XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental VI-014 - NOVOS PARADIGMAS NO ENSINO E DESENVOLVIMENTO DA GEOLOGIA APLICADA: UMA ABORDAGEM EPISTEMOLÓGICA COM ÊNFASE NA QUESTÃO AMBIENTAL Roberto Harb Naime(1) Professor Assistente FENGE/PUCRS. Professor Assistente FEAr/UPF. Coordenador do Curso de Especialização em Saneamento e Engenharia Ambiental de Obras Civis da FENGE/PUCRS. Diretor Técnico da GEOSF. Doutorando em Geologia Ambiental UFPR. Régis A. Lahm Professor Assistente FFCH/PUCRS. Coordenador do Laboratório de Tratamento Digital de Imagens da PUCRS. Coordenador do Laboratório de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento da UFRGS. Doutorando em Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento no IPH/UFRGS. Márcio André Klein Laboratório de Tratamento Digital de Imagens da PUCRS. Geólogo Consultor. Endereço(1): Av. Ipiranga, 6681 - Prédio 30 - Sala 34 - Partenon - Porto Alegre - RS - CEP: 90619-900 - Brasil Tel: (51) 320-3525 - e-mail: [email protected] RESUMO Neste trabalho são discutidas as mudanças propostas pela engenharia moderna aplicadas à geologia. Os conceitos antigos de compatibilizar os trabalhos de engenharia com o ambiente físico ganham novos horizontes se desenvolvidos em sua completa extensão. A compatibilização dos trabalhos civis com o ambiente é uma parte da visão global do desenvolvimento auto-sustentável. Por estes propósitos, os conceitos teriam sua dimensão efetivada por uma geologia aplicada com ênfase na idéia de harmonia e respeito desenvolvida por Francis Bacon há muitos séculos com sua célebre assertiva: “A natureza para ser comandada, precisa ser obedecida”. PALAVRAS-CHAVE: Geologia Aplicada, Engenharia Ambiental. INTRODUÇÃO Os conceitos de complexidade e sistemas foram transportados pelo sociólogo alemão Niklas Luhmann da biologia e da física para a teoria social com uma concepção de sistema social como uma rede de centros de poder formada por subsistemas, como o direito, a moral, a política e a economia. A evolução do sistema complexo é o resultado da interação entre esses subsistemas e da ação deles diante das contingências e das incertezas que surgem inevitavelmente na vida social. Trata-se de um movimento contínuo de redução da complexidade, ou seja de enquadramento do novo e do imprevisto, num processo sem fim, e cujo único propósito é a preservação e estabilização das relações sistêmicas. Dentro desta perspectiva, a sociedade não tem centros, nem sujeitos, nem hierarquia. Não tem portanto sentido, e muito menos utopias, a não ser o destino imposto pelas próprias normas de sua evolução. Na prática não é assim. Todos reconhecemos os centros do poder, seus sujeitos e objetos com alguma facilidade e transparência. Os princípios, as hipóteses e o resultado das ciências conforme são conhecidas e seus fundamentos lógicos, valor e alcance são determinados por este sistema complexo de atores visíveis e centros de poder invisíveis. Esta abordagem epistemológica sustenta os novos paradigmas que são apresentados como desafios que a geologia aplicada tem suscitado à engenharia. Desde que Haeckel (1866), um divulgador das idéias de Darwin, batizou em 1866 uma nova disciplina que surgia, com a denominação de ecologia, a humanidade retomou um caminho que desde os homens das ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1 XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental cavernas, com observações empíricas, já trilhava. Hipócrates de Cós, cerca de 400 AC lançou os fundamentos da Ecologia Médica no seu ensaio "Águas, Ares e Lugares". Lamarck e Darwin desenvolveram no século passado as duas linhas fundamentais da moderna ecologia, enfatizando, respectivamente, a influência dos fatores do meio físico sobre os organismo e o papel da competição biológica na seleção natural Hoje, a evolução dos conceitos levou a formulação da concepção de ecossistema(ODUM, 1983), baseada na Teoria Geral dos Sistemas, que enfatiza as noções de relação e dependência entre elementos como os pilares fundamentais para a compreensão dos conjuntos sociais ou naturais e de ampla aplicabilidade à geologia aplicada em geral e aos estudos ambientais em particular Os objetivos do presente trabalho são apresentar e discutir algumas formulações dinâmicas de como a geologia aplicada à engenharia tem participado das mudanças de paradigma. A resultante desta interação tem por objetivo manter uma sociedade estável e sadia avaliando os custo e os benefícios sobre o meio ambiente de qualquer tentativa ou processo de desenvolvimento, incluindo as obras civis, dentro de uma visão de que é mais sábio prevenir do que remediar. Esta ênfase agrega novos conceitos às preocupações ambientais, ou seja o problema das escolhas materiais do homem e da sociedade e relacionamento de ambos