Insper Instituto de Ensino e Pesquisa Programa de Mestrado Profissional em Economia Luiz Alberto Rocha Junqueira IMPACTOS ECONÔMICOS DOS MEGAEVENTOS: UMA ABORDAGEM ECONOMÉTRICA São Paulo 2011 2 Luiz Alberto Rocha Junqueira Impactos econômicos dos megaeventos: uma abordagem econométrica Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em Economia do Insper Instituto de Ensino e Pesquisa, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Economia Área de concentração: Finanças e Macroeconomia Aplicadas Orientador: Prof. Dr. Naercio Aquino Menezes Filho – Insper Instituto de Ensino e Pesquisa São Paulo 2011 3 Junqueira, Luiz Alberto Rocha Impactos econômicos dos megaeventos: uma abordagem econométrica/ Luiz Alberto Rocha Junqueira; Orientador Prof. Dr. Naercio Aquino Menezes Filho. – São Paulo, Insper, 2011 Xx f. Dissertação (Mestrado – Programa de Mestrado de Profissional em Economia. Área de concentração: Finanças e Macroeconomia Aplicadas) – Insper Instituto de Ensino e Pesquisa. 1.Economia 2. Megaeventos 3. Econometria 4 RESUMO JUNQUEIRA, Luiz Alberto R., Impactos econômicos dos megaeventos: uma abordagem econométrica. São Paulo, 2011. xx f. Dissertação (Mestrado) – Insper Instituto de Ensino e Pesquisa, São Paulo, 2011. Este trabalho objetiva verificar a existência da relação entre ser sede de um MegaEvento e a variação positiva do Produto Interno Bruto de um país. Serão considerados Megaeventos a Copa do Mundo da FIFA e os Jogos Olímpicos. Este trabalho tem como motivação trazer embasamento econométrico às declarações dando conta que ao se realizar estes dois grandes eventos esportivos, o país sofrerá um impacto benéfico em sua economia. A hipótese central deste trabalho será baseada na tese de que para se promover os Megaeventos serão necessários investimentos públicos e principalmente privados substanciais em infra-estrutura e serviços, que criarão condições para o país se modernizar ainda mais, culminando na melhoria das condições para toda a população, não só aquelas mais próximas dos centros que atenderão aos jogos, resultando numa modificação no padrão de crescimento histórico (de 1900 a 2008) de países que organizaram os Megaeventos, analisando-se a tendência de crescimento antes e depois do evento. Após estimações em POLS, Efeitos Aleatórios e Efeitos Fixos, mostra-se que para este caso Efeitos Aleatórios é o melhor estimador, porém não se consegue comprovar estatisticamente a hipótese central do estudo. Logo não se pode atestar que a realização de Jogos Olímpicos ou de Copa do Mundo de Futebol da FIFA traz um crescimento do PIB. Palavras-chave: megaeventos; impactos; econometria; economia. 5 ABSTRACT JUNQUEIRA, Luiz Alberto R, Economic impacts of mega-events: an econometric approach. São Paulo, 2011. xx pp. Dissertation (Mastership) – Insper Instituto de Ensino e Pesquisa, São Paulo, 2011. This paper targets the existence of a positive correlation between hosting a MegaEvent (FIFA World Cup and Olympic games) and a positive variation in then GDP growth pace. The motivation of this work is to econometrically base those declarations that assume as true that after organizing these two enormous events a country will have a benefic impact in its economy. The central hypothesis will be funded on the theses for those promoting a MegaEvent will be needed public but manly private investment in infrastructure and services creating conditions to modernizing the country even more, resulting in a better environment for the whole citizens not only those near to the hosting city-centers, modifying the growth pattern for those hosting the event. This modification will be perceived analyzing the historic growth from 1900 to 2008 from those countries that hosted Mega-Events, analyzing the growth pattern before and after the event. After POLS, Random Effects and Fixed Effects estimations, the study shows for this data set Random Effects fit better, but could not statistically prove the central hypothesis. That means it could not been proven that hosting a Mega-Event does not have a direct and positive GDP growth. Keywords: mega-events; impacts; econometric; economy. 6 Lista de Abreviações COI - Comitê Olímpico Internacional COJO – Comitê dos Jogos Olímpicos CPI – Consumer Price Index – índice de inflação ao varejo dos Estados Unidos da América EA – Efeitos Aleatórios EF – Efeitos Fixos FIFA - Federação Internacional de Futebol (Fédération Internationale de Football Association) GDP – Gross Domestic Product – Produto Interno Bruto (PIB) IOC (ou COI) – International Olympic Commitee, ou Comitê Olímpico Internacional MQO – Mínimos Quadrados Ordinários , estimação Megaeventos – Jogos Olímpicos e/ou Copa do Mundo da FIFA OCOG – Organising Committees for the Olympic Games – Comitê organizador dos Jogos Olímpicos PIB – Produto Interno Bruto POLS – Pooled Ordinary Least Squares: o mesmo que estimação com dados em painel pelo método dos Mínimos Quadrados Ordinários PPP – Power Purchase Parity – Paridade do pode de compra 7 Lista de Ilustrações e Tabelas Figura 1 – Processo de Construção Planejada de Um Legado do Evento . . . . . . . . . . . . . . .14 Tabela 1 – Relação dos Próximos Megaeventos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Tabela 2 – Características dos Coeficientes das Dummies da Regressão. . . . . . . . . . . . . . 20 Tabela 3 – Resultado das Regressões do modelo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Tabela 4 – Resultado do teste de Hausman. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Tabela 5 – Resumo das Hipóteses e dos coeficientes de Efeitos Aleatórios . . . . . . . . . . . 28 Tabela 6 – Consolidação de Hipóteses e Resultados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Tabela 7 – Tabela de Países e eventos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 Tabela 8 – Tabela de Países (PIB) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 8 Sumário 1) Introdução .............................................................................................................................. 9 2) Revisão Bibliográfica ........................................................................................................... 11 3) Metodologia ......................................................................................................................... 18 4) Resultados ............................................................................................................................ 25 5) Conclusão ............................................................................................................................. 29 6) Referências...........................................................................................................................32 7) Anexos..................................................................................................................................35 Resultado das Regressões.................................................................................35 9 1) Introdução O presente trabalho tem como objetivo verificar a existência de relação entre um país sediar um megaevento e apresentar crescimento do Produto Interno Bruto. Será empregado o termo megaeventos em referencia à Copa do Mundo da FIFA e aos Jogos Olímpicos. A motivação é trazer embasamento econométrico, ou não, às declarações de políticos, empresários e economistas de que o Brasil, ao sediar esses dois grandes eventos esportivos, terá um impacto benéfico em sua economia. A hipótese central baseia-se na tese de que, para se promoverem os megaeventos, serão necessários investimentos públicos e principalmente privados, substanciais em infraestrutura e serviços, que criarão condições para o país se modernizar ainda mais, reverberando em diversos outros setores da economia e culminando na melhoria das condições para toda a população, não só aquelas mais próximas dos centros que atenderão aos jogos. Então, se realmente houver modificação no padrão de crescimento de um país que está organizando o megaevento, essa modificação poderá ser percebida analisando-se a tendência de crescimento antes e depois do evento. Se há antecipação e concentração de investimentos no período que antecede os Jogos, é possível especular também que depois do evento o país poderá sentir uma redução dos investimentos, tendo como conseqüência a redução do ritmo de crescimento. Para tentar estabelecer se há relação e se esta causalidade pode ser defendida do ponto de vista estatístico, serão utilizados modelos econométricos POLS, Efeitos Aleatórios e Efeitos Fixos. Antecipando os resultados, não há como afirmar, com base em dados históricos, que um megaevento impacte significativamente o crescimento do PIB no período anterior a sua realização, mas há indícios que os jogos causem um efeito positivo no PIB após a sua realização, ao contrário do que se esperava. Este trabalho está dividido em cinco seções. A primeira é esta introdução, abrangendo a motivação para o estudo. A segunda discorre sobre a bibliografia existente sobre o tema. A terceira descreve a metodologia utilizada e o modelo econométrico aplicado. A quarta seção explora os resultados das regressões e por fim, a quinta apresenta as conclusões do trabalho incluindo também sugestões de aprofundamento no tema, eventuais alterações metodológicas e possíveis melhorias na coleta de dados e refinamento do modelo. 