REALIZAÇÃO Associação Comercial e Industrial de Ijuí Prefeitura Municipal de Ijuí – Poder Executivo ELAVORAÇÃO FIDENE - Fundação de Integração Desenvolvimento e Educação do Noroeste do Estado do RS UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do RS Geoprocessamento e Análise Territorial Introdução 2 ASSOCIAÇÀO COMERCIAL E INDUSTRIAL DE IJUÍ PRESIDENTE Rubem Härter VICE-PRESIDENTES Adelar Francisco Baggio Carlos Domingos Poletto Getúlio Azambuja Martinho Luis Kelm Walter Joel de Moura Introdução 3 PREFEITURA MUNICIPAL DE IJUÍ – PODER EXECUTIVO PREFEITO MUNICIPAL Fioravante Ballin VICE-PREFEITO MUNICIPAL Ubirajara Teixeira SECRETÁRIO DA FAZENDA Irani Paulo Basso SECRETÁRIO DO PLANEJAMENTO Suimar João Bressan SECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO Osmar Prochnow SECRETÁRIO DE GOVERNO Darci Pretto da Silva SECRETÁRIO DE DESENVOLVIMENTO URBANO Nelson Copetti SECRETÁRIO DE DESENVOLVIMENTO RURAL Júlio Cezar Gabbi SECRETÁRIO DE SAÚDE Claudiomiro Pezetta SECRETÁRIA DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL Neiva Inês Agnoletto SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO Eleandro José Lizot SECRETÁRIO DE DES. ECONÔMICO E TURISMO Ademir Gonçalves Miná SECRETÁRIO DE MEIO AMBIENTE Osório Antônio Lucchese Introdução 4 FIDENE – FUNDAÇÃO DE INTEGRAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DO NOROESTE DO ESTADO DO RS PRESIDENTE Gilmar Antônio Bedin VICE-PRESIDENTE Arnildo Laurência Rockenbach DIRETOR EXECUTIVO Martinho Luis Kelm UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL REITOR Gilmar Antonio Bedin VICE-REITORA DE GRADUAÇÃO Antonia Carvalho Busmann VICE-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO Martinho Luis Kelm VICE-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO Telmo Rudi Frantz EQUIPE TÉCNICA DE DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES DE REVISÃO E ATUALIZAÇÃO Romualdo Kohler - Economista Sidnei Luís Bohn Gass - Geógrafo Júlia Lúcia Massola - Estagiária - Acadêmica do Curso de Geografia Introdução 5 LISTA DE QUADROS Quadro 1.1 – Evolução da área territorial de Ijuí e percentual representativo no território do Estado 22 Quadro 2.1 – População Urbana, Rural e Total, 1920 – 2007. 26 Quadro 2.2 – Taxas intercensais de incremento populacional de Ijuí para o período de 1920 a 3007 27 Quadro 2.3 – Taxas intercensais de incremento populacional do Rio Grande do Sul para o período de 1920 a 3007 27 Quadro 2.4 - Evolução da Estrutura Etária da População de Ijuí – em % 33 Quadro 3.1: Evolução do IDH-M de Ijuí, nos anos censitários de 1991 e 2000. 41 Quadro 3.2: Blocos do IDESE, índices componentes de cada bloco, pesos dos índices nos blocos e no IDESE, limites dos índices e fontes dos dados brutos 46 Quadro 3.3: Evolução do IDESE, total por bloco, de Ijuí e sua ordem no Estado do RS, nos anos censitários de 1991 e 2000 e do período 2001-2005. 47 Quadro 3.4: Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal, total e por bloco, de Ijuí e do RS, com mediana, máximo e mínimo estadual, no ano de 2005. 49 Quadro 4.1 – Correlações entre os setores de produção em Ijuí, segundo o PIB no período 1939-2005, deflacionado para o ano de 2000 62 Quadro 4.2 – Gráficos com a correlação do PIB Total com os Setores de Produção de Ijuí, no período 1939 – 2005. 63 Quadro 4.3 – Correlações entre os setores de produção em Ijuí, segundo o VAF no período 1994-2004, em valores correntes. 64 Quadro 4.4 – Gráficos com a correlação do VAF Total com o VAF dos Setores de Produção de Ijuí, no período 1994 – 2004. 65 Quadro 5.1: Número e área dos estabelecimentos agropecuários em Introdução 6 Ijuí, nos anos de 1996 e 2006. 67 Quadro 5.2: Número de estabelecimentos e de pessoal ocupado por laço de parentesco com o produtor em Ijuí, nos anos de 1996 e 2006. 68 Quadro 5.3: Evolução da área plantada, em hectares, de lavoura permanente em Ijuí, 70 Quadro 5.4: Evolução da participação do município no Estado do RS por tipo de lavoura permanente, no período 1990-2006 71 Quadro 5.5: Evolução do quociente locacional de área plantada da lavoura permanente de Ijuí no RS, no período 1990-2006 72 Quadro 5.6: Evolução da área plantada, em hectares, de lavoura temporária em Ijuí, no período 1990-2006 73 Quadro 5.7: Evolução da participação do município no Estado do RS por tipo de lavoura temporária, no período 1990-2006 75 Quadro 5.8: Evolução do quociente locacional de área plantada da lavoura temporária de Ijuí no RS, no período 1990-2006 76 Quadro 5.9: Evolução do número de cabeças por tipo de rebanho em Ijuí, no período 1990-2006 77 Quadro 5.10: Evolução da participação relativa do rebanho de Ijuí no RS, no período 1990-2006 78 Quadro 5.11: Evolução da participação relativa do valor da produção animal de Ijuí no RS, no período 1990-2006 79 Quadro 5.12: Evolução dos quocientes locacionais por valor da produção animal de Ijuí no RS, no período 1990-2006 90 Quadro 5.13: Número, absoluto e relativo, de unidades locais e pessoal ocupado por tipo de indústria de Ijuí, segundo CNAE, no ano de 2006. 82 Quadro 5.14: Participação relativa por atividade industrial, em número de unidades e pessoal ocupado, de Ijuí no RS, segundo CNAE, no ano de 2006. 83 Quadro 5.15: Quociente locacional do setor secundário de Ijuí no RS, segundo o número de unidades locais e pessoal ocupado, segundo CNAE, no ano de 2006. 85 Quadro 5.16: Número, absoluto e relativo, de unidades locais e pessoal ocupado por tipo de atividade terciária em Ijuí, segundo CNAE, no ano de 2006. 87 Quadro 5.17: Participação relativa por atividade terciária, em número de unidades Introdução 7 e pessoal ocupado, de Ijuí no RS, segundo CNAE, no ano de 2006. 88 Quadro 5.18: Quociente locacional do setor terciário de Ijuí no RS, segundo o número de unidades locais e pessoal ocupado, segundo CNAE, no ano de 2006. 90 Quadro 5.19: Admissões e Demissões, por tipo, em Ijuí e no RS, no período de janeiro/2000 a novembro/2008 94 Quadro 5.20: Dados do mercado formal de trabalho de Ijuí, por gênero e atividades econômicas, em 2007 e 2008. 95 Quadro 5.21: Salários correntes médios, em reais, pagos por gênero e por grupos de atividades econômicas, em dezembro de 2007. 96 Quadro 5.22: Estratificação da renda formal em Ijuí, em salários mínimos, segundo CNAE, em dezembro 2007. Introdução 97 8 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 2.1 – População Total de Ijuí Entre 1920 e 2000 26 Gráfico 2.2 – Taxa de Incremento Intercensal da População de Ijuí e do RS Entre 1920 e 2000 28 Gráfico 2.3 – Evolução da População de Ijuí Entre 1920 e 2007 29 Gráfico 2.4 – Evolução da População do RS Entre 1920 e 2007 29 Gráfico 2.5 – Taxa de incremento intercensal da população urbana e rural de Ijuí entre 1920 e 2007 30 Gráfico 2.6 – Taxa de incremento intercensal da população urbana e rural do RS entre 1920 e 2007 31 Gráfico 2.7 – Densidade demográfica de Ijuí e do RS, entre os anos de 1920 e 2007 32 Gráfico 2.8 – Evolução da estrutura etária da população do município de Ijuí entre 1960 e 2000 34 Gráfico 2.9 - Pirâmide Etária do Município de Ijuí – 1970 35 Gráfico 2.10 - Pirâmide Etária do Município de Ijuí – 1980 35 Gráfico 2.11 - Pirâmide Etária do Município de Ijuí – 2000 35 Gráfico 3.1 – Evolução do PIB per capita em Ijuí e no RS, no período 1996-2005 39 Gráfico 4.1 – Evolução do PIB de Ijuí no período 1939 – 2005, em valores de 2000. 51 Gráfico 4.2 – Evolução da participação do município no PIB do RS, no período 1939 – 2005, em valores de 2000. 55 Gráfico 4.3 – Evolução do PIB Total e Setores de Ijuí no período 1939 – 2005, em valores de 2000. 56 Gráfico 4.4 – Evolução da participação do município no PIB agropecuário do RS, Introdução 9 no período 1939 – 2005, em valores de 2000. 58 Gráfico 4.5 – Evolução da participação do município no PIB industrial do RS, no período 1939 – 2005, em valores de 2000. 59 Gráfico 4.6 – Evolução da participação do município no PIB serviços do RS, no período 1939 – 2005, em valores de 2000. 60 Gráfico 4.7 – Evolução da participação das atividades econômicas na composição do VAF de Ijuí, no período 1994 – 2004, em valores correntes. 61 Gráfico 5.1 – Evolução do emprego formal em Ijuí, com referência do número de empregados admitidos e demitidos no período jan/2000 – nov/2008. 92 Gráfico 5.2 – Evolução da participação relativa do emprego formal do município no Estado, no período de jan/2000 – nov/2008 Introdução 93 10 LISTA DE MAPAS Mapa 1.1 – Localização de Ijuí no Brasil 17 Mapa 1.2 – Divisão municipal do RS em 1890 18 Mapa 1.3 – Divisão territorial do RS em 1912, com destaque para Ijuí 20 Mapa 1.4 – Evolução territorial do município de Ijuí 23 Mapa 1.5 – Atual divisão territorial do RS com destaque para Ijuí 24 Mapa 3.1 – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal por município no Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2000. 42 Mapa 3.2 – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Bloco Educação, por município no Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2000. 43 Mapa 3.3 – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Bloco Longevidade, por município no Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2000. 44 Mapa 3.4 – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Bloco Renda, por município no Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2000. Introdução 45 11 SUMÁRIO INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 14 1 – ASPECTOS HISTÓRICOS E TERRITORIAIS................................................... 17 2 – ASPECTOS DEMOGRÁFICOS.......................................................................... 25 2.1 – DINÂMICA DO CRESCIMENTO POPULACIONAL................................... 25 2.2 – A DINÂMICA DA URBANIZAÇÀO NO MUNICÍPIO................................... 28 2.3 – DENSIDADE DEMOGRÁFICA................................................................... 32 2.4 – ESTRUTURA DA POPULAÇÀO POR IDADE E SEXO............................. 33 3 – INDICADORES SOCIAIS................................................................................... 37 3.1 – PRODUTO INTERNO BRUTO PER CAPITA............................................. 38 3.2 – IDH-M – ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO GUMANO MUNICIPAL........ 40 3.3 – ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO – IDESE........... 45 3.4 – ÍNDICE FIRJAN DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL – IFDM.............. 48 4 – ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DO PRODUTO INTERNO BRUTO........................ 50 4.1 – OS MOVIMENTOS DO PIB – TOTAL........................................................ 51 4.2 – OS MOVIMENTOS DO PIB – SETORES................................................... 56 4.3 – AS CORRELAÇÕES ENTRE AS ATIVIDADES ECONÔMICAS............... 61 5 – AS ATIVIDADES ECONÔMICAS: PRODUÇÃO, EMPREGO E RENDA.......... 66 5.1 – OS SETORES DE PRODUÇÃO................................................................. 67 5.1.1 – Setor primário............................................................................... 67 Introdução 12 5.1.2 – Setor secundário........................................................................... 81 5.1.3 – Setor terciário................................................................................ 86 5.2 – EMPREGO E RENDA................................................................................ 91 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................... 99 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................ 101 Introdução 13 INTRODUÇÃO O presente trabalho, sem a pretensão de ser conclusivo, busca contribuir na caracterização socioeconômica do município de Ijuí, a partir da coleta e análise de indicadores secundários oficiais disponíveis, na perspectiva da verificação do estágio de desenvolvimento da sociedade local, bem como, servir de subsídio para ações de planejamento. Muitas vezes, os termos crescimento econômico e desenvolvimento são utilizados como sinônimos. Contudo, são conceitos distintos, enquanto o primeiro tem uma conotação quantitativa, de ampliação da produção, o segundo se reveste de preceitos qualitativos, em especial, na dimensão da melhoria da qualidade de vida. O crescimento da geração de riquezas não representa, necessariamente, desenvolvimento, porém, é mais pedregosa a estrada do desenvolvimento sem a expansão da produção de bens e serviços. O desenvolvimento passa também pela distribuição desta riqueza produzida, da forma mais equânime possível à sociedade como um todo. Portanto, o estágio de desenvolvimento da sociedade local é fruto de múltiplas ações convergentes e complementares que não se resumem ao enfoque econômico, o que, contudo, não implica diretamente em minimizar o papel de seu dinamismo econômico. Os mercados locais, regionais, nacionais e globais, cada vez mais interrelacionados, exigem uma economia local eficiente e competitiva para gerar riqueza, o que permite que sua sociedade tenha acesso aos avanços tecnológicos mundiais, em Introdução 14 bens de consumo e investimento, o que indica avançar nos estágios hierárquicos do desenvolvimento. Assim, a economia local conforma um complexo sistema afeito aos movimentos das variáveis econômicas endógenas e exógenas, como também é dependente do comportamento de variáveis de caráter social, cultural, político, ecológico, entre outros. Neste contexto, se procurou avançar no trabalho estruturando-o em cinco capítulos. Primeiramente, se resgatou aspectos históricos para demonstrar a forma de ocupação do território, que certamente é decisiva no dimensionamento de seu estágio de desenvolvimento. No segundo capítulo se objetivou uma análise dos movimentos demográficos no município, a partir de sua instalação até nossos dias, segundo dados censitários levantado pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Os indicadores sociais são trabalhados no terceiro capítulo. Entre as disponibilidades, se selecionou os indicadores PIB per capita, IDH – M, IDESE e IFDM para conformar uma leitura privilegiada da estrutura social do município, visto as metodologias diferenciadas de levantamento de dados em cada um dos índices. No quarto capítulo se avança para a análise da evolução do Produto Interno Bruto, como principal indicador de produção, quer na economia como um todo, quer na desagregação por setores produtivos. No tratamento dos dados se buscou a correlação entre os setores a fim de investigar o grau de associação entre as atividades econômicas. No quinto e último capítulo, se adentrou mais especificamente nas atividades econômicas, a partir de estatísticas de produção, emprego e renda. Neste ponto, a investigação avança à análise das atividades desagregadas por setores de produção, como também as relaciona com suas correspondentes estaduais, a fim de utilizar recursos de comparabilidade e permitir melhor leitura dos movimentos. Introdução 15 Por fim, nas considerações finais se busca dar o fecho à investigação, retomando de forma sintética alguns pontos de destaque. Introdução 16 1 – ASPECTOS HISTÓRICOS E TERRITORIAIS O atual município de Ijuí até a segunda metade do século XIX, não existe data precisa, era apenas uma zona de mata cerrada. Os primeiros registros sobre o município de Ijuí datam em torno de 1850, quando o Governo da Província mandou abrir uma picada por entre a mata costeira do Rio Conceição, visando reduzir o trajeto entre Cruz Alta e Santo Ângelo, até então percorrido por campo, costeando a mata nativa. Mapa 1.1 – Localização de Ijuí no Brasil Fonte: Elaborado a partir da Malha Municipal do IBGE e dos dados disponíveis na coleção ESRI Data & Maps. Aspectos Históricos e Territoriais 17 Para que fosse possível trafegar pela picada, instalaram-se peões responsáveis pelas periódicas limpezas, constituindo-se nos primeiros moradores permanentes. Assim, chamou-se o local de Picada Conceição, mais tarde Barreiro, em função de um lamaçal formado por uma vertente de água mineral. Assim, os povos indígenas foram os primeiros a pisar o solo da região, seguidos pelos imigrantes de origem afro-brasileiros, luso-brasileiros e descendentes de imigrantes europeus, inicialmente famílias de origem italiana, oriundas da Colônia de Silveira Martins na década de 80 do século XIX. Iniciava-se então, uma grande miscigenação de etnias que caracteriza Ijuí como "Terras das Culturas Diversificadas". A Colônia de Ijuhy (que na língua Guarani significa "Rio das Águas Claras" ou "Rio das Águas Divinas") foi inaugurada em 19 de outubro de 1890 contando já com 18 etnias. Mapa 1.2 – Divisão municipal do RS em 1890 Fonte: Elaborado a partir da base cartográfica disponibilizada pela Divisão de Geografia e Cartografia da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento do RS, compilada para a publicação: ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA, COMISSÃO DE ASSUNTOS MUNICIPAIS Evolução Municipal do Rio Grande do Sul: 1809-1996. Porto Alegre: [s.n.] 2002. Aspectos Históricos e Territoriais 18 Constituindo um empreendimento oficial e planejado, o Governo mandou medir 1.000 lotes de 25 hectares cada, encaminhando imigrantes europeus. O colono que ali se estabelecia, recebia a terra e auxílio à sua instalação, para pagamento em cinco anos, além de ter possibilidade de prestar serviços ao Estado (construção de estradas, caminhos e outras obras nos núcleos coloniais) mediante remuneração para sua manutenção até que o lote começasse a produzir efetivamente. O colono evidentemente dependia do Estado, pois tanto a compra do lote como as subvenções despendidas foram os mecanismos que propiciaram o controle direto da direção da Colônia sobre a vida do novo agricultor, assegurando desse modo a produção de excedentes para o mercado. Com a estruturação do espaço rural, surge a figura do comerciante, então intermediário da circulação de mercadorias (frutos e insumos) da agropecuária colonial. Ele será figura destacada e fundamental no desenvolvimento de Ijuí. A economia local ganhou novo impulso com a inauguração da estrada de ferro em 19 de outubro de 1911, pois facilitou o intercâmbio de mercadorias, valorizou as terras que quadruplicaram de valor e incentivou a produção de exportáveis (a produção dobrou e a exportação triplicou), incrementando sobremaneira o comércio local. Por Decreto de 30 de janeiro de 1912 criava-se o município de Ijuhy, instalado em 2 de fevereiro de 1912. O mapa a seguir representa a localização e o primeiro território do município, onde se observa a estrutura administrativa territorial do Estado do Rio Grande do Sul com apenas 68 municípios, muito diferente em relação à sua correspondência contemporânea, de 496 municípios. Aspectos Históricos e Territoriais 19 Mapa 1.3 – Divisão territorial do RS em 1912, com destaque para Ijuí Fonte: Elaborado a partir da base cartográfica disponibilizada pela Divisão de Geografia e Cartografia da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento do RS, compilada para a publicação: ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA, COMISSÃO DE ASSUNTOS MUNICIPAIS Evolução Municipal do Rio Grande do Sul: 1809-1996. Porto Alegre: [s.n.] 2002. Segundo LAZZAROTTO, no caderno nº 6, do Museu Antropológico “Diretor Pestana”, editado em 1977, citando o relatório de 1912 da Comissão de Terras e Colonização de Ijuhy, em que constam dados para um diagnóstico socioeconômico do então município: “A população de Ijuí, era calculada entre 25 a 28.000 habitantes. “A Colônia Ijuhy é a mais bem dotada de viação de rodagens do Estado”. Realmente havia “300 quilômetros de estradas carroçáveis e 500 quilômetros de caminhos vicinais... Pontes em todos os rios e arroios. No Ijuhy Grande, além da ponte há 8 barcas”. Funcionavam 32 escolas, sendo 12 mantidas pelo governo do Estado, 4 municipais e 16 particulares. A matrícula era de 1.600 crianças. Havia “70 casas de comércio, 16 serrarias a vapor, 1 serraria hidráulica, 28 moinhos hidráulicos para milho, trigo e centeio, 4 moinhos a vapor para os mesmos cereais, 42 engenhos de cana, 11 fábricas de cerveja e gazoza, 2 de banha (refinarias), 19 ferrarias e fábricas de carroças e carros, 6 olarias, 2 carpintarias a vapor, 5 curtumes, 3 atafonas (fábricas de farinha de mandioca), 3 padarias, 6 funilarias, 4 engenhos a vapor de beneficiar arroz, 4 engenhos hidráulicos para o mesmo cereal, 9 hospedarias e restaurantes, 4 hotéis, 3 açougues, 7 alfaiatarias, 5 sapatarias, 4 barbearias, 3 depósitos de madeiras, 2 armazéns de consignação e despacho de mercadorias, 2 relojoarias, 1 tipografia, 5 médicos, 2 advogados, 1 fábrica de mobílias de vime, 85 Aspectos Históricos e Territoriais 20 fábricas de manteiga de nata doce, 1 ourivesaria, 1 depósito de cal, 1 fábrica de móveis de madeira, 1 fotógrafo, 1 oficina mecânica e armeiro, 1 bazar, 1 pedreiro construtor”. A produção era calculada em 5.000 contos e a exportação em 2.500 a 3.000 contos. Exportava-se banha, fumo, feijão, milho, madeiras em toras, tábuas, linhas, pranchões, caibros, ripas e esteios”. (LAZZAROTTO, 1977.) Vale registrar ainda que no ano de 1917, a partir de contratação particular, instalouse a iluminação elétrica na Rua do Comércio, por ser a mais movimentada. Este foi outro fator relevante a se destacar no desenvolvimento do município. Em 1923 a Prefeitura Municipal inaugurou usina própria, aproveitando uma queda do rio Potiribú, próximo à cidade. A 5 de outubro de 1948 entrou em funcionamento uma turbina a vapor. A 10 de setembro de 1951 o grupo Diesel. Em 1959, entrou em funcionamento o 1º grupo gerador na usina de Passo de Ajuricaba e ali, em 1976, começou a funcionar o 2º grupo gerador. Grande parte da energia consumida em Ijuí, até nossos dias, é produzida no município, de domínio do Poder Público Municipal, certamente um fator altamente positivo ao seu desenvolvimento. O comércio exuberante, capitaneado pelo fato de ter sido a primeira colônia do Noroeste do Estado, aliado a policultura de subsistência, com venda de excedentes, fundada em uma estrutura