UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE FARMÁCIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS MARCELA SILVA LOPES SÍNTESE E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE CITOTÓXICA, LEISHMANICIDA E TRIPANOCIDA DE DERIVADOS NITROAROMÁTICOS Belo Horizonte – MG 2012 MARCELA SILVA LOPES SÍNTESE E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE CITOTÓXICA, LEISHMANICIDA E TRIPANOCIDA DE DERIVADOS NITROAROMÁTICOS Dissertação, como requisito parcial, para obter o grau de mestre em Ciências Farmacêuticas, submetida ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais. Orientadora Profa. Dra. Renata Barbosa de Oliveira – UFMG. Belo Horizonte – MG 2012 “A química é, sem dúvida, muito singular porque é o único ramo da ciência que cria, por si mesmo, seu próprio objeto de estudo: as moléculas. Em especial a química orgânica, em que a versatilidade do carbono como seu elemento primordial não tem limites na formação de estruturas, exceto a da imaginação do pesquisador. A prática da química orgânica é, definitivamente, uma viagem excitante rumo ao desconhecido”. Rudolph Criegge e Dieter Seebach AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por me presentear com essa oportunidade e por colocar pessoas tão boas em meu caminho. Ao meu pai e minha mãe pelo carinho, dedicação e apoio incondicional durante toda a minha formação. A minha irmã pela amizade e companhia divertida. Ao Saulo pelo carinho, pelos conselhos e por ter me incentivado a seguir nesse belo caminho que é a química farmacêutica. A minha querida orientadora Renata por me inspirar com seus brilhantes ensinamentos, pela paciência, alegria, e por nunca medir esforços para tornar meu trabalho cada dia mais empolgante e agradável. Ao professor Ricardo pelo aprendizado, sabedoria e por compartilhar comigo o amor aos animais que tornam nossos dias na Faculdade mais alegres e divertidos. Ao professor Basílio pelo “espírito crítico” e pela contribuição na normatização desse trabalho. À professora Thais pela presença alegre e amizade. Ao meu companheiro de bancada e de mestrado Saulo Braga pelos estudos, conversas e amizade. À Tati, Dudu e Isadora pela contribuição nesse trabalho, sempre com um sorriso e boa vontade em me ajudar. AGRADECIMENTOS (Conclusão) Aos amigos do laboratório: Thiago, Stefânia, Bruno, Dimas, Lucas, Bárbara, Larissa, Giovanna, Ana Luiza, Nayara, Mário, Luíza, Vitor, Rachelzinha, Flavia, Mara, Érika, Isabela, Camila e Betânia pela convivência alegre e prazerosa. As minhas amigas da Fitoquímica Ana Bárbara e Bruna pela ajuda nos estudos e momentos de descontração. À Raquel, Lavina, Kênia e Ayeska pela ajuda e pelas risadas. À Renata Pietra por me ajudar tanto nos ensaios com Leishmania. Ao professor Armando por conduzir, com competência, a nossa Pósgraduação. Aos funcionários Batista, Soninha, Eduardo, Ludmila e Silas por estarem sempre dispostos a ajudar. RESUMO Neste trabalho é relatada a síntese de ácidos e amidas derivados do ácido 4bromometil-3-nitrobenzóico como agentes com potencial atividade antitumoral, leishmanicida e tripanocida. Para obtenção dos ácidos carboxílicos adequadamente substituídos, foram utilizadas reações de bromação radicalar, substituição eletrofílica aromática e substituição nucleofílica. As amidas foram obtidas a partir dos ácidos carboxílicos, utilizando-se diferentes aminas e EDC como reagente de acoplamento. Derivados híbridos da porção nitroaromático com ácidos graxos (DHA e ácido butírico) bioativos foram sintetizados na tentativa de otimizar a atividade dos compostos. A atividade dos compostos sintetizados foi avaliada in vitro em três linhagens de células tumorais humanas (HL60 (leucemia), Jurkat (linfoma) e MCF-7 (tumor de mama)), formas promastigotas de Leishmania amazonensis e formas amastigotas de Trypanosoma cruzi. A toxicidade das substâncias para as células normais também foi avaliada utilizando-se células mononucleares do sangue periférico (PBMC). Dentre os compostos avaliados nos ensaios de citotoxidade, destacase a 4-(clorometil)-3-nitro-N-(2-hidroxietil)benzamida (4), composto mais ativo contra as linhagens de células tumorais HL60 (CI50 9,0 µM) e Jurkat (CI50 19,4 µM). As amidas 4-(bromometil)-3-nitro-N-(2-hidroxietil)benzamida (6) e N-(2butanoiloxietil)-4-clorometil-3-nitrobenzamida (19) apresentaram atividade significativa contra L. amazonensis (CI50 23,1 µM) e T. cruzi (CI50 13,9 µM), respectivamente. Em geral, os compostos apresentaram baixa toxicidade para as células normais (PBMC). ABSTRACT In this work, a series of carboxylic acids and amides derived from 4(bromomethyl)-3-nitrobenzoic acid was synthesized and evaluated as potential antitumoral, antileishmanial and trypanocidal agents. The carboxylic acid derivatives were obtained by radical bromination, electrophilic aromatic substitution and nucleophilic substitution reactions. The amides were synthesized from carboxylic acids and different amines using EDC as the coupling reagent. Conjugates of nitroaromatic unit and bioactive fatty acids (DHA and butyric acid) were synthesized in an attempt to optimize the activity of the compounds. The activity of the compounds was evaluated in vitro against three cancer cells lines (HL60 (leukemia), Jurkat (linfoma) and MCF-7 (breast cancer)), promastigotes forms of Leishmania amazonensis and amastigotes forms of Trypanosoma cruzi. In vitro cytotoxicity on the normal cells was evaluated using human peripheral blood mononuclear cells (PBMC). Among the compounds evaluated in the cytotoxic assay, the 4-(chloromethyl)-3-nitro-N-(2hydroxyethyl)benzamide (4) was found to be the most active against HL60 (IC50 9.0 µM) and Jurkat (IC50 19.4 µM) cells lines. The amides 4-(bromomethyl)-3nitro-N-(2-hydroxyethyl)benzamide (6) and N-(2-butanoyloxyethyl)-4- chloromethyl-3-nitrobenzamide (19) displayed significant activity against L. amazonensis (IC50 23.1 µM) and T. cruzi (IC50 13.9 µM), respectively. In a general way, the compounds showed low cytotoxicity to mammalian cells (PBMC). LISTA DE FIGURAS 1.1 Vasos sanguíneos de um tecido normal e vasos sanguíneos do tumor .................... 20 1.2 Secção transversal de um tumor sólido mostrando a diminuição da concentração ........de oxigênio em relação à distância capilar .................................................................... 21 1.3 Proposta de mecanismo de resistência das células em hipóxia à radioterapia ........ 22 1.4 Representação das barreiras que o agente antineoplásico deve vencer para .......alcançar as células em hipóxia ........................................................................................ 23 1.5 Comparação entre o processo redutivo em um tecido oxigenado e um tecido em .......hipóxia ................................................................................................................................. 25 1.6 Ativação biorredutiva da mitomicina C........................................................................... 27 1.7 Ativação biorredutiva das aziridinil-quinonas ............................................................... 28 1.8 Mecanismo proposto para ativação biorredutiva da tirapazamina .............................. 29 1.9 Ativação biorredutiva de AQ4N ....................................................................................... 31 1.10 Etapas de biorredução de compostos nitroaromáticos ............................................. 32 1.11 Mecanismo de ação proposto para RSU-1069 ............................................................. 33 1.12 Ativação das mostardas nitroaromáticas após biorredução ..................................... 34 1.13 Biorredução da mostarda SN-23862 ............................................................................. 35 1.14 Ativação da mostarda PR-104 ....................................................................................... 37 1.15 Biorredução de compostos nitrobenzílicos ................................................................. 37 1.16 Biorredução do butirato de 2-nitrobenzila ................................................................... 38 1.17 Quimioterápicos utilizados no tratamento das leishmanioses.................................. 42 1.18 Gráfico de comparação de crescimento tumoral entre grupo controle e o ANB..... 43 3.1 Plano de síntese para obtenção dos ácidos (1), (2), (11), (14), (17), (34) e (35) .......... 47 3.2 Plano de síntese para obtenção das amidas (4), (6), (8), (10) e (13) ............................ 48 3.3 Plano de síntese para obtenção de (15) e (16) ............................................................... 49 3.4 Plano de síntese para obtenção de (21), (22) e (24) ....................................................... 50 3.5 Plano de síntese para obtenção de potenciais agentes bisalquilantes ...................... 51 3.6 Plano de síntese para obtenção de (19), (20) e (28) ....................................................... 51 4.1 Estrutura do reagente EDC .............................................................................................. 55 4.2 Subespectro de DEPT 135 de (8) após 4 horas de reação do intermediário (7) ......... 55 4.3 Proposta de mecanismo para formação das amidas (4), (6), (8), (10) e (13)............... 58 4.4 Desfavorecimento da reação do tipo SN1 ....................................................................... 60 LISTA DE FIGURAS (Continuação) 4.5 Mecanismo proposto para a formação de (18) .............................................................. 61 4.6 Papel do DMAP como catalisador em reações de acoplamento utilizando .......carbodiimidas ..................................................................................................................... 63 4.7 Proposta simplificada de mecanismo para a formação de (24) ................................... 67 4.8 Deslocamento químico dos carbonos do heterociclo simulados pelo programa .......ACD Labs Software e deslocamento obtido para (24) ................................................... 68 4.9 Mecanismo intramolecular proposto para a formação de (31) .................................... 70 4.10 Estruturas de ressonância para ésteres e amidas ...................................................... 71 4.11 Mecanismo proposto para a formação de (34) ............................................................ 75 A.1 Espectro no infravermelho de 1 .................................................................................... 130 A.2 Espectro no infravermelho de 2 .................................................................................... 130 A.3 Espectro no infravermelho de 3.................................................................................... 131 A.4 Espectro no infravermelho de 4 .................................................................................... 131 A.5 Espectro no infravermelho de 5 .................................................................................... 132 A.6 Espectro no infravermelho de 6 .................................................................................... 132 A.7 Espectro no infravermelho de 7 .................................................................................... 133 A.8 Espectro no infravermelho de 8 .................................................................................... 133 A.9 Espectro no infravermelho de 9 .................................................................................... 134 A.10 Espectro no infravermelho de 10 ............................................................................... 134 A.11 Espectro no infravermelho de 11 ............................................................................... 135 A.12 Espectro no infravermelho de 12 ............................................................................... 135 A.13 Espectro no infravermelho de 13 ............................................................................... 136 A.14 Espectro no infravermelho de 14 ............................................................................... 136 A.15 Espectro no infravermelho de 15 ............................................................................... 137 A.16 Espectro no infravermelho de 16 ............................................................................... 137 A.17 Espectro no infravermelho de 17 ............................................................................... 138 A.18 Espectro no infravermelho de 18 ............................................................................... 138 A.19 Espectro no infravermelho de 19 ............................................................................... 139 A.20 Espectro no infravermelho de 20 ............................................................................... 139 A.21 Espectro no infravermelho de 21 ............................................................................... 140 A.22 Espectro no infravermelho de 22 ............................................................................... 140 LISTA DE FIGURAS (Continuação) A.23 Espectro no infravermelho de 23 ............................................................................... 141 A.24 Espectro no infravermelho de 24 ............................................................................... 141 A.25 Espectro no infravermelho de 25 ............................................................................... 142 A.26 Espectro no infravermelho de 26 ............................................................................... 142 A.27 Espectro no infravermelho de 27 ............................................................................... 143 A.28 Espectro no infravermelho de 28 ............................................................................... 143 A.29 Espectro no infravermelho de 29 ............................................................................... 144 A.30 Espectro no infravermelho de 30 ............................................................................... 144 A.31 Espectro no infravermelho de 31 ............................................................................... 145 A.32 Espectro no infravermelho de 32 ............................................................................... 145 A.33 Espectro no infravermelho de 33 ............................................................................... 146 A.34 Espectro no infravermelho de 34 ............................................................................... 146 B.1 Espectro de RMN de 1H de 1 (200 MHz, acetona-d6) ................................................... 147 B.2 Espectro de RMN de 13C de 1 (50 MHz, acetona-d6) .................................................... 148 B.3 Espectro de RMN de 1H de 2 (200 MHz, acetona-d6) ................................................... 149 B.4 Espectro de RMN de 13C de 2 (50 MHz, acetona-d6) .................................................... 150 B.5 Espectro de RMN de 1H de 4 (200 MHz, DMSO-d6) ...................................................... 151 B.6 Espectro de RMN de 13C de 4 (50 MHz, DMSO-d6) ....................................................... 152 B.7 Espectro de RMN de 1H de 6 (200 MHz, DMSO-d6) ...................................................... 153 B.8 Espectro de RMN de 13C de 6 (50 MHz, DMSO-d6) ....................................................... 154 B.9 Espectro de RMN de 1H de 8 (200 MHz, DMSO-d6) ...................................................... 155 B.10 Espectro de RMN de 13C de 8 (50 MHz, DMSO-d6) .................................................... 156 B.11 Espectro de RMN de 1H de 10 (200 MHz, DMSO-d6).................................................. 157 B.12 Espectro de RMN de 13C de 10 (50 MHz, DMSO-d6) .................................................. 158 B.13 Espectro de RMN de 1H de 13 (200 MHz, DMSO-d6) ................................................. 159 B.14 Espectro de RMN de 13C de 13 (50 MHz, DMSO-d6) .................................................. 160 B.15 Espectro de RMN de 1H de 14 (200 MHz, acetona-d6) ............................................... 161 B.16 Espectro de RMN de 13C de 14 (50 MHz, acetona-d6) ............................................... 162 B.17 Espectro de RMN de 1H de 15 (200 MHz, acetona-d6) ............................................... 163 B.18 Espectro de RMN de 13C de 15 (50 MHz, acetona-d6) ............................................... 164 LISTA DE FIGURAS (Continuação) B.19 Espectro de RMN de 1H de 16 (200 MHz, acetona-d6) ............................................... 165 B.20 Espectro de RMN de 13C de 16 (50 MHz, acetona-d6) ............................................... 166 B.21 Espectro de RMN de 1H de 17 (200 MHz, acetona-d6) ............................................... 167 B.22 Espectro de RMN de 13C de 17 (50 MHz, acetona-d6) ............................................... 168 B.23 Espectro de RMN de 1H de 18 (200 MHz, acetona-d6) ............................................... 169 B.24 Espectro de RMN de 13C de 18 (50 MHz, acetona-d6) ............................................... 170 B.25 Espectro de RMN de 1H de 19 (200 MHz, CDCl3) ....................................................... 171 B.26 Espectro de RMN de 13C de 19 (50 MHz, CDCl3) ........................................................ 172 B.27 Espectro de RMN de 1H de 20 (200 MHz, acetona-d6) ............................................... 173 B.28 Espectro de RMN de 13C de 20 (50 MHz, acetona-d6) ............................................... 174 B.29 Subespectro de DEPT 135 de 20 (50 MHz, acetona-d6) ............................................ 175 B.30 Espectro de RMN de 1H de 21 (200 MHz, CD3OD) ..................................................... 176 B.31 Espectro de RMN de 13C de 21 (50 MHz, CD3OD) ...................................................... 177 B.32 Espectro de RMN de 1H de 22 (200 MHz, DMSO-d6).................................................. 178 B.33 Espectro de RMN de 13C de 22 (50 MHz, DMSO-d6) .................................................. 179 B.34 Espectro de RMN de 1H de 23 (200 MHz, DMSO-d6).................................................. 180 B.35 Espectro de RMN de 13C de 23 (50 MHz, DMSO-d6) .................................................. 181 B.36 Espectro de RMN de 1H de 24 (200 MHz, DMSO-d6).................................................. 182 B.37 Espectro de RMN de 13C de 24 (50 MHz, DMSO-d6) .................................................. 183 B.38 Espectro de RMN de 1H de 25 (200 MHz, CDCl3) ....................................................... 184 B.39 Espectro de RMN de 13C de 25 (50 MHz, CDCl3) ........................................................ 185 B.40 Espectro de RMN de 1H de 26 (200 MHz, CD3OD) ..................................................... 186 B.41 Espectro de RMN de 13C de 26 (50 MHz, CD3OD) ...................................................... 187 B.42 Espectro de RMN de 1H de 27 (200 MHz, acetona-d6)............................................... 188 B.43 Espectro de RMN de 13C de 27 (50 MHz, acetona-d6) ............................................... 189 B.44 Espectro de RMN de 1H de 28 (200 MHz, acetona-d6) ............................................... 190 B.45 Espectro de RMN de 13C de 28 (50 MHz, acetona-d6) ............................................... 191 B.46 Subespectro de DEPT 135 de 28 (50 MHz, acetona-d6) ............................................ 192 B.47 Espectro de RMN de 1H de 29 (200 MHz, CDCl3) ....................................................... 193 B.48 Espectro de RMN de 13C de 29 (50 MHz, CDCl3) ....................................................... 194 LISTA DE FIGURAS (Conclusão) B.49 Espectro de RMN de 1H de 33 (200 MHz, acetona-d6) ............................................... 195 B.50 Espectro de RMN de 13C de 33 (50 MHz, acetona-d6) ............................................... 196 B.51 Subespectro de DEPT 135 de 33 (50 MHz, acetona-d6) ............................................ 197 B.52 Espectro de RMN de 1H de 34 (200 MHz, DMSO-d6).................................................. 198 B.53 Espectro de RMN de 13C de 34 (50 MHz, DMSO-d6) .................................................. 199 LISTA DE TABELAS 1.1 Estudos clínicos com a tirapazamina ............................................................................. 30 1.2 CI50 (µm) de alguns derivados para células NTR+ e índice de seletividade (IS) ......... 36 1.3 Resultados da avaliação da atividade tripanocida do ANB .......................................... 44 4.1 Dados de caracterização das amidas (4), (6), (8), (10) e (13) ........................................ 56 4.2 CI50 (µM) dos compostos (1) a (34) para a inibição do crescimento das linhagens .......de células tumorais e PBMC ............................................................................................. 77 4.3 CI50 (µM) dos compostos (1) a (34) para a inibição do crescimento dos parasitos ........L. amazonensis e T. cruzi ................................................................................................. 80 LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS ADN Ácido desoxirribonucléico AmB Anfotericina B ArNO2 Nitroaromático assim. Assimétrica CCD Cromatografia em camada delgada CCS Cromatografia em coluna de sílica d Dupleto dd Dupleto duplo dec. Decomposição DEPT Distortionless enhancement by polarization DHA Ácido (4Z,7Z,10Z,13Z,16Z,19Z)-docosa-4,7,10,13,16,19hexaenóico dl Dupleto largo DMAP 4-dimetilaminopiridina DMF N,N-dimetilformamida DMSO Dimetilsulfóxido EDC Cloridrato de 1-etil-3-(3-dimetilaminopropil)carbodiimida F.F. Faixa de fusão F.M. Fórmula molecular IV Infravermelho J Constante de acoplamento escalar lit. Literatura m Multipleto M.M. Massa molar NBS N-bromosuccinimida NHS N-hidroxisuccinimida p/v Peso por volume Pd/C Paládio 10% (p/p) em carvão ativado q Quarteto qt Quinteto LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS (Conclusão) RMN Ressonância Magnética Nuclear s Simpleto sim. Simétrica sl Simpleto largo sx Sexteto t Tripleto t.a. Temperatura ambiente THF Tetrahidrofurano THIQ Tetrahidroisoquinolina v/v Volume por volume δ Deslocamento químico SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 19 1.1 Câncer ................................................................................................................ 19 1.1.1 Características dos tumores sólidos ....................................................... 19 1.1.2 Resistência das células tumorais em hipóxia à radioterapia .............. 21 1.1.3 Resistência das células tumorais em hipóxia à quimioterapia........... 23 1.1.4 Principais classes de agentes antineoplásicos biorredutíveis .......... 24 1.1.5 Outras estratégias no combate ao câncer .............................................. 38 1.2 Doença de Chagas e Leishmanioses .......................................................... 40 1.3 Atividade biológica do ácido 4-bromometil-3-nitrobenzóico ................. 42 1.3.1 Atividade antitumoral do ácido 4-bromometil-3-nitrobenzóico .......... 42 1.3.2 Atividade tripanocida do ácido 4-bromometil-3-nitrobenzóico .......... 43 2 OBJETIVOS .......................................................................................................... 45 3 PLANO DE SÍNTESE ........................................................................................... 46 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 52 4.1 Síntese ............................................................................................................... 52 4.1.1 Obtenção do ácido 4-bromometilbenzóico (1) ....................................... 