IMPRESSO ESPECIAL
CONTRATO
N.º 050200271-9/2001
ECT/DR/RJ
Sociedade Brasileira
de Patologia Clínica
Medicina Laboratorial
nº 40
Janeiro / 2008
Por que investir em Conhecimento?
Conceito abstrato, difícil de ser medido mas fácil de
ser identificado quando nos deparamos com ele.
Assim é o Conhecimento, cujas propriedades ultrapassam os limites dos indivíduos.
Segundo o consultor e palestrante José Cláudio
Terra “nenhum outro recurso ou investimento pode
trazer retornos exponenciais de maneira tão óbvia”.
Ele acrescenta que “Conhecimento reutilizado em
novos contextos pode trazer ganhos enormes com
investimento mínimo de tempo ou de
novos conhecimentos”.
Neste artigo, Terra, que é consultor do laboratório
Fleury, apresenta vários argumentos que mostram
as vantagens de investir em conhecimento. Entre estes estão as vantagens competitivas duradouras que
ele proporciona e a capacidade de ser um combustível para ajudar a empresa a obter
transformações positivas.
Leia a entrevista completa na página 2.
O problema é ser gestor ou chefe nas empresas
Gestor ou chefe? A diferença não está apenas na denominação, mas na forma de agir, de pensar, de se
comportar. Segundo o consultor empresarial Elias Nova, uma das maiores dificuldades enfrentadas hoje
em dia nas empresas é que o gestor precisa ter o conhecimento técnico do que faz e, ao mesmo tempo,
saber lidar com as diferentes personalidades de seus subordinados, ter a grandeza de reconhecer que
não existem apenas erros e acertos, bons e maus.
Em seu artigo, Nova analisa as diferenças de comportamento entre o “gestor” e o “chefe”.
Leia o artigo completo na página
Gestão Estratégica em Medicina Laboratorial - 1
Por que investir em
Conhecimento
Foto: Estefan Radovicz
Quando o assunto é investir em conhecimento, algumas vezes
ainda me deparo com céticos ou, em suas próprias palavras,
“pragmáticos”. Estes são tipicamente aqueles que depois de
aprender algumas técnicas de engenharia financeira começam
a questionar qualquer investimento com o mito da racionalidade
e precisão absoluta dos cálculos de retorno sobre o investimento e seus vários primos próximos, como o retorno sobre o
capital empregado, sobre os ativos e mesmo o cálculo do valor
presente. Nada contra o medir ou buscar entender o retorno,
mas para cada objeto a sua régua.
José Cláudio Cyrineu Terra*
Conhecimento é uma destas coisas meio abstratas, difíceis de
definir mas que quando estamos em sua presença o reconhecemos com grande facilidade. Em seus estágios mais simples,
ele pode ser medido por meio de testes e provas. Já em seus
estágios mais avançados pode ser apenas observado, referendado ou mesmo admirado. Uma outra característica interessante
é que o conhecimento é muito mais facilmente percebido nos
indivíduos do que nos grupos, nas organizações ou nos países.
Pensar em conhecimento em um contexto supra- indivíduo,
todavia, não é uma questão de simples agregação dos conhecimentos individuais e geração de estatísticas simples, como
por exemplo, quantas pessoas alfabetizadas, treinadas ou
com pós-graduação. Conhecimento tem propriedades que
transcendem os indivíduos. O conhecimento
individual só se materializa na relação entre o observador
e a realidade e nos intercâmbios com outros indivíduos. Veremos mais sobre este último ponto, um pouco mais adiante.
Depois do parágrafo acima, os pragmáticos realmente já abandonaram este texto. Aos que continuam, no
entanto, incito-os a uma reflexão não linear sobre o
por que investir em conhecimento, seja do ponto de
vista individual, organizacional ou como nação. Neste
contexto, apresentamos alguns argumentos:
Conhecimento pode trazer retornos exponenciais
Nenhum outro recurso ou investimento pode trazer retornos exponenciais de maneira tão óbvia (exceção feita
a atividades ilícitas). O caráter exponencial advém de
algumas características importantes do recurso conhecimento. Conhecimento reutilizado em novos contextos
pode trazer ganhos enormes com investimento mínimo
de tempo ou de novos conhecimentos. Seguindo a fór2 - Gestão Estratégica em Medicina Laboratorial
mula básica na qual retorno se mede pela proporção
entre ganhos marginais e investimentos marginais, a
possibilidade do retorno exponencial fica evidente. Qual
é o retorno, por exemplo, para uma grande corporação
da reaplicação em várias outras fábricas de um novo
método que reduz significativamente o custo operacional e que foi desenvolvido em uma de suas fábricas?
