III SEMINÁRIO POLÍTICAS SOCIAIS E CIDADANIA AUTORES DO TEXTO: Ivone Maria Ferreira da Silva; Miguel Rodrigues Netto A relação entre crise mundial do estado neoliberal, crise do trabalho e questão social RESUMO: A atual crise mundial ou tempestade global começa a ganhar espaço no debate acadêmico e político, ainda que a título de especulações. Esta comunicação centra-se na possibilidade de recolher parte do que vem sendo dito para começarmos a pensar sobre seu real significado. Assim, nosso recorte se fez pelas conseqüências dessa crise no trabalho, na questão social e nos movimentos sociais. Palavras-chave: crise mundial do neoliberalismo, trabalho, questão social. Introdução Os primeiros prognósticos e saídas dos governos mundiais - que têm aparecido nos discursos da mídia mediante telejornais, revistas, jornais impressos e entrevistas publicadas de intelectuais com referência nacional e internacional - revelam que a atual crise mundial tem raízes na crise do trabalho aprofundada pela ofensiva neoliberal, com graves conseqüências para a organização da classe trabalhadora. Quase tudo já foi dito e redito sobre os efeitos deletérios do ajuste neoliberal que tomam a cena contemporânea da sociedade capitalista, a partir dos anos 70 do século XX, contornando novas feições para o quadro sócio-econômico mundial e, também, do Brasil. Contudo, o final dos anos 2000 trás novos elementos para esse debate que é acadêmico, político e social e o que está em voga agora é falar, predizer e prescrever receitas ou saídas para crise mundial. Nossa fala não chega a tanto. O que pretendemos aqui é apenas recortar um conjunto de especulações – algumas consistentes, outras nem tanto – para começarmos a pensar sobre o real significado da crise tomando como definição primeira o seu conceito retirado de um pequeno verbete do dicionário do pensamento marxista no qual [...] crise é concebida como o colapso dos princípios básicos de funcionamento de uma sociedade. No caso do capitalismo ela se dá pelo “[...] processo de acumulação, determinado pela tendência decrescente da taxa de lucro” (Bottomore,1983, p. 83). Todavia, o autor separa crises parciais daquelas que conduzem à “[...] transformação de uma sociedade ou formação social” (Bottomore, 1983, p. 83). O que está dividindo as opiniões em curso hoje é se esta crise é geral ou parcial. A resposta só o tempo histórico deve confirmar1. Mundialização do Capital, Neoliberalismo e Questão Social: antecedentes da crise Nessa linha de especulação tomaremos como referências alguns autores/as para confirmar a tese com a qual compartilhamos de que vivemos uma crise de longa duração que exigirá uma retomada dos movimentos sociais em especial a organização da classe trabalhadora em que o vilão dessa história é a mundialização do capital, ou mais 1 A palavra crise vem do grego e significa crítica, julgamento. As crises decidem se uma coisa perdura ou não. Isso vale para os sujeitos (vida) ou para os sistemas e ou entidades. (Bottomore&Outhwaite, 1996, p.159). Nesse sentido, crise pode significar uma situação crítica. precisamente, o projeto neoliberal. Quem sabe todos esses acontecimentos podem significar o fim desse ciclo. Por mundialização do capital tem se compreendido, também, o processo de globalização representado pelas mudanças que vem ocorrendo desde os anos de 1970, afetando de forma constrangedora as dimensões econômicas, política, social e, também, o mundo da cultura das sociedades capitalistas. O mundo da cultura, porque envolve a subjetividade dos sujeitos sociais - alvos diretos dessas transformações – dividindo a opinião quanto ao grau de conseqüências. Na verdade trata-se do aprofundamento da desigualdade social, atingindo, em cheio, o mundo e a vida das classes subalternas e populares. Muitos autores/as demarcam esse momento de retrocesso na questão social e, por conseqüência, nas políticas sociais (Netto, 2004, Iamamoto, 2004, 2007, Potyara, 2004). No âmbito das relações econômicas estamos nos referindo a uma crise do trabalho ou a reestruturação nas relações produtivas que têm contribuído para o crescimento do desemprego estrutural, mediante novos processos de produção determinados por novas demandas de consumo, afetando em cheio o mercado de trabalho, em especial dos/as assistentes sociais. Na base desse processo está fincada a exigência de uma profunda qualificação profissional o que, para o acesso ao mercado de trabalho, implica no requinte da máxima liberal: a oportunidade existe e é igualitária, porém o que a define é