MERCADOS DO AMANHÃ Tendências Globais e suas Implicações para as Empresas World Resources Institute United Nations Environment Programme 20 02 P E DID O S DE P U BLIC A Ç Õ E S WRI WBCSD UNEP CEBDS Hopkins Fulfillment Service Earthprint Ltd Earthprint Ltd Av. das Américas, 1155 - sala 208 PO Box 50370 PO Box 119 PO Box 119 22631-000 - Barra da Tijuca Baltimore, Md 21211-4370 Stevenage SG1 4TP Stevenage SG1 4TP Rio de Janeiro - RJ Tel.: (1 410) 516 6959 Hertfordshire England Hertfordshire England Tel.: (55 21) 3139 1250 Fax: (1 410) 516 6998 United Kingdom United Kingdom Fax: (55 21) 3139 1254 E-mail: hes.custserv @ mail.press.jhu.edu Tel.: (44 1438) 748 111 Tel.: (44 1438) 748 111 E-mail: [email protected] Fax: (44 1438) 748 844 Fax: (44 1438) 748 844 Internet: www.cebds.org E-mail: wbcsd@ earthprint.com E-mail: customerservices@ earthprint.com Pedidos de publicações do WBCSD Pedidos de publicações do UNEP podem Pedidos de publicações do WRI podem ser feitos on-line pelo site: www.wristore.com podem ser feitos on-line pelo site: ser feitos on-line pelo site: www.earthprint.com www.earthprint.com DE C L A R A Ç Ã O DE E XON E R A Ç Ã O DE R E S P ON S A BILID A DE gratuito: www.cebds.org A Este relatório foi elaborado pelo WRI, UNEP e WBCSD, sendo o WRI seu autor principal. O WRI Créditos de Fotografias: Don Doering (páginas 3, 33, 36), Molly Hewes assume a responsabilidade pela escolha dos tópicos de estudo e por garantir aos pesquisadores (página 60), Andrew Katona (páginas 48, 50, 51), Alston Neal (página 42) e autores a liberdade de investigação, assim como pelas orientações fornecidas aos painéis consultivos e revisores especializados. Salvo expresso em contrário, todas as interpretações e os resultados de pesquisa contidos nas publicações do WRI são de responsabilidade dos autores. As revisões foram realizadas por membros do WBCSD para garantir que o documento ofereça informações úteis à comunidade empresarial. As designações empregadas e a apresentação do material aqui contido não expressam a opinião do United Nations Environment Programme, do World Resources Institute ou do World Business Council for Sustainable Development no tocante ao status jurídico de qualquer nação, território, cidade ou área ou ainda de suas autoridades e limites territoriais. Adicionalmente, as visões aqui expressas não Copyright ©2002 World Resouces Institute, United Nations Environment Programme e World Business Council for Sustainable Development. Todos os direitos reservados. Esta publicação pode ser reproduzida na íntegra ou em parte sob qualquer forma para fins educacionais e não-lucrativos sem permissão especial dos detentores dos direitos autorais, desde que haja menção da fonte. As instituições parceiras, WRI, UNEP e WBCSD, gostariam de receber uma cópia de qualquer material que utilize esta publicação como referência. representam necessariamente a decisão ou qualquer política do UNEP, WRI ou WBCSD, nem a cita- Não é permitido o uso desta publicação para fins de revenda ou qualquer ção de nomes ou processos comerciais constitui o endosso de nossas instituições. outro fim comercial sem uma autorização prévia por escrito dos detentores Diretor de Publicações: Hyacinth Billings, WRI 2 Publicações do CEBDS para download dos direitos autorais. Projeto: Alston Neal, Barbieri & Green, Washington, DC ISBN Number 1-56973-497-6 Impressão: CifiLaboureur Imprimeur, Paris, France Número de Controle da Biblioteca do Congresso 2002101675. MERCADOS DO AMANHÃ Tendências Globais e suas Implicações para as Empresas Traduzido de Tomorrow’s Markets: Global Trends and Their Implications for Business, published in 2002 by World Resources Institute, United Nations Environment Programme, and World Business Council for Sustainable Development. All rights in the original work are reserved. MERCADOS DO AMANHÃ 3 Prefácio das Instituições Parceiras Jonathan Lash PR E SIDE N T E World Resources Institute N ossas três organizações unem-se nesta publicação para discutir as tendências que estão moldando o ambiente corporativo global. As empresas de sucesso do futuro serão lideradas por pessoas cuja visão integra o crescimento sustentável a valores pessoais e sociais de modo a gerar um poderoso cenário de mudanças e inovação. Os Mercados do Amanhã mostram que o crescimento futuro se dará em uma arena competitiva onde os vencedores são aqueles que geram valor sem qualquer ônus ambiental. A degradação ambiental, a pobreza e a falta de oportunidades econômicas em várias regiões do mundo se tornam os ingredientes de conflitos étnicos, ódio e violência. O setor privado tem o papel – mais importante do que nunca – de desenvolver produtos e práticas que amparem políticas de proteção e restauração do meio ambiente, que erradiquem a pobreza e que criem uma sociedade justa e transparente. O desafio do futuro está em escolher um caminho que satisfaça as exigências de crescimento ao mesmo tempo em que mantenha o equilíbrio natural que sustenta nossas economias e atenda às necessidades e aos direitos de saúde, prosperidade e paz das comunidades globais. Os Mercados do Amanhã são um chamado à ação e um sinal de oportunidades para a enorme capacidade criadora e inovadora da comunidade empresarial. Björn Stigson PR E SIDE N T E World Business Council for Sustainable Development H á vários argumentos em prol do desenvolvimento sustentável. Sendo um conselho empresarial, nossa argumentação baseia-se em uma posição empreendedora que visa tornar as empresas mais competitivas e, assim, se tornarem mais sustentáveis. Abrangemos temas como ecoeficiên- cia, o papel dos mercados globais e de capitais, responsabilidade social corporativa, transparência, inovação e tecnologia, gestão ambiental sólida e novas parcerias, entre outros. Vivemos em um mundo em rápida mudança e nosso futuro é incerto. Líderes empresariais precisam identificar os sinais-chave que afetarão seu sucesso futuro e promoverão a inovação. O relatório do WRI, elaborado em parceria com a UNEP, vai além das preocupações diárias e, de forma concisa e dinâmica, identifica principais tendências que moldarão a agenda das empresas. Como já prediz o título, esperamos que os fatos e as tendências aqui apresentados ajudem a moldar os mercados do amanhã ao fornecerem às empresas informações inteligentes para a elaboração de melhores estratégias corporativas e para a identificação de novas oportunidades de negócios. Klaus Töpfer DIRETOR EXECUTIVO United Nations Environment Programme O acesso a informações confiáveis e oportunas é cada vez mais importante em nosso mundo globalizado, pois permite a elaboradores de políticas e líderes empresariais reconhecer as tendências que moldam o mercado e compreender as razões por trás das mesmas. Isto motivou a UNEP a unir forças com o WBCSD e o WRI para produzir esta nova publicação, a qual vai além do GEO 3 – Panorama Ambiental Global – por concentrar-se nas conexões entre as tendências ambientais, econômicas e sociais. A Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável de 2002 foi um marco para a proteção ambiental e a mitigação da pobreza. Em face do crescente interesse em novas parcerias público-privadas, a Cúpula de Joanesburgo discutiu a relação entre o setor produtivo e o meio ambiente e formas inovadoras de tratamento de questões socioeconômicas complexas. O desenvolvimento sustentável é também um conceito empresarial. Os fatos e as tendências aqui apresentados confirmam que não podemos continuar da mesma forma. Espero que ajudem líderes empresariais a compreender melhor as inter-relações entre meio ambiente e desenvolvimento e, assim, a responder de modo mais eficaz ao enorme desafio que temos pela frente. 4 MERCADOS DO AMANHÃ Tendências Globais e suas Implicações para as Empresas Prefácio do CEBDS Fernando Almeida PR E SIDE N T E E X ECU TI VO Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável O s Mercados do Amanhã serão moldados por questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável, sejam elas globais ou locais. Este é o consenso entre as lideranças empresariais esclarecidas de hoje. Esta visão traz, no entanto, um questionamento invitável: nossos modelos de negócio estão preparados para enfrentar as restrições e aproveitar as oportunidades apresentadas pela sustentabilidade? Estamos e estaremos em um processo de descoberta. Cabe a cada empresa formular suas próprias conclusões em função do contexto em que está inserida. O que sabemos é que século 21 inaugura uma era de restrições severas e oportunidades ilimitadas. Empresas líderes nas próximas décadas serão aquelas capazes de converter desafios em oportunidades, formulando estratégias de negócios que potencializem sua competitividade e, simultaneamente, contribuam para a solução dos principais problemas globais como: aquecimento global, escassez de recursos e inclusão econômica e social. Cientes de que a capacidade de compreender e gerenciar os desafios do desenvolvimento sustentável será o principal elemento de diferenciação competitiva, é com grande satisfação que trazemos às nossas empresas, e à sociedade brasileira como um todo, um dos mais pragmáticos e consistentes documentos já produzidos sobre o estado do mundo, as tendências globais e suas implicações sobre as empresas. Pretendemos com isso prover uma maior compreensão deste complexo ambiente em que nossas empresas estão operando, ajudando-as a evoluir no rumo da sustentabilidade. MERCADOS DO AMANHÃ 5 Progresso com ganhos para todos Introdução de Michael Porter Q HARVARD BUSINESS SCHOOL ual a relação entre estratégias corporativas e questões sociais como meio ambiente, pobreza, saúde, população e desenvolvimento internacional? Líderes empresariais geralmente não percebem a relevância de questões “sociais” para a competição de mercado, relegando-as ao plano da cidadania ou filantropia corporativa ou, ainda, ao plano da consciência individual. Entretanto, ao longo dos anos tem se evidenciado a inadequação de se tratar questões sociais e estratégias corporativas separadamente, pois abordar somente as últimas leva empresas a perder oportunidades e ignorar escolhas e vantagens competitivas. A mesma dicotomia é observada entre líderes do setor social, que tendem a ver empresas como adversários, e não aliados, na promoção de causas sociais. Somente agora estamos aprendendo que a melhor maneira de solucionar os principais problemas do mundo é mobilizar o setor empresarial dentro de um contexto de regras, incentivos e parcerias benéficas tanto para as empresas como para a sociedade. Hoje, a concorrência exige a integração de políticas econômicas e sociais. Um exemplo é o controle da poluição e da emissão de gases de efeito estufa, visto pelas empresas como uma questão social e ainda com resistência, por acarretar-lhes custos. Os ambientalistas, por sua vez, crêem que as empresas procuram obter lucros com a poluição e, assim, lutam por regulamentações que obriguem as Somente agora estamos aprendendo que a melhor empresas a instalar tecnologias antipoluição, qualquer que seja maneira de solucionar os principais problemas do seu custo. mundo é mobilizar o setor empresarial através de parcerias benéficas tanto para as empresas como No entanto, virtualmente toda a poluição causada por empresas para a sociedade. representa resíduos e o uso não produtivo dos recursos, e pode ser solucionada com melhores métodos e tecnologias. Forçar as empresas a instalar tecnologias antipoluição não é a melhor abordagem, mas, sim, a inovação de produtos ou processos. O mesmo se aplica ao uso da energia, a principal causa da maior parte das emissões de gases de efeito estufa. Práticas corporativas inovadoras na área ambiental produzirão mais competitividade interna, e produtos voltados para a escassez ambiental terão um enorme potencial de mercado. Isto significa que as empresas devem ver a proteção ambiental como uma oportunidade de negócios, e os ambientalistas devem reconhecer que o progresso com melhoria ambiental será agilizado através do trabalho colaborativo com as empresas. Governos de países em desenvolvimento devem entender que a degradação ambiental leva à pobreza e, não, ao desenvolvimento econômico. 6 MERCADOS DO AMANHÃ Tendências Globais e suas Implicações para as Empresas Conclusões semelhantes se aplicam a outras áreas sociais, como discriminação racial e social, saúde e segurança no trabalho, e treinamento. Por exemplo, perspectivas de falta de mão-deobra em países desenvolvidos incentivarão empresas a contratar e treinar minorias somente se não forem criados entraves legais ou riscos para as empresas por empregar esses indivíduos. Além da integração das necessidades corporativas e sociais, a prosperidade do mundo em desenvolvimento deve ser considerada de importância estratégica para quase todas as empresas. A economia mundial não é um jogo no qual o sucesso de um país implica perdas para outros: há um enorme potencial de crescimento se muitos países melhorarem sua produtividade e as relações comerciais com outros, pois existem diversas necessidades humanas não satisfeitas e a demanda pelas mesmas crescerá somente se as nações se tornarem mais prósperas. Questões sociais e corporativas se aliarão também em áreas controversas da globalização. Tanto ativistas sociais como empresas têm muito a ganhar com um sistema de comércio internacional aberto e justo. As evidências provam que, quando comparadas a empresas locais em países em desenvolvimento, empresas estrangeiras trazem padrões ambientais mais altos, pagam e tratam melhor seus funcionários, e empregam práticas de trabalho mais seguras. Se os ativistas sociais têm por objetivo melhorar Além da integração das necessidades essas práticas em seus países, certacorporativas e sociais, a prosperidade do mente preferirão trabalhar lado a lado com as empresas estrangeiras do que mundo em desenvolvimento deve ser se oporem a elas. considerada de importância estratégica O volume oferece uma importante e para quase todas as empresas. fascinante base de dados para líderes aproveitarem essas oportunidades de mercado, pois, ao listar todas as oportunidades derivadas de necessidades sociais, promove o desenvolvimento internacional e revela vantagens competitivas e benefícios econômicos das inovações, de modo a promover um melhor uso de recursos escassos e um melhor desempenho das empresas. O volume ressalta a importância da democracia e da transparência para atingirmos um progresso com ganhos para todos. Os setores empresarial e social precisam adotar novas maneiras de pensar e este documento constitui uma ferramenta valiosa para promover este novo pensamento. Michael E. Porter, a maior autoridade em estratégias competitivas e competitividade internacional e autor de 16 livros e mais de 75 artigos, é Professor Titular da Universidade Bishop William Lawrence, que pertence à Harvard Business School. Professor Titular é o posto de mais alto reconhecimento profissional que um membro de Harvard pode alcançar. MERCADOS DO AMANHÃ 7 Índice As Pessoas e os Mercados do Amanhã 10 SERVIÇOS À SOCIEDADE População 12 A expansão populacional em regiões em desenvolvimento criará grandes mercados dominados por jovens. Riqueza 14 A riqueza global está aumentando, mas a disparidade de renda também. Nutrição 16 Milhões sofrem de desnutrição em meio à abundância de alimentos. Saúde A expectativa de vida aumenta, mas doenças evitáveis continuam a limitar o desenvolvimento. 18 20 Educação A educação primária chega a quase todos, mas as oportunidades de aprendizado excluem muitos. Inovação 22 MAIS VALOR COM MENOS IMPACTO Consumo 24 O crescente consumo gera riscos ambientais e oportunidades de negócios com inovação. Energia 26 A demanda acelerada por energia gera crescimento econômico, mas ameaça o clima da Terra. Emissões 28 A poluição continua sendo um desafio global. Eficiência 30 O uso de materiais ainda cresce, a despeito de melhorias em energia e eficiência dos materiais. Capital Natural 32 PRESERVANDO A BASE DE RECURSOS Ecossistemas 34 A capacidade produtiva do planeta está em declínio. Agricultura 36 A produção de alimentos é a base de muitas economias, mas ameaça os ecossistemas dos quais depende. Água Doce Dentre as diversas necessidades humanas, a água doce é cada vez mais escassa. 8 MERCADOS DO AMANHÃ Tendências Globais e suas Implicações para as Empresas 383 Conexões 40 FAZER NEGÓCIOS EM UM MUNDO INTERLIGADO Urbanização 42 O crescimento urbano concentra oportunidades de negócios e desafios sociais. Mobilidade 44 O homem está mais móvel e isso acelera o fluxo de bens e conhecimentos e aumenta a demanda por energia e infra-estrutura. Comunicações 46 O acesso a tecnologias de informação e comunicação promove oportunidades econômicas. Mão-de-obra 48 As economias se tornam baseadas em serviços, as mulheres são uma parte crescente da força de trabalho formal. Papéis e Responsabilidades 50 EM BUSCA DA LICENÇA PARA OPERAR Democracia 52 A democracia se alastra gerando melhores condições para economias de mercado. Responsabilização 54 A sociedade civil exige mais responsabilização e transparência do governo e das empresas. Privatização 56 Aumentam os investimentos do setor privado para financiar o desenvolvimento econômico. Notas 58 Recursos Adicionais 62 MERCADOS DO AMANHÃ 9 As Pessoas e os Mercados do Amanhã População Riqueza Nutrição Saúde Educação 10 As Pessoas e os Mercados do Amanhã S E R V I Ç O S À S O C IE D A DE SERVINDO À SOCIEDADE Nas próximas décadas, os mercados consumidores e a mão-de-obra se concentrarão nos mercados emergentes e de rápido crescimento, onde pequenas e grandes empresas encontrarão oportunidades lucrativas ao atender às necessidades de saúde, educação e nutrição de seus habitantes. Estes mercados darão preferência a empresas que estabelecerem parcerias com o governo e a sociedade civil para prover serviços de necessidades básicas, melhorar a capacitação humana, aumentar a capacidade econômica, diminuir as desigualdades sociais e conservar o meio ambiente. MERCADOS DO AMANHÃ 11 População V ivemos num mundo de contínuo crescimento populacional, apesar da queda das taxas de natalidade em todo o mundo. Em 25 anos, estima-se que a população alcance a marca dos 8 bilhões – um terço maior que o número atual.1 A dinâmica populacional está na base de quase todas as tendências que compõem os mercados do amanhã, uma vez que o crescimento populacional afeta o meio ambiente, a saúde, a nutrição, a educação e a riqueza dos cidadãos. Nos próximos 20 anos, a população dos países de alta renda (Renda Nacional Bruta ≥ US$ 9.266 per capita) diminuirá ou terá crescimento mínimo, e a maioria da população nascerá em países de economia baixa (RNB ≤ US$ 755 per capita) e média (RNB = US$ 756 – 9.265).2 Para maximizar o potencial dos mercados, consumidor e de trabalho, de baixa e média renda, será necessária a capacitação da mão-de-obra e a criação de produtos e serviços adequados às necessidades básicas destes consumidores e àquelas de uma classe média em expansão (vide Riquezas). Os países em desenvolvimento precisam fomentar suas indústrias nacionais para servir à sua própria população, enquanto multinacionais precisam desenvolver competências estratégicas, técnicas, operacionais e de marketing para operar nesses mercados. A população mundial está crescendo População Global 1975 - 2025 P OP ULA ÇÃ O ( BILH ÕES) 8 6 4 Nações em desenvolvimento 2 Nações desenvolvidas 0 1975 2000 FONTE: 2025 United Nations Population Division, 2000. F O N T E : United Nations Population Division, 2000. A população da Terra chegou aos 6 bilhões em 2.000 e, segundo a projeção de Variante Média da ONU, chegará a, aproximadamente, 7,9 bilhões em 2025, estabilizando-se em cerca de 9,3 bilhões em 2050.3 A queda da taxa de fertilidade reduziu as taxas de crescimento populacional, que chegaram ao pico de 2,04% em 1965-70 e caíram para 1,35% entre 1995 e 2.000. Nos próximos 20 anos, 98% do crescimento populacional projetado se dará nos países em desenvolvimento.4 A expansão populacional em regiões em desenvolvimento criará grandes mercados dominados por jovens. Fatos ■ ■ ■ ■ 12 Taxas de Fertilidade, Regiões Selecionadas, 1975 - 2025 Mais de 80% da população mundial vive nos países em desenvolvimento; este número chegará a 85% em 2025.5 2,4 bilhões da população total de 6,2 bilhões são crianças e adolescentes.6 Duas em cada cinco pessoas vivem na China ou na Índia.7 A taxa de fertilidade mundial caiu de cerca de 4 crianças por mulher em 1975 para menos de 3 crianças por mulher em 2000.8 Entre 1990-1995, 40% do crescimento populacional nos países de alta renda foi causado pela imigração; em países de baixa renda, a migração reduziu o crescimento populacional em cerca de 3%.9 As Pessoas e os Mercados do Amanhã S E R V I Ç O S À S O C IE D A DE T A X A D E FER T I LI D AD E ( N Ú M E RO DE F I LH O S P OR M ULHE R) ■ As taxas de fertilidade estão em declínio 8 ÁFRICA 7 MUNDO 6 ÁSIA 5 AMÉRICA DO NORTE 4 EUROPA 3 TAXAS DE REPOSIÇÃO DE 2,1 CRIANÇAS POR MULHER 2 1 0 1975 1985 1995 2005 2015 FONTE: 2025 United Nations Population Division, 2000. As taxas de fertilidade estão baixas em países desenvolvidos e em rápido declínio na maioria das regiões em desenvolvimento. No entanto, o “momentum” demográfico – o grande número de crianças atingindo seu período reprodutivo – significa que a população mundial continuará crescendo por várias décadas antes que as taxas de fertilidade alcancem o nível de reprodução estável em 2,1 crianças por mulher. A fertilidade está abaixo dos níveis de reprodução na Europa e na América do Norte, mas, na maioria das regiões em desenvolvimento, ainda está acima dos níveis recomendados, embora em rápido declínio graças a programas de planejamento familiar (vide Educação). A África é a única região do mundo onde a taxa de fertilidade não deve atingir o nível estável até 2025.10 Em muitos países africanos, essa taxa varia entre cinco e sete filhos por mulher – embora as mortes por HIV/AIDS reduzam o crescimento populacional.11 O crecimento populacional mundial cria novos mercados População Mundial por Grupo de Renda, 1970-1999 3 P OP ULA ÇÃO ( B I LH Õ ES ) RENDA MÉDIA RENDA BAIXA 2 RENDA ALTA 1 0 1970 1975 1980 1985 1990 1995 FONTE: World Bank, 2001. A rápida expansão populacional em países de baixa e média renda oferece um grande número de trabalhadores e consumidores em potencial para a economia mundial. O crescimento populacional inferior em países de alta renda indica um menor número de trabalhadores e consumidores nestes países.12 T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S 2.4 bilhões dos 6.2 bilhões da população mundial atual são crianças e adolescentes. Distribuição populacional por idade, 2000, e Projeções para 2020 (em cinza) REGIÕES MAIS DESENVOLVIDAS F AI XA E TÁ R IA ( AN O S ) 80-84 REGIÕES MENOS DESENVOLVIDAS 100+ Homem Mulher 80-84 60-64 60-64 40-44 40-44 20-24 20-24 0-4 300 200 100 0 100 200 300 POPULAÇÃO (MILHÕES) Homem 0-4 300 200 100 Mulher 0 100 200 300 POPULAÇÃO (MILH ÕES) FONTE: 22 Ecoss i stemas 32 M ã o - de- obra 46 Implicações para as empresas As alterações na estrutura etária acarretarão mudanças econômicas e sociais 100+ Consu mo United Nations Population Division, 1998. Os jovens são o grupo predominante nas estruturas etárias atuais e previstas para o mundo em desenvolvimento. A população em idade funcional nos países em desenvolvimento deve crescer para 70% até 2020 – um aumento que poderia ajudar as economias dos países em desenvolvimento, mas, também, incentivaria a emigração ou resultaria em altas taxas de desemprego (vide Mão-de-obra). Em contrapartida, as baixas taxas de fertilidade e a maior longevidade da população em países industrializados resultarão em mais pessoas na faixa de 50 – 90 anos em 2020.13 Esta massa idosa onerará os serviços nacionais de seguridade social, saúde e serviços pessoais que serão sustentados pela produtividade de uma população menor de jovens. A dinâmica populacional é tanto um dos principais fatores na formatação dos mercados internacionais como a razão dos maiores desafios econômicos e sociais da atualidade. A crescente população de jovens nos países em desenvolvimento constitui uma importante massa de mão-de-obra e de consumidores, especialmente porque os mercados tradicionais em países desenvolvidos estão encolhendo com a redução populacional e se caracterizando por uma crescente porção de idosos. Para fomentar mercados em países em desenvolvimento, grandes e pequenas empresas nacionais e internacionais devem apoiar práticas estáveis de criação de postos de trabalho e fornecer produtos e serviços que atendam às necessidades dos consumidores, sejam acessíveis e culturalmente atraentes. MERCADOS DO AMANHÃ 13 O mundo está mais rico... Produto Interno Bruto per capita, 1975-1999 P I B PER CAP I TA (C ON ST A NTE EM US $, e m 199 5) Riqueza O mundo está ficando mais rico e as economias dos países pobres estão se desenvolvendo. Ainda assim, em vários países e regiões, a disparidade de renda é grande e o número total de pessoas vivendo na miséria é muito alto. Países de baixa e média renda não têm recursos para erradicar problemas como o rápido crescimento populacional, ensino precário, alta incidência de desnutrição, sistema de saúde deficiente, corrupção, instabilidade política e destruição de recursos naturais. A grande desigualdade de renda restringe os efeitos benéficos do crescimento econômico: estima-se que os países com grande desigualdade de renda precisarão crescer duas vezes mais rapidamente até 2015 do que aqueles onde a divisão é mais igualitária.1 Para tornar a estabilidade e a prosperidade realidades globais será necessário proteger a base de recursos e garantir que as pessoas em países de baixa renda tenham oportunidades e liberdades (vide Democracia) para melhorar seu padrão de vida e participar plenamente da comunidade internacional e do mercado global. 