www.arvoredoleite.org Esta é uma cópia digital de um documento que foi preservado para inúmeras gerações nas prateleiras da biblioteca Otto Frensel do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT) da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), antes de ter sido cuidadosamente digitalizada pela Arvoredoleite.org como parte de um projeto de parceria entre a Arvoredoleite.org e a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes para tornarem seus exemplares online. A Revista do ILCT é uma publicação técnico-científica criada em 1946, originalmente com o nome FELCTIANO. Em setembro de 1958, o seu nome foi alterado para o atual. Este exemplar sobreviveu e é um dos nossos portais para o passado, o que representa uma riqueza de história, cultura e conhecimento. Marcas e anotações no volume original aparecerão neste arquivo, um lembrete da longa jornada desta REVISTA, desde a sua publicação, permanecendo por um longo tempo na biblioteca, e finalmente chegando até você. Diretrizes de uso A Arvoredoleite.org se orgulha da parceria com a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes da EPAMIG para digitalizar estes materiais e torná-los amplamente acessíveis. No entanto, este trabalho é dispendioso, por isso, a fim de continuar a oferecer este recurso, tomamos medidas para evitar o abuso por partes comerciais. Também pedimos que você: ● Faça uso não comercial dos arquivos. Projetamos a digitalização para uso por indivíduos e ou instituições e solicitamos que você use estes arquivos para fins profissionais e não comerciais. ● Mantenha a atribuição Arvoredoleite.org como marca d'água e a identificação do ILCT/EPAMIG. Esta atitude é essencial para informar as pessoas sobre este projeto e ajudá-las a encontrar materiais adicionais no site. Não removê-las. ● Mantenha-o legal. Seja qual for o seu uso, lembre-se que você é responsável por garantir que o que você está fazendo é legal. 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Sistema Op8r�cional da Agricuitura E;npresa ue Pesqt.Jisa Agropecuária de Minas Gerais Centro de Pesquisae Ensino Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" digitalizado por arvoredoleite.org EPAMIG - CEPE - Iler BU3LIOTECA Pág. 1 Rev. Inst. Latic. Cândido Tostes, 41 (246) : 1 , 1 986. REVISTA DO INSTITUTO DE LATiCíNIOS "CÂNDIDO TOSTES" DAIRY JOURNAL BIMONTHLY PUBLlSHED BY THE "CÂNDIDO TOSTES" DAIRY INSTITUTE íNDICE - CONTENT Página ." : 1. Sobre a crioscopia do leite. - On milk cryoscopy. Wolfschoon-P, A.F.; K lostermeyer, H. & Bucberger, J.............................................................................................................................. 2 2. Os óleos vegetais e os lípides utilizados na alimentação humana. . - Vegetable oils and the lipids applied to human nutrition. Vargas. O. L. .................................................................. . 9 3 . Influência do açúcar de cana na composição da flora microbiana durante a fermentação do iogurte. - The influence of sugar cane on the composition of the yogurt fermentating bacterial flora. Grandi, J.G. & Jaimes, I.J.B . ............................................................................... . 28 4. O significado da contagem de cél u l as somáticas do leite cru em relação a qualidade do leite tratado por calor e produtos derivados. - The significance of the somatic cell count of raw milk in relation to the quality of heated-treated milk and milk products: a review. G uthy, K I.; Tradução: Duarte, R.M . ........................................................................... . ............... . .. . 35 5. A re-vitaminação do leite no controle e prevenção da carência de vitamina A e da xeroftalmia. - The re-vitamination of milk in the nutritional needs prevention programs of hypovita- minose A and xerophthalmia. Aguiar. F. & Costa, E. ................................................................. . 6. IX Con'gresso Nacional de Laticínios - IXth Dairy National Congresso Luiza Carvalhaes de Albuquerque............................................................................................................................. . 45 46 ' Rev. Inst. Latic. Cândido Tostes - Juiz de Fora - Vol. 41 (246):1-48 - Julho/Agosto de 1 , ' : E MPRESA O' Centro de Pesquisa e' Ensino "Instituto de Laticínios Cândido Tostes" Revista Bimestral Assinatura anual: Cz$ 100,00 Endereço: Revista do I nstituto de Laticínios Cândido Tostes - R EV I LCT 032 Tel.: 212-2655 - DDD Endereço Telegráfico: ESTELAT Cx. Postal 183 - 36100 Juiz de Fora -'- Minas Gerais - Brasil digitalizado por B !. B L j Ci "i" r c. A CADA �'1' r.:: ',. ') ; I\,:'CRO _�I'{IIt-_ �L arvoredoleite.org Pág. 2 Rev. Inst. Latic. Cândido Tostes, 41(246): 1 , 1 986. Rev. I nst. Latic. Cândido Tostes. 41 (246):3-9. 1 986. Pág . 3 EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS -EPAMIG- D I R ETOR IA EXECUTIVA Presidente Miguel José Afonso Neto Diretor de Operações Técnicas Alberto Duque portugal SOBRE A CRIOSCOPIA DO LEITE(*) Diretor de Administração e Finanças Asdrubal Teixeira de Souza On milk cryoscopy ÓRGÃOS COLEGIADOS CONSELHO DE ADM I N I STRAÇÃO - COA0 EFETIVOS Arnaldo Rosa Prata Miguel José Afonso Neto Afrânio de Avellar Marques Ferreira Mário Ramos Vilela Geraldo Gonçalves Carneiro Egladson João Campos Jonas Carlos Campos Pereira Emílio Elias Mouchereck Filho Paulo Piau Nogueira SUPLENTES Laura de Sanctis Viana Antônio Stockler Barbosa Maria Inês Leão Dalton Collares de Araújo Moreira José Jésus de Abreu Francisco Rafael Ottono T estini Mário José Fernandes Roberto Abramo CONSELHO FI SCAL EFETIVOS Ernane Ferreira Villela Jairo Ronan da Silva Evaldo Damas da Costa SUPLE NTES Mário Gomes Carneiro Ernani Torres Cordeiro Heloísio Ãngelo Dominitini Chefe do CEPE/ILCT Chefe Adju nto do CEPE/ILCT Área de Divulgação Coordenação Edi torial Geraldo Gomes Pimenta Edson Clemente dos Santos Luiza Carvalhaes de Albuquerque Otacilio Lopes Vargas COMISSÃO DE REDAÇÃO Alan Frederick WolfschQon-Pombo(U) H. Klostermeyer("") J. Buci?.'i!{ler( ....) RESUMO o presente trabalho procura explicar teoricamente o porque das variações fisiológicas na depres são do ponto de congelamento (DPC) do leite, baseado nos mais recentes conhecimentos bioqulmicos e físico-químicos que regem a biosslntese e secreção do leite. Descreve, também, as interações de alguns componentes da fase aquosa (sódio, potássio, lactose, cloreto, uréia, citrato) e do extrato seco desengordurado do leite com a DPC, e aplica esses conhecimentos para analisar as diferenças na DPC. obtidas de ordenhas da manhã e da tarde. Múcio Mansur Furtado Otacílio Lopes Vargas Ronaldo Figueiredo Ventura Sérgio Casadini Villela Valter Esteves Júnior Alan,F. Wolfschoon-Pombo Alberto Valentim Munck Edson Clemente dos Santos Antônio Felício Filho José Mauro de Moraes Composição e impressão Revisor Lingüístico Neuza de Resende Almada Marques Esdeva Empresa Gráfica Ltda. Rua Halfeld, 1 1 79 - J. Fora - MG I NTRODUÇÃO A bioquímica da lactação e a físico-química do leite são ciências que fornecem muita informação e base para explicar e hipotetizar sobre o porquê das varia ções observadas na composição do leite. Especial mente, a depressão do ponto de congelamento do leite (DPC) é um parâmetro físico-químico que recebe aten ção no mundo inteiro, devido à sua importância como indicador de fraude do leite por aguagem. Atualmente. EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS discute-se sobre os limites toleráveis para a variação da DPC do leite; esse assunto não será tratado nesta comunicação; já foi abordado no VIII Congresso Nacio nal de Laticínios. em 1984 (Wolfschoon. 1984). No presente trabalho, pretende-se fazer uma aproximação teórica baseada nas ciências supra-citadas. sobre as compli�das interações que reagem a DPC do leit� e aplicar esses conhecimentos para ten�ar um� expli cação das diferenças entre a DPC do leite obtido nas ordenha da manhã e da tarde. -EPAMIGRevista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes", n. 1 - 1946 -:- Juiz de Fora. I nstituto de Laticínios "Cândido Tostes", 1946. v. ilust. 23 cm. n. 1-19 (1946-48) , 27 cm, com o nome de Felctiano. n. 20-73 (1948-57) 23 cm, com o nome de Felctiano. A partir de setembro de 1958, com o nome de· Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes". 1. Zootecnia - Brasil - Periódicos. 2. Laticínios - Brasil - Periódicos. I. Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, Juiz de Fora, MG, ed. . COU 636·637(81 )(05) n A parte experimental desse trabalho foi realizada no Instituto de Oulmica e Ffsica do Leite. Universidade Técnica de Munique. durante vigência de uma bolsa de pós-doutorado. pela qual o primeiro a u tor agradece a Fundação Alexander von Humboldt - R FA. (") Pesquisador. ILCT/EPAMIG - CP 183 - 36045 Juiz de Fora. ("') Legrstuhl für Milchwissenschaft • TU München. ISSN 0100-3674 digitalizado por arvoredoleite.org Pág.4 Rev. lnst.Latic. Cândido Tostes. 4 1(246):3-9. 1986. Biossíntese do leite e DPC o leite é produzido nas células alveolares da glândula mamária, a partir de nutrientes que recebe do sangue e de outros que sintetiza "in situ". A fase aquosa do leite. com todos os elementos nela dissolvidos. é de fundamental importância para explicar variações na DPC do leite. Há 15 anos. foi sugerido um mecanismo (Unzell e Peaker. 1971) para o m ovimento de lons, lactose e água. entre o fluido extracelular (FEC), o fluido intracelular (FIC) e o leite (L), na célula secretora. Desse esquema, derivam-se duas rotas chamadas de intracelular (IC) e paracelular (PC), conforme as vias utilizadas para efetuar o transporte e m ovimento. A Figura 1, redesenhada do trabalho original e atualizada com os novos conhecimentos da bioquimica e fisico quimica do leite. permitirá explicar e compreender algu mas interações de componentes da fase aquosa com a DPC do leite. Flg. 1 Os sais do leite encontram-se tanto na forma coloi dai quanto na forma solúvel (também chamada de "di fundível" ou "ultrafiltrável"); por exemplo, aprox. 2/3 do cálcio, 113 do magnésio. 1 12 do fósforo, e 1 /20 do citrato do leite encontram-se na fase coloidal; por outro lado. sódio, potássio e cloreto. ou moléculas como lactose, carbonato, sulfato e uréia encontram-se prati camente como elementos ultrafiltráveis no leite. Holt, Dalgleish & Jenness (1981) descreveram um modelo para o equilíbrio iônico entre os principais constituintes salinos da fase aquosa do leite bovino. A partir dessa informação é possível calcular a DPC do leite como O, 53OC (Walstra e Jenness, 1984), valor este con soante com a DPC do leite autêntico. genuíno. A fisico-química e bioquímica do leite apontam a lactose como um dos principais componentes osmó ticos da DPC do leite (Davies. Holt, Christie, 1983; Walstra e Jenness. 1984) . A razão disto pode ser en contrada no próprio mecanismo da biossíntese e secre ção da lactose no leite: A lactose é sintetizada na membrana das vesículas de Golgi a partir de glicose e UDP-galactose. numa reação catalizada por lactose sintetase (uma enzima cuja ação é regulada por ti. -Iactalbumina); a lactose formada não pode difundir fora das vesículas de Golgi. e retira água do fluido intracelular para dentro das vesiculas, de forma a man ter a pressão, osmótica. Assim, a biossíntese da lacto se regula a quantidade de água e o volume do leite secretado. A relação entre a pressão osmótica ( 1l' ), a DPC (L1 T) e a concentração de lactose (C2) pode expressar-se físico-quimicamente da seguinte forma: _ li IRT = .6. T/K = C2 onde R constante dos gases; T temperatura; K constante crioscópica; C2 concentração molar (de lactose e outras moléculas dissolvidas na fase aquosa do leite). A figura 2 m ostra claramente o mecanismo de biossíntese da lactose (modificada de Kuhn, 1983): = = = = Fig. 2 Observa-se que, durante a biossíntese da lactose, forma-se fosfato inorgânico solúvel (Pi), que atravessa a membrana da vesícula de Golgi e encontra-se em equilíbrio com a concentração de Pi no FIC. Esse Pi Rev.lnst. Latic. Cândido Tostes. 4 1(246):3-9.1986. tem condições de reagir com outros elementos solú veis presentes no interior das vesículas (Fig. 1), como cálcio. sódio, potássio, e magnésio, formando os sais respectivos com os ânions H 2P04 •1, HPO/ e P04•3• É interessante notar que o fosfato encontra-se em altas concentrações nas formas H2PO/ e HPO/ consti tuindo um dos principais sistemas tampões do leite (Holt, Dalgleish e Jenness. 1981; Kirchmeier, 1980) e que o complexo CaHP04 tem solubilidade limitada. Certamente os complexos solúveis formados com os cátions citados contribuem para a DPC do leite. Sódio (Na) e potássio (K) podem atravessar livremente a membrana da vesicula de Golgi. e suas concentrações no FIC são mantidas baixa (Na) e alta (K) em relação ao FEC mediante bombas biológicas na membrana basolateral das células secretoras (Fig. 1); é importate saber que ambos ions atravessam passivamente a membrana apical da célula secretora de leite (Fig. 1), em virtude de um potencial elétrico, mas as concen trações de Na e K são menores no leite que no FIC, embora na mesma proporção de 1:3 (Peaker, 1977) . Esses dois cátions estão correlacionados negativa e significativamente com lactose; isto quer dizer que quanto maior seja a concentração de laetose, menor será a concentração de sódio e potássio no leite (pea ker, 1977) . Nós conseguimos verificar uma correlação negativa e significativa (r -0.64) entre as concen trações de lactose e Na e cloreto no leite (Klostermeyer et am, 1986). As concentrações de cloreto (CI) são maiores no FEC e FIC que no interior da vesicula de Golgi e no leite; por conseguinte, CI deve difundir-se passivamente do FIC na vesícula de Golgi e também através da membrana apical no leite, devendo ser, entretanto, retirado através de bombas biológicas (Fig. 1) para manter eletro-neutralidade e osmolalidade do leite. A negativa (significante) correlação entre lactose e cloreto no leite fundamenta certamente o chamado número de Koestler, que é utilizado com indicador de problemas na secreção láctea. O cloreto encontra-se na forma de sais neutros (NaCI, KCI) , cati ônicos (CaCI +. MgCI +) e principalmente como a espécie aniônica (CI) (Walstra e Jenness, 1984) contribuindo para a DPC do leite; a formação desses sais é evidente da Figura 1 Um outro parâmetro que deve. ser conside rado é o citrato, já que mais do que 90% encontra-se na fase aquosa, formando complexos principalmente com Ca e Mg. No pH normal do leite (6,6 - 6,7) não existem quantidades apreciáveis de ácido cítrico livre ou de monocitrato, sendo que o citrato que não esteja formando complexos estará nas formas de tricitrato 2 e dicitrato, (Citr·3 e Citr ) na proporção de 16 : 1 (Faulk ner e Peaker. 1 982); as proporções relativas das dife rentes formas é determinada pelo pH do leite e relacio nada às concentrações de Ca e Mg (total e ionizada) , participando assim do sistema tampão do leite (Faulk ner e Peaker 1 982, Kirchmeier, 1980) . Observa-se na figura 1 que o citrato é formado na célula secretora do leite; a síntese ocorre nos mito côndrios por condensação de uma m olécula de acetil coenzima A com uma molécula de oxaloacetato, sendo a reação catalisada pela enzima citrato sintetase; citra to é secretado no leite via vesicular (Golgi), já que a membrana apical é impermeável ao citrato (Faulkner e Peaker, 1 982). A concentração de citrato no FIC é menor que no leite, e admite-se que sua entrada nas vesículas de Golgi seja por DPC do leite deve ser entendida como o efeito dos sais solúveis de citrato (CaCitr, MgCitr) secretados com a fase aquosa, sobre a DPC do leite. = Do cálcio (Ca) total do leite, somente a fração solú vel (1/3) ex �rce uma influência direta na DPC do leite. A acumulaçao e secreção do cálcio na forma vesicular d�penderá certamente da formação de complexos com citrato, fosfato e caserna; se o produto de solubilidade é excedido intravesicularmente, ocorre separação de fase (formação do complexo de caselna-citrato-cálcio fosfato) e acumula-se Ca e fosfato inorgânico (H olt 1981) continuamente. A concentração de Ca iônica no FIC é �enor que no leite. pelo que deve existir um mecanismo de transporte ativo, controlado por uma bom_ba pa�o de uma .Ca-ATPase especifica também a n ivel veSicular (Nevllle e Watters. 1983). Por outro lado a concentração de Ca ionizado (livre) está relacionad� com o pH e concentração de fosfato solúvel do leite (Holt e Je �ness. 1984) . A distribuição do magnésio (Mg) no leite parece ser similar q uantitativamente à�uela do Ca, de forma tal que ·uma parte é ligado diretamente à caselna e outra incorporada ao fosfato de cálcio do leite ( Holt e Jenness. 