ARTIGO ORIGINAL ORIGINAL ARTICLE Conhecimento, atitude e prática dos profissionais da atenção primária sobre ferramentas de avaliação familiar Knowledge, attitude and practices of primary health care professionals concerning family assessment tools Autores Conocimientos, actitudes y prácticas de profesionales de atención primaria acerca herramientas de evaluación familia Betânia da Mata Ribeiro Gomes1,2 Resumo Gicely Regina Sobral da Silva Monteiro1 Katiuscia Araújo de Miranda Lopes 1,2 Dulcilene de Araújo1,2 Regina Célia de Oliveira1,2 Universidade de Pernambuco. Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças. 1 2 Objetivo: Descrever o conhecimento, atitude e prática dos profissionais da Atenção Primária à Saúde sobre as Ferramentas de Abordagem Familiar. Métodos: Estudo descritivo, exploratório, realizado com 13 profissionais das áreas médica, de enfermagem e odontologia do programa de Residência em Saúde da Família da Universidade de Pernambuco, foram investigados no período de Janeiro a Março de 2014. Resultados: Das ferramentas pesquisadas eram conhecidas pelos profissionais: genograma (61,5%), Entrevista Familiar (61,5%) e Escala de Avaliação de Risco Familiar de Coelho e Savassi (69,2%), na prática apenas 30,8% dos investigados especificaram quais utilizavam e 92,3% informaram o desejo de usar. Conclusão: Concluiu-se que os profissionais pouco conhecem e utilizam as ferramentas de abordagem familiar. Palavras-chave: atenção primária à saúde, enfermagem familiar, pessoal de saúde. Abstract Objective: This study aimed to describe the knowledge, attitude and practice of professionals in Primary Health Care about family approach tools. Methods: Through a descriptive, exploratory study with 13 professionals of medicine, nursing and dentists of the Family Health Unit of a Residency Program in Family Health of the University of Pernambuco, between January and March of 2014. Results: The surveyed tools known by the professionals were: genogram (61.5%), Family Interview (61.5%) and Family Assessment Scale Risk from Coelho and Savassi (69.2%). Only 30.8% of participants specified the tools they use and 92.3% reported a desire to use. Conclusion: It was concluded that professionals know and use some of the familiar tools approach. Keywords: family nursing, health personnel, primary health care. Resumen Objetivo: Objetivo describir conocimientos, actitudes y prácticas de los profesionales de atención primaria de salud acerca de las herramientas de aproximación de la familia. Métodos: Estudio descriptivo, exploratorio con 13 profesionales de medicina, enfermería y dentistas de la Unidad de Salud de la Familia de un Programa de Residencia en Salud de la Familia de la Universidad de Pernambuco, entre enero y marzo de 2014. Resultados: Las herramientas encuestados conocidos por los profesionales fueron: genograma (61,5%), Entrevista Familiar (61,5%) y la familia de la Escala de Evaluación de Riesgos de Coelho y Savassi (69,2%). Sólo 30,8% de los participantes especifica las herramientas que utilizan, 92,3% informó de un deseo de usar. Conclusión: Se concluyó que los profesionales conocen y utilizan algunas de las herramientas de enfoque familiar. Palabras-clave: atención primaria de salud, enfermería de la familia, personal de salud. Data de submissão: 18/09/2014. Data de aprovação: 16/10/2014. Correspondência para: Gicely Regina Sobral da Silva Monteiro. Universidade de Pernambuco - Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças. Rua Arnóbio Marques, nº 310, Santo Amaro, Recife, PE, Brasil. CEP: 50100-130. Tel: (55 81)3423-6433. Fax: (55 81)3183-3600. E-mail: [email protected] DOI: 10.5935/2446-5682.20150004 Revista Enfermagem Digital Cuidado e Promoção da Saúde 1 (1) Janeiro/Junho 2015 http://www.redcps.com.br / e-mail: [email protected] 23 Conhecimento, atitudes e práticas sobre avaliação familiar Monteiro GRSS, Gomes BMR, Lopes KAM, Araújo D, Oliveira RC Rev. Enf. 2015 Jan-Jun; 1(1):23 - 30 INTRODUÇÃO que a família está inserida. Como também, o fato de uma boa investigação familiar possibilita traçar uma linha de cuidados direcionada às famílias, tendo em vista que o adoecimento de um dos seus membros pode influenciar na dinâmica familiar e o apoio dos demais integrantes da família facilita o manejo do