PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
MARIA SOCORRO DE SOARES ARCOVERDE
ASSISTÊNCIA DOMICILIÁRIA E HOSPITALAR:
PERCEPÇÃO DE PESSOAS IDOSAS SOBRE
ESPIRITUALIDADE E QUALIDADE DE VIDA
Porto Alege – RS, 2014
MARIA SOCORRO DE SOARES ARCOVERDE
ASSISTÊNCIA DOMICILIÁRIA E HOSPITALAR: PERCEPÇÃO DE PESSOAS
IDOSAS SOBRE ESPIRITUALIDADE E QUALIDADE DE VIDA
Tese apresentada ao Programa de Pósgraduação em Gerontologia Biomédica do
Instituto de Geriatria e Gerontologia da
Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul/DINTER, para a obtenção de
título de Doutor em Gerontologia Biomédica.
Linha de Pesquisa: Aspectos Socioculturais,
Demográficos e Bioéticos no Envelhecimento.
Orientador: Prof. Dr. José Roberto Goldim
Porto Alegre-RS, 2014
DADOS DE CATALOGAÇÃO
S676a Soares, Maria Socorro de
Assistência domiciliária e hospitalar: percepção de pessoas
idosas sobre espiritualidade e qualidade de vida / Maria Socorro
de Soares. - Porto Alegre: PUCRS, 2014.
142 f.: il.; tab. Inclui artigo submetido para publicação.
Orientador: Prof. Dr. José Roberto Goldim.
Tese (Doutorado) – Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de PósGraduação em Gerontologia Biomédica.
1. QUALIDADE DE VIDA. 2. ESPIRITUALIDADE. 3.
SERVIÇOS DE SAÚDE PARA IDOSOS. 4. SERVIÇOS DE
ASSISTÊNCIA
DOMICILIAR.
5.
ASSISTÊNCIA
HOSPITALAR. 6. ESTUDO TRANSVERSAL, DE CUNHO
DESCRITIVO, ANALÍTICO, COM UMA ABORDAGEM
QUANTITATIVA. I. Goldim, José Roberto. II. Título.
Isabel Merlo Crespo
Bibliotecária CRB 10/1201
CDD618.97
NLM WT 100
MARIA SOCORRO DE SOARES ARCOVERDE
ASSISTÊNCIA DOMICILIÁRIA E HOSPITALAR: PERCEPÇÃO DE PESSOAS
IDOSAS SOBRE ESPIRITUALIDADE E QUALIDADE DE VIDA
Tese apresentada ao Programa de Pósgraduação em Gerontologia Biomédica do
Instituto de Geriatria e Gerontologia da
Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul/DINTER, para a obtenção de
título de Doutor em Gerontologia Biomédica.
Aprovado em ______/______/_______
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Profº. Dr. Marcio de Lima Coutinho – UNIPE/PB
_______________________________________________
Profª. Dra. Livia Haygert Pithan – FADIR-IB/PUCRS
_______________________________________________
Profº. Dr. Rodolfo Herberto Schneider – IGG/PUCRS
_______________________________________________
Profª. Drª. Irani de Lima Argimon- IGG/PUCRS/Suplente
Dedico
esta
tese
ao
meu
inesquecível
pai
Martiliano (in memoriam), força e luz na minha
vida e à minha querida e estimada mãe Letícia,
exemplo de fé e doçura. Em seu nome, estendo
todo o meu carinho e agradecimento às pessoas
idosas participantes deste estudo.
AGRADECIMENTO ESPECIAL
Ao DEUS que creio e que me concedeu a vida e o saber para sempre lutar, principalmente,
por aqueles que trilham as suas vidas, cheios de sonhos, conquistas, e muitos desafios;
Ao Prof. Dr. José Roberto Goldim, minha gratidão pelos seus ensinamentos constantes e
orientação desta tese que, com sua sabedoria, conduziu-me de modo sensível, racional na
realização deste trabalho;
Ao meu querido e estimado marido Kleberto Arcoverde pelo incentivo, e compreensão,
sempre fortalecendo minha caminhada, principalmente nas minhas ausências do aconchego do
nosso lar.
Aos meus familiares, irmãos, cunhadas(os), sobrinhos e amigos, pelo apoio e incentivo e de
sempre promover possibilidade de compartilhar experiências da minha vida, em especial à
Jussara Lima Soares pelas contribuições deste estudo.
AGRADECIMENTOS
A todos os professores do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS, pelos
conhecimentos e experiências compartilhados;
A Nair Mônica Ribascik do Nascimento, secretária do IGG/PUCRS, pelo apoio e dedicação
ao Programa;
À CAPES, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, pelo auxílio
financeiro;
À Escola Técnica de Saúde da Universidade Federal da Paraíba, pelo apoio e incentivo;
À professora Drª. Nilsamira da Silva Oliveira, Coordenadora operacional do DINTER, que
soube conduzir esse programa com equilíbrio e sabedoria;
À professora Icléia Honorato da Silva Carvalho pelo apoio, como gestora, apesar dos desafios
sempre lutou em prol de conquistas para nossa Escola;
Ao Serviço Médico Hospitalar da Associação dos Fiscais de Renda e Agentes Fiscais do
estado da Paraíba - AFRAFEP e ao Hospital Memorial São Francisco da cidade de João
Pessoa-Paraíba pela aceitação e a credibilidade na minha pesquisa;
Aos meus colegas e servidores da Escola Técnica de Saúde, colegas doutorandos, àqueles que
souberam partilhar momentos de desafios e de esperança, todo o meu carinho em especial à
Cacilda Chaves Morais de Lima por nossa convivência sólida e experiências compartilhadas;
À Isabel Catani e D. Geni, pelas amizades acolhedoras em terras gaúchas nos ensinando uma
das lições mais importantes da vida: o acolhimento, a simplicidade e a grandeza espiritual de
se viver feliz ante as adversidades da vida;
RESUMO
A espiritualidade e a qualidade de vida, nos útimos anos, vêm tendo crescente importância no
contexto do cuidado, principalmente em situações de agravos à saúde e, em especial, na
velhice. Diante deste cenário, este estudo objetivou analisar a espiritualidade e a qualidade de
vida em pessoas idosas submetidas à assistência domiciliária e hospitalar por meios da Saúde
Suplementar. Para atingir este objetivo, utilizou-se de um estudo transversal, de cunho
descritivo, analítico, com uma abordagem quantitativa em uma amostra de 60 pessoas idosas,
na cidade de João Pessoa-PB, distribuídas equitativamente em dois grupos: assistência
domiciliária e hospitalar. Os participantes tinham idade variando entre 60 a 98 anos, com um
predomínio de pessoas do sexo feminino (72%). Os resultados demonstraram que em ambos
os grupos prevaleceram as doenças cardiovasculares, sendo 50% no grupo de assistência
domiciliar e 40% de assistência hospitalar. Quanto ao grau de satisfação com a assistência
recebida, observou-se que na modalidade domiciliária foi de 100%, enquanto na hospitalar
60%. Em relação ao grau de confiança, ambos os grupos mostraram-se igualmente confiantes
na assistência recebida. Quanto à espiritualidade e crenças pessoais, os dados revelaram que a
modalidade domiciliária obteve escore maior do que a hospitalar nas facetas: conexão com o
ser ou força espiritual; admiração; totalidade e integração. Na qualidade de vida, analisada a
partir do WHOQOL-BREF, observou-se um efeito positivo na maioria das facetas para a
modalidade domiciliária. Um resultado semelhante também foi obtido com o WHOQOLOLD, com destaque para as facetas: atividades passadas, presentes e futuras; participação
social e intimidade. Em todas elas, a assistência domiciliária apresentou melhor qualidade de
vida. Os resultados deste estudo indicam que a assistência domiciliária, comparativamente à
hospitalar, promove melhor qualidade de vida e o fortalecimento da espiritualidade de pessoas
idosas.
Palavras-chave:. Qualidade de vida. Espiritualidade. Serviços de Saúde para Idosos. Serviços
de Assistência Domiciliar. Assistência Hospitalar.
ABSTRACT
Spirituality and quality of life, in the last few years, have had increasing importance in care
context, mostly in poor health conditions, and especially in old age. Therefore, this study
aimed to analyze the elderly people‟s spirituality and quality of life, when assisted both at
home and in hospitals, by means of Supplemental Health Services. In order to reach this goal,
the descriptive, analytical and cross-sectional study was used, with a quantitative approach, in
a 60 elderly people sample, in João Pessoa-PB, equally distributed in two groups: home and
hospital care. The participants were aged between 60 and 98 years old, female people
predominating (72%). Results showed that both groups presented, mostly, cardiovascular
diseases, being 50% in those ones in home care condition and 40% among the ones receiving
hospital assistance. As to the degree of satisfaction with the assistance, 100% were satisfied
with the home care, whereas only 60% were satisfied with the hospital assistance. In regard to
the confidence level, both groups were satisfied in both situations. As to the spirituality and
personal beliefs, data revealed that the home modality received a higher score than that of the
hospital in questions such as: a connection with the spiritual being or power; admiration,
wholeness and integration. Concerning quality of life, analyzed from the WHOQOL-BREF
point of view, a positive effect was observed in most of the home modality features. A similar
result was also obtained with the WHOQOL-OLD, as concerning the following features: past,
present and future activities, privacy as well as social participation. Home care presented a
better life quality in all of them. The results of this study indicate that home care, as compared
to the hospital one, promotes a better life quality and fosters spirituality in the elderly people.
Keywords: Quality of life. Spirituality. Health Services for the Aged. Home Care Services.
Hospital Care.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANS - Agência Nacional de Saúde
PNI – Plano Nacional do Idoso
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
OMS – Organização Mundial de Saúde
OPAS – Organização Pan Americana de Saúde
WHOQOL – Wold Health Organization Quality of Life
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estátistica
ONU – Organização das Nações Unidas
SBGG - Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
SUS – Sistema Único de Saúde
ANSS - Agencia Nacional de Saúde Suplementar
PNS - Política Nacional de Saúde
AMS - Assistência Médico-Sanitária
PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio
ADS - Assistência Domiciliária à Saúde
COFEN – Conselho Federal de Enfermagem
CFM – Conselho Federal de Medicina
RDC - Resolução da Diretoria Colegiada
MEEM - Mini Exame de Estado Mental
CERAD - Consortium to Establish a Registry for Alzheimer´s Disease
CAMDEX-R - Cambridge Examination for Mental Disorders of the Elderly
SIDAM - Structured Interview for the Diagnosis of Dementia
SPSS - Statistical Package for the Social Sciences
ANOVA – Análise de variância
IGG – Instituto de Geriatria e Gerontologia
CEP – Conselho de Ética e Pesquisa
PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
CAAE - Certificado de Apresentação para Apreciação Ética
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figuras 1 e 2 - Pirâmide etária da população - Brasil 2000 e 2010 .......................................... 19
Figura 3 - Gráfico do Diagnóstico Clínico em pessoas idosas em assistência domiciliaria e
hospitalar (p=0,081). ................................................................................................ 57
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Caracterização sociodemográfica da amostra de pessoas idosas em assistência
domiciliária e hospitalar. .......................................................................................... 55
Tabela 2 - Grau de Satisfação nas modalidades domiciliária e hospitalar. ............................. 57
Tabela 3 - Diferença com relação a variável confiança entre os grupos, que poderia variar de
zero a dez pontos. ..................................................................................................... 58
Tabela 4 - Análise do WHOQOL SRPB na amostra total e por grupo ................................... 59
Tabela 5 - Comparação entre as modalidades de assistência em relação à Espiritualidade,
Religiosidade e Crenças Pessoais (n=60). ............................................................... 60
Tabela 6 - Análise do WHOQOL-OLD para amostra total e por grupo. ................................ 61
Tabela 7 - Análise do WHOQOL-OLD para amostra total e por grupo. ................................ 61
Tabela 8 - Comparação entre as modalidades de assistência com relação ao WHOQOL-BREF
(n=60). ...................................................................................................................... 62
Tabela 9 - Comparação entre as modalidades de assistência com relação ao WHOQOL-OLD
(n=60). ...................................................................................................................... 62
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 13
2
HIPOTESES ............................................................................................................. 16
3
3.1
3.2
3.3
3.4
3.5
REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................... 18
O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO ................................................................ 18
A VELHICE NO CONTEXTO SÓCIO CULTURAL............................................... 23
ASSISTÊNCIA HOSPITALAR E DOMICILIÁRIA EM IDOSOS NO CONTEXTO
DO SISTEMA DE SAÚDE NO BRASIL. ................................................................ 27
ESPIRITUALIDADE EM IDOSOS .......................................................................... 35
QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS ..................................................................... 38
4
4.1
4.2
OBJETIVO GERAL ................................................................................................ 44
OBJETIVO GERAL ................................................................................................... 44
OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................................... 44
5
5.1
5.2
5.2.1
5.2.1.1
5.2.1.2
5.3
5.4
5.5
5.5.1
5.5.2
5.5.3
5.5.4
5.5.5
5.6
5.7
MÉTODOS ................................................................................................................ 46
DELINEAMENTO ..................................................................................................... 46
POPULAÇÃO E AMOSTRA .................................................................................... 46
Critérios de Inclusão e Exclusão ............................................................................. 46
Inclusão ...................................................................................................................... 46
Exclusão ...................................................................................................................... 47
LOCAL DO ESTUDO ............................................................................................... 47
COLETA DE DADOS ............................................................................................... 47
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO ...................................................................... 48
Miniexame de Estado Mental (MEEM), (Anexo C) .............................................. 48
Ficha sociodemográficos, (Apêndice E) .................................................................. 49
Questionário WHOQOL - BREF, (Anexo D) ........................................................ 49
Questionário WHOQOL - OLD, (Anexo E)........................................................... 50
Questionário WHOQOL-SRPB, (Anexo F) ........................................................... 51
ANÁLISE ESTATÍSTICA ......................................................................................... 52
CONSIDERAÇÕES ÉTICAS .................................................................................... 53
6
RESULTADOS ......................................................................................................... 55
7
DISCUSSÃO ............................................................................................................. 65
8
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 72
9
CONCLUSÃO........................................................................................................... 73
REFERENCIAS ....................................................................................................... 76
ARTIGO E CAPÍTULO DE LIVRO ..................................................................... 91
APÊNDICE A – TERMO DE ANUÊNCIA PARA PESQUISA EM
ASSISTÊNCIA DOMICILIÁRIA ........................................................................ 120
APÊNDICE B - TERMO DE ANUÊNCIA PARA PESQUISA EM
ASSISTÊNCIA HOSPITALAR ............................................................................ 121
APÊNDICE C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
PARA PESQUISA EM ASSISTÊNCIA DOMICILIÁRIA................................ 122
APÊNDICE D - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
PARA PESQUISA EM ASSISTÊNCIA HOSPITALAR ................................... 123
APÊNDICE E - FICHA SÓCIODEMOGRÁFICA ............................................ 124
ANEXO A - AUTORIZAÇÃO DA COMISSÃO CIENTÍFICA ....................... 129
ANEXO B - AUTORIZAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA ..... 130
ANEXO C - MINIEXAME DO ESTADO MENTAL (MEEM) ........................ 132
ANEXO D - QUESTIONÁRIO WHOQOL – BREF .......................................... 134
ANEXO E - QUESTIONÁRIO WHOQOL – OLD ............................................ 137
ANEXO F - QUESTIONÁRIO WHOQOL – SRPB ........................................... 139
Não sei… Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura… Enquanto dura.
Cora Coralina
INTRODUÇÃO
13
1 INTRODUÇÃO
O presente estudo trata da temática espiritualidade e qualidade de vida em pessoas
idosas que recebem atenção à saúde por meio da assistência domiciliária, contrastando com os
que recebem assistência hospitalar, vinculadas ao Setor de Saúde Suplementar na cidade de
João Pessoa-PB. Constitui uma investigação que busca embasar discussão em relação à
proposta do estudo no sentido de contribuir para o atendimento das necessidades de pessoas
idosas que vêm, ao longo dos anos, aumentando progressivamente.
Nos últimos anos aumentou a demanda de pessoas idosas evidenciada no Brasil e,
em especial na Paraíba, especificamente na cidade de João Pessoa-PB, com projeções de uma
maior longevidade. O prolongamento da vida é uma aspiração de qualquer sociedade, no
entanto, só pode ser considerada uma real conquista se não for apenas um período de
sobrevida, mas uma vida com qualidade1. Porém constata-se que a espiritualidade e a
qualidade de vida são elementos fundamentais para a promoção do bem-estar das pessoas
idosas, especialmente quando estas encontram-se com a sua saúde comprometida.
Nas últimas décadas, o sistema de saúde vem procurando formas de reestruturar sua
área de conhecimento, de modo a fundamentar o cuidado dentro da concepção integral do
indivíduo, com mudanças no campo das ciências e de novos paradigmas da assistência à
saúde, contemplando a dimensão espiritual. Considera-se que o homem não é, simplesmente,
um organismo biológico, mas também um ser psicossocial e espiritual, constituindo-se
naquilo que determina a sua singularidade como pessoa. Constata-se que a relação da
espiritualidade com a saúde vem se estabelecendo na prática de assistência à saúde, numa
perspectiva de qualidade de vida2.
Dessa forma, a qualidade de vida tem despertado em muitos pesquisadores o
interesse pelo estudo dessa temática, a qual abrange muitos significados, que refletem
conhecimentos, experiências e valores de indivíduos e coletividades que a ele se reportam em
variadas épocas, espaços e diferentes histórias. Portanto, é uma construção social com a marca
da relatividade cultural que implica a capacidade de efetuar uma síntese cultural de todos os
elementos que determinada sociedade considera seu padrão de conforto e bem-estar3.
Neste contexto, a saúde aparece como elemento central por exercer forte impacto
sobre a qualidade de vida e a espiritualidade de pessoas idosas. Atualmente, existe grande
interesse na pesquisa, sobretudo porque dados têm demonstrado uma relação positiva e
estatisticamente significativa entre espiritualidade, saúde e qualidade de vida.4 Muitos desses
14
estudos, contudo, focam a doença oncológica e cuidados paliativos, exigindo o alargamento a
outros contextos e doenças5 6.
Dessa forma, este estudo oportuniza embasamento e discussões sobre qualidade de
vida e espiritualidade em idosos no contexto do cuidado, constituindo mecanismos de
importância científica e social para subsidiar ações e fomentar políticas sociais que visem à
promoção da dignidade e do respeito para com essas pessoas, envolvendo profissionais,
gestores, estudantes, pesquisadores diante de uma realidade social, epidemiológica que se
impõe através da mudança do perfil demográfico e epidemiológico do país7.
Constata-se que o acesso aos serviços de saúde vem sendo garantido especificamente
a partir de um compromisso público, governamental denominado “Pacto pela Vida 2006” por
meio do Sistema Único de Saúde, o qual assumiu como meta prioritária a atenção à saúde da
população idosa do país8. Paralelamente, as ações públicas de saúde, a Agência Nacional de
Saúde (ANS), no Setor de Saúde Suplementar, vêm repensando modelos de gestão em saúde
com arena de discussões no âmbito da promoção, prevenção e controle de riscos e doenças
incentivando a reestruturação do processo de produção do cuidado e organização dos
serviços9.
Nesse sentido, são evidenciadas no Brasil políticas e programas de saúde como
garantias de atenção ao idoso, destacando-se a Portaria MPAS/SEAS nº73, de 10 de maio de
2001 que estabelece normas de funcionamento de serviços de atenção ao idoso integrando,
assim, a regulamentação da Política Nacional do Idoso (PNI) e propondo novas modalidades
de atenção ao idoso, adequadas à realidade de cada município, a saber: família natural, família
acolhedora, residência temporária, centro-dia, centro de convivência, casa lar, república,
atendimento institucional e assistência/atendimento domiciliar10.
Para este estudo, buscou-se avaliar a percepção de pessoas idosas submetidas às
modalidades da assistência domiciliária e hospitalar por meios do Setor de Saúde
Suplementar, tomando como indicadores a espiritualidade e a qualidade de vida. O uso do
termo “domiciliária” encontra-se textualizado no Dicionário Aurélio Buarque de Holanda.
Neste, o vocábulo encerra a seguinte acepção: “relativo à domicílio; feito em domicílio”,
enquanto que a palavra domiciliar refere-se a “dar domicílio; recolher em domicílio; fixar
residência ou domicílio”11. Por esta razão, o primeiro parece ajustar-se melhor às
características deste estudo. Vale sublinhar, ainda, que o referido termo tornou-se recorrente
na epistemologia dos estudos brasileiros na área de atendimento domiciliário.
Atendimento ou atenção domiciliária são expressões genéricas, referentes a qualquer
ação em saúde realizada em domicílio, desde uma simples orientação a um serviço de maior
15
complexidade12. Segundo Leme e Dias, as formas de atendimento domiciliário são conhecidas
por denominações que representam tipos de atuação e características diferentes, destacandose: a visita domiciliária, a assistência domiciliária e a internação domiciliária 13. Esses
conceitos corroboram as definições da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)
que distingue diversos tipos de modalidades de atenção à saúde, desenvolvidas em domicílio
para efeito de regulamento técnico, tanto para a esfera pública quanto a privada14.
Para este estudo, concebe-se a assistência domiciliária como “um conjunto de
atividades de caráter ambulatorial, programadas e continuadas por meio de ações preventivas
e/ou assistenciais, com participação de equipe multiprofissional”13. Diferencia-se, por
conseguinte, da internação domiciliária que corresponde “ao conjunto de atividades prestadas
no domicílio, caracterizadas pela atenção em tempo integral ao paciente com quadro clínico
mais complexo e com necessidade de tecnologia especializada”13.
No que se refere à instituição hospitalar, segundo a Organização Mundial de Saúde15
OMS, o termo é aplicado para todos os estabelecimentos com pelo menos cinco leitos para
internação de pacientes que garantam um atendimento básico de diagnóstico e tratamento,
com equipe clínica organizada e com prova de admissão e assistência permanente prestada
por médicos. Agrega uma série de funções que as caracterizam como as organizações mais
complexas do setor Saúde. Na atualidade, o Brasil conta com uma rede de serviços
hospitalares, construídos e legitimados historicamente, detentora de uma realidade concreta
sendo operacionalizada dentro de um novo cenário sanitário e com diretrizes gerais que
apontam para a busca de uma maior inserção na rede de serviços de saúde16.
Desse modo, o interesse em desenvolver este estudo advém de observações teóricas e
de inquietações oriundas de minhas vivências, frente a uma realidade demográfica,
epidemiológica e assistencial apresentada na cidade de João Pessoa-PB. Observa-se a
necessidade de serviços de saúde que atenda às peculiaridades da população idosa, mediante
uma política de cuidados numa perspectiva de um maior fortalecimento espiritual e melhoria
da qualidade de vida dessas pessoas.
Para tanto, foi adotada a pesquisa quantitativa com a utilização de instrumentos de
avaliação de qualidade de vida da OMS, o WHOQOL (World Health Organization Quality of
Life) especificamente, o WHOQOL-BREF, WHOQOL-OLD e WHOQOL-SRPB17 pelas
possibilidades de revelar as percepções das pessoas idosas em relação à qualidade de vida e à
espiritualidade no contexto da assistência domiciliária comparando com a hospitalar. A
assistência domiciliária é apresentada neste estudo como uma melhor modalidade de
assistência à saúde no atendimento a pessoas idosas, considerando o atendimento voltado para
16
a reabilitação, principalmente das pessoas acometidas por doenças crônicas não transmissíveis
com base nos benefícios apresentados por diversos estudos. Nessa perspectiva, esta pesquisa
apresenta resultados conferidos pelas pessoas idosas em relação à modalidade da assistência
recebida contribuindo para a formação profissional, os curriculos, as pesquisas, as políticas de
saúde, o pensamento, o planejamento, e a execução de uma modalidade de atenção à saúde,
considerando sua importância para os usuários em estudo. Assim, compete a cada um de nós,
enquanto pesquisador, contribuir para a construção e promoção de uma melhor qualidade de
vida para as pessoas idosas, principalmente, quando encontram-se enfermas.
2 HIPOTESE
A assistência domiciliária promove um maior fortalecimento da espiritualidade e
uma melhor qualidade de vida comparativamente a assistência hospitalar.
17
REVISÃO DA LITERATURA
18
3 REVISÃO DA LITERATURA
3.1 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
O envelhecimento é um processo universal, que ocorre durante o curso da vida do ser
humano, cabe relembrar que inicia com o nascimento e termina com a morte. É um fenômeno
natural, considerado por alguns como uma conquista. Apresenta-se, também, como um
fenômeno social, cultural e econômico, denominado de envelhecimento populacional, com
perspectivas de desdobramentos e consequências a serem ainda estudados1 18.
O panorama etário teve início com os principais determinantes de uma acelerada
transição demográfica com a redução expressiva na taxa de fecundidade, associada à redução
da taxa de mortalidade infantil e ao aumento da esperança de vida ao nascer19. Segundo
informações do Banco Mundial, em todo o mundo, a taxa de fecundidade total passou de 4,91
filhos por mulher em 1960 para 2,45 em 2010. Entre os países de alta renda, a fecundidade
passou de 2,99 filhos em 1960 para 1,75 em 2010, enquanto nos países de baixa renda passou
de 6,46 para 4,08 no mesmo período20. No Brasil, a taxa de fecundidade total passou de 6,28
filhos por mulher em 1960 para 1,90 filhos em 2010, uma redução de cerca de 70%. No
mesmo período, a expectativa de vida ao nascer aumentou 25 anos, chegando a 73,4 anos em
201021.
No Brasil, o início do processo de transição, com o declínio da mortalidade, é
atribuído, principalmente, aos avanços na medicina e da saúde pública, assim como à
melhoria nas condições de alimentação, ao aumento da renda, ao controle das doenças
infecciosas, entre outros fatores. A redução da fecundidade ocorre devido às mudanças nos
padrões familiares, acesso a meios contraceptivos e maior participação da mulher no mercado
de trabalho21.
Esse perfil de transição demográfica resulta em uma maior proporção de pessoas
idosas em relação ao conjunto da população que progressivamente constata-se a diminuição
da base da pirâmide etária, onde atualmente assiste-se a um processo de amadurecimento dos
habitantes do país e consequentemente aumento da população mais velha apresentada nas
Figuras 1 e 222. Observa-se o estreitamento da base da pirâmide, em função da diminuição dos
níveis de fecundidade e o alargamento do topo da pirâmide etária em função da redução dos
níveis de mortalidade. Assim, pode-se comparar o perfil da pirâmide populacional brasileira
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE dos anos 2000 e 2010.
19
Figuras 1 e 2 - Pirâmides etárias da população - Brasil Censo de 2000 e de 2010
Fonte: IBGE, Sinopse Censo Demográfico 2010.
Segundo o Censo 2010, divulgado pelo IBGE, a população brasileira é de 190. 732.
694 pessoas em todo o Brasil. Em dez anos, o aumento da população foi de 12,3%, em
20
números absolutos; isso significa 20.933.524 pessoas. Os brasileiros com 60 anos de idade ou
mais aumentaram em 42%, e o segmento populacional de 80 anos ou mais de idade aumentou
ainda mais com 60% de acréscimo. A estimativa é que, em 2050, este grupo etário
corresponda a 19% da população brasileira23.
Em relação à Paraíba, o estado possui 3.766.528 habitantes e, de acordo com tal
parâmetro estatístico, é considerado o 1º estado do Nordeste e o 5º do País com maior
percentual de pessoas com 60 anos ou mais (11,6%). Entre as 27 Unidades da Federação, a
Paraíba já ocupa o patamar de 12º estado com maior número de centenários. A cidade de João
Pessoa concentra uma população de 716.042 mil habitantes. Dentre esses, 74.636 são pessoas
idosas com 60 anos ou mais, sendo 29.002 homens e 45.633 mulheres21.
Estima-se que, em 2025, o Brasil ocupará o sexto lugar quanto ao contingente de
idosos, alcançando cerca de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Em 2050, as
crianças de 0 a 14 anos representarão 13,15%, ao passo que a população idosa alcançará os
22,71% da população total21.
