUOS
COM DIABETES TIPO 2 CARREADORES DE POLIMORFISMO
NO TCF7L2
Ferreira, M. C.¹; Silva, M. E. R.¹; Fukui, R. T.¹; Arruda-Marques, M. C.¹;
Correia, M. R.¹; Santos, R. F.¹
¹ Laboratório de Carboidratos e Radioimunoensaio, Hospital das Clínicas,
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo,
SP, Brasil
Objetivo: O TCF7L2 (Transcription Factor 7-Like 2) é um fator de
transcrição que participa da via Wnt, desempenha um papel importante na proliferação das células β, secreção de GLP-1 e de insulina. Tem sido bem demonstrada a associação entre polimorfismos no
gene TCF7L2 e diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Portanto, o presente
estudo teve objetivo de avaliar o padrão de resposta hormonal ao
exenatida, GLP-1 mimético, mediante a realização de um teste de
refeição mista em portadores dos genótipos CC e TT no rs 7903146
do gene TCF7L2. Métodos: Foram genotipados 153 indivíduos
(57 anos ± 7,6, IMC 30,5 ± 5,1 kg/m²) com DM2. Os resultados
correspondem ao estudo de 35 pacientes, sendo 23 CC e 12 TT,
que realizaram teste da refeição mista, antes e após o tratamento com
exenatida por 8 semanas. Durante o teste, amostras de sangue foram obtidas nos tempos 0, 15, 30, 45, 60, 90, 120, 180, 240 min,
para avaliação de glicose, insulina, pró-insulina e glucagon. As curvas
foram comparadas usando ANOVA. Resultados: Na população estudada, o subtipo selvagem (CC) esteve presente em 36%, e os genótipos de risco CT em 40,7% e TT em 9,6% dos pacientes. Verificamos
que os carreadores CC e TT apresentaram redução semelhante das
concentrações plasmáticas de glicose após o tratamento. Discussão:
De acordo com nossos achados, acredita-se que um dos importantes
mecanismos envolvidos na fisiopatologia do DM2 nos portadores do
alelo T seja a redução da sensibilidade à insulina. Já foi demonstrado
que indivíduos portadores do alelo T podem apresentar uma redução
na sensibilidade à insulina aliada à falha das células beta em compensar
totalmente o grau de resistência à insulina, proporcionando adicionais
evidências de que os problemas que relacionam o TCF7L2 ao DM2
estão em ambos os mecanismos. Conclusão: Esses dados preliminares sugerem que os indivíduos com DM2 portadores do genótipo TT
no rs7903146 do TCF7L2 respondem ao GLP-1 mimético principalmente devido ao seu efeito na melhora da sensibilidade à insulina.
Entidade financiadora: Fundação Apoio à Pesquisa do Estado de São
Paulo (Fapesp).
116
RISCO PARA HIPOGLICEMIA EM IDOSOS COM DIABETES TIPO
2 TRATADOS COM ANTIDIABÉTICOS ORAIS
Pereira, N. G. B.¹; Filho, F. F.¹; Santomauro, A. T.¹; Dallal, M. V. S.¹; Costa,
P. S.¹; Paraguassu, B. R.¹; Vieira, M. C. C.¹; Contrucci, A. C.¹
¹ Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo (HBPSP), Faculdade de
Medicina do ABC (FMABC), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Este estudo examinou as taxas de hipoglicemia e fatores de
risco entre os idosos com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) em uso de
antidiabéticos orais (ADOs). Métodos: Seiscentos e sessenta e nove
pacientes com DM2 (idade ≥ 65 anos) acompanhados no Serviço de
Endocrinologia do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo e
na Faculdade de Medicina do ABC foram avaliados no período de
março de 2007 a março de 2011. Os pacientes selecionados foram
classificados nos seguintes grupos de acordo com o tratamento que vinham recebendo: Grupo 1 – monoterapia, que podia ser sulfonilureia
S241
Diabetes
dL e triglicérides de 113 mg/dl. Após 27 dias do uso da planta, os resultados dos exames foram: glicemia de jejum de 73 mg/dL; ácido úrico de 5,9 mg/dL; colesterol total de 133 mg/dL e triglicérides de 103
mg/dl. Paciente relatou perda ponderal de 11 kg, durante o uso da infusão e intolerância ao sabor amargo e forte que a infusão apresentava.
Discussão: O uso popular da planta Plathymenia reticulata vem sendo
relatado, e seu uso experimental comprova efeito de controle glicêmico
em animais diabéticos (Magalhães FO et al., 2011). Entretanto, não
havia relato do uso terapêutico em seres humanos. Nesse relato, descrevemos o uso espontâneo na forma de infusão da casca da árvore da
Plathymenia reticulata, três vezes ao dia, sem associação com nenhum
outro medicamento, somente com dieta específica. O paciente teve
diagnóstico de DM e dislipidemia cinco dias antes do início do uso da
infusão. Houve alteração significativa, em 27 dias, dos parâmetros avaliados (glicemia de jejum, ácido úrico, colesterol total e triglicérides).
Além de resultados comprovados laboratorialmente, o paciente refere
efeito anorexígeno e perda significativa de peso. Conclusão: Podemos
observar que o uso da infusão de Plathymenia reticulata associado à
dieta específica teve resultados significativos na glicemia de jejum, ácido
úrico, colesterol total, triglicérides, e peso do indivíduo.
Diabetes
Trabalhos Científicos
(SU), metformina (MET), tiazolidinedionas (TZDs) ou inibidores
DPP IV (DPP IV), e Grupo 2 – terapia combinada, que era MET+SU, MET+TZDs ou MET+DPPIV. As taxas de hipoglicemia durante
os 48 meses foram avaliadas em cada um dos grupos acima relatados.
Resultados: A distribuição dos pacientes era a seguinte: com monoterapia SU = 107, MET = 254, TZD = 13, DPP IV = 14 e terapia combinada com MET+SU = 220, MET+TZDs = 16 ou MET+DPPIV =
45. Entre os pacientes em monoterapia, os que recebiam DPPIV e
MET como monoterapia apresentaram as menores taxas de hipoglicemia nos 34 meses de acompanhamento (0,8% e 1%, respectivamente)
em comparação com pacientes em uso de SU (14%). Pacientes que
receberam a terapia combinada com SU apresentaram as maiores taxas
de hipoglicemia (18%). Discussão: Na análise multivariada, a monoterapia com DPP IV (Risco Relativo [RR] = 0,82). Conclusão: Em
uma população de idosos com DM2, o risco de hipoglicemia varia de
acordo com o tipo de antidiabético oral. A monoterapia com MET e
DPPIV foi associada com riscos mais baixos ao longo do estudo, em
comparação com SU (tanto em monoterapia ou combinação). Este estudo comprova os dados atuais que mostram que, em pacientes idosos,
o uso de sulfonilureias deve ser revisto pelo elevado risco de hipoglicemia, principalmente nos mais idosos e portadores de comorbidades.
117
SERUM 25-HYDROXYVITAMIN D LEVELS AND PREDIABETES
AMONG BRAZILIANS WITH INCREASED RISK OF DEVELOPING
TYPE 2 DIABETES
Giorelli, G. V.¹; Saado, A.¹; Matos, L.¹; Dias, C. B.¹
¹ Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, IAMSPE, FMO, São Paulo,
SP, Brasil
Objective: Our aim was to analyze serum vitamin D in subjects free of
diabetes with increased risk of T2DM and its correlation with glucose
metabolism in the city of São Paulo. Methods: We performed the
measurement of 25(OH)D in 53 subjects with risk for T2DM (43
prediabetes) in an outpatient internal medicine clinic. Prediabetes was
defined as fasting glucose of 100-125 mg/dl or glucose concentration of 144-199 mg/dl two hours after ingestion of 75 g of glucose.
Increased risk for T2DM was defined as one or more of the following
characteristics: body mass index (BMI) ≥ 25 kg/m², first-degree relatives with T2DM, blacks, Asian, Hispanic American, gestacional diabetes, hypertension, HDL > 35 mg/dL, triglycerides > 250 mg/dL.
Results: Prediabetes and control group had not difference between
age (66.4 ± 10.6 vs. 62.6 ± 9.1 years), gender distribution (52.6 vs.
73.3% of female) and BMI (30.1 ± 4.61 vs. 27.9 ± 4.7 kg/m²). Low
serum levels of 25 OHD were found in both groups, without difference between them (29.1 ± 11.8 vs. 26.87 ± 9.2 ng/dL). There
was no correlation between vitamin D with clinical or laboratorial
variables. Discussion: Several clinical studies have evaluated the role
of low serum 25-hydroxyvitamin D (25OHD) in the pathogenesis
of type 2 diabetes (T2DM) with controversial results. Prediabetes is
a continuous stage to T2DM whereas metabolic process has already
been started. One study has look into prediabetes and 25OHD in a
US population. There are very few studies with prediabetes and vit
D in the world, there is none in south American countries. Despite
of the small sample this study show new data in an area with lack
of information. Conclusion: Vitamin D deficiency and its impact in
diabetes is an emerging area, more studies are needed to conclu the
25(OH) D role in T2DM pathogenesis, once it could prevent or delay
T2DM onset.
S242
118
SÍNDROME DE MAURIAC: RELATO DE CASO E REVISÃO DE
LITERATURA
Jorge, A. S. R.¹; Barros, J. A. S.¹; Freire, R. A. C.¹; Sansana, L. R. Z.¹;
Martins, D. M. C.¹; Reis, G. M. C.¹
¹ Universidade Federal do Tocantins (UFT), Palmas, TO, Brasil
Objetivo: Relatar caso de paciente portadora de diabetes mellitus tipo
1 (DM1) que evoluiu com características clínicas e laboratoriais compatíveis com a síndrome de Mauriac. Métodos: Realizou-se revisão de
prontuários e bibliográfica em bases de dados para pesquisa médica.
Resultados: EJSR, 16 anos, sexo feminino, com diagnóstico de DM1
desde 2007, quando iniciou insulinoterapia. Evoluiu com dificuldade
de controle glicêmico e déficit de desenvolvimento estatural e puberal.
Em abril de 2011, foi internada com dor abdominal, náuseas, diarreia
e astenia, e negava febre. Encontra-se em amenorreia primária, Tanner
M2P3 e idade óssea de 13 anos. Estatura de 135 cm (p50 para 9,5
anos), pesa 34 kg (p50 para 10,5 anos) e IMC de 18,9 kg/m². Não há
déficit neuropsicomotor. O abdome era globoso, doloroso à palpação
em hipocôndrio direito e fígado palpável a 4 cm do rebordo costal
direito. A análise laboratorial revelou: glicemia de jejum de 300 mg/
dL; HbA1c de 12,3%; IGF-1 de 73 ng/ml; TGO de 89 U/L; TGP
de 83 U/L. Os marcadores de hepatite viral foram negativos e antiHBS de 129,6 U/L. Apresenta história de seis internações associadas
à cetoacidose diabética. No acompanhamento ambulatorial, as funções renais e tireoidiana encontravam-se normais, HbA1c manteve-se
elevada e o IGF-1 manteve-se reduzido. Discussão: A síndrome de
Mauriac, apresentação rara de DM1, caracteriza-se pela presença de
DM1 de difícil controle de longa evolução, hepatomegalia e retardo
de crescimento. A situação epidemiológica dessa síndrome não está
definida na literatura pelo pequeno número de casos descritos. Os
principais achados são hepatomegalia, dor em flanco direito, náuseas
e vômitos; déficit pôndero-estatural; controle glicêmico inadequado
de longa data e diminuição dos níveis séricos e da atividade do IGF-1.
Outros achados possíveis são dislipidemia, atraso puberal, características cushingoides, obesidade e elevação de transaminases. O diagnóstico é baseado na história clínica, exame físico e exames laboratoriais,
no entanto, não há marcadores específicos dessa doença, sendo muitas
vezes necessário o auxílio de métodos de imagem e biópsia. O diagnóstico precoce é de grande importância para início de insulinoterapia
adequada, levando a um melhor prognóstico e controle de complicações dessa síndrome, como retinopatia e nefropatia. Conclusão:
As características clínicas, laboratoriais e da evolução da paciente são
compatíveis com os dados disponíveis na literatura médica atual que
confirmam se tratar de síndrome de Mauriac.
119
SÍNDROME DE MAURIAC: O MAL CONTROLE DO DM TIPO 1
COMO SINAL DE ALERTA DIAGNÓSTICO.
Moreira, A. L.¹; Rocha, D. R. T. W.¹; Arbex, A. K.¹
¹ Instituto de Pesquisa e Ensino Médico de Minas Gerais (IPEMED), Belo Horizonte,
MG, Brasil
Objetivo: O diabetes mellitus Tipo 1 (DM1) é uma doença endócrinometabólica de domínio médico amplo. Porém, é importante considerar
um sinal de alerta: o mau controle glicêmico do DM1, um dos ramos
da tríade diagnóstica da síndrome de Mauriac (SM), que se apresenta associado a hepatomegalia e retardo do crescimento. Estima-se que
1:2.500 crianças < de 5 anos e 1:300 pessoas < de 18 anos são portadoras dessa doença, mas a real incidência ainda é desconhecida por subno-
tificações ou falta de diagnósticos. Métodos: A.R.M., sexo feminino,
15 anos, portadora de DM1 há 8, diagnóstico de SM há 2, pós-internação hospitalar por cetoacidose e sequelas hepáticas; e P.S.R.M., sexo
masculino, 13 anos, portador de DM1 há 2, irmãos por parte de mãe,
residentes em Ribeirão das Neves, MG, procuraram o ambulatório, por
falência no controle glicêmico e, então, um plano de cuidados individual foi traçado: controle periódico de altura, peso e desenvolvimento
sexual, exames complementares e de imagem, monitorização sistemática da glicemia capilar em diário anotado, educação alimentar e do uso
intensivo de insulina multidoses. Resultados: Ao se avaliar A.R.M.,
detectaram-se hemoglobina glicada (A1c), nos últimos 2 anos de 10%,
menarca há um ano, estatura (< - 2,5 DP), Us e TC com alterações
hepáticas; já no irmão, sem controle médico após diagnóstico de DM1,
manifestações clínicas e os exames: TSH normais; Hba1c: 8,1% (2010)
e 18,6% (2012), hipercolesterolemia (230 mg/dl), fígado palpável e
doloroso, atraso puberal, altura < - 2,5 DP e abaixo do canal de crescimento, quando, então, foi diagnosticado SM. Para seguimento, foram
pedidos US abdominal, Rx de idade óssea e dosagens de IGF-1, IGFBP-3, GH. A monitorização multiprofissional e a educação multidoses de insulina têm demonstrado controle glicêmico promissor, sendo
o objetivo terapêutico no irmão a intervenção na estatura final possível
e, na irmã, evitar piora prognóstica hepática. Discussão: O diagnóstico
de SM é eminentemente clínico, sendo a anamnese e o exame clínico
fundamentais. O mau controle glicêmico do DM1 e marcadores como
HBA1C, função hepática, níveis séricos de IGF-1, GH, US abdominal,
Rx de idade óssea, alterados, associam fortemente a presença daquela
síndrome e determinam um prognóstico, com sequelas hepáticas, em
crescimento, desenvolvimento sexual, comprometendo qualidade de
vida, quanto mais tardia a intervenção terapêutica. Conclusão: Nos
casos de mau controle glicêmico do DM1, o médico deve alertar-se à
possibilidade diagnóstica de SM de forma precoce.
120
SÍNDROME DE WOLFRAM: RELATO DE CASOS
Nunes, M. N.¹; Esperidião, A. C.¹; Guedes, J. T.¹; Santos, K. D.¹; Silva, A.
E.¹; Jorge, M. L. M. P.¹; Jorge, P. T.¹
¹ Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, MG, Brasil
Objetivo: A síndrome de Wolfram (SW) ou DIDMOAD (do inglês,
diabetes insipidus, diabetes mellitus, optic atrophy, deafness) é uma doença neurodegenerativa, de herança autossômica recessiva, com incidência estimada de 1:770.000 nascidos vivos. O presente relato tem como
objetivo descrever dois irmãos portadores de SW atentando para a
raridade e importância do diagnóstico. Métodos: Trata-se do relato
de dois casos realizados por meio de revisão de prontuários, acompanhamento dos pacientes e levantamento bibliográfico. Resultados:
Pacientes masculinos, irmãos, um de 18 anos, outro de 16 anos. O
primeiro com diagnóstico de diabetes mellitus (DM) desde os 3 anos
e o segundo desde os 6 anos, sem história familiar de diabetes. Ambos
abriram o quadro com polidipsia e poliúria, porém nunca apresentaram cetoacidose diabética. Foi evidenciado, no primeiro, ao exame oftalmológico, atrofia de nervo óptico bilateral, sem sinais de retinopatia
diabética. O exame de urina rotina mostrou densidade urinária baixa.
Audiometria detectou hipoacusia moderada. Ressonância magnética
de encéfalo mostrou redução do sinal do nervo óptico; atrofias da região hipotalâmica, tronco cerebral, cerebelo e córtex cerebral; além
de ausência de sinal da neuro-hipófise. A mãe dos pacientes possui
alteração psiquiátrica caracterizada como esquizofrenia. O irmão de 16
anos apresentou, à avaliação oftalmológica, palidez de papila bilateral
com atrofia perinervo à esquerda. Apresenta densidade urinária baixa
e hipoacusia leve a moderada à audiometria e imitanciometria. Ambos possuem anti-GAD negativo e ultrassonografia renal com ectasia
de pelve e vesical. Discussão: O diagnóstico da SW é essencialmente
clínico e baseado na presença obrigatória de DM insulino-dependente e atrofia do nervo óptico. Os pacientes também podem apresentar
diabetes insípido central, surdez neurossensorial, alterações do trato
urinário e distúrbios psiquiátricos. O diabetes é resultado de uma deficiência de insulina de etiologia não autoimune. A cetoacidose geralmente não ocorre durante evolução do diabetes, bem como há uma
baixa prevalência de complicações crônicas. Conclusão: O diagnóstico
precoce da SW é importante para melhorar o prognóstico, antecipar
complicações e, consequentemente, reduzir a morbidade e mortalidade. O acompanhamento deve ser estendido aos familiares diretos, tendo em vista o risco aumentado da ocorrência de distúrbios psiquiátricos e DM entre os portadores heterozigotos da síndrome de Wolfram.
121
TEMPO DE INTERNAÇÃO DE DIABÉTICOS E NÃO DIABÉTICOS
INTERNADOS EM ENFERMARIAS DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS
DE TERESÓPOLIS COSTANTINO OTTAVIANO
Naliato, E. C. O.¹; Lima Júnior, M. P.¹; Spinola, E. A.¹
¹ Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), Hospital das Clínicas de
Teresópolis Costantino Ottaviano (HCTCO), Teresópolis, RJ, Brasil
Objetivo: Avaliar o tempo de internação de pacientes diabéticos e não
diabéticos internados nas enfermarias do Hospital das Clínicas de Teresópolis Constantino Ottaviano (HCTCO). Métodos: Estudo seccional com a análise de dados de 76 pacientes internados na enfermaria
de clínica médica do HCTCO. Foram coletados os dados relativos
a idade, sexo, tempo de internação, histórico patológico pregresso,
motivo da internação hospitalar e dosagem de glicemia de jejum dos
pacientes. Resultados: Dos 76 pacientes internados (44,7% homens
e 55,3% mulheres), 50% eram diabéticos. A prevalência de diabetes
mellitus correspondeu a 59,5%, nas mulheres, e 38,2%, nos homens.
O principal motivo de internação de diabéticos foram as complicações cardiovasculares. Os pacientes diabéticos ficaram uma média de
10,9 dias internados a mais que pacientes não diabéticos, e a principal
causa de internação desses pacientes foram complicações cardiovasculares. Não se encontrou correlação entre a média das glicemias obtidas
durante a internação e o tempo em que os diabéticos permaneceram
internados. Discussão: A maior duração de internação observada em
pacientes diabéticos do HCTCO mediante a comparação com os não
diabéticos se encontra em concordância com os dados disponíveis na
literatura. Os diabéticos apresentam cicatrização lentificada, diminuição da resposta imunológica e estão mais suscetíveis à infecção hospitalar. Conclusão: Confirmando dados da literatura, no HCTCO,
pacientes diabéticos permaneceram internados por um maior tempo
que pacientes não diabéticos, gerando maior ônus financeiro para o
município. Esse dado reforça a necessidade de prevenção das complicações do diabetes, especialmente as cardiovasculares.
122
TIREOPATIAS EM PACIENTES DIABÉTICOS TIPO 2:
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS, LABORATORIAIS E FATORES DE
RISCO ASSOCIADOS
Pereira, L. S. B.¹; Lorente, A. C.¹; Parisi, M. C. R.¹; Tambascia, M. A.¹;
Minicucci, W. J.¹; Zantut Wittmann, D. E.¹; Pavin, E. J.¹
¹ Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas
(FCM-Unicamp), Campinas, SP, Brasil
Objetivo: Determinar a prevalência de tireopatias em pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2 (DM2) correlacionando-a às carac-
S243
Diabetes
Trabalhos Científicos
Diabetes
Trabalhos Científicos
terísticas clínicas e laboratoriais e à presença de complicações crônicas
do DM. Métodos: Estudamos 79 diabéticos: 39m/40h, idade: 64,6
± 10,4a, idade de início DM: 47,8 ± 11,6a, tempo DM: 16,9 ± 6,8,
HBA1c: 8,5% ± 1,6, IMC: 29,6 ± 3,2, atendidos de forma consecutiva, por meio de dosagens séricas de T4L, T3L e TSH, pesquisa
de anticorpos antiperoxidase (AATPO) e antitireoglobulina (AATG) e
presença de bócio ao exame físico. Drogas que interferissem na função
tireoidiana constituíram critérios de exclusão para o estudo. Resultados: Os valores de T4L, T3L e TSH foram: 1,37 ± 0,22; 0,33 ±
0,22 e 3,45 ± 3,74. Anticorpos antitireoidianos foram positivos em
26,6% dos pacientes, prevalecendo os anti-TPO. Disfunção tireoidiana
ocorreu em 34% dos diabéticos, sendo: 16,4% hipotireoidismo subclínico, 13,9% hipotireoidismo clínico, 2,5% hipertireoidismo subclínico
e clínico 1,2%. A análise comparativa entre pacientes com (n = 27)
e sem DT (n = 59) revelou associação estatisticamente significativa
com: gênero feminino (p = 0,027), tempo DM (p = 0,031), IMC (p =
0,001) e positividade para ACTPO. Discussão: Pacientes portadores
de DM apresentam maior prevalência de DT, sobretudo os diabéticos
tipo 1 (autoimunidade). Mas no DM2 os dados sobre tireopatias ainda
são conflitantes. Nosso estudo evidenciou alta taxa de DT em diabéticos tipo 2, prevalecendo hipotiroidismo subclínico, seguido do clínico,
a maioria assintomática. Os fatores mais fortemente associados à DT
foram: AATPO, gênero feminino, tempo DM e IMC. Conclusão: Tireopatias, sobretudo hipotiroidismo subclínico e clínico, são altamente
prevalentes em diabéticos tipo 2. O principal fator de risco associado à
presença de DT foi o IMC elevado. Esses achados apontam para possível investigação periódica funcional da tireoide no DM2.
123
TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL E RISCO DE
DIABETES
Pereira, N. G. B.¹; Filho, F. F.¹; Santomauro, A. N.¹; Dallal, M. V. S.¹;
Costa, P. S.¹; Correa, R. C.¹; Paula, C. A.¹; Vieira, M. C. C.¹
¹ Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo (HBPSP), Faculdade de
Medicina do ABC, São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: O uso de diuréticos e betabloqueadores está associado com
risco aumentado para o desenvolvimento de diabetes mellitus (DM)
tipo 2. Métodos: Foram avaliados e acompanhados, por cinco anos,
182 pacientes portadores de hipertensão arterial e não portadores de
DM, em monoterapia com betabloqueadores ou diuréticos, quanto
ao risco de desenvolver DM. Resultados: Desses pacientes, 48 usavam betabloqueador e 54, diuréticos. Do total de pacientes, 80 necessitaram uma segunda medicação para controle adequado das cifras
tensionais (foram utilizados inibidores de ECA ou bloqueadores dos
receptores da angiotensina II [BRA]). A presença de DM foi avaliada em cada visita ao longo do acompanhamento nos cinco anos. O
risco para desenvolver DM associado ao uso de betabloqueadores ou
diuréticos foi avaliado com o uso da regressão de Cox, ajustando-se
para cinco covariáveis, e foi avaliado se esse risco foi modificado após
o uso de inibidores de ECA ou BRA. Dos 182 pacientes sem diabetes
no início do estudo (131 homens/com idade média de 62,33 ± 7,23
anos), 28 desenvolveram diabetes ao longo do período de observação.
Discussão: Nas análises estatísticas, BB e uso de diuréticos foram associados com um risco aumentado para o desenvolvimento de DM (BB
HR 2.2, diurético HR 1.8). A associação de um inibidor de ECA ou
BRA diminuiu o risco de desenvolvimento de DM nos dois grupos,
com significado estatístico nos dois grupos (HR 1.15 e 1.22, respectivamente). Conclusão: Em resumo, o uso de betabloqueadores e diuréticos foi associado com risco aumentado para desenvolver DM e esse
S244
risco foi reduzido em pacientes tratados concomitantemente com um
inibidor da ECA ou BRA. Esses dados sugerem que, no tratamento da
hipertensão arterial, a combinação contendo um inibidor da ECA ou
BRA pode diminuir o risco de alterações da glicose observados com os
diuréticos e betabloqueadores.
124
USO DE BOMBA DE INFUSÃO DE INSULINA EM PACIENTE
PORTADOR DE DIABETES MELLITUS TIPO 1 E ESCLEROSE
SISTÊMICA: RELATO DE CASO
Pereira, L. S. B.¹; Moma, C. A.¹; Gurgel, A.¹; Minicucci, W. J.¹; Moura
Neto, A.¹; Parisi, M. C.¹; Pavin, E. J.¹
¹ Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas
(FCM-Unicamp), Campinas, SP, Brasil
Objetivo: Relato de caso de paciente com esclerose sistêmica, dificuldade de aplicação de insulina e controle insatisfatório do diabetes
mellitus tipo 1 (DM1). Métodos: Relato de caso, P.R.J.O., sexo feminino, branca, 40 anos, portadora de DM1 há 22 anos. Nesse período, desenvolveu hipotiroidismo de etiologia autoimune (tireoidite
de Hashimoto) e doença celíaca. Há 4 anos, desenvolveu quadro de
esclerose sistêmica fazendo uso de D-penicilamina e diltiazem. Até julho de 2011, a paciente vinha em uso de insulinoterapia convencional
esquema basal-bolus 0,93U/kg/dia, em quatro aplicações diárias, hemoglobina A1c (HbA1c) em torno de 9,1% e importante labilidade
glicêmica, com episódios frequentes de hipoglicemias, sendo descartado o diagnóstico de insuficiência adrenal. Há três anos, evoluiu com
dificuldade para realização de glicemia capilar devido a espessamento
da pele das mãos, com agravamento do quadro, sendo que nos últimos
dois anos começou a apresentar dificuldade progressiva para aplicação
de insulina. Em janeiro de 2011, evoluiu com formação de abscesso
em região de coxa direita de aproximadamente 2 cm, doloroso, com
aumento de temperatura local necessitando de internação hospitalar
para antibioticoterapia e drenagem cirúrgica. Posteriormente, observaram-se vários microabscessos em locais de aplicação de insulina. Por
esses motivos, optou-se por iniciar terapia com Bomba de Infusão de
Insulina (Spirit®). Atualmente, a paciente faz uso de 13,9 UI de insulina (0,27UI/kg/dia) apresentando pequenas variações glicêmicas,
HbA1c média de 8,5%, sem novas lesões cutâneas e relatando grande
melhora na sua qualidade de vida. Discussão: Devido à dificuldade de
aplicação de insulina nessa paciente, levando a um controle glicêmico
insatisfatório, aos múltiplos abscessos de pele e às importantes oscilações glicêmicas, optamos pelo tratamento com bomba de infusão de
insulina, que se revelou eficaz. Conclusão: A associação entre esclerodermia e DM1 não é frequente. Nesse caso, a terapia com bomba de
infusão de insulina mostrou-se altamente eficaz diante das alterações
cutâneas relacionadas à doença reumática autoimune agravadas por
aplicações diárias de insulina por via subcutânea.
125
USO DE INIBIDORES DA DPP-IV EM PACIENTES COM DIABETES
MELLITUS TIPO 2 INADEQUADAMENTE CONTROLADOS COM
METFORMINA E GLICAZIDA
Costa, P. S.¹; Valle, P. O.¹; Correa, R. C.¹; Paraguassu, B. R.¹; Paula, C.
A.¹; Capps, L. M. M.¹; Santomauro, A. T.¹; Fraige Filho, F.¹
¹ Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo (HBPSP), Faculdade de
Medicina do ABC (FMABC), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: Os hormônios secretados pelas células enteroendócrinas
em resposta à ingestão de nutrientes, conhecidos como incretinas,
Trabalhos Científicos
126
USO DE LIRAGLUTIDA EM PACIENTE COM OBESIDADE,
DIABETES E ACROMEGALIA
da Costa, R.¹; Silva Júnior, W. S.¹; Cruz, I. C.¹; Alencastro-Corrêa, A.
T.¹; Warszawski, L.¹; Campos, C. F. C.¹; Coutinho, W. F.¹
¹ Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE),
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), Rio de Janeiro, RJ,
Brasil
Objetivo: Avaliar o impacto da liraglutida no peso, controle glicêmico e necessidade de insulina de um paciente obeso com diabetes tipo
2 (DM2) e acromegalia. Métodos: Paciente de 55 anos, masculino.
DM2 diagnosticado há 20 anos. Acromegalia há 15 anos, por cefaleia contínua e aumento no número dos calçados. Cirurgia transesfenoidal e radioterapia há 12 anos, evoluindo com doença persistente
e hipogonadismo. Doenças coexistentes: obesidade grau III, hipertensão, apneia do sono, esteatose hepática e osteoporose. Tabagismo
(30 anos-maço). Hiperfagia. Medicamentos em uso: insulinas NPH +
lispro (2,15 U/kg/dia), metformina 2.550 mg/dia, octreotide LAR
20 mg/mês, cipionato de testosterona 200 mg a cada 15 dias, sinvastatina 40 mg/dia, aspirina 200 mg/dia, mononitrato de isossorbida
120 mg/dia, captopril 150 mg/dia, clonidina 0,2 mg/dia. Ao exame
físico, estigmas de acromegalia, obesidade androide e acantose nigricans. Peso: 125 kg; índice de massa corporal: 43,5 kg/m². Pressão
arterial: 120 x 80 mmHg. Pulso: 100 ppm. Resultados: Evolução
clínica e laboratorial de antes e ao longo de 24 semanas do uso da
liraglutida demonstrada na Tabela 1. Com doses de até 1,8 mg/dia de
liraglutida, o paciente apresentou perda ponderal de 18,1 kg, queda de
1,2% na HbA1c e redução de 36% no número de U/kg/dia de insulina. Discussão: Acromegalia e obesidade são doenças que cursam com
resistência insulínica, dificultando o controle do DM2. A liraglutida é
o medicamento de maior benefício combinado sobre o peso e a hemoglobina glicada (HbA1c). Metade dos pacientes em uso das doses
de 1,2 e 1,8 mg/dia atinge reduções de peso ≥ 4 kg, e a associação
dessas doses com metformina 2 g/dia promove queda adicional de 1%
na HbA1c. No presente caso, observou-se, ainda, redução marcante
da necessidade de insulina. Deve-se ressaltar, no entanto, que a com-
binação liraglutida + insulina não é contemplada em bula. Conclusão:
O uso de liraglutida promoveu perda ponderal, melhora do controle
glicêmico e redução substancial da necessidade de insulina no paciente
estudado.
127
USO DO ESCORE FRAMINGHAM DE RISCO
CARDIOVASCULAR PARA OTIMIZAR USO DE ASPIRINA
NA PREVENÇÃO DE EVENTOS CARDIOVASCULARES EM
DIABÉTICOS TIPO 2
Diabetes
estimulam a secreção de insulina. Os efeitos glicorreguladores desses
hormônios são as bases para as novas terapias no diabetes mellitus tipo
2 (DM2). As drogas que inibem a enzima dipeptidil-dipeptidase IV
(DPP-IV), que é responsável por degradar as incretinas, mostraram
capacidade de aumentar o nível circulante desses hormônios e, consequentemente, melhorar o controle glicêmico. Métodos: Trata-se
de um estudo transversal com pacientes portadores de DM2 há mais
de 10 anos, atendidos no ambulatório de diabetes do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo e da Faculdade de Medicina do
ABC. Resultados: Foram analisados 142 pacientes (89 mulheres e 53
homens) com idade média de 62,43 ± 8,2 anos e 14,74 ± 4,33 anos
de doença. Estes já recebiam 90 mg/dia de glicazida em combinação
com metformina 1,7g/dia por um período médio de 5,3 anos. Após
a introdução da vildagliptina, pode-se perceber melhora do controle
glicêmico (214,42 ± 45,33 para 108,64 ± 6.38. Discussão: Descrever
nossa experiência com o uso de vildagliptina em pacientes com DM2
inadequadamente controlados com metformina e sulfonilureia. Conclusão: Outros estudos vêm mostrando que a melhora no controle
glicêmico após o uso de inibidores da DPP-IV parece refletir uma melhora na função das ilhotas pancreáticas, principalmente na fase inicial
do diabetes. No momento, podemos dizer que nossos dados indicam
que essa nova classe de ADO é uma boa opção para pacientes diabéticos crônicos inadequadamente controlados com ADO clássicos.
de Paula, A. S. L.¹; Santana, A. N. C.¹; Sete, A. R. C.¹
¹ Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), Brasília, DF, Brasil
Objetivo: Avaliar se há o uso correto de aspirina profilática nos pacientes diabéticos tipo 2 (DM2) com alto risco cardiovascular pelos
Critérios de Framingham (ARCCF). Também avaliar se há associação entre ARCCF com outros fatores de morbimortalidade em DM2,
como idade, sexo masculino, tempo de DM2, glicemia de jejum, entre
outros. Métodos: Estudo transversal, observacional, com aplicação
de questionário clínico uma única vez, pelo mesmo entrevistador, em
pacientes com DM2 atendidos consecutivamente no ambulatório de
DM2 de um hospital de ensino em Brasília, DF. Foi utilizado Escore
de Framingham para Risco Cardiovascular. Os pacientes foram classificados em baixo-moderado risco cardiovascular (BRCCF) e ARCCF
(> ou = 20% de eventos cardiovasculares em 10 anos). Foram avaliados
idade, sexo, tempo de DM2, IMC, cintura abdominal (CA), circunferência de pescoço, hemoglobina (Hb) glicada, glicemia de jejum,
triglicerídeo, uso de aspirina, creatinina, LDL, microalbuminúria. Resultados: Foram entrevistados 61 pacientes, sendo 17 com ARCCF
e 44 com BRCCF. O uso de aspirina profilática aconteceu apenas em
29% dos pacientes com ARCCF. Entre os dois grupos (ARCCF versus
BRCCF), houve diferença estatística. Discussão: Os pacientes com
DM2 devem receber especial atenção para risco cardiovascular, especialmente se apresentam triglicerídeo alto ou idade mais avançada. Nos
pacientes com ARCCF, deve-se usar aspirina profilática para reduzir o
risco de IAM e AVC. Entretanto, na população estudada, a aspirina
profilática ainda é subutilizada. Conclusão: O Escore Framingham
de Risco Cardiovascular, por ser de fácil aplicação, pode ser de grande
utilidade para avaliação do paciente com DM2 e consequente otimização do uso de aspirina profilática nos pacientes com alto risco de IAM
e AVC (ARCCF).
128
XANTOMAS ERUPTIVOS COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL DE
DIABETES MELLITUS ASSOCIADO À HIPERTRIGLICERIDEMIA:
RELATO DE CASO
Amorim, T. G.¹; Colombo, B. S.¹; Costa, M. C.¹; Correa, C. G.¹;
Schreiber, C. S. O.¹; Coral, M. H. C.¹; Hohl, A.¹
¹ Universidade Federal de Santa Catarina, Hospital Universitário (UFSC),
Florianópolis, SC, Brasil
Introdução: Xantomas eruptivos são lesões cutâneas relacionadas a
elevados níveis séricos de triglicerídeos. São pápulas amareladas, isoladas ou em confluência, formando placas, surgem de forma súbita
nas superfícies extensoras das mãos, cotovelos, joelhos, glúteos, e
podem deixar cicatrizes após resolução. Histologicamente, caracterizam-se pela presença de um infiltrado inflamatório misto e de células
espumosas na derme. Métodos: Relato do caso: Sexo feminino, 27
anos, história de psoríase vulgar, compareceu ao Ambulatório de Dermatologia por pápulas, com conteúdo denso, amareladas, indolores,
S245
Dislipidemia E Aterosclerose
Trabalhos Científicos
de início súbito e evolução de três meses. Iniciaram nos cotovelos e
na região lombar, disseminando-se para membros inferiores e tronco.
Avós paternos portadores de diabetes mellitus (DM). Sob a hipótese
diagnóstica de xantomas eruptivos, investigação laboratorial com glicemia de jejum 363 mg/dl, HbA1c 13,4%, triglicerídeos 7.177 mg/
dl (valor de referência [VR] < 150), VLDL 1.435 mg/dl (VR 40).
Hemograma, função renal e hepática normal. Avaliada pela Endocrinologia, relatou poliúria, polidipsia e polifagia. Ao exame físico: peso
77,5 kg, IMC 27,13 kg/m², glicemia capilar 330 mg/dl (2 horas
pós-prandial); acantose nigricans em áreas flexoras; e lesões papulares amareladas acima descritas. Iniciado tratamento com atorvastatina
20 mg, insulina NPH/Regular (70/30) e metformina. Encaminhada
para avaliação nutricional e orientada quanto à necessidade de perda
de peso e prática de atividade física regular. Após um mês de tratamento, notaram-se redução das lesões cutâneas e melhora laboratorial:
triglicerídeos 680 mg/dl, colesterol total 238 mg/dl, HDL 40 mg/
dl, glicemia de jejum 152 mg/dl, HbA1c 8,1%. Realizado ajuste do
esquema insulínico e a paciente continuou o acompanhamento no
Ambulatório de Endocrinologia, permanecendo com algumas lesões
cicatriciais, e futuramente necessitando da associação de ciprofibrato
100 mg/dia. Discussão: Os xantomas eruptivos são importantes marcadores cutâneos de doenças sistêmicas subjacentes. A hipertrigliceridemia pode ser decorrente de fatores como: genéticos (hiperlipoproteinemias primárias), hábitos alimentares inadequados ou secundários
a outras patologias, como DM. Conclusão: A identificação precoce
dos xantomas e o reconhecimento das possíveis desordens sistêmicas
relacionadas ao seu aparecimento fazem-se essenciais na realização de
um tratamento eficaz e na prevenção de complicações relacionadas a
essas comorbidades.
DISLIPIDEMIA E ATEROSCLEROSE
129
ASSOCIAÇÃO DO PADRÃO ALIMENTAR A MARCADORES
INFLAMATÓRIOS EM PACIENTES COM DISLIPIDEMIA
da Silva, H. G. V.¹; Moreira, A. S. B.¹; Fortunado, J.¹; Assad, M. H.¹
¹ Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ, Instituto Nacional de
Cardiologia Rio de Janeiro (INC), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Avaliar a associação entre a PCR, estado nutricional, perfil
lipídico e padrão alimentar em pacientes com dislipidemia. Métodos:
Estudo longitudinal envolvendo pacientes dislipidêmicos tratados por
equipe multidisciplinar, durante três meses. Foram avaliados perfil clínico, antropométrico, alimentar e bioquímico. Os valores de PCR-US
foram descritos por mediana (intervalo interquartil). Para análise estatística, utilizou-se o SPSS, sendo realizados o teste de Mann-Whitney
e a correlação de Spearman; considerou-se significativo p < 0,05. Resultados: Foram avaliados 68 pacientes, sendo 60,3% homens; 50%,
idosos; 90%, HAS; 55,4%, diabéticos; 58,8% com IAM prévio; 94%
com síndrome metabólica; 92%, sedentários; e 43%, obesos. A PCR se
correlacionou positivamente com as variáveis antropométricas (IMC r
= 0,328 e p = 0,022; CC r = 0,331, p = 0,017), perfil lipídico (CT r =
0,373, p = 0,007; LDL r = 0,295, p = 0,03), com a resistência insulínica (insulina r = 0,458, p = 0,019; HOMA-IR r = 0,51. P = 0,008)
e com processo inflamatório (VHS r = 0,517, p = 0,001 e leucócitos
totais r = 0,592, p = 0,001). A PCR se correlacionou positivamente ao
padrão alimentar: uso de temperos prontos (r = 0,357 p = 0,01) e com
consumo de embutidos (r = 0,357 p = 0,018) e inversamente com a
quantidade (r = - 0,340, p = 0,003) e qualidade de leite (desnatado r
= -0,398, p = 0,001). A PCR-US associou-se de maneira significativa
S246
com a obesidade, resistência à insulina, consumo de temperos prontos
e de leite desnatado. Não houve associação entre a PCR e o consumo
de frutas, verduras e legumes, de peixe nem com o consumo de frituras, doces, sobremesas e produtos de pastelaria. Discussão: A proteína
C reativa (PCR) é um novo marcador de eventos cardiovasculares e
tem sido investigada como um marcador de obesidade. Entretanto,
poucos são os relatos da sua relação com os hábitos alimentares. Conclusão: Em pacientes dislipidêmicos, a PCR apresentou associação
com obesidade, resistência à insulina e padrão alimentar. Os mecanismos biológicos responsáveis pela associação da PCR como marcadores
de maus hábitos alimentares e de obesidade precisam ser elucidados.
130
ASSOCIAÇÃO DOS NÍVEIS SÉRICOS DE ÁCIDO ÚRICO
COM INGESTÃO DE NUTRIENTES, GORDURA CORPORAL E
VISCERAL, E PERFIL LIPÍDICO – BRAMS
Cassani, R. S. L.¹; Loeschke, V. S.¹; de Freitas, A. L. G.¹; Hanada, A. S.¹;
de Souza, A. P. D. F.¹; Vasques, A. C. J.¹; Tambáscia, M.¹; Geloneze, B.¹
¹ Laboratório de Investigação em Metabolismo e Diabetes (LIMED), Faculdade
de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp),
Campinas, SP, Brasil
Objetivos: Correlacionar as associações entre as concentrações sanguíneas de ácido úrico com outros marcadores da SM e investigar
quais nutrientes associam-se à elevação dos níveis sanguíneos de ácido
úrico. Métodos: Estudo transversal. Casuística: 452 voluntários (17
a 75 anos), 21% homens, diferentes graus de adiposidade. Subamostra: 101 mulheres com cálculo do consumo alimentar. Antropometria:
peso, altura, índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal (CA) e diâmetro abdominal sagital (DAS). Composição corporal:
bioimpedância tetrapolar. Avaliação clínica: pressão arterial sistólica
(PAS) e diastólica (PAD). Avaliação bioquímica: colesterol total e frações, triglicérides (TG), glicemia e insulinemia de jejum, hemoglobina
glicada, TGO, TGP, adiponectina e ácidos graxos livres. Resistência
à insulina: HOMA-IR. Composição nutricional: software DietPro5.
Análises estatísticas: software SPSS (versão 20). Teste de correlação de
Spearman, significância. Resultados: Concentrações séricas de ácido
úrico correlacionaram-se com TGO (r = 0,279; p = 0,005); LDL-c (r
= 0,257; p = 0,010); e TG (r = 0,237; p = 0,017). Em relação aos nutrientes, ácido alfa-linolênico (ALA) mostrou associação com redução
dos níveis séricos de ácido úrico (r = -0,226; p = 0,023). CA e % de
gordura corporal não apresentaram correlação com os níveis de ácido
úrico. Tais medidas antropométricas mostraram relação com a ingestão de ALA, respectivamente, r = -0,275; p = 0,005 e r = -0,348; p =
0,000. Discussão: Foi observada associação de CA aumentada e concentrações séricas de ácido úrico com marcadores de SM e esteatose
hepática não alcoólica, e também de TG e LDL-c com ingestão de
carboidratos de rápida absorção, já descrito em outros estudos. Níveis de ácido úrico correlacionaram-se negativamente com ALA e
gordura corporal mostrando associações entre FR cardiometabólicos
e necessidade de reconhecer precocemente, por recordatório habitual
e antropometria, padrões dietéticos inflamatórios. Conclusão: Concentrações séricas de ácido úrico apresentaram-se associadas a LDL-c,
TG e TGO, componentes associados à esteatose hepática não alcoólica
e à SM. A verificação da antropometria e da ingestão dietética habitual
mostrou a necessidade do controle da gordura corporal e visceral, pois
ambas associaram-se negativamente a ingestão de ALA, um reconhecido nutriente anti-inflamatório. Menor ingestão de ALA correlacionou-se a maiores concentrações de ácido úrico sérico, o que indica a
relevância de alguns nutrientes no desenvolvimento de fatores de risco
cardiometabólicos que desencadeiam a SM.
131
AVALIAÇÃO DE LÍPIDES COM USO DE EXTRATO AQUOSO A
FRIO DE PLATYMENIA RETICULATA
Magalhães, F. O.¹; Uber-Buceck, E.¹; Ceron, P. I. B.¹; Name, T. F.¹;
Honorato, L. G. C.¹; Silva, F. C.¹; Scorsolin, V. C.¹
¹ Universidade de Uberaba (Uniube), Uberaba, MG, Brasil
Objetivo: Avaliar o efeito do extrato aquoso a frio da Plathymenia
reticulata no controle de dislipidemias, em animais diabéticos e controles. Métodos: Experimento realizado com um total de 53 ratos
machos adultos Wistar, pesando entre 180 g e 220 g, divididos em
6 grupos: controles tratados com extrato aquoso a frio 25 mg/kg
peso, 50 mg/kg peso e 100 mg/kg peso (CAF25, CAF50 e CAF100,
respectivamente) e diabéticos tratados com extrato aquoso a frio 25
mg/kg peso, 50 mg/kg peso e 100 mg/kg peso (DAF25, DAF50 e
DAF100, respectivamente), diabéticos tratados com água (DC) e controles tratados com água (CC). Foi administrado estreptozotocina (65
mg/kg) via intraperitoneal em 31 ratos, para induzir diabetes. Após 7
dias, o diagnóstico de diabetes foi: perda de peso com glicemia ≥ 200
mg/dL. O tratamento com extrato da planta ou água foi realizado
diariamente por gavagem durante 30 dias. No final do experimento, foram feitos sacrifício e coleta do sangue para análise laboratorial:
colesterol total, triglicérides, HDL, LDL. Aplicados ANOVA e teste
Tukey-Kramer com nível de significância de 5%. Os resultados foram
expressos em media ± EPM. Resultados: Observamos que os níveis
de triglicérides tiveram redução significativa em ratos não diabéticos
tratados com o extrato nas dosagens de 25 mg/kg, 50 mg/kg e 100
mg/kg (CAF25 35,75, n = 4 ± 6,18 vs. CC 93,50, n = 4 ± 4,71, p
= 0,01; CAF 50 48,75, n = 4 ± 7,52 vs. CC 93,50, n = 4 ± 4,71, p
= 0,05; CAF 100 52,67, n = 3 ± 8,14 vs. CC 93,50, n = 4 ± 4,71,
p = 0,016). Não houve alterações significativas de colesterol total,
HDL e LDL em ratos não diabéticos. Nos ratos diabéticos, não houve
alterações significativas de colesterol total, HDL, LDL e triglicérides.
Discussão: Foram observados uma diminuição significativa dos níveis
de triglicérides em ratos não diabéticos tratados com extrato aquoso a
frio nas dosagens de 25 mg/kg, 50 mg/kg e 100 mg/kg, e os demais
lípides (HDL, LDL e colesterol total) não tiveram alteração significativa. Os ratos diabéticos não apresentam alterações significativas dos lípides (HDL, LDL e colesterol total), com o uso do extrato aquoso a frio
por até quatro semanas. Conclusão: O extrato se mostrou eficaz em
diminuir o nível de triglicérides, em ratos não diabéticos, podendo vir
a ser uma nova alternativa como tratamento de hipertrigliceridemia.
132
AVALIAÇÃO DO PERFIL LIPÍDICO EM PACIENTES COM
LEISHMANIOSE VISCERAL
Pacheco, M. O.¹; Aragão, M. T.¹; Araujo, J.¹; Costa, P. O.¹; Pacheco, J.
M. O.¹; Aguiar-Oliveira, M. H.¹; Silva, A. M.¹
¹ Serviço de Infectologia e Serviço de Endocrinologia do Hospital Universitário
da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Aracaju, SE, Brasil
Objetivo: Avaliar o perfil lipídico de pacientes com leishmaniose visceral (LV) recém- diagnosticados. Métodos: Estudo observacional,
transversal, descritivo envolvendo 30 pacientes com diagnóstico de
leishmaniose visceral (GLV), 18 crianças e 12 adultos, comparados
com grupo controle (GC) pareados para idade e sexo (n = 30). Foram
determinadas as concentrações plasmáticas de colesterol total (CT),
lipoproteína de baixa densidade (LDL), lipoproteína de alta densidade
(HDL) e triglicérides (TG). Também foram mensurados peso, altura e
índice de massa corpórea. Para as variáveis paramétricas, aplicou o teste
t de Student e, para as não paramétricas, o teste de Mann-Whitney.
Resultados: O perfil lipídico encontrado nos pacientes com LV foi
caracterizado por concentrações séricas elevadas de TG (GLV = 237,1
± 9,4 vs. GC = 101,3 ± 30 mg/dl) e diminuição significativa de CT
(GLV = 99,5 ± 28,9 vs. GC = 151,9 ± 17 mg/dl), LDL (GLV = 48,3
± 9,3 vs. GC = 106,5 ± 16 mg/dl) e HDL (GLV = 14,3 ± 9,7 vs.
GC = 44,9 ± 3,0 mg/dl). Discussão: Alterações transitórias nos níveis
plasmáticos de lipídios, colesterol e triglicerídeos têm sido observadas
em diferentes infecções agudas. Na LV têm sido reportados distúrbios
no metabolismo lipídico. Em nosso estudo, o perfil lipídico encontrado nos pacientes com LV foi caracterizado por concentrações séricas elevadas de triglicérides e diminuição significativa de CT, HDLc e
LDLc em relação ao grupo controle, tanto na população adulta como
na pediátrica. Esses achados corroboram com os dados existentes na
literatura sobre alterações do perfil lipídico na LV. Liberopoulos et
al. (2002), Sçemmer et al. (2006) e Soares et al. (2010) evidenciaram hipocolesterolemia e hipertrigliceridemia em pacientes com LV.
Bekaert et al. (1989) encontraram, em 17 crianças entre 10 meses e
6 anos de idade, níveis aumentados de TG e diminuídos de HDLc,
LDLc. Conclusão: O perfil lipídico de pacientes com leishmaniose
visceral é caracterizado por elevação da concentração plasmática de TG
e diminuição de CT, LDL e HDL em relação a indivíduos saudáveis
de mesma idade e sexo. A hipocolesterolemia e a hipertrigliceridemia
podem ser marcadores bioquímicos no diagnóstico de LV.
133
AVALIAÇÃO DOS FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES
E SÍNDROME METABÓLICA EM PACIENTES PORTADORES DE
ARTRITE REUMATOIDE
Emmerick, T. C.¹; Oliveira, H. B. S.¹; Lucena-Couto, R. A.¹; Santos, N.
L.¹; Macieira, J. C.¹
¹ Serviços de Endocrinologia e Reumatologia do Hospital Universitário da
Universidade Federal de Sergipe (UFS), Aracaju, SE, Brasil
Objetivo: Avaliar os fatores de risco para doença cardiovascular
(DCV) e síndrome metabólica (SM) em pacientes com artrite reumatoide (AR). Métodos: Estudo observacional, transversal e descritivo
de 40 pacientes com AR (GAR) e 40 indivíduos saudáveis (GC). Foram avaliados por meio de exame físico e laboratorial com determinação das concentrações séricas de colesterol total (CT), triglicerídeos
(TG), HDL e LDL, glicemia plasmática e foi determinada SM por
meio dos critérios da International Diabetes Federation. Foi utilizado teste t de Student para análise das variáveis contínuas. O nível de
significância adotado para rejeição da hipótese de nulidade foi de 5%
(p < 0,05). Resultados: Os GC e GAR foram pareados para sexo,
altura, peso e idade. A SM esteve presente em 3 pacientes do GC e
em 21 (52,5%) pacientes do GAR. Entre os fatores de critérios para a
SMV, a circunferência abdominal, glicemia, HAS, TG e HDL estavam
presentes em 60%, 22,5%, 67,5%, 32,5% e 35%, respectivamente, nos
pacientes do GAR. Houve diferença estatística entre o GC e o GAR
para as determinações de circunferência abdominal (GC = 76,8 ± 9,3
vs. GAR = 93,8 ± 13,2 cm); glicemia (GC = 72,3 ± 6,7 vs. GAR =
96,8 ± 67,2 mg/dl); CT (GC = 139,8 ± 23 vs. GAR 189,7 ± 40,7
mg/dl); TG (GC = 110,0 ± 30,4 vs. GAR = 155,1 ± 103 mg/dl),
HDL (GC = 56,7 ± 3,5 vs. GAR = 49,7 ± 17,9 mg/dl) e LDL (GC =
83,4 ± 10,7 vs. GAR = 110,7 ± 37,4 mg/dl). Discussão: Os pacientes
com AR apresentam maior morbimortalidade por DCV, bem como a
associação da SM e AR é evento comum, tendo diversos fatores que
justificam essa associação. Neste estudo, a frequência de SM pelos critérios IDF foi elevada. Existe a necessidade de avaliação e diagnóstico
S247
Dislipidemia E Aterosclerose
Trabalhos Científicos
Dislipidemia E Aterosclerose
Trabalhos Científicos
dos fatores de risco cardiometabólico em pacientes portadores de AR.
Estudos prospectivos com o objetivo de esclarecer as implicações clínicas entre a associação de AR e DCC são necessários para adoção de
medidas preventivas nessa população. Conclusão: A frequência de SM
e de fatores de risco cardiovascular em pacientes com AR foi elevada
no grupo estudado, o que justifica a pesquisa destes na tentativa de
reduzir eventos cardiovasculares nessa população.
134
CARVEDILOL E SALSALATO NA PREVENÇÃO DE HIPERTENSÃO,
DISFUNÇÃO ENDOTELIAL E INFLAMAÇÃO INDUZIDAS POR
ÁCIDOS GRAXOS LIVRES
Siqueira, J.¹; Pasquel, F. J.¹; Newton, C.¹; Peng, L.¹; Al Mheid, I.¹;
Smiley, D.¹; Umpierrez, G. E.¹
¹ Emory University School of Medicine (SOM), Atlanta, GA, University of Tennessee
Health Science Center (UTHSC), Memphis, TN, Rollins School of Public Health,
Atlanta, GA (SPH), Atlanta, GA, USA
Objetivo: Elucidar mecanismos pelos quais os ácidos graxos livres
(FFA) levam à hipertensão, à disfunção endotelial e à inflamação em
pacientes com sobrepeso ou obesidade. Métodos: Estudo prospectivo randomizado duplo-cego em que 35 pacientes com sobrepeso
ou obesos foram submetidos à infusão endovenosa suprafisiológica de
FFA (20 ml/h de solução intralipídica a 20%) antes e depois de seis
semanas de tratamento com salsalato (n = 11; idade 34 ± 11 anos;
IMC 35 ± 9 kg/m²; pressão arterial sistólica/PAS 111 ± 16 mmHg),
carvedilol (n = 12; 41 ± 11 anos; IMC 30 ± 6 kg/m²; PAS 111 ± 13
mmHg) ou placebo (n = 12; 37,5 ± 8 anos; IMC 29 ± 4 kg/m²; PAS
115 ± 11 mmHg). Durante a infusão: PA aferida a cada 4h; dilatação
mediada por fluxo (FMD) avaliada 4h e 24h do início; e marcadores
inflamatórios medidos a cada 6 horas. Análise estatística por ANOVA,
com p = 0,05. Resultados: Níveis de FFA aumentaram de forma similar durante a infusão intralipídica antes e depois das 6 semanas de
tratamento. Discussão: A resistência insulínica (RI) está relacionada a
vários fatores de risco de doenças cardiovasculares, como hipertensão,
intolerância à glicose, dislipidemia e distúrbios plaquetários. Estudos
recentes sugerem que o aumento de FFA tenha papel importante na
patogênese da RI em pacientes obesos. Estudo prévio do grupo mostrou hipertensão arterial, disfunção endotelial e aumento da resposta
inflamatória induzidos pela infusão intralipídica. O carvedilol, pelas
ações vasodilatadora e antioxidante por meio do bloqueio dos receptores α1 e β1-adrenérgicos; e o salsalato, pela ação anti-inflamatória
por inibição do sistema NF-κB, foram considerados candidatos na prevenção daquelas alterações. Conclusão: O atual estudo confirmou o
aumento da PAS e dos marcadores inflamatórios relacionados com a
infusão intralipídica em pacientes com sobrepeso ou com obesidade.
No entanto, o tratamento de seis semanas com o carvedilol ou com o
salsalato não preveniu a hipertensão arterial nem o aumento da atividade inflamatória induzidos pela infusão intralipídica endovenosa.
135
COMO TRATAR A HIPERTRIGLICERIDEMIA EM UMA
POPULAÇÃO DE ALTO RISCO CARDIOVASCULAR?
da Silva, H. G. V.¹; Fortunato, J.¹; Assad, M. H.¹; Moreira, A. S. B.¹
¹ Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Reduzir os níveis de triglicerídeos em uma população de
alto risco cardiovascular, identificando os fatores associados a essa redução. Métodos: Estudo longitudinal envolvendo 57 pacientes com
hipertrigliceridemia (TG ³ 150 mg/dl) tratados durante 3 meses com
S248
hipolipemiantes e metformina, associado à modificação do estilo de
vida, com dieta hipocalórica. Foi definida como meta a redução de
30% do triglicerídeo. Avaliou-se o perfil clínico, antropométrico e bioquímico, no início e final do período. Análise estatística foi realizada
utilizando o SPSS, teste de Mann-Witney, Wilcoxon e kruskal-Wallis
e foi considerado p < 0,05. Resultados: 54,8% homens, 52,4% idosos; 56,5% diabéticos; 42,5% obesos, 90% com síndrome metabólica
e 54,5% com IAM prévio. No início do tratamento, 56,1% apresentavam entre 200-499 mg/dl e 17,5%, acima de 500 mg/dl. O tratamento durou em média 131 dias com melhora significativa nos níveis
séricos de TG (mg/dl): 358 x 268 respectivamente inicial e final, p5%
foi fator determinante à melhora no perfil lipídico, sem influência em
relação ao uso de metformina e hipolipemiantes. Discussão: A hipertrigliceridemia é um dos fatores de risco para eventos cardiovasculares,
principal causa de morte no mundo. Em geral, está associada a outros
fatores de risco como obesidade, baixos níveis de HDL-colesterol e
diabetes tipo 2. Reduzir seus níveis envolve modificação no estilo de
vida, em especial a redução de peso. Conclusão: Para populações com
alto risco cardiovascular, atingir metas é uma tarefa difícil. A perda de
peso maior que 5% é um fator importante para o sucesso no tratamento da hipertrigliceridemia.
136
COMPORTAMENTO DE ATIVIDADE FÍSICA PODE MODULAR O
IMPACTO DO SNP RS9939609 DO GENE FTO EM DISTÚRBIOS
DECORRENTES DA OBESIDADE?
Pires, M. M.¹; Curti, M. L. R.¹; Folchetti, L. D.¹; Barros, C. R.¹; SiqueiraCatania, A.¹; Salvador, E. P.¹; Vivolo, S. R. G. F.¹
¹ Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP,
Brasil
Objetivo: O SNP rs9939609 do gene FTO (T > A) tem sido associado a obesidade e suas comorbidades. Em portadores do alelo A, a
atividade física (AF) parece minimizar o impacto deletério sobre o peso
corporal, o que poderia reduzir o risco cardiovascular. Porém, a forma
como o comportamento sedentário pode influenciar essa associação
foi pouco explorada. O objetivo do estudo foi investigar se o tempo
gasto assistindo à televisão e o nível de AF modulam os efeitos da presença do alelo A do FTO na adiposidade e marcadores de inflamação,
em indivíduos de alto risco cardiometabólico. Métodos: Trata-se de
estudo transversal com 158 indivíduos pré-diabéticos (103 mulheres,
54,7 ± 12,5 anos, IMC 30,5 ± 5,6 kg/m²). As atividades físicas foram
medidas pela versão longa do IPAQ; os indivíduos foram genotipados e estratificados de acordo com o tempo de AF total. Resultados:
Entre os indivíduos que assistiam a menos de 15 horas/semana de
TV, os portadores do alelo A apresentaram maiores concentrações de
colesterol total e LDL-c, apolipoproteína B (88,4 ± 27,0 vs. 96,8 ±
21,1 mg/dL) e interleucina-6 (2,37 ± 2,06 vs. 3,54 ± 3,07 pg/mL),
mas não diferiram quanto às medidas antropométricas. Entre os que
assistiam a mais de 15 horas de TV por semana, não foram observadas
diferenças em variáveis clínicas quando comparados portadores e não
portadores do alelo A. No que diz respeito a AF total, a presença do
alelo variante não influenciou o perfil metabólico. Em portadores do
alelo A, o tempo assistindo à TV foi correlacionado com PCR (r =
0,227, p = 0,039), atingindo significância limítrofe para IMC (p =
0,187, p = 0,08). Discussão: Contrariamente à literatura, não encontramos maiores valores de medidas antropométricas em portadores do
alelo A e o nível de AF não influenciou os efeitos desfavoráveis do SNP.
Conclusão: A presença do alelo A no gene FTO parece deteriorar
os perfis metabólico e inflamatório, especialmente para os indivíduos
menos expostos a atividades sedentárias, tais como assistir à TV. Para
indivíduos mais inativos, a presença desse alelo não interfere na predisposição à adiposidade e suas comorbidades.
137
DISLIPIDEMIA GRAVE NA INFÂNCIA: RELATO DE CASO
Meneguesso, A. M. A.¹; Maia, R. E.¹; Matos, L. L.¹; Nóbrega, M. P.¹;
Rodrigues, M. L. C.¹; Diniz, C. M. C.¹; Silva, M. N. M.¹
¹ Unidade de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Universitário Alcides Carneiro,
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina Grande, PB, Brasil
Objetivo: Descrever um caso de dislipidemia grave em lactente acompanhado em um hospital universitário. Métodos: Estudo retrospectivo individuado, cujos dados foram obtidos mediante consulta de prontuário. Resultados: Lactente, sexo feminino, com 2 meses e 22 dias
de vida, peso ao nascer de 3.350 g, produto de terceira gestação sem
intercorrências de pais consanguíneos, em aleitamento materno exclusivo, admitida no serviço por exacerbação de diarreia não disentérica
presente desde o nascimento. Ao exame físico, mostrava-se com estado
geral regular, eupneica, sonolenta, com fontanela anterior normotensa, vesículas amareladas em mucosa alveolar dentária, edema periorbitário bilateral e hipotonia generalizada, com mãos em flexão. O abdome era normotenso, doloroso, com fígado palpável a 2 cm do rebordo
costal direito. Os exames laboratoriais revelaram colesterol total 1.460
mg/dl, HDL 17 mg/dl, triglicerídeos 5.425 mg/dl e soro lipêmico.
A eletroforese de lipoproteínas mostrou alfa lipoproteínas 11,7; pré
-beta lipoproteínas 38,1; beta lipoproteínas 50,2 e quilomícrons 6,6%.
Teste do pezinho, ecografia abdominal, amilase, PCR e análise fecal
foram normais, assim como o perfil lipídico em parentes de 1o grau.
A descontinuação do aleitamento materno e a dieta com triglicerídeos
de cadeia média reduziram apenas discretamente os níveis lipídicos, e
a paciente evoluiu com persistência da diarreia e hipertrigliceridemia
(HTG) grave, além de retardo no desenvolvimento neuropsicomotor, peso abaixo do percentil 5 para idade e sexo e convulsões tônicas.
Discussão: A literatura tem dados limitados acerca da epidemiologia
da HTG grave (> 500 mg/dL) em crianças. A etiologia varia com a
gravidade e o caráter, puro ou misto da HTG, sendo a hiperlipidemia
familiar combinada a principal causa. HTG grave resulta principalmente de desordem genética no metabolismo lipídico, como deficiência
de lipase lipoproteica, que seria uma possibilidade para etiologia do
caso relatado, acarretando pancreatite aguda e controverso risco aterogênico. Nessa situação, o uso de fibratos não é eficaz, sendo a dieta
com baixo teor de gordura a principal medida. Conclusão: A HTG
grave é uma condição fatal na ausência de uma abordagem eficaz a fim
de prevenir suas principais complicações. A definição etiológica é de
extrema importância, uma vez que as condutas diferem entre as causas
mais prevalentes. Diagnóstico precoce e acompanhamento clínico, laboratorial e radiológico são imprescindíveis quando se busca o sucesso
no manejo desses pacientes.
138
ESPESSURA DA ÍNTIMA MÉDIA CAROTÍDEA EM
NÃO DIABÉTICOS COMO INDICADOR DE RISCO
CARDIOMETABÓLICO: ESTUDO BRASILEIRO DE SÍNDROME
METABÓLICA
Comucci, E. B.¹; Rocha, L. M.¹; Vasques, A. C. J.¹; Regiani, D.¹; Pareja,
A. C.¹; Tambascia, M. A.¹; Geloneze, B.¹
¹ Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas (FCMUnicamp), Campinas, SP, Brasil
Introdução: A medida da espessura da camada íntima média da artéria carótida (EIMC) por ultrassom representa um método substituti-
vo válido de avaliação da evolução da doença aterosclerótica. Poucos
estudos relacionam, no entanto, os marcadores já conhecidos de risco
cardiovascular (RCV) com a EIMC em indivíduos não diabéticos.
Objetivo: Examinar a relação entre a EIMC com parâmetros cardiometabólicos em indivíduos não diabéticos. Métodos: Foram avaliados 299 indivíduos (99 homens) não diabéticos, com idades entre 19
e 78 anos. A avaliação foi composta pela medida da pressão arterial
sistólica (PAS) e diastólica (PAD), IMC, diâmetro abdominal sagital
(DAS), perfil lipídico, glicemia e insulina de jejum, hemoglobina glicada (HbA1c). A resistência à insulina (RI) foi avaliada pelo índice
HOMA-IR. A EIMC foi avaliada em triplicata pelo mesmo avaliador
por meio de ultrassom. Os dados foram analisados no software IBM
SPSS Statistics 20.0. A EIMC foi dividida em quartis e utilizou-se o
teste de Kruskal-Wallis seguido do teste post-hoc de Tukey com p <
0,05. Resultados: O IMC foi de 29,3 ± 7 kg/m² para mulheres e
27,5 ± 4,5 kg/m² para homens. Comparando as médias do primeiro
versus o quarto quartil de medidas de EIMC, notamos que as diferenças foram estatisticamente significantes. Discussão: Foi identificado
aumento da EIMC em indivíduos não diabéticos associado a outros
parâmetros cardiometabólicos marcadores de doença cardiovascular
(DCV). Recentes estudos chineses identificaram, em indivíduos não
diabéticos, correlação significante entre níveis de HbA1c e EIMC
que, de forma similar, podem indicar estados precoces de RI e doença aterosclerótica. Conclusão: Neste estudo, foi possível demonstrar
que os mesmos marcadores de RCV usados para indivíduos diabéticos podem indicar, em indivíduos não diabéticos, estados precoces
de DCV e RI.
139
FREQUÊNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA EM PACIENTES
COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO DO HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
Pereira, P. M. V. N.¹; Braga, I. C. H. B.¹; Pereira, L. T. A.¹; Garcia, M. M.¹;
Oliveira, H. B. S.¹; Aguiar-Oliveira, M. H.¹; Macieira, J. C.¹
¹ Serviço de Reumatologia e Serviço de Endocrinologia do Hospital Universitário
da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Aracaju, SE, Brasil
Objetivo: Avaliar a frequência dos fatores de risco para doença cardiovascular e síndrome metabólica (SM) em pacientes com lúpus
eritematoso sistêmico (LES), conforme critérios da IDF e NEP/
ATPIII. Métodos: Estudo observacional, transversal e descritivo
de 70 pacientes com LES (GL) e 70 indivíduos saudáveis (GC).
Foram avaliados por meio de exame físico e laboratorial e foi determinada SM mediante critérios para classificação da Third Report
of the National Cholesterol Education Program Expert Panel on
Detection, Evaluation and Treatment of High Blood Cholesterol
in Adults (NCEP/ATPIII), 2001 e International Diabetes Federation (IDF), 2005. Resultados: Os GC e GL foram pareados para
sexo, altura, peso e idade. A SM esteve presente em 5 (7,14%)
pacientes do GC e em 33 (47,14%) pacientes do GL, segundo critérios da NCEP/ATPIII e em 8 (11,4%) pacientes do GC e em 35
(50%) pacientes do GL, pelos critérios da IDF. Entre os fatores de
risco para doença cardiovascular, a circunferência abdominal e a
hipertensão arterial foram os fatores mais frequentes, segundo os
critérios da IDF e NCEP/ATPIII, respectivamente. Houve correlação significativa entre a presença de SM e peso e índice de massa
corpórea (IMC) no GL, independente do critério diagnóstico utilizado. Não houve correlação significativa entre SM e tempo de
diagnóstico do LES e uso de medicamentos. Discussão: Os pacientes com LES apresentam maior morbimortalidade por DCV,
S249
Dislipidemia E Aterosclerose
Trabalhos Científicos
Dislipidemia E Aterosclerose
Trabalhos Científicos
com risco 5-10 vezes aumentado de eventos cardiovasculares. A
prevalência de SM em pacientes com lúpus é mais elevada, quando
comparada à população geral. Neste estudo, a frequência de SM
pelos critérios da NCEP/ATPIII e IDF foi semelhante, correspondendo a 47,14% e 50%, respectivamente. Independente do critério,
a frequência encontrada em nosso meio foi elevada. Fortes Filho et
al. (2010) encontraram frequência de SM elevada (50%) pelo critério da NCEP/ATPIII. Existe a necessidade de avaliação e diagnóstico dos fatores de risco cardiometabólico em pacientes portadores de LES. Estudos prospectivos com o objetivo de esclarecer
as implicações clínicas entre a associação do LES e eventos CV é
necessário. Conclusão: A frequência de SM e de fatores de risco
cardiovascular em pacientes com LES foi elevada, independentemente dos critérios diagnósticos utilizados.
140
IMPACTO DA HIPERTRIGLICERIDEMIA NO RISCO
CARDIOVASCULAR DE ACORDO COM ESCORE DE
FRAMINGHAM EM PACIENTES DIABÉTICOS DO TIPO 2
Musso, M. M.¹; Alvim, R. O.¹; Albuquerque, D. P.¹; de Oliveira, C. M.¹;
Mourão Júnior, C. A.¹
¹ Departamento de Fisiologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF),
Juiz de Fora, MG; Laboratório de Genética e Cardiologia Molecular do
Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (InCor-HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: As doenças cardiovasculares apresentam elevada prevalência e alta morbimortalidade, e um importante fator envolvido em
sua gênese é a hipertrigliceridemia. O escore de Framingham para
doenças cardiovasculares permite estimar o risco de doença arterial
coronária em dez anos, de acordo com a faixa etária, sexo, pressão
arterial sistólica, colesterolemia total e fração HDL, tabagismo e diabetes. Entretanto, esse escore não inclui a trigliceridemia como fator
preditor de risco. Objetivo: Avaliar o impacto da hipertrigliceridemia no risco cardiovascular em pacientes diabéticos tipo 2, por meio
do escore de Framingham. Métodos: Estudo retrospectivo do tipo
caso-controle. Foram analisados 127 indivíduos portadores de diabetes do tipo 2 de ambos os sexos (49,6% do sexo masculino; idade:
56,2 ± 10,7 anos). A classificação do risco cardiovascular em dez
anos foi realizada por meio do escore de Framingham, adotando-se
como baixo risco valores percentuais iguais ou inferiores a 10%, e
médio/alto risco percentuais superiores a 10%. Foram considerados
portadores de hipertrigliceridemia os indivíduos que apresentaram
níveis de triglicérides (após 12 horas de jejum) maiores ou iguais a
150 mg/dL. A medida do risco foi realizada por meio da determinação do odds ratio (OR) obtido em um modelo de regressão logística,
no qual os valores foram devidamente corrigidos para sexo e idade.
Resultados: O risco percentual para doenças cardiovasculares foi
maior em pacientes com hipertrigliceridemia quando comparados
ao grupo com valores de triglicérides considerados ótimos (19,9 ±
12,5% vs. 15,1 ± 8,5%; p = 0,002, respectivamente). Além disso,
os portadores de hipertrigliceridemia apresentaram risco 3,96 vezes
(IC 95% = 1,31 a 11,95; p = 0,02) maior de serem englobados na
classificação médio/alto risco percentual para doenças cardiovasculares, de acordo com escore de Framingham, quando comparados aos
pacientes com valores ótimos de triglicérides. Conclusão: Em nosso
estudo, os níveis de triglicérides se mostraram associados ao risco
cardiovascular determinado pelo escore de Framingham em pacientes portadores de diabetes do tipo 2.
S250
141
PADRÃO DIETÉTICO-COMPORTAMENTAL E SUA ASSOCIAÇÃO
COM DISMETABOLISMO NUTRICIONAL E MEDIDAS DE
GORDURA CORPORAL
Cassani, R. S. L.¹; Gonçalves, A. L. F.¹; Souza, C. L.¹; Camacho, C. M.¹;
Pedrotti, A.¹; Vasques, A. C. J.¹; Tambáscia, M.¹; Geloneze, B.¹
¹ Laboratório de Investigação em Metabolismo e Diabetes, Universidade
Estadual de Campinas (Limed-Unicamp), Campinas, SP, Brasil
Objetivos: Investigar associações entre padrão dietético-comportamental e medidas antropométricas de gordura corporal e correlacionar tempo de jejum que precede algumas refeições com fatores de
risco cardiometabólicos. Métodos: Estudo transversal. Casuística:
Estudados 452 voluntários (17 a 75 anos), 21% homens, diferentes
graus de adiposidade. Subamostra: 101 mulheres com determinação
do padrão dietético-comportamental. Avaliação antropométrica: peso,
altura, índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal
(CA) e diâmetro abdominal sagital (DAS). Composição corporal avaliada por bioimpedância tetrapolar. Avaliação clínica: pressão arterial
sistólica (PAS) e diastólica (PAD). Avaliação bioquímica: colesterol
total e frações, triglicerídeos, glicemia e insulinemia de jejum, hemoglobina glicada, transaminases oxalacética (TGO) e pirúvica (TGP),
adiponectina e ácidos graxos livres. Resistência à insulina: HOMA-IR.
Padrão dietético-comportamental: recordatório dietético habitual.
Análise estatística: software SPSS (versão 20). Teste de correlação de
Spearman, significância: valores de p. Resultados: Medidas antropométricas e componentes associados a SM apresentaram associações
significativas com o maior número de horas de jejum que precedem
refeições. Para as medidas associadas a % de gordura e FR cardiometabólicos, observou-se associação positiva com número de horas de jejum que precedem o jantar, respectivamente, % de gordura (r = 0,225;
p = 0,027), IMC (r = 0,233; p = 0,027), CA(r = 0,247; p = 0,015);
DAS r = 0,338; p = 0,001) LDL-c (r = 0,236; p = 0,022); PAD (r =
0,296; p = 0,003). Adiponectina correlacionou-se inversamente com
número de horas de jejum que precedem o desjejum (r = -0,221; p =
0,040). Discussão: Nossas correlações corroboram com estudos nos
quais um maior número de horas de jejum entre as refeições ocasiona
padrão dietético inflamatório, elevação de insulina pós-prandial e gordura visceral, e redução de adiponectina na presença de refeição com
maior carga glicêmica. Verificaram-se tais associações em nosso estudo
mostrando a importância do padrão dietético e não a verificação de
apenas um único nutriente no comprometimento da SM. Conclusão:
O padrão dietético-comportamental, horas de jejum que precedem
algumas refeições, mostrou-se uma importante característica de estilo
de vida associada ao aumento de gordura corporal, bem como com
outros FR relacionados ao dismetabolismo nutricional, o que evidenciou a relevância de um recordatório alimentar habitual que permita
conhecer comportamentos preditores de risco para a SM.
142
PAPEL DA PLASMAFÉRESE NA HIPERTRIGLICERIDEMIA
FAMILIAR GRAVE
Lima, J. G.¹; Nobrega, L. H.¹; Amorim, A. D. P. S.¹; Feijo, B. M. X. C. R. R.¹
¹ Hospital Universitário Onofre Lopes (UFRN), Natal, RN, Brasil
Introdução: Hipertrigliceridemia familiar é uma desordem genética
que pode se apresentar clinicamente como dor abdominal recorrente
por pancreatite de repetição. A plasmaférese é uma modalidade terapêutica salvadora nos casos mais graves refratários ao tratamento
conservador otimizado. Objetivo: Descrever o uso terapêutico da
Trabalhos Científicos
143
PROFILE OF NON-TRADITIONAL ATHEROGENETIC MARKERS
ACCORDING TO GENDER AND AGE
Pititto, B. A.¹; Ribeiro Filho, F. F.¹; Lotufo, P. A.¹; Bensenor, I.¹
¹ Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil
Objective: The role of early markers of atherogenesis for identifying
individuals at cardiovascular risk is unclear. Considering that aging and
gender are cardiovascular risk factors, it is of interest to know how
these non-traditional markers are distributed according to these variables. Methods: Anthropometry, inflammatory markers, leptin and Eselectin concentrations were assessed in a convenience sample of 998
individuals (547 women), aged 35 to 55 years, without diabetes or
cardiovascular disease. Results: Stratifying by gender, E-selectin concentrations were significantly higher in men and leptin levels higher in
women. Mean values of abdominal circumference and fasting plasma
glucose increased with aging in both genders, while inflammatory
markers increased with aging in women and leptin concentrations in
men (shown in table). Inflammatory markers did not correlate with
plasma glucose or anthropometric values. Leptin concentrations were
associated with BMI (r = 0.190). Discussion: As expected, higher
central adiposity found in older individuals may be contributing to a
deleterious impact on glucose metabolism, even in individuals at lowto-moderate risk. At similar BMI levels, women should have higher
subcutaneous tissue, resulting in higher leptin concentrations than
men. The findings of higher central adiposity and E-selectin concentration in men are coherent with the higher cardiovascular risk profile
described for the male sex. Conclusion: The cross-sectional design
does not allow establishing cause-effect relationship; however, our
findings suggest that gender and age might be taken into consideration when assessing non-traditional cardiovascular risk markers.
EDUCAÇÃO
144
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DA TÉCNICA DO ROLE-PLAYING
NO ENSINO DAS COMPLICAÇÕES CRÔNICAS DO DIABETES
MELLITUS PARA ESTUDANTES DE MEDICINA
Rego, D. P.¹; Almeida, J. H. M.¹; Almeida Júnior, E. G.¹; França Neto,
M. B.¹; Sobreira, B. A.¹; Filgueiras, I. B. R.¹; Araújo, J. S. A.¹
¹ Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
Objetivo: Avaliar a eficácia de uma ferramenta didático-pedagógica
diferenciada, o role-playing ou dramatização, no âmbito do ensino
-aprendizagem das complicações do DM para estudantes de medicina.
Métodos: Alunos de medicina, entre 4o e 6o semestres, de um projeto
de extensão simularam uma consulta médica a um paciente diabético
para estudantes de medicina do 2o semestre, a fim de transmitir conhecimentos acerca das complicações crônicas do DM, como cardiopatia, nefropatia, neuropatia, vasculopatia e retinopatia diabética. Para
avaliar a eficácia dessa técnica, role-playing, foram realizados pré-teste
e pós-teste com seis questões objetivas, as quais abrangiam o assunto
abordado. Os dados coletados, então, foram analisados pelo programa
EpiInfo 3.5.3. Resultados: Quarenta e seis alunos do 2o semestre participaram do pré-teste, o qual teve os seguintes níveis de acertos da 1a
a 6a questão, respectivamente: 5 (10,87%), 40 (86,96%), 21 (45,65%),
33 (73,33%), 16 (34,78%) e 36 (78,26%). Já no pós-teste, dos 56
alunos participantes do 2o semestre, da 1a a 6a questão, os acertos foram, respectivamente: 24 (42,86%), 54 (96,43%), 46 (82,14%), 41
(74,55%), 42 (76,36%) e 53 (96,36%). No geral, 54,7% dos alunos
acertaram o pré-teste enquanto 77,4% responderam corretamente ao
pós-teste. Discussão: O principal achado dessa atividade foi o aumento do número de alunos que responderam corretamente às questões
dos testes, o que nos permite afirmar que a aplicação dessa técnica
alternativa à aula expositiva obteve resultados positivos na transmissão
de informações sobre DM, doença crônica de elevada prevalência que
requer cuidado médico contínuo e educação em saúde eficaz para que
os pacientes possam evitar complicações crônicas. Além disso, a atividade permitiu interação entre os envolvidos na atividade, tornando,
assim, o aprendizado dinâmico e descontraído. Conclusão: A utilização do role-playing como método pedagógico alternativo foi capaz de
contribuir para a assimilação de conteúdos relevantes, no que concerne
às complicações do DM, que, embora seja uma doença endócrina de
grande importância na saúde pública, não é conhecida satisfatoriamente por parte dos acadêmicos de medicina.
145
CURSO DE EDUCAÇÃO EM DIABETES MELLITUS NA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS (UFAM) EM 2011
Rodrigues, M. T.¹; Carniceiro, G. B. C.¹; Silva, A. M.¹; Silva, T. G.¹; Lima,
P. A. M. S.¹; Rocha, A. E.¹; Said, L. S.¹
¹ Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (UFAM),
Manaus, AM, Brasil
Objetivo: Diabetes mellitus (DM) é uma doença metabólica complexa, multifatorial, que afeta qualidade e expectativa de vida dos pacientes. Apresenta dois tipos principais, o tipo 1 (DM1), que ocorre
S251
Educação
plasmaférese em uma paciente com hipertrigliceridemia grave com
pancreatite de repetição. Métodos: Foram realizadas revisão do prontuário do caso e coleta de informações com a paciente. Resultados:
Mulher com 59 anos que iniciou acompanhamento há 11 anos em
nosso serviço. Fora internada para realização de colecistectomia como
tratamento de pancreatite aguda. Apresentava episódios intermitentes de dor abdominal, náuseas e vômitos, trigliceridemia de até 6.750
mg/dl e quadros de pancreatite aguda. Irmã falecida aos 25 anos por
pancreatite aguda. Não apresenta diabetes ou doença cardiovascular.
Há dois anos, apesar do tratamento otimizado, evoluiu com piora
importante dos níveis séricos de triglicerídeos e episódios mais frequentes de pancreatite aguda, sendo iniciadas sessões de plasmaférese
para tentar conter a desnutrição gradual da paciente devido à restrição
alimentar terapêutica. Realizavam-se duas ou três sessões de plasmaférese sempre que trigliceridemia > 1.300 mg/dl, com resultados satisfatórios e melhora clínica (9 sessões até o momento). As medianas
(mínimo-máximo) das trigliceridemias pré e pós-plasmaférese foram:
2.580 mg/dl (1.676-4.747 mg/dl) e 508 mg/dl (116-869 mg/dl).
