Publicação do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo – Nº 71 – Agosto/Setembro - 2004
Campanha de Educação em Saúde,
Prevenção e Orientação sobre Diabetes
LANÇADO O XIV CONGRESSO PAULISTA DE FARMACÊUTICOS
Cursos 2º semestre 2004 – Seccionais
18 de setembro
Preparação de Produtos
Injetáveis em Farmácias
Hospitalares
Dra. Soraia Guerra Silvares Mendonça
Marília
9h às 17h
18 de setembro
25 de setembro
Aspectos Práticos
de Assistência Farmacêutica
em Diabetes
Dr. José Vanilton de Almeida
Bragança Paulista
9h às 17h
Farmacologia
dos Analgésicos
Dr. José Artur da Silva Emim
Bauru
8h às 18h
8h às 18h
25 de setembro
Técnicas de Aplicação
de Injeção e Diabetes
Dr. Rodinei Vieira Veloso
São José
dos Campos
02 de outubro
Técnicas de Aplicação
de Injeção e Diabetes
Dr. José Luiz Franceschi
Ribeirão Preto
8h às 18h
16 de outubro
Farmacologia Clínica Orientação Farmacêutica
na Antibioticoterapia
Dra. Edna Bertini e
Dra. Tânia Carmen P. Govato
São José do
Rio Preto
09h às 17h
30 de outubro
Legislação Sanitária
para Farmácias e Drogarias
Dra. Ana Maria da Penha B. Pellim
Guarulhos
9h às 17h
30 de outubro
Técnicas de Aplicação
de Injeção e Diabetes
Dra. Cláudia Garcia Messiano
Registro
8h às 18h
06 de novembro
As Intoxicações no Dia a Dia:
Como Preveni-las
Dra. Marília C. Assoni e
Dr. Bismark Azevedo C. Araújo
São José do
Rio Preto
9h às 17h
06 de novembro
Farmacologia Clínica Orientação Farmacêutica
na Antibioticoterapia
Dr. Carlos Eduardo Pulz Araújo
Barretos
8h às 18h
20 de novembro
Farmacovigilância
Dra. Hellen Harumi Miyamoto
Sorocaba
9h às 17h
27 de novembro
Farmacologia
dos Antiinflamatórios
Dr. José Artur da Silva Emim
Presidente Prudente
8h às 18h
27 de novembro
Técnicas de Aplicação
de Injeção e Diabetes
Dra. Cláudia Garcia Messiano
São João da
Boa Vista
8h às 18h
27 de novembro
Principais Interações
Medicamentosas no Balcão
de Farmácias e Drogarias
Dr. Carlos Eduardo Pulz Araújo
Santos
8h às 18h
04 de dezembro
Principais Interações
Medicamentosas no Balcão
de Farmácias e Drogarias
Dr. Carlos Eduardo Pulz Araújo
Jundiaí
8h às 18h
Cursos 2º semestre 2004 – São Paulo
04 agosto a
24 de novembro
Atualização em Cosmetologia
Mód. I a Mód. VIII
Ministrantes:
Dr. Alberto Keidi Kurebayashi
Sr. Antonio Carlos Valle
Dra. Eliana Mika Yamaguchi
Dra. Gislaine Ricci Leonardi
Dr. Henry Okigami
Dr. Luiz Gustavo Martins Matheus
Sr. Marco Antonio Quimenton
Dr. Samuel Guerra
Dra. Sônia Yokoto
Dr. Wilson Takamisaua
São Paulo
Quarta-feira
19h15 às
22h30
Sábados
08h15 às
17h30
18 e 19 de set. Mód.II
23 e 24 de out. Mód.III
Farmácia de Manipulação Noções Básicas
Dr. Daniel Antunes Junior e
Dra. Valéria Maria de Souza
São Paulo
9h às 17h
09 de outubro
Fundamentos de Dissolução
Sr. Robson Sanches Bizi
São Paulo
Centro de Estudos
Varian
8h às 17h
16 de outubro
Espectometria de Massa
Acoplada a Cromatografia
Líquida LC-MS
Sr. Robson Sanches Bizi e
Sr. Claúdio Fiúza
São Paulo
Centros de Estudos
Varian
8h às 17h
20 e 21 de novembro
Farmácia de Manipulação Prático
(Somente para alunos de Farmácia
de Manipulação - Noções Básicas)
Dr. Daniel Antunes Junior e
Dra. Valéria Maria de Souza
São Paulo
9h às 17h
INFORMAÇÕES
E INSCRIÇÕES:
Depto de Eventos do CRF-SP
Fones/fax:
(11) 3067.1469/3067.1468
e-mail: [email protected]
Consulte nosso site para maiores
informações: www.crfsp.org.br
“O CRF-SP se reserva o direito de cancelar
as atividades que não atingirem o número
mínimo de participantes”
"Os cancelamentos de inscrição, solicitados
até 05 (cinco) dias antes do curso terão
devolução de 80% (oitenta por cento) do
valor”
"Os cursos do CRF-SP são para
Farmacêuticos inscritos no Conselho e
acadêmicos mediante comprovação. Para
outros profissionais consulte o Depto de
Eventos."
Sumário
EDITORIAL
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
EDIÇÃO 71/AGOSTO/SETEMBRO/2004
FARMÁCIA
EDUCAÇÃO
Página 15
Página 07
CARTAS
06
FARMÁCIA
15
VIGILÂNCIA SANITÁRIA
EDUCAÇÃO
07
O FARMACÊUTICO EM FORMAÇÃO:
DESENVOLVENDO HABILIDADES
Página 30
JURÍDICO
33
GANHO DE CAUSA EM ITÚ
Página 40
COMISSÃO FARMÁCIA
43
HOSPITALAR
MUNICIPALIZADA
MISTURAS INTRAVENOSAS
ORIENTAÇÃO
CURTAS E BOAS
Renovação
PERSONAGEM
CAPA
16
34
FORMULÁRIO Nº 05
COM. EDUCAÇÃO
44
PRÉ IV CONFERÊNCIA NACIONAL
ANÁLISES CLÍNICAS
08
BIOLOGIA MOLECULAR
ÉTICA
18
CFF
36
COMISSÃO (GT RESÍDUOS
PESQUISA CLÍNICA
20
EM SERES HUMANOS
38
CUIDADOS NECESSÁRIOS NA
SECCIONAL
21
FISCALIZAÇÃO
39
DISTRIBUIÇÃO E TRANSPORTE DE
BRAGANÇA PAULISTA
TRANSPORTE
MEDICAMENTOS, PRODUTOS PARA
SECCIONAL
22
SANTO ANDRÉ
FARMÁCIA HOSPITALAR
SAÚDE PÚBLICA
NOTÍCIAS DA DIRETORIA
12
CONFERÊNCIA DE CIÊNCIA E
24
40
PROFª. IZABEL YOKO ITO
EVENTOS
TESOURARIA
29
CAPA
30
COMISSÃO FARMÁCIA
14
CAMPANHA DE DIABETES
46
ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO NA
INDÚSTRIA DE PRODUTOS
VETERINÁRIOS
41
LEITURA/AGENDA
48
LANÇAMENTO DO
COMISSÃO DISTRIBUIÇÃO
14º CONGRESSO PAULISTA
TECNOLOGIA
INDÚSTRIA
PERSONAGEM
COMISSÃO INDÚSTRIA
10
MISTURAS INTRAVENOSAS
45
E GESTÃO AMBIENTAL)
DESCARTE DE RESÍDUO PRÁTICA
09
A SAÚDE E FARMOQUÍMICOS
DE EDUCAÇÃO FARMACÊUTICA
PENALIDADES DE 2003
NOTÍCIAS DO INTERIOR
DISTRIBUIÇÃO E
42
PROPAGANDA DE MEDICAMENTOS
E PRODUTOS ALHEIOS AO RAMO
FARMACÊUTICO
E TRANSPORTE
49
PROPOSTA DE RDC E DELIBERAÇÃO
SOBRE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
EM EMPRESAS DE TRANSPORTE
GUIA DE ESTABILIDADE DE PRODUTOS
CLUBE DE VANTAGENS
COSMÉTICOS
Expediente
REVISTA DO FARMACÊUTICO É UMA PUBLICAÇÃO DO
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO
PAULO - CRF/SP
DIRETORIA
PRESIDENTE
FRANCISCO DE PAULA GARCIA CARAVANTE JUNIOR
VICE-PRESIDENTE
ÁLVARO FÁVARO JR.
SECRETÁRIA GERAL
THÁIS ADRIANA DO CARMO
DIRETORA TESOUREIRA
RAQUEL CRISTINA DELFINI RIZZI
CONSELHEIROS
ÁLVARO FÁVARO JR., ELIANA DE PAULA DIAS ORIOLO,
FRANCISCO DE PAULA GARCIA CARAVANTE JUNIOR,
IDA CARAMICO SOARES, MARCELO POLACOW BISSON
MARGARETE AKEMI KISHI, MARIA FERNANDA CARVALHO
(Suplente), MARIA ISABEL ALMEIDA PRADO, MOISÉS FERREIRA
DUARTE (Suplente), NALU CRISTINA MASSEI CANOVA
PAULO PAIS DOS SANTOS, RAQUEL CRISTINA DELFINI RIZZI,
ROSANGELA BORGES REINA E THAÍS ADRIANA DO CARMO
CONSELHEIROS FEDERAIS
DIRCEU RAPOSO DE MELLO (Titular) e EDUARDO SARANZ
CAMARGO (Suplente)
COMISSÃO EDITORIAL
FRANCISCO DE PAULA GARCIA CARAVANTE JR., ÁLVARO FÁVARO
JUNIOR, RAQUEL CRISTINA DELFINI RIZZI E THAÍS ADRIANA DO
CARMO
REPORTAGEM/REDAÇÃO
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO DO CRF-SP.
EDITOR
LÚCIA TULCHINSKI (MTB 21.030854)
50
ESTAGIÁRIAS
KARINA TOLEDO E JULIANA SÁ
PROJETO GRÁFICO: DILSON B. ROQUE
DIRETOR DE ARTE: JORGE FEITOSA
IMPRESSÃO: GLOBO COCHRANE
PUBLICIDADE: NINA ESCHER ([email protected])
PERIODICIDADE: BIMESTRAL
TIRAGEM: 26 MIL EXEMPLARES
Esta edição da Revista do Farmacêutico que chega agora em suas
mãos é resultado dos esforços da atual diretoria em prol da reestruturação da área de Comunicação. O novo projeto gráfico reforça nossa
intenção de cumprir com a máxima eficácia a missão de produzir um
veículo de informação completo de caráter técnico e científico. E, principalmente, que venha ao encontro das necessidades do público farmacêutico, para facilitar e enriquecer o exercício cotidiano da profissão em
todas as suas áreas de atuação.
A partir desta edição, temas relacionados à legislação, ética, assuntos de interesse na área de produção,
distribuição e transporte de medicamentos, análises clínicas e toxicológicas e saúde pública, entre outros,
estarão sempre em nossas páginas, podendo ser facilmente identificados através do novo projeto gráfico.
Além disso, o trabalho e as ações das Comissões Assessoras, dos coordenadores e das 22 seccionais poderá
ser acompanhado de forma mais próxima. A área de Educação também passa a ter espaço garantido para
abordar assuntos que contribuam para a formação de profissionais conscientes, em compasso com as necessidades da população, conforme determinam as Diretrizes Curriculares e seu perfil generalista.
Aperfeiçoar a atuação do CRF-SP, bem como de sua área de Comunicação, buscando maior proximidade com o farmacêutico é uma questão prioritária para esta Diretoria, conforme foi definido no
Seminário de Diretrizes e Metas, realizado em março de 2004. Ao priorizar a área de Comunicação, não
nos restringimos somente à renovação da Revista do Farmacêutico, mas também a ações que promovam
o reconhecimento da importância do farmacêutico como profissional de saúde e como referência em
questões relativas a seu âmbito. Diversas ações têm sido desenvolvidas com este fim, como as campanhas
de educação em saúde já realizadas - Câncer de pele, Aids e Diabetes - e, a próxima, em outubro, sobre
Hipertensão. Outras iniciativas ainda virão para ampliar a visibilidade do profissional farmacêutico e
consolidar o CRF-SP como uma referência técnica e científica para a sociedade.
Pretendemos aprimorar produtos e serviços como o portal do CRF-SP, tendo já iniciado os estudos
necessários para garantir recursos tecnológicos que permitam acesso a informações e serviços através da
internet. Visando facilitar o acesso à informação de forma rápida, o Canal Farmacêutico passou a ser editado duas vezes por semana, proporcionando informações sobre fatos, legislação e eventos de interesse da
categoria. Temos também o “clipping” eletrônico que fornece as principais notícias sobre a área farmacêutica e de saúde de forma ágil e otimizada.
Ainda na busca de tornar mais eficaz a comunicação e a valorização do farmacêutico, serão desenvolvidos novos folhetos, materiais audiovisuais e outros instrumentos voltados aos farmacêuticos, colaboradores, órgãos públicos, sociedade civil organizada, meios de comunicação e empresas do setor farmacêutico.
E, assim, inseridos no contexto global da saúde, de forma cada vez mais ampla e participativa, reforçamos nosso compromisso de atuar em prol da comunidade e da categoria como uma instituição democrática, dinâmica e moderna.
Dra. Thaís Adriana do Carmo
Secretária Geral do CRF-SP
revista do farmacêutico
●
outubro/novembro de 2004
●
05
CARTAS
EDUCAÇÃO
Foto: Edu Moraes
ta Catarina, solicitamos a esse CRF o
envio de mais 15 exemplares da referida publicação. Entendemos que essa
publicação é um importante documento que pode servir como subsídio para a
implementação dos novos currículos
com base nas diretrizes nacionais.
Cordialmente
Campanha de Diabetes
Gostaria de parabenizá-los pela
campanha de diabetes. Meu nome é Patricia Fernandes. Sou farmacêutica responsável em uma drogaria especializada
em Diabéticos, que há 19 anos presta
este tipo de assistência dentro do Estado
de São Paulo. Em todas as nossas unidades, o paciente pode contar com um profissional farmacêutico e com funcionários
treinados para prestar todo tipo de assistência. Temos notado que além de muitos nem saberem que são diabéticos, aqueles que sabem não possuem informação
nenhuma. E é aí que nós entramos, servindo de apoio para o médico, complementando o seu trabalho, auxiliando em
todo tipo de informação: o que é, qual
especialidade médica deve procurar, o
auxílio de acompanhamento nutricional, monitorização e todos os assuntos
pertinentes à doença. Ficamos felizes por
mais uma campanha de grande valor. A
todos do Conselho meu muito obrigado.
O Farmacêutico em Formação:
Desenvolvendo Habilidades
Estágios e programas
de aprimoramento
preparam o estudante
de Farmácia para
o exercício profissional
e compreensão de seu
papel na sociedade,
complementando
o aprendizado
acadêmico
Profa. Eliana E. Diehl
Presidente do Colegiado do
Curso de Graduação em
Farmácia da UFSC
Acervo
Tendo em vista os constantes avanços
na área farmacêutica, torna-se imprescindível uma leitura de boa qualidade.
Sendo assim, pedimos gentilmente o recebimento da Revista do Farmacêutico,
que será disponibilizada na biblioteca e
muito contribuirá para enriquecimento
de nosso acervo.
Desde já agradeço.
Valéria
Univ. Metodista de São Paulo
Biblioteca Central - Setor de
Periódicos.
Patricia Fernandes
CRF-SP: 32.683
Curso de graduação
em Farmácia da UFSC
Acuso o recebimento de um exemplar dos anais do “I Fórum de Implantação das Diretrizes Curriculares para
os Cursos de Farmácia do Estado de São
Paulo”, realizado entre 05 e 07 de setembro de 2002.
Tendo em vista nosso processo de
discussão e organização do novo currículo do Curso de Graduação em Farmácia da Universidade Federal de San-
06 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004
Escreva para a
Revista do
Farmacêutico
Assessoria de Comunicação
Rua Capote Valente, 487 - 3ª andar
Cep: 05409-001 / São Paulo - SP
Telefone: (11) 3082-2592
e-mail: [email protected]
esde a promulgação da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em
1996, mudanças significativas vêm ocorrendo na Educação Farmacêutica. Como mais relevante, surgiram as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) dos Cursos de
Graduação em Farmácia, que inovam
na formação generalista, crítica e reflexiva, rompendo os paradigmas do currículo mínimo, de 1969, que fragmentava a formação do farmacêutico em
carreiras.
Segundo o coordenador da Comissão Assessora de Educação Farmacêutica e Diretor de Pós-graduação e Pesquisa do Centro Universitário São Camilo - SP, Professor Dr. José Artur da
Silva Emim, existem, além disto, importantes fatores sinérgicos, como a
evolução técnico-científica e humanista da área da saúde, o crescimento das
exigências da sociedade e a valorização
da empregabilidade e da empresabilidade. “Diante deste cenário, a educação
superior converge para o desenvolvimento
de competências e de habilidades. Assim,
além do conhecimento técnico-científico
teórico-prático, trabalhado na maioria das
vezes dentro do espaço físico das salas de
D
aulas e dos laboratórios de aulas práticas,
figura também, no processo de formação
acadêmica, a importância do desenvolvimento de atividades práticas profissionais,
que desenvolvem habilidades e atitudes
éticas no farmacêutico em formação, além
de promoverem a qualidade do processo de
ensino-aprendizagem”, ressalta.
A Professora Dra. Luz Marina Trujillo, do Instituto Adolfo Lutz, observa
que a experiência de convívio com estagiários, bolsistas, alunos de graduação e pós-graduação na área de ciências
farmacêuticas, comprova “a mudança de
perfil deste profissional decorrente da exigência do mercado de trabalho, do aumento do número de instituições de ensino e, mesmo, a grande transformação na
rede de comunicação a qual nos permite
entrar em contato com questões em todo
o mundo.”
No Instituto Adolfo Lutz, entre vários Programas de Aprimoramento Profissional (PAP), FUNDAP, em áreas específicas das ciências da saúde, é oferecido o PAP - “Medicamentos, Cosméticos
e Domissanitários”, treinamento em exercício nos ensaios físico-químicos, microbiológicos e biológicos de medicamentos, insumos farmacêuticos, correlatos, cosméticos, saneantes, e outros,
com a duração de dois anos.
Geralmente, após avaliação de currículo, prova escrita e entrevista, o candidato melhor classificado é o farmacêutico, recém-formado ou com um ano
de experiência.
Temas como Sistema Único de Saúde, Legislação, Ética em Pesquisa, Bioética, Biossegurança, Divulgação Científica são apresentados aos aprimorandos, além do aprofundamento de outros já introduzidos na graduação.
No entanto, é muito evidente a ansiedade deste profissional em buscar o
conhecimento específico sobre um assunto, em detrimento de um conhecimento mais amplo. Vale ressaltar que a
formação de um profissional de saúde
em uma equipe multidisciplinar, inserido em um contexto de saúde coletiva, é
a principal missão da instituição. A cromatografia líquida de alta eficiência
(CLAE), técnica analítica avançada, deve atrair tanto quanto a discussão sobre
um elemento da Assistência Farmacêutica. Ao passar dos dias, entre uma análise e outra, entre uma perícia e outra,
observa-se que o profissional passa a
participar mais das discussões e a entender seu verdadeiro papel como farmacêutico na sociedade.
revista do farmacêutico
●
outubro/novembro de 2004
●
07
DISTRIBUIÇÃO E TRANSPORTE
ANÁLISES CLÍNICAS
Biologia Molecular
A farmacêutica-bioquímica Dra. Keli Melo,
formada pela USP e supervisora técnica do setor de Diagnóstico Molecular
do SAE - Laboratório Médico em São Paulo e membro da Comissão
Assessora de Análises Clínicas e Toxicológicas do CRF-SP, fala sobre esta
especialidade voltada para o diagnóstico de doenças.