Percebe-se que a Paraíba e o Brasil caminham rapidamente para um perfil
demográfico mais envelhecido, com o aumento do número de idosos em todo o País,
resultado da melhoria nas condições de vida e saúde cujo reflexo é a maior sobrevivência da
população. Embora esse perfil apresente um impacto positivo, no decorrer do tempo poderá
constituir um problema de saúde pública, salientando que não afeta somente o ser humano,
mas a família, a comunidade e a sociedade em geral, gerando, assim, importantíssimas
repercussões nos diversos campos da ciência e trazendo para reflexão uma questão importante
para as políticas públicas: Em que condições de saúde viverão os longevos?24
Sabe-se que esse processo é caracterizado por uma transição epidemiológica
destacando-se as doenças crônicas não transmissíveis, que implicará a necessidade de
adequações das políticas sociais, particularmente aquelas voltadas para atender às demandas
na área da saúde, previdência e assistência social25. Para intervir nas políticas com ações
dirigidas a essa população se faz necessário termos parâmetros para estabelecer a condição de
ser idoso, delimitando a população para o âmbito legal, administrativo e para os estudos
epidemiológicos, no sentido de planejar e estruturar políticas públicas, com transferências de
tecnologias, difusão de conhecimentos e trocas de experiências26.
Dessa forma, é mister estabelecer critério cronológico, apesar de ser menos preciso,
considera-se importante, a sua utilização. Sendo assim, o envelhecimento pode ser analisado a
partir dos pontos de vista cronológico, biológico, psíquico, social, fenomenológico e
21
funcional, cada qual com suas especificidades respondendo a diferentes questionamentos em
relação ao processo de envelhecer27.
Para tanto, a Organização das Nações Unidas (ONU) (1982) e a Organização
Mundial da Saúde (OMS) estabeleceram que, o ser idoso difere para países desenvolvidos e
em desenvolvimento28 29.Assim para os primeiros, são considerados idosos os seres humanos
com 65 anos e mais; e para os segundos, são idosos aqueles com 60 anos e mais,
considerando a idade cronológica. No Brasil, essa definição é assegurada por meio da Política
Nacional do Idoso (PNI), Lei nº8. 842, de 4 de janeiro de 1994,30e através do Estatuto do
Idoso, Lei nº 10.741,de 1º de outubro de 200331.
Ainda assim, surge a necessidade de subdividir os idosos em categorias distintas de
acordo com a idade cronológica específica: os idosos jovens, os idosos velhos e os idosos
mais velhos. Os idosos jovens referem-se a pessoas na faixa etária de 65 a 74 anos,
geralmente encontram-se em vida ativa. Os idosos velhos são as pessoas de 75 a 84 anos e os
idosos mais velhos, de 85 anos ou mais, geralmente são aqueles com maior tendência para as
fragilidades e para as enfermidades, podendo ter dificuldades para desempenhar algumas
atividades da vida diária32.
Assim, admite-se que o envelhecimento constitui um processo dinâmico e
progressivo, no qual ocorrem alterações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas
em decorrência de fatores intrínsecos e extrínsecos ao organismo. Os maiores desafios giram
em torno da promoção de um envelhecimento com qualidade, ativo, saudável, afetado pelo
mínimo de limitações e incapacidades33. Esse complexo, na verdade, corrobora os
fundamentos da promoção da saúde na velhice, os quais convergem para os princípios da
saúde para todos, amparados pela OMS, defensora da seguinte máxima: deve-se agregar vida
aos anos, e não agregar anos à vida,34 lema da Gerontological Society of America, nos anos
1950.
Nesse processo, pesquisadores definem três padrões de envelhecimento. O primeiro,
chamado de envelhecimento primário ou fisiológico, é universal e progressivo. Consiste num
fenômeno que acontece com todos os seres vivos. É influenciado por múltiplos fatores, tais
como: educação, estilo de vida, estresse, alimentação e exercícios físicos. Os indicadores
desse evento são os cabelos brancos, as rugas, a flacidez muscular e os déficits. O segundo, o
envelhecimento secundário ou patológico, está associado a doenças orgânicas, como:
esclerose múltipla, doenças cardiovasculares, demências, câncer e outras patologias.
Apresenta uma probabilidade maior de ocorrência com o aumento da idade. E, por último, o
envelhecimento terciário ou terminal, que está relacionado a um grande aumento nas perdas
22
físicas e cognitivas num período de tempo relativamente curto. É reconhecido como o ponto
final das doenças terminais, em qualquer idade35.
Considera-se em todo esse percurso, as funções morfológicas, funcionais,
bioquímicas e psicológicas, em decorrência de fatores intrínsecos e extrínsecos ao organismo.
É importante observar a compreensão do fenômeno de envelhecimento através de estudos
relacionados às teorias do envelhecimento. Essas requerem um conhecimento dos
mecanismos biológicos específicos subjacentes a desequilíbrios celular, tecidual e orgânico,
muitas vezes, atribuídos a fatores genéticos, chamadas de teorias genéticas; entre outras
causadas pela acumulação aleatória de lesões, associadas à ação ambiental, em moléculas
vitais, que provocam um declínio fisiológico progressivo chamado de teorias estocásticas,
classificadas assim, em duas categorias36.
Enquanto alguns estudos se dedicam ao entendimento do declínio das funções
biológicas, outros observam sob a ótica dos padrões de comportamento adotados pela pessoa
que envelhece. A teoria associada a fatores genéticos atribui o envelhecimento a um
continuum controle genético e, talvez, programado onde essa hipótese do desequilíbrio
neuroendócrino leva a uma diminuição da integração funcional orgânica. Estudos que se
debruçam sobre as Teorias Estocásticas sugerem que a perda de funcionalidade que
acompanha o fenômeno de envelhecimento é causada pela acumulação aleatória de lesões,
associadas à ação ambiental, em moléculas vitais, que provocam um declínio fisiológico
progressivo37.
Contudo, conclusões definitivas acerca da origem e desenvolvimento do
envelhecimento requerem maiores estudos, uma vez que esse fenômeno pode não ter causa
fundamental, ainda existindo dúvidas sobre sua influência e as formas pelas quais se
interagiriam, assim, também, nenhuma teoria sozinha consegue explicar os passos desse
complexo processo que é envelhecer. A busca pela explicação desse processo continua a
mover pesquisadores da área com mais estudos.
Sabe-se que o envelhecimento é uma experiência heterogênea, com declínios que
podem ser classificados de duas maneiras, como senescência ou sectude e como senilidade.
Estudos relacionados à fisiologia do envelhecimento entendem que senescência ou senectude
caracterizam como alterações orgânicas, morfológicas e funcionais, que ocorrem em
consequência do processo natural de envelhecimento, e por senilidade as modificações
determinadas pelas afecções que frequentemente comprometem as pessoas idosas38.
O comprometimento dos principais sistemas funcionais gera as incapacidades e, por
conseguinte, as grandes síndromes geriátricas: incapacidade cognitiva, instabilidade postural,
23
imobilidade, incontinência e incapacidade comunicativa. Ainda nesse processo do
envelhecimento, frente ao desconhecimento das particularidades das pessoas idosas,
intervenções podem gerar piora na saúde dessas pessoas como é o caso da iatrogenia que
traduz os malefícios causados pelo sistema de saúde e profissionais da área da saúde
despreparados para dar uma resposta adequada aos problemas de saúde da pessoa idosa39 40.
Ainda assim, aliadas às síndromes geriátricas acima referidas, surgem as doenças
crônicas não transmissíveis, consideradas as mais prevalentes em pessoas idosas ocupando
um lugar de destaque no Brasil. Essas constituem um problema de saúde de maior relevância,
pois representam a primeira causa de hospitalização e de mortalidade no Brasil, correspondem
a 72% das causas de mortes, com destaque para doenças do aparelho circulatório (31,3%),
câncer (16,3%), diabetes (5,2%) e doença respiratória crônica (5,8%), e atingem pessoas de
todas as camadas socioeconômicas, de forma mais intensa, aquelas mais vulneráveis, como os
idosos e os de baixa escolaridade e renda. É importante destacar que com o passar dos anos
elas aumentam, atingindo 75,5% dos idosos. Segundo estimativas, em 2025, o Brasil terá mais
de 30 milhões de indivíduos com 60 anos ou mais, e a maioria deles, cerca de 85%, poderá
apresentar pelo menos uma doença41 42.
Nessa esfera epidemiológica, fomenta-se a necessidade de uma reflexão em relação
às políticas públicas de saúde voltadas para ações de prevenção, promoção e reabilitação da
saúde do idoso. Considerando o avanço da ciência e da tecnologia com novos paradigmas da
atenção à saúde, o desafio é construir aprendizagens de como trilhar esses caminhos para
vivenciar uma velhice bem-sucedida42.
Diante desta abrangência de conhecimento, frente ao fenômeno do envelhecimento,
nascem a Geriatria e a Gerontologia, que ao longo dos anos vêm ganhando importância,
porém no século XX firmaram-se como especialidades. A Geriatria como especialidade
médica responsável pelos aspectos clínicos do envelhecimento e pelos cuidados amplos de
saúde necessários às pessoas idosas, e a Gerontologia criada a partir das expressões gero
(velhice) e logia (estudo) campo de investigação multiprofissional e multidisciplinar dedicada
ao estudo exclusivo do envelhecimento enfatizando seus determinantes genético-biológicos,
psicológicos e socioculturais permeando todos os aspectos da vida, em especial a velhice43.
3.2 A VELHICE NO CONTEXTO SÓCIO CULTURAL
O envelhecimento, embora seja um substantivo, conota movimento, onde a vida
humana é explicada muito mais pelos comportamentos das pessoas nas diferentes fases da
24
vida do que pela dinâmica interna do ser vivo. Sendo um fenômeno abrangente, perpassa
vários saberes no que se refere à vida de cada pessoa no contexto das culturas revelando o
ciclo da vida em três momentos que compreendem nascer, viver e morrer; um fenômeno
biológico que acarreta consequências psicológicas, numa dimensão existencial44.
É preciso compreender que o envelhecimento distingue-se da velhice, pois nascemos
envelhecendo; não é um fenômeno estático e sim o resultado e prolongamento de um
processo. A velhice torna-se uma etapa da vida, visualizada como a última fase do processo
de envelhecer humano constituindo-se não mais um processo, mas um estado que caracteriza
a condição do ser humano idoso com todas as características físicas peculiares à idade
cronológica45.
Porém, é preciso compreender que a existência social da pessoa idosa representa não
mais um indivíduo apenas no aspecto biológico, que se restringe a um processo de evolução
do nascimento à morte, mas a velhice como uma construção social, revestida de valor,
referente à forma como se sente, vive, relaciona-se com a vida e com os demais indivíduos46.
Pessoa idosa ou pessoa velha, que no transcorrer de sua trajetória de vida, vivenciou
na juventude e na maturidade papéis sociais, que aos poucos foram sendo apagados ou
desconsiderados em sua existência. Sujeito que teve sua representatividade no mercado de
trabalho e também na sua família. Como o tempo passa independentemente de qualquer coisa
e com ele vêm as mudanças e os desafios; mudanças que repercutem no cotidiano de todos,
afetando a vida pessoal e social do indivíduo.
O aspecto social torna-se um elemento fundamental no processo de envelhecimento,
já que é no contexto social onde o indivíduo, de um modo geral, compartilha o seu
aprendizado e cria laços de amizades. Percebe-se que nesse contexto muitas vezes é negado
ao idoso a participação nas relações interpessoais, de modo que este segmento passa a ser
excluído (desintegrado) de sua posição social, pois dentro do próprio ambiente social é
notório o descaso com a velhice, com as pessoas que envelhecem que não conseguem exercer
sua cidadania e a velhice serve como motivo de expropriação de sua autonomia47.
O papel do velho sofreu grandes modificações no âmbito familiar e social ao longo
dos anos. O fato de a velhice, de forma geral, ser um assunto tratado como tabu, vem da
incapacidade de lidar com todos os elementos que o tema suscita. A sociedade contemporânea
capitalista ao tomar como padrão o ideal de juventude, consequentemente exclui o velho, uma
vez que a beleza está relacionada com o viço da juventude, supervaloriza o consumo, o novo,
a produtividade, em detrimento do velho, que passa a ser considerado ultrapassado e não
valorizado48. Mesmo com a evolução tecnológica e social, muitos problemas ainda são
25
encontrados quando se trata do envelhecimento, pois não há inovações, mas disparidades
marcantes, sem haver lugar nem um significado próprio que valorize a maturidade e a
experiência vivida.
Envelhecer é um processo extremamente doloroso para o ser humano e apresenta
vários aspectos terrivelmente desagradáveis, levando à estigmatização do velho a partir de sua
aparência física, somando-se ao estigma da aposentadoria, no qual o indivíduo é considerado
como alguém inútil e incapaz para a sociedade. O velho é percebido como o diferente,
indesejado que agride o padrão de beleza estabelecido pela sociedade moderna, incorporandose dessa forma negativamente ao imaginário social; fenômeno que provoca difusão de uma
imagem profundamente estigmatizada49.
Estudos expõem diversos aspectos problemáticos e estereotipados em relação à
velhice no nosso meio, onde a mesma está associada a perdas, incapacidades, dependências,
impotência, decrepitude, doença, desajuste social, baixos rendimentos, solidão, viuvez, além
de termos que denigrem cada vez mais essa fase da vida como: chato, rabugento, implicante,
triste, demente, oneroso50. Essa visão cultural e, muitas vezes, equivocada leva a pessoa idosa
a negar sua identidade ou até negligenciar suas necessidades, vontades e desejos.
Ao longo da história, essa problemática é representada em um clássico literário da
dramaturgia de Shakespeare,51 assunto bastante atual e comum entre as famílias, que
aconteceu na Europa na Idade Média mostrando o fardo pesado que o ancião torna-se para sua
família, mesmo que o idoso seja um sábio e bondoso soberano monárquico, como é o caso do
rei Lear. Essa obra literária que faz-se eterna porque em qualquer tempo da história humana
haverá pais esquecidos pelos seus filhos, amargando a dor e a solidão. Muitas vezes, jogados
à mercê da caridade social, padecendo no desgaste e na caduquez vivendo de forma lastimável
e miserável a realidade impiedosa da velhice.
Neste contexto, os termos: velho, velhice e idoso tornam-se socialmente pejorativos e
são tentados a serem substituídos pelas expressões: “terceira idade” e mais recentemente por
“melhor idade”, recursos de linguagens que sofrem críticas contundentes por estudiosos como
Georgis52. Assim, percebe-se que nem tudo é tão simples. Não se trata de enquadrar a velhice
entre a melhor ou a pior idade, mas resgatar o conteúdo das palavras que expressam uma fase
importante da vida que necessita ser dignificada e honrada em nossa sociedade que é a
condição de estar e ser velho.
Corroborando esse discurso, Brum53 em suas reflexões refere-se que, “Velho é letra
forte. Idoso é fisicamente débil, palavra que diz de um corpo, não de um espírito. Idoso fala
de uma condição efêmera, velho reivindica memória acumulada. Idoso pode ser apenas “ido”,
26
aquele que já foi. Velho é – estar”. Debert54 sinaliza que o drama da velhice retratado como
“abandonados em asilos” seja apresentado como pessoas que continuam desenvolvendo
atividades criativas, escrevendo livros, expondo trabalhos artísticos, a exemplo de Cora
Coralina. Assim, como tantos outros anônimos que mesmo em seus lares produzem e nos
surpreendem com suas capacidades intelectuais e artísticas.
Portanto, sabe-se que o processo de envelhecimento pode ser comparado ao processo
de desenvolvimento. Nesse ocorrem perdas e ganhos, sendo que na maioria das vezes somente
as perdas são ressaltadas e os ganhos são esquecidos. O ideal seria enxergar o envelhecimento
como uma fase para novas conquistas e para a continuidade da produção social, cognitiva e
cultural e não apenas a sobrevivência da velhice.
O filósofo Cícero55,em sua obra “Saber envelhecer”, nos leva a refletir através de um
diálogo na perspectiva filosófica sobre o envelhecimento. O autor defende a tese de que a
“arte de envelhecer” é encontrar o prazer que todas as idades proporcionam, pois todas têm as
suas virtudes. Essas aliadas ao conhecimento são consideradas as melhores armas para a
velhice, dando frutos soberbos no término de uma existência bem vivida. Cícero explicita que
a vida segue seu curso muito preciso e a natureza dota cada idade de qualidades próprias.
Enfatizando que a fraqueza das crianças, o ímpeto dos jovens, a serenidade dos adultos e a
maturidade da velhice são coisas naturais que devemos apreciar cada uma em seu tempo.
Assim, o processo existencial segue como um fato natural, universal e necessário à alma
cumprindo um ciclo biológico e espiritual do ser humano que envolve nascimento,
crescimento e consequentemente a morte.
Porém, uma dificuldade perpetuada ao longo das gerações poderia ser modificada
através da educação difundida pelos meios de comunicação de massa, que constroem e
confirmam a imagem do velho como sendo uma pessoa senil, frágil, imbecilizando e
hostilizando essa fase da vida reforçando, assim, a imagem negativa da velhice. Segundo
Oliveira e Scortegagna56 ,a velhice se encontra em um estado de marginalização, por isso, as
pessoas idosas são consideradas desempoderadas, pois são vitimizadas culturalmente,
resultado da vulnerabilidade, preconceitos e estereótipos negativos relativos à velhice. À
medida que a pessoa idosa se conscientiza e desenvolve a criticidade de forma a intervir em
relação aos seus direitos, ele se apodera, ou seja, gera transformação, na busca da equidade
social.
As alterações culturais ocorrem a partir do momento em que os idosos passam a
recusar a visão pejorativa que a população apresenta acerca da velhice e eles começam a se
mostrar como verdadeiros atores sociais, capazes de mobilizar a sociedade, na busca de um
27
reconhecimento social, cultural, político e econômico. Ao se pensar num novo ator social, o
idoso alcança esta representação a partir do momento em que se encontra como um idoso
ativo. Desta maneira, “a palavra ativo refere-se à participação contínua nas questões sociais,
econômicas, culturais, espirituais e civis, e não somente à capacidade de estar fisicamente
ativo ou de fazer parte da força de trabalho” 57.
A sociedade civil, em nível nacional, juntamente com pequenos grupos de idosos,
vem reivindicando direitos básicos em prol dessa demanda da sociedade. Para tanto, destacase a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), como a primeira entidade
científica que se posicionou na defesa do idoso. Ela se mantém ativamente com a formação ou
qualificação de recursos nessa área com a promoção de cursos, simpósios, congressos e
jornadas58. Atua, ainda, nesse processo de avanços e conquistas, em relação às causas das
pessoas idosas, especificamente na esfera legal, abrindo espaços para a organização de
pequenos grupos de pessoas idosas, sociedade civil, governo entre outras entidades. Todo
foco voltado para um envelhecimento ativo, numa perspectiva de cidadania. Porém, percebese que também é preciso direcionar o olhar para aquelas pessoas idosas, consideradas frágeis,
incapacitadas, doentes que além de enfrentarem o estigma e o preconceito da própria velhice
são consideradas um fardo pesado para a família e a sociedade quando se encontram com
algum agravo à sua saúde.
Sabe-se que os modelos de atenção à saúde das pessoas idosas têm se mostrado
pouco adequados, e até mesmo inviáveis, em função da não estruturação de serviços e da
demanda de pessoas idosas que necessitam serem atendidas59. É preciso definições de
reponsabilidades, tanto na esfera pública como privada, para a melhor adequação de
infraestrutura de atendimento, implementação de recursos tecnológicos, estabelecimento de
regras de gestão, organização do sistema60. Assim, em referência às evidências de políticas,
estatutos e programas, é necessário um direcionamento para as ações e serviços que
assegurem as necessidades e direitos das pessoas, nos mais diversos aspectos englobando não
apenas as questões físicas, mas os sentimentos em prol do bem-estar dessa população.
3.3 POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS PARA PESSOAS IDOSOS NO CONTEXTO DO
SISTEMA DE SAÚDE NO BRASIL.
O sistema de saúde brasileiro constitui-se por organizações públicas e privadas que
vêm se estabelecendo em diferentes períodos históricos no País. Nos últimos anos, têm se
apresentado, a partir de suas dimensões econômicas, políticas e culturais, compreendendo que
a saúde da população é resultante da forma como a sociedade se organiza. Dessa forma,
28
prevalecem,
ao
longo
dos
anos,
modelos
hegemônicos,
com
enfoque
curativo
predominantemente hospitalar centrado na assistência médica e nas especialidades e modelos
sanitários baseados em intervenções ambulatoriais preventivas sobre necessidades detectadas,
ambas convivendo de forma contraditória ou complementar61 62.
No Brasil, o sistema de saúde é formado por uma rede complexa de serviços com
uma combinação do público e privado. Apresenta-se de forma distinta, mas interconectado na
oferta de serviços dirigidos aos usuários a depender da facilidade de acesso nas esferas
federal, estadual, municipal em nível do Sistema Único de Saúde (SUS) ou na esfera privada.
Para a implementação e descentralização do sistema de saúde, em nível do SUS, foram
necessárias legislações complementares, novas regras, reformas administrativas em todos os
níveis do governo destinadas a redefinir responsabilidades e estabelecimento de mecanismos
para tomada de decisão de forma ampliada e inovadora com a participação social e a
construção de alianças entre os principais atores envolvidos63 64 65.
Na esfera privada, esse subsistema se imbrica com o setor público oferecendo
serviços terceirizados pelo SUS, serviços hospitalares e ambulatoriais assim como ofertas de
serviços exclusivamente privadas com demandas por planos de saúde através de empresas
públicas e privadas que oferecem tais benefícios, desde planos executivos que oferecem uma
gama maior de serviços até planos básicos direcionados a depender da situação
socioeconômica e ocupacional de cada usuário. Salientando que em 2000 foi criada a Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANSS), para garantir a regulamentação legal e
administrativa do mercado de seguros privados de saúde66.
Para tanto, a Política Nacional de Saúde (PNS) tem se estruturado na organização e
oferta de serviços de saúde com o desenvolvimento da atenção primária de saúde recebendo
muito destaque em nível de SUS impulsionada pelo processo de descentralização e apoiada
por programas inovadores com o objetivo de oferecer acesso universal de serviços mais
abrangentes. Em relação à atenção secundária, a prestação de serviços especializados no SUS,
observa-se uma problemática diante da oferta limitada ficando dependente de contratos com o
setor privado, sobretudo no caso de serviços de apoio diagnóstico e terapêutico67. Em se
tratando da atenção terciária, os desafios da assistência hospitalar no Brasil incluem o controle
de custos, o aumento da eficiência, a garantia da qualidade da atenção e da segurança do
usuário, a provisão de acesso a cuidados abrangentes, a coordenação com a atenção básica e a
inclusão de médicos na resolução de problemas68
69
. Para tanto, é inegável o avanço
conquistado pelo processo de descentralização das ações e serviços de saúde para a assistência
médico-hospitalar, nos últimos 20 anos, com a implementação do SUS. Porém, a oferta de
29
serviços de média complexidade é um dos pontos de maior estrangulamento do sistema de
saúde e um dos principais entraves para garantir a integralidade da atenção. Caracterizam-se
pela dificuldade de acesso e baixa resolutividade bem como a superposição de ofertas de
serviços na rede ambulatorial e hospitalar70 71.
Para tanto, ao longo de décadas, a assistência hospitalar tem sido um dos principais
temas de debate acerca da assistência no SUS. É indiscutível sua importância na organização
da rede de saúde, em relação à grande concentração de oferta de serviços de média e alta
complexidade quanto ao volume de recursos consumido por esse nível de atenção à saúde.
Evidencia a dimensão dos serviços prestados de média e alta complexidade pelos números de
registros realizados anualmente. Em 2007, foram realizados no Brasil mais de 1,3 bilhão de
procedimentos de atenção básica, mais de 250 milhões de exames laboratoriais e mais de 11,4
milhões de exames de ultrassonografia, mais de 132 milhões de atendimentos na área de alta
complexidade, mais de 2,94 milhões de partos, 83 mil cirurgias cardíacas, 84,5 mil cirurgias
oncológicas, 72 mil cirurgias de varizes, cerca de 11,7 mil transplantes de órgãos, entre outros
serviços72.
Em relação à infraestrutura de oferta de serviços hospitalares, no Brasil há 6.384
hospitais, dos quais 69,1% são privados. Apenas 35,4% dos leitos hospitalares se encontram
no setor público e 64,6 % dos leitos do setor privado66. Houve uma tendência de diminuição
do número de leitos por habitante, dado observado pela Assistência Médico-Sanitária (AMS)
desde 1999, em que as taxas permanecem abaixo das preconizadas pelo Ministério da Saúde;
considerando que os valores recomendados situam-se entre 2,5 e 3 leitos por 1.000 habitantes.
As regiões mais desprovidas de leitos por habitante continuam sendo as Regiões Norte (com
1,8 leitos por 1 000 habitantes) e Nordeste (com 2,0 leitos por 1 000 hab.) 73.
Observa-se que com o processo de transição demográfica no País, constata-se um
aumento no número de internações hospitalares entre os idosos. Dados da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílio (PNAD) mostram que a partir dos 60 anos, os coeficientes de
internação começam a aumentar de 9,9% para 18,2% das pessoas idosas com 80 anos e
mais74. No ano de 2009, foram registradas 2.332.747 internações de pessoas idosas com idade
superior a 60 anos no sistema público de saúde brasileiro, que correspondem a 21 % das
admissões hospitalares no período. Mais do que isso, foram os óbitos de pessoas acima de 60
anos, correspondendo à mortalidade de 9,8% e a 59,1% do total de óbitos entre os indivíduos
hospitalizados, considerando que as doenças crônicas não transmissíveis são as principais
responsáveis pela morte dessas pessoas destacando-se as doenças do aparelho circulatório
30
com 30,64%, seguidas de doenças do aparelho respiratório com 22, 19% e as neoplasias com
9,5% dos óbitos75.
Embora a hospitalização seja necessária em casos de doença aguda ou crônica
descompensada, ela pode resultar em uma série de complicações não relacionadas ao motivo
inicial da internação. Essas complicações muitas vezes levam ao aumento do tempo de
permanência no hospital, declínio funcional, intervenções cirúrgicas não programadas e ao
aumento da mortalidade76. A hospitalização por doença aguda é um fator de risco importante
para a perda funcional em pessoas idosas77. Estudos mostram que já no segundo dia de
internação há uma deterioração significativa da capacidade funcional para realizar atividades
básicas78. A ocorrência de eventos adversos e a piora da capacidade funcional durante a
internação são decorrentes de uma combinação de fatores: a maior vulnerabilidade das
pessoas idosas a esses eventos em virtude de alterações fisiológicas do envelhecimento, os
efeitos danosos da imobilização, da restrição ao leito e da doença aguda e as reações adversas
a medicamentos e procedimentos terapêuticos79 80.
Desse modo, com a construção de novos pensamentos para o desenvolvimento de
propostas menos parciais para os problemas e necessidades de saúde, essas incorporaram-se
às políticas públicas brasileiras a partir de 1988, com a Constituição da República Federativa
do Brasil. A definição “A saúde é direito de todos e dever do Estado” estabelece uma norma
que é garantida por meio políticas sociais e econômicas que visam à redução do risco de
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a
promoção, proteção e recuperação da saúde de todos (Art. 196) 81. Essa proposta já havia sido
feita pela Organização Mundial da Saúde na metade do século XX, com o reconhecimento da
saúde como um dos direitos humanos coletivos82.
Com esse amparo legal, vêm sendo implantadas, progressivamente, formulações de
políticas, programas e serviços de saúde intersetoriais em várias esferas do governo, seja no
âmbito público ou em convênio com o setor privado, que buscam modelos assistenciais com
tecnologias estruturadas em função de problemas de saúde (danos e riscos) de uma população
que, por sua vez, expressa necessidades sociais, historicamente definidas83. Na atualidade,
considera-se a possibilidade de instituir, na atenção à saúde, o princípio da humanização do
SUS, considerado um dos grandes desafios frente as influências do contexto socio-econômico
do país.
Nesse sentido, a assistência domiciliária configura-se, no âmbito das políticas de
saúde, uma alternativa entre a atenção hospitalar e a ambulatorial, no atendimento e na
promoção da saúde, especialmente da população idosa. Dessa forma, a modalidade
31
domiciliária de atenção à saúde conta com a existência de uma legislação que ampara a pessoa
idosa. A Carta Magna do Brasil possibilitou a ampliação de outras conquistas em defesa dos
direitos dessa população, destacando-se a Política Nacional do Idoso, Lei 8.942/94,30 e o
Estatuto do Idoso, Lei 10.741/2003,31 adotados como marco legal das conquistas em prol do
fortalecimento da atenção à população idosa do País.