Após melhora clínica inicial, a paciente voltou a apresentar quadro de
pancreatite apesar das sessões. Atualmente, encontra-se clinicamente
compensada com triglicerídeos 2.370 mg/dl, sem realizar sessões há
cinco meses. Estão programadas novas sessões apenas se apresentar
quadro clínico de dor abdominal que possa sugerir o início de episódio
de pancreatite. Discussão: Em estudo multicêntrico com 17 pacientes, houve uma queda média do TG e colesterol total após aférese de
1.929 e 510 mg/dl para 762 e 227 mg/dl, respectivamente. A aférese
impediu recidivas de pancreatite aguda e foi segura, sendo capaz de
reduzir até 70% dos triglicerídeos em cada sessão. Deve ser realizada
dentro das primeiras 48 horas de dor abdominal e, quanto maior o
nível de triglicerídeos, melhor o resultado do procedimento. Conclusão: A plasmaférese surge como uma ferramenta terapêutica segura e
útil, removendo o agente causador da inflamação pancreática.
End. Feminina E Andrologia
Trabalhos Científicos
na infância ou adolescência, e o tipo 2 (DM2), mais frequente, que
aparece insidiosamente, principalmente em adultos. As palestras educativas objetivam informar diabéticos, familiares e interessados sobre
o assunto, a respeito da doença, suas complicações, tratamento, salientando a importância das formas não medicamentosas. Métodos:
O curso ocorreu entre outubro-dezembro de 2011 por meio de palestras semanais, realizadas por equipe multidisciplinar, que dispunha
de recursos audiovisuais. Abordaram-se temas como: conceito, classificação e formas de tratamento do DM, complicações, abordagem
psicossocial; presente, passado e futuro da doença. Foram aplicados
dois questionários, um no início e outro no fim do ciclo de palestras.
Resultados: Do total de inscritos (51 pessoas), 60,78% participaram
assiduamente. A maioria dos participantes era do sexo feminino, estava na 5ª década de vida e tinha ensino médio completo. Pela aplicação
dos questionários no começo do ciclo de palestras, observou-se que
havia o senso comum de que o DM era uma doença em que diminuir
a quantidade de ingesta de açúcar era o principal tratamento. O uso
da insulina era a terapêutica mais temida por todos os pacientes, inclusive os DM1. Ao término das palestras, observou-se satisfação pelos
assuntos abordados, maiores esclarecimentos. Discussão: A interação
e a análise das informações transmitidas favoreceram a aprendizagem
multiprofissional e interdisciplinar, em que ação-reflexão-ação foram
simultâneas. A inter-relação promovida entre pessoas com a mesma
doença pode dar aos participantes a certeza de que os problemas enfrentados são coletivos, que as dúvidas são as mesmas e que é possível
aprender a conviver de forma saudável e sem discriminações. Conclusão: A partir do que foi vivenciado, nota-se a necessidade de mais
atividades como essa, visando atingir um número cada vez maior de
espectadores.
END. FEMININA E ANDROLOGIA
146
ADERÊNCIA À TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL DA
MENOPAUSA: UM PERFIL DA MULHER BRASILEIRA
Menezes, A. M. S.¹; Alves, Z. S.¹; Pardini, D. P.¹
¹ Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A terapia hormonal da menopausa (THM) melhora os
sintomas vasomotores, a massa óssea, o risco de fratura, e a qualidade
de vida. A continuidade da terapêutica é necessária para a obtenção e
manutenção dos benefícios. Objetivo: Estudar a aderência à THM,
entre as mulheres atendidas em um ambulatório público especializado
em Endocrinologia do Climatério/Menopausa, e os fatores envolvidos na interrupção da terapêutica. Métodos: Os prontuários de 234
mulheres em THM foram revisados em busca dos registros das datas
de início e fim, bem como dos motivos da cessação da terapêutica. A
aderência ao tratamento foi estudada pelo método da análise de sobrevivência de Kaplan-Meier por meio do software SPSS-16. Resultados:
A média e a mediana do tempo em uso de THM para toda a amostra
foram de, respectivamente, 3,6 anos (IC 95% = 3,2 - 3,9 anos) e 1,9
anos (IC 95% = 1,6 - 2,2 anos). Ao final do 1o, 2o, 3o, 4o, 5o, 6o, 7o, 8o
e 9o anos de seguimento, ainda estavam em THM, respectivamente,
88,0; 47,4; 40,6; 33,3; 26,5; 21,8; 17,5; 14,1 e 9,0% das mulheres
estudadas. Nenhuma mulher atingiu o 10o ano em THM. Sessenta
por cento das mulheres estudadas interromperam a THM por razões
financeiras; 20%, por ordem médica; e os 20% remanescentes, por
medo de complicações. Discussão: A aderência à THM é baixa em
muitos países em razão principalmente de fatores relacionados ao médico prescritor e a temores das pacientes (câncer, sangramento vaginal,
S252
ganho de peso). Não há na literatura informações sobre a aderência
à THM no Brasil. Este estudo destaca o aspecto financeiro como a
principal limitação para o uso da THM por nossas mulheres, usuárias
do serviço público de saúde em um ambulatório universitário especializado. Considerando o aumento da longevidade feminina no Brasil e
os benefícios da THM bem indicada, o acesso gratuito ao tratamento
poderia melhorar a adesão das mulheres a essa terapêutica no nosso país. Com a ampliação dessa investigação, já em curso em âmbito
nacional, envolvendo mulheres usuárias de serviços públicos e privados, esperamos consubstanciar essa hipótese. Conclusão: A aderência
de mulheres brasileiras à THM é baixa como no resto do mundo. A
disponibilização gratuita da THM no Brasil deve ser considerada por
nossas autoridades e profissionais de saúde, como medida estimuladora da aderência ao tratamento e manutenção dos benefícios às usuárias.
147
ALTERAÇÕES ENDOCRINOLÓGICAS EM PACIENTE COM
CROMOSSOMO 11 EM ANEL: RELATO DE CASO
Vieira Neto, L.¹; Mata, F. B.¹; Oliveira, S. L.¹; Eccard, G. B. H.¹
¹ Hospital Federal da Lagoa (HFL), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Avaliar alterações endócrinas em paciente com cromossomo
11 em anel. Métodos: Relato de caso. Resultados: Vinte anos, sexo
feminino, encaminhada ao nosso Serviço para avaliação de hirsutismo iniciado aos 5 anos de idade e irregularidade menstrual. À história
patológica pregressa, destacam-se plaquetopenia desde o nascimento,
atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, baixa estatura, puberdade precoce, comunicação interventricular e alterações ortopédicas
(3 cirurgias para correção de escoliose e pé torto congênito). Cariótipo aos 5 anos revelou cromossomo 11 em anel, 46,XX,r(11). Aos 13
anos, foi submetida à investigação diagnóstica do hirsutismo, com níveis de S-DHEA, androstenediona, testosterona total, estradiol e TSH
normais, porém com glicemia de jejum de 138 mg/dL e insulinemia
de 24,8 µU/mL. Ultrassonografia pélvica normal. Ressonância magnética de abdome com imagem sugestiva de adenoma em adrenal E de
0,8 cm. Ao exame, estatura abaixo do percentil 3, IMC: 26,7 kg/m²,
hirsutismo caracterizado por 26 pontos (Ferriman & Gallwey), com
padrão de distribuição masculino, clitoromegalia, alopécia androgênica, sopro sistólico pancardíaco e alterações ortopédicas. Solicitamos
novos exames laboratoriais, evidenciando glicemia de jejum 153 mg/
dL, insulina 26 mU/mL (Homa-IR 9,82) e HbA1C 7,3%. Diidrotestosterona 437,5 pg/mL (23 a 368 pg/mL), testosterona livre calculada 0,53 ng/dL, SHBG 5,7 nmol/L, cortisol basal 13,7 µg/dL,
cortisol após 1 mg de dexametasona 0,4 mcg/dL. Níveis de S-DHEA,
androstenediona, 17-hidroxiprogesterona, TSH e perfil lipídico normais. Tomografia computadorizada de abdome e pelve mostrando
esteatose hepática e suprarrenal E discretamente aumentada, sem configurar um nódulo. Iniciado tratamento com metformina 1.500 mg/
dia, etinilestradiol 0,035 mg associado a acetato de ciproterona 1 mg,
finasterida 5 mg/dia e solução capilar de 17-alfa-estradiol. A paciente
evoluiu com bom controle glicêmico, melhora parcial da alopécia e
retardo na velocidade de crescimento dos pelos. Na última avaliação,
foi adicionado espironolactona 50 mg/dia. Discussão: Trata-se de
uma paciente com alguns sinais de virilização, com níveis de androgênios circulantes normais, à exceção da diidrotestosterona, o que pode
refletir uma maior atividade da 5α-redutase, associada a uma maior
sensibilidade do receptor androgênico. Conclusão: Descrevemos a associação de uma síndrome genética rara com sinais de virilização sem
produção aumentada de androgênios.
148
EFEITOS DO ESTRADIOL PERCUTÂNEO NOS SINTOMAS
CLIMATÉRICOS, LIBIDO E NÍVEIS DE ESTEROIDES SEXUAIS
Giorelli, G. V.¹; Avanza, R. C. O.¹; Pereira, J. Z.¹; Pereira Junior, L. C.¹;
Duarte, M. P. C.¹; Farias, M. L. F.¹; Leão, L. M. C. S. M.¹
¹ Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Hospital Universitário
Pedro Ernesto (HUPE), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Hospital
Universitário, Endocrinologia, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Avaliar os efeitos da terapia isolada com a dose padrão de estradiol (E2) percutâneo nos sintomas climatéricos, libido e níveis séricos
de esteroides sexuais. Métodos: Selecionamos 21 mulheres entre 40 e
65 anos, histerectomizadas, com FSH > 21,7 mUI/mL, sem doenças
crônicas exceto hipertensão arterial leve/moderada, sem contraindicações para terapia hormonal (THM) ou utilização de THM nos três
meses que precediam sua inclusão no estudo, para usar gel percutâneo
de E2 (1 mg/dia) por 1 ano. Os sintomas climatéricos foram avaliados
pelo índice de Blatt e Kupperman (BK) e a libido, segundo escores de
ausente a extremo. Empregamos quimioluminescência para as dosagens
de SHBG (DPC), estradiol (DPC) e testosterona total (Bayer) no basal
e após 12 meses de tratamento. O índice de testosterona livre (ITL)
foi usado para determinar a biodisponibilidade androgênica. Os dados
das variáveis contínuas foram expressos em média ± desvio-padrão. Utilizamos porcentagens para as variáveis categóricas. Para a comparação
dos parâmetros nos dois tempos, utilizamos o teste t pareado. As variáveis categóricas foram avaliadas através do teste do Qui-quadrado.
Consideramos significativos valores de p < 0,05. Resultados: Pacientes
apresentavam idade e IMC de 52,5 ± 6,2 anos e 28,7 ± 6,8 kg/m².
Observamos elevação do E2 sérico (39,5 ± 11,7 X 133,5 ± 110,7 pg/
mL; p = 0,0004) sem alterações nos níveis de testosterona total (293,5
± 93,7 X 269 ± 122 pg/mL; p = 0,47), SHBG (49,7 ± 32,6 X 54,2
± 29,4 nmol/L; p = 0,64) ou ITL (3,2 ± 2,3 X 2.4 ± 1.7; p = 0,20).
Redução significativa dos sintomas pelo BK (26,1 ± 9,5 X 5,3 ± 3,6.
Discussão: Durante a transição menopáusica, a instabilidade vasomotora afeta de 60% a 80% das mulheres com prejuízos à qualidade de
vida. Paralelamente, cerca de 40% das mulheres apresentam diminuição
da libido, a qual pode ser exacerbada pela reposição oral de estrogênio
(redução da testosterona biodisponível). O uso regular de 1 mg/dia de
E2 percutâneo após a menopausa elevou os níveis séricos de E2 controlando adequadamente os sintomas climatéricos. O esquema não alterou
a testosterona total ou biodisponível, apresentando efeitos neutros sobre
a libido. Conclusão: Nossos resultados corroboram a eficácia da reposição percutânea para controle de sintomas vasomotores e sugerem que
essa via pode ser indicada a mulheres com queixa de redução da libido.
149
EFEITOS DO USO PROLONGADO DE ESTRADIOL PERCUTÂNEO
EM PARÂMETROS METABÓLICOS
Pereira Junior L. C.¹; Pires, B. P.¹; Giorelli, G. V.¹; Pereira, J. Z.¹; Duarte,
M. P. C.¹; Farias, M. L. F.¹; Leão, L. M. C. S. M.¹
¹ Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Hospital Universitário Pedro
Ernesto, Endocrinologia (HUPE), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Endocrinologia, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Avaliar os efeitos do uso prolongado de estradiol percutâneo sobre parâmetros clínicos e laboratoriais vinculados ao risco metabólico em mulheres após a menopausa. Métodos: Vinte mulheres
histerectomizadas, com FSH > 21,7 mUI/mL, entre 44 e 62 anos,
sem doenças crônicas (exceto HAS leve ou moderada segundo a IV
Diretriz Brasileira de HAS), sem contraindicações para THM e sem
modificações de estilo de vida (dieta ou atividade física), foram sele-
cionadas para utilizar estradiol percutâneo (E2) na dose de 1 mg/
dia. As médias dos parâmetros estudados foram comparadas no basal e
após 1 ano de tratamento regular. Os dados foram expressos em média ± desvio-padrão. As diferenças entre os parâmetros foram avaliadas
por meio do teste t Student pareado, considerando-se significativos
valores de p < 0,05. Discussão: O uso regular da medicação elevou
significativamente os níveis plasmáticos de E2 e teve efeitos benéficos em parâmetros da função hepática e renal. O peso corporal não
se alterou. Houve redução não significativa da pressão arterial sistólica (PAS). Em concordância com a literatura, não foram registradas
elevações significativas nos níveis séricos de SHBG ou triglicerídeos
(reduziram) e os benefícios classicamente descritos com a reposição
oral sobre HDL ou LDL não foram demonstrados. Os efeitos sobre
o metabolismo glicídico mostraram-se neutros, observando-se apenas
discreta melhora na sensibilidade à insulina. Conclusão: Nossos resultados sugerem que a utilização prolongada de E2 percutâneo após
a menopausa não promove ganho de peso e apresenta benefícios discretos no metabolismo lipídico/glicídico. Estudos mais amplos são
necessários para esclarecer se esse tratamento pode melhorar a sensibilidade à insulina, com benefícios na PAS e níveis de triglicerídeos.
150
GINECOMASTIA BILATERAL SECUNDÁRIA A TUMOR DE
CÉLULAS DE LEYDIG PRODUTOR DE ESTRADIOL
Machado, A. S.¹; Ribeiro Filho, F. F.¹; Silva, A. M. C.¹; Oikawa, T.¹;
Felício, K. M.¹; Felício, J. S.¹
¹ Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), Universidade Federal do
Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil
Objetivo: Descrever um caso clínico de um paciente com tumor de
células de Leydig produtor de estradiol que se manifestou com ginecomastia bilateral e remissão parcial do quadro após remoção tumoral.
Métodos: L.S., sexo masculino, 32 anos, iniciou investigação para ginecomastia bilateral, redução da libido e disfunção erétil, sem evidências de massa testicular à palpação. Após avaliação clínica, foi confirmado o diagnóstico de hipogonadismo com diminuição dos níveis de
testosterona e elevação dos níveis de estradiol, além de achado ultrassonográfico de tumor testicularà direita. O paciente foi encaminhado
para realização de orquiectomia unilateral, cujo exame histopatológico
evidenciou neoplasia benigna de células de Leydig. Resultados: Após
tratamento cirúrgico, apresentou remissão dos sintomas de hipogonadismo e redução parcial do volume mamário, além de queda acentuada
dos níveis de estradiol e normalização dos níveis de testosterona. Discussão: Atividade hormonal pode ser encontrada em 20% dos casos
de neoplasia de células de Leydig, incluindo aumento do estradiol e
diminuição dos níveis de testosterona sérica. As manifestações endócrinas podem preceder a massa testicular palpável, a qual é a apresentação
clínica mais comum. Conclusão: Tumores de células de Leydig são
raros, contudo são os tumores não germinativos mais comuns do testículo. Apesar de sua raridade, esses tumores produtores de hormônios
são particularmente interessantes devido ao seu potencial de causar
manifestações endocrinológicas em homens adultos.
151
HIPOGONADISMO EM OBESOS GRAU 3 NO SERVIÇO
DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA DO HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO (HU-UFSC)
Tomaz, R. R.¹; Colombo, B. S.¹; Silva, M. C.¹; Schreiber, C. S. O.¹; Coral,
M. H. C.¹; Hohl, A.¹
¹ Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Hospital Universitário,
Florianópolis, SC, Brasil
S253
End. Feminina E Andrologia
Trabalhos Científicos
End. Feminina E Andrologia
Trabalhos Científicos
Introdução: A obesidade tem se tornando cada vez mais prevalente
em nosso meio e, juntamente com os distúrbios associados, promove
importantes impactos na saúde e na qualidade de vida da população.
Sabe-se que há relação direta entre grau de obesidade e baixos níveis
de testosterona sérica. Apesar de muito prevalente, essa associação é
subdiagnosticada e isso se deve, em parte, à falta de valorização dessa
condição pela equipe médica. Objetivos: Estudar os níveis de testosterona nos pacientes do sexo masculino com obesidade grau 3 em
avaliação pré-operatória para cirurgia bariátrica atendidos no Serviço
de Endocrinologia e Metabologia do Hospital Universitário (HU-UFSC). Métodos: Foram avaliados 18 pacientes do sexo masculino,
atendidos em 2012 no HU-UFSC, com média de idade de 43,12 ±
11,51 anos (mediana: 43 anos). As médias e medianas de peso, índice
de massa corporal (IMC) e circunferência abdominal foram, respectivamente, 154,2 ± 34,04 kg (mediana: 140,6 kg); 59,59 ± 9,32 kg/
m² (mediana: 49,49 kg/m²) e 144 ± 14,38 cm (mediana: 141,5 cm).
As médias dos níveis hormonais foram: testosterona total 214,65 ±
89,30 ng/dL, testosterona livre calculada 5,26 ± 2,19 ng/dL. Estratificando os níveis de testosterona, 16 pacientes (88,9%) apresentaram
níveis inferiores a 300 ng/dL e 10 indivíduos, níveis abaixo de 240
ng/dL (55,6%). O perfil metabólico das pacientes foi (média): glicose
de jejum 102.94 ± 18.96 mg/dL (VR < 100), hemoglobina glicada
6,51 ± 1,11% (VR < 5,7%), colesterol total 180,72 ± 30,91 mg/dL
(VR 40 mg/dL), triglicerídeos 155,24 ± 71,14 mg/dL. Conclusão:
A associação da obesidade com níveis diminuídos de testosterona em
homens vem sendo descrita na literatura nos últimos anos. A presença
dos fatores da síndrome metabólica aumenta esse risco. Este trabalho
revela que a maioria dos nossos pacientes obesos em pré-operatório
encontra-se em tal situação e a cirurgia bariátrica pode levar à resolução desse hipogonadismo funcional. A avaliação pré-operatória e a
reavaliação dos níveis de testosterona após a gastroplastia devem fazer
parte do protocolo de avaliação desses pacientes.
152
HIPOGONADISMO MASCULINO EM HANSENÍASE
Bittencourt, A. V.¹; Oliveira, M. F.¹; Jesus, H. B.¹; França, L. S.¹
¹ Faculdade de Medicina, UESC, Fundação Nacional de Saúde, Faculdade de
Medicina, UFBA, Itabuna, BA, Brasil
Introdução: A hanseníase é uma doença sistêmica infecciosa crônica
causada pelo Mycobacterium leprae (bacilo de Hansen). É um problema de saúde pública, principalmente por causa de seu estigma e discriminação social. O hipogonadismo em homens com hanseníase pode
ocorrer devido ao envolvimento testicular da doença lepromatosa.
Objetivo: O objetivo deste estudo foi para avaliar a função gonadal em
homens com hanseníase. Métodos: Desenho do estudo: estudo transversal em um ambulatório de hanseníase. Sujeitos e métodos: Apenas
a avaliação dos hormônios sexuais em homens com hanseníase com
mais de 1 ano de evolução da doença foi analisada. Foram avaliados os
níveis séricos de testosterona livre (TL), hormônio luteinizante (LH)
e hormônio folículo-estimulante (FSH) em 21 homens com hanseníase crônica. Os pacientes foram divididos em dois grupos: até 60
anos (G1) e com mais de 60 anos (G2), devido ao declínio fisiológico
da produção de testosterona em homens acima de 60 anos de idade.
Resultados: A idade média dos pacientes foi de 48,43 ± 18,65 anos.
A TL sérica apresentou valores reduzidos em 37,5% dos pacientes. Os
níveis séricos de LH e FSH apresentaram valores elevados em 18,8 e
6,3% dos pacientes, respectivamente. Os níveis basais do LH e FSH
foram significativamente elevados e da TL foi significativamente reduzida quando comparados os grupos G1 e G2. Além disso, o G1
S254
apresentou uma correlação estatisticamente significante com os baixos
níveis de FT (P < 0,002). Discussão: Este estudo relata a frequência das alterações de gonadotrofinas e testosterona em homens com
hanseníase crônica. A frequência de hipogonadismo em nosso estudo foi de 37,50%, demonstrando uma correlação significativa entre
os elevados níveis séricos de gonadotrofinas e baixa dos níveis de TL
em homens com hanseníase crônica até 60 anos de idade. Foi observado também que não ocorreu associação estatisticamente significante
entre o hipogonodismo e a forma clínica da hanseníase. Conclusão:
Este estudo mostrou elevada frequência de hipogonadismo em homens com hanseníase. Portanto, a avaliação da função gonadal nesses
pacientes deve ser recomendada rotineiramente, para rastreamento de
hipogonadismo.
153
PAPEL DO EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBICO NA PREVENÇÃO
DA RESISTÊNCIA INSULÍNICA PERIFÉRICA EM RATAS
OVARIECTOMIZADAS NÃO DIABÉTICAS
Gonçalves, W. L. S.¹; Teixeira, L. R.¹; Farina, G. R.¹; Kondo, K. R. J.¹;
Poltronieri, G. C. M.¹; Rodrigues, A. N.¹; de Abreu, G. R.¹
¹ Escola de Medicina do Centro Universitário do Espírito Santo (Unesc), Colatina,
ES, Brasil; Departamento de Ciências Fisiológicas (CCS), Universidade Federal do
Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil
Introdução: Relatos na literatura mostram que a deficiência ovariana
natural (menopausa) e/ou cirúrgica (ovariectomia) eleva potencialmente o risco de resistência insulínica (RI) em mulheres não diabéticas. Objetivo: Analisar os efeitos da prática regular de exercícios na
prevenção da RI em ratas ovariectomizadas. Métodos: Ratas Wistar
adultas (220-270 g) foram divididas em quatro grupos (n = 40): sedentárias cirurgia-fictícia SHAM-SD, sedentárias ovariectomizadas
OVX-SD, treinadas SHAM-TC e treinadas OVX-TC. Após 21 dias da
cirurgia, foi iniciado o treinamento corrida na esteira, que teve duração
de oito semanas, durante 30 minutos 5 dias/sem., com adaptação ao
treino nas 1a e 2a semanas, com intensidade de 10 m/min/dia, progredindo até de 20 m/min/dia nas 7a e 8a semanas. Após 48 horas do
último treino, as ratas foram decapitadas e o sangue foi coletado para
análises bioquímicas (glicemia, insulinemia). Foram avaliados composição corporal (peso, comprimento) e gordura central determinada por
lipectomia abdominal/pélvica. Também foi avaliada a atividade da enzima catalase (CAT) no plasma e no homogenato de tecido muscular
(biceps femoral). Utilizaram-se ANOVA duas vias e teste de Bonferroni, com significância de p < 0,05. Resultados: Verificou-se aumento
na composição corporal do grupo OVX-SD em comparação ao grupo
SHAM-SD, que não ocorreu nos grupos treinados. Observou-se, ainda, que no grupo OVX-SD os níveis de intolerância à glicose e o índice
HOMA-IR estavam mais elevados em relação aos obtidos no grupo
SHAM-SD e que nos grupos TC a atividade da enzima CAT estava
aumentada, em relação aos grupos SD. Discussão: O estudo mostrou
que sedentarismo eleva potencialmente os riscos para o desenvolvimento de RI em fêmeas, independente da condição hormonal, e que
a prática regular de corrida foi capaz de prevenir o ganho de peso com
acúmulo de gordura central e de melhorar a intolerância à glicose e a
sensibilidade à insulina em ratas não diabéticas. Esses achados sugerem
que o aumento do sistema redox induzido pelo exercício para profilaxia e reparo ao dano muscular pode ter favorecido ao sistema vascular, provavelmente pela redução do estresse oxidativo, que produz
déficit na homeostasia de glicose. Conclusão: O treinamento aeróbico
(corrida) por oito semanas previne a resistência insulínica periférica em
ratas com e sem deficiência hormonal.
154
PROCESSO SAÚDE-DOENÇA EM UM CASO DE INFERTILIDADE
CAUSADA POR HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA POR
DEFICIÊNCIA DA 21-HIDROXILASE
Gomes, M. C. S.¹; Jatene, E. M.¹; de Paula, S. L. F. M.¹; EspíndolaAntunes, D.¹; Viggiano, D. P. P. O.¹; Mundim, C. A.¹; Rodrigues, M. L. D.¹
¹ Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Hospital das Clínicas da
Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
Objetivo: Relatar e discutir o processo saúde-doença de paciente com
HAC, infertilidade e constrangimento social. Métodos: Estudo de
caso. Resultados: A hiperplasia adrenal congênita (HAC) por deficiência da 21-hidroxilase (D21OH) é um distúrbio da diferenciação sexual
que, na sua forma clássica (FC), causa virilização de fetos femininos por
exposição a androgênios. Na idade adulta, é responsável por queda na
qualidade de vida, relacionada a disfunção sexual, distúrbios psicossociais e infertilidade. Relato do caso: paciente feminina, 24 anos, negra,
união estável, encaminhada pelo serviço de reprodução após abandono
de tratamento por cinco anos. Queixava-se de infertilidade, excesso de
pelos e voz masculina. Referia duas clitoroplastias e amenorreia primária. Fez tratamento irregular com prednisona e anticoncepcional oral,
sem o qual se mantém em amenorreia. Vida sexual satisfatória. Desconhece crises perdedoras de sal. Pais não consanguíneos; irmã com
quadro semelhante, sem acompanhamento. Ao exame: cabisbaixa, voz
baixa e grave, desconfortável com sua aparência e voz. Estatura: 1,55
m, IMC: 21,97 kg/m². Hirsutismo severo, pele acneica, musculatura
desenvolvida, acantose nigricans cervical. Genitália: pelos com padrão
ginecoide (P5), sinéquia de pequenos lábios, clitóris diminuto. Mamas
pequenas (M5). Laboratório: 17OH progesterona basal = 603 ng/
mL, testosterona total = 474 ng/dL. USG EV: útero = 16 cm³, ovário
D = 10 cm³, ovário E = 6 cm³, sem cistos. Diagnosticada FC virilizante
simples de HAC por D21OH. Reiniciado glicocorticoide. Discussão:
Em comparação à população não afetada, maior número de mulheres
com a FC de HAC é solteira, sexualmente inativa, demonstra autoimagem negativa, baixa autoestima e dificuldade de aceitação social. Com
avanço de técnicas cirúrgicas para correção da genitália ambígua, muitas
estabelecem relacionamentos estáveis e desejo de gestação. Contudo,
as taxas de gestação e parto são baixas (0-50%). Conclusão: A infertilidade é uma das principais motivações de visita médica entre pacientes
adultas portadoras de HAC, como evidenciado pelo caso descrito. A
paciente manteve-se alheia ao diagnóstico e a possibilidades terapêuticas durante toda a adolescência. Apesar de satisfeita com o resultado da
correção da genitália e sexualidade, apresentava desconforto perante os
demais sinais de hiperandrogenismo. Não apenas desordens biológicas
afetam a fertilidade nesses casos, mas também distúrbios psicossociais e
sexuais têm grande contribuição.
155
PUBERDADE PRECOCE E BAIXA ESTATURA: UMA
ASSOCIAÇÃO COMUM
Rosso, D.¹; de Sousa, J. D. M.¹; Caminhas, J. L. D.¹; Souza, M. C. P.¹;
Franco, B. P.¹; Silva, M. S. L.¹; Arbex, A. K.¹
¹ Serviço de Endocrinologia, Instituto de Pesquisa e Ensino Médico (Ipemed),
Belo Horizonte, MG, Brasil
Objetivo: Demonstrar a associação comum entre puberdade precoce
e baixa estatura. Métodos: Relato de caso: Paciente, A.l.A.F., do sexo
feminino, de 7 anos e 11 meses, parda, nascida de parto normal, a
termo e sem intercorrências, com peso ao nascer: 2,8 kg e 48 cm. Aleitamento materno exclusivo até sexto mês. Desenvolvimento normal.
Sem internações previas, não faz uso de medicação e está em acompanhamento neurológico desde os 2 anos de idade. Encaminhada para
avaliação endocrinológica aos 6 anos de idade, devido a desenvolvimento de mamas e pelos pubianos. Resultados: Exame físico: Estatura: 129 cm (percentil 60th), Peso: 40 kg (percentil 95th), CA: 76
cm, Tanner P3M3. A tireoide palpável sem alterações. Genitália com
discreta hiperemia da vulva e pouca lubrificação. Resultados: FSH: 116
mUI/ml (N: < 0,3 ), LH: 0,07 mUI/ml (N: < 0,2 ), S-DHEA: 68,6
mcg/dl (N: 2,8 a 85,2), prolactina: 6,85 ng/ml (N: 2,83 a 30,0),
testosterona total: 21 pg/ml. Discussão: O avanço desproporcional
da maturação óssea, secundário ao excesso de esteroides sexuais, determina o fechamento prematuro da cartilagem de crescimento, levando à baixa estatura. Em idade adequada, o bloqueio da liberação das
gonadotrofinas e consequente supressão da liberação dos esteroides
gonadais são capazes de prevenir ou mesmo recuperar essa etapa do
desenvolvimento. Conclusão: As crianças que iniciam prematuramente a puberdade apresentam evidências de perda progressiva da estatura
final, mas o diagnóstico e o tratamento precoces permitem a recuperaçao do desenvolvimento estatural.
156
RELAÇÃO DE DESCENSO NOTURNO COM PARÂMETROS
METABÓLICOS E RESISTÊNCIA À INSULINA
Oliveira, R. S.¹; Redorat, R. G.¹; Hartz, G.¹; Conceição, F. L.¹
¹ Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Avaliar os parâmetros metabólicos e de resistência à insulina de pacientes com síndrome dos ovários policísticos (SOP) correlacionando com o descenso noturno (DN). Métodos: Avaliadas 43
pacientes com diagnóstico de SOP, cujos critérios utilizados foram os
do consenso de Rotterdam. Dados coletados: IMC, perfil lipídico, glicemia, HOMA-IR, ausência ou presença de DN por meio da monitorizarão ambulatorial de pressão arterial (MAPA). DN foi caracterizado
como a queda de > 10% da PA sistólica durante o sono. A análise estatística realizada para comparar os parâmetros metabólicos e de resistência à insulina das pacientes sem DN com as pacientes com DN foi o
teste t de Student. Resultados: Os resultados estão presentes na tabela
1. Discussão: A MAPA permite o registro indireto e intermitente da
pressão arterial nas 24 horas, podendo avaliar a presença ou ausência
de DN, o que pode estar relacionado com implicações cardiovasculares
consideráveis. Discute-se se as pacientes com SOP apresentam maior
risco cardiovascular mediante maior prevalência de fatores de risco cardiovascular relacionados com a resistência à insulina, tais como hiperglicemia, dislipidemia e hipertensão arterial. Entretanto, não se sabe se
as pacientes com SOP apresentam maior probabilidade de desenvolver
alterações da pressão arterial, como a ausência de descenso noturno,
diante da presença de fatores cardiovasculares e de resistência à insulina. Ao comparar esses parâmetros metabólicos nos dois grupos, não
encontramos diferença em suas médias. Sugere-se que outros fatores
são determinantes no comportamento da pressão arterial das pacientes
com SOP, independente da presença de fatores de risco cardiovascular
e de resistência à insulina. Conclusão: Não houve diferença significativamente estatística dos parâmetros avaliados nas pacientes com SOP
sem e com descenso noturno.
157
RELAÇÃO ENTRE RESISTÊNCIA À INSULINA E ÍNTIMA MÉDIA
DE CARÓTIDAS EM MULHERES COM SOP
Redorat, R. G.¹; Oliveira, R. S.¹; Hartz, G.¹; Sales, E.¹; Conceição, F. L.¹
¹ Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: A síndrome de ovários policísticos (SOP) tem prevalência em torno de 10% nas mulheres em idade reprodutiva, sendo
S255
End. Feminina E Andrologia
Trabalhos Científicos
End. Feminina E Andrologia
Trabalhos Científicos
caracterizada por anuvolação crônica e hiperandrogenismo, associando-se fortemente à resistência insulínica, marca importante de risco
cardiovascular. Objetivo: O objetivo do estudo foi avaliar a espessura
da íntima média das carótidas (IMT) em mulheres com SOP. Métodos: Foram avaliadas 27 pacientes com SOP e média de idade de
29,7 anos e 23 pacientes controle com média de idade de 26,4 anos.
Os critérios utilizados para o diagnóstico de SOP foram os do Consenso de Rotterdam. Os dados coletados foram: IMC, HOMA-IR e
EcoDoppler de carótidas para avaliação da IMT. A análise estatística
realizada para comparar a resistência à insulina e a IMT das pacientes
com o grupo controle foi o teste t. Resultados: Os resultados estão
presentes na tabela. Discussão: Décadas de silenciosas alterações vasculares na parede arterial precedem eventos clínicos que, em seguida,
refletem doença aterosclerótica avançada. As primeiras anormalidades
morfológicas das paredes arteriais podem ser visualizadas por ultrassonografia (USG), técnica não invasiva e de detecção das fases iniciais da
doença aterosclerótica. Identificar SOP como fator de risco para doença cardiovascular (DCV) é difícil devido à síndrome iniciar em idade
jovem enquanto os eventos da DCV ocorrem com o envelhecimento;
a maioria dos estudos acontece em mulheres jovens, consequentemente o risco de DCV somente ocorrerá com avançar da idade. A USG
tem sido utilizada em um maior número de estudos para monitorar
a IMT das artérias carótidas, uma medição que tem mostrado, por
conseguinte, associação com fatores de risco cardiovasculares e incidência de DCV. Conclusão: Os resultados desse estudo sugerem que
pacientes com diagnóstico de SOP nao apresentam sinais de aterosclerose subclínica nem maior resistência à insulina quando comparadas
ao grupo controle.
158
SÍNDROME DE MAYER-ROKITANSKY-KUSTER-HAUSER COMO
CAUSA DE AMENORREIA PRIMÁRIA
Kapritchkoff, P.¹; Rocha, D. R. T. W.¹; Arbex, A. K.¹
¹ Instituto de Pesquisa e Ensino Médico (Ipemed), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Relatar um caso de amenorreia primária devido a SMRKH
(Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser). Métodos: T.M.S, 15 anos,
sexo feminino, foi encaminhada pelo ginecologista, que, ao fazer
US pélvico, não visualizou útero nem ovários. A paciente procurou
o ginecologista por apresentar amenorreia primária. Negava uso de
quaisquer medicações ou aparecimento de caracteres sexuais secundários. Dados ao nascimento: peso ao nascer 3.530 g, Apgar 8/9, a
termo, parto normal. Exame físico: altura: 1,69 cm, peso: 74,5 kg,
IMC: 26,08 kg/m², PA: 90 X 70 mmHg, Tanner M1 P0. Foram solicitados: cariótipo, exames laboratoriais e RX idade óssea. Resultados:
IGFBP3 : 5,01 ug/ml (N:3,5-10,0), prolactina: 5,11 ng/ml (N:2,829,2), progesterona (pré-pubere) < 1,00), glicemia de jejum: 91 mg/
dl (N:70-99) HDL: 35 mg/dl (N: ≥ 35 mg/dl) (10-19 anos), IGF1:
273 ng/ml (N: 237-996), LH (pré-pubere): 0,07 Mui/ml (N: <
0,2), estradiol (pré-pubere) 13 pg/ml (N: < 43 pg/ml), CT: 226
mg/dl (N: < 200 170), LDL: 174 mg/dl (N: < 100), GH: 0,79
ug/L (N: < 8,00) FSH (pré-pubere). Discussão: A paciente apresenta hipoplasia uterina e vaginal, com ovários de dimensões reduzidas
e presença de folículos. A ausência de caracteres sexuais secundários
e dosagens pré-puberais de FSH, LH e estradiol não é compatível
com a síndrome clássica. Conclusão: O tratamento é multidisciplinar,
visando obter melhor qualidade de vida para a paciente, com orientação psicológica, reposição dos hormônios femininos e técnicas para
reconstrução vaginal, com o objetivo de a paciente obter uma vida
sexual satisfatória.
S256
159
SÍNDROME DE SHEEHAN: RELATO DE CASO
Rosa, E. R.¹; Conceição, S. A.¹; Andrade, L. M.¹; Melo, M. C.¹;
Mendonça, A. M.¹; Santos, D. F.¹; Barros, B. P.¹
¹ Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia,
GO, Brasil
Objetivo: Relatar um caso de síndrome de Sheehan (SS) acompanhado no Serviço de Endocrinologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG). Métodos: Revisão de prontuário
e da literatura sobre essa síndrome. Resultados: MGS, 65 anos, foi
levada ao HC-UFG dia 5/4/2011 para investigação de astenia e hiporexia, iniciadas há 8 meses, após fratura do fêmur. Nesse período,
evolui com tonturas, perda de 30 kg e alopecia difusa com rarefação
de pelos. Na admissão, encontrava-se com quadro de desnutrição importante (IMC 11,43 Kg/m²), palidez cutâneo-mucosa, rebaixamento do nível de consciência e hipontensa. Paciente relata menarca aos
13 anos e menopausa aos 25 anos, após sua única gestação, a qual
apresentou hemorragia volumosa seguida por agalactilia. Nega uso de
anticoncepcionais orais, laqueadura tubária e hemotransfusão. Hipotireoidismo e osteoporose em tratamento, ambos diagnosticados há um
ano. A RNM de sela túrcica evidenciou hipófise de volume reduzido.
Após avaliação hormonal, a dosagem de levotiroxina foi aumentada
para 50 mcg/dia e iniciada prednisona 7,5 mg/dia. Discussão: A SS
se caracteriza pelo hipopituitarismo pós-parto secundário à necrose
hipofisária decorrente de hipotensão ou choque em virtude de hemorragia maciça durante ou logo após o parto. No caso em discussão, a paciente apresentou volumosa perda sanguínea durante parto
seguida de amenorreia e agalactilia, sugerindo insuficiência hipofisária.
Outros aspectos clínicos esperados nessa síndrome foram verificados:
adinamia, caquexia, palidez, anemia, rarefação dos pelos axilares e pubianos, hipotireoidismo. Entretanto, o diagnóstico diferencial da SS
deve ser feito com hipofisite linfocítica, desordem hipofisária associada
à gestação, que pode resultar em hipopituitarismo. Um método de
distinção das duas hipóteses é pelo exame de imagem, o qual foi realizado pela RNM da sela túrcica, que apontou imagem de sela vazia.
Na hipofisite linfocítica, seriam esperados aumento difuso simétrico da
hipófise ou espessamento da haste hipofisária. Para o déficit corticotrófico, utilizou-se a prednisona e, para correção da disfunção tireoidiana,
levotiroxina, com boa resposta. Conclusão: A síndrome de Sheehan
sempre deve ser suspeitada e investigada em pacientes com história de
hemorragia no intra- e pós-parto e alterações da função hipofisária,
independente do tempo transcorrido entre os eventos.
160
SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS E NÍVEIS SÉRICOS
DE VITAMINA D
Candioto, S. L.¹; Avanza, R. O.¹; Pires, B. P.¹; Bordallo, M. A. N.¹; Silva,
C. N.¹; Gazolla, F. M.¹; Leão, L. M. C. S. M.¹
¹ Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Hospital Universitário Pedro
Ernesto (HUPE), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Avaliar as concentrações séricas de 25OH vitamina D
(25OH) num grupo de mulheres com a síndrome dos ovários policísticos (SOP) de nosso meio e analisar sua relação com parâmetros clínicos/bioquímicos vinculados à resistência à insulina (RI). Métodos:
Estudamos 29 pacientes acompanhadas no ambulatório de gônadas,
com diagnóstico de SOP segundo critérios estabelecidos pelo consenso de Rotterdam. Foram excluídas as pacientes que haviam utilizado
metformina, anticoncepcionais orais, antiandrogênios ou drogas que
pudessem interferir no metabolismo do cálcio nos três meses que antecederam sua inclusão no estudo. A dosagem da 25OH foi realizada
por eletroquimioluminescência com Kit da Eclesys e Cobas, em alícotas de soro congeladas a -80°C. Resultados: Vinte e cinco por cento
das pacientes eram brancas e 44% relatavam tabagismo corrente. A
ingestão diária média de cálcio foi < 1 g/dia. Todas as participantes
relatavam exposição frequente ao sol. As pacientes (24,4 ± 2,8 anos)
apresentavam leve hiperandrogenismo clínico; testosterona total:
492,9 ± 390,5 pg/mL; SHBG: 54,4 ± 45,8 nmol/L; ITL: 4,37 ±
4,8% (0,51-6,53%); IMC: 24,31 ± 3,15 kg/m²; cintura: 77,2 ± 6,1
cm; PAS: 117,6 ± 13,9 mmHg; PAD: 79,4 ± 10,9 mmHg; colesterol total: 195,5 ± 45,6 mg/dL; HDL: 52,1 ± 7,3 mg/dL; triglicerídeos: 132 ± 27,3 mg/dL; glicose: 92,8 ± 9,9 mg/dL; insulina:
11,1 ± 4,3 µUI/mL e HOMA: 2,54 ± 1,16. Os níveis de 25 OH
foram 33,2 ± 15,4 ng/mL, observando-se hipovitaminose. Discussão: A redução dos níveis séricos de 25OH foi anteriormente descrita
em mulheres com SOP, sendo inversamente correlacionada a IMC,
cintura, HOMA, colesterol, triglicerídeos e hiperandrogenismo. Neste estudo, observamos hipovitaminose D em cerca de 40% de uma
amostra de jovens portadoras de SOP sem obesidade. A deficiência
de 25OH poderia desencadear RI, por mecanismos ainda não inteiramente compreendidos, contribuindo para a patogênese da síndrome
metabólica (SM), uma condição frequente e de instalação precoce na
SOP. Conclusão: Nossos resultados corroboram a alta prevalência de
hipovitaminose D na SOP e sugerem que a aferição de 25OH é relevante mesmo em pacientes com fenótipo brando e não obesas. Novos
estudos são necessários para estabelecer-se a relação de causa e efeito
entre hipovitaminose D e RI nesta população.
161
SOP EM JOVEM, COM HIRSUTISMO SEVERO, DM2,
HIPERTENSÃO ARTERIAL E DOR PRECORDIAL ATÍPICA:
RESPOSTA AO TRATAMENTO COM ANÁLOGO DO GNRH
Weiss, R. V.¹; Meirelles, R. M.¹; Milech, A.¹; Leitão, M. V.¹; Serfaty, F.¹;
Baldissera, E. R.¹
¹ Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE), Rio de
Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: O tratamento convencional do hirsutismo não é factível
em paciente com diabetes melito tipo 2 (DM2), hipertensão arterial
sistêmica (HAS) e síndrome dos ovários policísticos (SOP). Objetivo:
Mostrar os efeitos do uso do análogo do GnRH (GnRHa) associado a
estrogênio transdérmico e progesterona natural como terapia alternativa e segura para a associação de contraceptivo oral (CO) e antiandrogênios. Métodos: Mulher negra, 29 anos, com telarca e pubarca aos 9
anos, apresentou crescimento gradual de pelos grossos e pigmentados
em face, tronco, abdome e coxas. A menarca foi induzida aos 16 anos
com CO, mantendo seu uso até os 21 anos, quando iniciou HAS.
Quatro anos após a suspensão do CO, engravidou, evoluindo com
aborto espontâneo. Foi reiniciado CO, mas permaneceu em amenorreia até os 27 anos, quando apresentou sangramento vaginal necessitando de internação hospitalar. Resultados: Ao exame, preenchia os
critérios de síndrome metabólica, hirsutismo severo com escore Ferriman-Gallwey = 24, clitoromegalia (2,5 cm) e acantose nigricans. O
teste de tolerância oral à glicose após 2 h diagnosticou DM2, com
HOMA-IR = 23,2 e com níveis séricos de androgênios matinais elevados. Cariótipo 46, XX. O diagnóstico diferencial de virilização de
origem ovariana ou adrenal se impôs. Hiperprolactinemia e hipotireoidismo também foram excluídos. Estudos de imagens foram negativos,
exceto os ovários, com morfologia característica de SOP. Discussão:
Paciente preenchia todos os critérios de Rotterdam e da Sociedade de
Excesso de Androgênio para SOP. Inicialmente, foi tratada com metformina, CO e antiandrogênio combinado com terapia cosmética/
laser. Houve melhora do hirsutismo, porém, durante o tratamento,
apresentou dor torácica. Testes para isquemia miocárdica mostraram
cintilografia anormal, mas o cateterismo de coronárias apresentou-se
normal. Devido à presença de vários fatores de risco e forte história
familiar de cardiopatia isquêmica, o CO e o antiandrogênio foram suspensos. Como alternativa, foi iniciado o acetato de leuprolide depot
22,5 mg. Depois de duas aplicações do GnRHa (seis meses), a testosterona total e a livre caíram para valores muito baixos, confirmando
origem androgênica ovariana. Conclusão: O tratamento com análogos é uma opção terapêutica para hirsutismo severo numa paciente
com contraindicações à terapia tradicional. Durante o tratamento,
obteve-se uma resposta clínica favorável com melhora importante do
hirsutismo (Ferriman-Gallwey de 24 caiu para 18) e aumento da autoestima e confiança da paciente.
Endocrinopediatria
162
ASTROCITOMA PILOCÍTICO CEREBELAR EM PACIENTE
PORTADORA DE SÍNDROME DE TURNER
Jorge, A. S. R.¹; Reis, G. M. C.¹; Oliveira, A. F. R.¹; Amorim Junior, M.
C.¹; Amorim, P. B.¹; Guedes, V. R.¹; Amorim, R. B. P.¹
¹ Universidade Federal do Tocantins (UFT), Palmas, TO, Brasil
Objetivo: Relatar um caso de uma paciente portadora de síndrome
de Turner (ST) diagnosticada com astrocitoma pilocítico e analisar a
associação da ST e dos tumores primários do sistema nervoso central
a partir de dados da literatura médica. Métodos: Foram realizados
revisão de prontuários e acompanhamento clínico da paciente no pós
-operatório e em seguimento ambulatorial, além de revisão bibliográfica do tema em bases de dados para pesquisa médica. Resultados: Paciente, 13 anos e 5 meses, sexo feminino, procurou serviço particular
de endocrinologia com queixa de baixa estatura, amenorreia primária,
ausência de caracteres sexuais secundários (M1P1) e história pregressa
de edema de pés ao nascer e de cirurgia para correção de anomalia
parcial de veias pulmonares. Refere ainda cefaleia holocraniana há 2
anos. Ao exame físico, apresentava palato em ogiva, hipertelorismo
mamário, pescoço alado, nevus pigmentares. Os resultados de exames
complementares foram cariótipo 45, X0, tomografia computadorizada
(TC) de crânio com imagens hipodensas em lobo cerebelar esquerdo,
e a ressonância magnética (RNM) de crânio revelou imagem sugestiva de astrocitoma pilocítico. Foi feita ressecção cirúrgica do tumor
cerebelar, com aparente ressecção total da lesão, e enviada amostra
para análise. O exame histopatológico revelou que não havia sinais de
malignidade, confirmando se tratar de um astrocitoma pilocítico juvenil grau I. Discussão: A partir das características clínicas da paciente,
aventou-se a hipótese de ST, confirmada com resultado de cariótipo
45, X0. Para investigação inicial da cefaleia crônica, foi realizada TC
de crânio, que detectou imagens hipoatenuantes em cerebelo. Foi sugerida a realização da RNM pela superioridade desta em avaliar a fossa
posterior a partir de imagens multiplanares, sendo o padrão-ouro para
análise dos astrocitomas pilocíticos. Ao histopatológico, confirmou-se
que se tratava de um astrocitoma pilocítico classificado como grau I
pela OMS. O grau I se aplica a lesões com baixo potencial proliferativo
e possibilidade de cura somente com a ressecção cirúrgica. A ST foi
relacionada a uma grande variedade de neoplasias primárias, conforme
já discutido por vários autores, no entanto não foi demonstrada forte
S257
Endocrinopediatria
Trabalhos Científicos
Trabalhos Científicos
correlação entre ST e tumores primários do SNC nas fontes de dados
pesquisadas. Conclusão: Consideramos que a associação entre a ST
na paciente e o astrocitoma pilocítico se deve a um achado clínico não
relacionado diretamente a essa aneuploidia.
Endocrinopediatria
163
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA NA PUBARCA PRECOCE
ISOLADA
Alves, L. M. R.¹; Paiva, R. R.¹; Guimarães, M. M.¹; Cargnin, K. R. N.¹;
Hosannah, C.¹
¹ Instituto de Endocrinologia da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro
(HGSCM), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Avaliar a prevalência de obesidade e baixo peso ao nascer na
pubarca precoce isolada em meninas. Métodos: Estudo retrospectivo
histórico de 36 prontuários de crianças com diagnóstico de pubarca
precoce isolada, sendo anotados: idade de início e na primeira consulta, peso ao nascer, primeira avaliação de altura e peso e calculado o índice de massa corpórea. Resultados: A pubarca ocorreu entre 4 meses
e 7 anos, mas na maioria (58%) na idade acima de 6 anos. A idade na
primeira consulta foi de 7 ± 1,9 ano. A maioria (67%) encontrava-se
no estádio 2 de Tanner. Baixo peso ao nascer foi observado em 18,5%
e obesidade e/ou sobrepeso em 49,9%. Discussão: A média de idade
de aparecimento da pubarca encontrada em nosso grupo foi um pouco
mais baixa do que as referidas na literatura, que variaram de 5,1 e 7,3
anos. A maioria das meninas encontrava-se na primeira consulta no
estádio 2, semelhante ao descrito por outros autores. A maioria das
crianças apresentou peso adequado ao nascer e a ocorrência de baixo
peso ao nascer foi bem menor, porém ainda maior, que a da população
do sudeste (cerca de 9,1% em 2007) segundo o Datasus. Nossos dados
são concordantes com outros estudos, porém discordantes de Ibanez
et al., que referem a associação entre pubarca precoce e baixo peso ao
nascer. Encontramos uma alta frequência de obesidade e sobrepeso em
nosso estudo. A prevalência de obesidade foi maior no estádio 3 em
relação ao estádio 2 e bem mais alta se compararmos com a população
em geral, que é em torno de 8% a 14% em crianças e adolescentes.
Nossos dados são semelhantes aos demais estudos, em relação a pubarca precoce, pois um estudo realizado em 2002 com crianças e adolescentes entre 6 e 18 anos, de uma escola elementar de Belo Horizonte,
mostrou prevalência de sobrepeso e obesidade de 8,4% e 3,1%, respectivamente. Miller et al. relatam correlação significativa entre o aumento do IMC do início do quadro de PP com o IMC pós-puberal, assim
como a maior prevalência de síndrome metabólica foi recentemente
reportada em meninas pré-puberes no norte europeu com diagnóstico
de PP que apresentavam sobrepeso e hiperinsulinemia. Conclusão:
Observamos alta prevalência de obesidade e ou sobrepeso nas meninas
com pubarca precoce isolada.
164
BAIXA ESTATURA IDIOPÁTICA: UMA ABORDAGEM
FARMACOGENÉTICA PARA IDENTIFICAÇÃO DE PACIENTES
RESPONDEDORES AO HORMÔNIO DE CRESCIMENTO
Cunha, I. R. C.¹; Marques, F. A.¹; Lamback, E. B.¹; Barbosa, M. E.¹;
Medina, C. T. N.¹; Cardoso, M. T. O.¹; Pogue, R.¹
¹ Universidade Católica de Brasília (UCB), Secretaria de Estado de Saúde do
Distrito Federal, Brasília, DF, Brasil
Objetivo: Baixa estatura (BE) é uma condição que afeta 3% da população. Este trabalho visa propor um protocolo para incorporar análises
farmacogenéticas para a identificação de pacientes com baixa estatura
S258
idiopática (BEI) que podem responder ao tratamento com hormônio
de crescimento (GH). Métodos: Pacientes com BEI são selecionados com estatura abaixo do 3º percentil quando comparado a idade,
população e sexo, com exames físico, cromossômico, endócrino e radiológico normais e que não sugiram osteodisplasia ou outra síndrome genética reconhecível, sendo proporcionais ou desproporcionais.
Para investigação, é utilizada análise genética do gene SHOX (short
stature homeobox) e do gene do receptor do GH (GHR). Resultados:
Esses testes genéticos têm utilidade para diferenciar entre pacientes
que respondem ao GH (mutação no SHOX) e que são resistentes
(mutação no GHR). Discussão: O gene SHOX está localizado nos
cromossomos sexuais. A sua proteína atua para assegurar que crescimento ósseo continue até a puberdade. Por ser dosagem-dependente,
a perda de uma cópia por mutação acarreta no encerramento prematuro das placas de crescimento. Essa é a base molecular de BE causada por mutação no SHOX e também da BE na síndrome de Turner.
Conclusão: Está documentado na literatura que pacientes com BE
causada por mutação no SHOX respondem ao tratamento com GH.
Esse protocolo de tratamento já está disponível nos Estados Unidos e
em vários outros países (segundo o Consenso de BEI publicado em
2008 na Endocrine, os pacientes adquiriram em média 3,5-7,5 cm).
Visto que pacientes com BE proporcional têm baixa frequência de mutações (5%) no SHOX, não se pode justificar a sua análise em pacientes
proporcionais, a não ser que o tratamento com GH seja aprovado no
Brasil. Assim, se o paciente não irá receber o tratamento com GH, não
se justifica o sequenciamento do SHOX. A análise em pacientes desproporcionais é justificada, por ter maior probabilidade de se detectar
mutações no SHOX (estimada a 23%). A investigação genética tem
benefício aos pacientes do ponto de vista de aconselhamento genético. Diante disso, é de suma importância que os endocrinologistas
considerem disponibilizar GH aos pacientes com mutação no SHOX
e busquem ações governamentais para o tratamento desses pacientes.
165
CONFIRMAÇÃO DA HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA
PELO ESTUDO DO GENE CYP21A2 EM CRIANÇAS COM 17HIDROXIPROGESTERONA PERSISTENTEMENTE ELEVADA
Castro, P. S.¹; Rassi, T. O.¹; Mantovani, R. M.¹; Pezzuti, I. L.¹; Bachega, T.
S.¹; Silva, I. N.¹
¹ Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG),
Belo Horizonte, MG; Hospital das Cínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A triagem neonatal para hiperplasia adrenal congênita
(HAC) é importante para prevenção de complicações nas formas graves da doença. Um dos principais problemas durante a sua realização
é a detecção de crianças que permanecem com níveis persistentemente elevados de 17-hidroxiprogesterona (17OHP), sem diagnóstico.
Objetivo: O objetivo deste trabalho foi avaliar a utilidade do estudo
molecular na discriminação entre as crianças afetadas pela doença e
aquelas com elevação transitória da 17OHP. Métodos: Foi realizado
estudo molecular do gene CYP21A2 pelos métodos de Southern blotting para pesquisar grandes rearranjos gênicos e PCR alelo-específico
para identificar mutações de ponto. Foram selecionadas 33 crianças
(21 do sexo feminino) com tempo médio de seguimento de 3 anos e
5 meses, sem fenótipo da doença. Entre elas, 9 eram prematuras, 19
apresentaram intercorrências perinatais e 29 (87,8%) eram adequadas
para a idade gestacional. Resultados: No primeiro exame sérico, a
mediana da 17OHP foi 1.680 ng/dL (VR: 72 ng/dl nas meninas
e 82 nos meninos) e se manteve elevada, com mediana de 164 na
última avaliação. Foram detectadas mutações em 17 crianças (30,3%),
sendo que 7 eram heterozigotas: 5 com mutação do tipo V281L e 2
com Q318X. Em 9 foram encontradas alterações compatíveis com
a forma não clássica, sem sinais clínicos da doença, sendo a V281L
a mais frequente em ambos alelos. No alelo materno, detectaram-se
também as mutações: -126C > T, -113G > A, -110T > C no promotor do CYP21A2 de uma criança e Q318X, em outra. No paterno,
um paciente apresentou as alterações Ins T, Q318X, R356W, dois a
mutação I2 splice e outro uma grande conversão gênica. Uma criança apresentou a mutação Q318X/I2 splice, compatível com a forma clássica. Esta menina não tem, até o momento, sinais clínicos da
doença, constituindo uma exceção à boa correlação genótipo-fenótipo geralmente encontrada na HAC. Discussão: Um alto percentual
de diagnósticos de HAC foi realizado nos pacientes dessa casuística, o
que aponta para a relevância da análise molecular do gene CYP21A2
na elucidação dos prováveis casos falso-positivos durante a realização
da triagem neonatal. Conclusão: Este diagnóstico obtido de forma
mais precisa e rápida contribui para a redução do tempo médio de
acompanhamento dessas crianças, dos gastos associados e de tratamentos desnecessários em pacientes com a forma não clássica, além
de minimizar o estresse familiar relacionado ao possível diagnóstico
de HAC.
166
CONFIRMAÇÃO DA HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA
PELO ESTUDO DO GENE CYP21A2 EM CRIANÇAS COM
17-HIDROXIPROGESTERONA PERSISTENTEMENTE ELEVADA
AP
Castro, P. S.¹; Rassi, T. O.¹; Mantovani, R. M.¹; Pezzuti, I. L.¹; Bachega, T.
S.¹; Silva, I. N.¹
¹ Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG),
Belo Horizonte, MG; Hospital das Cínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A triagem neonatal para hiperplasia adrenal congênita
(HAC) é importante para prevenção de complicações nas formas
graves da doença. Um dos principais problemas durante a sua realização é a detecção de crianças que permanecem com níveis persistentemente elevados de 17-hidroxiprogesterona (17OHP), sem
diagnóstico. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi avaliar a utilidade do estudo molecular na discriminação entre as crianças afetadas
pela doença e aquelas com elevação transitória da 17OHP. Métodos: Foi realizado estudo molecular do gene CYP21A2 pelos métodos de Southern blotting para pesquisar grandes rearranjos gênicos e
PCR alelo-específico para identificar mutações de ponto. Foram selecionadas 33 crianças (21 do sexo feminino) com tempo médio de
seguimento de 3 anos e 5 meses, sem fenótipo da doença. Entre elas,
9 eram prematuras, 19 apresentaram intercorrências perinatais e 29
(87,8%) eram adequadas para a idade gestacional. Resultados: No
primeiro exame sérico, a mediana da 17OHP foi 1.680 ng/dL (VR:
72 ng/dl nas meninas e 82 nos meninos) e se manteve elevada, com
mediana de 164 na última avaliação. Foram detectadas mutações em
17 crianças (30,3%), sendo que 7 eram heterozigotas: 5 com mutação do tipo V281L e 2 com Q318X. Em nove foram encontradas
alterações compatíveis com a forma não clássica, sem sinais clínicos
da doença, sendo a V281L a mais frequente em ambos os alelos.
No alelo materno, detectaram-se também as mutações: -126C > T,
-113G>A, -110T > C no promotor do CYP21A2 de uma criança e
Q318X, em outra. No paterno, um paciente apresentou as alterações Ins T, Q318X, R356W, dois apresentaram a mutação I2 splice
e outro, uma grande conversão gênica. Uma criança apresentou a
mutação Q318X/I2 splice, compatível com a forma clássica. Esta
menina não tem, até o momento, sinais clínicos da doença, constituindo uma exceção à boa correlação genótipo-fenótipo geralmente
encontrada na HAC. Discussão: Um alto percentual de diagnósticos de HAC foi realizado nos pacientes desta casuística, o que
aponta para a relevância da análise molecular do gene CYP21A2 na
elucidação dos prováveis casos falso-positivos durante a realização
da triagem neonatal. Conclusão: Este diagnóstico, obtido de forma
mais precisa e rápida, contribui para a redução do tempo médio de
acompanhamento dessas crianças, dos gastos associados e de tratamentos desnecessários em pacientes com a forma não clássica, além
de minimizar o estresse familiar relacionado ao possível diagnóstico
de HAC.
167
DIABETES MONOGÊNICO: DIFICULDADES EM SE ESTABELECER
O DIAGNÓSTICO
Tavares, F. S.¹; Prado, F. A.¹; Pedrosa, H. C.¹; Corbal, B. S.¹; Guedelha,
L. P. S.¹; Seganfredo, I. B.¹; Batista, M. C. P.¹; Araujo, F. J. S.¹
¹ Serviço de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Regional de Taguatinga, Polo
de Pesquisa, Fepecs, Capes, SES-DF, Brasília, DF, Brasil
Objetivo: Relatar a investigação de criança com glicemia de jejum
(GJ) alterada – caso suspeito de diabetes monogênico. Métodos: V.
G.C., 8 anos, sexo feminino, assintomática, com peso normal para a
idade, apresentando glicemias de jejum repetidamente alteradas (113
mg%, 118mg% e 121mg/dl) e teste de tolerância oral à glicose aos
120 minutos após 75 g de glicose via oral igual a 107 mg%; anti-GAD
negativo e peptídeo C normais. Resultados: Apenas com dietoterapia,
não houve melhora nas glicemias. Acrescentou-se, então, sulfonilureia
(inicialmente glibenclamida 5 mg/dia e, depois, glimepirida 1 mg/
dia) também com pouca resposta. Optou-se, então, pelo uso de saxagliptina 5 mg/dia, mas novamente não houve melhora significativa
no perfil glicêmico. O uso combinado de glimepirida 1 mg/dia e saxagliptina 5 mg/dl igualmente não trouxe melhora no controle. No
momento está em uso de glimepirida 1,5 mg/dia e apresenta glicemia
de jejum média de 110 mg/dl e pós-prandial média de 120 mg/dl.
Novos exames mostraram A1C 6,4%; anti-GAD negativo; anti-ICA
(negativo); peptídeo C normal, PCR < 0,33 (VR de 0,5 a 3,0), proteinúria negativa, USG renal normal. Pai e tios paternos diabéticos,
com diagnóstico antes dos 20 anos de idade. Indicado estudo citogenético para MODY3, o que não foi possível pelo alto custo do exame. Discussão: A persistência de GJ alterada com perfil imunológico
negativo em duas ocasiões, sem resposta ao plano alimentar, atividade
física regular e uso de antidiabéticos orais, motivou a suspeita clínica
de diabetes mellitus (DM) monogênico, especificamente tipo MODY
(Maturity Diabetes Onset of the Young). A falta de controle metabólico após uso de sulfonilureia não é compatível com MODY2, cujo controle metabólico sem medicações é muito estável e adequado. Níveis
baixos de proteína C reativa (PCR ultrassensível) têm sido apontados
em vários casos de MODY3. A investigação imunogenética não constitui rotina clínica para os casos de GJ alterada, devido à dificuldade de
acesso ao exame e ao alto custo. Consequentemente, muitos pacientes são tratados indiscriminadamente como DM tipo 1 ou 2, quando
poderiam tratar-se de DM do tipo MODY, cuja prevalência não está
totalmente definida, mas cuja estimativa é calculada em torno de 2% a
5%. Conclusão: Considerando-se o aumento mundial na prevalência
do DM, torna-se imperativa a classificação correta do tipo da doença
para abordagens terapêuticas mais eficazes e individualizadas. Infelizmente, pelo alto custo dos exames citogenéticos, nem sempre isso é
possível.
S259
Endocrinopediatria
Trabalhos Científicos
Trabalhos Científicos
168
DISTÚRBIO DE CRESCIMENTO E SÍNDROME DE WILLIAMS
Bandeira, L. G.¹; Carvalho, L. M.¹; Cardozo, R. R. S.¹; Mendes, R. M.¹;
Garcia, R. A.¹; Penedo, P. H. F.¹; Dias, R. G. A.¹
Endocrinopediatria
¹ Universidade Católica de Brasília (UCB), Hospital da Criança de Brasília José
Alencar (HCB), Brasília, DF, Brasil
Objetivo: Abordar a síndrome de Williams, um diagnóstico diferencial
de distúrbio de crescimento. Métodos: Consulta realizada em hospital
pediátrico. Resultados: Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 9
anos, acompanhada pela mãe, vem ao ambulatório da genética com
diagnóstico de distúrbio e déficit de atenção. Mãe se queixa de que a
paciente é muito ativa, tem dificuldade em acompanhar os colegas de
classe e não apresenta rendimento escolar satisfatório. Relata atraso no
desenvolvimento motor e baixa estatura importante. Apresenta como
achados físicos relevantes: fácies atípica com espessamento periorbital,
filtro labial longo, lábios grossos, ponte nasal achatada, aletas nasais
grossas; baixa estatura desproporcional, abaixo do percentil 3, abaixo
do percentil 25 da velocidade de crescimento e abaixo do canal
de crescimento segundo alvo genético; exame cardiológico sem
alterações. Discussão: A paciente obteve diagnóstico clínico de síndrome de Williams, sendo solicitados FISH e ecocardiograma para
complementação da investigação. A incidência dessa síndrome é de
1:20.000 nascidos vivos. A síndrome chama mais atenção na idade
pré-escolar, quando os achados fenotípicos se tornam mais evidentes.
É ocasionada pela microdeleção do 7q11.23, que inclui o gene da elastina, uma proteína abundante nos tecidos conectivos. Os achados mais
comuns são: fácies atípica, anormalidades do tecido conjuntivo, retardo mental e personalidade ímpar, baixa estatura, cardiopatia congênita
e hipercalcemia. Na suspeita de baixa estatura de origem genética, deve-se procurar achados dismórficos e calcular a relação U/L para verificar baixa estatura desproporcional. Na presença destes, solicita-se o
cariótipo e recomendam-se, também, exames radiológicos para busca
de displasia esquelética. Conclusão: Toda criança com baixa estatura
deve ser investigada cuidadosamente. A síndrome de Williams é um
diagnóstico diferencial de distúrbios endócrinos do crescimento, que
não vem recebendo a devida consideração, sendo frequentemente não
diagnosticada, e pode apresentar complicações como a estenose aórtica supravalvar, alterações psicomotoras e atraso no desenvolvimento
e crescimento.
169
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO SEVERO NA HIPERPLASIA
ADRENAL CONGÊNITA POR DEFICIÊNCIA DA 21-HIDROXILASE
FORMA CLÁSSICA PERDEDORA DE SAL
Roberto, M. S.¹; Rocha, M. P.¹; Pellucci, L. A.¹; Normando, A. P. C.¹;
Couto, M. P.¹; Renck A. C.¹; Vasconcelos, V. C.¹
¹ Hospital Santa Marcelina (HSM), Departamento de Endocrinologia, São Paulo,
SP, Brasil
Introdução: A hiperplasia adrenal congênita por deficiência da 21-hidroxilase forma clássica perdedora de sal (HAC) é uma doença muitas
vezes fatal durante o período neonatal, caso não sejam estabelecidos o
diagnóstico e o tratamento adequados. Objetivo: O objetivo foi relatar o caso de um recém-nascido (RN) com grave distúrbio hidroeletrolítico secundário a HAC. Métodos: Relato de caso por meio de
análise retrospectiva do prontuário. Resultados: RN de E.R.P.S., nascido de parto normal a termo, genitália externa masculina, testículos
tópicos em bolsa escrotal e peso ao nascimento 3.160 g. No 15o dia
de vida, iniciou quadro de vômitos incoercíveis, sendo medicado por
doença do refluxo gastroesofágico, evoluindo com letargia e desidra-
S260
tação grave. Com 45 dias de vida, foi internado na UTI neonatal com
hiponatremia: 88 mEq/L, hipercalemia: 6.9 mEq/L e hipoglicemia:
20 mg/dL. Foram iniciados reposição hídrica, correção dos distúrbios
hidroeletrolíticos e, na suspeita de insuficiência adrenal, foi realizado
hidrocortisona 70 mg/m2 IV em bolus, e manutenção de 50 mg/m2
IV de 8 em 8 h. Exames laboratoriais (16/6/2011): 17-OH-progesterona plasmática (17OHP) > 20 ng/mL, androstenediona > 10 ng/
mL. O paciente evoluiu com melhora clínica e laboratorial progressiva
e, atualmente, encontra-se em uso de acetato de hidrocortisona VO
(8 mg/dia ) e fludrocortisona VO ( 0,2 mg/dia). Últimos exames
(26/3/2012) Na 140 mEq/L, K 3,8 mEq/L, Gl 73 mg/dL, androstenediona 3,6 ng/mL, testosterona 0,2 ng/mL. Discussão: A
HAC nas meninas é geralmente detectada ao nascimento, devido à
ambiguidade genital. Nos meninos, muitas vezes o diagnóstico passa
despercebido até que eles sofram uma crise adrenal potencialmente fatal. Esse risco é permanente durante toda a vida da criança em períodos
de estresse fisiológico. O caso elucida uma grave patologia, com incidência estimada no Brasil de 1:10.000, que poderia ser precocemente
detectada caso fosse incluída junto ao programa nacional de triagem
neonatal. O screening neonatal para HAC, com dosagem de 17OHP,
é suficientemente sensível e específico para identificar crianças, de ambos os sexos, com a HAC. Entretanto, na prática, ainda é um exame
de acesso limitado apenas a dois estados no país. Conclusão: A HAC
é uma doença grave e potencialmente fatal quando o tratamento da
crise adrenal não é prontamente realizado, mostrando a importância
da introdução da triagem neonatal dessa doença no Brasil.
170
EFFECT OF GH THERAPY IN IDIOPATHIC SHORT STATURE WITH
MILD GH DEFICIENCY OR PARTIAL GH INSENSITIVITY
Oliveira, C. R. P.1; Cardoso, D. F.1; Martinelli Junior, C. E.1; Pereira, F. A.1;
Pereira, R. M. C.1; Gomes, E. S.1; Oliveira, M. H. A.1
¹ Federal University of Sergipe, Division of Endocrinology, Aracaju, Brazil and
Department of Pediatrics and Child Care. Faculty of Medicine of Ribeirão Preto,
USP, Campus de Aracaju, SE, Brasil
Introduction: Idiopathic short stature (ISS) is defined by heterogeneous conditions with apparent normal GH secretion, which may
include partial GH insensitivity (PGHI) and mild GH deficiency
(MGHD) with high or low GH response, respectively, on GH stimulation tests. Objective: The objective of this work is to compare GH
therapy in PGHI and MGHD to a group with severe GH deficiency
(SGHD). Methods: A retrospective study was done in 20 PGHI (GH
peak ≥ 18 ng/ml), 12MGHD (GH peak between 5 and 10 ng/ml) and
19 SGHD (GH peak lower than 5 ng/ml), treated with GH for one to
ten years. The main outcome measures are the increase of standard deviation score (SDS) of height and IGF-I . Results: SDS of initial height
of SGHD was lower than MGHD (p < 0.01) and PGHI (p < 0.01). GH
therapy has brought about a lower increase in PGHI than SGHD in
height SDS and IGF-I SDS (p < 0.05 in both cases) and in the bone age
(p < 0.01), but similar effects in MGHD and SGHD. Discussion: The
response to GH therapy was similar in SGHD and MGHD. This means
that there may be an overlapping between ISS children with GH peak
less than 5 ng/mL and between 5 and 10 ng/ml. Whereas the majority
of children with GH deficiency should be located in this last group, it
seems exaggerated the cutoff value of 5 ng/ml required for treatment.
It is possible that GH secretion in the range 5 to 10 ng/ml may be
insufficient for children with reduced sensitivity to GH. Approximately
one third of children with GH deficiency or ISS failed to increase the
height SDS by 0.5 during the first year of treatment, suggesting insufficient GH doses in function of reduced sensitivity to GH. The median
increase in SDS height in PGHI was similar to the increase described
with GH therapy in ISS and other non GH deficent conditions in which
GH therapy has been adopted. This finding indicates that the dose of
GH in PGHI should be titrated to keep IGF-I SDS around + 2, as suggested by Cohen et al. Conclusion: Treatment response was similar in
MGHD and SGHD groups, suggesting that children with ISS and GH
peak between 5 and 10 ng/ml may have benefits with GH treatment.
The lower height gain in the PGHI suggests that the partial GH insensitivity needs higher GH doses to be surpassed.
171
HIPOGLICEMIA HIPERINSULINÊMICA PERSISTENTE DA
INFÂNCIA: RELATO DE CASO
Rosa, E. R.¹; Conceição, S. A.¹; Melo, M. C.¹; dos Santos, D. F.¹;
Fernandes, X. L. M.¹; Soares, P. M.¹
¹ Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia,
GO, Brasil
Objetivo: Relatar um caso de hipoglicemia hiperinsulinêmica persistente
da infância (HHPI) em criança pré-escolar diagnosticado pela Endocrinologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal
de Goiás (HC/UFG). Materiais e métodos: Revisão de prontuário e
literatura sobre HHPI. Resultados: A.V.S., 3 anos e 2 meses, sexo feminino, há 3 meses apresentando crises convulsivas tônico-clônicas secundárias à hipoglicemia identificada em Unidade Básica de Saúde, acompanhadas de sonolência, prostração e inapetência. Nasceu pré-termo com
2.200 g e 44 cm. Sem aleitamento materno, mas com uso de leite NAN.
Desenvolvimento neuropsicomotor atrasado. Exame físico normal. Hipoglicemia persistente a soro glicosado a 5% endovenoso (VIG). TC de
abdome e cortisol normais excluíram diagnóstico de insuficiência adrenal. Realizado teste terapêutico de Octreotide, após cinco dias, em jejum,
sem soroterapia e HGT menos que 40 mg/dl; foram obtidos valores de
peptídeo C, insulina e glicemia favoráveis para nesidioblastose. Paciente
encaminhado ao HC da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo, onde realizou tratamento sem resposta ao octreotide e diazóxido.
Realizadas pancreatectomia ampla, colecistectomia e derivação biodigestiva em Y de Roux, a biópsia revelou tecido pancreático com mínimas
alterações histológicas com foco de células endócrinas pancreáticas em
tecido conectivo interlobular, o que não contribuiu com a hipótese de
HHPI. A criança evoluiu desde o 1o pós-operatório com hiperglicemias,
atualmente em insulinoterapia. Discussão: Crianças com história de
macrossomia fetal se encaixam no perfil de portadores de hiperinsulinismo congênito, uma das principais causas de retardo mental e quadros
epiléticos relacionados à hipoglicemia neonatal. De caráter esporádico
(1:40.000 nascidos vivos), o diagnóstico é feito com peptídeo-C e insulina elevados e hipoglicemia espontânea ou induzida por jejum. A biópsia
revela alterações focais ou difusas no tecido pancreático, com histologia
variável, como nesse caso com mínimas alterações histológicas, que prejudicou o raciocínio para HHPI. Conclusão: Apesar de rara, a HHPI
deve sempre ser pensada como um caso de hipoglicemia persistente de
difícil controle, pois se trata de uma emergência médica que requer diagnóstico etiológico preciso e manuseio correto.
172
HIPOGLICEMIA NEONATAL POR DEFICIÊNCIA DE GLICOSE 6
FOSFATASE
Stella, L. C.¹; Buck, C. O. B.¹; Nissola, L.¹
¹ Universidade São Camilo, Faculdade de Medicina, Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp), Departamento de Genética, Campinas, SP, Brasil
Objetivo: Hipoglicemia neonatal prolongada pode resultar em dano
neurológico grave e irreversível, pois 90% da glicose fornecida ao neo-
nato é consumida pelo cérebro. Cetonas e lactato são fontes alternativas de energia, porém produzidas em menor quantidade. A glicogenólise permite a homeostase da glicemia e, entre outras, requer a enzima
glucose-6-fosfatase (G6Pase). Essa enzima é expressa no fígado, rim e
mucosa intestinal e sua inatividade, distúrbio autossômico recessivo,
está associada ao acúmulo de glicogênio hepático, com prevalência de
1 em 100 mil nascidos vivos. Métodos: Lactente, 10 meses, sexo feminino, atendida para investigação de hipoglicemia neonatal. Os pais
referiam convulsões generalizadas desde o nascimento, motivo pelo
qual foram introduzidos glicocorticoide e anticonvulsivantes. Nascida
pré-termo por descolamento de placenta e oligoâmnio com 2.700 g,
necessitou de fototerapia. Pais primos de primeiro grau, sem outros casos de hipoglicemia neonatal na família. Ao exame, peso 8,9 kg (P50);
estatura 72 cm (P50); fáscies cushingoide, hipertelorismo ocular, nariz
pequeno com base plana e narinas antevertidas, filtro curto, boca em
carpa com palato ogival. Dedos longos com prega palmar única. Hipotonia acentuada, incapaz de sustentar a cabeça. Hepatoesplenomegalia
ao exame do abdome. Exames: glicemia 79 mg/dl; ácido úrico 11,4
mg/dL; hemoglobina 10,2; plaquetas 574 mil; colesterol 182 mg/dl;
TG 305 mg/dl; HDL 52 mg/dl; TSH 3,3 UI/ml; T4L 0,9 ng/dl;
GH 1,47 ng/ml; lactato 8,0 mmol/L (até 2,1); gasometria: pH 7,42;
HCO3 20 mEq/L; BE -3 mEq/L. Pesquisa molecular: mutação em
homozigose no gene SLC37A4. Evolução: Retirada gradativa do glicocorticoide com oferta alimentar em intervalos reduzidos por meio
de sonda nasogástrica e, posteriormente, gastrostomia. Discussão: A
deficiência G6Pase ocasiona hipoglicemia persistente e severa com hepatomegalia, até mais pela deposição anormal de gordura do que propriamente glicogênio. Outras alterações metabólicas estão associadas:
dislipidemia com elevação das frações VLDL e LDL resultando em
hipertrigliceridemia; hiperuricemia resultante da diminuição da excreção de urato pelo rim e produção aumentada de ácido úrico; acidose
metabólica pelo acúmulo de lactato, geralmente de quatro vezes acima
do normal. Ainda podem ocorrer disfunção plaquetária, neutropenia e
diarreia intermitente. Conclusão: A suspeita diagnóstica sobrecai em
casos de convulsão neonatal por hipoglicemia e o tratamento precoce
pode minimizar os danos neurológicos.
173
NÍVEIS DE TSH NA POPULAÇÃO MENOR DE 18 ANOS,
PORTADORA DE SÍNDROME DE DOWN
Rodrigues, I. K.¹; Hanna, E.¹; Rabelo, E. C.¹; Bomfim, L. M.¹; Hanna, L.¹
¹ Centro Universitário de Anápolis (UniEVANGELICA), Anápolis, GO, Brasil
Introdução: No presente trabalho, comparamos os níveis de TSH em
pacientes eutireoidianos portadores de SD com não portadores. Objetivo: O objetivo principal é estabelecer níveis de TSH nesta população.
Métodos: O estudo analisou 33 pacientes com SD, de 0 a 18 anos,
sendo 24 do sexo masculino e 9 do sexo feminino. Foram excluídos
os pacientes com dosagem de TSH abaixo de 0,3 µU/ml e acima
de 5 µU/ml e pacientes com uso de medicamentos interferentes e/
ou reposição hormonal, passado de exposição a radioterapia externa e
presença de bócio. Para o grupo controle, foi utilizada a dosagem de
TSH de 50 pacientes, 25 de cada sexo, escolhidos aleatoriamente, os
quais apresentavam níveis de TSH entre 0,3 e 4,2 µU/ml, sem terapia de reposição hormonal e não portadores de SD. Esses resultados
estão dentro da faixa de normalidade encontrada por Rosario et al.
(VN = 0,43-3,24). Para análise dos dados, foram aplicados o teste de
Kolmogorov-Smirnov e o Teste t para amostras independentes. Foram
considerados como significantes os valores de p < 0,05. Resultados:
Nos pacientes com SD, o nível médio de TSH encontrado entre os pa-
S261
Endocrinopediatria
Trabalhos Científicos
Endocrinopediatria
Trabalhos Científicos
cientes masculinos foi de 2,83 e, entre os femininos, de 2,92. Os resultados encontrados no grupo controle foram de 2,32 entre os pacientes
masculinos e 2,18 entre os pacientes femininos. Os participantes sem
SD apresentaram média de 2,16 ± 0,9 e os com SD de 2,74 ± 1,27
de TSH (p = 0,001). Discussão: De acordo com vários trabalhos já
realizados, os pacientes portadores de SD, eutireoideos, apresentam o
nível de TSH ligeiramente acima da média da população geral. O estudo de Oliveira ATA et al. mostrou que o nível de TSH encontrado em
pacientes com SD, excluindo-se os valores acima de 5,0 µU/ml, foi de
3,0 µU/ml. Esse valor pode ser devido a: 1) hipotireoidismo primário
inicial, ainda subclínico; 2) certo grau de bioinatividade do hormônio;
3) resistência tireoidiana ao nível dos receptores de TSH, ou mesmo
um evento pós-receptor; e 4) diminuição do tônus dopaminérgico sobre o hipotálamo e a hipófise. Conclusão: Concluímos que os níveis
de TSH na população com SD são superiores àqueles encontrados na
população não portadora, confirmando dados da literatura e necessitando de atenção especial do endocrinologista/pediatra na busca de
anormalidades da função tireoidiana.
174
OS PACIENTES COM DEFICIÊNCIA DE HORMÔNIO DE
CRESCIMENTO (DGH) ESTÃO SENDO ENCAMINHADOS MAIS
PRECOCEMENTE PARA A REPOSIÇÃO HORMONAL?
Dias, J. C. R.¹; Costa, R. G.¹; Gonçalves, A. L.¹; Pazello, J. R.¹; Zampieri,
M.¹; Nigri, A. A.¹; Senger, M. H.¹
¹ Área de Endocrinologia da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde,
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Sorocaba, SP, Brasil
Introdução: O tratamento da DGH se tornou mais acessível com a
dispensação do GH, mas a resposta à terapêutica requer diagnóstico
adequado e precoce. Objetivo: Avaliar variações na idade cronológica
(IC) e óssea (IO) ao diagnóstico da DGH e intervalo de tempo até o
início de tratamento em pacientes atendidos desde a década de 1990.
Métodos: Avaliamos 20 pacientes com DGH idiopática que completaram o tratamento até altura final e foram divididos em dois grupos
de acordo com a mediana da data de início do GH: G1 (n = 9), início
entre 1990-1997 e G2 (n = 11), entre 1999-2008. Utilizou-se o teste
t para comparação entre os grupos. Resultados: A IC ao diagnóstico
foi semelhante em G1 e G2, respectivamente de 9,5 ± 5,2 e 11,9 ±
3,9 anos (média ± DP), bem como a IC no início do GH (G1: 10,3 ±
5,2 vs. G2: 13,5 ± 3,0 anos). A IO inicial do G1 foi de 6,2 ± 3,9 anos,
menor que a do G2 (10,6 ± 3,2; p = 0,006). O intervalo de tempo
entre o diagnóstico e início da reposição foi igual em G1: 0,8 ± 0,4 e
G2: 1,6 ± 2,0 anos. A média de tempo de uso de GH foi maior no G1
(7,5 ± 4,2 anos) vs. G2 (4,1 ± 1,6 anos); p = 0,025. A altura do G1
foi menor no início do GH (G1: 107,4 ± 23,0 vs. G2: 134,9 ± 13,7
cm; p = 0,019), bem como o z escore da estatura (G1: -4,8 ± 1,3 vs.