com os meios físico (escopo fundamental da geologia de engenharia) e social, ampliando as conceituações clássicas que se preocupam apenas em maximizar a eficiência, especificamente material. MÉTODOS E CRITÉRIOS Todo o desenvolvimento depende dos métodos e critérios utilizados. A nova visão sistêmica produzida por uma perspectiva não reducionista como são os parâmetros mecanicistas e deducionistas, exige uma nova ênfase à interação teórico-prática dos temas, com amplos programas de práticas de campo e visitas a laboratórios e obras. Também são decisivos os estímulos às atividades de extensão em padrões pedagógicos com grande capacidade de produzir responsabilidades diante dos novos paradigmas, criando novas rotinas. Os critérios epistemológicos são deslocados das atividades teóricas para atividades teórico-práticas de interação como meio físico e social num equilíbrio que busca uma nova sinergia de formação. A pesquisa também tem de estar associada ao novo conjunto de propostas, complementando os referenciais acadêmicos e práticos, Estes critérios são inspirados em uma nova postura acadêmica diante de novas premissas. Além das respostas técnicas, a contribuição em aspectos como avaliação e monitoramento do meio físico dentro de suas realidades sociais renova e cria uma cultura com novos padrões, sendo fundamental a aplicação dos conceitos de geobiossistemas e o uso das técnicas avançadas de sensoriamento remoto, geoprocessamento, geotecnia ambiental e análise, diagnóstico e impacto de obras civis dentro de um conceito moderno de gestão autosustentada do meio-ambiente METODOLOGIA DE DISCUSSÃO E EVOLUÇÃO CONCEITUAL A contribuição primária da geologia, uma ciência natural e empírica está na forma de conceber o mundo ao seu redor. A engenharia, evoluída das ciências físicas e matemáticas newtonianas e cartesianas trata os fenômenos do mundo e da engenharia por extensão, como um observador externo que não participa e nem está inserido nesta realidade. Todos os fenômenos naturais são passíveis da aplicação da teoria da elasticidade, cuja única premissa é a homogeneidade física. Para o ferro, o aço, a madeira e diversos outros materiais ou agregados, ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 2 XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental como o concreto, existem deduções matemáticas e algorismos definitivos, capazes de prever o comportamento de tudo dentro de condições específicas. Esta realidade mecanicista do mundo não tem aplicação por exemplo sobre os solos. Cada terreno precisa ser investigado através de uma sondagem ou de outro mecanismo qualquer de pesquisa geológico-geotécnica. Os solos - expressões de um mundo natural - são classificáveis em ramos ou famílias, tem seu comportamento previsível, mas como entes naturais, resultantes de processos intempéricos multifatoriais, exibem particularidades locais imprevisíveis. Ao contrário da engenharia, a geologia se desenvolve a partir das descrições do meio natural sendo uma ciência indutiva. A partir das observações e anotações dos fenômenos locais é que são desenvolvidos os modelos e formuladas as hipóteses. (NAIME, 1997) Por exemplo, se num lote de tijolos descobre-se que os mais escuros são mais resistentes, esta informação empírica é utilizada dentro de uma visão indutiva, mas seria descartada dentro da concepção dedutiva porque não há um algoritmo desenvolvido para quantificar o fenômeno. Esta visão diferenciada do mundo é novamente referida ao serem apresentados os conceitos de tectônica de placas ou geodinâmica. A concepção de um mundo vivo, no qual participamos apenas como mais uma espécie de seres vivos contribui para reduzir a distância criada entre sujeito e objeto dentro da visão sistêmica newtoniana. A Geologia Aplicada à Engenharia traz um conceito indutivo ou empírico capaz de despertar intuição: a compatibilização. Executar obras é compatibilizar o meio ambiente antrópico com o meio ambiente natural. É a investigação geológico-geotécnica dos terrenos que determina o cálculo da capacidade de carga do solo e a escolha do tipo de fundação. São as forças de resistência do solo, o ângulo de atrito interno dos materiais granulares e a coesão dos materiais argilosos associadas às condições freáticas que vão determinar os arranjos e geometrias possíveis para os taludes naturais ou de escavação. A escolha de um tipo de barragem, de terra maciça ou zoneada, de enrocamento com núcleo argiloso ou paramento de concreto ou asfalto, ou de concreto por gravidade ou engastamento é função do sítio de barramento e das disponibilidades de material. A otimização de pedreiras passa pela escolha do tipo de material e métodos de desmonte. É óbvio que uma rocha de natureza vulcânica, diaclasada pelos processos de resfriamento rápido vai