10 11 2) Revisão Bibliográfica Não são poucos os estudos sobre o impacto econômico de um megaevento, mas não foi encontrado nenhum que analisasse este efeito através de regressões e hipóteses econométricas das variações do PIB em países sede de Copas e Jogos Olímpicos, tampouco estudos que fizessem menção a todos os megaeventos da era moderna, de 1896 a 2008 de forma consolidada e analítica. Existem outros jogos de importância relevante que não serão aqui tratados, pois além de serem menos conhecidos, são de menor complexidade de organização, de orçamento, realizações, de relevância na mídia mundial e principalmente por sua menor divulgação e de legados econômicos e infraestruturais de menor porte. Dentre eles, citam-se: Super Bowl (final do campeonato anual de Futebol Americano), Jogos Militares, Jogos Olímpicos de Inverno, Eliminatórias para Copa do Mundo da FIFA, Copas da UEFA, Jogos PanAmericanos, entre outros vários. Nenhum destes citados tem características semelhantes aos dois megaeventos selecionados. Políticos (presidentes, governadores, entre outros representantes de órgãos executivos e até mesmo legislativos) se envolvem diretamente na organização para ganhar a concorrência e sediar um desses eventos. “O evento esportivo terá um efeito multiplicador capaz de quintuplicar os investimentos diretos realizados no País e para viabilizar injetará o total de R$ 142,39 bilhões na economia brasileira até 2014” segundo estudo Brasil Sustentável: impactos Socioeconômicos da Copa do Mundo 2014, da consultoria Ernst & Young Brasil (2010). Citando estudo do Ministério dos Esportes (2009) para a Olimpíada de 2016: “O estudo aponta que a injeção de US$ 14,4 bilhões nominais na realização dos Jogos Olímpicos vai gerar um multiplicador de produção de 4,26 que proporcionará uma movimentação na economia brasileira de US$ 51,1 bilhões (R$ 102,2 bilhões se considerada a paridade cambial prevista no dossiê) no período de 2009 a 2027.” Ou 0,70% do PIB brasileiro, chegando a 7,1% do PIB Regional de Natal, por exemplo. Assim, estariam os políticos corretos em afirmar repetidamente que ao se apoiar, incentivar e até mesmo promover a isenção de impostos, liberando e gastando-se verbas públicas criam-se condições favoráveis ao crescimento de todo o país e não somente a cidade-sede? Se isso for realmente fato, deveria então haver uma variação mensurável no crescimento do PIB nos anos que antecedem a realização de um destes Jogos. 12 São raros os trabalhos que testaram empiricamente os impactos econômicos de um megaevento na economia de um país-sede. Muitos estudos usaram a racionalidade para inferir que haveria impactos econômicos (aumento do PIB, criação de empregos, melhora de índices sociais, entre outras variáveis macroeconômicas), entretanto pouco se fala sobre custo de manutenção, custo de oportunidade, beneficiados e prejudicados, além de muitas vezes até negligenciarem os estudos de viabilidade econômica. Outro ponto que é tema de debate seria qual a razão de existir um número cada vez maior de cidades candidatando-se para ser sede, se não há comprovação da verdadeira oportunidade de ganho. Se nenhum estudo prova empiricamente que a Copa do Mundo ou os Jogos Olímpicos trazem efeitos positivos, inclusive de longo prazo, parece não fazer sentido todo o esforço nem mesmo para se planejar e entrar no “leilão”, pois mesmo esse preparativo envolve gastos não desprezíveis. Holger Preuss é sem duvida o pesquisador com mais artigos sobre o tema megaeventos e seus impactos econômicos (7 livros e 50 artigos), e seu livro de 2000 serve de referência também para este trabalho: “The economics of staging the Olimpics: A comparison of the Games 1972 – 2008”. Nessa obra, atualizada em 2004, Preuss analisa profundamente apenas os Jogos Olímpicos e mostra quem são seus principais interessados: a) comitê organizador dos Jogos Olímpicos (OCOGs); b) políticos; c) patrocinadores; d) a mídia; e) o comércio. A conseqüência mais flagrante a supercomercialização do espetáculo, levando a perda do espírito olímpico e a prejuízos aos governos. Mesmo assim os governantes insistem em se candidatar cada vez com mais determinação. Atlanta 1996 foi chamada pelos jornalistas de a “Olimpíada Coca-Cola”, e outras vezes como a “Feira do Século”. Discorre ainda Preuss (2000) que quem faz os cálculos e estudos de viabilidade são justamente aqueles apontados como sendo os maiores interessados no evento e que esses cálculos e estudos de custos/benefícios são viesados, muito mal feitos ou mesmo incompreensíveis. “Ao se acreditar nessa teoria de comercialização, tem-se que temer a terrível endogeneidade advinda de quem idealiza e promove o evento. Se forem os comitês olímpicos regionais e os políticos que lideram a campanha e estes são os maiores interessados no seu lucro, como podemos ter certeza que não estamos tendo, no final das contas, um tremendo prejuízo e que os legados deixados por esses megaeventos não são perversos?” Preuss (2000) ainda apresenta uma metodologia para comparação dos eventos, que a primeira vista parece difícil de realizar, pois cada evento tem suas características, mas depois de usar técnicas, segundo ele, especiais de conversões foi possível a comparação. Ele utilizou 13 o PPP (Power Purchase Parity) quando disponível e as taxas médias de câmbio do país e deflacionou utilizando o CPI (Consumer Price Index) americano para o ano de 2000. O autor, assim como Tavares (2005), cita ainda os efetivos ganhadores quando os jogos são realizados são eles: a) políticos; b) construtores e empreiteiros; c) a elite da população (que se beneficia financeiramente da valorização dos imóveis e da cidade após as melhorias); d) os turistas, pois encontram uma cidade “nova”, com infraestrutura renovada e preparada para recebê-los. Entretanto, a população em geral somente é beneficiada indiretamente, como conseqüência das melhorias que se ofertam aos grupos acima. Como sempre, se há ganhadores existem os perdedores (principalmente caso haja o fracasso: deterioração da imagem da cidade e déficit/prejuízo causado). Ainda segundo Preuss (2000), os principais perdedores são: i) “classes pobres: geralmente as instalações olímpicas são construídas em áreas degradadas habitadas pela população de baixa renda, que será remanejada para lugares mais distantes, perdendo assim o ambiente social que estavam inseridas; ii) comércio/indústria: com a imagem deteriorada da cidade, há perda de negócios, desvalorização de imóveis e diminuição de consumo e bens; iii) contribuintes: com o déficit e dívidas a serem pagos, os governos não vêem outra solução que aumentos de impostos”. Para se evitar isso, Preuss (2000) sugere que as três perguntas básicas deveriam ser respondidas a contento para se almejar sediar um megaevento: Quais são os benefícios e custos para sua população? Quais são as fontes de financiamento do OCOG? Quais são os gastos, e se é possível fazer os jogos sem déficit? Zarnowski (1992) faz um levantamento minucioso dos custos de cada olimpíada a partir de 1896, enquanto Preuss (2000) se dedica ao período de 1972 a 2008, e apenas comenta brevemente sobre os jogos entre 1896 e 1972. Porém nem um nem outro relaciona estes custos com a atividade do país e sua consequência no PIB. Preuss (2006), tenta definir a palavra “legado” e lista os benefícios e os pontos negativos dele. Além disso, mostra como medir o impacto dos legados e quais são as fases do planejamento (como na figura 1), determinando que o evento seja composto de seis estruturas: a) infraestrutura; b) desenvolvimento de conhecimento; c) imagem; d) emoções; e) network; f) cultura. Conclui que não é claro que se sediar os Jogos é uma maneira eficiente de gastar recursos públicos escassos. 