V. 10, N0 1 | Janeiro/Fevereiro 2013 ISSN 1678-6661 Latino-americana Pratique a Implantodontia dos novos tempos. Nesta Edição: Caderno Científico Temas em Debate Perfil Empresarial Entrevista com Marcelo Moreira Trend Topics Atlas de prótese sobreimplantes Órgão Oficial V. 10 • No 1 • Janeiro/Fevereiro • 2013 Qualificação: Qualis Nacional B3 – Medicina I Qualis Nacional B4 – Odontologia e Interdisciplinar Qualis Nacional B5 – Medicina II e III Qualis Nacional B5 – Engenharias II, III e IV Qualis Nacional B5 – Educação Física Indexação: BBO – Bibliografia Brasileira de Odontologia LILACS – Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde ImplantNews - Vol. 10, n.1 (janeiro/fevereiro/2013) - São Paulo: VM Cultural Editora Ltda., 2004 Periodicidade Bimestral ISSN - 1678-6661 1. Implantes dentários. 2. Cirurgia de implantes. 3. Prótese sobreimplantes. I. VM Cultural Editora Ltda. II. Título CDD 617.6005 Black D74 www.implantnews.com.br Expediente Fundador e Consultor: Luiz Antonio Gomes Fundador e Diretor Executivo: Haroldo J. Vieira ([email protected]); Editor-Chefe: Adilson Fuzo ([email protected]); Editora e Jornalista Responsável: Cecilia Felippe Nery MTb: 15.685 ([email protected]); Revisora: Vivian Arais Soares; Assistente de Redação: Aline Souza ([email protected]); Diretora de Arte: Miriam Ribalta ([email protected]); Assistentes de Arte: Cristina Sigaud ([email protected]) e Eduardo Kabello ([email protected]); Supervisora de Conteúdo On-line: Tharcyla Marreiro Garcia Pimentel ([email protected]); Jornalismo On-line: Larissa Ambraska Depoli ([email protected]); Gerente de T.I.: Ricardo Tanasovici ([email protected]); Webdesigners: Rodolfo Mustafé (web. 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Responsabilidade Editorial: Todos os artigos assinados, bem como conteúdos publicitários inseridos na Revista ImplantNews e edições especiais, são de inteira responsabilidade dos respectivos autores, empresas e instituições. Só será permitida a reprodução total ou parcial de conteúdos desta edição com a autorização expressa dos editores. Tiragem: 10.000 exemplares - auditada por Circulação nacional. Compromisso com nossos leitores Revista filiada • Facilitar o acesso a conteúdos baseados em pesquisas clínicas testadas e comprovadas. • Publicar conteúdos de vanguarda, visando trazer mais perto possibilidades futuras. • Promover a discussão de temas polêmicos e fazer consenso para melhor orientar e proporcionar segurança nas várias práticas clínicas. • Incentivar a produção científica de jovens talentos, criando prêmios de mérito para ampliar o número de pesquisadores no Brasil. • Crescer continuamente o volume de artigos clínicos publicados por edição, buscando aumentar a base de informação. • Disponibilizar canal on-line de consultas para solucionar eventuais dúvidas em práticas clínicas seguras. • Garantir circulação da revista na data certa, evitando a quebra do fluxo regular de atualização científica neste campo. Assinatura anual - R$ 520,00 | 6 edições e 2 guias | Exterior - US$ 380. 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Bonfim Santos, Alberto Noriyuki Kojima, Alfredo Mikail Mello SP), Arthur Belém Novaes Jr. (Forp-USP-Ribeirão Preto/SP), Carlos dos Reis Pereira Mesquita, Antônio Wilson Sallum, Carlos Nelson Elias, Cimara Fortes Ferreira, Araújo (FOB-Bauru/SP), Carlos Eduardo Francischone (FOB-Bauru/SP), Carlos Edevaldo Tadeu Camarini, Elcio Marcantonio Jr., Elken Gomes Rivaldo, Flavia Nelson Elias (IME/RJ), Cimara Fortes Ferreira (NSU College of Dental Medicine/ Rabello de Mattos, Guaracilei Maciel Vidigal Junior, Jamil A. Shibli, José Henrique USA), Cláudio Luiz Sendyk (Unisa/SP), Edevaldo Tadeu Camarini (UEM-Maringá/ Rubo, Juliano Milanezi de Almeida, Luis Eduardo Marques Padovan, Marcelo Abla, PR), Eduardo Saba Chujfi (SLMandic/SP), Elcio Marcantonio Jr. (Unesp-Araraquara/ Marco Antonio Bottino, Marco Aurélio Bianchini, Marco Antônio Brandão Pontual, SP), Elken Gomes Rivaldo (Ulbra/RS), Flavia Rabello de Mattos (Fapi/SP), Guaracilei Maria Luiza Cabral Maia, Roberto Brunow Lehmann, Ronaldo Barcellos de Santana. Maciel Vidigal Junior, Hugo Nary Filho (USC-Bauru/SP), Israel Chilvarquer (FouspSão Paulo/SP), Ivete Sartori (Ilapeo-Curitiba/PR), Jamil A. Shibli (UnG- Guarulhos/ Conselho Consultivo SP), José Henrique Rubo (FOB-Bauru/SP), Juliano Milanezi de Almeida (Unesp/ Profs. Drs. Aldo Brugnera Junior (Univap/SP), Antonio Vicente de Souza Pinto (São SP), Laércio W. Vasconcelos (P-I Brånemark Institute-Bauru/SP), Luciano Lauria Paulo/SP), Carlos Alberto Dotto (ABO-SP), Fábio José Barboza Bezerra (ABO-BA), Dib (Unip/SP), Luis Eduardo Marques Padovan (USC/SP), Marco Antonio Bottino Fernando Santos Cauduro (PUC-Porto Alegre/RS), Francisco Fernando Todescan (Unesp-São José dos Campos/SP), Marco Aurélio Bianchini (UFSC/SC), Marco (Fundecto-USP/SP), Hamilton Navarro (Fousp-São Paulo/SP), Hiron Andreaza da Antônio Brandão Pontual (Ufes/ES), Maria Luiza Cabral Maia (UFPE/PE), Maurício Cunha (ABO-GO), José Cícero Dinato (UFRGS/RS), José Luiz Cintra Junqueira G. Araújo (UEM-Maringá/PR), Paulo Martins (FOB-Bauru/SP), Paulo Sérgio Perri (SLMandic-Campinas/SP), Luiz Fernando Martins André (Unimes-Santos/SP), Luís de Carvalho (Unesp-Araçatuba/SP), Ricardo Magini (UFSC/SC), Ronaldo Barcellos Ronaldo Picosse (Fousp/SP), Mário Groisman (SLMandic/RJ), Milton Miranda de Santana (UFF/RJ), Thomaz Wassall (SLMandic-Campinas/SP), Waldemar Daudt (SLMandic-Campinas/SP), Pedro Tortamano Neto (Fousp-São Paulo/SP), Ricardo Polido (ABO-Porto Alegre/RS), Wellington Cardoso Bonachela (FOB-USPBauru/SP), Curcio (Hospital Heliópolis/SP), Sérgio Jayme (Instituto Sérgio Jayme-São Paulo/SP). Wilson Roberto Sendyk (Unisa/SP). • EUA Conselho de Tecnologia Aplicada Profs. Drs. Luiz A. Meirelles; Michael A. Pikos; Paulo G. Coelho; Profs. Drs. Adolfo Embacher Filho (Itu/SP), Ariel Lenharo (Inepo-São Paulo/SP), Sascha A. Jovanovic; Stephen J. Chu. Aziz Constantino (São Paulo/SP), Cláudio Chedid (Ciodonto-São Paulo/SP), Dráuseo • França Speratti (Boston-EUA), Fernando Cosso (São Paulo/SP), Fernando Pastor (São Prof. Dr. Franck Renouard. Paulo/SP), Geninho Thomé (Ilapeo-Curitiba/PR), Jorge Mulatinho (APCD-São Paulo/ • Israel SP), Maurício Motta (São Paulo/SP), Mauro Tosta (Cetao-São Paulo/SP), Nilton de Profs. Drs. Moshe Goldstein; Zvi Artzi. Bortolli Jr. (Fundecto-São Paulo/SP), Paulo Zaidan Maluf (APCD/SP), Pedro Velasco • Itália Dias (Instituto Velasco-São Paulo/SP), Reginaldo Migliorança (ABO-Campinas/SP), Profs. Drs. Luigi Canullo; Massimo Del Fabbro; Paolo Trisi. Rodolfo Candia Alba Jr. (São Paulo/SP). • Portugal Prof. Dr. Fernando Guerra. • Suécia Profs. Drs. Ann Elisabeth Wennerberg; Ingemar Abrahamsson; Tomas Albrektsson. ImplantNews 2013;10(1):4-5 5 SUMÁRIO A ImplantNews completa dez anos em 2013. Para começar este ano especial, preparamos uma série de novas seções que você acompanha a partir desta edição. Outra novidade é o Atlas de prótese sobreimplantes, um presente que a ImplantNews está trazendo para os leitores que nos acompanharam e apoiaram nessa jornada. O Atlas será publicado em quatro fascículos e o primeiro módulo da obra já está encartado neste número. Boa leitura! 118 BCAP oferecerá cursos avançados para pequenos grupos. Latin American Osseointegration Congress 127 9. Especial IN 2013. Editorial 118. Ensino Brånemark Center inicia atividades a partir de março Sempre existe uma saída 10. Ponto de Vista 121. Grupo Perio-Implantar Desconfie do “eu acho”. Pode acreditar, o fulano disse 122. Perfil Empresarial DSP – Liberdade para crescer 12. Caderno Científico Um registro da produção dos autores nacionais e 127. Especial IN 2013 internacionais 139. SBRO 108. Cinco respostas Marcelo Moreira, do Ateliê Oral, responde a cinco São Paulo recebe pesquisadores europeus em junho perguntas sobre temas importantes da profissão 140. Informativo Abross 110. A Vez do Leitor Agora, o leitor é quem escolhe o artigo que vai ler 112. Temas em Debate 143. Mercado IN 145. Normas de Publicação CAD/CAM: suas potencialidades já são bem exploradas no Brasil? 148. Trend Topics Dicas, tendências e novidades do mercado 6 ImplantNews 2013;10(1):6-7 CADERNO CIENTÍFICO ARTIGOS ORIGINAIS / ORIGINAL ARTICLES 12. Osseointegrated implants associated with PRP in the rehabilitation of irradiated patient with SCC of the tongue. Case report Luciano Lauria Dib, Emne Hammoud Gumieiro, Ricardo Schmitutz Jahn, Luiz Paulo Kowalski, Ulf Nannmark 21. Comparação do desajuste vertical de infraestruturas metálicas sobre implantes: fundida versus fresada Comparison of vertical misfit between cast and CNCmilled frameworks for implant-supported prostheses Vinicius de Magalhães Barros, Diego da Cunha Fontoura, José Augusto César Discacciati, Walison Arthuso Vasconcellos, Célio Soares de Oliveira Júnior, Ricardo Rodrigues Vaz 31. 41. 49. Análise de tensões em prótese fixa dentoimplantossuportada com pilar intermediário Stress analysis in tooth-implant-supported fixed prosthesis with pier abutment Luis Gustavo Lima Lara, Paulo Isaias Seraidarian, Wellington Correa Jansen, Marcos Daniel Septimio Lanza, Antonio Carlos Vieira, Marcos Dias Lanza Oclusão e protocolos de aplicação de cargas funcionais em implantes unitários posteriores Occlusion and functional loading protocols for singletooth posterior implants: literature review Fábio Vidal, Bruno Rescala, Wilson Rosalém Jr. Emergências médicas no consultório odontológico: o implantodontista está realmente preparado? Medical emergencies at the dental office: is the dental implant practitioner really prepared? A literature review Luciano Mayer, Fernando Vacilotto Gomes 61. Cirurgia guiada sem retalho para implante unitário em região estética Single-tooth, flapless-guided dental implant surgery in the esthetic zone Jaques Luiz, Flávia Noemy Gasparini Kiatake Fontão, Luis Eduardo Marques Padovan, Sérgio Rocha Bernardes 71. Solução implantossuportada individualizada após agenesia do incisivo lateral e mesialização do canino superior: pilar de zircônia e coroa cerâmica cimentada para pacientes jovens A customized, implant-supported solution after lateral incisor agenesis and canine orthodontic mesialization: zirconia abutment and cemented ceramic crown for young patients Valdir Antonio Muglia, Danilo Balero Sorgini, Tatiana Ramirez Cunha 80. Estudos longitudinais e sucesso na Implantodontia Longitudinal studies and success rates in Implant Dentistry: a literature review Vittorio Moraschini, Enzo Tetzner, Gustavo Oliveira dos Santos, Raphael Vieira Monte Alto 89. O uso do beta-tricálcio fosfato como substituto ósseo em Odontologia Beta-tricalcium phosphate as a bone graft substitute in Dentistry: a literature review Fernanda Brasil Daura Jorge Boos, Rodrigo dos Santos Pereira, Eduardo Piza Pellizzer, Idelmo Rangel Garcia Junior, Eduardo Hochuli Vieira 96. Avaliação da resistência flexural entre diferentes métodos de soldagem Evaluation of flexural strength among different welding methods Jeovan da Silva, Takami Hirono Hotta, Wilson Matsumoto ImplantNews 2013;10(1):6-7 7 Editorial SEMPRE Se você estiver lendo esta coluna é porque o mundo não acabou. Aliás, nunca falaram isto com todas as letras. Era uma interpretação do calendário Maia. Mas, as EXISTE UMA SAÍDA preocupações foram tão grandes que até a Nasa precisou desmentir oficialmente o fato. E, assim, a humanidade deve caminhar por mais alguns milhares de anos... Qual a importância da interpretação? Para nós, profissionais que lidamos com o público, é imensa! Em uma situação imaginária, um paciente comparece ao seu consultório. Os exames preliminares mostram que uma reabilitação extensa será necessária. A quantidade óssea residual é pequena; ele já não fala e mastiga de modo eficiente. Quer um resultado estético, mas considera que a idade é um fator limitador. Quer ter um 2013 diferente? Então, comece trocando os adjetivos: não concorde com o paciente quando ele diz que é mais velho: pelo contrário, insista que ele é mais experiente. Isto sendo dito na frente do espelho já o coloca acima de qualquer mocinha de 15 anos. Você deduz com os fatos que vê, mas tem que ser sempre assim? Nós aprendemos muito ao longo da profissão, mas quais são os tratamentos que realmente elevam a autoestima? Podemos nos dar ao luxo de fazer isto no consultório? Uma prótese removível sobreimplantes pode ser a melhor indicação para quem não higieniza direito, mas isto realmente deixará seu paciente satisfeito? O mundo atual possui tantas convenções que os jovens de hoje se sentem de mãos amarradas. Por que não quebrar os seus próprios paradigmas? Planejamos para contingências futuras, mas nossos pacientes querem aproveitar o agora. Equilibre os anseios destes cidadãos com as suas melhores habilidades e recursos. Aprender a enxergar o outro lado trará benefícios valiosos. Feliz Ano Novo e sucesso para todos! Paulo Rossetti Editor científico ImplantNews 2013;10(1):9 9 Ponto de Vista DESCONFIE DO “EU ACHO”. PODE ACREDITAR, O FULANO DISSE No dia a dia, é muito comum encontrar pessoas que nos fazem afirmações como: “olha, tenho certeza de que aquela situação é fruto disso e daquilo”, “eu acho”, “fiquei sabendo que o fulano está falido...” Ora, partindo da constatação de que o ser humano faz boa parte das suas colocações baseadas em achismos, formar opinião, tendo como base o “eu tenho certeza” de outros, tem sido um excelente caminho para a perda de tempo. Pouco depois, quase sempre essas afirmações ditas confiáveis acabam por desvanecer, ou seja, viram pó. É claro que o ser humano se movimenta e cresce através de referências, resultantes do diálogo com pessoas. Trata-se de uma rotina que faz parte da essência humana, e que hoje (infelizmente) está se tornando muito mais virtual com a chegada das redes sociais e de outros formatos de comunicação on-line. No entanto, o diálogo pessoal ou virtual não impede que usemos mais nosso senso crítico. Algo que temos dentro de nós, mas que tem sido esquecido por uns e outros que, até por fraqueza de personalidade, não “sacam nada”. Quando “ligamos” o senso crítico, ou seja, escutamos com o ouvido do “ver para crer”, mais de ? 80% das elucubrações, fofocas gostosas e comentários nocivos são filtrados e vão para o lixo. Segundo os analistas de comportamento humano, o senso crítico é uma defesa natural embutida em nosso espírito de sobrevivência. Quando o usamos, ganhamos em qualidade, pois filtramos mais o que interessa e aquilo que nos parece confiável. Bem, não estamos aqui defendendo que pessoas deixem de “achar”, até porque a falta de certeza também é uma condição de retórica. Mas, vale registrar que, se usarmos a chave do bom senso, certamente vamos crescer de maneira mais consistente, uma vez que nosso cérebro ficará condicionado e calibrado para agir segundo um determinado foco. Menos “eu acho” e mais bom senso para todos em 2013. Haroldo Vieira Publicitário e Diretor Executivo da ImplantNews 10 ImplantNews 2013;10(1):10 Dib LL • Gumieiro EH • Jahn RS • Kowalski LP • Nannmark U Osseointegrated implants associated with PRP in the rehabilitation of irradiated patient with SCC of the tongue. Case report ABSTRACT Background: Young patients with squamous cell carcinoma (SCC) of the oral cavity are an unusual occurrence. Also, malignant tumour treatment can result in severe mutilation with unfavourable impact on cosmetic and function. Case report: This is a case of a 23-year-old man who presented a SCC of the tongue. After oncological treatment with resection and irradiation, he was rehabilitated using osseointegrated implants associated with platelet rich plasma in order to improve patient rehabilitation. Discussion: After a six-month healing period all implants were stable and clinically osseointegrated and masticatory, phonetic and aesthetic functions were restored. Results show that under controlled procedures, osseointegration is achievable even in low bone quality in irradiated sites, improving the patient’s quality of life. Key Words – Squamous cell carcinoma; Platelet-rich plasma; Dental implants. Luciano Lauria Dib* Emne Hammoud Gumieiro** Ricardo Schmitutz Jahn** Luiz Paulo Kowalski*** Ulf Nannmark**** *Paulista University – Unip; Dental School, São Paulo. **Federal University of São Paulo, Department of Otorhinolaryngology and Head and Neck Surgery, São Paulo. ***A.C. Camargo Hospital, Head and Neck Department, São Paulo. ****Oral & Maxillofacial Surgery, University of Gothenburg, Gothenburg, Sweden. 12 ImplantNews 2013;10(1):12-6 Case Report | Caderno Científico Background Squamous cell carcinoma (SCC) of the oral cavity is the sixth most common cancer of the world1, and accounts for more than 95% of all malignant neoplasms in the oral cavity2. Generally this type of cancer occurs in the elderly, after the fifth decade of life, mostly related with long exposure to tobacco and alcohol3. The treatment of malignant tumours in the oral cavity can result in patient severe mutilation with unfavourable impact on cosmetic and poor functional long term results. Due to changed intraoral conditions, like anatomic site and oral sequelae of radiotherapy, possibilities to obtain proper stability and retention for mandible prosthesis are more difficult4. Previous irradiation is considered to be a controversial subject related to the use of titanium implants for dental rehabilitation in head and neck cancer patients. There is no consensus of an ideal time for implant surgery, and how radiation affects implant survival rates5. However, new techniques and biomaterials that could increase the bone healing process have being studied during the last years and shows promising results for dental rehabilitation of irradiated patients. In the current article we will present a case report of a young-adult patient, with SCC of the tongue, who was submitted to a large resection of oral tongue and floor of mouth and full course irradiation therapy, and after rehabilitated using osseointegrated implants associated with platelet enriched plasma to improve bone healing. Case report In 2003, a 23-year-old male, non-smoker, presented with a SCC history at the Hospital A. C. Camargo. The patient stated that six months before he was submitted to a partial glossectomy and irradiation therapy with a total dose of 62Gy. During the clinical exam it was revealed an extensive ulcerative lesion in the remaining tongue with obvious evidence of clinical recurrence of the SCC, showing also evidence of bilateral neck metastasis. Biopsy confirmed the presence of the squamous cell carcinoma and patient was submitted to a total glossectomy, involving segmental resection of total mandible alveolar crest resulting in complete inferior teeth removing, and bilateral neck dissection. In the same time, a microsurgical myocutaneous femoral flap was grafted to cover the large defect. Recovery was uneventful, although severe functional and aesthethic defects were produced due to tongue resection and absence of inferior teeth. Figure 1 Up: clinical aspect after initial partial glossectomy and irradiation therapy. Observe an extensive ulcerative lesion in the remaining tongue suggesting clinical recurrence of squamous cell carcinoma of the tongue. Down: panoramic X-ray showing previous dental condition. ImplantNews 2013;10(1):12-6 13 Dib LL • Gumieiro EH • Jahn RS • Kowalski LP • Nannmark U Figure 2 Upper left: surgical resection piece: total glossectomy, segmental resection of mandible alveolar crest and bilateral neck dissection. Upper right: microsurgical miocutaneous femural flap to cover floor of the mouth defect. Down: panoramic X-ray showing dental condition after surgical resection. Figure 3 Upper left: clinical aspect after recovery. Upper right: implant surgery with PRP addition. Down: clinical and radiographic final results. 14 ImplantNews 2013;10(1):12-6 Case Report | Caderno Científico It is related in literature that prognosis of young patients is generally worst when compared with their older counterparts2. However the development of Figure 4 Clinical aspect of full fixed bridge anchored by implants. new techniques for treatment possibly will provide a better impact Considering the total absence of alveolar crest or lingual sulcus, it was impossible to use any removable inferior denture, so the only option to restore masticatory function would be endosseous implants, nevertheless the previous irradiation would be a contraindication. In 2006, considering the low quality of life until that time, patient accepted the risks of surgery for installation of endosseous implants. At the Maxillofacial Rehabilitation Center of Sao Paulo Federal University (Unifesp), under general anesthesia, six 4.0x13mm Ti-blasted dental implants (Vulcano, Conexão, Sistema de Próteses, São Paulo, Brazil) were inserted into the remaining and previously irradiated mandibular bone. At the time of implants installation platelet enriched plasma was used into the bone socket and over the implants cover screw. Suture was performed and soft tissue healing occurred uneventfully. After a six-month healing period, in the second stage surgery, all implants were stable and clinically osseointegrated and were connected with standard abutments (Conexão Sistema de Próteses). After impressions a total inferior fixed bridge was installed promoting a very nice restoration of masticatory, phonetic and aesthetic functions. Also, an orthodontic device was installed to prevent an atrophy and medial deviation of maxillary teeth. Discussion SCC rarely occurs in young patients, or less than forty years. Historical incidence of SCC in young adults was nearly 5% of oral cancers but recent data has shown that in some populations these cases have been more frequent every year2. In contrast to older patients, significant pro- in this condition. portion of the younger patients with oral SCC have never smoked or consumed alcohol. It is related in literature that prognosis of young patients is generally worst when compared with their older counterparts2. However the development of new techniques for treatment possibly will provide a better impact in this condition. Besides there are not too many references in the literature, the impact in the quality of life in these young patients is huge. We can barely imagine the functional and psychological traumas to a 23-year old man to pass through cancer, to lose the tongue and all his teeth. After the oncological treatment the patient starts a different life with severe difficulties, as eating, speaking, and also maintaining his social and professional life as he/she was used to do before. Thus, it is very important to plan the rehabilitation at the same time of treatment, in order to provide not only cure, but also quality of life. The more aggressive treatment for oral cancer has improved control and survival time, but also increased the importance of functional and aesthetic rehabilitation. Conventional removable prosthesis use has many restrictions in head and neck cancer patients as very poor retention, risk of trauma and sometimes ulcers that can lead to bone exposition and even osteorradionecrosis. Dental implants were used for the first time in an irradiated patient in 1970 at Gothenburg University, Sweden, ImplantNews 2013;10(1):12-6 15 Dib LL • Gumieiro EH • Jahn RS • Kowalski LP • Nannmark U and are a much studied subject. However, the results of osseointegration are limited due to irradiation, which have a negative effect on bone tissue6. The irradiated bone is characterized for the absence of osteoclasts what provokes delay in the bone resorption, micro-fractures containing fibrous tissue but without formation of callus, and three times more incomplete osteons and it is observed intrabone isquemia, multiple emboli, extensive tissue hypoxia and cellular secondary destruction7. Granstrom5 evaluated the effect of irradiation dose expressed in cumulative radiation effect on implant survival, demonstrating that higher doses increased implant failures. The time from radiotherapy to implant surgery was also found to influence implant failures. Although the risk of osteoradionecrosis is also an issue when considering endosseous implant installation, recently studies shows that the risk of this contraindication could be reduced when new surface implants and platelet enriched plasma is used. The search for new techniques and biomaterials that could increase the osseointegration process is a promising aspect of irradiated patients’ rehabilitation. Different surfaces have also been studied showing better results in the integration process. According to Granstrom and Tjellstrom6 the size and surface of the implants can interfere with the prognosis. In our case, implants with nanotechnology surface, called vulcano surface, were used. Also in order to increase the References 1. Parkin DM, Pisani P, Ferlay J. Estimates of the worldwide incidence of eighteen major cancers in 1985. Int J Cancer 1993;54:594-606. 2. Chitapanarux I, Lorvidhaya V, Sittitrai P, Pattarasakulchai T, Tharavichitkul E, Sriuthaisiriwong P et al. Oral cavity cancers at a young age: analyses of patient, tumor and treatment characteristics in Chiang Mai University Hospital. Oral Oncol 2006;42:83-8. 3. Sasaki T, Moles DR, Imai Y, Speight PM. Clinico-pathological features of squamous cell carcinoma of the oral cavity in patients <40 years of age. J Oral Pathol Med 2005;34:129-33. 4. Schoen PJ, Raghoebar GM, Bouma J, Reintsema H, Vissink A, Sterk W et al. Rehabilitation of oral function in head and neck cancer patients after radiotherapy with implant retained dentures: effects of hyperbaric oxygen therapy. Oral Oncol 2007;43:379-88. 5. Granström G. Osseointegration in irradiated cancer patients: an analysis with respect 16 ImplantNews 2013;10(1):12-6 osseointegration, growth factors – in the form of platelet rich plasma (PRP) –, were used at the time of implant surgery. Bone tissue contains numerous growth factors with potent effects on bone cell metabolism, and it is possible to be said that the hypovascularization, hypoxia and hypocellularity caused by the radiation can be in part attributed to the reduction of growth factors implicated in the tissue regeneration, like the platelet-derived growth factor (PGDF) and transforming growth factor (TGF-beta) in biochemical level8. The blood platelets secrete such proteins, as PGDF and TGF-beta, and in PRP they can be increased in up to 338% after centrifugation9. So, the use of the PRP allows the enlargement of the concentrations of PDGF and TGF-beta, in the intention of increase the rate and quantity of bone neoformation10. The results of this case show that under controlled procedures, osseointegration is achievable even in low bone quality in irradiated sites, improving the patient’s quality of life. Acknowledgements: the authors wish to thank Drs. Marcio Abrahão and João Santos Junior for contribution during surgical procedures and critical revision of the manuscripts. Corresponding author: Luciano Lauria Dib Rua Afonso Brás, 525 – Cj. 81 04511-011 – São Paulo – SP Tel.: (11) 3842-2798 – Fax: (11) 3045-3846 [email protected] to implant failures. J Oral Maxillofac Surg 2005;63:579-85. Granström G, Tjellström A. Effects of irradiation on osseointegration before and after implant placement: a report of three cases. Int J Oral Maxillofac Implants 1997;12:547-51. 7. Savostin-Asling I, Silverman Jr. S. Effects of therapeutic radiation on microstructure of the human mandible. Am J Anat 1978;151:295-305. 8. Aghaloo TL, Le AD, Freymiller EG, Avera S, Shimizu K, Nishimura RD. Immunohistochemical analysis of cortical and cancellous bone after radiation and the effect of platelet-rich plasma on autogenous bone grafting. Int J Oral Maxillofac Implants 2006;21:535-42. 9. Marx RE, Carlson ER, Eichstaedt RM, Schimmele SR, Strauss JE, Georgeff KR. Platelet rich plasma: Growth factor enhancement for bone grafts. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 1998;85:638-46. 10. Gumieiro EH, Abrahão M, Jahn RS, Segretto H, Alves MT, Nannmark U et al. Platelet-rich plasma in bone repair of irradiated tibiae of Wistar rats. Acta Cir Bras 2010;25:257-63. 6. Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico Comparação do desajuste vertical de infraestruturas metálicas sobre implantes: fundida versus fresada Comparison of vertical misfit between cast and CNC-milled frameworks for implant-supported prostheses Vinicius de Magalhães Barros* Diego da Cunha Fontoura** José Augusto César Discacciati*** Walison Arthuso Vasconcellos**** Célio Soares de Oliveira Júnior***** Ricardo Rodrigues Vaz****** *Mestre em Prótese Dentária e professor do Departamento de Odontologia – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. **Especialista em Prótese Dentária – Centro de Estudos Odontológicos do IPSEMG. ***Doutor em Biomateriais e professor – Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais. ****Doutor em Dentística e professor – Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais. *****Doutor em Reabilitação Oral e professor – Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais. ******Doutor em Materiais Dentários e professor – Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais. RESUMO A adaptação passiva da infraestrutura da prótese sobreimplantes é um dos parâmetros mecânicos que podem interferir na longevidade das próteses. Várias complicações no tratamento com implantes osseointegrados podem ser causadas por deficiência na adaptação das infraestruturas protéticas, podendo ser agravadas pela ausência de ligamento periodontal. O objetivo deste trabalho foi comparar a desadaptação de infraestruturas metálicas em monobloco parafusadas sobreimplante, confeccionadas pelo sistema de fundição por cera perdida e fresadas por sistema CAD/CAM. Sobre um modelo mestre de alumínio foram instalados quatro análogos de minipilares. Sobre estes foram confeccionadas duas barras metálicas: uma fundida em Co-Cr e outra fresada. O desajuste vertical na interface barra/análogos foi mensurado utilizando-se um microscópio comparador. Foi calculada a média de desadaptação em cada um dos pilares (45, 43, 33 e 35) e a média final de desadaptação de cada uma das barras. Na barra metálica fresada observou-se redução nos valores da desadaptação vertical em todos os pilares. A barra metálica fundida mostrou uma desadaptação vertical média (108,6 µm) aproximadamente dez vezes maior do que a barra metálica fresada (9,6 µm). Unitermos – Implante dentário; Adaptação passiva; Prótese sobreimplante; Infraestrutura sobreimplantes. ABSTRACT Passive fit of an implant framework is one of the mechanical parameters that can affect treatment longevity. Several complications in dental implant treatment may be due to misfit of metallic frameworks and can be aggravated by the absence of periodontal ligament. The objective of this study is to compare the misfit of a metallic, one-piece cast and CNC-milled implant frameworks. Four implant analogues were placed in a aluminum master model to receive conical abutments. A Co-Cr alloy was used in both groups. Vertical misfits at implant-framework interface were measured with an optical microscope. Mean misft levels were registered at implant positions 45, 43, 33, and 35, as well as for the overall sample. Individual misfit levels were reduced in CNC-milled frameworks. Cast frameworks showed a mean vertical misfit level (108.6 micrometers) almost 10 times higher than in the milled frameworks (9.6 micrometers). Key Words – Dental implants; Passive fit; Implant-supported prosthesis; Implant-supported frameworks. Recebido em dez/2012 Aprovado em dez/2012 ImplantNews 2013;10(1):21-7 21 Barros VM • Fontoura DC • Discacciati JAC • Vasconcellos WA • de Oliveira Jr. CS • Vaz RR Introdução Os tratamentos odontológicos antes considerados de grande complexidade e de pouca aplicabilidade vêm se tornando cada vez mais difundidos e sedimentados, principalmente na Implantodontia. Desde o desenvolvimento da Osseointegração, há mais de 40 anos, dentes perdidos vêm sendo substituídos por implantes dentários com índice de sucesso superior a 90%1. Uma das grandes conquistas da reabilitação oral foi a possibilidade de devolver a capacidade mastigatória com próteses fixas totais a um rebordo totalmente edêntulo, o que antes tinha como única possibilidade a confecção de próteses totais removíveis, que geravam desconforto e constrangimento a certo grupo de pacientes2. A instalação da prótese configura a etapa final da reabilitação com implantes osseointegrados, sendo parte integrante do seu sucesso. Fatores relacionados a transmissão de esforços funcionais ao osso, distribuição das tensões sobre os componentes protéticos e adaptação passiva da infraestrutura da prótese sobreimplantes têm sido considerados importantes para a longevidade da prótese e dos implantes. A adaptação passiva é definida como o contato simultâneo de todas as superfícies e ausência de tensão antes da aplicação de cargas3-5. No entanto, é difícil esperar que todas as superfícies estejam perfeitamente ajustadas, pois um grau inevitável de imprecisão estaria sempre presente nas infraestruturas de próteses sobreimplantes. A adaptação passiva da infraestrutura da prótese sobreimplantes é um dos parâmetros mecânicos que podem interferir na longevidade das próteses6-7. Várias complicações no tratamento com implantes osseointegrados podem ser causadas por deficiência na adaptação das infraestruturas protéticas, podendo ser agravadas pela ausência de ligamento periodontal8. Dentre essas, podemos destacar falhas mecânicas (como: fratura de componentes ou parafusos protéticos) e ainda falhas biológicas (como: dor, sensibilidade, perda óssea marginal e da osseointegração)9-11. Contudo, estudos experimentais em animais e estudos clínicos em humanos, com avaliações de um a cinco anos, não comprovaram a correlação direta entre falta de passividade e perda óssea marginal, demonstrando que talvez haja alguma tolerância biológica dos implantes a uma desadaptação da ordem de 100 µm12-13. Ainda que a relação entre o grau de desadaptação e as consequências mecânicas e biológicas não estejam completamente estabelecidas14 ou até que orientações claras sejam apresentadas em relação ao nível de desajuste aceitável, em conjunto com um método para sua 22 ImplantNews 2013;10(1):21-7 confirmação, parece prudente otimizarmos ao máximo esta adaptação pela combinação de materiais e técnicas, clínicas e laboratoriais, para fabricação de infraestruturas de prótese sobreimplantes. Alguns métodos têm sido propostos para melhorar a adaptação de infraestruturas de próteses sobreimplantes. Os métodos podem ser divididos em duas categorias: adição de etapas para refinar a adaptação ou a eliminação de etapas na fabricação. Dentro da primeira categoria, podemos incluir: seccionamento e solda, eletroerosão e união de cilindros pré-fabricados à infraestrutura. Na segunda categoria, podemos incluir a confecção assistida por computador (CAD/CAM) ou outros métodos de prototipagem. O potencial da confecção assistida por computador em melhorar a adaptação se deve ao fato de eliminarmos algumas etapas de fabricação: enceramento, inclusão, fundição15. Proposição O objetivo deste trabalho foi comparar a desadaptação de infraestruturas metálicas em monobloco parafusadas sobreimplante, confeccionadas pelo sistema de fundição por cera perdida e fresadas por sistema CAD/ CAM. A hipótese nula é de que não exista diferença entre a adaptação das infraestruturas obtidas por estas diferentes técnicas. Material e Métodos A partir de um modelo mandibular de acrílico representativo de um paciente totalmente desdentado, o modelo mestre foi fundido em alumínio; em seguida, quatro perfurações foram realizadas localizadas estrategicamente simulando as posições dos dentes 45, 43, 33 e 35. Nestas perfurações, quatro análogos de minipilar da marca Neodent foram posicionados perpendicularmente à superfície (90°) e paralelos entre si com o auxílio de um delineador Bioart, modelo B2, sendo fixados com resina acrílica autopolimerizável Duralay (Reliance Dental Mfg. Co., Worth, IL, EUA). Para facilitar sua fixação, os análogos foram conectados a um parafuso de transferente e este fixado à pinça do delineador (Figura 1). Sobre o modelo mestre já com os análogos instalados, foram acoplados quatro cilindros plásticos calcináveis (Neodent) com seus respectivos parafusos, utilizando-se um torquímetro manual e torque de 10 N. Estes foram unidos com barras pré-polimerizadas de resina acrílica Duralay (Reliance Dental Mfg. Co., Worth, IL, EUA) e foi finalizado enceramento sobre esta estrutura (Figura 2). Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico Figura 1 Instalação do análogo do minipilar na região do 45. Figura 2 Vista oclusal da barra encerada sobre modelo mestre. Figura 3 Vista oclusal da barra fundida sobre modelo mestre. Posteriormente, a estrutura foi incluída com revestimento fosfatado Heat Shock (Polidental, Cotia, São Paulo, Brasil) de acordo com as recomendações do fabricante. Foi realizada fundição com maçarico gás/ oxigênio de liga metálica do sistema Co-Cr Fit Flex (Talmax, Curitiba, Paraná, Brasil) seguindo as recomendações do fabricante. Após fundição, aguardou-se o resfriamento do cadinho à temperatura ambiente e realizou-se demuflagem e remoção dos resíduos de revestimento com jato de óxido de alumínio (Figura 3). Não foi realizado qualquer procedimento de secção e soldagem. ImplantNews 2013;10(1):21-7 23 Barros VM • Fontoura DC • Discacciati JAC • Vasconcellos WA • de Oliveira Jr. CS • Vaz RR O mesmo modelo mestre foi enviado à Neodent para escaneamento e fresagem utilizando o sistema Neoshape. O modelo foi escaneado utilizando-se escâner modelo D700 (3Shape), com precisão de 20 microns, sistema de movimentação em três eixos com captura de imagem por duas câmeras e um feixe laser. Com o modelo escaneado e a posição de cada implante definidos, definiu-se o desenho da barra com o auxílio do programa Dental Designer (3Shape). É nesta etapa que se determina o formato do perfil da barra, a extensão distal, se haverá retenções ou não, ou seja, todas as características de anatomia são determinadas nesta etapa. O arquivo no formato stl gerado na etapa CAD foi enviado a um software CAM, onde foram definidas as ferramentas, as estratégias de fresagem e a trajetória que a ferramenta deveria percorrer para se chegar a uma peça física idêntica ao arquivo virtual 3D, obtendo-se desta forma a barra fresada sobre o modelo mestre (Figura 4). Para mensuração da desadaptação utilizou-se microscópio óptico comparador, com precisão micrométrica, marca Mitutoyo, modelo TM 500, equipado com mesa de 50 x 50, cabeçotes micrométricos digitais, lente ocular de 20 vezes e lente objetiva de dez vezes, totalizando um aumento de 200 vezes. Elegeu-se o microscópio óptico comparador ao MEV pela simplicidade na sua operação, por permitir uma leitura direta dos dados, sem a necessidade de softwares ou métodos de mensuração complexos, mas principalmente por ser suficiente para a visualização desta interface16-17. As leituras foram feitas em três pontos na vestibular e três pontos na lingual (P1, P2 e P3) de cada um dos pilares (45, 43, 33 e 35) e em três séries de medidas (1, 2 e 3) pelo mesmo avaliador. Ambas as barras, fundida e fresada, foram parafusadas sobre o modelo mestre com torque de 10 N, aferido com catraca manual (Neodent). As mensurações foram originalmente realizadas em escala milimétrica e posteriormente convertidas para micrometros (µm). Resultados Foi calculada a média de desadaptação em cada um dos pilares (45, 43, 33 e 35) e a média final de desadaptação de cada uma das barras (Tabela 1). Para a barra fundida, a média de desadaptação dos seis locais (três na vestibular e três na lingual) e das três sequências de aferição no pilar 45 foi de 126,5 µm. Para o pilar da região do 43, a média foi de 122,7 µm; para o pilar 33 foi de 102,5 µm e para o pilar 35 foi de 83,7 µm. A média final de desadaptação da barra fundida foi de 108,6 µm. Para a barra fresada, as médias de cada um dos pilares foi: pilar 45 (11,7 µm), pilar 43 (8,4 µm), pilar 33 (8,8 µm) e pilar 35 (9,7 µm). A média final de desadaptação da barra fresada foi de 9,6 µm. TABELA 1 – MÉDIAS DE DESADAPTAÇÕES AFERIDAS NOS ANÁLOGOS (MICROMETROS) Figura 4 Vista oclusal da barra fresada sobre o modelo mestre. 