1984) e também forma� o complexos com citrato. A secreção do Mg e sua influênCia na DPC do leite deve ser similar à do C �, especialmente através dos complexos aniônico MgC !tr e neut �o M gHP04• Sobre a acumulação e se creçao de uréia no leite. somente pode-se dizer que uma parte da mesma é de origem exocelular (sangue) e outra parte de origem intracelular. como resultad� do �etabolismo do nitrogênio na própria glândula ma mána (Wolfschoon e Klostermeyer. 1981). Devido ao pequeno tamanho da molécula, a mesma deve poder atrav �r a memb �ana basolateral (Fig. 1) e aquela da v �slcula de G OIgI e, dentro desta última, ser prefe renCialmente sec !'9�da no leite. Nós conseguimos de monstrar que varlaçoes no teor de uréia no leite, como result�d o de u � desequilíbrio na relação nitrogêniol energ!a da raçao, tem enorme repercussão na DPC do leite (Klostermeyer et alii. 1986). A contribuição de outros componentes da fase aquosa do leite como, por exempl �. as p roteinas d o soro. é praticamente des prezlvel, ViStO o grande �so m olecular (ex 14000 O( -�etalbumina, 18000 IJ -Iaetoglobulina' 66000 al bumina do soro bovino) e baixa concentração das m es- . mas. 2 Relações entre o teor de alguns componentes e a DPC do leite. Pág. 5 A figura 3 m ostra as relações entre' a DPC média do leite e as variações nos teores de' e Xtrato' seco desengordurado (a), citrato (b), cloreto (c), uréia (d), lactose (e), potássio (f) e sódio (g) no le.. ite (Klostermeyer et am. 1986). Flg 3 O gráfico baseia-se nos resultados das análises de 759 amostras de leite de animais individuais procedentes d � 8 fazendas; somente em 266 amostras foram deter mmados os teores de cloreto, citrato e uréia. Detalhes sobr� 0 modelo estatistico utilizado para o cálculo dos . C?eficlentes de regressão múltipla foram indicados pre viamente (Klostermeyer et am, 1986). As análises qui micas foram realizadas no leite (K, Na, CI, lactose, extrato seco desengordurado) ou em ultrafiltrados do leite (Centriflo tipo CF-25-Amicon; citrato e uréia). usando-se fotometria de chama (K, Na), argentometria (CI). absorção infravermelha (lactose) e testes enzimá ti �os (citra� o, uréia). O extrato. seco desengordurado fOI determmado como a diferença dos sólidos totais (est �fa 1 05°C) e do teor de gordura (Milko Scan 104) . Da figura 3, podem calcular-se as quantidades dos componentes analisados, necessárias para modificar em ImOC a D �C média do leite (Ex. 6,2 mg de meia 1100 ml de leite); essas quantidades não correspon dem necessariamente àquelas que podem ser calcu ladas com base .na lei de Raoult, o que se explica atra�és do próprio modelo estatístico utilizado, que conSidera Simultaneamente as interações dos outros elementos solúveis sobre o efeito de um determinado par��etro na DP<? do leite. Isto quer dizer que os coef �clentes �s "!lót �cos e atividades dos componentes analisados sao Indiretamente considerados. . � .lite �atura sobre a DPC do leite aponta diferenças Significativas para a DPC do leite das ordenhas da manhã e da tarde. indicando simultaneamente diferen ças também estatisticamente significativas no teor de extrato seco desengordurado (Buchberger' 1986' Buchberger et alii, 1986; Van der Velden et alii , 1984) : �seados nos coeficientes de regressão múltipla pre viamente. �Iculados (K I�termeyer et alii 1986) pode se quantificar a contribUIÇão de alguns componentes do leite para as diferenças na DPC do leite das orde nhas da manhã e d a tarde; tais coeficientes apresen tam os seguintes valores (em 1 0.3 mOC): digitalizado por arvoredoleite.org EPt.\Í'ÍJ�IG Rev. lnst. Latic. Cândido Tostes, 41 (246):3-9, 1 986. Bev. lnst. Latic. Cândido Tostes, 41 (246):3-9,1 986. extrato seco desengordurado - 2,71 0 - 1 8,91 0 lactose 0,382 sódio 0, 1 97 potássio u réia 0, 1 6 1 cloreto 0,062 0,036 citrato BIBLIOGRAFIA TABELA 1 . Valores médios de alguns parâmetros com posicionais do leite de 7 vacas num periodo de 2 semanas (n = 56) OPC (mOC) ESO (g/l00 ml) EST (g/100 ml) Lactose (g/l00 ml) Na (mg/100 ml) K (mg/100 ml) Ca (mg/100 ml) Manhã Tarde -528 8,55 1 2,59 -540 8, 75 1 3,00 117 1 53 1 24 4,73 47 1 47 Oas diferenças (Tarde-Manhã) podem calcular-se as seguintes contribuições (em mOC) para a OPC: 2,1 (Iactose) e 1 ,2 (potássio); entretanto, somente 0,5 moC resulta da contribuição do ESO, o que se deve à própria composição do mesmo: perto de 38-40% são formados pelas proteínas do leite, as quais, devido ao seu alto peso molecular, não influenciam notavelmente a OPC do leite. Assim, somente 25% da diferença na OPC pode ser explicada por variações nos teores de lactose e potássio. Certamente outros elementos devem ter um papel importante: provavelmente o teor de uréia -elemento com grande varia.bilidade no leite -pode ria justificar por mais de 5% da diferença observada. A diferença no teor de cálcio (7 mg/100ml) poderia tabém contribuir para a variação na OPC. Nós verifica mos em 80 amostras de leite que o teor absoluto e relativo em cálcio solúvel é ligeiramente superior no leite da ordenha da tarde; isto implica também diferen ças no teor dos complexos form�dos com citrato e fosfato solúvel. É necessário apontar que a diferença encontrada de 12 moC (Tabela 1) é muito grande normalmente encontram-se diferenças de 3-9 mili graus Celsius. Segundo Van der Velden e colabora dores (1 984) as diferenças entre a OPC do leite da manhã e da tarde podem ser consideradas como o resultado de dois fatores, essencialmente a mudança na concentração do extrato seco desengordurado e uma alteração na composição deste componente; nos sas pesquisas conduzem à mesma conclusão; entre tanto, enfatiza-se que as diferenças devem atribuir-se principalmente à variabilidade na concentração de ele mentos solúveis osmoticamente ativos. Um outro componente do leite que deve contribuir para as diferenças na OPC é o dióxido de carbono; CO2 encontra-se em equilíbrio com HC03 (bicarbo nato): CO2 + HP -;;. HP03 + H+ + HC03 ° íon bicarbonato é um ácido fraco (dissocia-se em CO/), porém é uma base forte (aceita prótons para formar H2C03); no pH do leite, devido à segunda constante de dissociação (4,47 x 1 0-7) do ácido carbô nico, encontra-se na forma dissociada (HC03l A contribuição do CO2 deve considerar-se junto com aquela'do HC03-; esse sistema é complexo, já sium, laclose, chlonde, urea, cifrate) of the aqueous phase, and the non fatty dry matter of milk, with lhe freezing point depression (FDP) are described. The paper ends with an application and discussion of lhe above knowledge for lhe practical explanation of the difterences between the FDP of morning and evening milks. Diferença (T-M) 12 0,20 0,41 0,1 1 4,84 47 6 7 que a concentração do CO2 dissolvido no leite (e plas ma) é proporconal à sua pressão parcial do ar alveolar: [C02] constante x PC02; também, tem um papel importante no sistema tampão do leite, o que se explica através da equação de Henderson-Hasselbalch: pH pKa + 109 [HCOJ 1 (cte. x PC02) Buchberger, J . ; Deutsche Molkerel Zlg, 107( 1 0):244, 1 986. Buchberger, J. ; Graml, R. Wolfschoon-P ombo, A.F. Deutsche Molkerel Zlg, 107(32):1 066, 1 986. Oavies, O.T. ; Holt, C.; Christie W.w. ; The composition of milk; In: Blochemlstry of lactatlon, Ed. T.B. Mepham, Elsevier Amsterdam, 1 983, p. 71 - 1 1 7. Falkner, A.; Peaker, M. J. Dalry Research, 49(1 ):1 59, 1 982. Holt, C.; Oalgleish, O.C. ; Jenness, R. Analytlcal Blo chemlatry, 1 1 3:1 54, 1 981 . Holt, e. J. Dalry Sclence, 64(1 0): 1 958, 1 981 . Holt, e.1 Jenness, R. Comparatlve Blochemlstry anel Physlology, nA(2):275, 1 984. Klostermeyer, H . ; Wolfschoon Pombo, A. F.; Graml, R.; CE PE - lCY Pág. 7 Pág. 6 As concentrações de lactose e extrato seco desen gordurado são em gramas / 1 00 ml, as dos outros componentes em miligramas / 1 00 ml. Os seguintes dados, tomados da literatura (Buchberger 1 986), serão utilizados para os cálculos da contribuição individual para a diferença na OPC do leite. - Buchberger, J. Mllchwlssenschaft, 41 (5):278, 1 986. Kuhn, N.J. The biosynthesis of lactose In: Bloche mlstry of lactatlon, Ed. TB Mepham, Elsevier Amsterdam, 1 983, p. 1 59-1 76. Kirchmeier, O. Mllchwlssenschaft, 35(1 1 ) :667, 1 980. Linzell, J . L; Peaker, M. Physlologlcal revlews, 51 :564, 1 971 . Neville, M . C . ; Watters, C . O . J. Dalry S clence, 66(3):371 , 1 983. Peaker, M. The acqueous phase of milk: ion and water transport In: Comparatlve aapecta of Isetatlon (Symp. Zool. Soc. London 41) Ed. M. Peaker; Aca demic Pre�s, New York, 1 977, p. 1 13-1 34. Van der Velden, H . ; Brouwer, Th. ; Hart09 B.J. ; Jansen, J.T.; Nooidgedagt, A.J. Netherlands Mllk ad Dalry J., 38(1 ):91 , 1 984. Van den Berg, M.G. Netherlands Mllk and Dalry J. 33(1 ):91 , 1 979. Walstra, P. ; Jenness, R. Dalry Chemlstry and Phy slcs, John Wiley & Sons, Inc. USA, 1 984. Wolfschoon-P, A.F. Crioscopia e qualidade do leite; Aspectos de legislação, VIII Congresso Nacional de Latlcfnloa, Juiz de Fora, MG, Brasil, 1 984. Wolfschoon-Pombo, A . F. ; Klostermeyer, H. Mllch wlssenschaft, 36(10):598, 1 981 . = = Uma outra propriedade trsico-química deste com· ponente (C02) é sua dependência com a temperatura: à medida que a mesma aumenta, sua concentração diminui (isto é importante para explicar mudanças na OPC do leite relacionadas com seu processamento); interessante também é o fato da PC02 do leite ser um múltiplo da PC02 na atmosfera (PC02 leite) PC02 ar), uma vez que o leite ordenhado perde rapidamente CO2 com exposição do mesmo ao ar. A pesquisa reali zada na Holanda (Van den Berg, 1 979) sobre a influên cia do CO2 na OPC do leite não inclui· estudos sobre a PC02 no leite da manhã e da tarde. Esse autor determinou que o efeito de dissolver 5 mmol de gás carbônico no leite é uma variação de 1 3moC na OPC e 0, 1 6 unidades no pH. Segundo Walstra e Jenness (1 948), a concentração de bicarbonato no leite é de aproximadamente 2 mmol kg·l. Como conclusão deste trabalho deve mencionar se que as variações na OPC do leite devem atribuir-se a variações nas concentrações de substâncias dissol vidas verdadeiramente na fase aquosa; estas varia ções são provavelmente o resultado de mudanças. no subministro de substratos e nas concentrações de compónentes no sangue necessários para a biossín tese do leite, ocasionadas parcialmente pela dieta; isto deve refletir-se em alterações nas concentrações das substâncias osmoticamente ativas, a nível celular, o que implica na atuação de mecanismos auto-regula dores para a composição e secreção do leite. SUMMARY On the cryoscopy of milk. 8ased on recent know ledge from the biochemistry and physical chemistry of milk biosynthesis and secretion, theoretical eX/Jlana lions are given for the physiological variation in lhe depression of the freezing point of milk. Further, inte ractions between some components (sodium, potas- digitalizado por arvoredoleite.org . Rev. lnst. Latic. Cândido Tostes, 41 (246):3-9, 1 986. Pág 8 Pág. 9 Rev. lnst. Latic. Cândido Tostes, 41 (246):3-9, 1 986. glicose UDP-galactose UDP - glicose LEITE glicose - P FEC UT 7 ADP "'\ UDP ATP 7\ UMP + ADP ATP 120 fluido intracelular (citosoI) membrana de Golgi interior da vesicula de Golgi Ca++ Figura 2: Biossintese da lactose a nível celular (simplif! cada de Kuhn, 1983). Uréia cloreto, potássio, sódio citrato, uréia (mg/100ml) o 10 20 30 40 Membrana apical Membrana basal junçao -- - ---- -�----- - - --- ------- " B: K+ Via paracelular + ( lactose "E \ � � 1l 4 )o Na+ + Cl- 6 junção com vazamento Figura 1 Esquema para o movimento de íons, molécular e àgua entre o fluido extracelular (FEC), fluido intracelular (FIC) e o leite (adaptado de Linzell e Peaker,1971; modificado se I 8'�--�--�--0,2 0,1 0,3 0,4 Lactose, ESD (g/100ml) gundo várias fontes). Figura 3 Efeito da variação de alguns componentes do leite sobre a DPC média; a = extrato seco desen gordurado; b = citrato; c = cloreto; d uréia; e: lactose; f = potássio; g = sódio ( segundo Klostermeyer e colaboradores, 1986 ). digitalizado por arvoredoleite.org Rev. lnst. Latic. Cândido Tostes, 41(246):10-22,1986. Pág. 10 OS ÓLEOS VEGETAIS E OS L(PIDES UTILIZADOS NA ALIMENTAÇÃO HUMANA(*) Vegetable Qils and the lipids applied to human nutritioti' Otacllio Lopes Vargas(**) RESUMO o trabalho resume uma abordagem crftica sobre os óleos e os Ilpides em geral, dá ênfase especial à utilização dos óleos vegetais na nutrição humana e considera alguns aspectos históricos ligados ao consumo de óleos e de lípides livres de células. No contexto histórico e alimentar, observa-se que o homem tem utilizado mais intensamente, como fonte natural de óleos e de Ilpides vegetais, apenas quatorze famflias de plantas. A metodologia de extração dos óleos oriundos destas plantas considera a possibilidade da existência de frações tóxicas lipossolúveis. A aplicação dos Ilpides extraldos, como misturas quimioterápicas complexas, pode permitir um bom controle dos nlveis de colesterol e de triglicérides plasmáticos. Contudo, para os pacientes que se encontram sob controle médIco, é sempre necessário o acompanhamento periódico e semanal com exames cllnicos em amostras de sangue e de urina. A utilização e a aplicação dos diferentes Ilpides na nutrição humana depende de exames clfnicos e de determinações, principalmente aquelas relacionadas aos aspectos flsico e qulmico da composição quantitativa e qualitativa dos lípides componentes na dieta sugerida. Assim, alguns aspectos de prevenção na saúde podem ser adotados e considerados de acordo com os princlpios demonstrados neste trabalho. INTRODUÇÃO O emprego dos óleos e das essências está docu mentado nos tempos blblicos. Davi, em um de seus Salmos, solicitou a unção de sua cabeça com o óleo (V.T.(1); Almeida, 1961:576). Por outro lad?, o repúdio ao maná deteriorado está registrado em Exodo (V.T.; Almeida, 1961:80). A oferta dos Magos, de acordo com o registro de São Mateus, incluiu a mirra, uma essência oleosa extraída de um arbusto resinoso e aromático da família Burseraceae; Commiphora abysslnlca (N. TY); Almeida, 1961:6; Engler, 1964:269). No contexto alimentar, a utilização de óleos vege tais não arbóreos é recente na história da alimentação do homem. Há dois séculos apenas, o homem dispu nha de duas fontes naturais de matéria graxa: (i) o azeite de oliva; (ii) a matéria graxa de origem animal 1 .0 Conceituação Os óleos e as gorduras constituem um grupo hete rogêneo de compostos orgânicos relacionados entre si pela capacidade de dissolução em solventes orgâni cos, tais como o éter etílico, o éter de petróleo, o benze no, O clorofórmio e muitos outros. Pode ser definido como óleo-Iípides, a fração oleosa de origem biológica extraída por um solvente de referência orgânica e geral como, por exemplo, o éter etnico. Os óleos alimentares são constituídos por uma fração com a predomi nância -de triglicérides resultantes da esterificação biossintética de (i) ácidos graxos saturados; incluindo os ácidos acético, butirico, palmitico, esteárico e ou- (EBBP(3), 1981:8228). Com o desenvolvimento da ciên cia da vida, muitas outras fontes naturais de óleos e lípides foram introduzidas na alimentação humana. A história do emprego de óleos e gorduras demonstrou que, não raramente, a extração por maceração, lava gens, cocção e aquecimento ajuda reduzir a toxidez presente em muitas das fontes naturais de óleos (Sar ma & Padmanaban, 1969:285). As fontes naturais de óleos ê de lípides alimen tares, no contexto histórico, estão relacionadas com as seguintes famílias: (i) Anacardiaceae; (ii) Betula ceae; (iii) Conpositae; (iv) Cruciferaei (v) Sterculiaceae; (vi) Fagaceae; (vii) Gramineae; (viii) Juglandaceae; (ix) Leguminosae; (x) Oleaceae; (xi) Palmae; (xii) Lecythi daceae; (xiii) Malvaceae; (xiv) Rosaceae. tros; (ii) ácidos graxos insaturados; incluindo os ácidos oléico, linoléico, linolênico, araquidônico e outros. Os óleo-lIpides podem ser obtidos de matéria-prima ani mai ou vegetal. Genericamente são definidos como líquidos ou semiliquidos gordurosos, inflamáveis ou não, obtidos de matéria-prima animal ou vegetal (Scar tezzini, 1956:457). Para a nutrição humana os óleo-H .pides são produtos de origem biológica extraidos de vegetais ou animais, recém abatidos, comestíveis e agradáveis ao paladar regional de referência do gosto popular. Os óleo-Iípides vegetais são representados pelos IIpides extraidos de sementes ou de frutos oleagi nosos e comestiveis de acordo com a conceituação histórica e popular de uma região. (') Trabalho critico de levantamento bibliográfico exigido pelo curso de "Recursos Vegetais na Nutrição Humana". (") Professor e Pesquisador do Instituto de Laticlnios "Cândido Tostes" da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais - CEPEIILCT/EPAMIG. Rua Tenente João Luiz de Freitas, 1 1 6 - Juiz de Fora - Minas Gerais. ( 1 ) V.T. = Velho Testamento da versão traduzida por João Ferreira de Almeida e publicada na Inglaterra em 1 961 . (2) N.T. = Novo Testamento; Almeida ( 1 961). (3) EBBP = Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.; Enciclopédia Mlrador Internacional. Rev. lnst. Latic. Cândido Tostes, 4 1(246):10-22,1986. 