MERCADOS DO AMANHÃ
Tendências Globais e suas Implicações para as Empresas
World Resources Institute
United Nations
Environment Programme
20 02
P E DID O S DE P U BLIC A Ç Õ E S
WRI
WBCSD
UNEP
CEBDS
Hopkins Fulfillment Service
Earthprint Ltd
Earthprint Ltd
Av. das Américas, 1155 - sala 208
PO Box 50370
PO Box 119
PO Box 119
22631-000 - Barra da Tijuca
Baltimore, Md 21211-4370
Stevenage SG1 4TP
Stevenage SG1 4TP
Rio de Janeiro - RJ
Tel.: (1 410) 516 6959
Hertfordshire England
Hertfordshire England
Tel.: (55 21) 3139 1250
Fax: (1 410) 516 6998
United Kingdom
United Kingdom
Fax: (55 21) 3139 1254
E-mail: hes.custserv @ mail.press.jhu.edu
Tel.: (44 1438) 748 111
Tel.: (44 1438) 748 111
E-mail: [email protected]
Fax: (44 1438) 748 844
Fax: (44 1438) 748 844
Internet: www.cebds.org
E-mail: wbcsd@ earthprint.com
E-mail: customerservices@ earthprint.com
Pedidos de publicações do WBCSD
Pedidos de publicações do UNEP podem
Pedidos de publicações do WRI podem
ser feitos on-line pelo site:
www.wristore.com
podem ser feitos on-line pelo site:
ser feitos on-line pelo site:
www.earthprint.com
www.earthprint.com
DE C L A R A Ç Ã O DE E XON E R A Ç Ã O DE R E S P ON S A BILID A DE
gratuito: www.cebds.org
A
Este relatório foi elaborado pelo WRI, UNEP e WBCSD, sendo o WRI seu autor principal. O WRI
Créditos de Fotografias: Don Doering (páginas 3, 33, 36), Molly Hewes
assume a responsabilidade pela escolha dos tópicos de estudo e por garantir aos pesquisadores
(página 60), Andrew Katona (páginas 48, 50, 51), Alston Neal (página 42)
e autores a liberdade de investigação, assim como pelas orientações fornecidas aos painéis
consultivos e revisores especializados. Salvo expresso em contrário, todas as interpretações e os
resultados de pesquisa contidos nas publicações do WRI são de responsabilidade dos autores.
As revisões foram realizadas por membros do WBCSD para garantir que o documento ofereça
informações úteis à comunidade empresarial.
As designações empregadas e a apresentação do material aqui contido não expressam a opinião do
United Nations Environment Programme, do World Resources Institute ou do World Business Council
for Sustainable Development no tocante ao status jurídico de qualquer nação, território, cidade ou
área ou ainda de suas autoridades e limites territoriais. Adicionalmente, as visões aqui expressas não
Copyright ©2002 World Resouces Institute, United Nations Environment
Programme e World Business Council for Sustainable Development. Todos
os direitos reservados.
Esta publicação pode ser reproduzida na íntegra ou em parte sob qualquer
forma para fins educacionais e não-lucrativos sem permissão especial dos
detentores dos direitos autorais, desde que haja menção da fonte. As instituições parceiras, WRI, UNEP e WBCSD, gostariam de receber uma cópia
de qualquer material que utilize esta publicação como referência.
representam necessariamente a decisão ou qualquer política do UNEP, WRI ou WBCSD, nem a cita-
Não é permitido o uso desta publicação para fins de revenda ou qualquer
ção de nomes ou processos comerciais constitui o endosso de nossas instituições.
outro fim comercial sem uma autorização prévia por escrito dos detentores
Diretor de Publicações: Hyacinth Billings, WRI
2
Publicações do CEBDS para download
dos direitos autorais.
Projeto: Alston Neal, Barbieri & Green, Washington, DC
ISBN Number 1-56973-497-6
Impressão: CifiLaboureur Imprimeur, Paris, France
Número de Controle da Biblioteca do Congresso 2002101675.
MERCADOS DO AMANHÃ Tendências Globais e suas Implicações para as Empresas
Traduzido de Tomorrow’s Markets: Global Trends and
Their Implications for Business, published in 2002 by
World Resources Institute, United Nations
Environment Programme, and World Business Council
for Sustainable Development. All rights in the original
work are reserved.
MERCADOS DO AMANHÃ
3
Prefácio das Instituições Parceiras
Jonathan Lash
PR E SIDE N T E
World Resources Institute
N
ossas três organizações unem-se nesta publicação para discutir as tendências que estão moldando
o ambiente corporativo global. As empresas de sucesso do futuro serão lideradas por pessoas cuja
visão integra o crescimento sustentável a valores pessoais e sociais de modo a gerar um poderoso
cenário de mudanças e inovação. Os Mercados do Amanhã mostram que o crescimento futuro se dará em
uma arena competitiva onde os vencedores são aqueles que geram valor sem qualquer ônus ambiental.
A degradação ambiental, a pobreza e a falta de oportunidades econômicas em várias regiões do mundo se
tornam os ingredientes de conflitos étnicos, ódio e violência. O setor privado tem o papel – mais importante
do que nunca – de desenvolver produtos e práticas que amparem políticas de proteção e restauração do
meio ambiente, que erradiquem a pobreza e que criem uma sociedade justa e transparente. O desafio do
futuro está em escolher um caminho que satisfaça as exigências de crescimento ao mesmo tempo em que
mantenha o equilíbrio natural que sustenta nossas economias e atenda às necessidades e aos direitos de
saúde, prosperidade e paz das comunidades globais. Os Mercados do Amanhã são um chamado à ação e
um sinal de oportunidades para a enorme capacidade criadora e inovadora da comunidade empresarial.
Björn Stigson
PR E SIDE N T E
World Business Council for
Sustainable Development
H
á vários argumentos em prol do desenvolvimento sustentável. Sendo um conselho empresarial,
nossa argumentação baseia-se em uma posição empreendedora que visa tornar as empresas
mais competitivas e, assim, se tornarem mais sustentáveis. Abrangemos temas como ecoeficiên-
cia, o papel dos mercados globais e de capitais, responsabilidade social corporativa, transparência,
inovação e tecnologia, gestão ambiental sólida e novas parcerias, entre outros.
Vivemos em um mundo em rápida mudança e nosso futuro é incerto. Líderes empresariais precisam identificar os sinais-chave que afetarão seu sucesso futuro e promoverão a inovação.
O relatório do WRI, elaborado em parceria com a UNEP, vai além das preocupações diárias e, de forma
concisa e dinâmica, identifica principais tendências que moldarão a agenda das empresas.
Como já prediz o título, esperamos que os fatos e as tendências aqui apresentados ajudem a moldar os
mercados do amanhã ao fornecerem às empresas informações inteligentes para a elaboração de melhores estratégias corporativas e para a identificação de novas oportunidades de negócios.
Klaus Töpfer
DIRETOR EXECUTIVO
United Nations
Environment Programme
O
acesso a informações confiáveis e oportunas é cada vez mais importante em nosso mundo globalizado, pois permite a elaboradores de políticas e líderes empresariais reconhecer as tendências
que moldam o mercado e compreender as razões por trás das mesmas.
Isto motivou a UNEP a unir forças com o WBCSD e o WRI para produzir esta nova publicação, a qual vai
além do GEO 3 – Panorama Ambiental Global – por concentrar-se nas conexões entre as tendências
ambientais, econômicas e sociais.
A Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável de 2002 foi um marco para a proteção ambiental e
a mitigação da pobreza. Em face do crescente interesse em novas parcerias público-privadas, a Cúpula de
Joanesburgo discutiu a relação entre o setor produtivo e o meio ambiente e formas inovadoras de tratamento de questões socioeconômicas complexas.
O desenvolvimento sustentável é também um conceito empresarial. Os fatos e as tendências aqui apresentados confirmam que não podemos continuar da mesma forma. Espero que ajudem líderes
empresariais a compreender melhor as inter-relações entre meio ambiente e desenvolvimento e, assim, a
responder de modo mais eficaz ao enorme desafio que temos pela frente.
4
MERCADOS DO AMANHÃ Tendências Globais e suas Implicações para as Empresas
Prefácio do CEBDS
Fernando Almeida
PR E SIDE N T E E X ECU TI VO
Conselho Empresarial
Brasileiro para o
Desenvolvimento
Sustentável
O
s Mercados do Amanhã serão moldados por questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável, sejam elas globais ou locais. Este é o consenso entre as lideranças empresariais
esclarecidas de hoje. Esta visão traz, no entanto, um questionamento invitável: nossos modelos
de negócio estão preparados para enfrentar as restrições e aproveitar as oportunidades apresentadas
pela sustentabilidade?
Estamos e estaremos em um processo de descoberta. Cabe a cada empresa formular suas próprias
conclusões em função do contexto em que está inserida. O que sabemos é que século 21 inaugura uma
era de restrições severas e oportunidades ilimitadas. Empresas líderes nas próximas décadas serão aquelas capazes de converter desafios em oportunidades, formulando estratégias de negócios que
potencializem sua competitividade e, simultaneamente, contribuam para a solução dos principais problemas globais como: aquecimento global, escassez de recursos e inclusão econômica e social.
Cientes de que a capacidade de compreender e gerenciar os desafios do desenvolvimento sustentável
será o principal elemento de diferenciação competitiva, é com grande satisfação que trazemos às nossas
empresas, e à sociedade brasileira como um todo, um dos mais pragmáticos e consistentes documentos
já produzidos sobre o estado do mundo, as tendências globais e suas implicações sobre as empresas.
Pretendemos com isso prover uma maior compreensão deste complexo ambiente em que nossas empresas estão operando, ajudando-as a evoluir no rumo da sustentabilidade.
MERCADOS DO AMANHÃ
5
Progresso com ganhos para todos
Introdução de Michael Porter
Q
HARVARD BUSINESS SCHOOL
ual a relação entre estratégias corporativas e questões sociais como meio
ambiente, pobreza, saúde, população e desenvolvimento internacional?
Líderes empresariais geralmente não percebem a relevância de questões “sociais” para
a competição de mercado, relegando-as ao plano da cidadania ou filantropia corporativa ou,
ainda, ao plano da consciência individual.
Entretanto, ao longo dos anos tem se evidenciado a inadequação de se tratar questões sociais
e estratégias corporativas separadamente, pois abordar somente as últimas leva empresas a
perder oportunidades e ignorar escolhas e vantagens competitivas.
A mesma dicotomia é observada entre líderes do setor social, que tendem a ver empresas como
adversários, e não aliados, na promoção de causas sociais. Somente agora estamos aprendendo
que a melhor maneira de solucionar os principais problemas do mundo é mobilizar o setor
empresarial dentro de um contexto de regras, incentivos e parcerias benéficas tanto para as
empresas como para a sociedade.
Hoje, a concorrência exige a integração de políticas econômicas e sociais. Um exemplo é o
controle da poluição e da emissão de gases de efeito estufa, visto pelas empresas como uma
questão social e ainda com resistência, por acarretar-lhes custos. Os ambientalistas, por sua
vez, crêem que as empresas procuram obter lucros com a poluição e, assim, lutam por regulamentações que obriguem as
Somente agora estamos aprendendo que a melhor
empresas a instalar tecnologias
antipoluição, qualquer que seja
maneira de solucionar os principais problemas do
seu custo.
mundo é mobilizar o setor empresarial através de
parcerias benéficas tanto para as empresas como
No entanto, virtualmente toda a
poluição causada por empresas
para a sociedade.
representa resíduos e o uso não
produtivo dos recursos, e pode ser solucionada com melhores métodos e tecnologias. Forçar as
empresas a instalar tecnologias antipoluição não é a melhor abordagem, mas, sim, a inovação
de produtos ou processos. O mesmo se aplica ao uso da energia, a principal causa da maior
parte das emissões de gases de efeito estufa.
Práticas corporativas inovadoras na área ambiental produzirão mais competitividade interna, e
produtos voltados para a escassez ambiental terão um enorme potencial de mercado. Isto significa que as empresas devem ver a proteção ambiental como uma oportunidade de negócios, e os
ambientalistas devem reconhecer que o progresso com melhoria ambiental será agilizado através do trabalho colaborativo com as empresas. Governos de países em desenvolvimento devem
entender que a degradação ambiental leva à pobreza e, não, ao desenvolvimento econômico.
6
MERCADOS DO AMANHÃ Tendências Globais e suas Implicações para as Empresas
Conclusões semelhantes se aplicam a outras áreas sociais, como discriminação racial e social,
saúde e segurança no trabalho, e treinamento. Por exemplo, perspectivas de falta de mão-deobra em países desenvolvidos incentivarão empresas a contratar e treinar minorias somente se
não forem criados entraves legais ou riscos para as empresas por empregar esses indivíduos.
Além da integração das necessidades corporativas e sociais, a prosperidade do mundo em
desenvolvimento deve ser considerada de importância estratégica para quase todas as empresas. A economia mundial não é um jogo no qual o sucesso de um país implica perdas para
outros: há um enorme potencial de crescimento se muitos países melhorarem sua produtividade
e as relações comerciais com outros, pois existem diversas necessidades humanas não satisfeitas e a demanda pelas mesmas crescerá somente se as nações se tornarem mais prósperas.
Questões sociais e corporativas se aliarão também em áreas controversas da globalização. Tanto
ativistas sociais como empresas têm muito a ganhar com um sistema de comércio internacional aberto e justo. As evidências provam que, quando comparadas a empresas locais em países
em desenvolvimento, empresas estrangeiras trazem padrões ambientais mais altos, pagam e
tratam melhor seus funcionários, e empregam práticas de trabalho mais seguras. Se os ativistas sociais têm por objetivo melhorar
Além da integração das necessidades
essas práticas em seus países, certacorporativas e sociais, a prosperidade do
mente preferirão trabalhar lado a lado
com as empresas estrangeiras do que
mundo em desenvolvimento deve ser
se oporem a elas.
considerada de importância estratégica
O volume oferece uma importante e
para quase todas as empresas.
fascinante base de dados para líderes
aproveitarem essas oportunidades de mercado, pois, ao listar todas as oportunidades derivadas
de necessidades sociais, promove o desenvolvimento internacional e revela vantagens competitivas e benefícios econômicos das inovações, de modo a promover um melhor uso de recursos
escassos e um melhor desempenho das empresas. O volume ressalta a importância da democracia e da transparência para atingirmos um progresso com ganhos para todos.
Os setores empresarial e social precisam adotar novas maneiras de pensar e este documento
constitui uma ferramenta valiosa para promover este novo pensamento.
Michael E. Porter, a maior autoridade em estratégias competitivas e competitividade internacional e autor de 16 livros e mais de 75 artigos, é Professor Titular da Universidade Bishop
William Lawrence, que pertence à Harvard Business School. Professor Titular é o posto de
mais alto reconhecimento profissional que um membro de Harvard pode alcançar.
MERCADOS DO AMANHÃ
7
Índice
As Pessoas e os Mercados do Amanhã
10
SERVIÇOS À SOCIEDADE
População
12
A expansão populacional em regiões em desenvolvimento criará grandes mercados
dominados por jovens.
Riqueza
14
A riqueza global está aumentando, mas a disparidade de renda também.
Nutrição
16
Milhões sofrem de desnutrição em meio à abundância de alimentos.
Saúde
A expectativa de vida aumenta, mas doenças evitáveis continuam a limitar o desenvolvimento.
18
20
Educação
A educação primária chega a quase todos, mas as oportunidades de aprendizado
excluem muitos.
Inovação
22
MAIS VALOR COM MENOS IMPACTO
Consumo
24
O crescente consumo gera riscos ambientais e oportunidades de negócios com
inovação.
Energia
26
A demanda acelerada por energia gera crescimento econômico, mas ameaça o clima
da Terra.
Emissões
28
A poluição continua sendo um desafio global.
Eficiência
30
O uso de materiais ainda cresce, a despeito de melhorias em energia e eficiência dos
materiais.
Capital Natural
32
PRESERVANDO A BASE DE RECURSOS
Ecossistemas
34
A capacidade produtiva do planeta está em declínio.
Agricultura
36
A produção de alimentos é a base de muitas economias, mas ameaça os ecossistemas dos quais depende.
Água Doce
Dentre as diversas necessidades humanas, a água doce é cada vez mais escassa.
8
MERCADOS DO AMANHÃ Tendências Globais e suas Implicações para as Empresas
383
Conexões
40
FAZER NEGÓCIOS EM UM MUNDO INTERLIGADO
Urbanização
42
O crescimento urbano concentra oportunidades de negócios e desafios sociais.
Mobilidade
44
O homem está mais móvel e isso acelera o fluxo de bens e conhecimentos e
aumenta a demanda por energia e infra-estrutura.
Comunicações
46
O acesso a tecnologias de informação e comunicação promove oportunidades
econômicas.
Mão-de-obra
48
As economias se tornam baseadas em serviços, as mulheres são uma parte
crescente da força de trabalho formal.
Papéis e Responsabilidades
50
EM BUSCA DA LICENÇA PARA OPERAR
Democracia
52
A democracia se alastra gerando melhores condições para economias de
mercado.
Responsabilização
54
A sociedade civil exige mais responsabilização e transparência do governo e
das empresas.
Privatização
56
Aumentam os investimentos do setor privado para financiar o desenvolvimento
econômico.
Notas
58
Recursos Adicionais
62
MERCADOS DO AMANHÃ
9
As Pessoas e os
Mercados do Amanhã
População
Riqueza
Nutrição
Saúde
Educação
10
As Pessoas e os Mercados do Amanhã S E R V I Ç O S À
S O C IE D A DE
SERVINDO À SOCIEDADE
Nas próximas décadas, os mercados consumidores
e a mão-de-obra se concentrarão nos mercados
emergentes e de rápido crescimento, onde pequenas e grandes empresas encontrarão oportunidades
lucrativas ao atender às necessidades de saúde,
educação e nutrição de seus habitantes.
Estes mercados darão preferência a empresas que
estabelecerem parcerias com o governo e a
sociedade civil para prover serviços de necessidades básicas, melhorar a capacitação humana,
aumentar a capacidade econômica, diminuir as
desigualdades sociais e conservar o meio ambiente.
MERCADOS DO AMANHÃ
11
População
V
ivemos num mundo de contínuo crescimento populacional,
apesar da queda das taxas de natalidade em todo o mundo.
Em 25 anos, estima-se que a população alcance a marca dos
8 bilhões – um terço maior que o número atual.1 A dinâmica populacional está na base de quase todas as tendências que compõem os
mercados do amanhã, uma vez que o crescimento populacional afeta
o meio ambiente, a saúde, a nutrição, a educação e a riqueza dos
cidadãos. Nos próximos 20 anos, a população dos países de alta
renda (Renda Nacional Bruta ≥ US$ 9.266 per capita) diminuirá ou
terá crescimento mínimo, e a maioria da população nascerá em
países de economia baixa (RNB ≤ US$ 755 per capita) e média (RNB
= US$ 756 – 9.265).2 Para maximizar o potencial dos mercados,
consumidor e de trabalho, de baixa e média renda, será necessária a
capacitação da mão-de-obra e a criação de produtos e serviços
adequados às necessidades básicas destes consumidores e àquelas
de uma classe média em expansão (vide Riquezas). Os países em
desenvolvimento precisam fomentar suas indústrias nacionais para
servir à sua própria população, enquanto multinacionais precisam
desenvolver competências estratégicas, técnicas, operacionais e de
marketing para operar nesses mercados.
A população mundial está crescendo
População Global 1975 - 2025
P OP ULA ÇÃ O ( BILH ÕES)
8
6
4
Nações em desenvolvimento
2
Nações desenvolvidas
0
1975
2000
FONTE:
2025
United Nations Population Division, 2000.
F O N T E : United Nations Population Division, 2000.
A população da Terra chegou aos 6 bilhões em 2.000 e, segundo
a projeção de Variante Média da ONU, chegará a, aproximadamente, 7,9 bilhões em 2025, estabilizando-se em cerca de 9,3
bilhões em 2050.3 A queda da taxa de fertilidade reduziu as taxas
de crescimento populacional, que chegaram ao pico de 2,04% em
1965-70 e caíram para 1,35% entre 1995 e 2.000. Nos próximos
20 anos, 98% do crescimento populacional projetado se dará nos
países em desenvolvimento.4
A expansão populacional em regiões em
desenvolvimento criará grandes mercados
dominados por jovens.
Fatos
■
■
■
■
12
Taxas de Fertilidade, Regiões Selecionadas, 1975 - 2025
Mais de 80% da população mundial vive nos
países em desenvolvimento; este número
chegará a 85% em 2025.5
2,4 bilhões da população total de 6,2 bilhões
são crianças e adolescentes.6
Duas em cada cinco pessoas vivem na China ou
na Índia.7
A taxa de fertilidade mundial caiu de cerca de 4
crianças por mulher em 1975 para menos de 3
crianças por mulher em 2000.8
Entre 1990-1995, 40% do crescimento populacional nos países de alta renda foi causado pela
imigração; em países de baixa renda, a migração reduziu o crescimento populacional em
cerca de 3%.9
As Pessoas e os Mercados do Amanhã S E R V I Ç O S À
S O C IE D A DE
T A X A D E FER T I LI D AD E
( N Ú M E RO DE F I LH O S P OR M ULHE R)
■
As taxas de fertilidade estão em declínio
8
ÁFRICA
7
MUNDO
6
ÁSIA
5
AMÉRICA
DO NORTE
4
EUROPA
3
TAXAS DE
REPOSIÇÃO
DE 2,1 CRIANÇAS
POR MULHER
2
1
0
1975
1985
1995
2005
2015
FONTE:
2025
United Nations Population Division, 2000.
As taxas de fertilidade estão baixas em países desenvolvidos e em rápido declínio
na maioria das regiões em desenvolvimento. No entanto, o “momentum” demográfico – o grande número de crianças atingindo seu período reprodutivo –
significa que a população mundial continuará crescendo por várias décadas antes
que as taxas de fertilidade alcancem o nível de reprodução estável em 2,1 crianças por mulher. A fertilidade está abaixo dos níveis de reprodução na Europa e na
América do Norte, mas, na maioria das regiões em desenvolvimento, ainda está
acima dos níveis recomendados, embora em rápido declínio graças a programas
de planejamento familiar (vide Educação). A África é a única região do mundo
onde a taxa de fertilidade não deve atingir o nível estável até 2025.10 Em muitos
países africanos, essa taxa varia entre cinco e sete filhos por mulher – embora as
mortes por HIV/AIDS reduzam o crescimento populacional.11
O crecimento populacional mundial
cria novos mercados
População Mundial por Grupo de Renda, 1970-1999
3
P OP ULA ÇÃO ( B I LH Õ ES )
RENDA MÉDIA
RENDA BAIXA
2
RENDA ALTA
1
0
1970
1975
1980
1985
1990
1995
FONTE:
World Bank, 2001.
A rápida expansão populacional em países de baixa e
média renda oferece um grande número de trabalhadores
e consumidores em potencial para a economia mundial. O
crescimento populacional inferior em países de alta renda
indica um menor número de trabalhadores e consumidores nestes países.12
T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S
2.4 bilhões dos 6.2 bilhões da população
mundial atual são
crianças e adolescentes.
Distribuição populacional por idade, 2000, e Projeções para 2020 (em cinza)
REGIÕES MAIS DESENVOLVIDAS
F AI XA E TÁ R IA ( AN O S )
80-84
REGIÕES MENOS DESENVOLVIDAS
100+
Homem
Mulher
80-84
60-64
60-64
40-44
40-44
20-24
20-24
0-4
300 200 100
0
100 200 300
POPULAÇÃO (MILHÕES)
Homem
0-4
300 200 100
Mulher
0
100 200 300
POPULAÇÃO (MILH ÕES)
FONTE:
22
Ecoss i stemas
32
M ã o - de- obra
46
Implicações para as empresas
As alterações na estrutura etária acarretarão mudanças
econômicas e sociais
100+
Consu mo
United Nations Population Division, 1998.
Os jovens são o grupo predominante nas estruturas etárias atuais e previstas para o
mundo em desenvolvimento. A população em idade funcional nos países em desenvolvimento deve crescer para 70% até 2020 – um aumento que poderia ajudar as economias
dos países em desenvolvimento, mas, também, incentivaria a emigração ou resultaria em
altas taxas de desemprego (vide Mão-de-obra). Em contrapartida, as baixas taxas de
fertilidade e a maior longevidade da população em países industrializados resultarão em
mais pessoas na faixa de 50 – 90 anos em 2020.13 Esta massa idosa onerará os serviços nacionais de seguridade social, saúde e serviços pessoais que serão sustentados
pela produtividade de uma população menor de jovens.
A dinâmica populacional é tanto um dos principais
fatores na formatação dos mercados internacionais
como a razão dos maiores desafios econômicos e
sociais da atualidade. A crescente população de
jovens nos países em desenvolvimento constitui uma
importante massa de mão-de-obra e de consumidores, especialmente porque os mercados tradicionais
em países desenvolvidos estão encolhendo com a
redução populacional e se caracterizando por uma
crescente porção de idosos. Para fomentar mercados em países em desenvolvimento, grandes e
pequenas empresas nacionais e internacionais
devem apoiar práticas estáveis de criação de postos
de trabalho e fornecer produtos e serviços que atendam às necessidades dos consumidores, sejam
acessíveis e culturalmente atraentes.
MERCADOS DO AMANHÃ
13
O mundo está mais rico...
Produto Interno Bruto per capita, 1975-1999
P I B PER CAP I TA
(C ON ST A NTE EM US $, e m 199 5)
Riqueza
O
mundo está ficando mais rico e as economias
dos países pobres estão se desenvolvendo. Ainda
assim, em vários países e regiões, a disparidade
de renda é grande e o número total de pessoas vivendo
na miséria é muito alto. Países de baixa e média renda
não têm recursos para erradicar problemas como o
rápido crescimento populacional, ensino precário, alta
incidência de desnutrição, sistema de saúde deficiente,
corrupção, instabilidade política e destruição de recursos
naturais. A grande desigualdade de renda restringe os
efeitos benéficos do crescimento econômico: estima-se
que os países com grande desigualdade de renda precisarão crescer duas vezes mais rapidamente até 2015 do
que aqueles onde a divisão é mais igualitária.1 Para
tornar a estabilidade e a prosperidade realidades globais
será necessário proteger a base de recursos e garantir
que as pessoas em países de baixa renda tenham oportunidades e liberdades (vide Democracia) para melhorar
seu padrão de vida e participar plenamente da comunidade internacional e do mercado global.
30000
ALTA RENDA
25000
MUNDIAL
20000
MÉDIA RENDA
15000
BAIXA RENDA
10000
5000
0
1975
1980
1985
1990
1995
FONTE:
World Bank, 2001.
A produção econômica mundial apresenta um crescimento anual médio de 2,9%
desde 1975. Cidadãos dos países de alta renda viram sua renda aumentar em
média muito mais rapidamente do que nos países de baixa ou média renda,
causando uma disparidade de renda ainda maior que a de 1975 (vide Consumo).
Desde 1975, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita aumentou cerca de 280% no
Leste da Ásia e Pacífico, 66% na América do Norte e 23% na América Latina e
Caribe, enquanto o PIB per capita diminuiu em 17% na África Subsaariana (vide
Democracia).2
A riqueza global está aumentando, mas
a disparidade de renda também.
Mapa Mundial do Produto Interno Bruto, 1998
PIB per Capita, 1998
($ Paridade de Poder Aquisitivo)
<5
5-10
10-15
15-20
> 20
Nenhum dado
Geographic
The World Bank,
World Development Indicators.
PROJEÇÃO:
FONTE:
O mapa acima mostra o PIB em cinco categorias em 1998. Uma
comparação deste com o mapa de projeção de escassez de água para
2025 (vide Água, p. 37) e o do crescimento urbano projetado para
14
As Pessoas e os Mercados do Amanhã S E R V I Ç O S À
S O C IE D A DE
2015 (vide Urbanização, p. 41) mostra a convergência e conexão
entre os desafios sociais, econômicos e ambientais enfrentados por
muitos países na Ásia, no Oriente Médio, na África e na América do Sul.
Fatos
■
A pobreza continua sendo um grande problema
A produção mundial mais que dobrou nos últimos 25
anos para algo em torno de US$33 trilhões 1999.3
Taxas de Pobreza Específicas, 1990
PORCENTAGEM DA POPULAÇÃO
QUE VIVE COM MENOS DE:
$1 POR DIA
$2 POR DIA
ÍNDIA
UGANDA
■
Nos anos 1990, o consumo residencial (o valor de
mercado de todos os bens e serviços adquiridos
por domicílio) cresceu 3,7% ao ano em países de
baixa renda, 4,1% em países de média renda e
2,3% nos de alta renda.4
HONDURAS
INDO NÉSIA
BOTSWANA
CH INA
BOLÍVIA
Á FRICA DO S UL
RUSSIAN FEDERATION
O 1% mais rico da população detém tanta renda
quanto os 57% mais pobres; ou seja, as menos de
50 milhões pessoas mais ricas do mundo têm uma
renda equivalente à dos 2,7 bilhões de pobres.6
BRASIL
0
20
40
60
80
100
POPULAÇÃO VIVENDO NA POBREZA (POR CENTAG EM)
FONTE:
World Bank, 2000.