o grau de competência do trabalhador/a. Tal reestruturação produtiva é inerente ao próprio movimento do capital na sua natureza expansiva. Marx diria que esse processo nada mais é do que a depuração do capitalismo, isto é, as formas mais afinadas de exploração do trabalho. Segundo Silva (2008), o Brasil a partir da década de 1980 - seguindo o reordenamento mundial - tem desenvolvido um modelo econômico centrado apenas na valorização do capital financeiro e de governos correndo atrás do superávit para pagar dívida externa. A conseqüência mais grave que afeta diretamente as classes populares, ou aquelas que vivem do trabalho (Antunes, 1995), é a ausência de políticas sociais efetivas e eficazes. Estamos falando do modelo neoliberal que representa do ponto de vista social, a redução do papel do Estado brasileiro no enfrentamento das diferentes expressões da questão social e, conseqüentemente, na redução das desigualdades. É preciso considerar que na nossa realidade esses efeitos adquirem características próprias determinadas pelas condições objetivas de um país de industrialização tardia – mas que não se exime dos danos de uma globalização planetária perversa2. Como a totalidade dos países dependentes e contrariando os discursos de seus governantes – em especial os nossos – o Brasil tem uma inserção limitada na globalização. Na verdade, temos vivido as últimas três décadas para pagar os juros da dívida externa – já declaradamente impagável. O governo Lula passou seu primeiro mandato captando dinheiro americano para pagar juros da dívida externa, especialmente, para os americanos. Portanto, sua preocupação foi gerar superávit para cumprir a meta de liquidação de juros. No final da 2 Para o debate da “globalização” ou mundialização do capital consultar entre outros: IANNI,1996; CHESNAIS, 1996; ALVES; 1997; KAUFMANN,1999; SANTOS, 2001 e MARTINS, 2002. nossa comunicação veremos como fica nosso país diante do quadro atual da crise em processo. O quadro real é o de dependência financeira e o controle da economia por empresas externas; da apropriação privada dos recursos públicos, da concentração da renda, de novas expressões da questão social e da presença de oligarquias no centro do poder (Silva, 2008, p. 124). Assim como os fazendeiros de cem anos atrás, hoje a oligarquia financeira faz o mesmo: prioriza a boa relação com o sistema financeiro internacional, levando o Brasil a viver pela imposição dos de fora. Tudo isso como prescrição da política neoliberal que vinha passando uma falsa imagem de abundância e ilusão de consumo (SILVA, 2008, p.124). No dizer de Gómez (2000) o que se consta é a mundialização dos particularismos e, quem lucrou até esse momento - mesmo por uma questão de coerência – tem sido a ordem do capital na medida em que se constitui no seu reordenamento político, econômico, social e cultural. É só comparar com estes indicadores alarmantes de Vieira que ilustram o empobrecimento do mundo na década de 90: 13,2 milhões de refugiados de guerras civis e religiosas; 20 milhões de mortes por desnutrição; 800 milhões de pessoas passam fome no mundo, concentrados esses indicadores em países como Ásia, África e América Latina; 6,6 milhões de crianças morrem antes de completar 5 anos; 1/3 da força de trabalho encontra-se fora do mercado; 1,3 bilhões de pobres e 2 bilhões que vivem no limite da pobreza; 40 milhões de aborto por ano; 2,5 bilhões de pessoas portadoras de doenças infecto-contagiosas geradas por falta de saneamento básico e água tratada; 600 milhões de pessoas vivem em habitações precárias; 1 bilhão de pessoas vivem em áreas rurais; até 2005 nascerá um pobre por dia (1999). Segue Vieira afirmando que a América Latina ocupa a 4ª posição de famintos no mundo, atrás da Ásia e África. São ainda 67 milhões de pessoas em estado de desnutrição crônica. O Haiti encabeça a lista com 69% da sua população passando fome. Nos países industrializados o desemprego atinge 35 milhões de pessoas. Há no mundo 1 bilhão de desempregados, isto é, 30% da força de trabalho existente. Vieira destaca ainda que 80% da população do planeta vivem nas regiões mais pobres e que o desemprego será o maior problema social do século XXI. Diante desses dados estarrecedores as classes dominantes, como sempre, pouco fazem porque não se sentem ameaçadas frente à ausência de uma população trabalhadora mais combativa, hoje bastante desorganizada no mundo. Mesmo que a realidade apresente um quadro de rejeição do que está posto - o aprofundamento da desigualdade em todos os níveis, do