Universidade Federal da Bahia Escola de Medicina Veterinária Mestrado em Medicina Veterinária Tropical SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA NO ESTUDO DA NOTIFICAÇÃO DOS CASOS DE CISTICERCOSE BOVINA NO ESTADO DA BAHIA IZANA RODRIGUES FITERMAN Salvador – Bahia 2005 ii IZANA RODRIGUES FITERMAN SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA NO ESTUDO DA NOTIFICAÇÃO DOS CASOS DE CISTICERCOSE BOVINA NO ESTADO DA BAHIA Dissertação apresentada à Escola de Medicina Veterinária da Universidade Federal da Bahia, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Medicina Veterinária Tropical, na área de Saúde Animal. Orientador: Profa. Dra. Maria Emília Bavia Salvador – Bahia 2005 iii FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DA EMV - UFBA FITERMAN, Izana Rodrigues Sistemas de Informação Geográfica no estudo da notificação dos casos de cisticercose bovina no estado da Bahia. / Izana Rodrigues Fiterman. - Salvador, Bahia, 2005. 107 p. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária Tropical) - Escola de Medicina Veterinária da Universidade Federal da Bahia, 2005. Professora Orientadora - Profa. Dra. Maria Emília Bavia Palavras-chave: Cisticercose Bovina, Cisticercos da Taenia saginata , Saúde Pública, Geoprocessamento. iv SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA NO ESTUDO DA NOTIFICAÇÃO DOS CASOS DE CISTICERCOSE BOVINA NO ESTADO DA BAHIA IZANA RODRIGUES FITERMAN Dissertação defendida e aprovada para obtenção do grau de Mestre em Medicina Veterinária Tropical. Salvador, 2005. Comissão Examinadora: ____________________________________________ Profa. Dra. Maria Emília Bavia - UFBA Orientador ___________________________________________ Prof. Dr. Fernando Ferreira – USP ____________________________________________ Profa. Dra. Eugênia Márcia de Deus Oliveira – UFBA v À Minha Mãe que agora encontra-se em festa na eternidade, olhando por mim e por todos. Obrigado por sua perseverança, por ter vivido cada dia como se fosse o único e de acreditar que tudo aqui é passageiro e que um dia nos encontraremos. À Meu Pai, força. A vida é muito mais do que imaginamos.Acredite! vi AGRADECIMENTOS À Deus pelas provas e expiações as quais passei e que me fizeram crescer. À minha orientadora, amiga, Profa. Dra. Maria Emília Bavia, que sempre depositou em mim confiança e que muito me acrescentou como profissional e pessoa. Obrigada pela sensibilidade, paciência e palavras de preocupação e compreensão. As minhas Irmãs, Izanéia e Izani, que não me deixaram esmorecer no momento mais difícil de nossas vidas, e que me apoiaram no encaminhamento final dos estudos. A Bete, inseparável amiga , obrigado pela dedicação e carinho e por participar de todos os momentos tristes e alegres da minha vida. Ao meu pai pela educação e ensinamento perante a vida. Aos meus sobrinhos Hannah e João que tanto me apoiaram na logística computacional desse estudo. A amiga Luciana, pela prestatividade e atenção. Ao amigo Leudson pelo apoio e consideração. A Sophia, pequena afilhada e Dudu, pelos momentos de felicidade e descontração. Aos colegas de mestrado Jorge Ribas, Iza Trindade e Deborah. Obrigada pelo apoio e pela amizade edificada. Ao colega Dr. Altair , por ter acreditado na minha capacidade e me influenciar sobre o tema tão importante. vii Aos colegas Fiscais Agropecuários Federal :Dr. Antônio Carlos da Mata, Dr. Edson Sales, Francisco Salles Filho, Maria Ivani B. Santana, Horácio Peçanha, Carlos Neves, pela atenção, confiança e prestatividade na coleta de dados no Ministério da Agricultura. Aos amigos César Bomfim e Alan, obrigado por tudo. A amiga Dra. Maria das Graças, pela profissional que representa e pelo apoio inicial e final. Aos colegas da ADAB, que me apoiaram, obrigado. Aos colegas de trabalho: Auxiliadora (in memórian), Kleber, Genésio, Denise, Virlênia e Jailma, obrigada pela amizade e apoio. Aos colegas Dr. José Vasconcellos, Dr. Carlos Humberto e Dr. Luciano Figueiredo, por me incentivar a seguir sempre. Ao Profr. Albinatti pela compreensão e ensinamentos. Ao Ministério da Agricultura – Delegacia da Bahia pela disponibilidade dos dados na pessoa de Dra. Delian G. dos Santos Sodré. Ao SIS, Serviço de Informação em Saúde da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia, pelas informações prestadas. Ao Laboratório de Monitoramento de Doenças pelo SIG pelo bom convívio durante a realização do projeto. viii “Se cada um fizer a sua parte, se cada pessoa se conscientizar de seu papel, estamos concorrendo para melhorar as condições de vida da sociedade em que vivemos.” Irmã Dulce ix ÍNDICE página LISTA DAS FIGURAS.......................................................................................... X LISTA DE ABREVIATURAS............................................................................... Xi RESUMO................................................................................................................ xii SUMMARY............................................................................................................... xiii 1 INTRODUÇÃO GERAL ...................................................................................... 1 2 REVISÃO DA LITERATURA............................................................................. 2.1 CISTICERCOSE BOVINA................................................................................ 2.1.1 HISTÓRICO ................................................................................................... 2.1.2 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA CISITCERCOSE BOVINA.............. 2.1.3 PERDAS ECONÔMICAS............................................................................... 2.1.4 AGENTE ETIOLÓGICO................................................................................ 2.1.4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS...................................................................... 2.1.4.2 CARACTERÍSITICA DO PARASITA....................................................... 2.1.4.3 RESERVATÓRIOS...................................................................................... 2.1.4.4 CICLO BIOLÓGICO................................................................................... 2.1.4.5 MODO DE TRANSMISSÃO...................................................................... 2.1.5 FATORES DE RISCO.................................................................................... 2.1.6 PERÍODO DE INCUBAÇÃO........................................................................ 2.1.7 PATOGENIA................................................................................................. 2.1.8 SINAIS CLÍNICOS......................................................................................... 2.1.9 DIAGNÓSTICO............................................................................................. 2.1.10 MEDIDAS DE CONTROLE........................................................................ 2.2 CLANDESTINIDADE....................................................................................... 2.3 LEGISLAÇÃO .................................................................................................. 2.4 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS........................................ 2.5 DIGITALIZAÇÃO DE MAPAS CARTOGRÁFICOS 3 ARTIGO(S) CIENTÍFICO(S)............................................................................... 4 CONSIDERAÇÕES GERAIS............................................................................... 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA..S................................................................ ANEXOS.................................................................................................................. 4 4 4 5 8 10 10 13 17 17 19 19 28 30 30 31 37 43 44 45 46 48 74 75 94 x LISTA DE FIGURAS página FIGURA 1 a - Presença do cisticerco em músculo bovino 15 FIGURA 1 b - Presença do cisticerco em fígado bovino. 16 FIGURA 2 - Ciclo Biológico da Taenia saginata. 18 TABELA 1 - Evolução do número de abates registrados pelo numero de cisticercose 56 no período de janeiro de 1999 a junho de 2005. TABELA 2 - FIGURA 3 a - Distribuição da cisticercose bovina de acordo com a caracterização climática dos municípios do Estado da Bahia no período de novembro de 2002 a junho de 2005. Abate mensal por frigorífico na Bahia – novembro de 2002 a junho 56 57 2005. FIGURA 3 b - Cisticercose bovina mensal no Estado da Bahia no período de 57 Distribuição de abate de bovinos por frigorífico, no estado da Bahia, no 57 novembro de 2002 a junho de 2005. FIGURA 3 c - período de novembro de 2002 a junho/2005. FIGURA 3 d - Evolução do número de abates registrado pelo número de Cisticercose 57 no período de Janeiro de 1999 a junho de 2005. FIGURA 4 - Cisticercose bovina distribuída por Diretoria Regional de Saúde, no 58 estado da Bahia, no período de novembro/2002 a junho/2005 FIGURA 5 a - Matadouros-frigoríficos, Abate bovinos, por município, no estado da 59 Bahia no período de novembro/2002 a junho/2005. FIGURA 5 b - Distribuição da Cisticercose bovina, por município, no estado da Bahia 59 no período de novembro/2002 a junho/2005. FIGURA 6 a - Distribuição de casos de Cisticercose bovina no estado da Bahia, no 60 período de novembro/2002 a junho/2005, por índice pluviométrico. FIGURA 6 b - Romaneios com aparecimento da Cisticercose bovina segundo a 60 pluviosidade da região na Bahia – Novembro/2002 a Junho/2005. FIGURA 7 a - Distribuição dos casos de Cisticercose bovina no estado da Bahia, no 61 período de novembro/2002 a junho/2005 FIGURA 7 b - Distribuição dos casos de Cisticercose bovina no estado da Bhaia, através do clima, no período de novembro/2002 e junho/2005 61 xi LISTA DE ABREVIATURAS SPNBH EIBT Scientific Panel on Biological Hazard Electroimmuno-transfer blot assay ELISA - Imuno-ensaio Enzimático F.N.S.- Fundação Nacional de Saúde I.B.G.E.- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística DICS Diretoria de Informação e Comunicação em Saúde M.S. - Ministério da Saúde O.M.S. - Organização Mundial da Saúde O.P.A.S - Organização Panamericana de Saúde P.A.H.O.- Organização Pan-Americana de Saúde P.C.R.SEI Reação em Cadeia Polimerase Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia S.I.G. - Sistemas de Informações Gográficas S.N.C. - Sistema Nervoso Central DIRES.- Diretorias Regionais de Saúde INMET Instituto de Meteorologia da Bahia SIF Serviço de Inspeção Federal SIE Serviço de Inspeção Estadual SIM Serviço de Inspeção Municipal xii FITERMAN, I. R.; BAVIA, M. E.; SALES, E.; SANTOS, A.C.B.; SILVA, C. E. P.; MATOS, S. A. Sistemas de Informação Geográfica no estudo da notificação dos casos de Cisticercose Bovina no estado da Bahia . Salvador, Bahia, 2005. 107 p. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária Tropical) - Escola de Medicina Veterinária, Universidade Federal da Bahia, 2005 RESUMO A cisticercose bovina é endêmica, em diversas regiões, com diferentes graus de prevalência. Esse estudo teve como objetivo, fazer um pré diagnostico da situação da cisticercose bovina no estado da Bahia, utilizando-se de dados obtidos de cinco matadouros frigoríficos sob regime de inspeção federal no período de 1999 a 2005. Foram abatidos 1.330.923 bovinos e a prevalência media de casos positivos variou de 0,82% a 1,23 %, no período. Os meses de maior efetivo bovino para abate foram janeiro e março, novembro e dezembro. Os meses de março, novembro e dezembro registraram maior numero de casos positivos. Cabeça, coração e fígado e músculo foram os que abrigaram mais cisticerco da Taenia saginata. Municípios com características de “em desenvolvimento” e que apresentavam maior umidade e pluviosidade registraram maior numero de casos. O uso do Sistema de Informações Geográficas possibilitou a distribuição espacial da doença, por município e por DIRES, criando mapas e possibilitando inferências sobre o complexo teníase/ cisticercose. Palavras Chave – Cisticercose Bovina, Cisticercos da Taenia saginata, Saúde Pública, Geoprocessamento. xiii FITERMAN, I. R. BAVIA, M. E.; SALES, E.; SANTOS, A.C.B.; SILVA, C. E. P.; MATOS, S. A. Geographic Information System for studying Bovine Cysticercosis in Bahia, Brazil, 2005. 107 p. Dissertation (Máster of Science in Tropical Veterinary Medicine) - School of Veterinary Medicine, Federal Universty of Bahia, 2005. SUMARY Abstract Bovine cysticercosis is endemic in different regions of Brazil. The objective of this work was to diagnose the situation of the disease in Bahia,state, using data from 05 slaughterhouses under the federal inspection system., from the period 1999 to 2005 period. At this time, it was slaughter 1.330.923 bovine and the prevalence rates varies from 0,82% to 1,23%. In january, march november and december the slaughterhouses received the biggest herd during the period. The largest numbers of positive cases for Bovine cysticercus was observed during the months of March, November and December. Head, heart, liver and muscles were more affected. Municipalities characterized as “ in development”, with high level of annual rainfall and humidity registered highest number of positive animals. The use of geographic information systems has shown to be effective for building digitalized cartographical basis for Bahia bovine cysticercosis studies, a georeferenced data base and preparing maps that has shown a spatial distribution of the disease by municipalities and DIRES for Bahia, state. With the help of this technology it was possible to make inferences about the animal infected and human participation in the chain of the disease. Keywords: Bovine Cysticercosis, Cysticercus of Taenia saginata, Public Health, Geoprocessing. 1 1 INTRODUÇÃO GERAL O rebanho bovino Brasileiro cresceu 20% nos últimos 5 anos, passando de 159,2 milhões de bovinos em 1989 para 191,2 milhões em 2004 representando uma participação atual de 11,59% do rebanho mundial estimado em 1,5 bilhões de cabeças. Este aumento se deve a elevação do consumo de carne no mercado interno que passou para 36 kg/habitante ano e pela competitividade da carne brasileira no mercado externo, devido ao custo mais barato, pela forma econômica de produção do bovino em pastagem, e pela comercialização da carne in natura (Anuário Brasileiro da Pecuária, 2004). Porém, esse tipo de criação tem sido responsável pelo surgimento de inúmeras patogenias que vem colocando em risco o incremento da produtividade e a saúde da população. Estudos da Organização Panamericana de Saúde - OPAS (1983,1994), sobre a distribuição geográfica e a importância econômica atribuída a várias enfermidades dos animais, constataram a contaminação pela cisticercose bovina em 35 países americanos, onde o Brasil se insere como um país com contaminação relevante para a saúde pública. A importância epidemiológica da tríade: parasitos, hospedeiros e meio ambiente envolvida no complexo teníase-cisticercose, insere o cisticerco da Taenia saginata como o principal agente a ser pesquisado durante a inspeção de carnes. A cisticercose bovina é uma das zoonoses mais difundidas em todos os continentes, encontrando-se amplamente distribuída na América Latina, Ásia e África (SCHANTZ et al., 1993). A ocorrência da teníase no homem, pela sua própria essência, sofre influências ambientais que variam desde o manejo inadequado dos animais, até os problemas sócios econômicos e culturais que envolvem o próprio homem (SANTOS 1987; CABARET et al., 2002). No Brasil, a presença dessa patogenia tanto na esfera animal quanto humana, foi avaliada por diversos autores que observaram acentuada variação, em nível regional, no registro da ocorrência dos casos de cisticercose, com profundas conseqüências sanitárias e econômicas ( SHENONE, 1974; MOREIRA, 2000; MANHOSO, 2004). Nos animais a cisticercose é assintomática, mas a identificação dos cisticercos em vísceras e carcaças, após o abate, pode determinar condenações que resultam em prejuízos econômicos relevantes. Os cálculos desses déficits são, em geral, feitos a partir do estudo de 2 ABDUSSALAM (1974), que ressalta que as perdas econômicas já constatadas em países em desenvolvimento correspondem a U$ 20,00 a $ 25,00 por carcaça de animal afetado. Quando o custo da saúde pública é também incluído, fica ainda mais evidente o significante problema mundial (MURREL 1991). FUKUDA (2003), destaca que levantamentos da doença indicam taxas mais elevadas nos países em desenvolvimento. PAWLOWSKY & SCHULTZ (1972), ao estudarem essa zoonose, relataram que a incidência da cisticercose bovina nas Américas variava de 0,05% a 2,0%. Em 1974, SCHENONE & LETONJA (1974), seguindo a mesma linha de trabalho, registraram a incidência de 2,65% da doença no rebanho brasileiro. Segundo DUARTE e CORREIA (1981), em um efetivo de 6,7 milhões de bovinos abatidos, 160.130 animais eram portadores de larva do cisticerco da Taenia saginata. Valores referidos por UNGAR & GERMANO (1992), situaram a incidência da cisticercose bovina, para alguns estados do país entre 0,7% e 5,3%. Após esse período, devido à extensão territorial do Brasil e as diferenças estaduais, os estudos passaram a ser desenvolvidos pelos diversos pesquisadores em caráter regional encontrando, a exemplo de ALMEIDA (2002) e MANHOSO (2004) cifras bem maiores. Na Bahia, RODRIGUES (2000), registrou prevalência de 0,82 % de cisticercose bovina no matadouro frigorífico de Feira de Santana e Gouvêa (2001), registrou índices de 0,93 e 1,03% de cisticercose em bovinos abatidos em matadouro frigorífico nos meses de maio e abril submetido ao Serviço de Inspeção Federal. Os matadouros frigoríficos sob regime SIF, regidos por legislação, executam atividades de inspeção sobre carcaças e órgãos e funcionam, basicamente, com relação ao complexo teníasecisticercose, na prevenção da teníase humana, através da destinação adequada de carcaças e vísceras de bovinos cisticercóticos e também, como fonte de dados estatísticos nosogeográficos, função esta primordial dentro da vigilância sanitária (UNGAR & GERMANO, 1990). Segundo estes autores, os matadouros podem ser utilizados como fonte de dados de relevante importância para a saúde animal e para a saúde pública, permitindo o registro de indícios da endemicidade, alertando para possíveis epidemias regionais, bem como para tendências sazonais. Pesquisadores como PARKINSON (1972), SANTOS (1993) e FUKUDA (2003), realizando diversos trabalhos de inspeção sanitária em matadouros, alertaram para a importância da 3 identificação da origem dos rebanhos parasitados e do rastreamento desses animais uma vez que poderão levar à identificação de áreas de alto risco onde a ocorrência da teníase e a própria cisticercose estariam seguramente interligadas. Considerando-se a precariedade das informações relativas a essa patogenia e o fato de que muitas doenças infecciosas e parasitárias necessitam ser suficientemente explorada por sistemas organizados de processamento, de maneira a tornar visíveis e aprofundados os dados apreendidos, optamos pelas tecnologias computacionais, como o geoprocessamento, que, segundo BAVIA (1998), é um conjunto de “ferramentas” que propicia o desenvolvimento de representações geográficas através da construção de uma base cartográfica digitalizada georreferenciada que dá suporte a um banco de dados epidemiológicos georreferenciado, permitindo a criação de cenários naturais num mundo virtual, viabilizando a identificação de fatores de risco e através das similaridades, a delimitação de suas áreas. Segundo a OPAS e OMS (2002), as geotecnologias possibilitam a análise epidemiológica para a descrição da magnitude dos problemas de saúde, e para o apoio à tomada de decisões. Utilizando-se a capacidade dos sistemas de informações geográficas – SIG em reproduzir o ambiente natural, em tempo hábil para intervenção (BAVIA, 2000), muitos benefícios poderão ser providos para a população, uma vez que os programas de saúde poderão vir a ser direcionado para áreas especificas, minimizando os custos operacionais de controle da endemia com conseqüente possibilidade de maior abrangência de áreas de atuação. A carência de dados oficiais que permitam a inferência da real situação dessa zoonose no nosso meio e as suas conseqüências para população exposta bem como das perdas, econômicas na cadeia produtiva da carne devido às condenações de carcaças e órgãos, justificam a proposta desse trabalho, que tem como objetivo montar um SIG através do georreferenciamento e mapeamento da distribuição espacial dos casos de cisticercose bovina, identificar os principais fatores de risco ambientais e demográficos responsáveis pela manutenção e dispersão da doença no nosso meio, bem como, contribuir para ampliar o conhecimento dessa zoonose, sensibilizar órgãos competentes para a necessidade da continuidade, de atualização do sistema SIG em apoio às tomadas de decisões. 