24 ImplantNews 2013;10(1):21-7 Barra fundida Barra fresada Análogo 45 125,6 11,7 Análogo 43 122,7 8,4 Análogo 33 102,5 8,8 Análogo 35 83,7 9,7 Média geral de desadaptação 108,6 9,6 Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico De maneira geral, podemos afirmar que a barra fundida apresentou valores de desadaptação dez vezes maior do que os da barra fresada. Na Figura 5 é possível observar a representação gráfica destes valores. Discussão Vários métodos para avaliação da desadaptação de infraestruturas metálicas sobreimplantes têm sido apresentados na literatura, desde avaliação da espessura de material de moldagem colocado entre a infraestrutura e os análogos18 até métodos bastante complexos, como a utilização de softwares para determinação da adaptação tridimensional19-21. Contudo, estudos têm demonstrado que a adaptação vertical pode ser mais relevante do que adaptação horizontal e a passividade de instalação da infraestrutura metálica, ainda que isto não tenha sido confirmado clinicamente9,19. Além disto, a maioria dos trabalhos levou em consideração o eixo vertical para avaliação da adaptação da infraestrutura metálica e o termo adaptação passiva normalmente se remete às avaliações localizadas neste eixo22. Desta forma, optou-se pela avaliação da desadaptação vertical utilizando-se microscópio óptico, metodologia semelhante a empregada por alguns autores8-9,23. Com o objetivo de não se incorporar variáveis dos procedimentos de moldagem, as barras metálicas utilizadas neste estudo foram confeccionadas diretamente sobre o modelo mestre. Desta forma não foi empregada nenhuma técnica de moldagem para obtenção de modelo de trabalho. Valores diferentes de desadaptações têm sido propostos como aceitáveis: variando de 10 µm6 até 150 µm11. A literatura tem mostrado uma desadaptação de 42 a 74 µm nas infraestruturas fundidas em ligas metálicas áuricas24 e de menos de 25 µm nas fresadas com o sistema Procera25. A adaptação da infraestrutura da prótese sobreimplantes é um dos parâmetros mecânicos que podem interferir na longevidade das próteses6-7, ainda que a relação entre o grau de desadaptação e as consequências mecânicas e biológicas não estejam completamente estabelecidas14. A desadaptação da infraestrutura metálica pode contribuir para perda óssea peri-implantar, ainda que esta correlação não tenha sido observada em estudos clínicos, com avaliações de um a cinco anos, demonstrando que talvez haja alguma tolerância biológica dos implantes a uma desadaptação da ordem de 100 µm13. Todavia, a passividade absoluta entre a infraestrutura e os componentes protéticos parece ser difícil de ser alcançada clinicamente. A média de desadaptação da barra fundida em liga metálica do sistema Co-Cr observada neste estudo (108,6 µm) foi superior à encontrada nas barras metálicas fundidas sobre cilindros de ouro (46,8 µm18 e 59,2 µm20). Estes resultados corroboram os de outros autores que demonstraram que as barras fundidas sobre cilindros de ouro apresentaram adaptação melhor do que as barras fundidas em ligas metálicas não nobres15. Quando comparamos aos resultados de outros autores que avaliaram barras em monobloco em ligas metálicas do sistema Co-Cr, mesma liga utilizada na barra fundida do presente trabalho, a média de desadaptação observada neste trabalho (108,6 µm) foi superior à encontrada em um modelo de PPF de três elementos sobre dois implantes (54,23 µm)23 e em um modelo de prótese tipo protocolo sobre cinco implantes (66 µm)9. Diante destas comparações, podemos afirmar que as técnicas de inclusão e fundição da infraestrutura juntamente com a habilidade do técnico em prótese dental são de- Figura 5 Representação gráfica das médias de desadaptação. ImplantNews 2013;10(1):21-7 25 Barros VM • Fontoura DC • Discacciati JAC • Vasconcellos WA • de Oliveira Jr. CS • Vaz RR Ainda que atualmente seja virtualmente impossível obter uma infraestrutura metálica totalmente passiva para prótese múltipla parafusada sobreimplante e, mesmo que a relação entre o grau de desadaptação e as consequências mecânicas e biológicas não estejam completamente comprovadas, temos a convicção de que é crucial buscarmos a melhor adaptação possível para minimizar as tensões e a microfenda entre os componentes protéticos e a infraestrutura. terminantes para a adaptação da infraestrutura metálica sobreimplantes. Métodos adicionais, como a solda a laser e a eletroerosão foram utilizados para obtenção de estruturas metálicas com níveis aceitáveis de adaptação, quando ligas metálicas não nobres foram utilizadas para confecção de prótese sobreimplantes15. A média de desadaptação da barra fresada em liga metálica de Ti-6 Al 4V obtida neste trabalho (9,6 µm) apresentou valores menores aos observados nas barras fresadas pelo sistema Procera: 26,9 µm18 e 13,3 µm20. Uma hipótese para a melhor adaptação vertical observada neste sistema está relacionada ao método de escaneamento e confecção da barra fresada. No sistema Procera é feito o escaneamento, com escâner de contato, de uma barra encerada ou fabricada em acrílico. Com a evolução dos sistemas CAD/CAM, a barra fresada deste estudo foi obtida pelo escaneamento a laser do modelo e a definição virtual do desenho da barra, o que pode aumentar o grau de precisão na confecção da infraestrutura metálica. 26 ImplantNews 2013;10(1):21-7 Quando comparamos as médias de desadaptação da barra metálica fundida (108,6 µm) com a da barra fresada (9,6 µm) obtidas neste estudo (Tabela 1), fica evidente a melhor adaptação da barra fresada, corroborando com os resultados de vários autores15,18,20-21. A média de desadaptação da barra metálica apresentou um valor dez vezes maior do que a barra metálica fresada. Esta diferença nos valores de adaptação pode ser atribuída ao maior número de etapas para confecção da barra metálica fundida, desde seu enceramento, inclusão e fundição, pois a maior dificuldade consiste na compensação da contração de fundição da liga metálica do sistema Co-Cr que apresenta valores de aproximadamente 2,3% devido à elevada temperatura de fusão. O método CAD/CAM pode resultar em barras metálicas com melhor adaptação vertical, especialmente nos casos de grande reabsorções e de arcos grandes e com curvatura acentuada, já que estes fatores interferem negativamente na adaptação de estruturas fundidas devido às dificuldades inerentes à técnica de cera perdida. Além disso, pode favorecer a resistência final devido à não utilização de solda26. As técnicas de fresagem assistidas por computador (CAD/CAM) parecem ser altamente precisas e o método mais consistente na fabricação de infraestrutura metálica sobreimplantes. Além disso, apresentam como vantagem a menor dependência da habilidade técnica e, portanto, menos sensível a erros desta natureza15. Ainda que atualmente seja virtualmente impossível obter uma infraestrutura metálica totalmente passiva para prótese múltipla parafusada sobreimplante e, mesmo que a relação entre o grau de desadaptação e as consequências mecânicas e biológicas não estejam completamente comprovadas, temos a convicção de que é crucial buscarmos a melhor adaptação possível para minimizar as tensões e a microfenda entre os componentes protéticos e a infraestrutura. Conclusão Nas condições deste estudo podem ser feitas as seguintes conclusões: • Houve uma redução nos valores da desadaptação vertical em todos os pilares quando se utilizou a barra metálica fresada. • A barra metálica fundida apresentou uma desadaptação vertical (108,6 µm) aproximadamente dez vezes maior do que a barra metálica fresada (9,6 µm). Desta forma, a hipótese nula não foi confirmada. Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico Nota de esclarecimento Nós, os autores deste trabalho, não recebemos apoio financeiro para pesquisa dado por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Nós, ou os membros de nossas famílias, não recebemos honorários de consultoria ou fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho, não possuímos ações ou investimentos em organizações que também possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Não recebemos honorários de apresentações vindos de organizações que com fins lucrativos possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho, não estamos empregados pela entidade comercial que patrocinou o estudo e também não possuímos patentes ou royalties, nem trabalhamos como testemunha especializada, ou realizamos atividades para uma entidade com interesse financeiro nesta área. Referências 1. Veronese RM, Visioli A, Herrera E, Hasse PN. Prótese total inferior implanto-suportada com carga imediata - Protocolo cirúrgico e protético. ImplantNews 2005;2(1):63-8. 2. Mish CE. Implantes dentários contemporâneos. 3. Ed.[s.l.] Elsevier, 2009. p. 1120. 3. Watanabe F, Uno I, Hata Y, Neuendorff G, Kirsch A. Analysis of stress distribution in a screw-retained implant prosthesis. Int J Oral Maxillofac Implants 2000;15:209-18. 4. Sahin S, Cehreli MC. The significance of passive framework fit in implant prosthodontics: Current status. Implant Dent 2001;10:85-92. 5. 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Francisco Sales, 1.614 – Sala 1.101 – Santa Efigênia 30150-221 – Belo Horizonte – MG Tel.: (31) 4102-0700 [email protected] 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. frameworks fabricated by different methods: a systematic review. Int J Prosthodont 2011;24(3):207-20. Castilio D, Pedreira AP, Rossetti PH, Rossetti LM, Bonachela WC. The influence of screw type, alloy and cylinder position on the marginal fit of implant frameworks before and after laser welding. J Appl Oral Sci 2006;14(2):77-81. Moraes LM, Rossetti PH, Rossetti LM, Pedreira AP, Valle AL, Bonachela WC. Marginal fit at cylinder-abutment interface before and after overcasting procedure. J Appl Oral Sci 2005;13(4):366-71. Takahashi T, Gunne J. Fit of implant frameworks: an in vitro comparison between two fabrication techniques. J Prosthet Dent 2003;89(3):256-60. Hjalmarsson L, Örtorp A, Smedberg JI, Jemt T. Precision of fit to implants: a comparison of Cresco™ and Procera® implant bridge frameworks. 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ImplantNews 2013;10(1):21-7 27 Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico Análise de tensões em prótese fixa dentoimplantossuportada com pilar intermediário Stress analysis in tooth-implant-supported fixed prosthesis with pier abutment Luis Gustavo Lima Lara* Paulo Isaias Seraidarian** Wellington Correa Jansen*** Marcos Daniel Septimio Lanza**** Antonio Carlos Vieira***** Marcos Dias Lanza****** *Especialista em Prótese Dentária – UFMG; Mestre em Odontologia, área de concentração em Clínicas Odontológicas com ênfase em Prótese Dentária – PUC/MG. **Professor pós-graduação – PUC/MG; Doutor em Odontologia Restauradora – Unesp. ***Professor pós-graduação – PUC/MG; Doutor em Materiais Dentários – USP, São Paulo. ****Mestre em Odontologia, área de concentração em Clínicas Odontológicas com ênfase em Prótese Dentária – PUC/MG; Doutor em Reabilitação Oral – FOB-USP. *****Mestre em Engenharia de Estruturas – UFMG. ******Professor pós-graduação – UFMG; Doutor em Reabilitação Oral – FOB-USP. RESUMO Em algumas situações clínicas em que pacientes parcialmente edêntulos apresentam a indicação para prótese fixa de cinco elementos dentoimplantossuportada, o implante pode se tornar algumas vezes o pilar intermediário dessa prótese. Esse tipo de prótese deve ser feito com cautela, tendo em vista possíveis complicações biomecânicas, pelas diferenças de mobilidade entre dente e implante e pela diferença na absorção e na distribuição das cargas funcionais. O objetivo desse trabalho foi analisar, por meio do método dos elementos finitos (MEF), as tensões geradas em uma prótese fixa dentoimplantossuportada de cinco elementos, modelada pelo programa computacional Ansys Revisão 5.7, sendo composta por dois dentes como pilares terminais, dois pônticos e um implante como pilar intermediário unidos de forma rígida. Foi aplicada uma carga vertical com valor nominal de 100 Newtons (N), distribuída uniformemente nas superfícies oclusais dos dentes posteriores. Pôde-se observar em uma análise qualitativa que o maior deslocamento da prótese no sentido oclusogengival foi na região dos pônticos, com valor máximo de deslocamento de 6,4 micrometros (µm). A tensão equivalente de Von Mises SEQV foi de 77,4 Megapascal (MPa) notando uma distribuição de tensões semelhante por toda infraestrutura metálica, na região entre as coroas protéticas. Concluiu-se que a infraestrutura metálica rígida exerce papel fundamental na distribuição e absorção das tensões e no deslocamento do conjunto protético e o implante intermediário não atua como fulcro de uma alavanca Classe I. Unitermos – Pilar intermediário; Implante dentário; Prótese parcial fixa; Dente natural. ABSTRACT In some clinical situations, partially edentulous patients can have indication for a five-element implant-supported prosthesis, with one of those implants being the pier abutment. This type of prosthesis should be constructed with caution, because of possible biomechanical uncertainties, due to different displacement behaviors and the distribution of the functional loads involved in the process. The aim of this work was to analyze by Finite Element Method (FEM) the global behavior of stresses and displacements involved in a tooth-implant-supported fixed prosthesis with five elements, having two teeth as terminal abutments, two bridges and an implant working as an intermediate abutment. The Ansys 5.7 program has been used as a computational tool. A nominal vertical load of 100 N has been applied, uniformly distributed, on the occlusive surfaces in the posterior teeth. It is possible to conclude, in a qualitative analysis, that the prosthesis showed a higher displacement in the occlusion-gingival direction of the bridges, with a value around 6,4 µm. The equivalent Von Misses stresses (SEQV) showed a maximum value of 77,4 MPa in the metallic bar among the prosthetic crowns. It can be concluded that the infra-structure has an important function in the distribution and absorption of stresses and displacements of the whole prosthetic set and the implant did not work as pier abutment. Key Words – Pier abutment; Dental implants; Fixed partial prosthesis; Natural teeth. Recebido em set/2012 Aprovado em out/2012 ImplantNews 2013;10(1):31-8 31 Lara LGL • Seraidarian PI • Jansen WC • Lanza MDS • Vieira AC • Lanza MD Introdução Material e Métodos Em determinadas situações clínicas ocorrem casos de pacientes parcialmente edêntulos com indicação para prótese fixa em que se utilizam a união de dentes com implantes. Entretanto, esse tipo de conexão deve ser feito com cautela, tendo em vista possíveis complicações biomecânicas pelas diferenças de mobilidade e forma de absorver e distribuir as cargas funcionais entre dentes e implantes1. O sucesso de tal procedimento está diretamente associado aos cuidados especiais no planejamento criterioso visando à minimização de possíveis incompatibilidades. Uma prótese fixa de cinco elementos, seja dentossuportada ou dentoimplantossuportada, geralmente possui dois pilares terminais, dois pônticos e um pilar intermediário (central). Pilar intermediário é definido como um pilar (dente ou implante) localizado entre dois pilares terminais e que auxilia no suporte da prótese fixa2-3. Em próteses fixas dentoimplantossuportadas de cinco elementos, quando o implante é pilar intermediário, alguns autores relatam que devido a esse implante possuir menos movimentos que os dentes pilares terminais, por causa da diferença de união ao osso, poderia agir como fulcro de uma alavanca Classe I4-5, recebendo maior tensão que seria transmitida ao osso e aos componentes protéticos6, aumentando o risco de complicações, como a perda da cimentação da prótese, que normalmente ocorre no pilar terminal menos retentivo, principalmente sob cargas laterais5. Outros autores relatam que, nesse caso, poderia ser utilizada uma conexão semirrígida quando o implante for pilar intermediário, para evitar que ele atue como fulcro4-5. O uso de conexão semirrígida também poderia compensar a diferença de mobilidade entre dente e implante7, entretanto, deve ser utilizado com cautela devido ao aumento de tensões na prótese7-8 e devido ao aumento significativo de falhas quando comparadas as conexões do tipo rígida9. Existe também um risco de intrusão dentária quando se utiliza esse tipo de união semirrígida em prótese fixa dentoimplantossuportada4-5. Portanto, as conexões rígidas teriam preferência9-12 e poderiam evitar essa possível intrusão dentária13-14. Neste trabalho, o programa Ansys Revisão 5.7 (Ansys IncR, Pennsylvania, EUA) foi utilizado para desenvolver a modelagem tridimensional de um modelo de segmento unilateral de uma maxila, composta por uma prótese fixa metaloporcelana de cinco elementos com um canino como pilar terminal anterior, um pré-molar como pilar terminal posterior, duas coroas de pré-molares como pônticos e um implante como pilar intermediário. O primeiro pré-molar superior e o canino superior foram modelados utilizando as medidas anatômicas descritas na literatura15. Foram desenvolvidas também as estruturas anatômicas adjacentes como osso alveolar cortical, osso esponjoso e ligamento periodontal. O implante que foi modelado era da ITI Straumann, de 10,00 mm de comprimento, 4,1 mm de diâmetro, com plataforma de 4,8 mm. Adaptado ao implante existe um intermediário protético do tipo pilar sólido (ITI Strauman) com uma altura de 4,0 mm, que recebeu uma coroa protética de um pré-molar superior, seguindo as especificações do fabricante de acordo com o diâmetro da plataforma. A partir de keypoints conectados por linhas (Figura 1), esses pontos foram interpolados por meio de splines (união de dois ou mais pontos através de linhas curvas), sendo determinadas as superfícies (áreas) e, a seguir, por meio do conjunto dessas áreas determinaram-se os volumes que compõem as estruturas a serem analisadas. Nestes volumes, as cores estão associadas aos diversos tipos de materiais (Figura 2). Proposição Esse estudo teve por objetivo avaliar pelo método dos elementos finitos a geração de tensões em uma prótese fixa dentoimplantossuportada de conexão rígida com implante como pilar intermediário. 32 ImplantNews 2013;10(1):31-8 Figura 1 Linhas do modelo. Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico Figura 2 Volumes do modelo. Figura 3 Malha de elementos finitos no modelo. A conexão do tipo rígida foi escolhida para esse estudo por já existir consenso na literatura mostrando que a conexão semirrígida em próteses fixas dentoimplantossuportadas (PFDIS) gera níveis mais elevados de tensões7-8, sendo preferível a do tipo conexão rígida9-11. Essa união rígida foi simulada por meio de uma infraestrutura metálica de liga não nobre de níquel-cromo (NiCr). A interface osso/implante foi considerada homogênea, isotrópica e linearmente elástica com 100% de osseointegração, com 1,0 mm de espessura da cortical alveolar, simulando a lâmina dura constituída por uma camada contínua em toda a superfície do implante e cuja propriedade elástica é de osso cortical maduro. A partir da geometria básica criada e da atribuição das propriedades elásticas e coeficiente de Poisson dos diversos materiais e estruturas associadas16 (Tabela 1), procede-se a geração da malha de elementos finitos. A análise pelo MEF ocorre por cálculos matemáticos e se baseia no princípio de que figuras complexas podem ser divididas em um número finito de elementos, os quais são interligados por pontos denominados de nós. Neste estudo foram adotados os elementos Solid92 e Shell93. O elemento Solid92 simula o comportamento estrutural para modelos 3-D. Este elemento (tetraédrico) é constituído por dez nós. A configuração do elemento Shell93 (quadrático) simula o comportamento estrutural de cascas finas para modelos 3-D e é constituído por oito nós. O critério utilizado para a geração da malha de elementos finitos é baseado no tamanho máximo da aresta do elemento. Esse critério é especificado por meio de uma variável denominada Esize, que determina, em última análise, a quantidade de nós e elementos da malha. Para esse estudo foram adotados os seguintes valores: Esize = 1,0 mm em todo o domínio dos volumes que representam osso cortical e esponjoso; Esize = 0,5 mm em todo o domínio dos volumes que representam tecidos do dente, estruturas da prótese e implante. Esse critério contempla, além do exposto, a necessidade de evitar a geração de elementos distorcidos. Desta maneira, os modelos são compostos por 409.042 nós e 289.701 elementos (Figura 3 e Tabela 2). TABELA 1 – PROPRIEDADES ELÁSTICAS DOS VÁRIOS MATERIAIS QUE COMPÕEM O MODELO Módulo de elasticidade (MPa) Coeficiente de Poisson Titânio 110.000,0 0.35 Osso cortical 13.700,0 0.30 Osso esponjoso 1.370,0 0.30 170,0 0.45 Níquel-Cromo 204.000,0 0.30 Dentina 18.600,0 0.31 Porcelana 66.900,0 0.29 Material Ligamento periodontal TABELA 2 – DADOS QUANTITATIVOS DO MODELO Keypoints 644 Linhas 1558 Áreas 1081 Volumes 176 Nós 409.042 Elementos 289.701 ImplantNews 2013;10(1):31-8 33 Lara LGL • Seraidarian PI • Jansen WC • Lanza MDS • Vieira AC • Lanza MD As propriedades elásticas dos materiais foram adotadas no regime linear, em cuja hipótese, deformação dos corpos elásticos é proporcional à forca aplicada. Além disso, essas propriedades foram consideradas constantes e isotrópicas (iguais em todas as direções). Uma carga vertical considerada nominal de 100 N foi aplicada na face oclusal de todos os dentes posteriores, distribuída uniformemente, simulando uma função mastigatória com bolo alimentar interposto, para posterior análise de tensões e deformações das estruturas (Figura 4). Esse conceito de carga nominal refere-se a uma carga para comparações a partir da tensão de escoamento dos materiais contidos neste modelo com a força de mordida fisiológica unilateral17. A carga de 100 N foi dividida pelas superfícies oclusais dos dentes posteriores, proporcionalmente, de acordo com a quantidade de elementos das respectivas superfícies. Resultados O modelo foi assim idealizado e submetido a uma carga vertical e seu efeito foi avaliado quantitativamente em MPa (N/mm2) e qualitativamente por meio do gradiente de cores das imagens geradas, possibilitando uma compreensão ampla e significativa da distribuição destas tensões no tecido ósseo, bem como nos componentes protéticos e estruturas associadas. Os resultados quantitativos estão resumidos na Tabela 3, mostrando os valores de deslocamento vertical (UY) e tensão equivalente de Von Mises (SEQV). Na análise da biomecânica de modelos de elemento finito pôde-se observar que as estruturas se deslocam de acordo com a direção do carregamento. Os maiores deslocamentos verticais (UY) de baixa intensidade foram observados nos dois pônticos da prótese. O pôntico localizado na distal do implante deslocou 6,4 µm e o pôntico localizado na mesial do implante deslocou 6,2 µm, ambos no sentido oclusogengival (UY), Figura 5. TABELA 3 – RESULTADOS QUANTITATIVOS Deslocamento vertical UY (µm) Tensão SEQV (MPa) Prótese fixa dentoimplantossuportada (pôntico posterior) 6,4 77,46 Metal 8,4 78,06 Porcelana 10,0 69,69 Cortical/implante/dente 4,1 20,29 Material Figura 4 Carregamento nodal equivalente a 100 N para cargas axiais. Na análise quantitativa linear física (regime elástico para os materiais) e geométrica (pequenos deslocamentos), os valores de tensão são linearmente proporcionais às deformações dos elementos. Os resultados fornecidos pelo programa de elementos finitos mostram um estado triplo de tensões (XYZ) para cada um dos elementos que compõem a malha. A interpretação qualitativa de resultados é realizada por meio do gradiente de cores que representam níveis que estão entre o valor máximo e mínimo, indicando a intensidade de tensão ocorrida em uma região. As tensões denominadas de SEQV correspondem à tensão equivalente de Von Mises, onde a cor vermelha indica o nível máximo e o azul o nível mínimo. 34 ImplantNews 2013;10(1):31-8 Figura 5 Deslocamento vertical (UY). Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico Notou-se uma flexão de toda a prótese no mesmo sentido da aplicação da carga, ou seja, de oclusal para gengival, principalmente nos dentes posteriores. O canino deslocou menos, pois não recebeu carga axial diretamente. Na Figura 6 também foi possível verificar que os pônticos deslocaram mais após a aplicação da carga vertical. As Figuras 7 e 8 mostram o deslocamento no sentido mesiodistal (UX), nas quais se pôde notar que a região cervical do canino, a região medial do implante e a região mais apical do pré-molar apresentaram menor valor de deslocamento nesse sentido, pois segundo o gradiente de cores estão na faixa de transição entre o maior valor de deslocamento negativo e o menor valor de deslocamento positivo, ou seja, mais próximo de zero. Em uma análise qualitativa no modelo, a tensão SEQV de Von Mises foi de 77,46 MPa, localizada na região de interseção entre a coroa do implante e o pôntico mais posterior (Figuras 9 e 10). Todavia, pôde-se observar que existe uma distribuição de tensão semelhante em todo o conjunto, entre pilares e pônticos unidos de forma rígida, segundo o gradiente de cores. Na plotagem do modelo, quando se remove as estru- Figura 6 Perspectiva do deslocamento vertical máximo (UY). turas metálicas e cervicais que compõem a PFDIS, pudemos verificar que a tensão máxima (MX) SEQV ocorre na face vestibular da região da plataforma do implante, na junção com a cortical óssea, com valores de 20,29 MPa (Figura 11). Podem-se considerar tensões geradas nos pilares terminais (dentes) como mínimas, de acordo com o gradiente de cores. Na análise das tensões equivalentes de Von Mises (SEQV) geradas no metal após a remoção das demais estruturas protéticas, notou-se que a tensão máxima encontra-se na região entre pilar natural posterior e pôntico mais posterior, com valor de 78,06 MPa. No entanto, pôde-se notar, segundo o gradiente de cores, uma distribuição uniforme de tensão por toda barra metálica, na região de interseção entre cada coroa protética. É possível observar também a flexão da infraestrutura metálica, com maior intrusão dos pônticos (Figura 12). A análise de tensão máxima de Von Mises (MX) gerada na porcelana isoladamente foi de 69,69 MPa localizada na distal do pilar canino, entretanto, analisada a distribuição de tensões em todo o conjunto protético, pôde-se observar homogeneidade de valores nas interseções entre pônticos e pilares (Figura 13). Figura 7 Deslocamento mesiodistal (UX). ImplantNews 2013;10(1):31-8 35 Lara LGL • Seraidarian PI • Jansen WC • Lanza MDS • Vieira AC • Lanza MD Figura 8 Deslocamento mesiodistal (UX). Faixa colorida representa regiões mais próximas de zero, sendo consideradas as possíveis regiões de fulcro. 36 Figura 9 Modelo completo mostrando tensão SEQV. Figura 10 Modelo sem osso mostrando a tensão SEQV. Figura 11 Tensão SEQV no implante. Figura 12 Tensão SEQV na infraestrutura metálica. Figura 13 Tensão SEQV na porcelana. ImplantNews 2013;10(1):31-8 Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico Discussão Sabe-se que todo dente possui um eixo de rotação (fulcro) dentro da raiz clínica que é determinado pela altura do osso alveolar remanescente18. Para esse modelo, pôde ser evidenciado que o fulcro pode ocorrer em mais de uma região, dependendo da direção e da localização do carregamento (Figura 8). Dessa forma, discorda da teoria que o implante intermediário funcionaria como fulcro de uma alavanca Classe I em casos de PFDIS de cinco elementos com dentes como pilares terminais e implante como pilar intermediário5. Foi observado também que as tensões foram bem distribuídas, de maneira uniforme, por toda prótese, indo de acordo com estudos que justificam e orientam a escolha pela conexão rígida, para melhor distribuição das tensões9-11,14. Dessa forma, contradiz estudos que indicariam a conexão semirrígida para evitar que o implante intermediário atue como fulcro4-5. Além disso, ao utilizar a conexão rígida, estaria evitando uma possível intrusão dentária13-14 e um provável aumento de tensões na prótese7-8. Portanto, justifica-se o uso de conexão rígida, visto que a conexão semirrígida apresenta um aumento significativo de falhas quando comparadas as do tipo rígida9. Estudos relatam que a diferença de mobilidade entre dente e implante e a diferença no mecanismo de absorção e dissipação das tensões poderiam ser compensadas por vários fatores, como por exemplo, a pequena flexão da infraestrutura metálica4,19-20. Esse estudo confirma essa afirmação, visto que essa mínima flexão da barra de níquel-cromo (NiCr), devido ao seu alto módulo de elasticidade, desempenhou papel importante na absorção e na distribuição das tensões, visualizada de maneira uniforme por toda barra metálica, concordando com estudos que justificam o uso de ligas com alto módulo de elasticidade para tal finalidade19. No trabalho de eletromiografia17 avaliando a intensidade de força fisiológica bilateral e unilateral foi encontrado um resultado de 430 N unilateralmente. Dessa forma, de acordo com a Tabela 4, pôde-se fazer uma comparação para as cargas funcionais a partir do limite de escoamento dos materiais. Essa tabela permite observar a porcelana utilizada nesse estudo, com propriedades específicas, quando submetida à aplicação de cargas funcionais, apresentando valores de tensão (299,66 MPa) maior que seu limite de escoamento (140 MPa). Dessa forma, o maior carregamento admissível para tal porcelana seria de 200 N, o que implica em menor capacidade de suportar tensões, se comparado a força gerada em uma mastigação fisiológica. Entretanto, como esse valor de tensão de escoamento é um valor obtido da porcelana isolada, é provável que mesmo essa porcelana, ao se unir ao metal, funcionando como um conjunto metal/porcelana, suporte as tensões geradas dentro de um padrão funcional. O implante e o metal utilizado nesse estudo possuem valores de tensão de escoamento (275 MPa e 427 Mpa, respectivamente) maiores que os valores de tensões geradas por cargas funcionais (87,24 MPa e 335,65 Mpa, respectivamente), suportando melhor uma mastigação funcional. Sendo assim, podem suportar um carregamento admissível muito maior que o carregamento funcional (1.368 N e 547 N, respectivamente). A literatura ainda é escassa a respeito de tratamento com implante utilizado como pilar intermediário. Devem-se aguardar mais estudos para discussões futuras no que tange a essa modalidade terapêutica. Conclusão Diante dos resultados apresentados e de posse das análises qualitativas e quantitativas do presente estudo, pôde-se concluir que: • O implante intermediário não atuou como fulcro de uma alavanca Classe I. • Todos os pilares da prótese podem apresentar uma região de fulcro dependendo da direção e da localização do carregamento. • A liga de NiCr utilizada na infraestrutura metálica deste trabalho exerceu papel fundamental na distribuição e na absorção das tensões e no deslocamento do conjunto protético, apresentando distribuição uniforme das tensões por toda prótese. Sugere-se que PFDIS de TABELA 4 – COMPARAÇÃO PARA AS CARGAS FUNCIONAIS A PARTIR DO LIMITE DE ESCOAMENTO DOS MATERIAIS Materiais SEQV (MPa) Tensão de escoamento (SE) SEQV (MPa) Carga de 100 N MPa (Lanza, 2008) Carga de 430 N SE/SEQV = K K x 100 N Porcelana 69,69 140 299,66 2,00 200 Metal 78,06 427 335,65 5,47 547 Implante 20,29 275 87,24 13,68 1.368 ImplantNews 2013;10(1):31-8 37 Lara LGL • Seraidarian PI • Jansen WC • Lanza MDS • Vieira AC • Lanza MD conexão rígida com implante como pilar intermediário pode ser uma opção de tratamento. • Mais estudos são necessários a respeito de PFDIS com implante como pilar intermediário. ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Não recebemos honorários de apresentações vindos de organizações que com fins lucrativos possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho, não estamos empregados pela entidade comercial que patrocinou o estudo e também não possuímos patentes ou royalties, nem trabalhamos como testemunha especializada, ou realizamos atividades para uma entidade com interesse financeiro nesta área. Nota de esclarecimento Nós, os autores deste trabalho, não recebemos apoio financeiro para pesquisa dado por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Nós, ou os membros de nossas famílias, não recebemos honorários de consultoria ou fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho, não possuímos ações ou investimentos em organizações que também possam ter Endereço para correspondência: Luis Gustavo Lima Lara Rua Professora Josefina Bento, 215 – Bairro Angola 32604-074 – Betim – MG Tel.: (31) 3532-4465/3594-4040 [email protected] Referências 1. Sheets CG, Earthman JC. Tooth intrusion in implant-assisted prostheses. J Prosthet Dent 1997;77(1):39-45. 2. The Academy of Prosthodontics. The glossary of prosthodontic terms. J Prosthet Dent 2005;94(1):1-92. 3. Savion I, Saucier CL, Rues S, Sadan A, Blatz M. The pier abutment: a review of the literature and a suggested mathematical model. Quintessence Int 2006;37(5):345-52. 4. Bechelli AH. Prótese implantosuportada e carga imediata. In: Bechelli AH. Carga imediata em implantologia oral. São Paulo: Santos, 2006. p. 186-215. 5. 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A six-year prosthodontic study of 509 consecutively inserted implants for the treatment of partial edentulism. J Prosthet Dent 1992;67(2):236-45. Exopro se une à Zimmer A P-I Brånemark-Exopro, empresa responsável pela fabricação e comercialização de produtos desenvolvidos pelo professor P-I Brånemark, o descobridor do princípio da Osseointegração, passou a fazer parte da Zimmer Holdings, líder mundial em Ortopedia. Foram mais de dois anos de análise e avaliação de mercado, que levaram a Zimmer a investir na Exopro, por meio da Zimmer Dental. A meta é buscar a liderança do mercado mundial de implantes, 38 ImplantNews 2013;10(1):31-8 realizando investimentos para tornar a P-I uma das marcas mais importantes, proporcionando inúmeros benefícios aos clientes. A Zimmer Dental tem sede na Califórnia, Estados Unidos, e ocupa a quinta posição mundial com market share de aproximadamente 10%. É a empresa que mais cresce no segmento de implantes dentários e a segunda maior empresa do mundo em biomateriais para Implantodontia (produtos para regeneração tecidual). Revisão da Literatura | Caderno Científico Oclusão e protocolos de aplicação de cargas funcionais em implantes unitários posteriores Occlusion and functional loading protocols for single-tooth posterior implants: literature review Fábio Vidal* Bruno Rescala** Wilson Rosalém Jr.** RESUMO Com a evolução da Implantodontia, há uma demanda crescente por alternativas de tratamento que possibilitem menor tempo para a resolução dos casos clínicos. Uma oclusão bem equilibrada e protocolos de carregamento adequados desempenham um papel fundamental no sucesso e na longevidade dos implantes e das próteses. O presente trabalho visou, por meio de uma revisão da literatura atual, reportar a evolução dos conceitos de oclusão e dos protocolos de carregamento aplicados aos casos reabilitados com implantes unitários nas regiões posteriores de mandíbula e maxila. Apesar da falta de consenso, a literatura, de modo geral, sugere prudência ao adotar protocolos de carregamento imediato ou precoce de implantes unitários, preferencialmente evitando contatos oclusais durante o período de osseointegração. Unitermos – Oclusão; Prótese sobreimplante; Carga imediata. ABSTRACT Recent advances on Implant Dentistry led to an increasing demand for alternatives with less chairside time to finish clinical cases. A well balanced occlusion and adequate loading protocols play a fundamental role on the success and longevity of implants and prostheses. The present paper aims to report, through a review of the current literature, the evolution of the concepts regarding occlusion and loading protocols applied to clinical cases using single-tooth implants on posterior regions. Despite the absence of a consensus about the theme, the current literature suggests, in general, caution when choosing to adopt immediate or premature loading of single-tooth implants placed on posterior regions, preferably avoiding occlusal loads during the osseointegration period. Key Words – Occlusion; Dental implant prosthesis; Immediate loading. *Doutor em Periodontia – Uerj; Professor do Programa de Pós-graduação em Odontologia – Universidade Estácio de Sá. **Doutores em Periodontia – Uerj; Professores – Universidade Estácio de Sá. Recebido em out/2012 Aprovado em out/2012 ImplantNews 2013;10(1):41-5 41 Vidal F • Rescala B • Rosalém Jr. W Introdução A sobrecarga oclusal é frequentemente considerada uma das principais causas de perda óssea peri-implantar e de falha das próteses implantossuportadas1. Diversos estudos têm apontado que mesmo implantes já osseointegrados podem apresentar perda óssea peri-implantar e perda da osseointegração quando submetidos a cargas oclusais excessivas ou desfavoráveis2-3. Os efeitos de uma carga oclusal excessiva na osseointegração ainda não estão claramente entendidos. O problema chave parece ser a determinação de quando a carga no implante irá exceder a amplitude fisiológica de adaptação óssea, o que poderá causar a falha do implante4. Ainda assim, os altos índices de sucesso obtidos nas reabilitações implantossuportadas, juntamente com uma demanda cada vez maior dos pacientes por tratamentos mais rápidos, têm feito com que as empresas e os profissionais busquem novas tecnologias em tratamento de superfícies e desenhos de implantes para permitir um carregamento prematuro ou mesmo imediato dos implantes. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi realizar uma revisão abrangente da literatura e discutir a importância da obtenção de uma oclusão balanceada e estável para a longevidade de implantes e próteses implantossuportadas, bem como a evolução dos protocolos de carregamento dos implantes, que evoluíram da reabilitação em dois tempos com carregamento progressivo até chegarem à aplicação de carga imediata em elementos unitários posteriores. Revisão da Literatura As primeiras publicações avaliando o uso clínico de implantes dentários já indicavam que uma carga oclusal excessiva poderia levar à perda óssea peri-implantar e perda da osseointegração mesmo em implantes inicialmente saudáveis2-3. Este conceito continua encontrando suporte na literatura atual5. Além disso, a sobrecarga oclusal pode levar a outras complicações, como afrouxamento dos parafusos de fixação das próteses; fratura do material estético, do parafuso de fixação da prótese ou mesmo do próprio implante6. Ao mesmo tempo, diversos trabalhos sugerem que o sucesso e a longevidade das reabilitações implantossuportadas podem ser atingidos por meio de uma oclusão biomecanicamente controlada, associada a um bom controle de placa2-3,7. Existem diversas diferenças importantes entre dentes naturais e implantes. Os implantes não possuem as vantagens da presença do ligamento periodontal, logo, os 42 ImplantNews 2013;10(1):41-5 conceitos de oclusão em próteses sobreimplantes buscam alcançar modelos oclusais que minimizem os esforços sobre as próteses e, consequentemente, sobre os implantes (para revisão, consultar8). Uma das principais diferenças entre dentes e implantes diz respeito à capacidade de adaptação às forças oclusais. Dentes naturais podem movimentar-se fisiologicamente de 25-100 µm, enquanto implantes podem apresentar micromovimentos entre 3-5 µm9. Na presença de forças laterais ou oblíquas em dentes, a resultante de forças se concentra no 1/3 apical, enquanto nos implantes as tensões concentram-se na crista óssea. O mesmo também é observado no caso de hábitos parafuncionais, como o apertamento10. Outra desvantagem resultante da ausência de ligamento periodontal é a menor capacidade de percepção de interferências oclusais encontrada nos implantes em comparação com dentes naturais11. A presença de hábitos parafuncionais como bruxismo e apertamento também é altamente relacionada ao insucesso3 e deve ser idealmente identificada previamente à terapia com implantes. Outro fator determinante no sucesso dos implantes é a qualidade óssea. É bem documentado na literatura que implantes instalados em áreas de baixa qualidade óssea apresentam mais falhas, principalmente quando submetidos à sobrecarga oclusal12. Por causa disso, com o intuito de diminuir os riscos de falhas após a instalação das próteses, por muito tempo foi proposto o carregamento progressivo dos implantes, com aumento gradual da carga oclusal ao longo de até seis meses após a reabertura13. Esse protocolo tinha como objetivo permitir tempo de desenvolvimento e adaptação do osso às cargas funcionais e permitiria obter, ao longo prazo, maior densidade óssea e menor perda marginal14. Oclusão sobreimplantes Os princípios básicos de oclusão sobreimplantes derivam dos conceitos de oclusão sobredentes e determinam que haja idealmente: estabilidade bilateral em MIH/RC; força e contatos oclusais distribuídos uniformemente; ausência de interferências oclusais durante as excursões mandibulares; guia anterior8. Ao mesmo tempo, a oclusão ideal nas próteses sobreimplantes apresenta algumas particularidades importantes, tais como: oclusão implantoprotegida com forças reduzidas e contatos suaves sobre os implantes; anatomia oclusal diferenciada, com mesa oclusal reduzida (entre 30-40%), sulcos rasos e cúspides baixas; forças oclusais direcionadas em sentido axial e contatos oclusais reduzidos ou inexistentes em implantes com biomecânica desfavorável15. Alterações nas características de morfologia das su- Revisão da Literatura | Caderno Científico perfícies oclusais podem direcionar as cargas em sentido axial, o que é mais favorável e permite melhor resistência ao estresse compressivo7. Além disso, a diminuição da altura e da inclinação das cúspides reduz a intensidade das forças transmitidas às próteses16. Este conceito reforça a importância do bom planejamento protético e da interação com o técnico em prótese dentária nas reabilitações de casos sobreimplantes. No caso de coroas unitárias, especialmente em dentes posteriores, que recebem maiores esforços mastigatórios, a preocupação com sobrecargas oclusais é ainda maior. Alguns autores recomendam a adoção de uma oclusão implantoprotegida, reduzindo a intensidade dos contatos sobre os implantes, às expensas dos dentes adjacentes8,15. Reabilitação de segmentos posteriores com implantes unitários A utilização de implantes unitários em regiões posteriores apresenta-se atualmente como uma excelente alternativa para repor dentes perdidos, especialmente nos casos de extremos livres, apresentando altos índices de sucesso17-18. Inicialmente, a reabilitação com implantes obedecia ao protocolo padrão que previa cirurgia em dois estágios com espera de três a seis meses até submeter os implantes às cargas oclusais2,19-20. Com a confirmação dos bons resultados ao longo prazo, protocolos de instalação imediata ou precoce (antes do término do período de osseointegração) de provisórios sem contatos oclusais nos implantes mandibulares e maxilares começaram a ser empregados21-23. Esses protocolos obtiveram índices de sucesso entre 75-100%22-24, mostrando que implantes submetidos à carga imediata podem, em alguns casos, apresentar comportamento e previsibilidade semelhantes aos implantes instalados de acordo com protocolos convencionais, porém, com grandes variações entre os pacientes22-24. A observação de índices de sucesso aceitáveis da provisionalização imediata ou precoce levou a terapias ainda mais ousadas, com a utilização de carga imediata funcional sobre os implantes unitários em região posterior, obtendo percentuais de sucesso de até 98%24-25 e respostas semelhantes, no que diz respeito aos níveis ósseos marginais e saúde peri-implantar, às encontradas quando se adota o protocolo convencional de reabilitação, aguardando o período de osseointegração. Um estudo clínico randomizado, que acompanhou 52 pacientes parcialmente edentados por até cinco anos26, observou que não houve diferença quanto aos níveis ósseos e dos tecidos moles peri-implantares quando comparados implantes posteriores que receberam provisórios imediatos em infraoclusão até 48 horas após a cirurgia, com implantes que receberam provisórios após dois meses de sua instalação. Os implantes tinham como pré-requisito para participar do estudo ter alcançado torque de instalação 30 Ncm2. Ambos os grupos apresentaram perda óssea peri-implantar significativa após dois, oito e 14 meses da instalação e um dos implantes que recebeu carga imediata foi perdido após dois meses. Ao final de cinco anos eram observados tecidos periodontais saudáveis e estáveis em ambos os grupos, tendo sido observada perda óssea peri-implantar de 1,2 mm (média) para os dois grupos e recessão média de 0,2 mm na vestibular dos implantes submetidos à carga imediata. Uma revisão sistemática de estudos clínicos randomizados27 (RCTs), com o intuito de avaliar diferentes estratégias de carregamento de implantes, analisou: - A eficácia de implantes com carregamento imediato (até uma semana após instalação); prematuro (entre uma semana e dois meses após instalação) e convencional (após dois meses da instalação). - A eficácia de implantes com carga imediata e próteses com contato oclusal versus implantes com carga imediata e próteses sem contato oclusal. A observação de índices de sucesso aceitáveis da provisionalização imediata ou precoce levou a terapias ainda mais ousadas, com a utilização de carga imediata funcional sobre os implantes unitários em região posterior, obtendo percentuais de sucesso de até 98%24-25 e respostas semelhantes, no que diz respeito aos níveis ósseos marginais e saúde peri-implantar, às encontradas quando se adota o protocolo convencional de reabilitação, aguardando o período de osseointegração. ImplantNews 2013;10(1):41-5 43 Vidal F • Rescala B • Rosalém Jr. W Baseados na análise de 22 RCTs, totalizando 976 pacientes acompanhados por até um ano, os autores concluíram que é possível obter sucesso com carregamento imediato ou prematuro de implantes em pacientes selecionados. No entanto, os autores ressaltam que nem todos os profissionais conseguiram obter resultados ótimos utilizando essas estratégias de carregamento. Os estudos analisados não deixaram claro se é preferível evitar contatos oclusais durante a fase de cicatrização óssea. As evidências encontradas sugeriram que implantes unitários instalados na região posterior, que receberam carregamento imediato, apresentaram mais falhas do que os implantes que respeitaram o protocolo convencional de carregamento. Porém, estes implantes apresentaram menos falhas do que os implantes que receberam carregamento precoce. O estudo sugere que, no caso onde se pretende submeter um implante unitário posterior às cargas oclusais antecipadamente, o melhor é que isso seja feito até uma semana depois da instalação (ao invés de um a dois meses depois da mesma) e que o alto grau de estabilidade primária deve ser um dos pré-requisitos para ativação prematura de implantes. Resultados semelhantes foram descritos em um estudo clínico controlado e randomizado com um total de 117 pacientes acompanhados por dois anos28. Os pacientes que receberam provisórios imediatos sem contato oclusal apresentaram o mesmo índice de sucesso dos pacientes reabilitados pelo protocolo de único estágio cirúrgico, com carregamento dos implantes apenas após o período de osseointegração (100%). Enquanto pacientes que receberam provisórios imediatos com carga oclusal tiveram 93,3% de sucesso ao fim de dois anos. Discussão A crescente busca por protocolos de reabilitação com implantes que permitam menor tempo de tratamento, juntamente com as observações que sobrecargas oclusais podem ser prejudiciais ao sucesso dos casos, torna fundamental que sejam estabelecidos critérios de carregamento e de oclusão ideal em próteses unitárias implantossuportadas de forma bem definida e baseada em evidências científicas. Diversos autores são enfáticos em afirmar que as sobrecargas oclusais representam o principal componente responsável por falhas dos implantes e próteses2-3,5-6. Entretanto, avaliando a literatura disponível, observam-se resultados contraditórios, inclusive com autores considerando que a sobrecarga oclusal não aumenta a perda óssea marginal em implantes4,26 e que outros fatores, como pobre higiene oral e tabagismo29 e baixa qualidade óssea12, 44 ImplantNews 2013;10(1):41-5 seriam mais importantes do que as cargas oclusais. Cabe ressaltar que a maior parte dos trabalhos disponíveis são estudos in vitro e retrospectivos. No que diz respeito à oclusão de próteses unitárias implantossuportadas, apesar de na prática clínica serem adotados diversos padrões oclusais considerados ideais8,15-16, ainda não há um conceito de oclusão para próteses implantossuportadas totalmente embasado por evidências científicas8 e, sim, uma adaptação de conceitos adotados em próteses dentossuportadas. Por fim, as perspectivas futuras apontam para a adoção rotineira de protocolos de carga imediata e carregamento precoce de implantes unitários, mesmo em regiões posteriores. Deve-se, entretanto, observar que apesar dos estudos mostrarem possibilidade de sucesso desses protocolos21-28, ainda são necessários maiores acompanhamentos longitudinais e, principalmente, a definição de critérios rígidos de seleção dos casos nos quais o protocolo de carga imediata em unitários (funcional ou não funcional) pode ser indicado sem aumentar os riscos de insucesso. Uma revisão recente30 recomenda que apenas nos casos onde haja boa qualidade óssea, implantes com tratamento de superfície, ancorados com torque maior que 35 Ncm2 através de uma técnica cirúrgica atraumática e sem necessidade de enxertos e membranas, deve ser indicado o protocolo de carga imediata funcional em implantes. A mesma revisão também recomenda que os pacientes sejam saudáveis sistemicamente e não fumantes. Conclusão Baseado na literatura consultada foi possível especular que a intensidade de carga oclusal e a qualidade óssea estão relacionadas com a longevidade dos implantes e das próteses. A sobrecarga oclusal resultante de contatos prematuros, cantiléveres exagerados, hábitos parafuncionais e desenhos oclusais incorretos pode funcionar como um fator limitador do sucesso no longo prazo. Sempre que possível, deve ser buscada uma oclusão equilibrada e implantoprotegida, para minimizar os esforços sobre os implantes e as próteses. A qualidade óssea é um fator determinante na definição de qual é o protocolo de carregamento mais indicado a cada caso. Uma pobre qualidade óssea contraindica protocolos de carga imediata ou precoce e sugere tempos de cicatrização mais prolongados, juntamente com uma exposição dos implantes às cargas oclusais de modo mais cuidadoso. Parece ser mais prudente, quando se optar pela instalação imediata de provisórios sobre os implantes posteriores, que os mesmos não recebam cargas oclusais ao longo do período de cicatrização óssea. Revisão da Literatura | Caderno Científico Por fim, cabe ao profissional não ceder às pressões em busca de tratamentos mais rápidos e selecionar adequadamente a conduta mais previsível para cada paciente. Assim como, cabe aos pesquisadores desenvolverem estudos clínicos longitudinais controlados com o objetivo de determinar quais protocolos de reabilitação e padrões oclusais são mais favoráveis para se obter sucesso no longo prazo. Nota de esclarecimento Nós, os autores deste trabalho, não recebemos apoio financeiro para a pesquisa dado por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Nós, ou Referências 1. Lindquist LW, Rockler B, Carlsson GE. Bone resorption around fixtures in edentulous patients treated with mandibular fixed tissue-integrated prosthesis. J Prosthet Dent 1988;59(1):59-63. 2. Adell R, Lekholm U, Rockler B, Brånemark PI. A 15-year study of osseointegrated implants in the treatment of the edentulous jaw. 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Não estamos empregados pela entidade que patrocinou o estudo e não possuímos patentes ou royalties, nem trabalhamos como testemunha especializada ou realizamos atividades para uma entidade com interesse financeiro nesta área. Endereço para correspondência: Fábio Vidal Av. das Américas, 1.155 – Sala 1.706 – Barra da Tijuca 22631-000 – Rio de Janeiro – RJ Tel.: (21) 2492-1208 [email protected] 18. Mayer TM, Hawley CE, Gunsolley JC, Feldman S. The single-tooth implant: a viable alternative for single-tooth replacement. J Periodontol 2002;73:687-93. 19. Albrektsson T, Brånemark PI, Hansson HA, Lindström J. Osseointegrated titanium implants: requirements for ensuring a long lasting, direct bone to implant anchorage in man. Acta Orthop Scand 1981;52(2):155-70. 20. Brånemark PI. Osseointegration and its experimental background. J Prosthet Dent 1983;50(3):399-410. 21. Lekholm U. Immediate/early loading of oral implants in compromised patients. Periodontol 2000 2003;33:194-203. 22. 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Em vista disso, através desta revisão da literatura, procuramos alertar e orientar o cirurgião-dentista, em especial o implantodontista, sobre as principais situações de emergências médicas que poderão ocorrer no consultório odontológico, apresentando os sinais e os sintomas das mesmas e as formas de tratamento e/ou os primeiros cuidados que deverão ser tomados para a manutenção da vida do paciente. Unitermos – Tratamento de emergência; Implante dentário; Ressuscitação cardiopulmonar. ABSTRACT Dental implant practitioners and related staff can be faced with a medical emergency throughout their professional activity and this must be considered even during non-invasive procedures. The importance of a fast and effective control upon urgency and emergency situations that may occur at the dental office is well known. Thus, through this literature review, the dental implant practitioner can be advised on major medical emergencies that may occur in the dental office, with its accompanying signs and symptoms, and what treatment forms and/or first actions must be taken to keep the patient’s life. Key Words – Emergency treatment; Dental implants; Cardiopulmonary resuscitation. *Cirurgião-dentista, implantodontista, doutorando em CTBMF – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUCRS; Professor do Curso de Especialização em Implantodontia – Agor/RS; Membro do Colégio Brasileiro de CTBMF. **Cirurgião-dentista, cirurgião, traumatologista bucomaxilofacial e mestrando em CTBMF – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS/RS. Recebido em nov/2012 Aprovado em dez/2012 ImplantNews 2013;10(1):49-56 49 Mayer L • Gomes FV Introdução A possibilidade do cirurgião-dentista e de sua equipe enfrentarem alguma emergência médica no exercício da sua atividade profissional deve sempre ser considerada, mesmo durante procedimentos não invasivos. De modo geral, o cirurgião-dentista não está preparado para lidar com tais situações, muito provavelmente pela falta de treinamento para o tratamento de emergências ambulatoriais – fato que pode ser resultado do ensino deficiente, ainda na fase da graduação em Odontologia. Muito embora tais situações possam ocorrer durante procedimentos clínicos, o número de ocorrências eleva-se durante os tratamentos cirúrgico-odontológicos. Nesse caso, a ansiedade e a possibilidade de uma abordagem menos conservadora tornam o paciente mais susceptível a experimentar alguma alteração, não só comportamental, mas também de ordem sistêmica. Verifica-se a necessidade de uma criteriosa anamnese, onde devem constar todos os dados de sua história médica e odontológica pregressa, das alterações sistêmicas que possui, das medicações que faz uso, dos procedimentos já realizados e de suas experiências pós-operatórias. Segundo a resolução CFM N°1451/95, define-se por urgência a ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de vida, necessitando de assistência médica imediata. Já a emergência é a condição de agravo à saúde que implica em risco iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo tratamento médico imediato1. Em uma pesquisa realizada na Grã-Bretanha e na Austrália, autores2 demostraram que cerca de dois terços dos graduandos em Odontologia, mesmo com treinamento, sentiram-se despreparados para conduzir uma situação de urgência durante o início de sua atuação profissional. No Brasil, alguns currículos de graduação em Odontologia ainda não preconizam o treinamento de suporte básico de vida (SBV) para os seus estudantes e muitos desconhecem as formas mais adequadas de abordagem frente a este tipo de necessidade. Dessa forma, através desta revisão da literatura, os autores buscam alertar e auxiliar graduandos e profissionais no que diz respeito aos sinais e sintomas, ao diagnóstico e aos primeiros procedimentos que competem ao cirurgião-dentista frente às principais situações de urgências e emergências médicas na clínica odontológica. Revisão da Literatura Na Grã-Bretanha avaliou-se a prevalência dos incidentes emergenciais ocorridos nos consultórios odontoló50 ImplantNews 2013;10(1):49-56 gicos, demonstrando ocorrência de um evento a cada 3,6 a 4,5 anos. Isso sugere que o clínico atenderá entre nove e 11 emergências médicas após 40 anos de profissão3. O mesmo estudo revelou que a maioria delas (52,2%) ocorreu durante procedimentos conservadores (devido ao tempo operacional gasto), seguidas de cirurgias dentoalveolares (23,5%) em função do estresse fisiológico e psicológico. Outro trabalho que aplicou um questionário para 1.093 dentistas demonstrou que a síncope vasovagal foi a que preponderou. Os resultados apontaram que em 36,7% das vezes as emergências ocorreram durante o tratamento odontológico, em 23,1% ocorreram antes do tratamento, em 20% das vezes após a administração de anestésico local e em 16,4% após o procedimento clínico3. Existem várias situações que podem desencadear uma emergência médica, em especial, na cadeira do dentista. Dentre elas, as de natureza cardíaca como: a angina, o infarto agudo do miocárdio (IAM), a disritmia e a síncope; as de origem vascular como: a hipertensão, a hipotensão, os sangramentos simples e as hemorragias; as de natureza pulmonar como: a obstrução das vias aéreas por materiais odontológicos, a asma, o enfisema pulmonar e a hiperventilação; as de origem metabólica como: a hipoglicemia, a hiperglicemia, as alterações sistêmicas pelos anestésicos locais e até mesmo situações como a intoxicação; e, por último, as de origem alérgica como: a anafilaxia, a urticária, o edema de glote e o bronco espasmo4. Fatores como o aumento da expectativa de vida dos pacientes e o uso de fármacos cada vez mais potentes sugerem um aumento na probabilidade do cirurgião-dentista enfrentar uma situação de emergência. No entanto, a administração de anestésicos locais ainda é o principal fator causal, seguida da alteração de consciência (síncope)5-10. A justificativa encontrada se dá pelo metabolismo dos anestésicos locais no fígado e nos rins e pela presença dos vasoconstritores, que estariam contraindicados para hipertensos, diabéticos, pacientes com alterações de tireoide e para portadores de algumas doenças cardíacas5. Nos casos de intoxicação por anestésicos locais, a primeira reação é de excitação com ansiedade, seguidas de convulsão e de confusão mental. O processo evolui para depressão respiratória, com comprometimento cardiovascular, hipotensão, hipoventilação ou apneia e inconsciência. As reações alérgicas são extremamente raras e estão vinculadas à administração endovenosa acidental do fármaco anestésico, sendo que o paciente apresenta náusea, vômito, fenômeno angioneurótico (aumento de volume generalizado na região cervical, podendo ser acompanhado de dor com grande possibilidade de obs- Revisão da Literatura | Caderno Científico trução de via aérea), crise de asma e anafilaxia3. Com relação às situações de perda de consciência, como na síncope, os sinais vitais são norteadores, podendo ocorrer a diminuição dos batimentos cardíacos e a queda da pressão arterial (PA) associada à instabilidade respiratória. Se não há mudança na frequência cardíaca (FC) nem há redução da PA, uma hipotensão ortostática pode ser a causa. Havendo uma diminuição na PA e uma alteração na FC, pode-se estar frente a uma arritmia; e, quando se identifica a diminuição da PA com o aumento da FC, pode ser indicativo de um quadro de hipo ou hiperglicemia2-3. A avaliação do risco do paciente é o primeiro passo na prevenção das emergências médicas. Sendo assim, existem alguns sistemas de classificação, como o utilizado pela Associação Americana de Anestesiologia (ASA), que auxilia os profissionais da saúde quanto ao plano de tratamento, à necessidade de avaliação médica específica ou à necessidade de atendimento hospitalar11-13. Um estudo14 apontou que alterações neurológicas como a hemorragia intracraniana iniciam com cefaleia acompanhada por perda da consciência, dilatação pupilar e flacidez das extremidades, a mortalidade se aproxima de 70%, sendo que a etiologia mais comum é a hipertensão. Os pacientes mais suscetíveis ao acidente vascular cerebral (AVC) são os com arteriosclerose, hipertensão, diabetes, hipercolesterolemia, presença de malformação vascular, fumantes, pacientes com idade avançada, pacientes do sexo feminino e pacientes que utilizam contraceptivos orais. Os pacientes que apresentarem PA elevada (em torno de 180 por 100 mmHg), associada a cefaleia, são de risco potencial para um AVC6 (Tabela 1). TABELA 1 – RELAÇÃO DOS SINAIS VITAIS E SUAS MARGENS DE NORMALIDADE E DE RISCO PARA A REALIZAÇÃO DE PROCEDIMENTOS EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Normal Borderline Cuidado Pulso (por minuto) 60 – 100 50 – 60 100 – 120 < 50 > 120 Pressão sistólica (mmHg) 90 – 140 80 – 90 140 – 190 < 80 > 200 Pressão diastólica (mmHg) 60 – 90 50 – 60 90 – 110 < 50 > 120 Taxa respiratória (por minuto) 12 – 20 10 – 12 24 – 36 < 10 > 36 Sinais vitais Outra alteração neurológica importante é a convulsão, que pode estar relacionada a uma crise de hiperglicemia, ao uso de drogas, à abstinência ao álcool, à intoxicação anestésica, à malformação vascular, a presença de um tumor cerebral ou a uma crise epilética. Normalmente, o paciente informa na anamnese sobre problemas e, nesses casos, as situações de estresse devem ser evitadas durante o tratamento. A melhor prevenção para esta situação é a explicação passo a passo do tratamento dentário e, se necessário, a utilização de medicamentos para o controle da ansiedade6,8,14. No tratamento de situações relacionadas às alterações respiratórias é de suma importância que se tenha a disposição pontas de sucção adequadas acopladas a bombas de vácuo, máscara de oxigênio e bolsa de ressuscitação ou Ambu (unidade de bolsa para infusão de ar), como também, o esfigmomanômetro e o estetoscópio. A administração de soluções endovenosas necessita de um treinamento específico, optando-se preferencialmente o uso por via oral. As preparações orais hiperglicemiantes, anti-histamínicos, antialérgicos, corticoides, broncodilatadores, vasodilatadores e analgésicos são drogas que devem estar presentes na montagem de um kit emergencial básico11-12. A prevenção é uma unanimidade entre os autores que estudam o manejo de emergências no consultório odontológico, estando indicada a utilização do suporte básico de vida como um instrumento para o dentista e sua equipe11,15. Se o nível de procedimentos inclui o uso de sedação parenteral ou anestesia geral, o treinamento em suporte avançado de vida (SAV) faz-se necessário e deve ser realizado por uma equipe médica. Outra forma de facilitar o tratamento de situações emergenciais é ter a pronta disposição os telefones e os endereços de clínicas ou hospitais mais próximos do consultório11 e do serviço de resgate (Samu – 192). Ressuscitação cardiopulmonar (RCP) A definição e o tratamento de problemas que coloquem em risco a vida do paciente tornam-se prioritários, antes mesmo do estabelecimento de qualquer diagnóstico. Sendo assim, o conhecimento sobre a história médica pregressa e a realização do exame físico tornam-se necessários. Segundo o suporte básico de vida, devemos seguir três passos essenciais quando da ressuscitação cardiopulmonar12-13. O protocolo mais recente (2010) que rege a ressuscitação cardiopulmonar13 alterou a antiga sequência deste procedimento de ABC (airways, breathing, circulation) para CAB, ou seja, quando do diagnóstico de uma parada cardiorrespiratória, a primeira ação para a reanimação do paciente é iniciar pela massagem cardíaca, ImplantNews 2013;10(1):49-56 51 Mayer L • Gomes FV consenso por eles estabelecidos de 30 massagens para duas respirações (30:2). • (C) Circulation (circulação): observar a presença de pulso palpável e/ou movimentação torácica. As características do pulso normal ou lento/ausente denotam, respectivamente, perfusão adequada ou não. A perfusão circulatória cerebral é sensível a pequenas variações e uma hipoperfusão pode manifestar-se por sinais de confusão, agitação e letargia. A ausência total do pulso é indicativa da necessidade da realização de compressões torácicas. Se houver presença de pulso, mesmo que fraco, não estão indicadas as compressões torácicas. Quando a hipoperfusão associa-se a presença de pulso, deve-se observar a pressão arterial; se estiver baixa, deve-se colocar o paciente em posição de Tremdelemburg, com as pernas mais elevadas que a cabeça. • (A) Airways (vias aéreas): observar queda posterior de língua e ou mandíbula, tecidos moles, corpo estranho nas vias aéreas superiores (VAS), edema e sangramentos. O exame inicia-se com a determinação do nível de consciência através de perguntas e chamados. Dessa forma, os pacientes que respondem, possuem permeabilidade de VAS e perfusão cerebral adequada. A maior parte dos pacientes odontológicos não responsivos enquadram-se na síncope vasovagal. Se o quadro de síncope associa-se a alterações respiratórias ou ausência de pulso, um serviço de emergência deve ser acionado imediatamente. • (B) Breathing (respiração): a respiração anormal caracteriza-se por ausência de visualização dos movimentos dos músculos intercostais. Pacientes com dificuldade respiratória devem receber oxigênio suplementar através de Ambu ou outro método. Segundo o guia para o manuseio de Emergências Médicas Americano10, as situações mais comuns são a síncope vasovagal, a angina de peito, o infarto agudo do miocárdio, a hipertensão, a hipotensão ortostática e as reações de hipersensibilidade por medicações ou anestésicos locais5. Outras situações como as de estresse emocional são fatores importantes e estão relacionadas ao medo ou a ansiedade do procedimento odontológico9,11. As principais situações de emergência que podem ocorrer no consultório odontológico são: • Lipotímia É definida como um mal-estar passageiro, acompanhada de palidez, sudorese aumentada, zumbidos auditivos e visão turva, sem levar à perda total de consciência7. A incidência desse tipo de acometimento é maior em 52 ImplantNews 2013;10(1):49-56 adultos jovens e do sexo masculino. A melhor conduta frente a um paciente ansioso é a prevenção, avaliando-se o grau de ansiedade, orientando a realização de ingestão de alimentos antes da consulta, posicionando a cadeira em situação supina e não permitindo a observação do procedimento7. • Síncope É a perda súbita e transitória da consciência, devido à isquemia cerebral transitória generalizada causada pela redução na irrigação de sangue para o cérebro12. Normalmente, induzida pelo estresse que leva a liberação aumentada de catecolaminas. O paciente pode queixar-se de uma sensação subjetiva de mal-estar, de calor, de náuseas, de palpitação e, algumas vezes, essas sensações são seguidas de vômito. A queda do fluxo sanguíneo cerebral é decorrente da queda na pressão arterial, que corresponde à manifestação de tontura e fraqueza. Se os níveis pressóricos se mantiverem baixos, o quadro evolui para a perda da consciência e, em alguns casos, observa-se inclusive a instalação de um quadro convulsivo decorrente de isquemia6,7,11. A melhor prevenção para a síncope é a preparação do paciente para que possa ser submetido ao tratamento proposto através da explicação e exposição do que será feito, sempre de forma clara e objetiva, visando-se acalmar o paciente11. Ocorrendo a síncope, suspende-se o procedimento, coloca-se o paciente em posição de Trendelemburg, onde os membros inferiores ficam a um nível mais elevado do que o tronco e a cabeça e administra-se oxigênio a 100% (3 a 5 L/min) através de uma máscara nasal6,7,10-11. • Hipoglicemia e hiperglicemia Aproximadamente, 3% a 7% dos pacientes acometidos por diabetes mellitus (DM) estão predispostos a variações no nível de glicose circulantes no sangue16. O diagnóstico de DM é estabelecido quando os níveis de glicemia são superiores a 140 mg/dL, podendo ser do Tipo I (insulino-dependente) e Tipo II (não insulinodependente). As situações de emergência enfrentadas por estes pacientes são decorrentes de erros na dosagem da medicação utilizada para controle das taxas de glicose ou longos períodos sem a ingestão de alimentos. Outras situações, principalmente a hipoglicemia no DM Tipo I, podem alterar os níveis de glicose no soro devido a uma diminuição da ingestão calórica ou ao aumento do consumo de energia. A hiperglicemia leva, normalmente, à desidratação pela perda osmótica de grande quantidade de urina, manifestando-se com poliúria e polidipsia. Ape- Revisão da Literatura | Caderno Científico sar dos altos níveis de glicose, as células não têm como utilizar esse substrato energético, fazendo uso então dos triglicerídeos, que resultam em um quadro de cetoacidose gerado pela queda do pH sanguíneo. Se este quadro não é revertido, em uma fase mais avançada, pode se instalar o coma diabético, caracterizando-se pela expiração forçada (na tentativa de exalar dióxido de carbono e reverter a acidose metabólica), pelo hálito cetônico, pelo distúrbio visual e também pela taquicardia6-7,10-11,16. A hipoglicemia é definida com taxas de glicose inferiores a 50 mg/dL, podendo ocorrer após duas horas da administração da insulina e se manifesta por taquicardia, sudorese, confusão mental, dificuldade para falar, letargia e, por fim, a perda de consciência. Se o paciente referir estes sintomas deve-se suspender o procedimento e oferecer carboidratos de rápida absorção como sucos, refrigerantes ou água com açúcar. Se não obtiver melhora, está indicada a administração de glicose endovenosa ou glucagon intramuscular9. • Reações de hipersensibilidade A prevenção começa com um adequado diagnóstico e uma técnica correta de tratamento, pois o erro na identificação do problema, a dose mal calculada e a administração por vias erradas dos fármacos de uso odontológico pode agravar a situação ou trazer sequelas graves14. Durante a administração dos anestésicos locais é importante o conhecimento do mecanismo de ação destas drogas e sua dosagem correta, tipo de vasoconstritor e a toxicidade do sal anestésico6,8,11. As reações alérgicas que envolvam vias aéreas superiores são graves e necessitam de intervenção imediata. A dificuldade respiratória, a alteração na fala e a respiração ruidosa são manifestações de edema e obstrução parcial de vias aéreas. Em um estágio mais avançado, a anafilaxia generalizada, a cianose das extremidades e das mucosas, a taquicardia, a queda da PA e a inconsciência podem se instalar. Se o quadro alérgico for limitado à pele, um antihistamínico deve ser recomendado. Porém, se envolver o trato respiratório, o paciente deve ser colocado em decúbito dorsal com a cabeceira elevada, administrando-se oxigênio, adrenalina e anti-histamínico por via intramuscular. Se houver sinais de obstrução de laringe, com a perda de consciência e a incapacidade de ventilação, a cricotomia ou cricotiroidostomia tem indicação, desde que seja realizada por um profissional treinado6-8,11. Os pacientes asmáticos têm maior possibilidade de sofrer anafilaxia quando comparados com outros pacientes alérgicos6-7,10. É importante o cirurgião-dentista observar sinais e sintomas apresentados pelo paciente durante todas as fases do tratamento odontológico clínico-cirúrgico. Muitas vezes, os próprios pacientes relatam experiências como sendo de anafilaxia, mas quando questionados cautelosamente durante a anamnese, referem evidências claras de terem apresentado uma síncope vasovagal6-7. Verifica-se, pois, a diferença entre as duas entidades na Tabela 2. A crise de anafilaxia começa com uma reação generalizada envolvendo rapidamente o sistema respiratório e circulatório. Além da taquicardia há exacerbação dos sintomas alérgicos, especialmente nasal e faríngeo. Outros sintomas comuns são broncoespasmos, urticária e angioedema. Os sintomas abdominais são menos comuns e, quando presentes, incluem: diarreia, vômitos e cólicas. As dificuldades respiratórias, a hipotensão e a arritmia podem preceder o colapso5-7,10. TABELA 2 – RELAÇÃO DE SINAIS E SINTOMAS DA SÍNCOPE VASOVAGAL E DA ANAFILAXIA Sinais e sintomas Síncope vasovagal Anafilaxia Pulso Lento Rápido Pressão sanguínea Normal Baixa Edema Ausente Presente Cor da face/temperatura Pálido/frio Vermelho/quente Distúrbios respiratórios Ausentes Presentes Sudorese Presente Ausente • Angina pectoris Conceitualmente estabelecida como dor ou desconforto torácico expressado pelo paciente como aperto no peito. A dor deve ser bem definida pelo paciente, pois o desconforto pode ser pela má-postura, refluxo esofagiano, presença de artrite reumatoide, problemas respiratórios ou ansiedade7,17. A oferta de oxigênio para o músculo cardíaco depende muito da capacidade de seu transporte no sangue, assim como, do fluxo coronariano. A angina é uma dor que ocorre na região torácica, logo abaixo do osso esterno, resultante de uma diminuição temporária do fluxo sanguíneo nas artérias coronarianas. Na maioria das vezes, a dor é amenizada pelo simples repouso ou pelo uso de medicamentos vasodilatadores coronarianos sem causar complicações residuais. Entretanto, durante uma crise de dor no peito podem ocorrer alterações no ritmo cardíaco, recidivas de IAM e até mesmo morte súbita7,17. Deve-se, sempre que possível, identificar a origem da sintomatologia dolorosa, suspender o tratamento e colocar o paciente em uma posição semirreclinada. Pode-se, também, administrar dinitrato de isossorbida 5 mg, administrar oxigênio a 100% (3 a 5 L/min), conferir ImplantNews 2013;10(1):49-56 53 Mayer L • Gomes FV Como verificamos na revisão da literatura, a situação do cirurgiãodentista, principalmente no Brasil, é precária no que se refere ao treinamento para atendimento de emergências médicas em consultório. Mesmo em países onde existe o treinamento nas faculdades, os profissionais não se sentem preparados para enfrentar estas situações2. o pulso e a pressão arterial. Se o quadro for revertido, manter o oxigênio por mais cinco minutos e remarcar o procedimento dentário. Quando há evolução para IAM, depois de tomadas as medidas anteriores, administrar dois a três comprimidos de ácido acetil salicílico (AAS) 100 mg (amassados ou para mastigar) e monitorar os sinais vitais9,11. Durante este atendimento inicial, solicita-se o resgate do paciente por uma equipe médica especializada (Samu – 192), informando a condição em que o paciente se encontra, sinais e sintomas avaliados, assim como, os cuidados que estão sendo tomados enquanto aguarda-se o serviço de resgate. Discussão Como verificamos na revisão da literatura, a situação do cirurgião-dentista, principalmente no Brasil, é precária no que se refere ao treinamento para atendimento de emergências médicas em consultório. Mesmo em países onde existe o treinamento nas faculdades, os profissionais não se sentem preparados para enfrentar estas situações2. Na função de profissional da saúde, o cirurgião-dentista necessita de treinamento adequado para lidar com as situações de emergências médicas. Para isso, há a necessidade de orientação sobre o suporte básico de vida desde os cursos de graduação, visando-se enfrentar as situações de urgência e emergência no consultório odontológico. Da mesma forma, é importante a integração com as demais áreas de saúde, principalmente a Enfermagem, a Medicina e áreas afins. No Brasil, algumas instituições têm realizado esse treinamento, como hospitais universitários, corpo de bombeiros e instituições privadas. Entretanto, a maior preocupação do cirurgião-dentista está no reconhecimento dos sinais e sintomas das emergências e em saber quais as condutas corretas, bem como a utilização de drogas para a manutenção da vida do paciente. Enumeramos as situações mais comuns como síncope vasovagal, hipo e hiperglicemia, reações de hipersensibilidade e angina pectoris. Com isso, observamos que muitos sinais e sinto54 ImplantNews 2013;10(1):49-56 mas se assemelham, o que torna necessário maior conhecimento das alterações dos sinais vitais, da utilização das vias de acesso (subcutânea, endovenosa e intramuscular), a aquisição de equipamentos de primeiros socorros e de medicamentos específicos11,15,18. É importante considerar que boa parte das emergências no consultório odontológico ocorre durante os procedimentos clínico-cirúrgicos, sendo este o dia a dia do implantodontista. Tal fato reforça a necessidade de um treinamento específico deste profissional, tendo-se em vista que o acúmulo de conhecimento teórico sobre o correto manejo em situações de emergências permitirá adequado e pronto atendimento ao paciente acometido. No entanto, em algumas situações, o despreparo do profissional torna-o incapaz de realizar os primeiros socorros frente ao quadro clínico apresentado pelo paciente. Esta situação pode dificultar o tratamento subsequente, diminuindo as chances de sucesso quanto ao prognóstico do doente2,3,18-19. Outro fator importante é a necessidade do cirurgiãodentista possuir em um local de fácil acesso no seu consultório um kit com materiais, instrumentais e medicamentos de primeiros socorros20. Entre eles, pode-se citar: uma cânula de Guedel, importante para desobstrução de via aérea; Ambu e máscara facial; cilindro de oxigênio e máscara nasal; abaixador de língua; medicamentos como ampola de adrenalina injetável, ampola de corticosteroides, analgésicos opioides e não opioides, comprimidos de anti-histamínicos, comprimidos de vasodilatadores coronarianos, sprays de bronco dilatadores, assim como, seringas e agulhas descartáveis. Este kit possibilita o manejo adequado no momento da emergência, facilitando o trabalho subsequente pela equipe médica e favorecendo o prognóstico do paciente (Tabela 3). A área de atuação do cirurgião-dentista apresenta diversas estruturas importantes, sensíveis ao toque e friáveis ao manejo inadequado. Sendo assim, muitos pacientes experimentam experiências desconfortáveis quando do tratamento odontológico, possibilitando a ocorrência de náusea, vômito, ansiedade extrema e, algumas vezes, dificuldade em permitir o atendimento, o que facilita a ocorrência de situações indesejadas. Observando-se as terapêuticas propostas para emergências em consultório odontológico, coincide a suspensão do tratamento que está sendo realizado, o controle dos sinais vitais e, em casos mais extremos, a solicitação de um serviço de resgate de emergência. Estas ações, instintivamente realizadas por profissionais preparados, podem ser vitais para a sobrevivência de um paciente. Fato que não é consumado por uma equipe despreparada ou que não apresente um conhecimento teórico-prático adequado. Revisão da Literatura | Caderno Científico TABELA 3 – RELAÇÃO DE COMPLICAÇÕES, SEUS SINAIS CLÍNICOS E FORMA DE TRATAMENTO AINDA NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO Complicações Sinais e sintomas Tratamento Iniciar RCP (ressuscitação cardiopulmonar) e acionar o resgate. Paciente não responsivo, ausência de pulso, (C) circulation = massagem cardíaca. Parada ausência de fluxo ventilatório, ausência de (A) airways = liberar as vias áreas. cardiorrespiratória movimentos torácicos. (B) breathing = respiração. OBS: a cada 30 compressões, faz-se duas ventilações. 