produzir uma explotação de pedra com custos muito mais baixos de desmonte e britagem do que uma rocha ígnea plutônica maciça. Também nos túneis e escavações a escolha dos processos de desmonte e contenção, quando necessário, dependem da natureza dos meios físicos naturais com os quais se interage. Métodos tradicionais à explosivo são utilizados em rochas ígneas e metamórficas, geralmente de mais alto grau, e em rochas sedimentares psamíticas. Métodos com máquinas escarificadoras, tipo "couraças"ou "shields" ou "moto-scrapers" são tipicamente utilizados em rochas sedimentares pelíticas e outros litotipos muito alterados. Para a remoção de materiais de solo mole são comuns as máquinas do tipo "drag-lines". Para a execução de obras de escavação ou subterrâneas em solos residuais é generalizado o uso de máquinas escarificadoras tipo retro-escavadeira ou trator de esteira; e para terrenos aluvionares processos construtivos complexos do tipo "Berlim", "Hamburgo" ou "Milão", que associam procedimentos de rebaixamento de lençol freático com processos de contenção. Na área ambiental, no entanto, é que a aplicação de uma nova abordagem sistêmica em geologia de engenharia se torna fundamental. O ecossistema ambiental é multidisciplinar por natureza. Da física criaram-se os modelos de balanço de matéria. A ecologia desenvolveu o sistema pela inserção dos conceitos de entrada e saída de matéria e energia. O direito vem contribuindo com a evolução da noção de bens coletivos para a análise e avaliação do impacto ambiental. A psicologia tem mostrado que as prioridades humanas são passíveis de uma adequada mensuração mesmo para bens ambientais isentos de preço. A sociologia tem contribuído demonstrando que a formulação da tolerância do princípio social é um fenômeno de maior importância no processo de tomada de decisão social do que o princípio de tolerância ecológica advindo da biologia. A matemática teórica através da pesquisa operacional explicita que os princípios dos ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 3 XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental modernos multicritérios oferecem maiores perspectivas para se chegar a um balanço de crescimento econômico do que o tratamento unidimensional baseado em funções de custo. Ainda são princípios de matemática aplicada não-linear que permitem a análise de situações de risco pelos princípios de bifurcação das teorias das catástrofes. A geografia demonstra que as externalidades, como muitas vezes são tratadas grandes obras civis com larga utilização de geologia aplicada, são, na verdade, integrantes do mesmo meio físico. RESULTADOS: INTERFERIR NO IMPACTO DA REALIDADE Nas respostas da demanda de mercado, agentes econômicos, inclusive os empreendedores de grandes obras, em geral deixam de incluir os custos sociais nas operações produtivas e nos preços dos bens e serviços. O resultado é que os preços dos bens de consumo se mantêm baixos e os consumidores compram quantidades excessivas de produtos que ao longo da sua cadeia produtiva abrigam processos poluidores, como na indústria do papel e embalagens em geral. Em princípio, sob o ponto de vista da eficiência alocativa dos recursos para os desejos da sociedade, o preço final de consumo deve incluir os custos privados e sociais. Numa obra de engenharia também. Quando se executa uma obra de engenharia se escolhem os métodos em função do meio natural em busca dos objetivos de efetivação, funcionalidade, permanência e exequibilidade. Qual a diferença com a situação exposta? Como se deseja uma visão ambiental dos agentes envolvidos em empreendimentos de engenharia se a sociedade não trata da mesma maneira os agentes econômicos de mercado e os produtores de bens de consumo? A geologia aplicada tem contribuído claramente para a mudança de paradigma na engenharia e a criação de uma nova e adequada cultura ambiental. Se é necessário compatibilizar a solução de uma obra para que ela funcione e seja exequível, não é preciso exercitar um silogismo de maior complexidade para compreender que todas as interferências ambientais, enquanto sistêmicas devem ser compatibilizadas. É uma versão bíblica que a palavra transmite, a experiência faz entender e a vida faz compreender. A razão fundamental destas proposições é mostrar que o homem, na tentativa de satisfazer suas necessidades, fatalmente virá a perturbar o equilíbrio natural, segundo os atuais padrões e comportamento de consumo e produção. A ausência de adaptação ou compatibilidade (escopo básico da geologia de engenharia), dentro da visão desta lógica social torna este sistema econômico instável e improdutivo. Todas as causas globais de saturação são as mesmas causas locais na mesma reprodução sistêmica do poder, conforme apontada por Niklas Luhmann: concentração