G2: -3,0 ± 1,1; p = 0,003). Não houve diferença significante quanto
à altura final (G1: 158,9 ± 8,7 vs. G2: 163,3 ± 5,8 cm), IO final (G1:
14,7 ± 0,9 vs. G2: 14,9 ± 1,1 anos) e z escore da estatura (G1: -1,6 ±
1,5 vs. G2: -1,0 ± 0,6). A diferença entre a altura final e a altura-alvo
não mostrou diferença entre G1 e G2 (G1: -3,9 ± 6,1 vs. G2: -7,6
± 5,8 cm). Discussão: Os pacientes que ingressaram no serviço terciário mais recentemente têm IC semelhante àqueles que iniciaram
GH no começo da década de 1990, assim como o intervalo de tempo
entre diagnóstico e tratamento. Embora os pacientes atendidos mais
remotamente (G1) apresentassem maior déficit da estatura, mostraram
resultados semelhantes quanto à estatura final do G2, talvez compensada pela menor IO inicial e consequente maior tempo de uso de GH.
No entanto, ambos permanecem igualmente comprometidos quanto
S262
à estatura-alvo. Conclusão: A despeito de mais de duas décadas da
dispensação de GH, nossos pacientes com DGH permanecem com
início tardio da reposição hormonal (IC e IO > 10 anos) e com comprometimento da estatura final comparado ao padrão familiar. Ainda
há necessidade de melhorias para diagnóstico e encaminhamento precoce ao serviço terciário.
175
PERCEPÇÃO DA OBESIDADE EM CRIANÇAS
Costa, P. S.¹; Stella, L. C.¹; Dallal, M. V. S.¹; Valle, P. O.¹; Correa, R. C.¹;
Fraige Filho, F.¹; Paraguassu, B. R.¹
¹ Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo (HBPSP), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A prevalência mundial da obesidade infantil vem apresentando um rápido aumento nas últimas décadas, com cerca 22 milhões
de crianças menores de 5 anos acima do peso, caracterizando uma
epidemia mundial. Dados da cidade de São Paulo mostram que, entre
os escolares do ensino fundamental em 2005, 17% estavam acima do
peso. O baixo peso ao nascer estaria associado ao desenvolvimento de
doenças crônicas no adulto e obesidade. Verificou-se associação inversa entre peso ao nascer e síndrome metabólica: crianças de baixo
peso ao nascer tiveram 2,5 vezes mais chance de apresentar síndrome
metabólica na idade adulta. Métodos: Foram revisados os prontuários
dos pacientes menores de 18 anos atendidos em primeira consulta no
período de janeiro de 2010 a julho de 2012 na Clínica de Endocrinologia do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. Os dados colhidos foram queixa na primeira consulta, sexo, idade, peso ao
nascimento, peso atual e idade óssea. A interpretação da idade óssea
foi baseada no Atlas de Greulich Pyle, bem como o desvio-padrão. O
percentil de peso para idade foi feito de acordo com dados do Centers
for Disease Control (CDC). Resultados: Foram avaliados 87 pacientes com média de idade de 10,5 anos (2,7-18), sendo 59,7% meninas
e 40,3% meninos. Entre as crianças atendidas, 17 procuraram o serviço por queixa de obesidade (19,54%), e verificou-se que 41 deles
(47,1%) situavam-se acima do percentil 85 do peso para idade; destes,
29 pacientes eram obesos (P > 95) e 12 pacientes classificavam-se com
sobrepeso (P85-95). Entre os 41 pacientes que apresentavam sobrepeso/obesidade, 1 paciente nasceu PIG e 3 nasceram GIG. Apenas 8
pacientes dessa amostra dispunham de raio X de punho esquerdo para
idade óssea e, entre esses dois, tinham avanço da idade óssea. Discussão: De etiologia multifatorial, envolve aspectos genéticos, metabólicos, nutricionais, socioeconômicos e hábitos de vida. Entretanto, permanece ainda uma patologia pouco reconhecida pelos pais e médicos.
Verificamos, em nossa amostra, prevalência de 47,1% de crianças acima
do peso, sendo que apenas 19,54% apresentavam essa queixa. Apesar
da amostra limitada, encontramos a prevalência de 9,75% de crianças
obesas nascidas nos extremos de peso. Conclusão: O reconhecimento
precoce da obesidade com mudança dos hábitos de vida pode se refletir em uma população adulta com menos doenças metabólicas.
176
PERFIL DE ENCAMINHAMENTO DE CRIANÇAS À ATENÇÃO
SECUNDÁRIA EM ENDOCRINOLOGIA PEDIÁTRICA
Dias, A. L. R.¹; Cruz, A. P. V.¹; Silva, E. A.¹; Freitas, M. M. S.¹; Costa, M. B.¹;
Leite, C. C. A.¹; Ferreira, L. V.¹
¹ Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora, MG, Brasil
Objetivo: Estudar prevalência de doenças que motivaram o encaminhamento ao Ambulatório de Endocrinologia Pediátrica em hospital
Trabalhos Científicos
177
PREVALÊNCIA DE ALBUMINÚRIA EM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES COM SOBREPESO E OBESIDADE
Maddalena, N. C. P.¹; Giardini, H. A. M.¹; Ferreira, L. V.¹; Costa, M. B.¹
¹ Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora, MG, Brasil
Objetivo: A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o
excesso de peso atingirá de 20% a 45% das crianças em 2020. Esse
aumento da obesidade provoca aumento linear das suas complicações
metabólicas, mesmo na faixa etária pediátrica. O objetivo deste estudo
é avaliar a presença de albuminúria em crianças e adolescentes com
sobrepeso e obesidade acompanhados em Ambulatório de Endocrinologia Pediátrica. Métodos: Foram avaliados, retrospectivamente, os
prontuários de 36 pacientes ( 18 meninas e 18 meninos), com idades
entre 2 e 16 anos, acompanhados no Ambulatório de Endocrinologia
Pediátrica do Hospital Universitário da UFJF. Resultados: A média
de idade encontrada foi de 9,19 ± 3,46 anos. Apresentavam sobrepeso
35% das meninas e 11% dos meninos. Eram obesos 89% dos meninos e 65% das meninas. O desvio-padrão do peso foi 4,70 ± 2,64.
A prevalência de microalbuminúria na avaliação inicial foi de 25,7%.
Discussão: Além de complicações amplamente conhecidas, como
diabetes mellitus tipo 2 e hipertensão arterial sistêmica, vê-se aumento
importante da prevalência da doença renal em paralelo ao aumento
da obesidade. A obesidade é associada a inúmeros fatores de risco
cardiovasculares, que também são fatores de risco para doença renal
crônica (DRC), em especial a hiperinsulinemia. A glomerulopatia relacionada à obesidade é definida como glomerulomegalia com ou sem
glomeruloesclerose focal e segmentar e, clinicamente, apresenta-se
com excreção urinária de proteínas em vários graus e perda progressiva
da função renal. Sabe-se que a presença de microalbuminúria pode
significar perda incipiente da função renal, mesmo com níveis normais de creatinina. Conclusão: O presente estudo, de acordo com a
literatura, sugere que a obesidade infantil aumenta o risco de doença
renal crônica e suas consequências. Como a obesidade é um fator de
risco potencialmente modificável para diversas complicações crônicas,
incluindo DRC, esforços para evitá-la e tratá-la têm efeitos benéficos
positivos na evolução dessas complicações.
178
TRATAMENTO COM RADIOIODO (I131) EM CRIANÇA COM
DIAGNÓSTICO DE DOENÇA DE GRAVES: RELATO DE CASO
DE SUCESSO
Gontijo, C. C. A.¹; Luz, B. G.¹; Rodrigues, E. T.¹; Albuquerque, F. A.¹;
Rodrigues, L. P.¹; Pinheiro, M. B.¹; Maia, N. S.¹
¹ Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), Divinópolis, MG, Brasil
Objetivo: Descrever a evolução de criança com diagnóstico de doença
de Graves (DG) tratada com radioiodo. Métodos: Análise de prontuário após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido
pelo responsável da paciente. Para revisão, foram utilizadas as bases de
dados PubMed e SciELO. Resultados: Menina de 2 anos e 4 meses,
levada ao consultório devido a aumento do volume cervical. Histórico
de tireoidopatia. Teste do pezinho sem alterações. Queixas iniciais: agitação, irritabilidade, rouquidão e insônia. Exames: TSH: 0,02UI/mL;
T4 Livre: 4,92 mg/dL; Anti-TPO: positivo (2289UI/mL); Anti-Tg:
positivo (178 ng/mL). US da tireoide: 3 nódulos no lobo direito, 2 no
esquerdo e volume total de 8,3 cm³. Ao exame, apresentava olhos arregalados e tireoide aumentada em 2 a 3 vezes, irregular e sem nódulos
dominantes. A hipótese diagnóstica foi doença de Graves. O tratamento com atenolol e tapazol, constantemente reajustado, não foi eficaz
no controle da função tireoidiana. Aos 4 anos e 1 mês, foi internada
em crise tireotóxica, anêmica e com hiperglicemia. Após 2 meses, a paciente foi submetida a tratamento com I131 (3,6 uci) e, posteriormente, iniciou com Puran T4 (dose atual: 88 mg/dia). Aos 3 anos, viu-se
avanço da idade óssea, estando, hoje, 22 meses adiantada. Aos 4 anos e
8 meses, detectaram-se anemia microcítica e hipocrômica, tratada com
Neutrofer, sem sucesso. Atualmente, com 7 anos de idade, observa-se
melhora dos valores da série vermelha. Discussão: A prevalência do hipertireoidismo varia com o grau de suficiência de iodo. A DG é a causa
mais comum de hipertireoidismo em pessoas com menos de 40 anos,
sendo rara abaixo dos 10 anos. Caracteriza-se por bócio difuso e tireotoxicose, podendo, ainda, ter orbitopatia e dermopatia infiltrativas e
oftalmopatia. Os autoanticorpos específicos para DG hipertireoidea são
vistos contra o TSH e têm atuação estimulante na tireoide. Principais
fatores de risco: suscetibilidade genética, infecção e gênero. A evolução
da tireotoxicose nos pacientes é variável, mas a tendência é caminhar
para o eutireoidismo. O tratamento de DG na infância e adolescência é
controverso, sendo os principais objetivos a restauração e a manutenção
de estado eutireoideo. O uso de I131 vem crescendo, tendo muitos
benefícios, porém há poucos relatos sobre a utilização em crianças. O
principal efeito colateral do I131 é a alta incidência de hipotireoidismo
permanente. Conclusão: A terapêutica prescrita foi eficaz para remissão
dos sintomas da paciente, porém, outros estudos se fazem necessários.
179
SÍNDROME DE NETHERTON E DEFICIÊNCIA DE GH: RELATO DE
CASO
Freire, R. A. C.¹; Martins, D. M. C.¹; Ribeiro, L. G.¹; Amorim, P. B.¹;
Amorim, R. B. P.¹
¹ Universidade Federal do Tocantins (UFT), Palmas, TO; Universidade de Mogi das
Cruzes (UMC), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Relatar um caso sobre síndrome de Netherton associado à
deficiência de hormônio do crescimento e hipocortisolismo. Méto-
S263
Endocrinopediatria
de ensino. Métodos: Trata-se de estudo observacional transversal, no
qual foram analisados os prontuários de pacientes encaminhados ao
Ambulatório de Endocrinologia Pediátrica de unidade de atenção secundária. Foram coletados dados referentes ao diagnóstico, demográficos, antropométricos e laboratoriais. Resultados: Foram avaliados 84
indivíduos, na faixa etária de 1,1 a 19,9 anos e média de idade de 9,98
± 3,86, sendo 42 (50%) do sexo feminino. Observou-se que as causas
mais frequentes de encaminhamento foram: obesidade e sobrepeso
(53,57%), baixa estatura (26,19%), pubarca precoce (4,76%), diabetes
mellitus tipo 1 e hipotireoidismo (ambos com 3,57%). Os transtornos
menos prevalentes foram: lesão hipofisária, crescimento acelerado, hipercolesterolemia, hiperplasia adrenal congênita, hipogonadismo primário, puberdade atrasada. Os achados dos pacientes encaminhados
por obesidade e sobrepeso estão na tabela 1. Discussão: Observa-se
que, entre as diversas doenças que motivaram encaminhamento, obesidade/sobrepeso representaram a causa principal. Esse achado confirma os dados de estudos que apontam para o aumento do número de
casos de obesidade em diferentes populações. No Brasil, confirmam o
fenômeno da transição nutricional descrito por outros autores/IBGE.
Como segunda causa mais frequente, foi encontrada a baixa estatura que corrobora o encontrado na literatura. Alterações tiroidianas e
distúrbios de puberdade não foram frequentes em nossos pacientes.
Conclusão: O conhecimento do encaminhamento à endocrinopediatria auxilia no desenvolvimento de programas de intervenção precoce
sobre tais doenças, em nível primário, reduzindo seu impacto. No que
diz respeito à obesidade, é importante a criação de programas que
estimulem hábitos saudáveis entre crianças e adolescentes, por parte
dos endocrinologistas e dos gestores em saúde.
Endocrinopediatria
Trabalhos Científicos
dos: Revisão de prontuário. Resultados: Paciente 14 anos, masculino,
branco, com história de descamação difusa da pele desde os 3 meses
de vida e infecções secundárias de repetição. Foi diagnosticada, aos
7 anos, a síndrome de Netherton. Em primeira consulta com endocrinologista aos 14 anos e 1 mês, apresentava estatura de 120,2 cm,
peso de 21.700 g, classificação de Tanner P1 e G3, sem pelos e idade
óssea compatível com 4 anos, sendo iniciada investigação para baixa
estatura. Paciente retornou após 5 meses sem ganho de peso ponderal,
estatura de 122 cm, velocidade de crescimento estimada em 1,9 cm/
ano, e com resultados de exames revelando: hemograma e dosagens
de IGFBP-3 = 5,1 µg/L e IGF-1 = 357 µg/L normais para a idade;
teste de clonidina com valor de GH máximo basal de 3,68 ng/ml;
função tireoidiana normal. Com esses dados, foi solicitado teste de
tolerância à insulina, com hipoglicemia satisfatória (até 30 mg/dL,
30’ após insulina), porém, sem aumento da dosagem do GH (valor
máximo basal de 8,32 ng/mL) e do cortisol (valor máximo em 60’
de 1,72 µg/dl), sendo diagnosticado hipocortisolismo. Na ocasião,
foi solicitada ressonância nuclear magnética de sela túrcica, que não
evidenciou alterações na região hipotalâmica hipofisária. Iniciado
tratamento com aplicação subcutânea de GH (0,1 U/kg/dia), notamos que, após cerca de dois meses, houve aumento da estatura de
1,2 cm, demonstrando resposta periférica ao GH. O paciente segue
em acompanhamento para investigação do hipocortisolismo. Discussão: A síndrome de Netherton (SN) é uma doença caracterizada
por eritrodermia descamativa, defeitos nos cabelos e manifestações de
atopia. Vários estudos descreveram complicações envolvidas nessa síndrome como: atraso psicomotor, atraso pôndero-estatural e infecções
de repetição. Apesar de o atraso de crescimento ser uma complicação
frequentemente descrita em SN, não houve associação desse sintoma
com uma importante deficiência de GH na literatura revisada. Além
disso, a patogênese de tal deficiência ainda não foi elucidada. Conclusão: Neste caso clínico, foi possível associar a baixa estatura na SN com
a deficiência de GH, sendo que tal deficiência pode estar relacionada às
origens patogenéticas da doença. Além disso, encontramos evidências
laboratoriais de hipocortisolismo, o que nos leva a questionar sobre
um possível quadro de pan-hipopituitarismo.
180
SÍNDROME DE SMITH LEMLI OPITZ (SLOS): RELATO DE CASO
Rodrigues, A. A.¹; Peixoto, F. M. C.¹; Carvalho, L. R. P.¹; Schainberg, A.¹
¹ Hospital Governador Israel Pinheiro (IPSEMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
Objetivo: Relatar caso de paciente portadora de síndrome genética
que afeta a síntese do colesterol. Métodos: Relato do caso de paciente
atendida no Serviço de Endocrinologia do HGIP-IPSEMG e revisão
da literatura correspondente. Resultados: ACSM, feminina, 3 anos e
2 meses. Ao nascimento, notaram-se alterações: PIG, excesso de pele
na nuca, baixa implantação das orelhas, diminuição da distância bitemporal, ponte nasal alargada, palato alto e fenda palatina, úvula bífida,
clinodactilia de 2o e 5o dedos da mão e sindactilia de 2o e 3o artelhos.
Evoluiu com sucção débil, atraso grave no DNPM, hipotonia generalizada, constipação intestinal e CIA (resolvida). Durante propedêutica,
teve cariótipo e RNM de encéfalo normais, encurtamento de 1o metacarpos, colesterol total baixo (10 mg/dL). Síndrome de Smith Lemli
Opitz (SLOS) foi confirmada após dosagem de 7-de-hidrocolesterol:
15,9 mg/dL (VR até 1,5). Reserva adrenal foi normal. Iniciada reposição com colesterol dietético (5 gemas/dia), não tolerada. Há mais
ou menos 1 mês, iniciou uso de colesterol sintético (Sloesterol®), na
dose de 30 mg/kg/dia. Segundo a mãe, paciente apresentou completa resolução de constipação intestinal prévia, melhora acentuada do
S264
tônus muscular e, segundo fisioterapeuta, encontra-se mais ativa e ágil.
Colesterol em 5/7/2012: 143 mg/dL; então, iniciada sinvastatina
10 mg/dia. Discussão: SLOS é uma doença autossômica recessiva
que cursa com malformações congênitas e retardo mental, causada
por mutações no gene da 7-de-hidrocolesterol redutase, enzima que
converte o 7-de-hidrocolesterol (7-DHC) em colesterol. Os achados
clínicos incluem microcefalia, micrognatia, implantação baixa das orelhas e sindactilia do 2o e 3o dedos, falência de crescimento, desordens
cardíacas, problemas comportamentais e intelectuais, além de fotossensibilidade. Meninos afetados podem apresentar genitália ambígua.
Pode haver insuficiência adrenal. O diagnóstico é feito pelo achado de
colesterol baixo associado a níveis altos de 7-DHC e estudo molecular.
O acúmulo de 7-DHC no cérebro tem sido associado a dificuldade de
aprendizado e retardo no crescimento. O tratamento com suplemento de colesterol provê colesterol para os tecidos, exceto cérebro (não
atravessa barreira hematoencefálica), e a sinvastatina reduz os níveis
tóxicos do 7-DHC, com melhora de vários dos sintomas. Conclusão:
Este caso revela a importância do colesterol no crescimento e desenvolvimento da criança.
181
TUMOR DE CÉLULAS DE LEYDIG SE APRESENTANDO COMO
PUBERDADE PRECOCE
Vasconcelos, A. L. M.¹; Abreu, C. M.¹; Souza, A. E. S.¹; Pereira, F. W. L.¹;
Martins, M. C. N.¹; Farias, L. F. C. S.¹; Silva, J. M. C. L.¹
¹ Universidade Federal do Piauí (UFPI), Teresina, PI, Brasil
Objetivo: Relatar um caso de paciente infantil apresentando o raro tumor de células de Leydig em testículo. Métodos: Relatamos o caso de
paciente de 5 anos e 9 meses com puberdade precoce provocada pelo
raro tumor de células de Leydig em testículo, submetido à orquiectomia
radical direita. Após seguimento de 9 anos, não houve recidiva tumoral.
Resultados: Paciente de 5 anos e 9 meses, masculino, encaminhado
ao Programa de Puberdade Precoce para receber análogo de LHRH.
História de surgimento de pelos pubianos há 1 ano. Ao exame físico,
altura: 129,5 cm, peso: 35,7 kg, genitália externa com pelos Tunner 2,
testículos tópicos, aumentado à direita. Idade óssea: 8 anos, LH: 0,05
mUI/mL, FSH: 0,66 mUI/mL, testosterona: 103 ng/dL e DHEAS
< 15 ug/dL, 17DHP: 48 ng/dL, A4: 0,7 ng/mL, hemograma normal, creatinina: 0,8 mg%, glicose: 70 mg%. US testicular: lesão hipoecogênica com halo hiperecogênico, hipervascularizada ao Doppler em
testículo direito. Encaminhado à cirurgia, realizou orquiectomia direita. Histopatológico revelou tumor de células de Leydig. No pós-operatório, houve queda da testosterona para < 20 ng/dL, sendo o LH: 0,42
mUI/ml e FSH: 2,47 mUI/mL. A oncologia julgou desnecessário tratamento complementar. Em seu último controle, aos 14 anos de idade,
apresentava altura: 170 cm, peso: 74 kg, idade óssea: 18 anos, US de
testículo esquerdo normal, LH: 3,72 mUI/mL, FSH: 3,57 mUI/mL,
testosterona: 424 ng/dL. Discussão: Os tumores de células de Leydig
têm etiologia desconhecida e, embora seja o tipo mais comum de tumor
testicular não germinativo, são bastante raros. A malignidade, manifestada basicamente apenas pela metastatização, está presente em apenas
10% dos casos. São unilaterais em 91%-94% dos casos e mais frequentes em crianças (20%-25% dos casos) e em adultos da 4a a 5a décadas
de vida. A importância desses tumores está no fato de provocarem
alterações endocrinológicas salientes nos pacientes acometidos; em prépúberes, provoca, na maioria dos casos, virilização precoce associada
com aumento do tamanho peniano, crescimento dos pelos pubianos,
axilares e faciais, mudança no timbre da voz e em menor frequência,
ginecomastia. Como já foi descrito aparecimento de metástases após
oito anos de seguimento, é necessário acompanhamento prolongado
do paciente. Conclusão: O caso relatado constitui um tumor de grande
raridade, importante pelas alterações endocrinológicas causadas no paciente. Corrobora com a literatura por ter apresentado caráter benigno,
ser unilateral e causado virilização precoce.
ENDOCRINOLOGIA BÁSICA
182
ACROMEGALIA ASSOCIADA A BÓCIO MULTINODULAR
TÓXICO: RELATO DE CASO
Ferreira, W. S.¹; Faria, N. L. A.¹
¹ Universidade Católica de Brasília, Hospital da Universidade Católica de Brasília
(HUCB), Centro de Especialidades Ambulatoriais, Brasília, DF Brasil
Objetivo: Discutir a relação entre acromegalia e tumores tireoidianos,
além de seus tratamentos, por meio de um relato de caso. Métodos:
Será realizado relato de caso, seguido por revisão da literatura dos
temas abordados. Resultados: Paciente 49 anos, sexo feminino, foi
atendida pelo Serviço de Endocrinologia do Hospital da Universidade
Católica de Brasília com queixas de crescimento de extremidades há
4 anos, acompanhadas de cefaleia, palpitação, alopecia, polifagia, polidipsia, artralgia, hiperidrose e apneia do sono. Foi submetida a exames
que demonstraram níveis séricos de TSH diminuídos, T4 livre e IGF-1
elevados, glicemia em jejum levemente alterada, TRAB de 1%, além
disso apresentava macroadenoma hipofisário à direita, observado por
ressonância nuclear magnética e aparecimento de nódulo pela ecografia
com Doppler na tireoide, que se mostrou hipocaptante à cintilografia e
que, posteriormente, foi submetido a PAAF guiado por ecografia. Feito
diagnóstico de hipertireodismo por bócio multinodular tóxico, foi tratado com DT I-131 , paciente atualmente eutireoidiana. Após o diagnóstico da acromegalia, realizou-se inicialmente tratamento com octretide, que obteve melhoras dos sintomas, porém de maneira instável,
sendo substituído por Sandostatin LAR. Paciente foi submetida à retirada do tumor hipofisário por microcirurgia transesfenoidal há 6 meses
e, atualmente, mantém os níveis de IGF-1 normalizados e ausência de
cefaleias. Discussão: É frequente a presença de distúrbios da tireoide
em pacientes acromegálicos. A principal manifestação é o bócio, sendo
o do tipo nodular o mais prevalente. Mais especificamente, um estudo mostrou que 14,3% dos pacientes avaliados apresentaram o bócio
nodular tóxico, como terceira maior causa de distúrbio tireoidiano na
acromegalia. O GH não atua diretamente, mas sim por meio do IGF1, um importante fator de crescimento e diferenciação celular. Como
foram observados receptores para IGF-1 nas células tireodianas, acredita-se que exista um possível papel desse fator em sua autorregulação,
favorecendo o desenvolvimento de anomalias glandulares. Conclusão:
Existem evidências na literatura da associação entre acromegalia e o
bócio nodular tóxico, tornando-se necessária a investigação detalhada
em pacientes com suspeita dessa síndrome, porém são necessários mais
esclarecimentos dos mecanismos fisiopatológicos envolvidos.
183
ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE SÍNDROME METABÓLICA
E DEPRESSÃO EM UM GRUPO DE IDOSOS: RESULTADOS
PARCIAIS
Alves, N. P.¹; Curado, R. V. C.¹; Vargas, P. M.¹; Packer, V. B.¹; Rufato, G.
S.¹; Nascimento, N. M. M.¹; Magalhães, F. O.¹
¹ Universidade de Uberaba (Uniube), Uberaba, MG, Brasil
Objetivo: Determinar a associação entre depressão e síndrome metabólica e outras doenças crônicas em um grupo de idosos no mu-
nicípio de Uberaba, MG. Métodos: Estudo transversal por meio de
amostragem aleatória de 250 indivíduos da Unidade de Assistência ao
Idoso (UAI). Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, CAAE
0058.0.227.000-11. Foram realizados a Escala de Rastreamento Populacional para Depressão (CES-D) e o formulário com dados de
saúde e atividades realizadas. Os indivíduos em jejum realizaram os
seguintes exames: glicemia capilar, colesterol total e triglicérides capilares; medidas antropométricas: cintura abdominal, quadril, altura,
peso; e pressão arterial. Os dados foram analisados por meio do teste
do Qui-quadrado com nível de significância de 5%. Resultados: Dos
102 indivíduos entrevistados, foram realizados os exames com 52,
sendo que 44 puderam ser avaliados quanto à SM. A média de idade
foi de 70,33 ± 7,45, a glicemia estava alterada em 63,5% (33/52);
houve hipertrigliceridemia em 42,6% (20/47); hipercolesterolemia
em 30% (15/50); obesidade abdominal em 64% (32/50); pressão alterada (pré-hipertensão ou hipertensão) em 50% (26/52); síndrome
metabólica em 65,9% (29/44) e depressão em 55,9% (57/102) dos
indivíduos. Não houve associação entre depressão e síndrome metabólica (Qui2 = 0,130, p = 0,718), em que 60% dos indivíduos com SM
e 65,5% sem SM apresentavam depressão pela avaliação do CES-D.
Entretanto, houve associação entre a presença de doenças e depressão
nesse mesmo grupo (Qui2 = 4,505, p = 0,034). Discussão: Existem
evidências que apontam a associação de resistência insulínica em nível
de sistema nervoso central e depressão. Como a síndrome metabólica
é uma condição caracterizada por resistência insulínica, propomo-nos
a avaliar a associação entre depressão e essa síndrome. Como a realização dos exames e medidas antropométricas foi feita em cerca de
50% dos indivíduos, não conseguimos identificar essa associação. Além
do mais, a prevalência de síndrome metabólica, depressão e todos os
componentes dessa síndrome foi expressiva nessa população, por ser
uma população de idosos, de alto risco. Essa prevalência mostra a importância da avaliação desses grupos, visto que muitos indivíduos não
se encontravam em acompanhamento com especialistas, tendo sido
encaminhados após a identificação dos problemas de saúde. Conclusão: Apesar de evidências científicas indicarem uma relação entre resistência insulínica e depressão, não encontramos relação entre as duas
entidades clínicas nesse grupo de idosos.
184
CRISE HIPERCALCÊMICA COMO PRIMEIRA MANIFESTAÇÃO
DE HIPERPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO: RELATO DE CASO
Mello, M. P.¹; Côsso, M. A. M.¹; Barbosa, E. N.¹; Rodrigues, L. F. A. A.¹;
Marques, J. N. C.¹; Abreu, R. K.¹; Ferreira, A. C. M. N.¹
¹ Hospital Madre Teresa de Belo Horizonte, Feluma, Belo Horizonte, MG, Brasil
Introdução: Crise hipercalcêmica é uma rara condição caracterizada
por hipercalcemia grave, alterações neurológicas e da função renal. É
uma emergência médica que, se não tratada rapidamente, pode levar
o paciente à morte. Entre as causas, destaca-se o hiperparatireoidismo
primário (HPTP). Método: Relato de casos. Caso-clínico: paciente de
80 anos, sexo masculino, previamente hígido, admitido com quadro de
prostração, confusão mental e inapetência de início há uma semana. Ao
exame clínico, apresentava-se desidratado, taquicárdico e sonolento.
Exames da admissão revelaram: cálcio total 19 mg/dL (VR: 8,1-10,4),
cálcio iônico 13 mg/dL (VR: 4,4-5,4) e creatinina 2,2 mg/dL (VR:
0,8-1,5). Iniciada hidratação venosa vigorosa com solução de cloreto
de sódio, corticoide e furosemida venosos, com redução significativa
do cálcio sérico. Associaram-se, posteriormente, pamidronato (60 mg
de 7/7 dias) e cinacalcet, com controle parcial dos níveis de cálcio.
Estudo etiológico mostrou hipercalcemia PTH dependente: PTH 463
S265
Endocrinologia Básica
Trabalhos Científicos
Endocrinologia Básica
Trabalhos Científicos
pg/mL (VR: 4-58), TSH, 1,25 (OH) 2D3, eletroforese de proteínas,
proteinúria de Bence Jones e cintilografia óssea sem alterações. Tomografia computadorizada de região cervical revelou nódulo de 3,0 x 3,0
cm em topografia de lobo tireoidiano direito. Cintilografia das paratireoides com 99Tc-sestamibi não mostrou captação. O paciente foi submetido à exploração cervical cirúrgica, com identificação de provável
adenoma de paratireoide inferior direita, medindo 3,0 x 3,0 x 2,2 cm,
que foi ressecado. O paciente evoluiu com normalização da calcemia e
função renal. Discussão: Crise hipercalcêmica necessita de tratamento
urgente para redução da calcemia. Ao mesmo tempo, deve ser feita
extensa propedêutica para diagnosticar sua etiologia, que inclui HPTP,
neoplasias, sarcoidose, intoxicação por vitamina D, tireotoxicose, entre
outras. Conclusão: Hidratação venosa associada à furosemida é a base
do tratamento. Se a diurese não for satisfatória, hemodiálise é o tratamento de escolha. Outras opções são: bisfosfonatos, glicocorticoide,
calcitonina e cinacalcet. Deve-se suspeitar de hipercalcemia em todos os
pacientes com alterações neurológicas sem causa aparente.
185
DIFICULDADE NA DETECÇÃO DA SÍNDROME DE ROKITANSKYKÜSTER-HAUSER: RELATO DE CASO
Moreira, E. C.¹; Rocha, D. R. T. W.¹; Jorge, A. R.¹; Arbex, A. K.¹; Bogea,
M. A.¹; Andrade, G. C. M.¹
¹ Instituto de Pesquisa e Ensino Médico (Ipemed), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Relatar a dificuldade no diagnóstico de MRKH por serem
suas manifestações fenotípicas inespecíficas, confundindo-se com outras síndromes. Métodos: P.C.C., 23 anos, feminina, primeira consulta em 15/7/2011 com queixa principal “ter muitos hormônios e
agressividade”. Nega uso de medicações. Ao exame físico: peso 67,5
kg e altura 145,5 cm (dentro do alvo genético, porém abaixo do percentil 3 th para sexo e idade na altura e, acima do percentil 97 th, para
o peso), obesidade (IMC 31,8 kg/m²), PA 110 x 60 mmHg, hirsutismo (12 pontos na escala de Ferriman e Gallwey), Tanner M5G5 e
genitália feminina com aumento de grandes lábios. Restante do exame
sem alterações. Déficit cognitivo e amenorreia primária. Nega sexarca.
Resultados: Cariótipo 46, XX, progesterona 0,61 ng/mL (N: pré
-púberes < 1,0), prolactina 12,1 (N: 2,8 a 29,2), SHBG: 98,1 nmol/L
(N: 18 a 114), TSH: 5,93 uUI/mL (N: 0,5 a 5,0), T4L: 1,07 ng/dL
(N: 0,7 a 1,8), testosterona total: 44 ng/dL (N: 6,0 a 82,0), diidrotestosterona 179,0 pg/mL (N: 20 a 430), androstenediona: 1,1 ng/mL
(0,8 a 4,4), cortisol basal 7,2 mcg/dL (6,7 a 22,6), ACTH: 10,4 pg/
mL. Discussão: A MRKH é definida tardiamente quando atentamos
para amenorreia primária e sua etiologia permanece desconhecida. O
tratamento da aplasia vaginal, que consiste na criação de uma neovagina, pode ser oferecido para permitir a atividade sexual. Conclusão: O
diagnóstico precoce assim como a intervenção cirúrgica e o tratamento psicológico em paralelo são fundamentais para o bem-estar físico e
psíquico das pacientes com MRKH.
186
DOIS IRMÃOS COM SÍNDROME DE BERARDINELLI-SEIP:
RELATO DE CASO
Gontijo, C. C. A.¹; Pinheiro, M. B.¹; Souza, L. N. B.¹; Rodrigues, L. P.¹;
Luz, B. G.¹; Maia, N. S.¹; Lavareda, P. H. B.¹; dos Santos, C. M.¹
¹ Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Divinópolis, MG, Brasil
Objetivos: Descrever e comparar a evolução do quadro metabólico
e suas complicações em dois irmãos portadores da síndrome de Be-
S266
rardinelli-Seip. Métodos: Análise de prontuários de consultório endocrinológico. Dados divulgados mediante assinatura de termo de
consentimento livre e esclarecido pelos pacientes. Revisão bibliográfica
realizada em PubMed e SciELO. Resultados: Dois homens, irmãos,
portadores da SBS. O primeiro, atualmente com 38 anos, com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus aos 23 anos,
evoluindo com miocardiopatia hipertrófica aos 34 anos e insuficiência
renal crônica dialítica aos 37 anos. Apresentava glicemia de difícil controle, mesmo com uso de insulina em altas doses, porém com melhora
do controle glicêmico após início da hemodiálise, usando atualmente
insulina NPH associada a inibidor de DPPIV. Já o irmão, 30 anos,
diagnosticado com diabetes mellitus com a atual idade. Ambos com
aparência acromegálica, hipertrofia muscular, tecido adiposo escasso
e acantose nigricans. Discussão: A SBS é uma desordem pouco frequente (1:10 milhões de pessoas), caracterizada por escasso tecido adiposo subcutâneo e desordens metabólicas, como dislipidemia. Devido
à deficiência de tecido adiposo, triglicérides se acumulam em locais
ectópicos, o que explica a maioria das complicações: esteatose hepática, hepatoesplenomegalia, cirrose, resistência à insulina, acantose nigricans, diabetes mellitus, arteriosclerose e miocardiopatia hipertrófica.
Observam-se, também, aparência acromegálica e hipertrofia muscular.
A SBS é uma desordem genética de herança autossômica recessiva. Em
estudo com 22 pacientes no estado do RN, história familiar foi identificada em 86,4% dos casos. Comparação entre dois irmãos indianos
com SBS mostrou desenvolvimento semelhante de algumas características: escasso tecido adiposo, hipertrofia muscular e acantose nigricans.
Um deles, porém, apresentou também hepatoesplenomegalia e níveis
alterados de HDL, triglicérides e glicemia. Conclusão: Tendo em vista
a raridade dessa doença e a escassez de relatos sobre a evolução da SBS
entre familiares, percebe-se a importância de se destacar e relatar a
diferente evolução do quadro clínico entre irmãos.
187
EFEITOS DO TREINAMENTO NATAÇÃO NA REATIVIDADE
VASCULAR CORONARIANA DE RATAS COM DEFICIÊNCIA
OVARIANA
Gonçalves, W. L. S.¹; Calazans, R.¹; Rodrigues, A. N.¹; Farina, G. R.¹;
Jacobsen, B. B.¹; Resende, R. S.¹; Endlich, P. W.¹; Abreu, G. R.¹
¹ Escola de Medicina do Centro Universitário do Espírito Santo (Unesc), Colatina,
ES, Brasil; Departamento de Ciências Fisiológicas da Universidade Federal do
Espírito Santo (Ufes), Vitória, ES, Brasil
Introdução: Estudos recentes descrevem que a deficiência ovariana
natural (menopausa) e a cirúrgica (ovariectomia) estão associadas com
aumento dos riscos coronarianos e que a prática regular de exercícios
diminui esses riscos. Objetivo: O objetivo foi investigar os efeitos do
treinamento natação sobre a reatividade vascular em corações isolados
de ratas ovariectomizadas. Métodos: Ratas Wistar adultas (220-270
g) foram divididas em 4 grupos (n = 40): sedentárias cirurgia-fictícia
SHAM-SD, sedentárias ovariectomizadas OVX-SD, treinadas SHAM
-NT e treinadas OVX-NT. Após 21 dias da cirurgia, foi iniciado treinamento natação (NT) com sessão de 1h, 5 dias/sem., por 8 semanas,
com adaptação inicial sem carga e progressão de carga presa à cauda
até 5% do peso corporal. Após o treino, as ratas foram decapitadas, o
tórax aberto, o coração retirado e a artéria aorta conectada ao equipamento para perfusão do leito vascular coronariano pelo método de
Langerdorff. Na perfusão basal, utilizou-se solução de Krebs modificada. O fluxo coronariano foi mantido constante (10 ml/min) e a perfusão foi continuamente saturada com mistura carbogênica (O2 95% +
CO2 5%) sob pressão de 100 mmHg, aquecida (37°C), e pH de 7.4.
Um balão conectado a um transdutor foi introduzido no ventrículo
Trabalhos Científicos
188
ESTUDOS EXPERIMENTAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DE
UM MODELO ANIMAL DE SÍNDROME METABÓLICA SEM
OBESIDADE
Gonçalves, W. L. S.¹; Rodrigues, A. N.¹; Poltonieri, G. C. M.¹; Resende,
R. S.¹; Gouvea, S. A.¹; Moyses, M. R.¹; Abreu, G. R.¹
¹ Escola de Medicina do Centro Universitário do Espírito Santo (Unesc), Colatina,
ES, Brasil; Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Espírito
Santo (Ufes), Vitória, ES, Brasil
Introdução: A ampla utilização da energia ultrassônica nas áreas da
saúde possibilitou a identificação de diferentes efeitos teciduais biológicos induzidos pelo ultrassom (US) de alta frequência, tais como:
fibrinolíticos, trombolíticos e lipolíticos, angiogênicos, enzimáticos,
oxidativos, sinérgicos com drogas vasoativas, entre outros. Objetivo: Considerando principalmente o efeito lipolítico em adipócitos,
denominado lipoclasia ultrassônica (LCU), o objetivo do estudo foi
produzir um estado dislipidêmico agudo por LCU, a fim de desenvolver quadro de síndrome metabólica em ratos sadios. Métodos: Ratos
Wistar foram distribuídos em dois grupos: Controle-sham (CS = 25)
e lipoclasia ultrassônica (LC; n = 25). Após sedação (halotano-3% vaporizado), os animais eram submetidos à lipoclasia ultrassônica em região infra-abdominal e inguinal, ajustada com os seguintes parâmetros:
ISATA = 3-MHz, 1W. cm-2, modo pulsado 2:8ms, ciclo de 30% por
três minutos. As variáveis analisadas foram peso corporal, comprimento naso-anal, composição corporal (lipectomia), parâmetros metabólicos e hormonais (bioquímica), pressão arterial e relaxamento coronariano (método Langendorff), além de histomorfometria cardíaca. O
nível de significância foi de 5%. Discussão: Os resultados deste estudo
mostram que a LCU provoca lipólise infra-abdominal e inguinal com
elevação do perfil lipídico (dislipidemia), o que pode ter produzido
o desenvolvimento de várias outras características comumente associadas com o diabetes e a síndrome metabólica humana, hipertensão,
hiperglicemia, hiperinsulinemia, resistência insulínica, hiperleptinemia
e disfunção cardiovascular. Conclusão: A LCU demonstra potencialidades como indutor exógeno de lipólise, e essa dislipidemia induzida favorece o surgimento de componentes da síndrome metabólica.
Entretanto, estudos mais amplos, utilizando ferramentas tecnológicas
com acompanhamento temporal, são necessários para melhor elucidar
os mecanismos envolvidos nas alterações metabólicas observadas.
189
HIPOGLICEMIA HIPERINSULINÊMICA DE DIFÍCIL
DIAGNÓSTICO: RELATO DE CASO
Marques, K. R.¹; Normando, A. P. C.¹; Cunha, F. S.¹; Rocha, M. P.¹;
Vasconcelos, V. C.¹; Oliveira, K. M. A.¹; Tonial, C. C.¹
¹ Casa de Saúde Santa Marcelina (HSM), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A hipoglicemia hiperinsulinêmica de etiologia endógena
é mais frequentemente relacionada com a presença de insulinomas. Níveis inapropriadamente altos de insulina, peptídeo C e pró-insulina sugerem essa patologia, porém, em alguns casos, sua comprovação diagnóstica é uma difícil tarefa. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi
demonstrar, por meio de relato de caso, fatores que podem dificultar o
diagnóstico e a localização de insulinomas. Métodos: Relato de caso.
Resultados: C.P.S., sexo feminino, 43 anos, com episódios de hipoglicemia e alguns destes com sintomas neuroglicopênicos iniciados há
2 anos da data de avaliação. Controle de glicemia capilar mostrou valores tão baixos quanto 12 mg/dL. Exames laboratoriais evidenciaram
glicemia plasmática de 59 mg/dL, insulina basal de 125,4 mcU/mL
e peptídeo C de 11,15 ng/mL, com uma relação insulina/glicose de
2,09. Anticorpo anti-insulina negativo. Após falha do US endoscópico na localização tumoral, optou-se por realizar cateterização seletiva
pancreática com infusão de gluconato de cálcio. Durante o procedimento, a paciente apresentou hipoglicemia (12 mg/dL) e sintomas
neuroglicopênicos, com necessidade de infusão de glicose endovenosa. Após análise dos resultados, não houve o incremento esperado nos
níveis de insulina. Foi iniciado tratamento com acarbose, levando à
diminuição importante dos episódios de hipoglicemia. Discussão: O
diagnóstico de hipoglicemia é mais convincentemente baseado na tríade de Whipple (glicemia abaixo de 54 mg/dl, sintomática, com alívio
dos sintomas após elevação dos níveis de glicose). O padrão de hipoglicemia hiperinsulinêmica, com relação insulina/glicose maior do que
0,3 e peptídeo C elevado, sugere fortemente a presença de insulinoma.
US endoscópico e arteriografia pancreática com gluconato de cálcio
têm mostrado sensibilidades acima de 90% na localização do tumor.
A arteriografia pancreática, embora invasiva, pode ser uma alternativa
quando os métodos de imagem tradicionais falham em demonstrar a
lesão. Conclusão: A arteriografia seletiva pancreática com infusão de
cálcio pode ser inconclusiva na localização dos insulinomas. Deve ser
realizada preferencialmente em centros onde haja experiência com sua
realização e interpretação dos seus resultados. O diagnóstico diferencial de hipoglicemia hiperinsulinêmica não insulinoma, com mutação
no gene do receptor da sulfonilureia (SUR1) ou no gene da subunidade Kir6.2 do canal de potássio ATP dependente, deve ser considerado.
190
INCREASED GLYCEMIA AFTER ACUTE INTERMITTENT HYPOXIA
IS DEPENDENT OF SYMPATHETIC ACTIVATION
Zoccal, D. B.¹; Gonçalves-Neto, L. M.¹; Ferreira, F. B. D.¹; Protzek, A. O.
P.¹; Boschero, A. C.¹; Nunes, E. A.¹
¹ Departamento de Ciências Fisiológicas, CCB, Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC), Florianópolis, SC; Departamento de Biologia Estrutural e
Funcional, IB, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, SP,
Brasil
Objective: The acute intermittent hypoxia (AIH) reproduce some
characteristics of obstructive sleep apnea (OSA), such as activation of
sympathetic drive. In OSA patients, it has been described altered glucose homeostasis, but its precise mechanisms are not yet elucidated.
Thus, we aimed to evaluate the possible changes on glucose homeostasis elicited by AIH in healthy rats. Methods: Male adult rats were
S267
Endocrinologia Básica
esquerdo para registro intracardíaco. Após estabilização, foram registrados frequência sinusal (FS), pressão de perfusão coronariana (PPC)
e realizada uma curva concentração-resposta (CCR) do peptídeo vasoconstritor angiotesina-II (ang-II). Utilizou-se AVOVA, seguido do teste de Bonferroni com nível de significância de p < 0,05. Resultados:
Houve redução da FS no grupo SHAM-NT em relação aos grupos
SHAM-SD, OVX-SD e NT (Figura 1A). Também observamos decréscimo na PPC do grupo OVX-SD em relação ao grupo SHAM-SD, e
entre os grupos SHAM-NT e SD (Figura 1B). Na CCR de ang-II,
houve aumento da constrição coronariana dose-dependente no grupo
OVX-SD em relação aos grupos SHAM-SD e NT e OVX-NT (Figura
1C). Discussão: Os resultados indicam que o aumento da CCR para
ang-II provavelmente ocorreu para compensar a queda da PPC basal
produzida pela OVX e que o treinamento natação foi eficaz na redução
desse efeito. Também suportam a hipótese de que os hormônios femininos participam da manutenção do tônus coronariano via modulação
do sistema renina-angiotensina local. Conclusão: A OVX aumenta a
vasoconstrição induzida por ang-II em corações isolados de ratas e o
treinamento natação melhora esses efeitos vasoconstritores.
Endocrinologia Básica
Trabalhos Científicos
submitted to 10 episodes of hypoxia (6% O2, for 45 s) (HIP) interspersed with 5-min intervals of normoxia, whereas the control (CTL)
group was kept in normoxia. Results: HIP rats showed higher blood
glucose values (27%), compared with CTL rats (n = 10). Discussion:
These data contrast with those showing higher glycemia in association
to reduced IS after a more prolonged IH paradigm, whereas it agreed
with others demonstrating increased glucose utilization after hypoxic
conditions. Conclusion: In conclusion, we suggest that AIH induces
an increase in blood glucose concentration as a result of hepatic glycogenolysis recruitment through sympathetic activation. The augmentation of GT and IS might be attributed, at least in part, to the increased
b-adrenergic sympathetic stimulation and Akt activation (e.g. in skeletal muscles), leading to a higher glucose availability and utilization.
191
NEOPLASIA ENDÓCRINA MÚLTIPLA TIPO 2A (MEN 2A):
RELATO DE CASO
Vieira, C. A.¹; Souto, C. L.¹; Xavier, M. F.¹; Oliveira, R. C. C.¹; Junior, A.
R. O.¹
¹ Departamento de Endocrinologia do Hospital das Clínicas de Minas Gerais
(UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
Objetivo: Descrever caso de neoplasia endócrina múltipla tipo 2A com
evolução incomum, pois teve como manifestação inicial o feocromocitoma (FEO). O câncer medular de tireoide (CMT) teve comportamento indolente e foi diagnosticado em propedêutica. Faz-se importante a correlação do tipo de mutação do gene RET e comportamento
do CMT, assim como o aconselhamento genético para os parentes de
primeiro grau do caso índice. Métodos: Relato de caso: EGB, 28 anos,
feminina. Apresentou DHEG seguido de hipertensão, cefaleia e taquicardia supraventricular no oitavo dia pós-parto. Verificou-se aumento
de catecolaminas e metanefrinas urinárias e séricas. À ressonância nuclear magnética abdominal: imagens adrenais bilaterais sugestivas de
FEO, com MIBG confirmatório. Ultrassom de tireoide: nódulo tireoidiano suspeito à direita e punção aspirativa sugestiva de CMT. Realizadas adrenalectomia bilateral e tireoidectomia total. Anatomopatológicos confirmaram FEO e CMT. Sequenciamento genético do gene
RET: mutação V804M-éxon 14. Confirmado diagnóstico de MEN
-2A. Paciente tem filha de 3 anos. Mantém calcitonina pós-operatória
elevada, com doubling time de 1 ano; e MIBG de controle inalterado.
Resultados: Não se aplicam. Discussão: MEN são síndromes neoplásicas que envolvem múltiplas glândulas endócrinas, classificadas em
MEN-1 e MEN-2. Esta última é uma condição autossômica dominante rara, subclassificada em MEN-2ª (75%) e MEN-2B. Cinquenta por
cento de parentes de primeiro grau podem desenvolver MEN. A MEN
-2A é composta por FEO, CMT e hiperparatireoidismo e há várias
combinações entre elas. O CMT é a manifestação mais comum (90%)
e quase sempre a inicial, seguida do FEO (40%) e hiperparatireoidismo
(10%-35%). Estudos mostram mutações do gene RET em 99% dos casos de MEN-2, sendo o seu tipo determinante da agressividade e prognóstico da doença. Este caso mostra uma paciente, com FEO bilateral
e, em rastreamento, foi diagnosticado CMT sem repercussões clínicas.
É um caso raro, já que a primeira manifestação foi o FEO. A mutação
V804M do gene RET apresenta risco intermediário para essa neoplasia, o que leva ao comportamento indolente do CMT. Outra questão
é a filha de 3 anos com indicação de rastreamento genético e possível
tireoidectomia profilática. Conclusão: O caso descreve paciente portadora de MEN-2A, na variação FEO+CMT. A ordem de aparecimento
das neoplasias não foi a habitual, pois o FEO foi a primeira manifestação. Conclui-se que a mutação V804M do RET, que expressa uma
forma menos agressiva do CMT, justifica a clínica deste caso.
S268
192
NESIDIOBLASTOSE NO ADULTO: RELATO DE CASO
Batista, M. C. P.¹; Santos, R. B. A.¹; Aires, D. K. X.¹; Castro, M. H. A.¹;
Cunha, A. A.¹; Tavares, F.¹; Pedrosa, H. C.¹
¹ Hospital Regional de Taguatinga (HRT), Secretaria de Estado da Saúde do
Distrito Federal (SES-DF), Brasília, DF, Brasil
Objetivo: Apresentar um caso de hipoglicemia hiperinsulinêmica persistente endógena (HHPE) na idade adulta devido à nesidioblastose.
Métodos: Relato de caso de paciente com HHPE atendida nesta instituição. Resultados: MCNR, sexo feminino, 42 anos, leucoderma,
internada em abril/2011 para investigação de hipoglicemias severas de
repetição. Apresentava IMC = 26,06 kg/m², sem outros achados. Não
etilista, síndrome de Guillain-Barré aos 18 anos. Glicemia = 36 mg/
dL (VR: 60-99 mg/dL), insulina basal = 374 mcU/mL. Discussão:
A nesidioblastose representa 0,5%-5% dos casos de HHPE no adulto.
Neste caso, a presença de lesão em corpo de pâncreas evidenciada à
RNM associada à HHPE levou à indicação de exploração cirúrgica,
com hipótese diagnóstica de insulinoma, a despeito de a localização
em corpo constituir apresentação incomum para tumores neuroendócrinos. O Octreoscan poderia localizar lesões pancreáticas e extrapancreáticas, porém esse exame encontrava-se temporariamente indisponível no serviço. Houve recidiva da HH, com menor gravidade,
corroborando dados da literatura que mostram recidiva mesmo após
retirada de 95% do pâncreas nesses casos. Indicado tratamento medicamentoso complementar, cujas opções recomendadas são octreotide ou diazóxido. Conclusão: A nesidioblastose é uma condição rara
que deve ser considerada em todo caso de HHPE, sobretudo quando
métodos de imagem falham em localizar lesão pancreática. São disgnósticos diferenciais o insulinoma e a hipoglicemia factícia. Não há
consenso em relação ao tratamento da nesidioblastose no adulto. Os
pacientes podem se beneficiar do tratamento cirúrgico associado ao
uso de drogas.
193
RECUPERAÇÃO DO CRESCIMENTO APÓS CORREÇÃO
ALIMENTAR
Moreira, E. C.¹; Rocha, D. R. T. W.¹; Jorge, A. R.¹; Arbex, A. K.¹; Andrade,
G. C. M.¹; Matta, A.¹
¹ Instituto de Pesquisa e Ensino Médico (Ipemed), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Hoje se sabe que o fator ambiental é muito mais importante que o fator genético na determinação da estatura final do
indivíduo. As causas da baixa estatura são diversas, como: nutrição
materna insuficiente, desnutrição intrauterina, falta de aleitamento
materno até seis meses, introdução tardia de alimentos complementares, alimentos complementares em quantidade e qualidade
inadequadas, absorção de nutrientes prejudicada por infecções e
verminoses. Métodos: S.P.S., sexo feminino, 13 anos e 10 meses,
primeiro atendimento em 16/12/2011, queixa principal: “altura
menor que as colegas de colégio”. Segundo sua mãe, há dois anos,
observou que sua filha não crescia adequadamente. Nasceu de parto normal, a termo, com PN: 2.430 g (PIG), CN: 45 cm, PC:
31 cm e APGAR 9/10. Recuperação adequada do crescimento e
nutricional até 2 anos. Vacinações em dia. Nega aleitamento materno exclusivo, mas teve aleitamento misto por quatro anos. Nega
cirurgias e internações. É filha única e nega menarca. Menarca da
mãe aos 18 anos. Exame físico: fácies atípica, P: 32 kg. Resultados:
IO: 13 anos, ferro 100 mg/dL (50 a 150), cálcio 9,8 mg/dL (8,8
a 11), fósforo 3,5 mg/dL (3,0 a 7,0), ferritina 165,5 ng/mL (6 a
Trabalhos Científicos
ENFERMAGEM
194
AVALIAÇÃO DA FERRAMENTA DE ACOLHIMENTO
INTEGRADO EM AMBULATÓRIO DE ATENÇÃO SECUNDÁRIA
AO DIABETES
Motta, B. F. B.¹; Castro, A. P. A.¹; Ribeiro, D. S.¹; Costa, M. B.¹; Filgueiras,
M. S. T.¹
¹ Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora, MG, Brasil
Objetivo: Visando melhorar a qualidade da porta de entrada de
serviço de saúde como desafio do SUS, foi desenvolvido o projeto
de Acolhimento Integrado (AI) em serviço de atenção secundária
ao diabético. O AI visa à supressão de ações repetitivas por parte
da equipe multidisciplinar, à melhora da atenção aos usuários e ao
aprimoramento das práticas interdisciplinares. O objetivo do presente estudo é relatar experiência da mudança do modelo assistencial à
saúde do diabético, em hospital de ensino, tendo como base a diretriz operacional do AI. Métodos: Trata-se de pesquisa qualitativa de
relato de experiência realizada por meio do método observacional,
em que os pesquisadores, trabalhadores do ambulatório, assumiram
a postura de “participante como observador”. Nessa modalidade de
estudo, o pesquisador “já tem ou assume um papel social significativo
dentro do grupo estudado” (Dallos, 2011). Os relatos se basearam
na observação semanal dos profissionais em Ambulatório de Atenção
ao Diabetes Mellitus. Resultados: A operacionalização do projeto resultou na modificação da estrutura do atendimento de médico-centrada para usuário-centrada. Paralelamente, observaram-se ampliação
e qualificação dos espaços de interseção entre trabalhador de saúde
e usuário, fortalecendo o vínculo, a segurança e a corresponsabilização no tratamento, além de melhoria do acesso e das possibilidades
de cuidado e atenção ao paciente diabético. Discussão: Observouse melhora do rendimento profissional da equipe não médica, que
determinou, por consequência, ampliação da oferta e da acessibilidade aos serviços de saúde. Os resultados vão ao encontro das metas propostas pela Política Nacional de Humanização (Brasil, 2010),
que entende o acolhimento como diretriz de grande relevância ética,
estética e política. Ética por se pautar no reconhecimento da subjetividade do usuário; estética quando propõe a dignificação da vida e
do viver; e política pelo fato de implicar no compromisso coletivo de
se envolver e na atitude de inclusão do usuário. Conclusão: A prática
do AI possibilitou importantes modificações no serviço de atenção ao
diabético, com práticas pautadas na integralidade entendendo aquele
que demanda o serviço como sujeito portador de desejos e necessidades. Além disso, observaram-se a supressão de ações repetitivas
por parte dos membros da equipe e o aprimoramento das práticas
interdisciplinares.
EPIDEMIOLOGIA
195
ANÁLISE DO PERFIL METABÓLICO DO ESTUDANTE DE MEDICINA
RECÉM-INGRESSO NA UNIVERSIDADE GAMA FILHO (UGF)
Iwamoto, R. C.¹; Dresch, E. T.¹; Chachamovitz, D. S. O.¹; Silva, S. A. R.¹
¹ Universidade Gama Filho (UGF), Rio de Janeiro, RJ,Brasil
Objetivo: Analisar o perfil metabólico do estudante de medicina recém-ingresso, a fim de subsidiar futuras propostas de intervenção nesse
campo. Métodos: Avaliamos 162 alunos de medicina para o risco de
desenvolver diabetes por meio do questionário FINDRISK e caracterização dos principais parâmetros da síndrome metabólica. A glicemia
capilar (GC) foi aleatória, medida com Kit Breeze 2 (BAYER). A pressão arterial (PA) foi aferida pelo estetoscópio Littmann Classic II e esfigmomanômetro Premium. Classificou-se como “alterada” PA ≥ 140/90
mmHg. Peso e altura foram mensurados pela balança/estadiômetro
WELMY. A circunferência abdominal (CA) foi medida com fita métrica. Considerou-se “aumentada” valores entre 80 e 88 cm e 94 e 102 cm
para mulheres e homens, respectivamente. Acima desses valores, “muito
aumentada”. Sedentarismo definido como atividade física menor que
150 minutos/semana. Resultados: Dos 162 alunos, 64,19% eram do
sexo feminino. A média de idade foi 21,21 ± 3,45 anos; altura 1,68
± 0,093 m; peso 65,99 ± 12,54 kg e IMC: 23,12 ± 2,93 kg/m². Sobrepeso correspondeu por 11,55% das mulheres e 44,8% dos homens;
obesidade grau I por 0,95% das mulheres e 1,70% dos homens. A média
de CA foi 70,10 ± 6,72 cm (mulheres) e 82,25 ± 6,06 cm (homens).
Apenas as mulheres apresentaram CA aumentada (6,73%) e somente os
homens apresentaram PA alterada (4,93%). Sedentarismo correspondeu por 56% dos alunos, sendo 73,6% desses mulheres. Somente 29%
relatou consumir álcool de 1-3 vezes/semana e 4% são tabagistas. O
risco de diabetes Tipo 2 foi classificado como ligeiramente elevado em
17% das mulheres e 26% dos homens, restante como baixo risco. Não
houve GC acima de 140 mg/dl. Discussão: O ingresso na faculdade
de medicina pode predispor ao ganho de peso pelas mudanças impostas
na sobrecarga de aulas e conteúdos. Além disso, muitos alunos provêm
de outros estados, residindo no entorno da Universidade, área carente na oferta de atividade física e opções de refeições saudáveis. Observou-se maior prevalência de sobrepeso entre os homens, apesar de CA
adequada. Nas mulheres, o principal fator de risco foi o sedentarismo.
Conclusão: Os alunos recém-ingressos do sexo masculino estão expostos a maior risco de diabetes e síndrome metabólica que as mulheres,
possivelmente pela maior prevalência de sobrepeso, hipertensão arterial,
tabagismo e alcoolismo nos homens. Esse risco pode ainda ser agravado
pela carência de alternativas para um estilo de vida saudável na região.
196
ASSOCIAÇÃO ENTRE CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL,
HISTÓRICO FAMILIAR DE DIABETES MELLITUS E GLICEMIA EM
PACIENTES ATENDIDOS EM EVENTO COMUNITÁRIO
Francescantonio, I. C. C. M.¹; Almeida, F. S.¹; Araújo, A. P.¹; Monteiro,
M. M.¹; Miranda, T. M. T.¹
¹ Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Goiânia, GO, Brasil
Objetivo: Considerando que, nos últimos anos, o diabetes mellitus
(DM) tem crescido em proporções epidêmicas em todo o mundo e
que, entre os diferentes fatores que contribuem para a elevação de casos
de DM, a obesidade abdominal e a hereditariedade destacam-se como
os mais importantes, realizou-se o presente estudo com a finalidade de
avaliar a associação entre valores de circunferência abdominal (CA), his-
S269
Enfermagem
70), IGF1 438 ng/mL (220 a 972), vitamina D: 1,25 di-hidroxi
34,8 pg/mL (18 a 78), T4 livre 0,87 ng/dL (0,7 a 1,8), TSH:
1,269 uUi/mL (0,50 a 4,90). Discussão: Na desnutrição, observam-se redução dos valores de GHBP e da IGF-1 e a diminuição
da capacidade ligadora do GH com seu receptor hepático. Tanto
a oferta proteica quanto a calórica atuam na regulação da IGF-1
e são necessárias para retomar os valores normais de IGF-1 após
um período de jejum. Conclusão: O estado nutricional deficiente
interfere negativamente no crescimento infantil e uma intervenção alimentar adequada pode corrigir esse problema e modificar o
prognóstico da estatura final.
Epidemiologia
Trabalhos Científicos
tórico familiar de DM (HFDM) e níveis elevados de glicemia. Métodos: Analisaram-se 867 pacientes de ambos os gêneros atendidos em
um evento comunitário. Durante esse evento, foram obtidos dados de
HFDM, aferidos valores de CA e coletadas amostras de sangue venoso
para a dosagem de glicemia. Os dados obtidos foram armazenados e
analisados no programa GraphPad Prism 5. Resultados: Dos 867 pacientes, 593 (68,4%) eram mulheres e 274 (31,6%), homens. Verificouse associação direta entre CA e valores de glicemia (r = 0,1399). Além
disso, evidenciou-se que as mulheres apresentaram maior índice de
HFDM (p = 0,0333) e de valores de CA acima dos valores de referência. O estudo observou ainda que indivíduos com HFDM apresentaram
maiores elevações dos níveis de glicemia (p = 0,03) e medidas de CA (p
= 0,01). Neste estudo, não houve diferença estatística significativa entre
gêneros e valores alterados de glicemia (p = 0,17). Discussão: O DM
é um dos mais graves problemas de saúde publica no mundo, e, particularmente no Brasil, apresenta tanto índices de prevalência (%) como
de mortalidade (%) bastante elevados. Assim o estudo dos componentes
que contribuem para a gênese dessa doença tem grande relevância clínica. A obesidade, particularmente aquela localizada na região abdominal,
medida pela CA, pode elevar o risco da ocorrência de diabetes tipo 2
em até dez vezes. Foi possível observar nesta investigação essa relação,
uma vez que a CA apresentou associação direta com a hiperglicemia e
HFDM. Além disso, este estudo mostrou que os pacientes com HFDM
apresentaram maiores índices de glicemia, o que sugere a característica
genética do diabetes tipo 2. Por outro lado, não foi demonstrado que
houve diferença estatística entre gênero e glicemia. Conclusão: O presente estudo mostrou que valores elevados de CA têm associação direta
com a hiperglicemia e HFDM. Além disso, mostrou que os pacientes
com HFDM apresentam maiores níveis séricos de glicemia, o que corrobora a característica genética do diabetes tipo 2.
197
ESTUDO DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA POPULAÇÃO
ATENDIDA PELA LIGA ACADÊMICA DE DIABETES NO
ENCONTRO DAS LIGAS ACADÊMICAS – 2011
Barros, B. P.¹; Faria, A. A. S.¹; Jesus, C. O.¹; Santos, D. F.¹; Ferreira, R. D.¹;
Fernandes, X. L. M.¹
¹ Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
Objetivo: Avaliar o perfil epidemiológico da população atendida no
Encontro das Ligas Acadêmicas de 2011 por meio do estudo de fatores
de risco, complicações e da prevalência do diabetes mellitus (DM) em
Goiânia, tendo em vista a relevância deste mal atualmente. Métodos:
Aplicação de questionários que incluíam identificação, antecedentes
patológicos pessoais e familiares, hábitos de vida, pesquisa por sinais e
sintomas de DM, avaliação do índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal (CA), e glicemia capilar casual. Resultados: Foram
avaliadas 229 pessoas na campanha. Obtivemos: antecedentes pessoais:
41 pessoas com hipertensão arterial sistêmica (HAS) (17,9%); 17 com
DM2 (7,4%); 6 com complicações relacionadas ao DM (2,6%), das
quais 4 possuíam a glicemia superior a 200 mg/dL; e 23 com dislipidemia (10%). Antecedentes familiares: 170 pessoas com história familiar
de HAS (74,2%), 118 de DM (51,5%) e 121 de dislipidemia (52,8%).
Hábitos de vida: 11 tabagistas (4,8%) e 37 ex-fumantes (16,2%); 8
etilistas frequentes (3,5%) e 75 ocasionais (32,8%); 75 sedentários
(32,8%) e 124 praticantes regulares de exercícios (54,2%); 101 pacientes com alimentação hipercalórica ou hiperlipídica (44,1%). IMC: 111
pessoas com IMC > 25 (48,5%). CA: risco aumentado de complicações
metabólicas (CA > 94 cm) em 32 homens (29,9%), e risco aumentado
(CA > 80 cm) em 57 mulheres (46,7%). Glicemia capilar: 51 pessoas
com glicemias entre 126 e 199 mg/dl (22%); e 12 com 200 mg/dl
S270
ou mais (5,2%), sendo 4 destas (33,3%) não diagnosticadas para DM
mas portadoras de sintomas relacionados à doença. Discussão: Dos
pacientes com DM2: 15 possuíam IMC > 25 (88,2%); 8 apresentaram
a glicemia casual maior que 200 mg/dL (47%); 12 praticam exercícios
regularmente (70,6%) e 5 eram sedentários (29,4%); 11 eram ex-fumantes (64,7%) e 1 ainda fumava. Os valores confirmam que os parâmetros usados possuem relação com o DM, sendo ora fatores de risco
para a doença, ora para as suas complicações. Conclusão: Campanhas
de rastreamento associadas a orientações à população são de grande
valia na detecção de possíveis alterações e no auxílio às mudanças dos
hábitos de vida essenciais à prevenção e à terapêutica do DM.
198
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DO DIABETES MELLITUS TIPO I E II
Pontes, C. D. N.¹; Nabila, T. D.¹; Tally, S.¹
¹ UBS Julia Seffer, Ananindeua, PA, Brasil
Objetivo: Com o intuito de caracterizar o perfil epidemiológico dos
pacientes diabéticos cadastrados na microárea 04 da área 01 correspondente ao PSF Júlia Seffer em Ananindeua, PA, e comparar dados
estatísticos locais com dados regionais e nacionais, foram recolhidas
informações a partir das fichas A do SIAB. Métodos: A primeira etapa
para a confecção do trabalho foi o recolhimento de dados estatísticos
provenientes das fichas A do SIAB em agosto de 2011. Dessa forma,
foi avaliada a prevalência de diabetes mellitus I e II na respectiva microárea. Em um segundo momento, esses dados obtidos foram comparados com a média de prevalência da enfermidade em nível estadual
e nacional com o ano de 2010, correspondente ao último Censo. Resultados: Dessa forma, verificou-se que a microárea 04 do PSF Júlia
Seffer apresentava 5,36% de diabéticos entre uma amostra populacional de 298. Baseado no Censo 2010, o Pará possuía 2% de diabéticos
e o Brasil, 6%. Assim, a microárea alvo da pesquisa está acima da média
paraense e abaixo da brasileira. Constatou-se, ainda, que no norte do
País o Pará tem maior número de diabéticos e que, entre todos os
estados, em São Paulo está a maior incidência de diabetes, enquanto
em Roraima está a menor. Observou-se também o aumento do número de internações e mortes causadas por diabetes e o crescimento
conjunto de pacientes hipertensos, obesos e idosos. Não foi possível a
diferenciação de dados entre os tipos de diabetes em função da organização das fichas usadas como fonte estatística, apesar de tal informação
ser importante no tratamento da doença referida. Discussão: Discutiu-se a importância da identificação de um perfil epidemiológico local
e comparação deste em nível estadual e nacional. Conclusão: Dessa
maneira, é possível notificar se a amostra populacional escolhida está
acima ou abaixo das médias do Pará e do Brasil e, assim, identificar
qual a resolutividade das políticas públicas. E, se houver necessidade,
contribuir para a elaboração de novas políticas que visem à promoção
e à prevenção da saúde, seja na microárea-alvo do estudo em Ananindeua, no Pará.
199
HOSPITALIZAÇÕES POR DIABETES EM MUNICÍPIOS DO
CENTRO OESTE BRASILEIRO
Batista, S. R. R.¹; Pinto, F. K. M. S.¹; Pedroso, J. H. V.¹
¹ Grupo de Pesquisa em Medicina de Família e Comunidade, Faculdade de
Medicina, Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
Introdução: Intervenções relacionadas ao manejo de doenças crônicas
na Atenção Primária à Saúde (especialmente para diabetes) são com-
Trabalhos Científicos
200
OBESIDADE E SOBREPESO INFANTIL: ESTUDO
EPIDEMIOLÓGICO EM UMA POPULAÇÃO BRASILEIRA
Oliveira, C. M.¹; Magalhães, G. L.¹; Toaiari, H. M. C.¹; Mourão-Júnior, C. A.¹
¹ Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora, MG, Brasil
Objetivo: Realizar estudo sobre a prevalência de obesidade e sobrepeso
em crianças de creche e escola pública de uma cidade brasileira. Métodos: Trata-se de um estudo populacional, transversal e descritivo. Foram
aferidos peso e altura de um população composta por 606 crianças de
creche e escolas públicas no município brasileiro de Cataguases (MG).
De posse dos dados de toda a população, calculou-se o índice de massa
corpórea (IMC) dessas crianças, e foi feito o diagnóstico de sobrepeso e
obesidade segundo critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Somente foram realizadas medidas do IMC, pelo fato de esse método
ser acessível a qualquer profissional que milita na atenção primária à saúde. Em seguida, foi realizada a análise estatística descritiva da população
estudada. Resultados: Do total de crianças que compõem a população,
308 (50,8%) eram do sexo masculino e 298 (49,2%), do sexo feminino;
428 crianças (70,6%) tinham peso adequado, 67 (11,1%) apresentavam
sobrepeso e 66 (10,9%) apresentavam obesidade, perfazendo um total
de 133 (22%) crianças com peso considerado acima do normal. Entre os
meninos, 57 (18,5%) apresentavam sobrepeso ou obesidade, e esse número subiu para 76 (25,5%) entre as meninas. A prevalência de sobrepeso
ou obesidade foi maior entre as crianças negras (29,9%) do que entre as
brancas (20,8%) e pardas (18,54%). Discussão: As prevalências de sobrepeso e obesidade foram equivalentes às relatadas em estudos de escolas
públicas brasileiras. Quando comparamos as prevalências entre sexos e
etnias, observamos que as meninas e crianças negras apresentam maior
prevalência de peso alterado, padrão este observado em alguns estudos
brasileiros. Conclusão: Encontramos uma elevada prevalência de obesidade e sobrepeso infantil na população estudada. Outros estudos devem
ser feitos em outras populações brasileiras, a fim de que se tenha um
maior conhecimento acerca do problema da obesidade infantil no Brasil.
201
PERFIL DOS PACIENTES ATENDIDOS EM AMBULATÓRIO DE
TRIAGEM EM ENDOCRINOLOGIA
Saraiva, J. M.¹; Ferreira, C. T.¹; Couto, J. S.¹; Alves, W. C. S.¹; Peixoto, F.
R.¹; Costa, M. B.¹; Ferreira, L. V.¹
¹ Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora, MG, Brasil
Objetivo: Identificar procedência e motivo da consulta em pacientes encaminhados para avaliação endocrinológica em ambulatório de
atenção secundária à saúde. Métodos: Em estudo prospectivo, analisaram-se prontuários de ambulatório de Triagem em Endocrinologia de
hospital de ensino. Resultados: Foram avaliados 571 indivíduos (78%
mulheres), com idade de 52 ± 14,3 anos. Deste grupo, 247 (48,2%) foram encaminhados das unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS),
devido a diabetes mellitus (30,4%, sendo DM2: 29,2%, DM1: 0,8% e
DMG: 0,4%), obesidade e sobrepeso (22,3%); tireoidopatias (34,4%,
sendo hipotireoidismo: 18,3%, hipertireoidismo: 3,6%, nódulos: 3,6%;
avaliação de exames laboratoriais: 8,9%). Dez (4,1%) indivíduos foram
encaminhados para avaliação de queixas inespecíficas, não relacionadas
a doenças endócrinas. Entre os pacientes encaminhados por outros Serviços do Hospital Universitário, em 138 (51,9%) foram diagnosticadas
doenças endócrinas, com encaminhamento inespecífico de apenas 2
(0,75%) casos. Observou-se predomínio de encaminhamentos por diabetes mellitus (38,8%, sendo DM1: 0,4%; DM2 38%; DMG: 0,4%), obesidade e sobrepeso (21,1% e tireoidopatias (30,8%, sendo hipotireoidismo 18,4%; hipertireoidismo: 2,6%; doença nodular: 6,4%; alterações
laboratoriais: 3,4%). Discussão: O aumento da procura por cuidados
especializados representa grande preocupação dos gestores em saúde
e os resultados deste estudo podem ser úteis na formulação de diretrizes de referência visando orientar a demanda. Paralelamente, os grupos de doenças mais prevalentes deveriam nortear a educação médica
contribuindo para a formação de profissional mais qualificado. Embora
seja semelhante o perfil de diagnósticos mais prevalentes entre os encaminhamentos de serviços de atenção primária e secundária, as UAPS
poderiam ter maior resolubilidade buscando a triagem racional para a
avaliação especializada. Conclusão: Nos cursos de graduação, o diabetes
mellitus, a obesidade e as doenças tireoidianas devem merecer destaque
visando à formação médica adequada no que diz respeito ao diagnóstico
e à conduta terapêutica nessas endocrinopatias, considerando-se os critérios de prevalência, potencial de prevenção e importância pedagógica.
Nas UAPS, o treinamento voltado para o diagnóstico e tratamento dessas doenças poderia direcionar melhor os encaminhamentos.
202
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES DIABÉTICOS
IDOSOS ATENDIDOS EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO EM
ALAGOAS
Omena, A. A. S.¹; Ribeiro, H. L.¹; Presidio, G. A.¹; Silva, N. M.¹;
Mendonça, T. A.¹; Vaz, R. M.¹; Mota, M. C. T. L.¹
¹ Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Hospital Universitário Professor Alberto
Antunes, Faculdade de Medicina, Maceió, AL, Brasil
Objetivo: O diabetes mellitus (DM) tem apresentado prevalência crescente e hoje atinge mais de 340 milhões de pessoas no mundo, sendo
6,4 vezes mais frequente em pessoas entre 60 e 69 anos quando compa-
S271
Epidemiologia
provadamente efetivas e estão associadas à melhoria de indicadores de
cuidado. As condições sensíveis à atenção primária à saúde, como o
diabetes, são situações clínicas que podem refletir o cuidado dessas
doenças no primeiro nível de atenção à saúde. A taxa de hospitalização
por diabetes e suas complicações mede indiretamente a efetividade do
sistema de saúde para o manejo dessa condição. Objetivo: O objetivo
desse estudo foi analisar as taxas de hospitalização por diabetes e suas
complicações de forma a verificar a efetividade dos serviços de APS no
manejo desses pacientes. Métodos: Realizou-se um estudo ecológico
nas 16 regiões de saúde (246 municípios do estado de Goiás, Centro
-Oeste brasileiro) no período entre 2009 e 2011, utilizando-se dados
do Sistema de Informação Hospitalar (SIH-SUS) do Ministério da
Saúde, Brasil. As taxas de hospitalização foram calculadas pela razão
entre as hospitalizações devido ao diabetes e suas complicações e a população entre 30 e 59 anos. Os dados foram avaliados segundo sexo,
município de residência, distância entre o indivíduo e a região metropolitana, distância da capital do Estado e condições de moradia. A variação dos dados quanto à diferença significativa foi avaliada utilizando
teste t e ANOVA. Resultados: Ocorreram 7.981 hospitalizações por
diabetes e suas complicações (45,88% no sexo masculino e 54,11% no
feminino). A taxa de hospitalização geral foi de 11.29/10.000 ( 10,58
para homens; 11,97 para mulheres). As maiores taxas foram observadas em áreas com maior necessidade de serviços de saúde, incluindo a
atenção primária à saúde. No período avaliado, foi observada uma redução nas hospitalizações tanto para homens (10,8 para 9,71) quanto
para mulheres (12,7 para 10). Discussão: O maior declínio nas taxas
de hospitalização por diabetes e suas complicações em mulheres do
que em homens é, provavelmente, devido ao maior acesso da população feminina aos serviços da atenção primária e aos benefícios que essa
proporciona. As altas taxas de hospitalização por diabetes e suas complicações em algumas regiões refletem a qualidade da atenção primária.
Conclusão: Dessa maneira, um incremento na estrutura dos serviços
de saúde poderia influenciar significativamente na qualidade do cuidado, de vida e na melhoria da situação de saúde dessa população.
Epidemiologia
Trabalhos Científicos
rada à faixa de 30 a 59 anos. Por se tratar de uma doença potencialmente
aterosclerótica de alto risco cardiovascular, sua elevada prevalência em
idosos junto às comorbidades frequentes, principalmente hipertensão
arterial sistêmica (HAS), dislipidemias (DLP) e obesidade, exige atenção
diferenciada. O presente estudo visa a estabelecer o perfil desse grupo
para aprofundamento da situação deste em relação ao DM. Métodos: É
um estudo descritivo transversal de revisão de prontuários de pacientes
diabéticos acima de 60 anos atendidos no setor de endocrinologia
de um hospital público entre maio de 2011 e junho de 2012. Foram
estudadas as variáveis: sexo; idade; presença de HAS; DLP; obesidade;
relato de dieta e de prática de exercícios; hemoglobina glicada (HbA1c);
uso de hipoglicemiante oral, insulina ou ambos. Resultados: Em 96
prontuários estudados, a média de idade foi de 69,2 anos ± 6,9 anos,
sendo 77,1% do sexo feminino. O tempo médio de diagnóstico foi de
15,2 anos ± 8,75 e houve associação com HAS em 85,4% e com DLP
em 87,5%. Nesta, 51% tinham o colesterol total elevado, 45,8%, triglicerídeos, 73,9%, LDL acima da meta terapêutica e 69,8%, HDL baixo.
O sobrepeso e a obesidade totalizaram 69,7%. Quanto ao tratamento,
19,8% referiam fazer exercícios regulares e 69,8%, dieta; o uso exclusivo
de hipoglicemiantes e insulina foi encontrado em 45,8% e 26%, respectivamente, e a terapia combinada, em 25%. Discussão: Os resultados
corroboram os achados de outras pesquisas. A predominância feminina
pode ser justificada por uma maior procura pelo serviço de saúde. O
tempo do diagnóstico sinaliza para o risco de complicações e morte cardiovascular, principalmente com o elevado nível de HbA1c e associação
de comorbidades como HAS, DLP e obesidade, que foram frequentes
no grupo estudado. A maioria dos pacientes usava somente hipoglicemiantes orais, o que provavelmente justifique o descontrole do diabetes
e a necessidade de insulinização mais precoce. Conclusão: O estudo
ratifica os achados da literatura e reforça a importância do conhecimento
do perfil epidemiológico visando ao melhor controle do diabético idoso,
mostrando também a necessidade de uma maior atenção às estratégias
de controle desses pacientes.
203
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS USUÁRIOS DO SISTEMA DE
CADASTRAMENTO E ACOMPANHAMENTO DE HIPERTENSOS E
DIABÉTICOS EM UM MUNICÍPIO FLUMINENSE
Dantés, L. B.¹; Dantés, T. B.¹; Beltrão, M. J.¹; Sampaio, C. B. D.¹
¹ Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), DF, Brasil; Faculdade Pública
Municipal Miguel Ângelo da Silva Santos (FeMASS), RJ, Brasil; Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras de Macaé (FAFIMA), RJ, Brasil
Introdução: O Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de
Hipertensos e Diabéticos (HiperDia) tem por finalidades permitir
o monitoramento dos pacientes nele cadastrados, garantindo acompanhamento e tratamento aos portadores dessas enfermidades. Objetivo: Conhecer o perfil epidemiológico e estimar a prevalência de
diabetes mellitus tipo 2 (DM2), hipertensão arterial sistêmica (HAS) e
das complicações a ambos relacionadas entre usuários acompanhados
por meio do Sistema HiperDia no município de Macaé, na Região da
Costa do Sol, no Estado do Rio de Janeiro. Métodos: Estudo epidemiológico retrospectivo, quantitativo e descritivo, cujas informações
foram coletadas mediante análise dos dados cadastrais de pacientes
assistidos pelo Programa HiperDia, na cidade de Macaé/RJ, no período de 1o de janeiro de 2005 a 31 de dezembro de 2011. Resultados: Foi feito levantamento de 2.874 pacientes com DM2, sem HAS
associada, compreendendo 0,06% da população do Estado e 14,9%
de cobertura estimada pelo HiperDia. Houve maior prevalência na
faixa etária de 50 a 54 anos (23,6%) e no sexo feminino (52,5%). A
S272
maioria não era tabagista (80,2%) e o sobrepeso esteve presente em
30,1%, sendo 48,7% sedentários. Doença renal foi a complicação mais
prevalente (9,3%), seguida por coronariopatias (5,4%), pé diabético
(4,4%), infarto agudo do miocárdio (3,3%) e acidente vascular encefálico (2,2%). DM2 concomitante à HAS (DM-HAS) foi notificado em
32.160 casos, compreendendo 0,9% da população total e 34,9% de
cobertura estimada pelo Programa. Houve maior prevalência no sexo
feminino (60,5%) e na faixa etária de 55 a 59 anos (14,8%). Tabagismo foi hábito de 24,2%, sobrepeso foi constatado em 42,8% e 50,5%
eram sedentários. Das complicações no DM-HAS, a mais frequente
foi doença renal (12,4%), seguida por coronariopatias (10,5%), infarto
agudo do miocárdio (9,6%), acidente vascular encefálico (8,7%) e pé
diabético (4,8%). Discussão: O perfil epidemiológico dos portadores
de DM2 caracteriza-se por pacientes do sexo feminino, não tabagistas, sem sobrepeso e cuja complicação principal é doença renal. Nos
usuários com DM-HAS, notam-se as mesmas características, exceto a
faixa etária. Apesar disso, tabagismo, sobrepeso e sedentarismo ainda
são frequentes em ambos os grupos, com prevalência mais expressiva
no segundo. Conclusão: A cobertura do HiperDia ainda se mostra
aquém do preconizado, evidenciando necessidade de expansão e consolidação do Programa e, sobretudo, de melhorias no sistema de cadastramento, evitando-se subnotificação de casos.
204
PERFIL PRESSÓRICO, GLICÊMICO E ANTROPOMÉTRICO DE
UMA AMOSTRA DA POPULAÇÃO DE BAEPENDI, MG: DADOS
OBTIDOS DURANTE UMA FEIRA DE SAÚDE
Musso, M. M.¹; Maciel, R. P.¹; Manso-Musso, M.¹; Alvim, R. O.¹;
Oliveira, C. M.¹; Krieger, J. E.¹; Pereira, A. C.¹; Mourão-Júnior, C. A.¹
¹ Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora, MG; Laboratório de
Genética e Cardiologia Molecular, Instituto do Coração do Hospital das Clínicas
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor-HCFMUSP),
São Paulo, SP; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
(UFVJM ), MG, Brasil
Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa
de morte no mundo. A forma mais eficiente de prevenir e tratar as
DVC é focando em intervenções terapêuticas nos seus inúmeros fatores de risco, tais como dislipidemia, diabetes, obesidade e hipertensão.