Sob o amparo da legislação vigente, é necessário repensar a assistência de saúde
dirigida ao idoso no Brasil, considerando que são valorizadas, no País, apenas ações de
infraestrutura de serviços de saúde, com foco em assistência hospitalar, em detrimento de
outros serviços que poderiam atender pessoas, principalmente idosos, com possibilidades de
redução de custos e uma maior dignidade na assistência, a exemplo da assistência
domiciliária.
Ao longo da história, a assistência domiciliária vem ganhando espaço em todo o
mundo, principalmente nos centros mais desenvolvidos, como é o caso dos Estados Unidos e
Europa. No Brasil, por muito tempo, tal procedimento voltava-se para a área da saúde pública,
visando à prevenção e à promoção da saúde. O primeiro Sistema de Assistência Domiciliária
à Saúde (ADS) foi criado no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, em 1968.
Na ocasião, tinha como objetivo principal reduzir o número de leitos ocupados. A estratégia
adotada foi a implantação de um tipo restrito de atendimento domiciliário pautado nos
cuidados de baixa complexidade clínica13.
Dessa forma, tem se constatado um crescimento no número de empresas privadas
que oferecem essa modalidade de atendimento. Apenas a título de comparação, em 1994,
existiam cinco empresas e, em 1999, esse número passou para uma marca superior a cento e
oitenta empresas. No serviço público, através do Sistema Único de Saúde, a operacionalização
desse serviço permanece incipiente em muitas regiões, encontrando-se acessível somente em
algumas regiões e centros urbanos mais desenvolvidos do País84 85.
Assim, a inexistência ou a falta de propagação desse serviço talvez se deva ao fato de
a legislação ter se revelado um constructo de amparo particular de atenção à saúde, que requer
a prestação de serviço multiprofissional e interdisciplinar. De acordo com as normas
brasileiras, destacam-se alguns documentos legais, tais quais: a Resolução do Conselho
Federal de Enfermagem - COFEN nº 270/2002,86 a Resolução do Conselho Federal de
Medicina - CFM nº 1.668/200387 e a Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 11/2006,88
entre outros dispositivos que normatizam empresas e outras associações que vêm se
preocupando com a prestação de serviços nesse segmento de assistência.
32
Com a mudança no cenário de vida e de saúde da população brasileira, vem
aumentando, cada vez mais, a demanda por melhorias na qualidade de atenção à saúde numa
perspectiva de cuidado integral e, ao mesmo tempo, aumentando a necessidade de ampliar a
rede de assistência que atende à população de uma forma integrada e humanizada. Diante
dessas necessidades, foi implantado o serviço de assistência domiciliar denominado “Melhor
em Casa - a segurança do hospital no conforto do seu lar”, com a instituição da Portaria 2.029
de 24 de agosto de 2011,89 que foi substituída pela Portaria 2.527 de 27 de outubro de 2011,90
com o apoio do Ministério da Saúde no âmbito do SUS. Esse processo ocorreu a partir de
negociação e pactuação entre gestores municipais e estaduais, com a esfera federal,
representando avanços para a gestão de todo o sistema público de saúde do País.
Dessa forma, assistência domiciliária aponta para uma reestruturação e reorganização
da atenção à saúde, para além dos serviços institucionalizados, adentrando na construção de
uma nova ação profissional no contexto da saúde, envolvendo ou interagindo no local de vida
de indivíduos, em sua comunidade e, principalmente, em seu domicílio. Sabe-se que, ao longo
da história, essa modalidade de assistência foi reconhecida, com plena interação entre
paciente, família, cuidador e profissionais. Caracterizou-se, também, pelo acolhimento e pela
atenção à subjetividade de cada indivíduo, estruturando-se no âmbito das políticas de saúde
em todo País.
Neste cenário do cuidar em domicílio, contata-se a família como principal núcleo de
apoio afetivo e social, grande aliada como corresponsável no tratamento de pessoas que
recebem assistência em seu lar. Considera-se um potencial determinado pelas suas percepções
das experiências que vivenciam que, por sua vez, influenciam suas ações no manejo destas
mesmas experiências91. Na gerontologia, existe um consenso de que o cuidado pode ser
implementado tanto pela família como pelos profissionais e instituições de saúde.
Angelo92 refere que a família provê de 80% a 90% do cuidado dos seus membros
idosos, o que inclui cuidado médico e de enfermagem, entre tantos outros serviços. O estar
com o idoso nos momentos difíceis de sua doença vem colaborar, principalmente, para
diminuir a sua ansiedade e tornar a intervenção profissional mais efetiva. Porém, o papel de
destaque da família na viabilização da assistência domiciliar e as mudanças observadas na
estrutura familiar para manutenção dos cuidados domiciliares demandam medidas e
responsabilidades dos gestores em saúde pública, para com esta clientela93 94.
Associado à dinâmica do cuidado em domicílio, destacamos também a presença do
cuidador, definido pelo Ministério da Saúde como cuidador informal e formal. O primeiro é
um membro da família, ou da comunidade, que presta qualquer tipo de cuidado às pessoas
33
dependentes, de acordo com as necessidades específicas. O segundo, o cuidador formal é o
profissional preparado em uma instituição de ensino para prestar cuidados no domicílio,
segundo as necessidades específicas do usuário95.
Estudos evidenciam que, para muitos cuidadores, o cuidar está relacionado ao prazer,
à satisfação da missão cumprida, valorização da pessoa cuidada, retribuição ao cuidado já
prestado pela pessoa que está sendo cuidada, enfim, algo gratificante96. Para outros estudos, a
sobrecarga física e psicológica traz efeitos negativos na vida do cuidador, tal como os
problemas de saúde mental, o isolamento social, os sintomas de depressão e ansiedade97.
Assim, a adesão do cuidador dever ser espontânea, estimulada e sempre com suporte de
informação, nunca imposta98.
Pontuando essa dinâmica de pessoas que cuidam, estudos recentes consideram que o
domicílio é um espaço social para o idoso. É um locus que exerce um papel importante na
manutenção da própria identidade, podendo favorecer sua autonomia e independência,
deixando o idoso mais próximo de sua realidade, do convívio familiar e social de seus objetos
pessoais, contribuindo, assim, para a melhor recuperação e promoção de sua saúde13.
Estudos consideram as vantagens do atendimento domiciliar como sendo: facilitar a
implementação de atividades destinadas a promover a integração e reabilitação do paciente
em ambiente habitual e familiar, reduzir custos com internações e reintegrações, diminuir os
riscos de infecções hospitalares, aumentar a rotatividade dos leitos em hospitais e melhorar as
condições psicológicas do doente99.
Ao mesmo tempo, outros estudos expõem diversos aspectos problemáticos e
conflituosos, do ponto de vista ético, no atendimento domiciliário ao idoso. Nessa
perspectiva, destacam-se os questionamentos sobre as escolhas autônomas do paciente idoso
para essa modalidade de assistência, ações dos cuidadores que podem ser transformadas ou
não em ações efetivamente terapêuticas ou em implicações de sequelas para o idoso.
Questiona-se, também, a transferência de tecnologias médicas para os domicílios,
transformando-os em meros “satélites” dos hospitais, sem a devida competência necessária e
legalização de atuação100.
Mesmo ante as divergências conceituais, a assistência domiciliária surge e se
consolida como uma alternativa viável de atenção à saúde, numa perspectiva que proporciona
reflexões sobre o cuidar humano; principalmente, no que tange ao atendimento às pessoas
idosas comprometidas com sua independência, as quais, muitas vezes, encontram-se
debilitadas devido às doenças crônicas não transmissíveis.
34
É factível a necessidade de uma política de assistência que valorize a dignidade do
ser humano, nas tomadas de decisões, e considere a devida competência técnico-científica, em
congruência à perspectiva de humanização da assistência preconizada pelo SUS, valorizando
as dimensões física, social, psíquica, emocional e espiritual do indivíduo, no espaço de
cuidado onde os idosos estão inseridos, seja na modalidade domiciliária ou hospitalar. É
preciso, também, valorizar a importância da integralidade no cuidado nos serviços, definida
como um conjunto de ações que integrem medidas curativas e assistenciais, preventivas e
promocionais de pessoas, grupos e coletividade, percebendo e compreendendo o usuário
como sujeito holístico, ou seja, histórico, social, político e espiritual, articulado ao meio
ambiente, à sociedade na qual se insere e em seu contexto familiar101.
Na perspectiva do cuidar de pessoas idosas é preciso compreender a relação de
cuidar e ser cuidado. O cuidar suscita que as velhas relações e atividades do cotidiano sejam
redefinidas, tanto de rotina como de vida, pois são introduzidas relações psicossociais no
cotidiano, onde a doença põe em suspensão a vida familiar102. Novos processos se instalam e
aos poucos reintroduzindo algo do velho num novo cotidiano103. Percebe-se que o espaço
domiciliar como possibilidade de cuidado integra-se ao processo de assistência que requer um
trabalho compartilhado entre profissionais e familiares.
Compreendemos que os significados do cuidado traduzem toda uma trajetória
histórica que hoje pode ser ponto de partida para os profissionais refletir e propor novas
tendências para este cuidar. Ao longo da história, a família sempre foi um grande pilar quando
se refere ao cuidado, sendo a primeira unidade de cuidados. Nesse enlace de cuidados, família
e profissionais, juntos possam assumir a possibilidade de resiliência numa teia relacional ante
o envelhecimento humano104.
Um dos aspectos mais importantes do cuidado é que este conduz a um processo de
transformação dos seres através do desenvolvimento de suas capacidades de saber e amar.104
É oportuno destacar que o processo de trabalho em saúde envolve problemas complexos, de
múltiplas dimensões, e o conhecimento científico tem respostas apenas para alguns aspectos.
Vasconcelos105 refere que “a razão não é suficiente para lidar com toda essa complexidade”. É
importante
que
o
entendimento
do
cuidado
seja
de
forma
a
contemplar
a
multidimensionalidade do ser humano, nas ações de cuidado instrumentais ou técnicas
entrelaçadas com as ações relacionadas com a subjetividade humana. Waldow106 assevera que
o cuidado é traduzido por meio da integridade, espiritualidade, sensibilidade e visão ecológica
como parte da ética humana, revelando a pessoa idosa como um ser multidimensional, biopsico-sociopolítico e espiritual.
35
Essa percepção do cuidado, considerada eminentemente humana, abrangente, nas
últimas décadas tem sido um grande foco de atenção na perspectiva da promoção de uma
melhor atenção à saúde. Assunto que tem despertado interesse de pesquisadores quando a
qualidade de vida é abordada nos seus múltiplos aspectos, consequentemente, avançando na
área da espiritualidade.
3.4 ESPIRITUALIDADE EM IDOSOS
A espiritualidade e a qualidade de vida em foco hoje, na área da saúde, têm
contribuído para mudanças de novos paradigmas no contexto do cuidado, principalmente, na
velhice. Boff
107
refere que a tarefa fundamental do cuidador de saúde é procurar atender ao
ser humano de modo a promover a realização de suas necessidades de forma integral, pois
cuidar da saúde significa contemplar as dimensões do corpo, da mente e do espírito a fim de
promover a totalidade humana.
A espiritualidade, como a religiosidade, sempre foram importantes aliadas das
pessoas, como parte da dimensão humana, principalmente quando estas se encontram
enfermas. Há indícios consistentes, observados nos mais diversos estudos acerca da condição
humana, de uma associação harmônica entre espiritualidade/religiosidade e qualidade de vida
e da influência das tradições e valores religiosos e espirituais nas práticas de saúde2.
Para melhor compreensão, é preciso destacar que a espiritualidade e a religiosidade
não são sinônimas, porém estão relacionadas. Para Durkheim108, a religião é um sistema
solidário de crenças, com práticas relativas às coisas sagradas, que se unem na mesma
comunidade moral, chamada igreja. Para Jung109 110, a religião, ou a religiosidade é encarada
como uma atitude do espírito humano que, de acordo com o emprego original do termo
religio, poderia ser considerada como uma observação cuidadosa de fatores dinâmicos
concebidos como potências, que influenciam a consciência e, portanto, é transformada pela
experiência do numinoso.
Koenig111 define religião como um sistema organizado de crenças, práticas, rituais e
símbolos projetados para auxiliar a proximidade do indivíduo com o sagrado e/ou
transcendente, e espiritualidade como uma busca pessoal de respostas sobre o significado da
vida e o relacionamento com o sagrado e/ou transcendente. Panzini et al112 referem que
religião é como sendo a crença na existência de um poder sobrenatural, criador e controlador
do Universo, dando ao homem uma natureza espiritual que continua a existir depois da morte
36
do corpo. Religiosidade é definida como a extensão na qual um indivíduo acredita, segue e
pratica uma religião.
A religiosidade tende a denotar um sentido mais estrito, vinculado à religião
institucional. A espiritualidade tende a ser diferenciada de religião em função de um sentido
ou conotação mais individual ou subjetivo de experiência do sagrado. A espiritualidade deriva
de spiritus, que designa o sopro da vida que anima a matéria. É uma espécie de abertura para
o que é transcendente à vida física e concreta. O componente espiritual cria um campo fértil
para o desenvolvimento de uma visão de mundo que confere significado à existência e
desperta um sentido de pertença maior que o campo individual, como um elemento
fundamental da constituição do próprio sujeito113. A espiritualidade envolve questões quanto
ao significado da vida e à razão de viver, não limitada a tipos de crenças ou práticas114. Para
Frankl115, a espiritualidade é o impulso de buscar significado e propósito para a existência
[...]. A dimensão espiritual compõe-se de: necessidades de encontrar significado, razão e
preenchimento na vida; de ter esperança/vontade para viver e de ter fé em si mesmo, nos
outros ou em Deus116.
Chauí117 traz, para reflexão, uma indagação de atitude filosófica que são as crenças e
os sentimentos que alimentam, silenciosamente, nossa existência. Dessa forma, é plausível
tentar fazer contato com essa essência única que cada um traz em seu interior. É um desafio
para todos os seres humanos, em especial no processo de envelhecimento, ou na própria
velhice: a busca do sentido para sua existência. A inclusão da dimensão espiritual, no conceito
de saúde, leva-nos a refletir sobre a dinâmica do envelhecimento. Cícero,55 em “Saber
Envelhecer”, apresenta a sua perspectiva filosófica sobre o envelhecimento, segundo a qual,
ao invés de recriminar a velhice como um fardo pesado, as lamentações da maturidade
decorrem do caráter individual e que é a natureza pessoal, e não a velhice, que torna a idade
avançada penosa. Afirma que “quem não encontra dentro de si os recursos necessários para
viver na felicidade, achará execráveis todas as idades da vida. Mas todo aquele que sabe tirar
de si próprio o essencial não poderia reprovar as necessidades da natureza”.
Jung118 pontua que na segunda metade da vida as pessoas tendem à introspecção e
que nessa fase a pessoa passa por uma constante reavaliação de si mesmo, em busca de um
significado para a vida e para a morte. O autor aponta um intenso desenvolvimento da
espiritualidade durante essa fase, referindo-se a esse fenômeno como uma experiência
interior. Ele destaca como parte desse processo, a numinosidade: uma experiência forte e
poderosa que traz grandes mudanças na consciência.
37
Assim, o envelhecimento ou a velhice é marcada com grandes possibilidades de
sabedoria, criatividade pessoal, potencialidades tornando o indivíduo menos impulsivo e
extrovertido, adotando valores sociais, religiosos, filosóficos mais consistentes. Porém, são
exigidos cada vez mais esforços para novos significados da sua realidade diante de uma maior
dissolução dos vínculos afetivos nas suas relações familiares e sociais fazendo-se necessária a
presença de outros recursos simbólicos que auxiliem na tentativa de ser reiventado outro
significado na sua própria vida119 120. Estudos ilustram que com o aumento da idade verificamse índices mais elevados de espiritualidade, ou seja, o envelhecimento está associado a uma
maior vivência espiritual. Nessa fase, a pessoa idosa encara a vida numa nova perspectiva na
tentativa de atribuir um sentido, integrando a vida passada com o presente e a incerteza do
futuro120 121 122.
Percebe-se a importância de compreender a espiritualidade no processo do
envelhecimento, porém, estudos também discutem a relação desse constructo com as pessoas
doentes e com as que sofrem116. Referem que as práticas religiosas podem ter influência
importante na forma como as pessoas interpretam eventos traumáticos e lidam com eles,
promovendo percepções resilientes e comportamentos como a aprendizagem positiva da
experiência, o amparo para superação da dor psicológica e a autoconfiança em lidar com as
adversidades123. Estudos desenvolvidos por Anandarajah e High124 constataram que: 94% dos
doentes admitidos nos hospitais acreditam que a saúde espiritual é tão importante quanto à
física; 77% acreditam que os médicos deveriam considerar mais as necessidades espirituais; e
37% gostavam de falar com os médicos sobre crenças religiosas; mas 80% dos médicos nunca
ou raramente discutem questões espirituais ou religiosas com os seus doentes. Larson e
Koenig125, nos seus estudos, revelam que 73% das pessoas acreditam que devem compartilhar
as suas crenças religiosas com o médico e 66% demonstram interesse de que o médico
pergunte sobre sua espiritualidade. Além disso, a grande maioria dos usuários de serviços de
saúde, avaliados em 350 estudos científicos, quer ser perguntada sobre sua espiritualidade
e/ou suas crenças religiosas no contexto do cuidado à saúde126.
Estudos científicos evidenciam importante papel da espiritualidade na saúde e bemestar dos pacientes, atraindo aos olhos dos profissionais promissoras oportunidades de
inovação na forma como ofertam alívio e conforto durante o cuidado127. Compreendendo a
importância da associação da dimensão espiritual à biológica, a Associação Americana de
Faculdades Médicas128 e a Organização Mundial de Saúde (OMS) propõem a inclusão da
espiritualidade na prática médica e na educação dos profissionais129. Nesse sentido, tais
assertivas reafirmam a necessidade de se repensar a assistência prestada às pessoas e despertar
38
para a importância da relação entre saúde e espiritualidade, principalmente quando se vive
situações de agravos à saúde.
Nesse contexto da relação saúde e espiritualidade, destaca-se o Grupo de pesquisa da
OMS, o WHOQOL (World Health Organization Quality of Life), que incluiu, no seu
instrumento genérico de avaliação, a correlação entre corpo e espírito, quando se refere a um
domínio que é denominado de Espiritualidade/Religiosidade/Crenças Pessoais (SRPB, em
inglês), numa perspectiva de valorizar a dimensão espiritual do ser humano. O instrumento é
composto por oito facetas, que são: Conexão com o Ser ou Força Espiritual, Sentido na Vida,
Admiração, Totalidade e Integração, Força Espiritual, Paz Interior, Esperança e Otimismo.
Trata-se de um estudo transcultural para desenvolver uma medida que avalie de que forma a
espiritualidade, religião e crenças pessoais(SRPB, em inglês) estão relacionadas à qualidade
de vida na saúde e na assistência à saúde130 131 132.
Portanto, percebe-se que, nos últimos anos, o sistema de saúde vem procurando
formas de reestruturar sua área de conhecimento, de modo a fundamentar o cuidado dentro da
concepção integral do indivíduo, passando a considerar que o ser humano não é,
simplesmente, um organismo biológico, mas também um ser psicossocial e espiritual,
constituindo-se naquilo que determina a sua singularidade como pessoa. A partir de 1999, a
Organização Mundial da Saúde (OMS)29 ampliou a definição de saúde como “um estado
dinâmico de completo bem-estar físico, mental, social e espiritual”, levando a Organização
das Nações Unidas (ONU)28 a descrever, em seu relatório, os fatores necessários a uma boa
qualidade de vida, incluindo a saúde do espírito. Portanto, a consciência do cuidar requer a
construção de um novo modelo de cuidado que deve ser elaborado na perspectiva integral do
ser humano, apontando para uma estruturação multidisciplinar voltada, principalmente, para
as pessoas idosas numa perspectiva de qualidade de vida.
3.5 QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS
O conceito de qualidade de vida apresenta-se de forma ampla, complexa envolvendo
a saúde física, psicológica, dependência, relações sociais, crenças e sua relação com
características proeminentes no ambiente133. Está estreitamente ligado àquilo que o próprio
indivíduo sente e percebe como valor intrínseco e intuitivo, o qual está intimamente
relacionado a um dos anseios básicos do ser humano – viver bem e sentir-se bem17. Nesse
sentido, faz-se necessário entender significados e percepções sobre qualidade de vida nas
diversas áreas do conhecimento humano, seja do ponto de vista biológico, social, político,
39
econômico e cultural. Essa dinâmica de inter-relações suscita a busca pela compreensão de
que essas estruturas influenciam na qualidade de vida das pessoas e estão conectadas às
complexas realidades cotidianas134. Mantém, com efeito, estreito vínculo com o conceito de
bioética, entendida como uma reflexão complexa, compartilhada e interdisciplinar sobre a
adequação das ações que envolvem a vida e o viver135. Minayo136 refere que qualidade de vida
é uma expressão portadora de muitos significados que refletem conhecimentos, experiências e
valores de indivíduos e coletividades, que a ela se reportam em variadas épocas, espaços e
histórias diferentes, sendo, portanto, uma construção social com a marca da relatividade
cultural.
O termo qualidade de vida foi usado pela primeira vez em 1920, no livro de Pigou,
intitulado The Economics of Welfare. Neste livro, o autor discutia o suporte governamental
para a população e suas repercussões sobre a economia americana, porém não teve grande
influência na sociedade137. Foi somente a partir da década de 60 que o termo qualidade de
vida foi utilizado na área da saúde, mais precisamente em 1966 no editorial do Anais de
Medicina Interna, sob o título Medicina e Qualidade de vida, onde Elkiton apontou a
necessidade de se ter um orçamento em saúde para promover a qualidade de vida e saúde para
toda a sociedade. Nesse mesmo escrito, o autor chamou atenção para os efeitos ambivalentes
dos tratamentos fortemente invasivos, como a diálise e o transplante renal138.
Assim, gradativamente, este conceito vai sendo ampliado englobando o
desenvolvimento no campo da medicina, da sociologia e da política, da economia e na
psicologia social, sendo valorizada a percepção das pessoas a respeito de suas vidas139
140
.
Inúmeros significados vão sendo associados para o entendimento da qualidade de vida vindo
ao encontro das perspectivas econômicas, demográficas, antropológicas, bioéticas e, mais
recentemente, ambiental e de saúde pública141.
A Organização Mundial de Saúde entende a abrangência da qualidade de vida como
sendo “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e dos sistemas
de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e
preocupações”17. Para tanto, o Grupo World Health Organization Quality Of Life
(WHOQOL), por meio dos instrumentos WHOQOL-100 e WHOQOL-BREF e WHOQOLOLD, numa visão relativa, utiliza-se de uma abordagem ideográfica que procura entender o
indivíduo como um ser único, considerando as diferenças entre as pessoas como sendo mais
importantes que as similaridades112. Além desses instrumentos genéricos de avaliação da
Qualidade de Vida, outros instrumentos são de grande utilização em pesquisas e na prática
40
clínica, como o Medical Outcomes Study SF-36 Health Surve1142 e o Sickness Impact
Profile143.
Com base nesses instrumentos, sabe-se que, na avaliação da qualidade de vida, são
considerados tanto os aspectos objetivos, subjetivos como os multidimensionais. Essa
coalescência
de
fatores
evidencia
a
atualidade
do
processo,
sua
relevância
e
multidisciplinaridade. É factível que existe uma íntima relação com a área da saúde, quando
definimos a saúde como “um estado de amplo bem-estar físico, mental e social, e não somente
a ausência de doenças e enfermidades”29. Dessa forma, a saúde é um processo instável,
podendo ter mudanças rápidas e ser fortemente influenciada por ações do sujeito e do
ambiente. Assim, o estado de saúde é um indicador das possibilidades de ação do sujeito em
seu grupo, apresentando-se como um facilitador para a percepção de um bem-estar positivo
ou negativo144.
Dessa forma, quando se volta para estudos sobre envelhecimento, diante das
variações do estado de saúde da própria velhice, observa-se a grande importância científica e
social. Com o aumento do tempo de vida, é imprescindível repensar medidas que garantam
aos idosos não somente viver mais ou postergar a longevidade, mas, como viver com
qualidade, com satisfação e de forma feliz. Ao envelhecer, provavelmente, aparecerão as
doenças, muitas vezes, crônicas não transmissíveis. Tal condição pode influenciar a qualidade
de vida, sendo amplamente reconhecida como um tópico de pesquisa em estudos clínicos e
epidemiológicos145.
Sabe-se que a forma como avaliamos nosso modo de viver e a nossa satisfação com a
vida está relacionada a questões subjetivas, a critérios definidos individualmente, que se
entrelaçam com as condições existentes (moradia, saúde, relações) e com as expectativas
individuais146. Porém, percebe-se que os profissionais da saúde, geralmente, focam suas ações
de cuidado ao idoso no controle da morbidade e mortalidade. Recentemente, mudanças de
paradigmas estão acontecendo, na tentativa de redirecionar o foco da atuação para a avaliação
do impacto da doença e seu comprometimento na qualidade de vida. Assim, não podemos
esquecer que saúde é apenas um dos aspectos da vida. Mesmo quando a integridade corporal
está comprometida, a vida pode ter boa qualidade.
Dessa forma, Alleyne147 refere que encontramos indivíduos que nos surpreendem
com sua satisfação e alegria de viver, sua serenidade, seu senso de controle pessoal, seu
estado de espírito, sua vontade de viver, sua competência comportamental, sua autoestima,
sua inserção familiar e social, sua maneira de encarar a vida, o sentido que deram às suas
vidas, o significado que suas vidas representam para os outros e que, por outro lado, não estão
41
íntegros do ponto de vista corporal. Assim, a qualidade de vida poderá ser possível nos
tempos confortáveis quanto nos desafiadores, a depender da esfera subjetiva de percepção de
cada pessoa.
Porém, sabe-se que, com o processo de envelhecimento, quando se iniciam os
declínios das funções, evidenciam-se, naturalmente, as maiores preocupações em relação à
qualidade de vida. Assim, muitos idosos prosseguem na vida saudáveis, com boa habilidade
funcional, tanto física como cognitiva, de acordo com seus hábitos e estilo de vida saudáveis.
Em contrapartida, outros podem adquirir incapacidades no processo de suas vidas em
qualquer dos domínios (físico, psicológico e social), muitas vezes, culminando em alguma
doença139.
Dessa forma, a qualidade de vida tem se tornado um dos principais critérios na
avaliação da saúde e da eficácia dos tratamentos, devendo qualquer intervenção ser revertida
em benefícios e bem-estar para as pessoas idosas. As avaliações dos serviços dirigidos aos
idosos devem considerar indicadores físicos, sociais, intelectuais, mentais e emocionais e a
repercussão nos sintomas apresentados, além da sensação e percepção do indivíduo em
tratamento sobre o seu bem-estar148.
Portanto, ante um novo quadro demográfico e epidemiológico apresentado, é preciso
repensar um novo modelo de assistência à pessoa idosa, considerando cuidados e proteção
social, numa perspectiva de qualidade de vida, no qual a família assume um papel central. De
acordo com a Constituição Federal de 1988, no artigo 230 §1º, “os programas de amparo aos
idosos serão executados preferencialmente em seus lares”. O ambiente familiar é colocado
como meio prioritário para a permanência do idoso81. O discurso atual das políticas de
atenção ao idoso prevê uma redistribuição de atividades, prevendo a participação do Estado,
da sociedade e da família nas ações de proteção e assistência ao idoso, incentivo à
participação dos setores público e privado na atuação dessas políticas e a primazia por uma
assistência ao idoso domiciliar, na qual a família representa um papel importante de
assistência e proteção149.
Dessa maneira, percebe a dificuldade das políticas públicas para acompanhar o
rápido crescimento da população idosa, registrado no Brasil, principalmente nesse início do
século XXI e, consequentemente, a tão almejada qualidade de vida com o aumento da
sobrevida da população idosa, refletindo na incapacidade de um suporte compatível com as
necessidades das pessoas idosas e seus familiares. O ideal seria o compartilhamento de
responsabilidade entre o Estado, a sociedade e a família com ações que aperfeiçoem o apoio
necessário ao desenvolvimento de atenção voltada à população idosa na busca de uma melhor
42
qualidade de vida. Para tanto, percebe-se que no Brasil pesquisas em relação a espiritualidade,
religiosidade e qualidade de vida necessitam cada vez afirmar-se como campo de interesse
cientifíco. Segundo Panzini4 há indícios consistentes de associação entre qualidade de vida e
espiritualidade/religiosidade, por meio de estudos com razoável rigor metodológico.