14 Figura 1 – Processo de Construção Planejada de um Legado do Evento, segundo Preus (2000) Tavares (2005) inclui os governos federais e locais como o grupo com mais interesse na realização dos jogos Olímpicos, tanto como o COI, em principalmente em mostrar superioridade do sistema político (até a década de 90), na melhoria das relações e na demonstração de mudanças para a comunidade internacional, ganhar status e reconhecimento global, solucionar problemas urbanos e ainda melhorar a imagem dos políticos. Preuss (2008) mostra como o financiamento dos jogos acaba sendo transmitido a todo o mundo, uma vez que são comercializados direitos de transmissão - que hoje são a maior fonte de renda dos OCOGs – e que esses direitos pagam por todo o gasto da realização e organização dos Jogos Olímpicos. Isso deixa os comitês em posição vantajosa em relação aos governos, pois estes se encarregam do estabelecimento de toda infraestrutura municipal, que é a parte mais cara dos jogos. Preuss (2009) afirma também que os jogos trazem grandes riscos financeiros. Entretanto após 1984 o numero de concorrentes (ou bidders) é maior a cada eleição, já que os políticos, ao realizar o evento e promover a cidade, se mostram como os viabilizadores dos jogos, recebendo atenção e sendo considerados como aqueles que transformaram a cidade em pólo global, atraindo investimento, turismo e respeito. A mídia também é uma das maiores interessadas nos eventos, já que as cotas de patrocínio na TV passaram a envolver cifras astronômicas. Apenas como exemplo: a NBC (rede de televisão norte-americana) comprou o direito de transmissão dos Jogos de inverno e de verão de 2014 a 2020 por US$ 4.3 bilhões (fonte: NYTimes). Matheson (2002) argumenta que não se deve prejulgar que sediar grandes eventos esportivos é sempre a melhor maneira de estimular a economia local ou nacional, pois se pode 15 incorrer no crowding-out effect investments em que o dinheiro público não é ilimitado e devem se escolher quais projetos priorizar e quais preterir para fazer frente aos investimentos que foram determinados para a cidade-sede. Isto é ainda mais flagrante em países emergentes onde a questão do contingenciamento é mais relevante e o trade-off parece ser um ponto importante a observar. Afinal qual a melhor aplicação para os recursos públicos: um ginásio/arena para uma competição de um mês ou uma rede de abastecimento de água ou esgoto para populações carentes e desabastecidas? O livro Legados de Megaeventos, DOSSIÊ (2008) é uma compilação de artigos e transcrições de debates que se realizaram no Rio de Janeiro a respeito dos impactos dos megaeventos, mas não somente no campo econômico a que se aplica esta dissertação. São mais de 600 paginas em que se abordam diversos campos de pesquisa: culturais, sociais, ambientais, mercadológicos, de planejamento, psicológicas, de inclusão social. No campo econômico transcreve-se entrevista com Holger Preuss. A ele foi perguntado se eventos esportivos são alternativas eficientes de investimento para recursos públicos escassos. Como resposta, o professor afirma que, em relação ao PIB, os jogos são pequenos e a estratégia do evento tem que ser administrada pelo governo, porque existe possibilidade de fracasso e não se consegue falar em eficiência, pois é um caso muito complexo que não muda significativamente o PIB (e é o que queremos mostrar empiricamente nesse trabalho), devendo ser definida uma estratégia de comunicação e ter bom planejamento para não os projetos não serem muito dispendiosos. Na mesma obra, José Antônio Barra Alves (DOSSIÊ, 2008) relata que, depois de 1972, passou-se a considerar como custo dos eventos também as obras de melhoria, o que eleva muito o custo total dos eventos, dando a entender que, se não fossem as melhorias de infraestrutura nas cidades e nos entornos, os Jogos não custariam tanto. Todavia, esses custos passaram a fazer parte do orçamento e da campanha para que uma cidade fosse escolhida sede. E não poderia ser diferente, uma vez que sem essas melhorias (viária, aeroportuária, rodoviária, de segurança, entre outras) que são realizadas paralelamente ao compromisso de construir estádios, arenas, e ginásios, uma cidade não seria escolhida pelos comitês. O livro mostra também que, por falta de planejamento prévio, procura-se fazer uma adequação posthoc, como foi o caso da Vila do Pan do Rio 2007, ou mesmo não se sabe o que se fazer com alguns legados, como é o caso do Engenhão e seu altíssimo custo de manutenção (aproximadamente R$ 2 milhões por mês). Nessa obra há ainda uma pergunta que ficou sem 16 resposta: O que realmente deseja uma cidade ao se candidatar a cidade sede? Reurbanização? Turistas? A que custo? “Mega Sports Events: Can we go? Will we go? Should we go for the events in Copenhagen?”– MEGA (2006) também apresenta esse questionamento, mas as respostas não são conclusivas e mostram que é arriscado lançar uma candidatura. O artigo trata mais especificamente do caso da Dinamarca, mas as perguntas servem para todas as candidaturas. A revista “Finance and Development” março 2010, traz na capa o titulo: “Prêmio ou Punição” Prize or Penalty, IMF (2010). A reportagem central da edição relata que foram injetados US$ 7,6 bilhões na economia sul-africana em 2008 com a criação de 400.000 empregos diretos e a presença de 490.000 turistas, mas deixou uma preocupação com os “elefantes brancos” que foram herdados, logo num país onde a maioria da população joga rúgbi ou críquete e relega o futebol a segundo plano de interesse. A matéria comenta ainda o fato de que, no Rio de Janeiro, quando a cidade foi escolhida para ser sede, milhares de pessoas foram dançar nas praias, praças e ruas. Alerta, porém, argumenta que é difícil saber se a população que comemorou entende quais são os reais impactos que os jogos trazem. Sidney esperava atrair turistas após os jogos, mas não aconteceu como previsto, e poderá‟ acontecer de novo com o Brasil se a Copa e os Jogos Olímpicos não forem bem planejados. Cita também que há o potencial downside das incertezas, dos altos custos de construção de infraestrutura como também o alto custo da manutenção, estimado em aproximadamente 10% ao ano. O artigo termina por dizer que é muito importante repensar e reavaliar bem antes de se candidatar a sediar um megaevento. Outro artigo na mesma revista “The olympic trade effect”, (IMF 2010) é um pouco mais critico e lembra que o Rio de Janeiro fez sua candidatura por R$ 15bi e que só a cerimônia de abertura da olimpíada de Pequim custou US$ 100 milhões, comparando esses fatos com o salário de um trabalhador na China. Termina fazendo a pergunta: “Porque economias liberais candidatam-se a sede dos megaeventos?”. Para as economias em desenvolvimento, especula o autor, pode ser uma sinalização de que o país está pronto para se inserir na comunidade internacional e deseja ser respeitado. No artigo “Leitura econômica dos Jogos Olímpicos: financiamento, organização e resultados” de Proni, Araújo e Amorim (2008), analisa-se Barcelona 1992, Sidney 2000, e Pequim 2008. Os autores fazem uma abordagem histórica do marketing por trás dos eventos. Dissecam gastos e receitas, chegando a afirmar que os investimentos em Barcelona realmente 17 surtiram efeitos no PIB da Espanha nos últimos quatro anos antes do evento, mas principalmente no ano anterior. Em Sidney inclusive foi quantificado qual foi o acréscimo em dólares causado apenas pelos Jogos Olímpicos. O pós-evento também foi citado mostrando que houve uma queda no crescimento nos anos seguintes. O artigo conclui que os jogos nesses casos tiveram resultados bastante positivos, mas nada cita quanto aos impactos pósjogos e quanto aos legados deixados, como endividamento e altos custos de manutenção. Apenas relata rapidamente o caso Grego de 2004, como exemplo de fracasso que deixou um grande endividamento para o governo. Considerando-se todo o exposto, passa-se à análise dos dados para se tentar demonstrar que megaeventos esportivos provocam impactos positivos no PIB antes de sua realização e negativo no curto prazo posteriormente. 18 3) Metodologia A base de dados utilizada para mensuração da variação do PIB foi o resultado dos estudos de Angus Maddison (2002), onde se encontram dados de crescimento do PIB da maioria dos países do mundo desde 1dC até 2000 dC, com base de preços de 1990. Deste estudo será utilizado apenas o PIB anual desde 1886 até 2008 dos 170 países, reorganizados para se montar um painel em que cada país tenha 141 linhas com as variações anuais do PIB, e isso „e uma vantagem para o modelo proposto, pois gera uma base de dados grande o suficiente para se obterem resultados estatisticamente confiáveis. Uma desvantagem desta série de dados e‟ justamente a falta de outros dados históricos complementares necessários para expurgar efeitos macroeconômicos exógenos que impactariam uniformemente o crescimento dos países. Utilizou-se o PIB mundial como controle para tentar minimizar esses efeitos macro, mas então passando a haver endogeneidade entre essa variável explicativa e a dependente. Sabe-se também que muitos outros fatores deveriam e poderiam ser considerados para que se reduza ou se diminua o viés da estimação. Por exemplo, a época que foi realizada os jogos, o tamanho dos jogos/campeonatos, momento da economia mundial, tamanho do país-sede, tipo de governo que está na organização, status econômico do país (país em desenvolvimento ou uma economia madura). Porém, como a hipótese é apenas constatar se há indícios que se a realização um megaevento acarreta uma variação positiva principalmente nos anos que antecederam a sua realização vamos desconsiderá-los, apesar de estarmos cientes de que os