52 4.1.2 Obtenção dos ácidos (2), (11) e (14) ......................................................... 52 4.1.3 Obtenção das amidas (4), (6), (8), (10) e (13) .......................................... 54 4.1.4 Obtenção das amidas (15) e (16) ............................................................... 58 4.1.5 Obtenção do ácido 4-(hidroximetil)-3-nitrobenzóico (17) .................... 59 4.1.6 Obtenção de 4-(clorometil)-3-nitro-N-(2-cloroetil)benzamida (18)...... 60 4.1.7 Obtenção de (19) e (20) ............................................................................... 62 4.1.8 Obtenção de (21) e (22) ............................................................................... 64 4.1.9 Obtenção de 4-[4-(2-hidroxietil)-1H-1,2,3-triazol-1-il]metil-3-nitro-N.........(2-hidroxietil)benzamida (24) ..................................................................... 65 4.1.10 Obtenção de N,N’-bis-(4-clorometil-3-nitrobenzoil)-1,3...........diaminopropan-2-ol (27) ............................................................................ 68 4.1.11 Obtenção de N,N’-bis-(4-clorometil-3-nitrobenzoil)-2-butanoiloxi...........1,3-diaminopropano (28) ........................................................................... 70 4.1.12 Obtenção de N,N’-dibutanoil-2-[4-(clorometil)-3-nitrobenzoiloxi]...........1,3-diaminopropano (33) ........................................................................... 73 SUMÁRIO (Continuação) 4.1.13 Obtenção do ácido 4-(mercaptometil)benzóico (34) ........................... 75 4.1.14 Obtenção do ácido 4-(mercaptometil)-3-nitrobenzóico (35) .............. 76 4.2 Ensaios biológicos .......................................................................................... 76 4.2.1 Avaliação da atividade citotóxica ............................................................. 76 4.2.2 Avaliação da atividade tripanocida e leishmanicida ............................. 79 5 PARTE EXPERIMENTAL .................................................................................... 82 5.1 Material e métodos gerais.............................................................................. 82 5.2 Procedimentos ................................................................................................. 85 5.2.1 Síntese do ácido 4-(bromometil)benzóico (1)......................................... 85 5.2.2 Síntese do ácido 4-(bromometil)-3-nitrobenzóico (2) ........................... 86 5.2.3 Síntese de N-[4-(clorometil)-3-nitrobenzoiloxi]succinimida (3) .......... 87 5.2.4 Síntese de 4-(clorometil)-3-nitro-N-(2-hidroxietil)benzamida (4) ........ 87 5.2.5 Síntese de N-[4-(bromometil)-3-nitrobenzoiloxi]succinimida (5) ........ 89 5.2.6 Síntese de 4-(bromometil)-3-nitro-N-(2-hidroxietil)benzamida (6) ...... 89 5.2.7 Síntese de N-[4-(clorometil)benzoiloxi]succinimida (7)........................ 91 5.2.8 Síntese de 4-(clorometil)-N-(2-hidroxietil)benzamida (8)...................... 91 5.2.9 Síntese de N-[4-(bromometil)benzoiloxi]succinimida (9) ..................... 93 5.2.10 Síntese de 4-(bromometil)-N-(2-hidroxietil)benzamida (10) ............... 93 5.2.11 Síntese do ácido 4-metil-3-nitrobenzóico (11) ...................................... 94 5.2.12 Síntese de N-[4-metil-3-nitrobenzoiloxi]succinimida (12) .................. 95 5.2.13 Síntese de 4-metil-3-nitro-N-(2-hidroxietil)benzamida (13) ................ 96 5.2.14 Síntese do ácido 4-(clorometil)-3-nitrobenzóico (14) .......................... 97 5.2.15 Síntese de N-[4-(clorometil)-3-nitrobenzoil]morfolina (15) ................ 98 5.2.16 Síntese de 4-(clorometil)-3-nitro-N-propilbenzamida (16) .................. 99 5.2.17 Síntese do ácido 4-(hidroximetil)-3-nitrobenzóico (17) .....................100 5.2.18 Síntese de 4-(clorometil)-3-nitro-N-(2-cloroetil)benzamida (18).......101 5.2.19 Síntese de N-(2-butanoiloxietil)-4-(clorometil)-3-nitrobenzamida .......... (19)................................................................................................................102 5.2.20 Síntese de N-(cis-4,7,10,13,16,19-docosahexenoiloxietil)-4...........(clorometil)-3-nitrobenzamida (20).........................................................103 SUMÁRIO (Conclusão) 5.2.21 Síntese de 4-(morfolinometil)-3-nitro-N-(2-hidroxietil)benzamida ...........(21)................................................................................................................105 5.2.22 Síntese de 4-(tetra-hidroisoquinolinilmetil)-3-nitro-N-(2...........hidroxietil)benzamida (22) .......................................................................106 5.2.23 Síntese de 4-(azidometil)-3-nitro-N-(2-hidroxietil)benzamida (23) ...107 5.2.24 Síntese de 4-[4-(2-hidroxietil)-1H-1,2,3-triazol-1-il]metil-3-nitro-N...........(2-hidroxietil)benzamida (24) ..................................................................108 5.2.25 Síntese de 1,3-diazido-2-propanol (25) ................................................. 109 5.2.26 Obtenção de 1,3-diamino-2-propanol (26) ............................................ 110 5.2.27 Síntese de N,N’-bis-4-clorometil-3-nitrobenzoil-1,3...........diaminopropan-2-ol (27) ...........................................................................111 5.2.28 Síntese de N,N’-bis-4-clorometil-3-nitrobenzoil-2-butanoiloxi-1,3...........diaminopropano (28) ................................................................................112 5.2.29 Síntese de 2-butanoiloxi-1,3-diazidopropano (29) ..............................114 5.2.30 Síntese de N-butanoiloxisuccinimida (30) ........................................... 115 5.2.31 Síntese de N-butanoil-1,3-diaminopropan-2-ol (31) ...........................115 5.2.32 Síntese de N,N-dibutanoil-1,3-diaminopropan-2-ol (32) ....................116 5.2.33 Síntese de N,N’-dibutanoil-2-[4-(clorometil)-3-nitrobenzoiloxi]...........1,3-diaminopropano (33) ..........................................................................117 5.2.34 Síntese do ácido 4-(mercaptometil)benzóico (34) ..............................118 6 CONCLUSÃO ......................................................................................................120 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................122 APÊNDICE A...........................................................................................................130 APÊNDICE B...........................................................................................................147 19 1 INTRODUÇÃO 1.1 Câncer As neoplasias malignas ou câncer representam a segunda causa de mortalidade (15,1%) no Brasil, superadas apenas pelas doenças cardiovasculares (31,6%). De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, estima-se que, para o ano de 2020, aproximadamente 15 milhões de novos casos surgirão, sendo que 70% dos portadores estarão vivendo em países com menos de 5% dos recursos destinados a controlar a doença (INCA, 2012). A terapia do câncer é baseada na cirurgia, radioterapia, imunoterapia e quimioterapia. Entretanto, aproximadamente metade dos pacientes com câncer não são curados por esses tratamentos e cada uma dessas modalidades tem suas limitações (AVENDAÑO e MENENDEZ, 2008a). Uma das principais limitações da quimioterapia e radioterapia está relacionada ao tratamento de tumores sólidos, que apresentam divisão celular relativamente lenta e áreas de baixa concentração de oxigênio, tais como os carcinomas de pulmão, colón e mama (OLIVEIRA e ALVES, 2002). A seguir serão abordadas as principais características dos tumores sólidos que os tornam um desafio no tratamento do câncer. 1.1.1 Características dos tumores sólidos Tumores sólidos são heterogêneos e estruturalmente complexos, constituídos por células cancerosas e células do estroma (fibroblastos e células inflamatórias) incorporadas em uma matriz extracelular e alimentadas por uma rede vascular (TRÉDAN et al., 2007). As células neoplásicas frequentemente ocupam menos da metade do volume total do tumor. Os vasos sanguíneos que se entrelaçam dentro da massa tumoral preenchem 1 a 10% do volume do tumor. O espaço restante é preenchido por matriz rica em colágeno, o 20 interstício, que envolve as células neoplásicas e pode separá-las da vascularização (OLIVEIRA e ALVES, 2002). Inicialmente, o abastecimento sanguíneo do tumor é realizado através da vascularização existente na região. Durante o crescimento do tumor, alguns dos vasos sanguíneos preexistentes são obstruídos ou comprimidos. Posteriormente, pequenos vasos sanguíneos começam a surgir (neovascularização) e, estes, se ramificam excessivamente, são tortuosos e seguem em direções imprevisíveis que podem se modificar constantemente (Figura 1.1). Figura 1.1 – Vasos sanguíneos de um tecido normal e vasos sanguíneos do tumor (Adaptado de BROWN, 2004). Consequentemente, algumas áreas do tumor são bem irrigadas, outras têm pouca ou nenhuma vascularização. O suprimento de oxigênio e nutrientes para as áreas de pouca irrigação sanguínea é dificultado, o que favorece o desenvolvimento de regiões necróticas e de células em condições de hipóxia. As células localizadas próximas aos vasos sanguíneos (periferia do tumor) são células bem oxigenadas. As células localizadas no centro do tumor e, portanto, distantes da vascularização, são células anóxicas e necróticas. As células existentes entre essas duas regiões são conhecidas como células em hipóxia, 21 pois estão localizadas em uma região de baixa concentração de oxigênio (Figura 1.2) (JAIN, 1989, 1994). Figura 1.2 – Secção transversal de um tumor sólido mostrando a diminuição da concentração de oxigênio em relação à distância capilar (OLIVEIRA e ALVES, 2002). As células em condições de hipóxia, apesar de serem capazes de se dividirem, apresentam um ciclo celular prolongado e permanecem indefinidamente em repouso. A proliferação celular diminui como resultado da diminuição dos níveis de oxigênio (KIZAKA-KONDOH, 2003; KENNEDY, 1987). A associação desses fatores explica as dificuldades existentes no tratamento da maioria dos tumores sólidos, tanto com relação à radioterapia, quanto em relação à quimioterapia. 1.1.2 Resistência das células tumorais em hipóxia à radioterapia A radioterapia é uma das principais modalidades para a terapia do câncer e pode ser definida como o uso medicinal da radiação ionizante como parte do tratamento das neoplasias. Ela é baseada na geração de radicais hidroxila a partir da fragmentação homolítica de moléculas de água no local da aplicação da radiação. Esses radicais formados podem reagir com moléculas biológicas 22 como o ADN gerando um radical da biomolécula. A radiação também pode provocar dano direto ao ADN. As defesas celulares contra esses processos são variadas, mas normalmente estão relacionadas com a reação dos radicais formados com moléculas antioxidantes como a glutationa. Essa molécula reage com os radicais das biomoléculas, reparando-os e levando à formação da glutationa-radical que se dimeriza ao derivado dissulfeto. (AVENDAÑO e MENENDEZ, 2008b). Os danos causados pela radiação podem ser reforçados pela presença de oxigênio. Isso é devido à propriedade do oxigênio em reagir com os radicais das biomoléculas gerando outros radicais que não podem ser reparados. A ação da glutationa (G-SH), nesse caso, não leva à molécula original e sim a um derivado oxidado (ADN-OOH) (Figura 1.3) (OLIVEIRA e ALVES, 2002; AVENDAÑO e MENENDEZ, 2008b; FELS, 2006). Figura 1.3 – Proposta de mecanismo de resistência das células em hipóxia à radioterapia. Dessa forma, como as células tumorais em hipóxia localizam-se em regiões de baixa concentração de oxigênio, tais células tornam-se extremamente resistentes à radioterapia. 23 1.1.3 Resistência das células tumorais em hipóxia à quimioterapia Um dos fatores que explicam a resistência dos tumores sólidos à quimioterapia é a dificuldade do fármaco em alcançar as células em hipóxia em concentrações terapêuticas, já que tais células estão localizadas em uma região pouco acessível. Para alcançar as células em hipóxia, um agente quimioterápico deve vencer alguns obstáculos: a) atingir os vasos sanguíneos do tumor; b) atravessar a parede destes vasos em direção ao interstício e c) difundir pelo interstício em direção às células em hipóxia (Figura 1.4) (OLIVEIRA e ALVES, 2002; BROWN e WILSON, 2004). Figura 1.4 – Representação das barreiras que o agente antineoplásico deve vencer para alcançar as células em hipóxia (OLIVEIRA e ALVES, 2002). Como as células em hipóxia se localizam em uma região afastada da vascularização sanguínea, elas recebem poucos nutrientes e precursores bioquímicos essenciais ao processo de divisão celular. Consequentemente, tais células se dividem muito lentamente (fase G0 do ciclo celular) e, portanto, são resistentes aos quimioterápicos que interferem na divisão celular e atuam, 24 principalmente, sob células em rápida divisão (OLIVEIRA e ALVES, 2002; BROWN e WILSON, 2004). 1.1.4 Principais classes de agentes antineoplásicos biorredutíveis Em 1972, Sartorelli e colaboradores levantaram a hipótese que reações de redução ocorreriam com maior facilidade em células com baixa concentração de oxigênio quando comparadas às células normalmente oxigenadas. Foi proposto, então, que esta característica poderia ser explorada no desenvolvimento de citotoxinas com seletividade para as células em hipóxia, as quais só se tornariam citotóxicas após ativação metabólica pelas redutases celulares (LIN et al., 1972). A discriminação entre o tecido normal (oxigenado) e o tumor (hipóxia) pode ser alcançada quando um pró-fármaco possui um grupo funcional que é suscetível a uma redução inicial, transformando-o no fármaco ativo. Quando o oxigênio está presente, como no tecido normal, essa redução pode ser revertida pela transferência de um elétron para o oxigênio levando a um ciclo redox que gera um ânion-radical superóxido e regenera o pró-fármaco. Na ausência de oxigênio, o radical do pró-fármaco é acumulado gerando, as espécies citotóxicas. Caso a redução inicial ocorra somente na região em hipóxia, a seletividade é alcançada (Figura 1.5) (AVENDAÑO e MENENDEZ, 2008e). 25 Figura 1.5 – Comparação entre o processo redutivo em um tecido oxigenado e um tecido em hipóxia. Três propriedades são fundamentais para o sucesso no planejamento de agentes antineoplásicos seletivos para células em hipóxia: solubilidade e difusibilidade adequadas, redução a espécies reativas somente nas regiões em hipóxia e atividade apenas das espécies reduzidas (OLIVEIRA e ALVES, 2002). Para que a primeira etapa de redução aconteça, o composto deve possuir potencial de redução adequado (-330 a -450 mV). Compostos com potenciais de redução fora dessa faixa não são desejáveis, pois podem ser reduzidos facilmente e dessa forma apresentar menor seletividade para regiões de hipóxia (potenciais de redução maiores que -330 mV) ou podem ser difíceis de ser reduzidos até mesmo em hipóxia (potenciais de redução menores que 450 mV) (AVENDAÑO e MENENDEZ, 2008b). Os grupos funcionais presentes nas estruturas dos principais agentes biorredutíveis descritos na literatura são os N-óxidos aromáticos e alifáticos, quinonas e nitroaromáticos. Alguns exemplos serão mostrados a seguir. 26 1.1.4.1 Quinonas As quinonas estão entre os primeiros compostos biorredutíveis estudados. A mitomicina C e a porfiromicina podem ser consideradas como protótipos de agentes alquilantes ativados por redução (AVENDAÑO e MENENDEZ, 2008d). O OCONH2 H2N OCH3 N H3C N R O R = H mitomicina C R = CH3 porfiromicina A mitomicina C é um produto natural extraído da cultura de Streptomyces caespitosus, que contém as unidades quinona e aziridina. Ela é usada como citotoxina desde 1960 e é ativa contra vários tipos de tumores sólidos, mas seu uso é limitado em razão dos efeitos colaterais tais como mielosupressão e danos gastrintestinais (AVENDAÑO e MENENDEZ, 2008d). O mecanismo de ação da mitomicina C em regiões de hipóxia envolve duas reduções monoeletrônicas consecutivas levando à correspondente semiquinona e em seguida à hidroquinona. A partir desse ponto inicia-se uma cascata de reações que levam à alquilação do ADN (Figura 1.6) (AVENDAÑO e MENENDEZ, 2008d). 27 Figura 1.6 – Ativação biorredutiva da mitomicina C (Adaptado de AVENDAÑO e MENENDEZ, 2008d). O OCONH2 H2N OH OCH3 N H3C e,H NH OCH3 N H3C O OH OCONH2 . H2N e,H NH OCONH2 H2N OCH3 N H3C O NH OH mitomicina C - CH3OH H O H OCONH2 H2N Nu N H3C OH OCONH2 -H N H3C NH2 OH O H2N ADN NH OCONH2 H H2N N H3C OH NH OH H O OH NH2 O H2N OH Nu N H3C OH NH2 ADN Nu H2N ADN Nu H N - CO2 + NH3 H3C OH NH2 Nu OH H2N ADN Nu N H3C OH NH2 Ligação cruzada com o ADN A eliminação espontânea de metanol da hidroquinona acontece somente em solução aquosa o que sugere que a protonação do grupo abandonador pela água é essencial. Uma reação de eliminação similar não é possível na mitomicina C, pois o nitrogênio do anel possui caráter de nitrogênio de amida, pois seu par de elétrons está em ressonância com a carbonila da quinona. A porfiromicina, derivado N-metil da mitomicina C, também é de origem natural e encontra-se em estudos clínicos de fase III, em associação com a radioterapia, no tratamento de carcinoma cerebral e de pescoço (CLINICAL TRIALS, 2012a). Um segundo tipo estrutural de quinonas ativadas por biorredução são as aziridinil-quinonas, representadas pela benzoquinona, e indolequinona EO-9. diaziquona (AZQ), derivada da 28 O EtO2C N H N N H N O OH N CO2Et O O diaziquona (AZQ) N CH3 OH EO-9 Essas quinonas são bioativadas por redução de 2 elétrons, particularmente pela redutase DT-diaforase (Figura 1.7), uma enzima que é superexpressa em muitos tumores. O mecanismo de bioativação dessas quinonas é similar ao da mitomicina C. Figura 1.7 – Ativação biorredutiva das aziridinil-quinonas (Adaptado de AVENDAÑO e MENENDEZ, 2008b). ADN ADN O N R' R Nu DT-Diaforase R'' O H Nu OH O N δ R' R R'' OH H HN R' R R'' OH Após a biorredução, a basicidade do nitrogênio do anel aziridínio aumenta, favorecendo a protonação do nitrogênio, resultando em uma espécie altamente eletrofílica capaz de alquilar o ADN. Entretanto, os resultados clínicos para esses compostos não foram satisfatórios (AVENDAÑO e MENENDEZ, 2008e; OLIVEIRA e ALVES, 2002). Em um estudo clínico de fase II, a atividade antitumoral de EO-9 foi avaliada em pacientes com carcinoma de mama, gástrico, colorretal ou pancreático. EO9 não apresentou atividade antitumoral contra os tipos de câncer estudados (DIRIX et al., 1996). Também em estudos clínicos de fase II AZQ não apresentou atividade significante para adenocarcinoma, carcinoma renal, melanoma maligno e carcinoma de mama (DECKER, et al., 1984, 1986; HOST et al., 1983; MARTINO et al., 1988). 29 1.1.4.2 N-óxidos Em 1986, Brown e colaboradores descobriram a toxicidade seletiva para células em hipóxia da tirapazamina (TPZ) e esse foi o primeiro composto desenvolvido especificamente para atuar como citotoxina com seletividade para as células em hipóxia (BROWN e WILSON, 2004). A tirapazamina é um excelente substrato para várias redutases intracelulares, as quais a reduzem, pela adição de um elétron, resultando na formação de um intermediário radicalar altamente reativo (radical TPZ). Em células normais essas espécies reagem com oxigênio regenerando a TPZ e originando um radical superóxido. Entretanto, em condições de hipóxia, o radical TPZ sofre dois tipos de reações de fragmentação levando à formação de radical hidroxila e radical benzotriazinila (BZT), que causam quebra da dupla fita do ADN e inibição da topoisomerase II (Figura 1.8) (AVENDAÑO e MENENDEZ, 2008e). Figura 1.8 – Mecanismo proposto para ativação biorredutiva da tirapazamina (Adaptado de AVENDAÑO e MENENDEZ, 2008e). O N O N N O N O N e, H O2 tirapazamina (TPZ) . N N N N OH NH2 O2 Células em hipóxia NH2 SR 4317 NH2 .OH radical TPZ Quebra da dupla fita do ADN Células normais O N O N Células em hipóxia . N N OH . N N NH H radical TPZ NH radical BTZ H2O Como a tirapazamina é seletivamente reduzida nas regiões em hipóxia, é necessário que, após sofrer biorredução, a espécie reativa formada atue sobre 30 as células em hipóxia e se difunda para a periferia do tumor para matar, também, as células tumorais bem oxigenadas. Entretanto, estudos de triagem clínica já demonstraram que a TPZ tem baixa capacidade de difusão, não sendo capaz de erradicar todo o tumor. Como alternativa, quando combinada com a radioterapia, a TPZ é altamente efetiva e potencializa a morte das células tumorais. Ela é, também, extremamente efetiva para a potencialização da atividade antitumoral da cisplatina (KOVACS et al., 1999). Estudos clínicos de fase III utilizando a associação da TPZ com radioterapia e cisplatina no tratamento de pacientes com câncer de pescoço e cabeça já foram concluídos. Entretanto, nesse estudo, a TPZ não foi capaz de aumentar a sobrevivência dos pacientes com câncer em estado avançado (RISCHIN et al., 2010). Um resumo dos estudos clínicos realizados com a TPZ está ilustrado na Tabela 1.1. Atualmente, a tirapazamina encontra-se em estudos de fase III para o tratamento de pacientes com câncer cervical (SRI BIOSCIENCES, 2011). Tabela 1.1 – Estudos clínicos com a tirapazamina. Fase Tratamento Estudo Pacientes Status I-II TPZ + CIS + EFC2938 17 Concluído XRT DF14729 25 Concluído TPZ + CIS + EFC3344 122 Concluído EFC4511 62 Concluído TPZ + CIS + EFC5512 550 Concluído XRT EFC4690 861 Concluído IIb 5FU + XRT II TPZ + CIS + 5FU + XRT III __________________________ CIS = cisplatina; XRT = irradiação; 5FU = 5-fluorouracila. Outro exemplo de agentes biorredutíveis são os N-óxidos alifáticos e o representante mais conhecido dessa classe é o N-óxido de dimetilaminoantraquinona AQ4N. Após ativação redutiva, AQ4N é convertido em AQ4, o qual tem alta afinidade pelo ADN e inibe a enzima topoisomerase II (Figura 1.9). A interação de AQ4 é facilitada pela sua estrutura planar, deficiente de elétrons, capaz de intercalar entre pares de bases adjacentes do ADN. Este complexo é estabilizado por interações eletrostáticas e ligações de 31 hidrogênio com os grupos fosfato da desoxirribose (AVENDAÑO e MENENDEZ, 2008b; OLIVEIRA e ALVES, 2002; PAPADOPOULOS, 2008). Figura 1.9 – Ativação biorredutiva de AQ4N (Adaptado de AVENDAÑO e MENENDEZ, 2008e). OH O HN O CH3 N CH3 H OH O HN CH3 N CH3 1. Redução 2. Protonação OH O AQ4N HN O N CH3 CH3 Inibição da topoisomerase II OH O HN AQ4 H N CH3 CH3 Atualmente AQ4N está em estudos clínicos de fase I/II em associação com radioterapia e temozolomida para o tratamento de pacientes com glioblastoma multiforme (WILLIAMS et al., 2009; CLINICAL TRIALS, 2012b). 1.1.4.3 Derivados nitroaromáticos No final da década de 60, Adams, Fowler e colaboradores foram os pioneiros na utilização de nitroimidazóis como radiossensibilizadores para células em hipóxia. Radiossensibilizadores mimetizam os efeitos do oxigênio reagindo com os radicais formados pela radiação. O sucesso do tratamento de tumores sólidos com o metronidazol foi a confirmação in vivo dessa hipótese (ADAMS, 1973). Estes compostos foram desenvolvidos como radiossensibilizadores, mas, posteriormente, foi demonstrado que a exposição prolongada das células em hipóxia aos nitroimidazóis resulta na morte seletiva de tais células, mesmo na ausência de radiação (TAYLOR e RAUTH, 1978). Isso ocorre devido à redução metabólica do grupo nitro com consequente formação de intermediários altamente reativos, sendo o ânion nitro radical e a hidroxilamina os principais responsáveis pela citotoxicidade (Figura 1.10). 