Considera que a a atenção ao aspecto da religiosidade se torna cada vez mais necessária na
prática de assistência à saúde, visto que cada vez mais a ciência admite a importância da
dimensão espiritual e religiosa do ser humano com grande influência na qualidade de vida.
No Brasil, o sistema de saúde é formado por uma rede complexa de serviços com uma
combinação do público e privado, na prestação de assistência à população. No entanto,
mediante o perfil demográfico e epidemiológico do país, as necessidades da população de
pessoas idosas precisam ser adequadamente identificadas e incorporadas novas estratégias no
âmbito da assistência à saúde. Dessa forma, possibilitando essa demanda da população
participar como protagonista de seu processo saúde-doença exercendo sua autonomia na
construção e na efetivação de políticas públicas, que viabilize de forma digna o viver e o
envelhecer com qualidade de vida.
43
OBJETIVOS
44
4 OBJETIVO GERAL
4.1 OBJETIVO GERAL
- Avaliar a espiritualidade e a qualidade de vida em pessoas idosas em assistência
domiciliária e hospitalar, por meios da saúde suplementar, na cidade de João Pessoa - PB.
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Conhecer o perfil sóciodemográficos, clínico e grau de confiança e satisfação de
pessoas idosas em assistência domiciliária comparando com os que estão em assistência
hospitalar;
- Investigar a espiritualidade, religiosidade e crenças pessoais dos idosos em
assistência domiciliária e assistência hospitalar, utilizando o instrumento WHOQOL – SRPB;
- Avaliar a qualidade de vida dos idosos em assistência domiciliária e assistência
hospitalar, utilizando o instrumento WHOQOL-OLD e WHOQOL- BREF;
- Comparar a qualidade de vida e a espiritualidade em pessoas idosas nas assistências
domiciliária e hospitalar.
45
MÉTODOS
46
5 MÉTODOS
5.1 DELINEAMENTO
Realizou-se um estudo transversal, de cunho descritivo, analítico, exploratório,
contemplando uma abordagem quantitativa. De acordo com Cajueiro150, a pesquisa
exploratória busca, em geral, explorar o problema a fim de torná-lo explícito e possibilitar a
criação de hipóteses. Para Gil151, as pesquisas descritivas têm como objetivo a descrição das
características de uma determinada população ou fenômeno, ou o estabelecimento de relações
entre variáveis. E elas, juntamente com as exploratórias, são também as mais solicitadas por
organizações como instituições educacionais, empresas comerciais, partidos políticos, entre
outros.
5.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A população do estudo foi de pessoas idosas com 60 anos ou mais, dividida em dois
grupos: 30 pessoas idosas que estavam submetidas à assistência domiciliária e 30 em
assistência hospitalar, considerando que todas estavam vinculadas ao Setor de Saúde
Suplementar na cidade de João Pessoa-PB. A amostra foi do tipo aleatória, casual, com todas
as pessoas idosas das duas modalidades de assistência e que aceitaram participar da pesquisa,
estabelecido em 30 pessoas idosas por grupo.
Para o cálculo amostral foi utilizando o programa Action 2.2. Calculando o tamanho
amostral para teste T, baseado no nível de significância 0,05 com poder estatístico de 90%
necessitaríamos um número amostral de 15 pessoas para cada grupo. Caso encontrássemos a
diferença hipotética de 11,11 no valor global do WHOQOL entre os dois grupos e se a
diferença observada fosse de tão somente 8, necessitaríamos de um tamanho amostral de 26
pessoas. Assim, o tamanho amostral do nosso estudo foi de 30 pessoas idosas em cada grupo
a ser pesquisado.
5.2.1 Critérios de Inclusão e Exclusão
5.2.1.1 Inclusão
47
Foram incluídas na pesquisa as pessoas idosas com idade igual ou superior a 60 anos,
que estavam conscientes e orientadas, que apresentaram facilidade na expressão oral, e que se
encontravam no momento da entrevista em assistência domiciliária e assistência hospitalar, no
mínimo há duas semanas.
5.2.1.2 Exclusão
Foram excluídos da amostra, idosos que apresentaram comprometimento cognitivo,
uma vez que dificultava a compreensão dos itens dos questionários.
5.3 LOCAL DO ESTUDO
A pesquisa foi realizada nas residências das pessoas idosas, onde os mesmos estavam
sendo assistidos, e em um hospital geral, da cidade de João Pessoa, Paraíba.
5.4 COLETA DE DADOS
A coleta de dados foi realizada no período de julho a novembro de 2013, de segunda
a sexta, nos turnos da manhã e tarde, sempre com início às nove e quinze horas
respectivamente, preservando o bem-estar de cada entrevistado. Previamente foi feito contato
com uma empresa que oferece Serviços de Assistência Domiciliária por meio do Setor de
Saúde Suplementar na cidade de João Pessoa-PB. Após autorização por escrito do gestor, foi
realizado um levantamento dos participantes, ao mesmo tempo, disponibilizado pela empresa
o nome da pessoa idosa, endereço, telefone e o nome do responsável direto pela pessoa. O
contato inicial foi realizado pela pesquisadora com a utilização do telefone, quando na ocasião
foram propostos dia e hora da visita para a entrevista no domicílio.
Quando da visita ao domicílio, os participantes do estudo foram convidados a
participar da pesquisa após esclarecimento dos objetivos do estudo e com o aceito da
participação os mesmos foram convidados a assinar o termo de consentimento livre e
esclarecido, sempre na presença do seu responsável. Após a assinatura do termo pela pessoa
idosa, o seu responsável era convidado a se retirar do ambiente da entrevista para que o
entrevistado se sentisse à vontade nas suas respostas. Todas as pessoas convidadas aceitaram
participar da pesquisa. A aplicação dos questionários foi realizada oralmente de forma que a
pesquisadora formulava a pergunta e mencionava pausadamente cada resposta na intenção de
48
promover a livre escolha da resposta pelo entrevistado. Cada entrevista, com a aplicação de
todos os questionários, teve uma duração em média de uma hora.
Na pesquisa no ambiente hospitalar foi solicitada por escrito uma autorização da
direção geral da instituição. Em seguida, a pesquisadora foi encaminhada à coordenação de
enfermagem e a uma médica geriatra do serviço para que fosse dado o apoio necessário ao
desenvolvimento do estudo. A cada ida da pesquisadora ao hospital era realizado um
levantamento dos pacientes com idade de 60 anos ou mais que se encontravam internados há
duas semanas ou mais. Em seguida, a pesquisadora se dirigiu aos apartamentos do hospital
onde as pessoas idosas eram convidadas a participar do estudo. Após esclarecimento da
proposta, com o aceite da participação, os mesmos foram convidados a assinar o termo de
consentimento livre e esclarecido, sempre na presença do seu responsável. Após a assinatura
do termo pela pessoa idosa, o seu responsável era convidado a se retirar do ambiente da
entrevista para que o entrevistado se sentisse à vontade nas suas respostas. A aplicação dos
questionários foi realizada oralmente de forma que a pesquisadora formulava a pergunta e
mencionava pausadamente cada resposta na intenção de promover a livre escolha da resposta
pelo entrevistado, sendo respeitado o tempo de cada pessoa idosa entrevistada e algumas
intercorrências no processo da assistência pelos profissionais. Cada entrevista teve uma
duração em média de uma hora. Das pessoas idosas convidadas apenas um paciente se
recusou a participar.
5.5 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
5.5.1 Miniexame de Estado Mental (MEEM) (Anexo C)
É um instrumento utilizado mundialmente e possui versões em diversas línguas e
países. Foi validado para a população brasileira, usado isoladamente ou incorporado a
instrumentos mais amplos, fornecendo informações sobre diferentes parâmetros cognitivos e
rastreamento de quadros demenciais. Elaborado por Folstein et al
152
, é um dos testes mais
empregados e mais estudados em todo o mundo. Faz parte de várias baterias de testes
neuropsicológicos, tais como o The Consortium to Establish a Registry for Alzheimer´s
Disease (CERAD), o Cambridge Examination for Mental Disorders of the Elderly
(CAMDEX-R) e o A Structured Interview for the Diagnosis of Dementia (SIDAM)153 154.
O teste MEEM inclui questões e problemas simples em sete categorias, com
objetivos específicos para avaliar as funções cognitivas dos participantes. A primeira
49
categoria orientação temporal apresenta uma escala de cinco pontos, cujo objetivo é avaliar a
capacidade como: o local e momento do teste, repetição de listas de palavras, aritmética com
uma série de setes, uso e compreensão de linguagem e habilidades motoras básicas, além de
uma questão que pede para copiar o desenho de dois pentágonos152.
As categorias são planejadas com o objetivo de avaliar "funções" cognitivas
específicas como a orientação temporal (5 pontos), orientação espacial (5 pontos), registro de
três palavras (3 pontos), atenção e cálculo (5 pontos), recordação das três palavras (3 pontos),
linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto). O escore do MEEM pode
variar de um mínimo de 0 pontos, o qual indica o maior grau de comprometimento cognitivo
dos indivíduos, até um total máximo de 30 pontos, o qual, por sua vez, corresponde à melhor
capacidade cognitiva.
No Brasil, o MEEM recebeu a atenção de clínicos e pesquisadores, sendo utilizado,
ainda que em um número restrito de centros, em atividades clínicas e de investigação
científica154. A denominação é “mini” porque concentra apenas os aspectos cognitivos da
função mental e exclui humor e funções mentais anormais que são cobertas, por exemplo,
pela Escala de Demência de Blessed. Este teste pode ser aplicado por um clínico,
profissionais de outras áreas ou pessoa leiga após treinamento. Atualmente, é amplamente
utilizado, como escala funcional cognitiva na geriatria em serviços especializados de atenção
ao idoso. No Brasil, o MEEM recebeu a atenção de clínicos e pesquisadores, contribuindo
muitas vezes quando associados a outras investigações155.
5.5.2 Ficha sociodemográficos (Apêndice E)
O questionário sociodemográfico tem como objetivo apreender o perfil da amostra,
sendo estruturado com perguntas abertas e fechadas contemplando as seguintes variáveis:
sexo, idade, escolaridade, estado civil, religião, renda, condições de moradia, arranjo familiar,
diagnósticos, grau de satisfação e confiança com assistência recebida.
5.5.3 Questionário WHOQOL - BREF (Anexo D)
O WHOQOL-BREF é a versão abreviada do WHOQOl-100, que consiste em um
instrumento utilizado para avaliação da qualidade de vida dos indivíduos. No Brasil foi
validado por Fleck, em 2000, com o artigo “Aplicação da versão em português do instrumento
abreviado de avaliação da qualidade de vida - WHOQOL-BREF”, apresentando bom
50
desempenho psicométrico e praticidade de uso. A versão em português do instrumento
apresentou características satisfatórias de consistência interna, validade discriminante,
validade de critério, validade concorrente e fidedignidade teste-reteste156.
O método WHOQOL foi desenvolvido utilizando um enfoque transcultural,
valorizando a percepção individual de cada pessoa, considerado uma de suas vantagens. Esse
instrumento foi utilizado em diversos países e em diferentes grupos de pessoas, demonstrando
suas muitas possibilidades de uso em uma perspectiva internacional e transcultural 157.
Esse instrumento pode ser utilizado tanto em populações saudáveis como em
populações acometidas por agravos e doenças crônicas. Além disso, ele também é utilizado na
prática clínica como forma de aprimorar a relação médico-paciente, como instrumento de
avaliação e comparação de resposta a diferentes tratamentos, em avaliações de serviços de
saúde, em pesquisas e em avaliação de políticas de saúde 157.
Trata-se de um instrumento curto, de rápida aplicação, aplicado em vários estudos,
com crescente utilização. O WHOQOL-BREF teve início em 1998 e vem se destacando ao
longo dos anos com aumento da sua utilização nas pesquisas, destacando-se os anos de 2005 e
2006, com 62,1% de toda produção científica analisada no período. Com esses resultados,
entende-se a sua importância no que pode auxiliar no desenvolvimento de novas pesquisas158.
O mesmo contém 26 questões. A primeira refere-se à qualidade de vida de modo
geral e a segunda, à satisfação com a própria saúde. As demais questões são distribuídas em
quatro domínios: relações sociais (α = 0,81); psicológico (α = 0,82); físico (α = 0,88) e meio
ambiente (α = 0,83). Cada domínio é composto por questões cujas pontuações das respostas
variam entre 1 e 5 158.
5.5.4 Questionário WHOQOL - OLD (Anexo E)
O WHOQOL-OLD é um instrumento recente, teve início em 1999, como uma
cooperação científica de diversos centros, utilizado como complemento dos questionários
WHOQOL 100 ou WHOQOL-BREF para avaliar a qualidade de vida em idosos. Portanto,
entende-se que este instrumento contribui com informações adicionais acerca da qualidade de
vida nessa população específica, abrangendo aspectos relevantes e não abordados nos
instrumentos desenhados originalmente para populações não idosas159. Desenvolvido pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), traduzido e validado no Brasil, onde os entrevistados
responderão às perguntas tendo em mente seus valores, esperanças, prazeres e preocupações,
considerando as duas últimas semanas160.
51
O WHOQOL-OLD160 é composto por 24 itens sendo respondido por escala tipo
Likert variando de 1 (nada) a 5 (completamente), divididos em seis facetas. Cada faceta é
composta por 4 itens, gerando escores que variam de 4 a 20 pontos. Os escores das seis
facetas combinados com as respostas aos 24 itens geram também um escore overall (total). A
análise dos dados gerados no teste de campo internacional indica que o módulo WHOQOLOLD pode ser utilizado como adicional tanto ao WHOQOL – 100 quanto ao WHOQOLOLD. O questionário contém seis domínios com perguntas em relação aos pensamentos,
sentimentos e sobre certos aspectos da qualidade de vida, abordando questões que podem ser
importantes para a pessoa idosa como membro mais velho da sociedade. As facetas que
avaliam a qualidade de vida, são elas: Funcionamento do Sensório (α = 0,85); Autonomia (α =
0,66); Atividades Passadas, Presentes e Futuras (α = 0,73); Participação Social (α = 0,88);
Morte e Morrer (α = 0,79) e Intimidade (α = 0,88) 160.
A faceta Funcionamento do Sensório avalia funcionamento sensorial e o impacto da
perda das habilidades sensoriais nas atividades da vida diária e da capacidade de interação
com outras pessoas na qualidade de vida de idosos. A Autonomia refere-se à independência na
velhice, descrevendo até que ponto se é capaz de viver de forma autônoma e tomar suas
próprias decisões. O domínio Atividades Passadas, Presentes e Futuras refere-se às
atividades desenvolvidas pelas pessoas idosas descrevendo a satisfação sobre conquistas na
vida e os projetos ou anseios futuros. Quanto à Participação Social, essa delineia a
participação em atividades do quotidiano, especialmente na comunidade em que se está
inserido. E finalmente, a faceta Morte e Morrer encontra-se relacionada às preocupações,
inquietações, expectativas e temores sobre a morte e o morrer. A Intimidade avalia a
capacidade de ter relações pessoais e íntimas160.
Deste modo, a metodologia aplicada no desenvolvimento do módulo WHOQOLOLD mostra-se particularmente importante para fins de pesquisa em que a percepção
subjetiva das questões ligadas à cultura, em diversos desenhos de pesquisa, esteja incluída em
bases epidemiológicas, ensaios clínicos, aferição do impacto da implementação de serviços ou
intervenções nos quais a medição de qualidade de vida seja desfecho de interesse.
5.5.5 Questionário WHOQOL-SRPB (Anexo F)
O WHOQOL-SRPB é um instrumento que foi desenvolvido para avaliar a
espiritualidade, religião e crenças pessoais relacionadas à qualidade de vida na saúde e na
assistência
à
saúde,
contemplando
de
forma
ampliada,
os
Aspectos
52
Espirituais/Religião/Crenças Pessoais, utilizados como adicional ao WHOQOL-100 e
WHOQOL-BREF161
163
Panzini et al
162
. A versão em português do WHOQOL-SRPB foi idealizada por
, disponibilizada online para contribuir para as pesquisas, atestando as
propriedades psicométricas do referido instrumento de forma satisfatória.
O WHOQOL–SRPB conta com oito facetas adicionais ao domínio Aspectos
Espirituais/Religião/Crenças Pessoais, que são: Conexão com o Ser ou Força Espiritual (α =
0,83); Sentido na Vida (α = 0,88); Admiração (α = 0,96); Totalidade e Integração (α = 0,92);
Força Espiritual (α = 0,86); Paz Interior (α = 0,94); Esperança e Otimismo (α = 0,93); e Fé (α
= 0,86).
A Conexão com o Ser ou Força Espiritual avalia o quanto a conexão com Deus
auxilia na resolução de problemas ou no confronto de momentos difíceis. O Sentido na Vida
percebe o nível com o qual o indivíduo enxerga um sentido em sua vida. A Admiração avalia
se há capacidade de admirar e apreciar as coisas que estão ao redor do indivíduo, de forma a
inspirar-lhe a viver. A faceta Totalidade e Integração capta o o sentimento de equilíbrio entre
a mente, o corpo e a alma, de forma a criar harmonia entre as ações, pensamentos e
sentimentos do indivíduo. A Força Espiritual percebe o nível com o qual a presença de força
espiritual interna ajuda em épocas difíceis e/ou na melhoria da vida do indivíduo. A Paz
Interior consegue avaliar o nível de paz e harmonia com o qual o indivíduo consegue viver.
Esperança e Otimismo, faceta que faz referência ao sentimento de esperança e otimismo que o
indivíduo possui com relação à melhoria da sua vida; e, por último, a Fé, o quanto essa
conforta e fortalece o dia a dia do indivíduo, melhorando o seu bem-estar e a forma com a
qual este aproveita a vida 161 162.
Este instrumento é considerado importante na contribuição de estudos da relação
entre qualidade de vida e espiritualidade, religiosidade e crenças pessoais. O projeto-piloto de
testes de campo confirmou que o conceito de SRPB formava um componente amplo e de
grande importância da qualidade de vida relacionada à saúde em todo o mundo.
5.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os dados foram analisados utilizando o software SPSS (Statistical Package for the
Social Sciences) na sua versão 18.0, realizando estatística descritiva (frequência, média,
desvio padrão) e inferencial (teste T-Student, ANOVA, regressão linear hierárquica, alfa de
Cronbach). O nível de significância adotado foi de 5% (p≤ 0,05).
53
O teste T-Student é amplamente utilizado na estatística inferencial com o objetivo de
verificar se há diferenças entre dois grupos. O teste de correlação r de Pearson identifica o
grau de relação entre os construtos, podendo ser uma relação positiva ou negativa. Vale
salientar que esta análise não é causa e efeito. ANOVA é uma análise utilizada para analisar
três ou mais condições, a regressão linear hierárquica é utilizada para verificar a predição de
construto em relação a outro, e finalmente, o alfa de Cronbach é adotado para avaliar a
consistência interna das dimensões, ou seja, saber se a dimensão avalia a que se propõe. Os
indicadores de referência devem ser assumir valores > 0,70 e quanto mais próximos a 1
melhor nível de confiabilidade164.
5.7 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
Para o desenvolvimento desta pesquisa, o projeto foi submetido à Comissão
Científica do IGG onde foi apreciado e aprovado. Em seguida, foi submetido à avaliação e
aprovação do Comitê de Ética em Pequisa (CEP) da PUCRS, por meio da Plataforma Brasil,
sob CAAE 15493913.1.0000.5336, tendo sido aprovado em 25/06/2013, fundamentado pela
Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde165, em vigor no País. Por conseguinte,
foi solicitado o consentimento livre e esclarecido de todos os participantes, documentado em
em duas vias do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os participantes
foram informados sobre o objetivo do estudo, a importância e contribuição da pesquisa, a
garantia do anonimato, a fidedignidade com que os dados foram trabalhados. Neste processo,
foi indispensável o direito à autonomia, considerando que os participantes da pesquisa foram
informados de que poderiam desistir, a qualquer momento, de participar do estudo.
54
RESULTADOS
55
6 RESULTADOS
A seguir são apresentados os resultados em dois momentos. O primeiro contempla o
conhecimento sobre o perfil sociodemográfico dos participantes do estudo com as seguintes
variáveis: idade, sexo, estado civil, religião, nível de escolaridade, renda, tipo de residência,
mora sozinho e diagnóstico. Em seguida é apresentado o Grau de Satisfação e de Confiança
das pessoas idosas submetidas nas duas modalidades de assistência, ou seja, domiciliária e
hospitalar (ver Tabela 1, 2 e 3).
Tabela 1 - Caracterização sociodemográfica da amostra de pessoas idosas em assistência
domiciliária e hospitalar.
Variáveis
Idade (anos) – média ± DP
Sexo – n (%)
Masculino
Feminino
Estado civil – n (%)
Casado
Solteiro
Viúvo
Divorciado
Religião – n(%)
Católica
Evangélica
Espírita
Nível de escolaridade – n (%)
Analfabeto
Ensino fundamental
incompleto
Ensino fundamental
Ensino médio completo
Ensino superior
Renda – n (%)
De 1 a 5 s.m.
De 6 a 10 s.m.
Acima de 10 s.m.
Tipo de residência – n(%)
Casa
Apartamento
Mora sozinho – n(%)
Sim
Não
80,9 ± 8,9
Grupo
Assistência
Domiciliar
83,8 ± 7,0
Grupo
Assistência
Hospitalar
77,9 ± 9,8
17 (28,3)
43 (71,1)
6 (20,0)
24 (80,0)
11 (36,7)
19 (63,3)
Amostra
total
p
0,010
0,252
0,603
19 (31,7)
4 (6,7)
34 (56,7)
3 (5,0)
9 (30,0)
1 (3,3)
19 (63,3)
1 (3,3)
10 (33,3)
3 (10,0)
15 (50,0)
2 (6,7)
52 (86,7)
7 (11,7)
1 (1,7)
25 (83,3)
4 (13,3)
1 (3,3)
27 (90,0)
3 (10,0)
0 (0,0)
2 (3,3)
24 (40,0)
1 (3,3)
10 (33,3)
1 (3,3)
14 (46,7)
6 (10,0)
18 (30,0)
10 (16,7)
4 (13,3)
9 (30,0)
6 (20,0)
2 (6,7)
9 (30,0)
4 (13,3)
22 (36,7)
27 (45,0)
11 (18,3)
6 (20,0)
14 (46,7)
10 (33,3)
16 (53,3)
13 (43,3)
1 (3,3)
44 (73,3)
16 (26,7)
20 (66,7)
10 (33,3)
24 (80,0)
6 (20,0)
2 (3,3)
58(96,7)
0 (0,0)
30 (100)
2 (6,7)
28 (93,3)
0,543
0,785
0,001
0,381
0,492
Conforme resultados da Tabela 1, a amostra constitui-se por 60 pessoas idosas com
idade variando entre 60 e 98 anos, com média de 80,9+8,9 anos, divididas em dois grupos
56
equitativamente, sendo 30 em assistência domiciliária e 30 em assistência hospitalar. A maior
parte é representada pelo sexo feminino com 71,7%. Foi verificada uma diferença
estatisticamente significativa em relação à idade (P=0,01), mas sem uma associação com a
variável referente ao sexo (P>0,05). Observa-se que em relação ao estado civil, os maiores
percentuais foram de pessoas idosas viúvas em assistência domiciliária (63,3%) e hospitalar
(50%), respectivamente. Quanto ao nível de escolaridade, o Ensino Fundamental Incompleto
prevaleceu nas duas modalidades de assistência (33,3%; 46,7%, nomeadamente). Em relação
às variáveis estado civil e nível de escolaridade, não foram verificadas associações
significativas com o nível (P>0,05).
Quando analisada a variável religião, verificou-se que todas as pessoas idosas
entrevistadas referiram ter uma religião. Da amostra total prevaleceu a religião católica, sendo
83,3%, da assistência domiciliária e 90,0% na modalidade hospitalar. No que se refere à
renda, nota-se que os participantes em assistência domiciliária, na sua maioria, (46,7%)
possuem renda na faixa de 6 a 10 salários mínimos, enquanto 53,3% do grupo em assistência
hospitalar estão entre de 1 a 5 salários. Contudo, foi verificada uma associação significativa
entre estas variáveis. A assistência domiciliar teve uma associação com níveis de renda mais
elevados (P=0,001).
Com relação à variável tipo moradia, percebeu-se que a maioria das pessoas idosas
entrevistadas, independentemente do tipo de assistência, reside em casas. Quando perguntado
se mora sozinha, observou-se que tanto o grupo em assistência domiciliária quanto o grupo
em
assistência hospitalar indicaram
que
não residem
sozinhos
(100%;
93,3%,
respectivamente). Não foi verificada uma associação significativa nas duas variáveis: tipo de
moradia e o fato de morar só (P>0,05).
57
Figura 3 - Gráfico do Diagnóstico Clínico em pessoas idosas em assistência domiciliaria e
hospitalar (p=0,081).
De acordo com a figura 3, constata-se que na variável diagnóstico clínico as doenças
cardiovasculares predominaram em ambas as modalidades de assistência (50%; 40%,
respectivamente).
Quanto ao grau de satisfação apresentado na Tabela 2, são demonstrados os
resultados acerca da sua avaliação nas duas modalidades (assistência domiciliária e
hospitalar).
Tabela 2 - Grau de Satisfação nas modalidades domiciliária e hospitalar.
Variáveis
Satisfação – n (%)
Sim
Não
Fonte: Soares (2013).
Amostra total
Grupo
Assistência
Domiciliar
Grupo Assistência
Hospitalar
48 (80,0)
12 (20,0)
30 (100)
0 (0,0)
18 (60,0)
12 (40,0)
De acordo com a Tabela 2, observa-se que no conjunto das duas modalidades de
assistência a grande maioria (80%) das pessoas idosas entrevistadas responderam estarem
satisfeitas com a assistência recebida. Quando analisada por modalidade, a assistência
58
domiciliária mostrou que a totalidade (100%) dos entrevistados encontram-se satisfeitos,
enquanto que os que estão em assistência hospitalar indicaram uma maioria de 60% de
satisfação.
Para analisar a variável grau de confiança nas duas modalidades de assistência,
procedeu-se com a preparação do grupo controle a partir do teste da mediana empírica,
assumindo como valor de referência 9,0. Portanto, o grupo 1 seriam aqueles que pontuassem
acima da referência e o grupo 2 abaixo (Tabela 3).
Tabela 3 - Diferença com relação a variável confiança entre os grupos, que poderia variar de
zero a dez pontos.
Variável
Geral
Confiança
Hospitalar
Domiciliária
Grupo
Critério
Superior
Média
DP
10,0
0,00
Inferior
7,6
0,59
Superior
10,0
0,00
Inferior
7,5
0,52
Superior
10,0
0,00
Inferior
7,7
0,67
T
gl
P
-19,27
41
0,001*
-14,18
17
0,001*
-12,87
22
0,001*
Fonte: Soares (2014).
De acordo com a Tabela 3, observou-se que a variável grau de confiança, nas duas
modalidades de assistência, obteve diferença significativa (p < 0,05) entre os grupos,
demonstrando que o grupo 1 obteve uma média (M = 10) superior em relação ao segundo
grupo (M = 7,6; DP = 0,60). Quando analisadas separadamente, constata-se que ambas as
modalidades também obtiveram diferença significativa (p < 0,05), indicando que o grupo
superior apresenta uma maior confiança na modalidade da assistência recebida.
Em seguida, a fim de responder ao objetivo específico “avaliar espiritualidade,
religiosidade e crenças pessoais dos idosos em assistência domiciliária e hospitalar” foram
levados em consideração dois indicadores: a média e o desvio padrão por faceta e a
comparação entre as duas modalidades de assistência. Os resultados são apresentados na
Tabela 4.
59
No segundo momento, são apresentados os resultados no que se refere à avaliação
sobre a Espiritualidade, Religiosidade e Crenças Pessoais dos idosos em assistência
domiciliária e assistência hospitalar. Em seguida, apresentados os resultados da avaliação
sobre qualidade de vida. E finalmente, apresentado um estudo comparativo entre a qualidade
de vida e a espiritualidade nas duas modalidades de assistência.
Tabela 4 - Análise do WHOQOL SRPB na amostra total e por grupo
Facetas
Conexão com ser ou força espiritual
Sentido da vida
Admiração
Totalidade/Integração
Força interior
Paz interior/Serenidade/Harmonia
Esperança/Otimismo
Fé
Fonte: Soares (2014).