Qual é o objeto de estudo da
Biologia Molecular?
Dra. Keli Melo: A Biologia Molecular estuda essencialmente os seres vivos
ao nível das moléculas, ou seja, o DNA,
o RNA e as proteínas. É uma das ferramentas mais importantes que temos hoje
para expandir o conhecimento da história natural das doenças, identificar pessoas com risco de adquirirem doenças específicas e diagnosticar precocemente doenças infecciosas e outras doenças humanas.
Qual a importância da Biologia
Molecular no auxílio ao paciente?
Dra. K. M.: A Biologia Molecular
pode auxiliar o paciente em três áreas distintas: diagnóstico, prognóstico e terapêutica. A distinção de variantes da doença humana e a predição da probabilidade de manifestação futura da doença,
baseadas em marcadores moleculares,
têm auxiliado os pacientes proporcionando diagnóstico precoce e prognóstico
mais acurado. Como exemplo, temos o
diagnóstico da infecção pelo vírus da Hepatite C (HCV). Com janela imunológica de até oitenta dias, o diagnóstico
através da detecção de anticorpos (sorologia) fica prejudicado em pacientes com
diminuição da resposta imune. Assim,
um teste molecular que detecta diretamente o material genético do vírus proporciona diagnóstico precoce e distinção
entre doença ativa e pregressa. A quantificação do vírus através da Biologia
Molecular torna possível avaliar o prognóstico, pois pacientes com carga viral
mais alta estão mais propensos a falhas
na terapia. A análise do HCV através da
zação contínua. Poucos farmacêuticos têm
se especializado e, o profissional sem conhecimentos aprofundados, não encontra
espaço no mercado. Por outro lado, tenho
observado um grande avanço dos biólogos nesta área, pois muitos têm feito mestrado e doutorado em grandes universidades e acabam "largando na frente".
genotipagem proporciona ao paciente o
direcionamento ao esquema terapêutico
correto, diminuindo o uso de medicamentos pouco efetivos, efeitos adversos e
custos ao sistema de saúde. Hoje temos também a análise molecular do Citocromo
P450, essencial no metabolismo de muitas drogas. A partir desta análise, é possível predizer a resposta a terapias e a incidência de efeitos adversos, melhorando
assim a qualidade de vida do paciente.
Que papel o farmacêutico tem
desempenhado no campo da Biologia Molecular?
Dra. K. M.: O farmacêutico é um
dos profissionais mais capacitados para
atuar na área da Biologia Molecular. Por
termos conhecimentos amplos em Química e Biologia, podemos desenvolver e
otimizar novos métodos e interpretar os
resultados laboratoriais. No entanto, há
poucos farmacêuticos neste mercado. A
área da Biologia Molecular requer especialização, treinamento intenso e atuali-
08 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004
Quais são as perspectivas futuras
para esta área?
Dra. K. M.: Eu vejo a Biologia
Molecular como um setor essencial no
laboratório do futuro. Cada vez mais os
médicos estão compreendendo as vantagens para o paciente de solicitar um teste
molecular. As agências de saúde, por sua
vez, compreendem a importância na diminuição de custos futuros. Existem esforços imensos de automatização e otimização das técnicas, aumentando assim
o acesso a estes testes. Outro ponto interessante é a avaliação de todo o genoma
através de um único teste, os chamados
Microarrays ou Microchips de DNA. A
partir da análise deste genoma, será possível predizer a probabilidade de desenvolver doenças no futuro e estimar a resposta a determinados tipos de medicamentos. Isto proporcionará uma transformação na forma de direcionar a terapia: ao invés de utilizarmos uma terapia
padronizada por doenças, utilizaremos
uma avaliação individualizada do
paciente, predizendo sua resposta a drogas e, evitando assim, efeitos colaterais
perigosos. Este processo é a área de estudo
da Farmacogenômica, um dos campos
mais interessantes da Biologia Molecular
na atualidade.
Cuidados necessários na Distribuição e
Transporte de Medicamentos, Produtos
para a saúde e Farmoquímicos
1ª Parte
aprimoramento dos processos de distribuição e transporte de medicamentos,
com vistas a manter sua segurança, integridade e eficácia, e conseqüentemente a saúde da
população, tem merecido um certo
destaque nos últimos anos, por parte
dos órgãos públicos sanitários. Isto se
expressa nas exigências para implementação das normas que regulamentam esse setor, a fim de assegurar condições adequadas aos produtos farmacêuticos no âmbito da cadeia logística.
Este artigo apresenta procedimentos básicos que precisam ser considerados pelos profissionais que atuam na
cadeia de distribuição, ressaltando
que, por se tratar de um assunto relativamente novo, requer pesquisa constante e, por isso, não se tem aqui a pretensão de esgotá-lo.
Uma das principais recomendações quanto aos cuidados na armazenagem e manuseio desses produtos, é
seguir as especificações do fabricante,
pois estas são baseadas em estudos de
estabilidade do fármaco e suas alterações físicas, químicas e microbiológicas quando expostos a determinadas
condições. Após essa recomendação,
cada membro da cadeia de distribuição deverá definir procedimentos de
manuseio e armazenagem, os quais devem ser publicados em forma de Manual, direcionado às pessoas envolvidas, seguido de treinamento correspondente. Finalmente, deverá ser realizada a supervisão pelo Farmacêutico,
já que ele possui a capacidade técnica
de analisar e decidir sobre as diferentes
situações que possam ocorrer durante
O
todo o processo operacional.
Existem parâmetros operacionais básicos que objetivam garantir a segurança e a qualidade dos produtos farmacêuticos em sua armazenagem, transporte e distribuição:
1 - Cuidados Técnico-Operacionais: registro de temperatura e umidade, compatibilidade de carga e manuseio, área de segregação, forma de acondicionamento nos veículos e terminais
de carga, etc.
2 - Procedimentos para produtos
sensíveis e termolábeis: Determinados grupos de medicamentos são sensíveis a alterações de temperatura e
umidade como soluções, emulsões,
pomadas, gel, creme e cápsulas orais
gelatinosas, e há ainda aqueles que necessitam de conservação a frio (não excedendo a 8 º C) ou em ambiente resfriado (entre 8 º e 15 º C), como vacinas e insulinas.
3 - Acompanhamento dos processos legais e documentação: Registro
dos produtos, legalidade das empresas
envolvidas na cadeia de distribuição,
cadastro de veículos, conferência de documentos comprobatórios como: nota
fiscal e fatura, n.º lote, conhecimento
de transporte, manifesto, etc.
4 - Acompanhamento das Ocorrências Operacionais: adulteração,
fraude, falsificação, retirada dos produtos, roubo/extravio, avarias, devoluções, medicamentos sob controle especial (Port. n.º 344/98), descarte, etc.
I - Cuidados Técnico-Operacionais:
a) Temperatura: A temperatura
ambiente de armazenagem recomen-
dada está entre 20 º e 25 º C e a de
manuseio entre 15 º e 30 º C (The U.
S. Pharmacopeial Convention, Inc.
2003). Os riscos associados ao produto incluem exposição à temperatura,
umidade, luz e oxigênio. Todos os equipamentos utilizados para registro, monitoramento e controle das condições
de temperatura deverão ser calibrados
regularmente. A temperatura no local
de armazenamento dos medicamentos
deverá ser registrada periodicamente
até se alcançar o perfil de temperatura
e se determinar em que área alguns
grupos de medicamentos deverão ser
armazenados. Deve-se também observar as condições de comprometimento
de temperatura nas diferentes estações
do ano e a área geográfica do local de
armazenamento. As condições de embalagem (tanto primária como secundária) tornam-se essenciais, já que tais
cuidados podem evitar exposição a
temperaturas extremas, especialmente
no caso de produtos sensíveis. É importante que a forma de acondicionamento do fabricante seja apropriada
para os diferentes grupos de medicamentos como os líquidos, semi-sólidos
e géis, e os “avisos de rotulagem” sejam
apropriados para as condições de
armazenagem e manuseio. A parceria
entre os envolvidos no processo é de
extrema importância a fim de que o
medicamento chegue ao consumidor
final com a mesma qualidade e integridade de quando ele saiu de fabricação.
Dra. Sonja Helena Madeira
Macedo – CRF/SP 26.104
(Continua na próxima edição.)
revista do farmacêutico
●
outubro/novembro de 2004
●
09
FARMÁCIA HOSPITALAR
Misturas Intravenosas
A nutrição parenteral requer a atuação de uma equipe multiprofissional,
na qual o farmacêutico desempenha um importante papel
o segmento hospitalar, entre
as diversas possibilidades de
atuação do farmacêutico,
destaca-se a área de misturas
intravenosas. Um dos tipos
de misturas intravenosas é a Nutrição
Parenteral, que pode ser definida como solução ou emulsão, composta basicamente de carboidratos, aminoácidos, lipídios e vitaminas, destinada à
administração intravenosa em pacientes desnutridos ou não, em regime
hospitalar, ambulatorial ou domiciliar,
visando a síntese ou manutenção dos
tecidos, órgãos ou sistemas.
De acordo com a presidente da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar- SBRAFH, Profª. Dra. Maria Rita Carvalho Garbi Novaes, a complexidade da Terapia de Nutrição Parenteral(TNP) exige o comprometimento
e a capacitação de uma equipe multiprofissional, constituída por pelo menos um farmacêutico, um médico, um
nutricionista e um enfermeiro. O Decreto-lei 85878/81 estabeleceu como exclusivo desta classe, a manipulação de
medicamentos e afins. Posteriormente,
as Resoluções do Conselho Federal de
Enfermagem – COFEN 161/93 e do
Conselho Federal de Farmácia – CFF
247/93, alterada pela Resolução CFF
292/96, destacaram as responsabilidades e atribuições do farmacêutico no
preparo das nutrições parenterais. A
Portaria 272/98 – SVS/MS normatizou os requisitos estruturais e ambientais na manipulação, armazenamento e
transporte da alimentação parenteral
manipulada e insumos. “O profissional
farmacêutico tornou-se oficialmente
responsável pela manipulação das formulações nutritivas, devido principalmente à sua formação acadêmica, que
lhe dá habilidade de avaliar as características físico-químicas dos compo-
Foto: Pixtal
N
nentes, as possíveis interações químicas e
esterilidade do produto elaborado”, observa a prof. dra. Maria Rita Carvalho
Garbi Novaes.
Etapas da terapia
nutricional parenteral
Carla Lanza B. Henriques, farmacêutica responsável pelo Serviço de
Nutrição Parenteral da Santa Casa de
Santos, detalha as etapas que permitem a implantação da terapia nutricional parenteral de acordo com as exigências médico-hospitalares e legislações atuais. São elas:
- Aquisição e recepção das matérias-primas (produtos e materiais);
- Avaliação farmacêutica da prescrição médica (quantidade, qualidade,
compatibilidade, interações e estabilidade);
- Preparo da NP utilizando metodologia rigorosamente asséptica (evitar
10 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004
contaminação por contato);
- Orientar, supervisionar e estabelecer rotinas nos procedimentos básicos
de manipulação e preparação da NP;
- Controles de qualidade das soluções (inspeção visual, controle microbiológico da solução, teste de esterilidade, controle microbiológico ambiental e dos manipuladores) para assegurar
que os produtos e serviços estejam dentro dos padrões de qualidade exigidos;
- Validação dos processos;
- Estabilidade e compatibilidade
(solução de problemas físico-químicos
de incompatibilidade médica-nutricional, garantindo a estabilidade de
ambos);
- Monitoração e avaliação da farmacoterapia usada concomitantemente ao suporte nutricional.
O preparo da Nutrição Parenteral
é considerado um procedimento de
risco nível 2, segundo a classificação
da ASHP.
SAÚDE PÚBLICA
2ª Conferência Nacional de Ciência,
Tecnologia e Inovação em Saúde
om o objetivo de reorientar
os rumos da Política Nacional de Ciência e Tecnologia
e Inovação em Saúde e discutir o papel do Ministério
da Saúde em relação a este tema, foi
promovida, em Brasília, de 25 a 28 de
julho, a 2ª Conferência Nacional de
Ciência, Tecnologia e Inovação em
Saúde (CNCTIS).
Numa etapa anterior, em âmbito
municipal, regional e estadual, as discussões foram orientadas por dois documentos: a Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde e
a Agenda Nacional de Prioridades de
Pesquisa em Saúde.
O Coordenador da Comissão Assessora de Saúde Pública, Rogério Guimarães Frota Cordeiro, participou deste fórum voltado à discussão das ações
de pesquisa e desenvolvimento em saúde no Brasil. “É importante o farmacêutico participar destas discussões. Nós temos que fazer parte dessa construção histórica”, ressaltou.
C
Indústria Farmacêutica
As discussões sobre medicamentos,
insumos e equipamentos médico-hospitalares não ficaram de fora. Entre os
temas abordados, podem ser citados a
definição de medicamentos-alvo, o fortalecimento da capacidade de realização
de ensaios clínicos de novos medicamentos, com ênfase nos fitoterápicos e
a criação de programa de bolsas para
desenvolvimento tecnológico. A priorização do investimento em desenvolvimento de medicamentos e insumos que
atendam doenças e outros problemas
prioritários de saúde, privilegiando a
produção nacional, protegendo e valorizando a biodiversidade brasileira e
subsidiando a produção e distribuição
de medicamentos essenciais e genéricos
“
É importante o
farmacêutico
participar destas
discussões. Nós
temos que fazer
parte dessa
construção
histórica
”
Dr. Rogério Frota
também esteve em pauta.
Apesar do tema abordado ser de difícil enfrentamento, as participações dos
usuários, trabalhadores e gestores da área
de saúde tiveram papel determinante nas
discussões dos temas. Pessoas ligadas ao
Ministério das Ciências e Tecnologia e
ao Ministério da Educação também
tiveram a oportunidade de participar das
discussões de forma democrática com os
usuários e trabalhadores, tradição que
vem sendo construída a partir da lei
8142/90 na área da saúde e sendo aperfeiçoada dentro dos Conselhos de Saúde
e do Sistema Único de Saúde.
“Faz-se necessária a participação do
farmacêutico nessa discussão, pois ele é
um importante agente na produção de
conhecimento, ciência, tecnologia e inovação em saúde, além de ser um agente
na utilização desses conhecimentos e tecnologias”, finaliza Rogério Frota.
Para entender a importância da 2ª
Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde, vale res-
12 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004
saltar o seguinte trecho da publicação
Saúde no Brasil – Contribuições para a
Agenda de Prioridades de Pesquisa: “Enfim, pode-se vislumbrar um conjunto
de pesquisas no campo da saúde coletiva cujos conhecimentos produzidos
(teóricos, metodológicos, operativos e
tecnológicos) contribuam para: formulação, implementação e avaliação
de políticas de saúde; compreensão do
funcionamento do mercado em saúde;
explicação das relações entre Estado,
organizações e modelos de atenção que
contemplem a integralidade, a descentralização, a regionalização, a participação e eqüidade e a intersetorialidade; identificação de pautas culturais e
representações sociais de segmentos da
população (adolescentes, idosos, negros, índios etc.) relacionados ao complexo promoção-saúde-doença-cuidado, seja em relação à utilização de serviços ou à comunicação em saúde; e
desenho, inovação e experimentação
de formas alternativas de gestão.
INDÚSTRIA
FARMÁCIA
Guia publicado pela Anvisa
orienta empresas de cosméticos
Trabalho pioneiro publicado pela Anvisa orienta fabricantes de cosméticos
sobre como assegurar a eficácia e a segurança de seus produtos.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lançou no XVIII Congresso Brasileiro de Cosmetologia, realizado em maio deste ano, o
Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos. A ferramenta visa orientar fabricantes e profissionais da área de cosméticos sobre como assegurar a eficácia e a segurança de seus produtos durante o período de validade. Elaborado
por representantes da Anvisa, técnicos
do setor, e membros de universidades
brasileiras, é uma das publicações das
Séries Temáticas da Anvisa, que reúne
edições destinadas à orientação técnico-científica de diversos setores ligados
à Vigilância Sanitária.
No Brasil, dois fatores principais
levaram à criação deste guia, diz Emiro
Khury, farmacêutico, consultor da Associação Brasileira de Cosmetologia, e
um dos responsáveis pelo projeto. O
primeiro é que somos o único país do
mundo em que a legislação obriga as
empresas a colocar o prazo de validade
em seus produtos. O segundo é a pressão que o próprio consumidor exerce
sobre a indústria. “Se qualquer uma das
características organolépticas de um cosmético, como o cheiro ou a cor, for modificada, já cria uma repulsa por parte do
consumidor, mesmo que suas funções estejam inalteradas. Isso fez com que a indústria, de forma independente da legislação, buscasse procedimentos internos e
metodologias para poder identificar por
quanto tempo aquele produto estava adequado ao uso, quando submetido às condições do mercado, transporte e estocagem nas lojas, farmácias, supermercados
e na casa do consumidor também. Estabeleceram-se, então, protocolos de estudo
Foto: Viegas Photo Ltda
A
Emiro Khury, farmacêutico,
consultor da Associação Brasileira de
Cosmetologia, e um dos
responsáveis pela elaboração do Guia de
Estabilidade de Produtos Cosméticos.
para poder analisar como essas condições
iriam influenciar nas características organolépticas e funcionais dos cosméticos,
fazendo com que as empresas conhecessem melhor o produto que estavam apresentando ao mercado”, conta Khury.
Quando a legislação passou a exigir das empresas o conhecimento do
prazo de validade de seus produtos,
elas tiveram que buscar sozinhas os métodos e procedimentos necessários.
“Aquelas que tinham dinheiro para investir na aquisição da tecnologia, tinham vantagens. As pequenas e médias
empresas brasileiras, ou desenvolviam sozinhas, ou chutavam o prazo de validade”, afirma o farmacêutico. No entanto, a falta de comunicação entre as em-
14 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004
presas de cosméticos retardou esse processo, pois a detenção desta tecnologia
representava um diferencial competitivo no mercado.
Uma primeira tentativa de registrar
esse conhecimento congregou técnicos
de pequenas e grandes empresas da área
de cosméticos, sob a coordenação de
Khury. “As multinacionais e as grandes
empresas brasileiras foram as maiores contribuintes desse trabalho. Nós conseguimos trocar informações, dentro de um fórum técnico-científico, e conseguimos registrar essas experiências. Mas por alguma razão, este trabalho não foi pra frente. Parou e ficou quase três anos engavetado”.
A Anvisa, dentro uma linha de literatura técnica, resgatou, atualizou e
publicou o trabalho em forma de guia,
que tem como função principal orientar e não normatizar. “O mercado brasileiro de cosméticos está em crescimento
e deve ser preservado. Portanto, quando
esse guia foi montado, ele foi pensado de
tal maneira que contemplasse as diferentes empresas. O foco foi permitir o acesso
ao conhecimento que permita às empresas criar seu próprio protocolo e, na medida que haja o interesse dela em se aperfeiçoar e estar próximo às exigências legais, construir um trabalho cada vez melhor, com amplo conhecimento dos produtos que coloca no mercado”, conclui
Khury.
O trabalho pioneiro está sendo traduzido para vários idiomas pela Anvisa,
que pretende divulgá-lo pelo mundo.
O guia pode ser adquirido gratuitamente em CD, pelo e-mail [email protected], e também está disponível para download no site da agência, www.anvisa.gov.br.