32 Acredita-se que o ânion nitro radical atue como aceptor de prótons e elétrons, oxidando o ADN com consequente destruição da dupla fita do ácido nucléico. Em relação à hidroxilamina, Knox e colaboradores propuseram que a capacidade desse composto em se ligar ao ADN é devido à sua acetilação in vivo e subsequente reação do derivado N-acetóxido com o ADN (KNOX, 1988, 1991). Figura 1.10 – Etapas de biorredução de compostos nitroaromáticos. ADNox ADN ArNO2 O2 1e- ArNO2 H H ArNO2 O2 1e-/H ArNO 2e-/2H ArNHOH H2 O 2e-/2H ArNH2 Acetil CoA H Ar N ADN ADN Ar H N O O CH3 AcO A formação do ânion nitro radical pode ser revertida ou inibida pela presença de oxigênio no meio e, consequentemente, a sequencia das etapas de biorredução é restrita a células em hipóxia. Apesar de os nitroimidazóis tais como o metronidazol e o misonidazol possuírem seletividade para células em hipóxia, eles apresentam baixa potência e, consequentemente, elevadas doses são necessárias para exercerem uma ação citotóxica. (HAY et al., 1995). O2N CH2CH2OH N CH 3 N metronidazol N NO2 N CH2CHCH2OCH3 OH misonidazol Em função disso, novos compostos dessa classe forram estudados, como, por exemplo, o análogo RSU-1069. A presença do anel aziridino na estrutura do RSU-1069 aumenta a potência desse composto, pois representa um ponto de 33 interação adicional, conforme mostrado na Figura 1.11. Em tecidos normais o RSU-1069 se comporta como um agente monoalquilante, pela alquilação do ADN pelo anel aziridínio. Em condições de hipóxia, ele se torna um agente bifuncional, capaz de realizar ligação cruzada com o ADN. Após biorredução, o RSU-1069 se torna 50 a 100 vezes mais citotóxico, entretanto, estudos clínicos demonstraram alta toxicidade intestinal o que impossibilitou o prosseguimento dos estudos (AVENDAÑO e MENENDEZ, 2008e). Figura 1.11 – Mecanismo de ação proposto para RSU-1069 (Adaptado de N N NO2 OH H AVENDAÑO e MENENDEZ, 2008e). N N NO2 NO2 Biorredução N N OH OH N RSU-1069 N H ADN N N NHOH NH NH Nu ADN OH Nu ADN Nu O-acetilação N N H N Nu OH NH ADN Nu N ADN ADN Nu N O NH CH3 O OH NH AcO ADN Nu Além dos nitroimidazóis, outra classe de nitroaromáticos importante são as mostardas nitroaromáticas. A atividade das mostardas nitrogenadas está relacionada com a densidade eletrônica no nitrogênio da mostarda. Em 1986, Denny e Wilson sintetizaram uma série de mostardas nitroaromáticas e avaliaram o seu potencial como agentes citotóxicos seletivos para células em hipóxia. A presença do grupo nitro (fortemente retirador de elétrons) desativa a mostarda por deslocalização do par de elétrons do nitrogênio amínico. Em células em hipóxia, o grupo nitro seria reduzido a amino ou hidroxilamino (fortemente doador de elétrons) ativando, assim, a mostarda (Figura 1.12) (AVENDAÑO e MENENDEZ, 2008c). 34 Figura 1.12 – Ativação das mostardas nitroaromáticas após biorredução (Adaptado de AVENDAÑO e MENENDEZ, 2008c). O N O HN R HN R Biorredução N N Cl Cl N Cl inativa Cl Cl ativa (R= H ou OH) O exemplo mais simples desse tipo de pró-fármaco é a N,N-bis(2-cloroetil)-4nitrobenzenamina. Entretanto essa mostarda apresentou baixa solubilidade em água e potencial de redução fora da faixa ideal (-515 mV). O baixo potencial de redução dessa mostarda dificulta a sua redução mesmo em regiões de hipóxia (AVENDAÑO e MENENDEZ, 2008e; DENNY et al., 1990). Para contornar essas limitações, uma série de mostardas derivadas da 2,4dinitroanilina, ligadas a uma cadeia hidrofílica foi preparada. O análogo mais seletivo foi o SN-23862 que apresentou potencial de redução adequado (-460 mV) e hidrossolubilidade moderada (PALMER et al., 1992). NO2 NO2 CONH2 O2N N Cl N Cl N,N-bis(2-cloroetil)-4nitrobenzenamina Cl Cl SN-23862 Estudos adicionais foram realizados com o SN-23862. Entretanto, durante esses estudos demonstrou-se que o grupo nitro localizado em orto em relação à mostarda era reduzido preferencialmente, resultando na formação do metabólito 4-amino ou hidroxilamino correspondente. Porém, esse metabólito 35 sofre uma rápida ciclização intramolecular, originando a tetra-hidroquinoxalina que possui citotoxicidade muito inferior a dos derivados 4-amino e hidroxilamino (Figura 1.13) (PALMER et al., 1995, 1996). Figura 1.13 – Biorredução da mostarda SN-23862. NO2 NO2 CONH2 biorredução (R= H ou OH) O2N CONH2 R HN N Cl NO2 R N Cl Cl CONH2 N N Cl SN-23862 Cl tetra-hidroquinoxalina A formação da tetra-hidroquinoxalina constituiu um empecilho na utilização da mostarda em estudos adicionais. Entretanto, esse problema foi solucionado quando Anlezark e colaboradores isolaram e purificaram uma nitrorredutase de E. coli capaz de reduzir seletivamente o grupo nitro de SN-23862 localizado na posição orto ao grupo carboxamido. A redução desse grupo a hidroxilamino leva à ativação da mostarda e evita a formação do produto de ciclização (ANLEZARK et al., 1992 e 1995). Atwell e colaboradores avaliaram a relação estrutura-atividade de 2,4dinitrobenzamida-5-mostardas, incluindo 32 novos exemplos, como potenciais pró-fármacos para GDEPT (Gene-Directed Enzyme-Prodrug Therapy) com nitrorredutase de E. coli. O sistema GDEPT envolve a transferência de um gene às células tumorais, capaz de codificar a transcrição de uma enzima, que será responsável pela ativação do pró-fármaco. A seletividade (IS) dos compostos foi avaliada pela razão entre a CI50 para as linhagens de células tumorais que não codificam a enzima (NTR-) e a CI50 para as linhagens de células que expressam a nitrorredutase (NTR+). Alguns dados relevantes estão ilustrados na Tabela 1.2. (ATWELL et al., 2007). 36 Tabela 1.2 – CI50 (µm) de alguns derivados para células NTR+ e índice de seletividade (IS). X NO2 CONHR O2N N X X * R CI50 IS Cl (CH2)2OH 4,48 179 Br (CH2)2OH 0,20 350 Br/OMs (CH2)2OH 0,46 537 Cl CH2CH(OH)CH2OH 4,33 275 Br CH2CH(OH)CH2OH 0,24 819 OMs CH2CH(OH)CH2OH 12,3 28 Cl (CH2)2N(CH3)2 46,7 2,1 Cl (CH2)2Nmorfolida 71,6 4,2 ___________________ * média geométrica considerando 3 linhagens de células tumorais: EMT6 (carcinoma mamário de camundongo), WiDr (carcinoma de cólon humano) e Skov3 (carcinoma de ovário humano). Análogos com grupos abandonadores mais reativos (especialmente bromo e mesilato) apresentaram dicloromostardas. maior Variações potência das cadeias e seletividade carboxamidas do que as (especialmente monoálcoois) são bem toleradas e podem ser usadas para aumentar a solubilidade aquosa, embora as cadeias contendo aminas terciárias básicas suprimem a seletividade em todos os casos e a cadeia dihidroxi diminui a potência quando combinada com grupo abandonador mesilato na unidade da mostarda. Com base nos resultados in vitro, uma série representativa de 19 compostos foi selecionada para estudos in vivo, utilizando camundongos com tumor EMT-6 ou WiDr. Surpreendentemente, a toxicidade das mostardas em camundongos foi menor para os análogos dibromo, dimesilato e bromomesilato do que para as menos reativas dicloromostardas (ATWELL et al., 2007). Estudos mais avançados com as mostardas nitroaromáticas resultaram no desenvolvimento da mostarda PR-104, considerada como um “pré-prófármaco”. PR-104 possui um éster fosfato hidrofílico na cadeia lateral que é rapidamente convertida in vivo ao álcool PR-104A. PR-104A é reduzido seletivamente em condições de hipóxia aos metabólitos citotóxicos hidroxilamino (PR-104H) e amino (PR-104M) (Figura 1.14) que exercem seus 37 efeitos tóxicos pela formação de ligações cruzadas com o ADN (GU et al., 2011). PR-104 entrou, recentemente, em estudos de triagem clínica para determinação de toxicidade em vinte e seis pacientes portadores de tumor sólido avançado, dentre eles melanoma, carcinoma colorretal, tumor das glândulas salivares e glioblastoma (MCKEAGE et al., 2011). Figura 1.14 – Ativação da mostarda PR-104. NO2 NO2 H N O2N N O PO32- H N O2N O N fosfatases Br NHR OH H N O2N O N bioredução OMs Br PR-104 OMs PR-104A OH O Br OMs R = OH PR-104H R = H PR-104M Outra classe de nitroaromáticos estudada são os haletos e carbamatos nitrobenzílicos nas posições orto ou para. Compostos nitrobenzílicos apresentando um bom grupo abandonador na posição benzílica podem ser reduzidos aos metabólitos hidroxilamino ou amino gerando uma espécie altamente eletrofílica capaz de alquilar o ADN (Figura 1.15) (TEICHER e SARTORELLI, 1980; WAKSELMAN et al., 1990; AVENDAÑO e MENENDEZ, 2008e). Figura 1.15 – Biorredução de compostos nitrobenzílicos. biorredução X H NHR NO2 NR NHR - HX X CH2 Nu ADN Nu ADN (R = H ou OH) Em 1990, Walkseman e colaboradores sintetizaram uma série de ésteres e haletos nitrobenzílicos. O efeito antitumoral dos compostos foi avaliado em camundongos com sarcoma de Crocker. O derivado mais ativo foi o butirato de 38 2-nitrobenzila. A atividade desse composto parece estar relacionada com a formação de espécie altamente eletrofílica capaz de alquilar o ADN após biorredução e consequente liberação de ácido butírico (Figura 1.16). O ácido butírico é um ácido graxo com conhecida atividade antitumoral que será abordada posteriormente (subitem 1.1.5.2). Figura 1.16 – Biorredução do butirato de 2-nitrobenzila. O biorredução O NO2 O NHR O CH2 O HO NR butirato de 2-nitrobenzila espécies ativas (R = H ou OH) 1.1.5 Outras estratégias no combate ao câncer 1.1.5.1 Ácido (4Z,7Z,10Z,13Z,16Z,19Z)-docosa-4,7,10,13,16,19-hexaenóico (DHA) Uma estratégia para um maior sucesso da quimioterapia é encontrar uma propriedade bioquímica ou fisiológica do tecido tumoral que possa ser explorada no direcionamento de fármacos para o tumor. Sauer e colaboradores relataram que tumores absorvem rapidamente alguns tipos de ácidos graxos naturais do sangue, presumivelmente para uso como precursores bioquímicos e energia (BRADLEY et al., 2001; SAUER et al., 1982, 1986, 1990 e 1992). Estudos indicaram que alguns ácidos graxos de cadeia longa, dentre eles o DHA, são capazes de inibir o crescimento de tumor de mama humano tanto em cultura de células quanto em roedores e de aumentar a eficácia de fármacos antitumorais (MAHÉO et al., 2005). O HO DHA 39 Vários mecanismos têm sido propostos para explicar a atividade dos ácidos graxos poli-insaturados contra células cancerosas, incluindo alteração na expressão gênica, modulação da proliferação celular, apoptose e diferenciação, aumento do transporte do fármaco através da membrana celular, geração de radicais livres e peroxidação lipídica (MAHÉO et al., 2005). Bradley e colaboradores demonstraram que o conjugado DHA-paclitaxel apresentou eficácia terapêutica superior quando comparado ao paclitaxel livre em modelos de tumores experimentais, além de provocar menos efeitos colaterais. A maior eficácia do DHA-paclitaxel foi atribuída principalmente a sua extensiva ligação a proteínas plasmáticas, o que resulta em um menor volume de distribuição e clearance sistêmico lento (WANG et al., 2006; BRADLEY et al., 2001). Atualmente o conjugado DHA-paclitaxel está em estudos clínicos de fase II para o tratamento de pacientes com câncer pancreático (CLINICAL TRIALS, 2012c). Os conjugados DHA-doxorrubicina e DHA-10-hidroxicamptotecina foram sintetizados por Wang e colaboradores e em ambos a atividade antitumoral do conjugado apresentou maior eficácia comparado ao fármaco livre (WANG et al., 2006, 2005). Dessa forma, a conjugação com o DHA pode ser uma estratégia válida para aumentar a eficácia de agentes antitumorais. 1.1.5.2 Ácido butírico O ácido butírico é um ácido graxo de cadeia curta (4 carbonos) que ocorre naturalmente no corpo (PRASAD, 1980). Estudos têm demonstrado que a atividade antitumoral do ácido butírico está relacionada com a indução de diferenciação celular. O ácido butírico foi capaz de induzir diferenciação em uma ampla variedade de células neoplásicas in 40 vitro. O potencial uso clínico do ácido butírico é limitado pela dificuldade aparente de atingir concentrações efetivas devido ao seu rápido metabolismo (NIITSU et al., 2000; CHEN e BREITMAN, 1994; PRASAD, 1980). Niitsu e colaboradores relataram que a associação entre um pró-fármaco do ácido butírico, o butirato de pivaloiloximetila (AN9), e a doxorrubicina inibiu sinergicamente o crescimento de células de linfoma e carcinoma de pulmão (NIITSU et al., 2000). O O O O AN9 A busca por pró-fármacos do ácido butírico que possam melhorar seu perfil farmacocinético bem como a sua associação com outros agentes antitumorais é de grande interesse. 1.2 Doença de Chagas e Leishmanioses Protozoários tripanossomatídeos são responsáveis por causar diversas doenças em seres humanos incluindo a Doença de Chagas e as leishmanioses. A doença de Chagas é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e é encontrada principalmente na América Latina. Estima-se que 10 milhões de pessoas estejam infectadas em todo o mundo e que mais de 25 milhões vivam em regiões de risco. Em 2008, calcula-se que a doença de Chagas tenha matado mais de 10.000 pessoas (OMS, 2012). A quimioterapia atualmente disponível para o tratamento da doença de Chagas baseia-se em apenas dois fármacos: o nifurtimox e o benznidazol. O tratamento com esses fármacos é considerado insatisfatório devido a sua limitada eficácia na fase crônica e seus efeitos colaterais graves (URBINA, 2003). 41 H3C O2N O N N O S O NO2 N nifurtimox H N N O benznidazol A leishmaniose é uma doença tropical negligenciada causada pelo protozoário do gênero Leishmania e ameaça 350 milhões de pessoas em 88 países. Existem diferentes formas de leishmanioses sendo a cutânea e a visceral as mais comuns. As espécies causadoras de leishmaniose cutânea são Leishmania (Leishmania) amazonenses, L. (L.) major, L. (L.) tropica, L. (L.) ethiopica, L. (Viannia) braziliensis e L. (L.) mexicana. Os principais agentes etiológicos das leishmanioses viscerais são L. (L.) donovani e L. (L.) infantum. (CROFT, 2003). Os compostos antimoniais pentavalentes são utilizados como fármacos de primeira escolha para o tratamento das leishmanioses, seguidos da anfotericina B, pentamidina e miltefosina (Figura 1.17). Entretanto, todos os agentes quimioterápicos atualmente disponíveis possuem sérias limitações, como necessidade de administração parenteral por um longo tempo e efeitos adversos graves (CROFT, 2003; SHUKLA, 2010). 42 Figura 1.17 – Quimioterápicos utilizados no tratamento das leishmanioses. OH O HO H HO OH O O O OH H O O Sb Sb O O O O O . 3 Na OH O O HO OH OH OH OH OH O O OH OH OH O estibogluconato de sódio anfotericina B O HO OH NH2 OH OH O O Sb HO OH OH O O OH H2N N H NH2 NH NH antimoniato de N-metilglucamina pentamidina O O P O O N miltefosina Em razão desse cenário desfavorável, a busca de novos fármacos mais seletivos e eficazes para a doença de Chagas e leishmanioses é de extrema importância. 1.3 Atividade biológica do ácido 4-bromometil-3-nitrobenzóico 1.3.1 Atividade antitumoral do ácido 4-bromometil-3-nitrobenzóico Dentre as substâncias nitroaromáticas bioativas sintetizadas no Laboratório de Química Farmacêutica (FAFAR-UFMG), destaca-se o ácido 4-bromometil-3nitrobenzóico (ANB). COOH NO2 CH2Br ANB 43 Soares e colaboradores (2010) avaliaram a atividade citotóxica in vitro do ANB frente à linhagem de células tumorais humanas UACC-2 (melanoma) e JURKAT (leucemia linfóide). A porcentagem da proliferação após tratamento das células com o ANB na concentração de 100 µM foi de 84% + 17% (UACC2) e 57% + 3% (JURKAT). Estudos de avaliação da atividade antitumoral in vivo do ANB foram posteriormente conduzidos. Nesses estudos foram utilizados camundongos portadores de tumor sólido de Ehrlich. O ANB foi administrado por via intratumoral, na dose de 50 mg/Kg. A avaliação da eficácia do composto foi determinada por meio da medida do volume do tumor (mm3) e comparação com o grupo controle não tratado. O ANB apresentou atividade antitumoral significativa quando comparado ao grupo controle (Figura 1.18) (OLIVEIRA et al., 2012). Figura 1.18 - Gráfico de comparação de crescimento tumoral entre grupo controle e o ANB. Considerando a importância dos nitroaromáticos como agentes biorredutíveis e com base na atividade antitumoral apresentada pelo ANB, foi proposta nesse trabalho a síntese de análogos do ANB com potencial atividade citotóxica e seletividade para células em hipóxia. 1.3.2 Atividade tripanocida do ácido 4-bromometil-3-nitrobenzóico Inicialmente, a atividade tripanocida in vitro do ANB foi avaliada contra as formas tripomastigotas de cepas Y de T. cruzi. Nas doses 500 e 250 µg/ml, o 44 ANB foi capaz de eliminar o parasito do sangue murino infectado (OLIVEIRA et al., 2003). Além do estresse oxidativo que o ANB pode provocar no interior do parasito em razão da biorredução do grupo nitro, outro provável mecanismo da ação tripanocida do ANB pode estar relacionado com sua capacidade de inibir a atividade da enzima tripanotiona redutase (TR) (resultados não publicados) (Tabela 1.3). Tabela 1.3 - Resultados da avaliação da atividade tripanocida do ANB. ANB Atividade contra T. cruzi (% lise) Inibição da TR a (% inibição) b Concentração (µ µg/ml) 500 250 125 62,5 26 13 6,5 3,25 Resultado (%) 100 100 53 13 104 95 78 65 _________________________________ a b Violeta de genciana foi utilizada como controle positivo na dose 7,5 µg/ml; Clomipramina foi utilizada como controle positivo na dose 6,5 µM. Acredita-se que o ANB possa atuar como um substrato subversivo da TR, sendo reduzido por essa enzima ao correspondente ânion radical, o qual reage com o oxigênio molecular resultando na formação de radicais livres. Concomitantemente, a redução fisiológica do substrato natural da TR (tripanotiona dissulfeto) é inibida, pois a enzima está envolvida na redução dos radicais livres formados a partir da redução do ANB. A TR é uma enzima essencial para a sobrevivência dos tripanossomatídeos e, consequentemente, sua inibição resulta na morte do parasito. Tendo em vista a atividade tripanocida apresentada pelo ANB, propõe-se, nesse trabalho, a síntese de derivados do ANB apresentando maior atividade tripanocida. A atividade leishmanicida desses derivados também será avaliada já que as diferentes espécies de Leishmania também são dependentes da TR e sensíveis a espécies reativas de oxigênio. 45 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral Objetivou-se com esse trabalho desenvolver novas substâncias com atividade tripanocida, leishmanicida e antitumoral, com base na estrutura do ácido 4bromometil-3-nitrobenzóico (ANB). 2.2 Objetivos específicos a) sintetizar amidas e ácidos baseados na estrutura do ácido 4-bromometil-3nitrobenzóico, bem como análogos não nitrados para fins de comparação; b) avaliar a atividade in vitro das substâncias sintetizadas contra as formas tripomastigotas e amastigotas de T. cruzi e promastigotas de Leishmania amazonensis; c) avaliar a capacidade das substâncias sintetizadas em inibir a proliferação celular de linhagens de células neoplásicas in vitro; d) avaliar a citotoxicidade das substâncias sintetizadas para células normais para determinação da seletividade. 46 3 PLANO DE SÍNTESE Considerando a capacidade de os nitroaromáticos atuarem como agentes biorredutíveis e a atividade apresentada pelo ácido 4-bromometil-3- nitrobenzóico (2), é de interesse a preparação de derivados do ácido (2) para estudos de relação estrutura-atividade, objetivando o desenvolvimento de análogos mais potentes, menos tóxicos e apresentando melhores propriedades físico-químicas. COOH NO2 CH2Br (2) Com base nessas observações a síntese de uma série de ácidos e amidas relacionados ao ANB foi proposta nesse trabalho. A síntese de ácidos apresentando diferentes substituintes na posição benzílica (-H, -Br, -Cl, -OH e -SH) foi planejada para a investigação da relevância do mecanismo de alquilação para a atividade (Figura 3.1). Se esse mecanismo for relevante, as substâncias apresentando melhores grupos abandonadores na posição benzílica serão, provavelmente, mais ativas. 47 Figura 3.1 – Plano de síntese para obtenção dos ácidos (1), (2), (11), (14), (17), (34) e (35). COOH COOH COOH i ii ii NO2 CH3 CH3 11 COOH COOH CH2Br 1 COOH iii NO2 CH2Br 2 iv iv COOH COOH COOH NO2 CH2Cl 14 CH2SH 34 NO2 CH2SH 35 NO2 CH2OH 17 ii CH2Cl __________________________ i = peróxido de benzoíla, NBS, benzeno, refluxo; ii = ácido nítrico fumegante, 0°C; iii = sol. aquosa de NaHCO3, 80°C; iv = tiouréia, água, NaHCO3, HCl. Bromação da posição benzílica do ácido p-tolúico, utilizando NBS e na presença de peróxido de benzoíla como iniciador radicalar, permitirá a obtenção do derivado bromado (1). Os produtos nitrados serão obtidos por reação de substituição eletrofílica do anel aromático utilizando-se ácido nítrico fumegante. Para obtenção do derivado hidroxilado (17), o ácido (2) será submetido à reação de substituição nucleofílica com solução de bicarbonato de sódio. Os derivados (34) e (35) serão obtidos por reação com a tiouréia. Visando à melhoria das propriedades físico-químicas e tendo em vista a importância da hidrossolubilidade para a biodisponibilidade, foi planejada a síntese de amidas derivadas do ANB apresentando maior caráter hidrossolúvel. Para isso a etanolamina foi a amina escolhida para o acoplamento com o ácido carboxílico por apresentar um grupo hidroxila hidrofílico na cadeia lateral. A síntese de análogos não nitrados será importante para comprovação da importância do grupo nitro para a atividade. Conforme ilustrado na Figura 3.2, as amidas serão obtidas por ativação do ácido carboxílico correspondente com NHS, seguida do acoplamento com a etanolamina. Os análogos clorados serão obtidos por reação de substituição nucleofílica utilizando-se NaCl em DMF. 48 Figura 3.2 – Plano de síntese para obtenção das amidas (4), (6), (8), (10) e (13). H N O O OH H N OH H N O iv O H N H N OH iv CH2Cl CH2Br 8 10 OH O OH NO2 CH2Br 6 ii, iii ii, iii COOH COOH COOH CH3 CH2Br 1 NO2 CH2Br 2 NO2 CH2Cl 4 i, ii, iii NO2 CH3 13 ________________________________________ i = HNO3 fumegante, 0°C; ii = EDC, NHS, diclorometano, t.a.; iii = etanolamina, diclorometano; iv = NaCl, DMF. Para avaliar a importância da hidrossolubilidade para a atividade, bem como de uma possível interação do grupo hidroxila da cadeia lateral da etanolamina com o alvo biológico (ADN), foi proposta a síntese da amida da propilamina (16). A amida (15) foi planejada como uma restrição conformacional de (4) a fim de se otimizar uma possível interação da cadeia lateral da amida com o biorreceptor (ADN). A obtenção de (15) consistirá na ativação do ácido carboxílico (14) com NHS, seguida do acoplamento com a morfolina. O acoplamento do ácido ativado com a propilamina fornecerá a amida (16) (Figura 3.3). 49 Figura 3.3 – Plano de síntese para obtenção de (15) e (16). O O N i, ii COOH NO2 CH2Cl 14 i, iii NO2 CH2Cl 15 O H N NO2 CH2Cl 16 _________________________ i = EDC, NHS, diclorometano; ii = morfolina, diclorometano, iii = propilamina, diclorometano. Outra estratégia para melhoria das propriedades físico-químicas envolve a síntese de amidas-amina (21) e (22), bem como da amida-triazol (24) (Figura 3.4). Além de proporcionar maior hidrossolubilidade, a síntese das amidas (21), (22) e (24) será importante para avaliar a influência na atividade de grupos contendo nitrogênio na posição benzílica, pois, a princípio, não representam bons grupos abandonadores. Vale ressaltar que compostos contendo grupo amino na posição benzílica foram sintetizados por nosso grupo de pesquisa e apresentaram boa atividade tripanocida (OLIVEIRA et al., 2003). 50 Figura 3.4 – Plano de síntese para obtenção de (21), (22), (24). H N O OH NO2 N 22 ii O H N O OH NO2 i N O 21 H N NO2 CH2X 4 X = Cl ou 6 X = Br O OH iii, iv HO H N OH NO2 N N 24 N __________________________________ i = morfolina, acetona; ii = tetrahidroisoquinolina, acetona; iii = NaN3, água, acetona; iv = 3-butin-1-ol, ascorbato de sódio, CuSO4, t-butanol. Na tentativa de aumentar a potência, foram planejados análogos como potenciais agentes bisalquilantes (Figura 3.5). A síntese do derivado mesilado foi proposta a partir da substituição da hidroxila de (4) por um bom grupo abandonador, utilizando-se cloreto de mesila. Uma série de reações a partir da epicloroidrina levaria à obtenção do derivado (27): substituição nucleofílica utilizando-se azida de sódio, hidrogenação catalítica e acoplamento com o ácido ativado (3). 