case INSTALADA NO MORUMBI SHOPPING, NA ZONA SUL DA cidade de São Paulo, a nova loja conceito da Vivo buscou Loja conceito transformar o ambiente de vendas em algo mais atraente do que normalmente é encontrado nestes locais. Após passar por uma reformulação, o espaço de 170 metros quadrados foi reinaugurado no dia 2 de dezembro de 2009. Com projeto arquitetônico desenvolvido pela empresa Gad’Retail, que teve Por Rodrigo Casarin Espaço reformado recebe iluminação com alternância de cenários Aparelhos de última geração foram utilizados no projeto de iluminação da loja, que levou em conta aspectos como sustentabilidade e condições de manutenção e operação. o seu diretor executivo e arquiteto Leonardo Araújo como responsável pela obra, o ambiente recebeu materiais sustentáveis e ecologicamente corretos, como piso sintético com 67% de material reciclado e mobiliário apenas com madeiras certificadas. Para Araújo, a principal característica da arquitetura da loja, que busca aproximar as relações dos consumidores com os produtos e fazer com que o espaço integrado proporcione aos clientes um atendimento com um tom informal, é a sua simplicidade. “Entendemos que o ambiente que iria suportar toda a interação tecnológica com os produtos e o merchandising digital deveria ser simples e intuitivo. Tiramos partido também de elementos da marca, reforçando o uso do branco, o que acentua a simplicidade, e o púrpura, já utilizado pela Vivo, para trazer personalidade da marca ao espaço”, explicou. Projetada pelo arquiteto e lighting designer Antonio Carlos Mingrone, titular do escritório Mingrone Iluminação, a luminotecnia do lugar foi realizada com aparelhos de última geração e levando em conta aspectos como sustentabilidade e condições de manutenção e operação. O consumo de energia do estabelecimento foi atenuado pelo grande número de recursos em LEDs e a baixa potência geral das instalações, o que diminuiu o calor do espaço, favorecendo assim o sistema de refrigeração de ar e contribuindo para que o gasto com eletricidade fosse satisfatório. O lighting designer projetou, para a loja, luzes dinâmicas com cenários que se alteram – remotamente ou por interruptores sem fio, por meio de sistema de automação com protocolo DALI (Digital Addressable Lighting Interface) de acordo com os produtos expostos. “Estas cenas estão associadas também ao projeto arquitetônico, que criou espaços distintos, como lounge, áreas de vendas e negociação, atendimento ou complementação da venda”, contou Mingrone. Ambientes Os espaços da loja receberam diversos tipos de efeitos de iluminação, como luz direta, indireta e alternância de tem- Fotos: divulgação peratura de cor, totalizando um total de cinco opções distintas 36 de cenas. Mesmo com a grande variedade de linguagens utilizadas, houve a preocupação para que o projeto não se transformasse em uma miscelânea de cores. “Não nos vale- L U M E ARQUITETURA L U M E A R Q U I T E T U R A 37 Luminárias instaladas sobre o forro suspenso da loja proporcionam ao espaço iluminação indireta, entre outros efeitos. Duas grandes sancas com luz atravessam o estabelecimento. mos de muitas fantasias cromáticas, o caráter proveniente de downlights, feitos com apare- foi trabalhar dentro de tonalidades de branco, lhos que proporcionam luz mais difusa, de alto invocando um espírito mais sóbrio, refinado, padrão para iluminação geral. Um exemplo contemporâneo”, explicou Mingrone. destas aplicações está em uma área de pouco Uma das opções para a iluminação geral 2,4 metros, iluminado por oito pontos de luz atravessam o estabelecimento de ponta a dimerizáveis de 19W. ponta. Além da luz plena, este recurso pode Apesar da preferência pela tecnologia, a ser regulado com diversas intensidades ou loja não recebeu apenas luminárias de LEDs. mesmo totalmente apagado, de acordo com a Junto à entrada há alguns pontos com lâmpa- cena proposta. das multivapores metálicos – do tipo refletora Na área de vendas, um forro suspenso PAR 20 de 35W, escolhidas por serem mais recebeu duas linhas de luminárias dimerizáveis adequadas à situação. A linha que divide a cuja luz é projetada para o teto da loja, que área de vendas da de experimento dos produ- funciona como rebatedor e proporciona uma tos também foi demarcada por estas luminá- iluminação indireta ao espaço. rias, que contam com uma luz mais intensa. Boa parte da loja conta com pé-direito de Elas foram instaladas em embutidos discretos, cerca de 4 metros, o que dificultou o trabalho para que não chamassem atenção. “A ideia foi com os LEDs que destacam os produtos. fazer a presença do LED a mais destacada “Não poderia haver um céu de estrelas como no contexto visual, para que o usuário também resultado final, por isso utilizamos equipamen- pudesse apreciar essa nova tecnologia”. tos de última geração, com fachos ultrafechados”. Alguns espaços receberam luz ambiente 38 mais de 20 metros quadrados e pé-direito de da loja são duas grandes sancas com luz que L U M E