Embora o número de pessoas vivendo com um poder aquisitivo inferior a US$ 1/dia
nas economias em desenvolvimento e transição tenha caído de 28% para 24% da
população entre 1987 e 1998, o número absoluto de pessoas na pobreza pouco
mudou.7 A situação é ainda pior em países como a Índia, onde mais de 80% da
população vive com menos de US$2/dia e mais de 40% com apenas US$1/dia. Os
dados do gráfico foram convertidos em dólares para equalizar o poder aquisitivo de
moedas diferentes.
T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S
O mundo tem 78% de pobres,
11% de pessoas com renda média
e 11% de ricos.
Distribuição da Renda para cada 20% da População, Países Específicos
HUNGRIA, 1998
ÍNDIA, 1997
P A RC EL A DE R EN DA
( P ORC E NT AG EM)
70
60
50
40
30
20
10
0
MAI S POBRES RENDA MÉDIA MAI S RICOS
20%
20%
20%
70
60
50
40
30
20
10
0
MAIS POBR ES RE NDA MÉD IA M AIS RI COS
2 0%
2 0%
2 0%
ESTADOS UNIDOS, 1997
0
MAI S POBRES RENDA MÉDIA MAI S RICOS
20%
20%
20%
BRASIL, 1996
PA R C E LA D E RE N DA
( PO R C E NT AG EM)
70
60
50
40
30
20
10
Consu mo
22
Demo cracia
50
Ur ba n izaç ã o
40
Implicações para as empresas
A desigualdade dentro dos países também persiste
P A RC EL A DE R EN DA
( P ORC E NT AG EM)
■
O mundo é composto de 78% de pobres (poder
aquisitivo anual médio inferior a US$3.470), 11%
de pessoas com renda média e 11% de ricos
(poder aquisitivo anual médio superior a
US$8.000).5
PA R C E LA D E RE N DA
( PO R C E NT AG EM)
■
70
60
50
40
30
20
10
0
M AIS P OBRES RE NDA MÉD IA M AIS RI COS
2 0%
2 0%
2 0%
FONTE:
World Bank, 2001.
A desigualdade na distribuição de renda ocorre tanto entre países como dentro
dos mesmos. Por exemplo, os 20% mais pobres no Brasil recebem apenas 3%
da renda nacional, enquanto os 20% mais ricos têm acesso a mais de 60% dessa
renda. Os 20% mais pobres nos EUA recebem 5% da renda nacional, enquanto
os 20% mais ricos recebem cerca de 46%.8
O crescimento em longo prazo e o acesso justo a oportunidades exigem a inclusão de milhões de pessoas na
economia global e a redução da má distribuição de renda
entre cidadãos de países de alta e baixa renda.
Consumidores de média e baixa renda em expansão
representam mercados potenciais, e o desenvolvimento de
bens e serviços acessíveis a estes mercados pode conduzir à inovação, a novos modelos de negócios e ao
crescimento dos mesmos. Exemplos incluem os mercados
emergentes para geradores fotovoltaicos e energia renovável para aplicação em pequena escala, fornos
eficientes, saneamento e produtos de higiene pessoal,
comunicações móveis e acesso à Internet em mercados
de baixa renda. No entanto, as condições para o livremercado podem estar ameaçadas pela crescente
desigualdade de renda e falhas econômicas que geram
conflitos violentos e destroem a democracia. O progresso
mundial duradouro – tanto econômico como social –
depende da redução da pobreza.
MERCADOS DO AMANHÃ
15
O progresso na luta contra a fome
Desnutrição em Países em Desenvolvimento, 1979-98, e Projeções para 2015
1,200
PO PULA ÇÃO DE SN UT R ID A
MÉ DIA AN UAL (M IL H ÕE S )
Nutrição
E
mbora as reservas de alimento tenham aumentado
mais rapidamente do que a população mundial,
milhões de pessoas que poderiam estar se
educando, empreendendo e contribuindo para a construção de uma sociedade mais forte sofrem de desnutrição e
lutam para sobreviver. A causa mais reconhecida da
desnutrição é a pobreza – a falta de meios, conhecimentos
e propriedade de terra para produzir ou obter alimento.
Porém, há outros fatores sociais e ambientais em questão,
como a degradação e escassez de terras produtivas,
escassez de água, secas e guerras. Fatores políticos
influenciam a distribuição de alimentos, e os subsídios e
mecanismos de proteção ao comércio também prejudicam
o desenvolvimento agrícola eficiente e um sistema
adequado de distribuição. Atender à demanda de alimentos
em países pobres requer novos e criativos investimentos. A
comunidade empresarial internacional foi e será chamada
a interpretar um papel tanto empreendedor como humanitário na solução do problema da desnutrição.
AMÉRICA LATINA
& CARIBE
1,000
ORIENTE MÉDIO
& NORTE DA ÁFRICA
800
600
400
ÁFRICA
SUBSAARIANA
200
ÁSIA & PACÍFICO
0
1979-81
1990-92
1996-98
2015
FONTE:
FAO, 2000.
Tecnologias mais avançadas, mais renda e melhores políticas têm ajudado a
melhorar a nutrição de muitos que não tinham acesso às suas necessidades nutricionais diárias (desnutridos); o número de desnutridos deve continuar a cair nas
próximas décadas. No entanto, onde a renda tem se mantido estagnada e o crescimento populacional crescente, como na África Subsaariana, o número de pessoas
desnutridas aumentou. Países com melhores índices de nutrição também tiveram
aumento na matrícula de mulheres no ensino médio. A subnutrição e a insegurança
alimentar também têm sido constantes nos países da Ásia Central pertencentes à
antiga União Soviética, devido a crises econômicas.2 A disparidade no fornecimento
de carnes e laticínios é grande entre ricos e pobres.3
Milhões sofrem de desnutrição em
meio à abundância de alimentos.
Fatos
■
■
■
Embora os níveis individuais de consumo variem
bastante, o mundo produz proteína suficiente para
fornecer cerca de 75g por dia a cada pessoa.4
Em 1998, 791 dos 826 milhões de desnutridos
viviam nos países em desenvolvimento.5
Em todo o mundo, cerca de 160 milhões de crianças abaixo dos cinco anos de idade sofriam de
desnutrição em 1995, um total que deve baixar
apenas 15%, para 135 milhões até 2020.6
A deficiência de ferro em crianças e adultos
resulta em perdas econômicas equivalentes a 1%
do PIB do Paquistão e 2% do PIB de Bangladesh.7
Número e percentual de crianças abaixo de 5 anos que estão abaixo do peso,
1995-2000
C R I A N Ç A S S U BN U T RI DA S
(M IL H ÕE S ), M É DI A AN U AL E
PO R CE NT A G EM DO TOT A L
■
A desnutrição infantil varia por região
As Pessoas e os Mercados do Amanhã S E R V I Ç O S À
S O C IE D A DE
28%
150
100
50
49%
31%
19%
17%
9%
0
Oriente Médio
África
Subsahariana & Norte da África
Sul da
Ásia
Leste da Ásia América Latina
& Caribe
& Pacífico
Mundo
SOURCE:
UNICEF, 2000.
Vinte e oito por cento, ou cerca de 170 milhões das crianças do mundo menores de
cinco anos, sofrem de desnutrição grave ou moderada.8 Crianças desnutridas são
mais vulneráveis a doenças infantis, como diarréia e sarampo.9 Pesquisas revelam
que uma melhor disponibilidade de alimentos e campanhas de educação entre
mulheres são a melhor forma de reduzir a desnutrição infantil (vide Educação).10
A desnutrição infantil e sua relação com problemas de desenvolvimento infantil e
uma série de problemas de saúde ao longo da vida do indivíduo desnutrido têm efeitos negativos duradouros na produtividade de famílias e economias (vide Saúde).
Em 1998, 791 milhões
dos 826 milhões de desnutridos viviam
nos países em desenvolvimento.
16
200
Os 30 anos de aumento na produção de grãos e cereais estão chegando ao fim?
Produção média de cereais específicos, 1975-2000
P R O D U TI VID AD E ( K G / HE C TA R E)
P R O D U TI VID AD E ( K G / HE C TA R E)
Produção de cereais, Mundo e regiões específicas, 1975-2000
4,000
PAÍSES
DESENVOLVIDOS
3,000
MÉDIA MUNDIAL
2,000
AMÉRICA LATINA
& CARIBE
1,000
0
1975
ÁFRICA
SUBSAARIANA
1980
1985
1990
1995
2000
FONTE:
MILHO
4,000
ARROZ
3,000
SORGO
2,000
MILHETO
1,000
0
1975
FAOSTAT, 2001.
Entre 1961 e 1990, a produção mundial de cereais aumentou 120%. A
produção média por hectare aumentou 90% em países desenvolvidos e
120% em países em desenvolvimento, embora a produção nos últimos
permaneça cerca de um terço abaixo da produção nos primeiros. No
entanto, para atender às necessidades nutricionais, o aumento de
produção é compartilhado por uma população crescente e a produção
per capita cresceu cerca de 60% nos países desenvolvidos e apenas
cerca de 10% nos países em desenvolvimento, de 1961-1990. Na
África Subsaariana, a produção de cereais per capita caiu 11% desde
5,000
1980
1985
1990
1995
2000
FONTE:
FAOSTAT, 2001.
1975. Os agricultores africanos não possuem recursos para a compra
de fertilizantes e muitos gêneros tradicionais africanos, como o milheto
e o sorgo, não têm sido foco de pesquisa por instituições públicas ou
privadas, como tem sido o caso com o milho e o arroz (vide
Agricultura). Desde meados de 1995, a produção de cereais tem sido
estável em todo o mundo, levantando questões quanto ao uso de técnicas modernas de irrigação, mecanização, plantio seletivo e, também,
quanto ao uso de pesticidas e fertilizantes ter chegado ao seu limite para
o aumento da produção.11
T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S
A alimentação da família é cara para alguns orçamentos
Gastos com alimentação como porcentagem da renda per capita, países específicos
Mongólia
Bangladesh
Indonésia
Egito
Quênia
Argentina
Peru
Tailândia
França
Zimbábue
Chile
Alemanha
Estados Unidos
Japão
0
10
20
30
40
50
60
R E N D A T O T A L G A S TA C O M A LI M E N T A Ç Ã O ( PO R C E N T A G E M )
FONTE:
World Bank, 2001.
Em muitos países em desenvolvimento, a alimentação consome uma enorme
parcela da renda familiar, cerca de 40-70% nos países mais pobres.12 Apesar de
não haver padrão para medir o nível de bem-estar em função da renda, é provável que quando os gastos com alimentação recebem 1/3 da renda familiar,
outras dimensões do bem-estar, como saúde, educação, lazer e transporte,
sejam prejudicadas (vide Riqueza). As populações pobres estão também muito
vulneráveis aos aumentos de preço possíveis quando grãos ou mercados estão
em baixa ou quando os governos tornam-se instáveis. Uma melhor nutrição, por
sua vez, pode significar maior renda tanto em nível domiciliar como nacional.
Ag r icu ltu ra
34
Ecoss i stemas
32
S a ú de
16
Implicações para empresas
Economias e pessoas não alcançam seu potencial se necessidades nutricionais não são atendidas. A produção, o transporte
e a distribuição de alimentos são as maiores atividades na
economia global, mas o sistema alimentar não é ambientalmente sustentável, nem atende às necessidades de todos.
Para erradicar a fome serão necessárias importantes mudanças políticas por parte dos governos nacionais e da
comunidade internacional, assim como investimentos do setor
privado no sistema alimentar. O investimento privado no
desenvolvimento econômico gera empregos e o aumento da
renda permite que as pessoas comprem mais alimentos. Para
a gama de empresas envolvidas diretamente na cadeia de
suprimento de alimentos, apoiar o desenvolvimento de mercados em países com altas taxas de desnutrição é uma
importante contribuição para o crescimento mundial.
MERCADOS DO AMANHÃ
17
Saúde
A
pesar de um século de rápido progresso na saúde
humana, muitos ainda não têm acesso a um sistema de
saúde e saneamento básico para protegê-los de agentes infecciosos. Doenças infecciosas erradicadas tempos atrás
nos países industrializados continuam a matar milhões nos
países pobres e impedem o crescimento econômico. Muitas
doenças são exacerbadas pela degradação ambiental, que pode
variar da poluição atmosférica em centros urbanos a enchentes
e à contaminação dos recursos hídricos (vide Água). A mais
recente causa de mortes evitáveis é a Síndrome de
Imunodeficiência Adquirida (HIV/AIDS). Nos vinte anos desde
que foi identificado, o HIV/AIDS matou mais de 21 milhões de
pessoas e esgarçou o tecido social de algumas das nações
mais pobres do mundo.1 O HIV/AIDS é uma triste lembrança do
custo de uma doença: a AIDS mina as economias dos países ao
reduzir a expectativa de vida, matar adultos produtivos, aumentar os custos dos serviços de saúde e reduzir a produtividade
da mão-de-obra pela ausência de trabalhadores por motivos de
saúde, cuidados com familiares e funerais.
A expectativa de vida aumenta,
mas doenças evitáveis continuam
a inibir o desenvolvimento.
Fatos
■
■
■
A expectativa de vida mundial está aumentando
A expectativa de vida mundial aumentou de 47 anos em
1950 para cerca de 66 anos em 2000.2
A cólera, quase erradicada com o tratamento da água em
países industrializados, está em ascensão nos países pobres.
Cerca de 371.000 casos por ano foram relatados nos anos
1990, contra 100.000 casos na década de 80.3
Mais de 8 milhões de novos casos de tuberculose surgiram
em 2000, causando, aproximadamente, 2 milhões de
mortes, a maior parte entre 15 e 45 anos de idade; 99%
destas ocorreram em países em desenvolvimento.4
Expectativa de vida por região, 1995-2000
América do Norte
Europa
Oceania
América Central & Caribe
América do Sul
Ásia (exceto Oriente Médio)
Oriente Médio & Norte da África
África Subsaariana
40
50
60
70
80
E X P E C T A T I V A D E V ID A ( A NO S )
■
■
18
Mais de 40 milhões de pessoas em todo o mundo estão
vivendo com o vírus da imunodeficiência adquirida (HIV).4
Cerca de um terço destas pessoas têm entre 15 e 24 anos,
e encontram- se no auge de sua vida produtiva.6
O tabagismo é responsável por uma em cada 10 mortes de
adultos hoje em dia. Este número deve chegar a um em seis
em 2030 – mais que qualquer outra causa de morte. Sete
em cada dez destas mortes ocorrerão em países de renda
baixa ou média.7
As Pessoas e os Mercados do Amanhã S E R V I Ç O S À
S O C IE D A DE
FONTE:
UN Population Division, 1999.
A variação regional da expectativa de vida é ainda muito grande,
assim como são as diferenças dentro das regiões. Crianças
nascidas hoje no Leste da África têm expectativa inferior a 50
anos, comparadas à expectativa de 75 anos para crianças
norte-americanas.8
Em média, estamos vivendo mais
As doenças têm alto custo para os países em desenvolvimento
EX PECT AT IV A DE VIDA (ANOS)
Expectativa de vida, mundial e países específicos, 1970-2010
80
Causas de morte em regiões específicas, 1999
Pacífico Ocidental
ALEMANHA
75
9%
Sudeste Asiático
70
FEDERAÇÃO
RUSSA
65
32%
Europa
5%
Mediterrâneo Oriental
60
MUNDO
BOTSWANA
50
27%
Américas do Norte,
Central e Sul
África
55
45
12%
TODAS AS OUTRAS
DOENÇAS (DOENÇAS
NÃO TRANSMISSÍVEIS,
MATERNAS E DISTÚRBIOS
PERINATAIS)
62%
0
40
1970
DOENÇAS INFECCIOSAS
E DEFICIÊNCIAS
NUTRICIONAIS
2
4
6
8 10 12 14 16
MORTE (MILHÕES)
1980
1990
2000
FONTE:
N O T A : O número à direita de cada barra indica a porcentagem de
todas as mortes por doenças infecciosas e deficiências nutricionais.
2010
UN Population Division, 1999.
FONTE:
A expectativa de vida média tem aumentado desde os anos
1950, em cerca de nove anos desde 1970. No entanto,
problemas econômicos e doenças infecciosas podem rapidamente interromper ou reverter este processo. A expectativa
de vida em Botswana estava aumentando até o advento do
HIV/AIDS; a redução da expectativa de vida na Rússia se deve
aos impactos das crises econômicas no sistema de saúde,
padrão de vida e instituições sociais.
WHO, 2000.
Melhor nutrição, saneamento, tratamento de água e controle de pragas praticamente eliminaram muitas das doenças infecciosas nos países mais ricos; e
a educação, o uso de medicamentos, preservativos e agulhas limpas entre
usuários de drogas injetáveis ajudam a controlar a evolução do HIV/AIDS. Em
muitos países em desenvolvimento, onde os vetores das doenças são mais
freqüentes e onde os governos não podem investir em saúde pública e educação, as doenças infecciosas continuam sendo as principais causas de morte
(vide Água).
T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S
A expectativa de vida aumentou
de 47 anos em 1950
para cerca de 66 anos em 2000.
N ÚM E R O D E M O R T ES
(M ILHAR ES )
Principais mortes por doenças contagiosas em todo o mundo, 1998
3,500 3,198
3,000
2,253
2,212
1,480
1,500
1,000
500
0
1,110
309
32
26
Á g ua
36
Mobi l idade
42
Implicações para as empresas
HIV/AIDS: Uma tendência mortal
2,500
2,000
E m i ss õ es
18
7
Infecções HIV/AIDS Doenças
Diarréicas
Respiratórias
0
Tuberculose
PAÍSES DE RENDA BAIXA OU MÉDIA
882
Malária
5
Sarampo
PAÍSES DE RENDA ALTA
FONTE:
WHO, 1999.
O HIV/AIDS, a diarréia, a tuberculose e o sarampo lideram as principais causas
de morte em todo o mundo, somando 6 milhões de vidas anualmente.9 O
custo em vidas e econômico do HIV/AIDS nas regiões mais afetadas é assustador: dos 36,1 milhões de pessoas infectadas em todo o mundo em 2000,
25,3 milhões viviam na África Subsaariana e 5,8 no Sul e Sudeste Asiático. A
devastação causada pela AIDS foi especialmente grave na África Subsaariana,
onde vivem quase 70% dos adultos e 80% das crianças infectadas com
HIV/AIDS. O extremo sul do continente africano tem taxas de infecção entre
adultos de pelo menos 20%.10 Dados confiáveis ainda são escassos na maioria dos países asiáticos, mas as mortes por AIDS estão crescendo rapidamente
na Índia, na China e em outros países; mortes por AIDS entre pessoas de 15
– 49 anos na Ásia devem crescer 57% de 2000 a 2005.11
A saúde de funcionários, clientes, acionistas e outros stakeholders é uma preocupação vital para as empresas, pois
afeta diretamente a produtividade. O aumento das viagens e
do comércio internacional oferece novas rotas para a disseminação e retorno de doenças infecciosas e pode
transformar crises nacionais ou regionais em problemas
globais. O HIV/AIDS expôs o elo crítico entre saúde e mãode-obra e como a doença prejudica as sociedades em
desenvolvimento ao atingir a mão-de-obra nos setores
público e privado.12 A melhoria da saúde nos países em
desenvolvimento significa melhor acesso aos serviços médicos, melhor educação e serviços de planejamento familiar, a
criação de amplas campanhas de vacinação e água limpa e
a geração de incentivos para medicina preventiva e saneamento básico. Esta é uma oportunidade estratégica para
empresas em setores como o farmacêutico, serviços de
saúde e saneamento e distribuição de água, que detêm as
soluções técnicas para os principais problemas de saúde
pública. No entanto, a inação das empresas em questões de
saúde pública que estão ao seu alcance pode se tornar um
problema de cunho político e social.
MERCADOS DO AMANHÃ
19
Educação
A
educação garante às pessoas as habilidades para se tornar trabalhadores
produtivos, consumidores informados e
cidadãos responsáveis e participantes na vida
pública e privada. Uma população educada
produz e ganha mais, tem menor taxa de fertilidade, é mais eficiente na manutenção da saúde
familiar e tem mais opções na vida cotidiana. A
educação primária chega a quase todos, mas as
oportunidades de aprendizado avançado ainda
excluem muitos nos países em desenvolvimento.
Em algumas regiões, as meninas têm menos
acesso ao ensino secundário que os meninos e
mesmo em regiões e países com altos índices
de inclusão escolar há muitas regiões carentes
de educação. As habilidades e o aprendizado
mais avançado oferecido pelo ensino secundário
e superior são cada vez mais importantes em
uma economia mundial que se volta mais ao
conhecimento e ao setor de serviços.
A alfabetização está em alta
Alfabetização entre adultos, 1980-2000
1980
A DU LTO S A LF A B E T I Z A D OS
(P ORCE N T A G E M )
100
80
1990
60
2000
40
20
0
África
Subsaariana
Sul da
Ásia
Oriente
Médio & Norte
da África
América
Latina
& Caribe
Leste
Asiático
& Oceania
FONTE:
UNESCO, 2001.
As taxas de alfabetização têm aumentado nas últimas duas décadas, refletindo o crescente
acesso à educação primária. A alfabetização na Europa e na América do Norte é de 100%
(não mostrada na figura). Quase 90% dos adultos são alfabetizados no Leste Asiático e na
Oceania, na América Latina e Caribe. A alfabetização nas demais regiões da terra fica para
trás: no Sudeste Asiático, está pouco acima de 50%. O déficit educacional entre homens
e mulheres em todo o mundo está diminuindo – em 1997, mais de 95% das meninas
freqüentavam a escola primária, comparado a 88% em 1980. Mas ainda cerca de dois
terços dos 880 milhões de adultos analfabetos são mulheres.1 A alfabetização é também
um dado que mede o potencial da mão-de-obra de um país (vide Mão-de-obra).2
A educação primária chega a
quase todos, mas as oportunidades de
aprendizado avançado excluem muitos.
Fatos
■
■
20
113 milhões de crianças estão fora da escola, 97%
delas em regiões menos desenvolvidas e 60% são
meninas.3
Um em cada cinco adultos – um total de 880 milhões
– é analfabeto funcional. Esta é uma melhora considerável em comparação a 1970, quando um em cada
três era analfabeto.4
A matrícula de indivíduos mais pobres, entre 6 e 14
anos, em relação aos mais ricos, é 52% menor no
Senegal, 36% em Zâmbia, 49% no Paquistão e 63%
no Marrocos.5
■
Muito do sucesso dos “Tigres Asiáticos” se deve ao
compromisso de seus governos em investir na educação primária como base para o desenvolvimento.6
■
Os poucos países em desenvolvimento que participaram do Terceiro Estudo Internacional de Matemática e
Ciências tiveram as notas mais baixas no Grau 7 do
estudo; a qualidade da educação é tão importante
como a inclusão em si.7
As Pessoas e os Mercados do Amanhã S E R V I Ç O S À
S O C IE D A DE
Matrículas no ensino secundário, 1997
M AT R ÍCU LAS NO ENSINO
SE CUND ÁRI O (PORCE NTA GE M D E
CRIANÇA S N ES TA IDADE ESCOLAR)
■
Muitos não têm a chance de avançar nos estudos
120
MENINOS
100
MENINAS
80
60
40
20
0
África
Subsaariana
NOTA :
Sul da
Oriente
América
Ásia Médio & Norte Latina &
da África
Caribe
Leste
Regiões
Asiático & mais desenOceania
volvidas
a taxa bruta de matrículas pode exceder 100% devido à inclusão de
alunos acima ou abaixo da idade para este nível.
FONTE:
UNESCO, 1998.
Em muitos países em desenvolvimento e áreas marginalizadas dos países desenvolvidos, há, ainda, grandes disparidades na formação acadêmica resultantes de
fatores que incluem o treinamento inadequado de professores e os poucos recursos
alocados às escolas, fatores estes que impedem o aluno de adquirir o conhecimento
e as habilidades necessárias para se tornar um cidadão produtivo.8 Enquanto todas
as crianças têm acesso ao ensino secundário em regiões mais desenvolvidas,
apenas cerca de 60% dos jovens no Leste Asiático, Oceania, América Latina e
Caribe têm acesso ao ensino secundário; a inclusão escolar no Sudeste Asiático e
na África Subsaariana é de apenas 45% e 25%, respectivamente. A diferença entre
os sexos no ensino secundário é relativamente pequena no Leste da Ásia, mas
disparidades significativas no acesso à educação ainda permanecem no sul da Ásia,
Oriente Médio e Norte da África, e na África Subsaariana.9
Disparidades educacionais criam uma diferença de renda
em todos os países
R END A A NU A L A JUSTA D A À
P ARID A DE DE P ODER A QUI SIT IVO
(MI L HA R ES DE U S$)
Ganhos médios baseados no nível de instrução, países específicos, 1997-1999
50
40
30
20
10
0
República França Suécia
Tcheca
Canadá Austrália Coréia
Reino
Unido
Itália Alemanha Estados
Unidos
INSTRUÇÃO INFERIOR À SECUNDÁRIA
ENSINO MÉDIO COMPLETO
ENSINO TERCIÁRIO COMPLETO
FONTE:
OECD, 2001.
A educação oferece às pessoas oportunidades de progredir e abre as portas para
o avanço econômico. Mesmo com muitos fatores sociais e econômicos influenciando esta equação, a relação entre educação avançada e renda é muito forte
(vide Riqueza).10
T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S
Um em cada cinco adultos — num total de 880 milhões —
é analfabeto funcional.
Esta é uma importante melhora em relação a 1970,
quando um em cada três adultos era analfabeto.
Taxas de fertilidade vs. Percentual de meninas matriculadas no
ensino primário, década de 90
8
TA XA S D E FERT IL ID A DE
( F I L HO S POR M UL HER )
7
6
5
4
3
2
1
0
20
40
60
80
100
TAXA LÍQUIDA DE MATRÍCULA FEMININA, ESCOLA PRIMÁRIA
(% DA FAIXA ETÁRIA RELEVANTE)
NOTE:
Data reflect the most recent year available for each country.
FONTE:
46
Comunicações
44
Responsabilização
52
Implicações para as empresas
A educação das mulheres ajuda a catalisar o
desenvolvimento econômico
0
Mão-de-obra
World Bank, 2001.
Meninas que concluem o ensino primário têm menor índice de mortalidade no parto, menos filhos e famílias mais saudáveis ao longo de suas
vidas.11 Na Ásia, África e América Latina, as mulheres com sete ou mais
anos de escolaridade têm de dois a três filhos a menos que aquelas com
três anos ou menos de instrução.12 Famílias menores reduzem o impacto
econômico nas mulheres e liberam tempo e recursos para os pais investirem mais na criação e educação de cada filho, além de oferecerem
oportunidades para as mulheres ingressarem no mercado de trabalho
(vide Mão-de-obra).
A educação capacita as pessoas ao emprego, mantém a saúde
familiar, aumenta a renda pessoal, reduz a incidência de gravidez indesejada, protege os direitos e as liberdades civis e
oferece mais opções para as decisões que afetam a vida das
pessoas. Países nos quais a força de trabalho não tem capacitação básica estão em desvantagem no mercado global,
particularmente agora quando os mercados estão migrando de
uma base de produção e manufatura para uma de conhecimento
e serviços. As empresas têm interesses diretos nos sistemas de
educação das comunidades em que atuam, mas investimentos e
recursos adicionais são necessários para garantir àqueles que
estão ingressando no mercado de trabalho as capacidades relevantes para se tornarem trabalhadores produtivos em empresas
modernas. Para organizar estes investimentos e recursos, novas
parcerias são necessárias entre organizações dos setores
público e privado para assegurar uma melhor preparação e habilidades relevantes ao mercado.
MERCADOS DO AMANHÃ
21
Inovação
Consumo
Energia
Emissões
Eficiência
22
Inovação M A I S VA LOR C OM M E NO S IM PA C TO
MAIS VALOR COM MENOS IMPACTO
O aumento da riqueza mundial significa uma
Messages
promessa de melhoria na qualidade de vida, mas,
também, apresenta riscos aos ecossistemas, se os
atuais padrões de consumo, produção de energia e
de resíduos persistirem. A necessidade de reduzir o
consumo e o desperdício cria novas oportunidades
de crescimento para empresas, ajuda pessoas,
economias e ecossistemas através da inovação,
tanto pelo desenvolvimento de processos mais
eficientes como pela oferta de bens e serviços que
melhorem a vida dos consumidores.