processo saúde doença. Esse interesse surgiu da vivência como enfermeira residente em saúde da família, onde se notou que os profissionais de saúde que fazem parte do programa de Residência Multiprofissional Integral em Saúde da Família da Faculdade de Ciências Médicas, continuavam a realizar atendimentos pontuais e individuais, não realizando consultas instrumentalizadas, destinadas para toda a unidade familiar, identificando esta lacuna sobre o conhecimento das ferramentas de abordagem familiar. Diante deste exposto surgiu a necessidade de descrever o conhecimento, a atitude e a prática dos profissionais que atuam na rede de Atenção Primária à Saúde sobre as formas de avaliação familiar. A família como unidade dinâmica é a reunião de pessoas, que convivem ou não no mesmo domicílio e se une por laços consanguíneos, de afetividade ou de interesses(1). Assim para compreender famílias não basta à soma de seus membros individualmente, para analisá-las deve incluir saúde e doença simultaneamente, no individual, no coletivo e entender quais são os subsistemas que compõe essa família(2). É importante ressaltar que essa unidade familiar não é estática, ela se move tanto nos espaços das construções ideológicas quanto no papel que exerce na organização da vida social. Quando acontece uma mudança neste contexto, após uma perturbação, ocorre a reacomodação para uma nova posição de equilíbrio diferente da conformação anterior(3). Como uma forma de atender o contexto familiar, surge a Estratégia de Saúde da Família que tem como foco principal o seu relacionamento com as famílias, em sua forma integral e sistêmica, com espaços de desenvolvimento individual e em grupo, associada ao seu contexto comunitário e de relações sociais. Os profissionais de saúde envolvidos nessa estratégia devem propor intervenções que influenciem no processo saúde-doença da população. Assim a aproximação entre as famílias e os profissionais de saúde facilita a utilização das ferramentas de abordagem familiar, pois quando estão presentes no cotidiano dos profissionais, proporciona um acompanhamento longitudinal das famílias e de seus membros, pois auxiliam no diagnóstico, na elaboração e reavaliação do plano de intervenções(4). Nesse sentido, o Ministério da Saúde recomenda diversas ferramentas específicas e básicas para ser utilizadas na abordagem familiar e para tal, é necessária a apropriação pelos profissionais de saúde desses instrumentos, são preconizadas o APGAR Familiar, F.I.R.O (Fundamental Interpessoal Ralations Orientations), PRATICE, Genograma, Ecoamapa, Entrevista Familiar e Discussão, reflexão de casos familiares e Projeto Terapêutico de cuidado às família(5). Porém na graduação dos profissionais de saúde, os temas família e as ferramentas de avaliação familiar, aparecem em poucos currículos, limitando o conhecimento dos profissionais e das suas ações no âmbito da saúde familiar. Este problema poderia ser minimizado com qualificação dos profissionais, estimulando a equipe a atuar com um olhar ampliado para a família, conhecendo-a, considerando sua história pregressa, atual em perspectivas futuras, e as intervenções devem ser pautadas no contexto social e cultural das famílias, poisassistir as famílias de modo integral é o norte do processo de trabalho da Saúde da Família(2). Partindo do pressuposto que investigar os profissionais de saúde de como eles abordam as famílias, e se realizam uma avaliação familiar apropriada ou da adaptação de uma metodologia viável, pois esta proporciona a elaboração de intervenções/ações de saúde que possam facilitar a compreensão dos profissionais a respeito do contexto em MÉTODOS Trata-se de uma pesquisa exploratória, descritiva, com abordagem quantitativa. Esta foi realizada nas Unidades de Saúde da Família (USF) do Distrito Sanitário II da cidade do Recife, localizadas no Bairro de Dois Unidos, totalizando 03 USF, escolhida por todas serem integrantes como campo de práticas de residentes inseridas no Programa de Residência Multiprofissional Integrada em Saúde da Família da Universidade de Pernambuco (RMISF/UPE), no ano de 2012/2014. A coleta de dados foi realizada no período de Janeiro a Março de 2014, utilizando o questionário autoaplicado, dividido em duas partes, a primeira referente aos dados socioeconômicos, a