Quanto vale o compartilhamento de conhecimento?
Sistemas contábeis tradicionais não medem isto. Mas,
como dizia Einstein: “nem tudo que é importante pode
ser medido e nem tudo que se mede é importante”.
Conhecimento está associado a círculos virtuosos
Semelhante ao argumento anterior, a noção de que
o conhecimento se auto-alimenta é um estímulo para
investir no mesmo. Quando se investe em conhecimen- longo da história da humanidade o progresso econômico
to, se está investindo, de certa maneira, em atitude. tenha trazido mais poluição e destruição da natureza,
Conhecimento não se repassa simplesmente como um nos últimos anos o conhecimento humano vem sendo
bastão. A efetiva transferência de conhecimento requer utilizado de forma crescente para melhorar a relação
uma atitude interessada dos indivíduos a quem o conhe- das organizações e da sociedade com a natureza. Orcimento se destina. Neste contexto, quando se investe ganizações de ponta já trabalham com o “triple bottom
em conhecimento, se investe também em atitude para line”, ou seja todo empreendimento precisa dar retorno
o conhecimento. A diferença é sutil. Tanto o conheci- econômico, social e ambiental. Estes novos paradigmas
mento, como as atitudes são energias potenciais que e desafios complexos demandarão, cada vez mais, orprecisam ser estimuladas para saírem de seu estado ganizações aprendizes e interagem positivamente com
seu entorno de maneira contínua e em
de inércia. Uma vez, no entanto. que a
todas as suas interfaces. Neste contexto,
roda começa a girar, pode-se detonar um
investir em conhecimento é mandatório
processo que se auto-alimenta e que precisa apenas de pequenos estímulos para As reclamações e uma questão de sobrevivência.
continuar seus movimentos. Em resumo,
ajudam a
conhecimento quer conhecimento.
Conhecimento aumenta a flexibi-
Conhecimento é combustível para
a transformação
avaliar o nível
de satisfação
do cliente
lidade e adaptabilidade organizacional
Já foi o tempo em que algumas poucas
Imaginem alguém que viajou no tempo,
pessoas no topo da organização tinham
primeiramente por 1.000 anos, depois
a primazia do acesso ao conhecimento e
por 500 anos e assim sucessivamente
a capacidade de ditar de forma isolada
até pequenas vezes viagens de 5 ou 10 anos nos tem- o destino organizacional. Embora as grandes linhas
pos. Embora não seja uma novidade, este exercício não estratégicas ainda sejam definidas no alto da hierardeixa de ser surpreendente. Escritores e cineastas já quia, as estratégias competitivas se desenham e se
fizeram isto muitas vezes no contexto amplo da socie- materializam em milhares de ações e decisões diárias
dade. Mas, e no contexto organizacional? Quem quer tomadas por indivíduos em todos os níveis hierárquicos.
trabalhar em uma organização que não se transforme Daí a necessidade de se investir em conhecimento de
profundamente nos próximos 2, 5 ou 10 anos? Podemos maneira ampla. De outra forma, mesmo que a direção
não mapear a priori como o conhecimento se torna o do topo esteja correta, a materialização das ações dos
combustível da transformação organizacional, mas indivíduos na organização não pode ser guiada, mas
quando vemos a transformação efetiva,
apenas influenciada. E o grau de influsabemos que a base de conhecimento
ência vai depender tanto da motivação
é bem distinta entre os períodos de
dos colaboradores, como da capacidade
Pesquisas
referência. Esta mudança na base de
de interpretação e adaptação conforme
conhecimento não é, porém, facilmente
efetivas necessidades organizaciopodem ajudar as
medida, embora seja facilmente percebinais, dos clientes e do ambiente onde
da. Prova dos “nove”: qual o sentimento
na tomada de a empresa se insere. Em última análie o que se observa quando. depois de
se, investir em conhecimento significa
decisões
um bom intervalo de tempo, se visita
potencializar estratégias e aumentar a
uma empresa admirada e em rápida
flexibilidade organizacional para aplicar
importantes
expansão?
estratégias adaptadas aos verdadeiros
desafios diários dos trabalhadores do
conhecimento.
