Projeto Contato Capítulo 1 Minha história com a Ufologia F Margarete Áquila alar de Ufologia não é um tema tão fácil em um mundo onde a desinformação é uma estratégia muito utilizada para deixar a população confusa e na ignorância sobre o assunto. Falar de Ufologia em uma visão abrangente, multifacetada, abordando temas de pesquisas em áreas científicas recentes (que chamamos ciência de ponta) e espirituais é mais complicado ainda. Da mesma forma que a Ufologia ainda não é considerada uma ciência pela comunidade científica ortodoxa, a espiritualidade também não é. O que abordaremos são assuntos muito novos, pesquisas recentes de experiências, as quais mais vivemos e sentimos seu resultado do que constatamos com métodos científicos que preencham os axiomas exigidos para sua comprovação. Por conta disso, os apontamentos que serão expostos neste livro se compõem, em parte, das experiências vividas somadas às pesquisas pessoais nas áreas de Ufoarqueologia, Ufologia, Física Quântica, Psicanálise, Música e Espiritualidade, abrangendo esse complexo tema em suas várias facetas: a psiquê dos seres extraterrestres, dos contatados e dos abduzidos, a importância da música para os extraterrestres e tantos outros assuntos que serão abordados. Uma característica do meu trabalho musical e de psicanálise é a de não criar barreiras ou fronteiras limitantes que impeçam em ver outros Coleção Biblioteca UFO © 25 Mônica de Medeiros e Margarete Áquila pontos de vista. Canto e palestro em qualquer lugar onde queiram me ouvir. Aprendi com a música que a linguagem é universal e podemos falar das mesmas coisas em todos os lugares, respeitando a maneira como percebem, a linguagem utilizada, como entendem o mundo e o que está fora dele. Nessas minhas experiências, em todo tipo de lugar, percebo que a espiritualidade e a Ufologia caminham absolutamente juntas, com o mesmo objetivo, tendo a mesma trajetória e estratégia de auxílio ao planeta e à raça humana. Na verdade, nós é que insistimos em fazer as divisões e classificações. Reduzimos a verdade à nossa maneira de ver. No entanto, vemos apenas um pedacinho e uma parte do todo. A Fraternidade Branca e seus mestres ascensionados têm a mesma intenção dos espíritos de luz, cuja intenção é a mesma dos extraterrestres mais evoluídos, igual à intenção dos anjos e santos da Igreja Católica e que é a mesma dos caboclos, índios e outros na umbanda. O que diferencia um do outro são os métodos pelos quais cada um chega à sua evolução e felicidade. A velha frase “muitos caminhos levam a Roma” é pra lá de verdadeira. Cada um com a sua maneira de chegar ao mesmo lugar. E não poderia ser diferente, somos únicos, com experiências únicas e estaremos próximos daqueles que têm mais ou menos a mesma experiência que nós, que falam a mesma língua e utilizam os mesmos métodos para compreender, interpretar e viver a vida. Nada é por acaso e nas trilhas dessa minha existência sempre ocorreram situações e fatos que me uniram à Ufologia. Não me considero uma abduzida, embora isso não seja descartado, mas uma contatada. Não tenho lembranças negativas ou traumas com esses seres (que me lembre!), mas notei uma familiaridade com eles e com sua linha de raciocínio. É como se eu compreendesse os caminhos percorridos por suas mentes, corações e comportamentos. Isso não me torna um deles ou mesmo parecida, de modo algum. Pelo contrário, com essa percepção ficou muito claro como sou limitada, e como tenho que ampliar meus paradigmas e minhas redes neurais para chegar a um nível mínimo de me comportar como eles. É mais ou menos parecido com a história que ouvi do doutor Espanhol, espírito de luz que dirige os trabalhos espirituais da Casa do Consolador. Certa vez, ele foi convidado para participar de um evento musical no planeta Vênus. Ao assistir o espetáculo, ele que já foi um famoso 26 © Coleção Biblioteca UFO Projeto Contato músico no planeta Terra, ficou tão encantado que sentiu uma ponta de inveja de seu compositor. Quando se deu conta, notou que os seres ao seu lado o olhavam com misericórdia e voltando a atenção para si mesmo viu que sua energia antes brilhante havia mudado para uma cor escura. Sua vergonha foi tamanha que pediu para voltar para o seu lugar atual porque ainda não se encontrava preparado para estar tão desnudo em sua pequenez. Quando me comparo com os seres extraterrestres que conheço me vejo em uma situação semelhante a essa história. Minha ligação com a Ufologia começou desde a infância, influenciada pelos filmes de ficção de Guerra nas Estrelas [1977] e por meu irmão mais velho, José, que, aquariano como eu, lia livros sobre o assunto, desenhava naves espaciais e projetos mecânicos sobre seu funcionamento. Achava aquilo maravilhoso e percebi como ele conhecia intuitivamente sobre o assunto. Na primeira grande crise existencial de minha vida buscava respostas filosóficas e espirituais para a razão de minha existência. Não me sentia percorrendo o caminho que me realizaria como ser. Estava no caminho de me realizar profissionalmente, mas um vazio enorme não era preenchido. Com isso conheci a Doutrina Espírita. Católica de carteirinha e com muito preconceito entrei em um centro espírita pela primeira vez, apresentado por uma amiga. Tinha medo de tudo, não queria que me dessem o passe de limpeza na entrada do centro com medo de ficar “contaminada” por alguma energia estranha. Com o passar do tempo fiz cursos de autoconhecimento dentro da doutrina na Escola de Aprendizes do Evangelho e curso de médiuns. Percebi a importância do autoconhecimento, do domínio de si mesmo, da profundidade da doutrina e de suas bases, e das explicações de muitos fenômenos espirituais, até