ISSN 1679-0189
o jornal batista – domingo, 08/03/15
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Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira
Fundado em 1901
Ano CXIV
Edição 10
Domingo, 08.03.2015
R$ 3,20
RM 15.15B-16
8 DE MARÇO
DIA DE MISSÕES MUNDIAIS
1
MISSOESMUNDIAIS.COM.BR
2
o jornal batista – domingo, 08/03/15
reflexão
EDITORIAL
O JORNAL BATISTA
Órgão oficial da Convenção Batista
Brasileira. Semanário Confessional,
doutrinário, inspirativo e noticioso.
Fundado em 10.01.1901
INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189
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INTERINOS HISTÓRICOS
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A.B. Christie (1923).
ARTE: Oliverartelucas
IMPRESSÃO: Jornal do Commércio
O
segundo domingo
de março marca
o Dia de Missões
Mundiais. A data
foi instituída em 1946 e faz
parte do calendário oficial da
Convenção Batista Brasileira.
O dia é apenas o simbolismo
daquilo que devemos cultivar em nosso dia a dia: o
amor por missões.
Há um clamor vindo de
todas as nações. O mundo clama por paz, saúde,
educação, justiça, amor. O
mundo clama por Cristo.
Somente no Senhor Jesus
é possível encontrar as respostas aos questionamentos
da humanidade. Ele chama
todos os alcançados pela sua
Boa Nova a fazer com que a
resposta chegue aos lugares
mais remotos. Não importa
qual é o seu papel dentro
desta missão. De alguma
forma, Deus o usará para
levar a sua mensagem até os
confins da Terra no tempo e
lugar escolhidos por Ele. Este
é o foco da Campanha 2015
de Missões Mundiais – “Meu
Chamado, Voz de Deus às
Nações”: levantar vocacionados a fazer parte dos planos
Hoje é Dia de
Missões Mundiais
de Deus com tudo o que são,
sabem e têm.
Aproveite este dia para refletir: até onde seus dons e
talentos podem levar a voz
de Deus? Talvez não seja
possível mensurar o alcance
da mensagem do Evangelho a
partir do uso da sua vocação.
O importante é saber que a
partir do momento em que
você decide dedicar a sua
vida para o Reino, o Senhor
a usará.
Aquele momento em que
você leu as notícias dos campos missionários e resolveu
conversar com o Pai sobre
as necessidades ali apresentadas, a voz de Deus foi além.
A oferta entregue para o Dia
Especial de Missões Mundiais
também foi voz de Deus. A
viagem voluntária ao campo
não foi turismo; foi emprego
de dons, tempo e talentos
na prática do amor do Pai.
O momento em que compartilhou sobre missões com
outra pessoa foi a forma encontrada por Deus para fazer
ecoar a Sua poderosa voz.
Sabemos que Deus chamou todos nós, mas a cada
um Ele deu um projeto, um
Ca
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ministério. A partir da descoberta desta nossa vocação, alcançaremos o resultado que
Deus espera de nós. Vocação
não é coisa apenas de pastor.
Vocação é de todo cristão.
Todos somos vocacionados.
Inúmeras vezes a Bíblia nos
mostra que Deus nos vocacionou como um povo para
louvá-lo, mas, principalmente, para levar a mensagem
do Evangelho às nações. Por
isso, escolhemos para esta
Campanha o texto do apóstolo Paulo que diz que Deus,
pela graça, lhe deu o desafio
do apostolado em relação aos
gentios. Pegando o exemplo
de Paulo, queremos apresentar esse desafio às pessoas.
Foi a partir de Paulo que
cresceu a visão de alcançar
não somente judeus, mas
também os gentios. De certa
forma nós estamos aqui porque o apóstolo Paulo respondeu a essa vocação, a esse
chamado.
Hoje ainda há mais de 4
bilhões de pessoas que não
foram alcançadas, e nós precisamos entender que todos
temos responsabilidade com
elas. Precisamos alcançar
essas pessoas orando, contribuindo, indo, mobilizando.
Deus nos chama para isso.
Há uma clara compreensão
hoje entre os que estudam
missões de que o Brasil é
uma das forças principais
nessa ação. Nós precisamos
entender que vivemos nesse
tempo e precisamos responder às questões desse tempo.
Você tem um chamado. Todos temos um chamado. Permita-se ser usado por Deus.
Na sua cidade, no seu estado,
no seu país ou do outro lado
do mundo, não importa o local ou a circunstância. Deus
quer falar através de você,
seja resposta àqueles que clamam. E a JMM está aqui para
conectar a Igreja de Cristo
aos campos missionários.
Não cale o seu chamado.
Vamos viver de forma que
todos os dias sejam “Dia de
Missões Mundiais”, dias de
ganhar vidas para Cristo, não
importa de qual continente
elas sejam. Vem com a gente
ser voz de Deus às nações.
Vontade de Deus
situações que vivenciamos
hoje em dia no seio das
igrejas.
Indo direto ao ponto,
mas com tom paternal, o
artigo definitivamente induz à reflexão. Parabéns
ao escritor e parabéns ao
O Jornal Batista pela publicação, a qual acredito que
tenha sido da “vontade de
Deus”. Todos nós, leitores,
saímos enriquecidos com
ela.
S
ou leitor de O Jornal Batista há um
bom tempo e tenho
apreciado todos os
artigos publicados, porém,
o artigo intitulado “Vontade de Deus”, escrito pelo
pastor Julio Oliveira Sanches, publicado na edição
de 22/02/2015, realmente
me induziu a escrever-lhes
para agradecer pelo conteúdo. O autor foi muito
feliz ao redigi-lo, pois, com
clareza, concisão e fundamentação bíblica, expôs
João Marcos Barreto Soares,
pastor, diretor-executivo da
Junta de Missões Mundiais
Benjamim Tercio de Araujo,
membro da Primeira Igreja
Batista em Cruzeiro – SP
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reflexão
3
Acredite, milagres
ainda acontecem!
Almir Luiz Gabardo,
diácono da Primeira Igreja
Batista de Curitiba - PR
M
uitas vezes,
quando lemos
as Escrituras
Sagradas, imaginamos que os milagres
aconteciam, na maioria das
vezes, nos tempos de Jesus.
Cegos eram curados, paralíticos voltavam a andar, endemoniados eram libertos,
água se transformava em
vinho, pães e peixes eram
multiplicados para saciar a
fome da multidão que seguia Jesus, e tantos outros
que, pelo espaço reduzido
que me sobra para escrever este artigo, deixo que
a imaginação dos irmãos
continue trabalhando para
fazê-los lembrar de tantos
outros milagres operados
por Jesus e seus discípulos. Milagres continuam a
acontecer nos dias em que
vivemos, ou só ansiamos
termos vivido na época em
que todos eles aconteceram?
Eu sei que muitos de nós,
que vivemos pela fé e sabemos quem é o nosso Deus,
o grande Eu Sou, podemos
testemunhar de impossibilidades que se transformaram em realidade em
nossas vidas e nas vidas
daqueles a quem amamos.
Permitam-me compartilhar
o que aconteceu com minha família durante o casamento do meu filho no dia
18 de outubro de 2014. O
local escolhido pelo meu
filho e pela minha nora
foi uma linda chácara cercada por belas árvores e
um lindo lago ao centro
do local onde foi montada
toda a estrutura da cerimônia, incluindo o púlpito.
Durante duas semanas,
eles e nós, acompanhávamos a previsão do tempo
para nos precavermos em
caso de chuva. As informações eram que não haveria
chuva, apenas o céu estaria encoberto por nuvens.
Confiamos na previsão do
tempo, mas, nos esquecemos que moramos em Curitiba e, por aqui, tudo pode
mudar muito rapidamente.
E foi o que aconteceu. No
dia 17 de outubro tivemos um grande temporal
na cidade e nos arredores
com destruição de casas
e alagamentos. Esta chuva
continuava severa até as
primeiras horas do dia dia
do casamento.
Acordei cedo, olhei para
o céu carregado de nuvens
e falei com o Senhor: “Eu
acredito em milagres”. De
hora em hora eu orava e
dizia: “Eu continuo acreditando em milagres. Orei e
falei com Deus até as 16h
do dia da cerimônia, quando fui buscar minha esposa
que estava em um salão de
beleza a 50 minutos de carro do local do casamento.
A cerimônia aconteceria
às 17h30min. Ao sairmos
do salão, alguns pingos
de chuvas batiam contra o
para-brisa do nosso carro
e continuei falando com o
Senhor: “Continuo crendo
em milagres”.
Ao nos aproximarmos do
local da cerimônia, olhei
para o céu e percebi que
entre as nuvens carregadas,
havia um céu azul e sem
nenhum pingo de chuva batendo contra o vidro do carro. Estacionei na parte alta
da chácara e tive uma visão
maravilhosa. Todos os 300
convidados sentados ao
redor do lago e o querido
pastor Ricardo Lebedenco
esperando os noivos para
celebrar o casamento. Nenhuma gota de chuva caiu
sobre o local durante toda
a festa que se encerrou por
volta da 1h. A palavra foi
abençoadora, tocando o
coração de todos que ainda
não tiveram um encontro
com Jesus. Pude testemunhar para muitas pessoas o
que Deus fizera com toda a
alegria da minha alma.
Mais milagres? No dia seguinte, dia 19 de outubro,
a chuva reiniciou às 7h e
se prolongou durante todo
o dia sem dar descanso a
nós, curitibanos. Deus é
bom. Deus é muito bom.
Sim, milagres acontecem e
eu louvo a Deus porque Ele
é o mesmo ontem, hoje e
eternamente. Como é bom
adorar a um Deus assim.
Muitas vezes se não vivenciamos os milagres em nossas vidas, é porque precisamos exercitar a nossa fé,
nem que seja do tamanho
de um grão de mostarda, e
a resposta virá com toda a
certeza. Deus os abençoe.
Fiquem na paz.
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o jornal batista – domingo, 08/03/15
reflexão
GOTAS BÍBLICAS
NA ATUALIDADE
OLAVO FEIJÓ
Pastor, professor de Psicologia
Mulher
virtuosa,
joia
preciosa
Rogério Araújo, jornalista,
escritor, diácono da Igreja
Batista Neves –
São Gonçalo - RJ
A
busca constante na
vida do homem –
por mais que alguns
prefiram a quantidade para demonstrar-se ser
um “homem de verdade” – é
a qualidade em alguém que
tenha tudo o que precisa para
lhe fazer o bem e para lhe
completar.