51 Figura 3.5 – Plano de síntese para obtenção de potenciais agentes bisalquilantes. H N O H N O OH OMs i NO2 CH2Cl NO2 CH2Cl 4 O O OH ii N3 Cl OH iii N3 H2N 25 H N OH H N O iv NH2 O2N 26 NO2 CH2Cl CH2Cl 27 ________________________________________ i = cloreto de mesila, diclorometano; ii = NaN3, água, acetonitrila; iii = H2, Pd/C; iv = (3), diclorometano. Conhecendo a atividade antitumoral de alguns ácidos graxos, foi proposta a conjugação do ácido butírico e/ou do DHA com os derivados (4) e (27) na presença de EDC e DMAP (Figura 3.6). Figura 3.6 – Plano de síntese para obtenção de (19), (20) e (28). O H N O O ii O H N NO2 CH2Cl 20 OH NO2 CH2Cl 4 O H N O i O NO2 CH2Cl 19 O H N OH H N O O H N O O H N O i O2N CH2Cl 27 NO2 CH2Cl O2N CH2Cl 28 NO2 CH2Cl ________________________________________ i = ácido butírico, EDC, DMAP, diclorometano; ii = DHA, EDC, DMAP, diclorometano. 52 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Síntese 4.1.1 Obtenção do ácido 4-bromometilbenzóico (1) COOH COOH NBS (C6H5COO)2 1 2 3 benzeno 4 CH3 CH2Br 1 O ácido (1) foi obtido por reação de bromação benzílica do ácido p-tolúico utilizando-se NBS e peróxido de benzoíla em benzeno sob refluxo (BARANY e ALBERICIO, 1985). Após recristalização em metanol o produto foi obtido com 64% de rendimento. No espectro de RMN de 1H de (1) (Figura B.1, p. 147) observa-se, além dos sinais referentes aos hidrogênios aromáticos, um sinal em δ 4,71 referente aos hidrogênios benzílicos. No espectro de RMN de 13 C de (1) (Figura B.2, p. 148) observa-se o sinal referente ao carbono ligado ao bromo em δ 33,11. 4.1.2 Obtenção dos ácidos (2), (11) e (14) COOH COOH 1 HNO3 fumeg. 6 5 2 NO2 CH2R 4 CH2R 3 2 R = Br 11 R = H 14 R = Cl 53 Os derivados nitrados (2), (11) e (14) foram obtidos por reação de substituição eletrofílica do anel aromático, a partir de (1), ácido p-tolúico e ácido 4clorometilbenzóico, respectivamente, utilizando ácido nítrico fumegante (BARANY e ALBERICIO, 1985). Os produtos foram obtidos com 54%, 87% e 51% de rendimento, respectivamente. Nos espectros no infravermelho de (2), (11) e (14) (Figuras A.2, p. 130, A.11, p. 135 e A.14, p. 136) são observadas as bandas referentes às deformações axiais assimétricas e simétricas de Ar-NO2 (~ 1530 e 1350 cm-1). Nos espectros de RMN de 1H de (2) e (14) (Figuras B.3, p. 149 e B.15, p. 161) a substituição do anel aromático pode ser confirmada pelo aparecimento de 3 sinais referentes aos três hidrogênios aromáticos com multiplicidade característica de anel tri-substituído. Além disso, os sinais referentes aos hidrogênios aromáticos de (2) aparecem em deslocamento químico maior em relação aos do material de partida. Isso se deve a um efeito de desblindagem evidenciando a introdução de um grupo retirador de elétrons ao anel. Nos espectros de RMN de 13 C de (2) e (14) (Figuras B.4, p. 150 e B.16, p. 162) observa-se, além de outros sinais, o sinal referente ao carbono ligado ao grupo nitro (δ 149,05 e 149,17 respectivamente). A obtenção do derivado nitrado (11) foi confirmada pela determinação de sua faixa de fusão (184,1 – 185,2 °C) e comparação com a descrita na literatura (187 – 188 °C, WEINSTEIN et al., 1962). 54 4.1.3 Obtenção das amidas (4), (6), (8), (10) e (13) O O COOH EDC, NHS R2 diclorometano CH2R1 1 R1 = Br, R2 = H 2 R1 = Br, R2 = NO2 11 R1 = H, R2 = NO2 O O N O H N OH etanolamina R2 CH2R1 3 R1 = Cl, R2 = NO2 5 R1 = Br, R2 = NO2 7 R1 = Cl, R2 = H 9 R1 = Br, R2 = H 12 R1 = H, R2 = NO2 R2 CH2R1 4 R1 = Cl, R2 = NO2 6 R1 = Br, R2 = NO2 8 R1 = Cl, R2 = H 10 R1 = Br, R2 = H 13 R1 = H, R2 = NO2 A primeira etapa de síntese para obtenção das amidas (4), (6), (8), (10) e (13) consistiu na reação de ativação dos ácidos carboxílicos correspondentes com cloridrato de 1-etil-3-(3-dimetilaminopropil)carbodiimida (EDC) e N- hidroxisuccinimida (NHS) em diclorometano. Os intermediários (3), (5), (7), (9) e (12) foram obtidos com 92%, 73%, 86%, 74% e 88% de rendimento, respectivamente. Os ésteres ativados (3), (5), (7), (9) e (12) foram isolados e caracterizados somente pela análise de seus espectros no infravermelho. Nos espectros no infravermelho desses intermediários (Figuras A.3, A.5, A.7, A.9 e A.12, p. 131135) não se observa a banda referente à deformação axial de O-H de ácido carboxílico. Observa-se a banda relativa à deformação axial de C=O de éster e de imida nos espectros dos cinco derivados (~ 1730 cm-1 e ~ 1760 cm-1). A segunda etapa de síntese consistiu no acoplamento dos derivados (3), (5), (7), (9) e (12) com a etanolamina para obtenção das respectivas amidas. Inicialmente, na síntese da amida (4), esperava-se obter a amida contendo um átomo de bromo na posição benzílica de acordo com a estrutura do respectivo material de partida (2). Entretanto, após análise de seu espectro de RMN de 13 C, observou-se a presença de um sinal em δ 42 ppm, compatível com carbono ligado a cloro. Esse sinal corresponde a um carbono metilênico no subespectro DEPT135 da amida (4). Geralmente, o sinal correspondente a 55 carbono benzílico ligado a bromo apresenta deslocamento químico próximo a δ 30 ppm. No espectro de RMN13C da amida (4) não se observou nenhum sinal próximo a esse deslocamento químico. Concluiu-se, portanto, que durante a reação de obtenção de (3) ocorreu a substituição do bromo benzílico por cloro. Isso foi possível pela presença de íons cloreto do reagente EDC no meio reacional (Figura 4.1). Figura 4.1 – Estrutura do reagente EDC. N N C N . HCl Como a reação para obtenção do éster ativado (3) foi mantida por 4 horas, repetiu-se o mesmo procedimento na formação de (7), análogo não nitrado de (3), objetivando-se, nesse caso, a obtenção do derivado correspondente. Entretanto, após análise do espectro de RMN de clorado 13 C, e sub- espectro DEPT135 da amida formada, observou-se a presença de dois sinais referentes a carbonos benzílicos em δ 45,5 ppm e δ 33,6 ppm (Figura 4.2), evidenciando a formação de uma mistura de produtos clorado e bromado. Figura 4.2 – Subespectro de DEPT 135 33.582 45.488 42.205 59.739 de (8) após 4 horas de reação do intermediário (7). CH2Br CH2Cl 80 70 60 50 40 30 20 10 0 ppm O maior tempo necessário para substituição completa do brometo por cloreto pode ser explicado pelo fato de o carbono benzílico do reagente não nitrado (1) 56 ser menos reativo frente à substituição nucleofílica pela ausência do efeito retirador de elétrons do grupo nitro. A fim de obter somente o produto clorado, a mistura reacional foi mantida por um tempo maior (24 horas). Observou-se assim a total substituição e formação de (7). Como os produtos bromados eram inicialmente os desejados, foi importante evitar a substituição do bromo benzílico. Para isso as reações de formação dos respectivos ésteres ativados foram realizadas sob banho de gelo e por 20 minutos. Nessas condições foram obtidos somente os produtos bromados. Vale ressaltar que, por CCD, não há diferença de Rf entre as manchas correspondentes aos derivados clorados ou bromados. Por isso, a confirmação da formação dos produtos bromados ou clorados só é possível após a análise dos espectros de RMN de 13 C das amidas, já que os intermediários ésteres ativados (3), (5), (7) e (9) foram caracterizados apenas por IV e, em seguida, foram imediatamente submetidos à próxima etapa de reação. Os principais dados referentes à caracterização de (4), (6), (8), (10) e (13) por espectroscopia no infravermelho, RMN de 1H e RMN de 13 C estão mostrados na Tabela 4.1. Tabela 4.1 – Dados de caracterização das amidas (4), (6), (8), (10) e (13). Infravermelho ( /cm-1) RMN de 1H (δ/ppm) RMN de 13C (δ/ppm) O-H e N-H C=O Ar-CH2 HN-CH2 CH2-OH Ar-CH2 HN-CH2 CH2-OH (4) 3473-3154 1650 5,08 3,36 3,54 ~42,00 ~42,00 59,52 (6) 3498-3144 1642 4,95 3,36 3,53 29,11 42,41 59,49 (8) 3508-3103 1635 4,80 3,31 3,51 45,50 42,22 59,75 (10) 3468-3007 1635 4,73 3,34 3,51 33,55 42,19 59,72 (13) 3534-3154 1647 2,54 3,35 3,52 19,54 42,35 59,58 Nos espectros no infravermelho das amidas (4), (6), (8), (10) e (13) (Figuras A.4, A.6, A.8, A.10 e A.13, p. 131-136) observam-se bandas referentes à deformação axial de O-H e N-H bem como bandas referentes à deformação axial de C=O característica de amida (Tabela 4.1). 57 Nos espectros de RMN de 1H e 13 C das amidas é possível observar que o deslocamento químico referente aos hidrogênios e carbono benzílicos é maior nas amidas cloradas quando comparado aos das amidas análogas bromadas (Tabela 4.1). O efeito retirador de elétrons de um substituinte eletronegativo diminui a densidade eletrônica ao redor dos prótons ligados ao carbono. Quanto mais eletronegativo o substituinte maior o efeito de “desblindagem” e maior o deslocamento químico do carbono e dos hidrogênios ligados a ele (PAVIA, 2001). Como o cloro é mais eletronegativo que o bromo, o carbono e hidrogênios benzílicos dos derivados clorados estão mais desblindados que o dos derivados bromados. O carbono e hidrogênios metílicos de (13) são mais blindados e aparecem em deslocamento químico menor, pois não apresentam um substituinte retirador de elétrons ligado. O mecanismo proposto para a formação das amidas (Figura 4.3) (CLAYDEN, 2001) está dividido em duas etapas. Na primeira etapa ocorre o ataque nucleofílico do oxigênio desprotonado do ácido carboxílico ao carbono da diimida gerando um bom grupo abandonador. Em seguida o par de elétrons do oxigênio do NHS ataca a carbonila formando a estrutura do ácido ativado e da uréia. Na segunda etapa ocorre a substituição nucleofílica à carbonila pela etanolamina regenerando a N-hidroxisuccinimida. 58 Figura 4.3 – Proposta de mecanismo para formação das amidas (4), (6), (8), (10) e (13). 1a etapa: ativação do ácido com NHS O O O O O H N C N R R' H N C N R R' O O O R' N H N H R O O + H O N O H N O R2 CH2R1 O H N O R NR' N O H O R2 CH2R1 R2 CH2R1 O R2 CH2R1 R NR' N O R2 CH2R1 2a etapa: acoplamento com a etanolamina H H N O O HO O NH2 N O O O N H N O OH O O R2 + R2 CH2R1 R2 CH2R1 CH2R1 OH O OH N O 4.1.4 Obtenção das amidas (15) e (16) O O O N O NO2 CH2Cl O morfolina ou propilamina diclorometano 3 R 1 6 5 2 3 NO2 CH2Cl 4 7 15 R = N 16 R = N H 8 O 7 9 8 A amida (15) foi sintetizada por acoplamento de (3) com a morfolina em diclorometano com 77% de rendimento. 59 No espectro no infravermelho de (15) (Figura A.15, p. 137) são observadas bandas referentes à deformação axial de C-H alifático (2966, 2923, 2857 cm-1), C=O de amida (1630 cm-1) e C-O de éter (1100 cm-1). No espectro de RMN de 1H de (15) (Figura B.17, p. 163) observa-se, além de outros sinais, um simpleto largo referente aos hidrogênios da cadeia da morfolina (δ 3,67, integral para 8H). No espectro de RMN de 13 C de (15) (Figura B.18, p. 164) observam-se os sinais referentes a C=O de amida (δ 167,42), C-7 (δ 42,96) e C-8 (δ 67,10). A amida (16) foi sintetizada pelo acoplamento de (3) com a propilamina em diclorometano com 80% de rendimento. No espectro no infravermelho de (16) (Figura A.16, p. 137) são observadas bandas referentes à deformação axial de N-H (3291 cm-1), C-H alifático (2964, 2932, 2874 cm-1) e C=O de amida (1634 cm-1). No espectro de RMN de 1H de (16) (Figura B.19, p. 165) são observados os sinais referentes aos hidrogênios NH (δ 8,17), H-7 (δ 3,43), H-8 (δ 1,63) e H-9 (δ 0,94). No espectro de RMN de 13 C de (16) (Figura B.20, p. 166) são observados, dentre outros, sinais referentes à carbonila de amida (δ 164,67) e aos carbonos da cadeia lateral C-7, C-8 e C-9 (δ ~ 42, 23,33 e 11,69, respectivamente). 4.1.5 Obtenção do ácido 4-(hidroximetil)-3-nitrobenzóico (17) COOH COOH NaHCO3 (aq) NO2 CH2Br 2 80°C 1 6 5 2 NO2 CH2OH 4 3 17 60 O ácido (17) foi sintetizado a partir de (2) em presença de solução aquosa de carbonato de sódio, a 80 °C, por 1 hora (NICOLÁS et al., 1997). O produto foi obtido com 86% de rendimento. Essa reação trata-se de uma substituição nucleofílica provavelmente do tipo SN2. Mesmo sendo possível a formação de um carbocátion benzílico, que é mais estável pela deslocalização da carga positiva, o anel aromático apresenta um grupo retirador de elétrons forte (NO2) que pode desestabilizar o carbocátion em um mecanismo SN1 (Figura 4.4) (CLAYDEN, 2001). Figura 4.4 – Desfavorecimento da reação do tipo SN1. O O O N O Br O O N O Br X O No espectro no infravermelho de (17) (Figura A.17, p. 138) é observada banda característica de deformação axial C-O de álcool primário (1031 cm-1). A banda de estiramento O-H de álcool encontra-se encoberta pela banda de O-H do ácido carboxílico. No espectro de RMN de 13 C de (17) (Figura B.22, p. 168) não é observado sinal referente a carbono ligado ao bromo e observa-se um sinal com deslocamento químico compatível com carbono ligado a OH (δ 61,53). 4.1.6 Obtenção de 4-(clorometil)-3-nitro-N-(2-cloroetil)benzamida (18) O H N H N O OH 8 7 1 MsCl NO2 CH2Cl 4 trietilamina 2 6 5 3 NO2 CH2Cl 18 4 Cl 61 O derivado (18) foi sintetizado por reação de (4) com cloreto de mesila e trietilamina em diclorometano por 18 horas. O produto foi obtido com 84% de rendimento. Durante a reação ocorre, inicialmente, a mesilação da hidroxila gerando um bom grupo abandonador frente a uma substituição nucleofílica. O produto mesilado era o produto esperado para essa reação. Porém, os íons cloreto presentes no meio de reação, atuaram como nucleófilo e deslocaram o grupo mesilato, formando o derivado diclorado (18). Para explicar a formação do produto diclorado (18), foi proposto um mecanismo que envolve, em uma primeira etapa, o deslocamento do mesilato assistido pelo grupo amido. Ocorre a formação de um intermediário cíclico de 5 membros que sofre ataque nucleofílico do íon cloreto originando o produto (18) (Figura 4.5). A reação de formação do intermediário cíclico é favorecida pela proximidade dos grupos (reação intramolecular) e pela estabilidade do anel de 5 membros que possui baixa tensão angular. Figura 4.5 – Mecanismo proposto para a formação de (18). H N O O2N Cl OH O S O CH3 O H N O2N 4 Cl Cl OMs - MsOH O N H O2N Cl O H N Cl O2N Cl 18 Cl No espectro no infravermelho de (18) (Figura A.18, p. 138) não se observam as bandas características de grupo mesila, o que é um indício que não foi formado o produto esperado. No espectro de RMN de 1H de (18) (Figura B.23, p. 169) observam-se os sinais referentes ao NH (δ 8,45), hidrogênios aromáticos (δ 8,55, 8,26 e 7,92), CH2Cl (δ 5,11), H-7 e H-8 (δ 3,78, integral para 4H). 62 No espectro de RMN de 13 C de (18) (Figura B.24, p. 170) observam-se os sinais referentes aos carbonos C-7, C-8 e CH2Cl (δ 43,48, 42,97 e 42,74, intercambiáveis) e carbonila de amida (δ 165,08). O deslocamento químico de C-8 é característico de carbono ligado a cloro e, portanto, uma evidência da formação do produto diclorado. 4.1.7 Obtenção de (19) e (20) O H N ác. butírico ou DHA NO2 CH2Cl 4 H N O OH EDC, DMAP 8 R 7 1 6 5 2 3 NO2 CH2Cl 4 O O 19 R = O 10 9 11 10 20 R = O 9 13 11 12 19 16 14 15 17 18 22 20 21 28 25 23 24 26 27 29 Os produtos (19) e (20) foram sintetizados por reação de (4) com o ácido carboxílico correspondente em presença de EDC e N,N-dimetilaminopiridina (DMAP). Inicialmente uma tentativa de síntese de (19) foi realizada por reação do ácido butírico com EDC e NHS para formação do éster ativado, seguida do acoplamento desse intermediário com (4). Entretanto, na etapa de acoplamento, observou-se por CCD que não houve consumo dos materiais de partida. Após elaboração, a análise do espectro no infravermelho do resíduo obtido confirmou tratar-se do material de partida. Deste modo foi proposta a reação em uma única etapa utilizando-se EDC e DMAP. Para obtenção de (19) utilizou-se o ácido butírico e o rendimento foi de 87%. Para síntese de (20) o ácido carboxílico utilizado (4Z,7Z,10Z,13Z,16Z,19Z)-docosa-4,7,10,13,16,19-hexaenóico rendimento da reação foi de 75%. foi o (DHA) ácido e o 63 Nessa reação o DMAP foi utilizado como catalisador e funciona como uma base produzindo pequena quantidade do ânion carboxilato, mais reativo (Figura 4.6). Figura 4.6 – Papel do DMAP como catalisador em reações de acoplamento utilizando carbodiimidas. N H N O N H O N N C N R R' O O O O N H O H N O R' N H N H NR' NHR N O O 4 R NO2 19 CH Cl 2 No espectro no infravermelho de (19) (Figura A.19, p. 139) não se observa a banda referente à deformação axial de O-H. Observam-se as bandas características de deformação axial de N-H (3318 cm-1), C=O de éster (1731 cm-1) e C=O de amida (1645 cm-1). No espectro de RMN de 1H de (19) (Figura B.25, p. 171) são observados os sinais referentes aos hidrogênios aromáticos (δ 8,42, 8,06 e 7,77) e hidrogênios da cadeia do ácido butírico H-9 (δ 2,31), H-10 (δ 1,63) e H-11(δ 0,91). No espectro de RMN de 13 C de (19) (Figura B.26, p. 172) são observados os sinais referentes à carbonila de éster (δ 174,34), carbonila de amida (δ 164,67), carbonos aromáticos (δ 147,73 - 123,74), carbonos metilênicos C-9 (δ 35,93) e C-10 (δ 18,27) e carbono metílico C-11 (δ 13,54). No espectro no infravermelho de (20) (Figura A.20, p. 139) não se observa a banda referente à deformação axial de O-H. Observam-se as bandas características de deformação axial de N-H (3313 cm-1), C=O de éster (1734 cm-1) e C=O de amida (1648 cm-1). 64 No espectro de RMN de 1H de (20) (Figura B.27, p. 173) são observados os sinais referentes aos hidrogênios aromáticos (δ 8,53, 8,27 e 7,89), hidrogênios de alquenos (δ 5,36, integral para 12H) e demais hidrogênios do DHA. No espectro de RMN de 13 C de (20) (Figura B.28, p. 174) são observados os sinais referentes à carbonila de éster (δ 173,17), carbonila de amida (δ 165,00), C=C (δ 129,68-127,86, 12 sinais) e demais carbonos do DHA. 4.1.8 Obtenção de (21) e (22) O H N NO2 CH2Cl 4 H N O 8 OH 7 OH tetrahidroisoquinolina ou morfolina 1 6 2 5 3 4 acetona R NO2 9 10 11 N 21 R = O 12 22 R = 13 14 15 11 16 10 N 18 17 A síntese das aminas (21) e (22) ocorreu por reação de substituição nucleofílica do haleto benzílico pela amina correspondente. O composto (21) foi obtido da reação de (4) com a morfolina em acetona (64% de rendimento). No espectro no infravermelho de (21) (Figura A.21, p. 140) observa-se a presença da banda referente à deformação axial de C-O de éter (1113 cm-1). No espectro de RMN de 1H de (21) (Figura B.30, p. 176) são observados, além de outros sinais, os sinais referentes aos hidrogênios H-9 (δ 3,74), H-10 (δ 2,36-2,32) e H-11 (δ 3,57-3,53). 65 No espectro de RMN de 13 C de (21) (Figura B.31, p. 177) são observados, dentre outros, os sinais correspondentes a C-9 (δ ~ 60,00), C-10 (δ 54,63) e C11 (δ 67,92). Os deslocamentos químicos de H-9 e C-9 são compatíveis com o esperado para hidrogênios e carbonos benzílicos, respectivamente, vizinhos a nitrogênio de amina. O composto (22) foi obtido a partir da reação de (6) com a tetrahidroisoquinolina (THIQ) em acetona (56% de rendimento). No espectro de RMN de 1H de (22) (Figura B.32, p. 178) são observados os sinais referentes aos hidrogênios aromáticos H-12 a H-15 (multipleto, δ 7,107,00, integral para 4H) e alifáticos H-8 e H-10 (multipleto, δ 3,56-3,52, integral para 4H), H-17 (δ 2,64-2,61) e H-18 (δ 2,74-2,71) além dos sinais referentes aos hidrogênios da porção nitroaromático. No espectro de RMN de 13 C de (22) (Figura B.33, p. 179) são observados os sinais correspondentes a C-9 (δ 55,47) e aos carbonos aromáticos. Os deslocamentos químicos de H-9 e C-9 são compatíveis com o esperado para hidrogênios e carbonos benzílicos, respectivamente, vizinhos a nitrogênio de amina. 4.1.9 Obtenção de 4-[4-(2-hidroxietil)-1H-1,2,3-triazol-1-il]metil-3-nitro-N-(2... .....hidroxietil)benzamida (24) O H N H N O OH 8 7 1 NaN3 NO2 CH2Br 6 água, acetona 50°C 2 6 5 NO2 CH2N3 4 3 23 OH HO 7 2 6 5 10 11 8 1 3 4 13 12 H N O 3-butin-1-ol ascorbato de sódio CuSO4 t-butanol N N N 9 24 NO2 OH 66 O triazol (24) foi obtido em 2 etapas a partir do derivado (6). A primeira etapa consistiu na substituição do brometo benzílico por azida de sódio em água e acetona na temperatura de 50 °C. O derivado azido foi obtido com 73% de rendimento. No espectro no infravermelho de (23) (Figura A.23, p. 141) observa-se a banda característica de deformação axial de azida (2110 cm-1). No espectro de RMN de 13 C de (23) (Figura B.35, p. 181) observa-se o sinal referente ao CH2N3 (δ 50,75). A segunda etapa consistiu na reação do tipo “click” entre a azida orgânica (23) e um alcino terminal (3-butin-1-ol) catalisada por Cu(I) (Figura 4.7) (JEONG e RYU, 2010). Após 24 horas de reação, o heterociclo foi obtido com 97% de rendimento. Conforme descrito na literatura (FREITAS et al., 2011; ROSTOVTSEV et al., 2002; FREITAS et al., 2008), essa reação resulta na formação regioespecífica do 1,2,3-triazol-1,4-dissubstituído. O mecanismo de formação do triazol está representado na Figura 4.7. Inicialmente, ocorre a formação do acetileto de cobre (I) que se complexa ao nitrogênio da azida. Em seguida, ocorre o ataque do carbono do acetileto ao nitrogênio eletrofílico terminal da azida orgânica resultando na formação do metalociclo instável. A contração do anel leva à formação do triazolila de cobre que sofre protonólise originando o 1,2,3-triazol1,4-dissubstituído. 67 Figura 4.7 – Proposta simplificada de mecanismo para a formação de (24). O H N O OH O2 N H N O2N 23 N N N [Cu] H N O OH O2N N N N R O OH [Cu] N N N Cu OH O2N N R [Cu] metalociclo acetileto de cobre H N N N R triazolila de cobre R H N O OH H O2N N 24 R = CH2CH2OH H N N R No espectro de RMN de 1H de (24) (Figura B.36, p. 182) observam-se os sinais referentes a H-10 (δ 7,95), H-12 (δ 2,79) e H-13 (δ 3,64-3,34). No espectro de RMN de 13 C de (24) (Figura B.37, p. 183) observam-se os sinais referentes aos carbonos C-10 (δ 123,79) e C-11 (δ 147,35) e não é observado nenhum sinal na região esperada para alcinos (δ 75 a 95) (PAVIA, 2001). Nos espectros de RMN não há sinais duplicados, o que indica que não há mistura de produtos, confirmando a regioespecificidade da reação. Porém, para caracterização inequívoca de qual regioisômero foi obtido seria necessária a realização de outros experimentos, como, por exemplo, análise do mapa de contornos HMBC. Na tentativa de confirmar a estrutura de (24), os espectros de RMN de 1H e 13C dos correspondentes triazóis 1,4- e 1,5-dissubstituídos foram simulados utilizando-se o programa ACD Labs Software e comparados com os valores de deslocamento químico no espectro real de (24). Não se observou diferença significativa entre o deslocamento químico do sinal referente ao hidrogênio do anel heterocíclico 1,4- e 1,5-dissubstituído. Entretanto, a diferença nos 68 deslocamentos químicos dos sinais dos carbonos do anel é significativa, conforme ilustrado na Figura 4.8. Figura 4.8 – Deslocamento químico dos carbonos do heterociclo simulados pelo programa ACD Labs Software e deslocamento obtido para (24). ACD Labs Software CNMR H N O H N O OH H N O OH OH HO δ 116,5 HO NO2 δ 143,5 N N N δ 123 NO2 δ 131,7 HO N N N 24 N N N δ 129,0 NO2 δ 147 triazol-1,5-dissubstituído triazol-1,4-dissubstituído Com base nos dados apresentados na Figura 4.8 os deslocamentos químicos dos carbonos do triazol na estrutura de (24) é compatível com a formação de um anel 1,4-dissubstituído. 4.1.10 Obtenção de N,N’-bis-(4-clorometil-3-nitrobenzoil)-1,3............diaminopropan-2-ol (27) O Cl NaN3 OH N3 1 N3 2 25 H2 Pd/C 7 OH H2N 1 26 OH H N O NH2 8 H N O 1 (3) 6 2 2 O 2N 3 5 NO2 CH2Cl 4 CH2Cl 27 A síntese da diamida (27) foi realizada pelo acoplamento de (3) com o derivado diamino (26) via ligações amida. O derivado (26) foi sintetizado em duas etapas a partir da epicloroidrina. A primeira etapa consistiu na reação da epicloroidrina com azida de sódio em água e acetonitrila, sob refluxo, por 18 horas. O derivado diazido (25) foi obtido com 99% de rendimento. 