então para mim, misteriosos e sem explicação. Entrei em uma busca pessoal de meus valores, de minha missão, de quem sou eu, para que estou aqui, e descobri várias facetas até então desconhecidas. Nas sessões mediúnicas na Casa Geraldo Ferreira, de 1994 a 1999, os médiuns de minha turma viam naves espaciais e seres diferentes de outros planetas trabalhando em conjunto com os humanos desencarnados na desobsessão e doutrinação de espíritos em dificuldades. Fiquei surpresa com os relatos e vi coincidências entre os fatos relatados e as minhas convicções. Mais surpresa ainda porque estava Coleção Biblioteca UFO © 27 Mônica de Medeiros e Margarete Áquila em uma casa Espírita e não esperava que falassem sobre isso. Como era uma turma jovem, novas ideias estavam surgindo e preconceitos ou conceitos antigos e rígidos estavam se transformando. Até essa época havia lido diversos livros sobre Ufologia, porque o tema e os fatos relatados eram para mim muito naturais, como se já os tivesse vivido, sem precisar me esforçar para acreditar neles. O livro com que mais me identifiquei na época foi o do autor Charles Passwell, Semeadores do futuro, onde as experiências vividas por ele me soavam como naturais. Em 1997, iniciei o projeto musical Xendra, nome inspirado por uma amiga, mãe de minha parceira na época, que segundo o livro de Passwell significa portal interdimensional de luz. É assim que vejo meu trabalho musical: uma ferramenta para abrir portais e transportar as mentes e corações a outro estado de consciência. Esse projeto nasceu quando estava em meu processo de autoconhecimento e percebi a suavidade de minha voz aceitando-a como era. Antes disso queria cantar músicas mais agressivas que condiziam com meu estado psicológico e comportamental. Foi um processo lento de autoaceitação. Precisei compreender que minha agressividade vinha, dentre outras coisas, do medo de não ser amada e respeitada. Com isso meu coração se acalmou. Comecei a tirar a máscara de autoproteção (a agressividade) e percebi o que tinha de mais positivo na suavidade da minha voz e do meu ser. Foi aí que se iniciou esse projeto musical de elevação energética que promove a interiorização, o autoconhecimento, o contato com as mazelas interiores e liga o ser ao mais sutil e mais elevado em nós, onde podemos fazer emergir o melhor de nossa essência. Não sabia bem o que estava fazendo, mas ao cantar sabia o que queria causar nas pessoas. Esse trabalho, que continua até hoje, bem mais claro e definido em seus objetivos, culminou nos oito CDs e DVDs com músicas para elevação energética. Em 1999 resolvi pesquisar mais a fundo sobre Ufologia quando percebi que meu trabalho musical tinha uma sintonia muito forte com este campo de pesquisas. Conheci as mensagens de um ser, que denominamos O Arcturiano, e elas condiziam muito como a minha maneira de raciocinar. Sua coerência era fantástica e seu conhecimento de psicanálise era enorme e ainda incompreensível para mim. Nas mensagens que recebi e nas conversas que tive com esse ser através de um contatado que as transmitia notei 28 © Coleção Biblioteca UFO Projeto Contato como eu era vulnerável, ainda, às situações mais difíceis que aconteciam em minha vida. Isso se devia ao fato de ainda conhecer muito pouco sobre minhas fraquezas e de perceber como era escrava delas. O Arcturiano sempre dizia que somos escravos daquilo que não conhecemos em nós e que nos tornamos fracos por esse motivo. Que somos bons em essência, só não sabemos o quanto. Isso me uniu mais ainda com a Doutrina Espírita aonde tive o primeiro insight [Compreensão] de autoconhecimento (e que é um de seus pilares), e com a Ufologia, onde seres como O Arcturiano, me ensinaram tanto sobre sua importância. Este ser me aconselhou a estudar duas coisas (além de um monte de outras): psicanálise e física quântica. Com esse conselho fiz o curso de Psicanálise, o que gerou uma reviravolta em minha vida. Ele dizia que isso me aproximaria da maneira de pensar de um ser extraterrestre de quinta dimensão à qual ele pertence. Comecei então minha jornada na pesquisa e percebi a razão de seu pedido. Ainda era muito rasa em meus potenciais e dificuldades. Tinha paradigmas e crenças absurdamente reducionistas e limitadas que separavam nossos mundos com um abismo gigante. Esses estudos e a mudança interior acabaram, então, se tornando uma importante meta. Queria de alguma forma diminuir a distância existente entre mim e esses seres mais evoluídos, para ter condições de conversar de maneira linear, sentir a paz e a harmonia que eles sentiam mesmo no meio de um furacão. Percebi que seres da quinta dimensão são felizes independentemente do que ocorre e seus sentimentos são simples e profundos, enquanto que as nossas emoções, seres tridimensionais, sofrem muitas oscilações e nos enlouquecem em determinados momentos. Aquela serenidade e felicidade me trouxeram a forte necessidade de superar minhas deficiências. Tomando por base os estudos da psiquê humana, busquei compreender, ainda que por amostragem, como sentem, pensam e reagem seres de maior evolução, fossem extraterrestre de quinta dimensão ou seres humanos desencarnados mais evoluídos que chamamos de mentores ou seres de luz. Analisando ensinamentos daqueles com quem tive contato mais amiúde, depreendo que seres de evolução similar têm objetivos parecidos, ainda que sejam de planetas diferentes. Os próprios extraterrestres com os quais contatamos dizem que nós temos a mania de separar tudo em Coleção Biblioteca UFO © 29 Mônica de Medeiros e Margarete Áquila pequenos pedacinhos e que para eles isso não existe. O que existe são seres mais evoluídos deste e de outros mundos e dimensões