Conhecimento é ecológico
Se falamos acima de combustível, precisamos complementar agora que se trata de um combustível ecológico.
Indivíduos, organizações e nações que não investem
em conhecimento podem se valer apenas dos recursos
ambientais, financeiros e da força bruta para atingir
seus objetivos. Investir em conhecimento é investir
na sustentabilidade; é investir em soluções criativas;
significa vender o intangível e o invisível.
Por outro lado, embora se possa argumentar que ao
Conhecimento é sinérgico
Eureka! Uma das propriedades mais interessantes
do conhecimento, ao contrário da matéria, que pode
apenas se transformar, o conhecimento pode gerar o
novo. E isto ocorre particularmente quando um tipo de
conhecimento cruza outro tipo de conhecimento, seja
no contexto de um mesmo indivíduo, seja no contexto
de múltiplos indivíduos. Nenhum outro recurso organizacional tem esta propriedade. É por isto que quando
Gestão Estratégica em Medicina Laboratorial - 3
uma organização investe em conhecimento ela também
pode esperar alguns retornos positivos não planejados.
Em termos mais concretos: ao ensinar, por exemplo,
um colaborador a operar uma máquina, a organização
aumentou a capacidade deste colaborador não apenas
a operar a máquina, mas também em ver novas facetas
da realidade, a desenvolver novas habilidades de forma
autônoma e a contribuir para os desafios de outros, que
venham a se beneficiar dos novos termos de referência
adquiridos por este indivíduo.
mais atitudes que demonstram confiança, geram mais
confiança e mais atitudes baseada em confiança.
Esta situação ideal reduz os custos de transação
entre os indivíduos (negociações implícitas e explícitas
nas quais as pessoas tentam estimar o que ganham e
o que perdem com o compartilhamento) e aumenta o
aprendizado organizacional e a capacidade inovadora
da empresa.
A vantagem competitiva duradoura
Estamos falando do conceito de “spilloadvém da incapacidade de empresas
vers”, Embora amplamente estudado na
concorrentes entenderem de fato como
A satisfação
literatura sobre gestão da inovação, a
a empresa consegue criar, aprender
do cliente
grande questão é que este conceito se
rapidamente, reter talentos e inovar de
manifesta em todos os contextos no qual
forma contínua. A existência do molho
deve ser um
conhecimentos são gerados e adquirisecreto da cultura voltada para o conheobjetivo
dos. A realidade do valor gerado pelo
cimento e inovação é bem sabida, mas
novo conhecimento é sempre maior do
a sua emulação de forma deliberada,
estratégico
que à primeira vista se observa. O novo
organizada, sistemática está muito além
conhecimento, finalmente, não substitui
da capacidade da maior parte das orgao velho, mas se junta a este e recria um
nizações porque requer o entendimento
conhecimento ainda mais novo e assim se passa em de relações sistêmicas entre conhecimento, motivação,
um ciclo contínuo, por toda a eternidade. Como dizia aprendizado, inovação, excelência e compromisso com
Sócrates, o filósofo: “Conhecimento: algo tão belo, mas a ética e confiança. Daí, a assertiva que conhecimento
tão efêmero”.
se insere na cultura organizacional, prepara a organização para futuros imprevisíveis e garante vantagens
Conhecimento se insere na cultura organiza- competitivas duradouras.
cional e garante vantagens competitivas duraConsiderações finais
douras
Logicamente, muitos podem dizer que os mesmos
Organizações antenadas com os novos paradigmas
da Gestão do Conhecimento e do Capital Intelectual argumentos apresentados neste texto poderiam ser
extrapolados para a música, para a
sabem que não é suficiente e nem
literatura e mesmo para qualquer coisa
desejável pensar em Conhecimento
que produz alegria. E que argumentos
apenas na perspectiva individual. Mais
Os resultados assim não vingam na dura realidade
importante é o desenvolvimento de uma
das organizações e do jogo político.