A Municipalização
da Vigilância Sanitária
A fiscalização de estabelecimentos farmacêuticos na capital paulista deixou
de ser uma atribuição do governo estadual. O responsável pelo setor,
Waldemar José Sá de Azevedo, fala sobre as mudanças ocorridas
com a municipalização do serviço.
municipalização da fiscalização da Vigilância Sanitária, que era executada em
âmbito estadual, tornou-se
realidade na capital paulista
em 12 de abril de 2004. “É uma iniciativa do município para se integrar ao
Sistema Único de Saúde, o SUS, que já
estava prevista na Constituição. Algumas mudanças serão percebidas a curto
prazo, outras a longo prazo.”, ressalta
Waldemar José Sá de Azevedo, gerente
de produtos e serviços de interesse à
saúde e saúde do Trabalhador, da Coordenação de Vigilância em Saúde, da
Secretaria Municipal de Saúde.
cial (cerca de mil produtos como psicotrópicos e entorpecentes). Assim como a fiscalização das condições de higiene das salas de aplicação de injetáveis. Medicamentos de carga roubada
e falsificados também despertam uma
grande preocupação. Enfim, tudo o que
pode ser considerado risco eminente para a saúde. “Nosso trabalho quebra a lógica da impunidade”, aponta Waldemar.
A
Diferenças
Uma das principais diferenças na
municipalização do serviço é a edição
de um Cadastro de Vigilância Sanitária, com os dados de todos os estabelecimentos, publicado anualmente no
Diário Oficial do município. A Secretaria Estadual de Saúde expedia licenças de funcionamento sanitário. O Cadastro traduz a mensagem “eu quero
saber onde você está”, explica Waldemar
José Sá de Azevedo.
Fiscalização
Para fiscalizar os estabelecimentos
quanto à presença de farmacêutico responsável e armazenamento de produtos e condições de higiene, entre outros itens, a Coordenação da Vigilância
Parceria com o CRF-SP
Dr. Waldemar José Sá de Azevedo
em Saúde conta com 16 fiscais, distribuídos em equipes compostas por
farmacêuticos, nutricionistas, médicos
e enfermeiras.
“A partir de setembro contaremos com
mais 31 equipes de fiscalização das subprefeituras, que já estão sendo devidamente capacitadas”, observa Waldemar.
Entre as prioridades de ação do órgão destacam-se a reinspeção de estabelecimentos que conseguiram liminar
contra a autuação do CRF-SP relativa
à ausência de responsável técnico nas
farmácias. “A presença do farmacêutico
nos estabelecimentos é essencial para que
ocorra uma assistência farmacêutica
adequada à população”, ressalta o Gerente de Produtos e Serviços de Interesses à Saúde e Saúde do Trabalhador,
da Coordenação de Vigilância em Saúde. Outra ação prioritária é a fiscalização do armazenamento e dispensação
de produtos sujeitos ao controle espe-
Trabalhar em conjunto. Esta é a proposta da Coordenação de Vigilância Sanitária em relação ao CRF-SP. Um bom
exemplo disso foi a convocação de todos
os representantes de drogarias e farmácias, na sede do CRF-SP, no primeiro
semestre, para uma explanação sobre o
processo de municipalização.
Um termo de cooperação técnica,
que prevê, entre outras coisas, o intercâmbio de informações e produção de
materiais de orientação, será assinado
em breve entre as duas instituições, com
o aval da Secretaria Municipal de Saúde.
“Isso vai possibilitar uma maior resolutividade entre os dois órgãos e beneficiar o
profissional farmacêutico da cidade de São
Paulo”, acredita Waldemar.
Esse intercâmbio deve repercutir no
estado e país. “Será um verdadeiro marco
de cooperação entre a Vigilância Sanitária
e os Conselhos Regionais”, finaliza o Gerente de Produtos e Serviços de Interesses à Saúde e Saúde do Trabalhador, da
Coordenação de Vigilância em Saúde.
revista do farmacêutico
●
outubro/novembro de 2004
●
15
CURTAS E BOAS
CURTAS E BOAS
Doença
de Chagas
Um novo composto químico pode trazer a
cura da doença de Chagas. Trata-se do hidroximetilnitrofural, desenvolvido pela pesquisadora
Chung Man Chin em sua tese de doutorado,
apresentada na Faculdade de Ciências Farmacêuticas - FCF da USP. No Brasil, o nitrofural é o
único medicamento eficaz contra o Tripanossoma
cruzi, parasita causador da doença de Chagas. Os
demais remédios presentes no mercado só funcionam na fase aguda da doença.
Fonte: Agência USP de Notícias
Escala
mede risco
de infarto
Saiba hoje se você é candidato a sofrer um infarto em até 10 anos. Essa é a promessa de um novo
método desenvolvido nos Estados Unidos e batizado de Framingham Coronary Heart Disease
Risk Score - no Brasil, Escala de Framingham. A
ferramenta é a mais recente arma dos médicos no
combate às doenças cardíacas, principalmente o
infarto, a angina e a morte súbita, pois ajuda na
escolha do melhor tratamento para os fatores de
risco do coração, como no caso de colesterol elevado. Para fazer o cálculo é preciso saber o nível
de colesterol total, de HDL (bom colesterol) e de
pressão arterial. A pessoa também deve saber se é
diabética. A soma é feita com base na idade e no
sexo do paciente.
Pesquisadores suíços e australianos, das Universidades da
Basiléia e de Sydney, afirmam ter descoberto a causa da asma.
Eles acreditam que a doença seja causada pelo aumento das
células musculares dos brônquios. Esse crescimento ocorre
pela ausência do fator CEBT-alpha. Na pesquisa, evitou-se a
produção dessas células e o músculo conseguiu ser estabilizado. Se confirmada, a descoberta abre caminho para o desenvolvimento de um tratamento definitivo contra a doença.
Atualmente, a asma pode ser controlada somente por meio da
eliminação temporária da inflamação dos brônquios. A interrupção do tratamento, no entanto, resulta na volta da doença.
Com a descoberta da causa da asma, a esperança é de que o
próximo passo seja a cura da doença. Segundo a Universidade
da Basiléia, porém, um remédio para a cura da asma ainda
deve levar anos para chegar ao mercado.
Fonte: O Estado de S. Paulo
Prozac na água
A Agência Britânica de Meio Ambiente revelou
que vestígios do remédio anti-depressivo
Prozac aparecem em quantidades crescentes nos rios e na água de consumo
doméstico do país, tamanho é seu consumo. Foram realizadas
reuniões com responsáveis da indústria farmacêutica para estudar
as possíveis repercussões do fenômeno nos consumidores e no
meio ambiente. No entanto, a Agência Britânica de Águas considera que o Prozac está tão diluído depois da depuração das
águas utilizadas que o risco para a saúde é mínimo.
Fote: Correio Braziliense
Fonte: Diário de S. Paulo
Remédio contra a enxaqueca
Foi apresentado no XVIII Congresso Brasileiro de Cefaléia, ocorrido entre os dias 05 e 07 de
agosto em Curitiba, um estudo com 64 pacientes sobre o uso do topiramato na prevenção de enxaqueca crônica. Os participantes, com média de idade de 41 anos, apresentavam registro de enxaqueca de até sete anos seguidos. O medicamento reduziu pela metade a freqüência das crises em
66% dos pacientes. Mais de um quarto do grupo obteve redução de 95% na freqüência de crises. Foi observado
um efeito colateral em 20% dos pacientes, que tiveram redução de peso corpóreo de até 5%
Fonte: O Dia
16 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004
Medicamento
aprovado pela Anvisa
Descoberta a
possível causa da asma
Novidade no
tratamento da acne
A Libbs Farmacêutica está lançando o Selimax Pulso
(azitromicina) com apresentação desenvolvida especialmente para o tratamento da acne. Seu princípio ativo é
um antibiótico que age contra as principais bactérias
envolvidas no aparecimento das pústulas. O medicamento também possui efeito antiinflamatório, o que
torna o tratamento mais eficaz. A posologia utilizada no
tratamento é a chamada pulsoterapia 373, onde o
paciente toma um comprimido por dia, durante três
dias e descansa sete dias. Esse é o primeiro “pulso”.
Depois dos sete dias de descanso, o paciente volta a
tomar um comprimido por dia, durante mais três dias e
descansa sete. Essa seqüência se repetirá mais uma vez,
totalizando assim três pulsos, em um mês de tratamento. Sua embalagem traz a quantidade certa de comprimidos para o tratamento de um mês.
Fiocruz produzirá
cinco vezes mais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou,
no dia 5 de agosto, o termo de posse de uma nova
fábrica de medicamentos, incorporada ao Instituto
de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos). O
parque industrial, que pertencia ao laboratório
multinacional GlaxoSmithKline, estava para ser
desativado e foi comprado pelo governo por R$ 18
milhões. A expectativa é a de que se produza cerca
de 50 milhões de antibióticos já em 2005, saltando
para 10 bilhões a partir de 2007. Os fármacos seriam destinados, prioritariamente, aos programas do
Ministério da Saúde, entre eles a Farmácia Popular.
Fonte: O Estado de S. Paulo
A Anvisa acaba de aprovar o uso do medicamento Abilify (aripiprazol), da Bristol-Myers Squibb. Considerado referência para o tratamento de esquizofrenia, recebeu a nova
indicação pela eficácia apresentada no controle da fase maníaca em pacientes com Transtorno Bipolar, causando menos efeitos colaterais, como obesidade, diabetes e aumento
do colesterol, do que outros medicamentos para o mesmo
fim. O remédio atua como um estabilizador de dopamina,
ao contrário dos outros antipsicóticos, que bloqueiam sua
atividade.
Hipertensão sob controle
A Biosintética Farmacêutica está lançando o Betalor,
medicamento para tratar a doença arterial coronária. O composto combina Atenolol (beta bloqueador) e Anlodipino
(antagonista do cálcio), apresentando maior eficácia antihipertensiva, quando comparada às substâncias isoladas,
com redução dos efeitos colaterais.
Fonte: O Dia
Medicamento
combate a osteoartrose
Condroflex é o lançament
o do laboratório Zodiac para combater a osteoartro
se. O medicamento possui
duas
substâncias ativas em sua
composição, o sulfato de
glicosamina (1,5g) e o sulfato
de condroitina (1,2g). Esta
combinação é muito utilizada
nos Estados Unidos, por
oferecer um efeito sinérgico entre
elas, auxiliando no combate
à causa e aos sintomas da
osteoartrose, agindo seletivamente na cartilagem e em
qualquer local onde haja
o desgaste articular. Pertencent
e ao grupo de medicame
ntos
DMOAD (Disease Modifying
OsteoAthritis Drugs), ou
seja, droga modificadora
do curso evolutivo da osteoartrite, o Condroflex promete
a melhora de modo continuado dos sintomas da artrose,
com efeito prolongado mesmo
após a interrupção do tratamento
. É o primeiro e único medicamento de posologia de
tomada única diária, disponível em sachês, contendo
pó efervescente sabor limão.
revista do farmacêutico
●
outubro/novembro de 2004
●
17
ÉTICA
Confira abaixo a relação dos processos éticos julgados em 2003, em virtude dos trabalhos das Comissões
de Ética do Estado de São Paulo, cuja finalidade é manter a integridade da profissão farmacêutica. Além destes,
foram julgados outros 299 processos, cujas penalidades aplicadas foram advertências.
PROFISSIONAL
CRF-SP
PROCESSO ÉTICO
PENALIDADE
PROFISSIONAL
A.O.G.
A.L.S.
A.C.
A.S.
A.G.O.
A.G.O.
A.M.S.F.G.
A.L.V.B.
A.E.A.
A.M.L.S.
A.C.P.
A.C.P.
A.E.B.
A.J.M.
A.G.
A.N.
B.L.X.S.
B.L.X.S.
B.C.R.
C.S.N.
C.C.S.
C.E.G.S.
C.M.B.
C.Y.T.Y.
C.Y.T.Y.
C.A.S.
C.J.R.
D.E.D.V.
D.G.F.
D.S.R.
D.F.
D.J.H.
D.M.E.
E.E.S.
E.J.
E.S.
E.K.B.
E.K.B.
E.T.
F.J.K.
F.E.R.S.
F.R.
F.A.U.
G.S.J.
H.N.K.
H.M.K.
H.J.M.
I.C.K.
I.R.Q.
J.B.
J.B.
J.B.
J.J.H.
J.H.C.F.
J.L.D.
J.N.V.
K.Z.B.
K.K.
5.742
6.149
4.673
1.636
3.599
3.599
8.391
19.952
4.560
8.851
9.087
9.087
8.804
9.758
300.173
5.986
12.738
12.738
3.955
18.093
10.545
9.516
5.142
9.246
9.246
13.217
19.653
4.528
14.154
16.577
303.602
506.014
1.172
14.411
21.622
2.641
2.240
2.240
6.953
13.204
15.098
18.043
358
4.301
8.397
19.616
17.124
10.605
6.586
306.132
306.132
306.132
304.773
13.274
6.840
5.431
22.150
302.908
nº 211/00
nº 301/02
nº 006/04
nº 023/00
nº 504/03
nº 596/03
nº 249/01
nº 026/02
nº 160/00
nº 209/01
nº 110/02
nº 111/02
nº 221/01
nº 507/02
nº 358/02
nº 209/00
nº 109/02
nº 244/02
nº 292/02
nº 128/02
nº 044/02
nº 382/99
nº 235/01
nº 378/02
nº 389/02
nº 107/02
nº 256/01
nº 017/99
nº 254/99
nº 203/01
nº 366/02
nº 248/02
nº 325/02
nº 242/00
nº 220/01
nº 106/01
nº 207/01
nº 208/01
nº 100/00
nº 173/00
nº 214/01
nº 258/00
nº 040/00
nº 187/01
nº 238/00
nº 017/00
nº 179/01
nº 245/00
nº 065/03
nº 178/96
nº 118/02
nº 127/02
nº 191/01
nº 059/01
nº 205/01
nº 261/01
nº 309/02
nº 014/02
220 ufir’s
1(um) S.M.
3 (três) S.M.
3 (três) S.M.
1(um) S.M.
2 (dois) S.M.
1(um) S.M.
3(três) S.M.
220 ufir’s
220 ufir’s
2 (dois) S.M.
1(um) S.M.
2 (dois) S.M.
1(um) S.M.
1(um) S.M.
220 ufir’s
1(um) S.M.
3 (três) S.M.
1(um) S.M.
1(um) S.M.
3 (três) S.M.
3 (três) S.M.
1(um) S.M.
1(um) S.M.
3 (três) S.M.
1(um) S.M.
3 (três) S.M.
S.E.P. de 12 meses
220 ufir’s
1(um) S.M.
1(um) S.M.
3(três) S.M.
1(um) S.M.
1(um) S.M.
220 ufir’s
220 ufir’s
3 (três) S.M.
S.E.P. de 3 meses
3 (três) S.M.
3 (três) S.M.
S.E.P. de 3 meses
220 ufir’s
S.E.P. de 3 meses
S.E.P.de 6 meses
3 (três) S.M.
220 ufir’s
3 (três) S.M.
1(um) S.M.
1(um) S.M.
220 ufir’s
S.E.P. de 3 meses
S.E.P. de 6 meses
220 ufir’s
3 (três) S.M.
1(um) S.M.
1(um) S.M.
1(um) S.M.
1(um) S.M.
L.L.D.
186
L.C.D.
11.566
L.C.O.
14.628
L.C.M.
17.180
L.V.
14.131
L.H.T.
10.691
L.P.A.M.
9.168
L.L.
19.520
L.M.P.L.
7.802
M.B.F.
20.361
M.A.P.
14.467
M.S.H.
12.712
M.M.P.
5.149
M.T.C.
8.904
M.G.R.M.
5.689
M.S.D.
9.073
M.J.A.
6.144
M.E.G.
7.748
M.D.M.
10.303
M.L.E.S.
9.262
M.B.
22.645
M.R.B.
5.544
M.L.T.
13.584
M.L.T.
13.584
M.S.
10.401
M.Z.B.
9.660
M.C.J.
506.787
M.M.C.B.G.
15.850
N.C.D.
13.665
N.R.
2.440
N.M.M.
8.307
R.F.S.S.
11.163
R.M.S.M.
8.844
R.P.
9.917
R.A.C.
13.995
R.G.
2.806
R.T.N.
13.971
R.M.X.C.
15.641
R.M.B.
9.345
S.M.R.V.
7.887
S.N.E.
20.827
S.O.L.
16.410
S.K.
7.413
T.A.R.B.
8.162
T.O.
6.030
T.S.
2.212
T.S.
2.212
T.K.
7.787
T.Y.
2.060
V.M.T.S.C.
13.554
V.M.G.
7.414
V.E.V.
4.690
V.V.
22.919
W.D.F.
8.234
W.A.A.
11.472
Legenda:
S.E.P = Suspensão do exercício profissional
P.E.D = Processo Ético Disciplinar
S.M. = Salário Mínimo
18 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004
CRF-SP
PROCESSO ÉTICO
PENALIDADE
nº 178/02
nº 227/02
nº 350/99
nº 194/01
nº 071/01
nº 263/01
nº 237/01
nº 426/02
nº 388/02
nº 084/00
nº 081/02
nº 189/99
nº 300/02
nº 046/02
nº 106/00
nº 076/02
nº 371/02
nº 029/03
nº 210/01
nº 030/02
nº 230/03
nº 295/02
nº 163/00
nº 164/00
nº 033/00
nº 407/02
nº 095/01
nº 251/01
nº 283/02
nº 089/02
nº 347/02
nº 142/00
nº 123/01
nº 193/01
nº 267/00
nº 308/02
nº 431/02
nº 075/00
nº 044/01
nº 447/02
nº 032/02
nº 062/02
nº 296/99
nº 276/99
nº 139/01
nº 385/02
nº 391/02
nº 259/01
nº 295/99
nº 258/02
nº 163/02
nº 024/00
nº 073/02
nº 303/02
nº 241/00
1(um) S.M.
3 (três) S.M.
1(um) S.M.
1(um) S.M.
1(um) S.M.
3 (três) S.M.
1(um) S.M.
2 (dois) S.M.
1(um) S.M.
220 ufir’s
3 (três) S.M.
S.E.P. de 12 meses
3 (três) S.M.
1(um) S.M.
220 ufir’s
1(um) S.M.
1(um) S.M.
1(um) S.M.
1(um) S.M.
1(um) S.M.
1(um) S.M.
1(um) S.M.
220 ufir’s
S.E.P. de 3 meses
220 ufir’s
1(um) S.M.
3 (três) S.M.
1(um) S.M.
2 (dois) S.M.
1(um) S.M.
1(um) S.M.
3 (três) S.M.
3 (três) S.M.
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220 ufir’s
1(um) S.M.
1(um) S.M.
220 ufir’s
3 (três) S.M.
1(um) S.M.
1(um) S.M.
2 (dois) S.M.
220 ufir’s
220 ufir’s
1(um) S.M.
1(um) S.M.
3 (três) S.M.
3 (três) S.M.
1(um) S.M.
1(um) S.M.
1(um) S.M.
220 ufir’s
3 (três) S.M.
3 (três) S.M.
3 (três) S.M.
SECCIONAL
NOTÍCIAS DO INTERIOR
Inaugurada nova Presidente
sede da Seccional de Prudente
São José dos Campos
Da esquerda para direita: Dr. José Gilberto Salvia - coordenador da seccional, Dra. Raquel C.