atuando na mesma força-tarefa cujo objetivo é elevar a consciência e o padrão vibratório da raça humana para o novo milênio e para as novas energias que exigem mais evolução, a fim de gerar o que chamam de quantum energético necessário para permitir a entrada na Nova Era. Em 2009, em outra crise existencial, percebi que estava longe de meus objetivos. Não sabia onde errara nem o que devia fazer, mas tinha uma intuição de que era preciso retomar o caminho, concentrarme no que tinha a realizar. Com essa necessidade gritando dentro de mim, em uma angústia por respostas busquei uma iniciação xamânica. Senti a necessidade de estar em contato com meu ser essencial. Buscava novamente as respostas dentro de mim. Sabia que precisava mudar e precisava descobrir todo esse mistério. Fui para a iniciação com medo de passar mal, de ter visões assustadoras, como foram relatadas por pessoas que haviam passado pela experiência. Em determinado momento saí consciente de meu corpo em uma projeção astral, e em estado alterado de consciência tive experiências indescritíveis e maravilhosas. Dentre as coisas que ocorreram e que não cabe detalhar aqui, a mais importante é a experiência musical acompanhada por seres diferentes. Em determinado momento fui levada por um ser (o qual só ouvia a voz) para um local muito diferente da Terra, com prédios construídos de cristal. Um local amplo, aberto, com plantas de cores muito vivas, neon, animais de grande porte como leões e tigres mansos e soltos ao meu lado. Tudo muito calmo e silencioso. Este ser me contou que vivi naquele local e que meu trabalho era o de repórter. Achei muito esquisito porque nunca pensei nesta profissão, nunca me interessei pelo assunto. Ele continuou dizendo que minha função era transmitir as notícias do planeta Terra através de minha voz, cantando melodias. Quando cantava colocava sentimentos e utilizava determinadas escalas melódicas e dessa forma compreendiam se algo triste ou alegre havia acontecido no planeta Terra. Achei bem interessante e para mim fazia sentido. A música realmente traz em suas melodias e letras mensagens carregadas de emoções. Dito isso, me trouxe para a Terra novamente e me 30 © Coleção Biblioteca UFO Projeto Contato mostrou cenas onde eu poderia atuar com a música utilizando conhecimentos acumulados durante encarnações e que foram desenvolvidos nesta última. Falava da capacidade de compreender as mentes e os corações, interpretar suas necessidades, transformá-las em melodias e, com isso, criar um elo entre o ser mais profundo com sua sabedoria interior e com Deus. Isso traz esperança e reascende no ser a vontade de viver e de ser feliz. A partir desse dia, comecei a estar em contato mental com o ser das plêiades chamada Shellyana. Ela me trazia informações de como trabalhar com melodias, determinadas notas, duração, timbre, volume e palavras mântricas que, associadas à imposição de mãos, principalmente na região das têmporas, atingiria o sistema límbico (na região cerebral), onde decidimos e determinamos o equilíbrio ou o desequilíbrio de nossa saúde. Mas isto será descrito com mais detalhes no capítulo referente à ação dos extraterrestres aqui. A partir deste instante, meu trabalho para cura emocional e mental vem sendo desenvolvido em conjunto com Shellyana na Casa do Consolador. Descobri que a melhor forma de conquistar minha evolução é colaborar com o planeta, oferecendo a riqueza, ainda que mínima, existente dentro de nós, direcionando-a para o bem maior. Coleção Biblioteca UFO © 31 Mônica de Medeiros e Margarete Áquila 32 © Coleção Biblioteca UFO Projeto Contato Capítulo 2 Porque vim parar na Ufologia D Mônica de Medeiros esde 2006, venho palestrando em diversos eventos no Brasil de Ufologia e de espiritualidade e conhecendo muita gente que busca respostas nas estrelas, ansiando por resoluções para uma vida que não entende ou não suporta neste maravilhoso planeta em que, por ora, vivemos. Nessas centenas de palestras, mormente após as mesmas, respondo a diversas perguntas, nem sempre relativas à palestra recém-finda. Uma pergunta que sempre me fazem: “Como foi que você veio parar na Ufologia?” A resposta vem “da minha infância”, como ocorre com a grande maioria de pessoas que militam ou se interessam por este controverso e fascinante assunto. Lendo esse capítulo, você poderá encontrar explicações psicológicas que negam a realidade que vivi e vivo. Nada contra o ceticismo, já que sou ampla partidária do mesmo. Mas nem tudo é tão imediato quanto as explicações superficiais indicam. Rótulos são sinais de superficialidade de conceituação. A ciência planetária é exímia em rotular e descaracterizar tudo aquilo que nega ou não prova, seja por ignorância, no sentido de ainda não ter o conhecimento, seja por conveniência. A ciência planetária ainda não tem meios de provar a existência de uma Fonte Criadora, seja ela denominada Deus, Yaveh, Alá, Vishnu ou qualquer outro nome que Coleção Biblioteca UFO © 33 Mônica de Medeiros e Margarete Áquila se queira dar. Nossa ciência prende-se ao mundo material e é excelente em destrinchar os enigmas da terceira dimensão. Mas, a própria ciência aborda o não tangível. Cada dia mais abre portas que nem ao menos julgava existirem. A física quântica tem exercido seu papel de ampliar horizontes de modo extraordinário. O problema é que a ciência caminha ignorando outras realidades de vida. Somos seres multidimensionais que, também, nos manifestamos na terceira dimensão. Mas não somos apenas tridimensionais. Somos muito mais. Sempre que o assunto Ufologia reveste-se de caráter espiritual é apontado como ilusionismo, delírio ou esquizofrenia por parte de não adeptos do assunto e