69 No espectro no infravermelho de (25) (Figura A.25, p. 142) observam-se as bandas referentes à deformação axial O-H (3355 cm-1) e N3 (2089 cm-1). No espectro de RMN de 1H de (25) (Figura B.38, p. 184) observa-se um quinteto correspondente a H-1 (δ 3,91) e um dupleto, com integral para 4H, correspondente a H-2 (δ 3,37). No espectro de RMN de 13 C de (25) (Figura B.39, p.185) o deslocamento químico de C-1 (δ 69,47) é compatível com o deslocamento esperado para carbono ligado a OH e o de C-2 (δ 53,81) também é esperado para carbono ligado a azida. Na segunda etapa os grupos azido foram reduzidos a amino via hidrogenação catalítica utilizando-se Pd/C como catalisador. O derivado diamino (26) foi obtido com 92% de rendimento e foi utilizado sem purificação prévia. No espectro no infravermelho de (26) (Figura A.26, p. 142) observam-se as bandas correspondentes à deformação axial O-H e N-H (3356 e 3294 cm-1). A última etapa para obtenção de (27) consistiu no acoplamento de (3) e (26) em uma mistura de THF e água. Após purificação por CCD em escala preparativa, o produto foi obtido com 14% de rendimento. O baixo rendimento pode ser atribuído à formação de subprodutos como consequência do ataque nucleofílico da amina ao carbono benzílico e produto de formação de apenas uma ligação amida (amida-amina). Esses subprodutos não foram isolados, pois podem ter permanecido na fase aquosa após extração com solução de HCl (etapa de elaboração). No espectro no infravermelho de (27) (Figura A.27, p. 143) são observadas as bandas referentes às deformações axiais de O-H e N-H (3670-3134 cm-1) e C=O de amida (1640 cm-1). 70 No espectro de RMN de 1H de (27) (Figura B.42, p. 188) observam-se, dentre outros, os sinais correspondentes aos hidrogênios NH (δ 8,49, integral para 2H), H-7 (δ 3,59) e H-8 (δ 4,07). No espectro de RMN de 13 C de (27) (Figura B.43, p. 189) observam-se os sinais correspondentes a C=O de amida (δ 165,61), C-7 (δ 44,35) e C-8 (δ 69,97). 4.1.11 Obtenção de N,N’-bis-(4-clorometil-3-nitrobenzoil)-2-butanoiloxi-1,3.............diaminopropano (28) 5 4 3 OH N3 1 2 25 N3 ác. butírico O O N3 EDC, DMAP 1 29 H2 N3 2 O O H2N NH2 Pd/C O (3) X O2N migração OH H2N 31 H N CH2Cl O O H N 28 O NO2 CH2Cl H N O A síntese de (28) foi inicialmente planejada a partir da hidrogenação catalítica do intermediário diazido-éster (29). Entretanto, durante a reação ocorreu migração do éster com consequente formação da monoamida correspondente. Essa migração pode ser inter ou intramolecular. Como as reações intramoleculares são favorecidas, devido à proximidade dos grupos, foi proposto um mecanismo intramolecular para a formação de (31) (Figura 4.9). Figura 4.9 – Mecanismo intramolecular proposto para a formação de (31). O H2N O NH2 O H H N H O O NH2 HN O H H N NH2 O OH NH2 31 71 A migração do éster é favorecida em razão do maior caráter nucleofílico da amina em relação ao álcool e maior caráter eletrofílico da carbonila do éster em relação à carbonila da amida. A menor reatividade e menor eletrofilia da amida em relação ao éster pode ser explicada ao se analisar as estruturas de ressonância para os dois grupos (Figura 4.10) (COSTA, 2003). Figura 4.10 – Estruturas de ressonância para ésteres e amidas. O HO O HO O HO B A O R2N O O R2N R2N A C B C Cada grupo pode ser representado como o somatório das estruturas canônicas (A, B e C) multiplicado pelo fator de contribuição de cada uma para o híbrido de ressonância. A forma canônica C contribui mais para o híbrido de ressonância das amidas do que dos ésteres pela menor eletronegatividade e melhor habilidade de aceitar a carga positiva do nitrogênio em relação ao oxigênio. Dessa forma, a maior contribuição de C, onde a carga positiva não está no carbono, faz com que a carbonila das amidas sejam menos reativas. Em razão da migração, essa rota foi redirecionada para a síntese do derivado (33) (subitem 4.1.12, p. 73). Assim, uma nova rota de síntese foi proposta para (28), conforme mostrado a seguir. 72 11 9 OH H N O 7 8 H N O O ác. butírico 1 5 O2N NO2 CH2Cl 4 3 CH2Cl 7 1 6 2 2 EDC, DMAP O2N 27 O O H N 10 H N 8 O 6 3 5 NO2 CH2Cl 4 CH2Cl 28 O diamido-éster (28) foi obtido a partir da reação de (27) com ácido butírico em presença de EDC e DMAP. O rendimento da reação foi de 72%. No espectro no infravermelho de (28) (Figura A.28, p. 143) observam-se as bandas referentes às deformações axiais de N-H (3310 cm-1), C=O de éster (1731 cm-1) e C=O de amida (1645 cm-1). No espectro de RMN de 1H de (28) (Figura B.44, p. 190) observam-se, dentre outros, os sinais referentes aos hidrogênios metilênicos H-9 (δ 2,28) e H-10 (δ 1,57) e aos hidrogênios metílicos H-11 (δ 0,86). No espectro de RMN de 13 C de (28) (Figura B.45, p. 191) observam-se os sinais referentes à C=O de éster (δ 173,31), C=O de amida (δ 165,49), C-9 (δ 36,48), C-10 (δ 18,79) e C-11 (δ 13,81). 73 4.1.12 Obtenção de N,N’-dibutanoil-2-[4-(clorometil)-3-nitrobenzoiloxi]-1,3.............diaminopropano (33) 5 4 3 OH N3 N3 1 ác. butírico 2 25 Cl O2N O H2N 2 Pd/C 29 H N 31 O O O H N O EDC, DMAP 11 9 8 O O NO2 CH2Br 2 1 33 OH H2 N3 COOH 6 7 1 5 3 2 H N N3 EDC, DMAP 4 O O H N O OH 32 30 H N N O O 10 O A síntese de (33) foi realizada pelo acoplamento do ácido (2) com o derivado (32). O derivado (32) foi sintetizado em três etapas a partir de (25). A primeira etapa de síntese do derivado (32) consistiu na reação do ácido butírico com o diazido (25) em presença de EDC e DMAP, resultando na formação do diazido-éster (29) com 43% de rendimento. No espectro no infravermelho de (29) (Figura A.29, p. 144) observam-se as bandas correspondentes às deformações axiais de azida (2093 cm-1) e C=O de éster (1738 cm-1). Não se observa banda referente à deformação axial de O-H. No espectro de RMN de 1H de (29) (Figura B.47, p. 193) são observados os sinais correspondentes a H-3 (δ 2,36), H-4 (δ 1,68) e H-5 (δ 0,96). No espectro de RMN de 13 C de (29) (Figura B.48, p. 194) observam-se os sinais correspondentes a carbonila de éster (δ 172,58), C-3 (δ 35,90), C-4 (δ 18,14) e C-5 (δ 13,47). A segunda etapa consistiu na hidrogenação catalítica de (29) utilizando-se Pd/C como catalisador e THF como solvente (85% de rendimento). 74 No espectro no infravermelho de (31) (Figura A.31, p. 145) observam-se as bandas referentes às deformações axiais de O-H e N-H (3640-3124 cm-1) e C=O de amida (1640 cm-1). Não se observa banda correspondente à deformação axial C=O de éster. O intermediário (31) foi utilizado na próxima etapa de síntese sem purificação prévia. A etapa seguinte consistiu no acoplamento de (31) com (30). O derivado (30) foi sintetizado previamente pela ativação do ácido butírico em presença de EDC e NHS (88% de rendimento). O acoplamento de (31) com (30) em THF resultou na obtenção da diamida (32) com 20% de rendimento. O baixo rendimento pode ser atribuído, à perda de parte do produto durante a etapa de extração. Em razão de sua polaridade, parte do produto pode ter permanecido na fase aquosa. No espectro no infravermelho de (32) (Figura A.32, p. 145) observam-se as bandas referentes às deformações axiais de N-H e O-H (3600-3149 cm-1) e C=O de amida (1625 cm-1). A última etapa consistiu no acoplamento do ácido (2) com o derivado (32) em presença de EDC e DMAP. O produto (33) foi obtido com 62% de rendimento. Como o reagente de acoplamento utilizado foi o EDC, novamente houve a substituição do bromo benzílico pelo cloro resultando no produto desejado (33). No espectro no infravermelho de (33) (Figura A.33, p. 146) são observadas as bandas correspondentes à deformação axial de N-H (3297 cm-1), C=O de éster (1726 cm-1) e C=O de amida (1647 cm-1). No espectro de RMN de 1H de (33) (Figura B.49, p. 195) observam-se os sinais correspondentes aos hidrogênios aromáticos (δ 8,56 - 7,95), H-7 (δ 5,19), H-8 (δ 3,67-3,43), H-9 (δ 2,14), H-10 (δ 1,58) e H-11 (δ 0,87). 75 No espectro de RMN de 13 C de (33) (Figura B.50, p. 196) são observados os sinais referentes a C=O de éster (δ 173,78), C=O de amida (δ 164,19) e CH2Cl (δ 42,84). 4.1.13 Obtenção do ácido 4-(mercaptometil)benzóico (34) COOH COOH 1. tiouréia 2. NaHCO3 3. HCl CH2Br 1 CH2SH 34 O ácido (34) foi obtido a partir da reação de (1) com tiouréia em água sob refluxo, seguida da adição de NaHCO3 e posterior acidificação com HCl 1 M, com 55% de rendimento (Figura 4.11) (BROWN, et al., 1982). Figura 4.11 – Mecanismo proposto para a formação de (34). COOH COO H2C Br S H2N O - HBr S NH2 COOH HN OH NH2 H2N COOH H NH2 S 34 SH No espectro de RMN de 1H de (34) (Figura B.52, p. 198) observam-se, dentre outros, os sinais referentes aos hidrogênios benzílicos CH2SH em δ 3,78 e ao hidrogênio SH em δ 2,96. No espectro de RMN de 13 C de (34) (Figura B.53, p.199) observa-se o sinal referente ao CH2SH em δ 27,44. 76 4.1.14 Obtenção do ácido 4-(mercaptometil)-3-nitrobenzóico (35) COOH COOH 1. tiouréia NO2 CH2Br 2 2. NaHCO3 3. HCl NO2 CH2SH 35 Para obtenção do derivado nitrado (35) foi realizado o mesmo procedimento de obtenção do ácido (34). Entretanto, ao final da reação, CCD evidenciou a formação de vários produtos. Para obtenção de (35) uma nova rota de síntese foi planejada e será executada futuramente. 4.2 Ensaios biológicos 4.2.1 Avaliação da atividade citotóxica Para avaliação da citotoxicidade dos compostos sintetizados foram utilizadas três linhagens de células tumorais humanas: HL60 (leucemia), Jurkat (linfoma) e MCF-7 (tumor de mama). As substâncias foram testadas, inicialmente, na concentração de 50 µM. A concentração que inibe 50% do crescimento celular (CI50) foi determinada para as substâncias ativas na triagem inicial (% proliferação celular ≤ 50%). Etoposídeo foi utilizado como controle positivo na concentração de 14 µM. A toxicidade das substâncias para as células normais também foi avaliada utilizando-se células mononucleares do sangue periférico (PBMC). Os resultados obtidos estão ilustrados na Tabela 4.2. 77 O R1 O R2 O2N R3 H N OH H N O NO2 CH2Cl CH2Cl H N O O2N O O H N Cl O2N O NO2 CH2Cl CH2Cl 28 27 H N O O 33 O H N O Tabela 4.2 – CI50 (µM) dos compostos 1 a 34 para a inibição do crescimento das Composto R1 linhagens de células tumorais e PBMC. R2 R3 HL60 Jurkat MCF-7 PBMC 1 OH H Br 36,30 >100 23,63 88,8 2 OH NO2 Br 72,71 68,95 44,09 344,2 4 NH(CH2)2OH NO2 Cl 9,09 19,36 79,89 959,9 6 NH(CH2)2OH NO2 Br 14,92 53,28 30,54 53,9 8 NH(CH2)2OH H Cl >100 >100 >100 329,9 10 NH(CH2)2OH H Br ND >100 >100 ND 11 OH NO2 H ND ND ND ND 13 NH(CH2)2OH NO2 H ND ND ND ND 14 OH NO2 Cl ND ND ND ND 15 Morfolina NO2 Cl ND ND ND ND 16 NH(CH2)2CH3 NO2 Cl ND ND ND ND 17 OH NO2 OH >100 >100 ND >100 18 NH(CH2)2Cl NO2 Cl 49,23 85 63 1099 19 NH(CH2)2butirato NO2 Cl 15,96 >100 29,54 ND 20 NH(CH2)2DHA NO2 Cl >100 >100 >100 ND 21 NH(CH2)2OH NO2 Morfolina ND ND ND ND 22 NH(CH2)2OH NO2 THIQ >100 >100 >100 ND 23 NH(CH2)2OH NO2 N3 >100 >100 >100 ND 24 NH(CH2)2OH NO2 Triazol ND ND ND ND 27 - - - 19,36 30,20 22,92 ND 28 - - - ND ND ND ND 33 - - ND ND ND ND 34 OH H SH >100 >100 >100 ND etoposídeo - - - 8,42 2,47 >100 >100 _______________________ ND = Não determinado. De acordo com os resultados apresentados (Tabela 4.2), dentre os compostos avaliados a amida (4) foi o mais ativo contra as linhagens HL60 (9,09 µM) e 78 Jurkat (19,36 µM). A substituição da hidroxila por cloro (18) foi desfavorável para a atividade. Entretanto, a esterificação da hidroxila com o ácido butírico (19) aumentou a atividade contra a linhagem MCF-7, o que indica uma seletividade para determinados tipos de câncer. O amido-éster (19) foi ativo per se, mas, provavelmente, a ligação éster será clivada pelas esterases in vivo, liberando a amida (4) ativa e o ácido butírico, que já é conhecido apresentar atividade citotóxica e efeito significativo na diferenciação celular. O amido-éster (20) apresentou baixa atividade citotóxica (CI50 ≥ 100 µM) contra as linhagens de células avaliadas. O amido-éster (20) pode, então, ser considerado um “pró-fármaco”, com liberação in vivo da amida (4) ativa. A presença do DHA na estrutura de (20) pode ser importante para o seu acúmulo no tumor, em razão do consumo acelerado de ácidos graxos pelas células tumorais. A ausência do grupo nitro nas amidas (8) e (10) foi desfavorável para a citotoxicidade nas três linhagens testadas quando comparadas com as análogas nitradas (4) e (6), demonstrando, assim, que o grupo nitro é importante para a atividade. A maior atividade da amida (6) em relação ao ácido carboxílico correspondente (2) pode estar relacionada a melhores características físico-químicas. As amidas derivadas da etanolamina apresentam solubilidade no meio do ensaio consideravelmente maior do que a dos derivados ácidos. O derivado dinitrado (27) foi o mais ativo contra a linhagem MCF-7 (CI50 = 22,92 µM). Nesse caso, a presença de duas unidades nitroaromáticas na mesma molécula pode ter favorecido a atividade por representar um potencial agente bis-alquilante. Ao contrário do esperado, o derivado (6) contendo o grupo bromometila (melhor grupo abandonador) foi menos ativo quando comparado ao análogo clorado (4), exceto contra a linhagem MCF-7. Resultado oposto foi observado 79 contra PBMC, indicando maior toxicidade do derivado bromado para as células normais. A maior toxicidade dos compostos bromados (1) e (6) pode estar associada à propriedade alquilante intrínseca do grupo bromometila. O grupo clorometila é menos reativo per se e consequentemente menos tóxico. A menor reatividade do cloreto benzílico é, provavelmente, consequência da maior força da ligação C-Cl (81 Kj.mol-1) comparada à ligação C-Br (67 Kj.mol-1). É mais fácil ocorrer a quebra da ligação C-Br do que C-Cl. Vale ressaltar que esses compostos podem ser ainda mais ativos quando avaliados in vivo, já que nos testes in vitro não é possível simular o processo de biorredução, necessário para a formação de espécies ainda mais reativas, conforme proposta original desse trabalho. 4.2.2 Avaliação da atividade tripanocida e leishmanicida Para avaliação in vitro da atividade tripanocida, os compostos foram testados contra formas amastigotas de Trypanosoma cruzi e para a atividade leishmanicida foram utilizadas formas promastigotas de Leishmania amazonensis. Os compostos foram testados, inicialmente, na concentração de 100 µM e CI50 foi determinada para os compostos ativos. Os dados obtidos estão ilustrados na Tabela 4.3. 80 O R1 O R2 O2N R3 OH H N H N O NO2 CH2Cl CH2Cl H N O O2N O O H N Cl O NO2 CH2Cl CH2Cl 28 27 O2N H N O O H N O O 33 Tabela 4.3 – CI50 (µM) dos compostos 1 a 34 para a inibição do crescimento dos Composto R1 parasitos L. amazonensis e T. cruzi. R2 R3 L. amazonensis T. cruzi 1 OH H Br >100 >1000 2 OH NO2 Br >100 >1000 4 NH(CH2)2OH NO2 Cl 59,5 >1000 6 NH(CH2)2OH NO2 Br 23,1 >1000 8 NH(CH2)2OH H Cl >100 >1000 10 NH(CH2)2OH H Br 89,25 >1000 11 OH NO2 H ND ND 13 NH(CH2)2OH NO2 H >100 >1000 14 OH NO2 Cl ND ND 15 Morfolina NO2 Cl ND ND 16 NH(CH2)2CH3 NO2 Cl ND ND 17 OH NO2 OH >100 >1000 18 NH(CH2)2Cl NO2 Cl 50,6 >1000 19 NH(CH2)2butirato NO2 Cl ND 13,9 20 NH(CH2)2DHA NO2 Cl ND ND 21 NH(CH2)2OH NO2 Morfolina >100 1000 22 NH(CH2)2OH NO2 THIQ >100 83 23 NH(CH2)2OH NO2 N3 >100 500 24 NH(CH2)2OH NO2 Triazol ND ND 27 - - - ND >1000 28 - - - ND ND 33 - - ND ND 34 OH H SH >100 >1000 AmB - - - 0,9 - benznidazol - - - - 3,8 ________________________________________ ND = Não determinado. 81 Dos compostos testados apenas os derivados (19) e (22) apresentaram atividade considerável contra formas amastigotas de T. cruzi. (13,9 e 83 µM respectivamente). Com relação à atividade leishmanicida, 4 derivados foram ativos com valores de CI50 na faixa de 23 a 89 µM. A presença do grupo nitro, bem como de um bom grupo abandonador na posição benzílica, parece ser importante para a atividade. Os derivados apresentando o bromo na posição benzílica foram mais ativos que seus análogos clorados. As células de mamíferos possuem vários mecanismos de defesa contra espécies reativas de oxigênio, o que pode explicar a baixa citotoxicidade dos nitrocompostos (4) e (18) para PBMC (Tabela 4.2) comparada a Leishmania. Nas células de mamíferos a baixa concentração de espécies reativas de oxigênio é mantida pela ação da superóxido dismutase, glutationa peroxidase e glutationa redutase. Os tripanossomatídeos apresentam superóxido dismutase, que impede o acúmulo do ânion radical superóxido. Entretanto, as enzimas antioxidantes catalase e glutationa peroxidase estão ausentes no parasito, resultando em uma limitada capacidade de remover H2O2 e consequentemente, maior suscetibilidade ao estresse oxidativo. 82 5 PARTE EXPERIMENTAL 5.1 Material e métodos gerais As faixas de fusão foram determinadas em aparelho MQAPF 301 (Laboratório de Química Farmacêutica, Faculdade de Farmácia, UFMG) e não foram corrigidas. Os espectros no infravermelho foram obtidos em aparelho Spectrum One, Perkin-Elmer com sistema ATR (Laboratório de Química Farmacêutica, Faculdade de Farmácia, UFMG). Todas as deformações apresentadas na descrição dos espectros no infravermelho correspondem a deformações axiais salvo quando especificado. Os espectros de RMN de 1H e 13C foram registrados em espectrômetros Bruker Avance DPX-200 (Laboratório de Ressonância Magnética Nuclear de Alta Resolução – LAREMAR, Departamento de Química, ICEx, UFMG). Como referência interna foi utilizado o tetrametilsilano (TMS). Para processar os espectros utilizou-se o programa TOPSPIN 1.3 - Bruker. A numeração atribuída aos átomos de hidrogênio e carbono de todas as estruturas químicas presentes neste trabalho é para facilitar a identificação dos sinais nos espectros; não há nenhuma correlação com a nomenclatura IUPAC. A evolução das reações foi acompanhada por cromatografia em camada delgada de sílica (CCD) com 0,25 mm de espessura de sílica (sílica gel 60G Merck) utilizando-se como revelador vapor de iodo, solução etanólica de ninhidrina 0,3% p/v ou solução etanólica de ácido sulfúrico 15% v/v. As purificações por cromatografia em coluna de sílica (CCS) foram realizadas com sílica gel 60 (0,063-0,200 mm/70-230 mesh Merck). 83 As purificações por cromatografia em camada delgada em escala preparativa foram realizadas em placas de vidro com 1,0 mm de espessura de sílica (sílica gel 60G Merck com indicador de fluorescência 254 nm). Como revelador foi utilizada lâmpada UV 254 nm. A avaliação da atividade leishmanicida in vitro foi realizada em colaboração com a Profa. Dra. Ana Paula Salles M. Fernandes (Faculdade de Farmácia, UFMG). Foi utilizado ensaio colorimétrico que envolve a conversão de um sal de tetrazolium, 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazolium (MTT), em um produto colorido (formazam), cuja quantidade produzida é proporcional ao número de células viáveis. Formas promastigotas de Leishmania amazonensis foram semeadas em placas de 96 poços (1 x 107 parasitas por poço). Os compostos foram adicionados à suspensão de Leishmania amazonensis em diferentes concentrações. Após 48 horas de incubação adicionou-se 10 µL de MTT (10 mg/mL) em cada poço e as placas foram incubadas por mais 4 horas. A reação de conversão do MTT foi parada pela adição de 100 µL de solução 10% dodecil sulfato de sódio / 50% isopropanol. Utilizou-se anfotericina B como controle positivo. A densidade óptica foi medida a 570 nm usando um leitor de ELISA (BioSource, Inc., EUA). Foram realizados três experimentos independentes, em duplicata. Os resultados foram processados utilizando-se MiniTab®. A avaliação da atividade tripanocida in vitro foi realizada em colaboração com o Dr. Álvaro José Romanha (Centro de Pesquisas René Rachou, FIOCRUZ). No ensaio foi utilizada uma cepa de T. cruzi (Tulahuen) transformada para expressar β-galactosidase, enzima que é capaz de catalisar uma reação colorimétrica quando o vermelho de clorofenil-β-D-galactopiranosídeo (CPRG) é utilizado como substrato (BUCKNER et al., 1996). Células de fibroblastos L929 foram semeadas em placas de 96 poços, 4.000 células por poço, seguido de incubação “overnight” em estufa a 37 °C para a adesão da célula à superfície. Após incubação, a infecção foi feita com 10 parasitas/célula durante 2 h. Após esse período, o meio contendo os parasitas extracelulares foi substituído por meio novo e a placa novamente incubada a 37 °C durante 48 h. O meio de cultura foi substituído por 160 µL de meio novo, além dos compostos 84 diluídos numa concentração de 20 µg/mL em 40 µL de DMSO 5% em meio, e a placa incubada a 37 °C por 96 h. Após esse período, foi adicionado o substrato CPRG aos poços, a placa incubada a 37 °C, e a leitura realizada após 16-20 h em espectrofotômetro utilizando um filtro de 570 nm. Em paralelo, foram utilizados os seguintes controles: células não infectadas, células infectadas não tratadas, benznidazol (1 µg/mL) (controle positivo) e DMSO diluído em meio a uma concentração final de 1% (controle negativo). Os resultados foram expressos como a porcentagem de redução da absorbância dos poços experimentais em comparação com a absorbância dos poços com células infectadas não tratadas. A avaliação da atividade citotóxica in vitro foi realizada em colaboração com a Profa. Dra. Elaine Maria de Souza-Fagundes (Instituto de Ciências Biológicas, UFMG). Para a linhagem de células Jurkat, foi utilizada concentração de 100.000 células/poço (placas de 96 poços), para a linhagem HL60 utilizou-se a concentração de 50.000 células/poço e por último, utilizou-se a concentração de 40.000 células/poço para a linhagem MCF-7. Todas foram incubadas por 24 horas a 37 °C, 5% CO2 para estabilização. Após estabilização, todas as células foram incubadas com as substâncias por 48 horas em atmosfera de 5% CO2 e 100% de umidade, 37 ºC. Os ensaios foram realizados em triplicata utilizandose como controle positivo o etoposídeo, composto já utilizado na terapia anticâncer. Foi realizado um controle do solvente (DMSO) na mesma concentração das amostras testes. A proliferação e viabilidade celular foram avaliadas pelo ensaio de MTT (MONKS et al., 1991). Pouco antes do término do período de incubação das culturas, foram adicionados a cada poço 20 µL de uma solução de MTT (2,5 mg/mL). Após a formação dos cristais de formazan (4 horas), o sobrenadante foi cuidadosamente retirado à vácuo. A cada poço foram adicionados 200 µL de uma solução de HCl 0,04 M em isopropanol. Após solubilização dos cristais de formazan formados pela metabolização do MTT pelas células viáveis, as placas foram lidas em leitor de ELISA a um comprimento de onda de 595 nm. 85 5.2 Procedimentos 5.2.1 Síntese do ácido 4-(bromometil)benzóico (1) COOH 1 2 3 4 CH2Br 1 A um balão de fundo redondo contendo ácido p-tolúico (20,0 g; 0,147 mol) e peróxido de benzoíla (0,712 g; 2,94 mmol) em benzeno (200 mL), sob refluxo, foi adicionado N-bromosuccinimida (26,17 g; 0,147 mol). A mistura permaneceu sob agitação magnética e refluxo por 5 horas. Após resfriamento até temperatura ambiente filtrou-se o precipitado formado. Em seguida adicionouse água (140 mL) ao precipitado coletado e aqueceu-se a mistura em banho de óleo a 75 °C. Após 1 hora o ácido desejado foi obtido por filtração a quente e lavado com água em ebulição. O produto foi recristalizado em metanol obtendo-se 20,1 g (64% de rendimento). F.M.: C8H7O2Br M.M.: 215 g/mol F.F.: 218,1 – 219,6 °C; lit.: 220 – 222 °C (BARANY e ALBERICIO, 1985). IV ( /cm-1): 3286-2324 (O-H); 1674 (C=O); 1609, 1575, 1508 (C=C). RMN de 1H (δ/ppm; J/Hz; acetona-d6; 200 MHz): 8,03 (d; 2H; H-2; J2,3 = 8,4); 7,60 (d; 2H; H-3; J2,3 = 8,4); 4,71 (s; 2H; CH2Br). RMN de 13 C (δ/ppm; acetona-d6; 50 MHz): 167,05 (C=O); 144,16 (C-4); 131,16 (C-1); 130,82 (C-2); 130,11 (C-3); 33,11 (CH2Br). 