WORKSHOP GEHSH
DEZEMBRO – 2005
APRESENTAÇÃO CAMPHORA
Denise Trannin
Socorro
(Arnaldo Antunes / Alice Ruiz)
Socorro, não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir
Socorro, alguma alma mesmo que penada
Me entregue suas penas
Já não sinto amor nem dor
Já não sinto nada
Socorro, alguém me dê um coração
Que esse já não bate nem apanha
Por favor, uma emoção pequena, qualquer coisa
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva
Socorro, alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento,
Acostamento,
Encruzilhada
Socorro, eu já não sinto nada
Em qualquer cruzamento,
Acostamento
Encruzilhada
CAMPHORA
Sinonímia: Camphora officinarum, Laurus camphora
 Na Homeopatia estudada primeiramente por Hah. em
sua matéria médica pura.
 A palavra cânfora deriva do árabe Kafur, que significa
GIZ.
 A Cânfora é encontrada em muitas plantas, mas apenas
em duas em quantidades consideráveis: Dryobalanops
camphora e Laurus camphora.
CAMPHORA
É uma árvore grandiosa que pode viver mais de 1000
anos.


Nasce em todo lugar onde o sol luz generoso.
CAMPHORA

MODALIDADES
Agravação: pelo frio, que aumenta suas sensações
dolorosas.


Melhora: _ pelo calor
_ bebendo água fria
_ pensando em seus sofrimentos
CAMPHORA

AÇÃO GERAL

Ação eletiva no S.N.C. produzindo colapso.
Esfriamento completo do corpo, com prostração
profunda, colapso e transtornos espasmódicos.


Paralisa os glóbulos brancos.
CAMPHORA

CARACTERÍSTICAS
Frio intenso em toda a superfície ext. do corpo com
prostração repentina e completa das forças vitais.

Apesar do corpo estar tão frio, como um pedaço de
gelo, o paciente não suporta estar coberto (descobre-se).

CAMPHORA
Incompatible: after Nitrum. Tea, coffee and lemonade, as
a rule, do not interfere, but in some cases coffee
aggravated and was followed by vomiting.
Compare: Carbo veg. in coldness from undeveloped
exanthema, in collapse, and in continuous epistaxis;
Canthar.; Cuprum; Dulcam.; Lycop.; Nitrum; Opium
in narcotism, heart affections; Phosphor. in anguish
and burning in cholera; Sp. nitr. dulc.: Squilla; Verat.
alb.
CAMPHORA
“ Todo nosso
progresso como
uma escola
depende da
percepção correta
dos sintomas
obtidos pela
experimentação
de Camphora ou
Opium.”
Camphora – All.46