por parte de adeptos que se intitulam cientistas ufológicos. Só que um grande percentual destes amantes da Ufologia científica sequer avistaram um UFO e, talvez, por isso, querem rebaixar os que têm contatos ao nível de delirantes. Na verdade, creio que existem os enciumados e os vigilantes. Mas, com certeza absoluta, estes céticos ufológicos são o “pé no chão” sem o qual a Ufologia já estaria perdida na credibilidade por causa de pessoas que, contatadas ou não, usam este campo como meio de autopromoção. Enquanto negarmos a possibilidade de outros planos de existência ou de múltiplas encarnações no mundo físico porque a ciência não os comprova, vamos nos arrastar em busca de respostas. Existem milhares de provas, e em todo o mundo, de que a reencarnação é um fato. É dessa forma também quanto à vida extraterrestre. E nada muda, substancialmente, em relação a estes assuntos no conceito da ciência terrestre. Se quisermos expandir nossa humanidade a nível cósmico, é preciso antes nos despojarmos de preconceito — ou nos despreconceituarmos, como costumo dizer — e nos abrirmos a outras possibilidades. Aceite este convite: leia com atenção e discernimento. Pesquise, como Margarete Áquila e eu fizemos, fazemos e faremos, ampliando sempre nosso horizonte sobre o contato com seres extraterrestres, atemporais talvez, sobre outras dimensões e possibilidades de vida, em diferentes manifestações da energia que constitui tudo, jamais acreditando que chegamos ao limite. O limite está no infinito. Tive a felicidade de nascer em uma família com grande diversidade religiosa, ou seja, somos católicos, evangélicos, espíritas e agnósticos desde 34 © Coleção Biblioteca UFO Projeto Contato sempre. Religião não é assunto para discussão, mas complementação entre nós. A paranormalidade nos é compreendida como algo normal e nada excepcional. A minha surgiu na primeira infância e entre piscadelas de cumplicidade dos adultos e “puxões de orelha”, fui aprendendo a encarar essa faculdade como apenas mais um sentido. O centro do meu universo infantil era meu avô paterno, João. Um homem humilde, simples e engraçado que tinha predileção por contar histórias e tocar violão para os netos. Ele era diabético e perdeu a visão antes dos 60 anos, tornando-se menos alegre e confiante, mas sem perder a bondade que lhe era característica. Era hábito, naquela época, que as crianças dormissem após o almoço e eu era muito obediente. Em uma dessas tardes, acordei chorando porque tinha sonhado com o falecimento de meu avô. Eu tinha cinco anos e a morte era algo que eu não havia conhecido ainda. Infelizmente, ele se foi do mundo tridimensional um mês após meu sonho. Uma noite, meses depois, acordei com meu avô sentado em minha cama, me contando histórias e não mais cego e infeliz. Minha vida voltou a ser brilhante e alegre porque, virava e mexia, lá estava ele a me embalar os sonhos pueris. Mas, sempre tem um “mas”. Não muito tempo depois, ele me disse que não mais poderia vir e me lembro bem que minha tristeza foi imensa. Contudo, ele me disse que um amigo viria brincar comigo e que era só esperar. Não me recordo o tempo decorrido, mas em uma noite, acordei e vi um ser muito branco, com cabeça e olhos grandes, como que flutuando sobre minha caminha. Ele me disse, lembro-me de tê-lo ouvido dentro de minha cabeça, que era o amigo de meu avô. Aquele ser era branco, cabeçudo e amigo. Logo, só poderia ser o Gasparzinho, o fantasminha camarada, e eu adorava suas histórias. Pulei de alegria e ele me mandou um sorriso mental de volta. Nisso, uma esfera vermelha saiu da mão dele, flutuando no ar e se transformando em nosso planeta Terra. Ele me mostrou uma Terra com cidades com grandes viadutos e prédios enormes de vidro coloridos. Estávamos na década de 60. Ele mostrou também planetas que não compreendi e mudanças na geografia da Terra que entendi menos ainda, já que não fazia nem ideia de como era a imagem dos continentes do nosso planeta. O ser me disse que eu não iria me esquecer das imagens que me mostrava e que eu teria um trabalho a fazer, mas que não precisava me preocupar porque ele e Coleção Biblioteca UFO © 35 Mônica de Medeiros e Margarete Áquila seus amigos iriam me ensinar o que fosse necessário. Eu dormia no quarto de minha tia Iracema, o outro anjo que essa vida me trouxe. Chamei por ela, mas não pareceu me ouvir porque não acordou. O Gasparzinho saiu voando pela janela fechada e isso me assustou, então, lembrei-me dos quadrinhos, afinal, fantasmas passam por janelas e paredes. Na manhã seguinte, contei para minha tia e minha avó Rachel sobre o meu novo amiguinho, e claro que ouvi: “Foi apenas um sonho!” Só que, logo em seguida, começou um mundo de aventuras noturnas para mim: um Gasparzinho bem diferente voltou. Agora acinzentado, cabeçudo e pouco maior que eu. Parecia mais sólido também, porque me pegou pela mão e o Gasparzinho branco não tinha me tocado em momento algum no primeiro “sonho”. Além disso, não estava sozinho. Trazia mais dois amiguinhos dele para brincar comigo. Eles eram muito parecidos e, a princípio, lembro-me de tê-los considerado irmãos. Depois, com o tempo, comecei a perceber diferenças de altura, formato da cabeça, dos olhos, da maneira de olhar. Somente o primeiro de cabeça mais arredondada falava comigo, contudo, dentro da minha cabeça. Se eu elevava minha voz, ele me olhava e inclinava a cabeça de um jeito engraçado, como se quisesse me entender. Talvez, penso hoje, entender minhas emoções. Daqui para frente, meu relato é de lembranças trazidas à tona devido a minha iniciação como xamã, em 2005. Do Gasparzinho eu me lembrava. Afinal, nesse ano, os extraterrestres já haviam invadido minha