cultura organizacional na qual a criação
da avaliação
Apesar de a primeira vista dar razão
e aplicação de novas idéias, assim como
devem ser
aos pragmáticos, acredito que pequenos
o compartilhamento rotineiro e também
grupos podem mudar realidades muito
deliberado de conhecimento seja mais
usados em
complexas e superar obstáculos tidos
do que encorajado, seja uma norma
como instransponíveis. Espero, neste
treinamentos
de comportamento exigida de todos os
sentido, que este pequeno texto venha
colaboradores
a aumentar o pequeno grupo que vai
da empresa não importando seu nível
realizar mudanças importantes no Brasil
hierárquico ou tempo na organização.
e
em
suas
organizações:
valorizando e investindo cada
Quando isto ocorre verdadeiramente e um ambiente de
vez
mais
em
conhecimento!
confiança se instaura, cria-se um novo círculo virtuoso,
Artigo extraído do site www.terraforum.com.br. Reprodução autorizada.
*Presidente da TerraForum Consultores, consultor do Laboratório Fleury, palestrante no Canadá, nos Estados
Unidos, em Portugal, na França e no Brasil. Também é professor de vários programas e pós-graduação e MBA
e autor de vários livros sobre o tema. Seu email é [email protected].
4 - Gestão Estratégica em Medicina Laboratorial
O problema é ser gestor ou
chefe nas empresas
Foto: divulgação
“Não sou um chefe, nem aspiro a sê-lo. Comandar e
obedecer dão no mesmo. O mais autoritário comanda
em nome de outro, de um parasito sagrado - seu pai
-, e transmite as abstratas violências de que padece.
Nunca na minha vida dei ordens sem rir, sem fazer rir;
é que não estou roído pelo cancro do poder; não me
ensinaram a obediência”. (Jean Paul Sartre)
Elias Nova Nova*
A forma de lidar com pessoas e processos nas empresas
tem mudado muito na atualidade, se comparados com
décadas anteriores. Por isso, hoje em dia não se fala
mais de chefe e sim de gestor. Todo mundo entende e
aceita como verdadeiro que nenhum chefe é gestor líder
porque ser gestor é ter outra dimensão como ser humano.
A pessoa que aceitou exercer um cargo de gestor aceitou
juntamente com isso a limitação de si mesmo como ser
humano e automaticamente. Isso implica aceitar a limitação de todos os que
o cercam, assim com a tarefa de tratar
tecnicamente de tudo, pois será cobrado
por tudo. E aí está uma das grandes dificuldades dos gestores modernos que,
por um lado, precisam conhecer o ofício
que praticam em por outro lado, serem
grandes humanistas na hora de liderar
pessoas. Ao chefe falta a grandeza para
entender e perceber que a vida não é feita
apenas de acertos ou erros, de brancos
ou pretos, de bons e maus, pois sua beleza está justamente nas nuances de cores e na riqueza
de suas variações.
pois o gestor não é o chefe melhorado, mas sim uma outra
forma de ser, de viver e de se realizar como ser humano
acima de tudo. Hoje em dia ninguém é obrigado a trabalhar
para ninguém. O tempo da escravidão passou.
Outro aspecto importante é a motivação: a do chefe é material, portanto, temporal; a do gestor é espiritual, portanto
ultrapassa as barreiras humanas de tempo e espaço. O
chefe quer que as coisas sejam feitas da
forma certa; o gestor quer que as coisas
certas sejam feitas, não importando de que
forma. Para o chefe, o erro é sempre um
problema grave e sinônimo de custo/desperdício; para o gestor, o erro é uma lição
para incrementar melhorias constantes.
O chefe pensa e fala na primeira pessoa
do singular, “eu”; o gestor pensa e fala na
primeira pessoa do plural, “nós”.
Gerir pessoas
requer muito
mais do que
conhecimento
teórico
O chefe é visto comumente como um técnico que se dispôs
a realizar determinado trabalho por intermédio de pessoas.
O gestor é um ser humano que se dispôs e assumiu a realização de uma missão com as pessoas que fazem parte
da sua equipe. Chefe e gestor são totalmente diversos,
Obviamente, é percebível, à primeira vista,
que existe uma total incompatibilidade entre as duas funções ou papéis. Por um lado,
o chefe olha para o passado e quer fazer o presente sem
ver o futuro; por outro, o gestor olha sempre para o futuro
encarando-o como seu objetivo primordial para fazer o
presente esquecendo o passado porque já aprendeu com
ele. Com toda esta descrição analisada não se pretende
mostrar, em absoluto, que existe um bom (gestor) e outro
ruim (chefe). Não há policiais e bandidos nesta história,
Gestão Estratégica em Medicina Laboratorial - 5
pois parece, à primeira vista, que foi feita uma apologia
sobre o gestor. Na verdade, procura-se mostrar que
existem competências diferentes, isto é, que em alguns
momentos o chefe é a melhor solução e em outros a
gestão humana é a melhor alternativa para as empresas.