agrária minifundiária, criaram estreitas relações com a indústria: o porco fornecia matéria-prima para as refinarias de banha, frigoríficos e indústria de couro; o milho, alimento da família colonial, além do porco, era largamente exportado e também foi industrializado na forma de farinha; a indústria de laticínios originou-se da ordenha; as fundições forneciam instrumentos e engenhos mecânicos à produção agrícola. A partir da década de 60, a policultura foi sendo substituída pelo binômio trigo-soja, praticamente imposta por políticas públicas do Governo Federal. A triticultura que teve seu auge no período 69-71, às custas de propaganda e financiamentos oficiais, cede espaço a partir de 1972 à cultura da soja que, em função dos incentivos e lucros crescentes, assume a ponta da produção agropecuária local estendendo-se até nossos dias. Assim, a policultura de subsistência e venda de excedentes dá espaço à lavoura mecanizada comercial dependente do comportamento de um único produto, a soja, por sua vez, condicionada ao mercado internacional. Aspectos Históricos e Territoriais 21 De outro lado, as políticas públicas abriram espaço para os mercados nacionais de produtos manufaturados, o que levou ao desaparecimento das pequenas empresas industriais que atuavam no mercado local e não se adequaram aos novos tempos. Da mesma forma, o processo de substituição da policultura por uma agricultura mecanizada, provocou êxodo rural, pela substituição do homem pela máquina e abriu espaço para outro perfil de casas comerciais de produtos manufaturados, principalmente, de empresas ligadas à nova agricultura. As mudanças de rumo da economia de Ijuí são apontadas por LAZZAROTTO (1977): “Parece cedo ainda para avaliar todas as conseqüências, boas e ruins, desta rápida mudança. Se, por um lado deu certa segurança aos agricultores que se integraram no processo, por outro, tirou-lhes autonomia colocando-os quase na total dependência dos bancos e das multinacionais que vendem os insumos e compram o produto final.” (LAZZAROTTO, 1977) Em todo o contexto da história evolutiva do município de Ijuí, se deve considerar também a reestruturação territorial pela qual passou. O acelerado processo de ocupação do território gaúcho por frentes expansionistas e colonizadoras aumentou significativamente o número de municípios do Estado que, em 1912, era de 68, passando para 496 na atualidade. O quadro 1.1 apresenta a evolução absoluta da área territorial de Ijuí e a sua participação relativa no território do Estado do Rio Grande do Sul, partindo de 0,711% em 1912 para 0,245% em 2001, o que se mantém na atualidade. Quadro 1.1 – Evolução da área territorial de Ijuí e percentual representativo no território do Estado ANO ÁREA (Kms²) % NO RS 1912 2002 0.711 1961 1971 0.700 1965 1053 0.374 1992 904 0.321 2001 689 0.245 Fonte: Calculado a parti das bases cartográficas disponibilizadas pela Divisão de Geografia e Cartografia da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento e das Malhas Municipais Digitais do IBGE Aspectos Históricos e Territoriais 22 Estes movimentos de desdobramento territorial reduziram de forma absoluta a área geográfica do município em 65,58% ao longo dos anos, de 2002 kms² para 689 kms² em 2001. Para melhor ilustrar este fato, apresentamos graficamente esta evolução territorial do município de Ijuí, conforme o mapa 1.4, que mostra com detalhes o processo de evolução da configuração territorial de Ijuí, desde sua emancipação, a partir de Cruz Alta, até 2001, o que se estende aos dias atuais. Mapa 1.4 – Evolução territorial do município de Ijuí Fonte: Elaborado a partir da base cartográfica disponibilizada pela Divisão de Geografia e Cartografia da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento do RS, compilada para a publicação: ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA, COMISSÃO DE ASSUNTOS MUNICIPAIS Evolução Municipal do Rio Grande do Sul: 1809-1996. Porto Alegre: [s.n.] 2002. Aspectos Históricos e Territoriais 23 Por fim, o mapa 1.5, a seguir, caracteriza a atual estratificação administrativa territorial dos municípios no Rio Grande do Sul, com destaque para o município de Ijuí, com vistas a atualizar o dimensionamento territorial do município no estado. Mapa 1.5 – Atual divisão territorial do RS com destaque para Ijuí Fonte: Elaborado a partir da base cartográfica disponibilizada pela Divisão de Geografia e Cartografia da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento do RS, compilada para a publicação: ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA, COMISSÃO DE ASSUNTOS MUNICIPAIS Evolução Municipal do Rio Grande do Sul: 1809-1996. Porto Alegre: [s.n.] 2002. Com esta rápida contextualização histórica e territorial de Ijuí, passamos à avaliação dos movimentos demográficos no município, conforme apresentado do capítulo seguinte. Aspectos Históricos e Territoriais 24 2 – ASPECTOS DEMOGRÁFICOS Neste capítulo se pretende avaliar os movimentos demográficos no município de Ijuí, ao longo do tempo. Os dados que fomentam a análise são dos censos demográficos, no período 1920-2000, e da contagem da população em 2007, do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2.1 - DINÂMICA DO CRESCIMENTO POPULACIONAL Para o período considerado no presente estudo, 1920 a 2007, segundo os dados censitários e de contagem da população apresentados no Quadro 2.1 e representados no Gráfico 2.1, Ijuí apresentou um acréscimo em sua população de 48.439 habitantes, passando de 28.300 habitantes em 1920 para 76.739 habitantes em 2007, o que representa uma variação relativa total de 171,16% no período destacado. Ao longo do período destacado, o crescimento populacional se manteve em percentuais positivos, embora com índices diferenciados, com exceção de dois períodos: no período 1960 -1970, em que se verifica uma queda populacional em função certamente influenciada pelas emancipações de Catuípe em 1961 e Augusto Pestana e Ajuricaba em 1965; e no período 2000 – 2007, capitaneado pelos desmembramentos territoriais, em 2001, de Bozano e Boa Vista do Cadeado. Já a emancipação do distrito de Coronel Barros, que se registra no ano de 1992, não é suficiente para comprometer um resultado positivo no período 1991-2000. De outro modo, o Quadro 2.1 também apresenta a evolução da população urbana e rural, evidenciando o processo de urbanização no município de Ijuí, visto que em 1920 a Aspectos Demográficos 25 população urbana representava 6,36% e passa para 90,05% em 2007, logicamente em detrimento da redução relativa da população rural. Quadro 2.1 – População Urbana, Rural e Total, 1920 – 2007. URBANA RURAL TOTAL ANO HAB % HAB % HAB 1920 1.800 6.36 26.500 93.64 28.300 1940 6.111 14.23 36.823 85.77 42.934 1950 9.472 19.13 40.037 80.87 49.509 1960 21.399 33.78 41.951 66.22 63.350 1970 31.768 60.24 20.970 39.76 52.738 1980 53.958 76.07 16.974 23.93 70.932 1991 60.859 80.98 14.298 19.02 75.157 2000 67.397 85.90 11.064 14.10 78.461 2007 69.107 90.05 7.632 9.95 76.739 Fonte: IBGE, Censo Demográfico do RS – 1920, 1940, 1950, 1960, 1970, 1980, 1991, 2000. IBGE, Contagem da População – 2007. Gráfico 2.1 – População total de Ijuí entre 1920 e 2007 Gráfico 2.1 - População Total de Ijuí Entre 1920 e 2007 90.000 Habitantes 80.000 70.000 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 0 1920 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2007 Anos Fonte: Dados da Tabela 2.1 Em análise mais específica sobre os diferentes períodos intercensais, se observa um comportamento diferenciado das taxas de crescimento, conforme mostra a Tabela 2.2. No período 1950/60, se verifica a taxa anual de crescimento populacional, atingindo 34,50% na década, percentual este que representa um aumento real de 18.194 habitantes, compensando a perda da década anterior ocasionada pelas emancipações Aspectos Demográficos 26 ocorridas. No período 1920/1940 e, portanto, mais longo, de 20 anos, se verifica uma elevação de 51,71%, porém em números absolutos de 14.634 habitantes. Quadro 2.2 – Taxas intercensais de incremento populacional de Ijuí para o período de 1920 a 3007 PERÍODO 1920 / 1940 1940 / 1950 1950 / 1960 1960 / 1970 1970 / 1980 1980 / 1991 1991 / 2000 2000 / 2007 URBANA 239.50 55.00 125.92 48.46 69.85 12.79 10.74 2.54 RURAL 38.95 8.73 4.78 -50.01 -19.06 -15.77 -22.62 -31.00 TOTAL 51.71 15.31 27.96 -16.75 34.50 5.96 4.40 -2.19 Fonte: IBGE, Censo Demográfico do RS – 1920, 1940, 1950, 1960, 1970, 1980, 1991, 2000. IBGE, Contagem da População – 2007. Nos períodos posteriores, o incremento populacional passa a ser cada vez menor, mantendo, a partir de 1980, uma forte desaceleração no crescimento populacional, contudo se aproximando do comportamento do Estado do Rio Grande do Sul, conforme dados do Quadro 2.3, resgatados para efeitos de comparabilidade, o que se expressa no Gráfico 2.2. Quadro 2.3 – Taxas intercensais de incremento populacional do Rio Grande do Sul para o período de 1920 a 3007 PERÍODO URBANA RURAL TOTAL 1920 / 1940 52.14 1940 / 1950 25.42 1950 / 1960 72.00 9.49 30.83 1960 / 1970 45.32 3.58 22.32 1970 / 1980 47.71 -18.86 16.64 1980 / 1991 33.27 -15.12 17.56 1991 / 2000 18.89 -12.71 11.48 2000 / 2007 6.14 -8.69 3.88 Fonte: IBGE, Censo Demográfico do RS – 1920, 1940, 1950, 1960, 1970, 1980, 1991, 2000. IBGE, Contagem da População – 2007. O Gráfico 2.2 facilita a visualização do cotejo entre os movimentos demográficos intercensais de Ijuí e do Rio Grande do Sul. Aspectos Demográficos 27 Gráfico 2.2 – Taxa de incremento intercensal da população total de Ijuí e do RS, entre 1920 e 2007 Gráfico 2.2 - Taxa de Incremento Intercensal da População Total de Ijuí e do RS Entre 1920 e 2007 Variação(%) 60 40 20 0 -20 1920 / 1940 1940 / 1950 1950 / 1960 1960 / 1970 1970 / 1980 1980 / 1991 1991 / 2000 2000 / 2007 -40 Períodos Ijuí RS Fonte: Dados dos Quadros 2.2 e 2.3 No Estado a desaceleração no crescimento populacional se dá a partir da década de 50, de forma praticamente linear até 2007, certamente já refletindo mudanças culturais na sociedade gaúcha, em especial, no tocante ao número de filhos por família. Já no município, se destacam dois momentos, ignorando as performances comprometidas pelos desmembramentos territoriais e populacionais: aceleração no crescimento demográfico intencensal até a década de 80 e desaceleração deste crescimento a partir de então, o que já deve ser referenciado como um subsídio para a avaliação econômica. 2.2 – A DINÂMICA DA URBANIZAÇÃO NO MUNICÍPIO Segundo critérios demográficos, Ijuí apresentou um predomínio da população rural até o registro da década de 1960, em que 66,22% da população total, ou 41.951 pessoas, estavam concentradas na zona rural, contra respectivos 33,78% ou 21.399 habitantes na zona urbana. Até aquele ano, se observa que a população rural vinha crescendo em números absolutos, apesar de reduzir seu percentual relativo à população total. O forte processo de desmembramento territorial e populacional das emancipações foi decisivo na inversão da tendência, visto, em 1970, apresentar apenas 39,76% da população total ou 20.970 habitantes, uma redução em número de 20.981 pessoas. No período subseqüente, que se estende até nossos dias, o maior vilão do redução absoluta e Aspectos Demográficos 28 relativa da população rural é o processo de êxodo rural provocado pela modernização agrícola. Gráfico 2.3 – Evolução da população de Ijuí entre 1920 e 2007 Gráfico 2.3 - Evolução da População de Ijuí Entre 1920 e 2007 Habitantes 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 0 1920 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2007 Anos Urbana Rural Total Fonte: Dados do Quadro 2.1. Para efeito de comparabilidade, mais uma vez, se buscou os dados do Estado do Rio Grande do Sul, conforme Gráfico 2.4. De pronto, é possível perceber que o processo evolutivo seguiu o mesmo comportamento, com acelerado processo de urbanização e queda absoluta da população rural. A diferença se dá nas perdas emancipatórias, que não se verifica em termos estaduais. Gráfico 2.4 – Evolução da população do RS entre 1920 e 2007 Gráfico 2.4 - Evolução da População do RS Entre 1920 e 2007 12.000.000 Habitantes 10.000.000 8.000.000 6.000.000 4.000.000 2.000.000 0 1920 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2007 Anos Urbana Rural Total Fonte: IBGE – Dados censitários. Aspectos Demográficos 29 As taxas intercensais relativas à população rural, demonstradas no Gráfico 2.5, comprovam as afirmativas anteriores, onde no período 1920-1960 se apresentam positivas, embora declinantes em percentuais, assumindo variações negativas no período 1960-1996. Destaca-se ainda, que o período 1991-1996, que foi influenciado diretamente pela emancipação de Coronel Barros, que também desagregou grande parcela de habitantes da zona rural. Já no período 2000-2007, incorpora-se a redução em virtude da emancipação do município de Bozano. Gráfico 2.5 – Taxa de incremento intercensal da população urbana e rural de Ijuí entre 1920 e 2007 Variação(%) Gráfico 2.5 - Taxa de Incremento Intercensal da População Urbana e Rural de Ijuí Entre 1920 e 2007 300.00 250.00 200.00 150.00 100.00 50.00 0.00 -50.00 -100.00 1920 / 1940 1940 / 1950 1950 / 1960 1960 / 1970 1970 / 1980 1980 / 1991 1991 / 2000 2000 / 2007 Períodos URBANA RURAL Fonte: Dados do Quadro 2.1. Por sua vez, as taxas de crescimento da população urbana, no entanto, mantiveram-se positivas no período entre 1920 e 1996, variando respectivamente de 1.800 habitantes para 63.849 habitantes. Em termos percentuais, verifica-se que passa de 6,36% da população total em 1920 para 84,48% em 1996. A maior média anual ocorreu no período de 1950 -1960, quando se verificou uma variação de 125,92%, onde a população urbana passa de 9.472 habitantes para 21.399 habitantes, o que representa um acréscimo de 11.927 pessoas, visto que a variação de 239,50%, do período 1920-1940, corresponde a um intervalo de 20 anos. Todavia, em termos absolutos, o maior crescimento se deu no período 1970-1980, onde de 31.768 habitantes cresce para 53.958 habitantes, um incremento de 22.190 pessoas. Aspectos Demográficos 30 Da mesma forma, em consonância ao comportamento da população total, se verifica uma desaceleração no crescimento da população urbana de Ijuí a partir da década de 80, quando se observa as menores taxas intercensais percentuais de crescimento da população. Já no tocante à avaliação dos dados de incremento populacional urbano e rural do Estado, se verifica uma realidade um pouco diferente da que se observa em Ijuí. O Gráfico 2.6 apresenta a evolução da taxa de incremento para o Estado, no qual é possível observar a desaceleração nas taxas de incremento populacional urbano e rural ao longo do período. Gráfico 2.6 – Taxa de incremento intercensal da população urbana e rural do RS entre 1920 e 2007 Gráfico 2.6 - Taxa de Incremento Intercensal da População Urbana e Rural do RS Entre 1920 e 2007 80.00 Variação(%) 60.00 40.00 20.00 0.00 -20.00 -40.00 1920 / 1940 1940 / 1950 1950 / 1960 1960 / 1970 1970 / 1980 1980 / 1991 1991 / 2000 2000 / 2007 Períodos URBANA RURAL Fonte: IBGE – Dados censitários. A modernização agrícola que produziu êxodo rural também se expressa em âmbito estadual, em especial, pelas taxas negativas verificadas no período pós-60, assim como, no recorte urbano se observa a desaceleração do ímpeto de crescimento populacional, o que permite apontar, pela linearidade, para a estabilização no número de habitantes no Estado. Aspectos Demográficos 31 2.3 – DENSIDADE DEMOGRÁFICA Relacionando a população total residente no município com a área territorial, o parâmetro densidade demográfica é indicativo da distribuição espacial média dos efetivos demográficos no município. No gráfico 2.7 são apresentados os dados de densidade demográfica do município de Ijuí, num comparativo com os dados do Rio Grande do Sul. Gráfico 2.7 – Densidade demográfica de Ijuí e do RS, entre os anos de 1920 e 2007 hab/Km² Gráfico 2.7 - Densidade Demográfica de Ijuí e do RS Entre os Anos de 1920 e 3007 120.00 100.00 80.00 60.00 40.00 20.00 0.00 1920 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2007 Anos Ijuí RS Fonte: IBGE – Dados censitários Em 1920, o município de Ijuí apresentava 14,14 hab/Km² e o Estado do Rio Grande do Sul, 7,75 hab/Km², o que indicava uma ocupação do solo superior no município de 4,85 vezes a ocupação estadual. Em 2007, esta relação sobe para 7,88 vezes, pelos respectivos registros de 111,38 hab/Km² em Ijuí e de 37,56 hab/Km² no Estado. Este indicativo aponta para um processo local mais acelerado na concentração populacional por dimensionamento territorial em relação à média gaúcha, certamente influenciado pelos movimentos de desmembramento territorial, que agudizou a taxa de urbanização local. Aspectos Demográficos 32 2.4 – ESTRUTURA DA POPULAÇÃO POR IDADE E SEXO Observando-se a evolução da estrutura etária do município de Ijuí no período entre 1960 e 2000, de acordo com o Quadro 2.4, demonstrado visualmente no Gráfico 2.8, se verifica que ocorreu uma redução na taxa de natalidade, bem como uma ampliação de expectativa de vida da população pelo declínio da taxa de mortalidade. Pelos dados, verifica-se que a população na faixa de 0 a 9 anos que, em 1960, correspondia a 31,34% do total de habitantes, cai para 16,23% em 2000, uma redução de 48,21% e, contrariamente, a faixa de 60 anos ou mais amplia sua participação de 4,42% em 1960 para 11,20% em 2000, um incremento de 153,40%. Esta constatação pode ser estendida, respectivamente, para a faixa até 14 anos e para a faixa acima de 40 anos, onde o pior e melhor desempenho em cada faixa invertem suas posições nos extremos temporais. Quadro 2.4 - Evolução da Estrutura Etária da População de Ijuí – em % DESCRIÇÃO FAIXA ETÁRIA 1960 1970 0 a 4 anos 17.34 12.88 5 a 9 anos 14.00 13.73 10 a 14 anos 11.73 12.56 15 a 19 anos 10.13 11.27 20 a 29 anos 16.28 15.95 30 a 39 anos 12.61 12.31 40 a 49 anos 8.38 9.14 50 a 59 anos 5.06 6.20 mais de 60 anos 4.42 5.87 Idade ignorada 0.06 0.08 Total 100.00 100.00 Fonte: IBGE – Dados Censitários de 1960, 1970, 1980, ANOS 1980 1991 2000 11.74 9.57 7.85 10.92 10.46 8.38 11.15 10.31 8.98 11.56 9.04 9.58 18.54 17.23 16.02 12.90 15.46 15.47 9.45 10.91 13.41 6.80 7.69 9.12 6.84 9.33 11.20 0.09 0.00 0.00 100.00 100.00 100.00 1991, 2000 e Contagem da População de 2007 Aspectos Demográficos 33 Gráfico 2.8 – Evolução da estrutura etária da população do município de Ijuí, entre 1960 e 2000 Gráfico 2.8 - Evolução da Estrutura Etária da População do Município de Ijuí Entre 1960 e 2000 100% Variação (%) 80% mais de 60 anos 50 a 59 anos 60% 40 a 49 anos 30 a 39 anos 40% 20 a 29 anos 15 a 19 anos 20% 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0% 0 a 4 anos 1960 1970 1980 1991 2000 Anos Fonte: Dados do Quadro 2.4 Para avançar na leitura, se elaborou a pirâmide etária da população de Ijuí em três anos distintos: 1970, 1980 e 2000, gráficos 2.9, 2.10 e 2.11, as quais permitem melhor acompanhar a evolução da distribuição por sexo e faixa etária da população residente no município. Observa-se que, a população feminina supera em número a masculina, pois na maioria das faixas etárias apresentadas nas pirâmides, o número de mulheres é superior ao dos homens, sendo possível observar uma acentuada diferença em direção ao topo das mesmas. Como exceção, na faixa de zero aos 14 anos se verifica uma leve predominância masculina, indicando que nos anos analisados nasceram mais homens no município de Ijuí. Estes fatos apontam à tendência de taxa de mortalidade menor para o gênero feminino, por causas diversas. Também é possível constatar que a população de Ijuí, que se mostrava estritamente jovem em 1980, com a maioria da população concentrada nas faixas abaixo dos 19 anos, está passando por um processo de envelhecimento relativo da população, quer por redução da taxa de natalidade, quer por ampliação da expectativa de vida. Este fato explica a mudança visual no formato das figuras, que avançam do perfil de pirâmides para um perfil mais harmonioso entre as faixas etárias. Aspectos Demográficos 34 Gráfico 2.9 - Pirâmide Etária do Município de Ijuí – 1970 Fonte: IBGE - Dados demográficos. Gráfico 2.10 - Pirâmide Etária do Município de Ijuí – 1980 Fonte: IBGE - Dados demográficos. Gráfico 2.11 - Pirâmide Etária do Município de Ijuí – 2000 Fonte: IBGE - Dados demográficos. Aspectos Demográficos 35 Assim, o estreitamento do número de habitantes nas faixas etárias mais jovens, aliada ao crescimento da população total nos indica uma nova configuração da estrutura etária municipal, com alargamento das faixas em idade ativa. Por conseqüência, este fato nos permite apontar também para o crescimento da população economicamente ativa, ou melhor, da força de trabalho, indicando ampliação da disponibilidade de mão-de-obra como fator de produção. Esta breve contextualização demográfica nos permite descortinar o palco para avaliar os indicadores sociais do município, dispostos no próximo capítulo. Aspectos Demográficos 36 3 – INDICADORES SOCIAIS Investigar o estágio de desenvolvimento de uma sociedade é uma tarefa extremamente desafiante, visto a inexistência de um indicador absoluto, consensual, inquestionável. Medir qualidade de vida talvez seja um dos maiores desafios dos estudiosos das ciências sociais, pela própria subjetividade intrínseca. Até o início dos anos 90 do século passado, o PIB per capita era o indicador mais utilizado para cumprir essa função. Todavia, se sabe que este indicador simplesmente é a expressão do quociente do total da produção de bens e serviços pelo número de habitantes, portanto uma média produtiva, quantitativa, longe de ser qualitativa e, a partir daí, se constituir em um indicador social. Objetivando avançar no tema, o economista paquistanês Mahbub ul Haq, com a colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998, desenvolveu o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, indicador utilizado pelo PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento para tentar comparar o desenvolvimento entre nações. O Índice de Desenvolvimento Humano é uma média aritmética de três indicadores: educação: taxas de alfabetização e escolarização; saúde: expectativa de vida da população; e, renda: PIB per capita. Portanto, o IDH, apesar de seus avanços em relação ao PIB per capita, padroniza dimensões diferentes e também não se constitui em um indicador definitivo para medir o desenvolvimento. "Devo reconhecer que não via no início muito mérito no IDH em si, embora tivesse tido o privilégio de ajudar a idealizá-lo. A princípio, demonstrei bastante ceticismo ao criador do Relatório de Desenvolvimento Humano, Mahbub ul Haq, sobre a tentativa de focalizar, em um índice bruto deste tipo Indicadores Sociais 37 - apenas um número -, a realidade complexa do desenvolvimento e da privação humanos. (...) Mas, após a primeira hesitação, Mahbub convenceuse de que a hegemonia do PIB (índice demasiadamente utilizado e valorizado que ele queria suplantar) não seria quebrada por nenhum conjunto de tabelas. As pessoas olhariam para elas com respeito, disse ele, mas quando chegasse a hora de utilizar uma medida sucinta de desenvolvimento, recorreriam ao pouco atraente PIB, pois apesar de bruto era conveniente. (...) Devo admitir que Mahbub entendeu isso muito bem. E estou muito contente por não termos conseguido desviá-lo de sua busca por uma medida crua. Mediante a utilização habilidosa do poder de atração do IDH, Mahbub conseguiu que os leitores se interessassem pela grande categoria de tabelas sistemáticas e pelas análises críticas detalhadas que fazem parte do Relatório de Desenvolvimento Humano." (SEN, 1999)1. Na mesma direção outros indicadores foram desenvolvidos, como no Brasil o IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, o IDESE – Índice de Desenvolvimento Socioeconômico, o IFDM – Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal, sem, contudo, ainda permitir uma leitura definitiva. A dificuldade reside na complexidade de variáveis envoltas em um sistema extremamente caótico, onde a subjetividade pessoal senta no trono e governa. Um indicador representa uma média do conjunto da população, portanto não espelha realidades individuais. Também, a felicidade humana não deve ser vista como um ponto estático no espaço e no tempo, mas como estágios no espaço e no tempo, ou melhor, não deve ser considerada como sendo um destino e, sim como uma viagem. Assim, neste capítulo, se objetiva simplesmente apresentar alguns dos diversos indicadores disponíveis sobre o município de Ijuí, relacionando-os com o Estado do Rio Grande do Sul, para efeitos de comparabilidade. 