MARCUS VINICIUS VAZ Karla Moura ENTREVISTA FURNAS estuda nova captação de recursos O economista Marcus Vinicius Vaz entrou em FURNAS, como estagiário, em 1980. Ao término do estágio, ficou prestando serviços na área de investimentos financeiros da Fundação Real Grandeza. Mais tarde, passou a gerente da Divisão de Controle de Pagamentos (DCPG.F) e, decorridos dois anos, da Divisão de Tesouraria (DVTE.F), exercendo as atribuições de tesoureiro da Empresa, assumindo depois a gerência do Departamento de Operações Financeiras (DEF.F). Ao longo do tempo, foi se aprimorando: pós-graduação em Engenharia Econômica, Administração Financeira, na Fundação Getúlio Vargas; pós-graduação em Finanças Corporativas, no Ibmec; e MBA em Energia, na Fundação Getúlio Vargas. Desde janeiro de 2003, Marcus Vinicius exerce a gerência da Superintendência de Operação e Captação de Recursos (OC.F). Nesta entrevista para a Revista FURNAS, ele fala, entre outros assuntos, sobre as atividades de tesouraria e o perfil do novo fundo de captação de recursos que FURNAS lançará este ano. 4 REVISTA FURNAS ANO XXXI Nº 317 FEVEREIRO 2005 QUANTOS EMPREGADOS TEM A SUPERINTENDÊNCIA E COMO ELA ESTÁ ESTRUTURADA? A OC.F tem 73 empregados. Ela é composta de dois departamentos e quatro divisões. O Departamento de Operações Financeiras (DEF.F), com a Divisão de Controle de Pagamentos (DCPG.F) e a Divisão de Tesouraria (DVTE.F); e o Departamento de Recursos Financeiros (DRF.F) e as respectivas divisões: a de Contas a Receber e Faturamento (DCRF.F) e a de Empréstimos e Financiamentos (DEFI.F). COMO É A ATIVIDADE DE TESOURARIA? Especificamente sobre a tesouraria, FURNAS, no mês de dezembro passado, realizou, aproximadamente, 32 mil pagamentos, para fornecedores do Escritório Central e de nossas Áreas Regionais, recursos para viagens dos empregados, pequenas aquisições e salários. Considerando que dezembro tem, somente, 20 dias úteis, podemos dizer que, em média, fizemos cerca de 1.600 pagamentos por dia. Ou seja, a tesouraria de FURNAS realizou créditos em 1.600 contas correntes por dia. Lembro que a tesouraria também tem como missão suprir diariamente as necessidades das 44 áreas da Empresa, além do Escritório Central. COMO ESTÁ O FATURAMENTO DE QUAL O VALOR PREVISTO PARA ESTA FURNAS? CAPTAÇÃO? No que se refere ao faturamento Em nossos cálculos, acreditamos que pre- de energia, FURNAS possui grandes cisamos de um aporte de recursos de cerca de grupos. O que envolve 15 concessio- R$ 700 milhões. Parte desse montante, pode- nárias associadas ao Suprimento Pró- rá ser obtido junto a Eletrobrás, e comple- prio, fruto da energia velha vincula- mentado, em sua maior parte, por uma nova da aos Contratos Iniciais; o da Trans- operação de cessão de créditos lastreados missão de Itaipu, com 19 empresas; a por contratos celebrados com a Eletronuclear, Rede Básica associada à transmissão, referentes aos pagamentos de serviço da com 125 empresas; a Conexão, mais dívida de contratos vinculados aos exceden- 15 empresas; e recebemos recursos tes nucleares, Eletronorte, Celg, Ceb e do via Recomposição Tarifária Extraor- Programa de Saneamento do Setor Público, dinária (RTE) de 34 empresas. Temos através da Lei 8727/93, sendo que esse último também negócios oriundos dos lei- ativo consideramos como risco soberano, ou lões com 40 concessionárias, sendo seja, é de responsabilidade do Tesouro Nacio- que em 34 empresas, fruto do leilão nal garantir o pagamento dos recursos pre- de energia velha, ocorrido em 7 de vistos nesta Lei. dezembro último. Na parte indus- “ Para atender à previsão de investimentos para o ano de 2005, o caixa não é suficiente, teremos que captar recursos como forma de atender esta trial, realizamos negócios com 33 empresas. Ou seja, o negócio fatu- NA ATUAL GESTÃO, QUANDO SE DEU A PRI- ramento, associado à comercializa- MEIRA CAPTAÇÃO DE RECURSOS POR ção de energia, transmissão e RTE FURNAS? consolidado, totaliza atualmente Fizemos nossa operação em dezembro 281 contratos, o que representa um de 2003, para alavancar recursos para a faturamento mensal da ordem de quitação das obrigações da Empresa. Esta R$ 415 milhões. operação, lastreada em créditos oriundos necessidade. ” da RTE, permitiu um aporte de cerca de R$ 250 milhões. QUAL A ORIGEM DESTES CRÉDITOS? No FIDC 1 nós tivemos parcelas COMO ESTÁ A SITUAÇÃO DE CAIXA da RTE e dos instrumentos de con- DA EMPRESA? Digo que nosso caixa ainda não COMO AVALIA A CAPTAÇÃO ATRAVÉS DO fissão de dívidas celebrados com as é suficiente para que FURNAS possa FUNDO DE INVESTIMENTOS DE DIREITOS empresas Proman e Cemat. É bom manter seu desejo de fazer os inves- CREDITÓRIOS (FIDC 1) REALIZADA ANO lembrar que este tipo de operação timentos que, para este exercício, PASSADO? não gera obrigações no Balanço são de mais de R$ 1 bilhão. Este A operação, inédita na Empresa, foi muito Patrimonial da Empresa. O que fi- número poderá crescer devido aos bem sucedida e significativa porque FURNAS zemos foi colocar para os investi- novos projetos previstos. Agora, não recorreu a instituições financeiras como dores créditos no período de 54 para atender à previsão de investi- forma de ajudar no financiamento de seus meses, e que foram obtidos a uma mentos para o ano de 2005, o caixa negócios. Nós utilizamos a cessão de parte taxa atrativa para FURNAS. Tal não é suficiente, teremos que cap- de créditos que tínhamos com outras empre- operação impactou positivamente tar recursos como forma de atender sas do setor elétrico. Conseguimos, com isto, o superávit primário consolidado esta necessidade. captar R$ 340 milhões. do setor público. REVISTA FURNAS ANO XXXI Nº 317 FEVEREIRO 2005 5