vida de novo, mas uma enxurrada de memórias, nem tão boas, me afogou, literalmente, em fobias que ainda luto para curar. Hoje, compreendo bem o processo pelo qual passei e sinto pelos meus amiguinhos de infância um grande carinho. São memórias fragmentadas de momentos vividos com esses seres que chamamos de extraterrestres, alguns grays ou zetarreticulianos e outros humanoides adâmicos. O contato inicial sempre foi com os grays, principalmente o primeiro dos cinzentos que se identificou tempos depois como Zylok, com o qual ainda tenho contato esparso. Guardo lembranças de ser retirada de minha casa através de um feixe de luz que fazia tudo parecer mais comprido e frio e que me dava uma sensação de ser puxada pelo estômago. Estar dentro daquele raio era como tirar uma fotografia dentro de um carro em alta velocidade: tudo ficava borrado. Era muito rápido e sentia tontura e falta 36 © Coleção Biblioteca UFO Projeto Contato de ar. Bastava estar em minha cama e, de repente, me via em uma nave pequena que voava rápido pelas nuvens, deixando as luzes das cidades lá embaixo. Apenas uma vez vi isso, e até hoje tenho medo de altura. Os grays eram os únicos ocupantes que via na nave, mas não era sempre a única criança humana presente. Às vezes havia outras, algumas mais acordadas do que eu, outras ainda dormindo. Felizmente, foram poucas vezes. Não me lembro de haver qualquer reação contra os abdutores. Nenhum mal nos era feito nessas curtas e rápidas viagens que terminavam quando a pequena nave entrava em uma bem maior. Na primeira vez, achei que estivesse sendo engolida por uma baleia, que era o maior animal que havia na Terra e que eu conhecia. Dentro da nave maior, que podemos chamar de nave-mãe, as características da navezinha permaneciam e, hoje, posso descrever isso em termos adultos: aparência de aço escovado, luzes indiretas e amenas ou muito brilhantes, temperatura agradável, ainda que mais fria do que o normal, silêncio, ausência de movimento de outros seres, como se estivéssemos em um andar reservado para nós. Meu amiguinho me levava pela mão, sem qualquer reação minha de fuga, para uma sala onde havia uma mesa de metal bem alta e sobre a qual havia focos de luz, uma típica mesa de exames ou cirurgia, que vemos nas salas de nossos centros cirúrgicos. Não me lembro como eu chegava à mesa, pois ela era alta tanto para mim quanto para os grays. Mas, deitada nela, eu não podia me mover, exceto os olhos. Isso me dava uma sensação de medo muito grande, um medo que ainda se insinua à medida que estou escrevendo este capítulo. Dessa sala tenho lembranças desconfortáveis, algumas dolorosas: hoje concluo que eram lembranças de ter minha mente invadida por mentes muito mais fortes que pareciam ser capazes de ler minhas memórias trancafiadas nas linhas do tempo de vidas passadas. Eles entravam dentro de mim pelos meus olhos, era desse jeito que sentia. Seus olhos negros e grandes. Lembranças de agulhas e metais frios sendo introduzidos em meu corpo, causando dor e agonia. E, ao mesmo tempo, lembrança de seres muito altos, muito bonitos e tranquilos que insistiam em dizer, mentalmente, que não precisava temer coisa alguma, que tudo estava bem e que eles não queriam me machucar. Mas, às vezes, me machucavam, contudo, eram capazes de encher minha mente de “fogos de artifícios”, como a beleza e a expressão de Coleção Biblioteca UFO © 37 Mônica de Medeiros e Margarete Áquila alegria infantil que temos ao ver os fogos de artifício colorirem o céu noturno com formas lindas. Era isso o que eles me davam, quando a dor estava presente. Isso e uma espécie de sorvete de creme, depois de tudo. Aliás, para registro, não aprecio sorvete de creme até hoje. Esses momentos de dor eram muito menos frequentes do que os momentos de pura alegria junto a eles, fossem grays ou humanos gigantes. A maioria das vezes em que fui à nave-mãe, tanto quanto me lembro, não havia o raio de luz. Apenas me afastava de meu corpo físico, via-o na minha caminha, e seguia com Zylok em direção a outro plano de existência. Eu achava que eles deixavam um robô no meu lugar, pois não entendia de projeção astral, na época. Essas eram as viagens gostosas, porque não havia sala de cirurgia, nem agulhas. Não havia dor, nem medo. Infelizmente, não tenho lembranças claras desses momentos. Parece que ir com o corpo físico as memórias ficam mais bem registradas. Nesse período, minha vida ficou bastante conturbada. Falar aos adultos sobre meus amiguinhos me conferiu o rótulo de mentirosa. Como eu mudei de comportamento, me levaram à Federação Espírita do Estado de São Paulo (FEESP), onde me analisaram como vítima de obsessores e me prescreveram atendimentos com passes. O tempo passado na FEESP foi fundamental para vencer um medo terrível que me tirava a alegria e me impedia de andar no longo corredor de minha casa, onde ficavam os quartos e o banheiro. Eu não ia sozinha no banheiro de jeito nenhum e só andava pelo corredor de manhã, correndo e de olhos fechados. Mas nada pareceu alterar as visitas dos amiguinhos, até que fiquei bem doente, sendo desenganada pelo pediatra. Fiquei internada muitos dias e saí bem enfraquecida. A partir de então nunca mais me lembrei deles. Passei a ser uma criança quase normal, porque a paranormalidade permaneceu. Como milhares de pessoas, vibrei com as séries que começaram a invadir a televisão nas décadas de 60 e 70, como Perdidos no Espaço, Jornada nas Estrelas, do lúcido e conectado Gene Roddenberry, Túnel do Tempo e, então, Steven Spielberg resolve acordar milhões de pessoas com os inesquecíveis Contatos Imediatos de Terceiro Grau e ET. George Lucas aprofunda ainda mais com a saga Guerra nas Estrelas. Lembro-me