Obrigado, Cónego Jorge Coutinho Cónego Luís Miguel Figueiredo Rodrigues (Presidente da Comissão da Quaresma e Semana Santa de Braga) Ponto de Vista Quando a noite dava lugar ao dia, naquela solarenga manhã de segunda-feira, 9 de novembro, e se avizinhava um dia que fazia jus ao adágio popular de que estamos a viver um verão de São Martinho, muito próprio destes dias, a notícia do falecimento do Reverendo Cónego Jorge Peixoto Coutinho instala no nosso coração um sentimento de pesar e de dor. Sabíamos que o seu estado de saúde era frágil, mas tínhamos esperança de que esta crise fosse superada. Aliás, o aniversário do Cónego Jorge Coutinho tinha sido no sábado passado, fez 76 anos, o que nos recordou que não estaríamos a sonhar demais se esperássemos que ele estivesse connosco ainda por muitos mais anos. Mas diante do facto do seu falecimento e da catadupa de sentimentos que nos invadem, emerge um que é a Gratidão! Estamos gratos ao Senhor por todo o bem que o Cónego Jorge Coutinho realizou e através do qual a presença misericordiosa de Deus se tornou mais visível e eficaz nos diversos contextos em que realizou o seu ministério. Houve muitas áreas em que o Reverendo Cónego Jorge Peixoto Coutinho se notabilizou: pensador, professor, pedagogo, capitular... estas e outras áreas que realizou com mestria e profundo sentido sacerdotal, imolando-se para que Deus fosse mais conhecido e amado pelos seus contemporâneos. No fundo, estamos em crer que aquilo que uniu e deu coerência a toda a sua vida foi o desejo de anunciar Deus dentro dos diversos contextos sociais, com as suas vicissitudes específicas, que o Cónego Coutinho procurou compreender como ninguém. De todas missões que realizou, a cidade de Braga e a região do Norte, por que não o dizer, beneficiou muito daquilo que foi o longo trabalho como Presidente da Comissão da Quaresma e Semana Santa de Braga, da dedicação que lhe votou, do empenho que teve em tornar estas solenidades cada vez mais solenes e nobres. Mais solenes porque procurou que cada evento se revestisse daquilo que deveria ser, um sinal e um estímulo para viver mais e melhor a dinâmica quaresmal, o que se consubstanciou na preocupação pelo detalhe, pela coerência e pela beleza. Mas procurou também a nobreza, a elevação, potenciando que cada um dos intervenientes tivesse espaço e oportunidade para dar o melhor de si, para se superar continuamente, imprimindo uma dinâmica de melhoria contínua que não só beneficiou a Semana Santa como também os seus diversos intervenientes. A Comissão da Quaresma e Semana Santa tinha programada a realização de uma homenagem, que estava a aguardar a evolução favorável da saúde do Cónego Jorge Coutinho, tal, infelizmente, não se verificou e não lhe pudemos prestar a nossa homenagem, de forma festiva, mostrando o quanto o apreciamos e estimamos. Resta-nos a consolação de saber que, na medida em que formos mais dedicados à causa da Quaresma e Semana Santa em Braga, e na medida em que realizarmos bem cada tarefa a que nos propomos dentro da complexidade das realizações, colocando o bem da Igreja e da Cidade à frente das nossas preocupações pessoais, tal como o Cónego Jorge Coutinho sempre o fez, estaremos a prestar a melhor das homenagens que ele, por certo, apreciaria muito: reconhecer à Semana Santa a dignidade que ela tem e evidenciá-la em cada um dos diversos eventos que a constitui. Por tudo, Cónego Jorge Coutinho, muito obrigado.