Delfini Rizzi - Diretora Tesoureira do CRF -SP, Dr.Francisco de Paula Garcia Caravante Jr. - presidente do CRF-SP, Dra. Maria Helena - Gefam (Grupo de Estudos de Farmácias Magistrais),
Dra. Alessandra Toledo Couto Barberato - Gefam (Grupo de Estudos de Farmácias Magistrais)
e Dr. Machuca - ex - Adm. do Hospital Municipal.
a busca incessante de facilitar o acesso dos farmacêuticos aos serviços prestados pela entidade e visando ampliar e melhorar o atendimento
aos usuários, o CRF-SP reformou sua
sede de São José dos Campos. A inauguração das novas instalações ocorreu
no último dia 20 de agosto.
O evento contou com a participação da diretoria do Conselho, representada pelo dr. Francisco Caravante Jr. e
dra. Raquel C. Delfini Rizzi, autoridades da região, como o Tenente Coronel
Fernando Rodrigues da Silva, coordenadores de Seccionais, como dr. Rodinei
Veloso, de Brangaça, dr. Luís Roberto
Del Porto, de Jundiaí e dra. Maria Luiza Rodrigues, de São José do Rio Preto. A dra. Ana Maria Braguim Pellim e
o dr. Pedro Menegasso ministraram pa-
N
lestras. O GEFAN - Grupo de Estudos
de Farmácias Magistrais – também prestigiou o evento.
Em seu discurso, o coordenador
da Seccional de São José dos Campos,
dr. Gilberto D. Sálvia, declarou: “Hoje,
os farmacêuticos de São José dos Campos
e região ganham um novo espaço que,
além de dar continuidade ao projeto da
Diretoria de prestar atendimento de alto
nível aos seus usuários – reformando e ampliando suas instalações, descentraliza não
só as atividades administrativas, mas as
inúmeras ações políticas oriundas da sede,
aproximando cada vez mais o profissional farmacêutico e as organizações ligadas à saúde, desta entidade. As novas instalações possibilitarão que os colegas farmacêuticos utilizem a Seccional para se
organizarem enquanto categoria, o que é
muito importante para a nossa profissão.”
20 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004
AFARCAMP
A diretora tesoureira dra. Raquel
C. Delfini Rizzi e o dr. Pedro Menegasso, da Comissão de Farmácia, representaram o Conselho Regional de
Farmácia de São Paulo na solenidade
de posse da nova diretoria da Associação dos Farmacêuticos de Campinas
(AFARCAMP). O evento ocorreu no
último dia 30 de julho. “Temos certeza
que a nova diretoria valorizará a categoria nos aspectos cultural, ético e científico”, destacou Raquel C. Delfini Rizzi.
Foto: Ana Cláudia
A reinauguração da Seccional de Presidente Prudente no dia 18 de setembro marca o lançamento do projeto piloto do CRF-SP voltado à formação de
um profissional completo, atento às
necessidades dos usuários dos serviços
de saúde e de medicamentos.
Questões de interesse da categoria,
como código de Ética, responsabilidades do RT e co-RT (RT perante o CRF e
VISA, baixa no CRF e na Visa, horário
de almoço, hora extra, plantão) integram
a pauta de discussões. O “Cantinho do
Farmacêutico”, equipado com TV, vídeo,
revistas, informativos sobre legislação,
computador com acesso à internet viabilizando a formação de grupos, pesquisas
a legislações e pagamento de boletos, foi
criado especialmente para a ocasião.
Representantes do CRF-SP (coordenador regional e fiscal), comissão de
Ética, Sindicato dos farmacêuticos e
Associação dos Farmacêuticos. Professores e diretores do curso de Farmácia,
a Visa local e representantes da Diretoria e Comissão Ética da sede são esperados no evento.
A expectativa do CRF-SP é estender o projeto piloto às demais regiões
do Estado.
Bragança Paulista
Bragança Paulista, a ex “Vila Nova Bragança” tem hoje mais de 125 mil habitantes
região Bragantina, localizada na Serra da Mantiqueira, é composta por 16
cidades: Águas de Lindóia,
Amparo, Atibaia, Bom Jesus
dos Perdões, Bragança Paulista,
Joanópolis, Lindóia, Monte Alegre do
Sul, Nazaré Paulista, Pedra Bela, Pinhalzinho, Piracaia, Serra Negra, Socorro, Vargem e Tuiuti. O edital de criação da "Villa Nova Bragança" data de
28 de novembro de 1797. O nome escolhido foi provavelmente uma homenagem à Casa Bragança, dinastia de
Portugal.
Criada em dezembro de 2003, a
Seccional de Bragança é uma referência importante para os farmacêuticos da região, conforme explica Rodinei Veloso, coordenador regional.
RF – Qual a importância de uma
seccional para a região? Quais os benefícios que ela oferece aos profissionais?
Rodinei Veloso - Com a Seccional
existe uma melhor interação. O contato
é maior, facilitando a solução dos problemas apresentados, tendo em vista que já
são de conhecimento da atendente e também da coordenação. A divulgação e a procura por cursos de aperfeiçoamento é feita de forma direta, pois em nossa seccional temos como contatar os profissionais
da região em atenção àqueles que já co-
A
nhecem esta seccional e freqüentemente
estão em contato para saber da programação, sendo-lhe garantido o retorno da
solicitação.
RF – Como você define a atuação farmacêutica na região?
Rodinei Veloso – Ao longo do tempo e pelo trabalho do CRF-SP, a categoria farmacêutica vem resgatando seu espaço na sociedade. Com isso, observamos
que, a cada dia, novas atribuições e espaços são criados para os farmacêuticos,
o que mostra a verdadeira atenção farmacêutica.
RF – Na sua opinião, quais os principais problemas enfrentados pela classe farmacêutica e como o CRF-SP pode ajudar a resolvê-los?
Rodinei Veloso – Piso salarial baixo, conivência de alguns colegas ao aceitar propostas abusivas de trabalho, como
jornada de trabalho maior. Como
solução, podemos sugerir que a categoria,
junto aos órgãos que a representam,
tenha uma interação maior, ou seja,
uma participação efetiva do colega farmacêutico no que tange a profissão.
RF – Como está o campo de trabalho para o farmacêutico na região?
Rodinei Veloso – Temos um Hospital Universitário de médio porte que
atende toda a região, a Santa Casa de
Misericórdia e um Hospital Municipal.
Situada na região
sudeste do Estado de
São Paulo, a cidade de
Bragança Paulista foi
escolhida pelo CRF-SP
como ponto estratégico
para implantar uma de
suas 22 seccionais. O
Coordenador Rodinei
Veloso fala da
importância desta
seccional para a região.
Rodinei Veloso, coordenador da Seccional
de Bragança Paulista.
Isso demonstra a grande necessidade do
profissional farmacêutico estar sempre
atuante, uma vez que, apenas em nossa
cidade temos por volta de 75 farmácias
públicas, além das UBSs.
ESPAÇO GEOGRÁFICO
Área total: 513: 569 km2
Latitude do distrito sede do município: -46.54194
Total de população residente: 125.031 hab.
Total da população urbana: 111.090 hab.
Total da população rural: 13.940 hab.
Densidade demográfica: 243,18 hab/km2
Fonte IBGE 2002
revista do farmacêutico
●
outubro/novembro de 2004
●
21
Foto: Depto. de Comunicação, Prefeitura de Santo André
SECCIONAL
Santo André
atual distrito de Santo André surgiu em 1910, integrando o município de São
Bernardo do Campo. Desde
o início, a cidade se destacou como o principal pólo de industrialização do município e, em poucos
anos, passou a ser a maior força econômica da região, seguida por São Caetano, e só depois pela sede, a Vila de
São Bernardo.
Em 1938, um decreto estadual transferiu para o distrito de Santo André, a
sede do Município da Vila de São Bernardo, que passou a se chamar Município de Santo André. Durante seis
anos, toda a região do ABC se chamou
Santo André. Em 1944, São Bernardo
obteve sua emancipação político-administrativa, seguido por São Caetano, em 1948, Mauá, em 1953, e Ribeirão Pires, no mesmo ano.
Atualmente, o município abrange
os distritos de Capuava e Paranapiacaba. Conta com uma área de 174,38
quilômetros quadrados, e uma população de 649.331 habitantes segundo
dados do IBGE. O Produto Interno
Bruto (PIB) municipal per capita é de
aproximadamente US$ 9.800 e o Índice de Desenvolvimento Humano
O
(IDH) é de 0,8739, um dos maiores
da região.
Em novembro de 2003, sob a gestão
do Dr. Franscisco Caravante, o CRF-SP
inaugurou uma Seccional em Santo
André. A procura pelos serviços oferecidos foi tão grande, que desde setembro
de 2004 teve seu horário de funcionamento ampliado, atendendo agora das
8h30 às 17h30, com intervalo para almoço das 12 às 13 horas. Na entrevista,
Márcio de Souza Garcia, coordenador
da Seccional, nos fala sobre seu funcionamento e sua importância para a região.
Revista do Farmacêutico - O que
levou à criação da Seccional de Santo André?
Márcio Garcia – A Seccional de
Santo André faz parte da política de descentralização do CRF-SP, que tem como
objetivo aproximar o Conselho do Farmacêutico e da comunidade. Portanto,
todos os procedimentos realizados pela
sede em São Paulo já podem ser feitos
também na Seccional de Santo André.
Revista do Farmacêutico - Quais
as cidades e o número de profissionais atendidos?
Márcio Garcia – Atendemos cerca
de seis cidades da região do ABCD: Santo André, São Bernardo, São Caetano,
22 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004
Diadema, Mauá, e Ribeirão Pires. Atualmente, estamos atendendo em média 206
protocolos e 281 atendimentos por mês.
Revista do Farmacêutico - Quais
os benefícios que ela trouxe para a
área de saúde da região?
Márcio Garcia – Hoje, a população
e os farmacêuticos destas regiões podem
contar com os serviços oferecidos pela
Seccional. Outro benefício são as campanhas de educação em saúde que o CRFSP vem promovendo ao longo deste ano
nas drogarias e farmácias cadastradas.
Revista do Farmacêutico - Quais
os serviços que a Seccional oferece à
comunidade farmacêutica?
Márcio Garcia – Oferecemos todo
apoio ao farmacêutico no que se refere a
ações em defesa de seu âmbito profissional. Existe uma preocupação com a excelência da formação do profissional Para
isso, o CRF-SP promove cursos e eventos
tecnico-científicos, a fim de promover o
aprimoramento profissional.
Revista do Farmacêutico - Trace
um perfil do campo de atuação do
farmacêutico no ABC?
Márcio Garcia – Na região existe
um grande campo de atuação no setor
industrial, nas farmácias/drogarias e na
área hospitalar.
NOTÍCIAS DA DIRETORIA
REVISTA
Confira a relação das principais atividades da Diretoria do
Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP),
nos meses de julho e agosto.
● 01/07 – Audiência com o Dr.
Nilson Páscoa, chefe do gabinete do
Secretário de Estado da Saúde de São
Paulo, sobre a distribuição de medicamentos nas estações do metrô.
● 09/07 – Dra Anna Maria Pellim
participou da solenidade de formatura
dos alunos do curso de Farmácia da
UNIMEP.
● 13/07 – Dr. Nelson Pombalino Júnior representou o CRF-SP na reunião
do Departamento de Laboratórios da
Confederação Nacional de Saúde.
● 14/07 – Dr. Rogério Guimarães
Frota Cordeiro, coordenador da Comissão Assessora de Saúde Pública do
CRF-SP, esteve presente na solenidade
de comemoração dos quinze anos de
existência do Conselho Municipal de
Saúde.
● 15/07 – O vice presidente do CRFSP Dr. Álvaro Favaro Júnior participou da reunião do grupo de trabalho para sugestões à CVS 01 /04 no
CRF-SP.
● 16/07 – Dr. Álvaro Favaro Júnior,
vice-presidente do CRF-SP, e Dr.
André Luís Capriolli, diretor de Fiscalização, participaram da reunião dos
Conselhos Regionais de Farmácias
das regiões Sul e
Sudeste.
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● 18/07 – Dra.
Daniela Noronha
e Dra. Simone Fátima Lisot, fiscais
do CRF-SP, compareceram à Abertura Oficial do
XVII Encontro Nacional dos Estudantes de Farmácia, em Campinas.
● 19/07 – Palestra
“Concurso de Aconselhamento ao Paciente (CAP)” no
XVII Encontro Nacional dos Estudantes de Farmácia, ministrada pelo Dr. Francisoco
de Paula Garcia.
● 23/07 – Dr. José Vanilton de Almeida, membro da Comissão de Farmácia do CRF-SP, esteve na Abertura
do Congresso Brasileiro Multidisciplinar em Diabetes (ANAD).
● 26/07 – Dr. Francisco de Paula
Garcia Caravante Jr., Presidente do
CRF-SP, participou da abertura do
Congresso de Estudos Científicos
Aplicados à Cosmetologia, Estética e
Cabelo – VITADERM.
● 31/07 e 01/08 – Dra. Raquel Cristina Delfini Rizzi, Diretora Tesoureira
do CRF-SP, integrou a Reunião de
Coordenadores Regionais e Cursos de
Capacitação.
● 02/08 – Dr. Francisco de Paula
Garcia Caravante Jr., ministrou a aula
inaugural na UNIMEP: Novas perspectivas para o Profissional Farmacêutico.
● 02/08 – Dr. Álvaro Fávaro Jr., Vicepresidente do CRF-SP, participou da
reunião do grupo de trabalho para sugestões à CVS 01/04.
● 04/08 – Dr. Álvaro Fávaro Jr. integrou a reunião para discussão da Consulta Pública CVS 01/04.
● 11/08 – Dr. Álvaro Fávaro Jr. participou de reunião com o CONAR.
● 12/08 e 13/08 – Dr. Francisco de
Paula Garcia Caravante Jr, Dra. Raquel
Cristina Delfini Rizzi e Dra. Thaís Adriana do Carmo, Secretária Geral do
CRF-SP, representaram o Conselho na
II Conferência de Educação Farmacêutica da Região Sudeste.
Científica
Publicação do CRF-SP ● Ano I ● Agosto/Setembro/2004
Fotoproteção:
Uma Questão de
Saúde Pública
Marlus Chorilli, Miriam Elias Cavallini,
Gislaine Ricci Leonardi - Curso de
Farmácia - Universidade Metodista de
Piracicaba (UNIMEP)
luz solar é uma das várias
formas de energia à qual
nos expomos praticamente quase todos os dias. Ela é importante para ativar a vitamina D
na pele, evitar o raquitismo e é
responsável pelo bronzeamento,
considerado, muitas vezes, sinônimo de beleza na sociedade contemporânea, especialmente em
nosso país tropical (PAOLA, 1998).
O sol emite vários tipos de radiações, que compreendem principalmente três regiões fundamentais: luz visível (VIS), ultravioleta (UV) e infravermelho (IR).
A radiação ultravioleta está localizada entre os comprimentos
de onda 200 e 400 nm, sendo formada por radiação UVC (menor
do que 290 nm), UVB (entre 290
e 320 nm) e UVA (entre 320 e 400
nm) (STEINER, 1995).
A radiação UVC praticamente
não atinge a superfície terrestre,
sendo retida pela camada de ozônio. Os raios UVC são pouco eritematogênios, pouco pigmentogênios e altamente germicidas. A
radiação UVB atinge a superfície
A
terrestre deixando a pele vermelha. Os raios UVB são responsáveis também pela pigmentação
indireta, câncer de pele e tem predominância no horário das dez às
quatorze horas. A radiação UVA
promove a pigmentação direta
(bronzeamento), é fotossensibilizante, responsável pelo envelhecimento precoce, câncer de pele e
também tem predominância no
horário das dez às quatorze horas
(STOCKDALE, 1991; GARCIA et
al., 1992).
Porém, o excesso de exposição solar pode comprometer a
saúde do tecido cutâneo. O sol
tem poder de danificar algumas
células de nossa pele causando
danos às vezes irreversíveis. Dentre os dados causados, pode-se
citar o câncer de pele, cujos índices em todo o mundo tornaramse assustadores. De acordo com
o Instituto Nacional de Câncer, só
em 1995, foram quase 90 mil casos em todo nosso país. Este talvez seja o principal motivo pelo
aumento da procura de produtos
que contenham filtros solares.
Este aumento contribuiu para
que as indústrias e as farmácias
de manipulação aprimorassem
seus produtos para atender as
necessidades do mercado, desenvolvendo diferentes tipos de filtros solares (SAMPAIO, 2001).
Filtros solares são produtos
cosméticos, que contêm componentes ativos que podem absor-
ver ou refletir radiação ultravioleta (UV) para defender a pele dos
efeitos danosos do sol. Tais produtos são classificados como produtos OTC pela FDA dos Estados
Unidos (SCHUELLER & ROMANOWSKI, 2000).
Vários fatores interferem na
produção de um bom e confiável
produto antisolar. Uma grande
preocupação que norteia as farmácias é quanto a garantia do
FPS (fator de proteção solar) especificado em seus produtos manipulados, já que, a maioria deles
são elaborados de acordo com
fórmulas sugeridas pelas empresas que comercializam as matérias-primas, em especial os filtros
solares. Observa-se também que
os FPS padronizados por estas
empresas estão sempre relacionados à formulação padrão, e
nem sempre, são as mesmas fórmulas ou veículos utilizados pelas
farmácias. Na verdade, para cada
novo veículo empregado, teria que
ser determinado o novo FPS
(KHURY et al., 1995).
As determinações científicas
do grau de proteção contra a luz
solar são definidas como a razão
existente entre o tempo necessário para provocar o eritema em
uma pele protegida dividido pelo
tempo de uma não protegida
(MEYBECK, 1983).
Segundo JOHNSON & LOOKINGBILL (1984), um terço das pessoas escolhem os produtos antiAgosto/Setembro/2004
●
Revista Científica
●
25
REVISTA
REVISTA
Científica
solares de acordo com as informações impressas na embalagem.
Tal afirmação leva a uma preocupação ainda maior em oferecer informações bastante claras, precisas e confiáveis principalmente no
que diz respeito ao FPS.
Os filtros solares podem ser
de origem química ou física, sendo incorporados a veículos como
emulsões (popularmente conhecidas como cremes ou loções), géis,
óleos, batons, entre outros (BORELI, 1994).
Para a escolha correta do veículo é necessário considerar as características de cada tipo de pele.
É preciso adequar as formulações
para que promovam uma proteção eficaz sem ocasionar efeitos
indesejáveis, como acnegenicidade, por exemplo (MAIA CAMPOS,
1994; BORELI, 1994).
A escolha adequada do veículo à qual o filtro solar será incorporado é de fundamental importância para a estabilidade e, conseqüentemente, para a eficácia
do produto final. Alguns veículos
podem ser usados para obter as
características físicas e químicas
desejadas do produto ou para
melhorar a aparência ou, ainda,
para melhorar a sensação do produto quando aplicado na pele
(MAIA CAMPOS, 1994; DAHMS,
1996).
A sensação agradável promovida pelo uso do filtro solar é muito importante para a aceitação da
fórmula. Se o consumidor não sentir bem-estar ao aplicar o produto, dificilmente o usará regularmente e, portanto, poderá não usufruir dos efeitos benéficos do mesmo (GOMES et al, 1998).
Os filtros químicos, como o
PABA, ésteres de PABA, benzofe-
26 ● Revista Científica ● Agosto/Setembro/2004
Científica
nonas, salicilatos, contêm moléculas que absorvem a energia radiante da luz sem deixá-la passar
pela pele, protegendo-a (BORELI,
1994).