Para isso, é necessário investigar a prevalência dos fatores de risco para
DCV em diferentes populações. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi traçar o perfil pressórico, metabólico e antropométrico de
uma amostra da população de Baependi-MG, durante a realização
de uma feira de saúde. Métodos: Foram investigados 149 indivíduos
adultos obtidos por amostragem aleatória simples, correspondendo a
1% da população adulta do município. A glicemia casual foi determinada por meio do glicosímetro portátil Accu-Chek Plus. Foram classificados como diabéticos os indivíduos sintomáticos com glicemia casual >
200 mg/dL. O índice de massa corporal (IMC) foi determinado dividindo-se o peso (em kg) pelo quadrado da altura (em metros). Foram
classificados como obesos os indivíduos com IMC > 29,9. As pressões
arteriais sistólica (PAS) e diastólica (PAD) foram determinadas, após 5
minutos em posição sentada, por meio do aparelho automático oscilométrico Omron. Foram classificados como hipertensos os indivíduos
que apresentaram PAS > 140 e ou PAD > 90 mmHg. A circunferência
abdominal (cm), medida na menor circunferência da cintura, foi considerada elevada com base nos seguintes critérios: homens > 102 cm
e mulheres > 88 cm. Resultados: A obesidade e a circunferência abdominal elevada foram mais prevalentes no sexo feminino, enquanto a
hipertensão se mostrou mais prevalente no sexo masculino. O diabetes
apresentou prevalência semelhante em ambos os sexos. Conclusão:
Os resultados obtidos nesta amostra da população de Baependi demonstraram uma elevada prevalência dos principais fatores de risco
para a DCV. Esses resultados preocupantes devem ser corroborados
ou refutados por estudos em outras populações, a fim de que se tenha
um perfil epidemiológico mais preciso da população brasileira.
205
PREVALÊNCIA DE DIABETES MELLITUS EM PACIENTES DE 30 A
69 ANOS ATENDIDOS EM EVENTOS COMUNITÁRIOS
Francescantonio, I. C. C. M.¹; Francescantonio, I. C. M.¹; Castro, M.
E. C.¹; Araújo, A. G. O.¹; Chaves, F. S.¹; Martins, N. A. T¹.; Santos, J. P.
O.¹; Mecenas, C. L.¹
¹ Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Goiânia, GO, Brasil
Introdução: A prevalência do diabetes mellitus (DM) tem se elevado
assustadoramente. Estamos presenciando uma verdadeira epidemia da
doença com impacto negativo sobre a qualidade de vida e alto custo
para o sistema de saúde. Os principais fatores associados ao aumento
da prevalência dessa doença são a obesidade, o envelhecimento populacional, a história familiar e o sedentarismo. Em 1992, foi publicado,
por Malerbi e Franco, um estudo realizado em nove capitais brasileiras, no qual a prevalência de DM foi de 7,6% da população entre 30
e 69 anos. Em 2003, Torquato et al. detectaram uma prevalência de
12,1% na mesma faixa etária. Moraes et al., em 2006, já encontraram 15,02% em uma população acima de 30 anos, com intervalo de
confiança variando de 12,68 a 7,36. Objetivo: A análise realizada no
presente trabalho tem por objetivo avaliar a prevalência do DM na população atendida em nossa capital, possibilitando criar e/ou melhorar
programas de prevenção primária que revelem impacto positivo sobre
a qualidade de vida dessa população. Métodos: Os entrevistadores
treinados previamente avaliaram aleatoriamente 1.027 pacientes, de
ambos os sexos, que participaram de um evento comunitário realizado
em maio de 2011, por meio de um questionário fechado. Eles responderam se tinham ou não DM e se apresentavam sintomas como poliúria, polidipsia e perda de peso inexplicável. Destes, 623 tinham entre
30 e 69 anos. Os dados obtidos foram analisados em conjunto com
os valores de glicemia casual e foi considerado como critério diagnóstico a presença de glicemia casual ≥ 200 mg/dL, com sintomas. Resultados: Dos 623 pacientes, apenas 76 (12,2%) apresentavam DM.
Desses, 43 (56,6%) tinham conhecimento que apresentavam a doença
e 13 (17,1%) não sabiam que tinham DM, mas apresentaram glicemia
casual alterada. Entre os diabéticos, 67,1% eram do sexo feminino e
32,9%, do sexo masculino. Discussão: Neste estudo, a prevalência de
DM na população estudada (12,2%) foi muito semelhante à porcentagem encontrada por Torquato et al., em 2003, e quase o dobro da
encontrada por Malerbi e Franco em 1992. A porcentagem de pessoas
que desconheciam que tinham a doença (17,1%) é um pouco acima do
encontrado no estudo de Moraes et al. (15%). Conclusão: Este estudo
mostrou uma prevalência de DM, na nossa capital, significativamente
maior do que a encontrada no estudo multicêntrico realizado nas capitais brasileiras e reflete, entre outras causas, as mudanças nos hábitos
de vida da população e o crescente aumento da obesidade.
206
PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA
SUBMETIDOS À HEMODIÁLISE
Nóbrega, G. B.¹; Mendes, L. J.¹; Menezes, F. T. L.¹; Pinto, P. A. L. A.¹;
Batista, A. V. S.¹; Neto, A. M. S.¹
¹ Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Fundação Assistencial da
Paraíba (FAP), Campina Grande, PB, Brasil
Objetivos: Relatar relação entre hipertensão arterial sistêmica
(HAS) e insuficiência renal crônica (IRC) e mostrar prevalência de
pacientes hipertensos em terapia dialítica. Métodos: Foi realizado
um estudo observacional transversal descritivo na unidade de hemodiálise no período de setembro a outubro de 2011. Dos 78 pacientes em tratamento hemodialítico, 72 atenderam aos critérios de
inclusão: IRC em hemodiálise e Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido assinado. Foram realizados questionários respondidos
pelos pacientes e/ou familiares, busca nos prontuários, formulação
de estatísticas e consulta na literatura. Resultados: A pesquisa demonstrou que a maior parte dos pacientes submetidos à hemodiálise
são homens (58,33%), não idosos (71,84%) e pardos (45,83%). Em
relação à etiologia, vemos que HAS se mostrou a mais prevalente
com 38,88%, seguida por causas indeterminadas (16,66%), outros
(15,27%), rins policísticos (12,5%), diabetes mellitus (11,11%) e
glomerulopatias crônicas (5,55%). Discussão: Dados na literatura
mostram que a HAS está entre as principais causas de IRC e essa associação aumenta consideravelmente o risco cardiovascular (CVC).
A fisiopatologia se baseia na sobrecarga de volume e exaustão do
sistema renina-angiotensina-aldosterona, presentes na HAS, levando a uma sobrecarga salina e consequente lesão renal. Os objetivos
do tratamento são diminuir a progressão da IRC nos estágios mais
precoces e reduzir o risco CVC em todos os estágios da doença.
As metas de controle da pressão arterial em IRC são mais baixas
e são necessárias mudanças do estilo de vida (MEV) e terapêutica
medicamentosa. Contudo, estando o rim em fase terminal e na impossibilidade do transplante renal, indica-se a diálise. Conclusão:
Verificamos uma importante prevalência de HAS em pacientes hemodialíticos, sendo a principal causa de IRC terminal neste serviço.
Esses dados são compatíveis com a literatura de países em desenvolvimento, onde o diagnóstico de diabetes mellitus é subestimado.
Os resultados mostram que ainda não há um controle adequado da
HAS, patologia tão comum atualmente. É necessário um controle
mais rígido para se evitar uma diálise futura, o que deve ser buscado
com triagem e diagnóstico de HAS e de IRC precoce, MEV e terapia
medicamentosa com inibidores da enzima conversora da angiotensina e bloqueadores dos receptores da angiotensina II.
207
PREVALÊNCIA DE OBESIDADE EM PACIENTES ATENDIDOS EM
EVENTOS COMUNITÁRIOS REALIZADOS EM MAIO DE 2011 E
2012
Francescantonio, I. C. C. M.¹; Francescantonio I. C. M.¹; Rezende, K.
N.¹; Borges, A. L. F.¹; Miranda, T. M. T.¹; Carvalho, B. A.¹; Guimarães, J.
P.¹; Carvalho, M. B.¹
¹ Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Goiânia, GO, Brasil
Introdução: A obesidade é uma doença complexa e multifatorial,
resultando da interação de genes, ambiente, estilo de vida e fatores
emocionais. Atualmente, observa-se aumento significativo de sua prevalência em diversas populações do mundo, incluindo o Brasil. Traz
consigo comorbidades como a hipertensão arterial sistêmica, diabetes
mellitus 2, dislipidemias, doenças cardiovasculares e até mesmo certos
tipos de câncer. Objetivo: Diante do exposto, o presente estudo se
propõe a investigar a prevalência de obesidade em indivíduos residentes no município de Goiânia-GO, atendidos em eventos de extensão,
em 2011, considerando os diferentes gêneros e faixas etárias. Métodos: Após aprovação no comitê de ética, foi realizado um estudo
transversal com 605 pacientes, 66,1% mulheres e 33,9% homens, com
idades entre 18 e 89 anos. As variáveis mensuradas foram: sexo, idade,
S273
Epidemiologia
Trabalhos Científicos
Metabolismo Ósseo
Trabalhos Científicos
peso e altura. Os dados foram tabulados em planilha do programa
Microsoft® Excel e o Índice de Massa Corpórea foi calculado pelo
mesmo programa e classificado com base na Associação Brasileira para
o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica em: Baixo peso.
Resultados: Para as mulheres, observou-se que 3,5% apresentaram
baixo peso, 35% peso saudável, 32,8% sobrepeso e 28% obesidade.
Para homens, 2,4% foram classificados em baixo peso, 38% em peso
saudável, 41,5% em sobrepeso e 18,1% em obesos. Das mulheres em
obesidade, 69,6% foram classificadas em grau I, 24,1% em grau II e
6,3% em grau III. Já para os homens em obesidade, 75,7% estavam
em obesidade grau I, 18,9% em grau II e 5,4% em grau III. Dos
pacientes em obesidade, 41,6% estavam entre 18 e 44 anos, 39,6%
entre 45 e 59 anos e 18,8% ≥ 60 anos. Discussão: Observamos, em
ambos os gêneros, alta prevalência de obesidade nos pacientes atendidos, com predomínio de obesidade grau I. Analisando as faixas etárias, percebemos que o maior índice de obesos encontra-se entre os
adultos jovens. Conclusão: Considerando a tendência crescente de
obesidade no Brasil, incluindo a população goiana demonstrada por
esse estudo, e sua associação com outras doenças, devem ser realizadas intervenções na população, incluindo todas faixas etárias, com
o objetivo de prevenir e controlar a obesidade, além de evitar o desenvolvimento de outras doenças como as endocrinometabólicas e
cardiovasculares.
208
RELAÇÃO ENTRE PERFIL GLICÊMICO E O NÍVEL DE ATIVIDADE
FÍSICA ENTRE ACADÊMICOS DE MEDICINA
Almeida, S. B.¹; Gomes Neto, P. S.¹; Fernandes, V. L. C.¹; Araújo, J. S.
A.¹; Maia, T. F.¹; Magalhães, D. R.¹; Montenegro Junior, R. M.¹
¹ Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
Objetivo: Avaliar o perfil glicêmico e a aptidão física relacionada à
saúde de estudantes de medicina de uma universidade pública brasileira. Métodos: Durante o presente estudo, conduzido no período de novembro de 2010 a maio de 2012, foram entrevistados 102
acadêmicos do curso de Medicina da Universidade Federal do Ceará,
nos quais se aplicou o International Physical Activity Questionnaire
(IPAQ), versão curta para avaliar o nível de atividade física cotidiana
e não programada. Os indivíduos foram classificados em dois grupos
(G). O G1, abrangendo o grupo de estudantes considerado muito
ativo ou ativo, e o G2, englobando o grupo considerado insuficientemente ativo ou sedentário, segundo o IPAQ. Foram registrados também idade, sexo e glicemia. Resultados: A média de idade do G1 foi
de 22,0 +2,3 anos e do G2, de 21,46 +1,91 anos. A distribuição dos
sexos nessas categorias foi: G1 - 58,6% homens e 41,4% mulheres; G2
- 39,7% homens e 60,3% mulheres. Em relação à média glicêmica: G1
= 89,18 +13,27 mg/dL e G2 = 94,84 +18,37 mg/dL. Discussão:
As amostras de G1 e G2 apresentavam-se relativamente homogêneas
em relação à idade e ao sexo. Evidenciou-se diferença estatisticamente
significativa apenas entre a média de glicemia dos dois grupos. Conclusão: O presente estudo demonstrou haver uma relação significativa
entre a glicemia e o grau de atividade física realizada, comprovando
a importância dessa prática e dos seus efeitos benéficos na prevenção
da ocorrência de doenças como obesidade, hipertensão e diabetes.
O panorama encontrado sugere a implantação, junto aos cursos de
graduação em Medicina, de ações intervencionistas mais efetivas direcionadas à adoção e à manutenção de um estilo de vida fisicamente
ativo durante a formação universitária e no período de transição para
a atuação profissional.
S274
METABOLISMO ÓSSEO
209
AVALIAÇÃO DE PACIENTES PORTADORES DE
HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO À IRC ANTES E APÓS
PARATIREOIDECTOMIA TOTAL
Andrade, L. E. S.¹; Leal, C. T. S.¹
¹ Serviço de Endocrinologia e Metabologia da Santa Casa de Misericórdia de
Juiz de Fora (SEM-SCMJF), Juiz de Fora, MG, Brail
Objetivo: Avaliar características clínicas, bioquímicas e radiológicas
dos pacientes com HPT2 à IRC já submetidos ou não à PTx. Métodos: Avaliados dados clínicos, laboratoriais e as imagens de 22 pacientes com IRC, sendo que 10 foram submetidos à PTx com implante e
12 com a doença em estágio avançado estavam em acompanhamento e
tinham indicações para cirúrgica. Para a análise estatística, foi utilizado
o teste t de Student para comparar variáveis contínuas e o teste Quiquadrado para variáveis categóricas com auxílio do estatístico Epi Info
3.5.3, Centers for Disease Control and Prevention®, USA. Resultados: O sexo masculino foi o mais prevalente. A média de idade dos
pacientes foi de 46 ± 12,4 para o sexo masculino e 50,9 ± 17,0 para o
sexo feminino. A média de tempo entre o diagnóstico de IRC e início
da terapia dialítica até a PTx foi de 12,9 ± 6,2 anos. A etiologia da IRC
mais prevalente foi glomerulonefrite (40,9% dos casos), seguida por
nefropatia hipertensiva com 22,7%. A principal indicação para a PTx
foi dor óssea (90% nos pacientes operados e encontrada em 58,3% nos
que ainda não foram paratireoidectomizados). Deformidades ósseas
por fraturas em 20% dos pacientes operados e 8,3% nos que aguardam
cirurgia. O número de paratireoides encontradas na exploração cirúrgica foi um preditor de hiperparatiroidismo recorrente, visto que os
dois únicos pacientes que apresentaram 5 paratireoides não obtiveram
êxito com a PTx. Discussão: Avaliamos o perfil de pacientes portadores de HPT2 à IRC antes e após a PTx com o intuito de amenizar as
complicações e melhorar a qualidade de vida. Os pacientes em geral
são tratados tardiamente, ou por demora na procura pelo tratamento
ou mesmo pela adoção de medidas mais conservadoras. A demora na
indicação da PTx pode justificar a gravidade do HPT2 e os elevados
níveis de Ca, P e PTH. Glândulas supranumerárias poderiam estar
associadas a não cura dos pacientes. Os pacientes foram gravemente
acometidos pelo HPT2: em média com 3 indicações de PTx, RX de
esqueleto alterados, aumento da prevalência de deformidades ósseas,
além de hipercalcemia persistente que impede o tratamento clínico
com carbonato de cálcio e calcitriol. Conclusão: As principais indicações de PTX foram dor óssea refratária, aumento do PTH e aumento
persistente do CAxP. RX de esqueleto foram úteis para confirmar a
presença do acometimento ósseo do HPT2. É importante reconhecer o diagnóstico precoce e instituir tratamento medicamentoso e/
ou cirúrgico em tempo hábil para minimizar danos à saúde desses
pacientes.
210
A IDADE AO DIAGNÓSTICO ESTÁ DIRETAMENTE ASSOCIADA
À BAIXA DENSIDADE ÓSSEA EM PACIENTES COM HEPATITE
AUTOIMUNE
Barros, L. F.¹; Casimiro, P. H. R.¹; Mendonça, L. M. C.¹; Nogueira, C. A.
V.¹; Perez, R. M.¹
¹ Disciplinas de Endocrinologia e Hepatologia, Faculdade de Medicina da UFRJ,
Rio de Janeiro RJ, Brasil
Objetivo: Avaliar fatores associados à densidade mineral óssea
(DMO) nos pacientes com hepatite autoimune (HAI) atendidos
Trabalhos Científicos
211
ALTERAÇÕES VOCAIS E AVALIAÇÃO DO REFLUXO
GASTROESOFÁGICO DURANTE O TRATAMENTO COM
ALENDRONATO ORAL EM MULHERES PÓS-MENOPAUSADAS
COM OSTEOPOR
Araújo, A. C. L.¹; Maia, J. M. C.¹; Alencar, R. C.¹; Dubeux, R. A.¹;
Bandeira, F.¹
¹ Divisão de Endocrinologia, Diabetes e Doenças Ósseas, Hospital Agamenon
Magalhães, SUS, MS, UPE, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade de
Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
Introdução: Osteoporose é considerada um problema de saúde pública por ser uma doença prevalente, assintomática, que pode levar
a fraturas espontâneas ou trauma mínimo. Os bisfosfonatos (BP)
são medicamentos de primeira escolha no tratamento da osteoporose e seu uso por via oral pode levar a alterações gastrointestinais,
como úlceras gástricas e esofagite. Pouco se sabe sobre ocorrência
de doença de refluxo gastroesofágico (DRGE) e suas consequências, independente da ocorrência de esofagite, nos pacientes tratados com BP orais. Objetivo: O presente estudo visa identificar a
presença de alterações vocais e de refluxo gastroesofágico durante o
tratamento com alendronato oral em mulheres pós-menopausadas
com osteoporose. Métodos: Estudo do tipo caso-controle realizado entre agosto de 2009 e abril de 2011. Foram selecionadas 33
mulheres para Grupo 1 (Caso) e 33 para Grupo 2 (Controle). Os
dados foram coletados por meio da aplicação de um questionário
semiestruturado e realização do exame de endoscopia digestiva alta
(EDA). A margem de erro dos testes estatísticos foi 5% e software
SPSS v.17. Resultados: O tempo de uso do alendronato oral variou
de menos de 1 ano a mais de 6 anos com uma média de 3,7 anos e
DP ± 2,46. Várias foram as manifestações apresentadas, destacandose as representadas na Tabela 1. Discussão: DRGE é considerada doença crônica com pouca chance de remissão espontânea. Em
condições patológicas, independente da ocorrência de esofagite, o
refluxo pode atingir o trato aerodigestivo superior com sintomas de
rouquidão, tosse crônica, pigarro, globus faríngeo, disfonia, disfagia, odinofagia e laringoespasmo. Rouquidão tem sido relatada em
mais de 92% de pacientes com refluxo e pode ser um cofator para
desenvolvimento de carcinoma de prega vocal. Conclusão: DRGE
e alterações vocais foram percebidas na maioria das mulheres em
tratamento com alendronato oral, independente da presença de
esofagite.
212
ASPECTOS CINTILOGRÁFICOS SIMULANDO LESÕES ÓSSEAS
METASTÁTICAS EM UMA PACIENTE COM OSTEOMALÁCIA E
DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D
Silva, N. M.¹; Barbosa, J. L. S.¹; Camelo, M. G. G.¹; Souza, P. M. M. S.¹;
Cruz, J. A. S.¹
¹ Universidade Federal de Alagoas, Hospital Universitário Professor Alberto
Antunes, Faculdade de Medicina (UFAL), Maceió, AL, Brasil
Objetivo: Relatar a importância do diagnóstico diferencial entre lesões ósseas secundárias a osteomalácia e lesões ósseas metastáticas por
meio de um relato de caso. Métodos: Paciente, sexo feminino, 64
anos, relata que nos últimos quatro anos vem apresentando fraqueza
em membros inferiores associada a dores em articulações de quadril
e joelhos que impossibilitaram a deambulação. Refere que as dores
foram piorando principalmente na região torácica, a qual evoluiu com
deformidade. Ao exame: sistemas cardiorrespiratório e neurológico
normais. Apresentou uma fratura ao mínimo trauma em ramo direito
da mandíbula, sendo submetida a uma cintilografia óssea com MDP
99mTc, que evidenciou várias hiperfixações em gradil costal bilateralmente, não se podendo afastar a possibilidade de implantes secundários. Resultados: Hematimetria e bioquímica normais; sorologia para
doença celíaca: não reagente; 25-hidroxivitamina D: 13,2 ng/ml; Ca
sérico: 7,8 mg/dl; calciúria de 24h = 46 mg/24h; fósforo: 3,8 mg/
dl; TSH: 0,7mUI/L; PTH: 75 pg/ml; FA: 1052U/L; RX-tx: fraturas
de vértebras torácicas e sinais de fraturas costais bilaterais; aspecto de
“peito de pombo”; RX-bacia: Coxa vara bilateral e zonas lucentes nos
ramos pubianos; densitometria óssea: BMD coluna lombar = 0,746 g/
cm² e escore T = -3,6; fêmur: 0,459 g/cm² e escore T = - 4,5. Biópsia
de fêmur: osteopatia paratireoidea. Foi realizado tratamento com altas
doses de vitamina D (50.000U/semana por 6 semanas e manutenção
com 1.000U/dia mantendo níveis acima de 30 ng/ml) e reposição de
Ca. A paciente apresentou melhora importante das dores e da fraqueza
muscular, além de normalização da FA. Discussão: A osteomalácia
é uma doença caracterizada pela diminuição da mineralização óssea,
com comprometimento de osso cortical e trabecular e acúmulo de
tecido osteoide não mineralizado. Na deficiência de vitamina D, há
diminuição da concentração sérica de cálcio e consequente hiperparatireodismo secundário. A osteomalácia adquirida ocorre em qualquer
faixa etária e cursa com fraqueza muscular, dores e deformidades ósseas progressivas. A cintilografia óssea pode demonstrar reação osteogênica no gradeado costal, o que pode simular implantes secundários,
como descrito no caso da paciente. Conclusão: Este caso ilustra a
importância do diagnóstico diferencial de osteomalácia por deficiência
de vitamina D em idosos com deformidades ósseas, fraturas osteoporóticas e lesões ósseas simulando metástases.
213
ASSOCIAÇÃO ENTRE FRATURAS VERTEBRAIS E COMORBIDADES
EM MULHERES PÓS-MENOPAUSADAS SEDENTÁRIAS
Fronza, F. C. A. O.¹; Moreira-Pfrimer, L.¹; Santos, R. N.¹; Silva, D. A. S.¹;
Petroski, E. L.¹
¹ Faculdade de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo (USP),
Disciplina de Endocrinologia, Escola Paulista de Medicina (Unifesp), São Paulo,
SP; Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
Florianópolis, SC, Brasil
Introdução: Mulheres pós-menopausadas sofrem uma abrupta queda
na produção dos estrógenos, hormônios que protegem a massa óssea, o que as caracteriza como população de risco para a osteoporose.
Essa é uma doença sistêmica que prejudica tanto a quantidade quanto
S275
Metabolismo Ósseo
no HUCFF. Métodos: Estudamos 45 pacientes com HAI, 7 homens e 38 mulheres, 15 a 56 anos (média 29) excluindo os transplantados de fígado, usuários de medicação antiosteoporótica no
último ano, gestantes e mulheres em aleitamento, e também 59
controles. Todos realizaram densitometria óssea (DXA-Prodigy, GE) e dosaram PTH (N < 0,05). Resultados: Encontramos
25(OH) D3. Discussão: Não encontramos na literatura estudo
semelhante. A idade ao diagnóstico, mais que o tempo de doença,
foi determinante da redução da DMO nos pacientes HAI. A dose
cumulativa de corticosteroides, não calculada, assim como o atraso
puberal podem ter influenciado a não aquisição do pico de massa
óssea geneticamente determinado nos pacientes com HAI desde a
infância e adolescência. A insuficiência de vitamina D foi alta em
ambos os grupos, de acordo com relatos prévios de baixos níveis de
vitamina D no Brasil. Conclusão: Pacientes com HAI apresentam
importante comprometimento ósseo. A idade ao diagnóstico da
doença hepática tem grande influência na alteração da densidade
mineral óssea.
Metabolismo Ósseo
Trabalhos Científicos
a qualidade do osso, levando a um aumento do risco de fraturas,
prioritariamente na coluna, no quadril e no punho. Objetivo: O objetivo do estudo é analisar as associações entre fraturas vertebrais e comorbidades como hipertensão, pneumopatias, fibromialgia, cardiopatias e osteoartrite em mulheres pós-menopausadas. Métodos: Avaliaram-se 108
mulheres pós-menopausadas (58,8 ± 6,4 anos de idade), submetidas a
uma anamnese para investigar a presença de comorbidades e avaliadas
para a detecção de fraturas vertebrais pelo exame de densitometria óssea
(Hologic, Discovery A), seguido da avaliação da morfometria vertebral.
Foram randomizadas em grupo com fratura vertebral (FV; n = 19) e sem
fratura vertebral (SFV; n = 89). O teste Qui-quadrado foi utilizado para
investigar as associações entre as comorbidades e a presença de fraturas.
Foram considerados significantes os resultados quando p < 0,05. Resultados: Avaliando a incidência de comorbidades no grupo, observou-se
que 71% apresentaram hipertensão arterial, 94% osteoartrite, 17% pneumopatias, 27% fibromialgia, 18% cardiopatias e 18% fraturas vertebrais.
Entre essas comorbidades, estão significativamente associadas às FV a
hipertensão arterial (p = 0,05), as pneumopatias (p = 0,00) e a fibromialgia (p = 0,04). Discussão: Comorbidades como a HAS, pneumopatias
e fibromialgia, dados seus comprometimentos sistêmicos e metabólicos,
parecem agravar a fragilidade óssea em mulheres na pós-menopausa, já
expostas a perdas ósseas pelas deficiências estrogênicas. Conclusão: Foram observadas associações entre as comorbidades avaliadas e a incidência de fraturas vertebrais nas mulheres pós-menopausadas.
214
AVALIAÇÃO DA DENSIDADE MINERAL ÓSSEA EM PACIENTES
COM DOENÇA RENAL CRÔNICA EM TRATAMENTO
CONSERVADOR
Lima, G. A. C.¹; Silva, L. C.¹; Paranhos Neto, F. P.¹; Gomes, C. P.¹;
Farias, M. L. F.¹; Mendonça, L. M. C.¹; Lima, I. C. B.¹
¹ Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Avaliar as alterações ósseas de pacientes masculinos entre
50 e 71 anos com doença renal crônica (DRC) estágios 3 e 4 (taxa de
filtração glomerular [TFG] de 30 a 59 e de 15 a 29 ml/min/1,73 m2,
respectivamente), por meio da densitometria óssea (DO) de coluna,
fêmur e rádio 33%, e correlacioná-los com PTH e função renal. Métodos: Estudo transversal que incluiu 17 homens com DRC 3 (61,5
± 6,04 anos e TFG 43,2 ± 7,3 ml/min/1,73 m2) e 12 com DRC
4 (61,7 ± 7,99 anos e TFG 22,8 ± 4,4 ml/min/1,73 m2). Foram
excluídos mulheres, história de paratiroidectomia prévia ou uso de
medicamentos ou doenças que interferissem na saúde óssea. Análise
estatística foi realizada pelo teste de T não pareado ou Mann-Whitney. Resultados: Pacientes DRC 4 obtiveram PTH significativamente
maior que DRC 3 (162,7 ± 81,05 pg/ml x 67,8 ± 41,31 pg/ml, p
= 0,002). Não houve diferença entre os grupos quanto ao T-score de
coluna, fêmur e rádio 33%, nem correlação significativa entre os níveis
de PTH e T-score dos sítios mencionados. Osteopenia ocorreu em
7/17 (41,1%) no grupo DRC 3 e em 7/12 (58,3%) no grupo DRC
4. Nenhum caso de osteoporose foi observado. Discussão: O hiperparatiroidismo é o principal componente dos distúrbios osteominerais
(DOM) da DRC. O aumento do PTH ocorre precocemente na DRC,
com aumento inversamente proporcional à TFG, devido a fatores
como hiperfosfatemia, hipocalcemia, resistência ao PTH e diminuição
da síntese de vitamina D ativa (calcitriol), assim como aumento do
FGF-23 e deficiência de vitamina D. Apesar de a massa óssea ser habitualmente aferida pela DO, calcificações de partes moles e alterações
específicas de corpos vertebrais dificultam sua interpretação na DRC,
pois superestimam a massa óssea. Conclusão: Apesar de o aumento do
PTH ser proporcional ao grau de disfunção renal e estar relacionado
S276
à reabsorção óssea, não ocorre piora da densidade mineral aferida pela
DO. Os dados obtidos corroboram com a literatura sobre a incapacidade da DO em predizer o tipo de DOM ou fraturas na DRC.
215
AVALIAÇÃO DA SOBREVIDA APÓS FRATURA DE FÊMUR EM
IDOSOS: UM ESTUDO DE COORTE NO SUL DO BRASIL
Premaor, M. O.¹; Laranjeira, J. A.¹; Luft, M.¹; Brito, L. G.¹; Monticielo, O. A.¹
¹ Departamento de Clínica Médica, Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM), Serviço de Ortopedia, Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM),
Santa Maria, RS, Brasil
Introdução: A osteoporose é considerada uma prioridade de saúde em
nosso país. Todavia, existem poucos estudos epidemiológicos sobre fraturas de fragilidade e seu impacto na mortalidade no Brasil. Objetivo:
O objetido de nosso estudo foi avaliar a mortalidade intra-hospitalar e
um ano após fratura de fêmur. Métodos: Um estudo de coorte prospectivo foi realizado em indivíduos idosos atendidos no Serviço de Ortopedia e Traumatologia (SOT) do Hospital Universitário de Santa Maria, Rio Grande do Sul, durante o período de 1o de abril de 2005 a 1o de
abril de 2011. Todas as fraturas de fêmur foram confirmadas por exame
radiológico. Após a alta hospitalar, os pacientes foram acompanhados
no ambulatório do SOT. Para assegurar o seguimento, os pacientes que
não compareceram às consultas foram contatados por telefone. Todos
os pacientes preencheram TCLE. Resultados: No total, 544 indivíduos
foram incluídos no estudo e 512 completaram o seguimento. Destes,
76,5% eram do sexo feminino e a média de idade foi 80,6 ± 7,5 anos.
O tempo médio entre a internação e a realização da cirurgia foi 7,8-5,4
dias. Vinte e cinco por cento dos pacientes morreram ao final de um
ano. O tempo de sobrevida médio foi 297,7 (IC 95% 286,4; 309,0)
dias e 12,5% morreram durante a internação hospitalar. Os fatores associados ao óbito intra-hospitalar foram a não realização de cirurgia [OR
13,3 (IC 95% 8,6; 30,9)] e o escore ASA ≥ 3 [OR 3,6 (IC 95% 1,6;
8,2)]. O sexo masculino [HR 1,7 (IC 95% 1,02; 2,96)], a idade [HR
1,04 (IC 95% 1,00; 1,08)], o escore ASA ≥ 3 [HR 1,73 (IC 95% 1,03;
2,91)] e o tempo porta-cirurgia [HR 1,06 (IC 95% 1,02; 1,10)] foram
fatores de risco para o óbito em um ano. Discussão: Um quarto dos
pacientes morreu dentro de um ano após a fratura de fêmur. Apesar de
a maioria dos fatores preditores de óbito serem fatores não modificáveis
(idade, sexo e escore ASA), chama nossa atenção a associação entre o
tempo porta-cirugia e o óbito. Em nosso estudo, realizado em um hospital universitário que atende unicamente o Sistema Único de Saúde, o
tempo médio de espera para realização da cirurgia foi maior que uma
semana. Além disso, para cada dia de espera o risco de morrer dentro do
primeiro ano pós-fratura aumentou em 6%. Conclusão: A mortalidade
após uma fratura de fêmur foi consideravelmente alta em nosso estudo.
Entretanto, a tomada de medidas de saúde pública que venham a diminuir o tempo de espera para a cirurgia pode vir a apresentar um impacto
positivo na diminuição dessa mortalidade.
216
BENEFÍCIOS DE UM PROGRAMA DE HIDROGINÁSTICA DE
ALTA INTENSIDADE (HYDROS) SOBRE O METABOLISMO
ÓSSEO E A MASSA ÓSSEA DE MULHERES PÓSMENOPAUSADAS
Pfrimer, L. D. F. M.¹; Fronza, F. C. A. O.¹; dos Santos, R. N.¹; Teixeira, L.
R.¹; Castro, M. L.¹
¹ Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp); Faculdade de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo
(USP), São Paulo, SP, Brasil
Trabalhos Científicos
217
BONE MINERAL DENSITY, JOINT FUNCTION AND STRUCTURE
IN GENETIC AND LIFETIME ISOLATED GH DEFICIENCY
Oliveira, C. R. P.¹; Epitácio-Pereira, C. C.¹; Silva, G. M. F.¹; Salvatori, R.2;
Brito, A. V. O.¹; Santana, J. A. M.¹,3; Pereira, F. A.¹; Aguiar-Oliveira, M. H.¹
¹ Federal University of Sergipe, Division of Endocrinology, Aracaju, Brazil; 2 Johns
Hopkins University School of Medicine, Division of Endocrinology, Baltimore, MD,
United States; 3 Climedi, Aracaju, SE, Brazil
Objective: GH/IGF-I axis is important to the acquisition of bone
mineral density (BMD), joint function and structure. BMD is described as normal, but early osteoarthritis (OA) and some orthopedic
problems (as limitation of elbow extension and genum valgum) are
found in GH resistant individuals. There are no reports on BMD and
joint status in congenital isolated GH deficiency (IGHD). We have
shown that adult IGHD individuals with severe short stature due to
the c.57+1G > A GHRHR mutation, have lower bone stiffness than
normal controls (CO) (1), but BMD, joint function and structure in
this IGHD cohort are unknown. The purposes of this work were to
study BMD, joint function and OA severity in this cohort. Methods:
Anthropometric measurements, BMD (by DXA), volumetric BMD
were measured in 25 IGHD (13 males, 38.16 ± 12.17 yrs, height
129 ± 10.73 cm) and 22 CO (9 males, 38.9 ± 10.44 yrs, height 163
± 9.77 cm). Joint function was assessed by goniometry of elbow, hips
and knees. Radiographic severity of OA was defined by an adaptation
of the Osteoarthritis Research Society International classification as
a 1-point increase in joint space narrowing or osteophytes scores on
radiographs of the knees and hip. Student’s t test was used to compare
groups. Results: As expected, height and weight standard deviation
scores were lower in IGHD than CO (-6.47 ± 1.52 vs. -0.98 ± 0.89).
Discussion: Adult GH-naïve individuals with congenital IGHD present lower BMD, more OA and genu valgum than CO. Conclusion:
Congenital, lifetime IGHD reduces BMD and causes joint problems.
218
BONE STATUS AND CALCIUM SCORE IN OLDER INDIVIDUALS
WITH UNTREATED ISOLATED LIFETIME GH DEFICIENCY
Oliveira, M. H. A.¹; Souza, A. H. O.¹; Farias, M. I. T.¹; Salvatori, R.2;
Santana, J. A. M.¹,3; Oliveira, C. R. P.¹; Pereira, R. M. C.¹
¹ Federal University of Sergipe, Division of Endocrinology, Aracaju; 2 Johns Hopkins
University School of Medicine, Division of Endocrinology, Baltimore, MD, United
States; 3 Climedi, Aracaju, SE, Brazil
Objective: The acquisition and loss of bone mineral density (BMD) is
strongly influenced by the GH/IGF-I axis. We have shown that adult
individuals with isolated GH deficiency (IGHD) due to the c.57+1G
> A GHRHR mutation have lower bone stiffness than normal controls
(CO) (1). Furthermore, while they present cardiovascular risk (CV)
factors, they do not show evidence of premature atherosclerosis. As the
risk of both osteoporosis and CV disease increases with age, we decided
to study IGHD individuals older than 60 years. Methods: Anthropometric measurements, serum IGF-I, BMD (DXA), volumetric BMD,
vertebral fracture assessment (VFA) and calcium score (a CV risk marker) were measured in 10 IGHD (5 males, 71.0 ± 10.2 yrs, height 120
± 10 cm) and 20 CO (10 males, 69.6.5 ± 10.5 yrs, height 155 ± 8.4
cm). The number of individuals with fractures, the mean number, the
grade (mild, moderate, or severe), and the type of fractures (biconcave,
crush, wedge) were compared by Student›s t test. Results: As expected, height standard deviation score and weight were lower in IGHD
than CO (-8.0 ± 0.6 vs. - 2.4 ± 1.1, p < 0.0001), total femur (0.80 ±
0.09 vs. 0.96 ± 0.16, p = 0.002) and volumetric BMD (1.48 ± 0.10
vs. 1.86 ± 0.38, p = 0.005, respectively) were all reduced in IGHD in
comparison with the CO. The number of individuals with fractures was
similar in IGHD and CO (5/10 and 6/20, respectively) but the mean
number of fractures per fractured individual was lower in IGHD than
CO (14 in 5 vs. 32 in 6 respectively, p = 0.018). There were 9 wedge
fractures in CO and none in IGHD. The calcium score was similar in
IGHD (9 with negative risk and 1 moderate risk) and CO (15 with
negative risk, 1 mild risk, 2 moderate risk and 3 high risk). No IGHD
presented high risk calcium score. Discussion: Aged GH-naïve individuals with congenital IGHD present lower BMD, but the number of
fractures per fractured individual seems to be lower than age-matched
controls. The normal calcium score confirms atherosclerosis protection
in IGHD despite CV risk factors. Conclusion: Congenital IGHD reduces BMD in old age, without increase in fractures number, and does
not have deleterious consequences on cardiovascular disease.
219
CALCIFICAÇÕES DOS NÚCLEOS DA BASE SECUNDÁRIOS
A HIPOPARATIREOIDISMO IDIOPÁTICO: RELATO DE CASO E
REVISÃO DA LITERATURA
Simionatto, C. A. ¹; Montagna, C. G. ¹; Finardi, A. B. P. ¹; Betônico, C.
C. R. ¹; Filho, F. R. P. ¹; Marin, F. F ¹.
¹ Hospital Regional de Presidente Prudente, Universidade do Oeste Paulista
(Unoeste), Presidente Prudente, SP, Brasil
Objetivo: Relatar um caso de uma paciente com calcificações dos
núcleos da base secundários a hipoparatireoidismo idiopático. Métodos: Relato do caso de uma paciente do sexo feminino, 59 anos, com
S277
Metabolismo Ósseo
Introdução: Os exercícios físicos fazem parte do tratamento e da prevenção da osteoporose, contudo, ainda há dúvidas sobre qual seria a
melhor modalidade. Os exercícios aquáticos poderiam ser considerados ideais, pois, na água, o risco de lesões é baixo. Contudo, não se
sabe se a redução da sobrecarga mecânica no corpo imerso poderia
diminuir seu efeito no metabolismo ósseo. Objetivo: Avaliar os efeitos
de um programa de hidroginástica de alta intensidade sobre os marcadores de remodelação óssea e a massa óssea de mulheres pós-menopausadas. Métodos: Cento e oito mulheres pós-menopausadas (58,8
± 6,4 anos) foram randomizadas em Grupo Controle (GC, n = 44) e
Grupo Hidroginástica (GH, n = 64). Todas receberam 500 mg de cálcio elementar e 1.000 UI de colecalciferol/dia. O GH participou do
programa de hidroginástica de alta intensidade (70% a 90% do esforço
máximo – Tabela de Borg) por 24 semanas e o GC se manteve sedentário. Antes e após a intervenção, a massa óssea do fêmur e da coluna
lombar foi medida pela densitometria óssea (Hologic, Discovery A)
e os marcadores de formação óssea (propeptídeo aminoterminal do
pró-colágeno do tipo 1 – P1NP) e de reabsorção óssea (telopeptídeo
carboxiterminal do colágeno tipo 1 – CTX) foram dosados. Os grupos
eram estatisticamente semelhantes antes do estudo para todos os parâmetros avaliados. Consideramos significantes os resultados quando p
< 0,05. Resultados: Após o período de 24 semanas, o GC perdeu
densidade mineral óssea (DMO) no trocânter femoral (de 0,672 ±
0,092 para 0,664 ± 0,101 g/cm²; p = 0,009), enquanto o GH manteve a DMO nesse sítio (de 0,687 ± 0,118 para 0,693 ± 0,112 g/
cm²; p = 0,069). Discussão: O protocolo de hidroginástica intensa
estimulou o metabolismo ósseo tanto pela desaceleração da reabsorção como pelo aumento da taxa de formação óssea, o que se refletiu
na manutenção da massa óssea do trocânter femoral. Conclusão: O
programa de hidroginástica de alta intensidade (HydrOS) foi eficiente
em melhorar o metabolismo ósseo e evitar a perda de massa óssea no
trocânter femoral das mulheres pós-menopausadas estudadas. Por essa
razão, deve ser recomendado como parte da prevenção e tratamento
não medicamentoso da osteoporose.
Metabolismo Ósseo
Trabalhos Científicos
diagnóstico de síndrome de Fahr secundária a hipoparatireoidismo
primário. Revisão de literatura por meio de consulta em base de dados
PubMed utilizando como palavras-chave hypoparathyroidism and basal
ganglia calcification. Resultados: Relatamos o caso de uma paciente
do sexo feminino de 59 anos com histórico de há 15 anos apresentar
quadro depressivo em acompanhamento psiquiátrico. Há dois anos,
em tratamento de insuficiência cardíaca congestiva e piora dos sintomas depressivos, evoluindo há quatro meses com queda do estado geral, episódios de crises convulsivas, associados a emagrecimento de 8
kg,marcha atáxica e engasgos, sendo encaminhada ao ambulatório de
neurologia para investigação. Tomografia computadorizada de crânio
mostrou calcificações de núcleos da base e exames laboratoriais compatíveis com hipocalcemia grave (Ca ionizado 0,46). A paciente foi
encaminhada para o serviço de endocrinologia do Hospital Regional
de Presidente Prudente, apresentando ao exame físico sinais de tetania, Chevostek e Trosseau e exames de cálcio ionizado 0,47 mg/dl,
fósforo 7,34 mg/dl e PTH 1 pg/ml, CPK 918 UI/L, confirmando
o diagnóstico de síndrome de Fahr secundária a hipoparatireoidismo
primário. Foi realizado tratamento inicialmente com gluconato cálcio
endovenoso e, em seguida, carbonato de cálcio e calcitriol via oral,com
melhora da marcha, e dos sinais clínicos de hipocalcemia, mantendo
o quadro de labilidade emocional. Discussão: A hipocalcemia crônica
é causa frequente de distúrbios neurológicos, podendo se manifestar
com sintomas de parestesias, tetanias, sinais extrapiramidais, depressão
e convulsões. Calcificações dos gânglios da base podem estar presentes
no hipoparatireoidismo de longa evolução e caracterizam a síndrome
de Fahr. A fraqueza muscular é um sinal importante de pacientes com
hipoparatireoidismo, e o aumento de enzimas musculares é um achado raro. O hipoparatireoidismo caracteriza-se por hipocalcemia com
níveis de paratormônio baixos, podendo ser idiopático ou secundário
a cirurgia, desordem autoimune isolada ou em associação com outras
deficiências endócrinas. Conclusão: A identificação precoce dos sinais
e sintomas de hipocalcemia pode prevenir a evolução para calcificações
dos núcleos da base, evitando a evolução para um quadro neurológico
muitas vezes irreversível.
220
CARCINOMA DE PARATIREOIDE ASSOCIADO A TUMOR
MARROM: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA
Carvalho, N. G.¹; Simionatto, C. A.¹; Betônico, C. C. R.¹; Neto, A. M.¹;
Marin, F. F.¹; Filho, F. R. P.¹
¹ Hospital Regional de Presidente Prudente, Universidade do Oeste Paulista
(Unoeste), Presidente Prudente, SP, Brasil
Objetivo: Relatar um caso raro de carcinoma de paratireoide associado a tumor marrom e fratura patológica. Métodos: Após o consentimento livre e esclarecido de paciente, sexo feminino, 45 anos, realizamos relato de caso de carcinoma de paratireoide associado a tumor
marrom. Revisão da literatura utilizando o PubMed com as palavraschave: hiperparatireoidismo, tumor marrom, carcinoma de paratireoide. Resultados: Relatamos o caso de uma paciente do sexo feminino,
45 anos, encaminhada ao serviço endocrinologia do Hospital Regional
de Presidente Prudente, referindo fraqueza muscular generalizada e
dificuldade de deambular. Em seu histórico, apresentava, há seis meses,
fratura patológica médio-diafisária de ulna esquerda, nodulações em
antebraço direito e membros inferiores e exames radiológicos sugestivos de tumor marrom. Aferições séricas de cálcio total 13,29 mg/
dl, fósforo 3,63 mg/dl, e PTH 300 pg/ml, confirmando, assim, hiperparatireoidismo primário. Cintilografia de paratireoides evidenciou
S278
hipercaptação no polo superior esquerdo. Submetida à paratireoidectomia à esquerda e tireoidectomia do lobo esquerdo, cujo anatomopatológico confirmou carcinoma de paratireoide infiltrante e adenoma
folicular de tireoide. Retornou ao ambulatório após três meses da cirurgia com melhora importante da miastenia, deambulando com leve
claudicação e exames com normalização do cálcio e fósforo séricos, e
queda progressiva do PTH. Mantém acompanhamento com a equipe
de endocrinologia e oncologia. Discussão: O carcinoma de paratireoide é responsável por menos de 1% dos casos de hiperparatireoidismo
primário. A associação dessa desordem com tumor marrom também
é rara, equivalente a 3% dos casos. O tumor marrom é uma lesão que
apresenta áreas osteolíticas de margens bem definidas, caracteristicamente formada por tecido fibroso que substitui osso normal, podendo
expandir a cortical óssea, ocorrendo mais frequentemente em ossos
longos e maxilar. Acomete predominantemente mulheres, na 3a e 4a
décadas de vida. A exérese da glândula acometida reduz os sintomas,
a recorrência local e melhora prognóstico, tratando o tumor marrom.
Neste caso, foi realizada a cirurgia conforme manda a literatura, havendo melhora dos sintomas e normocalcemia. Conclusão: O diagnóstico de carcinoma de paratireoide deve ser lembrado em pacientes com
fraturas patológicas acompanhadas de história de miastenia, nodulações e dores diafisárias, podendo ser facilmente confirmado com exames séricos de cálcio, fósforo e PTH, alterando, assim, o prognóstico
e a evolução da doença.
221
CARCINOMA DE PARATIREOIDE EM PACIENTE COM
HIPERPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO FAMILIAR: RELATO DE
CASO
Reis, F. M. G.¹; Lima, M. A. B.¹
¹ Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE), Rio de
Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: Carcinoma de paratireoide é uma neoplasia incomum,
correspondendo a menos de 1% dos casos de hiperparatireoidismo
primário. É causa de hipercalcemia severa, frequentemente
acompanhada de distúrbios ósseos e renais. Métodos: Estudo de um
caso de hipercalcemia de dez anos de evolução em paciente portador
de hiperparatireoidismo primário familiar isolado, com diagnósticos
anatomopatológicos de hiperplasia e adenoma de paratireoide, até
diagnóstico final de carcinoma. Resultados: Paciente de 45 anos,
com diagnóstico de hiperparatireoidismo primário aos 32 anos, encaminhado ao nosso serviço em 2002 por hipercalcemia e PTH: 383
pg/ml. História prévia de nefrectomia parcial por litíase de repetição e paratireoidectomia subtotal por adenoma. História familiar
de hiperparatireoidismo. Realizados paratireoidectomia total e implante de metade de paratireoide em antebraço esquerdo com histopatológico de hiperplasia. Três anos após, apresentou recidiva do
hiperparatireoidismo. Ressecado tecido paratireoidiano de antebraço,
após detecção de captação na cintilografia com tecnécio sestamibi.
Permaneceu hipercalcêmico sem identificação de foco de produção
hormonal após flebografia com dosagem de PTH ao nível de ázigos e
jugulares. Após um ano, submetido à cervicotomia exploradora com
diagnóstico de adenoma de paratireoide. Apresentou, após três anos,
intoxicação calcêmica por recidiva do adenoma, tentado alcoolização sem resposta. Realizada nova abordagem cirúrgica sem evidência
de adenoma, com PTH no pós-operatório imediato de 1.500 pg/
ml. Após três meses, uma cervicotoracotomia exploradora revelou
carcinoma de paratireoide com metástase linfonodal e invasão para-
Trabalhos Científicos
222
CARCINOMA PARATIREOIDE: RELATO DE CASO
Ferreira, L.¹; Silva, M. C.¹; Colombo, B. S.¹; Correa, C. G.¹; Canalli, M.
H. B. S.¹; Schreiber, C. S. O.¹; Hohl, A.¹
¹ Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Hospital Universitário,
Florianópolis, SC, Brasil
Introdução: Carcinoma de paratireoide, embora raro, é um dos diagnósticos diferenciais de hiperparatireoidismo (estima-se que menos de
1% dos casos). A manifestação clínica é semelhante aos adenomas de
paratireoide, embora de forma mais exuberante, principalmente com
hipercalcemia significativa. Mais de 50% dos casos cursam com doença
renal ou óssea. Dados consistentes sobre o tratamento, a sobrevida
e a mortalidade são escassos devido à baixa incidência dessa doença.
Métodos: Relato do caso. Resultados: Masculino, 44 anos, hipertenso, com quadro de dor progressiva nos últimos quatro meses, principalmente em membros inferiores (MMII), com restrição funcional
e dificuldade de deambular, sem melhora com uso de analgésicos e
anti-inflamatórios. Procurou atendimento na Unidade de Emergência
por quadro de dor intensa, nos últimos dois dias, e diminuição da força
em MMII. Na admissão, apresentava fratura em úmero esquerdo e
durante transferência de maca sofreu fratura de fêmur bilateral, com
desvio importante, necessitando procedimento cirúrgico ortopédico
para fixação de fêmur bilateral. Apresentava PTH 1.273 pg/ml (valor
de referência [VR] 15-65), fósforo 2,3 mg/dl (VR 2,7-4,5), cálcio
total 17,2 mg/dl (VR 8,4-10,2). Ultrassonografia de região cervical:
nódulo hipoecoico mal definido, heterogêneo, com áreas císticas na
face posterior do polo inferior esquerdo da tireoide, medindo 3,0 x
2,5 x 2,2 cm. Exames complementares evidenciaram osteopenia importante e litíase renal esquerda. Submetido à paratireoidectomia esquerda, evoluindo com síndrome de fome óssea de difícil controle no
primeiro mês pós-operatório, embora mantivesse manutenção de níveis elevados de paratormônio (203,1 pg/ml). Optado por tireoidectomia e paratireoidectomia total após dois meses. Anatomopatológico:
carcinoma de paratireoide. Apresentou boa evolução, recebendo alta
após quatro meses de internação, com leve restrição de movimento.
Há seis anos é acompanhado no ambulatório de endocrinologia sem
evidências clínicas e laboratoriais de recidiva, com uso de levotiroxina
e calcitriol. Discussão: A apresentação clínica do carcinoma de paratireoide é variada e, muitas vezes, pouco valorizada na prática clínica.
Este diagnóstico deve sempre ser aventado quando a sintomatologia
é muito evidente, fazendo diagnóstico diferencial com os adenomas
e as hiperplasias de paratireoide. Conclusão: O tratamento cirúrgico
é a melhor opção terapêutica e, em muitos casos, com uma excelente
sobrevida em longo prazo.
223
ESTUDO DE PARÂMETROS BIOQUÍMICOS EM PACIENTES
RENAIS CRÔNICOS SUBMETIDOS À HEMODIÁLISE NA CIDADE
DE TERESINA, PIAUÍ
Dias, M. L. R.¹; Carvalho, M. S.¹; Carvalho, M. K. S.¹; Ventura, C. A.¹;
Cavalcante, T. N.¹; Alves, M. P.¹; Sousa, C. C.¹
¹ Universidade do Oeste Paulista (Unoeste); Universidade Federal do Piauí (UFPI);
Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba (FCM-PB), Teresina, PI, Brasil
Objetivo: O objetivo deste estudo é avaliar as variações metabólicas
dos indivíduos em hemodiálise (HD) por meio de resultados de exames laboratoriais e observar possíveis influências de variáveis, como
idade e sexo. Métodos: O presente estudo reuniu 59 pacientes com
diagnóstico de IRC em hemodiálise no ano de 2011 na clínica nefrológica de Hospital Público na cidade de Teresina, Piauí. Excluíram-se
do estudo pacientes transplantados, transferidos e que foram a óbito.
Foram considerados os seguintes exames: cálcio e fósforo iônicos e paratormônio (PTH). A prevalência entre o sexo, a idade e a doença de
base dos indivíduos também foi observada. Resultados: As doenças
de base apresentaram as seguintes proporções: 59,4% (n = 35) com
hipertensão arterial sistêmica (HAS) e 28,8% (n = 17) com diabetes
mellitus (DM) seguido de 1 caso de glomerulonefrite crônica (GNC)
e 1 caso de lúpus eritematoso sistêmico (LES). A distribuição dos sexos resultou em 33 homens (56%) e 26 mulheres (44%) e a distribuição das idades, em 31 pessoas > 50 anos (53%), 16 pessoas entre 30
a 50 anos (27%) e 12 pessoas entre 18 e 30 anos (20%). Níveis de
fósforo alterados segundo o sexo apresentaram-se em 42% (n = 13,8)
no sexo masculino e 54% (n = 14) no sexo feminino. Níveis de fósforo
segundo a idade apresentaram-se mais alterados no intervalo entre 18
e 30 anos (67%, n = 8). Os níveis de PTH segundo o sexo do indivíduo
apresentaram-se 88% alterados no sexo masculino e 81% alterados no
feminino. Os níveis de PTH segundo a idade apresentaram-se 100%
(n = 12) alterados nos indivíduos entre 18 e 30 anos, seguindo alterados nas demais idades. O cálcio apresentou-se mais alterado no sexo
masculino (31%, n = 10) e nos indivíduos com idade superior a 50
anos (33%, n = 11). Discussão: No presente estudo, foi identificada
uma diferença pequena entre os sexos dos indivíduos submetidos ao
processo de diálise. Em relação à faixa etária, observou-se, na pesquisa,
que a prevalência de sujeitos com mais de cinquenta anos (53%) submetidos ao tratamento hemodialítico pode ser correlacionada com o
envelhecimento populacional da população brasileira, e o aumento da
prevalência das doenças bases, como a hipertensão arterial e o diabetes
mellitus, consideradas uma das principais causas do desenvolvimento
da insuficiência renal crônica terminal (Kusumoto L. et al., 2008).
Conclusão: De acordo com o estudo, alterações significativas foram
encontradas nos níveis de cálcio, fósforo e PTH, devendo-se, portanto, serem corrigidas clinicamente, evitando-se maiores consequências
aos pacientes.
224
ETIOPATOGENIA DA OSTEOPOROSE NA DOENÇA DE CROHN
(DC) E RETOCOLITE ULCERATIVA (RCU)
Paula, F. J. A.¹; Bastos, C.¹; Nogueira-Barbosa, M. H.¹; Salmon, C. E.
G.¹; Troncon, L. E. A.¹
¹ Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (FMRPUSP), Ribeirão, Preto, SP, Brasil
Introdução: As doenças inflamatórias intestinais (DIIs) estão incluídas entre as causas secundárias de osteoporose. Entretanto, diversos
aspectos etiopatogênicos e as consequências osteometabólicas das
DIIs em adultos jovens, em remissão, não foram ainda conveniente-
S279
Metabolismo Ósseo
traqueal. O paciente evoluiu durante seis meses com PTH normal,
sendo submetido a três sessões de radioterapia por nova ascensão do
PTH. Discussão: Carcinoma de paratireoide é uma desordem rara,
associada a mutações somáticas e germinativas no gene HRPT2 e
irradiação do pescoço por outras patologias. As manifestações clínicas
são decorrentes do aumento do cálcio e PTH, geralmente com complicações renais e ósseas. O diagnóstico diferencial com adenoma é
difícil, caracterizado por invasão vascular, comprometimento capsular
e metástase local e a distância. Ressecção tumoral em bloco é a terapia
mais efetiva. Conclusão: Apesar de raro, o carcinoma de paratireoide
deve ser lembrado como etiologia nos casos de hipercalcemias refratárias, sendo um diagnóstico difícil, realizado por meio do exame
anatomopatológico.
Metabolismo Ósseo
Trabalhos Científicos
mente avaliados. Objetivo: Nosso objetivo foi avaliar a massa óssea
(DMO), o metabolismo mineral e quantificar a adiposidade da medula
óssea nestes pacientes. Métodos: Participaram 88 indivíduos [26 com
DC, 20 com RCU e 42 controles (C)]. Os pacientes foram avaliados
quanto a atividade da doença e uso de glicocorticoides. Todos realizaram teste de absorção do cálcio, densitometria óssea, ressonância
magnética com medida da adiposidade em L3 por espectroscopia e
avaliação bioquímica (cálcio, albumina, PTH e osteocalcina). Resultados: Os três grupos não diferiram quanto a idade, peso e IMC (DC:
36,9 ± 10,1 anos; 69,0 ± 16,8 kg; 24,6 ± 5,7 kg/m²) vs. (RCU: 41,1
± 12,8 anos; 71,0 ± 14,1 kg; 25,5 ± 3,3 kg/m²) vs. (C: 35,8 ± 9,6
anos; 75,7 ± 16,5 kg; 26,0 ± 4,4 kg/m²). Todos os pacientes com
DC e 90% daqueles com RCU estavam em remissão clínica. O uso
de prednisona atual e prévio foi de 15% e 88% na DC e de 15% e
85% na RCU. Os pacientes com DC apresentaram maior frequência
de osteopenia e osteoporose em L1-L4, e quadril total que os com
RCU e C (por exemplo, quadril total DC: 46%, RCU: 21% e C: 17%).
A DMO e o conteúdo mineral ósseo em corpo total foram significativamente menores nos grupos DC e RCU que em C (P < 0,05). Os
grupos mostraram valores de PTH semelhantes (DC: 51,5 ± 19,9 vs.
RCU: 57,0 ± 31,5 vs. C: 44,8 ± 19,5 pg/ml). A resposta calcêmica
e calciúrica foi maior no grupo RCU que no C, com P = 0,07 e P =
0,01 (DC: 1,3 ± 0,7 mg/dl e 0,10 ± 0,08 mg/dl) vs. (RCU: 1,6 ± 0,5
mg/dl e 0,15 ± 0,10 mg/dl) vs. (C: 1,3 ± 0,5 mg/dl e 0,09 ± 0,05
mg/dl). O conteúdo de adiposidade medular em L3 não diferiu entre
os três grupos (DC: 44,7%) vs. (RCU: 37,9%) vs. (C: 42,2%). Discussão: Em longo prazo, as DIIs têm impacto diferente sobre o tecido
ósseo. O prejuízo de manutenção ósseo é preponderante na DC. Esses pacientes apresentam alta frequência de baixa massa óssea mesmo
em remissão de longa data e com absorção de cálcio aparentemente
preservada. Conclusão: A adiposidade de medula óssea é normal em
indivíduos com DII em remissão e eutróficos. Portanto, o aumento
de tecido gorduroso na medula óssea não parece ser um mecanismo
importante de osteoporose nas DIIs.
225
HIDROGINÁSTICA DE ALTA INTENSIDADE (HYDROS)
MELHORA EQUILÍBRIO E FORÇA MUSCULAR E REDUZ QUEDAS
EM MULHERES PÓS-MENOPAUSADAS
Pfrimer, L. D. F. M.¹; Fronza, F. C. A. O.¹; Santos, R. N.¹; Teixeira, L. R.¹;
Castro, M. L.¹
¹ Disciplina de Endocrinologia, Escola Paulista de Medicina, Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp-EPM); Faculdade de Educação Física e Esporte,
Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Verificar os efeitos de um programa de hidroginástica de
alta intensidade no equilíbrio, na força muscular e no número de quedas e de caidoras em mulheres pós-menopausadas. Métodos: Cento
e oito mulheres (58,8 ± 6,4 anos) foram randomizadas em Grupo
Controle (GC, n = 44) e Grupo Hidroginástica (GH, n = 64). Todas
receberam 500 mg de cálcio elementar e 1.000 UI de colecalciferol/
dia. Por 24 semanas, o GH participou do programa de hidroginástica
de alta intensidade (70% a 90% do esforço máximo – Tabela de Borg)
e o GC se manteve sedentário. Antes e após a intervenção, as voluntárias realizaram os seguintes testes físicos: equilíbrio em um pé só com
olhos fechados (EQ em segundos), força de preensão manual (FPM
em kg; por dinamômetro isocinético Grip Takei Physical Fitness Test
– T.K.K. 5001, Japão), além da força isométrica máxima dos músculos
extensores da coluna (FEC em kg) e extensores do joelho (FEJ em
kg) por meio de um dinamômetro portátil (Modelo 01163, Lafayette Manual Muscle Test System). Comparamos o número de quedas
S280
(QUEDAS) e o de mulheres que sofreram quedas (CAIDORAS) nos
seis meses antes do início e ao final do estudo. Os grupos eram estatisticamente semelhantes antes do estudo para todos os parâmetros avaliados. Consideramos significantes os resultados quando p < 0,05. Resultados: A análise de variância (two way ANOVA) mostrou que, após
a intervenção, houve melhora significativa no GH em todas as variáveis
estudadas em relação ao basal: EQ (de 6,3 ± 6,4 para 8,9 ± 6,9; p < =
0,001), QUEDAS (de 2,0 para 0,29; p < 0,001). Discussão: Esse é o
primeiro estudo a evidenciar a diminuição significativa do número de
quedas e de caidoras entre mulheres pós-menopausadas praticantes de
hidroginástica. Conclusão: A HydrOS melhorou a força muscular e
o equilíbrio das mulheres pós-menopausadas estudadas, resultando na
diminuição expressiva do número de quedas e de caidoras no grupo.
226
HIPERFOSFATASIA IDIOPÁTICA: RELATO DE CASO
Coutinho, E. A. F.¹; Inoue, T. H.¹; Loureiro, A. D.¹; Gomes, G. S.¹; Rivelli,
G. R.²; Netto, I. G.²
¹ Conjunto Hospitalar do Mandaqui; ² Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), São
Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Relatar o caso de paciente com hiperfosfatasia idiopática.
Métodos: Paciente de 13 anos, masculino, negro, vem encaminhado
pela pediatria ao ambulatório de Endocrinologia do Conjunto Hospitalar do Mandaqui para investigação de aumento da fosfatase alcalina. Paciente assintomático. Negava dor óssea ou fratura prévia. Ao
exame: LOTE, fáscies atípica, corado, hidratado, sem anormalidades
ósseas. PA = 110 X 70 mmHg,FC = 80 bpm, FR = 16 irpm. Tireoide
– móvel, fibroelástica, consistência lisa, sem nódulos. Estádio puberal
– G3P3. Restante sem alterações. Exames iniciais (abril/2011) Hb13,8 mg/dL, creatinina-0,7 mg/dL, TGO-28 U/L, TGP-21 U/L,
FA-710 mg/dL (VR: 13 a 17 anos – até 190), GGT-28 U/L. (Junho/2011) TGO-24 U/L, TGP-36 U/L, FA-1634, GGT-21U/dL,
Ca-9,5 mg/dL, P-4,9 mg/dL, PTH-29 pg/mL, albumina-4,6 mg/
dL. Em virtude do quadro laboratorial apresentado, foram solicitados
os seguintes exames para avaliação de hepatopatia ou doença óssea:
DO (Julho/2011) – dentro da normalidade para idade. Cintilografia óssea 99mTc (Agosto/2011) – discreto acúmulo anormal do radiofármaco em úmero esquerdo. Radiografia de ossos longos – sem
anormalidades. (Setembro/2011) Sorologias para hepatites A, B e C
negativas, 250HvitD – 37,9 ng/mL, calciúria – 36 mg/24h e fosfatúria – 0,55g/24h. Resultados: Pelos resultados dos exames, foi descartada a hipótese de acometimento hepático ou ósseo promovendo
a elevação dos níveis da fosfatase alcalina, tornando a hiperfosfatasia
transitória da infância e adolescência a principal hipótese diagnóstica.
Em acompanhamento ambulatorial, novos exames laboratoriais oito
meses depois (dezembro de 2011) já demonstraram diminuição da FA
– 380 mg/dL. Discussão: Hiperfosfatasia da infância e adolescência
é caracterizada pela elevação benigna dos níveis da fosfatase alcalina
na ausência de qualquer distúrbio hepático ou ósseo. Raramente se
associa a outras doenças, com retorno aos níveis normais em semanas
ou meses. Há um pico em torno de dois anos de idade e um segundo pico na puberdade (12 anos em meninas e 14 anos em meninos).
A fisiopatologia não é bem conhecida, possivelmente sendo causada
pela maior atividade osteoblástica, a qual levaria à excessiva sialação da
fosfatase alcalina. Dessa forma, uma história clínica cuidadosa, exame
físico detalhado e acompanhamento laboratorial são geralmente suficientes. Conclusão: Ter conhecimento dessa condição permite evitar
procedimentos e preocupação desnecessários, desde que doenças hepáticas e ósseas sejam previamente excluídas.
227
HIPERPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO (HPT1) POR ADENOMA
DE PARATIREOIDE COM DOENÇA ÓSSEA GRAVE ASSOCIADO
À CRISE HIPERCALCÊMICA
Farias, M. L. F.¹; Giorgetta, J. M.¹; Choeri, D. M.¹; Dias, C. R. P. S.¹;
Laudier, A. A.¹; Teixeira, P. F.¹; Conceição, F. L.¹
¹ Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Descrever hiperparatireoidismo primário (HPT1) por adenoma de paratireoide com doença óssea grave associado à crise hipercalcêmica. Métodos: Relato de caso. Resultados: Sexo feminino, 39
anos, admitida com fratura no braço D e relato de náuseas, vômitos,
anorexia, perda peso (12 kg), poliúria, fraqueza muscular proximal há
dois meses associada à piora da lombalgia crônica. Palpava-se lesão
endurecida (2 cm) cervical anterior D. Exames: ureia (103), Cr (1,7
e ClCr 45 ml/min), cálcio (21,4), P (6,4), Mg (0,8), Alb (3,7), FA
(897), PTH (1338), CaU (653 mg/24hs e Vol. 2300 ml). US cervical: formação cística septada 3,2 x 2,5 cm polo inf. LD tireoide. Cintilografia Sestamibi: captação restrita ao nódulo. TC abdome: nefrolitíase + lesões líticas infiltrativas em arcos costais, corpos vertebrais, sacro
ilíaco e cabeças femorais. TC coluna: múltiplas lesões líticas insuflantes
L1, L4, L5. Cintilografia óssea: hipercaptação em crânio, arcos costais
e ossos longos. RM encéfalo: lesões ósseas (occipital/ clivus) com efeito de massa comprimindo o cerebelo, tronco cerebral, IV ventículo e
invadindo os seios paranasais. Conduta: hidratação venosa generosa +
pamidronato + furosemida e depois paratireoidectomia inferior D +
lobectomia D + istmectomia + esvaziamento ganglionar D. Congelação sugeria carcinoma de PT, mas histopatológico foi de adenoma
de PT (lesão encapsulada, sem infiltração, sem mitoses, com focos de
atipas em células oxifílicas). Apresentou hipocalcemia no pós-operatório e mantém cálcio. Discussão: Raros são os HPT1 com osteíte
fibrosa e litíase renal, crise paratireóidea e paratireoide palpável, sendo
fundamental, nesses casos, o diagnóstico diferencial com CA de paratireoide. Favorecem CA: hipercalcemia grave e PTH > 1.000 pg/ml,
massa cervical e concomitância de manifestações renais e ósseas, mas
o adenoma de células oxifílicas pode mimetizar as manifestações clínico-laboratoriais do CA. Nos carcinomas, recomenda-se ressecção em
bloco com remoção do tecido tireoideano adjacente diferentemente
do HPTH (adenoma) em que a paratireoidectomia é suficiente. Conclusão: Descrevemos caso muito grave e raro de HPT1, causado por
adenoma de paratireoide, com excelente evolução clínica e radiológica.
228
HIPERPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO CLÁSSICO
DIAGNOSTICADO APÓS INVESTIGAÇÃO DO SINTOMA DE
FRAQUEZA MUSCULAR: RELATO DE CASO
Mariosa, L. S. S.¹; Araújo, M. F. A.¹; Toniolo, J. V.¹; Coelho, C. A. R.¹;
Steck, J. H.¹; Camacho, E. L.¹; Theodoro, C. S.¹; Santos, R. A.¹
¹ Universidade do Vale do Sapucaí (Univás), Hospital Municipal Dr. Mário Gatti
(HMMG), Serviço de Medicina Nuclear de Pouso Alegre, Corpus Imagens de
Pouso Alegre, Pouso Alegre, MG, Brasil
Objetivo: O objetivo deste trabalho é relatar o caso de uma paciente
com diagnóstico de hiperparatireoidismo primário devido a um adenoma de paratireoide enfatizando a importância da avaliação dos valores de cálcio (Ca) plasmático durante a investigação de um quadro
de fraqueza muscular e após o diagnóstico de osteoporose. Métodos:
O relato de caso foi realizado por meio dos dados obtidos após diagnóstico e tratamento da paciente. Resultados: Paciente de 51 anos,
feminina, relatava diminuição da força muscular há 18 meses com investigação neurológica prévia e biópsia muscular compatível com mio-
patia inespecífica. Durante a investigação foi realizada uma tomografia
computadorizada de tórax que evidenciou formação nodular sólida
expansiva no mediastino superior, inferiormente à glândula tireoide,
medindo 4 x 2 cm e com vascularização intensa em seu interior confirmada ao ultrassom cervical. A tireoide apresentava dimensões normais
com pequenos cistos coloides. A paciente relatava osteoporose em uso
de alendronato, carbonato de Ca e colecalciferol e, ao exame físico,
apresentava hipertensão arterial. Em nosso serviço, foi confirmado
diagnóstico de hiperparatireoidismo primário (Ca total plasmático:
13,2 mg/dL, fósforo plasmático: 1,9 mg/dL e paratormônio (PTH):
1.168 pg/mL). A cintilografia das paratireoides com sestamibi evidenciou uma área focal de hipercaptação na projeção inferior do lobo da
tireoide que se manteve nas imagens de 3 horas. Exames evidenciaram
creatinina: 1,5 mg/dL, 25-OHD: 19,2 ng/mL e presença de microcálculos renais bilaterais. A paciente foi submetida à paratireoidectomia
e o exame anatomopatológico foi compatível com adenoma de paratireoide. A paciente evoluiu com hipocalcemia no pós-operatório e usou
carbonato de cálcio, calcitriol e colecalciferol. Houve desaparecimento
da queixa de fraqueza muscular, melhora da massa óssea e diminuição
progressiva dos valores de PTH (8 meses após cirurgia: PTH 87 pg/
mL). Discussão: Os adenomas de paratireoide são a principal etiologia do hiperparatireoidismo primário (HPTP). Atualmente, a maioria
dos pacientes apresenta a forma assintomática do HPTP, entretanto, as
doenças óssea e renal são as principais manifestações do HPTP clássico. A paciente estava em investigação diagnóstica há 18 meses devido
à queixa de fraqueza muscular, mas já apresentava doença óssea e renal.
Conclusão: A dosagem do Ca plasmático deve ser realizada sempre
para esclarecimento da etiologia da osteoporose e durante a investigação de sintomas neuromusculares como fraqueza e miopatia proximal.
229
HIPOCALCEMIA INCOMUM: RAQUITISMO DEPENDENTE DE
VITAMINA D TIPO I
Santos, L. M.¹; Ramalho, M. C. B.¹; Vale, A. M. C.¹; Marocco, T.¹;
Oliveira, T. P.¹; Ayelo, T. P.¹; Portes, E.¹
¹ Hospital do Servidor Estadual de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Descrever caso clínico de hipocalcemia devido raquitismo
por deficiência de vitamina D de causa genética. Métodos: Paciente
do sexo masculino, 40 anos, procurou o pronto-socorro por parestesias em membros superiores e inferiores há quatro meses. Com história
pregressa de hipocalcemia e convulsão desde a infância. História familiar de irmão com hipocalcemia, com deformidades ósseas e morte
aos 29 anos. Paciente fazia uso de bifosfonato um comprimido ao dia
e cálcio na dose de 1.000 mg ao dia. Ao exame físico: peso = 51 kg,
estatura = 1,59 cm, sem sinais de Chvostek ou Trousseau, sem deformidades ósseas e sem alterações dentárias. Resultados: Apresentava os
seguintes exames: cálcio total = 5,3 mg/dL (8,3 - 10,2), cálcio iônico
= 0,53 mg/dL (1,11 - 1,33), albumina = 3,9 g/L (3,5 - 4,5), PTH =
124 pg/dL (12 - 72), 25 (OH) vitamina D = 35 ng/dL(> 30 ), 1,25
(OH) vitamina D = 35 pg/ml (18 - 78), clearance de creatinina = 130
ml/min/1,73 m² e cálcio urinário = 16 mg/24 h (54 - 250). Feita a
hipótese de hipocalcemia por deficiência da enzima 1 α-hidroxilase.
Retirado o bifosfonato e, com o uso de calcitriol e carbonato de cálcio,
o paciente obteve a normalização da calemia. A densitometria óssea
se apresentou sem alterações, assim como a tomografia de crânio e
o ultrasson de vias urinárias. Discussão: O raquitismo é uma doença
óssea caracterizada pela diminuição da mineralização da placa epifisária
de crescimento e a osteomalacia é caracterizada pela diminuição da
mineralização do osso cortical e trabecular, com acúmulo de tecido
S281
Metabolismo Ósseo
Trabalhos Científicos
Metabolismo Ósseo
Trabalhos Científicos
osteoide não mineralizado ou pouco mineralizado. Após o fechamento da cartilagem epifisária, apenas a osteomalacia permanece. A etapa
final da produção da vitamina D ativa é a 1 α-hidroxilação da 25 (OH)
vitamina D para 1,25 (OH)2 vitamina D. O PTH e a hipofosfatemia
são os principais estimuladores dessa enzima, enquanto o cálcio e seu
produto a inibem. A principal causa de deficiência dessa enzima é a
insuficiência renal, que este paciente não apresentava, levando-nos a
acreditar em herança genética. Conclusão: O raquitismo dependente
de vitamina D tipo I é devido a uma mutação no gene da enzima 1
α-hidroxilase (12q 13), de herança autossômica recessiva, que se apresenta no primeiro ano de vida com raquitismo, osteomalacia e convulsões. A mutação desse gene constitui a base molecular do distúrbio e,
como esperado, doses fisiológicas de calcitriol resultam em remissão
da doença.
230
HIPOPARATIREOIDISMO COM CALCIFICAÇÕES EM
GÂNGLIOS DA BASE E CONFUSÃO MENTAL AGUDA 22 ANOS
APÓS TIREOIDECTOMIA
Hatanaka, T. S.¹; Terasaka, F.¹; Terra, E.¹; Bianchini, G.¹; Isaac, L.¹;
Datilo, C.¹; Corrêa, R.¹; Padula, F.¹
¹ Hospital Ipiranga (HI), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Relatar um caso de HP com complicações neurológicas
se manifestando 22 anos após tireoidectomia parcial por bócio multinodular. Métodos: O hipoparatireoidismo (HP) pós-cirúrgico é a
principal causa de HP e pode evoluir com hipocalcemia crônica oligossintomática, retardando por anos o diagnóstico, com surgimento
de manifestações neurológicas tardias. Os sintomas da hipocalcemia
aguda estão relacionados com aumento da excitabilidade neuronal:
câimbras, parestesias, sinais de Trousseau e Chvostek, mialgia, fraqueza muscular, arritmias, insuficiência cardíaca, em casos mais graves
tetania e convulsões. Esses sintomas podem não estar presentes nos
casos crônicos. Calcificações em núcleos da base decorrentes da hipocalcemia se apresentam com parkinsonismo, demência ou estados
confusionais agudos. Os quadros neurológicos centrais são comuns na
hipocalcemia do HP idiopático e considerados raros na forma pós-cirúrgica. Eaton et al. hipotetizaram que haveria deposição de cristais de
cálcio secundária a processo degenerativo do sistema extrapiramidal.
O tratamento com cálcio e vitamina D ao restabelecer a calcemia pode
reverter ou estabilizar as manifestações neurológicas. Resultados: T.
J.C.S., 82 anos, internada devido a confusão mental e desvio de rima
para direita. Antecedente de tireoidectomia parcial em 1980 devido a
bócio multinodular, não evoluindo com hipotireoidismo ou complicações pós-operatórias. Nunca fez reposição de levotiroxina. Ao exame
físico, paciente se apresentava confusa, sem déficits motores, reflexos
patelares bilateralmente diminuídos, Babinski positivo, Chvostek e
Trousseau ausentes. TC crânio da admissão: calcificações simétricas
em região capsular nuclear, em putâmen, cabeça do núcleo caudado e
tálamo bilateralmente. Laboratório: cálcio 4,5 mg/dL, PTH 4,5 pg/
ml, TSH e T4 livre normais. Realizada hipótese de HP secundário
ao pós-operatório tardio e iniciada reposição de cálcio e vitamina D
com reversão do quadro confusional. Discussão: HP pós-cirúrgico
permanente com calcificações em núcleos da base e manifestações neurológicas e raro na literatura. Pode ser assintomático por anos, com início tardio de demência, estado confusional agudo ou parkinsonismo.
Conclusão: Relatamos o caso de uma paciente com confusão aguda e
hipocalcemia grave cujo antecedente era tireoidectomia parcial há 22
anos. A clínica neurológica geralmente reverte com reposição de cálcio
e vitamina D, como o ocorrido com nossa paciente.
S282
231
HIPOPARATIREOIDISMO EM PACIENTE IDOSO
Gonçalves, N. C.¹; Fonseca, E. C. R.¹; Borges, M. F.¹; Lara, B. H. J.¹;
Ribeiro, F. A.¹; Sousa, G. R. V.¹; Josahkian, J. A.¹
¹ Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba, MG, Brasil
Objetivo: Apresentar um caso raro de hipoparatireoidismo diagnosticado em paciente idosa. Métodos: Revisão de prontuário e levantamento bibliográfico. Resultados: Mulher, 76 anos, deu entrada no
Pronto-Socorro da UFTM no dia 31/1/2011 com queixa de astenia
há aproximadamente 1 mês, com dois episódios de síncope. Paciente portadora de HAS, hipotireoidismo e catarata. Ao exame físico de
entrada, apresentava-se prostrada, desidratada, com ritmo cardíaco
regular, FC: 52 bpm, ausculta pulmonar normal, presença de bexigoma, tempo de enchimento capilar maior que 5 segundos e ausência de
cicatriz cirúrgica em região cervical. Aventada hipótese de insuficiência
cardíaca perfil C. Os exames complementares da paciente mostraram
ureia: 275,8; creatinina: 5,62; Ca total: 2,92 (V.R.: 8,8 a 10,2); P:
20,78; hormônios tireoidianos normais; anti-TPO e anti-TG negativos; raio X de tórax com cardiomegalia grau IV e ECG com ritmo
sinusal e intervalo QT aumentado. Colhido PTH com resultado de 3
pg/ml (V.R.: 10 a 60 pg/ml), repetido o exame e obtido o mesmo resultado. Feito diagnóstico de hipoparatireoidismo, iniciado gluconato
de cálcio EV e após, carbonato de cálcio e calcitriol. A paciente evoluiu
com melhora dos sintomas, aumento dos níveis de cálcio, diminuição
dos níveis de fósforo, níveis de escórias nitrogenadas normais e silhueta cardíaca normal ao raio X de tórax. Foram descartados, durante
internação e acompanhamento ambulatorial, hipoparatireoidismo póscirúrgico, hemocromatose, doença de Wilson, neoplasias e depleção
ou excesso de magnésio. Discussão: Em revisão da literatura, Hurley
et al. já descreveram, em 2002, o caso de um paciente de 73 anos que
chegou ao departamento de emergência com insuficiência cardíaca
induzida por hipocalcemia secundária a hipoparatireoidismo primário
idiopático, semelhante ao caso em questão. Johnston et al. também
descreveram, em 2008, um caso de hipoparatireoidismo diagnosticado
na idade adulta (mulher, 29 anos). Apesar de a paciente deste estudo
ter sido assintomática até os 29 anos, o estudo FISH desta revelou
uma deleção no cromossomo 22q11.2, revelando, então, o diagnóstico de síndrome Di George. Conclusão: Diante da exclusão das outras
causas, a nossa paciente ficou com as seguintes hipóteses diagnósticas:
hipoparatireoidismo idiopático ou hipoparatireoidismo secundário a
síndrome Di George ou síndrome poliglandular autoimune (APS) tipo
IV (associação de duas ou mais doenças autoimunes, com padrão diferente da APS-1, 2 ou 3).
232
HIPOPARATIREOIDISMO EM PACIENTES BARIÁTRICOS: RELATO
DE CASO
Bergamim, A. A. C.¹; Panazzolo, D. G.¹; Pires, B. P.¹; Braga, T. G.¹;
Almeida, H. G.¹; Maranhão, P.¹ A.¹; Aguiar, L. G. K.¹
¹ Serviço de Endocrinologia Policlínica Piquet Carneiro, Universidade do Estado
do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Alertar sobre os riscos da tireoidectomia total em sujeitos
submetidos à cirurgia bariátrica. Métodos: Utilizada como referencial
teórico revisão bibliográfica sobre cirurgia bariátrica e sua associação
com o metabolismo do cálcio e da vitamina D. Resultados: N.F.B.F.,
sexo feminino, 35 anos, obesa (IMC = 43,5 kg/m²) com síndrome
metabólica e em tratamento para HAS e dislipidemia. Relatava tireoidectomia parcial por nódulo e tinha função tireoidiana normal. USG
tireoidiana: ausência do LD e nódulo sólido, hipoecoico, de 29 x 17
x 16 mm com vascularização periférica (Chammas III) no LE. Após
dois anos de terapia clínica sem sucesso para obesidade, foi submetida à bypass gástrico em Y de Roux, com perda progressiva do peso
e melhora dos parâmetros metabólicos. Nove meses após a cirurgia,
nova USG evidenciou aumento do nódulo (45 x 20 x 21 mm) e PAAF
mostrou tumor de células foliculares, sendo então realizada lobectomia E (anatomopatológico: adenoma folicular). No pós-operatório
imediato, apresentou sintomas de hipocalcemia, necessitando de gluconato de cálcio EV. Quinze dias após a alta, encontrava-se em uso de
calcitriol 0,75 mcg/d e 4.000 mg/d de carbonato de cálcio, porém
persistia com sinais e sintomas de hipocalcemia. Cálcio sérico total era
5,9 mg/dL (8,4-10), cálcio difusível 2,7 mg/dL (4,5-5,2) e 25OHvitD3 76,6 mcg/L (30-80). Apesar da troca e do aumento das doses
das medicações, como citrato de cálcio 11.000 mg/d, colecalciferol
12.000U/d e calcitriol 2 mcg/d, a paciente mantinha cálcio difusível
= 3,7 mg/dL, fósforo = 4,1 mg/dL (2,5-4,5) e sintomas de hipocalcemia. Optamos por orientar exposição solar em torno de 20 min/dia,
prescrever pancreatina na tentativa de melhorar a absorção intestinal
e óxido de magnésio, para minimizar os sintomas neuromusculares.