MERCADOS DO AMANHÃ
23
Consumo
O
aumento da riqueza e da renda permitiu às pessoas
ampliar seu consumo, desde carne e laticínios até
computadores, energia, papel, refrigeradores, televisões
e automóveis. Um maior consumo de alimentos, habitação, água
potável e transporte é essencial para reduzir a pobreza em
muitas nações, mas o alto consumo dos cidadãos mais ricos do
mundo pode ter impactos adversos nos ecossistemas de forma
desproporcional a seus números. O atual modelo de uso intensivo de matérias-primas e recursos naturais prejudica o
funcionamento dos ecossistemas e põe em risco a capacidade
do planeta de absorver resíduos (vide Emissões). Atender às
necessidades e aos desejos de todos preservando os recursos
naturais exige inovação e criação de novas tecnologias e modelos de negócios. As empresas podem reduzir a intensidade do
uso de recursos naturais na produção de bens de consumo e, ao
mesmo tempo, melhorar seus resultados e atender à demanda
dos consumidores com produtos e serviços sustentáveis. Os
próprios consumidores podem fazer a diferença ao darem preferência a empresas que produzem bens e serviços que protegem,
conservam e renovam o meio ambiente (vide Ecosistemas).
A riqueza amplia as opções de consumo
Consumo de Domicílios por Categoria, Países Específicos, 1998
ESTADOS UNIDOS: $21.515
POR PESSOA
JAPÃO: $13.568 POR PESSOA ARGENTINA: $7.818 POR PESSOA
12%
13%
5%
9%
30%
7%
9%
37%
7%
15%
2%
51%
9%
9%
15%
17%
22%
4%
13%
6%
8%
VIETNÃ: $1.159 POR PESSOA
QUÊNIA: $677 POR PESSOA
6% 2%
26%
31%
3%
9%
8%
2% 21%
18%
4%
15%
49%
7%
SOMENTE ALIMENTOS
ROUPAS & SAPATOS
COMBUSTÍVEL & ENERGIA
ASSISTÊNCIA MÉDICA
EDUCAÇÃO
TRANSPORTE & COMUNICAÇÃO
OUTROS
FONTE:
World Bank, 2000.
Pessoas em países de alta renda gastam uma porcentagem muito menor de
seus recursos com necessidades básicas, permitindo-se comprar artigos
supérfluos com a renda excedente. À medida que as pessoas em países de
baixa e média renda tornam-se mais ricas, elas têm maior renda disponível, o
que acarretará na expansão de mercados de bens e serviços para o bem-estar.
O aumento no consumo gera riscos ambientais
e oportunidades para inovação.
Como podemos tomar o consumo material sustentável?
T E L E V I S Õ ES
(A CADA 1.000 PESSOAS)
Proprietários de Aparelhos de Televisão, 1955-1997
900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
1965
Proprietários de Veículos de Passeio, 1990-1996
AMÉRICA DO NORTE
UNIÃO EUROPÉIA
AMÉRICA LATINA &
CARIBE
LESTE DA ÁSIA & PACÍFICO
ORIENTE MÉDIO &
NORTE DA ÁFRICA
SUL ASIÁTICO
ÁFRICA SUBSAARIANA
1975
1985
Indonésia
1990
Botswana
1996
Chile
Média Mundial
República da Coréia
Polônia
Países Baixos
Japão
Estados Unidos
0
1995
100 200 300 400 500 600
VEÍCULOS (A CADA 1.000 PESSOAS)
FONTE:
World Bank, 2000.
O consumo de aparelhos de televisão aumentou em muitas partes do
mundo em desenvolvimento: a TV é um portal ao entretenimento, informação e conhecimento político, público e comercial. Os emergentes
também almejam maior mobilidade (vide Mobilidade). À medida que
24
Inovação M A I S VA LOR C OM M E NO S IM PA C TO
FONTE:
World Bank, 2000.
as economias emergentes repetem os padrões históricos de desenvolvimento dos países industrializados, a aquisição de veículos e as viagens
aéreas terão maior impacto no consumo material, uso da terra, poluição,
emissão de gases de efeito estufa e na demanda por combustível.
Fatos
■
O dinheiro gasto no consumo domiciliar (bens e serviços, com exceção dos bens
imóveis) em todo o mundo aumentou 68% entre 1980 e 1998.1
■
Os consumidores de países de alta renda gastaram US$15,4 trilhões dos US$19,3
trilhões em consumo privado em 1998. As compras feitas por consumidores de
países de baixa renda representaram menos de 4% de todo o consumo privado.2
■
O consumo de carne e leite nos países em desenvolvimento cresceu entre 2,8% e
3,3% ao ano, de 1993 a 2020, respectivamente.3
■
O número de televisores quintuplicou nas regiões do Leste da Ásia e do Pacífico
entre 1985 e 1997.4
■
200 milhões de veículos seriam acrescentados à frota mundial, se as frotas de países
como a China, Índia e Indonésia fossem iguais à média mundial de 90 veículos por
1.000 habitantes: praticamente o dobro de automóveis existentes hoje nos EUA.5
■
O consumo de papel está crescendo mais rapidamente no mundo em desenvolvimento, mas o americano médio consome cerca de 17 vezes mais papel ao ano que
o cidadão médio nos países em desenvolvimento.6
T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S
O dinheiro gasto
no consumo domiciliar em todo o mundo
aumentou 68% entre 1980 e 1998.
Consumo de carne, 1961-1999
C ON SUM O
( K G P OR P E S SO A A O AN O)
140
ESTADOS
UNIDOS
120
FRANÇA
100
BRASIL
80
CHINA
60
EGITO
40
20
1971
1981
10
E f ici ê n cia
28
Mobi l idade
42
Implicações para as empresas
Mais riqueza, mais proteínas
0
1961
Popu laç ã o
1991
FONTE:
FAOSTAT, 2000.
Os consumidores de países em desenvolvimento rapidamente acrescentam mais proteína a suas dietas à medida que sua renda aumenta; o
consumo de carne per capita explodiu nas economias em rápida expansão da China e do Brasil. O consumo de carne quase triplicou no Brasil e
cresceu 13 vezes na China desde 1961, embora o consumo em ambos
os países ainda esteja abaixo dos níveis norte-americano e europeu.
Dietas ricas em proteína animal, no entanto, exigem grandes áreas de
terra para a produção de ração animal, poluem as águas, causam erosão
às áreas de pastagem e levam à pesca predatória (vide Agricultura).
A população mundial está prestes a expandir-se em 50% até
2050 e isso causará um extraordinário crescimento no
consumo. No passado, a sociedade atendeu à demanda aumentando a capacidade de extração de recursos naturais e
desenvolvendo substitutos. Nunca houve tamanha oportunidade
e necessidade de inovação que atendesse às necessidades de
muitos novos consumidores sem causar danos aos recursos
naturais do planeta. Empresas de visão estão fazendo com que
os recursos naturais – energia, minerais, água, madeira –
durem por mais tempo através de eficiência na produção,
desenvolvimento de bens renováveis e recicláveis e outras
mudanças sustentáveis que ajudam o meio ambiente. Alguns
consumidores nos países desenvolvidos estão dando preferência
a empresas e produtos vistos social e ambientalmente responsáveis. Novas idéias estão aparecendo para reduzir os impactos
do consumo, como a produção de veículos com emissão zero de
poluentes, a mudança da colheita anual para a perene, a criação de tecelagens com resíduos zero, o uso de papel eletrônico
e calçados biodegradáveis. É a invenção “radical” ou “descontinuada”, ao invés da melhoria contínua, que gera valor junto aos
acionistas e vantagens competitivas.
MERCADOS DO AMANHÃ
25
Energia
D
esde a Revolução Industrial, o desenvolvimento e a expansão econômica estiveram ligados ao crescente consumo de energia. Esta
correlação permanece hoje e o consumo de energia está crescendo
em todo o mundo. Combustíveis fósseis dominam o suprimento mundial de
energia, fazendo com que as emissões resultantes de gases de efeito estufa
causem mudanças na temperatura e aumentem os riscos de mudanças
climáticas. Os modelos climáticos prevêem que enchentes, secas e fortes
tempestades devem se tornar cada vez mais freqüentes e severas, custando
vidas, colheitas e o progresso econômico.1 O desafio para o setor energético é
fornecer eletricidade e serviços de forma mais eficiente e com menos impacto
ambiental. Este desafio é especialmente grande nas economias emergentes,
onde a demanda por energia está crescendo, mas a renda disponível e o
aceso à rede elétrica é baixo. Atualmente, cerca de dois bilhões de pessoas
vivem à margem da rede elétrica.2 Isto representa um enorme mercado para
os sistemas de energia alternativa como geradores fotovoltaicos, pequenas
turbinas de energia eólica, células de hidrogênio e geradores de biomassa que
atendem às necessidades da região rural sem a infra-estrutura das hidrelétricas. O potencial de mercado para a energia limpa dentro das economias
industriais pode ser notado no rápido crescimento da energia eólica, solar e
do gás natural.
A demanda acelerada por energia
gera crescimento econômico,
mas ameaça o clima da Terra.
O uso da energia está crescendo rapidamente
10,000
9,000
8,000
7,000
6,000
5,000
4,000
3,000
2,000
1,000
0
1980
Três Cenários de Consumo Global de Energia, Projeção para 2050
OUTRAS ENERGIAS
RENOVÁVEIS
HIDRO
NUCLEAR
GÁS
PETRÓLEO
CARVÃO
1985
1990
1995
CON SUMO F IN AL DE EN ERGIA
(MTOE)
PRODUÇÃ O DE E N ER GIA
(M TOE)
Produção Mundial Anual de Energia por Fonte
FONTE:
Inovação M A I S VA LOR C OM M E NO S IM PA C TO
24,000
CASO A:
GRANDE EXPANSÃO
CASO B:
CONSUMO MEDIANO
20,000
16,000
CASO C:
FONTES ECOLÓGICAS
12,000
8,000
1990 2000 2010 2020 2030 2040 2050
2000
IEA, 1999 and 2000.
A produção de energia no mundo cresceu de 6.600 para 9.352Mtoe
(milhões de toneladas de equivalentes a petróleo) – um aumento de
42% – entre 1980 e 2000. Os combustíveis fósseis (petróleo, carvão e
gás natural) representam quase todo este crescimento, que seria ainda
maior se não fossem os ganhos em eficiência de energia atingidos por
26
28,000
FONTE:
IIASA/WEC, 1998.
alguns países, como China e EUA (vide Eficiência).3 Em três cenários
de crescimento econômico e tecnológico, o consumo de energia previsto
aumenta entre 1,5 e 2,3 vezes entre 2000 e 2050.4 O consumo de energia projetado varia por região, com taxas particularmente altas nas
grandes economias emergentes (vide Mobilidade).
■
Concentração atmosférica de CO2, 1750-2000
A década de 1990 foi a mais quente e o ano de
1998 o mais quente já registrado.6
Turbinas eólicas hoje geram mais de 17.000
megawatts (MW) de eletricidade em mais de 30
países, tornando a energia eólica a fonte de energia com crescimento mais rápido no mundo.7
A produção mundial de células fotovoltaicas
aumentou de 48MW em 1990 para 288MW em
2000; os preços modulares (US$ por Watt) caíram
de US$ 30,00 para menos de US$5,00 de 1975 a
1995 e permaneceram constantes à medida que o
mercado cresceu 30% ao ano, nos últimos anos.8
Temperatura da superfície global,
média qüinqüenal, 1880-2000
380
360
340
320
300
280
260
1700
1800
1900
2000
T EM PE RA TU RA
(G RAUS CE NTÍ GRA DOS)
■
A biomassa contribui aproximadamente com 15%
do fornecimento de energia no mundo e representa
de um quinto a um terço do consumo de energia
nos países em desenvolvimento.5
CO NC E NT R AÇÃ O
AT MO SF ÉR ICA D E CO 2
(PA RT E S POR MI LH ÃO)
■
Um mundo em aquecimento
DADOS DO SIPLE ICE CORE
DADOS DO LAW DOME ICE CORE
DADOS DO OBSERVATÓRIO MAUNA LOA
14.6
14.4
14.2
14.0
13.8
13.6
13.4
13.2
1880
1920
1960
FONTE:
2000
CDIAC, 2000.
A queima de combustíveis fósseis causa a poluição do ar com elementos como enxofre,
óxido de nitrogênio, ozônio, mercúrio, material particulado e dióxido de carbono (vide
Poluição). Ao contrário de muitos poluentes que têm vida útil curta na atmosfera, os
gases de efeito estufa, como CO2, se acumulam na atmosfera. A atual concentração de
CO2 na atmosfera é de quase 370 partículas por milhão, contra 288ppm anteriormente,
e está aumentando rapidamente. Cientistas confirmam que o aquecimento global é induzido pelo homem – em grande parte como resultado das emissões de gases de efeito
estufa decorrentes da queima de combustíveis fósseis e do desmatamento.9
T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S
A produção mundial de energia
aumentou 42% entre 1980 e 2000
e crescerá em 150-230% até 2050.
Produção de energia solar e eólica no mundo, 1980-1997
1.2
SOLAR
1.0
EÓLICA
0.8
0.6
0.4
0.2
0.0
1980
1985
1990
E m i ss õ es
26
Ecoss i stemas
32
Mobi l idade
42
Implicações para as empresas
Os mercados de energia de amanhã
P R O DU Ç Ã O ANUAL DE ENER GIA
(M TOE)
■
Fatos
1995
FONTE:
IEA, 1999.
Atualmente, fontes de energia renováveis (geotérmicas, solar, eólica e
biomassa) atendem a, aproximadamente, 11,5% do consumo mundial
de energia, e quase 14%, se incluirmos a energia hidrelétrica.10 No
entanto, a energia hidrelétrica tem seus próprios custos aos ecossistemas de água doce e também contribui para a emissão de gases de
efeito estufa. “Novas” fontes de energia renovável com menos impactos
ambientais, como a energia solar, eólica e geotérmica, estão crescendo
mais rapidamente em bases percentuais que qualquer outra fonte de
energia.11 A energia eólica cresceu de quase zero nos anos 1980 para
quase um Mtoe em 1997, com uma queda no preço do kilowatt-hora a
níveis competitivos com as fontes de energia convencional.12
O uso de energia atende a uma necessidade humana básica, mas o
impacto ambiental da crescente produção e consumo de energia
apresenta consideráveis incertezas às indústrias – do petróleo e gás
ao setor de resseguros e agricultura. Estas incertezas resultam dos
custos e benefícios dos mercados de mitigação de mudanças climáticas, assim como do impacto das mudanças climáticas. O preço dos
combustíveis fósseis pode aumentar à medida que o mercado internaliza custos ambientais. Em resposta, empresas pró-ativas estão
realizando inventários de emissões de suas operações e mapeando
oportunidades de redução de intensidade de energia e emissões de
gases de efeito estufa.13 Algumas das mais importantes multinacionais têm se comprometido a reduzir as emissões de gases de efeito
estufa e a apoiar a comercialização de créditos de emissão e redução de carbono.14 Estes compromissos estão abrindo novos
mercados para energias alternativas, serviços de conservação de
energia e tecnologias com energia eficiente.
MERCADOS DO AMANHÃ
27
Emissões
O
s resíduos e a poluição, incluindo emissões derivadas da queima de combustíveis
fósseis, contaminantes químicos persistentes e resíduos das atividades econômicas,
aumentam em larga escala. As evidências dos
países desenvolvidos e os dados limitados dos
países em desenvolvimento revelam um volume
crescente de emissões e de poluição, apesar dos
sucessos que demonstram a eficácia de políticas
de prevenção à poluição e medidas de redução do
uso de certos poluentes (vide Energia).1
Mudanças climáticas, chuva ácida, espécies em
extinção, problemas de saúde pública e das zonas
costeiras mortas indicam o acúmulo de resíduos
em níveis intoleráveis pelo planeta. As economias
atuais agem como um sistema linear: a matériaprima e a energia são retiradas do meio ambiente,
usadas em breve vida útil e, então, se tornam
resíduos na atmosfera, na terra ou na água.
A indústria e o transporte respondem por uma grande
porcentagem dos poluentes do ar
Fontes de emissão de poluentes atmosféricos específicos nas regiões da OCDE, 1997
MONÓXIDO DE CARBONO
(CO)
2%
2%
ÓXIDO SULFÚRICO
(SOx)
11%
6%
2% 4%
23%
ÓXIDO DE NITROGÊNIO
(NOx)
COMPSOTOS ORGÂNICOS
VOLÁTEIS (COVs)
5% 4%
11%
17%
5%
44%
52%
28%
85%
TRANSPORTE
65%
ENERGIA
29%
INDÚSTRIA
DOMICÍLIOS
5%
OUTRAS FONTES
© OECD,
2001.
A poluição e a produção de resíduos são causadas por todos os setores da sociedade,
mas o setor de transporte (vide Mobilidade), o setor industrial e o de energia têm importante papel na produção – e, portanto, pode ter papel importante na prevenção – de
algumas formas de poluição. Os combustíveis fósseis abastecem nossas economias; 5090% da poluição dos países industrializados vai para a atmosfera (vide Consumo).2
A poluição continua sendo
um desafio global.
Fatos
■
■
■
■
28
No início dos anos 1990, 400 milhões de
toneladas de resíduos sólidos eram produzidos
ao ano, cerca de 75% destes de países da
OCDE, principalmente na indústria química,
produção de energia, mineração e indústrias
de papel e couro.3
Os gastos com a redução e o controle da
poluição nos EUA variaram de 1,7 a 1,8% do
PIB de meados dos anos 1970 a meados dos
anos 1990, e totalizaram US$122 bilhões em
1994.4
Estima-se que 2-6% do total das doenças
ocorridas em países da OCDE resultem da
degradação do meio ambiente – principalmente dos problemas da qualidade do ar em
centros urbanos e dos produtos químicos
lançados no meio ambiente.5
Custos de saúde relacionados ao meio
ambiente nos países membros da OCDE estão
estimados entre US$50 e US$130 bilhões.6
Inovação M A I S VA LOR C OM M E NO S IM PA C TO
Altos níveis de poluição ameaçam a saúde humana
A concentração dos principais poluentes nas grandes cidades, 1995-1999
QUEM IMPÕE LIMITES:
Beijing, China
DIÓXIDO DE NITROGÊNIO
Calcutá, Índia
DIÓXIDO SULFÚRICO
Cidade do México, México
MATERIAIS PARTICULADOS
Bangcoc, Tailândia
Sofia, Bulgária
Atenas, Grécia
CONCENTRAÇÕES:
Sidney, Austrália
DIÓXIDO DE NITROGÊNIO
Caracas, Venezuela
DIÓXIDO SULFÚRICO
Berlim, Alemanha
TOTAL DE MATERIAIS
PARTICULADOS
Tóquio, Japão
Los Angeles, EUA
Cidade do Cabo, África do Sul
0
100
200
300
400
C O N C EN T R A Ç Ã O
( M I C R O G R A M AS P O R M E T RO C Ú BI C O )
FONTE:
WHO, 1998.
A poluição causa grandes perdas à saúde do ser humano e dos ecossistemas. Em muitas
cidades, os níveis de SO2, NO2 e de material particulado suspenso excede os limites recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A poluição do ar, decorrente em
grande parte da queima de combustíveis fósseis, causa cerca de 500.000 mortes ao ano
e entre quatro e cinco milhões de novos casos de bronquite crônica. O custo da poluição
está estimado em 0,5 – 2,5% do PIB mundial, cerca de US$150 – US$750 bilhões ao ano.7
A gangorra da poluição atmosférica
Relatórios e prestação de contas podem funcionar
E M IS S Õ E S
( M I LH A RES D E TO NEL A DA S )
40,000
35,000
30,000
25,000
20,000
15,000
10,000
5,000
0
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010
FONTE:
ÁSIA (COM EXCEÇÕES)
ESTADOS UNIDOS
REINO UNIDO
ALEMANHA
EM ISS Õ ES
( MI L H A RE S D E TO N EL AD AS )
Emissões tóxicas nos Estados Unidos, 1990-1999
Emissões de S0x em países específicos, 1980-1999,
e projeções de 2000 a 2010
1,200
EMISSÕES
ON-SITE
1,000
EMISSÕES
OFF-SITE
800
600
400
200
0
1990
1993
1996
1999
EMEP, 2000; McDonald, 1999.
FONTE:
Tendências na poluição e emissão de poluentes, como óxido
sulfúrico, mostram direções opostas no mundo desenvolvido e em
desenvolvimento. A poluição por SOx em muitos países da Europa
Ocidental caiu cerca de 75% ou mais desde 1980 e mais de 25%
nos EUA.8 As emissões de enxofre na Ásia (excluindo as antigas
repúblicas soviéticas) devem aumentar de 18 para 48 toneladas
entre 1990 e 2020 (vide Energia).9 A chuva ácida, causada pelo
SOx e outras emissões ácidas de combustíveis fósseis, pode
causar graves impactos na agricultura e nos hábitats naturais.
EPA, 2000.
Leis de responsabilização e a divulgação ao público das descargas tóxicas
nos EUA e em outros países da OCDE indicam que tais medidas podem levar
à redução das descargas. As descargas tóxicas das indústrias monitoradas
desde 1987 pelo Inventário de Emissões Tóxicas (IET) dos EUA caíram quase
pela metade (vide Responsabilidade). Dados referentes a descargas tóxicas de indústrias monitoradas desde 1998 indicam que estas descargas
não apresentam a mesma taxa de redução e ameaçam continuar criando
um perigoso e caro legado tóxico.10 O custo total para restaurar áreas contaminadas em 13 países da OCDE foi estimado em US$330 bilhões.11
T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S
50-90% da poluição
dos países industrializados vai para a atmosfera.
PRO DUÇÃO DE CFC
(MI LHARES DE TONEL ADAS)
A produção de Clorofluorcarbonos em países específicos, 1986-1997
350
ESTADOS UNIDOS
300
JAPÃO
250
ALEMANHA
200
FRANÇA
150
CHINA
100
ÍNDIA
50
0
1988
1990
1992
52
Urbanização
40
Saúde
16
Implicações para as empresas
A história de sucesso do CFC
1986
Responsabilização
1994
1996
FONTE:
UNEP, 1999.
Esforços concentrados para reduzir a poluição industrial têm sido bemsucedidos quando apoiados pela indústria e governo, como no caso do
SO2 e dos clorofluorcarbonos (CFC). A produção de CFC caiu dramaticamente na maioria dos países entre 1986-1996.12 Esforços para repetir
este sucesso com os poluentes orgânicos persistentes (POPs) – associados à grave toxicidade ambiental, distúrbios no aparelho reprodutor
humano, malformações congênitas e câncer – estão em andamento.13
As emissões de poluentes aumentam em todo o mundo e as
melhorias nos países desenvolvidos podem ser ocultadas
pelos resíduos gerados com a industrialização e o consumo
nos países em desenvolvimento. Os resíduos e as emissões
representam perdas e custos às empresas, e uma ameaça às
gerações atuais e futuras e à saúde do ecossistema. A padronização das operações das empresas, as regulamentações
internacionais, os mecanismos legais e as ações da sociedade
civil devem inflacionar ainda mais os custos da gestão de resíduos e aumentar o risco de prejuízos decorrentes da poluição.
A inovação para evitar resíduos, o uso renovável dos recursos
e o desenvolvimento de modelos industriais que capturam e
tratam os resíduos como um insumo para outros processos
pode reduzir custos e aumentar a receita. Abordagens que
podem reduzir emissões e resíduos são as fontes de energia
renovável, a transição para o uso de matérias-primas renováveis ou biodegradáveis e a implantação de complexos
industriais que reutilizam resíduos sólidos e líquidos.
MERCADOS DO AMANHÃ
29
Eficiência
O
crescimento econômico, tanto para empresas como para
um país, tem sempre sido associado ao maior uso de
recursos e produção de resíduos, mas muitas empresas
e economias vêm demonstrando que melhorias na eficiência
podem quebrar este ciclo. Isto pode ser obtido com melhorias
nos processos, na reciclagem de resíduos e produtos, desenvolvimento de produtos que consumam menos matéria-prima,
refabricação e outras abordagens, gerando benefícios para a
competitividade e para os resultados finais. Mesmo desvinculando-se os ganhos em eficiência e o crescimento econômico do
uso total de matéria-prima, a produção de resíduos ainda cresce
em todo o mundo. Países em desenvolvimento costumam usar
menos materiais e gerar menos resíduos per capita que os mais
desenvolvidos; no entanto, empregam materiais de forma menos
eficiente e, como os países desenvolvidos, apresentam maior uso
total de matéria-prima. Mudanças políticas, ganhos econômicos
devido à maior eficiência, a preferência do consumidor por
produtos ambientalmente corretos e os grupos de defesa estão
promovendo melhorias na eficiência das empresas e economias.
O uso de materiais cresce,
a despeito de melhorias no uso de
energia e ecoeficiência.
■
Os EUA reciclam cerca de 65% de seu aço.1
■
Em 2000, a produção primária de alumínio
da Europa foi de 3,8 milhões de toneladas e
a produção de alumínio reciclado foi de 2,25
milhões de toneladas.2
■
A reciclagem de papel em produtos de papel
e fibras aumentou nas últimas três décadas
para cerca de 40% da produção mundial de
papel.3
Economias inteiras estão aumentando a eficiência
Tendências na Necessidade Total de Materiais (TMR, do original) e
no Crescimento Econômico, vários anos
120
TMR PER CAPITA (TONELADAS)
Fatos
100
EUA 1975-1994
ALEMANHA 1991-1996
80
FINLÂNDIA 1975-1997
PAÍSES BAIXOS 1975-1994
60
UE-15 1980-1997
CHINA 1989-1996
40
REINO UNIDO 1975-1997
JAPÃO 1975-1994
POLÔNIA 1992-1997
20
0
■
30
Em 1999, o Brasil reciclou 5,8 bilhões de
latas de alumínio, representando 73% da
produção nacional de latas, alimentando
uma indústria de US$55 milhões.4
Inovação M A I S VA LOR C OM M E NO S IM PA C TO
0
5
10
15
20
25
30
35
PIB PER CAPITA (MILHARES DE US$)
40
45
©Wuppertal
Institute, 2001.
O uso total de materiais na economia de uma nação pode diminuir, mesmo o PIB aumentando.5
Na União Européia (UE), a necessidade total de materiais per capita (TMR, do original: a soma
de todos os materiais importados ou produzidos pelo país, inseridos na economia) mantevese estável entre 1980 e 1996. No entanto, o valor gerado por esse material aumentou
significativamente: o PIB da UE cresceu 40% durante o mesmo período de tempo.Esta tendência não é universal: o PIB per capita da China cresceu moderadamente de 1989 a 1996,
enquanto sua necessidade total de materiais cresceu mais de 50%. Outros países, como a
Finlândia e a Polônia, onde tanto o PIB per capita como a TMR cresceram rapidamente de
1975 a 1997, tiveram poucos ganhos gerais em eficiência.6 Entre 1975 e 1996, a economia
americana demonstrou uma dissociação entre o uso de materiais e o crescimento econômico,
mas o custo total ao ambiente, indicado pelo uso de matérias-primas, ainda aumentou.7
A indústria pode liderar as melhorias em eficiência
U S O I ND U S T RIA L D A EN ERGI A P OR
P A RC E LA DO PIB (KG D E EQ U I V A L E N TE A
P ET R Ó LE O P O R C O NS TA N T E – 1 9 9 5 , U S$ )
Uso industrial da Energia por Parcela do PIB em Países Específicos, 1970-1997
0.7
MÉXICO
0.6
TAILÂNDIA
BRASIL
0.5
AUSTRÁLIA
Exemplos de melhorias em eficiência em indústrias específicas
INDÚSTRIA
ANOS
MELHORIA DE EFICIÊNCIA
POR UNIDADE DE PRODUÇÃO
Índústria Química da União Européia
1985 a 1996
34% menos energia
Índústria Química dos Estados Unidos
1974 a 1998
43% menos energia
0.3
Indústria de Papel Européia
1975 a 1997
50-80% menos água
0.2
Indústria de Papel Européia e Canadense 1990 a 1998
10.5% menos energia
Indústria do Aço em 10 Países da OCDE
20% menos energia
0.4
JAPÃO
0.1
0
1970
1980
1971 a 1991
1990
FONTE:
World Bank, 2001; IEA, 1999.
A eficiência energética industrial melhorou em vários países do mundo.
Ao longo do tempo, esforços significativos de indústrias específicas para
melhorar sua eficiência têm acarretado um menor consumo de energia
para gerar renda. Por exemplo, a indústria química americana reduziu o
FONTE:
OECD, 2001.
consumo de energia em 43% por unidade de produção desde 1975 e a
indústria de papel européia diminuiu seu consumo de água em 50% a
80% por unidade de produção (vide Água).8
T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S
A reciclagem de papel em produtos de papel e fibras
aumentou nas últimas três décadas
para cerca de 40% da produção mundial de papel.
Mercados promissores para a reciclagem e produtos eficientes
Produção total de papel e produção de papel reciclado, 1970-2000
PROD UÇÃO
( MI LHÕES DE TON ELADAS )
250
PAÍSES DESENVOLVIDOS
(TOTAL)
200
PAÍSES DESENVOLVIDOS
(RECICLADO)
150
PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO
(TOTAL)
100
50
0
1970
PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO
(RECICLADO)
1975
1980
1985
1990
1995
2000
FONTE:
FAOSTAT, 2001.