Vai depender da necessidade da mesma e do objetivo da
diretoria para escolher aonde quer chegar
e como quer ser conhecida no mercado e
na concorrência.
amor e coragem, o que, em absoluto, não significa que
ele aceite ou se torne conivente com qualquer deslize, ou
seja, o “bonzinho” da turma.
O poder do chefe reside no cargo, isto é, foi-lhe conferido de cima para baixo pela hierarquia da empresa, e o
poder do gestor reside nele mesmo, seu
poder não é recebido da hierarquia, mas
conquistado pelo seu agir. O que significa
que para o exercício da gestão não se faz
absolutamente necessário ter cargo, basta
ser. O poder que se confere ao chefe, por
ter sua origem na hierarquia, cria medo
nas pessoas; o poder do gestor é uma
das ferramentas que ele tem para atrair,
aproximar e unir cada vez mais as pessoas
em torno dele e do objetivo coletivo a ser
atingido. Sempre foi estudada a liderança
a partir dos conceitos de chefia. Isso é um
tremendo equívoco, pois não se chegará
nunca ao amanhã partindo do ontem. É preciso começar
a desassociar completamente os dois papéis. Não há
nada de errado em ser chefe e há situações e momentos
em que basta ser chefe, mas quando se fazem comparações fica sempre a sensação de que não ser gestor é
um defeito grave, o que não é absolutamente verdade.
Seria o mesmo que dizer que para ser médica a pessoa
não possa ser enfermeira.
As atitudes
do líder
refletem
ações
positivas ou
negativas
Fica claro que o exercício da gestão exige
muito mais talento e competência que o da
chefia. Para esta basta sentar na cadeira
do chefe e exercer controles mecânicos,
basta saber planejar, organizar, coordenar,
controlar e corrigir. Já para a gestão se
faz necessário ter também sensibilidade,
arte, intuição e total dedicação à equipe
composta de seres humanos não padronizados, mas com diversas qualidades
e defeitos. Portanto, a gestão, acima de tudo, ocupa-se
com o interior das pessoas e a partir daí constrói sua
obra. O verdadeiro gestor constrói e melhora pessoas. O
gestor é ao mesmo tempo flexível e inflexível, algo que
o tradicional chefe jamais seria capaz de ser. O gestor
é totalmente inflexível quanto aos fins, aos objetivos, ao
que tem de ser feito, mas é totalmente flexível quanto aos
meios, pois tem consciência para entender que, embora
saiba muitas coisas, jamais saberá tudo,
que todos os que participam da obra precisam tanto quanto ele se realizar ao fazer
o trabalho e, principalmente, que todos
conhecem formas e soluções diferentes
que ele desconhece.
Manter o
autocontrole
das emoções é
uma obrigação
de todo líder
Para ser gestor é preciso, além de ter
nascido com talento e dom, exercitar a
liderança: testar a si mesmo seguidamente, estudar com profundidade a natureza
humana, desenvolver a sensibilidade e
a intuição. Em resumo, ser um grande
humanista, quer dizer, gostar de pessoas mesmo. Pois
ele cativa as pessoas pelo comportamento e pela ética.
Não há dois pesos e duas medidas e a sua flexibilidade
jamais será amoral. As pessoas da sua equipe e seus
superiores sentem que podem confiar plenamente nele,
em qualquer circunstância, pois ele nunca as desapontará. O gestor é todo ser capaz de realizar mudanças com
Será que contratar verdadeiros gestores é
a grande solução para todos os problemas
e situações que se apresentam no dia-adia da empresa? E quando o gestor dá
um murro na mesa? Ele “desceu” de sua
condição de gestor e se tornou “apenas”
chefe? Não há compatibilidade alguma
entre as duas funções? Portanto, partir da
comparação entre elas leva a permanentes equívocos.
*Pós-graduado em Gestão Estratégica de Pessoas para Negócios e em Consultoria Empresaria l, e-mail: elias@atrativagrafica.
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