Grupo de Amigos do Museu do Oriente Boletim Informativo nº 12 – MARÇO 2013 EDITORIAL A um mês da nossa Assembleia Geral queremos anunciar duas notícias relevantes: a primeira é que a nossa associação já foi reconhecida como sendo de interesse cultural, o que permite aos nossos amigos fazer mecenato e patrocinar iniciativas mais amplas, seja no apoio ao serviço educativo, seja na aquisição de peças ou apoios a exposições. No âmbito deste movimento, vamos relançar o concurso para as escolas carenciadas conceberem um projecto sobre um de quatro países asiáticos: China, Japão, Indonésia e Tailândia. A segunda notícia, foi a nossa primeira viagem ao Oriente - à Índia---Rajastao, Goa, Bombaim, Aurengabad - que foi um sucesso! O grupo de 32 pessoas quase todas hoje novos associados, foi interessado, pontual, super simpático e sempre muito bem disposto. Muito obrigado, e venham colaborar connosco, pois deram-nos coragem para organizar a segunda viagem à Índia do sul e a Sirilanka [ o velho Ceilão], sendo opcional a viagem às Maldivas. Desta vez, serão menos templos, mas com muitas paisagens magníficas, extensas plantações, vida selvagem e lindas praias. A viagem está prevista para meados de Janeiro de 2014. Agradecia que reservassem o dia 15 de Março às 18h para virem à nossa Assembleia Geral, na sala Beijing no Museu do Oriente, onde terão o programa completo das actividades para 2013, noticias do site, etc. Todas as sugestões para dinamizar o nosso grupo serão bem vindas. Contamos com a colaboração de todos. Não se esqueçam que um amigo pode sempre trazer novos amigos e podem ficar para jantar. Pedimos apenas um e-mail a avisar para a reserva no restaurante. Esperando vê-los em grande número no dia 15 de Março na nossa Assembleia Geral. Maria Otília Medina. Presidente da Direcção 1 –ENTIDADE DE INTERESSE CULTURAL Por Declaração do Secretário de Estado da Cultura, emitida em 4 de Dezembro de 2012, o GAMO obteve o reconhecimento de interesse cultural para efeitos de Mecenato. 1 – ASSEMBLEIA GERAL DO GAMO A reunião ordinária da Assembleia Geral do Grupo de Amigos do Museu do Oriente realiza-se no dia 15 de Março, às 18:00 horas, na sala Beijing do Museu do Oriente, com a seguinte ordem de trabalhos: 1) Apresentação, discussão e aprovação do relatório e contas do ano 2012. 2) Apresentação do plano de actividades para 2013. 3) Discussão e aprovação do orçamento para 2013. 4) Novos membros dos órgãos sociais 5) Outros assuntos de interesse. Grupo de Amigos do Museu do Oriente Museu do Oriente Avenida de Brasília, Doca de Alcântara (Norte). 1350-352 Lisboa Email:[email protected] Site:www.amigos-museu-oriente.pt 3 – PRÓXIMAS ACTIVIDADES DO GAMO Em 15 de Março terá lugar a Assembleia Geral do GAMO. Pintor Charles Chauderlot no Museu do Oriente, seguida de almoço no Restaurante. Em fins de Março está prevista uma visita guiada à Igreja de Santa Catarina/Biblioteca do Convento dos Paulistas. Finais de Junho visitaremos o Convento dos Cardais, seguido de lanche no Refeitório do Convento. Em 21 de Abril visitaremos as Quintas da zona de Setúbal. Em Maio está previsto realizar-se no fim de semana de 17,18 e 19 visita aos Solares e Palácios do Dão, incluindo Viseu e seu património. A 6 Junho teremos uma visita guiada pelo autor à Exposição Macau, Memórias a tinta-da-china do Em Julho haverá uma saída a Coimbra para visita ao remodelado e ampliado Museu Machado de Castro. Em Setembro haverá uma visita guiada ao Teatro de São Carlos e Palácio do Conde de Farrôbo. Em Outubro será organizada uma visita Casa-Museu Anastácio Gonçalves. Em 16 de Novembro terá lugar o nosso habitual jantar de convívio. As datas definitivas serão oportunamente comunicadas. Para mais informações contactar: [email protected] Maria do Rosário Alvellos 968044255 Ana Duarte 918416033 4 – RESUMO DAS ÚLTIMAS ACTIVIDADES DO GAMO 22,23 e 24 de Setembro – Guimarães. Capital da Cultura No dia 22 de Setembro, às sete e meia da