86 5.2.2 Síntese do ácido 4-(bromometil)-3-nitrobenzóico (2) COOH 1 6 5 2 NO2 CH2Br 4 3 2 A um balão de fundo redondo contendo ácido nítrico fumegante (60 mL), a 0 °C, adicionou-se o ácido (1) (8,0 g, 0,037 mol) lentamente. A mistura permaneceu sob agitação magnética por 1 hora. Em seguida adicionou-se gelo pilado à solução reagente e filtrou-se o precipitado formado lavando com água destilada gelada. O produto foi recristalizado em diclorometano/hexano, obtendo-se (2) como um sólido amarelo claro (4,33 g, 54% de rendimento). F.M.: C8H6O4NBr M.M.: 260 g/mol F.F.: 128,9 – 130,8 °C; lit.: 128 – 130 °C (BARANY e ALBERICIO, 1985). IV ( /cm-1): 3265-2359 (O-H); 1697 (C=O); 1619, 1567 (C=C); 1532 (ArNO2, N=O assim.); 1348 (ArNO2, N=O sim.). RMN de 1H (δ/ppm; J/Hz; acetona-d6; 200 MHz): 8,59 (d; 1H; H-2; J2,6 = 1,6); 8,30 (dd; 1H; H-6; J2,6 = 1,6; J5,6 = 8,0); 7,91 (d; 1H; H-5; J5,6 = 8,0); 5,00 (s, 2H, CH2Br). RMN de 13 C (δ/ppm; acetona-d6; 50 MHz): 165,28 (C=O); 149,05 (C-3); 137,97 (C-4); 135,02 (C-6); 134,00 (C-5); 133,00 (C-1); 126,96 (C-2); 28,94 (CH2Br). 87 5.2.3 Síntese de N-[4-(clorometil)-3-nitrobenzoiloxi]succinimida (3) O O O N O NO2 CH2Cl 3 A um balão de fundo redondo foram adicionados o ácido (2) (0,3 g, 1,15 mmol), NHS (0,212 g, 1,85 mmol), EDC (0,354 g, 1,85 mmol) e diclorometano (6 mL). A mistura foi mantida sob agitação magnética por 4 horas. Em seguida adicionaram-se ao balão 50 mL de diclorometano e a solução foi vertida em funil de separação. A fase orgânica foi lavada com solução saturada de cloreto de sódio (3 x 50 mL), secada com sulfato de sódio anidro e o solvente foi removido em evaporador rotatório. Obteve-se 0,333 g de um sólido amarelado (92% de rendimento). Quantidades adicionais foram obtidas pelo mesmo procedimento. F.M.: C12H9O6N2Cl M.M.: 312,5 g/mol IV ( /cm-1): 2996, 2953 (C-H); 1770 (C=O succinimida); 1730 (C=O de éster); 1618 (C=C); 1533 (ArNO2, N=O assim.); 1348 (ArNO2, N=O sim.); 1200 (C-O). 5.2.4 Síntese de 4-(clorometil)-3-nitro-N-(2-hidroxietil)benzamida (4) H N O 8 7 1 2 6 5 3 NO2 CH2Cl 4 4 OH 88 A um balão de fundo redondo contendo (3) (0,330 g, 1,06 mmol) foi adicionado diclorometano (3 mL). Após solubilização adicionou-se ao balão, gota a gota, solução de etanolamina (0,129 g, 2,11 mmol) em diclorometano (3 mL). A evolução da reação foi acompanhada por CCD (eluente: acetato de etila, revelador: iodo). Após o término da reação (4 horas) adicionaram-se ao balão 50 mL de acetato de etila e a solução foi vertida em funil de separação. A fase orgânica foi lavada com solução aquosa de HCl 0,1 M (3 x 30 mL), solução saturada de bicarbonato de sódio (1 x 15 mL) e água destilada (2 x 20 mL). Secou-se a fase orgânica com sulfato de sódio anidro, filtrou-se e o solvente foi removido em evaporador rotatório. O produto obtido foi recristalizado em acetato de etila. Obteve-se 0,110 g de um sólido branco (41% de rendimento). Quantidades adicionais foram obtidas pelo mesmo procedimento. F.M.: C10H11O4N2Cl M.M.: 258,5 g/mol F.F.: 133,4 – 135,0 °C IV ( /cm-1): 3473-3154 (N-H e O-H); 2973 (C-H); 1650 (C=O); 1538 (ArNO2, N=O assim.); 1332 (ArNO2, N=O sim.); 1056,1045 (C-O). RMN de 1H (δ/ppm; J/Hz; DMSO-d6; 200 MHz): 8,82 (t; 1H; NH; JNH,7 = 5,6); 8,52 (d; 1H; H-2; J2,6 = 1,6); 8,21 (dd; 1H; H-6; J2,6 = 1,6; J5,6 = 8,0); 7,88 (d; 1H; H-5; J5,6 = 8,0); 5,08 (s; 2H; CH2Cl); 3,54 (t; 2H; H-8; J7,8 = 5,6); 3,36 (q; 2H; H7; JNH,7 = J7,8 = 5,6). RMN de 13 C (δ/ppm; DMSO-d6; 50 MHz): 163,78 (C=O); 147,73 (C-3); 135,95 (C-4); 134,44 (C-1); 132,40 (C-6); 132,26 (C-5); 123,85 (C-2); 59,52 (C-8); 42,43; 42,31 (CH2Cl; C-7). 89 5.2.5 Síntese de N-[4-(bromometil)-3-nitrobenzoiloxi]succinimida (5) O O O N O NO2 CH2Br 5 A um balão de fundo redondo foram adicionados o ácido (2) (0,3 g, 1,15 mmol), NHS (0,212 g, 1,85 mmol), EDC (0,354 g, 1,85 mmol) e diclorometano (6 mL) sob agitação magnética e banho de gelo. Após 20 minutos adicionaram-se ao balão 50 mL de diclorometano e a solução foi vertida em funil de separação. A fase orgânica foi lavada com água destilada (3 x 50 mL), secada com sulfato de sódio anidro, filtrada e o solvente foi removido em evaporador rotatório. Obteve-se 0,300 g de um sólido amarelado (73% de rendimento). F.M.: C12H9O6N2Br M.M.: 357 g/mol IV ( /cm-1): 2995, 2945 (C-H); 1761 (C=O succinimida); 1731 (C=O de éster); 1618 (C=C); 1536 (ArNO2, N=O assim.); 1357 (ArNO2, N=O sim.); 1194 (C-O). 5.2.6 Síntese de 4-(bromometil)-3-nitro-N-(2-hidroxietil)benzamida (6) H N O 8 7 1 6 5 2 NO2 CH2Br 4 3 6 OH 90 A um balão de fundo redondo contendo (5) (0,300 g, 0,84 mmol) foi adicionado diclorometano (3 mL). Após solubilização adicionou-se ao balão, gota a gota e sob banho de gelo, solução de etanolamina (0,103 g, 1,68 mmol) em diclorometano (3 mL). A mistura foi mantida sob agitação magnética e banho de gelo. A evolução da reação foi acompanhada por CCD (eluente: acetato de etila, revelador: iodo). Após o término da reação (4 horas) adicionaram-se ao balão 50 mL de acetato de etila e a solução foi vertida em funil de separação. A fase orgânica foi lavada com solução aquosa de HCl 0,1 M (3 x 30 mL), solução saturada de bicarbonato de sódio (1 x 15 mL) e água destilada (2 x 20 mL). Secou-se a fase orgânica com sulfato de sódio anidro, filtrou-se e o solvente foi removido em evaporador rotatório. Obteve-se 0,165 g de um sólido branco (65% de rendimento). Quantidades adicionais foram obtidas pelo mesmo procedimento. F.M.: C10H11O4N2Br M.M.: 303 g/mol F.F.: 141,8 – 142,6 °C IV ( /cm-1): 3498-3144 (N-H e O-H); 2932, 2883 (C-H); 1642 (C=O); 1527 (ArNO2, N=O assim.); 1327 (ArNO2, N=O sim.); 1060 (C-O). RMN de 1H (δ/ppm; J/Hz; DMSO-d6; 200 MHz): 8,81 (sl; 1H; NH); 8,51 (d; 1H; H-2; J2,6 = 1,6); 8,18 (dd; 1H; H-6; J2,6 = 1,6; J5,6 = 8,0); 7,85 (d; 1H; H-5; J5,6 = 8,0); 4,95 (s; 2H; CH2Br); 3,53 (t; 2H; H-8; J7,8 = 5,5); 3,36 (m; 2H; H-7). RMN de 13 C (δ/ppm; DMSO-d6; 50 MHz): 163,76 (C=O); 147,62 (C-3); 135,92 (C-4); 134,96 (C-1); 132,87 (C-6); 132,38 (C-5); 123,98 (C-2); 59,49 (C-8); 42,41 (C-7); 29,11 (CH2Br). 91 5.2.7 Síntese de N-[4-(clorometil)benzoiloxi]succinimida (7) O O O N O CH2Cl 7 A um balão de fundo redondo foram adicionados o ácido (1) (0,1 g, 0,46 mmol), NHS (0,086 g, 0,74 mmol), EDC (0,142 g, 0,74 mmol) e diclorometano (5mL). A mistura foi mantida sob agitação magnética por 24 horas. Em seguida adicionaram-se ao balão 50 mL de diclorometano e a solução foi vertida em funil de separação. A fase orgânica foi lavada com solução saturada de cloreto de sódio (3 x 50 mL), secada com sulfato de sódio anidro e o solvente foi removido em evaporador rotatório. Obteve-se 0,107 g (86% de rendimento). Quantidades adicionais foram obtidas pelo mesmo procedimento. F.M.: C12H10O4NCl M.M.: 267,5 g/mol IV ( /cm-1): 2949 (C-H); 1766 (C=O succinimida); 1726 (C=O de éster); 1609 (C=C); 1202 (C-O). 5.2.8 Síntese de 4-(clorometil)-N-(2-hidroxietil)benzamida (8) H N O 6 5 1 2 3 4 CH2Cl 8 OH 92 A um balão de fundo redondo contendo (7) (0,300 g, 1,12 mmol) foi adicionado diclorometano (3 mL). Após solubilização adicionou-se ao balão, gota a gota, solução de etanolamina (0,137 g, 2,24 mmol) em diclorometano (3 mL). A evolução da reação foi acompanhada por CCD (eluente: acetato de etila, revelador: iodo). Após o término da reação (4 horas) adicionaram-se ao balão 50 mL de acetato de etila e a solução foi vertida em funil de separação. A fase orgânica foi lavada com solução aquosa de HCl 0,1 M (3 x 30 mL), solução saturada de bicarbonato de sódio (1 x 15 mL) e água destilada (2 x 20 mL). Secou-se a fase orgânica com sulfato de sódio anidro, filtrou-se e o solvente foi removido em evaporador rotatório. O produto obtido foi recristalizado em acetato de etila. Obteve-se 0,091 g de um sólido branco (38% de rendimento). F.M.: C10H12O2NCl M.M.: 213,5 g/mol F.F.: 115,8 – 117,8 °C IV ( /cm-1): 3508-3103 (N-H e O-H); 2942, 2884 (C-H); 1635 (C=O); 1613, 1571 (C=C); 1061,1037 (C-O). RMN de 1H (δ/ppm; J/Hz; DMSO-d6; 200 MHz): 8,47 (sl; 1H; NH); 7,85 (d; 2H; H-2; J2,3 = 8,0); 7,51 (d; 2H; H-3; J2,3 = 8,0); 4,80 (s; 2H; CH2Cl); 3,51 (t; 2H; H6; J5,6 = 5,8); 3,31 (m; 2H; H-5). RMN de 13 C (δ/ppm; DMSO-d6; 50 MHz): 165,94 (C=O); 140,54 (C-4); 134,44 (C-1); 128,69 (C-3); 127,60 (C-2); 59,75 (C-6); 45,50 (CH2Cl); 42,22 (C-5). 93 5.2.9 Síntese de N-[4-(bromometil)benzoiloxi]succinimida (9) O O O N O CH2Br 9 A um balão de fundo redondo foram adicionados o ácido (1) (1,0 g, 4,65 mmol), NHS (0,855 g, 7,44 mmol), EDC (1,425 g, 7,44 mmol) e diclorometano (10 mL) sob agitação magnética e banho de gelo. Após 20 minutos adicionaram-se ao balão 50 mL de diclorometano e a solução foi vertida em funil de separação. A fase orgânica foi lavada com água destilada (3 x 50 mL), secada com sulfato de sódio anidro, filtrada e o solvente foi removido em evaporador rotatório. Obteve-se 1,068 g de um sólido amarelado (74% de rendimento). F.M.: C12H10O4NBr M.M.: 312 g/mol IV ( /cm-1): 2942 (C-H); 1765 (C=O succinimida); 1729 (C=O de éster); 1609 (C=C); 1200 (C-O). 5.2.10 Síntese de 4-(bromometil)-N-(2-hidroxietil)benzamida (10) H N O 6 5 OH 1 2 3 4 CH2Br 10 A um balão de fundo redondo contendo (9) (1,068 g, 3,43 mmol) foi adicionado diclorometano (5 mL). Após solubilização adicionou-se ao balão, gota a gota e 94 sob banho de gelo, solução de etanolamina (0,420 g, 6,86 mmol) em diclorometano (5 mL). A mistura foi mantida sob agitação magnética e banho de gelo. A evolução da reação foi acompanhada por CCD (eluente: acetato de etila, revelador: iodo). Após o término da reação (4 horas) adicionaram-se ao balão 50 mL de acetato de etila e a solução foi vertida em funil de separação. A fase orgânica foi lavada com solução aquosa de HCl 0,1 M (3 x 30 mL), solução saturada de bicarbonato de sódio (1 x 15 mL) e água destilada (2 x 20 mL). Secou-se a fase orgânica com sulfato de sódio anidro, filtrou-se e o solvente foi removido em evaporador rotatório. O produto foi recristalizado em acetato de etila. Obteve-se 0,264 g de um sólido branco (30% de rendimento). F.M.: C10H12O2NBr M.M.: 258 g/mol F.F.: 131,3 – 132,9 °C IV ( /cm-1): 3468-3007 (N-H e O-H); 2942, 2884 (C-H); 1635 (C=O); 1061,1039 (C-O). RMN de 1H (δ/ppm; J/Hz; DMSO-d6; 200 MHz): 8,45 (sl; 1H; NH); 7,83 (d; 2H; H-2; J2,3 = 8,0); 7,52 (d; 2H; H-3; J2,3 = 8,0); 4,73 (s; 2H; CH2Br); 3,51 (t; 2H; H6; J5,6 = 5,8); 3,34 (m; 2H; H-5). RMN de 13 C (δ/ppm; DMSO-d6; 50 MHz): 165,84 (C=O); 140,94 (C-4); 134,37 (C-1); 129,11 (C-3); 127,58 (C-2); 59,72 (C-6); 42,19 (C-5); 33,55 (CH2Br). 5.2.11 Síntese do ácido 4-metil-3-nitrobenzóico (11) COOH 1 2 6 5 4 3 CH3 11 NO2 95 A um balão de fundo redondo contendo ácido nítrico fumegante (12 mL), a 0 °C, adicionou-se o ácido p-tolúico (0,920 g, 6,76 mmol) lentamente. A mistura permaneceu sob agitação magnética por 1 hora. Em seguida adicionou-se gelo pilado à solução reagente e filtrou-se o precipitado formado lavando com água gelada. Obteve-se 1,070 g (87% de rendimento). F.M.: C8H7O4N M.M.: 181 g/mol F.F.: 184,1 – 185,2 °C; lit.: 187 – 188 °C (WEINSTEIN et al., 1962). IV ( /cm-1): 3260-2329 (O-H); 1685 (C=O); 1621, 1567 (C=C); 1531 (ArNO2, N=O assim.); 1351 (ArNO2, N=O sim.). 5.2.12 Síntese de N-(4-metil-3-nitrobenzoiloxi)succinimida (12) O O O N O NO2 CH3 12 A um balão de fundo redondo foram adicionados o ácido (11) (0,3 g, 1,66 mmol), NHS (0,305 g, 2,65 mmol), EDC (0,508 g, 2,65 mmol) e diclorometano (15 mL). A mistura foi mantida sob agitação magnética por 4 horas. Em seguida adicionaram-se ao balão 50 mL de diclorometano e a solução foi vertida em funil de separação. A fase orgânica foi lavada com solução saturada de cloreto de sódio (3 x 50 mL), secada com sulfato de sódio anidro, filtrada e o solvente foi removido em evaporador rotatório. Obteve-se 0,405 g de um sólido amarelado (88% de rendimento). F.M.: C12H10O6N2 96 M.M.: 278 g/mol IV ( /cm-1): 2947 (C-H); 1774 (C=O succinimida); 1727 (C=O de éster); 1618 (C=C); 1529 (ArNO2, N=O assim.); 1359 (ArNO2, N=O sim.); 1204 (C-O). 5.2.13 Síntese de 4-metil-3-nitro-N-(2-hidroxietil)benzamida (13) H N O 8 7 1 OH 2 6 5 4 3 NO2 CH3 13 A um balão de fundo redondo contendo (12) (0,405 g, 1,46 mmol) foi adicionado diclorometano (5 mL). Em seguida adicionou-se ao balão, gota a gota, solução de etanolamina (0,178 g, 2,92 mmol) em diclorometano (5 mL). A evolução da reação foi acompanhada por CCD (eluente: acetato de etila, revelador: iodo). Após o término da reação (4 horas) adicionaram-se ao balão 50 mL de acetato de etila e a solução foi vertida em funil de separação. A fase orgânica foi lavada com solução aquosa de HCl 0,1 M (3 x 30 mL), solução saturada de bicarbonato de sódio (1 x 15 mL) e água destilada (2 x 20 mL). Secou-se a fase orgânica com sulfato de sódio anidro, filtrou-se e o solvente foi removido em evaporador rotatório. O produto obtido foi recristalizado em acetato de etila. Foi obtido 0,156 g de um sólido branco (47% de rendimento). F.M.: C10H12O4N2 M.M.: 224 g/mol F.F.: 148,6 – 149,1 °C 97 IV ( /cm-1): 3534-3154 (N-H e O-H); 2952, 2892 (C-H); 1647 (C=O); 1622, 1562 (C=C); 1530 (ArNO2, N=O assim.); 1357 (ArNO2, N=O sim.); 1060,1048 (C-O). RMN de 1H (δ/ppm; J/Hz; DMSO-d6; 200 MHz): 8,71 (sl; 1H; NH); 8,45 (s; 1H; H-2); 8,08 (d; 1H; H-6; J5,6 = 8,0); 7,58 (d; 1H; H-5; J5,6 = 8,0); 3,52 (t; 2H; H-8; J7,8 = 5,7); 3,35 (m; 2H; H-7); 2,54 (s; 3H; CH3). RMN de 13 C (δ/ppm; DMSO-d6; 50 MHz): 164,11 (C=O); 148,69 (C-3); 135,77 (C-4); 133,54 (C-1); 132,96 (C-6); 131,69 (C-5); 123,14 (C-2); 59,58 (C-8); 42,35 (C-7); 19,54 (CH3). 5.2.14 Síntese do ácido 4-(clorometil)-3-nitrobenzóico (14) COOH 1 6 5 2 NO2 CH2Cl 4 3 14 A um balão de fundo redondo contendo ácido nítrico fumegante (10 mL), a 0 °C, adicionou-se ácido 4-clorometilbenzóico (1,0 g, 4,64 mmol) lentamente. A mistura permaneceu sob agitação magnética por 1 hora. Em seguida adicionou-se gelo pilado à solução reagente e filtrou-se o precipitado formado lavando com água destilada gelada. O produto foi recristalizado em diclorometano/hexano, obtendo-se (14) como um sólido amarelo claro (0,649 g, 51% de rendimento). F.M.: C8H6O4NCl M.M.: 215,5 g/mol F.F.: 141,2 – 143,3 °C; lit.: 138 – 140 °C (HAMED et al., 1995). 98 IV ( /cm-1): 3362-2324 (O-H); 1696 (C=O); 1622, 1570 (C=C); 1532 (ArNO2, N=O assim.); 1356 (ArNO2, N=O sim.). RMN de 1H (δ/ppm; J/Hz; acetona-d6; 200 MHz): 8,60 (s; 1H; H-2); 8,35 (d; 1H; H-6; J5,6 = 8,0); 7,96 (d; 1H; H-5; J5,6 = 8,0); 5,13 (s, 2H, CH2Cl). RMN de 13 C (δ/ppm; acetona-d6; 50 MHz): 165,31 (C=O); 149,17 (C-3); 137,49 (C-4); 135,04 (C-6); 133,27 (C-5); 133,03 (C-1); 126,78 (C-2); 42,94 (CH2Cl). 5.2.15 Síntese de N-[4-(clorometil)-3-nitrobenzoil]morfolina (15) O O N 8 7 1 2 6 5 3 NO2 CH2Cl 4 15 A um balão de fundo redondo contendo (3) (0,116 g, 0,37 mmol) foi adicionado diclorometano (2 mL). Após solubilização adicionou-se ao balão, gota a gota, solução de morfolina (0,065 g, 0,75 mmol) em diclorometano (2 mL). A evolução da reação foi acompanhada por CCD (eluente: acetato de etila, revelador: iodo). Após o término da reação (4 horas) adicionaram-se ao balão 40 mL de acetato de etila e a solução foi vertida em funil de separação. A fase orgânica foi lavada com solução aquosa de HCl 0,1 M (3 x 20 mL), solução saturada de bicarbonato de sódio (1 x 15 mL) e água destilada (2 x 20 mL). Secou-se a fase orgânica com sulfato de sódio anidro, filtrou-se e o solvente foi removido em evaporador rotatório. Foi obtido 0,082 g de um sólido branco (77% de rendimento). F.M.: C12H13O4N2Cl M.M.: 284,5 g/mol 99 F.F.: 84,2 – 85,2 °C IV ( /cm-1): 2966, 2923, 2857 (C-H); 1630 (C=O); 1531 (ArNO2, N=O assim.); 1347 (ArNO2, N=O sim.); 1100 (C-O). RMN de 1H (δ/ppm; J/Hz; acetona-d6; 200 MHz): 8,12 (s; 1H; H-2); 7,90-7,80 (m; 2H; H-5 e H-6); 5,09 (s; 2H; CH2Cl); 3,67 (sl; 8H; H-7 e H-8). RMN de 13 C (δ/ppm; acetona-d6; 50 MHz): 167,42 (C=O); 149,03 (C-3); 138,60 (C-4); 134,11 (C-1); 133,03 (C-5 e C-6); 67,10 (C-8); 42,96 (C-7 e CH2Cl). 5.2.16 Síntese de 4-(clorometil)-3-nitro-N-propilbenzamida (16) H N O 8 7 9 1 6 5 2 NO2 CH2Cl 4 3 16 A um balão de fundo redondo contendo (3) (0,320 g, 1,02 mmol) foi adicionado diclorometano (3 mL). Após solubilização adicionou-se ao balão, gota a gota, solução de propilamina (0,121 g, 2,05 mmol) em diclorometano (3 mL). A evolução da reação foi acompanhada por CCD (eluente: hexano/ acetato de etila 7:3, revelador: iodo). Após o término da reação (1 hora) adicionaram-se ao balão 50 mL de acetato de etila e a solução foi vertida em funil de separação. A fase orgânica foi lavada com solução aquosa de HCl 0,1 M (3 x 30 mL), solução saturada de bicarbonato de sódio (1 x 15 mL) e água destilada (2 x 20 mL). Secou-se a fase orgânica com sulfato de magnésio, filtrou-se e o solvente foi removido em evaporador rotatório. Foi obtido 0,249 g (94% de rendimento). Purificou-se o produto obtido por CCD em escala preparativa (eluente: acetato de etila). Obteve-se um sólido amarelo claro com 80% de rendimento. F.M.: C11H13O3N2Cl 100 M.M.: 256,5 g/mol F.F.: 59,6 – 61,1 °C IV ( /cm-1): 3291 (N-H); 2964, 2932, 2874 (C-H); 1634 (C=O); 1527 (ArNO2, N=O assim.); 1344 (ArNO2, N=O sim.). RMN de 1H (δ/ppm; J/Hz; acetona-d6; 200 MHz): 8,52 (d; 1H; H-2; J2,6 = 1,8); 8,24 (dd; 1H; H-6; J2,6 = 1,8; J5,6 = 8,0); 8,17 (sl; 1H; NH); 7,88 (d; 1H; H-5; J5,6 = 8,0); 5,10 (s; 2H; CH2Cl); 3,43-3,33 (m; 2H; H-7); 1,63 (sx; 2H; H-8; J7,8 = J8,9 = 7,4); 0,94 (t; 3H; H-9; J8,9 = 7,4). RMN de 13 C (δ/ppm; acetona-d6; 50 MHz): 164,67 (C=O); 149,05 (C-3); 137,51 (C-4); 135,56 (C-1); 133,00 (C-6); 132,89 (C-5); 124,62 (C-2); 42,98, 42,40 (C-7 e CH2Cl); 23,33 (C-8); 11,69 (C-9). 5.2.17 Síntese do ácido 4-(hidroximetil)-3-nitrobenzóico (17) COOH 1 6 5 2 NO2 CH2OH 4 3 17 A um balão de fundo redondo contendo (2) (0,5 g, 1,92 mmol) adicionou-se solução aquosa saturada de carbonato de sódio (12,5 mL). A mistura permaneceu a 80 °C e sob agitação magnética por 1 hora. Em seguida resfriou-se a solução até temperatura ambiente e acidificou-se com solução aquosa de HCl 2 M. O precipitado formado foi filtrado obtendo-se o produto como um sólido amarelo claro. (0,324 g, 86% de rendimento). F.M.: C8H7O5N 101 M.M.: 197 g/mol F.F.: 163,9 – 164,7 °C; lit.: 166 – 168 °C (NICOLÁS et al., 1997). IV ( /cm-1): 3554-2293 (O-H); 1694 (C=O); 1621 (C=C); 1529 (ArNO2, N=O assim.); 1344 (ArNO2, N=O sim.); 1031 (C-O). RMN de 1H (δ/ppm; J/Hz; acetona-d6; 200 MHz): 8,61 (d; 1H; H-2; J2,6 = 1,6); 8,34 (dd; 1H; H-6; J2,6 = 1,6; J5,6 = 8,0); 8,10 (d; 1H; H-5; J5,6 = 8,0); 5,07 (s; 2H; CH2OH). RMN de 13 C (δ/ppm; acetona-d6; 50 MHz): 165,81 (C=O); 147,89 (C-3); 144,15 (C-4); 134,86 (C-6); 131,17 (C-1); 129,60 (C-5); 126,16 (C-2); 61,53 (CH2OH). 5.2.18 Síntese de 4-(clorometil)-3-nitro-N-(2-cloroetil)benzamida (18) H N O 1 Cl 2 6 5 8 7 3 NO2 CH2Cl 4 18 A um balão de fundo redondo contendo (4) (0,050 g, 0,19 mmol), trietilamina (0,049 g, 0,48 mmol) e diclorometano (2 mL), sob agitação magnética e banho de gelo, adicionou-se cloreto de mesila (0,055 g, 0,48mmol) lentamente. A mistura permaneceu sob agitação magnética por 18 horas. Em seguida adicionaram-se ao balão gelo pilado e solução saturada de bicarbonato de sódio (2 mL). A mistura foi extraída com acetato de etila (3 x 15 mL). A fase orgânica reunida foi lavada com solução aquosa de HCl 0,1 M (1 x 30 mL) e água destilada até pH próximo a neutralidade. Secou-se a fase orgânica com sulfato de sódio anidro, filtrou-se e o solvente foi removido em evaporador rotatório. Foi obtido 0,045 g de um sólido branco. (rendimento de 84%). 102 F.M.: C10H10O3N2Cl2 M.M.: 277 g/mol F.F.: 98,3 – 99,2 °C IV ( /cm-1): 3303 (NH); 2934 (C-H); 1638 (C=O); 1538 (ArNO2, N=O assim.); 1344 (ArNO2, N=O sim.). RMN de 1H (δ/ppm; J/Hz; acetona-d6; 200 MHz): 8,55 (s; 1H; H-2); 8,45 (sl; 1H; NH); 8,26 (d; 1H; H-6; J5,6 = 8,0); 7,92 (d; 1H; H-5; J5,6 = 8,0); 5,11 (s; 2H; CH2Cl); 3,78 (sl; 4H; H-7 e H-8). RMN de 13 C (δ/ppm; acetona-d6; 50 MHz): 165,08 (C=O); 149,06 (C-3); 136,82 (C-4); 135,98 (C-1); 133,12 (C-6); 132,99 (C-5); 124,72 (C-2); 43,48, 42,97, 42,74 (CH2Cl, C-7 e C-8). 5.2.19 Síntese de N-(2-butanoiloxietil)-4-(clorometil)-3-nitrobenzamida (19) O H N O 10 8 O 7 9 11 1 6 5 2 NO2 CH2Cl 4 3 19 A um balão de fundo redondo contendo (4) (0,100 g, 0,39 mmol) e acetona (4 mL) adicionaram-se solução de ácido butírico (0,058 g, 0,66 mmol) em acetona (2 mL), EDC (0,126 g, 0,66 mmol) e DMAP (0,005 g, 0,04mmol). A evolução da reação foi acompanhada por CCD (eluente: acetato de etila). Após o término da reação (5 horas) adicionaram-se ao balão 40 mL de acetato de etila e a solução foi vertida em funil de separação. A fase orgânica foi lavada com solução aquosa de HCl 0,1 M (3 x 30 mL), solução saturada de bicarbonato de sódio (2 x 20 mL) e água destilada (2 x 20 mL). Secou-se a fase orgânica com 103 sulfato de sódio anidro, filtrou-se e o solvente foi removido em evaporador rotatório. Foi obtido 0,110 g de um óleo amarelado. (87% de rendimento). F.M.: C14H17O5N2Cl M.M.: 328,5 g/mol IV ( /cm-1): 3318 (N-H); 2965, 2876 (C-H); 1731 (C=O de éster); 1645 (C=O de amida); 1623 (C=C); 1529 (ArNO2, N=O assim.); 1347 (ArNO2, N=O sim.). RMN de 1H (δ/ppm; J/Hz; CDCl3; 200 MHz): 8,42 (d; 1H; H-2; J2,6 = 1,6); 8,06 (dd; 1H; H-6; J2,6 = 1,6; J5,6 = 8,0); 7,77 (d; 1H; H-5; J5,6 = 8,0); 7,19 (sl; 1H; NH); 4,97 (s; 2H; CH2Cl); 4,31 (t; 2H; H-8; J7,8 = 5,2); 3,77-3,69 (m; 2H; H-7); 2,31 (t; 2H; H-9; J9,10 = 7,4); 1,63 (sx; 2H; H-10; J9,10 = J10,11 = 7,4); 0,91 (t; 3H; H-11; J10,11 = 7,4). RMN de 13 C (δ/ppm; CDCl3; 50 MHz): 174,34 (C=O de éster); 164,67 (C=O de amida); 147,73 (C-3); 135,47 (C-4); 135,31 (C-1); 131,98 (C-5 e C-6); 123,74 (C-2); 62,61 (C-8); 42,29 (CH2Cl); 39,96 (C-7); 35,93 (C-9); 18,27 (C-10); 13,54 (C-11). 5.2.20 Síntese de N-(cis-4,7,10,13,16,19-docosahexenoiloxietil)-4............(clorometil)-3-nitrobenzamida (20) O H N O 8 7 1 9 13 11 12 19 16 14 15 17 18 22 20 21 28 25 23 24 26 27 29 2 6 5 10 O 3 NO2 CH2Cl 4 20 A um balão de fundo redondo contendo (4) (0,100 g, 0,39 mmol) e acetona (4 mL) adicionaram-se solução de DHA (0,127 g, 0,39 mmol) em acetona (4 mL), EDC (0,119 g, 0,62 mmol) e DMAP (0,005 g, 0,04 mmol). A evolução da reação 104 foi acompanhada por CCD (eluente: acetato de etila, revelador: iodo). Após o término da reação (5 horas) adicionaram-se ao balão 30 mL de acetato de etila e a solução foi vertida em funil de separação. A fase orgânica foi lavada com solução aquosa de HCl 0,1 M (2 x 15 mL), solução saturada de bicarbonato de sódio (2 x 10 mL) e água destilada (2 x 10 mL). Secou-se a fase orgânica com sulfato de sódio anidro, filtrou-se e o solvente foi removido em evaporador rotatório. Foi obtido 0,164 g de um óleo amarelo (75% de rendimento). F.M.: C32H41O5N2Cl M.M.: 568,5 g/mol IV ( /cm-1): 3313 (N-H); 3012 (C-H alqueno/aromático); 2964, 2932 (C-H); 1734 (C=O de éster); 1648 (C=O de amida); 1532 (ArNO2, N=O assim.); 1348 (ArNO2, N=O sim.). RMN de 1H (δ/ppm; J/Hz; acetona-d6; 200 MHz): 8,53 (d; 1H; H-2; J2,6 = 1,6); 8,41 (sl; 1H; NH); 8,27 (dd; 1H; H-6; J2,6 = 1,6; J5,6 = 8,0); 7,89 (d; 1H; H-5; J5,6 = 8,0); 5,36 (m; 12H; H-11, H-12, H-14, H-15, H-17, H-18, H-20, H-21, H-23, H24, H-26 e H-27); 5,10 (s; 2H; CH2Cl); 4,27 (t; 2H; H-8; J7,8 = 5,7); 3,74-3,65 (m; 2H; H-7); 2,87 (sl; 10H; H-13, H-16, H-19, H-22 e H-25); 2,37 (sl; 4H; H-9 e H10); 2,15-2,01 (m; 2H; H-28); 0,95 (t; 3H; H-29; J28,29 = 7,5). RMN de 13C (δ/ppm; acetona-d6; 50 MHz): 173,17 (C=O de éster); 165,00 (C=O de amida); 149,00 (C-3); 137,04 (C-4); 135,74 (C-1); 133,00 (C-6); 132,41 (C5); 129,68-127,86 (C-11, C-12, C-14, C-15, C-17, C-18, C-20, C-21, C-23, C24, C-26 e C-27); 124,75 (C-2); 63,22 (C-8); 42,98 (CH2Cl); 39,80 (C-7); 34,45 (C-9); 26,14 (C-13, C-16, C-19, C-22 e C-25); 23,28 (C-10); 21,03 (C-28); 14,52 (C-29). 