VIOLÊNCIA NO COTIDIANO FEMININO NA VISÃO DE UM TERAPEUTA MASCULINO * (Violence in female everyday life from a male therapist's point of view) Roberto Faustino de Paula δ Resumo: - O impacto da participação masculina nos episódios de violência doméstica contra mulheres tem chamado a atenção dos pesquisadores, recentemente. A perspectiva teórica aqui adotada sobre gênero é a relacional, e os conceitos de masculino e feminino encarados como sendo construídos socialmente, além de históricos e mutáveis. Tal noção de gênero considera-se de grande relevância para o desenvolvimento de estratégias clínicas voltadas para a resolução satisfatória dos conflitos familiares. São oferecidas sugestões para melhorar a relação clienteterapeuta, quando a queixa é a violência doméstica. Summary: - The impact of men's role in the episodes of violence against women has recently become an area of research concern. A relational gender perspective is here adopted, with the masculine and feminine concepts seen as social constructed, historical and changeable. Gender issue is of great interest for therapists and clients, while working through satisfactory family conflicts resolution. In order to develop better client-therapist relationship, some suggestions are offered, when the complain is domestic violence. Unitermos: violência doméstica, gênero, pensamento sistêmico, construcionismo social, terapia, família. Keywords: domestic violence, gender, system thinking, social construccionism, therapy, family. Segundo a mitologia suméria, Lilith foi o nome da primeira mulher que nasceu no mesmo instante que Adão. A maledicência masculina patriarcal diz que ele * Trabalho apresentado em mesa redonda, em 30/07/98, durante o III Congresso Brasileiro de Terapia Familiar, Rio de Janeiro. δ Professor Adjunto, Depto de Neuro-Psiquiatria, UFPE, especialista em terapia de família e casal, Universidade de Londres. Membro da FAGES (grupo de estudos "Família, gênero e sexualidade", UFPE). foi feito de barro e ela de esterco. Porém, na peça teatral “Lembre-se de Lilith”, em seu início, ambos são iguais em condições de vida e direitos, e distintos nas suas essências. Lilith vivia ampliando os horizontes de sua sensibilidade, enquanto que Adão se exercitava no poder de racionalizar o que via ao seu derredor. Lilith saboreava a vida sem tentar compreendê-la. Adão tentava compreender cada coisa que seus sentidos podiam captar. Cada um desenvolveu um conteúdo pessoal estranho ao outro, e esse desconhecimento recíproco gerou um abismo entre eles, a ponto do medo ficar maior do que o gostar. Lilith acabou fugindo de Adão, ao ver sua liberdade ameaçada pelo tentativa de dominação de Adão sobre ela. As sociedades patriarcais da antiguidade contavam essa história, encarando Adão como um joguete nas mãos de Lilith, e esta era vista como o próprio demônio, principalmente quando ela fugiu do Éden (mais tarde, durante a Inquisição, a figura de Lilith equivaleria a uma bruxa, que deveria ser queimada na fogueira). Hoje em dia, numa visão feminista, Lilith representaria a mulher que teve a coragem de se emancipar e rebelar do jugo machista. O comediante Groucho Marx não faz por menos quando disse certa feita, com muito senso de humor, que ele jamais pertenceria a um clube que o tivesse como sócio... O uso do pensamento sistêmico pelos terapeutas foi objeto de crítica por parte de feministas porque tal teoria não era capaz de abordar adquadamente a questão do poder, ou capaz de reconhecer a opressão existente em muitos relacionamentos humanos, particularmente entre homens e mulheres. Alguns autores (Pilalis & Anderton, 1985) examinaram os conflitos existentes entre a teoria sistêmica e o feminismo, concluindo que uma combinação cuidadosa dos dois enfoques permitia ao terapeuta descrever relações de poder na família, ajudar os familiares a refletirem sobre seus atos e a conscientizá-los sobre isso. Creio que tal perspectiva, acrescida do construcionismo social e da discussão das questões de gênero, ajuda mais ainda a atingir aqueles objetivos. O modelo biopsicossocial é um exemplo de aplicação