segunda sobre os conhecimentos das ferramentas de abordagem familiar preconizadas pelo Ministério da Saúde e as mais utilizadas em teses e dissertações e a terceira parte compreende as atitudes e práticas(5,7). É importante ressaltar que o conhecimento foi considerado como adequado quando as respostas estavam corretas baseadas nesses documentos supracitados e inadequadas quando existia erro, os profissionais de saúde não souberam responder as questões, não tinham opinião sobre a temática ou nunca realizaram uma avaliação familiar. Tais definições foram baseadas em pesquisa conceituada sobre CAP (Conhecimento, atitude e práticas) e referenciadas no meio científico(7). Os dados foram coletados por meio de um questionário Conhecimento, Atitude e Prática acerca das ferramentas de abordagem familiar elaborado pelas autoras, o qual, foi previamente testado em um grupo de profissionais similares, para verificar a sua adequação, visando à qualidade das informações obtidas, confirmado por este teste piloto. É evidente que utilização do Inquérito de Conhecimento, Atitude e Prática, facilita entender a compreensão que os Revista Enfermagem Digital Cuidado e Promoção da Saúde 1 (1) Janeiro/Junho 2015 http://www.redcps.com.br / e-mail: [email protected] 24 Conhecimento, atitudes e práticas sobre avaliação familiar Monteiro GRSS, Gomes BMR, Lopes KAM, Araújo D, Oliveira RC Rev. Enf. 2015 Jan-Jun; 1(1):23 - 30 profissionais de saúde têm a respeito de um determinado tema, além de obter dados de uma população específica, facilitando a identificação de intervenção mais eficaz(4). Para este estudo foram escolhidas as seguintes definições de conhecimento, atitude e prática baseado em pesquisa anterior(8). Conhecimento - Refere-se a relembrar fatos específicos (dentro do sistema educacional no qual o indivíduo está inserido) ou a habilidade para resolver os problemas de forma específica ou saber definir conceitos de acordo com a compreensão adquirida sobre uma determinada temática ou evento. • Atitude - é ter opinião, predisposição, crença, sentimento, afetividade, relativamente incessantes, acerca de algo, de uma situação ou de pessoas. Está relacionado com o domínio afetivo, retrata a dimensão emocional. • Prática - é a deliberação para realizar uma ação, é a atitude. Está relacionado aos domínios cognitivo e psicomotor, reforça uma dimensão social. Como critérios de inclusão foram elencados: Profissionais de nível superior das USFs que fazem parte do programa RMISF/ UPE, que aceitaram participar da pesquisa. Critérios de exclusão: Profissionais de saúde que não estavam nas USFs durante o momento da pesquisa e mesmo após contato telefônico com os mesmos não compareceram a unidade dia e hora previamente agendada ou os que não assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido se recusando a participar do estudo. Estas unidades eram compostas por 15 profissionais de saúde de nível superior, porém depois de aplicar os critérios de inclusão e exclusão, totalizou uma amostra de 13 profissionais. Para a digitação dos dados e obtenção dos cálculos estatísticos foi utilizado o SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) na versão 21. A respeito das variáveis, todas foram descritas, para avaliar a associação entre variáveis categóricas foi utilizado o teste Exato de Fisher, com margem de erro de 5% nas decisões dos testes estatísticos. Desta forma, os resultados foram apresentados em valores absolutos, porcentagem, média, mediana, p valor e em forma de tabelas. Os referenciais da bioética, preconizados na Resolução nº 466/12, do Conselho Nacional de Saúde (CNS), foram considerados neste estudo. De acordo com parecer substanciado do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do Hospital Oswaldo Cruz, com CAEE nº: 18600313.8.0000.5192. de 40 anos, o tempo de serviço nas USF foi em média 8,4 anos, a maioria foi do sexo feminino 84,6% e entre as categorias profissionais os Enfermeiros compõem 38,5%, os Médicos 38,5% e Cirurgião Dentista 23,1% da amostra. Conhecimentos, atitudes e práticas dos profissionais de saúde sobre as Ferramentas de Abordagem Familiar Das ferramentas de abordagem familiar pesquisada nesse estudo, os profissionais de saúde relataram ter conhecimento sobre os seguintes instrumentos (Tabela 