105 5.2.21 Síntese de 4-(morfolinometil)-3-nitro-N-(2-hidroxietil)benzamida (21) H N O 8 7 OH 1 6 2 5 3 4 N O NO2 9 10 11 21 A um balão de fundo redondo contendo morfolina (0,067 g, 0,77 mmol) em acetona (4 mL), sob agitação magnética, adicionou-se (4) (0,100 g, 0,39 mmol). A evolução da reação foi acompanhada por CCD (eluente: acetato de etila/metanol 39:1, revelador: solução de ninidrina). Após o término da reação (8 horas) adicionaram-se ao balão 10 mL de solução aquosa de HCl 0,1M e a solução foi vertida em funil de separação. A fase aquosa foi lavada com acetato de etila (15 mL) e em seguida alcalinizada com solução aquosa de NaOH 1 M até pH 11. Extraiu-se a fase aquosa com acetato de etila (3 x 15 mL). A fase orgânica reunida foi lavada com água destilada (2 x 10 mL), secada com sulfato de sódio anidro, filtrada e o solvente foi removido em evaporador rotatório. Foi obtido 0,076 g de um sólido amarelado. (64% de rendimento). F.M.: C14H19O5N3 M.M.: 277 g/mol F.F.: 109,7 – 111,4 °C IV ( /cm-1): 3344, 3281 (N-H e O-H); 2958, 2935, 2892, 2819, 2795 (C-H); 1644 (C=O); 1543 (ArNO2, N=O assim.); 1367 (ArNO2, N=O sim.); 1113 (C-O). 106 RMN de 1H (δ/ppm; J/Hz; CD3OD; 200 MHz): 8,23 (s; 1H; H-2); 7,98 (d; 1H; H6; J5,6 = 8,0); 7,65 (d; 1H; H-5; J5,6 = 8,0); 3,74 (s; 2H; H-9); 3,68-3,62 (m; 2H; H-8); 3,57-3,53 (m; 4H; H-11); 3,47-3,42 (m; 2H; H-7); 2,36-2,32 (m; 4H; H-10). RMN de 13C (δ/ppm; CD3OD; 50 MHz): 167,71 (C=O); 151,33 (C-3); 137,43 (C4); 136,07 (C-1); 132,73 (C-6); 131,87 (C-5); 124,39 (C-2); 67,92 (C-11); 61,43, 60,13 (C-8 e C-9); 54,63 (C-10); 43,70 (C-7). 5.2.22 Síntese de 4-(tetra-hidroisoquinolinilmetil)-3-nitro-N-(2-hidroxietil) ..............benzamida (22) H N O 8 7 OH 1 2 6 5 12 13 14 15 3 4 11 16 10 N NO2 9 18 17 22 A um balão de fundo redondo contendo tetrahidroisoquinolina (0,044 g, 0,33 mmol) em acetona (2 mL), sob agitação magnética, adicionou-se (6) (0,050 g, 0,16 mmol). A evolução da reação foi acompanhada por CCD (eluente: acetato de etila/metanol 7:3, revelador: solução de H2SO4). Após o término da reação (3 horas) secou-se a acetona em evaporador rotatório e adicionaram-se ao balão 10 mL de água destilada. A solução foi vertida em funil de separação e extraída com éter etílico (3 x 10 mL). A fase orgânica reunida foi lavada com solução saturada de cloreto de sódio (10 mL), secada com sulfato de sódio anidro, filtrada e o solvente foi removido em evaporador rotatório. O produto foi recristalizado em acetato de etila. Foi obtido 0,033 g de um sólido amarelo. (56% de rendimento). F.M.: C19H21O4N3 M.M.: 355 g/mol 107 F.F.: 146,5 – 147,2 °C IV ( /cm-1): 3483-3124 (N-H e O-H); 2929 (C-H); 1639 (C=O); 1621 (C=C); 1522 (ArNO2, N=O assim.); 1328 (ArNO2, N=O sim.); 1035 (C-O). RMN de 1H (δ/ppm; J/Hz; DMSO-d6; 200 MHz): 8,74 (t; 1H; NH; JNH,7 = 5,1); 8,36 (d; 1H; H-2; J2,6 = 1,2); 8,15 (dl; 1H; H-6; J5,6 = 8,0); 7,80 (d; 1H; H-5; J5,6 = 8,0); 7,10-7,00 (m; 4H; H-12, H-13, H-14 e H-15); 4,77 (sl; 1H; OH); 3,94 (s; 2H; H-9); 3,56-3,52 (m; 4H; H-8 e H-10); 3,36 (sl; 2H; H-7); 2,74-2,71 (m; 2H; H-18); 2,64-2,61 (m; 2H; H-17). RMN de 13 C (δ/ppm; DMSO-d6; 50 MHz): 164,09 (C=O); 149,19 (C-3); 135,97 (C-4); 134,68, 134,40, 133,87, 131,23 (C-1, C-5, C-6, C-11 e C-16); 128, 43, 126,33, 126,03, 125,5, (C-12, C-13, C-14 e C-15); 123,05 (C-2); 59,56 (C-8); 57,81 (C-10); 55,47 (C-9); 50,16 (C-18); 42,34 (C-7); 28,58 (C-17). 5.2.23 Síntese de 4-(azidometil)-3-nitro-N-(2-hidroxietil)benzamida (23) H N O 8 7 OH 1 2 6 5 NO2 CH2N3 4 3 23 A um balão de fundo redondo contendo (6) (0,050 g, 0,16 mmol) e azida de sódio (0,021 g, 0,33 mmol) adicionaram-se acetona (3 mL) e água destilada (1 mL). A mistura permaneceu sob agitação magnética e banho de óleo a 50 °C. A evolução da reação foi acompanhada por CCD (eluente: acetato de etila, revelador: solução de H2SO4). Ao final da reação (2 horas) adicionaram-se ao balão 10 mL de água destilada. A solução foi vertida em funil de separação e extraída com éter etílico (2 x 20 mL). A fase orgânica reunida foi lavada com água destilada (10 mL), solução saturada de cloreto de sódio (10 mL), secada com sulfato de sódio anidro, filtrada e o solvente foi removido em evaporador 108 rotatório. Obteve-se 0,032 g de um sólido amarelado (73% de rendimento). Quantidades adicionais foram obtidas pelo mesmo procedimento. F.M.: C10H11O4N5 M.M.: 265 g/mol F.F.: 75,1 – 76,0 °C IV ( /cm-1): 3518-3149 (N-H e O-H); 2950 (C-H); 2110 (N3); 1630 (C=O); 1532 (ArNO2, N=O assim.); 1357 (ArNO2, N=O sim.); 1059,1047 (C-O). RMN de 1H (δ/ppm; J/Hz; acetona-d6; 200 MHz): 8,83 (t; 1H; NH; JNH,7 = 5,2); 8,56 (d; 1H; H-2; J2,6 = 1,6); 8,24 (dd; 1H; H-6; J2,6 = 1,6; J5,6 = 8,0); 7,82 (d; 1H; H-5; J5,6 = 8,0); 4,92 (s; 2H; CH2N3); 4,77 (t; 1H; OH; JOH,8 = 5,6); 3,53 (q; 2H; H-8; JOH,8 = J7,8 = 5,6); 3,40-3,31 (m; 2H; H-7). RMN de 13 C (δ/ppm; acetona-d6; 50 MHz): 163,88 (C=O); 147,60 (C-3); 135,37 (C-4); 133,75 (C-1); 132,48 (C-6); 130,81 (C-5); 123,73 (C-2); 59,52 (C-8); 50,75 (CH2N3); 42,42 (C-7). 5.2.24 Síntese de 4-[4-(2-hidroxietil)-1H-1,2,3-triazol-1-il]metil-3-nitro-N-(2.......... .hidroxietil)benzamida (24) H N O 8 7 OH 1 2 6 5 HO 10 11 12 3 4 13 N N N NO2 9 24 A um balão de fundo redondo contendo 3-butin-1-ol (0,013 g, 0,19 mmol), (23) (0,050 g, 0,19 mmol) e t-butanol (2 mL) adicionaram-se CuSO4.5H2O (0,009 g, 109 0,04 mmol) e solução de ácido ascórbico (0,020 g, 0,11 mmol) e bicarbonato de sódio (0,009 g, 0,11 mmol) em 2 mL de água destilada. A mistura reacional permaneceu sob agitação magnética e a evolução da reação foi acompanhada por CCD (eluente: acetato de etila). Após o término da reação (24 horas) removeu-se o solvente em evaporador rotatório. Adicionou-se etanol ao resíduo obtido no balão e filtrou-se. Secou-se o filtrado em evaporador rotatório obtendo-se 0,061 g de um óleo amarelado (97% de rendimento). F.M.: C14H17O5N5 M.M.: 335 g/mol IV ( /cm-1): 3665-3012 (N-H e O-H); 2935, 2881 (C-H); 1644 (C=O); 1529 (ArNO2, N=O assim.); 1345 (ArNO2, N=O sim.); 1049 (C-O). RMN de 1H (δ/ppm; J/Hz; DMSO-d6; 200 MHz): 8,82 (sl; 1H; NH); 8,58 (s; 1H; H-2); 8,15 (d; 1H; H-6; J5,6 = 7,8); 7,95 (s; 1H; H-10); 7,05 (d; 1H; H-5; J5,6 = 7,8); 5,97 (s; 2H; H-9); 4,75 (sl; 2H; 2 x OH); 3,64-3,34 (m; 6H; H-7, H-8 e H13); 2,79 (sl; 2H; H-12). RMN de 13 C (δ/ppm; DMSO-d6; 50 MHz): 163,93 (C=O); 147,35 (C-3 e C-11); 135,48 (C-4); 133,96 (C-1); 132,69 (C-6); 130,07 (C-5); 123,79 (C-2 e C-10); 60,34, 59,58 (C-8 e C-13); 49,78 (C-9); 42,47 (C-7); 29,17 (C-12). 5.2.25 Síntese de 1,3-diazido-2-propanol (25) OH N3 1 N3 2 25 A um balão de fundo redondo contendo azida de sódio (12,65 g, 0,19 mol), água destilada (55 mL) e acetonitrila (105 mL) adicionou-se epicloroidrina (5,1 mL, 65 mmol). A mistura reacional permaneceu sob agitação magnética e 110 refluxo por 18 horas. Em seguida reduziu-se o volume do solvente em secador e a mistura foi vertida em um funil de separação. Extraiu-se com diclorometano (4 x 25 mL). Secou-se a fase orgânica com sulfato de sódio anidro, filtrou-se e removeu-se o solvente em evaporador rotatório. Foi obtido 9,13 g de um óleo amarelado (99% de rendimento). F.M.: C3H6ON6 M.M.: 142 g/mol IV ( /cm-1): 3299 (O-H); 2931 (C-H); 2089 (N3). RMN de 1H (δ/ppm; J/Hz; CDCl3; 200 MHz): 3,91 (qt; 1H; H-1; J1,2 = 5,4); 3,37 (d; 4H; H-2; J1,2 = 5,4). RMN de 13C (δ/ppm; CDCl3; 50 MHz): 69,47 (C-1); 53,81 (C-2). 5.2.26 Obtenção de 1,3-diamino-2-propanol (26) OH H2N 1 NH2 2 26 A um balão de fundo redondo foram adicionados (25) (0,300 g, 2,12 mmol), metanol (5 mL) e catalisador Pd/C (0,090 g). O balão foi selado com septo de borracha e submetido a fluxo de nitrogênio por 10 minutos. Após esse período, um balão de borracha contendo hidrogênio foi acoplado ao sistema e forçou-se a passagem desse gás para dentro do balão reacional. Em seguida, um novo balão de borracha com hidrogênio foi novamente adaptado e a mistura foi mantida sob atmosfera de hidrogênio e agitação magnética por 24 horas. CCD (eluente: hexano/acetato de etila 1:2, revelador: solução de H2SO4) evidenciou o consumo do material de partida. O catalisador foi removido por filtração e o solvente eliminado em evaporador rotatório. Foi obtido 0,175 g de um óleo amarelado (92% de rendimento). 111 F.M.: C3H10ON2 M.M.: 90 g/mol IV ( /cm-1): 3356, 3294 (N-H e O-H); 2923, 2866 (C-H); 1598 (deformação angular N-H). RMN de 1H (δ/ppm; J/Hz; CD3OD; 200 MHz): 3,55-3,47 (m; 1H; H-1); 2,72-2,49 (m; 4H; H-2). RMN de 13C (δ/ppm; CD3OD; 50 MHz): 74,34 (C-1); 46,08 (C-2). 5.2.27 Síntese de N,N’-bis-4-clorometil-3-nitrobenzoil-1,3-diaminopropan........ ...2-ol (27) OH H N O 7 8 H N O 1 6 2 O2N 3 5 NO2 CH2Cl 4 CH2Cl 27 A um balão de fundo redondo contendo (26) (0,035 g, 0,39 mmol), água destilada (0,5 mL) e THF (1,5 mL), adicionou-se, gota a gota, solução de (3) (0,240 g, 0,77 mmol) em THF (3 mL) sob banho de gelo e agitação magnética. A evolução da reação foi acompanhada por CCD (eluente: hexano/acetato de etila 1:2, revelador: solução de H2SO4). Após 5 horas removeu-se o THF em evaporador rotatório e adicionaram-se ao balão 40 mL de acetato de etila. A mistura foi vertida em funil de separação e lavada com solução aquosa de HCl 0,1 M (2 x 20 mL), solução aquosa saturada de bicarbonato de sódio (10 mL) e água destilada (2 x 20 mL). Secou-se a fase orgânica com sulfato de sódio anidro, filtrou-se e eliminou-se o solvente em evaporador rotatório. O produto foi purificado por CCD em escala preparativa (eluente: acetato de etila). Foi obtido 0,051 g de um sólido amarelado (14% de rendimento). 112 F.M.: C19H18O7N4Cl2 M.M.: 485 g/mol F.F.: 82,4 – 83,5 °C IV ( /cm-1): 3670-3134 (N-H e O-H); 2934 (C-H); 1640 (C=O); 1524 (ArNO2, N=O assim.); 1345 (ArNO2, N=O sim.). RMN de 1H (δ/ppm; J/Hz; acetona-d6; 200 MHz): 8,58 (s; 2H; H-2); 8,49 (sl; 2H; 2 x NH); 8,31 (d; 2H; H-6; J5,6 = 8,0); 7,90 (d; 2H; H-5; J5,6 = 8,0); 5,10 (s; 4H; CH2Cl); 4,07 (qt; 1H; H-8; J7,8 = 5,4); 3,59 (t; 4H; H-7; J7,8 = 5,4). RMN de 13 C (δ/ppm; acetona-d6; 50 MHz): 165,61 (C=O); 149,07 (C-3); 136,99 (C-4); 135,82 (C-1); 133,06 (C-6); 132,97 (C-5); 124,91 (C-2); 69,97 (C-8); 44,35 (C-7); 42,97 (CH2Cl). 5.2.28 Síntese de N,N’-bis-(4-clorometil-3-nitrobenzoil)-2-butanoiloxi-1,3......... ..diaminopropano (28) 11 9 O 7 1 2 O2N O H N 8 10 O H N O 6 3 5 NO2 CH2Cl 4 CH2Cl 28 A um balão de fundo redondo contendo (27) (0,040 g, 0,08 mmol) e acetona (3 mL) adicionaram-se solução de ácido butírico (0,012 g, 0,13 mmol) em acetona (1 mL), EDC (0,025 g, 0,13 mmol) e DMAP (0,001 g, 0,008 mmol). A evolução da reação foi acompanhada por CCD (eluente: acetato de etila, revelador: iodo). Ao final da reação (4 horas) removeu-se a acetona em evaporador 113 rotatório e adicionaram-se ao balão 30 mL de acetato de etila. A solução foi vertida em funil de separação e lavada com solução aquosa de HCl 0,1 M (2 x 15 mL), solução aquosa saturada de bicarbonato de sódio (2 x 15 mL) e água destilada (2 x 15 mL). Secou-se a fase orgânica com sulfato de sódio anidro, filtrou-se e removeu-se o solvente em evaporador rotatório. Foi obtido 0,033 g de um sólido branco (72% de rendimento). F.M.: C23H24O8N4Cl2 M.M.: 555 g/mol F.F.: 161,7 – 163,4 °C IV ( /cm-1): 3310 (N-H); 2965, 2935, 2875 (C-H); 1731 (C=O de éster); 1645 (C=O de amida); 1525 (ArNO2, N=O assim.); 1345 (ArNO2, N=O sim.). RMN de 1H (δ/ppm; J/Hz; acetona-d6; 200 MHz): 8,54 (d; 2H; H-2; J2,6 = 1,6); 8,48 (sl; 2H; NH); 8,26 (dd; 2H; H-6; J2,6 = 1,6; J5,6 = 8,0); 7,91 (d; 2H; H-5; J5,6 = 8,0); 5,27-5,21 (m; 1H; H-8); 5,10 (s; 4H; CH2Cl); 3,87-3,62 (m; 4H; H-7); 2,28 (t; 2H; H-9; J9,10 = 7,4); 1,57 (sx; 2H; H-10; J9,10 = J10,11 = 7,4); 0,86 (t; 3H; H-11; J10,11 = 7,4). RMN de 13C (δ/ppm; acetona-d6; 50 MHz): 173,31 (C=O de éster); 165,49 (C=O de amida); 149,05 (C-3); 136,88 (C-4); 135,95 (C-1); 133,12 (C-6); 132,93 (C5); 124,81 (C-2); 71,68 (C-8); 42,96 (CH2Cl); 41,13 (C-7); 36,48 (C-9); 18,79 (C10); 13,81 (C-11). 114 5.2.29 Síntese de 2-butanoiloxi-1,3-diazidopropano (29) 5 4 3 O O N3 1 N3 2 29 A um balão de fundo redondo contendo ácido butírico (0,300 g, 3,41 mmol) em diclorometano (5 mL) adicionaram-se solução de (25) (0,581 g, 4,09 mmol) em diclorometano (5 mL), EDC (0,784 g, 4,09 mmol) e DMAP (0,042 g, 0,34 mmol) sob agitação magnética. A evolução da reação foi acompanhada por CCD (eluente: hexano/acetato 7:3, revelador: iodo). Após o final da reação (4 horas) adicionaram-se ao balão 40 mL de diclorometano e a solução foi vertida em funil de separação. A fase orgânica foi lavada com solução aquosa de HCl 0,1 M (4 x 30 mL), solução aquosa saturada de bicarbonato de sódio (2 x 20 mL) e água destilada (20 mL). Secou-se a fase orgânica com sulfato de sódio anidro, filtrou-se e removeu-se o solvente em evaporador rotatório. O produto obtido foi purificado por CCS (eluente: hexano/acetato 95:5). Obteve-se 0,312 g de um óleo amarelado (43% de rendimento). F.M.: C7H12O2N6 M.M.: 212 g/mol IV ( /cm-1): 2968, 2937, 2878 (C-H); 2093 (N3); 1738 (C=O); 1163 (C-O). RMN de 1H (δ/ppm; J/Hz; CDCl3; 200 MHz): 5,06 (qt; 1H; H-1; J1,2 = 5,2); 3,47 (d; 4H; H-2; J1,2 = 5,2); 2,36 (t; 2H; H-3; J3,4 = 7,4); 1,68 (sx; 2H; H-4; J3,4 = J4,5 = 7,4); 0,96 (t; 3H; H-5; J4,5 = 7,4). RMN de 13 C (δ/ppm; CDCl3; 50 MHz): 172,58 (C=O); 70,66 (C-1); 50,92 (C-2); 35,90 (C-3); 18,14 (C-4); 13,47 (C-5). 115 5.2.30 Síntese de N-butanoiloxisuccinimida (30) O O O N O 30 A um balão de fundo redondo contendo ácido butírico (0,200 g, 2,27 mmol) em diclorometano (5 mL) foram adicionados NHS (0,418 g, 3,64 mmol) e EDC (0,697 g, 3,64 mmol) sob agitação magnética. A evolução da reação foi acompanhada por CCD (eluente: hexano/acetato 7:3, revelador: iodo). Após o término da reação (5 horas) adicionaram-se ao balão 40 mL de diclorometano e a solução foi vertida em funil de separação. A fase orgânica foi lavada com água destilada (3 x 30 mL), secada com sulfato de sódio anidro, filtrada e o solvente removido em evaporador rotatório. Foi obtido 0,370 g de um óleo amarelado (88% de rendimento). F.M.: C8H11O4N M.M.: 185 g/mol IV ( /cm-1): 2970, 2880 (C-H); 1728 (C=O); 1200 (C-O). 5.2.31 Síntese de N-butanoil-1,3-diaminopropan-2-ol (31) OH H2N H N O 31 A um balão de fundo redondo foram adicionados (29) (0,219 g, 1,03 mmol), THF (4 mL) e catalisador Pd/C (0,065 g). O balão foi selado com septo de borracha e submetido à circulação de nitrogênio por 10 minutos. Após esse período, um balão de borracha contendo hidrogênio foi acoplado ao sistema e 116 forçou-se a passagem desse gás para dentro do balão reacional. Em seguida, um novo balão de borracha com hidrogênio foi novamente adaptado e a mistura foi mantida sob atmosfera de hidrogênio e agitação magnética por 24 horas. CCD (eluente: hexano/acetato de etila 7:3, revelador: solução de H2SO4) evidenciou o consumo do material de partida. O catalisador foi removido por filtração e o solvente eliminado em evaporador rotatório. Foi obtido 0,140 g de um óleo amarelado (85% de rendimento). F.M.: C7H16O2N2 M.M.: 160 g/mol IV ( /cm-1): 3640-3124 (N-H e O-H); 2962, 2933, 2873 (C-H); 1640 (C=O); 1547 (deformação angular N-H); 1070 (C-O). 5.2.32 Síntese de N,N’-dibutanoil-1,3-diaminopropan-2-ol (32) H N OH H N O O 32 A um balão de fundo redondo contendo (31) (0,140 g, 0,88 mmol) em 3 mL de THF adicionou-se solução de (30) (0,162 g, 0,88 mmol) em THF (3 mL) sob agitação magnética. A evolução da reação foi acompanhada por CCD (eluente: acetato/metanol 7:3, revelador: solução de ninhidrina). Após o final da reação (5 horas) adicionaram-se ao balão 40 mL de acetato de etila e a solução foi vertida em funil de separação. Extraiu-se com solução aquosa de HCl 0,1 M (20 mL). A fase aquosa foi neutralizada com solução aquosa de NaOH 1 M e secada em evaporador rotatório. Em seguida adicionaram-se 20 mL de etanol e filtrou-se a suspensão resultante. O filtrado foi evaporado em evaporador rotatório. Ao resíduo obtido foram adicionados 2 mL de água destilada e extraiu-se em funil de separação com acetato de etila (4 x 10 mL). A fase orgânica reunida foi secada com sulfato de sódio anidro, filtrada e o solvente 117 removido em evaporador rotatório. Foi obtido 0,040 g de um óleo amarelado (20% de rendimento). F.M.: C11H22O3N2 M.M.: 230 g/mol IV ( /cm-1): 3600-3149 (N-H e O-H); 2961, 2932, 2873 (C-H); 1625 (C=O); 1550 (deformação angular N-H). 5.2.33 Síntese de N,N’-dibutanoil-2-[4-(clorometil)-3-nitrobenzoiloxi]-1,3..............diaminopropano (33) Cl 4 O2N 6 2 H N 5 3 1 O H N O 7 O 11 9 8 10 O 33 A um balão de fundo redondo contendo (32) (0,040 g, 0,17 mmol) em THF (2 mL) adicionaram-se (2) (0,045 g, 0,17 mmol), EDC (0,053 g, 0,28 mmol) e DMAP (0,002 g, 0,02 mmol). A mistura permaneceu sob agitação magnética por 5 horas. A evolução da reação foi acompanhada por CCD (eluente: hexano/acetato de etila/ ácido acético 8:1:1, revelador: iodo). Em seguida adicionaram-se ao balão 30 mL de acetato de etila. A solução foi vertida em funil de separação e lavada com solução aquosa de HCl 0,1 M (3 x 10 mL), solução aquosa saturada de bicarbonato de sódio (10 mL) e água destilada (10 mL). Secou-se a fase orgânica com sulfato de sódio anidro, filtrou-se e removeu-se o solvente em evaporador rotatório. Foi obtido 0,046 g de um óleo amarelo (62% de rendimento). F.M.: C19H26O6N3Cl 118 M.M.: 427,5 g/mol IV ( /cm-1): 3297 (N-H); 2963, 2933, 2874 (C-H); 1726 (C=O de éster); 1647 (C=O de amida); 1534 (ArNO2, N=O assim.); 1349 (ArNO2, N=O sim.). RMN de 1H (δ/ppm; J/Hz; acetona-d6; 200 MHz): 8,56 (s; 1H; H-2); 8,33 (d; 1H; H-6; J5,6 = 8,0); 7,95 (d; 1H; H-5; J5,6 = 8,0); 7,51 (sl; 2H; 2 x NH); 5,19 (sl; 1H; H-7); 5,12 (s; 2H; CH2Cl); 3,67-3,43 (m; 4H; H-8); 2,14 (t; 4H; H-9; J9,10 = 7,2); 1,58 (sx; 4H; H-10; J9,10 = J10,11 = 7,2); 0,87 (t; 6H; H-11; J10,11 = 7,2). RMN de 13C (δ/ppm; acetona-d6; 50 MHz): 173,78 (C=O de éster); 164,19 (C=O de amida); 149,15 (C-3); 137,44 (C-4); 135,05 (C-6); 133,12 (C-5); 132,96 (C1); 126,70 (C-2); 74,55 (C-7); 42,84 (CH2Cl); 39,87 (C-8); 38,59 (C-9); 19,66 (C10); 13,96 (C-11). 5.2.34 Síntese do ácido 4-(mercaptometil)benzóico (34) COOH 1 2 3 4 CH2SH 34 A um balão de fundo redondo adicionaram-se (1) (0,200 g, 0,93 mmol), tiouréia (0,071 g, 0,93 mmol) e água destilada (5 mL). A mistura permaneceu sob agitação magnética e refluxo por 1 hora. Em seguida resfriou-se o balão até temperatura ambiente e adicionou-se bicarbonato de sódio (0,200 g, 2,38 mmol). A suspensão foi submetida à agitação magnética e refluxo até a solubilização de todo o precipitado. Após resfriamento acidificou-se a solução com solução aquosa de HCl 1 M até pH 1 e filtrou-se o precipitado formado lavando com água destilada. O produto foi purificado por CCD em escala preparativa (eluente: hexano/acetato de etila/ ácido acético 8:1:1). Foi obtido 119 0,086 g de um sólido branco (55% de rendimento). Quantidades adicionais foram obtidas pelo mesmo procedimento. F.M.: C8H8O2S M.M.: 168 g/mol F.F.: 168,5 – 170,5 °C; lit.: 176 °C (BARKENBUS et al., 1927). IV ( /cm-1): 3356-2212 (O-H); 1673 (C=O) 1608, 1575 (C=C). RMN de 1H (δ/ppm; J/Hz; DMSO-d6; 200 MHz): 7,88 (d; 2H; H-2; J2,3 = 8,0); 7,45 (d; 2H; H-3; J2,3 = 8,0); 3,78 (d; 2H; CH2; JCH2,SH = 7,8); 2,96 (t; 1H; SH; JCH2,SH = 7,8). RMN de 13 C (δ/ppm; DMSO-d6; 50 MHz): 167,13 (C=O); 146,80 (C-4); 129,52 (C-2); 129,12 (C-1); 128,36 (C-3); 27,44 (CH2). 120 6 CONCLUSÃO Neste trabalho foram sintetizadas 34 substâncias, das quais 21 são inéditas, utilizando materiais de partida de fácil disponibilidade e etapas de síntese simples e eficientes, de um modo geral. A atividade das substâncias sintetizadas foi avaliada em linhagens de células tumorais humanas, formas promastigotas de L. amazonensis e formas amastigotas de T. cruzi. Em relação à atividade citotóxica, 7 substâncias (ácidos 1 e 2 e amidas 4, 6, 18, 19 e 27) apresentaram valores de CI50 < 50 µM contra, no mínimo, uma linhagem de célula tumoral. Dentre as substâncias ativas, a amida (4) foi a mais ativa contra as linhagens de células de leucemia (HL60) e linfoma (Jurkat), enquanto a diamida (27) foi a mais ativa contra linhagens de células de tumor de mama (MCF-7). As amidas (4), (6) e (18) apresentaram atividade significativa contra formas promastigotas de L. amazonensis, com valores de CI50 entre 23 e 59 µM. As amidas (19) e (22) apresentaram notável atividade contra formas amastigotas de T. cruzi. A toxicidade das substâncias para as células normais também foi avaliada utilizando-se células mononucleares do sangue periférico (PBMC) e as substâncias contendo um átomo de bromo na posição benzílica (ácido 1 e amida 6) apresentaram considerável citotoxidade. Ao contrário, as substâncias contendo cloro ou hidroxila na posição benzílica foram muito pouco ativas contra PBMC, indicando uma baixa toxicidade. A presença do grupo nitro parece essencial para as atividades, entretanto, avaliação da atividade de um maior número de moléculas é necessária para confirmação dessa tendência. 121 As amidas (4), (19) e (27) representam compostos promissores para estudos adicionais na busca de novos fármacos antitumorais, leishmanicidas e tripanocidas. É importante acrescentar, também, que estudos da atividade antitumoral in vivo com as amidas (4) e (19) estão em andamento, com resultados preliminares promissores. 122 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADAMS, G. E. Chemical radiosensitization of hypoxic cells. Br. Med. Bull., 29, 1, 48-53, 1973. ANLEZARK, G. M.; MELTON, R. G.; SHERWOOD, R. F.; COLES, B.; FIEDLOS, F.; KNOX, R. J. 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Cancer Ther., 8, 12, 3266-3275, 2009. 130 APÊNDICE A – Espectros na região do infravermelho Figura A.1 – Espectro no infravermelho de 1. 94,1 90 85 1943 80 2811 2655 2545 1508 75 975 877 COOH 70 %T 1575 1092 1224 1125 1018 1199 1609 65 838 782 1172 60 1422 1311 CH2Br 939 55 1674 857 760 50 1285 45,9 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 Figura A.2 – Espectro no infravermelho de 2. 97,0 95 90 85 2839 2555 1567 80 1072 1103 %T 75 1166 COOH 1497 1203 1146 70 1619 NO2 CH2Br 65 1429 1221 877 850 1348 910 768 788 682 1697 60 1279 1316 1297 1532 818 754 54,0 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 131 Figura A.3 – Espectro no infravermelho de 3. 96,1 90 3093 3076 2996 2953 85 1447 80 75 1426 1409 1308 1290 1272 1799 70 935 O 65 O %T 60 O 1618 1254 858 1152 1136 908 887 N 761 844 993 55 O 1770 1027 50 NO2 CH2Cl 45 727 689 1235 1348 1533 808 709 40 1047 1069 1730 35 29,9 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 Figura A.4 – Espectro no infravermelho de 4. 100,0 98 96 1712 2973 913 94 1090 1141 92 883 3301 90 1439 1403 1223 929 856 769 817 1306 1207 1260 88 1493 797 86 84 H N O %T OH 82 1562 1353 80 1056 1332 690 78 NO2 CH2Cl 76 74 1045 1650 72 70 68 67,0 4000,0 1538 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 132 Figura A.5 – Espectro no infravermelho de 5. 100,0 95 90 2995 3096 3048 2945 85 1571 1311 80 1798 1651 1497 1280 75 881 1618 70 1413 1438 1428 O 65 O %T O 1125 771 N 60 926 1292 1158 900 995 737 703 676 850 1253 1229 55 O 1761 50 1357 810 NO2 CH2Br 45 750 1045 40 1071 1536 1731 35 1194 30 28,0 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 Figura A.6 – Espectro no infravermelho de 6. 100,0 95 90 85 2883 3086 2932 80 1118 1163 1086 1463 75 3269 %T 70 O 65 769 1403 1443 1493 881 851 820 754 869 1205 H N 920 1279 OH 1224 1559 799 687 1354 60 1342 NO2 CH2Br 55 50 1327 1642 1527 1060 45 42,0 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 133 Figura A.7 – Espectro no infravermelho de 7. 100,0 95 3520 2279 2949 90 1442 1576 1529 85 1314 1795 80 75 910 734 1416 70 O 65 O O 765 1374 868 1259 N %T 60 55 1156 1116 1609 968 1024 O 50 1234 1047 806 848 679 45 1766 CH2Cl 40 1182 1202 35 1069 998 30 1726 704 24,0 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 Figura A.8 – Espectro no infravermelho de 8. 94,6 90 1924 1806 1720 2064 85 80 75 2884 2942 70 1571 1185 1395 65 1613 60 %T O 55 50 H N 1413 1456 1484 1158 1108 763 873 853 1331 OH 1503 806 1270 1441 3284 1303 45 1207 1061 40 CH2Cl 35 1037 1635 1544 30 24,0 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 134 Figura A.9 – Espectro no infravermelho de 9. 