30000 ALTA RENDA 25000 MUNDIAL 20000 MÉDIA RENDA 15000 BAIXA RENDA 10000 5000 0 1975 1980 1985 1990 1995 FONTE: World Bank, 2001. A produção econômica mundial apresenta um crescimento anual médio de 2,9% desde 1975. Cidadãos dos países de alta renda viram sua renda aumentar em média muito mais rapidamente do que nos países de baixa ou média renda, causando uma disparidade de renda ainda maior que a de 1975 (vide Consumo). Desde 1975, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita aumentou cerca de 280% no Leste da Ásia e Pacífico, 66% na América do Norte e 23% na América Latina e Caribe, enquanto o PIB per capita diminuiu em 17% na África Subsaariana (vide Democracia).2 A riqueza global está aumentando, mas a disparidade de renda também. Mapa Mundial do Produto Interno Bruto, 1998 PIB per Capita, 1998 ($ Paridade de Poder Aquisitivo) <5 5-10 10-15 15-20 > 20 Nenhum dado Geographic The World Bank, World Development Indicators. PROJEÇÃO: FONTE: O mapa acima mostra o PIB em cinco categorias em 1998. Uma comparação deste com o mapa de projeção de escassez de água para 2025 (vide Água, p. 37) e o do crescimento urbano projetado para 14 As Pessoas e os Mercados do Amanhã S E R V I Ç O S À S O C IE D A DE 2015 (vide Urbanização, p. 41) mostra a convergência e conexão entre os desafios sociais, econômicos e ambientais enfrentados por muitos países na Ásia, no Oriente Médio, na África e na América do Sul. Fatos ■ A pobreza continua sendo um grande problema A produção mundial mais que dobrou nos últimos 25 anos para algo em torno de US$33 trilhões 1999.3 Taxas de Pobreza Específicas, 1990 PORCENTAGEM DA POPULAÇÃO QUE VIVE COM MENOS DE: $1 POR DIA $2 POR DIA ÍNDIA UGANDA ■ Nos anos 1990, o consumo residencial (o valor de mercado de todos os bens e serviços adquiridos por domicílio) cresceu 3,7% ao ano em países de baixa renda, 4,1% em países de média renda e 2,3% nos de alta renda.4 HONDURAS INDO NÉSIA BOTSWANA CH INA BOLÍVIA Á FRICA DO S UL RUSSIAN FEDERATION O 1% mais rico da população detém tanta renda quanto os 57% mais pobres; ou seja, as menos de 50 milhões pessoas mais ricas do mundo têm uma renda equivalente à dos 2,7 bilhões de pobres.6 BRASIL 0 20 40 60 80 100 POPULAÇÃO VIVENDO NA POBREZA (POR CENTAG EM) FONTE: World Bank, 2000. Embora o número de pessoas vivendo com um poder aquisitivo inferior a US$ 1/dia nas economias em desenvolvimento e transição tenha caído de 28% para 24% da população entre 1987 e 1998, o número absoluto de pessoas na pobreza pouco mudou.7 A situação é ainda pior em países como a Índia, onde mais de 80% da população vive com menos de US$2/dia e mais de 40% com apenas US$1/dia. Os dados do gráfico foram convertidos em dólares para equalizar o poder aquisitivo de moedas diferentes. T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S O mundo tem 78% de pobres, 11% de pessoas com renda média e 11% de ricos. Distribuição da Renda para cada 20% da População, Países Específicos HUNGRIA, 1998 ÍNDIA, 1997 P A RC EL A DE R EN DA ( P ORC E NT AG EM) 70 60 50 40 30 20 10 0 MAI S POBRES RENDA MÉDIA MAI S RICOS 20% 20% 20% 70 60 50 40 30 20 10 0 MAIS POBR ES RE NDA MÉD IA M AIS RI COS 2 0% 2 0% 2 0% ESTADOS UNIDOS, 1997 0 MAI S POBRES RENDA MÉDIA MAI S RICOS 20% 20% 20% BRASIL, 1996 PA R C E LA D E RE N DA ( PO R C E NT AG EM) 70 60 50 40 30 20 10 Consu mo 22 Demo cracia 50 Ur ba n izaç ã o 40 Implicações para as empresas A desigualdade dentro dos países também persiste P A RC EL A DE R EN DA ( P ORC E NT AG EM) ■ O mundo é composto de 78% de pobres (poder aquisitivo anual médio inferior a US$3.470), 11% de pessoas com renda média e 11% de ricos (poder aquisitivo anual médio superior a US$8.000).5 PA R C E LA D E RE N DA ( PO R C E NT AG EM) ■ 70 60 50 40 30 20 10 0 M AIS P OBRES RE NDA MÉD IA M AIS RI COS 2 0% 2 0% 2 0% FONTE: World Bank, 2001. A desigualdade na distribuição de renda ocorre tanto entre países como dentro dos mesmos. Por exemplo, os 20% mais pobres no Brasil recebem apenas 3% da renda nacional, enquanto os 20% mais ricos têm acesso a mais de 60% dessa renda. Os 20% mais pobres nos EUA recebem 5% da renda nacional, enquanto os 20% mais ricos recebem cerca de 46%.8 O crescimento em longo prazo e o acesso justo a oportunidades exigem a inclusão de milhões de pessoas na economia global e a redução da má distribuição de renda entre cidadãos de países de alta e baixa renda. Consumidores de média e baixa renda em expansão representam mercados potenciais, e o desenvolvimento de bens e serviços acessíveis a estes mercados pode conduzir à inovação, a novos modelos de negócios e ao crescimento dos mesmos. Exemplos incluem os mercados emergentes para geradores fotovoltaicos e energia renovável para aplicação em pequena escala, fornos eficientes, saneamento e produtos de higiene pessoal, comunicações móveis e acesso à Internet em mercados de baixa renda. No entanto, as condições para o livremercado podem estar ameaçadas pela crescente desigualdade de renda e falhas econômicas que geram conflitos violentos e destroem a democracia. O progresso mundial duradouro – tanto econômico como social – depende da redução da pobreza. MERCADOS DO AMANHÃ 15 O progresso na luta contra a fome Desnutrição em Países em Desenvolvimento, 1979-98, e Projeções para 2015 1,200 PO PULA ÇÃO DE SN UT R ID A MÉ DIA AN UAL (M IL H ÕE S ) Nutrição E mbora as reservas de alimento tenham aumentado mais rapidamente do que a população mundial, milhões de pessoas que poderiam estar se educando, empreendendo e contribuindo para a construção de uma sociedade mais forte sofrem de desnutrição e lutam para sobreviver. A causa mais reconhecida da desnutrição é a pobreza – a falta de meios, conhecimentos e propriedade de terra para produzir ou obter alimento. Porém, há outros fatores sociais e ambientais em questão, como a degradação e escassez de terras produtivas, escassez de água, secas e guerras. Fatores políticos influenciam a distribuição de alimentos, e os subsídios e mecanismos de proteção ao comércio também prejudicam o desenvolvimento agrícola eficiente e um sistema adequado de distribuição. Atender à demanda de alimentos em países pobres requer novos e criativos investimentos. A comunidade empresarial internacional foi e será chamada a interpretar um papel tanto empreendedor como humanitário na solução do problema da desnutrição. AMÉRICA LATINA & CARIBE 1,000 ORIENTE MÉDIO & NORTE DA ÁFRICA 800 600 400 ÁFRICA SUBSAARIANA 200 ÁSIA & PACÍFICO 0 1979-81 1990-92 1996-98 2015 FONTE: FAO, 2000. Tecnologias mais avançadas, mais renda e melhores políticas têm ajudado a melhorar a nutrição de muitos que não tinham acesso às suas necessidades nutricionais diárias (desnutridos); o número de desnutridos deve continuar a cair nas próximas décadas. No entanto, onde a renda tem se mantido estagnada e o crescimento populacional crescente, como na África Subsaariana, o número de pessoas desnutridas aumentou. Países com melhores índices de nutrição também tiveram aumento na matrícula de mulheres no ensino médio. A subnutrição e a insegurança alimentar também têm sido constantes nos países da Ásia Central pertencentes à antiga União Soviética, devido a crises econômicas.2 A disparidade no fornecimento de carnes e laticínios é grande entre ricos e pobres.3 Milhões sofrem de desnutrição em meio à abundância de alimentos. Fatos ■ ■ ■ Embora os níveis individuais de consumo variem bastante, o mundo produz proteína suficiente para fornecer cerca de 75g por dia a cada pessoa.4 Em 1998, 791 dos 826 milhões de desnutridos viviam nos países em desenvolvimento.5 Em todo o mundo, cerca de 160 milhões de crianças abaixo dos cinco anos de idade sofriam de desnutrição em 1995, um total que deve baixar apenas 15%, para 135 milhões até 2020.6 A deficiência de ferro em crianças e adultos resulta em perdas econômicas equivalentes a 1% do PIB do Paquistão e 2% do PIB de Bangladesh.7 Número e percentual de crianças abaixo de 5 anos que estão abaixo do peso, 1995-2000 C R I A N Ç A S S U BN U T RI DA S (M IL H ÕE S ), M É DI A AN U AL E PO R CE NT A G EM DO TOT A L ■ A desnutrição infantil varia por região As Pessoas e os Mercados do Amanhã S E R V I Ç O S À S O C IE D A DE 28% 150 100 50 49% 31% 19% 17% 9% 0 Oriente Médio África Subsahariana & Norte da África Sul da Ásia Leste da Ásia América Latina & Caribe & Pacífico Mundo SOURCE: UNICEF, 2000. Vinte e oito por cento, ou cerca de 170 milhões das crianças do mundo menores de cinco anos, sofrem de desnutrição grave ou moderada.8 Crianças desnutridas são mais vulneráveis a doenças infantis, como diarréia e sarampo.9 Pesquisas revelam que uma melhor disponibilidade de alimentos e campanhas de educação entre mulheres são a melhor forma de reduzir a desnutrição infantil (vide Educação).10 A desnutrição infantil e sua relação com problemas de desenvolvimento infantil e uma série de problemas de saúde ao longo da vida do indivíduo desnutrido têm efeitos negativos duradouros na produtividade de famílias e economias (vide Saúde). Em 1998, 791 milhões dos 826 milhões de desnutridos viviam nos países em desenvolvimento. 16 200 Os 30 anos de aumento na produção de grãos e cereais estão chegando ao fim? Produção média de cereais específicos, 1975-2000 P R O D U TI VID AD E ( K G / HE C TA R E) P R O D U TI VID AD E ( K G / HE C TA R E) Produção de cereais, Mundo e regiões específicas, 1975-2000 4,000 PAÍSES DESENVOLVIDOS 3,000 MÉDIA MUNDIAL 2,000 AMÉRICA LATINA & CARIBE 1,000 0 1975 ÁFRICA SUBSAARIANA 1980 1985 1990 1995 2000 FONTE: MILHO 4,000 ARROZ 3,000 SORGO 2,000 MILHETO 1,000 0 1975 FAOSTAT, 2001. Entre 1961 e 1990, a produção mundial de cereais aumentou 120%. A produção média por hectare aumentou 90% em países desenvolvidos e 120% em países em desenvolvimento, embora a produção nos últimos permaneça cerca de um terço abaixo da produção nos primeiros. No entanto, para atender às necessidades nutricionais, o aumento de produção é compartilhado por uma população crescente e a produção per capita cresceu cerca de 60% nos países desenvolvidos e apenas cerca de 10% nos países em desenvolvimento, de 1961-1990. Na África Subsaariana, a produção de cereais per capita caiu 11% desde 5,000 1980 1985 1990 1995 2000 FONTE: FAOSTAT, 2001. 1975. Os agricultores africanos não possuem recursos para a compra de fertilizantes e muitos gêneros tradicionais africanos, como o milheto e o sorgo, não têm sido foco de pesquisa por instituições públicas ou privadas, como tem sido o caso com o milho e o arroz (vide Agricultura). Desde meados de 1995, a produção de cereais tem sido estável em todo o mundo, levantando questões quanto ao uso de técnicas modernas de irrigação, mecanização, plantio seletivo e, também, quanto ao uso de pesticidas e fertilizantes ter chegado ao seu limite para o aumento da produção.11 T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S A alimentação da família é cara para alguns orçamentos Gastos com alimentação como porcentagem da renda per capita, países específicos Mongólia Bangladesh Indonésia Egito Quênia Argentina Peru Tailândia França Zimbábue Chile Alemanha Estados Unidos Japão 0 10 20 30 40 50 60 R E N D A T O T A L G A S TA C O M A LI M E N T A Ç Ã O ( PO R C E N T A G E M ) FONTE: World Bank, 2001. Em muitos países em desenvolvimento, a alimentação consome uma enorme parcela da renda familiar, cerca de 40-70% nos países mais pobres.12 Apesar de não haver padrão para medir o nível de bem-estar em função da renda, é provável que quando os gastos com alimentação recebem 1/3 da renda familiar, outras dimensões do bem-estar, como saúde, educação, lazer e transporte, sejam prejudicadas (vide Riqueza). As populações pobres estão também muito vulneráveis aos aumentos de preço possíveis quando grãos ou mercados estão em baixa ou quando os governos tornam-se instáveis. Uma melhor nutrição, por sua vez, pode significar maior renda tanto em nível domiciliar como nacional. Ag r icu ltu ra 34 Ecoss i stemas 32 S a ú de 16 Implicações para empresas Economias e pessoas não alcançam seu potencial se necessidades nutricionais não são atendidas. A produção, o transporte e a distribuição de alimentos são as maiores atividades na economia global, mas o sistema alimentar não é ambientalmente sustentável, nem atende às necessidades de todos. Para erradicar a fome serão necessárias importantes mudanças políticas por parte dos governos nacionais e da comunidade internacional, assim como investimentos do setor privado no sistema alimentar. O investimento privado no desenvolvimento econômico gera empregos e o aumento da renda permite que as pessoas comprem mais alimentos. Para a gama de empresas envolvidas diretamente na cadeia de suprimento de alimentos, apoiar o desenvolvimento de mercados em países com altas taxas de desnutrição é uma importante contribuição para o crescimento mundial. MERCADOS DO AMANHÃ 17 Saúde A pesar de um século de rápido progresso na saúde humana, muitos ainda não têm acesso a um sistema de saúde e saneamento básico para protegê-los de agentes infecciosos. Doenças infecciosas erradicadas tempos atrás nos países industrializados continuam a matar milhões nos países pobres e impedem o crescimento econômico. Muitas doenças são exacerbadas pela degradação ambiental, que pode variar da poluição atmosférica em centros urbanos a enchentes e à contaminação dos recursos hídricos (vide Água). A mais recente causa de mortes evitáveis é a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (HIV/AIDS). Nos vinte anos desde que foi identificado, o HIV/AIDS matou mais de 21 milhões de pessoas e esgarçou o tecido social de algumas das nações mais pobres do mundo.1 O HIV/AIDS é uma triste lembrança do custo de uma doença: a AIDS mina as economias dos países ao reduzir a expectativa de vida, matar adultos produtivos, aumentar os custos dos serviços de saúde e reduzir a produtividade da mão-de-obra pela ausência de trabalhadores por motivos de saúde, cuidados com familiares e funerais. A expectativa de vida aumenta, mas doenças evitáveis continuam a inibir o desenvolvimento. Fatos ■ ■ ■ A expectativa de vida mundial está aumentando A expectativa de vida mundial aumentou de 47 anos em 1950 para cerca de 66 anos em 2000.2 A cólera, quase erradicada com o tratamento da água em países industrializados, está em ascensão nos países pobres. Cerca de 371.000 casos por ano foram relatados nos anos 1990, contra 100.000 casos na década de 80.3 Mais de 8 milhões de novos casos de tuberculose surgiram em 2000, causando, aproximadamente, 2 milhões de mortes, a maior parte entre 15 e 45 anos de idade; 99% destas ocorreram em países em desenvolvimento.4 Expectativa de vida por região, 1995-2000 América do Norte Europa Oceania América Central & Caribe América do Sul Ásia (exceto Oriente Médio) Oriente Médio & Norte da África África Subsaariana 40 50 60 70 80 E X P E C T A T I V A D E V ID A ( A NO S ) ■ ■ 18 Mais de 40 milhões de pessoas em todo o mundo estão vivendo com o vírus da imunodeficiência adquirida (HIV).4 Cerca de um terço destas pessoas têm entre 15 e 24 anos, e encontram- se no auge de sua vida produtiva.6 O tabagismo é responsável por uma em cada 10 mortes de adultos hoje em dia. Este número deve chegar a um em seis em 2030 – mais que qualquer outra causa de morte. Sete em cada dez destas mortes ocorrerão em países de renda baixa ou média.7 As Pessoas e os Mercados do Amanhã S E R V I Ç O S À S O C IE D A DE FONTE: UN Population Division, 1999. A variação regional da expectativa de vida é ainda muito grande, assim como são as diferenças dentro das regiões. Crianças nascidas hoje no Leste da África têm expectativa inferior a 50 anos, comparadas à expectativa de 75 anos para crianças norte-americanas.8 Em média, estamos vivendo mais As doenças têm alto custo para os países em desenvolvimento EX PECT AT IV A DE VIDA (ANOS) Expectativa de vida, mundial e países específicos, 1970-2010 80 Causas de morte em regiões específicas, 1999 Pacífico Ocidental ALEMANHA 75 9% Sudeste Asiático 70 FEDERAÇÃO RUSSA 65 32% Europa 5% Mediterrâneo Oriental 60 MUNDO BOTSWANA 50 27% Américas do Norte, Central e Sul África 55 45 12% TODAS AS OUTRAS DOENÇAS (DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVEIS, MATERNAS E DISTÚRBIOS PERINATAIS) 62% 0 40 1970 DOENÇAS INFECCIOSAS E DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS 2 4 6 8 10 12 14 16 MORTE (MILHÕES) 1980 1990 2000 FONTE: N O T A : O número à direita de cada barra indica a porcentagem de todas as mortes por doenças infecciosas e deficiências nutricionais. 2010 UN Population Division, 1999. FONTE: A expectativa de vida média tem aumentado desde os anos 1950, em cerca de nove anos desde 1970. No entanto, problemas econômicos e doenças infecciosas podem rapidamente interromper ou reverter este processo. A expectativa de vida em Botswana estava aumentando até o advento do HIV/AIDS; a redução da expectativa de vida na Rússia se deve aos impactos das crises econômicas no sistema de saúde, padrão de vida e instituições sociais. WHO, 2000. Melhor nutrição, saneamento, tratamento de água e controle de pragas praticamente eliminaram muitas das doenças infecciosas nos países mais ricos; e a educação, o uso de medicamentos, preservativos e agulhas limpas entre usuários de drogas injetáveis ajudam a controlar a evolução do HIV/AIDS. Em muitos países em desenvolvimento, onde os vetores das doenças são mais freqüentes e onde os governos não podem investir em saúde pública e educação, as doenças infecciosas continuam sendo as principais causas de morte (vide Água). T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S A expectativa de vida aumentou de 47 anos em 1950 para cerca de 66 anos em 2000. N ÚM E R O D E M O R T ES (M ILHAR ES ) Principais mortes por doenças contagiosas em todo o mundo, 1998 3,500 3,198 3,000 2,253 2,212 1,480 1,500 1,000 500 0 1,110 309 32 26 Á g ua 36 Mobi l idade 42 Implicações para as empresas HIV/AIDS: Uma tendência mortal 2,500 2,000 E m i ss õ es 18 7 Infecções HIV/AIDS Doenças Diarréicas Respiratórias 0 Tuberculose PAÍSES DE RENDA BAIXA OU MÉDIA 882 Malária 5 Sarampo PAÍSES DE RENDA ALTA FONTE: WHO, 1999. O HIV/AIDS, a diarréia, a tuberculose e o sarampo lideram as principais causas de morte em todo o mundo, somando 6 milhões de vidas anualmente.9 O custo em vidas e econômico do HIV/AIDS nas regiões mais afetadas é assustador: dos 36,1 milhões de pessoas infectadas em todo o mundo em 2000, 25,3 milhões viviam na África Subsaariana e 5,8 no Sul e Sudeste Asiático. A devastação causada pela AIDS foi especialmente grave na África Subsaariana, onde vivem quase 70% dos adultos e 80% das crianças infectadas com HIV/AIDS. O extremo sul do continente africano tem taxas de infecção entre adultos de pelo menos 20%.10 Dados confiáveis ainda são escassos na maioria dos países asiáticos, mas as mortes por AIDS estão crescendo rapidamente na Índia, na China e em outros países; mortes por AIDS entre pessoas de 15 – 49 anos na Ásia devem crescer 57% de 2000 a 2005.11 A saúde de funcionários, clientes, acionistas e outros stakeholders é uma preocupação vital para as empresas, pois afeta diretamente a produtividade. O aumento das viagens e do comércio internacional oferece novas rotas para a disseminação e retorno de doenças infecciosas e pode transformar crises nacionais ou regionais em problemas globais. O HIV/AIDS expôs o elo crítico entre saúde e mãode-obra e como a doença prejudica as sociedades em desenvolvimento ao atingir a mão-de-obra nos setores público e privado.12 A melhoria da saúde nos países em desenvolvimento significa melhor acesso aos serviços médicos, melhor educação e serviços de planejamento familiar, a criação de amplas campanhas de vacinação e água limpa e a geração de incentivos para medicina preventiva e saneamento básico. Esta é uma oportunidade estratégica para empresas em setores como o farmacêutico, serviços de saúde e saneamento e distribuição de água, que detêm as soluções técnicas para os principais problemas de saúde pública. No entanto, a inação das empresas em questões de saúde pública que estão ao seu alcance pode se tornar um problema de cunho político e social. MERCADOS DO AMANHÃ 19 Educação A educação garante às pessoas as habilidades para se tornar trabalhadores produtivos, consumidores informados e cidadãos responsáveis e participantes na vida pública e privada. Uma população educada produz e ganha mais, tem menor taxa de fertilidade, é mais eficiente na manutenção da saúde familiar e tem mais opções na vida cotidiana. A educação primária chega a quase todos, mas as oportunidades de aprendizado avançado ainda excluem muitos nos países em desenvolvimento. Em algumas regiões, as meninas têm menos acesso ao ensino secundário que os meninos e mesmo em regiões e países com altos índices de inclusão escolar há muitas regiões carentes de educação. As habilidades e o aprendizado mais avançado oferecido pelo ensino secundário e superior são cada vez mais importantes em uma economia mundial que se volta mais ao conhecimento e ao setor de serviços. A alfabetização está em alta Alfabetização entre adultos, 1980-2000 1980 A DU LTO S A LF A B E T I Z A D OS (P ORCE N T A G E M ) 100 80 1990 60 2000 40 20 0 África Subsaariana Sul da Ásia Oriente Médio & Norte da África América Latina & Caribe Leste Asiático & Oceania FONTE: UNESCO, 2001. As taxas de alfabetização têm aumentado nas últimas duas décadas, refletindo o crescente acesso à educação primária. A alfabetização na Europa e na América do Norte é de 100% (não mostrada na figura). Quase 90% dos adultos são alfabetizados no Leste Asiático e na Oceania, na América Latina e Caribe. A alfabetização nas demais regiões da terra fica para trás: no Sudeste Asiático, está pouco acima de 50%. O déficit educacional entre homens e mulheres em todo o mundo está diminuindo – em 1997, mais de 95% das meninas freqüentavam a escola primária, comparado a 88% em 1980. Mas ainda cerca de dois terços dos 880 milhões de adultos analfabetos são mulheres.1 A alfabetização é também um dado que mede o potencial da mão-de-obra de um país (vide Mão-de-obra).2 A educação primária chega a quase todos, mas as oportunidades de aprendizado avançado excluem muitos. Fatos ■ ■ 20 113 milhões de crianças estão fora da escola, 97% delas em regiões menos desenvolvidas e 60% são meninas.3 Um em cada cinco adultos – um total de 880 milhões – é analfabeto funcional. Esta é uma melhora considerável em comparação a 1970, quando um em cada três era analfabeto.4 A matrícula de indivíduos mais pobres, entre 6 e 14 anos, em relação aos mais ricos, é 52% menor no Senegal, 36% em Zâmbia, 49% no Paquistão e 63% no Marrocos.5 ■ Muito do sucesso dos “Tigres Asiáticos” se deve ao compromisso de seus governos em investir na educação primária como base para o desenvolvimento.6 ■ Os poucos países em desenvolvimento que participaram do Terceiro Estudo Internacional de Matemática e Ciências tiveram as notas mais baixas no Grau 7 do estudo; a qualidade da educação é tão importante como a inclusão em si.7 As Pessoas e os Mercados do Amanhã S E R V I Ç O S À S O C IE D A DE Matrículas no ensino secundário, 1997 M AT R ÍCU LAS NO ENSINO SE CUND ÁRI O (PORCE NTA GE M D E CRIANÇA S N ES TA IDADE ESCOLAR) ■ Muitos não têm a chance de avançar nos estudos 120 MENINOS 100 MENINAS 80 60 40 20 0 África Subsaariana NOTA : Sul da Oriente América Ásia Médio & Norte Latina & da África Caribe Leste Regiões Asiático & mais desenOceania volvidas a taxa bruta de matrículas pode exceder 100% devido à inclusão de alunos acima ou abaixo da idade para este nível. FONTE: UNESCO, 1998. Em muitos países em desenvolvimento e áreas marginalizadas dos países desenvolvidos, há, ainda, grandes disparidades na formação acadêmica resultantes de fatores que incluem o treinamento inadequado de professores e os poucos recursos alocados às escolas, fatores estes que impedem o aluno de adquirir o conhecimento e as habilidades necessárias para se tornar um cidadão produtivo.8 Enquanto todas as crianças têm acesso ao ensino secundário em regiões mais desenvolvidas, apenas cerca de 60% dos jovens no Leste Asiático, Oceania, América Latina e Caribe têm acesso ao ensino secundário; a inclusão escolar no Sudeste Asiático e na África Subsaariana é de apenas 45% e 25%, respectivamente. A diferença entre os sexos no ensino secundário é relativamente pequena no Leste da Ásia, mas disparidades significativas no acesso à educação ainda permanecem no sul da Ásia, Oriente Médio e Norte da África, e na África Subsaariana.9 Disparidades educacionais criam uma diferença de renda em todos os países R END A A NU A L A JUSTA D A À P ARID A DE DE P ODER A QUI SIT IVO (MI L HA R ES DE U S$) Ganhos médios baseados no nível de instrução, países específicos, 1997-1999 50 40 30 20 10 0 República França Suécia Tcheca Canadá Austrália Coréia Reino Unido Itália Alemanha Estados Unidos INSTRUÇÃO INFERIOR À SECUNDÁRIA ENSINO MÉDIO COMPLETO ENSINO TERCIÁRIO COMPLETO FONTE: OECD, 2001. A educação oferece às pessoas oportunidades de progredir e abre as portas para o avanço econômico. Mesmo com muitos fatores sociais e econômicos influenciando esta equação, a relação entre educação avançada e renda é muito forte (vide Riqueza).10 T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S Um em cada cinco adultos — num total de 880 milhões — é analfabeto funcional. Esta é uma importante melhora em relação a 1970, quando um em cada três adultos era analfabeto. Taxas de fertilidade vs. Percentual de meninas matriculadas no ensino primário, década de 90 8 TA XA S D E FERT IL ID A DE ( F I L HO S POR M UL HER ) 7 6 5 4 3 2 1 0 20 40 60 80 100 TAXA LÍQUIDA DE MATRÍCULA FEMININA, ESCOLA PRIMÁRIA (% DA FAIXA ETÁRIA RELEVANTE) NOTE: Data reflect the most recent year available for each country. FONTE: 46 Comunicações 44 Responsabilização 52 Implicações para as empresas A educação das mulheres ajuda a catalisar o desenvolvimento econômico 0 Mão-de-obra World Bank, 2001. Meninas que concluem o ensino primário têm menor índice de mortalidade no parto, menos filhos e famílias mais saudáveis ao longo de suas vidas.11 Na Ásia, África e América Latina, as mulheres com sete ou mais anos de escolaridade têm de dois a três filhos a menos que aquelas com três anos ou menos de instrução.12 Famílias menores reduzem o impacto econômico nas mulheres e liberam tempo e recursos para os pais investirem mais na criação e educação de cada filho, além de oferecerem oportunidades para as mulheres ingressarem no mercado de trabalho (vide Mão-de-obra). A educação capacita as pessoas ao emprego, mantém a saúde familiar, aumenta a renda pessoal, reduz a incidência de gravidez indesejada, protege os direitos e as liberdades civis e oferece mais opções para as decisões que afetam a vida das pessoas. Países nos quais a força de trabalho não tem capacitação básica estão em desvantagem no mercado global, particularmente agora quando os mercados estão migrando de uma base de produção e manufatura para uma de conhecimento e serviços. As empresas têm interesses diretos nos sistemas de educação das comunidades em que atuam, mas investimentos e recursos adicionais são necessários para garantir àqueles que estão ingressando no mercado de trabalho as capacidades relevantes para se tornarem trabalhadores produtivos em empresas modernas. Para organizar estes investimentos e recursos, novas parcerias são necessárias entre organizações dos setores público e privado para assegurar uma melhor preparação e habilidades relevantes ao mercado. MERCADOS DO AMANHÃ 21 Inovação Consumo Energia Emissões Eficiência 22 Inovação M A I S VA LOR C OM M E NO S IM PA C TO MAIS VALOR COM MENOS IMPACTO O aumento da riqueza mundial significa uma Messages promessa de melhoria