Provérbios diz: “Mulher
virtuosa, quem a achará? Ela
vale muito mais do que joias
preciosas” (Pv 31.10). E não é
verdade? Riqueza nenhuma,
tesouro algum pode ser melhor do que achar essa pedra
preciosa chamada mulher.
Um ditado popular diz
que “Atrás de todo grande
homem existe uma grande
mulher”, porém, não seria,
na verdade, ao lado, em
vez de atrás? A mulher não
é sombra do homem, mas
alguém que o coloca para
frente, o apoia, e sempre
está ao seu lado.
As qualidades de uma mulher que a fazem joia preciosa na vida do homem são:
Confiável - Aquela pessoa
em quem se pode contar para
tudo: “O coração do seu marido confia nela, e não lhe haverá falta de lucro” (Pv 31.11)
Bondosa - Uma pessoa do
bem, calma, agradável: “Ela
não faz bem, não tem mal,
todos os dias da sua vida”
(Pv 31.12)
Sobre o que
estamos
conversando?
Não é preguiçosa – Guerreira, que luta pela vida a
dois ou pela família inteira:
“Ela busca lã e vinho, e trabalha de boa vontade com as
mãos” (Pv 31.13).
Forte - Uma fortaleza que
não se abala por nada e incentiva, não desestimula:
“Dedica-se com determinação e se esforça” (Pv 31.17).
Com todas essas “virtudes”,
será uma joia que brilha junto com a vida do homem,
confirmando o que o próprio
Deus falou em Gênesis: “Não
é bom que o homem esteja
só; eu lhe farei uma ajudadora que lhe seja adequada”
(Gn 2.18).
Parabéns às mulheres pelo
Dia Internacional da Mulher,
em 8 de março!
“E ele lhes disse: que palavras
são essas que, caminhando,
trocais entre vós, e por que
estais tristes?” (Lc 24.17)
J
á ressuscitado, Jesus se
encontra com dois discípulos, indo para Emaús.
Eles estavam tão abatidos que “Jesus perguntou
– O que vocês estão conversando pelo caminho?”
(Lc 24.17).
Sobre o que conversamos,
na caminhada de nossa vida
cristã? Não parece que gastamos nosso tempo só lamentando as circunstâncias em
que vivemos, neste mundo
de maldade? Será que facilmente nos esquecemos das
previsões de Jesus, dizendo
que “No mundo tereis tribulações?”. Mais ainda, será
que, acima tudo, não levamos a sério a Sua promessa –
“Tenham coragem. Eu venci
o mundo” (Jo 16.33)?
O Jesus com quem nos comunicamos hoje, é o Cristo
ressuscitado. Por que razão
só falamos da nossa tristeza,
por causa da sua morte? Na
frase “Eu venci o mundo” o
nosso mundo está incluído.
Nossas tentações, frustrações, tristezas estão incluídas. Sobre o que, então, deveríamos estar conversando,
pelo caminho? Não deveria
ser sobre as vitórias garantidas pelo Senhor? Saibamos
ou não, Ele está caminhando
conosco. Por isso, é melhor
aceitar esta realidade vitoriosa da vida eterna dentro
de nós, não importando as
dificuldades do caminho.
Mulheres de Deus
vitoriosas
D’Israel (Israel Pinto da Silva ),
colaborador de OJB, membro da Quarta
Igreja Batista do Rio de Janeiro
Mulheres de Deus são diferentes
Nos corações; nas mentes
Mulheres de Deus ficam buscando
Santificação por completamente
Não ficam sentadas em mesas de bares
Sujeitas a certos olhares
Nunca praticam a idolatria
Não consultam mortos e não acreditam
Em Quiromancia, Tarô e Horóscopo
Em Mapa Astral e não ficam fazendo
Regressão
Não dão sua mão pra cigana ler
São boas esposas, noivas e namoradas
São confiáveis e respeitadas
Mulheres de Deus estão sempre orando
Ficam vigiando constantemente
E ficam lendo a Bíblia Sagrada
Sempre estão pensando nas coisas de
Deus
São fortalecidas espiritualmente
Mulheres de Deus só querem fazer
A Sua vontade por completo
E buscam sempre o Reino de Deus
Mulheres de Deus amam o seu
semelhante como a si mesmas
São caridosas e prestativas, mui ponderadas
Andam com Jesus no caminho reto
Que as levam ao céu diretamente
Mulheres de Deus têm palavras vivas
Saídas da boca de Deus
Não são faladeiras; não são revanchistas
São pacientes e equilibradas; mui
conselheiras
Não perdem de vista a sua missão
Na face da terra- Evangelizar
Martha, Maria, Ana e Ruth
Ester, Judith, Débora, Dorcas
Foram mulheres de Deus; mulheres
levitas
Sempre dobrando joelhos no chão
A Deus suplicando, com toda certeza
Sabedoria, discernimento da sua Palavra
Perseverança na sua fé e libertação
Mulheres de Deus são aquelas que dizem
Nós e nossas casas a Deus serviremos
Não as derrubam com suas mãos
Nas suas portas colocam os seus
mandamentos
Para serem cumpridos e obedecidos em
todos os momentos
E têm certeza de que vão entrar no seu
Paraíso
Mulheres de Deus são virtuosas
Têm o perfume de Cristo; são vitoriosas
Salve o Dia Internacional da Mulher- de
Deus!
o jornal batista – domingo, 08/03/15
reflexão
PARÁBOLAS VIVAS
5
João Falcão Sobrinho
Trinta anos depois, a parábola viva
Silvia Néli Falcão Barbosa,
filha
M
eu pai escrevia.
Escrevia poesias, livros, mas
era conhecido
mesmo por suas parábolas,
publicadas na coluna semanal de O Jornal Batista “Parábolas Vivas”. Esta Coluna
teve início em 1952, mesmo
ano da sua formatura no Seminário do Sul, aos 22 anos
de idade. Durante 62 anos
foi colaborador fiel deste
Jornal, trazendo para estas
páginas histórias da vida cotidiana. Sim, meu pai era um
colecionador de histórias da
vida real.
Na semana antes de partir para junto de Jesus - sua
maior inspiração enquanto
escritor - me contava o esboço de sua mais recente parábola, que ficou rascunhada
em meu coração.
Dia 13 de dezembro de
2014, o irmão Apolônio o
levou à Primeira Igreja Batista de Irajá - RJ, com seu
táxi missionário. Era o culto
de gratidão pelos 80 anos da
Igreja e 10 anos de ministério
do pastor. João Emílio à frente
daquela Congregação. Meu
pai estava feliz, contou-me
depois o irmão Apolônio, ao
descrever a emoção do culto
no retorno para casa.
O culto fora lindo, mas
beleza maior ficou incógnita.
Esta, meu pai nos contou ao
longo daquela semana. No
sábado, dia 19, pedi que ele
me contasse os detalhes da
história, que compartilho
agora com seus fiéis leitores.
Ao final do culto, junto
com o pastor João Emílio,
meu pai foi para o alpendre
da Igreja cumprimentar o
povo, coisa que ele gostava
de fazer com a devoção de
quem ama as pessoas. Entre
os muitos abraços e cumprimentos, uma mulher de seus
50 anos segurou-lhe a mão
e disse, já com a voz emocionada: “Posso lhe falar um
instante?”. Como era de seu
costume prestar atenção nas
pessoas, meu pai voltou-se
para a senhora à sua frente
com interesse: “Claro irmã,
pode falar”. Afastaram-se um
pouco do aperto da saída e
veio a confissão: “Sabe pastor
Falcão, quando eu soube que
o irmão estaria aqui hoje, fiz
um esforço especial para vir,
pois precisava lhe contar uma
coisa”. E com a voz embargada continuou: “Há trinta anos
eu estava em uma sala de espera para realizar um aborto.
Uma mulher desconhecida
colocou em minhas mãos um
exemplar de O Jornal Batista.
Comecei a folheá-lo, apenas
para apressar o tempo daquela espera sem fim. Mas a palavra aborto em uma de suas
parábolas me fez parar e ler
o que estava escrito1. Falava
dos motivos pelos quais uma
mulher não deveria fazer um
aborto. Era uma agressão à
vida que eu trazia, e a escolha era minha”. A senhora
conteve as lágrimas para continuar, disse-me o meu pai.
Mas nesse momento eram as
lágrimas dele mesmo que estavam abafadas no canto dos
seus olhos. E, com a sensibilidade de quem conta a vida,
ele continuou a narrativa da
1 Parábola Viva, publicada no O Jornal Batista de 18/11/1984, com o título “Salvo duas vezes”.
mulher: “Ali no meu ventre
estava uma pessoa que Deus
já amava como tal. Terminei
de ler a parábola aos prantos
e saí daquela sala de espera
decidida a não fazer aquele
aborto. Era uma menina! Eu
me converti e hoje minha
filha está com 29 anos, uma
bênção. Deus usou aquela
parábola para mudar o rumo
da nossa história”.
Meu pai não perguntou o
nome daquela senhora que
saiu apressada. A emoção já
não podia ser contida. Outros cumprimentos vieram,
mas a imagem daquele rosto
pleno de gratidão marcou sua
memória. Em seguida, com
toda simplicidade de quem
não se dá conta da grandeza
do seu próprio caminho,
meu pai me diz: “É incrível
como Deus usa uma simples
parábola para mudar o curso
de duas vidas. E eu nem sei
o nome delas ou onde encontrá-las”. “Pai, isso dá uma
parábola!”, eu exclamei. E ele
respondeu: “Essa é uma verdadeira parábola viva”. Tudo
o que ele desejava, do mais
profundo do seu ser, é que
seus escritos fossem canal de
bênção para as pessoas, que
suas parábolas gerassem vida
no coração dos seus leitores.
E assim foi.
O Jornal Batista completa
114 anos. Essa história é a
prova de que, mais do que
informação, esses mais de cem
anos estão comprometidos
com a transformação de vidas.
Meu pai escreveu. O Jornal
Batista publicou, e Jesus transformou o caminho certo da
morte em esperança de vida.