Após essas medidas, a paciente tornou-se assintomática, com cálcio difusível = 4,4 mg/dL, fósforo = 4,8 mg/dL, calciúria = 62,6 mg/24h
(50-250), fosfatúria = 405 mg/24h (340-1.300) e creatinúria = 1.095
mg/24h (800-1.800). Discussão: Tireoidectomia é um procedimento comumente realizado com baixo índice de complicações. Embora
as estatísticas na literatura variem amplamente, 10% dos pacientes evoluem com hipocalcemia no pós-operatótio imediato e 1% desenvolve
hipoparatireoidismo permanente. O caso ilustra as dificuldades na gestão de paciente submetida à cirurgia disabsortiva com concomitante
hipoparatireoidismo. Conclusão: O hipoparatireoidismo pode ser de
difícil controle em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica.
233
INFLUÊNCIA DO STATUS DE VITAMINA D NA ABSORÇÃO
INTESTINAL DE ESTRÔNCIO
Vilaça, T.¹; Camargo, M.¹; Rocha, O. G. F.¹; Lazaretti-Castro, M.¹
¹ Setor de Doenças Osteometabólicas, Disciplina de Endocrinologia, Escola
Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp-EPM),
Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (CETEC), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: O estrôncio (Sr) e o cálcio são metais alcalinos terrosos
com múltiplas semelhanças. Estudos sugerem que ambos utilizam a
mesma via de absorção intestinal. Extensa investigação já foi realizada
sobre os fatores que regulam a absorção intestinal de cálcio, destacando-se o papel da vitamina D, entretanto pouco se sabe sobre a regulação da absorção de estrôncio. Objetivo: O objetivo deste trabalho
é avaliar a influência do status de vitamina D na absorção intestinal de
estrôncio. Métodos: Vinte e cinco pacientes deficientes em vitamina
D (níveis 30 ng/mL) foram submetidas a teste de sobrecarga oral de
Sr. Após coleta de exames para avaliação inicial em jejum, cada paciente
recebeu 1 g de ranelato de estrôncio dissolvido em 200 mL de água
deionizada. A seguir, foram colhidas amostras para dosagem sérica de
estrôncio após 30, 60, 120 e 240 minutos. As 25 pacientes deficientes
em vitamina D foram tratadas e submetidas a novo teste após alcançarem níveis maiores que 30 ng/mL. A absorção intestinal de Sr foi
avaliada por meio da fração absorvida (FA) em cada tempo e da área
total sob a curva concentração de Sr x tempo (ASC). A fórmula: FA
= {(Sr t- Sr0) x 15% peso} / Dose administrada de Sr foi utilizada
para cálculo da FA. Resultados: Os valores de FA ou ASC não foram
diferentes entre deficientes ou suficientes. Nas pacientes deficientes
tratadas, também não houve diferença na absorção de Sr antes ou após
tratamento. Discussão: A absorção intestinal de cálcio pode ocorrer
por intermédio de dois mecanismos: um processo ativo, dependente
de vitamina D que ocorre predominantemente no duodeno, e outro
passivo, regulado pelo gradiente de concentração ao longo de todo o
intestino delgado. A via ativa predomina em indivíduos jovens e naqueles com dieta pobre em cálcio. Vários autores já descreveram queda
da absorção intestinal de cálcio a partir de 55-60 anos. Também já
foi demonstrada diminuição da absorção ativa em pacientes com dieta
rica em cálcio. Todas as pacientes avaliadas tinham idades acima de
55 anos e apresentavam aporte oral de cálcio adequado, via dieta ou
suplementação, o que pode ter diminuído a importância do processo
ativo dependente de vitamina D na absorção de cálcio e paralelamente de estrôncio, já que ambos utilizam as mesmas vias para absorção.
Conclusão: O status de vitamina D não foi determinante na absorção
intestinal de estrôncio.
234
INTRAOPERATIVE PTH CUTOFF DEFINITION TO PREDICT
SUCCESSFUL PARATHYROIDECTOMY IN SECONDARY AND
TERTIARY HYPERPARATHYROIDISM
Ohe, M. N.¹; Kunii, S. I.¹; Abrahão, M.¹; Cervantes, O.¹; Neves, C. M.¹;
Lazaretti-Castro, M.¹; Vieira, J. G. H.¹
¹ Endocrinologia e Metabologia, Escola Paulista de Medicina, Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp-EPM), Cirurgia de Cabeça e Pescoço, São Paulo,
SP, Brasil
Objective: Several methods have been proposed in order to improve
success rates in surgical treatment of secondary/tertiary hyperparathyroidism. We evaluated intraoperative PTH measurement (IO-PTH)
as a tool to avoid missing glands. Methods: Eighty-six patients were
submitted to total parathyroidectomy with intramuscular presternal
autotransplantation from 4/2000 to 10/2009 and were followed for
26.5 months in average. Patients were divided in secondary (SHPT)
and tertiary hyperparathyroidism (THPT). In the SHPT group, we included patients under dialysis treatment who presented severe hyperparathyroidism with normal or high serum calcium levels. Tertiary hyperparathyroidism group was composed by renal grafted patients with
nonsuppressible parathyroid hyperplasia. IO-PTH (Elecsys-PTH-Immunoassay/Roche) was measured at anesthesia induction (IO-PTH
0’) and 20 minutes (IO-PTH 20’) after completion of parathyroidectomy. Results: Fifty-two were dialysis patients (29 female/23 male),
aged 42.9 years on average (range: 14-64 years) and 34 were renal
grafted patients (19 female/15 male), aged 43.5 on average (range:
24-63 years). IO-PTH 0’ was 1591.5 pg/mL on average (range: 3184659), and IO-PTH 20’ was 208.9 pg/mL on average (range: 29823) with 86% decrease on average (range: 67.8-93.5) among dialysis
patients considered cured in the follow-up. Among the renal-grafted
cured patients, IO-PTH 0’ was 540 pg/mL (range: 120-2515), and
IO-PTH 20’ was 65 pg/mL (range: 13-329) with 87.3% decrease
on average (range: 72.6-96.4). Discussion: Overall, 80.2% (69/86)
presented 80% or more IO-PTH decrease 20 minutes after parathyroidectomy and all were cured. In 11 patients (12.7%), a marginal
IO-PTH drop of 70-79% was observed, and 2 of them (18.1%) failed
to cure. Six patients (6.9%) presented IO-PTH decrease less than 70%:
2 were considered cured; in 3 of the 6 patients, a supernumerary/
ectopic parathyroid was found and removed; and in 1 of the 6 patients,
surgery finished after 4-gland excision and the patient failure to cure.
Conclusion: The IO-PTH monitoring decrease of 80% or more from
preoperative baseline predicts cure in all renal patients throughout
follow-up. IO-PTH decay under 70% is in agreement with a missed
or hyperfunctioning supernumerary gland and is predictive of surgical
S283
Metabolismo Ósseo
Trabalhos Científicos
Trabalhos Científicos
failure in 66.6%. The marginal IO-PTH drop of 70-79% leaves the
decision whether or not the surgery should be continued up to the
experienced surgeon.
Metabolismo Ósseo
235
MELHORA NA QUALIDADE DE VIDA E NO ESTADO
NUTRICIONAL APÓS PARATIREOIDECTOMIA TOTAL EM
PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA
Silva, H. G. V.¹; Moreira, A. S. B.¹; Carmo, L. S.¹; Madeira, F. S.¹; Maya,
M. C. A.¹
¹ Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivos: Avaliar e comparar o estado nutricional e a qualidade de
vida antes e um ano após a cirurgia de paratireoidectomia total, em
renais crônicos. Métodos: Estudo prospectivo envolvendo pacientes
com hiperparatireoidismo secundário a IRC, em tratamento dialítico,
avaliados antes e 1 ano após a PTx total seguida de autoimplante no
antebraço portador da fístula arteriovenosa. A avaliação antropométrica: peso, altura, índice de massa corpórea (IMC = peso/altura²) e
bioimpedância elétrica. Nesta, foi avaliado ângulo de fase (AF), como
marcador de prognóstico da doença e a massa gorda. Todos tinham níveis de PTH elevados, antes da cirurgia. Avaliou-se a qualidade de vida
por meio do questionário SF-36, numa escala que variou de 0 (zero),
pior nota a 100 (cem). Análise estatística foi realizada utilizando o
SPSS, teste de Mann-Whitney, Wilcoxon e Kruskal-Wallis. Resultados: Foram avaliados 24 pacientes, 16 mulheres (66,6%) e 8 homens
(33,4%), com idade média de 44,22 ± 7,23 anos. Todos apresentavam
dor óssea intratável e tinham níveis de PTH ≥ 1.000 mg/dl, justificando a PTx. Comparando os índices pré e pós-operatórios, observou-se
aumento do peso (60,2 x 66,2 kg, p < 0,001) e do IMC (23,41 x
25,73 kg/m², p < 0,001), bem como do ângulo de fase 5,4 x 6,5 °
(p = 0,03) e da massa gorda (kg) 14,9 x 19,9 (p = 0,007), indicando
melhora do estado nutricional. A redução do PTH (2.215,83 ng/mL
x 64,78 ng/mL, p < 0,0001) e do cálcio sérico (9,78 x 8,19 mg/dL)
aponta para uma redução do turnover ósseo. Houve também melhora significativa em todos os domínios do questionário SF-36, sendo
mais significativa a mudança no domínio aspecto emocional (18,52 x
74,06, p < 0,001). Discussão: A diálise e o transplante renal mudaram
a evolução e a qualidade de vida na insuficiência renal crônica (IRC),
contudo, ainda que possibilitem maior sobrevida, persistem distúrbios
do metabolismo ósseo, piora na qualidade de vida e no estado nutricional. Entretanto, a cirurgia pode minimizar esses efeitos, sendo
indicada na doença avançada. Conclusão: A cirurgia de paratireoidectomia total seguida de autoimplante mostra-se uma opção vantajosa
no tratamento dos pacientes com hiperparatireoidismo secundário à
insuficiência renal crônica, favorecendo o ganho de peso, aumento
no ângulo de fase e da massa gorda após a cirurgia. O procedimento
também reduz o metabolismo ósseo, reduzindo o risco de fraturas
patológicas, bem como melhora a qualidade de vida.
236
NEFROCALCINOSE ASSOCIADA A NORMOCALCEMIA E
PTH ELEVADO: HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO OU
HIPERPARATIREOIDISMO NORMOCALCÊMICO?
Maia, J. M. C.¹; Amaral, L. M. B.¹; Almeida, C. B. S.¹; Lucena, C. S.¹;
Bandeira, F.¹
¹ Unidade de Endocrinologia, Diabetes e Doenças Ósseas, Hospital Agamenon
Magalhães (MS/SES/UPE), Recife, PE, Brasil
Objetivo: O hiperparatireoidismo primário normocalcêmico (HPTPN) é caracterizado pela presença de níveis elevados de PTH sérico
S284
associados à normocalcemia na ausência de outras causas de elevação
do paratormônio. O diagnóstico é feito após exclusão de causas secundárias de elevação do PTH, como uso de lítio, tiazídicos, bisfosfonatos, deficiência de 25OH vitamina D e insuficiência renal. Não é
consenso excluir HPTPN na presença de hipercalciúria, uma vez que
a elevação da excreção urinária de cálcio de origem renal normalmente
não resulta em elevação do PTH. Estudos recentes têm demonstrado
que o HPTPN tem uma apresentação fenotípica variada, não sendo
uma condição indolente, uma vez que pode cursar com osteoporose
principalmente em osso cortical (15,2%) e nefrolitíase renal (18,2%)
com frequência semelhante à forma hipercalcêmica, conforme comprovado em nossa casuística. A paratireoidectomia está indicada nos
casos de hiperparatireoidismo hipercalcêmico, porém nos indivíduos
com níveis normais de cálcio a exploração cirúrgica das paratireoides
permanece controversa. Métodos: Caso clínico. Resultados: Paciente
do sexo feminino, 67 anos, em acompanhamento no ambulatório de
endocrinologia devido a diabetes e osteoporose. Durante exames de
rotina de avaliação de osteoporose, foi evidenciado PTH: 95,6 pg/
mL, cálcio corrigido: 9,8 mg/dL, CTX: 0,359 ng/ml, calciúria de
24h: 392 mg/dia e 25 (OH) vitamina D: 24,7 ng/mL. Não fazia uso
de lítio ou tiazídicos. DXA: L1-L4 = 0,705 g/cm² T-score = -4,0 DP;
colo do fêmur = 0,762 g/cm² T-score = -2,0 DP; radio 33% = 0,788
g/cm² T-score = -1,1 DP. Ultrassonografia (USG) de região cervical
não encontrou nódulos e cintilografia de paratireoide com sestamibi
não evidenciou adenoma ou hiperplasia de paratireoide. USG de rins
e vias urinárias e tomografia (TAC) confirmaram o diagnóstico de nefrocalcinose (TAC com rins tópicos de dimensões, forma e contornos
preservados, notando-se densificações cálcicas na transição córticomedular bilateralmente). Conclusão: Este caso ilustra as dificuldades
no diagnóstico de hiperparatireoidismo.
237
NÍVEIS SÉRICOS DE 25OHD3 E PTH SE CORRELACIONAM
COM COMPONENTES TRADICIONAIS DA SÍNDROME
METABÓLICA EM PACIENTES COM OSTEOGÊNESE IMPERFEITA
Peters, B. S. E.¹; Martini, L. A.¹; Hayashi, L. F.¹; Lazaretti-Castro, M.¹
¹ Ambulatório de Doenças Osteometabólicas, Disciplina de Endocrinologia,
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Departamento de Nutrição,
Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP,
Brasil
Objetivo: Avaliar possíveis associações entre os níveis séricos de
25OHD3 e de PTH com componentes tradicionais da síndrome metabólica (SM) em pacientes com osteogênese imperfeita (OI). Métodos: Trinta (30) pacientes, 17 homens e 13 mulheres, 16 com OI tipo
I e 14 com OI tipo III, com média de idade de 26,2 (10,8) anos de
idade, foram selecionados de um ambulatório de fragilidades ósseas,
entre 2010-2011. Foram avaliados peso, altura, índice de massa corporal (IMC), porcentagem de gordura corporal do corpo total (%GC)
por DEXA, pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica
(PAD), e exames bioquímicos (25OHD3, PTH, glicose de jejum, colesterol total, HDL-colesterol, triglicérides e insulina plasmática). Resultados: Da amostra, 3,3% apresentaram baixo peso, 40,0%, eutrofia,
30,0%, sobrepeso e 26,7%, obesidade. A pressão arterial estava elevada
em 18,2% dos pacientes. Foi observado excesso de %GC em 66,7%
dos indivíduos. Apenas 6,7% dos pacientes com OI apresentaram níveis
elevados de colesterol total e 6,7%, de triglicérides. Todos os pacientes
apresentaram níveis normais de glicemia de jejum (86,4 ± 8,8 mg/
dL) e de insulina plasmática (7,4 ± 4,9 μUI/mL). A média dos níveis
séricos de 25OHD3 foi de 26,6 ± 7,6 ng/mL e de PTH foi de 43,1 ±
19,6 pg/mL. Considerando o valor de 30,0 ng/mL como ponto de
corte para 25OHD3, 76,7% dos indivíduos apresentavam insuficiência de vitamina D. Apenas 10,0% dos pacientes apresentaram níveis de
PTH sérico elevado. Não houve diferença estatística significativa nos
parâmetros bioquímicos entre os pacientes com OI tipo I e tipo III.
Houve correlação negativa significante entre a 25OHD3 e glicemia de
jejum (r = -0,652; P = 0,03) na amostra total. Em pacientes OI tipo
III, foi observada correlação negativa entre a 25OHD3 e a %GC (r =
-0,566; p = 0,04) e correlação positiva entre o PTH sérico e a PAS (r
= 1,0; p = 0,01). Conclusão: O presente estudo mostrou que tanto
o excesso de peso e de gordura corporal quanto a insuficiência de vitamina D são prevalentes em pacientes com OI. As correlações realizadas
neste estudo mostraram associação entre vitamina D e os níveis séricos
de PTH com os componentes da SM, como a PA e a glicemia de jejum.
238
OSTEODISTROFIA DE ALBRIGHT OU PSEUDOHIPOPARATIREOIDISMO TIPO 1A
Machado, S. C. M. P.¹; Faria, G. B.¹; Lameirinhas, T. S.¹; Rocha, E. T.¹;
Campos, C. M.¹; Jurno, M. E.¹; Chevtchouk, L.¹
¹ Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG), Associação dos
Portadores de Diabetes de Barbacena (Assodibar), Barbacena, MG, Brasil
Objetivo: Relatar um caso de pseudo-hipoparatireoidismo tipo 1.
Métodos: Relato de caso de paciente encaminhado ao ambulatório
de endocrinologia pediátrica em decorrência de obesidade e diagnosticado com osteodistrofia de Albright. Resultados: Em 17/20/2002,
D.C.D., 5a 8m, sexo masculino, foi encaminhado devido à obesidade.
HPP: RN a termo, eutrófico. Atraso do desenvolvimento neuropsicomotor. Suspeita de miocardite viral há um ano e ICC (ECO com FE:
48%, VE aumentado), dispneia aos esforços e crises convulsivas frequentes. Em uso: aldactone, captopril, carbamazepina, ácido valproico.
Exame físico: E: 118 cm; P: 30 kg; FC: 100 bpm; PA: 90 x 60 mmHg;
BNF 3T sopro sistólico mitral. Crepitações grosseiras em ambos HT.
Quarto metacarpo curto bilateral; edema MMII leve. Exames: glicemia: 108/TSH: 15,7/T4 livre: 0,70. Iniciadas levotiroxina (1,5 mcg\
kg\dia) e prednisona (5 mg/dia). Suspensos aldactone e captopril. Retorno em quatro meses com melhora do edema e da dispneia, mantendo-se irritada, crises convulsivas generalizadas, cãibras e parestesia em
mãos e face. Cálcio: 5,6/P: 8,2/PTH: 377/TSH: 13/Ac Anti-TPO:
< 10/Antitireoglobulina. Discussão: Osteodistrofia de Albright é um
distúrbio genético no qual não há resposta dos tecidos-alvo ao PTH.
Caracteriza-se clinicamente por baixa estatura, obesidade, calcificações
cutâneas e braquidactilia. É causado pela perda de um alelo funcional
do GNAS, gene que codifica a subunidade Gs alfa da proteína G. Pode
levar à resistência a hormônios como TSH, FSH e LH. O diagnóstico
se dá por hipocalcemia com elevação do fósforo e do PTH séricos e hipotiroidismo. Conclusão: Algumas manifestações do PHP podem ser
transitórias durante épocas da vida e retroceder. O paciente apresentou
altura final de 1,80 m e não teve resistência aos hormônios gonadotróficos. Os familiares estão em aconselhamento genético.
239
OSTEOMALACIA SECUNDÁRIA À SÍNDROME DE FANCONI
INDUZIDA PELO USO DE TENOFOVIR (TDF)
Conceição, F. L.¹; Blotta, F.¹; Laudier, A. A.¹; Teixeira, P. F.¹; Conceição, F. L.¹
¹ Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Apresentar um caso de osteomalacia secundária à síndrome
de Fanconi induzida pelo uso de Tenofovir (TDF). Métodos: Relato de caso. Resultados: Sexo feminino, 42 anos, HIV + (Tenofovir
+3TC + Lopinavir/ritonavir), apresentando dor e fraqueza muscular
generalizada e amenorreia secundária há 3 anos, associados à deformidade de caixa torácica, fratura em galho verde e baixa massa óssea para
idade (Z score -3.3 lombar e -4,2 fêmur). Ao exame: Pectus carinatum, acamada com membros espásticos e fletidos, cifoescoliose e redução de força muscular associada à hipertonia espástica. Exames: glicose
88, cálcio 8.5, P 1.2, K 4.0, Na 134, Mg 1,2, PTH 119, HCO3 17.1,
fosfatase alcalina 1705, ácido úrico 1,0. EAS: pH 8.0; proteína +, glicosúria++. Urina 24H: proteína 1.444 mg/24h, B2 microglobulina
urina 26, Nau 142, Ku 49, Pu 982, glicose u 2984. Conduta: troca
TDF por abacavir, reposição de calcitriol, bicarbonato de sódio, citrato
K e solução Jolie. Após seis meses, a paciente evoluiu com melhora
importante da força muscular e do distúrbio hidroeletrolítico (P 2.7,
HCO3 21, Mg 3.5, Ca 8.4). Discussão: A hipofosfatemia pode ser
causada por baixa ingesta, redução da absorção intestinal, perda renal
ou translocação para o intracelular. Os sinais e sintomas são inespecíficos e a maioria é assintomática, porém, quando grave, pode causar
fraqueza muscular, disfunção miocárdica e rabdomiólise. A fração de
excreção do fosfato > 15% confirma o diagnóstico de hiperfosfatúria e
pode estar relacionada ao hiperparatireoidismo primário ou secundário, perda renal primária, uso de diurético, osteomalacia oncogênica,
raquitismo hipofosfatêmico, displasia fibrosa e SF. Entre as causas adquiridas dessa síndrome, está o uso de medicação, em que há defeito
generalizado na função túbulo proximal levando a perda renal de aminoácido, glicose, fosfato, bicarbonato, ácido úrico, magnésio e vitamina D. SF relacionada ao TDF é considerada uma doença rara e a taxa
de nefrotoxicidade é de 0,3%-2%. Rastreio deve incluir fosfato sérico
e relação proteinúria/creatinúria (amostra). A nossa paciente, além de
ter SF, parece apresentar deficiência de vitamina D tanto relacionada à
baixa exposição solar quanto à perda de 25OH vitamina D no túbulo
proximal/redução de 1α hidroxilase pela disfunção tubular. Conclusão: TDF é uma medicação altamente efetiva no tratamento do HIV e
a SF é rara com o uso dessa medicação, porém devemos estar atentos
quando associada à hipofosfatemia.
240
PERFIL CLÍNICO E LABORATORIAL DE UMA SÉRIE DE CASOS
DE CARCINOMA DE PARATIREOIDE
Aum, P. M. P.¹; Scalissi, N. M.¹; Maeda, S. S.¹; Magno, G. M.¹; Souza
Júnior, J. A.¹; Guardia, V. C.¹; Mendes, R. E. S.¹; Freire, A. C. T. B.¹
¹ Disciplina de Endocrinologia, Departamento de Clínica Médica, Irmandade
da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Descrever cinco casos de pacientes com diagnóstico de carcinoma de paratireoide acompanhados no Ambulatório de Endocrinologia da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Métodos:
Avaliamos quadro clínico inicial, exames laboratoriais, densitometria
óssea, ultrassonografia de aparelho urinário e métodos localizatórios da
glândula hiperfuncionante (ultrassonografia cervical e cintilografia de
paratireoide). Resultados: Em nossa casuística, três pacientes eram do
sexo feminino e 2, do sexo masculino, apenas uma com idade inferior
a 40 anos. Com relação ao quadro clínico, nenhum paciente era assintomático. Todos apresentavam osteoporose ao diagnóstico, sendo que
três tinham fraturas. Três apresentavam concomitância da doença óssea
e renal. Todos tinham concentrações bastante elevadas de paratormônio, excedendo 1.000 pg/mL. A calcemia variou entre 10,6-14,7 mg/
dL. A ultrassonografia e a cintilografia localizaram a glândula hiperfuncionante em cem por cento dos casos, em todos com concordância
entre os dois exames. Todos foram submetidos a tratamento cirúrgico.
O anatomopatológico confirmou o diagnóstico de carcinoma de paratireoide, com tamanho tumoral variando de 2,3-4 cm. Apenas uma pa-
S285
Metabolismo Ósseo
Trabalhos Científicos
Metabolismo Ósseo
Trabalhos Científicos
ciente apresentou persistência/recorrência da doença com necessidade
de radioterapia e novas abordagens cirúrgicas. Discussão: Carcinoma
de paratireoide é uma malignidade rara, representando menos de 1%
dos casos de hiperparatireoidismo primário. A forma assintomática é
bastante infrequente devido à gravidade do hiperparatireoidismo, como
encontrado em nossos pacientes. Os métodos de imagem são úteis em
localizar a doença, porém não confirmam a malignidade. O tratamento
recomendado é a ressecção completa tumoral, que oferece as melhores
chances de cura. Conclusão: O prognóstico do carcinoma de paratireoide é bastante variável, e nenhuma característica permite predizer
como será a evolução da doença. O diagnóstico precoce e a completa
ressecção do tumor com margem de segurança na ocasião da cirurgia
inicial implicam melhor prognóstico.
241
PERFIL OSTEOMETABÓLICO DE UMA AMOSTRA DE
INDIVÍDUOS LONGEVOS DA COMUNIDADE: RESULTADOS
PRELIMINARES
Foroni, M. Z.¹; Cendoroglo, M. S.¹; Peters, B. S. E.¹; Moreira, P. F. P.¹;
Lazaretti-Castro, M.¹
¹ Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Descrever o nível de 25-hidroxivitamina D (25OHD) e
densidade mineral óssea (DMO) de indivíduos longevos da comunidade. Métodos: Setenta e cinco indivíduos longevos (idade média 88,1
± 5,1 anos, 65% mulheres) foram selecionados a partir de uma amostra
de residentes na comunidade. A DMO foi medida com absorciometria
por dupla emissão de raios X (Hologic). Os níveis séricos de 25OHD
foram medidos por ensaio de quimioluminescência (Diasorin). Resultados: O peso médio foi de 62,1 ± 12,3 kg, altura média de 154,3
± 8,9 cm e a média de índice de massa corporal (IMC) foi de 26,0 ±
4,1. Baixo peso foi observado em 18,7% dos indivíduos e 41,3% apresentavam sobrepeso e obesidade. A média da DMO da coluna lombar
foi 0,938 ± 0,232 g/cm² (T escore -1,1 ± 2,0), com 32% classificados
como osteopenia e 26,7%, como a osteoporose. A DMO média do
colo de fêmur foi de 0,660 ± 0,135 g/cm² (escore T -1,8 ± 1,0),
com 52% classificados como osteopenia e 29,3%, como osteoporose.
A DMO média do fêmur total foi de 0,754 ± 0,140 g/cm² (escore T
-1,6 ± 1,0), com 54,7% classificados como osteopenia e 18,7% como a
osteoporose. O nível sérico médio de 25OHD foi 19,2 ± 10,7 ng/ml.
Apenas 13,3% dos indivíduos apresentaram níveis ideais de 25OHD
(≥ 30 ng/ml), 73,4% apresentaram insuficiência de 25OHD (10-30
ng/ml) e 13,3% apresentaram deficiência de 25OHD. Discussão: A
amostra teve uma alta prevalência de obesidade e sobrepeso e insuficiência e deficiência de 25OHD. A maioria teve DMO da coluna lombar normal e osteopenia em colo de fêmur e fêmur total. Apenas 39%
apresentaram osteoporose em pelo menos um sítio. Como descrito na
literatura, idade e peso foram determinantes da DMO. Conclusão:
Indivíduos longevos residentes em comunidade participantes da amostra deste estudo são predominantemente mulheres, com sobrepeso ou
obesidade e osteopenia em pelo menos um sítio.
242
RADIOFREQUENCY ABLATION OF PULMONARY METASTASES
IN PARATHYROID CARCINOMA: AN ALTERNATIVE THERAPY
FOR SEVERE REFRACTORY HYPERCALCEMIA
Lourenço Junior, D. M.¹; Hoff, A. O.¹; Alcantara, A. E. E.¹; Teixeira, C.
H.¹; Martin, R. M.¹; Pedro Corrêa, H. S.¹; Menezes, M.¹
¹ Division of Endocrinology (LIM 25 and 42), Hospital das Clínicas, Cancer
Institute of São Paulo State, Division of Oncology, Radiology and Endocrinology,
University of São Paulo School of Medicine (USP), São Paulo, SP, Brazil
S286
Objective: Parathyroid carcinoma (PCA) is a rare disease accounting
for 0.005% of all malignances and less than 2% of primary hyperparathyroidism (HPT) cases. HRPT2 gene mutations play a central role
in the pathogenesis of parathyroid carcinoma and are observed not
only in sporadic but also in familial cases. Parathyroid carcinoma is an
aggressive disease associated with significant morbidity and mortality.
Patients present with severe hypercalcemia, renal insufficiency and debilitating bone manifestations including fractures and brown tumors.
Surgery is the main treatment but unfortunately recurrent disease is
extremely common. With the goal of disease control and improvement
of hypercalcemia, the treatment of metastatic PCA includes surgery of
metastatic lesions, bisphosphonates, radiotherapy, chemotherapy and
calcimimetics. Despite a multidisciplinary approach, death from uncontrolled hypercalcemia is common. Recently, radiofrequency ablation of metastatic PCA has been proposed as an alternative approach
to control disease. Methods: In this report, we describe 3 patients
with metastatic parathyroid carcinoma that failed conventional therapy
and underwent radiofrequency ablation of pulmonary lesions. All patients had severe hypercalcemia resistant to hydration, calcitonin and
zoledronic acid. One patient was treated with cinacalcet but failed to
tolerate it. All patients had multiple bilateral pulmonary metastases not
amenable for surgery. Severe bone disease (fractures, brown tumors)
was observed in two cases and the last presented recurrent pancreatitis.
Results: Pre-procedure serum calcium ranged from 14.8 mg/dL to
19.3 mg/dL and serum PTH ranged from 1,519 pg/mL to 6,118
pg/mL. Radiofrequency ablation was performed in at least two steps
to treat lesions from both lungs. Normalization of serum calcium and
significant reduction of PTH was observed in all 3 patients. Information on long-term control is available in 1 patient who remained stable
for 7 months when a repeat ablation was performed and resulted in
calcium normalization and disease control for another 8 months. The
other 2 patients were recently treated. Conclusion: Radiofrequency
ablation of metastatic parathyroid carcinoma to lungs is an alternative
approach to control refractory hypercalcemia.
243
CARCINOMA DE PARATIREOIDE E FOME ÓSSEA: RELATO DE
CASO
Martins, C. M.¹; Orlandi, D. M.¹; Valle, L. A.¹; Ohe, M.¹; Santos, R.¹;
Lazaretti-Castro, M.¹; Vieira, J. G.¹; Janovsky, C.¹
¹ Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: O presente artigo descreve o relato de dois pacientes com
carcinoma de paratireoide que evoluíram com hipocalcemia grave após
ressecção cirúrgica e revisa aspectos clínicos da fome óssea (FO). Métodos: Os pacientes em questão apresentavam valores intensamente
elevados de cálcio iônico sérico (1,9 e 2,1 mmol/L; referência 1,2
a 1,4 mmol/L) e de PTH (2.800 e 1.394 pg/ml, respectivamente;
referência 10 a 65 pg/mL) associado à doença óssea e à presença de
nódulo cervical palpável ao diagnóstico. Ambos foram submetidos à
paratiroidectomia, sendo que um evoluiu com metástases pulmonares. Resultados: Hipocalcemia importante foi observada após a paratiroidectomia em um paciente e somente após remoção cirúrgica
das metástases pulmonares em outro. Ambos necessitaram de reposição endovenosa de cálcio, revelando, assim, o estado de fome óssea
(FO). Discussão: O carcinoma de paratireoide é a neoplasia maligna
mais rara da endocrinologia (0,005% de todos os cânceres), de alta
reorrência e difícil controle. Manifesta-se por hiperparatireoidismo
primário, e o tratamento é exclusivamente cirúrgico. A presença da
FO usualmente reflete rápida mineralização óssea após correção do
hiperparatiroidismo; assim, quanto mais severa a doença óssea prévia à
cirurgia, maior será a FO observada no pós-operatório desses pacientes, necessitando de reposição endovenosa de cálcio e altas doses de
vitamina D via oral. Conclusão: Embora inicialmente considerada um
evento indesejável, a FO representa a bem-sucedida remoção cirúrgica
do tecido paratiroideano hipersecretor. Fome óssea deve ser esperada
no pós-operatório do tratamento cirúrgico bem-sucedido do carcinoma de paratireoide.
244
HIPERCORTISOLISMO CRÔNICO COMO FATOR
DESENCADEANTE DE OSTEOPOROSE EM MULHER JOVEM:
RELATO DE CASO
Magalhaes, P. L. D.¹; Garcia, M. C.¹; Rezende, T. F. R.¹; Lima, L. R. M.¹;
Vieira, J. E. M. L.¹; Noronha, M. V. J.¹
¹ Hospital Regional do Paranoá (HRPa), Brasília, DF, Brasil
Objetivo: Relatar o caso clínico de uma paciente jovem com osteoporose secundária ao uso crônico de corticoides. Métodos: Relato de
caso de uma paciente procedente do Hospital Regional do Paranoá.
Resultados: T.P.J., 46 anos, sexo feminino, negra, procedente do Paranoá-DF, iniciou acompanhamento no Centro de Saúde do Paranoá
em abril/2007 com quadro de hanseníase associada à reação hansênica
tipo 1 e tipo 2. Iniciado uso de prednisona para tratamento e controle da reação hansênica. Após esquema adequado para o tratamento
da hanseníase durante 12 meses e cura da doença, a paciente permaneceu em uso de altas doses de prednisona devido à persistência da
reação hansênica. Em 2011, evoluiu com quadro de dor lombar de
padrão mecânico. TC de coluna lombossacra evidenciou osteopenia
difusa, redução da altura de múltiplos corpos vertebrais, sobretudo
de T12, L1, L2 e L4, com colapso do corpo vertebral e redução do
diâmetro ântero-posterior do canal em L1/L2. Após o diagnóstico de
osteoporose secundária, foi iniciado o tratamento com alendronato e
carbonato de cálcio. Discussão: O hipercortisolismo crônico é a causa
mais frequente de osteoporose secundária. Os glicorticoides provocam
alterações na remodelação óssea, levando à redução principalmente da
massa mineral trabecular e ao aumento de fraturas. Ainda não se sabe o
mecanismo causador da osteoporose nessas situações. O tratamento de
pacientes com reação hansênica é feito com o uso de glicocorticoides
em altas doses e por tempo prolongado. Isso pode desencadear efeitos
sistêmicos no organismo do paciente. Entre eles está a osteoporose
secundária. Faz-se necessária, quando há a previsão do uso crônico do
medicamento, a prevenção dessa enfermidade por meio da reposição
de cálcio. Conclusão: O uso de crônico de glicocorticoides pode atuar
como fator desencadeante de osteoporose. Sendo assim, são necessários o uso racional desses medicamentos e a prevenção de osteoporose
secundária em situações que exijam o uso prolongado dos corticoides.
245
REPERCUSSÕES DA SUPLEMENTAÇÃO COM VITAMINA D NA
FUNÇÃO PULMONAR DE MULHERES PÓS-MENOPAUSADAS
SUBMETIDAS A EXERCÍCIOS AQUÁTICOS
Santos, R. N.¹; Pfrimer, L. D. F. M.¹; Bocalini, D. S.¹; Fronza, F. C. A. O.¹;
Lazaretti-Castro, M.¹
¹ Departamento de Medicina, Disciplina de Endocrinologia e Cardiologia da
Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM);
Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE-USP),
São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A vitamina D está associada a diversos processos biológicos, incluindo a função pulmonar. No entanto, não estão claros na
literatura quais os efeitos da suplementação com vitamina D sobre a
função pulmonar de mulheres após a menopausa. Objetivo: O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos da suplementação de vitamina
D e exercícios aquáticos (EA) sobre os parâmetros da função pulmonar (FP) em mulheres pós-menopausadas. Métodos: Noventa e sete
mulheres (59,44 ± 6,57 anos) foram randomizados em três grupos:
Controle (C, n = 10): sem a suplementação de vitamina D e exercícios
físicos; destreinado e vitamina D (D, n = 33): suplementação (1.000
UI de vitamina D3/dia) por seis meses e sem exercícios físicos. Treinado e vitamina D (T, n = 54): suplementação (1.000 UI de vitamina
D3/dia), mais exercícios aquáticos (50 min, três vezes por semana).
Foram analisados antes e depois de seis meses do estudo: o conteúdo sérico de 25-hidroxivitamina D (25OHD) por radioimunoensaio
(Diasorin®), o pico de fluxo expiratório (PFE), a capacidade vital forçada (CVF) e o volume expiratório forçado no 1o segundo (VEF1)
por meio da espirometria portátil (one flow). A cirtometria (CT) foi
utilizada para verificar a expansibilidade do tórax. Os resultados expressos em média ± erro-padrão foram analisados pelo teste t de Student e ANOVA One-way com post-hoc de Tukey quando apropriado.
Resultados: Não foram identificadas diferenças (p > 0,05) em todos
os parâmetros antes do início do protocolo. Contudo, após seis meses,
aumentos significativos nas concentrações de 25OHD foram encontrados nos grupos D (Antes: 52,6 ± 3, Depois: 67,5 ± 2,5; nmol/L)
e T (Antes: 52,8 ± 3, Depois: 69,8 ± 4; nmol/L). Os valores de % de
mudança dos parâmetros PFE e CVF da FP, nos grupos D (7 ± 2%; 7
± 2%) e T (11 ± 2%; 10 ± 2%) não diferiram entre si, contudo, foram
superiores (p < 0,001) ao C (-3 ± 2%; -5 ± 3%). Entretanto, os valores
do VEF1 dos grupos C (-3 ± 1%), D (3 ± 2%) e T (2 ± 1%) não diferiram (p > 0,05) entre si. Os valores da CT do grupo T (43 ± 3%) foram
significativamente (p0,05) entre si. Discussão: Estudos têm apontado
a ação da vitamina D sobre o tecido pulmonar, contribuindo para sua
remodelação e propriedades elásticas. Conclusão: Nossos dados sugerem que a suplementação de vitamina D melhora os parâmetros da
função pulmonar em mulheres na pós-menopausa, mesmo sem a prática de atividade física regular. Adicionalmente, os exercícios aquáticos
propiciaram aumento na expansibilidade torácica no grupo treinado.
246
SARCOPENIA: UM ESTUDO DE PREVALÊNCIA NO SUL DO
BRASIL
Beck, M. O.¹; Santos, K. R.¹; Cerezer, L. G.¹; Tierno, S. A.¹; Muradás, R.
R.¹; Lampert, M. A.¹; Premaor, M. O.¹
¹ Hospital Universitário de Santa Maria, Universidade Federal de Santa Maria
(HUSM-UFSM), Santa Maria, RS, Brasil
Introdução: A diminuição da massa muscular faz parte do envelhecimento normal. Todavia, a diminuição excessiva dessa massa, sarcopenia, está associada a síndrome de fragilidade do idoso e grande
morbidade. O objetivo de nosso estudo foi avaliar a prevalência de
sarcopenia em uma cidade do sul do Brasil. Métodos: Um estudo de
transversal foi realizado em mulheres jovens (idade entre 20 a 40 anos)
pertencentes à comunidade do bairro Camobi, Santa Maria (RS), e
suas familiares idosas (idade ≥ 60 anos). A medida da composição corporal foi realizada por densitometria (Lunar Progity Pro, GE Healthcare). Sarcopenia foi definida conforme os critérios de Baumgardner
[média (- 2DP) da massa magra/altura*altura] e Newman [critério de
Baumgardner utilizando o percentil 20 e percentil 20 dos resíduos de
uma regressão linear incluindo massa magra, altura e massa gorda]. O
estudo foi aprovado pelo CEP-UFSM e todas voluntárias preencheram
TCLE. Resultados: No total foram incluídas no estudo 39 mulheres
S287
Metabolismo Ósseo
Trabalhos Científicos
Metabolismo Ósseo
Trabalhos Científicos
jovens e 65 mulheres idosas. A prevalência de sarcopenia utilizando-se
o ponto de corte definido por Baumgardner (limite inferior = 5,45 kg)
para mulheres no Novo México foi 12,6%. Entretanto, quando calculamos o nosso limite inferior da normalidade utilizando nossa amostra
de mulheres jovens (média 6,153; DP 0,918), esse foi igual a 4,32 kg
e a prevalência de sarcopenia foi 1,0%. Interessantemente, o percentil
20 para sarcopenia em nossa população de mulheres jovens foi 5,54
kg, e a prevalência de sarcopenia segundo esse critério foi 14,6%. Para
a nossa população, a equação proposta por Newman foi ASM (kg) =
-20,82 + 20,80*altura (em metros) + 0,14*massa gorda (em kg) e
o ponto de corte dos resíduos foi -1,42. Como esperado, 20,3% das
mulheres incluídas no estudo apresentavam sarcopenia por esse ponto
de corte. Discussão: O ponto de corte de 4,32 kg encontrado em
nosso estudo se deve provavelmente ao n pequeno que aumenta o DP.
Por esse motivo, parece-nos mais apropriado considerarmos o percentil 20. Segundo esse critério, a prevalência de sarcopenia em nosso
estudo foi 14,6%. Como esperado, essa prevalência aumentou quando
corrigida para a gordura corporal. Mais estudos se fazem necessários
para avaliar os critérios diagnósticos com sua correlação prognóstica
na sarcopenia. Conclusão: Em nosso estudo, a prevalência de sacopenia foi 14,6% aplicando-se o critério de Baumgardner modificado por
Newman para o nosso meio.
247
SEGURANÇA DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS
AQUÁTICOS DE ALTA INTENSIDADE PARA OS PARÂMETROS
VERTEBRAIS DE MULHERES PÓS-MENOPAUSADAS COM E SEM
FR
Fronza, F. C. A. O.¹; Moreira-Pfrimer, L.¹; Santos, R. N.¹; Teixeira, L. R.¹;
Silva, D. A. S.¹; Petroski, E. L.¹
¹ Faculdade de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo (USP),
São Paulo, SP; Disciplina de Endocrinologia, Escola Paulista de Medicina,
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp-EPM), São Paulo, SP; Centro de
Desportos e Saúde da Universidade de Santa Catarina (UFSC), Santa Catarina,
SC, Brasil
Introdução: Devido à queda na produção de estrógenos, as mulheres pós-menopausadas são grupo de risco para osteoporose, doença que fragiliza o osso e cuja principal consequência são as fraturas,
principalmente em punho, fêmur e vértebras. Os exercícios físicos
têm sido indicados como prevenção e parte do tratamento da doença,
mas não se sabe ao certo se a sobrecarga mecânica imposta sobre as
vértebras fragilizadas poderia aumentar a incidência de fraturas nesse
sítio. Objetivo: O objetivo do estudo foi investigar se a sobrecarga
imposta por um programa de hidroginástica de alta intensidade pode
aumentar a incidência de fraturas vertebrais em mulheres pós-menopausadas com e sem fraturas vertebrais prévias. Métodos: Nesse estudo prospectivo e controlado, foram analisadas 108 mulheres sedentárias na pós-menopausa, randomizadas em grupo intervenção (GI =
64) e grupo controle (GC = 44). Todas as participantes receberam
suplementação oral com 500 mg de cálcio e 1.000 UI de vitamina
D3 e foram submetidas a uma avaliação inicial e após 24 semanas de
treinamento com um programa de hidroginástica de alta intensidade
fisiológica. A incidência de fraturas vertebrais foi avaliada pelo exame
de densitometria óssea (HOLOGIC, DISCOVERY A) seguido de
análise da morfometria vertebral para identificação de fraturas. Foram
considerados significativos os resultados quando p < 0,05. Resultados: No momento basal, a prevalência de fraturas vertebrais foi de
14% no GI e 19% no GC (GIxGC p = 0,288) e, no momento final,
foi de 25% no GI e 31% no GC (GIxGC p = 0,643). O comparativo intragrupos sugere também a segurança do protocolo, no qual no
momento basal tem-se um p = 0,126 e, no final, p = 0,192, não se
S288
observando diferenças estatísticas entre eles. Quanto à localização da
ocorrência de fraturas, a predominância foi na região anterior da vértebra, sendo a coluna torácica a mais acometida. Discussão: Os resultados apontam para a segurança do programa em relação à incidência de
fraturas vertebrais nas praticantes, pois estas não mostraram diferenças
significativas após o protocolo. A predominância de fraturas prévias
localizou-se na coluna torácica e porção anterior da vértebra. Conclusão: O estresse provocado pelo protocolo de exercícios aquáticos de
alta intensidade fisiológica foi seguro para a morfologia vertebral de
mulheres na pós-menopausa.
248
SEGURANÇA RENAL APÓS INFUSÃO ENDOVENOSA
RÁPIDA DE PAMIDRONATO (PAM) EM CRIANÇAS COM
OSTEOGÊNESE IMPERFEITA (OI) NAS FORMAS MODERADAS
E GRAVE
Oliveira, T. P.¹; Andrade, M. C.¹; Peters, B. S. E.¹; Reis, F. A.¹; Carvalhaes,
J. T. A.¹; Lazaretti-Castro, M.¹
¹ Setor de Doenças Osteometabólicas da Disciplina de Endocrinologia,
Nefropediatria e Radiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp),
São Paulo, SP, Brasil
Introdução: O tratamento endovenoso com PAM modificou a história natural da OI. Os esquemas propostos na literatura definiram arbitrariamente que a infusão EV de PAM na dose de 2 mg/kg peso fosse
dividida em dois ou três dias e feita ao longo de 4 horas, para evitar
potenciais danos renais, o que dificulta muito a prescrição em crianças
frágeis, além de ocupar periodicamente, por longo período, os leitos
hospitalares. Objetivo: Baseando-nos em estudos realizados em outras
situações clínicas, propusemos avaliar a segurança renal dessas doses
em infusões EV realizadas em apenas um dia e ao longo de duas horas,
em um estudo prospectivo de 12 meses. Métodos: Apresentaremos
dados preliminares obtidos ao final de dois ciclos. Todos os pacientes
estavam plenamente hidratados no dia do procedimento e medicações
potencialmente nefrotóxicas foram evitadas. Diversos parâmetros de
função renal [pressão arterial, microalbuminúria, creatinina plasmática
(Cr), diurese, ritmo de filtração glomerular (RFG em ml/min/1,73
m²), Na e K e sedimento urinário] foram monitorados nos tempos 0,
2, 8, 24 horas e 7 dias da infusão com PAM. Resultados: Dezoito
crianças e adolescentes (idade: 8,89 ± 4,12 anos; 55,6% meninas e
44,4% meninos) com OI tipo I, III e IV finalizaram a primeira infusão
e 13 finalizaram a segunda, após quatro meses. Durante esse tempo
de acompanhamento, não houve evidência de deterioração renal. Na
primeira infusão, um aumento transitório da Cr foi observado nas 8
horas, em relação ao basal (0,38 ± 0,12 e 0,43 ± 0,12 mg/dL, respectivamente; p = 0,014), entretanto, após 7 dias, esses valores haviam
retornado ao basal (0,37 ± 0,11 mg/dL). O mesmo fenômeno foi
observado após a segunda infusão (13 pacientes). Essa oscilação foi
confirmada no RFG entre o basal e 8 horas (167,82 ± 31 vs. 147,67
± 28; p = 0,02) e retornando ao basal sete dias após a primeira infusão
(170,44 ± 34; p = 0,004). Um único paciente teve variação clinicamente relevante de 75% da creatinina plasmática 8 horas após a primeira infusão, que retornou ao basal após 24 horas. Nenhum outro parâmetro avaliado sofreu variação significativa em qualquer momento.
Discussão: Nossos resultados preliminares sugerem que a infusão EV
de PAM na dose de 2 mg/kg de peso ao longo de 2 horas não induziu
deterioração da função renal em pacientes com OI previamente hidratados. Conclusão: Caso essa segurança renal se mantenha ao final
dos 12 meses se seguimento, poderemos propor esse novo esquema
terapêutico, muito mais confortável para o paciente e seus familiares,
além de menos honeroso para o sistema de saúde.
249
SEGURANÇA RENAL DO PAMIDRONATO ENDOVENOSO EM
UM TEMPO DE INFUSÃO DE 2 HORAS PARA O TRATAMENTO
DE CRIANÇAS COM OSTEOGÊNESE IMPERFEITA
Oliveira, T. P.¹; Andrade, M. C.¹; Peters, B. S. E.¹; Reis, F. A.¹; Carvalhaes,
J. T. A.¹; Lazaretti-Castro, M.¹
¹ Setor de Doenças Osteometabólicas da Disciplina de Endocrinologia e
Radiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A osteogênese imperfeita (OI) é uma doença genética
rara com fragilidade óssea aumentada e baixa massa óssea. O esquema
de tratamento mais utilizado é o pamidronato (PAM) na dose de 1
mg/kg por três dias em um tempo de infusão de 4 horas. Objetivo: O
objetivo deste trabalho é demonstrar que a infusão de PAM em 1 dia e
em 2 horas é segura. Métodos: Estudo prospectivo, centro único, para
avaliar a segurança renal do PAM em um tempo de infusão de 2 horas.
Uma dose de 2 mg/kg a cada 4 meses foi realizada (total de 2 doses).
A função renal foi monitorada nos tempos 0, 2, 8, 24 horas e 7 dias
após a infusão do PAM. Dezoito crianças e adolescentes com OI tipo
I, III e IV foram incluídos. A média de idade foi 8,89 ± 4,12 anos, sendo 55,6% do sexo feminino e 44,4%, masculino. Resultados: Durante
o tempo de acompanhamento, não houve deterioração renal nesses
pacientes. Na primeira infusão (18 pacientes), a média de creatinina
sérica basal foi de 0,38 ± 0,12 e 0,37 ± 0,11 7 dias depois (p = 0,53).
Houve aumento transitório leve da creatinina entre o basal e 8 horas
após (0,38 ± 0,12 vs. 0,43 ± 0,12, p = 0,014). Entretanto, os valores
de creatinina foram recuperados de 8 horas para 7 dias após (0,43 ±
0,12 vs. 0,37 ± 0,11, p = 0,001). Na segunda infusão (13 pacientes),
não houve alterações significativas na creatinina sérica entre o basal e
o sétimo dia (0,38 ± 0,14 vs. 0,40 ± 0,14, p = 0,56). Também foram
encontrados menores níveis de creatinina basal em todos os pacientes
com OI. O GFR seguiu o mesmo padrão, houve uma leve diminuição
inicial que foi recuperada 7 dias após. A média dos valores de GFR
entre o basal, 8 horas e 7 dias após foi de 167,82 ± 31 vs. 147,67 ±
28 vs. 170,44 ± 34 ml/min/1,73 m², p = 0,02 e p = 0,004. A maior
variação individual da creatinina sérica foi um aumento de 75% em 8
horas após a infusão seguida por uma redução de 61,9% de 8 para 24
horas. Não houve diferenças significativas na microalbuminúria, ureia,
sódio e potássio. A média de 25OHD foi 23,06 ± 7,2 ng/ml. Discussão: Esses resultados sugerem que a infusão mais curta do PAM foi
bem tolerada, não houve deterioração renal em um tempo de infusão
de 2 horas e a incidência de efeitos adversos clínicos ou laboratoriais
foi semelhante à infusão de 4 horas descrita na literatura. A creatinina
basal mais baixa deve estar relacionada com a baixa massa magra que
é encontrada nesses pacientes com OI. Conclusão: Novos e maiores
estudos são necessários para demonstrar a segurança renal do PAM em
um menor tempo de infusão.
250
SÍNDROME METABÓLICA E OBESIDADE ESTÃO ASSOCIADAS À
DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D: UM ESTUDO DE PREVALÊNCIA
NO SUL DO BRASIL
Mussio, A. V.¹; Zottele, L. V.¹; Muradás, R. R.¹; Tierno, S. A.¹; Costa, K.
K.¹; Beck, M. O.¹; Premaor, M. O.¹
¹ Hospital Universitário de Santa Maria, Universidade Federal de Santa Maria
(HUSM-UFSM), Santa Maria, RS Brasil
Introdução: A associação entre síndrome metabólica, obesidade é hipovitaminose D vem sendo descrita por vários estudos. Todavia, esse
é um assunto pouco estudado em nosso meio. Objetivo: O objetivo
deste estudo foi avaliar a associação entre síndrome metabólica, obe-
sidade e deficiência de vitamina D. Métodos: Um estudo de transversal foi realizado em mulheres jovens (idade entre 20 e 40 anos)
pertencentes à comunidade do bairro Camobi, Santa Maria (RS),
e suas familiares idosas (idade ≥ 60 anos). A 25-hidroxivitamina D
[25(OH)D] foi coletada em março de 2012, pela manhã, em jejum, e
dosada por quimiluminescência (DPC, Los Angeles, CA). Síndrome
metabólica e obesidade foram diagnosticadas conforme os critérios da
Organização Mundial de Saúde. O estudo foi aprovado pelo CEP-UFSM e todas voluntárias preencheram TCLE. Resultados: No total,
foram incluídas, no estudo, 39 mulheres jovens e 65 mulheres idosas.
Síndrome metabólica esteve presente em 10,3% das mulheres jovens
e 58,5 das mulheres idosas. Entre elas, 20,5% das jovens e 29,2% das
idosas eram obesas (IMC ≥ 30). A prevalência de deficiência de vitamina D [25(OH)D ≤ 20 ng/mL] foi 10,3% nas mulheres jovens e
20% nas mulheres idosas. E a prevalência de insuficiência de vitamina
D [25(OH)D > 20 ng/mL e ≤ 30 ng/mL] foi 35,9% nas mulheres
jovens e 60% nas mulheres idosas. A deficiência de vitamina D associou-se à obesidade (OR 3,59; IC 95% 1,07 - 12,02; p = 0,038) e à
síndrome metabólica (OR 4,19; IC 95% 1,33 - 13,18; p = 0,014),
mesmo após a correção para a faixa etária. Discussão: As prevalências
de síndrome metabólica, obesidade, deficiência de vitamina D e insuficiência de vitamina D foram bastante altas em nosso estudo. Mesmo
no verão, 80% das mulheres idosas e 46,2% das mulheres jovens apresentavam níveis séricos de 25(OH)D inferiores a 30 ng/mL. Além disso, no nosso conhecimento esse é um dos poucos estudos a descrever
a associação entre deficiência de vitamina D e síndrome metabólica no
Brasil. Conclusão: A síndrome metabólica e a obesidade associaram-se
à deficiência de vitamina D em nosso estudo.
NEUROENDÓCRINO
251
ACROMEGALIA – CASUÍSTICA E ANÁLISE CRÍTICA EM
SERVIÇO DE REFERÊNCIA – HOSPITAL DE BASE DE SÃO JOSÉ
DO RIO PRETO
Santos, R. A.¹; Campos, R. G.¹; Luz, N. M.¹; Pallone, C. R. S.¹; Tavares,
M. C. S.¹; Abílio, R. S.¹; Pires, A. C.¹
¹ Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, Hospital de Base (Famerp),
São José do Rio Preto, SP, Brasil
Introdução: A acromegalia é uma patologia sistêmica relacionada à
produção elevada de hormônio de crescimento e do fator de crescimento semelhante à insulina tipo I. Se não controlada adequadamente, a doença gera graves complicações cardiovasculares, respiratórias,
metabólicas e neoplásicas. Objetivo: Neste trabalho, relatamos a casuística de nosso serviço (Hospital de Base – São José do Rio Preto)
para diversos parâmetros relacionados à acromegalia. Métodos: Os
dados foram coletados por meio do prontuário eletrônico, incluindo
exames de imagem e laboratoriais, evoluções de internação e consultas
ambulatoriais. Resultados: O Octreotide foi utilizado por 17 pacientes (85%) e a combinação com cabergolina ocorreu em 5 pacientes
(25%). Do total, 14 (70%) possuíam macroadenoma ao diagnóstico,
5 (25%) possuíam microadenoma, não sendo localizada imagem em
RM de hipófise em um. Quatro possuíam tumores cossecretores de
GH e prolactina (20%). Doze (60%) foram submetidos à cirurgia e,
destes, 6 foram curados (50%), com 1 recidiva pós-cura (16,6%). Seis
foram submetidos à radioterapia. Sintomas compressivos ao diagnóstico ocorreram em 9 pacientes (45%) e aumento de partes moles, em
16 (80%) casos. Diabetes mellitus estava presente em 4 (20%) pacientes ao diagnóstico. De um total de 13, evidenciamos 6 colonoscopias
S289
Neuroendócrino
Trabalhos Científicos
Neuroendócrino
Trabalhos Científicos
normais (46,1%) e 4 casos de pólipo hiperplásico (30,7%). Ultrassom
de abdome normal foi encontrado em 11 casos de um total de 14
(78,5%), 2 achados de colelitíase (14,2%). Todos os pacientes apresentavam GH /IGF1 acima do valor de referência e, após cirurgia e/ou
tratamento medicamentoso, 15 evidenciaram normalização dos valores de GH e/ou IGF-1. Discussão: Avaliamos 20 acromegálicos, 45%
com sintomas compressivos e 85% com aumento de partes moles ao
diagnóstico. Do total, apenas 60% foram submetidos à cirurgia devido
à dificuldade de realização em nosso serviço. A taxa de recidiva foi de
25%. O Octreotide foi utilizado por 85% dos pacientes. Macroadenoma foi observado em 70% dos casos. Conclusão: Nossa casuística
quanto à literatura mostrou-se compatível em relação a prevalência
de macroadenoma, sintomas compressivos e aumento de partes moles
ao diagnóstico, a cura pós-cirúrgica e a cura após uso de análogos da
somatostatina. Mostrou correlação com a presença de diabetes mellitus, pólipos colônicos e litíase renal concomitante com o quadro de
acromegalia.
252
ACROMEGALIA ASSOCIADA À DOENÇA DE GRAVES
Sá, M. A.¹; Madruga, I. D.¹; Honório, A. V. M.¹; Barreto, V. E. C.¹; Beltrão,
F. E. L.¹; Farias, M. B.¹
¹ Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), Universidade Federal da Paraíba
(UFPB), João Pessoa, PB, Brasil
Objetivo: Descrever um caso raro de acromegalia associada à doença
de Graves. Métodos: L.S.A., 46 anos, feminino, há 5 meses com quadro de astenia, anorexia, perda de peso (16 kg em 3 meses), sudorese,
alopecia, tontura, cefaleia, rouquidão, palpitações, insônia e edema
de membros inferiores. Iniciou tratamento para doença tireoideana
com Tapazol. Inicialmente houve melhora dos sintomas, mas, após
três meses, iniciou tratamento com Puran. Há 15 dias houve piora do
quadro com astenia generalizada, tremores, insônia e prurido. RNM
de crânio evidenciava macroadenoma hipofisário. Ao exame: bulhas
cardíacas hiperfonéticas, FC = 110 bpm, bócio tireoideano difuso,
tremor de extremidades, quirodáctilos grandes e largos, proeminência
frontal, alargamento do nariz. Exames: T4 livre = 5,04 ng/dL; TSH =
0,01 uUI/mL; Anti-TPO = 570 UI/Ml; TRAB: > 40 UI/L; IGF-1
= 624 ng/Ml (VR: 94 -262); HGH-CURVA: basal = 8,69; 30 min =
9,51; 60 min = 7,99; 120 min = 6,98; 180 min = 6,0; cortisol = 3,7
ng/dL; USG de tireoide: bócio difuso (tireoidite) – tireoide bastante
aumentada de volume, com morfologia globosa e textura difusamente
heterogênea, com intensa vascularização em toda a glândula. Sem lesão focal ao Doppler. Dimensões da tireoide: lobo direito – 7,2 x 2,9
x 3,6 cm (volume: 39,6 cm³); lobo esquerdo – 8,8 x 2,7 x 3,4 cm (volume: 43,2 cm³). RNM de hipófise: macroadenoma hipofisário (1,9 x
1,4 x 1,4 cm), sem compressão do quiasma óptico. Resultados: Foi
diagnosticada acromegalia associada à doença de Graves (DG). Suspenso Puran, tratada com Tapazol e prednisona. Encaminhada para
cirurgia transesfenoidal (adenomectomia). Discussão: Acromegalia é
uma desordem causada por excesso circulante do hormônio do crescimento (GH), resultando em deformidades, incapacidade e redução da
expectativa de vida devido à doença multissistêmica. Estudos relatam a
ocorrência de bócio tireoideano difuso ou multinodular em pacientes
acromegálicos, possivelmente devido ao excesso de IGF-1, principal
promotor do crescimento da tireoide nesses casos. Entretanto, são raros os casos de acromegalia associada à DG. Na literatura, são descritos
apenas 15 casos até o ano de 2006, predominantemente no sexo
feminino. Conclusão: A importância deste caso se deve à raridade de
coocorrência de acromegalia e DG. Dessa forma, o hipertiroidismo
deve ser pesquisado em pacientes com acromegalia e perda de peso.
S290
253
ACROMEGALIA E GESTAÇÃO: RELATO DE CASO
Guimarães, R. V.¹; Camata Junior, O. L.¹; Heleno, P. T.¹; Marques, J.
V.¹; Medeiros, L. S.¹; Silva, P. P.¹; Graça, M. P.¹; Casini, A. F.¹
¹ Universidade de Vila Velha (UVV); ² Serviço de Endocrinologia e Metabologia
do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória (HSCMV); ³ Escola Superior de
Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM), Vitória, ES, Brasil
Objetivo: Relatar o caso de uma gestante acromegálica e sua evolução
clínica. Métodos: Relato de caso: V.V.B., 35 anos, GI PI A0, há dois
anos referindo aumento de extremidades, artralgias e cefaleia. Resultados: Após confirmação laboratorial e de imagem (macroadenoma
hipofisário-1,7 cm) da acromegalia, foi submetida à cirurgia transesfenoidal, evoluindo com insuficiência adrenal secundária. Iniciado
tratamento clínico adjuvante com octreotide LAR 20 mg em 11/11
[GH: 55,6 ng/mL, IGF-I: 1.300 ng/mL (307), RM sela túrcica: macroadenoma 2,1 cm, quiasma óptico livre]. Em 3/12 relatou atraso
menstrual confirmado por β-hCG (+), a despeito das recomendações
quanto a gestação e atividade da doença. Suspenso octreotide LAR e
solicitado US que evidenciou idade gestacional (IG) 25 semanas, GH:
22 ng/mL, IGF-I: 685 ng/mL (297). Evoluiu com DM gestacional
(TOTG: basal 80, 1 H 77, 2 H 204 mg/dL) controlado com dieta,
bons níveis pressóricos e assintomática do ponto de vista de efeito de
massa. US de 06/12: IG 36,5 semanas, crescimento fetal adequado.
Em 17/7/2012, foi submetida à cesariana sem intercorrências, recém-nascido de peso ideal, em aleitamento materno exclusivo. Solicitada avaliação hormonal um mês pós-parto, assim como RM de sela
túrcica. Discussão: A descontinuação da medicação tem sido indicada,
principalmente dos análogos da somatostatina, por implicarem em diminuição do crescimento fetal. De fato, o tratamento da paciente foi
descontinuado, não tendo sido demonstrada alteração no desenvolvimento fetal. Por outro lado, atividade de doença correlaciona-se com
maior chance de DM, assim como de pré-eclâmpsia. Conclusão: A
gestação apresenta influência sobre a acromegalia, e vice-versa. Desse
modo, é de crucial importância o acompanhamento pré-natal.
254
ACROMEGALIA: MELHORA CLÍNICA COM ANÁLOGO DE
SOMATOSTATINA APÓS INSUCESSO CIRÚRGICO: RELATO DE
CASO
Braga, P. M. C.¹; Araújo, J. G. B.¹; Carvalho, I. A. F.¹; Castro, I. M.¹;
Léda, T. A. M.¹; Melo, L. P. P.¹; Santos, P. B.¹
¹ Faculdade Integral Diferencial (Facid), Teresina, PI, Brasil
Objetivo: Relatar o sucesso terapêutico do octreotídeo LAR em paciente acromegálica após o insucesso de cirurgia transcraniana para
terapia curativa. Métodos: As informações foram obtidas por meio
de revisão do prontuário e exames, entrevista com o paciente e revisão literária. Resultados: No seguimento da terapia medicamentosa,
paciente apresentou melhora de sintomas, redução tumoral para 2,3
x 2,6 x 2,7 cm e IGF-1 de 800 ng/ml (val. de ref. 36 a 40 anos:
109 a 284 ng/ml) e GH de 3,36 ng/ml (val. de ref. para mulher: <
3,61 ng/ml). Discussão: A acromegalia é uma síndrome decorrente
do excesso do hormônio de crescimento (GH). Noventa por cento
dos casos ocorrem de forma esporádica, causados por macroadenomas hipofisários, geralmente benignos. No Brasil, aproximadamente
700 novos casos são diagnosticados por ano. O quadro clínico inclui
sintomas neurológicos, hipertensão arterial, ganho de peso e aumento das extremidades. A suspeita de acromegalia deve ser confirmada
laboratorialmente com a demonstração de níveis séricos elevados de
GH e de IGF-1 para sexo e idade. A principal opção terapêutica na
acromegalia é a cirurgia transesfenoidal, e a terapia medicamentosa representa a segunda opção. Relata-se uma paciente de 39 anos,
procedente de Teresina-PI, com queixa de aumento de extremidades,
diminuição da acuidade visual, cefaleia e amenorreia há 9 meses. Ao
exame físico, paciente apresentava alterações fisionômicas, aumento do
diâmetro dos dedos das mãos, macroglossia, PA = 140/90 mmHg. Os
exames laboratoriais mostraram IGF-1 de 1.108 ng/ml, GH de 71
ng/ml. Realizou ressonância nuclear magnética (RNM) de crânio, que
evidenciou macroadenoma hipofisário com extensão suprasselar 3,1 x
2,3 x 2,5 cm. Após diagnóstico de acromegalia, realizou-se cirurgia
transcraniana que resultou em importante melhora clínica da paciente,
porém os valores do IGF-1 permaneceram elevados. No seguimento
4 meses pós-cirurgia, a redução máxima dos valores de IGF-1 foi de
25% do valor inicial e o RNM de controle não mostrou redução tumoral. Optou-se pelo uso de octreotídeo LAR 20 mg injetável a cada 28
dias. Após 3 meses da terapia medicamentosa, a paciente evoluiu com
melhora dos sintomas residuais, redução da massa tumoral para 2,3 x
2,6 x 2,7 cm e IGf-1 de 800 ng/ml e GH de 3,36 ng/ml. Conclusão:
A acromegalia é uma condição rara e debilitante, sendo o diagnóstico
precoce e o tratamento adequado, imprescindíveis para evitar complicações graves aos pacientes. A terapia medicamentosa é opção após a
ressecção cirúrgica do tumor para controle dos valores de IGF-1 e GH.
255
ADENOMA HIPOFISÁRIO ECTÓPICO PRODUTOR DE GH:
DESCRIÇÃO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA
Marino, E. C.¹; Santos, R. A.¹; Campos, R. G.¹; Luz, N. M.¹; Tavares, M.
C. S.¹; Pires, A. C.¹
¹ Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), Hospital de Base,
São José do Rio Preto, SP, Brasil
Objetivo: A acromegalia é caracterizada pela hipersecreção de GH, levando ao aumento de IGF-1 e clinicamente caracterizado pelos efeitos
deste último. Massas selares são responsáveis por 98% dos casos e os outros 2% são extrasselares. A seguir, descreveremos um caso raro de adenoma ectópico em clívus. Métodos: Os dados do paciente foram coletados por meio do prontuário eletrônico, incluindo exames de imagem
e laboratoriais, evoluções de internação e consultas ambulatoriais. Resultados: Paciente de 30 anos, sexo feminino, notou edema de mãos e
face, com aumento progressivo de número de calçados há 5 anos, e há
3 anos passou a apresentar aumento de massa muscular, masculinização
da face e aumento de pilificação em tronco, membros e face. Há 1 ano
notou aumento do volume do clitóris, procurando atendimento com
ginecologista e cirurgião plástico, sendo encaminhada pelo cirurgião.
Exame físico: Escore de Ferriman: 8; facies masculinizada e clitoromegalia; glicemia de jejum: 121 mg/dL / 2h pós-dextrosol: 63 GH: 218
ng/mL basal (Pós 75 g de glicose: 60 ng/mL min: 156 ng/mL/120
min 165 ng/mL) IGF-1 > 500 ng/mL RM de crânio (17/6/2008):
lesão expansiva em clívus e osso esfenoide, realçada pelo contraste, 1,8
x 1,8 x 1,6 cm, com compressão de hipófise com deslocamento cranial.
Hipófise sem alterações. Após os exames, a paciente foi encaminhada
para neurocirurgia e iniciado octreotide LAR 30 mg a cada 28 dias.
Após 11a e 16a dose de octreotide LAR, os exames hormonais estavam normais e os de imagem apresentavam redução progressiva do
tamanho da lesão associado à sela parcialmente vazia. Após 28 doses,
novo exame mostrou ausência da lesão em clívus e sela parcialmente
vazia, ainda aguardando na fila para neurocirurgia. No momento, a
paciente apresenta-se sem uso de medicação desde maio/2012, pois
notou amenorreia, sendo realizada dosagem de B-HCG que estava positiva, iniciando acompanhamento com obstetra. No dia 6/7/2012, a
paciente nos trouxe uma ultrassonografia com gestação gemelar de 14
semanas e 2 dias. Discussão: O caso apresentado representa uma entidade rara, os adenomas hipofisários ectópicos no clívus. Encontramos
descritos apenas 4 casos com secreção de GH. Nosso caso é particular
por ter regredido totalmente com o uso de octreotide LAR, sem cirurgia e evoluindo com gestação gemelar após 4 anos do diagnóstico.
Conclusão: A acromegalia é uma doença rara com alta morbidade e,
embora a causa mais comum seja a presença de tumores hipofisários,
em cerca de 2% dos casos a patologia é extrasselar.
256
ADENOMA HIPOFISÁRIO SECRETOR DE TSH: RELATO DE CASO
Lima Junior, J. V.¹; Aum, P. M. P.¹; Scalissi, N. M.¹
¹ Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (FCMSCSP), São Paulo,
SP, Brasil
Objetivo: O adenoma hipofisário secretor de TSH (TSHoma) é uma
rara causa de hipertireoidismo. Tem sido estimado que menos de 2%
de todos os tumores hipofisários são TSHomas, com uma incidência
de 1 caso por milhão. O presente trabalho tem como objetivo relatar
um caso de TSHoma. Métodos: Foi revisado prontuário de paciente
com diagnóstico de TSHoma seguido pelo ambulatório de Endocrinologia. Resultados: V.D.O., 61 anos, masculino, história de cefaleia
há 11 anos. Em 2005, após TC de crânio, realizou RM de sela turca
com formação expansiva suprasselar de 1,1 x 1,0 x 1,0 cm, com discreta compressão sobre o quiasma óptico (QO); TSH 3,73 UI/mL
(Valor de Referência - VR - : 0,4-4); T4L: 1,7 ng/dL (VR: 0,9-1,8);
prolactina: 5,6 ng/mL (VR: 3,7-23,2). Com o diagnóstico, à época,
de adenoma hipofisário clinicamente não funcionante comprimindo
o QO, fora encaminhado para ressecção transesfenoidal, no entanto,
evoluiu com parada cardiorrespiratória na indução anestésica em dezembro de 2006. Em 2009, RM de sela turca demonstrava a formação
expansiva de tamanho inalterado; campimetria sem alteração; TSH:
2,26 uU/mL (VR: 0,4-4); T4L: 2,2 ng/dL (VR: 0,9-1,8); Anti-Tg e
Anti-TPO negativos; ultrassonografia de tireoide com nódulo hiperecogênico de 0,4 cm e ecotextura homogênea; cintilografia de tireoide
dentro da normalidade; cortisol: 18,1 mcg/dL (VR: 5-25); pesquisa
para feocromocitoma negativa. Em 2011, teste de estímulo com TRH
(200 mcg) sem hiperresposta, descartando a SRHT; subunidade alfa
de hormônio glicoproteico hipofisário: 1.880 ng/mL (VR: 790), confirmando a hipótese diagnóstica de TSHoma. Iniciado octreotide LAR
20 mg de 30 em 30 dias para posterior programação cirúrgica. Discussão: TSHoma é caracterizado por aumento dos níveis circulantes
de hormônios tireoideanos, na presença de TSH mensurável (normal
ou alto). O diagnóstico baseia-se em testes dinâmicos, como o teste
com TRH, e na medida da subunidade alfa de hormônios glicoproteicos hipofisários que ajudam a diferenciá-lo da síndrome de resistência
ao hormônio tireoideano (SRHT). Conclusão: O diagnóstico precoce e o correto tratamento dos TSHomas podem prevenir complicações
neurológicas e endocrinológicas como cefaleia, defeitos no campo visual e hipopituitarismo, assim como aumentar suas taxas de cura.
257
ADENOMA HIPOFISÁRIO SECRETOR DE TSH: RELATO DE CASO
E REVISÃO DA LITERATURA
Simionatto, C. A.¹; Carvalho, N. G.¹; Betônico, C. C. R.¹; Filho, F. R. P.¹;
Marin, F. F.¹
¹ Hospital Regional de Presidente Prudente, Universidade do Oeste Paulista
(Unoeste), Presidente Prudente, SP, Brasil
Objetivo: Relatar um caso raro de um paciente portador de tumor hipofisário secretor de TSH e revisar a literatura visando ao diagnóstico e
S291
Neuroendócrino
Trabalhos Científicos
Neuroendócrino
Trabalhos Científicos
ao manejo dessa patologia. Métodos: Realizamos relato de caso com
paciente do sexo masculino, 57 anos, com diagnóstico clínico de tumor
hipofisário secretor de TSH, em maio de 2012, que permitiu o relato
por meio de consentimento informado. Revisão da literatura utilizando
o PubMed com as seguintes palavras-chave: TSH, tumor hipofisário,
tireotropinoma. Resultados: Paciente encaminhado ao ambulatório
de endocrinologia do Hospital Regional de Presidente Prudente, com
queixa de astenia e sintomas de tireotoxicose, há dois anos em tratamento em outro serviço com levotiroxina por alteração de TSH. Referiu
aumento progressivo da dose de levotiroxina até 200 mcg, mantendo
em todos os exames prévios valores de TSH e T4 livre sempre elevados
com piora progressiva da sintomatologia. Durante investigação inicial,
apresentou TSH: 10,20 uUI/ml e T4 livre: 3,01 ng/dl. Realizado
RNM de hipófise apresentando glândula com aumento volumétrico, com cerca de 20 x 19 x 18 mm, e lesão expansiva na região selar,
compatível com macroadenoma hipofisário, e dosagem da subunidade
alfa livre dos hormônios glicoproteicos de 3.130 ng/l confirmando o
diagnóstico de adenoma hipofisário secretor de TSH. Discussão: Os
tireotropinomas são tumores raros, compreendendo em torno de 2,8%
dos adenomas hipofisários. Como no acaso descrito acima, os pacientes
relatam história de disfunção tireoidiana de longa duração com evolução progressiva e quadros variáveis desde franca tireotoxicose até ausência de sintomas, associados a elevadas concentrações de hormônios
tireoidianos. Frequentemente são confundidos com afecções primárias
da tireoide e, portanto, muitos pacientes recebem terapia tireoidiana indevida previamente. A base laboratorial para o diagnóstico consiste em
concentrações elevadas dos hormônios tireoidianos diante de concentrações de TSH inapropriadamente normais ou elevadas. Em 66% dos
tireotropinomas, independentemente do tratamento tireoidiano prévio,
observa-se a cossecreção elevada da subunidade alfa. Conclusão: Na
presença de hormônios tireoidianos elevados e TSH inapropriadamente
normal ou elevado, é importante aventar a possibilidade do adenoma
hipofisário produtor de TSH, evitando, assim, terapêutica inapropriada
com levotiroxina e atraso no diagnóstico e tratamento do tumor.
258
ANÁLISE DA EXPRESSÃO DE GENES CODIFICADORES
DE PROTEÍNAS RIBOSSOMAIS E MUTAÇÕES GNAS
NA PATOGÊNESE E DESFECHOS CLÍNICOS DE
SOMATOTROFINOMAS
Martins, C. S.¹; Lima, D. S.¹; Paixao, B. M. C.¹; Quidute, A. R.¹; Coeli, F.
B.¹; Moreira, A. C.¹; Castro, M.¹
¹ Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FAMERP),
Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
Objetivo: A patogênese de somatotrofinomas não está totalmente elucidada. As mutações mais frequentes (30%-40% dos tumores esporádicos) são mutações somáticas ativadoras de GNAS. Estudos em nosso laboratório utilizando SAGE (análise seriada da expressão gênica)
mostraram hipoexpressão de genes codificadores de proteínas ribossomais (genes RP) em biblioteca de somatotrofinomas, confirmada por
PCR real time (RT-PCR). O objetivo deste estudo é avaliar associação
entre expressão dos genes RPS3, RPS7, RPS14, RPS29 e RPSA e mutação somática do GNAS, e associação entre expressão dos genes RP e
presença de mutação do GNAS com tamanho tumoral, remissão após
cirurgia e controle com tratamento medicamentoso. Métodos: Utilizadas 15 amostras de somatotrofinoma e 8 hipófises controle. DNA e
RNA extraídos por Trizol. Expressão de RPS3, RPS7, RPS14, RPS29
e RPSA em tumores e controles avaliada por RT-PCR. Mutações de
GNAS (códons 201 e 227) pesquisadas por PCR e sequenciamento.
Coletados dados clínicos e laboratoriais dos pacientes. Análise estatís-
S292
tica: Teste não paramétrico de Mann-Whitney para variáveis quantitativas e Teste Exato de Fisher para variáveis qualitativas. Resultados:
Os genes RP estavam hipoexpressos nos tumores, exceto RPS7. Fold
change: RPS3 -1,8 (p = 0,01) RPS7 -1,6 (p = 0,14) RPS14 -1,9 (p =
0,02) RPS29 -2,5 (p = 0,006) e RPSA -1,7 (p = 0,02). Mutação do
GNAS foi encontrada em seis (40%) tumores. A presença de mutação
associou-se à maior expressão de RPS7 (p = 0,046), mas não à hipoexpressão dos demais genes RP. Não houve associação entre hipoexpressão dos genes RP ou presença de mutação GNAS e tamanho tumoral,
remissão após cirurgia ou controle medicamentoso. Discussão: Dados
recentes indicam envolvimento de proteínas ribossomais em tumorigênese, contribuindo com outros genes para modificar ciclo celular,
reparo de DNA e apoptose. GNAS é um oncogene e suas mutações
levam à ativação de vias transdutoras de sinal. Não se sabe se proteínas
ribossomais poderiam desempenhar papel modulador sobre essas vias.
Há discussão na literatura sobre a relação entre a presença de mutações
GNAS e sensibilidade a tratamento medicamentoso. Conclusão: Nossos dados indicam hipoexpressão de genes RP em somatotrofinomas,
indicando um possível papel desses genes na patogênese desses tumores, que parece ser independente de GNAS. Nossos dados indicam não
haver relação entre mutações GNAS e resposta terapêutica.
259
ANÁLISE DESCRITIVA DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE
PACIENTES ACROMEGÁLICOS E SUAS COMORBIDADES
ASSOCIADAS
Nobrega, L. H. C.¹; Lima, J. G. L.¹; Feijo, B. M. X. C. R. R.¹; Amorim, A. D.
P. S.¹; Mendonça, R. P.¹; Fernandes, K. M.¹; Viana, L. S. A. A.¹
¹ Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), Universidade Federal do Rio Grande
do Norte (UFRN), Natal, RN, Brasil
Introdução: O excesso de GH, usualmente causado por um adenoma
hipofisário na acromegalia, atua sobre uma vasta gama de vias bioquímicas, modula o metabolismo intermediário e crescimento de células e
está associado a um número significante de comorbidades. Objetivo:
O objetivo deste estudo é descrever as características demográficas,
hormonais e comorbidades em pacientes acromegálicos acompanhados em nosso serviço de endocrinologia. Métodos: Foram avaliados,
retrospectivamente, pacientes com o diagnóstico de acromegalia e
acompanhados em nosso serviço. Foram avaliadas as variáveis idade,
sexo, tempo de doença, níveis de GH e IGF-1, e níveis de TSH e T4
livre antes e após tratamento. Para análises das estatísticas, foi utilizado o programa SPSS versão 16.0. Resultados: Acompanhamos 21
pacientes, com idade média de 44,8 ± 11,3 anos, sendo 9 (42,8%)
do sexo masculino. O tempo médio de doença foi de 7,3 ± 4,9 anos.
Quanto às comorbidades, 8 pacientes (38,1%) apresentaram hipertensão arterial, 5 (23,8%) tinham diabetes mellitus, 7 (33,3%), dislipidemia, e 2 (9,5%), câncer de tireoide. O tratamento inicial foi a cirurgia
transesfenoidal em todos os pacientes; 2 (9,5%) precisaram fazer radioterapia pós-operatória e 13 (61,9%) utilizam tratamento clínico com
octreotide (dose média 26,1 ± 4,97 mg/mês). Um paciente utiliza
pegvisomant associado ao octreotide. Discussão: Sendo o GH um
hormônio com efeitos metabólicos sistêmicos importantes, espera-se
que outras doenças desencadeadas pelo excesso de GH aconteçam.
Os tratamentos disponíveis atualmente se complementam, sendo a cirurgia transesfenoidal o tratamento inicial. Observamos isso na nossa
casuística. Conclusão: Diabetes e hipertensão arterial foram as comorbidades mais frequentes, sendo importante lembrar-se da maior prevalência de câncer de tireoide nessa população. O tratamento cirúrgico é
o tratamento inicial, mas quase sempre precisa de opções terapêuticas
complementares posteriores.
260
ANÁLISE DO PADRÃO DE EXPRESSÃO DO MARCADOR
DE CÉLULA-TRONCO SOX2 EM HIPÓFISE DE
MODELOS EXPERIMENTAIS DE CAMUNDONGOS COM
HIPOPITUITARISMO
Carvalho, L. R. S.¹; Araujo, R. V.¹; Cerqueira, C. S.¹; Soares, I. C.¹;
Camper, S. A.¹; Carvalho L. R. S.¹
¹ Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo (HC-FMUSP), Departamento de Clínica Médica, Disciplina de
Endocrinologia e Patologia, São Paulo, Brasil; University of Michigan (UM),
Human Genetics Department, Ann Arbor, USA
Introdução: As células-tronco tecido-específicas caracterizam-se por
sua capacidade de proliferação, autorrenovação, potencial de diferenciação e habilidade de regeneração tecidual após perda celular. Embora tenham sido relatadas células-tronco envolvidas na renovação
celular e regulação homeostática hipofisária, pouco se sabe sobre seu
padrão de expressão no hipopituitarismo. Estudos prévios em camundongos mutantes espontâneos com hipopituitarismo como Ames
(com mutação no Prop1) e Snell ( com mutação no Pou1f1) apresentam dismorfologia hipofisária com aspecto hipoplásico ao nascimento
e aspecto normal da hipófise, respectivamente, evoluindo ambas as
proles com hipoplasia plena no sétimo dia pós-natal. O camundongo
nocaute do gene Cga, responsável pela produção da subunidade alfa
dos hormônios glicoproteicos, apresenta hipopituitarismo associado
à hiperplasia hipofisária. Objetivo: Analisar o padrão de expressão do
SOX2 (marcador de células tronco) em modelos animais com hipopituitarismo. Métodos: Foram coletadas hipófise de camundongos
Ames (Prop1), Snell (Pou1f1) e com nocaute do gene Cga nos períodos P0 (dia nascimento), P7 (7 dias pos natal), 4 e 8 semanas (S)
de vida. Para a análise do padrão de expressão do SOX2 por Rt-PCR
pelo método Taqman, as hipófises foram coletadas em 4 e 8S e foram
submetidas à extração de RNA e síntese de cDNA. Para a análise da
proteína por imuno-histoquímica (IHQ), foram usadas hipófises P0,
P7, 4S e 8S. Resultados: O camundongo nocaute do gene Cga de 4
e 8S não apresentou alterações na expressão do SOX2 por PCR em
tempo real. Os mutantes Snell (Pit1) de 4 e 8S apresentaram aumento na expressão de Sox2 de 2,8 e 2,5 vezes, respectivamente. Nos
mutantes Ames (Prop1) comparados com os normais de 8S, observou-se aumento de 3,5 vezes na expressão de SOX2. Observou-se,
ainda, diminuição de 3,8 vezes nos normais de 4S comparados aos de
8S, porém sem diferença na expressão do mutante de 4S comparado
ao de 8S. Evidenciou-se, por IHQ, no mutante Ames, aumento na
expressão SOX2 nos tempos P0 e P7. Conclusão: O aumento da
expressão do SOX2 apenas nas hipófises dos animais com mutação
nos genes Prop1 e Pou1f1, fatores responsáveis pela diferenciação
terminal das linhagens celulares hipofisárias, sugere um possível papel
do SOX2 na indiferenciação das células-tronco hipofisárias no hipopituitarismo.