manhã, já íamos, estrada-fora, ensonados, mas determinados, a caminho de Guimarães, Capital da Cultura 2012, numa viagem que prometia. A primeira paragem foi no Mosteiro Beneditino de Tibães, recentemente recuperado, onde decorreu o almoço, e que visitámos (igreja lindíssima). Seguimos para a capela visigótica de S. Frutuoso de Montelis, erigida cerca do ano 600 pelo bispo bracarense São Frutuoso para abrigar a sua sepultura, ao lado de um mosteiro dedicado a São Salvador. No dia seguinte, disfrutámos de um intenso programa cultural em Guimarães visitando o Paço dos Duques de Bragança, a Capela de São Miguel, o Castelo, tudo debaixo de muita chuva, mas sempre sem desanimar. O Centro Histórico da cidade, com as suas belíssimas ruas estreitas e cheias de memórias do passado também percorrido: Convento de Santa Clara, Praça de Santiago, Passos do Conselho, Igreja da Oliveira. As artes também não foram esquecidas com visitas ao Museu Alberto Sampaio e à Plataforma das Artes, local onde se encontra, em exposição permanente, a colecção particular de José de Guimarães. A viagem teve também uma componente musical – o concerto da Orquestra de Macau no Centro Cultural do Palácio Villa-Flor. No último dia as visitas incidiram sobre duas casas senhoriais: o Paço de São Cipriano (século XV), solar que albergava os peregrinos a caminho de Santiago de Compostela, e a Casa de Sezim, da Família Pinto de Mesquita, com as suas salas revestidas a papel pintado com cenas históricas da primeira metade do século XIX e uma bela varanda, com vista para um jardim paradisíaco, onde degustámos vinho produzido pela Casa. Não pensemos, porém, que a viagem não se ocupou de gastronomia. Pelo contrário, além de termos provado a comida Vimaranense em restaurantes locais, o passeio incluiu um sumptuoso almoço na Pousada Santa Marinha, tendo terminado com uma visita ao convento. Regressámos, então, a Lisboa, exaustos, mas muito animados. Falta, no entanto, referir a boa companhia e a boa disposição que reinou entre o grupo, para o que muito contribuiu o notável trabalho das nossas organizadoras. Teresa Pinto Coelho. seiscentista, mostrando padrões, azulejos e painéis figurativos de temática religiosa e profana. 18 Outubro às 11h – Visita à exposição Um Gosto Português. O uso do azulejo no século XVII do Museu Nacional do Azulejo. Fomos recebidos pela Directora do MNA, Dra. Mª Antónia Pinto de Matos e a visita foi guiada pelo comissário da mesma Dr. João Pedro Monteiro e pela Dra. Alexandra Curvelo na parte de azulejaria religiosa. Esta visita levou-nos numa viagem pela história da azulejaria - o Azulejo começou a ser produzido em Lisboa cerca de 1560, e foi no século XVII que se viria a afirmar como uma arte identitária da cultura portuguesa. Com os módulos de repetição, constituindo padrões – cuja grande diversidade e criatividade se encontram plenamente representadas na presente exposição –, o Azulejo português começou a ser pensado como elemento estruturante de arquitecturas, em revestimentos interiores, por vezes monumentais. Na mesma época, a Igreja e a Nobreza encomendaram, para o revestimento dos seus espaços – igrejas, conventos, quintas e palácios – azulejos figurativos que reflectem o gosto, mas também a necessidade de afirmação política e social de cada um destes grupos. A exposição apresenta-se em cinco núcleos que dão conta da riquíssima variedade da produção . 6 de Dezembro às 18h – Conferência Porcelana chinesa armoriada do séc. XVIII., pela Dra. Mª. Antónia Pinto de Matos. 6 de Novembro às 11h – visita à exposição O Chá. Do Oriente para o Ocidente do Museu do Oriente. Depois do sucesso da visita realizada em Junho e a pedido de alguns Associados repetimos esta visita que foi guiada pela Dra. Raquel Martins. Foi muito participada, bem como o almoço informal que se seguiu no restaurante do Museu. 