Meu pai não teve tempo
de colocar essa parábola no
papel. Mas escreveu-a em
sua própria história. O autor
da vida levou o escritor das
parábolas. Acredito que ainda
ouviremos muitos outros testemunhos como esse, mas fico
agradecida que Deus tenha
permitido ao meu pai uma última vez contemplar o agir de
Deus através de suas histórias.
Que os escritos deste Jornal
e seus colaboradores continuem a ser instrumentos que
Deus usa para abençoar o
outro que anseia pelo bálsamo da palavra certa, na hora
certa.
Pastor João Falcão
Sobrinho, um
homem de paz
Dinelcir de Souza Lima,
pastor da Igreja Batista
Memorial de Bangu - RJ
N
os idos de 1968
fui trabalhar na
Junta Executiva da
Convenção Batista
Brasileira. Era um menino
de 18 anos, influenciável e
pensava que influenciava;
dependente, e pensava que
era independente, sem saber
quase nada, e pensava que
sabia tudo; obediente, e reativo à subserviência. Era um
jovem bem menino ainda, um
simples auxiliar de escritório.
Como crente em Cristo,
estava encantado. Podia trabalhar para o Reino de Deus
e, como companheiros, encontrei irmãos em Cristo dos
quais guardo lembranças até
hoje. Dona Léa era a cozinheira. Analfabeta, pedia
que lêssemos os conteúdos
de caixinhas e embalagens
para armazenar de maneira
a poder identificá-las. Já idosa, tinha um coração de avó
para conosco. Professor Paulo Araújo, diácono, alegre,
conduzia o escritório com
eficiência e amizade. Quase
todo dia me dava carona até
Guadalupe, onde residia.
Jônia Curvacho Cerqueira, jovem dedicada, amável, cumpria seu papel de secretária
com muita dedicação. Mas,
nós, tínhamos um chefe, o
secretário-executivo, pastor
João Falcão Sobrinho.
Comecei a ter contatos com
ele. Chamava-me em sua sala
e me dava pequenas tarefas.
Seu modo de falar era manso,
ponderado e sem “superioridades”. Tratava-me mais
como um irmão em Cristo
do que como um funcionário
subalterno. Às vezes, nos encontrávamos nos corredores
e sempre me dirigia palavras
além de bom dia, ou boa
tarde. Gostava de orientar e
dar conselhos. E, o que mais
me impressionou em nosso
relacionamento profissional,
foi um dia ter me pedido que
orasse por ele, por algum
projeto que tinha em sua
vida familiar. Não revelou
qual projeto, mas me pediu
para orar. Nunca me esqueci
daquele momento.
Os tempos passaram. Saí
da Junta Executiva e fui tra-
balhar com o pastor Ubiracy, na Junta Patrimonial.
Era só a diferença de um
andar. Continuamos nos encontrando ocasionalmente
e conversando brevemente.
E pude aproveitar muito
para a minha vida. Fui dar
uma volta por empresas do
governo, e terminei me entregando para o ministério
pastoral. Encontrei o pastor
João Falcão no Seminário
e, depois, em encontros de
pastores e Convenções. O
último encontro que tive
com ele foi em um acampamento de pastores em
Rio Bonito há cerca de dois
anos. Conversamos longamente e nossa conversa terminou com a seguinte frase
dele: “Já posso partir, Deus
tem permitido que eu veja a
paz entre o povo dele”.
No final do ano passado fui
surpreendido com a notícia
de que o pastor João Falcão
Sobrinho havia partido para
a presença de Deus. Fiquei
triste, não quis acreditar,
procurei notícias e não as
encontrei. Fui conhecendo
os fatos aos poucos, através
de informações pessoais.
Esta semana li o artigo do seu
filho, a quem também chamo
de pastor Falcão, e dei graças
a Deus por ter convivido
com um homem tão simples,
porém, de tanta importância
para sua família e Reino de
Cristo. Sei que ele partiu preparado, em paz, como quem
cumpriu a sua tarefa deixada
por Cristo.
6
o jornal batista – domingo, 08/03/15
notícias do brasil batista
Dia Internacional da Mulher
Maria Nery, colaboradora
de OJB
“Mulher virtuosa, quem
a achará? O seu valor
muito excede o de joias
preciosas” (Pv 31.10).
O
dia 08 de março
é considerado o
Dia Internacional da Mulher.
Assim, é comemorado no
Brasil e em vários países
um dia especial em homenagem a todas as mulheres. E, neste dia, é muito
importante exaltar o valor
da mulher na sociedade
e o êxito alcançado por
algumas delas, quando
conquistaram um lugar de
destaque, como presidente
de um país, por exemplo,
demonstrando a capacidade de governar uma nação.
É também muito importante
exaltar as mulheres que se
dedicam ao trabalho de
uma maneira geral, e as
que exercem as suas profissões na área da justiça,
medicina, engenharia e na
área da Educação e saúde.
Todas estas mulheres, no
geral, colaboram para o
progresso dos países. No
Dia Internacional da Mulher é também muito importante chamar a atenção
das autoridades mundiais,
mostrando que é necessário
preservar as leis do direito
da mulher com dignidade e respeito, sem nenhuma discriminação. Estas
leis existem e precisam ser
cumpridas.
Lamentavelmente, é impossível não mencionar a
triste situação das mulheres que estão sofrendo em
vários países por serem
discriminadas, humilhadas, desrespeitadas e sem
nenhuma liberdade. Àquelas que vivem na pobreza,
que não têm nem o que
comer e como alimentar
os seus filhos, clamando
às autoridades do mundo
(os Direitos Humanos) que
elas precisam de proteção e ajuda. Para estas
mulheres tão sofredoras,
é preciso que elas mantenham a esperança de que
Deus, com o seu poder, e
os governantes das nações,
juntos, atendam ao seu
clamor.
É também necessário falar a respeito das mulheres
que, por certas situações,
entram pelo caminho da
perdição, destruindo suas
vidas e perdendo a sua
dignidade e o seu respeito,
entrando na prostituição,
nas drogas e outras situações desagradáveis e tris-
Missionária Helga Kepler Fanini, Igreja Batista Memorial - Niterói - RJ
Senhora Sara Mendoza Barrios,
presidente UFBAL - União
Feminina Batista da América Latina
Aildes Soares Pereira, vicepresidente da UFBAL Brasil
Senhora Raquel Contreras,
presidente DFBAB Mundial
- Departamento Feminino
Aliança Batista Mundial
tes. Para estas mulheres, é
preciso acreditar que existe um Deus de poder, que
está sempre perdoando e
transformando provações
em bençãos. Esta é a esperança para todas as mulheres que querem mudar
de vida e serem dignas de
respeito, como realmente
são as mulheres.
Neste dia tão significativo, é muito importante
exaltar as mulheres religiosas, que são mensageiras
do ensino da Palavra de
Deus para que as pessoas
encontrem o caminho da
salvação.
Apresento com muita
satisfação algumas mulheres cristãs evangélicas
da denominação Batista,
que muito colaboram para
evangelização, a fim de
ganhar o Brasil e o mundo
para Cristo, e ocupam um
lugar de destaque internacional: senhora Raquel
Contreras – presidente do
Departamento Feminino
da Aliança Batista Mundial. Ela é de nacionalidade chilena, um dos países
da América Latina. Está
exercendo esta missão cristã com muita dedicação.
É uma mulher admirável,
muito consagrada a Deus,
e uma serva do Senhor
que, por onde passa, deixa mensagens sábias demonstrando ser ela grande
conhecedora dos ensinos
da Palavra de Deus. Nestas
suas mensagens, ela fala
sobre a grande importância das mulheres terem
fidelidade para com Deus,
demonstrando a Ele a sua
fé, o seu amor, e a sua
esperança em seguirem
em direção ao caminho
da salvação. Ela fala que a
fidelidade para com Deus
a acompanha todos os dias
de sua vida, por isso, ela se
considera uma mulher cristã feliz. A senhora Raquel
como presidente do Departamento Feminino da ABM,
visita vários países dos
cinco continentes, recebe
o apoio e a colaboração
das mulheres Batistas que
sã o pr esidentes da U FB
de cada continente - UFB
da Ásia , África , Europa,
América Latina, América
do Norte, Caribe e Sudeste do Pacifico. E com esta
união, elas promovem um
trabalho muito abençoado.
Senhora Raquel, que Deus
te abençoe e te guarde
hoje e sempre.
Senhora Sara Mendoza
Barrios – presidente da
União Feminina Batista da
América Latina - está exercendo este cargo no período de 2013 a 2018 com
muita dedicação. A senhora Sara é de nacionalidade
Venezuelana, um outro
país da América Latina. É
uma mulher cristã, serva
do Senhor, meiga, e muito
culta. É professora de nível superior de Espanhol
e Literatura. Entre todas as
suas atividades, que vem
realizando e promovendo
atividades entre as mulheres da América Latina,
ela conserva o trabalho
do PEPE - Programa de
Educação Pré Escolar para
América Latina -, como
também incentiva as mães
que levem os seus filhos
para a Igreja e aprendam
os ensinamentos da Palavra de Deus na EBD - Escola Bíblica Dominical. O
Brasil, em abril de 2014,
foi prestigiado com a presença da senhora Sara, que
foi recebida com muita alegria pelas irmãs em Cristo
da UFMB Brasil no Rio de
Janeiro.Que Deus, com
sua bondade, abençoe a
senhora Sara e a UFBAL.
Aildes Soares Pereira –
vice-presidente da UFBAL
(Brasil) - está exercendo
esta função no período de
2013 a 2018. Aildes é de
nacionalidade brasileira,
nasceu no estado de Minas Ger ais, é um a líder
Batista muito dedicada da
UFMBB - União Feminina
Missionária Batista do Brasil -; por mais de 20 anos
ocupa o cargo de secretaria
de Promoção com muita
dedicação. Neste cargo de
vice-presidente da UFBAL
(Brasil), ela já visitou vários
países da América Latina,
dando assim a sua valiosa
colaboração. Que Deus te
abençoe e guarde, irmã.
Missionária Helga Kepler
Fanini, é uma mulher batista internacional e, por vários anos, percorreu muitos
países como presidente da
UFMBB. Exerceu este cargo por 12 vezes em muitos
anos, com muito empenho.