4 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 CISTICERCOSE BOVINA 2.1.1 HISTÓRICO A princípio se pensava que os animais haviam passado a Taenia para o homem quando da sua domesticação, porém através de estudos realizados por paleontologistas como Hoberg e colaboradores, citados por SHIPMAN (2002), acreditava-se haver duas exposições independentes de humanos com a Taenia; uma linhagem direcionava para T. solium, e a outra linhagem envolvia T. saginata e T. saginata asiática. Este fato aconteceu devido a que as T. saginata e T. saginata asiática poderiam ter divergido quando alguns humanos migraram da África para a Eurásia. Essa descoberta foi possível através da identificação da cadeia de DNA da Taenia, conhecimentos estes encontrados através de fósseis que evidenciaram essa expansão do território humano posto à cerca de 1,7 milhões de anos atrás, quando o Homo ergaster colonizou a Eurásia. Movendo para um novo continente, tencionava o Homo encontrar novas espécies de presas e novos carnívoros competidores. Muitos milênios após essa grande migração da África, o Homo arcaico envolveu-se com o Homo sapiens, que mais tarde domesticou os animais. O que ficou claro que os humanos não adquiriram tênias de seus animais domésticos, mas em vez disso infectou os animais domésticos com suas próprias tênias. Passado milhares de anos, a cisticercose foi descrita pela primeira vez em humanos no século XVI, entretanto a natureza dessa helmintíase ficou desconhecida até a segunda metade do século XIX, quando pesquisadores Alemães demonstraram que a forma larvária da Taenia solium era responsável por desenvolver a cisticercose em animais e humanos (DEL BRUTTO et al., 1988). Com o aumento da densidade demográfica e a urbanização, as parasitoses intestinais assolavam o homem e era necessário desenvolver pesquisas sobre o assunto, o que incentivou a execução de diversas atividades e dentre elas a inspeção de carne. Em 1860 a 1865 a pesquisa de cisticercos é iniciada nos abatedouros, sendo que imediatamente em 1861 Rudolf Leuckar, professor de zoologia e de anatomia comparada, propôs sobre cisticercos do boi, onde a forma 5 adulta chamou de Taenia mediocanellata, denominada posteriormente de Taenia saginata (THEVES, 2002). Mais tarde, através de pesquisa conjunta de diversos autores sobre os aspectos epidemiológicos, sanitários, morfológicos e de DNA, tanto dos estágios adulto como larval, chegou-se à subespécie da Taenia saginata clássica, denominada T. saginata asiática. (EOM & RIM 1992; FAN et al., 1988). 2.1.2 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA CISTICERCOSE BOVINA Nos países da América Latina a infecção do homem e animais por esta enfermidade encontrase amplamente difundida. Apresentando-se a zoonose de forma generalizada em determinado território enquanto que em outros aparece de maneira esporádica ou localizada (LUARCA , 1984). Segundo informações da FAO/ OMS e OIE (1974), contidas no Anuário de Saúde Animal, a cisticercose bovina no ano de 1973 foi encontrada em 20 de 29 países ou unidades políticas da América Latina. O Brasil nessa ocasião foi considerado como esporádico, o que foi questionado por SCHENONE & LETONJA (1974) que propuseram-se a pesquisar a realidade brasileira em um período de 10 anos encontrando cifras de 2,65% . CABARET et al. (2002) selecionaram 21 dados com simultânea correspondência de investigação de larva de Taenia saginata em gado e formas adultas no homem em uma região com referência de 1970 a 2002, para os dados da Bulgária, Caucásia, França, Grécia, Itália, Índia, Nigéria, Polônia, Eslováquia, e os Estados Unidos. De um total de 4.627.132 bovinos abatidos no Chile, Colômbia, El Salvador, México, Nicarágua e Uruguai observou-se uma prevalência de 0,27% (SCHENONE & LETONJA, 1974). RODRIGUEZ-HIDALGO et al. (2003) confirmam a presença de bovino cisticercose no Equador, geralmente assumida como ausente. Encontraram 0,37% na inspeção visual de carnes e 4,03% através do ELISA (Ag-ELISA). 6 Exame detalhado no abate de bovino, na Bélgica, encontrou que 9,5% dos animais estavam com cisticercose (GEERTS, 1990). Estudo mais atualizado realizado também na Bélgica observou que de um total de 1164 amostras sorológicas coletadas, 36 amostras (3,09%) estavam positivas (DORNY, et al, 2000). Comentários realizados por SCHANTZ et al. (1993), especificaram que a prevalência de bovino cisticercose na Alemanha antes de 1950 encontrava-se em torno de 0,3%, e que por volta de 1993 os valores apresentavam-se em torno de 2%, podendo está mais alta em algumas regiões. PUGH et al. (1989), observaram que cisticerco de Taenia saginata foi detectado, durante a inspeção de carnes em 2,16% de um total de 102.087 carcaças abatidas em Zimbabwe, durante os anos de 1986 e 1987. Na Nigéria estudos realizados em matadouros, cerca de 20% dos animais foram diagnosticados como infectados nos exames ante mortem da língua e no post mortem das carcaças (LANDA et al., 1994). ORYAN et al (1995), verificando a cisticercose no Irã, no período de 1990 a 1993, encontraram que 7,7% dos bovinos abatidos estavam infectados com cisticercos. Em estudo soroepidemiológico na região central e oeste de Zambia, DORNY et al. (2002) detectaram uma prevalência de 6,1% de cisticercose bovina. Em abril de 2000, 11 de 139 bovinos consignados para abate de um sistema de engorda em Alberta, Canadá, foram condenados nos Estados Unidos por cisticerco de Taenia saginata, constatando-se a fonte de infecção no suprimento de água (STEPHEN, 2002). No Brasil os dados começaram a surgir nos anos de 1946 e 1947 na Região Central, foram registradas incidências de 1,0% e 1,5% de cisticercose bovina (RIBEIRO, 1948). Segundo DUARTE & CORRÊIA (1981) do total de 6,7 milhões de bovinos abatidos foram observadas uma incidência de 2,39 % para o cisticerco de Taenia saginata, enquanto que de 8,8 milhões de suínos abatidos, 22.271 animais eram positivos para cisticerco de Taenia solium (0,25%). No ano de 1985, a doença foi classificada como disseminada por todo território Nacional (UNGAR, 1992). 7 Segundo dados provenientes de matadouros sob controle do Serviço de Inspeção Federal (SIF), nos anos de 1971 a 1982, 2,25 % de prevalência de cisticercose bovina foram observadas (VIANA, 1985). Em 1989 encontrava-se em torno de 2,65% (OPA, 1994). SANTOS (1993) relatou índice de 5,10% de bovinos infectados com cisticercos. Devido à extensão territorial do Brasil, a necessidade de se pesquisar o problema da cisticercose regionalmente é observada por autores como FREITAS & PALERMO (1996). De acordo com OLIVEIRA et al. (1984) pouco se tem realizado para o controle da cisticercose bovina, embora represente ser uma zoonose de grande importância sócio-econômica. A grande prevalência da cisticercose bovina no país (4 a 6%), muito superior a da cisticercose suína (0,5 a 1,0%), nos estabelecimentos inspecionados pelo Serviço de Inspeção Federal do MAPA, é um grande indicador de que a T. saginata é realmente de ocorrência mais comum (DIAS, 1991). O Estado de Goiás e o Triângulo Mineiro apresentaram prevalência de 0,74% no período de 1978 a 1982 e foi observado que a cisticercose bovina encontrava-se em franco crescimento. REIS et al. (1986), observaram que 80 dos 104 municípios, que enviaram animais parasitados para o abate, apresentaram prevalência de 1,69%, 1,02% e 0,76% para os Estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, respectivamente. Estudos de 15 anos realizados por REIS et al. (1996), no período de 1979 a 1993 demonstraram freqüências que variaram de 0,35% a 4,07% em seis estados do Brasil em estudos realizados em Minas Gerais, Goiás, Mato grosso, Pará, Tocantins e São Paulo com abate de 336.723 bovinos e registro de 6.314 casos de cisticercose com prevalência de 1,87%. Animais procedentes da região do Triângulo Mineiro, no período de 1994 a 1998, apresentaram 3,20% de prevalência com indicativo de ascensão (REIS & RAGHIANTE 2000). Em Minas Gerais nos municípios de Divinópolis e Uberlândia, no período de janeiro de 1997 a dezembro de 1999 foram abatidos 171.208 bovinos, sendo que 7319 apresentaram a cisticercose com uma prevalência total de 4,3%, e houve uma variação anual entre 1,8% e 7,4% demonstrando claramente um crescente aumento (MOREIRA, 2000). ALMEIDA (2002), encontrou freqüência geral de 7,0% para municípios de Minas Gerais. 8 No Paraná, ZAMPINI (1994), em estudo retrospectivo abrangendo período de 1982 a 1988, constatou que a cisticercose bovina atingiu uma média de 2,79 % de prevalência. KOWALESKI (2002), encontrou um índice de 3,82% ao inspecionar 26.633 bovinos em levantamento realizado em frigoríficos. CARMO (1997), no Estado do Mato Grosso do Sul, no período de 1986 a 1993, constatou prevalência média de 1,04%. O levantamento dos dados registrados junto ao Serviço de Inspeção Federal no Estado de São Paulo acusou, no período compreendido entre 1980 a 2001, uma prevalência média de 4,28%, revelando um crescimento extremamente sutil (FUKUDA, 2003). Estudos desenvolvidos por MANHOSO (2004), registraram prevalência média de 7% para o mesmo estado, muito superior aos encontrados nos últimos 22 anos. Prevalência de 1% verificou-se no Mato grosso do Sul para o período de 1974 a 1979 com perspectiva para elevação devido ao aumento de lotação animal e a falta de condições higiênicas satisfatórias no meio rural (SCHENK, 2000). Na Bahia, Rodrigues (2000), registrou prevalência de 0,82% em animais abatidos no matadouro frigorífico de Feira de Santana, provenientes de 57 municípios e Gouvêa (2002) registrou incidências de 1,03% em abril e 0,93% em maio, em bovinos abatidos no matadouro frigorífico localizado no município de Simões Filho. Os dois estabelecimentos submetidos à Inspeção Federal. 2.1.3 PERDAS ECONÔMICAS Estimativa global do impacto econômico do Complexo Teníase-cisticercose acontece pela inadequada informação da prevalência e importância para a saúde pública. Contudo, perda econômica causada por esta zoonose tem sido estimada para algumas regiões e nessas instâncias o custo é significante (MURREL, 1991). SCHENONE & LETONJA (1974), aplicando o critério de ABDUSSALAM (1974), que estimou perda de US$ 25 por animal pela cisticercose bovina, observaram prejuízo a ordem de US$ 39.356.875 em 20 países da América Latina, incluindo o Brasil. 9 SCHANTZ et al. (1993), relataram a redução no valor de mercado da carne afetada e a perda econômica anual de aproximadamente US$ 164 milhões na América Latina e, na África, perdas de US$ 1000 a 2000 milhões atribuídas a cisticercose bovina. FAN (1997), relacionou a importância da ocorrência da cisticercose em bovinos a perdas econômicas associadas à produção de alimentos e calculou um prejuízo da ordem de 420 milhões de dólares anuais na América do Sul. De acordo com esse mesmo autor, em áreas endêmicas como Taiwan, Koréa e Indonésia, onde 21% da população encontram-se afetada com a zoonose, as perdas anuais são de aproximadamente 18 milhões de dólares. No Quênia, foi registrado prejuízo da ordem de 56 milhões por ano pelas condenações e refrigeração de carcaças. Perdas animais em Botswana aproxima-se de 2,5 mil toneladas. No Quênia é de aproximadamente 500 toneladas (GRENDLE, 1978). Em matadouro frigorífico sob regime S.I.F., no Rio de Janeiro, verificou-se que de um total de 1658 fígados inspecionados 78 (4,73%) foram condenados para consumo humano, sendo que 0,06% tinha cisticercose (MELLO, 2000). Nesse mesmo estudo, dos 1658 corações inspecionados foram condenados 0,60 %, correspondendo a 10 corações, onde cinco deles apresentaram cisticercose, e relatou-se que muitos estabelecimentos com SIE – Serviço de Inspeção Estadual, não se abre o coração para uma inspeção minuciosa. MANHOSO (1996), no entanto, obteve frequência de 0,11% de fígado com cisticercose em bovinos abatidos no município de Tupã-SP. Segundo DEWHIRST (1975), nos Estados Unidos é difícil medir o impacto da cisticercose bovina na produção de alimentos. Contudo, registrou também o surgimento em um sistema de engorda que resultou em um grau de 10% de condenação de carcaça e perdas de milhões de dólares para o operador. CABARET et al. (2002), aponta três pontos importantes para prejuízos ocorrerem na cadeia produtiva da carne com a existência da cisticercose: a necessidade de estrutura no estabelecimento de inspeção para congelamento de carcaças, transporte com instalação para congelados, perda em peso devido ao congelamento (estimado em 2 a 5%). GEERTS (1990), estimou perdas em torno de 30 a 45% do valor da carcaça, números estes utilizados por algumas companhias de seguro. 10 Quando o custo da saúde pública é também incluído, fica ainda mais evidente o significante problema mundial (MURREL, 1991). Torna-se evidente que deveriam ser considerados também nessas perdas o prejuízo social pelas doenças na população. A situação de irregularidade no abate clandestino elimina a observação sanitária das carcaças infectadas, resultando em prejuízos de ordem sócio-econômica para a região e conseqüentemente para o país (BANKUTI, 2001). 2.1.4 AGENTE ETIOLÓGICO 2.1.4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS Os cestódeos do Gênero Taenia que infectam o homem em seu estágio adulto são T.solium, T. saginata e T. saginata asiática. Têm como hospedeiros intermediários suínos para T. solium e T. saginata asiatica e bovino para T. saginata com suas respectivas larvas (cisticercos) (EOM et al., 1992; FLISSER, 2004). O adulto da Taenia saginata asiatica é similar ao adulto da T. saginata e o metacestódeo é similar ao da T. solium, pois, apresenta ganchos rudimentares (FLISSER, 2004). É evidente o tropismo dos cisticercos da T.saginata asiatica pelas vísceras, principalmente fígado (EOM et al., 1992). Observa que cisticercos que tenham perdidos seus ganchos podem ser detectados em suínos (FAN, 1988; ITO et al., 1997). A presença ou ausência de acúleos permite a caracterização das espécies por T. solium ou T. saginata, respectivamente. ITO et al. (1997), infectaram ratos com ovos ou oncosferas de T.solium e T. asiatica oralmente ou subcutaneamente, sendo o primeiro estudo com ratos a desenvolver cisticercos. Microscópicas observações revelaram que cisticercos com tempo de cinco meses de T.saginata asiatica não tinham acúleos, embora metacéstodeos com tempo de 1 mês em suínos os tinham. Em contraste, o estágio larvar de T. solium com tempo de cinco meses em suínos tinha acúleos. Os autores perceberam que os acúleos de T.saginata asiática desaparecem ou são perdidos entre 1 e 5 meses de existência. Segundo FLISSER et al. (2004) a T.saginata asatica apresenta rudimentares acúleos, com formação semelhante a uma verruga. Encontra-se na literatura vasto material sobre a neurocisticercose ocasionada pela contaminação do homem com ovos de Taenia solium, dando a esta a responsabilidade total 11 sobre o problema. Entretanto diversos pesquisadores ressaltam a possibilidade do homem se contaminar com ovos da Taenia saginata sugerindo alteração na epidemiologia do complexo Teníase-cisticercose (SANTOS, 1996; PAWLOWSKY, 1972; GALÁN_PUCHADES & FUENTES, 2000). Autores, a exemplo de RODRIGUEZ-HIDALGO (2003), questionaram a epidemiologia da cisticercose humana em vista de resultados encontrados em abatedouros no Equador onde, através de exames de fezes da população e amostras sorológicas, foram demonstrados resultados diferentes e díspares em relação aos adultos e larvas encontrados e que, segundo os pesquisadores, deve-se reconsiderar algumas suposições em relação à epidemiologia do complexo teníase-cisticercose. Em Taiwan, pesquisadores avaliaram a característica epidemiológica peculiar de Cisticercose suína relacionada com a presença da fase adulta da Taenia saginata na população, o que estimulou outros pesquisadores igualmente na Koréa e Indonésia a estudarem o assunto, o que desencadeou na descoberta da Taenia saginata asiatica, intermediária entre a T.saginata e T.solium, morfologicamente similar à T.saginata, utilizando biologicamente o suíno como hospedeiro intermediário (EOM et al, 1992; FAN, 1988; FAN et al., 1990). Esta forma exibe nos suínos um tropismo pelo fígado, embora outros órgãos possam ser afetados, não possuindo propensão por tecidos musculares (EOM et al., 1992). Controvérsias epidemiológicas aconteceram também no México, Espanha e certos países da África, onde humanos são muito mais afetados por Taenia saginata do que por T. solium. No México para cada caso de T. solium existem 14 casos de T. saginata. Em Bali, SUWETA IGP (1990), também sugeriu que a Taenia saginata asiática poderia ser o agente causador da teníase, pelo mesmo motivo de porcos serem mais consumidos e estudos indicarem a T.saginata como mais prevalente. Pesquisadores a exemplo de ITO (1992), e SIMANJUNTAK et al. (1997), são de opinião de que a Taenia saginata asiática causam cisticercose humana. A Taenia saginata asiática é uma subespécie da Taenia saginata a qual encontra-se com distribuição primária restrita à Ásia, mas casos esporádicos têm sido relatados em países como EUA e Espanha (FAN, 1997; GONZALEZ et al., 2004). O Brasil foi citado como sendo um país onde existem problemas de saúde envolvendo a cistcercose humana. Em vista da alta prevalência de Taenia saginata na população, a larva 12 dessa espécie tem sido acusada de ser também a possível causa da zoonose, e que na opinião dos autores a situação observada no Brasil é atribuída a duas causas. Primeiro que, a Taenia saginata poderia efetivamente produzir a referida enfermidade, isto poderia ser comprovado através de métodos imunológicos com a aplicação do EITB 100% específico para T. solium em pacientes afetados. Segundo, que a Taenia saginata asiática poderia também estar implicada na forma adulta, visto sua semelhança morfológica a Taenia saginata, contribuindo com T.solium para a mencionada cisticercose humana (GÁLÁN-PUCHADES & FUENTES, 2000). Sugerem em comentário, para o fato da cisticercose humana e a teníase, por Taenia saginata, quando acontecerem em conjunto levar-se em consideração os muitos anos nos quais a T. saginata asiática foi sistematicamente confundida com T. saginata em Taiwan, assim como ocorreu na província de Cheju, Koréia, mencionado por EOM et al. (1992), e que somente pesquisas com voluntários humanos ingerindo ovos da Taenia saginata poderiam tirar essas dúvidas. Pesquisas foram realizadas através da contaminação de macacos com ovos de Taenia saginata asiática, porém não confirmaram nem descartaram a possibilidade destes ovos poderem infectar o homem (FAN et al., 1998). Através de estudo realizado por EOM et al (1992), um homem foi experimentalmente infectado por via oral com metacestódeo extrahepático de T. saginata asiática, obtido da serosa do colon de um suíno, e desenvolveu T.saginata asiática. A especificidade do hospedeiro definitivo parece ser muito crítica (VERSTER, 1974; ALLAN et al., 1991). No Brasil, estudo realizado no Paraná avaliou a contaminação experimental de bovinos com ovos de Taenia solium e após 160 a 570 dias, foi possível identificar cisticercos dos suínos no bovino, e sugerir que bovinos poderiam servir como hospedeiros intermediários da T.solium. Os cisticercos encontrados apresentavam-se vivos e degenerados. Os vivos encontrados apresentavam acúleos rudimentares, com número variável de 1 a 42 ganchos com dimensões de 25,4 – 35,7 μm de comprimento. Pesquisas não foram levadas a termo em relação à hipótese destes cisticercos poderem causar a cisticercose no homem, pois, não existiram cobaias humanos dispostos a se submeterem à contaminação (GUSSO et al., 2000). Foi observado por SALAZAR-SCHETTINO (1990), que formas embrionárias de Taenia solium muito jovens existentes na carne de suínos, denominadas posoncosferas, foram capazes de produzir infecção. 