Mais que a Vida
Vasco Araújo e Javier Téllez
28 de Maio a 6 de Setembro
Salas de Exposições Temporárias da Sede e do CAM
Sala Polivalente do CAM
Vasco Araújo, Todos os Que Caem, 2009, Fotografia digital, 100 x 100cm + 100 x 120cm Cortesia Galeria Filomena Soares
V
asco Araújo, 35 anos, nascido em Lisboa. Javier Téllez,
41 anos, nascido em Valencia, na Venezuela. Ambos
apresentam obras por onde passam as dimensões psicoló‑
gica e psiquiátrica, em que mostram o estranho, o descon‑
fortável, aquilo que muitas vezes não queremos ver ou com
que não nos queremos confrontar. É neste sentido que o
seu trabalho é “mais que a vida” e que, ao partir dela, os
artistas nos apresentam zonas de invisibilidade e precon‑
ceito. Outro aspecto que os aproxima evidencia-se nos
múltiplos registos com que trabalham: do vídeo à escultura,
passando pela instalação e pelo desenho; contudo, o que os
unifica não são os suportes das obras, mas antes os concei‑
tos que as percorrem. Esta exposição integra o programa
de iniciativas interdisciplinares em torno do Fórum Gulben­
kian de Saúde sobre saúde mental, e tem como curadora
a directora do Centro de Arte Moderna, Isabel Carlos.
Uma das marcas autorais de Téllez é o trabalho com
pacientes em hospitais psiquiátricos; no trabalho de Araújo
estão presentes temáticas de disfunção familiar ou de trau‑
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mas sociais. A exposição vai mostrar obras antológicas
dos dois artistas (as de Téllez serão pela primeira vez vistas
entre nós), mas também obras criadas propositadamente
para a exposição. No caso de Araújo, o vídeo Mulheres
d´Apolo e a performance O Morto; de Téllez a vídeo-instala‑
ção Rinoceronte de Dürer, filmada no panóptico do Hospital
Miguel Bombarda, em Lisboa. Estas obras serão apresenta‑
das em três espaços distintos: as salas de Exposições
Temporárias da sede da Fundação e do CAM e a Sala
Polivalente do CAM.
Os dois artistas apresentam já um corpo de obra apreciável
e uma internacionalização progressiva. Refira-se a título de
exemplo, de Vasco Araújo, a exposição individual que reali‑
zou recentemente no Jeu de Paume, em Paris, e a aquisição
de duas obras em vídeo pelo Centre Georges Pompidou; e
de Javier Téllez, a presença com assinalável êxito na última
Bienal de Whitney (Nova Iorque), ou a aquisição recente da
obra La passion de Jeanne D’Arc (Rozelle Hospital), de 2004,
pela Tate Modern, Londres. ■ >> Ver Galeria de Imagens
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