22 Novembro – Jantar Anual do GAMO. O convívio deste ano começou com uma visita guiada pela Dra. Manuela Oliveira Martins à exposição O Chá. Do Oriente para o Ocidente e durante a qual foram servidos os aperitivos. Seguiu-se o jantar cujo tema foi a Índia, destino da primeira grande viagem organizada pelo GAMO. Entre os numerosos convivas (esgotamos a lotação do salão Macau) contamos com a presença do Embaixador da India Senhor Brij Bhushan Tyagi que proferiu umas palavras introdutórias no início do jantar. Além da habitual tômbola, este ano com prémios muito aliciantes, houve a surpresa de música e dança indianas o que foi muito apreciada e aplaudida. Actual Directora do Museu Nacional do Azulejo em Lisboa, Maria Antónia Pinto de Matos é uma das especialistas de porcelana chinesa de exportação dos séculos XVI a XIX mais respeitadas a nível mundial, interessada particularmente nas primeiras peças de encomenda, destinadas ao mercado português. Estudou amplamente a cerâmica chinesa de exportação para os mercados europeus, a sua importância nas colecções privadas e é autora de várias obras sobre o assunto 27 de Dezembro de 2012 a 10 de Janeiro de 2012 Visita Cultural à Índia – Rajastão e Goa. Digam 33! Sim, digam 33 e talvez tenham a sorte de fazer uma viagem fantástica com 32 bons companheiros, fáceis, obedientes, simpáticos e uma "chefe" única e prática a resolver os problemas quotidianos que inevitavelmente surgiram. Refiro-me à viagem que o GAMO organizou em Dezembro de 2012. Partimos um grupo de velhos e novos amigos, 34 ao todo. Óptima ideia essa de partirmos depois do dia 25. Assim passámos familiarmente o Santo Natal e depois a passagem do ano num pais fascinante - a Índia onde durante 15 dias admiraríamos parte do património da UNESCO. É delicado falar-se da Índia pois é um país que ou fascina e se adora ou incomoda e se repudia De facto, para mim foi difícil enfrentar o insustentável olhar dos miúdos que suplicavam a compra de um ou outro artigo de artesanato ao preço de uma gota de chuva! Comprámos, comprámos.... Índia, onde a mão de Deus fez uma natureza variada e bonita, onde o homem acrescentou magníficas construções e onde as manchas coloridas de saris no meio dos campos também acrescentam beleza ao registo dos nossos olhos. Os meios de transporte foram variando conforme as necessidades. Avião de Lisboa até Nova Delhi, via Dubai e internamente avião, comboio, elefante, autocarro e claro, algumas pequenas caminhadas! A nossa visita começou por Nova Delhi, a nova capital do Reino, que por vontade do Imperador Shah Jahan, "destronou" Agra. A descoberta do programa iniciou-se da melhor maneira e teve logo um impacto extraordinário para mim com a visita ao Forte Vermelho, construção imponente que, como o nome indica, é construído em pedra vermelha. Imponente pela sua dimensão (tinha tido no seu interior vários palácios onde eram recebidas as Embaixadas estrangeiras pelos imperadores mongóis), pelas lindas colunatas encimadas de arcos trabalhados, pelos pátios e pela sua enorme beleza. Aí, dizem ter estado encarcerado Shah Jahan que da sua varanda de mármore via o Taj Mahal. Visitamos exaustivamente Nova Delhi e Old Delhi vendo o máximo possível em apenas um dia, visitando as ruínas de Quwat-ul-Eslam, o Qutub Minar, a sua Mesquita, o Iron Pillar que apesar da sua perverta idade (data do sec. IV) não tem ferrugem, passando pela rua mais comercial da cidade, deliciámo-nos com um óptimo almoço num sitio pacifico e paradisíaco. Inacreditavelmente a nossa "chefe" conseguiu cumprir o programa todo! Foi tão intenso e tão extraordinário, como aliás toda a viagem, que não posso continuar a descrever o dia a dia mas sim o que realmente mais me impressionou! De avião chegamos a famosa cidade Khajuraho com os seus templos esculpidos em pedra calcaria no meio dum bonito parque com árvores, relva, buganvílias, um ambiente calmo, longe da multidão do dia a dia. O mais impressionante é o templo de Kandariya Mahadeo uma espiral de figuras eróticas de deuses, animais, ninfas, motivos