13 No homem, através de exames anatomo-patológicos, se avalia a localização, número, forma e tamanho dos parasitas e têm-se encontrado formas denominadas racemosas, correspondentes a um conjunto de vesículas sem escólex, com uma freqüência de 4 a 25% dos casos e esteve associada à forma vesicular pura em 7 – 22% dos pacientes com vesículas variando em tamanho de 10 a 77mm para a racemosa. Estas formas sem escólex são atribuídas sempre à T. solium e não são avaliadas rotineiramente necessitando de mais estudo (AGAPEJ, 2003). SANTOS (1996) salienta que uma grande importância e atenção dispensada a Taenia solium e praticamente nenhuma dada a Taenia saginata, pode agravar os problemas de Saúde Pública levando os consumidores a negligenciarem o cozimento adequado da carne bovina. Esse mesmo autor ressalta a possibilidade de o homem poder infectar-se com a Taenia saginata, sendo possível através da auto-infecção exógena quando proglótides móveis, característica da T. saginata, contendo ovos embrionados, são eliminadas com as fezes ou isoladamente podendo ser encontrados nas vestes, lençóis, etc e levados à boca inadvertidamente pelas mãos sujas. Diz ainda que éscolex desarmados têm sido encontrados no corpo humano e a ocorrência pode não ser tão rara como a que tem sido veiculada. AGAPAJEV (2001), salienta que existem diferenças entre os cisticercos encontrados no homem e deve-se estudar mais sobre o assunto, pois em algumas regiões existem mais formas racemosas e outras mais vesiculares alegando este fato à situação genética do parasito, e a fatores ligados ao hospedeiro. 2.1.4.2 CARACTERÍSTICAS DO PARASITA O complexo teníase-cistercose por Taenia saginata, está composto por sua fase adulta (T. saginata) presente no intestino do homem, e seu metacestódeo que se encontra nos músculos e vísceras dos bovinos (PAWLOWSKY & SCULTZ, 1972; ACHA, 1989;. REIS, 1991). Segundo SHENONE (1974), a T. saginata é um céstodeo com corpo acintado que mede entre quatro e 8 metros podendo medir até 25 metros, consta de uma cabeça ou escólex seguida de uma porção curta sem segmentar, chamada pescoço ou zona germinativa, e o resto do corpo ou estróbilo formado por proglótides. Vive aderido por meio das ventosas de sua cabeça, à mucosa da parte proximal do intestino delgado do homem (SCHANTZ, 1994). 14 Ao dizer de GOEZE (1782), citado por SOTELO (1996), o escólex é piriforme, mede de 1 a 2 mm, tem quatro ventosas com um diâmetro de 0.5 a 0.8 mm e é inerme (não possui rostelo nem ganchos). Também assinala que o pescoço é mais longo do que o de T. solium e aproximadamente da metade da grossura do escólex. A partir deste, (pescoço ou zona germinativa) desenvolvem-se os proglótides que maturam segundo se vão afastando do escólex. O estróbilo é formado por proglótides separadas por constrições transversais. O número de proglotes pode ser de 1000 a 2000, como o assinalam NOZAIS (1990) e SCHANTZ (1993). Os proglótides são de três tipos, imaturos, maduros e grávidos e maturam desde os proglótides anteriores aos posteriores sendo nestes, onde se realiza a fecundação. Os ovos de T. saginata são ovais, medem de 46 a 50 por 39 a 41 μm, têm uma membrana chamada embrióforo a qual é estriada radialmente, secreta queratina e rodeia a oncσsfera ou embrião hexacanto (SARTI, 1986) Os proglótides grávidos abandonam o hospedeiro espontaneamente ou com as fezes como indica SARTI (1986), estes contêm ao redor de 80.000 a 100.000 ovos e o útero tem de 14 a 32 ramos laterais. Pesquisas indicam a maior distribuição da Taenia saginata, a exemplo de SUWETA (1991) que avaliou a situação do complexo Teníase-cisticercose nos animais e no homem em Bali, e verificou que de 515 residentes examinados, de uma vila denominada Denpasar, encontrando 7,1% (32) casos de teníase com identificação de um por T.solium e 31 por T.saginata. Estudos realizados por DIAS et al. (1991), evidenciando a ocorrência da Taenia sp na população atendida no Laboratório Central do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, período de 1960 a 1989, constataram que 87,80% das proglótides, em condições de serem identificadas, foram caracterizadas como sendo de Taenia saginata, demonstrando sua predominância entre nós. VILLA (1995), referindo-se ao complexo teníase-cisticercose, observou que havia uma provável sub-notificação de óbitos nas regiões Norte e Nordeste, devido aos fatores de ordens culturais, geográficas, históricas, como também pela deficiente rede de atendimento hospitalar. Segundo a autora, não se descarta a ocorrência de teníases nessas regiões. 15 Os cisticercos são vesículas cheias de líquido que contém em seu interior um escólex invaginado. A parede da vesícula é uma estrutura membranosa composta de três camadas, cuticular ou externa, celular ou média e reticular ou interna. Algumas das proteínas dos cisticercos têm propriedades antigênicas e estimulam a produção de antígenos específicos. No entanto, estes antígenos não têm maior efeito na proteção contra a doença já que os cisticercos desenvolvem uma série de mecanismos evasores que lhe permitem sobreviver ao ataque imunológico do hospedeiro (PAWLOWSKY, 1972) (FIGURA 1). Realizaram-se estudos histopatológicos da reação tissular em músculo e encéfalo dos bovinos infectados tanto natural como experimentalmente (SARTI, 1994). Encontrou-se que os metacéstodeos permanecem viáveis por mais tempo no encéfalo que nos músculos. Em bovinos sacrificados entre quatro e seis meses, a reação inflamatória em músculos é granulomatosa e muitos cisticercos apresentam graus variáveis de destruição, enquanto no tecido nervoso se conservam em forma vesicular com reação inflamatória leve (SARTI, 1992). Fonte: Ministério das Agricultura Pecuária de Abastecimento FIGURA 1 a – Presença do cisticerco em músculo bovino 16 Fonte: Ministério das Agricultura Pecuária de Abastecimento FIGURA 1 b – Presença do cisticerco em fígado bovino Através de estudos realizados por SCHRAMLOVA et al (1990), demonstrou-se que a camada de substâncias mucosas de características ácidas que cobrem a superfície do cisticerco, localizada em músculos de bovinos, hospedeiro específico intermediário da Taenia saginata, inicia o aparecimento ao redor da quarta semana pós-infecção. Com cinco semanas pósinfecção está completamente desenvolvida. SCHRAMLOVÁ & BLAZEK (1983), acompanharam o desenvolvimento da morfologia dos cisticercos onde demonstraram que com 14 dias o cisticerco apresentou-se esférico e transparente medindo 0,4 a 0,6 mm de diâmetro um amplo núcleo, com nucléolos visíveis no citoplasma. As células freqüentemente continham dois ou três núcleos. Aos 21 dias, mostrou-se oval medindo um mm de diâmetro, o lugar do futuro escólex estava marcado; Aos 23 dias, vesícula oval medindo um mm apresentando as células do futuro escólex que se encontravam acumuladas em volta do tegumento invaginado; Aos 28 dias 2,2 X 1,9 mm, e apresentou o escólex invaginado piriforme medindo 0,6 mm; mostrando existência de corpos calcáreos; Com 34 dias media 2,5 – 3,0 X 3,0 – 4,0 mm e o escólex era longo, apresentando ganchos visíveis no tegumento do cone rostelar; aos 42 dias a vesícula media 4,0 X 3,0 mm com corpos calcáreos mais numerosos; aos 55 dias mede 5,0 X 3,0 mm e o escólex totalmente invaginado sendo que os ganchos não podiam ser vistos nesse estágio. Depois de ter acompanhado o desenvolvimento dos cisticercos os autores admitem que podem ser de vários tamanhos e 17 apresentar várias diferenciações do estágio morfológico ao mesmo tempo depois da infecção e no mesmo hospedeiro ORYAN et al. (1998), anos depois, encontrou que, em infecção experimental de bezerros entre 1 a 2 meses, muitos dos cisticercos não estavam completamente formados 1 mês após a infecção, mas aos 2 meses os cistos estavam completamente maduros e com 4 meses, encontraram-se alguns cistos degenerado. SALAZAR e SCHETTINO (1990), evidenciaram com cisticerco da Taenia solium a possibilidade de formas muito jovens, denominadas posoncosferas, provocar a enfermidade. Os cisticercos de Taenia solium desenvolvidos em tecidos de bovinos, através de infecção experimental, apresentaram um quantitativo de acúleos que variou de 1 a 42 com tamanho de 25,4 – 35,7 Mm de comprimento e apresentaram cisticercos de diferentes tamanhos (GUSSO et al., 2000). Este experimento demonstrou que os bovinos poderiam servir como hospedeiros intermediários da T. solium. 2.1.4.3 RESERVATÓRIOS O homem é o hospedeiro definitivo da forma adulta da Taenia saginata. A forma larvar deste parasita pode ser encontrada no tecido muscular e visceral de bovinos, hospedeiro intermediário, extremamente importante para a existência do ciclo (CORRÊA et al., 1997). 2.1.4.4 CICLO BIOLÓGICO O conhecimento do ciclo de vida da Taenia saginata é essencial para entender melhor à doença. Uma pessoa adquire a teníase intestinal pela ingestão de carne bovina inadequadamente cozida com as fases larvárias da Taenia saginata conhecida como cisticerco (FIGURA 1). A aparição dos primeiros anéis, ou segmentos, é descrita por NOZAIS (1990) e ocorre entre 12 a 16 semanas. Segundo manifesta PAWLOWSKY (1972), os proglótides grávidos se eliminam com as fezes do hospedeiro definitivo, o homem, ou saem espontaneamente pelo ânus, e os ovos se liberam 18 por expulsão ou por desintegração dos proglótides. Os proglótides são móveis e migram uns poucos centímetros pelo corpo, roupa, cama ou solo, eliminando ovos no processo. Segundo PAWLOWSKY (1990), os bovinos ingerem os ovos nas pastagens contaminadas e logo após, sob a influência dos sucos gástricos e intestinais, se dissolve a casca, com o que a oncosfera fica livre e se ativa, penetrando através da mucosa intestinal até chegar à circulação geral. O homem ingerindo a carne contaminada, crua ou mal assada é acometido pela doença, passando a desenvolver a Taenia saginata no seu intestino e passa a contaminar o meio ambiente com os ovos (PAWLOWSKY & SCULTZ, 1972; ACHA, 2003;. REIS, 1991). FIGURA 2 – Ciclo Biológico da Taenia saginata 19 2.1.4.5 MODO DE TRANSMISSÃO Segundo manifesta PAWLOWSKY (1972), os proglótides grávidos se eliminam com as fezes do hospedeiro definitivo, o homem, ou saem espontaneamente pelo ânus, e os ovos se liberam por expulsão ou por desintegração dos proglótides, estes são móveis e migram uns poucos centímetros pelo corpo, roupa, cama ou solo. Segundo a OPAS (1994), o homem dissemina os ovos neste processo contaminando as plantas e água. Um fator importante na disseminação da teníase é a deposição de fezes humanas contendo ovos do parasita nos locais freqüentados pelos bovinos, tal como se verifica no meio rural (MANHOSO, 1996). O homem se contamina ingerindo a carne contaminada, crua ou mal assada, sendo acometido pela doença, passando a desenvolver a Taenia saginata no seu intestino e passa a contaminar o meio ambiente com os ovos (SCHANTZ, 1993). 2.1.5 FATORES DE RISCO 2.1.5.1 - CONDIÇÕES SÓCIO-ECONÔMICAS E CULTURAIS As condições sociais, econômicas e culturais estão intrinsecamente vinculadas com esta zoonose, já que em cada um dos momentos do ciclo de vida do parasito existem atividades humanas envolvidas em sua reprodução (DUARTE, 1981). O homem é essencial para a dispersão dos ovos do parasita quando defeca ao ar livre onde existe a inadequada eliminação de excretas representando a primeira prática de risco. Além disso, diversos autores alegam que as condições precárias ou inexistentes de saneamento básico dos municípios, contribuem para a manutenção do ciclo e da cadeia de contaminação (PAWLOWSKY & SCHULTZ, 1972; ACHA, 2003; FUKUDA, 1998; SCHENONE, 1974) Como exemplo, citamos os empregados que trabalham na produção em fazendas que são indicados como responsáveis pela contaminação de pastos. Foi o que aconteceu em Phoenix, Arizona, onde um trabalhador da Fazenda, portador de Taenia saginata, contaminou o ambiente (SLONKA et al., 1975). 20 A falta de higiene pessoal, especialmente os hábitos relacionados com a lavagem de mãos antes de comer, depois de ir ao sanitário, o consumo de água sem ferver e de alimentos sem lavar, bem como sua exposição a agentes que dispersam os ovos, são práticas que possibilitam a ingestão destes pelo homem (KOBAYASHI, 1984). A infestação por Taenia saginata parece ser o risco de maior importância em relação à aplicação de lodos sobre as pastagens de bovinos nas regiões temperadas (CABARET et al., 2002). Esta mesma autora indica a causa desse risco às falhas no nível da higiene humana sobre as más gestões dos fluxos até chegar às estações de tratamento, quando estes desembocam acidentalmente em pastos e alerta também para os processos utilizados nas centrais de depuração, que variam nos diversos locais, como sendo de grande importância para a infectividade do lodo. Através de revisão de literatura com base de 1973 a 2001 CABARET et al. (2002), encontraram 160 referências de parasitos em lôdo de efluentes de esgotos e que surpreendentemente a correlação entre infecções humanas e parasitas recuperados nos lodos não era semelhante em alguns países da Europa. Nesse estudo, o Brasil é citado através do estado do Paraná, especificamente Curitiba, onde aparece os ovos de Taenia como o quinto lugar em ordem decrescente de freqüência de parasitos encontrados no lôdo, no entanto, o mais resistente a tratamentos. Características comportamentais e suprimento de água pública foram considerados estar associados com o alto grau de infecção em área exposta à irrigação com água residual sem tratamento. Em Beni Melal no Marroco central, em uma área exposta a este material, foi encontrado uma prevalência de A. lumbricoides, T. trichiura, E. vermicularis, H. nana, and Taenia saginata afetados 21.1%, 0.4%, 6.0%, 8.5%, and 2.5% de meninos, e de 19.7%, 0.3%, 4.2%, 5.5%, e 0.1% de meninas respectivamente. Não foi encontrada diferença significativa entre os diferentes sexos, contudo, exceto para Taenia saginata (HABBARI et al., 1999). Segundo ILSOE (1990) e KYVSGAARD et al. (1991), o maior fator de risco encontrado na Dinamarca foi o acesso do gado à água de córrego carreando efluentes de esgoto. No ano de 2000, o surgimento de cisticercose em um sistema de engorda em Alberta, Canadá, levou os pesquisadores do Canadá Food Inspection Agency em conjunto com veterinários da província imediatamente a constatarem a fonte de infecção e demonstrarem contaminação de fezes humanas com ovos de Taenia saginata no sistema de suprimento de água (SCANDRETT & 21 GAJADHAR, 2004). FUKUDA (2003), destaca que levantamentos da doença indicam taxas mais elevadas nos países em desenvolvimento. Através de estudos realizados por FERNANDES (2002), reforçou-se a idéia de que o aumento do número de casos nos bovinos está relacionado ao crescimento da densidade demográfica com a qual a cisticercose mantém estreita correlação. 2.1.5.2 – SUSCEPTIBILIDADE (NO HOMEM E NO ANIMAL) BOTERO et al (1993), observaram que entre os adultos, existe um maior consumo de carne mal assada ou mesmo crua em relação às crianças e pacientes que ingeriram carne crua não tinham conhecimento do risco que estavam correndo. TORRES et al. (2001), identificaram em um estudo realizado com 35 pacientes no Chile, que o acometimento por Taenia saginata correspondeu ao equivalente de 24 casos. Do total de participantes 30 (85,72%) encontravam-se em idade maior que 21 anos, cinco (14,28%) em idade menor que 20 anos, observando-se também maior percentual entre as mulheres, 57,1% e 42,9% entre os homens. Estudos epidemiológicos informam que o parasita adulto se apresenta em todas as idades e que atinge seu pico em grupos de 16 a 45 anos (idade economicamente produtiva), assim mesmo, que as pessoas de sexo feminino são as que mais freqüentemente apresentam o parasita (OPAS, 1994). O grau de infecção decresce com a idade bem como a tendência para generalização, sugerindo a possibilidade de resistência com o desenvolvimento etário. Animais com mais de quatro anos de idade apresentam geralmente cisticercose degenerada e que bovinos com mais de 5 anos apareciam completamente resistentes tendo adquirido imunidade através das repetidas infecções (PEEL, 1961) . MOREIRA et al. (2002), encontraram que a grande maioria de um total de animais abatidos com cisticercose apresentaram cistos degenerados (68%) em relação aos cistos vivos (32%), o que considerou como dado sugestivo por terem sido de animais mais velhos ou que foram parasitados jovens. 22 Os estudos epidemiológicos da cisticercose bovina mostraram que quanto maior a idade dos animais, maior a taxa de cisticercose, com um pico máximo aos 11 meses, provavelmente como conseqüência da maior exposição ao parasita, ainda que demonstrou que a partir dos dois meses já se encontram metacestódeos no fígado, e dos quatro a seis meses de idade, no músculo (GERMANO, 1991). 2.1.5.3 – DISSEMINAÇÃO DO PARASITA SANTOS (1984), já se referia aos movimentos de populações para os plantios e colheitas de cana-de-açúcar e citros em São Paulo, com superpovoamento de cidades no interior, com populações flutuantes, denominadas “bóias-frias”, que por falta de estrutura se alimentavam no campo, o que representou papel importante na cadeia epidemiológica do complexo teníasecisticercose. SCHANTZ et al. (1993), observaram que o incremento da prevalência de cisticercose bovina parece estar associado, dentre outros fatores, com a intensificação do movimento das pessoas de áreas endêmicas de Taenia saginata por causa do turismo e imigração. Segundo opinião do Comitê Científico sobre Perigos Biológicos SPNBH (2004), os problemas estão associados com o movimento da população de área com alta prevalência para áreas com baixa prevalência ou através do potencial de importação de carne de áreas de alta prevalência. Pacientes que manifestaram sintomas no Chile eram provenientes da zona urbana em 91,4% dos casos e 8,6% da zona rural (TORRES et al., 2001). A imigração do México e outros países tem crescido marcadamente nas três últimas décadas, onde se estima que o movimento de entrada e saída dos Estados Unidos/México excede 200 milhões de pessoas por ano, oportunidade de adquirir e transportar o parasita (FLISSER et al., 2004). 23 2.1.5.4 – CRIAÇÕES COM POUCA TECNOLOGIA Em criação de bovinos que tolere ou promova o contato destes com o excremento humano, permite-se à infecção do animal (CORREA, 1994). ALMEIDA (2002), ressalta que em criações com pouca tecnologia, é grande a possibilidade da presença dos principais fatores de risco para a ocorrência da cisticercose entre os animais. SCHANTZ et al. (1993), salienta as diferentes características de sistema de criação de bovinos e diferentes alimentos fornecidos para esses animais também como fatores. Sistemas de fazenda interferem na maior ou menor positividade para cisticercose bovina, diferenças significativas foram encontradas por DORNY (2002), em Zâmbia, quando avaliou a soro prevalência dos animais em três tipos de criações. Encontrou 10,8% e 6,2% em sistemas de engorda e fazendas tradicionais, respectivamente e em contraste isolou casos de cisticercose em somente 1% nas fazendas leiteiras, sugerindo que o contínuo contato do homem com o animal e o uso casual de trabalhadores em sistemas de engorda seria fator que conduziria à transmissão da Taenia saginata. As rotas de transmissão indiretas são responsáveis por uma maior quantidade de infecções leves, entretanto são menos conhecidas do que nos casos de infecções maciças por cisticercose (KYVSGAARD et al, 1991). 2.1.5.5 – SOBREVIVÊNCIA DOS OVOS NO AMBIENTE Do ponto de vista epidemiológico, é de grande importância à resistência dos ovos de Taenias no meio ambiente. Esta resistência é muito elevada quando o substrato está coberto com uma película de água (CÔRTES, 1984). Os ovos podem permanecer viáveis durante algumas semanas em águas residuais, rios ou no pasto (PAWLOWSKY & SCHULTZ, 1972). Segundo o manifestado pela OPAS (1994), o homem dissemina os ovos contaminando as plantas e a água, podendo-se manter viáveis por 71 dias no esterco líquido, 16 dias em águas residuais urbanas, 33 dias na água dos rios e 156 dias no pasto. REIS (1991), menciona em pastos secos e ensolarados por quatro semanas e nestes em condições favoráveis, por 6 meses. 