1. Suspender medicamento. Eritema, urticária, prurido, angioedema, 2. Admnistrar epinefrina 0,5 ml (IM). dispneia, cianose, náuseas, vômitos, dor 3. Administrar oxigênio a 100% (3 a 5 L/min). Hipersensibilidade abdominal, incontinência urinária e 4. Administrar anti-histaminico (VO). parada cardíaca. 5. Monitorar sinais vitais (pulso e PA). OBS: acionar o resgate em situações mais graves ou em dificuldade de manejo do paciente. 1. Suspender o tratamento odontológico. 2. Colocar o paciente em posição confortável. Dor torácica Aperto em região do esterno e dor intensa 3. Administrar um comprimido de vasodilatador coronariano sublingual (dinitrato de isossorbida 5 mg). (Angina pectoris) na região. 4. Administrar oxigênio a 100% (3 a 5 L/min). 5. Monitorar sinais vitais. 6. Acionar o resgate se a dor persistir. 1. Suspender o tratamento odontológico. 2. Posicionar o paciente sentado na cadeira. Desconforto Respiração ofegante e com chiado, dispneia, 3. Administrar bronco dilatador spray (metaproterenol, isoproterenol). 4. Administrar oxigênio a 100% (3 a 5 L/min). respiratório taquicardia, tosse e ansiedade. 5. Monitorar sinais vitais. 6. Acionar o resgate se o desconforto persistir. 1. Suspender o tratamento odontológico. Tonturas, zumbido, amortecimento dos 2. Posicionar o paciente sentado. dedos e lábios, respiração ofegante e curta, 3. Acalmar o paciente verbalmente. Síndrome da dor torácica, xerostomia, palpitações, 4. Fazer com que o paciente respire gás carbônico, colocando um saco de papel próximo ao rosto. hiperventição taquicardia, mialgia, espasmos, tremor e 5. Administrar Diazepan 10 mg (VO) se necessário. ansiedade extrema. 6. Monitorar sinais vitais. 1. Suspender o tratamento odontológico. Obstrução de via aérea, dificuldade 2. Posicionar o paciente sentado e pedir para tossir o objeto. Corpo estranho respiratória, tentativa de expelir algum 3. Se inconsciente, acionar o resgate. em via aérea material, cianose, perda de consciência. 4. Colocar o paciente em posição supina e comprimir o abdômen (manobra de Heimlich), inspecionar a boca, tentando ventilar. 5. Administrar oxigênio a 100% (3 a 5 L/min) até chegar o resgate. 1. Suspender o tratamento odontológico. 2. Colocar o paciente em decúbito lateral. Desconforto gástrico, náusea, mal-estar 3. Se o vômito cessar e não houver sintomas de aspiração (monitorar os sinais vitais por 30 minutos). Náusea e vômito e vômito. 4. Se houver aspiração: acionar o resgate, administrar 2, monitorar sinais vitais e transportar para hospital. 5. Se houver hipóxia: iniciar RCP (ressuscitação cardiopulmonar) e acionar o resgate. 1. Suspender o tratamento odontológico. 2. Posicionar o paciente em supino com os membros inferiores levemente acima da cabeça (Trendelemburg). Ansiedade Diminuição da PA, bradicardia, náuseas, 3. Acalmar o paciente e explicar os fatos. (lipotimia) hipotensão, sudorese intensa. 4. Administrar oxigênio a 100% (3 a 5 L/min). 5. Avaliar sinais vitais. 1. Suspender o tratamento odontológico. 2. Posicionar o paciente em supino com os membros inferiores levemente acima da cabeça (Trendelemburg). Diminuição da PA, bradicardia, náuseas, 3. Monitorar sinais vitais. Síncope hipotensão, sudorese intensa e perda de 4. Observar respiração. vasovagal consciência momentânea. 5. Administrar oxigênio a 100% (3 a 5 L/min). 6. Se houver perda de consciência prolongada, acionar o resgate. 1. Suspender o tratamento odontológico. 2. Posicionar o paciente em supino com os membros inferiores levemente acima da cabeça (Trendelemburg). Diminuição da PA, bradicardia, náuseas, 3. Monitorar sinais vitais. Hipotensão hipotensão, sudorese intensa sem perda de 4. Normalizando a pressão arterial, retornar o paciente sentado. ortostática consciência. 5. Dispensar o paciente acompanhado. 6. Solicitar avaliação médica para realizar as próximas intervenções. 1. Suspender tratamento odontológico. Movimentos tônico-clônicos do tronco e ex2. Colocar o paciente em posição supina (preferencialmente no chão). tremidades, perda da consciência, vômitos, 3. Proteger de objetos próximos. Convulsões obstrução das vias aéreas, perda do controle 4. Se estiver inconsciente: chamar resgate e monitorar sinais vitais. dos esfíncteres anal e urinário. 5. Se estiver consciente: aspirar vias aéreas, monitorar sinais vitais, administrar oxigênio a 100% (3 a 5 L/min). 1. Suspender a administração do anestésico local. 2. Colocar o paciente em posição supina. Intoxicação por Fala lenta e confusa, tremor, cefaleia, visão 3. Monitorar sinais vitais. anestésicos locais turva, convulsões e vômito. 4. Administrar oxigênio a 100% (3 a 5L/min). 5. Se os sintomas não melhorarem, acionar o resgate. Fome, náusea, alteração de comportamento, 1. Colocar o paciente em posição supina. prostração, taquicardia, transpiração, pali2. Monitorar sinais vitais. Hipoglicemia dez, ansiedade, mudança de comportamen- 3. Oferecer ao paciente alimentos doces (sucos, balas etc.). to, confusão mental e hipotensão. 4. Se estiver inconsciente: acionar o resgate. IM: intramuscular; VO: via oral; PA: pressão arterial; Resgate: SAMU, serviço médico de emergência (192). ImplantNews 2013;10(1):49-56 55 Mayer L • Gomes FV Conclusão Faz-se necessário o estabelecimento de um protocolo de atendimento para pacientes com potencial à emergência. O cirurgião-dentista deve reconhecer tais situações, através de sinais e sintomas, e utilizar os recursos de seu conhecimento para a manutenção da vida do paciente. É necessário que seja incluído, nos currículos das faculdades, treinamento de suporte básico de vida e familiarização do profissional ao atendimento de situações de urgência e emergência no consultório odontológico. Referências 1. Conselho Federal de Medicina. Resolução CFM nº 1451/95. Diário Oficial da União, sessão 1, página 3666. Disponível em: <http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/ cfm/1995/1451_1995.htm>. [cited 17-03-95]. Acesso em: 2 de novembro de 2012. 2. Atherton GJ, McCaul E, Williams A. Medical emergencies in general Dental practice in Great Britain Part I: their prevalence over a 10-year period. Brit Dent J 1999;186(2):72-9. 3. Atherton GJ, McCaul E, Williams A. Medical emergencies in general Dental practice in Great Britain Part III: perceptions of training and Competence of GDPs in their management. their. Brit Dent J 1999;186(5):234-7. 4. Saef SH. Assessment of the medical emergency. Dent Clin North Amer 1995;39(3):487-99. 5. Shampaine GS. Patient assessment and preventive measures of medical Emergencies in the dental office. Dent Clin North Amer 1999;43(3):383-400. 6. Malamed SF. A textbook of medical emergencies in the dental office. 3ª ed. St. Louis, Mosby Company, 1987. 7. Andrade ED, Ranali J. Emergências médicas em odontologia. 3ª ed. São Paulo: Artes Médicas, 2011. 8. Bennett RC. Anestesia local e controle da dor na prática dentária. 7ª ed. WB Sauders Company, 1989. 9. Sonis ST. Medicina Oral. St. Louis, Mosby Company, 1989. 10. Curricular guidelines for management of medical emergencies in dental education. J Dent Educ 1981;45(6):379-81. 11. Peterson LJ. Contemporary Oral and Maxillofacial Surgery. 2 ed. St. Louis, Mosby 56 ImplantNews 2013;10(1):49-56 Nota de esclarecimento Nós, os autores deste trabalho, não recebemos apoio financeiro para pesquisa dado por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Nós, ou membros de nossas famílias, não recebemos honorários de consultoria ou fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho, não possuímos ações ou investimentos em organizações que também possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Não recebemos honorários de apresentações vindos de organizações que com fins lucrativos possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho, não estamos empregados por entidade comercial que tenha patrocinado o estudo e também não possuímos patentes ou royalties, nem trabalhamos como testemunha especializada, ou realizamos atividades para uma qualquer entidade com interesse financeiro nesta área. Endereço para correspondência: Luciano Mayer Rua Felipe Neri, 296/403 – Bairro Auxiliadora 90440-150 – Porto Alegre – RS Tel.: (51) 3388-8452 [email protected] Company, 1993. 12. Wilson WC, Grade CM, Hoyt DB. Trauma: emergency resuscitation perioperative anestesia surgical managment. vol 1. Informa Healthcare USA, Inc. New York, USA. 2007. 13. Sayre MR, Koster RW, Botha M, Cave DM, Cudnik MT, Handley AJ et al. Part 5: Adult basic life support: 2010 International Consensus on Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care Science With Treatment Recommendations. 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Relato de Caso Clínico | Caderno Científico Cirurgia guiada sem retalho para implante unitário em região estética Single-tooth, flapless-guided dental implant surgery in the esthetic zone Jaques Luiz* Flávia Noemy Gasparini Kiatake Fontão** Luis Eduardo Marques Padovan*** Sérgio Rocha Bernardes**** *Mestre em Implantodontia e professor dos Cursos Pós-graduação – Ilapeo, Curitiba/PR. **Mestre e doutor em Diagnóstico Bucal e Estomatologia – Faculdade de Odontologia de Bauru, USP/SP; Professora dos Cursos de Pós-graduação – Ilapeo, Curitiba/PR. ***Mestre e doutor em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial – Unesp, Araçatuba/SP; Professor – Universidade do Sagrado Coração, Bauru/SP; Professor doutor Colaborador de Implantodontia – Hospital de Reabilitação de Anomalias Crânio-faciais da Universidade de São Paulo – HRAC-USP. ****Mestre em Reabilitação Oral – Universidade Federal de Uberlândia; Doutor em Reabilitação Oral – Forp-USP; Professor dos Cursos de Pós-graduação – Ilapeo – Curitiba/PR. RESUMO A cirurgia guiada sem retalho, associada a um planejamento computadorizado, realizada por meio de guia cirúrgico prototipado representa um dos grandes avanços da Implantodontia moderna, no sentido de melhorar a previsibilidade estético-funcional na colocação de implantes, proporcionando grande precisão no tratamento. Suas principais vantagens incluem a redução do tempo cirúrgico, maior preservação dos tecidos, diminuição dos sintomas pós-operatórios, como dor, edema e inflamação, permitindo uma cicatrização mais rápida. Portanto, essa técnica oferece ganho estético imediato, redução da morbidade do paciente, maior precisão cirúrgica, conforto ao paciente e segurança do profissional. O objetivo desse trabalho foi descrever cada etapa da técnica da cirurgia guiada sem retalho, ilustrado por um caso clínico com reabilitação unitária em área estética. Unitermos – Cirurgia assistida por computador; Cirurgia sem retalho; Implantes dentários; Estereolitografia. ABSTRACT The computer-planned, flapless surgery along with a stereolithographicguided dental implant placement represents one of the great achievements of contemporary Implant Dentistry to improve esthetics and precision. Its main advantages include chairside time reduction, more tissue preservation, less postoperative symptoms such as pain, edema, and inflammation, which allows for a faster healing process. Thus, there are immediate esthetic benefits, less patient morbidity, more patient comfort, and safety for the dental practitioner. The aim of this paper is to describe each surgical step in flapless-guided surgery through a clinical case of a single unit in the esthetic zone. Key Words – Computer-assisted surgery; Flapless surgery; Dental implants; Stereolithography. Recebido em dez/2012 Aprovado em dez/2012 ImplantNews 2013;10(1):61-8 61 Luiz J • Fontão FNGK • Padovan LEM • Bernardes SR Introdução A introdução do conceito da carga imediata em Implantodontia permitiu acelerar o tempo de tratamento com menor intervenção cirúrgica e, aliado ao uso de implantes com interface cone-morse, reduziu-se a perda óssea crestal. Todos esses aspectos contribuíram para melhorar significativamente o conforto do paciente, a satisfação e a aceitação, solucionando problemas estéticos, funcionais e psicológicos1-2. O sucesso das reabilitações orais e a manutenção dos casos reabilitados estão diretamente relacionados com o correto diagnóstico do desenvolvimento de um plano de tratamento detalhado. O preparo prévio indicado nos casos planejados para procedimentos cirúrgicos guiados foi idealizado complementando o que já é rotineiramente aplicado nas reabilitações orais. Toda rotina de diagnóstico e preparo protético já recomendada nas reabilitações é nominada como planejamento reverso. O objetivo dessa etapa deve ser o restabelecimento da harmonia do aparelho estomatognático3. Com a introdução de sistemas de imagem tridimensional (tomografia computadorizada), associados aos conceitos de estereolitografia, tornou-se possível, por meio de modelagem computacional, a confecção de guias cirúrgicos posicionados diretamente sobre a mucosa ou o dente. Diante desse avanço tecnológico, surgiram propostas de cirurgia guiada sem abertura de retalho. Sistemas computadorizados no formato CAD/CAM têm chegado em forma de softwares comerciais para planejamento e colocação de implantes dentários4-11. Desse modo, por meio de softwares específicos, aliados a imagens de alta resolução, o cirurgião consegue executar uma “cirurgia virtual” através da confecção prévia de um guia tomográfico apropriadamente projetado na tela do computador que, por sua vez, orienta o posicionamento dos “implantes virtuais” em relação aos outros implantes, ao alvéolo, às estruturas críticas, à oclusão e à estética prospectivas12-13. Em relação à cirurgia convencional, a técnica da cirurgia guiada para inserção de implantes sem retalho que é um procedimento mais rápido e menos invasivo para restaurar qualquer tipo de edentulismo tem se tornado cada vez mais popular1,8,14. Ela apresenta muitas vantagens, entre as quais redução do tempo cirúrgico, maior preservação dos tecidos, diminuição dos sintomas pós-operatórios, como dor, edema e inflamação, permitindo uma cicatrização mais rápida. Portanto, essa técnica oferece ganho estético imediato, redução da morbidade do paciente, maior precisão cirúrgica, conforto ao paciente e segurança do profissional. Além disso, há possibilidade de realizar o tratamento reverso, sempre buscando o melhor 62 ImplantNews 2013;10(1):61-8 resultado protético possível3,8,12,14-20. Apesar dessas vantagens, a técnica da cirurgia guiada sem retalho apresenta algumas desvantagens, uma vez que o cirurgião trabalha em campo fechado e sempre há o risco de angulações equivocadas das posições dos implantes, podendo incorrer em complicações. Daí a necessidade de se realizar com muito critério cada etapa da técnica para obter precisão nos resultados6,11,21-22. Em função disso, o objetivo desse trabalho foi descrever cada etapa da técnica da cirurgia guiada sem retalho, ilustrado por um caso clínico com reabilitação unitária. Relato de Caso Clínico Um paciente de 35 anos, gênero masculino, compareceu à clínica do Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico (Ilapeo) a fim de reabilitar, com implante dentário, o incisivo central superior esquerdo que havia sido perdido por fratura devido a um acidente. O paciente queixava-se que sua prótese fixa não o agradava esteticamente e o incomodava muito porque não conseguia um acesso fácil para higienização. Diante da avaliação clínica e radiográfica foi proposta a instalação de um implante osseointegrado, utilizando a técnica de cirurgia guiada sem abertura de retalho. Inicialmente, foram realizadas moldagens do arco superior e inferior, avaliando função e estética do caso para a instalação de implante segundo a posição ideal. Procedeu-se então com a confecção do guia tomográfico com material incolor para que se pudesse avaliar a adaptação do guia na superfície oclusal dos dentes. É de fundamental importância o ajuste do guia tomográfico, na cavidade bucal, para que ocorra perfeita adaptação sobre os dentes durante sua inserção e remoção. Em seguida, foram feitas cinco perfurações com broca esférica de 2 mm de diâmetro em pontos aleatórios na flange vestibular e palatina. As perfurações foram preenchidas com guta-percha, para gerar marcas hiperdensas, que servirão para o alinhamento das imagens tomográficas do guia tomográfico e da maxila, no momento da conversão das imagens Dicom (Figura 1). Com o guia tomográfico em posição, foi realizado um registro interoclusal, com silicone de condensação Speedex (Altstätten SG, Suíça), tendo espessura de 5 mm de alívio entre os dentes antagonistas. Esse registro teve o objetivo de manter o guia tomográfico em posição estável durante a tomografia e evitar a superposição das imagens dos dentes maxilares e mandibulares (Figura 2). O próximo passo foi a aquisição das imagens tomográficas baseadas na técnica de escaneamento duplo: realizou-se uma tomografia do paciente com o guia e o registro interoclusal em posição e, em Relato de Caso Clínico | Caderno Científico seguida, um escaneamento apenas do guia tomográfico. O escaneamento duplo permite segmentar e alinhar as imagens do paciente e do guia tomográfico, possibilitando a visualização do guia em posição e sua relação com a estrutura óssea do paciente. Os exames tomográficos foram executados de forma padronizada, sempre no mesmo aparelho e pelo mesmo operador: posição da cabeça do paciente com o plano oclusal paralelo ao solo e o plano sagital mediano perpendicular ao solo. Para isso, foi utilizado um tomógrafo computadorizado por feixe cônico, da marca I-Cat (Imaging Sciences, Hatfield, EUA). Os fatores de aquisição para as tomografias foram constantes: 5 mAs, 120 kV, tamanho de voxel de 250 µm, com tempo de exposição de 26 segundos. As imagens da tomografia computadorizada tipo feixe cônico (TCFC) em arquivo Dicom foram convertidas por meio do software DentalSlice Converter (Bioparts, Brasília, Brasil) e inseridas no software de planejamento DentalSlice (Bioparts, Brasília, Brasil). O planejamento cirúrgico/protético virtual foi realizado com base nas informações de altura e espessura óssea, sendo determinada a posição dos implantes e as configurações, como diâmetro, comprimento, quantidade e altura de transmucoso dos componentes protéticos (Figuras 3). Após o término da “cirurgia virtual”, o arquivo foi enviado para o laboratório de prototipagem (Bioparts, Brasília, Brasil) que confeccionou o guia cirúrgico prototipado por estereolitografia com base nas informações do planejamento. Nesse guia cirúrgico há anilhas metálicas embutidas na resina, que servem como orientação para as peças cirúrgicas pré-fabricadas (Figura 4). Figura 1 Guia tomográfico com as marcações de guta-percha. Figura 2 Guia tomográfico com registro interoclusal em posição, no momento da tomografia. Figuras 3 Planejamento virtual. ImplantNews 2013;10(1):61-8 63 Luiz J • Fontão FNGK • Padovan LEM • Bernardes SR Figura 4 Guia cirúrgico prototipado dentossuportado em posição, no momento da cirurgia. Procedimento cirúrgico Foi utilizada medicação pré-operatória conforme protocolo do Ilapeo, duas cápsulas de amoxicilina 500 mg uma hora antes do procedimento cirúrgico, um diazepan 0,5 mg e dois celestone 0,2 mg, além dos cuidados com antissepsia intra e extrabucal. O guia cirúrgico foi desinfetado por meio químico (povidine e imersão em chlorhexidine a 0,12% – Digluconato de Chlorhexidine 0,12%, Itapeva, Brasil). O paciente foi anestesiado com solução anestésica à base de cloridrato de mepivacaína 2% com epinefrina 1:100.000 (Mepivacaína, DFL, Rio de Janeiro, Brasil). O guia cirúrgico foi posicionado sobre os dentes e verificou-se sua estabilidade (Figura 4). Utilizando-se do kit cirúrgico Neoguide (Neodent, Curitiba, Brasil), a instrumentação cirúrgica foi realizada com sequência progressiva de diâmetros de broca, observando-se o guia correspondente ao diâmetro de cada broca e o diâmetro do implante correspondente ao da última broca. Nesse caso descrito foi utilizado implante Titamax cone-morse medular (Neodent, Curitiba, Brasil) com 3,75 mm de diâmetro e 15 mm de comprimento. Esse implante tem o corpo cilíndrico, ou seja, a área cervical tem o mesmo diâmetro que o corpo do implante, permitindo-se utilizar anilhas guia compatíveis com o diâmetro do implante e o montador para que ele seja guiado desde o início da inserção sem que ocorra desvio da trajetória de inserção (Figura 5). Figura 5 Instalação guiada do implante cone-morse. 64 ImplantNews 2013;10(1):61-8 Relato de Caso Clínico | Caderno Científico Após a instalação do implante foi selecionado o pilar protético para confecção da prótese provisória imediata por meio do kit de seleção protética cone-morse (Neodent, Curitiba, Brasil). O kit apresenta a réplica dos pilares protéticos com diversas alturas de transmucoso e angulações de 17º e 30º. Foi então selecionado um munhão para prótese cimentada (munhão anatômico lateral cone-morse) com altura de 1,5 mm de transmucoso (Figura 6). O critério para a seleção da altura do transmucoso foi baseado no limite da gengiva marginal livre e na área de assentamento da prótese no munhão, considerando também a altura da crista óssea dos dentes vizinhos. Realizou-se uma tomada radiográfica periapical para conferência da posição dos elementos protéticos. Quando se definiu a forma do munhão foi confeccionado, ainda fora da boca, um casquete em acrílico para confecção de uma provisória. Esse casquete foi capturado diretamente sobre o munhão em posição na boca com resina acrílica autopolimerizável (Figura 7). Após a instalação da prótese provisória, o paciente foi submetido a exames clínicos incluindo sessões de higienização, controle de placa e pequenos ajustes oclusais, com retornos semanais nos primeiros 30 dias e, em seguida, mensais. O controle radiográfico foi realizado por meio de radiografias periapicais digitais obtidas imediatamente após a inserção do implante e com sete meses de acompanhamento (Figuras 8). Para tanto foi utilizado o sensor Sidexis CCD e o aparelho de raios X intrabucal digital, da marca Heliodent Vario (Sirona, Bensheim, Alemanha), operando com 7 mA e 85 kVp. A Figura 6 Munhão instalado. Figura 7 Prótese provisória instalada. B Figuras 8 A. Radiografia periapical imediatamente após a instalação do implante. B. Sete meses de acompanhamento. ImplantNews 2013;10(1):61-8 65 Luiz J • Fontão FNGK • Padovan LEM • Bernardes SR Exame tomográfico pós-operatório e análise de sobreposição das imagens tomográficas Resultados e Discussão O paciente foi submetido a uma TCFC pós-operatória para realizar estudos comparativos do posicionamento real e virtual do implante (aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o protocolo nº 0001273 PUCPR). Por meio de um software específico, as imagens dos implantes planejados e dos instalados foram sobrepostas para avaliação dos eventuais desvios de posicionamento. Foram calculadas medidas dos desvios angulares, as distâncias lineares entre os pontos apicais e coronais dos implantes em relação às posições dos implantes instalados e o planejamento (Figuras 9). A B Figuras 9 Exemplo de tela de alinhamento das imagens do planejamento virtual dos implantes (cor rosa) e do que foi executado (cor amarela) no software DentalSlice. 66 ImplantNews 2013;10(1):61-8 Acompanhando a evolução da área Médica, a Informática veio somar também nos planejamentos virtuais da Odontologia para que pacientes com perdas dentárias fossem reabilitados e tivessem o sistema estomatognático restabelecido. A evolução das técnicas cirúrgicas e a possibilidade de realizar cirurgias guiadas sem abertura de retalhos representaram grandes vantagens para se alcançar um menor desconforto no trans e pós-operatório para o paciente e a redução do tempo cirúrgico. É inegável a segurança que a utilização da técnica proporciona no que diz respeito ao posicionamento tridimensional do implante, sendo que o planejamento virtual com modelo 3D permite melhor relação com a prótese. Vários trabalhos relatam a respeito das vantagens atribuídas à técnica de cirurgia guiada sem retalho: maior previsibilidade cirúrgico-protética, possibilidade de confecção da prótese antes da cirurgia, procedimento pouco invasivo, menor sangramento, menos tempo de cirurgia, menor inflamação e sintomatologia dolorosa, processo cicatricial mais favorável, maior segurança para o profissional e satisfação para o paciente12,15-18,20,23. Contudo, cabe ressaltar que a técnica apresenta algumas limitações que devem ser observadas: o paciente deve apresentar boa abertura bucal, dependendo da posição do implante, quantidade suficiente de mucosa queratinizada e adequada disponibilidade óssea23. Além disso, a cirurgia guiada deve ser executada por profissional que tenha ampla experiência na instalação de implantes com as técnicas convencionais, pois necessita de maior sensibilidade no transoperatório, assim como um vasto conhecimento de anatomia e áreas afins. No presente trabalho, o paciente relatou satisfação com a técnica. Apreciou a rapidez do ato cirúrgico e o pós-operatório sem edema, sem sintomatologia dolorosa ou outras complicações. Analgésico foi administrado apenas no primeiro dia. O acompanhamento clínico-radiográfico, de cinco meses, não demonstrou alterações no implante e na prótese. Sinais como inflamação e mobilidade do implante foram ausentes. Houve osseointegração do implante instalado e o controle radiográfico após sete meses revelou média de perda óssea de 0,5 mm em relação à radiografia inicial. Esses resultados justificam-se não apenas por ter utilizado implante de conexão cone-morse, que propicia um menor número de brocas para instrumentação e para instalação do implante, mas também pelo fato da cirurgia guiada sem retalho ser minimamente invasiva, preservando os tecidos gengivais e, consequentemente, a crista óssea. Esses resultados são concordantes com Relato de Caso Clínico | Caderno Científico É de fundamental importância que o operador tenha conhecimento prévio de técnica convencional para instalação de implantes com cirurgia guiada. Nesse caso clínico observou-se que a técnica foi confiável quando respeitados todos os critérios descritos e dentro dos padrões da literatura internacional. os obtidos por pesquisadores24, média de perda óssea de 0,5 mm ± 0,1 mm, com um acompanhamento de um ano, de implantes inseridos por meio de cirurgia flapless, com guia cirúrgico prototipado. Por outro lado, após três anos de instalação de 97 implantes (46 pacientes) por meio de cirurgia guiada, outros pesquisadores observaram uma reabsorção óssea marginal de 1,0 mm durante o primeiro ano de carga, de 0,4 mm durante o segundo ano e de 0,1 mm durante o terceiro ano25. A previsibilidade cirúrgico-protética, buscando o resultado estético/funcional ideal, muitas vezes, é melhorada com o emprego da técnica de cirurgia guiada sem retalho12-13,22. No caso relatado optou-se pelo uso dessa técnica também por envolver região estética. A instalação de implantes em região estética é um desafio para os clínicos. O acesso a softwares de planejamento auxiliam o clínico na avaliação da morfologia óssea para a colocação de um implante com alto índice de precisão de imagens tridimensionais. No presente caso clínico, a precisão da transferência do planejamento virtual para o campo operatório foi avaliada por meio da sobreposição dos modelos CAD tridimensionais pré e pós-operatórios, metodologia semelhante empregada em vários trabalhos5,8-9,11,13,21-22,26-27. Utilizando essa metodologia já consagrada na literatura, aplicando a técnica da cirurgia guiada sem retalho com guia cirúrgico prototipado dentossuportado para a instalação do implante na região correspondente ao dente 21, observou-se um desvio angular de 0,50o e desvios das distâncias coronal e apical de 1,15 mm e de 1,19 mm, respectivamente. Esses resultados podem ser considerados excelentes quando comparados com os descritos na literatura. Alguns estudos clínicos5,6,9,12-13,21-22,26 avaliaram as variações entre os implantes planejados e executados em cirurgias guiadas sem retalho, utilizando guia cirúrgico prototipado dentossuportado observou-se média de desvio angular que variou de 1,84º a 7,9º. O sucesso do tratamento restaurador envolvendo implantes osseointegrados, no que diz respeito à estética e à função, depende da exata inserção e localização desses implantes. Em função da exigência crescente em relação à estética, há necessidade cada vez maior da realização de trabalhos clínicos de precisão, envolvendo a técnica de cirurgia guiada. Conclusão É de fundamental importância que o operador tenha conhecimento prévio de técnica convencional para instalação de implantes com cirurgia guiada. Nesse caso clínico observou-se que a técnica foi confiável quando respeitados todos os critérios descritos e dentro dos padrões da literatura internacional. A técnica se mostrou viável com planejamento virtual por meio do guia cirúrgico prototipado. Assim, foi possível instalar um implante na posição planejada, com segurança, rapidez, conforto ao paciente e previsibilidade cirúrgica e protética. Com o presente trabalho observou-se que a cirurgia guiada sem retalho pode ser de grande valia quando aplicada para casos de reabilitação unitária em área estética. Nota de esclarecimento Nós, os autores deste trabalho, não recebemos apoio financeiro para pesquisa dado por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Nós, ou os membros de nossas famílias, não recebemos honorários de consultoria ou fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho, não possuímos ações ou investimentos em organizações que também possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Não recebemos honorários de apresentações vindos de organizações que com fins lucrativos possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho, não estamos empregados pela entidade comercial que patrocinou o estudo e também não possuímos patentes ou royalties, nem trabalhamos como testemunha especializada, ou realizamos atividades para uma entidade com interesse financeiro nesta área. Endereço para correspondência: Flávia Noemy Gasparini Kiatake Fontão Rua Jacarezinho, 656 80710-150 – Curitiba – PR Tel.: (41) 3595-6040 [email protected] ImplantNews 2013;10(1):61-8 67 Luiz J • Fontão FNGK • Padovan LEM • Bernardes SR Referências 1. Oh TJ, Shotwell JL, Billy EJ, Wang HL. Effect of flapless implant surgery on soft tissue profile: a randomized controlled clinical trial. J Periodontol 2006;77(5):874-82. 2. Mangano C, Mangano F, Piattelli A, Iezzi G, Mangano A, La Colla L. Prospective clinical evaluation of 1920 Morse taper connection implants: results after 4 years of functional loading. Clin Oral Implants Res 2009;20(3):254-61. 3. Sartori IAM. Tratamento interdisciplinar em reabilitação protética sobre implantes. Rev ImplantNews 2007;4(1):10-22. 4. D’haese J, Van De Velde T, Komiyama A, Hultin M, De Bruyn H. 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Int J Oral Maxillofac Implants 2003;18(4):571-7. Relato de Caso Clínico | Caderno Científico Solução implantossuportada individualizada após agenesia do incisivo lateral e mesialização do canino superior: pilar de zircônia e coroa cerâmica cimentada para pacientes jovens A customized, implant-supported solution after lateral incisor agenesis and canine orthodontic mesialization: zirconia abutment and cemented ceramic crown for young patients Valdir Antonio Muglia* Danilo Balero Sorgini** Tatiana Ramirez Cunha** RESUMO A reposição de um incisivo lateral superior ausente pode representar um verdadeiro desafio estético. Dentre as opções disponíveis, a instalação de uma prótese unitária implantossuportada proporciona bons resultados, tanto esteticamente, quanto funcionalmente. Assim, o objetivo deste artigo foi apresentar um caso clínico, no qual um paciente com agenesia do incisivo lateral superior teve a reposição deste dente, através de prótese unitária implantossuportada com conexão protética cone-morse e pilar estético de zircônia. Como resultado, foi obtida uma restauração que supriu as necessidades estéticas e funcionais de um paciente jovem. Unitermos – Osseointegração; Implante dentário; Cerâmica a base de óxido de zircônio; Prótese dentária fixada por implante. ABSTRACT The replacement of a missing upper lateral incisor can be a real esthetic challenge. Among the available options, the insertion of a single implant-supported prosthesis can provide good results, both aesthetically and functionally. Thus, the purpose of this study is to present a case in which a patient with agenesis of upper lateral incisor received a Cone-Morse connection design with a screwed zirconia abutment and a final cemented crown. In this way, both funcional and esthetic demands were addressed for this young patient. Key Words – Osseointegration; Dental implants; Zirconia oxide ceramics; Implant-supported prosthesis. *Professor doutor do Departamento de Materiais Dentários e Prótese – Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. **Alunos de mestrado na área de Reabilitação Oral – Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo Recebido em nov/2012 Aprovado em dez/2012 ImplantNews 2013;10(1):71-8 71 Muglia VA • Sorgini DB • Cunha TR Introdução A reabilitação com prótese implantossuportada na área estética é difícil de ser solucionada, por razões que são bem documentadas na literatura e com evidências científicas reconhecidas por muitos clínicos. As mais prevalentes entre essas são a falta de osso na região vestibular e o tecido mole interproximal inadequado. Entretanto, as exigências estéticas dos clínicos, bem como as expectativas dos pacientes continuam a crescer junto com os avanços nos desenhos dos componentes e das técnicas clínicas1. Portanto, a colocação de implante na região anterior representa um grande desafio que deve ser identificado e considerado para alcançar o sucesso do tratamento. A literatura mostra que uma arquitetura gengival ideal suportada por um rebordo ósseo residual é essencial para desenvolver uma estrutura sadia ao redor da restauração definitiva2. A previsibilidade do tratamento reabilitador oral com o uso de implantes osseointegráveis, documentada em estudos longitudinais com mais de 95% de sucesso, possibilitou que o tratamento funcional de pacientes desdentados totais se estendesse à reposição estética de dentes unitários na região anterior3. Para um paciente com agenesia do incisivo lateral superior, a reposição deste elemento, do ponto de vista ortodôntico, pode ser efetuada pelo fechamento do espaço e posterior reanatomização do canino em incisivo lateral, com o auxílio de materiais estéticos, diretos ou indiretos; ou pela manutenção do espaço na juventude, e pela decisão sobre o tratamento a ser seguido após o final da fase de crescimento. Várias opções de tratamento estão disponíveis para a resolução desses casos, entre elas, a prótese parcial fixa, a prótese fixa adesiva e o implante osseointegrável – a melhor opção atualmente oferecida pela Odontologia2, pois evita desgaste de dentes adjacentes hígidos e facilita a higienização do paciente, pois não bloqueia as faces interproximais dos dentes. A opção pelo implante possibilita a instalação de prótese provisória imediatamente após a primeira fase cirúrgica do implante dentário, pois foi verificado que implantes restaurados imediatamente apresentam o tecido mole com características clínicas semelhantes aos implantes carregados convencionalmente. Não foi verificado nenhuma evidência que pudesse sugerir alguma complicação à mucosa peri-implantar devido à restauração imediata4. A restauração imediata foi adotada para melhorar a estabilidade do tecido durante o período de cicatrização, pois a presença de uma restauração provisória dá um suporte imediato para os tecidos gengivais su72 ImplantNews 2013;10(1):71-8 pracristais, mesmo na presença de um pilar transmucoso longo, devido a posição subcristal do ombro do implante5. Para tal propósito, é importante selecionar um sistema de implante que apresente características favoráveis ao carregamento imediato, tanto na parte endóssea, como em sua fase protética. Na parte endóssea, o implante deve apresentar uma macroestrutura com passo de rosca progressivo para proporcionar maior transmissão de carga ao osso esponjoso, protegendo o osso cortical, reduzindo assim a reabsorção óssea peri-implantar6. O contato osso/ implante na posição final deve ser máximo, assim como a estabilidade inicial, para que este implante possa ser carregado imediatamente7. A superfície deste implante, junto com a sua macroestrutura, deve apresentar algum tratamento capaz de proporcionar uma microestrutura viável para as células osseoindutoras, como banhos ácidos e jateamento com nanopartículas. Esta superfície, através de sua microestrutura, deverá permitir o seu molhamento pelo suprimento sanguíneo em poucos minutos, que proporcionará a formação de uma rede de fibrina mais rapidamente, facilitando a migração de células osseoindutoras para a superfície do implante, criando condições ideais para o espraiamento celular, que resulta em maior contato osso/ implante8. Isto promove um aumento na formação óssea e acelera a osseointegração, favorecendo o carregamento imediato do implante9. Na fase protética, principalmente por se tratar de uma reabilitação unitária, deve-se ter como objetivo aumentar a estabilidade na interface implante/componente protético e, para isso, o melhor implante a ser selecionado é aquele que possui a interface protética interna, com característica cone-morse. Esta fornece uma conexão estável entre implante e pilar, gerando uma soldadura fria entre esses elementos10, microgap menor e mais centralizado e aumento da resistência aos micromovimentos, proporcionando uma união rígida11. Esta interface cônica apresenta um desenho preciso de tal forma que, durante a instalação do pilar junto ao implante, ocorra íntima adaptação entre as superfícies sobrepostas. Com um microgap mínimo e mais centralizado entre os dois componentes, o pilar apresenta maior resistência aos movimentos rotacionais e, em cargas horizontais, que representam o fator crítico em elementos unitários11. Outra característica importante é o sistema de implante possuir plataforma switching, onde a transição entre o implante e o componente protético ocorre em uma posição central, proporcionando o estabelecimento de uma base horizontal larga para o crescimento de tecidos moles e duros no ombro do implante12 em curto prazo. Relato de Caso Clínico | Caderno Científico Esse deslocamento interno da junção implante/componente protético para longe da borda externa do implante e do osso circundante (plataforma switching ou shifting) tem sido documentado como uma