do pensamento sistêmico aplicado à medicina. Para que o enfoque sistêmico dê embasamento às mudanças no relacionamento entre homens e mulheres é necessário enriquecê-lo com as realidades econômicas, políticas e culturais de nossa época. Qualquer mudança nesse sentido implica em que os terapeutas homens ouçam suas clientes mulheres com atenção e respeito, e aprenda com elas sobre seus problemas, inclusive acerca da violência doméstica de que, em geral, são vítimas. Daí a importância de compreendermos as questões de gênero. Conhecendo os homens a partir do gênero Gênero é um dos mais importantes princípios organizadores da estrutura de nossa sociedade.Há uma preocupação recente das agências de pesquisa sobre o impacto do papel masculino na reprodução. A Conferência Internacional sobre a saúde da mulher, em 1995, sugeriu a inclusão dos homens nos programas educacionais e de aconselhamento sobre as atitudes reprodutiva e sexual, com o objetivo de aumentar o envolvimento e a responsabilidade individual masculina (Garcia, 1998). Além da temática sexual, outros assuntos estão despertando a atenção, como a violência doméstica e a formação de terapeutas de família. Assim sendo, Walrond-Skinner (1987) dá alguma sugestões acerca de um programa de reeducação dos terapeutas de família: 1. Examinar continuadamente as raízes de sus próprias idéias preconcebidas sobre gênero. 2. Mostrar maior interesse nos estudos sociológicos relativos às mudanças de papéis das mulheres e dos homens na sociedade, ao invés de encarar a família como um sistema fechado ou isolado. 3. Prestar mais atenção à individualidade de cada integrante da família, inclusive as restrições quanto ao gênero. 4. Levar mais a sério a ênfase dada pelas terapeutas feministas para que seja desenvolvida uma relação mais compartilhada e igualitária com o(a) cliente. Socialização do gênero A perspectiva aqui adotada sobre gênero é a relacional, com a masculinidade sendo tratada sempre em relação à feminilidade, e não separadamente como uma questão individual. Além de relacional, a masculinidade e a feminilidade são construídas socialmente, são históricas e mutáveis. Através disso, homens e mulheres adquirem uma identidade baseada no gênero e aprendem o que é esperado de homens e mulheres pela sociedade. A tradicional socialização de gênero leva as mulheres a encararem os relacionamentos conjugais como algo a ser preservado, ao ponto, as vezes, do sacrifício pessoal. Ou seja, as mulheres tendem mais facilmente a desistirem de seus projetos pessoais de vida, a fim de manterem seus relacionamentos do que os homens. Consequentemente, intervenções terapêuticas com objetivo de reajustar um casamento, às custas da promoção de mudanças no parceiro mais susceptível a isso (em geral as mulheres), podem acobertar, inadvertidamente, desigualdades encobertas e injustas no relacionamento conjugal. Devemos também considerar que há diferentes tipos tanto de feminilidade como masculinidade, correspondendo a diferentes inserções de mulheres e homens, respectivamente, na estrutura social, política, econômica e cultural, e a trajetórias e estágios diferentes do seu ciclo vital. Na década de 80, foi discutida, pela primeira vez, a necessidade de se investigar acerca do modo como os comportamentos masculinos intervêm nos processos de saúde reprodutiva e sexualidade. Nos foruns internacionais dos últimos anos, vem se debatendo sobre a necessidade de se estudar e documentar o papel masculino na explicação das desigualdades socioeconômicas e culturais entre homens e mulheres, especialmente no estudo da relação entre saúde e família (Villa, 1998). A crítica feminista tem contribuído, em grande parte, para dar visibilidade e legitimidade aos homens como objeto de estudo nas relações de gênero no campo das ciências humanas e sociais. A violência no cotidiano doméstico A violência conjugal passou a ser alvo privilegiado da ação feminista, no início dos anos 80, através da criação dos SOS Mulher, em várias capitais do país. A violência doméstica tornou-se um problema epidemiológico no Brasil, acarretando internação