E STA D O D E M I N A S 8 ● S E G U N D A - F E I R A , 3 D E S E T E M B R O D E 2 0 1 2 AGROPECUÁRIO ❚ REPORTAGEM DE CAPA Novidades não faltam no mercado de máquinas e equipamentos agrícolas. Lançamentos para atender a demanda dos agricultores são frequentes. Há de tratores potentes a pulverizadores Tecnologia mais que de ponta PAULA TAKAHASHI* Esteio (RS) – A indústria faz sua parte e investe pesado em lançamentos que atendam as demandas dos produtores. Na maior feira agrícola da América Latina, a 35ª Expointer – encerrada ontem em Esteio, no Rio Grande do Sul –, 125 expositores mostraram o que há de mais moderno e inovador para o campo. Em 2011, foram 110 empresas participantes, com movimentação de mais de R$ 834 milhões em negócios, volume que deve ser superado este ano. Somente nos três primeiros dias de feira, o valor já havia chegado à casa dos R$ 264 milhões, alta de 40% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo balanço do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers). Sediada em Canoas, no Rio Grande do Sul – estado responsável por 60% da produção nacional de máquinas e equipamentos agrícolas – , a Pla apostou no pulverizador autopropelido H3500F. Com uma barra de pulverização dianteira que pode chegar a 31 metros de comprimento, o diferencial da máquina está no túnel de vento vertical que desenvolve durante o processo de aplicação de defensivos agrícolas. “Cria-se uma cortina de vento que pode chegar a 20km/h, direcionando mais acertivamente a pulverização”, explica o coordenador de Marketing de Produto da Pla, Neri Ferreira. A tecnologia impede que o vento natural dissipe os defensivos agrícolas para o meio ambiente, evitando perda do produto e maior efetividade no tratamento de pragas e ervas daninhas. Estima-se redução dos gastos com agrotóxicos em cerca de 20%, sem contar a economia de combustível. “O motor permite gasto de 15 a 16 litros de diesel por hora, contra 22 a 25 litros de uma máquina regular”, alerta Neri. O desempenho permite que a máquina, com custo que pode variar entre R$ 490 mil e R$ 540 mil, se pague no período de até três anos. Também localizada no Rio Grande FOTOS: PAULA TAKAHASHI/EM/D.A PRESS Neri Ferreira explica que desenvolveram uma cortina de vento para direcionar a aplicação de defensivos Para Carlos Antoniolli, retorno do investimento é possível com alta da produtividade do Sul, em Veranópolis, a fabricante Ipacol Máquinas Agrícolas (especializada em equipamentos para alimentação animal) levou três lançamentos para a feira, com destaque para o complexo forrageiro Ipacol, que amplia o potencial do CFA 2000, máquina forrageira autopropelida apresentada ao mercado no ano passado. “As ferramentas têm como objetivo encher o cilo para alimentação animal”, explica Carlos Antoniolli, gerente da área de desenvolvimento de produtos da empresa. O investimento médio para aquisição de uma máquina da Ipacol gira em torno de R$ 100 mil, valor que requer período de retorno médio de três anos. “O ganho virá do incremento de produtividade”, garante. A New Holland, empresa do Grupo Fiat, também apostou alto e deu destaque ao maior trator em operação da América Latina, o T9.560, com 560 cavalos, capaz de substituir até quatro tratores de média potência. ■ PEQUENOS TÊM VEZ A Case IH, outro braço da Fiat na agroindústria, levou à Expointer uma série de lançamentos. Entre eles, tratores de 60 cavalos, os menores comercializados pela marca. A intenção é atender outro nicho de clientes que não apenas aqueles de grande porte. “Queremos chegar inclusive à agricultura familiar”, afirma o gerente de ne- gócios da Case IH para o Rio Grande do Sul, Sílvio Campos. Os menores tratores Farmall e as plantadeiras de pequeno porte, conhecidas como SHI, estão incluídos no programa Mais alimentos, do governo federal, que nada mais é do que uma linha de crédito do Pronaf para financiar investimentos para a modernização da propriedade rural familiar a juros subsidiados. “Hoje esse produtor também está evoluindo e daqui a alguns anos vai partir para agricultura de precisão e demandar equipamentos mais complexos e de maior porte”, prevê Sílvio Campos. (PT) * A repórter viajou a convite da Gerdau.