vegetais, uma profusão de arte e imaginação como que um livro de desenhos animados em pedra. Julgo que aqui numa das base dum templo vi um "episódio" que relata um grupo de portugueses combatendo os invasores persas com elefantes... Por terra fomos de autocarro até Orchha, com um motorista magico ou malabarista que nos conseguiu transportar incólumes pelas ruas das aldeias ou pela auto-estrada, no meio dos mais imprudentes condutores que eu jamais vi (num pequeno parêntese recomendo vivamente que os cardíacos não se sentem na primeira fila do autocarro!). Em Orchha deparámo-nos com um palácio lindo com um enorme pátio e uma fonte no meio (hoje em dia sem agua) à volta do qual corriam quartos, divisões com varandas e terraços, pináculos e torres com dezenas de “quiosques” no cimo. Ficamos rendidos ao maravilhoso trabalho de renda de mármore que decoram, com motivos diferentes, janelas e varandas. Os corredores têm frescos inclusive nos tectos. TUDO é verdadeiramente estonteante! Lindo! Embarcamos, em Jhansi, a caminho de Agra, num comboio "assim-assim, trem-trem, tuu-tuu" mas nunca, graças a Deus, tão mau nem tão apinhado ou congestionado como o que vimos na plataforma ao lado. Enquanto esperávamos pacientemente o nosso comboio, uma vaca pastava pacificamente e indiferente aos viajantes, no meio dos carris. No dia seguinte era a tão esperada visita à obra prima, a jóia arquitectónica da Índia, o Taj Mahal mandado construir pelo Imperador Shah Jahan como símbolo do amor e da incomensurável paixão que nutria pela sua mulher. Esperava-nos um nevoeiro cerrado que egoisticamente não nos deixou, nem aos muitos turistas que por lá circulavam, vislumbrar a beleza daqueles jardins sem fim, com agua a correr no lago central e no canal, e ao fundo "um poema de amor escrito em pedra", o Taj Mahal em mármore branco. Tudo o que se possa dizer é pouco para se descrever tal bom gosto, tal amor, tal paixão! A moldura da porta de entrada da fachada principal é decorada com inscrições de versículos do Corão. As paredes do monumento estão cobertas de baixos relevos com flores e plantas, mosaicos com motivos geométricos ou florais feitos com pedras preciosas e semi-preciosas, nichos com nichos e corredores de mármore trabalhado. No interior, no meio um recinto fechado por uma cerca de renda de mármore onde repousam a Imperatriz e o Shah. Rajastan, casamento /união do poder, riqueza, bom gosto, paixão pelo belo. Jaipur, "La vie en rose", onde tivemos a nossa escalada, colina acima, a dorso de elefante, até ao esplendor que é o Forte Amber com o Jag Mandir com mosaicos de pedaços de espelhos multicolores e dezenas de nichos vazios que fazem a beleza das suas paredes. O Palácio Maharaja com os enormes potes cobertos, de prata, onde o Marajá transportou água na sua visita oficial a Londres. Aqui a frase seria "le rose et le blanc ne s'epousent-ils pas?" O monumento é todo em pedra rosa e decorada com motivos brancos ! Seguimos inebriados de tanta maravilha para Udaipur que visitamos com curiosidade mas sem nunca estarmos preparados para o que viria no dia seguinte! 3 h de autocarro por caminhos de cabra para chegarmos a um bosque dos montes Aravali. Ranakpur! A minha alma encheu-se de tristeza pelos que não vieram e perderam a possibilidade de verem uma das coisas mais bonitas, se não a mais Bonita, que vi até hoje! Um sitio sagrado de peregrinação para os jainistas. Foi construído em 63 anos, tem 24 cúpulas e 1.444 colunas esculpidas em pedra, todas diferentes, demonstrando uma imaginação e uma criatividade única, inimaginável, indescritível e inigualável! A viagem poderia ter acabado aqui para mim, mas ainda queria conhecer Goa. Por mais medo que tenha de andar de avião tinha que ir a GOA. Incrível e comovente o ainda se sentir a forte influência da presença dos portugueses nas suas inúmeras igrejas, no nome das ruas, das lojas, do nosso guia. No hotel onde ficámos, depois de uma só noite de sonho no