24 Experimentos realizados por STOREY & PHILLIPS (1985), demonstraram que ovos de Taenia saginata foram encontrados em solo por 200 dias e que o seu desaparecimento da superfície do solo acontecem por outras razões além de: destruição pelo sol, dissecação ou através da remoção pelas minhocas, insetos ou outros organismos. As águas da chuva podem carrear estes ovos, enterrando-os no solo. Os ovos então, ficariam protegidos da radiação solar e da dissecação e também pelo lodo de esgotos quando estes criam uma crosta na superfície do solo. Através de estudos desenvolvidos por SCRANDETT & GAJADHAR (2004), estes indicam que ovos poderiam estar na água da fazenda, ou em um córrego por um prolongado período de tempo. Alguns fatores influenciam a viabilidade e a infectividade dos ovos de tênia no ambiente como baixas a moderadas temperaturas e altas umidades. Um estudo desenvolvido na Dinamarca por ILSOE et al. (1990), demonstrou que a sobrevivência de ovos viáveis de T. saginata expostos às condições climáticas prevalecem na superfície do solo no período da primavera para o inverno em média sete meses, e do outono para a primavera, não mais do que 8,5 meses. Muitos pesquisadores têm desenvolvido estudo a respeito da sobrevivência dos ovos de Taenia saginata. Organizadamente LAWSON & GEMMEL (1978), conseguiram relacionar em tabela o maior número de observações, e as mais diferentes técnicas, evidenciando uma variação de longevidade de 21 a 413 dias e ressaltaram que o modelo viável é determinado pela complexa interação entre fatores ligados ao parasito e hospedeiro dando maior ênfase aos fatores que afetam a vida livre dos ovos. Para os autores, quantidade e distribuição de ovos estão entre os mais importantes fatores determinantes da sua infectividade e a dinâmica do seu aspecto de transmissão foi previamente negligenciada. SALAZAR-SCHETTINO & HARO-HARTEAGA (1990), pesquisando sobre a biologia do binômio teníase-cisticercose destacaram dados de GEMMEL (1978), relativos à sobrevivência dos ovos no laboratório, onde registraram 270-300 dias à temperatura ambiente, sem indicar, porém se em substrato úmido ou seco e de 335 dias a 4ºC e a 10ºC na proglótide, 35 dias. Segundo estes autores, o potencial biótico da Taenia adulta é enorme e está relacionado diretamente com sua longevidade, o número de proglótides expulsos por dia, o número de ovos por proglótides e sua viabilidade em diferentes substratos e condições. Ovos depositados na 25 pastagem ficam sujeitos aos efeitos do microclima do meio ambiente tolerando uma larga variação de temperatura, mas são rapidamente mortos por baixas umidades em todas as temperaturas. Sob as mais favoráveis condições, eles têm limite de vida determinado pela temperatura ambiental. Deposições de ovos parecem ter vários estágios de maturidade. Ovos imaturos, recém eliminados, parecem ser capazes de maturar sob convenientes condições ambientais e tornarem-se infectantes. Evidências demonstram que dispersão considerável ocorre imediatamente depois das deposições. 2.1.5.6 – TÉCNICA DE INSPEÇÃO UTILIZADA As investigações para a detecção da cisticercose bovina são inevitavelmente limitadas por uma série de contingências de ordem econômica, sanitária e prática (SANTOS, 1987). Técnicas de inspeção inadequadas no diagnóstico post-mortem dos bovinos, permitem que as larvas escapem aos olhos dos inspetores sanitários. As Técnicas de inspeção adotadas pelos países se diferenciam em alguns pontos e no Brasil as diferenças acontecem nos diversos abatedouros seja ele Federal, Estadual e Municipal por não seguirem todos os preceitos da inspeção definida no Manual de Inspeção do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (BRASIL , 1997). Como observa BLAZEK et al. (1981); SANTOS (1993); FUKUDA (1998); KYVSGAARD (1991) e ILSOE (1990), as infestações com cisticercos, podem ser débeis, e escapar facilmente à inspeção veterinária, chegando a ser uma causa importante da parasitose no homem. No Pará, as baixas prevalências encontradas foram alegadas às condições da inspeção. Segundo os pesquisadores, aspectos importantes como a qualidade e capacidade dos serviços de inspeção e a adoção de novas técnicas de exame para aumentar a eficiência na detecção de carcaças e órgãos cisticercóticos estavam passíveis de uma análise mais acurada (FREITAS & PALERMO, 1996). 26 As diversas técnicas de inspeção influenciam na positividade das localizações dos cisticercos a exemplo do exame do diafragma que aumenta em 2,50% chegando até 3,18% quando considerados também os casos de animais pluricisticercóticos (SANTOS, 1987). Fukuda, (1998) e SANTOS (1993), observaram a re-inspeção para a correta avaliação das carcaças e órgãos. Exame detalhado no abate de bovino, na Bélgica, encontrou que 9,5% dos animais estavam com cisticercose enquanto os dados anteriores demonstraram que a cisticercose havia decrescido de 0,3% para 0,03% nos últimos vinte anos. Essa discrepância foi encarada pelo autor como utilização de técnicas de detecção impróprias utilizadas nos abatedouros. (GEERTS, 1990). Estudo realizado também na Bélgica observou que de um total de 1164 amostras sorológicas coletadas, 36 amostras (3,09%) estavam positivas, enquanto que na inspeção destes mesmos animais, foram detectadas somente três carcaças positivas (0,26%), demonstrando que a clássica técnica de inspeção detecta apenas uma menor fração das carcaças infectadas com cisticercose (DORNY et al., 2000). Na Dinamarca, pesquisadores observaram que a possibilidade de se detectar bovinos infectados é limitada, especialmente quando a maioria dos animais encontra-se fracamente infectados (KYVSGAARD et al, 1990). Dados de RODRIGUEZ-HIDALGO et al. (2003), confirmam a alarmante diferença de sensibilidade de detecção dos métodos de diagnóstico, 0,37% para inspeção visual de rotina e 4,03% para o ELISA. Constatando o risco para a saúde humana a passagem de carcaças não diagnosticadas. 2.1.5.7 – ABATE CLANDESTINO X HÁBITO ALIMENTAR A falta de controle sanitário da carne, seu manejo e os hábitos de alimentação que incluem o consumo desta carne de forma pouco cozida ou crua, são práticas que contribuem intensamente para a infecção (GERMANO, 1991; SCHANTZ, 1993). 27 Através de ALMEIDA et al (2002), percebeu ao avaliar a inspeção de Carne de um Serviço com Inspeção Municipal e outro com Inspeção Federal, que a diferença nas freqüências de cisticercose em bovinos abatidos foi estatisticamente significante 10,0% e 4%, respectivamente. O que levou o autor a levantar uma hipótese de grande relevância para a epidemiologia da doença, segundo ele, os animais direcionados para estes estabelecimentos apresentavam perfil diferente dos enviados para Inspeção com SIF. Os estabelecimentos com SIM atingem os animais que antes eram encaminhados para o abate clandestino com uma condição sanitária pior do que os animais abatidos no estabelecimento com Inspeção Federal. Pesquisa realizada com essa mesma orientação foi realizada em Minas Gerais por MOREIRA & SANTOS (2000). A Clandestinidade é estimada por autores entre 40 e 51% (VILLA, 1995; AZEVEDO & BANKUTI, 2001). 2.1.5.8 – VARIAÇÃO SAZONAL Em estudo realizado por KYVSGAARD (1990), ficou demonstrado existir distinta variação sazonal com altas prevalências acontecendo no outono. A variação estacional na ocorrência de cisticercose indicou que os animais são infectados no verão, os quais estão em concordância com a transmissão carreado por efluentes de esgotos e demonstrou a interação entre esse contato e localização geográfica. O modelo sazonal poderia, contudo, ser influenciado pelo fato de que uma proporção relativamente alta do gado abatido no outono são vacas selecionadas. Encontrou-se que um maior número de bezerros de dois meses se infecta na época de seca quando faz muito calor. Este fato poderia ser explicado se conhecessem as características do comportamento dos bovinos, o que por sua vez seria útil para planejar uma campanha de prevenção (FLISSER, 1994). STEPHEN (2002), considerou o surgimento de gado infectado com cisticercose em Alberta no Canadá, sugerindo que os animais poderiam ter sido contaminados na primavera, período de alto volume de água nos córregos com maior propensão ao encharcamento. O registro do perfil mensal da prevalência da cisticercose bovina em São Paulo foi demonstrado por MANHOSO (2004), onde picos ocorreram nos meses de julho, agosto, setembro, novembro e dezembro de 1999; março, abril, junho e julho de 2000, além de tendência evolutiva para os meses de abril, maio, junho e julho de 2001. 28 MOREIRA et al (2002), encontraram duas tendências de distribuição de cisticercose no ano em Uberlândia, com maiores freqüências representados nos meses de agosto a novembro e de fevereiro e março e outra com menores freqüências em dezembro a janeiro e abril a julho. 2.1.5.9 – CARREADORES ENVOLVIDOS NA DISSEMINAÇÃO Os ovos dispersam-se no ambiente através das chuvas que favorecem a contaminação dos pastos, ao transbordar rios e canais poluídos com esgotos (MANHOSO, 1996; ACHA, 2003; MORAES, 1984; PAWLOWSKY, 1972; SHENONE, 1974; STOREY & PHILIPS, 1983 e NOZAIS, 1990; STEPHEN, 2002). LAWSON & GEMMEL (1978), evidenciaram que ovos se dispersam imediatamente após as deposições e tem sido encontrado a 80 m em um tempo de 10 dias e existem indicações que pequenos números viajam muito mais. BILY et al (1978), identificaram, na Europa Central diversas espécies de bezouros importantes no transporte de ovos de Taenia saginata de forma a constituir uma via secundária de dispersão. PAWLOWSKI & SHULTZ (1972), evidenciaram que moscas carrearam ovos de Taenia saginata tanto no corpo quanto no trato digestivo. Em comunicação pessoal, conforme citação de BILY et al (1978), sugerem que a alta quantidade de cisticercose em bovinos com infecção leve poderiam ter explicações com o envolvimento de alguns bezouros. 2.1.6 PERÍODO DE INCUBAÇÃO Nos bovinos, SCHRAMLOVÁ & BLAZEK (1983), abordam opinião de que 2,5 a 3,0 meses é o menor período durante os quais a larva do cisticerco da Taenia saginata pode alcançar o estágio infectante e que o critério decisivo da idade da larva não é o tamanho da vesícula, mas o estágio de diferenciação do escólex o que tem relação com a habilidade do parasito se fixar na mucosa intestinal do hospedeiro definitivo. Quanto à teníase, demonstrou-se em estudos experimentais, onde um voluntário ingeriu 3 cistos de larvas de Taenia saginata, que o período pré-patente foi de 84 dias. Em um período de observação de 26 dias revelou-se um total de 85 segmentos eliminados com ou sem fezes. 29 Dor abdominal iniciou um mês antes do período pré-patente. Náusea, dor de cabeça, distúrbio no sono começaram aparentemente depois do fim do período pré-patente (TESFAYOHANNES 1990). Através de infecção natural o homem pode levar de meses a anos para manifestar os sintomas, pois, muitas vezes não percebem proglotides nas fezes. 2.1.7 PATOGENIA Segundo PAWLOWSKY (1990), quando os bovinos ingerem os ovos ao pastarem, se dissolve a casca e libera a oncosfera que se ativa pela influência dos sucos gástricos e intestinal, esta penetra através da mucosa intestinal até chegar à circulação geral. Os embriões disseminam-se por todo o corpo sendo às 18 semanas infectantes. Distribuem-se principalmente no músculo e outros tecidos (SCHANTZ et al., 1993). Como relata QUEIROZ (2000), nestas localizações se desenvolve o cisticerco da Taenia saginata que pode chegar a medir até 1,0 por 4,5 mm de diâmetro e permanecer viável durante 9 meses ou mais. Os metacéstodeos apresentam ao redor deles uma reação inflamatória abundante e sobrevivem durante longos períodos em seu hospedeiro, provavelmente porque os parasitos podem estar regulando a resposta imune por meio de mecanismos de evasão, entre os quais observa-se a inativação do complemento, a depressão de linfócitos, a liberação de fatores lícitos para diferentes estirpes celulares (eosinófilos, macrófagos), fatores inibitórios de inflamação, e a presença de um receptor para o fragmento de fixação de complemento das imunoglobulinas (SCIUTTO, 1990). Os estudos sobre imunidade, duração e possibilidade de re-infecção no animal mostraram que, depois de contaminar bovinos sadios com ovos de T. saginata seus anticorpos, detectados por uma técnica de Imuno-ensaio Enzimático (ELISA) e Imunoeletrotransferência (IET), se elevam imediatamente e começam a diminuir depois dos três meses da infecção; isto é, durante este tempo o animal está protegido contra uma nova exposição (PAWLOVSKY, 1991). Ao contrário, nos animais com metacestódeos viáveis, os anticorpos permanecem moderadamente elevados e diminuem aos nove meses. Isto provavelmente indica que durante o tempo que dura 30 à resposta inflamatória, os anticorpos permanecem elevados, e diminuem quando a inflamação termina (MONROY-OSTRIA, 1992). 2.1.8 SINAIS CLÍNICOS Em geral a infecção nos ruminantes é assintomática e, apesar da curva de peso não ser afetada, pode haver certo grau de anemia. Em estudos experimentais observa-se no início da infecção aumento de temperatura, tosse, tremor muscular. A instabilidade na locomoção é vista somente nos primeiros 50 dias pós-infecção (BLAZEK et al., 1985). Experimentalmente, também, observou-se aceleração significativa do pulso e da respiração de bovinos jovens de 1 a 2 meses de idade com 30 dias de infecção por 50.000 ovos (ORYAN et al.,1998). Segundo este autor, a severidade dos sinais clínicos, hematológicos e patológicos depende muito da idade do animal e da dose de infecção. Segundo SÁNCHEZ citado por SOTELO (1996), a parasitose pode ser assintomática, e os sinais clínicos, no caso de apresentar-se, podem dividir-se em quatro grupos: um caracterizado pela eliminação de proglótides espontaneamente ou com a defecação, nos quais ha prurido perianal e urticária, outro com transtornos nervosos (psicogênicos), um terceiro grupo com diminuicão do apetite, e anemia, e um quarto no que se incluem transtornos gastrointestinais. Se os proglótides migram a outros órgãos podem causar apendicites, colecistites e transtornos respiratórios. No Chile estudos destacaram sintomas clínicos gastrointestinais em 35 pacientes onde ocorreu dor abdominal em 17 pacientes (48,8%), apetite alterado em 32 (91,4%), 15 pacientes apresentaram apetite normal (42,9%), 12 tiveram apetite aumentado (34,3%) e 5 diminuído (14,3%) (TORRES et al., 2001). A manifestação clínica em um terço dos casos é a constatação de dor abdominal, náuseas, astenia e perda de peso. Em alguns casos há cefaléia, vertigens, constipação intestinal ou diarréia e prurido anal. Ocasionalmente pode dar-se a penetração de proglótide no apêndice, produzindo apendicite Casos mais graves foram constatados a exemplo de peritonite por perfuração do intestino delgado devido a Taenia saginata encontrado através de operação 31 realizada por LENOBLE & DUMONTIER (1998), também reportado por JONGWUTIWES et al (2004). Tendo sido relatado por PANE et al. (1980), caso de Pancreatite aguda pela obstrução do canal de Wirsung e caso de obstrução devido a impactação por Taenia saginata ao nível da válvula ileo-cecal (BORDON LM, 1992). Fato repugnante foi observado por FULLER (1973) e GUPTA (1997) sobre a extração oral da Taenia saginata adulta. Após período de incubação surgem pertubações gastrointestinais, principalmente dor epigástrica com caráter de dor de fome. Observa-se perda de peso nos adultos, e com as crianças o emagrecimento pode vir acompanhado de inapetência, mas pode haver o apetite aumentado com dores abdominais fugazes. O diagnóstico clínico da neurocisticercose é dificultado devido ao polimorfismo das manifestações neurológicas comum a outras doenças do Sistema Nervoso Central e falta do diagnóstico das diferenças morfológicas entre os cisticercos tem resultado em uma incógnita com relação à possibilidade da participação do cisticerco da Taenia saginata nas manifestações de neurocisticercsose humana. 2.1.9 DIAGNÓSTICO 2.1.9.1 DIAGNÓSTICO CLÍNICO A Teníase geralmente é assintomática, já que produz dano mínimo na mucosa intestinal. De acordo com SALAZAR SCHETTINO & HARO-ARTEAGA (1990), para se suspeitar da ocorrência de teníase, muitas vezes o próprio interrogatório observando a relativa freqüência de saída espontânea de proglótides e amplas cadeias de estróbilos nas fezes sinalizam para a enfermidade por Taenia saginata, sugerindo ser mais factível o diagnóstico através do raspado perianal com fita adesiva. Para cisticercose, atualmente o diagnóstico se deve apoiar com estudos de imagens: Tomografia Computadorizada (TC) e Ressonância Nuclear Magnética (RM) e testes imunológicos do líquido cefalorraquiano. A RM é considerada como a técnica de eleição na prática clínica, já que é a mais sensível do que a TC para diagnóstico de neurocisticercose 32 ativa. Os achados radiológicos da neurocisticercose são muito característicos. Múltiplas calcificações arredondadas ou ovais podendo aparecer dentro do parênquima cerebral. As calcificações geralmente têm tamanho variando de 1 a 2 mm de diâmetro e representam a calcificação do escólex (YAMASHITA et al., 2003). O diagnóstico ante-mortem dos bovinos baseia-se em exame visual e com a palpação da língua em busca de cisticercos. Com este método somente pode ser detectado um pequeno número de animais afetados. Estudos a respeito expõem freqüências que vão de 1.4 a 4.0% por inspeção de língua em animais altamente infectados (PARDI, 2001). Em infecções experimentais é possível avaliar a severidade dos sinais clínicos, hematológicos e patológicos que dependem muito da idade do animal e da dose de infecção. Observou-se que a atividade da creatinaquinase aumentou significativamente entre 14 a 28 dias pós-infecção e conteúdo lipídico do soro sanguíneo apresentou marcado aumento entre 9 a 16 dias pósinfecção. Leucocitose periférica e eosinofilia, no início da infecção (BLAZEK et al, 1985). O aumento dos linfócitos e também dos eosinófilos foi observado por NOZAIS (1990). 2.1.9.2 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL O diagnóstico da teníase no homem, e prevalência, dependem muito da técnica empregada. Nesse sentido (CABARET et al. 2002), utilizaram o swab perianal, mais prático e mais efetivo (80 a 88,9%), no diagnóstico da infecção por Taenia saginata no homem. A identificação inadequada das Taenias é uma das prováveis razões do desconhecimento de sua prevalência (RICHE & SEWELL, 1977). Através de características morfológicas como o número de ramificações uterinas das proglótides eliminadas nas fezes é possível sua contagem quando colocadas entre laminas em microscópios entomológicos de forma a permitir a diferenciação entre Taenia saginata, Taenia solium. Essa distinção é possibilitada também por eletroforese, a qual exibe diferenças estruturais nas isoenzimas que permitem a classificação bioquímica das espécies e algumas vezes entre espécies (RICHE & SEWELL, 1977). Estudos realizados por GEERTS et al. (1979), demonstraram a relevância dos componentes antigênicos da Taenia saginata, para o diagnóstico da cisticercose por imunoeletroforese. 33 A diferenciação também pode acontecer, com maior precisão, pela utilização de características genotípicas através das provas de DNA (HARRISON et al, 1990; FLISSER et al, 2004) e PCR (GONZALEZ et al 2002; GONZALEZ et al, 2000; YAMAZAKI et al, 2004). QUEIROZ et al (2000) ressaltaram a tendência mundial de se desenvolver um imunodiagnóstico para detecção da cisticercose bovina e recrimina o Brasil por utilizar somente o diagnóstico visual da inspeção post-mortem. Sugere a implementação do ELISA como um teste auxiliar na busca de uma maior eficiência no diagnóstico da zoonose. Esforços têm sido desenvolvidos para evidenciar testes sorológicos com maior sensibilidade e segurança para o diagnóstico da cisticercose com o bovino ainda em vida. Elementos constituintes do parasito predispõem a viabilidade desses diagnósticos, a exemplo dos antígenos imunodominantes da larva invasiva, ou oncosferas, considerados primo imune e podem ser úteis na proteção e no diagnóstico (FERRER et al., 2003). O ideal é fazer uso de provas cada vez mais sensíveis e específicas existentes para diagnóstico sorológico a exemplo de estudo realizado por MINOZZO (2004) com o teste ELISA, demonstrando picos entre 30 a 60 dias pós-infecção e com a utilização do ITB (SOTELO, 2002; FLISSER 2004) MINOZZO (2004; 2002) ressalta a importância do desenvolvimento de método diagnóstico para servir como alternativa na complementação da inspeção nos matadouros, em investigações epidemiológicas ou na rastreabilidade do agente patogênico, melhorando o controle da cisticercose. Animais direcionados para o abate, com sorologia positiva, seriam submetidos à inspeção diferenciada. Dados mais atualizados demonstram a utilidade do antígeno de metacestódeos de Taenia saginata (HP10 Ag-ELISA) no monitoramento ante-mortem, podendo ser utilizado também na triagem de animais candidatos à vacina (HARRISON et al., 2005). 