É uma mulher muito consagrada, culta e, por vários
países por onde passou,
deixou mensagens da Palavra de Deus em português,
espanhol, inglês e Alemão.
Senhora Helga foi esposa
do inesquecível pastor Nilson do Amaral Fanini, que
foi presidente da Aliança
Batista Mundial no período
de 1995 a 2000. O casal
Fanini, junto, de mãos dadas, percorreu mais de 100
países dos cinco continentes
levando a Palavra de Deus,
contribuindo, assim, para
que os povos e nações encontrem o caminho da salvação por Jesus Cristo. E por
este trabalho tão abençoado
foram muito homenageados. Receberam da Primeira
Igreja Batista de Niterói - RJ
um lindo presente muito
significativo: 103 bandeirinhas representando cada
país por onde passaram.
Senhora Helga está apresentando estas bandeirinhas
através de O Jornal Batista.
Senhora Helga é membro
da Igreja Batista Memorial
em Niterói - RJ e ocupa
o cargo de presidente do
Diaconato e da MCA da
Igreja. É presidente de honra do programa evangélico
“Reencontro”, na TV Brasil, onde ocupa o cargo de
entrevistadora e mensageira da Palavra.
Neste dia Internacional
da Mulher, que Deus abençoe, guarde, e faça feliz
todas as mulheres! “Grandes coisas fez o Senhor
por nós, e por isso estamos
alegres” (Sl 126.3).
o jornal batista – domingo, 08/03/15
missões nacionais
Missões Nacionais celebra 30 anos de
ministério do pastor Cirino Refosco
P
astor Cirino Refosco e sua esposa,
Regina Refosco,
completaram 30
anos como missionários
dos Batistas brasileiros
através de Missões Nacionais. Em celebração a
esta data tão especial, foi
realizado no dia 22 de
fevereiro pela manhã, um
culto de gratidão pela vida
do casal na Primeira Igreja
Batista do Fonseca, em
Niterói - RJ.
Nesse tempo de trabalho,
os missionários viveram
uma linda história missionária através da vontade e
permissão de Deus, onde
puderam abençoar grande
parte de nosso país. E por
tanta dedicação ao Evangelho, Missões Nacionais
está muito feliz com o aniversário de ministério do
Casal missionário que dedica suas vidas em Missões Nacionais
casal.
O mensageiro no culto
foi o pastor Samuel Moutta, gerente-executivo de
Missões, que esteve falando sobre a necessidade de
referenciais de homens de
Deus para nossa geração,
citando o testemunho do
moço de Saul acerca de Samuel, descrito em I Sm 9.6.
Além dele, pastor Valdir Soares, gerente nacional de Evangelização dos
Povos Indígenas, irmão
Juarez Solino, gerente de
administração e suporte da
JMN, e outros missionários
e funcionários de Missões
Nacionais, também participaram desta manhã de
muito louvor e adoração
a Deus.
Que o nosso Deus continue abençoando o ministério do casal pastor Cirino e
Regina Refosco em seu trabalho por Missões Nacionais e toda a sua família.
Irmão Juarez Solino agradecendo pelo ministério e família do pastor Cirino e da irmã Regina
7
Visão da Igreja
Multiplicadora envolve
ministério com Surdos em
Arapiraca - AL
Parte do grupo de membros da Igreja Batista em Libras, em
Arapiraca - AL
O
s missionários
Flavio Alan e
Patrícia Xavier
estão em Arapiraca - AL, a fim de promover a expansão do Evangelho entre os surdos que lá
existem. Por meio de diversas estratégias, eles têm
alcançado vidas na cidade
onde plantaram uma Igreja
Batista em Libras.
Um bom exemplo dessas
estratégias é a oportunidade de relacionamento discipulador que surge
durante os encontros com
surdos que ocupam a praça
no bairro Bosque, todas as
sextas-feiras. Lá, os missionários têm a oportunidade
de compartilhar a Palavra,
de maneira mais informal.
Às quintas-feiras, Flavio
Alan e Patrícia exercem
ações de Compaixão e Graça – dentro da proposta de
Igreja Multiplicadora – por
meio de palestras sobre
saúde. A última foi sobre
Acidente Vascular Cerebral
(AVC).
Recentemente, foi realizada a primeira reunião
de um Pequeno Grupo
Multiplicador (PGM). “A
mensagem foi sobre Lucas
10.38-42. É um maravilhoso motivo de mais relacionamento entre nossos
irmãos. Nós oramos para
que sejamos fortalecidos.
Que Bênção!”, declaram
os missionários.
Todos os domingos, eles
também lideram a Igreja
Multiplicadora, que faz
parte do Ministério com
Surdos da Igreja Batista
do Farol, em Maceió - AL,
com estudos bíblicos discipuladores sobre o caminho
para a salvação.
Interceda por este ministério, a fim de que o Senhor continue capacitando
os missionários e transformando vidas em Alagoas.
8
o jornal batista – domingo, 08/03/15
notícias do brasil batista
Os Batistas na “Fazenda do Vovô”
Francisco Cerqueira
Bastos, pastor, membro
da Primeira Igreja Batista
de Niterói – RJ
O
propósito deste
artigo é fazer o
registro histórico de um testemunho de dois célebres
batistas, que fizeram história aqui no nosso estado e
no Brasil: pastores Erodice
Fontes de Queiroz e doutor Virgílio Faria. Muitas
das memórias do início da
evangelização na Fazenda
do meu avô paterno - Francisco de Cerqueira Bastos
- estão registradas nos livros “Razão de Viver”, do
saudoso pastor Erodice, e
em várias publicações do
notável historiador pastor
Ebenézer Soares Ferreira,
que passo a relatar sucintamente.
O pastor Erodice, em seu
livro de recordações, no
capítulo XII, páginas 50
a 53, conta que em 1928
assumiu o pastorado das
Igrejas Batista de Pádua
e Cabeceira de Ubá, ocasião em que, a convite do
irmão Juquinha Alvarenga, percorreu mais de 60
Km para pregar na casa de
um interessado, fora do
seu campo de trabalho,
de nome Osório Garcia,
membro de uma grande
família - Cerqueira Garcia
e Cerqueira Bastos. Erodice
se refere àquele culto, relativamente pequeno, dizendo: “...Eu mal podia supor
que ali estava o gérmen, e
a origem do maior e mais
glorioso trabalho do meu
ministério no estado do
Rio de Janeiro”. E o pastor
Erodice prossegue, no seu
já citado livro, contando o
capítulo mais emocionante: “Quando voltávamos
da casa do irmão Osório
e passávamos junto da
grande sede da Fazenda
Santa Rosa, disse-me o
companheiro: ‘Aqui mora
uma grande família dos
troncos Garcia-Cerqueira
e Cerqueira-Bastos, gente
para ser evangelizada’”.
Pastor Erodice orou em seu
Sede da Fazenda do Vovô, onde foi organizada a Igreja Batista de São João, em 23 de março de 1931
coração: “Senhor, pelo menos, dá-me uma das almas
desta esplêndida fazenda,
para Cristo!”.
Pastor Erodice conta que
na sua segunda ida à casa
de Osório Garcia, já agora acumulando a direção
do Colégio Batista Fluminense, na cidade de
Campos dos Goytacazes
- RJ, desembarcando em
Lage (distrito de Itaperuna
- RJ, naquele época) e não
encontrando a condução
que o levaria ao local da
pregação, hospedou-se
no hotel e perguntou ao
hoteleiro “Se conhecia ali
uma família que pudesse
ter interesse em matricular
seus filhos no Colégio”, no
que este indicou a casa da
família Cerqueira, dona da
Fazenda Santa Rosa, que
estava veraneando ali. E
prossegue o pastor Erodice
- que ganhou o epíteto de
“Príncipe dos Pregadores
Fluminenses”: “Lá chegando, apresentei-me pelo
nome e também como diretor do Colégio”. Tia Lília
- Lília Mendes Cerqueira,
casada com meu tio doutor José Cerqueira Garcia
-, uma mulher resoluta e
de comunicação fácil, foi
logo dizendo: “Nós já o
conhecemos pelo nome,
pois costumamos assistir
Errata
Onde se lê: “Maria Nery, colaboradora de OJB”,
na autoria do texto intitulado como “Trinta anos de
mães unidas em oração no mundo”- (Edição 05, de
01/02/2015, página 12).
Leia-se: “Jane Esther Monteiro de Souza de Paula Rosa”
aos cultos em casa do senhor Osório Garcia e em
outros lugares lá por perto
da fazenda onde moramos.
Já temos a Bíblia e nos
consideramos crentes”.
Pastor Erodice pediu-lhe
a Bíblia e ao abri-la deparou com uma nota de um
mil reis - a nota de maior
valor naquele tempo - e,
ao que tudo indicava, estava ali havia muito tempo.
E mais uma vez uma das
famosas frases do grande
obreiro: “Vocês estão com
o pão dentro de casa, todavia, estão com fome”.
Tia Lília foi batizada pelo
pastor Erodice no açude
da Fazenda São João, de
propriedade do meu avô,
local onde a Igreja foi organizada. A partir dali,
as conversões ocorreram
em todas as famílias e nos
colonos da fazenda - meu
avô já havia dado alforria
aos seus escravos.
A Igreja Batista organizada na Fazenda do meu
avô paterno, no dia 23 de
março de 1931, transferida
mais tarde para a Fazenda
Santa Rosa, com o nome
de Igreja Batista de Santa
Rosa, foi pastoreada, nos
seus primórdios, pelo pastor Erodice, tendo como
secretário Nilo Cerqueira
Bastos - mais tarde consagrado ao ministério -, e
como tesoureiro, Manoel
Cerqueira Garcia - meu
pai. Foi a Igreja de zona
rural, na época, a mais
próspera do Campo Batista
Fluminense, chegando, inclusive, a hospedar a Convenção Batista Fluminense.
