Ômega-3: Mecanismos de Ação e Resultados em Câncer Dan L. Waitzberg Faculdade de Medicina – USP GANEP – Nutrição Humana [email protected] ROTEIRO 1 Propriedades dos Ácidos graxos ômega-3 (AG n-3): EPA e DHA 2 AG n-3 e Carcinogênese: Iniciação, Promoção e Progressão 3 Modulação da Resposta Inflamatória, Expressão Gênica e Caquexia 4 Uso farmacológico de AG n-3 e otimização no tratamento do câncer LÍPIDES, INFLAMAÇÃO E IMUNIDADE Fosfolípides de membrana Fluidez Receptores Eicosanóides Resolvinas Enzimas Via de transdução de sinais Citocinas INFLAMAÇÃO e IMUNIDADE Waitzberg DL & Torrinhas 3 RS, 2009 AG N-3: EPA e DHA EPA Ácido eicosapentaenoico - EPA COOH DHA Ácido docosahexaenoico - DHA COOH Yaqoob P and Shaikh SR. Curr Opin Clin Nutr Met Care 2010; Curi-Boaventura et al. Clin Nutr 2006;25(6):1004-14 13:156-66. Waitzberg DL et al. Nutr Clin Prac 2009;24(4):487-99. PROPRIEDADES DE EPA E DHA NA MEMBRANA FOSFOLIPÍDICA EPA e DHA DHA •Altera a estrutura básica da membrana •Altera a composição do Raft •Fluidez e Elasticidade •Influencia a transdução de sinal de proteínas •Permeabilidade iônica •Organização das proteínas •Regulação de respostas imune, inflamatória e tumorigênica. Chapkin. et al. ProstLeu Fatty Acids. 2009; 81, Yaqooba. et al. Curr Opin C Nutr Metabolic Care. 2010, 13:156-66. INCORPORAÇÃO DE AG NA MEMBRANA EPA e DHA (ω-3) > AA (ω-6) > OA (ω-9) Calder PC. Clin Nutr. 2001; 20(suppl 4):1-5 SUPLEMENTAÇÃO ORAL DE AG N-3 E INCORPORAÇÃO EM TECIDOS NORMAIS E CÂNCER TGI •ECRD-C, n= 40 pacientes, TNO: 1000ml/ dia IMPACT ® vs padrão •Período: 5 dias TNO padrão TNO Impact INCORPORAÇÃO DE DHA Plasma Plasma peso (%) INCORPORAÇÃO DE EPA Fígado Mucosa Tumor Fígado Mucosa Tumor Senkal M, et al. JPEN, 2005 29: 236 MECANISMOS DA CARCINOGÊNESE Crescimento tumoral Apoptose Proliferação Angiogênese Calder, P.C., et al. Brit. J. Nutr. 2009, 101, S1-S45. METABOLISMO LIPÍDICO NO CÂNCER E SÍNTESE DE EICOSANÓIDES AGPI na membrana e organelas celulares AG saturados na membrana celular (colesterol) Griffin JL & Shockor. Nature Reviews of Cancer; 2004 4:551 SÍNTESE DE EICOSANÓIDES E ANGIOGÊNESE EM CÂNCER Migração vascular e proliferação de células endoteliais Formação de vasos Linhagem celular Ca de cólon humano têm aumento de COX2 simultâneo com PGE2. Rose, DP. Nutr and Cancer; 2000; 37: 119 MECANISMOS DO AG N-3 NA CARCINOGÊNESE Crescimento tumoral Inibição da Carcinogênese Apoptose Proliferação Angiogênese Otimização no Tratamento da Caquexia Otimização de Radio e Quimioterapia Calder, P.C., et al. Brit. J. Nutr. 2009, 101, S1-S45. MECANISMOS DE AG N-3 NA MODULAÇÃO DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS DA MEMBRANA RESOLVINAS E NF-KB SÍNTESE DE EICOSANÓIDES MOLÉCULAS DE ADESÃO QUIMIOTAXIA • Alteração da composição e fluidez da membrana; • Microdomínios lipídicos - Lipid rafts Espécies reativas de oxigênio (EROS) e RL; Calder, P.C., et al. Brit. J. Nutr. 2009, 101, S1-S45. AG N-3 - INIBIÇÃO DA CARCINOGÊNESE: ALTERAÇÕES DO CICLO CELULAR Peroxidação de AG n-3 ROS Radicais Livres: HO-, O2Peroxidação Lipídica: ROO-, ROProdução Secundária: Malondialdeído 4-Hydroxyalkenais •Inibe fase G0-G1 •Prolonga fase G1 •Diminui progressão para fase S por inibir atividade de DNA polimerase Das Ul. Med Sci Monit; 2002 ;8; Conklin KA. Altern Med