2.1.9.3 DIAGNÓSTICO pos mortem A visualização da larva do cisticerco da Taenia saginata é possibilitada somente após a morte do animal através do diagnóstico que se realiza em abatedouros, para o qual se fazem cortes nos músculos e vísceras em busca de cisticercos. Nessas inspeções, observações visuais são realizadas com objetivo de pesquisar os metacestódeos superficialmente ou nos pontos de 34 corte, peças e regiões anatômicas consideradas de eleição e nas características macroscópicas dos cisticercos (BRASIL, 1997). As áreas consideradas de eleição, denominadas preferenciais são: coração, músculos da mastigação, língua, diafragma e seus pilares, bem como músculo de fácil acesso de inspeção obrigatória, somente inspecionando outras áreas quando são encontradas infecções maciças, restringindo à avaliação da situação animal. Outras localizações podem ocorrer, porém com menores proporções (VILLA, 1995; QUEIROZ, 2000). Segundo MOLINARI (2002), ainda que se realize a inspeção de forma esmerada, algumas infecções leves passam despercebidas. Por isso pesquisadores a exemplo de SANTOS (1978; 1987), desenvolvem técnicas que visam aperfeiçoar a inspeção. Muitos são os locais onde as alterações patológicas acontecem e são preferenciais em determinadas doenças com suas características próprias e inúmeras pesquisas foram desenvolvidas no sentido de avaliarem estes locais onde mais são encontrados os cisticercos no bovino, pois, para realizar-se uma inspeção de forma criteriosa é de suma importância este conhecimento (SANTOS, 1993). Segundo KEARNEY (1970), citado por CORRÊA et al (1997), os cisticercos tendem a se localizar nos músculos com rico suprimento de mioglobina, onde ocorre uma melhor oxigenação dos tecidos. Nas inspeções post-mortem em matadouros, a cabeça e o coração devem ser considerados os principais pontos de eleição na pesquisa da cisticercose (MOREIRA et al., 2001). Em estudo estatístico realizado com 1.838.069 bovinos, PARDI et al. (1952) chamaram a atenção para o fato de que em mais de 99% dos bovinos infectados, os cisticercos se localizavam ou nos músculos mastigadores ou no coração. MANHOSO (1996), observou 97,7% dos acometimentos nessas regiões. Inúmeros pesquisadores afirmam que o cisticerco desenvolve-se preferencialmente em tecidos como: músculos masseteres, língua, coração, diafragma, esôfago e raramente nos linfonodos, dentre eles FREITAS (1976); DUARTE & CORRÊIA, (1981); SANTOS (1984) e OLIVEIRA et al. (1984). REIS et al. (1996), encontraram, todavia, vesícula viável na zona medular do 35 linfonódulo sub-ilíaco, mais precisamente para a extremidade caudal. Contudo, SOULSBY (1987), assinala que os cisticercos podem distribuir-se em todo o corpo. Segundo KYVSGAARD (1990) os músculos e órgãos viscerais, a exemplo do fígado, pulmão, superfície peritonial do rúmen foram os órgãos mais acomentidos pela larva de Taenia saginata. Estudo realizado por SANTOS (1978) verificou infecções não tão leves no cérebro. WANZALA et al (2003) observaram invasão das oncosferas em locais de predileção como o coração, língua, músculos da cabeça, e a inclusão do tríceps braquial, bem como em locais não preferenciais a exemplo do pescoço, lombo, quarto posterior, peito, região pélvica e lombar. MINOZZO et al. (2002) apresentaram resultados de pesquisa experimental realizada em Curitiba, com ovos de Taenia saginata em bovinos, onde demonstraram cisticercos localizados no coração 6,98% , 2,56% no diafragma, 2,14 % pulmão, 1,71% fígado, 1,0% língua, 0,43% rins, músculos anteriores 46,0% , músculos posteriores 35,33% e cabeça 3,85%. Registrou-se também que dos 702 cisticercos descobertos, 570 (81,20%) estavam vivos e 132 (18,80%) estavam calcificados e que os bovinos adultos eram mais resistentes á infecção com baixo número de cisticercos e alto número de cistos calcificados. SANTOS (1993), utilizou-se na rotina da inspeção post-mortem, técnica de exame dos pilares diafragmáticos, de sua autoria, que consistia na retirada dos pilares do diafragma da carcaça, a remoção de sua serosa e os exames visuais de suas superfície, praticando vários cortes. Do total abatido encontrou prevalência de 4,93% (4222) casos de cisticercos onde 4,62% dos casos estavam localizados exclusivamente nos pilares do diafragma. Este mesmo autor, através da técnica de re-inspeção de 8756 casos de cisticercose encontrados, observou uma prevalência de 14,33% (1255) casos de cisticercose identificados no diafragma e que 96,7 % de 4.366 bovinos infectados apresentara somente um cisticerco, porém, admite que possivelmente outros cisticercos poderiam estar presentes na carcaça. De um total de 942 animais examinados no Leste da Nigéria 38 tinham cisticercose. Chegando a 7,5 % do gado em um determinado estabelecimento em Nkalagu. Sendo os locais de predileção o coração com prevalência de 26,32%, língua 18,42%, músculo masseter 15,79%, 36 pilar do diafragma 13,16%, músculo do braço 10,53%, fígado 5,26%, esôfago 2,63%, pulmão 2,63% (OKOLO, 1986). PUGH & CHAMBERS (1989), encontraram em 102.087 bovinos abatidos, uma prevalência de 2,16% de cisticercose. Em carcaças levemente infestadas, a cabeça foi o local mais afetado (68,42%), seguidos da paleta (28,27%) e coração (10,1%). Os demais locais equivalem a 1,9% (40 casos). Em uma província do Iran, o local mais comum era músculo da espádua (26,3%), masseter (23,7%), língua 24,9% e coração (23,4%). Faringe, esôfago e diafragma encontraram 0,9 , 0,5 e 0,4% de infecção respectivamente (ORYAN et al., 1996). Em trabalho experimental, realizado com 23 bovinos na Dinamarca, identificou-se como locais de predileção para ocorrência, o coração com 15,7% e masseteres com 6,5%, locais preferenciais considerados de maior importância (KYVSGAARD et al.,1990). Nos anos de 1999 a 2001 em São Paulo, foram diagnosticados 21546 casos de cisticercose, onde 19873 (92,22%) foram de carcaças monocisticercóticas. Apenas 7,68% corresponderam a animais que apresentaram mais de um cisticerco em localizações variadas. Dos 19.873 casos, 50,21% do total estavam localizadas na cabeça (músculos masseteres e pterigóides) e 46,76% no coração. Em percentuais muito menores, e em ordem decrescente, os demais casos foram encontrados no esôfago com 1,98%, no diafragma com 0,54%, na língua com 0,26% em músculos da carcaça com 0,11% e no fígado com 0,10% (FUKUDA et al., 2003). MANHOSO e PRATA (2004), verificaram que dos 54.433 animais infectados, 99,40% foram classificados como carcaças monocisticercóticas, destacando-se os músculos cardíacos juntamente com os masseteres e pterigóides, localizados na cabeça, com 55,01% e 44,15%, respectivamente, em representação de comprometimento, seguidos pelo esôfago (0,17%), língua (0,04%), fígado (0,02%) e os músculos da carcaça (0,01%). Na Bahia, Gouvêa (2002) registrou maior distribuição nos músculos da cabeça e coração. 37 2.1.10 MEDIDAS DE CONTROLE 2.1.10.1 EDUCAÇÃO SANITÁRIA Recomendações de controle incluem educação aos empregados sobre o modo de transmissão e higiene pessoal, instalação de programa que incluam exame dos empregados periodicamente, manter pessoas estranhas afastadas de áreas críticas, instituir manejo adequado dos animais evitando o acesso dos mesmos a ambientes contaminados, bem como a não utilização de dejetos humanos como fertilizantes de pastagens (CABARET, 2002; SOTELO, 1992; QUEIROZ, 2000). Evitar promiscuidade no convívio entre pessoas e animais, promover a higiene alimentar de maneira a evitar a ingestão de ovos de tênia através das verduras cruas ou de água com procedência duvidosa e principalmente, no que se refere ao consumo de carnes, o conhecimento de sua origem e dos aspectos da inspeção sanitária a que devem ser submetidas (PAWLOWSKY, 1982; MANHOSO & PARDO, 1998). 2.1.10.2 MODERNIZAÇÃO DAS PRÁTICAS DE MANEJO SCHANTZ et al. (1993), ressalta a modernização das práticas nas criações como medidas a serem propostas em programas de controle. STEPHEN (2002), ilustra muito bem a necessidade de considerar a água como uma potencial via de contaminação para ovos de T. saginata e a assegurar o suprimento tanto de água como de forragem livres da contaminação fecal. 2.1.10.3 TRATAMENTO DE ESGOTOS A inabilidade de destruir ovos nos tratamentos de esgotos foi mencionado por SHANTZ (1993), e segundo CABARET et al. (2002), diversos tratamentos podem e devem ser propostos para a redução de patógenos nas excretas humana com procedimentos biológicos e não biológicos. Dentre os não biológicos, cita-se como os mais utilizados o saneamento com cal, ar e calor seco, tratamento a quente (pasteurização). Entre os biológicos a sedimentação em lagoas, digestão anaeróbica, digestão aeróbica por mesofílicos e termofílicos (com ou sem subseqüente anaerobiose digestão), compostagem. Segundo CABARET et al. (2002), estes processos são de extrema importância para a infectividade do lôdo. A relação entre viabilidade 38 e infectividade foi pesquisada por OLSEN e NANSEN (1990), onde concluíram que digestão mesofílica anaeróbica de esgoto causou uma rápida perda de infectividade dos ovos. 2.1.10.4 VALORIZAÇÃO DO ESTABELECIMENTO DE ABATE PARKINSON (1972), entende os estabelecimentos de abate como de grande utilidade nas ações de profilaxia das doenças e da vigilância epidemiológica , contribuindo na identificação de áreas de alto risco, onde a ocorrência de certas doenças como a teníase humana e a correspondente cisticercose animal estariam seguramente associadas. Dessa maneira, aumentar o número de abatedouros, Estadual ou municipal de forma a facilitar o direcionamento dos animais para o abate com inspeção, ou criar condições para que os animais sejam direcionados para os abatedouros regionais, em geral sob serviço de Inspeção Federal, são medidas a serem desenvolvidas em prol do controle da zoonose, respaldado muito bem por FUKUDA (2003), quando diz que o registro dos casos e a descoberta de áreas de risco constituem uma etapa importante para o diagnóstico e para a prevenção da zoonose. Através de estabelecimentos com Inspeção sanitária pode-se fazer o registro dos casos e pontuar as regiões afetadas. 2.1.10.5 COLETA E DIVULGAÇÃO DE DADOS É importante, no entanto, que os dados registrados nos estabelecimentos de abate sejam realizados de forma completa e corretas, pois, segundo UNGAR (1990), a utilização de técnicas diagnósticas inadequadas, fichas mal preenchidas ou incompletas, sem procedência dos animais, sem indicação de peso, sexo e estimativa de prejuízos, juntamente com falhas humanas podem resultar na perda de informações importantes, e na ineficiência dos Programas de Controle de Doenças. 2.1.10.6 DESENVOLVIMENTO DE TÉCNICAS DE INSPEÇÃO As técnicas de Inspeção devem ser pesquisadas e os inspetores treinados nas melhores técnicas de maneira a identificar com maior exatidão as carcaças cisticercóticas, principalmente porque, no geral, a maioria delas é monocisticercótica (SANTOS, 1993). 39 Autores como FUKUDA (1998) e SANTOS et al. (1984; 1987; 1993), desenvolveram técnicas para a inspeção de carnes com o objetivo de aumentar a eficácia da detecção dos cisticercos. Diversos autores alertam para o fato de que a probabilidade de se detectar carcaças albergando somente poucos cistos é baixa e que aumenta com o nível de infecção (JURANEK, 1976; KYVSGAARD, 1990; DORNY, 2002; RODRIGUEZ-HIDALGO, 2003). O incremento no número de cortes com o aumento da superfície a ser examinada, revelaria presença de cistos não detectados na inspeção de rotina (JURANEK et al., 1976). Resultados de pesquisa confirmam que a observação de cisticercos em área de predileção nas carcaças devido ao pouco tempo destinado à inspeção de rotina de carne é insensível e inadequado. Segundo os pesquisadores, é necessário aumentar a área e o número de locais de predileção durante a inspeção e se basear na procedência dos animais (WANZALA et al., 2003). 2.1.10.7 VIABILIZAÇÃO DE TESTES PARA DIAGNÓSTICO Desenvolver testes diagnósticos ou mesmo tornar viáveis os já existentes para servir como ferramenta de apoio aos trabalhos dos inspetores, para que possam direcionar e agilizar as atividades nos matadouros frigoríficos com os lotes de animais reconhecidamente de regiões endêmicas, com resultados Imuno-ensaio enzimáticos positivos. Segundo orientação de MINOZZO (2004), teste sorológico de bovinos nascidos e criados na mesma propriedade, sugere a presença de indivíduos portadores de teníase entre aqueles que mantêm contato com os animais na propriedade e dessa maneira, através da sorologia para cisticercose bovina, podese monitorar a prevalência da teníase humana. Acrescenta ainda que a sorologia poderia ser utilizada de forma repetida no rebanho, o que indicaria o período da introdução da doença na propriedade ou mesmo na compra de animais para a engorda e posterior abate prevenindo assim perdas futuras. Os métodos diagnósticos concorrem para detectar a cisticercose, uns com mais outros com menos sensibilidade. DORNY et al. (2002), salientam através dos estudos realizados em Zâmbia, a necessidade de métodos mais sensíveis a serem utilizados no diagnóstico para impedir que carne inspecionada apenas pela inspeção de rotina seja oferecida à população. 40 Taxas gerais de prevalência de teníases, mesmo que aparentemente baixas, são importantes, pois põem em evidência a existência de cisticercose animal, mesmo que esta não tenha sido demonstrada oficialmente (SCHENONE & LETONJA, 1974). O município de Ribeirão Preto, pioneiro em implantar a notificação compulsória , detém o coeficiente de prevalência de cisticercose de 67 casos / 100000 habitantes pesquisados no período de 1992 a 1997, por CHIMELLI (1998), tendo sofrido um incremento do coeficiente que era de 54/100000 (TAKAYANAGUI et al. 1996), num intervalo de 2 anos, podendo representar um agravamento da situação epidemiológica ou, mais provavelmente maior adesão dos profissionais da área de saúde. De acordo com a OPAS (1994), a notificação compulsória é o melhor recurso para a investigação epidemiológica e análise comparativa nas diferentes localidades e salienta que as informações disponíveis sobre a situação epidemiológica do complexo teníase / cisticercose na América latina são incompletas, entre outras razões pela inexistência de notificação. 2.1.10.8 JULGAMENTO ADEQUADO DA CARCAÇA E TRATAMENTO DA CARNE O controle dessa enfermidade está relacionado com a inspeção e o julgamento das carnes que vão para o mercado consumidor. Os Médicos veterinários na função de inspetores, participam da prevenção da teníase humana, ao definirem destinação adequada das carcaças e órgãos bovinos portadores de cisticercose (SANTOS, 1982). A presença de um único cisticerco calcificado no conjunto de órgãos, vísceras e carcaças na rotina da inspeção, não isenta a carcaça da presença de cisticercos vivos em local que não seja rotineiramente examinado (RODRIGUES, 1993). JURANEK et al. (1976), descreveram o julgamento de carcaças usado nos Estados Unidos, onde observou que se 1 cisto fosse encontrado a carcaça era encaminhada para inspeção adicional para determinar o encaminhamento final, se retenção ou processamento especial ou condenação. Carcaças eram condenadas se cistos fossem encontrados nos dois últimos locais especificados, podendo ser os músculos da mastigação, coração, língua, esôfago, diafragma ou musculatura exposta durante os procedimentos normais e se cisticercos aparecessem nas 2 últimas superfícies expostas pelos cortes transversais simples dentro de cada espádua . 41 Nos matadouros frigoríficos a Carne é inspecionada e quando constatado cisticerco, em infecção leve, é então submetida a tratamento através do congelamento, de forma a causar a morte dos cisticercos, recomendado por SOULSBY (1982), para carcaças de porcos ou bovinos a uma temperatura de – 10ºC por 10 a 14 dias, adotado também como recomendação do Comitê Científico sobre Perigos Biológicos (SNPBH 2004) bem como o cozimento da carne a uma temperatura em torno de 50ºC a 60ºC. O tratamento das carcaças através do congelamento a – 10ºC por 10 dias foi adotado pelos matadouros frigoríficos com Inspeção Federal e é um dos métodos utilizados para a eliminação dos cisticercos (QUEIROZ, 2000). 2.1.10.9 COMBATE À CLANDESTINIDADE Idealmente, segundo SCHANTZ et al. (1993), a estratégia para intervir na prevenção do complexo teníase-cisticercose se baseia a longo prazo na inclusão de apropriada legislação. Criar leis e decretos com conhecimento do sistema produtivo da carne para que estes dispositivos realmente funcionem, bem como dar condições para que as portarias e decretos já existentes na legislação possam ser efetivamente implementados ou mesmo avaliar e analisar métodos que venham coibir o abate clandestino é uma maneira de prevenir e que vem fortalecer e apoiar os profissionais do setor, pois como menciona AZEVEDO & BANKUTI (2001), o maior benefício obtido pelo contraventor que pratica o abate clandestino, é a possibilidade do aproveitamento de carcaças que seriam descartadas por motivos sanitários ou de padronização. O consumo de uma carcaça que, segundo as normas sanitárias, deveria ser condenada constitui um custo potencial para o sistema público de saúde e, sobretudo, para a população em geral. 2.1.10.l0 COOPERAÇÃO INTERDISCIPLINAR E SETORIAL Para diversos autores a exemplo de SCHANTZ (1993) e ALBUQUERQUE (1984), a cooperação entre veterinários e médicos devem acontecer de maneira mais integrada, da mesma forma que os gestores das instituições direta e indiretamente envolvidas, devem promover a saúde através de programas efetivos, amplos, participativos com inclusão de campanhas agressivas de aperfeiçoamento da higiene pessoal e saneamento básico na área endêmica da doença. 42 2.1.10.11 VACINAÇÃO DOS BOVINOS A maior dificuldade em experimentos com referência a vacinação de bovinos contra cisticercose é a necessidade de se introduzir número grande de animais para serem testados, o que torna economicamente questionável para os pesquisadores, pois ao final dos experimentos os animais devem ser abatidos e totalmente dissecados para se pesquisar a existência de cisticercos (OLSEN, 1990). A prática da vacina para prevenir infecção com o parasita no bovino seria valiosa e poderia assistir o controle da transmissão para humanos (LIGHTOWLERS et al., 1996). A imunoterapia baseia-se na intervenção imunológica que pode alterar a interação hospedeiroparasita, causando destruição do cisticerco. A autora dá exemplo de animais infectados com duas doses sucessivas de T. saginata que, paradoxalmente, desenvolveram poucos cisticercos em comparação com bovinos infectados com uma única dose implicando em que a préinfecção acelera a degeneração dos cisticercos bem como a reabsorção (FLISSER, 1990). Muitos estudos evidenciaram a vacinação com extratos de oncosferas e produtos das secreções das oncosferas por apresentar alto nível imunológico para prevenir infecções com ovos de Taenia saginata. Proteção de 99,8% foi encontrada por LIGHTOWLERS (1996), ao combinar antígenos denominados TSA-9 e TSA-18 oncosfera recombinantes em infecção experimental com ovos de Taenia saginata. Ele usou a Técnica de recombinante de DNA para clonar antígenos de oncosferas de Taenia saginata. Dados mais atualizados propostos por HARRISON et al. (2005), confirmam que a proteína recombinante da oncosfera (HP6) estimulou proteção imunitária em 100% dos bovinos utilizados em experimento. O autor salienta que esses dados indicam claramente a necessidade de triagem futura em larga escala e que estudos nessa área tem acontecido com sucesso, porém experimentos requerem ser testados em um maior número de animais para a certeza da escala comercial. 43 2.1.10.12 VERMIFUGAÇÃO DE BOVINOS Através de recomendação em boletim informativo técnico de industria farmacêutica bovinos deveriam receber tratamento com benzimidazois dois meses antes do abate. 2.1.10.13 TRATAMENTO DE INDIVÍDUOS INFECTADOS O tratamento das pessoas acometidas de teníase e cisticercose, principalmente dos empregados diretamente na atividade agropastoril é essencial para o controle da cisticercose bovina (REIS, 1996; QUEIROZ, 2000). 2.2 CLANDESTINIDADE A clandestinidade é uma característica marcante na comercialização de produtos de origem animal no Brasil, onde as normas de segurança do alimento não vem sendo atendida adequadamente. O segmento opera de modo absolutamente distinto, definido pelo descumprimento a algum elemento do ambiente Institucional formal, seja pelas normas sanitárias ou fiscais trazendo prejuízos diretos ao sistema de saúde e indiretos à capacidade de trabalho ocasionado pelo consumo de carne contaminada e também pela não arrecadação de impostos (AZEVEDO & BANKUTI, 2001). VILLA (1995), afirma que a Inspeção Federal abrange em torno de 49 % da carne consumida no país, concentrando suas ações principalmente nos grandes centros urbanos e o serviço não possui dados consolidados da Inspeção estadual e Municipal. Através de dados pesquisados por AZEVEDO & BANKUTI (2001), é notório o desencontro das informações de abate bovinos com as informações de couros produzidos o que vem claramente confirmar a clandestinidade. Segundo os autores, através de dados de doze anos estimados pelo Centro das Industrias de Curtume do Brasil (CICB) confrontados com o consumo de cromo, básico no processamento wet blue, e dados da Pesquisa Trimestral do Couro IBGE segundo os quais foi possível estimar a informalidade em uma média de 40%, com dados mínimos de 32% a máximos de 51%. No Brasil, ficou registrado pela pesquisa trimestral do IBGE que foram abatidos 10.456.000 bovinos, onde se observou um beneficiamento de 14.855.372 unidades de couro bovino 44 revelando nesses números, estimativa do quantitativo do abate clandestino existente já que não poderia existir unidade de couro sem correspondente animal (IBGE, 2003). A falta da informação sobre a frequência de cisticercose em animais abatidos sem inspeção é outro fator que dificulta a análise dos dados de ocorrência de cisticercose bovina (ALMEIDA LP et al, 2002). AZEVEDO & BANKUTI (2001), relataram a necessidade de se investigar mais detalhes sobre os pontos de apoio do abate clandestino que independem do cumprimento das normas e taxação de impostos, agindo à margem da legislação. A falta de consciência do consumidor, dos problemas de saúde a que estão sujeitos, seja por falta de orientação leva-o a adquirir o produto sem inspeção acreditando no ponto de venda, conforme pesquisa realizada por BUZO (2000) que avaliou em 75% a grande confiança dos consumidores na segurança dos alimentos. 