2.0 Taxonomla. 2.1 Anacardlaceae (Engler, 1964:278; Rangel et aliL 1982:16) inclui os frutos verdadeiros como a casta nha-de-caju '(Anacardlum occldentales L.). 2.2 Bet u laceae, Corylaceae ; syn . (Engler, 1964:47; Rangel et alii. 1982:14) inclui a aveleira (Co rylus ovellanna L.). 2.3 Composltae, Asteraceae; syn. (Engler, 1964:484; EBBP, 1981:2679). A principal s�mente oleaginosa da famHia é o girassol (Hellanthus 8nnuus L.). 2.4 Cruclferae, Brassicaceae; syn. (Engler, 1964:184; EBBP, 1981:3065). A famnia foi estabele cida por Antoine Laurent de 'Jussieu, derivado do latim "crucifer", inclui algumas sementes oleaginosas: (i) o repolho (Brasslca oleracea varo capitata); (ii) a colza (Brasslca campestrls varo oleifera); (iii) a mostarda branca (Slnlipls aba). 2.5 Fagaceae (Engler, 1964:49; Rangel et aliL 1982:14) inclui algumas sementes que dão óleo de boa qualidade (Fagus sylvátlco L.). 2.6 Gr a m l neae, P o a c e ae ; sy n . ( E n g l e r , 1964:561; EBBP, 1981:5412). A família inclui algumas oleaginosas: (i) o arroz (Oryza sativa L.) ; o milho (Zea mays L.); (iH) o sorgo (Sorghum vulgare L.); (iv) o alpiste (Phalarls canarlensls L.). 2.7 Julglandaceae (Engler, 1964:41; Rangel et aliL 1982:18) inclui a nogueira (Juglans regia) e muitas outras espécies do gênero Carya. 2.8 Lecythldaceae (Engler, 1964:353; Rangel et aliL i 982:17) inclui a castanha-do-pará (Bertholletla excelsa Humb &. Bompl.). 2.9 Legu m lnosae, Fabaceae; syn. (Engler, 1964:221; EBBP, 1981:6715). As leguminosas ocu pam uma posição de destaque entre as plantas oleagi nosas. Legumlnosae, famHia criada pelo francês An *.oine Laurent de Jussieu, do latim "Ieguminosus" signi lcando abundância de legumes. É interessante notar que no nordeste brasileiro o termo "legume" é utilizado para designar qualquer forma de vagem carpelar ou, qualquer forma de cereal (Prado e Silva et alii: 1981:1033). Uma outra caracteristica comum às legu minosas é a presença da "Iegumina", também conhe cida como caseína vegetal, quimicamente refere-se a um grupo tie proteinas globulares "citrico-sulfo-fosfati zadas", cuja estrutura quaternária assemelha-se com Pág.11 a estrutura quaternária da caseina animal. As legumi nosas, por serem muito numerosas, são divididas em três subfamnias:' 2.9.1 - M lmosoldea, M lmosaceae; syn. , o in@. doce (Inga afflnls); a algarobeira (Proso pis algarbllla); a acácia-mimosa (Acacla cultrlfor mls); 2.9.2 - Caesalplnloldeae, Caesalplnlaceae; syn, ; o tamarindo (Tamarlndus Indica); a copalba do óleo-de-copaiba (Copalfera offlclnalls); o fartril',il, uma planta de aplicabilidade similar ao café (Cassla alatltli.. o fedegoso verdadeiro (Cassla occldentalls);\?9.3 - Faboldeae, Paplllonaceae,' Paplllonatae, Lotol deae; syn. ; o tremoço (Luplnus albus); a ervilha (PI sum satlvum); a.lentilha (Lens cullnarls); o grão-de bico (Clcer arletlnum); o amendoim (Arachls hypo gaea L.); o fejão (Phadeolus vulgarls); a soja (Gly-. clne max L.; Merr.); o trevo-de-carretilha (Medlcago hlsplda); o fejão-de-boi (Melbomla pabularls); o fei jão-guando (Calanus caJan). 2.10 Malvaceae (Eng ler, 1964:309 ; EBBP, 1981:7161); estabelecida por Antoine Laurent de Jus sieu, do gênero Malva de Lineu, inclui várias sementes oleaginosas: o quiabeiro (Hlblscus esculentus L.); o algodoeiro-da-praia (Hlblscus tlllaceus L.); o caruru azedo (Hlblscus subdarlffa L.); o algodoeiro comum (Gossyplum hlrsutum L.) e outros Gosyplum. 2.11 O l eaceae ( E ng ler, 1964: 4 03 ; E B B P , 1981:8227); do latim "olea" plantas arbóreas co m fru tos em bagas, cujas sementes apresentam alto teor de lipides, incluindo: as olivas (Óleo europea); o maná (Fraxlnus ornus). 2 . 12 P a l m ae, A re c a c eae; s y n . ( E ng le r , 1964:579; .EBBP, 1981:8505). A famnia inclui as pal meiras que produzem drupas oleaginosas, incluindo: o açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.); acumã (Cocos campestrls Mart.); o babaçu (Orblgnya martlana Rodr.); o buritizeiro (Maurltla vlnlfera Mart.): o coco-da· baia (Cocos nuclfera L.); o dendezeiro (Elaels gul neensls Jacg); e muitos outros de igual importância. 2.13 Rosaceae (Engler, 1964:209) incluindo a maçã (lIIIalus sllvestrls); a pêra (Cydonla oblonga); e muitas outras formas alimentares, como Prunus an mygdalus L. 2.14 Stercullaceae (Engler, 1964:313) incluindo o cacau (Theobroma cacao L.). 3.0 Aspectos alimentares dos óleo-Ifpldes na nutrição humana. 3.1 Avaliação dos óleo-Ifpldes. Os óleos e às gorauras podem ser avaliados atra vés de várias determinações fisicas e quimicas. Quan do o enfoque principal é o da nutrição para saúde, seis principios de avaliação devem ser citados: (i) indi ce de saponificação; (li) magnitude da acidez resul tante dos ácidos graxos livres; (iii) quantidade de maté rla-não-saponificável ; (v) indice de iodo (veja a Tabela 2); (v) distinção entre os ácidos graxos que são. arra� . tados pelo vapor de água, os que são soluvels e Insolu veis na água; (vi) valor quantitativo dos peróxidos pre sentes nos óleos e nas gorduras; (vii) proporção quali· tativa e quantitativa de ácidos graxos na amostra. A proporção quantitativa e qualitativa de ácidos graxos é importante para caracterizar uma possivel contami nação dos óleo-lipides, seja de origem industrial ou seJa de origem agricola, ou, em certas ocasiões, para càracterizar qualitativa e quantitativamente uma nova digitalizado por fonte de óleo-lipide pouco conhecida. Ao avaliar uma amostra de óleo-lipide, deve-se dar ênfase especial à fração-não-saponificável total que inclui, nos óleos vegetais, os fitosteróis e na gordura de origem animal o colesterol (Minifie, 1970:172). A qualidade dos óleo lipides pode estar diretamente ligada ao desenvolvi-' mento precoce de doenças crônicas e degenerativas do sistema cárdio-circulatório ou do sistema vascular. 3.2 Efeito alimentar dos óleo-Upldes. As suspeitas causais que poderiam levar às doen ças crônicas e degenerativas, além de outros aspec tos, estão relacionadas com oito pontos principais: (i) com o excesso energético-alimentar; (ii) com o exces so de colesterol livre nos óleO-lipides alimentares; (iii) com o excesso elou com a qualidade da vitamina D dos óleos-lipides alimentares; (iv) cóm a deficiência arvoredoleite.org Rev. Insl. Latlc. Cândido Tostes. 41 (246)1 0-22. 1986 de ácidos graxos essenciais, acompanhado de um possível desequilíbrio na nutrição mineral, possivel mente relacionado com os sais mono, di e trivalentes, junto com uma deficiência sistêmica de mecanismos transportadores de lípides; (v) com a deficiência de cromo-orgânico-trivalente; (vi) com a peroxidação ex tensa e prematura dos lípides alimentares; (vii) com o uso alimentar indiscriminado, em quantidades abusi vas, de óleo-Iípides, em particular, uso abusivo dos óleo-lípides livres de material celular ou material bióti co; (viii) com a presença alimentar de altos níveis de colesterol, em particular, altos níveis da forma oxidada livre do colesterol (Haenel, 1 980:338). O valor qualitativo dos óleo-Iípides está relacionado com o local de produção. A latitude onde a produção vegetal ocorreu influencia o índice de iodo do óleo na semente ( Mengel & Kirkby, 1 982:281 ). Grandes variações nas condições do solo podem promover va riações de até 30 por cento no teor total de óleo-lípides como, por exemplo, do babaçu quando cultivado em Tocantins ou em Maranhão (Peixoto, 1 973:1 78). Con tudo\ o grande fator de variação do grau de instauração nos triglicérides presentes nos óleo-lípides é, sem dúvi da, a sua origem biológica e genética. O óleo de fígado de bacalhau e o óleo de linho (Linum usitatissimum) apresentam , respectivamente, 1 78 e 1 90 como valores correspondentes a gramas de iodo absorvidas por cem gramas de amostra (Peixoto, 1 973:1 7 1 ; B u rton, 1 976:69; veja Tabela 2). Por outro lado, o óleo de coco (Cocus nucifera) assim como os óleo-lípides extraídos dos produtos lácteos, apresen�am baixos ín dices de iodo (veja Tabela 2). 3.3 Importância dos 6Ieo-l í pides . Os óleo-lípides exercem quatro funções fundamen tais: (i) como componentes estruturais das membranasl (ii) como matéria intracelular de deposição de combus tíveis metabólicos: (iii) como uma forma de transporte de combustíveis metabólicos; (iv) como componente' de proteção das paredes, dos epitélios, das membra nas e das p e l es dos vertebrados ( L e hn in g e r , 1971 :1 89). Como componente alimentar, o s óleo-lípides exercem várias funções fisiológicas importantes: (i) atuando como a forma mais concentrada de reserva energética e calórica; (ii) mantendo o suprimento de nutrientes lipossolúveis nos períodos de escassez ali mentar; (iii) atuando come veículo de transporte de vitaminas lipossolúveis; (iv) atuando como agente de proteção contra o frio "in vivo"; (v) atuando na síntese e no transporte de colesterol e de coprosterol como precursores dos esteróis fecais, dos ácidos biliares e dos esteróis hormonais (Liener, 1 966:330; Lehnin ger, 1 971 :532). Um teor mínimo de óleo-lipides na dieta é indispensável ao indivíduo em relaçãb a uma tempe ratura média do meio ambiente e para que seja propi ciado um paladar normal ao alimento. É importante lembrar que uma boa parte dos componentes de sabor e de aroma são solúveis na fração dos óleo-lipides alimentares. Finalmente, os óleo-Ifpides alimentares re duzem a frequência das ondas peristálticás dos duetos digestivos, em particular do estômago, e faz com que a recorrência da fome seja prolongada. 3.4 Composição dos 6leo-lfpldes alimentares. Em geral, de 90 até 98% dos lipides totais que Pag . 12 constituem uma amostra de óleo-lípides extraído é re presentado por triglicérides de ácidos graxos. Com grandes variabilidades entre as d iferentes origens bio lógicas, aproximadamente 3,0 a 5,0% do óleo extraído é reresentado por diglicérides, monoglicérides, ceto-á cidos-glicérides, glicérides cetogênicos e hidroxiáci dos. Cerca de 1 ,5% é representado pelos constituintes menores, incluindo: (i) esteres glicéricos neutros; (ii) plasmologênios neutros; (iii) ácidos graxos livres; (iv) fosfolípides; (v) glicolípides; (vi) esfingolípides; (vii) es teróis; (viii) esqualenos; ( ix) carotenóides; (x) as citami nas lipossolúveis A,O,E,K e suas formas isoméricas (Burton, 1 976:70). O óleo da semente de girassol con tém 0,34% dos lípides como fitosterol livre e 0,28% como fitosterol esterificado em cadeias longas (Jo hansson, 1 979:285). O fitosterol do óleo do girassol foi estimado em 0,62%dos lípides e apresentou uma p re d o m in â n c ia de!.l - 7 - e s t e ró is ( J o ha n so n , 1 979:290). Cerca d e u m terço da fração-não-sapo nificável de alguns óleos vegetais é representado por Ll-esteróis e metilesteróis (Itoh et alii. 1 974:1 74). O óleo extraído de folhas do repolho amarelo (Brassica oleracea; var. capitata L.) contendo 0 , 1 6% de lípides totais, é rico em lípides neutros (51 �'o), em glicolípides (40,8%) e em fosfolípides (8,2%) (Peng, 1 974:299). É interessante notar que o óleo-lípide do repolho apre senta g licolípides com a predominância de glicose e galactose e que a fração-não-saponificável é muito pequena. Os óleo-lípides vegetais que não são tradicional mente empregados como alimento, além de serem fon tes potenciais de componentes tóxicos lipossolúveis, podem apresentar grupos alifáticos indesejáveis, po dendo mesmo gerar, "in vivo", ramificações exces sivas que podem promover a obstrução linfática do fígado (Burton, 1 976:321 ). Os óleo-lípides de origem animal apresentam o colesterol como componente de maior interesse, entre os demais constituintes da fração-não-saponificável. Os conteúdos de colesterol dos óleo-lípides animais estão demonstrados na Tabela 3. Os lípides extraídos do leite humano podem apresentar níveis de colesterol entre 200 e 650 mg.l1 00 g (Jansen et alli. 1 980:345). Jansen et alii (1 980:347) demonstram que 72% do colesterol livre está localizado na membrana do glóbulo de gordura. O restante está na forma esterificada de transporte. Pode ser concluído que a ruturado equilíbrio da membrana, possivelmente, faz parte do processo natural de hidrólise d igestiva e da absorção gástrica e intestinal dos lípides. Quando o colesterol faz partA da estrutura do glóbulo de gordura é referido como a forma esterificada estrutural. 3.5 Óleo-lípides na arteriosclerose: antecedentes. Como já foi amplamente demonstrado, pacientes com arteriosclerose ou com doenças degenerativas cardio-vasculares, freqüentemente exibem uma eleva ção anormal do colesterol plasmático. O nível normal do colesterol no homem está entre 1 40 e 300 mgí1 00 ml do plasma. Cerca d e dois terços desta quantidade está esterificado, predominantemente como esteres de ácido linoléico, porém, são submetidos a hidrólise contínua no fígado e substituidos pela síntese endó gena do plasma. A síntese no plasma se faz pela inter mediação do transporte lecitínico e pela atividade da lecitina-colesterol-aciltransferase (LCAl). A ausência parcial, total ou a d epleção permanente ou temporária da atividade da LCAT leva a um aumento da concen- Pág. 1 3 Rev.lnst. Latic. Cândido Tostes,41 (246):1 0-22,1 986. tração do colesterol plasmático (ThiJ:l<ell, 1 976:201 ). O plasma contém v< -lipopro�eína, 27' -lipopro�eina e pré- Z3 -lipoproteína. A c;t -hpoprotein � ou (hpopro teína de alta densidade) H DL é produZida do figado, participa no transporte de lípides e é res ponsável pelo transporte de 23% do colesterol plasmático. Além des ta função, HDL é responsável pela ativação da LCAT que atua no transporte lecitínico do colester �1 no pla � ma. A 2 -lipoproteína ou (lipoproteína de baixa ?�nsl dade) LOL é responsável pelo transporte de hpldes e de 54% do colesterol do plasma para o fígad� .onde é hidrolisado dando a constituição as ácidos blhares. A pré- 'l1 -lipoproteína pode ser produzida tanto na m u cosa celular do intestino fino quanto na mucosa celular do fígado. A pré- Jj -lipoproteína é constituída p �r �ma estrutura mQlecula r g igante em relação às demaiS hpo proteínas, tem uma meia vida de apenas doze horas e participa no transporte de 1 6,5%J;l0 colesterol do � plasma. Uma outra função da pré- -.I i�Opr?teina é o transporte de lípides na forma de tnghcéndes, do fígado para os locais de utilização oxidativa ou d�d�po sição de reservas. As esterases degradan :t .a ft' -hpo o e n� proteínas macrófagos. em colesterol e stenflcad , componente protéico residua�. As p�rtlculas d ? óle �-h _ pides são absorvidas na reglao �Ihf �rme do intestino na forma de quilomicrons. Os qUllomlcrons. que apre sentam mobilidade eletroforética zero. são neutros e são formados na mucosa celular da região vilos� do intestino como resultado da esterificação de áCidos graxos de cadeia longa. A composiç�o _ dos quilom � crons depende d iretamente d a composlça � ?OS �Ieo-h pides presentes na dieta alimenta r. � solublhzaç �o dos triglicérides em água. se faz. atraves , da formaçao de uma cobertura sintética de hpoprotemas, tendo co �o resultado a constituição de uma estrutura � e u � �Ullo micron, cuja característica principal é a Imob �hdade eletroforética. Os quilomicrons são responsáveiS pelo transporte de 6,3% do colesterol plasmáti�o (Thirkell, 1 976:1 89). Contudo acredita-se que a fraçao de coles terol transportada pelos quilomicros esteja � iretame �te relacionada com as doenças degenerativas cardlo vasculares na arteriosclerose e com a composição qua litativa e quantitativa dos óleo-lípides da d ieta alimen tar. 3.6 Os 6leo-lípides na dieta alimentar. É perfeitamente demonstrável a relação entre quantidade, q ualidade e ecomposição dos óleo-Iípi�e� da dieta alimentar e a composição qualitativa dos hpl des constituintes dos quilomicrons que circulam no plas ma (Burton. 1 976:335; Wormsley, 1 976:1 30). A inges tão de alimentos contendo atos níveis de colesterol provoca um amento do colesterol associado com a porção globular dos lípides nos quilomicrons plasmá ticos (Goldsmith et alii. 1 968:2 1 0; Burton, 1 976:335; Wormsley, 1 976:1 30). Os óleo-Ifpides veg �tais ��e contém elevadas proporções dos ácidos láunco, mms tico e palmítico contribuem significativamente para ele vação do nível de colesterol do plasma ( Burton, _ d cál 1 976:335) e podem contribuir para a for�açao : culos biliares (Laurence. 