Notícias Boletim Gênero, Raça e Etnia – Ed. 15 – Dezembro de 2010 Retrospectiva Agosto de 2010 Curso promove a formação sobre direitos humanos para mulheres negras e indígenas da Bolívia Em agosto, 270 mulheres de nove estados bolivianos deram início à segunda edição do curso “Uso e Conhecimento de Instrumentos Nacionais e Internacionais para Mulheres Indígenas, Originárias, Campesinas e Negras” da Bolívia. O curso é uma realização da ONU Mulheres – Entidade das Nações Unidas para Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres, por meio do Programa Gênero, Raça, Etnia e Pobreza, em parceria com a Universidade Andina, UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Criança), OACNUDH (Oficina do Alto Comissariado das Nações Unidas para a Bolívia), DIAKONIA e a IDEA Internacional e com organizações de mulheres indígenas de todo o país. “Esta ação faz parte do cumprimento de um dos objetivos da UN Photo: John Isaac Universidade Andina que é contribuir para a solução de grandes problemas da Região, um deles é a desigualdade. Está entre as nossas principais iniciativas contribuir para a igualdade de diretos às mulheres, principalmente as mulheres indígenas, originárias e afrodescendentes que tradicionalmente tem sido as mais excluídas pela discriminação de gênero que existe em nossos países”. Considerou o diretor da Área de Desenvolvimento da Universidade Andina Simon Bolívar, Alberto Mollinedo. Com objetivo de capacitar mulheres negras e indígenas bolivianas para maior incidência junto às esferas de tomada de decisão até março de 2011, o curso é composto por ferramentas de informação para o uso efetivo de instrumentos internacionais de defesa dos direitos humanos e seu impacto na vida social. “Entre os aspectos esquecidos na formação de mulheres indígenas estão informações sobre direitos humanos e normas nacionais e internacionais. É importante que as mulheres compreendam a utilização destes instrumentos para a mudança de suas condições de vida na atualidade”, destaca Mónica Mendizabal, responsável pelo Programa Regional Gênero, Raça, Etnia e Pobreza na Bolívia. Para Mollinedo, o projeto qualifica as mulheres sobre como funcionam os instrumentos nacionais e internacionais para proteção de seus direitos. “Com o tempo, esperamos que o curso torne-se continuo e, como parte do projeto, desenhe uma formação com mais conteúdos que lhes servirão de sabe para incidir em diferentes locais de trabalho”, disse. Participação Segundo Maria Eugenia Choque, facilitadora do seminário, o curso teve grande procura, o que demonstrou um interesse crescente de conhecimento e domínio dos marcos legais para a validação de direitos das mulheres indígenas. Nas aplicações do curso, Maria Eugênia percebeu o alto índice de analfabetismo entre as mulheres jovens. “Muitas participam pela primeira vez de um evento deste tipo. Outras vêm de um processo amplo de formação. Lamentavelmente, pela falta de recursos, elas não têm acesso a novas bases de informação”. Maria Eugênia considerou que os cursos de formação são importantes ferramentas para gerar e disseminar conhecimento e informação. “É o conhecimento dos direitos que vai possibilitar um interesse para o seu exercício”, refletiu a facilitadora. Durante a entrevista para o boletim Gênero, Raça, Etnia e Pobreza, ela também apontou que a observação e a escuta ativa das experiências das mulheres indígenas são elementos a serem incluídos nas formações.