Ver. 2002; 7: 4 TRATAMENTO COM DHA CÂNCER Receptor HerB-2 DESESTRUTURAÇÃO DOS LIPID RAFTS PI3K AKT TRANSDUÇÃO DE SINAL GSK WT1 Ras Raf MEK ERK1/2 Sobrevivência celular Bad Bad Bad Bad Bad Proliferação celular APOPTOSE Field C & Schley PD. Am J Clin Nutr 2004;79:1190 DHA E MECANISMO DE INDUÇÃO DE MORTE CELULAR EM CÉLULAS DE MAMA DHA Peroxidação Lipídica Caspase 8 Caspase 8 Caspase 8 ROS Ativação de caspases 8 Ativação de EXECUTOR de caspases Caspase 8 APOPTOSE Kang KiS, et al. PLOS-one, 2010;5 AG n-3 ORAL EM ADENOMA COLORETAL E APOPTOSE Biópsia do cólon: Pac. Adenoma coloretal: Proliferação céls.cripta Apoptose 1º colonoscopia e após 3 meses n= 28 pacientes com adenoma coloretal Grupo EPA: Sup. Oral 2g/dia 3 meses Grupo controle : Nenhuma suplementação Resultados - EPA Proliferação celular de células Criptas (p<0,05) Apoptose (p<0,05) Grupo controle: Não houve ≠ significativas na proliferação celular e apoptose. Courtney ED, et.al. Colorectal Dis, 2007; 22(7): 765-76 MECANISMOS DE AG N-3 NA MODULAÇÃO DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS DA MEMBRANA SÍNTESE DE EICOSANÓIDES RESOLVINAS E NF-KB • • MOLÉCULAS DE ADESÃO QUIMIOTAXIA AA e EPA e DHA na membrana; Indução de COX-2, PGE2 e LTB4 ; Calder, P.C., et al. Brit. J. Nutr. 2009, 101, S1-S45. PADRÃO ALTERADO DE FOSFOLÍPIDES NA MEMBRANA CELULAR EM CÂNCER Atividade antioxidante Fosfolípides AGPI Taxa colesterol Rigidez membrana Peroxidação lipídica e atividade de enzimas anti oxidantes Adaptação para reduzir produção de radicais livres, evitar apoptose e promover proliferação de câncer Galeotti T et al. Ann N Y Acad Sci; 1986 488:468 EFEITO DE EICOSANÓIDES NA PROGRESSÃO DA CARCINOGÊNESE PGE2 Apoptose Expressão em células tumorais – sobrevivência Proliferação Atividade aromatose P450 - estrógeno Migração vascular e proliferação de céls endoteliais Angiogenese Formação de vasos Linhagem celular de câncer de cólon humano têm aumento de COX2 simultâneo com PGE2 = estímulo migração vascular de céls endoteliais e formação de capilares. Rose, DP. Nutrition and Cancer, 37: 119-127, 2000 EFEITO DE EICOSANÓIDES NA PROGRESSÃO DA CARCINOGÊNESE LTB4 Adesão celular – migração celular Metástase Produção de ROS – dano de DNA Carcinogênese Field C & Schley PD. Am J Clin Nutr 2004;79:1190 OMEGA- 3 e ANGIOGÊNESE In vitro a proliferação de cel •Suprimem Suprimem a proliferação de endoteliais cel endoteliais Diminuem brotos de angiogênese • Diminuem brotos de angiogênese a expressão de VGEF-R e ligação •Diminuem Diminuem a expressão de VEGF-R e ligação In vivo Reduzem densidade de microvasos no tumor Diminuem expressão de VEGF Diminuem crescimento tumoral Humanos Suplementação oral a longo termo leva a discreta redução de VEGF ( voluntarios humanos) AG PUFA N=3 em METASTASES COLO-RETAIS ESTUDO CLÍNICO EPCR DE OP EM PN EM METASTASES HEPÁTICAS DE CA DE COLO RETO 20 PACIENTES (11 CONTROLES E 9 OP ) PN COM TCM/TCL E TCM/TCL+ OP NO PRÉ-OP DE 72 HS METAS COLORETAIS RESSECAVEIS > 3 CM AG PUFA N=3 em METASTASES COLO-RETAIS ESTUDO CLÍNICO NP + OP PACIENTES GENERO IDADE (a) PESO (kg) NP + TCM/TCL AG PUFA N=3 em METASTASES COLO-RETAIS ESTUDO CLÍNICO • Redução significante de fatores angiogênicos VEGF, VEGFC, VEGF R2, ANG-2, PDGF ab, IL1b, 6, 8, EGF, MMP-1 • Redução significante de citocinas