In a few moments after taking I awoke with an
indescribable feeling of uneasiness and most deadly
nausea produced by the taste and smell of the
Camphor.
I could not lie; the thought continually occurred, as
in delirium, "I am dead! No, I am not dead! but
indeed I must be dead!" and thus I flew round
about myself like a top, with no other feeling than
for the strong smell of the Camphor.
... Eu não podia deitar; o pensamento ocorria continuamente como
num delírio, “Eu estou morto! Não, eu não estou morto! Mas de fato
eu devo estar morto” (I am dead! No, I am not dead! But indeed I
must be dead!) e então voava em volta de mim mesmo (round about)
como um pião, sentindo nada mais que o cheiro forte da Cânfora.
... the thought continually occurred, as in
delirium, "I am dead! No, I am not dead! but
indeed I must be dead!"
EXTINTO
ESQUECIDO
SEM VIDA
Período de
maior FRIO,
ESCURIDÃO
DEAD
MORTO
MORTUUS
QUE
DEIXOU DE
EXISTIR
MUITO PÁLIDO
SEM BRILHO
INSENSÍVEL
... O mundo exterior não mais existia para mim
(The external world existed for me no longer).
... Meus pensamentos
se foram (morreram);
um único terrível
permaneceu; eu
imaginava-me
transportado para outro
mundo...
By Aldo
By Aldo
... Para mim tudo o mais estava extinto
(extinguished)...
EXTERMINAR
INTEIRAMENTE
CONSUMIR-SE
ESGOTAR-SE
Ver FV
APAGAR
APAGAR-SE
EXTINGUISH
Extinguir
AMORTECER
ABRANDAR
FAZER
DESAPARECER
Stinguo
MORRER,
ACABAR
OBSCURECER
PERDER-SE DE TODO
... eu levantei na cama, mas tudo em volta de
mim tinha de fato desaparecido
(disappeared)...
... Eu estava sozinho no grande universo, a
última de todas as coisas ( the last of all
things)...
... Minhas idéias sobre mundo, Deus e religião, agora pareciam
para mim terem existido apenas em minha imaginação; a terra
sobre a qual ontem eu vivia e movia – me, tinha seguido seu
curso estabelecido ...
... E eu era o último e solitário fragmento de toda a criação (and I
was the final and solitary fragment of the whole creation)...
...Não existia nenhum outro sentimento em minha
alma além da minha desesperança (hopeless) e
eterna (endless) danação (damnation)...
... Eu caí para trás na cama, acreditando que eu era o
espírito do mal (the spirit of evil) em um mundo
abandonado por Deus (in a world forsaken of God).
... Fé e esperança tinham acabado. Não existia mais
nenhum Deus, ou melhor, o próprio Infinito, com
todas as suas obras, tinha cessado de existir (had
ceased to be)...
... Minha miséria (penúria) era infinita; o tempo não
existia mais; em resumo, eu sofria uma angústia tão
pavorosa como nenhuma imaginação pode
compreender (as no fancy can comprehend)...
...Qual alma poderia pintar para si mesma minha
eterna morada como o Próprio Mal, sozinho num vasto
universo, sem fé ou esperança, e meu coração para
sempre quebrado por inimagináveis torturas?
... Era uma noite de Setembro; toda a natureza repousava
quieta, iluminada (illuminated) pela lua, com as estrelas
claras (clear stars) olhando para baixo.
... pobre natureza extinta (extinguished); o céu
transparente e sem vida (lifeless); a terra estava ainda
nas trevas (dim), luz morta (dead light) ...
LUZ
... Era uma noite
de Setembro;
toda a natureza
repousava quieta,
iluminada
(illuminated) pela
lua, com as
estrelas claras
(clear stars)
olhando para
baixo.
x
TREVAS
...pobre natureza
extinta
(extinguished);
o céu transparente
e sem vida
(lifeless); a terra
estava ainda nas
trevas (dim), luz
morta (dead
light)...
… Eu não podia suportar isto. O sentido do tato estava
morto e meus olhos projetados de suas órbitas…
… Por um momento
resolvi jogar-me da
janela e passar
através do domínio
do meu reino
infernal, mas um
fraco vislumbre de
razão deteu-me…
…Eu tentei rezar mas as palavras soavam pouco sonoras
do meu peito, como reverberações de um vaso
quebrado, (like reverberations from a cracked vessel).
... Um terror pavoroso apoderou-se de mim, e eu não sabia para
onde voar. Eu gritei alto, e então eu estava de fato morto; aquele
inferno que eu costumava pensar a respeito não era ficção mas uma
realidade que eu estava condenado a suportar para sempre...
...Minha mão não mais concebia por meio dos sentidos
resistência, meu corpo todo estava insensível e seco
como mármore e eu estava consciente de não ter calor
interno...
... Em meu sempre crescente terror eu procurei chamar
de volta as sensações, mesmo que fosse dor, e cortei a
pele do meu rosto e mãos, mas foi inútil. Eu não sentia
mais...
...O que eu relato aconteceu, não num estado semidesperto, mas num estado claro e distinto com uma
convicção plena de sua realidade, de forma tão
vívida que eu perfeitamente lembrava-me do menor
incidente. Eu sofri tudo, não apenas no mais alto
grau que eu possa expressar, mas também com
uma inconcebível duração. Quando deitei estirado
no sofá, sofri toda a angústia de uma alma
condenada e esquecida por Deus, o tempo parecia
uma eternidade e o mais doloroso pensamento é
que eu estava para sempre privado da divina
proteção, de toda consolação e de toda esperança.
Nada permaneceu para mim além da convicção da
minha eterna danação...



... A origem do meu desgosto não é a apresentação
das imagens, mas os sentimentos simplesmente,
sem nenhuma mistura do visível, é o meu eu
pessoal, meu espírito não encarnado.
De dia eu estou completamente calmo: noite e
solidão são meus terrores.
Eu ainda tenho fé e razão o bastante para ver em
tudo isto nada além que um fenômeno de um
estado mórbido.
CAMPHORA - conclusão

“Num ser o existir é o princípio do seu bem.
Chama-se SER àquilo que possui o existir. O
mal é essencialmente a frustração daquilo
que pertence a um ser por natureza e como
direito (o existir)”.

O paciente acometido por sofrimento análogo ao
que nos mostra a patogenesia de Camphora,
possivelmente necessite recuperar a capacidade de
distinguir a LUZ nas TREVAS (dim) de sua
consciência obscurecida (dead light)...
... Saber-se (e sentir-se) parte integrante da infinita rede
luminosa da criação...
... Não um fragmento perdido, eternamente condenado
a uma solidão sideral, num universo deserto, frio
e desprovido de Deus.

Acender a Luz da essência nas trevas da sua existência.
Transpor a “danação” (damnation) e e perceber-se, de novo,
existindo, bem como tudo o mais...
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