Parte do declínio no volume de resíduos decorrente da atividade econômica deve-se à coleta de
materiais para reuso.9 A reciclagem de papel manteve-se estável ou superou a produção de
papel em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Quarenta por cento do total mundial da
produção de papel reciclado para a fabricação de produtos à base de fibras inclui resíduos gerados tanto por consumidores como por processos de produção.10 Uma maior eficiência no ciclo
de vida de produtos manufaturados advém da coleta de resíduos e da captura de calor para o
reuso, venda ou comercialização dos mesmos. A demanda dos consumidores, o ativismo e as
regulamentações levam os mercados a produzirem produtos energeticamente eficientes:lâmpadas, lava-roupas, refrigeradores e outros eletrodomésticos apresentam melhorias e executam
suas funções usando menos energia. Fatores como preços mais baixos, melhor desempenho,
o custo da eletricidade e a consciência ambiental aumentaram em 10 vezes o volume mundial
de vendas das lâmpadas fluorescentes compactas (LFCs) na última década.11 Infelizmente,
outras tendências são menos positivas, como os altos investimentos no projeto e na comercialização de veículos utilitários esportivos nos EUA e em outros países (vide Consumo).
E nerg ia
24
Á g ua
36
Comu n icaç õ es
44
Implicações para as empresas
O crescimento em muitos países na última década
provou que é possível aumentar o valor e diminuir o
uso de materiais e energia. Apesar de uma maior
eficiência industrial de modo geral, o uso total de
materiais e a geração de resíduos ainda crescem. A
eficiência melhora a competitividade e reduz a danos
ambientais, e à medida que mais empresas melhorem sua eficiência e mais regulamentações forem
estabelecidas para a produção e o consumo, a
vantagem competitiva será conquistada por aqueles
que oferecerem produtos eficientes ao mercado.
Melhorias na eficiência trazem retornos contínuos
para a indústria, e a transferência de tecnologias e
práticas ecoeficientes para economias em crescimento constitui tanto um mercado em crescimento
em si mesmo como um meio para obter a licença
para operar em novos mercados. Empresas de
sucesso neste século focarão os processos produtivos e os modelos de negócios que reciclem
matérias-primas, processos e produtos finais através
da cadeia de valores e do ciclo de vida dos produtos.
MERCADOS DO AMANHÃ
31
Capital Natural
Ecossistemas
Agricultura
Água Doce
32
Capital Natural P R E S E R VA N D O A B A S E DE R E C U R S O S
PRESERVANDO A BASE DE RECURSOS
A economia mundial depende de uma base de
recursos naturais – nosso “capital natural” – que
vem dando sinais de severa degradação. Sem
uma melhoria no desempenho ambiental, as futuras operações das empresas estarão expostas ao
risco de aumento nos preços da água, matériaprima e disposição de resíduos. As empresas que
reduzem o impacto ambiental de suas operações,
produtos e serviços ganharão vantagens competitivas. A proteção da licença para operar em longo
prazo nos mercados existentes e novos mercados
depende de estratégias empresariais que preservem e renovem hábitats naturais e recursos
ambientais críticos.
MERCADOS DO AMANHÃ
33
Destruição da barreira de corais mina economias costeiras
Área regional de barreira de corais, classificada por grau de risco, 1998
ÁR EA T OT AL
(QUI LÔ METR OS QUADR ADO S)
Ecossistemas
O
s ecossistemas – comunidades de espécies
que interagem entre si e com os ambientes físicos onde vivem – representam um capital no
portfólio de recursos naturais que geram nossos meios
de subsistência e bem-estar. Ecossistemas como
pastagens, florestas, áreas costeiras e rios fornecem
alimentos, água, ar, biodiversidade, estabilidade climática, locais de beleza natural e recreação. Processam
nossos resíduos e fornecem empregos e renda: nos
anos 1990, agricultura, florestamento e pesca responderam por, aproximadamente, quatro de cada dez
empregos no mundo, cinco de cada dez empregos em
países do Leste Asiático e Pacífico, e seis de cada dez
empregos na África Subsaariana.1 Em um quarto das
nações do mundo, a agricultura, extração de madeira
e pesca ainda são mais essenciais para a economia
do que produtos industriais. A redução da produtividade agrícola, do abastecimento de água doce e da
produção de madeira tem custado um preço significativo para diversas economias locais.
120,000
BAIXA
100,000
MÉDIA
80,000
ALTA
60,000
40,000
20,000
0
Oriente
Médio
Caribe
Oceano
Índico
Sudeste
Asiático
Pacífico
FONTE:
Bryant et al., 1998.
2
Aproximadamente 150.000km de recifes de corais em todo o mundo encontram-se
em médio a alto risco de degradação, estando a maior ameaça localizada no Sudeste
Asiático e Pacífico. Atividades humanas diretas como pesca excessiva, pesca predatória e poluição e sedimentação a partir de assentamentos humanos, desmatamentos,
indústria e agriculturas são as principais ameaças imediatas.2 “Branqueamento de
corais” é um agente destruidor comum e pode ser um dos primeiros impactos evidentes das mudanças climáticas na biodiversidade.3 A degradação dos ecossistemas de
corais e a conseqüente perda de hábitats de peixes e diminuição do turismo ameaçam
as vidas de algumas comunidades costeiras e nações-ilha dependentes do turismo.4
A capacidade produtiva do planeta
está em declínio.
Fatos
■ Quase
26.000 espécies vegetais — aproximadamente 10% de
todas as espécies conhecidas — estão ameaçadas de extinção.5
Mais de 1.100 espécies de mamíferos, 1.200 de aves, 700 de
peixes de água doce e centenas de répteis e anfíbios estão
também ameaçados de extinção.6
invasoras são um problema global: árvores não nativas no
Cabo Oriental da África do Sul consomem mais água do que espécies nativas e ameaçam cortar, aproximadamente, um terço do
suprimento de água da Cidade do Cabo no próximo século.7
■ Espécies
Perdas de florestas afetam a água doce, a biodiversidade e o clima
Mudanças percentuais na área florestal por região, 1990-2000
Europa
Ásia
América do Norte e Central
Oceania
Média Mundial
América do Sul
África
-10%
-8%
-6%
-4%
-2%
0%
2%
MUDANÇA S NAS ÁREAS (PORCENTUAL)
Estados Unidos perderam aproximadamente 53% de seus
pântanos.8 Estima-se que a recuperação atual das funções naturais
dos Everglades da Flórida – o hábitat, a provisão de água e o
controle de enchentes – deva custar US$ 7,8 bilhões.9
■ Os
1997, o mercado mundial de produtos farmacêuticos derivados
de produtos naturais era estimado em US$ 75 a US$ 120 bilhões.10
■ Em
■A
evolução humana induzida (aquisição de resistência) a algumas
das maiores pragas e patogenias atinge um custo de US$ 50
bilhões para a economia dos Estados Unidos e provavelmente
excedem US$ 100 bilhões.11
34
Capital Natural P R E S E R VA N D O A B A S E DE R E C U R S O S
FONTE:
FAO, 2001.
Entre 1990 e 2000, a África e a América do Sul — regiões de algumas das
maiores florestas tropicais sobreviventes do mundo — perderam respectivamente 8% e 4% de sua área florestal.12 O mundo perdeu uma média de
2% de suas florestas durante essa década13, áreas gigantescas: 16,1
milhões de hectares de florestas perdidos ao ano por desmatamento e transformação em plantações nos anos 1990, sendo 94% dessa área nos
trópicos.14 Florestas são reservatórios de água e filtros, fornecem habitação
e subsistência para populações humanas, e desempenham um importante
papel estabilizador do clima da Terra (vide Água Doce). Aproximadamente,
35-40% do carbono da Terra é armazenado em florestas e as mudanças no
uso do solo (principalmente o desmatamento) liberam por volta de 20% das
emissões anuais de carbono.15
Estarão as frotas explorando recursos marinhos além do ponto de recuperação?
Período de pico na
pesca e percentual
de declínio
Nordeste do
Noroeste do Atlântico
Atlântico -11.9 %
-55.1 %
Atlântico
Oeste Central
Atlântico
-26.9 %
Leste Central
-13.9 %
Nordeste do Pacífico
-18.1 %
Pacífico Leste Central
-13.4 %
Sudeste do
Pacífico
Sudoeste do
-28.5 %
Pacífico
-8.7 %
Sudoeste do
Atlântico
0%
Mar Negro e Mediterrâneo
-25 %
Noroeste do
Pacífico
0%
ANO DE PICO NA PESCA
1968 - 1980
1980 - 1990
1990 - 1997
Pacífico Oeste
Central
-0.9 %
Oceano
Índico do Oeste
0%
NOTA: O percentual reflete o declínio
na pesca a partir do pico em 1997.
O zero indica que a área de pesca
atingiu a atividade máxima em 1997.
Oceano
Índico do Leste
0%
Sudeste do
Atlântico
-67 %
Geographic
FAO, 1999a and b.
PROJEÇÃO:
FONTE:
A indústria pesqueira é uma das maiores no mundo: estima-se o total
pescado em 1997 em US$ 81 bilhões.16 Entretanto, os recursos pesqueiros marinhos dão sinais da pressão pelo excesso de exploração. Os
últimos 20 anos presenciaram grande expansão geográfica das frotas
industriais, intensificação na pesca e tecnologias aperfeiçoadas, mas o
total da pesca industrial permaneceu relativamente constante desde
meados dos anos 1980.17 Frotas pesqueiras maiores têm tido de mudar
continuamente para espécies menos procuradas e regiões menos exploradas uma vez que progressivamente esgotam áreas além de sua
capacidade de recuperação (vide Agricultura).
T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S
Aproximadamente, 26.000 espécies vegetais,
mais de 1.100 espécies de mamíferos, 1.200 de aves,
700 de peixes de água doce e centenas de espécies de
répteis e anfíbios estão ameaçados de extinção.
Área florestal certificada por região, 2000
Europa
América do Norte e Central
1.6
África
1.0
Oceania
0.4
Ásia 0.2
0
10
20
30
24
Popu laç ã o
10
E m i ss õ es
26
Implicações para as empresas
Valorização dos ecossistemas cria novas
oportunidades de mercado
América do Sul
E nerg ia
40
50
Á R E A F L O R E S T AL C E R T I FI C A DA ( M I L H ÕE S D E H E C T A R ES )
FONTE:
FAO, 2001.
Pressões regulatórias, ativismo social e preferências de consumidores estão
levando os produtores e comerciantes a oferecer uma gama de produtos –
madeira, café, frutas e vegetais, vinho e outros – comprovadamente produzidos de forma ambientalmente e ou socialmente responsável (vide
Agricultura). Aproximadamente, 2% das florestas do mundo estão comprovadamente voltadas para o crescimento sustentável e a manutenção de
hábitats para a vida selvagem, da água doce, da biodiversidade e de outros
serviços ecológicos.18 Apesar do ainda pequeno porcentual de mercados supridos por produtos certificados, as taxas de crescimento são bastante altas.
A gestão inteligente do portfólio do capital natural representa interesses e oportunidades para o setor privado. Muitos dos produtos
e serviços fornecidos por ecossistemas não podem ser substituídos por qualquer preço razoável. Visando promover a conservação
dos ecossistemas, há um interesse crescente em tratar produtos
e serviços destes não como mercadorias comuns “gratuitas”, mas
como um patrimônio com valor de mercado. Economias estão
sendo desenvolvidas para os produtos e serviços dos ecossistemas através da criação de novos direitos de propriedade,
mercados para créditos de emissões de CO2, mercados para
produtos de agricultura sustentável, esquemas de preços para
água e outros sistemas de incentivo. À medida que estes mercados afloram, a vantagem competitiva irá para empresas capazes
de reduzir impactos ambientais, de incorporar um desempenho
ambiental em produtos de consumo, de inovar serviços que
protejam e renovem o meio ambiente e que reduzam os custos e
as responsabilidades associadas a danos aos ecossistemas.
MERCADOS DO AMANHÃ
35
Agricultura
O
modo que escolhermos
para produzir alimentos
pode determinar o futuro
de pastagens, florestas, ecossistemas marinhos e outros
ecossistemas. Acompanhar o
crescimento da população e reduzir a desnutrição existente demandará uma produção de alimentos
bem maior e com menos impacto ambiental (vide Nutrição). Há
muitos sinais de pressões sobre o sistema agrícola: erosão do solo,
redução nas taxas de produtividade de cereais, redução drástica nos
estoques pesqueiros e contaminação dos aqüíferos são problemas
comuns em todo o mundo. A devastação de terras para produção
agrícola para atender a demanda por grãos e proteína animal degradou ou destruiu florestas e pastagens. A produção mundial de grãos,
carnes e pescado utiliza mais água, mão-de-obra e terra do que
qualquer outra atividade, tornando a produção de alimentos ecologicamente eficaz uma das principais metas do desenvolvimento
econômico e humano.
Fatos
■ Aproximadamente,
30% da área potencial de florestas temperadas,
subtropicais e tropicais e 40% das pastagens temperadas (pastagens,
savanas e cerrados) foram convertidas para a agricultura.1
■ Áreas
de plantações e pastagens manejadas cobrem, aproximadamente,
28% das terras do planeta, das quais 31% são para plantações e 69%
para pastagens.2
■ Em
1997, a produção de alimentos foi estimada em, aproximadamente, US$
1,3 trilhão ao ano e empregou, aproximadamente, 1,3 bilhão de pessoas.3
■ Represas
construídas para irrigação e geração de energia fragmentam
rios e destroem terras úmidas e hábitats aquáticos. Em 1950, havia 5.750
grandes represas (mais de 15m de altura); hoje, existem mais de 45.000.4
■O
consumo mundial de carne mais que triplicou nas quatro últimas décadas, ultrapassando o crescimento populacional e excedendo 225 milhões
de toneladas métricas por ano; 37% do consumo total de grãos destinase à alimentação animal.5
A produção de alimentos é a base
de muitas economias, mas ameaça
os ecossistemas dos quais depende.
A agricultura depende da qualidade do solo
Grau de degradação do solo
dentro dos agroecossistemas
GRAU DE DEGRADAÇÃO DO SOLO
Nenhum
Baixo
Médio
Alto
Muito alto
Área onde não há agroecossistema
PROJEÇÃO:
Geographic
FONTE:
WRI, 2001.
A agricultura é a fonte primária de emprego e renda para muitos países
em desenvolvimento e gera mais de um terço do PIB em muitos países
de baixa renda.6 A produção agrícola pode ter muito valor, particularmente em áreas densamente povoadas da China, do Sudeste Asiático e
da Europa, e também em partes da África e América do Sul onde cresce
a produção para exportação. Mais da metade da força de trabalho no
Leste, no Sul e no Sudeste Asiático e na África Subsaariana está diretamente envolvida com a agricultura (vide Mão-de-obra). Solos saudáveis
36
Capital Natural P R E S E R VA N D O A B A S E DE R E C U R S O S
são vitais para uma agricultura altamente valorizada, mas grandes áreas
de terra produtiva foram degradadas por um manejo inadequado e efeitos climáticos. A degradação de terras agrícolas (por erosão, salinização,
saturação hídrica do solo, ausência de nutrientes, acidificação e poluição)
ameaça a produção de alimentos e os meios de subsistência.
Mundialmente, mais de 40% de terras agrícolas estão moderadamente
degradadas, 9% estão bastante degradadas e a degradação reduziu a
produção agrícola mundial em, aproximadamente, 13%.7
A confiança nos insumos está crescendo
Consumidores conscientes criam mercados aquecidos
Vendas de produtos orgânicos no varejo,
projeção para 2000 (US$ Milhões)
CO NSU MO D E FER TILIZANTES POR
H ECTAR E D E TERR A P LANTADA (KG/HA)
Consumo de fertilizantes nitrogenados, 1975-1999
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
1975
CHINA
ÁSIA
(INCLUI
CHINA)
AUSTRÁLIA & NOVA ZELÂNDIA,
$229
OUTROS, $48
JAPÃO, $2,500
AMÉRICA
DO NORTE
AMÉRICA
DO SUL
EUROPA, $8,950
ÁFRICA
1980
1985
1990
EUA, $8,000
1995
FONTE:
FAOSTAT, 2001.
À medida que agricultores ganham acesso a avançados insumos de
produção (vide Água Doce), mais fertilizantes nitrogenados e irrigação
são usados para aumentar e manter a produtividade de colheitas. Isto é
particularmente evidente no rápido crescimento e altas taxas de uso de
fertilizantes na China. A produtividade estagnada na África se deve
parcialmente aos muitos agricultores africanos que não têm acesso ou
poder aquisitivo para utilizar fertilização e irrigação eficazes. No entanto,
o esgotamento da água devido a altas taxas de aplicação de fertilizantes
nitrogenados pode transformar rios, lagos e costas em regiões mortas.
FONTE:
Willer and Yussefi, 2001.
Aumentam em todo o mundo normas de certificação para alimentos “orgânicos” – produzidos sem adição de químicos e de acordo
com várias normas para valorização dos ecossistemas e já existe
no mundo um mercado de varejo para produtos orgânicos certificados de US$ 20 bilhões, o qual cresce, aproximadamente, 10%
a 30% ao ano nas nações industrializadas.8 Mais de 130 países,
65 dos quais países em desenvolvimento, produzem esses
alimentos em escala comercial.9
T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S
Aproximadamente, 30% da área potencial de
florestas temperadas, subtropicais e tropicais
e 40% das pastagens temperadas
foram convertidas para a agricultura.
P RO DUÇ ÃO D E P E SCA DO
(M IL HÓ E S D E TO NE LAD AS)
Produção de Aqüicultura e Totais de Água Salgada e Água Doce
Produção de pescado, 1980-1999
160
140
120
100
80
60
40
20
0
1982
1984
TOTAL DE PESCA
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
TOTAL DE AQÜICULTURA
FONTE:
14
S a ú de
16
Consu mo
22
Implicações para as empresas
Fazendas de peixes tornam-se grandes negócios
1980
Nu tr i ç ã o
FISHSTAT, 2001.
A crescente demanda e a produtividade em declínio dos ecossistemas
marinhos e de água doce tem movido a modernização e o rápido crescimento da aqüicultura (vide Ecossistemas). Peixes criados em
fazendas e moluscos cresceram em volume mais de dez vezes desde
1970, passando de 3,5 milhões para 42,8 milhões de toneladas métricas e, em valor, de US$ 12 bilhões em 1984 para US$ 53,5 bilhões em
1999.10 A aqüicultura resolve alguns problemas da pesca excessiva, mas
pode gerar altos custos ambientais pelo uso de terras costeiras, poluição
da água e uso de peixes pescados no oceano para alimentação dos
peixes nas fazendas.
O sucesso obtido na última metade do século em suprir as necessidades mundiais de alimentos foi abalado pela contínua
degradação da capacidade produtiva dos sistemas naturais. O
conceito de sustentabilidade foi descrito como associado aos
“juros” do capital natural sem prejudicar o capital principal. As
maiores ameaças para os ecossistemas são a conversão da terra
e dos hábitats aquáticos para uso agrícola, ou sua destruição por
excesso de colheitas. O modo como produzimos alimentos e fibras
determinará a preservação da biodiversidade e dos ecossistemas.
O setor privado desempenha um importante papel apoiando a
pesquisa agrícola, transferindo conhecimentos, produtos e práticas agrícolas com os quais agricultores podem conservar e
proteger recursos como água, solo e espécies vegetais e animais.
Novas abordagens – de fazendas orgânicas a fazendas de peixes
e engenharia genética – estão transformando o modo como
produzimos e conceituamos alimentos, e também afetam nossa
capacidade de proteger e restaurar recursos naturais vitais.
MERCADOS DO AMANHÃ
37
Água Doce
A
disponibilidade de água é o mais preocupante problema de
recursos no mundo. A água é essencial para todos os seres
vivos, tem moldado as sociedades humanas por milênios e
é a base de atividades como refrigeração, processamento de
alimentos, síntese química e irrigação. A crescente escassez de
água e o alarmante declínio na biodiversidade aquática evidenciam
práticas e políticas falhas em muitas partes do mundo para a proteção do recurso mais importante para a vida. O crescimento
populacional, a industrialização, a urbanização, a intensificação da
agricultura e os estilos de vida altamente dependentes da água
pressionam muito sistemas de água doce, com o uso e a poluição
provocando a escassez da água utilizável. A qualidade da água de
superfície melhorou em muitos países desenvolvidos nos últimos 20
anos, embora a contaminação por nitratos e pesticidas permaneça.
São poucas as informações sobre a qualidade da água em outras
regiões do mundo, mas esta parece estar comprometida em quase
todas as regiões e continua a declinar em áreas de intenso desenvolvimento agrícola e rápida urbanização.
Fatos
■
No século passado, a retirada de água no mundo foi duas vezes
superior ao crescimento populacional.1
■
Mais de 20% das 10.000 espécies de peixes de água doce conhecidas no mundo foram extintas, ameaçadas ou postas em perigo nas
últimas décadas.2 Os fatores que contribuem para a extinção de
peixes de água doce incluem alterações de hábitats (71%), espécies
não-nativas (54%), pesca excessiva (29%) e poluição (26%).3
■
Em 60% das cidades européias com mais de 100.000 habitantes, a
água subterrânea está sendo retirada em taxa superior à que pode
ser restabelecida.4 Entre as cidades que sofreram quedas aqüíferas
de 10 a 50 metros, incluem-se Cidade do México, Bangcoc, Manila,
Pequim, Madras e Xangai.5
■
A precificação da água é uma clara tendência nos países desenvolvidos; 17 de 18 países da OCDE pesquisados mostraram aumentos
anuais nos preços da água para uso doméstico nos anos 1990.6
Dentre as diversas necessidades humanas,
a água doce é cada vez mais escassa.
Irrigação de plantações domina a retirada de água no mundo
Áreas plantadas irrigadas como percentual do total de áreas
plantadas, 1961-1997
Á RE A S PL ANT A DA S I R R I GA D A S
( PO R C E NT U AL DO T OT AL D E Á R EA S P L A N T A DA S )
Retirada de água por setor, vários anos, 1982-1997
Mundo
América do Sul
Américas do Norte & Central
África
Europa
Ásia
0
20
40
60
80
100
R E T I R A D AS (P O R CE N T U A L D O T O TA L )
AGRÍCOLA
INDUSTRIAL
DOMÉSTICA
NOTA: Alguns totais podem não somar 100 devido a estimativas
35
ÁSIA (EXCL.
ORIENTE MÉDIO)
30
ORIENTE MÉDIO
& ÁFRICA
25
AMÉRICA CENTRAL
& CARIBE
20
MUNDO
15
AMÉRICA DO SUL
10
ÁFRICA
SUBSAARIANA
5
0
1961
1966
1971
1976
1981
1986
1991
1996
a respeito da evaporação dos reservatórios.
FONTE:
Shiklomanov, 1997.
7
Setenta por cento da água doce retirada destina-se à agricultura. A
ineficiência é abundante no uso da água e agrava os problemas de
escassez; mais da metade da água retirada para irrigação nunca atinge
a plantação a que se destina devido a vazamentos e à evaporação.8 Uso
38
Capital Natural P R E S E R VA N D O A B A S E DE R E C U R S O S
FONTE:
World Bank, 2001.
excessivo de insumos agrícolas, como fertilizantes químicos, pesticidas
e adubos, contamina os suprimentos de água com nutrientes como
nitratos, fósforo e metais pesados, que podem causar problemas significativos à qualidade da água (vide Agricultura).9
Por volta de 2025, 40% da população mundial viverá em regiões com escassez de água
Suprimento renovável de
água projetado por pessoa
por bacias de rios, 2025
SUPRIMENTO DE ÁGUA ANUAL
RENOVÁVEL (M"/ PESSOA/ ANO)
<500
500 - 1,000
1,000 - 1,700
1,700 - 4,000
4,000 - 10,000
>10,000
Nenhuma Informação disponível
NOTA: As bacias destacadas deverão ter
uma população de mais de 10 milhões
de pessoas em 2025 e sofrerão ou estarão perto de sofrer escassez de água.
FONTE:
Grandes áreas do mundo sofrem de “estresse de água”, definido como menos
de 1.700m3 ao ano por pessoa.10 Em áreas onde o suprimento de água cai
abaixo de 1.000m3 por pessoa, a falta d’água interrompe a produção de
alimentos e o desenvolvimento econômico, a menos que a região seja suficientemente próspera para aplicar novas tecnologias para conservação e
PROJEÇÃO: Geographic
CIESIN, 2000; Fekete et al., 1999.
reutilização. Em torno de 2,3 bilhões de pessoas, 41% da população mundial,
vivem atualmente em áreas com “estresse de água”. Por volta de 2025,
prevê-se que 3,5 bilhões estarão vivendo em tais áreas.11 A escassez de água
também leva a conflitos entre áreas mais e menos desenvolvidas e a tensas
relações entre países que compartilham hidrovias ou bacias hidrográficas.12
T E N D ÊRNC
E LIAT
A SE DC OR
T RREENLDATA S
No século passado,
a retirada de água no mundo foi duas vezes
superior ao crescimento populacional.
P O P ULA ÇÃ O C O M A C E S S O À
Á G UA T R A TA D A ( P O R C E N TU AL )
Acesso a fontes de água de melhor qualidade, 2000
100
80
60
40
20
Mundo
Leste
Asiático
& Pacífico
POPULAÇÃO URBANA
América
Latina
& Caribe
Oriente Sul Asiático África
Médio &
Subsaariana
Norte da África
POPULAÇÃO RURAL
FONTE:
16
E f ici ê n cia
28
Pr i v atizaç ã o
54
Implicações para as empresas
Melhora o acesso à água potável, mas muitos
ainda são excluídos
0
S a ú de
World Bank, 2001.
Mais de um bilhão de pessoas, a maioria em áreas rurais, carecem de
acesso a suprimento de água potável e mais de 2,5 bilhões de pessoas
não têm acesso a instalações sanitárias adequadas.13 Água impura e
falta de higiene impõem custos enormes à saúde das populações com
doenças evitáveis, como os anuais 1,5 bilhão de casos de diarréia em
crianças menores de 5 anos, resultando em 3,3 milhões de mortes (vide
Saúde).14 O tracoma, uma bactéria aquática, causou cegueira em 6
milhões de pessoas, e parasitas aquáticos ocasionaram 700 milhões de
casos de lombriga fixada e 1,3 bilhão de casos de ascaris lumbricóides.15
As pressões sobre os suprimentos de água doce prenunciam custos
ascendentes no acesso à água e uma necessidade urgente de mais
eficiência em seu uso. Suprimentos de água reduzidos dificultarão o
estabelecimento de empresas que precisam de alto consumo de água
em regiões áridas e aumentarão os custos relacionados à água em
todos os lugares. Preços crescentes para uso da água podem sinalizar
aos consumidores que a conservação é boa para o meio ambiente, além
de estimular investidores a alocarem fundos para uma infra-estrutura
essencial de água. É difícil refletir os custos reais da água em função
dos subsídios que incluem investimentos públicos em projetos de irrigação, da precificação da água para irrigação, da infra-estrutura urbana e
industrial, e dos danos ambientais por uso excessivo da água e poluição.
O uso mais eficiente da água industrial e o maior envolvimento do setor
privado na gestão deste recurso são fatores promissores. A redução do
uso da água, sistemas de reutilização e a eliminação do desperdício
podem diminuir seus custos, os custos da energia para bombeamento e
filtragem e do tratamento da água de esgotos. A escassez de água pode
criar um novo campo para diferenciação das empresas – aquelas com
processos ou produtos eficientes em relação à água podem obter
grande flexibilidade operacional e estruturas de custos mais competitivas num mundo pressionado pela necessidade de água.
MERCADOS DO AMANHÃ
39
Conexões
Urbanização
Mobilidade
Comunicações
Mão-de-obra
40
Conexões FA Z E N D O
N E G Ó C IO S N U M M U N D O IN T E R LIG A D O
FAZENDO NEGÓCIOS
NUM MUNDO INTERLIGADO
Vivemos em um mundo de mudanças rápidas
e crescente densidade de redes humanas e
tecnológicas. As pessoas se concentram em
cidades com maior acesso às redes de informação e transporte. A informação e o
conhecimento se propagam à velocidade da
luz e as pessoas e mercadorias viajam ao
redor do globo como nunca antes. Nesse
mundo integrado, as empresas têm um papel
crucial no desenvolvimento econômico, na
saúde das cidades, numa mobilidade eficiente
e acessível, e na expansão da base de trabalhadores e consumidores capacitados.
