Publicação do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo – Nº 71 – Agosto/Setembro - 2004 Campanha de Educação em Saúde, Prevenção e Orientação sobre Diabetes LANÇADO O XIV CONGRESSO PAULISTA DE FARMACÊUTICOS Cursos 2º semestre 2004 – Seccionais 18 de setembro Preparação de Produtos Injetáveis em Farmácias Hospitalares Dra. Soraia Guerra Silvares Mendonça Marília 9h às 17h 18 de setembro 25 de setembro Aspectos Práticos de Assistência Farmacêutica em Diabetes Dr. José Vanilton de Almeida Bragança Paulista 9h às 17h Farmacologia dos Analgésicos Dr. José Artur da Silva Emim Bauru 8h às 18h 8h às 18h 25 de setembro Técnicas de Aplicação de Injeção e Diabetes Dr. Rodinei Vieira Veloso São José dos Campos 02 de outubro Técnicas de Aplicação de Injeção e Diabetes Dr. José Luiz Franceschi Ribeirão Preto 8h às 18h 16 de outubro Farmacologia Clínica Orientação Farmacêutica na Antibioticoterapia Dra. Edna Bertini e Dra. Tânia Carmen P. Govato São José do Rio Preto 09h às 17h 30 de outubro Legislação Sanitária para Farmácias e Drogarias Dra. Ana Maria da Penha B. Pellim Guarulhos 9h às 17h 30 de outubro Técnicas de Aplicação de Injeção e Diabetes Dra. Cláudia Garcia Messiano Registro 8h às 18h 06 de novembro As Intoxicações no Dia a Dia: Como Preveni-las Dra. Marília C. Assoni e Dr. Bismark Azevedo C. Araújo São José do Rio Preto 9h às 17h 06 de novembro Farmacologia Clínica Orientação Farmacêutica na Antibioticoterapia Dr. Carlos Eduardo Pulz Araújo Barretos 8h às 18h 20 de novembro Farmacovigilância Dra. Hellen Harumi Miyamoto Sorocaba 9h às 17h 27 de novembro Farmacologia dos Antiinflamatórios Dr. José Artur da Silva Emim Presidente Prudente 8h às 18h 27 de novembro Técnicas de Aplicação de Injeção e Diabetes Dra. Cláudia Garcia Messiano São João da Boa Vista 8h às 18h 27 de novembro Principais Interações Medicamentosas no Balcão de Farmácias e Drogarias Dr. Carlos Eduardo Pulz Araújo Santos 8h às 18h 04 de dezembro Principais Interações Medicamentosas no Balcão de Farmácias e Drogarias Dr. Carlos Eduardo Pulz Araújo Jundiaí 8h às 18h Cursos 2º semestre 2004 – São Paulo 04 agosto a 24 de novembro Atualização em Cosmetologia Mód. I a Mód. VIII Ministrantes: Dr. Alberto Keidi Kurebayashi Sr. Antonio Carlos Valle Dra. Eliana Mika Yamaguchi Dra. Gislaine Ricci Leonardi Dr. Henry Okigami Dr. Luiz Gustavo Martins Matheus Sr. Marco Antonio Quimenton Dr. Samuel Guerra Dra. Sônia Yokoto Dr. Wilson Takamisaua São Paulo Quarta-feira 19h15 às 22h30 Sábados 08h15 às 17h30 18 e 19 de set. Mód.II 23 e 24 de out. Mód.III Farmácia de Manipulação Noções Básicas Dr. Daniel Antunes Junior e Dra. Valéria Maria de Souza São Paulo 9h às 17h 09 de outubro Fundamentos de Dissolução Sr. Robson Sanches Bizi São Paulo Centro de Estudos Varian 8h às 17h 16 de outubro Espectometria de Massa Acoplada a Cromatografia Líquida LC-MS Sr. Robson Sanches Bizi e Sr. Claúdio Fiúza São Paulo Centros de Estudos Varian 8h às 17h 20 e 21 de novembro Farmácia de Manipulação Prático (Somente para alunos de Farmácia de Manipulação - Noções Básicas) Dr. Daniel Antunes Junior e Dra. Valéria Maria de Souza São Paulo 9h às 17h INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES: Depto de Eventos do CRF-SP Fones/fax: (11) 3067.1469/3067.1468 e-mail: [email protected] Consulte nosso site para maiores informações: www.crfsp.org.br “O CRF-SP se reserva o direito de cancelar as atividades que não atingirem o número mínimo de participantes” "Os cancelamentos de inscrição, solicitados até 05 (cinco) dias antes do curso terão devolução de 80% (oitenta por cento) do valor” "Os cursos do CRF-SP são para Farmacêuticos inscritos no Conselho e acadêmicos mediante comprovação. Para outros profissionais consulte o Depto de Eventos." Sumário EDITORIAL CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO EDIÇÃO 71/AGOSTO/SETEMBRO/2004 FARMÁCIA EDUCAÇÃO Página 15 Página 07 CARTAS 06 FARMÁCIA 15 VIGILÂNCIA SANITÁRIA EDUCAÇÃO 07 O FARMACÊUTICO EM FORMAÇÃO: DESENVOLVENDO HABILIDADES Página 30 JURÍDICO 33 GANHO DE CAUSA EM ITÚ Página 40 COMISSÃO FARMÁCIA 43 HOSPITALAR MUNICIPALIZADA MISTURAS INTRAVENOSAS ORIENTAÇÃO CURTAS E BOAS Renovação PERSONAGEM CAPA 16 34 FORMULÁRIO Nº 05 COM. EDUCAÇÃO 44 PRÉ IV CONFERÊNCIA NACIONAL ANÁLISES CLÍNICAS 08 BIOLOGIA MOLECULAR ÉTICA 18 CFF 36 COMISSÃO (GT RESÍDUOS PESQUISA CLÍNICA 20 EM SERES HUMANOS 38 CUIDADOS NECESSÁRIOS NA SECCIONAL 21 FISCALIZAÇÃO 39 DISTRIBUIÇÃO E TRANSPORTE DE BRAGANÇA PAULISTA TRANSPORTE MEDICAMENTOS, PRODUTOS PARA SECCIONAL 22 SANTO ANDRÉ FARMÁCIA HOSPITALAR SAÚDE PÚBLICA NOTÍCIAS DA DIRETORIA 12 CONFERÊNCIA DE CIÊNCIA E 24 40 PROFª. IZABEL YOKO ITO EVENTOS TESOURARIA 29 CAPA 30 COMISSÃO FARMÁCIA 14 CAMPANHA DE DIABETES 46 ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO NA INDÚSTRIA DE PRODUTOS VETERINÁRIOS 41 LEITURA/AGENDA 48 LANÇAMENTO DO COMISSÃO DISTRIBUIÇÃO 14º CONGRESSO PAULISTA TECNOLOGIA INDÚSTRIA PERSONAGEM COMISSÃO INDÚSTRIA 10 MISTURAS INTRAVENOSAS 45 E GESTÃO AMBIENTAL) DESCARTE DE RESÍDUO PRÁTICA 09 A SAÚDE E FARMOQUÍMICOS DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA PENALIDADES DE 2003 NOTÍCIAS DO INTERIOR DISTRIBUIÇÃO E 42 PROPAGANDA DE MEDICAMENTOS E PRODUTOS ALHEIOS AO RAMO FARMACÊUTICO E TRANSPORTE 49 PROPOSTA DE RDC E DELIBERAÇÃO SOBRE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA EM EMPRESAS DE TRANSPORTE GUIA DE ESTABILIDADE DE PRODUTOS CLUBE DE VANTAGENS COSMÉTICOS Expediente REVISTA DO FARMACÊUTICO É UMA PUBLICAÇÃO DO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO - CRF/SP DIRETORIA PRESIDENTE FRANCISCO DE PAULA GARCIA CARAVANTE JUNIOR VICE-PRESIDENTE ÁLVARO FÁVARO JR. SECRETÁRIA GERAL THÁIS ADRIANA DO CARMO DIRETORA TESOUREIRA RAQUEL CRISTINA DELFINI RIZZI CONSELHEIROS ÁLVARO FÁVARO JR., ELIANA DE PAULA DIAS ORIOLO, FRANCISCO DE PAULA GARCIA CARAVANTE JUNIOR, IDA CARAMICO SOARES, MARCELO POLACOW BISSON MARGARETE AKEMI KISHI, MARIA FERNANDA CARVALHO (Suplente), MARIA ISABEL ALMEIDA PRADO, MOISÉS FERREIRA DUARTE (Suplente), NALU CRISTINA MASSEI CANOVA PAULO PAIS DOS SANTOS, RAQUEL CRISTINA DELFINI RIZZI, ROSANGELA BORGES REINA E THAÍS ADRIANA DO CARMO CONSELHEIROS FEDERAIS DIRCEU RAPOSO DE MELLO (Titular) e EDUARDO SARANZ CAMARGO (Suplente) COMISSÃO EDITORIAL FRANCISCO DE PAULA GARCIA CARAVANTE JR., ÁLVARO FÁVARO JUNIOR, RAQUEL CRISTINA DELFINI RIZZI E THAÍS ADRIANA DO CARMO REPORTAGEM/REDAÇÃO DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO DO CRF-SP. EDITOR LÚCIA TULCHINSKI (MTB 21.030854) 50 ESTAGIÁRIAS KARINA TOLEDO E JULIANA SÁ PROJETO GRÁFICO: DILSON B. ROQUE DIRETOR DE ARTE: JORGE FEITOSA IMPRESSÃO: GLOBO COCHRANE PUBLICIDADE: NINA ESCHER ([email protected]) PERIODICIDADE: BIMESTRAL TIRAGEM: 26 MIL EXEMPLARES Esta edição da Revista do Farmacêutico que chega agora em suas mãos é resultado dos esforços da atual diretoria em prol da reestruturação da área de Comunicação. O novo projeto gráfico reforça nossa intenção de cumprir com a máxima eficácia a missão de produzir um veículo de informação completo de caráter técnico e científico. E, principalmente, que venha ao encontro das necessidades do público farmacêutico, para facilitar e enriquecer o exercício cotidiano da profissão em todas as suas áreas de atuação. A partir desta edição, temas relacionados à legislação, ética, assuntos de interesse na área de produção, distribuição e transporte de medicamentos, análises clínicas e toxicológicas e saúde pública, entre outros, estarão sempre em nossas páginas, podendo ser facilmente identificados através do novo projeto gráfico. Além disso, o trabalho e as ações das Comissões Assessoras, dos coordenadores e das 22 seccionais poderá ser acompanhado de forma mais próxima. A área de Educação também passa a ter espaço garantido para abordar assuntos que contribuam para a formação de profissionais conscientes, em compasso com as necessidades da população, conforme determinam as Diretrizes Curriculares e seu perfil generalista. Aperfeiçoar a atuação do CRF-SP, bem como de sua área de Comunicação, buscando maior proximidade com o farmacêutico é uma questão prioritária para esta Diretoria, conforme foi definido no Seminário de Diretrizes e Metas, realizado em março de 2004. Ao priorizar a área de Comunicação, não nos restringimos somente à renovação da Revista do Farmacêutico, mas também a ações que promovam o reconhecimento da importância do farmacêutico como profissional de saúde e como referência em questões relativas a seu âmbito. Diversas ações têm sido desenvolvidas com este fim, como as campanhas de educação em saúde já realizadas - Câncer de pele, Aids e Diabetes - e, a próxima, em outubro, sobre Hipertensão. Outras iniciativas ainda virão para ampliar a visibilidade do profissional farmacêutico e consolidar o CRF-SP como uma referência técnica e científica para a sociedade. Pretendemos aprimorar produtos e serviços como o portal do CRF-SP, tendo já iniciado os estudos necessários para garantir recursos tecnológicos que permitam acesso a informações e serviços através da internet. Visando facilitar o acesso à informação de forma rápida, o Canal Farmacêutico passou a ser editado duas vezes por semana, proporcionando informações sobre fatos, legislação e eventos de interesse da categoria. Temos também o “clipping” eletrônico que fornece as principais notícias sobre a área farmacêutica e de saúde de forma ágil e otimizada. Ainda na busca de tornar mais eficaz a comunicação e a valorização do farmacêutico, serão desenvolvidos novos folhetos, materiais audiovisuais e outros instrumentos voltados aos farmacêuticos, colaboradores, órgãos públicos, sociedade civil organizada, meios de comunicação e empresas do setor farmacêutico. E, assim, inseridos no contexto global da saúde, de forma cada vez mais ampla e participativa, reforçamos nosso compromisso de atuar em prol da comunidade e da categoria como uma instituição democrática, dinâmica e moderna. Dra. Thaís Adriana do Carmo Secretária Geral do CRF-SP revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 ● 05 CARTAS EDUCAÇÃO Foto: Edu Moraes ta Catarina, solicitamos a esse CRF o envio de mais 15 exemplares da referida publicação. Entendemos que essa publicação é um importante documento que pode servir como subsídio para a implementação dos novos currículos com base nas diretrizes nacionais. Cordialmente Campanha de Diabetes Gostaria de parabenizá-los pela campanha de diabetes. Meu nome é Patricia Fernandes. Sou farmacêutica responsável em uma drogaria especializada em Diabéticos, que há 19 anos presta este tipo de assistência dentro do Estado de São Paulo. Em todas as nossas unidades, o paciente pode contar com um profissional farmacêutico e com funcionários treinados para prestar todo tipo de assistência. Temos notado que além de muitos nem saberem que são diabéticos, aqueles que sabem não possuem informação nenhuma. E é aí que nós entramos, servindo de apoio para o médico, complementando o seu trabalho, auxiliando em todo tipo de informação: o que é, qual especialidade médica deve procurar, o auxílio de acompanhamento nutricional, monitorização e todos os assuntos pertinentes à doença. Ficamos felizes por mais uma campanha de grande valor. A todos do Conselho meu muito obrigado. O Farmacêutico em Formação: Desenvolvendo Habilidades Estágios e programas de aprimoramento preparam o estudante de Farmácia para o exercício profissional e compreensão de seu papel na sociedade, complementando o aprendizado acadêmico Profa. Eliana E. Diehl Presidente do Colegiado do Curso de Graduação em Farmácia da UFSC Acervo Tendo em vista os constantes avanços na área farmacêutica, torna-se imprescindível uma leitura de boa qualidade. Sendo assim, pedimos gentilmente o recebimento da Revista do Farmacêutico, que será disponibilizada na biblioteca e muito contribuirá para enriquecimento de nosso acervo. Desde já agradeço. Valéria Univ. Metodista de São Paulo Biblioteca Central - Setor de Periódicos. Patricia Fernandes CRF-SP: 32.683 Curso de graduação em Farmácia da UFSC Acuso o recebimento de um exemplar dos anais do “I Fórum de Implantação das Diretrizes Curriculares para os Cursos de Farmácia do Estado de São Paulo”, realizado entre 05 e 07 de setembro de 2002. Tendo em vista nosso processo de discussão e organização do novo currículo do Curso de Graduação em Farmácia da Universidade Federal de San- 06 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 Escreva para a Revista do Farmacêutico Assessoria de Comunicação Rua Capote Valente, 487 - 3ª andar Cep: 05409-001 / São Paulo - SP Telefone: (11) 3082-2592 e-mail: [email protected] esde a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em 1996, mudanças significativas vêm ocorrendo na Educação Farmacêutica. Como mais relevante, surgiram as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) dos Cursos de Graduação em Farmácia, que inovam na formação generalista, crítica e reflexiva, rompendo os paradigmas do currículo mínimo, de 1969, que fragmentava a formação do farmacêutico em carreiras. Segundo o coordenador da Comissão Assessora de Educação Farmacêutica e Diretor de Pós-graduação e Pesquisa do Centro Universitário São Camilo - SP, Professor Dr. José Artur da Silva Emim, existem, além disto, importantes fatores sinérgicos, como a evolução técnico-científica e humanista da área da saúde, o crescimento das exigências da sociedade e a valorização da empregabilidade e da empresabilidade. “Diante deste cenário, a educação superior converge para o desenvolvimento de competências e de habilidades. Assim, além do conhecimento técnico-científico teórico-prático, trabalhado na maioria das vezes dentro do espaço físico das salas de D aulas e dos laboratórios de aulas práticas, figura também, no processo de formação acadêmica, a importância do desenvolvimento de atividades práticas profissionais, que desenvolvem habilidades e atitudes éticas no farmacêutico em formação, além de promoverem a qualidade do processo de ensino-aprendizagem”, ressalta. A Professora Dra. Luz Marina Trujillo, do Instituto Adolfo Lutz, observa que a experiência de convívio com estagiários, bolsistas, alunos de graduação e pós-graduação na área de ciências farmacêuticas, comprova “a mudança de perfil deste profissional decorrente da exigência do mercado de trabalho, do aumento do número de instituições de ensino e, mesmo, a grande transformação na rede de comunicação a qual nos permite entrar em contato com questões em todo o mundo.” No Instituto Adolfo Lutz, entre vários Programas de Aprimoramento Profissional (PAP), FUNDAP, em áreas específicas das ciências da saúde, é oferecido o PAP - “Medicamentos, Cosméticos e Domissanitários”, treinamento em exercício nos ensaios físico-químicos, microbiológicos e biológicos de medicamentos, insumos farmacêuticos, correlatos, cosméticos, saneantes, e outros, com a duração de dois anos. Geralmente, após avaliação de currículo, prova escrita e entrevista, o candidato melhor classificado é o farmacêutico, recém-formado ou com um ano de experiência. Temas como Sistema Único de Saúde, Legislação, Ética em Pesquisa, Bioética, Biossegurança, Divulgação Científica são apresentados aos aprimorandos, além do aprofundamento de outros já introduzidos na graduação. No entanto, é muito evidente a ansiedade deste profissional em buscar o conhecimento específico sobre um assunto, em detrimento de um conhecimento mais amplo. Vale ressaltar que a formação de um profissional de saúde em uma equipe multidisciplinar, inserido em um contexto de saúde coletiva, é a principal missão da instituição. A cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), técnica analítica avançada, deve atrair tanto quanto a discussão sobre um elemento da Assistência Farmacêutica. Ao passar dos dias, entre uma análise e outra, entre uma perícia e outra, observa-se que o profissional passa a participar mais das discussões e a entender seu verdadeiro papel como farmacêutico na sociedade. revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 ● 07 DISTRIBUIÇÃO E TRANSPORTE ANÁLISES CLÍNICAS Biologia Molecular A farmacêutica-bioquímica Dra. Keli Melo, formada pela USP e supervisora técnica do setor de Diagnóstico Molecular do SAE - Laboratório Médico em São Paulo e membro da Comissão Assessora de Análises Clínicas e Toxicológicas do CRF-SP, fala sobre esta especialidade voltada para o diagnóstico de doenças. Qual é o objeto de estudo da Biologia Molecular? Dra. Keli Melo: A Biologia Molecular estuda essencialmente os seres vivos ao nível das moléculas, ou seja, o DNA, o RNA e as proteínas. É uma das ferramentas mais importantes que temos hoje para expandir o conhecimento da história natural das doenças, identificar pessoas com risco de adquirirem doenças específicas e diagnosticar precocemente doenças infecciosas e outras doenças humanas. Qual a importância da Biologia Molecular no auxílio ao paciente? Dra. K. M.: A Biologia Molecular pode auxiliar o paciente em três áreas distintas: diagnóstico, prognóstico e terapêutica. A distinção de variantes da doença humana e a predição da probabilidade de manifestação futura da doença, baseadas em marcadores moleculares, têm auxiliado os pacientes proporcionando diagnóstico precoce e prognóstico mais acurado. Como exemplo, temos o diagnóstico da infecção pelo vírus da Hepatite C (HCV). Com janela imunológica de até oitenta dias, o diagnóstico através da detecção de anticorpos (sorologia) fica prejudicado em pacientes com diminuição da resposta imune. Assim, um teste molecular que detecta diretamente o material genético do vírus proporciona diagnóstico precoce e distinção entre doença ativa e pregressa. A quantificação do vírus através da Biologia Molecular torna possível avaliar o prognóstico, pois pacientes com carga viral mais alta estão mais propensos a falhas na terapia. A análise do HCV através da zação contínua. Poucos farmacêuticos têm se especializado e, o profissional sem conhecimentos aprofundados, não encontra espaço no mercado. Por outro lado, tenho observado um grande avanço dos biólogos nesta área, pois muitos têm feito mestrado e doutorado em grandes universidades e acabam "largando na frente". genotipagem proporciona ao paciente o direcionamento ao esquema terapêutico correto, diminuindo o uso de medicamentos pouco efetivos, efeitos adversos e custos ao sistema de saúde. Hoje temos também a análise molecular do Citocromo P450, essencial no metabolismo de muitas drogas. A partir desta análise, é possível predizer a resposta a terapias e a incidência de efeitos adversos, melhorando assim a qualidade de vida do paciente. Que papel o farmacêutico tem desempenhado no campo da Biologia Molecular? Dra. K. M.: O farmacêutico é um dos profissionais mais capacitados para atuar na área da Biologia Molecular. Por termos conhecimentos amplos em Química e Biologia, podemos