coeficientes estimados podem conter algum viés. Será analisado o comportamento do PIB desde os Jogos Olímpicos de 1900 na França. Serão eliminados da base de dados os Jogos Olímpicos realizados na Grécia em 1896, por não haver dados gregos até 1916, não sendo possível fazer uma análise estatística satisfatória desse período. Nem todos os países da base de dados têm histórico de PIB desde 1886, mas com exceção da Grécia, todos os outros países-sede têm dados do PIB durante o período em que se pretende analisá-los. Têm-se, então, desde 1900, 25 jogos olímpicos e 18 Copas do Mundo. Inicialmente os Jogos Olímpicos eram realizados a cada quatro anos. A primeira Copa do Mundo ocorreu em 1930, quando já haviam sido realizadas oito Olimpíadas. No começo do século XX a seqüência de Olimpíadas a cada quatro anos foi interrompida em 1916 por razão da Primeira 19 Guerra Mundial. Após 1930 há a alternância entre a realização da Copa do Mundo e Olimpíadas, com um intervalo de dois anos. Em 1940 há outra vez interrupção, agora de ambos os eventos, por conta da Segunda Grande Guerra, no período de 1940 a 1946. Depois deste período, não houve mais interrupções e os jogos vêem se realizando a cada dois anos, já estando definidos os próximos países que sediarão tanto a Copa do Mundo de Futebol quanto os Jogos Olímpicos. Para a Copa do Mundo de 2002 realizada em conjunto entre Coréia do Sul e Japão foi considerada a variação do PIB conjunta (soma) dos dois países. Como a base de dados termina em 2008, não serão considerados os efeitos que eventualmente estão podendo ser sentidos nos próximos países a sediar os megaeventos: Tabela 1 – Ano Cidade / País 2012 Londres Jogos Olímpicos 2014 Brasil Copa do Mundo 2016 Brasil Jogos Olímpicos 2018 Rússia Copa do Mundo 2020 A Ser escolhida em 2013 Jogos Olímpicos 2022 Catar Relação dos Próximos Megaeventos Evento Copa do Mundo Apesar de cada megaevento ter suas particularidades para a escolha da sede do evento a sistemática é bastante similar. O País deve apresentar um dossiê composto das intenções e motivações da candidatura, do respaldo do governo a apoio da população, assim como o compromisso do Comitê ou Confederação Regional. A resposta positiva à candidatura a sede geralmente „e dada sete anos antes do evento. Assim, entre o anúncio do vencedor do leilão e o evento, temos um período de preparação, estudo e investimento. Este período será‟ designado como Pré-Evento, quando se acredita que haja o maior impacto na variação do PIB. Assim serão definidos cinco períodos para estudo. Como o mais importante o PréEvento terá sete anos, outros três períodos também terão, arbitrariamente, duração de sete anos além do ano específico do evento. O primeiro deles será definido como Antes, pois é o período que antecede o Pré-Evento e também será importante, pois determina as condições que o país estava enfrentando até haver o anúncio para o país ser sede. Apos o Pré-Evento, segue-se o ano do Evento em si, podendo-se entender que no ano de realização do evento ainda há um forte impacto dos efeitos que se quer estudar. O ano do Evento será separado por uma dummy única e isolada para cada país. O período Pós-Evento será aquele que também se define por sete anos e deveria ter variações de crescimento teoricamente negativas e menores 20 que durante o Pré-Evento e o ano do Evento propriamente dito, visto que na época de PréEvento os investimentos que estariam espalhados ao longo de todos os períodos se concentrariam entre o Pré-Evento e o Evento, havendo assim uma diminuição do ritmo de investimentos após os jogos. Depois deste, o período será definido como Depois, uma vez que vem depois do Pós-Evento e será importante para medirmos os efeitos de longo prazo dos eventos, caso ocorram. Logo podemos resumir a definição dos períodos e hipóteses centrais deste trabalho em: Tempo (anos) Período Características e hipóteses Antes Sem nenhum efeito do evento (dummy=1 entre os anos 14 e 7 que antecedem o Evento). Condições em que o país se encontra ao receber o Anúncio. Coeficiente esperado: Positivo -7 Pré-Evento País sofre o efeito da Preparação para o Evento (dummy=1 entre os anos -7 e -1 que antecedem o evento). Supostamente há aumento do PIB por conta da quantidade de investimentos necessária para realização do evento. Coeficiente esperado: Positivo 0 Evento Ano do Evento (dummy = 1 no ano evento). Coeficiente esperado: Positivo +7 Pós-Evento Efeitos de Curto Prazo do Evento. Teoricamente haveria uma diminuição do ritmo de crescimento do PIB, devida a desaceleração dos investimentos. Coeficiente esperado: Negativo +14 Depois Efeitos de Longo Prazo. Caso haja, devem ser conseqüências positivas da realização do Evento. Coeficiente esperado: Positivo -14 Tabela 2 – Características dos Coeficientes das Dummies da Regressão O método do estudo econométrico base para esta dissertação será o texto Eearning losses of displaced workers de Jacobson, LaLonde e Sullivan (1993), em que são analisados salários pré e pós demissão. Uma análise num espaço de tempo determinado antes do evento demissão e pós-evento, como o que se quer pesquisar neste trabalho. Os autores analisaram dados administrativos dos históricos dos rendimentos dos trabalhadores nas suas firmas empregadoras para estimação da magnitude monetária e temporal das perdas quando há uma demissão. Além da quantificação da perda e do tempo que se leva para a recolocação, os autores concluíram que há um declínio no salário antes de acontecer efetivamente à demissão, que há dependência pequena do sexo e da idade, e que trabalhadores com menos tempo de carreia estão mais suscetíveis à demissão. Os autores utilizaram dados de trabalho da 21 Pensilvânia entre meados dos anos 70 e 80, utilizando técnicas de regressões OLS e de Efeitos Fixos com dummies para controlar os períodos: trimestres antes de haver a demissão, e após haver a demissão. No trabalho de Jacobson, LaLonde e Sullivan (1993) os autores inferiram que depois da demissão o salário médio reduz em 25% e que se demora 20 trimestres para que o demitido volte para o patamar de salário que tinha antes da demissão. A especificação estatística do modelo deste trabalho segue a mesma lógica do estudo de Jacobson, LaLonde e Sullivan (1993): 1 𝐿𝑛𝑦𝑖𝑡 = 𝛼𝑖𝑡 + 𝐴𝑛𝑡𝑒𝑠𝐷𝑖𝑡𝑘 + 𝑃𝑟é𝐷𝑖𝑡𝑘 + 𝐸𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜𝐷𝑖𝑡𝑘 + 𝑃ó𝑠𝐷𝑖𝑡𝑘 + 𝐷𝑒𝑝𝑜𝑖𝑠𝐷𝑖𝑡𝑘 + 𝛽𝑚𝑢𝑛𝑑𝑜 + 𝑒𝑖𝑡 Onde 𝐿𝑁𝑦𝑖𝑡 é a ou a log razão entre os PIBs do mesmo país entre dois anos consecutivos ln(PIBt/ PIBt-1) , t é o ano de referência, i é o país em questão, 𝛼𝑖𝑡 são os Efeitos Fixos, que resumem as diferenças observáveis e não observáveis entre os países. Antes, Pré, Evento, Pós e Depois são os coeficientes objeto de análise deste trabalho. Mundo é a variável de controle do PIB mundial. 𝐷𝑖𝑡𝑘 é a variável dummy, que recebe 1 conforme tabela 2, dependendo do ano que está sendo estimado, onde o índice k é o diferenciador entre os 5 vetores que compõem o estudo. Também será utilizado o mesmo modelo para analisar separadamente os efeitos de Jogos Olímpicos e Copas do Mundo com o intuito de verificar se há o mesmo padrão de comportamento da variação do PIB, e se o tipo de evento é importante na análise. Para averiguação das hipóteses serão estimadas regressões por três métodos distintos: Mínimos Quadrados Ordinários para dados em painel (POLS), Efeitos Aleatórios e Efeitos Fixos. Os dados têm uma conformação longitudinal desbalanceada, em que não temos dados do PIB para todos os anos para alguns dos países da amostra – por exemplo, não há informação anual da Grécia até 1916, porém a partir desta data temos os dados anuais completos. Em geral usam-se os dados em painel de forma a identificar a heterogeneidade que existe entre, nesse caso específico, os países mas de maneira geral o modelo básico para análise de efeitos é dado por: 2 𝑦𝑖𝑡 = 𝑥𝑖𝑡 𝛽 + 𝑐𝑖 + 𝑢𝑖𝑡 22 onde 𝑥𝑖𝑡 é o vetor de variáveis observadas em cada período t, e 𝑐𝑖 é o efeito não observado, ou também pode ser chamado de heterogeneidade individual e 𝑢𝑖𝑡 é o erro idiossincrático. O parâmetro ci guarda as características constantes no tempo intrínsecas de cada país. A estimação por POLS ignora a estrutura em painel e trata as observações como sendo serialmente não correlacionadas para um indivíduo único com erros homocedásticos entre os indivíduos e entre períodos de tempo, seguindo a equação: bPOLS = (X'X)-1X'y. Onde bPOLS é a estimação, X é a matriz de Variáveis explicativas e y o vetor das variáveis dependentes. Esta equação ao ser estimada por POLS, teria um resíduo composto do efeito específico ci e dos erros idiossincráticos, onde a principal hipótese é a constância de ci entre os países. Caso essa hipótese seja verdadeira teríamos 𝜎𝑐2𝑖 = 0 , onde 𝜎𝑐2𝑖 é a variância da constante que se for zero a estimação seria consistente, respeitadas as hipóteses tradicionais para a consistência do estimador MQO. Caso contrário 𝜎𝑐2𝑖 ≠ 0 descarta-se o POLS e parte-se para a