3.1- PRODUTO INTERNO BRUTO PER CAPITA Conforme referenciado o PIB per capita é um indicador quantitativo da produção de bens e serviços em âmbito local. É uma média absoluta encontrada no quociente do total 1 Amartya Sen, Prêmio Nobel da Economia em 1998, no prefácio do Relatório de Desenvolvimento Humano – RDH de 1999 do PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Indicadores Sociais 38 da produção pelo número de habitantes. Seu limite é que não traz em seu bojo nenhum componente qualitativo de distribuição da riqueza gerada. Entretanto, sua grande contribuição é a de indicar, por habitante, que quanto maior a geração de riqueza maior é a transformação de fatores de produção em âmbito local, o que aponta para um maior dinamismo da economia, com reflexos no conjunto da sociedade. A dimensão per capita permite comparabilidade com outras economias. Isto posto, verificamos a evolução do PIB per capita no município e no Estado do Rio Grande do Sul, em valores correntes, no período 1996-2005, conforme gráfico a seguir. Gráfico 3.1 – Evolução do PIB per capita em Ijuí e no RS, no período de 1996 e 2005 Gráfico 3.1 - Evolução do PIB pc em Ijuí e no RS, no período 1996-2005 14.000 12.000 Em R$ 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 0 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 anos Ijuí RS Fonte: FEE/Centro de Informações Estatísticas/Núcleo de Contabilidade Social. É de fácil identificação que a geração de riqueza local não acompanhou a média gaúcha em termos per capita no período destacado, salvo no ano de 2003, que apresentou um PIB pc de R$ 11.985,00, contra respectivos R$ 11.742,00 do Estado. Da mesma forma, é inegável que os indicadores de Ijuí mostram recuperação no início do século, apesar de diminuir o ímpeto em 2004 e 2005. Indicadores Sociais 39 Como aqui ainda não se objetiva discutir a evolução da produção de bens e serviços, se restringe a análise na indicação de que a riqueza gerada per capita de Ijuí é inferior a correspondente riqueza gerada no Estado. Isto indica, em termos relativos, que o município tem problemas de geração de renda, que podem se refletir na qualidade de vida de sua população. 3.2 – IDH-M – ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDH-M, calculado a partir dos dados censitários do IBGE, é um indicador baseado na metodologia de cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano - IDH do PNUD, com as dimensões de educação, longevidade e renda preservadas, apesar das variáveis de coleta serem diferenciadas, para melhor atender as necessidades locais. Assim, para a avaliação da dimensão da renda, o critério usado é a renda municipal per capita, ou seja, a renda média de cada residente no município, diferentemente do PIB per capita do IDH do PNUD. Esta renda é calculada a partir da soma da renda familiar indicada nos questionários dos censos e dividida pelo número de habitantes. Na dimensão da educação, a taxa de alfabetização de pessoas acima de 15 anos recebe peso 2,0 e a taxa de freqüência à escola o peso 1,0, esta indicada pelo quociente do somatório de pessoas, independentemente da idade, que freqüentam o ensino fundamental, médio e superior, com a população da faixa etária de 07 a 22 anos. Já na dimensão da longevidade, o IDH - M não difere no IDH, apontando o número médio que uma pessoa nascida no local tem de expectativa de vida. Este indicador procura sintetizar as condições de saúde do município, a partir do indicativo de que quanto menos mortes houver maior a longevidade. Estas três dimensões recebem cada qual seu índice específico, que somados e divididos por três, ou seja, a média aritmética define o IDH – M, que varia de zero a um. Quanto mais próximo de um, maior será o desenvolvimento humano daquela sociedade: Indicadores Sociais 40 até 0,499 baixo; de 0,500 até 0,799 médio; e, acima de 0,800 alto desenvolvimento humano. Conforme já referenciado, o cálculo se dá a partir de informações censitárias, portanto, as últimas duas apresentações do IDH – M são de 1991 e 2000. O quadro 3.1, abaixo, mostra a evolução do município nestes anos. Quadro 3.1: Evolução do IDH-M de Ijuí, nos anos censitários de 1991 e 2000. Anos\Descrição 1991 2000 IDH - M 0,748 0,803 IDHM-Renda 0,676 0,742 IDHM - Longevidade 0,720 0,742 IDHM - Educação 0,847 0,926 Fonte: IBGE / PNUD. Os dados apontam para uma melhor nos índices de 1991 para 2000 em todas as dimensões, porém o desempenho de suplantar a barreira dos 0,800 considerado como de alto desenvolvimento só foi possível pelo alto índice alcançado pela educação, que registrou 0,926 no último ano censitário. As dimensões da renda e da longevidade se igualam em um índice de 0,742, apontando para médio desenvolvimento. No primeiro já se tinha indicativos do PIB pc e no segundo, por ser um pólo regional de saúde, talvez tenha seu desempenho comprometido pela forma de registro de óbitos. Para melhor leitura do quadro, se buscou mapas que identificam os índices por dimensão dos municípios no Estado do Rio Grande do Sul, para efeitos de comparabilidade. O mapa 3.1 mostra o IDH-M dos municípios gaúchos, com o destaque para Ijuí. Indicadores Sociais 41 Mapa 3.1- Índice de Desenvolvimento Humano Municipal por município no Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2000. Fonte: PNUD/IPEA/FJP, elaborado por SCP/DEPLAN – 05/2004. Conforme apontado, a média gaúcha supera a respectiva média nacional em 2000, 0,814 contra 0,766, respectivamente. Apesar do bom desempenho médio estadual, se verifica que o mapa se traduz em um mosaico em função das diferentes colorações indicativas de desenvolvimento humano. Ijuí, na relação com os outros municípios fica em posição destacada, não atingindo apenas o último estágio, ocupado pelos municípios mais populosos da Grande Porto Alegre e Grande Caxias. Para tentar entender este dimensionamento se abre mapas com as três dimensões do IDH-M. Indicadores Sociais 42 Mapa 3.2- Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Bloco Educação, por município no Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2000. Fonte: PNUD/IPEA/FJP, elaborado por SCP/DEPLAN – 05/2004. No bloco da Educação, já se apontava para o desempenho diferenciado do Município, aqui comprovado pela posição relativa de destaque em relação aos outros municípios gaúchos. Como o Rio Grande do Sul, 0,904, também supera a média nacional, 0,849, o recorte municipal, 0,926, merece ainda maior epígrafe. No tocante a dimensão longevidade, conforme disposto no próximo mapa, se verifica que Ijuí, com IDH-M de 0,742 em 2000, embora supere a média nacional de 0,727, fica bem aquém do correspondente estadual, de 0,785. Indicadores Sociais 43 Mapa 3.3- Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Bloco Longevidade, por município no Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2000. Fonte: PNUD/IPEA/FJP, elaborado por SCP/DEPLAN – 05/2004. Conforme referenciado, o município é um pólo regional de saúde, com diversas especializações de ponta na área, o que implica em receber diariamente caravanas de pacientes da região. Isto pode indicar que alguns registros de óbito sejam computados no município, distorcendo a composição do índice. Por fim, o próximo mapa apresenta o comportamento do IDH-M Renda para os municípios do Estado do Rio Grande do Sul. Da mesma forma ao anterior, Ijuí com 0,742, supera a média nacional com 0,723, mas não alcança a média gaúcha, de 0,754, apesar de estar com coloração indicativa de desempenho superior. Indicadores Sociais 44 Mapa 3.4- Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Bloco Renda, por município no Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2000. Fonte: PNUD/IPEA/FJP, elaborado por SCP/DEPLAN – 05/2004. Em suma, pelo IDH-M o município é considerado de alto desenvolvimento, com seu desempenho relativo maximizado pela educação e minimizado pela longevidade e renda, com as ressalvas pertinentes. 3.3 - ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO – IDESE Por sua vez, o Índice de Desenvolvimento Socioeconômico – IDESE foi criado pela Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser – FEE, para mapear os municípios do Estado do Rio Grande do Sul, a partir de uma série mais atualizada. O Indicadores Sociais 45 IDESE se referencia na estrutura do IDH, porém com quatro dimensões: Educação, Renda, Saúde e, como diferencial, Saneamento e Domicílios, conforme metodologia de cálculo reproduzida abaixo: Quadro 3.2: Blocos do IDESE, índices componentes de cada bloco, pesos dos índices nos blocos e no IDESE, limites dos índices e fontes dos dados brutos Blocos Educação Renda Condições de Saneamento e Domicílio Saúde Índices Taxa de abandono no ensino fundamental Taxa de reprovação no ensino fundamental Taxa de atendimento no ensino médio Taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos e mais de idade Geração de renda PIBpc Apropriação de renda - VABpc do comércio, alojamento e alimentação Percentual de domicílios abastecidos com água: rede geral Percentual de domicílios atendidos com esgoto sanitário: rede geral de esgoto ou pluvial Peso no Bloco Peso no Idese Limite Inferior Limite Superior Fontes dos Dados Brutos Edudata do INEP, Ministério da Educação 0,25 0,0625 100% 0% 0,2 0,05 100% 0% 0,2 0,05 100% 0% Edudata do INEP, Ministério da Educação Censo Demográfico 2000 do IBGE; Edudata do INEP, Ministério da Educação; FEE 0,35 0,0875 100% 0% Censo Demográfico 2000 e PNAD do IBGE 0,5 0,125 100 ($ ppp) 40 000 ($ ppp) 0,5 0,125 11,22 ($ ppp) 0,5 0,125 0% 100% Censo Demográfico 2000 do IBGE 0,4 0,1 0% 100% Censo Demográfico 2000 do IBGE Censo Demográfico 2000 e PNAD do IBGE;FEE FEE. 4.486,64 ($ ppp) FEE Média de moradores por domicílio Percentual de crianças com baixo peso ao nascer 0,1 0,025 6 moradores 1 morador 0,33 0,0833 30% 4% Taxa de mortalidade de menores de 5 anos 0,33 0,0833 316 por mil 4 por mil Esperança de vida ao nascer 0,33 0,0833 25 anos 85 anos DATASUS do Ministério da Saúde. DATASUS do Ministério da Saúde. IDHM 2000 do PNUD, IPEA e Fundação João Pinheiro Fonte: FEE – Fundação de Economia e Estatística. Como no IDH, o IDESE é fruto da média aritmética dos quatro blocos e também são classificados como: de até 0,499 baixo desenvolvimento; de 0,500 até 0,799 médio desenvolvimento; e, acima de 0,800 alto desenvolvimento socioeconômico. A partir desta metodologia, os índices para o município de Ijuí estão apontados no quadro 3.3, a seguir: Indicadores Sociais 46 Quadro 3.3: Evolução do IDESE, total por bloco, de Ijuí e sua ordem no Estado do RS, nos anos censitários de 1991 e 2000 e do período 2001-2005. Anos 1991 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Educação Índice Ordem 0,785 46º 0,869 58º 0,878 53º 0,883 63º 0,898 40º 0,898 44º 0,899 37º Renda Índice Ordem 0,729 26º 0,771 45º 0,818 16º 0,804 28º 0,834 38º 0,828 36º 0,810 23º Saneam. e Domic. Índice Ordem 0,425 51º 0,611 39º 0,631 31º 0,633 30º 0,634 30º 0,635 29º 0,636 29º Saúde Índice Ordem 0,847 154º 0,822 435º 0,826 446º 0,838 399º 0,834 373º 0,830 399º 0,844 346º IDESE Índice Ordem 0,696 29º 0,768 30º 0,788 13º 0,789 13º 0,800 10º 0,798 11º 0,797 9º Fonte: FEE – Fundação de Economia e Estatística. No IDESE – Educação, que associa dados do censo de 2000 com dados mais atualizados do INEP / MEC, o município obtém seu melhor desempenho no ano de 2005, quando atinge a trigésima sétima colocação no Estado, certamente pela variação positiva dos números do Ministério da Educação e Cultura. Nos anos censitários, apresentou índices respectivos de 0,785 e de 0,869, 46ª e 58 ª posições. No período 2000-2005, sempre se apresentou como de alto desenvolvimento socioeconômico. O município de Ijuí é beneficiado por sua estrutura produtiva2 no IDESE – Renda, visto que este índice é calculado, com igual peso, a partir do PIB per capita e do Valor Agregado Bruto per capita – VAB pc do comércio, alojamento e alimentação. Assim, no ano de 2005, ocupa a 23 ª colocação no Estado, com 0,810, indicador de alto desenvolvimento socioeconômico. Sua melhor posição, a 16ª, se deu em 2001, embora seu melhor índice tenha sido em 2003, 0,834. A inclusão do saneamento básico no IDESE, a partir das residências abastecidas com água, como das atendidas com esgoto sanitário, além da média de moradores por domicílio, com dados do censo de 2000 e esta última atualizado pela Pesquisa Nacional de Amostra a Domicílios – PNAD é uma das novidades trazidas pela FEE. Assim, no IDESE – Saneamento e Domicílios o município aparece, em 2005, na 29ª posição, sua melhor marca no período destacado com 0,636, índice considerado de médio desenvolvimento socioeconômico. 2 Ijuí tem sua estrutura produtiva alicerçada no Setor Terciário, se constituindo em um pólo regional de comércio e serviços, o que pode ser verificado mais especificamente nos dois capítulos seguintes. Indicadores Sociais 47 Já no IDESE – Saúde, mais uma vez se aponta para as possíveis distorções pela forma de registro de crianças com baixo peso ao nascer, da taxa de mortalidade de menores de 5 anos e da esperança de vida ao nascer, que podem prejudicar os municípios considerados receptivos regionais de pacientes. Mesmo assim, apresenta um índice de 0,844 em 2005, considerado de alto desenvolvimento, apesar da 346ª posição no Estado. Seu melhor desempenho foi no ano de 1991, com índice de 0,847 e com a 154ª colocação estadual. A média aritmética destes quatro grandes blocos, estruturados com as respectivas ponderações a partir de 12 indicadores, compõe o IDESE total, em que o município com 0,797 se apresenta na 9ª posição estadual em 2005, seu melhor posicionamento relativo, embora não tenha atingido o índice de 0,800 de 2003. Vale repetir que os indicadores não podem ser vistos como definitivos em si próprios, propiciando melhor leitura se observados no conjunto, cada qual com sua especificidade. O índice, a partir de sua composição matemática, é válido para efeito de comparabilidade e, assim, deve ser interpretado. 3.4 - ÍNDICE FIRJAN DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL – IFDM O Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal – IFDM, calculado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, é mais um indicador inspirado no IDH, que busca medir o estágio de desenvolvimento dos municípios brasileiros. A diferença metodológica reside na média aritmética de três grandes blocos, que também variam de zero a um: emprego e renda - ao invés do PIB pc, utiliza a geração de vagas formais e salários médios de até três mínimos; saúde - consultas pré-natal, óbitos por causas mal definidas e mortes infantis evitáveis no lugar da longevidade; e, educação - trabalha com educação infantil, taxa de abandono escolar, distorção idade/série, qualificação dos professores, desempenho das escolas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB Indicadores Sociais 48 Neste contexto, o quadro seguinte apresenta os dados do FIRJAN, para o ano de 2005, do município de Ijuí e do Estado do Rio Grande do Sul, além da mediana, do máximo e do mínimo estadual. Quadro 3.4: Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal, total e por bloco, de Ijuí e do RS, com mediana, máximo e mínimo estadual, no ano de 2005. Descrição Rio Grande do Sul Mediana RS Máximo RS Mínimo RS Ijuí IFDM 0,7329 0,6570 0,8725 0,5049 0,7367 Emprego & Renda 0,6885 0,4696 0,8848 0,1972 0,6689 Educação Saúde 0,6852 0,6625 0,8683 0,3720 0,7547 0,8252 0,8403 0,9983 0,5985 0,7864 Fonte: Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. Segundo o Sistema FIRJAN, em 2005, Ijuí ocupou o 645ª e 56ª, respectivamente, no ranking nacional e estadual. Apresentou um índice geral de 0,7367, pouco superior ao correspondente gaúcho de 0,7329, que teve como indicador máximo 0,8725 e mínimo de 0,5049. Por bloco, o melhor desempenho se dá na saúde com 0,7864, sem contudo alcançar o índice gaúcho de 0,8252. Somente na educação o município supera o índice estadual, 0,7547 contra correspondentes 0,6852. No emprego e renda a sua performance mais tímida, 0,6689 contra 0,6885 do Estado. Portanto, no FIRJAN em nenhum dos recortes, Ijuí atinge a barreira de 0,800, índice de alto desenvolvimento. Assim, por fim, os indicadores, embora com metodologias distintas, permitem apontar: o destaque municipal na área de educação; a oportunidade para questionar os registros na área da saúde; a necessidade de investimentos em saneamento; e, as carências na produção, emprego e renda, que ora se torna foco da investigação. Indicadores Sociais 49 4 – ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DO PRODUTO INTERNO BRUTO Este capítulo se destina à avaliação do comportamento da macroeconomia do município de Ijuí. Para tal, se optou por privilegiar a análise do movimento evolutivo do Produto Interno Bruto, visto ser este indicador a expressão da geração de riqueza. Primeiramente, se trabalha com o PIB total, para depois desmembrar e entender melhor os movimentos por setores de atividades econômicas. A base de dados utilizada na análise é do IPEA – Instituto de Políticas Econômicas Aplicada, que, a partir das estatísticas oficiais do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, apresenta uma série histórica do período 1939-2005 deflacionada pelo Deflator Implícito do PIB Nacional e que estabelece como ano-base o ano de 2000. Esta série histórica deflacionada, embora sem a disponibilidade de todas as estatísticas anuais, tem a vantagem de permitir a análise da evolução real do produto, já que elimina os efeitos da inflação nos valores nominais do IBGE, além de unificar a moeda, esta que sofreu várias modificações no período destacado. Na análise setorizada, ainda se resgata o VAF – Valor Adicionado Fiscal, disponibilizado pela Secretaria de Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul, para, com outro recorte, ampliar o leque das atividades econômicas, o que permite avançar na leitura da macroeconomia local em período mais recente. O VAF é um indicador interessante para visualizar os movimentos econômicos, embora tenha contra si, não abarcar aquelas atividades em que não ocorra a efetividade tributária. Na última seção, se traz as correlações entre setores e dos setores com a produção total, a fim de verificar o grau de determinação entre as atividades. Análise da Evolução do Produto Interno Bruto 50 4.1 – OS MOVIMENTOS DO PIB - TOTAL O Produto Interno Bruto de uma economia representa sua produção de bens e serviços em dado período de tempo, ou, de outra forma, o dimensionamento de sua geração de riqueza, enquanto agregação de valor. De pronto, se deve referenciar que os desmembramentos ocorridos no município, Catuípe (1961), Ajuricaba (1965), Augusto Pestana (1965), Coronel Barros (1992), Boa Vista do Cadeado (2001), Bozano (2001), que afetaram negativa e proporcionalmente a produção, em especial, a agropecuária. Contudo, não desmerecem a leitura da série histórica, visto a grandeza relativa das perdas e a polaridade regional do município-mãe, que garante a manutenção de grande parcela das atividades secundárias e terciárias. Assim, o Gráfico 4.1 apresenta a evolução do PIB Total de Ijuí no período de 19392005, em valores do ano de 2000, o que indica que a geração de riqueza se multiplicou em aproximadamente 10 vezes, já que passou de respectivos 59.263 mil reais para 593.387 mil reais. Esta relação aponta para um crescimento real médio