Amostra
total
Média  DP
3,5  0,47
3,3  0,54
3,4  0,83
3,0  0,61
3,7  0,48
3,3  0,55
3,2  0,59
3,7  0,44
Grupo
Assistência
Domiciliar
Média  DP
3,6  0,44
3,4  0,46
3,7  0,51
3,3  0,47
3,8  0,44
3,4  0,52
3,3  0,52
3,8  0,35
Grupo
Assistência
Hospitalar
Média  DP
3,4  0,48
3,3  0,61
3,0  0,97
2,7  0,64
3,6  0,52
3,2  0,58
3,1  0,69
3,7  0,52
Pela análise dos resultados ilustrados na Tabela 4, é possível constatar que as
maiores médias encontradas foram nas facetas Força Interior (M= 3,7; DP= 0,48) e Fé (M=
3,7; DP= 0,44). Sendo que a faceta com menor representação foi Totalidade/Integração (M=
3,0; DP= 0,61) quando analisadas as duas modalidades de assistência no seu conjunto.
Observando os dados por modalidade, percebe-se que as facetas com maior evidência para o
grupo de assistência domiciliária foram Força Interior (M= 3,8; DP= 0,44) e Fé (M= 3,8;
DP= 0,35), e as com menor relevância foram as facetas Totalidade/Integração (M= 3,3; DP=
0,47) e Esperança/Otimismo (M= 3,3; DP= 0,52). Para a assistência hospitalar, verifica-se a
faceta Fé com um maior escore (M= 3,7; DP= 0,52) e a faceta que apresentou menor escore
foi a Totalidade/Integração (M= 2,7; DP= 0,64).
Em seguida, foram comparados os dois grupos por modalidade em assistência. Os
dados são apresentados na Tabela 5.
60
Tabela 5 - Comparação entre as modalidades de assistência em relação à Espiritualidade,
Religiosidade e Crenças Pessoais (n=60).
WHOQOL-SRPB (facetas)
Grupo Critério
Média
DP
Conexão com ser ou força
espiritual
Domiciliária
3,6
0,44
Hospitalar
3,4
0,48
Domiciliária
3,4
0,46
Hospitalar
3,3
0,61
Domiciliária
3,7
0,51
Hospitalar
3,0
0,97
Domiciliária
3,3
0,47
Hospitalar
2,7
0,64
Domiciliária
3,8
0,44
Hospitalar
3,6
0,52
Domiciliária
3,4
0,52
Hospitalar
3,3
0,58
Domiciliária
3,3
0,47
Hospitalar
3,1
0,69
Domiciliária
3,8
0,35
Hospitalar
3,7
0,52
Sentido da vida
Admiração
Totalidade/Integração
Força interior
Paz interior/Serenidade/Harmonia
Esperança/Otimismo
Fé
T
gl
P
1,72
58
0,08
1,06
52,95
0,29
3,13
58
0,01
3,55
58
0,001
1,19
56,74
0,23
0,58
57,26
0,56
1,19
51,07
0,23
0,85
58
0,39
Fonte: Soares (2014).
De acordo com os resultados da Tabela 5, verifica-se diferença significativa (p <
0,05) entre as duas modalidades de assistência, apontando uma maior média 3,7 (DP =0,51) e
3,3 (DP=0,47) nas facetas Admiração e Totalidade/Integração, respectivamente para aqueles
indivíduos que recebem assistência no seu ambiente domiciliar, comparado com os que
recebem no ambiente hospitalar. Nota-se ainda, que a faceta Conexão com o Ser ou Força
Espiritual obteve uma diferença marginal (p = 0,08), acenando que as pessoas idosas que
recebem assistência domiciliária possuem um maior escore (M=3,6; DP=0,44) do que as que
recebem assistência no ambiente hospitalar (M=3,4; DP=0,48).
Em relação ao objetivo específico “Avaliar a qualidade de vida dos idosos em
assistência domiciliária e assistência hospitalar, utilizando o instrumento WHOQOL-OLD
associado ao WHOQOL-BREF” procedeu-se com os mesmos critérios da análise anterior. Os
resultados são ilustrados nas Tabelas 6 e 7.
61
Tabela 6 - Análise do WHOQOL-BREF para amostra total e por grupo.
Facetas
Geral
Psicológico
Físico
Social
Ambiental
Fonte: Soares (2014).
Amostra
total
Média  DP
3,0  0,77
3,1  0,60
2,6  0,65
3,4  0,73
3,2  0,48
Grupo
Assistência
Domiciliar
Média  DP
3,3  0,70
3,3  0,55
2,8  0,54
3,6  0,54
3,4  0,44
Grupo
Assistência
Hospitalar
Média  DP
2,6  0,70
3,0  0,63
2,3  0,68
3,2  0,84
3,0  0,44
Quando analisados os resultados da Tabela 6, observa-se que tanto na amostra total
como por grupo a faceta Social obteve a maior média, enquanto que a menor foi atribuída à
faceta do Físico. Esse resultado é também atribuído nas duas modalidades de assistência. Para
complementar os resultados sobre qualidade de vida, os resultados da análise do instrumento
WHOQOL-OLD são apresentados a seguir.
Tabela 7 - Análise do WHOQOL-OLD para amostra total e por grupo.
Facetas
Autonomia
Atividades Passadas, Presentes e
Futuras
Participação Social
Morte e Morrer
Intimidade
Funcionamento dos Sentidos
Fonte: Soares (2014).
Amostra
total
Média  DP
2,8  0,47
Grupo
Assistência
Domiciliar
Média  DP
2,9  0,45
Grupo
Assistência
Hospitalar
Média  DP
2,8  0,49
3,1  0,61
3,3  0,53
2,9  0,64
2,6  0,74
3,5  0,70
3,5  0,65
3,1  0,75
2,9  0,67
3,5  0,68
3,7  0,50
3,1  0,59
2,3  0,69
3,5  0,72
3,4  0,74
3,1  0,89
Observa-se nos resultados da Tabela 7 que a maior média do total da amostra é
atribuída às facetas Morte e Morrer e Intimidade. Quando analisada por grupo, nota-se que a
faceta Intimidade obteve maior média na modalidade domiciliária e Morte e Morrer na
hospitalar, enquanto que a menor média é atribuída na faceta Autonomia para a modalidade
domiciliária e na faceta Participação Social na hospitalar.
A fim de verificar qual grupo de assistência apresenta melhores escores na qualidade
de vida, procedeu-se com a análise de comparação de grupos para amostra independente. Os
resultados são apresentados na Tabela 8.
62
Tabela 8 - Comparação entre as modalidades de assistência com relação ao WHOQOL-BREF
(n=60).
WHOQOL-BREF
(facetas)
Geral
Grupo Critério
Média
DP
Domiciliária
3,3
0,70
Hospitalar
2,6
0,70
Domiciliária
3,2
0,55
Hospitalar
3,0
0,63
Domiciliária
2,9
0,54
Hospitalar
2,3
0,68
Domiciliária
3,6
0,54
Hospitalar
3,2
0,84
Domiciliária
3,4
0,44
Hospitalar
3,0
0,44
Psicológica
Física
Social
Ambiental
T
gl
P
3,76
57,9
0,001
1,63
57
0,10
3,11
55,1
0,01
1,99
58
0,05
3,33
57.9
0,001
Fonte: Soares (2014).
Com base nos resultados da Tabela 8, nota-se diferença significativa (p < 0,05) em
quatro (geral, física, social e ambiental) dos cinco domínios para a qualidade de vida,
analisados a partir do WHOQOL-BREF. Este achado demonstra que a modalidade
domiciliária obteve maiores escores comparada com a hospitalar. Em seguida, procedeu-se
com a comparação das modalidades utilizando o WHOQOL-OLD. Os dados podem ser
observados na Tabela 9.
Tabela 9 - Comparação entre as modalidades de assistência com relação ao WHOQOL-OLD
(n=60).
WHOQOL-OLD
(facetas)
Autonomia
Atividades Passadas, Presentes
e Futuras
Participação Social
Morte e Morrer
Intimidade
Funcionamento dos Sentidos
Fonte: Soares (2014).
Grupo Critério
Média
DP
Domiciliária
2,9
0,45
Hospitalar
2,8
0,49
Domiciliária
3,3
0,53
Hospitalar
2,9
0,64
Domiciliária
2,9
0,67
Hospitalar
2,3
0,69
Domiciliária
3,5
0,68
Hospitalar
3,5
0,72
Domiciliária
3,7
0,50
Hospitalar
3,4
0,74
Domiciliária
3,1
0,59
Hospitalar
3,1
0,89
T
gl
P
0,61
57,4
0,54
2,35
58
0,05
3,47
58
0,001
0,32
57,7
0,75
1,87
58
0,05
-0,42
50,7
0,96
63
Os dados da Tabela 9 indicam haver diferença estatística (p <0,05) em três facetas
(atividades passadas, presentes e futuras; participação social e intimidade) do construto
qualidade de vida adaptado para a população idosa. Nota-se semelhança nos resultados
quando estes apontam que a assistência domiciliária possui um maior escore do que a
hospitalar.
64
DISCUSSÃO
65
7 DISCUSSÃO
Neste estudo, a amostra total demonstrou que as pessoas idosas em assistência
domiciliária e hospitalar tinham uma média de idade de 81 anos, com predominância do sexo
feminino. Esse resultado corrobora a distribuição populacional por idade e sexo em relação à
estrutura etária do Brasil, que aponta para uma tendência no processo de envelhecimento,
evidenciando uma população de idosos longevos, com idade igual ou superior a 80 anos em
relação a outras faixas etárias nas últimas décadas22. Dados esses também confirmados
também por Veras et. al166 acerca de pessoas idosas vinculadas ao sistema suplementar de
saúde no Brasil onde a maior cobertura é nas faixas etárias de 70 a 79 anos, com um
percentual de 26,7% e 80 anos e mais com 30,2%.
Quanto ao sexo, neste estudo, a predominância foi do sexo feminino. Esse resultado
corrobora a prevalência do sexo em nível mundial. No Brasil, segundo os dados do IBGE,
201222, a feminização na velhice é considerada uma das características mais marcantes no
País. Provavelmente, a relação da viuvez no sexo feminino deva-se a diversos fatores, tais
como: diminuição das mortes maternas a partir de incentivos à atenção à saúde da mulher por
meio de programas e políticas; por determinantes biológicos de proteção hormonal do
estrógeno; por serem mais cautelosas no trânsito e trabalho; por serem menos consumidoras
de álcool e tabaco; e finalmente, por se casarem com homens mais velhos166.
Em relação à escolaridade das pessoas idosas da amostra, prevaleceu o ensino
fundamental nas duas modalidades de assistência. Este resultado, quando associado com a
média de idade e o sexo, pode-se deduzir que está relacionado ao contexto social no período
em que esses idosos estavam em fase escolar, à sua procedência, por serem advindos de uma
cultura interiorana onde a oferta de ensino formal era mais reduzida que nos grandes centros
urbanos e que as mulheres eram preparadas para o lar; poucas conseguiam escolarizar-se para
no máximo ter formação pedagógica. Quando analisada a renda, observou-se que foi de seis a
dez salários mínimos nas duas modalidades de assistência. Provavelmente, este resultado
deva-se pelo fato de os participantes deste estudo serem, na sua maioria, funcionários públicos
estaduais e federais, a maioria é de viúvos (as) aposentados (as) e com pensão do seu cônjuge.
Já o tipo de moradia, notou-se que as pessoas idosas, na sua maioria, residem em
casas e não moram sozinhas. Tal resultado pode estar associado a questões culturais, tais
como: a sua história de vida, manutenção de sua identidade e questões afetivas em relação à
sua residência e seus pertences, além da vida provinciana da cidade, considerando, também, o
processo atual de verticalização habitacional na cidade na qual residem. Essa realidade
66
diferencia de uma experiência-piloto de assistência domiciliária para idosos acamados no sul
do Brasil onde foi verificado que as pessoas idosas acamadas, na sua maioria, residiam em
apartamentos167.
Quanto ao diagnóstico clínico, embora esse estudo demonstre a predominância de
doenças cardiovasculares nas duas modalidades de assistência, ele diverge de um estudo do
interior paulista com pessoas idosas em assistência domiciliária, comprovados que, os casos
mais diagnosticados, eram ligados às doenças neurológicas com preponderância para as
doenças de Alzheimer e Parkinson168.
Em relação ao grau de satisfação, destaca-se que na modalidade da assistência
domiciliária 100% demonstraram um grau elevado de satisfação. Este resultado se assemelha
com os de Thumé et. al.169, onde esses autores sugerem a operacionalização da assistência no
domicílio como sendo a mais adequada, apontando que a satisfação com o serviço ofertado é
considerada um indicador de qualidade da atenção. Salientam-se, ainda, outros indicadores
preponderantes para a satisfação da assistência domiciliária, tais como: sentimentos de
satisfação por meio de gestos de carinho, atenção, sorrisos, recepção cordial em seu
aconchego familiar favorecendo a sua satisfação pessoal e com o serviço prestado170.
No âmbito hospitalar, 40% mostraram-se insatisfeitos. Possivelmente este resultado
encontra-se relacionado com as normas, rotina e o próprio ambiente hospitalar. Estudos
demonstram que o isolamento da pessoa idosa, ocasionado pela internação hospitalar,
afastando-a do seu local confortável (sua casa, seus pertences, seus familiares, seus amigos),
aliado às dificuldades de adaptação a esse novo ambiente hostil, são indicadores que levam a
um grau de insatisfação171 172 . Os resultados advindos do grau de confiança demonstraram
que ambos os grupos de assistência domiciliária e hospitalar indicaram ser confiantes em
relação à assistência recebida (p < 0,05). Possivelmente, este resultado pode estar associado
ao grau de satisfação dos participantes do estudo.
Sabe-se que a forma como avaliamos nosso modo de viver e a nossa satisfação com a
vida está relacionada a questões subjetivas, a critérios definidos individualmente, que se
entrelaçam com as condições existentes146. É preciso que se debruce sobre questões que
dizem respeito, especialmente, às pessoas idosas enfermas que necessitam de cuidados. Para
atender às especificidades deste estudo foi observada escassez de trabalhos nessa perspectiva,
considerando os nacionais e os internacionais. Essa limitação dificulta uma análise mais
aprofundada da espiritualidade e qualidade de vida na população idosa devido às suas
diferentes expectativas e anseios em relação a outros estudos. Essa realidade pode decorrer da
67
recente retomada dessa modalidade de assistência no Brasil, e do perfil diferenciado das
políticas de saúde no âmbito internacional comparando com a política de saúde do Brasil.
Em relação a espiritualidade salienta-se que os participantes do estudo, no momento
da entrevista, referiam acreditar em Deus e professar uma religião. Sugere que, naturalmente,
encontravam-se mais envolvidos com a dimensão espiritual. Estudos comprovam índices mais
elevados de vivências da espiritualidade com o processo do envelhecimento, assim como uma
forte relação da espiritualidade no processo da doença e do sofrimento116 119 121 122. Para tanto,
ao serem avaliadas a espiritualidade, a religiosidade e as crenças pessoais das pessoas idosas,
nas duas modalidades de assistência, evidenciou-se que as pessoas idosas em assistência
domiciliária apresentaram um maior fortalecimento espiritual quando comparado com a
assistência hospitalar.
Acredita-se que o maior fortalecimento espiritual pode estar associado à
representação simbólica da casa, ou seja, da sua residência. O valor dado às coisas materiais e
subjetivas da casa pode representar elementos do mundo afetivo e espiritual. Gonçalves173
refere que “a casa” tem um valor que vai além do abrigo do corpo. Restitui um lugar de
refúgio e de acolhida, que é tão essencial ao nosso bem-estar físico e psicológico.
Boff174, na sua obra “Os sacramentos da vida e a vida dos sacramentos”, cita a fala
do astronauta James Benson Irwin, quando diz: “A lua é linda; o céu, profundo e maravilhoso.
Mas somente na Terra o homem pode morar. Quão aconchegante é aquele planeta verde lá em
baixo... Lá existe alguém que pensa em mim, me olha e me espera.” [...] É que a casa está lá,
representando um sacramento familiar. Assim, “a casa” perfaz um lócus por excelência da
referencialidade do sujeito com uma conotação de acolhimento numa perspectiva espiritual.
Dessa forma, quando foram analisadas as facetas Conexão com o ser ou força
espiritual, Admiração e Totalidade/Integração foi evidenciado maior escore em relação às
outras facetas. A elevada pontuação pode ter uma implicação na relação experiencial de bemestar, ou seja, a satisfação de estar em casa. Condição que pode suscitar um caráter de
intimidade e privacidade e, ao mesmo tempo, uma abertura para o mundo exterior.
A intimidade e privacidade no sentido de que, em casa, sempre tem um “cantinho”
de recolhimento espiritual, que possibilita fazer contato com a essência única que cada um
traz em seu interior, ou seja a numinosidade, experiência destacada por Jung118 como força
poderosa que traz grandes mudanças na consciência.
O exterior é ressaltado na perspectiva de admirar algo além da casa, como a natureza
visualizada por portas e janelas, tão bem ilustrada no poema “Janela”de Adélia Prado,
considerada a poética da casa175, numa relação, muitas vezes, com plantas, flores, animais de
68
estimação, conversas com a vizinhança. Condição essa que pode suscitar equilíbrio entre
mente, corpo e espírito no sentido de “estar bem” e o “sentir-se bem” sob o eixo condutor de
qualidade de vida.
No âmbito hospitalar, constatam-se convergências e divergências em relação a outros
estudos referentes à espiritualidade. Um estudo no qual foi avaliada a influência da religião e
da espiritualidade em pessoas idosas, em sua maioria octogenários (83%) internados em
enfermaria geriátrica, evidenciou relevância da religião e da espiritualidade como recursos
importantes no enfrentamento da hospitalização176. Rocha e Fleck177, em seus estudos sobre
qualidade de vida com pacientes adultos portadores de doenças crônicas, comparando com
pessoas saudáveis, evidenciaram melhores escores nos domínios do SRPB no grupo de
pacientes. Em outro estudo realizado com pessoas idosas, portadoras de doenças crônicas, foi
evidenciado que a internação hospitalar tem influência nas vivências espirituais do idoso
internado, onde 57% dos participantes mantêm a média de espiritualidade na admissão e alta e
43% revelaram alterações baixando ou elevando a espiritualidade178. Portanto, compreende-se
a importância da espiritualidade na velhice, na doença e no sofrimento116.
Em relação à qualidade de vida, análise mensurada pelo WHOQOL-BREF, o
resultado tanto da amostra total como por grupo houve maior média na faceta Social,
conceituada como participação em atividades da vida diária especialmente na comunidade179.
Já na análise mensurada pelo WHOQOL-OLD, avaliada por grupo, a faceta Intimidade obteve
maior média na modalidade domiciliária e Morte e Morrer na hospitalar. A faceta Intimidade
foi conceituada como ser capaz de ter relacionamentos íntimos e pessoais179. Quando
comparado entre as modalidades de assistência em relação ao WHOQOL-BREF houve uma
diferença significativa (p < 0,05) em quatro (geral, física, social e ambiental) dos cinco
domínios para a qualidade de vida, o mesmo resultado em relação ao WHOQOL-OLD
havendo também diferença significativa em três facetas (atividades passadas, presentes e
futuras, participação social e intimidade) do construto qualidade de vida.
Dessa forma, os resultados evidenciaram maiores escores na modalidade
domiciliária. As facetas Social e Intimidade corroboram o estudo de Pontes180realizado na
cidade de João Pessoa-Paraíba, no qual foram avaliadas pessoas idosas vulneráveis a
fragilidades e frágeis em comunidades. Quando analisada a faceta Social, constata-se, através
de estudos, que as redes de apoio são elementos importantes na velhice, principalmente
quando as pessoas idosas têm que se adaptar às perdas físicas e sociais. É importante a busca
de estratégias que possam contribuir para que a pessoa idosa torne-se participativa e atuante
69
na sociedade. A partir da família, pode ser construída uma rede de apoio à pessoa doente pela
integração extra e intrafamiliar181 182.
Em relação à faceta Intimidade, apresentada neste estudo com maior escore, essa
diverge de um estudo onde foram avaliados a dinâmica da família, a qualidade de vida e o
estilo de vida em idosos, com idade média de 84 anos, portadores de hipertensão arterial e
cardiopatias. Todas as faixas etárias apresentaram baixa pontuação nesta faceta183. É
importante destacar que houve uma baixa na pontuação e não a ausência. A pessoa idosa,
mesmo diante de suas limitações fisiológicas, pode exercer plenamente sua sexualidade, não
se referindo tão somente ao ato sexual em si, mas a troca de carinho, afeto e companherismo.
Para Moura, Leite e Hildebrandt, a sexualidade do idoso é simples e, ao mesmo tempo,
complexa; afinal, o corpo envelhece, a anatomia e a fisiologia sexual se modificam, mas a
capacidade de amar e de se relacionar continuam intactas até o final da vida184.
A relação de intimidade pode ser ilustrada numa reflexão que Gomes et. al185 fizeram
ao filme "Elsa e Fred", onde os mesmos viveram de forma intensa uma relação de qualidade
expressa nos atos de confiança e de intimidade. Foram observadas cenas do filme que
possibilitaram pensar a própria vida e refletir sobre o que é envelhecer e o que se deseja como
parte desse envelhecimento. Bauer, McAuliff e Nay186 referem que a sexualidade é um
componente fundamental da qualidade de vida, essencial para manter as relações interpessoais
saudáveis, o autoconceito e um senso de integridade.
Em relação à faceta Morte e Morrer, conceituada como preocupações e medos acerca
da morte e do morrer179, tendo sido obtida maior média no âmbito hospitalar, Albuquerque187
considera que o medo da morte revela ao indivíduo um sentimento natural e universal,
indistinguível a classes sociais, idade, sexo e culturas. Em um estudo que empreendeu uma
revisão da literatura não sistemática sobre a percepção da morte e do morrer em pacientes
oncológicos em diferentes fases da vida, foi observado que a percepção da criança em relação
à morte é modificada conforme desenvolvimento dos pensamentos e da linguagem. No adulto,
a concepção da morte depende muito da experiência física e psicológica da situação vivida,
enquanto que na pessoa idosa, a morte é bem mais aceita e sua percepção depende, sobretudo,
da satisfação previamente auferida com a vida. Constata-se que a percepção da morte é uma
experiência individual de acordo com a subjetividade de cada paciente188.
Em relação às atividades passadas, presentes e futuras, conceituadas como satisfação
com realizações na vida e com objetivos a serem alcançados179, foi constatado maior escore
na modalidade domiciliária. Dessa forma, corrobora o estudo de Maués et al189 que avaliaram
qualidade de vida comparando idosos jovens e muito idosos, onde o maior escore foi nas
70
facetas Intimidade e Atividades passadas, presentes e futuras. Portanto, esses estudos
sugerem que as pessoas idosas, apesar da idade e da saúde comprometida, mostraram-se
capazes de amar e sentirem-se amados. Suas histórias de vida contribuíram para as suas
satisfações, realizações e projetos futuros de vida, considerados fatores importantes para a
qualidade de vida.
Para tanto, este estudo evidencia a importância do ambiente do cuidado para as
pessoas idosas, a exemplo da assistência domiciliária, como uma associação importante no
fortalecimento da espiritualidade e na melhoria da qualidade de vida das pessoas idosas
acometidas por doenças crônicas no Sistema de Saúde Suplementar.
71
CONSIDERAÇÕES FINAIS
72
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo indica que a assistência domiciliária se associa a um maior fortalecimento
da espiritualidade e a uma melhor qualidade de vida de pessoas idosas. Dessa forma, com o
aumento da longevidade é de suma importância repensar medidas que garantam aos idosos
não somente viver mais ou postergar o tempo de vida, mas, como viver satisfeitos e felizes
nas suas vidas. Mesmo frente as incapacidades, fragilidades e adoecimento. É preciso que os
pesquisadores direcionem seus estudos valorizando não somente as questões técnicas, mas
estudos voltados para a subjetividade humana como é o caso da espiritualidade e da qualidade
de vida.
Com esse estudo, observou que existe escassez de trabalhos científicos no Brasil que
avalie pessoas idosas submetidas à assistência domiciliária por meios da saúde suplementar,
em relação a qualidade de vida e a espiritualidade. É oportuno garantir a esses idosos que tem
maior frequencia de vinculação ao sistema de saúde suplementar no Brasil, comparando com
outras faixas etárias, maiores estudos, discussões no âmbito científico e social subsidiando
fomentos para as políticas, programas e serviços que atenda a essa demanda da população.
Outrossim, com a mudança do perfil demográfico e epidemiológico da população, é
fundamental o envolvimento de profissionais capacitados na área de geriatria e gerontologia
frente a adaptação de currículos que atendam essas particularidades do conheciomento, assim
como, maior conhecimento nas políticas voltadas para essa nova reafirmação de modalidade
de assistência à saúde como é o caso da assistência domiciliária.
A promoção da dignidade e do respeito para com essas pessoas, foi um ponto a ser
considerado neste estudo, quando fomos diretamente as pessoas idosas participantes deste
estudo buscar informações sobre a espiritualidade e a qualidade de vida, frente a processos
que eles estavam vivendo e só eles poderiam manifestar seus sentimentos, posicionamentos
em relação as questões trabalhadas utilizando instrumentos valiosos nas pesquisas cientifícas
em prol de uma populção de pessoas idosas da cidade de João Pessoa estado da Paraíba.
73
CONCLUSÃO
74
9 CONCLUSÃO
Com base nos resultados obtidos na amostra estudada é possível estabelecer as
seguintes conclusões:
- As pessoas idosas participantes deste estudo são na sua maioria longevos com
média de idade de 81 anos, com predominância do sexo feminino, grande parte com renda
acima de seis sálarios mínimos, especificamente aqueles submetidos à assistência
domiciliária. No conjunto da amostra todos mostraram-se confiantes na assistência recebida,
porém o nível de satisfação foi maior, em 100% nas pessoas idosas que estavam em
assistência domiciliária;
- A espiritualidade, religiosidade e crenças pessoais investigadas em pessoas idosas a
partir do WHOQOL- SRPB evidenciou um melhor fortalecimento espiritual na modalidade de
assistência domiciliária comparativamente a modalidade hospitalar;
- A qualidade de vida em pessoas idosas, avaliada a partir do WHOQOL-BREF e
WHOQOL-OLD, esteve associada a um efeito positivo na maioria das facetas da modalidade
domiciliária. Portanto, neste estudo a assistência domiciliária se associou a uma melhor
qualidade de vida nas pessoas idosas no processo de cuidado em seus domicílios;
- Ao realizar um estudo comparativo entre as modalidades de assistência em relação
à espiritualidade, religiosidade e crenças pessoais, evidencia-se que a assistência domiciliária
associa-se a um melhor escore. Resultado semelhante quando comparado entre as
modalidades de asistência em relação a qualidade de vida utilizando os instrumentos
WHOQOL-BREF e WHOQOL-OLD.
A espiritualidade e a qualidade de vida são importantes construtos da dignidade
humana. Os resultados obtidos nesta amostra de participantes em assistência domiciliária e
hospitalar demonstram a importância que estas características têm na avaliação do próprio
paciente idoso, entendido como protagonista principal, e não apenas por meio da percepção de
outras pessoas envolvidas no seu cuidado.
75
REFERÊNCIAS
76
REFERENCIAS
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90
ARTIGO E CAPÍTULO DE LIVRO
91
ARTIGO1
Perfil sóciodemográfico, clínico, grau de confiança e satisfação de pessoas idosas em
assistência domiciliária e hospitalar no setor de saúde suplementar.
1
Maria Socorro de Soares Arcoverde
2
Irênio Gomes da Silva Filho
3
Geraldo Attilio Di Carli
4
Jussara Lima Soares
5
José Roberto Goldim
RESUMO: O envelhecimento constitui um processo dinâmico com desdobramentos
demográfico e epidemiológico importantes, numa perspectiva positiva, porém suscita reflexão
no que se refere as políticas, programas e serviços de saúde direcionado as pessoas idosas.
Este estudo objetivou conhecer o perfil sociodemográfico clínico, grau de confiança e
satisfação em pessoas idosas submetidas à assistência domiciliária e hospitalar por meios da
Saúde Suplementar. Para atingir este objetivo, utilizou-se de um estudo exploratório e
descritivo quantitativo, analítico, em uma amostra de 60 pessoas idosas em assistência
domiciliária e hospitalar na cidade de João Pessoa-PB. Essa amostra foi dividida em dois
grupos equitativamente, sendo 30 em assistência domiciliária e 30 em assistência hospitalar.
