A POLÍCIA DO SENADO FEDERAL SERÁ O PRIMEIRO ÓRGÃO POLICIAL BRASILEIRO A UTILIZAR A ARMA NÃO LETAL “TASER” Arma que emite ondas elétricas “T” e paralisa o agressor passa a ser usada pela Polícia do Senado Federal a partir deste mês. Não letal: o modelo mais avançado da Taser tem mira a laser e alcance superior até 7,6 metros (Taser X-26) A arma que paralisa o agressor com um choque elétrico passa a fazer parte do novo instrumento de trabalho dos policiais do Senado Federal. A partir deste mês, caso um policial do Senado Federal precise acionar o gatilho de sua nova arma, bastará uma fração de segundos para o ponto vermelho da mira a laser desaparecer e o indivíduo atingido cair inerte no chão. A diferença entre o disparo de uma arma comum e o da pistola Taser, e que a Polícia do Senado começa a adotar, é que o agressor continua vivo e consciente depois do tiro, mas não consegue se mexer. As pistolas M26 e X26 produzidas pela empresa americana Taser International são chamadas de armas “não letais”. Segundo a empresa carioca Ability, representante da marca no Brasil, as pistolas foram classificadas pelo Exército nacional como de uso restrito das polícias e das guardas municipais. Ainda segundo a Ability não há problemas nem mesmo para quem tem problemas cardíacos ou usa marcapasso. Apesar da alta voltagem - 50 mil volts - a Taser tem uma baixa amperagem (0,0036), o que elimina qualquer risco. Com um alcance máximo de até 7,6 metros de distância, a descarga elétrica da Taser age direto nas ondas cerebrais, o que provoca a imobilização do suspeito. Esta arma só pode ser usada por forças de segurança pública. Empregada em larga escala pelas polícias dos Estados Unidos, desde 2000, a Taser M26 já é utilizada por mais de 7 mil departamentos policiais em mais de 38 países, e em processo de implantação em outros 45. No Brasil, por enquanto, somente a Polícia do Senado Federal possui este moderno equipamento. A Taser também possui um datador, que armazena informações sobre os últimos 586 disparos, com data, hora e duração. Além disso, durante a descarga elétrica, ela emite dezenas de confetes com número de série do cartucho, o que permite identificar o agente que fez o disparo. Com isso, o sistema também inibe que o equipamento seja mal utilizado. A Taser possui mira laser acoplada que elimina a margem de erro, garantindo a eficácia do disparo. Através de um sistema de propulsão, a arma lança dois dardos, que penetram a roupa do suspeito e aderem ao corpo, liberando uma descarga elétrica que imobiliza a pessoa atingida. A arma é indicada para situações de conflitos urbanos, seqüestros com reféns, suspeitos violentos e transferências de apenados, manifestações antidemocráticas e violentas tais como a ocorrida no Congresso Nacional, em 2003 (foto abaixo). Eraldo Peres/AP CONGRESSO A Polícia do Senado pretende usar o Taser para conter manifestantes. Lucy Nicholson/AP Batizada de Air Taser, tornou-se popular entre os americanos depois dos atentados de 11 de setembro. Ganhou a simpatia da polícia e de seguranças particulares. A United Airlines adquiriu 1.300 unidades e treinou seus pilotos para usá-la. A polícia americana acredita que a Taser possa reduzir o derramamento ANTITERRORISMO de sangue. Em 2002, os agentes da A United Airlines comprou pistolas lei mataram 564 civis em todo o país. elétricas e treinou pilotos Nos EUA, diferentemente do Brasil, a polícia tem permissão para atirar em um bandido em fuga, pelas costas, mesmo que ele não esteja respondendo à bala. Numa emergência, o suspeito pode ser imobilizado com o Taser e algemado. Mas numa situação de confronto, de troca de tiros, ela não substitui a arma convencional. Além das operações corriqueiras da polícia, depois dos Otávio Dias de Oliveira/ÉPOCA atentados às torres gêmeas e ao Pentágono, agentes do FBI passaram a se misturar aos passageiros nos aviões americanos. Essas pistolas são mais seguras que as armas de fogo, que podem causar uma tragédia se perfurarem a fuselagem da aeronave. TECNOLOGIA O modelo X26 é menor e mostra a quantidade de disparos disponíveis