anual em torno de 3,55% ao ano no período. Gráfico 4.1 – Evolução do PIB de Ijuí no período 1939 – 2005, em valores de 2000. Evolução do PIB - Ijuí no período 1939-2005, em valores de 2000 700000 600000 500000 Y 400000 300000 200000 100000 0 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 Anos Fonte: IPEA – Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas. De outra forma, se relacionar o crescimento real do PIB com o crescimento da população, em torno de 79% praticamente no mesmo período, de 42.934 habitantes em Análise da Evolução do Produto Interno Bruto 51 1940 para 76.739 habitantes em 2007, é inegável que a geração de riqueza per capita se elevou consideravelmente, o que indica agregação de valor por ampliação e/ou diversificação da produção. Não se quer aqui adentrar no debate da distribuição da renda, nem apontar que o fato seja um diferencial do município, muito pelo contrário, se entende ser reflexo da realidade do Brasil no período. Contudo, vale registrar que a diversificação produtiva no país multiplicou a geração de riqueza per capita, com reflexos em qualidade de vida, embora não necessariamente na mesma intensidade para todos os cidadãos, nem mesmo de igual forma nos diferentes pontos do mosaico brasileiro. Entretanto, visualmente se pode observar no gráfico, que o crescimento anual não foi linear, pelo contrário, a angulação da curva do PIB se modifica ao longo do tempo, com destaque aos quatro ciclos epigrafados, com padrões de comportamento específicos. Entende-se por padrão de comportamento uma estabilidade de desempenho, uma quase linearidade na curva de evolução do produto. Embora esse trabalho não objetive avançar na investigação das alterações no padrão de comportamento da curva de evolução do PIB, se entende que merece rápida caracterização temporal dos ciclos, para melhor entender os movimentos macroeconômicos do município: o primeiro envolve as décadas de 40, 50 e 60, em que a economia local gravitava em torno do minifúndio de subsistência; o segundo passa pela fase da propalada revolução verde, ou da modernização agrícola, do boom da soja e do milagre brasileiro da década de 70; o terceiro, dos anos 80 e início dos anos 90, que foi um período caracterizado nacionalmente como das décadas perdidas, da estagnação econômica ou, ainda, como o período dos planos de combate à inflação; e, por fim, o período pós-real, da estabilização monetária, da abertura econômica e financeira ao mercado mundial. Cada ciclo destacado, apesar dos limites impostos pela não-regularidade anual das estatísticas, permite a observação de um padrão de comportamento praticamente linear da curva de evolução do PIB municipal, onde se poderia traçar um perfil socioeconômico Análise da Evolução do Produto Interno Bruto 52 local próprio, apesar de integrado e dependente de um contexto nacional, também de caracterização própria e distinta no tempo. Apesar de breve e simplória, a caracterização temporal já permite apontar que fatores endógenos e exógenos atuaram na padronização local, o que infere que o comportamento evolutivo da geração de riquezas é dependente de conjunturas e/ou estruturas, econômicas e/ou sociais, internas e/ou externas. Vale aqui registrar ainda, que os padrões de comportamento certamente diferem no espaço e no tempo do mosaico brasileiro, o que pode ser um indicativo da efetividade da ação política, do planejamento, nos rumos da macroeconomia local, em contraponto à visão da liberdade absoluta das leis de mercado neste dimensionamento. Assim, o primeiro ciclo apresenta um comportamento quase linear ao longo das décadas de 40, 50 e 60, o que aponta para um padrão estável de crescimento econômico ao longo das décadas epigrafadas. Apesar de ser uma sociedade mais rudimentar em termos tecnológicos, visto ser centrada em padrão de auto-suficiência, apresentou crescimento econômico médio anual de 4,98% ao ano, apesar dos desmembramentos territoriais do início e meio da década de 60. A exigüidade das estatísticas requer ressalvas à década de 70, que se descortina com um pico surpreendente no ano de 1975, somente superado em 2003 e 2004, porém com queda de igual dimensão e retorno praticamente linear ao padrão evolutivo anterior no ano de 1980. Aparentemente, a mecanização agrícola e as novas equações produtivas promovidas pela integração ao mercado regional e nacional, propiciaram um ciclo curto de vigor econômico, que se expande e se esgota em parco período de tempo. Da mesma forma, este processo de transformação econômica da década de 70 parece ter encerrado o ciclo de crescimento do período 1939-1980, visto a horizontalidade da curva nos anos 80 até a metade dos anos 90, espelhando ou ratificando no local a estagnação macroeconômica nacional. Análise da Evolução do Produto Interno Bruto 53 A retomada da inclinação positiva da curva no período pós-real, inclusive apontando para a maior verticalidade de todo o período destacado, caracteriza o ciclo pós-real, contemporizado pelo comportamento diferenciado nos anos de 2004 e 2005, o que, visualmente pelo gráfico, poderia indicar um novo ciclo. Contudo, sem uma leitura definitiva por falta de estatísticas, parecem disformes os anos de 2003, positivamente, e de 2005, negativamente, em especial pelos desempenhos atípicos de preço e produtividade agrícolas. Se ponderados estes registros, o ciclo, que se entende assim não esgotado, aponta para uma curva mais linear de crescimento, apresentando indicadores médios de 5,61% ao ano no período 1996-2004. Esta leitura centrada em valores absolutos, embora em termos reais, representa apenas um campo de visão. Em outro recorte, é possível avançar para uma análise relativa, comparando o desempenho local com desempenhos de outros dimensionamentos territoriais. Assim, se optou por cotejar a participação do município na configuração do PIB do Estado do Rio Grande do Sul, no mesmo período destacado, conforme demonstrado pelo gráfico seguinte. Nesta vista de outro ponto, o município demonstra perda de importância econômica relativa no tempo, excetuando-se os picos de 1959 e 1975 e a retomada ascendente no período mais recente. Assim, com destaque aos extremos, representava 1,23% do PIB gaúcho em 1939, atingiu o ápice de 1,94% em 1959, o pior desempenho de 0,51% em 1996 e, por fim, em 2005 contribui com a parcela de 0,65 % da produção estadual de bens e serviços. Análise da Evolução do Produto Interno Bruto 54 Gráfico 4.2 – Evolução da participação do município no PIB do RS, no período 1939 – 2005, em valores de 2000. Evolução da participação do município no PIB do RS, no período 1939-2005 3,0000 2,5000 Participação (%) 2,0000 1,5000 1,0000 0,5000 0,0000 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 Anos Fonte: IPEA – Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas. Na observação dos mesmos ciclos econômicos destacados anteriormente, se verifica que se mantêm os padrões de comportamento, ainda que não na mesma angulação. O enfoque relativo permite visualizar que os desmembramentos territoriais da década de 60 impactaram o desempenho do primeiro período, marcando uma perda acelerada de importância econômica relativa, que se estende com a mesma inclinação negativa ao extremo da década de 70, apesar do pico de 75, ratificando o curto ciclo e o impacto no tempo das transformações econômicas locais. Nos anos 80 até 1996, em que o produto, em valores absolutos, permanece praticamente inalterado, ainda decai em importância relativa, embora em intensidade menor que os períodos anteriores. Por fim, como fator positivo, se destaca a retomada econômica pós-real, em que o município amplia sua participação na produção gaúcha, ratificando os indicativos positivos dos números absolutos. Em outras palavras, o crescimento da produção média local supera o respectivo desempenho da produção estadual, o que indica um ciclo virtuoso, em termos absolutos e relativos. Análise da Evolução do Produto Interno Bruto 55 Para avançar na leitura da macroeconomia local, ora se avança para o olhar dos setores de produção, ampliando o foco de visão. 4.2 - OS MOVIMENTOS DO PIB – SETORES Ao desmembrar o Produto Interno Bruto – Total pelos setores de produção, primário, secundário e terciário, se objetiva identificar quais as correlações do produto com suas atividades econômicas. Em suma, o setor primário abarca as atividades da agropecuária, o setor secundário envolve as atividades industriais e o setor terciário se expressa no comércio e serviços. O gráfico seguinte, em valores absolutos, na mesma série histórica do IPEA com base em 2000, já permite visualmente identificar a importância do setor terciário no dimensionamento do PIB Total de Ijuí, quer pela grandeza relativa, quer pela similaridade das angulações da curva de desempenho ao longo do período destacado. Os outros setores, primário e secundário, de forma irregular também evoluem em valores absolutos no tempo, embora com um dimensionamento ainda não tão expressivo e visualmente com menor simetria à curva do PIB – Total. Gráfico 4.3 – Evolução do PIB Total e Setores de Ijuí no período 1939 – 2005, em valores de 2000. Evolução do PIB Total e Setores de Ijuí, no período de 1920 à 2005 700000 600000 Valores (R$ de 2000) 500000 400000 300000 200000 100000 0 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 Anos PIB Total PIB Agropecuário PIB Indústria PIB Serviços Fonte: IPEA – Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas. Análise da Evolução do Produto Interno Bruto 56 O PIB – Agropecuário, em termos absolutos, se apresenta com 31.819 mil reais no ano de 1939, em valores de 2000, com uma curva positivamente inclinada até 1985, quando atinge o melhor resultado de todo o período com 82009 mil reais. A partir de então, parece definir um patamar em torno dos 60.000 mil reais. Os desempenhos de 2003 e 2005, respectivamente de 61065 e 18201 mil reais, o pior de todo o período destacado, que ratifica a leitura anterior do comportamento atípico da produtividade e preço agrícola. Já o PIB – Indústria experimenta um ciclo virtuoso até final da década de 70, atingindo seu pico em 111.767 mil reais em 1980, quando entra em declínio até o ano de 1996, com 43.804 mil reais. Retorna para um desempenho em torno da casa dos 100.000 mil reais a partir do ano de 1999 e que se mantém até 2005, quando apresenta 103.300 mil reais, indicando um ciclo de estabilização acerca deste patamar. Por sua vez, o PIB – Serviços se apresenta como hegemônico ao longo do período destacado, apresentando a maior inclinação positiva da curva de evolução da produção. Parte de 18.391 mil reais em 1939 para cifras superiores a casa dos 400.000 mil reais a partir de 2002. Conforme já se afirmou, tem uma simetria com o crescimento do PIB – Total, com seu pico em 1975, ratificando as observações já referidas anteriormente. O que talvez ainda mereça destaque é o comportamento da curva no período 85-96 quando relativamente avança de forma considerável em termos absolutos, ao contrário do desempenho dos outros dois setores. A partir daí, recua em 1999 e 2000, para retornar a angulação anterior em 2001 até 2003, quando também reduz sua produção, embora ainda com valores absolutos em destaque. Da mesma forma que o tratamento anterior, os próximos três gráficos apresentam a participação dos setores de produção do município na produção dos respectivos setores em nível estadual. Inicialmente, se verifica a evolução da parcela relativa da produção agropecuária municipal na composição PIB – Agropecuário do Estado do Rio Grande do Sul, conforme o gráfico seguinte. Visualmente se percebe a perda relativa da agropecuária municipal no período destacado, já que em 1939 participava com 1,76% da produção primária gaúcha, Análise da Evolução do Produto Interno Bruto 57 caindo para um patamar abaixo de um terço deste percentual, já que gravita desde 1996 em torno de 0,50%, isto se considerar os anos de 2003 e 2005 como atípicos, conforme já referenciado. Gráfico 4.4 – Evolução da participação do município no PIB agropecuário do RS, no período 1939 – 2005, em valores de 2000. Evolução da participação do município no PIB agropecuário do RS, no período 1939-2005 3,0000 2,5000 Participação (%) 2,0000 1,5000 1,0000 0,5000 0,0000 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 Anos Fonte: IPEA – Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas. Já a indústria de Ijuí, conforme Gráfico 4.5, segue na mesma direção de perda de importância econômica relativa ao setor secundário estadual. Os indicadores apontam, em termos relativos, um ciclo virtuoso até a década de 60, quando entra em declínio acelerado até 1996, quando dá mostras de recuperação a partir de 1999, próximo da casa de 0,40%, com leve inclinação positiva. Nos extremos, 1,19% em 1939, 2,09% em 1960, 0,15% em 1996 e 0,44% em 2005. Análise da Evolução do Produto Interno Bruto 58 Gráfico 4.5 – Evolução da participação do município no PIB industrial do RS, no período 1939 – 2005, em valores de 2000. Evolução da participação do município no PIB indústria do RS, no período 1939-2005 3,0000 2,5000 Participação (%) 2,0000 1,5000 1,0000 0,5000 0,0000 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 Anos Fonte: IPEA – Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas. De outra forma, o setor terciário municipal apresenta a maior participação relativa setorial ao longo do tempo. Contudo, abarca desde 1980 praticamente os mesmos percentuais demonstrados no final da década de 30, na casa de 0,80% da produção terciária estadual. Os picos de 2,76% de 1959 e de 2,27% de 1975 parecem ratificar as leituras dos ciclos, demonstrando que os desmembramentos territoriais da década de 60 e a reestruturação produtiva da década de 70 atribuem ao setor terciário municipal um patamar de participação relativa nas próximas duas décadas. Excetuando-se 2005, os anos 2000 parecem indicar um avanço para a casa dos 0,90%, o que indica crescimento acima da média gaúcha. Análise da Evolução do Produto Interno Bruto 59 Gráfico 4.6 – Evolução da participação do município no PIB serviços do RS, no período 1939 – 2005, em valores de 2000. Evolução da participação do município no PIB serviços do RS, no período 1939-2005 3,0000 2,5000 Participação (%) 2,0000 1,5000 1,0000 0,5000 0,0000 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 Anos Fonte: IPEA – Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas. A fim de avançar na leitura, se apresenta o VAF – Valor Adicionado Fiscal disponibilizado pela SEFAZ – Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul, que disponibiliza uma série histórica em valores correntes do período 1994 – 2004. Merece referência que o VAF capta apenas as atividades com incidência tributária, o que implica em dimensionamento menor em relação ao PIB, em especial, na agropecuária e nos serviços. Todavia, tem a vantagem de permitir a visualização do setor secundário com classificação por tipo de indústria e o setor terciário com desmembramento em comércio atacadista, comércio varejista e serviços. A partir dos dados em valores correntes da série disponibilizada, se trabalhou para valores relativos de participação interna no município, a fim de verificar a grandeza interna de cada atividade econômica na produção local. Assim, o gráfico a seguir, apresenta a evolução da participação relativa das atividades econômicas na composição do VAF municipal. Análise da Evolução do Produto Interno Bruto 60 Gráfico 4.7 – Evolução da participação das atividades econômicas na composição do VAF de Ijuí, no período 1994 – 2004, em valores correntes. Evolução da participação das atividades econômicas na composição do VAF de Ijuí, 1994-2004 100% Participação relativa (%) 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% VAF 1994 VAF 1995 VAF 1996 VAF 1997 VAF 1998 VAF 1999 VAF 2000 VAF 2001 VAF 2002 VAF 2003 VAF 2004 Serv e Outros 10,04% 13,83% 14,81% 16,51% 21,05% 17,57% 17,95% 18,90% 18,42% 18,54% 18,18% Com Varejista 25,69% 30,22% 29,16% 28,24% 26,73% 23,48% 26,08% 21,60% 22,69% 22,09% 20,88% Com Atacadista 29,36% 26,95% 28,04% 24,92% 22,71% 29,75% 28,21% 30,56% 31,71% 32,92% 31,75% Ind de Acond 0,00% 0,02% 0,01% 0,01% 0,02% 0,00% 0,00% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% Ind de Mont 0,37% 0,15% 0,14% 0,23% 0,24% 0,22% 0,23% 0,65% 0,50% 0,94% 0,46% Ind de Benef 0,20% 4,07% 3,97% 3,66% 5,37% 7,24% 9,08% 4,79% 3,73% 4,10% 7,53% 16,49% 9,78% 8,08% 8,22% 7,08% 5,80% 6,29% 5,90% 5,78% 6,11% 6,52% Ind de Transform Ind Extrat Min 1,63% 13,61% 1,65% 3,70% 3,69% 2,79% 2,54% 2,62% 2,64% 2,38% 2,57% Prod Primária 16,21% 13,61% 14,14% 14,50% 13,12% 13,15% Anos 9,61% 14,97% 14,52% 12,91% 12,08% Fonte: SEFAZ – Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul. Os dados permitem a observação da importância do setor terciário, que gravita, ao longo do período destacado, em torno de 70% na composição do VAF de Ijuí. Vale destaque a participação do comércio atacadista e do comércio varejista, sem desmerecer os serviços, ainda mais pelo prejuízo referenciado pela não captação por incidência tributária, o que ampliaria a participação relativa de todo o setor. Os outros 30% na composição do VAF, se dividem entre o setor primário e o setor industrial, onde se sobressaem as indústrias da transformação e do beneficiamento. 4.3 – AS CORRELAÇÕES ENTRE AS ATIVIDADES ECONÔMICAS A fim de investigar o grau de associação entre os setores, se recorreu ao tratamento estatístico das séries disponibilizadas do PIB e do VAF, utilizando-se do Programa Excel para os cálculos. Segundo a metodologia, a avaliação qualitativa de um coeficiente de correlação (R2) indica que: próximo a zero, que as duas variáveis não estão relacionadas; de 0,1 a 0,3 a correlação é fraca; acima de 0,3 a 0,6 a correlação é regular; acima de 0,6 a 0,9 existe forte correlação; e, por fim, acima de 0,9 é muito forte o grau de associação entre as variáveis relacionadas, até atingir a plenitude em 1,0, o que indica que as variáveis se movem juntas. Análise da Evolução do Produto Interno Bruto 61 Primeiramente, o Quadro 4.1 apresenta a correlação entre os setores de produção do município de Ijuí, calculado a partir da série histórica do PIB disponibilizada pelo IPEA. Quadro 4.1 – Correlações entre os setores de produção em Ijuí, segundo o PIB no período 1939-2005, deflacionado para o ano de 2000 Descrição Agropecuária Indústria Serviços Ijuí: Correlações PIB entre os setores (1939-2005) Agropecuária Indústria 1,00 0,48 1,00 Serviços 0,19 0,76 1,00 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do IPEA. Os dados apresentam uma fraca correlação entre a agropecuária e os serviços com coeficiente de 0,19, uma correlação regular de 0,48 da agropecuária com a indústria e uma relação mais forte, de 0,76, da indústria com os serviços. Os dados permitem inferir que a indústria de Ijuí é em boa parte voltada para o mercado interno e que, do contrário, o desempenho do setor terciário municipal não depende diretamente do comportamento da agropecuária local. A primeira premissa se apresenta viável, contudo, o dimensionamento temporal de seis décadas e meia, em que a agropecuária se limita em valores absolutos, prejudica a segunda premissa. Avançando na investigação o Quadro 4.2 traz as correlações dos setores de produção com o PIB – Total do município, a partir de gráficos com a plotagem dos respectivos valores anuais, a linha de tendência linear e seu correspondente coeficiente de determinação. Análise da Evolução do Produto Interno Bruto 62 Quadro 4.2 – Gráficos com a correlação do PIB Total com os Setores de Produção de Ijuí, no período 1939 – 2005. Correlação PIB Total e PIB Agropecuário - Ijuí - 1939-2005 700000 PIB Total 600000 2 R = 0,0763 500000 400000 300000 200000 100000 0 0 100000 200000 300000 400000 500000 400000 500000 PIB Agropecuário Y Linear (Y) PIB Total Correlação PIB Total e PIB Indústria - Ijuí - 1939-2005 700000 600000 500000 400000 300000 200000 100000 0 2 R = 0,7128 0 100000 200000 300000 Variável X 1 Y Linear (Y) PIB Total Correlação PIB Total e PIB Serviços - Ijuí - 1939-2005 700000 600000 500000 400000 300000 200000 100000 0 2 R = 0,9676 0 100000 200000 300000 400000 500000 PIB Serviços Y Linear (Y) Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do IPEA. Mais uma vez, a agropecuária local demonstra fraca correlação, pelo coeficiente de 0,0763, a indústria uma correlação mais forte com 0,7128 e, por sua vez, os serviços ratificam sua simetria com o PIB – Total, com um fortíssimo coeficiente de 0,9676, comprovado visualmente pela mínima dispersão da plotagem ao longo da linha de tendência. Este resultado assume maior importância pelo destaque histórico de praticamente sete décadas. Análise da Evolução do Produto Interno Bruto 63 Seguindo na mesma direção, contudo para visualizar um período mais recente, se apresenta as correlações dos setores a partir das estatísticas do VAF, no período 1994 – 2004, de acordo com o Quadro 4.3. Neste recorte, a associação se apresenta forte entre os setores: agropecuária e indústria = 0,81; agropecuária e serviços = 0,96 e indústria e serviços = 0,89. Quadro 4.3 – Correlações entre os setores de produção em Ijuí, segundo o VAF no período 1994-2004, em valores correntes. Descrição Agropecuária Indústria Serviços Ijuí: Correlações VAF entre os setores (1994-2004) Agropecuária Indústria 1,00 0,81 1,00 Serviços 0,96 0,89 1,00 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SEFAZ. Na mesma linha de análise, os setores também se relacionam fortemente com o VAF – Total, conforme mostra o Quadro 4.4. Análise da Evolução do Produto Interno Bruto 64 Quadro 4.4 – Gráficos com a correlação do VAF Total com o VAF dos Setores de Produção de Ijuí, no período 1994 – 2004. VAF Total Correlação VAF Total e VAF Agropecuário - Ijuí - 1994-2004 700.000.000,00 600.000.000,00 500.000.000,00 400.000.000,00 300.000.000,00 200.000.000,00 100.000.000,00 0,00 0,00 2 R = 0,9233 100.000.000,00 200.000.000,00 300.000.000,00 400.000.000,00 500.000.000,00 400.000.000,00 500.000.000,00 VAF Agropecuário Y Linear (Y) VAF Total Correlação VAF Total e VAF Indústria - Ijuí - 1994-2004 700.000.000,00 600.000.000,00 500.000.000,00 400.000.000,00 300.000.000,00 200.000.000,00 100.000.000,00 0,00 0,00 R2 = 0,8368 100.000.000,00 200.000.000,00 300.000.000,00 VAF Indústria Y Linear (Y) VAF Total Correlação VAF Total e VAF Serviços - Ijuí - 1994-2004 700.000.000,00 600.000.000,00 500.000.000,00 400.000.000,00 300.000.000,00 200.000.000,00 100.000.000,00 0,00 0,00 2 R = 0,9959 100.000.000,00 200.000.000,00 300.000.000,00 400.000.000,00 500.000.000,00 VAF Serviços Y Linear (Y) Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do SEFAZ. Embora os coeficientes de correlação sejam fortes para os três setores, mais uma vez, o destaque se dá para o setor de serviços com um R2 de 0,9959, com uma perfeita associação entre a plotagem dos valores e a linha de tendência linear. As correlações da agropecuária ajudam a explicar os movimentos do PIB no período 2003 – 2005, anteriormente referenciados. Análise da Evolução do Produto Interno Bruto 65 5 – AS ATIVIDADES ECONÔMICAS: PRODUÇÃO, EMPREGO E RENDA Neste quinto capítulo, se busca avaliar com mais profundidade as atividades econômicas do município, com o recorte centrado na produção, no emprego e na renda. Ao longo do capítulo, para leitura do estágio de desenvolvimento municipal se recorre aos métodos de análise horizontal e vertical, com a verificação da evolução dos indicadores no tempo e na composição relativa das atividades setoriais no município, como também da análise da participação relativa de Ijuí na correspondente agregação estadual. Agrega-se, por ora, também o método de análise por quociente locacional, desenvolvido por Douglas North, que mede a concentração de determinada atividade de um local em relação à distribuição dessa atividade na região em que está inserida. Para tal, se utilizou um modelo matemático, onde se divide o quociente da variável que trata de uma atividade econômica específica do município com o total das atividades do município, pelo quociente entre a variável daquela atividade no RS e o total das atividades do Estado. Os métodos serão utilizados conforme a conveniência do momento e se traduzem em diferentes focos de análise para melhor proceder a leitura do estágio de desenvolvimento de Ijuí. No recorte da produção, se utiliza as estatísticas oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, enquanto que na dimensão do emprego e renda os dados do Ministério de Trabalho, a partir das informações da RAIS – Relação Anual de Informações Sociais e do CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 66 5.1 – OS SETORES DE PRODUÇÃO Como se viu anteriormente, no período mais recente, a produção no município de Ijuí está centrada no setor terciário, que detém em torno de 70% das atividades econômicas, restando 30% aos outros dois setores, que praticamente dividem esta fatia, com pequenas variações alternadas, segundo os dados estatísticos tanto do PIB quanto do VAF. Para tentar melhor entendimento desta distribuição das atividades econômicas, se aprofunda a análise dos setores de produção, primário, secundário e terciário. 