1 973:21 .8). A Introduça? na dieta alimentar de óleo-lípides constituídos de áCidos graxos polinsaturados reduz o nível d ? cole��erol plas mático e aumenta a excreção de áCidos blhares Que digitalizado por resultam d a hidrólise d e colesterol n o fígado (Golds mith et alii. 1 968:225) .. Todavia, os ácidos polinsatu rados aumentam significativamente a permeabilidade do tecido mucoso intestinal, tendo como conseqüência um amento da quantidade de colesterol absorvido d a dieta alimentar (Thirkell, 1 976:1 99). Assim, a propor ção de ácidos graxos presentes na forma esterificada nos óleo-Iípides da dieta alimentar é de suma impor tância no controle do colesterol plasmático (Hegsted et alii. 1 968:1 64). A síntese de colesterol no fígado sofre uma depressão severa pela presença de um de terminado nível de colesterol na d ieta alimentar; possi velmente, pela inibição da 13 -hidroxi- B -metilglutaril CoA-redutase pelo complexo quilomicron de absorção, reação na qual hidroximetilglutaril CoA é reduzido a ácido mevalõnico (Lehninger, 1 971 :53 1 ). A resposta do nível de colesterol plasmático depende da presença dos diferentes veículos óleo-lípides alimentares utiliza dos (Hegsted et alii. 1 968:1 64). Por exemplo, a introdu ção de óleo-Iípides das sementes de algodão e de açafrão reduzem o colesterol plasmático para inter valos de 1 60-225 mg.l1 00 ml.; enquanto que, a introdu ção de óleo-Iípides da manteiga eleva o colesterol para níve is de 245-3 1 5 m g ./ 1 00 ml ( H eg sted et a l i i. 1 968:1 64; Goldsmith, et ali i. 1 968:21 0). Por outro lado, o óleo-lípide da manteiga provoca um aumento consi derável das perdas f&cais de colesterol através de u ma redução drástica da permeabilidade digestiva aos óleo lípides (Goldsmith et alii. 1 968:21 0). O conhecimento dos fatores que permitem o controle dos níveis d � co lesterol e de triglicérides tanto no plasma quanto suas respectivas perdas nas fezes, na saúde ou na doença, é de suma importância no contexto da nutrição hu mana. 3.7. Tabelas de origens e composição dos 6leo-lípides alimentares. A Tabela 1 demonstra várias fontes naturais de óleo-lípides e os principais constituintes presente � .. O valor alimentar relativo foi obtido por cálculo emplnco com base na composição da fonte de óleo-Iípide em termos de: ( i) extrato seco total; (ii) teor de lípides totais; (iH) teor de proteínas; (iv) e o teor das vitaminas A, tiamina, riboflavina e niacina. O valor alimentar rela tivo foi expresso em termos percentuais em compa ração com o fígado de bacalhau, veja Tabela 2. A Tabela 2 demonstra a composição dos óleo-lípides extraídos em relação aos seguintes atributos qualita tivos: (i) reação com iodo; (ii) valor alimentar r�lativo ao fígado de bacalhau: (Hi) fração-não-saponiflcável; (iv) ácidos graxos saturados; (v) ácidos graxos insatu rados. O nível da fração-não-saponificável pode ser utilizado como um indicador aproximado do nível de fitosterol nos óleo-Iípides de origem vegetal. A Tabela 3 resume a composição de algumas origens animais de óleo-Iípides em ordem decrescente do teor de coles terol. Na Tabela 3, a relação entre proteínas e lípides (proteínas d ividido por lípides) pode ser utilizada para , do controlar o nível de triglicérides no plasma atraves controle d iário da d ieta alimentar. Como o nível de niacina no extrato seco total representa um importante atributo alimentar para redução do colesterol e dos triglicérides plasmáticos, o dado foi tabelado para aju dar na adm in istração diária da d ieta. arvoredoleite.org TABELA 1 - Matéria-prima natural para extração 'de óleos e gorduras alimentares, composição em g/100 g da porção aproveitável excluindo o rejeito não comestível; composição por 1 00 g da parte aproveitável. c:. cu w:.::: Item N� 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 Abacate, fresco, inteiro (Persea americana; Wu Leung & Flores, 1 961 :22) Abacate, fresco, inteiro (Persea sp.; Burton, 1 976:492) Abóbora, semente seca (Curcublta pepo; Wu Leung & Flores, 1 961 :70) Açafrão, semente depilada, seca (Crocus satlvus; Watt & Merrill, 1 963:109) Açafrão, semente depilada, seca (Crocus satlvus; Watt & Merrill, 1 963:54) Algodão,· semente amassada (Gossyplum hlrsutum; Wu Leung & Flores, 1 961 :22) Algodão, ração, suplementada, farinha da se mente (Gossyplum hlrstum; Watt & Mer rill, 1 963:86) Amêndoa, crua, seca (Amygdalus comunls; Rangel et ai. 1 982:25) Amêndoa, seca, depilada (Amygdalus com munls; Watt & Merrill, 1 963:68) Amêndoa, seca, salgada (Amygdalus com munls; Burton, 1 016:498) Amêndoa, torrada, salgada (Amygdalus communls; Rangel et ai. 1 982:25) Amendoim, torrado, depilado (Arachls hypo gaea; Burton, 1 976:500) Amendoim, torrado, com pelfculas (Arachls hypogaea;Watt & Merrill, 1 963:43) Amendoim, pasta (Arachls hypogaea; Bur ton, 1 976:500) Avelãs, cruas (Areca catechu; Rangel et ai. 1 982:26) Avelãs, cruas (Areca catechu; Watt & Merrill, 1963:31) Babaçu, amêndoa (Altalea speclosa; Or blgnla speclosa; Orblgnla macros to chyas; Peixoto, 1 973: 1 78) Banha de porco (Burton, 1 976:490) Bacon, cru, sem aquecimento (Watt & Merrill, 1 963:70) Buriti ou Miriti (Marltla f1exuosa; Marltla ve nlfera; Peixoto, 1973:1 55) Casca de laranja, crua, fresca (Cltrus slnen sls; ectocarpo do fruto; Watt & Merrill, 1 963:42) TABEL� 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 I! oc:. �8 ,8.. :!::c:. J:l11)!:!::0c:. lJ s ü: 1 .7 1 5.8 4.4 � a, E C» ;:) D. 77 1 .8 c:. CII O. 11) 0 N- � o o:!:: 05 0, (.) :g � (j 1 .8 1 0.0 � 00 ...ti !::c:. �E I&. oc:. � g� .f ", oe .::. � ce E oc:. CII O CIIE E S !:: c:. �j i= iê ;;:: c:. �a: ;c � oc:. O CIIc:!:: g� :2-e a, �"8 E 1 .0 1 00 0.08 0. 1 2 1 .5 1 1 .0 f a: � :.::: re. I � p' () � 46 65 1 .7 26.4 5.1 1 .8 1 .4 1 0.0 38.0 0.6 1 00 0.06 U. 1 3 1 .1 1 6.0 547 4 .9 30.3 45.8 1 4.4 2.7 4.0 38.0 1 064 o 9.2 15 0.23 0. 1 6 2,9 0.0 1 .1 2 0 . 40 2.2 61 5 JJ (!) :e:: 5' s oe 0 .2 Z 42.0 e4) � o 0� 245 0.009 46 26 1 9. 1 59.5 1 2 .4 355 9.1 39.6 8.2 36.5 7.4 6.6 75.0 620.0 398 8. 1 32.9 16.1 36.7 4.8 6.2 1 49.0 1 022.0 1 0.2 o 0.14 0.03 3.6 356 8.0 48,0 6.6 33.0 283 1 1 1 1 .0 1 2 .6 93 1 .2 1 0 .84 6.5 598 4 .7 1 8.6 54.2 1 9 .5 2.6 3.0 234 504.0 4.7 o 0.24 0 . 92 3.5 0.005 598 4.7 1 8.6 54.2 1 9.5 2.6 3.0 234 504.0 4.7 o 0.24 0.92 3.5 0.005 597 4 .7 1 8.6 54 . 1 1 9 .6 2.7 3.0 254 475.0 4.7 o 0.25 0.67 4 .6 0.225 627 0.7 1 8.6 57.7 1 9.5 235 504.0 4.7 o 0.05 0 . 92 3.5 o 0.256 559 2.6 2.9 44.2 26.3 2.4 2.7 74 393 1 .9 o 0.12 0 . 1 3' 1 6 .2 o 0.657 582 1 .8 26.2 48.7 20.6 2.7 2.7 72 407 2.2 0.32 0.13 1 7.1 o 0.007 576 1 .7 26. 1 47.8 2 1 .0 2.0 3.4 0. 1 2 0.13 1 6 .2 o 634 5.8 1 2.6 62.4 1 6.7 . 634 5.8 1 2.6 62.4 1 6.7 3.0 4.0 o co (Xl 74 393 1 .9 209 337 3.4 0.46 0.9 0.003 2.5 209 337 3.4 0.46 0.9 0.003 6.0 75 66.0 1 8.0 2.0 0.5 780 500 0.0 0.0 1 00.0 0 .0 0.0 o o 0.0 o 0.1 7 0.00 0,10 0.00 0.1 0.0 8.2 0.0 U.O 216 56.0 20.0 1 4 .4 0.3 1 0.0 6.2 1 1 .9 1 80 3.0 O 0.83 0.22 4.7 1 43 72.8 3.0 1 0.5 1 2.5 1 1 .4 1 .2 1 13 19 3.5 1 2.4 0.03 0.23 0.7 26.0 1 00 72.5 1 .5 0.2 25.0 0.8 161 21 0.8 1 45.0 0. 1 2 0.01 0.9 1 36.0 ?l 0 . 1 46 1 .500 4.79 3 66 Descrição do alimento e origem Óleos extrafdos por métodos variados; co merciais para cocção e para saladas (Bur ton, 1 976:490) Olivas verdes enlatadas, tipo "ascolano" (Watt & Merrill, 1 963:4 1 ) Olivas maduras, tipo "ascolano" (Watt & Merrill, 1 963:41 ) Ovo integral (Burton, 1 976:504) Ovo, só gema (Burton, 1 976:504) Ovo integral de esturjão (Burton, 1 976:504) Ovo de ganso integral (Burton, 1 976:504) Peixe, salmão cru (Burton, 1 976:502) Pinhão, semente (Plnus cembroldes; Wu Leung e Flores, 1 96 1 :69) Piqui, óleo ( Peixoto, 1 973:208) Queijo do tipo "Cheddar" (Burton, 1 976-490) Sésamo, semente de gergelim (Sesamum /nd/cum; Wu Leung e Flores, 1 961 :71 ) Soja, semente integral (Glyclne max; Wu '.eung & Flores, 1 961 :68) Seso vegetal; Akee (BlIgh/a sap/da; Wu Leung & Flores, 1 961 :21 ) .ii � 884 CII c:. CII O E C» ;:) U.O CIIC Oc:. o .! !:: 2 c:. Do 0.0 CII.. oc:. :::J O "2 !:: o c:. CJ 1 00 I! �8 ,8.. :!::c:. lJ s oc:. !:!:: J:l c:. 11) 0 ü: c:. CII O N :!:: c:. .s (.) 11) 0 ooc:. o:!:: :g � (j OI o 00 o!: 'tii � &f oc:. � ::» C» �e . oe -c e �j !� � CII O ECII Ec:. c:. -CII c:. ..!.. g > .. õe a: c .5 !:: � CII i= oc:. CII O .s i �z e �0 .2o 0� �� t 'I:I J:I "- oe � � � () 0.0 0.0 0.0 0.0 o 1 .3 6.4 61 17 1 .6 1 03 43.64 2.5 1 .0 1 .7 16 210 546 300 1 76 289 1 .8 2.7 7.2 1 .4 2.4 0.9 20.6 392 1 1 04 0. 1 0 0.27 O 23.91 0.81 0.26 0.9 1 .0 54 54 1 47 30 9 1 54 1 07 0.1 4 0.1 0 0.23 7.2 13 9 0. 1 2 10 364 1 482 0.76 0.03 0.02 0.23 0.05 0.42 9.8 0.04 2.1 0.99 0.25 5.0 o 0.27 2.2 o 0.1 7 1 .6 78 0.00 1 16 78.2 1 .4 1 2. 7 1 .3 1 29 1 62 361 243 366 223 80.0 74.0 49.4 5.0 49.7 63.4 1 .1 1 2.8 1 6.3 26.9 1 5. 9 1 7. 4 1 3 .8 1 1 .5 3 1 .9 1 5.0 33.6 1 6. 5 2.6 0.7 0.7 0.0 0.0 1 .4 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 634 875 398 3.7 0.0 37 1 5.3 0.0 25.0 6 1 .3 10 32.2 1 6. 8 0.0 2.1 2.6 0.0 0.0 2.9 0.0 3.7 14 O 725 515 O 495 4.4 0.0 1 .0 584 4.1 1 7. 6 52.2 21 . 1 5.3 5.0 1212 620 1 0 .4 398 9.2 33.4 1 6. 4 35.5 5.7 5.5 222 730 1 1 .5 0.88 1 80 7 1 .5 4.2 1 4 .4 5.5 0.3 1 .4 70 1 .7 0.07 37 0.0 0.29 0 . 35 f 0.1 o '"O 0.>. <p "" 0.D1 0 - Matéria-prima natural para extração de óleos e gorduras alimentares, composição em Q/100 9 da porção aprovcitável ex-:: ! uindo o rejeito não comestível; composição por 1 00 g da parte aproveitáveJ. . '1:1 0 '1:1 ..- m ffJ � í\) "" � :...;. o 666 .!!! 8 ..c:." ;;:; 4) 10 Dl :J a. ã: o -I o C/l r\:> -I\) 902 c:. Item N� I!� :::J O '2 !:: o c:. CJ CII c:. -c oo c:. 4) '1:1 0 CII o '1:1 - .!!! 8 c:.a; 1i c:. s a: � 'jjj ãi JJ (!) :e:: :J !e I � p' () 0.>' :J a. ã: o -I o C/l m ffJ � í\) "" � o r\:> � co (Xl cn 7.61 '"O 0.>. <p (J'I digitalizado por arvoredoleite.org 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 Casca de limão, crua, fresca (Cltrus IImon; ectocarpo do fruto; Watt & Memll, 1 963:37) Castanha-de-caju, semente de caju madura (Anacardlum glganteum; Watt & Merrill, 1 963:21 ) Castanha-de-caju, semente de caju (Ana cardlum glganteum; Burton, 1 976:500); verde ou imatura Castanha ou noz-pecã (Juglans regia; tipo comum; Burton, 1 976:500) Castanha ou noi-peçã inglesa (Juglans re gia; crua; Burton, 1 976:500) Chocolate em tabletes; sementes (Theobro ma blcolor; Rosário el ai. 1 978:18) Chocolate com amêndoa (Theobroma bico lor; &Amygdalus communls; Burton, 1 976:504) Chocolate, creme (Theobroma blcolor; Bur ton, 1 976:504) Chocolate, creme (Theobroma blcolor; Bur ton, 1 976:504) Chocolate, semente torrada (Theobroma bl. color; Wu Leung & Flores, 1 961 :22) Coco-da-Bahia (Cocus nuclfera; Burton, 1 976:500) seco, doce Coco-da-Bahia (Cocus nuclfera; polpa ma dura; Rangel et ai. 1 982:27) Dendê, óleo (Elaels glneensls; fruto coco; Peixoto, 1 973:1 55) Faia, "Beechnuts" (Emmotum nlgens; Watt e Merrill, 1963:10) Gergelim (Sesamum braslllense; Watt & Merrill, 1 963: 1 1 1 ) Gergelim, semente depilada (Sesamum bra siliense; Watt & Merrill, 1 963:56) G i rassol , s e m e n te , seca ( H e l l a n t h u s annuus; Watt & Merrill, 1963:61) Manteiga de amendoim (Arachls hlpogaea; Burton, 1 976:500) Manteiga de leite bovino (Burton, 1 976:490) Manteiga de leite bovino, sem sal; (Burton, 1 976:490 e outras informações) Maionese, comum (Burton, 1 976:490) Margarina (Burton, 1 976:490) Melão amargo, semente, seca (Curcublta moschata; Wu Leung & Flores, 1 961 :71 ) Melão calabasso, S&mente seca Crescentla alata; Wu Leung & Flores, 1 961 :70) Milho, fubá (lea mays; Watt & Memll, 1963: 27) TABELA 2 64 8 1 .6 1 .5 0.3 1 6.0 561 5.2 1 7.2 45.7 20.3 191 53.2 2.8 1 .5 696 3.0 9.4 654 3.3 1.15 0.6 1 34 12 0.8 1 7.0 0.06 0.08 0.4 1 .4 2.6 38 373 3.8 34.5 0.43 0.25 1 .8 0.030 41 . 5 1 .1 1 .0 48 48 4.1 0.0 0.08 0.24 1 .0 0.001 73.0 1 3. 0 2.2 1 .6 74 324 2.4 1 7.4 0.72 0. 1 1 0.9 2 0.000 1 5.0 64.4 1 5. 6 2.1 1 .7 83 380 2. 1 1 0.3 0.48 0. 1 3 1 .2 3 0.001 1 0.0 28.5 56.5 532 0.60 8.0 38.6 50.0 9.00 4.0 1 4 .0 72.0 501 2.30 5.5 5.5 29.2 2.6 3.2 98 446 4.4 20.6 0.05 0.24 1.1 o 602 3.60 1.1 1 7. 1 2 1 .9 2.6 3.2 65 549 3.4 O 0.22 0 . 34 1 .6 o 556 3.30 3.6 3.6 53.2 4.1 0.8 43 1 91 3.6 O 8 5.5 1 3.6 4.3 4.1 37.3 1 1 .3 0.5 0.0 99 . 1 0.4 568 6.6 1 9. 4 50.0 20 .3 581 .5 6.0 1 .2 53.3 1 7.6 582 5.5 1 8. 2 53.4 560 4.8 24.0 .576 716 1 .7 1 5.5 716 708 720 , 1 5.5 1 5.0 1 5.5 � 1'5' () Q). ::J a. oã: d cn (i) !fi � í\) .;:. � 394 878 ::D co :< 5' cn:-': 0.040 2.1 0.6 206 1 .8 249 2.9 48.0 0. 1 3 0.51 1.1 :..:.. O 1 .0 '" 0.099 _'" (O Q) !"> 0.000 0.000 0.020 O o 3.7 3.7 1 10 591 2.4 0.2 1 6. 6 2.4 5.3 1 10 592 �4 02 47.3 1 9. 9 3.8 4.0 1 20 837 7.1 1 7. 2 1 .26 0.23 5.4 o 0.03 26. 1 0.6 47.8 8 1 .0 2 1 .0 0.4. 2.0 0.0 3.4 2.5 74 20 393 16 1 .9 0.0 O 0.13 0.01 1 6.2 0.1 o 1 1 35 0.12 O 0.1 5 42. 6 1 0.6 1 .5 0.6 8 1 .0 78.0 8 1 .0 0.4 3.0 0.4 0.0 0.0 0.0 2.5 1 .5 2.5 20 19 20 16 60 16 0.0 1 .0 0.0 1 1 35 72 1 1 35 0.04 0.01 0,04 0.00 0.1 0.0 0.0 o O O 1 .50 23.60 1 8.97 o o o 0. 1 3 5.4 o 0.13 5.4 0.03 461 7,7 30.5 27.9 30.8 4.9 3. 1 35 725 1.1 O 0.13 0.12 2.2 530 3.4 30.2 39.7 22.9 2.4 3.8 50 968 9.4 10 0.73 0.12 0.9 368 1 2.0 7.8 2.6 76. 8 0.7 0.8 1 64 1 .8 1 17 0.20 0.00 1 .4 '"O Q) tO m o ::D co :< 5' � CompOSição de óleos e gorduras animais e vegetais; dados expressos em % da matéria gorda extraída ou % da matéria total antes da extração. Acidos graxos insaturados(3) Ác idos g raxo s satu rados (2) Lípide Reação com de iodo, em origem 1 29.0 (g/100g) \/alor all- Fracão mentar re- N. SP. lativo!l) (g/100g) (%) r _______ c;; o u- o u Oi: O) ·m O 111 ° 0.. $ w$ :e g .§ � m- _ 0 mO õ !:: ... $ ü; !: _ c;; o mO õ !: !- S o c;; 8 .!:! '111 "- ÕS Outros(4) o u- :§0 ° g> c ..:J � (g/1 00g) � 1'5' () Q)' ::J a. ã: o ocn-i (i) !fi Fígado de Bacalhau Noz Inglesa Corpo d e Salmão Semente de Açafrão Corpo de Arenque Noz Preta Oleo de Soja Germe de Trigo Grãos de Soja Semente de Melancia Óleo de Milho Semente de Cantalupo Fubá branco Semente de Sorgo Semente de Abóbora Fígado de Linguado Painço Farinha de Trigo Br. Corpo de Enguía Semente de Abóbora Am. Ervilha de Pinto Semente de Sésamo Óleo de Sésamo Faia ou "Beechnuts" Semente de Algodão Noz Pecã Ervilha de Pombo Semente de Colza Amêndoa Comum Amendoim Óleo de Amendoím Arroz Integral Br. Manteiga do Amendoim (1) 1� 1� 1 51 1% 1� 1� 1� l TI 1� 1� 1� 1� 1� 1� 1� 121 1� 1� 1� 1 19 1 19 114 114 114 112 1M 1� lW lW 101 101 101 1 00 1 00 �elatívo ao valor alimentar do fígado de bacalhau: 1 00 2.24 1 6.74 4.28 6.90 2.24 1 2.34 3.64 5.88 3.64 0.09 0.69 0.32 0.69 1 .43 5.56 1 5.84 0.99 1 .10 4 . 90 5.56 1 .44 1 0.90 1 0.90 2.24 9.02 1 . 82 1 .40 1 .43 1 2.90 30.56 30.56 1 . 09 27.90 o 1 4 1 2 1 3 3 1 7 3 6 2 2 5 6 1 5 15 7 15 8 19 6 12 15 15 20 17 10 15 11 12 18 17 31 14 23 . 17 9 14 14 8 25 7 33 6 8 22 18 17 26 (2) g , 1 00g relativo aos lipides extraídos: 12 5 12 3 11 3 6 9 11 11 10 8 10 8 7 12 13 10 10 17 9 4 8 8 5 22 6 1 2 2 4 1 2 5 6 4 7 6 2 4 1 5 6 81 14 4 2 8 2 4 4 3 2 1 61 2 7 11 8 12 11 2 1 4 6 2 6 � � � n- 90 63 W n � n � � � � n n n � n � w w � 71 � � � � n n � m o 15 15 35 20 20 23 16 18 28 26 34 37 35 31 2 31 37 50 38 38 54 21 63 6 16 67 43 47 39 45 (3) 9 1 00g relativo aos lípídes extraidos: digitalizado por 25 65 26 72 19 48 63 52 48 52 59 53 53 44 44 42 35 42 36 41 36 42 42 31 50 20 46 14 20 29 29 35 25 56 4 53 58 � N .;:. � :..:.. O '" .!" (O Q) !"> 1 2 3 41 m ffi 37 í Õ -t rr; O P (') m -O rn 50 (4) g 1 00g '"O Dl tp --.J arvoredoleite.org . \J:4 -- .- .---_.� � :n CD ::: 3" da extração. TABELA 2 - Composição de óleos e gorduras animais e vegeta i s ; dados expressos em % da matéria gorda extraída ou % ,�a matéria total antes . � r- Ácidos graxos insaturados(3) . Ácidos graxos saturados(2) Outros!') Lipide Reação com de lodo. em (g/ 1 00 g) Origem Carne d e Porco Banha de Porco Presunto d e Porco Enl. Manteiga Mista Óleo de Palmeira Carne de Boi ou Vaca Leite Humano (Média) Carne de Ovelha CosI. Leite de Cabra Semente de Cacau Manteiga de Cacau Carne de Veado Carne de Cabra Leite de Vaca Manteiga L. de Vaca Carne de Búfalo Leite de Búfala Avelã Pistácia Noz Comum Carne d e Galinha Polpa de Abacate Gordura d e Balêia Carne d e Peru Ovo de Galinha Olivas Óleo de Olivas Manteiga só Vegetal Carne de Cavalo Carne de Tartaruga Margarina Comum Toucinho Defumado Carne de Coelho Carne d e Porco. trazeiro 64 64 61 59 51 47 45 40 37 37 37 36 33 33 33 31 30 95 95 94 92 88 87 84 84 84 84 75 75 74 72 67 66 64 Valor Ali- menta r Relativo!') (%) 5.84 5. 