psiquiátrica, ausência no emprego, abuso de drogas, etc. (Grossi, 1995). A epistemologia sistêmica aplicada a terapia de família diferencia as mudanças de primeira e de segunda ordens. Muitas das mudanças que os homens fizeram em suas vidas, apoiadas no feminismo, apesar de bem intencionadas e com certeza úteis, acarretaram apenas mudanças de primeira ordem (mudanças reversíveis e adaptativas que matêm o sistema próximo ao seu padrão anterior), como por exemplo eles terem passado eventualmente a trocar fraldas ou a empurrar o carrinho do bebê. Já as mudanças de segunda ordem (mudanças que implicam em resignificar o contexto de vida ou as próprias leis do conhecimento e apreensão do mundo, razão porque tais mudanças tendem a ser duradouras), tais como assumir a responsabilidade de forma significativa e duradoura em trocar fraldas e passear de carrinho com o bebê, têm se dado de forma bem mais discreta. A maneira como as pessoas constroem suas estórias que dão sentido às suas vidas, e qual o papel do terapeuta nesse processo, recentemente têm despertado interesse entre os terapeutas de casal e de família (Anderson & Goolishian, 1988). E só mais recentemente ainda, o papel do terapeuta masculino vem sendo discutido (Reimers & Dimmock, 1990), tornando-se, no meu entender, particularmente relevante em questões trazidas pela clientela feminina, como a da violência cometida pelos homens contra as mulheres. Pretendo adotar, neste trabalho, uma perspectiva teórica pós-modernista, privilegiando o construcionismo social, as questões relativas ao gênero e o feminismo. Acredito no ideal de igualdade no relacionamento entre os casais, apesar de reconhecer a dificuldade de construir relacionamentos igualitários, inclusive no meu próprio casamento. Ilustração clínica: A cliente N. me relatou uma audiência no CREMEPE, por ocasião da discussão do processo por ela iniciado, em que a mesma alega ter sido vítima de erro médico. Anos atrás, a cliente dera entrada numa das maternidades particulares do Recife, em trabalho de parto. Durante a anestesia, para submeter-se a uma cesariana, entrou em coma profundo por vários dias, devido a choque anestésico. Em consequência disso, o filho da cliente nasceu em más condições, vindo a sofrer sequelas neurológicas. Além do mais, ao ser entubada para receber respiração assistida, um membro da equipe médica quebrou diversos dentes da referida cliente, num aparente acidente de trabalho. Durante a discussão entre os conselheiros médicos do CREMEPE, em sua grande maioria homens, foi alegado, sem contestação pelos demais presentes, que o alegado erro médico teria sido provocado pelo fato da cliente ser “mãe solteira” e estar”nervosa”, por ocasião de seu primeiro parto!!! O processo aguarda a decisão final do juiz, desde 1996, e é um exemplo de preconceito machista no campo profissional. “Existem para a mulher dois caminhos virtuosos: a virgindade e a maternidade; e dois caminhos corruptos: o pecado e a doença. Quando o homem se afasta do pecado em virtude do seu livre arbítrio, afasta do pecado também a mulher; é o homem quem deve conduzir a mulher pelo caminho da virtude” (Mateo Realdo Colombo, anatomista e descobridor do clítoris, em 1559; cit. por Andahazi, 1997). A violência contra mulheres no ambiente doméstico é hoje reconhecidamente encarada como uma ocorrência freqüente nas sociedades contemporâneas do mundo inteiro. Tais episódios caracterizam-se pelo fato do homem agredir sua esposa ou companheira, causando-lhe algum dano físico, moral ou emocional. Concernente ao uso da violência como forma ou estratégia de se resolver os conflitos conjugais, sobressai a questão do gênero, no que diz respeito a como os papéis masculino e feminino são construídos socialmente para serem desempenhados por homens e mulheres, respectivamente. Considero essa questão do gênero assim apresentada, de grande relevância para profissionais da área da saúde e terapeutas, notadamente quanto a aspectos importantes no casamento, tais como quem tem poder na relação e quem assume responsabilidade individual perante a família. Isto acaba