desenvolver e otimizar novos métodos e interpretar os resultados laboratoriais. No entanto, há poucos farmacêuticos neste mercado. A área da Biologia Molecular requer especialização, treinamento intenso e atuali- 08 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 Quais são as perspectivas futuras para esta área? Dra. K. M.: Eu vejo a Biologia Molecular como um setor essencial no laboratório do futuro. Cada vez mais os médicos estão compreendendo as vantagens para o paciente de solicitar um teste molecular. As agências de saúde, por sua vez, compreendem a importância na diminuição de custos futuros. Existem esforços imensos de automatização e otimização das técnicas, aumentando assim o acesso a estes testes. Outro ponto interessante é a avaliação de todo o genoma através de um único teste, os chamados Microarrays ou Microchips de DNA. A partir da análise deste genoma, será possível predizer a probabilidade de desenvolver doenças no futuro e estimar a resposta a determinados tipos de medicamentos. Isto proporcionará uma transformação na forma de direcionar a terapia: ao invés de utilizarmos uma terapia padronizada por doenças, utilizaremos uma avaliação individualizada do paciente, predizendo sua resposta a drogas e, evitando assim, efeitos colaterais perigosos. Este processo é a área de estudo da Farmacogenômica, um dos campos mais interessantes da Biologia Molecular na atualidade. Cuidados necessários na Distribuição e Transporte de Medicamentos, Produtos para a saúde e Farmoquímicos 1ª Parte aprimoramento dos processos de distribuição e transporte de medicamentos, com vistas a manter sua segurança, integridade e eficácia, e conseqüentemente a saúde da população, tem merecido um certo destaque nos últimos anos, por parte dos órgãos públicos sanitários. Isto se expressa nas exigências para implementação das normas que regulamentam esse setor, a fim de assegurar condições adequadas aos produtos farmacêuticos no âmbito da cadeia logística. Este artigo apresenta procedimentos básicos que precisam ser considerados pelos profissionais que atuam na cadeia de distribuição, ressaltando que, por se tratar de um assunto relativamente novo, requer pesquisa constante e, por isso, não se tem aqui a pretensão de esgotá-lo. Uma das principais recomendações quanto aos cuidados na armazenagem e manuseio desses produtos, é seguir as especificações do fabricante, pois estas são baseadas em estudos de estabilidade do fármaco e suas alterações físicas, químicas e microbiológicas quando expostos a determinadas condições. Após essa recomendação, cada membro da cadeia de distribuição deverá definir procedimentos de manuseio e armazenagem, os quais devem ser publicados em forma de Manual, direcionado às pessoas envolvidas, seguido de treinamento correspondente. Finalmente, deverá ser realizada a supervisão pelo Farmacêutico, já que ele possui a capacidade técnica de analisar e decidir sobre as diferentes situações que possam ocorrer durante O todo o processo operacional. Existem parâmetros operacionais básicos que objetivam garantir a segurança e a qualidade dos produtos farmacêuticos em sua armazenagem, transporte e distribuição: 1 - Cuidados Técnico-Operacionais: registro de temperatura e umidade, compatibilidade de carga e manuseio, área de segregação, forma de acondicionamento nos veículos e terminais de carga, etc. 2 - Procedimentos para produtos sensíveis e termolábeis: Determinados grupos de medicamentos são sensíveis a alterações de temperatura e umidade como soluções, emulsões, pomadas, gel, creme e cápsulas orais gelatinosas, e há ainda aqueles que necessitam de conservação a frio (não excedendo a 8 º C) ou em ambiente resfriado (entre 8 º e 15 º C), como vacinas e insulinas. 3 - Acompanhamento dos processos legais e documentação: Registro dos produtos, legalidade das empresas envolvidas na cadeia de distribuição, cadastro de veículos, conferência de documentos comprobatórios como: nota fiscal e fatura, n.º lote, conhecimento de transporte, manifesto, etc. 4 - Acompanhamento das Ocorrências Operacionais: adulteração, fraude, falsificação, retirada dos produtos, roubo/extravio, avarias, devoluções, medicamentos sob controle especial (Port. n.º 344/98), descarte, etc. I - Cuidados Técnico-Operacionais: a) Temperatura: A temperatura ambiente de armazenagem recomen- dada está entre 20 º e 25 º C e a de manuseio entre 15 º e 30 º C (The U. S. Pharmacopeial Convention, Inc. 2003). Os riscos associados ao produto incluem exposição à temperatura, umidade, luz e oxigênio. Todos os equipamentos utilizados para registro, monitoramento e controle das condições de temperatura deverão ser calibrados regularmente. A temperatura no local de armazenamento dos medicamentos deverá ser registrada periodicamente até se alcançar o perfil de temperatura e se determinar em que área alguns grupos de medicamentos deverão ser armazenados. Deve-se também observar as condições de comprometimento de temperatura nas diferentes estações do ano e a área geográfica do local de armazenamento. As condições de embalagem (tanto primária como secundária) tornam-se essenciais, já que tais cuidados podem evitar exposição a temperaturas extremas, especialmente no caso de produtos sensíveis. É importante que a forma de acondicionamento do fabricante seja apropriada para os diferentes grupos de medicamentos como os líquidos, semi-sólidos e géis, e os “avisos de rotulagem” sejam apropriados para as condições de armazenagem e manuseio. A parceria entre os envolvidos no processo é de extrema importância a fim de que o medicamento chegue ao consumidor final com a mesma qualidade e integridade de quando ele saiu de fabricação. Dra. Sonja Helena Madeira Macedo – CRF/SP 26.104 (Continua na próxima edição.) revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 ● 09 FARMÁCIA HOSPITALAR Misturas Intravenosas A nutrição parenteral requer a atuação de uma equipe multiprofissional, na qual o farmacêutico desempenha um importante papel o segmento hospitalar, entre as diversas possibilidades de atuação do farmacêutico, destaca-se a área de misturas intravenosas. Um dos tipos de misturas intravenosas é a Nutrição Parenteral, que pode ser definida como solução ou emulsão, composta basicamente de carboidratos, aminoácidos, lipídios e vitaminas, destinada à administração intravenosa em pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas. De acordo com a presidente da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar- SBRAFH, Profª. Dra. Maria Rita Carvalho Garbi Novaes, a complexidade da Terapia de Nutrição Parenteral(TNP) exige o comprometimento e a capacitação de uma equipe multiprofissional, constituída por pelo menos um farmacêutico, um médico, um nutricionista e um enfermeiro. O Decreto-lei 85878/81 estabeleceu como exclusivo desta classe, a manipulação de medicamentos e afins. Posteriormente, as Resoluções do Conselho Federal de Enfermagem – COFEN 161/93 e do Conselho Federal de Farmácia – CFF 247/93, alterada pela Resolução CFF 292/96, destacaram as responsabilidades e atribuições do farmacêutico no preparo das nutrições parenterais. A Portaria 272/98 – SVS/MS normatizou os requisitos estruturais e ambientais na manipulação, armazenamento e transporte da alimentação parenteral manipulada e insumos. “O profissional farmacêutico tornou-se oficialmente responsável pela manipulação das formulações nutritivas, devido principalmente à sua formação acadêmica, que lhe dá habilidade de avaliar as características físico-químicas dos compo- Foto: Pixtal N nentes, as possíveis interações químicas e esterilidade do produto elaborado”, observa a prof. dra. Maria Rita Carvalho Garbi Novaes. Etapas da terapia nutricional parenteral Carla Lanza B. Henriques, farmacêutica responsável pelo Serviço de Nutrição Parenteral da Santa Casa de Santos, detalha as etapas que permitem a implantação da terapia nutricional parenteral de acordo com as exigências médico-hospitalares e legislações atuais. São elas: - Aquisição e recepção das matérias-primas (produtos e materiais); - Avaliação farmacêutica da prescrição médica (quantidade, qualidade, compatibilidade, interações e estabilidade); - Preparo da NP utilizando metodologia rigorosamente asséptica (evitar 10 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 contaminação por contato); - Orientar, supervisionar e estabelecer rotinas nos procedimentos básicos de manipulação e preparação da NP; - Controles de qualidade das soluções (inspeção visual, controle microbiológico da solução, teste de esterilidade, controle microbiológico ambiental e dos manipuladores) para assegurar que os produtos e serviços estejam dentro dos padrões de qualidade exigidos; - Validação dos processos; - Estabilidade e compatibilidade (solução de problemas físico-químicos de incompatibilidade médica-nutricional, garantindo a estabilidade de ambos); - Monitoração e avaliação da farmacoterapia usada concomitantemente ao suporte nutricional. O preparo da Nutrição Parenteral é considerado um procedimento de risco nível 2, segundo a classificação da ASHP. SAÚDE PÚBLICA 2ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde om o objetivo de reorientar os rumos da Política Nacional de Ciência e Tecnologia e Inovação em Saúde e discutir o papel do Ministério da Saúde em relação a este tema, foi promovida, em Brasília, de 25 a 28 de julho, a 2ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (CNCTIS). Numa etapa anterior, em âmbito municipal, regional e estadual, as discussões foram orientadas por dois documentos: a Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde e a Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em Saúde. O Coordenador da Comissão Assessora de Saúde Pública, Rogério Guimarães Frota Cordeiro, participou deste fórum voltado à discussão das ações de pesquisa e desenvolvimento em saúde no Brasil. “É importante o farmacêutico participar destas discussões. Nós temos que fazer parte dessa construção histórica”, ressaltou. C Indústria Farmacêutica As discussões sobre medicamentos, insumos e equipamentos médico-hospitalares não ficaram de fora. Entre os temas abordados, podem ser citados a definição de medicamentos-alvo, o fortalecimento da capacidade de realização de ensaios clínicos de novos medicamentos, com ênfase nos fitoterápicos e a criação de programa de bolsas para desenvolvimento tecnológico. A priorização do investimento em desenvolvimento de medicamentos e insumos que atendam doenças e outros problemas prioritários de saúde, privilegiando a produção nacional, protegendo e valorizando a biodiversidade brasileira e subsidiando a produção e distribuição de medicamentos essenciais e genéricos “ É importante o farmacêutico participar destas discussões. Nós temos que fazer parte dessa construção histórica ” Dr. Rogério Frota também esteve em pauta. Apesar do tema abordado ser de difícil enfrentamento, as participações dos usuários, trabalhadores e gestores da área de saúde tiveram papel determinante nas discussões dos temas. Pessoas ligadas ao Ministério das Ciências e Tecnologia e ao Ministério da Educação também tiveram a oportunidade de participar das discussões de forma democrática com os usuários e trabalhadores, tradição que vem sendo construída a partir da lei 8142/90 na área da saúde e sendo aperfeiçoada dentro dos Conselhos de Saúde e do Sistema Único de Saúde. “Faz-se necessária a participação do farmacêutico nessa discussão, pois ele é um importante agente na produção de conhecimento, ciência, tecnologia e inovação em saúde, além de ser um agente na utilização desses conhecimentos e tecnologias”, finaliza Rogério Frota. Para entender a importância da 2ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde, vale res- 12 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 saltar o seguinte trecho da publicação Saúde no Brasil – Contribuições para a Agenda de Prioridades de Pesquisa: “Enfim, pode-se vislumbrar um conjunto de pesquisas no campo da saúde coletiva cujos conhecimentos produzidos (teóricos, metodológicos, operativos e tecnológicos) contribuam para: formulação, implementação e avaliação de políticas de saúde; compreensão do funcionamento do mercado em saúde; explicação das relações entre Estado, organizações e modelos de atenção que contemplem a integralidade, a descentralização, a regionalização, a participação e eqüidade e a intersetorialidade; identificação de pautas culturais e representações sociais de segmentos da população (adolescentes, idosos, negros, índios etc.) relacionados ao complexo promoção-saúde-doença-cuidado, seja em relação à utilização de serviços ou à comunicação em saúde; e desenho, inovação e experimentação de formas alternativas de gestão. INDÚSTRIA FARMÁCIA Guia publicado pela Anvisa orienta empresas de cosméticos Trabalho pioneiro publicado pela Anvisa orienta fabricantes de cosméticos sobre como assegurar a eficácia e a segurança de seus produtos. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lançou no XVIII Congresso Brasileiro de Cosmetologia, realizado em maio deste ano, o Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos. A ferramenta visa orientar fabricantes e profissionais da área de cosméticos sobre como assegurar a eficácia e a segurança de seus produtos durante o período de validade. Elaborado por representantes da Anvisa, técnicos do setor, e membros de universidades brasileiras, é uma das publicações das Séries Temáticas da Anvisa, que reúne edições destinadas à orientação técnico-científica de diversos setores ligados à Vigilância Sanitária. No Brasil, dois fatores principais levaram à criação deste guia, diz Emiro Khury, farmacêutico, consultor da Associação Brasileira de Cosmetologia, e um dos responsáveis pelo projeto. O primeiro é que somos o único país do mundo em que a legislação obriga as empresas a colocar o prazo de validade em seus produtos. O segundo é a pressão que o próprio consumidor exerce sobre a indústria. “Se qualquer uma das características organolépticas de um cosmético, como o cheiro ou a cor, for modificada, já cria uma repulsa por parte do consumidor, mesmo que suas funções estejam inalteradas. Isso fez com que a indústria, de forma independente da legislação, buscasse procedimentos internos e metodologias para poder identificar por quanto tempo aquele produto estava adequado ao uso, quando submetido às condições do mercado, transporte e estocagem nas lojas, farmácias, supermercados e na casa do consumidor também. Estabeleceram-se, então, protocolos de estudo Foto: Viegas Photo Ltda A Emiro Khury, farmacêutico, consultor da Associação Brasileira de Cosmetologia, e um dos responsáveis pela elaboração do Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos. para poder analisar como essas condições iriam influenciar nas características organolépticas e funcionais dos cosméticos, fazendo com que as empresas conhecessem melhor o produto que estavam apresentando ao mercado”, conta Khury. Quando a legislação passou a exigir das empresas o conhecimento do prazo de validade de seus produtos, elas tiveram que buscar sozinhas os métodos e procedimentos necessários. “Aquelas que tinham dinheiro para investir na aquisição da tecnologia, tinham vantagens. As pequenas e médias empresas brasileiras, ou desenvolviam sozinhas, ou chutavam o prazo de validade”, afirma o farmacêutico. No entanto, a falta de comunicação entre as em- 14 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 presas de cosméticos retardou esse processo, pois a detenção desta tecnologia representava um diferencial competitivo no mercado. Uma primeira tentativa de registrar esse conhecimento congregou técnicos de pequenas e grandes empresas da área de cosméticos, sob a coordenação de Khury. “As multinacionais e as grandes empresas brasileiras foram as maiores contribuintes desse trabalho. Nós conseguimos trocar informações, dentro de um fórum técnico-científico, e conseguimos registrar essas experiências. Mas por alguma razão, este trabalho não foi pra frente. Parou e ficou quase três anos engavetado”. A Anvisa, dentro uma linha de literatura técnica, resgatou, atualizou e publicou o trabalho em forma de guia, que tem como função principal orientar e não normatizar. “O mercado brasileiro de cosméticos está em crescimento e deve ser preservado. Portanto, quando esse guia foi montado, ele foi pensado de tal maneira que contemplasse as diferentes empresas. O foco foi permitir o acesso ao conhecimento que permita às empresas criar seu próprio protocolo e, na medida que haja o interesse dela em se aperfeiçoar e estar próximo às exigências legais, construir um trabalho cada vez melhor, com amplo conhecimento dos produtos que coloca no mercado”, conclui Khury. O trabalho pioneiro está sendo traduzido para vários idiomas pela Anvisa, que pretende divulgá-lo pelo mundo. O guia pode ser adquirido gratuitamente em CD, pelo e-mail [email protected], e também está disponível para download no site da agência, www.anvisa.gov.br. A Municipalização da Vigilância Sanitária A fiscalização de estabelecimentos farmacêuticos na capital paulista deixou de ser uma atribuição do governo estadual. O responsável pelo setor, Waldemar José Sá de Azevedo, fala sobre as mudanças ocorridas com a municipalização do serviço. municipalização da fiscalização da Vigilância Sanitária, que era executada em âmbito estadual, tornou-se realidade na capital paulista em 12 de abril de 2004. “É uma iniciativa do município para se integrar ao Sistema Único de Saúde, o SUS, que já estava prevista na Constituição. Algumas mudanças serão percebidas a curto prazo, outras a longo prazo.”, ressalta Waldemar José Sá de Azevedo, gerente de produtos e serviços de interesse à saúde e saúde do Trabalhador, da Coordenação de Vigilância em Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde. cial (cerca de mil produtos como psicotrópicos e entorpecentes). Assim como a fiscalização das condições de higiene das salas de aplicação de injetáveis. Medicamentos de carga roubada e falsificados também despertam uma grande preocupação. Enfim, tudo o que pode ser considerado risco eminente para a saúde. “Nosso trabalho quebra a lógica da impunidade”, aponta Waldemar. A Diferenças Uma das principais diferenças na municipalização do serviço é a edição de um Cadastro de Vigilância Sanitária, com os dados de todos os estabelecimentos, publicado anualmente no Diário Oficial do município. A Secretaria Estadual de Saúde expedia licenças de funcionamento sanitário. O Cadastro traduz a mensagem “eu quero saber onde você está”, explica Waldemar José Sá de Azevedo. Fiscalização Para fiscalizar os estabelecimentos quanto à presença de farmacêutico responsável e armazenamento de produtos e condições de higiene, entre outros itens, a Coordenação da Vigilância Parceria com o