Já os filtros solares físicos,
como o dióxido de titânio, silicato
de magnésio, óxido de zinco e caulim, são produtos que possuem
como mecanismo de ação a reflexão ou dispersão da radiação ultravioleta (SHAATH,1987). Geralmente são produtos de origem
mineral e eventualmente de origem vegetal, que se incorporam
nas preparações sob a forma de
pó em suspensão. Para tanto o tamanho da partícula do pó deve
obedecer, em princípio, a completa passagem por um tamis de 200
mesh (HARRY, 1973).
O grau de eritema, causado pela radiação UVB depende do tempo de exposição e também da cor
da pele. Peles mais claras avermelham rapidamente, enquanto que
peles mais escuras praticamente
não tornam-se eritematosas. Este
fenômeno ocorre devido a capacidade de formação de melanina de
cada pele. A melanina funciona
como protetor natural da pele e é
produzida pelo melanócito, através de reação química que iniciase com a tirosina, estimulada pela
tirosinase (DUGGAN et al., 1989;
STEINER, 1995).
Logo, a cor da pele determina
a susceptibilidade aos prejuízos
ocasionados pelo excesso de sol.
Os danos solares, como câncer
de pele, manchas e fotoenvelhecimento serão mais intensos em peles mais claras, que necessitam de
mais proteção (GLICHREST, 1994).
Mas, pessoas de todas as cores de pele e idades estão sujeitas
à agressão solar, e portanto pre-
cisam se proteger. As mais morenas podem usar proteção mais
baixa, e as mais claras devem
usar formulações com números
mais altos de FPS. As crianças
não podem deixar de usar filtro
solar quando expostas por longo
período ao sol. Pessoas negras,
mulatas e orientais não estão isentas dos efeitos prejudicais do sol,
apesar de contarem com maior
quantidade de melanina na pele
(STEINER, 1997).
Epstein, apud RIEGER (1989)
elaborou um trabalho sobre as
doenças cutâneas induzidas pela
luz UV. Mais de 100 de suas referências comentam o assunto.
Uma delas identificou, a lesão crônica da pele causada pela luz do
sol. Seus sintomas são enrugamento, atrofia, formação de placas e
queratose actínica. Denominou-se
tal fenômeno de “pele de marinheiro”, e é conhecida tecnicamemente como elastose actínica. Está lesão cutânea induzida pelo sol
esta diretamente relacionada ao
envelhecimento actínico da pele.
Além disso, a elastose actínica, mesmo com evidências de formação benigna de placas e queratose, é vista hoje como uma condição potencialmente pré-cancerosa, que merece a atenção da
classe médica (RIEGER, 1989).
Câncer de pele pode ser definido como o crescimento anormal de células resultando num tumor que pode se apresentar em
forma de caroço, ferida, vermelhão, mancha e outros. Normalmente ele aparece em partes da
pele mais expostas ao sol, como
rosto, colo, pescoço e braços. Existem vários tipos de câncer de pele, dos quais três são mais comuns e graves: carcinoma baso-
celular, carcinoma espinocelular e
melanoma (STEINER, 1997).
O ser humano possui mecanismos naturais que o protegem
das radiações solares, como espessamento da camada córnea,
ácido urocânico e melanina, mas
mesmo assim ele precisa se proteger do excesso de exposição
para prevenção do câncer de pele
(PAWELEK et al., 1992; CHEDEKEL et al., 1997).
Sendo assim, o câncer de pele
vem sendo objeto de interesse e
pesquisa na área curativa e preventiva. Neste contexto, insere-se o profissional farmacêutico, o qual pode
atuar tanto no desenvolvimento de
formulações fotoprotetoras, como
na orientação farmacêutica, fornecendo aos pacientes informações
científicas sobre os malefícios causados pelo excesso de exposição
solar, medidas preventivas para se
evitar o câncer de pele e informações sobre o uso correto dos protetores solares, os quais devem ser
aplicados de maneira homogênea,
não esquecendo de nenhuma área
que será exposta, como por exemplo, as orelhas e os lábios.
O esclarecimento da população
quanto aos prejuízos do excesso
de exposição aos raios UV, bem
como as pesquisas que visam alcançar o desenvolvimento de fórmulas fotoprotetoras de amplo espectro (que atuam contra os raios
UVA e UVB) devem ter prosseguimento, pois sabe-se que a camada
de ozônio continua a diminuir, e
dessa maneira uma radiação mais
lesiva atinge a superfície da terra, e
por isso cada vez mais as pessoas
precisarão estar bem informadas
sobre os perigos do sol para poderem se proteger e assim, envelhecer com saúde.
Referências Bibliográficas
BORELLI, Shirlei et al. Melanoses
Solares: Estudo comparativo entre
três Técnicas Terapêuticas. Cosmiatria & Estética, São Paulo, p. 23-24,
tri. 1999.
CHEDEKEL, Miles R. Melanina
pode Potencializar Filtros Solares.
Estados Unidos: MeL-Co, v. 9, n.2,
p.55-57, 1997.
dermocosméticas. Rev. Cosmiatr.
Med. Est., v.2, n.2, p.32-5, 1994.
MEYBECK, A. Objective methods
for the evaluation of sunscreens.
Cosmetics & Toiletries, v. 98, n.3, p.
51-60, 1983.
DAHMS, G.H. escolha de emolientes e emulsificantes para produtos
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Agosto/Setembro/2004
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Revista Científica
●
27
REVISTA
Científica
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CIENTÍFICO
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A Revista Científica do Conselho Regional de FarmáciaSP é um periódico que propõe divulgar trabalhos científicos no campo das Ciências Farmacêuticas. Trata-se
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28 ● Revista Científica ● Agosto/Setembro/2004
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■ Conclusão: considerações finais, relevância dos dados apresentados e possíveis
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Os artigos deverão ser enviados para:
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relevância técnico-científica
de questões voltadas às Ciências Farmacêuticas.
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COMISSÃO EDITORIAL
COORDENADOR:
Professor Doutor José Artur
da Silva Emin
Professor Doutor Leoberto
Costa Tavares
Professora Doutora Luz
Marina Trujillo
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Alécio de Oliveira.
CONSULTORES:
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Farmacêutica do CRF-SP
A Revista Científica do CRF-SP é parte
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Eventos, Cursos, Congressos
Deslocamentos e Participações
Impostos,Taxas,Multas.Pedágio
Despesas Judiciais
Vale Transporte
Serviços Médicos Hospitalares
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Pass. Aéreas, Terrestres, Urbana e Hospedagem
Revista do Farmacêutico
Postagem de Correspondência
Verba de Sucumbência
Despesas com Condomínio
TRANSFS.CORRENTES
DESPESAS DE CAPITAL
INVESTIMENTOS
INVERSÕES FINANCEIRAS
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obtenha informações através do e-mail [email protected]
ORÇADA
10,709,000
5,740,000
5,740,000
2,440,000
690,000
200,000
1,550,000
2,529,000
1,500,000
360,000
669,000
325,000
14,000
200,000
30,000
84,000
16,000
51,000
51,000
10,760,000
FIXADA
9,966,500
9,907,500
5,735,000
4,545,000
4,125,000
3,275,000
550,000
300,000
420,000
1,190,000
821,591
61,462
115,000
40,000
385,000
25,500
21,441
30,000
75,000
68,188
3,350,909
191,000
185,000
6,000
3,159,909
280,490
250,000
40,000
331,350
25,000
210,559
97,350
237,000
48,160
81,000
140,000
365,000
79,600
111,000
395,400
128,000
130,000
210,000
59,000
793,500
750,019
43,481
10,760,000
-
JANEIRO
756,693
410,464
410,464
182,833
48,479
28,144
106,210
163,395
117,540
16,118
29,737
4,465
18,815
6,457
756,693
JANEIRO
545,728
545,728
374,593
374,363
322,880
262,609
53,587
6,684
51,482
231
1,729
244
1,335
150
169,406
2,319
2,319
167,087
10,899
16,019
5,014
12,610
3,915
16,887
4,165
5,033
9,737
28,019
11,763
2,033
13,434
12,706
14,853
210
210
545,938
210,754
FEVEREIRO
2,729,548
2,284,317
2,284,317
165,490
34,982
15,347
115,161
279,740
194,394
13,794
71,553
19,703
0
42,704
5,145
4,000
2,729,548
FEVEREIRO
761,215
756,411
431,313
334,374
300,270
275,724
21,029
3,516
34,104
96,939
44,648
1,406
2,220
3,396
26,887
1,846
1,733
7,159
280,450
15,423
15,423
265,026
8,309
13,373
4,811
29,396
608
20,159
4,850
16,886
3,992
2,948
13,884
31,308
49,144
12,483
16,481
10,125
10,296
15,973
4,804
3,214
3,214
764,429
1,965,119
Nota:
(1) Refere-se a subtração do Orçamento previsto para o ano de 2004 os valor correspondente ao Resultado do Exercício.
MARÇO
1,622,738
1,094,197
1,094,197
172,540
29,987
13,075
129,478
356,001
220,526
30,573
104,902
12,463
63
67,586
4,760
20,029
30,156
30,156
1,652,894
MARÇO
909,293
904,541
459,690
361,902
327,034
287,641
33,566
5,827
34,867
97,788
56,493
31,473
10,390
2,861
9,673
1,211
715
170
388,358
16,816
16,816
371,542
23,163
29,051
20,442
30,897
4,195
15,691
3,949
54,708
10,597
14,365
39,223
36,984
2,118
8,063
36,128
8,877
13,538
19,552
4,751
15,908
15,908
925,200
727,694
ABRIL
2,628,844
2,253,511
2,253,511
157,463
24,573
5,209
127,681
217,870
129,454
9,402
79,014
34,499
408
26,911
9,140
7,806
250
48,500
48,500
2,677,344
ABRIL
787,091
782,046
430,136
331,209
299,454
274,575
20,268
4,611
31,755
98,927
88,577
1,267
990
4,256
63,114
2,405
8,790
6,089
1,185
481
263,332
19,383
19,383
243,949
17,954
33,293
560
31,743
5,782
20,623
13,993
19,539
7,137
19,412
(16,282)
25,819
13,462
10,253
14,651
9,681
16,330
5,045
186,840
186,840
973,931
1,703,414
MAIO
540,182
104,694
104,694
138,873
19,398
6,113
113,362
296,615
152,571
7,721
136,323
50,931
10,738
56,928
5,895
3,400
8,432
540,182
MAIO
889,442
884,868
480,905
383,073
343,532
300,443
19,378
23,711
39,541
97,832
87,362
7,264
1,257
3,252
34,271
935
2,370
35,358
2,656
316,601
17,740
17,740
298,861
15,396
27,613
30,559
4,018
20,749
29,683
32,838
4,262
4,232
12,248
27,290
8,512
41,618
11,443
11,465
16,933
4,574
116,788
116,788
1,006,230
(466,048)
JUNHO
600,231
56,183
56,183
142,665
28,592
8,665
105,408
401,383
173,610
86,538
141,235
54,476
0
65,863
10,184
4,712
6,000
600,231
JUNHO
846,643
841,420
507,823
403,159
359,465
303,255
13,484
42,726
43,695
104,664
59,872
3,893
3,718
47,303
2,362
98
2,498
273,725
19,240
19,128
112
254,485
18,957
24,411
31,552
1,429
20,576
15,157
28,972
3,001
5,461
12,724
25,420
18,933
2,347
14,176
14,748
16,620
5,223
47,337
47,337
893,981
(293,750)
revista do farmacêutico
EXERCÍCIO
8,878,236
6,203,366
6,203,366
959,864
186,011
76,553
697,301
1,715,005
988,095
164,146
562,764
176,537
11,209
278,808
41,581
35,947
18,682
78,656
78,656
8,956,892
EXERCÍCIO
4,739,412
4,715,014
2,684,461
2,188,080
1,952,634
1,704,247
161,313
87,075
235,445
496,381
338,681
41,654
18,750
18,818
181,247
8,759
11,160
6,089
39,088
13,115
1,691,872
90,921
90,809
112
1,600,951
94,678
143,759
30,827
166,758
16,032
101,714
67,633
169,831
33,154
51,451
71,533
174,839
63,026
63,488
120,261
59,272
72,434
100,262
24,398
370,297
370,297
5,109,709
3,847,183
●
DIFERENÇA (1)
1,830,764
(463,366)
(463,366)
1,480,136
503,989
123,447
852,699
813,995
511,905
195,854
106,236
148,463
2,791
(78,808)
(11,581)
48,053
(2,682)
(27,656)
(27,656)
1,803,108
DIFERENÇA (1)
5,227,088
5,192,486
3,050,539
2,356,920
2,172,366
1,570,753
388,687
212,925
184,555
693,619
482,910
19,808
96,250
21,182
203,753
16,741
10,280
23,911
35,912
55,073
1,659,037
100,079
94,191
5,888
1,558,958
185,813
106,241
9,173
164,592
8,968
108,846
29,717
67,169
15,005
29,549
68,467
190,161
16,574
47,512
275,139
68,728
57,566
109,738
34,602
423,203
379,722
43,481
5,650,291
outubro/novembro de 2004
●
29
CAPA
CAPA
Campanha de Educação em Saúde:
Orientação e Prevenção em Diabetes
Fotos: Edu Moraes
Visando o esclarecimento da população, o CRF-SP lançou no dia 19 de
junho, nas Faculdades Osvaldo Cruz, a Campanha de Educação em Saúde
sobre Orientação e Prevenção em Diabetes, numa parceria com a Sociedade
Brasileira de Diabetes (SBD) e a Associação de Diabetes Juvenil (ADJ)
onsiderada uma espécie de epidemia
silenciosa, o Diabetes é uma doença que
avança ameaçadoramente em todas as
camadas da população. Só no Brasil
atinge 10 milhões de pessoas. No mundo
inteiro são aproximadamente 171 milhões. Detalhe:
metade dos pacientes não sabe que tem a doença.
Cumprindo o seu papel de agente de saúde, o farmacêutico pode ser um elemento fundamental na
prevenção e tratamento da doença.
A Campanha de Educação em Saúde de
Orientação e Prevenção em Diabetes foi aberta com
um café da manhã com a imprensa, no qual a dra.
Thaís Adriana do Carmo, secretária geral do CRFSP e coordenadora das campanhas de educação em
saúde, falou sobre o tema. Em seguida, ocorreu a
abertura oficial, que contou com a presença da diretoria do CRF-SP, da representante da FENAFAR,do
SINFAR e do Conselho Nacional de Saúde Maria
Eugênia C. Cury, do vereador Carlos Alberto
Nader, de Dirceu Raposo de Mello, gerente geral de
Medicamentos da ANVISA e conselheiro federal
por São Paulo, de Carlos Alberto Trevisan, da Associação Brasileira de Cosmetologia, de Raffaele Petrungaro, da UNIFAR, do prof. dr. Paulo Roberto
Miele, da FOC, de Rejane B. Seriacopi, do SENAC,
de Vera Rodrigues Freire, da APFH e de Wilson Lellis, da FINEP, entre outros.
C
Capacitação e Treinamento
nha. Dados sobre diagnóstico, classificação do Diabetes e terapia combinada foram apresentados pela dra. Denise R. Franco. O tema alimentação foi
explorado pela nutricionista Alessandra Gonçalves Souza. A enfermeira
Márcia C. Oliveira falou sobre complicações agudas e crônicas. A atividade
física e os aspectos psicológicos foram
a tônica das dinâmicas desenvolvidas
pelo dr. Cláudio Cancelieri. Insulinoterapia e tratamento oral foram abordados pela dra. Denise R. Franco, enquanto o automonitoramento dos níveis de glicemia coube à enfermeira
Paula Maria de Pascali. Já o tema “Os
pés do diabético” foi abordado pela
professora Keila Machado.
Além disto, os farmacêuticos capacitados estão fazendo um trabalho de orientação sobre a detecção precoce,
meios de prevenção e controle do Diabetes e as possíveis interações medicamentosas com os hipoglicemiantes e
insulina. “Esclarecer a população é uma
das melhores formas de prevenir ou tratar precocemente uma doença. Essa função de orientação à população cabe aos
serviços de assistência à saúde. É justamente por isso que o CRF-SP promove
campanhas como esta, para levar esclarecimento à população carente de serviços
de prevenção e orientação, através do farmacêutico, que é um educador, um agente de saúde capacitado”, ressalta a dra.
Thais Adriana do Carmo, secretária
geral do CRF-SP.
Avaliação
Parceria
As palestras e workshops do Programa de Capacitação e Treinamento traçaram um painel abrangente sobre a doença. Mais de cem farmácias participaram no evento e estão desenvolvendo a campaNo topo, à esquerda, dra Thaís Adriana do Carmo, dr. Dirceu
Raposo de Mello, dr. Carlos Alberto Nader, dra. Alessandra
Gonçalves Souza, dra. Maria Eugênia C. Cury, e dr Paulo
Roberto Miele.
30 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004
Durante três meses, os profissionais capacitados pelo Programa estão
oferecendo à população material informativo, esclarecendo dúvidas, dando
orientação sobre a doença, os sintomas
e os fatores de risco relacionados ao
Diabetes e fazendo o teste de monitoramento de glicose nos usuários que
apresentam fatores de risco elevado.
Para a organização e implementação da campanha, o CRF-SP também
contou com o apoio de instituições,
como as Faculdades Osvaldo Cruz, da
ADJ e da SBD. “Nós da ADJ gostamos
muito da parceria realizada com o CRFSP nessa campanha. É necessário conscientizar a população sobre a importância
da presença do farmacêutico nas farmácias, pois ele, como profissional de saúde,
pode orientá-lo da melhor forma. O interessante dessa campanha é que o profissional da farmácia orienta a população
não apenas sobre a cura de doenças, mas
também sobre a prevenção, no caso do
diabetes e suas seqüelas”, explica Graça
Maria de Carvalho Camara, diretora
executiva da Associação de Diabetes
Juvenil. Para Paula Maria de Pascali,
da Sociedade Brasileira de Diabetes
(SBD), a parceria com o CRF-SP na
campanha de diabetes também foi bastante produtiva. “Nossa meta é cada vez
mais capacitar profissionais da área da
saúde no cuidado ao portador de diabetes. Temos convicção que o farmacêutico contribui de forma significativa na
educação em diabetes. E juntos possamos diminuir a desastrosa estatística brasileira: quase 12% da população acometida por esta disfunção. Que este tipo de
ação se repita, para que cada vez mais
possamos estimular os profissionais da saúde a exercerem seu papel na sociedade.”
Equipe multidisciplinar
Uma equipe multiprofissional, co-
revista do farmacêutico
●
outubro/novembro de 2004
●
31
CAPA
JURÍDICO
ordenada pela secretária geral do CRFSP Thais Adriana do Carmo, cuidou
de todos os detalhes da montagem da
campanha. Dela fizeram parte as nutricionistas Adriana Garcia Pellogia de
Castro, docente do Centro Universitário São Camilo e Alessandra Gonçalves, a enfermeira Paula Maria de Pascali, os farmacêuticos José Vanilton de
Almeida e Claudia Garcia Messiano e
o psicólogo e professor de Educação Física Cláudio Cancelieri.
“Essa interação foi fundamental pois
o Diabetes é uma doença multifuncional. Nada mais justo que seja tratada de
forma multiprofissional”, observou o farmacêutico José Vanilton de Almeida.
sobre a prevenção da doença, e ao farmacêutico, que fica mais valorizado, pois se
integra no sistema de saúde. Para a Roche isso é um avanço e nós não gostaríamos que parasse por aqui. Achamos que
as secretarias municipais, estaduais e mesmo a Anvisa, deveriam ouvir as pessoas
envolvidas na campanha e levar esse projeto adiante. Esse foi o primeiro e grande passo, mas esperamos que a caminhada continue”.