1 8 6.22 2.20 1 .00 1 1 .32 0.34 1 1 .80 0.58 3.34 3.34 1 2 .00 1 1 .80 0.38 0.38 1 1 .1 0 0.77 1 ,44 3.32 2.24 1 0.80 2.58 1 .60 1 5 .84 1 .68 0.03 0.03 0.01 Fra ção N. SP. (gI100g) o êi o 'E � o� :E g .§ � �S �S 21 31 36 38 36 43 45 48 46 56 62 56 56 63 57 55 55 66 62 5 10 8 32 20 15 29 32 11 11 23 30 44 26 32 38 38 2 6 40 3 6 1 0.01 5.18 25.02 9.68 24 27 39 28 22 29 27 23 23 24 26 25 25 34 29 2 8 6 24 1 9 22 25 9 9 14 24 16 21 21 28 26 (2) g/ 1 OOg relativo aos lípides extraídos: ( 1 ) Relativo ao valor alimentar do fígado dA bacalhau; o o� :� g !� �S 13 7 11 12 4 19 7 25 8 33 33 34 24 12 12 28 15 2 2 2 1 6 7 2 2 6 5 7 3 9 4 12 êi Sª 0- o r;; .� 8 'lU !: I- S õ -S 59 57 59 53 49 47 48 40 33 39 39 32 37 39 39 30 33 91 85 87 64 69 41 67 61 84 84 72 60 51 70 63 58 58 42 46 45 41 40 44 34 36 25 37 37 24 33 33 33 24 26 54 65 68 38 45 õ: :!g g !:: :.:J S (g/100g) Cõ � O) :..:.. o r\J I\) 3 <O 00 O) 3 2 2 2 5 6 21 10 20 2 9 11 20 4 6 10 6 (4) g;1 00g (3) g/1 OOg relativo aos lípides extraidos: (J) sn � í\) 9 10 7 11 8 2 7 3 5 2 2 3 2 3 3 1 1 16 19 18 20 13 21 21 7 7 7 7 6 31 9 9 11 6 57 48 35 46 () 0). :J a. o -i o o o � 43 44 76 76 65 30 � 0' I� I� TABELA 2 - Composição de óleos e qorduras animais e vegetais; dados expressos em % da matéria gorda extraída ou % da matéria total antes da extração. :J � Ácidos graxos saturados(2) r O) r5' Ácidos graxos insaturados(S) __ __ Lípide de origem Coco-da-Bahia Reação com iodo. em (g/100g) 9 Valor alimenta r relatlvo(1) (%) 'j.a��� (g/100g) o o ·g a �ª 0 -- = .§ 8 .... �S w -S 86 10 2 êi I- -S o� .Cl �ª 11) -- êi Cij 8 o êi �� -GI - 8 7 .2 8 õS .� êi � 8 0 .... 'c - __ Cl -1 __ () 0). :J a. e: o Outros(4) c} (J) (g/100g) Cõ sn � í\) = o .;.. . 1 .00 r\J .!'J <O 00 � Observaões: ( -) = Indica que o conteúdo é despresível ou ao nível de traços; ( ) = Dado não disponfvel; "Lípides ds.Origem" = Indica as fontes naturais das quais os óleos e as gorduras podem ser extraidos. "O ( 1 ) Relativo ao valor alimentar do fígado de bacalhau: (2) g/1 00g relativo aos Upides extraídos: (3) g/1 00g relativo aos lípides extraidos; digitalizado por (4) g/1 0 09 0). 'P <O arvoredoleite.org Rev. lnst. Latic. Cândido Tostes, 41 (246):1 0-22,1 986. CONCLUSÃO As fontes de óleo-Iípides não compatíveis com o gosto tradicional e popular regional, devem ser escruti nadas, sob o ponto de vista da química biológica, antes de serem recomendadas para aHmentação humana. Existe uma série de métodos químicos e ffsicos que permitem extrair. os óleo-Ifpides naturais. ContlJdo a marcha de operações que visa a obtenção dos óleo Ifpides alimentares pode incluir a maceração, a lava gem, o aquecimento e a cocção dos frutos ou das sementes. Esta marcha pode ser adotada para ajudar na redução de possíveis riscos de toxidez presente em algumas fontes naturais de óleo-Iípides. No contexto histórico, as fontes naturais de óleo-If pides vegetais estão relacionadas com as seguintes famflias de platas: (i) Anacardiaceae; (ii) Betulaceae; (iii) Compositae; (iv) Cruciferae; (v) Fagaceae; (vi) Gra mineae; (vii) Juglandaceae; (viii) Lecythidaceae; (ix) Leguminosae; (x) Malvaceae; (xi) Oleaceae; (xii) Pai mae; (xiii) Rosaceae; (xiv) Sterculiaceae. Em geral, os óleo-Ifpides naturais podem ser extraídos, com éter etflico, após uma trituração fina dos frutos ou das se mentes das espécies escolhidas dentro das famflias . acima citadas. A extração caseira pode ser conduzida adotando-se a seguinte marcha: (i) trituração ou moa gem fina da semente; (ii) cocção para redução de com ponente tóxicos utilizando água como solvente; (iii) decantação e separação dos óleo-Iípides sobrenadan teso A separação centrífuga pode ser aplicada, para uma obtenção mais eficiente na terceira fase, utilizan do força centrífuga relativa de 5.000 a 1 5.000 g. pãra nufrlção humana, é conveniente definir óleo Ifpides como produtos biológicos extraídos de vegetais e animais, frescos ou adequadamente preservados, comestíveis e agradáveis ao gosto de referência regio nal. A utilização e a aplicação dos Ifpides na nutrição humana depende de resultados de exames clfnicos específicos da urina e do sangue. Todavia, a preven ção na saúde pode considerar a aplicabilidade dedu tiva, levando-se em consideração os seguintes aspec tos básicos: (i) o índice de iodo demonstrado em valo res decrescentes na Tabela 2; (ii) o valor alimentar relativo, calculado empiricamente em função da com posição química das várias fontes originais de matéria prima "in natura", de acordo com os dados apresen tados na Tabela 1 ; (iii) a fração-não-saponificável, co mo uma medida indicativa da presença de fitosterói s; (iv) a proporção de ácidos graxos insaturados, em par(4) Informativo Sobre Nutrição Humana, RECEITA. Pág. 20 ticular, a proporção dos ácidos oléico e linoléico; (v) a presença e o conteúdo de colesterol, de acordo com os dados decrescentes demonstrados na Tabela 3; (vi) e o teor de niacina no extrato seco que tem uma importância fundamental no mecanismo de controle do colesterol no homem (veja Tabela 3). Tanto o nível de colesterol quanto ao nível de triglicérides no plasma pode ser significativamente reduzido adotando-se os seguintes critérios dietéticos: (i) reduzir o consumo to tal dos óleo-Iípides alimentares livres de células, man tendo em níveis adequados as vitaminas lipossolúveis, em particular, mantendo um suprimento adequado de colina e niacina; (ii) optando por óleo-Ifpides contendo elevada proporção de triglicérides constituídos por es terificações dos ácidos oléiC9 e linoléico; (iii) dando preferência aos óleo-Ifpides que apresentam indice de iodo acima de 1 00 e, ao mesmo tempo, valor alimentar relativo acima de 10 (veja Tabela 2); (iv) dando prefe rência aos óleo-Iípides com baixos níveis da fração não-saponificável; (v) consumir óleo-Ifpides com bai xos teores de colesterol livre ou colesterol esterificado; (vi) consumir óleo-Iípides naturais com elevados níveis de niacina no extrato seco total (veja Tabelas 1 e 3). Entre os óleo-Iípides naturais, o óleo de oliva e os óleos de castanhas ou similares são altamente nutri tivos. O óleo de oliva é indicado para substituir os demais óleo-Iípides na ocorrência das afecções do fí gado. Os óleos das castanhas, de um modo geral, são indicados para inflamações pulmonares, tosses e rouquidão. A composição dos óleo-Iípides naturais varia consi deravelmente com as práticas agrícolas da região. A adaptação do índio brasileiro às mais variadas condi ções ecológicas regionais foi, em parte, devida a ado ção de práticas agrícolas compatrveis (Kerr & Clemen te, 1 980:251 ). Os óleo-Ifpides naturais têm as seguin tes funções como componentes da dieta humana: (i) como componentes precursores das membranas celu lares; (ii) como matéria-prima intracelular de deposição de combustíveis metabólicos; (iii) como uma forma de transporte de combustíveis metabólicos; (iv) como componentes de sustentação e suporte da proteção das paredes, dos epitélios, das membranas e das peles dos vertebrados (Lehninger, 1 971 : 1 89 ; I SN H ,(4) 1 983:1 ). Porém, a aplicação de óleo-Ifpides inadequa dos para a nutrição pode promover, a longo prazo, uma redução prematura de �ormônios anabólicos, com o desenvolvimento conseqüente da osteoporosis (Bur ton, 1 976:1 30,220). Pág. 21 Rev. lnst. Latic . Cândido Tostes, 41 (246):1 0-22, 1 986. TABELA 3 - Conteúdo de colesterol dos principais grupos de alimentos . '. Colesterol Item Origem alimentar 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Gema do ovo em pó Cérebro cru Gema de ovo fresca 31 32 Proteína (%) Lípides (%) 2950 2000 1 500 550 550 375 300 300 250 200 200 1 50 1 25 1 25 1 00 95 95 90 85 85 70 70 70 70 65 65 65 60 45 32.2 49.3 32.2 49.2 40.1 59.8 65.0 62.6 0.7 77 9 50 3 75.4 80,5 83.0 39.7 0.0 50.2 59.7 5.1 26.9 32.3 56.5 40.0 65.9 1 8.4 0.7 40.0 59.4 1 0.6 63.1 40.8 63.0 44.2 46.2 32.3 1 0 .6 34.9 95.6 9.1 1 0.8 1 6,5 8.8 3.7 51 . 1 1 00.0 34. 1 37,5 86.6 28. 1 65.9 1 6. 6 58.3 31.7 75.5 95.9 58.3 37. 1 33.0 15 11 83.0 26.9 2.1 30.0 3 37.9 0. 5 mg/100g Ovo integral Omelete só de ovo Rim cru Fígado de porco cru Caviar Manteiga de leitetVaca Carne d e lagosta Carne de ostras Coração cru Carne de carangueijo Carne d e camarão Queijo tipo cheddar Banha de porco; extr. Toucinho defumado Carne d e vitelo Creme de leite a 37.5°/0 Leite em pó integral Carne de porco Filé'de haddock cru Carne de ovelha crua Carne de boi crua Queijo processado Margarina, 2/3an.l i3ve Carne de carneiro . Carne de galinha crua Sorvete de creme 1 2.5% Queijo tipo frescal com 0.5% de gordura Leite fluido integral Leite desnatado com 0,05% de gordura Porcentagem no extrato seco · . � SUMMARY The work abridges a criticai view point about ats, oils and lipids in general; above ali it is emphaslsed the use of vegetable non toxic seed oils for human consumption and consideration� ,!re given on the ct;Jn . sumption of food oils and food Itpids free of the ongmal cells. Looking over the human nourishing history, it is . possible to show that man has made use selecttvelv of no more than fourteen families of plant as natural sources of food oils and lipids. On the other hand, in the near two hundred years ago man had on y tw,c main sources of food lipids (alive oil and domesttc am mal oils). The method of extraction �f oils e lipids !r�,!, such a food materiais has to conside� the po�ibillty of presence of toxic lipossoluble fractlo�s �hlch are dificult do separate industrial/y. T�e appllcatlon of sPf! cial extracted oils may be considered as a potentlal help on controlling of the plasmatic triglycerides and the colesterol leveis. In such cases patients must '?!' carefully accompanied by medicai specia ized persa na/, fol/owed by clinicai test of blood and urme �amples. The dayly feeding ration must be balanced m acc:>r dance with the sources considered as food matertals and must be compatible with the special clinicai case. ! ! AGRADECIMENTOS O autor do trabalho agradece a inestim�vel ajuda e orientação do Professor e Pe. Leopoldo Kneger, que Proteínas dividido p/ lipides Niacinaono extrato seco 0.51 1 .2 1 0.51 1 .1 1 0.87 1 .85 6.13 1 .79 0.07 8,56 4.66 4 . 57 9.15 22.43 0.78 0.00 1 .47 1 . 59 0.06 0.96 0.49 3.40 0.69 2.08 0.24 0.007 0.69 1 .60 0.32 0 . 1 03 20.0 0 . 1 00 0.380 0.358 25.5 60.3 1 0.0 0.1 1 8 9 . 1 35 6 . 1 54 34.8 1 3.0 1 4.7 0.079 0.000 1 1 .8 20.0 0.1 1 5 0 .7 1 4 8.51 7.85 . 9.33 1 3,4 0.204 0.000 9.33 23.5 0.264 39,52 0.90 . 0,425 0.769 1 .053 54 . 1 gentilmente colocou disponivel toda a literatura de que dispunha para possibilitar este trabalho de I�vant� mento bibliográfico sintético. Agradecimentos sao deVI dos à Universidade Federal de Juiz de Fora pela orga nização e abertura do curso de "Especialização el'!" Recursos Vegetais na Nutrição Humana". Em parti cular o autor agradece à Professora Raquel de Fátima Nov�lino Camargo, do Departamento de Biologia da U.F.J.F., cujo trabalho de coordenação de curso viabi lizou a realização desta revisão bibliográfica. 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Foi l ançado pela EPA M I G / CE PE I I LCT, o l ivro "QU E I J OS N O B RASI L" ; q ue descreve a tecn o l og ia, característ i cas e con s id erações sobre os 60 t i pos de q ueijos fabri cados no paí s , além da tecno l o g i a d o s p ri nc i pa i s q ueijos de fabri cação casei ra , recei tas c u l i n ár i as e u m art i go sob re o q ue ijos e a n ut ri ção h u mana. O l ivro t raz como ed i tor, Lu i za Carva l haes d e A l bu q u e rq ue , e conta com a co l aboração d os Professores Otací l i o Lo pes Vargas , Lu i z C l áu d i o G o mes de Fre i tas e A l berto Val ent i m M u nc k , e dos al u n o s Carlos Hen ri q ue Fon seca, A n d rea Mart i n s Leal e C h r i st i na M a ra Corrêa de Cast i l ho . Conta ai n da com a i nt ro d u ção do ProL Eo l o A l b i no d e Souza e a a p res�ntação d o Pro f . Edson C l emente dos Santos . . 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As peculiaridades das bacias leiteiras forma d�s p elo s E stados : PB �RN ; CElP I ; MA ;AC ; RO ; RR . . . a a comercializaçao D � s cl.pll. do leite pasteu � rl.zado tl.pO C . 3) SUNAB - Portaria n9 8 4 , de 23 . 12 . 86 ( DOU de 30 . 12 . 86 ) . As peculiaridades das bacias leiteiras forma das pelos estado s : RS ;PR;SC; SP ; RJ ; E S ; GO ; MT ; MS; AL ; SE ; BA ; PE ;DF�MG . Disciplina a comercialização do leite pas te� rizado tipo C . 4 ) SUNAB - Portaria n9 85 , de 23 . 12 . 86 ( DOU de 3 0 . 1 2 . 86 ) . Disciplina a comercialização do Leite tipo A . 5) SUNAB - Portaria rl 9 86 , de 23 . 1 2 . 86 ( DOU de 30 . 1 2 . 86 ) . Disciplina a comerciali zação do leite tipo B . _ importar 100 mi l toneladas de leite em pô des natado dos EEUU e 50 mU toneladas de "Butter OU" da Nova Zelândia . O leite cus �arâ US$ 700ft . , FOB , sendo 50% do pagamento fl.nanciado em 3 anos e o Butter OU foi adquirido a US$ 550ft . , CIP (mais custos de frete e seguro ) . O se : re �ãrio adjunto da SEAP informou que o Bras ll lmportou 246 mi l toneladas de leite em 1 986 . ANALISE OE MERCADO o mercado acha-se abastecido de leite em pô , já que a maioria dos grandes compradores pro curou se abastecer antes do novo preço autori zado pelo CIP . C�m os queijos isto não acontece , as ofertas sao poucas e o abastecimento es ta bastante com prometi�o uma vez que as indústrias organizã das estao sem produzir ou produzindo pouco ã espera da autorização da SUNAB para corrigi rem seus preços , face ao aumento da materia � prima. O superintendente deste orgão vem a nunciando gue ist � se dará a qualquer hora : q� ando entao , se J u s tos os novos preços auto r lzados , o abastecimento será normalizado A manteiga também tem faltado a correção ' de seu preço poderá provocar melhores ofertas diminuindo a escassez . CIP / SUNAB PREÇO DE LEITE 1) SUNAB - Portaria n9 02 . de 09 . 01 . 87 ( DOU de 1 2 . 01 . 87 ) . D �s 7 iplina a comerciàlização de queij os , preço ruax ��o de vend � ao consumidor dos tipos de _ quelJ os , relacl.onados na portaria. (Revogada) 2) SUNAB - Portaria n9 03', de 09 . 01 . 87 (DOU de 12 . 01 . 87 ) . Discip lina a comercialização do leite em pô ' de preços máximos de venda ao consumidor . 3} SUNAB - Portaria n9 04 , de 09 . 01 . 87 ( DOU de 1 2 . 01 . 87 ) . Preço máximo de venda ao consumidor do litro de leite esterilizado (integral-desnatado ou semi-desnatado) . 4) SUNAB - Portaria n9 05 , de 09 . 01 . 87 ( DOU de 1 2 . 0 1 . 87 ) . Dis c�p � ina a comercialização da manteiga , pre ço maxlmo de venda ao consumidor . (Revogada) 5) SUNAB - Portaria n9 0 6 , de 09 . 01 . 87 ( DOU de 1 2 . 01 . 87 ) . Disciplina a comercialização do leite conden sado . 6) SUNAB - Portaria n9 1 5 , de i8. 01. 87 ( DOU de 29 . 01 . 87 ) . Dis ciplina a comercialização dos derivados de leite conforme anexo da portaria. �: - Revogada as portarias super n9 02 e n9 05 , de 09 . 0l . 87 , bem como as dispos ições da . portarl.a super n9 72 , de 04 . 1 1 . 86 . 1 ) SUNAB - Portaria n9 8 2 , de 23 . 1 2 . 86 ( DOU de 3 0 . 12 . 