Os questionários foram aplicados de julho a novembro de 2013, para a obtenção dos cálculos
estatísticos foi utilizado o SPSS versão 18.0. Os participantes tinham idade variando entre 60
a 98 anos, com média de 80,9+8,9 anos, com predomínio de pessoas do sexo feminino
(71,7%). As doenças cardiovasculares predominaram em ambas as modalidades de assistência
(50%; 40%, respectivamente), seguido das osteomusculares e respiratórias. Quanto ao grau de
satisfação com a assistência recebida, observou-se que na modalidade domiciliária foi de
100%, enquanto na hospitalar 60%. Em relação ao grau de confiança, ambos os grupos
mostraram-se confiantes na assistência recebida. Conclui-se que frente ao processo de
envelhecimento a assistência domiciliária se apresenta como uma alternativa importante no
cuidado de pessoas idosas.
Descritores: Assistência domiciliária; Assistência hospitalar; Saúde suplementar; Idoso;
Satisfação do Paciente.
1
Artigo submetido a Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia (Qualis B1 - Interdisciplinar)
92
ABSTRACT: Aging is a dynamic process with important demographic and epidemiologic
developments, in a positive perspective, but it requires a reflection concerning health policies,
programs and services towards elderly people. This research aims at learning the clinical
socio-demographic profile , confidence and satisfaction degree by elderly people subjected to
home and hospital assistance by the Supplemental Health Services. In order to reach this goal,
we used an exploratory, descriptive, analytical and quantitative study, in a 60 old people
sample, both home and hospital assisted in João Pessoa-PB. The sample was equally divided
into two groups, being 30 homely assisted and 30 in hospitals. The questionnaires were
applied from July to November 2013. To obtain the statistical calculation, the SPSS version
18.0 was used. Participants were between 60 and 98 years old, with an average of 80,9+ 9,8
years old, with predominant female participation (71,7%). Cardiovascular diseases
predominated in both modalities of assistance (50% and 40% respectively), followed by
osteopathic , muscular and respiratory diseases. As for the degree of satisfaction with the
assistance received, we observed a 100% positive response among the homely assisted,
whereas only 60% were satisfied by the hospital assistance. Both groups were confident as to
the assistance received. One concluded that, when facing the aging process, home assistance
seems to be an important alternative in the care for the elderly.
Keywords: Home Care Services; Hospital Care; Supplemental Health; Aged People; Patient
Satisfaction.
:
93
1. INTRODUÇÃO
O envelhecimento é fenômeno natural, universal, progressivo, que se insere num
contexto social, cultural, econômico, político e de saúde pública denominado de
envelhecimento populacional11. No Brasil, nos últimos dez anos, a população cresceu 12,3%,
os brasileiros com 60 anos de idade ou mais, aumentaram em 42%, e o segmento populacional
de 80 anos ou mais de idade aumentou ainda mais com 60% de acréscimo.A estimativa é que,
em 2050, este grupo etário corresponda a 19% da população brasileira2. Diante desse contexto
demográfico, ao longo dos anos foi se estabelecendo a difusão de conhecimentocom estudos
epidemiológicos, troca de experiências, planejamento para estruturar políticas públicas no
sentido de atender a população idosa que vêm crescendo progressivamente no Brasil e no
mundo3.
A velhice caracteriza-se por ser um fenômeno complexo e multifacetado, que ocorre
no âmbito individual e coletivo, no qual a pessoa sofre diversas transformações de cunho
físico, emocional, social, econômico e espiritual4. São evidenciadas repercussões positivas e,
ao mesmo tempo, situações desafiadoras nos contextos das políticas de atenção à saúde, para
a promoção de um envelhecimento ativo, saudável, afetadopelo mínimo de limitações e
incapacidades e para o enfrentamento dos agravos à saúde especialmente as doenças crônicas
não transmissíveis (DCNT)5 6. Nas últimas décadas, as doenças crônicas não transmissíveis
(DCNT) se tornaram a principal causa de morte em todo o mundo e em especial no Brasil e
atingem pessoas de todas as camadas socioeconômicas. Sendo as quatro principais patologias
as doenças do aparelho circulatório, câncer, doenças respiratórias crônicas e diabetes,
responsáveis por causas de mais de 60% de todos os óbitos7 8.
Frente a essa realidade, a rede publica de saúde no Brasil elaborou plano de ação e
estratégias para o enfrentamento dessas doenças e seus fatores de risco baseadas em
evidências para prevenção, controle e cuidado tendo como um dos eixos a integralidade9. O
setor de saúde suplementar com o apoio da Agencia Nacional de Saúde está introduzindo a
adoção de novos processos, produtos, práticas, programas para mudança no modelo de
Inovação, espaços de produção de evidências e de gestão do conhecimento e um dos objetivos
é a prevenção de danos, riscos e doenças e promoção da saúde10.
Nessas perspectivas é factível a necessidade de uma política de assistência que
valorize a dignidade do ser humano, nas tomadas de decisões, e considere a devida
competência técnico-científica, valorizando a dimensão integral do ser humano. Dessa forma,
é essencial considerar a heterogeneidade da população idosa com modelos de assistência que
atenda as reais necessidades dessas pessoas. Estudos demonstram que, do ponto de vista
94
funcional e cognitivo, 80% das pessoas idosas necessitam de acompanhamento médico e de
prevenção, para que possam se manter ativos e independentes, todavia, 10 a 25% de outros
são portadores de condições clínicas que os identificam como frágeis necessitando de
cuidados mais intensivos11.
Nesse sentido, a assistência domiciliária configura-se, no âmbito das políticas de
saúde como uma alternativa viável que vem se reestruturando e reorganizando em nível de
prevenção, promoção e reabilitação da saúde no Brasil. Estudos consideram as vantagens do
atendimento domiciliar são: facilitar a implementação de atividades destinadas a promover a
integração e reabilitação do paciente em ambiente habitual e familiar, reduzir custos com
internações e reintegrações, diminuir os riscos de infecções hospitalares, aumentar a
rotatividade dos leitos em hospitais e melhorar as condições psicológicas do doente12 13.
È importante considerar que tal conduta jamais poderá estar dissociada da assistência
hospitalar, numa proposta de integralidade de serviços. É indiscutível a importância dos
hospitais na organização da rede de saúde, seja pelo tipo de serviços ofertados seja pelo
considerável volume de recursos consumido por esse nível de atenção. Porém, essa
modalidade de assistência tem sido, ao longo de décadas, um dos principais temas de debate
acerca da assistência, principalmente no Sistema Único de Saúde14.Pesquisas revelam que os
hospitais são responsáveis por 42% a 52% das admissões em UTI e consomem cerca de 60%
das diárias disponíveis. A maioria desses dias sejam gastos imediatamente antes de morrer.
Ressalta-se ainda quase 60% foram hospitalizados nos últimos 12 meses. Em decorrência
desses dados, percebe-se a implicação de altos custos para o sistema de saúde15 16.
Para os hospitais, a assistência domiciliária é um abraço operacional estratégico,
permitindo a produção de cuidado e despontando como um “dispositivo para a produção de
desinstitucionalização do cuidado e novos arranjos tecnológicos do trabalho em saúde” e
trazendo grande potencial de inovação17. Além de se apresentar como um instrumental
importante para cuidado que requer uma maior atenção nas políticas públicas de saúde quando
essa modalidade de assistência valoriza também a subjetividade humana. Para uma melhor
compreensão e contribuição na área da geriatria e gerontologia este estudo objetivou conhecer
o perfil sociodemográfico clínico, grau de satisfação e confiança em pessoas idosas
submetidas à assistência domiciliária e hospitalar por meios da Saúde Suplementar.
95
2. MÉTODO
Estudo transversal, de cunho descritivo, analítico, contemplando uma abordagem
quantitativa. A população foi de pessoas idosas com 60 anos ou mais, divididos em dois
grupos: 30 pessoas idosas que estavam submetidas à assistência domiciliária e 30 em
assistência hospitalar vinculadas ao Setor de Saúde Suplementarda cidade de João Pessoa,
Paraíba.
Os critérios de inclusão foram de pessoas idosas com idade igual ou superior a 60
anos, conscientes e orientadas, que apresentaram facilidade na expressão oral, e que se
encontravam no momento da entrevista em assistência domiciliária e hospitalar. Foram
excluídos da amostra aqueles que apresentaram comprometimento cognitivo para
compreenderem e responderem os questionários.
As pessoas idosas foram convidadas, de forma aleatória, para participar do projeto
nas duas modalidades de assistência. A pesquisa aconteceu de julho a novembro de 2013 nas
residências dos idosos, onde os mesmos estavam sendo assistidos, e em um hospital geral, da
cidade. Inicialmente foi utilizado o Miniexame de Estado Mental (MEEM), após os resultados
de boa cognição foi aplicado um questionário fechado com perguntas relacionadas aos
aspectos sóciodemográficos elaborado pelos pesquisadores.
Após a coleta os dados do estudo foram digitados na planilha Excel, para a obtenção
dos cálculos estatísticos foi utilizado o “software” SPSS (StatisticalPackage for the Social
Sciences), versão 18.0. O nível de significância foi de 5,0%. O cálculo amostral foi realizado
utilizando o programa Action 2.2, tendo por base o Teste T, para um nível de significância
0,05 e um poder de 10%. As pessoas idosas foram convidadas, de forma aleatória, para
participar do projeto nas duas modalidades de assistência.
O projeto de pesquisa foi submetido à avaliação e aprovação do CEP/PUCRS, por
meio da Plataforma Brasil, sob nº 5336, tendo sido aprovado e fundamentado pela Resolução
nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde18. Foi solicitado o consentimento livre e
esclarecido de todos os participantes, nos quais foram informados sobre o objetivo do estudo,
a importância e contribuição da pesquisa, a garantia do anonimato, a fidedignidade com que
os dados foram trabalhados.
96
3 RESULTADOS
A seguir são apresentados os resultados contemplando o conhecimento sobre o perfil
sociodemográfico dos participantes do estudo com as seguintes variáveis: idade, sexo, estado
civil, religião, nível de escolaridade, renda, tipo de residência, mora sozinho e diagnóstico.
Em seguida é apresentado o Grau de Satisfação e de Confiança das pessoas idosas submetidas
nas duas modalidades de assistência, ou seja, domiciliária e hospitalar (ver Tabela 1, 2).
Tabela 1 – Caracterização sociodemográfica da amostra de pessoas idosas em assistência
domiciliária e hospitalar.
Variáveis
Idade (anos) – média ± DP
Sexo – n(%)
Masculino
Feminino
Estado civil – n(%)
Casado
Solteiro
Viúvo
Divorciado
Nível de escolaridade – n(%)
Analfabeto
Ensino fundamental incompleto
Ensino fundamental
Ensino médio completo
Ensino superior
Renda – n(%)
De 1 a 5 s.m.
De 6 a 10 s.m.
Acima de 10 s.m.
Amostra
total
80,9 ± 8,9
Grupo Assistência
Domiciliar
83,8 ± 7,0
Grupo Assistência
Hospitalar
77,9 ± 9,8
17 (28,3)
43 (71,1)
6 (20,0)
24 (80,0)
11 (36,7)
19 (63,3)
p
0,010
0,252
0,603
19 (31,7)
4 (6,7)
34 (56,7)
3 (5,0)
9 (30,0)
1 (3,3)
19 (63,3)
1 (3,3)
10 (33,3)
3 (10,0)
15 (50,0)
2 (6,7)
2 (3,3)
24 (40,0)
6 (10,0)
18 (30,0)
10 (16,7)
1 (3,3)
10 (33,3)
4 (13,3)
9 (30,0)
6 (20,0)
1 (3,3)
14 (46,7)
2 (6,7)
9 (30,0)
4 (13,3)
22 (36,7)
27 (45,0)
11 (18,3)
6 (20,0)
14 (46,7)
10 (33,3)*
16 (53,3)*
13 (43,3)
1 (3,3)
0,785
0,003
Conforme resultados da Tabela 1, a amostra constitui-se por 60 pessoas idosas com
idade variando entre 60 a 98 anos (M = 80,9; DP = 8,9), divididos em dois grupos
equitativamente, sendo 30 em assistência domiciliária e 30 em assistência hospitalar. A maior
parte é representada pelo sexo feminino com 71,7%. Observa-se que em relação ao estado
civil os maiores percentuais foram de pessoas idosas viúvas em assistência domiciliária
(63,3%) e hospitalar (50%), respectivamente. Quanto ao nível de escolaridade, o Ensino
Fundamental Incompleto prevaleceu nas duas modalidades de assistência (33,3%; 46,7%,
nomeadamente). No que se refere à renda, nota-se que os participantes em assistência
domiciliária na sua maioria (46,7%) possuem renda na faixa de 6 a 10 salários mínimos,
enquanto 53,3% do grupo em assistência hospitalar estão entre de 1 a 5 salários.
97
Com relação a variável tipo moradia Tabela 2, percebeu-se que a maioria das pessoas
idosas entrevistadas, independentemente do tipo de assistência, reside em casas. Quando
perguntado se mora sozinha, observou-se que, o grupo em assistência domiciliária, quanto ao
grupo em assistência hospitalar indicaram que não residem sozinhas (100%; 93,3%,
respectivamente).
Tabela 2 – Caracterização social, clínica, grau de confiança e satisfação da amostra de pessoas idosas
segundo a assistência recebida.
Variáveis
Amostra total
Grupo
Grupo Assistência
p
Assistência
Hospitalar
Domiciliar
Tipo de residência – n(%)
Casa
Apartamento
Mora sozinho – n(%)
Sim
Não
Diagnóstico – n(%)
Doenças cardiovasculares
Doenças respiratórias
Doenças osteomusculares
Doenças endócrinas/metabólicas
Doenças renais
Neoplasias
Outros
Grau de confiança – média ± DP
Satisfação – n(%)
Sim
Não
0,381
44 (73,3)
16 (26,7)
20 (66,7)
10 (33,3)
24 (80,0)
6 (20,0)
0,492
2 (3,3)
58 (96,7)
0 (0,0)
30 (100)
2 (6,7)
28 (93,3)
27 (45,0)
12 (20,0)
9 (15,0)
2 (3,3)
5 (8,3)
2 (3,3)
3 (5,0)
15 (50,0)
4 (13,3)
8 (26,7)
0 (0,0)
1 (3,3)
1 (3,3)
1 (3,3)
9,0 ± 1,1
12 (40,0)
8 (26,7)
1 (3,3)
2 (6,7)
4 (13,3)
1 (3,3)
2 (6,7)
8,8 ± 1,1
30 (100)
0 (0,0)
18 (60,0)
12 (40,0)
0,081
0,407
<0,001
48 (80,0)
12 (20,0)
* associação estatisticamente significativa pelo teste dos resíduos ajustados a 5% de
significância
Constata-se que a variável diagnóstico clínico as doenças cardiovasculares
predominaram em ambas as modalidades de assistência (50%; 40%, respectivamente). Quanto
ao grau de confiança, na assistência domiciliária, a pontuação das pessoas idosas foi de
90%+11%, enquanto que as estavam em assistência hospitalar à pontuação é de 88%+11%,
ambos os grupos teve valores semelhantes. Quanto ao Grau de Satisfação apresentado na
Tabela 2, são demonstrados os resultados acerca da sua avaliação nas duas modalidades
(assistência domiciliária e hospitalar). observa-se que no conjunto das duas modalidades de
assistência a grande maioria (80%) das pessoas idosas entrevistadas responderam estarem
satisfeitos com a assistência recebida. Quando analisado por modalidade, a assistência
domiciliária mostrou que a totalidade (100%) dos entrevistados encontram-se satisfeitos,
98
enquanto que os que estão em assistência hospitalar, indicou uma maioria de 60% de
satisfação.
4 DISCUSSÃO
Neste estudo a amostra total demonstrou que as pessoas idosas em assistência
domiciliária e hospitalar tinham uma média de idade de 81 anos, com predominância do sexo
feminino. Esse resultado corrobora com a distribuição populacional por idade e sexo em
relação à estrutura etária do Brasil, que aponta para uma tendência no processo de
envelhecimento, evidenciando uma população de idosos longevos, com idade igual ou
superior a 80 anos em relação a outras faixas etárias nas últimas décadas19. Dados
confirmados também por Veras et. al20 de pessoas idosas vinculadas ao sistema suplementar
de saúde no Brasil onde a maior cobertura é nas faixas etárias de 70 a 79 anos, com um
percentual de 26,7% e 80 anos e mais com 30,2%.
Quanto ao sexo, neste estudo à predominância foi do sexo feminino esse resultado
corrobora com a prevalência do sexo em nível mundial. No Brasil, segundo os dados do
IBGE, 201219, a feminização na velhice é considerada uma das características mais marcantes
no país. Provavelmente, a relação da viuvez no sexo feminino deva-se a diversos fatores, tais
como: diminuição das mortes maternas a partir de incentivos à atenção a saúde da mulher por
meio de programas e políticas; por determinantes biológicos de proteção hormonal do
estrógeno; por serem mais cautelosas no trânsito e trabalho; são menos consumidoras de
álcool e tabaco; e finalmente, por se casarem com homens mais velhos21.
Em relação à escolaridade das pessoas idosas da amostra, prevaleceu o ensino
fundamental nas duas modalidades de assistência. Este resultado quando associado com a
média de idade e ao sexo pode deduzir que está relacionado ao contexto social no período em
que esses idosos estavam em fase escolar, à procedência, advindos de uma cultura interiorana
onde a oferta de ensino formal era mais reduzida que nos grandes centros urbanos e que as
mulheres eram preparadas para o lar, poucas conseguiam escolarizar-se para no máximo ter
formação pedagógica.
Quando analisado a renda, observou-se que foi de seis a dez salários mínimos nas
duas modalidades de assistência, provavelmente, este resultado deva-se pelo fato dos
participantes deste estudo ser na sua maioria funcionários públicos estaduais e federais, a
maioria viúvos (as) aposentados (as) e com pensão do seu conjugue. Já o tipo de moradia
notou-se que as pessoas idosas na sua maioria residem em casas e não moram sozinhas. Tal
resultado pode estar associado a questões culturais, como a sua história de vida, manutenção
99
de sua identidade e questões afetivas em relação à sua residência e seus pertences, além da
vida provinciana da cidade, considerando, também, o processo atual de verticalização
habitacional na cidade na qual residem. Essa realidade diferencia de uma experiência piloto
de assistência domiciliária para idosos acamados no sul do Brasil onde foi verificado que as
pessoas idosas acamadas na sua maioria residiam em apartamentos22.
Quanto ao diagnóstico clínico, embora, esse estudo demonstre a predominância nas
doenças cardiovasculares nas duas modalidades de assistência diverge de um estudo do
interior paulista com pessoas idosas em assistência domiciliária, comprovados que, os casos
mais diagnosticados eram ligados às doenças neurológicas com predominância à doença de
Alzheimer e Parkinson23.
Em relação ao grau de satisfação destaca-se que na modalidade da assistência
domiciliária 100% demonstraram um grau elevado de satisfação. Este resultado se assemelha
com os de Thumé et. al.24, onde estes autores sugerem a operacionalização da assistência no
domicílio como sendo a mais adequada, apontando que a satisfação com o serviço ofertado é
considerado um indicador de qualidade da atenção. Salienta-se ainda, outros indicadores
preponderantes para a satisfação da assistência domiciliária, tais como: sentimentos de
satisfação por meio de gestos de carinho, atenção, sorrisos, recepção cordial em seu de
aconchego familiar favorecendo a sua satisfação pessoal e com o serviço prestado25.
No âmbito hospitalar 40% mostraram-se insatisfação, possivelmente este resultado
encontra-se relacionado com as normas, rotina e o próprio ambiente hospitalar. Estudos
demonstram que o isolamento da pessoa idosa, ocasionado pela internação hospitalar,
afastando-o do seu local confortável (sua casa, seus pertences, seus familiares, seus amigos),
aliado as dificuldades de adaptação a esse novo ambiente hostil, são indicadores que levam a
um grau de insatisfação26 27. Os resultados advindos do grau de confiança demonstraram que
ambos os grupos de assistência domiciliária e hospitalar indicaram ser confiantes em relação à
assistência recebida (p < 0,05). Possivelmente, este resultado pode estar associado ao grau de
satisfação dos participantes do estudo.
100
5 CONCLUSÃO
Diante dos resultados desse estudo observa-se que na assistência domiciliária, à idade,
renda e grau de satisfação da assistência recebida, foram maiores. Em se tratando do sexo,
estado civil, escolaridade, se mora sozinha, tipo de residência, não houve associação
significativa. Observa-se também, que o grau de confiança apresentou-se sem diferença 9,0 e
8,8 nas modalidades de assistência domiciliária e hospitalar respectivamente. Portanto, os
resultados da amostra evidenciam na sua maioria uma homogenia, comparando os dois grupos
pesquisados.
Diante da escassez de trabalhos científicos que avalia esses tipos de variáveis,
especificamente no setor da saúde suplementar dificultou a discussão para as duas
modalidades de assistência. Portanto, acredita-se que os dados obtidos neste estudo forneçam
subsídios para outras pesquisas em relação a essa temática, contribua com as políticas, com os
currículos e com a formação profissional na área da saúde, haja vista a fragilidade profissional
nessa área do conhecimento na nossa realidade acadêmica. O profissional de saúde, nos mais
diversos setores de sua atuação, percebe, claramente, a necessidade de uma atenção
diferenciada às pessoas idosas, principalmente, quando estas se encontram com sua saúde
comprometida.
O acesso aos serviços de saúde, principalmente hospitalar e ambulatorial parece estar
garantido, porém é preciso adequar às necessidades da clientela levando em consideração as
suas especificidades, principalmente em relação à idade e uma melhor modalidade de atenção
à saúde19. Para tanto, a melhor opção é estruturar modelos que funcionem de modo integrado,
“Um modelo em que todos ganham”, numa linha de cuidados, integrando a promoção e a
atenção à saúde das pessoas idosas28.
A partir do exposto, considera-se que este estudo poderá se converter numa estratégia
para a reconstrução de uma nova lógica de atenção à saúde, com ênfase na assistência
domiciliária, numa perspectiva que privilegie sua melhoria e ampliação no Setor de Saúde
Suplementar e se efetive a implementação dessa assistência no Sistema Único de Saúde, no
cenário brasileiro e, em especial, na cidade de João Pessoa estado da Paraíba.
101
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104
Capítulo de Livro2
Reflexões sobre a qualidade de vida e a espiritualidade no contexto da assistência
domiciliária em idosos
Maria Socorro de Soares Arcoverde
Cacilda Chaves Moraes de Lima
José Roberto Goldim
1.
O processo do envelhecimento
O envelhecimento da população é um fenômeno mundial, dinâmico e
progressivo. No Brasil, está ocorrendo de forma acelerada, com modificações radicais,
caracterizado pelo aumento da proporção de idosos em relação à população total1. A pessoa
idosa é definida, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), com base na idade
cronológica. Nos países desenvolvidos, toma-se, como referência, a idade de 65 anos ou mais
e, nos países em desenvolvimento, 60 anos ou mais. Esse parâmetro, no Brasil, é assegurado
por meio da Política Nacional do Idoso (PNI), daLei nº8. 842, de 04 de janeiro de 19942, e
através do Estatuto do Idoso, Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 20033. Apesar de ser menos
preciso, o critério cronológico revela-se um índice importante, utilizado para estabelecer a
condição de ser idoso, frente à delimitação da população para o âmbito legal, administrativo e
para os estudos epidemiológicos, no sentido de planejar e estruturar políticas públicas, com
transferência de tecnologias, difusão de conhecimentos e troca de experiências voltadas para
uma população que cresce progressivamente4.
Diante desse parâmetro etário, oficial e estratégico, o Brasil apresenta um perfil
demográfico em evolução.Conforme as estatísticas realizadas no período de 2001 a 2011, o
número de brasileiros com 60 anos de idade ou mais, em termos absolutos, passou de 15,5
milhões de pessoaspara 23,5 milhões de pessoas e, com participação relativa, aumentou de
9,0% para 12,1% no interstício mencionado. Estima-se que, em 2025, o Brasil alcançará cerca
de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais5. Em relação à Paraíba, o Estado é
considerado o 1º (primeiro) do Nordeste e o 5º (quinto) do país com maior percentual de
pessoas com 60 anos ou mais (11,6%). Entre as 27 Unidades da Federação, o território
2
Livro aprovado e no prelo da Editora Universitária da Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
105
paraibano já ocupa o patamar de 12º (décimo segundo) Estado com maior número de
centenários6.
Em decorrência desse contingente e estimativa da população idosa no País, admite-se
que o envelhecimento constitui um processo dinâmico que envolvealterações morfológicas,
funcionais, bioquímicas e psicológicas, em decorrência de fatores intrínsecos e extrínsecos ao
organismo7. Nesse processo, pesquisadores definem três padrões de envelhecimento. O
primeiro, chamado de envelhecimento primário ou fisiológico, é universal e progressivo.
Consiste num fenômeno que acontece com todos os seres vivos. É influenciado por múltiplos
fatores, tais como: educação, estilo de vida, estresse, alimentação e exercícios físicos. Os
indicadores desse evento são os cabelos brancos, as rugas, a flacidez muscular e os déficits. O
segundo, o envelhecimento secundário ou patológico, está associado a doenças orgânicas,
como: esclerose múltipla, doenças cardiovasculares, demências, câncer e outras patologias.
Apresenta uma probabilidade maior de ocorrência com o avanço da idade. E, por último, o
envelhecimento terciário ou terminal, relacionado a um grande aumento nas perdas físicas e
cognitivas, durante um período de tempo relativamente curto. É reconhecido como o ponto
final das doenças terminais, em qualquer idade8.
Diante do perfil etário e dadefinição dos padrões do envelhecimento acompanhado
pelo declínio das capacidades, sejam físicas ou cognitivas na esfera epidemiológica, fomentase a necessidade de implementação de políticas públicas de saúde que se voltem para ações de
prevenção, promoção e reabilitação da saúde do idoso. A Organização Pan Americana de
Saúde (OPAS) recomenda que cada país procure todos os meios disponíveis para desenvolver
programas e serviços, não tradicionais, de atenção ao idoso, com o propósito de promover o
bem-estar integral dessa população no prazo de tempo mais curto e de melhor relação custobenefício9. Esse complexo, na verdade, corrobora os fundamentos da promoção da saúde na
velhice, os quais convergem para os princípios da saúde para todos, amparados pela
Organização Mundial de Saúde, defensora da seguinte máxima: deve-se agregar vida aos
anos, e não agregar anos à vida9, lema da GerontologicalSocietyofAmerica nos anos 1950.
Dessa forma, faz-se necessáriauma nova reorientação de modelo assistencial, em
conformidade com as políticas de saúde, para melhor atender uma demanda da população que
cresce a cada dia, no sentido de buscar inovações no campo assistencial para que pessoas
idosas sintam-se acolhidas e cuidadas, de forma que seu bem-estar seja preservado e
amparado pela política nacional de humanização10. Com isso, urge uma reflexão no sentido de
repensar o cuidado numa perspectiva gerontológica e multiprofissional, que atenda as
106
aspirações de idosos que são peculiares e singulares, considerando a qualidade de vida,
aautonomia e a espiritualidade, no contexto da assistência domiciliária.
2. Qualidade de vida em idosos
A qualidade de vida é almejada em todas as etapas da vida, do nascimento ao
envelhecimento. Dessa maneira, as pessoas desejam viver cada vez mais, desde que oaumento
dessa sobrevida lhes proporcione uma vida com boa qualidade11.Porém, com o processo de
envelhecimento, quando se iniciam os declínios das funções, evidenciam-se, naturalmente, as
maiores preocupações em relação à qualidade de vida. Assim, muitos idosos prosseguem na
vida saudáveis, com boa habilidade funcional, tanto física como cognitiva, de acordo com
seus hábitos e estilo de vida saudáveis. Em contrapartida, outros podem adquirir
incapacidades no processo de suas vidas em qualquer dos domínios (físico, psicológico e
social), muitas vezes, culminando em doenças crônicas degenerativas 11. Por sua vez, a
qualidade de vida poderá ser possível nos tempos confortáveis quanto nos desafiadores, a
depender da esfera subjetiva de percepção de cada pessoa.
Portanto, a qualidade de vida está estreitamente ligada àquilo que o próprio indivíduo
sente e percebe, como valor intrínseco e intuitivo, o qual está intimamente relacionado a um
dos anseios básicos do ser humano –viver bem e sentir-se bem12. Nesse sentido, faz-se
necessário entender significados e percepções sobre qualidade de vida nas diversas áreas do
conhecimento humano, seja do ponto de vista biológico, social, político, econômico e
cultural. Essa dinâmica de inter-relaçõessuscita a busca pela compreensão de que essas
estruturas influenciam na qualidade de vida das pessoas e estão conectadas às complexas
realidades cotidianas13. Mantém, com efeito, estreito vínculo com o conceito de bioética,
entendida como uma reflexão complexa, compartilhada e interdisciplinar sobre a adequação
das ações que envolvem a vida e o viver14.