1). Apenas a Escala de Risco Familiar de Coelho e Savassi apresentou significância estatística, o que pode ser justificado pela quantidade de participantes da amostra ou pela adoção desta escala ser mais corrente na USF. Quanto às atitudes e práticas dos profissionais participantes da pesquisa acerca da utilização das ferramentas de abordagem familiar, as respostas estão registradas na Tabela 2. Outro resultado relevante foi que em relação à prática dos profissionais que fazem uso de uma das ferramentas investigadas, as respostas inadequadas constaram 69,2%, entre elas estavam citadas o prontuário (15,4%) e odontograma (23,1%) que não são utilizadas para a avaliação do individuo e os demais nunca realizaram uma abordagem familiar instrumentalizada. Entre as adequadas destaca-se ERCS (15,4%), Modelo Calgary (7,7%) e Genograma (7,7%). Os resultados referentes à Discussão e Reflexão dos casos familiares e do Projeto terapêutico do cuidado às famílias, 53,8% relataram que os aplicam e destes todos elaboram e discutem junto à equipe, apenas 42,8% registra no prontuário e 57,2% reavaliam os casos no decorrer do processo intervencionista. Dos profissionais pesquisados, 84,6% afirmaram que em sua formação profissional não foram preparados para utilizar Ferramentas de Avaliação Familiar. Todos (100%) citaram que prestam atendimentos às famílias e aos indivíduos por meio de consultas e procedimentos, prescrevendo medicações, solicitando exames complementares, solicitando encaminhamento para especialistas. DISCUSSÃO Quanto à caracterização dos profissionais coincide com a pesquisa realizada na atenção básica, onde a maioria dos profissionais é do sexo feminino, porém difere quanto a idade dos participantes e o tempo de serviço da USF(9). De acordo com a Tabela 1, dos 10 tipos de Ferramentas de Avaliação Familiar investigadas pelos pesquisadores, oito tipos são preconizados pelo Ministério da Saúde: APGAR Familiar, Genograma, Ecomapa, Entrevista Familiar, F.I.R.O, P.R.A.T.I.C.E, Discussão e reflexão de casos familiares e Projeto Terapêutico de cuidado à família, dos quais mais de 50% dos profissionais de saúde só conheciam 2: Genograma e Entrevista familiar. RESULTADOS Caracterização sociodemográfica dos profissionais de saúde: A idade dos 13 pesquisados variou de 28 a 63 anos, teve média de 42,31 anos, desvio padrão de 12,82 anos e mediana Revista Enfermagem Digital Cuidado e Promoção da Saúde 1 (1) Janeiro/Junho 2015 http://www.redcps.com.br / e-mail: [email protected] 25 Conhecimento, atitudes e práticas sobre avaliação familiar Monteiro GRSS, Gomes BMR, Lopes KAM, Araújo D, Oliveira RC Rev. Enf. 2015 Jan-Jun; 1(1):23 - 30 Tabela 1. Conhecimento sobre as ferramentas de abordagem familiar entre médicos, enfermeiros e cirurgiões dentistas pertencentes às USF da RMISF/UPE. Recife, 2014. Profissão Variável Médico Enfermeiro Cirurgião dentista Grupo Total n % N % N % N % 5 100,0 5 100,0 3 100,0 13 100,0 Adequadas 1 20,0 1 20,0 - - 2 15,4 Inadequadas 4 80,0 4 80,0 3 100,0 11 84,6 Adequadas 1 20,0 4 80,0 - - 5 38,5 Inadequadas 4 80,0 1 20,0 3 100,0 8 61,5 Adequadas 4 80,0 4 80,0 - - 8 61,5 Inadequadas 1 20,0 1 20,0 3 100,0 5 38,5 Adequadas 1 20,0 1 20,0 - - 2 15,4 Inadequadas 4 80,0 4 80,0 3 100,0 11 84,6 Adequadas 3 60,0 3 60,0 2 66,7 8 61,5 Inadequadas 2 40,0 2 40,0 1 33,3 5 38,5 Adequadas 4 80,0 5 100,0 - - 9 69,2 Inadequadas 1 20,0 - - 3 100,0 4 30,8 Adequadas 1 20,0 - - - - 1 7,7 Inadequadas 4 80,0 5 100,0 3 100,0 12 92,3 1 20,0 - - - - 1 7,7 100,0 12 92,3 TOTAL Valor de p APGAR familiar p** = 1,000 Modelo Calgary de Avaliação familiar p** = 0,099 Genograma p** = 0,099 Ecomapa p** = 1,000 Entrevista familiar p** = 1,000 Escala de avaliação de Risco Familiar de Coelho e Savassi p** = 0,028* F.I.R.O - Orientações Fundamentais nas relações interpessoais p** = 1,000 P.R.A.C.T.I.C.E - Problema apresentado, papéis e estrutura, afeto, comunicação, fase do ciclo da vida, doença na família, enfrentamento do estresse, meio ambiente e rede de apoio Adequadas Inadequadas 4 80,0 5 100,0 3 * Diferença significativa ao nível de 5,0%; ** Através do teste Exato de Fisher. Fonte: Elaboração Própria. Este dado é preocupante já que o Ministério da Saúde (MS) evidencia a necessidade dos profissionais de saúde de se apropriar de algumas ferramentas