maneira de diminuir o efeito da posição do microgap em relação ao processo inflamatório presente no tecido conjuntivo e nos tecidos circundantes13-14. Foi encontrado em um estudo que após um ano de inserção de uma restauração denominada como definitiva, os valores médios encontrados para a perda da crista óssea foram de 0,22 mm ± 0,53 mm para cada implante que apresentava sua conexão protética com desenho de sua plataforma modificada, enquanto os implantes controles mostraram uma perda óssea de 2,02 mm ± 0,49 mm15. Resultados semelhantes foram encontrados e em um deles foi registrada perda óssea de 0,76 mm, enquanto que na área controle dos implantes a perda óssea foi de 2,53 mm16. A busca de estética máxima é fundamental para as restaurações dentárias anteriores. Os componentes protéticos de implantes confeccionados em cerâmica são preferíveis aos de metal, uma vez que fornecem melhor translucidez e reduzido risco de uma aparência não natural ou acinzentada através dos tecidos, especialmente em pacientes com biotipo gengival fino17. Óxido de zircônio (zircônia) é comumente utilizado para a confecção de pilares cerâmicos de implantes devido à sua alta resistência à fratura18, baixa condutividade térmica, baixa corrosão, alta biocompatibilidade e a interação favorável com tecidos moles e duros19. Muitos tipos diferentes de componentes protéticos de zircônia estão disponíveis no mercado para os sistemas de implantes de duas partes. No entanto, há poucos dados disponíveis sobre o tamanho do gap marginal na interface implante/pilar, que pode oferecer um nicho para bactérias orais20-23. A presença de bactérias no gap implante/pilar tem sido associada com a inflamação crônica dos tecidos20 e a reabsorção do osso alveolar peri-implantar24-25. A aderência bacteriana também pode ser influenciada pelo material utilizado para pilares de implantes. Os estudos in vivo da colonização microbiana em discos de titânio e zircônia mostraram que a zircônia tinha probabilidade significativamente menor de colonização26. Nos últimos anos, as várias empresas de implantes introduziram pilares confeccionados em zircônia com formato anatômico, para ser usado em espaços interdentais incomuns ou em condições oclusais ou estéticas difíceis e para modificações individuais dos tecidos moles. Além das questões biológicas, tem sido mostrado que o desajuste marginal entre um implante e um pilar é capaz de causar o afrouxamento do parafuso e facilita o risco de fratura do pilar27. De fato, as desadaptações marginais resultam na transmissão de altas tensões para o osso alveolar e componentes dos implantes dentários28. Em estudo laboratorial foi encontrado que a conexão implante/componente protético de titânio mostrava um encaixe significativamente melhor do que para as três conexões de zircônia estudas e seus gaps eram em média três a sete vezes maiores se comparados com o gap existente na interface implante/componente protético de titânio29. Apesar desses dados, a literatura recomenda o uso de componentes protéticos confeccionados em zircônia; porém, sugere que ele deve ser utilizado com cuidados para restaurações unitárias na região estética30. O objetivo desse trabalho foi demonstrar, por meio de um relato de caso clínico, uma alternativa para se reabilitar uma área anodôntica unitária na região anterior de uma maxila com implante cônico, com conexão protética do tipo cone-morse e componente protético confeccionado em zircônia, especificando as vantagens e as limitações deste modelo de reabilitação protética implantossuportada. Relato de Caso Clínico Paciente jovem, sexo feminino, com 21 anos, saudável e sem alterações sistêmicas relevantes, apresentou durante a anamnese a vontade de colocar um dente no espaço do canino para resolver a ausência do incisivo lateral superior esquerdo. A paciente relatou que durante o tratamento com Ortodontia, o canino foi tracionado e posicionado no espaço onde deveria estar o incisivo lateral (Figura 1). Ao exame físico e com o auxílio de uma radiografia panorâmica observou-se a possibilidade de colocação, no espaço do canino, de um implante de conexão protética cone-morse, com diâmetro de 3,5 mm e Figura 1 Vista frontal do caso clínico com o espaço anodôntico na região do dente 13. ImplantNews 2013;10(1):71-8 73 Muglia VA • Sorgini DB • Cunha TR comprimento de 9,5 mm (Ankylos, Dentsply Friandent). Realizou-se a instalação do implante sem a necessidade de enxertos ósseos e biomateriais ou manobras cirúrgicas de enxerto gengival, posicionando-se a plataforma do implante 1 mm abaixo da crista óssea. O torque de instalação de 35 Ncm permitiu a restauração imediata sobre um pilar standard reto (Figura 2). A coroa provisória em resina acrílica foi reembasada e cimentada com cimento provisório a base de óxido de zinco. Após três meses foi observado clinicamente que a mucosa peri-implantar apresentava-se saudável (Figuras 3 a 5). Foi então executada a moldagem de transferência com silicone de adição para a obtenção do modelo de trabalho (Figuras 6 e 7). Com este modelo foi realizada a seleção de um componente protético estético de zircônia (Figura 8). Este pilar foi preparado e sobre o mesmo foi confeccionada uma infraestrutura em zircônia pelo sistema CAD/CAM (Figuras 9 e 10). Em seguida, procedeu-se a prova da infraestrutura e, esta estando correta, foi arrastada de sua posição por meio de uma moldagem com alginato (Figura 11). Obtido o modelo com a infraestrutura em posição, a coroa pôde ser confeccionada e levada à cavidade bucal para a verificação da cor e a conferência do ponto de parada em cêntrica e da guia lateral (Figuras 12 e 13). Após estas conferências, esta coroa livre de metal foi cimentada (Figura 14). O controle clínico foi realizado semanalmente no primeiro mês, quinzenalmente no segundo e mensalmente nos seguintes. Após 30 dias foi possível observar a saúde dos tecidos periodontais e peri-implantares, boa adaptação da coroa cerâmica e adequado contorno dos tecidos moles marginais (Figura 15) que favorecem a estética e permitem a satisfação do paciente quanto aos resultados estéticos obtidos. No exame radiográfico periapical pôde-se observar a osseointegração do implante, o componente protético e a coroa em perfeita adaptação junto ao tecido ósseo e entre si (Figura 16). Figura 2 Implante instalado com coroa provisória cimentada. Figura 3 Aspecto clínico após três meses da colocação do implante ainda com a coroa provisória, recuperando o volume e o formato dos tecidos peri-implantares e o formato dental. Figura 4 Aspecto clínico após três meses de colocação do implante com o pilar standard. Já é possível observar o formato e a saúde dos tecidos peri-implantares. Figura 5 Conformação do perfil de emergência gengival com a coroa provisória, que atua conduzindo o contorno gengival, proporcionando a formação de uma arquitetura aos tecidos peri-implantares. 74 ImplantNews 2013;10(1):71-8 Relato de Caso Clínico | Caderno Científico Figura 6 Posicionamento do transferente para moldagem. Figura 7 Molde com transferente e análogo do implante. Figura 8 Pilar balance Cercon posicionado no modelo. Figura 9 Vista frontal com o pilar balance Cercon posicionado no implante. Figura 10 Prova do coping. Figura 11 Coping arrastado em molde com alginato. ImplantNews 2013;10(1):71-8 75 Muglia VA • Sorgini DB • Cunha TR Figura 12 Coroa finalizada posicionada no modelo. Figura 13 Coroa e pilar. Figura 14 Coroa cimentada no dia da instalação. Figura 15 Coroa em posição após 30 dias. Discussão Figura 16 Radiografia periapical com a coroa cimentada após um ano. 76 ImplantNews 2013;10(1):71-8 Tem sido definido na literatura que uma prótese sobreimplante estética é aquela que está em harmonia com as estruturas faciais periorais do paciente. Os tecidos estéticos peri-implantares, incluindo altura, saúde, cor, volume, contorno, devem estar em harmonia com a dentição saudável adjacente e a restauração deve mimetizar o aspecto natural da(s) unidade(s) dentária(s) ausente(s) em cor, forma, textura, tamanho e propriedades ópticas2. O tratamento com implantes na região anterior da maxila é um procedimento avançado e complexo, que requer um planejamento abrangente e uma execução cirúrgica precisa, baseada em uma abordagem guiada pela restauração5. A seleção apropriada do paciente é fundamental na obtenção de resultados estéticos. No caso de prótese do tipo carga imediata, o complexo dentogengival deve apresentar-se normal (3 mm de margem gengival Relato de Caso Clínico | Caderno Científico livre por vestibular e 4,5 mm na região interproximal), a posição dentária centrada, com as tabuas ósseas vestibular e lingual e biotipo gengival de moderado a espesso12. O tipo e o tamanho do implante devem ser baseados na anatomia do sítio e na restauração planejada. Uma escolha inapropriada do corpo do implante e na dimensão da plataforma pode resultar em complicações nos tecidos duros e/ou moles. Para a reposição unitária em sítios sem deficiências teciduais, resultados previsíveis podem ser alcançados, incluindo a estética, pois o suporte ao tecido é fornecido pelos dentes adjacentes4-5. Foram as análises desses estudos que possibilitaram realizar o planejamento e a execução desse caso clínico, que incluiu a colocação de um implante cônico de diâmetro reduzido com tratamento de superfície e conexão protética do tipo cone-morse associado ao conceito de plataforma switching. A correta indicação do tipo de implante a ser utilizado na maxila colabora muito para o aumento das taxas de sucesso destes casos. Temos no mercado, implantes com desenhos específicos para aumentar a estabilidade primária, favorecendo o processo inicial de cicatrização óssea ao redor do implante e posteriormente a osseointegração, que só será consolidada pelos estímulos transmitidos ao osso pelas forças mastigatórias fisiológicas5. O implante do tipo cônico utilizado no caso baseia-se na geometria para favorecer a estabilidade primária e a consequente cicatrização óssea. Outro detalhe importante em relação ao implante selecionado é a conexão protética cone-morse que, associada ao conceito da platforma switching, apresenta uma série de vantagens quando comparada aos outros tipos de conexões, principalmente, as de hexágono externo e interno10. As principais vantagens que a conexão conemorse apresenta são: maior estabilidade do componente protético e consequente eliminação do problema de afrouxamento dos parafusos; menor gap entre o implante e o componente protético, proporcionando a diminuição dos efeitos indesejáveis das toxinas bacterianas sobre o osso peri-implantar; distância entre a interface implante/componente protético e a crista óssea, uma característica da plataforma switching, que proporciona a preservação da crista óssea e com isso mantém a estabilidade dos tecidos moles peri-implantares; a possível instalação do implante abaixo da crista óssea pode proporcionar o recobrimento da plataforma do implante com tecido ósseo, porque no tipo de implante utilizado existe tratamento de superfície em toda a plataforma. Nos dentes naturais, o tecido conjuntivo está inserido ao cemento através das fibras colágenas, enquanto que nos implantes essa inserção é impossível de acontecer. Ao redor dos componentes protéticos, ocorre uma adesi- vidade do epitélio juncional e da inserção conjuntiva com baixa resistência mecânica. Caso não haja bioadesividade, haverá migração dos tecidos moles em sentido apical até o nível do implante24. Portanto, a escolha de materiais biocompatíveis passa a ser importante para o sucesso do tratamento. Para a obtenção de tratamento com alto resultado estético na região anterior é importante a seleção de um componente protético fabricado em óxido de zircônio estabilizado por óxido de ítrio. Este componente oferece boa estabilidade mecânica, apresenta excelente biocompatibilidade19, diminui a adesão de placa26, proporciona a formação de tecido mole peri-implantar denso e restauração completamente livre de metal com qualidade dinâmica de luz comparável aos dentes naturais. Deve-se salientar que a limitação desse componente é a presença de gap maior quando comparado ao gap presente entre a interface implante/componente protético de titânio29. Entretanto, devido ao número limitado de estudos científicos bem conduzidos, uma revisão sistemática concluiu que os componentes protéticos de zircônia podem ser utilizados, mas com cuidados, para a confecção de reabilitação unitária na área estética30. Por estas razões, para este caso clínico foi escolhido o componente protético de zircônia, mas sabendo que a literatura recomenda o seu uso com cautela. A restauração imediata foi adotada, como encontrado na literatura, para melhorar a estabilidade do tecido durante o período de cicatrização, pois a presença de uma restauração provisória deu um suporte imediato para os tecidos gengivais supracristais, mesmo na presença de um pilar transmucoso longo, devido a posição subcristal do ombro do implante. O uso dos implantes dentários na zona estética é bem documentado na literatura. Diversos estudos clínicos controlados mostram que as taxas de sobrevivência e sucesso são similares às relatadas em outras regiões dos maxilares19. Entretanto, a maioria destes estudos não inclui parâmetros estéticos bem definidos. Atualmente, a literatura não é conclusiva sobre certas abordagens cirúrgicas com objetivos estéticos, como a cirurgia sem retalho e a colocação imediata ou tardia do implante, com ou sem carga imediata na região anterior da maxila. Conclusão A reposição unitária com implante na região anterior da maxila é um desafio significativo ao cirurgião-dentista devido as suas implicações estéticas. De acordo com o caso clínico relatado, concluímos que o resultado estético da reposição de dentes anteriores através de prótese uniImplantNews 2013;10(1):71-8 77 Muglia VA • Sorgini DB • Cunha TR tária implantossuportada é previsível, desde que ocorra bom planejamento, sempre iniciado pelo planejamento da prótese, e que todos os passos, cirúrgicos e protéticos, sejam realizados de forma adequada. ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Não recebemos honorários de apresentações vindos de organizações que com fins lucrativos possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho, não estamos empregados pela entidade comercial que patrocinou o estudo e também não possuímos patentes ou royalties, nem trabalhamos como testemunha especializada, ou realizamos atividades para uma entidade com interesse financeiro nesta área. Nota de esclarecimento Nós, os autores deste trabalho, não recebemos apoio financeiro para pesquisa dado por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Nós, ou os membros de nossas famílias, não recebemos honorários de consultoria ou fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho, não possuímos ações ou investimentos em organizações que também possam ter Endereço para correspondência: Valdir Antonio Muglia (Forp-USP) Av. do Café, s/n – Bairro Monte Alegre 14040-904 –Ribeirão Preto – SP Tel.: (16) 3602-0271 [email protected] Referências 1. Rodriguez, AM, Rosenstiel, SF. Esthetic considerations related to bone and soft tissue maintenance and development around dental implants: Report of the Committee on Research in Fixed Prosthodontics of the American Academy of Fixed Prosthodontics. J Prosthet Dent 2012;108:259-67. 2. Buser D, Martin W, Belser U. Optimizing esthetics for implant restorations in the anterior maxilla: anatomic and surgical considerations. Int J Oral Maxillofac Implants 2004;199(Suppl);43-61. 3. Adell R, Eriksson B, Lekholm U, Brånemark PI, Jemt T. 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Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi realizar, através de uma revisão da literatura, a busca de estudos longitudinais avaliando o desempenho clínico dos implantes, bem como os parâmetros e as escalas de sucesso utilizados por eles. Unitermos – Implantes dentários; Estudos longitudinais; Sucesso dos implantes; Sobrevivência dos implantes. Vittorio Moraschini* Enzo Tetzner** Gustavo Oliveira dos Santos*** Raphael Vieira Monte Alto**** ABSTRACT Nowadays, there is an increasing demand for dental implant treatment to replace lost teeth. This can be due to great patient awareness about the related success and benefits of this therapy. Thus, the use of well-established materials, techniques, and protocols for predictable outcomes, as well as new longitudinal studies, is mandatory. The first study on osseointegrated implants was published in 1981 and since then several papers were presented. However, long-term studies are scarce. In this way, the aim of this paper is to review longitudinal studies regarding the long-term performance of dental implants along with its scales and parameters used to define success levels. Key Words – Dental implants; Longitudinal studies; Implant success; Implant survival. Recebido em out/2012 Aprovado em dez/2012 80 ImplantNews 2013;10(1):80-5 *Mestre em Clínica Odontológica – Universidade Federal Fluminense, UFF. **Mestrando em Clínica Odontológica – Universidade Federal do Espírito Santo, Ufes. ***Especialista em Periodontia – ABO; Mestre em Clínica Odontológica e professor adjunto – UFF; Doutor em Dentística – Uerj. ****Especialista em Dentística – UFF; Mestre em Clínica Odontológica e professor adjunto – UFF; Doutor em Dentística – Uerj. Revisão da Literatura | Caderno Científico Introdução Desde os primórdios da civilização, o homem vem manifestando a preocupação em repor os dentes perdidos. Inúmeras técnicas e materiais foram utilizados no passado, embora muitas vezes com baixos índices de sucesso, razão pela qual muitos foram abandonados ou substituídos. Até a década de 1960, os procedimentos para implantar os dentes eram realizados de forma empírica, ou seja, baseados no sucesso e insucesso1. Somente a partir de 1964, através da descoberta da Osseointegração2 e, consequentemente, da realização da primeira publicação científica1 demonstrando a possibilidade do uso de implantes de titânio em forma de parafuso para a ancoragem de próteses implantossuportadas, a Implantodontia começava a deixar de ser uma ciência experimental para transformar-se em uma ciência melhor compreendida e baseada em evidências científicas. Contudo, muitos insucessos ocorreram até que os implantes pudessem ser confiáveis e seguros; e para isso, os estudos longitudinais foram e são fundamentais. A maioria dos estudos avaliando os implantes dentários realiza um acompanhamento clínico com foco na sobrevivência dos mesmos, ou seja, realizam apenas uma análise quantitativa sem discutir as complicações biológicas que ocorreram durante o período de acompanhamento3. Os primeiros estudos longitudinais4-5 avaliando os implantes osseointegráveis foram publicados na década de 1980. Hoje, com mais de 30 anos de evidências científicas, a utilização clínica dos implantes vêm demonstrando bons resultados através de inúmeros trabalhos científicos. O objetivo deste trabalho foi buscar, através de uma revisão da literatura, os estudos longitudinais disponíveis na literatura, bem como discutir os parâmetros e as escalas de sucesso disponibilizados por eles. Revisão da Literatura Quando lemos trabalhos longitudinais sobre os implantes osseointegráveis, devemos estar familiarizados com alguns termos frequentemente utilizados. Rotineiramente nesses estudos são empregados os termos sucesso e sobrevivência. Porém, tais termos ainda geram confusão para alguns profissionais quanto a diferença de seus significados6. O termo sobrevivência significa apenas o número ou percentual de implantes que apresentam-se fisicamente nos seus locais de instalação, independente da situação biológica, ou seja, apenas uma classificação quantitativa7. Desde a popularização dos implantes osseointegráveis, inúmeros autores propuseram parâmetros e escalas para definirem o sucesso dos implantes. Porém, até hoje, inexiste uma padronização ou um consenso na literatura mundial, o que dificulta a classificação e a comunicação entre os profissionais10. Os defensores deste método dizem ser uma forma mais simples de apresentação dos resultados8. Por outro lado, o termo sucesso possibilita uma análise qualitativa das condições biológicas e complicações mecânicas ocorridas com o implante no período de observação7. Para que o sucesso ou fracasso de um implante possa ser avaliado, alguns parâmetros tornam-se necessários9. Desde a popularização dos implantes osseointegráveis, inúmeros autores propuseram parâmetros e escalas para definirem o sucesso dos implantes. Porém, até hoje, inexiste uma padronização ou um consenso na literatura mundial, o que dificulta a classificação e a comunicação entre os profissionais10. Em um trabalho clássico e vastamente referenciado na literatura mundial11 foram propostos alguns critérios para que fosse estabelecido o sucesso de um implante. Foram eles: a) imobilidade do implante; b) ausência de radiolucidez na região peri-implantar ao exame radiográfico; c) perda óssea vertical anual inferior a 0,2 mm após o primeiro ano em função; d) ausência de abcesso, dor, parestesia ou violação do canal mandibular; e) taxa de sucesso de 85% após cinco anos de observação e 80% no período de dez anos. ImplantNews 2013;10(1):80-5 81 Moraschini V • Tetzner E • dos Santos GO • Alto RVM Outros autores12 propuseram parâmetros clínicos periodontais para avaliar o sucesso dos implantes, foram eles: a) profundidade de sondagem; b) nível de inserção; c) faixa de gengiva queratinizada; d) supuração; e) sangramento a sondagem; f) índices gengivais e de placa. Um trabalho prospectivo longitudinal avaliou os parâmetros clínicos periodontais relacionando-os ao sucesso ou insucesso dos implantes osseointegráveis. Foram avaliados os seguintes parâmetros: índice de placa, espessura de mucosa queratinizada, índice de inflamação gengival, profundidade de sondagem e altura do pilar protético (abutment) em relação a mucosa gengival. Foram avaliados 46 pacientes com um número total de 238 implantes instalados. Os autores concluíram após nove anos de acompanhamento que os índices periodontais quando aplicados aos tecidos peri-implantares possuem valor limitado e pouca expressão clínica quando utilizados para avaliar o sucesso dos implantes a longo prazo13. Apesar de os índices periodontais serem frequentemente utilizados para avaliar os implantes dentários, os mesmos por si só não definem o sucesso ou fracasso dos implantes. Tais índices devem estar relacionados a outros fatores, como exsudato ou sobrecarga protética14. Um outro autor15, também tentando obter parâmetros para o estabelecimento de um índice de saúde peri-implantar, sugeriu os seguintes critérios: ausência de queixas subjetivas persistentes, tais como dor, sensação de corpo estranho e/ou disestesia (alteração na sensibilidade táctil), ausência de infecção peri-implantar recorrente com supuração, ausência de mobilidade e, por fim, ausência de radiolucidez contínua em torno do implante. Em 2008, foi proposto e aceito no Congresso Internacional dos Implantodontistas (Icoi)8, Tabela 1, realizado na cidade de Pisa, Itália, que um implante bem-sucedido seria aquele que não apresentasse reabsorção óssea maior que 2,0 mm desde a radiografia inicial, independente da data, acompanhados por radiografias de rotina. Os primeiros estudos longitudinais avaliando os implantes osseointegráveis foram publicados em 1983. Hoje, com mais de 30 anos de evidências científicas, a utilização clínica dos implantes vêm demonstrando bons resultados através de inúmeros trabalhos científicos4-5. Contudo, para que os dados relacionados com as taxas de sobrevivência e sucesso possam ser devidamente analisados, um tempo mínimo de cinco anos de acompanhamento seria o aconselhável16. Até o presente momento, poucos trabalhos realizaram um acompanhamento superior a dez anos17. A maioria dos estudos longitudinais avalia apenas a sobrevida dos implantes, ou seja, realiza apenas uma análise quantitativa, subestimando a importância dos dados referentes a saúde dos mesmos. Em uma revisão sistemática, que incluiu 260 estudos, 60% destes eram em relação a sobrevida e apenas 15,7% estudaram o sucesso10. Em 2002, foram realizadas duas revisões sistemáticas analisando estudos longitudinais de até cinco anos. Na primeira foi observada uma taxa de sobrevida dos implantes de 97,5% até a cirurgia de segundo estágio18. No outro trabalho, foi observada uma sobrevida de 96,5% para 1.583 implantes instalados em diversas regiões da boca19. TABELA 1 – ESCALA DE SAÚDE PARA OS IMPLANTES DENTÁRIOS PROPOSTA PELO ICOI* Escala de qualidade I Sucesso (saúde ótima) a) Ausência de dor ou sensibilidade em função. b) Ausência de mobilidade. c) Perda óssea radiográfica < 2 mm a partir da cirurgia inicial. d) Ausência de exsudato. II Sobrevivência satisfatória a) Sem dor durante atividade. b) Ausência de mobilidade. c) 2-4 mm de perda óssea radiográfica. d) Ausência de exsudato. III Sobrevivência comprometida a) Sem dor durante atividade. b) Ausência de mobilidade. c) 2-4 mm de perda óssea radiográfica. d) Ausência de exsudato. IV Falha (clínica ou absoluta) a) Dor durante atividade. b) Presença de mobilidade. c) Perda óssea radiográfica > 1/2 de extensão do implante. d) Exsudatos não controlados. e) Não está mais na boca. *International Congress of Oral Implantologists8. 82 Condições clínicas ImplantNews 2013;10(1):80-5 Revisão da Literatura | Caderno Científico Em um estudo retrospectivo17 que avaliou o nível de reabsorção óssea e a sobrevida de 3.462 implantes do sistema Brånemark (NobelBiocare), em 640 pacientes durante 20 anos de acompanhamento, foi encontrada média de 2,5 mm de reabsorção óssea marginal e taxa de 98,2% de sobrevivência dos implantes. Com esses resultados, os autores concluíram que os implantes deste sistema apresentam uma perda óssea marginal estável durante os anos, bem como, uma alta taxa de sobrevida. Em um estudo retrospectivo17 que avaliou o nível de reabsorção óssea e a sobrevida de 3.462 implantes do sistema Brånemark (NobelBiocare), em 640 pacientes durante 20 anos de acompanhamento, foi encontrada média de 2,5 mm de reabsorção óssea marginal e taxa de 98,2% de sobrevivência dos implantes. Com esses resultados, os autores concluíram que os implantes deste sistema apresentam uma perda óssea marginal estável durante os anos, bem como, uma alta taxa de sobrevida. Visando avaliar as taxas de sucesso, sobrevida e nível de reabsorção óssea marginal ao redor de 316 implantes sustentando overdentures mandibulares foi realizado um estudo retrospectivo com 12 anos de acompanhamento. Como resultados foram encontradas taxa de 97,2% de sucesso, 98,5% de sobrevivência e média de perda óssea marginal de 2,67 mm. Os autores concluíram que os resultados apresentados demonstram alta taxa de sucesso neste tipo de tratamento20. Também visando avaliar o desempenho de 212 implantes de diferentes sistemas (NobelBiocare/Southern Implants/Steri-oss) sustentando próteses do tipo overdenture com diferentes tipos de attachments, em 106 pacientes, foi conduzido um estudo randomizado controlado (RCT) durante dez anos de acompanhamento. Durante o período de acompanhamento foi relatada uma taxa de 100% de sucesso e nenhum implante foi perdido21. Em um estudo recente que avaliou durante dez anos a sobrevida de 158 implantes do sistema NobelBiocare que receberam carregamento protético imediato, os autores obtiveram uma taxa de sucesso de 34,9% – de acordo com a escala do Icoi8 – e sobrevida de 97,2%. Foi encontrada também média de reabsorção óssea de 1,95 mm, levando a conclusão que o tratamento apresentou bons resultados durante o período de acompanhamento21. No que diz respeito ao comprimento dos implantes, apesar de alguns trabalhos relatarem menor taxa de sucesso dos implantes curtos14,22 e da utilização dos mesmos ainda ser controversa23, tais implantes possuem grande utilidade em casos no qual as condições ósseas residuais não permitem a instalação de implantes longos 23-24, evitando assim cirurgias reconstrutivas e, consequentemente, maior tempo de tratamento, maior morbidade e maior custo24. O termo implantes curtos é muitas vezes subjetivo. Enquanto alguns autores definem os implantes curtos como sendo implantes menores que 7 mm25 outros consideram curtos implantes menores que 10 mm26. Em 2011, foi realizada uma revisão sistemática de literatura avaliando implantes curtos 10 mm. Um total de 35 estudos em humanos foi incluído na revisão, totalizando 14.722 implantes avaliados. Destes, 659 falharam, perfazendo assim uma taxa de 4,5% de insucessos. As dimensões dos implantes avaliados e suas respectivas taxas de insucessos foram: 6 mm (4,1%), 7 mm (5,9), 7,5 mm (0%), 8 mm (2,5%), 8,5 mm (3,.2%), 9 mm (0,6%) e 10 mm (6,5%). A maioria dos insucessos, cerca de 57,9%, ocorreu antes da reabilitação protética. De acordo com os autores não houve diferença estatística entre as falhas de implantes curtos e implantes de tamanho padrão (standard), bem como nos procedimentos cirúrgicos de uma ou duas fases. Houve maior tendência de falhas nos implantes instalados na região da maxila e implantes usinados se comparados com os implantes instalados na mandíbula e implantes com tratamento de superfície. Os autores concluíram, também, que os implantes curtos quando indicados para casos de pouca disponibilidade óssea possuem um prognóstico a longo prazo semelhante aos implantes de tamanho standard23. ImplantNews 2013;10(1):80-5 83 Moraschini V • Tetzner E • dos Santos GO • Alto RVM Buscando descobrir se existe diferença na performance clínica de diferentes sistemas de implantes, uma revisão sistemática foi realizada avaliando estudos randomizados controlados com acompanhamento de até cinco anos. A partir dos estudos incluídos na revisão, seis diferentes sistemas de implantes com diferentes tratamentos de superfícies foram avaliados. Com base na análise dos estudos, os autores concluíram não haver evidência científica de que um tipo particular de implantes possui maior taxa de sucesso em relação aos outros a longo prazo. No entanto, tais autores concluíram também que essas conclusões foram baseadas em estudos muitas vezes com alto risco de viés, com poucos participantes e com períodos de acompanhamento relativamente curtos e sugerem que novos estudos controlados devem ser conduzidos27. Discussão Para que a sobrevivência e o sucesso dos implantes possam ser devidamente analisados, são necessários no mínimo cinco anos de acompanhamento16. Contudo, outros autores argumentaram que um período de cinco anos ainda pode ser pouco confiável para passar informações confiáveis, como a taxa de sobrevida dos implantes28. No que diz respeito ao comprimento dos implantes, um trabalho concluiu que os implantes curtos possuem maior taxa de insucesso se comparados aos implantes de maior comprimento22. Esta conclusão está em desacordo com outro trabalho que não encontrou diferenças estatisticamente significativas quando compararam os resultados da sobrevida entre implantes curtos e longos24. Um estudo longitudinal concluiu que houve maior número de perdas de implantes e maior nível de reabsorção óssea em pacientes fumantes e portadores de doenças sistêmicas – como diabetes e pacientes com histórico de doença periodontal7. Quanto ao tabaco, esta conclusão está suportada por outro trabalho que analisou a influência do tabaco na sobrevivência e no sucesso dos implantes29. Em contrapartida, foi publicada recentemente uma 84 ImplantNews 2013;10(1):80-5 revisão sistemática que analisou o impacto da diabetes e da glicemia na osseointegração. Esta concluiu que ainda não existem evidências científicas que confirmem a interação negativa da doença com a sobrevida dos implantes30. Conclusão Com base na revisão de literatura realizada, pôde-se concluir que: • Existem poucos estudos longitudinais de longo prazo avaliando o desempenho dos implantes osseointegráveis. • Apesar de existirem inúmeros parâmetros e escalas de sucesso disponíveis na literatura, até o prezado momento, não existe uma padronização ou um consenso entre as mesmas, o que de certa forma dificulta a comunicação entre os profissionais. • Dentro das limitações dessa revisão sistemática, podemos afirmar que os implantes osseointegráveis são seguros e apresentam altas taxas de sobrevivência e sucesso a longo prazo; desde que utilizados dentro de um correto plano de tratamento e um criterioso programa de manutenção. Nota de esclarecimento Nós, os autores deste trabalho, não recebemos apoio financeiro para pesquisa dado por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Nós, ou os membros de nossas famílias, não recebemos honorários de consultoria ou fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho, não possuímos ações ou investimentos em organizações que também possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Não recebemos honorários de apresentações vindos de organizações que com fins lucrativos possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho, não estamos empregados pela entidade comercial que patrocinou o estudo e também não possuímos patentes ou royalties, nem trabalhamos como testemunha especializada, ou realizamos atividades para uma entidade com interesse financeiro nesta área. Endereço para correspondência: Vittorio Moraschini Rua Gavião Peixoto, 183 – Sala 1.101 – Icaraí 24230-126 – Niterói – RJ Tel.: (21) 3026-8190 [email protected] Revisão da Literatura | Caderno Científico Referências 1. Brånemark P-I, Adell R, Breine U, Hansson BO, Lindström J, Ohlsson A. 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ImplantNews 2013;10(1):80-5 85 Revisão da Literatura | Caderno Científico O uso do beta-tricálcio fosfato como substituto ósseo em Odontologia Beta-tricalcium phosphate as a bone graft substitute in Dentistry: a literature review Fernanda Brasil Daura Jorge Boos* Rodrigo dos Santos Pereira** Eduardo Piza Pellizzer *** Idelmo Rangel Garcia Junior**** Eduardo Hochuli Vieira***** RESUMO A correção de defeitos ósseos consiste na restauração das estruturas perdidas, podendo ser substituídos por implantes aloplásticos ou enxertia de ossos. Devido às conhecidas desvantagens da remoção dos enxertos autógenos, grande parte das pesquisas em Odontologia busca desenvolver materiais, aloplásticos ou não, capazes de substituir osso suplantando essas limitações. O beta-tricálcio fosfato (β-TCP) é um substituto ósseo sintético, biocompatível, osteocondutor, disponível em forma de grânulos que pode ser utilizado em reconstruções alveolares. Neste trabalho, buscamos realizar uma revisão da literatura sobre as características do β-TCP e discorrer sobre sua aplicação na Odontologia. Unitermos – Substitutos ósseos; Odontologia; Transplante ósseo. ABSTRACT The correction of bone defects is the restoration of lost structures which can be replaced by alloplastic implants or bone grafts. Due to the known disadvantages of removal of autogenous grafts, most researches in dentistry aim to develop alloplastic or non-alloplastic materials able to replace bone without these limitations. Beta-Tricalcium Phosphate (β-TCP) is a synthetic granular bone substitute, biocompatible, osteoconductive, which can be used in the alveolar reconstruction. In this work, we perform a literature review on the β-TCP characteristics and discuss its application in dentistry. Key Words – Bone substitutes; Dentistry; Bone transplantation. *Mestranda em Odontologia, área de concentração: Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial – Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Unesp. **Mestrando em Odontologia, área de concentração: Implantodontia – Faculdade de Odontologia de Araçatuba, – Unesp. ***Professor adjunto da Disciplina de Prótese Parcial Removível e Implantodontia – Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Unesp. ****Professor adjunto do Departamento de Cirurgia e Clínica Integrada e coordenador do Programa de Pósgraduação em CTBMF e Implantodontia – Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Unesp. *****Professor assistente e doutor da Disciplina de Cirurgia, Departamento de Diagnóstico e Cirurgia – Faculdade de Odontologia de Araraquara, Unesp. Recebido em dez/2012 Aprovado em dez/2012 ImplantNews 2013;10(1):89-92 89 Boos FBDJ • Pereira RS • Pellizzer EP • Garcia Jr. IR • Vieira EH Introdução Revisão da Literatura Com a perda dos dentes, os estímulos que mantêm o osso alveolar desaparecem, entrando em processo degenerativo. Ocorre, primeiramente, o estreitamento de largura da crista óssea e, consequentemente, a diminuição do trabeculado e, em seguida, diminuição da altura1-3. O material de enxerto ideal deve ser osteogênico para estimular osteoblastos vivos a formar osso novo, osteocondutivo para servir como arcabouço para a invasão de vasos provenientes do osso vizinho, além de ser osteoindutivo para estimular células mesenquimais pluripotenciais a se diferenciar em osteoblastos4. Dentro deste contexto, o enxerto autógeno é o mais compatível e o que mostra melhores resultados, pois suas propriedades biológicas desencadeiam uma série de eventos que culminam na sua revascularização, incorporação e remodelação, permitindo a reabilitação com implantes osseointegráveis de forma mais previsível5. Entretanto, apresenta como desvantagens a morbidade do sítio doador; que pode incluir hematoma, edema, infecção e lesões vasculonervosas; e o aumento do tempo cirúrgico6. Outras opções reconstrutoras são o osso alógeno, o osso xenógeno e os materiais aloplásticos, o que consequentemente minimiza o grau de morbidade. No entanto, estes materiais não apresentam as propriedades osteogênicas dos enxertos autógenos7. Dentre os materiais aloplásticos, o beta-tricálcio fosfato (β-TCP) é utilizado desde a década de 1970, sendo considerado um substituto ósseo sintético biocompatível, osteocondutor, poroso, radiopaco e substituído por osso de seis a 18 meses após a sua implantação8-9. Este trabalho teve o propósito de fazer uma revisão sobre a utilização do beta-tricálcio fosfato como substituto ósseo, abordando tanto estudos em animais quanto em humanos e discorrer sobre a sua aplicação em Odontologia. De um total de 346 artigos encontrados, após uma análise, segundo os critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 15. Os dados foram analisados, cruzados e debatidos para a realização da redação com os resultados concludentes. As cerâmicas de fosfato de cálcio são reconhecidamente biocompatíveis, com propriedades bioativas e constituição química inorgânica semelhante à do osso natural10. As diferenças entre as várias marcas comerciais se devem a proporção de cálcio e fósforo, cristalinidade, temperatura de sinterização e outras características físicas, o que pode influenciar os resultados biológicos11. A hidroxiapatita (HA) [Ca10(PO4)6(OH)2] e o betatricálcio fosfato (β-TCP) [Ca3(PO4)] são cerâmicas de fosfato de cálcio largamente utilizadas com ótima atividade osteocondutiva12-13. Além de apresentarem diferenças na composição química, a hidroxiapatita é pouco ou não reabsorvível, enquanto o β-TCP é mais prontamente reabsorvido14. Diversos estudos têm avaliado clínica e histologicamente os efeitos da implantação de cerâmicas de fosfato de cálcio em diferentes sítios anatômicos. Estudos em defeitos ósseos na diáfise de fêmur de ratos foram preenchidos com β-TCP de fase pura. Após quatro dias, análises histológicas mostraram presença de fibroblastos permeando partículas do biomaterial. Observou-se formação óssea circundando a área de enxerto após sete dias e neoformação óssea com angiogênese entre as partículas após 14 dias. A formação de osso medular foi visualizada após 28 dias e degradação das partículas com substituição por tecido ósseo foi evidente após 56 dias15. Outro grupo de pesquisadores16 realizou defeitos em tíbias de mini pigs e preencheram com α-TCP ou β-TCP. Em seguida, foram instalados implantes ITI (Straumann) e, após 46 semanas, os autores ainda observaram incompleta osseointegração dos mesmos. A análise histomorfométrica apresentou taxa de contato osso/implante inferior a 25%. Embora, o β-TCP tenha mostrado taxa de reabsorção mais rápida até a vigésima semana, 95-97% de α e β-TCP haviam sido reabsorvidos somente após 86 semanas. Um estudo comparativo foi realizado entre o osso bovino inorgânico (Bio-Oss) e a cerâmica porosa β-TCP (Cerasorb) em defeitos ósseos mandibulares de cães. Foi realizado o preenchimento das cavidades e analisadas em dois períodos: 12 e 24 meses. Histologicamente, as amostras obtidas apresentaram neoformação óssea evidente nos sítios preenchidos com ambos os materiais, embora Material e Métodos Trata-se de um estudo de revisão da literatura realizado por meio de buscas nas bases de dados Scielo, PubMed, MedLine, Cochrane e Bireme, no período de janeiro de 2000 a maio de 2012, utilizando os seguintes descritores: beta tricalcium phosphate, dentistry, sinus augmentation e sinus lift. Os critérios de inclusão foram: artigos clínicos, laboratoriais e de revisão que estudavam ou comparavam o reparo ósseo do beta-tricálcio fosfato em animais e humanos. Foram excluídas as réplicas e os estudos cujo idioma não fosse o inglês, o espanhol ou o português. 