Terra, um planeta que nunca seca, mas que pode faltar água. Lucas Otavio Peres Licenciado em Ciências Biológicas pela Unesp Jaboticabal Especialista em Educação Ambiental pelo SENAC Rio Graduando no bacharelado em Ciências Biológicas pela Unesp Jaboticabal Boa parte dos professores e palestrantes começam uma oratória dizendo que aproximadamente 71% da superfície do globo terrestre é de água líquida, sendo 97% está nos mares, e dos 3% restantes, ase dois terços estão congeladas nos polos. Assim, nos sobra 1% de água, nos lenções subterrâneos, nos rios, lagoas, sob a forma de vapor de água na atmosfera e compondo de 50% a 90% da massa corpórea dos seres vivos. Continuando sua explanação, o orador diria que 1% (as porcentagens podem variam de autor para autor), equivalem a 12.600.000 km³ de água. Significa, fazendo uma metáfora, que poderíamos perfurar um km do território Europa e do Brasil e ali estaria toda água doce do planeta. Poxa, é muita água! - provocaria o orador. E logo viria com o assunto que todo mundo sabe: a poluição e o desperdício. A maior parte da água não está disponível para consumo, ou o que chamamos de água potável. Somente nesses três parágrafos o orador poderia falar de 20 minutos a um debate de dias. Ele estaria errado? Não, se considerarmos uma educação ambiental voltada para o macroecossistema Planeta Terra. Mas os alunos, os cidadãos, a comunidade precisa conhecer, talvez com mais ênfase, o microecossistema que abastece sua bacia hidrográfica. Conforme art. 1º, inciso V, da Lei Federal 9.433 do dia 8 de janeiro de 1997, Bacia Hidrográfica corresponde “a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos”, ou seja, uma área onde afluentes de menor volume, como fios de água, córregos e pequenos riachos, convergem para uma região mais baixa, para um ou mais rios de Grande Volume. Em âmbito estadual, a divisão se dá pela Lei nº 9.034 de 27 de dezembro de 1994 (Atualizada até a Lei n° 12.183, de 29 de dezembro de 2005), que institui em seu art.4º que o Estado de São Paulo possui 20 (vinte) Unidades Hidrográficas de Gerenciamento de Recursos Hídricos — UGRHI. Diante de tantos termos técnicos e jurídicos, você saberia dizer a qual Bacia Hidrográfica pertence? Quais são os principais rios e córregos que correm em sua cidade, de onde vem e para onde vão? Pensar no micro é conhecer para cobrar políticas públicas que protejam a água que você recebe de sua bacia e a água que você entrega a ela. De que adianta cuidar do esgoto de sua cidade sendo que você recebe água de um córrego poluído? E se você não cuida da água que desce pela Bacia, qual a água que a cidade vizinha está recebendo? E os rios principais que dão nome a nossa Bacia? A Água parece abundante, de fácil acesso e dispensa cuidados. Mas pensar assim é pensar egoísta. Devemos pensar em uma água mais humana, uma água que será compartilhada por todos. Assim, e somente assim, conhecendo a água de sua cidade e de sua bacia, você poderá contribuir para que sua pequena ação se torne grande e não falte água no planeta. A quantidade de água no planeta sempre será a mesma, o que muda é a quantidade disponível para você consumir. E essa muda conforme a atitude individual e coletiva de nosso maior tesouro: a água. Imagem1: http://www.maenatureza.org.br/projetoeducando/folders/poster31_bacia_hidrografica_sp/ Mapa 1. Bacia do Pardo Grande (UGRHI 04), a qual Ribeirão Preto pertence com vários córregos e o Rio que dá nome a Bacia – Rio Pardo. Imagem2: http://www.abagrp.org.br/outrasComiteCBHPardo.php Sites consultados: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9433.htm http://www.mma.gov.br/agua/bacias-hidrograficas http://www.cbh.gov.br/Legislacao.aspx http://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/1994/alteracao-lei-9034-27.12.1994.html http://www.maenatureza.org.br/projetoeducando/folders/poster31_bacia_hidrografica_sp/ http://www.abagrp.org.br/outrasComiteCBHPardo.php