CRF-SP Dr. Waldemar José Sá de Azevedo em Saúde conta com 16 fiscais, distribuídos em equipes compostas por farmacêuticos, nutricionistas, médicos e enfermeiras. “A partir de setembro contaremos com mais 31 equipes de fiscalização das subprefeituras, que já estão sendo devidamente capacitadas”, observa Waldemar. Entre as prioridades de ação do órgão destacam-se a reinspeção de estabelecimentos que conseguiram liminar contra a autuação do CRF-SP relativa à ausência de responsável técnico nas farmácias. “A presença do farmacêutico nos estabelecimentos é essencial para que ocorra uma assistência farmacêutica adequada à população”, ressalta o Gerente de Produtos e Serviços de Interesses à Saúde e Saúde do Trabalhador, da Coordenação de Vigilância em Saúde. Outra ação prioritária é a fiscalização do armazenamento e dispensação de produtos sujeitos ao controle espe- Trabalhar em conjunto. Esta é a proposta da Coordenação de Vigilância Sanitária em relação ao CRF-SP. Um bom exemplo disso foi a convocação de todos os representantes de drogarias e farmácias, na sede do CRF-SP, no primeiro semestre, para uma explanação sobre o processo de municipalização. Um termo de cooperação técnica, que prevê, entre outras coisas, o intercâmbio de informações e produção de materiais de orientação, será assinado em breve entre as duas instituições, com o aval da Secretaria Municipal de Saúde. “Isso vai possibilitar uma maior resolutividade entre os dois órgãos e beneficiar o profissional farmacêutico da cidade de São Paulo”, acredita Waldemar. Esse intercâmbio deve repercutir no estado e país. “Será um verdadeiro marco de cooperação entre a Vigilância Sanitária e os Conselhos Regionais”, finaliza o Gerente de Produtos e Serviços de Interesses à Saúde e Saúde do Trabalhador, da Coordenação de Vigilância em Saúde. revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 ● 15 CURTAS E BOAS CURTAS E BOAS Doença de Chagas Um novo composto químico pode trazer a cura da doença de Chagas. Trata-se do hidroximetilnitrofural, desenvolvido pela pesquisadora Chung Man Chin em sua tese de doutorado, apresentada na Faculdade de Ciências Farmacêuticas - FCF da USP. No Brasil, o nitrofural é o único medicamento eficaz contra o Tripanossoma cruzi, parasita causador da doença de Chagas. Os demais remédios presentes no mercado só funcionam na fase aguda da doença. Fonte: Agência USP de Notícias Escala mede risco de infarto Saiba hoje se você é candidato a sofrer um infarto em até 10 anos. Essa é a promessa de um novo método desenvolvido nos Estados Unidos e batizado de Framingham Coronary Heart Disease Risk Score - no Brasil, Escala de Framingham. A ferramenta é a mais recente arma dos médicos no combate às doenças cardíacas, principalmente o infarto, a angina e a morte súbita, pois ajuda na escolha do melhor tratamento para os fatores de risco do coração, como no caso de colesterol elevado. Para fazer o cálculo é preciso saber o nível de colesterol total, de HDL (bom colesterol) e de pressão arterial. A pessoa também deve saber se é diabética. A soma é feita com base na idade e no sexo do paciente. Pesquisadores suíços e australianos, das Universidades da Basiléia e de Sydney, afirmam ter descoberto a causa da asma. Eles acreditam que a doença seja causada pelo aumento das células musculares dos brônquios. Esse crescimento ocorre pela ausência do fator CEBT-alpha. Na pesquisa, evitou-se a produção dessas células e o músculo conseguiu ser estabilizado. Se confirmada, a descoberta abre caminho para o desenvolvimento de um tratamento definitivo contra a doença. Atualmente, a asma pode ser controlada somente por meio da eliminação temporária da inflamação dos brônquios. A interrupção do tratamento, no entanto, resulta na volta da doença. Com a descoberta da causa da asma, a esperança é de que o próximo passo seja a cura da doença. Segundo a Universidade da Basiléia, porém, um remédio para a cura da asma ainda deve levar anos para chegar ao mercado. Fonte: O Estado de S. Paulo Prozac na água A Agência Britânica de Meio Ambiente revelou que vestígios do remédio anti-depressivo Prozac aparecem em quantidades crescentes nos rios e na água de consumo doméstico do país, tamanho é seu consumo. Foram realizadas reuniões com responsáveis da indústria farmacêutica para estudar as possíveis repercussões do fenômeno nos consumidores e no meio ambiente. No entanto, a Agência Britânica de Águas considera que o Prozac está tão diluído depois da depuração das águas utilizadas que o risco para a saúde é mínimo. Fote: Correio Braziliense Fonte: Diário de S. Paulo Remédio contra a enxaqueca Foi apresentado no XVIII Congresso Brasileiro de Cefaléia, ocorrido entre os dias 05 e 07 de agosto em Curitiba, um estudo com 64 pacientes sobre o uso do topiramato na prevenção de enxaqueca crônica. Os participantes, com média de idade de 41 anos, apresentavam registro de enxaqueca de até sete anos seguidos. O medicamento reduziu pela metade a freqüência das crises em 66% dos pacientes. Mais de um quarto do grupo obteve redução de 95% na freqüência de crises. Foi observado um efeito colateral em 20% dos pacientes, que tiveram redução de peso corpóreo de até 5% Fonte: O Dia 16 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 Medicamento aprovado pela Anvisa Descoberta a possível causa da asma Novidade no tratamento da acne A Libbs Farmacêutica está lançando o Selimax Pulso (azitromicina) com apresentação desenvolvida especialmente para o tratamento da acne. Seu princípio ativo é um antibiótico que age contra as principais bactérias envolvidas no aparecimento das pústulas. O medicamento também possui efeito antiinflamatório, o que torna o tratamento mais eficaz. A posologia utilizada no tratamento é a chamada pulsoterapia 373, onde o paciente toma um comprimido por dia, durante três dias e descansa sete dias. Esse é o primeiro “pulso”. Depois dos sete dias de descanso, o paciente volta a tomar um comprimido por dia, durante mais três dias e descansa sete. Essa seqüência se repetirá mais uma vez, totalizando assim três pulsos, em um mês de tratamento. Sua embalagem traz a quantidade certa de comprimidos para o tratamento de um mês. Fiocruz produzirá cinco vezes mais O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, no dia 5 de agosto, o termo de posse de uma nova fábrica de medicamentos, incorporada ao Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos). O parque industrial, que pertencia ao laboratório multinacional GlaxoSmithKline, estava para ser desativado e foi comprado pelo governo por R$ 18 milhões. A expectativa é a de que se produza cerca de 50 milhões de antibióticos já em 2005, saltando para 10 bilhões a partir de 2007. Os fármacos seriam destinados, prioritariamente, aos programas do Ministério da Saúde, entre eles a Farmácia Popular. Fonte: O Estado de S. Paulo A Anvisa acaba de aprovar o uso do medicamento Abilify (aripiprazol), da Bristol-Myers Squibb. Considerado referência para o tratamento de esquizofrenia, recebeu a nova indicação pela eficácia apresentada no controle da fase maníaca em pacientes com Transtorno Bipolar, causando menos efeitos colaterais, como obesidade, diabetes e aumento do colesterol, do que outros medicamentos para o mesmo fim. O remédio atua como um estabilizador de dopamina, ao contrário dos outros antipsicóticos, que bloqueiam sua atividade. Hipertensão sob controle A Biosintética Farmacêutica está lançando o Betalor, medicamento para tratar a doença arterial coronária. O composto combina Atenolol (beta bloqueador) e Anlodipino (antagonista do cálcio), apresentando maior eficácia antihipertensiva, quando comparada às substâncias isoladas, com redução dos efeitos colaterais. Fonte: O Dia Medicamento combate a osteoartrose Condroflex é o lançament o do laboratório Zodiac para combater a osteoartro se. O medicamento possui duas substâncias ativas em sua composição, o sulfato de glicosamina (1,5g) e o sulfato de condroitina (1,2g). Esta combinação é muito utilizada nos Estados Unidos, por oferecer um efeito sinérgico entre elas, auxiliando no combate à causa e aos sintomas da osteoartrose, agindo seletivamente na cartilagem e em qualquer local onde haja o desgaste articular. Pertencent e ao grupo de medicame ntos DMOAD (Disease Modifying OsteoAthritis Drugs), ou seja, droga modificadora do curso evolutivo da osteoartrite, o Condroflex promete a melhora de modo continuado dos sintomas da artrose, com efeito prolongado mesmo após a interrupção do tratamento . É o primeiro e único medicamento de posologia de tomada única diária, disponível em sachês, contendo pó efervescente sabor limão. revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 ● 17 ÉTICA Confira abaixo a relação dos processos éticos julgados em 2003, em virtude dos trabalhos das Comissões de Ética do Estado de São Paulo, cuja finalidade é manter a integridade da profissão farmacêutica. Além destes, foram julgados outros 299 processos, cujas penalidades aplicadas foram advertências. PROFISSIONAL CRF-SP PROCESSO ÉTICO PENALIDADE PROFISSIONAL A.O.G. A.L.S. A.C. A.S. A.G.O. A.G.O. A.M.S.F.G. A.L.V.B. A.E.A. A.M.L.S. A.C.P. A.C.P. A.E.B. A.J.M. A.G. A.N. B.L.X.S. B.L.X.S. B.C.R. C.S.N. C.C.S. C.E.G.S. C.M.B. C.Y.T.Y. C.Y.T.Y. C.A.S. C.J.R. D.E.D.V. D.G.F. D.S.R. D.F. D.J.H. D.M.E. E.E.S. E.J. E.S. E.K.B. E.K.B. E.T. F.J.K. F.E.R.S. F.R. F.A.U. G.S.J. H.N.K. H.M.K. H.J.M. I.C.K. I.R.Q. J.B. J.B. J.B. J.J.H. J.H.C.F. J.L.D. J.N.V. K.Z.B. K.K. 5.742 6.149 4.673 1.636 3.599 3.599 8.391 19.952 4.560 8.851 9.087 9.087 8.804 9.758 300.173 5.986 12.738 12.738 3.955 18.093 10.545 9.516 5.142 9.246 9.246 13.217 19.653 4.528 14.154 16.577 303.602 506.014 1.172 14.411 21.622 2.641 2.240 2.240 6.953 13.204 15.098 18.043 358 4.301 8.397 19.616 17.124 10.605 6.586 306.132 306.132 306.132 304.773 13.274 6.840 5.431 22.150 302.908 nº 211/00 nº 301/02 nº 006/04 nº 023/00 nº 504/03 nº 596/03 nº 249/01 nº 026/02 nº 160/00 nº 209/01 nº 110/02 nº 111/02 nº 221/01 nº 507/02 nº 358/02 nº 209/00 nº 109/02 nº 244/02 nº 292/02 nº 128/02 nº 044/02 nº 382/99 nº 235/01 nº 378/02 nº 389/02 nº 107/02 nº 256/01 nº 017/99 nº 254/99 nº 203/01 nº 366/02 nº 248/02 nº 325/02 nº 242/00 nº 220/01 nº 106/01 nº 207/01 nº 208/01 nº 100/00 nº 173/00 nº 214/01 nº 258/00 nº 040/00 nº 187/01 nº 238/00 nº 017/00 nº 179/01 nº 245/00 nº 065/03 nº 178/96 nº 118/02 nº 127/02 nº 191/01 nº 059/01 nº 205/01 nº 261/01 nº 309/02 nº 014/02 220 ufir’s 1(um) S.M. 3 (três) S.M. 3 (três) S.M. 1(um) S.M. 2 (dois) S.M. 1(um) S.M. 3(três) S.M. 220 ufir’s 220 ufir’s 2 (dois) S.M. 1(um) S.M. 2 (dois) S.M. 1(um) S.M. 1(um) S.M. 220 ufir’s 1(um) S.M. 3 (três) S.M. 1(um) S.M. 1(um) S.M. 3 (três) S.M. 3 (três) S.M. 1(um) S.M. 1(um) S.M. 3 (três) S.M. 1(um) S.M. 3 (três) S.M. S.E.P. de 12 meses 220 ufir’s 1(um) S.M. 1(um) S.M. 3(três) S.M. 1(um) S.M. 1(um) S.M. 220 ufir’s 220 ufir’s 3 (três) S.M. S.E.P. de 3 meses 3 (três) S.M. 3 (três) S.M. S.E.P. de 3 meses 220 ufir’s S.E.P. de 3 meses S.E.P.de 6 meses 3 (três) S.M. 220 ufir’s 3 (três) S.M. 1(um) S.M. 1(um) S.M. 220 ufir’s S.E.P. de 3 meses S.E.P. de 6 meses 220 ufir’s 3 (três) S.M. 1(um) S.M. 1(um) S.M. 1(um) S.M. 1(um) S.M. L.L.D. 186 L.C.D. 11.566 L.C.O. 14.628 L.C.M. 17.180 L.V. 14.131 L.H.T. 10.691 L.P.A.M. 9.168 L.L. 19.520 L.M.P.L. 7.802 M.B.F. 20.361 M.A.P. 14.467 M.S.H. 12.712 M.M.P. 5.149 M.T.C. 8.904 M.G.R.M. 5.689 M.S.D. 9.073 M.J.A. 6.144 M.E.G. 7.748 M.D.M. 10.303 M.L.E.S. 9.262 M.B. 22.645 M.R.B. 5.544 M.L.T. 13.584 M.L.T. 13.584 M.S. 10.401 M.Z.B. 9.660 M.C.J. 506.787 M.M.C.B.G. 15.850 N.C.D. 13.665 N.R. 2.440 N.M.M. 8.307 R.F.S.S. 11.163 R.M.S.M. 8.844 R.P. 9.917 R.A.C. 13.995 R.G. 2.806 R.T.N. 13.971 R.M.X.C. 15.641 R.M.B. 9.345 S.M.R.V. 7.887 S.N.E. 20.827 S.O.L. 16.410 S.K. 7.413 T.A.R.B. 8.162 T.O. 6.030 T.S. 2.212 T.S. 2.212 T.K. 7.787 T.Y. 2.060 V.M.T.S.C. 13.554 V.M.G. 7.414 V.E.V. 4.690 V.V. 22.919 W.D.F. 8.234 W.A.A. 11.472 Legenda: S.E.P = Suspensão do exercício profissional P.E.D = Processo Ético Disciplinar S.M. = Salário Mínimo 18 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 CRF-SP PROCESSO ÉTICO PENALIDADE nº 178/02 nº 227/02 nº 350/99 nº 194/01 nº 071/01 nº 263/01 nº 237/01 nº 426/02 nº 388/02 nº 084/00 nº 081/02 nº 189/99 nº 300/02 nº 046/02 nº 106/00 nº 076/02 nº 371/02 nº 029/03 nº 210/01 nº 030/02 nº 230/03 nº 295/02 nº 163/00 nº 164/00 nº 033/00 nº 407/02 nº 095/01 nº 251/01 nº 283/02 nº 089/02 nº 347/02 nº 142/00 nº 123/01 nº 193/01 nº 267/00 nº 308/02 nº 431/02 nº 075/00 nº 044/01 nº 447/02 nº 032/02 nº 062/02 nº 296/99 nº 276/99 nº 139/01 nº 385/02 nº 391/02 nº 259/01 nº 295/99 nº 258/02 nº 163/02 nº 024/00 nº 073/02 nº 303/02 nº 241/00 1(um) S.M. 3 (três) S.M. 1(um) S.M. 1(um) S.M. 1(um) S.M. 3 (três) S.M. 1(um) S.M. 2 (dois) S.M. 1(um) S.M. 220 ufir’s 3 (três) S.M. S.E.P. de 12 meses 3 (três) S.M. 1(um) S.M. 220 ufir’s 1(um) S.M. 1(um) S.M. 1(um) S.M. 1(um) S.M. 1(um) S.M. 1(um) S.M. 1(um) S.M. 220 ufir’s S.E.P. de 3 meses 220 ufir’s 1(um) S.M. 3 (três) S.M. 1(um) S.M. 2 (dois) S.M. 1(um) S.M. 1(um) S.M. 3 (três) S.M. 3 (três) S.M. 1(um) S.M. 220 ufir’s 1(um) S.M. 1(um) S.M. 220 ufir’s 3 (três) S.M. 1(um) S.M. 1(um) S.M. 2 (dois) S.M. 220 ufir’s 220 ufir’s 1(um) S.M. 1(um) S.M. 3 (três) S.M. 3 (três) S.M. 1(um) S.M. 1(um) S.M. 1(um) S.M. 220 ufir’s 3 (três) S.M. 3 (três) S.M. 3 (três) S.M. SECCIONAL NOTÍCIAS DO INTERIOR Inaugurada nova Presidente sede da Seccional de Prudente São José dos Campos Da esquerda para direita: Dr. José Gilberto Salvia - coordenador da seccional, Dra. Raquel C. Delfini Rizzi - Diretora Tesoureira do CRF -SP, Dr.Francisco de Paula Garcia Caravante Jr. - presidente do CRF-SP, Dra. Maria Helena - Gefam (Grupo de Estudos de Farmácias Magistrais), Dra. Alessandra Toledo Couto Barberato - Gefam (Grupo de Estudos de Farmácias Magistrais) e Dr. Machuca - ex - Adm. do Hospital Municipal. a busca incessante de facilitar o acesso dos farmacêuticos aos serviços prestados pela entidade e visando ampliar e melhorar o atendimento aos usuários, o CRF-SP reformou sua sede de São José dos Campos. A inauguração das novas instalações ocorreu no último dia 20 de agosto. O evento contou com a participação da diretoria do Conselho, representada pelo dr. Francisco Caravante Jr. e dra. Raquel C. Delfini Rizzi, autoridades da região, como o Tenente Coronel Fernando Rodrigues da Silva, coordenadores de Seccionais, como dr. Rodinei Veloso, de Brangaça, dr. Luís Roberto Del Porto, de Jundiaí e dra. Maria Luiza Rodrigues, de São José do Rio Preto. A dra. Ana Maria Braguim Pellim e o dr. Pedro Menegasso ministraram pa- N lestras. O GEFAN - Grupo de Estudos de Farmácias Magistrais – também prestigiou o evento. Em seu discurso, o coordenador da Seccional de São José dos Campos, dr. Gilberto D. Sálvia, declarou: “Hoje, os farmacêuticos de São José dos Campos e região ganham um novo espaço que, além de dar continuidade ao projeto da Diretoria de prestar atendimento de alto nível aos seus usuários – reformando e ampliando suas instalações, descentraliza não só as atividades administrativas, mas as inúmeras ações políticas oriundas da sede, aproximando cada vez mais o profissional farmacêutico e as organizações ligadas à saúde, desta entidade. As novas instalações possibilitarão que os colegas farmacêuticos utilizem a Seccional para se organizarem enquanto categoria, o que é muito importante para a nossa profissão.” 20 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 AFARCAMP A diretora tesoureira dra. Raquel C. Delfini Rizzi e o dr. Pedro Menegasso, da Comissão de Farmácia, representaram o Conselho Regional de Farmácia de São Paulo na solenidade de posse da nova diretoria da Associação dos Farmacêuticos de Campinas (AFARCAMP). O evento ocorreu no último dia 30 de julho. “Temos certeza que a nova diretoria valorizará a categoria nos aspectos cultural, ético e científico”, destacou Raquel C. Delfini Rizzi. Foto: Ana Cláudia A reinauguração da Seccional de Presidente Prudente no dia 18 de setembro marca o lançamento do projeto piloto do CRF-SP voltado à formação de um profissional completo, atento às necessidades dos usuários dos serviços de saúde e de medicamentos. Questões de interesse da categoria, como código de Ética, responsabilidades do RT e co-RT (RT perante o CRF e VISA, baixa no CRF e na Visa, horário de almoço, hora extra, plantão) integram a pauta de discussões. O “Cantinho do Farmacêutico”, equipado com TV, vídeo, revistas, informativos sobre legislação, computador com acesso à internet viabilizando a formação de grupos, pesquisas a legislações e pagamento de boletos, foi criado especialmente para a ocasião. Representantes do CRF-SP (coordenador regional e fiscal), comissão de Ética, Sindicato dos farmacêuticos e Associação dos Farmacêuticos. Professores e diretores do curso de Farmácia, a Visa local e representantes da Diretoria e Comissão Ética da sede são esperados no evento. A expectativa do CRF-SP é estender o projeto piloto às demais regiões do Estado. Bragança Paulista Bragança Paulista, a ex “Vila Nova Bragança” tem hoje mais de 125 mil habitantes região Bragantina, localizada na Serra da Mantiqueira, é composta por 16 cidades: Águas de Lindóia, Amparo, Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Bragança Paulista, Joanópolis, Lindóia, Monte Alegre do Sul, Nazaré Paulista, Pedra Bela, Pinhalzinho, Piracaia, Serra Negra, Socorro, Vargem e Tuiuti. O edital de criação da "Villa Nova Bragança" data de 28 de novembro de 1797. O nome escolhido foi provavelmente uma homenagem à Casa Bragança, dinastia de Portugal. Criada em dezembro de 2003, a Seccional de Bragança é uma referência importante para os farmacêuticos da região, conforme explica Rodinei Veloso, coordenador regional. RF – Qual a importância de uma seccional para a região? Quais os benefícios que ela oferece aos profissionais? Rodinei Veloso - Com a Seccional existe uma melhor interação. O contato é maior, facilitando a solução dos problemas apresentados, tendo em vista que já são de conhecimento da atendente e também da coordenação. A divulgação e a procura por cursos de aperfeiçoamento é feita de forma direta, pois em nossa seccional temos como contatar os profissionais da região em atenção àqueles que já co- A nhecem esta seccional e freqüentemente estão em contato para saber da programação, sendo-lhe garantido o retorno da solicitação. RF – Como você define a atuação farmacêutica na região? Rodinei Veloso – Ao longo do tempo e pelo trabalho do CRF-SP, a categoria farmacêutica vem resgatando seu espaço na sociedade. Com isso, observamos que, a cada dia, novas atribuições e espaços são criados para os farmacêuticos, o que mostra a verdadeira atenção farmacêutica. RF – Na sua opinião, quais os principais problemas enfrentados pela classe farmacêutica e como o CRF-SP pode ajudar a