261
ANÁLOGOS DE SOMATOSTATINA: DIAGNÓSTICO E
TRATAMENTO NO TSHOMA – RELATO DE CASO
Pirozzi, F. F.¹; dos Santos, R. A.¹; Marino, E. C.¹; Pallone, C. R. S.¹;
Tavares, M. C. S.¹; Luz, N. M.¹; Pires, A. C.¹
¹ Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), Hospital de Base,
São José do Rio Preto, SP, Brasil
Objetivo: O TSHoma é causa rara de hipertireoidismo e representa
cerca de 1% de todos os adenomas hipofisários, sendo na maioria macroadenomas. Descrevemos um caso desse tumor secretor de TSH
em um paciente em acompanhamento no Serviço de Endocrinologia
e Metabologia do Hospital de Base de São José do Rio Preto, vinculado à Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp). Métodos: Os dados do paciente foram coletados por meio do prontuário
eletrônico, incluindo exames de imagem e laboratoriais, evoluções de
internação e consultas ambulatoriais. Resultados: Paciente masculino, 63 anos, portador de hipertensão arterial e fibrilação atrial crônica, em investigação de angina. Foi encaminhado ao nosso serviço após
incidentaloma de hipófise (macroadenoma de 1,5 cm) em ressonância
magnética, realizada devido à queixa de cefaleia recorrente. A avaliação hormonal mostrou T4 livre aumentado com TSH anormalmente
normal, sem outras alterações hormonais no eixo pituitário. Discussão: Pela indisponibilidade da dosagem da subunidade-α para fazer o
diagnóstico diferencial de tireotropinoma (TSHoma) com resistência
hipofisária aos hormônios tiroidianos (RHHT), história familiar negativa para a mesma patologia e presença de adenoma na hipófise,
optamos pela introdução de octreotide LAR 30 mg a cada 28 dias
para melhor elucidação diagnóstica do caso. Após três meses usando
a medicação, paciente apresentou melhora da cefaleia, normalização
dos níveis séricos de T4 livre e redução da massa hipofisária. Conclusão: Os tireotropinomas podem ocorrer em qualquer idade e expressam, na sua superfície, receptores de somatostatina. Respondem
bem ao tratamento com os análogos de somatostatina e sua eficácia
também serve como parâmetro na diferenciação entre tireotropinomas e RHHT.
262
ARREST OF ATHEROSCLEROSIS PROGRESSION AFTER
INTERRUPTION OF GH REPLACEMENT IN ADULTS WITH
CONGENITAL GROWTH HORMONE DEFICIENCY
Oliveira, C. R. P.¹; Araújo, V. P.¹; Salvatori, R.¹,2; Oliveira, J. L. M.¹;
Barreto-Filho, J. A. S.¹; Meneguz-Moreno, R. A.¹; Ximenes, R.¹; AguiarOliveira, M. H.¹
¹ Federal University of Sergipe, Division of Endocrinology, Aracaju, Brazil; 2 John
Hopkins University School of Medicine, Division of Endocrinology, Baltimore, MD,
United States
Objective: GH replacement therapy (GHRT) in adult-onset GH
deficiency (AOGHD) reduces cholesterol and carotid intima media
thickness (IMT) and increases myocardial mass, with improvement
of both systolic and diastolic function. These observations have reinforced the use of GHRT in AOGHD. Conversely, we have reported
that in 20 adults with congenital and untreated isolated GH deficiency (IGHD) due to a homozygous GHRHR mutation, a 6-month
treatment with bimonthly depot GH (despite positive effect on cholesterol and body composition) increased carotid IMT and caused
the development of atherosclerotic plaques. In addition, GHRT increased left ventricular mass index (LVMI), posterior wall and septal
thickness, and ejection fraction (1). Such effects persisted 12 months
after treatment discontinuation (12 months washout, 12 mo). The
aims of this study was to monitor the status of carotid artery walls,
cardiac form and function at 60 mo of washout (60 mo). Methods:
Anthropometric measures, blood pressure, total cholesterol, triglycerides, glucose, carotid IMT and echocardiography were assessed at
60 mo in 19 of these IGHD subjects (one had died for pneumonia)
(10 men; age 46 ± 14.5 yrs; height 122.1 ± 7.7 cm ) and compared
to 12 mo by using linear regression model. Results: Weight, glucose,
total cholesterol, triglycerides, and IGF-1 did not change from 12to-60 month washout. In contrast, IMT reduced from 12 to 60 mo,
returning to the baseline levels. Systolic blood pressure reduced from
12 to 60 mo, but diastolic blood pressure did not change. Among
S293
Neuroendócrino
Trabalhos Científicos
Neuroendócrino
Trabalhos Científicos
the parameter of cardiac mass, no significant difference in LV mass
index, relative posterior wall thickness, end diastolic diameter, and
septum thickness was observed at 12 to 60 mo, but absolute posterior wall increased from 12 to 60 mo. Systolic function was reduced
at 60 mo in comparison with 12 mo and were not different from
baseline. Diastolic function (E/A wave ratio) was decreased in 60
mo in comparison with 12 mo, and it was lower than that in baseline
value. Discussion: The number of individuals with plaques was not
different at 60 mo (13/19) vs. at 12mo (14/20), as in one individual
the plaque disappeared and the individual who died had a plaque.
Conclusion: In adults with congenital, lifetime IGHD, long-term
observation after withdrawal of a 6-month GHRT shows arrest of
progression of atherosclerosis and reversal of carotid IMT increase.
Similarly, heart function benefits are reversible. Conversely, changes
in heart anatomy are not reversible.
263
AVALIAÇÃO DA REMISSÃO DA DOENÇA DE CUSHING
BASEADA NA DINÂMICA DO CORTISOL SÉRICO NO PÓSOPERATÓRIO PRECOCE
Costenaro, F.¹; Rodrigues, T. C.¹; Rollin, G. A. F.¹; Ferreira, N. P.¹;
Czepielewski, M. A.¹
¹ Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Hospital de Clínicas de
Porto Alegre (HCPA), Hospital São José, Irmandade Santa Casa de Misericórdia
de Porto Alegre (ISCMPA), Porto Alegre, RS, Brasil
Objetivo: Avaliar a acurácia dos diferentes valores de cortisol sérico no pós-operatório precoce da cirurgia transesfenoidal (CTE) em
determinar a remissão cirúrgica e recorrência da doença de Cushing
(DC) em uma coorte de pacientes que fizeram uso de glicocorticoide
como rotina (Protocolo I) ou não (Protocolo II) no transoperatório.
Métodos: Cento e três pacientes com DC de um serviço terciário foram prospectivamente analisados durante 6 ± 4,8 anos de seguimento. Vinte pacientes com DC (20 cirurgias) receberam glicocorticoide
transoperatório como rotina e o cortisol sérico foi aferido 10 a 12
dias após CTE (Protocolo I). Oitenta e seis pacientes com DC (91
cirurgias) tiveram o cortisol aferido 6, 12, 18, 24h, 48h e 10 a 12 dias
após CTE e receberam glicocorticoide apenas em vigência de insuficiência adrenal (Protocolo II). Remissão foi definida como a ausência
de hipercortisolismo clínico e cortisol. Resultados: A taxa de remissão
após a primeira CTE foi 80%, e 8% tiveram recorrência da DC. O nadir
do cortisol ≤ 3,5 μg/dL nas 48 h após CTE apresentou especificidade
de 100% e sensibilidade de 73% em definir remissão cirúrgica da DC.
O nadir do cortisol sérico ≤ 5,7 μg/dL até 10 a 12 dias após TSS
apresentou especificidade de 100% e sensibilidade de 92% para remissão cirúrgica da DC. Discussão: Há poucas publicações analisando o
cortisol no pós-operatório da CTE como determinante de remissão e
recidiva da DC sem a interferência do uso de glicocorticoide exógeno
como rotina no transoperatório. Trata-se da maior casuística publicada
até o momento sobre esse tema em uma coorte de pacientes com DC
sem interferência do glicocorticoide exógeno (80 pacientes). A possibilidade de definição da remissão cirúrgica da DC já no momento
da alta hospitalar de alguns pacientes facilita o manejo clínico, mesmo
que como grupo muitas vezes seja necessário aguardar até 10-12 dias
para definir o quadro. Conclusão: No momento da alta hospitalar,
foi possível determinar a remissão cirúrgica de alguns pacientes desta
coorte utilizando-se o nadir do cortisol sérico durante as primeiras 48h
após CTE. Entretanto, a avaliação do nadir do cortisol sérico coletado
durante os primeiros 10 a 12 dias foi capaz de determinar a remissão
cirúrgica em toda a coorte.
S294
264
AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS QUE INFLUENCIAM A TAXA
DE CURA CIRÚRGICA EM PACIENTES ACROMEGÁLICOS
SUBMETIDOS À CIRURGIA TRANSESFENOIDAL
Marques, A. R. C.¹; Martins, M. R.¹
¹ Serviço de Endocrinologia e Diabetes, Universidade Federal do Ceará (UFC),
Fortaleza, CE, Brasil
Objetivo: No presente estudo, pretendemos determinar os fatores que
influenciaram a cura cirúrgica dos acromegálicos submetidos à CTE.
Métodos: O diagnóstico foi baseado na mensuração de níveis de IGF1
elevados para a idade e/ou não supressão do GH após TOTG 75 g.
Para avaliação estatística, consideramos: níveis de GH e IGF-1 pré e
pós-operatórios, valor da relação entre o IGF-1 do paciente e o valor
de referência para a idade e o uso de Sandostatin (OCT) antes da cirurgia. Para determinar remissão utilizamos: GH < 1,0 µg/l associado
a níveis de IGF-1 normais para a idade ou nadir de GH menor que
0,4 µg/l no TOTG 75 g. Avaliou-se o tamanho pré-operatório do
adenoma por meio de RNM ou TC de hipófise. Resultados: De 91
acromegálicos acompanhados, foram selecionados retrospectivamente
todos os 56 submetidos à CTE. Nenhum dos selecionados havia realizado CTE e/ou RT anteriormente. Quatorze pacientes utilizaram
OCT por, no mínimo, 3 meses antes da CTE. Com base nos achados
da RNM ou TC de hipófise, 6 tinham microadenoma e 28, macroadenoma (22 pacientes não tinham relato de imagem). Três dos 6 pacientes com microadenomas alcançaram remissão após CTE. Nenhum
havia feito OCT antes da CTE. Das operações de macroadenomas,
35,71% resultaram em remissão clínica e bioquímica. Desses pacientes
(n = 6) que curaram, 60% tinham feito tratamento com OCT antes da
cirurgia. Quatorze dos acromegálicos operados (24,56%) fizeram uso
de OCT no pré-operatório. A cura cirúrgica foi alcançada em 6 dos 14
pacientes pré-tratados (42,85%). Foi obtida cura em 9 dos 42 pacientes (21,42%) encaminhados diretamente para CTE. O uso de OCT
no pré-operatório não aumentou a chance de remissão após abordagem cirúrgica (p: 0,1056). Discussão: Dados na literatura citam que
o sucesso terapêutico depende em parte das características do tumor,
dos níveis prévios elevados de GH e da experiência do cirurgião. No
nosso trabalho, a taxa geral de cura foi de 26,78%. De acordo com o
tamanho tumoral, aqueles com microadenomas, quando comparados
aos com macroadenomas, apresentaram taxa de remissão maior (50%
versus 35,71%, respectivamente). De acordo com a literatura, a chance
de cura em acromegálicos recém-diagnosticados encaminhados diretamente para a CTE foi menor (23%) quando comparada à taxa daqueles submetidos a tratamento prévio com OCT 6 meses antes da
CTE (45%). Conclusão: Na nossa avaliação, encontramos resultados
semelhantes (21,42% vs. 42,85%, respectivamente). Nosso trabalho
mostrou que o uso de OCT no pré-operatório não aumentou a taxa
de sucesso da cirurgia.
265
Características clínicas, epidemiológicas e manejo
dos pacientes com diagnóstico de acromegalia
atendidos na Santa Casa de São Paulo
Freire, A. C. T. B.¹; Alli, M. P.¹; Guardia, V. C.¹; Oliveira, F. M.¹; Santos, A.
R. L.¹; Scalissi, N. M.¹; Lima Junior, J. V.¹
¹ Disciplina de Endocrinologia e Metabologia da Santa Casa de São Paulo,
Disciplina de Neurocirurgia da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), São Paulo,
SP, Brasil
Introdução: Acromegalia é uma doença rara, de acometimento multissistêmico e caráter insidioso, o que torna o diagnóstico tardio, im-
plicando alta morbimortalidade. Objetivo: Nosso objetivo é avaliar as
características clínicas e laboratoriais ao diagnóstico, tipo de tratamento instituído, taxa de remissão e necessidade de terapias adjuvantes dos
acromegálicos atendidos no Ambulatório de Neuroendocrinologia da
Santa Casa de São Paulo de 1997 a 2012. Métodos: Seleção dos pacientes por meio da análise retrospectiva de prontuários (excluídos os
pacientes sem dados iniciais do diagnóstico, óbitos precoces e perda de
seguimento). Os dados foram analisados sob a forma de média, desvio-padrão e porcentagem. Resultados: Dos 20 pacientes analisados,
65% era do sexo feminino, com média de idade de 44,3 anos (DP = 11
anos). O tempo médio do início dos sintomas foi de 5,9 anos (DP =
4,3 anos) e as manifestações clínicas mais prevalentes foram aumento
de extremidades (95%), alterações craniofaciais (95%), HAS (50%) e
alteração do metabolismo da glicose (80%). A média do GH basal foi
de 37,2 ng/mL (DP = 34) e do IGF-1, 816 ng/mL (DP = 269). A
maioria apresentava macroadenoma hipofisário (90%), com extensão
extrasselar (70%), compressão de quiasma óptico (50%) e 45% tinham
invasão para seios cavernosos, porém a maioria tinha função hipofisária preservada (55%). Cerca de 85% dos pacientes foram submetidos
à ressecção transesfenoidal endoscópica, sendo que 40% fizeram uso
de análogo de somatostatina (AS) e 20%, cabergolina (CBG) no pré
-operatório. Remissão (IGF-1 normal para a idade e nadir de GH no
TOTG < 0,4) foi alcançada em 35,3% após a cirurgia. Entre aqueles
que mantinham atividade de doença no pós-operatório, 100% fizeram
tratamento adjuvante com AS e/ou CBG, 25% necessitaram de reabordagem cirúrgica e 25% foram submetidos à radioterapia. Cerca de
75% dos pacientes operados estão em remissão da doença. Discussão:
Assim como relatado na literatura, nossos pacientes estavam entre a 3ª
e a 5ª décadas de vida, com longo período de sintomas até o diagnóstico. A maioria apresentava macroadenoma e a cirurgia foi a principal
modalidade terapêutica, que, associada a outras terapias adjuvantes,
conseguiu controle da doença na maioria dos casos. Conclusão: O
diagnóstico precoce e o tratamento efetivo são fundamentais para evitar o surgimento ou a progressão de complicações cardiovasculares,
respiratórias e neoplásicas, principais responsáveis pelo aumento de
mortalidade nesses pacientes.
266
CARACTERÍSTICAS DOS PACIENTES COM PROLACTINOMAS
(PRLOMAS) ATENDIDOS NO SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA
DA SANTA CASA DE JUIZ DE FORA (SCJF), MG
Nassau, D. C.¹; Moreira, R. O.¹; Machado, C. V.¹; Almeida, A. A. L.¹
¹ Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora (SCMJF), Juiz de Fora, MG, Brasil
Objetivo: Descrever as características clínicas, epidemiológicas, laboratoriais e resposta terapêutica dos pacientes com PRLomas atendidos na SCJF. Métodos: Avaliação retrospectiva de prontuários
de pacientes com PRLomas do Ambulatório de Endocrinologia da
SCMJF. Resultados: Vinte e um pacientes com PRLomas (5 homens e 16 mulheres) com diagnóstico entre 17 e 64 anos. Sintomas
e sinais mais frequentes: oligo/amenorreia em 13 mulheres; cefaleia
13 pacientes; galatorreia 8; infertilidade 4; redução de libido 3; alterações visuais 7. dos 21 pacientes, 12 possuem macroPRLomas (5
homens e 7 mulheres) e 9 microPRLomas. A PRL variou de 51,2 a
4.612 ng/dl (macroPRLomas: 114-4.612 e microPRLomas 51,2258 ng/dl). Dezoito pacientes receberam inicialmente agonistas dopaminérgicos (ad)- 9 microPRLomas e 9 macroPRLomas. Bromocriptina (BRC) foi a droga inicial em 13. Cirurgia foi o tratamento
inicial em 3 pacientes com macroPRLomas. Nenhum paciente realizou radioterapia. Nove pacientes necessitaram de outra modalidade
terapêutica após o tratamento inicial (8 com ad). Dezesseis pacientes
têm exame de imagem de controle pós-tratamento. Redução tumoral: 2 pacientes com microPRLomas e 9 pacientes com macroPRLomas (5 com ad e 4 em cirurgia como tratamento primário ou
complementar). Desaparecimento dos sintomas: 7 pacientes tratados
com ad. A PRL normalizou em todos os pacientes tratados com ad
e apenas em 1 paciente com a cirurgia. Dos 13 pacientes que usaram
BRC, 8 tiveram efeitos colaterais (EC), sendo mais comuns náuseas
e vômitos, e, destes, 5 abandonaram o tratamento por esse motivo.
Dois pacientes apresentaram resistência à BRC. Dos 8 pacientes que
usaram a cabergolina (cab), 2 apresentaram EC, sendo a principal
queixa tontura, sem abandono de tratamento. As complicações do
tratamento foram: 1 paciente com apoplexia no uso de ad e 3 pacientes com pan-hipopituitarismo após-cirurgia. Discussão: A prolactina
(PRL) é o hormônio mais comumente secretado em excesso pelos
adenomas hipofisários. PRLomas atingem igualmente ambos os sexos (microadenomas mais comuns em mulheres e macroPRLomas
em homens). Excesso de PRL causa galactorreia, disfunção gonadal,
além de sintomas compressivos pelo tumor. A dosagem de PRL na
avaliação desses pacientes permitiu, muitas vezes, o reconhecimento
do adenoma antes do desenvolvimento do aumento de sela, hipopituitarismo ou comprometimento visual com a introdução mais precoce do tratamento. Conclusão: Encontramos resultados similares
aos descritos na literatura. A análise dos resultados do tratamento
mostra pequena discrepância com a literatura, talvez pela diferença
no tempo de tratamento e limitação de dados de alguns prontuários.
267
CATETERISMO DE SEIOS PETROSOS INFERIORES NO
DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME DE CUSHING: EXPERIÊNCIA DO
SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA DA SANTA CASA, SP
Guardia, V. C.¹; Oliveira, M. C.¹; Aguiar, G. B.¹; Conti, M. L. M.¹;
Santos, A. R. L.¹; Scalissi, N. M.¹; Lima Junior, J. V.¹
¹ Disciplina de Endocrinologia e Metabologia da Santa Casa de São Paulo,
Disciplina de Neurocirurgia da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), São Paulo,
SP, Brasil
Introdução: A maior dificuldade do diagnóstico da síndrome de
Cushing (SC) resulta na diferenciação dos quadros de doença de
Cushing (DC) e produção ectópica de ACTH. O cateterismo dos
seios petrosos inferiores (CSPI) é o exame com maior sensibilidade
e especificidade se comparado ao teste de supressão com altas doses
de dexametasona e ao cortisol (F) sérico após estímulo com corticorrelina (CRH) ou desmopressina (DDAVP). Embora seja passível de
risco, é de suma importância para definição terapêutica, controle e
cura da doença. Objetivo: Nosso objetivo é relatar a experiência do
Serviço de Endocrinologia da Santa Casa de São Paulo com o CSPI
no diagnóstico diferencial da SC ACTH dependente. Métodos: Foi
realizada revisão de prontuário de 10 pacientes submetidos ao CSPI
desse serviço entre 2009-2011. Todos tinham diagnóstico de hipercortisolismo por meio de testes de supressão com baixas doses de
dexametasona e F livre urinário de 24 horas, bem como apresentavam níveis detectáveis de ACTH sem fonte produtora definida. O
CSPI foi realizado por meio de angiografia cerebral com coleta central bilateral e periférica de ACTH e prolactina após administração
de DDAVP ou CRH ovino. Resultados: Dos pacientes analisados,
2 deles tiveram diagnóstico de produção ectópica de ACTH, sem
confirmação da fonte produtora até o momento. Os 8 restantes foram
diagnosticados com DC, confirmada pelo anatomopatológico após
cirurgia transesfenoidal. Entre estes, foram obtidos os seguintes dados: 3 apresentaram ressonância magnética de hipófise com imagens
de até 0,7 cm sugestivas de adenoma; 2 pacientes foram submetidos
a teste de supressão com altas doses de dexametasona por 48h, com
supressão do F plasmático; e 3 deles realizaram teste de estímulo (2
com CRH e 1 com DDAVP) e coleta de F sérico, sendo que todos
confirmaram produção hipofisária de ACTH. Quanto à determinação
S295
Neuroendócrino
Trabalhos Científicos
Neuroendócrino
Trabalhos Científicos
da lateralização, esta foi possível em 5 pacientes, orientando a realização da hemi-hipofisectomia. Em 3 pacientes, um dos catéteres não
estava bem locado, sendo em 2 deles o esquerdo. Nenhum paciente
apresentou complicações relacionadas ao exame. Discussão: Nossa
experiência corrobora com dados atuais da literatura indicando que
CSPI apresenta alta acurácia e segurança para diagnóstico diferencial
das formas de SC ACTH dependentes. Conclusão: Pelo grande impacto na decisão terapêutica dessa doença, o CSPI tem sido considerado um importante exame na avaliação dos pacientes com SC.
268
DENSIDADE MINERAL ÓSSEA EM HOMENS COM
PROLACTINOMA ATENDIDOS EM UM HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO
Sato, M. M. M.¹; Camelo, F. S. A.¹; Bastos, F. A.¹; Sousa, L. S.¹; Marques,
N. N.¹; Donza, F. C. S.¹; Oikawa, T.¹; Fernandes-Caldato, M. C.¹
¹ Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), Universidade Federal do
Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil
Objetivo: Analisar a densidade mineral óssea (DMO) dos homens
portadores de prolactinoma atendidos em hospital universitário referência em Endocrinologia. Métodos: O estudo foi realizado por
meio de busca ativa e análise de prontuários de homens com prolactinoma no período de outubro de 2010 a março de 2011. Os dados
foram coletados em protocolos próprios e analisados estatisticamente. Resultados: A amostra total foi de 21 pacientes e, destes, 19
aceitaram participar da pesquisa. A maioria dos pacientes (78,94%)
possuía macroprolactinoma, com mediana do tamanho em 1,8 cm
(variando de 1,4 a 5,1) e realizou tratamento clínico com agonistas
dopaminérgicos. Os níveis médios hormonais iniciais de prolactina
e testosterona foram 431 ng/ml e 168,8 ng/dl, respectivamente.
Houve significância estatística na redução do nível de prolactina
e também na redução tumoral dos pacientes após a instituição do
tratamento. Os sintomas mais referidos foram redução da libido
(94,7%), cefaleia (78,9%) e alteração visual (63,2%). Entre os 18 pacientes que fizeram a densitometria óssea, 61,1% apresentaram alguma alteração, sendo 38,9% osteopenia e 22,2%, osteoporose. Todos
os pacientes com osteoporose eram portadores de macroadenomas.
Não houve significância estatística entre os T-scores encontrados
com os níveis de prolactina ou de testosterona. Discussão: Neste
estudo, encontrou-se uma predominância de macroprolactinoma
(78,94%) coincidindo com as pesquisas de Casanueva et al. (2006) e
Frey et al. (2009), que relataram uma preponderância desse tipo de
tumor dentro do universo masculino. Quanto à perda de massa óssea, Naliato et al., em 2005, relataram que a metade dos indivíduos
de ambos os sexos com hiperprolactinemia apresentou diminuição
de DMO, com perda óssea de 10% a 30% na coluna e 15,5% em colo
do fêmur, similarmente ao que se encontrou neste estudo. Conclusão: O diagnóstico de prolactinoma, em especial, macroprolactinomas, deve alertar para a incidência aumentada de alterações da massa
óssea neste grupo em relação à população geral.
269
DIABETES INSIPIDUS CENTRAL EM PACIENTE COM
HISTIOCITOSE DE CÉLULAS DE LANGERHANS E TUBERCULOSE:
UM DESAFIO DIAGNÓSTICO
Tonet, C.¹; Zorzo, P. T.¹; Rosa, L. C. G. F.¹; Costa, G. R. G.¹; Farias, J. P. F.¹;
Blumenberg, S.¹; Braucks, G. R.¹
¹ Hospital Federal dos Servidores do Estado (HSE-RJ), Instituto de Pós-Graduação
Médica Carlos Chagas, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Relatar caso de diabetes insipidus central (DIC) em paciente com diagnóstico prévio de histiocitose de células de Lan-
S296
gerhans (HCL) e recente de tuberculose (TB). Métodos: Relato
de caso e revisão de literatura sobre a implicação da HCL e da TB
como causas de DIC. Resultados: Homem, 42 anos, com queixa
de poliúria/polidpsia há 2 meses, e episódios isolados de dispneia.
Ao exame físico: desidratado ++/IV, sinais vitais dentro da normalidade, aparelhos cardiorrespiratório e neurológico sem alterações.
Na história pregressa, relatava hemicolectomia há 6 anos, devido à
obstrução causada por massa dolorosa. A imuno-histoquímica foi
positiva para CD1a, dando o diagnóstico de HCL. Exames da admissão: Na = 150 mEq/L, osmolalidade do plasma (Posm) = 307,6
mEq/L, densidade urinária (DU) = 1.000, glicemia = 77 mg/dL.
Devido à hipernatremia, não foi realizado o teste de restrição hídrica
e procedido à prova terapêutica com DDAVP. Após o início deste,
houve resolução da poliúria/polidpsia; Na = 141 mEq/L; Posm =
291,5 mEq/L e DU = 1020 – confirmando o diagnóstico de DIC.
A RM de crânio mostrou espessamento da haste hipofisária, sem outras anormalidades; e a TC de tórax, nódulos e cistos – compatíveis
com HCL pulmonar – e caverna em lobo superior direito. A TB
pulmonar foi confirmada com lavado broncoalveolar. Iniciado RIPE
em seguida. Discussão: DIC, com espessamento da haste hipofisária, pode ser causado por muitas doenças infiltrativas, como HCL e
TB. A HCL, causada pelo acúmulo de células de Langerhans, pode
acometer qualquer órgão. O eixo hipotálamo-hipófise é o terceiro
mais comum e manifesta-se como DIC – geralmente irreversível, necessitando de tratamento ad eternum com DDAVP. O diagnóstico
definitivo de HCL só é possível por meio da imuno-histoquímica e
seu tratamento é feito com quimioterápicos e corticoide. A TB raramente é causa de DIC, sendo a incidência de tuberculoma intrasselar
apenas de 1% dos casos, mas deve ser considerada no diagnóstico diferencial em pacientes imunossuprimidos ou em locais de alta prevalência, como o Brasil. Os achados à RM são os mesmos encontrados
na HCL, mas diferente desta, o DIC é reversível com o tratamento
da TB. Conclusão: O diagnóstico etiológico do DIC pode ser um
verdadeiro desafio, muitas vezes só possível com a biópsia de hipófise, um procedimento invasivo e de riscos. Na coexistência de HCL
e TB, o diagnóstico diferencial pode ser dado pela reversibilidade do
DIC com o tratamento da TB, o que não ocorre com o da HCL.
270
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA SÍNDROME DE CUSHING
ACTH DEPENDENTE: RELATO DE CASO
Silva, M. C.¹; Bomfim, O. C.¹; Malveira, L.¹; Puglia, P.¹; Machado, M.
C.¹; Fragoso, M. C. B. V.¹; Bronstein, M. D.¹
¹ Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (HC-FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Descrever a avaliação diagnóstica de uma paciente com
suspeita de síndrome de Cushing (SC). Métodos: Relato de caso.
Resultados: Paciente, sexo feminino, 23 anos, com quadro de hipertensão arterial, aumento de 10 kg e estrias violáceas há 6 meses.
Negava uso de corticoides. Exame físico: moon face, acne, PA: 130
x 90 mmHg, IMC: 29 kg/m², obesidade central, estrias violáceas e
giba. Exames: cortisol (F) salivar; F sérico as 24h, F urinário de 24h
e ACTHs elevados em mais de uma medida. F pós-dexametasona (1
mg VO) às 24h com ausência de supressão. Diagnóstico diferencial
da SC ACTH-dependente: no teste do DDAVP, houve resposta, incremento de 128% (resposta > 20%) e 318% (resposta > 35%) do F e
do ACTH, respectivamente. No teste do CRH humano, ausência de
resposta, incremento de 4,5% (resposta > 14%) e de 24,3% (resposta
> 105%) do F e do ACTH, respectivamente. Imagens: RM de hipófise: imagem com 0,4 cm em região paramediana direita. TC de tórax:
nódulo 0,8 cm em lobo médio. TC de abdome sem alterações. Marcadores tumorais normais. Diante dos resultados incongruentes dos
testes dinâmicos (DDAVP e hCRH) somados aos exames de imagem
Trabalhos Científicos
271
DIAGNÓSTICO TARDIO DE PAN-HIPOPITUITARISMO
CONGÊNITO EM UM PACIENTE COM MICROPÊNIS
Barbosa, J. L. S.¹; Camelo, M. G. G.¹; Silva, B. L.¹; Souza, P. M. M. S.¹;
Silva, N. M.¹; Cruz, J. A. S.¹
¹ Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Maceió, AL, Brasil
Objetivo: Relatar um caso de pan-hipopituitarismo congênito de
diagnóstico tardio em um jovem com micropênis e repercussões psicológicas. Métodos: Paciente, sexo masculino, 30 anos, procurou
ambulatório para avaliar micropênis e redução importante da libido
que vinham comprometendo sua qualidade de vida. Relata indisposição, apatia, anorexia, tonturas, fraqueza muscular, hipotrofia muscular, voz fina, ausência de pelos em região de barba, axila, tórax e
genitália, nega anosmia. Ao exame físico, hipodesenvolvimento da
genitália, ginecomastia bilateral, desenvolvimento puberal: G1P1;
volume testicular: 2 ml, peso: 50 kg, altura: 1,56m, envergadura :
1,55 m. Resultados: Exames: FSH: 0,56 U/L; LH: 4,9 U/L; Testosterona: 0,01 ng/dl ( 1,75 - 7,8); T4L: 0,32; TSH: 2,33 mUi/
ml; Prolactina: 12,5 ng/ml; IGF-1 = 25; cortisol: 1,7 mcg/dl. Perfil
lipídico normal. RNM do encéfalo: neuro-hipófise ectópica localizada ao longo do tuber cinéreo, com consequente ausência da haste
hipofisária. Diante dos achados clínicos e laboratoriais, foi instituída terapia com durateston 250 mg/mês; levotiroxina 100 mcg/d;
carbonato de cálcio 1.200 mg/d; prednisona 5 mg/d; vitamina D
800 UI/dia. O paciente evoluiu com melhora do desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, além de importante melhora
clínica, o que contribuiu para uma melhor qualidade de vida e das
repercussões psicológicas. Discussão: A deficiência na produção ou
ação de qualquer um dos hormônios da adeno-hipófise é denominada hipopituitarismo. O pan-hipopituitarismo é o déficit de mais de
um desses hormônios. A clínica é variável de acordo com os setores
celulares acometidos, intensidade da deficiência hormonal, duração
da afecção e da idade do paciente. A história e exames clínicos detalhados, com avaliação laboratorial e de imagem direcionadas, levam
ao diagnóstico e à provável etiologia. O tratamento clínico precoce é importante, devido a maior mortalidade, principalmente sem
reposição hormonal adequada. Essa terapêutica é essencial, pois a
melhora clínica resulta numa qualidade de vida adequada aliada a um
quadro psicológico satisfatório como no caso relatado. Conclusão:
Este caso ilustra a importância do diagnóstico e tratamento do pan-hipopituitarismo na melhoria dos aspectos clínicos, da qualidade de
vida e das repercussões psicológicas do paciente.
272
ESCASSEZ DE MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS EM UMA PACIENTE
COM MACROADENOMA HIPOFISÁRIO AGRESSIVO POR
DOENÇA DE CUSHING
Amaral, L. M. B.¹; Mesquita, P. N.¹; Rêgo, D.; Griz, L.¹; Bandeira, C.¹;
Bandeira, F. B.¹;
¹ Unidade de Endocrinologia, Diabetes e Doenças Ósseas, Hospital Agamenon
Magalhães MS, SES, UPE, Recife, PE, Brasil
Introdução: Doença de Cushing (DC) é responsável por 65%-70%
das causas de síndrome de Cushing, principalmente representada
pelo microadenoma hipofisário benigno; apenas cerca de 5% dos casos são macroadenomas. Tumores hipofisários agressivos são difíceis
de conduzir, mas a ressecção transesfenoidal do microadenoma na
DC é o tratamento de escolha e tem uma taxa de cura inicial de 80%90% quando realizada por um neurocirurgião experiente, diferentemente para os macroadenomas que têm uma taxa de cura de menos
de 60%. Os carcinomas são tumores agressivos raros com frequência
entre 0,1% e 0,2% de todos os tumores hipofisários. A maioria são
adenomas corticotróficos ou prolactinomas e não respondem bem
a radioterapia e quimioterapia. Macroadenomas invasivos na DC
geralmente têm baixa expressão da enzima O-6-metilguanina-DNA
metiltransferase (MGMT) e estão associados com morbidade e mortalidade aumentada. Discussão: Paciente de 61 anos, portadora de
hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus tipo 2 e história de
ganho de peso de cerca de 10 kg em 1 ano, cefaleia e alteração visual.
Ao exame físico, apresentava face de lua cheia, miopoatia proximal,
peso de 80 kg, altura de 1,56 m e IMC de 32,87 kg/m², não havia
estrias violáceas, fragilidade capilar ou pletora facial. Exames laboratoriais evidenciavam cortisol sérico após 1 mg de dexametasona de
32 mcg/dL; cortisol sérico da meia-noite (dormindo) de 26 mcg/
dL; cortisol livre urinário de 24h de 26 mcg/dl; ACTH de 122
pg/mL; TSH de 1,8 ulU/mL; T4L de 0,58 ng/dL e prolactina de
58 ng/mL. Exame de campimetria fora dos limites da normalidade.
Ressonância nuclear magnética de hipófise evidenciou volumosa lesão de 4,2 x 4,0 x 4,6 cm, comprometendo região selar e suprasselar,
haste hipofisária, quiasma óptico e hipotálamo; extensão para o seio
esfenoidal esquerdo e seios cavernosos e sinais de encarceramento
dos segmentos carotídeos internos. Foi submetida à cirurgia transesfenoidal com ressecção parcial do tumor e evoluiu no pós-operatório
com hematoma transesfenoidal, necessitando de drenagem do hematoma e infecção do trato respiratório e sepse grave, chegando ao
óbito. Imuno-histoquímica do tumor hipofisário evidenciou positividade para ki67 e grânulos de ACTH. Conclusão: Este caso ilustra
uma apresentação incomum da doença de Cushing.
273
HAMARTOMA HIPOTALÂMICO ASSOCIADO À PUBERDADE
PRECOCE
Mendonca, A.M.¹; Jatene, E. M.¹; De Paula, S. L. F. M.¹; Andrade, L.
M.¹; Sousa, A. C.¹; Gomes, M. C. S.¹; Reis, M. A. L.¹
¹ Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Hospital das Clínicas da
Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
Introdução: O hamartoma hipotalâmico (HH) é uma malformação congênita pouco frequente com prevalência estimada 1-2
casos/100.000 habitantes. Anatomicamente, o HH é uma massa heterotópica de tecido nervoso localizado geralmente na linha
média abaixo do tuber cinerium ou no piso do terceiro ventrículo
com tamanho entre 0,5 e 4 cm. As manifestações do HH são crises
S297
Neuroendócrino
inconclusivos para o diagnóstico de doença de Cushing (DC) ou
de síndrome de ACTH ectópico (SAE), foi realizado cateterismo
de seios petrosos inferiores (CSPI) sob estímulo do DDAVP, não
sendo evidenciado gradiente centro:periferia (C:P) do ACTH. Firmamos o diagnóstico de SAE. Paciente aguarda octreoscan em uso
de cetoconazol com boa resposta clínica. Discussão: O diagnóstico
da SC permanece um desafio na prática, fazendo necessária a realização de testes dinâmicos complementares. Relatamos um caso com
alto valor preditivo positivo de DC em relação ao gênero e idade.
O teste do DDAVP não apresenta boa acurácia para o diagnóstico
diferencial da SC ACTH dependente em que os pacientes com SAE
podem responder ao teste, devido à presença de receptores tipo V3
nesses tumores. O teste do hCRH tem mostrado maior acurácia para
o diagnóstico diferencial da SC ACTH dependente, entretanto, a
baixa disponibilidade e o alto custo limitam seu uso. Em nossa experiência com mais de 30 casos de SAE, cerca de 50% dos pacientes
responderam ao DDAVP, ao passo que, dos que realizaram o hCRH,
nenhum deles respondeu ao teste. No CSPI, ambos os secretagogos
de ACTH têm mostrado a mesma acurácia para amplificação do gradiente C:P. Conclusão: No diagnóstico diferencial de SC ACTH
dependente, o CRHh apresenta maior acurácia que o DDAVP, entretanto consideramos ambos os secretagogos de ACTH úteis no
CSPI, que é considerado o padrão-ouro.
Neuroendócrino
Trabalhos Científicos
convulsivas gelásticas, de ausência ou generalizadas, retardo mental,
alterações de comportamento e puberdade precoce central (PPC).
Precocidade sexual é geralmente evidente antes dos 5 anos de idade,
devido à ativação precoce do eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal.
Entre os mecanismos fisiopatológicos, postula-se que os neurônios
do HH atuem como gerador do pulso de GnRH ectópico. Objetivo: Descrever características clínicas de uma série de 4 casos de
HH associadas a PPC. Métodos: Estudo de casos. Resultados: Não
houve predomínio de sexo, sendo 2 do sexo masculino e 2, feminino. O início de idade dos sintomas variou de 1 a 6 meses e teve como
primeira manifestação clínica a puberdade precoce. O primeiro sinal
de desenvolvimento puberal foi telarca nas meninas. Os meninos
iniciaram com aumento do volume testicular associado à pubarca.
Todos os pacientes apresentaram pico de LH e FSH após estímulo
com LHRH. Os quatro pacientes apresentaram aumento da velocidade de crescimento e aceleração na maturação óssea. Foi iniciado bloqueio da puberdade com análogo do GnRH com evolução
clínica satisfatória. Dois pacientes apresentaram crises convulsivas,
sendo um caso de epilepsia gelástica e outro caso de crise generalizada de difícil controle com necessidade de cirurgia e radioterapia.
Esses dois pacientes também possuíam déficit cognitivo e alteração
comportamental. O tamanho do hamartoma variou de 15 a 20 mm
e eram todos sésseis. Uma das meninas apresentava cisto de bolsa de
Rathke associado, sem sintomas. Discussão: HH associa-se a PPC,
que habitualmente surge em pacientes muito jovens. PP idiopática é
classicamente mais frequente em meninas, porém na PPC orgânica
os estudos mostraram predomínio discreto em meninas ou igual distribuição entre os sexos. A epilepsia é uma manifestação comum dos
HH, sendo na maioria dos casos farmacorresistentes, necessitando,
em algumas condições, de cirurgia para controle e pode ser associada
a comorbidades psiquiátricas e a alterações cognitivas. Conclusão:
O desenvolvimento de PPC antes dos 5 anos deve conduzir à investigação de formas orgânicas de PP.
274
HEMOCROMATOSE SECUNDÁRIA E PAN-HIPOPITUITARISMO
da Rosa, L. C. G. F.¹; Tonet, C.¹; Costa, G. R. G.¹; Moutinho, A.¹; Lisboa,
P.¹; Mansur, V. A. R.¹; Correa, M. V.¹
¹ Hospital Federal dos Servidores do Estado (HSE), Instituto de Pós-Graduação
Médica Carlos Chagas, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Descrever hemocromatose secundária (HS) como causa
de pan-hipopituitarismo. Métodos: Relato de caso e revisão de literatura sobre relação causal entre esses. Resultados: Homem, 25
anos, com aplasia congênita de medula e hemocromatose secundária
às hemotransfusões, internou com cãibras e contraturas musculares.
Ao exame físico: lúcido, sinais de Chvostek e Trousseau presentes,
pele acinzentada, sem déficits visuais; anasarca e hepatoesplenomegalia; baixa estatura, classificação de Tanner II e relação púbis-pé
abaixo do esperado. Laboratório: glicemia de jejum: 407 mg/dL,
cálcio total: 3,7 g/dl, magnésio: 0,9 mg/dl, hemoglobina 5,0 g/
dL, plaquetas: 58.000, PTH: 2,1 pg/ml, FSH 0,384 UI/L, LH
0,126 UI/L, testos 0,24 ng/dl, SDHEA 17,9 mg/dl, prolactina
13,9 ug/L, cortisol 21,3 mg/dl, TSH 11,4 mIU/L, T4L 1,02 ng/
dL e anti-TPO e Anti-Tg negativos. USG tireoide: glândula heterogênea, sem lesões focais. RM abdome: fígado, baço, pâncreas e adrenais com redução da intensidade de sinal do parênquima em todas as
sequências, podendo corresponder à sobrecarga de ferro. RM pescoço: glândulas parótidas com sobrecarga de ferro. RM sela túrcica:
sela vazia; densitometria óssea: T-score L1-L4: 2,6; avaliação de idade óssea ( Grelich-Pyle): 18 anos. Realizou tratamento para insuficiência cardíaca, reposições de cálcio e magnésio, calcitriol, transfusões
sanguíneas, levotiroxina e insulina. Discussão: hipopituitarismo é
uma síndrome clínica caracterizada pela diminuição na secreção de
um ou mais hormônios, podendo ser adquirida ou congênita. Entre
S298
as causas adquiridas, os tumores hipofisários representam 76%, ao
passo que, doenças inflamatórias/infiltrativas 1%, sendo a HS uma
delas. Nesse paciente, devido às consequências da hemocromatose
em outros tecidos, não houve dúvida sobre a etiologia da doença
hipofisária, corroborada pela RM sela túrcica. As dosagens basais
dos hormônios na avaliação inicial apresentaram resposta satisfatória,
dispensando testes dinâmicos. O paciente apresenta hipotireoidismo
central com TSH inapropriadamente alto, hipogonadismo hipogonadotrófico, deficiência de GH, sem deficiência corticotrófica, além
de diabetes e hipoparatireoidismo. Conclusão: Diante de doenças
infiltrativas, como HS, deve-se atentar para a investigação de pan-hipopituitarismo, cujo diagnóstico pode ser tardio (clínica só se evidencia quando há comprometimento de mais de 75% da glândula).
275
HETEROZYGOSIS TO A NULL MUTATION IN THE GHRHR GENE
REDUCES HEIGHT IN SENESCENCE
Oliveira, M. H. A.¹; Pereira, R. M. C.¹; Souza, A. H. O.¹; Valença, E. H.
O.¹; Farias, M. I. T.¹; Góis Júnior, M. B.¹; Salvatori, R.2
¹ Federal University of Sergipe, Division of Endocrinology, Aracaju, SE, Brazil; 2 John
Hopkins University School of Medicine, Division of Endocrinology, Baltimore, MD,
United States
Objective: We have previously shown that adults who are heterozygous for the c.57+1G > A mutation in GHRH-R (MUT/N) present similar height, IGF-I and percent fat mass, but reduced weight,
body mass index and fat free mass when compared to sex- and agematched homozygous controls (N/N) (1). However, only 10% of
the studied individuals were older than 60 years. As a mild reduction
in the activity of the GH-IGF-I axis may have a larger impact in the
aging period, when the activity of GH-IGF-I naturally declines, we
decided to study if heterozygosity for the mutation would translate
in a particular phenotype in old individuals. Methods: A cross sectional study compared the prevalence of the MUT/N phenotype
in two groups (young, age 20-40 yr, and old, age 60-80 yr) of 844
normal appearing individuals from Itabaianinha, Brazil, on the day
of October 2008 election. Height, weight, systolic and diastolic
blood pressure (SBP and DBP mmHg) were measured and BMI was
calculated. Results: No difference was observed in the prevalence
of MUT/N genotype between the two groups: young: 40/500
(8.0%); old: 25/344 (7.0%). The stature of the young MUT/N
subjects was 2.35 cm shorter than N/N (NS). The stature difference between MUT/N and N/N was significant in the old group
(4.16 cm, p = 0.02), even when analyzed by height standard deviation score (SDS), suggesting a height loss in old MUT/N subjects.
Discussion: We also confirmed the previous data of a reduction in
weight and BMI in young MUT/N subjects (1), suggesting an effect of heterozygosity across ages. Conclusion: Heterozygosity for
the c.57+1G>A GHRH-R mutation is associated with reduction in
stature in older individuals. The reduction of fat free mass present
already at young age and possibly worsened by aging and postural
associated defects, can contribute to this stature reduction. Therefore, the phenotypic expression of this congenital defect may manifest more obviously in later stages of life.
276
HIPERPLASIA HIPOFISÁRIA: RELATO DE DOIS CASOS
Spada, F.¹; Zanini, E. P. L.¹; von Linsingen, C.¹; Junqueira, F.¹; Vieira
Neto, L.¹
¹ Hospital Federal da Lagoa, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Relatar dois casos de hiperplasia hipofisária. Métodos:
Relato de caso de duas pacientes do sexo feminino. Resultados:
Paciente 1: 25 anos, submetida a exame de tomografia computadorizada para investigação de cefaleia, que evidenciou lesão selar.
Encaminhada para o endocrinologista com diagnóstico de adenoma
hipofisário. Clinicamente, não havia sinais ou sintomas de excesso
ou deficiência hormonais e as características da cefaleia sugeriam
enxaqueca. Função adeno-hipofisária normal e campimetria por
Goldmann preservada. Ressonância magnética (RM) de sela túrcica evidenciou glândula hipofisária globalmente aumentada, com
extensão suprasselar, captação homogênea do contraste, sem lesões focais. Paciente 2: 50 anos, submetida à RM de crânio para
investigação de neurite óptica, encaminhada à endocrinologia com
diagnóstico de lesão selar. À RM, aumento global da hipófise, com
extensão suprasselar, sem evidência de lesões focais e impregnação
homogênea pelo contraste, compatível com hiperplasia hipofisária.
Clinicamente não se observavam sinais ou sintomas compatíveis
com hipersecreção hormonal. Menopausa aos 48 anos. Laboratorialmente, LH: 88,5 mUI/mL; FSH: 143,5 mUI/mL. Restante
da função hipofisária normal. Essa paciente procurou um serviço de
neurocirurgia de outra instituição e foi submetida à cirurgia transesfenoidal, cujo exame histopatológico revelou tecido hipofisário
normal hiperplásico. Ambas as pacientes encontram-se em acompanhamento clínico e radiológico. Os exames de RM realizados um
ano após não revelaram mudança do tamanho da hipófise e a função adeno-hipofisária mantém-se inalterada. Discussão: Além da
ausência de alterações clínico-laboratoriais, a avaliação radiológica
cuidadosa por meio da RM pôde diferenciar a hiperplasia hipofisária
de tumores e lesões infiltrativas. As prováveis etiologias seriam uma
hiperplasia hipofisária residual persistente decorrente da puberdade
(paciente 1) e menopausa (paciente 2). Conclusão: O diagnóstico
diferencial das massas selares pode ser difícil devido às semelhanças
radiológicas e clínicas, o que requer, muitas vezes, uma abordagem
multidisciplinar envolvendo endocrinologistas e radiologistas. Um
correto diagnóstico etiológico é fundamental, já que as condutas
terapêuticas diferem entre as causas. A correta identificação da hiperplasia hipofisária, quando afastadas suas causas patológicas, evita
tratamentos desnecessários, muitas vezes custosos e associados a
morbidades.
277
HIPERTENSÃO INTRACRANIANA NO PROLACTINOMA
GIGANTE: RELATO DE CASO
Chuva, F. C.¹; Dytz, M. G.¹; Giorgetta, J. M.¹; Moraes, A. B.¹; Vieira
Neto, L.¹; Gadelha, M. R.¹
¹ Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Relato de caso de prolactinoma (PRLoma) gigante
com hipertensão intracraniana (HIC) e queda significativa da
prolactina (PRL) após cirurgia transcraniana (CTC) e cabergolina (CAB). Métodos: PRLoma gigante foi definido como lesão ≥ 4 cm e prolactina (PRL) > 200 ng/dL. Função adeno-hipofisária e imagens sela/crânio foram realizadas antes e após o
tratamento. Resultados: Masculino, 42 anos, iniciou galactorreia
bilateral e redução de libido com piora progressiva da acuidade
visual (amaurose no olho direito) em 10 anos. Em seis meses,
evoluiu com cefaleia holocraniana de forte intensidade, diplopia,
estrabismo divergente, e hemianopsia temporal esquerda. PRL ao
diagnóstico > 15.000 ng/mL (2.5-15.2) com pan-hipopituirarismo e tomografia computadorizada de sela turca com volumosa
lesão expansiva lobulada de 6,2 x 5,8 x 6,2 cm com áreas de
degeneração cístico-necrótica, efeito compressivo superiormente
sobre quiasma óptico, 3o ventrículo, ventrículo lateral direito e
mesencéfalo deslocando linha média para a esquerda. Inferiormente, a lesão estende-se ao seio esfenoidal e à fossa nasal direita
e, lateralmente, para o seio cavernoso direito, artéria carótida e
região temporal/hipocampo ipsilateral comprimindo parênquima
cerebral. Foi ao nosso ambulatório apresentando sinais de HIC
e em uso de dexametasona, levotiroxina e CAB (0,5 mg/dia)
há dois meses. Realizada ressecção tumoral parcial por via transcraniana. A análise patológica revelou Ki-6,7 de 3% e p53 < 1%.
Sintomas neuro-oftalmológicos melhoraram, porém o paciente
manteve galactorreia, amaurose à direita e pan-hipopituitarismo.
CAB foi reiniciada até 3,5 mg/semana, com o nadir da PRL em
117 ng/mL cinco meses após cirurgia. RM de sela turca mostrou
redução do componente suprasselar da lesão para 5,5 x 3,6 x 2,4
cm com diminuição do efeito compressivo sobre o parênquima
cerebral, sistema ventricular e mesencéfalo. Manteve extensão
para o seio cavernoso, carótida, fossa temporal e nasal à direita e
seio esfenoidal que foi a óbito por meningoencefalite. Discussão:
O caso relatado descreve uma situação clínica incomum de um
PRLoma gigante que evoluiu a óbito por meningoencefalite após
controle significativo da PRL e volume tumoral. Pela gravidade
da doença, cirurgia transcraniana foi a melhor opção. Conclusão:
O atraso ao diagnóstico do PRLoma parece ter contribuído para
as manifestações neuro-oftalmológicas irreversíveis e aumento
da mortalidade apesar da significativa resposta com a abordagem
multidisciplinar.
278
HIPOGLICEMIA SECUNDÁRIA À PRODUÇÃO DE IGF 2 POR
ADENOCARCINOMA GÁSTRICO: RELATO DE CASO
Rodrigues, M. M. N.¹; Andrade, C. R. M.¹; Calsolari, M. R.¹; Líbero, T.
C.¹; Moura, L. G.¹; Muniz, A. L. R.¹; Noviello, T. B.¹; Rosário, P. W. S.¹
¹ Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG, Brasil
Objetivo: Descrição de raro caso de hipoglicemia grave: síndrome
paraneoplásica com produção de IGF2 por adenocarcinoma gástrico metastático. Métodos: Relato de caso feito a partir de exames
laboratoriais e anatomopatológico. Resultados: Homem, 69 anos,
sem comorbidades prévias, apresentava perda de 20 kg em 6 meses. Admitido com hipoglicemia grave (glicemia sérica-30 mg/dL),
persistia com hipoglicemias recorrentes, necessitando de aporte
glicêmico parenteral elevado. Evoluiu com hematêmese volumosa,
tendo endoscopia digestiva alta, tomografia de abdômen e tórax
e, posteriormente, anatomopatológico, apontado adenocarcinoma
gástrico com metástases hepáticas e pulmonar. Determinada a incurabilidade oncológica, persistia com graves crises hipoglicêmicas,
sendo feito teste de jejum para determinação etiológica destas. Definida origem não hiperinsulinêmica: glicemia - 33 mg/dl, insulina - 0,4 µIU/mL (VR: 2-13 µIU/mL), peptídeo C - 0,2 ng/mL
(VR: 0,9-7,1 ng/mL), a associação entre baixos níveis de IGF1
- 25,0 ng/mL (VR: 75 - 212 ng/mL). Discussão: O relato acima
ilustra raro exemplo de hipoglicemia tumoral induzida por células não pancreáticas, sendo o adenocarcinoma gástrico responsável
por apenas 8% desses casos. A hipoglicemia se dá pela produção de
forma parcialmente processada de IGF2, “big IGF2”, que possui
atividade insulina “símile” capaz de ativar receptores de insulina
perifericamente. Baixos níveis séricos de insulina, peptídeo C, GH
e IGF1 associados à elevação da relação IGF2/IGF1 plasmática (>
10) ou dos níveis de “big IGF2” confirmam o diagnóstico. O tratamento definitivo é o da doença de base, podendo ser usado como
paliação: glicocorticoides, GH e análogos de somatostatina, com
melhores resultados para o primeiro. Conclusão: A possibilidade
de doença neoplásica deve ser aventada diante da hipoglicemia de
causa incerta, sendo tal diagnóstico importante pela oportunidade
de identificação de neoplasia e pela possível boa resposta, embora
efêmera, à corticoterapia.
S299
Neuroendócrino
Trabalhos Científicos
Trabalhos Científicos
279
HIPONATREMIA EUVOLÊMICA (HE) SINTOMÁTICA RECORRENTE
SECUNDÁRIA A HIPOTIREOIDISMO CENTRAL (HC)
Alves Júnior, A. M.¹; Ribeiro, M. S.¹; Lima, W. F.¹; Silva, M. S. G.¹;
Mascarenhas, M. O.¹; Brandão, D. S.¹; Feliciano, R. O.¹
Neuroendócrino
¹ Universidade Federal do Tocantins (UFT), Hospital Geral de Palmas (HGP),
Palmas, TO, Brasil
Introdução: A hiponatremia é uma situação comum em pacientes
internados, mas sua etiologia é de difícil confirmação. O hipotireoidismo é uma causa infrequente de hiponatremia, mas deve ser sempre
aventada. Objetivo: Este caso clínico tem como objetivo ilustrar o
hipotireoidismo central como causa de HE sintomática. Métodos:
Apresentação de caso e investigação diagnóstica conforme literatura.
Resultados: M.V.C., 78 anos, com rebaixamento do nível de consciência. Relato de 4 internações prévias nos últimos 3 meses, por episódios semelhantes com melhora após hidratação. Antecedente de HAS
em uso de diurético tiazídico. Relatou hipofisectomia há 12 anos
com subsequente radioterapia, mas não sabia informar etiologia. Na
admissão, função hematológica, renal e hepática, glicemias normais.
Sódio sérico (NS) de 120 mEq/dl (VR135 a 148 mEq/dl) e demais
eletrólitos normais. Dosagem de sódio urinário 147 meq/24h (VR:
40 a 220 mEq/24h). Perfil hormonal basal com dosagem de ACTH,
aldosterona, cortisol, HGH, prolactina e IGF-1 normais. Apresentava
FT4 0,6 mEq/Dl (VR: 0,87 a 1,56 ng/100 ml) e TSH 2,37 mEq/
dl. Não realizada dosagem de ADH por motivos técnicos. Radiografia
pulmonar normal. Iniciado levotiroxina 25 mcg/d com ajuste progressivo, mantendo níveis NS normais e FT4 após 6s de tratamento
de 0,98 mEq/dL. RNM de sela túrcica evidenciou lesão expansiva,
compatível com recidiva ou remanescente tumoral. Alta hospitalar com melhora clínica e laboratorial. Discussão: As HE ocorrem
quando há reabsorção excessiva de água devido à incapacidade renal
de diluir a urina. Geralmente devido a uma produção excessiva ou
potencialização da ação do hormônio antidiurético (HAD) em decorrência de alterações renais, metabólicas, endócrinas, farmacogênicas,
doenças crônicas ou iatrogênicas. A HE é um distúrbio comum em
idosos e está associada a delírios, quedas e mortalidade intra-hospitalar. Frequentemente a hiponatremia é ignorada ou subdiagnosticada,
sendo o tratamento da causa subjacente essencial. Neste caso, temos
uma paciente idosa com uma HE hipo-osmolar causada por hipotireoidismo central e potencializada pelo uso de diurético tiazídico.
Conclusão: Hiponatremia deve ser considerada não apenas como
um distúrbio hidroeletrolítico isolado, mas também como um sinal
de uma doença. Nesse caso em específico, uma abordagem adequada
em internações anteriores poderia ter evitado recidivas, melhorando a
sobrevida e diminuindo os custos ao serviço de saúde.
280
HIPONATREMIA SEVERA ASSOCIADA A HIPOGLICEMIA EM
UMA PACIENTE COM DIAGNÓSTICO TARDIO DE SÍNDROME
DE SHEEHAN
Silva, J. A.¹; Brito, D.¹; Gonçalves, L.¹; Ramalho, M.¹; Rodrigo, S.¹
¹ Residência de Clínica Médica da Santa Casa de Misericórdia de Maceió, Liga
Acadêmica de Endocrinologia e Metabologia, Faculdade de Medicina da
Universidade Federal de Alagoas (Famed/UFAL), Maceió, AL, Brasil
Objetivo: Relatar a importância do diagnóstico diferencial da associação de hiponatremia severa e hipoglicemia em pacientes com
síndrome de Sheehan. Métodos: Paciente do sexo feminino, caucasiana, 37 anos, deu entrada na enfermaria apresentando-se em
regular estado geral, emagrecida, aspecto envelhecido, hipocorada,
pele espessada e seca, diminuição dos pelos de ambas as sobrancelhas
em terço distal, ausência de pilificação em axila e região pubiana,
lentificação do pensamento e da fala, discurso incoerente, apatia im-
S300
portante e quadros de agitação psicomotora; PA: 90 x 60 mmHg
e frequência cardíaca de 58 bpm. Durante coleta da anamnese, a
paciente informa que apresentou parto complicado com intensa hemorragia há 14 anos com necessidade de histerectomia e transfusão
de hemoderivados. Resultados: Foram solicitados exames para investigação: sódio: 110 mEq/L, glicemia: 46 mg/dl; potássio: 3,9
mEq/L, ureia: 17 mg/dl, creatinina 0,63 mg/dl, cortisol 1,2 ucg/
dl; TSH de 6,0 µUI/mL e T4 livre 0,40 mg/mL, FSH 4,4 mUI/
ml, LH 0,82 mUI/mL, prolactina 2,3 ng/mL, estradiol < 10 pg/
mL; hemoglobina 10,3 g/dL, hematócrito 30%, VCM 83,1 UI% e
HCM 28 uug, triglicerídeos 416 mg/dL, colesterol total 219 mg/
dL. Pela história clínica, exame físico e dados laboratoriais, foi dado
o diagnóstico de hiponatremia e hipoglicemia secundárias a pan-hipopituitarismo devido à síndrome de Sheehan, sendo implementada
terapia de reposição hormonal com glicocorticoides seguida de levotiroxina, normalização dos níveis de sódio e da glicemia e estabilização clínica. Paciente teve alta hospitalar com importante melhora clínica. Discussão: A síndrome de Sheehan foi primeiramente descrita
por H. L. Sheehan em 1937. Trata-se de hipopituitarismo pós-parto
secundário à necrose hipofisária decorrente de hipotensão por causa de hemorragia maciça durante ou logo após o parto. Há relatos
de pacientes que evoluíram com hiponatremia aguda e hipoglicemia
sintomática após décadas do nascimento do último filho, conforme
descrito no caso. Em virtude de sua raridade, a síndrome de Sheehan
recebe pouca atenção. Sendo assim, o caso descrito chama a atenção
para a valorização da história clínica e exame físico, que foram fundamentais para justificar a hiponatremia severa e a hipoglicemia apresentadas pela paciente. Conclusão: Este caso ilustra a possibilidade
da associação de hiponatremia severa e hipoglicemia sintomática em
uma paciente portadora de síndrome de Sheehan.
281
INSULIN SENSITIVITY, BETA CELL FUNCTION AND PREVALENCE
OF DIABETES IN INDIVIDUALS HOMOZYGOUS AND
HETEROZYGOUS FOR THE C.57+1G > A GHRHR MUTATI
Oliveira, M. H. A.¹; Rocha, I. E. S.¹; Vicente, T. R.¹; Salvatori, R.2; Pereira,
R. M. C.¹; Santos, E. G.¹; Valença, E. H. O.¹
¹ Federal University of Sergipe, Division of Endocrinology, Aracaju, Brazil; 2 Johns
Hopkins University School of Medicine, Division of Endocrinology, Baltimore, MD,
United States
Objective: GH has an important role in regulating insulin sensitivity
(IS) and beta cell function (βCF). We have shown that subjects with
isolated GH deficiency due to a homozygous GHRHR mutation
(MUT/MUT) have increased IS, impaired βCF, and higher prevalence of impaired glucose tolerance (IGT) when compared with homozygous normal controls (N/N). IS and βCF in heterozygous individuals for the mutation (MUT/N) are unknown. Our purposes were
a) to compare IS, βCF, prevalence of IGT and DM in the 3 groups
and b) to verify the prevalence of IGT and DM in all living MUT/
MUT. Methods: a) OGTT was performed in 24 MUT/MUT, 25
MUT/N and 25 N/N with glucose and insulin measurements at 0,
30, 60, 90, 120, and 180 min. IS was assessed by HOMAir, quantitative IS check index (QUICK), oral glucose IS index in 2 h (OGIS2)
and 3 h (OGIS3). βCF was assayed by HOMAbeta, insulinogenic
index, and area under the curve of insulin-glucose ratio (AUC I/G
(µU/ml)/(mg/dl). b) We have identified 55 living MUT/MUT individuals. Two have previously diagnosed DM. We measured fasting
glucose in 16, and performed OGTT with glucose measurements at
0 and 120 minutes in additional 12 individuals, while 24 were studied in the previous protocol, for a total of 54. Results: MUT/N
and N/N were similar in IS and βCF, IGT and DM prevalence in
OGTT study. BMI had a trend toward to be lower in MUT/MUT
than N/N (p = 0.054) and was similar between MUT/MUT and
MUT/N. As BMI could influence the comparison between MUT/
MUT and MUT/N, we will focus in the comparison between
MUT/MUT and MUT/N. HOMAir was lower, QUICK and OGIS
2 were higher in MUT/MUT than MUT/N (p = 0.004, p = 0.004
and p = 0.054, respectively) while OGIS 3 was similar. HOMAbeta,
IGI and AUC I/G were lower in MUT/MUT than MUT/N (p
= 0.005, p = 0.001 and p = 0.002 respectively). The prevalence of
IGT was higher in MUT/MUT than MT/N and N/N. Discussion:
We confirm previously identified consequences of congenital IGHD
on βCF and IS. These effects seem not to be mediated by BMI. We
also confirmed a higher prevalence of IGT in the MUT/MUT than
both MUT/N and N/N. Conclusion: MUT/MUT have higher IS
but reduced βCF compared to the other groups. They also have a
higher prevalence of IGT than N/N and N/MUT individuals. They
are therefore not immune from developing DM.
282
INSULINOMA: RELATO DE CASO E EXAMES INDICADOS PARA
SUA INVESTIGAÇÃO
Coutinho, E. A. F.¹; Silva, N. C.¹; Xavier, T. A.¹; Brandão, D. A.¹; Netto, I.
G.¹; Ramos, G. R.¹; Schrank, Y.¹
¹ Serviço de Endocrinologia, Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), Rio de
Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Relatar caso de insulinoma responsável por manifestações
neurológicas e descrever os exames empregados na sua localização.
Métodos: J.P.F.S., 42 anos, sexo feminino, parda, obesa e solteira.
Em setembro de 2008 apresentou quadro de crise convulsiva tônico-clônica generalizada, sendo realizada TC de crânio (sem alterações)
e prescrita fenitoína para uso contínuo. Interrompeu tratamento por
conta própria em dezembro de 2012 quando apresentou novo episódio de crise convulsiva, durante a qual foi realizada glicemia capilar
(26 mg/dl). Na internação, evidenciada a tríade de Whipple e solicitados exames que confirmaram o hiperinsulinismo com predomínio
da secreção de pró-insulina - glicose 32 mg/dl, insulina 2,61 µU/
ml (> 3), pró-insulina 20,1 pmol/ml (> 5), peptídeo C 3,8 ng/ml (>
0,6). TC de abdome com ênfase na fase arterial evidenciou três lesões
nodulares no pâncreas (colo 1,2 cm, corpo 1,9 cm e cauda 2,1 cm)
sugestivas de tumor neuroendócrino. RNM também demonstrou lesões na cabeça, corpo e cauda. USG endoscópica evidenciou lesão
hipoecoica próxima ao processo uncinado e na cauda pancreática,
sendo esta última biopsiada. Resultado do citopatológico com imuno-histoquímica compatível com insulinoma. Cateterismo pancreático com lesão captante de contraste apenas em cauda e com aumento
da secreção de insulina nessa região após estímulo com cálcio. Realizada pancreatectomia corpo caudal videolaparoscópica com ressecção
das lesões tumorais. Após o procedimento, houve melhora completa
dos episódios de hipoglicemia. Discussão: Trata-se de um caso de
insulinoma, cuja primeira manifestação foram alterações neurológicas
(crises convulsivas). Diante dos sinais e sintomas de hipoglicemia, é
fundamental a investigação diagnóstica, sendo o insulinoma uma das
causas possíveis. Em 40% dos casos, esse tumor está associado à obesidade. Sua localização necessita comumente da associação de exames
de imagem, em razão do seu frequente pequeno tamanho. Conclusão: Apesar de ser um tumor neuroendócrino raro, o tratamento preconizado é a ressecção cirúrgica, com cura em 70% a 97% dos casos.
283
MACROADENOMA HIPOFISÁRIO PRODUTOR DE LH: RELATO
DE CASO
Faria, G. B.¹; Pinel, S. C. M.¹; Rocha, E. T.¹; Lameirinhas, T. S.¹; Gontijo,
G.¹; Chevtchouk, L.¹; Jurno, M. E.¹
¹ Associação do Diabéticos de Barbacena, Fundação Hospitalar do Estado de
Minas Gerais (Assodibar/FHEMIG), Barbacena, MG, Brasil
Objetivo: Relato de caso de um paciente com macroadenoma
hipofisário produtor de LH e sua evolução com tratamento. Métodos: Mulher, 54 anos, queixa de amenorreia há seis meses, cefaleia hemicraniana pulsátil em regiões supraorbitária e temporal
esquerdas, diplopia e hemianopsia homônima bitemporal. Não
apresentava galactorreia, hirsutismo, acne, ganho de peso e mantinha níveis pressóricos normais. Tomografia computadorizada de
crânio (TCC) e ressonânica nuclear magnética (RNM) de encéfalo de abril de 2011 revelando lesão expansiva em sela túrcica
com compressão de quiasma óptico. A dosagem hormonal (cortisol basal, prolactina, calcitonina, GH, TSH, FSH, LH, ACTH ),
glicemias e TTOG apresentavam-se dentro dos limites da normalidade, sugerindo tratar-se de um adenoma hipofisário não secretante. Por opção da paciente, foi mantida conduta conservadora
com o uso de bromocriptina por dois meses, com melhora parcial
dos sintomas visuais, confirmada pela campimetria. Entretanto, a
RNM de hipófise de janeiro de 2012 revelava formação expansiva
sólida, com área de hipersinal em T2, medindo 2 x 3 x 2,3 cm em
íntimo contato com seio cavernoso, insinuação além dos limites
de carótida interna direita e compressão do quiasma óptico. Sendo assim, a paciente foi encaminhada à neurocirurgia, com ressecção transefenoidal endoscópica da lesão. Anatomopatológico
revelou adenoma hipofisário com células produtoras de hormônio luteinizante (LH) e imuno-histoquímica detectando presença
de antígeno de proliferação celular Ki67/LH. Em cinco meses,
eram notadas redução importante dos sintomas, melhora à campimetria e RNM revelando sela túrcica aumentada com hipófise
de dimensões normais. Discussão: O grande grupo de adenomas
não funcionantes clinicamente tem predomínio dos adenomas
gonadotróficos que sintetizam FSH e\ou LH, as alfa ou beta subunidades desses heterodímeros. São usualmente detectados incidentalmente ou por sintomas neurológicos compressivos ou ainda raramente como hipogonadismo secundário. Conclusão: Os
gonadotropinomas são ineficientes como secretores e raramente
são reconhecidos clínica e laboratorialmente pela hipersecreção
de LH, sendo esta cíclica.
284
MACROPROLACTINOMA FAMILIAR
Kairala, H. E.¹; Rodrigues, P.¹; Azevedo, E.¹; Rangel, A. L.¹; Cargnin, K.
R. N.¹; Waymberg, S.¹; Pessoa, C. H. C. N.¹
¹ Instituto de Endocrinologia da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro
(IESC), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Apresentar relato de casos de macroprolactinoma familiar. Métodos: Foram avaliados dois pacientes do sexo masculino,
irmãos consanguíneos, ambos com diagnóstico de macroprolactinoma. Resultados: O paciente A. teve o diagnóstico aos 26 anos,
a prolactina inicial era maior que 200 ng/ml, sendo submetido à
cirurgia em 2004 por apresentar adenoma hipofisário de 5,2 x 3,0
x 2,8 cm deslocando o quiasma óptico, mantendo acompanhamento em outro estado. O paciente J. teve o diagnóstico aos 27
anos, recebeu carbegolina como modalidade inicial de tratamento
devido a prolactina sérica de 4.828 ng/ml e lesão hipofisária de
2,4 x 2,2 x 2,2 cm, permanecendo atualmente em acompanhamento clínico nesta instituição, evoluindo com controle hormonal
e redução da lesão. Discussão: Os tumores hipofisários podem
estar presentes em mais de um membro da mesma família, sem
ser um evento esporádico, mas sim relacionado com a síndrome
FIPA, a qual pode correlacionar-se com uma mutação no gene
AIP em até 25% dos casos. Alguns autores referem também que a
vivência de situações traumáticas durante a infância poderá interferir nos processos de inativação de genes supressores de tumores
que promovem a gênese dos adenomas hipofisários e aumentar a
S301
Neuroendócrino
Trabalhos Científicos
Neuroendócrino
Trabalhos Científicos
incidência dessas neoplasias nesses pacientes. Os adenomas hipofisários familiares também estão presentes em outras neoplasias endócrinas múltiplas familiais. Conclusão: Considerando a existência da forma familiar dos adenomas hipofisários, o diagnóstico em
2 irmãos nos chamou a atenção para essa possibilidade. Pacientes
portadores de AIPmut têm maior predisposição a apresentar doenças mais agressivas em idades mais jovens e suas características
clínicas podem causar um impacto negativo no tratamento, por
isso a importância do rastreio clínico e genético em membros de
famílias com 2 ou mais casos. Além disso, é necessário, nesse perfil
de pacientes, pesquisar também a presença dos genes NEM-1 e
PRKAR-1A, pois o adenoma hipofisário pode ser uma manifestação inicial isolada.
285
MACROPROLACTINOMA GIGANTE ASSOCIADO A
IMPORTANTE COMPONENTE CÍSTICO E RESPOSTA PARCIAL
AO USO DE ALTAS DOSES DE CABERGOLINA: RELATO DE
CASO
Camelo, M. G. G.¹; Silva, B. L.¹; Souza, P. M. M. S.¹; Silva, N. M.¹;
Barbosa, J. L. S.¹; Cruz, J. A. S.¹
¹ Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Maceió, AL, Brasil
Objetivo: Relatar a resposta parcial a altas doses de cabergolina
em um paciente com macroprolactinoma gigante e importante
componente cístico. Métodos: Paciente, sexo masculino, 30 anos,
procurou ambulatório de endocrinologia com história de ganho
de peso, indisposição, redução da libido e cefaleia frontoparietal,
associada a comprometimento visual. Ao exame físico: 90 kg, cintura abdominal de 109 cm, ginecomastia bilateral sem galactorreia.
Os aparelhos respiratório e cardiovascular não mostravam alterações. Resultados: O perfil hormonal evidenciou hipogonadismo
hipogonadotrófico, hipotireoidismo e hipocortisolismo secundários; deficiência de GH, função hepática e renal normais e níveis
de prolactina de 855 ng/ml (VR: 0-15 ng/ml). A RNM do crânio
revelou: volumosa lesão expansiva de contorno lobulado e limites
parcialmente definidos, heterogênea, com captação irregular de
contraste, ocupando a sela túrcica, seios esfenoidais e região suprasselar, com importante efeito compressivo sobre o quiasma óptico,
tocando o hipotálamo, apresentando áreas císticas. Foi iniciado o
tratamento com cabergolina e aumento gradativo da dose até um
total de 6 mg por semana, com redução dos níveis de prolactina,
mas com aumento do componente cístico que persistia comprimindo o quiasma óptico e comprometendo a visão. Realizou-se um
ecoDopplercardiograma sem alterações e uma campimetria que
demonstrou escotoma denso em todo campo visual com discretas
ilhas de visão. Após 3 meses de tratamento clínico, foi realizada uma
nova RNM que demonstrou permanência do efeito compressivo
sobre o quiasma óptico e o hipotálamo, sendo o paciente encaminhado à neurocirurgia. Discussão: Prolactinomas são os tumores
hipofisários funcionantes mais frequentes. A apresentação clínica característica é a de hipogonadismo associado ou não a sintomas compressivos. O tratamento clínico é atualmente considerado a primeira
opção na abordagem de todas as causas de hiperprolactinemia. Em
pacientes que tenham tumores com grandes áreas císticas, apesar
do grande volume do adenoma, há um menor número de células
lactotróficas, o que pode comprometer a ação do agonista dopaminérgico levando a uma dissociação da resposta terapêutica, como no
caso apresentado. Conclusão: Este caso ilustra que a presença do
componente cístico em macroprolactinoma gigante comprometeu
a resposta completa à cabergolina, sendo indicado o tratamento cirúrgico para descompressão neuro-oftalmológica.
S302
286
MONITORIZAÇÃO CONTÍNUA DE GLICOSE (CGMS®) EM
PACIENTES COM ACROMEGALIA
Sousa, L. S.¹; Bastos, F. A.¹; Machado, A. S.¹; Camelo, F. S. A.¹; Sato, M.
M. M.¹; Maciel, M. L.¹; Miranda, R. V.¹; Fernandes-Caldato, M. C.¹
¹ Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), Universidade Federal do
Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil
Objetivo: Avaliar o metabolismo glicídico por meio do CGMS®
(Sistema de Monitorização Contínua da Glicose) em pacientes
acromegálicos, bem como a relevância da variabilidade glicêmica.
Métodos: Realizado um estudo quantitativo, analítico e transversal
com 16 pacientes acromegálicos, que foram submetidos a CGMS®
por 72 horas. Foram analisados fatores de risco cardiovasculares,
médias de glicose intersticial aferidas pelo sensor, tempo de hipo,
normo e hiperglicemia, valores de glicemia pré e pós-prandial das
principais refeições detectadas pelo sensor CGMS®. Resultados:
Entre os fatores de risco para doenças cardiovasculares, o mais comum foi a alteração no metabolismo da glicose (62,5%), seguida
de hipertensão arterial sistêmica (56,25%) e dislipidemia (31,25%).
O índice de massa corpórea médio foi de 28,25 kg/m², sendo que
50% apresentavam-se com sobrepeso, 25%, obesos. A variabilidade
glicêmica diária da população em estudo obteve média de 112,6
mg/dl, sendo que 5 pacientes apresentaram percentual de duração
de glicemia fora da normalidade, estando abaixo de 95% do tempo
em normoglicemia. Desses, 60% não eram considerados diabéticos
previamente e a média de variabilidade glicêmica encontrada foi de
180 mg/dl. Discussão: Diabetes mellitus e tolerância diminuída à
glicose são frequentemente associados a acromegalia, com consequente aumento na morbimortalidade cardiovascular. A CGMS®
permite aferições da concentração da glicose intersticial e apresenta
boa correlação com a glicemia plasmática. Neste estudo, foi observada uma alta eficácia do sensor CGMS®, em relação à glicemia capilar,
principalmente na identificação de excursões glicêmicas. Em relação
à variabilidade glicêmica diária desses pacientes, foi extremamente
alta. Isso pode ocorrer devido ao excesso de GH que leva à resistência insulínica, além de que o próprio tratamento com análogo
de somatostatina pode causar aumento da glicemia. Conclusão:
Observou-se a presença de alterações importantes no metabolismo
glicídico, principalmente nos 5 pacientes descompensados, nos quais
a variabilidade glicêmica superou os índices da média glicêmica total.
Com o auxílio do CGMS®, pacientes considerados normoglicêmicos
foram diagnosticados com DM2, podendo ser iniciado precocemente tratamento adequado, contribuindo na diminuição da morbidade
apresentada por estes. Esse método parece ser importante principalmente para detecção precoce das alterações no metabolismo da
glicose, antes mesmo dos métodos considerados convencionais para
esse diagnóstico.
287
PAN-HIPOPITUITARISMO CONGÊNITO NUNCA
DIAGNOSTICADO OU TRATADO EM ENGENHEIRO DE 28
ANOS
Silva, M. C.¹; Ronsoni, M. F.¹; Colombo, B. S.¹; Oliveira, C. S.¹; Canalli,
M. H. B. S.¹; Coral, M. H. C.¹; Hohl, A.¹
¹ Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
Objetivo: A apresentação clínica do hipopituitarismo congênito
(HC) é variável e depende da idade do diagnóstico, do tipo e da severidade das deficiências. Este relato mostra a história natural de um
adulto com HC nunca diagnosticado ou tratado e sua evolução após
1 ano de reposição hormonal. Métodos: Masculino, 28 anos, engenheiro, mestrando, procedente de Moçambique, 135 cm de altura,
peso 41 kg, ausência de sinais de virilização, Turner P1G1, pênis 3
Trabalhos Científicos
288
PENETRANCE AND CLINICAL IMPACT OF MULTIPLE
ENDOCRINE NEOPLASIA TYPE 1 – RELATED TUMORS
DIAGNOSED IN CHILDHOOD AND ADOLESCENCE
Gonçalves, T. D.¹; Toledo, R. A.¹; Sekiya, T.¹; Coutinho, F. L.¹;
Montenegro, F. L.¹; Toledo, S. P.¹; Lourenco Júnior, D. M.¹
¹ Endocrine Genetics Unit (LIM-25), Division of Endocrinology, Hospital das
Clínicas, University of São Paulo School of Medicine (HC-FMUSP), São Paulo, SP,
Brazil
Introduction: In order to reach an early diagnosis, the Consensus
on MEN1 (2001/2012) established periodic hormonal/radiological exams in carriers of MEN1 germline mutation with beginning
to each tumor type based on younger case age reported. This recommendation is resultant of absence of consistent data reported
on penetrance, prevalence, phenotype and clinical impact of the
MEN1-related tumors in adolescents. Objective: To recognize the
penetrance/prevalence of MEN1 tumors during 2nd decade reaching
a more appropriate screening. Methods: One hundred and fifteen
MEN1 cases harboring germline MEN1 mutations were studied.
Two subgroups were selected: group 1, 27 cases approached during 2nd decade; group 2: 24 cases diagnosed with MEN1 after 21
years but presenting suggestive clinical history of MEN1 during 2nd
decade. Results: The penetrance and prevalence of HPT, PET and
PIT in 27 cases of the group 1 were respectively 55.6%, 44.4%, 44%
and 71.4%, 57.1%, 55%. Indeed, the penetrance of prolactinoma,
NF-PIT, NF-PET and insulinoma were 34.6%, 8%, 44.4% and 7.4%,
The overall penetrance during 2nd decade of HPT, insulinoma,
gastrinoma, non-functioning PET, PIT, prolactinoma and nonfunctioning PIT in 114 MEN1 cases were respectively 26.9, 2.6, 0,
44.4, 16.5, 15 and 8%. Half of young cases diagnosed were asymptomatic and predominant symptoms were related to prolactinoma
(82%), insulinoma (18.2%) and HPT (9%). During follow-up, 26.4%
of young cases with asymptomatic HPT presented urolithiasis before 21 years. Prolactinoma was the more prevalent pituitary tumor
(78%) and 44.5% were macroadenoma. Non-functioning PITs are
less frequent (22%) presenting as incipient microadenomas. Nonfunctioning PETs are frequent into 2nd decade (57%) and relevant
clinically (55%, surgical indication). Clinical/surgical treatment was
conducted to one or more MEN1-related tumors in 44.4% (12/27)
of the adolescents. Conclusion: Based in our data approaching 27
patients during 2nd decade, we proposed an intensive periodic clinical/hormonal screening to early diagnosis of prolactinomas, insulinomas, HPT and NF-PETs once they reveal as significant clinically
tumors in adolescents. Concerning NF-PETs, we indicate basal radiological screening between 10-15 y-old and valid the suggestion
of the Consensus on MEN1 (2012) to begin this screening at 10
y-old based in weak evidences, the case report of two adolescents
presenting this tumoral type.
289
PERFIL DOS PACIENTES COM ACROMEGALIA DO SERVIÇO
DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA DA SANTA CASA DE
MISERICÓRDIA DE JUIZ DE FORA, MG
Alves, D. L.¹; Amaral, F. F.¹; Carvalho, B. R. P.¹; Dantas, C. A. F.¹; Moreira,
R. O.¹; Nassau, D. C.¹; Larcher de Almeida, A. A.¹
¹ Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora (SCMJF), Juiz de Fora, MG, Brasil
Objetivos: Analisar dados epidemiológicos, clínicos, laboratoriais,
radiológicos e etiológicos dos acromegálicos do Ambulatório de
Neuroendocrinologia da SCMJF, descrever as principais complicações clínicas associadas ao excesso do GH e/ou IGF-1 e analisar
a resposta ao tratamento instituído: cura, ausência de resposta e
recidiva. Métodos: Análise retrospectiva dos prontuários dos acromegálicos do Ambulatório de Neuroendocrinologia da SCMJF que
foram consultados entre 1996 e 2012. Resultados: Identificados
16 pacientes, 6 mulheres e 10 homens. Idade média ao diagnóstico:
46,9 anos. Tempo médio decorrido entre clínica e diagnóstico: 3,4
anos. Manifestações clínicas: mudança de fisionomia (68,75%), cefaleia e alteração visual (37,5%), doença cardíaca e alterações no metabolismo da glicose (37,5%), artropatia (31,25%), visceromegalias
(25%), fadiga (18,75%) e alterações de pele (12,5%). Um paciente
apresentou GH < 0,4 e todos tinham IGF-I acima do limite superior da normalidade. Somatropinoma foi a causa mais frequente de
acromegalia (100% dos pacientes), 3 micro e 10 macroadenomas, 3
casos sem descrição de tamanho. Um dos adenomas foi cossecretor
de GH e prolactina. Alterações metabólicas e cardiovasculares foram
principais preditores de morbimortalidade. Como tratamento primário, a CTE foi realizada em 4 pacientes, cirurgia transcraniana em
2 e medicamentoso em 7. Treze pacientes necessitaram de terapia
secundária (medicamentoso e/ou radioterapia). A cura foi obtida
em 2 acromegálicos e houve um óbito. Discussão: Acromegalia é
uma doença sistêmica crônica, insidiosa, decorrente da produção
excessiva do GH e IGF-1. Em 98% dos casos, é causada por um
adenoma hipofisário secretor de GH. Mais comum entre 30 e 50
anos de idade e não há predileção por gênero. Quando não controlada, leva a complicações cardiovasculares, respiratórias, metabólicas e neoplásicas. Requer abordagem multidisciplinar e envolve
tratamento cirúrgico, medicamentoso e/ou radioterápico, sendo a
cirurgia transesfenoidal (CTE) o tratamento primário de escolha. O
tratamento é considerado efetivo quando preenche os critérios de
cura/controle estabelecidos pelo consenso realizado em Paris em
2009. Conclusão: Os dados epidemiológicos, clínicos, laboratoriais,
radiológicos e etiológicos dos nossos acromegálicos foram coerentes
com a literatura, com exceção do tempo decorrido entre as primeiras
manifestações clínicas e o diagnóstico. Fato que julgamos ser secundário ao n reduzido.