DIABETES NO MUNDO
Os farmacêuticos participantes avaliam os resultados junto ao público:
“O tema desta campanha foi muito feliz
e está tendo uma procura bem grande pela população. Nós fizemos outdoors para
divulgar a campanha e também uma paO reconhecimento à importância lestra para mais de 60 pessoas. Já vieram
do evento superou
nos perguntar quantodas as expectatido será a próxima.
vas. Esta foi a úniO folder também esca campanha de edutá sendo muito elocação em saúde cugiado, pois as pesjos gastos foram insoas acham que as
teiramente coberinformações são bem
tos pelos patrociclaras e precisas. Esnadores (Aché Labotamos inclusive conratórios, Aventis
seguindo agregar nosPharma Ltda, Baxsos produtos à orienter Hospitalar Ltda,
tação”, disse RoseJohnson & Johnson
mary Stefani, da
Produtos ProfissioPharma Pura, de
nais Ltda, BD - BecItatiba. A dra. Heton Dickinson Inlena Keico Mekai,
dústrias Cirúrgicas
da Farmácia PrinciLtda, Revista Kaipal, da capital pauros, Roche DiagDr. Robert Beaglehole lista, observa que
nóstica Brasil Ltda).
“a campanha está
André S. Berna, disendo muito bem
retor da Divisão de Diabetes da Roche, aceita. Embora a proposta seja identiempresa responsável pela doação de ficar e orientar novos portadores, o que
aparelhos para automonitoramento de notamos é uma procura maior de pessoas
glicemia, declarou: “A Roche se sente orque já têm diabetes e precisam fazer o
gulhosa de poder contribuir para essa
exame de glicemia. Mesmo assim, tem
campanha, pois sempre procurávamos sido muito positivo, pois aproveitamos a
esse tipo de trabalho. O CRF-SP, por sua
ocasião para orientar a população sobre
ligação com os farmacêuticos, é a entia alimentação correta. Muitos acham
dade que melhor pode ajudar nesse tipo que quando o exame está normal, eles
de causa, trazendo benefícios a todos: à estão curados. É preciso conscientizá-los
população, que fica mais consciente não que a diabetes tem controle, mas não cuapenas sobre tratamentos, mas também ra, e é sempre preciso manter o cuidado.”
“
O diabetes é
uma epidemia
silenciosa maciça
e crescente, com
potencial para
afetar serviços
de saúde em
todas as partes do
mundo.
”
32 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004
CRF-SP garantiu judicialmente o direito de autuar
farmácias e drogarias devido
à ausência de farmacêutico
em horário de funcionamento nos municípios de Itu, Salto,
Porto Feliz e Cabreúva. O mandado de
segurança, impetrado pelo Sindicato
do Comércio Varejista de Itu, contra a
competência do CRF-SP para autuar
os estabelecimentos, em maio último,
foi julgado improcedente pelo juiz da
8ª Vara da Justiça Federal, Dr. Clecio
Braschi.
Na sentença favorável ao CRF SP,
o juiz determinou que “a fim de observar a harmonia que deve prevalecer na
interpretação da Lei Federal, acompanho o pacífico entendimento do Superior Tribunal de Justiça”. Tal posicionamento do STJ ocorreu durante o
julgamento dos embargos de divergência em Recurso Especial (ERESP nº
414.961 interposto pelo CRF-PR). Na
ação, o Tribunal reconheceu a competência dos Conselhos Regionais de Far-
O
Nas farmácias
Patrocínio
Vitória dos
Farmacêuticos em Itu
* Cerca de quatro milhões de
mortes anuais são atribuídas às
complicações do diabetes.
* Em 2030, estima-se que o
número de diabéticos seja de 366
milhões. Em alguns países este
aumento será da ordem de 150% .
* Os dez países com maior número de casos de diabetes são:
Índia, China, EUA, Indonésia, Rússia, Japão, União dos Emirados
Árabes, Paquistão, Brasil e Itália.
*Os custos totais, dos tratamento do diabetes variam de
2,5% a 15% de orçamentos anuais dos Serviços de Saúde, dependendo da incidência local do diabetes e da qualidade do tratamento disponível.
*Os custos com a perda da
produtividade podem ser cinco
vezes maior que o custo direto dos
serviços de saúde, de acordo com
estimativas de 25 países latino
americanos .
*Estudos recentes feitos na
China, no Canadá, nos EUA e em
diversos países europeus mostraram que alterações e mudanças
no estilo de vida podem impedir
o início do diabetes nas pessoas
que têm fatores de risco elevado.
Fonte: Organização Mundial da Saúde
(OMS).
O CRF-SP venceu na
Justiça o direito de
autuar farmácias e
drogarias da região de
Itu, revertendo o
mandado de segurança
impetrado pelo
Sindicato do Comércio
Varejista local.
mácia para fiscalizarem as farmácias e
drogarias quanto à presença de profissional legalmente habilitado durante
todo o período de funcionamento dos
estabelecimentos.
O departamento Jurídico do CRF
SP atuou mais uma vez com a agilidade necessária, interpondo recurso de
agravo de instrumento, ao ser intimado da liminar concedida em 19/03/04
pela juíza Louise Vilela Leite Figueiras
Borer.
“Mais do que uma vitória do CRFSP em defesa da categoria farmacêutica,
cujo espaço foi mais uma vez garantido,
quem sai ganhando é o cidadão. A população tem o direito de ser atendida por
um profissional qualificado”, observa
Francisco de Paula Garcia Caravante
Jr., presidente do CRF-SP.
AVISO
EDITAL DE CITAÇÃO
Nos termos do artigo 13 da Deliberação nº 118/2002, comunicamos que foi instaurado processo ético disciplinar contra
os profissionais abaixo arrolados, por possíveis infrações aos
artigos 5º; 15, I,VII; 16, II, VII e 22, I do Código de Ética
(Resolução CFF 290/96).
PROFISSIONAL
J. A. V.
J. F. R.
E. B.
E. C.
R.C.N
D.A. F.
O.Z.
M.T.C. A.
R.G.
S/D
S/D
2350526
S/D
7189594
2137438
1223066
1734426
LOCAL
SEDE
SEDE
SEDE
SEDE
SEDE
SEDE
SEDE
SEDE
L.A.F.
L. O. P.
M.V.S.
E. P. C
S/D
842670
1327529
424958
SEDE
CAMPINAS
RIBEIRAO PRETO
RIBEIRÃO PRETO
Nos termos do artigo 13 da Deliberação nº 118/2002, comunicamos que foi instaurado processo ético disciplinar contra
os profissionais abaixo arrolados, por possíveis infrações aos
artigos 5º e 16, II e VII do Código de Ética (Resolução CFF
290/96).
PROFISSIONAL
G.D.P.
R.G.
2228040
LOCAL
SEDE
Prazo para defesa: 20/10/2004
Após o prazo de defesa, o profissional estará sujeito aos
efeitos de revelia, sendo-lhe nomeado defensor dativo.
revista do farmacêutico
●
outubro/novembro de 2004
●
33
ORIENTAÇÃO
ENDEREÇO DESATUALIZADO
Mudanças no formulário
favorecem o farmacêutico
Saiba o motivo das alterações introduzidas no Formulário nº 05
de assunção e anotação de responsabilidade técnica e como preenchê-lo.
formulário de assunção e
anotação de responsabilidade técnica, o Formulário nº
05, sofreu algumas alterações. Há dois meses, empresas e farmacêuticos encontram um
detalhamento maior nos campos referentes aos dias e horários. No preenchimento, além do horário de segunda à
sexta, é preciso informar sobre a atuação nos finais de semana. E, no caso
dos estabelecimentos, foram incluídos
os itens Rotina e Plantão.
O
As mudanças no formulário são
uma iniciativa do CRF-SP para garantir a assistência integral à população e
cumprir a legislação no que se refere à
obrigatoriedade da presença de um
profissional durante todo o horário de
funcionamento da empresa. É importante frisar que nas inspeções fiscais, o
farmacêutico deverá estar presente no
horário indicado no formulário em
questão e, no restante de tempo do
funcionamento da empresa, é responsabilidade do estabelecimento contratar quantos co-responsáveis forem
necessários para a cobertura do horário
completo de funcionamento.
Preenchimento correto
Para o preenchimento correto do
formulário é indispensável marcar nos
parênteses S (sim) para os dias trabalhados e N (não) para os não trabalhados. Os horários praticados de segunda à sexta, com os respectivos intervalos, devem ser detalhados no item
“das _____ às ________ hs.” O procedimento é o mesmo para os sábados e
domingos. Afinal, a fiscalização também atua nestes dias. Se o farmacêutico não trabalhar no final de semana, a
obrigação da empresa é ter um folguista. Nenhum item deve ser deixado
em branco. O mais indicado é que o
34 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004
próprio profissional preencha o formulário, principalmente o item Termo
de Compromisso, referente à sua atuação. Não delegar esta responsabilidade a ninguém, quer seja o proprietário ou o contador da empresa.
AVISO
Solicitamos que os profissionais abaixo
relacionados entrem em contato com este
órgão para a atualização de endereço, através
dos telefones: (11) 3067-1481 e 3067-1482.
Denise Alves Ferreira – CRF/SP: 24.124
Eli Chaves – CRF/SP: 5693
Ely Pires Coutinho – CRF/SP: 5067
Elyseu Borges – CRF/SP: 3-6059
Giuliano Di Pietro – CRF/SP: 19.652
João Ferreira da Rocha – CRF/SP: 5508
José Albeny de Vasconcelos – CRF/SP: 1098
Leila de Oliveira Prado – CRF/SP: 5166
Marcos Valério Santos da Silva – CRF/SP: 19.686
Maria Terezinha Coutinho Amaral – CRF/SP: 8533
Odir Zanini – CRF/SP: 3-0845
Rita de Cássia das Neves – CRF/SP: 9040
CFF
CRF-SP acompanha
discussões em Brasília
s conselheiros federais por
São Paulo têm acompanhado
as discussões no plenário do
CFF, em Brasília, fazendo sugestões de pauta sempre com
o intuito de promover o engrandecimento do profissional farmacêutico.
Com esse propósito, foi realizada
no último dia 16 de junho uma reunião
com os Conselhos Regionais das regiões Sul e Sudeste. “Pudemos observar
as dificuldades encontradas em outros
Estados em realizar fiscalizações periódicas e expusemos a situação atual do
O
CRF-SP frente à fiscalização dos estabelecimentos farmacêuticos”, observa Ely
Eduardo Saranz Camargo, representante do CRF-SP no CFF. Todos os participantes apresentaram propostas de atuação dos Conselhos em relação à fiscalização do exercício profissional. Outras
reuniões desse tipo serão agendadas com
o propósito de desenvolver um sistema
de fiscalização uniforme nessas regiões,
pois há certas semelhanças, tanto em termos de dificuldades como de sugestões.
Diversas propostas encaminhadas
pelo CRF-SP para a atualização do
Código de Ética da profissão foram
aceitas. Entre elas, itens referentes
aos deveres do farmacêutico, como prestar atendimento efetivo à empresa
pela qual é responsável, não permitir
que outros façam uso de sua atribuição profissional e jamais fazer concorrência desleal. Em relação aos direitos, foram incorporadas as sugestões relativas à discriminação, direito
de interferir junto a outros agentes
de saúde e exigir que os outros profissionais de saúde cumpram seus códigos de Ética.
FISCALIZAÇÃO
PESQUISA
O desenvolvimento de novos fármacos, medicamentos, vacinas e testes
diagnósticos requer a condução de pesquisas clínicas com seres humanos.
Fundamentada por leis nacionais e internacionais, a prática é um dos
campos de atuação do farmacêutico.
E
ntrevista Wagner Sousa, monitor de pesquisa clínica.
RF- Alguns profissionais defendem que o uso do placebo
torna uma pesquisa mais exata. Como o senhor analisa o assunto sob o
ponto de vista técnico e ético?
Wagner Sousa: Nos estudos em Psiquiatria, o efeito placebo em muitas vezes é superior ao tratamento ativo. Nestes
casos existem defensores de que uma avaliação contra placebo, ou seja, uma nova
medicação sendo avaliada tendo como
comparador o placebo. Pois, caso fossem
estudadas duas drogas ativas, poderia haver um desvio em virtude deste efeito
placebo e não haveria uma certeza de
que a melhora foi devido à sua ação da
medicação “X” ou ao efeito placebo. Em
outros casos, onde temos uma droga ou
tratamento reconhecido, não seria aplicável, a menos que prove o contrário, o uso
do placebo isoladamente em comparação
com uma nova substância em estudo.
RF- O que torna o Brasil um atrativo para realização de testes e pesquisas de laboratórios estrangeiros?
Wagner Sousa: Presenciamos nos últimos anos uma grande evolução dos estudos clínicos no país. Podemos atribuir
esta evolução à indiscutível grandiosidade
e miscigenação da população brasileira e
também ao alto nível de qualidade dos
estudos conduzidos no Brasil. Muitos estudos já foram auditados pelas matrizes
dos laboratórios multinacionais ou pelo
FDA – Food and Drug Administration,
o órgão regulatório norte americano para
medicamentos e alimentos. Nossos resultados são compatíveis aos dos países com
reconhecida tradição mundial em pesquisa clínica.
Outro fator importante a ser considerado é o enorme potencial de mercado. Sabemos que apenas uma pequena parcela da
população brasileira possui acesso ou pode
adquirir e completar seu tratamento medicamentoso. Com a melhoria das condições
internas, o número de pessoas que poderiam ter acesso aos medicamentos aumentaria substancialmente. Nos principais mercados europeus e no americano, onde boa
parte da população possui este acesso, os estudos clínicos continuam, porém, atualmente não possuem o mesmo atrativo que
os países em desenvolvimento.
RF- Qual o perfil da população
que aceita participar de estudos clínicos no Brasil? Como é feita a seleção?
Wagner Sousa: O perfil da população
que participa dos estudos clínicos é em sua
grande maioria de usuários do serviço público de saúde. Infelizmente ainda não possuímos um sistema de saúde pública que
atenda toda a população adequada e satisfatoriamente. Sabemos que os sistemas de saúde pública de muitos países desenvolvidos
atendem satisfatoriamente seus cidadãos. A
diferença cultural, de formação e o grau informação destes pacientes são sabidamente
evidentes. Contudo, a possibilidade do acesso aos novos tratamentos antes mesmo de sua
comercialização é fator comum entre duas
culturas tão distintas e favorecem sua participação nos estudos clínicos. Esta possibilidade em alguns casos pode ser a única esperança para alguns pacientes.
Baseado no protocolo clínico, o médico
que conduzirá o estudo realiza uma seleção
inicial do banco de dados e/ou prontuário
do paciente no hospital/clínica. Após esta
38 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004
seleção, o paciente é formalmente convidado a participar do estudo e como disse anteriormente, o médico que conduzirá o estudo deve apresentar e explicar o estudo, o tipo de medicação, os procedimentos que
acontecerão durante o estudo, (por exemplo: número de coletas e volume de sangue,
Eletrocardiograma - ECG), os possíveis riscos/benefícios e a duração do estudo. Reforçando que qualquer procedimento relacionado ao estudo somente deverá ser realizado após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Este processo é
seguido como padrão em todo mundo.
RF- Qual o papel do farmacêutico nas pesquisas clínicas?
Wagner Sousa: O farmacêutico em
pesquisa clínica pode atuar tanto nos centros de pesquisa quanto na indústria farmacêutica, nos laboratórios de análises
clínicas (alguns com departamentos exclusivos para estudos clínicos) ou nas empresas contratadas para condução de estudos clínicos conhecidas como CRO’s.
Nos centros de pesquisa, assume papel
primordial no controle de todas as medicações envolvidas no estudo. Desde o recebimento, armazenamento, manuseio, controle e dispensação da medicação do estudo aos
pacientes. E, nos laboratórios clínicos, na avaliação do material biológico coletado. Na
indústria farmacêutica e nas CRO’s o farmacêutico pode atuar como monitor dos estudos clínicos; como coordenador das medicações dos estudos clínicos; coordenador de
dados coletados durante o estudo e gerente
de pesquisa clínica. O amplo e profundo
conhecimento dos medicamentos favorecem
esta atuação, pois, a essência da pesquisa está
na avaliação de novos medicamentos, que
são a essência de nossa profissão.
Fiscais em Ação Dia e Noite
Vistoriar a presença do farmacêutico no horário integral de funcionamento
dos estabelecimentos é trabalho da equipe de fiscais do CRF-SP.
fiscalização dos estabelecimentos no período noturno, finais de semana e feriados foi intensificada pelo
CRF-SP. Desta forma, o
Conselho busca garantir o direito legal
da população de ser assistida por um
farmacêutico.
Vale salientar que as diretrizes para
o trabalho da fiscalização são definidas
em Plenário e emanadas da sede para
os fiscais. É natural que os estabelecimentos que apresentam um número
maior de irregularidades sejam os mais
vistoriados.
De qualquer forma, a responsabili-
A
dade por manter farmacêuticos durante todo o horário de funcionamento
das farmácias, drogarias e distribuidoras é do próprio estabelecimento. Assim, o farmacêutico responsável técnico deverá ter seu horário de trabalho
complementado por um ou mais farmacêuticos que serão os co-responsáveis; afinal, a própria legislação trabalhista estipula um limite diário de trabalho de oito horas.
Atualmente a equipe de fiscalização do Conselho é composta por 29
fiscais. Só no mês de julho foram realizadas cerca de 4.070 inspeções, totalizando 28.390 nos primeiros sete
meses deste ano. A média de inspeções mensais é de 4.500. Devemos
chegar a um patamar de 50.000 fiscalizações anuais.
Além disso, está em andamento o
processo seletivo para contratação de
novos farmacêuticos fiscais para ocupar
uma vaga que estava em aberto e efetuar novas contratações. A presença da fiscalização nas 24 horas é mais uma preocupação do CRF-SP com a saúde da
população, resguardando assim seu
direito à assistência farmacêutica.
e penitenciárias necessitam de responsável técnico (farmacêutico)? Qual a lei que trata sobre o
assunto?”
M.C
RESPOSTA DO CRF-SP
A presença de farmacêutico nos estabelecimentos de dispensação de medicamentos está
prevista desde 1973, através da Lei Federal n.º
5.991. Este diploma legal, no art. 4º inciso X, define Farmácia como: "estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais e oficinais, de comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, compreendendo o de dispensação e o de atendimento privativo de unidade hospitalar ou de qualquer outra equivalente de
assistência médica". Também há a definição de
Dispensário de medicamentos (art. 4º inciso XIV):
"setor de fornecimento de medicamentos industrializados, privativo de pequena unidade hospitalar ou equivalente" e Dispensação (art. 4º inciso
XV): "ato de fornecimento ao consumidor de dro-
gas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, a título remunerado ou não;"
A mesma lei estabelece também, de forma
clara e inequívoca, em seu art. 15: "A farmácia e
a drogaria terão, obrigatoriamente, a assistência
de técnico responsável inscrito no Conselho Regional de Farmácia, na forma da lei. E dispõe no
art. 19, com clareza, quais os estabelecimentos que
não precisarão contar com a presença do Responsável Técnico Farmacêutico, ou por seguirem critérios específicos acerca dos medicamentos dispensados ou por não dispensarem medicamentos: Não dependerão de assistência técnica e responsabilidade profissional o posto de medicamentos, a unidade volante e o supermercado, o armazém e o empório, a loja de conveniência e a
drugstore.”