resolvê-los? Rodinei Veloso – Piso salarial baixo, conivência de alguns colegas ao aceitar propostas abusivas de trabalho, como jornada de trabalho maior. Como solução, podemos sugerir que a categoria, junto aos órgãos que a representam, tenha uma interação maior, ou seja, uma participação efetiva do colega farmacêutico no que tange a profissão. RF – Como está o campo de trabalho para o farmacêutico na região? Rodinei Veloso – Temos um Hospital Universitário de médio porte que atende toda a região, a Santa Casa de Misericórdia e um Hospital Municipal. Situada na região sudeste do Estado de São Paulo, a cidade de Bragança Paulista foi escolhida pelo CRF-SP como ponto estratégico para implantar uma de suas 22 seccionais. O Coordenador Rodinei Veloso fala da importância desta seccional para a região. Rodinei Veloso, coordenador da Seccional de Bragança Paulista. Isso demonstra a grande necessidade do profissional farmacêutico estar sempre atuante, uma vez que, apenas em nossa cidade temos por volta de 75 farmácias públicas, além das UBSs. ESPAÇO GEOGRÁFICO Área total: 513: 569 km2 Latitude do distrito sede do município: -46.54194 Total de população residente: 125.031 hab. Total da população urbana: 111.090 hab. Total da população rural: 13.940 hab. Densidade demográfica: 243,18 hab/km2 Fonte IBGE 2002 revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 ● 21 Foto: Depto. de Comunicação, Prefeitura de Santo André SECCIONAL Santo André atual distrito de Santo André surgiu em 1910, integrando o município de São Bernardo do Campo. Desde o início, a cidade se destacou como o principal pólo de industrialização do município e, em poucos anos, passou a ser a maior força econômica da região, seguida por São Caetano, e só depois pela sede, a Vila de São Bernardo. Em 1938, um decreto estadual transferiu para o distrito de Santo André, a sede do Município da Vila de São Bernardo, que passou a se chamar Município de Santo André. Durante seis anos, toda a região do ABC se chamou Santo André. Em 1944, São Bernardo obteve sua emancipação político-administrativa, seguido por São Caetano, em 1948, Mauá, em 1953, e Ribeirão Pires, no mesmo ano. Atualmente, o município abrange os distritos de Capuava e Paranapiacaba. Conta com uma área de 174,38 quilômetros quadrados, e uma população de 649.331 habitantes segundo dados do IBGE. O Produto Interno Bruto (PIB) municipal per capita é de aproximadamente US$ 9.800 e o Índice de Desenvolvimento Humano O (IDH) é de 0,8739, um dos maiores da região. Em novembro de 2003, sob a gestão do Dr. Franscisco Caravante, o CRF-SP inaugurou uma Seccional em Santo André. A procura pelos serviços oferecidos foi tão grande, que desde setembro de 2004 teve seu horário de funcionamento ampliado, atendendo agora das 8h30 às 17h30, com intervalo para almoço das 12 às 13 horas. Na entrevista, Márcio de Souza Garcia, coordenador da Seccional, nos fala sobre seu funcionamento e sua importância para a região. Revista do Farmacêutico - O que levou à criação da Seccional de Santo André? Márcio Garcia – A Seccional de Santo André faz parte da política de descentralização do CRF-SP, que tem como objetivo aproximar o Conselho do Farmacêutico e da comunidade. Portanto, todos os procedimentos realizados pela sede em São Paulo já podem ser feitos também na Seccional de Santo André. Revista do Farmacêutico - Quais as cidades e o número de profissionais atendidos? Márcio Garcia – Atendemos cerca de seis cidades da região do ABCD: Santo André, São Bernardo, São Caetano, 22 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 Diadema, Mauá, e Ribeirão Pires. Atualmente, estamos atendendo em média 206 protocolos e 281 atendimentos por mês. Revista do Farmacêutico - Quais os benefícios que ela trouxe para a área de saúde da região? Márcio Garcia – Hoje, a população e os farmacêuticos destas regiões podem contar com os serviços oferecidos pela Seccional. Outro benefício são as campanhas de educação em saúde que o CRFSP vem promovendo ao longo deste ano nas drogarias e farmácias cadastradas. Revista do Farmacêutico - Quais os serviços que a Seccional oferece à comunidade farmacêutica? Márcio Garcia – Oferecemos todo apoio ao farmacêutico no que se refere a ações em defesa de seu âmbito profissional. Existe uma preocupação com a excelência da formação do profissional Para isso, o CRF-SP promove cursos e eventos tecnico-científicos, a fim de promover o aprimoramento profissional. Revista do Farmacêutico - Trace um perfil do campo de atuação do farmacêutico no ABC? Márcio Garcia – Na região existe um grande campo de atuação no setor industrial, nas farmácias/drogarias e na área hospitalar. NOTÍCIAS DA DIRETORIA REVISTA Confira a relação das principais atividades da Diretoria do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), nos meses de julho e agosto. ● 01/07 – Audiência com o Dr. Nilson Páscoa, chefe do gabinete do Secretário de Estado da Saúde de São Paulo, sobre a distribuição de medicamentos nas estações do metrô. ● 09/07 – Dra Anna Maria Pellim participou da solenidade de formatura dos alunos do curso de Farmácia da UNIMEP. ● 13/07 – Dr. Nelson Pombalino Júnior representou o CRF-SP na reunião do Departamento de Laboratórios da Confederação Nacional de Saúde. ● 14/07 – Dr. Rogério Guimarães Frota Cordeiro, coordenador da Comissão Assessora de Saúde Pública do CRF-SP, esteve presente na solenidade de comemoração dos quinze anos de existência do Conselho Municipal de Saúde. ● 15/07 – O vice presidente do CRFSP Dr. Álvaro Favaro Júnior participou da reunião do grupo de trabalho para sugestões à CVS 01 /04 no CRF-SP. ● 16/07 – Dr. Álvaro Favaro Júnior, vice-presidente do CRF-SP, e Dr. André Luís Capriolli, diretor de Fiscalização, participaram da reunião dos Conselhos Regionais de Farmácias das regiões Sul e Sudeste. INTITUTO DE PESQUISA E ENSINO EM HEMATOLOGIA DE SÃO PAULO ESPECIALIZAÇÃO - LATO SENSU CITOLOGIA CLÍNICA HEMATOLOGIA LABORATORIAL BIOLOGIA MOLECULAR E CITOGENÉTICA ANÁLISES CLÍNICAS CORPO DOCENTE TODOS COM MESTRADO / DOUTORADO USP MAIORES INFORMAÇÕES www.ipehsp.com.br / [email protected] Alameda Franca nº 1604 CEP 01422-001 - São Paulo-SP Fone/Fax: (11) 3088-5792 ● 18/07 – Dra. Daniela Noronha e Dra. Simone Fátima Lisot, fiscais do CRF-SP, compareceram à Abertura Oficial do XVII Encontro Nacional dos Estudantes de Farmácia, em Campinas. ● 19/07 – Palestra “Concurso de Aconselhamento ao Paciente (CAP)” no XVII Encontro Nacional dos Estudantes de Farmácia, ministrada pelo Dr. Francisoco de Paula Garcia. ● 23/07 – Dr. José Vanilton de Almeida, membro da Comissão de Farmácia do CRF-SP, esteve na Abertura do Congresso Brasileiro Multidisciplinar em Diabetes (ANAD). ● 26/07 – Dr. Francisco de Paula Garcia Caravante Jr., Presidente do CRF-SP, participou da abertura do Congresso de Estudos Científicos Aplicados à Cosmetologia, Estética e Cabelo – VITADERM. ● 31/07 e 01/08 – Dra. Raquel Cristina Delfini Rizzi, Diretora Tesoureira do CRF-SP, integrou a Reunião de Coordenadores Regionais e Cursos de Capacitação. ● 02/08 – Dr. Francisco de Paula Garcia Caravante Jr., ministrou a aula inaugural na UNIMEP: Novas perspectivas para o Profissional Farmacêutico. ● 02/08 – Dr. Álvaro Fávaro Jr., Vicepresidente do CRF-SP, participou da reunião do grupo de trabalho para sugestões à CVS 01/04. ● 04/08 – Dr. Álvaro Fávaro Jr. integrou a reunião para discussão da Consulta Pública CVS 01/04. ● 11/08 – Dr. Álvaro Fávaro Jr. participou de reunião com o CONAR. ● 12/08 e 13/08 – Dr. Francisco de Paula Garcia Caravante Jr, Dra. Raquel Cristina Delfini Rizzi e Dra. Thaís Adriana do Carmo, Secretária Geral do CRF-SP, representaram o Conselho na II Conferência de Educação Farmacêutica da Região Sudeste. Científica Publicação do CRF-SP ● Ano I ● Agosto/Setembro/2004 Fotoproteção: Uma Questão de Saúde Pública Marlus Chorilli, Miriam Elias Cavallini, Gislaine Ricci Leonardi - Curso de Farmácia - Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP) luz solar é uma das várias formas de energia à qual nos expomos praticamente quase todos os dias. Ela é importante para ativar a vitamina D na pele, evitar o raquitismo e é responsável pelo bronzeamento, considerado, muitas vezes, sinônimo de beleza na sociedade contemporânea, especialmente em nosso país tropical (PAOLA, 1998). O sol emite vários tipos de radiações, que compreendem principalmente três regiões fundamentais: luz visível (VIS), ultravioleta (UV) e infravermelho (IR). A radiação ultravioleta está localizada entre os comprimentos de onda 200 e 400 nm, sendo formada por radiação UVC (menor do que 290 nm), UVB (entre 290 e 320 nm) e UVA (entre 320 e 400 nm) (STEINER, 1995). A radiação UVC praticamente não atinge a superfície terrestre, sendo retida pela camada de ozônio. Os raios UVC são pouco eritematogênios, pouco pigmentogênios e altamente germicidas. A radiação UVB atinge a superfície A terrestre deixando a pele vermelha. Os raios UVB são responsáveis também pela pigmentação indireta, câncer de pele e tem predominância no horário das dez às quatorze horas. A radiação UVA promove a pigmentação direta (bronzeamento), é fotossensibilizante, responsável pelo envelhecimento precoce, câncer de pele e também tem predominância no horário das dez às quatorze horas (STOCKDALE, 1991; GARCIA et al., 1992). Porém, o excesso de exposição solar pode comprometer a saúde do tecido cutâneo. O sol tem poder de danificar algumas células de nossa pele causando danos às vezes irreversíveis. Dentre os dados causados, pode-se citar o câncer de pele, cujos índices em todo o mundo tornaramse assustadores. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, só em 1995, foram quase 90 mil casos em todo nosso país. Este talvez seja o principal motivo pelo aumento da procura de produtos que contenham filtros solares. Este aumento contribuiu para que as indústrias e as farmácias de manipulação aprimorassem seus produtos para atender as necessidades do mercado, desenvolvendo diferentes tipos de filtros solares (SAMPAIO, 2001). Filtros solares são produtos cosméticos, que contêm componentes ativos que podem absor- ver ou refletir radiação ultravioleta (UV) para defender a pele dos efeitos danosos do sol. Tais produtos são classificados como produtos OTC pela FDA dos Estados Unidos (SCHUELLER & ROMANOWSKI, 2000). Vários fatores interferem na produção de um bom e confiável produto antisolar. Uma grande preocupação que norteia as farmácias é quanto a garantia do FPS (fator de proteção solar) especificado em seus produtos manipulados, já que, a maioria deles são elaborados de acordo com fórmulas sugeridas pelas empresas que comercializam as matérias-primas, em especial os filtros solares. Observa-se também que os FPS padronizados por estas empresas estão sempre relacionados à formulação padrão, e nem sempre, são as mesmas fórmulas ou veículos utilizados pelas farmácias. Na verdade, para cada novo veículo empregado, teria que ser determinado o novo FPS (KHURY et al., 1995). As determinações científicas do grau de proteção contra a luz solar são definidas como a razão existente entre o tempo necessário para provocar o eritema em uma pele protegida dividido pelo tempo de uma não protegida (MEYBECK, 1983). Segundo JOHNSON & LOOKINGBILL (1984), um terço das pessoas escolhem os produtos antiAgosto/Setembro/2004 ● Revista Científica ● 25 REVISTA REVISTA Científica solares de acordo com as informações impressas na embalagem. Tal afirmação leva a uma preocupação ainda maior em oferecer informações bastante claras, precisas e confiáveis principalmente no que diz respeito ao FPS. Os filtros solares podem ser de origem química ou física, sendo incorporados a veículos como emulsões (popularmente conhecidas como cremes ou loções), géis, óleos, batons, entre outros (BORELI, 1994). Para a escolha correta do veículo é necessário considerar as características de cada tipo de pele. É preciso adequar as formulações para que promovam uma proteção eficaz sem ocasionar efeitos indesejáveis, como acnegenicidade, por exemplo (MAIA CAMPOS, 1994; BORELI, 1994). A escolha adequada do veículo à qual o filtro solar será incorporado é de fundamental importância para a estabilidade e, conseqüentemente, para a eficácia do produto final. Alguns veículos podem ser usados para obter as características físicas e químicas desejadas do produto ou para melhorar a aparência ou, ainda, para melhorar a sensação do produto quando aplicado na pele (MAIA CAMPOS, 1994; DAHMS, 1996). A sensação agradável promovida pelo uso do filtro solar é muito importante para a aceitação da fórmula. Se o consumidor não sentir bem-estar ao aplicar o produto, dificilmente o usará regularmente e, portanto, poderá não usufruir dos efeitos benéficos do mesmo (GOMES et al, 1998). Os filtros químicos, como o PABA, ésteres de PABA, benzofe- 26 ● Revista Científica ● Agosto/Setembro/2004 Científica nonas, salicilatos, contêm moléculas que absorvem a energia radiante da luz sem deixá-la passar pela pele, protegendo-a (BORELI, 1994). Já os filtros solares físicos, como o dióxido de titânio, silicato de magnésio, óxido de zinco e caulim, são produtos que possuem como mecanismo de ação a reflexão ou dispersão da radiação ultravioleta (SHAATH,1987). Geralmente são produtos de origem mineral e eventualmente de origem vegetal, que se incorporam nas preparações sob a forma de pó em suspensão. Para tanto o tamanho da partícula do pó deve obedecer, em princípio, a completa passagem por um tamis de 200 mesh (HARRY, 1973). O grau de eritema, causado pela radiação UVB depende do tempo de exposição e também da cor da pele. Peles mais claras avermelham rapidamente, enquanto que peles mais escuras praticamente não tornam-se eritematosas. Este fenômeno ocorre devido a capacidade de formação de melanina de cada pele. A melanina funciona como protetor natural da pele e é produzida pelo melanócito, através de reação química que iniciase com a tirosina, estimulada pela tirosinase (DUGGAN et al., 1989; STEINER, 1995). Logo, a cor da pele determina a susceptibilidade aos prejuízos ocasionados pelo excesso de sol. Os danos solares, como câncer de pele, manchas e fotoenvelhecimento serão mais intensos em peles mais claras, que necessitam de mais proteção (GLICHREST, 1994). Mas, pessoas de todas as cores de pele e idades estão sujeitas à agressão solar, e portanto pre- cisam se proteger. As mais morenas podem usar proteção mais baixa, e as mais claras devem usar formulações com números mais altos de FPS. As crianças não podem deixar de usar filtro solar quando expostas por longo período ao sol. Pessoas negras, mulatas e orientais não estão isentas dos efeitos prejudicais do sol, apesar de contarem com maior quantidade de melanina na pele (STEINER, 1997). Epstein, apud RIEGER (1989) elaborou um trabalho sobre as doenças cutâneas induzidas pela luz UV. Mais de 100 de suas referências comentam o assunto. Uma delas identificou, a lesão crônica da pele causada pela luz do sol. Seus sintomas são enrugamento, atrofia, formação de placas e queratose actínica. Denominou-se tal fenômeno de “pele de marinheiro”, e é conhecida tecnicamemente como elastose actínica. Está lesão cutânea induzida pelo sol esta diretamente relacionada ao envelhecimento actínico da pele. Além disso, a elastose actínica, mesmo com evidências de formação benigna de placas e queratose, é vista hoje como uma condição potencialmente pré-cancerosa, que merece a atenção da classe médica (RIEGER, 1989). Câncer de pele pode ser definido como o crescimento anormal de células resultando num tumor que pode se apresentar em forma de caroço, ferida, vermelhão, mancha e outros. Normalmente ele aparece em partes da pele mais expostas ao sol, como rosto, colo, pescoço e braços. Existem vários tipos de câncer de pele, dos quais três são mais comuns e graves: carcinoma baso- celular, carcinoma espinocelular e melanoma (STEINER, 1997). O ser humano possui mecanismos naturais que o protegem das radiações solares, como espessamento da camada córnea, ácido urocânico e melanina, mas mesmo assim ele precisa se proteger do excesso de exposição para prevenção do câncer de pele (PAWELEK et al., 1992; CHEDEKEL et al., 1997). Sendo assim, o câncer de pele vem sendo objeto de interesse e pesquisa na área curativa e preventiva. Neste contexto, insere-se o profissional farmacêutico, o qual pode atuar tanto no desenvolvimento de formulações fotoprotetoras, como na orientação farmacêutica, fornecendo aos pacientes informações científicas sobre os malefícios causados pelo excesso de exposição solar, medidas preventivas para se evitar o câncer de pele e informações sobre o uso correto dos protetores solares, os quais devem ser aplicados de maneira homogênea, não esquecendo de nenhuma área que será exposta, como por exemplo, as orelhas e os lábios. O esclarecimento da população quanto aos prejuízos do excesso de exposição aos raios UV, bem como as pesquisas que visam alcançar o desenvolvimento de fórmulas fotoprotetoras de amplo espectro (que atuam contra os raios UVA e UVB) devem ter prosseguimento, pois sabe-se que a camada de ozônio continua a diminuir, e dessa maneira uma radiação mais lesiva atinge a superfície da terra, e por isso cada vez mais as pessoas precisarão estar bem informadas sobre os perigos do sol para poderem se proteger e assim, envelhecer com saúde. Referências Bibliográficas BORELLI, Shirlei et al. Melanoses Solares: Estudo comparativo entre três Técnicas Terapêuticas. Cosmiatria & Estética, São Paulo, p. 23-24, tri. 1999. CHEDEKEL, Miles R. Melanina pode Potencializar Filtros Solares. Estados Unidos: MeL-Co, v. 9, n.2, p.55-57, 1997. dermocosméticas. Rev. Cosmiatr. Med. Est., v.2, n.2, p.32-5, 1994. MEYBECK, A. Objective methods for the evaluation of sunscreens. 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GOMES, A. L.; LANGER, C.M.; OLIVEIRA, E. C.; VAIROLETTO, L. Diferentes tipos de pele: diferentes necessidades cosméticas. In: CONGRESSO NACIONAL DE COSMETOLOGIA, 12., São Paulo, 1998. Anais. São Paulo, Associação Brasileira de Cosmetologia, 1998. p. 220-31. HARRY, R.G. Harry’s cosmeticology. 6.ed. London: Leonard Hill Books, 1973. Cap. 23, p. 306-337: Sunscreen, suntan, and sunburn preparations. JOHSON, E.Y.; LOOKINGBILL, D.P. Sunscreen use and sun exposure, trends in a white population. Archives Dermatology, v.120, p. 727-31, 1984. KHURY, E. et al. Fotoprotetores de alta eficiência. Cosmetics & Toiletries, v. 7, n.4, p. 41-46, 1995. MAIA CAMPOS, P.M.B.G. Bases SAMPAIO, Sebastião de Almeida Prado & RIVITTI, Evandro A. Dermatologia. 2.ed. São Paulo: Artes Médicas, 2001. 1156 p. SCHUELLER, R; ROMANOWSKI, P. Introdução aos produtos fotoprotetores. Cosmetics & Toiletries, v. 12, n.4, p. 60-7, 2000. SHAATH, Nadim A. On the theory of ultraviolet absorption by sunscreen chemicals. 