validade dos outros dois modelos. Para testar essa hipótese, geralmente utiliza-se o teste d o multiplicador Lagrange de Breusch-Pagan, mas na prática como essa hipótese é dificilmente verificada utilizando-se raramente o POLS. Ao se descartar o POLS, testa-se o modelo por Efeitos Aleatórios (EA), uma vez que a base de dados tem mais observações na dimensão cross-section do que temporal (temos mais países que anos analisados) sendo também que a variação do PIB entre países tem pouca variação, mas pode ter grande variação ao longo do tempo. O modelo EA é estimado por bGLS = [X' Ω-1 X]-1 X' Ω -1 y onde, Ω = (𝜎𝑢 2*InT + T* 𝜎𝑎2 *P). Onde X é X é a matriz de variáveis explicativas, Ω é função dos parâmetros: 𝜎𝑢 é a variância do erro idiossincrático, σ2a é a variância do termo aleatório. A escolha em se utilizar o método de Efeitos Aleatórios também deve ser cautelosa, pois este modelo coloca o termo ci no temos do erro, passando este a ser um termo aleatório com variância diferente de zero, inserindo hipóteses ortogonalidade entre ci e xit e de exogeneidade estrita, sendo esta última determinado que as variáveis explicativas em cada período do tempo são não correlacionadas com o erro idiossincrático em nenhum período de tempo ou que variáveis explicativas de um t não estão correlacionadas com choques aleatórias em momento nenhum (nem passado, nem presente, nem no futuro). A estimação por efeitos fixos (EF), dado por: bW = (X'QX)-1X'Qy onde P = D(D'D)1 D', (sendo X, Q, y já definido) transforma os dados em médias individuais e Q = I-P transforma os dados em desvios da médias individuais e estima maior impacto para as 23 variáveis, ignorando o nível e estimando impactos de variações ao redor da média, segundo Wooldridge (2003), e aplicada à teoria no modelo especificado em questão, o tratamento do modelo por efeitos fixos é valido quando se sabe que o efeito do evento não muda entre os períodos considerados, isto é, haverá sempre os cinco períodos que estamos tratando e o evento afeta toda a população que estamos tratando. Assim, um mesmo efeito (fixo) afeta todos os indivíduos, o que gera além do erro idiossincrático uit – erro usual que captura todos os outros fatores que geram distúrbio nos valores observados das variáveis dependentes – o termo ait ou erro heterogênico não observável, que significa que este termo agrega todos os fatores únicos que não se alteram (ou não se alteram muito) em cada país. E, ao incluir as variáveis dummies consegue-se que o intercepto varie entre os países nos vários períodos considerados. A estimação por efeitos fixos de estimação possui algumas vantagens como maior quantidade de informação, maior variabilidade dos dados, menor colinearidade entre as variáveis, maior número de graus de liberdade. Desta maneira, pode-se afirmar que esta técnica gera uma maior eficiência dos estimadores. A aceitação da estimação de EA está condicionada a validade destas duas hipóteses (hipóteses ortogonalidade entre ci e xit e de exogeneidade estrita), o que também neste caso acontece: invalidando o método de EA, de acordo com Wooldridge (2003), “Se podemos assumir que ci é não correlacionado com todos xit , então o método de efeito aleatório é adequado. Porém, se ci for correlacionado com alguma variável explicativa, o método de efeito fixo (...) é necessário; o uso do método de efeito aleatório neste caso geralmente resulta em estimativas inconsistentes.” E ainda: “A comparação das estimativas pelo método de efeito fixo e efeito aleatório pode ser um teste para averiguar se há correlação entre ci e xit , supondo que os erros idiossincráticos e variáveis explicativas são não correlacionadas entre todos os períodos.” , para tanto utiliza-se o teste proposto por Hausman (1978), que é um teste de Wald sob a hipótese nula de que as estimativas de EF são iguais as de EA e a hipótese de que não existe correlação entre termos específicos e as variáveis explicativas é válida. Caso contrário, rejeita-se o modelo de Efeitos Aleatórios e o modelo de EF é método de estimação mais adequado. Assim no modelo proposto para este trabalho faremos as mesmas considerações supracitadas, de forma a averiguar qual o Método mais adequado para a análise e mostraremos os resultados de forma comparativa. A base de dados contém 12.833 observações, de 181 variáveis, que representam 164 países diferentes, 15 agrupamentos de países (por exemplo, a somatória dos países de um 24 continente ou subgrupo dentro de um continente). Outra variável é a somatória de todos os países que será utilizada no modelo como controle do pais estudado, o que serve para observação do efeito do crescimento mundial do PIB e sua relação com o PIB do país que está se estudando. A última entrada de dados é a construção de um país originalmente inexistente com a variação do PIB do Japão e da Coréia do Sul, uma vez que em 2002 a Copa do Mundo teve o compartilhamento do evento em dois países, fato único até hoje. 25 4) Resultados Para todas as regressões tem-se o mesmo número de observações (12.833), em 181 países (como considerado na seção anterior) com uma média de 70,9 observações da variação de PIB por país, sendo que o país com observações tem 17, e o que mais teve foi 138, ou seja, neste caso houve observações em todos os anos desde 1870 e 2008. Na Tabela 3 abaixo se apresentam os resultados das três estimações (POLS, EA e EF), todos com erros padrão robustos, pois suspeitamos de heteroscedasticidade entre os países e alguma correlação serial entre os anos. Tabela 3 – Resultado das Regressões do modelo Regressões estimadas para qualquer Evento Variável Dependente Ln (PIBt/PIBt-1) Variáveis Independentes Antes -0.0093* -0.0039 -0.0016 ( 0.0051 ) ( 0.0051 ) ( 0.0049 ) -0.0067** -0.0018* 0.0005 ( 0.003 ) ( 0.003 ) ( 0.0031 ) -0.0004 0.0033 0.0050 ( 0.0074 ) ( 0.0074 ) ( 0.0074 ) 0.0008 0.0051* 0.0071** ( 0.0031 ) ( 0.0031 ) ( 0.0032 ) 0.0052* 0.0096** 0.0116** ( 0.0031 ) ( 0.0033 ) ( 0.0034 ) 0.2653** 0.2629** 0.2609** ( 0.0375 ) ( 0.0374 ) ( 0.0375 ) Regressão MQO Efeitos Aleatórios Efeitos Fixos Constante 0.0252 0.0252 0.0248 ( 0.0015 ) ( 0.0018 ) ( 0.0016 ) 12833 0,000 0.0198 12833 0,000 0.0199 12833 0,000 0.0200 Pré-Evento Evento Pós-Evento Depois PIB Mundo Obs. Prob>F R² Fonte: Elaboração própria. Erro-padrão robusto em parênteses. Significância dos coeficientes: ** 5%, *10% 26 Regressões estimadas para Olimpiadas e Copas do Mundo separadamente Variável Dependente Variáveis Independentes Ln (PIBt/PIBt-1) Olimpiada 0.0052 ( 0.004 ) 0.0026 ( 0.0043 ) 0.0058 ( 0.0105 ) -0.0003 ( 0.003 ) -0.0099 ( 0.0066 ) 0.2651** ( 0.0375 ) Copa 0.0058 ( 0.0043 ) -0.0020 ( 0.0033 ) -0.0106 ( 0.0098 ) -0.0127** ( 0.0049 ) -0.0069 ( 0.0066 ) 0.2655** ( 0.0376 ) Olimpiada 0.0105** ( 0.0041 ) 0.0079* ( 0.0043 ) 0.0110 ( 0.0104 ) 0.0059* ( 0.003 ) -0.0038 ( 0.0066 ) 0.2631** ( 0.0374 ) Copa 0.0104** ( 0.0044 ) 0.0025 ( 0.0034 ) -0.0057 ( 0.01 ) -0.0080 ( 0.005 ) -0.0014 ( 0.0067 ) 0.2632** ( 0.0374 ) Olimpiada 0.0126** ( 0.0043 ) 0.0100** ( 0.0044 ) 0.0131 ( 0.0103 ) 0.0085** ( 0.0032 ) -0.0014 ( 0.0065 ) 0.2613** ( 0.0375 ) Copa 0.0122** ( 0.0046 ) 0.0043 ( 0.0036 ) -0.0038 ( 0.0103 ) -0.0061 ( 0.005 ) 0.0007 ( 0.0066 ) 0.2613** ( 0.0376 ) Regressão MQO MQO Efeitos Aleatórios Efeitos Aleatórios Efeitos Fixos Efeitos Fixos Constante 0.0251 ( 0.0016 ) 0.0252 ( 0.0016 ) 0.0251 ( 0.0018 ) 0.0253 ( 0.0018 ) 0.0248 ( 0.0016 ) 0.0251 ( 0.0016 ) 12833 0,000 0.0196 12833 0,000 0.0197 12833 0,000 0.020 12833 0,000 0.0197 12833 0,000 0.020 12833 0,000 0.0197 Antes Pre-Evento Evento Pós-Evento Depois PIB Mundo Obs. Prob>F R² Fonte: Elaboração própria. Erro-padrão robusto em parênteses. Significância dos coeficientes: ** 5%, *10% Analise da estimação em separado dos efeitos dos Jogos Olímpicos: Era de se esperar que as olimpíadas trouxessem um impacto menor que as copas por estarem localizadas em apenas uma cidade, mas ao contrario do que se aguardava, o resultado foi significante, mostrando que ha impacto positivo na ordem de 1ponto percentual no período Pré-Evento. A estimação da variável Pós-Evento mostrou-se significante por EA e EF, porem com sinal contrário ao que era esperado. A variável Depois e Evento não tiveram coeficientes significativos. Copa do Mundo: Considerando-se EA ou EF apenas apresentou resultado significativo a estimação da variável Antes. Nenhuma outra das variáveis de interesse teve resultados significativos. Analisando apenas a estimação onde Copa do Mundo e Jogos Olímpicos são estimadas concomitantemente por se ter interesse em saber se qualquer um dos eventos produz efeito positivo no PIB, tem-se: 27 Pode-se observar que POLS e FE são métodos significantes. O método RE, tem Chi2 também igual a zero, que também mostra que esse método também é significante. Os três métodos têm baixo poder explicativo, R2, baixos e praticamente com os mesmos valores. Como se assume que a variância da constante não é zero para este conjunto de