específicas para abordar famílias, além de deter o conhecimento acerca: do olhar sistêmico, dos tipos de famílias, estrutura, dinâmica e a conferência familiar somada às ferramentas específicas básicas para a realização de uma adequada avaliação e intervenção familiar de acordo com as necessidades apresentadas pela unidade familiar(5). Quanto aos demais instrumentos não preconizados pelo MS, mas conhecidos mundialmente, destaca-se o APGAR Familiar e o MCAF, que de acordo com pesquisa são os mais utilizados em Teses de Doutorado e Dissertações de Mestrado, p** = 1,000 porém nossa pesquisa evidenciou o pouco conhecimento desses instrumentos por estes profissionais da Atenção Primária, pois apenas 15,4% e 38,5% relataram conhecimento adequado (Tabela 1)(6). Ao realizar a análise, de acordo com as categorias profissionais, dos cinco enfermeiros pesquisados 80% conheciam o MCAF. O que pode ser justificado por ser o modelo elaborado por enfermeiras, despertando o desejo da sua utilização, apesar de estudos apontarem a utilização dessas por outras categorias profissionais(3,6). A Tabela 1 também identifica o Genograma, Entrevista Familiar e o ERFCS como mais conhecidos, autores afirmam que Genograma permite identificar de forma gráfica e visual Revista Enfermagem Digital Cuidado e Promoção da Saúde 1 (1) Janeiro/Junho 2015 http://www.redcps.com.br / e-mail: [email protected] 26 Conhecimento, atitudes e práticas sobre avaliação familiar Monteiro GRSS, Gomes BMR, Lopes KAM, Araújo D, Oliveira RC Rev. Enf. 2015 Jan-Jun; 1(1):23 - 30 Tabela 2. Atitudes e Práticas com relação à utilização das ferramentas de abordagem familiar, dos profissionais pesquisados pertencentes às USF da RMISF/UPE. Recife, 2014. Variável N % Adequada 12 92,3 Inadequada 1 7,7 13 100,0 - - Adequada 4 30,8 Inadequada 9 69,2 Visita familiar 13 100,0 Unidade básica de saúde 12 92,3 Escolas 7 53,8 Associações 3 23,1 ATITUDE • Gostaria de utilizar um instrumento eletrônico que facilitasse a implantação da avaliação familiar? • Considera importante utilizar algum tipo de ferramenta de avaliação familiar? Adequada Inadequada PRÁTICA • Utiliza algum instrumento para avaliar as famílias durante os atendimentos nas Unidades de Saúde da família ou nas visitas domiciliares? • Como realiza na prática a atenção a saúde aos indivíduos e famílias cadastradas nas equipes em guias locais?* Outros equipamentos sociais 4 30,8 TOTAL 13 100,0 * Considerando que um mesmo pesquisador tenha citado mais de uma resposta, registrou-se a base de cálculo dos percentuais e não o total. a dinâmica familiar e suas possíveis implicações; é baseado no heredograma, mostra a estrutura e as relações familiares, como também permite identificar as repetições de padrões de doenças, relacionamentos e conflitos resultantes do adoecer(3). Além de reunir informações sobre a doença da pessoa identificada e dos membros da sua família, evidencia a rede de apoio psicossocial, os antecedentes genéticos, as causas da morte de pessoas da família, que podem ser informações importantes detectadas durante a anamnese, o que facilitará a análise do contexto familiar realizada pelos profissionais de saúde(10). Diante dos argumentos desses pesquisadores é evidente a importância das informações e a riqueza de detalhes sobre a estrutura familiar que podem ser obtidos com a elaboração do genograma, porém nesta pesquisa, mesmo os profissionais relatando que conhecem este instrumento, apenas 7,7% o utilizam em sua prática profissional. Quanto à entrevista familiar os profissionais concordaram que é um instrumento que pode ser utilizado para abordar a família, porém não a usa, o que seria importante, pois tem como objetivo fornecer informações para a escolha da indicação terapêutica, planejar estratégias e auxilia em direcionar ações que possam ser realizadas por algum membro familiar que se identifique com aquele cuidado, além de facilitar a caracterização do sistema, estrutura, funcionamento e desenvolvimento familiar, as condições socioeconômicas, estado de saúde e rede social familiar(2), proporcionando um olhar sistêmico voltado para a família e não esquecendo a particularidade do indivíduo. O que corrobora com a pesquisa sobre a entrevista familiar como facilitadora do processo de triagem de uma clínica escola, em