inflamatorias IL1b, IL2, IL6, IL8, IL13, TNFa, EGF, VEGF, VEGF-C, EGF, MMP 1 Resultados de citocinas sugerem que AG N-3 possam reduzir novo crescimento tumoral e metastases MECANISMOS DE AG N-3 NA MODULAÇÃO DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS DA MEMBRANA RESOLVINAS E NF-KB SÍNTESE DE EICOSANÓIDES MOLÉCULAS DE ADESÃO QUIMIOTAXIA TNF, IL-1, 6 e 8; Ativação de NF-KB e PPAR-y; Mediadores antiinflamatórios: Resolvinas; Calder, P.C., et al. Brit. J. Nutr. 2009, 101, S1-S45. LIPID RAFTS Receptor TLRs ω-3 transportador Sinalização cascata ω-3 IKB RESOLVINAS NF-KB AA IKB eicosanóides inflamação PPAR NF-KB PPAR IL-1, IL-6 TNF Chapkin. et al. 2009; AG n-3 E SUPRESSÃO DE HEPATOCARCINOMA Estudo experimental (camundongos) Grupos: n=9 Experimental (transgênicos) transforma n-6 em n-3 versus n=6 Controle (selvagens) INDUÇÃO DO TUMOR • Camundongos com 15 dias de vida; • Detilnitrosamina (DEN) intraperitoneal: induz Ca de fígado •Após 8 meses: sacrifício e coleta de tecido hepático; Weylandt KH, et al. Carcinogenesis, 2011; 6: 897–903 FERTILIZAÇÃO Caenorhabditis elegans desaturase: gene fertilizado no óvulo da matriz (mãe) FUNÇÃO DO GENE RESULTADOS Adicionar dupla ligação Conversão endógena em H+ da cadeia de AG insaturados. de AG n-6 em n-3, independente da dieta. Razão: 30/1 Camundongos Transgênicos Weylandt KH, et al. Biochim Biophys Acta. 2008; 1782(11): 634–641; Jing X. Nature. 2004; 427: 504 PERFIL LIPIDÔMICO DE AG n-3 NO TECIDO E INFLAMAÇÃO TNF-α (sérica) DHA Ng/g de tecido Ng/g de tecido EPA COX-2 (sérica) Weylandt KH, et al. Carcinogenesis, 2011; 6: 897–903 CÉLULAS MIELÓIDE-DERIVADAS PODEM PROMOVER CRESCIMENTO TUMORAL POR BLOQUEAR A IMUNIDADE CELULAR Vias clássicas do complemento e lecina Inflamação Célula tumoral Células bloquedoras MDS imunidade antitumoral Célula MDS AG N-3 PODEM BLOQUEAR QUASE TODAS AS AÇÕES DAS CÉLULAS MIELÓIDE-DERIVADAS Vias clássicas do complemento e lecina Inflamação Célula tumoral Células bloquedoras MDS imunidade antitumoral Célula MDS MECANISMOS DE AG N-3 NA MODULAÇÃO DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS DA MEMBRANA RESOLVINAS E NF-KB SÍNTESE DE EICOSANÓIDES MOLÉCULAS DE ADESÃO QUIMIOTAXIA Modulação da expressão de moléculas de adesão e quimiotaxia de leucócitos; SUPLEMENTAÇÃO PARENTERAL DE OP EM CÂNCER GÁSTRICO Torrinhas & Waitzberg 2010 INFUSÃO ESTUDO Prospectivo Randomizado Controlado Pacientes cirúrgicos n=63 Duplo-cego 1- OP puro 0,2g/Kg/dia versus 2- TCM/TCL 0,2g/Kg/dia Veia periférica (3 dias pré-op) SUPLEMENTO SUPLEMENTAÇÃO PARENTERAL DE OP EM CÂNCER GÁSTRICO E VARIÁVEIS IMUNOLÓGICAS E INFLAMATÓRIAS Interleucina-10 Interleucina-6 ¥ * ¥ * * P=0,07 ∆ t3-t0 ¥ ¥ *¥ ∆ t2-t0 ¥ ∆ t2-t0 * Torrinhas et al. Clin Nutr. 2013 Aug;32(4):503-10. SUPLEMENTAÇÃO PARENTERAL DE OP EM CÂNCER GÁSTRICO E VARIÁVEIS IMUNOLÓGICAS E INFLAMATÓRIAS Burst oxidativo Fagocitose ¥ * ∆ t2-t0 * ¥ Torrinhas et al. Clin Nutr. 2013 Aug;32(4):503-10. SUPLEMENTAÇÃO PARENTERAL DE OP EM CÂNCER GÁSTRICO E VARIÁVEIS IMUNOLÓGICAS E INFLAMATÓRIAS CD32 Monócitos ∆ t2t0 ¥ T0 T1 Período Porcentagem de expressão Porcentagem de expressão HLA-DR Monócitos T2 ∆ t2t0 ¥ T0 ¥ vs Basal T1 T2 Período Torrinhas et al. Clin Nutr. 2013 Aug;32(4):503-10. SUPLEMENTAÇÃO PARENTERAL DE OP EM CIRURGIA DE CÂNCER GÁSTRICO Jiang, et