na qualidade de vida, mas, também, apresenta riscos aos ecossistemas, se os atuais padrões de consumo, produção de energia e de resíduos persistirem. A necessidade de reduzir o consumo e o desperdício cria novas oportunidades de crescimento para empresas, ajuda pessoas, economias e ecossistemas através da inovação, tanto pelo desenvolvimento de processos mais eficientes como pela oferta de bens e serviços que melhorem a vida dos consumidores. MERCADOS DO AMANHÃ 23 Consumo O aumento da riqueza e da renda permitiu às pessoas ampliar seu consumo, desde carne e laticínios até computadores, energia, papel, refrigeradores, televisões e automóveis. Um maior consumo de alimentos, habitação, água potável e transporte é essencial para reduzir a pobreza em muitas nações, mas o alto consumo dos cidadãos mais ricos do mundo pode ter impactos adversos nos ecossistemas de forma desproporcional a seus números. O atual modelo de uso intensivo de matérias-primas e recursos naturais prejudica o funcionamento dos ecossistemas e põe em risco a capacidade do planeta de absorver resíduos (vide Emissões). Atender às necessidades e aos desejos de todos preservando os recursos naturais exige inovação e criação de novas tecnologias e modelos de negócios. As empresas podem reduzir a intensidade do uso de recursos naturais na produção de bens de consumo e, ao mesmo tempo, melhorar seus resultados e atender à demanda dos consumidores com produtos e serviços sustentáveis. Os próprios consumidores podem fazer a diferença ao darem preferência a empresas que produzem bens e serviços que protegem, conservam e renovam o meio ambiente (vide Ecosistemas). A riqueza amplia as opções de consumo Consumo de Domicílios por Categoria, Países Específicos, 1998 ESTADOS UNIDOS: $21.515 POR PESSOA JAPÃO: $13.568 POR PESSOA ARGENTINA: $7.818 POR PESSOA 12% 13% 5% 9% 30% 7% 9% 37% 7% 15% 2% 51% 9% 9% 15% 17% 22% 4% 13% 6% 8% VIETNÃ: $1.159 POR PESSOA QUÊNIA: $677 POR PESSOA 6% 2% 26% 31% 3% 9% 8% 2% 21% 18% 4% 15% 49% 7% SOMENTE ALIMENTOS ROUPAS & SAPATOS COMBUSTÍVEL & ENERGIA ASSISTÊNCIA MÉDICA EDUCAÇÃO TRANSPORTE & COMUNICAÇÃO OUTROS FONTE: World Bank, 2000. Pessoas em países de alta renda gastam uma porcentagem muito menor de seus recursos com necessidades básicas, permitindo-se comprar artigos supérfluos com a renda excedente. À medida que as pessoas em países de baixa e média renda tornam-se mais ricas, elas têm maior renda disponível, o que acarretará na expansão de mercados de bens e serviços para o bem-estar. O aumento no consumo gera riscos ambientais e oportunidades para inovação. Como podemos tomar o consumo material sustentável? T E L E V I S Õ ES (A CADA 1.000 PESSOAS) Proprietários de Aparelhos de Televisão, 1955-1997 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 1965 Proprietários de Veículos de Passeio, 1990-1996 AMÉRICA DO NORTE UNIÃO EUROPÉIA AMÉRICA LATINA & CARIBE LESTE DA ÁSIA & PACÍFICO ORIENTE MÉDIO & NORTE DA ÁFRICA SUL ASIÁTICO ÁFRICA SUBSAARIANA 1975 1985 Indonésia 1990 Botswana 1996 Chile Média Mundial República da Coréia Polônia Países Baixos Japão Estados Unidos 0 1995 100 200 300 400 500 600 VEÍCULOS (A CADA 1.000 PESSOAS) FONTE: World Bank, 2000. O consumo de aparelhos de televisão aumentou em muitas partes do mundo em desenvolvimento: a TV é um portal ao entretenimento, informação e conhecimento político, público e comercial. Os emergentes também almejam maior mobilidade (vide Mobilidade). À medida que 24 Inovação M A I S VA LOR C OM M E NO S IM PA C TO FONTE: World Bank, 2000. as economias emergentes repetem os padrões históricos de desenvolvimento dos países industrializados, a aquisição de veículos e as viagens aéreas terão maior impacto no consumo material, uso da terra, poluição, emissão de gases de efeito estufa e na demanda por combustível. Fatos ■ O dinheiro gasto no consumo domiciliar (bens e serviços, com exceção dos bens imóveis) em todo o mundo aumentou 68% entre 1980 e 1998.1 ■ Os consumidores de países de alta renda gastaram US$15,4 trilhões dos US$19,3 trilhões em consumo privado em 1998. As compras feitas por consumidores de países de baixa renda representaram menos de 4% de todo o consumo privado.2 ■ O consumo de carne e leite nos países em desenvolvimento cresceu entre 2,8% e 3,3% ao ano, de 1993 a 2020, respectivamente.3 ■ O número de televisores quintuplicou nas regiões do Leste da Ásia e do Pacífico entre 1985 e 1997.4 ■ 200 milhões de veículos seriam acrescentados à frota mundial, se as frotas de países como a China, Índia e Indonésia fossem iguais à média mundial de 90 veículos por 1.000 habitantes: praticamente o dobro de automóveis existentes hoje nos EUA.5 ■ O consumo de papel está crescendo mais rapidamente no mundo em desenvolvimento, mas o americano médio consome cerca de 17 vezes mais papel ao ano que o cidadão médio nos países em desenvolvimento.6 T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S O dinheiro gasto no consumo domiciliar em todo o mundo aumentou 68% entre 1980 e 1998. Consumo de carne, 1961-1999 C ON SUM O ( K G P OR P E S SO A A O AN O) 140 ESTADOS UNIDOS 120 FRANÇA 100 BRASIL 80 CHINA 60 EGITO 40 20 1971 1981 10 E f ici ê n cia 28 Mobi l idade 42 Implicações para as empresas Mais riqueza, mais proteínas 0 1961 Popu laç ã o 1991 FONTE: FAOSTAT, 2000. Os consumidores de países em desenvolvimento rapidamente acrescentam mais proteína a suas dietas à medida que sua renda aumenta; o consumo de carne per capita explodiu nas economias em rápida expansão da China e do Brasil. O consumo de carne quase triplicou no Brasil e cresceu 13 vezes na China desde 1961, embora o consumo em ambos os países ainda esteja abaixo dos níveis norte-americano e europeu. Dietas ricas em proteína animal, no entanto, exigem grandes áreas de terra para a produção de ração animal, poluem as águas, causam erosão às áreas de pastagem e levam à pesca predatória (vide Agricultura). A população mundial está prestes a expandir-se em 50% até 2050 e isso causará um extraordinário crescimento no consumo. No passado, a sociedade atendeu à demanda aumentando a capacidade de extração de recursos naturais e desenvolvendo substitutos. Nunca houve tamanha oportunidade e necessidade de inovação que atendesse às necessidades de muitos novos consumidores sem causar danos aos recursos naturais do planeta. Empresas de visão estão fazendo com que os recursos naturais – energia, minerais, água, madeira – durem por mais tempo através de eficiência na produção, desenvolvimento de bens renováveis e recicláveis e outras mudanças sustentáveis que ajudam o meio ambiente. Alguns consumidores nos países desenvolvidos estão dando preferência a empresas e produtos vistos social e ambientalmente responsáveis. Novas idéias estão aparecendo para reduzir os impactos do consumo, como a produção de veículos com emissão zero de poluentes, a mudança da colheita anual para a perene, a criação de tecelagens com resíduos zero, o uso de papel eletrônico e calçados biodegradáveis. É a invenção “radical” ou “descontinuada”, ao invés da melhoria contínua, que gera valor junto aos acionistas e vantagens competitivas. MERCADOS DO AMANHÃ 25 Energia D esde a Revolução Industrial, o desenvolvimento e a expansão econômica estiveram ligados ao crescente consumo de energia. Esta correlação permanece hoje e o consumo de energia está crescendo em todo o mundo. Combustíveis fósseis dominam o suprimento mundial de energia, fazendo com que as emissões resultantes de gases de efeito estufa causem mudanças na temperatura e aumentem os riscos de mudanças climáticas. Os modelos climáticos prevêem que enchentes, secas e fortes tempestades devem se tornar cada vez mais freqüentes e severas, custando vidas, colheitas e o progresso econômico.1 O desafio para o setor energético é fornecer eletricidade e serviços de forma mais eficiente e com menos impacto ambiental. Este desafio é especialmente grande nas economias emergentes, onde a demanda por energia está crescendo, mas a renda disponível e o aceso à rede elétrica é baixo. Atualmente, cerca de dois bilhões de pessoas vivem à margem da rede elétrica.2 Isto representa um enorme mercado para os sistemas de energia alternativa como geradores fotovoltaicos, pequenas turbinas de energia eólica, células de hidrogênio e geradores de biomassa que atendem às necessidades da região rural sem a infra-estrutura das hidrelétricas. O potencial de mercado para a energia limpa dentro das economias industriais pode ser notado no rápido crescimento da energia eólica, solar e do gás natural. A demanda acelerada por energia gera crescimento econômico, mas ameaça o clima da Terra. O uso da energia está crescendo rapidamente 10,000 9,000 8,000 7,000 6,000 5,000 4,000 3,000 2,000 1,000 0 1980 Três Cenários de Consumo Global de Energia, Projeção para 2050 OUTRAS ENERGIAS RENOVÁVEIS HIDRO NUCLEAR GÁS PETRÓLEO CARVÃO 1985 1990 1995 CON SUMO F IN AL DE EN ERGIA (MTOE) PRODUÇÃ O DE E N ER GIA (M TOE) Produção Mundial Anual de Energia por Fonte FONTE: Inovação M A I S VA LOR C OM M E NO S IM PA C TO 24,000 CASO A: GRANDE EXPANSÃO CASO B: CONSUMO MEDIANO 20,000 16,000 CASO C: FONTES ECOLÓGICAS 12,000 8,000 1990 2000 2010 2020 2030 2040 2050 2000 IEA, 1999 and 2000. A produção de energia no mundo cresceu de 6.600 para 9.352Mtoe (milhões de toneladas de equivalentes a petróleo) – um aumento de 42% – entre 1980 e 2000. Os combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural) representam quase todo este crescimento, que seria ainda maior se não fossem os ganhos em eficiência de energia atingidos por 26 28,000 FONTE: IIASA/WEC, 1998. alguns países, como China e EUA (vide Eficiência).3 Em três cenários de crescimento econômico e tecnológico, o consumo de energia previsto aumenta entre 1,5 e 2,3 vezes entre 2000 e 2050.4 O consumo de energia projetado varia por região, com taxas particularmente altas nas grandes economias emergentes (vide Mobilidade). ■ Concentração atmosférica de CO2, 1750-2000 A década de 1990 foi a mais quente e o ano de 1998 o mais quente já registrado.6 Turbinas eólicas hoje geram mais de 17.000 megawatts (MW) de eletricidade em mais de 30 países, tornando a energia eólica a fonte de energia com crescimento mais rápido no mundo.7 A produção mundial de células fotovoltaicas aumentou de 48MW em 1990 para 288MW em 2000; os preços modulares (US$ por Watt) caíram de US$ 30,00 para menos de US$5,00 de 1975 a 1995 e permaneceram constantes à medida que o mercado cresceu 30% ao ano, nos últimos anos.8 Temperatura da superfície global, média qüinqüenal, 1880-2000 380 360 340 320 300 280 260 1700 1800 1900 2000 T EM PE RA TU RA (G RAUS CE NTÍ GRA DOS) ■ A biomassa contribui aproximadamente com 15% do fornecimento de energia no mundo e representa de um quinto a um terço do consumo de energia nos países em desenvolvimento.5 CO NC E NT R AÇÃ O AT MO SF ÉR ICA D E CO 2 (PA RT E S POR MI LH ÃO) ■ Um mundo em aquecimento DADOS DO SIPLE ICE CORE DADOS DO LAW DOME ICE CORE DADOS DO OBSERVATÓRIO MAUNA LOA 14.6 14.4 14.2 14.0 13.8 13.6 13.4 13.2 1880 1920 1960 FONTE: 2000 CDIAC, 2000. A queima de combustíveis fósseis causa a poluição do ar com elementos como enxofre, óxido de nitrogênio, ozônio, mercúrio, material particulado e dióxido de carbono (vide Poluição). Ao contrário de muitos poluentes que têm vida útil curta na atmosfera, os gases de efeito estufa, como CO2, se acumulam na atmosfera. A atual concentração de CO2 na atmosfera é de quase 370 partículas por milhão, contra 288ppm anteriormente, e está aumentando rapidamente. Cientistas confirmam que o aquecimento global é induzido pelo homem – em grande parte como resultado das emissões de gases de efeito estufa decorrentes da queima de combustíveis fósseis e do desmatamento.9 T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S A produção mundial de energia aumentou 42% entre 1980 e 2000 e crescerá em 150-230% até 2050. Produção de energia solar e eólica no mundo, 1980-1997 1.2 SOLAR 1.0 EÓLICA 0.8 0.6 0.4 0.2 0.0 1980 1985 1990 E m i ss õ es 26 Ecoss i stemas 32 Mobi l idade 42 Implicações para as empresas Os mercados de energia de amanhã P R O DU Ç Ã O ANUAL DE ENER GIA (M TOE) ■ Fatos 1995 FONTE: IEA, 1999. Atualmente, fontes de energia renováveis (geotérmicas, solar, eólica e biomassa) atendem a, aproximadamente, 11,5% do consumo mundial de energia, e quase 14%, se incluirmos a energia hidrelétrica.10 No entanto, a energia hidrelétrica tem seus próprios custos aos ecossistemas de água doce e também contribui para a emissão de gases de efeito estufa. “Novas” fontes de energia renovável com menos impactos ambientais, como a energia solar, eólica e geotérmica, estão crescendo mais rapidamente em bases percentuais que qualquer outra fonte de energia.11 A energia eólica cresceu de quase zero nos anos 1980 para quase um Mtoe em 1997, com uma queda no preço do kilowatt-hora a níveis competitivos com as fontes de energia convencional.12 O uso de energia atende a uma necessidade humana básica, mas o impacto ambiental da crescente produção e consumo de energia apresenta consideráveis incertezas às indústrias – do petróleo e gás ao setor de resseguros e agricultura. Estas incertezas resultam dos custos e benefícios dos mercados de mitigação de mudanças climáticas, assim como do impacto das mudanças climáticas. O preço dos combustíveis fósseis pode aumentar à medida que o mercado internaliza custos ambientais. Em resposta, empresas pró-ativas estão realizando inventários de emissões de suas operações e mapeando oportunidades de redução de intensidade de energia e emissões de gases de efeito estufa.13 Algumas das mais importantes multinacionais têm se comprometido a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e a apoiar a comercialização de créditos de emissão e redução de carbono.14 Estes compromissos estão abrindo novos mercados para energias alternativas, serviços de conservação de energia e tecnologias com energia eficiente. MERCADOS DO AMANHÃ 27 Emissões O s resíduos e a poluição, incluindo emissões derivadas da queima de combustíveis fósseis, contaminantes químicos persistentes e resíduos das atividades econômicas, aumentam em larga escala. As evidências dos países desenvolvidos e os dados limitados dos países em desenvolvimento revelam um volume crescente de emissões e de poluição, apesar dos sucessos que demonstram a eficácia de políticas de prevenção à poluição e medidas de redução do uso de certos poluentes (vide Energia).1 Mudanças climáticas, chuva ácida, espécies em extinção, problemas de saúde pública e das zonas costeiras mortas indicam o acúmulo de resíduos em níveis intoleráveis pelo planeta. As economias atuais agem como um sistema linear: a matériaprima e a energia são retiradas do meio ambiente, usadas em breve vida útil e, então, se tornam resíduos na atmosfera, na terra ou na água. A indústria e o transporte respondem por uma grande porcentagem dos poluentes do ar Fontes de emissão de poluentes atmosféricos específicos nas regiões da OCDE, 1997 MONÓXIDO DE CARBONO (CO) 2% 2% ÓXIDO SULFÚRICO (SOx) 11% 6% 2% 4% 23% ÓXIDO DE NITROGÊNIO (NOx) COMPSOTOS ORGÂNICOS VOLÁTEIS (COVs) 5% 4% 11% 17% 5% 44% 52% 28% 85% TRANSPORTE 65% ENERGIA 29% INDÚSTRIA DOMICÍLIOS 5% OUTRAS FONTES © OECD, 2001. A poluição e a produção de resíduos são causadas por todos os setores da sociedade, mas o setor de transporte (vide Mobilidade), o setor industrial e o de energia têm importante papel na produção – e, portanto, pode ter papel importante na prevenção – de algumas formas de poluição. Os combustíveis fósseis abastecem nossas economias; 5090% da poluição dos países industrializados vai para a atmosfera (vide Consumo).2 A poluição continua sendo um desafio global. Fatos ■ ■ ■ ■ 28 No início dos anos 1990, 400 milhões de toneladas de resíduos sólidos eram produzidos ao ano, cerca de 75% destes de países da OCDE, principalmente na indústria química, produção de energia, mineração e indústrias de papel e couro.3 Os gastos com a redução e o controle da poluição nos EUA variaram de 1,7 a 1,8% do PIB de meados dos anos 1970 a meados dos anos 1990, e totalizaram US$122 bilhões em 1994.4 Estima-se que 2-6% do total das doenças ocorridas em países da OCDE resultem da degradação do meio ambiente – principalmente dos problemas da qualidade do ar em centros urbanos e dos produtos químicos lançados no meio ambiente.5 Custos de saúde relacionados ao meio ambiente nos países membros da OCDE estão estimados entre US$50 e US$130 bilhões.6 Inovação M A I S VA LOR C OM M E NO S IM PA C TO Altos níveis de poluição ameaçam a saúde humana A concentração dos principais poluentes nas grandes cidades, 1995-1999 QUEM IMPÕE LIMITES: Beijing, China DIÓXIDO DE NITROGÊNIO Calcutá, Índia DIÓXIDO SULFÚRICO Cidade do México, México MATERIAIS PARTICULADOS Bangcoc, Tailândia Sofia, Bulgária Atenas, Grécia CONCENTRAÇÕES: Sidney, Austrália DIÓXIDO DE NITROGÊNIO Caracas, Venezuela DIÓXIDO SULFÚRICO Berlim, Alemanha TOTAL DE MATERIAIS PARTICULADOS Tóquio, Japão Los Angeles, EUA Cidade do Cabo, África do Sul 0 100 200 300 400 C O N C EN T R A Ç Ã O ( M I C R O G R A M AS P O R M E T RO C Ú BI C O ) FONTE: WHO, 1998. A poluição causa grandes perdas à saúde do ser humano e dos ecossistemas. Em muitas cidades, os níveis de SO2, NO2 e de material particulado suspenso excede os limites recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A poluição do ar, decorrente em grande parte da queima de combustíveis fósseis, causa cerca de 500.000 mortes ao ano e entre quatro e cinco milhões de novos casos de bronquite crônica. O custo da poluição está estimado em 0,5 – 2,5% do PIB mundial, cerca de US$150 – US$750 bilhões ao ano.7 A gangorra da poluição atmosférica Relatórios e prestação de contas podem funcionar E M IS S Õ E S ( M I LH A RES D E TO NEL A DA S ) 40,000 35,000 30,000 25,000 20,000 15,000 10,000 5,000 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 FONTE: ÁSIA (COM EXCEÇÕES) ESTADOS UNIDOS REINO UNIDO ALEMANHA EM ISS Õ ES ( MI L H A RE S D E TO N EL AD AS ) Emissões tóxicas nos Estados Unidos, 1990-1999 Emissões de S0x em países específicos, 1980-1999, e projeções de 2000 a 2010 1,200 EMISSÕES ON-SITE 1,000 EMISSÕES OFF-SITE 800 600 400 200 0 1990 1993 1996 1999 EMEP, 2000; McDonald, 1999. FONTE: Tendências na poluição e emissão de poluentes, como óxido sulfúrico, mostram direções opostas no mundo desenvolvido e em desenvolvimento. A poluição por SOx em muitos países da Europa Ocidental caiu cerca de 75% ou mais desde 1980 e mais de 25% nos EUA.8 As emissões de enxofre na Ásia (excluindo as antigas repúblicas soviéticas) devem aumentar de 18 para 48 toneladas entre 1990 e 2020 (vide Energia).9 A chuva ácida, causada pelo SOx e outras emissões ácidas de combustíveis fósseis, pode causar graves impactos na agricultura e nos hábitats naturais. EPA, 2000. Leis de responsabilização e a divulgação ao público das descargas tóxicas nos EUA e em outros países da OCDE indicam que tais medidas podem levar à redução das descargas. As descargas tóxicas das indústrias monitoradas desde 1987 pelo Inventário de Emissões Tóxicas (IET) dos EUA caíram quase pela metade (vide Responsabilidade). Dados referentes a descargas tóxicas de indústrias monitoradas desde 1998 indicam que estas descargas não apresentam a mesma taxa de redução e ameaçam continuar criando um perigoso e caro legado tóxico.10 O custo total para restaurar áreas contaminadas em 13 países da OCDE foi estimado em US$330 bilhões.11 T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S 50-90% da poluição dos países industrializados vai para a atmosfera. PRO DUÇÃO DE CFC (MI LHARES DE TONEL ADAS) A produção de Clorofluorcarbonos em países específicos, 1986-1997 350 ESTADOS UNIDOS 300 JAPÃO 250 ALEMANHA 200 FRANÇA 150 CHINA 100 ÍNDIA 50 0 1988 1990 1992 52 Urbanização 40 Saúde 16 Implicações para as empresas A história de sucesso do CFC 1986 Responsabilização 1994 1996 FONTE: UNEP, 1999. Esforços concentrados para reduzir a poluição industrial têm sido bemsucedidos quando apoiados pela indústria e governo, como no caso do SO2 e dos clorofluorcarbonos (CFC). A produção de CFC caiu dramaticamente na maioria dos países entre 1986-1996.12 Esforços para repetir este sucesso com os poluentes orgânicos persistentes (POPs) – associados à grave toxicidade ambiental, distúrbios no aparelho reprodutor humano, malformações congênitas e câncer – estão em andamento.13 As emissões de poluentes aumentam em todo o mundo e as melhorias nos países desenvolvidos podem ser ocultadas pelos resíduos gerados com a industrialização e o consumo nos países em desenvolvimento. Os resíduos e as emissões representam perdas e custos às empresas, e uma ameaça às gerações atuais e futuras e à saúde do ecossistema. A padronização das operações das empresas, as regulamentações internacionais, os mecanismos legais e as ações da sociedade civil devem inflacionar ainda mais os custos da gestão de resíduos e aumentar o risco de prejuízos decorrentes da poluição. A inovação para evitar resíduos, o uso renovável dos recursos e o desenvolvimento de modelos industriais que capturam e tratam os resíduos como um insumo para outros processos pode reduzir custos e aumentar a receita. Abordagens que podem reduzir emissões e resíduos são as fontes de energia renovável, a transição para o uso de matérias-primas renováveis ou biodegradáveis e a implantação de complexos industriais que reutilizam resíduos sólidos e líquidos. MERCADOS DO AMANHÃ 29 Eficiência O crescimento econômico, tanto para empresas como para um país, tem sempre sido associado ao maior uso de recursos e produção de resíduos, mas muitas empresas e economias vêm demonstrando que melhorias na eficiência podem quebrar este ciclo. Isto pode ser obtido com melhorias nos processos, na reciclagem de resíduos e produtos, desenvolvimento de produtos que consumam menos matéria-prima, refabricação e outras abordagens, gerando benefícios para a competitividade e para os resultados finais. Mesmo desvinculando-se os ganhos em eficiência e o crescimento econômico do uso total de matéria-prima, a produção de resíduos ainda cresce em todo o mundo. Países em desenvolvimento costumam usar menos materiais e gerar menos resíduos per capita que os mais desenvolvidos; no entanto, empregam materiais de forma menos eficiente e, como os países desenvolvidos, apresentam maior uso total de matéria-prima. Mudanças políticas, ganhos econômicos devido à maior eficiência, a preferência do consumidor por produtos ambientalmente corretos e os grupos de defesa estão promovendo melhorias na eficiência das empresas e economias. O uso de materiais cresce, a despeito de melhorias no uso de energia e ecoeficiência. ■ Os EUA reciclam cerca de 65% de seu aço.1 ■ Em 2000, a produção primária de alumínio da Europa foi de 3,8 milhões de toneladas e a produção de alumínio reciclado foi de 2,25 milhões de toneladas.2 ■ A reciclagem de papel em produtos de papel e fibras aumentou nas últimas três décadas para cerca de 40% da produção mundial de papel.3 Economias inteiras estão aumentando a eficiência Tendências na Necessidade Total de Materiais (TMR, do original) e no Crescimento Econômico, vários anos 120 TMR PER CAPITA (TONELADAS) Fatos 100 EUA 1975-1994 ALEMANHA 1991-1996 80 FINLÂNDIA 1975-1997 PAÍSES BAIXOS 1975-1994 60 UE-15 1980-1997 CHINA 1989-1996 40 REINO UNIDO 1975-1997 JAPÃO 1975-1994 POLÔNIA 1992-1997 20 0 ■ 30 Em 1999, o Brasil reciclou 5,8 bilhões de latas de alumínio, representando 73% da produção nacional de latas, alimentando uma indústria de US$55 milhões.4 Inovação M A I S VA LOR C OM M E NO S IM PA C TO 0 5 10 15 20 25 30 35 PIB PER CAPITA (MILHARES DE US$) 40 45 ©Wuppertal Institute, 2001. O uso total de materiais na economia de uma nação pode diminuir, mesmo o PIB aumentando.5 Na União Européia (UE), a necessidade total de materiais per capita (TMR, do original: a soma de todos os materiais importados ou produzidos pelo país, inseridos na economia) mantevese estável entre 1980 e 1996. No entanto, o valor gerado por esse material aumentou significativamente: o PIB da UE cresceu 40% durante o mesmo período de tempo.Esta tendência não é universal: o PIB per capita da China cresceu moderadamente de 1989 a 1996, enquanto sua necessidade total de materiais cresceu mais de 50%. Outros países, como a Finlândia e a Polônia, onde tanto o PIB per capita como a TMR cresceram rapidamente de 1975 a 1997, tiveram poucos ganhos gerais em eficiência.6 Entre 1975 e 1996, a economia americana demonstrou uma dissociação entre o uso de materiais e o crescimento econômico, mas o custo total ao ambiente, indicado pelo uso de matérias-primas, ainda aumentou.7 A indústria pode liderar as melhorias em eficiência U S O I ND U S T RIA L D A EN ERGI A P OR P A RC E LA DO PIB (KG D E EQ U I V A L E N TE A P ET R Ó LE O P O R C O NS TA N T E – 1 9 9 5 , U S$ ) Uso industrial da Energia por Parcela do PIB em Países Específicos, 1970-1997 0.7 MÉXICO 0.6 TAILÂNDIA BRASIL 0.5 AUSTRÁLIA Exemplos de melhorias em eficiência em indústrias específicas INDÚSTRIA ANOS MELHORIA DE EFICIÊNCIA POR UNIDADE DE PRODUÇÃO Índústria Química da União Européia 1985 a 1996 34% menos energia Índústria Química dos Estados Unidos 1974 a 1998 43% menos energia 0.3 Indústria de Papel Européia 1975 a 1997 50-80% menos água 0.2 Indústria de Papel Européia e Canadense 1990 a 1998 10.5% menos energia Indústria do Aço em 10 Países da OCDE 20% menos energia 0.4 JAPÃO 0.1 0 1970 1980 1971 a 1991 1990 FONTE: World Bank, 2001; IEA, 1999. A eficiência energética industrial melhorou em vários países do mundo. Ao longo do tempo, esforços significativos de indústrias específicas para melhorar sua eficiência têm acarretado um menor consumo de energia para gerar renda. Por exemplo, a indústria química americana reduziu o FONTE: OECD, 2001. consumo de energia em 43% por unidade de produção desde 1975 e a indústria de papel européia diminuiu seu consumo de água em 50% a 80% por unidade de produção (vide Água).8 T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S A reciclagem de papel em produtos de papel e fibras aumentou nas últimas três décadas para cerca de 40% da produção mundial de papel. Mercados promissores para a reciclagem e produtos eficientes Produção total de papel e produção de papel reciclado, 1970-2000 PROD UÇÃO ( MI LHÕES DE TON ELADAS ) 250 PAÍSES DESENVOLVIDOS (TOTAL) 200 PAÍSES DESENVOLVIDOS (RECICLADO) 150 PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO (TOTAL) 100 50 0 1970 PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO (RECICLADO) 1975 1980 1985 1990 1995 2000 FONTE: FAOSTAT, 2001. Parte do declínio no volume de resíduos decorrente da atividade econômica deve-se à coleta de materiais para reuso.9 A reciclagem de papel manteve-se estável ou superou a produção de papel em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Quarenta