MERCADOS DO AMANHÃ
41
O nascimento da “megacidade” de 20 milhões
de habitantes
Porcentual Urbano do Total da População, 1975-2015
P OPU LAÇÃO URB ANA (P ORCENTUAL
DO TOTA L DA POPULAÇ ÃO)
Urbanização
E
stá em curso um forte crescimento das áreas urbanas no mundo –
resultado do crescimento populacional nas cidades, da migração ruralurbana, da degradação ecológica dos campos, da transferência da
força de trabalho da agricultura para a indústria, investimento público preferencial nas cidades e não nas áreas rurais e de mudanças políticas. As pessoas
são atraídas das áreas rurais para as cidades à procura de empregos e maior
acesso à educação, serviços de saúde, transporte e mercados. Inúmeras grandes cidades se transformaram em “megacidades” – áreas metropolitanas de
mais de 10 milhões de pessoas – embora pequenas e médias cidades permaneçam a residência da maioria dos moradores urbanos.1 O ritmo e a escala
atuais do crescimento urbano pressionam a capacidade de muitos governos
locais e nacionais de fornecerem serviços básicos aos moradores. Com estratégias de desenvolvimento adequadas e investimentos em infra-estrutura,
áreas urbanas no mundo em desenvolvimento podem se tornar mercados
importantes e prontamente acessíveis e oferecerem, também, acesso ao setor
privado de uma força de trabalho mais bem instruída e saudável do que as
áreas rurais. No entanto, sem investimentos significativos em infra-estrutura,
as cidades podem se tornar incubadoras para smog, crimes, água poluída,
doenças e áreas sem saneamento capazes de colocar em perigo a saúde
humana, a produtividade e a base de recursos naturais.
90
80
REGIÕES
MAIS
DESENVOLVIDAS
70
60
50
40
30
20
MUNDO
REGIÕES
MENOS
DESENVOLVIDAS
10
0
1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015
FONTE:
UN Population Division, 1999.
O aumento no número de megacidades foi particularmente notável nas últimas décadas. Em 1950, apenas Nova Iorque tinha mais
de 10 milhões de habitantes, e Paris, Moscou, Essen, Buenos
Aires e Chicago estavam entre as dez maiores cidades. Hoje existem 19 cidades com mais de 10 milhões de habitantes; em 2015,
estima-se que sejam 23, e algumas, em breve, excederão 20
milhões de pessoas. Muitas das maiores cidades estão hoje em
países em desenvolvimento na Ásia, África e América Latina.2
O crescimento urbano concentra
oportunidades de negócios
e desafios sociais.
Fatos
Viver em um mundo urbanizado
volta de 2010, mais de 50% de todas as pessoas viverão em áreas
urbanas. Nos países em desenvolvimento, a proporção de moradores
urbanos crescerá de menos de 20% em 1950 para mais de 40% em
2010.3
■ Das
cidades com população maior que 750.000 que crescem mais rapidamente no mundo, 2% se localizam em países de alta renda, 40% estão em
países de média renda, e 60% estão em países de baixa renda. Na Ásia
estão 60% dessas cidades; na África, 25%; e na América Latina, 15%.4
atual adição de 60 milhões de novos cidadãos urbanos por ano equivale
a somar outra Paris, Pequim ou Cairo a cada mês.5
■A
conseqüências da poluição atmosférica urbana para a saúde são graves:
a cada ano, matéria particulada suspensa no ar pode ser responsável por
460.000 mortes prematuras e o SO2, por 70.000 mortes prematuras.6
■ As
■ Cidades
de nações em desenvolvimento geralmente carecem de adequada
disposição do lixo sólido: em cidades do Norte da África, 20 – 80% do lixo
sólido é descarregado em depósitos abertos.7
■ Projeções
sobre lixo sólido municipal na Ásia prevêem um crescimento de
2,7 milhões m3 ao dia em 1999 para 5,2 milhões m3 ao dia em 2025. A
gestão do lixo sólido asiático custa US$ 25 bilhões por ano.8
42
Conexões FA Z E N D O
N E G Ó C IO S N U M M U N D O IN T E R LIG A D O
População Urbana Mundial por tamanho de cidade, 1975 -2015
P OP U LAÇÃO URBANA ( M IL H Õ ES)
■ Por
4,000
3,500
TAMANHO DA CIDADE:
10 MILHÕES
OU MAIS
3,000
5 A 10 MILHÕES
2,500
1 A 5 MILHÕES
2,000
500.000 A
1 MILHÃO
1,500
1,000
MENOS DE
500.000
500
0
1975
1985
1995
2005
2015
FONTE:
UN Population Division, 1999.
O crescimento urbano começou há muito no mundo desenvolvido,
onde, aproximadamente, 76% das pessoas hoje vivem em áreas
urbanas. A proporção de moradores urbanos no mundo em desenvolvimento é bem menor, mas o crescimento nas últimas duas
décadas foi muito rápido (vide Riqueza). O crescimento urbano
mais acelerado ocorreu em cidades de tamanho intermediário diversas, com populações de 1 a 5 milhões, as quais cresceram por volta
de 80% nos últimos 20 anos,9 como Fênix, Estados Unidos (2,6
milhões), Shenzhen, China (1,1 milhão), e Cidade da Guatemala,
Guatemala (3,2 milhões). Muitos países direcionam seus recursos
para seus maiores centros urbanos, abandonando cidades menores
e áreas rurais em termos de infra-estrutura e serviços.
As maiores cidades do mundo
As pessoas e os seus impactos estão congestionando zonas costeiras
Presente e Futuro
2000 POPULAÇÃO DAS CIDADES (milhões)
1
Tóquio, Japão
26.4
2
Cidade do México, México 18.1
3
Bombaim, Índia
18.1
4
São Paulo, Brasil
17.8
5
Nova York, EUA
16.6
6
Lagos, Nigéria
13.4
7
Los Angeles, EUA
13.1
8
Calcutá, Índia
12.9
9
Xangai, China
12.9
10
Buenos Aires, Argentina
12.6
NÚMERO TOTAL DE MEGACIDADES: 19
Os maiores centros de
população urbana,
Projetados para 2015
5 a 10 milhões
mais do que 10 milhões
2015 POPULAÇÃO DAS CIDADES (milhões)
1
Tóquio, Japão
26.4
2
Bombaim, Índia
26.1
3
Lagos, Nigéria
23.2
4
Daka, Bangladesh
21.1
5
São Paulo, Brasil
20.4
6
Karachi, Paquistão
19.2
7
Cidade do México, México 19.2
8
Nova York, EUA
17.4
9
Jacarta, Indonésia
17.3
10
Calcutá, Índia
17.3
NÚMERO TOTAL DE MEGACIDADES: 23
FONTE:
PROJEÇÃO:
FONTE:
Geographic
ESRI, 2001.
Aproximadamente, 3,2 bilhões de pessoas (mais de 50% da população mundial) vivem nos 200 quilômetros próximos a uma costa e estima-se que por volta de 2025 a proporção de moradores costeiros
será superior a 75%, ou um total estimado de 6,3 bilhões de pessoas.10 Populações costeiras crescentes e grandes áreas urbanas pavimentadas geram cargas poluentes e sedimentares mais pesadas
que afetam a capacidade dos ecossistemas costeiros de fornecer produtos e serviços como proteção
da costa, pescados saudáveis, filtragem da água e locais para recreação e turismo (vide Água doce).
UN Population Division, 1999.
A atual adição de 60 milhões de novos cidadãos urbanos
por ano é equivalente a adicionar a população urbana
de Paris, Pequim ou Cairo a cada mês.
Comparação de Estatísticas Urbano-Rurais, Países Selecionados 1996-2000
VIETNÂ
TANZÂNIA
Urbana
Rural
Urbana
Rural
Urbana
Rural
63
104
32
48
122
151
73
14
86
70
98
86
58
45
79
74
29
12.4
8.3
5.8
8.1
5.4
5.7
2.1
Mortalidade abaixo de 5 anos
(POR 1.000 NASCIMENTOS)
Acesso a Saneamento Adequado
(PERCENTUAL DE MORADORES)
Atualmente Usando Contracepção
(PERCENTUAL DE TODAS AS MULHERES)
Escolaridade Média em Anos
(HOMENS)
NOTA: As informações sobre saneamento são de 2000 (todos os países). Todas as outras informações sobre a
Índia são de 1998-99; sobre o Vietnã, de 1997; e sobre a Tanzânia, 1996.
FONTE:
S a ú de
16
Á g ua
36
Pr i v atizaç ã o
54
Implicações para as empresas
O abandono da zona rural torna as cidades atraentes
ÍNDIA
T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S
Demographic and Health Survey, 1996, 1997 and 1999; World Bank, 2001.
Os exemplos desta tabela mostram que os residentes rurais podem ter
boas razões para migrar para áreas urbanas. Residentes urbanos tendem
a aproveitar melhor o acesso à água potável, ao saneamento, aos serviços
de saúde, aos empregos e às oportunidades educacionais, do que seus
pares rurais. Ao mesmo tempo em que tais benefícios geralmente não se
estendem aos grupos mais pobres numa cidade, as chances de obter
acesso são geralmente melhores do que
nas áreas rurais.
Na próxima década, mais de metade da população mundial
viverá em áreas urbanas. As empresas sempre se beneficiam
com o crescimento das áreas urbanas e o conseqüente aumento
na demanda por energia e infra-estrutura e na concentração de
mão-de-obra e consumidores. A maior mudança nas populações
urbanas ocorrerá nos países em desenvolvimento, que enfrentarão novos desafios, mas, também, reduzirão os custos para
atender às necessidades dos consumidores. Sustentar e capitalizar essas oportunidades demandará estratégias de negócios e
parcerias público-privadas que tornem as cidades melhores
lugares para trabalhar, gerenciar um negócio e viver. Um melhor
planejamento do uso do solo, serviços de saúde, educação e
serviços de água e saneamento são prioridades urbanas que
estão além da capacidade de muitos governos locais sem a
parceria com o setor privado.
MERCADOS DO AMANHÃ
43
Mobilidade
D
evido ao acesso crescente às estradas, aos carros,
transportes públicos e a aviões, a mobilidade dos
aos seres humanos é cada vez maior. A maioria
das pessoas ainda caminha ou usa bicicletas para ir ao
mercado, trabalho ou escola e milhões de toneladas de
produtos são transportados nas costas de pessoas, em
carroças e carrinhos de mão. O transporte é essencial
para o desenvolvimento econômico e empresarial. A mobilidade permite a divisão do trabalho, o crescimento
urbano, o comércio de matérias-primas, um transporte de
carga mais rápido e barato e a rápida transferência de
empregados. O fluxo global de pessoas diversifica os
locais de trabalho e os mercados e favorece os canais
formais e informais para troca de conhecimento e informação. Toda essa mobilidade cria uma grande demanda
por energia e infra-estrutura. Mas uma mobilidade menos
poluidora e mais eficiente é um desafio e também uma
oportunidade para as empresas.
O homem está mais móvel e
isso acelera o fluxo de bens e conhecimentos
e aumenta a demanda por energia e infra-estrutura.
Fatos
■
■
■
44
Transporte de carga de baixo custo estimula mercados internacionais
Em 1997, 54% do petróleo comprado por países da
OCDE foi para transporte, com 62% projetados para
2020.1
Com pequena variação através do mundo, as pessoas
gastam, aproximadamente, uma hora por dia em trânsito, apesar de aquelas com maiores rendas viajarem
maiores distâncias.2
O transporte de pessoas e produtos é responsável
por, aproximadamente, um quinto do consumo
mundial de energia. Dois terços da demanda de energia para o transporte nos países da OCDE provêm das
viagens de passageiros.3
■
O transporte oceânico de carga praticamente dobrou
desde 1975.4
■
A mobilidade das populações e de indivíduos de alto
risco, como motoristas de caminhões de carga, é um
fator significativo na disseminação do HIV/AIDS no
sul e leste da África.5
Conexões FA Z E N D O
N E G Ó C IO S N U M M U N D O IN T E R LIG A D O
Demanda de Transporte Oceânico, 1975-1995 (trilhões de ton-km)
PETRÓLEO CRÚ &
DERIVADOS
TRANSPORTE
DE CARGA SECA
1975
15.7
5.0
1980
14.7
6.6
1985
8.3
7.2
1990
12.6
8.5
1995
15.0
9.4
ANO
TRANSPORTE
DE CARGA GERAL
TOTAL
PORÇÃO CONTEINERIZADA
DO TRANSPORTE DE CARGA
4.5
25.2
0.0%
6.0
27.3
20.7%
5.6
21.1
30.1%
6.5
27.6
35.1%
8.1
32.5
43.7%
FONTE:
WBCSD, 2001.
O transporte fretado vem crescendo e consome, aproximadamente, 43% do
combustível de transporte, ainda que a despesa de envio geralmente adicione
menos de 1% ao custo de um item. Um maior uso de contêineres, navios oceânicos maiores e menores custos de combustíveis formam uma combinação para
reduzir este custo de envio e motivarem uma economia global. O comércio de
frete traz valor aos negócios e à qualidade de vida dos indivíduos, ainda que
também leve à degradação ambiental e outros problemas sociais.
Transportadores fretados – navios oceânicos, caminhões, aviões, trens e barcaças – contribuem para a poluição da água e do ar, alteram hábitats, aumentam
o movimento de espécies invasoras e desempenham um papel no crescente
congestionamento urbano (vide Ecossistemas).6
As viagens crescem em todos os lugares
Aumento no Tráfego Rodoviário em Países
Específicos, 1990-1999
Estados Unidos
França
Espanha
Estados Unidos 0%
França
Espanha
Polônia
Tailândia
Polônia
Tailândia
República da Coréia
República da Coréia
Equador
Hong Kong, China 10.8
Quênia 6.2
Níger
Equador
Hong Kong, China
Quênia
1,000
2,000
3,000
0
50
FONTE:
500
0
1974
1978
1982
1986
1990
1994
1998
World Bank, 2001.
Consumo de Energia pelo setor de Transporte no Mundo, 1971-1996
1,400
1,200
100
1,000
80
800
60
600
40
400
20
200
V IA G ENS RODOV IÁRI AS
(M ILH ÕE S DE T OE)
RODOVIA
120
AÉREO
D O M É S TI C O
AÉREO
I N T E RN A C I O N A L
FERROVIA
0
1981
1986
1991
1996
FONTE:
World Bank, 2000.
T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S
E nerg ia
24
Prosper idade
12
Demo cracia
50
Implicações para as empresas
O transporte motiva a sede de combustível da sociedade
140
FONTE:
mais veículos per capita do que um país médio de baixa renda, mas a
propriedade de veículos triplicou nos países de baixa renda nos últimos 17
anos.10 Países como Camboja, El Salvador, Coréia do Sul e Tailândia mais
do que duplicaram o tráfego rodoviário (número de veículos multiplicado
pela distância média que percorrem) entre suas fronteiras entre 1990 e
1999 (vide Consumo).11
Transporte de pessoas e mercadorias
é responsável por, aproximadamente,
um quinto do consumo mundial de energia.
V IA G ENS AÉ R E AS E F ER R OVI ÁRIA S
(M ILH ÕES DE T OE)
1,000
100 150 200
As viagens rodoviárias e aéreas aumentaram dramaticamente nas últimas
décadas, embora parcela relativa ao trânsito de massa tenha declinado
em quase todos os lugares.7 Viagens aéreas de passageiros quase triplicaram nos últimos 25 anos e espera-se que tripliquem de novo nos
próximos 20 anos.8 O número de veículos motorizados no mundo cresce
por volta de 3% ao ano.9 Países ricos têm, aproximadamente, 60 vezes
1976
1,500
AUMENTO DO TRÁFEGO RODOVIÁRIO
(PERCENTUAL)
TRÁFEGO RODOVIÁRIO
(BILHÕES DE VEÍCULOS-QUIL ÔMETROS)
0
1971
2,000
Níger
0.2
0
Número Global de Passageiros Aéreos,
1974-1998
V I AGE NS D E P A S SA G E I R O S
( B IL HÕ ES )
Tráfego Rodoviário Total em Países
Específicos, 1999
IEA, 1999.
A mobilidade crescente provocou um dramático crescimento no uso da energia, emissões de gases de efeito estufa e outras formas de poluição (vide
Emissões). Em 1997, o transporte marinho internacional utilizou o equivalente
a 132 milhões de toneladas de petróleo.12 Uma indicação de um mundo em
movimento é o aumento de 80% na energia usada pelo transporte aéreo no
mundo e o crescimento de quase 120% na energia global destinada ao transporte rodoviário entre 1971 e 1997.13 O transporte rodoviário hoje representa
80% do uso total de energia para o transporte, sendo a maior parte da crescente demanda no Leste Europeu, na China e no Sudeste Asiático.14
A crescente mobilidade cria um dia internacional de trabalho de
24 horas que põe os trabalhadores na estrada e acelera a
mudança econômica e social. O transporte também move
conhecimento, doenças, ameaças à segurança pública e movimentos sociais. A mobilidade abre oportunidades de mercado e
também permite o ingresso de novos concorrentes. A mobilidade
sustentável é uma das áreas de maior importância para investimentos das empresas e inovação, uma vez que as empresas
correm para criar veículos de combustíveis alternativos mais
baratos e eficientes para sistemas de fretamento e trânsito. Além
de projetar tecnologias eficientes, o setor empresarial desenvolve
um papel em conjunto com o setor público para idealizar um
acesso fácil e eqüitativo à mobilidade. As novas tecnologias
somente funcionarão em conjunto com mudanças na forma
como as instituições públicas tratam os custos reais da infraestrutura associada à mobilidade e do uso da energia. Instalar
atividades de negócios próximas do transporte público, criando
ligações com os terminais de transporte existentes e fornecendo
incentivos aos funcionários para usarem sistemas de locomoção
públicos ajuda a encorajar o uso e o desenvolvimento do transporte público energeticamente eficiente.
MERCADOS DO AMANHÃ
45
Comunicações
O
acesso ao telefone e à Internet está se expandindo rapidamente, embora ainda
seja limitado em muitas partes do mundo. À medida que a Internet cresce, une
mercados e comunidades, facilita a troca de conhecimento e serviços pelo
mundo e a movimentação de pessoas e mercadorias. A aplicação de tecnologias de informação e comunicação ajuda o setor privado a criar novas empresas, reduzir os custos de
transações e melhorar a eficiência da cadeia de suprimentos. Redes digitais podem
melhorar a produtividade e permitir que as pessoas participem de decisões que afetam
suas vidas – do uso de recursos naturais à política. No mundo em desenvolvimento,
estas tecnologias podem permitir que bilhões de pessoas venham a participar da economia mundial ao quebrar as barreiras físicas entre as pessoas, mercados distantes e
empregadores (vide Mão-de-obra). As tecnologias de informação e comunicação
prometem oportunidades significativas para os países em desenvolvimento de criar novas
vias de desenvolvimento. As companhias estão criando novos modelos de negócios para
interligar vilas rurais com tecnologias “wireless” de baixo custo, possibilitando uma
eficiente microlocação pela utilização da tecnologia da informação, e estabelecer centros
multifuncionais de Internet para educação básica, treinamento de força de trabalho, locação para pequenos negócios e informação agrícola.1 A Internet também viabiliza a criação
de novos negócios no setor de serviços, do processamento interno da informação a “call
centers” clientes e empresas capazes de fornecer meios de vida alternativos para as
indústrias tradicionais de manufatura e extração de recursos.
O acesso a tecnologias de informação
e comunicação promove oportunidade.
Fatos
■
Quem está utilizando a Web?
Mais da metade dos cidadãos do mundo nunca usou um telefone, 7% têm acesso a um computador pessoal e apenas 4%
têm acesso à Internet.2
■
Hoje, mais de 400 milhões de pessoas usam a Internet, sendo
que há apenas 5 anos eram 20 milhões. Por volta de 2005,
prevê-se 1 bilhão de usuários da Internet.3
■
Em 2000, havia 214 países conectados à Internet – em 1993
eram 60, e apenas oito em 1988.4
■
O uso da Internet se expandiu mais de 30% ao ano na América
Latina desde 1998.5
Número total de usuários de Internet (em Milhões), 2000
AMÉRICA LATINA E CARIBE, 18
EUROPA, 105
AMÉRICA DO NORTE, 108
OCEANIA , 8
ÁFRICA, 5
ÁSIA, 118
FONTE:
46
■
Estimativas sobre o comércio eletrônico global em 2000 variam
consideravelmente, mas a maioria se aproxima de US$ 200 bilhões.6
■
A “parte do leão” dos dólares do comércio eletrônico vem do
setor “business-to business”, que deverá atingir de US$ 1,2
trilhão a US$ 10 trilhões em 2003.7
■
Nos Estados Unidos, 20 horas por mês de acesso à Internet
custam, aproximadamente, 1% da renda média, comparando-se a
15% no México, 278% em Bangladesh e 614% em Madagascar.8
Conexões FA Z E N D O
N E G Ó C IO S N U M M U N D O IN T E R LIG A D O
International Telecommunications Union, 2001.
A América do Norte, Europa e Ásia têm, aproximadamente, 100 milhões
de usuários da Web cada.9 As taxas de penetração aproximadas (usuários por 1.000 pessoas) de 35% na América do Norte são
significativamente maiores do que as da Europa (14%), Ásia (3%),
América Latina (3%) e África (1%).10 Quando acabar esta “divisa digital”, proporcionalmente o maior uso da Internet será dos países em
desenvolvimento, embora o acesso à Internet ainda deva permanecer
fora do alcance da maioria dos pobres do mundo por décadas.
O surgimento de um mundo conectado
Número de PCs, linhas telefônicas e telefones celulares a cada 1.000 pessoas, 1988-1998
PAÍSES DE MÉDIA E BAIXA RENDA
PREVALÊN CIA
(A CADA 1.000 P ESSOAS)
PAÍSES DE ALTA RENDA
600
500
400
300
200
100
0
1988 1990 1992 1994 1996 1998
70
60
50
40
30
20
10
0
1988 1990 1992 1994 1996 1998
LINHAS
TELEFÔNICAS
PCs
TELEFONES
CELULARES
FONTE:
Embora começando de uma base pequena, a conectividade
via telefones e computadores cresce mais rapidamente nos
países em desenvolvimento.11 A aplicação de tecnologias de
informação e telecomunicações prometem ajudar as
economias emergentes a ultrapassar padrões tradicionais
World Bank, 2000.
de desenvolvimento em favor de vias econômicas de alta
tecnologia e eficiência (vide Privatização). No entanto, os
usuários da Internet precisam ser alfabetizados e será mais
difícil vencer o problema do analfabetismo em regiões como
o Sul Asiático e África Subsaariana (vide Educação).
T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S
Mais da metade dos cidadãos do mundo nunca usou
um telefone, 7% têm acesso a um computador pessoal,
e apenas 4% têm acesso à Internet.
Responsabi l izaç ã o
52
Demo cracia
50
Educaç ã o
18
Provedores de Internet proliferam no mundo
Implicações para as empresas
Número de provedores de Internet a cada 10.000 pessoas,
1994-2000
A revolução das telecomunicações pode acelerar a transição de uma economia
baseada em recursos naturais para uma economia baseada no conhecimento.
Tecnologias digitais podem criar ganhos na eficiência transacional, melhores
controles de manufatura, alternativas para o papel, e logística e produção
energeticamente mais eficientes – ajudando as empresas a se tornarem mais
sólidas ambientalmente, além de fornecer meios para informar os compradores sobre os impactos ecológicos dos produtos.13 A conectividade pode ligar
os pobres do mundo à economia internacional e a oportunidades de empreendimento e educação. O uso inovador da Internet, combinado com softwares
projetados para usuários analfabetos e equipamentos sem fio, alimentados por
energia solar de baixo custo, já estão aumentando a renda nos países em
desenvolvimento.14 Tecnologias de comunicação recentes podem também
equilibrar o poder entre pessoas, corporações e nações, pois permitem que
empresas, governos e sociedade civil se analisem e compartilhem informações. Porém, a Internet pode também criar um “efeito rebote” negativo. Custos
mais baixos e um desenvolvimento econômico de sucesso aumentarão os
níveis totais de consumo e impactos ambientais a menos que haja inovações
nos produtos e processos para uma produção e consumo sustentáveis.15 Além
disso, se não forem dados passos para garantir o acesso generalizado às
tecnologias digitais, a Internet pode exacerbar as desigualdades existentes e
fortalecer os monopólios.
PAÍSES DE ALTA RENDA
P RO VE D OR ES DE I N T E R N E T
( A C AD A 1 0. 00 0 P E SSO AS )
1,000
900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
1994
PAÍSES DE RENDA MÉDIA
PAÍSES DE BAIXA RENDA
15
10
5
1996
1998
2000
0
1994
1996
FONTE:
1998
2000
World Bank, 2000.
Através do mundo, o número de provedores de Internet a
cada 10.000 pessoas – um indicador não tão preciso do
“tamanho” da Web – cresceu 500% de 1996 a 2000. Países
de alta renda dominam completamente esse indicador, com
aproximadamente 1.000 provedores a cada 10.000 pessoas;
países de renda média têm por volta de 13 provedores a cada
10.000 pessoas, e países de baixa renda apenas 0,5.12 Há
exceções como América Latina e Caribe, onde existem 30
provedores a cada 10.000 pessoas. Porém, nas regiões em
desenvolvimento, cada conexão pode atender a muitos
membros de uma única comunidade.
MERCADOS DO AMANHÃ
47
Mão-de-obra
A
Acabando com a diferença dos sexos nos mercados de trabalho
Emprego para mulheres por percentual da população, países específicos, 1990-2000
P R O PO R Ç Ã O D E M ULH E R E S
E M I DA D E D E T R AB A L H O N A F O R Ç A
DE T R A B A LH O ( P O RC E N T U A L )
força de trabalho global está crescendo e mais mulheres saem da
informalidade em função da industrialização dos países em desenvolvimento. Quase
todo o crescimento projetado de mão-de-obra
para 2025 virá de países de baixa e média
renda e os empregos demandarão habilidades
exigidas pelas manufaturas, pela tecnologia e
por indústrias da informação.1 A concorrência
global alimentada por um comércio mais
aberto, investimentos estrangeiros, privatização, terceirização de produção e crescimento
das exportações prenuncia um futuro díspare
para os trabalhadores ao redor do mundo –
perda de empregos em algumas áreas e crescimento em outras. Estas mudanças também
ressaltam as vantagens que a educação
proporciona aos trabalhadores e criam mais
oportunidades para as mulheres.2
70
NO R U E G A
C A NA D Á
60
JAPÃO
50
R E P Ú B L I C A DA C O R É I A
ISRAEL
40
ÁFRICA DO SUL
M É XI C O
30
E S P AN H A
20
1990
1992
1994
1996
1998
2000
FONTE:
ILO, 2001.
A participação das mulheres na força de trabalho é a menor no Oriente Médio e Norte da
África, e a maior nas economias Subsaariana, Asiáticas, do Pacífico, assim como Noruega e
Suécia. Na maioria dos países, a proporção da população masculina no mercado de trabalho
varia de 60 a 70%. A diferença no emprego por sexo nos países desenvolvidos é em média
18%, nas economias em transição 12%, e 36% no Oriente Médio e Norte da África. Das 59
economias para as quais a Organização Internacional do Trabalho (OIT) tem informações sobre
os anos 1990, a taxa de emprego para a população diminuiu para homens e aumentou para
mulheres. Na maioria dos países, há mais desemprego entre as mulheres devido a pausas no
emprego para cuidar de filhos, poucas opções ocupacionais, níveis mais baixos de educação
e treinamento de habilidades e demissões por menos tempo de casa (vide Educação).3
À medida que as economias se baseiam
cada vez mais em serviços, as mulheres
aumentam sua participação na mão-de-obra formal.
Fatos
■
48
Nos países desenvolvidos, a população em idade de
trabalho (15-60 anos) irá diminuir de aproximadamente 740 milhões para 690 milhões de pessoas
entre 2000 e 2025. No mundo em desenvolvimento,
a população em idade de trabalho aumentará 43%,
de aproximadamente 3 bilhões para 4 bilhões de
pessoas.4
Aproximadamente 59% das mulheres estão empregadas na força de trabalho formal e representam um
terço de todos os trabalhadores. No entanto, as
mulheres recebem por volta de dois terços do salário
dos homens em empregos similares e ocupam menos
de um quinto da vagas de trabalho.5
■
Em 1998, os empregos do setor de serviços representaram 64% de todos os empregos nos países da
OCDE.6
■
A OCDE estimou em 2000 que no setor de
Tecnologia da Informação e Comunicações havia
uma falta de 850.000 assistentes técnicos nos
Estados Unidos e 2 milhões na Europa.7
Conexões FA Z E N D O
N E G Ó C IO S N U M M U N D O IN T E R LIG A D O
Percentual da força de trabalho em vários setores vs. Produto Interno Bruto,
1996-1997
PARCELA DO TOTAL DA FORÇA
DE TRABALHO (PERCENTUAL)
■
Novas portas se abrem para as mulheres
AGRICULTURA
SERVIÇOS
INDÚSTRIA
100
100
100
80
80
80
60
60
60
40
40
40
20
20
0
0
10,000
20,000
30,000
0
20
0
10,000
20,000
30,000
0
0
10,000
20,000
30,000
PIB PER CAPITA (DÓLARES INTERNACIONAIS CORRENTES)
FONTE:
World Bank, World Development Indicators, 2000.