al 2010 INFUSÃO ESTUDO Multicêntrico Prospectivo Randomizado 1-2g OS Pacientes cirúrgicos versus 1g OS + 0,2g OP n=206 7 dias no PO cirurgia abdominal Controlado Duplo-cego SUPLEMENTO Jiang ZM, et al. British Journal of Surgery 2010; 97: 804–809 SUPLEMENTAÇÃO PARENTERAL DE OP EM CIRURGIA DE CÂNCER GÁSTRICO •Após a infusão parenteral 8° dia de Pós-operatório versus 1° PO •CD4/CD8: FO vs OS (p = 0,021) •CD8 (%): FO vs OS (p=0,008) •Inibição de TNF: OP vs OS (tendência) Não houve ≠ : Mortalidade e Complicações Infecciosas Jiang ZM, et al. British Journal of Surgery 2010; 97: 804–809 EM RESUMO: AG N-3 E MODULAÇÃO INFLAMATÓRIA Eicosanóides Inflamatórios derivados do AA Mediadores anti inflamatórios e resolvinas Resposta quimiotáxica de leucócitos Moléculas de adesão e citocinas via NF-BK Calder, P.C., et al. Brit. J. Nutr. 2009, 101, S1-S45. O OH C CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH3 AG N-3 e Prevenção do Câncer AG n-3 E SUPRESSÃO DE HEPATOCARCINOMA Estudo experimental (camundongos) Grupos: n=9 Experimental (transgênicos) versus n=6 Controle (selvagens) INDUÇÃO DO TUMOR • Camundongos com 15 dias de vida; •Administração intraperitoneal: 5 mg/kg de detilnitrosamina (DEN); •Após 8 meses: sacrifício e coleta de tecido hepático; Weylandt KH, et al. Carcinogenesis, 2011; 6: 897–903 AG n-3 E SUPRESSÃO DE HEPATOCARCINOMA AG n-3 controle Weylandt KH, et al. Carcinogenesis, 2011; 6: 897–903 PREVENÇÃO DE CÂNCER COM ALTA INGESTÃO DE AG N-3 COMPARADO A BAIXA INGESTÃO E TIPO DE CÂNCER 10 1 BEXIGA PÂNCREAS MAMA CÓLON 0.1 PULMÃO LINFOMA ESTÔMAGO PRÓSTATA MacLean et al., JAMA, 295:403-415, 2006 PORÉM... Câncer de próstata Concentrações de AGPI n-3 diretamente relacionadas a Risco da doença Gravidade da doença (DHA)* Brasky TM, et al. J Natl Cancer Inst. 2013 ; 7;105:1132-41. Brasky TM et al. Am J Epidemiol. 2011 15;173:1429-39. Dahm C et al. Am J Clin Nutr. 2012;96:1354-61 AG N-3: Otimização no Tratamento Quimioterápico? Estudos in vitro • N-3 promove apoptose e inibe proliferação em linhagens de células pancreáticas humanas • N-3 pode sensibilizar linhagens celulares previamente resistentes à gencitabina OMEGA-3 E GENCITABINA EM CANCER DO PANCREAS AVANÇADO Estudos in vivo Resistência à gemcitabina: fatores celulares • Fatores de transcrição nuclear (ex: NFkB) ão ativados constitutivamente em câncer • Fatores antiapoptóticos são então super-expressos • Prevenção da apoptose • Maior contribuidor da resistência à gemcitabina • Evidências in vitro suportam papel de n-3 na restauração da atividade normal de NFkB e sensibilidade à gemcitabina • N-3 reduziu tamanho de câncer pancreatíco • N-3 reduziu número de metástases hepáticas Tratamento Padrão Tratamento de suporte OMEGA-3 E GENCITABINA EM CANCER DO PANCREAS AVANÇADO Tratamento Paliativo Dor paliativa Minoria apta Alívio da icterícia Gencitabina Alívio 6 ciclos Da obstrução e sáida gástrica Estudos Câncer de pâncreas incurável Metástases Ou Estudo referência: Gemcitabina vs. 5FU 5,65 meses vs. 4,41 meses sobrevida média Localmente avançado 18% vs. 2% sobrevida de um ano OMEGA-3 E GENCITABINA EM CANCER DO PANCREAS AVANÇADO Controle da taxa da doença Número de pacientes Controle Progressão Óleo de peixe Eventos adversos (graus 3-5) Controle histórico Sobrevivência livre de