por cento do total mundial da produção de papel reciclado para a fabricação de produtos à base de fibras inclui resíduos gerados tanto por consumidores como por processos de produção.10 Uma maior eficiência no ciclo de vida de produtos manufaturados advém da coleta de resíduos e da captura de calor para o reuso, venda ou comercialização dos mesmos. A demanda dos consumidores, o ativismo e as regulamentações levam os mercados a produzirem produtos energeticamente eficientes:lâmpadas, lava-roupas, refrigeradores e outros eletrodomésticos apresentam melhorias e executam suas funções usando menos energia. Fatores como preços mais baixos, melhor desempenho, o custo da eletricidade e a consciência ambiental aumentaram em 10 vezes o volume mundial de vendas das lâmpadas fluorescentes compactas (LFCs) na última década.11 Infelizmente, outras tendências são menos positivas, como os altos investimentos no projeto e na comercialização de veículos utilitários esportivos nos EUA e em outros países (vide Consumo). E nerg ia 24 Á g ua 36 Comu n icaç õ es 44 Implicações para as empresas O crescimento em muitos países na última década provou que é possível aumentar o valor e diminuir o uso de materiais e energia. Apesar de uma maior eficiência industrial de modo geral, o uso total de materiais e a geração de resíduos ainda crescem. A eficiência melhora a competitividade e reduz a danos ambientais, e à medida que mais empresas melhorem sua eficiência e mais regulamentações forem estabelecidas para a produção e o consumo, a vantagem competitiva será conquistada por aqueles que oferecerem produtos eficientes ao mercado. Melhorias na eficiência trazem retornos contínuos para a indústria, e a transferência de tecnologias e práticas ecoeficientes para economias em crescimento constitui tanto um mercado em crescimento em si mesmo como um meio para obter a licença para operar em novos mercados. Empresas de sucesso neste século focarão os processos produtivos e os modelos de negócios que reciclem matérias-primas, processos e produtos finais através da cadeia de valores e do ciclo de vida dos produtos. MERCADOS DO AMANHÃ 31 Capital Natural Ecossistemas Agricultura Água Doce 32 Capital Natural P R E S E R VA N D O A B A S E DE R E C U R S O S PRESERVANDO A BASE DE RECURSOS A economia mundial depende de uma base de recursos naturais – nosso “capital natural” – que vem dando sinais de severa degradação. Sem uma melhoria no desempenho ambiental, as futuras operações das empresas estarão expostas ao risco de aumento nos preços da água, matériaprima e disposição de resíduos. As empresas que reduzem o impacto ambiental de suas operações, produtos e serviços ganharão vantagens competitivas. A proteção da licença para operar em longo prazo nos mercados existentes e novos mercados depende de estratégias empresariais que preservem e renovem hábitats naturais e recursos ambientais críticos. MERCADOS DO AMANHÃ 33 Destruição da barreira de corais mina economias costeiras Área regional de barreira de corais, classificada por grau de risco, 1998 ÁR EA T OT AL (QUI LÔ METR OS QUADR ADO S) Ecossistemas O s ecossistemas – comunidades de espécies que interagem entre si e com os ambientes físicos onde vivem – representam um capital no portfólio de recursos naturais que geram nossos meios de subsistência e bem-estar. Ecossistemas como pastagens, florestas, áreas costeiras e rios fornecem alimentos, água, ar, biodiversidade, estabilidade climática, locais de beleza natural e recreação. Processam nossos resíduos e fornecem empregos e renda: nos anos 1990, agricultura, florestamento e pesca responderam por, aproximadamente, quatro de cada dez empregos no mundo, cinco de cada dez empregos em países do Leste Asiático e Pacífico, e seis de cada dez empregos na África Subsaariana.1 Em um quarto das nações do mundo, a agricultura, extração de madeira e pesca ainda são mais essenciais para a economia do que produtos industriais. A redução da produtividade agrícola, do abastecimento de água doce e da produção de madeira tem custado um preço significativo para diversas economias locais. 120,000 BAIXA 100,000 MÉDIA 80,000 ALTA 60,000 40,000 20,000 0 Oriente Médio Caribe Oceano Índico Sudeste Asiático Pacífico FONTE: Bryant et al., 1998. 2 Aproximadamente 150.000km de recifes de corais em todo o mundo encontram-se em médio a alto risco de degradação, estando a maior ameaça localizada no Sudeste Asiático e Pacífico. Atividades humanas diretas como pesca excessiva, pesca predatória e poluição e sedimentação a partir de assentamentos humanos, desmatamentos, indústria e agriculturas são as principais ameaças imediatas.2 “Branqueamento de corais” é um agente destruidor comum e pode ser um dos primeiros impactos evidentes das mudanças climáticas na biodiversidade.3 A degradação dos ecossistemas de corais e a conseqüente perda de hábitats de peixes e diminuição do turismo ameaçam as vidas de algumas comunidades costeiras e nações-ilha dependentes do turismo.4 A capacidade produtiva do planeta está em declínio. Fatos ■ Quase 26.000 espécies vegetais — aproximadamente 10% de todas as espécies conhecidas — estão ameaçadas de extinção.5 Mais de 1.100 espécies de mamíferos, 1.200 de aves, 700 de peixes de água doce e centenas de répteis e anfíbios estão também ameaçados de extinção.6 invasoras são um problema global: árvores não nativas no Cabo Oriental da África do Sul consomem mais água do que espécies nativas e ameaçam cortar, aproximadamente, um terço do suprimento de água da Cidade do Cabo no próximo século.7 ■ Espécies Perdas de florestas afetam a água doce, a biodiversidade e o clima Mudanças percentuais na área florestal por região, 1990-2000 Europa Ásia América do Norte e Central Oceania Média Mundial América do Sul África -10% -8% -6% -4% -2% 0% 2% MUDANÇA S NAS ÁREAS (PORCENTUAL) Estados Unidos perderam aproximadamente 53% de seus pântanos.8 Estima-se que a recuperação atual das funções naturais dos Everglades da Flórida – o hábitat, a provisão de água e o controle de enchentes – deva custar US$ 7,8 bilhões.9 ■ Os 1997, o mercado mundial de produtos farmacêuticos derivados de produtos naturais era estimado em US$ 75 a US$ 120 bilhões.10 ■ Em ■A evolução humana induzida (aquisição de resistência) a algumas das maiores pragas e patogenias atinge um custo de US$ 50 bilhões para a economia dos Estados Unidos e provavelmente excedem US$ 100 bilhões.11 34 Capital Natural P R E S E R VA N D O A B A S E DE R E C U R S O S FONTE: FAO, 2001. Entre 1990 e 2000, a África e a América do Sul — regiões de algumas das maiores florestas tropicais sobreviventes do mundo — perderam respectivamente 8% e 4% de sua área florestal.12 O mundo perdeu uma média de 2% de suas florestas durante essa década13, áreas gigantescas: 16,1 milhões de hectares de florestas perdidos ao ano por desmatamento e transformação em plantações nos anos 1990, sendo 94% dessa área nos trópicos.14 Florestas são reservatórios de água e filtros, fornecem habitação e subsistência para populações humanas, e desempenham um importante papel estabilizador do clima da Terra (vide Água Doce). Aproximadamente, 35-40% do carbono da Terra é armazenado em florestas e as mudanças no uso do solo (principalmente o desmatamento) liberam por volta de 20% das emissões anuais de carbono.15 Estarão as frotas explorando recursos marinhos além do ponto de recuperação? Período de pico na pesca e percentual de declínio Nordeste do Noroeste do Atlântico Atlântico -11.9 % -55.1 % Atlântico Oeste Central Atlântico -26.9 % Leste Central -13.9 % Nordeste do Pacífico -18.1 % Pacífico Leste Central -13.4 % Sudeste do Pacífico Sudoeste do -28.5 % Pacífico -8.7 % Sudoeste do Atlântico 0% Mar Negro e Mediterrâneo -25 % Noroeste do Pacífico 0% ANO DE PICO NA PESCA 1968 - 1980 1980 - 1990 1990 - 1997 Pacífico Oeste Central -0.9 % Oceano Índico do Oeste 0% NOTA: O percentual reflete o declínio na pesca a partir do pico em 1997. O zero indica que a área de pesca atingiu a atividade máxima em 1997. Oceano Índico do Leste 0% Sudeste do Atlântico -67 % Geographic FAO, 1999a and b. PROJEÇÃO: FONTE: A indústria pesqueira é uma das maiores no mundo: estima-se o total pescado em 1997 em US$ 81 bilhões.16 Entretanto, os recursos pesqueiros marinhos dão sinais da pressão pelo excesso de exploração. Os últimos 20 anos presenciaram grande expansão geográfica das frotas industriais, intensificação na pesca e tecnologias aperfeiçoadas, mas o total da pesca industrial permaneceu relativamente constante desde meados dos anos 1980.17 Frotas pesqueiras maiores têm tido de mudar continuamente para espécies menos procuradas e regiões menos exploradas uma vez que progressivamente esgotam áreas além de sua capacidade de recuperação (vide Agricultura). T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S Aproximadamente, 26.000 espécies vegetais, mais de 1.100 espécies de mamíferos, 1.200 de aves, 700 de peixes de água doce e centenas de espécies de répteis e anfíbios estão ameaçados de extinção. Área florestal certificada por região, 2000 Europa América do Norte e Central 1.6 África 1.0 Oceania 0.4 Ásia 0.2 0 10 20 30 24 Popu laç ã o 10 E m i ss õ es 26 Implicações para as empresas Valorização dos ecossistemas cria novas oportunidades de mercado América do Sul E nerg ia 40 50 Á R E A F L O R E S T AL C E R T I FI C A DA ( M I L H ÕE S D E H E C T A R ES ) FONTE: FAO, 2001. Pressões regulatórias, ativismo social e preferências de consumidores estão levando os produtores e comerciantes a oferecer uma gama de produtos – madeira, café, frutas e vegetais, vinho e outros – comprovadamente produzidos de forma ambientalmente e ou socialmente responsável (vide Agricultura). Aproximadamente, 2% das florestas do mundo estão comprovadamente voltadas para o crescimento sustentável e a manutenção de hábitats para a vida selvagem, da água doce, da biodiversidade e de outros serviços ecológicos.18 Apesar do ainda pequeno porcentual de mercados supridos por produtos certificados, as taxas de crescimento são bastante altas. A gestão inteligente do portfólio do capital natural representa interesses e oportunidades para o setor privado. Muitos dos produtos e serviços fornecidos por ecossistemas não podem ser substituídos por qualquer preço razoável. Visando promover a conservação dos ecossistemas, há um interesse crescente em tratar produtos e serviços destes não como mercadorias comuns “gratuitas”, mas como um patrimônio com valor de mercado. Economias estão sendo desenvolvidas para os produtos e serviços dos ecossistemas através da criação de novos direitos de propriedade, mercados para créditos de emissões de CO2, mercados para produtos de agricultura sustentável, esquemas de preços para água e outros sistemas de incentivo. À medida que estes mercados afloram, a vantagem competitiva irá para empresas capazes de reduzir impactos ambientais, de incorporar um desempenho ambiental em produtos de consumo, de inovar serviços que protejam e renovem o meio ambiente e que reduzam os custos e as responsabilidades associadas a danos aos ecossistemas. MERCADOS DO AMANHÃ 35 Agricultura O modo que escolhermos para produzir alimentos pode determinar o futuro de pastagens, florestas, ecossistemas marinhos e outros ecossistemas. Acompanhar o crescimento da população e reduzir a desnutrição existente demandará uma produção de alimentos bem maior e com menos impacto ambiental (vide Nutrição). Há muitos sinais de pressões sobre o sistema agrícola: erosão do solo, redução nas taxas de produtividade de cereais, redução drástica nos estoques pesqueiros e contaminação dos aqüíferos são problemas comuns em todo o mundo. A devastação de terras para produção agrícola para atender a demanda por grãos e proteína animal degradou ou destruiu florestas e pastagens. A produção mundial de grãos, carnes e pescado utiliza mais água, mão-de-obra e terra do que qualquer outra atividade, tornando a produção de alimentos ecologicamente eficaz uma das principais metas do desenvolvimento econômico e humano. Fatos ■ Aproximadamente, 30% da área potencial de florestas temperadas, subtropicais e tropicais e 40% das pastagens temperadas (pastagens, savanas e cerrados) foram convertidas para a agricultura.1 ■ Áreas de plantações e pastagens manejadas cobrem, aproximadamente, 28% das terras do planeta, das quais 31% são para plantações e 69% para pastagens.2 ■ Em 1997, a produção de alimentos foi estimada em, aproximadamente, US$ 1,3 trilhão ao ano e empregou, aproximadamente, 1,3 bilhão de pessoas.3 ■ Represas construídas para irrigação e geração de energia fragmentam rios e destroem terras úmidas e hábitats aquáticos. Em 1950, havia 5.750 grandes represas (mais de 15m de altura); hoje, existem mais de 45.000.4 ■O consumo mundial de carne mais que triplicou nas quatro últimas décadas, ultrapassando o crescimento populacional e excedendo 225 milhões de toneladas métricas por ano; 37% do consumo total de grãos destinase à alimentação animal.5 A produção de alimentos é a base de muitas economias, mas ameaça os ecossistemas dos quais depende. A agricultura depende da qualidade do solo Grau de degradação do solo dentro dos agroecossistemas GRAU DE DEGRADAÇÃO DO SOLO Nenhum Baixo Médio Alto Muito alto Área onde não há agroecossistema PROJEÇÃO: Geographic FONTE: WRI, 2001. A agricultura é a fonte primária de emprego e renda para muitos países em desenvolvimento e gera mais de um terço do PIB em muitos países de baixa renda.6 A produção agrícola pode ter muito valor, particularmente em áreas densamente povoadas da China, do Sudeste Asiático e da Europa, e também em partes da África e América do Sul onde cresce a produção para exportação. Mais da metade da força de trabalho no Leste, no Sul e no Sudeste Asiático e na África Subsaariana está diretamente envolvida com a agricultura (vide Mão-de-obra). Solos saudáveis 36 Capital Natural P R E S E R VA N D O A B A S E DE R E C U R S O S são vitais para uma agricultura altamente valorizada, mas grandes áreas de terra produtiva foram degradadas por um manejo inadequado e efeitos climáticos. A degradação de terras agrícolas (por erosão, salinização, saturação hídrica do solo, ausência de nutrientes, acidificação e poluição) ameaça a produção de alimentos e os meios de subsistência. Mundialmente, mais de 40% de terras agrícolas estão moderadamente degradadas, 9% estão bastante degradadas e a degradação reduziu a produção agrícola mundial em, aproximadamente, 13%.7 A confiança nos insumos está crescendo Consumidores conscientes criam mercados aquecidos Vendas de produtos orgânicos no varejo, projeção para 2000 (US$ Milhões) CO NSU MO D E FER TILIZANTES POR H ECTAR E D E TERR A P LANTADA (KG/HA) Consumo de fertilizantes nitrogenados, 1975-1999 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 1975 CHINA ÁSIA (INCLUI CHINA) AUSTRÁLIA & NOVA ZELÂNDIA, $229 OUTROS, $48 JAPÃO, $2,500 AMÉRICA DO NORTE AMÉRICA DO SUL EUROPA, $8,950 ÁFRICA 1980 1985 1990 EUA, $8,000 1995 FONTE: FAOSTAT, 2001. À medida que agricultores ganham acesso a avançados insumos de produção (vide Água Doce), mais fertilizantes nitrogenados e irrigação são usados para aumentar e manter a produtividade de colheitas. Isto é particularmente evidente no rápido crescimento e altas taxas de uso de fertilizantes na China. A produtividade estagnada na África se deve parcialmente aos muitos agricultores africanos que não têm acesso ou poder aquisitivo para utilizar fertilização e irrigação eficazes. No entanto, o esgotamento da água devido a altas taxas de aplicação de fertilizantes nitrogenados pode transformar rios, lagos e costas em regiões mortas. FONTE: Willer and Yussefi, 2001. Aumentam em todo o mundo normas de certificação para alimentos “orgânicos” – produzidos sem adição de químicos e de acordo com várias normas para valorização dos ecossistemas e já existe no mundo um mercado de varejo para produtos orgânicos certificados de US$ 20 bilhões, o qual cresce, aproximadamente, 10% a 30% ao ano nas nações industrializadas.8 Mais de 130 países, 65 dos quais países em desenvolvimento, produzem esses alimentos em escala comercial.9 T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S Aproximadamente, 30% da área potencial de florestas temperadas, subtropicais e tropicais e 40% das pastagens temperadas foram convertidas para a agricultura. P RO DUÇ ÃO D E P E SCA DO (M IL HÓ E S D E TO NE LAD AS) Produção de Aqüicultura e Totais de Água Salgada e Água Doce Produção de pescado, 1980-1999 160 140 120 100 80 60 40 20 0 1982 1984 TOTAL DE PESCA 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 TOTAL DE AQÜICULTURA FONTE: 14 S a ú de 16 Consu mo 22 Implicações para as empresas Fazendas de peixes tornam-se grandes negócios 1980 Nu tr i ç ã o FISHSTAT, 2001. A crescente demanda e a produtividade em declínio dos ecossistemas marinhos e de água doce tem movido a modernização e o rápido crescimento da aqüicultura (vide Ecossistemas). Peixes criados em fazendas e moluscos cresceram em volume mais de dez vezes desde 1970, passando de 3,5 milhões para 42,8 milhões de toneladas métricas e, em valor, de US$ 12 bilhões em 1984 para US$ 53,5 bilhões em 1999.10 A aqüicultura resolve alguns problemas da pesca excessiva, mas pode gerar altos custos ambientais pelo uso de terras costeiras, poluição da água e uso de peixes pescados no oceano para alimentação dos peixes nas fazendas. O sucesso obtido na última metade do século em suprir as necessidades mundiais de alimentos foi abalado pela contínua degradação da capacidade produtiva dos sistemas naturais. O conceito de sustentabilidade foi descrito como associado aos “juros” do capital natural sem prejudicar o capital principal. As maiores ameaças para os ecossistemas são a conversão da terra e dos hábitats aquáticos para uso agrícola, ou sua destruição por excesso de colheitas. O modo como produzimos alimentos e fibras determinará a preservação da biodiversidade e dos ecossistemas. O setor privado desempenha um importante papel apoiando a pesquisa agrícola, transferindo conhecimentos, produtos e práticas agrícolas com os quais agricultores podem conservar e proteger recursos como água, solo e espécies vegetais e animais. Novas abordagens – de fazendas orgânicas a fazendas de peixes e engenharia genética – estão transformando o modo como produzimos e conceituamos alimentos, e também afetam nossa capacidade de proteger e restaurar recursos naturais vitais. MERCADOS DO AMANHÃ 37 Água Doce A disponibilidade de água é o mais preocupante problema de recursos no mundo. A água é essencial para todos os seres vivos, tem moldado as sociedades humanas por milênios e é a base de atividades como refrigeração, processamento de alimentos, síntese química e irrigação. A crescente escassez de água e o alarmante declínio na biodiversidade aquática evidenciam práticas e políticas falhas em muitas partes do mundo para a proteção do recurso mais importante para a vida. O crescimento populacional, a industrialização, a urbanização, a intensificação da agricultura e os estilos de vida altamente dependentes da água pressionam muito sistemas de água doce, com o uso e a poluição provocando a escassez da água utilizável. A qualidade da água de superfície melhorou em muitos países desenvolvidos nos últimos 20 anos, embora a contaminação por nitratos e pesticidas permaneça. São poucas as informações sobre a qualidade da água em outras regiões do mundo, mas esta parece estar comprometida em quase todas as regiões e continua a declinar em áreas de intenso desenvolvimento agrícola e rápida urbanização. Fatos ■ No século passado, a retirada de água no mundo foi duas vezes superior ao crescimento populacional.1 ■ Mais de 20% das 10.000 espécies de peixes de água doce conhecidas no mundo foram extintas, ameaçadas ou postas em perigo nas últimas décadas.2 Os fatores que contribuem para a extinção de peixes de água doce incluem alterações de hábitats (71%), espécies não-nativas (54%), pesca excessiva (29%) e poluição (26%).3 ■ Em 60% das cidades européias com mais de 100.000 habitantes, a água subterrânea está sendo retirada em taxa superior à que pode ser restabelecida.4 Entre as cidades que sofreram quedas aqüíferas de 10 a 50 metros, incluem-se Cidade do México, Bangcoc, Manila, Pequim, Madras e Xangai.5 ■ A precificação da água é uma clara tendência nos países desenvolvidos; 17 de 18 países da OCDE pesquisados mostraram aumentos anuais nos preços da água para uso doméstico nos anos 1990.6 Dentre as diversas necessidades humanas, a água doce é cada vez mais escassa. Irrigação de plantações domina a retirada de água no mundo Áreas plantadas irrigadas como percentual do total de áreas plantadas, 1961-1997 Á RE A S PL ANT A DA S I R R I GA D A S ( PO R C E NT U AL DO T OT AL D E Á R EA S P L A N T A DA S ) Retirada de água por setor, vários anos, 1982-1997 Mundo América do Sul Américas do Norte & Central África Europa Ásia 0 20 40 60 80 100 R E T I R A D AS (P O R CE N T U A L D O T O TA L ) AGRÍCOLA INDUSTRIAL DOMÉSTICA NOTA: Alguns totais podem não somar 100 devido a estimativas 35 ÁSIA (EXCL. ORIENTE MÉDIO) 30 ORIENTE MÉDIO & ÁFRICA 25 AMÉRICA CENTRAL & CARIBE 20 MUNDO 15 AMÉRICA DO SUL 10 ÁFRICA SUBSAARIANA 5 0 1961 1966 1971 1976 1981 1986 1991 1996 a respeito da evaporação dos reservatórios. FONTE: Shiklomanov, 1997. 7 Setenta por cento da água doce retirada destina-se à agricultura. A ineficiência é abundante no uso da água e agrava os problemas de escassez; mais da metade da água retirada para irrigação nunca atinge a plantação a que se destina devido a vazamentos e à evaporação.8 Uso 38 Capital Natural P R E S E R VA N D O A B A S E DE R E C U R S O S FONTE: World Bank, 2001. excessivo de insumos agrícolas, como fertilizantes químicos, pesticidas e adubos, contamina os suprimentos de água com nutrientes como nitratos, fósforo e metais pesados, que podem causar problemas significativos à qualidade da água (vide Agricultura).9 Por volta de 2025, 40% da população mundial viverá em regiões com escassez de água Suprimento renovável de água projetado por pessoa por bacias de rios, 2025 SUPRIMENTO DE ÁGUA ANUAL RENOVÁVEL (M"/ PESSOA/ ANO) <500 500 - 1,000 1,000 - 1,700 1,700 - 4,000 4,000 - 10,000 >10,000 Nenhuma Informação disponível NOTA: As bacias destacadas deverão ter uma população de mais de 10 milhões de pessoas em 2025 e sofrerão ou estarão perto de sofrer escassez de água. FONTE: Grandes áreas do mundo sofrem de “estresse de água”, definido como menos de 1.700m3 ao ano por pessoa.10 Em áreas onde o suprimento de água cai abaixo de 1.000m3 por pessoa, a falta d’água interrompe a produção de alimentos e o desenvolvimento econômico, a menos que a região seja suficientemente próspera para aplicar novas tecnologias para conservação e PROJEÇÃO: Geographic CIESIN, 2000; Fekete et al., 1999. reutilização. Em torno de 2,3 bilhões de pessoas, 41% da população mundial, vivem atualmente em áreas com “estresse de água”. Por volta de 2025, prevê-se que 3,5 bilhões estarão vivendo em tais áreas.11 A escassez de água também leva a conflitos entre áreas mais e menos desenvolvidas e a tensas relações entre países que compartilham hidrovias ou bacias hidrográficas.12 T E N D ÊRNC E LIAT A SE DC OR T RREENLDATA S No século passado, a retirada de água no mundo foi duas vezes superior ao crescimento populacional. P O P ULA ÇÃ O C O M A C E S S O À Á G UA T R A TA D A ( P O R C E N TU AL ) Acesso a fontes de água de melhor qualidade, 2000 100 80 60 40 20 Mundo Leste Asiático & Pacífico POPULAÇÃO URBANA América Latina & Caribe Oriente Sul Asiático África Médio & Subsaariana Norte da África POPULAÇÃO RURAL FONTE: 16 E f ici ê n cia 28 Pr i v atizaç ã o 54 Implicações para as empresas Melhora o acesso à água potável, mas muitos ainda são excluídos 0 S a ú de World Bank, 2001. Mais de um bilhão de pessoas, a maioria em áreas rurais, carecem de acesso a suprimento de água potável e mais de 2,5 bilhões de pessoas não têm acesso a instalações sanitárias adequadas.13 Água impura e falta de higiene impõem custos enormes à saúde das populações com doenças evitáveis, como os anuais 1,5 bilhão de casos de diarréia em crianças menores de 5 anos, resultando em 3,3 milhões de mortes (vide Saúde).14 O tracoma, uma bactéria aquática, causou cegueira em 6 milhões de pessoas, e parasitas aquáticos ocasionaram 700 milhões de casos de lombriga fixada e 1,3 bilhão de casos de ascaris lumbricóides.15 As pressões sobre os suprimentos de água doce prenunciam custos ascendentes no acesso à água e uma necessidade urgente de mais eficiência em seu uso. Suprimentos de água reduzidos dificultarão o estabelecimento de empresas que precisam de alto consumo de água em regiões áridas e aumentarão os custos relacionados à água em todos os lugares. Preços crescentes para uso da água podem sinalizar aos consumidores que a conservação é boa para o meio ambiente, além de estimular investidores a alocarem fundos para uma infra-estrutura essencial de água. É difícil refletir os custos reais da água em função dos subsídios que incluem investimentos públicos em projetos de irrigação, da precificação da água para irrigação, da infra-estrutura urbana e industrial, e dos danos ambientais por uso excessivo da água e poluição. O uso mais eficiente da água industrial e o maior envolvimento do setor privado na gestão deste recurso são fatores promissores. A redução do uso da água, sistemas de reutilização e a eliminação do desperdício podem diminuir seus custos, os custos da energia para bombeamento e filtragem e do tratamento da água de esgotos. A escassez de água pode criar um novo campo para diferenciação das empresas – aquelas com processos ou produtos eficientes em relação à água podem obter grande flexibilidade operacional e estruturas de custos mais competitivas num mundo pressionado pela necessidade de água. MERCADOS DO AMANHÃ 39 Conexões Urbanização Mobilidade Comunicações Mão-de-obra 40 Conexões FA Z E N D O N E G Ó C IO S N U M M U N D O IN T E R LIG A D O FAZENDO NEGÓCIOS NUM MUNDO INTERLIGADO Vivemos em um mundo de mudanças rápidas e crescente densidade de redes humanas e tecnológicas. As pessoas se concentram em cidades com maior acesso às redes de informação e transporte. A informação e o conhecimento se propagam à velocidade da luz e as pessoas e mercadorias viajam ao redor do globo como nunca antes. Nesse mundo integrado, as empresas têm um papel crucial no desenvolvimento econômico, na saúde das cidades, numa mobilidade eficiente e acessível, e na expansão da base de trabalhadores e consumidores capacitados. MERCADOS DO AMANHÃ 41 O nascimento da “megacidade” de 20 milhões de habitantes Porcentual Urbano do Total da População, 1975-2015 P OPU LAÇÃO URB ANA (P ORCENTUAL DO TOTA L DA POPULAÇ ÃO) Urbanização E stá em curso um forte crescimento das áreas urbanas no mundo – resultado do crescimento populacional nas cidades, da migração ruralurbana, da degradação ecológica dos campos, da transferência da força de trabalho da agricultura para a indústria, investimento público preferencial nas cidades e não nas áreas rurais e de mudanças políticas. As pessoas são atraídas das áreas rurais para as cidades à procura de empregos e maior acesso à educação, serviços de saúde, transporte e mercados. Inúmeras grandes cidades se transformaram em “megacidades” – áreas metropolitanas de mais de 10 milhões de pessoas – embora pequenas e médias cidades permaneçam a residência da maioria dos moradores urbanos.1 O ritmo e a escala atuais do crescimento urbano pressionam a capacidade de muitos governos locais e nacionais de fornecerem serviços básicos aos moradores. Com estratégias de desenvolvimento adequadas e investimentos em infra-estrutura, áreas urbanas no mundo em desenvolvimento podem se tornar mercados importantes e prontamente acessíveis e oferecerem, também, acesso ao setor privado de uma força de trabalho mais bem instruída e saudável do que as áreas rurais. No entanto, sem investimentos significativos em infra-estrutura, as cidades podem se tornar incubadoras para smog, crimes, água poluída, doenças e áreas sem saneamento capazes de colocar em perigo a saúde humana, a produtividade e a base de recursos naturais. 