96,0 94 92 2547 90 2942 1795 88 86 1575 84 1093 1129 82 784 1312 1373 1289 1422 1415 80 O 78 76 %T O 74 O 731 1155 860 1024 878 1609 N 1259 1047 72 808 O 70 759 68 1234 846 66 1765 CH2Br 64 62 1200 60 1070 1729 695 997 58 55,0 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 Figura A.10 – Espectro no infravermelho de 10. 95,7 94 92 90 88 2884 2942 86 84 82 O %T 80 H N 1102 1185 1158 1394 1455 1412 OH 805 764 729 1227 873 78 1503 1332 1438 76 854 3281 74 1303 CH2Br 72 1061 1205 1039 70 1546 1635 67,5 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 135 Figura A.11 – Espectro no infravermelho de 11. 96,3 90 1826 1003 85 2667 2977 80 2828 2547 1385 1377 1567 1030 75 1448 1073 1202 1165 70 778 673 1135 COOH %T 65 766 816 60 1497 945 912 844 55 1423 NO2 1621 CH3 50 1351 698 45 1310 1294 1266 1531 1685 40 35,4 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 Figura A.12 – Espectro no infravermelho de 12. 99,0 95 90 3505 3347 3104 2947 85 80 75 766 1289 70 1800 1306 65 1428 O 60 O 55 %T O 1149 1255 858 841 813 915 799 1618 N 50 704 672 45 1236 O 40 1774 994 1048 1030 NO2 35 CH3 30 903 1359 1529 738 25 1204 20 1727 1069 15 10,0 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 136 Figura A.13 – Espectro no infravermelho de 13. 99,0 96 94 3083 92 2892 2952 1162 90 1092 88 813 1387 1465 86 885 785 1222 1208 84 1428 931 850 82 768 3308 80 %T O 78 746 H N 1492 1273 OH 76 691 1622 74 1562 72 1635 1357 1327 NO2 70 68 CH3 66 1060 1048 1647 1530 64 61,0 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 Figura A.14 – Espectro no infravermelho de 14. 95,0 90 1831 1963 85 2832 80 2670 1570 1073 2551 1168 1121 75 70 COOH %T 665 1622 1205 1155 65 857 1499 60 NO2 CH2Cl 55 1356 763 819 789 1431 1258 912 50 1696 1302 1319 1532 696 45 41,4 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 137 Figura A.15 – Espectro no infravermelho de 15. 99,6 95 90 2966 2923 2857 85 1727 80 1560 75 772 70 1207 O 65 O %T 754 1170 948 908 867 N 725 707 60 1068 1499 1301 55 669 50 NO2 CH2Cl 45 40 835 808 1273 1255 1531 35 1347 1630 1025 1431 30 26,9 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 Figura A.16 – Espectro no infravermelho de 16. 96,0 94 1831 92 90 3080 88 992 938 86 2932 2964 2874 84 1071 1049 1396 82 1378 80 1470 78 %T 1134 1206 1174 3291 76 H N O 916 880 870 1157 1252 1494 74 72 1439 1446 70 1273 805 1296 68 NO2 CH2Cl 66 64 765 823 701 1547 726 664 1344 1634 1527 62 1323 60 59,0 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 138 Figura A.17 – Espectro no infravermelho de 17. 97,1 96 94 92 1567 90 88 3202 86 2643 2820 84 1137 1156 1076 82 80 1621 1427 978 1368 78 1184 913 862 %T 76 COOH 74 774 788 1486 931 1273 72 1256 1344 1304 70 68 NO2 CH2OH 66 64 1031 695 1529 815 1694 62 60 56,9 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 Figura A.18 – Espectro no infravermelho de 18. 97,0 96 94 92 3059 1727 2934 90 1042 88 86 1453 1434 1084 1072 865 923 84 765 1423 1207 1193 82 851 820 1134 3303 908 80 803 %T 78 H N O 76 1274 968 725 Cl 1253 1172 74 72 NO2 CH2Cl 70 68 66 1344 1638 657 674 1538 1322 64 63,0 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 139 Figura A.19 – Espectro no infravermelho de 19. 99,9 95 3085 1815 90 2876 3318 85 2965 80 75 915 847 767 1445 70 740 1623 811 65 1093 H N 60 O 55 1029 O %T 715 1257 O 686 1731 1303 50 1645 45 1347 NO2 CH2Cl 40 35 1173 30 27,3 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 Figura A.20 – Espectro no infravermelho de 20. 99,9 95 3313 90 2932 85 2964 847 811 1069 3012 80 1443 1391 1045 915 1304 %T 75 1262 1648 70 65 O H N 1734 O 1348 O 1155 1532 60 NO2 CH2Cl 55,6 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 140 Figura A.21 – Espectro no infravermelho de 21. 100,0 95 90 3065 85 2892 1157 2863 2795 2958 80 972 1179 2819 888 1396 1080 2935 75 1409 943 12591204 1222 1493 1423 70 %T H N O 65 756 818 3344 3281 1440 1030 1277 OH 1452 770 733 1092 1291 848 1133 804 1350 699 1333 1367 60 677 907 1307 1046 1004 55 NO2 50 N 45 40 1634 1644 1063 866 O 37,0 4000,0 1113 1543 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 Figura A.22 – Espectro no infravermelho de 22. 95,0 94 1714 92 90 3075 88 86 84 2929 817 1156 82 80 1365 1418 1427 1480 1390 1543 1445 78 3286 %T 76 O 74 H N OH 1171 970 802 1205 874 910 935 1621 1345 1128 1014 1497 72 715 1096 1055 70 68 NO2 66 674 659 1639 N 64 850 1035 694 1522 62 1328 1301 60 58,1 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 141 Figura A.23 – Espectro no infravermelho de 23. 98,0 96 94 2950 92 1091 886 769 932 90 818 847 3318 88 1427 701 1494 1221 742 %T 86 84 O H N 1558 OH 1357 82 1325 1059 2110 80 NO2 CH2N3 78 1047 1650 76 1532 75,0 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 Figura A.24 – Espectro no infravermelho de 24. 100,0 95 90 2881 2935 85 1727 80 917 1174 3299 75 1428 1135 70 %T H N O 65 1254 1223 802 OH 60 1311 55 50 1345 HO 45 40 38,0 4000,0 738 1644 3600 NO2 1049 N N N 3200 1529 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 142 Figura A.25 – Espectro no infravermelho de 25. 100,0 95 2530 90 2931 85 1610 80 3355 1394 839 75 899 1348 1442 70 920 872 65 1089 60 1660 55 %T 50 45 OH 40 35 N3 1265 N3 30 25 20 2089 15 10,0 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 800 650,0 Figura A.26 – Espectro no infravermelho de 26. 99,6 95 90 85 80 1329 75 %T 1445 1392 2866 70 2923 3356 65 3294 1598 1666 60 OH 55 H2 N NH2 50 927 44,5 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 143 Figura A.27 – Espectro no infravermelho de 27. 99,0 95 90 85 3085 2934 80 953 75 3304 70 1401 1167 912 852 65 1226 1208 60 %T 55 OH H N O 1441 H N 1021 1073 1110 818 797 737 O 1263 50 45 1640 1318 1302 40 35 O2N CH2Cl 30 687 NO2 CH2Cl 1345 25 19,7 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 Figura A.28 – Espectro no infravermelho de 28. 100,0 95 90 3085 85 3310 2875 2965 2935 80 993 963 75 910 70 850 767 1442 1731 65 %T 738 1623 817 797 60 55 O 50 H N 1074 O O H N 1258 O 714 1302 1645 45 1170 687 40 1345 35 30 O2N NO2 CH2Cl CH2Cl 25 1525 21,0 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 144 Figura A.29 – Espectro no infravermelho de 29. 100,0 95 90 2878 2937 1417 796 752 85 2968 900 831 1382 80 1445 1344 75 1041 936 961 70 65 1072 60 %T 55 50 1279 45 40 30 O O 35 1738 1163 N3 N3 2093 25 18,0 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 Figura A.30 – Espectro no infravermelho de 30. 100,0 95 3619 2880 90 1530 2970 85 1463 1297 740 80 1430 75 906 70 836 1813 1160 1124 65 993 878 1366 60 812 55 %T 1782 50 45 40 O 35 30 O 1046 O 25 N O 20 1200 1062 15 1728 10 7,0 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 145 Figura A.31 – Espectro no infravermelho de 31. 100,0 95 90 85 3085 80 2873 2933 75 1327 1252 886 2962 1374 1277 1215 %T 70 3301 1457 979 1093 1431 65 1070 60 682 OH 55 50 H2N H N O 45 1640 1547 42,0 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 Figura A.32 – Espectro no infravermelho de 32. 99,0 95 969 3097 90 895 85 1711 2873 2932 859 80 1324 2961 1374 75 1086 3296 %T 715 1432 70 1219 1109 65 H N 60 OH O 55 H N O 1625 1550 49,0 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 146 Figura A.33 – Espectro no infravermelho de 33. 100,0 95 3078 1778 90 2874 954 3297 85 2933 2963 920 834 80 1440 75 %T 767 806 740 Cl 70 O2N 65 1205 1726 1148 1118 1071 690 716 1291 60 1349 55 H N 50 O H N O 1647 1253 1534 O 44,0 4000,0 3600 O 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 Figura A.34 – Espectro no infravermelho de 34. 97,0 95 90 1946 1822 85 80 1511 75 2816 727 2663 2551 1203 70 1018 677 %T 1575 65 60 1126 1104 COOH 1248 941 1175 55 858 769 1608 1424 50 45 1314 CH2SH 707 1673 1286 40 38,0 4000,0 3600 3200 2800 2400 2000 1800 cm-1 1600 1400 1200 1000 800 650,0 147 APÊNDICE B – Espectros de Ressonância Magnética Nuclear 7.621 7.579 2.016 4.708 8.050 8.008 2.000 Figura B.1 – Espectro de RMN de 1H de 1 (200 MHz, acetona-d6) COOH 1 2 3 4 9.0 8.5 8.0 7.5 2.083 CH2Br 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 ppm 148 33.111 130.818 130.110 33.111 131.160 130.820 130.113 144.162 167.052 Figura B.2 – Espectro de RMN de 13C de 1 (50 MHz, acetona-d6). COOH 1 2 3 4 CH2Br 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 ppm 149 4.997 7.927 7.887 8.590 8.583 8.329 8.321 8.289 8.281 Figura B.3 – Espectro de RMN de 1H de 2 (200 MHz, acetona-d6). COOH 1 6 2 NO2 CH2Br 9.0 8.5 8.0 2.189 1.167 3 1.000 4 1.088 5 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 ppm 150 28.936 126.962 135.028 134.000 28.936 137.970 135.025 133.996 133.005 126.959 149.054 165.277 Figura B.4 – Espectro de RMN de 13C de 2 (50 MHz, acetona-d6). COOH 1 6 5 2 NO2 CH2Br 4 220 210 200 190 3 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 ppm 151 H N O 3.567 3.537 3.509 3.398 3.371 3.343 3.314 5.085 8.850 8.823 8.798 8.529 8.521 8.235 8.227 8.195 8.187 7.899 7.859 Figura B.5 – Espectro de RMN de 1H de 4 (200 MHz, DMSO-d6). 8 OH 7 1 2 6 3 9.0 8.5 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 2.552 2.388 2.004 1.000 0.980 9.5 1.028 NO2 CH2Cl 4 1.012 5 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 ppm 152 42.426 42.306 42.427 42.306 59.518 OH 7 123.849 8 59.518 135.952 134.441 132.403 132.266 123.851 132.404 132.263 H N O 147.735 163.784 Figura B.6 – Espectro de RMN de 13C de 4 (50 MHz, DMSO-d6). 1 2 6 5 220 210 3 NO2 CH2Cl 4 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 ppm 153 H N O 3.560 3.530 3.501 3.391 3.364 3.336 3.308 4.954 8.809 8.510 8.503 8.200 8.192 8.160 8.152 7.880 7.869 7.840 7.829 Figura B.7 – Espectro de RMN de 1H de 6 (200 MHz, DMSO-d6). 8 OH 7 1 6 NO2 CH2Br 10.0 9.5 9.0 8.5 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.222 2.379 1.948 1.036 1.005 3 1.021 4 1.000 5 2 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 ppm 154 42.406 29.109 70 60 29.109 42.407 59.495 123.982 59.497 OH 123.986 8 7 135.921 134.958 132.872 132.380 132.875 132.383 H N O 147.625 163.756 Figura B.8 – Espectro de RMN de 13C de 6 (50 MHz, DMSO-d6). 1 6 5 2 NO2 CH2Br 4 220 210 3 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 50 40 30 20 10 ppm 155 H N O 3.541 3.511 3.482 3.342 3.313 3.284 4.799 7.529 7.489 7.871 7.831 8.471 Figura B.9 – Espectro de RMN de 1H de 8 (200 MHz, DMSO-d6). 6 5 OH 1 2 3 4 9.0 8.5 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 2.166 2.518 2.267 2.126 2.137 1.000 CH2Cl 3.0 2.5 2.0 1.5 ppm 156 59.753 45.499 42.218 45.502 42.217 59.753 128.687 127.596 134.445 128.684 127.592 H N O 140.544 165.938 Figura B.10 – Espectro de RMN de 13C de 8 (50 MHz, DMSO-d6). 6 OH 5 1 2 3 4 CH2Cl 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 ppm 157 3.540 3.512 3.483 3.368 3.342 3.313 7.537 7.497 2.011 4.733 7.852 7.812 H N O 2.000 8.455 Figura B.11 – Espectro de RMN de 1H de 10 (200 MHz, DMSO-d6). 6 5 OH 1 2 3 4 9.5 9.0 8.5 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 2.286 2.388 2.163 0.949 CH2Br 3.0 2.5 2.0 ppm 158 5 33.551 42.188 59.724 59.722 OH 33.551 130 6 42.185 134.370 129.108 127.580 140 129.107 127.580 H N O 140.939 165.843 Figura B.12 – Espectro de RMN de 13C de 10 (50 MHz, DMSO-d6). 1 2 3 4 CH2Br 230 220 210 200 190 180 170 160 150 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 ppm 159 2.545 2.654 2.605 3.251 7.604 7.564 0.988 3.549 3.519 3.490 3.376 3.349 3.320 3.292 8.097 8.057 8 OH 7 1 1.000 H N O 8.448 8.710 Figura B.13 – Espectro de RMN de 1H de 13 (200 MHz, DMSO-d6). 2 6 5 4 3 NO2 10.0 9.5 9.0 0.980 1.022 CH3 8.5 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 ppm 160 H N O 19.541 42.352 19.541 59.583 42.351 59.584 123.141 8 OH 7 1 123.142 132.960 131.683 135.770 133.536 132.958 131.687 148.686 164.106 Figura B.14 – Espectro de RMN de 13C de 13 (50 MHz, DMSO-d6). 2 6 5 4 3 NO2 CH3 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 ppm 161 5.133 7.982 7.942 8.604 8.368 8.329 Figura B.15 – Espectro de RMN de 1H de 14 (200 MHz, acetona-d6). COOH 1 6 NO2 CH2Cl 9.5 9.0 8.5 8.0 2.002 1.037 3 1.000 4 1.080 5 2 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 ppm 162 42.945 126.781 135.044 133.265 42.945 137.488 135.045 133.266 133.026 126.781 149.167 165.315 Figura B.16 – Espectro de RMN de 13C de 14 (50 MHz, acetona-d6). COOH 1 6 5 2 NO2 CH2Cl 4 230 220 210 200 190 3 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 ppm 163 3.673 5.089 8.123 7.901 7.862 7.846 7.807 Figura B.17 – Espectro de RMN de 1H de 15 (200 MHz, acetona-d6). O O N 1 2 6 3 9.0 8.5 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 9.055 1.000 9.5 2.005 NO2 CH2Cl 4 2.077 5 8 7 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 ppm 164 42.956 42.956 67.100 124.901 67.098 124.899 133.030 138.603 134.111 133.028 149.037 167.422 Figura B.18 – Espectro de RMN de 13C de 15 (50 MHz, acetona-d6). O O N 1 2 6 5 220 210 200 190 3 NO2 CH2Cl 4 230 8 7 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 ppm 9.5 9.0 8.5 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 3.132 4 2.084 6 2.058 7 1.997 5 H N 1.015 O 1.974 1.000 1.723 1.686 1.650 1.614 1.577 1.541 0.980 0.943 0.906 3.434 3.399 3.370 3.364 3.334 5.097 8.523 8.514 8.261 8.252 8.221 8.212 8.171 7.903 7.863 165 Figura B.19 – Espectro de RMN de 1H de 16 (200 MHz, acetona-d6). 8 1 9 2 NO2 CH2Cl 3 1.0 0.5 ppm 166 11.687 23.335 11.687 42.980 42.404 23.334 42.980 42.403 137.512 135.556 133.000 132.890 124.616 149.049 8 124.614 H N O 132.997 132.887 164.666 Figura B.20 – Espectro de RMN de 13C de 16 (50 MHz, acetona-d6). 9 7 1 6 5 2 NO2 CH2Cl 4 230 220 210 200 190 3 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 ppm 167 5.075 8.614 8.606 8.363 8.355 8.323 8.315 8.125 8.085 Figura B.21 – Espectro de RMN de 1H de 17 (200 MHz, acetona-d6). COOH 1 6 2 NO2 CH2OH 9.0 8.5 8.0 2.309 1.210 3 1.000 4 1.123 5 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 ppm 168 61.527 129.606 126.167 134.863 61.527 134.856 131.167 129.600 126.161 147.892 144.150 165.811 Figura B.22 – Espectro de RMN de 13C de 17 (50 MHz, acetona-d6). COOH 1 6 5 2 NO2 CH2OH 4 220 210 200 190 3 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 ppm 169 H N O 3.785 5.109 Cl 2 6 3 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.082 2.047 1.000 0.803 1.011 8.5 0.985 NO2 CH2Cl 4 9.0 8 7 1 5 7.936 7.896 8.547 8.449 8.282 8.242 Figura B.23 – Espectro de RMN de 1H de 18 (200 MHz, acetona-d6). 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 ppm 170 H N O 5 210 200 190 43.483 42.969 42.743 136.816 135.977 133.116 132.990 124.722 3 NO2 CH2Cl 4 220 Cl 2 6 230 8 7 1 149.065 165.083 Figura B.24 – Espectro de RMN de 13C de 18 (50 MHz, acetona-d6). 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 ppm 9.0 8.5 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 3.348 2.295 2.233 9 2.168 4 O 2.101 6 8 2.000 7 O 0.885 5 H N 0.938 O 0.990 0.927 0.950 0.913 0.876 2.348 2.311 2.274 1.722 1.685 1.648 1.611 1.574 1.537 3.771 3.744 3.718 3.692 4.336 4.311 4.284 4.968 7.187 8.429 8.421 8.080 8.072 8.040 8.032 7.787 7.747 171 Figura B.25 – Espectro de RMN de 1H de 19 (200 MHz, CDCl3). 10 1 11 2 NO2 CH2Cl 3 1.0 0.5 ppm 172 O H N O 18.270 13.537 42.290 39.960 35.935 62.615 123.744 13.537 135.475 135.310 131.979 18.271 147.735 42.290 39.959 35.938 164.668 62.615 123.740 131.984 174.338 Figura B.26 – Espectro de RMN de 13C de 19 (50 MHz, CDCl3). 10 8 7 O 9 11 1 6 5 2 NO2 CH2Cl 3 4 230 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 ppm 9.0 8.5 8.0 7.5 11 7.0 12 16 14 6.5 15 17 6.0 18 19 20 5.5 22 21 5.0 23 24 25 4.5 26 4.0 27 3.5 3.0 2.5 2.0 3.389 1 13 2.453 10 4.595 9 10.576 4 O 2.057 7 1.961 6 8 1.977 5 H N 12.223 O 1.007 1.000 0.994 1.015 0.983 0.946 0.908 2.375 2.147 2.111 2.075 2.053 2.042 2.007 2.873 3.738 3.710 3.682 3.654 4.301 4.273 4.244 5.098 5.356 8.539 8.531 8.407 8.291 8.283 8.251 8.243 7.912 7.871 173 Figura B.27 – Espectro de RMN de 1H de 20 (200 MHz, acetona-d6). O 28 29 2 NO2 CH2Cl 3 1.5 1.0 0.5 ppm 174 8 10 O 7 9 1 220 210 200 11 19 16 12 14 140 130 15 17 18 22 20 21 14.519 26.140 23.280 21.033 34.449 42.978 39.798 28 25 23 24 26 70 60 27 29 3 NO2 CH2Cl 4 230 13 2 6 5 63.218 149.003 137.045 135.745 132.999 132.413 129.677 129.097 128.820 128.610 127.865 124.748 O H N O 165.001 173.166 Figura B.28 – Espectro de RMN de 13C de 20 (50 MHz, acetona-d6). 190 180 170 160 150 120 110 100 90 80 50 40 30 20 10 0 ppm 175 8 10 O 7 9 13 11 1 19 16 12 14 160 150 15 17 18 22 20 28 25 21 23 110 100 24 26 29 27 2 6 5 42.980 39.804 34.450 26.140 26.087 26.028 23.282 21.035 14.519 O H N O 63.222 132.988 132.417 129.678 129.101 128.943 128.820 128.612 127.868 124.745 Figura B.29 – Subespectro de DEPT 135 de 20 (50 MHz, acetona-d6). 3 NO2 CH2Cl 4 210 200 190 180 170 140 130 120 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 ppm 176 H N O 2.364 2.343 2.323 3.744 3.681 3.653 3.625 3.568 3.548 3.526 3.474 3.447 3.419 7.673 7.633 8.005 7.965 8.227 Figura B.30 – Espectro de RMN de 1H de 21 (200 MHz, CD3OD). 8 OH 7 1 6 2 5 3 4 N O NO2 9 10 9.5 9.0 8.5 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 4.287 2.186 2.292 4.266 2.215 1.107 1.092 1.000 11 3.0 2.5 2.0 ppm 177 43.698 61.426 60.126 54.631 43.698 67.924 61.428 60.128 54.633 67.922 124.387 137.430 136.072 132.730 131.867 124.394 H N O 151.331 132.739 131.875 167.709 Figura B.31 – Espectro de RMN de 13C de 21 (50 MHz, CD3OD). 8 7 OH 1 6 2 5 3 4 9 N O NO2 10 11 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 ppm 178 3.559 3.361 4.353 7.319 2.738 2.713 2.638 2.614 3.942 4.767 2.116 H N O 7.099 7.081 7.001 7.821 7.781 8.767 8.741 8.716 8.361 8.355 8.166 8.127 Figura B.32 – Espectro de RMN de 1H de 22 (200 MHz, DMSO-d6). 8 7 OH 1 6 2 5 18 9.5 9.0 8.5 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 2.132 1.977 1.041 17 4.154 16 0.997 15 N NO2 9 1.008 14 11 1.010 13 3 4 10 1.000 12 3.0 2.5 2.0 1.5 ppm 179 H N O 28.581 42.344 59.562 57.810 55.467 50.162 149.190 135.967 134.678 134.396 133.869 131.233 128.433 126.329 126.035 125.513 123.055 164.089 Figura B.33 – Espectro de RMN de 13C de 22 (50 MHz, DMSO-d6). 8 7 OH 1 6 2 5 12 13 14 15 220 210 3 NO2 180 170 4 11 16 200 10 N 9 18 17 190 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 ppm 9.5 9.0 8.5 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 6.309 4 2.081 6 1.993 1.008 7 1.000 5 H N 1.027 O 1.013 1.000 3.579 3.549 3.520 3.492 3.396 3.358 3.312 4.917 4.805 4.777 4.749 8.852 8.826 8.800 8.560 8.552 8.260 8.252 8.220 8.211 7.838 7.798 180 Figura B.34 – Espectro de RMN de 1H de 23 (200 MHz, DMSO-d6). 8 1 OH 2 NO2 CH2N3 3 3.0 2.5 2.0 ppm 181 50 42.416 50.748 60 42.416 50.745 59.524 59.525 H N O 123.726 135.372 133.751 132.485 130.815 123.728 132.483 130.810 147.596 163.879 Figura B.35 – Espectro de RMN de 13C de 23 (50 MHz, DMSO-d6). 8 7 OH 1 2 6 5 NO2 CH2N3 4 220 210 200 3 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 40 30 20 10 ppm 182 H N O 2.795 3.645 3.527 3.502 3.361 3.337 4.749 5.972 7.074 7.035 8.167 8.129 7.946 8.585 8.819 Figura B.36 – Espectro de RMN de 1H de 24 (200 MHz, DMSO-d6). 8 OH 7 1 2 6 5 9.0 8.5 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 2.044 11.035 2.013 2.000 1.054 0.976 1.061 9.5 NO2 9 N N N 1.114 11 12 3 4 10 1.113 HO 13 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 ppm 183 29.174 42.471 49.785 29.173 42.471 49.790 60.344 59.581 123.799 60.340 59.579 135.478 133.956 132.689 130.071 123.794 132.692 130.072 H N O 147.349 163.932 Figura B.37 – Espectro de RMN de 13C de 24 (50 MHz, DMSO-d6). 8 7 OH 1 2 6 5 HO 10 11 12 220 210 200 3 4 13 N N N 190 NO2 9 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 ppm 184 2.001 3.384 3.357 3.970 3.942 3.915 3.887 3.861 Figura B.38 – Espectro de RMN de 1H de 25 (200 MHz, CDCl3). OH N3 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 0.704 2 4.296 1 1.000 N3 3.0 2.5 2.0 1.5 ppm 185 53.810 53.810 69.469 69.470 Figura B.39 – Espectro de RMN de 13C de 25 (50 MHz, CDCl3). OH N3 200 190 1 180 2 N3 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 ppm 186 1.914 2.719 2.697 2.653 2.632 2.591 2.553 2.525 2.488 3.547 3.531 3.510 3.490 3.473 Figura B.40 – Espectro de RMN de 1H de 26 (200 MHz, CD3OD). OH NH2 8.5 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 0.916 2 4.468 1 1.005 H2N 2.0 1.5 ppm 187 OH H2N 200 190 1 180 NH2 46.081 46.081 74.343 74.344 Figura B.41 – Espectro de RMN de 13C de 26 (50 MHz, CD3OD). 2 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 ppm 188 OH H N O 7 8 H N 4.121 4.094 4.066 4.039 4.012 3.610 3.587 3.559 5.101 7.921 7.881 8.578 8.495 8.328 8.288 Figura B.42 – Espectro de RMN de 1H de 27 (200 MHz, acetona-d6). O 1 6 5 3 NO2 CH2Cl 4 9.0 8.5 8.0 3.811 2.000 2.154 1.980 1.918 CH2Cl 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 4.573 O2N 1.175 2 3.5 3.0 2.5 2.0 ppm 189 OH H N O 7 8 H N 44.348 42.967 44.349 42.967 69.935 124.907 133.062 132.970 69.972 136.995 135.816 133.060 132.971 124.912 149.071 165.606 Figura B.43 – Espectro de RMN de 13C de 27 (50 MHz, acetona-d6). O 1 6 2 O2N 3 5 NO2 CH2Cl 4 CH2Cl 230 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 ppm 9.5 9.0 8.5 8.0 H N 5 CH2Cl 4 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 3.393 3 7 8 2.290 1 O 2.182 9 4.373 O2N H N 1.167 3.959 2 2.000 O 2.028 4.104 2.315 2.278 2.241 1.660 1.623 1.586 1.549 1.512 1.476 0.893 0.857 0.819 3.866 3.837 3.795 3.766 3.753 3.739 3.721 3.690 3.651 3.620 5.268 5.240 5.212 5.104 8.545 8.537 8.485 8.283 8.275 8.243 8.235 7.935 7.895 190 Figura B.44 – Espectro de RMN de 1H de 28 (200 MHz, acetona-d6). 11 10 O O 6 NO2 CH2Cl 1.0 0.5 0.0 ppm 191 13.815 18.792 42.961 41.131 36.485 71.679 124.808 136.878 135.949 133.124 132.928 149.050 165.493 173.309 Figura B.45 – Espectro de RMN de 13C de 28 (50 MHz, acetona-d6). 11 9 H N O 7 1 2 O2N O 8 10 O H N 6 3 5 NO2 CH2Cl 4 CH2Cl 220 210 200 190 O 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 ppm 192 13.815 18.794 42.961 41.135 36.484 71.682 124.808 133.123 132.926 Figura B.46 – Subespectro de DEPT 135 de 28 (50 MHz, acetona-d6). 11 9 H N O 7 1 2 O2N O 8 10 O H N 6 3 5 NO2 CH2Cl 4 CH2Cl 210 O 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 ppm 193 1.000 0.963 0.926 2.396 2.360 2.323 1.774 1.736 1.700 1.662 1.625 1.589 3.487 3.461 5.117 5.091 5.065 5.039 5.014 Figura B.47 – Espectro de RMN de 1H de 29 (200 MHz, CDCl3). 5 4 3 O O N3 9.0 8.5 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 3.042 2.226 2.000 2 4.036 1 0.933 N3 1.5 1.0 0.5 0.0 ppm 194 18.144 13.467 35.896 50.918 13.467 18.145 35.896 50.920 70.663 70.663 172.578 Figura B.48 – Espectro de RMN de 13C de 29 (50 MHz, CDCl3). 5 4 3 O O N3 230 220 1 210 N3 2 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 ppm 9.0 8.5 8.0 7 O 7.5 O H N 9 8 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 6.087 O 3.952 2 3.659 4 3.947 H N 3 2.832 O2N 1.776 1.129 1.078 1.000 0.903 0.867 0.830 2.172 2.136 2.099 1.668 1.632 1.596 1.559 1.523 1.487 3.675 3.634 3.604 3.565 3.533 3.502 3.462 3.432 5.186 5.118 7.512 7.968 7.928 8.556 8.345 8.306 195 Figura B.49 – Espectro de RMN de 1H de 33 (200 MHz, acetona-d6). Cl 5 1 6 11 O 10 1.0 ppm 196 13.964 19.663 42.840 39.872 38.592 74.552 137.438 135.053 133.125 132.965 126.704 149.153 164.193 173.778 Figura B.50 – Espectro de RMN de 13C de 33 (50 MHz, acetona-d6). Cl 4 O2N 5 3 6 2 H N 1 O H N O 7 O 220 210 200 190 180 11 9 8 10 O 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 ppm 197 13.960 19.661 42.838 39.869 38.590 74.552 126.704 135.054 133.126 Figura B.51 – Subespectro de DEPT 135 de 33 (50 MHz, acetona-d6). Cl 4 O2N 6 2 H N 5 3 1 O H N O 7 8 10 O 210 200 11 9 O 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 ppm 198 2.999 2.959 2.920 3.803 3.764 7.472 7.431 7.904 7.864 Figura B.52 – Espectro de RMN de 1H de 34 (200 MHz, DMSO-d6). COOH 1 2 3 4 9.0 8.5 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 0.912 2.091 1.983 2.000 CH2SH 3.5 3.0 2.5 2.0 ppm 199 27.443 129.520 128.367 27.443 129.516 129.123 128.362 146.802 167.129 Figura B.53 – Espectro de RMN de 13C de 34 (50 MHz, DMSO-d6). COOH 1 2 3 4 CH2SH 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 ppm