de população, crescimento da riqueza material, mudanças tecnológicas e interdependência. A questão ambiental já percorreu um longo caminho. Desde a escola pessimista ("Doomsdey School") destacada por ERHLICH (1970), que interpretava a questão pelo prisma do juízo final; passando pelas Escolas Minimalista que argumenta que a deterioração da qualidade ambiental é um problema menor quando comparada com a pobreza, a miséria e os direitos civis; seguindo com a Escola Coletivista (Socialista) que explica a deterioração da qualidade ambiental como conseqüência inevitável da exploração capitalista; atingindo a Escola de Crescimento Zero citadas por SANDBACH (1978) e MISHAN (1973 e 1981) que agrega o grupo mais expressivo de novos adeptos ambientalista que simplifica a questão limitando o aumento do consumo de bens, maior responsável pela degradação ambiental, conforme realçam os Modelos do Balanço da Matéria (MBM) e o Modelo de Forrester e Meadows (MFM); até atingir as Escolas de Austeridade e de Prioridades Públicas. Mas pouco avançou na evolução e transformação do conceito econômico de externalidade, muito empregado na análise do impacto ambiental das obras civis cuja participação da geologia de engenharia é fundamental, caracterizado apenas quando a produção, o consumo de indivíduos ou a execução de obras civis interfere, de forma positiva ou negativa em outros grupo e indivíduos. (MILLS, 1975). ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 4 XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental A definição prática desta questão, amplamente discutida desde a geologia aplicada tradicional que sempre teve por finalidade a compatibilização da obra com o meio físico, e sua disseminação na geografia, na sociologia, na psicologia e no direito é uma premência. É muito mais lógico explicar e justificar a execução de uma obra através da vocação do meio físico para a finalidade proposta do que o contrário. É preciso institucionalizar os princípios universalmente aceitos da auto-suficiência e da participação dos indivíduos nas decisões relativas à sociedade, não apenas no momento de realizar avaliações de diagnóstico de impacto ambiental de obras civis. Para o desenvolvimento desta concepção, a geologia aplicada tem um largo campo de trabalho. Os princípios e diretrizes para as estratégias ambientais são compatíveis e indissociáveis com os valores humanos: desenvolvimento sustentado e estável e adequação do uso do espaço fundamentalmente parametrizado pela compatibilização das obras, dos espaços e das finalidades. São idênticos os valores individuais e coletivos que pautam os padrões ético e morais. Porque está tão difícil praticá-los já que são univitelinos em sua compatibilidade? CONCLUSÕES A realidade mostra evidências suficientes de que o desrespeito ecológico e a conseqüente deterioração ambiental estão associados aos sistemas econômicos e políticos de uma sociedade. A questão ambiental deve ser entendida numa visão ampla, onde a hierarquia nacional define as prioridades, os objetivos e as metas. Cabe à função epistemológica das ciências questionar suas premissas buscando criar novos princípios, hipóteses e resultados em direção à uma mudança de paradigma que determine novos fundamentos lógicos, novos valores e alcances com reflexos multidisciplinares. Esta é a nova dimensão a ser atingida pela geologia de engenharia, em seu desenvolvimento, no ensino e na pesquisa, para cumprir as expectativas sociais projetadas. A natureza intrínseca da geologia de engenharia de compatibilizar a obra com o meio físico e de buscar cumprir a vocação natural de um determinado meio ao planejar o uso e ocupação dos terrenos já revela a própria lógica implicitada às questões ambientais suscitando um vasto campo de desenvolvimento. A visão indutiva, sistêmica e integrada que se contrapõe à antiga visão dedutiva, mecanicista e isolada tem se mostrado uma tendência claramente hegemônica atualmente. A geologia aplicada à engenharia tem respondido através da técnica aos desafios de alterar paradigmas e criar consciência e cultura ambiental formulando uma nova visão que inclui o sujeito em sua realidade natural e ambiental. À uma situação histórica de perspectiva mecanicista e dedutiva que dissocia o observador do objeto, a geologia aplicada tem contraposto uma visão indutiva, integrada e sistêmica, onde a solução técnica é ambiental também, e onde a otimização dos processos é a compatibilização com o meio natural. Mas não é possível aplicar estes conceitos isoladamente nas obras civis, pois as mudanças globais exigem uma cultura ambiental disseminada, respondendo às aspirações da sociedade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. ERHLICH, P. R.; ERHLICH, A. A. 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