tendo relação direta na formação e resolução satisfatória ou não dos conflitos conjugais ou familiares. E como, na maioria das vezes, quem detém o poder econômico (sem falar da posse dos bens da família, entre outros aspectos) são os homens, alguns deles costumam se valer de tal poder para oprimir as suas mulheres, em situações de conflito conjugal mal resolvido. Sugiro que tal discussão venha a fazer parte rotineira na supervisão clínica e formação de futuros profissionais da saúde e terapeutas, de ambos os sexos, porém, particularmente para os do sexo masculino, em se tratando de casos de violência doméstica, pelas razões que se seguem. Repensando a formação dos terapeutas de família Segundo o educador russo Vygotsky (Oliveira, 1995), o homem transforma-se de biológico em sócio-histórico, num processo em que a cultura é parte essencial da constituição da natureza humana. Assim sendo, não se pode pensar no desenvolvimento psicológico como um processo abstrato, descontextualizado, universal: o funcionamento psicológico, particularmente no que se refere às funções psicológicas superiores, tipicamente humanas, está baseado fortemente nos modos culturalmente construídos de ordenar a “realidade”. Desse modo, todo clínico do sexo masculino deveria tomar consciência de suas limitações de entender o significado que tem para a sua cliente estar submetida a uma situação de violência no seu cotidiano. Como eu acredito que as conversações terapêuticas consistem, em última instância, em intervenções no processo de construção da realidade, tanto a nível interpessoal como a nível de sistemas sociais mais complexos, consequentemente, eu também acredito que os terapeutas não podem ser pessoas neutras (Japiassu, 1981). Defendo, então, uma posição não hierarquizada em matéria de diferenças de gênero, que favoreça. um clima de colaboração ou parceria entre cliente e terapeuta. Os profissionais da saúde (homens) têm muito que aprender com a experiência de suas clientes acerca da violência por elas sofridas em casa, que acaba originando uma série de sintomas nas mesmas (depressão, ansiedade, etc.), ou provoca o agravamento de suas doenças anteriores (aumento da pressão arterial após sofrer violência do marido, numa mulher já hipertensa). Isso não significa que um terapeuta masculino não possa atender eficazmente sua cliente, vítima da violência doméstica. Mas significa sim, que ele (terapeuta), deverá estar sempre atento para as diferenças, construídas socialmente, sobre como homens e mulheres encaram a forma de resolverem satisfatoriamente seus conflitos conjugais, que embora inevitáveis não são necessariamente destrutivos. É como eu entendo um dos aspectos da difícil convivência da individualidade com a conjugalidade no casamento contemporâneo, tema recente da Aula Magistral da Prof. Dra. Terezinha Féres Carneiro na PUC-RJ (“Casamento contemporâneo: o difícil convívio da individualidade com a conjugalidade”, 1998). Ao confrontarmos nosso sexismo (machismo), corremos o risco de perder de vista os aspectos positivos de sermos homens. Percebo uma tendência entre os terapeutas masculinos de assumirem uma atitude altamente crítica e pessimista, quanto à possibilidade dos agressores homens mudarem seu comportamento diante das mulheres. Nosso papel, como terapeutas, deve ser o de ajudar os clientes homens a se envolverem mais na vida emocional de suas famílias. A experiência me mostra que certos homens ainda se sentem um tanto marginais da vida familiar,mesmo quando eles assumem uma participação mais ativa no dia a dia do cuidar dos filhos... Aqui vai a sugestão de um guia breve para os terapeutas masculinos mudarem sua prática clínica anti-sexista com as famílias (Reimers & Dimmock, p.180, 1990): 1. Ajude os clientes homens a desenvolverem uma linguagem mais expressiva (a nível verbal e não verbal) para suas emoções. 2. Reconheça que terapeutas homens e terapeutas mulheres podem focalizar e intensificar suas áreas de atuação de diferentes maneiras. 3. Encoraje os homens a consultarem as mulheres sobre a vida emocional da família, e não simplesmente perguntarem às mulheres o que eles devem fazer. 