5.1.1 – Setor Primário A história da colonização do município é rica e suficiente para ilustrar que Ijuí nasceu e cresceu no entorno de suas atividades agrícolas. Todavia, a sua participação relativa na composição do PIB vem se reduzindo com o passar dos anos. Logicamente aqui se está referenciando a participação direta, pois indiretamente sua importância já foi apontada pelas correlações do capítulo anterior, em especial, as de período mais recente. O que aqui ora se busca é o diagnóstico do setor, para que se possa melhor entender como evoluem suas atividades econômicas. Para tal, se inicia com a visualização da estrutura agrária, em número e área dos estabelecimentos agrícolas, conforme Quadro 5.1, a seguir. Quadro 5.1: Número e área dos estabelecimentos agropecuários em Ijuí, nos anos de 1996 e 2006. Utilização das terras Lavouras permanentes Lavouras temporárias Pastagens Matas e florestas Total Número de Área dos estabelecimentos estabelecimentos 1996 2006 1996 2006 1.823 905 711 868 2.594 1.927 54.426 38.242 2.074 1.388 8.227 4.610 2.058 1.425 6.117 5.004 2.674 2.049 72.734 51.508 Fonte: IBGE – Censo Agropecuário (2006 – Primeiros resultados). As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 67 Como primeira observação, de acordo com os dados dos últimos dois censos agropecuários do IBGE, se verifica que o processo emancipatório de Boa Vista do Cadeado e Bozano, em 2001, reduziu consideravelmente em número e em área os estabelecimentos agrícolas de Ijuí. Deve-se, contudo, ressalvar que os dados de 2006, disponibilizados pelo IBGE, oriundo do Censo Agropecuário, são preliminares. Em número, os estabelecimentos agropecuários se reduziram de 2.674 em 1996 para 2.049 em 2006, o que representa uma perda total de 23,37%. A queda se registrou, por conseqüência, em todas as formas de utilização das terras: 50,36% nas lavouras permanentes; 25,71% nas lavouras temporárias; 33,08% nas pastagens; e, 30,76% nas matas e florestas. Logicamente, a redução do número dos estabelecimentos por utilização das terras não se deu exclusivamente pelos desmembramentos territoriais, visto ser uma opção de exploração, contudo, é inegável que o processo foi a principal causa da redução absoluta. Já em área, o município reduziu de 72.734 ha em 1996 para 51.508 ha em 2006, uma queda de consideráveis 29,18%. Enquanto que, as lavouras temporárias se reduziram em 29,74%, as pastagens em 43,96% e as matas e florestas em 18,20%, as lavouras permanentes, por exceção, tiveram um crescimento de 22,08%, passando de 711 ha para 868 ha, no período. Como, em nota, o IBGE divulga que para o ano de 1996, a área de lavouras temporárias inclui a área de lavouras temporárias em descanso e a área de terras produtivas não utilizadas, isto pode comprometer as relações de utilização das terras. O Quadro 5.2 apresenta os dados em termos de pessoal ocupado por laço de parentesco com o produtor, para caracterizar a ocupação da mão-de-obra no campo. Quadro 5.2: Número de estabelecimentos e de pessoal ocupado por laço de parentesco com o produtor em Ijuí, nos anos de 1996 e 2006. Laço de parentesco com o produtor Com laço de parentesco com o produtor Sem laço de parentesco com o produtor Total Número de estabelecimentos agropecuários (Unidade) 1996 2006 2.674 2049 340 218 2.674 2.049 Pessoal ocupado em estabelecimentos 1996 2006 8099 5556 735 464 8.834 6.020 Fonte: IBGE – Censo Agropecuário (2006 – Primeiros resultados). As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 68 Os dados permitem identificar que todos os estabelecimentos agropecuários do município têm o envolvimento direto da família dos produtores, o que é justificado pela estrutura minifundiária, em que é característico o emprego da mão-de-obra familiar. Já a ocupação sem laço de parentesco se verificou em apenas 218 estabelecimentos em 2006, o que representa uma parcela de apenas 10,64% do total dos 2.049 estabelecimentos registrados naquele ano e, por outro lado, uma queda de 35,88% em relação aos correspondentes 340 de 1996. Por sua vez, o total do pessoal ocupado em estabelecimentos agropecuários de Ijuí, teve uma redução de 2.634 trabalhadores, caindo de 8.834 para 6.020, o que representa uma diminuição relativa de 31,85% no período. Essa redução de pessoal ocupado se estende às outras duas dimensões: 31,40% com laço de parentesco com o produtor e 36,87% sem laço de parentesco. Sem dúvidas, os desmembramentos territoriais foram decisivos na definição deste quadro. Em outro recorte, se trabalha com as atividades agrícolas de forma mais específica, com dados, também do IBGE embora extraídos das estatísticas da Produção Agrícola Municipal. Optou-se por estatísticas de área plantada, visto que são registros que eliminam problemas usuais de produtividade e preço, verificados nas disponibilidades de quantidade produzida e valor da produção. As aparentes divergências entre informações de área do Censo Agropecuário e da Produção Agrícola Municipal não foram investigadas, sendo, portanto, desprezadas na análise. Do mesmo modo, se partiu da premissa de que os dados secundários e oficiais representem a real situação das atividades econômicas, tanto no município quanto no Estado do Rio Grande do Sul, portanto, não foram feitos levantamentos de dados primários. Inicialmente, se apresenta a evolução da área plantada de lavoura permanente no município, conforme Quadro 5.3, a fim de caracterizar a efetividade e importância de cada tipo de planta enquadrada pelo IBGE como desta atividade permanente. As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 69 Quadro 5.3: Evolução da área plantada, em hectares, de lavoura permanente em Ijuí, no período 1990-2006 Lavoura permanente Total Abacate Algodão arbóreo (em caroço) Azeitona Banana Borracha (látex coagulado) Cacau (em amêndoa) Café (beneficiado) Caqui Castanha de caju Chá-da-índia (folha verde) Coco-da-baía Dendê (cacho de coco) Erva-mate (folha verde) Figo Goiaba Guaraná (semente) Laranja Limão Maçã Mamão Manga Maracujá Marmelo Noz (fruto seco) Palmito Pera Pêssego Pimenta-do-reino Sisal ou agave (fibra) Tangerina Tungue (fruto seco) Urucum (semente) Uva Ano 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 508 512 487 495 468 642 675 646 703 702 703 561 525 514 457 454 434 8 8 8 6 6 5 3 5 3 3 3 3 3 3 3 3 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 22 22 22 20 10 8 6 8 6 6 6 6 6 6 6 6 6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 50 50 50 45 45 240 200 250 240 240 240 180 180 180 120 120 100 6 6 6 6 6 6 6 0 6 6 6 6 6 3 3 3 3 2 2 2 2 2 2 0 2 2 2 2 2 2 2 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 170 174 174 189 189 189 189 190 190 190 190 145 110 110 110 110 110 4 4 4 3 3 3 3 3 3 3 3 2 2 2 3 3 3 25 25 0 23 23 5 5 5 5 5 5 5 5 0 0 0 0 3 3 3 3 3 3 1 2 2 2 2 2 1 1 1 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2 2 2 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 5 5 5 5 5 2 5 3 2 3 3 3 0 3 3 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 34 34 34 31 15 15 15 15 15 15 15 13 13 13 13 13 13 30 30 30 27 27 27 55 27 50 50 50 43 43 43 43 43 43 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 30 30 30 25 25 25 80 25 70 70 70 50 50 50 50 50 50 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 117 117 117 107 107 107 107 107 107 107 107 100 100 100 100 100 100 Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal – Nota: A partir do ano de 2001 as quantidades produzidas dos produtos abacate, banana, caqui, figo, goiaba, laranja, limão, maçã, mamão, manga, maracujá, marmelo, pêra, pêssego e tangerina passam a ser expressas em toneladas. Nos anos anteriores eram expressas em mil frutos, com exceção da banana, para a qual era utilizado mil cachos. Em volume, o destaque municipal em 2006 se dá para a laranja, a erva-mate e a uva, que se apresentam com 100 ou mais hectares plantados, seguidos de registros menores de tangerina, pêssego, pêra, caqui, abacate, figo, limão e noz. Embora não se apresentam em 2006, merecem destaque por desempenho em anos anteriores goiaba, maçã, mamão, manga e marmelo. Chama atenção o fato de que todas as plantações permanentes apresentam registros de redução de área no tempo, o que pode indicar mudança de foco produtivo. A partir destes dados, se trabalha com as duas leituras de análise relativa no contexto estadual. Primeiro, na participação direta da atividade no total do Estado na respectiva atividade, para depois se avançar para uma segunda leitura, dos quocientes locacionais. Relacionam-se apenas as atividades com registro de planta em algum período, já que a não-ocorrência torna necessariamente nula a relação. As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 70 Assim, o Quadro 5.4 mostra a relação entre as atividades locais e os correspondentes agregados estaduais. Optou-se por destacar, para referência, as participações de atividades iguais ou superiores à parcela de 0,65%, registro relativo do município no PIB gaúcho, no ano de 2005, por se tratar de indicador de produção, ser o último ano das estatísticas disponíveis e representar uma média do período mais recente. Quadro 5.4: Evolução da participação do município no Estado do RS por tipo de lavoura permanente, no período 1990-2006 Lavoura permanente Total Abacate Caqui Erva-mate (folha verde) Figo Goiaba Laranja Limão Maçã Mamão Manga Marmelo Noz (fruto seco) Pera Pêssego Tangerina Uva 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 Ano 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 0,386 0,386 0,358 0,328 0,313 0,420 0,502 0,425 0,446 0,425 0,434 0,345 0,304 0,298 0,289 0,260 0,246 0,746 0,784 0,801 0,600 0,618 0,541 0,514 0,713 0,472 0,438 0,448 0,430 0,445 0,449 0,461 0,479 0,485 3,543 3,318 2,918 2,151 0,959 0,748 0,530 0,727 0,489 0,421 0,405 0,366 0,359 0,314 0,305 0,293 0,291 0,681 0,636 0,436 0,234 0,205 0,884 0,723 0,715 0,660 0,608 0,619 0,449 0,401 0,422 0,435 0,294 0,251 0,367 0,412 0,409 0,457 0,469 0,475 0,508 0,000 0,486 0,414 0,366 0,326 0,287 0,142 0,147 0,154 0,156 0,291 0,298 0,287 0,273 0,262 0,246 0,000 0,200 0,273 0,281 0,317 0,296 0,275 0,271 0,138 0,000 0,000 0,666 0,700 0,680 0,676 0,655 0,688 0,826 0,680 0,650 0,645 0,694 0,538 0,408 0,405 0,404 0,404 0,400 0,171 0,168 0,170 0,127 0,127 0,125 0,204 0,143 0,151 0,151 0,156 0,107 0,109 0,112 0,170 0,169 0,168 0,336 0,264 0,000 0,216 0,210 0,049 0,054 0,048 0,047 0,039 0,037 0,036 0,037 0,000 0,000 0,000 0,000 0,714 0,763 0,771 0,785 0,798 0,813 0,216 0,559 0,474 0,519 0,559 0,587 0,291 0,292 0,315 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 5,263 2,632 2,000 1,351 2,326 1,176 1,031 0,980 1,010 0,971 0,870 0,800 0,000 0,000 0,704 0,743 0,794 0,826 0,448 0,448 0,000 1,235 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,064 0,064 0,065 0,064 0,208 0,172 0,117 0,452 0,271 0,140 0,162 0,232 0,216 0,000 0,267 0,225 0,220 2,889 2,862 2,896 2,603 1,269 1,281 1,589 1,408 1,351 1,402 1,372 1,232 1,290 1,354 1,325 1,347 1,380 0,180 0,191 0,197 0,191 0,184 0,183 0,482 0,226 0,348 0,334 0,347 0,284 0,273 0,263 0,275 0,274 0,292 0,327 0,292 0,320 0,292 0,309 0,295 0,205 0,275 0,205 0,276 0,197 0,280 0,731 0,314 0,196 0,303 0,548 0,306 0,539 0,309 0,538 0,313 0,364 0,288 0,368 0,273 0,383 0,260 0,379 0,248 0,384 0,236 0,379 0,226 Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal. No período destacado, a manga apresenta a maior participação relativa de todos os tipos de lavoura permanente, com 5,263% da produção gaúcha em 1991, seguido do caqui com 3,54 % da produção gaúcha no ano de 1990. Estes desempenhos declinam ao longo do período destacado, tendo a manga zerada sua contribuição em 2006, assim como, o caqui cai para apenas 0,29%, naquele ano. Estes comportamentos, em especial, da manga, se dá mais pela reduzida produção estadual do que pelo próprio desempenho local, o que nos mostra o limite deste tipo de abordagem para atividades de pequenas proporções. De outra forma, apenas a pêra supera nosso patamar de referência, 0,65%, em todo o período e no último ano de estatística aparece com 1,38% da produção do Estado, embora também venha reduzindo sua fatia, já que chegou a representar 2.89% em 1990. No início da série, em especial, ainda merecem destaque o abacate, a erva-mate, a laranja, o mamão e o marmelo, por superar nosso patamar de referência. As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 71 Já no enfoque do quociente locacional, que mede o grau de concentração da atividade no local, o quadro local aparece de forma um pouco diferenciada, conforme Quadro 5.5, abaixo. Quadro 5.5: Evolução do quociente locacional de área plantada da lavoura permanente de Ijuí no RS, no período 1990-2006 Lavoura permanente Total Abacate Caqui Erva-mate (folha verde) Figo Goiaba Laranja Limão Maçã Mamão Manga Marmelo Noz (fruto seco) Pera Pêssego Tangerina Uva 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 Ano 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,936 2,030 2,238 1,827 1,974 1,287 1,024 1,678 1,059 1,030 1,034 1,247 1,464 1,505 1,594 1,845 1,967 9,188 8,588 8,153 6,548 3,064 1,780 1,056 1,710 1,096 0,991 0,934 1,060 1,181 1,053 1,056 1,130 1,180 1,767 1,646 1,219 0,713 0,654 2,104 1,440 1,682 1,480 1,430 1,428 1,303 1,318 1,413 1,505 1,132 1,020 0,952 1,065 1,143 1,392 1,500 1,130 1,012 0,000 1,090 0,973 0,843 0,946 0,944 0,477 0,508 0,595 0,632 0,754 0,771 0,802 0,832 0,838 0,585 0,000 0,471 0,612 0,660 0,732 0,859 0,906 0,907 0,478 0,000 0,000 1,728 1,811 1,899 2,058 2,092 1,639 1,647 1,599 1,456 1,518 1,600 1,559 1,342 1,359 1,398 1,553 1,625 0,443 0,434 0,474 0,388 0,406 0,298 0,406 0,337 0,339 0,354 0,359 0,311 0,357 0,377 0,588 0,649 0,684 0,870 0,683 0,000 0,657 0,670 0,117 0,108 0,113 0,104 0,093 0,085 0,106 0,121 0,000 0,000 0,000 0,000 1,853 1,976 2,155 2,391 2,549 1,935 0,429 1,314 1,062 1,222 1,288 1,700 0,956 0,980 1,091 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 16,025 8,409 4,761 2,693 5,472 2,637 2,424 2,261 2,927 3,192 2,914 2,768 0,000 0,000 1,826 1,924 2,218 2,516 1,433 1,068 0,000 2,905 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,165 0,164 0,180 0,196 0,665 0,409 0,233 1,065 0,608 0,330 0,374 0,672 0,712 0,000 0,923 0,865 0,891 7,492 7,407 8,092 7,925 4,055 3,050 3,166 3,314 3,029 3,297 3,165 3,571 4,241 4,537 4,585 5,186 5,601 0,467 0,494 0,550 0,582 0,589 0,436 0,960 0,532 0,781 0,786 0,801 0,824 0,897 0,882 0,952 1,054 1,187 0,847 0,829 0,864 0,624 0,655 0,469 1,456 0,460 1,229 1,267 1,240 1,055 1,211 1,283 1,311 1,477 1,538 0,758 0,756 0,824 0,837 0,883 0,666 0,625 0,714 0,685 0,727 0,722 0,836 0,896 0,870 0,857 0,907 0,916 Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal. Repete-se o registro de melhor desempenho da manga, com QL = 16,025 em 1993 e do caqui, com QL = 9,188 em 1990, embora este, apesar da queda no tempo, se mantenha em 2006 com um QL superior à unidade. A pêra, também neste enfoque, se apresenta com a melhor performance de todos os tipos de lavoura permanente, com o registro do QL = 5,601 em 2006, ainda que demonstre potencial superior, visto seus melhores desempenhos no início da década de 90, em especial, no ano de 1992, quando atingiu um QL de 8,092. Contudo, no ano de 2006, ainda merecem destaque por superar o quociente estadual, o abacate com QL = 1,967, a laranja com Ql = 1,625, a tangerina com QL = 1,538, o pêssego com Ql = 1,187 e a erva-mate com Ql = 1,020. Estes dois olhares de participação relativa devem ser tratados apenas como indicadores de potencialidades locais, pois registram uma efetividade no tempo, o que implica em tendência de vocação local, de conhecimento técnico e de viabilidade econômica. Contudo, se confirmada a potencialidade, ainda abre espaço para estudos de mercado no encadeamento produtivo a montante e a jusante. As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 72 Com o mesmo procedimento metodológico se avança para os dados da lavoura temporária, dispostos no Quadro 5.6, que espelham também as informações do IBGE, via Produção Agrícola Municipal. Quadro 5.6: Evolução da área plantada, em hectares, de lavoura temporária em Ijuí, no período 1990-2006 Ano Lavoura temporária 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Total Abacaxi Algodão herbáceo Alho Amendoim (em casca) Arroz (em casca) Aveia (em grão) Batata-doce Batata-inglesa Cana-de-açúcar Cebola Centeio (em grão) Cevada (em grão) Ervilha (em grão) Fava (em grão) Feijão (em grão) Fumo (em folha) Girassol (em grão) Juta (fibra) Linho (semente) Malva (fibra) Mamona (baga) Mandioca Melancia Melão Milho (em grão) Rami (fibra) Soja (em grão) Sorgo (em grão) Tomate Trigo (em grão) Triticale (em grão) 88.921 82.785 81.978 66.567 71.771 68.636 80.731 75.626 75.376 79.071 81.771 63.157 64.622 64.727 65.832 63.519 56.744 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 40 40 40 30 30 35 35 35 35 35 35 35 25 15 10 10 10 90 70 70 65 65 65 50 65 65 65 65 35 35 35 20 10 5 240 165 225 205 105 100 100 110 110 110 110 80 80 80 80 30 50 1.600 4.500 7.000 3.500 1.500 1.700 800 2.000 2.000 1.000 500 1.000 1.000 300 600 900 1.500 80 80 80 70 70 70 60 70 70 70 70 65 65 65 55 12 12 110 160 170 170 170 85 70 85 85 80 80 70 70 30 20 - - 280 320 320 270 320 320 320 320 320 320 320 285 285 285 285 285 150 40 80 120 120 120 50 40 50 50 50 50 50 25 25 25 25 8 160 100 200 500 400 - 100 500 500 250 250 100 100 - - - - 240 - - - - 270 50 150 150 200 - - 100 50 50 100 - 1 - 1 1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 620 520 900 900 300 300 400 550 350 250 550 400 400 400 400 300 350 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 60 400 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 10 - - - - 25 - - - - - - 15 300 400 100 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1.100 1.600 1.600 1.500 1.600 1.100 1.100 1.600 1.600 1.600 1.100 900 900 940 700 700 900 16 16 25 13 13 13 13 13 13 13 13 10 10 10 10 10 47 9 9 12 8 8 8 8 8 8 8 8 7 7 7 7 7 7 10.000 12.000 14.000 5.000 5.000 8.500 12.500 6.000 5.000 9.000 9.000 6.400 4.500 1.450 1.250 2.400 2.000 - - - - - - - - - - - - - - - - - 54.000 51.000 49.000 44.000 52.000 50.000 50.000 52.000 55.000 55.000 55.000 42.200 44.000 46.000 47.000 46.000 45.000 280 100 200 200 50 - 20 50 - - 100 - - - - - - 15 15 15 15 20 20 40 20 20 20 20 20 20 20 20 20 5 6.000 15.000 12.000 10.000 11.000 14.500 11.500 13.000 15.000 15.000 12.000 250 6.000 200 20.000 12.000 - 8.000 10.000 10.000 - Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal. Nota: 1) A partir do ano de 2001 as quantidades produzidas dos produtos melancia e melão passam a ser expressas em toneladas, visto que os anos anteriores eram expressas em mil frutos; 2) Os produtos girassol e triticale só apresentam informação a partir de 2005. Os dados indicam uma redução da área plantada de lavoura temporária no período 1990-2006, fruto