Alternativo O Estado do Maranhão - São Luís, 3 de dezembro de 2013 - terça-feira 5 Fotos/Divulgação Moska no violão e voz Com 20 anos de carreira, o cantor e compositor carioca Moska se apresenta hoje, às 20h, no Teatro Arthur Azevedo; o repertório terá grandes sucessos da carreira “ Bruna Castelo Branco Editora do Alternativo C ompletando 20 anos de música, sendo 10 de carreira independente, Moska, que se apresenta hoje, às 20h, no Teatro Arthur Azevedo, define a sua atual fase como um equilíbrio poético, no qual consegue projetar a sua arte por diversas linguagens, seja pelo cinema, pela fotografia ou pela música e até apresentando um programa de TV. Tudo acontecendo de forma muito natural, sem uma inclinação intencional, como forma de atender a interesses comerciais. Dono de uma voz suave, composições românticas e shows com elementos circenses, Moska apenas é. Simples assim. “Eu costumo dizer que tenho a filosofia punk. A filosofia punk é a seguinte: eu não sei fazer, mas eu faço. Eu nunca estudei violão, mas eu toco, eu nunca estudei fotografia e fotografo, todo mundo pode fazer o que quiser e isso é muito bonito. É um olhar único”, definiu em entrevista por telefone a O Estado. Hoje, essa atitude punk do artista reencontra o público maranhense no show que terá o formato voz e violão. Além das canções, ele mostrará um pouco da sua linguagem cênica e mesclará as canções com imagens. “Gosto muito desse estilo voz e violão, tem mais liberdade de repertório. Eu quero levar também para o show vídeos com desenhos e fotografias que complementam as canções”, adianta Moska. A apresentação é realizada pelo projeto MPB Petrobras, em parceria com a Caderno 2 Produções. A produção local é de Simão Caminha e terá abertura da cantora Tássia Campos. No repertório da noite, o punk Moska levará ao palco composições do mais recente trabalho, intitulado Muito Pouco Para Todos, um CD e DVD que surgiu como continuação do projeto Muito Pouco (2010). O disco traz canções importantes da carreira do artista. O show deve ser composto por 26 canções e passear por diversas fases da carreira do cantor, não somente pelos álbuns Muito e Pouco, lançados em 2010 e que deram origem ao CD e DVD Muito Pouco Para Todos. Canções como Soneto do Teu Corpo, A Idade do Céu, A Seta e o Alvo, Tudo Novo de Novo, entre outras devem fazer parte da trilha sonora de hoje à noite. Independente - O trabalho Muito Pouco Para Todos, embora não tenha sido planejado, surgiu como um marco para celebrar os 20 anos de carreira do artista e também mostra o equilíbrio artístico de Moska, Estou celebrando esse equilíbrio. Essa plenitude de desenvolver um trabalho submetido ao meu desejo” Moska, cantor Moska fará show voz e violâo hoje no Teatro Arthur Azevedo; apresentação terá recursos visuais, projetados de acordo com as músicas quehá 10 anos segue carreira independente. “Não planejei um disco para os 20 anos de carreira. Na verdade, ele veio naturalmente dentro do meu novo ritmo de trabalho. Quando eu era de uma gravadora, eu tinha um ano e meio para lançar um álbum, tinha que cumprir diversos prazos. Agora eu posso tra- balhar um álbum em todas as suas possibilidades. Os álbuns Muito e Pouco foram lançados em 2010 e eu comecei a trabalhar a turnê e surgiu o Muito Pouco Para Todos”, explica. Da carreira independente, além de explorar melhor os canais de redes sociais, o artista conseguiu um equilibro de pro- dução e pode experimentar a poesia não só na música, mas também no cinema e na fotografia. Recentemente participou do filme Minutos Atrás, no qual, poeticamente, interpreta o cavalo Rulminante, um cavalo cantor e que é companheiro dos protagonistas Vladimir Brichta e Otávio Muller. Além Biografia Nascido no Rio de Janeiro em agosto de 1967, filho de um carioca com uma baiana, Paulo Corrêa de Araújo, o Moska, cresceu na Zona