Portanto, os dispensários de medicamentos
de clínicas, hospitais e penitenciárias deverão
obrigatoriamente contar com farmacêutico responsável técnico.
Aumento da equipe
A frota de carros do CRF-SP agiliza
a fiscalização dos estabelecimentos
ORIENTAÇÃO
O CRF-SP recebe diversas consultas sobre
a presença do responsável técnico no estabelecimento. Confira nos exemplos a seguir:
CONSULTA
“Gostaria de obter informações sobre as
farmácias que também abrem aos sábados e
domingos. Elas são obrigadas a terem farmacêutico nesses dias? Gostaria de receber informações a respeito desse problema que todas as
farmácias estão enfrentando. Obrigado.”
C.S.T.
RESPOSTA DO CRF-SP
A Lei dispõe que a farmácia/drogaria deve contar com assistência farmacêutica durante todo o horário de funcionamento, portanto nos finais de semana, à noite e feriados a assistência deve ocorrer normalmente.
CONSULTA
“Por favor, necessito de uma informação:
os dispensários de medicamentos de hospitais
Foto: Departamento de Comunicação
Pesquisa Clínica
em Seres Humanos
revista do farmacêutico
●
outubro/novembro de 2004
●
39
EVENTOS
PERSONAGEM
Vem aí o XIV Congresso Paulista de
Farmacêuticos, o VI Seminário Internacional
de Farmacêuticos e Expofar 2005
Professora em
tempo integral
Foto: Viegas Photo Ltda
A professora titular das Faculdades de Farmácia e
de Odontologia da USP de Ribeirão Preto,
Izabel Yoko Ito é uma figura ímpar. Aos 68 anos
de idade, ela já perdeu a conta do número de
alunos que formou nos mais de 40 anos de vida
acadêmica.
Aos 68 anos, a professora doutora Isabel Yoko
Ito é um exemplo de dedicação e humildade.
ão bastasse ser uma referência
nacional na área de Microbiologia, a professora doutora
Izabel Yoko Ito, das Faculdades de Farmácia e de Odontologia da USP de Ribeirão Preto, é uma
daquelas mestras que os alunos não esquecem. E, mais, adotam como exemplo
para a vida inteira.
“O que eu mais me lembro é sua dedicação e profissionalismo. Ela dava sempre
o melhor de si aos alunos. Quem foi aluno
dela, vai levar para sempre esses valores.
Hoje, eu sou professor e trago esses valores
comigo”, aponta o prof. dr. Marcelo Polacow Bisson, conselheiro do CRF-SP.
Exigente, Izabel Yoko Ito nunca
abriu mão do que aprendeu com o mentor Otávio Baracchini. Desde o primeiro
dia de aula, as regras para os alunos são
bem claras: cabelos presos, avental, limpeza absoluta na bancada do laboratório.
Atrasos? Nem pensar. “O relógio existe
para marcar as horas. É preciso respeitá-lo”,
diz a professora.
A rigidez vira descontração quando a
professora aceita os convites dos alunos
para uma happy hour ou algum evento
comemorativo. Bem humorada, ela gosta de conviver com os jovens. “Gosto de
ver os alunos amadurecerem”, fala.
Outra ex-aluna e atual colega de tra-
N
balho, a professora doutora Vania dos
Santos, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP de Ribeirão Preto,
ressalta: “O que mais me marcou da professora Izabel é o amor que ela tem pela
profissão de farmacêutico. Além disso, ela
efetivamente gosta de dar aula, gosta de
aluno. É um ser humano dos melhores.”
História
Nascida em São João da Barra, numa família de agricultores, Izabel Yoko
Ito não esconde de ninguém que escolheu a vida acadêmica para fugir da enxada. Graduou-se em Farmácia em
1960 na Faculdade de Farmácia e Odontologia de Ribeirão Preto (FFORPUSP). A especialização em Microbiologia veio em seguida. Foi aluna da terceira turma da Universidade Federal
do Rio de Janeiro. Obteve o Doutorado em Farmácia em 1967 na FFORPUSP, com a tese “Estudo comparativo
da função antigênica da uréase de Proteus vulgares e Canavalia ensiformis”. A
Livre Docência na área de Microbiologia Aplicada veio em 1973. Em 1962,
recebeu o convite para trabalhar na Faculdade de Farmácia e Odontologia de
Ribeirão Preto- USP, instituição onde
permanece até hoje. Ali desempenhou
diversas funções: pesquisadora, docente, orientadora de pós-graduação, chefe
de departamento e diretora do Departamento de Ciências e Saúde.
40 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004
Reconhecimento
O reconhecimento ao papel que
desempenha pode ser comprovado pelos
inúmeros prêmios e homenagens recebidos ao longo da carreira. Entre eles, “Prata da Casa” pelos quarenta e um anos de
dedicação à Faculdade de Ciências
Farmacêuticas de Ribeirão Preto – USP
(2003), Placa de Prata no Jubileu de Ouro
pelos relevantes serviços prestados, oferecido pela Associação Farmacêutica de
Ribeirão Preto (2002) e como Professora homenageada como patronesse ou homenagem especial por dezenas de turmas da Faculdade de Farmácia e Odontologia de Ribeirão Preto – USP.
Ao indicá-la para o “Troféu CRFSP”, oferecido no XIII Congresso Paulista de Farmacêuticos, organizado pelo CRF-SP, pelos seus relevantes serviços prestados à profissão farmacêutica,
o prof. Pizolitto, da Unesp de Araraquara, não poupou elogios: “Ela é uma
pessoa que ninguém esquece. É capaz de
dedicar três, quatro dias a um aluno para orientá-lo sobre sua tese”.
Inúmeros são os prêmios, medalhas e
menções honrosas recebidos em virtude
dos trabalhos de pesquisas desenvolvidos
na área de Farmácia e Odontologia.
Humilde, a professora doutora Izabel Yoko Ito é avessa a homenagens e privilégios. “O que eu gosto mesmo é de fazer
pesquisa, dar aula e supervisionar mestrandos e doutorandos”, diz.
Foi dada a largada para o mais completo evento do segmento farmacêutico,
promovido pelo CRF-SP, cuja próxima edição será em 2005.
A 14ª edição do Congresso
Paulista de Farmacêuticos
foi lançada no dia 10 de
agosto, no Hotel Parthenon
Excelence. Autoridades, representantes de empresas farmacêuticas, membros da diretoria do CRF-SP
e docentes de cursos de Farmácia prestigiaram o evento.
Após a recepção, o café da manhã
e apresentação de um vídeo institucional, a cerimônia foi aberta pelo presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), dr. Jaldo de Souza Santos, que fez questão de salientar o
apoio do CFF ao CRF-SP. Em entrevista à Revista do Farmacêutico, ele
declarou: “Nossa grande luta é a qualificação do profissional farmacêutico. Isso
ocorre através de cursos e eventos como o
congresso”.
O presidente do CRF-SP, Francisco Caravante Jr., ressaltou “o profissionalismo dos farmacêuticos e membros da
diretoria envolvidos na preparação do
evento”. O Dr. Marcelo Polacow Bisson, coordenador do evento, apresentou dados sobre a 13ª edição do congresso e as expectativas em relação a
2005. Quanto ao tema do evento –
“Atitude, ciência e arte: a fórmula do
farmacêutico” –, ressaltou que o mesmo foi escolhido de forma democrática e representa o compromisso diário
do profissional de Farmácia com a
saúde da população.
A
Apoio institucional confirmado
O XIV Congresso Paulista de Farmacêuticos será realizado de 1 a 4 de
outrubro de 2005, no Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo.
Vinte e cinco entidades já formaliza-
Na mesa de abertura, da esquerda para a direita, dra. Thaís Adriana do Carmo, dr. Marcelo
Polacow Bisson, dr. Francisco Caravante Jr, dr. Jaldo de Souza Santos e dra. Raquel Delfini Rizzi.
ram apoio institucional ao evento, cuja
comissão científica é coordenada pela
dra. Adelaide Vaz e dra. Alice Chasin.
Mais de duzentos profissionais pertencentes às Comissões Assessoras participam de sua organização.
“O CRF-SP é o melhor e mais atuante Conselho do Brasil. Estamos aqui porque acreditamos na parceria entidadeempresa”, destacou Sidney Semedo,
gerente de produto da BD Medical.
Para Eduardo Luiz Jaggi, da Intelimaq,
“o congresso dos farmacêuticos é um
evento muito bem organizado que oferece um bom retorno para os expositores”.
Letícia Rita Rezende, farmacêutica
responsável do SP Farma Ltda, acha o
evento fundamental para “a atualização profissional e por fortalecer o segmento”. Já Vagner Miguel, da Racine,
observou a importância da Expofar,
evento simultâneo ao congresso, “ao
reunir todas as áreas em que os farmacêuticos atuam”.
Representantes de empresas
farmacêuticas, membros da diretoria do CRFSP, docentes de cursos de Farmácia e autoridades do setor prestigiaram o evento.
Na platéia, à direita, em destaque, o prof. dr.
Marcelo Polacow Bisson, coordenador do XIV
Congresso de Farmacêuticos.
revista do farmacêutico
●
outubro/novembro de 2004
●
41
COMISSÃO DE FARMÁCIA HOSPITALAR
COMISSÃO DE FARMÁCIA
Em Prol da
Melhoria da Profissão
Venda Responsável
Até que ponto promoções, descontos e apelos publicitários são práticas
éticas em drogarias e farmácias? E o que dizer da venda de produtos como
chinelos, bebidas alcoólicas e produtos de alimentação e limpeza?
Comissão Assessora de Farmácia do CRF-SP criou os
grupos de trabalho Legislação/Projetos de Lei, Propaganda de Medicamentos e
Produtos Alheios para discutir tais
questões. O objetivo é definir uma linha de atuação do farmacêutico como
agente de saúde e minimizar a comercialização indiscriminada, tendo como
base a legislação vigente.
A
Práticas promocionais de
acordo com a Legislação
Coibir abusos nas promoções de
venda de medicamentos e atuar em defesa do consumidor, revertendo práticas como a automedicação e a compra
por impulso, refletem uma postura ética e responsável por parte do farmacêutico. “Conhecer melhor a legislação
vigente sobre o assunto é fundamental
para o entendimento da questão e sua
aplicação prática”, observa a dra. Claudia Messiano, integrante da Comissão.
A Resolução RDC n 102, de 30 de
novembro de 2000, que aprova o regulamento sobre propagandas, mensagens publicitárias e promocionais e outras práticas de divulgação e comercialização de medicamentos, estabelece:
- No art. 13º: os laboratórios farmacêuticos devem elaborar os materiais
de publicidade dos produtos com os dados técnicos completos (nome comercial do medicamento; nome do princípio ativo segundo a DCB e, na sua falta, a DCI, o nome genérico e o número do registro na ANVISA; as indicações; as contra-indicações; os cuidados
e advertências e a posologia).
- No art. 14º: é vedada a veiculação de propaganda e publicidade de
medicamentos sujeitos à prescrição dirigida a não farmacêuticos.
A Resolução RDC nº 199, de 17
de agosto de 2004, estabelece que:
Art. 1º - Fica permitida às farmácias e drogarias a afixação dos preços
dos medicamentos nos locais internos
dos estabelecimentos, visíveis ao público em geral, bem com a sua divulgação
por qualquer outro meio, desde que
esta tenha por objetivo único garantir
aos cidadãos acesso a informações de
diferentes preços praticados.
Art. 2º - A divulgação a qual faz
referência o artigo 1º desta resolução
deve ser realizada por meio de listas de
preços, que poderão ser, também organizadas em medicamentos da mesma
classe terapêutica, nas quais deverão
constar o nome comercial do produto,
a DCB/DCI, a concentração, o preço,
a apresentação e o número de registro
dos itens listados.
Parágrafo único: Fica proibida
nestas listas a utilização de designações, nomes geográficos, símbolos, figuras, desenhos, logomarcas, slogans,
nomes dos fabricantes e quaisquer argumentos de cunho publicitário dos
produtos.
Projetos de lei
De acordo com a dra. Flávia Silva
Trovão, vários projetos de lei elaborados pelo Poder Legislativo estão sendo
analisados pela Comissão de Farmácia.
São eles:
- Realização de campanha publicitária visando a prevenção de uso de
medicamentos sem prescrição médica.
- Obrigatoriedade de farmácias de
42 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004
manipulação e estabelecimentos similares a incluírem bula em seus medicamentos.
- Inscrição do auxiliar técnico de
farmácia e drogaria nos Conselhos Regionais de Farmácia.
- Realização, em farmácia ou drogaria, de serviço de atendimento ao
público para aplicação de injeções,
averiguação, da pressão arterial humana e realização de serviços de inalação,
a cargo de técnico habilitado, observada a prescrição médica.
- Criação de farmácias comunitárias.
- Venda fraccionada de medicamentos.
- Legilibilidade de receita médica.
- Utilização de qualquer dependência da farmácia ou da drogaria como
consultório ou outro fim diverso do licenciamento.
- Dispensação de medicamentos
por meio remoto para farmácias e drogarias.
- Proposta de alteração da Lei
5.991/73.
Produtos Alheios
A proibição da venda de produtos alheios, regulamentada pela
ANVISA, não tem sido cumprida
por diversos estabelecimentos. Na
capital e no interior do Estado é
possível encontrar um mix de artigos com pouca ou nenhuma relação
com medicamentos. Chinelos, alimentos, produtos de limpeza, refrigerantes, bebidas alcoólicas e assim
por diante. De acordo com Rodinei
Veloso, a Comissão de Farmácia está
discutindo o assunto para estabelecer limites adequados.
Vale a pena conhecer o trabalho da Comissão de Farmácia Hospitalar,
coordenada pelo dr. Aaron de Oliveira de Barbosa.
Comissão Assessora de Farmácia Hospitalar assessora a
Diretoria do Conselho Regional e o Plenário do Estado de São Paulo em assuntos
relacionados ao trabalho do farmacêutico no âmbito hospitalar. Iniciou suas
atividades em 1998, sob a coordenação do Dr. Marcelo Polacow Bisson,
passando posteriormente a ser coordenada pela Dra. Melina Lombardi e pelo Dr. Willian Rotea e Dr. Aaron de
Oliveira Barbosa. Atualmente, a coordenação da Comissão está sob responsabilidade do Dr. Aaron de Oliveira de
Barbosa e a vice-coordenação com a
Dra. Hellen Harumi Miyamoto.
A
Trabalhos Desenvolvidos
Composta por farmacêuticos que
atuam na área hospitalar e que oferecem o seu conhecimento em prol da melhoria da profissão, a Comissão desenvolveu inúmeros trabalhos desde sua
criação até o momento. Entre eles, destacam-se a aprovação da Portaria
1017/2000, que estabelece a obrigatoriedade da assistência farmacêutica em
Farmácias Hospitalares e/ou dispensários de medicamentos existentes nos
Hospitais integrantes do Sistema
Único de Saúde, elaborada pelo CRFSP em conjunto com a SBRAFH –
Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar. Foi responsável pela realização
do Encontro de Farmacovigilância e
pela elaboração de proposta de normatização para a atuação do farmacêutico
em Assistência Domiciliar. A Comissão também tem auxiliado o Departamento Jurídico do CRF-SP em ações
relacionadas à área hospitalar, bem
como avaliado e elaborado fichas de
verificação do exercício profissional,
utilizadas pela fiscalização do órgão, e
proposto cursos de atualização na área.
A Comissão de Farmácia Hospitalar
conta com farmacêuticos hospitalares,
com especializandos em Farmácia Hospitalar e até mesmo com acadêmicos de
Faculdades de Farmácia e Bioquímica.
Todos buscam contribuir para a melhoria da profissão farmacêutica e, em especial, da Farmácia Hospitalar.
Ações da Comissão em 2004
- Envio de propostas à Anvisa,
acerca do Regulamento Técnico, que
fixa os requisitos mínimos exigidos para o funcionamento dos Serviços de
Quimioterapia Antineoplásicos;
- Envio de proposta à Anvisa sobre
o Regulamento Técnico contendo Normas de Funcionamento de Serviços que
prestam Assistência Domiciliar;
- Avaliação e sugestões sobre a
Consulta Pública nº 01 do CVS, de
20/02/2004, que se refere à manipulação de produtos farmacêuticos em
farmácias;
- Apoio à SBRAFH – Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar, quanto a
realização do Congresso da entidade;
- Discussão e elaboração de propostas a serem encaminhadas à Anvisa
acerca de critérios para a manipulação
de medicamentos;
- Discussão e elaboração de propostas acerca de Gestão Ambiental e
Gerenciamento Resíduos dos Serviços
de Saúde, através da participação no
Grupo de Trabalho de Resíduos;
- Atualização da ficha de verificação de exercício profissional utilizada pela fiscalização;
- Elaboração de proposta de normatização para a atuação do farmacêutico na área de atendimento pré-hospitalar em empresas concessionárias de rodovias.
Trabalhos a serem realizados
durante o ano de 2004:
- Capacitação do corpo de fiscais
do CRF-SP;
- Ações para a atuação do farmacêutico no atendimento pré-hospitalar;
- Atualização de informações sobre
a área no site do CRF-SP;
- Discussão da proposta de alteração da Lei 5.991/73;
- Discussão para normatização das
atividades da farmácia hospitalar;
- Criação de padrões mínimos de
recursos humanos para farmácia hospitalar;
- Criação de manual sobre Assistência Farmacêutica em farmácia hospitalar;
Além das metas a serem atingidas
em 2004, a Comissão de Farmácia
Hospitalar está auxiliando na organização do XIV Congresso Paulista de
Farmacêuticos, que será realizado em
2005. Há muito trabalho a ser feito e
convidamos os colegas que atuam na
área de Farmácia Hospitalar a integrar
a Comissão.
revista do farmacêutico
●
outubro/novembro de 2004
●
43
COMISSÃO DE EDUCAÇÃO
COMISSÃO DE RESÍDUOS E GESTÃO AMBIENTAL
Conferência apresenta propostas para
melhorar a Educação Farmacêutica
II CEFARS, sediada em São Paulo, discute novos paradigmas
da Educação Farmacêutica.
os dias 12 e 13 de agosto, realizou-se a II Conferência de
Educação Farmacêutica da
Região Sudeste (II CEFARS)
- Pré IV Conferência Nacional de Educação Farmacêutica (IV
CONEF). Organizado pelo CRF-SP, o
evento, sediado na Universidade Anhembi Morumbi, teve como objetivo efetuar um diagnóstico da Educação Farmacêutica em nossa região e levantar
propostas para a IV CONEF, que será
realizada pelo CFF, em Brasília, em
outubro.
As discussões tiveram como tema
central os paradigmas da nova Educação Farmacêutica, delineada pela aprovação, pelo Ministério da Educação,
em fevereiro de 2002, das Diretrizes
Curriculares Nacionais (DCN) dos
Cursos de Graduação em Farmácia.
Na abertura, o Prof. Dr. Francisco Garcia Caravante Jr., Presidente do CRFSP, a Profa. Dra. Magali Demoner Bermond, Conselheira e Coordenadora
da Comissão de Ensino do CFF, e o
Prof. Dr. José Artur da Silva Emim,
Coordenador da Comissão Assessora
de Educação Farmacêutica do CRF-SP
e Diretor de Pós-graduação e Pesquisa
do Centro Universitário São Camilo SP, enfatizaram a necessidade de se
buscar uma Educação Farmacêutica
que garanta a formação de um profissional com perfil generalista, crítico e
reflexivo, capacitado para atuar em todos os níveis de atenção à saúde.