290
PERSISTÊNCIA DE NORMOPROLACTINEMIA APÓS RETIRADA
DOS AGONISTAS DOPAMINÉRGICOS EM PACIENTES
PORTADORES DE PROLACTINOMA
Soto, C. L.¹; Carvalho, D. B.¹; Corrêa, P. C.¹; Tanigawa, L.¹; RamosDias, J. C.¹; Zampieri, M.¹; Senger, M. H.¹
¹ Área de Endocrinologia, Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde (PUC/
SP), Sorocaba, SP, Brasil
Introdução: Prolactinomas são responsáveis por 40%-60% dos casos de adenoma hipofisário, manifestando-se geralmente entre 20
e 40 anos. Microadenomas são mais frequentes, com maior prevalência no sexo feminino (20:1). Atualmente o uso de agonistas
dopaminérgicos é considerado tratamento de escolha, com melhora
clínica e neurológica em 70%-80% dos pacientes. A normalização
nos níveis séricos de prolactina (PRL) e/ou diminuição do tumor
S303
Neuroendócrino
cm de comprimento, testículos 3 cm³. Sempre foi pequeno para a
idade, referia libido e ereções desde os 12 anos, mas nunca teve relação sexual (sua principal queixa). Negava dificuldades de aprendizagem, trauma craniano, radioterapia ou história familiar semelhante.
Fazia uso de sinvastatina 20 mg ao dia há 3 meses e negava outras comorbidades. Idade óssea compatível com 15 anos. TSH 2,5 mcIU/
mL (0,4-4,0), T4L 0,64 ng/dL (0,89-1,76), LH 0,16 mIU/mL
(0,8-7,6), FSH 0,65 mIU/mL (0,7-11,1), prolactina 25,2 ng/mL
(2.5-17), GH < 1), IGF1 40), LDL 197 mg/dL. Conclusão: É
interessante que o paciente não apresentava déficits cognitivos apesar
do hipotireoidismo marcado, o que nos leva a pensar que se trata
de um hipotireoidismo de início recente. A resposta clínica após 1
ano de tratamento, com crescimento estatural, peniano e melhora
do perfil lipídico, é animadora em termos de benefícios físicos e psicossociais.
Neuroendócrino
Trabalhos Científicos
ocorrem em cerca de 80% dos casos. A desvantagem do tratamento
medicamentoso é a necessidade de uso prolongado. O momento
ideal para sua suspensão ainda é controverso e deve ser considerado em pacientes com normoprolactinemia por, no mínimo, 6 meses. Objetivo: Avaliar a persistência de normoprolactinemia após
retirada dos agonistas dopaminérgicos em pacientes portadores de
prolactinoma. Métodos: Estudo observacional, analítico e retrospectivo, com análise de prontuários de 37 pacientes com prolactinoma seguidos em ambulatório terciário para: gênero, tamanho de
tumor, tempo médio de uso do agonista dopaminérgico, níveis de
PRL antes e após o tratamento e tempo médio de seguimento após
suspensão do agonista. Resultados: Dos 37 pacientes, 19 (51,3%)
são portadores de macro e 18 (48,6%), de microprolactinoma. Destes, em 11 (29,7%; 2H:9M) foi retirado o agonista dopaminérgico
após redução gradual. Sete (1H:6M) eram portadores de micro
(63,6%) e 4 (36,3%), de macroprolactinoma. Os níveis médios de
PRL pré-tratamento eram de 109,4 ± 76,4 ng/ml (média ± DP). A
mediana de uso da medicação foi de 117 meses e, no momento da
suspensão, os níveis de PRL eram de 13,3 ± 5,5 ng/dl com achados
de imagem que favoreciam a retirada. A mediana do tempo de seguimento sem o agonista foi de 22 meses (variação: 6 a 63 meses).
Oito dos 37 pacientes (21,6%) persistiram sem medicação; 7 com
normoprolactinemia 18,4 ± 7,7 ng/ml e 1 com valor discretamente
elevado à custa de macroPRL. Em 3/37 pacientes (8,1%), houve
a necessidade de reintrodução do agonista (após 22, 26 e 63 meses). Discussão: Nossos dados corroboram achados da literatura,
com 21,6% (8/37) dos pacientes mantendo-se livres da medicação
em longo prazo. Em 8,1% houve a necessidade de reintrodução
do agonista, por aumento dos níveis de PRL (2 macro e 1 microprolactinoma). Conclusão: Deve-se considerar a retirada do agonista dopaminérgico nos pacientes com prolactinoma que mantêm
normoprolactinemia após redução gradual da droga e controle da
imagem tumoral.
291
PROLACTINOMA AGRESSIVO: SÉRIE DE CASOS
Cyrulnik, F. M. B.¹; Almeida, M. F. O.¹; Mendes, R. E.¹; Maxta, I. A.¹;
Scalissi, N. M.¹; Santos, A. R. L.¹; Lima Junior, J. V.¹
¹ Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (FCMSCSP), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: O objetivo do estudo desta série de casos foi de acessar o
desfecho dos pacientes que receberam diagnóstico de prolactinoma
agressivo em nosso serviço. Métodos: Realizada análise dos prontuários de pacientes com diagnóstico de prolactinoma agressivo no
período de 2002 a 2012. A agressividade foi avaliada pelos níveis
de prolactina, presença de cossecreção hormonal, tamanho e grau
de invasão local, presença de marcadores de proliferação celular e
taxa de recorrência após cirurgia. Resultados: Foram selecionados
9 pacientes com média de idade ao diagnóstico de 31,1 anos, sendo
a maioria do sexo masculino (M/H 1:3,5). Com relação ao quadro
clínico, cefaleia foi o sintoma mais comumente relatado (77%). Seis
pacientes apresentavam prolactina > 1.000 ng/mL. O tamanho
médio dos tumores foi de 4,21 cm, sendo todos com características de agressividade pela imagem. Na campimetria pré-operatória
3 pacientes apresentavam hemianopsia bitemporal. Os pacientes
receberam cabergolina como primeira linha de tratamento medicamentoso, sendo 5 anos o tempo médio de uso e 3,5 mg/semana
a dose média utilizada. Em relação ao tratamento cirúrgico, 5 pacientes foram submetidos à cirurgia com média de 1 reabordagem.
A via de acesso preferencial foi transfenoidal, porém 2 pacientes
foram reabordados por via transcraniana. A radioterapia estereotáxica foi optada como tratamento coadjuvante em 2 pacientes que
haviam sido submetidos a pelo menos duas abordagens cirúrgicas.
À análise imuno-histoquímica, 2 pacientes apresentaram positivida-
S304
de para LH/FSH e apenas outros 2 pacientes apresentaram Ki67
> 20%. Dos paciente analisados, 8 apresentaram normalização da
prolactina com tratamento proposto. Discussão: O prolactinoma
corresponde a 60% de todos os tumores funcionantes, sendo mais
prevalente em mulheres. Porém, esses tumores costumam ser mais
agressivos em homens e mulheres na pós-menopausa. O prolactinoma pode ser considerado agressivo pelas suas características clínicas, radiológicas e histológicas. Quanto maior o valor da prolactina,
presença de cossecreção hormonal, grau de invasão local e positividade de marcadores de proliferação celular como o Ki67, maior
será a agressividade e pior a resposta desse tumor à terapia-padrão.
Conclusão: Nesta análise, após brevemente revisarmos dados de
bioquímica, neurodiológicos e história clínica, verificamos que
nossos pacientes se enquadram dentro de estatísticas da literatura
mundial e que o tratamento desses tumores ainda permanece um
grande desafio.
292
PROLACTINOMA GIGANTE: EXPERIÊNCIA DO AMBULATÓRIO
DE ENDOCRINOLOGIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
CLEMENTINO FRAGA FILHO (UFRJ)
Chuva, F. C.¹; Moraes, A. B.¹; Vieira Neto, L.¹; Gadelha, M. R.¹
¹ Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) , Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: Os prolactinomas (PRLomas) gigantes geralmente
apresentam comportamento agressivo e invasão extrasselar, necessitando de abordagem multidisciplinar. Métodos: Análise descritiva de
11 pacientes com prolactinoma (PRLoma) gigante acompanhados
no HUCFF-UFRJ. PRLoma gigante foi definido como: lesão ≥ 4
cm e prolactina (PRL) > 200 ng/dL. Função adeno-hipofisária e ressonância magnética de sela foram realizadas antes e após o tratamento. Resultados: PRLoma gigante representa 8% dos PRLomas do
ambulatório. A mediana de idade dos pacientes é de 41 anos (19-50)
e a maioria é do sexo masculino (9:2). A mediana de tempo do início
do primeiro sintoma até o diagnóstico foi de 31 meses (5-131). À
apresentação clínica, todos os pacientes tiveram hipogonadismo, 10
com alteração no campo visual, 8 com cefaleia e 2 com galactorreia.
Hipertensão intracraniana (HIC) e convulsão ocorreram em um paciente e hemiplegia direita com diminuição do nível de consciência
em outro. Ao diagnóstico, a mediana da PRL foi 8.283 ng/dL (20021.238) e a do maior diâmetro do tumor 5,8 cm (4,0-8,5). Todos
os pacientes usaram cabergolina (CAB) e, apesar de a queda da PRL
superior a 85% ocorrer em todos os casos, quatro mantiveram PRL
alta. A mediana do maior diâmetro do tumor reduziu para 3,5 cm
(0-5,5) e em quatro pacientes foi superior a 50%. Sete iniciaram CAB
primariamente e, destes, 3 permanecem apenas com CAB, mantendo PRL e função hipofisária normais. Oito pacientes foram submetidos à cirurgia, metade por via transesfenoidal. Quatro operaram
antes de iniciar CAB por amaurose (um caso com HIC associada),
em que apenas um permaneceu com função hipofisária normal. Nos
4 casos operados após uso da CAB, os motivos foram PRL elevada
e tumor tocando o quiasma óptico. A mediana da dose de CAB foi
de 3,5 mg/semana (0,25-4,0) e a do tempo de seguimento foi de
60 meses (8-161). Recentemente, um paciente realizou radioterapia. Discussão: Nossa casuística mostrou que diagnóstico ainda é
tardio pela subnotificação do hipogonadismo. Os sintomas neuro-oftalmológicos foram o motivo de o paciente procurar o médico. A
maioria dos pacientes apresentou controle laboratorial com ressecção completa do tumor em alguns casos e 45% mantiveram controle
da doença com dose inferior a 3 mg/semana. Conclusão: O tratamento dos PRLomas gigantes deve ser individualizado. O agonista
dopaminérgico será, preferencialmente, a primeira opção, mantendo
controle clínico e laboratorial mais frequente.
293
PROP1 OVEREXPRESSION IN CORTICOTROPHINOMAS: AN
ADDITIONAL EVIDENCE OF ITS ROLE ON MAINTENANCE OF
PITUITARY CELL LINEAGE COMMITTED WITH CORTI
Carvalho, L. R. S.¹; Araujo, R. V.¹; Chang, C. V.¹; Fragoso, M. C. B. V.¹;
Bronstein, M. D.¹; Cescato, V. A. S.¹; Arnhold, I. J. P.¹; Mendonca, B. B.¹
¹ Laboratório de Hormônios e Genética Molecular, Divisão de Endocrinologia,
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Divisão de
Anatomia Patológica do Hospital das Clínicas da USP, São Paulo, SP, Brasil
Introduction: The expression of transcription factors involved in
early pituitary development, such as PROP1 and POU1F1, has been
detected in pituitary adenoma tissues. Objective: The objective in
this study, was to characterize the PROP1 and POU1F1 transcriptional profile in functioning and nonfunctioning pituitary adenomas,
in an attempt to identify their role in tumorigenesis and hormone
hypersecretion. Methods: RT-qPCR analyses were performed to
assess transcriptional pattern of PROP1, POU1F1, TPIT and hormone-producing genes using tumoral samples from corticotrophinomas (n = 10), somatotrophinomas (n = 8), and nonfunctioning
adenomas (n = 6). Results: POU1F1 exhibited high expression only
in somatotrophinomas (3-fold increase on average) when comparing
with normal pituitary tissue. PROP1 expression was, on average,
18-fold increase in corticotrophinomas, 10-fold increase in somatotrophinomas, and 3-fold increased in nonfunctioning adenomas.
TPIT transcriptional levels were, on average, 27-fold increased in
corticotrophinomas. TPIT mRNA levels were positively correlated
with POMC expression levels (r = 0.49, p = 0.014). Discussion:
Earlier studies showed that several patients with PROP1 loss-offunction mutations developed ACTH deficiency or progressive decline of corticotrope function. Conclusion: Our data demonstrate
that PROP1 is overexpressed in pituitary adenomas, mainly in corticotrophinomas, supporting a role for PROP1 in the maintenance of
cell lineage committed with corticotroph differentiation.
294
REATIVAÇÃO DO EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-GONADAL
PELO USO DE TESTOSTERONA EM PACIENTE COM
HIPOGONADISMO HIPOGONADOTRÓFICO IATROGÊNICO
Gonçalves, M. W. T.¹; Pfeilsticker, A. C. V.¹; Valadares, L. P.¹; Zakir, J. C. O.¹
¹ Departamento de Endocrinologia do Hospital Universitário de Brasília (HUB/
UnB), Brasília, DF, Brasil
Objetivo: O presente relato de caso visa descrever o uso de testosterona em doses intermitentes como tentativa de reativação de eixo
hipotálamo-hipófise-gonadal (HHG) em paciente com hipogonadismo hipogonadotrófico iatrogênico. Métodos: Relato de caso: SRA,
69 anos, masculino com diagnósticos prévios de hipotireoidismo
compensado e carcinoma de próstata (Gleason 7) submetido a prostatectomia total, radioterapia (40 sessões) e hormonioterapia (acetato de leuprolide – 22,5 mg/mês por 4 meses) há 1,5 ano. Após
tratamento, evoluiu com sinais e sintomas de hipogonadismo franco.
Exames laboratoriais evidenciavam hipogonadismo hipogonadotrófico. Iniciado cipionato de testosterona (CP) 200 mg via intramuscular
em ciclos de 45 dias com finalidade de intercalar normogonadismo
com hipogonadismo na intenção de reativar o eixo HHG. Nível de
PSA sérico foi avaliado, estipulando-se como meta de segurança PSA
total. Resultados: Realizados exames laboratoriais seriados: basal, no
14o dia após cada aplicação e 60, 90 e 120 dias após a última dose,
cujos resultados respectivos para cada exame mostraram: testosterona
total (ng/dL): 39,9/244/216/411/201/161/168; testosterona livre (nmol/L) 0,02/0,142/0,108/0,272/0,103/0,078/0,090. LH
(mUI/mL) e FSH (mUI/mL) basais, pré-3a dose e após 120 dias da
última dose respectivamente: 2,2/7,9/15,4 e 11,3/22/26,4. PSA
total manteve-se durante todo período em 0,04 ng/mL. O paciente
evoluiu com importante melhora sintomática após curso do tratamento e manteve esse quadro clínico mesmo após interrupção do uso
de testosterona, demonstrando reativação do eixo HHG. Discussão:
A reativação do eixo HHG, com recuperação da função gonadal, por
meio do uso de clomifeno, tem sido descrita com sucesso em homens
com hipogonadismo persistente em casos selecionados. Porém, o uso
intermitente de testosterona com essa finalidade ainda não foi relatado na literatura. Acreditamos que a forma proposta de administração
da medicação promova uma oscilação maior dos níveis plasmáticos
de testosterona, com consequente aumento da expressão do complexo de sinalização kisspeptina-GPR54, amplificando a liberação de
GnRH, estimulando a liberação de gonadotrofinas e consequente
reativação do eixo HHG. Conclusão: O caso descrito propõe um
novo método de reativação do eixo HHG em pacientes com hipogonadismo hipogonadotrófico adquirido.
295
METÁSTASE HIPOFISÁRIA DE ADENOCARCINOMA DE
PULMÃO: RELATO DE CASO
Balthazar, A. P. S.¹; Marcante, F. P.¹; Maurique, J. G. S.¹
¹ Hospital Governador Celso Ramos, Universidade do Sul de Santa Catarina
(Unisul), Florianópolis, SC, Brasil
Objetivo: Descrever um caso clínico. Métodos: Relato de caso com
anamnese, exame físico e exames complementares. Resultados:
J.F.R., masculino, branco, 49 anos, agricultor, iniciou com sintomas de polidipsia e poliúria em outubro de 2009. Quarenta dias
antes da hospitalização, surgiram outros sintomas: náuseas, vômitos,
anorexia, fadiga intensa, dor no ombro direito, piora da visão, tonturas, emagrecimento e perda da libido. Hospitalizado em janeiro
de 2010, o paciente mantinha as queixas anteriores. Negava fumo,
álcool ou uso de medicações. Estava descorado, com hipotensão
postural e emagrecido. Ausculta cardiopulmonar normal. No exame
neurológico: hemianopsia bitemporal. Exames: hematócrito 30%,
Hb 10,2g/dL, leucócitos 6.000 com diferencial normal, Na 120
mEq/l, K 3,8 mEq/l, creatinina 1,0 mg/dL, densidade urinária
1004, TSH 0,34 mU/ml, T4 livre 0,4 ng/dl, prolactina 42,4 ng/
ml. IGF-1 66 ng/ml, cortisol plasmático 1,2 mcg/dL. RMN de crânio: lesão expansiva sólida ocupando a sela túrcica, a cisterna suprasselar e interpeduncular. Foi submetido à ressecção neurocirúrgica
por via transesfenoidal. Anatomopatológico: lesão compatível com
adenocarcinoma metastático. Imuno-histoquímica: painel positivo
para TTF-1 e CK-7. No pós-operatório, a TC de tórax evidenciou
presença de vários linfonodos mediastinais, lesão irregular no segmento apical posterior, lesões líticas em manúbrio e escápula direita.
O paciente foi encaminhado para tratamento no serviço de oncologia, sendo incluído em protocolo de quimioterapia e radioterapia de
julho a setembro de 2010. Apresentou recidiva de doença em sistema nervoso central em dezembro de 2010, sendo submetido à radioterapia do SNC. Faleceu em março de 2011. Discussão: Lesões
hipofisárias metastáticas são relativamente incomuns e representam
1% do total das neoplasias hipofisárias. Essas lesões acontecem mais
comumente no câncer de mama e no câncer de pulmão. Achados
clínicos e radiológicos pouco diferenciam tumores metastáticos de
lesões benignas. A sobrevida média numa série publicada em 1998,
com 36 pacientes, foi de seis meses. Nessa mesma publicação, em
56% dos casos a metástase hipofisária foi a manifestação inicial da
doença neoplásica e os sintomas mais frequentes foram diabetes insipidus, hipopituitarismo e dor retro-orbital. Conclusão: A apresentação inicial de diabetes insipidus com piora rápida e progressiva do
deficit visual, embora não sejam sintomas específicos de neoplasias
metastáticas, poderia ter servido como sinais de alerta para o diagnóstico de doença maligna.
S305
Neuroendócrino
Trabalhos Científicos
Trabalhos Científicos
296
SÍNDROME DE CUSHING ACTH DEPENDENTE CAUSADA POR
TUMOR CARCINOIDE: RELATO DE CASO
Silva, C. Q.¹; Rodrigues, P.¹; Rangel, A. L.¹; Azevedo, E. R.¹; Cargnin, K.
R.¹; Carvalho Filho, A. B.¹; Hosannah, C.¹
Neuroendócrino
¹ Instituto de Endocrinologia da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro
(IESC), Serviço de Cirurgia Torácica do Hospital Universitário Antônio Pedro,
Universidade Federal Fluminense (UFF), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Apresentação de um caso clínico de síndrome de Cushing
ACTH dependente causada por tumor carcinoide. Métodos: Relato
de caso de paciente do sexo feminino, 55 anos, com sinais e sintomas clássicos de hipercortisolismo com evolução rápida e agressiva.
Resultados: O hipercortisolismo foi confirmado logo nos primeiros
exames: CLU de 4526,4 mcg/24h (VR = 10-250), cortisol basal de
43,36 mcg/dl (VR = 5,5-30) e cortisol pós 1 mg de dexametasona
de 49,41 mcg/dl. Os resultados de ACTH sérico de 56,8 pg/ml
(VR = até 46) e cortisol pós 8 mg de dexametasona de 45,2 mcg/
dl sugeriram secreção ectópica de ACTH. A RNM de hipófise foi
inconclusiva, evidenciando uma sela parcialmente vazia. A TC de
tórax e abdome identificou uma imagem expansiva de 5,0 x 3,0 cm
em língula. A paciente foi submetida a segmentectomia pulmonar,
apresentando insuficiência adrenal no pós-operatório imediato. O
exame histopatológico confirmou o diagnóstico de tumor carcinoide produtor de ACTH. Discussão: Devido à evolução clínica muito rápida e agressiva da paciente associada a alterações laboratoriais
tão significantes, pensamos em síndrome de Cushing por produção
ectópica e não doença de Cushing. Pela melhora clínica rápida e
significativa da paciente após ressecção do tumor, deduzimos que
o hipercortisolismo não teria origem hipofisária, o que foi confirmado pelo resultado do exame histopatológico. Conclusão: Apesar
de o adenoma de hipófise ser a causa mais comum da síndrome de
Cushing ACTH-dependente, naqueles pacientes com quadro de hipercortisolismo com evolução rápida e agressiva também deve ser
investigada a presença de síndrome de Cushing por produção ectópica de ACTH.
297
SEVERA HIPONATREMIA COMO APRESENTAÇÃO CLÍNICA
INICIAL DA INSUFICIÊNCIA ADRENAL SECUNDÁRIA
Itaborahy, L. M.¹; Guimarães, R. V.¹; Araujo, M. B.¹; Marques, J. V.¹;
Silva, P. P.¹; Freire, R.¹; Casini, A. F.¹
¹ Universidade de Vila Velha (UVV), Serviço de Endocrinologia e Metabologia do
Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória (HSCMV), Clínica de Tireoide, Vila
Velha, ES, Brasil
Objetivo: Relatar o caso de paciente portador de IA secundária e
severa hiponatremia. Métodos: C.A.G., 64 anos, previamente hígido, apresentando adinamia associada à forte cefaleia, há 20 dias
da consulta. Resultados: Feito diagnóstico de depressão, iniciado
citalopram 20 mg/dia e alprazolam 2 mg/dia. Evoluiu com piora da
adinamia e vômitos. Internado para investigação, apresentou sódio
110 mEq/l (VR: 135 a 145), potássio 5,1 mEq/l (VR: 3,5 a 5,0),
cálcio total 7,9 mg/dL (VR: 8,4 a 10,2). Creatinina, fósforo, magnésio e glicemia normais. Endoscopia digestiva: monilíase esofagiana
distal, gastrite enantematosa leve; Doppler de carótidas: espessamento íntima-média; tomografia (TC) de tórax e crânio: sem alterações;
TC de abdome: cisto renal simples e cálculos em ambos os rins, aumento prostático. Submetido à reposição intravenosa de sódio e alta
após melhora. Em investigação ambulatorial, ausência de estigmas
endócrinos ou alteração no exame físico. Entretanto identificamos
cortisol basal 0,4 mcg/dL (VR: 5 a 25), confirmado - 0,3 mcg/dL,
TSH 0,6 uUI/mL (VR: 0,3 a 5,5), T4L 0,6 ng/dL (VR: 0,7 a 1,8).
Exames adicionais hipofisários: FSH 2,97mUI/mL (VR: 1,5 a 14),
S306
LH 0,97mUI/mL (VR: 1,4 a 7,7), testosterona total 19,9 ng/dL
(VR: 200 a 1.100), PRL 3,3 ng/mL (VR: 2,1 a 17,7), ACTH 15
pg/mL (VR: 10 a 50). Não realizada avaliação de GH/IGF-I por
ausência de estigmas para acromegalia. RM de sela turca: formação
cística à esquerda da hipófise de 1,5 cm, intrasselar e componente suprasselar – macroadenoma com degeneração cística, provável
apoplexia, desvio da haste hipofisária, quiasma óptico normal. Iniciada reposição de glicocorticoide com melhora clínica, levotiroxina
e testosterona. Atualmente paciente encontra-se compensado. Discussão: Trata-se de um caso de IA secundária crônica possivelmente
agudizada por apoplexia, de evolução atípica, uma vez que alterações
hidroeletrolíticas seriam incomuns, por preservação do setor mineralocorticoide. Conclusão: É de extrema importância a avaliação da
função adrenal em hiponatremias, além do reconhecimento dessa
doença e sua intervenção precoce.
298
SÍNDROME DE HIPERINFECÇÃO POR STRONGYLOIDES
STERCORALIS EM ADENOMA HIPOFISÁRIO ACTHDEPENDENTE: RELATO DE CASO
Polesel, M. G.¹; Manfredinho, F. J.¹; Boguszewski, C. L.¹; Rodrigues, A.
M.¹; Teixeira, L. M.¹; Valadão, L. S.¹
¹ Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR), Curitiba,
PR, Brasil
Objetivo: Relatar caso de síndrome de hiperinfecção por Strongyloides stercoralis associada à síndrome de Cushing de causa endógena.
Métodos: Os dados foram obtidos por meio de revisão de prontuário. Resultados: Paciente feminina, 34 anos, apresentou quadro
clínico de Síndrome de Cushing – astenia, HAS, obesidade central,
fáscies cushingoide, hirsutismo, irregularidade menstrual, giba, fragilidade vascular, estrias e sintomas depressivos – confirmado como
doença de Cushing. Na avaliação inicial, apresentou parasitológico
de fezes (PF) positivo para Strongyloides stercoralis e recebeu tratamento com tiabendazol. Paciente optou por tratamento clínico de
doença de Cushing, mas, após quatro anos, ocorreu recidiva da doença, a qual foi associada a edema importante de membros inferiores, refratário ao uso de diuréticos, dispneia aos médios esforços,
anemia discreta e diarreia escurecida intermitente. Em investigação
complementar, constataram-se atelectasia laminar pulmonar, esofagite erosiva distal leve e lesões hiperêmicas em todo cólon, ovaladas
e lineares, algumas confluentes, com erosão central (biópsia cólon:
estrongiloidíase colônica). Foi realizado tratamento com tiabendazol, o que, porém, não resultou em melhora do quadro de diarreia,
por isso foi indicado novo tratamento com Ivermectina, com sucesso
terapêutico. Na ocasião, foi realizada ressecção do microadenoma hipofisário ACTH-dependente, com cura pós-operatória. Discussão:
A hiperinfecção representa um aceleramento no ciclo de vida do
Strongyloides stercoralis, levando a sua multiplicação excessiva, mas
permanecendo na sua rota natural de reprodução (pele, intestino
e pulmões), não se disseminando para outros órgãos. Deve-se ter
alta suspeição dessa síndrome em pacientes imunodeprimidos que
apresentem náusea, vômito, diarreia, perda de peso, dor abdominal, hemorragia GI, tosse, febre e dispneia. Há poucos relatos na
literatura de tal infecção em Cushing endógeno. A confirmação do
diagnóstico dá-se por PF e endoscopia digestiva com biópsia duodenal e de outras partes do intestino. Para seu tratamento, a ivermectina é a droga de primeira escolha, porém pode-se usar tiabendazol
e albendazol, normalmente sendo necessário mais de um curso de
tratamento para sua erradicação. Conclusão: Salienta-se a importância da suspeição clínica no diagnóstico da hiperinfecção por Strongyloides stercoralis em pacientes com síndrome de Cushing de causa
endógena, e do pronto tratamento para evitar complicações, como
disseminação do parasita.
299
TAMANHO TUMORAL NAS DOENÇAS HIPOFISÁRIAS
Santos, O. C.¹; Simão, Y. C. S.¹; Dytz, M. G.¹; Cantarela, D. S.¹; Silva, N.
A. O.¹
¹ Instituto de Endocrinologia da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Relacionar o tamanho de tumores hipofisários de pacientes acompanhados na Santa Casa com as síndromes clínicas hipofisárias causadas por acromegalia, prolactinoma, doença de Cushing
e ACNF. Métodos: Revisados 20 prontuários de pacientes com tumores hipofisários de diferentes etiologias, sendo 14 mulheres e 6
homens de 18 a 74 anos (média de 40,95 anos ±16). O tamanho
tumoral foi avaliado por meio de RM e TC de sela túrcica. Foram 5
pacientes com acromegalia, 4 ACNF, 8 prolactinomas, 1 doença de
Cushing, 1 com diabetes insipidus central e 1 tumor misto produtor
de GH e PRL. Foram levantados o tamanho tumoral e, posteriormente, correlacionados à doença descrita. Resultados: Relatamos
os diâmetros tumorais de 19 pacientes, sendo 1 excluído por não
haver relato de medidas tumorais. Dos exames, 68,4% eram RM de
sela túrcica. Avaliados 7 pacientes com prolactinomas, sendo 1 micro
(8 mm) e 6 macro (11 a 38 mm) com mediana de 23 mm. Foram 5
pacientes com acromegalia, sendo 1 micro (3 mm) e 4 macro (12 a
28 mm) e mediana de 15 mm. Estimamos 4 pacientes com ACNF,
todos macro (20 a 30 mm) e mediana de 24,5 mm. O tumor misto produtor de GH e PRL media 26 mm. O tumor da doença de
Cushing media 18 mm. No diabetes insipidus, o tumor localizava-se
na adeno-hipófise, media 7 mm, mas não existia correlação entre a
doença e o tumor. Discussão: Na acromegalia, foi observada uma
prevalência maior de macroadenomas. Cook DM et al., em 2011,
descrevem que, ao diagnóstico, cerca de 80% dos somatotropinomas
são macroadenomas. Um estudo que avaliou 3.550 TC evidenciou
que a prevalência de macroadenomas entre os incidentalomas foi de
apenas 0,2%. No nosso estudo, eles também foram microadenomas.
Nos prolactinomas, cerca de 95% são microadenomas, porém neste
estudo eles caracterizaram-se por uma mediana de 23 mm. Essa prevalência de macroadenomas pode representar os 5% da população
que apresentam macroprolactinomas. Os ACNF são macroadenomas, tanto que seus sinais e sintomas são devidos à compressão do
parênquima cerebral e hipofisário, confirmada neste estudo. Embora a maioria dos adenomas produtores de ACTH esteja descrita na
literatura como microadenomas, neste estudo o único caso registrado foi um macrodenoma. Conclusão: Foi observada uma maior
prevalência de macroadenomas em relação aos microadenomas. Os
prolactinomas se apresentaram como macroadenomas, assim como
os tumores adrenocorticotróficos, somatotróficos, ACNF e o tumor
misto produtor de GH e PRL. O tumor associado ao diabetes insipidus se apresentou como microadenoma.
300
TESTE DE RESTRIÇÃO HÍDRICA EM REGIME AMBULATORIAL:
APRESENTAÇÃO DE CASOS E DISCUSSÃO DE PROTOCOLO
Drummond, J. B.¹; Pedrosa, W.¹; Andrade, H. F. A.¹
¹ Laboratório Hermes Pardini, Belo Horizonte, MG, Brasil
Objetivo: Apresentação de casos submetidos ao teste de restrição
hídrica em regime ambulatorial. Métodos: Estudo realizado na unidade de provas funcionais do laboratório Hermes Pardini. A dosagem da vasopressina foi realizada por radioimunoensaio e as dosagens
de osmolalidade (plasmática e urinária) e de sódio plasmático foram
realizadas por crioscopia. Consulta clínica foi realizada previamente
à marcação do teste de restrição hídrica para avaliar se o paciente
estava apto à sua realização. Os exames basais (vasopressina, sódio
plasmático, osmolalidades plasmática e urinária) foram coletados no
primeiro dia do teste. A restrição hídrica foi iniciada em domicílio.
O tempo de restrição hídrica foi calculado a partir da perda de peso
estimada, considerando-se o limite de 3% a 5% e o volume urinário do
indivíduo em 24h. Para esse cálculo, consideramos 1L de urina = 1 kg
de peso corporal. No segundo dia do teste, peso, sinais vitais e osmolalidade urinária foram avaliados de hora em hora. Perda de peso superior a 3% ou estabilização da osmolalidade urinária foram critérios
para interrupção do teste. Após a coleta de sangue para dosagem de
vasopressina, sódio e osmolalidade, administrou-se DDAVP solução
nasal 20 mcg. A osmolalidade e o volume urinários foram medidos
a cada 30 minutos por 1 hora. Resultados: Realizamos 43 testes
de restrição hídrica no laboratório Hermes Pardini nos últimos sete
anos, sendo 21 indivíduos do sexo feminino e 22 do sexo masculino,
com idade média de 37 anos, variando entre 4 e 69 anos. O diagnóstico mais prevalente foi de diabetes insipidus central (44%), seguido
de polidipsia primária (30%) e diabetes insipidus nefrogênico (12%),
sendo o restante dos testes considerados inconclusivos. O percentual de incremento da osmolalidade urinária após a restrição hídrica e
após a administração de DDAVP foi o parâmetro com melhor poder
discriminatório durante o teste. Discussão: O teste de restrição hídrica está indicado na avaliação dos estados de poliúria e polidipsia. Ele
permite, na maior parte dos casos, a diferenciação diagnóstica entre
os quadros de polidipsia primária, diabetes insipidus central e diabetes
insipidus nefrogênico. A realização do teste em âmbito ambulatorial, com supervisão médica, aumenta a acessibilidade ao exame e
reduz custos. Conclusão: O protocolo empregado em nosso serviço
se mostrou eficaz e seguro na avaliação diagnóstica de pacientes com
estados de poliúria e polidipsia. Uma avaliação clínica criteriosa é necessária antes da prescrição da restrição hídrica domiciliar.
301
TUMOR DE SNC COMO CAUSA DE BAIXA ESTATURA
Santos, J. C. S.¹; Araújo, L. M. M.¹; de Sá, L. B. P. C.¹; Jorge, A. R.¹;
Rocha, D. R. T. W.¹; Arbex, A. K.¹
¹ Serviço de Endocrinologia, Instituto de Pesquisa e Ensino Médico (Ipemed),
Belo Horizonte, MG, Brasil
Introdução: Baixa estatura (BE) é definida por três situações na
criança: se abaixo do percentil 3 ou com estatura abaixo do potencial familiar ou aquelas com velocidade de crescimento baixa independentemente do percentil. Crianças com BE podem apresentar
deficiência de hormônio de crescimento (GH) de origem idiopática
ou presença de tumores, sendo o craniofaringioma uma das causas
mais comuns. Objetivo: Relatar um caso de baixa estatura decorrente da presença de um tumor de SNC, sugestivo de craniofaringioma. Métodos: LFF, 17 anos, sexo masculino. Veio à consulta
em decorrência da baixa estatura. Sempre foi o mais baixo da turma
e tem relato de crescimento lento. A mãe procurou nosso serviço
para saber a possibilidade de seu filho aumentar a estatura. Nascido de parto cesáreo, a termo, peso de 3.080 gramas ao nascer, 42
centímetros, apresentou hidrocefalia e realizou derivação ventrículo-peritoneal aos nove dias. Bom DNPM. À primeira consulta apresentava-se em bom estado geral, face atípica, altura de 158 centímetros
(< Percentil 3th), peso de 62,2 quilos. Pai: 169 centímetros; mãe:
159 centímetros. Estatura-alvo: 170,5 ± 8,5 centímetros. À campimetria de confrontação apresentou diminuição dos campos visuais.
Genitália externa masculina, testículos na bolsa; testículos: 4,3 centímetros Tanner P4G4. Resultados: Exames normais, com destaque
para: 25OHVITD: 25 (> 30 ng/ml), IGF-1: 259 (193-731 ng/
ml), prolactina: 11,05 (2,3-11,5 ng/m), LH: 3,92 (1,2-8,62 mUI/
ml), testosterona total: 620 (300-900 ng/dl). SHBG: 22 (13-71
NMOL/L), ACTH: 24. Discussão: Em relação ao crescimento,
após retirada do tumor, a perspectiva de atingir a altura-alvo fica
comprometida pelo retardo do diagnóstico e pelo fechamento das
S307
Neuroendócrino
Trabalhos Científicos
Trabalhos Científicos
epífises ósseas. Conclusão: Em crianças, o distúrbio endócrino mais
frequente decorrente das massas selares é a baixa estatura, relacionada à deficiência do GH e presente em cerca de 90% dos casos.
302
Nutrição
USO DO HORMÔNIO DE CRESCIMENTO (GH) NA SÍNDROME
DE TURNER (ST): COMPARAÇÃO DA ESTATURA FINAL ENTRE
GRUPOS TRATADO E CONTROLE
Dias, J. C. R.¹; Martins, D. D. P.¹; Pazello, J. R.¹; Alegre, K. C.¹; Zampieri,
M.¹; Nigri, A. A.¹; Ramos- Dias, J. C.¹
¹ Área de Endocrinologia, Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde (PUCSP), Sorocaba, SP, Brasil
Introdução: A baixa estatura é o achado físico mais prevalente na
ST e, desde meados da década de 1990, o GH está autorizado como
tratamento. Objetivo: Avaliar a estatura final de pacientes com ST
tratadas com GH e comparar com um grupo não tratado. Métodos: Estudo retrospectivo, analítico, observacional, com análise de
prontuários de 38 pacientes com ST. O grupo tratado (GT), n = 28,
recebeu GH até estatura final e o grupo controle (GC), n = 10, não
preencheu critérios para uso do hormônio. Os dados coletados no
GT foram: idade cronológica (IC) ao diagnóstico da ST, no início
e no final do tratamento; idade óssea (IO) no início e término do
tratamento; intervalo entre o diagnóstico e o início do uso do GH;
altura e Z escore da estatura inicial e final; tempo de tratamento;
altura-alvo e diferença entre altura-alvo e altura final. No GC avaliou-se a IC ao diagnóstico e a estatura final. Para avaliação estatística
entre os grupos foi usado o t-Teste e foi considerado significativo p
< 0,05. Resultados: A IC ao diagnóstico foi 11,4 ± 3,3 no GT e
16,9 ± 6,1 anos no GC (mediana ± DP). A mediana do tempo entre
o diagnóstico e o início do GH foi 0,8 ± 3,2 anos (variação: 0,2 a
11,1 anos). No início do GH, a IC era 13,2 ± 2,3 anos; IO: 11,0 ±
1,6 ano; altura: 133,2 ± 8,3 cm; e Z escore da estatura, -3,2 ± 1,0.
O tempo de tratamento foi 2,8 ± 1,7 anos. No final do tratamento
verificou-se IC: 17 ± 2 anos; IO: 13,5 ± 0,7 anos; altura: 148,5
± 7,0 cm; e Z escore: -1,8 ± 1,1. Houve diferença significativa na
altura final do GC (143,6 ± 6,7 cm) versus GT (148,5 ± 7,0 cm; p
= 0,0384). Quando subdividimos o GT de acordo com a IO inicial,
houve diferença na estatura final versus GC naquelas com IO < 10
anos (149,2 ± 5,5 cm; p = 0,012). O mesmo não foi observado naquelas com IO > 10 anos ao início do GH (148,0 ± 7,8 cm; p = NS).
A altura-alvo no GT era 156,5 ± 6,0 cm e a diferença entre as alturas
final e alvo foi -7,0 ± 7,8 cm. Discussão: Os dados demonstram
eficácia do tratamento com GH na ST quanto ao ganho de estatura
comparado com o GC, principalmente quando se considera a IO
de início menor que 10 anos. Entretanto, o diagnóstico permanece
tardio (IC > 10 anos) e o intervalo para o início do GH, ainda prolongado. Conclusão: Maior atenção deve ser dada às características
clínicas de meninas com baixa estatura visando ao diagnóstico precoce da ST, o que possibilita encaminhamento mais ágil aos serviços
terciários. Tal reconhecimento poderia minimizar o déficit estatural,
reduzindo esse importante estigma que acompanha a ST.
NUTRIÇÃO
303
A FARINHA DE BANANA VERDE NO CONTROLE GLICÊMICO
DE DIABÉTICOS
Coelho, L. M.¹; Cruz, A. C. N.¹; Rosa, T. R. O.¹
¹ Associação Educacional Luterana Bom Jesus (IELUSC), Joinville, SC, Brasil,
Universidade Federal do Paraná (UFPR), PR, Brasil
Objetivo: Avaliar o controle glicêmico de pacientes diabéticos tipo
1 de Tubarão (SC) após suplementação com farinha de banana ver-
S308
de. Métodos: Estudo do tipo clínico randomizado, realizado com
pacientes diabéticos tipo 1, frequentadores de uma associação de
diabéticos em Tubarão (SC). Foram selecionados aleatoriamente todos os pacientes que concordaram em participar da pesquisa, ambos
os sexos, diagnosticados previamente com diabetes mellitus tipo 1 e
frequentadores de uma associação de diabéticos de Tubarão (SC),
num total de 15 pacientes. Foi realizada avaliação nutricional em
cada fase da pesquisa, por meio de ficha de acompanhamento individual com dados de peso, altura, IMC e avaliação bioquímica. A
intervenção dietética ocorreu a partir da segunda consulta individual, na qual os participantes receberam 30 amostras individuais de
farinha de banana verde, cada uma contendo 30 gramas do insumo.
Foram orientados a consumir 30 gramas de farinha por dia, durante 30 dias, que pôde ser fracionada ou não, na adição de iogurtes,
preparações salgadas, pudins, mingaus, vitamina de frutas, conforme
sugestões de receitas. Após 30 dias de suplementação, os pacientes
foram submetidos a nova avaliação nutricional e bioquímica. Para
analisar a evolução dos parâmetros entre os grupos e tempos de coleta foi utilizada a Análise de Variância para medidas repetidas e, para
comparação entre os grupos, o teste de Tukey. O nível de significância adotado para os testes estatísticos foi de 5%. Resultados: Pode-se
perceber que, no grupo experimental antes da utilização da farinha
de banana verde, os níveis de hemoglobina glicada estiveram aumentados em 88% dos pacientes, mas, posteriormente ao uso, estes se
reduziram novamente, classificando 75% dos pacientes com HbA1c
acima do valor recomendado. Houve redução de HbA1c em 50%
dos pacientes. As médias de HbA1c foram 8,2, 9 e 9,1, com DP de
0,9, 2,0 e 1,7, respectivamente. Conforme resultados expressados
após a suplementação, 25% dos pacientes apresentaram glicemia de
jejum dentro dos parâmetros adequados. As médias de GJ foram de
142,57 mg/dL e 149,26 mg/dL antes e após a suplementação, respectivamente, com desvio padrão de 29,88 e 38,41. Conclusão: Foi
constatada neste estudo a melhora no perfil glicêmico de 75% dos
pacientes, com redução da glicemia pós-prandial e HbA1c na maior
parte da amostra, resultados que corroboram com outros estudos de
suplementação com fibras solúveis.
304
INGESTÃO ADEQUADA DE ÁGUA PARA MANUTENÇÃO E
REDUÇÃO DO PESO CORPORAL
Adamo, C. E.¹; Said, C.¹; Gebrim, R.¹; Leão, C. I.¹
¹ Departamento de Medicina da Pontifícia Universidade Católica (PUC-GO),
Goiânia, GO, Brasil
Objetivo: O presente estudo permite conhecer os danos fisiológicos
do corpo humano diante de diferentes níveis de desidratação destacando os hormônios inerentes. Tem também como objetivo entender como a água pode contribuir para o tratamento da obesidade.
Métodos: O trabalho que se segue utiliza o referencial da pesquisa
bibliográfica. Foram utilizadas palavras-chaves como: “desidratação
em atletas”, “ADH e aldosterona, retenção de água”, “fisiologia da
saciedade e redução de peso”, e “técnicas de reposição hídrica”, em
sites como PubMed, Scielo, Adolec e Medline. Dezesseis artigos foram utilizados. Discussão: Durante o exercício físico, a redução do
peso corporal, em grande parte, decorre da perda de água (desidratação). Deve-se, então buscar a recuperação desse peso por meio de
uma reposição hídrica adequada. Caso não ocorra, efeitos colaterais
são observados como: diminuição da capacidade física, sentimento
de opressão, baixa de apetite, aumento da concentração urinária; em
percentuais maiores de perda hídrica são observados diminuição na
temperatura corporal em exercício, aumento da taxa respiratória, formigamento e surgimento de colapso. Nos casos de perda hídrica, é
secretada uma série de hormônios como renina, angiotensina II, aldoesterona e ADH. Os estudos subsequentes nesta revisão explicam que
a ingestão adequada de água pode contribuir para a redução de peso.
Um deles foi realizado com mulheres não menopausadas que foram
divididas em dois grupos. Ambos os grupos adotaram uma dieta hi-
pocalórica, mas apenas um grupo aumentou a ingestão de água. Este
perdeu mais peso do que o grupo que ingeriu menos água. A ingestão
de água antes das refeições em indivíduos normais pode contribuir
para redução de peso por meio da diminuição da gordura corporal.
Tal constatação se deve ao fato de que, ingerindo água, o estômago e
a primeira porção do duodeno se distendem, aumentando de volume.
Essa expansão libera leptina e promove saciedade. Conclusão: Em
decorrência da frequência de casos de desidratação, propostas mais
eficientes para hidratação do que a própria ingestão de água pura têm
sido estudadas. Tais estudos são de importância. Afinal, a redução de
água no corpo altera diversas funções fisiológicas. Por outro lado, a
ingestão adequada de água antes das refeições pode ser uma estratégia
interessante para promover saciedade e diminuir a ingestão calórica,
contribuindo, assim, para perda de peso.
305
INGESTÃO DE CÁLCIO E VITAMINA D E SUA RELAÇÃO
COM OS NÍVEIS SÉRICOS DE 25OHD3 EM PACIENTES COM
OSTEOGÊNESE IMPERFEITA
Peter, B. S. E.¹; Martini, L. A.¹; Folchetti, L. D.¹; Lazaretti-Castro, M.¹
¹ Ambulatório de Doenças Osteometabólicas, Disciplina de Endocrinologia,
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Departamento de Nutrição,
Faculdade de Saúde Pública (FSP), Universidade de São Paulo (USP), São Paulo,
SP, Brasil
Objetivo: Avaliar a ingestão de cálcio e vitamina D e sua relação
com os níveis séricos de 25OHD3 em pacientes com osteogênese
imperfeita (OI). Métodos: Foram selecionados de um ambulatório
de fragilidades ósseas, entre 2010-2011, 30 pacientes com OI, 16
do tipo I e 14 do tipo III, sendo 17 do gênero masculino e 13 do
gênero feminino, com média de idade de 26,2 (10,8) anos. Foram
avaliadas a densidade mineral óssea (Dual energy X-ray absorptiometry - DXA), os níveis séricos de 25OHD3 (quimioluminescência) e
as ingestões de cálcio e vitamina D (registro alimentar de três dias,
sendo os nutrientes calculados no software Nutrition Data System).
Para análise estatística foi utilizado o software SPSS, versão 19.0. Foram considerados significantes valores de p < 0,05. Resultados: A
ingestão média de vitamina D foi de 23,9 ± 13,2 μg/dia (alimento
+ suplemento), e a de cálcio foi de 1092,8 ± 436,1 mg/dia (alimento + suplemento). Não alcançaram a recomendação diária para
ingestão de vitamina D 26,7% dos pacientes, e 55,2% para a ingestão
de cálcio. O nível sérico médio de 25OHD3 foi de 26,6 ± 7,6 ng/
mL, considerando o valor de 30,0 ng/mL como ponto de corte
para 25OHD3, 76,7% dos indivíduos apresentavam insuficiência de
vitamina D. A ingestão de cálcio dos alimentos se correlacionou positivamente com a ingestão de vitamina D dos alimentos (r = 0,755).
Conclusão: Nos pacientes OI tipo III, a ingestão tanto de cálcio
quanto de vitamina D provinda dos alimentos contribui para níveis
séricos mais altos de 25OHD3. Apesar de a grande maioria dos pacientes com OI apresentar ingestão adequada de vitamina D, houve
alta prevalência de insuficiência de vitamina D nessa população, mostrando a necessidade de reaver qual a quantidade de suplementação
necessária para garantir níveis suficientes de vitamina D.
306
PERFIL GLICÊMICO DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS
TIPO 1 DE JOINVILLE (SC) SUBMETIDOS AO MÉTODO DE
CONTAGEM DE CARBOIDRATOS
Coelho, L. M.¹; Truppel, C.¹
¹ Associação Educacional Luterana Bom Jesus (IELUSC) Joinville, SC, Brasil,
Universidade Federal do Paraná (UFPR), PR, Brasil
Objetivo: Avaliar a eficácia da intervenção da contagem de carboidratos no tratamento de pacientes com diabetes tipo 1 em Joinville
(SC). Métodos: A amostra foi de conveniência, com 12 crianças e
adolescentes com DM 1, de ambos os sexos, com idade entre 7 e
16 anos, submetidos a uma avaliação antropométrica e à aplicação
de contagem de carboidratos, por meio de um plano alimentar e
aulas de educação nutricional. Foi utilizado o método da lista de
substituição, pelo qual os alimentos são divididos em grupos, e em
cada grupo é determinada a quantidade média de carboidratos, o
que possibilita a troca entre eles. Utilizou-se o teste t de Student
para comparar as glicemias e HbA1c antes e após a intervenção. O
nível de significância adotado para os testes estatísticos será de 5%.
Resultados: Das crianças e adolescentes avaliados, nove (67%) eram
do sexo masculino e três (33%) do sexo feminino, a média de idade
era 11,9 (± 3,0), sendo que a maioria (92%) encontrou-se eutrófica
e apenas uma (8%) apresentava sobrepeso. Observando os resultados
da média da glicemia capilar antes e após a intervenção, verificou-se
que houve redução da média da glicemia capilar em jejum, antes do
almoço e antes do jantar, porém, com significância estatística apenas
antes do almoço. Discussão: A redução observada pode justificar-se
pela mudança de hábito alimentar e a adesão ao método da contagem de carboidratos, que, segundo Costa e Franco (2005), foi uma
das quatro estratégias alimentares no estudo Diabetes Control and
Complications Trial (DCCT), em que pacientes e profissionais de
saúde concluíram que esse sistema permite maior flexibilidade nas
escolhas dos alimentos e ajuda a alcançar os objetivos glicêmicos,
por meio do controle da glicemia pós-prandial. Segundo Hissa et al.
(2004), a contagem de carboidratos talvez seja o planejamento alimentar mais precioso e flexível, especialmente no portadores de diabetes mellitus (DM) tipo1, visto que, com o resultado dessa pesquisa,
o mesmo obteve maior adesão quando comparado aos demais métodos de tratamento nutricional, concordando com o estudo apresentado. Conclusão: Pode-se perceber que houve melhora do controle
glicêmico, com boa aceitação, esclarecimento, adesão e mudança de
hábito alimentar de grande parte das crianças e adolescentes, verificados a partir do recordatório 24 horas e interesse de todos em dar
continuidade com o tratamento com a contagem de carboidratos.
307
PODE UMA PEQUENA ALTERAÇÃO NA ALIMENTAÇÃO
HABITUAL MELHORAR A RESISTÊNCIA À INSULINA? O
AMARANTO COMO ALTERNATIVA PARA O CONSUMO
Rocha, L. M.¹; Vasques, A. C. J.¹; Geloneze Neto, B¹; Amaya-Farfan, J.¹
¹ Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas
( Unicamp) Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de
Campinas, Campinas, SP, Brasil
Introdução: O amaranto, pseudocereal de origem andina cuja comercialização no Brasil tem aumentado, apresenta um perfil nutricional naturalmente balanceado. Diversos trabalhos demonstram
que o grão nas suas variadas formas pode reduzir os níveis das lipoproteínas plasmáticas, triglicérides e glicemia, por razões ainda não
esclarecidas. Objetivo: Nosso objetivo foi avaliar o efeito do consumo de biscoitos tipo cookie de amaranto comparado ao consumo
de biscoitos de aveia, sem alterações na alimentação habitual, nos
parâmetros da síndrome metabólica (SM) e na resistência à insulina.
Métodos: 18 voluntários adultos, de ambos os gêneros e diagnosticados com SM foram divididos em dois grupos: Amaranto (Am
n = 9) e Aveia (Av n = 9). Por 30 dias os voluntários consumiram
uma porção diária de 55 g de biscoito. No início e no final da intervenção foram realizadas avaliação nutricional e coleta de sangue em
jejum para análise bioquímica. A alimentação habitual foi avaliada
por meio de registros alimentares de três dias que foram preenchidos semanalmente durante o estudo. Os dados foram analisados no
programa SPSS (v16,0). Utilizou-se o teste de Wilcoxon e Mann
Whitney, com significância estatística definida em p < 0,05. Resultados: Os grupos não se diferiram em relação à média de idade (Am
47,2 ± 5,9; Av 46,6 ± 7,5 anos), média de IMC (Am 31,8 ± 4,0; Av
S309
Nutrição
Trabalhos Científicos
Obesidade
Trabalhos Científicos
33,1 ± 5,9 kg/m²), e na alimentação, em resumo na porcentagem de
proteínas, carboidratos e lipídeos (Am 18,9 ± 2,6; 52,3 ± 6,6; 28,9
± 5,7; Av 18,0 ± 2,1; 53,7 ± 6,4; 28,3 ± 5,2%). Nenhuma diferença
significativa foi observada para os parâmetros da SM (circunferência
da cintura, HDL-C, glicemia, triglicérides e pressão arterial) entre os
grupos que consumiram amaranto e aveia. No entanto, o consumo
de amaranto reduziu significativamente a resistência à insulina, de
acordo com o índice HOMA1-IR, no grupo Am houve redução de
0,87, enquanto no grupo Av houve aumento de 0,16 (p = 0,034).
Discussão: Os biscoitos de amaranto apresentaram maior teor de fibra insolúvel, porém, tinham considerável teor de gordura saturada e
de ácido palmítico, ainda assim demonstrou-se melhor. Conclusão:
Uma modificação mínima na dieta habitual com a introdução de
cookies de amaranto apresentou vantagem quando comparado à aveia
em relação à resistência à insulina, evidenciando que a composição
em nutrientes clássicos não explica os benefícios à saúde atribuídos
ao grão, sugerindo, portanto, a participação de substâncias bioativas.
308
RELAÇÃO CINTURA ESTATURA COMO PREDITOR DE
RISCO CARDIOMETABÓLICO EM ADOLESCENTES: ESTUDO
BRASILEIRO DE SÍNDROME METABÓLICA (BRAMS)
Rodrigues, A. M. B.¹; Sitta, B. D.¹; Rugolo, V. C.¹; Silva, C. C.¹; Cassani,
R. S. L.¹; Vasques, A. C. J.¹; Zambon, M. P.¹; Geloneze Neto, B.¹
¹ Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, SP, Brasil
Objetivo: Avaliar a associação da relação cintura-estatura (RCE)
com fatores de risco cardiometabólicos tradicionais e nãotradicionais
em adolescentes com diferentes níveis de adiposidade. Métodos:
Foram avaliados 116 adolescentes (68 meninas) de 10 a 18 anos. Foram avaliados: peso, estatura, RCE, circunferência da cintura (ponto
médio entre a última costela e a crista ilíaca), escore Z de IMC,
pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), colesterol total e
frações, triglicérídes, glicemia e insulinemia de jejum, HOMA-IR,
gamaglutamil transferase (GGT), aspartato-aminotransferase (AST)
e alanina-aminotransferase (ALT). Utilizaram-se o teste de Mann-Whitney e o teste de correlação de Spearman. Considerou-se como
significantes valores de p < 0,05. Resultados: As médias de idade
(13,4 ± 2, anos) e escore Z de IMC (0,41 ± 1,07) na amostra estudada não diferiram entre os gêneros. Glicemia (77,0 ± 8,0 versus 81,0
± 9,0 mg/dl), insulina (13,2 ± 8,9 versus 10,5 ± 7,4 uU/l) enzimas
hepáticas: GGT (14,0 ± 7,0 versus 19,0 ± 11,0 mg/dl), ALT (21,0 ±
9,0 versus 24,0 ± 7,0 mg/dl) e AST (14,0 ± 17,0 versus 19,0 ± 21,0
mg/dl) diferiram entre meninas e meninos, respectivamente. A RCE
apresentou correlação linear significativa com a PAS em meninas (r
= 0,38; p < 0,01) e PAD em meninos (r = 0,34; p < 0,05). Parâmetros cardiometabólicos apresentaram correlação significativa (p <
0,01) para meninas e meninos, respectivamente: HDL-colesterol (r
= -0,47 e -0,39), triglicérides (r = 0,47 e 0,44), insulinemia (r = 0,36
e 0,60), HOMA-IR (r = 0,35 e 0,58) e ALT (r = 0,34 e 0,41). A
enzima GGT (r = 0,56) apresentou correlação com a RCE apenas
para os meninos. Discussão: A RCE é um bom preditor de fatores
de risco cardiometabólicos em adolescentes brasileiros, o que corresponde àqueles encontrados em outros estudos. A RCE apresenta
vantagem em relação à circunferência da cintura isolada, pois seu
ajuste pela estatura permite estabelecer um ponto de corte único,
aplicável à população geral, independentemente do sexo, da idade e
da etnia. Conclusão: A RCE é uma ferramenta útil para a detecção
de alteração nos indicadores cardiometabólicos em adolescentes. O
desempenho da RCE como preditor de risco CV, aliado à facilidade de aplicação e ao baixo custo, possibilita sua utilização na saúde
pública, auxiliando no estabelecimento de medidas preventivas e no
manejo das possíveis intervenções terapêuticas precoces.
S310
OBESIDADE
309
A CONTRIBUIÇÃO DA HIPERATIVIDADE VAGAL PARA A
INSTALAÇÃO DA OBESIDADE É DEPENDENTE DO MODELO
EXPERIMENTAL
Coelho, M. L.¹; de Oliveira, J. C.¹; Bonfim, A. P.¹; Barella, L. F.¹;
Grassiolli, S.¹; Camargo, R. L.¹; Mathias, P. C. F.¹
¹ Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá, PR, Brasil; Université de
Lille 1, Lille, França; Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Centro de
Ciências Biológicas e da Saúde, Laboratório de Fisiologia Humana
Objetivo: Comparar os efeitos da vagotomia subdiafragmática realizada aos 60 dias de vida na secreção de insulina e atividade neural vagal
em dois modelos de obesidade. Métodos: A obesidade hipotalâmica
foi induzida pela administração neonatal de glutamato monossódico
(MSG-4 g/kg). A marcação metabólica foi feita por hipernutrição durante o período lactacional, reduzindo o tamanho da prole para três
filhotes (Ninhadas Reduzidas – NR). Os grupos controles (CON) e
MSG apresentavam nove filhotes/ninhada. A vagotomia subdiafragmática (VAG) foi feita aos 60 dias e aos 120 dias a resistência à insulina foi avaliada pela taxa de desaparecimento da glicose (Kitt) após
sobrecarga de insulina (1 U/kg). Ilhotas pancreáticas foram isoladas
pela técnica da colagenase e incubadas com glicose (5,6; 11,1 e 20
mM). Após 12 horas de jejum os animais foram submetidos à dissecção
do ramo superior vagal, com registro da atividade neural (spikes/5 s).
Análise estatística Anova, p < 0,05. Resultados: Ratos MSG e RN desenvolveram obesidade e elevados níveis de insulina no jejum, 112% e
172%, respectivamente, em relação ao CON. Ratos MSG apresentaram
redução de 55% do Kitt, indicando resistência à insulina em relação aos
ratos CON. A resistência à insulina foi normalizada pela VAG em ratos
MSG. Todavia, a sensibilidade à insulina foi normal em ratos obesos
RN, um efeito que não foi alterado pela VAG. O registro da atividade
vagal foi 97% maior em ratos MSG em relação aos CON. A hiperatividade vagal foi normalizada em ratos MSG-VAG. A VAG não afetou
a atividade neural em ratos RN e CON. Ilhotas pancreáticas de ratos
MSG apresentaram aumento de 38% na secreção de insulina estimulada por glicose 11,1 mM em relação a ilhotas de ratos CON. Todavia,
ilhotas de ratos RN apresentaram redução de aproximadamente 50%
do efeito estimulatório da glicose (20,0 mM) em relação aos CON.
A VAG reduziu a ação estimulatória da glicose (11,1 e 20,0 mM) em
ilhotas pancreáticas de ratos MSG e CON. Porém, a VAG não afetou
a responsividade à glicose em ilhotas de ratos RN. Discussão: A inervação vagal parassimpática modula a proliferação e a secreção de insulina pelo pâncreas endócrino, estando envolvida na hipersecreção de
insulina característica da obesidade. Conclusão: A hiperatividade vagal
está diretamente relacionada à resistência à insulina e às alterações na
secreção de insulina em ilhotas pancreáticas de ratos MSG. Todavia, a
hiperatividade vagal não é o evento central na obesidade em ratos RN.
310
A PRÁTICA MÍNIMA DE 150 MINUTOS SEMANAIS DE
ATIVIDADE FÍSICA E SEUS BENEFÍCIOS EM PARÂMETROS
BIOQUÍMICOS E ANTROPOMÉTRICOS – ESTUDO BRAMS
Rocha, L. M.¹; Comucci, E. B.¹; Vasques, A. C. J.¹; Tambascia, M. A.¹;
Geloneze Neto, B.¹
¹ Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp), Campinas, SP, Brasil
Introdução: A atividade física (AF) regular é um importante fator para
a promoção e a manutenção da saúde. A recomendação da prática de
AF por 30 minutos na maioria dos dias da semana ou de 150 minutos
por semana está presente nas últimas recomendações gerais de AF da
OMS. Objetivo: Objetivou-se investigar os efeitos da prática semanal
de 150 minutos de AF em parâmetros bioquímicos e antropométricos na população brasileira. Métodos: Foram avaliados 341 indivíduos, ambos os gêneros, que participaram do Estudo Brasileiro de
Síndrome Metabólica. Na avaliação da prática de AF foi considerada
a frequência e a duração dos exercícios físicos praticados (intensidade
moderada ou intensa). Os indivíduos foram distribuídos em três categorias: sedentários (SED), quem não pratica AF; pouco ativos (PA),
quem pratica AF < 150 minutos; e ativos (ATIV), quem pratica AF ≥
150 minutos. Determinou-se: IMC, circunferência da cintura (CC),
diâmetro abdominal sagital (DAS) e percentual de gordura corporal
(%GC) pelo teste bioimpedância. Foram avaliados os componentes
tradicionais da síndrome metabólica (SM) e não tradicionais como
proteína C reativa (PCR) e adiponectina. Também foram dosados
colesterol total, LDL-C, insulina e hemoglobina glicada (HbA1c).
Utilizou-se o teste de Kruskal-Wallis e o teste post hoc de Bonferroni.
Resultados: Os grupos diferiram em relação à idade (SED 41 ± 12,
PA 44 ± 13 e ATI 38 ± 13 anos). Em relação à antropometria, houve diferença significativa na CC (SED 96,8 ± 15,9; PA 97,4 ± 15,2;
ATIV 92,7 ± 12,4 cm; p < 0,05); DAS (SED 22,0 ± 4,2; PA 22,0 ±
4,1; ATIV 20,7 ± 3,5 cm; p = 0,03) e % GC (SED 34,5 ± 7,7; PA
35,4 ± 7,2; ATIV 31,0 ± 6,6%; p = 0,001). Entre os componentes
metabólicos houve diferença estatística para TG (SED 128 ± 105; PA
111 ± 67; ATIV 97 ± 43 mg/dL; p < 0,05), insulina (SED 11,5 ±
7,7; PA 11,3 ± 6,6; ATIV 8,6 ± 7,1 U/L; p = 0,004), HbA1c (SED
6,0 ± 1,2; PA 5,9 ± 0,6; ATIV 5,7 ± 0,6%; p = 0,0035) e PCR (SED
0,40 ± 0,57; PA 0,21 ± 0,36; ATIV 0,28 ± 0,50 mg/dL; p = 0,017).
O grupo ATIV mostrou-se melhor que o grupo SED para insulina,
DAS, % GC, TG e IMC, de acordo com o teste Post Hoc. Discussão:
A grande diferença nos resultados está entre os ativos e os sedentários.
Não houve diferença entre ativos e pouco ativos para nenhum parâmetro, exceto para % GC, e também não houve diferença entre pouco
ativos e sedentários. Conclusão: Fica evidente que a prática regular de
150 minutos semanais de AF apresenta benefícios quando comparada
com menor tempo de atividade e ao sedentarismo.
311
ALARMANTE INCIDÊNCIA DE EFEITOS ADVERSOS E
HIPOGLICEMIA APÓS TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA
À GLICOSE EM PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA
BARIÁTRICA
Andrade, H. F. A.¹; Passos, V. M. A.¹; Lima, W. P.¹; Diniz, M. F. H. S.¹
¹ Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Saúde do Adulto,
Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
Objetivo: Investigar incidência e fatores associados à ocorrência
de efeitos adversos ao teste oral de tolerância à glicose (TOTG)
em pacientes previamente submetidos à derivação gástrica em Y de
Roux. Métodos: Estudo de coorte com 128 pacientes atendidos de
01/2010 a 12/2011 em laboratório de Belo Horizonte. TOTG realizado conforme padronização, com glicemia aferida em jejum e aos
30, 60, 90 e 120 minutos e seguimento clínico até três horas. Preenchido protocolo com dados clínicos, antropométricos, pressóricos
e de efeitos adversos. Feita análise descritiva e de regressão logística,
variáveis dependentes definidas como a presença de efeitos adversos
objetivos (tremor ou diarreia ou taquicardia) e hipoglicemia (glicemia). Resultados: Seguidos 128 pacientes, 117 (91,4%) mulheres, 79
(67,5%) gestantes, idade mediana de 39 anos, IMC entre 18,8 e 50,4
(mediana-30,45 kg/m²) e morbidade referida para depressão (n = 24,
18,8%), hipertensão (n = 2, 17,2%), hipotireoidismo (n = 17, 13,3%),
dislipidemia (n = 10,7,8%) e diabetes (n = 3, 2,3%). O tempo mediano de pós-operatório foi de 53 meses. Foram observados efeitos adversos em 83 (64,8%) pacientes: náuseas (38,38%), tonteira (30,5%),
fraqueza (25,8%), diarreia (23,4%), hipoglicemia (14,8%), taquicardia
(14,1%), tremores (13,3%), sudorese (12,5%) e hipoglicemia grave
(24 mg/dL) em um paciente. A presença de efeitos adversos obje-
tivos foi associada à hipoglicemia (OR = 7,2, IC95% 2,5-20,5). Ser
hipertenso significou maior risco para incidência (OR = 3,3, IC95%
1,2-9,5) e maior frequência (3+ efeitos, OR = 5,4%, IC95% 1,6-17,6)
de efeitos adversos objetivos, mesmo após ajuste por sexo e idade.
As gestantes também apresentaram alto risco de hipoglicemia (OR =
6,2, IC95% 1,3-30), após ajuste por idade. Discussão: Na literatura
especializada, só há descrição de náuseas e vômitos como efeitos adversos do TOTG, enquanto nessa população observou-se altíssima
incidência de outros efeitos, muitos, potencialmente graves, como
a hipoglicemia. Ressalta-se maior incidência de efeitos adversos em
gestantes e hipertensos. Conclusão: Se confirmados esses resultados
por novos estudos, a indicação do TOTG deve ser revista para esses
pacientes, principalmente em gestantes e hipertensos.
312
ASSOCIAÇÃO ENTRE MARCADORES DE OBESIDADE GERAL
E CENTRAL E SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA EM MULHERES
COM SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS
Medeiros, L. F.¹; Costa, I. B. B.¹; Silveira, F. F. F.¹; Meireles, R. S. R. V.¹; Sá,
J. C. F.¹; Azevedo, G. D.¹; Costa, E. C.¹
¹ Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, RN, Brasil
Introdução: A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é a endocrinopatia mais prevalente nas mulheres em idade reprodutiva (5-10%).
Nessa população, há marcante presença de sobrepeso e obesidade.
Estudos prévios têm apontado que a obesidade pode estar associada a diversos distúrbios psicopatológicos, incluindo a depressão.
Objetivo: O objetivo deste trabalho é analisar possíveis associações
entre marcadores de obesidade geral e central com sintomatologia
depressiva em mulheres com SOP. Métodos: Por meio de estudo
transversal, 26 mulheres com diagnóstico clínico de SOP (critério
de Rotterdam) entre 18-34 anos foram analisadas. As voluntárias
responderam um questionário sobre sintomatologia depressiva (inventário de Beck). O IMC foi calculado pela equação: peso/altura².
A circunferência da cintura (CC) foi medida no ponto médio entre
a crista ilíaca e a última costela. O coeficiente de correlação de Pearson foi utilizado para as análises de correlação entre o escore do
inventário de Beck e o IMC e a CC. Um p < 0,05 foi adotado como
significância estatística. Resultados: Houve correlação significativa
entre o escore de Beck e o IMC (r = 0,389; p = 0,049) e a CC (r
= 0,490; p = 0,011). Discussão: Diferentes estudos mostram uma
forte associação positiva entre sintomatologia depressiva grave e insatisfação com a aparência física em mulheres com SOP, indicando,
inclusive, que a prevalência dessa associação é maior em mulheres
obesas do que em mulheres magras com SOP, pois a insatisfação
corporal é mais evidente naquelas que apresentam elevação nos marcadores de obesidade geral. Além disso, outros estudos indicam que
mulheres magras com SOP tendem a apresentar escores de depressão e ansiedade diminuídos, sugerindo que a redução da obesidade
ajuda a reduzir também a ansiedade e a depressão. Nossos resultados
são consistentes com os achados prévios. Conclusão: Os resultados
do presente estudo evidenciaram correlação positiva e significativa
entre marcadores de obesidade geral (IMC) e central (CC) e nível
de depressão em mulheres com SOP.
313
ASSOCIAÇÃO ENTRE MEDIDAS DE ADIPOSIDADE E
TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS EM MULHERES OBESAS
Silva Junior, W. S.¹; Funes, F. R.¹; Martins, P. R.¹; Moreira, R. O.¹;
Coutinho, W. F.¹; Freitas, S. R.¹
¹ Grupo de Obesidade e Transtornos Alimentares do Instituto Estadual de
Diabetes Endocrinologia Luiz Capriglione (GOTA-IEDE), Instituto de Psiquiatria da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPUB-UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
S311
Obesidade
Trabalhos Científicos
Obesidade
Trabalhos Científicos
Objetivo: Avaliar se o índice de massa corporal (IMC), a circunferência da cintura (CC), a relação cintura-quadril (RCQ) e o índice
de adiposidade corporal (IAC) correlacionam-se com transtornos
psiquiátricos (TP) em mulheres obesas. Métodos: Estudo transversal
envolvendo dados secundários de 233 pacientes. Altura (m) e peso
(kg) foram obtidos com estadiômetro de parede e balança digital.
CC (cm) foi medida no nível médio entre o rebordo costal inferior
e a crista ilíaca. Circunferência do quadril (CQ em cm) foi a maior
envolvendo nádegas e grandes trocânteres. Fórmulas usadas para cálculo das medidas de adiposidade (MA): IMC = peso/(altura)²; RCQ
= CC/CQ; IAC = [CQ/(altura x raiz quadrada da altura)]-18. Para
diagnóstico dos TP, constituídos de transtornos do humor atuais
(THA) e passados (THP), transtornos alimentares (TA) e de ansiedade (TAN), usou-se a Entrevista Clínica Estruturada (SCID). Nas
análises estatísticas, adotou-se nível de significância de 5%. Test t foi
usado para correlações entre MA e TP; análise de regressão logística
binária (ARLB), para identificar qual das MA mais se associou aos TP.
Resultados: A amostra foi predominantemente de mulheres brancas
(54,5%). Médias de idade = 38,9 ± 11,9 anos (18-77) e de peso =
103,3 ± 20,6 kg (67-200). Valores médios das MA: IMC = 40,2 ±
7,1 (30-75,2); CC = 110,3 ± 13,8 (83-150); RCQ = 0,86 ± 0,08
(0,65-1,21); IAC = 45,5 ± 7,35 (32,5-66,9). Prevalências de TP e de
seus constituintes: TP = 71,2%; THA = 26,6%; THP = 22,3%; TAN
= 40,7%; TA = 38,6%. Houve associação de RCQ (p = 0,044) e IAC
(p = 0,013) com TP, mas não de IMC (p = 0,06) e CC (p = 0,89).
IAC foi a MA de maior tendência à associação com TP à ARLB (OR
= 1,07; IC95% = 0,99-1,17; p = 0,079). Discussão: Embora existam
evidências de que obesidade e sexo feminino estejam associados aos
TP, estudos correlacionando MA com TP em mulheres obesas são escassos. Em um estudo comparando IMC, CC e RCQ em obesas, CC
foi a MA de melhor correlação com gravidade de sintomas depressivos e, ao se distribuir essas mulheres em quartis de CC, verificou-se
que a prevalência de THA foi maior no quartil superior em relação
aos inferiores. Em outro estudo, não houve associação entre IMC
e qualquer perfil psicopatológico em pacientes obesas. Não encontramos estudos correlacionando IAC com TP. Neste estudo, houve
associação de RCQ e de IAC com TP, mas não houve diferenças
entre as MA à ARLB. Conclusão: Houve correlação de TP com IAC
e RCQ, mas não com IMC e CC. Quando comparadas entre si, IAC
foi a MA de maior tendência à associação com TP.
314
ASSOCIAÇÃO ENTRE OBESIDADE E DEPRESSÃO EM UM
GRUPO DE IDOSOS: RESULTADOS PARCIAIS
Oliveira, I. F.¹; Ramos, M. A. B. P.¹; Rufato, G. S.¹; Alves, N. P.¹; Packer, V.
B.¹; Leão, B. C.¹; Magalhães, F. O.¹
¹ Universidade de Uberaba (UNIUBE), Uberaba, MG, Brasil
Introdução: A associação entre depressão e doenças crônicas é frequente. Estudos mostram que há uma piora tanto na evolução do
quadro psiquiátrico como da doença crônica, com menor aderência
às orientações terapêuticas, morbidade e mortalidade maiores. Objetivo: O presente trabalho teve como objetivo avaliar a associação entre depressão e obesidade em um grupo de idosos no município de
Uberaba (MG). Métodos: O projeto é um estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, CAAE 0058.0.227.00011. A seleção de idosos foi por meio de amostragem aleatória, de
indivíduos que frequentam a Unidade de Atenção ao Idoso (UAI),
após assinatura do termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE). Temos o resultado parcial de 102 idosos que preencheram
os questionários: Escala de Rastreamento Populacional para Depressão (CES-D); formulário com dados de saúde e atividades realizadas.
Após o agendamento, 52 idosos compareceram para realização dos
exames de glicemia capilar, colesterol total e triglicérides capilares,
medida de cintura abdominal, quadril, altura, peso e pressão arterial.
S312
Foi feita análise estatística dos dados armazenados em um banco de
dados do programa SPSS 14.0, utilizado o teste Qui-quadrado e o
teste de correlação de Spearman. O nível de significância dos testes é
de alfa = 0,05. Resultados: Houve prevalência de 26,9% (14/52) de
obesidade e 51,9% (27/52) de sobrepeso. A depressão foi informada
em 25,5% (26/102), sendo diagnosticada pelo CES-D em 55,9%
(57/102) dos indivíduos. Houve associação entre presença de doenças crônicas e depressão (Qui2 = 4,505, p = 0,034); e correlação entre IMC e CES-D (R = 0,277, p = 0,047). Dos 21,9% dos idosos que
apresentaram obesidade, 87,7% têm depressão. Discussão: A relação
bidirecional entre obesidade e depressão é confirmada na pesquisa,
isso mostra a importância do controle de peso para a manutenção do
equilíbrio físico e psicológico do indivíduo, principalmente no que
se refere à autoestima. Também podemos pensar na depressão motivando o ganho de peso, na situação em que a comida é usada como
meio de escape. Conclusão: A depressão acompanha a maioria das
patologias clínicas crônicas levando a pior prognóstico, menor aderência aos tratamentos propostos, pior qualidade de vida e maior
morbimortalidade. Essa importante associação exige constante vigilância, é fundamental uma abordagem eficaz, pois a depressão e as
patologias clínicas como a obesidade se retroalimentam, interagem
para criar uma situação deteriorante.
315
ASSOCIATION OF GLP-2 SECRETION AND DECREASED
INSULIN SENSITIVITY IN OBESITY
Geloneze Neto, B.¹; Lima, M. M. O.¹; Tezoto, D.¹; Pareja, J. C.¹; Magro, D. O.¹
¹ Laboratório de Investigação em Metabolismo e Diabetes (Limed),
Gastrocentro, Unicamp, Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo
(Fapesp), Campinas, SP, Brasil
Objective: GLP-2 is a potent intestinotrophic hormone. An increased absorption of nutrients mediated by GLP-2 could hypothetically influence insulin sensitvity (IS) negatively. Our aim was to
determine whether GLP-2 secretion relates to IS in obese subjects.
Methods: Twenty four obese subjects (BMI 40.0 ± 3.0 kg/m²) were
included, nine of which were male, age 43 ± 8 years old. Twelve subjects had type 2 diabetes, all treated with oral anti-diabetic agents
only. Curves of glucose, insulin and GLP-2 were obtained from a
meal tolerance test (MTT). IS was measured by HOMA-IR and
MTT-derived OGIS. Spearman linear correlations and partial correlations were obtained. Results: The metabolic profile was as follows:
glucose 155.5 ± 45.2 mg/dL, insulin 19.5 ± 12.2 mg/dL, HOMAIR 6.2 ± 5.5, GLP-2 AUC 1062.16 ± 204.12 ng/ml x min, GLP-2
AUCi GLP-2 183.2 ± 164 ng/ml x min, OGIS 300.5 ± 18.75.
There was a negative relationship between the GLP-2 secretion and
IS: HOMA-IR correlated with GLP-2 AUC (R = 0.504; p = 0.012)
and OGIS correlated with GLP-2 incremental AUC (R = -0,54; p =
0.054). The correlations persisted controlling for BMI. Discussion:
We report, for the first time, a negative association between GLP-2
secretion and IS in obese subjects. The first hypothesis to explain this
finding is that an increased absorption of nutrients induced by GLP2, especially fatty acids, could influence IS negatively. Fatty acids are
a key factor for decreased IS. GLP-2 has an intestinotrophic effect in
the proximal and distal bowels and also has acute effects in intestinal
fat absorption and lipoprotein production which result in increased
postprandial circulating triglycerides and free fatty acids. The intestinal microbiota could have a contribution to this hypothesis. Food
fermentation both increases energy harvesting in animal and human
obesity and produces short-chain fatty acids linked to increased expression of pro-enteroglucagon (precursor of GLP-2) and to proximal and distal bowel hypertrophy. A second hypothesis relates to
the fact of GLP-2 stimulates glucagon secretion and counteracts the
glucogonostatic action of GLP-1. Glucagon is counter-regulatory to
insulin action and has been linked to decreased IS in obese subjects
with normal or impaired glucose tolerance. Conclusion: We found a
negative association of GLP-2 secretion and IS. The comprehension
of the underlying mechanisms may provide future directions in the
pharmacological manipulation of incretins and in the treatment of
obesity and related metabolic disorders.
316
AUMENTO NA MEDIDA DO PESCOÇO É MELHOR INDICADOR
DO QUE MEDIDA DA CINTURA EM HOMENS COM SÍNDROME
METABÓLICA
Sampaio, K. S.¹; Silva, F. D.¹; Oliveira, P. P.¹; Santos, R. F.¹
¹ Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó), Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), Chapecó, SC, Brasil
Introdução: A distribuição central de gordura tem sido amplamente
associada à resistência insulínica. Assim, medidas regionais de obesidade são preditivas de distúrbios metabólicos, pois são capazes de
estimar indiretamente a gordura visceral. A circunferência do pescoço é um método pouco explorado e que vem apresentando boas
correlações com síndrome metabólica, e também está associado à
síndrome da apneia-hiponeia obstrutiva do sono (SAHOS). Objetivo: O presente estudo visa analisar a circunferência do pescoço como
parâmetro de deposição de gordura disfuncional no sexo masculino
e correlacionar com as demais medidas antropométricas. Métodos:
Trata-se de estudo transversal, com população de 107 homens com
IMC ≥ 25 kg/m², idade 56,4 ± 6,9 anos. Dividiu-se a amostra em
grupos controle (53 H) e síndrome metabólica (54 H), segundo
critérios da Federação Internacional de Diabetes. Foram analisadas
circunferências do pescoço, cintura, quadril e coxa. Foi utilizado software SPSS versão 19.0. Os resultados foram apresentados como
média ± desvio-padrão. Utilizou-se o teste t de Student para comparação de duas médias e regressão logística para verificar a influência
de uma variável sobre a outra. Resultados: A média da circunferência do pescoço no grupo SM foi de 41,7 ± 2,2 cm (p < 0,001), e no
grupo controle, 40 ± 2,4 cm. A média da circunferência da cintura
no grupo SM foi 106,3 ± 7,8 cm e nos controles 100,6 ± 10,1 cm
(p = 0,002). Na comparação da circunferência do pescoço com a circunferência da cintura, verificou-se que a circunferência do pescoço
apresentou melhor correlação com SM (p = 0,03). A relação pescoço/coxa não apresentou significância estatística entre os grupos (p =
0,13). Discussão: A circunferência do pescoço acima de 40 cm foi
considerada o ponto de corte a partir do qual se demonstrou maior
probabilidade de síndrome metabólica em homens. Tal parâmetro
já foi citado previamente, e foi associado com obesidade central e
SAHOS. Esse achado proporciona mais uma medida, de fácil obtenção e grande utilidade para avaliação de pacientes que estão sujeitos
a um maior risco cardiovascular. Conclusão: Evidenciou-se que no
sexo masculino a circunferência do pescoço foi a medida que apresentou melhor correlação com o diagnóstico de síndrome metabólica, mostrando-se superior à circunferência da cintura.
317
AVALIAÇÃO DE INFLAMAÇÃO SUBCLÍNICA ATRAVÉS DE
PROTEINA C REATIVA DE ALTA SENSIBILIDADE EM MULHERES
COM EXCESSO DE PESO
Cedro, R. M.¹; Ladeia, A. M.¹; Olivieri, L.¹; Góes, P.¹; Damasceno, H.¹;
Ferraz, I.¹; Guimarães, A.¹
¹ Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Faculdade de Ciência e
Tecnologia (EBMSP-FCT), Salvador, BA, Brasil
Introdução: O tecido adiposo é local de secreção de várias citocinas
inflamatórias, estando a obesidade associada a um estado inflamató-
rio crônico de baixo grau. Objetivo: Este estudo tem como objetivo
determinar a prevalência de elevação da PCR-as em mulheres com
excesso de peso e correlacionar os níveis desse marcador com fatores de risco cardiovascular. Métodos: Foram estudadas 73 mulheres
com excesso de peso acompanhadas em ambulatório de obesidade.
