JORNAL DA associação médica Página 8 • Dezembro 2011/Janeiro 2012 ATUAÇÃO AMMG reforça combate ao tabagismo Ramon Bitencourt No último mês de novembro, a Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) tornou-se membro da Aliança de Controle do Tabagismo (ACTBr), organização não governamental que trabalha pela diminuição do impacto sanitário, social, ambiental e econômico gerado pela produção, consumo e exposição à fumaça do tabaco. Além da AMMG, centenas de organizações, entidades e pessoas físicas participam da ACTBr. Entre elas, a Associação Médica Brasileira, as Sociedades Brasileiras de Cardiologia, Dermatologia, Endoscopia Digestiva, Hepatologia e Oncologia Clínica e a Sociedade Mineira de Cardiologia. “Trata-se de uma entidade extremamente competente e parceira do Instituto Nacional do Câncer e do Ministério da Saúde em todas as lutas para o controle do tabagismo no Brasil”, afirma a presidente da Comissão de Controle do Tabagismo, Alcoolismo e Uso de Outras Drogas da Associação Médica (Contad-AMMG), a pneumologista Maria das Graças Rodrigues. A filiação da AMMG coincidiu com a sanção da Lei Federal 12.546, publicada no último dia 15 de dezembro, que veta o consumo de cigarros, charutos, cachimbos e outros derivados do tabaco em locais fechados, públicos ou privados, e restringe a publicidade do setor. A presidente da Comissão de Controle do Tabagismo, Alcoolismo e Uso de Outras Drogas da AMMG, Maria das Graças Rodrigues, afirma que a lei que proíbe os fumódromos é uma vitória para a saúde pública Com as normas novas, que ainda precisam de regulamentação para entrar em vigor, os “fumódromos” terão que ser abolidos. “É uma grande vitória para a saúde pública! Vários estudos comprovam que, até o momento, não existe nenhum sistema de ventilação que consiga acabar com a poluição tabagística de um ambiente fechado”, explica Rodrigues. Segundo a pneumologista, a instituição de am- bientes 100% livres do tabaco nos recintos fechados, além de proteger a saúde dos trabalhadores e usuários dos estabelecimentos, é um estímulo aos fumantes para a cessação do tabagismo, além de contribuir para a redução do número de adolescentes que se iniciam no vício. “Com a nova lei, o Brasil cumpre uma de suas obrigações na Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, assinada em 2003 e ratificada pelo Congresso Nacional em 2005. Esta convenção é o primeiro tratado internacional de saúde pública da história da humanidade e foi assinada pelos 192 países membros da Organização Mundial de Saúde”, afirma a presidente da Contad-AMMG. A lei federal também proíbe a publicidade do tabaco, sendo permitida apenas a exposição dos maços de cigarros em locais de venda. O texto ainda aumenta o tamanho das mensagens de advertência sobre os riscos do fumo. A partir de 2016, os alertas deverão estar presentes em 30% da área frontal das embalagens, além das imagens já exigidas para a parte posterior dos maços. O governo determinou também o aumento da alíquota do imposto para o cigarro (IPI). Com isso, o preço mínimo do produto deve subir cerca de 20% em 2012. A intenção é frear o consumo do tabaco, responsável pela morte de 200 mil brasileiros por ano.