90 80 REGIÕES MAIS DESENVOLVIDAS 70 60 50 40 30 20 MUNDO REGIÕES MENOS DESENVOLVIDAS 10 0 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 FONTE: UN Population Division, 1999. O aumento no número de megacidades foi particularmente notável nas últimas décadas. Em 1950, apenas Nova Iorque tinha mais de 10 milhões de habitantes, e Paris, Moscou, Essen, Buenos Aires e Chicago estavam entre as dez maiores cidades. Hoje existem 19 cidades com mais de 10 milhões de habitantes; em 2015, estima-se que sejam 23, e algumas, em breve, excederão 20 milhões de pessoas. Muitas das maiores cidades estão hoje em países em desenvolvimento na Ásia, África e América Latina.2 O crescimento urbano concentra oportunidades de negócios e desafios sociais. Fatos Viver em um mundo urbanizado volta de 2010, mais de 50% de todas as pessoas viverão em áreas urbanas. Nos países em desenvolvimento, a proporção de moradores urbanos crescerá de menos de 20% em 1950 para mais de 40% em 2010.3 ■ Das cidades com população maior que 750.000 que crescem mais rapidamente no mundo, 2% se localizam em países de alta renda, 40% estão em países de média renda, e 60% estão em países de baixa renda. Na Ásia estão 60% dessas cidades; na África, 25%; e na América Latina, 15%.4 atual adição de 60 milhões de novos cidadãos urbanos por ano equivale a somar outra Paris, Pequim ou Cairo a cada mês.5 ■A conseqüências da poluição atmosférica urbana para a saúde são graves: a cada ano, matéria particulada suspensa no ar pode ser responsável por 460.000 mortes prematuras e o SO2, por 70.000 mortes prematuras.6 ■ As ■ Cidades de nações em desenvolvimento geralmente carecem de adequada disposição do lixo sólido: em cidades do Norte da África, 20 – 80% do lixo sólido é descarregado em depósitos abertos.7 ■ Projeções sobre lixo sólido municipal na Ásia prevêem um crescimento de 2,7 milhões m3 ao dia em 1999 para 5,2 milhões m3 ao dia em 2025. A gestão do lixo sólido asiático custa US$ 25 bilhões por ano.8 42 Conexões FA Z E N D O N E G Ó C IO S N U M M U N D O IN T E R LIG A D O População Urbana Mundial por tamanho de cidade, 1975 -2015 P OP U LAÇÃO URBANA ( M IL H Õ ES) ■ Por 4,000 3,500 TAMANHO DA CIDADE: 10 MILHÕES OU MAIS 3,000 5 A 10 MILHÕES 2,500 1 A 5 MILHÕES 2,000 500.000 A 1 MILHÃO 1,500 1,000 MENOS DE 500.000 500 0 1975 1985 1995 2005 2015 FONTE: UN Population Division, 1999. O crescimento urbano começou há muito no mundo desenvolvido, onde, aproximadamente, 76% das pessoas hoje vivem em áreas urbanas. A proporção de moradores urbanos no mundo em desenvolvimento é bem menor, mas o crescimento nas últimas duas décadas foi muito rápido (vide Riqueza). O crescimento urbano mais acelerado ocorreu em cidades de tamanho intermediário diversas, com populações de 1 a 5 milhões, as quais cresceram por volta de 80% nos últimos 20 anos,9 como Fênix, Estados Unidos (2,6 milhões), Shenzhen, China (1,1 milhão), e Cidade da Guatemala, Guatemala (3,2 milhões). Muitos países direcionam seus recursos para seus maiores centros urbanos, abandonando cidades menores e áreas rurais em termos de infra-estrutura e serviços. As maiores cidades do mundo As pessoas e os seus impactos estão congestionando zonas costeiras Presente e Futuro 2000 POPULAÇÃO DAS CIDADES (milhões) 1 Tóquio, Japão 26.4 2 Cidade do México, México 18.1 3 Bombaim, Índia 18.1 4 São Paulo, Brasil 17.8 5 Nova York, EUA 16.6 6 Lagos, Nigéria 13.4 7 Los Angeles, EUA 13.1 8 Calcutá, Índia 12.9 9 Xangai, China 12.9 10 Buenos Aires, Argentina 12.6 NÚMERO TOTAL DE MEGACIDADES: 19 Os maiores centros de população urbana, Projetados para 2015 5 a 10 milhões mais do que 10 milhões 2015 POPULAÇÃO DAS CIDADES (milhões) 1 Tóquio, Japão 26.4 2 Bombaim, Índia 26.1 3 Lagos, Nigéria 23.2 4 Daka, Bangladesh 21.1 5 São Paulo, Brasil 20.4 6 Karachi, Paquistão 19.2 7 Cidade do México, México 19.2 8 Nova York, EUA 17.4 9 Jacarta, Indonésia 17.3 10 Calcutá, Índia 17.3 NÚMERO TOTAL DE MEGACIDADES: 23 FONTE: PROJEÇÃO: FONTE: Geographic ESRI, 2001. Aproximadamente, 3,2 bilhões de pessoas (mais de 50% da população mundial) vivem nos 200 quilômetros próximos a uma costa e estima-se que por volta de 2025 a proporção de moradores costeiros será superior a 75%, ou um total estimado de 6,3 bilhões de pessoas.10 Populações costeiras crescentes e grandes áreas urbanas pavimentadas geram cargas poluentes e sedimentares mais pesadas que afetam a capacidade dos ecossistemas costeiros de fornecer produtos e serviços como proteção da costa, pescados saudáveis, filtragem da água e locais para recreação e turismo (vide Água doce). UN Population Division, 1999. A atual adição de 60 milhões de novos cidadãos urbanos por ano é equivalente a adicionar a população urbana de Paris, Pequim ou Cairo a cada mês. Comparação de Estatísticas Urbano-Rurais, Países Selecionados 1996-2000 VIETNÂ TANZÂNIA Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural 63 104 32 48 122 151 73 14 86 70 98 86 58 45 79 74 29 12.4 8.3 5.8 8.1 5.4 5.7 2.1 Mortalidade abaixo de 5 anos (POR 1.000 NASCIMENTOS) Acesso a Saneamento Adequado (PERCENTUAL DE MORADORES) Atualmente Usando Contracepção (PERCENTUAL DE TODAS AS MULHERES) Escolaridade Média em Anos (HOMENS) NOTA: As informações sobre saneamento são de 2000 (todos os países). Todas as outras informações sobre a Índia são de 1998-99; sobre o Vietnã, de 1997; e sobre a Tanzânia, 1996. FONTE: S a ú de 16 Á g ua 36 Pr i v atizaç ã o 54 Implicações para as empresas O abandono da zona rural torna as cidades atraentes ÍNDIA T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S Demographic and Health Survey, 1996, 1997 and 1999; World Bank, 2001. Os exemplos desta tabela mostram que os residentes rurais podem ter boas razões para migrar para áreas urbanas. Residentes urbanos tendem a aproveitar melhor o acesso à água potável, ao saneamento, aos serviços de saúde, aos empregos e às oportunidades educacionais, do que seus pares rurais. Ao mesmo tempo em que tais benefícios geralmente não se estendem aos grupos mais pobres numa cidade, as chances de obter acesso são geralmente melhores do que nas áreas rurais. Na próxima década, mais de metade da população mundial viverá em áreas urbanas. As empresas sempre se beneficiam com o crescimento das áreas urbanas e o conseqüente aumento na demanda por energia e infra-estrutura e na concentração de mão-de-obra e consumidores. A maior mudança nas populações urbanas ocorrerá nos países em desenvolvimento, que enfrentarão novos desafios, mas, também, reduzirão os custos para atender às necessidades dos consumidores. Sustentar e capitalizar essas oportunidades demandará estratégias de negócios e parcerias público-privadas que tornem as cidades melhores lugares para trabalhar, gerenciar um negócio e viver. Um melhor planejamento do uso do solo, serviços de saúde, educação e serviços de água e saneamento são prioridades urbanas que estão além da capacidade de muitos governos locais sem a parceria com o setor privado. MERCADOS DO AMANHÃ 43 Mobilidade D evido ao acesso crescente às estradas, aos carros, transportes públicos e a aviões, a mobilidade dos aos seres humanos é cada vez maior. A maioria das pessoas ainda caminha ou usa bicicletas para ir ao mercado, trabalho ou escola e milhões de toneladas de produtos são transportados nas costas de pessoas, em carroças e carrinhos de mão. O transporte é essencial para o desenvolvimento econômico e empresarial. A mobilidade permite a divisão do trabalho, o crescimento urbano, o comércio de matérias-primas, um transporte de carga mais rápido e barato e a rápida transferência de empregados. O fluxo global de pessoas diversifica os locais de trabalho e os mercados e favorece os canais formais e informais para troca de conhecimento e informação. Toda essa mobilidade cria uma grande demanda por energia e infra-estrutura. Mas uma mobilidade menos poluidora e mais eficiente é um desafio e também uma oportunidade para as empresas. O homem está mais móvel e isso acelera o fluxo de bens e conhecimentos e aumenta a demanda por energia e infra-estrutura. Fatos ■ ■ ■ 44 Transporte de carga de baixo custo estimula mercados internacionais Em 1997, 54% do petróleo comprado por países da OCDE foi para transporte, com 62% projetados para 2020.1 Com pequena variação através do mundo, as pessoas gastam, aproximadamente, uma hora por dia em trânsito, apesar de aquelas com maiores rendas viajarem maiores distâncias.2 O transporte de pessoas e produtos é responsável por, aproximadamente, um quinto do consumo mundial de energia. Dois terços da demanda de energia para o transporte nos países da OCDE provêm das viagens de passageiros.3 ■ O transporte oceânico de carga praticamente dobrou desde 1975.4 ■ A mobilidade das populações e de indivíduos de alto risco, como motoristas de caminhões de carga, é um fator significativo na disseminação do HIV/AIDS no sul e leste da África.5 Conexões FA Z E N D O N E G Ó C IO S N U M M U N D O IN T E R LIG A D O Demanda de Transporte Oceânico, 1975-1995 (trilhões de ton-km) PETRÓLEO CRÚ & DERIVADOS TRANSPORTE DE CARGA SECA 1975 15.7 5.0 1980 14.7 6.6 1985 8.3 7.2 1990 12.6 8.5 1995 15.0 9.4 ANO TRANSPORTE DE CARGA GERAL TOTAL PORÇÃO CONTEINERIZADA DO TRANSPORTE DE CARGA 4.5 25.2 0.0% 6.0 27.3 20.7% 5.6 21.1 30.1% 6.5 27.6 35.1% 8.1 32.5 43.7% FONTE: WBCSD, 2001. O transporte fretado vem crescendo e consome, aproximadamente, 43% do combustível de transporte, ainda que a despesa de envio geralmente adicione menos de 1% ao custo de um item. Um maior uso de contêineres, navios oceânicos maiores e menores custos de combustíveis formam uma combinação para reduzir este custo de envio e motivarem uma economia global. O comércio de frete traz valor aos negócios e à qualidade de vida dos indivíduos, ainda que também leve à degradação ambiental e outros problemas sociais. Transportadores fretados – navios oceânicos, caminhões, aviões, trens e barcaças – contribuem para a poluição da água e do ar, alteram hábitats, aumentam o movimento de espécies invasoras e desempenham um papel no crescente congestionamento urbano (vide Ecossistemas).6 As viagens crescem em todos os lugares Aumento no Tráfego Rodoviário em Países Específicos, 1990-1999 Estados Unidos França Espanha Estados Unidos 0% França Espanha Polônia Tailândia Polônia Tailândia República da Coréia República da Coréia Equador Hong Kong, China 10.8 Quênia 6.2 Níger Equador Hong Kong, China Quênia 1,000 2,000 3,000 0 50 FONTE: 500 0 1974 1978 1982 1986 1990 1994 1998 World Bank, 2001. Consumo de Energia pelo setor de Transporte no Mundo, 1971-1996 1,400 1,200 100 1,000 80 800 60 600 40 400 20 200 V IA G ENS RODOV IÁRI AS (M ILH ÕE S DE T OE) RODOVIA 120 AÉREO D O M É S TI C O AÉREO I N T E RN A C I O N A L FERROVIA 0 1981 1986 1991 1996 FONTE: World Bank, 2000. T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S E nerg ia 24 Prosper idade 12 Demo cracia 50 Implicações para as empresas O transporte motiva a sede de combustível da sociedade 140 FONTE: mais veículos per capita do que um país médio de baixa renda, mas a propriedade de veículos triplicou nos países de baixa renda nos últimos 17 anos.10 Países como Camboja, El Salvador, Coréia do Sul e Tailândia mais do que duplicaram o tráfego rodoviário (número de veículos multiplicado pela distância média que percorrem) entre suas fronteiras entre 1990 e 1999 (vide Consumo).11 Transporte de pessoas e mercadorias é responsável por, aproximadamente, um quinto do consumo mundial de energia. V IA G ENS AÉ R E AS E F ER R OVI ÁRIA S (M ILH ÕES DE T OE) 1,000 100 150 200 As viagens rodoviárias e aéreas aumentaram dramaticamente nas últimas décadas, embora parcela relativa ao trânsito de massa tenha declinado em quase todos os lugares.7 Viagens aéreas de passageiros quase triplicaram nos últimos 25 anos e espera-se que tripliquem de novo nos próximos 20 anos.8 O número de veículos motorizados no mundo cresce por volta de 3% ao ano.9 Países ricos têm, aproximadamente, 60 vezes 1976 1,500 AUMENTO DO TRÁFEGO RODOVIÁRIO (PERCENTUAL) TRÁFEGO RODOVIÁRIO (BILHÕES DE VEÍCULOS-QUIL ÔMETROS) 0 1971 2,000 Níger 0.2 0 Número Global de Passageiros Aéreos, 1974-1998 V I AGE NS D E P A S SA G E I R O S ( B IL HÕ ES ) Tráfego Rodoviário Total em Países Específicos, 1999 IEA, 1999. A mobilidade crescente provocou um dramático crescimento no uso da energia, emissões de gases de efeito estufa e outras formas de poluição (vide Emissões). Em 1997, o transporte marinho internacional utilizou o equivalente a 132 milhões de toneladas de petróleo.12 Uma indicação de um mundo em movimento é o aumento de 80% na energia usada pelo transporte aéreo no mundo e o crescimento de quase 120% na energia global destinada ao transporte rodoviário entre 1971 e 1997.13 O transporte rodoviário hoje representa 80% do uso total de energia para o transporte, sendo a maior parte da crescente demanda no Leste Europeu, na China e no Sudeste Asiático.14 A crescente mobilidade cria um dia internacional de trabalho de 24 horas que põe os trabalhadores na estrada e acelera a mudança econômica e social. O transporte também move conhecimento, doenças, ameaças à segurança pública e movimentos sociais. A mobilidade abre oportunidades de mercado e também permite o ingresso de novos concorrentes. A mobilidade sustentável é uma das áreas de maior importância para investimentos das empresas e inovação, uma vez que as empresas correm para criar veículos de combustíveis alternativos mais baratos e eficientes para sistemas de fretamento e trânsito. Além de projetar tecnologias eficientes, o setor empresarial desenvolve um papel em conjunto com o setor público para idealizar um acesso fácil e eqüitativo à mobilidade. As novas tecnologias somente funcionarão em conjunto com mudanças na forma como as instituições públicas tratam os custos reais da infraestrutura associada à mobilidade e do uso da energia. Instalar atividades de negócios próximas do transporte público, criando ligações com os terminais de transporte existentes e fornecendo incentivos aos funcionários para usarem sistemas de locomoção públicos ajuda a encorajar o uso e o desenvolvimento do transporte público energeticamente eficiente. MERCADOS DO AMANHÃ 45 Comunicações O acesso ao telefone e à Internet está se expandindo rapidamente, embora ainda seja limitado em muitas partes do mundo. À medida que a Internet cresce, une mercados e comunidades, facilita a troca de conhecimento e serviços pelo mundo e a movimentação de pessoas e mercadorias. A aplicação de tecnologias de informação e comunicação ajuda o setor privado a criar novas empresas, reduzir os custos de transações e melhorar a eficiência da cadeia de suprimentos. Redes digitais podem melhorar a produtividade e permitir que as pessoas participem de decisões que afetam suas vidas – do uso de recursos naturais à política. No mundo em desenvolvimento, estas tecnologias podem permitir que bilhões de pessoas venham a participar da economia mundial ao quebrar as barreiras físicas entre as pessoas, mercados distantes e empregadores (vide Mão-de-obra). As tecnologias de informação e comunicação prometem oportunidades significativas para os países em desenvolvimento de criar novas vias de desenvolvimento. As companhias estão criando novos modelos de negócios para interligar vilas rurais com tecnologias “wireless” de baixo custo, possibilitando uma eficiente microlocação pela utilização da tecnologia da informação, e estabelecer centros multifuncionais de Internet para educação básica, treinamento de força de trabalho, locação para pequenos negócios e informação agrícola.1 A Internet também viabiliza a criação de novos negócios no setor de serviços, do processamento interno da informação a “call centers” clientes e empresas capazes de fornecer meios de vida alternativos para as indústrias tradicionais de manufatura e extração de recursos. O acesso a tecnologias de informação e comunicação promove oportunidade. Fatos ■ Quem está utilizando a Web? Mais da metade dos cidadãos do mundo nunca usou um telefone, 7% têm acesso a um computador pessoal e apenas 4% têm acesso à Internet.2 ■ Hoje, mais de 400 milhões de pessoas usam a Internet, sendo que há apenas 5 anos eram 20 milhões. Por volta de 2005, prevê-se 1 bilhão de usuários da Internet.3 ■ Em 2000, havia 214 países conectados à Internet – em 1993 eram 60, e apenas oito em 1988.4 ■ O uso da Internet se expandiu mais de 30% ao ano na América Latina desde 1998.5 Número total de usuários de Internet (em Milhões), 2000 AMÉRICA LATINA E CARIBE, 18 EUROPA, 105 AMÉRICA DO NORTE, 108 OCEANIA , 8 ÁFRICA, 5 ÁSIA, 118 FONTE: 46 ■ Estimativas sobre o comércio eletrônico global em 2000 variam consideravelmente, mas a maioria se aproxima de US$ 200 bilhões.6 ■ A “parte do leão” dos dólares do comércio eletrônico vem do setor “business-to business”, que deverá atingir de US$ 1,2 trilhão a US$ 10 trilhões em 2003.7 ■ Nos Estados Unidos, 20 horas por mês de acesso à Internet custam, aproximadamente, 1% da renda média, comparando-se a 15% no México, 278% em Bangladesh e 614% em Madagascar.8 Conexões FA Z E N D O N E G Ó C IO S N U M M U N D O IN T E R LIG A D O International Telecommunications Union, 2001. A América do Norte, Europa e Ásia têm, aproximadamente, 100 milhões de usuários da Web cada.9 As taxas de penetração aproximadas (usuários por 1.000 pessoas) de 35% na América do Norte são significativamente maiores do que as da Europa (14%), Ásia (3%), América Latina (3%) e África (1%).10 Quando acabar esta “divisa digital”, proporcionalmente o maior uso da Internet será dos países em desenvolvimento, embora o acesso à Internet ainda deva permanecer fora do alcance da maioria dos pobres do mundo por décadas. O surgimento de um mundo conectado Número de PCs, linhas telefônicas e telefones celulares a cada 1.000 pessoas, 1988-1998 PAÍSES DE MÉDIA E BAIXA RENDA PREVALÊN CIA (A CADA 1.000 P ESSOAS) PAÍSES DE ALTA RENDA 600 500 400 300 200 100 0 1988 1990 1992 1994 1996 1998 70 60 50 40 30 20 10 0 1988 1990 1992 1994 1996 1998 LINHAS TELEFÔNICAS PCs TELEFONES CELULARES FONTE: Embora começando de uma base pequena, a conectividade via telefones e computadores cresce mais rapidamente nos países em desenvolvimento.11 A aplicação de tecnologias de informação e telecomunicações prometem ajudar as economias emergentes a ultrapassar padrões tradicionais World Bank, 2000. de desenvolvimento em favor de vias econômicas de alta tecnologia e eficiência (vide Privatização). No entanto, os usuários da Internet precisam ser alfabetizados e será mais difícil vencer o problema do analfabetismo em regiões como o Sul Asiático e África Subsaariana (vide Educação). T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S Mais da metade dos cidadãos do mundo nunca usou um telefone, 7% têm acesso a um computador pessoal, e apenas 4% têm acesso à Internet. Responsabi l izaç ã o 52 Demo cracia 50 Educaç ã o 18 Provedores de Internet proliferam no mundo Implicações para as empresas Número de provedores de Internet a cada 10.000 pessoas, 1994-2000 A revolução das telecomunicações pode acelerar a transição de uma economia baseada em recursos naturais para uma economia baseada no conhecimento. Tecnologias digitais podem criar ganhos na eficiência transacional, melhores controles de manufatura, alternativas para o papel, e logística e produção energeticamente mais eficientes – ajudando as empresas a se tornarem mais sólidas ambientalmente, além de fornecer meios para informar os compradores sobre os impactos ecológicos dos produtos.13 A conectividade pode ligar os pobres do mundo à economia internacional e a oportunidades de empreendimento e educação. O uso inovador da Internet, combinado com softwares projetados para usuários analfabetos e equipamentos sem fio, alimentados por energia solar de baixo custo, já estão aumentando a renda nos países em desenvolvimento.14 Tecnologias de comunicação recentes podem também equilibrar o poder entre pessoas, corporações e nações, pois permitem que empresas, governos e sociedade civil se analisem e compartilhem informações. Porém, a Internet pode também criar um “efeito rebote” negativo. Custos mais baixos e um desenvolvimento econômico de sucesso aumentarão os níveis totais de consumo e impactos ambientais a menos que haja inovações nos produtos e processos para uma produção e consumo sustentáveis.15 Além disso, se não forem dados passos para garantir o acesso generalizado às tecnologias digitais, a Internet pode exacerbar as desigualdades existentes e fortalecer os monopólios. PAÍSES DE ALTA RENDA P RO VE D OR ES DE I N T E R N E T ( A C AD A 1 0. 00 0 P E SSO AS ) 1,000 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 1994 PAÍSES DE RENDA MÉDIA PAÍSES DE BAIXA RENDA 15 10 5 1996 1998 2000 0 1994 1996 FONTE: 1998 2000 World Bank, 2000. Através do mundo, o número de provedores de Internet a cada 10.000 pessoas – um indicador não tão preciso do “tamanho” da Web – cresceu 500% de 1996 a 2000. Países de alta renda dominam completamente esse indicador, com aproximadamente 1.000 provedores a cada 10.000 pessoas; países de renda média têm por volta de 13 provedores a cada 10.000 pessoas, e países de baixa renda apenas 0,5.12 Há exceções como América Latina e Caribe, onde existem 30 provedores a cada 10.000 pessoas. Porém, nas regiões em desenvolvimento, cada conexão pode atender a muitos membros de uma única comunidade. MERCADOS DO AMANHÃ 47 Mão-de-obra A Acabando com a diferença dos sexos nos mercados de trabalho Emprego para mulheres por percentual da população, países específicos, 1990-2000 P R O PO R Ç Ã O D E M ULH E R E S E M I DA D E D E T R AB A L H O N A F O R Ç A DE T R A B A LH O ( P O RC E N T U A L ) força de trabalho global está crescendo e mais mulheres saem da informalidade em função da industrialização dos países em desenvolvimento. Quase todo o crescimento projetado de mão-de-obra para 2025 virá de países de baixa e média renda e os empregos demandarão habilidades exigidas pelas manufaturas, pela tecnologia e por indústrias da informação.1 A concorrência global alimentada por um comércio mais aberto, investimentos estrangeiros, privatização, terceirização de produção e crescimento das exportações prenuncia um futuro díspare para os trabalhadores ao redor do mundo – perda de empregos em algumas áreas e crescimento em outras. Estas mudanças também ressaltam as vantagens que a educação proporciona aos trabalhadores e criam mais oportunidades para as mulheres.2 70 NO R U E G A C A NA D Á 60 JAPÃO 50 R E P Ú B L I C A DA C O R É I A ISRAEL 40 ÁFRICA DO SUL M É XI C O 30 E S P AN H A 20 1990 1992 1994 1996 1998 2000 FONTE: ILO, 2001. A participação das mulheres na força de trabalho é a menor no Oriente Médio e Norte da África, e a maior nas economias Subsaariana, Asiáticas, do Pacífico, assim como Noruega e Suécia. Na maioria dos países, a proporção da população masculina no mercado de trabalho varia de 60 a 70%. A diferença no emprego por sexo nos países desenvolvidos é em média 18%, nas economias em transição 12%, e 36% no Oriente Médio e Norte da África. Das 59 economias para as quais a Organização Internacional do Trabalho (OIT) tem informações sobre os anos 1990, a taxa de emprego para a população diminuiu para homens e aumentou para mulheres. Na maioria dos países, há mais desemprego entre as mulheres devido a pausas no emprego para cuidar de filhos, poucas opções ocupacionais, níveis mais baixos de educação e treinamento de habilidades e demissões por menos tempo de casa (vide Educação).3 À medida que as economias se baseiam cada vez mais em serviços, as mulheres aumentam sua participação na mão-de-obra formal. Fatos ■ 48 Nos países desenvolvidos, a população em idade de trabalho (15-60 anos) irá diminuir de aproximadamente 740 milhões para 690 milhões de pessoas entre 2000 e 2025. No mundo em desenvolvimento, a população em idade de trabalho aumentará 43%, de aproximadamente 3 bilhões para 4 bilhões de pessoas.4 Aproximadamente 59% das mulheres estão empregadas na força de trabalho formal e representam um terço de todos os trabalhadores. No entanto, as mulheres recebem por volta de dois terços do salário dos homens em empregos similares e ocupam menos de um quinto da vagas de trabalho.5 ■ Em 1998, os empregos do setor de serviços representaram 64% de todos os empregos nos países da OCDE.6 ■ A OCDE estimou em 2000 que no setor de Tecnologia da Informação e Comunicações havia uma falta de 850.000 assistentes técnicos nos Estados Unidos e 2 milhões na Europa.7 Conexões FA Z E N D O N E G Ó C IO S N U M M U N D O IN T E R LIG A D O Percentual da força de trabalho em vários setores vs. Produto Interno Bruto, 1996-1997 PARCELA DO TOTAL DA FORÇA DE TRABALHO (PERCENTUAL) ■ Novas portas se abrem para as mulheres AGRICULTURA SERVIÇOS INDÚSTRIA 100 100 100 80 80 80 60 60 60 40 40 40 20 20 0 0 10,000 20,000 30,000 0 20 0 10,000 20,000 30,000 0 0 10,000 20,000 30,000 PIB PER CAPITA (DÓLARES INTERNACIONAIS CORRENTES) FONTE: World Bank, World Development Indicators, 2000. À medida que as economias se desenvolvem, poucas pessoas são empregadas na agricultura e mais em posições que requerem habilidades avançadas e treinamento na indústria e serviços; a distribuição da prosperidade econômica no mundo está fortemente relacionada com o nível de emprego por setor. Mais mulheres são empregadas na agricultura nas nações da Asiáticas, Subsaarianas e do Pacífico, ao passo que as economias mais desenvolvidas e em transição têm mais homens envolvidos na produção agrícola. Pelo mundo, mais homens estão empregados no setor industrial, enquanto as mulheres geralmente encontram mais empregos no setor de serviços.8 Nos países da OCDE, a taxa de mulheres em relação aos homens nos setores de produção de bens é 0,35:1, no setor de serviços a taxa é de 1:1, e as mulheres ultrapassam os homens à taxa de 1,8:1 em serviços sociais como saúde e educação.9 Empregar jovens promove crescimento de longo prazo e estabilidade Taxas de emprego de jovens 40 por cento ou mais Entre 30 e 39.9 por cento Entre 20 e 29.9 por cento Entre 10 e 19.9 por cento Menos de10 por cento Sem Informação PROJEÇÃO: Geographic OIT, 2001. FONTE: O desemprego entre os jovens (idades entre 15-24) na maioria dos países é, aproximadamente, o dobro do desemprego entre adultos (idades entre 25-65) e freqüentemente substancialmente maior entre mulheres jovens do que entre homens jovens. O emprego de jovens é importante para o desenvolvimento nacional e internacional; o desemprego nessas baixas idades pode comprometer uma futura oportunidade de emprego, danificar a coesão social e criar agitações.10 T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S Nos países desenvolvidos, a população em idade de trabalho diminuirá de aproximadamente 740 milhões para 690 milhões de pessoas entre 2000 e 2025, mas aumentará nos países em desenvolvimento, de aproximadamente 3 bilhões para 4 bilhões de pessoas. Cotas de vistos H1B, 1992-2000 V I S AS IS S UE D ( T H O US AN D S ) 400 ANO COTA SITUAÇÃO 300 1992 65,000 não preenchidos 250 1996 65,000 não preenchidos 200 1998 65,000 preenchidos em Setembro 350 150 100 50 0 1985 1990 1995 18 Riqueza 12 Mobi l idade 42 Implicações para as empresas Crescem as importações de talentos Vistos dos EUA de não-residentes emitidos a trabalhadores especializados, 1985-1999 Educaç ã o 1999 115,000 preenchidos em Junho 2000 195,000 preenchidos em Março FONTE: US Department of Justice, 1998; OECD, 2001. 