90 ImplantNews 2013;10(1):89-92 Revisão da Literatura | Caderno Científico as partículas de Bio-Oss tenham ocupado grande parte do volume tecidual. Por outro lado, apenas resíduos de Cerasorb foram observados após 12 meses e nenhum sinal de suas partículas após 24 meses, indicando completa reabsorção do biomaterial17. Estudos realizados em humanos procuravam demonstrar o potencial da cerâmica β-TCP (Cerasorb) como material de enxerto substituto ao osso autógeno. Enxertos em seios maxilares, bilateralmente, foram realizados em 20 pacientes. O Cerasorb foi usado no lado experimental e osso autógeno no lado controle, randomizadamente. Implantes foram colocados seis meses após os procedimentos. As análises histológicas e histomorfométricas não demonstraram diferenças significantes entre o lado experimental e o lado controle em termos de quantidade e velocidade de ossificação18. Um estudo clínico e prospectivo, em humanos, procurou avaliar os resultados da utilização de β-TCP (Cerasorb) e osso autógeno do mento, em cirurgias de elevação do seio maxilar. Após seis meses de reparação, implantes ITI foram instalados e, no mesmo momento, foram realizadas biópsias com uma broca trefina de 3,5 mm. As características clínicas no momento da implantação diferenciavam especialmente em relação à aparência clínica e à resistência da broca, entre os grupos19. Resultados semelhantes foram obtidos por outro grupo de pesquisadores que compararam os efeitos da cerâmica β-TCP (Cerasorb) e de enxerto ósseo autógeno como materiais de preenchimento do seio maxilar. A membrana do seio foi cirurgicamente elevada bilateralmente para inserção dos biomateriais20. Espécimes de biópsias obtidas em seios maxilares enxertados com β-TCP (Cerasorb) demonstraram, histologicamente, formação óssea em meio ao biomaterial com envolvimento de algumas partículas por tecido conjuntivo fibroso após seis meses de reparação. Por meio de reações de imuno-histoquímica, os autores identificaram numerosas células osteoblásticas em meio ao tecido conjuntivo fibroso permeando as partículas de Cerasorb, além de ocasionais células osteoclásticas mono e binucleadas, positivas para a enzima fosfatase ácida tartarato-resistente (TRAP), no tecido conjuntivo fibroso e na superfície das partículas de Cerasorb. As frequências de ambos os tipos celulares diminuíram apicalmente com o aumento da distância vertical da superfície óssea maxilar21. O método hidrotermal de produção de hidroxiapatita foi utilizado por um grupo de pesquisadores22 para a produção de β-TCP. Uma cerâmica com microestrutura de cristais alongados de 20 µm de comprimento foi obtida e denominada de β-TCP Rod-shaped (RS β-TCP), diferenciando-se das demais β-TCP que apresentam microestrutura granular. Para avaliar as respostas teciduais frente a esse biomaterial, implantou-se cilindros de β-TCP convencional (C β-TCP) e de RS β-TCP em fêmur de coelhos para avaliação histológica nas áreas de enxerto após 24 semanas. Os resultados mostraram que sítios de RS β-TCP exibiram maior formação óssea e degradação de partículas do biomaterial e que nos sítios de C β- TCP a quantidade de osso neoformado foi menor, além desse osso mostrar maiores áreas de medula óssea. Análise in vitro de discos de RS β-TCP e C β-TCP incubados com células osteoclásticas de camundongo mostrou lacunas de reabsorção óssea em ambos os materiais, embora as concentrações de cálcio tenham sido maiores no meio de cultura com RS β-TCP do que com C β-TCP23. Embora as cerâmicas β-TCP convencionais permitam praticamente a completa substituição por osso neoformado, sua microestrutura granular não suporta forças maiores, o que limita sua utilização quando utilizada em blocos para preenchimento de defeitos alveolares laterais sujeitos a compressão por forças musculares. Na tentativa de se obter maior resistência mecânica de blocos de enxerto, realizaram-se estudos em blocos de RS β-TCP, os quais também apresentam interconectividade dos poros essenciais para a neoformação óssea, e os implantaram em defeitos laterais de mandíbula em coelhos. Análise histomorfométrica revelou que blocos de R β-TCP apresentaram maior estabilidade dimensional que cerâmica β-TCP convencional (Osferion), a qual sofreu colapso do bloco após 12 semanas24. Discussão Para que as limitações da remoção dos enxertos autógenos sejam superadas, os cirurgiões podem lançar mão da utilização de biomateriais de origem sintética que possibilitam, em muitos casos, a diminuição ou a eliminação do uso de materiais de origem biológica. Dentro deste grupo de materiais sintéticos, podemos enquadrar as cerâmicas de fosfato de cálcio: hidroxiapatita e o beta-tricálcio fosfato. A hidroxiapatita é pouco ou não reabsorvível, enquanto o β-TCP é totalmente reabsorvido em um período relativamente rápido (seis a 18 meses). Esta afirmativa vai de acordo com pesquisas que sugerem o β-TCP de alta pureza como um material de excelente osteocondutividade e que sua degradação ocorre concomitantemente à neoformação óssea15. Estes dados são vistos por outros autores onde resíduos de Cerasorb foram observados após 12 meses e nenhum sinal de suas partículas após 24 meses, indicando completa reabsorção do biomaterial17. Outros estudos demonstram resultados onde se pode observar partículas de Cerasorb sustentando a invasão e ImplantNews 2013;10(1):89-92 91 Boos FBDJ • Pereira RS • Pellizzer EP • Garcia Jr. IR • Vieira EH diferenciação de numerosas células osteoprogenitoras e que a escassez de osteoclastos ao redor das partículas do biomaterial pode significar que sua degradação ocorra predominantemente por dissolução química. Este mesmo estudo propõe que a abundante presença de células osteoblásticas, em meio ao tecido conjuntivo fibroso, poderia levar à substituição gradativa desse tecido por tecido ósseo a longo prazo21. De acordo com as pesquisas apresentadas, o Cerasorb é um material de enxerto satisfatório, apresentando características clínicas comparáveis às do osso autógeno18. Estes resultados vão de acordo com outras pesquisas onde se demonstrou que o Cerasorb provou ser um efetivo substituto ao osso autógeno, pois, após seis meses do preenchimento com o material cerâmico, o tecido ósseo da elevação do seio maxilar estava forte e adequado para a ancoragem de implantes, de forma semelhante aos seios preenchidos com osso autógeno20. Com relação à instalação de implantes em sítios enxertados com beta-tricálcio fosfato, pesquisas apontam que o ideal é a inserção dos implantes em período mais tardio, cerca de cinco a seis meses após preenchimento com α ou β-TCP16. Esses resultados corroboram que a microestrutura deste biomaterial, além de afetar a atividade de células ósseas, também interfere nas propriedades Referências 1. Misch CE. Implantes dentários contemporâneos. 2a ed. São Paulo: Ed. Santos, 2000. p. 469-95. 2. Lekholm U, Zarb GA. Patient selection and preparation. In: Brånemark P-I, Zarb GA, Albreksson T. Tissue-integrated protheses. 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Nós, ou os membros de nossas famílias, não recebemos honorários de consultoria ou fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho, não possuímos ações ou investimentos em organizações que também possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho, não estamos empregados pela entidade comercial que patrocinou o estudo e também não possuímos patentes ou royalties, nem trabalhamos como testemunha especializada, ou realizamos atividades para um entidade com interesse financeiro nesta área. Endereço para correspondência: Fernanda Brasil Daura Jorge Boos Rua Paranaguá, 1.900 – Apto. 501 – Jardim Higienópolis 86020-030 – Londrina – PR [email protected] Periodontal Regeneration. J Periodont 2005;76:1601-22. Review. 15. Kondo N, Ogose A, Tokunaga K, Ito T, Arai K, Kudo N et al. Bone formation and resorption of highly purified β-tricalcium phosphate in the rat femoral condyle. Biomaterials 2005;26:5600-8. 16. Wiltfang J, Merten HA, Schlegel KA, Schultze-Mosgau S, Kloss FR, Rupprecht S et al. Degradation characteristics of α and β tricalcium phosphate (TCP) in minipigs. J Biomed Mater Res 2002;63:115-21. 17. Artzi Z, Weinreb M, Givol N, Rohrer MD, Nemcovsky CE, Prasad HS et al. Biomaterial resorption rate and healing site morphology inorganic bovine bone and ß-tricalcium phosphate in the canine: a 24-month longitudinal histologic study and morphometric analysis. Int J Oral Maxillofac Implants 2004;19:357-68. 18. Szabó G, Huys L, Coulthard P, Maiorana C, Garagiola U, Barabás J et al. A prospective multicenter randomized clinical trial of autogenous none versus β-tricalcium phosphate graft alone for bilateral sinus elevation: histologic and histomorphometric evaluation. Int J Oral Maxillofac Implants 2005;20:371-81. 19. Zijderveld SA, Zerbo IR, Van den Bergh JP, Schulten EA, Ten Bruggenkate CM. 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Foram confeccionados três grupos: chama direta (C), laser (L) e TIG (T), onde os corpos de prova foram seccionados transversalmente. Em razão das características das soldagens laser e TIG que ocorrem apenas perifericamente, foram realizados outros dois grupos: laser (L1) e TIG (T1), em que os corpos de prova foram seccionados em chanfro de 45º. Os corpos de prova tiveram suas extremidades unidas com resina duralay e cada grupo passou pelo seu respectivo processo de soldagem, torneamento, simulação de cocção da porcelana e, finalmente, submetidos aos testes de flexão. Os valores numéricos registrados foram de 1,79 GPa (M), 1,37 GPa (C), 0,99 GPa (T), 1,26 GPa (T1), 1,03 GPa (L) e 1,09 GPa (L1). Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística (Anova – p < 0,5). Concluiu-se que todos os grupos laser e TIG apresentaram resultados semelhantes entre si; os grupos laser e TIG com preenchimento foram semelhantes ao grupo chama e todos os grupos soldados foram diferentes estatisticamente do grupo controle. Unitermos – Prótese dentária; Soldagem; Prótese parcial fixa; Soldagem à laser. ABSTRACT Soldering methods used to join fixed partial dentures favor prosthesis fit and distribution of masticatory forces, minimizing failures in the oral rehabilitation process. The aim of this work was to evaluate the flexural strength of different soldering methods as brazing, TIG, and laser welding using a Ni-Cr alloy. A control group (M) was made using one-piece castings. Also, other three groups were made by brazing (C), TIG (T), and laser (L) being sectioned in a transversal direction. Another two groups were ssectioned in a 45-degree chanfer configuration. The specimens were joined with acrylic resin and submitted to flexural tests. The numerical values were 1,79 GPa (M), 1,37 GPa (C), 0,99 GPa (T), 1,26 GPa (T1), 1,03 GPa (L) e 1,09 GPa (L1). The Anova test (p=0.05) was performed to identify possible significant differences among groups. The conclusions were: all Laser and TIG groups were statistically similar with the brazing group and all the experimental groups were statistically different from the control group. Key Words – Dental prosthesis; Soldering; Fixed partial denture; Laser welding. Recebido em out/2012 Aprovado em dez/2012 96 ImplantNews 2013;10(1):96-104 Jeovan da Silva* Takami Hirono Hotta** Wilson Matsumoto*** *Mestre em Reabilitação Oral, Departamento de Materiais Dentários e Prótese – Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. **Professor associado, Departamento de Materiais Dentários e Prótese – Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. ***Professor doutor, Departamento de Materiais Dentários e Prótese – Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico Introdução O sucesso de uma reabilitação oral está relacionado com a utilização de técnicas e materiais adequados que possibilitem que uma prótese fixa suportada por dentes ou implantes apresente uma distribuição uniforme de forças e uma adaptação exata e passiva1-2. A dificuldade em se obter uma boa adaptação das peças protéticas, principalmente quando extensas ou com estruturas metálicas fundidas em monobloco, seja pela contração de solidificação da liga ou por falta de paralelismo entre os retentores3, é considerada uma causa comum de insucesso das próteses fixas. Nestas condições, o emprego da soldagem é bem indicado, tendo em vista proporcionar melhor adaptação que as fundições em monobloco com comprimento semelhante4-5, apesar de existirem novas tecnologias como os sistemas CAD/CAM que não requerem a utilização de soldagem. Além do que este sistema encontra-se fora do alcance de grande parte dos laboratórios e clínicas odontológicas6. A engenharia tem contribuído para o surgimento de novas técnicas e equipamentos de soldagem, como uma alternativa à técnica convencional com maçarico7 ou chama direta. Dentre essas novas possibilidades destacam-se a solda a laser8 e a solda a arco elétrico em atmosfera de gás inerte – TIG (tungsten inert gas)9. O processo de soldagem a laser produz um feixe de luz de alta energia suficiente para provocar a fusão do próprio metal unindo as extremidades10. Já a soldagem TIG que ocorre em atmosfera inerte gera descarga elétrica entre um eletrodo de tungstênio e a peça a soldar, promovendo a união das extremidades por fusão7. Os diferentes métodos de soldagem apresentam suas vantagens e desvantagens. O processo de soldagem por chama direta apresenta oxidação, porosidade e sobreaquecimento, que é causado pelas altas temperaturas necessárias para a fluidez da solda até o preenchimento do espaço a ela destinado, o que pode conduzir às distorções5. Algumas condições, como locais de cantiléver e próteses parciais fixas com grandes espaços, podem contraindicar o uso da soldagem convencional11. A solda a laser apresenta vantagens sobre a convencional por produzir energia concentrada em um tempo operacional muito curto, gerando assim menos distorção; entretanto, apresenta resultados de resistência variáveis8,12-13, o que não ocorre com a solda TIG cujos valores de resistência são semelhantes aos do monobloco com menos porosidades e com facilidade de utilização, sendo então indicado para locais com exigência de alta resistência9,12-14. O objetivo deste trabalho foi avaliar e comparar a re- sistência flexural entre três métodos de soldagem: chama direta, TIG e laser utilizando equipamentos produzidos especificamente para a classe odontológica. Material e Métodos Os corpos de prova foram produzidos a partir de padrões de cera pré-fabricados (Ceras Babinete – Maringá/PR, Brasil), utilizados para formar o conduto de alimentação (Sprue) para fundições com diâmetro de 3,0 mm e comprimento de 40 mm para o grupo controle em monobloco e 22 mm de comprimento para cada metade dos corpos nos demais grupos. Houve a necessidade de um aumento no seu comprimento, devido ao processo de torneamento que exigia um aumento de 7 mm em uma das extremidade para que o corpo de prova pudesse ser pinçado pelo torno e no mínimo 3 mm de aumento na sua outra extremidade para confecção de um furo de centro, necessário para estabilizar o corpo durante o torneamento. Os corpos de prova cilíndricos, de 3 mm de diâmetro, foram fundidos em liga de Ni-Cr (Verabond 2, Aalba Dent, Califórnia, EUA) e agrupados de acordo com o método de soldagem, o tipo de junta e um grupo controle, sendo que cada grupo era composto por dez corpos de prova. Foram formados o grupo soldagem chama direta com secção transversal sem chanfrado (C), o grupo soldagem laser com secção transversal sem chanfrado (L), o grupo soldagem TIG com secção transversal sem chanfrado (T), o grupo soldagem TIG com secção transversal e com chanfrado de 45º (T1), o grupo soldagem laser com secção transversal e com chanfrado de 45º (L1) e o grupo monobloco ou controle sem secção transversal (M). As distâncias entre as extremidades dos corpos de prova a serem soldadas era de 0,3 mm para o grupo C, 0,1 mm para os grupos T e T1 e, justapostos (0,0 mm) para os grupos L e L1, padronizadas pelo uso de um dispositivo de resina acrílica que fixava os corpos de prova nas distâncias pré-estabelecidas por espaçadores metálicos de 0,3 mm e 0,1 mm. Após a remoção dos espaçadores, as extremidades dos corpos de prova eram unidas com resina acrílica autopolimerizável (Duralay, Reliance Co, EUA) e aguardava-se dez minutos para a completa polimerização (Figuras 1). Após a inclusão padronizada, todos os espécimes foram levados ao forno para a completa remoção da resina duralay, jateados com partículas de óxido de alumínio, 50 µm, (Asfer, São Caetano do Sul, Brasil) para limpeza da região e, então, submetidos a um dos métodos de soldagem. Os corpos de prova do grupo C foram soldados pelo método da chama direta utilizando maçarico para solda, com orifício de 1 mm de diâmetro (Draeger, Labordental, São Paulo, Brasil). A mistura butano-propano/oxigênio foi ImplantNews 2013;10(1):96-104 97 da Silva J • Hotta TH • Matsumoto W regulada em 11 e 17 lb/pol², seguindo as orientações do fabricante. Sobre o local a ser soldado aplicou-se o fluxo para limpeza e proteção da superfície (Vera flux, Aalba Dent, Califórnia, EUA). O conjunto peça/revestimento era aquecido até a peça tornar-se vermelho brilhante quando, então, a vareta de solda (Vera solder, Aalba Dent, Califórnia, EUA) era fundida e fluía para o interior da junta (Figuras 2). Figuras 1 A. Dispositivo de acrílico para fixar os corpos de prova durante a união. B. Espaçador metálico interposto entre os corpos de prova. C. Espaço padronizado. D. União com resina duralay. Figuras 2 A/B. Soldagem convencional com chama direta. C. Visão aproximada do local soldado. 98 ImplantNews 2013;10(1):96-104 Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico A soldagem pelo método TIG foi realizada com soldadora modelo NTY 60 (Kernit, Indaiatuba, São Paulo, Brasil) de acordo com as orientações do fabricante: os corpos de prova eram posicionados em uma mesa específica da soldadora. Na extremidade lateral do corpo de prova era adaptado o polo positivo e o polo negativo era conectado ao eletrodo de tungstênio, a uma distância de 0,5 mm da peça. O gás argônio era liberado, automaticamente, com a abertura do arco elétrico formando uma região livre de oxigênio em um tempo de pré-fluxo e pós-fluxo de 2,0 segundos. No grupo T foram realizados quatro disparos sempre em sentido diametralmente oposto, com energia de 60 amperes, em um tempo de 120 ms. Para o grupo T1 soldou-se, inicialmente, o centro do corpo de prova com dois disparos de 40 amperes, em um tempo de 120 ms (Figuras 3). O preenchimento foi realizado com a mesma liga em forma de varetas, em uma regulagem de 60 amperes e 120 ms (Figuras 4). Figuras 3 Soldagem da parte central do grupo T1. Figuras 4 Soldagem de preenchimento do grupo T1. ImplantNews 2013;10(1):96-104 99 da Silva J • Hotta TH • Matsumoto W A soldagem laser foi realizada com a Soldadora Desktop (Dentaurum, Alemanha), ajustada em 360 v, foco 4 e pulso de 12 ms, com quatro disparos de feixes de laser iniciais em regiões diametralmente opostas, mais oito disparos intercalados entre os quatro disparos anteriores com ajuste de 350 V, foco 7 e pulso de 12 ms, para o grupo L (Figuras 5). Os corpos de prova do grupo L1 tiveram seus centros soldados com quatro disparos com ajuste de 350 v, foco 2 e pulso de 8 ms. O restante do espaço formado pelo chanfrado foi preenchido com as varetas fundidas (Vera Bond 2, Aalba Dent, Califórnia, EUA) com a soldadora ajustada em 350 v, foco 7 e 12 ms, sem padronização do número de disparos durante o preenchimento (Figuras 6). Após a soldagem e a desinclusão, os corpos de prova foram torneados em torno industrial (Torno Universal 0,60 cm entre pontas, Box Ford) para padronização do diâmetro em 2,8 mm e acabamento de superfície, jateados com óxido de alumínio de 50 µm a uma pressão de 80 lb/ pol e submetidos a uma ciclagem térmica em forno para porcelana (FV-1new; EDG, São Paulo, Brasil) simulando a cocção da porcelana (Tabela 1). Após isso, os corpos de prova foram submetidos ao teste de flexão do tipo três pontos na máquina de ensaio universal (EMIC DL 2000, São José dos Pinhais, PR, Brasil) onde foi acoplada uma célula de carga de 500 kg a uma velocidade de 0,5 mm/ min. Previamente, foram feitas marcações que identificavam o centro do corpo de prova, o local da solda e o local onde o corpo de prova deveria se apoiar. A força, realizada por uma ponta de aço de 3,0 mm de diâmetro, foi aplicada sobre o local soldado até ocorrer a fratura do espécime (Figuras 7). As forças necessárias para fraturar as barras foram registradas e os resultados analisados estatisticamente pelo teste Anova a um fator (método de soldagem) usando-se um programa comercialmente disponível (SPSS 12.0 for Windows – SPSS Inc, Chicago, Ill, EUA), seguido pelo teste de Student-Newman-Keuls para comparações múltiplas entre as médias dos grupos. O nível de significância adotado em todos os testes foi de 5%. Figuras 5 Grupo L: A. Corpo de prova justaposto. B. Corpo de prova soldado sem preenchimento. Figuras 6 Grupo L1: A. Centro do corpo unido. B. Corpo de prova sendo preenchido. C. Corpo de prova completamente preenchido. 100 ImplantNews 2013;10(1):96-104 Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico Figuras 7 A. Dispositivo de ensaio de resistência flexural. B. Posicionamento do dispositivo. C. Aplicação de forças até a fratura do corpo de prova. TABELA 1 – PROGRAMAÇÃO DO FORNO PARA SIMULAÇÃO DE SINTERIZAÇÃO DA CERÂMICA Oxidação metal Resultados Os valores médios de resistência flexural e desvios padrão dos grupos M, C, T, L, T1 e L1 estão listados na TI 600 403 403 403 403 403 Tabela 2. De acordo com os resultados em GPa, em ordem deTF 982 900 890 890 870 830 crescente de valores médios, estão ordenados os grupos Elevador Direto 6 6 6 6 6 M, C, T1, L1, L e T. P.TF 5 1 1 1 1 2 A análise estatística, teste Anova seguido pelo teste de Duncan, mostrou igualdade entre os grupos laser e Vácuo Não Sim Sim Sim Sim Sim TIG, com e sem preenchimento, porém, os grupos L1 e V. Temp. 55 80 80 60 60 60 T1, com preenchimento, mostraram-se iguais ao grupo C que apresentou os maiores valores médios de resistência flexural, dentre os grupos soldados. Houve diferença estatística entre o grupo controle (M) e os grupos experimentais (Tabela 3). TABELA 2 – VALORES, EM GPa, DA RESISTÊNCIA À FLEXÃO Os valores médios de resistência Tipo de solda flexural demonstram que apesar de não Grupo M Grupo C Grupo T Grupo T1 Grupo L Grupo L1 Amostra haver diferença estatística significante entre os métodos de soldagem, o grupo X (DP) 1,79 (0,32) 1,37 (0,43) 0,99 (0,27) 1,26 (0,37) 1,03 (0,21) 1,09 (0,28) C e o grupo T1 apresentaram valores médios acima dos outros grupos. TABELA 3 – TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA UM FATOR DE VARIAÇÃO COM O VALOR DE F PARA OS SEIS GRUPOS EXPERIMENTAIS Os grupos L e L1 não mostraram resultados diferentes para a resistênFv SQ GL Variância F P cia flexural. Entretanto, no método de Tratamento 4515967,599 5 903193,5199 8,515202702 0,0001* soldagem TIG, o grupo T1 mostrou Resíduo 5727691,023 54 106068,3523 tendência a um melhor desempenho, ou seja, quando preenchido houve um Total 10243658,62 59 aumento da resistência. * diferença estatisticamente significante (p < 0,05). Opaco 1 Opaco 2 Ombro Dentina Glaze ImplantNews 2013;10(1):96-104 101 da Silva J • Hotta TH • Matsumoto W O grupo de soldagem por chama direta apresentou valores de resistência mais elevados dentre os grupos soldados, porém, este grupo também obteve o maior desvio padrão (Figura 8). Figura 8 Gráfico em blox plot avaliando a resistência flexural nos grupos C (chama direta), L (laser), L1 (laser com chanfrado), M (monobloco), T (TIG) e T1 (TIG com chanfrado). Discussão Como o sucesso de uma reabilitação oral está relacionado com a utilização de técnicas e materiais adequados que possibilitem que uma prótese fixa apresente distribuição uniforme de forças e uma adaptação exata e passiva1-2, deve ser considerado o emprego da soldagem em próteses parciais fixas com quatro ou mais elementos para minimizar a desadaptação da peça devido à contração das ligas metálicas utilizadas3-4,10. Apesar de sistemas que não requerem o uso de soldagem, como o CAD/CAM, serem constantemente pesquisados e referenciados na literatura científica, ainda, é uma tecnologia restrita a alguns profissionais devido ao custo, à dificuldade de acesso aos equipamentos e à necessidade de qualificação profissional6, por isso, a técnica de soldagem ainda é amplamente utilizada. O emprego da soldagem justifica-se pela vantagem de se trabalhar com segmentos da prótese, reduzindo possíveis falhas durante a elaboração da estrutura metálica e permitindo melhor adaptação da peça, distribuição 102 ImplantNews 2013;10(1):96-104 uniforme de forças e, consequentemente, minimização de traumas e falhas na prótese5. No entanto, como diversos problemas relacionados ao processo de soldagem têm sido relatados na literatura, considerando-se o tipo de liga15, oxidação das faces a serem unidas pela solda, porosidade na junta e o superaquecimento do local de união durante o processo de soldagem16, a soldagem pode ser considerada, ainda, um processo que demanda mais estudos e pesquisas com materiais, técnicas e equipamentos. Assim, com o crescimento do uso das ligas não nobres e pelo fato da fundição de peças protéticas em monobloco nem sempre oferecer adaptação desejável, persiste a preocupação em soldar segmentos metálicos com ligas e com técnicas que não produzam peças com pontos de fragilidade no local de união e que sejam viáveis do ponto de vista prático e comercial. Além disso, os trabalhos protéticos devem atender às necessidades exigidas pela força de mastigação e resistir às altas cargas advindas da força de mordida direcionadas em todos os sentidos, sendo a força no sentido oclusogengival a de maior magnitude. Como a prótese fixa recebe grande quantidade de tensão, considerando a presença de um vão livre formado pelo(s) pôntico(s), quanto maior a sua extensão, maior a necessidade de resistência em virtude da concentração destas forças paralelas ao longo do dente e que geram forças de flexão nas próteses17. Como o sucesso das próteses fixas submetidas à soldagem depende da resistência à deflexão, o presente estudo, em concordância com outro18, considerou que o ensaio que melhor simula esta condição clínica é o de compressão gerando cargas de resistência flexural. Considerando-se as características dos diferentes tipos de ligas19 tem-se verificado que estes apresentam suas vantagens e desvantagens com relação à rigidez, resistência e módulo de elasticidade, assim como, desvantagens durante o processo de soldagem como, por exemplo, apresentar potencial para oxidação. No presente trabalho, os corpos de prova foram confeccionados com liga de Ni-Cr buscando-se avaliar diferentes métodos de soldagem, como previamente sugerido por outros autores20. O grupo C, de solda convencional, apresentou corpos de prova com excelentes valores de resistência, conferindo a este método validade para sua utilização pelos laboratórios, como prática eficiente. Os resultados mostraram, neste grupo, a presença de um alto desvio padrão, indicando ser esta uma técnica muito sensível. Na técnica de soldagem convencional com uso de ligas não nobres há facilidade de ocorrer oxidação do local de soldagem e essa ocorrência pode ser minimizada pela aplicação de fluxo que, entretanto, pode, ocasionalmente, ficar aprisionado no interior da junção devido à Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico incapacidade de dissolução pela chama, criando uma área de defeitos e consequente fragilidade18, que pode ser observada na interface de fratura dos corpos de prova com menor valor de resistência à flexão, ao microscópio ótico. Essa dificuldade de dissolver o fluxo promove também o sobreaquecimento do metal, gerando maiores distorções, o que caracteriza esta técnica como de difícil execução, necessitando de profissional habilidoso para realizá-la6,18. Apesar das deficiências da técnica, ainda é a que mais tem sido utilizada pelos laboratórios, principalmente, devido ao baixo custo. No presente trabalho, os resultados obtidos pela aplicação do teste de resistência flexural e pela análise estatística mostraram diferença apenas entre os grupos testados e o grupo controle. Os grupos T e L, sem preenchimento, mostraram os menores valores de resistência. Na prática, esse resultado poderia ser justificado pelo fato de na soldagem a laser ou a TIG, a solda ficar posicionada na periferia da área e não no seu interior. Se essa técnica fosse aplicada em um caso clínico de prótese protocolo, não haveria tanto inconveniente quanto à resistência flexural, tendo em vista que os procedimentos laboratoriais pós-soldagem envolveriam apenas a acrilização da mesma sem exposição da estrutura a altas temperaturas, como no caso de uma prótese fixa convencional que requer a aplicação de cerâmica a altas temperaturas, que poderia provocar a eliminação de bolhas de ar que interfeririam no aspecto final da cerâmica. Os valores obtidos para os grupos L1 e T1 mostraram-se, numericamente, superiores aos dos grupos L e T, apesar de estatisticamente não significantes, no entanto, pôde-se observar que os grupos soldados com preenchimento (L1 e T1) tiveram valores médios, estatisticamente, semelhantes aos do grupo C, que apresentou os maiores valores de resistência flexural dentre os grupos soldados. Isso sugere que o preenchimento melhorou o desempenho das duas técnicas, tornando-as tão resistentes quanto às soldagens feitas pelo método tradicionalmente usado. Na prática laboratorial é de consenso que a técnica à chama é bem sensível, necessitando principalmente de profissionais habilidosos e com experiência para o bom desempenho do procedimento que envolve a união de superfícies transversais irregulares e pequenas; as técnicas a laser e a TIG, desde que bem conduzidas na calibração dos equipamentos, não requerem tanta precisão por parte do operador, minimizando a ocorrência de resultados não satisfatórios. Apesar disso, é mais comum a utilização da técnica à chama, porque não há necessidade de equipamentos específicos, já que são utilizados para fundição e soldagem. Apesar de trabalhos anteriores, com o método de soldagem TIG, terem sido realizados com máquinas adaptadas pela engenharia para trabalhos protéticos, os resultados mostraram-se semelhantes ou até superiores quando comparados com outros métodos12-14,21. Na presente pesquisa, os resultados foram condizentes com os de trabalhos anteriores, havendo igualdade estatística entre os grupos de solda laser, chama direta e TIG que apresentaram resistência semelhante, diferenciando-se apenas do grupo controle, com a ressalva de que neste caso, o equipamento de solda TIG foi parametrizado para a Odontologia. Quando se utiliza a energia produzida pelo maçarico, na técnica de chama direta, ela produz uma grande área de zona afetada pelo calor (ZAC), em torno de 2 mm, enquanto que a energia do laser produz apenas 0,5 mm de ZAC, por ser uma fonte de calor altamente concentrada, localizada e rápida (milissegundos)5. As soldagens realizadas nos grupos TIG apresentaram as mesmas características que as soldagens pela técnica laser. Esse fato diferencia a soldadora (NTY, Kernit) das soldadoras utilizadas em pesquisas anteriores que tinham de ser reguladas com uma amperagem muito baixa para produzir baixa energia e, consequentemente, por um período maior de tempo, variando de três a 12 segundos11-12,21, gerando maior ZAC e, portanto, maiores distorções, à semelhança do que ocorre com a soldagem por chama direta5,11,19. Isso explica o fato de que os corpos do grupo C com maior resistência fraturavam sempre na região da ZAC, havendo ainda separação completa das duas metades fraturadas, enquanto que os corpos de prova com baixa resistência fraturavam nos locais soldados, devido às porosidades. Os grupos TIG e laser tinham suas fraturas sempre nos locais de solda, mas sem haver a separação completa das metades, mostrando ductilidade do metal proporcionada por mínima mudança estrutural e também pela ausência de uma liga de solda, já que a união nestes dois métodos acontece por fusão das duas extremidades. Como no processo de soldagem, o grande desafio é a busca por peças estruturalmente iguais às peças fundidas em monobloco, ou seja, com um mínimo de mudança estrutural possível e que quanto maior a ZAC maior o risco de distorções das peças, pode-se então considerar que, de acordo com esses parâmetros, a soldagem a laser e a soldagem TIG são mais adequadas que a soldagem por maçarico, tendo em vista que a última utiliza um terceiro material para efetuar a soldagem, o que não ocorre nas outras duas técnicas, melhorando a resistência da área de solda, tanto em relação à resistência da peça quanto em relação à adesão da cerâmica à estrutura metálica. Os resultados obtidos do teste de resistência e da análise microscópica dos locais de fratura sugeriram que as técnicas são aceitáveis para o uso clínico. Nos grupos T ImplantNews 2013;10(1):96-104 103 da Silva J • Hotta TH • Matsumoto W e L ocorreu apenas a fusão periférica dos corpos de prova e nos corpos de prova dos grupos T1 e L1 ocorreu a fusão completa do local de união. Apesar da soldagem ter sido periférica nos grupos T e L houve igualdade estatística para todos os grupos soldados, porém, a média do grupo T1 foi superior, mostrando que o preenchimento parece influenciar os resultados da resistência flexural, ao menos para a solda TIG, embora os resultados tenham sido estatisticamente semelhantes. Com os resultados de resistência à flexão mostrados neste trabalho pôde-se concluir que os métodos de soldagem TIG e laser produziram resultados excelentes, mostrando-se promissores como técnicas operacionalmente fáceis de serem executadas. Conclusão Por meio da metodologia utilizada, das condições experimentais descritas e de acordo com os resultados obtidos pelos testes de resistência à flexão dos três métodos de confecção das soldagens em próteses fixas, concluiu-se que os grupos laser e TIG apresentaram Referências 1. Rosenstiel S, Land M, Fujimoto J. Prótese fixa contemporânea. São Paulo: Ed. Santos, 2002. 2. Misch CE. Prótese sobre implante. São Paulo: Ed. Santos, 2006. 3. Shillingburg Jr. HT, Hobo S, Whitsett LD, Jacobi R, Brackett SE. Fundamentos de Prótese Fixa, 3ª ed., São Paulo:Quintessence Ed, 1998. 4. Ziebert GJ, Hurtado A, Giapa O, Schiffieger BE. Accuracy of one-piece castings, preceramic and post ceramic soldering. J Prosthet Dent 1986;55(3):312-7. 5. Souza PCR, Dinato JC, Bottino MA, Guastaldi AC. Brazing and laser welding of a Ni-Cr alloys. Pós-Grad Rev Fac Odontol 2000;3:16. 6. Byrne G. Soldering in Prosthodontics – An Overview, Part I. J Prosthod 2011;20:233-43. 7. Marques PV. Tecnologia da soldagem. Belo Horizonte: ESAB, 1991. p. 352. 8. Gordon TE, Smith DL. Laser welding of prostheses – an initial report. J Prosthet Dent 1970;24(4):472-6. 9. Ueno AH. Avaliação da resistência ao dobramento de juntas soldadas por dois métodos: arco elétrico em atmosfera de argônio e convencional a maçarico, em liga de metal não nobre à base de NiCr [dissertação]. Bauru: Universidade de São Paulo, Faculdade de Odontologia de Bauru, 1994. 10. Dinato JC. Determinação da resistência a flexão de ligas odontológicas, utilizadas em prótese parcial fixa soldadas por brasagem e a laser [dissertação]. São José dos Campos: Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, 1999. 104 ImplantNews 2013;10(1):96-104 resultados semelhantes entre si, os grupos laser e TIG com preenchimento foram semelhantes com os do grupo chama e todos os grupos soldados foram diferentes estatisticamente do grupo controle. Nota de esclarecimento Nós, os autores deste trabalho, não recebemos apoio financeiro para pesquisa dado por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Nós, ou os membros de nossas famílias, não recebemos honorários de consultoria ou fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho, não possuímos ações ou investimentos em organizações que também possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Não recebemos honorários de apresentações vindos de organizações que com fins lucrativos possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho, não estamos empregados pela entidade comercial que patrocinou o estudo e também não possuímos patentes ou royalties, nem trabalhamos como testemunha especializada, ou realizamos atividades para uma entidade com interesse financeiro nesta área. Agradecimentos: à engenheira Ana Paula Macedo pela análise estatística. À empresa Kernit por disponibilizar o aparelho de soldagem TIG. Endereço para correspondência: Wilson Matsumoto (Forp-USP) Avenida do Café, s/n – Bairro Monte Alegre 14040-904 – Ribeirão Preto – SP Tel.: (16) 3602 4411 [email protected] 11. Vallittu PK. Brazing joints of gold alloys used in porcelain-fused-to-metal restorations and their resistance to deflection fatigue. J Oral Rehabil 1997;24(6):444-8. 12. Wang RR, Welsch GE. Joining titanium materials with tungsten inert gas welding, laser welding, and infrared brazing. J Prosthet Dent 1995;74(5):521-30. 13. Rocha R, Pinheiro AL, Villaverde AB. Flexural strength of pure Ti, Ni-Cr and Co-Cr alloys. Braz Dent J 2006;17(1):20-3. 14. Hart CN, Wilson PR. Evaluation of welded titanium joints used with cantilevered implant-supported prostheses. J Prosthet Dent 2006;96(1):25-32. 15. Bagley JL. State of the industry: part I. Survey on materials. Dent Lab 1979;54(1):16-22. 16. Blustein R, DePaul BM, Barnhart Jr. RC, Green KA. A reliable technique of post soldering of nonprecious ceramic units. J Prosthet Dent 1976;36(1):112-4. 17. Aydin AK, Tekkaya AE. Stresses induced by different loadings around weak abutments. J Prosthet Dent 1992;68(6):879-84. 18. Anusavice KJ, Okabe T, Galloway SE, Hoyt DJ, Morse PK. Flexure test evaluation of pre soldered base metal alloys. J Prosthet Dent 1985;54(4):507-17. 19. Anusavice KJ, Phillips RW. Materiais dentários. 11a ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 20. Townsend LWA, Vermilyea SG, Griswold WH. Soldering no noble alloys. J Prosthet. Dent 1983;50(1):51-3. 21. Gabrielli ACR. Emprego da soldagem TIG em ligas de níquel, cromo, cobalto e titânio para uso odontológico [dissertação]. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo, Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, 1999. Cinco respostas A cada edição convidaremos um grande nome da Odontologia para responder a cinco perguntas sobre os grandes temas da profissão. Para a estreia deste espaço, chamamos Marcelo Moreira, do Ateliê Oral. Recentemente, ele lançou o livro “Arquitetura do Sorriso”, com Marcelo Kyrillos e Luís Calicchio. Veja como foi a entrevista: “O trabalho artístico e artesanal jamais deixará de existir” Cinco respostas com Marcelo Moreira O que é mais difícil: construir ou reconstruir sorrisos? Não diria que teria o mais fácil ou o mais difícil. Quando se tem protocolos e trabalho bem definidos, o resultado do tratamento se torna bastante previsível. O que faz a diferença é uma boa análise estética do rosto do paciente, que deve ser multidisciplinar, pois cada especialista pode acrescentar um detalhe diferente, que valorize ainda mais o rosto do paciente. Outro fator, que a meu ver é o mais importante, é a expectativa do paciente, o que ele realmente espera de um tratamento estético e o que ele já teve de possíveis frustrações com tratamentos anteriores. Se tivesse que opinar realmente sobre as duas possibilidades, diria que um paciente para reconstrução é mais fácil, porque ele não tem uma boa referência e quando você devolve o sorriso, ele já se encanta de imediato, enquanto aquele que já possui um sorriso bacana, normalmente, foca muito mais em detalhes, tornando o desafio maior. 108 ImplantNews 2013;10(1):108-9 Cinco Respostas Como você administra as consultas de manutenção do sorriso? Há tempo para isto no século 21? São consultas frequentes e muito importantes, pois além de cuidados básicos, temos de estar atentos ao padrão oclusal desse paciente. Sempre temos de observar os movimentos excursivos de cada paciente e verificarmos se está ocorrendo algum tipo de interferência. As consultas de manutenção sempre tiveram e vão continuar tendo muita importância no contexto de uma clínica e na vida dos pacientes. Decisões em equipe são complicadas: é melhor um “quebrapau” ou a passividade? Depende da situação, cada caso é um caso. Diria que como em qualquer lugar, o melhor é a busca de um consenso ou harmonia. Acho que a passividade não satisfaz a nenhuma das partes. Temos sempre que ter colocações que acrescentem em nossas vidas e em nossas rotinas. Quem sempre concorda com tudo, nem sempre acrescenta em um trabalho em equipe. Quando é melhor fazer resina e não faceta laminada? Você consegue desfazer o nó na cabeça do paciente? Em nossa clínica, adotamos o protocolo de porcelanas; portanto, sempre optamos por fazer os trabalhos no laboratório, por entendermos que obtemos um nível de trabalho mais elevado, uma vez que o técnico em prótese tem mais facilidade em fazer os trabalhos fora da boca do que nós dentistas que temos que realizar na boca, com o paciente deitado, querendo fechar a boca, se mexendo, com horário de consulta, enfim... São vários os fatores que possibilitam um melhor resultado com facetas indiretas em porcelana. Faceta laminada pelo CAD/CAM ou totalmente manual? O computador já tem mesmo alma de artista? CAD/CAM não é mais futuro e sim presente. Temos de mergulhar nessa tecnologia, pois é uma possibilidade de realizarmos maior número de trabalhos com um ótimo padrão de qualidade e dessa maneira atendermos a um número maior de pacientes. Acredito que muitas pessoas poderão ter acesso a uma Odontologia de ponta, uma vez que a máquina faz o que antigamente um protético levava anos de aprendizado em bancada e treinamento manual para atingir o mesmo padrão. Logicamente, o trabalho artístico e artesanal jamais deixará de existir, pois em muitos casos, principalmente trabalhos unitários e parciais, em que os dentes íntegros são referência para a reabilitação dos dentes comprometidos, temos de ter um requinte técnico maior pela necessidade de caracterização desses trabalhos em específico. ImplantNews 2013;10(1):108-9 109 A Vez do Leitor Com a proposta de abordar os temas que mais despertam o interesse dos implantodontistas, a seção A Vez do Leitor trará a revisão dos artigos mais importantes da atualidade. A grande novidade é que, a partir de agora, quem escolhe os artigos é você, leitor! Levantamento de assoalho: Bio-Oss puro ou com osso autógeno misturado? Jensen S, Schou S, Stavropoulos A, Terheyden H, Holmstrup P. Maxillary sinus floor augmentation with Bio-Oss or Bio-Oss mixed with autogenous bone as graft: a systematic review. Clin Oral Implants Res 2012;23:263-73. Pergunta clínica: na cirurgia de levantamento do assoalho do seio maxilar (técnica da janela lateral), posso usar Bio-Oss isolado ou preciso adicionar osso autógeno também? Há necessidade de reabilitar o paciente com implantes osseointegrados? Método de investigação: revisão sistemática dos artigos em que o Bio-Oss foi usado; 35 trabalhos foram selecionados (mínimo de dez pacientes cada). A interação dos autores: buscar trabalhos em que o Bio-Oss isolado ou misturado ao osso autógeno foi usado no mesmo paciente, que tinha necessidade de usar próteses sobreimplantes. Assim, a comparação é mais precisa. Resultados: dentre os aspectos mais importantes, pôde-se observar após período de um ano de uso das próteses (veja no quadro ao lado): 110 ImplantNews 2013;10(1):110-1 Fatores Resultados Sobrevivência das próteses Não existem estudos comparativos dentro do mesmo estudo. Um estudo com Bio-Oss autógeno (80:20) mostra taxa de 95%. Sobrevivência dos implantes Um estudo comparativo: • Bio-Oss isolado: 96%. • Bio-Oss + autógeno (mandíbula): 94%. Regeneração óssea Estudos comparativos: Bio-Oss isolado ou com osso autógeno induzem proporções comparáveis de nova formação óssea. Entretanto, o material consiste principalmente de Bio-Oss. Contato osso/implante, resistência mecânica Testes biomecânicos não conduzidos. Contato osso/implante comparável nas duas modalidades. Biodegradação Limitada ou inexistente. A adição de osso autógeno não mostra influência, mas estudos longitudinais são necessários. Estabilidade volumétrica do enxerto Nunca foi comparada para as duas modalidades dentro do mesmo estudo. Frequência de complicações Nunca foi comparada dentro do mesmo estudo. A Vez do Leitor A opinião do leitor Agora é com você! Acesse www.inpn.com.br/a-vez-do-leitor e vote no artigo que você quer ver publicado na próxima edição da ImplantNews. Um resumo especial do trabalho mais votado será apresentado. Confira abaixo quais são os artigos que você pode escolher: Biomechanical rationale for six splinted implants in bilateral canine, premolar, and molar regions in an edentulous maxilla Quantos implantes posso colocar na maxila sem prejuízo mecânico? Faz diferença? Implant Dentistry 2012 Long-term changes in graft height after maxillary sinus augmentation, onlay bone grafting, and combination of both techniques: a long-term retrospective cohort study Dez anos depois, quais biomateriais ainda estariam no seio maxilar? Clinical Oral Implants Research 2012 A 10-year evaluation of implants placed in fresh extraction sockets: a prospective cohort study Dez anos depois, implantes colocados em alvéolos frescos provocariam quais reações nos níveis das papilas peri-implantares? J Periodontology 2012 ImplantNews 2013;10(1):110-1 111 CAD/CAM: suas potencialidades já são bem exploradas no Brasil? Conheça a opinião de três especialistas no assunto. Fernando Esgaib Kayatt Especialista em Implantodontia, Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial; Mestre e doutor em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial – Unesp/Araçatuba. [email protected] Infelizmente, as potencialidades do CAD/CAM ainda não são devidamente exploradas no País. Por uma simples razão: porque o Brasil não permite. Existem fortes barreiras que criam uma espécie de isolamento do País. São entraves de ordem tributária que dificultam o acesso aos materiais e aos equipamentos importados e também as regras determinadas pela Anvisa. Cito como exemplo a personalização do abutment de zircônio, com a qual tenho trabalhado há mais de dois anos no exterior, disponível há apenas dois meses no Brasil. Além dos entraves de ordem 112 ImplantNews 2013;10(1):112-4 burocrática governamental, existe ainda mais um problema: o desinteresse dos importadores/fornecedores em suprir os materiais indispensáveis para o uso desta tecnologia. Neste sentido, a baixa lucratividade de quem importa os insumos contribui para este desinteresse. Isso acaba prejudicando a potencialização do uso desta tecnologia, provocando desestímulo entre os profissionais que desejam investir em aperfeiçoamento, melhoria e crescimento em suas áreas de atuação, buscando disponibilizar aos pacientes os mais modernos e produtivos recursos proporcionados pelo avanço tecnológico no mundo. Graças aos seus profissionais, o Brasil tem dado passos gigantescos na modernização das práticas em consultórios, clínicas e laboratórios. O avanço da Implantodontia é um belo exemplo deste potencial. Por outro lado, porém, o estado brasileiro não acompanha a evolução na mesma velocidade. Ficamos de mãos atadas em muitos momentos, pois temos buscado o aperfeiçoamento profissional cada vez mais constante; e o que aprendemos, não podemos colocar em prática diante destas barreiras. Por causa disso, vivenciamos no Brasil uma situação curiosa: em alguns lugares esta tecnologia é utilizada tão bem quanto no exterior. Em outros, os entraves dificultam o acesso à tecnologia, o que limita a atuação profissional. A maior prejudicada, sem sombra de dúvida, é a população brasileira. No Laboratório de Prótese Dentária, nosso pensamento é de que esta tecnologia veio para acrescentar maior qualidade (precisão e reprodução) nos trabalhos realizados. Entendo que o CAD/CAM não veio para tirar ninguém do mercado e sim para acrescentar tecnologia ao trabalho. Pelo ponto de vista clínico/profissional, esta tecnologia veio para que o CD faça com que o seu trabalho seja realizado de forma mais rápida e precisa, sem deixar de lado a estética, personalizando todos os passos, em benefício tanto pessoal quanto dos nossos pacientes. Três fatores são marcantes na Odontologia: a Implantodontia, os sistemas adesivos e o CAD/CAM. Quem perder este bonde estará em breve fora do mercado. Assim, entendo que o sistema CAD/CAM se constitui em um grande avanço que podemos disponibilizar em consultório. Temas em Debate Jeferson Calgaro CEO Amanngirrbach Brasil. [email protected] Já existem diversas clínicas e laboratórios no Brasil explorando o potencial dos sistemas CAD/CAM. Nos últimos quatro anos, tivemos grande evolução nas aplicações InHouse, ou seja, onde a solução completa é implantada dentro de cada estrutura, seja ela de pequeno ou grande porte. A vantagem está no grande espectro de soluções que hoje já realizam até 90% dos tratamentos protéticos, e o mais importante, com baixo custo. Ainda assim, existem empresas que continuam a oferecer ao mercado opções de scanners aliados a centros de usinagem, um modelo de negócio que tem enfraquecido mundialmente em virtude de logística, aquisição de máquinas de grande porte e qualificação técnica, que resultam em um grau de investimento muito alto, onerando assim o produto final. Os profissionais brasileiros já optaram pelo processo completo, assim podem controlar seu padrão de qualidade e, acima de tudo, oferecer mais agilidade a seus clientes. Logicamente que a absorção da tecnologia está intimamente ligada a dedicação de cada profissional a essa nova realidade. Assim como no processo manual temos uma discrepância de qualidade final, o mesmo acontece com as possibilidades dentro do sistema CAD/CAM. É importante frisar que as máquinas reproduzem o talento individual de cada operador. Por isso, entendemos que ainda estamos rompendo paradigmas, principalmente quando falamos no trinômio qualificação x aplicações x materiais. Estamos na fase de formação de mão de obra, qualificando profissionais designers para utilização dos softwares CAD. A Amanngirrbach firmou parceria com o Instituto Federal do Paraná, que possui certificação técnica de alto nível, que incluiu na grade curricular do curso técnico de prótese, o módulo de prótese digital. Outro ponto são as aplicações ou os produtos disponíveis nos softwares CAD, suas medidas e padrões que ainda são conhecidos por muitos profissionais. Neste sentido, a Ammangirrbach criou em sua sede o HOT (House of Training), um centro de treinamento dentro dos padrões europeus, para treinar os operadores da tecnologia CAD/CAM para que explorem todo o potencial do seu equipamento, pois as atualizações têm sido rápidas. Concluindo esse raciocínio, não podemos deixar de falar dos materiais que oferecem diversas possibilidades, como: acrílico, cera, zircônia, compósitos, vitro cerâmicos e até metal pré-sinterizado que já está sendo comercializado na Europa, devendo chegar logo ao Brasil. As indústrias não param de investir em tecnologia, onde quem sai ganhando são os profissionais que veem o potencial produtivo chegando ao seu alcance. A tecnologia CAD/ CAM já está chegando também aos consultórios com soluções de scanners intraorais, mas essa realidade ainda precisa ser aprimorada. Sendo assim, seria um equívoco imaginar que não exploramos todas as possibilidades do sistema CAD/ CAM no Brasil, mas sim temos limitações para acompanhar a velocidade das novidades que se apresentam, pois mesmo estando em um processo de crescimento rápido, ainda existem graves problemas de educação e acesso a formação profissional. Sem contar toda a burocracia que temos em legalizar novas tecnologias junto aos órgãos reguladores. ImplantNews 2013;10(1):112-4 113 Rodrigo Monsano Técnico em Prótese Dentária; Especialista em Prótese Sobreimplante; Atual responsável pelo setor de Trabalhos Personalizados do Laboratório Kim/SP. [email protected] 114 ImplantNews 2013;10(1):112-4 Como técnico dental, a impressão que tenho sobre a utilização e o desenvolvimento dos sistemas CAD/ CAM no Brasil é promissora. Pelo que percebo em viagens que faço ao exterior, ministrando cursos ou me aprimorando em treinamentos, nós, os brasileiros, não estamos muito defasados em acesso as melhores tecnologias; talvez, estejamos sim um pouco atrasados em relação aos últimos lançamentos. O que realmente nota-se e que faz uma diferença brutal em nosso País para que este acesso as tecnologias seja cada vez maior são os valores praticados. Sistemas que são extremamente acessíveis em países da Europa e dos EUA, principalmente, chegam até as nossas mãos por valores muito mais altos, o que inviabiliza a aquisição destes maquinários para a maioria dos laboratórios. Espero que este cenário modifique-se com o passar dos anos. O ideal seria que houvesse um custo menor na compra do sistema, para que então houvesse um consumo maior dos materiais e das peças de reposição. E porque não pensar nos moldes de acesso a estas tecnologias em comodato? Creio que também possa ser uma estratégia interessante. Enquanto isso não acontece, uma saída interessante para quem ainda não possui um sistema CAD/ CAM próprio, mas gosta de oferecer o melhor a seus clientes, talvez, seja a terceirização, já praticada por muitos laboratórios no Brasil. Quanto ao receio que muitos têm sobre “perder” mercado, particularmente acredito ser um pensamento pequeno. Não há como lutar contra a tecnologia, o que é necessário é adequar-se a ela e utiliza-la da melhor maneira possível. O diferencial sempre estará no cuidado com o manejo e no capricho, na delicadeza do acabamento, da maquiagem ou da estratificação, quando se trata de fresados estéticos. Agora, quanto a parte pertinente as estruturas para próteses ou implantes realmente a diferença é brutal. Estruturas bem feitas nada mais são do que cálculos de engenharia, que muitas vezes são executados de maneira empírica pelo homem; já as máquinas executam estes cálculos e nos mostram desenhos muito mais interessantes e precisos. Sistemas como o Sirona, que facilitam o processo para consultórios, também são extremamente interessantes para melhorar os resultados, apenas acho que deveriam ser realizados mais treinamentos para os escaneamentos em si e também para os acabamentos na fase cerâmica (depois da fresagem obtida), para que desta maneira pudessem ser obtidos resultados de adaptação e estética ainda melhores dos que os que já são conseguidos hoje. Para concluir, digo que aqui no Laboratório Kim, onde trabalho, acreditamos tanto nestas tecnologias e temos visto um avanço tão grande e resultados tão surpreendentes e de maneira mais rápida que no prazo de um ano adquirimos dois novos sistemas o Zirkonzahn (italiano) e o Sirona (alemão). E ambos seguem em funcionamento constante, a todo vapor, o que prova que realmente o Brasil está preparado para este avanço. Os melhores da Implantodontia eleitos por você. A ImplantNews vai comemorar 10 anos de história elegendo os melhores artigos já publicados e seus respectivos autores. E quem será responsável por essa seleção Top é você. Acesse www.toptenimplantnews.com.br e vote nos seus preferidos. Os melhores artigos serão republicados na edição especial 10 anos ImplantNews, em setembro. Além do acesso aos artigos na íntegra, você concorrerá, ao término de cada votação que participar, a uma cesta de produtos DentalBooks. Informações adicionais e regras do sorteio em www.toptenimplantnews.com.br. Informe Publicitário Brånemark Center Fotos: divulgação Com o aval do professor P-I Brånemark, é criada em São Paulo uma estrutura internacional para a atualização científica dos cirurgiões-dentistas. BCAP oferecerá cursos avançados para pequenos grupos. Auditório principal. Quatro salas de aula para imersão personalizada. A partir de março, começa a operar em São Paulo o Brånemark Center – Aperfeiçoamento Profissional (BCAP), um núcleo de ensino avançado totalmente voltado a profissionais que atuam na área da Reabilitação Oral. A proposta é oferecer aprimoramento de alto nível para profissionais que gostariam de estar com mestres brasileiros e estrangeiros, mas que não dispõem de tempo para programas seriados de longo prazo. Com sede na Av. Brasil, o centro vai oferecer cursos de imersão com carga horária de dois a três dias, nas áreas de Periodontia, Cirurgia, Implantodontia, Prótese, CTBMF, Cirurgia Ortognática, Ortodontia, Estética Dental, Marketing e administração de serviços em saúde. Equipado com tecnologia de última geração, o BCAP conta com uma bem montada estrutura, com salas confortáveis destinadas a receber pequenos grupos, com o objetivo de proporcionar a aproximação entre mestres e alunos. O BCAP foi idealizado por Laércio Vasconcelos e Haroldo Vieira. Diretor há mais de 20 anos da Clínica Brånemark de São Paulo, Vasconcelos foi discípulo direto do próprio P-I Brånemark e um dos responsáveis por trazer a Implantodontia para o Brasil. Vieira, por sua vez, é diretor da VM Comunicação, que realiza diversos eventos de grande porte na Odontologia, entre eles o IN 2013. Ele também dirige a VM Cultural, responsável pela publicação de revistas como a ImplantNews, a PerioNews e a OrtodontiaSPO. Acompanhe, ao lado, uma conversa com Laércio Vasconcelos sobre a criação do BCAP e as novidades que estão por vir. Show room de tecnologias e serviços. Empresas parceiras: 118 ImplantNews 2013;10(1):118-9 Sala interativa de professores. Jaime Oide Ensino Executivos de empresas parceiras visitam as obras do BCAP. Da esq. para a dir.: Marcos Araújo, da Sirona; Danilo Cury, do Lab. Nicolau; Débora Furlani, da Geistlich; Haroldo Vieira, da ImplantNews; Joaquim Caetano, da Biomet3i; Laércio Vasconcelos, Jarmila Kloubova, Roberto Pohl e Rafael Vasconcelos, do BCAP; e Poul Sorensen, da Geistlich. ImplantNews – Como surgiu a ideia da criação deste novo Centro de informação profissional? Laércio W. Vasconcelos – O BCAP surgiu da constatação por muitos anos de que para se praticar uma boa Implantodontia é preciso de treinamento constante, visto que são procedimentos invasivos, complexos e que os pacientes anseiam por boas e seguras soluções. Este projeto surgiu para aproximar colegas que precisam de informação, com mestres experientes, principalmente no contexto do planejamento cirúrgico-protético. IN – Qual é a proposta dos cursos que serão ministrados no BCAP? LV – A proposta será sempre discutir temas de alta relevância clínica, reunindo presencialmente pequenos grupos de colegas. O público-alvo é o cirurgiãodentista interessado no aperfeiçoamento profissional, mas que não tem interesse em fazer cursos de longa duração. Pela experiência que tivemos no passado, os cursos de dois ou três dias com teoria baseada em evidências científicas, testadas clinicamente e demonstrações através de cirurgias ao vivo, podemos afirmar que determinados temas complexos serão esclarecidos e melhor assimilados. IN – Qual é a relação do professor P-I Brånemark com o Centro? LV – Logo no início dos planos para a criação do BCAP, levamos a ideia para o professor Brånemark, que a aprovou imediatamente. Ele sempre foi um entusiasta [ Patrícia Bella Costa, da Colgate, e Elias Rosa, do Ero Prótese, que visitaram as obras em outro momento. do ensino para pequenos grupos. Combinamos que, dentro da disponibilidade dele, realizaremos participações via internet para discutir temas importantes relacionados aos cursos. IN – Já existe uma programação de cursos? Quando eles terão início? LV – Os cursos começarão a partir da segunda quinzena de março, com uma programação já definida, constituída de 24 atividades de imersão. A programação completa estará em breve disponível no nosso site (www.bcapbrasil.com.br). IN – Qual é a infraestrutura que o BCAP está disponibilizando para o público? LV – A sede física do BCAP, localizada na Av. Brasil, ao lado do Parque Ibirapuera, foi planejada para oferecer conforto e comodidade, através de salas de aulas tipo estúdio, auditório com piso em desnível para o melhor aproveitamento visual, centro de tradução simultânea, centro cirúrgico grau 2 integrado, cinco consultórios de apoio, além de radiodiagnóstico com tomografia e laboratório CAD/CAM. Adicionalmente, teremos no BCAP uma área de show room de tecnologias e serviços oferecidos pelos nossos apoiadores: Biomet3i, Colgate, EroPrótese, Geistlich, Laboratório Nicolau, Sirona, Welfare, entre outras empresas. Nossa estrutura também oferecerá um excelente serviço de alimentação para os alunos, eliminando a necessidade de deslocamentos. Mais de 200 profissionais já se cadastraram para receber em primeira mão a programação de cursos. Caso também pretenda receber antes, basta se cadastrar no endereço eletrônico – www.bcapbrasil.com.br – e, em breve chegará via e-mail, o Programa de Cursos de Imersão, que terá início em março deste ano. ImplantNews 2013;10(1):118-9 ] 119 Perio-Implantar Por Lilian Smeke Em atividade desde agosto de 2012, o Grupo PerioImplantar congrega mais de cinco mil profissionais da área no Facebook para promover o debate dos principais temas que envolvem a pesquisa científica e a prática clínica da Implantodontia e da Periodontia. A partir desta edição, a ImplantNews apresenta alguns dos temas discutidos nas últimas semanas. Luis Macieira mostra a diferença entre conversor e interface (base) de titânio em próteses sobreimplantes de zircônia. Luis Macieira Sequência para tratamento da peri-implantite com um ótimo resultado e acompanhamento de dois anos. http://www.inpn.com.br/link-132 Joel Alves Que tal um pouco de tratamento da peri-implantite? 1) Peri-implantite no implante #22. 2) Detalhe do posicionamento vestibularizado. 3) ACC dos dentes em volta para troca das coroas e igualar as zênites. 4) Alisamento das roscas do implante. 5) Detalhe dos ACCs. 6) Logo após as suturas. 7) ETCS no implante após oito meses. 8) Coroas totais definitivas e mucosa do #22 com linha mucogengival e queratina, após dois anos da cirurgia inicial. André Vilela Andrade apresentou um artigo sobre citocinas e fatores de crescimento envolvidos na Osseointegração de implantes de titânio, comparando aparelhos piezoelétricos e motores convencionais. André Vilela Andrade Este trabalho mostra o que não se enxerga na piezocirurgia. Porcos são operados no mesmo dia, uma perna com broca, outra com equipamento piezoelétrico e verifica-se que a Osseointegração e a formação óssea é muito mais rápida no lado do piezo. A concentração de BMP e TGF chega a ser quase 18 vezes maior, com menor trauma, menor inflamação, maior vascularização, entre outras vantagens. http://www.inpn.com.br/link-131 http://www.inpn.com.br/link-133 Participe das discussões do Grupo Perio-Implantar no Facebook. Acesse www.perio-implantar.com.br. ImplantNews 2013;10(1):121 121 Liberdade para crescer Apostando na versatilidade de seu sistema e em uma divulgação mais eficiente, a DSP Biomedical avança conquistando mais espaço no mercado. Acompanhe a entrevista com Célio Gilson Netzel, proprietário da empresa. A DSP Biomedical passou quase dez anos atuando no mercado de forma tímida e discreta. De repente, uma mudança no quadro societário deu um novo rumo para a empresa, que passou a investir mais na qualidade e na divulgação de seus produtos, além de adotar uma postura comercialmente mais arrojada. Foi um renascimento. O responsável por essa transformação é o empresário Célio Gilson Netzel, que atribui a mudança à possibilidade de dirigir seu negócio com maior liberdade, sem a interferência dos inúmeros sócios que fundaram a empresa. “A empresa passou a ter uma linha única de pensamento”. 122 ImplantNews 2013;10(1):122-5 Netzel recebeu a equipe da ImplantNews para uma entrevista em Campo Largo, no Paraná. Ele falou sobre a trajetória e a transformação da DSP nos últimos anos, além de expor sua análise sobre o futuro do mercado de implantes. Acompanhe! ImplantNews – Como os implantes odontológicos entraram na sua vida? Célio Gilson Netzel – Minha formação é na área de Engenharia. Iniciei minha trajetória pela Ortopedia. Eu conheci, em Curitiba, um médico e professor chamado Sílvio Baras, que infelizmente já faleceu. Foi ele quem me ajudou a adquirir o conhecimento tecnológico de se trabalhar com metal para que fosse inserido no corpo humano. Juntamente com outro sócio, criamos uma empresa para atuar no mercado ortopédico. No entanto, por causa de problemas pessoais, o Sílvio precisou se afastar da sociedade. Então, pedimos a ele que nos sugerisse outro ramo onde nossa empresa pudesse atuar. O Sílvio recomendou que partíssemos para o mercado de implantes dentários, que teria um enorme potencial a ser explorado. Isso aconteceu em 1994. Com essa informação, eu comecei a correr atrás, pesquisando e conhecendo melhor o mercado. Na época, tínhamos poucas marcas sendo comercializadas no Brasil. Passei algum tempo visitando consultórios odontológicos, conhecendo pessoas, investigando os kits cirúrgicos e estudando o produto, o material, as medidas etc. Ao contrário de muitas empresas brasileiras, que quando surgiram passaram um longo período apenas produzindo itens da área protética, eu migrei rapidamente para os implantes. Criamos uma empresa chamada LifeTech. Fornecíamos nossos produtos para outras empresas de implante e não vendíamos diretamente aos cirurgiões-dentistas. Em 2000, decidimos criar a marca DSP e entrar no mercado com nossos produtos. Mas, é importante ressaltar que esse período de seis anos no LifeTech foi importante para que pudéssemos adquirir knowhow e tecnologia para o aprimoramento de nossos produtos. Fotos: Milto Evaldo Ribeiro Perfil Empresarial Sozinho a frente da DSP, Netzel passou a investir em qualidade e divulgação. IN – Os sócios da LifeTech são os mesmos que criaram a DSP? Netzel – Não, a DSP foi criada por um grupo maior de sócios. Eram engenheiros e implantodontistas de São Paulo e Curitiba. Com o tempo, o grupo foi sendo reduzido e hoje sou o único proprietário. Apesar de estarmos ativos desde 2000, foi só nos últimos três anos que a empresa se tornou mais conhecida. Isso aconteceu porque nos primeiros anos não realizávamos investimentos em divulgação. Até pouco tempo, nós não participávamos de eventos e não investíamos em publicidade. Por isso, nossa marca não era conhecida. Curiosamente, muitas pessoas acham que a DSP é uma empresa nova porque ouvem falar dela há pouco tempo. No entanto, já estamos na estrada há mais de 12 anos. IN – E o que aconteceu para que vocês mudassem a postura e passassem a investir em divulgação? Netzel – A mudança começou com a saída do último sócio. A empresa passou a ter uma linha única de pensamento. A partir daí, fizemos uma série de mudanças na embalagem, no catálogo e na linha de produtos. Além disso, temos hoje uma estrutura totalmente nova em nossa fábrica, com a ampliação de nossa capacidade de produção, a reestruturação da sala limpa, o investimento em controle de qualidade etc. IN – Qual foi a aposta da DSP ao desenvolver seu sistema de implantes? Netzel – A DSP apostou na versatilidade. Hoje, existe uma grande quantidade de fabricantes, o que significa que há uma enorme variedade nos ImplantNews 2013;10(1):122-5 123 Outro problema que estamos vivendo é o número excessivo de fabricantes no mercado de implantes. Esse fenômeno derrubou o preço dos implantes de forma perigosa, de maneira que estamos vulneráveis à ação de especuladores estrangeiros. Em qualquer lugar do mundo, a indústria se movimenta a partir de inovação e pesquisa. Porém, para isso acontecer, a indústria precisa ter uma rentabilidade que suporte esses investimentos. Ou seja, se esse ciclo não for quebrado, a indústria brasileira, que hoje já é reconhecida internacionalmente, vai acabar perdendo valor. modelos disponíveis no mercado. Nossa filosofia é fornecer esse produto diferenciado, com alta tecnologia empregada e com vasta disponibilidade de opções para aquele cliente que já está acostumado com determinado procedimento. A ideia é permitir que o implantodontista consiga, dentro de um padrão de uso, migrar para nossa marca sem precisar trocar o instrumental e fazer novos cursos. Por isso, desenvolvemos um sistema que hoje é um dos maiores do mercado, em termos de modalidade. Nós temos uma gama de implantes muito grande, com grande versatilidade de componentes protéticos. Ao longo de nossa história, já tivemos alguns itens que saíram de linha, mas mantemos um estoque regulador por questão de respeito ao cliente. A nossa linha é extremamente moderna, com o que há de mais atual em termos de design. Parte dos implantodontistas tem a percepção de que os implantes são todos iguais. Isso não é verdade. Os implantes são diferentes, porque a postura dos fabricantes também é diferente. A qualidade do implante pode variar tanto com relação ao material utilizado, como com os níveis de tolerância na produção. IN – Em termos de desenvolvimento de produtos, como vocês trabalham? Netzel – Nós temos uma diretoria científica que trabalha diretamente 124 ImplantNews 2013;10(1):122-5 com o desenvolvimento de produtos. Adicionalmente, temos consultores científicos que nos dão o embasamento sobre os nossos produtos. Temos parcerias com profissionais de diversas universidades e em instituições de ensino para o desenvolvimento de tecnologia brasileira. IN – A DSP oferece cursos em todos os estados brasileiros? Netzel – Como não atendemos comercialmente todos os estados, damos preferência a realizar os cursos onde estamos presentes. Estamos nas regiões Sul e Nordeste, além dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás. Nas demais regiões, atendemos com televendas. Mas, expandir nossa atuação, tanto na área comercial quanto nos cursos, é meta para 2013. IN – Como você analisa o mercado de implantes? Netzel – O mercado brasileiro está passando por uma série de modificações. No passado, ele estava marcado por uma indústria internacional muito forte e uma indústria nacional fraquíssima. Devido a abertura de mercado, conseguimos trazer tecnologia para nossas indústrias e passamos a competir de igual para igual com os produtos importados. Muita gente estima que a indústria nacional represente hoje 80% do mercado. Eu discordo. Eu vejo 90% do mercado nas mãos das empresas brasileiras. E essa fatia continua crescendo ano a ano. Em 2012, o Brasil enfrentou um problema sério: o crescimento da economia brasileira ficou muito abaixo da expectativa. O mercado de implantes sentiu muito esse problema. A explicação é que o governo concedeu vantagens para o financiamento de automóveis, imóveis e eletrodomésticos da linha branca, o que fez com que a população emergente ficasse endividada e os gastos com a saúde acabaram ficando de lado. Outro problema que estamos vivendo é o número excessivo de fabricantes no mercado de implantes. Esse fenômeno derrubou o preço dos implantes de forma perigosa, de maneira que estamos vulneráveis à ação de especuladores estrangeiros. Em qualquer lugar do mundo, a indústria se movimenta a partir de inovação e pesquisa. Porém, para isso acontecer, a indústria precisa ter uma rentabilidade que suporte esses investimentos. Ou seja, se esse ciclo não for quebrado, a indústria brasileira, que hoje já é reconhecida internacionalmente, vai acabar perdendo valor. Se isso não mudar, os estrangeiros apresentarão produtos com novas tecnologias e os brasileiros não terão condições de investir em qualidade para desenvolver um produto à altura. Perfil Empresarial “As pessoas tendem a vincular a qualidade duro nesse sentido, mais aberto aos produtos de outras empresas. Eu vejo essa transformação como algo muito positivo. do produto ao tamanho da empresa, e isso é um erro. Nem sempre a maior empresa tem o melhor produto”. O implantodontista brasileiro perde muito com isso; assim, ele deve ter em mente que um produto complexo, como o implante, não pode ser escolhido apenas em função do preço. IN – E o que a DSP oferece como diferencial para não entrar na guerra de preços? Netzel – É evidente que para sobreviver no mercado você precisa oferecer condições vantajosas de preço e de qualidade. Sendo assim, a DSP elegeu como diretriz para nossa administração que jamais sacrificaria a qualidade de nossos produtos. Se chegarmos em um ponto em que formos obrigados a diminuir a qualidade para baratear o produto e competir com outras empresas, isso significa que aquele mercado não serve mais para nós. Dessa forma, adotamos como estratégia a atuação em duas faixas de preço, com linhas específicas para cada uma delas. É importante que se diga, no entanto, que a DSP não tem por objetivo ser a maior empresa do mercado. Nosso objetivo é ter o melhor produto do Brasil. Nós trabalhamos a vida toda de forma muito coerente e temos conseguindo um crescimento de 20% ao ano, o que nos deixa muito satisfeitos, mas não temos como filosofia o crescimento a qualquer preço. As pessoas tendem a vincular a qualidade do produto ao tamanho da empresa, e isso é um erro. Nem sempre a maior empresa tem o melhor produto. Eu uso isso na minha vida pessoal, quando estou fazendo compras. É preciso experimentar cada uma das marcas, sem preconceito, para descobrir qual é o melhor negócio. Eu percebo que o implantodontista está se tornando cada vez mais ma- IN – E como fica a convivência com as empresas irregulares, que oferecem produtos sem certificação? Como resolver este sério problema brasileiro? Netzel – Em primeiro lugar, é preciso que se diga: só existe mercado onde existe comprador. Ou seja, esses fabricantes irregulares só conseguem atuar porque há cirurgiões-dentistas dispostos a trabalhar com produtos que possuem essa origem. Então, o primeiro passo a ser dado é a conscientização desses profissionais. É difícil para nós lutar contra isso. A Polícia Federal e a Anvisa trabalham para reprimir, mas os irregulares estão sempre pensando em maneiras de burlar e os compradores dão um jeito de receber. Não há como competir nesse mercado paralelo, porque os custos dos irregulares são totalmente diferentes dos nossos. Então, não existe competição, apenas convivência. IN – Que outro problema você enxerga como ameaça para o mercado de implantes? Netzel – A exemplo do que aconteceu com os fabricantes, os implantodontistas também estão sofrendo com o excesso de concorrência no atendimento dos pacientes. O que acontece é que o crescimento ano a ano do segmento de implantes está atraindo muita gente. Não há problema se esses profissionais que estão entrando no mercado estiverem dispostos a fazer um trabalho sério, com responsabilidade e competência. O que me preocupa é que, infelizmente, há muita gente buscando apenas o lucro rápido. Devemos lembrar que a imagem de toda a Implantodontia pode ser prejudicada a cada caso fracassado. ImplantNews 2013;10(1):122-5 125 IMPLANTODONTIA CLÍNICA DE ALTA PERFORMANCE. Latin American Osseointegration Congress Um evento que ultrapassa fronteiras em benefício da evolução de todos. Expo Center Norte – a casa do mais completo encontro da Implantodontia de todos os tempos. INCard 2013 VIP Descontos Mais vantagens para o participante do Clube dos 2.500. Prof. Dr. P-I Brånemark Presidente de Honra Marco Antônio Bottino Patrono do IN 2013 César Arita (in memoriam) Presidente do IN 2013 Em setembro, o mundo passa por aqui. Junte-se aos melhores implantodontistas da América Latina no IN 2013. Comissão Organizadora Central Laércio W. Vasconcelos 128 12 128 Hugo Nary Filho Paulo Rossetti Wellington Bonachela Jamil A. Shibli Paulo Perri de Carvalho O Latin American Osseointegration Congress é um encontro cuja principal proposta é discutir variáveis e tendências com aqueles que atuam na área da Reabilitação Oral com ou sem implantes, principalmente os especialistas que buscam reciclagem profissional de alto nível. De 25 a 28 de setembro deste ano, São Paulo vai receber a quinta edição deste encontro, o IN 2013, um evento que fará toda a diferença para o crescimento e a evolução na especialidade. Para esta edição, como de costume, estará presente um time de ministradores nacionais e internacionais que pensam e praticam a melhor Implantodontia. Sob o tema “Implantodontia clínica de alta performance”, cerca de 6.000 participantes vão ver, rever e discutir os avanços e as possibilidades dos vários procedimentos e as técnicas da Reabilitação Oral com implantes, buscando padronizar e elevar o nível dessa especialidade no âmbito da América Latina. Tudo isso através de um programa bastante objetivo e dinâmico, focado na qualidade de conteúdo, e desenhado cuidadosamente para o máximo aproveitamento dos participantes do Brasil e dos países vizinhos. A programação científica, cujo volume está 20% maior do que a oferecida no IN 2011, é composta de 30 cursos internacionais de imersão – apresentados por brasileiros e/ou estrangeiros –, além de conferências especiais, mesas-redondas temáticas, Corporate Session, Prêmio Nacional César Arita de Pesquisa Científica, Painéis científicos, Exposição Promocional e muito mais. Vamos, juntos, no IN 2013, rever conceitos, técnicas e procedimentos buscando uma padronização de qualidade e segurança na prática da Implantodontia latino-americana. Esperamos por você e seus colegas em setembro de 2013. Marco A. Bianchini Antonio Wilson Sallum Carlos Eduardo Francischone Sérgio J. Jayme Barbro Brånemark Darwin Justiniano Pereyra 11229 129 Um evento sem fronteiras, democrático e que Confira o que você vai ver no IN 2013. Totalizando mais de 400 atividades previstas, a programação científica chama a atenção para os cursos internacionais de imersão, ministrados por brasileiros e/ou estrangeiros. Os 30 cursos oferecidos trazem a mesma qualidade e carga horária, independente de temas, filosofias e origem dos apresentadores. Ministradores internacionais confirmados Andrea Mombelli (Suíça) Tema: Avanços no tratamento de infecções periodontais e peri-implantares Franck Renouard (França) Tema: Fatores humanos: a primeira causa de complicações em Implantodontia Myron Nevins (EUA) Tema: Fatores biológicos e clínicos para implantes em paciente periodontalmente comprometido Burton Langer (EUA) Tema: A prevenção de deformações estéticas sobreimplantes e as respectivas técnicas de regeneração óssea Friedrich W. Neukam (Alemanha) Tema: Técnicas de regeneração em Implantodontia Stefan Renvert (Suécia) Tema: Diagnóstico e tratamento da peri-implantite Christoph Hämmerle (Suíça) Tema: Tomada de decisão referente ao uso de implantes em Odontologia reconstrutiva: local, quantidade e comprimento David Cochran (EUA) Tema: 1) Configurações do conjunto implante/pilar e a perda óssea marginal; 2) Regeneração óssea com BMP-2 e como estamos usando-a clinicamente para auxiliar na colocação de implante Eric Van Dooren (Bélgica) Tema: Novas oportunidades de aperfeiçoamento na zona estética 1 0 13 130 Georg Watzek (Áustria) Tema: Implantes para adolescentes: oportunidades, vantagens e riscos Iñaki Gamborena (Espanha) Tema: Sintonia estética nos casos complexos com implantes John Brunski (EUA) Tema: Biomecânica em próteses implantossuportadas: da bancada (laboratório/animal) para testes de resultados clínicos Joseph Kan (EUA) Tema: Substituição imediata de dentes anteriores: arte, ciência e limitações Thomas Balshi e Stephen Balshi (EUA) Tema: Nenhuma solução óssea para função imediata dos maxilares severamente atróficos Tiziano Testori (Itália) Tema: Carga imediata: estado da arte Torsten Jemt (Suécia) Tema: Experiência a longo prazo de implantes dentários Zvi Artzi (Israel) Tema: Levantamento de seio maxilar: técnicas, biomateriais, casos complexos e como lidar com as complicações une ciências e tecnologias no mesmo nível. Cursos internacionais de imersão. São 30 temas e ministradores com atividades de quatro horas/aula, oferecidas em auditórios com a mesma capacidade e lugar garantido. Ministradores brasileiros confirmados Arthur Belém Novaes Junior Tema: Biomateriais em Periodontia e Implantodontia Christian Coachman Tema: Como o di-silicato de lítio pode simplificar os seus procedimentos restauradores sobreimplantes Cláudio L. Sendyk Tema: Reabilitação Oral: arquitetura e decoração do sorriso Diego Klee de Vasconcellos Tema: Próteses implantossuportadas em áreas estéticas: segurança e eficácia baseadas em evidências Flávio Domingues das Neves Tema: CAD/CAM na prótese odontológica Hugo Nary Filho Tema: Análise crítica de procedimentos avançados José Alfredo Mendonça Tema: Os desafios do incisivo central José Geraldo Malaguti Tema: Ciência e arte em Implantodontia Julio Cesar Joly Tema: Por que devemos apostar na reconstrução tecidual estética? Sebastião Alves Ribeiro Filho Tema: Obtenção de papila entre dois implantes em região estética e rhBMP-2 Sérgio J. Jayme Tema: Regeneração óssea de A a Z. Do autógeno à proteína morfogenética Sidney Kina Tema: Materiais cerâmicos na execução de próteses sobreimplantes. Como decidir? Waldemar D. Polido Tema: Enxertos ósseos em Implantodontia – clínica e evidências Veja em www.in2013.com.br o conteúdo detalhado dos cursos internacionais de imersão. Todos os participantes do IN 2013, pela taxa de adesão ao evento, têm o direito de escolher 2 (dois) cursos, sem pagamento adicional. E mais: frenquentar 120 conferências especiais, cinco mesas-redondas temáticas, Plantão de Dúvidas, Corporate Session com 80 atividades, Prêmio Nacional César Arita de Pesquisa Científica, Fórum sobre o ensino da Implantodontia, 300 painéis científicos e a ExpoIN 2013. 