que as autoras afirmam que a sessão familiar possibilita ter um conhecimento mais amplo e esclarece questões mais facilmente(11). É importante ressaltar que na literatura estão disponíveis materiais sobre entrevista familiar que a retrata com outro enfoque, voltado para entrevista direcionada a famílias que visa à autorização da doação de órgãos humanos para transplantes(12) e não como forma de caracterização de famílias na Atenção Primária. O que cabe o questionamento, como estes profissionais de saúde conhecem esse instrumento se há poucos registros na literatura brasileira e o que eles estão considerando uma entrevista familiar? Questão relevante já que 69,2% relataram ter conhecimento sobre. Assim em relação à ERFCS essa ferramenta realiza uma classificação de acordo com os riscos, patologias e vulnerabilidades que as famílias estão sujeitas, pontuandoas através de um escore, que pode ser realizado durante reunião com a equipe multiprofissional, como também com a participação dos usuários e/ou famílias, para auxiliar nas definições de prioridades das ações de saúde por meio de um planejamento que identifiquem quais são os reais problemas da população, proporcionando aos profissionais de saúde prioridade nos atendimentos as famílias vulneráveis(13). Quanto os questionamentos relacionados com a atitude dos entrevistados, a maioria relatou ter interesse em utilizar uma ferramenta de abordagem familiar eletrônica (92,3%) e todos Revista Enfermagem Digital Cuidado e Promoção da Saúde 1 (1) Janeiro/Junho 2015 http://www.redcps.com.br / e-mail: [email protected] 27 Conhecimento, atitudes e práticas sobre avaliação familiar Monteiro GRSS, Gomes BMR, Lopes KAM, Araújo D, Oliveira RC Rev. Enf. 2015 Jan-Jun; 1(1):23 - 30 a considerou importante. O desejo de manusea-la poderá ser concretizado após a introdução do e-SUS Atenção Básica que é um software que visa reestruturar os Sistemas de Informações em Saúde do MS, reorganizando as informações da Atenção Básica em nível nacional, sendo um sistema de apoio à gestão do processo de trabalho. Este tinha previsão da implantação em março de 2014 tem como principal objetivo auxiliar os gestores no processo de informatização e qualificação da Atenção Básica em busca de um sistema único eletrônico, hoje já existe versões disponíveis e os profissionais de saúde estão sendo capacitados(14). O que poderá ser a porta de entrada para a introdução de um instrumento de avaliação familiar eletrônico que facilitaria a abordagem das equipes junto às famílias. Em relação aos locais onde os profissionais realizam os atendimentos à saúde da sua população (Tabela 2), 100% dos profissionais de saúde relataram que a realizam durante a Visita Domiciliar (VD), como uma forma de acompanhar as famílias e os indivíduos. De acordo com o MS a assistência prestada em domicílio deve proporcionar as famílias um espaço social e privado, respeitando as relações familiares em suas complexidades e movimentos, além de ser uma possibilidade de criar vínculo, redes de apoio mútuo e de entendimento das fragilidades e potencialidades dessas pessoas. A VD proporciona que os profissionais de saúde estudem as famílias, identifique às peculiaridades, dinâmica, contexto sociocultura e econômico, é uma condição importante para conhecer a unidade familiar, pois essas características podem influenciar as diversas formas de cuidar durante um processo de saúde e doença(5). Esses preceitos do MS estão de acordo com as afirmativas da pesquisa que retrata que a visita domiciliária permite estabelecer vínculos que facilitam a identificação do contexto familiar e dos problemas prioritários elencados pelas famílias, para assim trabalhar com as necessidades e potencialidades das mesmas(15). Outro lugar citado para a realização das ações de saúde foram as Unidades de saúde da família (100%), quando indagados sobre Escolas, 53,8% a utiliza, porém em relação às associações de moradores e outros equipamentos sociais pouco são utilizados (Tabela 2). É importante ressaltar que a utilização de equipamentos sociais, famílias e equipe multiprofissionais, formando um triângulo terapêutico, são relevantes para apoiar mudanças de comportamentos, aumentando a autonomia e diminuindo os problemas encontrados durante o processo de saúde doença(16). Os