À medida que as economias se desenvolvem, poucas pessoas são empregadas na
agricultura e mais em posições que requerem habilidades avançadas e treinamento
na indústria e serviços; a distribuição da prosperidade econômica no mundo está
fortemente relacionada com o nível de emprego por setor. Mais mulheres são empregadas na agricultura nas nações da Asiáticas, Subsaarianas e do Pacífico, ao passo
que as economias mais desenvolvidas e em transição têm mais homens envolvidos
na produção agrícola. Pelo mundo, mais homens estão empregados no setor industrial, enquanto as mulheres geralmente encontram mais empregos no setor de
serviços.8 Nos países da OCDE, a taxa de mulheres em relação aos homens nos
setores de produção de bens é 0,35:1, no setor de serviços a taxa é de 1:1, e as
mulheres ultrapassam os homens à taxa de 1,8:1 em serviços sociais como saúde
e educação.9
Empregar jovens promove crescimento de longo prazo e estabilidade
Taxas de emprego de jovens
40 por cento ou mais
Entre 30 e 39.9 por cento
Entre 20 e 29.9 por cento
Entre 10 e 19.9 por cento
Menos de10 por cento
Sem Informação
PROJEÇÃO:
Geographic
OIT, 2001.
FONTE:
O desemprego entre os jovens (idades entre 15-24) na maioria dos
países é, aproximadamente, o dobro do desemprego entre adultos
(idades entre 25-65) e freqüentemente substancialmente maior entre
mulheres jovens do que entre homens jovens. O emprego de jovens é
importante para o desenvolvimento nacional e internacional; o desemprego nessas baixas idades pode comprometer uma futura oportunidade
de emprego, danificar a coesão social e criar agitações.10
T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S
Nos países desenvolvidos, a população em idade de trabalho diminuirá de aproximadamente 740 milhões para 690 milhões de pessoas
entre 2000 e 2025, mas aumentará nos países em desenvolvimento,
de aproximadamente 3 bilhões para 4 bilhões de pessoas.
Cotas de vistos H1B, 1992-2000
V I S AS IS S UE D ( T H O US AN D S )
400
ANO
COTA
SITUAÇÃO
300
1992
65,000
não preenchidos
250
1996
65,000
não preenchidos
200
1998
65,000
preenchidos em Setembro
350
150
100
50
0
1985
1990
1995
18
Riqueza
12
Mobi l idade
42
Implicações para as empresas
Crescem as importações de talentos
Vistos dos EUA de não-residentes emitidos a trabalhadores especializados,
1985-1999
Educaç ã o
1999
115,000 preenchidos em Junho
2000
195,000 preenchidos em Março
FONTE:
US Department of Justice, 1998; OECD, 2001.
2000
A demanda por mão-de-obra especializada está aumentando, particularmente em
áreas de negócios e serviços profissionais de grande crescimento baseados em
tecnologia da informação. Embora as informações dos países da OCDE sobre
vagas e desemprego atualmente não mostrem a falta de mão-de-obra especializada, a maioria dos países membros adotou políticas para permitir a imigração de
trabalhadores estrangeiros especializados.11 Nos últimos anos, os Estados Unidos
permitiram a imigração de grande número de trabalhadores especializados e rapidamente preencheram as cotas.
Aperfeiçoar as habilidades dos trabalhadores – particularmente das mulheres – é crucial para o sucesso das
empresas numa economia global integrada e competitiva. A
capacidade de trabalho não é somente uma questão de
educação tradicional, mas é cada vez mais construída a partir
da educação de adultos e do treinamento de trabalhadores
num contexto de aprendizado de carreira em longo prazo.12
Investir em trabalhadores aprimora os padrões de vida
domésticos, aumenta a produtividade e desenvolve uma base
ampla de clientes. Companhias terão sucesso no recrutamento e retenção de empregados em mercados de trabalho
competitivos se anteciparem as crescentes expectativas
sobre qualidade de trabalho, benefícios para maternidade,
horários flexíveis de trabalho, fornecimento de serviços de
assistência a crianças e acesso a treinamento profissional. O
comércio e a expansão das companhias multinacionais criam
uma força de trabalho etnicamente diversa – uma vantagem
para empresas que buscam funcionários que entendam as
necessidades de mercados diversos e internacionais e que
podem ajudá-las a instalar operações em locais onde crescem o número de clientes e os mercados de trabalho.
MERCADOS DO AMANHÃ
49
Papéis e
Responsabilidades
Democracia
Responsabilização
Privatização
50
Papéis e Responsabilidades E M B U S C A D A
LIC E NÇ A PA R A OP E R A R
EM BUSCA DA LICENÇA PARA OPERAR
As empresas devem seguir regras e padrões
comerciais globais, assim como respeitar acordos, códigos de conduta e padrões
internacionais da sociedade civil, onde quer
que atuem. O público e muitos governos
atribuirão responsabilidades sociais às empresas — promover o desenvolvimento atendendo
às necessidades básicas, apoiar a democracia,
compartilhar informações e abrir-se ao
escrutínio e aos insumos da sociedade civil.
MERCADOS DO AMANHÃ
51
M
Os direitos políticos e as liberdades civis se expandem
Classificação da liberdade gozada em todos os países, 1985-2001
NÚ MER O D E P AÍ SES
Democracia
ais pessoas vivem hoje em países cujos governos
foram eleitos democraticamente do que em qualquer outra época da história, onde a transição de
economias controladas pelo Estado para abordagens de
mercado contribuiu para estabilizar as condições de operação e para regulamentar a concorrência internacional (vide
Privatização). Inúmeros países estão adotando instrumentos internacionais de governança, incluindo
compromissos formais para com os direitos humanos e a
proteção ambiental, e também se tornando membros da
Organização Mundial do Comércio (OMC). As democracias
também se beneficiam de um público mais bem informado, de organizações não-governamentais (ONGs)
livremente organizadas e de uma mídia com plena liberdade de expressão — condições que ajudam a combater
a corrupção (vide Responsabilização). O desafio, no
entanto, permanece o mesmo: apoiar todo e qualquer
esforço para reduzir a corrupção, promover o desenvolvimento sustentável e aumentar a transparência e a
participação em processos que governam as nações.
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
LIVRES
PARCIALMENTE LIVRES
NÃO LIVRES
1985-1986
1990-1991 1995-1996
2000-2001
FONTE:
Freedom House, 2001.
Em 2001, cidadãos de 86 países possuíam um leque mais amplo de direitos
políticos e liberdades civis, e seus respectivos países foram classificados como
“Livres” pela pesquisa anual da Freedom House, a qual se baseia nos direitos
políticos e liberdades civis dos cidadãos e não somente na estrutura política do
país em questão. Cidadãos em 58 países “Parcialmente Livres” vivem com
direitos políticos e liberdades civis mais restritos devido a leis mais frágeis,
domínio de um único partido político e violência interétnica ou religiosa.
Cidadãos de 48 países classificados como “Não Livres” não gozam de liberdades civis e direitos políticos básicos.1
A democracia se propaga,
gerando melhores condições
para economias de mercado.
A liberdade prevalece, mas as liberdades civis mantêm-se extremamente frágeis
Mapa da liberdade, 2001
Livres
Parcialmente Livres
Não Livres
Dados não disponíveis
Geographic
Freedom House, 2001.
PROJEÇÃO:
FONTE:
A parcela da população mundial que vive em liberdade aumentou de
36% em 1981 para 41% em 2001, enquanto, a parcela da população
que carece de direitos políticos e liberdades civis básicas caiu de 43%
para 36%. Apesar do aspecto positivo de governos livremente eleitos,
em 66 países conquistas em liberdades civis ainda estão defasadas, se
52
Papéis e Responsabilidades E M B U S C A D A
LIC E NÇ A PA R A OP E R A R
comparadas aos avanços em direitos políticos.2 Evolução em relação à
liberdade é particularmente ameaçada durante crises financeiras e
sociais, que comumente se apóiam em meios não-democráticos para
restaurar a lei e a ordem.
Fatos
■
Classificação de riqueza e liberdade, 2001
O número de democracias no mundo aumentou
de 22 de um total de 154 países (14,3%) em
1950 para 119 nações democráticas de um
total de 192 países (62%) em 2000.3
N Ú MER O DE P AÍ S E S
■
Sociedades livres crescem mais rapidamente
O número de países que ratificaram as seis
principais convenções e acordos de direitos
humanos aumentou de 10% para 50% de todos
os países entre 1990 e 2001.4
■
O número de países que aderiu ao Acordo Geral
sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (GATT) e à
OMC aumentou de 85 em 1980 para 134 em
1999.5
■
Setenta e um por cento (71%) das exportações
mundiais estão, agora, disciplinados pela OMC.
A parcela de exportação dos países em desenvolvimento aumenta progressivamente.6
35
30
25
20
15
10
5
0
LIVRES
PARCIALMENTE LIVRES
NÃO LIVRES
>$15,000
$5,000$15,000
$2,500$5,000
$1,000$2,500
<$1,000
PIB PER CAPITA (DÓLARES INTERNACIONAIS ATU AIS)
FONTE:
Freedom House, 2001.
O PIB per capita médio é quase sete vezes mais alto nos países Livres do que nos países
Não-Livres. Quase todos os países com um PIB per capita superior a US$15.000 são Livres,
assim como os países com um PIB per capita entre US$5.000 e US$15.000 (vide Riqueza).
Países mais livres crescem, em média, mais rapidamente também, especialmente os países
Livres menos ricos com um PIB per capita anual inferior a US$5.000 (como Bolívia,
República Dominicana, Índia, El Salvador, Benin e Papua Nova Guiné). Entre os países com
um PIB per capita inferior a $5,000, a taxa de crescimento dos países Livres, Parcialmente
Livres e Não-Livres foi, respectivamente, de 3,23%, 1,47% e 1,41% em 1990–1998.7 São
raros os países com grande crescimento na categoria Não-Livre, como a China.
T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S
O número de democracias no mundo aumentou
de 22, de um total de 154 países (14,3%) em 1950, para 119
nações democráticas, de um total de 192 países (62%) em 2000.
Políticas públicas saudáveis = Economias saudáveis
CR ES CI MENTO DO P IB P E R C A P I TA
( P OR CENTO AO ANO)
Relação entre políticas públicas para o aumento do PIB e
capacidade institucional
3.5
3.0
ICR ALTO
2.5
2.0
CLASSIFICAÇÃO DE
CAPACIDADE
INSTITUCIONAL (ICR)
ICR BAIXO
1.5
1.0
CR BAIXO
0.5
0.0
Pequena
Distorção
de Políticas
Públicas
Pequena
Distorção
de Políticas
Públicas
Grande
Distorção
de Políticas
Públicas
FONTE:
World Bank, 1997.
Governos que efetuaram mudanças em suas políticas macroeconômicas e reformas institucionais em serviços sociais, atendimento
público, sistema bancário e regulamentações de modo geral tiveram um crescimento mais acelerado do PIB per capita.8 Sempre
que mudanças para democracias livremente eleitas associam-se a
instituições cívicas mais livres, uma mídia mais ativa e diversificada,
um sistema judiciário e direitos de propriedade mais fortalecidos
estabelece-se uma sólida base para operações econômicas.
Responsabi l izaç ã o
52
Educaç ã o
18
Comu n icaç õ es
44
Implicações para as empresas
Sociedades democráticas oferecerem as condições de operação necessárias às empresas, aos investimentos e ao crescimento. Nestas
sociedades, os stakeholders e os acionistas mantêm as empresas dentro
de um alto padrão internacional único. Parcerias com governos ditatoriais são monitoradas por uma rede internacional de ONGs, o que
dificulta as operações de empresas éticas em países não democráticos e
prejudica a licença para operar das empresas, tanto na matriz como em
filiais estrangeiras. As empresas terão de escolher entre operar em
ambientes não democráticos ou apoiar reformas democráticas através
de suas próprias práticas, arriscando sua reputação regional ou internacional. Em última instância, as empresas devem apoiar tendências
favoráveis à democracia, à governança justa e transparente e ao desenvolvimento de padrões corporativos globais, pois estas trarão benefícios
em longo prazo à sua reputação e liberdade de operação.
MERCADOS DO AMANHÃ
53
Responsabilização
sociedade civil exerce uma influência cada vez maior
em questões relacionadas ao governo e às empresas. Muitas organizações não-governamentais
(ONGs) demandam de governos e empresas atividades mais
transparentes e mais responsabilização perante a lei e aqueles stakeholders que não constituem seus clientes ou
acionistas. Operações globais de empresas são monitoradas
por ONGs bem organizadas, ativas na mídia e em seu papel
de acionistas, e que são interligadas pela Internet (vide
Comunicações). As empresas respondem a este escrutínio
público através de relatórios de desempenho ambiental e
social, produtos e serviços inovadores que atendam às preocupações com o uso de recursos, energia e o meio ambiente.
Outras empresas engajam os stakeholders em decisões
operacionais e estabelecem parcerias com ONGs para catalisar mudanças corporativas, melhorar suas bases de
operações, proteger sua reputação e conseguir sua licença
para operar em mercados emergentes.
A
O aumento de organizações da sociedade civil
Número de organizações não-governamentais, 1951-1999
O NG s (N ÚM ER O )
50,000
40,000
30,000
20,000
10,000
0
1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995
FONTE:
Union of International Associations, 1999.
O número de ONGs registrado pela Union of Internacional Associations mais
que dobrou desde 1985, sendo agora superior a 40.000 organizações ativas
na melhoria do meio ambiente e no bem-estar social das pessoas.1
Estimativas informais calculam que existam mais de 1 milhão de ONGs.2 Esse
aumento deve-se a mais de US$150 bilhões em doações anuais, 80% das
quais de pessoas físicas e o restante de heranças, fundações e empresas.3
A sociedade civil exige mais
responsabilização e transparência
do governo e das empresas.
Fatos
■
54
Atualmente, 2.091 ONGs possuem status consultivo nas Nações Unidas, contra 928 em 1991 e
somente 41 em 1948.5
Aproximadamente, 2.000 empresas emitem voluntariamente relatórios sobre seu desempenho,
práticas e políticas econômicas, ambientais e sociais — por volta de 100 delas empregando algum
novo padrão internacional.6
■
O número de fundos mútuos monitorados em sua
responsabilidade social nos Estados Unidos aumentou de 168 em 1999 para 230 em 2001.7
■
O total dos ativos de investimentos gerenciados
nos Estados Unidos cresceu 22% entre 1999 e
2001; ativos sob gestão profissional, monitorados
em relação à responsabilidade social, cresceram
36% no mesmo período.8
Papéis e Responsabilidades E M B U S C A D A
LIC E NÇ A PA R A OP E R A R
Resoluções de acionistas americanos sobre questões sociais, 1973-2000
250
100
200
80
150
60
100
40
50
20
0
1973 1978
RESO LUÇÕES (POR CENTO)
■
Aproximadamente, 10% de toda a ajuda ao desenvolvimento é canalizada através das ONGs,
porcentagem esta que deve aumentar.4
RESO LUÇÕES (NÚMERO)
■
Responsabilidade corporativa dos acionistas sob escrutínio
0
1983 1988 1993 1998
TOTAL DE
RESOLUÇÕES
PORCENTAGEM DE RESOLUÇÕES VOTADAS COM
APOIO 3% DE CONTROLE ACIONÁRIO
FONTE:
IRRC, 2001b.
O acesso a informações pela Internet, uma maior participação pública nos mercados de
capitais e definições mais amplas da responsabilidade civil das empresas levaram a um
maior ativismo dos acionistas, pressões por abertura corporativa e novas estratégias de
investimentos em ações.9 Aumenta o número de regulamentações que permitem maior
poder acionário e exigem abertura nos mercados de capitais mundiais. O Investor
Responsibility Research Center (IRRC) pesquisou resoluções acionárias sobre questões
sociais (como diversidade, direitos humanos, meio ambiente, igualdade de empregos e
padrões de trabalho) nos Estados Unidos desde 1973 e o número de resoluções que
recebeu os 3% de controle acionário necessários para sua reapresentação. O nível médio
de apoio destas resoluções acionárias cresceu de 5% nos anos 1970 para 9% hoje.10
O combate à corrupção: ganham tanto as empresas como a sociedade
Índice de Percepção da Corrupção da ONG Transparência Internacional, 2001
PAÍS
CLASSIFICAÇÃO
CORRUPÇÃO
ÍNDICE DE
1.
Finlândia
9.9
91.
Bangladesh
0.4
2.
Dinamarca
9.5
90.
Nigéria
1.0
3.
Nova Zelândia
9.4
88.
Uganda
1.9
4.
Islândia
9.2
88.
Indonésia
1.9
4.
Singapura
9.2
84.
Quênia, Bolívia 2.0
Camarões,
Azerbaijão
100
25
80
20
60
15
40
10
20
5
0
0
1-5
6-10
11-15
> 16
PROCEDIMENTOS DE R EGISTROS DOS NEGÓCIOS (NÚMERO)
ÍNDICE DE
CORRUPÇÃO
FONTE:
PI B MÉ DIO PER CA P I TA
( US$ M I LH A R ES )
CORRUPÇÃO
ÍNDICE DE
Í ND IC E D E COR R U P Ç ÃO
( M A IS A LTO = M A I S CO R R UP T O )
PAÍS
CLASSIFICAÇÃO
Procedimentos de registro dos negócios:
Relação entre corrupção e renda, 1999
PIB MÉDIO
PER CAPITA
Transparency International, 2001.
FONTE:
World Bank, 2001.
Indonésia, Quênia, Nigéria e Paquistão, possuem índices inferiores a 2.5.11
A corrupção é inconveniente e onerosa. Excessivas regulamentações de
negócios acarretam mais corrupção e são mais freqüentes em países mais
pobres (vide Democracia). Estes complexos sistemas de procedimentos
também impedem a criação de novas empresas e a concorrência sadia,
além de contribuírem para o abuso de poder.12
O Índice de Percepção da Corrupção desenvolvido pela ONG Transparência
Internacional é um exemplo do escrutínio da sociedade civil. Através de
pesquisas com executivos expatriados, gerentes e outros especialistas,
esta ONG classifica os países entre 10 (altamente limpos) e 0 (altamente
corruptos). Países da OCDE geralmente apresentam índices altos, sendo a
Rússia uma exceção notável. Muitos países em desenvolvimento, como
T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S
Atualmente, 2.091 ONGs possuem
status consultivo nas Nações Unidas,
contra 928 em 1991
e somente 41 em 1948.
Investimentos socialmente responsáveis elevam os padrões
16,000
14,000
100
80
12,000
10,000
8,000
6,000
60
40
4,000
2,000
0
20
NÚ MERO DE F UN DOS
ATIVOS ( U S$ MILHÕ ES )
Fundos mútuos monitorados em relação a questões sociais, excluindo anuidades
variáveis, 1991-Setembro 2001
0
12/91 12/92 12/93 12/94 12/95 12/96 12/97 12/98 12/99 12/00 9/01
P E R Í O D O D E I N FO R M E S
ATIVOS $MILHÕES
PORTFÓLIO
FONTE:
Strategic Insight Mutual Fund Research & Consulting LLC, 2001.
Aumentam os investimentos baseados em critérios sociais nos Estados Unidos, Reino
Unido, Europa e Japão. Parte dos ativos totais investidos vem dos fundos mútuos públicos comercializados explicitamente por seus portfólios socialmente responsáveis. O
número de fundos e seus ativos sob este tipo de gestão quintuplicou na última década
nos Estados Unidos13 e o número de fundos monitorados em sua responsabilidade
social duplicou na década de 1990 no Reino Unido, tendo seus ativos aumentado dez
vezes.14 Os portfólios de investimento mais comuns nos Estados Unidos em 1999 eram
tabaco (96%), cassinos (86%), armas (81%), álcool (83%) e o meio ambiente (79%).15
Os US$2,34 trilhões em todos os portfólios em 2001 que incluíam critérios sociais
constituíam 12% do total de ativos gerenciados nos Estados Unidos.16
Comu n icaç õ es
44
Consu mo
22
Riqueza
12
Implicações para as empresas
O aumento do envolvimento público em questões relacionadas ao governo e às empresas pode ser
constatado pelo aumento e grau de ativismo de organizações não-governamentais e na pressão por mais
abertura e informe aos investidores sobre o desempenho ambiental e social. A sociedade civil pressiona as
empresas a serem mais abertas e transparentes no
trato com o público, governo, outras empresas e
comunidades locais. ONGs internacionais demandam
maior escrutínio das atividades corporativas pelos
stakeholders e acionistas. O desempenho não responsável em um mercado estrangeiro, ao longo da cadeia
de suprimentos ou, ainda, no lançamento de novos
produtos e tecnologias, pode prejudicar a reputação
das empresas e sua posição competitiva em mercados-chave e de capitais. O engajamento ativo com
stakeholders e a demonstração do bom desempenho
social e ambiental podem garantir e proteger a licença
para operar, gerar inovação em produtos e serviços,
reduzir processos judiciais e melhorar as estratégias
de negócios.
MERCADOS DO AMANHÃ
55
N
Investimentos privados em países em desenvolvimento
superam a ajuda aos governos
Fluxo de investimentos estrangeiros para países em desenvolvimento
por tipo, 1990-2000
INV ES TI ME NTO S F INA NCEIRO S
( US$ BILH ÕES )
Privatização
a última década, investimentos do setor
privado em países de baixa e média renda
cresceram rapidamente, mas a assistência
governamental ao desenvolvimento diminuiu. Os
governos voltam-se mais e mais para a privatização
para realizar suas reformas econômicas, reduzir déficits, atrair investimentos, liberar e expandir mercados
de capitais e aumentar a eficiência. Quando o setor
privado adquire empresas estatais, essa privatização
promove o amadurecimento de mercados financeiros
por encampar patrimônio público. Apesar de os
governos ainda manterem a maior parte da infraestrutura em países de baixa e média renda,
aumenta o número de países aderindo à privatização, crescem os projetos públicos financiados pelo
setor privado, assim como o nível de investimentos
empresariais. Além disso, este setor também transfere as melhores práticas em direitos trabalhistas,
eficiência dos recursos e segurança ambiental para
as economias em transição e emergentes.
200
INVESTIMENTOS
OFICIAIS (PÚBLICOS)
150
INVESTIMENTOS
DE CAPITAIS (PRIVADOS)
100
INVESTIMENTOS
ESTRANGEIROS
DIRETOS (PRIVADOS)
50
0
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
FONTE:
World Bank, 2000; World Bank, 2001.
A assistência de governos para o desenvolvimento de outros governos diminuiu quase um
terço durante a década de 90. O fluxo de capital privado (diversificação de portfólios incluindo
ativos financeiros estrangeiros e déficit privado) cresceu no início dos anos 90, mas caiu a
seguir. Investimentos estrangeiros diretos (investimentos para a aquisição de juros de gestão
a mais longo prazo ao invés de um investidor, e.g., capital social e reinvestimento de receitas), no entanto, cresceram rapidamente ao longo de toda a década. A crise financeira de
1997 fez com que o fluxo privado flutuasse e o subseqüente declínio econômico levou a uma
queda relativa nos investimentos. Porém, os investimentos de longo prazo permaneceram,
representando mais de 80% do total dos investimentos financeiros estrangeiros.
Aumentamos investimentos
do setor privado
para financiar o desenvolvimento.
Fatos
■
■
■
■
56
Em 2000, a Assistência Oficial para o Desenvolvimento (ODA) para países
em desenvolvimento totalizou US$53,1 bilhões e o Investimento Externo
Direto (IED) $120 bilhões. Aproximadamente, 25% de toda a ODA é voltado
para países em desenvolvimento.1
Em dólares constantes, entre 1970 e 1998, os IEDs líquidos cresceram
quase sete vezes mais rapidamente do que o PIB mundial e quatro vezes
mais do que as exportações mundiais de bens e serviços.2
O IED para países em desenvolvimento cresceu de US$24 bilhões em 1990
para US$178 bilhões em 2000, enquanto os investimentos para assistência
governamental caíram de aproximadamente US$55 bilhões para US$39
bilhões.3
Entre 1988 e 1995, as receitas oriundas da venda de empresas estatais
cresceram de US$2,6 bilhões para mais de US$21 bilhões. A América Latina
e o Leste Asiático tiveram o maior aumento de volume de receitas: 51% e
21%, respectivamente.4
Em 1999, o setor primário (incluindo petróleo, mineração, agricultura e
florestamento) respondeu por US$18,1 bilhões (41% do total) de receitas da
privatização em economias emergentes — quase que totalmente de vendas
de empresas de petróleo e gás na Argentina, Brasil, Índia, Polônia e Rússia.5
Papéis e Responsabilidades E M B U S C A D A
LIC E NÇ A PA R A OP E R A R
Fluxos de capital privado para as economias de baixa e
média renda, 1990-2000
FL UX OS DE C AP IT A L PR IV A DO
( U S $ B I LH ÕE S A TU A I S)
■
O capital ignora as nações mais pobres
300
250
200
150
100
50
0
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
ÁFRICA SUBSAARIANA
EUROPA & ÁSIA CENTRAL
ORIENTE MÉDIO &
NORTE DA ÁFRICA
SUL ASIÁTICO
LESTE ASIÁTICO & PACÍFICO
AMÉRICA LATINA & CARIBE
FONTE:
World Bank, 2001.
Quinze países receberam 83% dos fluxos de capital privado
para nações em desenvolvimento em 1997 e todos são
países de renda média. O aumento do fluxo de capital pode
ter, na verdade, aumentado a diferença de renda entre os
países. O Oriente Médio e o Norte da África, a África
Subsaariana e o Sul Asiático receberam individualmente
menos de 5% do fluxo de capital privado e investimentos
financeiros diretos nos anos 1990.6
Quais setores são privados?
A América Latina e o Leste Asiático atraem empresas
Privatização – principais setores nos países em
desenvolvimento. 1990-1999
Investimentos em projetos de infraestrutura privados ou
parcialmente privados, em países em desenvolvimento,
1990 -1998 ($US Bilhões em 1998)
SERVIÇOS E OUTROS SETORES
NÃO AVALIADOS 4%
SERVIÇOS FINANCEIROS
12%
SUL ASIÁTICO
38,1
TELECOMUNICAÇÕES
24%
ÁFRICA SUBSAARIANA
9,6
ORIENTE MÉDIO &
NORTE DA ÁFRICA
12,8
LESTE ASIÁTICO & PACÍFICO
147,2
SETOR PRIMÁRIO
19%
ENERGIA
17%
MANUFATURA
16%
TRANSPORTE E OUTRAS
INFRA-ESTRUTURAS 8%
FONTE:
World Bank, 2001.
Aproximadamente, US$316 bilhões em receitas foram gerados pela
privatização em países em desenvolvimento nos anos 1990.7
Investimentos desta magnitude e receitas para os governos podem ter
implicações significativas no bem-estar das pessoas e no meio
ambiente. Os setores primários e a infra-estrutura geraram a maior
parcela das receitas das privatizações, sendo um quarto desta receita
proveniente de telecomunicações em países não pertencentes à OCDE
e um terço a países da OCDE.8
AMÉRICA LATINA & CARIBE
236,5
EUROPA & ÁSIA CENTRAL
52
FONTE:
World Bank, 1999.
A atividade privada, mensurada por investimentos em projetos de infraestrutura nos quais o setor privado assumiu os riscos operacionais durante
a implantação ou operação do projeto, multiplicou-se por seis, chegando
a mais de US$100 bilhões os anos 1990. A grande maioria dos investimentos privados e projetos localizou-se na América Latina e no Caribe, ou
Leste Asiático e Pacífico em dois setores: telecomunicações e energia.9
T E N D Ê NC I A S C OR R E L ATA S
Investimentos externos diretos para países em desenvolvimento
cresceram de US$24 bilhões em 1990 para US$178 bilhões em 2000,
enquanto os investimentos para assistência governamental
caíram de aproximadamente US$55 bilhões para US$39 bilhões.
Privatização impulsiona os mercados de capitais
R EC EI TAS DA PRI VAT IZA ÇÃO
(U S$ BILHÕE S)
Receitas globais advindas da privatização, 1990-2000
160
140
120
100
80
60
40
20
0
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
TOTAL DOS PAÍSES DA OCDE
OUTROS PAÍSES
FONTE:
OECD, 2001.
Os investimentos privados podem ser considerados responsáveis
tanto pelos fluxos diretos de capital como pelas receitas que geram
aos governos pela venda de empresas estatais. Países da OCDE
representaram 70% das vendas para privatização na década passada,
dois terços dos quais através de licitações públicas. Apesar de a maior
parte dos quase US$300 bilhões de ativos de privatizações em países
não pertencentes à OCDE não terem sido realizados através de venda
pública, eles representaram marcos no desenvolvimento dos mercados de capitais domésticos.10
Ag r icu ltu ra
34
Á g ua
36
Educaç ã o
18
Implicações para as empresas
A privatização deu maior força às empresas no tocante ao futuro das
economias em desenvolvimento.11 O setor privado superou, mas não
substituiu, o governo no papel de principal agente financiador do
desenvolvimento; isto não se aplica, no entanto, às nações mais
pobres do mundo. A privatização leva a uma maior atenção ao
comportamento das empresas e às condições que lhes conferem a
licença para operar. As expectativas em relação às empresas privatizadas focam na modernização de tecnologias, práticas e
desempenho. Padrões inconsistentes entre empresas e suas subsidiárias estrangeiras não mais se justificam ou se mantém. No
entanto, o Estado ainda retém uma influência significativa sobre o
bem-estar econômico e social dos países em desenvolvimento e as
empresas do setor privado terão de se ajustar a novas parcerias
entre os setores privado e público. As projeções de crescimento
populacional e econômico nos mostram que oportunidades de investimentos das décadas anteriores constituirão apenas uma fração dos
mercados potenciais de privatização futura.