Sul numa família numerosa que ouvia todo tipo de música... Dos clássicos aos bregas, da MPB tradicional ao rock progressivo dos anos 1970. Sua adolescência coincide com os anos 80 e com o estouro das bandas de rock no Brasil. Desde os 13 anos, quando começou a aprender a tocar violão, já tentava compor suas próprias canções. Formou-se em teatro pela CAL, atuou no cinema ( A Cor do seu Destino, O Mistério no Colégio Brasil, Um Trem Para as Estrelas, Kuarup, O Homem do Ano e Minutos Atrás.), cantou na orquestra de vozes Garganta Profunda (coral performático com repertório eclético regido por Marcos Leite) entre os anos de 1984 a 1986, e integrou o grupo Inimigos do Rei entre os anos de 1987 e 1990. Com o sucesso de hits como Uma Barata Chamada Kafka e Adelaide percorreu com os “Inimigos” todo o Brasil (foram mais de 250 apresentações em 2 anos). Em 91 saiu da banda e começou a se dedicar à carreira solo. Desde lá, lançou 7 discos autorais e 2 registros de shows ao vivo: no Teatro Rival (1997) e no Teatro da Caixa/Brasília (2007). Sua carreira discográfica é marcada pela pluralidade brasileira. Suas canções passeam pela MPBPop, pelo rock, flerta com a eletrônica, gingam no samba e se libertam de qualquer gueto ou estilo. Suas letras sempre mergulhadas em poesia são uma marca em suas canções. Doze (12) canções de sua autoria foram trilhas de novelas ou minissérie na TV Globo. Tem 10 discos gravados de músicas inéditas. Compositor requisitado por outras vozes, Moska já teve suas composições gravadas or artistas como Marina Lima, Elba Ramalho, Lenine, Ney Matogrosso, Maria Rita, Mat’nália, entre outros. de atuar, o artista assina a trilha sonora ao lado de André Abujamra. Moska também se aventurou em criar séries fotográficas, de fotos feitas em banheiros de hotel a apresentadores de televisão. No comando do programa Zoombido, exibido há 8 anos no Canal Brasil, fez diversas parcerias musicais. No ato de compor e trabalhar cada composição, chegou onde queria no apuro estético. Sem o compromisso de lançar um disco a cada um ano e meio, o artista pôde explorar as possibilidades de cada produção, o disco Tudo Novo de Novo (2004), por exemplo, ficou seis anos em turnê. Com o álbum, ele viajou pelo Brasil e participou de diversos eventos musicais em países da América do Sul, afinou algumas parcerias internacionais como a com o uruguaio Jorge Drexler, organizou festivais e experimentou a música em toda a sua intensidade. “Quando eu me libertei do contrato, eu pude arriscar em muitas coisas diferentes. Viajei para o Uruguai, Argentina e pude experimentar essa diversidade imensa. Consegui manter uma turnê por seis anos, viajei por várias cidades brasilei- ras, sem essa preocupação de lançar novo disco”, define. Consolidando-se como um músico não só brasileiro, mas como um representante da sonoridade da América do Sul, o Muito Pouco surgiu nesse contexto. Inicialmente, era para ser um disco apenas, mas a divisão em dois álbuns aconteceu como algo bem natural, quando o artista começou a gravar algumas canções no estúdio em casa. As gravações que tinham um teor mais calmo eram feitas na madrugada. “Eu ficava lá de pijama, gravando baixinho para não acordar a minha mulher, o meu filho. Quando me dei conta, percebi que estava fazendo dois discos e que eles se complementavam. Um era mais silencioso, outro era mais escancarado”, relembra. Para o artista, o momento não é apenas para celebrar duas décadas de carreira e sim os 10 anos de pura independência. “É uma pulsação muito bonita, se eu transmito, com minha arte, coisas boas é por causa desse sentimento de felicidade por encontrar esse equilíbrio poético, ter desenvolvido meu próprio ritmo, ter chegado ao meu equilíbrio”, finaliza. Serviço • Show Show de Beth • Show Moska • Onde Teatro Arthur Azevedo (Rua do Sol, Centro) • Ingressos R$30,00