2000 A demanda por mão-de-obra especializada está aumentando, particularmente em áreas de negócios e serviços profissionais de grande crescimento baseados em tecnologia da informação. Embora as informações dos países da OCDE sobre vagas e desemprego atualmente não mostrem a falta de mão-de-obra especializada, a maioria dos países membros adotou políticas para permitir a imigração de trabalhadores estrangeiros especializados.11 Nos últimos anos, os Estados Unidos permitiram a imigração de grande número de trabalhadores especializados e rapidamente preencheram as cotas. Aperfeiçoar as habilidades dos trabalhadores – particularmente das mulheres – é crucial para o sucesso das empresas numa economia global integrada e competitiva. A capacidade de trabalho não é somente uma questão de educação tradicional, mas é cada vez mais construída a partir da educação de adultos e do treinamento de trabalhadores num contexto de aprendizado de carreira em longo prazo.12 Investir em trabalhadores aprimora os padrões de vida domésticos, aumenta a produtividade e desenvolve uma base ampla de clientes. Companhias terão sucesso no recrutamento e retenção de empregados em mercados de trabalho competitivos se anteciparem as crescentes expectativas sobre qualidade de trabalho, benefícios para maternidade, horários flexíveis de trabalho, fornecimento de serviços de assistência a crianças e acesso a treinamento profissional. O comércio e a expansão das companhias multinacionais criam uma força de trabalho etnicamente diversa – uma vantagem para empresas que buscam funcionários que entendam as necessidades de mercados diversos e internacionais e que podem ajudá-las a instalar operações em locais onde crescem o número de clientes e os mercados de trabalho. MERCADOS DO AMANHÃ 49 Papéis e Responsabilidades Democracia Responsabilização Privatização 50 Papéis e Responsabilidades E M B U S C A D A LIC E NÇ A PA R A OP E R A R EM BUSCA DA LICENÇA PARA OPERAR As empresas devem seguir regras e padrões comerciais globais, assim como respeitar acordos, códigos de conduta e padrões internacionais da sociedade civil, onde quer que atuem. O público e muitos governos atribuirão responsabilidades sociais às empresas — promover o desenvolvimento atendendo às necessidades básicas, apoiar a democracia, compartilhar informações e abrir-se ao escrutínio e aos insumos da sociedade civil. MERCADOS DO AMANHÃ 51 M Os direitos políticos e as liberdades civis se expandem Classificação da liberdade gozada em todos os países, 1985-2001 NÚ MER O D E P AÍ SES Democracia ais pessoas vivem hoje em países cujos governos foram eleitos democraticamente do que em qualquer outra época da história, onde a transição de economias controladas pelo Estado para abordagens de mercado contribuiu para estabilizar as condições de operação e para regulamentar a concorrência internacional (vide Privatização). Inúmeros países estão adotando instrumentos internacionais de governança, incluindo compromissos formais para com os direitos humanos e a proteção ambiental, e também se tornando membros da Organização Mundial do Comércio (OMC). As democracias também se beneficiam de um público mais bem informado, de organizações não-governamentais (ONGs) livremente organizadas e de uma mídia com plena liberdade de expressão — condições que ajudam a combater a corrupção (vide Responsabilização). O desafio, no entanto, permanece o mesmo: apoiar todo e qualquer esforço para reduzir a corrupção, promover o desenvolvimento sustentável e aumentar a transparência e a participação em processos que governam as nações. 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 LIVRES PARCIALMENTE LIVRES NÃO LIVRES 1985-1986 1990-1991 1995-1996 2000-2001 FONTE: Freedom House, 2001. Em 2001, cidadãos de 86 países possuíam um leque mais amplo de direitos políticos e liberdades civis, e seus respectivos países foram classificados como “Livres” pela pesquisa anual da Freedom House, a qual se baseia nos direitos políticos e liberdades civis dos cidadãos e não somente na estrutura política do país em questão. Cidadãos em 58 países “Parcialmente Livres” vivem com direitos políticos e liberdades civis mais restritos devido a leis mais frágeis, domínio de um único partido político e violência interétnica ou religiosa. Cidadãos de 48 países classificados como “Não Livres” não gozam de liberdades civis e direitos políticos básicos.1 A democracia se propaga, gerando melhores condições para economias de mercado. A liberdade prevalece, mas as liberdades civis mantêm-se extremamente frágeis Mapa da liberdade, 2001 Livres Parcialmente Livres Não Livres Dados não disponíveis Geographic Freedom House, 2001. PROJEÇÃO: FONTE: A parcela da população mundial que vive em liberdade aumentou de 36% em 1981 para 41% em 2001, enquanto, a parcela da população que carece de direitos políticos e liberdades civis básicas caiu de 43% para 36%. Apesar do aspecto positivo de governos livremente eleitos, em 66 países conquistas em liberdades civis ainda estão defasadas, se 52 Papéis e Responsabilidades E M B U S C A D A LIC E NÇ A PA R A OP E R A R comparadas aos avanços em direitos políticos.2 Evolução em relação à liberdade é particularmente ameaçada durante crises financeiras e sociais, que comumente se apóiam em meios não-democráticos para restaurar a lei e a ordem. Fatos ■ Classificação de riqueza e liberdade, 2001 O número de democracias no mundo aumentou de 22 de um total de 154 países (14,3%) em 1950 para 119 nações democráticas de um total de 192 países (62%) em 2000.3 N Ú MER O DE P AÍ S E S ■ Sociedades livres crescem mais rapidamente O número de países que ratificaram as seis principais convenções e acordos de direitos humanos aumentou de 10% para 50% de todos os países entre 1990 e 2001.4 ■ O número de países que aderiu ao Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (GATT) e à OMC aumentou de 85 em 1980 para 134 em 1999.5 ■ Setenta e um por cento (71%) das exportações mundiais estão, agora, disciplinados pela OMC. A parcela de exportação dos países em desenvolvimento aumenta progressivamente.6 35 30 25 20 15 10 5 0 LIVRES PARCIALMENTE LIVRES NÃO LIVRES >$15,000 $5,000$15,000 $2,500$5,000 $1,000$2,500 <$1,000 PIB PER CAPITA (DÓLARES INTERNACIONAIS ATU AIS) FONTE: Freedom House, 2001. O PIB per capita médio é quase sete vezes mais alto nos países Livres do que nos países Não-Livres. Quase todos os países com um PIB per capita superior a US$15.000 são Livres, assim como os países com um PIB per capita entre US$5.000 e US$15.000 (vide Riqueza). Países mais livres crescem, em média, mais rapidamente também, especialmente os países Livres menos ricos com um PIB per capita anual inferior a US$5.000 (como Bolívia, República Dominicana, Índia, El Salvador, Benin e Papua Nova Guiné). Entre os países com um PIB per capita inferior a $5,000, a taxa de crescimento dos países Livres, Parcialmente Livres e Não-Livres foi, respectivamente, de 3,23%, 1,47% e 1,41% em 1990–1998.7 São raros os países com grande crescimento na categoria Não-Livre, como a China. T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S O número de democracias no mundo aumentou de 22, de um total de 154 países (14,3%) em 1950, para 119 nações democráticas, de um total de 192 países (62%) em 2000. Políticas públicas saudáveis = Economias saudáveis CR ES CI MENTO DO P IB P E R C A P I TA ( P OR CENTO AO ANO) Relação entre políticas públicas para o aumento do PIB e capacidade institucional 3.5 3.0 ICR ALTO 2.5 2.0 CLASSIFICAÇÃO DE CAPACIDADE INSTITUCIONAL (ICR) ICR BAIXO 1.5 1.0 CR BAIXO 0.5 0.0 Pequena Distorção de Políticas Públicas Pequena Distorção de Políticas Públicas Grande Distorção de Políticas Públicas FONTE: World Bank, 1997. Governos que efetuaram mudanças em suas políticas macroeconômicas e reformas institucionais em serviços sociais, atendimento público, sistema bancário e regulamentações de modo geral tiveram um crescimento mais acelerado do PIB per capita.8 Sempre que mudanças para democracias livremente eleitas associam-se a instituições cívicas mais livres, uma mídia mais ativa e diversificada, um sistema judiciário e direitos de propriedade mais fortalecidos estabelece-se uma sólida base para operações econômicas. Responsabi l izaç ã o 52 Educaç ã o 18 Comu n icaç õ es 44 Implicações para as empresas Sociedades democráticas oferecerem as condições de operação necessárias às empresas, aos investimentos e ao crescimento. Nestas sociedades, os stakeholders e os acionistas mantêm as empresas dentro de um alto padrão internacional único. Parcerias com governos ditatoriais são monitoradas por uma rede internacional de ONGs, o que dificulta as operações de empresas éticas em países não democráticos e prejudica a licença para operar das empresas, tanto na matriz como em filiais estrangeiras. As empresas terão de escolher entre operar em ambientes não democráticos ou apoiar reformas democráticas através de suas próprias práticas, arriscando sua reputação regional ou internacional. Em última instância, as empresas devem apoiar tendências favoráveis à democracia, à governança justa e transparente e ao desenvolvimento de padrões corporativos globais, pois estas trarão benefícios em longo prazo à sua reputação e liberdade de operação. MERCADOS DO AMANHÃ 53 Responsabilização sociedade civil exerce uma influência cada vez maior em questões relacionadas ao governo e às empresas. Muitas organizações não-governamentais (ONGs) demandam de governos e empresas atividades mais transparentes e mais responsabilização perante a lei e aqueles stakeholders que não constituem seus clientes ou acionistas. Operações globais de empresas são monitoradas por ONGs bem organizadas, ativas na mídia e em seu papel de acionistas, e que são interligadas pela Internet (vide Comunicações). As empresas respondem a este escrutínio público através de relatórios de desempenho ambiental e social, produtos e serviços inovadores que atendam às preocupações com o uso de recursos, energia e o meio ambiente. Outras empresas engajam os stakeholders em decisões operacionais e estabelecem parcerias com ONGs para catalisar mudanças corporativas, melhorar suas bases de operações, proteger sua reputação e conseguir sua licença para operar em mercados emergentes. A O aumento de organizações da sociedade civil Número de organizações não-governamentais, 1951-1999 O NG s (N ÚM ER O ) 50,000 40,000 30,000 20,000 10,000 0 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 FONTE: Union of International Associations, 1999. O número de ONGs registrado pela Union of Internacional Associations mais que dobrou desde 1985, sendo agora superior a 40.000 organizações ativas na melhoria do meio ambiente e no bem-estar social das pessoas.1 Estimativas informais calculam que existam mais de 1 milhão de ONGs.2 Esse aumento deve-se a mais de US$150 bilhões em doações anuais, 80% das quais de pessoas físicas e o restante de heranças, fundações e empresas.3 A sociedade civil exige mais responsabilização e transparência do governo e das empresas. Fatos ■ 54 Atualmente, 2.091 ONGs possuem status consultivo nas Nações Unidas, contra 928 em 1991 e somente 41 em 1948.5 Aproximadamente, 2.000 empresas emitem voluntariamente relatórios sobre seu desempenho, práticas e políticas econômicas, ambientais e sociais — por volta de 100 delas empregando algum novo padrão internacional.6 ■ O número de fundos mútuos monitorados em sua responsabilidade social nos Estados Unidos aumentou de 168 em 1999 para 230 em 2001.7 ■ O total dos ativos de investimentos gerenciados nos Estados Unidos cresceu 22% entre 1999 e 2001; ativos sob gestão profissional, monitorados em relação à responsabilidade social, cresceram 36% no mesmo período.8 Papéis e Responsabilidades E M B U S C A D A LIC E NÇ A PA R A OP E R A R Resoluções de acionistas americanos sobre questões sociais, 1973-2000 250 100 200 80 150 60 100 40 50 20 0 1973 1978 RESO LUÇÕES (POR CENTO) ■ Aproximadamente, 10% de toda a ajuda ao desenvolvimento é canalizada através das ONGs, porcentagem esta que deve aumentar.4 RESO LUÇÕES (NÚMERO) ■ Responsabilidade corporativa dos acionistas sob escrutínio 0 1983 1988 1993 1998 TOTAL DE RESOLUÇÕES PORCENTAGEM DE RESOLUÇÕES VOTADAS COM APOIO 3% DE CONTROLE ACIONÁRIO FONTE: IRRC, 2001b. O acesso a informações pela Internet, uma maior participação pública nos mercados de capitais e definições mais amplas da responsabilidade civil das empresas levaram a um maior ativismo dos acionistas, pressões por abertura corporativa e novas estratégias de investimentos em ações.9 Aumenta o número de regulamentações que permitem maior poder acionário e exigem abertura nos mercados de capitais mundiais. O Investor Responsibility Research Center (IRRC) pesquisou resoluções acionárias sobre questões sociais (como diversidade, direitos humanos, meio ambiente, igualdade de empregos e padrões de trabalho) nos Estados Unidos desde 1973 e o número de resoluções que recebeu os 3% de controle acionário necessários para sua reapresentação. O nível médio de apoio destas resoluções acionárias cresceu de 5% nos anos 1970 para 9% hoje.10 O combate à corrupção: ganham tanto as empresas como a sociedade Índice de Percepção da Corrupção da ONG Transparência Internacional, 2001 PAÍS CLASSIFICAÇÃO CORRUPÇÃO ÍNDICE DE 1. Finlândia 9.9 91. Bangladesh 0.4 2. Dinamarca 9.5 90. Nigéria 1.0 3. Nova Zelândia 9.4 88. Uganda 1.9 4. Islândia 9.2 88. Indonésia 1.9 4. Singapura 9.2 84. Quênia, Bolívia 2.0 Camarões, Azerbaijão 100 25 80 20 60 15 40 10 20 5 0 0 1-5 6-10 11-15 > 16 PROCEDIMENTOS DE R EGISTROS DOS NEGÓCIOS (NÚMERO) ÍNDICE DE CORRUPÇÃO FONTE: PI B MÉ DIO PER CA P I TA ( US$ M I LH A R ES ) CORRUPÇÃO ÍNDICE DE Í ND IC E D E COR R U P Ç ÃO ( M A IS A LTO = M A I S CO R R UP T O ) PAÍS CLASSIFICAÇÃO Procedimentos de registro dos negócios: Relação entre corrupção e renda, 1999 PIB MÉDIO PER CAPITA Transparency International, 2001. FONTE: World Bank, 2001. Indonésia, Quênia, Nigéria e Paquistão, possuem índices inferiores a 2.5.11 A corrupção é inconveniente e onerosa. Excessivas regulamentações de negócios acarretam mais corrupção e são mais freqüentes em países mais pobres (vide Democracia). Estes complexos sistemas de procedimentos também impedem a criação de novas empresas e a concorrência sadia, além de contribuírem para o abuso de poder.12 O Índice de Percepção da Corrupção desenvolvido pela ONG Transparência Internacional é um exemplo do escrutínio da sociedade civil. Através de pesquisas com executivos expatriados, gerentes e outros especialistas, esta ONG classifica os países entre 10 (altamente limpos) e 0 (altamente corruptos). Países da OCDE geralmente apresentam índices altos, sendo a Rússia uma exceção notável. Muitos países em desenvolvimento, como T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S Atualmente, 2.091 ONGs possuem status consultivo nas Nações Unidas, contra 928 em 1991 e somente 41 em 1948. Investimentos socialmente responsáveis elevam os padrões 16,000 14,000 100 80 12,000 10,000 8,000 6,000 60 40 4,000 2,000 0 20 NÚ MERO DE F UN DOS ATIVOS ( U S$ MILHÕ ES ) Fundos mútuos monitorados em relação a questões sociais, excluindo anuidades variáveis, 1991-Setembro 2001 0 12/91 12/92 12/93 12/94 12/95 12/96 12/97 12/98 12/99 12/00 9/01 P E R Í O D O D E I N FO R M E S ATIVOS $MILHÕES PORTFÓLIO FONTE: Strategic Insight Mutual Fund Research & Consulting LLC, 2001. Aumentam os investimentos baseados em critérios sociais nos Estados Unidos, Reino Unido, Europa e Japão. Parte dos ativos totais investidos vem dos fundos mútuos públicos comercializados explicitamente por seus portfólios socialmente responsáveis. O número de fundos e seus ativos sob este tipo de gestão quintuplicou na última década nos Estados Unidos13 e o número de fundos monitorados em sua responsabilidade social duplicou na década de 1990 no Reino Unido, tendo seus ativos aumentado dez vezes.14 Os portfólios de investimento mais comuns nos Estados Unidos em 1999 eram tabaco (96%), cassinos (86%), armas (81%), álcool (83%) e o meio ambiente (79%).15 Os US$2,34 trilhões em todos os portfólios em 2001 que incluíam critérios sociais constituíam 12% do total de ativos gerenciados nos Estados Unidos.16 Comu n icaç õ es 44 Consu mo 22 Riqueza 12 Implicações para as empresas O aumento do envolvimento público em questões relacionadas ao governo e às empresas pode ser constatado pelo aumento e grau de ativismo de organizações não-governamentais e na pressão por mais abertura e informe aos investidores sobre o desempenho ambiental e social. A sociedade civil pressiona as empresas a serem mais abertas e transparentes no trato com o público, governo, outras empresas e comunidades locais. ONGs internacionais demandam maior escrutínio das atividades corporativas pelos stakeholders e acionistas. O desempenho não responsável em um mercado estrangeiro, ao longo da cadeia de suprimentos ou, ainda, no lançamento de novos produtos e tecnologias, pode prejudicar a reputação das empresas e sua posição competitiva em mercados-chave e de capitais. O engajamento ativo com stakeholders e a demonstração do bom desempenho social e ambiental podem garantir e proteger a licença para operar, gerar inovação em produtos e serviços, reduzir processos judiciais e melhorar as estratégias de negócios. MERCADOS DO AMANHÃ 55 N Investimentos privados em países em desenvolvimento superam a ajuda aos governos Fluxo de investimentos estrangeiros para países em desenvolvimento por tipo, 1990-2000 INV ES TI ME NTO S F INA NCEIRO S ( US$ BILH ÕES ) Privatização a última década, investimentos do setor privado em países de baixa e média renda cresceram rapidamente, mas a assistência governamental ao desenvolvimento diminuiu. Os governos voltam-se mais e mais para a privatização para realizar suas reformas econômicas, reduzir déficits, atrair investimentos, liberar e expandir mercados de capitais e aumentar a eficiência. Quando o setor privado adquire empresas estatais, essa privatização promove o amadurecimento de mercados financeiros por encampar patrimônio público. Apesar de os governos ainda manterem a maior parte da infraestrutura em países de baixa e média renda, aumenta o número de países aderindo à privatização, crescem os projetos públicos financiados pelo setor privado, assim como o nível de investimentos empresariais. Além disso, este setor também transfere as melhores práticas em direitos trabalhistas, eficiência dos recursos e segurança ambiental para as economias em transição e emergentes. 200 INVESTIMENTOS OFICIAIS (PÚBLICOS) 150 INVESTIMENTOS DE CAPITAIS (PRIVADOS) 100 INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS DIRETOS (PRIVADOS) 50 0 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 FONTE: World Bank, 2000; World Bank, 2001. A assistência de governos para o desenvolvimento de outros governos diminuiu quase um terço durante a década de 90. O fluxo de capital privado (diversificação de portfólios incluindo ativos financeiros estrangeiros e déficit privado) cresceu no início dos anos 90, mas caiu a seguir. Investimentos estrangeiros diretos (investimentos para a aquisição de juros de gestão a mais longo prazo ao invés de um investidor, e.g., capital social e reinvestimento de receitas), no entanto, cresceram rapidamente ao longo de toda a década. A crise financeira de 1997 fez com que o fluxo privado flutuasse e o subseqüente declínio econômico levou a uma queda relativa nos investimentos. Porém, os investimentos de longo prazo permaneceram, representando mais de 80% do total dos investimentos financeiros estrangeiros. Aumentamos investimentos do setor privado para financiar o desenvolvimento. Fatos ■ ■ ■ ■ 56 Em 2000, a Assistência Oficial para o Desenvolvimento (ODA) para países em desenvolvimento totalizou US$53,1 bilhões e o Investimento Externo Direto (IED) $120 bilhões. Aproximadamente, 25% de toda a ODA é voltado para países em desenvolvimento.1 Em dólares constantes, entre 1970 e 1998, os IEDs líquidos cresceram quase sete vezes mais rapidamente do que o PIB mundial e quatro vezes mais do que as exportações mundiais de bens e serviços.2 O IED para países em desenvolvimento cresceu de US$24 bilhões em 1990 para US$178 bilhões em 2000, enquanto os investimentos para assistência governamental caíram de aproximadamente US$55 bilhões para US$39 bilhões.3 Entre 1988 e 1995, as receitas oriundas da venda de empresas estatais cresceram de US$2,6 bilhões para mais de US$21 bilhões. A América Latina e o Leste Asiático tiveram o maior aumento de volume de receitas: 51% e 21%, respectivamente.4 Em 1999, o setor primário (incluindo petróleo, mineração, agricultura e florestamento) respondeu por US$18,1 bilhões (41% do total) de receitas da privatização em economias emergentes — quase que totalmente de vendas de empresas de petróleo e gás na Argentina, Brasil, Índia, Polônia e Rússia.5 Papéis e Responsabilidades E M B U S C A D A LIC E NÇ A PA R A OP E R A R Fluxos de capital privado para as economias de baixa e média renda, 1990-2000 FL UX OS DE C AP IT A L PR IV A DO ( U S $ B I LH ÕE S A TU A I S) ■ O capital ignora as nações mais pobres 300 250 200 150 100 50 0 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 ÁFRICA SUBSAARIANA EUROPA & ÁSIA CENTRAL ORIENTE MÉDIO & NORTE DA ÁFRICA SUL ASIÁTICO LESTE ASIÁTICO & PACÍFICO AMÉRICA LATINA & CARIBE FONTE: World Bank, 2001. Quinze países receberam 83% dos fluxos de capital privado para nações em desenvolvimento em 1997 e todos são países de renda média. O aumento do fluxo de capital pode ter, na verdade, aumentado a diferença de renda entre os países. O Oriente Médio e o Norte da África, a África Subsaariana e o Sul Asiático receberam individualmente menos de 5% do fluxo de capital privado e investimentos financeiros diretos nos anos 1990.6 Quais setores são privados? A América Latina e o Leste Asiático atraem empresas Privatização – principais setores nos países em desenvolvimento. 1990-1999 Investimentos em projetos de infraestrutura privados ou parcialmente privados, em países em desenvolvimento, 1990 -1998 ($US Bilhões em 1998) SERVIÇOS E OUTROS SETORES NÃO AVALIADOS 4% SERVIÇOS FINANCEIROS 12% SUL ASIÁTICO 38,1 TELECOMUNICAÇÕES 24% ÁFRICA SUBSAARIANA 9,6 ORIENTE MÉDIO & NORTE DA ÁFRICA 12,8 LESTE ASIÁTICO & PACÍFICO 147,2 SETOR PRIMÁRIO 19% ENERGIA 17% MANUFATURA 16% TRANSPORTE E OUTRAS INFRA-ESTRUTURAS 8% FONTE: World Bank, 2001. Aproximadamente, US$316 bilhões em receitas foram gerados pela privatização em países em desenvolvimento nos anos 1990.7 Investimentos desta magnitude e receitas para os governos podem ter implicações significativas no bem-estar das pessoas e no meio ambiente. Os setores primários e a infra-estrutura geraram a maior parcela das receitas das privatizações, sendo um quarto desta receita proveniente de telecomunicações em países não pertencentes à OCDE e um terço a países da OCDE.8 AMÉRICA LATINA & CARIBE 236,5 EUROPA & ÁSIA CENTRAL 52 FONTE: World Bank, 1999. A atividade privada, mensurada por investimentos em projetos de infraestrutura nos quais o setor privado assumiu os riscos operacionais durante a implantação ou operação do projeto, multiplicou-se por seis, chegando a mais de US$100 bilhões os anos 1990. A grande maioria dos investimentos privados e projetos localizou-se na América Latina e no Caribe, ou Leste Asiático e Pacífico em dois setores: telecomunicações e energia.9 T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S Investimentos externos diretos para países em desenvolvimento cresceram de US$24 bilhões em 1990 para US$178 bilhões em 2000, enquanto os investimentos para assistência governamental caíram de aproximadamente US$55 bilhões para US$39 bilhões. Privatização impulsiona os mercados de capitais R EC EI TAS DA PRI VAT IZA ÇÃO (U S$ BILHÕE S) Receitas globais advindas da privatização, 1990-2000 160 140 120 100 80 60 40 20 0 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 TOTAL DOS PAÍSES DA OCDE OUTROS PAÍSES FONTE: OECD, 2001. Os investimentos privados podem ser considerados responsáveis tanto pelos fluxos diretos de capital como pelas receitas que geram aos governos pela venda de empresas estatais. Países da OCDE representaram 70% das vendas para privatização na década passada, dois terços dos quais através de licitações públicas. Apesar de a maior parte dos quase US$300 bilhões de ativos de privatizações em países não pertencentes à OCDE não terem sido realizados através de venda pública, eles representaram marcos no desenvolvimento dos mercados de capitais domésticos.10 Ag r icu ltu ra 34 Á g ua 36 Educaç ã o 18 Implicações para as empresas A privatização deu maior força às empresas no tocante ao futuro das economias em desenvolvimento.11 O setor privado superou, mas não substituiu, o governo no papel de principal agente financiador do desenvolvimento; isto não se aplica, no entanto, às nações mais pobres do mundo. A privatização leva a uma maior atenção ao comportamento das empresas e às condições que lhes conferem a licença para operar. As expectativas em relação às empresas privatizadas focam na modernização de tecnologias, práticas e desempenho. Padrões inconsistentes entre empresas e suas subsidiárias estrangeiras não mais se justificam ou se mantém. No entanto, o Estado ainda retém uma influência significativa sobre o bem-estar econômico e social dos países em desenvolvimento e as empresas do setor privado terão de se ajustar a novas parcerias entre os setores privado e público. As projeções de crescimento populacional e econômico nos mostram que oportunidades de investimentos das décadas anteriores constituirão apenas uma fração dos mercados potenciais de privatização futura. MERCADOS DO AMANHÃ 57 Notas Mercados do Amanhã 4 Ibid. P OP U L A Ç Ã O 6 Pinstrup-Andersen, P. 1999. 