86 ) . D�scip lina a comercialização do leite pasteu r � zado magro , reconstituido ou não , com o mi" nlmo de 2% de gordura . são Paulo : Falências Ajuizados : 1) ALUMINITA Ind . e Com. Ltda; 2) Ind . e Com. .de Bebidas PERNAMBUCANAS Ltda; 3 ) ComI . A . R . MOREIRA Ltd a ; 4) DIRECIONAL Com. de Gen. Alims . PRODUçAo OE LEITE Empresários de várias empresas de por te vêm _ estimando uma queda de 1 5% na produção de lei te este ano em relação ao ano pas sado . Por outro lado , tecnicos da SEAP vêm informan do aos j ornais que a produção de 1987 podera ter um aumento de ate 25% em relação ao ano de 1986 . � IlI?rdes.te es ta. cal! .sua pl:odução bastante pre J udl.cada neste perl.odo do ano . As quantidades produzidas se quer chegam para o abastecimen to regular de leite pasteurizado , o que faz co� que o governo tenha que liberar quotas de lel.te em po para suprir esta deficiência. * * * * * * * * * * * * * FALENCIAS E CONCORDATAS * * * * * * * * * * * * * INFLUÊNCIA DO AÇÚCAR DE CANA NA COMPOSiÇÃO DA FLORA MICROSIANA DURANTE A FERMENTAÇAO DO 10GURTE<*) The influence of sugar cane on the composition of the yogurt fermentating bacterial flora. José Glauco Grandi " Ivan José Bautista Jaimes " " RESUMO Estudou-se a influência de nove açúcares de cana de várias procedências, nas concentrações de 3, 6, 9, 12 e 15 g/100g de leite, sobre o comportamento da flora microbiana responsável pela fermentação láctica durante a produção de iogurte. Todos os ensaios experimentais foram realizados simultaneamente com provas em branco sem açúcar de cana. O controle do comportamento da flora microbiana foi feito através da contagem microscópica direta de Streptococcus thermophl/us e Lactobacll/us bu/garlcus. INTRODUÇÃO O iogurte é um produto obtido da fermentação lácti ca do leite de vaca pela ação simbiótica entre Strepto coccus thermophilus e Lactobacillus bulgaricus (Veisseyre, L957) A partir de 1 952, quando Mossinam iniciou na Sui ça a fabricação do iogurte com frutas e açúcar, tornan do-o mais agradável ao paladar dos consumidores, esta indústria sofreu grande expansão com o desenvol vimento de muitas variedades do produto. Neste trabalho, como a adição de açúcar altera o meio com que ocorre a fermentação, estudou-se as consequências destas modificações nas relações de concentração de Streptococcus thermophllus e Lactobacillus bulgaricus em função das concentra ções dos açúcares de cana de várias procedências. Concomitantemente verificou-se qual a máxima con centração de açúcar, bem como qual a possibilidade de se utilizar um tipo de açúcar mais barato, sem qUf MATERIAL E MÉTODOS Utilizou-se leite reconstituído, a partir do leite em pó íntegral e, como fermento, a cultura mista de Strep tococcus thermophllus e Lactobacillus bulgarlcus (código "CH-I fabricada por CHR. Hansen's Labora torium, Dinamarca"), Foram utilizados os açúcares refinados união e pérola; açúcares cristal tipo "standard" e tipo superior da Cia. Açucareira Sorona S.A. , da Usina Açucareira Jabuticabal S.A. e da Usina São Martinho S.A. Açúcar e Álcool, sendo também utilizado desta última, o açucar cristal tipo especial. O leite reconstituído, adicionado ou não de açúcar, * INFORHATIVO DA BOLSA DE LATIC!NIOS : Distribuição gratuita às Empresas , Associações , Entidades Públicas e Particulares . Editado sob direção e responsabilidade de Paulo Silvestr ini . • •• 00. houvesse problemas de inibição dos microrgaismos. Vários autores pesquisaram a influência das con centrações de açúcar, bem como a dos sólidos totais no meio de fermentação e chegaram as seguintes con clusões: adições de açúcar entre 8% e 1 0,5% retardam o crescimento de microrganismos (Stocklin, 1 969; Ueno et alli, 1 966); 2 uma concentração de 4% já apresenta efeito inibi dor principalmente sobre o Lactobacillus bulga rlcus (81.1ls et alll. 1 972); 3 concentrações maiores que 9% pode inibir o cresci mento da cultura (Christensen, 1 970); 4 concentrações na faixa de 6% a 8% começa a IntlUlr na velocidade do crescimento de microrganismos e em concentrações de 22% a 24% de sólidos totais o Lactobaclllus bulgarlcus é severamente inibido (Tramer, 1 973; Gordon & Shapton, 1 977). após a pasteurização (20 minutos em vapor fluente) foi resfriado a 45°C e inoculado com 2,5% p/p da cultura de microrganismos.O leite reconstitufdo inoculado foi transferido para 45 tubos de ensaios com rodilhão de algodão, previamente esterilizados. Os tubos foram inoculados em banho termostático à 42°C. Cada tubo de ensaio continha aproximadamente 1 29 de leite ino culado. Como controle foram feitas, após a diluição conveniente, contagens em microscópio (Marth, 1 978). Nestas contagens considerou-se cada célula indivi dualmente tanto de Streptococcus thermophilus co mo de Lactobacillus bulgaricus, após a inoculação e depois de 1 , 2, 3, e 4 horas de fermentação. O controle foi feito em triplicatas. A sequência destas operações está representada na Figura 1 . Dissertação de Mestrado em Engenharia de Alimentos apresentada à EPUSP. Professor da EPUSP. Mestre em Engenharia de Alimentos pela EPUSP - Caixa Postal 61548; 05508 - Saõ Paulo - SP digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. Cândido Tostes, 41 (246) :29-35, 1 986. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos nas contagens microscópi cas de cada fermentação foram apresentados em tabe las semelhantes à Tabela 1 . Na tabela 2 estão apresen tadas as médias (entre os vários açúcares) dos fatores de multiplicação (F) de todas as fermentações. Com o objetivo de se eliminar os resultados disper sos (assinalado com * nas tabelas) possivelmente in fluenciados por erros experimentais (Morris & Ribbons, 1969) foi feito o tratamento estatístico de detecção de extremos (Oixon & Massey, 1 969). Pela observação dos valores não despresados foi possível verificar que o comportamento das fermentações sem açúcar de cana foi semelhante em todos os casos, uma vez que todas as condições de fermentações foram mantidas constantes. Notou-se ainda que todas as fermentações foram caracterizadas por uma primeira fase na qual a velocidade de multiplicação do Streptococcus Iher mophllus era alta e do Lactobacillus bulgaricus mui to baixa. Numa segunda fase observou-se o contrário, assim, após um determinado intervalo de tempo de fermentação, as concentrações de células dos dois microrganismos manteve-se na proporção de 1 :1 . Isto demonstrou que as fermentações realizadas seguiram um andamento encontrado por outros atores (Pette & Loklema, 1950, 1961) . Nas fermentações com açúcar de cana observou se que o comportamento foi semelhante para açúcar de cana de diferentes procedências, quando na mes ma concentração. Notou-se, contudo, que apesar da manutenção de todas as condições de fermentação constantes, ainda houve desvios sem explicações lógi cas. A única variável impossível de se manter constante foi o inóculo, pois durante os ensaios nunca foi utilizado o mesmo fermento, embora se procurasse o uso de culturas ativas sempre da mesma idade. A qualidade do inóculo foi testada através de sua acidez por conta gem de células. Embora não tenha sido verificadas diferenças sensíveis entre as várias culturas ativas, é possível que o comportamento delas tenha sido dife rentes dur;ante a fermentação. Com a finalidade de eliminar esta diferença no comportamento, foi estabe lecido um critério de comparação para cada ensaio, entre as fermentações com e sem açúcar, realizadas simultanemanete e com o mesmo fermento. Oesta ma neira pode-se supor que qualquer alteração durante a fermentação seja causada pelo açúcar presente. As sim, estando-se interessado no estudo da multiplica ção de células durante a fermentação, um parâmetro que parece ser conveniente é aquele que dá uma rela ção de multiplicação celular (F). Este fator foi determi nado para fermentações com e sem açúcar e portanto permite determinar para um mesmo tempo de fermen tação, a diferença de multiplicação de. microrganismo nos dois casos. Pela análise dos resultados da Tabela 2 observou-se que os ensaios poderiam ser reunidos quando as concentrações de vários "açúcares de ca na" eram iguais.. Os gráficos das Figuras 2 e 3 mostram a influência das concentrações ele "açúcar de cana" na multipli cação dos microrganismos. Nestes gráficos pode ser Pág . 30 observado que o Streptpcoccus thermophllus é mais sensível à presença de açúcar que o Lactobaclllus bulgaricus. A máxima influência sobre o Streptococ cus thermophllus ocorreu quando o açúcar estava numa concentração de 9% e foi apenas nesta concen tração que houve influência sobre o Lactobacillus bul gar/cus. Aparentemente 9% demonstrou ser uma con centração crítica que poderia ser conformada com ex periências adicionais futuras. Calculou-se também o fator de multiplicação levan do-se e conta a população total, isto é, a soma das concentrações de Streplococcus thermophilus e Lactobaeillus bulgar/cus, a partir da Tabela 2 , cons truindo-se o gráfico da Figura 3. A curva representativa das fermentações sem açúcar foi construída com as médias dos valores obtidos em todos os ensaios. Aqui também verificou-se, como era de se esperar, a in fluência da concentração de 9% de açúcar. Embora tenha sido constatado maior concentração de microrganismos nas fermentações com 3, 6 e 9% de açúcar, em relação às fermentações sem açúcar, não foi observado amento na produção de ácido láctico (Torres Suazo, 1980) . CONCLUSÃO 2 3 4 5 6 7 Para as 45 fermentações realizadas sem adição de "açúcar de cana", ao longo de um período de 2 anos, foi possível traçar uma única curva de varia ção do fator de multiplicação em função do tempo de fermentação. Este fato permite concluir que os materiais e as técnicas utili�ados, conduziram à observação de parâmetros reprodutfveis, o que é de suma importância em trabalhos desta natureza. Para os nove "açúcares de cana" utilizados, quando na mesma concentração (até 15% em peso), não foi observado nenhuma diferença de influência no fator de multiplicação. Isto mostra que entre esses açúcares não há diferenças significativas quanto a presença de substância inibidoras ou estimulan tes. Houve influência da concentração de açúcar sobre os microrganismos utilizados durante a prOdução de iogurte. Verificou-se uma influência positiva no fator de multiplicação de microrganismos quando quaisquer um dos nove "açúcares de cana" foi adi cionado nas concentração de 3, 6 e 9%, em peso. Não foram observadas influências das concentra ções de açúcares nos fatores de multiplicação quando os "açúcares de cana" foram adicionados nas concentrações de 12 e 15% em peso. A máxima influência do "açúcar de cana" no fator de multiplicação foi observada quando o mesmo foi adicionado na concentração de 9% em peso. Este fato parece indicar que a concentração de 9% (e peso) é uma concentração crítica. O fator de multiplicação do Streptocoecus ther mophllus (Fc) aumentou rapidamente até aproxi madamente 2 horas de fermentação e depois per maneceu praticamente constante. O fator de multiplicação de Lactobaclllus bulga r/cus (FI) amentou lentamente até 2 horas de fer- Rev. lnst. Latic. Cândido Tostes , 41 (246) :29-35, 1 986 Pág.31 . mentação. Entre 2 e 3 horas apr�sentou um rápido crescimento e permaneceu praticamente constante. ococcus 8 Os fatores de multipl icação do Strept us thermophilus (F ) e do Laetobaclllus bul�a�/� (FI) ' partindo-se de concentrações celul�res iniCiaiS niguais, tenderam a se igu,.alar para aproximadame te 4 horas de fermentaçao. 9 Os valores encontrados para as concentraçoes celulares (Y) de Streptoeoecus thermophilu� e I:aeto bacillus bulgarleus durante a fermentaçao sao da mesma ordem de grandeza dos resultados encontrados na literatura. �iza Pode-se produzir iogurte, mais barato pela uti ção de "açúcar de cana" cristal em lugar do açucar ão refinado que é o normalmente utilizado na produç industrial de iogurte. Christensen, V.w. Yogurt, the bright star among dairy products. Food Product Developm ent4(7) :18-26 , 1970. Oixon, Wilfrid J. & Massey, Frank J.Jr. Introductlon to statlstlcal analysls. 3a.ed., Tokyo, Mc Graw Hill Kogakusha, 1969. p. 328 -334, 500 . Gordo� , J.F. & Shapton, Norah. 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The observations were done wlth sugar milk solution concentrations of 3, 6, 9, 12 and 15 per cento The fermentation assays were ali simulta neously performed under the control of a sugarless procedure. The bact� rial be � vi� r was controlled through the microscoplc quantlflcatlon of the Strepto coccus thermophilus and of the Lactobacillus bul 1961. Stocklin, P.; The production and handling of yoghourt on a commerc ial scale. Cult. Dairy Prod. J., 4(3) :6,1969 . Torres Suazo, C A ; Informações pessoais. 1980. Tramer, J.; Yoghourt Cultures. J. Soe. Dalry Technol., � Ueno, J.; Hanabusa, R . ; Nakal, R., Musashi, K., Kane ko. S. & Kanbe, M.; Studies on continuos yoghourt manufacture: its equipment and microbiological problem,s. 1?1h• Int. Dalr. Cong. F. 617, 1966. . Veisseyre, Roger. Teehniques laltléres, Recolte, trai tement et transformation du lait. 2� ed. , 1957. p. BIBLIOGRAFIA lt, F.w. 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Y F = 1 ,33 23,3 19,8 26,9 0 ,778 0 ,13 1 1 ,00 1 ,53 2,58 19,7 15,0 9 ,37 0,645 1,09 48,3 41 ,9* Streptoeoceus thermophllus. Lactobaclllus bulgarlcus. 1 9,3 20,1 17,7 0,635 1,07 6,72 a lã 'I 54 ,2* 2,31 3,90 29,7 � 43,6 34,7 54,2 1,47 2,48 15,6 L � e � respectivamente' o a n d é r 0 N teste 2 1 o� ����� �ãO �;:;re�ados pela aplicação do ��; � ����� ���;,� � 0 � s �!T�1 �� � 0 � : ; d � m � ' � IO �' os. extrem valores . dos '1 'd a r 108 m cel/ml. . Concentração. c�lula�, no I elte em f�rme�t'ar���!� d� p�� con�ntração de células no instante inicial da Y d lv l d o d I t b o ar, l l u ce tcaçao multlpl de Fator F = fermentação. dos valores extrem os. Valores desprezados pela aplicação do teste digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 32 Rev. lnst. Latic. Cândido Tostes, 41 (246) :29-35, 1 986. C C C � oo f. '� � TABELA 2. Média dos fatores de multiplicação (F) de todas as fermentações. � .5! � � g. Tempo Fator % açúcar O (*) 3 4 O 1 ,00 1 ,00 2,00 1 2,9 5,97 1 8,9 1 2,0 7, 1 5 1 9,2 1 3, 1 1 3,3 26,4 1 5,3 1 5,5 30,8 3 Fc F, Fs 1 ,00 1 ,00 2,00 1 9,7 5,86 25,6 21 ,9 7,65 29,6 21 ,5 1 3,3 34,8 22,2 1 7,7 39,9 Fc F, Fs 1 ,00 1 ,00 2,00 9,1 2 4,27 1 3,4 1 0,5 7,06 1 7,6 1 2,4 1 2,9 25,3 1 2,2 1 3,0 25,2 6 fc F, Fs 1 ,00 1 ,00 2,00 13,8 4,95 1 8,8 1 8,4 7,48 25,9 1 6,8 1 2,9 29,7 1 8,2 1 5,5 33,7 O Fc F, Fs 1 ,00 1 ,00 2,00 1 4,6 5,31 1 9,9 1 7,3 8,1 1 25,4 1 7,5 1 4,5 32,0 1 8,2 1 6,1 34,2 9 Fc F, Fs 1 ,00 1 ,00 2,00 22,1 1 1 ,1 33,2 27,5 1 2,3 39,8 24,1 1 7,7 41 ,8 3 1 ,7 23, 1 54,8 O Fc F, Fs 1 ,00 1 ,00 2,00 14,1 4,51 1 8,6 1 4,9 7,45 22,4 1 4,6 1 4,0 28,6 1 8,2 1 3,9 31 ,1 12 Fc F, Fs 1 ,00 1 ,00 2,00 14,4 7,77 22,1 1 8,3 7,34 25,6 1 6,0 1 5,2 31 ,2 1 5,4 1 5,7 31 , 1 O Fc F, Fs 1 ,00 1 ,00 2,00 14,4 6,66 21 ,1 1 6,3 6,54 22,8 1 6,3 1 7,3 33,6 1 8, 1 1 9,6 37,7 15 Fc F, . Fs 1 ,00 1 ,00 2,00 1 1 ,3 6,22 1 7,5 1 8,9 5,82 24,7 1 9,4 1 1 ,2 30,6 1 6,4 1 9,5 35,9 O Fc F, Fs 1 ,00 1 ,00 2,00 1 3,0 5,34 1 8,3 1 4,2 7,26 2 1 ,5 1 4,8 1 4,4 29,2 1 6,4 1 5,0 3 1 ,4 (*) F, Fs 2 Fc F, Fs O Fc (h) • Média dos fatores de multiplicação do Streptococcus thermophllus. Média dos fatores de multiplicação do Lactobaclllus bulgarlcus. Fc + F,. Média de todos os valores de 45 experiências. Pág. 33 Rev. Inst. Latic . Cândido Tostes, 41 (246) :29-35, 1 986. a i 8 N' i ii) ':"(I)� (I) . � � ,c.>gCld,gc.>!! 'S == c : 'tI � 1» (1) .!! 0 'tI ca 'tI 'ti 'o� �I» cau C �Q. � g(,)o �l» ca :S 'g... ..ca 'W cac... -< , - ãí :' � 1i ':"� ô � E :: �,ca � � rn 8 -2' o � 'iiI» 'Éca _ 'tI .... iti ca .Q o ev lS (I) o üj ca Ecv 'i::::s c ,5 '- .! .!ii) E :« ' � �� !� :« 'C 'tI u. (') « a: :::;) CJ rr. � 1 D� 1 c I» 'cv :::s 'C (,)0 - '" C m t ) LD 1 t <.O �c ã:::s .!E <'i ; :g i: � .Q:::s I»Q.(Q _ � o 'ti :g ca ,ca E g' o 'o · :::s 'S ,ca a I» u go -o 'C g � ::. .Q� �e ,& Il) ,5 ,� f! g ãi' E � og oi o Eca '-m ,ca (I) cv ';: c c.>'C 1n I» � .g � � � � � (I) 1! S o .8 � (') t'- C ~ �rC1J / :g 'u � 1 l ...,j 'CI:I (,)0 1» 'ti '5 ) 1 :::S 1» 0_ .. � • � I» . :;;u 1i .. - :« -:::sU:> 0 '0 o ca 'tI E ca ca u �- ) Cú � õ ca Q. [� ! ,.. (\li ) �N 'i�� � ( ,r:: ,C ,t c: o M S ) ) :> 1 G 1 M M ) U C\J M (Y) M ,�ru H J:il .....:l digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. Cândido Tostes, 41 (246):29-35, 1986. FIGURA 2 Rev. lnst. Lalic. Cândido Tostes, 41(246) :29-35, 1986. Pág . 34 Médias dos fatores de multiplicação do Lactobacillus bulgaricus (FI) em função do tempo de fermentação � e da concentração de "açúcar de cana", F I GURA FIGURA 4 . Soma das médias'dos fatores de multiplicação (Fc + FJ, em função do tempo de fermentação (O) e da concentração de "açúcar de cana", 2 50 40 O F ERMENTAÇÃO SEM AÇÚCAR o F ERMEN TAÇÃO 3+ AÇÚCAR D F E RMENTAÇÃO 6% AÇÚCAR j F E RMENTAÇÃO , F ERMENTAÇÃO • F ERMENTAÇÃO Pág. 35 AÇÚCAR A ç Ú CA R 5% AÇÚCAR o F E R M E N T A Çà O S E M AÇÚCAR o F E R M E N T A Çà O 3% AÇÚCAR D F E RMENTAÇÃO 6% AÇÚCAR ' F ERMENTAÇÃO , F E RMEN TAÇÃO O F ERMENTAÇÃO 9% 1 2% 15% AÇÚCAR AÇÚCAR AÇÚCAR 9% 1 2% 1 40 30 30 F Lo 20 L 10 1 0 (j G O FIGURA 3 4 o o a F E RMENTAÇÃO SEM AÇÚCAR F E RMENTAÇÃO 3% AÇ CAR FERMENTAÇÃO 6% AÇUCAR q 30 F ERMENTAÇÃO , FERMENTAÇÃO t FE RIHNTAÇÃO • 9% 1 2% 1 5% AÇÚCAR AÇ CAR AÇUCAR 1 <:D , o .., t\l (fi 2o OU R e q u eij ã o oi é o sal fundente SEU PROB LEMA CONO S CO Fermenta Produtos Químicos ___ Amália S.A. Rua Joly, 273 - Bras - São Paulo - SP - 0301 6 Tel: (01 1 )292-5655 ex Postal 1 0705 10 O a s Seja dono da tecnologia que você usa. DEI q :::r ", L hor CITR ATO DE SÓD IO F I GURA 3 F Q,u eij o F un·d id o Média dos fatores de multiplicação do Streptococcus thermophilus (Fc ) em função do tempo de fermentação (O), e da concentração de "açúcar de cana", 40 ( Teléx(01 1 )23651 CENTRO DE ORGANIZAÇÃO E ASSISTÊNCIA LATICINISTA LTOA. Técnico Responsável: Pautilha Guimarães O 4 Q ( horas ) CONSULTORIA E ASSIST Ê NCIA TÉCNICA · Telex'- 032 2 1 0 1 Tel.: (032) 21 2,2655 R u a Tenente Freitas, 1 1 6 36.045 - Juiz de Fora - Minas Gerais digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Insl. Latic. Cândido Tostes, 41 (246) :36-38, 1 986. Pág. 36 o SIGNIFICADO DA CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS DO LEITE CRÚ EM RELAÇÃO A QUALIDADE DO LEITE TRATADO POR CALOR E PRODUTOS DERIVADOS<*) The significance of the somatic cell count of raw milk in relation to the quality of heated-treated milk and milk products: a review. Rev. Ins!. Latic. Cândido Tostes, l�41t;jJ:;;St;j-;;stj. 1 986. As atividades de muitas das enzimas do leite, como por exemplo, lactoperoxidase e '2J -glucoronidase, são aumentadas quando há um aumento na contagem de células somáticas. 