de ter saído do cinema com meu irmão mais velho, Milton, depois de vermos Contatos Imediatos de Terceiro Grau, olhando para o céu e 38 © Coleção Biblioteca UFO Projeto Contato cantando a música tema. A sensação de “voltar para casa” era tão grande em nós dois que sorríamos sem vontade de entrar no carro e irmos embora. Uma sensação de “tem algo nisso que me traz imensa felicidade e saudade”. Saudade do quê? Nem ao menos me detive em procurar a causa. O tempo passou sem novidades, estudei e me formei médica pela Unicamp, fui para Chicago aprender com outra cultura e retornei ao Brasil para cumprir meu ideal. Pouco depois, em 1992, fundei uma entidade universalista filantrópica voltada a ajudar seres em sofrimento, hominais e animais, denominada Casa do Consolador. Tudo dentro da maior normalidade para humanos até que em um costumeiro domingo de outubro de 2003, no evangelho no lar com amigos queridos e tia Iracema, a mensagem usual de um mentor foi dada por um ser muito estranho, de fala rápida e metálica, objetiva, amistosa, mas não amorosa, que disse chamar-se Vishnar e que foi percebido por todos como um ser alto, azul acinzentado, de pele de golfinho, cabeça longa, olhos grandes e oblíquos. Ele falou que era tempo do trabalho conjunto começar e nada entendemos. Dias depois, dentro da Casa do Consolador, outro ser se manifestou, também através de canalização. Disse chamar-se Akhenaton, era mais forte mentalmente, hominal como nós, falou sobre a missão que nos cabia e que o tempo havia chegado. O que mais estranhamos foi a queda brusca de temperatura que se produziu na sala em que estávamos. Era um dia de sol quente e sentimos frio. Vimos luzes dentro da sala, como esferas azuladas com movimentos nada ordenados, mas sem qualquer caos. Nossos sentimentos eram um misto de euforia e receio, afinal, nada sabíamos desses dois seres que falavam com voz tão metálica que nos doía o ouvido. Eles nada mais informaram além das mensagens que davam. Não tive sonhos ou projeções astrais relativas a eles e a desconfiança sobre as intenções dos mesmos era grande. Sem qualquer referência a qual pudéssemos nos agarrar, perguntamos aos mentores da Casa do Consolador o que estava acontecendo e apenas ouvimos que irmãos de fora estavam se aproximando para trabalhar. Uma noite, semanas depois, enquanto tomava banho, ouvi minha cadela beagle, Sissi, começar a uivar muito. Na época, tinha 33 gatos e 8 cachorros. Mas somente Sissi se manifestou, ela é sapeca, mas muito silenColeção Biblioteca UFO © 39 Mônica de Medeiros e Margarete Áquila ciosa e só uiva em raras situações, como um alarme. Pensei que alguma coisa estava ocorrendo com minha adorada tia Iracema, já dependente física, cuja suíte dava para a porta do meu banheiro. Desliguei o chuveiro, me enrolei em uma toalha e sai para o corredor entre os quartos. Deparei-me com um ser feminino, humanoide, de traços muito delicados, cabelo de um castanho dourado até os ombros, olhos grandes e azuis, vestindo um macacão azul-pomba, com um símbolo na altura do coração. Ela ergueu a mão direita, mostrando a palma para mim e, por telepatia, disse: “Saudações!” Falei, então, a frase da minha vida: “Abdução de toalha, não!” Como se eu nada tivesse falado, ela continuou, por telepatia, dizendo que estava ali para iniciar nosso trabalho e que me propunha trazer um novo método para ajudar meu povo e, em troca, eu deveria divulgar o povo dela e falar sobre a presença e o porquê desta presença para o “meu povo”. Naturalmente, eu disse que aceitava. Fiquei extasiada com a oportunidade de conhecer o novo, de trocar informações, de ser a escolhida. Ela, claramente, leu meus pensamentos porque moveu ligeiramente a cabeça, mas continuou como se a enxurrada de bobagens que passava por minha mente não a perturbasse. Disse-me que eu teria de modificar algumas coisas para produzir o ectoplasma adequado para o trabalho deles. Não poderia mais comer qualquer animal, o que não me pareceu difícil, já que eu quase não usava carnes. Não poderia tomar bebidas com xaropes artificiais, e isso foi complicado porque eu amava essas deliciosas gasosas, ainda que soubesse do malefício à saúde que são. Então, temi pelo pior: ouvir dela que eu deveria parar de comer chocolate. Mas, a extraterrestre sisuda apenas completou meu pensamento: “Isto não está no contexto agora”. Sua última solicitação foi que eu falasse sobre “eles” onde me convidassem e eles concordassem — ela sempre falava no plural quando se referia ao seu grupo —, ou seja, que eu me expusesse e disso não gostei, mas concordei porque me senti lisonjeada. Quanta tolice! A vaidade que ali se insinuou poderia ter posto fim a todo o projeto deles. Minha tia Iracema, que tinha grande sensibilidade e viu a extraterrestre, respondeu, em poucas palavras, minha pergunta sobre como ela se chamava: “Shellyana. Plêiades como origem”. Então, o primeiro momento foi muito bom e pôde ser compartilhado com a pessoa que eu mais respeitava. Imediatamente, telefonei para 40 © Coleção Biblioteca UFO Projeto Contato meus amigos mais próximos, todos da Casa do Consolador e membros das reuniões de domingo em minha casa para contar a novidade. Assim tem sido desde 2004, já que comecei a falar imediatamente sobre a vida fora da Terra, dentro da Casa do Consolador. Mas, não foi tudo tão fácil. A emoção foi se apoderando de mim e do meu grupo de amigos. E morreu quando passei a falar sobre os extraterrestres dentro da entidade universalista. A maioria dos trabalhadores começou a temer por minha sanidade mental. O diagnóstico de minha infância voltou: obsessão. Agora mais séria porque, afinal, eu era a presidente da Casa. Frequentadores