5 FAO. 2000. 1 U.N. Population Division (UNPD). 2000. World Population Prospects: The 2000 Revision. New York: UNPD. 7 Ross, J. and S. Horton. 1998. Economic Consequences of Iron Deficiency. Ottawa: Micronutrient Initiative. 2 Esta publicação utiliza termos que seguem a convenção da fonte dos dados – país desenvolvido e país em desenvolvimento –, conforme utilizado pelas agências das Nações Unidas e do Banco Mundial para países com baixa, média e alta renda. 8 U.N. Children’s Fund (UNICEF). 2001. The State of the World’s Children 2001. Available online at: http://www.unicef.org/sowc01; and U.N. Population Division (UNPD). 1998. Sex and Age Quinquennial 1950-2050: The 1998 Revision. New York: UNPD. 3 UNPD. 2000. 9 U.N. Children’s Fund (UNICEF). 1998. State of the World’s Children 1998. Available online at: http://www.unicef.org/sowc98/. 4 Ibid. 5 Ibid. 6 U.N. Population Division (UNPD). 1998. Sex and Age Quinquennial 1950-2050, Description of the Dataset: The 1998 Revision. New York: UNPD. 7 U.N. Population Division (UNPD). 1999. World Population Prospects: The 1998 Revision. New York: UNPD. 8 UNPD. 2000. 9 World Bank. 2001a. World Development Indicators 2001. Washington, DC: The World Bank. 10 U.N. Administrative Committee on Coordination/Sub-Committee on Nutrition (ACC/SCN). 2000. Fourth Report on the World Nutrition Situation. Geneva: ACC/SCN in collaboration with IFPRI. 11 FAO. 2001; and U.N. Population Division (UNPD). 1999. Annual Populations 1950-2050 (1998 revision on diskette) (UNPD, New York). 12 World Bank. 2001. World Development Indicators 2001. Washington, DC: The World Bank. ■ Undernourishment in Developing Countries: FAO. 2000. ■ Number and Percentage of Children Under Five: UNICEF. 2001; and UNPD. 1998. ■ Cereal Yields, World and Selected Regions: FAO. 2001. ■ Average Yields of Selected Cereals: Ibid. ■ Food Expenditures as a Percentage of Per Capita Income: World Bank. 2001. 10 UNPD. 2000. 11 U.N. Population Division (UNPD). 1999. Demographic Indicators, 1950-2050 (1998 revision on diskette) (UNPD, New York). 12 World Bank. 2001b. World Development Indicators 2001, on CDROM. Washington, DC: The World Bank. 13 UNPD. 1998. ■ World Population by Income Group: UNPD. 2000. ■ Fertility Rates: UNPD. 1998. ■ World Population by Income Group: World Bank. 2001b. ■ Population Distribution by Age: UNPD. 1998. RIQUEZ A 1 Hanmer, L., J. Healey, F. Naschold. 2000. “Will Growth Halve Global Poverty by 2015?” Overseas Development Institute (ODI) Poverty Briefing. Online at: http://www.odi.org/uk/briefing/pov8.html. 2 World Bank. 2001a. World Development Indicators 2001, on CDROM. Washington, DC: The World Bank. 3 Ibid. 4 World Bank. 2001b. World Development Indicators 2001. Washington, DC: The World Bank. 5 Milanovic, B. and S. Yitzhaki. 2001. Decomposing World Income Distribution: Does the World have a Middle Class? Washington, DC: The World Bank. 6 Milanovic, B. “True World Income Distribution, 1988 and 1993: First Calculation Based on Household Surveys Alone,” World Bank Development Research Group Working Paper (The World Bank: Washington DC). 7 World Bank. 2001c. World Development Report 2000/2001: Attacking Poverty. Oxford University Press: World Bank. 8 World Bank. 2000. World Development Indicators 2000. Washington, DC: The World Bank. ■ ■ ■ ■ Gross Domestic Product Per Capita: World Bank. 2001a. S A Ú DE 1 United Nations AIDS (UNAIDS) and World Health Organization (WHO). 2000. AIDS Epidemic Update: December 2000. Switzerland: UNAIDS and WHO. 3 World Resources Institute in collaboration with the U.N. Development Programme, the U.N. Environment Programme, and the World Bank. 1998. World Resources 1998-99: A Guide to the Global Environment. New York: Oxford University Press. 4 World Health Organization (WHO). 2000. “Tuberculosis,” Fact Sheet No. 104 (WHO, Geneva). Available online at: http://www.who.int/inffs/en/fact104.html. 6 UNAIDS and WHO. 2001. 7 World Bank. 1999. Curbing the Epidemic: Governments and the Economics of Tobacco Control. Washington, DC: The World Bank. Available online at: http://www1.worldbank.org/tobacco/reports.htm. 8 UNPD. 1998a. 9 World Health Organization (WHO). 1999. World Health Report 1999: Making a Difference. Geneva: WHO. Available online at: http://www.who.int/whr/2001/archives/1999/en/index.htm. 10 UNAIDS and WHO. 2000. ■ 3 Food and Agricultural Organization of the United Nations (FAO). 2001. FAOSTAT On-line Statistical Service. Rome: FAO. Available online at: http://apps.fao.org. 58 4 Ibid. 5 World Bank. 2001. World Development Report 2000/2001: Attacking Poverty. Oxford University Press: World Bank. 6 World Resources Institute in collaboration with the U.N. Development Programme, the U.N. Environment Programme, and the World Bank. 1998. World Resources 1998-99: A Guide to the Global Environment. New York: Oxford University Press. 7 International Consultative Forum on Education for All. 2000. Education for All: Status and Trends 2000. Paris: UNESCO. 8 UNESCO. 2000. 9 Gross enrollment ratios can exceed 100% due to the inclusion of over-aged and under-aged students. See U.N. Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO). 1998. UNESCO Statistical Yearbook. Paris: UNESCO and White Plains: Bernan Press. 10 International Labour Organization (ILO). 2001. Key Indicators of Labour Market 2001-2002, on CD-ROM. Geneva: ILO; and Organization for Economic Development (OECD). 2001. Education at a Glance: OECD Indicators. Paris: OECD. 11 World Bank. 2001a. World Development Indicators 2001. Washington, DC: The World Bank. 12 Colclough, C. and K.M. Lewin. 1993. Educating All the Children. (Oxford University Press) cited from Population Council (2001) “Accelerating Girls’ Education: A Priority for Governments,” Online at: http://www.popcouncil.org/gfd/girlseducation.html. ■ Adult Literacy Rates: U.N. Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO). 2000. UNESCO Statistical Yearbook 1999. Paris: UNESCO and White Plains: Bernan Press. Available online at: http://www.uis.unesco.org/en/stats/stats0.htm. ■ Secondary School Gross Enrollment: U.N. Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO). 1998. UNESCO Statistical Yearbook 1998. Paris: UNESCO and White Plains: Bernan Press. ■ Average Earnings: Organization for Economic Development (OECD). 2001. Education at a Glance: OECD Indicators. Paris: OECD. ■ Fertility Rates: The World Bank. 2001b. World Development Indicators 2001, on CD-ROM. Washington, DC: The World Bank; and U.N. Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO). 1998. UNESCO Statistical Yearbook. Paris: UNESCO and White Plains: Bernan Press. 5 United Nations AIDS (UNAIDS) and World Health Organization (WHO). 2001. AIDS Epidemic Update: December 2001. Switzerland: UNAIDS and WHO. Available online at: http://www.unaids.org/epidemic_update/report_dec01. NUTRIÇÃO 2 Food and Agricultural Organization of the United Nations (FAO). 2000. The State of Food Insecurity in the World. Italy: FAO. 3 U.N. Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO). 2000. Education for All 2000 Assessment: Year 2000 Assessment. Nimes, France: UNESCO. Available online at: http://www.unesco.org/education/efa/efa_2000_assess/index.shtml. 2 U.N. Population Division (UNPD). 1998a. World Population Prospects (1998 revision on diskette) (UNPD, New York). 11 World Health Organization (WHO). 2001. HIV/AIDS in Asia and the Map of 1998 Gross Domestic Product Per Capita: World Resources Pacific Region. Geneva: WHO. Institute in collaboration with the U.N. Development Programme, the 12 UNAIDS and WHO. 2000. U.N. Environment Programme, and the World Bank. 2000. World Resources 2000-2001: People and Ecosystems; the Fraying Web of Life. ■ Life Expectancy by Region: UNPD. 1998a. Washington, DC: WRI. Available online at: http://www.wri.org/wr2000. ■ Life Expectancy, World and Selected Countries: U.N. Population Selected Poverty Rates: World Bank. 2000. Division (UNPD). 1998b. World Population Prospects (1998 revision on diskette) (UNPD, New York). Distribution of Income: World Bank. 2001a. 1 Pinstrup-Andersen, P., R. Pandya-Lorch, and M. Rosegrant. 1999. “World Food Prospects: Critical Issues for the Early Twenty-First Century,” 2020 Food Policy Report (International Food Policy Research Institute (IFPRI), Washington, DC). 2 International Labour Organization (ILO). 2001. Key Indicators of Labour Market 2001-2002, on CD-ROM. International Labor Office, Geneva. ■ Cause of Death in Selected Regions: World Health Organization (WHO). 2000. World Health Report 2000. Geneva: WHO. Available online at: http://www.who.int/whr/2001/archives/2000/en/index.htm. Leading Infectious Killers: WHO. 1999. Inovação C ON S U MO 1 World Bank. 2001. World Development Indicators 2001, on CDROM. Washington, DC: The World Bank. 2 Ibid. 3 Delgado, C., M. Rosegrant, et al. 1999. “Livestock to 2020: The Next Food Revolution,” Food, Agriculture, and the Environment Discussion Paper No. 28. (International Food Policy Research Institute (IFPRI), Washington, DC). 4 World Bank. 2001. 5 World Bank. 2001; and U.N. Population Division (UNPD). 1999. Annual Populations, 1950-2050 (1998 revision on diskette) (UNPD, New York). 6 WRI calculation based on Food and Agricultural Organization of the United Nations (FAO). 2001. FAOSTAT On-line Statistical Service. Rome: FAO. Available online at: http://apps.fao.org. 7 Food and Agricultural Organization of the United Nations (FAO). 2001. FAOSTAT On-line Statistical Service. Rome: FAO. Available online at: http://apps.fao.org. ■ Household Consumption: World Bank. 2000. World Development Indicators 2000. Washington, DC: The World Bank. ■ Televisions per 1,000 People: World Bank. 2001. ■ Passenger Cars: Ibid. ■ Meat Consumption: FAO. 2001. EDUCAÇÃO 1 U.N. Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO). 2000. UNESCO Statistical Yearbook 1999. Paris: UNESCO and White Plains: Bernan Press. Available online at: http://www.uis.unesco.org/en/stats/stats0.htm. MERCADOS DO AMANHÃ Tendências Globais e suas Implicações para as Empresas E N E R GI A 1 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2001. Climate Change 2001: The Scientific Basis. Cambridge: Cambridge University Press. 2 U.N. Development Programme (UNDP). 2001. Human Development Report 2001. New York and Oxford: Oxford University Press. Available online at: http://www.undp.org/hdr2001. 3 Logan, J., A. Frank, J. Feng, and I. John. 1999. “Climate Action in the United States and China,” May 1999. Online at: http://www.pnl.gov/aisu/pubs/climactione.pdf. 4 O Caso A pressupõe grande crescimento da renda e da tecnologia, enquanto o Caso B pressupõe um crescimento mais moderado. O Caso C prevê uma maior cooperação internacional focando a justiça e a eficiência energética, com maior crescimento econômico e tecnológico do que o Caso B. Vide Nakicenovic, N., A. Grübler, and A. McDonald, eds. 1998. Global Energy Perspectives. Cambridge: Cambridge University Press. Disponível online em: http://www.iiasa.ac.at/cgi-bin/ecs/book_dyn/bookcnt.py. 5 Denman, J. 1998. IEA Biomass Energy Data: System, Methodology and Initial Results. Proceedings of the Conference on Biomass Energy: Data, Analysis and Trends, March 23-24. Paris. Energy Statistics Division, International Energy Agency (IEA). Available online at: http://www.iea.org/pubs/proc/files/bioend/index.htm; and U.N. Development Programme (UNDP). 2001. “World Energy Assessment: Energy and the Challenge of Sustainability,” Online at: http://www.undp.org/seed/eap/activities/wea/drafts-frame.html. 6 NASA Goddard Institute for Space Studies Datasets and Images. 2000. “Global Surface Air Temperature Anomaly,” Online at: http://www.giss.nasa.gov/data/update/gistemp/graphs/FigA.txt. 5 Organisation for Economic Co-Operation and Development (OECD). 2001. OECD Environmental Outlook. Paris: OECD. 7 U.N. Environment Programme (UNEP). 2000. Natural Selection: Evolving Choices for Renewable Energy Technology and Policy. Paris: UNEP; World Bank. 2001. World Development Indicators 2001. Washington, DC: The World Bank; and Healthy Cities Air Management Information System (Amis 2.0) 1998. World Health Organization (WHO): Geneva. 8 Programme for Monitoring and Evaluation of the Long-Range Transmission of Air Pollutants in Europe (EMEP). “Tables of anthropogenic emissions in the ECE region,” Online at: http://www.emep.int/emis_tables/tab1.html. 9 McDonald, A. 1999. “Priorities for Asia: Combating Acid Deposition and Climate Change.” Environment 41(3):4--20. 10 U.S. Environmental Protection Agency (EPA). 2001. “Toxic Release Inventory 1999,” Online at: http://www.epa.gov/tri. 11 OECD. 2001. 12 United Nations Environment Programme (UNEP). 1999. Production and Consumption of Ozone Depleting Substances: 1986-1998. Nairobi: UNEP. 13 U.N. Environmental Programme (UNEP). 2001. “Persistent Organic Pollutants,” Online at: http://www.chem.unep.ch/pops/default.html. ■ Emissions Sources for Selected Air Pollutants: OECD. 2001. ■ Concentration of Key Pollutants in Major Cities: World Bank. 2001; and Healthy Cities Air Management Information System (Amis 2.0) 1998. ■ SOx Emissions in Selected Countries: Programme for Monitoring and Evaluation of the Long-Range Transmission of Air Pollutants in Europe (EMEP). 2001. “EMEP Searchable Database,” Online at: http://www.emep.int/emis_tables/tab1.html; and McDonald, A. 1999. ■ 9 IPCC. 2001. 10 International Energy Agency (IEA). 1999a. Energy Balances of NonOECD Countries, 1960-1997 (on diskette) (OECD, Paris). 11 International Energy Agency (IEA). 1999b. Energy Balances of OECD Countries, 1960-1997 (on diskette) (OECD, Paris). 12 IEA. 1999b; and McVeigh, J., D. Burtraw, J. Darmstadter, and K. Palmer. 1999. “Winner, Loser or Innocent Victim: Has Renewable Energy Performed as Expected?” Research Report No. 7. Washington, DC: Renewable Energy Policy. Available online at http://www.repp.org. Examples of Efficiency Gains: OECD. 2001. ■ Total Paper Production: FAO. 2001. 6 Ibid. 7 Woodard, C. 2001. “Wind Turbines Sprout from Europe to US,” Christian Science Monitor 93(75):7. 8 PV Energy Systems, Inc. 2001. PV World Market, 1975-2010. Warrenton, VA: PV Energy Systems. Available online at: http://www.pvenergy.com. ■ ■ Toxic Releases in the United States: U.S. Environmental Protection Agency (EPA). 2001. “TRI Explorer: Chemical Report,” Online at: http://www.epa.gov/triexplorer/chemical.htm. Production of CFCs in Selected Countries: UNEP. 1999. Capital Natural ECOSSISTEMAS 1 World Bank. 2001. World Development Indicators, on CD-ROM. Washington, DC: The World Bank. 2 Bryant, D., L. Burke, J. McManus and M. Spalding. 1998. Reefs at Risk: A Map-Based Indicator of Threats to the World’s Coral Reefs. Washington, DC: WRI. 3 Burke, L., Y. Kura, K. Kassem, et al. 2001. Pilot Analysis of Global Ecosystems (PAGE): Coastal Ecosystems. Washington, DC: WRI. Available online at http://www.wri.org/wr2000/coast_page.html; and Levitus, S., J. Antonov, J. Wang, et al. 2001. “Anthropogenic Warming of Earth’s Climate System,” Science 292(5515):267--271. 4 Wilkinson, C., O. Lindén, H. Cesar, et al. 1999. “Ecological and Socioeconomic Impacts of 1998 Coral Mortality in the Indian Ocean: An ENSO Impact and a Warning of Future Change?” Royal Swedish Academy of Sciences 28(2):188--196. Available online at: http://www.ambio.kva.se. 5 World Conservation Monitoring Centre (WCMC). 1999. WCMC Species Database (unpublished data) (Cambridge, UK: WCMC) as reported in World Resources Institute in collaboration with the U.N. Development Programme, the U.N. Environment Programme, and the World Bank. 2000. World Resources 2000-2001: People and Ecosystems: The Fraying Web of Life. Washington, DC: WRI. Available online at: http://www.wri.org/wr2000. 6 World Conservation Union (IUCN). 2000. “2000 IUCN Red List on Threatened Species,” Online at: http://www.redlist.org/info/tables/table1b.html. 7 WRI. 2000. 8 Revenga, C., J. Brunner, et al. 2000. Pilot Analysis of Global Ecosystems (PAGE): Freshwater Systems. Washington, DC: WRI. Available online at: http://www.wri.org/wr2000/freshwater_page.html. 9 WRI. 2000. E F IC I Ê NC I A 1 Steel Recycling Institute (SRI). ”Buy Recycled with Recyclable Steel,” Online at: http://www.recycle-steel.org/index2.html. 10 ten Kate, K. and S. Laird. 1999. The Commercial Use of Biodiversity: Access to Genetic Resources and Benefit-Sharing. UK: Earthscan. 13 World Resources Institute (WRI)/World Business Council for Sustainable Development (WBCSD). 2001. The Greenhouse Gas Protocol. Switzerland: WRI and WBCSD. 11 Palumbi, S.R. 2001. “Humans as the World’s Greatest Evolutionary 2 European Aluminum Association (EAA). 2001. “Aluminum Industry in Force,” Science 293(5536):1786-1791. Europe: Key Statistics for 2000,” Online at: http://www.eaa.net/down12 In many industrialized countries, forest area is increasing because of loads/keystat00.pdf. the natural conversion of former agricultural lands to forest as well as 3 Food and Agricultural Organization of the United Nations (FAO). 2001. an increase in the area of tree plantations. Forest area is simultaneFAOSTAT On-line Statistical Service. Rome: FAO. Available online at: ously being lost in these countries because of urbanization, new http://apps.fao.org. roads, and recreational facilities. 14 Margolick, M., and D. Russel. 2001. Corporate Greenhouse Gas Reduction Targets. Arlington, VA: Pew Center on Global Climate Change. 4 Compromisso Empresarial Para Reciclagem (CEMPRE). Online at: http://www.cempre.org.br/ingles/frames/fr_fichastecnicas.html. ■ World Annual Energy Production: International Energy Agency (IEA). 2000. World Energy Outlook 2000. Paris: Organisation for Economic Co-Operation and Development (OECD) and the IEA. ■ Three Scenarios of Global Energy Consumption: Nakicenovic, N. 1998. ■ Atmospheric Carbon Dioxide: Carbon Dioxide Information Analysis Center (CDIAC). 2001. “Current Greenhouse Gas Concentrations,” Online at: http://cdiac.esd.ornl.gov. ■ Global Surface Air Temperature: NASA Goddard Institute for ■ Global Solar and Wind Energy Production: International Energy Agency (IEA). 2000. World Energy Outlook 2000. Paris: Organisation for Economic Co-Operation and Development (OECD) and the IEA. Space Studies Datasets and Images. 2000. E MI S S Õ E S 1 Organisation for Economic Co-Operation and Development (OECD). 1999. OECD Environmental Data Compendium 1999. Washington, DC: OECD. 2 Matthews, E. Amann, C., Bringezu, S., et al. 2000. The Weight of Nations: Material Outflows from Industrial Economies. Washington, DC: WRI. 3 U.N. Environment Programme (UNEP). 1999. Global Environment Outlook 2000. London: UNEP. 4 Vogan, C.R. 1996. “Survey of Current Business,” U.S. Department of Commerce, Bureau of Economic Analysis. Online at: http://www.bea.gov/bea/an/0996eed/maintext.htm. 5 Adriaanse, A., S. Bringezu, A. Hammond, et al. 1997. Resource Flows: The Material Basis of Industrial Economies. Washington, DC: WRI; and Matthews, E. Amann, C., Bringezu, S., et al. 2000. The Weight of Nations: Material Outflows from Industrial Economies. Washington, DC: WRI. 13 Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). 2001. “State of the World’s Forests 2001,” Online at: http://www.fao.org/forestry/fo/fra/index_tables.jsp. 14 FAO. 2001. 15 Matthews, E., R. Payne, M. Rohweder, and S. Murray. 2000. Pilot Analysis of Global Ecosystems (PAGE): Forest Ecosystems. Washington, DC: WRI. Available online at: 6 Moll, S. 2001. "Material Flow Accounting: A Tool to Measure Progress http://www.wri.org/wr2000/forests_page.html; and R.T. Watson et al. in Resource Productivity," Annual Consultative Meeting with Industry Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). “Land Use, LandAssociations, Wuppertal Institute. Online at: Use Change And Forestry,” Online at: http://www.uneptie.org/Outreach/business/2001-presentations.htm. http://www.grida.no/climate/ipcc/land_use/003.htm. 7 Matthews, E. Amann, C., Bringezu, S., et al. 2000. The Weight of Nations: Material Outflows from Industrial Economies. Washington, DC: WRI. 16 Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). 1999. “FAO Fishery Statistics Database: FISHSTAT Plus Software,” Online at: http://www.fao.org/DOCREP/003/X8002E/x8002e04.htm. 8 Organisation for Economic Co-Operation and Development (OECD). 2001. OECD Environmental Outlook. Paris: OECD. 17 Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). 1999. “FAO Fishery Statistics Database: FISHSTAT Plus Software,” Online at: http://www.fao.org/fi/statist/fisoft/fishplus.asp#Features. 9 Matthews, E. 2000. 10 FAO. 2001. 11 International Association for Energy-Efficient Lighting. 2000. International Association for Energy-Efficient Lighting Newsletter, 2000. Berkeley: International Association for Energy-Efficient Lighting. 18 Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). 2000. “Forest Resource Assessment,” Online at: http://www.fao.org/forestry/fo/fra/index_tables.jsp. ■ Regional Coral Reef Area: Bryant, D. 1998. ■ Trends in Total Material Requirements: Moll, S. 2001. ■ Percentage Change in Forest Area: FAO. 2000. ■ Industrial Energy Use: WRI calculation based on World Bank. 2001. World Development Indicators, on CD-ROM. Washington, DC: The World Bank; International Energy Agency (IEA). 1999. Energy Balances of Non-OECD Countries, 1960-1997 (on diskette) (OECD, Paris); and International Energy Agency (IEA). 1999. Energy Balances of OECD Countries, 1960-1997 (on diskette) (OECD, Paris). ■ Map of Period of Peak Catch: Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). 1999. “FAO Fishery Statistics Database: FISHSTAT Plus Software;” and Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). 1999. Yearbook of Fishery Statistics— Capture Production 1997. Vol. 84 FAO Fisheries Series No. 52. Rome, Italy: FAO as reported in Burke, L. 2001. ■ Certified Forest Area: FAO. 2000. MERCADOS DO AMANHÃ 59 Notas A GR IC U LT U R A 8 Postel, S. 1993. “Water and Agriculture,” p. 56 in Water Crisis: A Guide to the Worlds Fresh Water Resources (Oxford University Press, New York). 1 Wood, S., K. Sebastian, S. Scherr. 2000. Pilot Analysis of Global Ecosystems (PAGE): Agroecosystems Technical Report. Washington, 9 DC: WRI and IFPRI. Available online at: http:// www.wri.org/wr2000/agroecosystems_page.html; and White, R., S. Murray, and M. Rohweder. 2000. Pilot Analysis of Global Ecosystems (PAGE): Grassland Ecosystems. Washington, DC: WRI. Available online at: http://www.wri.org/wr2000/grasslands_page.html. 10 2 Wood, S. 2000. 3 Ibid. Shiklomanov, I.A. 1997. Comprehensive Assessment of the Freshwater Resources of the World: Assessment of Water Resources and Water Availability in the World. Stockholm, Sweden: World Meteorological Organization and Stockholm Environment Institute. Falkenmark, M. and C. Widstrand. 1992. Population and Water Resources: A Delicate Balance. Population Bulletin Vol. 47, No. 3. Washington, DC: Population Reference Bureau, Inc. 11 Revenga, C. 2000. 4 International Commission on Large Dams (ICOLD). 1998. World Register of Dams 1998. Paris, France: ICOLD; and World Commission 12 Postel, S. and A. Wolf. 2001. “Dehydrating Conflict.” Foreign Policy. September/October 2001. Available online at: http:// on Dams (WCD). 2000. Dams and Development: A New Framework www.foreignpolicy.com/issue_SeptOct_2001/postel.html. for Decision-Making. London, UK: Earthscan Publications Ltd. 5 Food and Agricultural Organization of the United Nations (FAO). 2001. FAOSTAT On-line Statistical Service. Rome: FAO. Available online at: http://apps.fao.org; and U.S. Department of Agriculture Production (USDA). 1999. Production, Supply, and Distribution View. Washington, DC: USDA. Available online at: http://usda.mannlib.cornell.edu/data-sets/international/93002/ and at http://earthtrends.wri.org. 6 World Bank. 2001. World Development Indicators, on CD-ROM. Washington, DC: The World Bank. 7 Wood, S. 2000. 8 Willer, H. and M. Yussefi. 2001. Organic Agriculture Worldwide: Statistics and Future Prospects. Germany: Stiftung Ökologie & Landbau. Available online at: http://www.soel.de/inhalte/publikationen/s_74_03_1.pdf; and Lohr, L. 2000. Factors Affecting International Demand and Trade in Organic Food Products, Economic Research Service. Washington, DC: US Department of Agriculture. 13 "Improved" water sources include household connections, public standpipes, boreholes, protected wells, and rainwater collection systems located less than 1 km from a person's home. See World Bank. 2001. World Development Indicators 2001. Washington, DC: The World Bank. 14 Van der Hoek, W., F. Konradsen, and W.A. Jehangir. 1999. “Domestic use of irrigation water: health hazard or opportunity?” International Journal of Water Resources Development 15(1/2):107-119. 15 Cosgrove, W.J. and F. Rijsberman. 2000. World Water Vision 2000. United Kingdom: Earthscan Publications Ltd. ■ Water Withdrawals by Sector: Shiklomanov, I.A. 1997. ■ Irrigated Cropland: Food and Agricultural Organization of the United Nations (FAO). 2001. FAOSTAT On-line Statistical Service. Rome: FAO. Available online at: http://apps.fao.org. ■ 9 International Trade Centre UNCTAD/WTO. 1999. “Summary of Market Opportunities for Developing Countries,” Online at: http://www.intracen.org/mds/sectors/organic/summary2.htm. 10 Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). 1999. “FAO Fishery Statistics Database: FISHSTAT Plus Software,” Online at: http://www.fao.org/fi/statist/fisoft/fishplus.asp#Features; and FAO. 2001. ■ ■ ■ ■ Map of Severity of Soil Degradation: Oldeman, L.R., R.T.A. Hakkeling, and W.G. Sombroek. 