crescimento e da concentração da riqueza, da desnacionalização da nossa economia – nos coloca um novo modelo de entreguismo das nossas riquezas e recursos naturais. Em suma, dá para resumir o quadro atual com uma frase bastante batida e retomada por James Petras “[...] Os ricos estão ficando mais ricos e os pobres mais pobres” (1997, p.13). Como ficarão esses dados com o aprofundamento da crise que atravessa o mundo? Cenas da crise: aspectos norteadores e seus efeitos nefastos (ou) não... Como anunciamos no início desta comunicação vamos falar de alguns aspectos que norteiam o momento atual das economias capitalistas balizados numas poucas análises que atravessam o debate acadêmico, a mídia e os discursos políticos. Parece-nos quase consenso que a razão fundamental desta crise é um colapso determinado pelas contradições entre o crescimento econômico mundial, em especial nos EUA, causado pela acumulação financeira e especulativa do capital. Segundo Nakatani (2009), Chenais (2009), Tavares (2009), Fiori (2009) e outros quem está por trás desse modelo de expansão e acumulação é o processo de mundialização do capital e o projeto neoliberal – já mencionados - que virou prescrição a partir do Consenso de Washington. Elencamos alguns elementos ou características que compõem essa crise: expansão do capital fictício; socialização da produção em escala internacional; centralização do capital nas mãos de poucas potências mundiais; aumento na taxa de exploração e precarização da força de trabalho; apropriação privada da riqueza socialmente produzida; exclusão de 80% da população mundial do mercado de produtos capitalistas; padrão de consumo associado à depredação do meio ambiente; tendência recente a estagnação; diminuição das atividades produtivas; desregulamentação dos sistemas financeiros. Para Nakatani (op.cit) trata-se de uma crise no núcleo do capitalismo (EUA) que tem início com o fim do keynesianismo e o ascenso do projeto neoliberal, caracterizado pela privatização de empresas estatais; redução das despesas com gastos sociais; redução de impostos; liberalização de fluxos de capitais; liberação do comercio exterior; desregulamentação dos mercados de trabalho e pelas reformas fiscais e previdenciária. O mesmo autor confirma a crise do trabalho e o projeto neoliberal como antecedentes da atual crise mundial na medida em que afirma que a globalização configura-se numa nova economia caracterizada pelo forte crescimento econômico, novas tecnologias de informação e comunicação, pela expansão do emprego no setor de serviços (terceirização), e elevado nível de flexibilidade do trabalho e do mercado de trabalho. Uma nova economia de mercado baseada num novo padrão de gestão das empresas. No Brasil tudo isso nos lembra a era Collor e FHC. Quanta à crise norte-americana em particular, tem sido atribuída fundamentalmente à expansão do capital internacional que se traduziu num crescimento obtido ao custo das transferências de recursos do resto do mundo, especialmente dos países desenvolvidos e centrada na formação do chamado capital fictício. Ou seja, na hora que o mercado se viu endividado até o pescoço não tinha capital real nem produção para pagar suas dívidas, incluindo, a falência de indivíduos e empresas. Para Chesnais (2009) trata-se de uma crise comparável a de 1929, apenas num outro contexto. Aquela já definida como uma crise de superprodução de mercadorias e esta como uma crise de superacumulação de capital. Esse processo representa o fim de uma fase de longa expansão e início de um processo de longa duração que coloca em xeque os limites históricos do capitalismo. Lembra que Marx já previra tudo isso nos manuscritos de 1857, quando afirmou que o limite do capitalismo está no próprio capital, principalmente no capital sem produção. O mais importante das análises desse autor é a advertência que faz à esquerda no mundo quando anuncia a necessidade de reconhecermos a gravidade da crise ecológica que caminha ao passo da crise econômica, e está levando as sociedades contemporâneas a uma crise da própria humanidade. Afirma ainda que tudo isso pode se agravar com os acontecimentos bélicos e os riscos de marxista afirma que estamos diante situação na qual a natureza, tratada marco do capitalismo, reage agora de uma guerra atômica. Preocupado esse economista de uma crise econômica que começou com uma sem o menor respeito é atacada pelo homem no forma brutal (Chesnais, 2009). Para sair desse limite histórico o capitalismo tem vivenciado um ciclo de expansão mediante os seguintes recursos: 1) Valorização do capital: através da liberalização das finanças do comércio e dos investimentos; destruição das relações políticas pós1929; controle parcial do capital; criação de capital fictício; reincorporação da União Soviética e da China na economia mundial; desmantelamento dos poucos instrumentos reguladores pós Segunda Guerra; produção de mais-valia em escala internacional; centralização dos lucros; criação de um exército industrial de reserva mundial. Isso tudo tem levado, segundo Chesnais, a uma competição desenfreada entre os capitais. Outra dimensão da crise representa-se pelo fim dos EUA como potencia mundial. 