Um outro testemunho
eloquente, vár ias vezes
repetido, é o do saudoso
pastor e brilhante advoga-
do doutor Virgílio Faria,
companheiro e protagonista daqueles tempos ao lado
do pastor Erodice, que, nas
nossas Assembleias, toda
vez que me encontrava,
dizia: “Nunca mais se levantará um trabalho como
aquele da fazenda do seu
avô”. De lá saíram vários
pastores, a começar pelo
patriarca Nilo Cerqueira
Bastos, neto do vovô e
administrador da Fazenda
de São João, antes da sua
divisão entre os herdeiros,
seus filhos Jair, Josué, Judson e seu primo - autor
deste artigo, e mais: João
Lemos, Berilo Rosa, Francisco Rosa, Isidoro Santos
e Macre.
Vovô faleceu na Fazenda, no ano de 1935 - ano
que eu nasci e, por isso,
recebi o seu nome. Segundo o testemunho do pastor
Erodice, no livro citado,
morreu crente, mesmo
sem ser batizado. Os ex-escravos fizeram questão
de levar o seu caixão, percorrendo muitas léguas,
até Retiro do Muriaé, na
época, distrito de Itaperuna, onde está sepultado na
capela da família.
Pastor Erodice encerra
suas recordações de Lage,
naquele tempo distrito de
Itaperuna, e de toda a região, dizendo: “A recompensa de não se desprezar
o ‘dia das coisas pequenas’
(Zc 4.10), traz-me à memória uma saudosa lembrança
do primeiro culto na casa
do irmão Osório: Eu plantei, o Nilo regou, e Deus
deu o crescimento, que
há de perdurar até Jesus
voltar!”.
EDITAL DE CONVOCAÇÃO
PARA A 86ª ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DA
UNIÃO FEMININA MISSIONÁRIA BATISTA CARIOCA – UFMBC
Na qualidade de presidente da União Feminina Missionária Batista Carioca UFMBC - em cumprimento ao Artigo 6º do Estatuto da União Feminina Missionária
Batista Carioca, convoco as mensageiras das Organizações Femininas das Igrejas
Batistas deste município para a realização da 86ª Assembleia Geral Ordinária, a
ser realizada no dia 11 de abril, sábado, a partir das 08h30min., na Primeira Igreja
Batista da Vila da Penha, situada à Av. Meriti, 2.470 - Vila da Penha - RJ, para eleição da diretoria 2015/2016, bem como analisar e deliberar sobre assuntos gerais
de interesse da União.
Rio de Janeiro, 08 de março de 2015
Márcia Fernandes Kopanyshyn
Presidente - União Feminina Missionária Batista Carioca
o jornal batista – domingo, 08/03/15
notícias do brasil batista
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Retiro “Integralmente Submissos a Cristo”
Paulo Francis Jr.,
colaborador de OJB
A
Primeira Igreja Batista de Presidente Venceslau - SP,
sob o comando do
pastor Jaime Deocleciano,
realizou nos dias 16 e 17 de
fevereiro, o Retiro Espiritual
“PIB & PIB”, na aconchegante Chácara Bethelsdorf, no
Jardim Ipanema, de propriedade do irmão em Cristo,
Walter Ramsdorf. O encontro
teve como base o tema deste
ano da Igreja Batista, de acordo com a 95º Assembleia da
Convenção Batista Brasileira,
“Integralmente submissos
a Cristo”. Muitos irmãos e
jovens, inclusive da capital
paulista, fizeram questão de
participar da programação
evangélica nos dois dias do
evento. Basicamente, foi servido, por volta das 8h30, o
café da manhã; depois louvores, devocional e pregação;
almoço, lanche, jantar reforçado e culto a partir das 20h,
além de gincanas bíblicas
que uniram os participantes
em busca de conhecimento
e sabedoria, em volta do
Senhor Jesus, sempre destacando a ênfase do desafio de
submissão ao Mestre.
Também a divisa deste ano
da PIB foi motivo de extensa
reflexão. O texto, que encontra-se em Romanos, norteou
grande parte das meditações:
“Libertados do pecado, transformados em servos de Deus,
tendes o vosso fruto para
a santificação e, por fim, a
vida eterna” (Rm 6.22). O
encontro também foi regado
pelas chuvas tão aguardadas,
não somente em Presidente
Venceslau, como também
no Brasil. As orações tiveram
também esse momento de
gratidão ao Senhor, pela misericórdia de molhar a terra.
No último dia do retiro espiritual, à noite, o culto de encerramento esteve a cargo do
irmão Paulo Francis Jr., que
emblematicamente reforçou
a necessidade de obediência
e submissão diante de Deus.
Para que a noite e a instrução
de Deus jamais fossem esquecidas, o “irmão Paulo”, como
é carinhosamente conhecido, trouxe uma telha que
mostrou aos irmãos antes de
começar sua prédica. Pediu
aos jovens que prestassem
bastante atenção para o que
seria dito, pois aquele objeto
ajudaria no processo de lem-
brança das palavras que comporiam o sermão. O tema da
sua pregação foi: “Desça do
seu pedestal”, meditação que
teve como núcleo a carta aos
Filipenses, no capítulo 2, versículos de 1 ao 11. Explanou
que “Devemos considerar os
outros sempre superiores a
nós mesmos. Onde aparece a
nossa humildade? Nos nossos
relacionamentos uns com os
outros”. Reforçou que a humilhação vem sempre antes
da exaltação; Cristo passou
por isso. Destacou para que
todos “Fossem ao momento do Getsêmani, em que
Jesus demonstrou sua plena
submissão ao Pai, chorando
lágrimas de sangue por cada
um de nós, sem desistir da sua
nobre missão”. Alertou sobre
o perigo do orgulho, principalmente o orgulho espiritual.
Fez considerações sobre a arrogância destes tempos onde
“Nós gostamos de ‘ostentar’ as
coisas para ver o nosso irmão
humilhado”. Não adianta,
prosseguiu, “Erguer as mãos
e cantar freneticamente na
Igreja, se o seu coração está
cheio de soberba, de falta de
perdão, de vingança”. Reforçou a necessidade de aceitar
a autoridade do pastor de sua
igreja. “Se você não consegue
ser submisso ao pastor da
igreja, dificilmente você será
submisso a Deus”, concluiu.
O cristianismo verdadeiro
exige humildade, serviço e
amor ao próximo.
Ao final de sua fala, o irmão Paulo Francis trouxe um
desfecho memorável. Ao erguer a telha novamente com
o braço direito, arrematou:
“O cristão verdadeiro não
pode falar o que der na telha.
O exímio cristão não pode
fazer o que der na telha. O
cristão tem de ser integralmente submisso ao Senhor
Jesus”.
Igreja Batista em Sabaúna - SP
comemora 56 anos
Bruna Costa, jornalista
O
mês de fevereiro
foi comemorado
com muita animação na Igreja
Batista em Sabaúna, em Mogi
das Cruzes - SP. Isso porque
a Congregação, de 60 membros, celebrou mais um aniversário. “Comemoramos 56
anos no dia 08 de fevereiro
e só temos que agradecer a
Deus pelos seus feitos e por
permitir que a Palavra dEle
fosse proclamada em todo
distrito”, revela o pastor presidente Ricardo Willian Alves.
Entre a programação de
aniversário, o pastor presidente conta que a Igreja
preparou algumas atividades,
dentre elas, uma caminhada
pelo distrito para anunciar as
Boas Novas do Evangelho.
“Este ano estamos trabalhando com o tema “Seja Luz”,
que faz referência ao texto bíblico de Mateus 5.16. E, para
fazer deste versículo uma ver-
dade, no dia do aniversário
realizamos a ‘Caminhada da
Oração’. Infelizmente, nosso
bairro é popularmente conhecido pelas marchinhas de
carnaval e bonecos grandes,
por isso, tivemos a ideia de
andar pelas ruas e orar pelo
comércio e pela população”,
comenta o pastor, ao dizer
que os membros se reuniram
ainda para uma vigília durante a semana.
Além disso, o pastor Ricardo conta que os cultos tam-
bém tiveram pregadores de
outras igrejas, como o pastor
antecessor de Sabaúna, Josias
Prado. “Foi um grande prazer
receber o pastor Josias aqui
na Congregação, uma ver-
dadeira bênção. Recebemos
também pastores de outras
igrejas que, com certeza,
alegraram a Deus e tocaram
o coração dos presentes com
a mensagem”, conclui.
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o jornal batista – domingo, 08/03/15
notícias do brasil batista
o jornal batista – domingo, 08/03/15
missões mundiais
11
Oferta do Dia Especial: bênção
para a igreja local e para o mundo
João Emílio Cutis, pastor
da Primeira Igreja Batista
de Irajá, - RJ
T
odos os anos as
igrejas filiadas à
Convenção Batista
Brasileira são desafiadas a levantar uma oferta
para contribuir com o avanço da obra missionária no
mundo. Trata-se de uma
ocasião repleta de significado. As igrejas que se
envolvem nas campanhas
são muito beneficiadas. Há
um ganho intangível para
a igreja local. Por isso, a
liderança da igreja deve ser
zelosa para que a campanha
seja bem feita e transmita
aos crentes a grandeza da
Campanha de Missões Mundiais. Uma boa campanha
possui alguns elementos
que passo a destacar:
Desafio
A campanha existe para
que a igreja dê um passo
adiante. É relevante o estabelecimento de um alvo
a ser alcançado. Ele deve
representar um desafio, que
dependa de empenho para
ser conquistado. Quando
existe um alvo, naturalmente
há um maior empenho. A
experiência demonstra que o
alvo serve como ajuda para
a igreja chegar mais longe.
As igrejas que se envolvem nos desafios missioná-
rios, estão mais prontas para
seus desafios locais. Esse é
um importante ganho que a
igreja tem quando colabora.
Quem consegue enxergar
para longe, enxergará bem o
que está perto. O pastor que
sonha com uma igreja ativa,
deve abraçar a oportunidade
das campanhas para gerar
em sua igreja a vibração com
desafios. O estabelecimento
de um alvo ajuda nisso. Os
desafios alimentam o ânimo
das igrejas. Elas precisam ser
constantemente desafiadas;
nada de mesmice e conformismo em apenas manter o
trabalho local.
Os crentes vibram quando
fazem parte de um ambiente
desafiador, quando o alvo
é ultrapassado. Há um clima de conquista que abre
caminhos para que a igreja
abrace novos desafios, pois
já está condicionada a ser
ousada e não temer desafios.
O desafio é um componente essencial na empreitada missionária. Não há
cumprimento da missão
sem desafio, sem ousadia.