dos desmembramentos territoriais, mas também por opções de cultura por parte dos produtores. Nos extremos se verificou o maior e o menor registro, em 1990 com 88.921 hectares e em 2006 com 56.744 hectares. Nas culturas, a soja se destaca com a maior efetividade de área plantada, extremamente distante das outras opções apontadas. Em 2006, se apresenta com 45.000 hectares, praticamente indicando seu patamar após o processo emancipatório, visto que seus dois principais concorrentes diretos na curva de possibilidades de produção, por ser As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 73 também culturas de verão, o milho e a aveia, se apresentam com 2.000 e 1.500 hectares, respectivamente. Entre as culturas de inverno, o destaque para o trigo que se registra em 2006 com 6.000 hectares de área plantada, todavia muito aquém de seu maior registro de 20.000 hectares de 1990. Como no inverno se dista da plena utilização da área disponível, outros fatores concorrem na opção do produtor. Aparecem ainda nas estatísticas outros cereais, leguminosas e oleaginosas, como alho, amendoim, arroz, batata-doce, batata inglesa, cana-de-açúcar, cebola, centeio, cevada, feijão, linho, mandioca, melancia, melão, sorgo, tomate e triticale, demonstrando a potencialidade produtiva do município por lavoura temporária, isto sem adentrar nos movimentos de viabilidade econômica. Feito estes destaques, se retorna à verificação da participação relativa do município no contexto estadual, segundo os dois métodos de análise epigrafados. Primeiramente, se observa a evolução da participação do município no Estado do Rio Grande do Sul, por tipo de lavoura temporária. Mais uma vez, a referência é a parcela de 0,65% expressa pela participação de Ijuí na composição do PIB gaúcho, em 2005. No total da área plantada, se observa a importância da perda territorial, visto o declínio na participação de 1,193 de 2000 para 0,909 em 2001, embora este fato não justifique plenamente a redução relativa, já que o município segue perdendo participação ao ponto de registrar 0,729% em 2006, o menor desempenho no período destacado. Todavia, mesmo assim, supera nosso patamar de referência, demonstrando sua potencialidade relativa. As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 74 Quadro 5.7: Evolução da participação do município no Estado do RS por tipo de lavoura temporária, no período 1990-2006 Lavoura temporária Total Alho Amendoim (em casca) Arroz (em casca) Aveia (em grão) Batata-doce Batata-inglesa Cana-de-açúcar Cebola Centeio (em grão) Cevada (em grão) Ervilha (em grão) Feijão (em grão) Girassol (em grão) Linho (semente) Mandioca Melancia Melão Milho (em grão) Soja (em grão) Sorgo (em grão) Tomate Trigo (em grão) Triticale (em grão) 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 Ano 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 1,152 1,126 1,136 0,911 0,980 0,993 1,260 1,136 1,119 1,178 1,193 0,909 0,884 0,836 0,802 0,789 0,729 1,426 1,167 1,241 0,887 0,897 1,052 0,971 0,905 0,951 0,873 0,844 0,810 0,545 0,375 0,323 0,308 0,301 1,769 1,403 1,393 1,299 1,296 1,298 1,206 1,387 1,277 1,351 1,345 0,685 0,688 0,719 0,423 0,217 0,110 0,034 0,020 0,025 0,021 0,011 0,010 0,012 0,014 0,013 0,011 0,011 0,008 0,008 0,008 0,008 0,003 0,005 1,058 2,408 3,384 1,720 0,694 3,284 1,779 4,106 3,105 2,031 0,984 1,798 1,795 0,704 1,229 1,638 2,252 0,367 0,387 0,394 0,360 0,383 0,393 0,438 0,416 0,466 0,470 0,481 0,449 0,459 0,450 0,406 0,089 0,093 0,264 0,348 0,329 0,384 0,375 0,176 0,186 0,176 0,182 0,186 0,203 0,189 0,195 0,102 0,077 0,000 0,000 0,886 0,999 0,967 0,809 0,943 1,180 0,896 1,137 1,063 0,988 0,973 0,911 0,864 0,886 0,892 0,875 0,451 0,231 0,461 0,644 0,774 0,627 0,282 0,246 0,309 0,301 0,300 0,301 0,320 0,178 0,183 0,222 0,236 0,073 6,631 4,715 5,986 12,752 12,001 0,000 2,854 6,785 6,650 4,481 4,378 1,762 2,265 0,000 0,000 0,000 0,000 0,377 0,000 0,000 0,000 0,000 0,599 0,090 0,166 0,134 0,192 0,000 0,000 0,100 0,082 0,060 0,115 0,000 0,156 0,000 0,156 0,231 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,289 0,227 0,405 0,442 0,152 0,133 0,188 0,290 0,187 0,123 0,299 0,269 0,239 0,250 0,281 0,254 0,285 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,995 2,002 0,000 0,144 0,000 0,000 0,000 0,000 0,858 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,261 2,688 1,825 0,532 0,900 1,422 1,508 1,372 1,391 1,084 1,086 1,575 1,619 1,715 1,216 1,057 1,062 1,057 0,795 0,802 1,030 0,116 0,109 0,175 0,085 0,083 0,081 0,093 0,067 0,077 0,070 0,068 0,051 0,056 0,052 0,049 0,051 0,209 0,460 0,532 0,731 0,474 0,471 0,452 0,408 0,415 0,385 0,435 0,428 0,341 0,335 0,331 0,322 0,326 0,312 0,607 0,645 0,697 0,287 0,290 0,451 0,727 0,362 0,328 0,604 0,585 0,382 0,307 0,102 0,096 0,199 0,141 1,534 1,628 1,701 1,429 1,630 1,662 1,963 1,767 1,732 1,801 1,815 1,418 1,330 1,281 1,180 1,101 1,163 0,562 0,233 0,396 0,462 0,160 0,000 0,103 0,163 0,000 0,000 0,298 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,531 0,522 0,529 0,627 0,821 0,858 1,206 0,701 0,740 0,680 0,708 0,730 0,731 0,752 0,778 0,789 0,210 2,024 0,000 1,920 0,000 1,643 0,000 1,671 0,000 1,804 0,000 2,007 0,000 2,652 0,000 2,417 0,000 2,632 0,000 2,763 0,000 2,587 0,000 1,869 0,000 1,624 0,000 1,410 0,000 1,334 0,000 1,420 2,540 0,858 2,181 Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal. Entre as culturas, as maiores parcelas no período se verificaram com o centeio, que inclusive atinge a cifra de 12,75 % da produção gaúcha em 1993. Mais uma vez, a pequena produção estadual aponta para reservas na análise, contudo, se torna curioso que a produção local se alterne entre períodos de grande participação relativa com períodos sem nenhuma participação. De forma mais efetiva, quatro culturas superam nosso referencial de 0,65% em todo o período disponibilizado pelas estatísticas: aveia, soja, mandioca e trigo, com respectivos registros em 2006 de 2,25%, 1,16%, 1,03% e 0,86%. No cálculo da média absoluta no período a aveia apresenta 2,00%, o trigo 1,92%, a soja 1,54% e a mandioca 1,22%, demonstrando todos sua efetiva importância na composição da respectiva área total plantada no Estado do Rio Grande do Sul. Merece destaque também a cana-de-açúcar e o tomate, pela superação do patamar referencial no período, excetuando-se o ano de 2006, em que reduzem sua participação relativa para 0,45% e 0,21%, respectivamente. Registre-se ainda, o alho e o amendoim, se apresentando com grande potencialidade produtiva ao longo do tempo, assim como, o girassol e o triticale, que superam o percentual de referência nos dois únicos anos com estatísticas disponíveis. As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 75 O linho se destaca em 2004 e 2005, com respectivos 2,69% e 1,83%, da mesma forma que a cebola, com 0,78% em 1993, e o melão, com 0,73% em 1992. Os demais registros não atingem o percentual de 0,65, embora mereçam consideração na análise por sua efetividade. Já na ótica dos quocientes locacionais, conforme quadro seguinte, a cultura de centeio repete o desempenho da ótica anterior, com maior participação entre todas as culturas temporárias no período, CL de 13,995 em 1993. Quadro 5.8: Evolução do quociente locacional de área plantada da lavoura temporária de Ijuí no RS, no período 1990-2006 Lavoura temporária Total Alho Amendoim (em casca) Arroz (em casca) Aveia (em grão) Batata-doce Batata-inglesa Cana-de-açúcar Cebola Centeio (em grão) Cevada (em grão) Ervilha (em grão) Feijão (em grão) Girassol (em grão) Linho (semente) Mandioca Melancia Melão Milho (em grão) Soja (em grão) Sorgo (em grão) Tomate Trigo (em grão) Triticale (em grão) 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 Ano 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,238 1,036 1,093 0,974 0,915 1,059 0,770 0,796 0,850 0,741 0,708 0,891 0,616 0,449 0,402 0,390 0,413 1,536 1,246 1,227 1,425 1,322 1,307 0,957 1,221 1,141 1,147 1,128 0,754 0,778 0,861 0,527 0,275 0,150 0,030 0,018 0,022 0,023 0,011 0,010 0,009 0,012 0,011 0,009 0,010 0,009 0,009 0,010 0,009 0,004 0,007 0,919 2,138 2,980 1,888 0,708 3,307 1,412 3,614 2,775 1,724 0,825 1,979 2,030 0,842 1,534 2,077 3,089 0,318 0,343 0,347 0,395 0,391 0,396 0,348 0,366 0,416 0,399 0,403 0,494 0,519 0,539 0,506 0,113 0,128 0,229 0,309 0,290 0,422 0,383 0,177 0,147 0,155 0,162 0,158 0,170 0,208 0,220 0,122 0,096 0,000 0,000 0,769 0,887 0,852 0,888 0,962 1,188 0,711 1,001 0,951 0,839 0,816 1,003 0,977 1,060 1,113 1,109 0,618 0,201 0,409 0,567 0,849 0,640 0,284 0,195 0,272 0,269 0,255 0,253 0,352 0,201 0,219 0,277 0,299 0,101 5,757 4,185 5,271 0,000 0,000 0,000 2,265 5,972 5,944 3,804 3,671 1,940 2,561 0,000 0,000 0,000 0,000 0,327 0,000 0,000 0,000 0,000 0,603 0,072 0,146 0,120 0,163 0,000 0,000 0,113 0,098 0,075 0,146 0,000 0,135 0,000 0,138 0,253 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,251 0,201 0,357 0,485 0,155 0,134 0,149 0,255 0,167 0,105 0,250 0,296 0,271 0,299 0,351 0,322 0,391 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 1,262 2,746 0,000 0,128 0,000 0,000 0,000 0,000 0,681 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,312 3,353 2,314 0,729 0,781 1,263 1,328 1,506 1,419 1,091 0,862 1,387 1,448 1,456 1,019 1,163 1,201 1,265 0,992 1,016 1,412 0,100 0,097 0,154 0,093 0,084 0,081 0,073 0,059 0,069 0,059 0,057 0,056 0,063 0,062 0,061 0,065 0,287 0,399 0,472 0,644 0,521 0,481 0,456 0,324 0,365 0,344 0,369 0,359 0,375 0,379 0,396 0,401 0,414 0,428 0,527 0,572 0,614 0,315 0,296 0,454 0,577 0,319 0,293 0,513 0,491 0,420 0,347 0,122 0,120 0,252 0,193 1,332 1,445 1,498 1,569 1,664 1,674 1,558 1,555 1,548 1,529 1,522 1,560 1,504 1,532 1,472 1,395 1,596 0,488 0,207 0,349 0,507 0,163 0,000 0,082 0,144 0,000 0,000 0,250 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,461 0,463 0,466 0,689 0,838 0,864 0,957 0,617 0,661 0,577 0,594 0,803 0,827 0,900 0,970 1,000 0,288 1,757 0,000 1,705 0,000 1,447 0,000 1,834 0,000 1,841 0,000 2,021 0,000 2,104 0,000 2,127 0,000 2,353 0,000 2,346 0,000 2,169 0,000 2,058 0,000 1,837 0,000 1,687 0,000 1,664 0,000 1,801 3,220 1,177 2,992 Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal. Contudo, apenas a soja e o trigo superam o desempenho gaúcho em todos os anos do período 1990-2006. Em 2006, a soja apresenta um CL = 1,596 e o trigo um CL = 1,177, embora na média absoluta do período ocorra uma inversão, o trigo com 1,878 e a soja com 1,527. Ratificam sua posição nas únicas duas estatísticas disponíveis o triticale, com CL = 3,220 em 2005 e CL = 2,992, e o girassol, com, respectivos, 1,262 e 2,746. Em 2006, se destacam também a aveia com CL = 3,089 e a mandioca com CL = 1,412, sendo que ambos não superam o quociente gaúcho em apenas três oportunidades ao longo do período referenciado. As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 76 Embora sem atingir a unidade no quociente locacional no ano de 2006, demonstraram suas potencialidades o amendoim, a cana-de-açúcar e o alho, assim como, no período mais recente o linho e o tomate. As demais culturas temporárias, apesar da efetividade, não atingiram a unidade no quociente locacional do período, embora mereçam as considerações já referenciadas anteriormente. Na mesma direção, se passa a avaliar o comportamento da produção animal no município de Ijuí. No primeiro recorte, conforme quadro abaixo, se apresenta a evolução do rebanho local no período 1990-2006, relacionando posteriormente com o correspondente estadual, sem calcular os quocientes locacionais, que fica prejudicado pela totalização com grandezas diferentes. Os dados apresentados, também disponibilizados pelo IBGE, são da Pesquisa Pecuária Municipal, conforme o efetivo do rebanho em 31/12 de cada ano. Quadro 5.9: Evolução do número de cabeças por tipo de rebanho em Ijuí, no período 1990-2006 Tipo de rebanho Total Bovino Eqüino Bubalino Asinino Muar Suíno Caprino Ovino Galos, frangas, frangos e pintos Galinhas Codornas Coelhos Ano 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 261.531 270.812 284.903 240.432 221.744 216.910 191.810 194.372 194.332 195.122 184.312 150.540 138.585 133.785 131.590 129.405 145.355 30.500 28.900 30.600 26.800 31.100 25.800 31.400 32.000 32.100 33.000 33.000 27.000 27.000 25.000 24.000 23.500 23.290 2.400 2.500 2.600 2.200 2.100 2.450 1.000 1.100 1.100 1.200 1.300 1.200 1.250 1.250 1.200 1.250 1.040 0 0 0 0 0 0 10 10 12 12 12 10 10 10 10 10 10 6 7 5 4 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 85 95 98 83 80 80 10 12 10 10 10 10 10 10 10 10 0 20.600 21.800 20.800 17.470 20.430 24.300 22.200 23.300 22.700 22.000 19.600 15.200 10.850 8.700 9.000 9.120 10.120 140 160 150 125 130 130 90 100 110 100 90 70 65 65 60 65 55 1.500 1.550 1.450 1.220 1.200 1.250 1.200 1.250 1.300 1.100 800 600 500 400 460 480 410 110.200 115.000 121.000 101.640 93.150 97.600 105.000 88.200 650 700 800 670 2.300 2.500 2.400 2.020 98.000 66.170 630 1.900 95.000 65.500 600 1.800 77.500 53.700 4.100 600 78.000 54.000 4.000 600 78.200 54.100 4.100 600 80.000 53.000 4.100 600 75.000 50.000 4.000 500 60.000 42.000 4.000 450 55.000 40.000 3.500 400 50.000 45.000 3.000 350 48.000 46.000 2.500 350 47.000 45.000 2.600 370 54.900 53.000 2.200 330 Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal (Efetivo dos rebanhos em 31/12). De forma geral, se observa que o número de cabeças se reduziu no período destacado em todos os rebanhos. O total, embora com a ressalva das diferentes grandezas, foi reduzido praticamente à metade, já que apresentava em 1990 261.531 cabeças, declinando para 145.355 cabeças em 2006. O rebanho bovino parte de 30.500 cabeças em 1990, atinge seu patamar máximo em 2000, com 33.000 cabeças e registra 23.290 cabeças em 2006. Sem dúvidas o As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 77 processo de desmembramento territorial impactou este desempenho, assim como, dos outros tipos de rebanho. Os suínos evoluem de 20.600 cabeças em 1990 para respectivos 24.300 em 1995, declinando, a partir de então, para 10.120 em 2006. Da mesma forma, os galos, frangos, frangas e pintos, por um lado, e galinhas, por outro, respectivamente, 110.200 e 93.150 em 1990, avançam para 121.000 e 105.000 em 1992 e decaem para praticamente a metade em 2006, com os registros de 54.900 e 53.000 cabeças. O quadro não é diferente para os eqüinos, que apresentam 2.400 unidades em 1990, avançam para 2.600 em 1992 e reduzem para 1040 em 2006, assim como, para os rebanhos de caprinos, ovinos, coelhos e codornas. Bubalinos, asininos e muar não possuem expressão em número. Para avançar dos números absolutos, o Quadro 5.10 demonstra a evolução da participação relativa do município no contexto gaúcho, por tipo de rebanho. Quadro 5.10: Evolução da participação relativa do rebanho de Ijuí no RS, no período 1990-2006 Tipo de rebanho Bovino Eqüino Bubalino Asinino Muar Suíno Caprino Ovino Galos, frangas, frangos e pintos Galinhas Codornas Coelhos 1990 0,222 0,404 0,000 0,279 0,375 0,550 0,130 0,014 1991 0,211 0,419 0,000 0,330 0,443 0,566 0,147 0,015 1992 0,220 0,427 0,000 0,229 0,498 0,529 0,129 0,014 1993 0,190 0,356 0,000 0,180 0,447 0,432 0,102 0,013 0,188 0,462 0,554 1,109 0,177 0,254 0,487 1,124 0,174 0,264 0,426 0,993 0,131 0,205 0,494 0,846 1994 1995 0,214 0,181 0,342 0,406 0,000 0,000 0,178 0,000 0,452 0,534 0,489 0,572 0,100 0,099 0,012 0,013 0,123 0,151 0,391 0,824 0,086 0,297 0,387 0,874 1996 0,234 0,201 0,013 0,000 0,127 0,566 0,133 0,022 1997 0,234 0,213 0,013 0,000 0,150 0,573 0,146 0,024 0,094 0,252 1,402 0,618 0,087 0,257 1,467 0,590 Ano 1998 1999 2000 0,234 0,242 0,243 0,210 0,233 0,253 0,015 0,015 0,015 0,000 0,000 0,000 0,128 0,124 0,130 0,560 0,531 0,474 0,154 0,135 0,124 0,025 0,023 0,017 0,090 0,255 1,363 0,571 0,090 0,233 1,526 0,570 0,082 0,229 1,431 0,439 2001 0,195 0,250 0,012 0,000 0,133 0,373 0,092 0,014 2002 0,188 0,257 0,012 0,000 0,144 0,269 0,086 0,013 0,061 0,225 1,458 0,385 0,053 0,211 1,125 0,355 2003 2004 0,171 0,164 0,250 0,248 0,011 0,012 0,000 0,000 0,147 0,160 0,210 0,220 0,083 0,071 0,010 0,012 0,046 0,238 0,974 0,315 0,044 0,243 0,747 0,319 2005 0,165 0,262 0,012 0,000 0,170 0,215 0,075 0,013 2006 0,167 0,222 0,013 0,000 0,000 0,233 0,063 0,011 0,043 0,244 0,731 0,366 0,050 0,267 0,617 0,324 Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal (Efetivo dos rebanhos em 31/12). Neste olhar relativo, apenas as codornas no período 1996-2005 e os coelhos no de 1990-1995 superam o patamar referencial de 0,65%, que é a expressão do PIB municipal na composição do PIB gaúcho de 2005. Todos os outros rebanhos não atingem a marca referencial em nenhum momento no período destacado. A partir deste rebanho se verifica a produção de origem animal. Optou-se por utilizar como variável de referência de análise o valor da produção e por apresentar As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 78 diretamente a análise relativa, que anula os efeitos da inflação e das diferentes moedas do período. Assim, o Quadro 5.11 traz a participação relativa dos diferentes produtos animais do município no respectivo agregado estadual, também no período 1990-2006. Quadro 5.11: Evolução da participação relativa do valor da produção animal de Ijuí no RS, no período 1990-2006 Tipo de produto Total Leite Ovos de galinha Ovos de codorna Mel de abelha Casulos do bicho-da-seda Lã 1990 0,729 0,977 0,286 0,099 1,497 0,000 0,004 1991 0,595 0,862 0,253 0,103 1,578 0,000 0,002 1992 0,436 0,601 0,157 0,097 0,595 0,000 0,025 1993 0,355 0,529 0,107 0,038 0,451 0,000 0,005 1994 0,713 1,101 0,105 0,000 0,651 0,000 0,007 1995 0,653 0,891 0,181 0,115 0,882 0,000 0,005 1996 0,892 1,135 0,289 2,023 1,200 0,000 0,004 1997 0,887 1,153 0,317 1,961 1,037 0,000 0,004 Ano 1998 0,843 1,089 0,247 2,468 1,610 0,000 0,010 1999 0,844 1,080 0,277 1,598 1,301 0,000 0,005 2000 0,884 1,142 0,256 1,647 1,140 0,000 0,005 2001 0,757 0,945 0,227 1,343 1,088 0,000 0,004 2002 0,673 0,858 0,239 0,952 1,191 0,000 0,003 2003 0,535 0,668 0,238 0,993 0,830 0,000 0,003 2004 0,631 0,791 0,236 0,850 0,753 0,000 0,003 2005 0,641 0,798 0,218 0,611 0,564 0,000 0,003 2006 0,804 1,007 0,258 0,570 0,510 0,000 0,003 Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal. No total do valor da produção animal dos produtos destacados pelo IBGE o município não atinge o valor referencial de 0,65% em apenas seis anos. Inicia com 0,73% em 1990 e termina em 2006 com 0,80%, apresentando a menor participação em 1993 com 0,36% e tendo seu patamar máximo no ano de 2000 com 0,89%. O desempenho total é fruto da produção de sua bacia leiteira que, por sinal, supera nossa referência no período, com exceção de 1992 e 1993. No cálculo da média absoluta no período 1990-2006, Ijuí detém a fatia de 0,92% da produção gaúcha de leite. No ano de 2006, aparece com 1,01%, tendo seu pico do período em 1997 com 1,15%. Embora sem atingir o patamar de referência em 2006, as produções de mel de abelha e de ovos de codorna merecem destaque por desempenho superior, o primeiro em nove anos e o segundo em 12 anos, com uma média absoluta no período 1990-2006 de 0,91% e 0,99%, e pico em 1998 de 2,47% e 1,61%, respectivamente. Já no recorte dos quocientes locacionais, ainda por valor da produção animal, os destaques também ficam por conta da produção de leite, de ovos de codorna e de mel de abelha, conforme o Quadro 5.12. As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 79 Quadro 5.12: Evolução dos quocientes locacionais por valor da produção animal de Ijuí no RS, no período 1990-2006 Tipo de produto Total Leite Ovos de galinha Ovos de codorna Mel de abelha Casulos do bicho-da-seda Lã 1990 1,000 1,340 0,392 0,136 2,055 0,000 0,005 1991 1,000 1,448 0,426 0,172 2,652 0,000 0,003 1992 1,000 1,379 0,359 0,223 1,365 0,000 0,058 1993 1,000 1,489 0,300 0,108 1,270 0,000 0,015 1994 1,000 1,543 0,147 0,000 0,913 0,000 0,010 1995 1,000 1,366 0,277 0,176 1,352 0,000 0,008 1996 1,000 1,272 0,324 2,267 1,344 0,000 0,005 1997 1,000 1,300 0,358 2,212 1,170 0,000 0,005 Ano 1998 1,000 1,291 0,293 2,927 1,910 0,000 0,011 1999 1,000 1,280 0,329 1,894 1,542 0,000 0,006 2000 1,000 1,291 0,289 1,862 1,289 0,000 0,005 2001 1,000 1,248 0,300 1,774 1,437 0,000 0,005 2002 1,000 1,274 0,355 1,414 1,769 0,000 0,004 2003 1,000 1,248 0,445 1,856 1,550 0,000 0,005 2004 1,000 1,253 0,374 1,346 1,193 0,000 0,005 2005 1,000 1,245 0,340 0,954 0,880 0,000 0,004 2006 1,000 1,252 0,321 0,710 0,635 0,000 0,003 Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal. O leite supera a unidade em todos os quocientes locacionais do período de 19902006. Inicia em 1990 com o CL = 1,340, tem seu auge em 1994 com CL = 1,543 e encerra o período com CL = 1,252. O mel de abelha, apesar de não atingir a unidade em 1994, 2005 e 2006, supera esta barreira nos demais anos destacados. Atinge seu pico de produção relativa em 1991, com CL = 2,652 e seu pior desempenho em 2006 com CL = 0,635, demonstrando capacidade produtiva apesar da queda relativa nos anos mais recentes. Por sua vez, a produção de ovos de codorna se destaca no período de 1996-2004, quando superam o respectivo quociente estadual, chegando ao pico em 1998 com CL = 2,927. A pequena proporção da produção estadual poderia prejudicar a análise por quociente locacional, contudo, com a ratificação no desempenho do rebanho e no comportamento relativo específico da atividade, se afirma uma potencialidade local, por sua efetividade. Com estes demonstrativos do comportamento do setor primário no município de Ijuí, se encerra este item indicando que o município de origem por colonização agrária, que mantém sua estrutura minifundiária, embora não mais de subsistência e, sim, de mercado, apresenta muitas potencialidades em termos de diversificação da produção. O que talvez seja necessário é um planejamento macroeconômico, para maximizar a ocupação dos fatores de produção disponíveis no campo e assim ampliar a agregação de valor, inclusive estimulando o encadeamento produtivo local a montante e a jusante. As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 80 5.1.2 – Setor Secundário No