Forte Aguada, falei com o grupo que animava o jantar. Quando souberam que éramos portugueses vieram para o pé de nós e cantaram tudo e mais alguma coisa em português inclusive fado de Coimbra e marchas populares o que nos levou a, bem dispostos apesar de muito cansados, cantarmos em coro e improvisarmos uma marcha! Falavam português e eram todos membros da mesma familiar. Foi uma noite bem divertida. Visitámos Velha Goa com as suas inúmeras e grandiosas Igrejas e os seus Conventos e como não podia deixar de ser, a Fundação Oriente onde fomos amavelmente recebidos pelo seu Director com um cocktail e a exposição do pintor António Xavier Trindade. No dia seguinte foi a vez de irmos ver algumas casas famosas e bonitas nos arredores de Panjin entre elas a da Sra. D. Maria de Lurdes Figueiredo Albuquerque que pôs generosamente à nossa disposição a sua casa em Loutulim. Visitámos a casa e as suas colecções, tivemos uma noite cultural com música e danças locais e jantámos. Havia uma hipótese de se prolongar a estadia indo a Aurangabad. Como a Índia não esta à mão de semear da Europa nem ao virar da esquina do nosso Continente, porque não aproveitar o já lá estarmos para vermos mais! Abençoada hora em que assim decidimos. Perto de Aurangabad, distrito de Maharashtra, estão as ruínas de Ellora. As suas grutas existem desde o sec. V e foram construídas até ao sec. VII. Não compreendi, nem compreendo ainda, como é que naquela época sem os recursos técnicos e as máquinas hoje existentes conseguiram escavar a rocha na vertical (literalmente de cima para baixo) e terem um resultado tão belo e grandioso. Como conseguiram calcular a altura das colunas esculpidas, como conseguiram realizar os elefantes e todas as esculturas que lá admiramos. O templo Kailashnatha é duma beleza rara. Tem vários andares, com esculturas no seu interior e painéis de baixos relevos maravilhosos. Corredores e escadas levam-nos de maravilha em maravilha! Uma das grutas "shaitya" tem a forma das nossas igrejas, nave central separada das estreitas naves laterais por filas de colunas esculpidas, no fundo uma stupa com um Buda sentado. O tecto é lindo e faz lembrar o fundo dum barco com traves e tudo... Mas como ir a Ellora sem ir a Ajanta? É uma montanha coberta de verdura e de floresta, onde nos sec. II AC- VI DC monges budistas cavaram na rocha os seus locais de oração e meditação. O espectáculo de longe é impressionante, existem dezenas de grutas na encosta da montanha (com a forma de um U aberto, com um rio no vale) e um estreito carreiro que dá acesso a esta fileira de "igrejas" e mosteiros. Fomos subindo e descendo degraus para ver o seu interior com as paredes cobertas de frescos lindos de cores ainda vivas, que relatam episódios sobre a vida e as incarnações de Buda. Dão-nos igualmente a possibilidade de conhecermos a vida social da época em pormenor, como era a vida da corte, a vida doméstica, a vida da rua - reis, escravos, mulheres, homens, crianças, pessoas de todos os estratos sociais rodeados com flores, plantas, animais, pássaros. Há ainda algumas grutas que têm esculturas gigantescas de Budas em varias poses, até um Buda deitado, mas a grande maioria está em pose de meditação! Meditar é o que mais apetece, meditar e pensar como tal maravilha foi feita e quantos anos levou a ser finalizado. Meditem, pensem e não percam a próxima viagem organizada por este único e extraordinário GAMO! Isabel Monteiro 8 de Janeiro de 2013 – visita à exposição O Chá. Do Oriente para o Ocidente do Museu do Oriente. Esta foi a 3ª visita que organizamos a esta exposição e tal como as anteriores foi muito participada, bem como o almoço que se seguiu. 