ARQUITETURA Para o aproveitamento pleno e constante do trabalho luminotécnico, orientações de A iluminação dos corredores do shopping contribuiu para que a fachada da loja fosse destacada. focalização das luminárias foram retransmiti- sim diversos climas diferentes. “Nestes lugares das aos profissionais que trabalham na loja. trabalhamos com LEDs recém-lançados no ex- “Em joalherias é comum vermos o foco atrás terior. Para a iluminação pontual, as potências do produto, por exemplo, porque as pesso- dentro das vitrines e sobre as mesas exposi- as não costumam ter orientação para mexer toras e balcões para experimentação nunca nos aparelhos. Nós tentamos introduzir isso, foram maior que 10W”, garantiu o lighting explicando como o sistema funciona. Antes designer. da abertura da loja, fizemos um minicurso onde explicamos para os funcionários todo o Iluminação externa sistema de iluminação, para que serve cada cena, quando usar cada uma delas”, contou o lighting designer. Outras preocupações presentes no Na fachada da loja se destaca o logotipo da Vivo, retroiluminado por lâmpadas fluorescentes T5, como dita o padrão de comunica- trabalho de iluminação foram com relação ção visual estabelecido pela empresa. Como ao acabamento da loja, beneficiado com a os corredores do shopping onde o estabele- utilização de luminárias sem moldura, e a luz cimento está localizado conta com iluminação de emergência, para a qual alguns produtos pontual, com fachos bastante marcados, a específicos foram desenvolvidos, como módu- ausência de luz totalmente difusa sobre o los aplicados aos LEDs. centro de vendas favoreceu o seu destaque. “Se o shopping tivesse uma iluminação geral Vitrines muito difusa, talvez pudesse ofuscar um pouco o brilho da fachada da loja”, disse Mingrone. Mesmo não tendo uma programação que se alterne ininterruptamente, quase todas as Integração vitrines da loja dispõem de quatro circuitos 40 com cenas diferentes, que podem ser altera- Todo o projeto da loja foi realizado em das conforme o produto exposto. A exceção pouco mais de um mês, sendo que, menos de é o espaço de exposição maior, localizado no três meses depois, a obra já estava pronta, por fundo da loja, que conta com luz automatizada isso a integração entre as diferentes equipes que se alterna durante todo o dia, criando as- de profissionais foi algo essencial para o L U M E ARQUITETURA Luz incorporada ao mobiliário foi um dos benefícios que o trabalho conjunto entre as equipes de arquitetura e iluminação proporcionou. sucesso da reforma. “O trabalho em conjunto les com os quais podemos interagir. A luz é a foi fundamental para a transformação da ideia quarta dimensão do espaço, então a arquitetu- conceitual em realidade. O clima e a eficácia ra tem que estar colada em nós, que também do sistema de iluminação eram premissas temos que entender a arquitetura. No projeto estruturais do projeto, principalmente conside- da Vivo essa relação se deu numa sintonia rando a ideia de um layout simples, mas que, muito grande. Foi uma operação fantástica”, exatamente por isso, requeria um tratamento garantiu. A integração com as equipes de ele- e uma performance diferenciados. A parceria tricidade e automação também foram impor- com a Mingrone Iluminação nos permitiu um tantes para o sucesso da iluminação. Ficha técnica desenvolvimento progressivo e sinérgico, onde os objetivos foram plenamente alcançados”, Manutenção disse Araújo. Na iluminação esta integração também 42 Um das preocupações do trabalho de foi fundamental, para que os projetos fossem iluminação foi com relação à manutenção das compatibilizados, principalmente quando se instalações. Segundo Mingrone, este é um tratava de luzes incorporadas aos mobiliários aspecto que, no Brasil, os contratantes deixam ou componentes do próprio layout do espa- a desejar. “Observados algum tempo depois ço. Um exemplo dessa ação conjunta pode de entregues, percebemos que os projetos ser observado nos painéis envidraçados que não recebem a devida atenção, o que distor- receberam luzes embutidas direcionadas in- ce resultados e altera elementos que eram diretamente para o teto, onde foi necessária a previstos”, disse. Por isso, para maior tempo instalação de uma superfície transparente que de duração dos resultados iniciais, os equipa- isolasse as lâmpadas e facilitasse a limpeza. mentos utilizados têm cerca de 50 mil horas Todavia, para Mingrone, este trabalho conjunto de vida. Levando em conta o tempo diário de não foi nenhuma novidade. Pelo contrário: funcionamento da loja, isso deve garantir que “Nós não temos trabalhado com projetos os aparelhos passem ao menos 11 anos sem arquitetônicos já prontos, apenas com aque- que grandes reparos sejam necessários. L U M E ARQUITETURA Projeto de iluminação: Antonio Carlos Mingrone / Mingrone Iluminação Arquitetura: Leonardo Araújo / Gad’Retail Luminárias: Omega Iluminação Lâmpadas: Philips LEDs: Philips Automação: Osram Iluminação de emergência: Aureon