dados, pode-se descartar a utilização de POLS, tendo que se avaliar qual método deve-se preferir, segundo as condições de eficiência e consistência. Aplicando o teste de Hausman (1978), para apenas a estimação tem-se: Teste de Hausman - Coeficientes (b) (B) (b-B) sqrt(diag(V_b-V_B)) teste_EA teste_EF Diferença S.E. Antes -0.0039 -0.0016 -0.0023 0.0013 Pré -0.0018 0.0005 -0.0022 Evento 0.0033 0.0050 -0.0017 Pós 0.0051 0.0071 -0.0020 Depois 0.0096 0.0116 -0.0020 Lnm 0.2629 0.2609 0.0020 b = Consistente por H0 e Ha, obtido da regressão de xtreg , RF B = inconsistente por Ha, eficiente por H0, obtido por xtreg , FE Teste: Ho: diferença nos coeficientes não sistemática chi2(6) = (b-B)'[(V_b-V_B)^(-1)](b-B) = 3.99 Prob>chi2 (V_b-V_B é definido não positivo) =0.6777 Tabela 4 – Resultado do teste de Hausman para comparação entre estimação por EA e EF para a estimação completa (eventos quaisquer, seja Copa do Mundo ou Jogos Olímpicos) Pode-se observar que o teste estatístico tem como resultado (3.99), é maior que o valor crítico Chi2 (1df, 5%) =3,84, porém o P-Valor é maior que 5%, não podendo assim rejeitar a hipótese nula H0, e não se pode concluir que a melhor estimação é por Efeitos Fixos, devendo-se analisar a estimação por Efeitos Aleatórios. E assim por Efeitos Aleatórios tem-se que: o coeficiente Antes teve um sinal negativo de 0,0039, e desvio padrão de 0,0051 porém não significativo. Pré-Evento teve sinal negativo de 0,0018, ao contrário da hipótese que foi considerada inicialmente neste trabalho (quando o país se prepara para um megaevento há impacto no PIB), com desvio padrão de 0,003, porém este coeficiente mostrou-se também não significativo. Evento, coeficiente estimado para os 28 anos em que se realizou o megaevento, foi de 0,0033 positivo, como previsto na hipótese, com desvio padrão de 0,0074, entretanto também não significativo. O estimador Pós-Evento teve valor de 0,0051 positivo, o que contrariou a expectativa, com desvio padrão 0,0031 e com significância a 10,0%. O coeficiente Depois foi estimado em 0,0096 positivo, como era previsto na hipótese – que os megaeventos produzem um efeito positivo no longo prazo sobre o PIB – com desvio padrão de 0,0033 e significância ao nível de 1,0%. A constante indica que o país teve um crescimento médio de 2,52% positivo, com desvio padrão de 0,0017 com significância ao nível de 1,0%. Também foi feita a regressão entre um país e a variação do PIB mundial para controle de variáveis macroeconômicas, que teve coeficiente positivo de 0,2629, com desvio padrão de 0,0374, com significância ao nível de 1% . Em resumo temos a comparação entre hipótese adotada neste trabalho e os resultados das regressões: Coeficiente Antes Pré-Evento Evento Pós-Evento Depois Hipótese Positivo Positivo Positivo Negativo Positivo Sinal do Coeficiente: Estimação por Significância do Coeficiente Efeitos Aleatórios da estimação por EA Negativo sem Negativo sem Positivo sem Positivo 10,0% Positivo 1,0% Tabela 5 – resumo das hipóteses e dos coeficientes estimados por Efeitos Aleatórios. 29 5) Conclusão Este trabalho se propôs a fazer a aferição de um conceito perpetuado principalmente por governantes e alguns economistas, qual seja, o de que megaeventos (leia-se Jogos Olímpicos e Copas do Mundo da FIFA) acarretam crescimento ao país principalmente no período que antecede o evento em si. A hipótese então formulada seria que, ao se dividir cronologicamente cinco períodos de tempo seqüenciais - Antes (período de quatorze a sete anos antes do evento, inclui período que se disputa a candidatura e antes de ter sido determinado o vencedor) , Pré-Evento (fase de preparação para o evento, a qual dura em geral sete anos), Evento (ano da realização dos jogos ), Pós-Evento (período de sete anos depois de realizado os jogos) e Depois (período em que o país sofreria as conseqüências de longo prazo de se realizar o evento) - se conseguira inferir que estão corretos e assim justificar a candidatura e a realização do Evento. Com base numa amostragem histórica anual, e considerando os períodos descritos acima, analisou-se a variação do PIB de todos os países que já foram sede de um megaevento (foi analisado conjuntamente também a variação do PIB dos países que não os realizaram) estimando econometricamente especialmente por Efeitos Aleatórios e buscou-se verificar a hipótese inicial. A regressão produziu os seguintes sinais dos coeficientes: Tempo (anos) Período Hipóteses Coeficiente esperado Coeficiente Estimado por EA Significância -14 Antes Candidatura e condições normais em que o país se encontra ao receber o anúncio. Positivo Negativo Sem -7 Pré-Evento Aumento do PIB por aumento de investimentos necessários a realização Positivo Negativo Sem 0 Evento Realização dos Eventos Positivo Positivo Sem Negativo Positivo 10,0% Positivo Positivo 1,0% +7 Pós-Evento +14 Depois Diminuição do ritmo de crescimento do PIB, devido a desaceleração dos investimentos. Efeitos de Longo Prazo devido a conseqüências positivas da realização do Evento. Coeficiente esperado: Positivo Tabela 6 – Consolidação de Hipóteses e Resultados Assim, mostrou-se que não há como defender estatisticamente a hipótese inicial, de que há um crescimento acelerado na fase Pré-Evento, isto é, a afirmação não tem precisão estatística. Outros pontos ainda podem ser discutidos: com um grau elevado de significância pode-se dizer que megaeventos trazem efeitos positivos de crescimento do PIB no longo prazo. E ainda, ao contrário do que se esperava na hipótese inicial, que após o evento haveria 30 uma diminuição nos investimentos e por consequência uma redução no nível de crescimento do PIB do país que realizou os jogos. De uma forma geral, e em consonância com diversos pesquisadores que defendem a mesma idéia, não foi possível afirmar que a realização de megaeventos é benéfica ao país que os hospeda no período Pré-Evento. Porém, o resultado deste trabalho também não conseguiu afirmar categoricamente que a realização não traz benefícios, ainda mais por ter sido verificado que efeitos positivos de crescimento do PIB acontecem (estatisticamente significativos) após a realização dos Jogos. Entretanto, o objetivo central deste trabalho foi atingido: servir de argumento para contradizer alegações contundentes e algumas vezes levianas de políticos de que a realização de grandes eventos esportivos é primordial e que há a certeza de um retorno positivo ao país, como especialmente a ala governista vem declarando, abrindo portas para emergencialmente serem aprovadas leis e emendas destinando recursos públicos a projetos mal feitos e superfaturados. Sendo assim, por qual razão então se faz, e se tem toda essa mobilização, inclusive popular, em apoio à candidatura e o incentivo à realização destes? Será que de fato um desses jogos traz outros benefícios ao país não mensuráveis através do PIB? E dois jogos? E em sequência, então? Ou mais uma vez a população é manobrada pelos governantes através da ignorância, num típico festival panis et circenses? Preuss (2000), uma década atrás, notadamente discorreu sobre quem seriam os maiores beneficiados nestes casos (políticos, servidores públicos, construtoras, bancos, classes altas e médias da população e turistas) e sobre a endogeneidade perversa da forma como se conduz uma candidatura a um megaevento, porque quem faz a preparação orçamentária e arquiteta a situação e projeções financeiras, além das estimações de custobenefício, são os mesmos que serão os maiores beneficiados com a realização destes jogos. A questão que se levanta então é: será que, em vez de se realizarem eventos estimados em aproximadamente R$ 30 bilhões para sediar a Copa do Mundo da FIFA de 2014 e mais R$ 28 bilhões para a realização dos Jogos Olímpicos (como orçado inicialmente), montas que são apenas a parte dos gastos públicos, não seria mais interessante, devido à escassez destes recursos, abrir mão da aventura esportiva para melhorar escolas, presídios, saneamento, infraestrutura hídrica, elétrica, de transportes ferroviários, entre tantas outras? Precisa-se mesmo de incentivos da ordem de R$ 420 milhões para a construção do Itaquerão? Sabe-se desde o início (e pode-se comprovar agora) que a execução das obras necessárias seria e será 31 adiada até o último momento possível quando, através de medidas provisórias, votações secretas, acordos sigilosos muitas vezes indecorosos. resultarão em contratações sem licitações (por terem sido classificadas como obras emergenciais) que quase certamente serão superfaturadas. Sabe-se que existem benefícios para o país e para as cidades que sediarão os eventos. Muitos deles são intangíveis, como o orgulho de receber a Copa e os Jogos Olímpicos, a propaganda e o marketing que uma boa execução e realização podem fazer pela imagem do país e atrair negócios e turismo. Todavia, temos que pensar se estamos preparados para isso. Preparados para arcar com dívidas e custos altos de manutenção de arenas e estádios que tendem a ser utilizados pouquíssimas vezes ao ano, carregando ainda mais o custeio da máquina e assim perpetuando a ineficiência do gasto público. Este trabalho teve apenas o objetivo de levantar a dúvida sobre declarações comuns dominantes no cenário atual de euforia em relação à realização dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016 e da Copa do Mundo do Brasil em 2014. É necessário dizer que o modelo aqui utilizado pode ser refinado para diminuição da endogeneidade, colocando variáveis de controle de efeitos macroeconômicos, entre outras, para suavizar choques econômicos, ou variáveis instrumentais de termos defasados para redução de heteroscedasticidade. Pode-se também expandir o estudo para análise do endividamento dos países, numa análise Pré/Pós- Evento como foi feito com o PIB. O problema desta abordagem, como outras, é encontrar dados históricos relativos a todos os países da amostra de forma ampla completa, ao longo de vários anos. 32 6) Referências COJO. Rio 2016 gerará impactos socioeconômicos positivos no Brasil. Site do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016, 27/09/2009. 