deixaram de comparecer, trabalhadores arrumavam desculpas para se ausentar. Uma obra de 12 anos ficou em sério risco. Então, o sumido Akhenaton manifestou-se novamente, agora baixando a temperatura de todo salão de atendimento em pleno novembro para menos de 15º C em poucos minutos. Disse que eles iriam se mostrar quando estivéssemos perto do mar. Ora, todo primeiro sábado de dezembro, reunimos trabalhadores e frequentadores da Casa do Consolador em uma praia em Peruíbe para um trabalho espiritual especial que vai das 19h30 até a meia-noite, pontualmente. Tal trabalho é realizado com permissão da Prefeitura da cidade e, por gratidão, levamos leite para as crianças assistidas pela mesma. E os extraterrestres diziam que iriam se mostrar bem ali?! E se nada acontecesse? Minha credibilidade, que já estava bem abalada, seria pulverizada. Conversei com meus amigos mais chegados e resolvi nada falar aos demais. Mas vazou. Sempre vaza. Nossa expectativa nunca foi tão grande. Entre os trabalhadores e frequentadores presentes, havia os que em nada disso acreditavam. O céu estava muito nublado e, pensei que nem se os extraterrestres aparecessem mesmo, a gente poderia vê-los, além do que ventava demais. Era areia pra todo lado. Então, fiz toda força possível para negar qualquer coisa que vissem ou achassem que estavam vendo. Às 19h30, uma nave em forma de charuto passou no céu no sentido da Praia Grande. Logo, várias pessoas apontaram e disseram: “Olha uma nave”. Ao que respondi: “É um avião”. E tive que ouvir de um garoto: “Avião sem asa? Parece mais um ônibus”. Os trabalhos sempre acabam com todo mundo na beira do mar e sou a última a sair do mar, onde agradecemos pelo ano e pedimos iluminação Coleção Biblioteca UFO © 41 Mônica de Medeiros e Margarete Áquila para o ano seguinte. Quando me virei para caminhar de volta à praia, vi que todos os presentes, aproximadamente 190 pessoas, olhavam para o céu. Entre eles e bem na frente, estava um dos maiores céticos. Acompanhei o olhar do “meu povo” e vi naves se movendo. Lindas naves se movendo pelo céu estrelado daquele sábado, 04 de dezembro de 2004. Foram cerca de 20 minutos de sondas azuis-celestes a descer sobre o grupo, de uma nave a percorrer o horizonte e lançar um raio verde de uns 100 m, de uma frota a evoluir. As quase 200 pessoas que estavam na praia entraram em um estado de euforia caminhando para dentro do mar e ficando com água até os joelhos. Tudo estava tranquilo no oceano até que duas nuvens ou massas de plasma se formaram sobre as águas e se aproximaram de nós, devagar, até que parassem por completo. O foco da atenção da maioria passou a ser essas “nuvens” arredondadas. Alguns, eu inclusive, começaram a andar para perto delas e outros, começaram a andar para trás, em sentido oposto. Alguns ainda estavam focados nas naves no céu. Tive medo que algo mais fosse ocorrer e o pânico causasse feridos, na tentativa de saírem do mar correndo, porque eram homens, mulheres, idosos e algumas crianças. Pensei em direção às nuvens: “Não é hora para isso agora”. As nuvens, quase que imediatamente, se moveram de maneira muito rápida para o lado sul da praia, deixando um rastro de luz e sumiram. Elas simplesmente sumiram. No céu, ainda víamos duas naves se movendo, também na direção sul. E, então, tudo acabou deixando um misto de alegria e tristeza em meu coração. Será que se eu tivesse confiado mais, outro grau de contato teria ocorrido? Um contato de terceiro grau com tantas pessoas ao mesmo tempo? Mas o pânico dessas mesmas pessoas, muitas dentro do mar, com água até às coxas, poderia causar uma tragédia para todos. Depois disso, nunca mais tive um momento sequer semelhante a esse. Vi naves poucas vezes mais. Trabalho em contato amiúde com a Shellyana das Plêiades e outros extraterrestres atuam dentro da Casa do Consolador, mas nunca mais vivi a emoção daquele 04 de dezembro. Foram momentos em que humanos, crentes e céticos ficaram encantados e atônitos, não mais podendo negar o que vinha sendo dito. O médium, que era o maior incrédulo, batia palmas e gritava: “Valeu Ashtar!” Afinal, Ashtar Sheran é o mais conhecido “extraterrestre” desde 42 © Coleção Biblioteca UFO Projeto Contato o ET, de Spielberg. O depoimento de pessoas presentes nesse momento, ainda participantes da Casa do Consolador, os quais aceitaram o convite para se manifestar, com nome e profissão, estão no final deste livro, sem edição. As que quiseram depor no anonimato não foram incluídas. Apesar do que viveram, mantêm o receio da execração pública. A partir daí a rotina da Casa do Consolador foi alterada. Quem acreditava nos extraterrestres permaneceu, quem não acreditava, saiu. Em 2005, os extraterrestres passaram a atuar dentro da Casa visando ajudar em processos de cura energética para pessoas que buscavam nossa ajuda e falaremos sobre isso em outro capítulo. Eram sondas azuis percorrendo o salão de atendimentos, temperaturas baixas, uma energia subindo por nossa coluna, como se choques elétricos suaves nos fossem aplicados. Seres estranhos sendo vistos pelos clarividentes, vozes metálicas em comunicações. Eles deixaram de ser desconhecidos para serem parceiros. Shellyana, sabiamente, passou a me chamar de Unidade, para que eu soubesse, exatamente, minha importância no processo: nenhuma. E tenho aprendido muito com ela, de quem sou canal, como Margarete Áquila, que é chamada de Unidade Som por nossa amiga estelar. Muita coisa se passou nesses anos de trabalho conjunto. Muito aprendi e compreendi sobre a família universal da qual a humanidade se esqueceu que pertence. Vamos abordar todos os tipos de contato que conhecemos entre nossa humanidade e nossos visitantes, sobretudo, vamos