1991. World Map of the Status of Human Induced Soil Degradation: An Explanatory Note, Second revised edition. Wageningen and Nairobi: International Soil Reference and Information Centre (ISRIC) and U.N. Environmental Programme (UNEP) as referenced in Wood, S. 2000. Concentration of Nitrogenous Fertilizer Consumption: FAO. 2001. Organic Retail Sales: Willer, H. 2001. Aquaculture Production: FAO.1999. ÁGUA DOCE 1 Revenga, C., J. Brunner, et al. 2000. Pilot Analysis of Global Ecosystems (PAGE): Freshwater Systems. Washington, DC: WRI. Available online at: http://www.wri.org/wr2000/freshwater_page.html. 2 Revenga, C. 2000; and Stiassny, M.L. 1999. "The Medium is the Message: Freshwater Biodiversity in Peril," pp. 53-71 in The Living Planet in Crisis: Biodiversity Science and Policy (New York: Columbia University Press). 3 Harrison I.J. and M.L. Stiassny. 1999. “The quiet crisis: a preliminary listing of the freshwater fishes of the world that are extinct or ‘missing in action’” p. 298 in Extinctions in Near Time: Causes, Contexts, and Consequences (Kluwer Academic/Plenum Publishers, New York). 4 Stanners, D. and P. Bordeau eds. 1995. Europe’s Environment: The Dobrís Assessment. Copenhagen, Denmark: European Environment Agency. 5 Foster, S., A. Lawrence, B. Morris. 1998. “Groundwater in Urban Development,” World Bank Technical Paper No. 390 (The World Bank, Washington, DC). 6 Organisation for Economic Co-Operation and Development (OECD). 1999. The Price of Water: Trends in OECD Countries. Paris: OECD. 7 Withdrawals refer to the total volume of water removed from nonrenewable groundwater sources, river flows from other countries, and desalination plants, not counting evaporative losses from storage basins. Withdrawals may be returned to their source after use (e.g. for cooling). See World Meteorological Organization. 1997. “Comprehensive Assessment of the Freshwater Resources of the World,” Online at: http://www.wmo.ch/web/homs/cfwadesc.html. 60 ■ Available online at: http://www.nfhsindia.org/india.html; Bureau of Statistics [Tanzania] and Macro International Inc. 1997. Tanzania Demographic and Health Survey 1996. Calverton, MD: Bureau of Statistics and Macro International; National Committee for Population and Family Planning and The Population and Family Health Project. 1999. Vietnam Demographic and Health Survey 1997. Hanoi: National Committee for Population and Family Planning and The Population and Family Health Project; and World Bank. 2001. MOBILID A DE 1 International Energy Agency (IEA). 2000a. World Energy Outlook 2000. Paris: OECD and IEA. Available online at: http://www.iea.org/weo/oilprod.jpg. 2 World Business Council on Sustainable Development (WBCSD). 2001. Mobility 2001. Boston: WBCSD. Available online at: http://www.wbcsdmobility.org/publications/mobility2001/pdf/english _full_report.pdf. 3 International Energy Agency (IEA). 1999. Energy Balances of OECD Countries, 1960-1997 (1999 revision of diskette) (OECD, Paris); and International Energy Agency (IEA). 2000. World Energy Outlook 2000. Paris: OECD and the IEA. 4 WBCSD. 2001. 5 UNAIDS. 2001. Population Mobility and AIDS. UNAIDS Technical Update. Geneva: UNAIDS. Available online at: http://www.unaids.org/publications/documents/specific/rufugees/JC 513-PopulationTU-E.pdf. 6 WBCSD. 2001. 7 Ibid. Map of Projected Renewable Water Supply: Center for International 8 Organisation for Economic Co-Operation and Development (OECD). Earth Science Information Network (CIESIN). 2000. Columbia 2001. OECD Environmental Outlook. Paris: OECD. University; International Food Policy and Research Institute; World Resources Institute (WRI). Gridded Population of the World, Version 2. 9 World Bank. 2001. “Roads and Highways: Overview,” Online at: http://www.worldbank.org/html/fpd/transport/roads_ss.htm. Palisades, NY: CIESIN, Columbia University. Available online at: http://sedac.ciesin.columbia.edu/plue/gpw/index.html; and Fekete, B., 10 World Bank. 2001a. World Development Indicators 2001, on CDC.J. Vörösmarty, and W. Grabs. 1999. Global, Composite Runoff ROM. Washington, DC: The World Bank; and World Bank. 2000. World Fields Based on Observed River Discharge and Simulated Water Development Indicators 2000. Washington, DC: The World Bank. Balance. Koblenz, Germany: WMO-GRDC as referenced in Revenga, 11 World Bank. 2001b. World Development Indicators 2001. C. 2000. Washington, DC: The World Bank. Access to an Improved Water Source: World Bank. 2001. 12 International Energy Agency (IEA). 2000b. Energy Balances of NonOECD Countries, 1971-1997 Database. Paris: OECD. Conexões U R B A NI Z A Ç Ã O 1 U.N. Population Fund (UNFPA). 1999. The State of World Population 1999. London: UNFPA. Available online at: http://www.unfpa.org/SWP/1999/thestate.htm. 2 U.N. Population Division (UNPD). 1999. World Population Prospects (1999 revision on diskette) (UNPD, New York). 13 IEA. 2000b; and International Energy Agency (IEA). 1999. Energy Balances of OECD Countries, 1960-1997 (on diskette) (OECD, Paris). 14 IEA. 1999. ■ Ocean Shipping Demand: WBCSD. 2001. ■ Total Road Traffic: World Bank. 2001b. ■ Increase In Road Traffic: Ibid. ■ Global Number of Air Passengers: World Bank. 2000. World Development Indicators, on CD-ROM. Washington, DC: The World Bank. ■ World Energy Consumption: IEA. 2000b. 3 Ibid. 4 UNPD. 1999; and World Bank. 2001. World Development Indicators 2001. Washington, DC: The World Bank. 5 UNPD. 1999. 6 Schwela, D. 1996. “Exposure to environmental chemicals relevant for respiratory hypersensitivity: global aspects.” Toxicology Letters 86, 131-142. 7 U.N. Environment Programme (UNEP). 1999. Global Environment Outlook 2000. London: UNEP. 8 International Bank for Reconstruction and Development (IBRD)/The World Bank. 1999. What a Waste: Solid Waste Management in Asia. Washington, DC: IBRD. Available online at: http://www.worldbank.org/heml/fpd/urban/publicat/waste.pdf. 9 UNPD. 1999. 10 Hinrichsen, D. 1998. Coastal Waters of the World: Trends, Threats, and Strategies. Washington, DC: Island Press. ■ Percent of Total Population that is Urban: UNPD. 1999. ■ World Urban Population by City Size: Ibid. ■ The World’s Largest Cities: Present, and Future: Ibid. ■ Map of the World’s Largest Cities: Ibid. ■ Comparison of Urban-Rural Statistics: International Institute for Population Sciences (IIPS) and ORC Macro. 2000. National Family Health Survey (NFHS-2), 1998-1999: India. Mumbai, India: IIPS. MERCADOS DO AMANHÃ Tendências Globais e suas Implicações para as Empresas C OM U NIC A Ç Õ E S 1 Hammond, A.L. 2001. “Digitally Empowered Development.” Foreign Affairs 80(2):96--107. 2 United Nations. 2001. ‘We the Peoples:’ The Role of the UN in the 21st Century. United Nations Department of Public Information. Available online at: http://www.un.org/millennium/sg/report/full.htm; and World Bank. 2001a. World Development Indicators 2001. Washington, DC: The World Bank. 3 U.N. Development Programme (UNDP). 2001. Human Development Report 2001. New York and Oxford: Oxford University Press. Available online at: http://www.undp.org/hdr2001. 4 Ibid. 5 International Telecommunication Union (ITU). 2001. “Numbering Cyberspace: Recent Trends in the Internet World,” Online at: http://www.itu.int./ITU-D/ict/update/pdf/update_1_01.pdf. 6 U.N. Conference on Trade and Development (UNCTAD). 2001. “ECommerce and Development Report, 2001,” Online at: http://www.unctad.org/en/pub/ps1ecdr01.en.htm. 7 UNDP. 2001. 8 SustainAbility. 2001. “Using the Internet to Implement the Triple Bottom Line,” Online at: http://www.sustainability.com. 9 International Telecommunication Union (ITU). 2001. “Internet Indicators: Hosts, Users and Number of PCs,” Online at: http://www.itu.int/ITU-D/ict/statistics/at_glance/Internet00.pdf. 10 U.N. Development Programme (UNDP). 2001. Human Development Report 2001. New York and Oxford: Oxford University Press. Available online at: http://www.undp.org/hdr2001. 11 World Bank. 2001b. World Development Indicators 2001, on CDROM. Washington, DC: The World Bank. 12 World Bank. 2001a. 13 Cohen, N. 1999. “Greening the Internet: Ten Ways E-Commerce Could Affect the Environment.” Environmental Quality Management 9(1):1-16; Hilty, L. M., P. Gilgen, eds. 2001. Sustainability in the Information Society. Marburg, Germany: Metropolis-Verlag; and Wilsdon, J., ed. 2001. Digital Futures: Living in a dot-com World. London: Earthscan Publications. 14 UNDP. 2001. 15 Berkhout, F. and J. Hertin. 2001. Organisation for Economic CoOperation and Development (OECD). “Impacts of Information and Communication Technologies on Environmental Sustainability: Speculations and Evidence,” Report to the OECD. United Kingdom: University of Sussex. ■ Total Number of Internet Users: ITU. 2001. ■ Number of PCs, Telephone Lines and Mobile Phones per 1,000 People: World Bank. 2001b. ■ Number of Internet Hosts per 10,000 People: World Bank. 2001b; and World Bank. 2001a. Papéis e Responsabilidades DE MO C R A C I A 1 Freedom House. 2001. “Freedom in the World: Number of Democracies 1995-96 and 2000-2001,” Online at: http://www.freedomhouse.org/pdf_docs/research/freeworld/2001/map2001.pdf. 2 U.N. Population Division (UNPD). 2001. World Population Prospects: The 2000 Revision. Vol.1: Comprehensive Tables. New York, United Nations; and Rama, M. 2001. “Globalization and Workers in Developing Countries,” Online at: http://econ.worldbank.org/files/2870_labor_rama.pdf. 3 The labor force participation rate is the number of people in the labor force as a percentage of the working age population and indicates the supply of labor available and measures the extent of the workingage population that is economically active. The rate tends to be high in less-developed economies but falls as the economy transitions toward higher education, and urbanization and rises again when high development is reached. See International Labour Organization (ILO). 2001. Key Indicators of Labour Market 2001-2002, on CD-ROM. International Labor Office, Geneva. 4 UNPD. 2001. 5 Tzannatos, Z. 1998. “Women and Labor Market Changes in the Global Economy: Growth Helps, Inequalities Hurt and Public Policy Matters,” Social Protection Discussion Paper Series Discussion Paper 9808 (World Bank, Washington, DC). 6 Organisation for Economic Co-Operation and Development (OECD). 2000. OECD Employment Outlook, June 2000. Paris: OECD. 7 Ibid. 8 ILO. 2001. 9 OECD. 2000. 10 ILO. 2001. 11 OECD. 2000. 12 ILO. 2001. ■ Employment-to-Population Ratios: ILO. 2001. ■ Percentage of Labor Force Employed: World Bank. 2000. World Development Indicators 2000, on CD-ROM. Washington, DC: The World Bank. ■ Map of Youth Unemployment Rates: ILO. 2001. ■ Non-Resident Visas: U.S. Department of Justice (USDOJ). 2000. 1999 Statistical Yearbook of the Immigration and Naturalization Service. Washington, DC: USDOJ. ■ 16 SIF. 2001. ■ Number of Non-Governmental Organizations: Union of International Associations. 1999. “Yearbook of International Organizations,” Online at: http://www.uia.org/uiastats/stybv296.htm#1909. ■ U.S. Shareholder Resolutions: IRRC. 2001a. ■ Transparency International’s Corruption Perceptions Index: Transparency International (TI). 2001b. “New Index Highlights Worldwide Corruption Crisis,” Online at: http:// www.transparency.org/documents/cpi/2001/cpi2001.html#cpi. ■ Business Registration Procedures: World Bank. 2001b. World Development Report 2002. Washington, D.C: World Bank. ■ Socially Screened Mutual Funds: Strategic Insight. 2001. 2 Ibid. 3 Freedom House. 2001. “Democracy’s Century: A Survey of Global Political Change in the 20th Century,” Online at: http://www.freedomhouse.org/reports/century.pdf. 4 In many countries ratification of an international agreement has no legal implications unless these international commitments are clearly expressed in specific domestic legislation. See U.N. Development Programme (UNDP). 2001. Human Development Report 2001. New York and Oxford: Oxford University Press. Available online at: http://www.undp.org/hdr2001. 5 World Bank. 2000. World Development Report 1999/2000. Oxford: Oxford University Press. Available online at: http://www.worldbank.org/wdr/2000/fullreport.html. 6 Ibid. 7 Freedom House. 2001. “Freedom in the World: Freedom and Prosperity,” Online at: http://www.freedomhouse.org/pdf_docs. 8 World Bank. 1997. World Development Report 1997. New York: Oxford University Press. ■ Freedom Rankings, All Countries, 1985-2001: Freedom House. 2001. “Freedom in the World,” Online at: http://216.119.183/research/freeworld/2001/tracking.htm. ■ Map of Freedom: Freedom House. 2001. “Freedom in the World: Number of Democracies 1995-96 and 2000-2001,” Online at: http://www.freedomhouse.org/research/freeworld/2001/map2001.pdf. M Ã O - DE- OBR A 1 World Bank. 1995. World Development Report 1995: Workers in an Integrating World. New York: Oxford University Press. http://www.uksif.org//publications/article-2000-06/content.shtml. 15 Social Investment Forum (SIF). 1999. “1999 Report on Socially Responsible Investing Trends in the United States,” Online at: http://www.socialinvest.org/areas/research/trends/1999-Trends.htm. ■ Wealth and Freedom Classification: Freedom House. 2001. “Freedom in the World: Number of Democracies 1995-96 and 20002001,” Online at: http:// www.freedomhouse.org/research/freeworld/2001/prosperity.htm. ■ Association of GDP Growth and Policy: World Bank. 1997. R E S P ON S A BILI Z A Ç Ã O 1 Union of International Associations. 1999. “Yearbook of International Organizations,” Online at: http://www.uia.org/uiastats/ytb299.htm. 2 Matthews, J. 1997. “Power Shift." Foreign Affairs 76(1):50--67. 3 American Association of Fundraising Counsel (AAFRC) Trust for Philanthropy. 1998. Giving USA 1998. Indianapolis, Indiana: AAFRC Trust for Philanthropy. 4 Bond, M. 2000. “Special Report: The Backlash Against NGOs.” Prospect April 52--55. Available online at: http://www.globalpolicy.org/ngos/backlash.htm. 5 U.N. Association of the USA (UNAUSA). “Non-Governmental Organization Affiliation with the U.N.,” Online at: http://www.unausa.org/programs/coo/ngo.htm. P R I VAT I Z A Ç Ã O 1 Development Assistance Committee (DAC)/Organisation for Economic Co-Operation and Development (OECD). 2001. “Special Factors Explain Official Development Assistance (ODA) Outcome: Development Assistance Committee Announces ODA Figures for 2000,” Press Release, April 23. Online at: http://www1.oecd.org/media/release/; United Nations Economic and Social Council. 2001. “Implementing Agenda 21: Report of the UN Secretary General,” United Nations; and World Bank. 2000a. “Briefing Papers: Assessing Globalization,” PREM Economic Policy Group and Development Economics Group. April 2000. Online at: http://www.worldbank.org/html/extdr/pb/globalization/paper1.htm. 2 World Bank. 2001a. World Development Indicators 2001, on CDROM. Washington, DC: The World Bank. 3 World Bank. 2001b. Global Development Finance 2001. Washington, DC: World Bank. Available online at: http://www.worldbank.org/prospects/gdf2001/vol1.htm. 4 World Bank Group International Finance Corporation (IFC). 1997. “Trends in Private Investment in Developing Countries Statistics for 1970-1995,” Discussion Paper Number 31 (The World Bank, Washington, DC). Available online at: http://www.ifc.org/economics/pubs/dp31/PRIVPI.htm. 5 World Bank. 2001b. 6 World Bank. 2001c. World Development Indicators 2001. Washington, DC: The World Bank. 7 World Bank. 2001b. 8 Organisation for Economic Co-Operation and Development (OECD). 2001. Recent Privatization Trends. Paris: OECD. Available online at: http://www.oecd.org/pdf/M00007000/M00007473.pdf. 9 Roger, N. 1999. Recent Trends in Private Participation in Infrastructure. Public Policy for the Private Sector. Note 196, Sept. 1999, The World Bank. Available online at: http:// www.worldbank.org/html/fpd/notes/196/196roger.pdf. 10 OECD. 2001. 6 Global Reporting Initiative (GRI). “GRI Overview,” Online at: http://glob11 World Bank. 2000b. Global Development Finance 2000. Washington, alreporting.org/AboutGRI/Overview.htm; and Global Reporting Initiative DC: World Bank. Available online at: http:// (GRI). “Companies using the GRI Sustainability Reporting Guidelines,” www.worldbank.org/prospects/gdf2000/CH2--34-55.pdf; and World Online at: http://www.globalreporting.org/GRIguidelines/reporters.htm. Bank. 2001b. 7 Social Investment Forum (SIF). 2001. 2001 Report on Socially ■ Foreign Investment Flows to Developing Countries: World Bank. Responsible Investing Trends in the United States. Washington, DC: 2000b; and World Bank. 2001b. SIF. Available online at: ■ Private Capital Flows: World Bank. 2001c. http://www.socialinvest.org/areas/research/trends/2001-Trends.htm. 8 Ibid. ■ Privatization by Major Sectors: World Bank. 2001b. 9 Investor Responsibility Research Center (IRRC). 2001a. Social Issues Service. Shareholder Resolution database, 1973-2000. IRRC. ■ Investment in Private or Partial-Private Infrastructure: Roger, N. 1999. ■ Global Amounts Raised from Privatization: OECD. 2001. 10 Investor Responsibility Research Center (IRRC). 2001b. Personal communication Douglas Cogan. 11 Transparency International (TI). 2001a. “Press Release: New Index Highlights Worldwide Corruption Crisis,” Online at: http://www.transparency.org/documents/cpi/2001/cpi2001.html#cpi. H1B Visa Quotas: Organization for Economic Co-Operation and Development (OECD). 2001. OECD Employment Outlook, June 2001. 12 World Bank. 2001a. World Development Report 2002 Overview. Washington, DC: World Bank. Available online at: http://econ.worldWashington, DC: OECD; and U.S. Department of Justice (USDOJ). bank.org/files/2395_Overview-en.pdf. 2000. 1999 Statistical Yearbook of the Immigration and Naturalization Service. Washington, DC: USDOJ. Available online at: http:// 13 Strategic Insight (SI). 2001. Strategic Insight Simfund2/MF Database. www.ins.usdoj.gov/graphics/aboutins/statistics/temp99tables.pf. Strategic Insight. 14 Sparkes, R. “Social Responsible Investment Comes of Age.” Professional Investor, June 2000, UK. Available online at: MERCADOS DO AMANHÃ 61 Recursos Adicionais S U S T E N TA BILID A DE E M P R E S A R I A L Abaixo fornecemos uma seleção de publicações sobre tópicos relacionados com o modo como as empresas estão respondendo às tendências econômicas, ambientais e sociais globais para gerar valor a seus acionistas e stakeholders. Sustentabilidade em geral ■ Anderson, R.C. 1998. Mid-Course Correction: Toward a Sustainable Enterprise: The Interface Model. Atlanta: Peregrinzilla Press. ■ Buchholz, R. A. 1998. Principles of Environmental Management: The Greening of Business. Upper Saddle River, New Jersey: Prentice Hall. ■ Andriof, J. and M. McIntosh. 2001. Perspectives on Corporate Citizenship. Sheffield, UK: Greenleaf Publishing. ■ Charter, M. and U. Tischner, eds. 2001. Sustainable Solutions: Developing Products and Services for the Future. Sheffield: Greenleaf. ■ Arnold, M.B. and R.M. Day. 1998. The Next Bottom Line: Making Sustainable Development Tangible. Washington, DC: World Resources Institute. ■ Fussler, C. and P. James. 1996. Driving Eco-Innovation: A Breakthrough Discipline for Innovation and Sustainability. London: Pitman Publishing ■ Elkington, J. 1997. Cannibals with Forks: The Triple Bottom Line of 21st Century Business. Oxford: Capstone Publishing Limited. ■ Holliday, C. and J. Pepper. 2001. Sustainability through the Market: Seven Keys to Success. World Business Council for Sustainable Development. ■ Elkington, J. 2001. The Chrysalis Economy: How Citizen CEOs and Corporations Can Fuse Values and Value Creation. Oxford: Capstone Publishing Ltd. ■ ■ Frankel, C. 1998. In Earth's Company: Business, Environment, and the Challenge of Sustainability. Gabriola Island, Canada: New Society Publishers. ■ Ottman, J.A. 1998. Green Marketing: Opportunity for Innovation. Chicago: NTC Business Books. ■ Freeman, R.E., J. Pierce, and R. Dodd. 2000. Environmentalism and the New Logic of Business. New York: Oxford University Press. ■ ■ Harvard Business Review. 1999. Harvard Business Review on Business & the Environment. Boston: Harvard Business School Press. Reinhardt, F.L. 2000. Down to Earth: Applying Business Principles to Environmental Management. Boston, Massachusetts: Harvard Business School Press. ■ Hawken, P. 1993. The Ecology of Commerce: A Declaration of Sustainability. New York: Harper-Business. Roome, N.J. ed. 1998. Sustainability Strategies for Industry: The Future of Corporate Practice. Washington, DC: Island Press. ■ Sagawa, S. and E. Segal. 2000. Common Interest, Common Good: Creating Value through Business and Social Sector Partnerships. Boston, Massachusetts: Harvard Business School Press. ■ Schmidheiny, S., F.J. Zorraquin. 1998. Financing Change: The Financial Community, Eco-Efficiency, and Sustainable Development. Cambridge, Massachusetts: MIT Press. ■ McIntosh, M., D. Leipziger, K. Jones, and G. Coleman. 1998. Corporate Citizenship: Successful Strategies for Responsible Companies. London: Pitman Publishing. ■ Hawken, P. et al. 1999. Natural Capitalism: Creating the Next Industrial Revolution. Boston: Little, Brown and Company. ■ Hoffman, A.J. 2000. Competitive Environmental Strategy: A Guide to the Changing Business Landscape. Washington, DC: Kogan Page. ■ Hoffman, A.J. 2001. From Heresy to Dogma: An Institutional History of Corporate Environmentalism. Stanford. Stanford University Press. ■ Nattrass, B. and M. Altomare. 1999. The Natural Step for Business. Gabriola Island, Canada: New Society Publishers. Svendsen, A. 1999. The Stakeholder Strategy: Profiting from Collaborative Business Relationships. Francisco, CA: Berrett-Koehler Publishers. ■ Wheeler, D., and M. Sillanpää. 1997. The Stakeholder Corporation: The Body Shop: Blueprint for Maximizing Stakeholder Value. London: Pitman Publishing. ■ World Business Council for Sustainable Development (WBCSD). 2000. Eco-efficiency: Creating More Value with Less Impact. Geneva: WBCSD. ■ ■ 62 Estratégias para a Sustentabilidade Piasecki, B., K.A. Fletcher, and F. Mendelson. 1999. Environmental Management and Business Strategy: Leadership Skills for the 21st Century. New York: John Wiley. ■ Post, J.E., A.T. Lawrence, and J. Weber. 2001. Business and Society: Corporate Strategy, Public Policy, and Ethics. Boston: McGraw Hill. ■ Schmidheiny, S. 1992. Changing Course: A Global Business Perspective on Development and the Environment. London: MIT Press Ltd. ■ SustainAbility and U.N. Environment Programme (UNEP). 2001. Buried Treasure: Uncovering the Business Case for Corporate Sustainability. London, UK. ■ Welford, R. and R. Starkey, eds. The Earthscan Reader in Business and Sustainable Development. London: Earthscan Publications. 2001. ■ Willums, J.O. 1998. The Sustainable Business Challenge: A Briefing for Tomorrow’s Business Leaders. Sheffield, UK: Greenleaf Publishing. Mensuração e Informe ■ Bennet, M. and P. James, eds. 1999. Sustainable Measures: Evaluation and Reporting of Environmental and Social Performance. Sheffield, UK: Greenleaf Publishing Limited. ■ Ditz, D., J. Ranganathan, and R.D. Banks. 1995. Green Ledgers: Case Studies in Corporate Environmental Accounting. Washington, DC: World Resources Institute. ■ Epstein, M.J. 1996. Measuring Corporate Environmental Performance: Best Practices for Costing and Managing an Effective Environmental Strategy. New York: McGraw-Hill. ■ Global Reporting Initiative (GRI). 2000. Sustainability Reporting Guidelines on Economic, Environmental and Social Performance. Boston: GRI. ■ Jeucken, M. 2001. Sustainable Finance & Banking: The Financial Sector and the Future of the Planet. London: Earthscan. ■ U.N. Environment Programme (UNEP) and SustainAbility. 1999. Engaging Stakeholders 1999: The Social Reporting Report. London, UK: SustainAbility Ltd. MERCADOS DO AMANHÃ Tendências Globais e suas Implicações para as Empresas CEBDS F undado em 1997, o CEBDS é uma coalizão de empresas brasileiras unidas pelo compromisso sincero com a promoção do desenvolvimento sustentável por meio do crescimento econômico, conservação ambiental e inclusão social. Com faturamento anual correspondente a mais de 40% do PIB nacional, nossas empresas geram juntas mais de 600 mil empregos diretos. Como representante no Brasil do World Business Council for the Sustainable Development (WBCSD), que conta com a participação de 185 grupos multinacionais que faturam anualmente US$ 6 trilhões e geram 11 milhões de empregos diretos, o CEBDS faz parte de uma comunidade empresarial global de mais de 55 conselhos nacionais que estão trabalhando para disseminar uma nova maneira de fazer negócios ao redor do mundo. Sensibilizando e mobilizando empresas para que estas comuniquem e fortaleçam o bom negócio da sustentabilidade, o CEBDS trabalha em parceria com as mais renomadas instituições acadêmicas e organizações não-governamentais e atua como porta-voz das empresas junto aos governos, não apenas para defender os interesses específicos de seus associados, mas, principalmente, para construir uma política geral de desenvolvimento sustentável em benefício da sociedade brasileira. MISSÃO : Mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a integrar os princípios e as práticas do Desenvolvimento Sustentável no contexto de negócio, conciliando as dimensões econômica, social e ambiental. Para cumprir sua missão, nossos objetivos e direcionamento estratégicos são: Facilitador: oferecer uma plataforma segura para que as empresas possam trocar conhecimento e experiências, facilitar parcerias e se engajar em diálogos de múltiplas partes; Provedor: fornecer informação, direcionamento, produtos e ferramentas que auxiliem as empresas a implementar, medir e comunicar seus esforços em direção ao desenvolvimento sustentável; Defensor: representar de maneira pró-ativa a visão das empresas em assuntos relacionados ao desenvolvimento sustentável em debates e formulação de políticas públicas com governos e demais grupos de interesse (stakeholders); Comunicador: disseminar melhores práticas, demonstrando a contribuição das empresas para o desenvolvimento sustentável para a sociedade em geral, de forma simples e compreensível; Catalisador: estimular a sustentabilidade nas empresas associadas, por meio de projetos e parcerias, que gerem resultados concretos. OBJETIVOS: ■ ■ ■ ■ ■ CÂMARAS TÉCNICAS: O CEBDS é composto por seis Câmaras Técnicas (CTs) concebidas com a finalidade de desenvolver, analisar e propor soluções inovadoras para questões críticas do desenvolvimento sustentável no Brasil. Presididas pelas próprias empresas, as CTs têm permitido uma interação construtiva pela troca de informações e melhores práticas no enfrentamento de desafios que a sustentabilidade impõe a cada uma delas. Legislação Ambiental Associados WBCSD Energia e Mudança do Clima Biodiversidade Biotecnologia CEBDS Finanças Sustentáveis Responsabilidade Corporativa Parceiros Comunicação e Educação para a Sustentabilidade Governo MERCADOS DO AMANHÃ 63 A versão Brasileira desta publicação foi viabilizada através do apoio de: 64 MERCADOS DO AMANHÃ Tendências Globais e suas Implicações para as Empresas