2.3 LEGISLAÇÃO Por meio da Lei 5760/71 o Serviço de Inspeção Sanitária esteve sob total controle Federal sendo caracterizado como burocrático, mas eficiente pelos agentes atuantes no Sistema. Quando da Elaboração da Lei 7889/89 o sistema teve suas responsabilidades divididas em três níveis sendo criado o da esfera Estadual e Municipal. A cisticercose está classificada como zoonose de notificação obrigatória na lista B do Código Sanitário Terrestre da Organização Mundial de Saúde Animal - OIE (OIE, 2005). O Ministério da Saúde, através da portaria 1100 de 24/05/96, recomenda a implantação da notificação compulsória do complexo teníase/cisticercose, sendo que apenas os estados de Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul e localidade de Ribeirão Preto foram sensíveis e atuaram no sentido de promovê-la (AGAPEJEV, 2003). Segundo observação de ALBUQUERQUE (1984), apesar da Legislação determinar a obrigatoriedade das notificações, isto na prática não acontece, com o rigor que deveria ser observado. O que se apresenta é um sistema de informação deficiente fruto da falta de entrosamento dos órgãos de uma mesma área e de diferentes áreas relacionadas as zoonoses. 45 Atualmente o diagnóstico é realizado em matadouros, com referência aos achados de cisticercos nos tecidos superficiais ou nos pontos de corte, peças e regiões anatômicas denominadas “preferenciais” e nas características macroscópicas dos cisticercos, segundo o artigo 176 do Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem Animal (RIISPOA , 1997). As ações de fiscalização baseiam-se nas portarias 89 e 90 15/07/96 e portarias 304 e 145 04/01/99. De acordo com AZEVEDO & BANKUTI (2001), há esforços diversos para elaboração de normas e portarias, que têm entre seus objetivos inibir e eventualmente extinguir o abate ilegal. A eficácia dessas medidas, entretanto, ainda não foi avaliada por meio de uma estimativa do nível de informalidade ao longo do tempo. Ademais, na elaboração das portarias, no geral, desconsideram-se particularidades do funcionamento de mercados informais, um ponto ainda pouco explorado na literatura econômica o que pode conduzir a políticas equivocadas. Por outro lado, o consumidor está protegido no artigo 8 da Lei 8078/90, Código de Defesa do Consumidor BRASIL (1990), segundo o qual os produtos e serviços colocados no mercado de consumo que não devem acarretar risco à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito. Restando defesa ainda, para aniquilar a mais tênue dúvida sobre o respaldo existente na legislação em defesa do consumidor, no art. 196 da Constituição Federal – “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” (BRASIL, 1998). 2.4 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS – SIG Com os avanços da tecnologia computacional, criou-se um dispositivo poderoso que permite tratar uma grande quantidade de informações dentro de um contexto geográfico (VINE et al., 1997) 46 Sendo constituído por um conjunto de ferramentas desenvolvida em um software específico sobre um Sistema Gerenciador de Banco de Dados – SGBD, um SIG permite coletar, tratar dados da mais diversas fontes, armazenar, processar, recuperar, analisar, transformar, emitir e apresentar de forma integrada grandes volumes de informações espaciais (RODRIGUES, 1990; CÂMARA, 1995; STRAUCH & SOUZA, 1998). A aplicação do SIG em saúde pública é visto pela OPAS/OMS como úteis na identificação das áreas de maior risco ambiental; para análise de padrões ou diferenças nas situações de saúde em diferentes níveis de agregação; na identificação de grupos de alto risco e áreas críticas, ao facilitar as múltiplas análises dos elementos espaciais de informações a partir de zonas de interseção de variáveis e como apoio à vigilância sanitária e monitoramento de saúde pública (OPAS/OMS, 2002). Segundo TIM (1995), as coordenadas gráficas, básicas na utilização do SIG, possibilitam um eficiente esquema de indexação com o qual grande quantidade de dados espaciais e não espaciais podem ser controlados. Com o uso do SIG, percebe-se facilidade de aproximar e unir diferentes tipos de eventos e várias fontes de informações em um processo formalizado em mapa. Essa aproximação de espaços disponibiliza acesso fácil à administração de dados e manipulação eficiente das informações de forma a ganhar novas perspectivas. Pode-se ainda criar novas relações de espaço e ligar as várias informações sócio-econômica, demográfica e ambiental a dados de resultado de saúde, bem como mapear, monitorar e atualizar informações identificando problemas potenciais. Pesquisas utilizando-se do SIG para apoiar tomada de decisão em programas de controle de endemias de mais diferentes etiologias de saúde pública foram desenvolvidas a exemplo de BAVIA (1996), BARBOSA (2002), RICHARDS (1993), (PYLE, 1994), controle de algumas zoonoses parasitárias MOTT et al. (1995), Echinococcus multilocularis CONHATS et al (2003) e TUM et al (2004) no mapeamento do risco da Fasciolose no gado. 2.5 DIGITALIZAÇÃO DE MAPAS CARTOGRÁFICOS Tradicionalmente se utiliza mapa para expressar a distribuição espacial de fenômenos relacionados com a saúde e mais recentemente a utilização de mapas tem contribuído para orientar a formulação de hipótese sobre etiologia das doenças considerando as variações espaciais de fatores ambientais e sociais. Um grande Banco de dados é possível ser avaliado e 47 analisado através dos SIG que permitem cruzar maior número de informações e elaborar mapas que, de forma dinâmica, são capazes de potencializar a análise e síntese das informações (OPAS/OMS, 2002). 48 3 ARTIGO CIENTÍFICO Sistemas de Informação Geográfica no estudo da notificação dos casos de Cisticercose Bovina no estado da Bahia. (Geographic Information System for studying Bovine Cysticercosis in Bahia , Brazil) FITERMAN, I. R.; BAVIA, M. E.; SALES, E.; SANTOS, A.C.B.; SILVA, C.E.P.; MATOS, S. A. RESUMO A cisticercose bovina é endêmica , em diversas regiões, com diferentes graus de prevalência. Esse estudo teve como objetivo, fazer um pré diagnostico da situação da cisticercose bovina no estado da Bahia, utilizando-se de dados obtidos de cinco matadouros frigoríficos sob regime de inspeção federal no período de 1999 a 2005. Foram abatidos 1.330.923 bovinos e a prevalência media de casos positivos variou de 0,82% a 1,23 %, no período. Os meses de maior efetivo bovino para abate foram janeiro e março, novembro e dezembro. Os meses de março, novembro e dezembro registraram maior numero de casos positivos. Cabeça, coração e fígado e músculo foram os que abrigaram mais cisticerco da Taenia saginata. Municípios com características de “em desenvolvimento” e que apresentavam maior umidade e pluviosidade registraram maior numero de casos. O uso do Sistema de Informações Geográficas possibilitou a distribuição espacial da doença, por município e por DIRES, criando mapas e possibilitando inferências sobre o complexo teníase/ cisticercose. Palavras Chave Cisticercose Bovina, cisticerco de Taenia saginata Saúde Pública, Geoprocessamento 49 SUMMARY Abstract Bovine cysticercosis is endemic in different regions of Brazil. The objective of this work was to diagnose the situation of the disease in Bahia,state, using data from 05 slaughterhouses under the federal inspection system., from the period 1999 to 2005 period. At this time, it was slaughter 1.330.923 bovine and the prevalence rates varies from 0,82% to 1,23%. In january, march, november and december the slaughterhouses received the biggest herd during the period. The largest numbers of positive cases for Bovine cysticercus was observed during the months of march, november and december. Head, heart, liver and muscles were more affected. Municipalities characterized as “ in development”, with high level of annual rainfall and humidity registered highest number of positive animals. The use of geographic information systems has shown to be effective for building digitalized cartographical basis for Bahia bovine cysticercosis studies, a georeferenced data base and preparing maps that has shown a spatial distribution of the disease by municipalities and DIRES for Bahia, state. With the helpof this technology it was possible to make inferences about the animal infected and human participation in the chain of the disease. Keyboard Bovine cysticercosis, Cysticercus Taenia saginata, Public Health, Geoprocessing 50 INTRODUÇÃO O complexo Teníase-cisticercose por Taenia saginata é um problema de saúde pública em escala mundial; mais conhecido nos países industrializados, onde sua epidemiologia está ligada, principalmente, aos hábitos de consumo de carne de bovina (BOTERO, 1993). No Brasil, o problema foi subestimado pela falta de implementação de métodos de diagnóstico avançados, descuidando-se, inclusive, do diagnóstico diferencial entre Taenia saginata e Taenia solium (ALUJA, 1987). É mais encontrado nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás (CHIMELLI et al, 1998). Na Bahia há uma carência evidente de informações sobre cisticercose bovina e sequer se pratica a notificação compulsória dos casos de teníase e cisticercose humana. A grande prevalência da cisticercose bovina no país (4 a 6%), muito superior a da cisticercose suína (0,5 a 1,0%), nos estabelecimentos inspecionados pelo Serviço de Inspeção Federal do MAPA, é um grande indicador de que a T. saginata é realmente de ocorrência mais comum (DIAS et al, 1991). Entre os fatores que predispõem a existência desta parasitose, pode-se mencionar: o sistema de exploração animal, a falta de medidas higiênico-sanitárias, o baixo nível sócio-econômico, o desconhecimento sobre a doença e da epidemiologia da mesma pela população BOTERO (1993), particularmente nos países em desenvolvimento (FERNANDES, 2002; BRASIL, 1996). O Nordeste Brasileiro é uma região considerada endêmica para várias doenças infecciosas e segundo VILLA (1995) e GOMES (2000) as características sócio-econômicas existentes poderia facilitar também a transmissão do complexo teníase-cisticercose. Os autores sinalizam que os municípios do Nordeste com pobres condições econômicas e sanitárias necessitariam ser estudado para obter-se o conhecimento da enfermidade. Diversos pesquisadores contribuíram para encontrar o elo epidemiológico do complexo Teníase-cisticercose e observaram, a exemplo de ACHA (2003), que em todas as partes onde existe a teníase humana, também se encontra cisticercose animal, com variações na prevalência de uma região para outra. A variabilidade na prevalência é tratada por CABARET et al. (2002), como sendo devido aos hábitos de higiene, hábitos alimentares e qualidade da inspeção. 51 De acordo com PARDI (2001), as prevalências são estimadas a partir das cifras de bovinos que chegam aos abatedouros, indicador válido só para as explorações pecuárias com melhor manejo e que não reflete o número de animais criados rusticamente e abatidos de maneira clandestina, constituindo uma grande proporção, com cifras médias estimadas de 40% a 51% (VILLA, 1995; BANKUTI & AZEVEDO, 2001). Nas demais cidades e distritos, sem estabelecimentos de Inspeção, os animais são abatidos e vendidos pelos próprios comerciantes e fazendeiros, sem nenhum critério de descarte para as carcaças positivas para cisticercose. (MORAES, 1984; NEVES, 1988). A situação climática como temperatura, pluviosidade e umidade relativa do ar afetam a sobrevivência dos ovos disseminados pelo homem no ambiente e que condições favoráveis facilitam sua longevidade (LAWSON & GEMMEL, 1983, GEMMEL, 1978; PAWLOVSKY & SHULTZ, 1972; REIS, 1991; OPAS, 1994). Efluentes de esgotos lançados em rios levam a contaminação a longas distâncias mantendo viáveis e infectantes os ovos da Taenia saginata, os responsáveis direto pela contaminação dos bovinos, entre os mais resistentes dos principais parasitas gastrointestinais de seres humanos (CABARET, 2002; FUKUDA, 2003). Os fatores de risco mantenedores do complexo teníase-cisticercose nos diversos municípios que enviam bovinos para o abate em abatedouros frigoríficos com Serviço de Inspeção Federal no Estado da Bahia foram avaliados através de informações catalogadas e integradas pelo SIG. Estes dispositivos computacionais permitem a distribuição espacial georreferenciado das áreas críticas ao facilitar o processamento e análise de múltiplas variáveis de forma simultânea avaliando padrões ou diferenças nas situações de saúde que variam desde o nível regional até o nível local efetuando sua correlação espacial (OPAS, 2002). A carência de dados oficiais que permitam a inferência da real situação dessa zoonose no nosso meio e as suas conseqüências para a população exposta bem como as perdas, econômicas na cadeia produtiva da carne devido às condenações de carcaças e órgãos, justificam a proposta desse trabalho, que tem como objetivo demonstrar a prevalência da cisticercose bovina nos últimos seis anos e montar um SIG através do georreferenciamento e mapeamento da distribuição espacial dos casos de cisticercose bovina compreendido no período de novembro de 2002 a junho de 2005, identificando os principais fatores de risco ambientais e demográficos responsáveis por sua manutenção e dispersão no estado da Bahia, 52 correlacionando dados sócio-econômicos e sanitários que mantêm o complexo teníasecisticercose ativo nos municípios identificados sob Inspeção Federal. Contribuir também para ampliar o conhecimento dessa enfermidade, sensibilizar órgãos competentes nos diversos setores e apóia-los no direcionamento de medidas estratégicas de prevenção para futuros programas sanitários de controle do parasita em nível animal e humano evitando-se assim prejuízos que podem advir dessa parasitose, bem como dos problemas de saúde pública relacionados com essa zoonose. MATERIAIS E MÉTODO 1 Área de Estudo Compreende o estado da Bahia localizado na região Nordeste do Brasil, composto de 417 municípios, situado entre os paralelos 8 00’ e 18 30’ Latitude Sul e entre os meridianos 36 e 46 Longitude Oeste. Ocupa uma área de 567.295 km2 que se abre para o oceano Atlântico numa extensão de 932 km com população de 13.070.250 habitantes (IBGE, 2000; SEI 2000). O estado conta com um efetivo rebanho bovino com 10.146.529 cabeças (IBGE 2003) e 06 postos do Serviço Inspeção Federal (SIF). No presente estudo foi realizado um levantamento retrospectivo entre os anos de 1999 – 2005, das informações catalogadas no Ministério da Agricultura, Delegacia Bahia, sobre abate, ocorrência de cisticercose bovina condenação de carcaças, órgãos e destino do material contaminado. A partir de novembro de 2002 a junho de 2005, esses dados foram georeferenciados através dos registros da procedência dos animais enviados. 2 Banco de dados Epidemiológico Das informações catalogadas no Ministério da Agricultura, Delegacia Bahia, sobre abate, ocorrência de cisticercose bovina condenação de carcaças e órgãos e destino. Os dados obtidos de abate e presença de cisticercose por procedência foram georreferenciados para o período de novembro de 2002 a junho de 2005 e obtidos de 05 abatedouros registrados no SIF assim discriminados: SIF 2628 FRIMASA, Simões Filho; SIF 1967 UNIFRIGO, Jequié; SIF 2522 FRIFEIRA, Feira de Santana; SIF 2720 MAFRIP, Itapetinga; SIF 3448 NORDESTE, Teixeira de Freitas. 53 Os dados sócio-ambientais e demográficos dos municípios foram obtidos através do IBGE (2000) e SEI (2000). As Caracterizações climáticas dos municípios seguiram os dados da SEI (2000). Os dados de temperatura, pluviosidade e umidade relativa do ar foram disponibilizados pelo INMET para os anos de estudo. Para a apresentação e avaliação dos resultados de ocorrência de cisticercose bovina, foi utilizada a divisão política administrativa da Bahia, com definições das DIRES (Diretoria Regional de Saúde), que representa uma divisão administrativa do Ministério da Saúde, digitalizada pelo IBGE (2000), na escala de 1.1.500.000. O Banco de Dados georreferenciado foi constituído pelas seguintes variáveis: Ano do abate correspondente ao período de novembro de 2002 a junho de 2005, matadouro frigorífico; casos positivos para cisticercose; animais enviados para abate, casos negativos para cisticercose, DIRES; latitude; longitude; população total; densidade demográfica; numero de alfabetizados; numero de membros por domicílio; água encanada; esgoto; coleta de lixo. Todos os dados foram tabulados em Excel 2000. 3 Base cartográfica digitalizada Foi utilizada uma base cartográfica digitalizada do mapa da divisão política da Bahia e das DIRES, na escala 1:1.500.000, segundo o IBGE (2000) e DATA/SUS (2005) e digitalizadas, representando 30 anos de média de tipo de solo, vegetação, pluviosidade e longevidade de períodos de seca ( NIME, 1984 e BAVIA, 1996), foram utilizados no SIG. 4 Montagem do SIG A sede do município foi georreferenciada e escolhida para a representação da doença nas localidades conforme coordenadas geográficas obtidas no mapa do Estado da Bahia. Sob a base cartográfica digitalizada da divisão política da Bahia foi agrupado o banco de dados georreferenciado, através do software ArcView 3.3. GIS 3D Analyst (Environmental System Research Institute, Inc.) (ESRI, 1990). 54 5 Análise Estatística Utilizou-se o SPSS ® V 13.0 (Statistical Package for the Social Sciences) para as análises estatísticas e Excel 2000 para construção dos gráficos. Foram realizadas distribuições de freqüências simples e relativa. Para as inferências utilizou-se análise de correlação de Pearson e Teste t ao nível de 5% de significância. RESULTADOS Através de levantamento de dados registrado e disponíveis junto ao Ministério da Agricultura ficou evidenciado que no período compreendido entre 1999 a 2005 foi realizado um total de abate correspondente a 1.330.923 bovinos em estabelecimentos de inspeção federal, com 13.956 casos de cisticercose, demonstrando prevalência média de 1,05 %, com mínimo de 0,82 % no ano de 2003 e máximo de 1,23% para o ano de 1999 (TABELA 1, FIGURA 3d). A determinação do número de bovinos enviados para abate, segundo a procedência dos animais, foi possível a partir de novembro de 2002 até junho de 2005, quando os 05 matadouros frigoríficos iniciaram o registro dos dados de abate e agravo por localidade, constatando-se que 245 (58,75 %) dos 417 municípios pertencentes ao estado da Bahia enviaram animais para abate em matadouros com SIF e desse total, 166 apresentaram registro de cisticercose bovina. Os demais municípios não enviaram animais para abate nos matadouros em estudo. O maior efetivo rebanho bovino abatido no período de novembro de 2002 a junho de 2005 ocorreu no matadouro frigorífico de Teixeira de Freitas com 209.894 animais abatidos, seguido de Jequié com 196.074, Itapetinga 162.594 e Simões Filho apresentando 157.730, e Feira de Santana 107.774 animais. A prevalência mínima de casos de cisticercose de 0,10 % ocorreu em localidades como Ichu e Iuiu, e a máxima de 5,88% ocorreu no município de Itiruçu . A distribuição dos casos de cisticercose, agrupadas por mês durante o período, demonstrou variação mensal com picos ocorrendo em março (902 casos), novembro (837 casos) e dezembro (760 casos), porém sem significância estatística (FIGURA 3 b). 