progressão Trombocitopenia Neutropenia Náusea/vômito Óleo de peixe +Gencitabina Controle histórico Óleo de peixe % de sobrevivência % de indivíduos Histórico Todos estudos fase III SLP meses Toxicidades graus 4-5 não foram observadas Mediana SLP = 4,8 vs. 2,35 meses (p=0,01) Hipótese: Se lipídios dietéticos influenciam a sensibilidade do câncer de mama à quimioterapia, então pacientes com tumores sensíveis podem ter histórico de ingestão de lipídios diferente de pacientes com tumores resistentes • 56 pacientes com câncer de mama localmente avançado (ou T > 3cm) • Composição dos ácidos graxos do tecido adiposo • Resposta tumoral à quimioterapia neoadjuvante (Antraciclinas, ciclofosfamida, 5FU) Probabilidade de resposta à quimioterapia Conteúdo de DHA no tecido adiposo é fator preditivo independente de quimiosensibilidade do tumor ≤ Mediana > DHA no tecidos adiposo (%) Regressão logística incondicional * ajustada para idade, IMC e tamanho do tumor; p= 0,03 Efeitos do DHA na quimiossensibilidade de MDA-MB 231 Condições Linhagem celular de câncer de mama MDA-MB 231 Viabilidade Celular (%) Controle DHA Meio de cultura enriquecido com DHA ou ácido oleico (5d) Pró-oxidantes Antioxidantes Àcido oleico Doxorrubicina, 107 M (Doxo) Doxo + DHA Doxo + DHA + oxidantes Doxo + oxidantes Doxo + DHA + antioxidantes Doxo + ácido oleico + antioxidantes DHA aumenta eficácia da dexorrubicina e esse efeito é aumentado por agentes pró-oxidantes e abolido por antioxidantes E outros AGPI? % de alteração na toxicidade celular após doxorrubicina AGPI AGPI + oxidantes AGPI + antioxidantes AGPI, 10µg/mL % Citotoxicidade AGPIs aumentam a eficácia citotóxica da doxorrubicina Hidroperóxidos pmol/µg Enquanto produzem lipoperóxidos Desenho do estudo Intervenção dietética com DHA in vivo Nível de DHA (mediana, % de AG totais) • Dieta basal (7% amendoim/canola) Controle (adição de 8% óleo de palma) • DHA (adição de 8% DHASCO) • Com ou sem antioxidantes • Com ou sem oxidantes Ratas SpragueDawley Indução de NMU (auto cutâneo mamário) Tecido adiposo Carcinoma mamário com diferenciação papilar e vascularização rica • Epirubicina quando tumores atingiram 1cm de diâmetro • Resposta tumoral avaliada por alteração de volume Palma DHA 0,1g DHA 0,3g DHA 0,8g DHA dietético é prontamente incorporado no tecido adiposo Alteração do tamanho do tumor alvo, % Eficácia da Epirubicina de acordo com a suplementação dietética DHA + Antioxidantes Óleo de palma Semanas DHA Óleo de palma Injeções de Epirubicina DHA dietético estimula ação antitumoral de antraciclinas O estado oxidativo da dieta influencia fortemente o efeito Vitamina E elimina a sensibilidade à irradiação induzida por DHA Variação da superfície tumoral (%) Dietas enriquecidas com DHA aumentam a regressão do tumos após irradiação Variação da superfície tumoral (%) Regressão tumoral após irradiação de acordo com a dieta Dias após irradiação Dieta: Óleo de palma DHA (p=0.02) Dias após irradiação Dieta: Óleo de palma DHA + Vitamina E (ns) DHA sensibiliza células mamárias ao docetaxel Controle DHA Controle + Vit E Linhagem celular de câncer de mama MDA-MB 231 DHA + Vit E E o efeito sensibilizante do DHA ao docetaxel não é inibido por vitamina E Superfície tumoral Dieta Variação (%) Quimioterapia com docetaxel Controle