24 Janeiro de 2013 Visita à Fundação Carmona e Costa A Fundação Carmona e Costa recebeu na sua sede em Lisboa o Grupo de Amigos do Museu do Oriente no passado dia 24 de Janeiro para uma visita guiada ao seu acervo, constituído por valiosa colecção de obras criteriosamente seleccionadas de porcelana chinesa e faiança portuguesa. Será importante referir que estas peças constituem apenas parte da colecção da Fundação, uma vez que esta inclui igualmente pintura, escultura e desenho contemporâneo, maioritariamente de origem portuguesa. Este vasto património artístico foi recolhido pelos fundadores Vitor e Graça Carmona e Costa ao longo da sua vida tendo esta Fundação sido criada em 1977. Esta visita rodeou-se de particular interesse tendo sido conduzida por consagrados especialistas, a Dra. Maria Antónia Pinto de Matos sobre a porcelana chinesa e o Dr. Alexandre Nobre Pais para a faiança portuguesa. É de referir que ambos têm obra publicada sobre as peças da colecção da Fundação Carmona e Costa : “Porcelana Chinesa da FCC” Maria Antónia Pinto de Matos e Mary Salgado e “A Faiança Portuguesa da FCC” Alexandre Nobre Pais e João Pedro Monteiro. Maria do Rosário Alvellos 3 Fevereiro de 2013 Visita aos Paços do Concelho Realizámos no passado dia 03 de Fevereiro uma visita guiada ao edifício dos Paços do Concelho de Lisboa. O anfitrião da visita – Arquitecto Ezequiel Marinho – conduziu-nos, de forma bastante eloquente, pelos vários espaços deste edifício, associando-o, numa perspectiva cronológica, aos principais acontecimentos da nossa história desde o século XVIII, ou seja, desde a sua construção inicial ocorrida no período pós terramoto de 1755. De então para cá, dois incêndios (1863 e 1996) influenciaram as características e também os estilos arquitectónicos nele presentes, mas, felizmente, chegou até nós um espólio riquíssimo e que nos permitiu viajar um pouco pela História da Arte Portuguesa nos séculos XIX e XX. Nesta surpreendente visita, que teve início na Sala do Arquivo, passámos pela monumental escadaria principal, e fomos percorrendo diversas salas onde marcam presença os estuques trabalhados, os relevos e as pinturas murais de grande valor artístico. Destacamos o magnífico Salão Nobre e a Sala Dourada, também chamada Sala da República, onde numerosos quadros, peças escultóricas e mobiliário fazem o deleite dos amantes das Artes Decorativas. Não é todos os dias que se podem admirar pinturas de Columbano Bordalo Pinheiro e José Malhoa a coexistirem com pintores mais contemporâneos, tais como Maria Velez e Fernando Conduto. Por fim, destacamos a presença de uma vasta simbologia Maçónica na decoração das várias salas, o que reflecte a influência desta organização política e social no desenrolar da nossa história, sobretudo no período republicano. Ilda Curado 28 de Fevereiro visita à exposição O Chá. Do Oriente para o Ocidente do Museu do Oriente Mais uma visita guiada pela Dra. Raquel Martins, seguida de almoço informal no restaurante do Museu. Tal como as anteriores foi muito participada. . 5 – COLABORAÇÃO COM O MUSEU DO ORIENTE A direcção do GAMO tem vindo a colaborar com a Direcção do Museu em actividades consideradas oportunas por ambas as direcções, em especial na vertente formativa e educacional. Neste âmbito da colaboração perspectiva-se a realização de um projecto com o Serviço Educativo do Museu e a aquisição de um Roteiro da Expansão Portuguesa na Ásia que deverá ficar situado à entrada do percurso do Museu. 6 - ACTIVIDADES DO MUSEU DO ORIENTE O Museu do Oriente oferece um extenso programa de actividades – conferências, cursos, espectáculos e oficinas - que pode ser consultado no site do Museu www.museudooriente.pt 25 Janeiro a 27 Outubro, exposição Cartazes de propaganda chinesa. A arte ao serviço da política. Dessa programação destacamos: 9 de Março a 27 Abril Curso diários gráficos. Formador: José Manuel Vieira Louro. O chá. Do Oriente para o Ocidente. Inicialmente prevista para terminar a 12 de Janeiro esta exposição foi prorrogada até 31 de Março de 2013. 1 de Fevereiro a 30 de Junho, exposição Macau. Memórias a tinta-da-china, de Charles Chauderlot. 28 de Fevereiro a 27 de Maio, exposição de fotografias Do vasto e belo porto de Lisboa.