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TESOURARIA OS ORIGINAIS DEVERÃO CONTER: ■ Título completo, nome(s) do autor(es) sem abreviação, indicação da instituição a qual pertencem, titulação, atividade profissional atual, endereço completo (inclusive e-mail) e palavras-chave do artigo. ■ Introdução: com formulação clara e simples do tema, apresentação sintética do problema, revisão da literatura, justificativa, objetivos, delimitação e ângulo da abordagem da idéia central. editorial. Caso o artigo não seja aceito para publicação, será devolvido ao(s) autor (es), mediante justificativa. ■ Incentivar a produção e a socialização de pesquisas científicas pertinentes ao âmbito profissional do farmacêutico. NORMAS PARA PUBLICAÇÃO Os artigos deverão ser estruturados em Introdução, Desenvolvimento e Conclusão, cabendo aos autores definirem subitens. Deverão ser redigidos em português e ter no máximo de 4 mil a 12 mil caracteres (com espaços) e ser enviado em disquete ou por via eletrônica. 28 ● Revista Científica ● Agosto/Setembro/2004 ■ Desenvolvimento: descrição da metodologia, apresentação e discussão dos resultados. ■ Conclusão: considerações finais, relevância dos dados apresentados e possíveis contribuições para a área abordada. ■ Referências: apenas citadas no trabalho, de acordo com as normas da ABNT 6.023 (2002). ANÁLISE DOS ARTIGOS Dos artigos recebidos, serão submetidos ao conselho editorial da Revista Científica apenas aqueles que estiverem adequados às normas descritas. Poderão ser aceitos na íntegra ou com alterações sugeridas pelo conselho Confira o demonstrativo das contas do 1º semestre de 2004 do CRF-SP, considerando-se as receitas arrecadadas e as despesas pagas em relação ao orçamento. JANEIRO/04 - JUNHO/04 COMO ENVIAR Os artigos deverão ser enviados para: Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) Rua Capote Valente, nº 487 05409-001 – São Paulo-SP ou para o e-mail: [email protected]. OBJETIVOS ■ Publicar artigos que contribuam para o crescimento e relevância técnico-científica de questões voltadas às Ciências Farmacêuticas. Balanço Contábil do CRF-SP REVISTA Científica EXPEDIENTE COMISSÃO EDITORIAL COORDENADOR: Professor Doutor José Artur da Silva Emin Professor Doutor Leoberto Costa Tavares Professora Doutora Luz Marina Trujillo Professor Doutor Geraldo Alécio de Oliveira. CONSULTORES: Comissão de Educação Farmacêutica do CRF-SP A Revista Científica do CRF-SP é parte integrante da Revista do Farmacêutico, não podendo ser comercializada ou distribuída separadamente. Os conteúdos apresentados são de inteira responsabilidade dos seus autores. RECEITAS CORRENTES RECEITAS DE CONTRIBUIÇÕES CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS RECEITAS DE SERVIÇOS RENDAS EMOL.C/A INSCRIÇÃO RENDAS EMOL.C/A EXP.CARTEIRAS RENDAS EMOL.C/A EXP.CERTIDÕES OUTRAS RECEITAS CORRENTES MULTAS E JUROS DE MORA RECEITAS DA DIVIDA ATIVA RECEITAS DIVERSAS Receita de Aplicação Financeira Outras Receitas Diversas Receita c/ Proc. Judiciais Receita c/ Anuncio Publicitário Receitas de Cursos, Congressos, Eventos Receita de Patrocínio RECEITAS DE CAPITAL OPERAÇÕES DE CREDITO ALIENAÇÕES DE BENS REFORMULAÇÃO ORÇAMENTÁRIA TOTAL DAS RECEITAS DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CUSTEIO PESSOAL PESSOAL CIVIL VENCIMENTOS E VANTAGENS Vencimentos de Pessoal Fixo Férias / 13º Salário Outros Vencimentos e Vantagens DESPESAS VARIÁVEIS OBRIGAÇÕES PATRONAIS MATERIAL DE CONSUMO Artigos de Expediente Impressos Combustíveis e Lubrificantes Vale - Refeição Gêneros de Alimentação Vestuários e Uniformes Carteirinhas de Profissional Farmacêutico Tonners e Cartuchos p/ Impressoras Outros Materiais de Consumo SERVIÇOS DE TERC.E ENCARGOS REMUNERAÇÃO SERVS.PESSOAIS Estagiários Outros OUTROS SERVIÇOS E ENCARGOS Outros Serviços e Encargos Locações em Geral Seguros em Geral Serviços Utilidades (Telefone, Luz, Gás) Publicações de Editais / Resoluções Prestação de Serviços Eventos, Cursos, Congressos Deslocamentos e Participações Impostos,Taxas,Multas.Pedágio Despesas Judiciais Vale Transporte Serviços Médicos Hospitalares Comemoração do Dia do Farmacêutico Pass. Aéreas, Terrestres, Urbana e Hospedagem Revista do Farmacêutico Postagem de Correspondência Verba de Sucumbência Despesas com Condomínio TRANSFS.CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL INVESTIMENTOS INVERSÕES FINANCEIRAS TOTAL DAS DESPESAS SUPERÁVIT / (DÉFICIT) As Demonstrações Contábeis em acordo as exigências da Lei nº 4.320/64 estão publicadas em nosso site www.crfsp.org.br ou obtenha informações através do e-mail [email protected] ORÇADA 10,709,000 5,740,000 5,740,000 2,440,000 690,000 200,000 1,550,000 2,529,000 1,500,000 360,000 669,000 325,000 14,000 200,000 30,000 84,000 16,000 51,000 51,000 10,760,000 FIXADA 9,966,500 9,907,500 5,735,000 4,545,000 4,125,000 3,275,000 550,000 300,000 420,000 1,190,000 821,591 61,462 115,000 40,000 385,000 25,500 21,441 30,000 75,000 68,188 3,350,909 191,000 185,000 6,000 3,159,909 280,490 250,000 40,000 331,350 25,000 210,559 97,350 237,000 48,160 81,000 140,000 365,000 79,600 111,000 395,400 128,000 130,000 210,000 59,000 793,500 750,019 43,481 10,760,000 - JANEIRO 756,693 410,464 410,464 182,833 48,479 28,144 106,210 163,395 117,540 16,118 29,737 4,465 18,815 6,457 756,693 JANEIRO 545,728 545,728 374,593 374,363 322,880 262,609 53,587 6,684 51,482 231 1,729 244 1,335 150 169,406 2,319 2,319 167,087 10,899 16,019 5,014 12,610 3,915 16,887 4,165 5,033 9,737 28,019 11,763 2,033 13,434 12,706 14,853 210 210 545,938 210,754 FEVEREIRO 2,729,548 2,284,317 2,284,317 165,490 34,982 15,347 115,161 279,740 194,394 13,794 71,553 19,703 0 42,704 5,145 4,000 2,729,548 FEVEREIRO 761,215 756,411 431,313 334,374 300,270 275,724 21,029 3,516 34,104 96,939 44,648 1,406 2,220 3,396 26,887 1,846 1,733 7,159 280,450 15,423 15,423 265,026 8,309 13,373 4,811 29,396 608 20,159 4,850 16,886 3,992 2,948 13,884 31,308 49,144 12,483 16,481 10,125 10,296 15,973 4,804 3,214 3,214 764,429 1,965,119 Nota: (1) Refere-se a subtração do Orçamento previsto para o ano de 2004 os valor correspondente ao Resultado do Exercício. MARÇO 1,622,738 1,094,197 1,094,197 172,540 29,987 13,075 129,478 356,001 220,526 30,573 104,902 12,463 63 67,586 4,760 20,029 30,156 30,156 1,652,894 MARÇO 909,293 904,541 459,690 361,902 327,034 287,641 33,566 5,827 34,867 97,788 56,493 31,473 10,390 2,861 9,673 1,211 715 170 388,358 16,816 16,816 371,542 23,163 29,051 20,442 30,897 4,195 15,691 3,949 54,708 10,597 14,365 39,223 36,984 2,118 8,063 36,128 8,877 13,538 19,552 4,751 15,908 15,908 925,200 727,694 ABRIL 2,628,844 2,253,511 2,253,511 157,463 24,573 5,209 127,681 217,870 129,454 9,402 79,014 34,499 408 26,911 9,140 7,806 250 48,500 48,500 2,677,344 ABRIL 787,091 782,046 430,136 331,209 299,454 274,575 20,268 4,611 31,755 98,927 88,577 1,267 990 4,256 63,114 2,405 8,790 6,089 1,185 481 263,332 19,383 19,383 243,949 17,954 33,293 560 31,743 5,782 20,623 13,993 19,539 7,137 19,412 (16,282) 25,819 13,462 10,253 14,651 9,681 16,330 5,045 186,840 186,840 973,931 1,703,414 MAIO 540,182 104,694 104,694 138,873 19,398 6,113 113,362 296,615 152,571 7,721 136,323 50,931 10,738 56,928 5,895 3,400 8,432 540,182 MAIO 889,442 884,868 480,905 383,073 343,532 300,443 19,378 23,711 39,541 97,832 87,362 7,264 1,257 3,252 34,271 935 2,370 35,358 2,656 316,601 17,740 17,740 298,861 15,396 27,613 30,559 4,018 20,749 29,683 32,838 4,262 4,232 12,248 27,290 8,512 41,618 11,443 11,465 16,933 4,574 116,788 116,788 1,006,230 (466,048) JUNHO 600,231 56,183 56,183 142,665 28,592 8,665 105,408 401,383 173,610 86,538 141,235 54,476 0 65,863 10,184 4,712 6,000 600,231 JUNHO 846,643 841,420 507,823 403,159 359,465 303,255 13,484 42,726 43,695 104,664 59,872 3,893 3,718 47,303 2,362 98 2,498 273,725 19,240 19,128 112 254,485 18,957 24,411 31,552 1,429 20,576 15,157 28,972 3,001 5,461 12,724 25,420 18,933 2,347 14,176 14,748 16,620 5,223 47,337 47,337 893,981 (293,750) revista do farmacêutico EXERCÍCIO 8,878,236 6,203,366 6,203,366 959,864 186,011 76,553 697,301 1,715,005 988,095 164,146 562,764 176,537 11,209 278,808 41,581 35,947 18,682 78,656 78,656 8,956,892 EXERCÍCIO 4,739,412 4,715,014 2,684,461 2,188,080 1,952,634 1,704,247 161,313 87,075 235,445 496,381 338,681 41,654 18,750 18,818 181,247 8,759 11,160 6,089 39,088 13,115 1,691,872 90,921 90,809 112 1,600,951 94,678 143,759 30,827 166,758 16,032 101,714 67,633 169,831 33,154 51,451 71,533 174,839 63,026 63,488 120,261 59,272 72,434 100,262 24,398 370,297 370,297 5,109,709 3,847,183 ● DIFERENÇA (1) 1,830,764 (463,366) (463,366) 1,480,136 503,989 123,447 852,699 813,995 511,905 195,854 106,236 148,463 2,791 (78,808) (11,581) 48,053 (2,682) (27,656) (27,656) 1,803,108 DIFERENÇA (1) 5,227,088 5,192,486 3,050,539 2,356,920 2,172,366 1,570,753 388,687 212,925 184,555 693,619 482,910 19,808 96,250 21,182 203,753 16,741 10,280 23,911 35,912 55,073 1,659,037 100,079 94,191 5,888 1,558,958 185,813 106,241 9,173 164,592 8,968 108,846 29,717 67,169 15,005 29,549 68,467 190,161 16,574 47,512 275,139 68,728 57,566 109,738 34,602 423,203 379,722 43,481 5,650,291 outubro/novembro de 2004 ● 29 CAPA CAPA Campanha de Educação em Saúde: Orientação e Prevenção em Diabetes Fotos: Edu Moraes Visando o esclarecimento da população, o CRF-SP lançou no dia 19 de junho, nas Faculdades Osvaldo Cruz, a Campanha de Educação em Saúde sobre Orientação e Prevenção em Diabetes, numa parceria com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a Associação de Diabetes Juvenil (ADJ) onsiderada uma espécie de epidemia silenciosa, o Diabetes é uma doença que avança ameaçadoramente em todas as camadas da população. Só no Brasil atinge 10 milhões de pessoas. No mundo inteiro são aproximadamente 171 milhões. Detalhe: metade dos pacientes não sabe que tem a doença. Cumprindo o seu papel de agente de saúde, o farmacêutico pode ser um elemento fundamental na prevenção e tratamento da doença. A Campanha de Educação em Saúde de Orientação e Prevenção em Diabetes foi aberta com um café da manhã com a imprensa, no qual a dra. Thaís Adriana do Carmo, secretária geral do CRFSP e coordenadora das campanhas de educação em saúde, falou sobre o tema. Em seguida, ocorreu a abertura oficial, que contou com a presença da diretoria do CRF-SP, da representante da FENAFAR,do SINFAR e do Conselho Nacional de Saúde Maria Eugênia C. Cury, do vereador Carlos Alberto Nader, de Dirceu Raposo de Mello, gerente geral de Medicamentos da ANVISA e conselheiro federal por São Paulo, de Carlos Alberto Trevisan, da Associação Brasileira de Cosmetologia, de Raffaele Petrungaro, da UNIFAR, do prof. dr. Paulo Roberto Miele, da FOC, de Rejane B. Seriacopi, do SENAC, de Vera Rodrigues Freire, da APFH e de Wilson Lellis, da FINEP, entre outros. C Capacitação e Treinamento nha. Dados sobre diagnóstico, classificação do Diabetes e terapia combinada foram apresentados pela dra. Denise R. Franco. O tema alimentação foi explorado pela nutricionista Alessandra Gonçalves Souza. A enfermeira Márcia C. Oliveira falou sobre complicações agudas e crônicas. A atividade física e os aspectos psicológicos foram a tônica das dinâmicas desenvolvidas pelo dr. Cláudio Cancelieri. Insulinoterapia e tratamento oral foram abordados pela dra. Denise R. Franco, enquanto o automonitoramento dos níveis de glicemia coube à enfermeira Paula Maria de Pascali. Já o tema “Os pés do diabético” foi abordado pela professora Keila Machado. Além disto, os farmacêuticos capacitados estão fazendo um trabalho de orientação sobre a detecção precoce, meios de prevenção e controle do Diabetes e as possíveis interações medicamentosas com os hipoglicemiantes e insulina. “Esclarecer a população é uma das melhores formas de prevenir ou tratar precocemente uma doença. Essa função de orientação à população cabe aos serviços de assistência à saúde. É justamente por isso que o CRF-SP promove campanhas como esta, para levar esclarecimento à população carente de serviços de prevenção e orientação, através do farmacêutico, que é um educador, um agente de saúde capacitado”, ressalta a dra. Thais Adriana do Carmo, secretária geral do CRF-SP. Avaliação Parceria As palestras e workshops do Programa de Capacitação e Treinamento traçaram um painel abrangente sobre a doença. Mais de cem farmácias participaram no evento e estão desenvolvendo a campaNo topo, à esquerda, dra Thaís Adriana do Carmo, dr. Dirceu Raposo de Mello, dr. Carlos Alberto Nader, dra. Alessandra Gonçalves Souza, dra. Maria Eugênia C. Cury, e dr Paulo Roberto Miele. 30 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 Durante três meses, os profissionais capacitados pelo Programa estão oferecendo à população material informativo, esclarecendo dúvidas, dando orientação sobre a doença, os sintomas e os fatores de risco relacionados ao Diabetes e fazendo o teste de monitoramento de glicose nos usuários que apresentam fatores de risco elevado. Para a organização e implementação da campanha, o CRF-SP também contou com o apoio de instituições, como as Faculdades Osvaldo Cruz, da ADJ e da SBD. “Nós da ADJ gostamos muito da parceria realizada com o CRFSP nessa campanha. É necessário conscientizar a população sobre a importância da presença do farmacêutico nas farmácias, pois ele, como profissional de saúde, pode orientá-lo da melhor forma. O interessante dessa campanha é que o profissional da farmácia orienta a população não apenas sobre a cura de doenças, mas também sobre a prevenção, no caso do diabetes e suas seqüelas”, explica Graça Maria de Carvalho Camara, diretora executiva da Associação de Diabetes Juvenil. Para Paula Maria de Pascali, da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a parceria com o CRF-SP na campanha de diabetes também foi bastante produtiva. “Nossa meta é cada vez mais capacitar profissionais da área da saúde no cuidado ao portador de diabetes. Temos convicção que o farmacêutico contribui de forma significativa na educação em diabetes. E juntos possamos diminuir a desastrosa estatística brasileira: quase 12% da população acometida por esta disfunção. Que este tipo de ação se repita, para que cada vez mais possamos estimular os profissionais da saúde a exercerem seu papel na sociedade.” Equipe multidisciplinar Uma equipe multiprofissional, co- revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 ● 31 CAPA JURÍDICO ordenada pela secretária geral do CRFSP Thais Adriana do Carmo, cuidou de todos os detalhes da montagem da campanha. Dela fizeram parte as nutricionistas Adriana Garcia Pellogia de Castro, docente do Centro Universitário São Camilo e Alessandra Gonçalves, a enfermeira Paula Maria de Pascali, os farmacêuticos José Vanilton de Almeida e Claudia Garcia Messiano e o psicólogo e professor de Educação Física Cláudio Cancelieri. “Essa interação foi fundamental pois o Diabetes é uma doença multifuncional. Nada mais justo que seja tratada de forma multiprofissional”, observou o farmacêutico José Vanilton de Almeida. sobre a prevenção da doença, e ao farmacêutico, que fica mais valorizado, pois se integra no sistema de saúde. Para a Roche isso é um avanço e nós não gostaríamos que parasse por aqui. Achamos que as secretarias municipais, estaduais e mesmo a Anvisa, deveriam ouvir as pessoas envolvidas na campanha e levar esse projeto adiante. Esse foi o primeiro e grande passo, mas esperamos que a caminhada continue”. DIABETES NO MUNDO Os farmacêuticos participantes avaliam os resultados junto ao público: “O tema desta campanha foi muito feliz e está tendo uma procura bem grande pela população. Nós fizemos outdoors para divulgar a campanha e também uma paO reconhecimento à importância lestra para mais de 60 pessoas. Já vieram do evento superou nos perguntar quantodas as expectatido será a próxima. vas. Esta foi a úniO folder também esca campanha de edutá sendo muito elocação em saúde cugiado, pois as pesjos gastos foram insoas acham que as teiramente coberinformações são bem tos pelos patrociclaras e precisas. Esnadores (Aché Labotamos inclusive conratórios, Aventis seguindo agregar nosPharma Ltda, Baxsos produtos à orienter Hospitalar Ltda, tação”, disse RoseJohnson & Johnson mary Stefani, da Produtos ProfissioPharma Pura, de nais Ltda, BD - BecItatiba. A dra. Heton Dickinson Inlena Keico Mekai, dústrias Cirúrgicas da Farmácia PrinciLtda, Revista Kaipal, da capital pauros, Roche DiagDr. Robert Beaglehole lista, observa que nóstica Brasil Ltda). “a campanha está André S. Berna, disendo muito bem retor da Divisão de Diabetes da Roche, aceita. Embora a proposta seja identiempresa responsável pela doação de ficar e orientar novos portadores, o que aparelhos para automonitoramento de notamos é uma procura maior de pessoas glicemia, declarou: “A Roche se sente orque já têm diabetes e precisam fazer o gulhosa de poder contribuir para essa exame de glicemia. Mesmo assim, tem campanha, pois sempre procurávamos sido muito positivo, pois aproveitamos a esse tipo de trabalho. O CRF-SP, por sua ocasião para orientar a população sobre ligação com os farmacêuticos, é a entia alimentação correta. Muitos acham dade que melhor pode ajudar nesse tipo que quando o exame está normal, eles de causa, trazendo benefícios a todos: à estão curados. É preciso conscientizá-los população, que fica mais consciente não que a diabetes tem controle, mas não cuapenas sobre tratamentos, mas também ra, e é sempre preciso manter o cuidado.” “ O diabetes é uma epidemia silenciosa maciça e crescente, com potencial para afetar serviços de saúde em todas as partes do mundo. ” 32 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 CRF-SP garantiu judicialmente o direito de autuar farmácias e drogarias devido à ausência de farmacêutico em horário de funcionamento nos municípios de Itu, Salto, Porto Feliz e Cabreúva. O mandado de segurança, impetrado pelo Sindicato do Comércio Varejista de Itu, contra a competência do CRF-SP para autuar os estabelecimentos, em maio último, foi julgado improcedente pelo juiz da 8ª Vara da Justiça Federal, Dr. Clecio Braschi. Na sentença favorável ao CRF SP, o juiz determinou que “a fim de observar a harmonia que deve prevalecer na interpretação da Lei Federal, acompanho o pacífico entendimento do Superior Tribunal de Justiça”. Tal posicionamento do STJ ocorreu durante o julgamento dos embargos de divergência em Recurso Especial (ERESP nº 414.961 interposto pelo CRF-PR). Na ação, o Tribunal reconheceu a competência dos Conselhos Regionais de Far- O Nas farmácias Patrocínio Vitória dos Farmacêuticos em Itu * Cerca de quatro milhões de mortes anuais são atribuídas às complicações do diabetes. * Em 2030, estima-se que o número de diabéticos seja de 366 milhões. Em alguns países este aumento será da ordem de 150% . * Os dez países com maior número de casos de diabetes são: Índia, China, EUA, Indonésia, Rússia, Japão, União dos Emirados Árabes, Paquistão, Brasil e Itália. *Os custos totais, dos tratamento do diabetes variam de 2,5% a 15% de orçamentos anuais dos Serviços de Saúde, dependendo da incidência local do diabetes e da qualidade do tratamento disponível. *Os custos com a perda da produtividade podem ser cinco vezes maior que o custo direto dos serviços de saúde, de acordo com estimativas de 25 países latino americanos . *Estudos recentes feitos na China, no Canadá, nos EUA e em diversos países europeus mostraram que alterações e mudanças no estilo de vida podem impedir o início do diabetes nas pessoas que têm fatores de risco elevado. Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS). O CRF-SP venceu na Justiça o direito de autuar farmácias e drogarias da região de Itu, revertendo o mandado de segurança impetrado pelo Sindicato do Comércio Varejista local. mácia para fiscalizarem as farmácias e drogarias quanto à presença de profissional legalmente habilitado durante todo o período de funcionamento dos estabelecimentos. O departamento Jurídico do CRF SP atuou mais uma vez com a agilidade necessária, interpondo recurso de agravo de instrumento, ao ser intimado da liminar concedida em 19/03/04 pela juíza Louise Vilela Leite Figueiras Borer. “Mais do que uma vitória do CRFSP em defesa da categoria farmacêutica, cujo espaço foi mais uma vez garantido, quem sai ganhando é o cidadão. A população tem o direito de ser atendida por um profissional qualificado”, observa Francisco de Paula Garcia Caravante Jr., presidente do CRF-SP. AVISO EDITAL DE CITAÇÃO Nos termos do artigo 13 da Deliberação nº 118/2002, comunicamos que foi instaurado processo ético disciplinar contra os profissionais abaixo arrolados, por possíveis infrações aos artigos 5º; 15, I,VII; 16, II, VII e 22, I do Código de Ética (Resolução CFF 290/96). PROFISSIONAL J. A. V. J. F. R. E. B. E. C. R.C.N D.A. F. O.Z. M.T.C. A. R.G. S/D S/D 2350526 S/D 7189594 2137438 1223066 1734426 LOCAL SEDE SEDE SEDE SEDE SEDE SEDE SEDE SEDE L.A.F. L. O. P. M.V.S. E. P. C S/D 842670 1327529 424958 SEDE CAMPINAS RIBEIRAO PRETO RIBEIRÃO PRETO Nos termos do artigo 13 da Deliberação nº 118/2002, comunicamos que foi instaurado processo ético disciplinar contra os profissionais abaixo arrolados, por possíveis infrações aos artigos 5º e 16, II e VII do Código de Ética (Resolução CFF 290/96). PROFISSIONAL G.D.P. R.G. 2228040 LOCAL SEDE Prazo para defesa: 20/10/2004 Após o prazo de defesa, o profissional estará sujeito aos efeitos de revelia, sendo-lhe nomeado defensor dativo. revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 ● 33 ORIENTAÇÃO ENDEREÇO DESATUALIZADO Mudanças no formulário favorecem o farmacêutico Saiba o motivo das alterações introduzidas no Formulário nº 05 de assunção e anotação de responsabilidade técnica e como preenchê-lo. formulário de assunção e anotação de responsabilidade técnica, o Formulário nº 05, sofreu algumas alterações. Há dois meses, empresas e farmacêuticos encontram um detalhamento maior nos campos referentes aos dias e horários. No preenchimento, além do horário de segunda à sexta, é preciso informar sobre a atuação nos finais de semana. E, no caso dos estabelecimentos, foram incluídos os itens Rotina e Plantão. O As mudanças no formulário são uma iniciativa do CRF-SP para garantir a assistência integral à população e cumprir a legislação no que se refere à obrigatoriedade da presença de um profissional durante todo o horário de funcionamento da empresa. É importante frisar que nas inspeções fiscais, o farmacêutico deverá estar presente no horário indicado no formulário em questão e, no restante de tempo do funcionamento da empresa, é responsabilidade do estabelecimento contratar quantos co-responsáveis forem necessários para a cobertura do horário completo de funcionamento. Preenchimento correto Para o preenchimento correto do formulário é indispensável marcar nos parênteses S (sim) para os dias trabalhados e N (não) para os não trabalhados. Os horários praticados de segunda à sexta, com os respectivos intervalos, devem ser detalhados no item “das _____ às ________ hs.” O procedimento é o mesmo para os sábados e domingos. Afinal, a fiscalização também atua nestes dias. Se o farmacêutico não trabalhar no final de semana, a obrigação da empresa é ter um folguista. Nenhum item deve ser deixado em branco. O mais indicado é que o 34 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 próprio profissional preencha o formulário, principalmente o item Termo de Compromisso, referente à sua atuação. Não delegar esta responsabilidade a ninguém, quer seja o proprietário ou o contador da empresa. AVISO Solicitamos que os profissionais abaixo relacionados entrem em contato com este órgão para a atualização de endereço, através dos telefones: (11) 3067-1481 e 3067-1482. Denise Alves Ferreira – CRF/SP: 24.124 Eli Chaves – CRF/SP: 5693 Ely Pires Coutinho – CRF/SP: 5067 Elyseu Borges – CRF/SP: 3-6059 Giuliano Di Pietro – CRF/SP: 19.652 João Ferreira da Rocha – CRF/SP: 5508 José Albeny de Vasconcelos – CRF/SP: 1098 Leila de Oliveira Prado – CRF/SP: 5166 Marcos Valério Santos da Silva – CRF/SP: 19.686 Maria Terezinha Coutinho Amaral – CRF/SP: 8533 Odir Zanini – CRF/SP: 3-0845 Rita de Cássia das Neves – CRF/SP: 9040 CFF CRF-SP acompanha discussões em Brasília s conselheiros federais por São Paulo têm acompanhado as discussões no plenário do CFF, em Brasília, fazendo sugestões de pauta sempre com o intuito de promover o engrandecimento do profissional farmacêutico. Com esse propósito, foi realizada no último dia 16 de junho uma reunião com os Conselhos Regionais das regiões Sul e Sudeste. “Pudemos observar as dificuldades encontradas em outros Estados em realizar fiscalizações periódicas e expusemos a situação atual do O CRF-SP frente à fiscalização dos estabelecimentos farmacêuticos”, observa Ely Eduardo Saranz Camargo, representante do CRF-SP no CFF. Todos os participantes apresentaram propostas de atuação dos Conselhos em relação à fiscalização do exercício profissional. Outras reuniões desse tipo serão agendadas com o propósito de desenvolver um sistema de fiscalização uniforme nessas regiões, pois há certas semelhanças, tanto em termos de dificuldades como de sugestões. Diversas propostas encaminhadas pelo CRF-SP para a atualização do Código de Ética da profissão foram aceitas. Entre elas, itens referentes aos deveres do farmacêutico, como prestar atendimento efetivo à empresa pela qual é responsável, não permitir que outros façam uso de sua atribuição profissional e jamais fazer concorrência desleal. Em relação aos direitos, foram incorporadas as sugestões relativas à discriminação, direito de interferir junto a outros agentes de saúde e exigir que os outros profissionais de saúde cumpram seus códigos de Ética. FISCALIZAÇÃO PESQUISA O desenvolvimento de novos fármacos, medicamentos, vacinas e testes diagnósticos requer a condução de pesquisas clínicas com seres humanos. Fundamentada por leis nacionais e internacionais, a prática é um dos campos de atuação do farmacêutico. E ntrevista Wagner Sousa, monitor de pesquisa clínica. RF- Alguns profissionais defendem que o uso do placebo torna uma pesquisa mais exata. Como o senhor analisa o assunto sob o ponto de vista técnico e ético? Wagner Sousa: Nos estudos em Psiquiatria, o efeito placebo em muitas vezes é superior ao tratamento ativo. Nestes casos existem defensores de que uma avaliação contra placebo, ou seja, uma nova medicação sendo avaliada tendo como comparador o placebo. Pois, caso fossem estudadas duas drogas ativas, poderia haver um desvio em virtude deste efeito placebo e não haveria uma certeza de que a melhora foi devido à sua ação da medicação “X” ou ao efeito placebo. Em outros casos, onde temos uma droga ou tratamento reconhecido, não seria aplicável, a menos que prove o contrário, o uso do placebo isoladamente em comparação com uma nova substância em estudo. RF- O que torna o Brasil um atrativo para realização de testes e pesquisas de laboratórios estrangeiros? Wagner Sousa: Presenciamos nos últimos anos uma grande evolução dos estudos clínicos no país. Podemos atribuir esta evolução à indiscutível grandiosidade e miscigenação da população brasileira e também ao alto nível de qualidade dos estudos conduzidos no Brasil. Muitos estudos já foram auditados pelas matrizes dos laboratórios multinacionais ou pelo FDA – Food and Drug Administration, o órgão regulatório norte americano para medicamentos e alimentos. Nossos resultados são compatíveis aos dos países com reconhecida tradição mundial em pesquisa clínica. Outro fator importante a ser considerado é o enorme potencial de mercado. Sabemos que apenas uma pequena parcela da população brasileira possui acesso ou pode adquirir e completar seu tratamento medicamentoso. Com a melhoria das condições internas, o número de pessoas que poderiam ter acesso aos medicamentos aumentaria substancialmente. Nos principais mercados europeus e no americano, onde boa parte da população possui este acesso, os estudos clínicos continuam, porém, atualmente não possuem o mesmo atrativo que os países em desenvolvimento. RF- Qual o perfil da população que aceita participar de estudos clínicos no Brasil? Como é feita a seleção? Wagner Sousa: O perfil da população que participa dos estudos clínicos é em sua grande maioria de usuários do serviço público de saúde. Infelizmente ainda não possuímos um sistema de saúde pública que atenda toda a população adequada e satisfatoriamente. Sabemos que os sistemas de saúde pública de muitos países desenvolvidos atendem satisfatoriamente seus cidadãos. A diferença cultural, de formação e o grau informação destes pacientes são sabidamente evidentes. Contudo, a possibilidade do acesso aos novos tratamentos antes mesmo de sua comercialização é fator comum entre duas culturas tão distintas e favorecem sua participação nos estudos clínicos. Esta possibilidade em alguns casos pode ser a única esperança para alguns pacientes. Baseado no protocolo clínico, o médico que conduzirá o estudo realiza uma seleção inicial do banco de dados e/ou prontuário do paciente no hospital/clínica. Após esta 38 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 seleção, o paciente é formalmente convidado a participar do estudo e como disse anteriormente, o médico que conduzirá o estudo deve apresentar e explicar o estudo, o tipo de medicação, os procedimentos que acontecerão durante o estudo, (por exemplo: número de coletas e volume de sangue, Eletrocardiograma - ECG), os possíveis riscos/benefícios e a duração do estudo. Reforçando que qualquer procedimento relacionado ao estudo somente deverá ser realizado após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Este processo é seguido como padrão em todo mundo. RF- Qual o papel do farmacêutico nas pesquisas clínicas? Wagner Sousa: O farmacêutico em pesquisa clínica pode atuar tanto nos centros de pesquisa quanto na indústria farmacêutica, nos laboratórios de análises clínicas (alguns com departamentos exclusivos para estudos clínicos) ou nas empresas contratadas para condução de estudos clínicos conhecidas como CRO’s. Nos centros de pesquisa, assume papel primordial no controle de todas as medicações envolvidas no estudo. Desde o recebimento, armazenamento, manuseio, controle e dispensação da medicação do estudo aos pacientes. E, nos laboratórios clínicos, na avaliação do material biológico coletado. Na indústria farmacêutica e nas CRO’s o farmacêutico pode atuar como monitor dos estudos clínicos; como coordenador das medicações dos estudos clínicos; coordenador de dados coletados durante o estudo e gerente de pesquisa clínica. O amplo e profundo conhecimento dos medicamentos favorecem esta atuação, pois, a essência da pesquisa está na avaliação de novos medicamentos, que são a essência de nossa profissão. Fiscais em Ação Dia e Noite Vistoriar a presença do farmacêutico no horário integral de funcionamento dos estabelecimentos é trabalho da equipe de fiscais do CRF-SP. fiscalização dos estabelecimentos no período noturno, finais de semana e feriados foi intensificada pelo CRF-SP. Desta forma, o Conselho busca garantir o direito legal da população de ser assistida por um farmacêutico. Vale salientar que as diretrizes para o trabalho da fiscalização são definidas em Plenário e emanadas da sede para os fiscais. É natural que os estabelecimentos que apresentam um número maior de irregularidades sejam os mais vistoriados. De qualquer forma, a responsabili- A dade por manter farmacêuticos durante todo o horário de funcionamento das farmácias, drogarias e distribuidoras é do próprio estabelecimento. Assim, o farmacêutico responsável técnico deverá ter seu horário de trabalho complementado por um ou mais farmacêuticos que serão os co-responsáveis; afinal, a própria legislação trabalhista estipula um limite diário de trabalho de oito horas. Atualmente a equipe de fiscalização do Conselho é composta por 29 fiscais. Só no mês de julho foram realizadas cerca de 4.070 inspeções, totalizando 28.390 nos primeiros sete meses deste ano. A média de inspeções mensais é de 4.500. Devemos chegar a um patamar de 50.000 fiscalizações anuais. Além disso, está em andamento o processo seletivo para contratação de novos farmacêuticos fiscais para ocupar uma vaga que estava em aberto e efetuar novas contratações. A presença da fiscalização nas 24 horas é mais uma preocupação do CRF-SP com a saúde da população, resguardando assim seu direito à assistência farmacêutica. e penitenciárias necessitam de responsável técnico (farmacêutico)? Qual a lei que trata sobre o assunto?” M.C RESPOSTA DO CRF-SP A presença de farmacêutico nos estabelecimentos de dispensação de medicamentos está prevista desde 1973, através da Lei Federal n.º 5.991. Este diploma legal, no art. 4º inciso X, define Farmácia como: "estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais e oficinais, de comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, compreendendo o de dispensação e o de atendimento privativo de unidade hospitalar ou de qualquer outra equivalente de assistência médica". Também há a definição de Dispensário de medicamentos (art. 4º inciso XIV): "setor de fornecimento de medicamentos industrializados, privativo de pequena unidade hospitalar ou equivalente" e Dispensação (art. 4º inciso XV): "ato de fornecimento ao consumidor de dro- gas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, a título remunerado ou não;" A mesma lei estabelece também, de forma clara e inequívoca, em seu art. 15: "A farmácia e a drogaria terão, obrigatoriamente, a assistência de técnico responsável inscrito no Conselho Regional de Farmácia, na forma da lei. E dispõe no art. 19, com clareza, quais os estabelecimentos que não precisarão contar com a presença do Responsável Técnico Farmacêutico, ou por seguirem critérios específicos acerca dos medicamentos dispensados ou por não dispensarem medicamentos: Não dependerão de assistência técnica e responsabilidade profissional o posto de medicamentos, a unidade volante e o supermercado, o armazém e o empório, a loja de conveniência e a drugstore.” Portanto, os dispensários de medicamentos de clínicas, hospitais e penitenciárias deverão obrigatoriamente contar com farmacêutico responsável técnico. Aumento da equipe A frota de carros do CRF-SP agiliza a fiscalização dos estabelecimentos ORIENTAÇÃO O CRF-SP recebe diversas consultas sobre a presença do responsável técnico no estabelecimento. Confira nos exemplos a seguir: CONSULTA “Gostaria de obter informações sobre as farmácias que também abrem aos sábados e domingos. Elas são obrigadas a terem farmacêutico nesses dias? Gostaria de receber informações a respeito desse problema que todas as farmácias estão enfrentando. Obrigado.” C.S.T. RESPOSTA DO CRF-SP A Lei dispõe que a farmácia/drogaria deve contar com assistência farmacêutica durante todo o horário de funcionamento, portanto nos finais de semana, à noite e feriados a assistência deve ocorrer normalmente. CONSULTA “Por favor, necessito de uma informação: os dispensários de medicamentos de hospitais Foto: Departamento de Comunicação Pesquisa Clínica em Seres Humanos revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 ● 39 EVENTOS PERSONAGEM Vem aí o XIV Congresso Paulista de Farmacêuticos, o VI Seminário Internacional de Farmacêuticos e Expofar 2005 Professora em tempo integral Foto: Viegas Photo Ltda A professora titular das Faculdades de Farmácia e de Odontologia da USP de Ribeirão Preto, Izabel Yoko Ito é uma figura ímpar. Aos 68 anos de idade, ela já perdeu a conta do número de alunos que formou nos mais de 40 anos de vida acadêmica. Aos 68 anos, a professora doutora Isabel Yoko Ito é um exemplo de dedicação e humildade. ão bastasse ser uma referência nacional na área de Microbiologia, a professora doutora Izabel Yoko Ito, das Faculdades de Farmácia e de Odontologia da USP de Ribeirão Preto, é uma daquelas mestras que os alunos não esquecem. E, mais, adotam como exemplo para a vida inteira. “O que eu mais me lembro é sua dedicação e profissionalismo. Ela dava sempre o melhor de si aos alunos. Quem foi aluno dela, vai levar para sempre esses valores. Hoje, eu sou professor e trago esses valores comigo”, aponta o prof. dr. Marcelo Polacow Bisson, conselheiro do CRF-SP. Exigente, Izabel Yoko Ito nunca abriu mão do que aprendeu com o mentor Otávio Baracchini. Desde o primeiro dia de aula, as regras para os alunos são bem claras: cabelos presos, avental, limpeza absoluta na bancada do laboratório. Atrasos? Nem pensar. “O relógio existe para marcar as horas. É preciso respeitá-lo”, diz a professora. A rigidez vira descontração quando a professora aceita os convites dos alunos para uma happy hour ou algum evento comemorativo. Bem humorada, ela gosta de conviver com os jovens. “Gosto de ver os alunos amadurecerem”, fala. Outra ex-aluna e atual colega de tra- N balho, a professora doutora Vania dos Santos, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP de Ribeirão Preto, ressalta: “O que mais me marcou da professora Izabel é o amor que ela tem pela profissão de farmacêutico. Além disso, ela efetivamente gosta de dar aula, gosta de aluno. É um ser humano dos melhores.” História Nascida em São João da Barra, numa família de agricultores, Izabel Yoko Ito não esconde de ninguém que escolheu a vida acadêmica para fugir da enxada. Graduou-se em Farmácia em 1960 na Faculdade de Farmácia e Odontologia de Ribeirão Preto (FFORPUSP). A especialização em Microbiologia veio em seguida. Foi aluna da terceira turma da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Obteve o Doutorado em Farmácia em 1967 na FFORPUSP, com a tese “Estudo comparativo da função antigênica da uréase de Proteus vulgares e Canavalia ensiformis”. A Livre Docência na área de Microbiologia Aplicada veio em 1973. Em 1962, recebeu o convite para trabalhar na Faculdade de Farmácia e Odontologia de Ribeirão Preto- USP, instituição onde permanece até hoje. Ali desempenhou diversas funções: pesquisadora, docente, orientadora de pós-graduação, chefe de departamento e diretora do Departamento de Ciências e Saúde. 