Frente a essas reflexões complexas, Minayo15 refere que qualidade de vida é
umaexpressão portadora demuitos significados que refletem conhecimentos, experiências e
valores de indivíduos e coletividades, que a ela se reportam em variadas épocas, espaços e
histórias diferentes, sendo, portanto, uma construção social com a marca da relatividade
cultural.
A Organização Mundial de Saúde entende a abrangência da qualidade de vida como
sendo “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e dossistemas
de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e
preocupações”12. Para tanto, o Grupo World Health OrganizationQualityOf Life (WHOQOL),
107
por meio dos instrumentos WHOQOL-100 e WHOQOL-BREF e WHOQOL-OLD, numa
visão relativa, utiliza-se de uma abordagem ideográfica que procura entender o indivíduo
como um ser único, considerando as diferenças entre as pessoas mais importantes que
assimilaridades16. Além desses instrumentos genéricos de avaliação da Qualidade de Vida,
outros instrumentos são de grande utilização em pesquisas e na prática clínica, como o
Medical OutcomesStudy SF-36 Health Survey17 e o SicknessImpact Profile18.
Dentro dessa discussão, sabe-se que, na avaliação da qualidade de vida, são
considerados tanto os aspectos objetivos, subjetivos e multidimensionais. Essa coalescência
de fatores evidencia a atualidade do processo, sua relevância e multidisciplinaridade. É
factível que existe uma íntima relação com a área da saúde, quando definimos a saúde como
“um estado de amplo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de doenças e
enfermidades”19. Dessa forma, a saúde é um processo instável, podendo ter mudanças rápidas
e ser fortemente influenciado por ações do sujeito e do ambiente19. Assim, o estado de saúde é
um indicador das possibilidades de ação do sujeito em seu grupo, apresentando-se como um
facilitador para a percepção de um bem-estar positivo ou negativo20.
Dessa forma, quando se volta para estudos sobre envelhecimento, diante das variações
do estado de saúde da própria velhice, observa-se a grande importância cientifica e social.
Com o aumento do tempo de vida, é imprescindível repensar medidas que garantam aos
idosos não somente viver mais ou postergar a longevidade, mas, como viver com qualidade,
com satisfação e felizes. Ao envelhecer, provavelmente, aparecerão as doenças, muitas vezes,
crônicas não transmissíveis. Talcondição pode influenciar a qualidade de vida, sendo
amplamente reconhecida como um tópico de pesquisa em estudos clínicos e
epidemiológicos21. Sabe-se que a forma como avaliamos nosso modo de viver e a nossa
satisfação com a vida está relacionada a questões subjetivas, a critérios definidos
individualmente, que se entrelaçam com as condições existentes (moradia, saúde, relações) e
com as expectativas individuais22. Porém, percebe-se que os profissionais da saúde,
geralmente, focam suas ações de cuidado ao idoso no controle da morbidade e mortalidade.
Recentemente, mudanças de paradigmas estão acontecendo, na tentativa de redirecionar o
foco da atuação para a avaliação do impacto da doença e seu comprometimento na qualidade
de vida. Assim, não podemos esquecer que saúde é apenas um dos aspectos da vida.Mesmo
quando a integridade corporal está comprometida, a vida pode ter boa qualidade. Dessa
forma, Alleyne23 refere que encontramos indivíduos que nos surpreendem com sua satisfação
e alegria de viver, sua serenidade, seu senso de controle pessoal, seu estado de espírito, sua
vontade de viver, sua competência comportamental, sua autoestima, sua inserção familiar e
108
social, sua maneira de encarar a vida, o sentido que deram às suas vidas, o significado que
suas vidas representam para os outros e que, por outro lado, não estão íntegros do ponto de
vista corporal.
Cumpre dizer, ainda, que a qualidade de vida está intimamente vinculada à autonomia
e independência, que também são bons indicadores de saúde para a população idosa24.
Goldim25 26 amplia a concepção de autonomia ao defender que o Princípio da Autonomia não
pode mais ser entendido apenas como a autodeterminação de um indivíduo. Esta é apenas
uma de suas várias e possíveis leituras.Essa reflexão se aproxima da visão do pensamento
freireano, quando afirma que o homem toma consciência e se revela como sujeito através do
diálogo, o qual lhe possibilita refletir sobre seu contexto de vida, social e histórico, e agir
sobre este espaçode modo a transformá-lo. Essa revelação colabora, sobremaneira, com as
reflexões acerca da saúde e do cuidado, na perspectiva de que a saúde se constrói com o outro
e não para o outro. O cuidado é expressivo a partir do momento em que deixa de ser uma
tarefa para ser uma ação que proporciona o crescimento para quem cuida e para quem é
cuidado27. Nessa linha de pensamento, o cuidar toma uma dimensão que envolve força e
poder. Força no âmbito da capacidade de criar espaços, esperanças ou modos de viver ao ser
cuidado; poder numa perspectiva da autonomia –princípio preconizado pela bioética para
amparar processos da atenção à saúde. Dessa forma, Celich28, ao pesquisar domínios de
qualidade de vida e capacidade para a tomada de decisão, deixa patente a importância de
sereconhecer as capacidades e potencialidades presentes no idoso, estimulando-o a viver
desfrutando de seus direitos enquanto cidadão, mantendo seu espaço físico e existencial.
Nesse contexto, a qualidade de vida, a autonomia e o cuidado, quando associados
àespiritualidade (vista por Panzini16 como uma importante dimensão da qualidade de vida),
constituem eventos que impulsionam as pessoas idosasa encontrar sentido para suas vidas,
bem-estar, capacidade de decisão e melhoria de sua autoestima no seu espaço terapêutico.
3. Espiritualidade em idosos
A espiritualidade, como a religiosidade, sempre foi importante aliada das pessoas,
como parte da dimensão humana. Há indícios consistentes, observados nos mais diversos
estudos
acerca
da
condição
humana,
de
uma
associação
harmônica
entre
espiritualidade/religiosidade e qualidade de vida e da influência das tradições e valores
religiosos e espirituais nas práticas de saúde29. É preciso destacar, aqui, que a espiritualidade e
a religiosidade não são sinônimas, porém estão relacionadas. Para Durkheim30, a religião é um
sistema solidário de crenças, com práticas relativas a coisas sagradas, que se unem na mesma
109
comunidade moral, chamada igreja. Koenig31 define religião como um sistema organizado de
crenças, práticas, rituais e símbolos projetados para auxiliar a proximidade do indivíduo com
o sagrado e/ou transcendente, e espiritualidade como uma busca pessoal de respostas sobre o
significado da vida e o relacionamento com o sagrado e/ou transcendente. De forma mais
objetiva, Hufford32 atesta que a “espiritualidade se refere ao domínio do espírito”, ou seja, à
dimensão não material, extrafísica da existência que pode ser expressa por termos como:
“Deus ou deuses, almas, anjos e demônios”; refere-se habitualmente a “algo invisível e
intangível que é a essência da pessoa”.
Dentro dessa compreensão, Chauí33 traz, para reflexão, uma indagação de atitude
filosófica que são as crenças e os sentimentos que alimentam, silenciosamente, nossa
existência. Estudos discutem que a experiência religiosa pode ser um processo cognitivo e não
apenas uma vivência emocional imediata, mediante estado alterado de consciência (EAC), por
meios de práticas religiosas, como as preces repetitivas, meditação, estudadas com métodos
de neuroimagem funcional. Discutem, ainda, que as práticas religiosas podem ter influência
importante na forma como as pessoas interpretam eventos traumáticos e lidam com eles,
promovendo percepções resilientes e comportamentos como a aprendizagem positiva da
experiência, o amparo para superação da dor psicológica e a autoconfiança em lidar com as
adversidades34. Nesse sentido, tais colocações reafirmam a necessidade de se repensar a
assistência prestada às pessoas e despertar para a importância da relação entre saúde e
espiritualidade, principalmente quando se vive situações de agravos à saúde.
Nesse contexto da relação saúde e espiritualidade, destaca-se o Grupo de pesquisa da
Organização Mundial de Saúde WHOQOL, que incluiu, no seu instrumento genérico de
avaliação, a correlação entre corpo e espírito, quando se refere a um domínio que é
denominado de Espiritualidade/Religiosidade/Crenças Pessoais (SRPB)35, numa perspectiva
de valorizar a dimensão espiritual do ser humano.
Percebe-se que, nos últimos anos, o sistema de saúde vem procurando formas de
reestruturar sua área de conhecimento, de modo a fundamentar o cuidado dentro da concepção
integral do indivíduo, passando a considerar que o ser humano não é, simplesmente, um
organismo biológico, mas também um ser psicossocial e espiritual, constituindo-se naquilo
que determina a sua singularidade como pessoa. A partir de 1999, a Organização Mundial da
Saúde (OMS) ampliou a definição de saúde como “um estado dinâmico de completo bemestar físico, mental, social e espiritual”, levando a Organização das Nações Unidas (ONU) a
descrever, em seu relatório, os fatores necessários a uma boa qualidade de vida, incluindo a
saúde do espírito36.
110
A inclusão da dimensão espiritual, no conceito de saúde, leva-nos a refletir sobre a
dinâmica do envelhecimento.Cícero37, em “Saber Envelhecer”, apresenta a sua perspectiva
filosófica sobre o envelhecimento, segundo a qual, ao invés de recriminar a velhice como um
fardo pesado, as lamentações da maturidade decorrem do caráter individual e que é a natureza
pessoal, e não a velhice, que torna a idade avançada penosa. Afirma que “quem não
encontra dentro de si os recursos necessários para viver na felicidade, achará execráveis todas
as idades da vida. Mas todo aquele que sabe tirar de si próprio o essencial não poderia
reprovar as necessidades da natureza”. Dessa forma, é plausível tentar fazer contato com essa
essência única que cada um traz em seu interior. Éum desafio para todos os seres humanos,
em especial no processo de envelhecimento, ou na própria velhice: a busca do sentido para
sua existência. Para Frankl38, a espiritualidade é o impulso de buscar significado e propósito
para a existência [...]. A dimensão espiritual compõe-se de: necessidades de encontrar
significado, razão e preenchimento na vida; de ter esperança/vontade para viver e de ter fé em
si mesmo, nos outros ou em Deus36. Soares39acredita que a dimensão espiritual, como
essência humana, é capaz de gerar força para ajudar nos enfrentamentos mais torrenciais da
vida. Portanto, cuidar do espírito significa cuidar dos valores que dão rumo à vida e das
significações que geram esperança, colocar os compromissos éticos acima dos interesses
pessoais ou coletivos, alimentar o interior com contemplação [...].40
Estudos desenvolvidos por Anandarajah& High41 constataram que: 94% dos doentes
admitidos nos hospitais acreditam que a saúde espiritual é tão importante quanto a física; 77%
acreditam que os médicos deveriam considerar mais as necessidades espirituais; e 37%
gostavam de falar com os médicos sobre crenças religiosas; mas 80% dos médicos nunca ou
raramente discutem questões espirituais ou religiosas com os seus doentes. Portanto, a
consciência do cuidar requer a construção de um novo modelo de cuidado que deve ser
elaborado na perspectiva integral do ser humano, apontando para uma estruturação
multidisciplinar voltada, principalmente, para as pessoas idosas. Para tanto, é preciso
concebero ambiente do cuidadocomoum espaço onde o paciente e a família possam ser vistos
como uma única realidade de cuidados e, por conseguinte, recebam apoio técnico–científico,
emocional e espiritual na busca de qualidade de vida. Nesse sentido, o sistema de crenças e
valores de cada pessoa deve ser considerado em qualquer dos ambientes de assistência à
saúde.
111
4. A assistência domiciliária em idosos
Os modelos de atenção à saúde no Brasil, nos últimos anos, têm se apresentado,
historicamente, a partir de suas dimensões econômicas, políticas e culturais, compreendendo
que a saúde da população é resultante da forma como a sociedade se organiza. Dessa forma,
prevalecem,
ao
longo
dos
anos,
modelos
hegemônicos,
com
enfoque
curativo
predominantemente hospitalar e modelos sanitários baseados em intervenções ambulatoriais
preventivas sobre necessidades detectadas. Ambos, vale ressaltar, convivem de forma
contraditória ou complementar42.
Desse modo, com a construção de novos pensamentos para o desenvolvimento de
propostas menos parciais para os problemas e necessidades de saúde, incorporou-se as
políticas públicas brasileiras a partir de 1988, com a Constituição da República Federativa do
Brasil. A definição “A saúde é direito de todos e dever do Estado” encerra um normativo que
é garantido mediante políticas sociais e econômicas que visam à redução do risco de doença e
de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção,
proteção e recuperação da saúde de todos (Art. 196)43. Essa proposta já havia sido feita pela
Organização Mundial da Saúde na metade do século XX, com o reconhecimento da saúde
como um dos direitos humanos coletivos44.
Com esse amparo legal, vêm sendo implantadas, progressivamente, formulações de
políticas, programas e serviços de saúde intersetoriais em várias esferas do governo, seja no
âmbito público ou em convênio com o setor privado, que buscam modelos assistenciais com
tecnologias estruturadas em função de problemas de saúde (danos e riscos) de uma população
que, por sua vez, expressam necessidades sociais, historicamente definidas45. Na atualidade,
considera-se a possibilidade de instituir, na atenção à saúde, o princípio da integralidade, da
equidade e da humanização, segundo os valores de compromisso com o cuidar dos indivíduos
e da coletividade.
Nesse sentido, a assistência domiciliária configura-se, no âmbito das políticas de
saúde, uma alternativa entre a atenção hospitalar e ambulatorial, no atendimento e na
promoção da saúde, especialmente da população idosa. Dessa forma, a modalidade
domiciliária de atenção à saúde contacom a existência de uma legislação que ampara a pessoa
idosa. ACarta Magna do Brasil possibilitou a ampliação de outras conquistas em defesa dos
direitos dessa população, destacando-se a Política Nacional do idoso, Lei 8. 942/942, e o
Estatuto do Idoso, Lei 10. 741/20033, adotados como marco legal das conquistas em prol do
fortalecimento da atenção à população idosa do país.
112
Sob o amparo da legislação vigente, é necessário repensar a assistência de saúde
dirigida ao idoso no Brasil, considerando que são valorizadas, no país, apenas ações de
infraestrutura de serviços de saúde, com foco em assistência hospitalar, em detrimento de
outros serviços que poderiam atender pessoas, principalmente idosos, com possibilidades de
redução de custos e uma maior dignidade na assistência, a exemplo da assistência
domiciliária.
Ao longo da história, a assistência domiciliária vem ganhando espaço em todo o
mundo, principalmente nos centros mais desenvolvidos, como é o caso dos Estados Unidos e
Europa. No Brasil, por muito tempo, tal procedimento voltava-se para a área da saúde pública,
visando à prevenção e à promoção da saúde. Oprimeiro Sistema de Assistência Domiciliária à
Saúde (ADS) foi criado no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, em 1968. Na
ocasião, tinha como objetivo principal reduzir o número de leitos ocupados. A estratégia
adotada foi a implantação de um tipo restrito de atendimento domiciliário pautado nos
cuidados de baixa complexidade clínica46.
Dessa forma, tem se constatado um crescimento no número de empresas privadas que
oferecem essa modalidade de atendimento. Apenas a título de comparação, em 1994, existiam
cinco empresas e, em 1999, esse número passou para uma marca superior a cento e oitenta
empresas47. No serviço público, através do Sistema Único de Saúde, a operacionalização
desse serviço permanece incipiente em muitas regiões, encontrando-se acessível somente em
algumas regiões e centros urbanos mais desenvolvidos do país48.
Assim, a inexistência ou a falta de propagação desse serviço talvez se deva ao fato da
legislação ter se revelado um constructo de amparo particular de atenção à saúde, que requer a
prestação de serviço multiprofissional e interdisciplinar. De acordo com as normas brasileiras,
destacam-se alguns documentos legais, tais quais: a Resolução do COFEN nº 270/200249, a
Resolução CFM nº 1.668/200350 e a Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 11/200651,
entre outros dispositivos que normatizam empresas e outras associações que vêm se
preocupando com a prestação de serviços nesse segmento de assistência.
Com a mudança no cenário de vida e de saúde da população brasileira, vem
aumentando, cada vez mais, a demanda por melhorias na qualidade de atenção à saúde numa
perspectiva de cuidado integral e, ao mesmo tempo, aumentando a necessidade de ampliar a
rede de assistência que atende a população de uma forma integrada e humanizada. Diante
dessas necessidades, foi implantado o serviço de assistência domiciliar denominado “Melhor
em Casa - a segurança do hospital no conforto do seu lar”, com a instituição da portaria 2.029
de 24 de agosto de 2011, que foi substituída pela portaria 2.527 de 27 de outubro de 2011,
113
com o apoio do Ministério da Saúde no âmbito do SUS. Esse processo ocorreu a partir de
negociação e pactuação entre gestores municipais e estaduais, com a esfera federal,
representando avanços para a gestão de todo o sistema público de saúde do país52.
Dessa forma, assistência domiciliária aponta para uma reestruturação e reorganização
da atenção à saúde, para além dos serviços institucionalizados, adentrando na construção de
uma nova ação profissional no contexto da saúde, envolvendo ou interagindo no local de vida
de indivíduos, em sua comunidade e, principalmente, em seu domicílio53. Sabe-se que, ao
longo da história, essa modalidade de assistência foi reconhecida, com plena interação entre
paciente, família e profissionais. Caracterizou-se, também, pelo acolhimento e pela atenção à
subjetividade de cada individuo, estruturando-se no âmbito das políticas de saúde em todo
país.
Estudos recentes consideram que o domicílio é um espaço social para o idoso. É um
locus que exerce um papel importante na manutenção da própria identidade, podendo
favorecer sua autonomia e independência54, deixando o idoso mais próximo de sua realidade,
do convívio familiar e social de seus objetos pessoais, contribuindo, assim, para a melhor
recuperação e promoção de sua saúde.
Os principais objetivos da assistência domiciliária são: contribuir para a otimização dos
leitos hospitalares e do atendimento ambulatorial, visando à redução de custos; reintegrar o
paciente em seu núcleo familiar e de apoio; proporcionar assistência humanizada e integral,
por meio de uma maior aproximação da equipe de saúde com a família; estimular uma maior
participação do paciente e de sua família no tratamento proposto; promover educação em
saúde; ser um campo de ensino e pesquisa55.
Ao mesmo tempo, estudos expõem diversos aspectos problemáticos e conflituosos, do
ponto de vista ético, no atendimento domiciliário ao idoso. Nessa perspectiva, destacam-se os
questionamentos sobre as escolhas autônomas do paciente idoso para essa modalidade de
assistência, ações dos cuidadores que podem ser transformadas ou não em ações efetivamente
terapêuticas ou em implicações de sequelas para o idoso. Questiona-se, também, a
transferência de tecnologias médicas para os domicílios, transformando-os em meros
“satélites” dos hospitais, sem a devida competência necessária e legalização de atuação56.
Mesmo ante as divergências conceituais, a assistência domiciliária surge e se consolida
como uma alternativa viável de atenção à saúde, numa perspectiva de reflexão sobre o cuidar
humano, principalmente no que tange ao atendimento às pessoas idosas comprometidas com
sua independência, a qual, muitas vezes, encontra-se debilitada devido às doenças crônicodegenerativas. É factível a necessidade de uma política de assistência que valorize a dignidade
114
do ser humano, nas tomadas de decisões, e considere a devida competência técnico-científica,
em congruência à perspectiva de humanização da assistência preconizada pelo Sistema Único
de Saúde (SUS), valorizando as dimensões física, social, psíquica, emocional e espiritual do
indivíduo. Aliás, é preciso não esquecer que tal conduta jamais poderá estar dissociada da
assistência, anterior ou concomitantemente, hospitalar, numa proposta de integralidade de
serviços.
Muitas vezes, no seio hospitalar, depara-se com pessoasidosas acometidas por alguma
doença crônica não transmissível, clamando por cuidados em seus domicílios, principalmente,
quando estão sem perspectiva de cura em internamento prolongado, expostas a situações de
profundo estresse, com repercussões emocionais, sujeitas a complicações. É preciso saber
conviver com a tecnologia, reconhecer sua importância inestimável, mas precisamos,
principalmente, saber que o ser humano é um ser multidimensional, com sua dimensão
cultural, psíquica, social e espiritual, que também precisam ser atendidas.
Portanto, essa reflexão poderá se converter numa estratégia para a reconstrução de
uma nova estruturade atenção à saúde, com ênfase na assistência domiciliária, numa
perspectiva da melhoria da qualidade de vida e no fortalecimento da espiritualidade de uma
demanda da população que vem crescendo progressivamente e requer,com efeito, uma maior
atenção nas políticas públicas de saúde que valorizem também a subjetividade humana, a fim
de compreender as suas satisfações no contexto da saúde e da vida.
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inovações.Rev. Saúde Pública. 2009; 43 (3): 548-54.
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50. Conselho Federal de Medicina (CFM). Resolução nº 1.668/2003 - Dispõe sobre
normas técnicas necessárias à assistência domiciliar de paciente, definindo as
responsabilidades do médico, hospital, empresas públicas e privadas; e a interface
multiprofissional neste tipo de assistência.
51. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Brasil). Resolução da RDC nº 11, de 26 de
janeiro de 2006. Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Funcionamento de Serviços
que prestam Atenção Domiciliar. Brasília, DF.
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Atenção Domiciliar no âmbito do Sistema Único de Saúde: Brasília, 2011.
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e resultados. In: Papaléo Netto M, organizador. 2ª ed. Tratado de Gerontologia. São
Paulo: Atheneu; 2007; 683-94.
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56. Foriani CA, Schramm FR. Atendimento domiciliar ao idoso: problema ou solução? In:
Caderno Saúde Pública. Rio de Janeiro; 2004.
119
APÊNDICE
120
APÊNDICE A – Termo de Anuência para Pesquisa em Assistência Domiciliária
121
APÊNDICE B - Termo de Anuência para Pesquisa em Assistência Hospitalar
122
APÊNDICE C - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para Pesquisa em
Assistência Domiciliária
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
PESQUISA
ASSISTÊNCIA DOMICILIÁRIA E HOSPITALAR:
ESPIERITUALIDADE E QUALIDADE DE VIDA
PERCEPÇÃO
DE
PESSOAS
IDOSAS
SOBRE
Questionário nº: ______
Entrevistador:________________________________________
Data da entrevista:___/____/___
Hospital: ( ) Domicilio: ( )
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa sobre “Assistência domiciliária,
espiritualidade e qualidade de vida em idosos”. A sua participação na pesquisa será apenas responder
verbalmente aos questionários sobre qualidade de vida, espiritualidade e decisão sobre o tratamento.
As respostas serão anotadas pelo pesquisador nos formulários adequados. Os participantes do estudo
não estarão expostos a qualquer procedimento que envolvam riscos, a não ser o eventual desconforto
gerado pelo tempo necessário para responder às perguntas e pelo seu conteúdo. Espera-se que as
informações coletadas nesse estudo possam contribuir no entendimento do significado de ser cuidado
em domicilio. Não há benefício direto associado à sua participação na pesquisa. Os resultados deste
estudo serão publicados na forma de uma Tese de Doutorado e de artigos científicos, sempre
preservando integralmente os dados de identificação pessoal dos participantes da pesquisa.
O Pesquisador responsável por este Projeto é o Prof. Dr. José Roberto Goldim, tendo como orientanda
a aluna Profª. Maria Socorro de Soares Arcoverde, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em
Gerontologia Biomédica - DINTER, do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS, que estará
disponível para esclarecimentos pelo telefone (31) 3216- 7400 ou 9844- 1860. Este projeto foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da PUCRS, com telefone para contato (51)3320 3345.
Você pode solicitar esclarecimentos sobre o projeto de pesquisa para os pesquisadores ou para os
Comitês de Ética em Pesquisa que avaliaram este projeto a qualquer momento. Uma cópia deste
Termo de Consentimento ficará com você como forma de documentar a sua aceitação em participar no
projeto. Você pode interromper a sua participação no projeto a qualquer momento, sem qualquer
prejuízo ou constrangimento. Pelo presente Termo de Consentimento, declaro que fui esclarecido (a),
de forma clara e detalhada, dos objetivos, dos procedimentos, riscos e benefícios do presente Projeto
de Pesquisa, e que minha decisão ocorre de forma voluntária.
Data: ___/___/___ Nome do participante: _________________________________
Assinatura: _____________________________________
Pesquisador que obteve o consentimento
Nome:_____________________ Assinatura:________________ ___/___/___
123
APÊNDICE D - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para Pesquisa em
Assistência Hospitalar
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
PESQUISA
ASSISTÊNCIA DOMICILIÁRIA E HOSPITALAR:
ESPIERITUALIDADE E QUALIDADE DE VIDA
PERCEPÇÃO
DE
PESSOAS
IDOSAS
SOBRE
Questionário nº: ______
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa sobre “Assistência domiciliária,
espiritualidade e qualidade de vida em idosos”. A sua participação na pesquisa será apenas responder
verbalmente aos questionários sobre qualidade de vida, espiritualidade e decisão sobre o tratamento.
As respostas serão anotadas pelo pesquisador nos formulários adequados. Os participantes do estudo
não estarão expostos a qualquer procedimento que envolvam riscos, a não ser o eventual desconforto
gerado pelo tempo necessário para responder às perguntas e pelo seu conteúdo. Espera-se que as
informações coletadas nesse estudo possam contribuir no entendimento do significado de ser cuidado
em nível hospitalar. Não há benefício direto associado à sua participação na pesquisa. Os resultados
deste estudo serão publicados na forma de uma Tese de Doutorado e de artigos científicos, sempre
preservando integralmente os dados de identificação pessoal dos participantes da pesquisa.
O Pesquisador responsável por este Projeto é o Prof. Dr. José Roberto Goldim, tendo como orientanda
a aluna Profª. Maria Socorro de Soares Arcoverde, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em
Gerontologia Biomédica - DINTER, do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS, que estará
disponível para esclarecimentos pelo telefone (31) 3216- 7400 ou 9844- 1860. Este projeto foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da PUCRS, com telefone para contato (51)3320 3345.
Você pode solicitar esclarecimentos sobre o projeto de pesquisa para os pesquisadores ou para os
Comitês de Ética em Pesquisa que avaliaram este projeto a qualquer momento. Uma cópia deste
Termo de Consentimento ficará com você como forma de documentar a sua aceitação em participar no
projeto. Você pode interromper a sua participação no projeto a qualquer momento, sem qualquer
prejuízo ou constrangimento. Pelo presente Termo de Consentimento, declaro que fui esclarecido (a),
de forma clara e detalhada, dos objetivos, dos procedimentos, riscos e benefícios do presente Projeto
de Pesquisa, e que minha decisão ocorre de forma voluntária.