55 Com relação a localização do cisticerco no organismo animal 35,23% encontraram-se nos músculos da cabeça, 30,97%, no coração e 19,48% dos casos no fígado. Foram enviados para o setor de graxaria 22.664 órgãos e 35 carcaças altamente infectadas. Destinadas para o tratamento por congelamento, 596 carcaças e 2148 órgãos levemente infectadas, e para conserva 11 carcaças. Ao ser analisado no período de novembro de 2002 a junho de 2005 a freqüência de envios para abate nos matadouros frigoríficos, observou-se que dos 4.688 lotes enviados, independente do quantitativo de animais, registrou-se cisticercose na linha de abate em aproximadamente 1.978 lotes, correspondendo a 42% dos lotes enviados. A Bahia esta dividida administrativamente em 31 DIRES nas quais foram registrados casos de cisticercose bovina em 24 (77%), com variação mínima de 0,15% (DIRES 16) e máxima de 2,43% (DIRES 13), (FIGURA 4). Através da análise de correlação de Pearson, realizada por ano, observou-se que o número de casos de cisticercose nos município notificados independem da temperatura (r= 0,026; p= 0,244) e que existe uma relação positiva entre o número de municípios que apresentaram casos de cisticercose e a umidade e pluviosidade observados nos anos de 2002 (r= 0,102; p < 0,05) e pluviosidade (r= 0,62; p < 0,05), ano de 2003 a umidade (r= 0,33;p< 0,05) e pluviosidade (r= 0,51; p< 0,05), ano de 2004 a umidade (r=0,49;p< 0,01 ) e pluviosidade (r= 0,57;p< 0,01) e no ano de 2005 a umidade apresentou (r=0,145;p<0,01 ) e pluviosidade (r=0,07;p< 0,01). As maiores correlações com a umidade ocorreram onde as médias de índices pluviométrico apresentaram maior elevação, nos anos de 2002, com 91,5 mm, 2004 com 94,5 e 2005 com 143,3mm. Casos de cisticercose em maior número, foram observados em municípios com índice pluviométrico médio de aproximadamente 99,4mm, observando alta dispersão em relação à média com desvio padrão de 79,99 (FIGURA 6a). 43,96% dos agravos ä saúde bovina pela cisticercose estavam distribuídos em municípios incluídos na caracterização climática de úmido-subúmido a seco e, 18,64% em subúmido a seco, (FIGURA 7 b, TABELA 2 ). A temperatura média do período de novembro de 2002 a junho de 2005 foi de 24,44 ºC. 56 Quanto a análise das variáveis sócio demográficas dos municípios participantes do estudo, observou-se pela análise de correlação de Pearson que a densidade demográfica (r=0,128 ; p< 0,05), o percentual de domicílios com água encanada (r= 0,132;p<0,05), esgotamento sanitário (r=0,180;p<0,05), coleta de lixo (r=0,028;p<0,05), renda percapta dos municípios (r=0,196;p<0,05), pessoas alfabetizadas (0,197;p<0,05), apresentam-se positivamente correlacionados com o número de casos de cisticercose bovina registrados para cada município em estudo e, que o número de moradores por domicílio apresenta uma corelação inversa (r= 0,137;p<0,05). As técnicas de geoprocessamento utilizadas possibilitaram a construção do mapa de divisão política e de DIRES da Bahia, digitalizado em formato ”Shap” que permitiu o acoplamento do banco de dados georreferenciado, as inferências e a visualização desses mapas. TABELA 1 – Evolução do número de abates registrados pelo numero de cisticercose no período de janeiro de 1999 a junho de 2005. ANO 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Total Abate 118.182 111.627 155.009 164.860 304.001 322.501 154.733 1.330.923 cisticercose 1.460 1.303 1.861 2.012 2.514 3.160 1.646 13.956 cisticercose /abate (por 1000) 12,35 11,60 12,00 12,20 8,27 9,80 10,64 10,48 Fonte: Tabela elaborada pela autora com dados do Ministério da agricultura – SIPA - Bahia TABELA 2 – Distribuição da cisticercose bovina de acordo com a caracterização climática dos municípios do Estado da Bahia no período de novembro de 2002 a junho de 2005. CLIMA Úmido – subúmido a seco Subúmido a seco Semiárido - subúmido a seco Semi-árido Úmido Úmido – úmido a subúmido Árido – semiárido – subúmido a seco Úmido a subúmido Úmido – semiárido – subúmido a seco Úmido – subúmido – subúmido a seco Total CASOS DE CISTICERCOSE % 3445 1461 1341 668 432 345 52 49 34 20 7847 43,96 18,64 17,11 8,40 5,51 4,40 0,66 0,63 0,43 0,25 100 Fonte: Tabela elaborada pela autora com dados da SEI e Ministério da Agricultura – SIPA/BA 57 Fonte: Elaborado pela autora com dados do Ministério da Agricultura-SIPA/Bahia FIGURA 3 a) Abate mensal por frigorífico na Bahia no período de novembro de 2002 a junho de 2005 b) Cisticercose bovina mensal no Estado da Bahia no período de novembro de 2002 a junho de 2005 c) Distribuição de abate de bovinos por frigorífico, no estado da Bahia, no período de novembro de 2002 a junho de 2005. d) Evolução do número de abates registrado pelo número de Cisticercose no período de Janeiro de 1999 a junho de 2005. 58 FIGURA 4 - Cisticercose bovina distribuída por Diretoria Regional de Saúde, no estado da Bahia, no período de naovembro/2002 a junho/2005 (a) (b) 59 Fonte: MAPA, SEI-BA e DICS/MS FIGURA 5 a) Matadouros-frigoríficos, Abate bovinos, no estado da Bahia no período de novembro/2002 a junho/2005 b) Distribuição da Cisticercose bovina, por município, no estado da Bahia no período de novembro/2002 a junho/2005 60 Cisticercose temperatura Umidade Pluviosidade. Pearson Correlation Sig. (2-tailed) N Pearson Correlation Sig. (2-tailed) N Pluviosidade Sig. (2-tailed) N Pearson Correlation Sig. (2-tailed) N cisticercose 1,000 , 1977 ,026 ,244 1976 ,072 ,001 1976 ,059 ,009 1976 Temperatura ,026 ,244 1976 1,000 , 4685 -,300 ,000 4685 ,186 ,000 4685 Umidade ,072 ,001 1976 -,300 ,000 4685 1,000 , 4685 ,395 ,000 4685 Pluviosidade ,059 ,009 1976 ,186 ,000 4685 ,395 ,000 4685 1,000 , 4685 ** Correlação é significante ao nível 0,01 FIGURA 6 a) Distribuição de casos de Cisticercose bovina no estado da Bahia, no período de novembro/2002 a junho/2005, por índice pluviométrico. b) Matriz de correlação entre os casos de Cisticercose bovina e as variáveis ambientais. 61 Figura 7a) Distribuição dos casos de Cisticercose bovina no estado da Bahia, no período de novembro/2002 a junho/2005 b) Distribuição dos casos de Cisticercose bovina no estado da Bahia, através do clima, no período de novembro/2002 e junho/2005 62 DISCUSSÃO Através do abate de 1.330.923 bovinos, no período compreendido entre 1999 a 2005, em estabelecimentos sob inspeção federal no estada da Bahia, foi registrada a prevalência média de 1,05% de casos de cisticercose bovina, com variação anual de 0,82% a 1,23 % sendo a maior prevalência registrada no ano de 1999. Esses dados são considerados relevantes uma vez que a literatura não contempla a Bahia com relação à prevalência da cisticercose bovina para todo o estado. RODRIGUES (2000), estudou durante dois anos os casos de cisticercose registrados em um matadouro frigorífico do estado, com SIF encontrando prevalência de 0,82% . Os últimos dados sobre essa zoonose, no nosso meio, foram publicados por GOUVÊIA (2002), que durante dois meses efetuou análises de características anatomo-patológicas da cisticercose bovina em animais submetidos ao SIF em um matadouro do estado registrando uma variação 0,93% a 1,03% na prevalência dessa patologia. . A Bahia apresentou média de prevalência maior do que a encontrada para o Mato Grosso (0,42%) FERNANDES (2002), coeficiente próximo ao do Mato Grosso do Sul com 1,0% (SCHENK, 2000) e inferior aos demais relatos encontrados na literatura no mesmo período. Constantes variações de prevalência são registradas em áreas geográficas distintas dentro de uma mesma região e período, conforme o observado em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás (REIS, 1986, REIS & RAGHIANTE, 2000; MOREIRA, 2001 ZAMPINI, 1994 KOWALESKI, 2002; FERNANDES, 2002). Esses relatos dizem respeito a valores cartesianos impedindo a formulação de hipóteses ou inferências. O que pôde ser observado é a grande distorção entre os dados dentro de uma mesma região que, de acordo com MOREIRA (2002), foram avaliadas em razão das características relacionadas aos próprios animais, aos locais de origem dos animais abatidos em cada ano, a pouca tecnologia empregada, as diferentes características dos sistemas de criação de bovinos e a cadeia alimentar (SCHANTZ et al, 1983; DORNY, 2002). Nesse aspecto, outro fator relevante que vem sendo negligenciado e que poderia contribuir para a determinação da causalidade, é a quantidade de animais enviados para abate e a freqüência de envios que nem sempre são informadas na sua individualidade. 63 Com relação à procedência dos animais enviados para abate, nos cinco estabelecimentos sob SIF, ficou evidenciado grande distribuição da cisticercose bovina no estado da Bahia, com positividade em 67,75% dos 245 municípios que enviaram bovinos para matadouros frigoríficos, durante o período de estudo. Pôde-se notar também, a variação nas freqüências de envios de animais para esses estabelecimentos e medir a intensidade mensal da infecção. Os maiores índices coincidiram com os meses de maior freqüência de envio de animais para abate. Os picos foram registrados nos meses janeiro e dezembro, março e maio, concordando com os estudos realizados em Minas Gerais por MOREIRA (2002), que observou maior ocorrência da cisticercose nos períodos de entressafra, atribuindo serem destinados ao abate, animais que apresentavam qualidades sanitárias inferiores. No nosso estudo foi observado aumento relativo do número de casos de cisticercose bovina mesmo face ao reduzido numero de animais abatidos no mês de agosto, que alem de ser na entressafra, sugere alta contaminação na região de procedência. No entanto, fica claro, que as taxas referentes às pesquisas de cisticercose bovina registrada em estabelecimentos com SIF podem estar sub estimados, não indicando a realidade da região de procedência. Segundo (ALMEIDA, 2002), a maior ou menor positividade para cisticercose bovina registrada em diferentes regiões, pode estar aliada ao perfil dos animais enviados para abate, o que pôde ser comprovado através de um estudo comparativo desenvolvido em matadouros frigoríficos com Inspeção Federal e Municipal, mostrando que o percentual de positividade para animais da mesma região sofreu uma variação 2,5 vezes maior entre os animais enviados para abate em estabelecimentos sob inspeção municipal. Esses resultados sugerem desigualdades no manejo desses animais. Levanta-se a hipótese de que os animais que não podem ser submetidos à inspeção Federal, por razões sanitárias, são abatidos de forma clandestina ou passam a ser direcionado para o abate em estabelecimentos municipais. Dos 417 municípios do estado da Bahia, 41,25% não aparecem enviando animais para abate em matadouros frigoríficos com Inspeção Federal, e não estão em nenhum outro relatório existente no Ministério da Agricultura, podendo estar acontecendo nessas localidades, o envio para abate em estabelecimentos com SIM, SIE ou o próprio abate clandestino. O problema passa da linha teórica para o da evidencia através dos estudos realizados em São Paulo (BANKUTI e AZEVEDO, 2001), os quais observaram maior quantitativo de couros disponíveis para comercialização em relação ao numero de animais abatidos. 64 O maior efetivo rebanho bovino abatido, durante o período de estudo, ocorreu no matadouro frigorífico instalado na região agropecuária mais desenvolvida do estado, em relação à bovinocultura de corte (Teixeira de Freitas). Nesse estabelecimento, foi diagnosticado maior número de casos de cisticercose bovina, seguido do matadouro de Jequié, reforçando o fato de que a pressão do diagnóstico contribui para a evidência da cisticercose. Pode-se observar que o posicionamento estratégico do matadouro frigorífico sob SIF facilita o envio de animais para abate e conseqüentemente para a notificação da doença, fato esse já mencionado por FUKUDA (2003), para o estado de São Paulo. Com relação ao destino do material contaminado, os registros do período em estudo, revelaram a condenação de mais de 20 mil órgãos e centenas de carcaças destinadas ao setor de tratamento, representando um montante de perdas econômicas na cadeia produtivas inestimável pela falta de dados oficiais para confirmação. O papel do serviço de Inspeção Federal nos matadouros frigoríficos é de suma importância pela relevância dos serviços que vem prestando à saúde publica. Primeiro, pelo fato de que, na sua ausência, peças contaminadas poderiam ser disponibilizadas para consumo humano e, ainda pelo fato de que o diagnóstico de bovinos cisticercóticos alertam para a contaminação humana por Taenia saginata na região. De acordo com a OPAS (1994), a notificação compulsória é o melhor recurso para a investigação epidemiológica e análise comparativa nas diferentes localidades. Embora o Ministério da Saúde a recomende pela portaria 1100 de 24 de maio de 1996 (BRASIL, 1996), na Bahia percebe-se não existir notificação compulsória do complexo teníase-cisticercose, sendo registrados espontaneamente alguns casos de cisticercose humana, ou através de pesquisa localizada como a do estudo de GOMES (2000). Contudo, o homem é essencial para a deposição e dispersão da cisticercose animal (PAWLOWSKY & SCHULTZ, 1972; ACHA, 2003; FUKUDA, 1998). Assim, onde existe cisticercose bovina deverá existir um alerta para a teníase no homem. A divisão do estado da Bahia por DIRES, utilizada nesse estudo, pode ser entendida como sendo um agente facilitador em relação ao repasse das informações dos casos de cisticercose bovina notificadas pelo Ministério da Agricultura para o Ministério da Saúde e vice versa, objetivando a integralização das ações de controle no combate do complexo 65 teníase/cisticercose (FIGURA 5), fato esse já preconizado por SCHANTZ (1993) e ALBUQUERQUE (1984). Observando os dados de distribuição dos casos de cisticercose bovina, o registro de animais contaminados em 77% das DIRES e os parcos informes sobre cisticercose e teníase humanas, pela Secretaria da Saúde, é fácil perceber a magnitude do problema. A complexidade do assunto teníase-cisticercose, torna-se ainda maior quando acessamos autores que acreditam na possibilidade da Taenia saginata estar envolvida, também, nos casos de cisticercose humana (SANTOS 1996, GUSSO 2000), que discutem aspectos relacionados à etiologia da doença, sugerindo a possibilidade da participação de Taenia saginata asiática no nosso meio (SIMANJUNTAK 1997), pelas similaridades com a T.saginata. No nosso Estado, essa possibilidade não pose ser descartada sem estudos complementares, em virtude das suas próprias raízes escravagistas, podendo ter sido trazida para a Bahia através dos escravos, diretamente da África. Fatores ambientais e climáticos foram analisados, uma vez que estão relacionados, sob o ponto de vista epidemiológico, à resistência dos ovos da Taenia saginata no meio ambiente e a conseqüente contaminação dos bovinos. Pelas analises estatísticas, os maiores números de casos de cisticercose bovina foram procedentes de localidades com índices pluviométricos e de umidade mais elevados. A pluviosidade e umidade relativa do ar mostraram uma relação estatisticamente positiva (p<0,01) em relação ao numero de casos registrados na região, concordando com a literatura (LAWSON, 1983; GEMMEL 1978; ILSOE, 1990). Pela caracterização do clima (FIGURA 7 a; FIGURA 8 b) observou-se que 43,96% dos agravos por cisticercose estavam incluídos em municípios caracterizados por clima úmido a sub úmido a seco, e 18,64% a sub úmido a seco. O Extremo Sul e Sul da Bahia comportam essas características ambientais que são favoráveis à manutenção do parasita e, como pode ser visualizado através da FIGURA 4 todas as DIRES da região costeira, são endêmicas para a cisticercose bovina na Bahia sugerindo endemicidade pela Taenia saginata do homem na região. As temperaturas médias registradas, no período estudado, mostraram pouca variação e nenhuma significância estatística, mantendo-se ao redor de 24,4*C durante o período estudado. 66 A literatura oferece informações sobre a ocorrência da cistiercose ser maior nos países subdesenvolvidos, em decorrência das condições econômicas, sociais, de higiene pessoal e ambiental (SANTOS, 1987; QUEIROZ, 2000) em que vive a população. Autores a exemplo de QUEIROZ (2000) e FERNANDES (2002), reforçam a observação da FUNASA (1996), em que o grave problema de saúde ocasionado pelo complexo teníase/cisticercose acontece particularmente nos países em desenvolvimento, o mesmo sendo por nós observado no delineamento desse estudo. Verificou-se pelo presente trabalho, que os municípios mais populosos e com melhor estrutura de coleta de lixo, esgotamento sanitário e de água encanada, foram os que mais registraram casos de cisticercose proveniente dos bovinos da sua região. Nestes municípios acredita-se também ocorrer uma maior produção de dejetos e que o sistema de vazão dos rios, afluentes e efluentes não estejam sendo levados em consideração com relação ao destino final dos dejetos.Fato muito bem observado por CABARET (2002) quando se refere à expectativa de aumento da produção de dejetos em países desenvolvidos e a despreocupação como destino dos seus receptores. SANTOS (1993) e KYVSGAARD (1991), destacam que as investigações para a detecção da cisticercose bovina são inevitavelmente limitadas por uma série de fatores de ordem econômica, sanitária e prática e que as infecções com metacestódeos da Taenia saginata podem ser débeis e escapar facilmente à inspeção veterinária Baixas prevalências encontradas podem estar relacionadas com a pressão da inspeção e técnicas utilizadas para aumentar a eficiência na detecção de carcaças e órgãos cisticercóticos (FREITAS E PALERMO, 1996), bem como de diferentes padrões de exigências e ainda da capacidade técnico-científica de cada Unidade (LUARCA, 1984). Através da literatura os matadouros frigoríficos são considerados de grande importância para a saúde pública (UNGAR, 1990, 1992; ALMEIDA, 2002). Porém, a inspeção utilizada é um método de baixa sensibilidade e inadequado pela maneira como é realizada (WANZALA et al, 2003). A possibilidade de se detectar bovinos infectados é limitada (KYVSGAARD et al, 1990, WANZALA 2003). O Geoprocessamento proporcionou a viabilização da construção de uma base de dados cartográfica digitalizada para o estado da Bahia, a qual poderá vir a ser utilizada para o estudo de outras doenças ou fenômenos inusitados. Com referencia ao Sistema de Informações Geográficas, essa geotecnologia proporcionou o mapeamento da distribuição geográfica e a 67 analise e visualização do perfil da cisticercose bovina no período de estudo permitindo, assim, inferências com relação a Taenia saginata no espaço geográfico estudado CONCLUSÃO Os dados apresentados neste estudo podem encontrar-se sub representados, podendo ser ainda maiores, para o município ou região considerada. Ficou comprovada a ampla distribuição territorial da cisticercose bovina na Bahia e a falta de notificação de casos da Taenia saginata. Sugere-se, através dos resultados encontrados, que não está sendo realizada notificação compulsória dos casos desta zoonose, evidenciando o não atendimento às deliberações da Portaria 1100 de 24/05/96 MS para o complexo teníase/cisticercose. Nos bovinos, os órgãos mais afetados pelos cisticercos da Taenia saginata foram em ordem decrescente: cabeça, coração e fígado. Os valores relativos aos prejuízos causados na cadeia produtiva não puderam ser estimados por falta de dados oficiais. Os meses em que mais ocorreram abates foram janeiro e março, novembro e dezembro, com sinalização da entressafra nos meses de julho, agosto e setembro. Os meses em que mais apresentaram casos de cisticercose foram março, novembro e dezembro. Apesar do registro de menor numero de abates no mês de agosto,foi observado aumento relativo de casos de cisticercose bovina. Cisticercose bovina aconteceu com maior freqüência nos meses de maior pluviosidade e umidade e nos municípios com caracterização climática variando entre úmido, úmido a subsúmido e subsúmido a seco. 68 O conhecimento da prevalência e da distribuição espacial dos casos de cisticercose bovina é extremamente importante para a elaboração de programas de controle do complexo teníase/cisticercose. A divisão da Bahia por DIRES, utilizada nesse estudo, deixou clara a necessidade de interligação dos agentes de saúde da área humana e animal. O Sistema de Informações Geográficas, proporcionou o mapeamento da distribuição geográfica a analise e visualização do perfil da cisticercose bovina no período de estudo permitindo, assim, inferências com relação a Taenia saginata no espaço geográfico estudado REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Acha, P.N.; Syfres, B. Teníasis y Cisticercosis In: Zoonosis y enfermidades transmisibles comunes al hombre y a los animales. 3 ed. 