MERCADOS DO AMANHÃ
57
Notas
Mercados do Amanhã
4 Ibid.
P OP U L A Ç Ã O
6 Pinstrup-Andersen, P. 1999.
5 FAO. 2000.
1 U.N. Population Division (UNPD). 2000. World Population Prospects:
The 2000 Revision. New York: UNPD.
7 Ross, J. and S. Horton. 1998. Economic Consequences of Iron
Deficiency. Ottawa: Micronutrient Initiative.
2 Esta publicação utiliza termos que seguem a convenção da fonte
dos dados – país desenvolvido e país em desenvolvimento –,
conforme utilizado pelas agências das Nações Unidas e do Banco
Mundial para países com baixa, média e alta renda.
8 U.N. Children’s Fund (UNICEF). 2001. The State of the World’s
Children 2001. Available online at: http://www.unicef.org/sowc01;
and U.N. Population Division (UNPD). 1998. Sex and Age
Quinquennial 1950-2050: The 1998 Revision. New York: UNPD.
3 UNPD. 2000.
9 U.N. Children’s Fund (UNICEF). 1998. State of the World’s Children
1998. Available online at: http://www.unicef.org/sowc98/.
4 Ibid.
5 Ibid.
6 U.N. Population Division (UNPD). 1998. Sex and Age Quinquennial
1950-2050, Description of the Dataset: The 1998 Revision. New
York: UNPD.
7 U.N. Population Division (UNPD). 1999. World Population Prospects:
The 1998 Revision. New York: UNPD.
8 UNPD. 2000.
9 World Bank. 2001a. World Development Indicators 2001.
Washington, DC: The World Bank.
10 U.N. Administrative Committee on Coordination/Sub-Committee on
Nutrition (ACC/SCN). 2000. Fourth Report on the World Nutrition
Situation. Geneva: ACC/SCN in collaboration with IFPRI.
11 FAO. 2001; and U.N. Population Division (UNPD). 1999. Annual
Populations 1950-2050 (1998 revision on diskette) (UNPD, New
York).
12 World Bank. 2001. World Development Indicators 2001. Washington,
DC: The World Bank.
■
Undernourishment in Developing Countries: FAO. 2000.
■
Number and Percentage of Children Under Five: UNICEF. 2001;
and UNPD. 1998.
■
Cereal Yields, World and Selected Regions: FAO. 2001.
■
Average Yields of Selected Cereals: Ibid.
■
Food Expenditures as a Percentage of Per Capita Income: World
Bank. 2001.
10 UNPD. 2000.
11 U.N. Population Division (UNPD). 1999. Demographic Indicators,
1950-2050 (1998 revision on diskette) (UNPD, New York).
12 World Bank. 2001b. World Development Indicators 2001, on CDROM. Washington, DC: The World Bank.
13 UNPD. 1998.
■
World Population by Income Group: UNPD. 2000.
■
Fertility Rates: UNPD. 1998.
■
World Population by Income Group: World Bank. 2001b.
■
Population Distribution by Age: UNPD. 1998.
RIQUEZ A
1 Hanmer, L., J. Healey, F. Naschold. 2000. “Will Growth Halve Global
Poverty by 2015?” Overseas Development Institute (ODI) Poverty
Briefing. Online at: http://www.odi.org/uk/briefing/pov8.html.
2 World Bank. 2001a. World Development Indicators 2001, on CDROM. Washington, DC: The World Bank.
3 Ibid.
4 World Bank. 2001b. World Development Indicators 2001.
Washington, DC: The World Bank.
5 Milanovic, B. and S. Yitzhaki. 2001. Decomposing World Income
Distribution: Does the World have a Middle Class? Washington, DC:
The World Bank.
6 Milanovic, B. “True World Income Distribution, 1988 and 1993: First
Calculation Based on Household Surveys Alone,” World Bank
Development Research Group Working Paper (The World Bank:
Washington DC).
7 World Bank. 2001c. World Development Report 2000/2001:
Attacking Poverty. Oxford University Press: World Bank.
8 World Bank. 2000. World Development Indicators 2000. Washington,
DC: The World Bank.
■
■
■
■
Gross Domestic Product Per Capita: World Bank. 2001a.
S A Ú DE
1 United Nations AIDS (UNAIDS) and World Health Organization (WHO).
2000. AIDS Epidemic Update: December 2000. Switzerland: UNAIDS
and WHO.
3 World Resources Institute in collaboration with the U.N. Development
Programme, the U.N. Environment Programme, and the World Bank.
1998. World Resources 1998-99: A Guide to the Global
Environment. New York: Oxford University Press.
4 World Health Organization (WHO). 2000. “Tuberculosis,” Fact Sheet
No. 104 (WHO, Geneva). Available online at: http://www.who.int/inffs/en/fact104.html.
6 UNAIDS and WHO. 2001.
7 World Bank. 1999. Curbing the Epidemic: Governments and the
Economics of Tobacco Control. Washington, DC: The World Bank.
Available online at: http://www1.worldbank.org/tobacco/reports.htm.
8 UNPD. 1998a.
9 World Health Organization (WHO). 1999. World Health Report 1999:
Making a Difference. Geneva: WHO. Available online at:
http://www.who.int/whr/2001/archives/1999/en/index.htm.
10 UNAIDS and WHO. 2000.
■
3 Food and Agricultural Organization of the United Nations (FAO).
2001. FAOSTAT On-line Statistical Service. Rome: FAO. Available
online at: http://apps.fao.org.
58
4 Ibid.
5 World Bank. 2001. World Development Report 2000/2001: Attacking
Poverty. Oxford University Press: World Bank.
6 World Resources Institute in collaboration with the U.N. Development
Programme, the U.N. Environment Programme, and the World Bank.
1998. World Resources 1998-99: A Guide to the Global
Environment. New York: Oxford University Press.
7 International Consultative Forum on Education for All. 2000.
Education for All: Status and Trends 2000. Paris: UNESCO.
8 UNESCO. 2000.
9 Gross enrollment ratios can exceed 100% due to the inclusion of
over-aged and under-aged students. See U.N. Educational, Scientific
and Cultural Organization (UNESCO). 1998. UNESCO Statistical
Yearbook. Paris: UNESCO and White Plains: Bernan Press.
10 International Labour Organization (ILO). 2001. Key Indicators of
Labour Market 2001-2002, on CD-ROM. Geneva: ILO; and
Organization for Economic Development (OECD). 2001. Education at
a Glance: OECD Indicators. Paris: OECD.
11 World Bank. 2001a. World Development Indicators 2001.
Washington, DC: The World Bank.
12 Colclough, C. and K.M. Lewin. 1993. Educating All the Children.
(Oxford University Press) cited from Population Council (2001)
“Accelerating Girls’ Education: A Priority for Governments,” Online at:
http://www.popcouncil.org/gfd/girlseducation.html.
■
Adult Literacy Rates: U.N. Educational, Scientific and Cultural
Organization (UNESCO). 2000. UNESCO Statistical Yearbook 1999.
Paris: UNESCO and White Plains: Bernan Press. Available online at:
http://www.uis.unesco.org/en/stats/stats0.htm.
■
Secondary School Gross Enrollment: U.N. Educational, Scientific
and Cultural Organization (UNESCO). 1998. UNESCO Statistical
Yearbook 1998. Paris: UNESCO and White Plains: Bernan Press.
■
Average Earnings: Organization for Economic Development (OECD).
2001. Education at a Glance: OECD Indicators. Paris: OECD.
■
Fertility Rates: The World Bank. 2001b. World Development
Indicators 2001, on CD-ROM. Washington, DC: The World Bank; and
U.N. Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO).
1998. UNESCO Statistical Yearbook. Paris: UNESCO and White
Plains: Bernan Press.
5 United Nations AIDS (UNAIDS) and World Health Organization (WHO).
2001. AIDS Epidemic Update: December 2001. Switzerland: UNAIDS
and WHO. Available online at:
http://www.unaids.org/epidemic_update/report_dec01.
NUTRIÇÃO
2 Food and Agricultural Organization of the United Nations (FAO).
2000. The State of Food Insecurity in the World. Italy: FAO.
3 U.N. Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO).
2000. Education for All 2000 Assessment: Year 2000 Assessment.
Nimes, France: UNESCO. Available online at:
http://www.unesco.org/education/efa/efa_2000_assess/index.shtml.
2 U.N. Population Division (UNPD). 1998a. World Population Prospects
(1998 revision on diskette) (UNPD, New York).
11 World Health Organization (WHO). 2001. HIV/AIDS in Asia and the
Map of 1998 Gross Domestic Product Per Capita: World Resources
Pacific Region. Geneva: WHO.
Institute in collaboration with the U.N. Development Programme, the
12 UNAIDS and WHO. 2000.
U.N. Environment Programme, and the World Bank. 2000. World
Resources 2000-2001: People and Ecosystems; the Fraying Web of Life. ■ Life Expectancy by Region: UNPD. 1998a.
Washington, DC: WRI. Available online at: http://www.wri.org/wr2000. ■
Life Expectancy, World and Selected Countries: U.N. Population
Selected Poverty Rates: World Bank. 2000.
Division (UNPD). 1998b. World Population Prospects (1998 revision
on diskette) (UNPD, New York).
Distribution of Income: World Bank. 2001a.
1 Pinstrup-Andersen, P., R. Pandya-Lorch, and M. Rosegrant. 1999.
“World Food Prospects: Critical Issues for the Early Twenty-First
Century,” 2020 Food Policy Report (International Food Policy
Research Institute (IFPRI), Washington, DC).
2 International Labour Organization (ILO). 2001. Key Indicators of Labour
Market 2001-2002, on CD-ROM. International Labor Office, Geneva.
■
Cause of Death in Selected Regions: World Health Organization
(WHO). 2000. World Health Report 2000. Geneva: WHO. Available
online at: http://www.who.int/whr/2001/archives/2000/en/index.htm.
Leading Infectious Killers: WHO. 1999.
Inovação
C ON S U MO
1 World Bank. 2001. World Development Indicators 2001, on CDROM. Washington, DC: The World Bank.
2 Ibid.
3 Delgado, C., M. Rosegrant, et al. 1999. “Livestock to 2020: The Next
Food Revolution,” Food, Agriculture, and the Environment Discussion
Paper No. 28. (International Food Policy Research Institute (IFPRI),
Washington, DC).
4 World Bank. 2001.
5 World Bank. 2001; and U.N. Population Division (UNPD). 1999.
Annual Populations, 1950-2050 (1998 revision on diskette) (UNPD,
New York).
6 WRI calculation based on Food and Agricultural Organization of the
United Nations (FAO). 2001. FAOSTAT On-line Statistical Service.
Rome: FAO. Available online at: http://apps.fao.org.
7 Food and Agricultural Organization of the United Nations (FAO).
2001. FAOSTAT On-line Statistical Service. Rome: FAO. Available
online at: http://apps.fao.org.
■
Household Consumption: World Bank. 2000. World Development
Indicators 2000. Washington, DC: The World Bank.
■
Televisions per 1,000 People: World Bank. 2001.
■
Passenger Cars: Ibid.
■
Meat Consumption: FAO. 2001.
EDUCAÇÃO
1 U.N. Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO).
2000. UNESCO Statistical Yearbook 1999. Paris: UNESCO and White
Plains: Bernan Press. Available online at:
http://www.uis.unesco.org/en/stats/stats0.htm.
MERCADOS DO AMANHÃ Tendências Globais e suas Implicações para as Empresas
E N E R GI A
1 Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2001. Climate
Change 2001: The Scientific Basis. Cambridge: Cambridge University
Press.
2 U.N. Development Programme (UNDP). 2001. Human Development
Report 2001. New York and Oxford: Oxford University Press. Available
online at: http://www.undp.org/hdr2001.
3 Logan, J., A. Frank, J. Feng, and I. John. 1999. “Climate Action in the
United States and China,” May 1999. Online at:
http://www.pnl.gov/aisu/pubs/climactione.pdf.
4 O Caso A pressupõe grande crescimento da renda e da tecnologia,
enquanto o Caso B pressupõe um crescimento mais moderado. O
Caso C prevê uma maior cooperação internacional focando a justiça
e a eficiência energética, com maior crescimento econômico e
tecnológico do que o Caso B. Vide Nakicenovic, N., A. Grübler, and A.
McDonald, eds. 1998. Global Energy Perspectives. Cambridge:
Cambridge University Press. Disponível online em:
http://www.iiasa.ac.at/cgi-bin/ecs/book_dyn/bookcnt.py.
5 Denman, J. 1998. IEA Biomass Energy Data: System, Methodology
and Initial Results. Proceedings of the Conference on Biomass
Energy: Data, Analysis and Trends, March 23-24. Paris. Energy
Statistics Division, International Energy Agency (IEA). Available online
at: http://www.iea.org/pubs/proc/files/bioend/index.htm; and U.N.
Development Programme (UNDP). 2001. “World Energy Assessment:
Energy and the Challenge of Sustainability,” Online at:
http://www.undp.org/seed/eap/activities/wea/drafts-frame.html.
6 NASA Goddard Institute for Space Studies Datasets and Images.
2000. “Global Surface Air Temperature Anomaly,” Online at:
http://www.giss.nasa.gov/data/update/gistemp/graphs/FigA.txt.
5 Organisation for Economic Co-Operation and Development (OECD).
2001. OECD Environmental Outlook. Paris: OECD.
7 U.N. Environment Programme (UNEP). 2000. Natural Selection:
Evolving Choices for Renewable Energy Technology and Policy. Paris:
UNEP; World Bank. 2001. World Development Indicators 2001.
Washington, DC: The World Bank; and Healthy Cities Air Management
Information System (Amis 2.0) 1998. World Health Organization
(WHO): Geneva.
8 Programme for Monitoring and Evaluation of the Long-Range
Transmission of Air Pollutants in Europe (EMEP). “Tables of anthropogenic emissions in the ECE region,” Online at:
http://www.emep.int/emis_tables/tab1.html.
9 McDonald, A. 1999. “Priorities for Asia: Combating Acid Deposition
and Climate Change.” Environment 41(3):4--20.
10 U.S. Environmental Protection Agency (EPA). 2001. “Toxic Release
Inventory 1999,” Online at: http://www.epa.gov/tri.
11 OECD. 2001.
12 United Nations Environment Programme (UNEP). 1999. Production
and Consumption of Ozone Depleting Substances: 1986-1998.
Nairobi: UNEP.
13 U.N. Environmental Programme (UNEP). 2001. “Persistent Organic
Pollutants,” Online at: http://www.chem.unep.ch/pops/default.html.
■
Emissions Sources for Selected Air Pollutants: OECD. 2001.
■
Concentration of Key Pollutants in Major Cities: World Bank.
2001; and Healthy Cities Air Management Information System
(Amis 2.0) 1998.
■
SOx Emissions in Selected Countries: Programme for Monitoring
and Evaluation of the Long-Range Transmission of Air Pollutants in
Europe (EMEP). 2001. “EMEP Searchable Database,” Online at:
http://www.emep.int/emis_tables/tab1.html; and McDonald, A. 1999.
■
9 IPCC. 2001.
10 International Energy Agency (IEA). 1999a. Energy Balances of NonOECD Countries, 1960-1997 (on diskette) (OECD, Paris).
11 International Energy Agency (IEA). 1999b. Energy Balances of OECD
Countries, 1960-1997 (on diskette) (OECD, Paris).
12 IEA. 1999b; and McVeigh, J., D. Burtraw, J. Darmstadter, and K.
Palmer. 1999. “Winner, Loser or Innocent Victim: Has Renewable
Energy Performed as Expected?” Research Report No. 7. Washington,
DC: Renewable Energy Policy. Available online at http://www.repp.org.
Examples of Efficiency Gains: OECD. 2001.
■
Total Paper Production: FAO. 2001.
6 Ibid.
7 Woodard, C. 2001. “Wind Turbines Sprout from Europe to US,”
Christian Science Monitor 93(75):7.
8 PV Energy Systems, Inc. 2001. PV World Market, 1975-2010.
Warrenton, VA: PV Energy Systems. Available online at:
http://www.pvenergy.com.
■
■
Toxic Releases in the United States: U.S. Environmental Protection
Agency (EPA). 2001. “TRI Explorer: Chemical Report,” Online at:
http://www.epa.gov/triexplorer/chemical.htm.
Production of CFCs in Selected Countries: UNEP. 1999.
Capital Natural
ECOSSISTEMAS
1 World Bank. 2001. World Development Indicators, on CD-ROM.
Washington, DC: The World Bank.
2 Bryant, D., L. Burke, J. McManus and M. Spalding. 1998. Reefs at
Risk: A Map-Based Indicator of Threats to the World’s Coral Reefs.
Washington, DC: WRI.
3 Burke, L., Y. Kura, K. Kassem, et al. 2001. Pilot Analysis of Global
Ecosystems (PAGE): Coastal Ecosystems. Washington, DC: WRI.
Available online at http://www.wri.org/wr2000/coast_page.html; and
Levitus, S., J. Antonov, J. Wang, et al. 2001. “Anthropogenic Warming
of Earth’s Climate System,” Science 292(5515):267--271.
4 Wilkinson, C., O. Lindén, H. Cesar, et al. 1999. “Ecological and
Socioeconomic Impacts of 1998 Coral Mortality in the Indian Ocean:
An ENSO Impact and a Warning of Future Change?” Royal Swedish
Academy of Sciences 28(2):188--196. Available online at:
http://www.ambio.kva.se.
5 World Conservation Monitoring Centre (WCMC). 1999. WCMC
Species Database (unpublished data) (Cambridge, UK: WCMC) as
reported in World Resources Institute in collaboration with the U.N.
Development Programme, the U.N. Environment Programme, and the
World Bank. 2000. World Resources 2000-2001: People and
Ecosystems: The Fraying Web of Life. Washington, DC: WRI. Available
online at: http://www.wri.org/wr2000.
6 World Conservation Union (IUCN). 2000. “2000 IUCN Red List on
Threatened Species,” Online at:
http://www.redlist.org/info/tables/table1b.html.
7 WRI. 2000.
8 Revenga, C., J. Brunner, et al. 2000. Pilot Analysis of Global
Ecosystems (PAGE): Freshwater Systems. Washington, DC: WRI.
Available online at: http://www.wri.org/wr2000/freshwater_page.html.
9 WRI. 2000.
E F IC I Ê NC I A
1 Steel Recycling Institute (SRI). ”Buy Recycled with Recyclable Steel,”
Online at: http://www.recycle-steel.org/index2.html.
10 ten Kate, K. and S. Laird. 1999. The Commercial Use of Biodiversity:
Access to Genetic Resources and Benefit-Sharing. UK: Earthscan.
13 World Resources Institute (WRI)/World Business Council for
Sustainable Development (WBCSD). 2001. The Greenhouse Gas
Protocol. Switzerland: WRI and WBCSD.
11 Palumbi, S.R. 2001. “Humans as the World’s Greatest Evolutionary
2 European Aluminum Association (EAA). 2001. “Aluminum Industry in
Force,” Science 293(5536):1786-1791.
Europe: Key Statistics for 2000,” Online at: http://www.eaa.net/down12 In many industrialized countries, forest area is increasing because of
loads/keystat00.pdf.
the natural conversion of former agricultural lands to forest as well as
3 Food and Agricultural Organization of the United Nations (FAO). 2001.
an increase in the area of tree plantations. Forest area is simultaneFAOSTAT On-line Statistical Service. Rome: FAO. Available online at:
ously being lost in these countries because of urbanization, new
http://apps.fao.org.
roads, and recreational facilities.
14 Margolick, M., and D. Russel. 2001. Corporate Greenhouse Gas
Reduction Targets. Arlington, VA: Pew Center on Global Climate Change.
4 Compromisso Empresarial Para Reciclagem (CEMPRE). Online at:
http://www.cempre.org.br/ingles/frames/fr_fichastecnicas.html.
■
World Annual Energy Production: International Energy Agency (IEA).
2000. World Energy Outlook 2000. Paris: Organisation for Economic
Co-Operation and Development (OECD) and the IEA.
■
Three Scenarios of Global Energy Consumption: Nakicenovic, N. 1998.
■
Atmospheric Carbon Dioxide: Carbon Dioxide Information Analysis
Center (CDIAC). 2001. “Current Greenhouse Gas Concentrations,”
Online at: http://cdiac.esd.ornl.gov.
■
Global Surface Air Temperature: NASA Goddard Institute for
■
Global Solar and Wind Energy Production: International Energy
Agency (IEA). 2000. World Energy Outlook 2000. Paris: Organisation
for Economic Co-Operation and Development (OECD) and the IEA.
Space Studies Datasets and Images. 2000.
E MI S S Õ E S
1 Organisation for Economic Co-Operation and Development (OECD).
1999. OECD Environmental Data Compendium 1999. Washington,
DC: OECD.
2 Matthews, E. Amann, C., Bringezu, S., et al. 2000. The Weight of
Nations: Material Outflows from Industrial Economies. Washington,
DC: WRI.
3 U.N. Environment Programme (UNEP). 1999. Global Environment
Outlook 2000. London: UNEP.
4 Vogan, C.R. 1996. “Survey of Current Business,” U.S. Department of
Commerce, Bureau of Economic Analysis. Online at:
http://www.bea.gov/bea/an/0996eed/maintext.htm.
5 Adriaanse, A., S. Bringezu, A. Hammond, et al. 1997. Resource
Flows: The Material Basis of Industrial Economies. Washington, DC:
WRI; and Matthews, E. Amann, C., Bringezu, S., et al. 2000. The
Weight of Nations: Material Outflows from Industrial Economies.
Washington, DC: WRI.
13 Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). 2001.
“State of the World’s Forests 2001,” Online at:
http://www.fao.org/forestry/fo/fra/index_tables.jsp.
14 FAO. 2001.
15 Matthews, E., R. Payne, M. Rohweder, and S. Murray. 2000. Pilot
Analysis of Global Ecosystems (PAGE): Forest Ecosystems.
Washington, DC: WRI. Available online at:
6 Moll, S. 2001. "Material Flow Accounting: A Tool to Measure Progress
http://www.wri.org/wr2000/forests_page.html; and R.T. Watson et al.
in Resource Productivity," Annual Consultative Meeting with Industry
Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). “Land Use, LandAssociations, Wuppertal Institute. Online at:
Use Change And Forestry,” Online at:
http://www.uneptie.org/Outreach/business/2001-presentations.htm.
http://www.grida.no/climate/ipcc/land_use/003.htm.
7 Matthews, E. Amann, C., Bringezu, S., et al. 2000. The Weight of
Nations: Material Outflows from Industrial Economies. Washington,
DC: WRI.
16 Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). 1999.
“FAO Fishery Statistics Database: FISHSTAT Plus Software,” Online at:
http://www.fao.org/DOCREP/003/X8002E/x8002e04.htm.
8 Organisation for Economic Co-Operation and Development (OECD).
2001. OECD Environmental Outlook. Paris: OECD.
17 Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). 1999.
“FAO Fishery Statistics Database: FISHSTAT Plus Software,” Online at:
http://www.fao.org/fi/statist/fisoft/fishplus.asp#Features.
9 Matthews, E. 2000.
10 FAO. 2001.
11 International Association for Energy-Efficient Lighting. 2000.
International Association for Energy-Efficient Lighting Newsletter,
2000. Berkeley: International Association for Energy-Efficient Lighting.
18 Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). 2000.
“Forest Resource Assessment,” Online at:
http://www.fao.org/forestry/fo/fra/index_tables.jsp.
■
Regional Coral Reef Area: Bryant, D. 1998.
■
Trends in Total Material Requirements: Moll, S. 2001.
■
Percentage Change in Forest Area: FAO. 2000.
■
Industrial Energy Use: WRI calculation based on World Bank. 2001.
World Development Indicators, on CD-ROM. Washington, DC: The
World Bank; International Energy Agency (IEA). 1999. Energy
Balances of Non-OECD Countries, 1960-1997 (on diskette) (OECD,
Paris); and International Energy Agency (IEA). 1999. Energy Balances
of OECD Countries, 1960-1997 (on diskette) (OECD, Paris).
■
Map of Period of Peak Catch: Food and Agriculture Organization of
the United Nations (FAO). 1999. “FAO Fishery Statistics Database:
FISHSTAT Plus Software;” and Food and Agriculture Organization of
the United Nations (FAO). 1999. Yearbook of Fishery Statistics—
Capture Production 1997. Vol. 84 FAO Fisheries Series No. 52.
Rome, Italy: FAO as reported in Burke, L. 2001.
■
Certified Forest Area: FAO. 2000.
MERCADOS DO AMANHÃ
59
Notas
A GR IC U LT U R A
8 Postel, S. 1993. “Water and Agriculture,” p. 56 in Water Crisis: A
Guide to the Worlds Fresh Water Resources (Oxford University Press,
New York).
1 Wood, S., K. Sebastian, S. Scherr. 2000. Pilot Analysis of Global
Ecosystems (PAGE): Agroecosystems Technical Report. Washington,
9
DC: WRI and IFPRI. Available online at: http://
www.wri.org/wr2000/agroecosystems_page.html; and White, R., S.
Murray, and M. Rohweder. 2000. Pilot Analysis of Global Ecosystems
(PAGE): Grassland Ecosystems. Washington, DC: WRI. Available
online at: http://www.wri.org/wr2000/grasslands_page.html.
10
2 Wood, S. 2000.
3 Ibid.
Shiklomanov, I.A. 1997. Comprehensive Assessment of the
Freshwater Resources of the World: Assessment of Water Resources
and Water Availability in the World. Stockholm, Sweden: World
Meteorological Organization and Stockholm Environment Institute.
Falkenmark, M. and C. Widstrand. 1992. Population and Water
Resources: A Delicate Balance. Population Bulletin Vol. 47, No. 3.
Washington, DC: Population Reference Bureau, Inc.
11 Revenga, C. 2000.
4 International Commission on Large Dams (ICOLD). 1998. World
Register of Dams 1998. Paris, France: ICOLD; and World Commission 12 Postel, S. and A. Wolf. 2001. “Dehydrating Conflict.” Foreign Policy.
September/October 2001. Available online at: http://
on Dams (WCD). 2000. Dams and Development: A New Framework
www.foreignpolicy.com/issue_SeptOct_2001/postel.html.
for Decision-Making. London, UK: Earthscan Publications Ltd.
5 Food and Agricultural Organization of the United Nations (FAO).
2001. FAOSTAT On-line Statistical Service. Rome: FAO. Available
online at: http://apps.fao.org; and U.S. Department of Agriculture
Production (USDA). 1999. Production, Supply, and Distribution
View. Washington, DC: USDA. Available online at:
http://usda.mannlib.cornell.edu/data-sets/international/93002/
and at http://earthtrends.wri.org.
6 World Bank. 2001. World Development Indicators, on CD-ROM.
Washington, DC: The World Bank.
7 Wood, S. 2000.
8 Willer, H. and M. Yussefi. 2001. Organic Agriculture Worldwide:
Statistics and Future Prospects. Germany: Stiftung Ökologie &
Landbau. Available online at: http://www.soel.de/inhalte/publikationen/s_74_03_1.pdf; and Lohr, L. 2000. Factors Affecting
International Demand and Trade in Organic Food Products, Economic
Research Service. Washington, DC: US Department of Agriculture.
13 "Improved" water sources include household connections, public
standpipes, boreholes, protected wells, and rainwater collection
systems located less than 1 km from a person's home. See World
Bank. 2001. World Development Indicators 2001. Washington, DC:
The World Bank.
14 Van der Hoek, W., F. Konradsen, and W.A. Jehangir. 1999. “Domestic
use of irrigation water: health hazard or opportunity?” International
Journal of Water Resources Development 15(1/2):107-119.
15 Cosgrove, W.J. and F. Rijsberman. 2000. World Water Vision 2000.
United Kingdom: Earthscan Publications Ltd.
■
Water Withdrawals by Sector: Shiklomanov, I.A. 1997.
■
Irrigated Cropland: Food and Agricultural Organization of the United
Nations (FAO). 2001. FAOSTAT On-line Statistical Service. Rome:
FAO. Available online at: http://apps.fao.org.
■
9 International Trade Centre UNCTAD/WTO. 1999. “Summary of
Market Opportunities for Developing Countries,” Online at:
http://www.intracen.org/mds/sectors/organic/summary2.htm.
10 Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO).
1999. “FAO Fishery Statistics Database: FISHSTAT Plus Software,”
Online at: http://www.fao.org/fi/statist/fisoft/fishplus.asp#Features;
and FAO. 2001.
■
■
■
■
Map of Severity of Soil Degradation: Oldeman, L.R., R.T.A.
Hakkeling, and W.G. Sombroek. 1991. World Map of the Status of
Human Induced Soil Degradation: An Explanatory Note, Second
revised edition. Wageningen and Nairobi: International Soil
Reference and Information Centre (ISRIC) and U.N. Environmental
Programme (UNEP) as referenced in Wood, S. 2000.