2.2 Características físicas. Há uma correlação entre contagem de células so máticas e as características fisicas, tais como: viscosi dade, pH (r 0,783), ponto de congelamento e capad dade tamponante. Há estudos em que a viscosidade foi relacionada à proporção de alta contagem de célu las somáticas no leite de mistura (r +0,920). O aumento na viscosidade foi especialmente marcado, quando a proporção de leite de alta contagem de célu las somáticas era maior que 50%. = KI. Gulhy INTRODUÇÃO Atualmente têm havido uma tendência na fabrica ção de produtos de alta qualidade nas indústrias ali mentícias, e a mesma tendência tem sido observada com os produtos lácteos. Os padrões de processa mento são agora muito altos, e o melhoramento adicio nai na qualidade de produtos lácteos deve ligar-se normalmente à introdução de elevados atributos de composição e de higiene em conexão com a produção de leite. Crescente atenção tem sido dada recente mente à importância da contagem de células somá ticas no leite cru como índice de sua viabilidade para fins de fabricação. A seguir, é apresentado uma breve revisão do presente conhecimento sobre a relação en tre contagem de células somáticas e a qualidade do leite cru e seus produtos derivados. 1 .0 TERMOS E DEFINiÇÕES. 1 . 1 Contagem de células somáticas. Há uma variação considerável nos tipos e números de células somáticas presentes no leite. Nos tipos de células, estão incluídas células epiteliais, neutrófilos, linfócitos, monócitos e outros. No leite de uma glândula mamária normal (não infectada) aproximadamente 60% das células são epi teliais, porém a irritação de um quarto do úbere pode aumentar o número de neutrófilos no leite daquele quar to, de tal modo que estes neutrófilos podem repre sentar de 90-95% do total de células presentes. A con tagem de células somáticas é, portanto, um indicador sensível de infecção e tem ganho vasta aceitação co mo tal; porém não há um padrão internacionalmente aceitável para a classificação do leite, baseado na con tagem de células somáticas. Um valor de 500.000 células/ml, observado nos pri meiros jatos de leite ordenhado assepticamente de um quarto individual, em período de aleitamento nor mal e de vacas em lactação normal, tem sido aceito pela Federação Internacional de Laticínios FIUIDF co mo índice para infecção de úbere, mas este pOde ne' cessitar de revisão. Para grande volume de leite, nenhum valor tem sido geralmente aceito. Contagem de células somáticas, variando de 300.000 células/ml até 1 .000.000 célu las/ml, foram consideradas aceitáveis por dezoito pai ses membros da FIUIDF em 1 967. Em alguns países, a contagem de células somáticas é incluída no sistema de pagamento aos produtores; já em outros países sua aplicação é puramente voluntária. 1 .2 Qualidade do leite. O termo qualidade do leite abrange características químicas, fisicas, bacteriológicas, tecnológicas e ou tras, e a seleção na avaliação da qualidade do leite pode variar de acordo com a necessidade. O produtor de manteiga está interessado principalmente na com posição química da gordura do leite, o tecnólogo nas características físicas e o bacteriologista em bactérias, contagem de células, etc. Todos os aspectos de qualidade serão conside rados no presente artigo. 2.0 CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS E . QUALIDADE DE LEITE. 2.1 Composição química. A relação entre contagens de células somáticas e conteúdo de gordura no leite não é constante, porém a maioria dos autores têm relatado que um aumento na contagem de células somáticas está associado ao decréscimo no conteúdo de gordura. A proporção de ácidos graxos de cadeias curtas (4 a 1 2 átomos de carbono) é diminuída e a proporção de ácidos graxos de cadeias longas e seu grau de insaturação é aumen tado. Estas mudanças são de importância para o de senvolvimento de sabor oxidado em leite e manteiga. Um aumento na contagem de células somáticas é geralmente associado a um aumento no conteúdo de proteínas totais, dependendo do método usado para a determinação de proteína; a correlação de + 0,695 tem sido descrita, embora haja relatórios contraditó rios. Qualquer aumento no conteúdo de proteínas to tais resulta, quase sempre, em um aumento de proteí nas do soro, refletindo também em um aumento das proteínas do sangue, especialmente imunoglobulinas e albuminas séricas. Há tendências para o decréscimo do conteúdo de caseína, embora a proporção de k-ca seína amente enquanto que o de -caseína diminui. Há um_a relação estreita e inversa entre contagem de células somáticas e conteúdo de lactose, a depres são no teor de lactose sendo especialmente um marco para todas as contagens superiores a 500.000 célu las/ml. Na verdade, pela simplicidade da determinação do conteúdo de lactose e por sua estreita relação com a contagem de células somáticas, exi�l ' - propostas para sua inclusão no esquema de pagamento do leite, porém & contagem direta é preferida Concomitantemente com qualquer depressão no conteúdo de lactose, há um aumento no teor de ('loreto de sódio e diminuição no conteúdo de cálcio e fósforo. (*) Tradução:Roberto Martins Duarte, do original em inglês titulado "The Signilicance 01 the Somatlc Cell Count 01 Raw Relalion lo lhe Quality 01 Heal-Trealed Milk and Milk Products: a briel review" - by KI. Guthy. IDF-Documenl 1 1 4:4-8, 1 979.Milk in = 2.3 Qualidade bacteriológica. A contagem de células somáticas parece correla cionar-se com dois diferentes aspectos na qualidade bacteriológica. Primeiramente há uma relação direta com os tipos e números de bactérias patogênicas. Em uma investi gação de 874 amostras de quartos individuais de � be re, quando a média de contagem de células somáticas foi de 31 4.000 células/ml, não foram encontrados pato gênicos, enquanto que, nas contagens com média de 900.000 células/ml e 1 .500.000 células/ml, as bacté rias patogênicas estavam presentes, sendo que, na média de 1 . 500.000 células/ml foram encontrados principalmente Streptococcus agalactiae enquanto que na média de 900.000 células/mi o principal patogê nico era o Staphylococcus aureus. Desse modo observa-se que, com uma mudança de organismo, pode-se ter um aumento na contagem de células somáticas. Em segundo lugar, uma elevada contagem de célu las somáticas pode afetar a taxa de crescimento de bactérias adicionadas como culturas láticas no leite. Por exemplo, o crescimento de Streptococcus la�tls foi retardado quando a contagem de células somáticas esteve entre 200.000 células/ml e 500.000 células/ml, e houve um efeito ainda mais pronunciado quando a contagem de células esteve acima de 500.000 célu las/ml. Este efeito não foi observado em outro experi mento. 2.4 Características de processamento. As características do processamento, que são im portantes, diferem de acordo com o produto a ser con siderado. 2.5 Fase primária de coagulação do lette. Firmeza da coalhada e drenagem do soro; Amos tras de leite com elevada contagem de células somá ticas mostram-se com um maior tempo para a coagu lação por renina (subjetivamente julgado) e uma demo rada agregação de partículas, sendo estas de men�r tamanho, indicando diferenças importantes na fase Pri mária de coagulação. Também parece ocorrerem efeitos na firmeza da coalhada, que se atribuem a uma mudança na estru tura da micela de caseína e um conseqüente efeito sobre a agregação e a formação do coágulo. Uma elevada contagem de células somáticas afeta 37 também a drenagem do soro. Esta correlação é de r -{},836. Pensa-se que isto deriva parcialmente de uma menor aptidão do leite para coagulação e tam bém de um aumento do conteúdo de proteína do soro, o que resulta uma diminuição da dessoragem e maior retenção das proteínas do soro no queijo. Há aumento no teor de proteínas e alterações no peso dos queijos e seu teor de extrato seco, se �do que tais efeitos não podem ser eliminados por centrifu gação ou pasteurização do leite cru. = 2.6 Estabilidade ao calor. A estabilidade ao calor é especialmente importante na produção do leite uperizado, esterilizado e conden sado; é também sensível ao balanço de sal mineral (em que cálcio, magnésio, fosfato e citrato são impor tantes), composição protéica, pH e tratamento de pré aquecimento. Pelos moti.vos previament� .mencio�a , lca dos, poderiam haver efeitos na composlçao qUlm . devido a uma alta contagem de células. Isto tem Sido demonstrado experimentalmente com leite de quartos individuais de úbere. A estabilidade ao calor diminui quando há uma alta inclusão de leite com elevada contagem de células somáticas. Quando a inclusão foi de 50% de leite de alta contagem de células somáticas, a estabilidade ao calor do leite condensado a 1 20°C foi de 15 mínutos; porém, quando esta inclusão foi de 30o�o, o tempo f? i de 20 minutos. A temperatura de aquecimento é mais crítica que a contagem de células na determinação da estabilidade ao calor. 2.7 Qualldade�de produtos lácteos. O leite cru com uma alta contagem de células so máticas tem sabor amargo e salgado, devido ao eleva do teor de cloretos e o baixo teor de lactose, tendo também uma menor vida útil e uma tendência para desenvolver sabor a ranço relacionado a um teor eleva do de ácidos graxos de cadeia curta. A mateiga feita de leite com alta contagem de célu las somáticas tem um aroma menos pronunciado e uma qualidade organoléptica prejudicada e estas dife renças se tornam acentuadas sob armazenamento. Pensa-se que este é o resultado não de um aumento da concentração de ácidos graxos insaturados ou de cobre no leite processado, mas de uma transferência elevada de cobre do leite para o creme. Isto foi verifi cado experimentalmente. Em queijos camembert, feitos com leite de alta contagem de células somáticas, verificou-se desenvo� vimento de sabor amargo e aroma impuro; estes defei tos tornam-se mais pronunciados com a armazena gem. Defeitos similares foram observados co� queijos tilsit, com queijo gouda foram observados efeitos sobre o sabor mas não sobre a consistência, ao passo que com queijo emmental ocorreram ligeiras diferen.ças na consistência da coalhada e no sabor, mas nao nas outras características. Isto aconteceu quando o leite continha uma contagem de 650.000 células/ml compa rado com o leite com 300.000 células/ml. Comparações de leites contendo 200.000 células/ ml com os de 1 .200.000 células/ml para a produção de leite em pó mostraram no produto final uma redução no conteúdo de �gua e cobre, um amento no Indice de solubilidade e um pequeno sabor "conhaque" ime diatamente após o processamento e que desapareci� no armazenamento, no leite em pó preparado a partir digitalizado por arvoredoleite.org Rev. I nst. Latic. Când ido Tostes, 41 (246):36-38, 1 986. de leite com alta contagem de células. CONCLUSÃO Uma elevada contag.em de células somáticas no leite cru, parece modificar uma extensa variedade de características, tais como química, física, bacterioló gica, tecnológtca e sensorial no leite cru e em seus produtos, de modo que pode ser prejudicial ao produ tor, às indústrias e ao consumidor. Estudos mais detalhados, dOS efeitos da contagem de células somáticas no uso de leite cru com propósitos Pág. 38 de manufaturaç�o são necessários. Particular atenção deve ser dada aos possíveis efeitos no aumento mode rado da contagem de células (dentro do alcance de 200.000 células/ml a 600.000 células/ml). BIBLIOGRAFIA Guthy, KI. The significance of the somatic cell count of raw milk in relation to the quality of heat-treated milk and m ilk products: a review. IDF - Document 1 1 4:4-8, 1 979. I I KI N 51 ANOS DE TRADIÇAO e lA. QUALIDADE - APERFEiÇOAMENTO HA 58 ANOS FOI I M PLANTA DA NO B RAS I L, E M M A N T I Q U E I RA , SANTOS D U M O NT , A i .a FAB R I CA D E COA L H O ( R E N I NA P U RA) D O B RAS I L E DA A IV1 t: R I CA D O S U L . PORTANTO, COA L H O F R I S IA , EM líQ U I D O E EM pó, NÃO É M A I S U M A EXP E R I I:NCIA E S I M U M A R EA L I DA D E . COALHO FRISIA I: UM PRODUTO PURO (REN I NA) E POR ESTA RAZAO I: PREFE R I DO PARA O FABRICO DE QUEIJOS DE ALTA QUALIDADE . COALHO FRISIA I: ENCONTRADO A VENDA EM TODO PAfS . COALHO FRISIA I: O COALHO D E TODO D IA . K�NGMA " elA. LTDA. - CAIXA POSTAL, 2 6 - SANTOS DUMONT - MO Telefone : 251'� 1680 (DDD 032) - Porq ue aumenta 1 0 a 30% a sua produção de q ueijo tipo frescal, prato ou outros. - Porque você não joga fora o soro, um resíduo poluente. - Porque o permeado da Ultrafiltração é rico em lactose, que pode ser aproveitada através da Osmose Reversa Reginox. - Porque você conta com a qualidad e de nossos equi pamentos e a tecnolog ia Tri-Clover / S:V. / Reginox. COMPROVE OS RESULTADOS, SOLICITANDO lJ,M TESTE COM A NOSSA UNIDADE PILOTO. CONSULTE-NOS. PEÇA CATALOGaS. � l © I N D Ú STRIA M EC N I CA L TOA. R u a H u m , 6 9 0 - C e n tro I n d us t r i a l G u ar u l h os - 07000 - G u aru l h os , S P - B . B o ns u c es s o - Bras i l - Te l ef o n e pabx t r o n c o c h ave: (011) 912-1400 - Te l eg ra m as : reg i n ox - Tel ex : (011) 33924 R I M L B R digitalizado por . Sob licença de lAOISH ÇO. TRI·ClOVER OIVISION arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. Cândido Tostes , 41 (246):40, 1 986. Pág . 40 Pág. 41 Rev. Inst. Latic. Cândido Tostes, 41 (246) :41 , 1 986. IX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS l)(ih Dairy National Congress Luiza Carvalhaes de Albuquerque(*) A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, através do Centro de Pesquisa e Ensino, Insti tuto de Laticínios "Cândido Tostes", realizou em Juiz de Fora, no período de 22 a 25 de julho do corrente ano, o IX Congresso Nacional de Laticínios, com a participação de várias pessoas relacionadas ao setor laticinista do Brasil. Além da inauguração da E XPOMAQ e EXPO LAC/86, o Congresso contou com a realização de 37 palestras, de autoria de renomados nomes do cenário agro-industrial do país. Foram ministrados dois cursos: - "Métodos microbiológicos para o exame de leite pas teurizado e outros produtos de laticínios", e "Curso básico sobre sorveteria", que atrairam a atenção dos estudiosos sobre o assunto. Uma deferência especial deve ser dada ao Painel de abertura do congresso "Produção, Industrialização e Abastecimento de Leite e Produtos Derivados", que foi discutido por representantes do Governo, entidades particulares, representantes de classe e com a partici pação ativa do plenário, onde se pretendeu abrir os trabalhos na busca de soluções efetivas e de longo alcance que pudessem atingir pecuaristas, industriais e consumidores para a grande crise que atravessa atualmente o mercado laticinista. No dia 24 de julho, quinta-feira, foi lançado oficial mente pela EPAMIG/CEPE/ILCT, o livro "QUEIJOS NO BRASIL", que descreve a tecnologia, caracterís ticas e considerações gerais sobre os 89 principais tipos de queijos fabricados no Brasil, além da tecno logia dos principais queijos de fabricação caseira, re ceitas culinárias que utilizam queijos e um artigo sobre queijos, e a nutrição humana. O livro traz como editor, Luiza Carvalhaes de Albuquerque, e conta com a cola boração dos professores Otacílio Lopes Vargas, Luiz Cláudio Gomes de Freitas e Alberto Valentim Munck, e dos alunos Carlos Henrique Fonseca, Andrea Martins Leal e Christina Mara Corrêa de Castilho. Conta ainda com a introdução do Prof. Eolo Albino de Souza, ex-a luno e ex-professor de queijos do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, e a apresentação do Prof. Edson Cle mente dos Santos, Chefe-adjunto do referido Instituto. No dia 23 de julho, quarta-feira, às 20:00 horas, foi realizado um show musical do cantor Hudson Coe lho e Contrabanda, em benefício do fundo de formatura dos alunos do ILCT. Participando ativamente de todos os eventos musicais de J uiz de Fora, Hudson Coelho e a Contrabanda já conquistaram seu lugar de desta que nos meios artísticos da cidade de J uiz de Fora. No dia 24 de julho, às 20:00 horas foi oferecido um jantar, no Clube Bom Pastor, em homenagem aos técnicos em laticinios pertencentes às turmas de 1 950 e 1 95 1 (Jubileu de Coral) e 1 961 (Jubileu de Prata), intitulado "A noite da saudade", realizado pela Asso ciação dos Ex-Alunos do ILCT e pela EPAMIG. Tam bém nesse dia, foi descerrada uma placa na entrada do anfiteatro em homenagem à memória do Professor Hobbes Albuquerque, com os seguintes dizeres: "Ao Detalhe do auditório durante as palestras. Difusão de Tecnologia no IX CNL, Professor Hobbes Albuquerque, IIctiano ilustre, cuja vida foi dedicada ao ensino laticinista ". * 08- 1 0- 1 5 + 1 0-03-86 No dia 25 de julho, sexta-feira, às 1 4 :00 horas, iniciou-se a solenidade de encerramento do IX Con gresso Nacional de Laticínios, com a entrega dos certi ficados aos participantes dos cursos, entrega dos prê mios aos vencedores do Concurso Nacional de Produ tos de Laticínios e a. apresentação das conclusões do Congresso. A Coordenação Geral do IX Congresso Nacional de Laticínios esteve na responsabilidade do Prof. José Mauro de Moraes e de toda a equipe de funcionários do ILCT, que com seu apoio e dedicação fizeram reali zar mais um bonito e importante evento no calendàrio das atividades promocionais do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes". Show do Hudson Coelho e Contrabanda. Discurso do Ex-Aluno Radjalma Cavalcante na Noite da Saudade, (') Técnica em Laticínios e Encarregada da Á rea de Divulgação e Difusão de Tecnologia do Instituto de Laticínios Cãndido Tostes. FOTOS: Luiza C. Albuquerque. Sessão de Abertura do IX Congresso Nacional de Laticínios, Sessão de Encerramento do IX CNL. Produtos da EPAMIG na EXPOLAC. digitalizado por Recepcionistas do IX CNL. arvoredoleite.org fPAMIG - C E PE � ILeI a I Eu .