Cirurgiões Dentistas participantes da pesquisa consideraram o odontograma como um instrumento de avaliação familiar, porém segundo pesquisa(17) este é um recurso desenvolvido para a identificação de pessoas, é uma ficha dentária que representa graficamente os dentes permanentes e decíduos, possui um código de preenchimento preestabelecido, de acordo com um tipo de anotação dental, além de detalhar as características anatômicas normais e as particularidades patológicas, facilita a identificação de um indivíduo em relação a outro. Quanto à utilização dos prontuários citados como instrumento de avaliar famílias, considera que o uso apenas de um prontuário específico pode limitar as ações de saúde e as informações dos usuários, reafirmando a necessidade de um prontuário único, onde os dados individuais perpassem em todos os níveis de atenção. Muitas vezes os atendimentos realizados são conduzidos pela queixa-conduta do usuário, não havendo um acolhimento que priorize a necessidade dos atendimentos, onde também se faz necessário à clínica ampliada e o diálogo entre usuário, famílias, profissional de saúde e gestores, proporcionando o estabelecimento de vínculos, corresponsabilizando-os pelas ações e cuidados com a saúde(18). Em relação ao plano de cuidados, projeto terapêutico ou Projeto Terapêutico Singular PTS é um conjunto de condutas, ações e medidas, de caráter clínico ou não, que discute as necessidades de saúde de um sujeito individual ou coletivo, geralmente em situações mais complexas, construídas a partir da discussão de uma equipe multidisciplinar, pode ser aplicado individualmente ou coletivamente. Este projeto pode conter também os equipamentos que precisam ser acionados, além da periodicidade de visitas domiciliares, o papel de cada membro da equipe ou da família e o profissional de referência responsável por coordenar as ações propostas para o usuário. O projeto terapêutico eficaz necessita que a sua elaboração seja realizada junto aos membros da família, discutindo quem seria o cuidador responsável por cada ação, além da necessidade de existir um prontuário domiciliar, no qual constem os registros da equipe, como também a realização de reuniões periódicas entre a equipe para discussão clínica, reprogramar ações e pactuar as atividades junto à família(5). Nessa pesquisa 53,8% dos profissionais relataram que na sua prática realizam a elaboração de um plano e discute com a equipe, porém apenas 42,8 % registram no prontuário e reavaliam o caso no decorrer do tempo (57,2%), porém estes profissionais relatam que utilizam o plano terapêutico singular, voltado para o indivíduo e não para a família. Autores afirmam que o registro das ações poderia ser melhorado por meio da capacitação prévia com os profissionais de como utilizar esse instrumento, e enfatizar a importância do acompanhamento das famílias através da realização de um Projeto Terapêutico Familiar de qualidade, com seu adequado registro e reavaliação das ações propostas(2). Esta falta de registro dos profissionais a cerca do plano terapêutico familiar, nos traz um questionamento semelhante ao da pesquisa(15), qual a real participação da equipe multiprofissional nos cuidados à família? Segundo autor(6), a atuação da equipe multiprofissional interfere nos cuidados com a saúde e provoca mudanças significantes no cotidiano individual e familiar. A questão relacionada à prática afirma que 30,8% utilizam de forma adequada alguma ferramenta de avaliação familiar Revista Enfermagem Digital Cuidado e Promoção da Saúde 1 (1) Janeiro/Junho 2015 http://www.redcps.com.br / e-mail: [email protected] 28 Conhecimento, atitudes e práticas sobre avaliação familiar Monteiro GRSS, Gomes BMR, Lopes KAM, Araújo D, Oliveira RC Rev. Enf. 2015 Jan-Jun; 1(1):23 - 30 (Tabela 2). Os achados nesse estudo sobre a necessidade de utilização de uma ferramenta de abordagem familiar corroboram com o estudo(19), que afirma que os profissionais de saúde e pesquisadores brasileiros precisam incluir a dinâmica das famílias nos cuidados em saúde. Quanto à formação acadêmica 84,6% dos profissionais afirmaram não foram capacitados para realizar uma avaliação familiar, dado que está de acordo com o que relata pesquisa(2) sobre os temas família e ferramentas de avaliação familiar aparecer