capítulo anterior se verificou o comportamento da indústria local, segundo os indicadores de produção, PIB e VAF, que indicaram uma fase próspera até os anos 60, depois um ciclo de decadência absoluta e relativa até a metade da década de 90, e um esboço de recuperação pós-real. Para ajustar o foco de análise com a ampliação do leque das atividades industriais, de acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas, se buscou informações no Banco de Dados Agregados do Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA, com as variáveis de número de estabelecimentos e pessoal ocupado. O Quadro 5.13 indica que em Ijuí, no ano de 2006, existiam 627 unidades industriais, com 3.227 pessoas ocupadas, o que na média absoluta aponta 5,15 pessoas por estabelecimento, já indicando o perfil de predominância da micro e pequena empresa no seu parque fabril. A indústria da transformação abarca 79,59% do total dos estabelecimentos, com 499 unidades, e 76,01% do pessoal ocupado, com 2.453 pessoas. Sua principal atividade industrial, segundo a CNAE, é a fabricação de produtos alimentícios, com 93 empresas ou 14,83% do total da indústria, e ocupando 963 pessoas ou 29,84% do total de ocupados na indústria. Destacam-se ainda em número de empresas a fabricação de móveis e indústrias diversas com 63 unidades ou 10,05% e em pessoal ocupado a fabricação de máquinas e equipamentos com 343 pessoas ou 10,63% do total. Em segundo lugar por grupo de atividades, a indústria da construção civil, apresenta 121 empresas e 487 pessoas ocupadas, respectivamente, 19,30% e 15,09% do total. Depois, a produção e distribuição de eletricidade, gás e água, embora com apenas 6 empresas, ocupam 287 pessoas ou 8,89% do total da indústria. As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 81 Quadro 5.13: Número, absoluto e relativo, de unidades locais e pessoal ocupado por tipo de indústria de Ijuí, segundo CNAE, no ano de 2006. Variável Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) Total da indústria C Indústrias extrativas 10 Extração de carvão mineral 11 Extração de petróleo e serviços relacionados 13 Extração de minerais metálicos 14 Extração de minerais não-metálicos D Indústrias de transformação 15 Fabricação de produtos alimentícios e bebidas 16 Fabricação de produtos do fumo 17 Fabricação de produtos têxteis 18 Confecção de artigos do vestuário e acessórios 19 Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos de viagem e calçados 20 Fabricação de produtos de madeira 21 Fabricação de celulose, papel e produtos de papel 22 Edição, impressão e reprodução de gravações 23 Fabricação de coque, refino de petróleo, elaboração de combustíveis nucleares e produção de álcool 24 Fabricação de produtos químicos 25 Fabricação de artigos de borracha e plástico 26 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 27 Metalurgia básica 28 Fabricação de produtos de metal - exceto máquinas e equipamentos 29 Fabricação de máquinas e equipamentos 30 Fabricação de máquinas para escritório e equipamentos de informática 31 Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos 32 Fabricação de material eletrônico e de aparelhos e equipamentos de comunicações 33 Fabricação de equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, instrumentos de precisão e ópticos, equipamentos para automação industrial, cronômetros e relógios 34 Fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e carrocerias 35 Fabricação de outros equipamentos de transporte 36 Fabricação de móveis e indústrias diversas 37 Reciclagem E Produção e distribuição de eletricidade, gás e água 40 Eletricidade, gás e água quente 41 Captação, tratamento e distribuição de água F Construção 45 Construção Variável Número de unidades locais (Unidade) Pessoal ocupado total (Pessoas) 627 1 3227 0 Número de unidades locais (Em %) Pessoal ocupado total (Em %) 93 0 15 53 963 0 43 83 100,00% 0,16% 0,00% 0,00% 0,16% 0,00% 79,59% 14,83% 0,00% 2,39% 8,45% 13 32 7 27 19 81 21 114 2,07% 5,10% 1,12% 4,31% 0,59% 2,51% 0,65% 3,53% 0 14 18 37 6 61 34 0 12 0 72 129 119 31 213 343 0 30 0,00% 2,23% 2,87% 5,90% 0,96% 9,73% 5,42% 0,00% 1,91% 0,00% 2,23% 4,00% 3,69% 0,96% 6,60% 10,63% 0,00% 0,93% 3 7 0,48% 0,22% 2 5 3 63 1 0 26 2 153 0 0,32% 0,80% 0,48% 10,05% 0,16% 0,96% 0,64% 0,32% 19,30% 19,30% 0,00% 0,81% 0,06% 4,74% 0,00% 8,89% 7,62% 0,00% 15,09% 15,09% 0 0 1 0 499 0 0 0 0 2.453 6 287 4 2 121 246 0 487 121 487 100,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 76,01% 29,84% 0,00% 1,33% 2,57% Fonte: IBGE – Cadastro Central de Empresas. Nota: Os dados com menos de três informantes não foram considerados. Seguindo o tratamento metodológico anterior, se parte para a análise relativa da indústria de Ijuí no contexto industrial do Estado do Rio Grande do Sul. Primeiro, o Quadro 5.14 apresenta a participação relativa por tipo de indústria segundo a CNAE. As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 82 Quadro 5.14: Participação relativa por atividade industrial, em número de unidades e pessoal ocupado, de Ijuí no RS, segundo CNAE, no ano de 2006. Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) Total da indústria C Indústrias extrativas 10 Extração de carvão mineral 11 Extração de petróleo e serviços relacionados 13 Extração de minerais metálicos 14 Extração de minerais não-metálicos D Indústrias de transformação 15 Fabricação de produtos alimentícios e bebidas 16 Fabricação de produtos do fumo 17 Fabricação de produtos têxteis 18 Confecção de artigos do vestuário e acessórios 19 Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos de viagem e calçados 20 Fabricação de produtos de madeira 21 Fabricação de celulose, papel e produtos de papel 22 Edição, impressão e reprodução de gravações 23 Fabricação de coque, refino de petróleo, elaboração de combustíveis nucleares e produção de álcool 24 Fabricação de produtos químicos 25 Fabricação de artigos de borracha e plástico 26 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 27 Metalurgia básica 28 Fabricação de produtos de metal - exceto máquinas e equipamentos 29 Fabricação de máquinas e equipamentos 30 Fabricação de máquinas para escritório e equipamentos de informática 31 Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos 32 Fabricação de material eletrônico e de aparelhos e equipamentos de comunicações 33 Fabricação de equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, instrumentos de precisão e ópticos, equipamentos para automação industrial, cronômetros e relógios 34 Fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e carrocerias 35 Fabricação de outros equipamentos de transporte 36 Fabricação de móveis e indústrias diversas 37 Reciclagem E Produção e distribuição de eletricidade, gás e água 40 Eletricidade, gás e água quente 41 Captação, tratamento e distribuição de água F Construção 45 Construção Participação Relativa Número de Pessoal unidades ocupado 0,69% 0,34% 0,05% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,69% 0,00% 0,00% 0,00% 0,69% 0,34% 0,89% 0,79% 0,00% 0,00% 0,64% 0,31% 0,72% 0,30% 0,14% 0,01% 0,66% 0,34% 1,01% 0,19% 0,60% 0,46% 0,00% 0,78% 0,77% 1,08% 0,62% 0,73% 0,76% 0,00% 0,98% 0,65% 0,00% 0,38% 0,40% 0,55% 0,23% 0,40% 0,56% 0,00% 0,25% 0,13% 0,43% 0,59% 1,32% 0,82% 0,26% 0,58% 0,61% 0,53% 0,80% 0,80% 0,00% 0,07% 0,06% 0,28% 0,00% 1,65% 2,39% 0,00% 0,25% 0,25% Fonte: IBGE – Cadastro Central de Empresas. Utilizando-se como referencial de análise ainda a parcela de 0,65% do PIB de Ijuí na composição estadual em 2005, se observa que no total da indústria o município supera a marca em número de empresas, com 0,69% de participação na indústria gaúcha, embora concentre apenas 0,34% no pessoal ocupado. Este desempenho se repete exatamente igual, até por seu dimensionamento, na indústria da transformação e praticamente do mesmo modo na construção civil, 0,80% e 0,25%, respectivamente. Embora diversas atividades neste grupo superem a marca em As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 83 número, conforme destaques, apenas a fabricação de produtos alimentícios e bebidas ultrapassa a barreira no pessoal ocupado, com 0,79%. Além deste, somente as atividades industriais do grupo de produção e distribuição de eletricidade, gás e água apresenta ainda participação com expressão estadual em pessoal ocupado, com 1,65%, embora não atinja o mesmo patamar em número de empresas, com a fatia de 0,58%. O destaque se dá pela representatividade relativa da eletricidade, gás e água quente, que atinge 2,39% de participação em pessoal ocupado da respectiva atividade em âmbito estadual. Este quadro, com apenas duas atividades fabris se destacando em número de pessoal ocupado respectivamente em suas correspondentes atividades no contexto industrial do Rio Grande do Sul, caminha no sentido de confirmar o indicativo de que o parque fabril do município é constituído basicamente de micro e pequena empresas. Com propósitos ainda nesta direção, se avança para a verificação dos quocientes locacionais de Ijuí no Estado, ainda em número de estabelecimentos e pessoal ocupado segundo a Classificação Nacional das Atividades Econômicas, o que fica demonstrado no Quadro 5.15, que, mais uma vez, ratifica este perfil da indústria do município. O principal destaque se dá, mais uma vez, nas atividades de eletricidade, gás e água quente, com um expressivo CL de 6,957 em pessoal ocupado, que se sabe reflexo da geração local de energia por usina hidrelétrica. A atividade industrial de fabricação de produtos alimentícios e bebidas também confirma os indicativos anteriores com um CL de 2,312 em ocupação de pessoas. Neste quesito, embora não na mesma dimensão, se seguem as atividades industriais de fabricação de máquinas e equipamentos, fabricação de produtos de minerais nãometálicos e edição, impressão e reprodução de gravações. Demais atividades industriais se dão no entorno ou abaixo da unidade no CL de pessoal ocupado. As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 84 Quadro 5.15: Quociente locacional do setor secundário de Ijuí no RS, segundo o número de unidades locais e pessoal ocupado, segundo CNAE, no ano de 2006. Quociente Locacional Número de Pessoal unidades ocupado 1,000 1,000 Total da indústria 0,075 0,000 C Indústrias extrativas 10 Extração de carvão mineral 0,000 0,000 11 Extração de petróleo e serviços relacionados 0,000 0,000 13 Extração de minerais metálicos 2,439 0,000 14 Extração de minerais não-metálicos 0,000 0,000 0,994 0,997 D Indústrias de transformação 15 Fabricação de produtos alimentícios e bebidas 1,282 2,312 16 Fabricação de produtos do fumo 0,000 0,000 17 Fabricação de produtos têxteis 0,916 0,911 18 Confecção de artigos do vestuário e acessórios 1,029 0,882 19 Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos de viagem 0,206 0,033 20 Fabricação de produtos de madeira 0,950 1,004 21 Fabricação de celulose, papel e produtos de papel 1,454 0,558 22 Edição, impressão e reprodução de gravações 0,866 1,338 23 Fabricação de coque, refino de petróleo, elaboração de combustíveis 0,000 0,000 nucleares e produção de álcool 24 Fabricação de produtos químicos 1,128 1,093 25 Fabricação de artigos de borracha e plástico 1,112 1,178 26 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 1,553 1,593 27 Metalurgia básica 0,888 0,661 28 Fabricação de produtos de metal - exceto máquinas e equipamentos 1,050 1,156 29 Fabricação de máquinas e equipamentos 1,091 1,628 30 Fabricação de máquinas para escritório e equipamentos de informática 0,000 0,000 31 Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos 1,410 0,720 32 Fabricação de material eletrônico e de aparelhos e equipamentos de 0,929 0,392 comunicações 33 Fabricação de equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, 0,626 0,000 instrumentos de precisão e ópticos, equipamentos para automação industrial, 34 Fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e carrocerias 0,843 0,199 35 Fabricação de outros equipamentos de transporte 1,894 0,161 36 Fabricação de móveis e indústrias diversas 1,186 0,806 37 Reciclagem 0,368 0,000 0,834 4,797 E Produção e distribuição de eletricidade, gás e água 40 Eletricidade, gás e água quente 0,876 6,957 41 Captação, tratamento e distribuição de água 0,762 0,000 1,156 0,716 F Construção 1,156 0,716 45 Construção Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) Fonte: IBGE – Cadastro Central de Empresas. Quanto ao número de estabelecimentos no contexto da indústria estadual, o CL mais expressivo é da extração de minerais metálicos, com 2,439. As poucas atividades industriais que ainda superam a unidade estão destacadas no quadro. As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 85 Em resumo, o setor secundário do município ainda está distante de expressão no contexto industrial do Rio Grande do Sul. Embora diversas atividades estejam registradas, nenhuma desponta no cenário gaúcho. 5.1.3 – Setor Terciário Conforme já demonstrado na análise do Produto Interno Bruto, o setor terciário sempre foi o carro-chefe da economia do município, com uma fatia no entorno de 70% do total da geração de riqueza. Também, é apontado como um centro regional de comércio e de serviços, em especial, na área da educação e da saúde. Com o objetivo de investigar esta assertiva, se busca um diagnóstico do setor, a partir da Classificação Nacional de Atividades Econômicas que permite uma melhor leitura das atividades desenvolvidas na área. Para tal, da mesma forma que no setor secundário, se recorre aos dados no ano de 2006 do Cadastro Geral de Empresas do IBGE, no recorte de número de estabelecimentos e pessoal ocupado, para tratamento metodológico de análise absoluta e relativa, esta local e estadual. Assim, de imediato e conforme Quadro 5.16, se registram no município, no ano de 2006, 4.815 empresas no setor terciário, ocupando respectivamente 15.938 pessoas. Isto representa praticamente 8 vezes o número de empresas industriais e 5 vezes o número de pessoal ocupado. Entre os grupos de atividades, segundo a CNAE, o de comércio de reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos abarcam 67,60% do número de estabelecimentos e 49,59 % do pessoal ocupado. O destaque específico se dá para as atividades de comércio varejista e reparação de objetos com 2.461 empresas, ou 51,11% do total, e 5.213 pessoas, ou 32,71% dos ocupados. As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 86 Em número de pessoal ocupado, se sucedem os grupos da administração pública, defesa e seguridade social com 1.699 pessoas ocupadas e 10,66% do total, da educação e da saúde e serviços sociais, respectivamente, 1.506 e 9,45%, 1.308 e 8,33%. Quadro 5.16: Número, absoluto e relativo, de unidades locais e pessoal ocupado por tipo de atividade terciária em Ijuí, segundo CNAE, no ano de 2006. Variável Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) Total do setor terciário G Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos 50 Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas; e comércio a varejo de combustíveis 51 Comércio por atacado e representantes comerciais e agentes do comércio 52 Comércio varejista e reparação de objetos pessoais e H Alojamento e alimentação 55 Alojamento e alimentação I Transporte, armazenagem e comunicações 60 Transporte terrestre 61 Transporte aquaviário 62 Transporte aéreo 63 Atividades anexas e auxiliares dos transportes e agências de viagem 64 Correio e telecomunicações J Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados 65 Intermediação financeira 66 Seguros e previdência complementar 67 Atividades auxiliares da intermediação financeira, seguros e previdência complementar K Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas 70 Atividades imobiliárias 71 Aluguel de veículos, máquinas e equipamentos sem condutores ou operadores e de objetos pessoais e domésticos 72 Atividades de informática e serviços relacionados 73 Pesquisa e desenvolvimento 74 Serviços prestados principalmente às empresas L Administração pública, defesa e seguridade social 75 Administração pública, defesa e seguridade social M Educação 80 Educação N Saúde e serviços sociais 85 Saúde e serviços sociais O Outros serviços coletivos, sociais e pessoais 90 Limpeza urbana e esgoto e atividades relacionadas 91 Atividades associativas 92 Atividades recreativas, culturais e desportivas 93 Serviços pessoais P Serviços domésticos 95 Serviços domésticos Q Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais 99 Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais Variável Número de unidades locais (Unidade) Pessoal ocupado total (Pessoas) Número de unidades locais (Em %) Pessoal ocupado total (Em %) 4.815 15.938 100,00% 100,00% 3.255 7.904 67,60% 49,59% 407 1.300 8,45% 8,16% 387 2.461 272 272 238 196 0 0 1.391 5.213 666 666 881 711 0 0 8,04% 51,11% 5,65% 5,65% 4,94% 4,07% 0,00% 0,00% 8,73% 32,71% 4,18% 4,18% 5,53% 4,46% 0,00% 0,00% 32 10 104 66 0,66% 0,21% 0,65% 0,41% 34 13 264 81 1,43% 0,71% 0,27% 2,40% 1,66% 0,51% 22 38 0,46% 0,24% 83 222 7,77% 1,72% 5,62% 1,39% 27 31 0 233 44 93 0 536 0,56% 0,64% 0,00% 4,84% 0,10% 0,10% 1,29% 1,29% 2,14% 2,14% 9,08% 0,04% 6,19% 1,99% 0,85% 0,00% 0,00% 0,28% 0,58% 0,00% 3,36% 10,66% 10,66% 9,45% 9,45% 8,33% 8,33% 4,24% 0,00% 1,78% 1,92% 0,46% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 69 383 374 895 5 5 62 62 103 103 437 2 298 96 41 0 0 0 1.699 1.699 1.506 1.506 1.328 1.328 676 0 283 306 74 0 0 0 0 0 0,00% 0,00% Fonte: IBGE – Cadastro Central de Empresas. As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 87 Para melhor visualizar este contexto, o Quadro 5.17 apresenta a participação relativa das atividades locais nas correspondentes atividades estaduais, em que estão destacadas as atividades que superam o patamar referencial de 0,65% do PIB, no ano de sua última estatística disponibilizada pelos órgãos oficiais, 2005. Quadro 5.17: Participação relativa por atividade terciária, em número de unidades e pessoal ocupado, de Ijuí no RS, segundo CNAE, no ano de 2006. Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) Total do setor terciário G Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos 50 Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas; e comércio a varejo de combustíveis 51 Comércio por atacado e representantes comerciais e agentes do comércio 52 Comércio varejista e reparação de objetos pessoais e domésticos H Alojamento e alimentação 55 Alojamento e alimentação I Transporte, armazenagem e comunicações 60 Transporte terrestre 61 Transporte aquaviário 62 Transporte aéreo 63 Atividades anexas e auxiliares dos transportes e agências de viagem 64 Correio e telecomunicações J Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados 65 Intermediação financeira 66 Seguros e previdência complementar 67 Atividades auxiliares da intermediação financeira, seguros e previdência complementar K Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas 70 Atividades imobiliárias 71 Aluguel de veículos, máquinas e equipamentos sem condutores ou operadores e de objetos pessoais e domésticos 72 Atividades de informática e serviços relacionados 73 Pesquisa e desenvolvimento 74 Serviços prestados principalmente às empresas L Administração pública, defesa e seguridade social 75 Administração pública, defesa e seguridade social M Educação 80 Educação N Saúde e serviços sociais 85 Saúde e serviços sociais O Outros serviços coletivos, sociais e pessoais 90 Limpeza urbana e esgoto e atividades relacionadas 91 Atividades associativas 92 Atividades recreativas, culturais e desportivas 93 Serviços pessoais P Serviços domésticos 95 Serviços domésticos Q Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais 99 Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais Participação Relativa Número de Pessoal unidades ocupado 0,91% 0,74% 1,08% 1,03% 1,23% 0,98% 1,08% 0,70% 0,70% 0,75% 0,80% 0,00% 0,00% 0,67% 0,44% 1,26% 1,10% 0,97% 0,62% 0,62% 0,56% 0,61% 0,00% 0,00% 0,44% 0,41% 0,93% 0,90% 1,62% 0,64% 0,58% 1,20% 0,78% 0,51% 0,40% 0,52% 0,34% 0,48% 0,74% 0,39% 0,00% 0,57% 0,39% 0,39% 0,75% 0,75% 0,87% 0,87% 0,83% 0,46% 0,98% 0,78% 0,44% 0,00% 0,54% 0,36% 0,00% 0,29% 0,37% 0,37% 1,65% 1,65% 1,12% 1,12% 0,58% 0,00% 0,51% 0,93% 0,46% 0,00% 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Fonte: IBGE – Cadastro Central de Empresas. As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 88 Os dados indicam que Ijuí detém a fatia de 0,91% do total dos estabelecimentos registrados nas atividades terciárias no Estado do Rio Grande do Sul, com correspondentes 0,74% do total das pessoas ocupadas. Entre os grupos da CNAE, mais uma vez, o destaque para as atividades de comércio, de educação e de saúde, por superar o patamar referencial nos dois recortes. Os outros grupos que se destacam em número de empresas, não repetem o desempenho em pessoal. Para avançar na leitura, se registra os respectivos quocientes locacionais. As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 89 Quadro 5.18: Quociente locacional do setor terciário de Ijuí no RS, segundo o número de unidades locais e pessoal ocupado, segundo CNAE, no ano de 2006. Quociente Locacional Número de Pessoal unidades ocupado 1,000 1,000 Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) Total do setor terciário G Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos 50 Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas; e comércio a varejo de combustíveis 51 Comércio por atacado e representantes comerciais e agentes do comércio 52 Comércio varejista e reparação de objetos pessoais e domésticos H Alojamento e alimentação 55 Alojamento e alimentação I Transporte, armazenagem e comunicações 60 Transporte terrestre 61 Transporte aquaviário 62 Transporte aéreo 63 Atividades anexas e auxiliares dos transportes e agências de viagem 64 Correio e telecomunicações J Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados 65 Intermediação financeira 66 Seguros e previdência complementar 67 Atividades auxiliares da intermediação financeira, seguros e previdência