Semanas DHA dietético aumenta a ação antitumoral do docetaxel DHA aumenta a atividade de diversas drogas com distintos modos de ação A Célula tumoral: • Lipoperoxidação através do aumento do estresse oxidativo • Antraciclinas: doxorrubicina, epirubicina (Germain et al, 1998; Hardman et al, 2001) • Radiação ionizante (Colas & Bougnoux, 2004) • Cinética tubulina? • Vincristina (Ikushima et al, 1991) Vinorelbina (Menenzes et al, 2004) • Via do NFkB? Taxanos (Shaikh & Wahle, 2008) • Restaura vias apoptóticas? O Hospedeiro: • Ativação da redução de enzimas: Mitomicina c (Pardini et al, 1993) • Alteração do metabolismo da droga através de CYPs.. • Ciclofosfamida (Shao & Pardini, 1995) O Microambiente Tumoral: • Gera produtos secundários com atividades citotóxicas? • Altera a resposta imunológica contra células tumorais (Calder et al, 2009) • Altera angiogênese, através da peroxidação lipídica? Avaliação da viabilidade e segurança da administração de DHA durante quimioterapia de câncer de mama metastático • Hipótese: 1,8g diárias de DHA leva ao enriquecimento da membrana lipídica de células de câncer de mama metastático, torando-as mais sensíveis à quimioterapia com antraciclina • Desenho do estudo: Fase I-II, com 25 pacientes (monocêntrico) – 2 anos de inclusão - Pacientes com carcinoma de mama metastático, OMS < 2 - DHASCO (Martek Inc) 9 cap/dia, 10 dias antes e até o final da quimioterapia - Quimioterapia com Epirubicina, Ciclofosfamida, 5-FU, 1 ciclo a cada 3 semanas • Desfechos: segurança e submissão, niveis plasmáticos e de células sanguíneas vermelhas de DHA; tempo de progressão do tumor • Desfechos secundários: Sobrevivência Resultados Níveis de DHA (% do total de AGs) DHA é rapidamente incorporado após intervenção Grupo de alta incorporação Grupo de baixa incorporação Níveis plasmáticos Basal Níveis de DHA (% do total de AGs) Variabilidade interindividual da incorporação de DHA após a intervenção dietética 10 dias (ciclo 1) 4 semanas (ciclo 2) 10 semanas (ciclo 4) 16 semanas (ciclo 6) 22 semanas (ciclo 8) Níveis em células vermelhas Nível plasmático de DHA D10-D0 Estratificação em 2 grupos Basal 10 dias (ciclo 1) 4 semanas (ciclo 2) 10 semanas (ciclo 4) 16 semanas (ciclo 6) 22 semanas (ciclo 8) Grupo de baixa incorporação Grupo de alta incorporação Sobrevivência de acordo com o estado de incorporação de DHA Sobrevivência geral Tempo de progressão Incorporação de DHA Tempo (meses) Alta Baixa Tempo (meses) Mediana de seguimento = 18,6meses (entre 3 a 53 meses) Elevada incorporação de DHA durante a primeira linha de quimioterapia melhora a sobrevivência Como explicar a especificidade do tumor para a ação do DHA? - Perda de defesas antioxidantes durante a progressão tumoral - Remodelamento da arquitetura neovascular tumoral ER PR P53 Mutada Viabilidade (% ) Linhagem celular Viabilidade (% ) Progressão do tumor) Perda de defesas antioxidantes durante a progressão tumoral Log (Doxorrubicina) O grau de progressão do tumor influencia a resposta de amplificação pelo DHA Com base nas diferenças entre as duas linhagens celulares pmol;/min/mg proteina ... Quando lipoperoxidos foram produzidos Perda de resposta GPx Atividade GPx 1 (Nmol/min/mg proteina) Malondialdeído (nmol/g proteina) ... Quando ROS foi produzido pmol;/min/mg proteina