As pacientes foram submetidas à avaliação clínica completa, avaliação
laboratorial do perfil glicêmico e lipídico, ultrassonografia de abdome
superior, para detecção de doença hepática gordurosa. A dosagem de
PCR-as foi feita pelo método de Nefelometria (VR: até 3,0 mg/L).
Resultados: A média de idade encontrada foi de 47,3 + 11,1 anos.
Houve uma predominância de mulheres negras ou pardas (89,3%),
com escolaridade até o Ensino Médio (53,6%), obesas (70,2%), com
circunferência abdominal elevada (98,1%) e com síndrome metabólica (87,7%). A PCR-as elevada foi detectada em 51,7% da população,
sendo a média de PCR-as de 3,74 + 2,86 mg/L. Houve uma forte correlação entre níveis elevados de PCR-as e de IMC (r = 0,290,
p = 0,03), tendo também sido encontrada associação positiva com a
obesidade central (r = 0,269, p = 0,05).Pacientes com hiperglicemia
tiveram PCRas mais elevada (4,6 ± 3,2 versus 3,12 ± 2,4, p = 0,04).
Não foram encontradas associações positivas com demais variáveis.
A obesidade foi a principal condição que influenciou o desfecho do
aumento de PCR-as (RP = 4,0; IC = 1,31-12,20). Discussão: Indivíduos com excesso de gordura corporal tendem a ter maiores níveis
de PCR-as, asssim como aqueles com hiperglicemia. Estudos indicam
que o aumento do IMC isoladamente explicaria entre 7,7% e 29,7%
da variação da PCR-as. Há evidências mostrando que a perda de peso
contribui substancialmente para reduzir os níveis séricos de PCR. Os
presentes dados apoiam a hipótese de que a inflamação crônica de baixo grau é um estado associado à obesidade. Parte do risco aumentado
para eventos cardiovasculares em pessoas com excesso de peso pode
ser justificada pela presença de níveis elevados de PCR-as, o que traduz um processo inflamatório crônico de baixo grau nesses pacientes,
comum à aterosclerose e à obesidade. Conclusão: Há alta prevalência
de PCR-as elevada em mulheres com excesso de peso. A obesidade é o
principal fator que predispõe à inflamação subclínica, sendo essa condição um importante marcador de doença cardiovascular subsequente.
318
AVALIAÇÃO DO PERFIL ANTROPOMÉTRICO E DOS FATORES
DE RISCO CARDIOVASCULAR EM AMOSTRA POPULACIONAL
PARTICIPANTE DE AÇÃO DE SAÚDE EM MACEIÓ, AL
Silva, B. L.¹; Silva, N. M.¹; Souza, P. M. M. S.¹; Barbosa, J. L. M.¹; Cruz, J.
A. S.¹
¹ Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Maceió, AL, Brasil
Objetivo: Avaliar a prevalência de obesidade e fatores de risco cardiovascular de uma amostra populacional participante de uma ação
de saúde em Maceió (AL). Métodos: Trata-se de um estudo transversal e descritivo realizado em um evento sobre promoção em saúde
no dia 17/11/2011, em uma comunidade de Maceió/AL. Foi aplicado um questionário e colhidos dados como idade, sexo,raça, glicemia capilar ao acaso, circunferência abdominal, peso, altura, IMC,
presença de diabetes e/ou hipertensão. Os dados foram tabulados e
analisados no programa Epi-Info (versão 3.5.3). Resultados: Foram
aplicados 68 questionários. Destes, 75% eram de pessoas do sexo feminino. A média de idade foi de 50,39 ± 14,66 anos. Quanto à raça,
14,6% eram negros; 22%, brancos; e 63,4%, pardos. Dos entrevistados, 17,6% referiram ser diabéticos e 47%, hipertensos. A glicemia
ao acaso média dos pacientes foi 118,28 ± 34,6 mg/dl. A medida
da cintura abdominal (CA) variou de 69 a 117 cm, tendo uma média de 95,4 ± 10,41 cm no sexo feminino e 95,75 ± 11,63 cm no
sexo masculino. De acordo com o IMC, 36,9% dos pacientes apresentavam sobrepeso e 29,2%, obesidade grau I. A média da pressão
arterial (PA) sistólica foi de 131,79 ± 17,17 mmHg e da diastólica
S313
Obesidade
Trabalhos Científicos
Obesidade
Trabalhos Científicos
foi de 84,5 ± 10,09 mmHg. Discussão: A avaliação antropométrica
e a identificação do excesso de peso podem favorecer a identificação
precoce do risco cardiovascular. Estudos destacam que a circunferência da cintura elevada pode contribuir para o aumento do risco coronariano. A prevalência de sobrepeso e de obesidade vêm se
tornando um problema de saúde pública, sendo considerada como
fator de risco para as dislipidemias, diabetes e hipertensão arterial,
as quais favorecem a ocorrência de doenças cardiovasculares. Conclusão: Este estudo reforça a importância de implementar medidas
capazes de detectar precocemente fatores de risco cardiovascular e a
adoção de intervenções específicas como a modificação do estilo de
vida, incluindo hábitos alimentares e atividade física.
319
AVALIAÇÃO DOS ASPECTOS PSICOLÓGICOS E DA
QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES OBESAS SUBMETIDAS A
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO ANTIOBESIDADE
Figueiredo, M. D.¹; Cunha, D. R.¹; Pinto, J. D.¹; Santos, C. M. C.¹;
Boguszewski, C. L.¹; Suplicy, H. L.¹; Radominski, R. B.¹
¹ Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil
Objetivo: Os aspectos psicológicos e a qualidade de vida são pontos
importantes na avaliação de eficácia e segurança do tratamento da
obesidade. Assim, tivemos como objetivos caracterizar a população
da amostra e avaliar os aspectos depressão, ansiedade, compulsão alimentar e qualidade de vida de mulheres obesas, antes e após seis meses de tratamento antiobesidade. Métodos: Estudo observacional e
prospectivo em 180 mulheres selecionadas ao ensaio clínico para tratamento clínico da obesidade, com índice de massa corporal (IMC)
entre 30 e 40 kg/m² e randomizadas em seis grupos de tratamento
(placebo, anfepramona, sibutramina, femproporex, fluoxetina e mazindol ), no período de 2007 a 2009. Depressão e ansiedade foram
avaliadas pelo Inventário de Depressão de Beck (BDI) e Inventário
de Ansiedade de Beck (BAI). A compulsão alimentar, por meio da
Binge Eating Scale (BES) e a qualidade de vida, pelos questionários
SF-36 – 36 - Item Short Form Health Survey e IWQOL-LITE – Impact of Weight on Quality of Life. Resultados: Foi identificada idade
média de 36,6 ± 7,2 anos e IMC de 34,4 ± 3,7 kg/m². No início do
estudo, 38,9% das mulheres apresentavam depressão; 43,3%, ansiedade; e 38,3%, compulsão alimentar. A maioria (93,3%) tinha hábitos alimentares irregulares e 80,0% eram sedentárias. Cento e trinta
e oito pacientes completaram seis meses de tratamento, 111 (80,4%)
perderam ≥ 5% do seu peso inicial; 52 (37,7%) perderam ≥ 10% e
27 (19,6%) perderam menos de 5% do peso inicial. Houve melhora
significativa da depressão (p < 5% ou ≥ 5%). Os escores da compulsão
alimentar e a qualidade de vida melhoraram significativamente nas
mulheres que perderam ≥ 5% do peso inicial. Discussão: Em obesos
há aumento dos transtornos mentais e pior qualidade de vida, colocando a saúde em risco. A intervenção terapêutica multidisciplinar e
a aderência ao tratamento trazem melhores resultados independentes da perda de peso. Conclusão: A melhora dos aspectos psicológicos e da qualidade de vida foi evidente em todos os grupos, após
seis meses de tratamento. A compulsão alimentar e a qualidade de
vida foram melhores nas participantes que perderam ≥ 5% do peso.
Depressão e ansiedade melhoraram mesmo nas mulheres que não
perderam peso. Os aspectos psicológicos devem ser considerados na
estratégia terapêutica do tratamento da obesidade.
320
BAIXA INCIDÊNCIA DE DIABETES MELLITUS NO SEGUIMENTO
DE LONGO PRAZO PÓS-DERIVAÇÃO GÁSTRICA
Beleigoli, A. M. R.¹; Coelho, A. L. B.¹; Vieira, C. A.¹; Xavier, M. F.¹;
Camelo, C. G.¹; Diniz, M. T. C.¹; Rocha, A. L. S.¹
¹ Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
Hospital das Clínicas, Belo Horizonte, MG, Brasil
S314
Objetivo: Avaliar a incidência de diabetes (DM) e sua relação com
características pré-operatórias e porcentagem de perda de excesso de
IMC (PPIMC) numa coorte de pacientes submetidos à derivação
gástrica em Y de Roux pelo Sistema Único de Saúde. Métodos: Estudo de coorte com 248 pacientes operados entre 1998 e 2011 com
seguimento entre 1 e 14 anos. Diabetes incidente em cada seguimento anual foi definido como glicemia jejum ≥ 126 mg/dl ou uso de
medicamentos antidiabéticos em pacientes sem diagnóstico na linha
de base ou em seguimentos anteriores. Foram avaliadas as seguintes
variáveis: sexo, idade à cirurgia, história familiar (HF) de DM, diabetes gestacional prévio (DMG), uso de estatina, IMC pré-operatório,
presença de comorbidades, tabagismo no pré-operatório e PPIMC
após um e dois anos. Análise estatística no SSPS 17.0 utilizando o
teste exato de Fisher, teste de Mann-Whitney e teste t de Student
não pareado. Projeto aprovado pelo COEP-UFMG, com assinatura
de termo de consentimento. Resultados: A média de idade da coorte
foi 39,8 ± 10,6 anos (17-64) e do IMC pré-operatório de 53,0 ± 8,9
kg/m² (35,1-78,4). Setenta e cinco por cento dos pacientes foram do
sexo feminino. O tempo médio de seguimento foi de 5,1 ± 3,1 anos.
Num total de 164 seguimentos completos (836,4 pessoas/ano), a
incidência de DM foi de cinco casos (3%), todos no sexo feminino.
O único fator relacionado à incidência de DM no pós-operatório foi
idade à cirurgia (45 versus 37,6 anos, p = 0,04). Sexo, HF, DMG,
uso de estatina, níveis de colesterol, triglicérides, pressão arterial, tabagismo e PPIMC não se relacionaram à incidência de DM. O IMC
pré-operatório foi menor (47 versus 52,7 kg/m²) e a glicemia em
jejum maior (91 ± 10 versus 88,6 ± 11 mg/dL) nos casos incidentes,
embora sem significado estatístico. Discussão: Na literatura especializada, descreve-se baixa incidência de DM após cirurgia bariátrica,
como nessa coorte. Da mesma forma, a idade está relacionada ao
aparecimento de DM, como nessa série. O tamanho da amostra provavelmente é responsável pelos achados de relação não significativa
entre incidência de DM e outros fatores de risco tradicionalmente
relacionados à doença. Conclusão: Este estudo de coorte com seguimento em longo prazo de pacientes submetidos à derivação gástrica
e com vários fatores de risco para DM mostrou baixa incidência da
doença. Maior idade no pré-operatório foi o único fator significativamente associado à ocorrência de DM no pós-operatório.
321
BLOQUEIO DA ALDOSTERONA REDUZ A PRESSÃO ARTERIAL
E MELHORA OS PARÂMETROS METABÓLICOS EM OBESOS
HIPERTENSOS PORTADORES DE SÍNDROME METABÓLICA
Ezequiel, D. G. A.¹; De Paula, R. B.¹; Lovisi, J. C. M.¹; Veloso, F. L. M.¹;
Souza Filho, S. F.¹; Rezende, S. P. I.¹; Bicalho, T. C.¹; Costa, M. B.¹
¹ Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisa em Nefrologia (Niepen),
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora, MG, Brasil
Objetivo: Avaliar os efeitos do bloqueio da ALDO na pressão arterial (PA) avaliada pela monitorização ambulatorial da pressão arterial
(MAPA), na vasodilatação mediada pelo endotélio e em parâmetros
metabólicos e renais de indivíduos hipertensos e não diabéticos com
SM. Métodos: Estudo experimental prospectivo no qual foram
avaliados 29 indivíduos com SM pré e pós uso de espironolactona
(ESPIRO) na dose de 25 a 50 mg por um período de 16 semanas. Resultados: A média de idade dos pacientes foi 44,0 ± 11,01
anos, com índice de massa corpóreo (IMC) de 34,0 ± 3,63 kg/
m², sendo a maioria mulheres (89,7%). Após 16 semanas do uso de
espironolactona, os pacientes permaneceram com índice de massa
corpórea (IMC) e circunferência abdominal semelhantes ao período basal, todavia apresentaram redução de 10,24 mmHg na pressão
arterial sistólica média e 5,9 mmHg na pressão arterial diastólica média em 24 horas. Além disso, após o uso de espironolactona, houve
aumento do HDL colesterol, redução dos níveis de triglicérides e
melhora significativa da vasodilatação fluxo mediada (VSDFM), en-
quanto a glicemia, o HOMA-IR, o potássio (K) e os níveis de PCR
ultrassensível não se alteraram de modo significante. O cálculo da
filtração glomerular estimada de acordo com fórmula CPK-EPI permaneceu semelhante pré e pós o uso de espironolactona. A relação
microalbumina/creatinina em amostra isolada foi expressa em logaritmo em razão de sua grande variabilidade e apresentou redução
estatisticamenrte significativa pré e pós o uso de espironolactona.
Discussão: Nos últimos anos, a aldosterona (ALDO) tem sido implicada na fisiopatologia da síndrome metabólica (SM), bem como
da hipertensão arterial a ela associada, entretanto, o impacto do uso
de antagonistas da aldosterona neste grupo de indivíduos foi pouco
estudado. Conclusão: O bloqueio da ALDO reduziu a microalbuminúria e os parâmetros pressóricos registrados pela MAPA. Além
disso, melhorou parâmetros metabólicos e a vasodilatação endotélio
dependente em indivíduos com SM.
322
CAMPANHA DE DETECÇÃO E ESCLARECIMENTO SOBRE A
SÍNDROME METABÓLICA EM JOINVILLE, SANTA CATARINA
Baggenstoss, R.¹; Kohara, S. K.¹; Rodrigues, G. S.¹; Souza, B. V.¹;
Souza Filho, V. J.¹; Almeida, J. C.¹; Ramos, L. R.¹; Zemczak, N.¹
¹ Faculdade de Medicina da Universidade da Região de Joinville (Univille),
Instituto Catarinense de Endocrinologia e Diabetes (ICED), Joinville, SC, Brasil
Objetivo: Observar a prevalência de obesidade e síndrome metabólica (SM) em uma amostra da população acima de 35 anos em
Joinville/SC. Métodos: Foram realizadas medidas de circunferência
abdominal (CA), pressão arterial, peso, altura, questionário com fatores de risco para SM, exames de glicemia capilar e colesterol total
em 377 indivíduos (205F/ 172M) acima de 35 anos de idade, durante campanha realizada em um shopping da cidade. Definiu-se a
SM de acordo com a presença dos seguintes fatores: CA ≥ 102 cm
em homens e ≥ 88 cm em mulheres, glicemia ≥ 140 mg/dL (pois os
indivíduos não estavam em jejum) e HAS (sistólica ≥ 130 mmHg,
diastólica ≥ 85 mmHg, ou uso de anti-hipertensivos), com base nos
critérios da NHANES 2003-2006. Não foi possível avaliar os níveis
de triglicerídeos e HDL-colesterol. No Brasil, estima-se que a prevalência seja de 12,4% a 28,5% em homens e 10,7% a 40,5% em mulheres. Resultados: Nas mulheres avaliadas, foi observada presença de
história prévia IAM ou AVC em 4,9%, tabagismo em 10,2%, etilismo
em 0,5%. Nos homens, a prevalência desses achados foi de 5,2%,
11,6% e 5,8%. Obesidade foi observada em 21,7% das mulheres e
24,4% dos homens. Discussão: A prevalência de SM e obesidade
em nossa população está de acordo com a literatura. Observamos
maior prevalência de etilismo na população masculina, sem diferença
na história previa de IAM/AVC e tabagismo entre os sexos. Porém,
apesar da prevalência semelhante de obesidade em ambos os sexos,
observamos um número maior de mulheres com aumento da circunferência abdominal. Conclusão: A SM está relacionada com a
ocorrência de doença cardiovascular e aumento de mortalidade geral
e cardiovascular. A mudança de hábitos de vida e o controle da glicemia e da HAS são determinantes na melhora do prognóstico. Sendo
assim, programas de esclarecimento que promovam mudança no estilo de vida e um diagnóstico mais precoce devem ser incentivados,
no intuito de melhorar a qualidade de vida da população de risco.
323
CAMUNDONGOS OBESOS COM ESTEATO-HEPATITE NÃO
ALCOÓLICA APRESENTAM AUMENTO DA EXPRESSÃO DA
PROTEÍNA GLUT2 EM FÍGADO
Silva, A. D.¹; Favaro, R.¹; Petroni, R. C.¹; Furuya, D. T.¹; Ebersbach, P. S.¹;
Zorn, T. M. T.¹; Machado, U. F.¹
¹ Instituto de Ciências Biomédicas, Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: Acreditamos o GLUT2 (Glucose transporter 2) possa estar envolvido com o desenvolvimento da esteato-hepatite não
alcoólica. Objetivo: Dessa forma, considerando a importância do
conhecimento da regulação dos fluxos de glicose em fígado de animais obesos e com esteato-hepatite não alcoólica (EHNA), temos
como objetivo analisar a expressão da proteína GLUT2. Métodos:
Foram estudados camundongos obesos (MSG) e não obesos (C).
A obesidade foi induzida por tratamento neonatal com 2 mg/g de
glutamato monossódico, durante cinco dias consecutivos; e, no sétimo dia, uma injeção de 4 mg/g peso. Após desmame, os animais
controle e MSG foram alimentados com dieta normolipídica (DN)
ou hiperlipídica (DH) 60%, durante 12 semamas. Obtemos quatro
grupos: C-DN, C-DH, MSG-DN e MSH-DH. A obesidade nem
sempre está associada com elevado peso corpóreo, por isso medidas
de adiposidade, como o índice de Lee e peso do tecido adiposo periepididimal, devem ser utilizadas. Para a avaliação do conteúdo de
proteína GLUT2, foi realizado ensaio de Western Blot. Resultados:
Na análise dos resultados (ANOVA – Student Newman Keuls) foi
verificado que os camundongos MSG-DH apresentaram maior peso
ao final das 12 semanas de dieta em comparação aos animais C-DN.
Discussão: Demonstramos um aspecto relevante e ainda não descrito na literatura: a administração de glutamato associado com dieta
hiperlipídica leva à EHNA. Sabe-se que a EHNA está relacionada
com resistência à insulina, em que observamos maior demanda de
ácido graxo livre e aumento do fluxo de glicose para o fígado. Essa
glicose pode ser convertida em triglicerídeo por meio da lipogênese
de novo, contribuindo para o aumento da esteatose hepática. Dessa
forma, o GLUT2 pode colaborar na progressão da EHNA por facilitar o influxo de glicose no hepatócito. Conclusão: Acreditamos
que o aumento da expressão da proteína GLUT2 em camundongos
obesos alimentados com dieta hiperlipídica colabora para o desenvolvimento do quadro de esteato-hepatite não alcoólica.
324
CARACTERIZAÇÃO DO MODELO DE ESTEATO-HEPATITE NÃO
ALCOÓLICA EM CAMUNDONGOS CD1
Silva, A. D.¹; Favaro, R.¹; Petroni, R. C.¹; Freitas, H. S.¹; Okamoto, M.
M.¹; Barrence, F.¹; Zorn, T. M. T.¹; Machado, U. F.¹
¹ Instituto de Ciências Biomédicas, Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Com o intuito de avaliar o estabelecimento da esteato-hepatite não alcoólica (EHNA) em camundongos CD1, induzimos
obesidade por glutamato monossódico e dieta hiperlipídica. Métodos: Foram estudados camundongos CD1 obesos (MSG) e não obesos (C). A obesidade foi induzida por tratamento neonatal com 2
mg/g de glutamato monossódico, durante cinco dias consecutivos;
e, no sétimo dia, uma injeção de 4 mg/g peso. Após desmame, os
animais controles e MSG foram alimentados com dieta normolipídica (DN) ou hiperlipídica (DH) 60%, durante 4, 8 e 12 semamas.
Obtemos quatro grupos: C-DN, C-DH, MSG-DN e MSH-DH. A
obesidade nem sempre está associada com elevado peso corpóreo,
por isso medidas de adiposidade, como o índice de Lee e peso do
tecido adiposo periepididimal, devem ser utilizadas. Resultados: Na
análise dos resultados (ANOVA – Student Newman Keuls), foi verificado que os camundongos MSG-DH apresentaram maior peso ao
final do período de dieta (4 e 12 semanas) em comparação aos animais C-DH. Discussão: A administração de glutamato monossódico
associado com dieta hiperlipídica durante 12 semanas leva à esteato-hepatite não alcoólica. Sabe-se que a EHNA está relacionada com
resistência à insulina, onde há aumento da lipólise no tecido adiposo
aumentando o fornecimento de ácido graxo livre para o fígado; como
consequência, há infiltração e deposição de gordura no hepatócito,
ocasionando a esteatose. Ainda, o desenvolvimento da esteatose pode
estar envolvido com o excesso de glicose na dieta, ocasionando maior
influxo de ácido graxo no hepatócito e aumento da lipogênese de
S315
Obesidade
Trabalhos Científicos
Trabalhos Científicos
novo. Conclusão: Camundongos CD1 com obesidade induzida por
glutamato monossódico e dieta hiperlipídica durante 12 semanas
apresentam quadro de esteato-hepatite não alcoólica.
325
Obesidade
CINTURA HIPERTRIGLICERIDÊMICA: PREVALÊNCIA E
ASSOCIAÇÃO COM PERFIL DE RISCO CARDIOMETABÓLICO
NO BRAMS – BRAZILIAN METABOLIC SYNDROME STUDY
Vasques, A. C. J.¹; Comucci, E. B.¹; Rocha, L. M.¹; Vilela, B. S.¹;
Cassani, R. S. L.¹; Forti, A. C.¹; Tambascia, M. A.¹; Geloneze, B.¹
¹ Laboratório de Investigação em Metabolismo e Diabetes (LIMED-Unicamp),
Campinas, SP; Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP), Itu,
SP; Centro Integrado de Hipertensão e Diabetes do Estado do Ceará (CIDH),
Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
Introdução: A adiposidade abdominal possui características heterogêneas. Para uma dada circunferência da cintura (CC), diferentes
quantidades de gordura subcutânea e visceral podem estar presentes.
Objetivo: A avaliação do fenótipo cintura hipertrigliceridêmica (HW)
– do inglês hypertriglyceridemic waist – foi proposta para um melhor
screening de indivíduos em risco cardiometabólico. Investigaram-se a
prevalência de HW e sua associação com parâmetros cardiometabólicos. Métodos: Foram avaliados 1.644 adultos normotolerantes à
glicose. Foram determinados: CC, pressão arterial (PAS e PAD) e dosagens bioquímicas de jejum (glicemia, insulinemia, colesterol total
e frações, triglicérices (TG), proteína C reativa ultrassensível (PCR)
e ácido úrico). Calculou-se o índice HOMA1-IR. Classificou-se o
fenótipo HW como: homens com CC > 90 cm e TG > 177 mg/dl
(2 mmol/l) e mulheres com CC > 85 cm e TG > 133,0 mg/dl (1,5
mmol/l). Os testes de Mann-Whitney e Odds Ratio, com seu respectivo intervalo de confiança (IC) de 95%, foram utilizados. Resultados: A prevalência do fenótipo HW foi 18,4%. Indivíduos com HW
apresentaram maiores níveis de PAS (125,0 ± 18,0 versus 119,0 ±
15,0 mmHg), PAD (81,0 ± 14,0 versus 78,0 ± 28,0 mmHg), colesterol total (218,0 ± 46,0 versus 180,0 ± 39,0 mg/dl) e LDL-col (132,0
± 42,0 versus 110,0 ± 35,0 mg/dl), menor HDL-col (44,0 ± 10,0
versus 51,0 ± 14,0 mg/dl), e aumento nos níveis de ácido úrico (5,6
± 1,7 versus 4,7 ± 1,7 mg/dl), PCR (1,4 ± 3,8 versus 0,85 ± 2,3 mg/
dl), glicemia (86,0 ± 9,0 versus 83,0 ± 9,0 mg/dl) e HOMA1-IR
(3,7 ± 3,2 versus 2,1 ± 2,1) comparados àqueles sem este fenótipo; p
< 0,001 para todos. A associação entre adequação da CC e TG versus
HOMA1-IR revelou um gradiente crescente nos valores de Odds
Ratio: CC e TG adequados (OR = 0,14; 0,10-0,20); CC adequada
e TG elevado (OR = 0,35; 0,15-0,83); CC elevada e TG adequado
(OR = 1,41; 1,14-1,76); CC e TG elevados (OR = 4,50; 3,46-5,85);
p < 0,05 para todos. Discussão: O fenótipo HW foi proposto para
monitorar indivíduos com a tríade metabólica aterogênica: hiperinsulinemia, níveis elevados de apolipoproteína e partículas pequenas
e densas de LDL. No presente estudo, foram avaliados outros parâmetros, e o fenótipo HW esteve associado a um pior perfil em todos
eles, os quais também constituem alterações metabólicas importantes
relacionadas à obesidade. Conclusão: Os achados corroboram as evidências científicas favoráveis sobre a utilidade da HW em identificar,
em nível populacional, indivíduos com pior perfil cardiometabólico,
sugestivo da presença de obesidade visceral.
326
CIRCUNFERÊNCIA DO PESCOÇO COMO MARCADOR DE
RESISTÊNCIA À INSULINA E FATORES CARDIOMETABÓLICOS
Stabe, C.¹; Vasques, A. C.¹; Lima, M. M.¹; Tambascia, M.¹; Pareja, J.
C.¹; Yamanaka, A.¹; Geloneze, B.¹
¹ Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, SP, Brasil
S316
Objetivo: Investigar a relação da circunferência do pescoço com síndrome metabólica (SM) e resistência à insulina (RI) em uma amostra
populacional brasileira, com ampla faixa de adiposidade e tolerância à
glicose, e estabelecer pontos de corte para a circunferência do pesçoco
para predizer o risco de SM e resistência à insulina. Métodos: Estudo transversal. Casuística de 1.053 indivíduos adultos (18-60 anos).
Medidas: IMC 18,5-40,0 kg/m², com tolerância normal à glicose ou
diabetes tipo 2 (DM2), medidas antropométricas:circunferência da
cintura (CC), circunferência do pescoço (CP) e IMC. Gordura visceral medida por ultrassom. Sensibilidade à insulina medida pelo clamp
euglicêmico-hiperinsulinêmico (10% da amostra total) e cálculo do
HOMA-IR. Análise de correlação para avaliar associações entre CP
e RI e fatores de risco cardiometabólicos. Curvas ROC foram utilizadas para determinar pontos de corte específicos para gênero para
predizer presença de RI e SM. Análise de regressão foi realizada para
medir a chance de desenvolver RI e SM de acordo com o aumento
da CP. Resultados: A amostra consistiu de 28,6% de homens, idade
média 39,4 (12 anos). Trezentos e seis indivíduos com diagnóstico
de DM2, dos quais 34% eram homens. CP correlacionou-se com CC
e IMC em ambos os gêneros (p < 0,001). CP apresentou correlação
positiva com triglicérides, glicemia de jejum, insulinemia de jejum e
HOMA-IR, e associação negativa com HDL. A CP e a sensibilidade
à insulina (clamp) apresentaram correlação moderada negativa. Entre
CP e gordura visceral, houve uma correlação positiva significativa.
Nas análise das curvas ROC, a CP apresentou o melhor desempenho
em discriminar a apresença de RI em homens e mulheres,enquanto
a CP apresentou AUC mais larga para SM em homens. Discussão:
Nesta análise de dados representativos da população brasileira, a CP
pode ser considerada um indicador de obesidade central, e apresentou associação com parâmetros bioquímicos relacionados com a resistência à insulina e a fatores cardiometabólicos. Além disso, pontos de
corte específicos para cada gênero para CP foram estabelecidos para
identificar o risco de RI e SM. Conclusão: A circunferência do pescoço é uma medida inovadora e alternativa para determinar a distribuição de gordura corporal. A CP está positivamente associada com
fatores de risco da SM, RI e gordura visceral; e com pontos de corte
estabelecidos para a predição de SM e RI.
327
CIRCUNFERÊNCIA DO PESCOÇO COMO MARCADOR DE
RESISTÊNCIA À INSULINA E FATORES CARDIOMETABÓLICOS
Stabe, C.¹; Vasques, A. C.¹; Lima, M. M.¹; Tambascia, M.¹; Pareja, J.
C.¹; Yamanaka, A.¹; Geloneze, B.¹
¹ Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, SP, Brasil
Objetivo: Investigar a relação da circunferência do pescoço com
índrome etabólica (SM) e resistência à insulina (RI) em uma amostra
populacional brasileira, com ampla faixa de adiposidade e tolerância à
glicose, e estabelecer pontos de corte para a circunferência do pesçoco
para predizer o risco de SM e resistência à insulina. Métodos: Estudo
transversal. Casuística de 1.053 indivíduos adultos (18-60 anos). Medidas: IMC 18,5-40,0 kg/m², com tolerância normal à glicose ou diabetes tipo 2 (DM2), medidas antropométricas: circunferência da cintura
(CC), circunferência do pescoço (CP) e IMC. Gordura visceral medida
por ultrassom. Sensibilidade à insulina medida pelo clamp euglicêmico-hiperinsulinêmico (10% da amostra total), e cálculo do HOMA-IR.
Análise de correlação para avaliar associações entre CP e RI e fatores de
risco cardiometabólicos. Curvas ROC foram utilizadas para determinar
pontos de corte específicos para gênero para predizer presença de RI
e SM. Análise de regressão foram realizadas para medir a chance de
desenvolver RI e SM de acordo com o aumento da CP. Resultados:
A amostra consistiu de 28,6% de homens, idade média 39,4 (12 anos).
Trezentos e sieis indivíduos com diagnóstico de DM2, dos quais 34%
eram homens. CP correlacionou-se com CC e IMC em ambos os gêneros (p < 0,001). CP apresentou correlação positiva com triglicérides,
glicemia de jejum, insulinemia de jejum e HOMA-IR, e associação negativa com HDL. A CP e a sensibilidade à insulina (clamp) apresentaram correlação moderada negativa. Entre CP e gordura visceral, houve
uma correlação positiva significativa. Nas análise das curvas ROC, a CP
apresentou o melhor desempenho em discriminar a apresença de RI em
homens e mulheres, enquanto a CP apresentou AUC mais larga para
SM em homens. Discussão: Nesta análise de dados representativos da
população brasileira, a CP pode ser considerada um indicador de obesidade central, e apresentou associação com parâmetros bioquímicos
relacionados com a resistência à insulina e a fatores cardiometabólicos.
Além disso, pontos de corte específicos para cada gênero para CP foram estabelecidos para identificar o risco de RI e SM. Conclusão: A
circunferência do pescoço é uma medida inovadora e alternativa para
determinar a distribuição de gordura corporal. A CP está positivamente
associada com fatores de risco da SM, RI e gordura visceral; e com
pontos de corte estabelecidos para a predição de SM e RI.
328
COMPORTAMENTO ALIMENTAR AUTORREFERIDO EM
MULHERES OBESAS QUE BUSCAM TRATAMENTO CLÍNICO
PARA OBESIDADE EM HOSPITAL PÚBLICO DE CURITIBA, PR
Figueiredo, M. D.¹; Cunha, D. R.¹; Pinto, J. D.¹; Santos, C. M.C.¹;
Boguszewski, C. L.¹; Suplicy, H. L.¹; Radominski, R. B.¹
¹ Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR), Curitiba,
PR, Brasil
Introdução: O comportamento alimentar em obesos é predominantemente irregular com episódios de descontrole e seguido de
sentimentos de culpa e sofrimento psicológico. Objetivo: Tivemos
como objetivo neste estudo avaliar o comportamento alimentar
autorreferido, antes da intervenção medicamentosa em mulheres
obesas. Métodos: Estudo observacional e transversal realizado em
180 mulheres obesas, selecionadas para ensaio clínico de tratamento
medicamentoso antiobesidade, entre 2007 a 2009. Em entrevista
clínica, as pacientes relataram o comportamento alimentar e os hábitos alimentares, nos últimos 6 meses. Resultados: Foi identificada
idade média de 36,6 ± 7,2 anos e IMC inicial de 34,4 ± 3,7 Kg/
m². A maioria (93,3%) apresentou hábitos alimentares irregulares.
Conflitos pessoais influenciaram no consumo alimentar em 94 casos
(52,2%), com frequência semelhante em todos os grupos (p = 0,66).
Os conflitos apontados foram angústia em 40 casos (42,5%), problemas familiares em 25 (26,7%), estresse no trabalho em 19 (20,2%),
conflitos conjugais em 10 (10,6%). Observou-se perfil alimentar do
tipo “comedor noturno” em 77 casos (42,8%), “beliscador” em 58
(32,2%), “comedor de final de semana” em 27 (15,0%) e “comedor
diurno” em 17 (9,4%). Observou-se associação significativa entre
humor e hábito alimentar (p = 0,04). A oscilação do humor foi associada ao aumento do apetite em 145 mulheres (80,5%), a redução
em 11 (6,1%) e 24 (13,3%) não perceberam essa relação. Discussão:
Em obesos, o comportamento alimentar inadequado pode levar ao
sofrimento psicológico e ao ganho de peso, prejudicando a aderências às orientações. Conclusão: A maioria das mulheres relatou comportamento alimentar irregular, acompanhado de angústia e culpa.
Identificamos que o ato alimentar está diretamente ligado ao estado
emocional das pacientes. Para a eficácia do tratamento da obesidade,
devem-se considerar os aspectos físicos e psicológicos.
329
DIMINUIÇÃO DE INGESTÃO ALIMENTAR COMO EFEITO DE
EXTRATO AQUOSO A FRIO DE PLATHYMENIA RETICULATA EM
RATOS DIABÉTICOS E NÃO DIABÉTICOS
Magalhães, F. O.¹; Uber-Buceck, E.¹; Name, T. F.¹; Ceron, P. I. B.¹;
Carlo, R. L.¹; Miziara, P. E. S. C.¹; Silva, J. S. P.¹
¹ Universidade de Uberaba (Uniube), Uberaba, MG, Brasil
Objetivo: O experimento visa avaliar o efeito do extrato aquoso a
frio da planta Plathymenia reticulata sobre a ingestão alimentar e
ganho de peso de animais diabéticos e não diabéticos. Métodos:
O experimento foi realizado em 53 ratos machos adultos Wistar,
com peso entre 180 g e 220 g, divididos em 8 grupos: controles
tratados com extrato aquoso a frio 25 mg/kg peso, 50 mg/kg peso
e 100 mg/kg peso (CAF25, CAF50 e CAF100) e diabético tratados
com extrato aquoso a frio 25 mg/kg peso, 50 mg/kg peso e 100
mg/kg peso (DAF25, DAF50 e DAF100), diabéticos tratados com
água (DC) e controles tratados com água (CC). A indução do diabetes foi realizada por meio da administração de estreptozotocina
(65 mg/kg) via intraperitoneal. O tratamento com os respectivos
extratos ou água foi realizado diariamente por gavagem durante 30
dias. A ingestão alimentar foi medida diariamente, enquanto o peso
semanalmente. Calcularam-se a ingestão média diária e o ganho de
peso total de cada animal. A análise dos dados foi feita por meio da
ANOVA e do teste Tukey-Kramer com nível de significância de 5%.
Os resultados são expressos em media ± EPM. Resultados: Houve
redução significativa no ganho de peso durante as 4 semanas de tratamento nos ratos não diabéticos tratados com extrato nas dosagem
25 mg/kg, 50 mg/kg e 100 mg/kg (CAF25: 30,56 ± 9,96 gr n = 6).
Discussão: Foi observado que, nos ratos não diabéticos tratados
com extrato aquoso a frio nas doses de 25 mg/kg, 50 mg/kg e 100
mg/kg, houve redução significativa do peso e da ingestão. Em relação aos ratos diabéticos, houve apenas diminuição significativa da
ingestão no grupo DAF25. Conclusão: O extrato de Plathymenia
reticulada mostrou nos animais não diabéticos ter capacidade para
diminuir o consumo e o peso, podendo ser usada para tratamento
da obesidade.
330
EIXO CORTICOTRÓFICO E VARIÁVEIS COMPORTAMENTAIS
EM MULHERES COM OBESIDADE VISCERAL
Bussade, I.¹; Coutinho, W.¹; Clapauch, R.¹; Bouskela, E.¹; Yuriko, R.¹;
Saraiva, D.¹; Martins, P.¹
¹ Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (Iede), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Avaliar os níveis de cortisol e variáveis de impacto no eixo
corticotrófico em mulheres com obesidade visceral. Métodos: Incluídas mulheres entre 18 e 50 anos, índice de massa corporal (IMC)
entre 25 e 35 kg/m² e circunferência de cintura (CA) > 88 cm. Toda
estavam na menacme.Critério de exclusão: menopausa, síndrome de
ovários micropolicísticos (SOP), diabetes mellitus (DM), síndromes
hipogonádicas, uso de psicotrópicos. Foram realizadas: anamnese,
exame clinico e questionários autoaplicáveis, comoInventário de Ansiedade de Beck (BAI) e Inventário de Depressão de Beck (BDI),
Escala de Compulsão alimentar periódica(BES) e Escala de sono de
Pittsburg(PSQI). Dosagens cortisol urina 24 h e após supressão com
0,5 mg dexametasona às 23 h e dosagem matinal às 7 h. Resultados:
Características clínicas: idade 35,3 ± 9,7; pressão arterial sistólica
123 mmHg ± 11,2; IMC 30,4 kg/m² ± 3,37; cintura 98,5 ± 8,57;
relação cintura quadril0,89 ± 0,08. Características laboratoriais: insulina 11,4 ± 6,1 mmUi/ml; glicemia 90,8 ± 1-,7 mg/dl; HOMA-r
2,63 ± 1,44; HDL 55,4 ± 9,2; triglicerídeos 91,2 ± 39,1, cortisol
livre urinário 165,5 mcg/24 h +/ 53,2 e cortisol pós 0,5 mg dexa
0,73 +/ 0,55. Pontuação nos questionários: BES 15,4 ± 8,4; PSQI
7,0 +/ 1,59; BDI 14,5 ± 6,34; BAI 13,08 ± 9,73. A comparação
entre pacientes com HOMA no quartil inferior e superior mostrou
maior pontuação no BES (p = 0,03). Pacientes com pontuação elevada no BDI apresentaram pontuação elevada no BAI (p = 0,03).
Divididos pelo BES, pacientes com maior pontuação apresentaram
maior RCQ (p = 0,02), assim como pacientes em classes distintas de
padrão de sono (PSQI) apresentaram diferença quanto à pontuação
no BAI (p = 0,01)e IMC (p = 0,02). Discussão: A obesidade visceral
S317
Obesidade
Trabalhos Científicos
Obesidade
Trabalhos Científicos
presente em todas as pacientes da amostra produz um padrão de hipercortisolimo aferido pela excreção aumentada de cortisol na urina
24 h. Pacientes com resistencia insulínica e maior RCQ apresentaram maior pontuação na escala de compulsão alimentar assim como
pacientes com menor número de horas de sono noturnas. A ativação
do eixo corticotrófico nessas condições clínicas já havia sido descrita
e corrobora a hipótese de alterações metabólicas e ponderais associadas a essa via. Pacientes com maior pontuação na escala de ansiedade
apresentaram maior IMC. Conclusão: Os níveis de cortisol urinário
estão elevados na obesidade visceral. Nesses pacientes, maior pontuação nas escalas que quantificam qualidade do sono, compulsão alimentar e transtorno de ansiedade se associam ao maior IMC e RCQ.
331
FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À SÍNDROME METABÓLICA
(SM): ESTUDO DE COORTE COMBINADO EM ESTUDANTES DE
UM CURSO DE MEDICINA
Nascimento, M. R.¹; Ana Santos, A. C. S.¹; Oliveira, A. P. R.¹; RamosDias, J. C.¹; Senger, M. H.¹
¹ Área de Endocrinologia, Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde (PUCSP), Sorocaba, SP, Brasil
Introdução: Tem se constatado maior incidência de fatores predisponentes para a SM em populações jovens, dado preocupante especialmente se encontrado em indivíduos ligados à área da saúde.
Objetivo: Avaliar a incidência de fatores de risco escolhidos entre
os que compõem a SM, além de hábitos de vida em estudantes de
medicina ao longo dos seis anos do curso. Métodos: Estudamos 43
alunos em 2006 (1º ano), em 2008 (3º ano) e em 2011 (6º ano),
correspondendo a cerca de 40% da classe. Foram analisados: pressão
arterial (PA), peso, IMC, circunferência abdominal (CA), glicemia
capilar e colesterol capilar. Avaliamos: tabagismo pelo Questionário de Tolerância de Fagerström, consumo de bebidas alcoólicas
(questionário Cage) e frequência de atividade física (Questionário
Internacional de Atividade Física). Comparamos os resultados pela
análise de variância de medidas repetidas e pela estatística de Wilk’s
Lambda. Foi considerado significante p < 0,05. Resultados: O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa local. Peso (p
= 0,006) e IMC (p = 0,03) aumentaram seus valores de forma linear
e apresentaram interação entre os sexos. Também houve interação
entre sexos quanto à CA, com diminuição dos valores, de forma quadrática nas mulheres. Discussão: Embora tenhamos notado elevação
da PA, IMC e colesterol e aumento de fumantes e bebedores de
risco, houve diminuição do sedentarismo e da CA (nas mulheres). O
percentual de fumantes foi superior ao encontrado na literatura em
estudantes da área da saúde. Conclusão: Apesar de estarmos lidando
com uma população saudável, que apresentou valores dentro da faixa
de normalidade na maioria dos parâmetros analisados, observamos
elevação significativa em fatores de risco considerados estratégicos
para possível progressão para SM, incluindo tabagismo e etilismo.
Tais fatos apontam a necessidade da realização de medidas de prevenção primária, principalmente por se tratar de futuros profissionais
que cuidarão da saúde humana.
332
FERRAMENTAS DE PREVISÃO DE RISCO GENÉTICO PARA
OBESIDADE
Moraes, M. A. R.¹
¹ Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ), Jundiaí, SP, Brasil
Objetivo: Este trabalho visa apresentar alguns loci inequivocamente
associados à obesidade. Métodos: Genome-Wide estuda uma amostragem de indivíduos prevalentes para obesidade e indivíduos con-
S318
troles não prevalentes, em que se sequencializa seus DNAs e se faz
a correlação dos loci expressos com os indivíduos prevalentes. Esse
tipo de pesquisa ainda não é viável no Brasil, então, usando resultados de vários países, montamos esta apresentação, na qual foi feita
metanálise dos trabalhos publicados, tendo como resultado os genes
que demonstram estar solidamente relacionados com a obesidade.
Resultados: FTO – Fat mass and obesity associated gene – 16q12.2.
Seu estudo iniciou-se em 2007, na Inglaterra, utilizando-se 2.938
indivíduos, sendo 1.924 obesos, e demonstrou a correlação entre o
gene FTO e IMC confirmada por p = 5 x 10 – 8. Em metanálise de
sete trabalhos, em que foram sequenciados os genomas de 117.325
indivíduos, ficou evidenciada uma sólida relação entre FTO e IMC,
tendo demonstrando o valor de p sempre < 10-6. MC4R – Melanocortin 4 receptor – 18q21.32. Metanálise totalizou 51.742 indivíduos analisados, confirmando a associação de MC4R com a obesidade
severa com pMax = 1.1 x 10-20. Discussão: Os loci estudados abordaram diversas populações em diferentes condições e apresentaram
sólido relacionamento com as doenças apresentadas, demonstrando
valores de p sempre menores que 10-6. Os fatores genéticos contabilizam de 40% a 70% de variação na predisposição para obesidade, e
o restante é determinado pelos fatores de estilo de vida. Conclusão:
Esses loci são ferramentas frágeis e não podem competir com as previsões baseadas nos fatores de risco tradicionais já estabelecidos, mas
esses resultados demonstram novas ferramentas que abrem o olhar
para uma nova forma de abordar a clínica e permite a previsão de doenças com influências genéticas; apresentando estimativas dos riscos
individuais, que podem motivar pacientes a adotar comportamentos
que lhes ofereçam redução de riscos e que vão levá-los a minimizar
as chances da incidência, permitindo que se prepararem para ter uma
melhor qualidade de vida.
333
HIGH-FAT PROGRAMMING INDUCES PARASYMPATHETIC
NERVOUS SYSTEM HYPERACTIVITY IN WEANLING WISTAR RATS
Barella, L. F.¹; de Oliveira, J. C.¹; Coelho, M. L.¹; Miranda, R.A.¹;
Mathias, P. C. F.¹
¹ Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá, PR; Université de Lille 1, Lille,
França, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde, Laboratório de Fisiologia Humana, Maringá, PR, Brasil
Objective: The aim of this study was evaluate the body weight gain,
fat pad weights, glucose and insulin levels and the electrical activity
of the parasympathetic nerve in weaned rats (at 22-day-old), from
dams fed, during all the lactation period, a standard (NF) or a highfat diet (HF). Methods: The HF diet (35% of fat) was offered to
dams from the delivery day until the end of offspring nursing (day
21). At 22-day-old the overnight fasted pups were sacrificed and the
fat pads removed and weighed. The blood was collected for determination of glucose and insulin levels. For recording of the parasympathetic activity, the animals were anesthetized and the cervical
vagus nerve was isolated. The depolarization signals were registered
with the aid of an electrode and a Bioamplificator. Results: HF pups
gained more weight during the lactation period and they became
heavier than the NF pups at 21-day-old (final body weight: NF 50.9
± 0.9g versus HF 55.8 ± 0.6 g. Discussion: The high-fat diet offered to dams during the lactation period is enough to increase the
body weight of its pups, and this could be due to this higher accumulation of adipose tissue. Regarding insulin and glucose levels
results, we suppose that the milk composition might contains high
levels of lipids, moreover, the literature has already showed a pattern
called lipotoxicity, which circulating high levels of free fatty acids
lead to beta-cells dysfunction. To contour this impairment, the HF
rats might have increased its insulin sensitivity to maintain a normal glycemia. Although the increase of parasympathetic tonus did
not reflect in insulin secretion potentiation of HF animals, a down
regulation state might be ruling the muscarinic receptors due to
this increase in the parasympathetic activity. Conclusion: We clearly
show that animals in early stage of life, from high-fat diet fed dams,
present higher body weight and accumulation of adipose tissue, as
well as, impairment of fasting insulinemia and imbalance of the autonomic nervous system.
334
IMAGEM CORPORAL E AUTOPERCEPÇÃO EM MULHERES
OBESAS GRAU I E II QUE BUSCAM TRATAMENTO PARA
OBESIDADE EM HOSPITAL PÚBLICO DE CURITIBA, PR
Figueiredo, M. D.¹; Cunha, D. R.¹; Pinto, J. D.¹; Santos, C. M. C.¹;
Boguszewski, C. L.¹; Suplicy, H. L.¹; Radominski, R. B.¹
¹ Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR), Curitiba,
PR, Brasil
Introdução: A imagem corporal em obesos está associada a graves
problemas emocionais, que podem prejudicar o processo de tratamento da obesidade. Objetivo: Avaliar a autopercepção corporal,
autorreferida antes da intervenção medicamentosa em mulheres
obesas. Métodos: Estudo observacional e transversal realizado em
180 mulheres obesas, selecionadas para ensaio clínico de tratamento
medicamentoso antiobesidade, entre 2007 a 2009. Em entrevista clínica, as pacientes relataram sua percepção corpórea nos últimos seis
meses. Resultados: Foi identificada idade média de 36,6 ± 7,2 anos,
peso médio inicial de 89,3 ± 9,7 kg e IMC de 34,4 ± 3,7 kg/m².
A maioria das participantes relatou insatisfação da imagem corporal
(62,2%) e 137 (76,1%) consideravam-se feias. O rosto foi escolhido
como parte do corpo de que mais gostavam (45,0%), seguida dos
seios (17,0%), pernas e nádegas (15,0%). A parte do corpo menos
apreciada foi a barriga (73,3%). O peso médio desejado foi 65,5 kg,
aproximadamente 27% a menos do peso inicial e acima do alcançado
após seis meses de tratamento medicamentoso. Os motivos não excludentes para participação do estudo foram preocupação com a saúde (80,0%), seguida da estética (51,1%) e baixa autoestima (51,1%).
Cento e três mulheres (57,2%) relataram insatisfação na vida sexual
e 113 (62,8%) apresentavam humor instável. Discussão: É consenso
científico que, em mulheres obesas, é grande a insatisfação com a
imagem corporal, acompanhada de sofrimento psicológico, baixa
autoestima, insegurança, descontrole alimentar e isolamento social.
Conclusão: Observamos, na maioria das participantes, grande insatisfação com o peso e com a imagem corporal, seguidas de forte
expectativa para perda de peso no tratamento clínico da obesidade.
Identificamos nessa amostra que a imagem corporal está diretamente
ligada ao estado emocional e ao peso atual das pacientes. Em razão
da complexidade da doença, o tratamento para obesidade deve considerar os aspectos físicos e psicológicos.
335
INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS COMO PREDITORES
DE RESISTÊNCIA À INSULINA EM ADOLESCENTES: ESTUDO
BRASILEIRO DE SÍNDROME METABÓLICA (BRAMS)
Silva, C. C.¹; Vasques, A. C. J.¹; Zambon, M. P.¹; Rodrigues. A. M. B.¹;
Camilo, D. F.¹; Antonio, M. A. R. G. M.¹; Cassani, R. S. L.¹; Geloneze, B.¹
¹ Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, SP, Brasil
Objetivo: Avaliar a associação de indicadores antropométricos com
resistência à insulina (RI) em adolescentes com diferentes níveis de
adiposidade. Métodos: Estudo transversal, com 310 adolescentes
(165 meninas) de 10-19 anos. Avaliaram-se: glicemia, insulina,
percentual de gordura corporal (%GC) por bioimpedância, diâmetro abdominal sagital (DAS) e circunferências da cintura (CC), do
quadril (CQ), do pescoço (CP) e da coxa. Calcularam-se: escore Z
de IMC, índice de conicidade (IC), índice sagital (IS) e relações
cintura-estatura (RCE), cintura-quadril (RCQ) e cintura-coxa (RCCoxa). A RI foi avaliada pelo índice HOMA-IR. Correlação parcial
com ajuste para o %GC, curvas ROC e calculadas as áreas abaixo
das curvas (AUC). Considerou-se p < 0,05. Resultados: Nas meninas, todos os indicadores antropométricos correlacionaram-se com
o HOMA-IR. A maior correlação foi para CC (r = 0,37), seguida da
CP (r = 0,36), RCE (r = 0,34), DAS (r = 0,29), escore Z de IMC
(r = 0,27), RCCoxa (r = 0,26), IC (r = 0,23), p < 0,05. Discussão:
O índice HOMA-IR, validado em relação ao método padrão ouro
(clamp) para o diagnóstico da RI, é uma das alternativas para a avaliação da RI na prática clínica por ser de fácil aplicação. Contudo, o
cálculo do HOMA-IR requer dosagens de insulina, as quais possuem
custo elevado, o que dificulta a utilização do índice em screenings
populacionais. Nesse contexto, os indicadores antropométricos aqui
estudados figuram como potenciais alternativas aplicáveis e de baixo
custo para a avaliação da RI. Conclusão: Os resultados demonstraram que a CC e a CP para as meninas e o e escore Z de IMC e o DAS
para os meninos foram os indicadores antropométricos com melhor
desempenho enquanto ferramentas substitutivas para a identificação
de adolescentes com RI.
336
ÍNDICE DE RESISTÊNCIA À INSULINA (TYG) E SUA RELAÇÃO
COM INDICADORES METABÓLICOS E ANTROPOMÉTRICOS
EM ADOLESCENTES: ESTUDO BRAMS
Silva, C. C.¹; Vasques, A. C. J.¹; Zambon, M. P.¹; Rodrigues, A. M. B.¹;
Camilo, D. F.¹; Cassani R. S. L.¹; Antonio, M. A. R. G. M.¹; Geloneze, B.¹
¹ Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, SP, Brasil
Objetivo: Avaliar a correlação entre o índice de resistência à insulina (RI) TyG, que relaciona os níveis de triglicerídeos e glicemia,
com indicadores metabólicos e antropométricos em adolescentes
com diferentes níveis de adiposidade. Métodos: Estudo transversal,
com 294 adolescentes (159 meninas) de 10-19 anos. Avaliaram-se
diâmetro abdominal sagital (DAS) e circunferência da cintura (CC),
do quadril (CQ) e da coxa. Calcularam-se os índices de conicidade (IC), de massa corporal (IMC) e sagital (IS); e relações cintura-estatura (RCE), cintura-quadril (RCQ) e cintura-coxa (RCCoxa).
Percentual de gordura corporal (%GC) por bioimpedância. Dosagens bioquímicas: glicemia de jejum (GJ), insulina, colesterol total
(COLT), LDL, HDL e triglicérides (TG). A RI foi avaliada pelos
índices TyG [log (TG (mg/dL) x GJ (mg/dL))/2)] e HOMA-IR.
Correlação de Spearman, p < 0,05. Resultados: Nas meninas, o
índice TyG correlacionou-se com CC e RCCoxa (r = 0,38), IC e
RCE (r = 0,41), IMC (r = 0,32), DAS e %GC (r = 0,34), RCQ (r
= 0,36), IS (r = 0,35), HOMA-IR e COLT (r = 0,39), LDL (r =
0,33), TG (r = 0,96), p < 0,001. Discussão: Os dados do presente
estudo correspondem àqueles encontrados em publicação prévia do
estudo BRAMS realizado com adultos, no qual o índice TyG esteve
correlacionado com indicadores de adiposidade (IMC, espessura de
gordura abdominal visceral, CC e DAS) e com marcadores metabólicos e de aterosclerose subclínica relacionados à RI. Embora a utilização do índice TyG na população pediátrica brasileira ainda precise
de validação frente aos testes de clamp (método padrão-ouro para
RI), os dados do presente trabalho abrem caminho para uma abordagem mais acessível para a avaliação da RI, uma vez que os níveis de
triglicérides e glicemia são de baixo custo e rotineiramente dosados
nos serviços de saúde. Conclusão: O índice TyG correlacionou-se
significativamente com todos os indicadores metabólicos e antropométricos, indicando ser uma ferramenta alternativa, de baixo custo
e grande aplicabilidade para identificação de indivíduos com RI e
S319
Obesidade
Trabalhos Científicos
Trabalhos Científicos
presença de distúrbios relacionados à síndrome metabólica nesssa
população.
337
Obesidade
MORTALIDADE TARDIA PÓS-DERIVAÇÃO GÁSTRICA EM
PACIENTES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS): ELEVADA
FREQUÊNCIA DE CIRROSE ALCOÓLICA E SUICÍDIOS
Diniz, M. F. H. S.¹; Moura, L. D.¹; Coelho, A. L. B.¹; Kelles, S. M. B.¹; Diniz,
M. T. C.¹
¹ Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, Hospital
das Clínicas da (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
Objetivo: Avaliar a mortalidade tardia, discriminar as causas de
óbito e sua relação com características pré-operatórias numa série
de pacientes submetidos à derivação gástrica em “Y de Roux” pelo
Sistema Único de Saúde. Métodos: Analisaram-se os dados de 248
pacientes com seguimento entre 1 e 12 anos. As informações sobre
mortalidade foram obtidas por meio do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/Datasus). Os óbitos foram categorizados segundo a CID-10. Foram avaliadas as seguintes variáveis: sexo,idade
à cirurgia, IMC pré-operatório, presença de comorbidades e tabagismo. A análise estatística foi realizada pelo programa STATA/SETM
9.2, utilizando o teste Qui-quadrado para variáveis dicotômicas e
o teste de Mann-Whitney para variáveis contínuas. Resultados: A
média de idade foi 39,75 ± 10,6 anos (17-64) e do IMC pré-operatório 53,04 ± 8,9 kg/m² (35,1-78,4). Setenta e cinco por cento dos
pacientes foram do sexo feminino.O tempo médio de seguimento
foi 5,1 ± 3,1 anos. Ocorreram nove óbitos tardios, sendo cinco do
sexo feminino, num tempo médio de pós-operatório de 5,6 ± 2,6
anos. As causas de óbito foram: cirrose alcoólica (n = 2), suicídios
(n = 2), causas infecciosas (apendicite aguda com peritonite generalizada e endocardite bacteriana – um caso de cada), insuficiência
respiratória (n = 1), agranulocitose (n = 1) e causa desconhecida (n
= 1). Nenhum óbito teve causa diretamente relacionada à cirurgia.
Seis óbitos ocorreram em hospital. A média de idade ao óbito foi
de 48,3 ± 8,4anos. Não foram detectadas influência do sexo (p =
0,17), idade à cirurgia (p = 0,41), IMC pré-operatório (p = 0,37),
comorbidades pré-operatórias (hipertensão arterial – p = 0,40; diabetes – p = 0,99; dislipidemia – p = 0,10) ou hábito de fumar (p =
0,35) na mortalidade tardia. Discussão: Os óbitos por alcoolismo e
suicídio tiveram frequência significativa (44,4% do total). É importante destacar que o etilismo dos pacientes, cuja causa de mortalidade foi cirrose alcoólica, se intensificou após o procedimento, sendo
hábito frequente no pós-operatório tardio, conforme demonstrado
por alguns estudos. Da mesma forma, a expressiva mortalidade por
suicídio reflete o maior risco dos portadores de doenças crônicas,
entre os quais os obesos graves, o que vai de encontro à literatura mundial. Conclusão: Nessa série, não se detectou relação entre
os óbitos e as comorbidades da obesidade. O seguimento clínico
e psicológico pós-cirurgia é fundamental na tentativa de prevenir
óbitos por alcoolismo e suicídio.
338
NONALCOHOLIC FATTY LIVER DISEASE AS AN EMERGENT
RISK FACTOR FOR CARDIOVASCULAR DISEASE IN OBESE
ADOLESCENTS: THE ROLE OF INTERDISCIPLINARY T
Sanches, P. L.¹; Piano, A.¹; Mello, M. T.¹; Elias, N.¹; Oyama, L. M.¹; Tufik,
S.¹; Dâmaso, A. R.¹
¹ Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, SP, Brasil
Introduction: Obesity is associated with cardiovascular risk factors,
including nonalcoholic fatty liver disease (NAFLD) and the atherogenic lipid profile, which can induce changes in the arteries as the
S320
increase in the carotid intima-media thickness. Objective: The aim
of this study was to compare the effects of interdisciplinary therapy
on the atherogenic lipid profile, inflammatory markers and cIMT in
obese adolescents with and without NAFLD. Methods: A total of
79 obese adolescents were divided into two groups: 33 with NAFLD
and 46 without NAFLD. They were submitted to an interdisciplinary
therapy over the course of 1 year. The cIMT and presence of NAFLD
were determined ultrasonographically. Body composition, glucose,
lipid profile, and adipokines were analysed before and after the therapy. Results: Student’s t test and Wilcoxon analyses showed that the
interdisciplinary therapy effectively improved body fat, hepatic enzymes, PAI-1 concentration, cIMT, and the ratios of leptin/adiponectin in both groups. However, only the non-NAFLD group had
a reduced LDL-c/HDL-c ratio. Furthermore, a multivariate logistic
regression analysis identified the HOMA-IR as an independent predictor for NAFLD development. Pearson’s correlation showed that
HOMA-IR was also positively correlated with cIMT, while changes
in this index (∆HOMA-IR) were positively correlated with ∆TG and
∆TG/HDL-c only in the NAFLD group. Discussion: The literature
has demonstrated that the clinical characteristics of NAFLD include
the slight elevation of insulin resistance, which are in line with our
findings in which the obese patients with NAFLD presented higher
HOMA-IR values and insulin concentration. We also found a positive
correlation between cIMT and HOMA-IR only in the obese patients
with NAFLD, and this parameter has already been cited in the literature as a predictor of an increase in cIMT. For the first time, our study
verified that there was no decrease in the LDL-c/HDL-c ratio in the
NAFLD group. Studies have demonstrated that the LDL-c/HDL-c
ratio is a better predictor of the progression of cIMT in adults than
LDL-C or HDL-C alone. In addition, this ratio is often elevated in
insulin-resistant obese children and can predict cardiovascular events
later in life. Conclusion: The presence of NAFLD seems to impair
the improvement of the atherogenic lipid profile in obese adolescents
submitted to an interdisciplinary therapy.
339
O BLOQUEIO DA ATIVIDADE VAGAL SUBDIAFRAGMÁTICA
ATENUA O DESENVOLVIMENTO DA OBESIDADE EM RATOS
MSG, MAS NÃO ALTERA A OBESIDADE EM RATOS RN
Coelho, R. L.¹; de Oliveira, J. C.¹; Bonfim, A. P.¹; Barella, L. F.¹;
Grassiolli, S.¹; Torrezan, R.¹; Mathias, P. C. F.¹
¹ Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá, PR; Université de Lille 1, Lille,
França; Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Ponta Grossa, PR, Brasil,
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Laboratório de Fisiologia Humana
Objetivo: Avaliar se a vagotomia subdiafragmática realizada aos
60 dias é capaz de alterar os efeitos da obesidade e os parâmetros
glicêmicos nos modelos de obesidade induzido por glutamato monossódico (MSG) e pela marcação metabólica na ninhada reduzida
(RN). Métodos: Ratos Wistar machos foram divididos em três grupos: MSG, RN e CON (controles). O grupo MSG recebeu injeções
neonatais de MSG (4 g/Kg) e CON recebeu salina. Para induzir
hipernutrição precoce, o tamanho da prole foi reduzido para três
filhotes (RN) contra nove filhotes/ninhada no CON e MSG. A vagotomia subdiafragmática (VAG) foi feita aos 60 dias e, aos 120
dias, os animais receberam glicose (1 g/Kg) para realizar o teste de
tolerância à glicose (ivGTT). A glicemia foi dosada pelo método da
glicose-oxidase. Os depósitos de gordura perigonadal e retroperitoneal (g/100 g), evolução do peso corporal e consumo alimentar
foram avaliados. A análise estatística foi realizada por one-way ANOVA seguido de pós-teste de Bonferroni, com p < 0,05. Resultados:
A curva de peso corporal foi 24% maior no RN, e 16,7% menor no
MSG, em relação ao CON. Quanto aos depósitos de gordura perigonadal, foram 21,5% e 105% maiores respectivamente no grupo
RN e MSG versus CON. Os depósitos de gordura retroperitoneal fo-
ram 97% superiores em MSG versus CON, mas não se alteraram entre RN versus CON. Não houve diferença significativa com relação
ao consumo alimentar e quanto à glicemia de jejum entre os grupos.
Ratos MSG mostraram intolerância à glicose, sendo 37,5% superior
ao CON, mas ratos RN não demonstraram. A VAG não alterou o
peso corporal em RN e MSG, mas reduziu em 24,6% os depósitos
de gordura perigonadal em ratos MSG, não alterando estes no grupo
RN e CON. A VAG não alterou os padrões de consumo alimentar,
os depósitos de gordura retroperitoneal, a glicemia de jejum e a tolerância à glicose entre os grupos. Houve uma tendência à diminuição
da intolerância à glicose, reduzindo em 19% em MSG-VAG versus
MSG, apesar de a redução não ser significativa. Discussão: A VAG
atenuou o desenvolvimento da obesidade MSG, demonstrando que
a lesão do núcleo arqueado desregula o SNA e gera hiperatividade
parassimpática, o que tem relação direta com a gênese desse modelo
de obesidade. Já no modelo RN, o descontrole parassimpático tem
menor relevância para o desenvolvimento da obesidade. Conclusão:
A VAG demonstrou efeitos na redução da obesidade MSG, mas não
demonstrou ter influência na obesidade RN.
340
O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL COMO PREDITOR DA
CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL ANORMAL: ANÁLISE ROC
Moreira, L. M. P.¹; Ramos, A. V.¹; Guerra, L. P.¹; Lauria, M. W.¹; Soares,
M. M. S.¹; Freitas, P. C.¹; Sik, R. F.¹
¹ Hospital Felício Rocho (HFR), Belo Horizonte, MG, Brasil
Objetivo: Correlacionar o índice de massa corporal (IMC) e as medidas de circunferência abdominal (CA) em um grupo de adultos brasileiros em busca de valores mais precisos de IMC na previsão de CA
anormal. Métodos: IMC e CA foram medidos em 1.184 voluntários
(45,6 ± 17,3 anos; 69% mulheres) de acordo com procedimentos
padrão. CA anormal foi definida como > 88 cm nas mulheres e > 102
cm nos homens. A análise estatística foi feita com base no coeficiente
de correlação de Pearson e na curva receiver operating characteristic (ROC). Resultados: Medidas antropométricas: IMC mulheres =
27,1 ± 5,9 kg/m²; CA mulheres = 88,9 ± 15,1 cm; IMC homens =
25,4 ± 4,8 kg/m²; CA homens = 89,9 ± 14,4 cm. IMC apresentou
forte correlação com CA (mulheres: r = 0,87). Discussão: O índice
de massa corporal (IMC) é amplamente utilizado como uma estimativa antropométrica da adiposidade geral, porém, diferenças na composição corporal e distribuição de gordura corporal limitam a sua
utilidade. Em reconhecimento de que o acúmulo de gordura visceral
aumenta o risco de doença metabólica, a circunferência abdominal
(CA) foi eleita como uma medida alternativa de substituição da obesidade. No entanto, a medida da CA está sujeita à variação interexaminador significativa. Assim o uso do IMC como preditor da medida
de CA anormal é útil. A análise dos dados mostrou que há correlação
entre IMC e CA anormal. Conclusão: Pacientes com IMC > 27
kg/m² têm geralmente CA anormal. Nesse grupo, a medida da CA
pode razoavelmente ser dispensada. Para pacientes com IMC menor,
a medida da CA ainda permanece informativa.
341
OBESIDADE MÓRBIDA: A IMPORTÂNCIA DO TRATAMENTO
Santos, J. C. S.¹; Bizarro, V. R.¹; Bianchetti, G. B.²; Jorge, A. R.¹; Rocha,
D. R. T. W.¹; Arbex, A. K.¹
¹ Divisão de Nutrição e Metabolismo, Faculdade de Medicina, Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ; ² Serviço de Endocrinologia,
Instituto de Pesquisa e Ensino Médico (Ipemed), Belo Horizonte, MG, Brasil
Introdução: A obesidade é uma doença crônica, cuja prevalência
vem aumentando em proporções epidêmicas nas últimas décadas.
O termo obesidade mórbida é definido pelo IMC maior ou igual a
40 kg/m². A associação de doenças relacionadas com o aumento de
peso, como diabetes mellitus tipo 2, dislipidemia, hipertensão arterial
e doenças cardiovasculares, é responsável pela elevada morbimortalidade desses casos. Objetivo: Destacar a importância do tratamento
da obesidade mórbida para a redução das comorbidades. Métodos:
ACFCIS, feminino, 24 anos, do lar. Procurou nosso ambulatório
com relato de ganho de peso, desânimo, cansaço e constipação intestinal. Obesa desde os 14 anos. Sedentária, dieta irregular e etilista
social. Primeira gestação aos 21 anos, com peso de 151 kg, e as
seguintes intercorrências: pré-eclâmpsia (PE) e diabetes gestacional.
Após 2 anos, engravidou novamente, com peso de 162 kg, e evoluiu
com PE e prematuridade. Foi então que resolveu procurar ajuda para
perder peso. Exame físico: Peso: 174 kg, Altura: 1.62 m, IMC: 66
kg/m², CA: 145 cm; PA: 150 x 100 mmHg, FC: 80 bpm. Extremidades: pulsos palpáveis, discreto edema. Foi orientada quanto à dieta
de 1.800 kcal/dia e atividade física, caminhada de 30 minutos 3x/
semana, prescrito anfepramona 50 mg/dia e solicitado exames. Resultados: Após 30 dias, retornou com os seguintes exames: glicemia
de jejum (GJ): 113 mg/dl (N: 70 a 99). Peso: 157 (menos 17 kg).
Relatou estar seguindo a dieta corretamente e fazendo caminhada.
Foi prescrito dieta de 1.500 kcal/dia e mantida medicação. Em 60
dias, a paciente retornou com glicemia pós-teste (GPP): 157 mg/dl.
Discussão: Com o reconhecimento da obesidade como uma doença
epidêmica que aflige globalmente a população, emerge a necessidade
de melhorar a qualidade e eficácia dos tratamentos disponíveis contra
esse problema. Os tratamentos com agentes farmacológicos são considerados como terapia auxiliar na perda de peso. Conclusão: Neste
caso, a associação de dieta, atividade física e terapia farmacológica
possibilitou um desfecho favorável no tratamento da obesidade mórbida e redução de suas comorbidades associadas.
342
OBESIDADE NA URGÊNCIA: AS DOENÇAS QUE LEVAM OS
PACIENTES OBESOS AO PRONTO-SOCORRO DO HOSPITAL
REGIONAL DO GAMA-HRG EM GAMA, DF
Fonseca, F. B.¹; Andrade, G. G.¹; Faria, T. M.¹; Santos, B. C.¹; Uzuelli, F. H. P.¹
¹ Hospital Regional do Gama (HRG), Gama, DF, Brasil
Objetivo: Traçar o perfil epidemiológico dos pacientes obesos que
procuram o serviço de urgência e emergência no Hospital Regional
do Gama-HRG em Gama-DF. Métodos: Foram avaliados pacientes
obesos adultos admitidos no Pronto-Socorro Adulto nas especialidades médicas do Hospital Regional do Gama, com IMC maior ou
igual a 30, no período de janeiro a junho de 2012. Os dados foram
coletados com base nas informações fornecidas pelos pacientes por
meio de questionário formulado previamente com os seguintes dados:
identificação, idade, sexo, peso, altura, IMC, circunferência abdominal, queixa principal, história patológica pregressa, história familiar,
número de internações nos últimos 12 meses e prontuário médico:
diagnóstico de internação, exames complementares realizados no hospital. Ao final da pesquisa, os dados foram computados e processados
pelos próprios pesquisadores, usando o software Microsoft Excel. Resultados: Foram observados 36 pacientes, sendo 23 mulheres e 13
homens.Variação de idade dos paciente com intervalo de idade entre
17 anos e 94 anos,idade média 53 anos (± 17,7), peso médio 108,
11 (± 33,7), estatura média de 1,61 (± 0,1), circunferência abdominal média126,8 cm (± 27,7); IMC médio de 41,34 (± 11,85), HDL
médio de 31,05% (± 7,03), LDL médio de 92,26% (± 31,42), triglicérides médio de 177,23 (± 103,85). A prevalência foi 44% diabéticos
e 56% hipertensos e 19% não têm nenhuma das duas comorbidades.
Foram encontrados 11% de pacientes chagásicos. A predominância
de queixa de dispneia foi 41%, sendo desses 53,4% insuficiência cardíaca descompensada; 6,6% síndrome da apneia obstrutiva do sono;
S321
Obesidade
Trabalhos Científicos
Obesidade
Trabalhos Científicos
40% pneumonia.Foram 83,2% pacientes da clínica médica; 5,6% da
ginecologia, 5,6% ortopedia e 5,6% cirurgia. Óbitos: 5%. Discussão:
Observa-se grande incidência na procura do serviço de emergência
com queixa e diagnóstico relacionados às comorbidades da obesidade, como diabetes e hipertensão.A prevalência de queixa inicial foi
dispneia e o diagnóstico clínico principal foram doenças cardiopulmonares. Observa-se o impacto causal dessas patologias influenciando na
sobrevida desses pacientes. Conclusão: A dificuldade que os pacientes obesos têm quando precisam procurar o serviço de emergência
é notória. Observa-se a limitação quanto à estrutura logística que o
hospital deveria fornecer a esses pacientes. Tomar medidas para suportar esses pacientes, como dispositivos adaptáveis, controle de peso e
controle clínico adequado, é de extrema relevância e constitui apenas
medidas primordiais para o correto manejo desses pacientes.
343
OBESIDADE: O TRATAMENTO MEDICAMENTOSO ISOLADO
NÃO É MAIS EFICAZ QUE A TERAPIA COMPORTAMENTAL
Ferreira, L. V.¹; Dias, A. L. R.¹; Cruz, A. P. V.¹; Ezequiel, D. A. G.¹; Silva, E.
A.¹; Freitas, M. M. S.¹; Veloso, F. L. M.¹; Costa, M. B.¹
¹ Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora, MG, Brasil
Introdução: O aumento na prevalência da obesidade levou essa doença à categoria de problema de Saúde Pública, de tal forma que
a intervenção precoce nesse processo de adoecimento torna-se de
extrema importância. Objetivo: Avaliar o desempenho de diferentes
abordagens terapêuticas sobre a obesidade. Métodos: Em estudo
observacional de coorte retrospectivo, foram avaliados prontuários
de 64 indivíduos atendidos em Ambulatório de Atenção à obesidade, divididos em dois grupos: terapia comportamental (grupo 1)
e tratamento farmacológico (grupo 2). Foram comparados dados
demográficos, além de índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal (CA) e pressão arterial (PA) de ambos os grupos,
por ocasião da admissão e após seis e 12 meses de acompanhamento.
Resultados: No grupo 1, foram avaliados inicialmente 32 pacientes,
com média de idade de 41,72 ± 9,72 anos. No grupo 2, a média de
idade foi 41,22 ± 10,82 anos. Os dados referentes à avaliação clínica
estão na tabela. Discussão: Com base nos resultados, podemos observar que, ao final de um ano, os pacientes do grupo I que aderiram
à MEV obtiveram resultados semelhantes aos pacientes que fizeram
o tratamento farmacológico, tanto em perda de peso quanto em relação à PA. Conclusão: Programas de intervenção que promovam
mudanças no estilo de vida devem ser incentivados, no intuito de
melhorar a qualidade de vida da população de risco. As indicações
do tratamento farmacológico devem ser restritas a casos específicos,
com a observância do grau de obesidade e complicações associadas.
344
PREVALÊNCIA DE PACIENTES OBESOS COM QUADRO
CLÍNICO DE HIPERURICEMIA ANALISADOS NO LABORATÓRIO
ESCOLA DA PUC DE GOIÁS
Francescantonio, I. C. C. M.¹; Tavares, R. S.¹; Morais, C. O. B.¹; Costa,
S. H. N.¹; Moura, A. L. D.¹; Pereira, V. B. M.¹
¹ Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Goiânia, GO, Brasil
Objetivo: Avaliar a associação entre obesidade e hiperuricemia em
pacientes atendidos em um Laboratório Escola na cidade de Goiânia, no período de janeiro a maio de 2012. Métodos: Foi realizado
um estudo transversal, observando os níveis de ácido úrico de pacientes obesos com IMC > 30. Aplicou-se um questionário contendo informações sobre: medicamentação, fatores hereditários, dieta
nutricional, uso abusivo de álcool e atividade física. Indivíduos que
apresentaram fatores que influenciariam a hiperuricemia não parti-
S322
ciparam da avaliação. Além do questionário, realizaram-se medidas
antropométricas e coleta de amostra de jejum para a análise de ácido
úrico. Resultados: Foram analisadas 120 pessoas, sendo 68 mulheres (56,6% da população averiguada), com idade variando de 20 a 60
anos e média de 53,12. Em relação às mulheres, nove tinham hiperuricemia, sendo classificadas portadoras dessa doença aquelas com
níveis de ácido úrico acima de 6 mg/dl. Quanto aos homens, dos
52 avaliados, 11 apresentaram ácido úrico > 7 mg/dl, significando
21,1% com hiperuricemia. Discussão: Estudos epidemiológicos têm
demonstrado que a obesidade está entre os transtornos metabólicos
mais comuns e vem sendo motivo de extrema preocupação em relação à saúde global, pois ela é responsável por desencadear diversas
complicações no organismo, como a hiperuricemia. O presente
estudo realizado numa amostra representativa de adultos obesos
da cidade de Goiânia revelou prevalência total de hiperuricemia de
16,6%, sendo mais frequente nos homens (21,14% versus 13,23%).
Esse resultado está de acordo com outros estudos realizados, em
que o número de pacientes obesos que apresentaram hiperuricemia
é significativo, sendo mais frequente na população masculina. Em
um estudo realizado em Portugal (n = 1370), a prevalência total de
hiperuricemia foi 12,8% com a frequência mais elevada nos homens
(17,8% versus 9,9%). Nos Estados Unidos (n = 9689), a prevalência
total de hiperuricemia foi 17% e, da mesma forma, frequência mais
elevada nos homens (18,9% versus 4,7%). Conclusão: O número de
pacientes obesos que apresentaram hiperuricemia foi alto, chegando
a 16,6%. Tal fato denota que a obesidade está diretamente relacionada com o aumento da concentração de acido úrico no sangue e
que, portanto, é fundamental fazer uma dieta saudável e gradual para
corrigir a hiperuricemia e consequentemente evitar crises gotosas,
doenças renais e cardiovasculares.
345
PROJETO “OBESIDADE INFANTIL” (GRUPO OI), EM
FERNANDÓPOLIS, SP, REALIZADO POR UMA EQUIPE
MULTIDISCIPLINAR
Franciscon, L. M. G. S.¹; Merli, B. L. A.¹; Polisel, E. E.¹; Rodrigues, C. M.¹;
Marimoto, D. G.¹; Mendonça, B. J. R.¹; Palandri, M. F. T.¹; Schiavetto,
M. C. P.¹
¹ Universidade Camilo Castelo Branco (Unicastelo), Fernandópolis, SP, Brasil
Introdução: A obesidade infantil é resultante da elevação do peso
corporal, aumentando a incidência de doenças crônicas, tais como:
diabetes mellitus tipo 2 e hipertensão arterial.Segundo a Sociedade
Brasileira de Pediatria e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a obesidade infantil atinge mais de 5 milhões de crianças brasileiras e, nos últimos 30 anos, aumentou de 4 para 18% em meninos,
e de 7,5 para 15,5% em meninas. Mediante essa estatística, criamos
o Grupo de Obesidade Infantil (OI) em Fernandópolis (SP), com
uma Equipe Multidisciplinar, composta por endocrinologistas, acadêmicos de medicina, nutricionistas, psicólogos, enfermeiros e educadores físicos. Objetivo: Mostrar a eficácia do Grupo OI em comparação com o tratamento individualizado. Métodos: Com base nos
resultados do grupo de 2009 a 2012, avaliados quinzenalmente, por
meio de um questionário e exames clínicos, laboratoriais, nutricional
e físico. Triamos 112 crianças em grupo e 87 crianças individualmente, de ambos os sexos, em idade escolar. Resultados: O Grupo atua
na orientação de uma alimentação adequada com base na pirâmide
alimentar, aliada à cooperação e conscientização de todos os familiares na luta contra a obesidade. Por meio de encontros familiares,
palestras, brincadeiras lúdicas e conscientização das complicações
dessa doença, melhora-se a qualidade de vida das crianças, evita-se o
bullying e estimulam-se as atividades aeróbicas entre elas em grupo.
Crianças trabalhadas nesse Projeto, acompanhadas periodicamente,
tiveram resultados mais satisfatórios do que as que foram tratadas
Trabalhos Científicos
346
REALIZADA AOS 21 DIAS, A VAGOTOMIA SUBDIAFRAGMÁTICA
REDUZ A OBESIDADE EM RATOS MSG, NORMALIZANDO SUA
HIPERATIVIDADE VAGAL
Coelho, R. L.¹; de Oliveira, J. C.¹; Bonfim, A. P.¹; Barella, L. F.¹;
Grassiolli, S.¹; Torrezan, R.¹; Mathias, P. C. F.¹
¹ Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá, PR; Université de Lille 1, Lille,
França, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde, Laboratório de Fisiologia Humana, Ponta Grossa, PR,
Brasil
Objetivo: Avaliar o efeito da vagotomia subdiafragmática realizada aos 21 dias sobre a obesidade, parâmetros glicêmicos, insulinemia e atividade vagal em ratos obesos por lesão hipotalâmica
(MSG). Métodos: Ratos Wistar machos receberam injeções neonatais de glutamato monossódico (MSG) na dose de 4 g/Kg,
controles (CON) receberam salina. A vagotomia subdiafragmática (VAG) foi feita aos 21 dias, logo após o desmame. Aos 90
dias de vida, os animais foram submetidos ao teste de tolerância à
glicose (1 g/kg). A glicemia foi dosada pelo método da glicose-oxidase e a insulina basal por radioimunoensaio. Após 12 h de
jejum, os animais foram submetidos à dissecção do ramo superior vagal, com registro da atividade neural (spikes/5s). Os depósitos de gordura perigonadal e retroperitoneal (g/100g) foram
avaliados. Teste t de Student’s foi usado para comparar o efeito
do tratamento (CON x MSG) e o efeito da vagotomia (CON x
CON-VAG e MSG x MSG-VAG) em cada grupo, considerando a
diferença estatística p < 0,05. Resultados: Aos 90 dias, ratos MSG
apresentaram depósitos de gordura retroperitoneal e perigonadal
foram 154 e 82% maiores respectivamente em relação aos CON,
além de hiperatividade vagal, 77,6% superior aos ratos CON. Ratos MSG apresentaram normoglicemia, normoinsulinemia, mas
desenvolveram intolerância à glicose em 26% em relação ao CON.
A VAG reduziu 18,6 e 25,6% da gordura perigonadal nos grupos
MSG e CON, respectivamente. Quanto aos depósitos de gordura retroperitoneal, houve redução de 24,7% no grupo MSG, mas
não foi alterada no grupo CON. A VAG não alterou a tolerância
à glicose nos grupos, mas reduziu em 38% a hiperatividade vagal
no grupo MSG, sem alterar a atividade vagal no grupo CON. A
VAG reduziu a insulinemia basal em 41% no grupo MSG, mas não
sofreu alteração no grupo CON. Discussão: A lesão hipotalâmica sofrida pelo modelo MSG altera o controle do SNA, gerando
uma hiperatividade vagal, a qual induz obesidade e intolerância à
glicose. A VAG se mostrou eficaz em reduzir a obesidade quando
realizada aos 30 dias de vida, e nesse trabalho mostrou que o efeito dela aos 21 dias, no final do período de lactação, também tem
esse efeito. Conclusão: O desequilíbrio autonômico é de extrema
importância no desenvolvimento da obesidade MSG. A VAG aos
21 dias é capaz de reduzir a hiperatividade vagal, reduzindo, as-
sim, a obesidade animal, mas não de alterar a intolerância à glicose
apresentada nesse modelo de obesidade.
347
RELAÇÃO ENTRE DEPRESSÃO E ANSIEDADE COM AS
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS E A COMPOSIÇÃO
CORPORAL EM INDIVÍDUOS COM EXCESSO DE PESO
Guedes, E. P.¹; Madeira, E.¹; Madeira, M.¹; Matos-Godoy, A. F.¹;
Mafort, T. T.¹; Lopes, A. J.¹; Moreira, R. O.¹; Farias, M. L. F.¹
¹ Serviço de Metabologia do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia
(IEDE/PUC-RJ), Serviço de Endocrinologia da Faculdade de Medicina da
Universidad
Download

PDF - 1.9 MB - Archives of Endocrinology and Metabolism