O mundo atual exige uma
ação corajosa da igreja.
Temos o enorme clamor
dos povos não alcançados.
São pessoas sem acesso à
Palavra de Deus em seu
idioma nativo. Elas vivem
em grandes regiões onde
a presença missionária exige o emprego de torrentes
de recursos financeiros e
humanos, sem os quais é
impossível a comunicação
constante e abundante do
Evangelho.
Devemos ser cheios de
paixão e fé pela obra missionária. Todo desafio, para ser
superado, exige fé. A igreja
local precisa crer que Deus
pode usá-la na salvação do
mundo. Com fé, todas as
igrejas podem colaborar,
até mesmo as mais pequeninas e com menos recursos
financeiros. O que viabiliza
a participação de uma igreja
na campanha não é a renda
per capita de seus membros,
mas a fé que abraça desafios.
Parceria na evangelização
do mundo
A oferta do Dia Especial
ajuda a igreja a se sentir
parceira na evangelização
do mundo. Que grande privilégio. Cada real ofertado
representa uma gota da graça de Deus em algum lugar
do mundo. Quem oferta
pode se sentir ao lado do
médico missionário que
realiza um procedimento,
pode se sentir junto a um
pregador que leva a preciosa mensagem ou com um
missionário que realiza um
estudo bíblico em um país
distante. Sua contribuição
está lá, ainda que seus pés
estejam no Brasil. Ao participar da oferta missionária,
o crente colabora para uma
obra maior do que ele, pois
sua contribuição roda o
mundo.
A igreja local sabe que
sozinha não pode abraçar
toda a Terra, mas ao dar as
mãos a outras igrejas, ela se
torna parte da empreitada
missionária global.
É bonito quando uma igreja consegue vislumbrar suas
responsabilidades para além
de seus muros e portões. As
igrejas que se fecham não
fazem bem a elas próprias,
acabam enroladas num
emaranhado de lamentações internas que sufocam a
essência da missão, perdendo objetividade e foco. É
um movimento autofágico.
A igreja não deve se iludir
com o voo solo. Já dizia o
antigo ditado: “Uma andorinha sozinha não faz verão”.
O esforço pelo crescimento
local é correto e bom, mas
sem deixar de lado o princípio estabelecido no Novo
Testamento, que incumbe a
igreja de realizar sua missão
simultaneamente, em vários
níveis e regiões, como descreve Atos 1.8.
Alegria no cumprimento
da Grande Comissão
O dia da entrega da Oferta
Especial precisa ser uma festa. A festa da Grande Comissão. O olhar da igreja deve
se voltar para a execução da
obra determinada por Jesus
em Mateus 28.19-20. Esse
olhar é ao mesmo tempo desafiador, envolvente e alegre.
Não se pode realizar uma
campanha missionária com
um sentimento de abatimento. Lembremos que “A
alegria do Senhor a nossa
força é” (Ne 8.10).
Além disso, a Palavra de
Deus nos ensina: “Cada um
dê conforme determinou em
seu coração, não com pesar
ou por obrigação, pois Deus
ama a quem dá com alegria,
como está escrito em II Coríntios 9.7.
Há um componente de felicidade na doação. Doar não
é um ato pesaroso. O pesar
vem sobre a vida do crente
quando ele erra, quando faz
o que desagrada ao Senhor.
Contribuir para missões é
fazer a coisa correta. Fazer
missões é uma ordem dada
por Jesus. Sempre que esta
ordem é cumprida, há sentimento de realização. Quando o cristão faz a coisa certa,
a alegria nasce naturalmente
em seu coração.
Esta é a hora de mais uma
vez fazer a diferença no
mundo. Este é o momento
de levar sua igreja a participar do gigantesco esforço
missionário empreendido
pelas Igrejas Batistas brasileiras. É o tempo de levantar
os olhos com fé, alegria e
determinação. O mundo
será beneficiado e sua igreja
frutificará.
Um dia inteiro de oração
por Missões Mundiais
Willy Rangel – Redação de
Missões Mundiais
E
ste ano, o segundo
domingo de março
tem um significado
particular para a JMM:
além de ser o nosso dia especial, também é celebrado o
Dia de Oração por Missões
Mundiais. A intercessão é
um dos pilares que ajudam a
sustentar a obra missionária
no mundo, e um dia inteiro
dedicado à oração é o que
Missões Mundiais propõe a
você e a sua igreja para, juntos, cobrirmos nossos obreiros com orações durante o
período de 24 horas.
A intercessão deve fazer
parte da vida de todo cristão,
pois a comunhão com o Pai
é primordial para ser voz de
Deus às nações.
Muitos são os relatos de
nossos missionários sobre
oração. Uma dessas histórias
é a do missionário Davi, do
Norte da África. Certo dia,
Davi e a esposa, a missionária Ester, davam aulas em
sua escola de futebol quando foram surpreendidos por
agentes que os levaram a
uma delegacia. O motivo era
a simples suspeita de serem
missionários, atividade considerada ilegal naquele país.
“Apesar de já termos passado por essa situação, estávamos preocupados. Foi então
que o milagre aconteceu.
Depois de várias perguntas,
o delegado nos pediu um
documento a fim de reunir
provas de nosso trabalho no
país. Seria só mais um documento, se nele não constasse
a informação de que éramos
sustentados pelas igrejas brasileiras, dado suficiente para
sermos presos”, relata Davi.
O documento foi entregue,
e o delegado mudou de assunto, liberando o casal logo
em seguida.
Dias depois, o missionário
ligou para o Brasil para falar
com sua mãe, que começou
a chorar após ouvir o relato
do filho.
“Quando ela parou de chorar, fiquei surpreso com o
que me disse, pois no exato
momento em que eu e minha
esposa estávamos na delegacia, ela estava na igreja com
um grupo de irmãs orando
por nós e pedindo a Deus
que nos protegesse”, conta
Davi, emocionado.
Esse episódio narrado por
Davi está gravado em vídeo
e faz parte do DVD enviado
junto com o material da Campanha 2015 às Igrejas Batistas
de todo o país.
Organize ou ajude a organizar uma programação especial para este Dia de Oração por Missões Mundiais
na sua igreja. O importante
é participar e se unir a milhares de crentes no Brasil e no
mundo, que estarão com os
joelhos dobrados em intercessão pelos missionários.
Participe e envolva-se com
Missões Mundiais. Todos
também fomos chamados
para orar.
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o jornal batista – domingo, 08/03/15
notícias do brasil batista
Carta Missionária - Pastor Caleb & Rebeca Mubarak
O clamor dos refugiados!
“[…] seja o defensor de todos os desamparados…” (Pv 31.8b - NVI)
“Escutem os fugitivos e refugiados…” (Jr 50.28a - NVI)
! (Paz seja convosco!)
Hoje, milhões de indivíduos chamados de refugiados, peregrinam pelo mundo em busca de esperança. E o mais interessante é que a Bíblia reconhece
esta realidade e dá recomendações sobre como tratá-los. Nos Escritos Sagrados encontramos histórias de guerra e triunfo, deslocamento e dor, frustração
e esperança. A própria história do povo de Deus é marcada por significantes peregrinações por muitos lugares: José como escravo em uma terra estranha
(Gênesis 37- 46); Moisés fugindo para Midiã (Êxodo 2.15-22); Rute acompanhando Noemi para uma terra estrangeira (Rute 2); José e Maria fugindo para
o Egito com Jesus ainda bebê.
Quem são os Refugiados hoje?
A agência para refugiados da ONU – ACNUR - define o refugiado como aquela pessoa que, “Temendo ser perseguida por motivos de raça, religião,
nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, se encontra fora do país de sua nacionalidade e que não pode ou, em virtude desse temor, não quer
valer-se da proteção desse país”1.
Esses refugiados enfrentam o desafio constante de deslocar-se para salvar suas vidas ou preservar sua liberdade. Geralmente, não contam com a proteção
de seu próprio Estado e, em alguns casos, é seu próprio governo que ameaça persegui-los. O que será dessas pessoas se outros países não a receberem?
Eles poderiam ser condenados à morte ou a uma vida insuportável nas sombras, sem sustento e sem direitos.
Refugiados do Mundo Árabe
Desde o início das manifestações da Primavera Árabe, vários países da região têm visto seu povo sofrendo com dramáticos deslocamentos, e isso ocorre
dentro de seus limites fronteiriços. Mas quando o tema é escapar de sua própria terra, podendo durante essa fuga sofrer perseguição severa, não há o que
se discutir, pois os dois países da região que mais se destacam nesse tema são: Líbia e Síria.
Líbia
Segundo as agências que trabalham com refugiados, hoje já são mais de 2 milhões de líbios fora do país. Nessa fuga, a maioria perdeu tudo e hoje
depende exclusivamente dos países que os têm recebido como refugiados. A Tunísia tem sido o “lar por empréstimo” da maioria desses refugiados, mas
mesmo ali, eles precisam ser melhor tratados e cuidados. O número oficial de cristãos dentro do país não chega a um centenar deles, e alguns desses
podem estar entre os que já deixaram o país.
Síria
A guerra civil naquela nação já dura mais de três anos e já causou danos que a geração atual jamais poderá superar. Esses refugiados não têm a mínima
ideia se algum dia poderão voltar às suas casas, às suas famílias, e às suas próprias vidas. Líbano e Jordânia são os países onde a maioria dos refugiados
sírios estão vivendo hoje. O inverno rigoroso dessa temporada (um dos piores das últimas décadas) tem causado muitos danos a essa população. Vivendo
em barracas de lona, várias famílias têm enfrentado vários problemas de saúde e algumas presenciaram dezenas de suas crianças morrendo por causa do
frio. É incrível pensar que aquela terra hoje devastada pela guerra, pelo terror e pelo medo foi um dos berços de nossa fé.
Lembramos também que alguns dos refugiados conseguem chegar a outros países fora da região do Oriente Médio e Norte da África. Há testemunhos
deles em países da Europa, América do Norte e América do Sul.
O que diz a Bíblia?
Nosso livro Sagrado mostra que o próprio Deus se preocupa pelo bem-estar dos estrangeiros, foragidos e refugiados, e Ele mesmo nos diz como tratá-los:
Não os maltratando: Êxodo 22.21;
Não tirando vantagem de sua situação: Deuteronômio 24.14;
Devemos amá-los e cuidá-los: Mateus 22.39.