Citotoxicidade (% do controle) U/g proteina Níveis de ROS (% do controle) DHA potencializa a toxicidade da Doxorrubicina Regressão do tumor durante a quimioterapia (%) Super sonografia Doppler de ratos com tumores de mama Sonografia realçada por contraste Quantificação da vascularidade microtúbulos gasosos Quantificação venosa Visualização de capilares venosos Suplementação com AG saturados (óleo de palma) Suplementação com DHA (DHASco) Índice de poder de Doppler (%) Vascularização do tumor de acordo com a dieta Controle Vascularização tumoral é diminuída por DHA, antes da quimioterapia Poderiam antioxidantes abolirem esse efeito? DHA A acentuação da ação antitumoral de antracilinas por DHA dietético é abolido por vitamina E de forma dose-dependente A diminuição da vascularização tumoral por DHA é abolida por vitamina E Epirrubicina Variação do tamanho do tumor (%) Antes da quimioterapia Diets Controle Semanas Soro Tumor Polímero molde de vasculatura Imagem microscópica de imagens de vasos sanguíneos normais e angiogênicos Grupo nutricional controle Imagens de modelos de veias sanguíneas tumorais com ou sem intervenção dietética Grupo nutricional AGPI n-3 Óleo de peixe induz o remodelamento da vascularização tumoral com vasos sanguíneos de baixa densidade e mais finos Suplementação de AG N-3 e Caquexia IMPACTO CLÍNICO DA CAQUEXIA NEOPLÁSICA 22% MORTES: CAUSADAS POR CAQUEXIA 2/3 dos pacientes apresentam caquexia na morte Resposta à quimioterapia e radioterapia Mortalidade em pacientes cirúrgicos Incidência de complicações •PERDA DE PESO > 2,75% AO MÊS: •INDICADOR PROGNÓSTICO INDEPENDENTE PARA DA SOBREVIDA Andreyev et al; Eur J Cancer 1998; 34:503-9; Tan & Fearon. Curr Opin Clin Nutr Metab Care 2008; 11:400–407. MEDIADORES DA CAQUEXIA NEOPLÁSICA Hormônios contra reguladores: Insulina, hormônio de crescimento,cortisol Resposta alterada de células imunológicas: IL-1, IL-2, TNF-α Fatores produzidos pelo próprio tumor: PIF- Fator Indutor de Proteólise LMF/ZAG- Fator Mobilizador de Lípides Andreyev et al, 1998; Tisdale, 1998 SUPLEMENTAÇÃO ORAL DE AG n-3 E PERDA DE PESO Estudo clínico, randomizado, duplo-cego n= 200 pacientes caquéticos Câncer Pancreático Grupos: Grupo experimental Grupo controle • n= 95 pacientes • Suplemento oral rico em EPA (2,2g/dia) • n= 105 pacientes • Suplemento oral isento de n-3 Fearon et al, GUT; 2003; 52(10):1479 SUPLEMENTAÇÃO ORAL DE AG n-3 E PERDA DE PESO ∆ Peso (kg/mês) Controle AG N-3 (EPA) * n= 96 n=88 Início * * n= 78 n=70 n= 60 n=50 ** ** ** ** 4 sem. Massa magra (Kg) SUPLEMENTO ORAL E CAQUEXIA % EPA no plasma em 8 semanas 8 sem. **p= 0,001 entre os grupos em relação ao início da suplementação Fearon et al, GUT; 2003; 52(10):1479 INFUSÃO PARENTERAL DE OP E PERDA DE PESO EM PACIENTES CAQUEXIA AVANÇADA Estudo clínico, randomizado n= 20 pacientes caquéticos Câncer Pancreático Avançado Suplementação parenteral de óleo de peixe Resultados EPA e DHA no plasma; Apetite, PIF e IL-6 Ganho de peso corpóreo sem alteração de massa gorda (p<0,001) Barber, MD, Nutrition, 2001; 17:751-55 SUPLEMENTAÇÃO DE AG N-3 NA PERDA DE PESO E RISCO DE COMPLICAÇÕES EM CÂNCER Probabilidade de complicações RISCO DE COMPLICAÇÃO LEVE e GRAVE e TN TN PADRÃO COMPLICAÇÃO GRAVE TN FARMACO – IMUNO - NUTRIÇÃO COMPLICAÇÃO LEVE Perda de