4. Encoraje os meninos a começarem a assumir responsabilidade pelo seus comportamentos e pelo efeito que os mesmos têm sobre as demais pessoas. Procurem ouvir os meninos e a encorajá-los a se expressarem melhor. 5. Ajude os homens a aprender que intuição, ou ainda mesmo ouvir a voz do coração, pode ser tão útil quanto a racionalidade! 6. Estimule os terapeutas homens para que possam ser mais sensíveis aos problemas de relacionamento entre os homens. 7. Encoraje os homens a denominar as coisas pelo seu nome correto – emoções, relacionamentos, partes do corpo – a lista é infindável. 8. Alerte os terapeutas homens para que possam esperar mais de seus clientes homens, e questionar desculpas por eles apresentadas para não assumirem responsabilidades. 9. Que os terapeutas homens estejam mais atentos à opressão que por ventura os homens possam estar submetidos, e mais preparados a fazerem disso um foco para o trabalho terapêutico. Conclusões Para uma consulta clínica, segundo a perspectiva pós-moderna, cliente e terapeuta trazem cada um consigo um conhecimento socialmente construído. Juntos eles criam um novo conhecimento e significados que são específicos para o problema em apreço, para o contexto, e para as circunstâncias particulares sobre como o problema será abordado. Sabemos que as pessoas geram significados umas com as outras, por meio da linguagem. Portanto, cliente e terapeuta trazem sua “linguagens”, seus significados consigo para a sessão terapêutica. O objetivo desta última é estabelecer conexão e construir uma realidade mutuamente aceitável. A relação cliente-profissional torna-se, assim, menos hierarquizada, menos autoritária, mais igualitária, e de mais fácil aceitação (Anderson, 1996). Sugiro, então, que uma das soluções possíveis para se encarar as possíveis divergências ou “resistências”entre cliente mulher e terapeuta homem está em ambos exercitarem democraticamente a igualdade na diferença na relação terapêutica, sempre orientada pela ética profissional. O fracasso em não se conseguir engajar os homens na vida emocional da família, e no processo de mudança, é um dos grandes obstáculos para se obter sucesso terapêutico, especialmente nos casos em que ocorre violência doméstica contra mulheres. “Onde o amor prevalece, não há condição do poder existir; e onde a ânsia pelo poder estiver em evidência, o amor está ausente. Um é o reverso do outro” (C.Jung; in: Jacobi & Jung, 1953). Referências Andahazi, F. O anatomista. Rio de Janeiro, Relume-Dumará, 1997. Anderson, H & Goolishian, H.A. Human systems as linguistic systems: preliminary and evolving ideas about the implications for clinical theory. Family Process, 27: 371-393, 1988. Anderson, H. A reflection on client-professional collaboration. Families, Systems & Health, 14(2): 193-206, 1996. Garcia, S.M. Conhecer os homens a partir do gênero e para além do gênero. In: M. Arilha, S.G.U. Ridenti & B. Medrado (Orgs.), Homens e masculinidades: outras palavras. São Paulo, ECOS/ Ed. 34, 1998. Grossi, M.P. O significado da violência nas relações de gênero no Brasil. Sexualidade, gênero e sociedade, ano 2(4): 1,6-8, dez., 1995. Jacobi, J. & Jung, C.G. (Eds.), Psychological reflections. London, Routledge and Kegan Paul, 1953. Japiassu, H. O mito da neutralidade científica. Rio de Janeiro, Imago, 1981. Oliveira, M.K. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento, um processo sócio-histórico. São Paulo, Scipione, 1995. Pilalis, J. & Anderton, J. Feminism and family therapy – a possible meeting point. Journal of Family Therapy, 8(2): 99-114, 1986. Reimers, S. & Dimmock, B. Mankind and Kind men: an agenda for male family therapists. Journal of Family Therapy, 12: 167-181, 1990. Villa, A.M. Haciendo visible a los varones en las relaciones de género. Sexualidade, gênero e sociedade, edição especial (7,8), abril, 1998. Walrond-Skinner. Feminist therapy and family therapy: the limits of the association. In: S. Walrond-Skinner and D. Watson (Eds.), Ethical issues in family therapy. 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