40 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 Reconhecimento O reconhecimento ao papel que desempenha pode ser comprovado pelos inúmeros prêmios e homenagens recebidos ao longo da carreira. Entre eles, “Prata da Casa” pelos quarenta e um anos de dedicação à Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto – USP (2003), Placa de Prata no Jubileu de Ouro pelos relevantes serviços prestados, oferecido pela Associação Farmacêutica de Ribeirão Preto (2002) e como Professora homenageada como patronesse ou homenagem especial por dezenas de turmas da Faculdade de Farmácia e Odontologia de Ribeirão Preto – USP. Ao indicá-la para o “Troféu CRFSP”, oferecido no XIII Congresso Paulista de Farmacêuticos, organizado pelo CRF-SP, pelos seus relevantes serviços prestados à profissão farmacêutica, o prof. Pizolitto, da Unesp de Araraquara, não poupou elogios: “Ela é uma pessoa que ninguém esquece. É capaz de dedicar três, quatro dias a um aluno para orientá-lo sobre sua tese”. Inúmeros são os prêmios, medalhas e menções honrosas recebidos em virtude dos trabalhos de pesquisas desenvolvidos na área de Farmácia e Odontologia. Humilde, a professora doutora Izabel Yoko Ito é avessa a homenagens e privilégios. “O que eu gosto mesmo é de fazer pesquisa, dar aula e supervisionar mestrandos e doutorandos”, diz. Foi dada a largada para o mais completo evento do segmento farmacêutico, promovido pelo CRF-SP, cuja próxima edição será em 2005. A 14ª edição do Congresso Paulista de Farmacêuticos foi lançada no dia 10 de agosto, no Hotel Parthenon Excelence. Autoridades, representantes de empresas farmacêuticas, membros da diretoria do CRF-SP e docentes de cursos de Farmácia prestigiaram o evento. Após a recepção, o café da manhã e apresentação de um vídeo institucional, a cerimônia foi aberta pelo presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), dr. Jaldo de Souza Santos, que fez questão de salientar o apoio do CFF ao CRF-SP. Em entrevista à Revista do Farmacêutico, ele declarou: “Nossa grande luta é a qualificação do profissional farmacêutico. Isso ocorre através de cursos e eventos como o congresso”. O presidente do CRF-SP, Francisco Caravante Jr., ressaltou “o profissionalismo dos farmacêuticos e membros da diretoria envolvidos na preparação do evento”. O Dr. Marcelo Polacow Bisson, coordenador do evento, apresentou dados sobre a 13ª edição do congresso e as expectativas em relação a 2005. Quanto ao tema do evento – “Atitude, ciência e arte: a fórmula do farmacêutico” –, ressaltou que o mesmo foi escolhido de forma democrática e representa o compromisso diário do profissional de Farmácia com a saúde da população. A Apoio institucional confirmado O XIV Congresso Paulista de Farmacêuticos será realizado de 1 a 4 de outrubro de 2005, no Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo. Vinte e cinco entidades já formaliza- Na mesa de abertura, da esquerda para a direita, dra. Thaís Adriana do Carmo, dr. Marcelo Polacow Bisson, dr. Francisco Caravante Jr, dr. Jaldo de Souza Santos e dra. Raquel Delfini Rizzi. ram apoio institucional ao evento, cuja comissão científica é coordenada pela dra. Adelaide Vaz e dra. Alice Chasin. Mais de duzentos profissionais pertencentes às Comissões Assessoras participam de sua organização. “O CRF-SP é o melhor e mais atuante Conselho do Brasil. Estamos aqui porque acreditamos na parceria entidadeempresa”, destacou Sidney Semedo, gerente de produto da BD Medical. Para Eduardo Luiz Jaggi, da Intelimaq, “o congresso dos farmacêuticos é um evento muito bem organizado que oferece um bom retorno para os expositores”. Letícia Rita Rezende, farmacêutica responsável do SP Farma Ltda, acha o evento fundamental para “a atualização profissional e por fortalecer o segmento”. Já Vagner Miguel, da Racine, observou a importância da Expofar, evento simultâneo ao congresso, “ao reunir todas as áreas em que os farmacêuticos atuam”. Representantes de empresas farmacêuticas, membros da diretoria do CRFSP, docentes de cursos de Farmácia e autoridades do setor prestigiaram o evento. Na platéia, à direita, em destaque, o prof. dr. Marcelo Polacow Bisson, coordenador do XIV Congresso de Farmacêuticos. revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 ● 41 COMISSÃO DE FARMÁCIA HOSPITALAR COMISSÃO DE FARMÁCIA Em Prol da Melhoria da Profissão Venda Responsável Até que ponto promoções, descontos e apelos publicitários são práticas éticas em drogarias e farmácias? E o que dizer da venda de produtos como chinelos, bebidas alcoólicas e produtos de alimentação e limpeza? Comissão Assessora de Farmácia do CRF-SP criou os grupos de trabalho Legislação/Projetos de Lei, Propaganda de Medicamentos e Produtos Alheios para discutir tais questões. O objetivo é definir uma linha de atuação do farmacêutico como agente de saúde e minimizar a comercialização indiscriminada, tendo como base a legislação vigente. A Práticas promocionais de acordo com a Legislação Coibir abusos nas promoções de venda de medicamentos e atuar em defesa do consumidor, revertendo práticas como a automedicação e a compra por impulso, refletem uma postura ética e responsável por parte do farmacêutico. “Conhecer melhor a legislação vigente sobre o assunto é fundamental para o entendimento da questão e sua aplicação prática”, observa a dra. Claudia Messiano, integrante da Comissão. A Resolução RDC n 102, de 30 de novembro de 2000, que aprova o regulamento sobre propagandas, mensagens publicitárias e promocionais e outras práticas de divulgação e comercialização de medicamentos, estabelece: - No art. 13º: os laboratórios farmacêuticos devem elaborar os materiais de publicidade dos produtos com os dados técnicos completos (nome comercial do medicamento; nome do princípio ativo segundo a DCB e, na sua falta, a DCI, o nome genérico e o número do registro na ANVISA; as indicações; as contra-indicações; os cuidados e advertências e a posologia). - No art. 14º: é vedada a veiculação de propaganda e publicidade de medicamentos sujeitos à prescrição dirigida a não farmacêuticos. A Resolução RDC nº 199, de 17 de agosto de 2004, estabelece que: Art. 1º - Fica permitida às farmácias e drogarias a afixação dos preços dos medicamentos nos locais internos dos estabelecimentos, visíveis ao público em geral, bem com a sua divulgação por qualquer outro meio, desde que esta tenha por objetivo único garantir aos cidadãos acesso a informações de diferentes preços praticados. Art. 2º - A divulgação a qual faz referência o artigo 1º desta resolução deve ser realizada por meio de listas de preços, que poderão ser, também organizadas em medicamentos da mesma classe terapêutica, nas quais deverão constar o nome comercial do produto, a DCB/DCI, a concentração, o preço, a apresentação e o número de registro dos itens listados. Parágrafo único: Fica proibida nestas listas a utilização de designações, nomes geográficos, símbolos, figuras, desenhos, logomarcas, slogans, nomes dos fabricantes e quaisquer argumentos de cunho publicitário dos produtos. Projetos de lei De acordo com a dra. Flávia Silva Trovão, vários projetos de lei elaborados pelo Poder Legislativo estão sendo analisados pela Comissão de Farmácia. São eles: - Realização de campanha publicitária visando a prevenção de uso de medicamentos sem prescrição médica. - Obrigatoriedade de farmácias de 42 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 manipulação e estabelecimentos similares a incluírem bula em seus medicamentos. - Inscrição do auxiliar técnico de farmácia e drogaria nos Conselhos Regionais de Farmácia. - Realização, em farmácia ou drogaria, de serviço de atendimento ao público para aplicação de injeções, averiguação, da pressão arterial humana e realização de serviços de inalação, a cargo de técnico habilitado, observada a prescrição médica. - Criação de farmácias comunitárias. - Venda fraccionada de medicamentos. - Legilibilidade de receita médica. - Utilização de qualquer dependência da farmácia ou da drogaria como consultório ou outro fim diverso do licenciamento. - Dispensação de medicamentos por meio remoto para farmácias e drogarias. - Proposta de alteração da Lei 5.991/73. Produtos Alheios A proibição da venda de produtos alheios, regulamentada pela ANVISA, não tem sido cumprida por diversos estabelecimentos. Na capital e no interior do Estado é possível encontrar um mix de artigos com pouca ou nenhuma relação com medicamentos. Chinelos, alimentos, produtos de limpeza, refrigerantes, bebidas alcoólicas e assim por diante. De acordo com Rodinei Veloso, a Comissão de Farmácia está discutindo o assunto para estabelecer limites adequados. Vale a pena conhecer o trabalho da Comissão de Farmácia Hospitalar, coordenada pelo dr. Aaron de Oliveira de Barbosa. Comissão Assessora de Farmácia Hospitalar assessora a Diretoria do Conselho Regional e o Plenário do Estado de São Paulo em assuntos relacionados ao trabalho do farmacêutico no âmbito hospitalar. Iniciou suas atividades em 1998, sob a coordenação do Dr. Marcelo Polacow Bisson, passando posteriormente a ser coordenada pela Dra. Melina Lombardi e pelo Dr. Willian Rotea e Dr. Aaron de Oliveira Barbosa. Atualmente, a coordenação da Comissão está sob responsabilidade do Dr. Aaron de Oliveira de Barbosa e a vice-coordenação com a Dra. Hellen Harumi Miyamoto. A Trabalhos Desenvolvidos Composta por farmacêuticos que atuam na área hospitalar e que oferecem o seu conhecimento em prol da melhoria da profissão, a Comissão desenvolveu inúmeros trabalhos desde sua criação até o momento. Entre eles, destacam-se a aprovação da Portaria 1017/2000, que estabelece a obrigatoriedade da assistência farmacêutica em Farmácias Hospitalares e/ou dispensários de medicamentos existentes nos Hospitais integrantes do Sistema Único de Saúde, elaborada pelo CRFSP em conjunto com a SBRAFH – Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar. Foi responsável pela realização do Encontro de Farmacovigilância e pela elaboração de proposta de normatização para a atuação do farmacêutico em Assistência Domiciliar. A Comissão também tem auxiliado o Departamento Jurídico do CRF-SP em ações relacionadas à área hospitalar, bem como avaliado e elaborado fichas de verificação do exercício profissional, utilizadas pela fiscalização do órgão, e proposto cursos de atualização na área. A Comissão de Farmácia Hospitalar conta com farmacêuticos hospitalares, com especializandos em Farmácia Hospitalar e até mesmo com acadêmicos de Faculdades de Farmácia e Bioquímica. Todos buscam contribuir para a melhoria da profissão farmacêutica e, em especial, da Farmácia Hospitalar. Ações da Comissão em 2004 - Envio de propostas à Anvisa, acerca do Regulamento Técnico, que fixa os requisitos mínimos exigidos para o funcionamento dos Serviços de Quimioterapia Antineoplásicos; - Envio de proposta à Anvisa sobre o Regulamento Técnico contendo Normas de Funcionamento de Serviços que prestam Assistência Domiciliar; - Avaliação e sugestões sobre a Consulta Pública nº 01 do CVS, de 20/02/2004, que se refere à manipulação de produtos farmacêuticos em farmácias; - Apoio à SBRAFH – Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar, quanto a realização do Congresso da entidade; - Discussão e elaboração de propostas a serem encaminhadas à Anvisa acerca de critérios para a manipulação de medicamentos; - Discussão e elaboração de propostas acerca de Gestão Ambiental e Gerenciamento Resíduos dos Serviços de Saúde, através da participação no Grupo de Trabalho de Resíduos; - Atualização da ficha de verificação de exercício profissional utilizada pela fiscalização; - Elaboração de proposta de normatização para a atuação do farmacêutico na área de atendimento pré-hospitalar em empresas concessionárias de rodovias. Trabalhos a serem realizados durante o ano de 2004: - Capacitação do corpo de fiscais do CRF-SP; - Ações para a atuação do farmacêutico no atendimento pré-hospitalar; - Atualização de informações sobre a área no site do CRF-SP; - Discussão da proposta de alteração da Lei 5.991/73; - Discussão para normatização das atividades da farmácia hospitalar; - Criação de padrões mínimos de recursos humanos para farmácia hospitalar; - Criação de manual sobre Assistência Farmacêutica em farmácia hospitalar; Além das metas a serem atingidas em 2004, a Comissão de Farmácia Hospitalar está auxiliando na organização do XIV Congresso Paulista de Farmacêuticos, que será realizado em 2005. Há muito trabalho a ser feito e convidamos os colegas que atuam na área de Farmácia Hospitalar a integrar a Comissão. revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 ● 43 COMISSÃO DE EDUCAÇÃO COMISSÃO DE RESÍDUOS E GESTÃO AMBIENTAL Conferência apresenta propostas para melhorar a Educação Farmacêutica II CEFARS, sediada em São Paulo, discute novos paradigmas da Educação Farmacêutica. os dias 12 e 13 de agosto, realizou-se a II Conferência de Educação Farmacêutica da Região Sudeste (II CEFARS) - Pré IV Conferência Nacional de Educação Farmacêutica (IV CONEF). Organizado pelo CRF-SP, o evento, sediado na Universidade Anhembi Morumbi, teve como objetivo efetuar um diagnóstico da Educação Farmacêutica em nossa região e levantar propostas para a IV CONEF, que será realizada pelo CFF, em Brasília, em outubro. As discussões tiveram como tema central os paradigmas da nova Educação Farmacêutica, delineada pela aprovação, pelo Ministério da Educação, em fevereiro de 2002, das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) dos Cursos de Graduação em Farmácia. Na abertura, o Prof. Dr. Francisco Garcia Caravante Jr., Presidente do CRFSP, a Profa. Dra. Magali Demoner Bermond, Conselheira e Coordenadora da Comissão de Ensino do CFF, e o Prof. Dr. José Artur da Silva Emim, Coordenador da Comissão Assessora de Educação Farmacêutica do CRF-SP e Diretor de Pós-graduação e Pesquisa do Centro Universitário São Camilo SP, enfatizaram a necessidade de se buscar uma Educação Farmacêutica que garanta a formação de um profissional com perfil generalista, crítico e reflexivo, capacitado para atuar em todos os níveis de atenção à saúde. Os representantes dos Conselhos Regionais dos Estados de Minas Gerais - Profa. Dra. Lisiane de Silveira; Rio de Janeiro – Profa. Dra. Selma Rodrigues de Castilho; e São Paulo – Prof. Dr. José Artur da Silva Emim realizaram um diagnóstico da Educação Farmacêutica na região Sudeste. N Também participaram das discussões a Dra. Thaís Adriana do Carmo e a Dra. Raquel Cristina Delfini Rizzi, diretoras do CRF-SP, o Dr. Radif Domingos e o Dr. Carlos Cecy, da Comissão de Ensino do CFF, o Dr. Jorge Fernando Teixeira Soares, representante do CRF-RJ, e o Dr. Zilamar Fernandes, da Comissão de Ensino CRF – RS. Mesa de abertura: dra. Magali Bermond, dr. Francisco Caravante e prof. dr. José Artur da Silva Emim. Presença do MEC A Profa. Dra. Maria Auxiliadora Cursino Ferrari, membro da Comissão do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) e Coordenadora do Curso de Terapia Ocupacional do Centro Universitário São Camilo, suscitou discussões sobre o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), incluindo o ENADE. O Prof. Dr. William Campos, representante do Ministro da Educação, discorreu sobre a Reforma Universitária e as Políticas para a Educação Superior no País, elucidando as propostas do MEC e abrindo um canal de comunicação da classe farmacêutica com o Ministério. 44 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 Propostas Entre as principais propostas sugeridas no evento, destacam-se: estabelecer bases sólidas de conhecimento sobre o novo conceito da Educação Farmacêutica junto aos coordenadores de Instituições de Ensino Superior; incentivar a formação pedagógica dos docentes; trabalhar com os alunos, em parceria com os órgãos de representação estudantil, os novos paradigmas da Educação Farmacêutica; propor seminários para discussão entre docentes, discentes e corpo administrativo das IES; estabelecer programas de transição dos projetos pedagógicos; fortalecer ou implantar os programas de tutoria na orientação da escolha das disciplinas optativas/eletivas; instituir programas de conscientização da população quanto ao perfil do farmacêutico com formação generalista; e estruturar as Comissões de Educação dos Conselhos Regionais de Farmácia. Quanto à realização do Exame de Proficiência, a Plenária Deliberativa da II CEFARS declarou-se contrária, por considerar que os Conselhos não possuem amparo legal para sua aplicação. Propôs-se, ainda, que seja encaminhado ao MEC, INEP e membros da comissão, um documento solicitando a retirada do Curso de Farmácia da avaliação do ENADE 2004, por considerar que este é um momento de transição entre o antigo modelo de ensino e a implantação das novas diretrizes. Caso não seja possível a retirada do Curso de Farmácia do ENADE 2004, propõe-se que o CFF efetue gestão junto ao MEC, buscando garantir que a avaliação do exame seja fundamentada nos conteúdos básicos da área de Farmácia. Assistência Farmacêutica no Meio Ambiente: O farmacêutico está inserido neste contexto? discussão sobre o meio ambiente no contexto da saúde vem ocorrendo em alguns fóruns. Isso aconteceu, por exemplo, em 1966, durante a 3ª Conferência Nacional de Saúde e, em 1986, na 8ª Conferência Nacional de Saúde. Em 1992, a 9ª Conferência Nacional de Saúde considerou adequada a legislação brasileira referente ao meio ambiente na saúde, devendo apenas cumprir esta regulamentação. A Legislação A Constituição Brasileira de 1988, no artigo 23, incisos VI, VII e IX, estabelece a competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios na proteção do meio ambiente. E, no artigo 196, estabelece a saúde como: “direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas, que visem à redução do risco à doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção e recuperação”. A Política Nacional do Meio Ambiente foi estabelecida através da Constituição Brasileira e da Lei 6.938 de 1981. O Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), constituído a partir de então, apresenta o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) como órgão consultor e deliberativo. O Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), executor da política ambiental em âmbito nacional, foi criado em 1989. Resíduos Sólidos Os Resíduos Sólidos ganharam destaque em 1993 quando o CONAMA publicou a Resolução 05, que estabelece procedimentos mínimos para o tratamento de resíduos gerados em portos, aeroportos, terminais ferroviários e pelos estabelecimentos prestadores de serviços da saúde. Entretanto, o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde, foram regulamentados pelo CONAMA apenas em 2001, através da Resolução 283, a qual passa atualmente por revisões técnicas*. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), publicou a Resolução 33 de 2003 que obriga a todos estabelecimentos geradores de resíduo sólido de saúde, a apresentar o Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde. O Brasil apresenta avanços consideráveis no que se refere às regulamentações. Infelizmente, tais regulamentações para os resíduos sólidos de saúde são divergentes e, em alguns casos, há inclusive falta de consenso.1 no Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde (PGRSS). Não basta haver regulamentações favoráveis, é necessária a conscientização dos farmacêuticos a respeito da “nova” área de atuação. “Assim, como nas Boas Práticas de Fabricação, Boas Práticas Laboratoriais etc, o farmacêutico é o responsável pela qualidade dos processos nas diferentes áreas de atuação (indústria farmacêutiFernando Koshiba ca, hospital, farmácias, laboratórios de análise clínica), não seria razoável também pensar na possibilidade do farmacêutico gerenciar as “Boas Práticas de Resíduos Sólidos de Saúde”? A assistência farmacêutica seria realizada então desde o processo de extração dos insumos farmacêuticos até à disposição final destes no meio ambiente.”, finaliza Fernando Koshiba. O CRF-SP divulga as datas das Participação do próximas reuniões que serão Profissional Farmacêutico realizadas na sede do Conselho: A resolução 33 de 2003 publicada pela ANVISA, no capítulo IV, que dis16/09, 21/10, 18/11 e 16/12 põe sobre responsabilidades, cita o farmacêutico no item 2.2 b como profisHorário: 19h30 sional capacitado a gerenciar resíduos químicos e comuns, entre outras proConfirmação de presença: fissões. No âmbito profissional [email protected] cêutico, por sua vez, o Decreto 85.878 * O CRF-SP participou das últimas reuniões junto ao de 1981 regulamenta a atividade do CONAMA. profissional farmacêutico na área do ■ Referência: meio ambiente. 1 - GONCALVES F K, ANDRADE-NETO M P. Descarte medicamentos vencidos: A falta de consenso entre As regulamentações apresentadas de órgãos brasileiros e internacionais. Revista Brasileira afirmam que o farmacêutico deve atuar de Toxicologia, 16 (1) supl. Agosto/2003, p. 61, 2003. revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 ● 45 COMISSÃO DE INDÚSTRIA Indústria veterinária: mercado de trabalho promissor Entre os segmentos industriais, o ramo de produtos veterinários oferece boas oportunidades de trabalho para o profissional farmacêutico. indústria veterinária tem despontado como um mercado de trabalho promissor para o profissional farmacêutico. O crescimento verificado no setor deve-se ao papel desempenhado pelo Brasil como um dos principais produtores mundiais de carne. O Ministério que rege as normas e portarias do setor veterinário é o Ministério da Agricultura. Segundo Joaquim Martins, farmacêutico que atua no segmento, o fortalecimento do agronegócio vem acarretando mudanças nos paradigmas do setor, impulsionando a busca de profissionais multifuncionais para compor os diferentes setores industriais. “Há farmacêuticos trabalhando no Controle de Qualidade e Garantia da Qualidade, contribuindo com a sua experiência adquirida para o avanço da qualidade no setor. As Boas Práticas de Fabricação já estão implantadas e é comum escutarmos sobre validações de processos e limpeza no nosso dia-a-dia. Há novas oportunidades para o profissional farmacêutico na área produtiva e de depósitos, devido à grande semelhança nos processos industriais do setor farmacêutico e veterinário”, observa ele. A Qualidade A dra. Janete Flam Zalcman, gerente de Garantia da Qualidade da Schering Plough Coopers, concorda que a indústria veterinária é um mercado amplo para a atuação do farmacêutico. Além disso, aponta que “com a globalização e as exportações em crescimento, é de suma importância produzir medicamentos veterinários com segurança e eficácia, e isso também compete ao profissional farmacêutico, que tem na sua formação várias disciplinas destinadas à produção e controle de qualidade de medicamentos”. Em relação às linhas de produtos que o farmacêutico pode atuar, explica: “Em todas as linhas, pois os farmacêuticos conhecem os medicamentos, que neste caso, atuam na saúde animal. Na Schering Plough Coopers (do grupo Schering Plough) não fazemos diferenciação entre medicamentos para a linha humana e animal - todos são produzidos de acordo com as normas de GMP (Boas Práticas de Fabricação). Podemos citar: orais (comprimidos, pós, suspensões), tópicos (pomadas e cremes), injetáveis, vacinas”. Especialização Consultor para registro de medicamentos veterinários junto ao Ministério da Agricultura e integrante da Comissão Assessora de Indústria do CRFSP, Julio Simi destaca a perspectiva da participação mais intensa do farmacêutico na indústria de medicamentos veterinários. “Tenho notado constantemente nestas indústrias um forte desejo de ter farmacêuticos na equipe de profissionais. Entretanto, muitas vezes, os farmacêuticos se sentem inseguros pela falta de conhecimentos de fisiologia animal e da farmacologia veterinária”, observa. A terapêutica veterinária envolve muitas sutilezas. A criação de frangos, por exemplo, é feita alojando-se até dezenas de milhares de aves dentro de um único galpão. No caso de uma infecção, um tratamento coletivo, em todas aves, será feito com um medica- 46 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 mento administrado através da ração ou da água bebida. Em contrapartida, a mesma infecção num cavalo de montaria poderá ser tratada individualmente, pela administração de um medicamento injetável. Conforme o caso, a terapêutica muda drasticamente e, por conseqüência, os aspectos farmacêuticos, da farmacocinética do princípio ativo ao tipo e formato da embalagem usada, devem ser avaliados e ajustados às exigências. “Os farmacêuticos talvez sejam os profissionais mais adequados para considerar as sutilezas envolvidas na medicação dos animais, desde que a formação em Farmácia seja complementada com conhecimentos veterinários, agropecuários e zootécnicos. Isto, sem esquecer que a criação de animais pode ser inviabilizada pelo custo de medicamentos onerosos”, ressalta Julio Simi. Embora não acredite que exista um espaço profisssional que justifique a presença de disciplinas veterinárias no currículo básico do farmacêutico, o consultor aponta a necessidade de obtenção de conhecimento pelos caminhos acadêmicos. “Do ponto de vista teórico, vejo a necessidade da comunidade farmacêutica se reunir, meditar e debater, buscando assim a definição da responsabilidade social e da participação do farmacêutico no âmbito dos medicamentos veterinários. Do ponto de vista prático, acredito que a melhor medida é a implantação de cursos de especialização e pós-graduação no segmento que poderia ser chamado de Farmácia Veterinária. Tais cursos poderiam ser fomentados pelos órgãos de classe e por parcerias entre as Escolas de Farmácia e de Medicina Veterinária e Zootecnia”, finaliza Julio Simi. AGENDA LEITURA Título: Cosmetologia Aplicada Autora: Gislaine Ricci Leonardi Editora: Medfarma Livraria e Editora Ano: 2004, 1ª ed. ISBN: 85-89248-02-X Cada vez mais, a pesquisa no campo da Cosmetologia tem contribuído para desvendar e entender melhor o efeito das substâncias ativas incorporadas em produtos de uso tópico. Neste livro, a autora aborda os principais aspectos do uso e da produção de ativos cosmecêuticos, incluindo sugestão de fórmulas atuais e clássicas. Os temas enfocados são: história, princípios e legislação da Cosmetologia; penetração cutânea; cabelos; veículos empregados na Cosmetologia; o emprego de lipídios em formulações cosméticas; importantes substâncias ativas utilizadas na Cosmetologia; estabilidade e estudos de eficácia de formulações; produtos para a face; produtos para o corpo; produtos para o cabelo. Título: Farmácia Clínica & Atenção Farmacêutica Autor: Marcelo Polacow Bisson Editora: Medfarma Livraria e Editora Ano: 2003 ISBN: 85-89248-01-1 Neste lançamento, assinado por Marcelo Polacow Bisson, conselheiro do CRF-SP, diversos temas de interesse da classe farmacêutica são tratados de forma objetiva. São eles: Implantando a atenção farmacêutica; Planejamento; o paciente como o foco; Segmento farmacoterapêutico de pacientes; Anamnese farmacêutica; Princípios de prevenção de doenças; Protocolos clínicos; Medicina baseada em evidências; Uso racional de antibióticos; Farmacocinética clínica; Farmacoepidemiologia e Interações medicamentosas. Título: Me Conte a sua História Coordenador: Jorge Dias Editora: Febrafarma Ano: 2004, 1ª ed. O livro é fruto do programa social de mesmo nome implementado pela Febrafarma, em 2003. Visando resgatar a cidadania de milhares de idosos esquecidos em instituições geriátricas no Brasil, o programa, em parceria com universidades e faculdades de Comunicação de nove estados (Ceará, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina) e o Distrito Federal, convidou estudantes de Jornalismo para atuarem como voluntários em instituições geriátricas, ouvindo os idosos e registrando suas histórias de vida. A obra reúne 59 crônicas, narrativas e reportagens baseadas nas histórias de vida e recordações dos idosos assistidos. Todos os recursos arrecadados com a venda dos livros se destinam integralmente às instituições geriátricas. 48 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 EVENTOS PARCEIROS III Congresso Interdisciplinar de Assistência Domiciliar (EXPO CIAD) Data: 9 a 11 de setembro Local: Centro de Convenções Rebouças Av. Rebouças, 600 - Cerqueira César - São Paulo – SP. Inscrições e informações: www.ciad.com.br SBRAFH – Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar Datas: 28/08 - Farmacoeconomia – Dr. Wilsom Folador 17 e 18/09 - Fórum – OPAS – Diagnóstico da Farmácia Hospitalar no Brasil 23/10 - Módulo II – Pesquisa Clínica – Dra. Viviane, da Invitare 20/11 - Módulo III – Materiais Médico Hospitalar – Dra. Vera Lúcia, da Baxter Informações e Inscrições: www.sbrafh.org.br Tel. (11) 3214-2029 e 3256-5972 IV Jornada Farmacêutica da Universidade do Sagrado Coração Data: 19 a 22 de outubro Local: Universidade do Sagrado Coração – Rua Irmã Arminda, 1050 – Bauru - SP Informações e inscrições: Centro de Ciências Biológicas e Profissões da Saúde Tel. (14) 3235-7044 ou 3235-7250 e-mails: [email protected] / [email protected] COMISSÃO DE DISTRIBUIÇÃO E TRANSPORTE Atuação farmacêutica no transporte de medicamentos é regulamentada entre as várias atribuições do farmacêutico, a atuação nas empresas de transporte de medicamentos é essencial para garantir a qualidade, eficácia e confiabilidade dos medicamentos consumidos pela população. A Deliberação 149/04, uma iniciativa da Comissão Assessora de Distribuição e Transporte de Medicamentos do CRFSP, aprovada recentemente, dispõe sobre tal exercício profissional. Por meio dela, ficam regulamentadas as atividades do farmacêutico em empresas que efetuam transportes terrestres, aéreos, ferroviários ou fluviais de produtos farmacêuticos, farmoquímicos e produtos para a saúde. Tais profissionais devem conhecer, interpretar e cumprir a legislação sanitária e demais leis pertinentes. Têm ainda a função de assegurar que todos os medicamentos transportados sejam registrados junto à autoridade sanitária, de acordo com o item 1.8 do Roteiro de Inspeção aprovado pela Resolução ANVS 329/99. Além disso, devem supervisionar as instalações das empresas de acordo com o Código Sanitário Estadual e legislação municipal pertinente. E, entre outras coisas, auxiliar na elaboração do Manual de Boas Práticas de Transporte de Produtos Farmacêuticos e Farmoquímicos, segundo D diretrizes do Ministério da Saúde. O CRF-SP parabeniza todos os farmacêuticos que atuam no setor por mais esta conquista e comemora esta vitória com a certeza de que muitas outras virão! Deliberação 149/04 Art 2º VI - Elaborar procedimentos operacionais e rotinas para: É atribuição do farmacêutico que atua em empresa de transporte de produtos farmacêuticos, farmoquímicos e de produtos para a saúde: I - Conhecer, interpretar e cumprir a legislação sanitária e demais legislação pertinente, bem como se manter atualizado neste aspecto; II - Assegurar que todos os medicamentos transportados encontrem-se devidamente registrados junto à autoridade sanitária, de acordo com o item 1.8 do Roteiro de Inspeção aprovado pela Resolução ANVS 329/99; III - Assessorar a legalização da empresa junto aos órgãos sanitários e profissionais competentes: Conselho Regional de Farmácia, Vigilância Sanitária Municipal, Estadual e Ministério da Saúde; IV - Supervisionar e/ou definir a adequação da área física e instalações da empresa de acordo com o Código Sanitário Estadual e legislação municipal pertinente; V - Auxiliar na elaboração do Manual de Boas Práticas de Transporte de Produtos Farmacêuticos e Farmoquímicos, segundo diretrizes do Ministério da Saúde; a - verificação dos veículos e terminais quanto às condições de limpeza e condições gerais; b - monitoramento de temperatura; c - estocagem e manuseio dos produtos farmacêuticos e farmoquímicos, com procedimentos específicos para produtos termolábeis e/ou que exijam condições especiais de conservação; d - acompanhamento de ocorrências e procedimentos para: avarias, extravios e devoluções; e - desinsetização/desratização de armazéns e veículos, bem como procedimentos quanto às empresas prestadores deste serviço, particularmente quanto ao alvará sanitário e os produtos utilizados, assegurando que estes tenham registro no Ministério da Saúde; f - verificação e inspeção periódica quanto à compatibilidade das cargas transportadas, elaborando procedimentos para cargas incompatíveis; g - notificação imediata à autoridade sanitária e policial, ao fabricante ou detentor do registro no Brasil, de quaisquer suspeitas de alteração, adulteração, fraude, falsificação ou roubo dos produtos que transporta, com a indicação do número dos lotes. Farmacêutico da Indústria Você também é responsável pelo transporte. A escolha da transportadora é importante. revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 ● 49 Clube de V A N TA G E N S ■ Academias Esportivas ACADEMIA ACQUA CENTER Matrícula grátis durante o ano todo e 10% de desconto nas mensalidades de Natação, Hidroginástica, Cond. Físico e Musculação, Gestantes, Natação para bebês e Hidroterapia (Reabilitação Aquática) Rua Augusto da Silva Palhares, 95/125 Vila Arens – 13202-510 – Jundiaí – SP Tel: (11) 4526 2015 site: www.acquacenter.com.br e-mail: [email protected] S.O.S COMPUTADORES Desconto de 10% sobre o valor total do curso escolhido (Promoção não cumulativa e válida no ato da matrícula em qualquer unidade S.O.S Computadores do Estado de São Paulo Rua das Carnaubeiras, 168 – Jabaquara – São Paulo – SP Tel: (11) 5017 1885 - 0800 777 5000 site: www.soscomputadores.com.br e-mail: [email protected] ■ Cursos de Teatro TEATRO ESCOLA BRINCANTE ■ Assinaturas de Revistas SORIAK COMÉRCIO E PROMOÇÕES Desconto de 10% na compra do guia de informações relacionado a produtos farmacêuticos P.R. Vade-Mécum e na assinatura da Revista Kairos R. Dr. Homem de Melo, 994 Perdizes – São Paulo – SP Tel.: (11) 3865 4877 - Fax (11) 3673 3565 site: www.revistakairos.com.br site: www.prvademecum.com.br ■ Beleza e Estética GUINZA HAIR Desconto de 10% em todos os serviços do salão (promoção válida de 2ª a 5ª feira) Rua Capote Valente, 478 – Jd. América – São Paulo – SP Tel.: (11) 3062 6781 JJ CABELEIREIROS Desconto de 40% nos serviços de cabeleireiro, 20% nos serviços de manicure e pedicure e 20% nos serviços de estética (promoções válidas de terça a sábado e sempre com horário marcado) Av. Cidade Jardim, 1013 – Jd. Europa 01453-000 – São Paulo – SP Tel.: (11) 3079 9042 3079 8059 site: www.jjcabeleireiros.com.br e-mail: [email protected] LIKKA’S ESTHETIC CENTER Descontos de 15% para tratamentos e serviços avulsos, além de maiores facilidades nas condições de pagamento (parcelas vinculadas aos dias do pagamento). R. Juquis, 258 – Moema - São Paulo – SP Tel.: (11) 5536 0725 e-mail: [email protected] ■ Cursos de Informática DATA BYTE CURSOS DE COMPUTAÇÃO Desconto de 50% nos cursos de computação em turma, sobre o valor de tabela Av. dos Autonomistas, 2511 – Centro – Osasco – SP Tel.: (11) 3168 7149 - 0800 11 65 75 site: www.databyte.com.br e-mail: [email protected] Desconto de 50% para peças que estão em cartaz e 20% nos cursos da programação anual Rua Purpurina, 428 – Vila Madalena – São Paulo – SP Tel: (11) 3816 0575 – Silmara Nunes site: www.teatrobrincante.com.br e-mail: [email protected] ■ Dentistas DRA. SIMONE ALVAREZ MATEOS Desconto de 15% no tratamento odontológico e 50% no clareamento dental. R. Padre Damaso, 65 – Centro – Osasco – SP Tel.: (11) 3685 2942 DR. JOEL ANTONIO DE MELLO Descontos em até 15% para pagamento à vista e parcelamentos em até 5 vezes sem juros. Av. Inocêncio Seráfico, 62 – Centro – 06320-290 – Carapicuíba – SP RG.: 13.706.573-5 – CPF 052.829.068-13 Tel.: (11) 4184 1588 ■ Drogarias/Farmácias de Manipulação FARMÁCIA JURÉIA Descontos de 15% para medicamentos, 20% nos genéricos e 5% em perfumaria sendo eles pagos à vista. Para pagamentos à prazo, 5% de desconto e cheque para 30 dias. Rua dos Expedicionários, 73 – Centro – Pariquera-Açu – SP Tel.: (13) 3856 1414 e-mail: [email protected] ■ Hotéis e Pousadas HOTEL POUSADA TABATINGA COSTA VERDE 10% de desconto sobre a Tarifa Balcão ou Tarifa Feriados. Forma de pagamento: 50% na confirmação da reserva via depósito bancário, e 50% no check-in. 15% de desconto sobre a Tarifa Balcão ou Tarifa Feriados; forma de pagamento: 100% do valor total da hospedagem com pagamento antecipado, á vista, via depósito bancário; no check-out será cobrado 10% de taxa de serviço sobre o valor total da conta. Rod. Rio-Santos, 2500 Km 17,5 Cond. Costa Verde Tabatinga - Caraguatatuba -SP Tel (12) 3884 3331 site: www.pousadatabatinga.com.br e-mail: [email protected] POUSADA VILA DAS CORES Desconto de 10% na tarifa balcão (exceto o período de alta temporada, feriados e congressos) R. Silveira de Mello, 188 – Capivari – Campos do Jordão – SP Tel.: (12) 3663 5050 site: www.viladascores.com.br e-mail: [email protected] ■ Moda Branca LE BLANC – A MODA EM BRANCO 10% nas compras à vista (dinheiro, cheque ou cartão débito, sendo que peças promocionais não tem desconto); Três vezes sem juros no cartão de crédito (exceto AMEX); Na compra de dois aventais, grátis um bordado personalizado com nome e profissão. Av. 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