2) Criação descontrolada de capital fictício: capital fictício é acumulação de títulos que são sobras de investimento que rende dividendos e juros aos que os detém. Mas, seu caráter fictício revela-se somente em momentos de crise. È um capital que não existe. Os sistemas de aposentadoria estão baseados em capital fictício. Para Bensaid (2009) a crise atual, também, é econômica e climática e ambas têm um ponto em comum: [...] “São conseqüência de um sistema que não considera os riscos que seu funcionamento gera; que não leva em conta o fato de que pode conduzir a uma destruição superior aos benefícios imediatos que procura e que subestima a interdependência de seus atores”. Saídas da crise Bensaid (2009) considera que se trata de uma crise duradoura que resulta de uma corrida desenfreada do capitalismo atrás do lucro e que pode levar a um sistema de governo mundial. O Estado é chamado a socorrer a crise, mas só pontualmente depois deve devolver o controle ao mercado. Os planos de governos ao intervirem deixarão de lado os interesses dos trabalhadores/as. Cita algumas medidas que estão sendo tomadas para minimizar a crise: nacionalização dos sistemas bancários; criação de serviços públicos para tratar do crédito; reforma fiscal e reconstrução da Europa. Quanto à possibilidade dessa crise resultar numa mudança no próprio sistema o autor considera que para isso é necessário combater o poder obsoleto do mercado, a propriedade privada dos meios de produção e troca e a concorrência desenfreada. Na verdade seria uma forma de gestão pública que pudesse brindar a classe trabalhadora contra a desregulamentação dos seus direitos. Trata-se de uma crise sistêmica que não anuncia o fim do modo de produção baseado na acumulação e dessa forma, todas essas medidas de recuperação terão efeitos limitados. Uma saída da crise que conduza à “[...] emergência de uma nova ordem produtiva e de um novo regime de acumulação, exige uma nova correlação de forças; novas relações geopolíticas, novos dispositivos institucionais e políticos” (Bensaid, 2009). Segundo Tavares (2009) estamos diante de uma tempestade global, mas o Brasil tem condições de segurar o manche, e aguentar e argumenta: pela primeira vez o Brasil enfrenta uma crise sem ter que carregar o setor público nas costas. Quais as razões para a atenuação da crise no Brasil? A existência de um espaço econômico que permite flexibilizar a política monetária; a alta taxa de jutos tende e pode ser diminuída; o governo tem fôlego para bancar demanda e investimento através: políticas sociais, nova política habitacional, as obras do PAC, e as licitações da Petrobrás (reserva de óleo); o tripé de bancos estatais revigorados: banco do Brasil, CEF e BNDS, que podem gerar contrapeso à contração dos créditos, propiciar capital de giro e investimentos com garantia de emprego. E, adverte nada disso que estamos vivendo assegura a derrota do neoliberalismo, mas pode ser um passo. A economista já advertia em entrevista a Folha de São Paulo em 06/2008, que não se trata apenas de uma crise econômica; esta tem o risco de intensificação de ações bélicas. Referências ANTUNES, Ricardo. Adeus ao Trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. São Paulo: Cortez, 1995. ______. Adeus ao Trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. 12. ed. São Paulo: Cortez,2007. BOTTOMORE, Tom et al. Dicionário do Pensamento Marxista. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, 1983. ______ & OUTHWAITE, William. Dicionário do pensamento social do século XX. Rio de janeiro: Jorge Zahar editor,1996. BENSAID, Daniel. A Crise Capitalista: apenas um início. Disponível em: http://www.correiocidadania.com.br/content/view/3064/. Acesso em: 17 mar. 2009. CHESNAIS, François. O capitalismo tentou romper seus limites históricos e criou um novo 1929, ou pior. 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