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Os valores relativos aos prejuízos causados na cadeia produtiva não podem ser estimados por falta de dados oficiais. O registro de abate e ocorrência da doença apresentou-se de forma heterogênea em relação aos meses do ano, no período de estudo. Municípios com características climáticas de o clima úmido, úmido a subsumidos e subsumidos a seco, registraram maiores números de casos . para facilitar o desenvolvimento de ações preventivas integradas da área humana e animal , a Bahia foi estudada de acordo com sua divisão por DIRES. A pressão de Diagnóstico e posicionamento estratégico dos matadouros contribuem para avaliação de um maior número de animais, e possibilidade de aumento do registro dos casos. O conhecimento da prevalência e da distribuição espacial dos casos de cisticercose bovina é extremamente importante para a elaboração de programas de controle do complexo teníase/cisticercose e para o controle da zoonose. O geoprocessamento proporcionou a viabilização da formação de um banco de dados pormovendo um cruzamento de grande quantidade de informações com capacidade de expressar os resultados de forma clara e objetiva, posssibilitando análises práticas e consistentes ajudando no apoio ao direcionamento de futuras ações de saúde. 75 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Acha, P.N.; Syfres, B. Teníasis y Cisticercosis In: Zoonosis y enfermidades transmisibles comunes al hombre y a los animales. 2ª ed. Washington: Organization Panamericana de la Salud, p. 763-774, 1989. Abdussalam, M. El Problema de la teníasis y cisticercosis. Organización Panamericana de la Salud. VII Reunion Interamericana a Nivel Ministerial sobre el Control de La Fiebre Aftosa y otras Zoonosis. Washington D.C. OPS/OMS, 1974. Agapej , S. Aspectos clínico-epidemiológicos da neurocisticercose no Brasil. Análise crítica. Arq. Neuropsiquiat., , v. 61, n. 3-B, p. 822-828, 2003. Albuquerque, E.A. 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Número de abate e cisticercose por DIRES DIRES 9 14 13 8 2 26 7 18 30 12 20 17 6 3 19 29 4 1 25 22 5 24 16 27 10 11 21 28 31 ABATE 254.345 236.664 37.104 57.135 98.241 18.317 20.478 22.666 17.515 18.716 6.462 10.420 6.113 8.120 4.665 1.436 1.809 1.079 4.997 704 138 578 656 247 140 860 63 521 3.877 Cisticercose 3.315 1.829 900 506 417 187 139 116 91 77 49 42 41 34 34 26 15 10 10 3 2 2 1 1 - % cisticercose 1,30 0,77 2,43 0,89 0,42 1,02 0,68 0,51 0,52 0,41 0,76 0,40 0,67 0,42 0,73 1,81 0,83 0,93 0,20 0,43 1,45 0,35 0,15 0,40 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Fonte: MAPA e DICS/MS APÊNDICE 2. Análise descritiva das variáveis ambientais segundo aparecimento da Cisticercose Bahia – Nov/02 a Jun/05. Cisticercose N Média Desvio padrão Temperatura Não 2708 24,4 2,07 Sim 1977 24,4 2,17 Umidade Não 2708 78,1 8,46 Sim 1977 79,1 7,79 Pluviosidade Não 2708 90,8 82,28 Sim 1977 99,4 79,99 Fonte: Ministério da Agricultura/INMET 95 APÊNDICE 3. Romaneios com aparecimento da Cisticercose bovina segundo a umidade da região na Bahia, novembro de 2002 a junho de 2005. 100 90 80 70 684 1882 4049 3636 4169 3624 3621 3632 4350 4165 4164 4121 4051 830 1803 4232 4040 3589 4362 2611 4048 4188 4185 1877 3541 1881 3574 726 1870 1897 1899 4625 4005 3569 677 3490 1872 3540 3884 685 1862 2809 821 1826 4043 4234 842 4186 4327 1821 4189 4183 1884 820 4365 796 4196 2858 2877 4174 4616 3602 3597 4624 4325 3620 4047 4087 3667 4176 3639 4018 4179 4326 687 4346 4366 4091 4022 4197 4222 4023 4627 4219 4193 3619 4086 3601 686 4089 3715 1849 3712 3835 3841 3836 3840 3257 1878 1868 1883 690 4080 3674 3640 826 3676 2704 3983 4236 3670 4045 Umidade (%) 60 50 3581 1898 3588 4604 3618 2649 4613 3878 1896 3570 3880 4484 4244 4361 4 5 3753 4578 4444 4450 4590 829 838 4175 4602 623 3959 1880 3568 3580 4016 4050 3627 1903 3634 839 815 4363 3981 2648 3633 4184 3332 3844 4052 3327 3843 4083 4171 4237 3877 4328 2691 3635 3626 4194 3672 3631 3834 1902 4021 4220 841 827 3625 4093 1901 4198 1873 4235 40 30 N= 2708 1977 Não Sim Cisticercose APÊNDICE 4. Romaneios com aparecimento da Cisticercose bovina segundo a pluviosidade da região na Bahia – novembro de 2002 a junho de 2005. 600 500 2118 2043 2441 3379 808 176 157 191 1995 200 2010 2005 1083 1098 2023 2474 2002 153 203 159 2449 149 154 3336 47 1997 400 1926 1916 4238 4478 3374 1124 1152 1108 3009 2036 1139 1120 1136 1162 1113 2515 1175 3989 2504 3019 2502 1127 1181 3001 1147 17 180 2032 2974 2003 182 144 202 3335 883 1912 3352 3960 844 3882 3879 4002 3988 3473 300 2044 2466 4055 1779 2442 1776 197 2015 188 174 147 185 1079 178 2012 194 151 2021 190 2478 2017 2028 4240 1968 4084 2117 2547 2525 2516 1159 1184 2550 3899 2544 2528 1150 1170 2519 2509 1137 1111 3007 2987 4644 2006 2979 2967 166 Pluviosidade (mm) 200 100 0 -100 N= Cisticercose 2708 1977 Não Sim 96 APÊNDICE 5. Análise descritiva das variáveis sócio demográfica segundo aparecimento da Cisticercose Bahia – novembro de 2002 a junho de 2005. Cisticercose N Média Desvio padrão Densidade Demográfica % Pessoas alfabetizadas Nº moradores por domicilio % Água % esgotamento % Lixo Não 2709 35,46 82,5797 Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim 1978 2709 1978 2707 1978 2709 1978 2688 1971 2709 1978 30,39 67,14 67,04 4,22 4,20 40,78 44,30 23,95 32,47 48,83 54,38 43,6199 6,2019 5,9344 0,3308 0,3585 14,7635 15,4755 22,2948 24,2816 19,1904 18,7621 APENDICE 6. Romaneios com aparecimento da Cisticercose bovina segundo percentual de pessoas alfabetizadas No estado da Bahia, Novembro de 2002 a junho de 2005. 100 2074 90 2259 574 505 573 3864 3608 3555 3656 3780 3401 3591 3484 3657 3865 3358 3400 3554 3697 3536 3833 3781 3607 3357 3696 3764 3485 3502 3821 3386 3679 3740 3501 3503 3450 3642 3668 3850 3680 3851 3739 3820 3819 1916 1997 1768 1763 1767 1765 1764 1021 1580 930 2044 3590 3849 3802 3483 3763 3801 3720 3451 3800 3339 3399 3385 3721 3430 3428 3641 3356 3449 3592 3340 3429 3535 1766 % Pessoas alfabetizadas 80 70 60 4328 4044 50 47 1878 1868 40 N= Cisticercose 2686 1971 Não Sim 97 APÊNDICE 7. Romaneios com aparecimento da Cisticercose bovina segundo percentual de domicílios com água encanada no estado da Bahia, no período de novembro de 2002 a junho de 2005. 5,5 Nº moradores por domicilio 5,0 2463 2566 2549 2742 2711 2689 2518 2665 2710 2822 2565 2841 2646 2347 2675 2564 2801 2797 2625 2788 2439 2480 2609 2398 2408 2454 2718 2592 2857 2771 2425 2531 2633 2353 2462 2369 2759 2365 2626 2765 2869 2507 2694 2821 2348 2578 2717 2397 2782 2577 2731 2781 2737 2772 2517 2808 2508 2820 2828 2676 4319 4320 4315 4321 2632 2591 2681 2383 2494 2406 2475 2382 2807 2726 2868 2492 2664 2666 2867 2700 2351 2758 2624 2519 2509 2440 2610 2688 2396 2530 2827 2346 2891 2576 2855 2407 2550 2896 2889 2796 2908 2764 2452 2682 2839 2608 2701 2453 2875 2438 2352 2736 2876 2727 2906 2856 2741 2846 2907 2645 2476 2644 2890 2895 2493 2364 2548 2461 2536 2840 2749 4313 4318 823 1887 3 1900 1908 1890 1891 1897 1906 1910 1911 1894 1895 1899 1888 1907 3055 2985 3056 2957 3039 3161 3011 3172 3098 3160 3086 3030 3181 2946 3138 3099 3064 3126 3046 3191 3107 3010 2977 2947 3147 2976 2984 2919 2931 2958 516 515 1902 1896 1898 1903 1909 1886 1904 1905 1893 1885 1889 1901 3159 3063 3200 2920 3029 3037 3171 2959 3170 3118 3085 3054 3190 3125 3198 2945 3199 3031 2930 3078 3038 3002 4,5 4,0 3,5 3,0 N= 2686 1971 Não Sim Cisticercose APÊNDICE 8. Romaneios com aparecimento da Cisticercose bovina segundo percentual de domicílios com esgotamento sanitário na região da Bahia, novembro de 2002 a junho de 2005. 100 80 60 % esgotamento 40 20 0 -20 N= Cisticercose 2686 1971 Não Sim 98 APÊNDICE 9. Romaneios com aparecimento da Cisticercose bovina segundo percentual de domicílios com lixo coletado no estado da Bahia, por município, no período de novembro de 2002 a junho de 2005. 100 80 60 % Lixo coletado 40 20 0 -20 N= 2686 1971 Não Sim Cisticercose APÊNDICE10. Distribuição de abate e casos de cisticercose por município do Estado da Bahia no período de novembro de 2002 a junho de 2005. Municípios Itiruçu Jitauna Itagi Candiba Igaporã Apuarema Irajuba Tremedal Retirolandia Ipiau Lafaiete Coutinho Castro alves Teofilandia Jequie Oliveira dos Brejinhos Nova Canaã Planalto Nova Itarana Santo amaro Mirante Capela do Alto alegre Aurelino Leal São Miguel das Matas Abate 102 3107 2922 20 20 1139 42 21 22 266 551 61 62 8507 42 8588 85 298 128 175 88 712 815 Cisticercose % de cisticercose 6 5,88 171 5,50 155 5,30 1 5,00 1 5,00 56 4,92 2 4,76 1 4,76 1 4,55 12 4,51 21 3,81 2 3,28 2 3,23 228 2,68 1 2,38 203 2,36 2 2,35 7 2,35 3 2,34 4 2,29 2 2,27 16 2,25 17 2,09 99 Municípios Mascote Boa Nova Aiquara Pirai do Norte Jaguaquara Correntina Teixeira de Freitas Santa luz Iguai São Francisco do Conde Simões Filho Itanhem Mata de São João Guaratinga Firmino Alves Planaltino Ubaira Floresta Azul Ibicui Eunapolis Sitio do Mato Poções Contendas do Sincora Ibirapuã Gongogi Castro Alves Dario Meira Vereda Manoel Vitorino Ilheus Itagiba Jucuruçu Cocos São Felix do Coribe Santana Caatiba Medeiros Neto Palmas do Monte Alto Itamaraju Santa Cruz da Cabralia São Sebastião do Passe Varzea da Roça Serra Dourada Caravelas Iramaia Itororo Aracatu Ibirapitanga Alcobaça Itapitanga Abate 530 388 1867 100 152 160 78212 1016 1486 364 62 27246 130 6677 1835 66 135 953 15397 1856 3447 140 357 7939 1577 216 2417 11916 3482 387 7079 4357 240 80 4270 3594 25153 1179 33245 6531 679 199 2995 15122 636 6541 543 450 6717 1279 Cisticercose % de cisticercose 11 2,08 8 2,06 38 2,04 2 2,00 3 1,97 3 1,88 1388 1,77 18 1,77 25 1,68 6 1,65 1 1,61 437 1,60 2 1,54 102 1,53 28 1,53 1 1,52 2 1,48 14 1,47 226 1,47 27 1,45 50 1,45 2 1,43 5 1,40 111 1,40 22 1,40 3 1,39 33 1,37 162 1,36 46 1,32 5 1,29 91 1,29 56 1,29 3 1,25 1 1,25 52 1,22 43 1,20 281 1,12 13 1,10 357 1,07 70 1,07 7 1,03 2 1,01 29 0,97 144 0,95 6 0,94 61 0,93 5 0,92 4 0,89 58 0,86 11 0,86 100 Municípios Ribeirão do Largo Bom Jesus da Lapa Lajedão Brumado Barra da Estiva Porto Seguro Vitoria da Conquista Andarai Anage Teodoro Sampaio Barra do Choça Antonio Cardoso Rafael Jambeiro Mucuri Feira da Mata Itabela Itapebi Nova Viçosa Itapetinga Itagimirim Santa Terezinha Itape Brejolândia Itambe Tanhaçu Santanopolis Belmonte Prado Almadina Guanambi Sebastião Laranjeira Feira de Santana Malhada Tapiramuta Capim Grosso Pintadas Macarani Riacho de Santana Itarantim Iaçu Carinhanha Santo Estevão Macajuba Encruzilhada Marcionilio Souza Pedrão Pau Brasil Itaberaba Lajedinho Mundo Novo Abate 9306 2770 12481 126 883 4938 3822 1275 641 1421 130 9699 2642 6149 805 6046 18748 4100 56327 10051 1444 1167 2939 38051 2375 455 2288 21708 306 5230 2006 9567 3463 320 162 812 24354 164 28163 2870 524 5637 3017 1429 9755 3635 919 743 559 1136 Cisticercose % de cisticercose 79 0,85 23 0,83 103 0,83 1 0,79 7 0,79 39 0,79 30 0,78 10 0,78 5 0,78 11 0,77 1 0,77 74 0,76 20 0,76 46 0,75 6 0,75 45 0,74 138 0,74 30 0,73 394 0,70 70 0,70 10 0,69 8 0,69 20 0,68 257 0,68 16 0,67 3 0,66 15 0,66 142 0,65 2 0,65 34 0,65 13 0,65 61 0,64 22 0,64 2 0,63 1 0,62 5 0,62 149 0,61 1 0,61 167 0,59 17 0,59 3 0,57 32 0,57 17 0,56 8 0,56 54 0,55 20 0,55 5 0,54 4 0,54 3 0,54 6 0,53 101 Municípios Araci Biritinga Itaete Canavieiras Coração de Maria Jussari Itaju da Colonia Potiragua Maracas Nova Redenção Ipira Alagoinhas Maiquinique Ibicarai Entre Rios Ibitiara Conceição do Coite Tanquinho Boa Vista do Tupim Nova Fatima Euclides da Cunha São Gonçalo dos Campos Serra Preta Candeal Muquem do São Francisco Ipecaeta Serrinha Ruy Barbosa Queimadas Gavião Anguera Santa Cruz da Vitoria Baixa Grande Terra Nova Crisopolis Mairi São Desiderio Pe de Serra Wanderley Santa Barbara Monte Santo Riachão do Jacuipe Santa Luz Iuiu Palmas de Monte Alto Ichu Conceição de Feira Rio Real Ribeira do Pombal Conde Abate 191 4474 2233 5083 4498 1855 9167 37559 4134 888 12880 223 5463 230 728 247 1044 785 1091 1410 848 6954 6090 3293 600 1261 688 3097 6984 1060 6017 1088 4442 7874 379 1264 4062 453 458 3453 593 9089 1921 980 4094 2076 3755 932 651 567 Cisticercose % de cisticercose 1 0,52 23 0,51 11 0,49 25 0,49 22 0,49 9 0,49 44 0,48 173 0,46 19 0,46 4 0,45 58 0,45 1 0,45 24 0,44 1 0,43 3 0,41 1 0,40 4 0,38 3 0,38 4 0,37 5 0,35 3 0,35 24 0,35 21 0,34 11 0,33 2 0,33 4 0,32 2 0,29 9 0,29 20 0,29 3 0,28 17 0,28 3 0,28 12 0,27 21 0,27 1 0,26 3 0,24 9 0,22 1 0,22 1 0,22 6 0,17 1 0,17 11 0,12 2 0,10 1 0,10 4 0,10 2 0,10 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 102 Municípios Gongoji Coribe Capela do Alto Alegre Barra da estiva Barreiras Cacule Aramari Andorinha Valente Santo Amaro Saude Luis Eduardo Magalhães Cansanção Pojuca Conceição do Jacuipe Itiuba Esplanada Agua Fria Olindina Quijingue Canudos Apora Caraibas Serra do Ramalho Pedro Alexandre Catu São Felipe Santa Luzia Irara Dom Macedo Costa Itabuna Ibiquera Milagres Belo Campo Santa Maria da Vitoria Amelia Rodrigues Bonito Cotegipe São Jose do Jacuipe Lamarão Quixabeira Candeias Miguel Calmon Ibitita Laje Ibotirama Itapicuru Angical Pindobaçu Camacan Abate 563 426 408 337 329 328 279 255 245 237 237 210 200 179 151 147 132 126 126 119 118 114 112 106 105 101 100 92 90 88 85 84 83 82 79 78 71 66 66 65 65 64 64 63 63 62 62 61 58 45 Cisticercose % de cisticercose 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 103 Abate 44 44 42 42 40 40 40 39 22 22 22 22 22 21 21 21 21 21 21 20 20 19 16 15 14 13 10 9 1 844.066 Municípios Caetite Malhada de Pedras Brejões Piritiba Filadelfia Itaquara Jacobina Ubatã Buerarema Cachoeira Ibirataia Jacaraci Serrolandia Acajutiba Coaraci Inhambupe Itacare Ponto Novo Ricacho das Neves Coronel João Sá Paripiranga Urandi Valença Jeremoabo Salvador Wenceslau Guimarães Lajedo do Tabocal Itamari Fátima Total Cisticercose % de cisticercose 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 7.847 Fonte: Tabela elaborada pela autora com dados do Ministério da Agricultura – SIPA/BA APÊNDICE 11. Localização dos cisticercos observado em bovinos abatidos em matadouros frigoríficos com Inspeção Federal no estado da Bahia no período de 1999 a 2004. PEÇA / ANO CARCAÇA CABEÇA LINGUA CORAÇÃO ESTÔMAGO FÍGADO RINS PULMÃO BAÇO INTESTINO RABO CEREBRO 1999 0 1435 169 1161 14 791 0 0 0 0 0 0 2000 8 1590 124 1004 0 826 4 0 0 0 0 0 2001 586 2709 866 2531 3 1255 6 3 3 3 560 0 2002 1 568 158 774 0 433 0 0 0 0 0 2 2003 5 1044 285 831 0 775 0 0 0 0 0 0 % 2004 TOTAL 42 642 1615 8961 658 2260 1575 7876 21 38 874 4954 47 57 18 21 0 3 53 56 0 560 0 2 2,5 35,23 8,88 30,97 0,14 19,48 0,22 0,08 0,012 0,22 2,20 0,07 TOTAL 3570 3556 8525 1936 2940 4903 100% Fonte: Tabela elaborada pela autora com dados do Ministério da Agricultura - Ba 25430 104 APÊNDICE 12. Destino dos órgãos e carcaças que apresentaram cisticercos em 05 matadouros frigoríficos com Inspeção Federal no Estado da Bahia no período de 1999 a 2004. Envio para o Setor de Graxaria Peças CARCAÇA CABEÇA LINGUA CORAÇÃO ESTÔMAGO FÍGADO RINS PULMÃO BAÇO INTESTINO RABO CEREBRO TOTAL 1999 0 1435 169 1161 14 791 0 0 0 0 0 0 3570 2000 0 1590 124 1004 0 826 4 0 0 0 0 0 3548 Peças CARCAÇA CABEÇA LINGUA CORAÇÃO ESTÔMAGO FÍGADO RINS PULMÃO BAÇO INTESTINO RABO CEREBRO TOTAL 1999 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2000 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 ANO CARCAÇA 1999 2000 1 2001 0 2709 285 2124 3 687 1 3 1 1 3 0 5817 2002 0 568 158 774 0 433 0 0 0 0 0 2 1935 2003 1 1044 285 831 0 775 0 0 0 0 0 0 2936 2004 34 1614 657 1574 21 874 47 18 0 19 0 0 4858 Envio para Tratamento 2001 2002 581 1 0 0 581 0 407 0 0 0 568 0 0 0 0 0 0 0 0 0 557 0 0 0 2113 0 2003 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2004 7 1 1 1 0 0 0 0 0 34 0 0 37 2003 4 2004 1 Envio para Conserva 2001 5 Fonte: Tabela elaborada pela autora com dados do Ministério da Agricultura - Ba 2002 105 APÊNDICE 13. Matriz de correlação entre os casos de cisticercose bovina e as variáveis ambientais. Cisticercose temperatura Umidade Pluviosidade. Pearson Correlation Sig. (2-tailed) N Pearson Correlation Sig. (2-tailed) N Pluviosidade Sig. (2-tailed) N Pearson Correlation Sig. (2-tailed) N cisticercose 1,000 , 1977 ,026 ,244 1976 ,072 ,001 1976 ,059 ,009 1976 Temperatura ,026 ,244 1976 1,000 , 4685 -,300 ,000 4685 ,186 ,000 4685 Umidade ,072 ,001 1976 -,300 ,000 4685 1,000 , 4685 ,395 ,000 4685 Pluviosidade ,059 ,009 1976 ,186 ,000 4685 ,395 ,000 4685 1,000 , 4685 ** Correlação é significante ao nível 0.01 (2-tailed). APÊNDICE 14. Matriz de correlação entre os casos de cisticercose bovina e as variáveis sócio demográficas. cisticercose Densidade Demográfica % Pessoas alfabetizada s Nº % Densidade % Pessoas moradores % Água esgotament cisticercose Demográfic alfabetizada encanada por o s a domicilio Pearson 1,000 0,128 0,197 -0,137 0,132 0,180 Sig. (20,000 0,000 0,000 0,000 0,000 tailed) N 1977 1977 1977 1977 1977 1970 Pearson ,128 1,000 0,397 -0,089 0,246 0,081 Correlation Sig. (2,000 0,000 0,000 0,000 0,000 tailed) N 1977 4687 4687 4685 4687 4659 Pearson Correlation ,197 0,397 1,000 -0,330 0,547 0,227 Sig. (2tailed) N Nº Pearson moradores Correlation por domicilio Sig. (2tailed) N % Água Pearson Correlation Sig. (2tailed) N % Pearson esgotamento Correlation Sig. (2tailed) N ,000 0,000 1977 4687 -,137 % Lixo 0,238 0,000 1977 0,226 0,000 4687 0,589 0,000 0,000 0,000 0,000 4687 4685 4687 4659 4687 -0,089 -0,330 1,000 -0,184 -0,139 -0,378 ,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 1977 4685 4685 4685 4685 4657 4685 ,132 0,246 0,547 -0,184 1,000 0,739 0,739 ,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 1977 4687 4687 4685 4687 4659 4687 ,180 0,081 0,227 -0,139 0,739 1,000 0,607 ,000 0,000 0,000 0,000 0,000 1970 4659 4659 4657 4659 0,000 4659 4659 106 % Lixo Pearson Correlation Sig. (2tailed) N ,238 0,226 0,589 -0,378 0,739 ,607 1,000 ,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,000 , 1977 4687 4687 4685 4687 4659 4687 ** Correlação é significante ao nível 0.01 (2-tailed). APÊNDICE 15. Análise descritiva das variáveis ambientais segundo aparecimento da Cisticercose Bahia – Nov/02 a Jun/05. Desvio Cisticercose N Média padrão Temperatura Não 2708 24,4 2,07 Sim 1977 24,4 2,17 Umidade Não 2708 78,1 8,46 Sim 1977 79,1 7,79 Pluviosidade Não 2708 90,8 82,28 Sim 1977 99,4 79,99 Fonte: Ministério da Agricultura/INMET APÊNDICE 16 – Envios de lotes, independente do quantitativo de animais, que apresentaram cisticercose. Cisticercose Envios Não Sim Total % 2.710 1.978 4.688 57,8 42,2 100 Fonte: Tabela elaborada pela autora com dados do Ministério da Agricultura-SIPA/BA APÊNDICE 17 – Matriz de correlação dos casos de cisticercose com a umidade, pluviosidade e temperatura por ano, no período de novembro de 2002 a junho de 2005. Correlações ANO 2002 cisticercose temperatura UMIDADE pluvios. Pearson Correlation Sig. (2-tailed) N Pearson Correlation Sig. (2-tailed) N Pearson Correlation Sig. (2-tailed) N Pearson Correlation Sig. (2-tailed) N cisticercose 1,000 , 116 ,088 ,350 116 ,102 ,274 116 ,062 ,511 116 * Correlação é significante ao nível 0.05 (2-tailed). ** Correlação é significante ao nível 0.01 (2-tailed). temperatura UMIDADE ,088 ,102 ,350 ,274 116 116 1,000 -,159 , ,011 257 257 -,159 1,000 ,011 , 257 257 ,153 ,466 ,014 ,000 257 257 pluvios. ,062 ,511 116 ,153 ,014 257 ,466 ,000 257 1,000 , 257 107 Correlações ANO 2003 cisticercose temperatura UMIDADE Pearson Correlation 1,000 ,065 ,033 Sig. (2-tailed) , ,080 ,378 N 722 722 722 temperatura Pearson Correlation ,065 1,000 -,368 Sig. (2-tailed) ,080 , ,000 N 722 1658 1658 UMIDADE Pearson Correlation ,033 -,368 1,000 Sig. (2-tailed) ,378 ,000 , N 722 1658 1658 pluvios. Pearson Correlation ,051 ,056 ,512 Sig. (2-tailed) ,169 ,022 ,000 N 722 1658 1658 ** Correlação é significante ao nível 0.01 (2-tailed). * Correlação é significante ao nível 0.05 (2-tailed). cisticercose pluvios. ,051 ,169 722 ,056 ,022 1658 ,512 ,000 1658 1,000 , 1658 Correlações ANO 2004 cisticercose temperatura UMIDADE Pearson Correlation 1,000 -,041 ,049 Sig. (2-tailed) , ,248 ,173 N 785 784 784 temperatura Pearson Correlation -,041 1,000 -,254 Sig. (2-tailed) ,248 , ,000 N 784 1916 1916 UMIDADE Pearson Correlation ,049 -,254 1,000 Sig. (2-tailed) ,173 ,000 , N 784 1916 1916 pluvios. Pearson Correlation ,057 ,279 ,346 Sig. (2-tailed) ,112 ,000 ,000 N 784 1916 1916 ** Correlação é significante ao nível 0.01 (2-tailed). cisticercose pluvios. ,057 ,112 784 ,279 ,000 1916 ,346 ,000 1916 1,000 , 1916 Correlações ANO 2005 cisticercose temperatura UMIDADE Pearson Correlation 1,000 ,077 ,145 Sig. (2-tailed) , ,150 ,006 N 354 354 354 temperatura Pearson Correlation ,077 1,000 -,353 Sig. (2-tailed) ,150 , ,000 N 354 854 854 UMIDADE Pearson Correlation ,145 -,353 1,000 Sig. (2-tailed) ,006 ,000 , N 354 854 854 pluvios. Pearson Correlation ,007 ,108 ,332 Sig. (2-tailed) ,902 ,001 ,000 N 354 854 854 ** Correlação é significante ao nível 0.01 (2-tailed). cisticercose pluvios. ,007 ,902 354 ,108 ,001 854 ,332 ,000 854 1,000 , 854 APÊNDICE 18 – Pluviosidade média anual - Nov de 2002 a junho de 2005 Ano 2002 2003 2004 2005 Pluviosidade média 91,5 69,5 94,5 143,3 108