complementar K Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas 70 Atividades imobiliárias 71 Aluguel de veículos, máquinas e equipamentos sem condutores ou operadores e de objetos pessoais e domésticos 72 Atividades de informática e serviços relacionados 73 Pesquisa e desenvolvimento 74 Serviços prestados principalmente às empresas L Administração pública, defesa e seguridade social 75 Administração pública, defesa e seguridade social M Educação 80 Educação N Saúde e serviços sociais 85 Saúde e serviços sociais O Outros serviços coletivos, sociais e pessoais 90 Limpeza urbana e esgoto e atividades relacionadas 91 Atividades associativas 92 Atividades recreativas, culturais e desportivas 93 Serviços pessoais P Serviços domésticos 95 Serviços domésticos Q Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais 99 Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais 1,181 1,384 1,343 1,067 1,178 0,766 0,766 0,823 0,880 0,000 0,000 0,737 0,483 1,690 1,472 1,304 0,835 0,835 0,749 0,819 0,000 0,000 0,595 0,550 1,021 0,989 1,770 0,859 0,773 1,613 0,852 0,555 0,436 0,702 0,452 0,640 0,807 0,422 0,000 0,621 0,431 0,431 0,816 0,816 0,952 0,952 0,913 0,500 1,074 0,857 0,483 0,000 0,727 0,477 0,000 0,394 0,501 0,501 2,213 2,213 1,503 1,503 0,781 0,000 0,687 1,249 0,620 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 Fonte: IBGE – Cadastro Central de Empresas. Os quocientes locacionais do quadro acima apontam, em número de estabelecimentos, o destaque para o grupo do comércio de reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos com um CL de 1,181. No desdobramento de suas atividades, todos ultrapassam a unidade: comércio e reparação de veículos e As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 90 motocicletas e comércio a varejo de combustíveis, CL = 1,343; comércio varejista e reparação de objetos pessoais e domésticos, CL = 1,178; e, comércio por atacado e representante comerciais e agentes de comércio, CL = 1,067. Superam ainda a unidade em número de empresas, as atividades de seguros e previdência complementar, com CL = 1,770, e atividades associativas, CL = 1,074. Todas as demais atividades ficam abaixo da média gaúcha na grandeza numérica de empresas. Já no recorte de pessoal ocupado, o principal destaque se dá na área da educação com o CL = 2,213, seguido do grupo da saúde e serviços sociais, CL = 1,503 e do comércio de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos, CL = 1,384. Entre as atividades, além da educação e saúde, superam a unidade em número de pessoas ocupadas: comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas e comércio a varejo de combustíveis; seguros e previdência complementar; comércio por atacado, representantes comerciais e agentes do comércio; comércio varejista e reparação de objetos pessoais e domésticos; e, atividades recreativas, culturais e desportivas. As demais atividades não atingem a unidade. Esta investigação, embora longe de ser conclusiva ou de se constituir em uma pesquisa específica de mercado, pelas metodologias aplicadas, pode dar indicativos de carências e potencialidades locais no setor terciário. Por outro lado, parece ratificar a leitura de pólo comercial, tanto no atacado quanto no varejo, e de serviços, em especial, educação e saúde, pelas referências de localização de pessoal ocupado. 5.2 – EMPREGO E RENDA Para focar a análise nos movimentos do emprego e renda, se trabalha com dados disponibilizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, contendo informações anuais da Relação Anual de Informações Sociais - RAIS até o ano de 2007 e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED para o ano de 2008. As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 91 As estatísticas são referentes ao emprego formal, portanto de carteira assinada, o que vai necessariamente diferir das informações anteriores de pessoal ocupado e, nem de longe, vai espelhar a real ocupação no município, visto não abarcar, além dos autônomos, agricultores e profissionais liberais, todas as atividades da economia informal. De imediato, o Gráfico 5.1 apresenta a evolução do emprego formal em Ijuí no período de janeiro de 2000 a novembro de 2008, relacionando o número de trabalhadores admitidos e demitidos no período. Gráfico 5.1 – Evolução do emprego formal em Ijuí, com referência do número de empregados admitidos e demitidos no período jan/2000 – nov/2008. Evolução do emprego formal em Ijuí, com referência do número de empregados admitidos e demitidos no período jan/2000-nov/2008 18000 16000 14000 12000 Número 16181 14915 12231 12884 12339 13980 13299 14086 14089 10000 8000 5633 6899 6140 5314 4631 4634 4761 4867 4887 4314 4729 4554 4009 4341 4449 4200 2000 4054 4000 5568 6000 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 nov/08 Período Admitidos Demitidos Empregos formais Fonte: Dados até 2007 = RAIS/MTE; dados 2008 = CAGED/MTE. Os dados indicam que em 01 de janeiro de 2000 existiam em Ijuí 12.231 trabalhadores com carteira assinada e atingindo sua melhor marca na última informação do período, 16.181 trabalhadores em 30 de novembro de 2008, o que indica um crescimento de 32,29%. Em todo o período se observa que o número de admitidos superou o número de demitidos, embora em 2001, 2005 e 2006 a diferença tenha sido irrisória. A melhor performance municipal se dá exatamente no final do recorte temporal, 2007 e 2008. As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 92 Para avançar na leitura das estatísticas absolutas, o Gráfico 5.2 apresenta a evolução da participação relativa do emprego formal no contexto gaúcho, no mesmo período. Gráfico 5.2- Evolução da participação relativa do emprego formal do município no Estado, no período de jan/2000 – nov/2008 Evolução da participação relativa do emprego formal do município no Estado, no período de jan/2000 nov/2008 Participação relativa 0,8200% 0,8100% 0,8134% 0,8000% 0,7900% 0,7947% 0,7894% 0,7800% 0,7700% 0,7917% 0,7781% 0,7763% 0,7751% 0,7727% 0,7600% 0,7500% 0,7574% 0,7514% 0,7400% 0,7300% de z/ 99 m ar /0 0 ju n/ 00 se t/0 0 de z/ 00 m ar /0 1 ju n/ 01 se t/0 1 de z/ 01 m ar /0 2 ju n/ 02 se t/0 2 de z/ 02 m ar /0 3 ju n/ 03 se t/0 de 3 z/ 03 m ar /0 4 ju n/ 04 se t/0 de 4 z/ 04 m ar /0 5 ju n/ 05 se t/0 5 de z/ 05 m ar /0 6 ju n/ 06 se t/0 6 de z/ 06 m ar /0 7 ju n/ 07 se t/0 7 de z/ 07 m ar /0 8 ju n/ 08 0,7200% Período Ijuí / RS Fonte: Dados até 2007 = RAIS/MTE; dados 2008 = CAGED/MTE. Na relação com o Rio Grande do Sul se observa uma performance diferenciada daquela dos números absolutos. Pelos dados, a melhor participação se dá em 01 de janeiro de 2000, com a fatia de 0,8134% do total do emprego formal gaúcho, atingindo em 30 de novembro de 2008 correspondentes 0,7751%, o que indica uma redução relativa de 4,71% no período. Isto indica que, apesar do crescimento absoluto, o emprego formal no município de Ijuí não acompanhou a média estadual nos extremos do período destacado. Os anos de 2000, 2001, 2004, 2005 e 2006, foram anos de recuo na participação relativa estadual, com avanços nos anos de 2002, 2003, 2007 e 2008, sem, contudo, em nenhum deles alcançar a marca do início da década. Entretanto, vale aqui destacar a correlação do emprego formal com os dados do PIB, que também indicaram crescimento relativo ao RS em 2002 e 2003 e queda em 2004 e 2005. Naquele tópico, se indica que estes dois anos de redução relativa não deveriam As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 93 apontar para um novo ciclo e sim, que fossem vistos como efeitos pontuais de safras negativas, o que aqui se confirma pela retomada de 2007 e 2008. Voltando à análise específica do emprego formal, o Quadro 5.19 traz a movimentação das admissões e demissões totais no período, por tipo de evento. No período total, ocorreram 46.040 admissões e 41.944 demissões, o que representa um saldo positivo de 4.096 novos empregos com carteira assinada no município, que aponta para 0,68% das 601.910 vagas novas geradas no Rio Grande do Sul no período. Quadro 5.19: Admissões e Demissões, por tipo, em Ijuí e no RS, no período de janeiro/2000 a novembro/2008 Município % qtde Movimentação RS qtde Admissões 1º Emprego Reemprego Reintegração Contr. Trabalho Prazo Determ. Transferência Total 12.221 33.214 1 74 530 46.040 1,19 0,50 0,08 0,32 0,50 0,59 1.031.048 6.694.338 1.195 23.371 105.814 7.855.766 Desligamentos Dispensados sem Justa Causa Dispensados com Justa Causa A Pedido Término de Contrato Aposentadoria Morte Término Contrato Prazo Determ. Transferência Total 31.302 117 7.070 2.408 114 142 177 614 41.944 0,61 0,20 0,47 0,67 0,59 0,67 0,58 0,58 0,58 5.152.990 58.446 1.507.130 359.314 19.249 21.327 30.260 105.140 7.253.856 4.096 0,68 601.910 Variação Fonte: Dados até 2007 = RAIS/MTE; dados 2008 = CAGED/MTE. Entre as admissões, a principal movimentação se deu no reemprego, com 33.214 ocorrências, o que representou 0,50% no período, seguida pelo primeiro emprego, com 12.221 registros, indicando expressivos 1,19% do total do Estado. Já nas demissões, a dispensa sem justa causa apontou 31.302 movimentos ou 0,61% do correspondente estadual, seguido de longe pelos pedidos de demissão com As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 94 7.070 ocorrências ou 0,47do total no Estado no período de janeiro de 2000 a 30 de novembro de 2008. A fotografia do mercado local de trabalho apontava em 2007, conforme Quadro 5.20, 14.915 empregos formais, sendo 8.134 postos ocupados por pessoas do sexo masculino e 6.781 por pessoas do sexo feminino. O principal grupo de atividades empregadoras de mão-de-obra formal foram, naquele ano, os serviços, seguido do comércio, da indústria da transformação e da administração pública. O setor terciário, mais uma vez, se destaca com 11.969 postos ou 80,25% do total de empregos formais no município de Ijuí. Quadro 5.20: Dados do mercado formal de trabalho de Ijuí, por gênero e atividades econômicas, em 2007 e 2008. Atividades Masc. Fem. Total das Atividades Extrativa Mineral Indústria de Transformação Serviços Industriais de Utilidade Pública Construção Civil Comércio Serviços Administração Pública Agropecuária 8134 6781 0 1690 259 354 2797 2259 581 194 0 372 37 9 2001 3156 1175 31 Total 2007 14915 Adm. 2008 6899 0 2062 296 363 4798 5415 1756 225 0 1012 24 543 2824 2384 41 71 Desl. 2008 5633 0 824 16 410 2378 1938 9 58 Saldo 2008 1266 0 188 8 133 446 446 32 13 Total Nov/2008 16181 0 2250 304 496 5244 5861 1788 238 Fonte: Dados 2007 = RAIS/MTE; dados 2008 = CAGED/MTE. Os dados permitem ainda, a partir das estatísticas do CAGED, identificar os movimentos do emprego formal no ano de 2008. Assim, o estoque em novembro de 2008 é de 16.181 registros, indicando um fluxo positivo de 1.266 novas vagas. Por coincidência, o comércio e os serviços geraram cada um 446 novos postos de trabalho, continuando, desta forma, este último como principal empregador com 5.861 registros. O setor terciário, composto, por comércio, serviços e administração pública, aponta 12.893 postos ou 79,68% do total. No tocante a renda, as informações da RAIS – 2007 permitiram extrair o Quadro 5.21 com indicadores de salários correntes médios pagos por grupos de atividades econômicas. As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 95 Quadro 5.21: Salários correntes médios, em reais, pagos por gênero e por grupos de atividades econômicas, em dezembro de 2007. Indicadores Total das Atividades Extrativa Mineral Indústria de Transformação Serviços Industriais de Utilidade Pública Construção Civil Masculino Feminino Total 1190,36 1076,99 1138,81 0 0 0 880,27 651,70 839,04 2046,64 1.660,90 1998,42 601,51 493,26 598,83 Comércio 1000,49 691,80 871,75 Serviços 1451,74 1182,01 1294,53 Administração Pública 2138,76 1587,55 1769,92 676,29 472,70 648,24 Agropecuária Fonte: CAGED/MTE. O salário médio de emprego formal pago em dezembro de 2007 no município de Ijuí foi de R$ 1.138,81, sendo que os empregados do sexo masculino receberam em média R$ 1.190,36 e os do sexo feminino equivalentes R$ 1.076,99. Entre os grupos de atividades, os serviços industriais de utilidade pública pagaram o maior salário médio total, de R$ 1.998,42, seguidos da administração pública com R$ 1.769,92. Por gênero, os maiores salários médios registrados também se encontram nestes dois grupos de atividades: R$ 2.138,76 para trabalhadores do sexo masculino na administração pública e R$ 1.660,90 para trabalhadoras do sexo feminino nos serviços industriais de utilidade pública. No limite inferior, a construção civil apresentou a menor remuneração, de R$ 598,83, no salário médio total e de R$ 601,51 para empregados do sexo masculino, enquanto que para as ocupações do sexo feminino o menor salário médio, de R$ 472,70 foi registrado pela agropecuária. As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 96 Na busca de ampliar as informações, com enfoque na distribuição da renda formal no município, se buscou uma estratificação a partir da Classificação Nacional das Atividades Econômicas, conforme Quadro 5.22, que indica, em salários mínimos, a fotografia municipal em dezembro de 2007. Quadro 5.22: Estratificação da renda formal em Ijuí, em salários mínimos, segundo CNAE, em dezembro 2007. Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) Total do município Até 0,50 0,51 1,00 1,01 1,50 1,51 2,00 2,01 3,00 3,01 4,00 117 519 3608 3306 3128 1231 A Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal 0 B Pesca 4 0 Total do setor primário 0 C Indústrias extrativas 109 0 4 63 3 112 28 0 63 716 10 2 30 Em Salários Mínimos 4,01 - 5,01 7,01 5,00 7,00 10,00 2 0 10 734 0 0 2 566 15,01 20,00 Mais de 20 Ignorado Total 344 167 100 379 14915 1 0 0 10,01 15,00 0 0 1 0 0 0 0 0 0 3 0 0 220 0 3 5 225 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 15 50 471 676 435 129 55 63 39 14 1 2 81 2.031 E Produção e distribuição de eletricidade, gás e água 5 0 3 12 27 57 65 73 28 21 3 0 2 296 F Construção 1 10 143 143 27 7 6 2 0 0 0 0 24 363 D Indústrias de transformação Total do setor secundário 21 G Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos H Alojamento e alimentação I Transporte, armazenagem e comunicações J Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados K Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas L Administração pública, defesa e seguridade social M Educação N Saúde e serviços sociais O Outros serviços coletivos, sociais e pessoais P Serviços domésticos Q Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais Total do setor terciário 617 831 26 60 211 1.757 1.130 888 308 149 95 78 36 22 23 75 4.798 1 19 212 115 71 17 8 3 2 0 0 0 10 458 193 126 138 67 35 4 2 107 2690 1 9 66 130 237 100 24 20 4 0 1 0 13 605 0 0 30 28 39 45 38 41 68 41 19 9 3 361 23 67 208 108 81 27 11 17 8 2 0 0 41 593 0 1 155 240 399 235 184 213 179 78 40 22 12 1.758 13 62 79 164 299 164 115 131 111 135 76 42 42 1.433 3 39 220 409 531 97 45 67 40 16 4 2 41 1.514 29 47 152 88 64 35 14 9 8 1 1 0 32 480 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 96 489 0 455 0 2879 0 2412 0 2609 0 1028 0 588 0 596 0 498 0 309 0 163 0 98 0 269 0 12000 Fonte: RAIS-2007/MTE. Os dados apontam que a grande concentração do emprego formal em Ijuí se dá no extrato acima de 01 até 03 salários mínimos com 67,33% do total das vagas ocupadas, ou 10.042 empregados. No extrato inferior, até 01 salário mínimo, se encontram 636 trabalhadores ou 4,26% do total e no extrato superior, acima de 10 salários mínimos, 611 empregados com a fatia de 4,10% do total. Como o objetivo deste trabalho não é de amiudar a análise no ambiente microeconômico e sim buscar indicativos gerais, macroscópicos, da socioeconomia local, fica o registro de diversas outras possíveis leituras dos quadros acima. As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 97 Contudo, conforme já referenciado, o emprego formal representa apenas parte da ocupação total da mão-de-obra do município de Ijuí. Para tentar avaliar o conjunto, na falta de dados oficiais disponíveis, se fez inferências a partir dos dados do último censo do IBGE, no ano de 2000. Assim, para ultimar a análise, o censo indicou uma População Economicamente Ativa – PEA de 40.511 pessoas ou 51,63% dos 78.461 habitantes no município naquele ano. Deste contingente, 34.914 pessoas foram declaradas ocupadas, ou 86,18% do PEA, o que aponta para uma taxa de desemprego de 13,82%, ou de 5.597 pessoas. Entre os ocupados, 12.231 trabalhadores têm carteira assinada (RAIS – 2000), 7.791 trabalhadores foram indicados como autônomos e 14.892 trabalhadores foram apontados como ocupados na informalidade. Uma simulação para o ano de 2007, em que o IBGE aponta uma redução absoluta da população para 76.739 habitantes e em que o emprego formal avançou para 14.915 trabalhadores, invariavelmente vai apontar para um quadro positivo no emprego/ocupação, quer por redução na taxa de desemprego, quer por ampliação da formalidade na ocupação. Como em 2008, pelas estatísticas do CAGED, o mercado de trabalho formal também se ampliou, pode se deduzir que, conforme já apontado pelas estatísticas do PIB, o município experimenta um ciclo virtuoso de crescimento econômico nos últimos anos, em especial, no período pós-real, apesar do arrefecimento pontual apontado no período 2004-2006. As Atividades Econômicas: Produção, Emprego e Renda 98 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nem de longe, este trabalho pretendeu ser conclusivo, pelo contrário, se partiu da premissa de que a socioeconomia local é um sistema complexo em que interagem múltiplas variáveis de dimensões diferenciadas, tanto endógenas quanto exógenas. Contudo, é inegável que os indicadores trabalhados já permitem um olhar qualificado no estágio de desenvolvimento da economia local. O histórico de ocupação do território, a partir de uma colonização minifundiária em zona de mata nativa que, por sua vez, foi fruto de um processo capitaneado pelo Estado e que contemplou a imigração de diversos grupos étnicos, certamente foi decisivo na conformação da estrutura econômica, social e cultural. Os movimentos demográficos, que foram configurados pelos processos emancipatórios, também sofreram os efeitos do contexto econômico ao longo do tempo. A redução da natalidade e o aumento da expectativa de vida estão transformando o perfil da pirâmide etária, o que acarreta reflexos na estrutura social e produtiva. Ao focalizar aspectos sociais, os indicadores permitiram identificar alguns destaques: o estágio promissor na área da educação; o questionamento das variáveis que subestimam o estágio de desenvolvimento na saúde visto ser um pólo regional de excelência na área; a necessidade de investimentos em saneamento; e, as carências mais agudas na produção, emprego e renda, que, a partir da estrutura produtiva, refletem carências sociais. Na verificação do processo de geração de renda a partir de sua estruturação produtiva se ratifica estas carências, como também se apresentam outras tantas Considerações Finais 99 oportunidades. Variáveis endógenas e exógenas atuaram ao longo do tempo no processo de agregação de valor local, o que indica que a produção de bens e serviços é uma variável dependente da ação humana e, portanto, factível de planejamento. O PIB, que se apresentava em vigoroso crescimento até meados da década de 1980 e que se arrefeceu nos anos 1980 e 1990, parece ter encontrado novo padrão virtuoso a partir do Plano Real, apesar das quedas de 2004 e 2005 entendidas como pontuais. O Setor Terciário se apresenta como hegemônico na estruturação produtiva local, com participação em torno de 70% da geração da riqueza ao longo do tempo, o que lhe atribui a conotação de pólo comercial e de serviços, em especial, na área de educação e saúde. Sua forte correlação com a produção total, verificada pelas estatísticas do PIB e do VAF, corroboraram sua importância relativa. Ao desmembrar as atividades econômicas nos setores de produção, com olhar nos indicadores de produção, emprego e renda, se desvendou um leque de alternativas de geração de bens e serviços. Várias oportunidades na agropecuária, na indústria e nos serviços foram elencadas, embora devam merecer tratamentos mais qualificados de análise de mercado visto as particularidades específicas de cada atividade. Especificamente na análise dos movimentos do emprego formal, se pode verificar a geração de novos postos de trabalho nos últimos anos, contudo sem acompanhar os respectivos correspondentes estaduais. Todavia, esta curva ascendente do mercado de trabalho formal vai ao encontro dos indicativos de um padrão de comportamento virtuoso na curva de produção apontada pelos indicadores específicos. A complexidade das variáveis envoltas na caracterização municipal, dificulta o aprofundamento de vários aspectos que assim o exigem, fazendo-se necessários estudos mais focalizados e aprofundados, até porque os números oficiais geralmente se apresentam com desatualização temporal e padecem de correlações para espelhar o estágio de desenvolvimento da sociedade local. Considerações Finais 100 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AZAMBUJA, Bernadete Maria de. O Desenvolvimento Urbano e a Promoção Fundiária e Imobiliária na Cidade de Ijuí - RS. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 1997. BANDEIRA, Fernando Bandeira L. Opção pela tecnologia como fator de sobrevivência. Zero Hora, Porto Alegre, 11 de maio de 1997, Caderno de Economia, página 2. BASSO, Laurí. Planejamento Municipal: Um estudo do processo de elaboração do Plano Plurianual de um grupo de Prefeituras Gaúchas, Editora Unijuí, Ijuí, 1998. COLLING, Ana Maria. O Ensino em Ijuí: Do Barracão à Cidade Universitária. Ijuí/RS. Ed. UNIJUÍ, 1994. EMATER, Escritório Municipal, Estudo da Situação do Município de Ijuí, 1996. EMATER, Escritório Municipal, Plano Estratégico Plurianual 1997-2000, 1997. Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser - Anuários Estatísticos do Rio Grande do Sul. FEE, Porto Alegre. 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