Nossa resposta
Como missionários, chamados a sermos voz de Deus ao povo árabe, não podemos ignorar essas ordens do Mestre, e por isso queremos sim estar envolvidos efetivamente na ajuda aos refugiados. Estamos orando ao Pai e pedindo a Ele a Sua direção de como fazê-lo para também sermos partícipes na
“Defesa dos desamparados e necessitados” (Pv 31.8-9).
Convidamos você também a se envolver conforme a sua realidade, pois pode ser que alguns deles (refugiados) estejam bem perto de você agora mesmo,
mais perto do que você imagina.
Eles precisam ser tratados como iguais (Colossenses 3.11);
Eles precisam ser bem recebidos - hospitalidade (Romanos 12.13);
Eles precisam ser defendidos (Provérbios 31.8-9).
Ore conosco
Pelos Refugiados da Líbia e da Síria: que eles possam ser alcançados pelo amor do Pai através de Seus filhos e de Sua Igreja;
Pelo Servo Generoso: aqui, esse zeloso muçulmano, é também tido como refugiado e, portanto, precisa ser tratado como a Bíblia ensina;
Por nossa saúde física e espiritual.
1 http://www.acnur.org
o jornal batista – domingo, 08/03/15
ponto de vista
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OBITUÁRIO
Joel Ferreira da Silva
Roberto Torres Hollanda,
colaborador de OJB
D
epois de longa
enfermidade, faleceu, na madrugada de 18 de
fevereiro de 2015, o irmão
Joel Ferreira da Silva (19252015), político amazonense,
radicado em Brasília.
Frequentando, desde a
adolescência e a fundação
da Igreja Batista de Constantinópolis - AM, no bairro
dos Educandos, recebeu a
influência benéfica do seu
pastor, doutor Albérico Antunes de Oliveira (1921-1988)
que exerceu como suplente, diversas vezes, mandato
de deputado federal. Joel
Ferreira, depois de Joaquim
Nogueira Paranaguá e Aurélio Vianna, foi mais um leigo
batista eleito para a Câmara
dos Deputados.
Natural de Manaus, onde
exerceu o cargo de inspetor
do trabalho e conquistou o
grau de bacharel em direito, colaborou com a Fundação Amazônica. Incentivada pelo pastor Antunes de
Oliveira, sua carreira política se iniciou quando, com
apenas 29 anos de idade,
foi eleito deputado estadual
(legislaturas de 1955/1958,
1959/1962 e 1963/1966),
tendo exercido, durante
12 anos, funções em comissões permanentes, na
liderança do governo e na
Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, e a de go-
vernador interino do estado
(1961/1962).
Com a extinção, pelo golpe de 1964, dos partidos
políticos, o deputado estadual Joel Ferreira filiou-se
ao Movimento Democrático
Brasileiro (MDB – oposição).
Foi deputado federal (legislaturas de 1967/1971,
1971/1975, 1975/1979 e
1979/1983) durante 16 anos,
tendo exercido a vice-liderança do MDB (1970, 1972
e 1974) na Câmara dos Deputados, como ardoroso oposicionista, ocupando quase
diariamente a tribuna.
A convite do governo da
Alemanha Ocidental, visitou
esse país para estudar o problema habitacional (1968). Por
indicação do MDB, participou,
em 1971, de um congresso de
turismo, em Ancara (Turquia).
Em 1979, o deputado paraense Jorge Wilson Arbage,
vice-líder da Arena, apresentou projeto de lei propondo a instituição de Nossa
Senhora Aparecida, como
“Patrona das Forças Armadas”. O papa Pio XI tinha
proclamado N.S.Aparecida
como Padroeira do Brasil,
por isso, em 31 de maio de
1931, na presença de Getúlio
Vargas, foi proferido o ato
de consagração (GV, Diário,
Vol.I, p.64).
O relator disse em seu voto
que a proposição “Virá satisfazer aspiração não apenas
dos militares, mas de todo
o povo brasileiro”. Em seu
parecer, lúcido e ponderado,
Joel Ferreira afirmou: “As
Forças Armadas não podem
ser envolvidas em assuntos
religiosos, em uma pátria
que tem livre a manifestação
de pensamento. Até hoje,
Nossa Senhora Aparecida é
a Padroeira do Brasil, sem
necessidade de legislação específica. É padroeira de todos
os brasileiros que professam
a religião católica. Se sairmos
deste ideário de liberdade,
poderemos pagar preços demasiadamente altos”.
Escrevemos que “Sua destemida atitude, em um episódio muito delicado de nossa
história parlamentar, embora
pouco divulgado, foi ditada
pela necessidade de defender
a liberdade religiosa, em perigo iminente. Um valoroso
parlamentar batista, honrando a tradição dos evangélicos
no Brasil, no momento oportuno, desfechou um golpe
decisivo contra a idolatria”
(OJB, 20 abril 1980).
Graças ao corajoso parecer,
o projeto foi rejeitado, unanimemente, por pressão dos
militares membros da Comissão de Segurança Nacional,
em novembro de 1979. Em
conformidade com dispositivo regimental, a proposição
deveria ser arquivada.
Para surpresa dos constitucionalistas, em 30 de junho
de 1980, o general João Figueiredo aceitou a argumentação da bancada católica e
sancionou a Lei nº 6.802,
declarando feriado nacional
o dia 12 de outubro, para cul-
to público e oficial à Nossa
Senhora Aparecida, padroeira do Brasil.
Na legislatura de
1983/1987, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional/
Partido Democrático Social,
mas não obteve assento na
Câmara dos Deputados.
Em 1983, concluído o
mandato, saiu da arena parlamentar e foi para a área
administrativa, sendo nomeado conselheiro do Tribunal
de Contas do Distrito Federal, do qual foi presidente
(1987/1988). Serviu como
assessor especial, depois de
1995, do governador Joaquim Roriz.
Em todos os cargos, funções e mandatos, exercidos
com honestidade e competência, procurou ajudar
os cidadãos. Em 1968 ingressou na associação dos
“Gideões Internacionais”,
na qual foi, durante vários
anos, secretário de distribuição do Novo Testamento em
escolas, quartéis, hospitais e
presídios.
Em 13 de setembro de
2000 tornou-se membro
da Igreja Memorial Batista, onde teve importante
participação na Assessoria
Jurídica. A Igreja realizou
um culto de gratidão a Deus
por sua vida.
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o jornal batista – domingo, 08/03/15
ponto de vista
Orando
nos Salmos (1)
Salmo 1
P
recioso Pai, graças Te
dou pela exatidão da
Tua Palavra. Ela declara firmemente que
é mais que feliz o homem que
não anda segundo o conselho
dos ímpios, não se detém
no caminho dos pecadores e
nem se assenta na roda dos
escarnecedores. O segredo da
felicidade está no prazer em
meditar na Lei do Senhor e
fazê-lo dia e noite.
Por esta prática muito salutar, o Senhor faz uma analogia com a árvore plantada
junto às águas. Ela fica verde,
bonita, saudável e produtiva,
pois cumpre a missão para a
qual foi criada, glorificando o
Criador. O Senhor nos ensina
que o segredo da felicidade,
da vida bem-sucedida, é andar
em comunhão plena contigo.
Como é feliz o homem que
tem no Senhor contentamento, que tem prazer na comunhão contigo através da Tua
Revelação. Que considera o
Senhor como a prioridade. É
uma vida amorosa, serviçal e
comprometida com o caráter
de Deus Pai.
Mas, Senhor, não são assim
os ímpios, os injustos, os que
andam na contramão da Tua
vontade, em desobediência e
em rebeldia constante. Estes,
são como a folha seca, sem
vida, como a palha que o vento espalha. São jogados de um
lado para outro. São sequíssimos. Vivem uma vida infeliz,
sem fruto, sem reconhecer que
o Senhor é sempre bom, uma
fortaleza no dia da angústia e
conhece os que em Ti confiam, segundo o que diz Naum
1.9. Eles são condenados por
andarem na incredulidade,
pois “Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11.6).
O grande contraste entre justos e ímpios está em ter e não
ter o Senhor. A Tua Palavra
diz que o Senhor recompensa
os justos, mas os ímpios serão
destruídos, serão condenados
eternamente por viverem na
injustiça, rejeitando o Senhor e
a Sua Palavra. Benditos os que
têm prazer na Lei do Senhor
porque amam o Senhor.
observatório batista
LOURENÇO STELIO REGA
Obedecer a Deus por
dever ou por alegria?
O
verbo “dever” é
um dos mais utilizados em nossas pregações,
palestras e aconselhamentos. Devemos obedecer a
Deus, devemos praticar os
dez mandamentos, devemos
produzir os frutos do Espírito, devemos praticar as bem-aventuranças, etc. Depois
de ouvir uma mensagem
assim, uma jovem me confessou que a cada domingo
era maior o seu sentimento
de impotência, por mais que
desejasse obedecer a Deus
era cada vez mais difícil,
pois ela não tinha forças
para cumprir com as elevadas exigências que ouvia nas
mensagens pregadas.
Reinhold Niebuhr menciona que o Evangelho está
repleto de possibilidades
impossíveis. O próprio
apóstolo Paulo menciona
no capítulo 7 de Romanos
a impotência humana no
viver os princípios do cristianismo – “O querer está
em mim, mas não o reali-
zar” (Rm 7.18). Em Gálatas
5.16-17 ele novamente fala
que há uma guerra espiritual em nós para que não
realizemos o que queremos.
Isso dá indicações de que
nosso querer não foi tão
tocado pelo “vírus” do pecado edênico, mas de nada
adianta, se temos dentro de
nós uma tendência para o
pecado - natureza pecaminosa. Há quem acredite que
Romanos 7 se refira aos não
cristãos, mas o contexto não
permite. O capítulo 5 trata
da justificação, o capítulo 6
da vida de um justificado, o
capítulo 8 da vitória da vida
pela graça, então a sequência coloca o capítulo 7 bem
no meio da explicação sobre
a vida cristã.