131 131 13 Principais temas da programação científica: • Conceitos atuais em biomateriais e bioengenharia tecidual: as perspectivas mudaram? • Como incorporar a biomecânica na prática clínica • Planejamento e seleção dos implantes: como, onde e quando? Resultados longitudinais • Como usar efetivamente o CAD/CAM para próteses sobreimplantes • Novos conceitos em estética sobreimplantes • Os avanços mais recentes nos tratamentos das infecções periodontais e peri-implantares • Como prevenir as deformações estéticas sobre os implantes • Configurações implante/pilar e a perda óssea marginal • O que sabemos sobre a preservação clínica do alvéolo de extração • Resultados sobre o uso de rhBMP-2 • O que nós sabemos sobre o uso de implantes em crianças e adolescentes? Resultados longitudinais • Substituição imediata em dentes anteriores: o que funciona e o que não funciona • Carga imediata em dentes posteriores: estado atual da arte • Implantes zigomáticos: até onde podemos ir? • Implantes em pacientes periodontalmente comprometidos • Maxilas atróficas e implantes osseointegrados: qual a melhor solução restauradora? • Levantamento no seio maxilar: técnicas, materiais, resultados e complicações Dimensão do evento: • Previsão de até 6.000 participantes. • 30 cursos internacionais de imersão – apresentados por brasileiros e/ou estrangeiros. • 120 conferências especiais sobre procedimentos clínicos. • Cinco mesas-redondas temáticas. • Plantão de dúvidas. • Corporate Session, com cerca de 80 atividades. • Salas de informação nos estandes de empresas patrocinadoras. • Prêmio Nacional César Arita de Pesquisa Científica. • Fórum sobre o ensino da Implantodontia. • 300 painéis científicos com premiação ao mérito. 132 Por que você não pode perder. Veja aqui por que profissionais com percepções e necessidades diferentes estarão no IN 2013 e junte-se a eles. “Será um momento para aprimorar os conhecimentos científicos e manter-me informada sobre as últimas tendências do mercado odontológico na feira expositora.” “O IN 2013 traz grandes pesquisadores nacionais e internacionais que com certeza acrescentarão muito em meus conhecimentos profissionais.” Rodrigo S. Sugahara – Ibiúna/SP Ingrid Albuquerque Self – João Pessoa/PB “As expectativas com os cursos são grandes, e também com a feira, que nos dá a oportunidade de conhecer as novidades do mercado.” “Será uma excelente oportunidade de aprimoramento profissional na área da Implantodontia, onde manterei contato através das conferências e dos cursos.” Diógenes da Silva e Silva – Teresina/PI Edson Parra Nani Filho – São Paulo/SP “A atualização é fundamental para a realização da Implantodontia, principalmente na minha profissão, que repasso estes novos conceitos aos meus alunos.” “Na edição de 2013, estou ansioso para ver a apresentação de Tiziano Testori, com um tema bastante moderno, Carga imediata: estado da arte.” João Leahy – Itabuna/BA Oswaldo Baptista de Souza Jr. – Porto Alegre/RS “É um evento grandioso, no qual vemos de perto o que vem sendo praticado em questão de excelência na Europa e no mundo, bem como evoluções e novidades de materiais e equipamentos.” Luis Fernando Berg – Santos Dumont/MG “Minha expectativa é das melhores, pois ciência, pesquisa e reencontro com amigos é o que terei com certeza.” Norberto Francisco Lubiana – Vitória/ES “Este ano, a grade de cursos está fantástica e já fiz minha inscrição para o curso ‘Experiência a longo prazo de implantes dentários’, do professor Torsten Jemt (Suécia).” Silvio Luiz Pimentel – Taubaté/SP “Tenho participado desse congresso desde as edições anteriores e acho de suma importância para quem quer se manter atualizado e fazer uma Odontologia de qualidade.” Ricardo G. Moreno – Fortaleza/CE “Esta será minha primeira participação no evento, estou ansiosa por esta oportunidade de negócios na feira e atualização com estes renomados ministradores dos cursos.” Vanessa Gomes Andrade Chiaramelli – São Sebastião do Paraíso/MG “No evento, poderemos presenciar a apresentação dos maiores expoentes pesquisadores e mestres de todos os continentes.” Ricardo César Nishiyama – Rolim de Moura/RO “Este evento vem estabelecendo um marco de integração para a comunidade latino-americana, com ministradores de alta qualidade do Brasil e do exterior.” Octávio P. Souza Filho – Nova Iguaçu/RJ “É a primeira vez que irei participar do IN, pois a grade científica foi cuidadosamente preparada pela comissão organizadora, com a presença de palestrantes conceituados.” Gustavo Gomes de Oliveira – Ponte Nova/MG “Este evento, além de ter uma excelente programação científica, com palestrantes de renome mundial, possui uma organização exemplar.” Luciano Cincurá – Salvador/BA “Estou certo de que esse evento irá acrescentar muito na profissão, espero encontrar novas técnicas, boas palestras e conhecer a feira expositora com produtos de última geração.” Fortunato Filho – Caruaru/PE “O local escolhido e o transporte corresponderam às minhas expectativas e a feira comercial compensa como investimento financeiro.” Carlos Henrique Fonseca – Sinop/MT “É uma oportunidade e um privilégio trazer para dentro de nossos consultórios as tendências daquilo que há de melhor na Implantodontia no Brasil e no mundo.” Lariessa Corradi – Cascavel/PR 11333 133 ExpoIN 2013. Exposição Internacional de Produtos e Serviços para Implantodontia. Um show de lançamentos, promoções e bons negócios, à disposição dos melhores implantodontistas da América Latina. A maior exposição de produtos e serviços da América Latina para a prática da Implantodontia, a ExpoIN 2013, vai reunir o melhor da tecnologia internacional em um mesmo espaço. Serão cerca de 100 empresas expositoras distribuídas em uma área de 14.000 m², permitindo que os mais de 6.000 participantes previstos possam visitar os estandes com todo conforto, tranquilidade e fazer bons negócios. Durante os quatro dias de evento, o participante do IN 2013 vai conhecer melhor novos sistemas de implantes, tecnologias CAD/CAM que já permitem planejamento protético prévio, sistemas de radiodiagnóstico, novos biomateriais, materiais protéticos de última geração, além de uma série ç q g de serviços que vão de cursos de reciclagem até boas p parcerias com laboratórios de p prótese. 1 4 13 134 Prêmio Nacional César Arita de Pesquisa Científica. Um incentivo que contribui para a evolução da Reabilitação Oral no Brasil. O Prêmio Nacional César Arita de Pesquisa Científica, instituído pelos editores das revistas ImplantNews e PerioNews como uma forma de homenagear o pesquisador César Arita, falecido em 2012, e dar continuidade ao seu trabalho de incentivo à pesquisa, vai reconhecer e premiar, durante o IN 2013, os pesquisadores que mais contribuem para a evolução da Reabilitação Oral no Brasil. As inscrições já estão abertas e vão até o dia 28 de fevereiro. Para saber mais sobre os prêmios oferecidos, regulamento e participar, acesse www.in2013.com.br. No site, você também encontrará tudo o que precisa saber para inscrever, a partir de 4 de março, painéis científicos. Livro Oficial do IN 2013 traz soluções para casos complexos. GRÁTIS para os primeiros 2.500 inscritos.* O livro oficial do IN 2013 promete superar todas as expectativas em m relação às obras publicadas nas edições anteriores do Latin American Os-seointegration Congress. Sob o tema “Situações complexas na Implantodontia: soluções clínicass especializadas”, a obra, que conta com a organização de Paulo Rossetti e a Wellington Cardoso Bonachela, discute situações clássicas e complexas da clínica. Os leitores encontrarão seções com dicas de diagnóstico e planejamento,, a situações como traumatismo dentário, prognóstico dos dentes após terapia periodontal, como e qual tipo de biomaterial pode ser indicado para cada te-rapia. Estes capítulos funcionam como um guia para atividade no consultório.. e O livro do IN 2013 também contará com a colaboração de outros autores que apresentarão soluções clínicas para casos complexos. *Para garantir o seu, sem custos, basta participar da promoção Clube doss 2.500, válida até 15/3. Após o evento, o livro será comercializado por R$ 300.. Volume V Vo Vol oolum me co me com m 3300 0 ppág 00 páginas, gina gina innas, s, pap s, ppa papel ap a eell esp especial, pec eci cciial al,l iim al, impressão mpr ppre ressã ssãão e quatro em quaatro co qu qua cores re , capa capa dura, du dura, ra centenas ceente ntenas nas a de de imagens im mag age genss cores, cclínicas clí clínic lííni nnic icas a e ccerca ercca ddee 12 erc 12 aauto utores ut utores uto ree de de capítulos. caapít pítulo pí ull s. s. autores 135 11335 Adesão até 15 de março garante 2 (dois) cursos de imersão e mais benefícios. Antecipe sua adesão e não perca esta excelente oportunidade. Visando ampliar ou reciclar conhecimentos, a taxa de adesão no IN 2013 dá direito a 2 (dois) cursos internacionais de imersão – apresentados por brasileiros e/ou estrangeiros – de sua escolha. Se desejar, você ainda poderá frequentar até mais 4 (quatro) cursos de imersão ministrado por brasileiros e/ou estrangeiros, mediante pagamento de taxa adicional – R$ 150, por curso. Além dos 2 (dois) cursos que tem direito, pela taxa de adesão, você terá livre acesso a mais de 300 horas de atividades científicas. Os primeiros 2.500 inscritos até 15 de março de 2013 entram, automaticamente, para o Clube dos 2.500 do IN 2013, garantindo uma série de benefícios exclusivos: GRÁTIS: um exemplar do livro oficial do IN 2013 (valor após o evento: R$ 300). Crachá personalizado, entregue em domicílio. Certificado on-line específico por curso frequentado. Pagamento facilitado da taxa de adesão em até seis vezes sem juros no cartão de crédito. Não perca tempo e entre para o Clube. Taxas de adesão oficiais e inscrição a cursos: Categoria Assinantes ImplantNews e PerioNews Alunos de pós-graduação Participantes dos eventos “20 anos da Osseointegração - 2009” e “IN 2011” Sócios de entidades apoiadoras: ABO, Abross, Alao, SBRO, ABCD, APCD, Aorp, APDESP Demais profissionais Condições de pagamento 780, 780, De 16/março a 15/maio 880, 880, 980, 980, De 16/julho a 15/setembro 1.100, 1.100, 780, 880, 980, 1.100, 1.200, 870, 980, 1.080, 1.200, 1.250, 960, Boleto: 4x Cartão: 6x 1.050, Boleto: 3x Cartão: 5x 1.150, Boleto: 2x Cartão: 4x 1.250, Boleto: à vista Cartão: 3x 1.300, Cartão à vista Até 15/março De 16/maio a 15/julho Informações adicionais: Secretaria Executiva IN 2013 Tel.: (11) 2168-3400 – [email protected] www.in2013.com.br 1 6 13 136 No evento* 1.200, 1.200, Serão aceitas adesões on-line até o dia 15 de setembro. Após essa data, novas adesões só poderão ser confirmadas no local do evento, se houver vagas disponíveis. * Sujeito a disponibilidade de vagas. Cursos adicionais: R$ 150, por curso INCard 2013 VIP Descontos Participante do Clube dos 2.500 ganha, também, o INCard 2013 VIP Descontos. Com esse passaporte fantástico no bolso, você terá acesso a descontos exclusivos de até 40% na compra de produtos durante o evento. Garanta o seu! Eventos São Paulo recebe pesquisadores europeus em junho Francesca Vailati, Peter Gehrke e Urs Brodbeck vêm ao Brasil, à convite da SBRO, para falar sobre avanços em prótese e estética dental. O XVIII Encontro Nacional da Sociedade Brasileira de Reabilitação Oral, que acontecerá entre os dias 27 e 29 de junho, contará com uma programação científica de altíssimo nível, que trará o melhor conteúdo mundial nas diversas áreas de Reabilitação Oral. O evento será realizado no Anhembi, em São Paulo, e terá palestras de professores nacionais e estrangeiros. Coordenada por Dario Adolfi, a programação científica terá ênfase em prótese estética, com temas que envolvem procedimentos avançados auxiliados pelas novas tecnologias. “Planejado para acontecer em grande estilo, o Encontro Nacional da SBRO volta a São Paulo renovado, ampliado e, sobretudo, oferecendo uma programação científica há muito esperada. Dimensionado para 900 participantes, esse encontro, confirmado para junho de 2013, no Anhembi, será uma rica experiência para todos nós”, explica a presidente do evento, Gisseli Ávila. Três pesquisadores e professores europeus já foram confirmados para o evento. Eles ministrarão cursos internacionais com duas horas de duração: Francesca Vailati (Suíça), que falará sobre “Reabilitação adesiva total: por que, quando e como?”; Peter Gehrke (Alemanha), que apresentará o tema “Prótese sobreimplante CAD/CAM: seguir a R-(evolução)?”; Urs Brodbeck (Suíça), que abordará “Restaurações cerâmicas: um conceito da prática – para a prática”. Na parte dos cursos nacionais, além da presença de Dario Adolfi, o evento contará com a participação de Fábio Hiroshi Fujiy, Francis Lima, José Geraldo Malaguti, Juvenal de Souza Neto, Laerte Balduino Schenkel, Leonardo Buso, Marcio Bittencourt, Marcio Seto, Maristela Lobo, Messias Rodrigues, Oswaldo Scopin, Sérgio Dias e Victor-Clavijo. No XVIII SBRO, os participantes também poderão conferir a feira expositora, com cerca de 60 empresas, que apresentará os últimos lançamentos em produtos e serviços. Uma excelente oportunidade de realizar negócios e manter contatos. Francesca Vailati (Suíça) Peter Gehrke (Alemanha) Urs Brodbeck (Suíça) “A programação científica do encontro tem como proposta oferecer uma agenda de atualização nos vários campos da Reabilitação Oral que contemple todas as etapas do tratamento. Dessa forma, esperamos que os temas apresentados no evento ofereçam aos participantes o acesso a procedimentos avançados com o auxílio de novas tecnologias” – Dario Adolfi, coordenador da Comissão Científica. “Vamos oferecer uma programação com ênfase em Prótese Estética, que vai ficar marcada na boa história dos grandes eventos internacionais” – Gisseli Ávila, presidente do Encontro. Para mais informações, acesse www.encontrosbro.com.br ou ligue para: (11) 2168-3400 e fale com Jaquelyne. ImplantNews 2013;10(1):139 139 Informativo Abross Boletim no 2 1/2013 Academia Brasileira de Osseointegração Com a palavra, o presidente O ano de 2013 chegou e, junto ao novo ano, mais possibilidades de trabalho, atividades e atualizações constantes. Por isso, temos de estar melhor preparados para encarar os desafios que vêm pela frente. Nós, da Abross, dentro da nossa missão, queremos levar aos nossos associados mais e melhores informações das nossas atividades. Confira aqui as principais e um feliz ano a todos! Sérgio J. Jayme Presidente Abross Parceria com a AO No início deste ano, a Academia Brasileira de Osseointegração firmou parceria inédita com a Academy of Osseointegration (AO), dos Estados Unidos. Antigo sonho acalentado pela entidade, as negociações se intensificaram no X Encontro Internacional da Academia Brasileira de Osseointegração – Abross 2012, que aconteceu em junho do ano passado, e foram conduzidas por Sérgio J. Jayme, Ronald Cardoso, Samy Tunchel, Jamil A. Shibli, Júlio Sá Ferreira e Arthur Belém Novaes Jr. Um dos principais pontos da parceria é o convênio firmado com a AO para a participação de cerca de 80 especialistas ligados à Abross no AO Meeting, com taxas de adesão bastante reduzidas. O AO Meeting é um dos mais importantes eventos sobre Implantodontia no mundo e aconte- cerá de 7 a 9 de março, em Tampa, na Flórida. “Quem atua com reabilitação oral com implantes não pode perder esta oportunidade, pois ali serão mostradas as novas tendências da área e a evolução desta ciência”, informa Sérgio Jayme. De acordo com o convênio firmado, a taxa de inscrição ao AO Meeting 2013 para os sócios da Abross interessados em participar será de US$ 485 para adesões realizadas até 21 de janeiro, um desconto considerável, tendo em vista que o valor para os que não são membros é de US$ 880 (veja tabela para os sócios Abross). Além disso, os associados poderão contar com os serviços da Tob Tur, agência de viagem que facilitará todo o trabalho de deslocamento – Tel.: (11) 3531-7766 – www.tob.com.br. No decorrer do ano, novos benefícios serão anunciados. Aguardem! Como se tornar sócio Se você tem interesse em fazer parte do grupo oficial da Abross, envie um e-mail para Ana Rosas – [email protected]. Confira também, no site www.abross. org.br, as atividades desenvolvidas e as outras vantagens de ser um associado Abross. Até 21/1 De 22/1 a 11/2 Depois de 11/2 US$ 485 US$ 585 US$ 735 Saiba mais sobre a Abross e seus benefícios em: www.abross.org.br 140 ImplantNews 2013;10(1):140 Mercado IN Talladium muda nome da empresa no Brasil Desde 1o de dezembro do ano passado, a Talladium Internacional Implantology está com uma nova identidade corporativa no mercado brasileiro: Mangran Internacional. A alteração decorre de um processo evolutivo da marca no Brasil, visando ampliar e fortalecer as iniciativas da empresa. O objetivo é oferecer aos profissionais produtos inovadores com tecnologia europeia, marcada, inicialmente, pela comercialização do produto principal: Ucla Dinâmico – solução original. Mais informações, acesse: http://talladiumbrasil.com.br/. Talmax e Zirkonzahn promovem A parceria entre a Talmax e a Zirkonzahn trouxe para Curitiba o 1o Encontro Latino Americano Zirkonzahn & Friends. Nos dias 26 e 27 de outubro, no Expo Unimed, localizado na Universidade Positivo, profissionais de todo o Brasil e da América Latina reuniram-se para discutir as últimas tendências das reconstruções estéticas realizadas em zircônia. Foram realizadas palestras que abordaram diversos aspectos essenciais do trabalho com zircônia, e mostraram como os TPDs podem obter o máximo do material em seus laboratórios. Enrico Steger, Luis Macieira, Salvatore Conte, Michael Bergler, Edson Alves e Luiz Fernando Filther compartilharam experiências, casos clínicos atendidos e muitos trabalhos, nos quais a técnica aliada à experiência foram essenciais para oferecer os melhores resultados. Para o diretor de marketing da Talmax, Vorlei de Oliveira, todo o conteúdo compartilhado pelos profissionais “ampliou as possibilidades dos participantes e permitiu um encontro ímpar para todos, além da troca de ideias e experiências”. Divulgação evento exclusivo sobre zircônia Enrico Steger, fundador da Zirkonzahn, em sua apresentação. ImplantNews 2013;10(1):143 143 Normas de Publicação Como enviar seus trabalhos Os trabalhos enviados que não seguirem rigorosamente as Normas de Publicação serão devolvidos automaticamente. A revista ImplantNews é um periódico científico que adota o sistema de revisão por pares para seleção dos trabalhos a serem publicados e segue em suas normas de publicação o estilo de Vancouver (Sistema Numérico de Citação), visando à padronização universal de expressões científicas nos trabalhos publicados. Desde janeiro de 2011, todos os trabalhos deverão ser enviados com o formulário de Conflito de Interesse preenchido, material que passa a fazer parte do Termo de Cessão de Direitos Autorais. IMPORTANTE: Envie seu trabalho apenas pelo correio, para: ImplantNews Att. Cecilia Felippe Nery (Editora) Rua Gandavo, 70 – Vila Clementino 04023-000 – São Paulo – SP ATENÇÃO: para o envio de Notas Prévias, indique por fora do envelope “Seção Nota Prévia”. Contendo CD identificado (com todo o material do artigo), impresso completo do trabalho a ser submetido, Termo de Cessão de Direitos Autorais/Formulário de Conflito de Inte- resse devidamente preenchidos e Termo de Consentimento do Paciente, quando necessário. Em caso de dúvida, entre em contato com a redação: (11) 2168-3400 – <[email protected]>. NOTAS PRÉVIAS APRESENTAÇÃO A Nota Prévia deverá conter: título em português e inglês, nome(s) e titulação do(s) autor(es), resumo/abstract, unitermos/key words, introdução e/ou proposição, material e métodos, discussão, conclusão e referências bibliográficas. O autor deverá enviar o Termo de Cessão de Direitos Autorais de acordo com o item 2.7.1. Para a publicação deverão ser observados os itens das “Normas de Publicação”. Limites: texto com, no máximo, 5.000 caracteres (com espaços), 3 imagens com legendas concisas, uma tabela pequena e 5 referências bibliográficas. Revisão/edição: os trabalhos serão revisados pelo editor científico e um parecerista do Conselho Científico, especialista na área do artigo. O editor se reserva o direito de editar os trabalhos para melhorar a clareza e compreensão dos leitores. Aderência às Normas de Publicação: trabalhos não preparados de acordo com as normas serão devolvidos aos autores antes do processo de revisão. Introdução: resumir o princípio e o propósito do estudo, fornecendo apenas as referências pertinentes. Mostre claramente a hipótese testada. Material e métodos: apresente detalhes suficientes para permitir a confirmação das observações. Métodos publicados deverão ser referenciados e discutidos brevemente, à menos que hajam modificações. Indique os métodos estatísticos, quando aplicável. Resultados: apresente em ordem sequencial no texto, tabela e ilustrações. Não repita no texto todos os dados das tabelas e ilustrações; enfatize apenas observações importantes. Discussão: enfatize os aspectos novos e importantes e as conclusões que se seguem. Não repita em detalhes dados ou outro material fornecido na Introdução ou nos Resultados. Compare suas observações com outros estudos relevantes; aponte as implicações e limitações. Conclusão: faça de forma a reforçar ou refutar a hipótese. Agradecimentos: pessoas com contribuições substanciais ao trabalho. Especifique patrocinadores, agências de fomento (citando número do processo). Inclua uma declaração se existe ou não interesse ou vínculo comercial dos autores com o trabalho. Referências bibliográficas: siga rigorosamente as normas de citação numérica Vancouver; as referências são de inteira responsabilidade dos autores. estes não terão ciência dos autores do trabalho analisado. 2.7. O trabalho deverá ser entregue juntamente com o Termo de Cessão de Direitos Autorais, assinado pelo(s) autor(es) ou pelo autor responsável. 2.7.1. Modelo de Termo de Cessão de Direitos Autorais: [Local e data] Eu (nós), [nome(s) do(s) autor(es)], autor(es) do trabalho intitulado [título do trabalho], o qual submeto(emos) à apreciação da revista ImplantNews para nela ser publicado, declaro(amos) concordar, por meio deste suficiente instrumento, que os direitos autorais referentes ao citado trabalho tornem-se propriedade exclusiva da revista ImplantNews a partir da data de sua submissão, sendo vedada qualquer reprodução, total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação de qualquer natureza, sem que a prévia e necessária autorização seja solicitada e obtida junto à revista ImplantNews. Declaro(amos) serem verdadeiras as informações do formulário de Conflito de Interesse. No caso de não aceitação para publicação, essa cessão de direitos autorais será automaticamente revogada após a devolução definitiva do citado trabalho, mediante o recebimento, por parte do autor, de ofício específico para esse fim. [Assinatura(s)] Importante: autores e coautores deverão preencher individualmente o formulário com informações próprias. Estas deverão ser acrescentadas ao final do artigo, em forma de texto, como Nota de Esclarecimento. 2.8. As informações contidas nos trabalhos enviados são de responsabilidade única e exclusiva de seus autores. NORMAS DE PUBLICAÇÃO 1. OBJETIVO A revista ImplantNews, de periodicidade bimestral, destina-se à publicação de trabalhos inéditos de pesquisa aplicada, bem como artigos de atualização, relatos de casos clínicos e revisão da literatura na área de Implantodontia e de especialidades multidisciplinares que a envolvam. 2. NORMAS 2.1. Os trabalhos enviados para publicação devem ser inéditos, não sendo permitida a sua apresentação simultânea em outro periódico. 2.2. Os trabalhos deverão ser enviados exclusivamente via correio, gravados em CD, em formato DOC ou RTF (Word for Windows), acompanhados de uma cópia em papel, com informações para contato (endereço, telefone e e-mail do autor responsável). 2.2.1. O CD deve estar com a identificação do autor responsável, em sua face não gravável, com etiqueta ou caneta retroprojetor (própria para escrever na superfície do CD). 2.3. O material enviado, uma vez publicado o trabalho, não será devolvido. 2.4. A revista ImplantNews reserva todos os direitos autorais do trabalho publicado. 2.5. A revista ImplantNews receberá para publicação trabalhos redigidos em português. 2.6. A revista ImplantNews submeterá os originais à apreciação do Conselho Científico, que decidirá sobre a sua aceitação. Os nomes dos relatores/avaliadores permanecerão em sigilo e Conflito de Interesse Sim Não Eu recebi apoio financeiro para pesquisa dado por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho Eu, ou os membros da minha família, recebemos honorários de consultoria ou fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho Eu, ou os membros da minha família, possuímos ações ou investimentos em organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho Eu recebi honorários de apresentações vindos de organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho Você está empregado pela entidade comercial que patrocinou o estudo? Você possui patentes ou royalties, trabalhou como testemunha especializada, ou realizou atividades para uma entidade com interesse financeiro nesta área? (forneça uma descrição resumida) [Assinatura] 2.9. Os trabalhos desenvolvidos em instituições oficiais de ensino e/ou pesquisa deverão conter no texto referências à aprovação pelo Comitê de Ética. A experimentação envolvendo pesquisa com humanos deve ser conduzida de acordo com princípios éticos (Declaração de Helsinki, versão 2008 – http://www.wma. net/en/20activities/10ethics/10helsinki/index.html). ImplantNews 2013;10(1):145-6 145 2.10. Todos os trabalhos com imagens de pacientes, lábios, dentes, faces etc., com identificação ou não, deverão conter cópia do Formulário de Consentimento do Paciente, assinado por este. 3. APRESENTAÇÃO 3.1. Estrutura 3.1.1. Trabalhos científicos (pesquisas, artigos e teses) – Deverão conter título em português, nome(s) do(s) autor(es), titulação do(s) autor(es), resumo, unitermos, introdução e/ou revisão da literatura, proposição, material(ais) e método(s), resultados, discussão, conclusão, nota de esclarecimento, título em inglês, resumo em inglês (abstract), unitermos em inglês (key words) e referências bibliográficas. Limites: texto com, no máximo, 35.000 caracteres (com espaços), 4 tabelas ou quadros e 20 imagens (sendo, no máximo, 4 gráficos e 16 figuras). 3.1.2. Revisão da literatura – Deverão conter título em português, nome(s) do(s) autor(es), titulação do(s) autor(es), resumo, unitermos, introdução e/ou proposição, revisão da literatura, discussão, conclusão, nota de esclarecimento, título em inglês, resumo em inglês (abstract), unitermos em inglês (key words) e referências bibliográficas. Limites: texto com, no máximo, 25.000 caracteres (com espaços), 10 páginas de texto, 4 tabelas ou quadros e 20 imagens (sendo, no máximo, 4 gráficos e 16 figuras). 3.1.3. Relato de caso(s) clínico(s) – Deverão conter título em português, nome(s) do(s) autor(es), titulação do(s) autor(es), resumo, unitermos, introdução e/ou proposição, relato do(s) caso(s) clínico(s), discussão, conclusão, nota de esclarecimento, título em inglês, resumo em inglês (abstract), unitermos em inglês (key words) e referências bibliográficas. Limites: texto com, no máximo, 18.000 caracteres (com espaços), 2 tabelas ou quadros e 34 imagens (sendo, no máximo, 2 gráficos e 32 figuras). 3.2. Formatação de página: a. Margens superior e inferior: 2,5 cm b. Margens esquerda e direita: 3 cm c. Tamanho do papel: carta d. Alinhamento do texto: justificado e. Recuo especial da primeira linha dos parágrafos: 1,25 cm f. Espaçamento entre linhas: 1,5 linhas g. Controle de linhas órfãs/viúvas: desabilitado h. As páginas devem ser numeradas 3.3. Formatação de texto: a. Tipo de fonte: times new roman b. Tamanho da fonte: 12 c. Título em português: máximo de 90 caracteres d. Titulação do(s) autor(es): citar até 2 títulos principais e. Resumos em português e inglês: máximo de 250 palavras cada f. Unitermos e key words: máximo de cinco. Consultar Descritores em Ciências da Saúde – Bireme (www.bireme.br/decs/) 3.4 Citações de referências bibliográficas a. No texto, seguir o Sistema Numérico de Citação, no qual somente os números índices das referências, na forma sobrescrita, são indicados no texto. b. Números sequenciais devem ser separados por hífen (ex.: 4-5); números aleatórios devem ser separados por vírgula (ex.: 7, 12, 21). c. Não citar os nomes dos autores e o ano de publicação. Exemplos: Errado: “Bergstrom J, Preber H2 (1994)...” Correto: “Vários autores1,5,8 avaliaram que a saúde geral e local do paciente é necessária para o sucesso do tratamento”; “Outros autores1-3 concordam...” 146 ImplantNews 2013;10(1):145-6 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 4.1. Quantidade máxima de 30 referências bibliográficas por trabalho. 4.2. A exatidão das referências bibliográficas é de responsabilidade única e exclusiva dos autores. 4.3. A apresentação das referências bibliográficas deve seguir a normatização do estilo Vancouver, conforme orientações fornecidas pelo International Committee of Medical Journal Editors (www.icmje.org) no “Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals”. 4.4. Os títulos de periódicos devem ser abreviados de acordo com o “List of Journals Indexed in Index Medicus” (www.nlm. nih.gov/tsd/serials/lji.html) e impressos sem negrito, itálico ou grifo/sublinhado. 4.5. As referências devem ser numeradas em ordem de entrada no texto pelos sobrenomes dos autores, que devem ser seguidos pelos seus prenomes abreviados, sem ponto ou vírgula. A vírgula só deve ser usada entre os nomes dos diferentes autores. Incluir ano, volume, número (fascículo) e páginas do artigo logo após o título do periódico. Exemplo: “1. Lorato DC. Influence of a composite resin restoration on the gengival. Prosthet Dent 1992;28:402-4. 2. Bergstrom J, Preber H. Tobaco use as a risk factor. J Periodontal 1994;65:545-50. 3. Meyer DH, Fives-Taylor PM. Oral pathogens: from dental plaque to cardiace disease. Cure opin microbial; 1998:88-95.” 4.5.1. Nas publicações com até seis autores, citam-se todos. 4.5.2. Nas publicações com sete ou mais autores, citam-se os seis primeiros e, em seguida, a expressão latina et al. 4.6. Deve-se evitar a citação de comunicações pessoais, trabalhos em andamento e os não publicados; caso seja estritamente necessária sua citação, as informações não devem ser incluídas na lista de referências, mas citadas em notas de rodapé. 4.7. Exemplos 4.7.1. Livro: Brånemark P-I, Hansson BO, Adell R, Breine U, Lindstrom J, Hallen O, et al. Osseointegrated implants in the treatment of the edentulous jaw. Experience form a 10-year period. Scan J Plastic Rec Surg 1977;16:1-13. 4.7.2. Capítulo de livro: Baron, R. Mechanics and regulation on ostoclastic boné resorption. In: Norton, LA, Burstone CJ. The biology of tooth movement. Florida: CRC, 1989. p. 269-73. 4.7.3. Editor(es) ou compilador(es) como autor(es): Brånemark P-I, Oliveira MF, editors. Craniofacial prostheses: anaplastology and osseointegration. Illinois: Quintessence;1997. 4.7.4. Organização ou sociedade como autor: Clinical Research Associates. Glass ionomer-resin: state of art. Clin Res Assoc Newsletter 1993;17:1-2. 4.7.5. Artigo de periódico: Diacov NL, Sá JR. Absenteísmo odontológico. Rev Odont Unesp 1988;17(1/2):183-9. 4.7.6. Artigo sem indicação de autor: Fracture strenght of human teeth with cavity preparations. J Prosth Dent 1980;43(4):419-22. 4.7.7. Resumo: Steet TC. Marginal adaptation of composite restoration with and without flowable liner [resumo]. J Dent Res 2000;79:1002. 4.7.8. Artigo citado por outros autores apud: Sognnaes RF. A behavioral courses in dental school. J Dent Educ 1977;41:735-37 apud Dent Abstr 1978;23(8):408-9. 4.7.9. Dissertação e tese: Molina SMG. Avaliação do desenvolvimento físico de pré- escolares de Piracicaba, SP [tese]. Campinas: Universidade Estadual de Campinas;1997. 4.7.10. Trabalho apresentado em evento: Buser D. Estética em implantes de um ponto de vista cirúrgico. In: 3º Congresso Internacional de Osseointegração: 2002; APCD - São Paulo. Anais. São Paulo: EVM; 2002. p. 18. 4.7.11. Artigo em periódico on-line/internet: Tanriverdi et al. Na in vitro test model for investigation of desinfection of dentinal tubules infected whith enterococcus faecalis. Braz Dent J 1997,8(2):67- 72. [Online] Available from Internet <http://www.forp.usp.br/bdj/t0182.html>. [cited 30-6-1998]. ISSN 0103-6440. 5. TABELAS OU QUADROS 5.1. Devem constar sob as denominações “Tabela” ou “Quadro” no arquivo eletrônico e ser numerados em algarismos arábicos. 5.2. A legenda deve acompanhar a tabela ou o quadro e ser posicionada abaixo destes ou indicada de forma clara e objetiva no texto ou em documento anexo. 5.3. Devem ser autoexplicativos e, obrigatoriamente, citados no corpo do texto na ordem de sua numeração. 5.4. Sinais ou siglas apresentados devem estar traduzidos em nota colocada abaixo do corpo da tabela/quadro ou em sua legenda. 6. IMAGENS (Figuras e Gráficos) 6.1. Figuras 6.1.1. Devem constar sob a denominação “Figura” e ser numeradas com algarismos arábicos. 6.1.2. A(s) legenda(s) deve(m) ser fornecida(s) em arquivo ou folha impressa à parte. 6.1.3. Devem, obrigatoriamente, ser citadas no corpo do texto na ordem de sua numeração. 6.1.4. Sinais ou siglas devem estar traduzidos em sua legenda. 6.1.5. Na apresentação de imagens e texto, deve-se evitar o uso de iniciais, nome e número de registro de pacientes. O paciente não poderá ser identificado ou estar reconhecível em fotografias, a menos que expresse por escrito o seu consentimento, o qual deve acompanhar o trabalho enviado. 6.1.6. Devem possuir boa qualidade técnica e artística, utilizando o recurso de resolução máxima do equipamento/ câmera fotográfica. 6.1.7. Devem ser enviadas gravadas em CD, com resolução mínima de 300dpi, nos formatos TIF ou JPG e largura mínima de 10 cm. 6.1.8. Não devem, em hipótese alguma, ser enviadas incorporadas a arquivos de programas de apresentação (PowerPoint), editores de texto (Word for Windows) ou planilhas eletrônicas (Excel). 6.2. Gráficos 6.2.1. Devem constar sob a denominação “Figura”, numerados com algarismos arábicos e fornecidos, preferencialmente, em arquivo à parte, com largura mínima de 10 cm. 6.2.2. A(s) legenda(s) deve(m) ser fornecida(s) em arquivo ou folha impressa à parte, ordenadas sequencialmente com as figuras. 6.2.3. Devem ser, obrigatoriamente, citados no corpo do texto, na ordem de sua numeração. 6.2.4. Sinais ou siglas apresentados devem estar traduzidos em sua legenda. 6.2.5. As grandezas demonstradas na forma de barra, setor, curva ou outra forma gráfica devem vir acompanhadas dos respectivos valores numéricos para permitir sua reprodução com precisão. Trend Topics A partir desta edição, a ImplantNews passa a publicar a seção Trend Topics, com dicas, tendências e novidades. Acesse www.inpn.com.br/trendtopics e acesse os links aqui apresentados. Aproveite o espaço também para deixar seus comentários e sugerir os assuntos que você quer ver aqui nesta seção. 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A escova é movida ao longo da circunferência do implante, em rotações de 300-600 rpm. O procedimento é feito sob irrigação salina constante. http://www.inpn.com.br/link-138 OsseoCare Pro – Nobel Biocare OsseoCare Pro é o primeiro motor para colocação de implantes controlado pelo iPad. O micromotor é o mais leve e potente do mercado. O sistema de LED duplo oferece luz natural, mesmo após a parada do motor. Ainda, o motor possui três modos de operação: Implantodontia, cirurgia e Endodontia. Sua interface está disponível em oito línguas: inglês, espanhol, português, francês, alemão, italiano, japonês e russo. Todos os parâmetros para osteotomia são controlados no iPad, e todos os dados podem ser salvos e exportados para os registros dos pacientes. http://www.inpn.com.br/link-139 Webhit A utilização de malha de titânio está em alta. Confira essa animação divulgada pela Central do Implante (www.centraldoimplante.com.br) que mostra um procedimento para ganho ósseo com biomaterial associado a osso autógeno e malha de titânio, reduzindo a necessidade de extensas áreas doadoras. http://www.inpn.com.br/link-1310 Conhece um site ou um vídeo interessante que poderia estar aqui no Trend Topics? Acesse e deixe sua sugestão: www.inpn.com.br/trendtopics ImplantNews 2013;10(1):148-9 149