Aventuras do Vampiro Carioca
Lucia Chataignier
editora multifoco
Simmer & Amorim Edição e Comunicação Ltda.
Av. Mem de Sá, 126, Lapa
Rio de Janeiro - RJ
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capa
diagramação
Luísa Ulhoa
Aventuras do vampiro carioca - 1ª edição
Junho 2010
Chataignier, Lucia
ISBN:
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Lucia Chataignier
Aventuras
do Vampiro
Carioca
Rio de Janeiro, 2010
“É pelos pequenos detalhes, nos recantos mais
imprevisíveis, que ele ataca. Sedento de carne nova,
fixado em incautas menininhas, ele não vê
limite para as suas investidas. Principalmente
para aquelas que, no seu linguajar de colegial
empregam, sedutoras, os excitantes diminutivos
em suas palavrinhas”
Introdução
Meu ídolo sempre fora Dalton Trevisan. Mas isso, no tempo
de vida corriqueira, normal, como dizem por aí. Eu tirava minhas folguinhas e intervalos na cabine do elevador, para ler “O
Vampiro de Curitiba”. Mas deixa eu voltar para trás.
Desde que o Dr. Formosinho me arrumara o emprego de cabineiro, no Ed. Ponto Alto, no centro do Rio de Janeiro, minha
vida dera uma guinada. Claro que não foi pelo emprego em si,
salário mínimo mais benefícios. Mas era a primeira vez na vida
que alguém me oferecera algo de concreto. Até então, só a Gileuza, minha patroa, tinha se dado bem: há quatro anos na casa
de uma madame, em Copacabana e fazendo bicos, aos sábados,
como faxineira, ela tava feita. Nem se incomodou em me pedir
ajuda pra comprar o barraco lá no morro do Catimbáu. Tava
até fazendo uma varanda e contratando um Mané lá, pra botar
uma laje. Queria ampliar o espaço pra gente começar a pensar
em ter filho. Besteira! Filho, a gente faz, quando dá na veneta.
Não tem essa de “planejar”, como ela inventa. É fuder e parir.
Simples, né? Eu ganhava meus trocados no galpão da fábrica
de fogos lá do morro. Mas o negócio é que a porra do galpão
do Bestafera, aquele, do depósito de fogos, deu pau. Um cara se
dizendo fiscal baixou lá e fechou a parada. Parece que era sério.
Botou até aquele lance de fita amarela! E foi aí que o meu ganho
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foi pro brejo. Por isso, a Gileuza falou com a Madame dela, e o
irmão da dona me arrumou esse serviço. Foi isso. E ainda por
cima, pra eu não ficar entediado, nas horas de pouco movimento, me deu um livro. O tal livro que falei. Gostei demais! O cara
é uma figura! Tem umas taras bizarras! Eu até pensava que eu
era safado, mas depois de ler aquilo tudo, pô! Mas eu chego lá:
vou me aprimorar. Aguardem o Vampiro Carioca! Afinal, quem
se dá conta de mim? Vou agir nas sombras. Vou inventar novas
abordagens nas mulheres. Quem pode me condenar? Afinal, eu
não tenho nada a perder.
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A Máquina do Tempo
Ontem foi meu primeiro dia como o Vampiro Carioca. Foi
perfeito. Era de tardinha, naquela hora que o pessoal já voltou
do almoço e o movimento no prédio fica fraco. Eu relia o meu
livro preferido quando a mocinha entrou no elevador. “Eu quero ir no Dr. Feitosa... Esqueci o andar... O senhor sabe qual é?”
Fui rápido. “Como, senhorita?” Enquanto eu ganhava tempo, aproveitava para dar uma passada geral na mina. Pernas
grossas, juntinhas, vestidinho curto (Ah, meus Deus, isso na
rua! Só dar uma ventania, e lá vai a sainha voando pro alto e
mostrando as calcinhas!), livro escolar apertadinho contra o
corpo... “Olha, senhorita, aqui tem dois Drs com esse nome. Me
diga a especialidade dele”, enrolei. Que tinha um Dr. Feitosa,
lá isso tinha. No quarto andar. Mas eu queria ganhar tempo,
e também (porque não?) saber o que esse doutor tratava, com
que ele mexia.
“Er... é, bem, ele é ginecologista!”. Nisso eu já tinha guaribado
o elevador pro último andar. “Ah! Sei, então é no quarto andar.
Tá dodói, menina?” “Não, senhor! É que eu vou me casar...
e preciso... de uns remedinhos”. Ela corou e eu fiquei doidão!
Nisso, entra uma porra de uma velha na minha máquina e ela,
a gostosa, salta no quarto andar. “Tchau!” “Tchau! Depois te
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pego na volta!”. Meia hora depois, ela entra no elevador. Está
chorosa. “O que foi, minha filha? Tá tristinha?” “Né nada não”,
e recomeça a chorar. Eu travo a máquina, e paro o tempo. “O
Dr Feitosa foi grosseiro com você?” “Ele disse que não vai me
dar pílula até eu casar. Que conhece minha mãe e não quer facilitar as coisas!” “Ah! Mas isso não se faz, doçura! Senta aqui no
colinho do Anacleto!” Carente que nem pão quente ela sentou e
chorou no meu ombro. “Céus! Que coxas quentes!” Fui fazendo carinho pelo rosto dela e falando as baboseiras que mocinha
entristecida gosta de ouvir. “Esse tal de Dr. Feitosa não entende
de mulher! As meninas virgens, que nem você, têm que ter uma
preparação antes de tomar a pílula. Têm que saber conhecer um
pouco do sexo! Você já transou com o noivinho?” “Eu não, mas
a gente dá umas avançadinhas...” “Assim?” E eu alisei as suas coxas ardentes, levantando devagarzinho aquela sainha curta. “Vamos fazer uma coisa: Você tira a calcinha e eu te faço gozar, só
com o dedinho, você quer experimentar?” “Não sei se devo...”
“Menina, eu tou te dizendo! Isso vai ajudar no seu casamento!
Vai chegar preparadinha. Pode confiar!” Ela retirou a calcinha,
e me pediu pra eu não olhar. “Vou te ensinar a fazer as coisas
sem perder a tua virgindade. Teu noivinho vai adorar! E nem
vai precisar dessas coisas de pílula. Isso aqui, é uma máquina do
tempo, menina! Quando você já tiver toda calibrada, não vai
querer outra coisa”.
Eu passei os meus dedos pela sua pele e seu sexo, primeiramente resistente, foi ficando todo molhadinho. Ela gemia de ais
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e de uis e eu comecei a massagear seu clitóris até que ela gozou.
“Sabe? Acho que consegui!” disse ela feliz. “Agora me toca, menina danada!” me faz gozar como tu! Com uma gana danada,
ela agarrou meu pau duro e mexeu nele com a mão quente. Não
demorou para eu esporrar. Ela sorria, agradecida.
“Agora a máquina do tempo vai voltar a andar”. Destravei
o elevador e ela desapareceu no meio daquela gente toda que
esperava no hall. O Vampiro Carioca fizera sua estreia.
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