Peso (%) Bozetti F, Gianotti L, et al. Clin Nutr, 2007:26: 698–709 SUPLEMENTAÇÃO ORAL DE AG N-3 NA PERDA DE PESO EM TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO Final de Radio e Quimio Follow-up 30 dias após final de tratamento % Perda de peso Durante Radio e Quimio TNO FÁRMACO – IMUNO- NUTRIÇÃO TNO Padrão Grupo (sem TN) Paccagnella A, et al. Curr Opin Oncol, 2011: 23 AGPI n-3 em associação com quimioterápicos para tratamento da caquexia do câncer Kanat, et al 2013 INFUSÃO DESENHO Prospectivo Aleatório Acetato de Megestrol Pacientes Com caquexia + Meloxicam n= 62 Acetato de Megestrol + EPA Meloxicam + suplemento nutricional com EPA 3 meses Kanat Oet al, Tumori. 2013 Mar-Apr;99(2):229-33. AGPI n-3 em associação com quimioterápicos para tratamento da caquexia do câncer Peso corpóreo e massa magra Todos os tratamentos foram Similares IMC, índice de qualidade de vida TNF-α e IL-6 Kanat Oet al, Tumori. 2013 Mar-Apr;99(2):229-33. O OH C CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH3 AG N-3 e Expressão Gênica GENES REGULADOS PELOS AG N-3 Proteínas Inflamatórias Metabolismo Lipídico NFκB IKKs iNOS IFNγ IL-1b, 2, 6, 8, 12 E-selectina VCAM1 LCAM1 MCP1 CRP MMP9 TNF-α COX2 PPARα, δ, γ aP2 ACO CPT1 UCP1 e 2 Leptina PDK4 GLUT4 Caveolina1 e 2 CD36 SCD1 ABCA LpL LXRα apoE D O W N U P Deckelbaum RJ et al. Am J Clin Nutr. 2006 Jun;83(6 Suppl):1520S-1525S. INFORMAÇÃO GENÉTICA PODE AJUDAR A IDENTIFICAR QUEM SERÁ BENEFICIADO PELA INGESTÃO SUPLEMENTAR de AG n-3? COX-2 (rs5275+6365 T/C) e Risco de Câncer de Próstata Suécia: 782 casos de câncer e 1,378 controles Odds Ratio: Câncer de Próstata 1,2 Consumo de salmão: 1 Nunca 0,8 1-3 por mês 0,6 * 0,4 0,2 0 TT TC/CC Genótipo COX-2 Hedlin et al. (2006) Int. J. Cancer, 120:398-405. >1 por semana * *p < 0.01 TC/CC Frequência: 62% Euro-Amer 75% Africa-Amer 33% China-Amer INFORMAÇÃO GENÉTICA PODE AJUDAR A IDENTIFICAR QUEM SERÁ BENEFICIADO PELA INGESTÃO SUPLEMENTAR de AG n-3? PPAR-у, Genótipo, Consumo de peixes e Risco de Ca de cólon 2,5 CC Odds Ratio 2 CT +TT p<0.06 p<0.02 1,5 p< 0.01 para interação 1 0,5 0 0-4.3 4.3-14.5 14.5-84.1 Tertilho Ingestão de Peixe (g/dia) Siezen et al., Carcinogenesis 26:229-457, 2005 EM RESUMO: MECANISMOS DE AG N-3 NA CARCINOGÊNESE DHA EPA AA INFLAMAÇÃO Óxido Nítrico ROS e RL Angiogênese Tumor endotelial Cel. de adesão METÁSTASE CÉLULAS NORMAIS INICIAÇÃO CÉLULAS INICIADAS progressão PROMOÇÃO CÂNCER PROLIFERAÇÃO Crescimento não controlado Apoptose Inibição Estimulação Larsson SC, et al. Am J Clin Nutr 2004;79:935–45. PORQUE HÁ INCONCISTÊNCIAS ENTRE ESTUDOS PRÉ-CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS • Ingestão muito baixa de AG n-3; • População Heterogênea • AG n-3 e n-6 não considerados simultaneamente; VARIAÇÃO GENÉTICA • Combinação com nutrientes podem modificar a resposta; Larrson et al. Am. J. Clin. Nutr. 79:935-45, 2004 Conclusões EPA • AGPI n-3 são potentes componentes anti-cancer e antiinflamatórios • Eles melhoram a qualidade de vida e Sobrevivência Cadeia de carbono • Se incorporam rapidamente na membrana COOH terminal 2 1 Perguntas que precisam de estudo • Dose • Tempo • Frequência • Contínua/intermitente • Administração com quimioterapia • Início do tratamento Àcido eicosapentaenóico www.nutritotal.com.br www.ganepeducacao.com.br