•. J O T E,C � enedito Rocha. Pedreiro. D i v i são da M AG N U S-SO I LAX q u e p resta serv i ços às i n d ú s t ri as d e al i m entos . Seu s p rog ramas são es pec i f i camente p roj etad os para cada d i feren te seg m en t o , envo l ve n d o servi ços , eq u i pamentos e p rod utos al ca l i n o s , ác i d os e san i t izantes . Seu pessoal Técn i co é co n st i t u í d o por e l ementos am p l am ente t re i nad o s , nas áreas especí f i cas d e at u ação , capac i tand o-os 'a so l uc i o n ar p ro b l emas d e l i m peza e san i t i zação , j u nto às i n d ú st ri as de l at i cí n i os e fazen d as ( p rod ú tores ) . Com d o sad o res espec i a l m e n te p roj etados , podemos oferecer eco n o m i a e p rec i são na u t i l ização de nossos p rod u tos . Co n s ute-nos ! M A G N U S-S O I LA X : R i o de J a n e i ro - Av. Treze de M ai o , 33 - 35 . o A n dar CEP 21 031 - Fone: (021 ) 21 0-21 3 3 M A G N US-S O I L A X : São Pau l o - Av. Ped ro B u e n o , 1 501 / 1 507 ' - Parq u e J abaq u ara C E P 04342 - F o n e : ( 01 1 ) 542-2566 M A G N US-S O I L A X : J u i z de Fora - M G - R u a M o raes de Castro , 778 - B . São M at e u s C E P 361 00 - F o n e : (032) 21 1 -341 7 Suado, sob sol inclemente, Benedito está lá, pendurado no andaime. Mais uma vez. Tijolo por tijolo, parede por parede, ele vai levantando o edifício. Mais um. "Tem mais de 30 anos que eu vivo assim, com a vida balançando nessa corda. Mas eu gosto. E tenho orgulho do que faço." Benedito aponta um arranha céu mais adiante. "Está vendo aquele lá? Fui eu que fIz. Não sozinho, é claro. Mas tem muita parede ali que eu levantei." Paciente, Benedito vai ensinando o ofício a um servente. Mostra como preparar a massa, como assentar o tijolo, chama a atenção para a importância do fIo de prumo. "É preciso ensinar a essa gente moça. Fazer ver a responsabilidade do serviço. Mostrar como a profIssão é importante." Mais de trinta anos .construindo casa para os outros, casa em que ele nunca vai morar, Benedito �nda paga aluguel. Mas não perdeu a esperança. "Eu tô pagando um lote que comprei. Qualquer fIm , de semana desses eu começo a fazer os alicerces. O material está caro, mas pelo menos a mão-de-obra eu não vou gastar." E encontra mais um motivo para se alegrar. "Ainda aproveito e vou ensinando o trabalhq para os meninos." Gente. o maior valor da vida. Companhia Industrial e Comercial Brasileira de Produtos Alimentares digitalizado por arvoredoleite.org Rev. lnst. Latic. Cândido Tostes, 41 (246):45-47, 1 986. Pág. 45 A RE-VITAMINAÇÃO DO LEITE NO CONTROLE E PREVENÇÃO DA CARÊNCIA DE VITAMINA A E DA XEROFTALMINA.(*) The re-vitamination of milk in the nutritional reeds prevention programs of hypovitaminose A and xerophthalmia Fernando Aguiar(**) Elenice Costa(***) R ESUMO o trabalho enfatiza a importância da vitaminaA nos programas antixeroftálmicos e nas outras carências nutricionais. As prioridades entre as carências nutricionais de acordo com a OMS são apresentadas. O problema da hipovitaminose A é apresentado sob a óptica de saúde pública nos países em desenvolvimento. Alguns aspectos estratégicos de prevenção da carência de vitamina A são abordados. A nutrilicação do leite é sugerida em função de exemplos bem suce'fídos em outros paísegp INTRODUÇÃO Na espécie humana, sobretudo nos lactentes . e crianças de idade pré-escolar, a carência de VitaminJ'\ A afeta mais comumente e de forma mais patE olhos, tanto internamente pela diminuição da sensibi lidade da retina à luz, prejudicando a adaptação ao escuro, ocasionando a cegueira noturna, como exter namente, produzindo lesões destrutivas dos epitélios da córnea e da sonjuntiva (xeroftalmia), fesultando em cegueira definitiva, nos casos graves, como resultado da ulceração da córnea, da ceratomalácia e da opaci dade corneal. A carência de Vitamina A geralmente vem acompanhada de desnutrição energético-protéica (DEP) e 'está intimamente ligada à maior freqüência das infecções (sobretudo a gastroenterite e o sarampo) e a mecanismos defeituosos de defesal imunológica. A Organização Mundial de Saúde (OSM), conside rando as possíveis sequelas trágicas dessa carência e a existência de conhecimentos e métodos apropria dos para combater o ,problema, concedeu alta priori dade à eliminação da mesma nos seus programas de ação, ao lado de outras carências nutricionais, como a desnutrição energético-protéica, as anemias caren ciais e o bócio endêmico (Fig. 1 ). n Trabalho apresentado durante o IX Congresso Nacional de Laticínios realizado no período de 22 a 25 de julho de 1 986 em Juiz de Fora-MG. (") Coordenador do Curso d e Pós-Graduação (Mestrado) do Instituto de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco; M.D . • Ph. D. r " ) Vice-Coordenador d o Curso de Pós-Graduaç�o (Mestrado) d o Instituto de Nutrição d a Universidade Federal de Pernambuco. M.S. digitalizado por arvoredoleite.org Rev. lnst. Latic.·Cândido Tostes, 41 (246):45-47, 1 986. F I GURA Pág. 46 a P r i or i dades e nt r e a s c a r� n c i as n u t � i c i ona i s . ( ) / Carênc i as Magn i t u de S i gn i f i c ado A nem i as nut r i c i on a i s e e e e e DPC X e r oft a l m i a B �c i o end�m i co • e M�d i o • Ba i xo saúde pública nos países em desenvolvimento. A carência de Vitamina A constitui um grande pro blema de saúde pública em grande parte da Ásia Meri dional e Sul-oriental, em algumas regiões da África e da América Latina e em certas áreas do Oriente Médio. A carência de Vitamina A ressurgiu recente mente em algumas regiões onde ela fora controlada e foi descrita em regiões onde ela não constava ante riormente, sendo bastante comum entre crianças po bres dos países em desenvolvimento. A carência de Vitamina A provoca anualmente xe roftalmia em milhões de crianças no mundo, cegando cerca de meio milhão e contribuindo com a morte de centenas de milhares. A cegueira nutricional é um pro blema sério de saúde nas Filipinas, na Indonésia, em Malawi e no Zimbabwe. Estudos recentes têm mos trado que a mortalidade infantil nos países em desen volvimento pode ser reduzida de 30% com um forneci mento adequado de Vitamina A. A carência de Vitamina A é um problema de Saúde Pública que, sabe-se há mais de duas décadas, afeta o Brasil. A gravidade do problema varia de região para região, mas parece não haver regiões brasileiras livres do problema. Quando se discute a necessidade de programas de intervenção, é comum ouvir a alegação de que "não dispomos de um diagnóstico acurado, preciso, atualizado". Adotando uma posição realista, nenhum país em ql:le a carência de Vitamina A foi constatada dispõe deste tipo de dados; e aqui pode mos incluir até a Indonésia, um dos países em que o problema tem sido estudado a mais tempo. A verdade é que um levantamento acurado, preciso e sensível da prevalência de carência de vitamina A, de abran gência nacional, constitui um programa de muito longo prazo, e de custo extremamente elevado. Indicadores bioquímicos ou dietéticos não gozam de grande popu laridade entre os sanitaristas, por razões difíceis de • • e E l e v a do Minas Gerais e São Paulo revelam uma ampla distri buição de Hipovitaminose A no Brasil. Um grupo de pesquisadores do Instituto de Nutrição da UFPE lidera do pelo Prof. Hernando Flores, vem constatando, nos últimos anos, reservas hepáticas de Vitamina A insufi cientes em uma proporção extremamente elevada de . crianças falecidas por diversas causas. As cifras são de 3,6%, 8,1 % e 32, 1 % para níveis inexistentes, críti cos e inadequados, respectivamente. Extrapolando-se para a população viva, as cifras se convertem em, aproximadamente, 2%, 3% e 1 7%, respectivamente. Com o tamanho de amostras de crianças vivas que é viável estudar, estas cifras tem sido comprovadas ou tem comprovado as produzidas por inquéritos clíni cos, dietéticos e bioquímicos, incluindo aqui o teste da ROR. o conjunto das informações disponíveis, embora consideradas escassas por alguns, indica que efetiva mente, pode-se inserir a Hipovitaminose A como um problema de relevância, entre as deficiências nutricio nais no Brasil. 2. Estratégias para controle e prevenção da carên cia de vitamina A. a ( j F onte : C r o n i c a de l a OMS , Genebr a , 26, 4 : 1 7 5 , '1 . Hlpovltamlnose A : Importante problema de • • e • Poss i b i I i da de de prevençao 1 97 2 . compreender, e muito mais, de explicar. Existem, no Brasil, um grande número de levantamentos fragmen tários da situação do estado nutricional de vitamina A. Resulta interessante destacar que de nenhum deles é possível concluir que a carência de vitamina A não seja um problema de Saúde Pública, seja com base em níveis séricos de retinol, sinais 'cllnicos de carência, inquéritos de cor.sumo alimentar, níveis de retinol he pático em amostras de necrópsia ou, mais recente mente, inquéritos mais sofistica�os como o do "fndice de Resposta Relativa" (POR) . E também interessante notar que, se bem que as cifras de prevalência de indicadores prepatológicos de carência variam de re gião para região, elas sempre se situam em níveis que caracterizam a carência de vitamina A como um problema de Saúde Pública. No Brasil diversos trabalhos demonstraram a defi ciência de Vitamina A através de avaliação cllnica, bioquímica e dietética. Em 1 963 o "Interdepartamental Comm ittee on N utrition fo r National Oefense 8ICNNO)", em trabalho realizado juntamente com pes quisadores do Instituto de Nutrição UFPE, constatou em 06 (seis) Estados do Nordeste Brasileiro, uma defi ciência de Vitamina A, maior do ' que a de qualquer nutriente. Roncada, em 1 972, estudando níveis séricos de Vitamina A e Caroteno em populações litorâneas do estado de São Paulo, provenientes de todas as regiões do Brasil, constatou que 25,3% dos casos apresentavam teores séricos de Vitamina A, abaixo aa faixa aceitável, demonstrando não haver diferença entre os da região Nordeste e Sudeste. Camoino e Alves, em 1 974, estudando o consumo alimentar de familias residentes na cidade de São Paulo agrupadas em dois níveis de renda, observaram que 41 % das famílias de menor renda, apresentavam adequação da Vitamina A inferior a 40% das recomendações, ocorrendo o mesmo com 14% das famílias de renda mais elevada. Diversas pesquisas financiadas pelo INAN realizadas nos estados de Pernambuco, Paraíba, Pág . 47 Rev. Inst. Latic. Cândido Tostes, 41 (246):45-47, 1 986. Entre as estratégias existentes destacam-se as se guintes: a) Medida a curto prazo: programas de adminis tração periódica de doses maciças. Nesses programas recomenda-se administrar 1 00.000 U . I e 200.000 U.I de Vitamina A à crianças menores de 1 ano de idade e de 1 a 6 anos respectivamente, com intervalo de 6 meses. b) Medida a médio prazo: enriquecimento de ali mentos. O enriquecimento de alimentos com as quanti dades apropriadas de Vitamina A apresenta a vanta gem de atingir todos os que consomem o alimento enriquecido, não exigindo nem a participação ativa da população nem sistema de distribuição esmerado e dispendioso. c) Medida a longo prazo: educação nutricional. A educação nutricional utiliza meios de comunicação de massa (rádio, televisão) com a finalidade de aumentar a produção e o consumo de alimentos ricos em Vita mina A. A segunda medida ou seja o enriquecimento de alimentos, nos parece ser a mais adequada, tendo em vista a relação custo/benefício ser mais favorável em relação às demais, oferecendo as seguintes vanta gens: 1 . aplicação rápida; 2. maior flexibilidade; 3. é uma forma de intervenção social mais aceitá vel para mudar a ingestão de nutrientes; 4. oferece um alto grau de êxito na prevenção de deficiências nutricionais; 5. é de baixo custo. Nas regiões do mundo onde a carência de vitamina A é considerado um problema sério, os alimentos enri· quecidos com vitamina A são o leite em PÓ, os produtos à base de cereais, o açúcar, o chá e o glutamato mo nossÓdio. Os alimentos protéicos são os veículos indi cados para o enriquecimento, a fim de garantir o apro veitamento adequado e máximo da vitamina, razão pela qual recomendamos a nutrificação do leite. 3. Nutrlflcação do leite digitalizado por o fundamento lógico e a prática de restituir a Vita mina A e outras vitaminas lipossolúveis ao leite desna tado (desengordurado) em forma líquida, já foram des critos em vários trabalhos, o mesmo ocorrendo com a re-vitaminização dos leites evaporado, condensado e adoçado. Utilizando uma tecnologia avançada os países de senvolvidos 8U.S.A., Canadá e os países da Comu nidade Européia), realizam compulsoriamente a nutrifí cação do leite com as Vitaminas A, O e C. Vale ressaltar que no 20? Encontro do Grupo Con sultivo em Proteínas das Nações Unidas (PAG.) em junho de 1 972, foi feita uma recomendação de enrique cero leite em pó desnatado, com 5.000 U.I. de Vitamina A e 500 U.I. de Vitamina O, por 1 00 g do produto. No processo de nutrificação do leite aconselha-se tam bém a adição de Vitamina C (30mg/100 g) como anti0xidante. A OMS, passou a adotar a recomendação do P.A. G. a partir de 1 976, sugerindo a fortificação do leite distribuído em programas nutricionais de países em desenvolvimento. Até que, esta medida seja adotada o rótulo deve informar "Este produto não contém Vita mina A". Nenhum caso de Hipervitaminose A foi relata do até o momento como resultado do processo de nutrificação de alimentos. Não é descabido mencionar, portanto, que a carência de vitamina A é praticamente inexistente em países que contam com legislação ade quada relativa ao enriquecimento ou reconstituição do leite e produtos similares com Vitamina A. como é o caso dos países do Primeiro Mundo, já mencionados. Assim, temos que admitir que o custo para o indivíduo e para sociedade, das repercussões da Hipovitami nose A, é extremamente elevado, inclusive quando comparado com os custos dos programas de inter venção. SUMMARV This work emphosise the importance of vitamin A on the atixerophthalmic prograns and in others nutri tional need prograns. The priorities among the nutri tional needs in accordance with who are presented. The problem of hypovitaminose A is presented in the �ght of public health in the developing countries. Some stratégic aspects of the nutritional need prevention pro grams are demonstrated. The nutrification of mílk is suggested and is justified as a function of well succee ded cases in developed countries. BIBLIOGRAFIA Arroyave, G.; Chichester, C.O.; Flores, H . ; Glover, J.; Mejia, L.A.; Simpson, K.L. ; Underwood, B.A. Bio chemical methodology for the assessment of vita min A status. International Vitamin A consultative Group. Washington, The Nutrition Foundation, 1 982. Campino, AAC.C. ; Alves, A.LG. Fatores sócio-eco nômicos associados à nutrição do Município de São Paulo 11 Encontro Anual da Associação de Centros de Pós-Graduação em Economia, Belo Horizonte, 1 974. 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