Os representantes dos Conselhos
Regionais dos Estados de Minas Gerais - Profa. Dra. Lisiane de Silveira;
Rio de Janeiro – Profa. Dra. Selma
Rodrigues de Castilho; e São Paulo –
Prof. Dr. José Artur da Silva Emim
realizaram um diagnóstico da Educação Farmacêutica na região Sudeste.
N
Também participaram das discussões a
Dra. Thaís Adriana do Carmo e a Dra.
Raquel Cristina Delfini Rizzi, diretoras do CRF-SP, o Dr. Radif Domingos e o Dr. Carlos Cecy, da Comissão
de Ensino do CFF, o Dr. Jorge Fernando Teixeira Soares, representante do
CRF-RJ, e o Dr. Zilamar Fernandes,
da Comissão de Ensino CRF – RS.
Mesa de abertura: dra. Magali Bermond,
dr. Francisco Caravante e
prof. dr. José Artur da Silva Emim.
Presença do MEC
A Profa. Dra. Maria Auxiliadora
Cursino Ferrari, membro da Comissão
do Exame Nacional de Desempenho
dos Estudantes (ENADE) e Coordenadora do Curso de Terapia Ocupacional do Centro Universitário São
Camilo, suscitou discussões sobre o
Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Superior (SINAES), incluindo o ENADE. O Prof. Dr. William Campos, representante do Ministro da Educação, discorreu sobre a Reforma Universitária e as Políticas para
a Educação Superior no País, elucidando as propostas do MEC e abrindo um
canal de comunicação da classe farmacêutica com o Ministério.
44 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004
Propostas
Entre as principais propostas sugeridas no evento, destacam-se: estabelecer bases sólidas de conhecimento
sobre o novo conceito da Educação
Farmacêutica junto aos coordenadores
de Instituições de Ensino Superior;
incentivar a formação pedagógica dos
docentes; trabalhar com os alunos, em
parceria com os órgãos de representação estudantil, os novos paradigmas
da Educação Farmacêutica; propor
seminários para discussão entre docentes, discentes e corpo administrativo
das IES; estabelecer programas de transição dos projetos pedagógicos; fortalecer ou implantar os programas de
tutoria na orientação da escolha das
disciplinas optativas/eletivas; instituir
programas de conscientização da população quanto ao perfil do farmacêutico com formação generalista; e estruturar as Comissões de Educação dos
Conselhos Regionais de Farmácia.
Quanto à realização do Exame de
Proficiência, a Plenária Deliberativa da
II CEFARS declarou-se contrária, por
considerar que os Conselhos não possuem amparo legal para sua aplicação.
Propôs-se, ainda, que seja encaminhado ao MEC, INEP e membros da
comissão, um documento solicitando
a retirada do Curso de Farmácia da
avaliação do ENADE 2004, por considerar que este é um momento de
transição entre o antigo modelo de
ensino e a implantação das novas diretrizes. Caso não seja possível a retirada
do Curso de Farmácia do ENADE
2004, propõe-se que o CFF efetue
gestão junto ao MEC, buscando
garantir que a avaliação do exame seja
fundamentada nos conteúdos básicos
da área de Farmácia.
Assistência Farmacêutica no
Meio Ambiente: O farmacêutico
está inserido neste contexto?
discussão sobre o meio ambiente no contexto da saúde
vem ocorrendo em alguns
fóruns. Isso aconteceu, por
exemplo, em 1966, durante
a 3ª Conferência Nacional de Saúde e,
em 1986, na 8ª Conferência Nacional
de Saúde. Em 1992, a 9ª Conferência
Nacional de Saúde considerou adequada a legislação brasileira referente
ao meio ambiente na saúde, devendo
apenas cumprir esta regulamentação.
A
Legislação
A Constituição Brasileira de 1988,
no artigo 23, incisos VI, VII e IX,
estabelece a competência comum da
União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos municípios na proteção
do meio ambiente. E, no artigo 196,
estabelece a saúde como: “direito de
todos e dever do Estado, garantindo
mediante políticas sociais e econômicas,
que visem à redução do risco à doença e
de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção e recuperação”.
A Política Nacional do Meio Ambiente foi estabelecida através da Constituição Brasileira e da Lei 6.938 de
1981. O Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), constituído a partir de então, apresenta o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)
como órgão consultor e deliberativo.
O Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA), executor da política ambiental em âmbito nacional, foi criado em
1989.
Resíduos Sólidos
Os Resíduos Sólidos ganharam destaque em 1993 quando o CONAMA
publicou a Resolução 05, que estabelece procedimentos mínimos para o tratamento de resíduos gerados em portos, aeroportos, terminais ferroviários
e pelos estabelecimentos prestadores de
serviços da saúde.
Entretanto, o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de
saúde, foram regulamentados pelo
CONAMA apenas em 2001, através
da Resolução 283, a qual passa atualmente por revisões técnicas*.
A Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA), publicou a Resolução 33 de 2003 que obriga a todos
estabelecimentos geradores de resíduo
sólido de saúde, a apresentar o Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde.
O Brasil apresenta avanços consideráveis no que se refere às regulamentações. Infelizmente, tais regulamentações para os resíduos sólidos de saúde
são divergentes e, em alguns casos, há
inclusive falta de consenso.1
no Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde (PGRSS).
Não basta haver regulamentações
favoráveis, é necessária a conscientização dos farmacêuticos a respeito da “nova” área de atuação. “Assim, como nas
Boas Práticas de
Fabricação,
Boas Práticas Laboratoriais etc,
o farmacêutico é
o responsável pela qualidade dos
processos nas diferentes áreas de
atuação (indústria farmacêutiFernando Koshiba
ca, hospital, farmácias, laboratórios de análise clínica),
não seria razoável também pensar na
possibilidade do farmacêutico gerenciar
as “Boas Práticas de Resíduos Sólidos de
Saúde”? A assistência farmacêutica seria
realizada então desde o processo de extração dos insumos farmacêuticos até à
disposição final destes no meio ambiente.”, finaliza Fernando Koshiba.
O CRF-SP divulga as datas das
Participação do
próximas reuniões que serão
Profissional Farmacêutico
realizadas na sede do
Conselho:
A resolução 33 de 2003 publicada
pela ANVISA, no capítulo IV, que dis16/09, 21/10, 18/11 e 16/12
põe sobre responsabilidades, cita o farmacêutico no item 2.2 b como profisHorário: 19h30
sional capacitado a gerenciar resíduos
químicos e comuns, entre outras proConfirmação de presença:
fissões. No âmbito profissional [email protected]
cêutico, por sua vez, o Decreto 85.878
* O CRF-SP participou das últimas reuniões junto ao
de 1981 regulamenta a atividade do CONAMA.
profissional farmacêutico na área do
■ Referência:
meio ambiente.
1 - GONCALVES F K, ANDRADE-NETO M P. Descarte
medicamentos vencidos: A falta de consenso entre
As regulamentações apresentadas de
órgãos brasileiros e internacionais. Revista Brasileira
afirmam que o farmacêutico deve atuar de Toxicologia, 16 (1) supl. Agosto/2003, p. 61, 2003.
revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004 ● 45
COMISSÃO DE INDÚSTRIA
Indústria veterinária:
mercado de trabalho promissor
Entre os segmentos industriais, o ramo de produtos veterinários oferece boas
oportunidades de trabalho para o profissional farmacêutico.
indústria veterinária tem despontado como um mercado
de trabalho promissor para
o profissional farmacêutico.
O crescimento verificado no
setor deve-se ao papel desempenhado
pelo Brasil como um dos principais produtores mundiais de carne. O Ministério que rege as normas e portarias do
setor veterinário é o Ministério da Agricultura.
Segundo Joaquim Martins, farmacêutico que atua no segmento, o fortalecimento do agronegócio vem acarretando mudanças nos paradigmas do
setor, impulsionando a busca de profissionais multifuncionais para compor os diferentes setores industriais.
“Há farmacêuticos trabalhando no Controle de Qualidade e Garantia da Qualidade, contribuindo com a sua experiência adquirida para o avanço da qualidade no setor. As Boas Práticas de Fabricação já estão implantadas e é comum
escutarmos sobre validações de processos e
limpeza no nosso dia-a-dia. Há novas
oportunidades para o profissional farmacêutico na área produtiva e de depósitos, devido à grande semelhança nos
processos industriais do setor farmacêutico e veterinário”, observa ele.
A
Qualidade
A dra. Janete Flam Zalcman, gerente de Garantia da Qualidade da
Schering Plough Coopers, concorda
que a indústria veterinária é um mercado amplo para a atuação do farmacêutico.
Além disso, aponta que “com a globalização e as exportações em crescimento, é de suma importância produzir medicamentos veterinários com segurança e
eficácia, e isso também compete ao profissional farmacêutico, que tem na sua
formação várias disciplinas destinadas à
produção e controle de qualidade de medicamentos”.
Em relação às linhas de produtos
que o farmacêutico pode atuar, explica: “Em todas as linhas, pois os farmacêuticos conhecem os medicamentos, que
neste caso, atuam na saúde animal. Na
Schering Plough Coopers (do grupo Schering Plough) não fazemos diferenciação
entre medicamentos para a linha humana e animal - todos são produzidos de
acordo com as normas de GMP (Boas
Práticas de Fabricação). Podemos citar:
orais (comprimidos, pós, suspensões), tópicos (pomadas e cremes), injetáveis, vacinas”.
Especialização
Consultor para registro de medicamentos veterinários junto ao Ministério da Agricultura e integrante da Comissão Assessora de Indústria do CRFSP, Julio Simi destaca a perspectiva da
participação mais intensa do farmacêutico na indústria de medicamentos
veterinários.
“Tenho notado constantemente nestas indústrias um forte desejo de ter farmacêuticos na equipe de profissionais.
Entretanto, muitas vezes, os farmacêuticos se sentem inseguros pela falta de conhecimentos de fisiologia animal e da farmacologia veterinária”, observa.
A terapêutica veterinária envolve
muitas sutilezas. A criação de frangos,
por exemplo, é feita alojando-se até dezenas de milhares de aves dentro de
um único galpão. No caso de uma infecção, um tratamento coletivo, em todas aves, será feito com um medica-
46 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004
mento administrado através da ração
ou da água bebida. Em contrapartida,
a mesma infecção num cavalo de montaria poderá ser tratada individualmente, pela administração de um medicamento injetável. Conforme o caso, a
terapêutica muda drasticamente e, por
conseqüência, os aspectos farmacêuticos, da farmacocinética do princípio
ativo ao tipo e formato da embalagem
usada, devem ser avaliados e ajustados
às exigências.
“Os farmacêuticos talvez sejam os
profissionais mais adequados para considerar as sutilezas envolvidas na medicação dos animais, desde que a formação
em Farmácia seja complementada com
conhecimentos veterinários, agropecuários e zootécnicos. Isto, sem esquecer que
a criação de animais pode ser inviabilizada pelo custo de medicamentos onerosos”, ressalta Julio Simi.
Embora não acredite que exista um
espaço profisssional que justifique a
presença de disciplinas veterinárias no
currículo básico do farmacêutico, o consultor aponta a necessidade de obtenção de conhecimento pelos caminhos
acadêmicos. “Do ponto de vista teórico,
vejo a necessidade da comunidade farmacêutica se reunir, meditar e debater,
buscando assim a definição da responsabilidade social e da participação do farmacêutico no âmbito dos medicamentos
veterinários. Do ponto de vista prático,
acredito que a melhor medida é a implantação de cursos de especialização e
pós-graduação no segmento que poderia
ser chamado de Farmácia Veterinária.
Tais cursos poderiam ser fomentados pelos órgãos de classe e por parcerias entre
as Escolas de Farmácia e de Medicina
Veterinária e Zootecnia”, finaliza Julio
Simi.
AGENDA
LEITURA
Título:
Cosmetologia Aplicada
Autora:
Gislaine Ricci Leonardi
Editora:
Medfarma Livraria e Editora
Ano:
2004, 1ª ed.
ISBN:
85-89248-02-X
Cada vez mais, a pesquisa no campo
da Cosmetologia tem contribuído
para desvendar e entender melhor
o efeito das substâncias ativas
incorporadas em produtos de uso
tópico. Neste livro, a autora aborda
os principais aspectos do uso e da
produção de ativos cosmecêuticos,
incluindo sugestão de fórmulas atuais
e clássicas. Os temas enfocados são:
história, princípios e legislação da
Cosmetologia; penetração cutânea;
cabelos; veículos empregados na
Cosmetologia; o emprego de lipídios
em formulações cosméticas;
importantes substâncias ativas
utilizadas na Cosmetologia;
estabilidade e estudos de eficácia
de formulações; produtos para a face;
produtos para o corpo; produtos para
o cabelo.
Título:
Farmácia Clínica & Atenção
Farmacêutica
Autor:
Marcelo Polacow Bisson
Editora:
Medfarma Livraria e Editora
Ano:
2003
ISBN:
85-89248-01-1
Neste lançamento, assinado por
Marcelo Polacow Bisson, conselheiro
do CRF-SP, diversos temas de
interesse da classe farmacêutica são
tratados de forma objetiva. São eles:
Implantando a atenção farmacêutica;
Planejamento; o paciente como o
foco; Segmento farmacoterapêutico
de pacientes; Anamnese farmacêutica;
Princípios de prevenção de doenças;
Protocolos clínicos; Medicina baseada
em evidências; Uso racional de
antibióticos; Farmacocinética clínica;
Farmacoepidemiologia e Interações
medicamentosas.
Título:
Me Conte a sua História
Coordenador:
Jorge Dias
Editora:
Febrafarma
Ano:
2004, 1ª ed.
O livro é fruto do programa social
de mesmo nome implementado pela
Febrafarma, em 2003. Visando
resgatar a cidadania de milhares de
idosos esquecidos em instituições
geriátricas no Brasil, o programa,
em parceria com universidades e
faculdades de Comunicação de nove
estados (Ceará, Goiás, Minas Gerais,
Paraná, Pernambuco, Rio Grande do
Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa
Catarina) e o Distrito Federal,
convidou estudantes de Jornalismo
para atuarem como voluntários em
instituições geriátricas, ouvindo os
idosos e registrando suas histórias
de vida. A obra reúne 59 crônicas,
narrativas e reportagens baseadas
nas histórias de vida e recordações
dos idosos assistidos. Todos os
recursos arrecadados com a venda
dos livros se destinam integralmente
às instituições geriátricas.
48 ● revista do farmacêutico ● outubro/novembro de 2004
EVENTOS PARCEIROS
III Congresso Interdisciplinar de
Assistência Domiciliar (EXPO CIAD)
Data:
9 a 11 de setembro
Local:
Centro de Convenções Rebouças Av. Rebouças, 600 - Cerqueira César
- São Paulo – SP.
Inscrições e informações:
www.ciad.com.br
SBRAFH – Sociedade Brasileira de
Farmácia Hospitalar
Datas:
28/08 - Farmacoeconomia – Dr.
Wilsom Folador
17 e 18/09 - Fórum – OPAS –
Diagnóstico da Farmácia Hospitalar
no Brasil
23/10 - Módulo II – Pesquisa Clínica
– Dra. Viviane, da Invitare
20/11 - Módulo III – Materiais
Médico Hospitalar – Dra. Vera Lúcia,
da Baxter
Informações e Inscrições:
www.sbrafh.org.br
Tel. (11) 3214-2029 e 3256-5972
IV Jornada Farmacêutica da
Universidade do Sagrado Coração
Data:
19 a 22 de outubro
Local:
Universidade do Sagrado Coração –
Rua Irmã Arminda, 1050 – Bauru - SP
Informações e inscrições:
Centro de Ciências Biológicas e
Profissões da Saúde
Tel. (14) 3235-7044 ou 3235-7250
e-mails: [email protected] /
[email protected]
COMISSÃO DE DISTRIBUIÇÃO E TRANSPORTE
Atuação farmacêutica
no transporte de medicamentos
é regulamentada
entre as várias atribuições do
farmacêutico, a atuação nas
empresas de transporte de medicamentos é essencial para
garantir a qualidade, eficácia e confiabilidade dos medicamentos
consumidos pela população. A Deliberação 149/04, uma iniciativa da Comissão Assessora de Distribuição e
Transporte de Medicamentos do CRFSP, aprovada recentemente, dispõe sobre tal exercício profissional. Por meio
dela, ficam regulamentadas as atividades do farmacêutico em empresas que
efetuam transportes terrestres, aéreos,
ferroviários ou fluviais de produtos farmacêuticos, farmoquímicos e produtos para a saúde.
Tais profissionais devem conhecer,
interpretar e cumprir a legislação sanitária e demais leis pertinentes. Têm ainda a função de assegurar que todos os
medicamentos transportados sejam
registrados junto à autoridade sanitária, de acordo com o item 1.8 do Roteiro de Inspeção aprovado pela Resolução ANVS 329/99. Além disso, devem supervisionar as instalações das
empresas de acordo com o Código Sanitário Estadual e legislação municipal
pertinente. E, entre outras coisas, auxiliar na elaboração do Manual de Boas
Práticas de Transporte de Produtos Farmacêuticos e Farmoquímicos, segundo
D
diretrizes do Ministério da Saúde.
O CRF-SP parabeniza todos os
farmacêuticos que atuam no setor por
mais esta conquista e comemora esta
vitória com a certeza de que muitas
outras virão!
Deliberação 149/04
Art 2º
VI - Elaborar procedimentos operacionais e rotinas para:
É atribuição do farmacêutico que
atua em empresa de transporte de produtos farmacêuticos, farmoquímicos e
de produtos para a saúde:
I - Conhecer, interpretar e cumprir a
legislação sanitária e demais legislação
pertinente, bem como se manter atualizado neste aspecto;
II - Assegurar que todos os medicamentos transportados encontrem-se
devidamente registrados junto à autoridade sanitária, de acordo com o item
1.8 do Roteiro de Inspeção aprovado
pela Resolução ANVS 329/99;
III - Assessorar a legalização da
empresa junto aos órgãos sanitários e
profissionais competentes: Conselho
Regional de Farmácia, Vigilância Sanitária Municipal, Estadual e Ministério da
Saúde;
IV - Supervisionar e/ou definir a adequação da área física e instalações da
empresa de acordo com o Código Sanitário Estadual e legislação municipal
pertinente;
V - Auxiliar na elaboração do Manual de Boas Práticas de Transporte de
Produtos Farmacêuticos e Farmoquímicos, segundo diretrizes do Ministério da
Saúde;
a - verificação dos veículos e terminais quanto às condições de limpeza e
condições gerais;
b - monitoramento de temperatura;
c - estocagem e manuseio dos produtos farmacêuticos e farmoquímicos,
com procedimentos específicos para produtos termolábeis e/ou que exijam condições especiais de conservação;
d - acompanhamento de ocorrências e procedimentos para: avarias, extravios e devoluções;
e - desinsetização/desratização de
armazéns e veículos, bem como procedimentos quanto às empresas prestadores deste serviço, particularmente quanto ao alvará sanitário e os produtos utilizados, assegurando que estes tenham registro no Ministério da Saúde;
f - verificação e inspeção periódica
quanto à compatibilidade das cargas
transportadas, elaborando procedimentos para cargas incompatíveis;
g - notificação imediata à autoridade sanitária e policial, ao fabricante ou
detentor do registro no Brasil, de quaisquer suspeitas de alteração, adulteração, fraude, falsificação ou roubo dos
produtos que transporta, com a indicação do número dos lotes.
Farmacêutico da Indústria
Você também é responsável pelo transporte.
A escolha da transportadora é importante.
revista do farmacêutico
●
outubro/novembro de 2004
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49
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depósito bancário; no check-out será cobrado 10% de
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