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PREUSS H. : Lasting Effects of Major Sporting Events, 13th December 2006. em: < www.idrottsforum.com> , acessado em 14-jun-2011 35 7) Anexos Resultados das regressões: log using mylog26 clear set memory 512m insheet using "C:\Users\beto\Documents\Mestrado\Tese Mestrado\data3.csv", comma reg lny antes pre evento pos depois lnm , rob iis cod tis ano xtreg lny antes pre evento pos depois lnm ,re rob estimates store teste_re xtreg lny antes pre evento pos depois lnm ,fe rob estimates store teste_fe hausman teste_re teste_fe reg lny oantes opre oevento opos odepois lnm , rob iis cod tis ano xtreg lny oantes opre oevento opos odepois lnm ,re rob estimates store oteste_re xtreg lny oantes opre oevento opos odepois lnm ,fe rob estimates store oteste_fe hausman oteste_re oteste_fe reg lny cantes cpre cevento cpos cdepois lnm , rob iis cod tis ano xtreg lny cantes cpre cevento cpos cdepois lnm ,re rob estimates store cteste_re xtreg lny cantes cpre cevento cpos cdepois lnm ,fe rob estimates store cteste_fe hausman cteste_re cteste_fe log close log: C:\Users\beto\Documents\STATA_9.1\Stata9\mylog28.smcl log type: smcl opened on: 10 Jul 2011, 02:59:48 . clear . . set memory 512m (524288k) . . insheet using "C:\Users\beto\Documents\Mestrado\Tese Mestrado\data1.csv", comma (23 vars, 24978 obs) . . . reg lny antes pre evento pos depois lnm , rob Linear regression Number of obs F( 6, 12826) Prob > F R-squared Root MSE = = = = = 12833 9.91 0.0000 0.0198 .07011 -----------------------------------------------------------------------------| Robust lny | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------antes | -.0092954 .0050828 -1.83 0.067 -.0192585 .0006677 pre | -.0066933 .0029867 -2.24 0.025 -.0125477 -.0008389 evento | -.0004093 .0074341 -0.06 0.956 -.0149812 .0141626 pos | .0008362 .0030548 0.27 0.784 -.0051517 .0068241 depois | .0051986 .0031383 1.66 0.098 -.0009531 .0113502 36 lnm | .2652528 .0375296 7.07 0.000 .1916891 .3388165 _cons | .025236 .0015481 16.30 0.000 .0222014 .0282706 -----------------------------------------------------------------------------. . iis cod . . tis ano . . xtreg lny antes pre evento pos depois lnm ,re rob Random-effects GLS regression Group variable (i): cod Number of obs Number of groups = = 12833 181 R-sq: Obs per group: min = avg = max = 17 70.9 138 within = 0.0199 between = 0.1116 overall = 0.0194 Random effects u_i ~ Gaussian corr(u_i, X) = 0 (assumed) Wald chi2(6) Prob > chi2 = = 62.53 0.0000 -----------------------------------------------------------------------------| Robust lny | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------antes | -.0039331 .0050986 -0.77 0.440 -.0139262 .0060601 pre | -.0017519 .0029867 -0.59 0.557 -.0076057 .0041018 evento | .003294 .0073856 0.45 0.656 -.0111815 .0177695 pos | .0051496 .0030778 1.67 0.094 -.0008828 .0111819 depois | .0096053 .0032519 2.95 0.003 .0032316 .015979 lnm | .2629403 .0374282 7.03 0.000 .1895824 .3362983 _cons | .0251573 .0017944 14.02 0.000 .0216404 .0286741 -------------+---------------------------------------------------------------sigma_u | .011195 sigma_e | .06941619 rho | .02534986 (fraction of variance due to u_i) -----------------------------------------------------------------------------. . estimates store teste_re . . xtreg lny antes pre evento pos depois lnm ,fe rob Fixed-effects (within) regression Group variable (i): cod Number of obs Number of groups = = 12833 181 R-sq: Obs per group: min = avg = max = 17 70.9 138 within = 0.0200 between = 0.0419 overall = 0.0189 corr(u_i, Xb) = -0.0106 F(6,12646) Prob > F = = 10.61 0.0000 -----------------------------------------------------------------------------| Robust lny | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------antes | -.0015899 .0049296 -0.32 0.747 -.0112527 .0080729 pre | .0004955 .003051 0.16 0.871 -.0054849 .0064759 evento | .0050015 .007442 0.67 0.502 -.0095859 .0195888 pos | .0071007 .0031655 2.24 0.025 .0008957 .0133056 depois | .0115941 .0033864 3.42 0.001 .0049562 .018232 lnm | .2609 .0375494 6.95 0.000 .1872975 .3345025 _cons | .0248098 .0015531 15.97 0.000 .0217656 .0278541 -------------+---------------------------------------------------------------sigma_u | .01620133 sigma_e | .06941619 rho | .05165882 (fraction of variance due to u_i) -----------------------------------------------------------------------------. . estimates store teste_fe 37 . . hausman teste_re teste_fe ---- Coefficients ---| (b) (B) (b-B) sqrt(diag(V_b-V_B)) | teste_re teste_fe Difference S.E. -------------+---------------------------------------------------------------antes | -.0039331 -.0015899 -.0023431 .0013019 pre | -.0017519 .0004955 -.0022474 . evento | .003294 .0050015 -.0017075 . pos | .0051496 .0071007 -.0019511 . depois | .0096053 .0115941 -.0019888 . lnm | .2629403 .2609 .0020403 . -----------------------------------------------------------------------------b = consistent under Ho and Ha; obtained from xtreg B = inconsistent under Ha, efficient under Ho; obtained from xtreg Test: Ho: difference in coefficients not systematic chi2(6) = (b-B)'[(V_b-V_B)^(-1)](b-B) = 3.99 Prob>chi2 = 0.6777 (V_b-V_B is not positive definite) ___________________________________________________________________________________________ . reg lny oantes opre oevento opos odepois lnm , rob Linear regression Number of obs F( 6, 12826) Prob > F R-squared Root MSE = = = = = 12833 8.92 0.0000 0.0196 .07012 -----------------------------------------------------------------------------| Robust lny | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------oantes | .0052266 .0039898 1.31 0.190 -.002594 .0130472 opre | .0025516 .0042606 0.60 0.549 -.0057997 .0109029 oevento | .0057654 .0105159 0.55 0.584 -.0148474 .0263782 opos | -.0003372 .0029882 -0.11 0.910 -.0061945 .0055201 odepois | -.0098995 .0065576 -1.51 0.131 -.0227534 .0029544 lnm | .2651278 .0375179 7.07 0.000 .1915871 .3386685 _cons | .0250571 .0015507 16.16 0.000 .0220174 .0280967 -----------------------------------------------------------------------------. . iis cod . tis ano . xtreg lny oantes opre oevento opos odepois lnm ,re rob Random-effects GLS regression Group variable (i): cod Number of obs Number of groups = = 12833 181 R-sq: Obs per group: min = avg = max = 17 70.9 138 within = 0.0200 between = 0.0642 overall = 0.0192 Random effects u_i ~ Gaussian corr(u_i, X) = 0 (assumed) Wald chi2(6) Prob > chi2 = = 62.17 0.0000 -----------------------------------------------------------------------------| Robust lny | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------oantes | .0104638 .0041308 2.53 0.011 .0023676 .01856 opre | .0078751 .0043213 1.82 0.068 -.0005945 .0163446 oevento | .0110022 .0103834 1.06 0.289 -.0093488 .0313532 opos | .0058726 .0030355 1.93 0.053 -.0000768 .0118221 38 odepois | -.0038292 .0066109 -0.58 0.562 -.0167864 .0091279 lnm | .2631254 .0374167 7.03 0.000 .18979 .3364607 _cons | .0250973 .0017953 13.98 0.000 .0215786 .028616 -------------+---------------------------------------------------------------sigma_u | .01117812 sigma_e | .06941505 rho | .0252762 (fraction of variance due to u_i) -----------------------------------------------------------------------------. estimates store oteste_re . xtreg lny oantes opre oevento opos odepois lnm ,fe rob Fixed-effects (within) regression Group variable (i): cod Number of obs Number of groups = = 12833 181 R-sq: Obs per group: min = avg = max = 17 70.9 138 within = 0.0200 between = 0.0319 overall = 0.0189 corr(u_i, Xb) = -0.0138 F(6,12646) Prob > F = = 10.57 0.0000 -----------------------------------------------------------------------------| Robust lny | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------oantes | .0125975 .0042849 2.94 0.003 .0041985 .0209965 opre | .0100455 .0043809 2.29 0.022 .0014583 .0186327 oevento | .0131429 .0103335 1.27 0.203 -.0071123 .0333982 opos | .008454 .003198 2.64 0.008 .0021854 .0147226 odepois | -.0013575 .0064787 -0.21 0.834 -.0140568 .0113419 lnm | .261273 .0375474 6.96 0.000 .1876745 .3348715 _cons | .0247788 .0015551 15.93 0.000 .0217307 .027827 -------------+---------------------------------------------------------------sigma_u | .01620563 sigma_e | .06941505 rho | .05168642 (fraction of variance due to u_i) -----------------------------------------------------------------------------. estimates store oteste_fe . hausman oteste_re oteste_fe ---- Coefficients ---| (b) (B) (b-B) sqrt(diag(V_b-V_B)) | oteste_re oteste_fe Difference S.E. -------------+---------------------------------------------------------------oantes | .0104638 .0125975 -.0021337 . opre | .0078751 .0100455 -.0021704 . oevento | .0110022 .0131429 -.0021408 .001016 opos | .0058726 .008454 -.0025814 . odepois | -.0038292 -.0013575 -.0024718 .0013152 lnm | .2631254 .261273 .0018524 . -----------------------------------------------------------------------------b = consistent under Ho and Ha; obtained from xtreg B = inconsistent under Ha, efficient under Ho; obtained from xtreg Test: Ho: difference in coefficients not systematic chi2(6) = (b-B)'[(V_b-V_B)^(-1)](b-B) = 4.90 Prob>chi2 = 0.5573 (V_b-V_B is not positive definite) ______________________________________________________________________________________________ . reg lny cantes cpre cevento cpos cdepois lnm , rob Linear regression Number of obs F( 6, 12826) Prob > F R-squared Root MSE = = = = = 12833 9.86 0.0000 0.0197 .07011 39 -----------------------------------------------------------------------------| Robust lny | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------cantes | .0057842 .0042945 1.35 0.178 -.0026338 .0142021 cpre | -.0020215 .0032648 -0.62 0.536 -.008421 .004378 cevento | -.0106054 .0097728 -1.09 0.278 -.0297616 .0085508 cpos | -.0127252 .0048964 -2.60 0.009 -.022323 -.0031274 cdepois | -.0068944 .0066062 -1.04 0.297 -.0198435 .0060547 lnm | .2654587 .0375624 7.07 0.000 .1918309 .3390866 _cons | .0251941 .0015536 16.22 0.000 .0221488 .0282394 -----------------------------------------------------------------------------. iis cod . tis ano . xtreg lny cantes cpre cevento cpos cdepois lnm ,re rob Random-effects GLS regression Group variable (i): cod Number of obs Number of groups = = 12833 181 R-sq: Obs per group: min = avg = max = 17 70.9 138 within = 0.0197 between = 0.1715 overall = 0.0195 Random effects u_i ~ Gaussian corr(u_i, X) = 0 (assumed) Wald chi2(6) Prob > chi2 = = 58.66 0.0000 -----------------------------------------------------------------------------| Robust lny | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------cantes | .0103591 .0044022 2.35 0.019 .001731 .0189872 cpre | .002514 .0033524 0.75 0.453 -.0040567 .0090847 cevento | -.0057482 .0099613 -0.58 0.564 -.025272 .0137755 cpos | -.0080132 .0049631 -1.61 0.106 -.0177407 .0017143 cdepois | -.0013915 .006687 -0.21 0.835 -.0144978 .0117148 lnm | .2631631 .0374325 7.03 0.000 .1897968 .3365294 _cons | .0252683 .0018048 14.00 0.000 .021731 .0288056 -------------+---------------------------------------------------------------sigma_u | .01138925 sigma_e | .06942705 rho | .02620595 (fraction of variance due to u_i) -----------------------------------------------------------------------------. estimates store cteste_re . xtreg lny cantes cpre cevento cpos cdepois lnm ,fe rob Fixed-effects (within) regression Group variable (i): cod Number of obs Number of groups = = 12833 181 R-sq: Obs per group: min = avg = max = 17 70.9 138 within = 0.0197 between = 0.1404 overall = 0.0193 corr(u_i, Xb) = 0.0054 F(6,12646) Prob > F = = 9.67 0.0000 -----------------------------------------------------------------------------| Robust lny | Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------cantes | .0121701 .0046003 2.65 0.008 .0031529 .0211873 cpre | .0043157 .0036219 1.19 0.233 -.0027839 .0114152 cevento | -.00382 .010266 -0.37 0.710 -.023943 .0163029 cpos | -.0061471 .0050468 -1.22 0.223 -.0160397 .0037454 cdepois | .0007019 .00664 0.11 0.916 -.0123134 .0137173 lnm | .2612649 .0375597 6.96 0.000 .1876421 .3348877 _cons | .0250856 .0015554 16.13 0.000 .0220368 .0281344 -------------+---------------------------------------------------------------sigma_u | .01616113 sigma_e | .06942705 40 rho | .05140066 (fraction of variance due to u_i) -----------------------------------------------------------------------------. estimates store cteste_fe . hausman cteste_re cteste_fe ---- Coefficients ---| (b) (B) (b-B) sqrt(diag(V_b-V_B)) | cteste_re cteste_fe Difference S.E. -------------+---------------------------------------------------------------cantes | .0103591 .0121701 -.001811 . cpre | .002514 .0043157 -.0018017 . cevento | -.0057482 -.00382 -.0019282 . cpos | -.0080132 -.0061471 -.0018661 . cdepois | -.0013915 .0007019 -.0020934 .0007915 lnm | .2631631 .2612649 .0018982 . -----------------------------------------------------------------------------b = consistent under Ho and Ha; obtained from xtreg B = inconsistent under Ha, efficient under Ho; obtained from xtreg Test: Ho: difference in coefficients not systematic chi2(6) = (b-B)'[(V_b-V_B)^(-1)](b-B) = -2.78 chi2<0 ==> model fitted on these data fails to meet the asymptotic assumptions of the Hausman test; see suest for a generalized test . log close log: C:\Users\beto\Documents\STATA_9.1\Stata9\mylog28.smcl log type: smcl closed on: 10 Jul 2011, 02:59:51 41 Tabelas de Países e Eventos: # 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 Evento JO JO JO JO JO JO JO CM JO CM JO CM JO CM JO CM JO CM JO CM JO CM Ano 1900 1904 1908 1912 1920 1924 1928 1930 1932 1934 1936 1938 1948 1950 1952 1954 1956 1958 1960 1962 1964 1966 Pais France USA UK Sweden Belgium France Netherlands Uruguay USA Italy Germany France UK Brazil Finland Switzerland Sweden Sweden Italy Chile Japan UK # 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 JO – Jogos Olímpicos ; CM – Copa do Mundo Tabela 7 – Tabela de Países e eventos Evento JO CM JO CM JO CM JO CM JO CM JO CM JO CM JO CM JO CM JO CM JO Ano 1968 1970 1972 1974 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 Pais Mexico Mexico Germany Germany Canada Argentina F. URSS Spain USA Mexico S. Korea Italy Spain USA USA France Australia SK&JP Greece Germany China 42 Tabelas de Países (PIB): # Pais # Pais # Pais # Pais # Pais 1 Austria 41 F. Czecho-slovakia 81 T. & Tobago 121 Turkey 161 Niger 2 Belgium 42 Armenia 82 15 L. America 122 UAE 162 Nigeria 3 Denmark 43 Azerbaijan 83 21 Caribbean 123 Yemen 163 Rwanda 4 Finland 44 Belarus 84 L. America 124 W. Bank & Gaza 164 S. Tomé & P. 5 France 45 Estonia 85 China 125 15 W. Asia 165 Senegal 6 Germany 46 Georgia 86 India 126 Asia 166 Seychelles 7 Italy 47 Kazakhstan 87 Indonesia (& Timor until 127'99) Algeria 167 Sierra Leone 8 Netherlands 48 Kyrgyzstan 88 Japan 128 Angola 168 Somalia 9 Norway 49 Latvia 89 Philippines 129 Benin 169 South Africa 10 Sweden 50 Lithuania 90 S. Korea 130 Botswana 170 Sudan 11 Switzerland 51 Moldova 91 Thailand 131 Burkina Faso 171 Swaziland 12 UK 52 Russia 92 Taiwan 132 Burundi 172 Tanzania 13 12 W. Europe 53 Tajikistan 93 Bangladesh 133 Cameroon 173 Togo 14 Ireland 54 Turk-menistan 94 Burma 134 Cape Verde 174 Tunisia 15 Greece 55 Ukraine 95 Hong Kong 135 Centr. Afr. Rep. 175 Uganda 16 Portugal 56 Uzbekistan 96 Malaysia 136 Chad 176 Zaire (Congo-Kinshasa) 17 Spain 57 F. USSR 97 Nepal 137 Comoro Islands 177 Zambia 18 14 small WEC 58 Argentina 98 Pakistan 138 Congo 'Brazzaville' 178 Zimbabwe 19 30 W. Europe 59 Brazil 99 Singapore 139 Côte d'Ivoire 179 3 Small Afr. 20 Australia 60 Chile 100 Sri Lanka 140 Djibouti 180 Total Africa 21 N. Zealand 61 Colombia 101 16 E. Asia 141 Egypt 181 Japan+S.Korea 22 Canada 62 Mexico 102 Afghanistan 142 Equatorial Guinea 182 World Total 23 USA 63 Peru 103 Cambodia 143 Eritrea & Ethiopia 24 W. Offshoots 64 Uruguay 104 Laos 144 Gabon 25 Albania 65 Venezuela 105 Mongolia 145 Gambia 26 Bulgaria 66 8 L. America 106 North Korea 146 Ghana 27 Czecho-slovakia 67 Bolivia 107 Vietnam 147 Guinea 28 Hungary 68 Costa Rica 108 24 Sm. E. Asia 148 Guinea Bissau 29 Poland 69 Cuba 109 30 E. Asia 149 Kenya 30 Romania 70 Dominican Rep. 110 Bahrain 150 Lesotho 31 Yugoslavia 71 Ecuador 111 Iran 151 Liberia 32 7 E. Europe 72 El Salvador 112 Iraq 152 Libya 33 Bosnia 73 Guatemala 113 Israel 153 Madagascar 34 Croatia 74 Haïti 114 Jordan 154 Malawi 35 Macedonia 75 Honduras 115 Kuwait 155 Mali 36 Slovenia 76 Jamaica 116 Lebanon 156 Mauritania 37 Serbia/Montenegro/Kosovo 77 Nicaragua 117 Oman 157 Mauritius 38 F. Yugoslavia 78 Panama 118 Qatar 158 Morocco 39 Czech Rep. 79 Paraguay 119 Saudi Arabia 159 Mozambique 40 Slovakia 80 Puerto Rico 120 Syria 160 Namibia Tabela 8 – Tabela de Países (PIB)