Data: ___/___/___ Nome do participante: _________________________________
Assinatura: _____________________________________
Pesquisador que obteve o consentimento
Nome:_____________________ Assinatura:________________ ___/___/___
124
APÊNDICE E - Ficha Sóciodemográfica
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
PESQUISA
ASSISTÊNCIA DOMICILIÁRIA E HOSPITALAR:
ESPIERITUALIDADE E QUALIDADE DE VIDA
PERCEPÇÃO
DE
PESSOAS
IDOSAS
SOBRE
Questionário nº: ______
Entrevistador:________________________________________
Data da entrevista:___/____/___
Hospital: ( ) Domicilio: ( )
Ficha Sócio-demográfica
1. Entrevistador:____________________________________________
Data da entrevista:_____/_____/_____
Assistência Domiciliária: ( )
Assistência Hospitalar ( )
2. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome: __________________________________________________________________
Endereço: _________________________________________________ Nº___________
Complemento:__________________Bairro: __________________CEP: _______________
Fone: (83)__________________/________________Data do Nasc: ____/____/__________
Idade: _______ Naturalidade: ______________________ Sexo: 0 – M ( )
1- F ( )
Formação:______________________
Profissão/Atuação:_________________________
N
Nº de filhos:_________
2.1 - Possui cuidador: 0 – Sim ( )
1- Não ( )
2.2 - O seu cuidador é (referir-se ao principal cuidador do idoso caso haja mais de um)
0 - Da família ( ) 1 - Contratado ( ) 2 - Voluntário ( ) 3 - Outro ( ) ex: ______________
2.3 - Etnia
0 – Branca (
1 – Negra (
2 – Parda
(
3- Indígena (
4 – Amarela (
2.4 - Estado civil
0 – Casado
(
1 – Solteiro (
2 – Viúvo
(
3 – Divorciado (
)
)
)
)
)
2.6 - Renda
0 – 1 salário mínimo (
1 – > 1 até 2sm
(
2 – de 3 a 5 sm
(
3 – de 6 a 10 sm
(
4 – acima de 10 sm (
)
)
)
)
)
2.5 - Religião
0 – Católica (
1 – Evangélica (
2 – Espírita (
3 – Outros
(
)
)
)
)
2.7 - Condições da renda
0 – Ativo
1 – Aposentado
2 – Pensionista
3 – Pensionista/aposentado
( )
( )
( )
( )
)
)
)
)
2.8 - Escolaridade
0 – Analfabeto
1- Ensino Fund. Incompleto
2 – Ensino Fund. Completo
3 – Ensino Médio Incompleto
4 - Ensino Médio Incompleto
5 – Ensino superior
( )
( )
( )
( )
( )
( )
125
CONDIÇÕES DE MORADIA
2.9 - Residência
2.10 - Tipo de 2.11 - Dependências do 2.12 - Banheiro acessível do
residência
domicílio acessível
domicílio
0 – Própria ( )
0 – Casa ( )
0 – Sim ( )
0 – Sim ( )
1 – Alugada ( )
1 - Aptº ( )
1 – Não ( )
1 – Não ( )
2 – Outra
( )
Área construída da residência em (m²):_____________
126
ARRANJOS FAMILIARES RESIDENTES EM DOMICÍLIOS
2.13 - Mora sozinho (a) 1 - ( ) sim 2 - ( ) não
2.14 - Com quantas pessoas reside:_______________
Nº de crianças: _______ Nº de adolescentes:_______ Nº de adultos:____ Nº de idosos: _____
FATORES DE RISCO
2.15 - Peso em média nos últimos dez anos
2.16 - Altura Média
Peso__________________
Altura_____________
2.17 - Tabagismo nos últimos dez anos
2.18 Alcoolismo nos últimos dez anos
0 – Nunca Fumou
(
1 – Fumante
(
2 – Ex Fumante
(
3 – Fumante Passivo
(
4 – Ex Fumante Passivo (
2.19 - Nº de cigarros
0 - nunca bebeu
1 – Bebida leve
)
)
)
)
)
0 – menos de 10 cigarros/dia ( )
1 – 11 a 19 cigarros/dia
( )
2 – 20 ou mais cigarros/dia ( )
( ) (0 doses/dia)
( ) (0,5 a 2 doses por dia)
2 – Bebida moderada ( ) (1-2 doses/dia)
3 - Bebida pesada
( ) (3-4 ou mais doses* por dia)
2.20 - Realização de atividade física nos
últimos dez anos (dias/semana)
0 – Nenhum dia da semana ( )
1 –1 a 2 dias na semana
( )
2 – 3 a 5 dias na semana
( )
3 – todos os dias da semana ( )
2.21 - Consumo regular de frutas e hortaliças nos últimos dez anos (dias/semana)
0 – não consumia em nenhum dia da semana
( )
1 – pelo menos 1 a 2 dias na semana
( )
2 – pelo menos 3 a 5 dias na semana
( )
3 - todos os dias da semana
( )
2.22 - Realização de esporte e lazer
Esporte: 0 –sim ( ) 1 – não ( )
Musica: 0 – sim ( ) 1 – não ( )
Pintura: 0 – sim ( ) 1 – não ( )
Leitura: 0 – sim ( ) 1 – não ( )
TV:
0 – sim ( ) 1 – não ( )
Outro: 0 – sim ( ) 1 – não ( )
* Uma dose-padrão de bebida alcoólica (350 ml de cerveja, 150 ml de vinho ou 50 ml de destilado) contém,
aproximadamente,
10-14 g de álcool puro.
127
CONDIÇÕES CLÍNICAS
2.23 - Diagnóstico motivo da internação: ______________________________
2.24 - Doença (s) associada (s):
2.25 - Há quanto tempo recebe assistência
Domiciliária:
0 – Hipertensão Arterial
( )
0 – 15 dias
( )
1 – Diabetes
( )
1 – De 16 a 30 dias ( )
2 – Doenças Cardiovasculares ( )
2 – De 31 a 60 dias ( )
3 – Doenças Respiratórias
( )
3 – De 61 e mais
( )
4 –Doenças Auto-Imunes
( )
2.26 – Já teve internação hospitalar:
5–Obesidade
( )
0 – Sim ( ) 1 – Não ( )
6– SIDA
( )
Motivo: ____________________________
7 – Outra
( )
Períodos que recebeu assistência hospitalar:
0 – uma única vez ( )
1 – duas ou mais vezes ( )
2.27 - Está satisfeito (a) com a assistência recebida em sua residência:
0 – Sim ( ) 1 – Não ( )
2.28 - Confiança na Assistência Domiciliária:
1______________________________________________________10
128
ANEXOS
129
ANEXO A - Autorização da Comissão Científica
130
ANEXO B - Autorização do Comitê de Ética em Pesquisa
131
132
ANEXO C - Miniexame do Estado Mental (MEEM)
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
PESQUISA
ASSISTÊNCIA DOMICILIÁRIA E HOSPITALAR:
ESPIERITUALIDADE E QUALIDADE DE VIDA
PERCEPÇÃO
DE
PESSOAS
IDOSAS
SOBRE
Questionário nº: ______
Entrevistador:________________________________________
Data da entrevista:___/____/___
Hospital: ( ) Domicilio: ( )
1- Mini Exame do Estado Mental (MEEM)
Atenção: questões não respondidas são consideradas como erros
1.1 - Orientação temporal. Marcar x somente nas respostas corretas.
Em que ano nós estamos? ( )
Em que dia do mês nós estamos? ( )
Em que mês nós estamos? ( )
Em que dia da semana nós estamos? (
*Considerar acerto variações de uma hora para mais ou para menos
Qual a hora aproximada*? (
)
)
1.2- Orientação espacial. Marcar x somente nas respostas corretas.
Em que país nós estamos? ( )
Em que cidade nós estamos? ( )
Em que local (rua) nós
estamos? ( )
Em que estado nós estamos? ( )
Em que bairro nós estamos? ( )
1.3 – Registro:
Observação: pedir para o idoso prestar atenção pois terá que repetir mais tarde. “Repita as três palavras que
vou lhe falar agora: PENTE, LEÃO, AZUL.” Pergunte pelas três palavras após tê-las nomeado. Repetir até que
evoque corretamente e anotar o número de vezes que o entrevistador teve que repetir as palavras.
1.3.1 - Nº vezes: ( )
Repita as três palavras que vou lhe falar agora: PENTE, RUA, AZUL. Marcar x somente nas respostas corretas.
( ) PENTE
( ) RUA
( ) AZUL
1.4 - Atenção à cálculo
(executar ambas as alternativas com o entrevistado, porém computar apenas a de melhor desempenho):
Primeira alternativa: peça para o idoso fazer, de cabeça, as seguintes contas de subtração (os resultados estão ao
lado. Marcar x somente nas respostas corretas.
(
) 100-7=(93)
(
) 93-7=(86)
(
) 86-7=(79)
(
) 79-7=(72)
(
) 72-7=(65)
Segunda alternativa: peça para o idoso soletrar MUNDO ao contrário. Marcar x somente nas respostas corretas.
(
)O
(
)D
(
)N
(
)U
(
)M
1.5- Memória de evocação. Quais as três palavras perguntadas anteriormente? Marcar x nas respostas corretas.
( ) Pente
( ) Rua
( )Azul
1.6 - Mostrar e pedir para o idoso identificar (nomear) dois objetos. Marcar x somente nas respostas
corretas.
( ) Caneta
( ) Relógio de pulso
133
1.7 - Pedir para o idoso repetir: „NEM AQUI, NEM ALI, NEM LÁ”. Marcar x somente nas respostas corretas.
( ) Acertou
( ) Errou
1.8 - Comando de três estágios: Peça para o idoso obedecer aos seguintes comandos (marcar x somente nas
respostas corretas):
( ) “Pegue esta folha de papel”
( ) “Dobre-a ao meio”
( ) “ E coloque no chão”
1.9 - Peça para o idoso escrever uma frase completa (se não compreender o significado, ajude com:
alguma frase que tenha começo, meio e fim, alguma coisa que aconteceu hoje, alguma coisa que queira dizer,
porém não dê exemplos):
(
) Acertou
(
) Errou
1.10 - Peça para o idoso ler sozinho, em voz baixa, e executar o seguinte comando: “FECHE OS OLHOS”
( ) Acertou
( ) Errou
1.11 - Peça para o idoso copiar o desenho dos pentágonos sobrepostos:
( ) Acertou
( ) Errou
TOTAL DE PONTOS NO MEEM (considerar apenas os acertos):
134
ANEXO D - Questionário WHOQOL – BREF
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
PESQUISA
ASSISTÊNCIA DOMICILIÁRIA E HOSPITALAR:
ESPIERITUALIDADE E QUALIDADE DE VIDA
PERCEPÇÃO
DE
PESSOAS
IDOSAS
SOBRE
Questionário nº: ______
Entrevistador:________________________________________
Data da entrevista:___/____/___
Hospital: ( ) Domicilio: ( )
WHOQOL – BREF
Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e marque no número que lhe parece a melhor resposta.
BREF-1. Como você avaliaria sua
muito ruim
ruim
nem ruim
boa
muito boa
qualidade de vida?
nem boa
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
4
BREF-2. Quão satisfeito (a) você
muito
insatisfeito
nem
satisfeito
muito satisfeito
está com a sua saúde?
insatisfeito
satisfeito
nem
insatisfeito
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
BREF-3. Em que medida você acha
nada
muito pouco
mais ou
bastante
extremamente
que sua dor (física), impede você de
menos
fazer o que precisa?
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
BREF-4. O quanto você precisa de
nada
muito pouco
mais ou
bastante
extremamente
tratamento médico para levar sua
menos
vida diária?
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
BREF-5. O quanto você aproveita a
nada
muito pouco
mais ou
bastante
extremamente
vida?
menos
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
BREF-6. Em que medida você acha
nada
muito pouco
mais ou
bastante
extremamente
que sua vida tem sentido?
menos
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
BREF-7. O quanto você consegue se
nada
muito pouco
mais ou
bastante
extremamente
concentrar?
menos
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
BREF-8. Quão seguro (a) você se
nada
muito pouco
mais ou
bastante
extremamente
sente em sua vida diária?
menos
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
BREF-9. Quão saudável é o seu
nada
muito pouco
mais ou
bastante
extremamente
ambiente físico (clima, barulho,
menos
poluição, atrativos)?
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
As seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é capaz de fazer certas coisas nessas últimas duas
semanas.
BREF-10. Você tem energia suficiente
nada
muito
médio
muito
completamente
para seu dia- a- dia?
pouco
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
4
BREF-11. Você é capaz de aceitar sua
nada
muito
médio
muito
completamente
aparência física?
pouco
( )
( )
( )
( )
( )
135
BREF-12. Você tem dinheiro suficiente
para satisfazer suas necessidades?
1
nada
( )
1
BREF-13. Quão disponíveis para você
estão as informações que precisa no seu
dia-a-dia?
nada
2
muito
pouco
( )
2
3
médio
4
muito
5
completamente
( )
3
( )
4
( )
5
muito
médio
muito
completamente
pouco
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
BREF-14. Em que medida você tem
nada
muito
médio
muito
completamente
oportunidades de atividade de lazer?
pouco
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito de vários aspectos de sua vida nas
duas últimas semanas.
BREF-15. Quão bem você é
muito ruim
ruim
nem ruim nem
bom
muito bom
capaz de se locomover?
bom
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
BREF-16. Quão satisfeito (a)
muito
insatisfeito
nem satisfeito
satisfeito
muito satisfeito
você está com seu sono?
insatisfeito
nem
insatisfeito
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
BREF-17. Quão satisfeito (a)
muito
insatisfeito
nem satisfeito
satisfeito
muito satisfeito
você está com sua capacidade
insatisfeito
nem
de desempenhar as atividades
insatisfeito
do seu dia-a-dia?
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
BREF-18. Quão satisfeito (a)
muito
insatisfeito
nem satisfeito
satisfeito
muito satisfeito
você está com sua capacidade
insatisfeito
nem
para o trabalho?
insatisfeito
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
BREF-19. Quão satisfeito (a)
muito
insatisfeito
nem satisfeito
satisfeito
muito satisfeito
você está consigo mesmo?
insatisfeito
nem
insatisfeito
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
BREF-20. Quão satisfeito (a)
muito
insatisfeito
nem satisfeito
satisfeito
muito satisfeito
você está com suas relações
insatisfeito
nem
pessoais (amigos, parentes,
insatisfeito
conhecidos, colegas)?
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
BREF-21. Quão satisfeito (a)
muito
insatisfeito
nem satisfeito
satisfeito
muito satisfeito
você está com sua vida
insatisfeito
nem
sexual?
insatisfeito
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
BREF-22. Quão satisfeito (a)
muito
insatisfeito
nem satisfeito
satisfeito
muito satisfeito
você está com o apoio que
insatisfeito
nem
você recebe de seus amigos?
insatisfeito
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
BREF-23. Quão satisfeito (a)
muito
insatisfeito
nem satisfeito
satisfeito
muito satisfeito
você está com as condições
insatisfeito
nem
do local onde mora?
insatisfeito
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
BREF-24. Quão satisfeito (a)
muito
insatisfeito
nem satisfeito
satisfeito
muito satisfeito
você está com seu acesso aos
insatisfeito
nem
serviços de saúde?
insatisfeito
( )
( )
( )
( )
( )
2
3
4
5
1
136
BREF-25. Quão satisfeito (a)
você está com seu meio de
transporte?
muito
insatisfeito
insatisfeito
nem satisfeito
satisfeito
muito satisfeito
nem
insatisfeito
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
A s questão seguinte refere-se à com que fequência você sentiu ou experimentou certas coisas nas últimas duas semanas.
BREF-26.
Com
que
nunca
algumas vezes frequentemente
muito
sempre
freqüência
você
tem
frequentemente
sentimentos negativos tais
como mau humor, desespero,
( )
( )
( )
( )
( )
ansiedade, depressão?
1
2
3
4
5
137
ANEXO E - Questionário WHOQOL – OLD
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
PESQUISA
ASSISTÊNCIA DOMICILIÁRIA E HOSPITALAR:
ESPIERITUALIDADE E QUALIDADE DE VIDA
PERCEPÇÃO
DE
PESSOAS
IDOSAS
SOBRE
Questionário nº: ______
Entrevistador:________________________________________
Data da entrevista:___/____/___
Hospital: ( ) Domicilio: ( )
WHOQOL – OLD
As seguintes questões perguntam sobre o quanto você tem tido certos sentimentos nas últimas duas semanas.
Old-1. Até que ponto as perdas nos seus
nada
muito
mais ou
bastante
extremamente
sentidos (por exemplo, audição, visão,
pouco
menos
paladar, olfato, tato), afetam a sua vida
( )
( )
( )
( )
( )
diária?
1
2
3
4
4
Old-2. Até que ponto a perda de, por
nada
muito
mais ou
bastante
extremamente
exemplo, audição, visão, paladar, olfato,
pouco
menos
tato, afeta a sua capacidade de participar
( )
( )
( )
( )
( )
em atividades?
1
2
3
4
5
Old-3. Quanta liberdade você tem de tomar
nada
muito
mais ou
bastante
extremamente
as suas próprias decisões?
pouco
menos
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
Old-4. Até que ponto você sente que
nada
muito
mais ou
bastante
extremamente
controla o seu futuro?
pouco
menos
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
Old-5. O quanto você sente que as pessoas
Nada
muito
mais ou
bastante
extremamente
ao seu redor respeitam a sua liberdade?
pouco
menos
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
Old-6. Quão preocupado você está com a
nada
muito
mais ou
bastante
extremamente
maneira pela qual irá morrer?
pouco
menos
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
Old-7. O quanto você tem medo de não
nada
muito
mais ou
bastante
extremamente
poder controlar a sua morte?
pouco
menos
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
Old-8. O quanto você tem medo de
nada
muito
mais ou
bastante
extremamente
morrer?
pouco
menos
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
Old-9. O quanto você teme sofrer dor antes
nada
muito
mais ou
bastante
extremamente
de morrer?
pouco
menos
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
As seguintes questões perguntam sobre quão completamente você fez ou se sentiu apto a fazer algumas coisas nas duas
últimas semanas.
Old-10. Até que ponto o funcionamento
nada
muito
médio
muito
completamente
dos seus sentidos (por exemplo, audição,
pouco
visão, paladar, olfato, tato) afeta a sua
( )
( )
( )
( )
( )
capacidade de interagir com outras
1
2
3
4
5
pessoas?
Old-11. Até que ponto você consegue fazer
nada
muito
médio
muito
completamente
as coisas que gostaria de fazer?
pouco
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
Old-12. Até que ponto você está satisfeito
nada
muito
médio
muito
completamente
138
com as suas oportunidades para continuar
alcançando outras realizações na sua vida?
pouco
( )
( )
( )
( )
2
3
4
5
Old-13. O quanto você sente que recebeu o
muito
médio
muito
completamente
reconhecimento que merece na sua vida?
pouco
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
Old-14. Até que ponto você sente que tem
nada
muito
médio
muito
completamente
o suficiente para fazer em cada dia?
pouco
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
As seguintes questões pedem a você que diga o quanto você se sentiu satisfeito, feliz ou bem sobre vários aspectos de sua
vida nas duas últimas semanas.
Old-15. Quão satisfeito você
muito
insatisfeito
nem satisfeito
satisfeito
muito satisfeito
está com aquilo que alcançou
insatisfeito
nem
na sua vida?
insatisfeito
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
Old-16. Quão satisfeito você
muito
insatisfeito
nem satisfeito
satisfeito
muito satisfeito
está com a maneira com a
insatisfeito
nem
qual você usa o seu tempo?
insatisfeito
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
Old-17. Quão satisfeito você
muito
insatisfeito
nem satisfeito
satisfeito
muito satisfeito
está com o seu nível de
insatisfeito
nem
atividade?
insatisfeito
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
Old-18. Quão satisfeito você
muito
insatisfeito
nem satisfeito
satisfeito
muito satisfeito
está com as oportunidades
insatisfeito
nem
que você tem para participar
insatisfeito
de
( )
( )
( )
( )
( )
Atividades da comunidade?
1
2
3
4
5
Old-19. Quão feliz você está
muito
insatisfeito
nem satisfeito
satisfeito
muito satisfeito
com as coisas que você pode
insatisfeito
nem
esperar daqui para frente?
insatisfeito
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
Old-20. Como você avaliaria
muito
insatisfeito
nem satisfeito
satisfeito
muito satisfeito
o funcionamento dos seus
insatisfeito
nem
sentidos
(por
exemplo,
insatisfeito
audição, visão,
( )
( )
( )
( )
( )
paladar, olfato, tato)?
1
2
3
4
5
As seguintes questões se referem a qualquer relacionamento íntimo que você possa ter. Por favor, considere estas questões
em relação a um companheiro ou uma pessoa próxima com a qual você pode compartilhar (dividir) sua intimidade mais do
que com qualquer outra pessoa em sua vida.
Old-21. Até que ponto você
muito
insatisfeito
nem satisfeito
satisfeito
muito satisfeito
tem um sentimento de
insatisfeito
nem
companheirismo em sua
insatisfeito
vida?
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
Old-22. Até que ponto você
muito
insatisfeito
nem satisfeito
satisfeito
muito satisfeito
sente amor em sua vida?
insatisfeito
nem
insatisfeito
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
Old-23. Até que ponto você
muito
insatisfeito
nem satisfeito
satisfeito
muito satisfeito
tem
oportunidades
para
insatisfeito
nem
amar?
insatisfeito
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
Old-24. Até que ponto você
muito
insatisfeito
nem satisfeito
satisfeito
muito satisfeito
tem oportunidades para ser
insatisfeito
nem
amado?
insatisfeito
( )
( )
( )
( )
( )
1
2
3
4
5
( )
1
nada
139
ANEXO F - Questionário WHOQOL – SRPB
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
2013
PESQUISA
ASSISTÊNCIA DOMICILIÁRIA E HOSPITALAR: PERCEPÇÃO DE PESSOAS IDOSAS SOBRE
ESPIERITUALIDADE E QUALIDADE DE VIDA
Questionário nº: ______
Entrevistador:________________________________________
Data da entrevista:___/____/___
Hospital: ( ) Domicilio: ( )
WHOQOL – SRPB
As seguintes questões perguntam sobre o quanto você tem tido certos sentimentos nas últimas duas
semanas.
1. Conexão com o ser ou força espiritual
1. SRPB - 1.1. Até que
ponto alguma conexão
com um ser espiritual
ajuda você a passar por
épocas difíceis?
nada
2. SRPB - 1.2.
ponto alguma
com um ser
ajuda você a
estresse?
Até que
conexão
espiritual
tolerar o
nada
3. SRPB - 1.3. Até que
ponto alguma conexão
com um ser espiritual
ajuda
você
a
compreender os outros?
nada
4. SRPB - 1.4. Até que
ponto alguma conexão
com um ser espiritual
conforta/tranqüiliza
você?
nada
2.
( )
1
( )
1
( )
1
( )
1
muito
pouco
( )
2
mais ou menos
bastante
extremamente
( )
3
( )
4
( )
5
muito
pouco
( )
2
mais ou menos
bastante
extremamente
( )
3
( )
4
( )
5
muito
pouco
( )
2
mais ou menos
bastante
extremamente
( )
3
( )
4
( )
5
muito
pouco
( )
2
mais ou menos
bastante
extremamente
( )
3
( )
4
( )
5
muito
pouco
( )
2
mais ou menos
bastante
extremamente
( )
4
( )
5
bastante
extremamente
( )
4
( )
5
Sentido na vida
5. SRPB - 2.1. Até que
ponto você encontra um
sentido na vida?
Nada
6. SRPB - 2.2. Até que
ponto cuidar de outras
pessoas proporciona um
sentido na vida para
você?
nada
( )
1
( )
1
muito
pouco
( )
2
( )
3
mais ou menos
( )
3
140
7. SRPB - 2.3. Até que
ponto você sente que sua
vida tem uma finalidade?
8. SRPB - 2.4. Até que
ponto você sente que
está aqui por um motivo?
3.
nada
( )
1
nada
( )
1
muito
pouco
( )
2
muito
pouco
( )
2
mais ou menos
( )
3
mais ou menos
( )
3
bastante
extremamente
( )
4
bastante
( )
5
extremamente
( )
4
( )
5
Admiração
9. SRPB - 3.1. Até que
ponto você consegue ter
admiração pelas coisas a
seu redor? (p. ex.,
natureza, arte, música)
10. SRPB - 3.2. Até que
ponto você se sente
espiritualmente tocado
pela beleza?
nada
muito
pouco
médio
muito
completamente
( )
1
nada
( )
2
muito
pouco
( )
2
( )
3
mais ou
menos
( )
3
( )
4
bastante
( )
5
extremamente
( )
4
( )
5
11. SRPB - 3.3. Até que
ponto
você
tem
sentimentos
de
inspiração/emoção em
sua vida?
12. SRPB - 3.4. Até que
ponto você se sente
agradecido por poder
apreciar ("curtir") as
coisas da natureza?
4. Totalidade
e
integração
13. SRPB – 4.1. Até que
ponto você sente alguma
ligação entre sua mente,
seu corpo e sua alma?
nada
muito
pouco
( )
2
mais ou
menos
( )
3
bastante
extremamente
( )
4
( )
5
muito
pouco
( )
2
mais ou
menos
( )
3
bastante
extremamente
( )
4
( )
5
muito
pouco
( )
2
médio
muito
completamente
( )
3
( )
4
( )
5
14. SRPB - 4.4. Quão
satisfeito você está por
ter um equilíbrio entre a
mente, o corpo e a alma?
muito
insatisfeito
insatisfeito
satisfeito
muito satisfeito
( )
1
nada
( )
2
muito
pouco
( )
2
nem
satisfeito
nem
insatisfeito
( )
3
médio
( )
4
muito
( )
5
completamente
( )
3
( )
4
( )
5
muito
pouco
( )
2
médio
muito
completamente
( )
3
( )
4
( )
5
muito
pouco
( )
mais ou
menos
( )
bastante
extremamente
( )
( )
15. SRPB - 4.2. Até que
ponto você sente que a
maneira como vive está
de acordo com o que
você sente e pensa?
16. SRPB - 4.3. O quanto as
suas crenças ajudam-no
a criar uma coerência
(harmonia) entre o que
você faz, pensa e sente?
5. Força espiritual
17. SRPB - 5.1. Até que
ponto você sente força
espiritual interior?
( )
1
( )
1
nada
( )
1
nada
( )
1
( )
1
nada
( )
1
nada
( )
141
1
2
3
4
5
18. SRPB - 5.2. Até que
ponto você encontra
força
espiritual
em
épocas difíceis?
nada
muito
pouco
( )
2
mais ou
menos
( )
3
bastante
extremamente
( )
4
( )
5
19. SRPB - 5.3. O quanto a
força espiritual o ajuda a
viver melhor?
nada
muito
pouco
( )
2
médio
muito
completamente
( )
3
( )
4
( )
5
20. SRPB - 5.4. Até que
ponto a sua força
espiritual o ajuda a se
sentir feliz na vida?
nada
muito
pouco
( )
2
médio
muito
completamente
( )
3
( )
4
( )
5
muito
pouco
( )
2
médio
muito
completamente
( )
3
( )
4
( )
5
muito
pouco
médio
muito
completamente
( )
3
( )
4
( )
5
médio
muito
completamente
( )
3
médio
( )
4
muito
( )
5
completamente
( )
3
( )
4
( )
5
muito
pouco
( )
2
muito
pouco
( )
2
mais ou
menos
( )
3
mais ou
menos
( )
3
bastante
extremamente
( )
4
bastante
( )
5
extremamente
( )
4
( )
5
muito
pouco
( )
2
médio
muito
completamente
( )
3
( )
4
( )
5
muito
pouco
( )
2
médio
muito
completamente
( )
3
( )
4
( )
5
6.
( )
1
( )
1
( )
1
Paz interior
21. SRPB - 6.1. Até que
ponto você se sente em
paz dentro de você
mesmo?
nada
22. SRPB - 6.2. Até que
ponto você sente paz
interior?
nada
23. SRPB - 6.3. O quanto
você consegue se sentir
em
paz,
quando
necessário?
24. SRPB - 6.4. Até que
ponto você sente um
senso de harmonia na
sua vida?
Esperança
e
Otimismo
25. SRPB – 7.3. Quão
esperançoso você se
sente?
( )
1
( )
1
nada
( )
1
nada
( )
1
( )
2
muito
pouco
( )
2
muito
pouco
( )
2
7.
26. SRPB – 7.4. Até que
ponto
você
está
esperançoso com sua
vida?
nada
( )
1
nada
( )
1
27. SRPB - 7.1. Até que
ponto
ser
otimista
melhora a sua qualidade
de vida?
nada
28. SRPB – 7.2. O quanto
você
é
capaz
de
permanecer otimista em
épocas de incerteza?
nada
( )
1
( )
1
142
8.
Fé
29. SRPB – 8.1. Até que
ponto a fé contribui para
o seu bem-estar?
30. SRPB – 8.2. Até que
ponto a fé lhe dá
conforto no dia-a-dia?
31. SRPB – 8.3. Até que
ponto a fé lhe dá força
no dia-a-dia?
32. SRPB – 8.4. Até que
ponto a fé o ajuda a
gozar (aproveitar) a
vida?
nada
( )
1
nada
( )
1
nada
( )
1
nada
( )
1
muito
pouco
( )
2
muito
pouco
( )
2
muito
pouco
( )
2
muito
pouco
( )
2
Alguém lhe ajudou a preencher este questionário? Sim ( ) Não ( )
Quanto tempo você levou para preencher este questionário? _____
mais ou
menos
( )
3
mais ou
menos
( )
3
mais ou
menos
( )
3
médio
bastante
extremamente
( )
4
bastante
( )
5
extremamente
( )
4
bastante
( )
5
extremamente
( )
4
muito
( )
5
completamente
( )
3
( )
4
( )
5