Penso que o conceito de
dever que temos em nossa
pregação possa ter duas origens: 1) - doutrina da retribuição e penitência católica
– devemos obedecer para
não sermos castigados ou
para sermos premiados com
alguma bênção – daqui surge
o legalismo; e, 2) - doutrina
do imperativo categórico de
Kant, que tingiu a Teologia
Ocidental. Deste último vem
o conceito da Ética na Filosofia ser chamada de Deontologia – a ciência do dever.
Consultando outros textos bíblicos poderemos ver
que o relacionamento nosso
com Deus ultrapassa o senso precário do dever. Por
exemplo, em I Timóteo 6,
temos a descrição do senso
de piedade que é aceito por
Deus. A piedade aqui não
está relacionada com rituais a
serem observados, mas a piedade que é aceita por Deus é
quando existe contentamento. A palavra contentamento
no grego é “autarquia”, que
também significa autossuficiência, autorrealização,
indica também o concurso
da voluntariedade. Uma pergunta chave: você faria algo
com contentamento se fosse
obrigado? O contentamento
é produto de uma opção, da
vontade de fazer. Portanto, o
exercício da vida cristã, antes
de vir pelo dever, é mobilizado pela voluntariedade, pela
alegria, pelo desejo de amar
a Deus, de ser leal a ele, de
desejar cumprir os alvos para
os quais fomos criados, em
vez de nossos alvos.
A questão, então, não é
se devo ou não fazer isso
ou aquilo, se devo ou não
pecar, mas que eu não quero pecar, pois meu sonho
é viver em harmonia e comunhão com meu Deus,
Criador e Recuperador de
minha vida. O querer eu
posso, o realizar fica pela
ação de Deus em minha vida
pela sua graça, pelo seu Espírito. Aliás, eu não preciso
produzir o fruto do Espírito,
o fruto é que é produzido
pelo Espírito por intermédio
de minha vida, como indica
Gálatas 5.22-23, assim como
as bem-aventuranças. Quando avançamos para além da
cruz, chegando na ressurreição, compreendemos que,
pelo poder da ressurreição,
Jesus não apenas nos dá o
céu, mas uma nova vida e
vida em abundância, como
diz João 10.10.
Viver a vida cristã deixa de
ser dever para ser opção de
vida, de acordo com Lucas
9.23 – voluntariamente tomar a nossa cruz, morrer e
prosseguir até a ressurreição,
isto é, entregando nossos
corpos como instrumentos
da justiça, como relata Romanos 6.
Paulo ainda ensina que
quando nos sentimos fracos
aí é que Deus nos fortalece
, como está escrito em II Co
12.10. Basta confessarmos a
Deus que não conseguimos
ser leais a Ele, pedindo que
seu Espírito produza por
meio de nós seu fruto, veremos milagres acontecendo
em nossa vida, pois não viveremos com medo da punição, nem tentando um dever
que não conseguiremos concretizar, mas viveremos com
alegria tendo consciência de
que o relacionamento nosso
com Deus é voluntário, é
opção – isso é o centro da
vontade de Deus.
o jornal batista – domingo, 08/03/15
ponto de vista
15
Um ex-paquito me
deixou envergonhado
Neemias Lima, pastor da
Igreja Batista do Braga Cabo Frio - RJ
N
o dia 18 de janeiro, no culto
noturno, pedi
oração pelo missionário brasileiro Alexandre
Canhoni, que teve sua casa
totalmente destruída no Níger. Mas não sabia que se
tratava do ex-paquito da
Xuxa, chamado Xand. Na
terça-feira, dia 20, foi veiculada uma matéria na “Rede
Record” sobre a destruição
de sua casa. Ele participou
ao vivo. Assisti a matéria e
fiquei envergonhado.
Na década de 90, Xand
era um dos famosos paquitos e o glamour da televisão não lhe trouxe paz. Em
entrevista anterior afirmou:
“Era muita competitividade.
Muita inimizade. Não me
dava bem com ninguém.
Um queria ser melhor do
que o outro. Se eu disser
que era uma família, tudo
uma maravilha, mentiria.
Até peço perdão aos fãs
porque só queria dinheiro
e fama. Tinha 17 anos, sem
conhecimento nenhum da
vida, filhinho de papai deslumbrado com a fama, com
mulher, com carro do ano.
Tinha de tudo [em relação
a bens materiais], me envolvia com mulheres, usei
drogas, experimentei de
tudo. Era uma loucura”.
Na matéria, Xand destaca:
“Assim que me converti,
senti grande necessidade de
ajudar as pessoas. Pensei em
ir a um lugar que ninguém
gostaria de ir. Descobri o
Níger, não é a Nigéria. É o
país mais pobre do mundo,
o último em IDH - Índice de
Desenvolvimento Humano.
Viemos pra cá e começamos
a ajudar essas pessoas”.
Em matéria do Jornal “O
Globo”, lê-se: “Mais conhecido no passado como
paquito Xand, do ‘Xou da
Xuxa’, Alexandre desenvolve trabalhos humanitários
com crianças na organização evangélica Guerreiros
de Deus, com a mulher e
quatro brasileiros. Um dos
projetos da organização, que
oferece refeições à crianças
da capital Niamey, tem base
no quintal da casa. Por isso,
a destruição afetou, tam-
bém, o seu trabalho. O casal
oferece, diariamente, 250
pratos de comida para as
crianças atendidas. Em todo
o Níger são 1.200 refeições.
O trabalho é voluntário e
conta com a ajuda de cerca
de 90 pessoas”.
Destaca “O Globo”: “Xand
se preparava para o almoço,
por volta de 13h do último
sábado, quando ouviu gritos
e, do segundo andar, viu
fumaça saindo de outras
casas e templos queimados,
além de manifestantes com
pedaços de pau se aproximando. Ouviu gritarem ‘casa
do Alex’ e se dirigiam a ela.
Ele diz que é conhecido em
Niamey por seu trabalho
humanitário”.
Afirmou Xand: “Estamos
aqui há muitos anos. Todo
mundo me conhece, sabe
que somos cristãos. Aqui
eles me conhecem não por
ser ex-paquito da Xuxa, pelos filmes, de cantar e dançar. Aqui eles nos conhecem
como um casal de brancos
que chegou em 2001 e começou a ajudar as pessoas”.
Xand e esposa conseguiram fugir antes que os mani-
festantes atingissem sua casa
e, ao voltarem, viram o estrago: “Tudo foi afetado. Desde panela e prato, levaram
tudo. Saquearam, quebraram, queimaram, roubaram.
Foi bem difícil para a gente
voltar e dar uma olhada. Foi
bem triste, a casa está sem
luz e sem água e as janelas
e o portão estão quebrados,
graças a Deus ninguém ficou
ferido”. O momento é de
emergência, pois terão que
começar do zero.
Na “TV Record”, chorando, disse: “Não sairemos
daqui, conversamos eu e
minha esposa, só sairemos
se Deus nos der uma ordem
muita clara ou o governo
nos expulsar dizendo que
só ficarão os muçulmanos”.
Sinceramente, fiquei envergonhado com minha participação em missões. E, sem
presunção, tentamos fazer
alguma coisa. Mas vi que,
diante de uma decisão como
a de Xand, tenho feito muito
pouco. Ainda este mês, nossa Igreja começará a ajudar o
projeto. Não esperava, mas
um ex-paquito me deixou
envergonhado.
que faço sempre tem resultados imediatos. Se ofendo
alguém, esse alguém nos
dá o troco. Se sou um consumista, isso me leva a contrair dívidas. Nenhum ato
escapa das consequências.
É, em virtude disso, que
Paulo exclama: “Miserável
homem que sou, quem me
libertará do corpo sujeito a
esta morte?”.
Eis ai o alerta do que somos e do que fazemos. Somos uma bomba pronta a
explodir e causar enormes
danos. Davi foi um homem
muito adiante de nós. Ele
reconhecia em si a presença
das duas teologias, conforme ele diz em Salmos,
quando afirma: “Pois eu
mesmo reconheço as minhas transgressões, e meu
pecado sempre me persegue” (Sl 51.3).
Fico imaginando a paz, os
frutos, o crescimento, a comunhão, e tantos outros benefícios que teriam nossas
comunidades, se cada um
permitisse ao Espírito franca
liberdade de agir com ambas as teologias em nossas
vidas. Seria um antecipar
da vinda do Senhor Jesus,
e uma grande mudança em
nossa sociedade.
Duplicidade
teológica
Manoel de Jesus The,
colaborador de OJB
E
m Romanos 7.14-25,
o apóstolo Paulo fala
do que ele é e do
que ele faz. Temos
aqui a teologia do que sou
e a teologia do que faço. É
interessante que este texto
mostra o cristão como um
soldado convocado para
uma guerra, sempre de
prontidão. Este texto é muito conhecido, mas um dos
mais difíceis de ser praticado. Paulo é muito lembrado
pela sua grande produção
literária, mas, apenas esse
texto, já seria suficiente
para ser lembrado.
Cada vez que o soldado
falha, ele produz fruto para a
morte. Um mau testemunho
gera a morte espiritual do
meu vizinho, do colega de
trabalho, do meu filho, da
felicidade conjugal, nenhuma ação escapa de produzir
resultados. Seria bom mentalizarmos o que aconteceria
se nossa produção rendesse
apenas frutos de vida.
A teologia do que sou sugere para muitos um estado
neurótico continuado. É
falso, pois a paz está sempre
presente em cada vitória.
Dissemos paz, não ufania.
Não o desfilar de bondade
ou boas obras, para que
os outros nos vejam como
vitoriosos. Reconhecer o
que sou me leva a um arrepender contínuo, pois nos
torna sensíveis à ação do
Espírito. Ela nos torna alertas no tocante aos nossos
sentimentos, sensíveis às
dificuldades e fraquezas do
nosso semelhante, e prontos
a compreendê-las.
A teologia do que sou é
mais difícil, pois os resultados são invisíveis aos nossos
olhos - mas não aos olhos
de Deus - e a teologia do
mundo
Um
de
oportunidades para servir.
Em 2015, Missões Mundiais te convida a colocar
seus dons e talentos em favor dos muitos que ainda
não conhecem a Boa Nova que transforma.
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e conheça nossos projetos e ações.
Seja voz de Deus às nações.
Conecte-se com Missões Mundiais.
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8 de março dia de missões mundiais