procurar desmistificar esses contatos. Se é real que ser um abduzido ou um contatado gera muito desconforto com situações desmoralizantes, também é verdade que esse fato pode ser usado de modo egoísta e eticamente incorreto. Infelizmente, ainda que possam ser contatados e, desta maneira, terem mensagens para transmitir, a maioria dessas pessoas parece estar preocupada apenas com a promoção pessoal e com o quanto podem vir a ganhar com isso. De modo algum, esse comportamento é aceitável eticamente. Ser um contatado não é sinal de maior evolução, mas de maior débito para com a Terra e para com a humanidade. Portanto, um contatado deve ser um servidor. Há pontos que são deixados, inequivocamente, claros pelos extraterrestres com os quais temos contato, Margarete e eu: primeiro, eles não estão aqui para resolver nossos problemas, mas podem nos ajudar a Coleção Biblioteca UFO © 43 Mônica de Medeiros e Margarete Áquila encontrar soluções. Nunca na posição de pais ou anjos enviados, mas de irmãos mais velhos porque já passaram pelo que estamos passando na estrada da evolução quântica. Portanto, experimentaram, vivenciaram, sofreram e aprenderam. Segundo, jamais se colocam como seres superiores a nós, não dando conselhos ou fazendo previsões. Quando conversam conosco, evitam respostas para problemas pessoais, usando sempre de brevíssimas palavras de opção de outros pontos de vista. Não existe crítica, nem conselhos. Terceiro, nunca falam de se criar uma seita ou religião tendo-os por centro porque eles mesmos não têm religião. Claramente, creem na existência da força geradora a quem chamam de Fonte Criadora, mas não mais criam dogmas sobre isto. Nem pedem que façamos cultos a eles. Quarto, são eles que nos contatam e não o oposto. Como bem dizia o maior médium da era moderna, Chico Xavier, “o telefone toca de lá pra cá”. Quinto, abduzidos e contatados são devedores da humanidade. Nem vítimas, nem “escolhidos”. E, claro, mesmo sendo por telepatia, são extremamente concisos, sem palavras doces e amorosas. Consideram que perdemos muito tempo, falando demasiadamente. Jamais se poderá atribuir a um extraterrestre elogios ao seu canal ou petições ao seu favor, como: “Meu canal precisa ir ao Japão e não tem condições financeiras”. O canal interfere, o nível depende de sua ética, de saber manter-se apenas como um telefone, de vigiar-se o tempo todo. Os céticos criticam as mensagens dos contatados dizendo que são repetidas, abordando sempre o mesmo assunto: a fraternidade, a paz, a busca do autoconhecimento. Criticam a ausência de informes científicos que os extraterrestres poderiam dar. Bem, aqui, tenho duas considerações a fazer. Nossa humanidade não evolui moralmente, repetindo sempre os mesmos padrões de comportamento, baseados em medo e, por isso, em egocentrismo. Se analisarmos os diferentes períodos de nossa atual história, veremos que as reações são sempre as mesmas, quer na violência da era medieval, quer na violência da era atual. Mudam os métodos, mas não as emoções. Então, raças mais evoluídas ratificam os conceitos necessários para que a humanidade mude de rumo, ou seja, as mensagens versam sobre as mesmas necessidades. Se não apreendemos, eles repetem, do mesmo modo como os espíritos de luz da Terra o fazem. As mensagens são sempre as mesmas e assim serão até que compreendamos. 44 © Coleção Biblioteca UFO Projeto Contato Segundo ponto: existe uma diretriz de não interferência que implica em não conceder o que, ainda, não desenvolvemos. Seria um desrespeito crer que nossos cientistas são incapazes de encontrar soluções para os problemas que tornam a vida neste planeta mais difícil. Interferir seria comportamento paternalista, coisa que os extraterrestres mais evoluídos não apresentam. Contudo, se eles querem transmitir conhecimento tecnológico, procuram pessoas ligadas à área específica do conhecimento. Nada mais natural e compreensível. E esses contatados não se declaram como tal por causa do repúdio que sofreriam da comunidade científica. No contato com eles, fica muito claro que o caminho para a libertação da prisão dos conceitos e paradigmas em que vivemos é o do autoconhecimento. Neste ponto, eles são claros. Outro ponto do qual tenho mais certeza a cada dia é que não haverá resgate de filhos das estrelas, para quem acredita em um ponto crítico para a vida planetária. Somos todos seres evolucionários deste universo e não da Terra. Logo, tal resgate é inviável. Além do que, extraterrestres não têm eleitos. Haverá um momento em que o contato será em massa. Mas vai depender dos rumos que a humanidade escolher tomar. Atualmente, o contato ocorre com pessoas, com grupos afins com a lei da fraternidade, pois é sob esta lei que eles já vivem, pelo menos àqueles extraterrestres que tem evolução consciencial superior a nossa. No entanto, existem raças que não são amigas. Dessa forma, de modo superficial ou proposital, ouvimos de pessoas ligadas à Ufologia que evolução tecnológica só vem com a evolução moral. Não precisamos ir longe para compreendermos que tal axioma é incorreto. Basta analisarmos nosso próprio planeta para constatarmos que onde mais existe evolução tecnológica, não existe a contrapartida de evolução moral. Mas a maior parte do conhecimento ainda está por vir. É sobre isso que queremos tratar nesse livro. Se um inseto desconhecido e estranho entrar em sua casa, andando pelo chão, você tem as seguintes opções: (a) vai observá-lo, procurando descobrir se pode ser perigoso ou não; (b) faz de conta que ele não está lá; e (c) mata-o porque ele pode ser perigoso. Se escolheu a alternativa “a”, avance para a próxima página. Saudações! Coleção Biblioteca UFO © 45