em poucos currículos, o que segundo a autora limita o conhecimento dos profissionais sobre o tema e a realização de ações na Estratégia de Saúde da Família. Acrescenta-se também a faltaà prática clínica do cuidado centrado na família e para a família(19). O que está de acordo, com estudo(15) que evidencia a necessidade de investimento na formação dos profissionais de saúde, incentivando a adoção de uma postura acolhedora para apreender e se aproximar das famílias, considerando-as como unidade de cuidado, facilitando a identificação das reais necessidades familiar para que assim as equipes possam propor intervenções mais efetivas. Em decorrência de todas as afirmativas geradas, todos os profissionais de saúde pesquisados neste estudo: Médicos, Enfermeiros e Cirurgiões Dentistas, realizam as atribuições que os competem de acordo com a Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011 que aprova a Política Nacional de Atenção Básica e estabelece a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, que são realizar consultas e procedimentos, solicitar exames, prescrever medicações, solicita encaminhamentos para os membros familiares(20). selecionados, porém estas reafirmam que elas desejavam retratar uma realidade específica do cenário dos profissionais atuantes nas USFs inseridos no RMISF, assim este garante uma boa validade interna, porém para ampliar para uma alta validade externa seria necessária uma amostra representativa de todos os profissionais da cidade do Recife. É notável que este estudo fosse útil para sondar o conhecimento, atitude e prática destes profissionais de saúde, além de estimulá-los a promover a saúde da sua população, entendendo o adoecer como algo natural, respeitando a totalidade do ser-família nas suas multidimensionalidades. Assim a atuação desta equipe responsável pelo cuidar deve está além da utilização de uma ferramenta de avaliação familiar, para poder despertar para as ações voltadas ao coletivo, entendendo as famílias como uma unidade de assistência e cuidado. REFERÊNCIAS 1. França PF. Panorama de saúde da Família. In: ______. A detecção e o atendimento a pessoas usuárias de drogas na rede de Atenção Primária à Saúde. Brasília: Secretaria Nacional de Política sobre drogas; 2011. p. 11-12. 2. Pagani R, Minozzo F, Quaglia G. Abordagem Familiar: cuidado às famílias com pessoas que usam álcool e outras drogas pela Equipe de Saúde da Família. In: ______. 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Este estudo evidenciou que os profissionais de saúde estudados conhecem poucas ferramentas de abordagem familiar e a Estratégia de Saúde da Família continua sendo desenvolvida no modelo linear, focada no indivíduo e não circular com propõem o modelo sistêmico, que envolve as famílias. Em relação à atitude eles as consideram como instrumentos importantes para avaliar as famílias e quanto a prática poucos profissionais as utilizam. Assim os resultado aponta para a importância do desenvolvimento de estratégias que envolvam os profissionais na utilização das ferramentas de avaliações com famílias, a fim de estimulá-los na adoção dessa prática, que deve ser incentivada e ensinada desde as graduações na área da saúde até os cursos de pós graduação e de aperfeiçoamento. Com uma implicação mais ampliada, os resultados desta pesquisa poderão contribuir para orientar o planejamento de atividades educativas sobre essa temática com estudantes, com vista à promoção do cuidado centrado nas famílias,de acordo com a integralidade do cuidar. É importante ressaltar que as autoras identificaram como limitações da pesquisa a quantidade dos profissionais 6. Souza J, Abade F, Silva PMC, Furtado EF.Avaliação do funcionamento familiar no contexto da saúde mental. Rev. psiquiatr. clín.2011;38(6):254-9. 7. Jácome EM, Silva RM, Gonçalves MLC, Collares PMC, Barbosa IL. Detecção do Câncer de Mama: Conhecimento, Atitude e Prática dos Médicos e Enfermeiros da Estratégia Saúde da Família de Mossoró, RN, Brasil.Rev. bras. cancerol.2011;57(2):189-198. 8. Warwick DP, Liniger AC. The sample survey: theory and practice. New York: Mc Graw Hill; 1975. p.4-19. apud Sousa FGM, Figueiredo MCAB, Erdmann AL. Avaliação do funcionamento familiar no contexto da saúde mental. 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