Concentration of Nitrogenous Fertilizer Consumption: FAO. 2001.
Organic Retail Sales: Willer, H. 2001.
Aquaculture Production: FAO.1999.
ÁGUA DOCE
1 Revenga, C., J. Brunner, et al. 2000. Pilot Analysis of Global
Ecosystems (PAGE): Freshwater Systems. Washington, DC: WRI.
Available online at: http://www.wri.org/wr2000/freshwater_page.html.
2 Revenga, C. 2000; and Stiassny, M.L. 1999. "The Medium is the
Message: Freshwater Biodiversity in Peril," pp. 53-71 in The Living
Planet in Crisis: Biodiversity Science and Policy (New York: Columbia
University Press).
3 Harrison I.J. and M.L. Stiassny. 1999. “The quiet crisis: a preliminary
listing of the freshwater fishes of the world that are extinct or ‘missing in action’” p. 298 in Extinctions in Near Time: Causes, Contexts,
and Consequences (Kluwer Academic/Plenum Publishers, New York).
4 Stanners, D. and P. Bordeau eds. 1995. Europe’s Environment:
The Dobrís Assessment. Copenhagen, Denmark: European
Environment Agency.
5 Foster, S., A. Lawrence, B. Morris. 1998. “Groundwater in Urban
Development,” World Bank Technical Paper No. 390 (The World
Bank, Washington, DC).
6 Organisation for Economic Co-Operation and Development (OECD).
1999. The Price of Water: Trends in OECD Countries. Paris: OECD.
7 Withdrawals refer to the total volume of water removed from nonrenewable groundwater sources, river flows from other countries, and
desalination plants, not counting evaporative losses from storage
basins. Withdrawals may be returned to their source after use (e.g.
for cooling). See World Meteorological Organization. 1997.
“Comprehensive Assessment of the Freshwater Resources of the
World,” Online at: http://www.wmo.ch/web/homs/cfwadesc.html.
60
■
Available online at: http://www.nfhsindia.org/india.html; Bureau of
Statistics [Tanzania] and Macro International Inc. 1997. Tanzania
Demographic and Health Survey 1996. Calverton, MD: Bureau of
Statistics and Macro International; National Committee for
Population and Family Planning and The Population and Family
Health Project. 1999. Vietnam Demographic and Health Survey
1997. Hanoi: National Committee for Population and Family
Planning and The Population and Family Health Project; and World
Bank. 2001.
MOBILID A DE
1 International Energy Agency (IEA). 2000a. World Energy Outlook
2000. Paris: OECD and IEA. Available online at:
http://www.iea.org/weo/oilprod.jpg.
2 World Business Council on Sustainable Development (WBCSD).
2001. Mobility 2001. Boston: WBCSD. Available online at:
http://www.wbcsdmobility.org/publications/mobility2001/pdf/english
_full_report.pdf.
3 International Energy Agency (IEA). 1999. Energy Balances of OECD
Countries, 1960-1997 (1999 revision of diskette) (OECD, Paris); and
International Energy Agency (IEA). 2000. World Energy Outlook
2000. Paris: OECD and the IEA.
4 WBCSD. 2001.
5 UNAIDS. 2001. Population Mobility and AIDS. UNAIDS Technical
Update. Geneva: UNAIDS. Available online at:
http://www.unaids.org/publications/documents/specific/rufugees/JC
513-PopulationTU-E.pdf.
6 WBCSD. 2001.
7 Ibid.
Map of Projected Renewable Water Supply: Center for International
8 Organisation for Economic Co-Operation and Development (OECD).
Earth Science Information Network (CIESIN). 2000. Columbia
2001. OECD Environmental Outlook. Paris: OECD.
University; International Food Policy and Research Institute; World
Resources Institute (WRI). Gridded Population of the World, Version 2. 9 World Bank. 2001. “Roads and Highways: Overview,” Online at:
http://www.worldbank.org/html/fpd/transport/roads_ss.htm.
Palisades, NY: CIESIN, Columbia University. Available online at:
http://sedac.ciesin.columbia.edu/plue/gpw/index.html; and Fekete, B., 10 World Bank. 2001a. World Development Indicators 2001, on CDC.J. Vörösmarty, and W. Grabs. 1999. Global, Composite Runoff
ROM. Washington, DC: The World Bank; and World Bank. 2000. World
Fields Based on Observed River Discharge and Simulated Water
Development Indicators 2000. Washington, DC: The World Bank.
Balance. Koblenz, Germany: WMO-GRDC as referenced in Revenga,
11 World Bank. 2001b. World Development Indicators 2001.
C. 2000.
Washington, DC: The World Bank.
Access to an Improved Water Source: World Bank. 2001.
12 International Energy Agency (IEA). 2000b. Energy Balances of NonOECD Countries, 1971-1997 Database. Paris: OECD.
Conexões
U R B A NI Z A Ç Ã O
1 U.N. Population Fund (UNFPA). 1999. The State of World Population
1999. London: UNFPA. Available online at:
http://www.unfpa.org/SWP/1999/thestate.htm.
2 U.N. Population Division (UNPD). 1999. World Population Prospects
(1999 revision on diskette) (UNPD, New York).
13 IEA. 2000b; and International Energy Agency (IEA). 1999. Energy
Balances of OECD Countries, 1960-1997 (on diskette) (OECD, Paris).
14 IEA. 1999.
■
Ocean Shipping Demand: WBCSD. 2001.
■
Total Road Traffic: World Bank. 2001b.
■
Increase In Road Traffic: Ibid.
■
Global Number of Air Passengers: World Bank. 2000. World
Development Indicators, on CD-ROM. Washington, DC: The
World Bank.
■
World Energy Consumption: IEA. 2000b.
3 Ibid.
4 UNPD. 1999; and World Bank. 2001. World Development Indicators
2001. Washington, DC: The World Bank.
5 UNPD. 1999.
6 Schwela, D. 1996. “Exposure to environmental chemicals relevant
for respiratory hypersensitivity: global aspects.” Toxicology Letters
86, 131-142.
7 U.N. Environment Programme (UNEP). 1999. Global Environment
Outlook 2000. London: UNEP.
8 International Bank for Reconstruction and Development (IBRD)/The
World Bank. 1999. What a Waste: Solid Waste Management in Asia.
Washington, DC: IBRD. Available online at:
http://www.worldbank.org/heml/fpd/urban/publicat/waste.pdf.
9 UNPD. 1999.
10 Hinrichsen, D. 1998. Coastal Waters of the World: Trends, Threats,
and Strategies. Washington, DC: Island Press.
■
Percent of Total Population that is Urban: UNPD. 1999.
■
World Urban Population by City Size: Ibid.
■
The World’s Largest Cities: Present, and Future: Ibid.
■
Map of the World’s Largest Cities: Ibid.
■
Comparison of Urban-Rural Statistics: International Institute for
Population Sciences (IIPS) and ORC Macro. 2000. National Family
Health Survey (NFHS-2), 1998-1999: India. Mumbai, India: IIPS.
MERCADOS DO AMANHÃ Tendências Globais e suas Implicações para as Empresas
C OM U NIC A Ç Õ E S
1 Hammond, A.L. 2001. “Digitally Empowered Development.” Foreign
Affairs 80(2):96--107.
2 United Nations. 2001. ‘We the Peoples:’ The Role of the UN in the
21st Century. United Nations Department of Public Information.
Available online at: http://www.un.org/millennium/sg/report/full.htm;
and World Bank. 2001a. World Development Indicators 2001.
Washington, DC: The World Bank.
3 U.N. Development Programme (UNDP). 2001. Human Development
Report 2001. New York and Oxford: Oxford University Press.
Available online at: http://www.undp.org/hdr2001.
4 Ibid.
5 International Telecommunication Union (ITU). 2001. “Numbering
Cyberspace: Recent Trends in the Internet World,” Online at:
http://www.itu.int./ITU-D/ict/update/pdf/update_1_01.pdf.
6 U.N. Conference on Trade and Development (UNCTAD). 2001. “ECommerce and Development Report, 2001,” Online at:
http://www.unctad.org/en/pub/ps1ecdr01.en.htm.
7 UNDP. 2001.
8 SustainAbility. 2001. “Using the Internet to Implement the Triple
Bottom Line,” Online at: http://www.sustainability.com.
9 International Telecommunication Union (ITU). 2001. “Internet
Indicators: Hosts, Users and Number of PCs,” Online at:
http://www.itu.int/ITU-D/ict/statistics/at_glance/Internet00.pdf.
10 U.N. Development Programme (UNDP). 2001. Human Development
Report 2001. New York and Oxford: Oxford University Press. Available
online at: http://www.undp.org/hdr2001.
11 World Bank. 2001b. World Development Indicators 2001, on CDROM. Washington, DC: The World Bank.
12 World Bank. 2001a.
13 Cohen, N. 1999. “Greening the Internet: Ten Ways E-Commerce
Could Affect the Environment.” Environmental Quality Management
9(1):1-16; Hilty, L. M., P. Gilgen, eds. 2001. Sustainability in the
Information Society. Marburg, Germany: Metropolis-Verlag; and
Wilsdon, J., ed. 2001. Digital Futures: Living in a dot-com World.
London: Earthscan Publications.
14 UNDP. 2001.
15 Berkhout, F. and J. Hertin. 2001. Organisation for Economic CoOperation and Development (OECD). “Impacts of Information and
Communication Technologies on Environmental Sustainability:
Speculations and Evidence,” Report to the OECD. United Kingdom:
University of Sussex.
■
Total Number of Internet Users: ITU. 2001.
■
Number of PCs, Telephone Lines and Mobile Phones per 1,000
People: World Bank. 2001b.
■
Number of Internet Hosts per 10,000 People: World Bank. 2001b;
and World Bank. 2001a.
Papéis e Responsabilidades
DE MO C R A C I A
1 Freedom House. 2001. “Freedom in the World: Number of
Democracies 1995-96 and 2000-2001,” Online at: http://www.freedomhouse.org/pdf_docs/research/freeworld/2001/map2001.pdf.
2 U.N. Population Division (UNPD). 2001. World Population Prospects:
The 2000 Revision. Vol.1: Comprehensive Tables. New York, United
Nations; and Rama, M. 2001. “Globalization and Workers in
Developing Countries,” Online at:
http://econ.worldbank.org/files/2870_labor_rama.pdf.
3 The labor force participation rate is the number of people in the labor
force as a percentage of the working age population and indicates
the supply of labor available and measures the extent of the workingage population that is economically active. The rate tends to be high
in less-developed economies but falls as the economy transitions
toward higher education, and urbanization and rises again when high
development is reached. See International Labour Organization (ILO).
2001. Key Indicators of Labour Market 2001-2002, on CD-ROM.
International Labor Office, Geneva.
4 UNPD. 2001.
5 Tzannatos, Z. 1998. “Women and Labor Market Changes in the
Global Economy: Growth Helps, Inequalities Hurt and Public Policy
Matters,” Social Protection Discussion Paper Series Discussion Paper
9808 (World Bank, Washington, DC).
6 Organisation for Economic Co-Operation and Development (OECD).
2000. OECD Employment Outlook, June 2000. Paris: OECD.
7 Ibid.
8 ILO. 2001.
9 OECD. 2000.
10 ILO. 2001.
11 OECD. 2000.
12 ILO. 2001.
■
Employment-to-Population Ratios: ILO. 2001.
■
Percentage of Labor Force Employed: World Bank. 2000. World
Development Indicators 2000, on CD-ROM. Washington, DC: The
World Bank.
■
Map of Youth Unemployment Rates: ILO. 2001.
■
Non-Resident Visas: U.S. Department of Justice (USDOJ). 2000.
1999 Statistical Yearbook of the Immigration and Naturalization
Service. Washington, DC: USDOJ.
■
16 SIF. 2001.
■
Number of Non-Governmental Organizations: Union of International
Associations. 1999. “Yearbook of International Organizations,” Online
at: http://www.uia.org/uiastats/stybv296.htm#1909.
■
U.S. Shareholder Resolutions: IRRC. 2001a.
■
Transparency International’s Corruption Perceptions Index:
Transparency International (TI). 2001b. “New Index Highlights
Worldwide Corruption Crisis,” Online at: http://
www.transparency.org/documents/cpi/2001/cpi2001.html#cpi.
■
Business Registration Procedures: World Bank. 2001b. World
Development Report 2002. Washington, D.C: World Bank.
■
Socially Screened Mutual Funds: Strategic Insight. 2001.
2 Ibid.
3 Freedom House. 2001. “Democracy’s Century: A Survey of Global
Political Change in the 20th Century,” Online at: http://www.freedomhouse.org/reports/century.pdf.
4 In many countries ratification of an international agreement has
no legal implications unless these international commitments are
clearly expressed in specific domestic legislation. See U.N.
Development Programme (UNDP). 2001. Human Development
Report 2001. New York and Oxford: Oxford University Press.
Available online at: http://www.undp.org/hdr2001.
5 World Bank. 2000. World Development Report 1999/2000. Oxford:
Oxford University Press. Available online at:
http://www.worldbank.org/wdr/2000/fullreport.html.
6 Ibid.
7 Freedom House. 2001. “Freedom in the World: Freedom and
Prosperity,” Online at: http://www.freedomhouse.org/pdf_docs.
8 World Bank. 1997. World Development Report 1997. New York:
Oxford University Press.
■
Freedom Rankings, All Countries, 1985-2001: Freedom House.
2001. “Freedom in the World,” Online at:
http://216.119.183/research/freeworld/2001/tracking.htm.
■
Map of Freedom: Freedom House. 2001. “Freedom in the World:
Number of Democracies 1995-96 and 2000-2001,” Online at:
http://www.freedomhouse.org/research/freeworld/2001/map2001.pdf.
M Ã O - DE- OBR A
1 World Bank. 1995. World Development Report 1995: Workers in an
Integrating World. New York: Oxford University Press.
http://www.uksif.org//publications/article-2000-06/content.shtml.
15 Social Investment Forum (SIF). 1999. “1999 Report on Socially
Responsible Investing Trends in the United States,” Online at:
http://www.socialinvest.org/areas/research/trends/1999-Trends.htm.
■
Wealth and Freedom Classification: Freedom House. 2001.
“Freedom in the World: Number of Democracies 1995-96 and 20002001,” Online at: http://
www.freedomhouse.org/research/freeworld/2001/prosperity.htm.
■
Association of GDP Growth and Policy: World Bank. 1997.
R E S P ON S A BILI Z A Ç Ã O
1 Union of International Associations. 1999. “Yearbook of International
Organizations,” Online at: http://www.uia.org/uiastats/ytb299.htm.
2 Matthews, J. 1997. “Power Shift." Foreign Affairs 76(1):50--67.
3 American Association of Fundraising Counsel (AAFRC) Trust for
Philanthropy. 1998. Giving USA 1998. Indianapolis, Indiana: AAFRC
Trust for Philanthropy.
4 Bond, M. 2000. “Special Report: The Backlash Against NGOs.”
Prospect April 52--55. Available online at:
http://www.globalpolicy.org/ngos/backlash.htm.
5 U.N. Association of the USA (UNAUSA). “Non-Governmental
Organization Affiliation with the U.N.,” Online at:
http://www.unausa.org/programs/coo/ngo.htm.
P R I VAT I Z A Ç Ã O
1 Development Assistance Committee (DAC)/Organisation for Economic
Co-Operation and Development (OECD). 2001. “Special Factors
Explain Official Development Assistance (ODA) Outcome: Development
Assistance Committee Announces ODA Figures for 2000,” Press
Release, April 23. Online at: http://www1.oecd.org/media/release/;
United Nations Economic and Social Council. 2001. “Implementing
Agenda 21: Report of the UN Secretary General,” United Nations; and
World Bank. 2000a. “Briefing Papers: Assessing Globalization,” PREM
Economic Policy Group and Development Economics Group. April
2000. Online at: http://www.worldbank.org/html/extdr/pb/globalization/paper1.htm.
2 World Bank. 2001a. World Development Indicators 2001, on CDROM. Washington, DC: The World Bank.
3 World Bank. 2001b. Global Development Finance 2001. Washington,
DC: World Bank. Available online at:
http://www.worldbank.org/prospects/gdf2001/vol1.htm.
4 World Bank Group International Finance Corporation (IFC). 1997.
“Trends in Private Investment in Developing Countries Statistics for
1970-1995,” Discussion Paper Number 31 (The World Bank,
Washington, DC). Available online at:
http://www.ifc.org/economics/pubs/dp31/PRIVPI.htm.
5 World Bank. 2001b.
6 World Bank. 2001c. World Development Indicators 2001.
Washington, DC: The World Bank.
7 World Bank. 2001b.
8 Organisation for Economic Co-Operation and Development (OECD).
2001. Recent Privatization Trends. Paris: OECD. Available online at:
http://www.oecd.org/pdf/M00007000/M00007473.pdf.
9 Roger, N. 1999. Recent Trends in Private Participation in
Infrastructure. Public Policy for the Private Sector. Note 196, Sept.
1999, The World Bank. Available online at: http://
www.worldbank.org/html/fpd/notes/196/196roger.pdf.
10 OECD. 2001.
6 Global Reporting Initiative (GRI). “GRI Overview,” Online at: http://glob11 World Bank. 2000b. Global Development Finance 2000. Washington,
alreporting.org/AboutGRI/Overview.htm; and Global Reporting Initiative
DC: World Bank. Available online at: http://
(GRI). “Companies using the GRI Sustainability Reporting Guidelines,”
www.worldbank.org/prospects/gdf2000/CH2--34-55.pdf; and World
Online at: http://www.globalreporting.org/GRIguidelines/reporters.htm.
Bank. 2001b.
7 Social Investment Forum (SIF). 2001. 2001 Report on Socially
■ Foreign Investment Flows to Developing Countries: World Bank.
Responsible Investing Trends in the United States. Washington, DC:
2000b; and World Bank. 2001b.
SIF. Available online at:
■
Private Capital Flows: World Bank. 2001c.
http://www.socialinvest.org/areas/research/trends/2001-Trends.htm.
8 Ibid.
■
Privatization by Major Sectors: World Bank. 2001b.
9 Investor Responsibility Research Center (IRRC). 2001a. Social Issues
Service. Shareholder Resolution database, 1973-2000. IRRC.
■
Investment in Private or Partial-Private Infrastructure: Roger, N. 1999.
■
Global Amounts Raised from Privatization: OECD. 2001.
10 Investor Responsibility Research Center (IRRC). 2001b. Personal
communication Douglas Cogan.
11 Transparency International (TI). 2001a. “Press Release: New Index
Highlights Worldwide Corruption Crisis,” Online at: http://www.transparency.org/documents/cpi/2001/cpi2001.html#cpi.
H1B Visa Quotas: Organization for Economic Co-Operation and
Development (OECD). 2001. OECD Employment Outlook, June 2001. 12 World Bank. 2001a. World Development Report 2002 Overview.
Washington, DC: World Bank. Available online at: http://econ.worldWashington, DC: OECD; and U.S. Department of Justice (USDOJ).
bank.org/files/2395_Overview-en.pdf.
2000. 1999 Statistical Yearbook of the Immigration and Naturalization
Service. Washington, DC: USDOJ. Available online at: http://
13 Strategic Insight (SI). 2001. Strategic Insight Simfund2/MF Database.
www.ins.usdoj.gov/graphics/aboutins/statistics/temp99tables.pf.
Strategic Insight.
14 Sparkes, R. “Social Responsible Investment Comes of Age.”
Professional Investor, June 2000, UK. Available online at:
MERCADOS DO AMANHÃ
61
Recursos Adicionais
S U S T E N TA BILID A DE E M P R E S A R I A L
Abaixo fornecemos uma seleção de publicações sobre tópicos relacionados com o modo como as empresas estão respondendo às
tendências econômicas, ambientais e sociais globais para gerar valor a seus acionistas e stakeholders.
Sustentabilidade em geral
■
Anderson, R.C. 1998. Mid-Course Correction: Toward a Sustainable
Enterprise: The Interface Model. Atlanta: Peregrinzilla Press.
■
Buchholz, R. A. 1998. Principles of Environmental Management: The
Greening of Business. Upper Saddle River, New Jersey: Prentice Hall.
■
Andriof, J. and M. McIntosh. 2001. Perspectives on Corporate
Citizenship. Sheffield, UK: Greenleaf Publishing.
■
Charter, M. and U. Tischner, eds. 2001. Sustainable Solutions:
Developing Products and Services for the Future. Sheffield: Greenleaf.
■
Arnold, M.B. and R.M. Day. 1998. The Next Bottom Line: Making
Sustainable Development Tangible. Washington, DC: World
Resources Institute.
■
Fussler, C. and P. James. 1996. Driving Eco-Innovation: A
Breakthrough Discipline for Innovation and Sustainability. London:
Pitman Publishing
■
Elkington, J. 1997. Cannibals with Forks: The Triple Bottom Line of 21st
Century Business. Oxford: Capstone Publishing Limited.
■
Holliday, C. and J. Pepper. 2001. Sustainability through the Market: Seven
Keys to Success. World Business Council for Sustainable Development.
■
Elkington, J. 2001. The Chrysalis Economy: How Citizen CEOs and
Corporations Can Fuse Values and Value Creation. Oxford: Capstone
Publishing Ltd.
■
■
Frankel, C. 1998. In Earth's Company: Business, Environment, and the
Challenge of Sustainability. Gabriola Island, Canada: New Society Publishers.
■
Ottman, J.A. 1998. Green Marketing: Opportunity for Innovation.
Chicago: NTC Business Books.
■
Freeman, R.E., J. Pierce, and R. Dodd. 2000. Environmentalism and the
New Logic of Business. New York: Oxford University Press.
■
■
Harvard Business Review. 1999. Harvard Business Review on Business
& the Environment. Boston: Harvard Business School Press.
Reinhardt, F.L. 2000. Down to Earth: Applying Business Principles to
Environmental Management. Boston, Massachusetts: Harvard Business
School Press.
■
Hawken, P. 1993. The Ecology of Commerce: A Declaration of
Sustainability. New York: Harper-Business.
Roome, N.J. ed. 1998. Sustainability Strategies for Industry: The Future
of Corporate Practice. Washington, DC: Island Press.
■
Sagawa, S. and E. Segal. 2000. Common Interest, Common Good:
Creating Value through Business and Social Sector Partnerships.
Boston, Massachusetts: Harvard Business School Press.
■
Schmidheiny, S., F.J. Zorraquin. 1998. Financing Change: The Financial
Community, Eco-Efficiency, and Sustainable Development. Cambridge,
Massachusetts: MIT Press.
■
McIntosh, M., D. Leipziger, K. Jones, and G. Coleman. 1998. Corporate
Citizenship: Successful Strategies for Responsible Companies. London:
Pitman Publishing.
■
Hawken, P. et al. 1999. Natural Capitalism: Creating the Next Industrial
Revolution. Boston: Little, Brown and Company.
■
Hoffman, A.J. 2000. Competitive Environmental Strategy: A Guide to
the Changing Business Landscape. Washington, DC: Kogan Page.
■
Hoffman, A.J. 2001. From Heresy to Dogma: An Institutional History of
Corporate Environmentalism. Stanford. Stanford University Press.
■
Nattrass, B. and M. Altomare. 1999. The Natural Step for Business.
Gabriola Island, Canada: New Society Publishers.
Svendsen, A. 1999. The Stakeholder Strategy: Profiting from Collaborative Business Relationships. Francisco, CA: Berrett-Koehler Publishers.
■
Wheeler, D., and M. Sillanpää. 1997. The Stakeholder Corporation:
The Body Shop: Blueprint for Maximizing Stakeholder Value. London:
Pitman Publishing.
■
World Business Council for Sustainable Development (WBCSD). 2000.
Eco-efficiency: Creating More Value with Less Impact. Geneva: WBCSD.
■
■
62
Estratégias para a Sustentabilidade
Piasecki, B., K.A. Fletcher, and F. Mendelson. 1999. Environmental
Management and Business Strategy: Leadership Skills for the 21st
Century. New York: John Wiley.
■
Post, J.E., A.T. Lawrence, and J. Weber. 2001. Business and Society:
Corporate Strategy, Public Policy, and Ethics. Boston: McGraw Hill.
■
Schmidheiny, S. 1992. Changing Course: A Global Business Perspective
on Development and the Environment. London: MIT Press Ltd.
■
SustainAbility and U.N. Environment Programme (UNEP). 2001. Buried
Treasure: Uncovering the Business Case for Corporate Sustainability.
London, UK.
■
Welford, R. and R. Starkey, eds. The Earthscan Reader in Business and
Sustainable Development. London: Earthscan Publications. 2001.
■
Willums, J.O. 1998. The Sustainable Business Challenge:
A Briefing for Tomorrow’s Business Leaders. Sheffield, UK:
Greenleaf Publishing.
Mensuração e Informe
■
Bennet, M. and P. James, eds. 1999. Sustainable Measures: Evaluation
and Reporting of Environmental and Social Performance. Sheffield, UK:
Greenleaf Publishing Limited.
■
Ditz, D., J. Ranganathan, and R.D. Banks. 1995. Green Ledgers: Case
Studies in Corporate Environmental Accounting. Washington, DC: World
Resources Institute.
■
Epstein, M.J. 1996. Measuring Corporate Environmental Performance:
Best Practices for Costing and Managing an Effective Environmental
Strategy. New York: McGraw-Hill.
■
Global Reporting Initiative (GRI). 2000. Sustainability Reporting
Guidelines on Economic, Environmental and Social Performance.
Boston: GRI.
■
Jeucken, M. 2001. Sustainable Finance & Banking: The Financial
Sector and the Future of the Planet. London: Earthscan.
■
U.N. Environment Programme (UNEP) and SustainAbility. 1999.
Engaging Stakeholders 1999: The Social Reporting Report. London, UK:
SustainAbility Ltd.
MERCADOS DO AMANHÃ Tendências Globais e suas Implicações para as Empresas
CEBDS
F
undado em 1997, o CEBDS é uma coalizão de empresas brasileiras unidas pelo compromisso sincero com a promoção do desenvolvimento sustentável por meio do crescimento econômico, conservação ambiental e inclusão social. Com faturamento anual
correspondente a mais de 40% do PIB nacional, nossas empresas geram juntas mais de 600 mil empregos diretos.
Como representante no Brasil do World Business Council for the Sustainable Development (WBCSD), que conta com a participação de 185
grupos multinacionais que faturam anualmente US$ 6 trilhões e geram 11 milhões de empregos diretos, o CEBDS faz parte de uma comunidade empresarial global de mais de 55 conselhos nacionais que estão trabalhando para disseminar uma nova maneira de fazer negócios
ao redor do mundo.
Sensibilizando e mobilizando empresas para que estas comuniquem e fortaleçam o bom negócio da sustentabilidade, o CEBDS trabalha
em parceria com as mais renomadas instituições acadêmicas e organizações não-governamentais e atua como porta-voz das empresas
junto aos governos, não apenas para defender os interesses específicos de seus associados, mas, principalmente, para construir uma política geral de desenvolvimento sustentável em benefício da sociedade brasileira.
MISSÃO : Mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a integrar os princípios e as práticas do Desenvolvimento Sustentável no contexto de
negócio, conciliando as dimensões econômica, social e ambiental.
Para cumprir sua missão, nossos objetivos e direcionamento estratégicos são:
Facilitador: oferecer uma plataforma segura para que as empresas possam trocar conhecimento e experiências, facilitar parcerias e se
engajar em diálogos de múltiplas partes;
Provedor: fornecer informação, direcionamento, produtos e ferramentas que auxiliem as empresas a implementar, medir e comunicar
seus esforços em direção ao desenvolvimento sustentável;
Defensor: representar de maneira pró-ativa a visão das empresas em assuntos relacionados ao desenvolvimento sustentável em debates e formulação de políticas públicas com governos e demais grupos de interesse (stakeholders);
Comunicador: disseminar melhores práticas, demonstrando a contribuição das empresas para o desenvolvimento sustentável para a
sociedade em geral, de forma simples e compreensível;
Catalisador: estimular a sustentabilidade nas empresas associadas, por meio de projetos e parcerias, que gerem resultados concretos.
OBJETIVOS:
■
■
■
■
■
CÂMARAS TÉCNICAS: O CEBDS é composto por seis Câmaras Técnicas (CTs) concebidas com a finalidade de desenvolver, analisar e
propor soluções inovadoras para questões críticas do desenvolvimento sustentável no Brasil.
Presididas pelas próprias empresas, as CTs têm permitido uma interação construtiva pela troca de informações e melhores práticas no
enfrentamento de desafios que a sustentabilidade impõe a cada uma delas.
Legislação
Ambiental
Associados
WBCSD
Energia e
Mudança
do Clima
Biodiversidade
Biotecnologia
CEBDS
Finanças
Sustentáveis
Responsabilidade
Corporativa
Parceiros
Comunicação e
Educação para a
Sustentabilidade
Governo
MERCADOS DO AMANHÃ
63
A versão Brasileira desta publicação foi viabilizada através do apoio de:
64
MERCADOS DO AMANHÃ Tendências Globais e suas Implicações para as Empresas
Download

Os mercados do amanhã